Formação e Desenvolvimento Organizacional...

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  • Formao e Desenvolvimento OrganizacionalAbordagens e Casos Prticos em Portugal

  • Antnio Caetano, Slvia A. Silva, Susana M. Tavares, Susana C. Santos (orgs.)

    FORMAOE DESENVOLVIMENTOORGANIZACIONALABORDAGENS E CASOS PRTICOS EM PORTUGAL

    LISBOA, 2014

  • Antnio Caetano, Slvia A. Silva, Susana M. Tavares, Susana C. Santos (orgs.), 2014

    Antnio Caetano, Slvia A. Silva, Susana M. Tavares, Susana C. Santos (orgs.)Formao e Desenvolvimento Organizacional. Abordagens e Casos Prticos em Portugal

    Primeira edio: outubro de 2014Tiragem: 300 exemplares

    ISBN: 978-989-8536-38-9Depsito legal:

    Composio em carateres Palatino, corpo 10Conceo grfica e composio: Lina CardosoCapa: Nuno FonsecaReviso de texto: Manuel CoelhoImpresso e acabamentos: Europress, Lda.

    Este livro foi objeto de avaliao cientfica

    Reservados todos os direitos para a lngua portuguesa,de acordo com a legislao em vigor, por Editora Mundos Sociais

    Editora Mundos Sociais, CIES, ISCTE-IUL, Av. das Foras Armadas, 1649-026 LisboaTel.: (+351) 217 903 238Fax: (+351) 217 940 074E-mail: [email protected]: http://mundossociais.com

  • ndice

    ndice de figuras e quadros.................................................................................... vii

    Prefcio ............................................................................................................ ixAntnio Caetano

    Introduo: a formao profissional, os seus benefcios e desafiospara a investigao e a prtica ..................................................................... 1Susana C. Santos, Slvia A. Silva e Antnio Caetano

    Parte I | Abordagens da formao e desenvolvimento organizacional

    1 Formao para a empregabilidade: relao com o compromissoafetivo e o bem-estar dos trabalhadores temporriose permanentes ................................................................................................ 13Filipa Sobral, Maria Jos Chambel e Filipa Castanheira

    2 Formao em negociao: das expectativas dos formandoss condies de eficcia ................................................................................ 27Eduardo Simes

    3 Trabalho docente, emoes, contextos e formao ................................. 37Isabel Freire, Sara Bahia, Maria Teresa Estrela e Anabela Amaral

    4 Conta-me histrias: a utilizao de narrativas em contextoformativo ......................................................................................................... 49Andreia Rosa

    5 A formao profissional nas empresas portuguesas: entre a tradioe os desafios da competitividade ................................................................ 61Antnio Jos Almeida e Natlia Alves

    v

  • 6 Efeitos da formao: impacto nos conhecimentos e comportamentosde segurana no trabalho ............................................................................. 75Adriana Arajo, Slvia A. Silva, Lus Duarte e Antnio Caetano

    Parte II | Casos prticos em Portugal

    7 A formao e o trabalho: o caso da Autoeuropa ...................................... 87Sandra Pratas Rodrigues

    8 O contributo da formao on the job no desempenhodo colaborador ................................................................................................ 103Daniela Toscano e Ins Ferreira

    9 Formao em grandes empresas: prticas, contextos e atores ............... 117Alda Bernardes

    10 Gesto da formao: o caso da Lisnave, Estaleiros Navais, SA ............ 129Samantha Hacard-Verpoort e Jos Tiago Sousa

    11 Formao da arbitragem do futebol: estudo de caso .............................. 141Joo Arago e Pina

    12 Avaliao da formao: Um estudo de caso .............................................. 157Ana Veloso

    13 Experincia e significao do trabalho aps a formao:um estudo de caso ......................................................................................... 167Ana Cristina Neto e Gabriel Sousa Henriques

    14 Os cursos de especializao tecnolgica na proficinciada empregabilidade: o caso da Aftebi ........................................................ 177Cristina Menaia e Ema P. Oliveira

