Formação Pedagógica de Formadores

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Esta 10ª edição atualizada introduz temas atuais, como o e-portfólio, e apresenta uma renovação gráfica integral, com o objetivo de tornar a utilização deste manual ainda mais prática e pedagógica.

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Índice

Prefácio à 1.ª Edição................................................................................................................. IX

Prefácio à 10.ª Edição............................................................................................................... XI

Introdução.................................................................................................................................. 1

Capítulo I – Do Sistema de Formação ao Formador 33............................................................ 71.1. Sistema.de.Formação.................................................................................................... 8

1.1.1. Organização.que.solicita.a.formação.................................................................. 81.1.2. Organização.que.fornece.a.formação.................................................................. 111.1.3. .Da.deteção.de.necessidades.de.formação.à.avaliação.da.formação................... 16

1.2. Formador.33................................................................................................................... 261.2.1. Enquadramento.legal.da.atividade.de.formador.................................................. 261.2.2. .Da.dupla.determinação.do.lugar.do.formador.à.sua.tripla.responsabilidade....... 531.2.3. Formador.33........................................................................................................ 57

Capítulo II – Aprendizagem...................................................................................................... 612.1. Conceito......................................................................................................................... 62

2.1.1. O.formador.é.um.agente.de.mudança................................................................ 632.2. .Do.Funcionamento.Cognitivo.às.Atividades.de.Aprendizagem........................................ 63

2.2.1. Modelo.hierárquico.da.aprendizagem................................................................. 652.2.2. Modelo.de.aprendizagem.de.Ausubel................................................................. 702.2.3. Memória.e.processo.de.aprendizagem............................................................... 73

2.3. Aprendizagem.Significativa............................................................................................ 792.3.1. Cada.formando.é.um.indivíduo.social................................................................. 792.3.2. Significado.psicológico....................................................................................... 802.3.3. Mapas.de.conceitos............................................................................................ 81

2.4. �E-learning.e.Modelo.de.Aprendizagem.Construtivista.e.Construcionista......................... 84

Capítulo III – Pedagogia em Formação Profissional................................................................ 873.1. Contexto.da.Formação.Profissional................................................................................ 893.2. Situação.de.Formação................................................................................................... 91

3.2.1. Situação.de.formação.versus.situação.escolar.................................................... 913.2.2. Ensino.e.aprendizagem....................................................................................... 93

3.3. Formador.e.Formandos.................................................................................................. 953.3.1. Contrato.pedagógico........................................................................................... 963.3.2. Relação.pedagógica............................................................................................ 973.3.3. .Atuação.pedagógica.e.facilitadores.da.aprendizagem......................................... 104

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Capítulo IV – Planificar a Ação de Formação.......................................................................... 1094.1. 1.ª.Questão.(quando;.o.quê;.para.quem?)...................................................................... 112

4.1.1. Gestão.do.tempo................................................................................................ 1124.1.2. Programa............................................................................................................ 115

4.2. 2.ª.Questão.(como?)....................................................................................................... 1194.2.1. Objetivos.pedagógicos........................................................................................ 1194.2.2. Métodos.pedagógicos......................................................................................... 1244.2.3. Técnicas.pedagógicas......................................................................................... 1334.2.4. Meios.auxiliares.pedagógicos............................................................................. 135

4.3. 3.ª.Questão.(onde?)........................................................................................................ 1474.3.1. Importância.da.gestão.do.espaço....................................................................... 1474.3.2. Situação.de.formação......................................................................................... 152

Capítulo V – Dinamizar as Sessões de Formação................................................................... 1555.1. Início.da.Sessão............................................................................................................. 157

5.1.1. Organização.do.espaço....................................................................................... 1575.1.2. Apresentação.e.acolhimento............................................................................... 158

5.2. Desenrolar.da.Sessão.................................................................................................... 1625.2.1. Conteúdos.e.prática.pedagógica......................................................................... 1625.2.2. Comunicação.e.as.técnicas.de.atuação.............................................................. 1665.2.3. Técnicas.de.observação...................................................................................... 188

5.3. Fecho.da.Sessão............................................................................................................ 193

Capítulo VI – Avaliação Pedagógica......................................................................................... 1956.1. O.Quê?........................................................................................................................... 1996.2. Para.Quem?................................................................................................................... 2036.3. Como?........................................................................................................................... 206

6.3.1. Avaliação.ao.1.º.nível.......................................................................................... 2106.3.2. Avaliação.ao.2.º.nível.......................................................................................... 2146.3.3. Avaliação.ao.3.º.nível.......................................................................................... 2226.3.4. Avaliação.aos.4.º.e.5.º.níveis.............................................................................. 2236.3.5. Conclusão........................................................................................................... 225

6.4. Onde?............................................................................................................................ 2256.5. Quando?........................................................................................................................ 226

