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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE CHRYSTIANNE MARTINS DE ANDRADE MENDANHA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: A Utilização do Endomarketing no Auxílio do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde BELÉM PA 2015

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

CHRYSTIANNE MARTINS DE ANDRADE MENDANHA

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: A Utilização do Endomarketing no

Auxílio do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde

BELÉM – PA

2015

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

CHRYSTIANNE MARTINS DE ANDRADE MENDANHA

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: A Utilização do Endomarketing no

Auxílio do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde

Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente da

Universidade Federal do Pará (UFPA), como

requisito para a obtenção do título de Mestre em

Ciências e Meio Ambiente.

Orientador: Prof. Dr. Davi do Socorro Barros Brasil

Área de concentração: Meio Ambiente

BELÉM – PA

2015

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Mendanha, Chrystianne Martins de Andrade, 1993- Responsabilidade socioambiental a utilização doendomarketing no auxílio do gerenciamento dos resíduossólidos de serviço de saúde / Chrystianne Martins deAndrade Mendanha. - 2015.

Orientador: Prof. Davi do Socorro Barros Brasil. Dissertação (Mestrado) - UniversidadeFederal do Pará, Instituto de Ciências Exatas eNaturais, Programa de Pós-Graduação em Ciênciase Meio Ambiente, Belém, 2015.

1. Resíduos sólidos-Saúde ehigiene-Administração. 2. Avaliação de riscosambientais. 3. Infecção hospitalar-Avaliação deriscos de saúde. 4. Endomarketing. I. Título.

CDD 22. ed. 363.7285

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)Sistema de Bibliotecas da UFPA

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O lixo

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se

falam.

- Bom dia...

- Bom dia.

- A senhora é do 610.

- E o senhor do 612

- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...

- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...

- O meu quê?

- O seu lixo.

- Ah...

- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...

- Na verdade sou só eu.(...)

- A senhora... Você não tem família?

- Tenho, mas não aqui.

- No Espírito Santo.

- Como é que você sabe?

- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.(...)

- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.

- É verdade. Mas consegui parar outra vez.

- Eu, graças a Deus, nunca fumei.

- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...

- Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.

- Você brigou com o namorado, certo?

- Isso você também descobriu no lixo?

- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.

- É, chorei bastante, mas já passou.(...)

- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.

- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.

- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.

- Você já está analisando o meu lixo!

- Não posso negar que o seu lixo me interessou.

- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a

poesia.

- Não! Você viu meus poemas? (...)

- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da

pessoa ainda é propriedade dela?

- Acho que não. Lixo é domínio público.

- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida

privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?

- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...

- Ontem, no seu lixo...

- O quê?

- Me enganei, ou eram cascas de camarão?

- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.

- Eu adoro camarão.

- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...

- Jantar juntos?

- Não quero dar trabalho.

- Trabalho nenhum.

- Vai sujar a sua cozinha?

- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.

- No seu lixo ou no meu? (Luiz Fernando Veríssimo)

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por permitir concluir mais uma fase da minha vida, que definitivamente não foi fácil,

mas com extrema delicadeza meu deu sabedoria e forças para completar.

Aos meus pais, Sinomar Andrade e Ângela Martins, e a minha irmã Kathyane Martins, que

mesmo de longe, torcem e oram todos os dias por mim. Amo vocês!

Ao meu amado esposo, Marcelo Mendanha, que sempre me apoiou e incentivou. Obrigada

por ser suporte em minha vida. Te amo!

As minhas amigas Ludmila Pavane e Luciana Arantes, sem vocês não teria conseguido chegar

até aqui. Obrigada por enxugar as lágrimas derramadas, por ouvir as conversas, muitas vezes

engasgadas, por segurar em minhas mãos e não me deixar cair. Ludmila, sinta-se vencedora,

pois a minha vitória também é sua minha amiga/irmã.

Ao querido professor Dr. Davi Brasil, que nunca mediu esforços para transmitir o saber, o

senhor é exemplo de profissional para mim. Obrigada!

A Secretaria de Saúde do município de Redenção, na pessoa do secretario Sr. Waldinar Nunes

da Silva, que gentilmente abriu as portas do hospital para que a pesquisa fosse realizada.

Aos acadêmicos do 8º período do curso de Administração e a discente de Ciências Contábeis

da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida que carinhosamente colaboraram

neste estudo.

E a todos que contribuíram de alguma maneira para a realização deste estudo. Obrigada.

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RESUMO

Os resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS é um tipo de lixo que deve receber uma

atenção especial, pois esse material possui um alto índice de contaminação quando não

manuseado e destinado de maneira correta. Segundo Manual de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos de Serviço de Saúde da ANVISA, o potencial de risco dos resíduos é grande, devido à

presença de material infectante. O estudo será realizado no hospital Materno Infantil Dr.

Pedro Paulo Barcauí, no município de Redenção – PA, com os profissionais de enfermagem

do setor do bloco cirúrgico e internação, em que o objetivo é verificar a percepção dos

colaboradores quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos gerados por esses setores. Para

que ocorra o diagnóstico foi utilizada a ferramenta “endomarketing”, com o propósito de

motivar os enfermeiros(as) a gerenciar os resíduos de maneira correta.

Palavras-chave: Endomarketing. Gerenciamento. Percepção. Resíduos sólidos.