    15 O papel do e-professor: na plataforma de e-learning e-razes.redes ... 193Nuno Ricardo Oliveira e Maria Barbas

    16 Formao contnua versus desenvolvimento profissionalna educao de infncia: um estudo de caso ............................................ 211Rita Leal

    vi FORMAO E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

  • ndice de figuras e quadros

    Figuras

    1.1 Modelo conceptual para ambas as subamostras........................................ 1711.1 Satisfao pela utilizao da plataforma de e-learning .............................. 14612.1 Ciclo da formao ........................................................................................... 16015.1 Mdulo das unidades 1 e 3 da UC ............................................................... 20215.2 Frum de Discusso da unidade 2 ............................................................... 20215.3 Frum de Ajuda e Feedback da unidade 3.................................................... 20315.4 Razo de se identificarem com ensino em formato de e-learning ........... 20515.5 Competncias do e-professor........................................................................... 20515.6 Lista das estratgias elegidas pelos mestrandos........................................ 20615.7 Comparao de grau de importncia dos recursos por parte dos

    estudantes ......................................................................................................... 206

    Quadros

    1 Indicadores que caracterizam a formao profissional em Portugal, de2004 a 2007 ....................................................................................................... 2

    2 Fases e benefcios da formao ..................................................................... 31.1 Anlise fatorial................................................................................................. 191.2 Correlaes ....................................................................................................... 191.3 Relao da formao e do engagement com o compromisso afetivo ...... 212.1 Autoperceo da prevalncia de boas prticas na preparao da

    negociao ........................................................................................................ 342.2 Autopercepo da prevalncia de boas prticas na conduo da

    negociao ........................................................................................................ 343.1 Situaes geradoras de emoes e sentimentos positivos........................ 433.2 Situaes geradoras de emoes e sentimentos negativos....................... 445.1 Indicadores de sntese da formao profissional....................................... 65

    ix

  • 5.2 Evoluo do peso das modalidades de formao...................................... 655.3 Distribuio dos tipos de entidades prestadoras de servios

    de formao ...................................................................................................... 665.4 Evoluo da percentagem de empresas com formao, por classe

    de dimenso ..................................................................................................... 675.5 Percentagem de empresas que realizaram formao, por atividade

    econmica ........................................................................................................ 685.6 Percentagem de trabalhadores com acesso formao, por atividade

    econmica ......................................................................................................... 685.7 Contribuio da formao para as alteraes registadas nas empresas

    ao nvel da tecnologia e organizao ........................................................... 705.8 Contribuio da formao para as alteraes registadas nas empresas

    ao nvel da produtividade, qualidade e competitividade ........................ 705.9 Contribuio da formao para as alteraes registadas nas empresas

    ao nvel da empregabilidade e condies de trabalho............................. 706.1 Mdias das variveis pr-formao e ps-formao......................... 816.2 Correlaes das variveis incremento nos conhecimentos

    e incremento nos comportamentos .......................................................... 816.3 Resultados das anlises de regresso........................................................... 818.1 Objetivos dos cinco momentos de interao entre colaborador

    e cliente no MAV ............................................................................................. 1108.2 Ponderao de cada momento do MAV no resultado final

    do desempenho do colaborador ................................................................... 1108.3 Percentagem de cumprimento dos comportamentos do

    MAV (N = 216)................................................................................................. 1118.4 Percentagem de cumprimento dos comportamentos do MAV

    durante a formao e comparao com os resultados apuradosna fase de cliente mistrio (CM) (N =216) ............................................... 113

    8.5 Percentagem relativa ao desempenho dos colaboradoresnos diferentes momentos do MAV............................................................... 114

    8.6 Resultados relativos ao desempenho dos colaboradores nos cincomomentos do MAV nas diferentes seces das lojas Staples (N = 216) . 114