6.5.1. Antes.................................................................................................................. 2286.5.2. Durante............................................................................................................... 2296.5.3. Depois................................................................................................................ 231

6.6. Conclusão...................................................................................................................... 232

Capítulo VII – E-learning........................................................................................................... 2357.1. Nova.Sociedade.do.Conhecimento................................................................................. 237

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Índice

VII

7.2. .Da.Gestão.do.Conhecimento.à.Aprendizagem.Organizacional........................................ 2387.3. Dimensão.da.e-formação............................................................................................... 242

7.3.1. Centros.de.formação.virtuais.............................................................................. 2427.3.2. EAD.e.E-learning................................................................................................. 2437.3.3. Percurso.histórico.do.e-learning......................................................................... 2467.3.4. Conceito.de.e-learning........................................................................................ 2487.3.5. Novos.papéis,.novos.atores................................................................................ 2497.3.6. Lugares.do.formador.......................................................................................... 251

7.4. E-portefólio.................................................................................................................... 2537.4.1. Construindo.a.aprendizagem.ao.longo.da.vida.................................................... 253

7.5. Conclusão...................................................................................................................... 254

Bibliografia................................................................................................................................ 257

Índice Remissivo....................................................................................................................... 263

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Prefácio à 1.ª edição

A.sociedade.portuguesa.encontra-se,.como.se.sabe,.numa.fase.de.profundas.mudanças.sociais..O.sentido.para.que.se.dirige.é,.em.larga.medida,. indeterminado..As.razões.são.várias..Desde. logo,.do.ponto.de.vista.da.nossa.ignorância.relativa,.porque.não.se.conhecem.suficientemente.bem.muitos.dos.fatores.sociais.que.impulsionam.essas.mudanças.e.muitas.das.dinâmicas.sociais.que.nelas.estão.presentes..Apesar.dos.trabalhos.valiosos.já.disponíveis.a.este.respeito,.as.ciências.sociais.ainda.há.pouco,.em.termos.históricos,.começaram.a.fazer.o.seu.trabalho..Acresce.que,.num.mundo.de.interde-pendências.cada.vez.mais.cerradas,.muito.do.que.por.cá.se.passa.é.condicionado,.com.frequência.de.modo.bastante.decisivo,.pelo.que.acontece.noutras.paragens,.ou,.sobretudo,.por.processos.que,.no.essencial,.se.estruturam.a.níveis.mais.amplos.de.constituição.dos.fenómenos.sociais.contemporâneos.

Mas. mais. importante. ainda. e. porventura. conducente. a. uma. ordem. de. considerações. de. sinal.contrário,.é.outra.a.razão.de.indeterminação..Com.efeito,.por.mais.que.as.conheçamos,.as.sociedades.humanas.são.sempre.realidades.contingentes,.construídas.passo.a.passo.pelos.agentes.sociais.indivi-duais.e.coletivos.que.nelas.se.movem,.decorrentes.dos.resultados.sempre.parcialmente.imprevisíveis.do.relacionamento.recíproco.que.esses.atores.sociais.vão.estabelecendo.entre.si.

Podemos.aspirar.a.conhecer.muitos.dos.parâmetros.estruturantes.e.das.tendências.profundas.que.se.manifestam.nas.sociedades.atuais,.podemos.dissecar.muitos.dos.constrangimentos.e.dos.meca-nismos.da.ação.social..É.o.que.as.ciências.sociais.têm.feito.–.aliás,.a.descoberta.da.importância.dos.padrões.de.relacionamento.social,.com.frequência.invisíveis.à.perceção.quotidiana,.das.regularidades.insuspeitadas.que.se.observam.nos.tecidos.e.processos.sociais,.do.peso,.em.geral.inadvertido,.que.as.condições.sociais.de.existência.dos.indivíduos.e.dos.grupos.exercem.no.que.cada.um.pensa.e.faz.–.tudo.isso.têm.sido.resultados.relevantes.da.sua.atividade.cognitiva.sistemática.

Mas,.a.par.disso,.as.ciências.sociais.têm.descoberto,.também,.o.referido.caráter.autoconstituin-te.da. realidade. social,. a. incontornável. historicidade.da. vida.humana.em.sociedade,. a. reflexividade.inerente.aos.atores.sociais,. sempre.condicionados.socialmente.nas.suas.práticas.quotidianas,.mas.também. sempre. suscetíveis. de. conduzirem. reflexivamente. a. sua. ação. de. outra. maneira.. É. uma.característica.dos.atores.sociais.e,.igualmente,.a.seu.modo,.das.sociedades.humanas.como.um.todo.e.de.forma.particularmente.acentuada.hoje.em.dia,.com.o.alastramento.e.a.centralidade.atual.dessas.instituições.de.reflexividade.social.que.são,.precisamente,.as.ciências.sociais,.mas.também.outras,.como.os.sistemas.educativos.massificados,.os.meios.de.comunicação.social,. os.circuitos.culturais.alargados,.os.sistemas.políticos.democráticos.e.os.novos.dispositivos.da.sociedade.de.informação.