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ABSTRACT

The solid waste from healthcare service - RSS is a type of waste that should receive special

attention, because this material has a high rate of contamination if not handled and aimed

properly. According to Waste Management Manual Health Services Solid ANVISA, the risk

potential of waste is great because of the presence of infectious material. The study will be

held at Mother and Child Hospital Dr. Pedro Paulo Barcaui in the town of Redenção - PA,

with the sector nurses in surgical and hospitalization, in which the objective is to verify the

perception of employees regarding the management of solid waste generated by these sectors.

To occur diagnosis it used the tool "internal marketing" in order to motivate nurses (as) to

manage the waste properly.

Keywords: Internal Marketing. Management. Perception. Solid waste.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ARMAZ. Armazenamento

ART Artigo

CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DR. Doutor

EPC Equipamento de Proteção Coletivo

EPI Equipamento de Proteção Individual

HMI Hospital Materno Infantil

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

KG Quilograma

Km Quilômetro

M2 metros quadrados

MS Ministério da Saúde

NBR Norma Brasileira

Nº Número

PA Pará

PGRSS Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RSS Resíduos de Serviço de Saúde

RSSS Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde

SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho

SWOT Strengths Weaknesses Opportunities Threats

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UCI Unidade de Cuidados Intermediários

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Sacos plásticos utilizados no Centro Cirúrgico do Hospital Materno Infantil ... 21

Figura 2 – Sala de armazenamento de resíduos do Bloco Cirúrgico ................................... 22

Figura 3 – EPI utilizado pelo colaborador responsável pela coleta e segregação................. 23

Figura 4 – Armazenamento Central ..................................................................................... 24

Figura 5 – Local de Separação dos resíduos ........................................................................ 24

Figura 6 – Tambor para acondicionar resíduos .................................................................... 25

Figura 7 – Marketing Holístico ............................................................................................ 31

Figura 8 – Localização do Hospital Materno Infantil – Redenção – PA .............................. 38

Figura 9 – Símbolo do Grupo Infectante .............................................................................. 40

Figura 10 – Símbolo do Grupo Químico .............................................................................. 42

Figura 11 – Símbolo do Grupo Radioativo .......................................................................... 43

Figura 12 – Símbolo do Grupo Comum ............................................................................... 43

Figura 13 – Símbolo do Grupo Perfurocortante ................................................................... 44

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1 – Mapa de conceitos .......................................................................................... 27

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 – O que é resíduo sólido ............................................................................,........ 45

Gráfico 2 – Classificação de resíduo ..........................................................................,,,,,... 46

Gráfico 3 – O hospital tem um PGRSS .............................................................................. 47

Gráfico 4 – Por Quantas Etapas É Composto O Plano De Gerenciamento De Resíduos.... 48

Gráfico 5 – Até onde vai a responsabilidade do hospital quanto aos resíduos .................. 49

Gráfico 6 – Onde os resíduos infectantes são descartados ...........................................,,.... 50

Gráfico 7 – O que deve ser feito primeiro na gestão do resíduo .................................,...... 51

Gráfico 8 – Como deve ser feito o acondicionamento dos resíduos ..............................,... 52

Gráfico 9 – Como são transportados os resíduos ..........................................................,.... 53

Gráfico 10 – O uso do EPI é importante para a realização de sua atividade ..................... 54

Gráfico 11 – O hospital oferece treinamento ..................................................................... 54

Gráfico 12 – Acha importante receber treinamento ........................................................... 55

Gráfico 13 – Qual seu cargo ............................................................................................... 56

Gráfico 14 – Tempo de trabalho no hospital ...................................................................... 56

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12

2 RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................................ 14

2.1 Resíduo Sólido de Serviço de Saúde ........................................................................... 16

2.2 Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde e os Riscos Ambientais ................................ 18

2.3 Caracterização do Hospital Materno Infantil Dr. Pedro Paulo Barcauí................ 37

2.3.1 Mapa Conceitual ............................................................................................................ 27

2.4 Marketing ..................................................................................................................... 28

2.4.1 Endomarketing .............................................................................................................. 32

2.4.2 Marketing Socialmente Responsável ............................................................................ 33

3 METODOLOGIA........................................................................................................ 34

3.1 Tipo e Local de Estudo ................................................................................................. 34

3.2 Período e Autorização .................................................................................................. 34

3.3 Participantes do Estudo ............................................................................................... 34

3.4 Instrumentos de Coleta de Dados................................................................................ 35

3.5 Coleta dos Dados ........................................................................................................... 35

3.6 Criterios e Benefícios ao Participar da Pesquisa ....................................................... 36

3.7 Encaminhamento dos Resultados ............................................................................... 36

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 37

4.1 Caracterização do Hospital Materno Infantil Dr. Pedro Paulo Barcauí................. 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 58

APÊNDICE .................................................................................................................. 61

ANEXO ......................................................................................................................... 64

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1 INTRODUÇÃO

A necessidade de abordar sobre o lixo produzido pelas unidades hospitalares, em

consonância com a legislação específica, foi em virtude da quantidade de resíduos que estes

estabelecimentos produzem, pois há riscos de contaminação dos solos urbanos e até mesmo

rurais, assim como da atmosfera e comprometimento dos lençóis freáticos, podendo ocasionar

um ciclo interminável de doenças na população afetada.

Nesse sentido, a presente pesquisa buscou trazer estratégias de marketing, na

modalidade de endomarketing, para minimizar a geração dos resíduos sólidos do serviço de

saúde, com atuação no Hospital Materno Infantil Dr. Pedro Paulo Barcauí, no município de

Redenção-PA, cujo atendimento se faz em toda a população residente no sul e sudeste do

Pará, e parte do Mato Grosso, o que acaba por ocasionar um quantitativo elevado de lixo

hospitalar, por isso foi necessário averiguar como era gerenciado esse processo para,

apresentar ações de diminuição desses resíduos sólidos hospitalares.