    11.1 Evoluo das condies existentes nos centros de treino......................... 14714.1 Evoluo dos inscritos e diplomados em CET, por ministrio

    de tutela............................................................................................................. 18114.2 Nmero de Instituies com CET, por ministrio de tutela..................... 18214.3 Formandos a frequentar CET em instituies do MEE ............................ 18214.4 Misso institucional da Aftebi ...................................................................... 18414.5 Programas formativos da Aftebi................................................................... 18414.6 Curricula e organizao da prtica letiva da Aftebi................................... 18514.7 Capacidade financeira da Aftebi .................................................................. 18514.8 Sntese da anlise crtica e comparativa entre Aftebi

    e Santos (2010: 214).......................................................................................... 18616.1 Dimenses e categorias de anlise ............................................................... 215

    x FORMAO E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

  • PrefcioAntnio CaetanoInstituto Universitrio de Lisboa, ISCTE-IUL ([email protected])

    A formao, enquanto fator crtico para a aquisio e atualizao das competnci-as, constitui uma alavanca fundamental para o desenvolvimento das organizaese para a qualidade do emprego.

    Nas ltimas dcadas, tanto em Portugal como no restante espao europeu, asestratgias de desenvolvimento socioeconmico tm atribudo uma salincia m-par necessidade de se investir nos recursos humanos, em termos de qualificaesprofissionais e acadmicas enquanto potenciadores nucleares do aumento da em-pregabilidade dos indivduos ao longo da vida e da competitividade das empresas.

    A validao dos pressupostos dessas estratgias sugere a necessidade de in-vestigarmos, refletirmos e discutirmos as formas, os modos e os tempos da for-mao profissional bem como os seus resultados e efeitos sobre a sustentabilidadedas organizaes, o desempenho e o bem-estar no trabalho.

    Em sintonia com as mudanas que ajuda a implementar, a formao tem-serevelado muito dinmica nas suas diversas componentes, com salincia para a suaconceo, gesto, aplicao e integrao organizativa, estratgica e tecnolgica requerida pelos projetos de inovao e desenvolvimento organizacional.

    Este livro surge no contexto do II Simposium Nacional sobre Formao e De-senvolvimento Organizacional, que se realizou no Instituto Univerisitrio de Lis-boa (ISCTE-IUL) em novembro de 2011. Este constituiu-se como um espaoprivilegiado para se debaterem as tendncias atuais e os desafios que se colocam formao no quadro da atual dinmica das organizaes, bem como para reforaras pontes entre a investigao acadmica e a prtica profissional.

    Convidmos alguns dos participantes no referido simpsio a escrever um ca-ptulo para este livro, de forma a podermos partilhar mais as novas abordagens ecasos prticos que esto a ser desenvolvidos nas reas da formao e do desenvol-vimento organizacional.

    ix

  • IntroduoA formao profissional, os seus benefcios e desafios paraa investigao e a prtica

    Susana C. SantosInstituto Universitrio de Lisboa, ISCTE-IUL ([email protected])

    Slvia A. SilvaInstituto Universitrio de Lisboa, ISCTE-IUL ([email protected])

    Antnio CaetanoInstituto Universitrio de Lisboa, ISCTE-IUL ([email protected])

    A complexidade do contexto atual requer que as organizaes se adaptem ao ambi-ente de uma economia global, caracterizado por uma elevada competitividade,acelerao nos processos e dinmicas tecnolgicas, sociais e do conhecimento.A adaptao s mudanas constantes da envolvente tem contribudo para que as or-ganizaes procurem nos seus sistemas estratgias que promovam a diferenciaode competncias, conhecimentos e motivaes dos seus colaboradores (Caetano,2001). Neste sentido, a formao tem sido uma das estratgias crticas para o desen-volvimento dos recursos humanos e tambm para o desenvolvimento organizacio-nal, s quais as empresas mais tm recorrido como forma de ganhar vantagemcompetitiva (Blume et al., 2010). Na verdade a formao, enquanto fator crtico parao desenvolvimento das competncias, constitui uma alavanca fundamental para osucesso empresarial e para a qualidade do emprego (Caetano, 2007).