Reflexividade.social.implica,.assim,.tanto.possibilidade.de.tomar.consciência.de.certos.constran-gimentos.sociais.como.possibilidade.de.seguir.outros.cursos.de.ação,.significa.tanto.riscos.de.enqua-dramento.acrescido.por.parte.de.aparelhos.de.vigilância.e.controlo,.como.oportunidades.de.conduta.alternativa. e. inovadora,. significa. regimes. de. interação. mais. complexos. e,. por. conseguinte,. muitas.vezes,.baixos.coeficientes.de.previsibilidade.

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Se.alguma.coisa.parece.razoavelmente.certa,.no.entanto,.é.um.duplo.facto:.a).Portugal.estar,.jus-tamente,.cada.vez.mais.envolvido.neste.tipo.atual.de.sociedade.da.informação.e.do.conhecimento,.em.que.as.qualificações.escolares.e.profissionais.da.sua.população.são.já,.e.sê-lo-ão.de.modo.exponen-cial.no.futuro.próximo,.os.principais.recursos.de.empregabilidade,.de.acesso.à.cultura.e.à.informação,.de.qualidade.de.vida.e.de.possibilidade.de.participação.cívica.e.política;.b).ver-se.confrontado,.nesse.processo,.com.défices.bastante.acentuados.de.qualificações.da.sua.população,.designadamente.em.comparação.com.os.países.da.União.Europeia.ou.da.OCDE,.o.que.compromete,.ou.pelo.menos.difi-culta.muito,.numa.época.de.crescentes.interdependências.mundiais,.a.competitividade.económica,.a.modernização.do.tecido.produtivo,.dos.valores.e.das.instituições,.o.protagonismo.cultural.e.a.influência.política,.ou,.em.termos.mais.globais,.a.inserção.em.vias.avançadas.de.desenvolvimento.

Tanto.os.níveis.de.qualificações.escolares.e.os.perfis.de.literacia.da.população.portuguesa.como.os.respetivos.níveis.e.perfis.de.qualificações.profissionais,.apesar.dos.ritmos.de.crescimento.geral.e.dos.casos.qualitativamente.exemplares.verificados.nos.últimos.tempos,.apesar.da.apetência.manifestada.pelos.jovens.na.procura.dos.sistemas.de.ensino.e.formação.e.dos.esforços.institucionais.realizados.nestes.domínios,.colocam-na.muitíssimo.mal,.nomeadamente.no.panorama.europeu.

Não.é.possível,.pois,.exagerar.a.importância.de.novos.contributos.para.dotar.a.sociedade.portu-guesa.de.instrumentos.de.qualificação.profissional..Sobretudo.se,.como.o.presente,.se.situam.já.numa.nova.geração.de.contributos,.em.que,.ultrapassados.preconceitos.mútuos.ou.ignorâncias.recíprocas,.se.aposta.na.complementaridade.produtiva.entre.teoria.e.prática,.entre.aprofundamento.concetual.e.experiência.acumulada,.entre.capacidade.analítica.e.capacidade.operatória.

O.trabalho.aqui.disponibilizado.por.Luís.Ferrão.e.Manuela.Rodrigues,.dois.sociólogos.bem.prepa-rados.e.dois.quadros.experientes.do.campo.da.formação.profissional,.faz.apelo,.precisamente,.como.é.indispensável.nos.contextos.de.reflexividade.exigente.atuais,.a.essas.duas.vertentes,.tornando.esta.obra.um.instrumento.de.consulta.e.utilização.atualizado.e.polivalente,.a.um.tempo.muito.pragmatica-mente.operatório.e.muito.bem.fundamentado.do.ponto.de.vista.concetual.e.metodológico.(e,.por.con-seguinte,.transponível.para.circunstâncias.variadas.e.mutáveis),.extremamente.útil.para.os.diversos.tipos.de.agentes.envolvidos.nos.universos.da.formação.profissional,.da.pedagogia.e,.em.geral,.das.profissões.baseadas.nas.ciências.sociais.

Se.me.permitem.uma. última. nota. de. caráter.mais. interno,. em. termos. disciplinares,. é. também.um.dos.sintomas.do.ciclo.de.maturidade.em.que.vai.entrando.o.campo.científico.e.profissional.da.sociologia.no.nosso.país.

. Dezembro.de.1999

. António.Firmino.da.Costa

. Sociólogo

. Professor.do.ISCTE.(Instituto.Superior.de.Ciências.do.Trabalho.e.da.Empresa)

. Investigador.do.CIES.(Centro.de.Investigação.e.Estudos.de.Sociologia)

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Prefácio à 10.ª edição

Indicam.os.dicionários.que.formar.é.dar.forma.a.algo,.construir,.compor,.promover.a.formatura.de.alguém,.educar..Acrescentam,.também,.os.significados.de.entrar.na.formatura,.alinhar,.ou.apontam,.ainda,.para.os.sentidos.de.formar-se,.fazer.um.curso,.educar-se,.desenvolver-se.