Com isso tem-se a seguinte problemática que norteia esse estudo: a falta de orientação

e gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde (RSS) do Hospital Materno Infantil têm

causado problemas ao meio ambiente? Como resposta a essa questão, o Hospital Materno

Infantil gera um grande volume de resíduos, pois em razão da demanda, tanto pactuada

quanto espontânea, acaba atendendo um quantitativo considerável de pessoas e por

consequência a geração de RSS. Portanto, para que ocorra a diminuição na produção desses

resíduos é primordial que ações sejam desenvolvidas no sentido de orientar os colaboradores

para a importância dos benefícios do gerenciamento adequado dos resíduos sólidos de serviço

de saúde (RSSS), e para isso, a ferramenta de endomarketing irá sustentar as ações

desenvolvidas. De acordo com Boone e Kurtz (2009) fazer o colaborador de uma empresa

entender, aceitar e se sentir parte das estratégias da organização é realizar o endomarketing.

Segundo dados do IBGE (2002), cerca de 2.569 cidades jogam o lixo hospitalar no

mesmo lugar que o lixo comum ou chamado lixo urbano. Sendo assim:

Em 2000, a situação de disposição e tratamento dos resíduos sólidos de serviços de

saúde (RSS) melhorou, com 539 municípios encaminhando-os para aterros de

resíduos especiais (69,9 % próprios e 30,1 % de terceiros), enquanto em 1989

apenas 19 municípios davam este destino aos resíduos sólidos. Em número de

municípios, 2.569 depositam nos mesmos aterros que os resíduos comuns, enquanto

539 já estão enviando-os para locais de tratamento ou aterros de segurança

[...].(IBGE, 2002)

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Nota-se que ainda existe um grande número de municípios que descartam o lixo

hospitalar de maneira inadequada, tendo em vista que esses hospitais geradores de resíduos

também são responsáveis por essa destinação final do lixo. Situação que não é diferente na

maioria dos municípios do Estado do Pará devido à falta de infraestrutura.

Tendo em vista a Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, (Lei da Política Nacional de

Resíduos Sólidos) é de suma importância que o Hospital Materno Infantil se preocupe com os

resíduos sólidos de serviço de saúde (RSSS), e para tanto, veja, como melhor gerenciar tais

resíduos, pois é sabido que nesta Lei, o prazo aos municípios para se adequarem era até

agosto de 2014. E, para àqueles que ainda não possuíam aterros sanitários, que assim

providenciassem.

A Lei 12.305 em seu Art. 1º relata que:

Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus

princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão

integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às

responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos

aplicáveis. (BRASIL, 2010)

Para que ocorra a minimização do volume dos resíduos sólidos do hospital fez-se

necessário colocar como objetivo deste estudo diagnosticar por meio de questionário a

percepção dos colaboradores do setor de internação do Hospital Materno Infantil quanto ao

gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde (RSSS); bem como realizar ações de

sensibilização e orientação utilizando a estratégia do Endomarketing, e após o

desenvolvimento das atividades propostas, avaliar por meio de um novo questionário, a

percepção dos colaboradores do setor quanto à mudança nos hábitos de manuseio com os

resíduos e, consequentemente, a preservação do meio ambiente, proporcionando maior

qualidade de vida aos colaboradores e à sociedade.

A pesquisa foi realizada com os colaboradores do setor de internação e limpeza, ou

seja, com aqueles que lidam diretamente com a geração e segregação dos resíduos no intuito

de verificar a percepção dos mesmos com relação a gerenciamento dos resíduos.

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2 RESÍDUOS SÓLIDOS

Genericamente conceituando, resíduo sólido é tudo aquilo que não tem mais utilidade,

que foi ou será descartado, gerado pela humanidade. O gerenciamento dos resíduos sólidos

tem sido tema de discussão e preocupação nas três esferas de governo e da sociedade civil.

Considerando- se a tendência de crescimento do problema, os resíduos sólidos vêm ganhando

destaque como um grave problema ambiental contemporâneo. (GOUVEIA, 2012).

Os problemas de gerenciamento dos resíduos sólidos tem comprometido a qualidade

dos seres humanos, e este por sua vez é o maior gerador de resíduos sólido e responsável

também por seu descarte no meio ambiente. Os resíduos sólidos tem contribuição

significativa para a poluição ambiental motivado pela necessidade cada vez maior de

consumir. Gerir os resíduos sólidos é uma responsabilidade de todos, porém a realidade é bem

diferente, pois as pessoas que demonstram preocupação com o bem-estar da população

contemporânea e futura ainda é uma minoria.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2015):

A partir de agosto de 2010, baseado no conceito de responsabilidade compartilhada,

a sociedade como um todo – cidadãos, governos, setor privado e sociedade civil

organizada – passou a ser responsável pela gestão ambientalmente adequada dos

resíduos sólidos. Agora o cidadão é responsável não só pela disposição correta dos

resíduos que gera, mas também é importante que repense e reveja o seu papel como

consumidor; o setor privado, por sua vez, fica responsável pelo gerenciamento

ambientalmente correto dos resíduos sólidos, pela sua reincorporação na cadeia

produtiva e pelas inovações nos produtos que tragam benefícios socioambientais,

sempre que possível; os governos federal, estaduais e municipais são responsáveis

pela elaboração e implementação dos planos de gestão de resíduos sólidos, assim

como dos demais instrumentos previstos na PNRS. (BRASIL, 2015)

Dispor corretamente os resíduos sólidos, seria o primeiro passo para mudar o rumo do

gerenciamento desses resíduos, porém nem todos os municípios brasileiros dispõem de

estrutura e planejamento para absolver os resíduos gerados pela população levando em conta

que as maiorias dos municípios brasileiros não adequaram os lixões em aterros sanitários ou

controlados ou mesmo possuem cooperativas de catadores e usinas de reciclagem para onde

poderiam ser destinados e transformados em matéria prima. Embora tenha havido progresso

nos últimos vinte anos, os resíduos ainda são depositados em vazadouros a céu aberto, os

chamados lixões, em mais da metade dos municípios brasileiros. (GOUVEIA, 2012).