    O investimento que as organizaes tm realizado na formao evidencia a suarelevncia, quer para as suas atividades quer para o desenvolvimento pessoal e pro-fissional dos seus colaboradores, e contribui tambm para justificar a pertinncia dainvestigao nesta rea. Por exemplo, o relatrio de 2012 da American Society forTraining and Development mostrou que, em 2011, as empresas dos Estados Unidosda Amrica investiram mais de 156 mil milhes de dlares na formao e desenvol-vimento de recursos humanos (ASTD, 2012). Em Portugal no existem, infelizmente,dados to recentes que caracterizem o investimento na formao profissional. O re-latrio do Inqurito Execuo das Aces de Formao Profissional 2004 (DGEEP,2006) e o Inqurito ao Impacte das Aces de Formao Profissional nas Empresas 2005-2007(MTSS/GEP, 2009) apresentam resultados que, muito embora sejam antigos, so inte-ressantes para compreender o panorama da formao nessa altura (quadro 1). Deum modo geral, estes nmeros justificam a relevncia da formao no contexto dodesenvolvimento organizacional em Portugal e noutros pases.

    Aimportncia da formao para as organizaes motivou tambm a edio re-gular de publicaes tericas (e.g., Campbell, 1971; Goldstein, 1980; Wexley, 1984;Latham, 1988; Tannenbaum & Yukl, 1992; Salas & Cannon-Bowers, 2001; Aguinis &Kraiger, 2009) e estudos empricos focalizados na formao em diferentes revistas

    1

  • especializadas (e.g., Aragn-Snchez, Barba-Aragon & Sanz-Valle, 2003; Chiaburu &Marinova, 2005; Chen, Thomas & Wallace, 2005; Frayne & Geringer, 2000; Holladay& Quiones 2003; Kontoghiorghes, 2004; Kozlowski, et. al., 2001). De um modo geral,estas revises e estudos empricos tm vindo a apontar num mesmo sentido: a for-mao eficaz tem o potencial de promover o desenvolvimento dos conhecimentos,competncias e capacidades dos seus colaboradores e assim contribuir para o benef-cio organizacional (Becker & Huselid, 1998; Combs, et al., 2006).

    Neste sentido, importante identificar os benefcios da formao, refletir so-bre as estratgias de maximizao dos seus efeitos, como o processo de avaliao etransferncia, e sobre percursos futuros para a investigao e prtica da formaoprofissional. Nesta introduo apresentam-se muito resumidamente alguns dosprincipais resultados da investigao cientfica nestas temticas.

    Benefcios da formao

    Existem diferentes definies de formao nas organizaes. Uma das definiesmais aceites pelos investigadores considera que a formao se refere a uma abor-dagem sistemtica para a aprendizagem e o desenvolvimento para melhorar a efi-ccia individual, das equipas e das organizaes (Goldstein & Ford, 2002: 22-23).

    Os estudos de meta-anlise e de reviso de literatura tm vindo a demonstrarque as atividades de formao apresentam um conjunto diversificado de benefci-os para o desempenho dos indivduos e equipas (Aguinis & Kraiger, 2009). Estesbenefcios refletem-se nos diferentes tipos de desempenho e so comuns aos vriosgneros de atividades.

    Uma meta-anlise realizada por Arthur, Bennett, Edens e Bell (2003) demons-trou que a formao tem efeitos positivos nos comportamentos e nas medidas de de-sempenho relacionadas com o trabalho. Outra meta-anlise sobre os efeitos dosprogramas de desenvolvimento em liderana de gesto demonstrou tambm que aformao tem um impacto positivo em medidas subjetivas e objetivas de desempenhocomportamental e de conhecimento (Collins & Holton, 2004). Outro exemplo dos be-nefcios da formao para o desempenho demonstrado tambm atravs da formaotranscultural. Littrell Salas, Hess, Paley e Riedel (2006) desenvolveram uma revisoqualitativa focalizada nos efeitos da formao transcultural no desempenho dos