A. riqueza.polissémica.de.«formar».evoca.a.semântica.de.«educar».que.autores. fazem.provir.de.educare.–.amamentar,.alimentar,.cuidar.de,.ou.ainda.educar,.ensinar,.instruir..Porém,.outros.autores.veem.antes.a.palavra.educar.como.proveniente.de.educere.com.sentido.de.tirar.de,.ajudar.a.sair,.fazer.desabrochar.

A.controvérsia.acerca.da.linhagem.de.educar.ou.de.formar.fez.nascer.dois.modos.de.ver.a.edu-cação.e.consequentemente.duas.maneiras.de. figurar.o.papel.do.agente.da.educação.ou. formação..De.modo.breve,.o.educador.é.um.provedor.de.conhecimentos,.de.introdução.de.“coisas”.na.cabeça.do.formando.ou,.por.outro. lado,.um.catalisador.de.potencialidades.do.educando,.pela. interrogação,.pela.reflexão,.pela.sistematização.da.experiência.que.aprimore.práticas.capazes.de.lidar.com.novas.situações.

No.entanto,.em.qualquer.dos.casos,.se.concede.hoje.um.papel.relevante.ao.profissional.de.edu-cação.ou.formação,.ao.pedagogo..De.facto,.o.século.XIX,.resgatou.o.significante.do.escravo.que.na.antiga.Grécia.levava.as.crianças.à.escola.para,.a.partir.dele,.construir.toda.uma.ciência,.a.Pedagogia,.cuja.cidadania.vem.crescendo.até.pela.necessidade.de.educação.formal.ao.longo.de.toda.a.vida.ativa,.imposta.pelo.ritmo.acelerado.da.ciência,.da.tecnologia,.da.sociedade,.da.economia,.da.cultura.

A.Pedagogia.é.hoje.uma.ciência,.um.corpo.sistemático.de.conhecimentos.polarizados.em.torno.do.educando.mas.também.do.macrocosmo.que.o.rodeia.e.em.que.se.insere..Implica.conhecimentos.positivos.acerca.do.“destinatário”.da.formação.e.do.“meio”.que.o.cerca.e.envolve,.mas.também.uma.conceção.da. vida,. uma. ideologia,. um. mundo. de. valores.. Por. outro. lado,. a. Pedagogia. preocupa-se.também,.senão.principalmente,.com.a.capacidade.para.agir,.para.transformar..A.Pedagogia.é,.assim,.uma.arte,.uma.didática,.uma.técnica.ou.conjunto.de.métodos.e.técnicas,.um.saber-fazer.no.sentido.de.promover.a.facilitação.de.aprendizagens.de.ser,.de.estar,.de.agir.

O. turbilhão. da. mudança,. tecnológica,. económica,. social,. cultural,. característica. do. mundo. dos.nossos.dias,. torna.desajustadas.as.perceções,.as.atitudes,.os.conhecimentos,.as. técnicas. já.domi-nadas,. impondo.uma.constante. renovação.de. capacidades,. de.adaptação,. inovação.e. antecipação..Realmente,.a.sobrevivência.e.o.êxito.das.pessoas.e.das.organizações.não.é.tanto.questão.de.força.ou.inteligência.quanto.de.habilidades.para.adaptar-se,.antecipar-se.e.comandar.a.mudança..É.por.tal.realidade.que.as.empresas,.bem.como.as.organizações.públicas.e.sociais,.de.há.anos.para.cá.vêm.dando.especial.relevo.à.formação,.tornando-se.instituições.aprendentes,.fazendo.dos.seus.membros.permanentes.estudantes,.a.requererem.também.novos.mestres-escola,.catalisadores.e.facilitadores.de.aprendizagens,.formadores.capacitados.

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Formação Pedagógica de Formadores

XII

As. organizações. investem. em. formação. dos. seus. colaboradores. para. tê-los. permanentemente.

habilitados.a.enfrentar.os.desafios.que.cada.dia.se.colocam.à.respetiva.sobrevivência,.alcance.de.obje-

tivos,.liderança.do.respetivo.segmento.de.“mercado”,.seja.ele.espaço.de.concorrência,.seja.reserva.de.

provisão.de.bens.públicos.acedida.sem.competição.

Ora.é.este,.em.síntese,.o.quadro.em.que.a.presente.obra.se.insere.

Embora.os.suponha,.não.se.dispersa.por.terrenos.teóricos,.ou.teoréticos,.da.Pedagogia.–.de.que.

alguns.se.deixam. indiciados..Antes.se.enfoca.na.prática,.no.planeamento,.preparação,.condução.e.

avaliação.das.ações.formativas.