Para que as ações em prol da redução da geração de resíduos sólidos sejam realmente

eficazes precisa-se que a sociedade esteja realmente engajada neste propósito motivada até

pelo alto custo socioeconômico e ambiental. Assim, toda a população como geradora de

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resíduos também é responsável pela gestão correta desses, com o propósito de minimizar as

ações antrópicas que assolam o mundo e comprometem as gerações futuras. A Lei 12.305, de

2 de agosto de 2010 esclarece todas as dúvidas sobre a disposição final dos resíduos sólidos

como está disposto no Art. 3o . Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua

constituição ou composição;

VI - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à

sociedade informações e participação nos processos de formulação, implementação e

avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos;

VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a

reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou

outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa,

entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar

danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais

adversos;

VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em

aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde

pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou

privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo;

X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou

indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final

ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada

dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com

plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;

XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de

soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica,

ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento

sustentável. BRASIL (2010).

Diante da problemática que envolve a geração e a destinação correta de resíduos sólidos

existem as questões culturais da população e os hábitos que precisam ser mudados para que o

consumo de bens e produtos seja de forma consciente e a destinação final dos resíduos não

permaneça causando impactos ao meio ambiente e comprometendo a saúde da população.

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16

2.1 Resíduo Sólido De Serviço De Saúde

O país tem gerado uma grande quantidade de resíduos em razão da alta produtividade

e consumo de bens e serviços. A ausência de políticas públicas voltadas para a segregação

direto na fonte tem acarretado uma série de transtornos de ordem ambiental, partindo do

principio que os resíduos dispostos em locais inadequados elevam os índices de problemas de

saúde da população. E para elucidar o que vem a ser resíduos sólidos, a Associação Brasileira

de Normas Técnica – ABNT, por meio da Norma Brasileira – NBR 10004/2004, define como:

Resíduos nos estados sólido e semi-sólidos, que resultam de atividade da

comunidade, de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços e de varrição. Consideram-se resíduos sólidos os lodos provenientes de

sistema de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de

controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades

tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d’água, ou

exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da melhor

tecnologia disponível. (NBR 10004/2004)

Os resíduos sólidos provenientes de serviços hospitalares, clínicas veterinárias ou

médicas, laboratórios, consultórios odontológicos, farmácias e outros, são denominados

Resíduos de Serviço de Saúde – (RSS). E parte deste oferece risco á saúde pública e ao meio

ambiente diante de um manejo inadequado. A partir de meados do século XX a produção de

resíduos sólidos tem aumentado consideravelmente, porém segundo o Manual de

Gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde das 149.000 toneladas de resíduos

residenciais e comerciais geradas diariamente, apenas uma fração inferior a 2% é composta

por RSS. (BRASIL, 2006).

Evidencia-se que, devido aos problemas de saúde ocasionados pela má gestão dos

resíduos sólidos tem aumentado significativamente os casos de doenças e por, consequência,

lotado os hospitais, o que caracteriza o aumento na geração de RSS. E no caso do profissional

de saúde o risco maior de infecção é a partir do acondicionamento inadequado dos perfuro

cortantes. De março de 2012 a outubro de 2013 foram notificados 10.088 acidentes com

material biológico em serviços de saúde brasileiros e, desses, mais de 1.400 (14,7%)

ocorreram pelo descarte inadequado de resíduos. (SOUZA, 2015).

No que se refere ao manejo dos RSS, é importante ressaltar que a orientação, ações

educacionais e o monitoramento das equipes é fator primordial para evitar o uso exagerado de

materiais hospitalares e por consequência o descarte excessivo, porém apesar de todas as

orientações prestadas e das leis e determinações dos órgãos competentes ainda há muito o que

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se fazer neste sentido pois ainda se vê muitas falhas. Esses erros podem acontecer por falta de

conhecimento e/ou conscientização e/ou precariedade de insumos adequados, como

recipientes para acondicionamento de resíduos nos locais certos e deficiência de estrutura

física. (SOUZA, 2015).

A maneira mais eficaz de evitar contaminação pelos RSS é o manejo correto, o

descarte final ser realizado de acordo com as determinações legais e esses são compostos por

etapas que são elaboradas para orientar o manejo e a destinação final.