    2 FORMAO E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

    2004 2005 2006 2007

    Taxa de acesso a cursos de formao (em %) 22,0(*) 29,6 33,3 37,3Durao mdia dos cursos de formao profissional (em horas) nd 26,1 29,4 28,9Custo mdio por pessoa em cursos de formao profissional (em euros) 262,40 489,90 482,70 445,50Nmero de aes efetuadas 149.100 nd nd nd

    Legenda: (*) do total de trabalhadores das empresas do Continente com dez ou mais pessoas ao servio;nd: dados no disponveis.

    Quadro 1 Indicadores que caracterizam a formao profissional em Portugal, de 2004 a 2007

  • gestores, e os seus resultados principais demonstraram que a formao transcultural eficaz para aumentar o sucesso dos expatriados nas suas atividades externas e interna-cionais. Para alm disso, identificaram tambm que o efeito da formao no desem-penho dos expatriados moderado por diversas variveis, como por exemplo omomento da formao, as caractersticas do trabalho e as diferenas culturais entre opas de origem e o de expatriao.

    Apesar de os benefcios da formao j serem amplamente reconhecidospor investigadores e profissionais, importante refletir tambm sobre as condi-es que podem contribuir para maximizar tais benefcios. Aguinis e Kraiger(2009) sistematizaram as estratgias para maximizar os benefcios da formaoem quatro reas. O quadro 2 apresenta uma sistematizao sobre as fases e os be-nefcios da formao.

    Em suma, a maximizao dos benefcios da formao requer a avaliao dasnecessidades e a preparao prvia para ela, como a motivao dos formandos; odesenho e a implementao da mesma; a respetiva avaliao, atravs por exemploda documentao do seu sucesso; e a transferncia da formao, como a importn-cia dos fatores interpessoais.

    Os processos de avaliao e de transferncia da formao so talvez dos maiscrticos, tal como se tem vindo a demonstrar nos diversos estudos empricos

    INTRODUO 3

    Fases Descrio

    Avaliao das necessidadese preparao para a formao

    Avaliar as necessidades de formao, preparar e motivar osformandos so trs estratgias para maximizar os benefcios daformao numa fase prvia ao incio das atividades de formaoprofissional.

    Desenho e implementao da formao No mbito do desenho da formao, os principais estudos tmsugerido que a aplicao dos princpios de aprendizagem baseadosna teoria (e.g., integrar os formandos na organizao dos contedosde formao; dar a oportunidade para fazerem erros de acordo cominstrues explcitas e retirar da aprendizagens) contribui paramaximizar os benefcios da formao. No mbito dos mtodos deformao, a utilizao de metodologias com recurso s novastecnologias contribui tambm para aumentar os benefcios daformao.

    Avaliao da formao A avaliao da formao um dos critrios mais importantes paraconseguir analisar os benefcios da formao. Contudo, menos de5% dos programas de formao so avaliados no seu retornofinanceiro para a organizao (Swanson, 2001). Os benefcios daformao tm que ser documentados para que possam serdemonstrados a todos os envolvidos no processo, desde osstakeholders aos prprios formandos.

    Transferncia da formao Os efeitos da formao no sero os desejados se osconhecimentos, as atitudes e as capacidades adquiridas no foremtransferidos para as atividades do trabalho. A investigao temvindo a demonstrar a importncia de se considerarem fatoresinterpessoais, tais como a superviso e apoio dos pares, comomoderadores do processo de transferncia da formao.

    Quadro 2 Fases e benefcios da formao

  • focalizados nestas temticas (e.g., Caetano, 2007a; Velada & Caetano, 2007a). A ava-liao da formao um processo sistemtico de recolha de dados e anlise da con-ceo, implementao e consequncias das aes de formao realizadas numaorganizao, com vista a averiguar a sua eficincia, relevncia e efeitos na dinmicaorganizacional (Caetano & Velada, 2007: 20). O processo de transferncia da forma-o consiste em aplicar no trabalho os conhecimentos, competncias e atitudesaprendidos na formao e a sua subsequente generalizao e manuteno depois deum certo perodo de tempo (Miguel & Caetano, 2007: 40). Assim, a transferncia dasaprendizagens para o local de trabalho um dos aspetos mais crticos para se avalia-rem os efeitos da formao.