Também.neste.enfoque,.o.livro.não.se.alonga.em.teorizações,.antes.se.propõe,.de.modo.pragmáti-

co,.demonstrar.como.se.pode.fazer..A.sua.especial.valia,.atestada.pela.longevidade.no.mercado,.reside.

no.facto.de.se.fundamentar.em.ciência.de.experiência.feita.

Realmente,.os.Autores.não.se.limitam.a.glosar.sebentas.académicas.ou.sistematizar.o.estado.da.

arte.da.pesquisa.bibliográfica..Natural,.e.adequadamente,.enquadram,.buscam.significado,.cotejam.

conceitos.e.citam.referências,.também.estas,.aliás,.atualizadas.

Mais.relevante,.porém,.é.a.operacionalização.e.ilustração.de.experiências.sucedidas.em.centenas.

de.ações.formativas.realizadas.para.formandos.de.diferentes.níveis,.de.contextos.distintos,.de.setores.

variados,.de.culturas.diversas,.em.cursos.concebidos,.programados,.realizados.e.avaliados.

Esta.obra.aposta.na.continuidade.da.desmultiplicação.deste.saber,. tornando-o.mais.próximo.de.

quantos. necessitem.de. o. dominar. seja. pelas. funções.gestionárias. que. exerçam.numa.organização.

específica,.seja.por.se.dedicarem.profissional.ou.ocasionalmente.à.condução.de.atividades.formativas..

Assumindo-se.como.um.vade�mecum.de.experiência,.não.tem.a.veleidade.de.dar.uma.receita.acaba-

da,.um.modelo.pronto.a.usar,.de.cuja.aplicação.resulte.necessária.e.magicamente.o.resultado.espera-

do..Antes.apresenta.uma.proposta.de.ação.baseada.em.experiência.pessoal.com.resultados.avaliados..

É,.assim,.um.convite.a.quantos.se.dedicam.profissional.ou.episodicamente.à.formação.e.ao.ensi-

no..Da.sua.leitura.parece.perpassar.que.o.segredo.do.êxito.reside.na.fixação.explícita.de.objetivos.e,.

finalmente,.na.sua.correta.avaliação..Pelo.caminho,. toda.a.estratégia,.planeamento,.execução,.que.

asseguram.a.passagem.de.determinado.perfil.de.entrada.para.o.acesso.a.um.novo.estádio.operativo..

A.simpatia.do.formador,.a.modalidade.e.ambiente.da.ação,.os.recursos.pedagógicos.e.materiais.

utilizados,.a.satisfação.dos.participantes.são.tudo.aspetos.importantes.na.ação.formativa..Porém,.esta.

não.pode.ser.encarada.como.um.tempo.lúdico.ou.mera.oportunidade.de.colecionar.diplomas.ou.cer-

tificados.de.participação..De.facto,.o.que.realmente.deve.ser.valorizado.na.formação.é.aquilo.que.fica.

no.regresso.a.casa,.ao.contexto.de.trabalho..Novas.habilidades.de.ver,.de.se.relacionar,.de.trabalhar.

É.esta.abordagem.global.do.processo.formativo,.a.sua.capacidade.para.orientar.mudanças.enri-

quecedoras.nos.destinatários.da.formação.que.tem.assegurado.êxito.editorial.a.esta.obra..

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Prefácio à 10.ª Edição

Sem.desviar-se.da.matriz.inicial.–.em.que.os.esquemas.e.modelos.de.trabalho.constituem.auxilia-res.ou.sugestões.prestimosas.–.esta.edição.revê,.reformula,.atualiza,.traz.novidade,.designadamente.quanto.ao.e-learning.como.modelo.de.ensino-aprendizagem.que.continua.a.fazer.caminho.promissor.

Parabéns.aos.Autores.e.ao.Editor..Que.continuem.a.desfrutar.da.preferência.dos.formadores.e.dos.profissionais.de.ensino!

. Junho.2012

. Elias.Quadros

. Professor.do.ISCAD.(Instituto.Superior.de.Ciências.da.Administração)

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introdução

Nullius Addictus Jurare In Verba Magistri. “Não sou obrigado a jurar obediência às palavras de qualquer mestre.”

(Horácio)

“Deem-me um erro frutuoso em qualquer ocasião, cheio de sementes, irradiante das suas próprias correções. Em contrapartida, podem guardar as vossas verdades estéreis.”