Rabelo (2008) afirma veementemente que:

O programa deve oferecer conhecimentos a todos os profissionais, sobre o sistema

adotado para o gerenciamento do manejo de RSS, que abrange a prática de

segregação de resíduos, reconhecimento dos símbolos, expressões, padrões de cores

adotados e a localização dos abrigos de resíduos, entre outros fatores indispensáveis

à completa integração ao Plano de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de

Saúde (PGRSS). (RABELO, 2010, p.25)

Todos os prestadores de serviços de saúde devem adotar o planejamento para que

possam orientar-se e inserir as medidas cabíveis no sentido de manusear os materiais com

consciência, como evitar o uso desnecessário e também o descarte. Todos os profissionais têm

que ter conhecimento do Programa de Manejo e Gestão dos resíduos de serviço de saúde para

que possam evitar contaminação e proliferação de patógenos que possam ocasionar infecções

hospitalares. O plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde (PGRSS) deve

obedecer a critérios técnicos, legislações sanitárias e ambientais, normas locais de coleta e

transporte dos serviços de limpeza urbana, especialmente os relativos aos resíduos gerados

nos serviços de saúde. (RABELO, 2008)

O PGRSS é uma ferramenta que contribui para minimizar os problemas de

contaminação, por esta razão torna-se de suma importância, pois descreve e organiza as

etapas que devem ser seguidas para o manejo correto dos resíduos de serviço de saúde (RSS).

Esse material deve ser apresentado aos profissionais em forma de treinamento para que todos

os envolvidos tenham conhecimento e deve estar disponível para consulta sempre que

necessário. Porém, não basta apenas elaborar, apresentar e treinar os profissionais é preciso

que um acompanhamento seja feito periodicamente de forma que seja analisada a eficácia do

programa.

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2.2 Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde e os Riscos Ambientais

Na maioria das cidades brasileiras o que se pode observar é a falta de compromisso

com a saúde da população e os cuidados com o meio ambiente. Na cidade de Redenção – PA

a situação é igual à maioria dos outros municípios brasileiros que não conseguiram

adequarem sua gestão do lixo às regras da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

O projeto de Lei nº 425 foi aprovado pelo Senado recentemente, onde trata da

prorrogação dos prazos para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos de que

trata o art. 54 da Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010 (Lei da Política Nacional de Resíduos

Sólidos), neste caso, o município de Redenção teria até 2020, conforme número da população,

para se adequar.

Nos municípios onde os resíduos sólidos são dispostos a “céu aberto” o solo e a água

dos igarapés são contaminados, as áreas no entorno acabam sendo desvalorizadas além da

contaminação prejudicar a saúde da população a fauna e aflora. A partir do momento que as

medidas necessárias forem tomadas será afirmada a preocupação com a saúde da população e

o meio ambiente.

Os riscos ambientais são caracterizados a partir do momento que for identificado o uso

incorreto do solo e de todos os outros recursos naturais de forma desordenada e irresponsável

comprometendo as gerações futuras.

Para manter o controle dessa situação, a Lei nº 6 939/81 (BRASIL, 1981),

estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente e como mecanismo de aplicação,

constituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) para colocar limites no uso dos recursos

naturais e ao mesmo tempo oportunizar a exploração destes, respeitando seus limites

de recomposição. (RABELO, 2008, p.50).

Os resíduos de serviço de saúde (RSS) são provenientes dos serviços prestados a

pacientes nas unidades hospitalares e demais estabelecimentos em que são utilizados

materiais de cuidados com a saúde. Esses tem uma representatividade bem pequena no

comparativo às toneladas de resíduos que são produzidos diariamente pelo ser humano.

Uma grande preocupação é que um bom número de agentes infecciosos se prolifera

em ambientes naturais como o solo e água. Nesse sentido é correto afirmar que ao descartar

os RSS nesses meios pode-se estar contribuindo para que haja contaminação prejudicando a

saúde da população. Os resíduos sólidos depositados principalmente no solo próximo ou

dentro dos mananciais servem como veículos de transporte e manutenção desses organismos

para o ambiente aquático. (RABELO, 2008).

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Os RSS são altamente contaminantes em razão da sua origem e por esse motivo as

empresas socialmente responsáveis e preocupadas com o impacto ambiental procuram cada

vez mais fornecedores que atendam as exigências legais, pois, assim, o produto chega ao

consumidor final com bem menos possibilidade de riscos ambientais. Até então as questões

referentes aos cuidados com o meio ambiente e a saúde era preocupação de uma minoria, que

a utilizava somente por uma questão de marketing, para mostrar o quanto estavam envolvidas

com questões de valorização do meio ambiente. Atualmente, a preocupação também é com a

saúde. (PFITSCHER, et al, 2007).

Porém, hoje esse cenário é bem diferente a as empresas, de modo geral buscam cada

vez mais adequar-se às leis ambientais.

Os hospitais buscam cada vez mais adequar-se as leis de manejo dos RSS, na tentativa

de minimizar os riscos de infecção hospitalares cuidando assim da saúde tantos dos pacientes

quanto dos profissionais. Os perfurocortantes são os maiores responsáveis por contaminar os

profissionais de saúde, por questões manejo e descarte em recipientes inadequados. A

educação ainda é forma mais eficaz de se prevenir os riscos de contaminação tanto do ser

humano quanto do meio ambiente. Acidentes são causados pela falta de informação e

conscientização da população, quando esta não percebe o perigo representado pela disposição

conjunta dos resíduos urbanos domiciliares e dos resíduos de tratamentos de saúde.

(COUTINHO e CARVALHO 2007). Ainda conforme Correia, Lunardi e Santos (2008):

É urgente a necessidade de implantar políticas de gerenciamento dos resíduos

sólidos em serviços de saúde (RSSS) nos diversos estabelecimentos de saúde, como

hospitais, clínicas, consultórios, entre outros, que estão longe de serem denominados

de locais biosseguros. Para tanto, não basta apenas investir na organização e

sistematização das fontes geradoras, mas, fundamentalmente, faz-se necessário

despertar uma consciência humana e coletiva quanto à responsabilidade com a

própria vida humana e com o ambiente. (CORRÊA, LUNARDI, SANTOS 2008, p.