    Existem diversos fatores que influenciam este processo de transferncia,como os fatores individuais, de design da formao e situacionais (Holton, Bates, &Ruona, 2000). Uma meta-anlise de 89 estudos empricos (Blume et al., 2010) su-geriu uma relao positiva entre a transferncia da formao e a capacidadecognitiva, a conscienciosidade, a motivao e o suporte do ambiente de traba-lho, sendo o efeito de alguns destes preditores moderado por outras variveis,como por exemplo a natureza dos objetivos da formao. Num estudo empricoverificou-se que a satisfao com o trabalho, as crenas de autoeficcia, a expe-rincia prvia de transferncia e a reteno da informao so fatores individu-ais importantes que tm influncia no nvel de transferncia da formao(Miguel & Caetano, 2007). A motivao para transferir tambm um fator deter-minante neste sistema (e.g., Gegenfurtner et al., 2009). Outro estudo emprico re-alizado em centros de formao profissional da Grande Lisboa demonstrou queo desenvolvimento de competncias, a implicao afetiva e a perceo da utili-dade da formao contribuem de forma positiva para a motivao para a trans-ferncia (Velada & Caetano, 2007b).

    Existem j alguns exemplos de estudos realizados em organizaes portu-guesas que permitem descrever os preditores, os processos e os efeitos da avaliaoda formao em diferentes contextos. Contudo, existem ainda diversas questes depesquisa e problemas prticos que requerem a ateno dos investigadores e profis-sionais. Seguidamente apresentamos algumas pistas nesse sentido.

    Percursos futuros para investigao e prtica da formaoprofissional

    Existem diversos problemas de investigao sobre formao profissional que re-querem mais ateno. Por exemplo, Aguinis e Kraiger (2009) sugeriram que ne-cessrio compreender como que o desenho e implementao da formao soafetados pela qualidade dos dados recolhidos sobre as necessidades de formao.Para alm disso, estes autores tambm sugeriram que os benefcios da formaopodem ter efeitos multinvel, de tal forma que os benefcios individuais podem afe-tar os benefcios a nvel de equipa e estes, por sua vez, podem afetar os benefciospara a organizao e at para a sociedade. Assim, importante compreender o ca-rter multinvel dos fenmenos, e passar a abordar os problemas de investigao

    4 FORMAO E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

  • adotando teorias e metodologias que permitam analisar a formao de um modointegrativo e sistmico (ver Costa et al., 2013, para uma reviso sobre a investigaomultinvel em comportamento organizacional). Um exemplo de uma questo deinvestigao multinvel refere-se transferncia vertical: como que os efeitos daformao nos indivduos (aumento do conhecimento e das competncias) so tra-duzidos diretamente num melhor funcionamento ao nvel da equipa e da organi-zao? (Aguinis & Kraiger, 2009: 467).

    Outra rea que necessita de mais investigao refere-se ao ciclo do tempocomo varivel crtica para avaliar a eficcia da formao (Holton, 2003). A qualida-de do desempenho pode no ter o mesmo ritmo para indivduos, equipas ou orga-nizaes. Assim, necessrio que os novos estudos tericos e empricos tenham emconsiderao os efeitos da formao considerando no apenas o seu carter multi-nvel, mas tambm a sua variabilidade temporal.

    Para alm disso, tambm necessrio aumentar a investigao sobre as vari-veis moderadoras que podem ter um papel crtico para explicar sob que condiesdeterminados efeitos ou relaes surgem. Apesar de j existir um corpo significati-vo de investigao sobre alguns moderadores durante o processo de formao(e.g., Richman-Hirsch, 2001), ainda no sabemos muito sobre o alcance e o impactodesses moderadores (Aguinis & Kraiger, 2009).