(Vilfredo Pareto)

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introdução

Em.2000,.aquando.da.primeira.edição.do.presente.trabalho,.afirmávamos.o.seguinte:

“A. motivação,. para. meter. “mãos. à. obra”. no. presente. trabalho,. centrou-se. na. dificuldade. em.

encontrar. no. mercado. um. texto. que. respondesse,. não. só. à. necessidade. pragmática. do. recurso. a.

um. referente. técnico/metodológico,. capaz. de. atender. às. necessidades. práticas. dos. formadores. do.

ponto.de.vista.pedagógico,.mas.também.que.fosse.um.pouco.mais.além.na.problematização,.quer.da.

formação.profissional.como.um.todo,.quer.da.postura.e.enquadramento.da.atividade.do.formador.no.

“sistema de formação”.

Assim,.é.necessário.afirmar,.desde.já,.o.nosso.firme.propósito.de.conseguir.um.trabalho.que.seja.

útil,. isto.é,.que.venha.a.ser.encarado.pelo. leitor.como.um.suporte/instrumento.de. trabalho.–. fer-

ramenta.–. indispensável.ao.desenvolvimento.da.sua.atividade.de. formador,.sem.contudo.deixar.de.

problematizar,. sempre.que.estritamente.necessário,. os.enquadramentos. teórico-metodológicos.que.

sustentam.as.posições/opções.dos.autores.”

Em.março.de.2006.–.aquando.da.6.ª.edição,.atendendo.à.importância.crescente.que.o.e-learning�

(e.suas.formas.derivadas:.b-learning;.m-learning).ia.tomando.como.nova.forma.de.fazer.formação.nas.

organizações,.acrescentámos.ao.trabalho.original.um.capítulo.sobre.esse.tema..

E,.ao.introduzi-lo,.referíamos.o.seguinte:..

“Sempre.entendemos.este.nosso.trabalho.como.um.projeto.de.enquadramento.teórico,.de.proble-

matização.e.de.sistematização.de.um.percurso.de.20.anos.de.aprendizagem,.estabilizado.mas.não.

encerrado.

Os. progressos. nas. Tecnologias. de. Informação. e. Comunicação. (TIC). e. as. constantes. mudanças.

no.mundo. (a.globalização.e.a.planetarização),.no.país,.nas.organizações. (a.aprendizagem.ao. longo.

da.vida).e,.consequentemente,.na. formação,. trouxeram.ao.contexto.da.formação.profissional.novos.

universos.de.atuação.e.novas.ferramentas..Atentos.e.envolvidos,.desde.o.início,.neste.novo.processo,.

chegou. a. altura. de. partilhar. reflexões,. interrogações. e. constatações,. através. de. um. novo. capítulo:.

e-learning.”

Hoje,.11.anos.decorridos.sobre.a.primeira.edição,.compete-nos.dar.continuidade.ao.nosso.projeto.

inicial,.reforçando,.mais.uma.vez.a.nossa.postura.de.partida,.assente.em.que.este.trabalho,.tal.como.

então,.continua.a.representar.para.os.seus.autores:

“Não. um. ponto. de. chegada. definitivo. sobre. os. temas. aqui. abordados,. mas. antes. a. necessária.

sedimentação.de.uma.prática.formativa.já.com.alguns.anos,.logo.ponto.de.partida.na.continuidade.do.

questionamento.inerente.à.sua.atividade.enquanto.formadores.”

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Introdução

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Até.porque,.se.muito.mudou.no.campo.da.formação.profissional.em.Portugal,.fruto.essencialmente.do.desenvolvimento.extraordinário.das.novas.tecnologias.de.informação.e.comunicação,.sobretudo.a.designada.web2,.o.essencial,.o.que. respeita.ao.cerne.da.questão/relação.pedagógica,.não.mudou..Assim.como,.também,.não.sofreu.alteração.significativa.o.campo.das.relações.entre.os.atores.sociais.envolvidos.

Passados.estes.11.anos,.continua.a.fazer.sentido.apelar,.como.então,.para.a.discussão.problemá-tica.da. formação.de. formadores,.começando,.exatamente.pela.delimitação.do.campo1.da. formação.profissional.

Delimitação do campo: a formação profissional

Do.nosso.ponto.de.vista,.(ponto.de.vista.este.que.suporta.toda.a.arquitetura.teórica.do.presente.trabalho).a.formação profissional.só.faz.sentido.por.referência.ao.contexto.organizacional..E,.neste.contexto,.esta.só.faz.sentido.se.for.considerada.como.investimento produtivo.

Entende-se. como. fundamental. a. prossecução. do. objetivo. último. da. melhoria. da. performance.organizacional.por.via.das.novas.qualificações.técnico-comportamentais.adquiridas.pelos.seus.cola-boradores.(formandos.do.ponto.de.vista.do.formador).através.de.processos.de.intervenção.formativa,.decididos.e.enquadrados.ao.nível.da.gestão.da.organização.