558)

O que se tem observado em ralação as ações de prevenção e cuidados com a saúde da

população e o meio ambiente é que o poder público vem buscando formas de minimizar os

impactos causados, porém ainda há muito que se fazer nesse sentido partindo do princípio que

só elaborar ações e implementá-las não tem sido eficaz pelos resultados produzidos, no que

diz respeito aos índices de contaminação ambiental e da saúde da população.

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2.3 Etapas Da Gestão Do Fluxo Dos Resíduos Sólidos De Serviço Hospitalar

Para os autores Pruss, Giroult e Rushbrook (1999) apud Kopp, Araujo e Figueiredo

(2013) o gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde é feito através de oito etapas,

sendo elas: minimização de resíduos, geração, segregação e embalagem, armazenamento

intermediário, transporte interno, armazenamento centralizado, transporte externo, tratamento

e disposição final. Para outros autores, pode-se ainda contar com mais duas etapas sendo elas:

o treinamento das pessoas envolvidas e com a auditoria dos processos para reduzir a geração

de resíduos. (ALMUNEEF, MEMISH, (2003) apud KOPP, ARAUJO, FIGUEIREDO,

(2013)).

Para melhor entendimento, cada etapa será descrita devido a sua importância em

consonância com as informações já levantadas.

Minimização de resíduos – este se dá antes mesmo da geração, através de modificações nos

procedimentos rotineiros ou até mesmo na busca da eficácia da gestão, como o

reaproveitamento de materiais de escritório, ou chamados lixo não séptico, chegando à

reciclagem desses resíduos. Em visita in loco, foi observado que não existe a busca por

minimizar a geração de resíduos, pois os colaboradores não recebem treinamento e orientação

para a utilização consciente dos materiais de trabalho. Até o momento da visita, não foi

observada a existência do Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde

(PGRSS), pois o setor de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) não soube

certificar a existência.

Geração, segregação e embalagem – é a fase que cuida dos resíduos produzidos,

então, faz-se necessário separá-los para não contaminar todos os RSSS, acomodando-os em

embalagens próprias conforme Norma Brasileira (NBR) 9191 (trata dos sacos plásticos

próprios), bem como em locais específicos. Com a falta de confirmação do Programa de

Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS), o volume dos resíduos gerados é

ainda maior, pois o HMI atende mais de 15 municípios pactuados do Polo Araguaia, bem

como as demandas espontâneas de parte do Mato Grosso e sudeste do Pará, como já

mencionados. A segregação se dá de maneira errônea, pois os únicos resíduos devidamente

separados são os do Grupo E (perfurocortantes) e parte do Grupo A (infectante) sendo eles

placenta e fetos abaixo de 500g. Já as embalagens utilizadas pelo hospital Materno Infantil,

não obedecem a NBR 9191, utilizando assim, sacos plásticos comuns.

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Figura 1 – Sacos plásticos utilizados no Centro Cirúrgico

Fonte: Foto da autora / 2015.

Armazenamento intermediário – é o local onde são destinados os resíduos até a

remoção para o armazenamento central. Este deve ser de fácil acesso à equipe hospitalar, de

armazenamento temporário e com boas condições para evitar contaminação, embora não deva

ser de fácil o acesso aos pacientes e visitantes, conforme recomendações da ANVISA (2006).

O armazenamento intermediário existente no HMI, mas não contém identificação de descarte

para cada tipo de resíduo. Tendo como local destinado ao armazenamento apenas o Bloco

Cirúrgico que ainda não é o adequado, pois existem outros objetos no mesmo local e a

estrutura não é a recomendada.

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Figura 2 – Sala de armazenamento de resíduos do Bloco Cirúrgico

Fonte: Foto da autora / 2015

Transporte interno – o transporte deve ser feito em contêineres, a limpeza deve ser

fácil de ocorrer e não devem existir quinas para que não ocorra a ruptura da embalagem e,

consequentemente, contaminação. Faz necessário ter horários estabelecidos no plano de

gerenciamento de resíduos para não cruzar com alimentos, roupas limpas, outros materiais e

visitantes, conforme RDC 306. No HMI, não existe um transporte, os resíduos são coletados

manualmente no período da manhã e sempre que solicitado pelos setores, ou seja, o

colaborador responsável realiza todo o processo de coleta e segregação sem nenhum

equipamento de proteção individual – (EPI), ficando exposto a riscos ocupacionais.

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Figura 3 – EPI utilizado pelo colaborador responsável pela coleta e segregação dos resíduos

do Hospital Materno Infantil

Fonte: Foto da autora / 2015

Armazenamento central – de acordo com o volume de resíduos deve ser feito uma

rotina de coleta para que não ocorram excessos, bem como o local deve ser longe do

restaurante e protegido para que não entrem insetos, pássaros ou roedores e, assim,

contaminem a sociedade e o meio ambiente, disposto na RDC 306. No HMI pesquisado

inexiste um local específico para esse armazenamento de resíduos.

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Figura 4 – Armazenamento Central

Fonte: Foto da autora / 2015

Figura 5 – Local de Separação dos resíduos

Fonte: Foto da autora / 2015

Transporte externo – deve ser realizado com veículo apropriado, destinado somente

para essa finalidade, onde deve conter a documentação específica. Lembrando que o hospital

também é responsável pela destinação final dos resíduos. Conforme o princípio do poluidor

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pagador, em que de ine os geradores de res duos como responsáveis por todo o ciclo de seus

res duos, da geraç o disposiç o inal. (ANVISA, 2006). A empresa que coleta os resíduos

do HMI é terceirizada, mas na visita técnica realizada não foi verificado qual veículo faz esse

transporte. Sabe-se que os dias de coleta são 3 vezes na semana e que constantemente, o fluxo

de resíduos é maior que a capacidade do contêiner existente no HMI, obrigando o responsável

pela coleta interna, a utilizar um tambor, fora das normas da ANVISA, para acomodar os

resíduos excedentes.