    Finalmente, do ponto de vista do contedo ainda necessrio refletir se atual-mente a conceptualizao de formao se coaduna com os desafios com que as or-ganizaes hoje se deparam. Estas vivem num contexto de rpida mudana e deadaptabilidade escala global. Torna-se por isso necessrio verificar se a formaodisponvel para o desenvolvimento das competncias dos trabalhadores se insereneste contexto. Por exemplo, o desenvolvimento de competncias empreendedo-ras cada vez mais necessrio, assim como a sua integrao nas rotinas organizaci-onais, como forma de incrementar a capacidade de adaptao e inovao emdiferentes situaes.

    Do lado da prtica, um desafio relevante integrar a funo da formao pro-fissional com a seleo de pessoal, a gesto de desempenho, de recompensas e ou-tras prticas de gesto de recursos humanos (Aguinis & Kraiger, 2009). Por si s aformao profissional pode no ter os efeitos desejveis, sobretudo se no estiverarticulada com outros aspetos da gesto de recursos humanos, e se no for aplicadade acordo com os princpios tericos e empricos que a pesquisa tem vindo a de-monstrar. De um modo geral, e no desvalorizando as idiossincrasias da formaoprofissional, preciso relembrar que esta tem necessariamente que estar integradae alinhada com os processos de desenvolvimento e mudana organizacional.

    neste contexto que surge a pertinncia deste livro. Ele rene, por um lado,exemplos de pesquisas empricas realizadas no mbito da formao e do desenvol-vimento organizacional e, por outro lado, apresenta exemplos de casos reais deaplicao diversificada de formao profissional.

    INTRODUO 5

  • Estrutura do livro

    Este livro est organizado em duas partes. A primeira parte intitula-se Aborda-gens da formao e desenvolvimento organizacional e inclui seis captulos, e a se-gunda parte intitula-se Casos prticos em Portugal e apresenta dez captulos.

    O primeiro captulo Formao para a empregabilidade: relao com ocompromisso afetivo e o bem-estar dos trabalhadores temporrios e permanentes(Filipa Sobral, Maria Jos Chambel e Filipa Castanheira) focaliza-se na impor-tncia da formao percecionada como uma forma de empregabilidade, relacio-nando-a com processos afetivos e de bem-estar. O segundo captulo intitula-seFormao em negociao: das expectativas dos formandos s condies de efic-cia (Eduardo Simes) e analisa a formao em negociao e os modelos de apren-dizagem das competncias negociais, e discute as orientaes fundamentais dasmetodologias de seleo de contedos e de transferncia das aquisies formativaspara o domnio profissional. O terceiro captulo Trabalho docente, emoes,contextos e formao (Isabel Freire, Sara Bahia, Maria Teresa Estrela e AnabelaAmaral) enfatiza a relao das emoes com os contextos de ensino, apontandopara a necessidade de a formao dos professores se ligar com o desenvolvimentodas escolas, visando o aumento da resilincia e do autoconhecimento, para fazerface s presses emocionais e vulnerabilidades que os afetam. O quarto captulo Conta-me histrias: a utilizao de narrativas em contexto formativo (AndreiaRosa) pretende discutir o potencial das narrativas como uma metodologia dedesenvolvimento e aprendizagem, e recorre ao inqurito apreciativo como exem-plo de metodologia narrativa, analisando assim a sua aplicabilidade ao contexto dedesenvolvimento de equipas. O captulo 5 intitula-se A formao profissional nasempresas portuguesas: entre a tradio e os desafios da competitividade (Ant-nio Jos Almeida e Natlia Alves) e analisa o papel atribudo formao profissio-nal no quadro da teoria do capital humano, das teorias de gesto de recursoshumanos e da teoria crtica. Para alm disso, so tambm analisadas as prticas deaes de formao profissional em empresas portuguesas. O sexto captulo Efeitos da formao: impacto nos conhecimentos e comportamentos de seguranano trabalho (Adriana Arajo, Slvia A. Silva, Lus Duarte e Antnio Caetano) analisa o impacto de uma formao especfica de segurana na aquisio de conhe-cimentos e comportamentos de segurana, e averigua se um aumento nos conheci-mentos est associado a um aumento destes comportamentos.