“A. formação. transforma-se,. assim,. numa. componente. essencial. da. gestão. e. mobilização. dos.recursos.humanos,.no. interior. da.organização.de. trabalho..Através.de.uma.estratégia.de. formação.global,.participativa.e.interativa,.é.possível.construir.uma.visão.partilhada.e.consensual.do.futuro.da.organização,.das.suas.finalidades,.dos.meios.de.ação.e.dos.valores.que.lhe.estão.subjacentes..Esta.passagem,.em.termos.de.gestão,.de.uma.«lógica.dos.fatores».para.uma.«lógica.dos.atores».faz.emer-gir.a.importância.estratégica.da.formação.no.quadro.do.projeto.da.organização,.como.por.exemplo.a.empresa”..(Le.Boeuf.e.Muchielli,.1989)2

A.formação.deverá,.pois,.passar.a.ser.considerada.como.mais.um.fator.decisivo.da.gestão.estra-tégica,.na.medida.em.que,.por.seu.intermédio,.é.que.se.vislumbra.a.possibilidade.organizacional.de.garantir.o.não.defraudamento.do.investimento.feito.em.capital.humano,.o.único.que,.pelas.suas.carac-terísticas.específicas.de.criatividade/produtividade,.faz.realmente.a.diferença,.é.realmente.produtivo.

Enquadramento do formador nesta forma de encarar a formação profissional

É. nestes. termos. que. se. falará. em. “dupla determinação do lugar do formador”. (desde. que.enquadrado.numa.qualquer.organização.de.formação),.uma.vez.que.a.sua.performance.será.resul-

1. .Tendo.presente.o.significado.que.lhe.é.atribuído.por.Huberman,.quando.afirma:.“No.terreno.educacional,.todas.as.disciplinas.convergem.e.interagem.para.formar.um.campo.rico.mas.instável..Na.verdade.os.pedagogos.não.trabalham.com.uma.disciplina.científica.aplicada,.mas.com.uma.situação.de.múltiplos.determinismos..(...).temos.que.ser,.inevitavelmente,.generalistas,.a.não.ser.que.nos.condenemos.a.ser.inválidos,.em.todos.os.sentidos.do.termo”..In.Canário,.Rui,.Educação�de�Adultos�–�Um�Campo�e�uma�Problemática,.Ed..Educa.–.Formação,.Lisboa,.1999,.pp..18-19.

2. Canário,.Rui,.“Educação.de.Adultos.–.Um.Campo.e.uma.Problemática”,.Ed..Educa.–.Formação,.Lisboa,.1999,.p..44.

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Formação Pedagógica de Formadores

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tante.da.capacidade.que.demonstrar.para.responder.à.questão.de.saber.o.que.é.possível.levar.a.cabo.de. realmente. produtivo,. tendo. em. atenção. um. conjunto. de. determinantes. que,. como. veremos. em.devido. tempo. e. enquadramento,. não. resultam. somente. do. contexto. estritamente. “aprendizagem/ensino”,.mas.remetem.claramente.para.a.contextualização.da.ação.de.formação.e.logo.do.formador,.para.um.“caldo”.de.influências.em.que.a.situação.específica.dos.formandos.não.será.obviamente.o.menos.importante.

O. resultado. do. trabalho. do. formador. e,. consequentemente,. a. sua. sobrevivência. no. mercado..dependerá,.em.última.análise,.do.cruzamento.das.apreciações.feitas.em.termos.de.resultados,.neces-sária. e. logicamente,. não. percecionados. da. mesma. maneira,. quer. pela. organização. solicitadora. da.intervenção.formativa,.quer.pela.organização.fornecedora.

Acresce.que.esse.resultado.nunca.será.avaliado.diretamente,.quer.por.uns,.quer.por.outros..Aquilo.que. qualquer. das. partes. avaliará. será. a. manifestação. expressa,. pelos. formandos,. do. resultado. da.aprendizagem.realizada.

E,.note-se.que,.aqui,.estamos.a.falar.de.coisas.distintas.

Por. um. lado,. temos. a. aprendizagem. realizada. (aquilo. que. o. formador. pretende. potenciar). que,.desde.logo,.já.não.coincide.com.o.que.o.formador.“sonhou”.que.transmitiu.

Por.outro.lado,.temos.a.atuação.prática.do.formando.no.contexto.de.trabalho.(organizacional).pós-.-formação.

■■ No.primeiro.caso.–.momento.da.aprendizagem.–.estamos.a.falar.de.procedimentos.e.mobiliza-ções.de.capacidades.mentais,.logo.interiores,.e.da.sua.mobilização.em.contexto.de.formação;

■■ No.segundo.caso.–.momento.da.avaliação.–.estão.em.causa.os.mecanismos.de.operacionali-zação.do.conhecimento.(externos),.que.também.são.passíveis.de.aprendizagem,.mas,.acima.de.tudo,.questões.de.ordem.completamente.diversa.(que,.portanto,.nada.têm.a.ver.com.a.ação.de.formação).e.que.passam.pelo.enquadramento.socio-organizacional.do. formando,.assim.como.pelo.próprio.contexto.histórico-cultural.da.organização.