Figura 6 – Tambor para acondicionar resíduos do Hospital Materno Infantil

Fonte: Foto da autora / 2015

Tratamento – normalmente para os resíduos de serviço de saúde (RSSS) não tem um

único tratamento, mas, sim, um conjunto em que, para cada resíduo, existe um tratamento,

desde a autoclave, que é a desin ecç o dos materiais através do vapor d’água e a incineração,

onde é feita a combustão dos resíduos. Neste último, a queima provoca uma liberação

energética que pode ser reutilizável, mas em contrapartida libera partículas poluidoras que

requer tratamento. (KOPP, ARAÚJO E FIGUEIREDO, 2013).

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No Hospital Materno Infantil, lixo infectante e químico é tratado por meio da

incineração e esse tratamento é feito em outro município. Já o resíduo comum não sofre

nenhum tratamento.

Disposição final – a disposição pode ser feita por vários métodos, no entanto os

principais são aterros sanitários, aterros controlados e lixões. (KOPP, ARAÚJO E

FIGUEIREDO, 2013).

No município de Redenção - PA, encontra-se disponível apenas o lixão, onde os

resíduos são jogados a “céu aberto” contaminando a atmosfera, lenções freáticos, bem como

causar doenças. Portanto, os resíduos do HMI de classificação (D) vão para o lixão da cidade.

Já os do tipo (A, B, e E) vão para a cidade de Rio Maria que fica à 85 km de distância, para

que sejam incinerados e assim, reduzido o volume, para então colocar no lixão da cidade.

Treinamento – para que ocorra um gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de

saúde (RSSS) eficaz é necessário que aconteça treinamentos periódicos com todo o quadro de

pessoal do hospital, para que a percepção seja positiva com relação ao tema abordado,

realizando ações frequentes de educação, motivação, sensibilização e até mesmo prevenção

para que assim suceda a minimização dos resíduos e o manejo correto

Auditoria – con orme Barbieri (2007) a auditoria “tem como objetivo averiguar o

cumprimento das leis [...]”. Pensando assim, é eita como uma orma de melhor gerir e para

verificar se o que foi proposto está sendo cumprido, podendo esta auditoria ser interna ou

externa, ou seja, com os membros do próprio quadro de colaboradores do HMI ou contratando

empresa especifica para verificar o andamento e cumprimento das normas hospitalares,

respectivamente.

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2.3.1 Mapa Conceitual

Para o gerenciamento de resíduos sólidos de serviço de saúde (RSSS) Kopp, Araujo e

Figueiredo (2013) afirmam que seguir as 10 etapas minimiza custos e potencializa melhorias.

Quadro 1: Mapa de conceitos

Auditoria

Treinamento ou Educação continuada

Minimização Armaz. Armaz.

de resíduos Intermediário Centralizado Tratamento

Geração Transporte Transporte Disposição

Segregação Interno Externo Final

e Embalagem

Fonte: autora / 2015

A primeira etapa se dá por meio da minimização de resíduos, onde o setor a ser

observado é o de internação, cujas dependências serão averiguadas se existe uma diminuição

na geração dos resíduos.

A segunda etapa é a de geração, segregação e embalagem, neste momento será

verificado como é feito o descarte do material utilizado no setor, bem como sua separação nos

locais corretos, com relação a material infectante, não-infectante e especial e os invólucros

utilizados para acondicionar esses resíduos.

A terceira etapa se concentra no armazenamento intermediário, cujo é denominado

no local de pesquisa de expurgo. Este armazenamento deve obedecer segundo a Resolução da

Diretoria Colegiada – RDC Nº 306/2004 a metragem de 2m2 quando também destinado à sala

de utilidades. Se o local gerador for próximo ao armazenamento central, não se faz necessário

ter um armazenamento intermediário.

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Na quarta etapa está o transporte interno, este é responsável pelo translado do resíduo

até o armazenamento externo. Devem ser observados os horários de coleta para que não

coincidam com o transporte de alimentos, rouparia, medicamentos e visitas, por exemplo.

Quinta etapa é o armazenamento central, onde deve ser de fácil acesso aos veículos

internos de translado dos resíduos. Não é permitido o manuseio de embalagens fora dos

contêineres de deposito.

A sexta etapa está o transporte externo, onde os resíduos serão tratados ou/e levados

até a disposição final. Esta deve obedecer a NBR 12810, garantindo a integridade dos

trabalhadores, população e meio ambiente.

Sétima etapa está o tratamento desses resíduos, onde é a aplicação de métodos que

diminua a característica de riscos ao meio ambiente e acidentes de trabalho. Pode ser feito no

próprio hospital ou em outro estabelecimento. Compondo essa etapa se tem autoclave e

incineração, que seguem CONAMA 316.

A oitava etapa é a destinação final dos resíduos, em que neste momento os RSS são

colocados no meio ambiente, porém este deve estar preparado para recebê-lo. Seja através da

compostagem, aterro controlado, aterro sanitário ou no caso do estudo, lixão, porém este

último não recebe preparação alguma para abrigar os resíduos.