    A segunda parte apresenta um conjunto de Casos prticos em Portugal.O captulo 7 sobre A formao e o trabalho: o caso da Autoeuropa (Sandra Pra-tas Rodrigues) e contribui para o entendimento do potencial educativo de umagrande empresa, incluindo o retrato estrutural e cultural da organizao, a explici-tao dos modelos de organizao do trabalho e a problematizao em torno dasrelaes estratgicas entre a formao e a produo. O captulo 8 intitula-se O contri-buto da formao on the job no desempenho do colaborador (Daniela Toscano eIns Ferreira) e uma reflexo sobre a metodologia de formao on the job e apre-senta um projeto de formao realizado em 2010 numa empresa lder em Portugalno setor do retalho. O nono captulo Formao em grandes empresas: prticas,

    6 FORMAO E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

  • contextos e atores (Alda Bernardes) descreve um estudo realizado sobre a situ-ao da formao nas grandes empresas, contribuindo assim para a compreensodas prticas de formao dos trabalhadores das grandes empresas a operar em Por-tugal. O dcimo captulo Gesto da formao: o caso da Lisnave, Estaleiros Na-vais, SA (Samantha Hacard-Verpoort e Jos Tiago Sousa) reflete sobre oscontributos tericos deste caso, abordando as possveis razes que levam as orga-nizaes a optar pelo investimento na formao, os impactos subjacentes nestas eos processos de gesto da formao. O captulo 11 descreve a Formao da arbi-tragem do futebol: estudo de caso (Joo Arago e Pina) e apresenta o desenvolvi-mento da formao dos rbitros em Portugal, descrevendo tambm as solues eos resultados encontrados pela Comisso de Arbitragem da Liga Portguesa de Fu-tebol Profissional. O captulo 12 Avaliao da formao: um estudo de caso(Ana Veloso) apresenta o estudo de caso de um processo de avaliao da forma-o realizado numa empresa de prestao de servios, a Sociedade Portuguesa deInovao (SPI), que pretendia avaliar um programa de formao especfico com in-cidncia sobre a aprendizagem e os comportamentos dos formandos e o seu impac-to em termos de empregabilidade. O captulo 13 Experincia e significao dotrabalho aps a formao: um estudo de caso (Ana Cristina Neto e Gabriel SousaHenriques) debrua-se sobre a experincia de formao, de transferncia e detrabalho em geral, durante e aps uma ao de formao. O captulo 14 Os cur-sos de especializao tecnolgica na proficincia da empregabilidade: o caso daAftebi (Cristina Menaia e Ema P. Oliveira) apresenta os resultados obtidos em14 anos e com 1120 diplomados, com base na caracterizao do seu modelo de de-senvolvimento organizacional e na anlise dos parmetros mais relevantes para oseu sucesso. O captulo 15 O papel do e-professor: na plataforma de e-learninge-razes.redes (Nuno Ricardo Oliveira e Maria Barbas) pretende perceber quaisas funes do professor no e-learning e compreender a dinmica utilizada peloe-professor neste formato de ensino. O captulo 16 Formao contnua versus de-senvolvimento profissional na educao de infncia: um estudo de caso (RitaLeal) tem como objetivo compreender de que forma um programa de formaopode conduzir ao processo de transformao de conhecimento e prticas dos edu-cadores de infncia.

    Esperamos que este livro possa contribuir para que o leitor desenvolva osseus conhecimentos tericos e prticos sobre a formao profissional, e tambmque o inspire para o desenvolvimento do seu trabalho nas organizaes.

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