Falaremos.então.do.triplo enquadramento de responsabilidades do formador.para.com:

■■ Os.formandos.(indiscutivelmente.sempre.em.primeiro.lugar);

■■ A.organização.que.solicitou.a.formação;

■■ A.organização.que.forneceu.a.formação.(aquela.para.quem.trabalha).

É.a.partir.deste.entendimento.da.formação.profissional.e.do.consequente.lugar.que.nela.o.formador.ocupa,.que.se.estruturou.todo.o.presente.trabalho.

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Introdução

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Num.primeiro.momento,.atenderemos.ao.enjeux3.do.formador:

Capítulo 1 – Do Sistema de Formação ao Formador 33

Capítulo 2 – AprendizagemCapítulo 3 – Pedagogia em Formação Profissional

Seguidamente,.os.dois.momentos.do.trabalho.do.formador:

Capítulo 4 – Planificar a Ação de FormaçãoCapítulo 5 – Dinamizar as Sessões de Formação

E,.dando.continuidade.ao.processo.lógico-dedutivo,.o.resultado.da.intervenção.formativa.e.a.sua.medição,.na.perspetiva.e.interesses.dos.diversos.intervenientes:

Capítulo 6 – Avaliação Pedagógica

Finalmente,. fruto. do. constante. renovar. de. possibilidades. de. inovação. e. qualificação. na. prática.da. formação,. aberta. pelo. desenvolvimento. exponencial,. primeiro. da. informática,. logo. depois. da.Internet,.Intranet.e,.mais.recentemente,.da.web2,.um.capítulo.sobre.o.ensino.à.distância,.em.geral,.o.e-learning,.em.particular.

Capítulo 7 – E-learning

Constatamos.que.passada.uma.década.continua.a.fazer.sentido.apelar,.como.então,.para.a.dis-cussão.problemática.da. formação.pedagógica.de. formadores,. incluindo,. também,.os.novos.papéis,.entretanto.surgidos,.a.desempenhar.no.campo.da.formação.profissional.

Do formador “global”, responsável único pela produção, desenvolvimento e resultado de uma dada ação, na medida em que, desde a aceitação da mesma até à avaliação final dos formandos, lhe competia realizar tudo o que respeitasse ao sucesso das aprendizagens, foi-se transitando, quase sem dar por isso, para um modelo assente na decomposição dessa unidade em frações de especialização diversa, com também em diversos graus de intervenção e de responsabilização.

Temos hoje o formador e o e-formador, este último com uma diversidade de papéis asse-gurados, cada vez mais frequentemente, por pessoas diferentes: desde o formador-concetor criador de conteúdos, ao formador-tutor, dinamizador de conteúdos.

O.modo.tradicional.de.fazer.formação,.na.esfera.tecnológica,.também.mudou..De.uma.atividade.centrada.na.relação.presencial.entre.formador.e.formandos,.evoluiu-se.muito.rapidamente.(e.muitas.vezes,.muito.acriticamente).para.outras.formas.de.relacionamento.pedagógico.com.a.intermediação.

3. .Sobre. o. conceito. de. engeux,. ver,. nomeadamente:. Crozier,. M.. e. Friedberg,. E.,� O� Actor� e� o� Sistema,. Le. Seuil,1964;. Touraine,. Alain,. Crítica� da�Modernidade,.Fayard,1992.

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Formação Pedagógica de Formadores

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das.TIC..No.caso.da.formação.à.distância.(e-learning,.m-learning).mas,.também,.na.formação.presen-cial.e.cada.vez.mais,.na.formação.mista.(b-learning),.a.entrada.em.cena.de.uma.série.de.técnicos,.que,.não.sendo.formadores,.são.indispensáveis.ao.processo.formativo.na.medida.em.que.o.seu.contributo.se.torna.essencial.na.construção.dos.objetos.de.aprendizagem,.foi-se.consolidando..

Por.outro.lado,.a.toda.esta.nova.complexidade.se.contrapõe,.do.lado.da.certificação,.da.credencia-ção,.da.“legalização”.do.campo.profissional.em.causa,.não.uma.crescente.(e.necessária).clarificação.do.exercício.da.atividade.dos.diversos.intervenientes,.mas.antes.uma.alteração.significativa.da.função.(global).de.formador.

O.trabalho.que.agora.se.reedita,.pretende.continuar.a.refletir.sobre.as.mudanças.que.foram.sur-gindo.no.campo.da.formação.profissional,.incorporando.as.aprendizagens.entretanto.realizadas.pelos.seus.autores.ao.longo.destes.11.anos.e,.tal.como.da.1.ª.edição,.provocar.a.abertura.da.discussão.por.parte.de.todos.aqueles.que,.direta.ou.indiretamente,.se.relacionam.com.a.atividade.da.formação.de.adultos,.na.vertente.profissional.