Uma nova etapa é o treinamento ou educação continuada, em que os colaboradores

que fazem parte do hospital possam passar por constantes treinos, a fim de reforçar ou até

mesmo mudar a concepção do que é resíduo e como geri-lo.

Décima é ultima etapa, se concentra na auditoria, podendo ela ser interna ou externa,

cujo objetivo é fiscalizar o cumprimento do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

(PGRSS) e o aprimoramento do programa.

2.4 MARKETING

A sociedade e as organizações mudaram e se aperfeiçoaram com o passar do tempo.

O marketing acompanhou essas modificações. Segundo Cobra (2009) a evolução de

marketing se dá em eras, sendo elas: Era da Produção; Era das Vendas; Era do Marketing; e

Era do Marketing de Relacionamento. A Era da Produção anunciava que bons produtos

vendiam por si mesmos, isto é, o foco no produto de qualidade. A Era das Vendas defendia

que o importante era vender produtos estocados com base em campanhas e na presença do

vendedor. Já a Era do Marketing se caracterizava em que os produtos são produzidos com

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base nas necessidades e na satisfação do cliente. Por sua vez, a Era do Marketing de

Relacionamento expressava que os esforços devem ser focados no cliente e na sua fidelização.

Todas essas eras do marketing vieram para complementar umas as outras, pois se faz

necessário ter algo a ser ofertado. É preciso que se oferte algo com qualidade para que não

fique estocado e possa perecer, para isso às vezes é imprescindível a propaganda para chegar

ao conhecimento daqueles que querem atingir. Se há algo sendo ofertado é porque existe

alguém para oferecer – cliente, em que este, tem necessidades e desejos a serem atendidos. O

cliente ao encontrar o que procurava, ficará feliz e quando sentir uma necessidade ou desejo

voltará àquele local, outrora bem atendido para sanar suas necessidades.

O marketing teve papel importante nas organizações sejam elas com ou sem fins

lucrativos, pois ele pode ser usado como ferramenta responsável por maximizar os recursos

existentes em quaisquer Organizações. E ao tratar de hospital municipal, onde não se tem fins

lucrativos, o marketing deve ser usado como um auxílio no processo de gestão, visando

envolver pessoas, processos e meio ambiente.

Para Drucker (1997) marketing é entendido como a busca para atender as

necessidades e satisfazê-las, onde esse marketing produz benefícios para o cliente e para a

empresa. Assim marketing busca o equilíbrio entre as necessidades do mercado e os interesses

dos clientes. Pensando assim, atender as necessidades do mercado seria reduzir a geração dos

resíduos e por consequência descarte inadequado, bem como aos interesses do cliente que

neste caso são as necessidades do hospital.

Segundo Kotler (2011, p.27) “marketing é um processo social e gerencial pelo

qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca

de produtos de valor com outros”. Pode ocorrer troca no hospital, isso existe quando o

manuseio dos RSSS é feito de maneira correto, onde o meio ambiente equilibrado gera valor

para todas as partes envolvidas, sendo elas, gestores, colaboradores, pacientes e meio

ambiente.

Com o passar do tempo o conceito de marketing foi sofrendo algumas

alterações e foram incorporados a sua redação os conceitos de valor e de relacionamento.

Conforme Las Casas (2009):

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes

às relações de trocas orientadas para a criação de valor dos consumidores, visando

alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos através de

relacionamentos estáveis e considerando sempre o ambiente de atuação e o impacto

que essas relações causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS, 2009, p. 15)

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Deste modo, existem várias definições para o marketing, mas Kotler (1994) em

um de seus livros, diz como deve ser aplicado o marketing em uma empresa sem fins

lucrativos. Para o autor:

Marketing é a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas

cuidadosamente formulados e projetados para propiciar trocas voluntárias de valores

com os mercados-alvos, no propósito de atingir os objetivos organizacionais.

“Depende intensamente do projeto da o erta da organizaç o, em termos das

necessidades e desejos dos mercados-alvos, e no uso eficaz da determinação de

preço, da propaganda e da distribuição, a fim de informar, motivar e servir os

mercados.” (KOTLER, 1994, p. 20)

O conceito de Kotler (1994), sugere que o marketing estratégico seja direcionado para

apoiar o planejamento da empresa, no caso melhorar o gerenciamento de resíduos sólidos de

serviço de saúde (RSSS) para diminuir custos e preservar o meio ambiente. E em consonância

Cobra (2009) diz que se faz necessário verificar as necessidades do mercado e a

disponibilidade da empresa para que ambos fiquem satisfeitos. Ora atender aos anseios do

mercado sem deixar de lado os objetivos da organização.

Marketing quando bem realizado massifica a ideia na mente do consumidor, então, o

hospital pode se valer desta ciência para sensibilizar e até mesmo conscientizar pessoas de

práticas corretas com relação ao meio ambiente e ao gerenciamento de resíduos sólidos.

Das diversas atividades inerentes às ações estratégicas de marketing, os serviços têm

se destacado como o principal desafio deste novo milênio, haja vista que a participação do

setor de serviços na economia mundial vem experimentando um crescimento considerável nas

últimas duas décadas, principalmente com a globalização e internacionalização dos produtos.

(ALCANTARA, 2012)

Práticas de marketing devem ser feito em hospitais, contudo sempre com muita

cautela por questões éticas. Cobra (2009) afirma que o papel do marketing nos serviços de

saúde deve ser o de alertar para tratamentos preventivos, com orientações prévias sobre

enfermidades.

Como se percebe, a função do marketing hospitalar tem o cunho informativo, no

sentido de alertar para campanhas que visem o bem-estar, a prevenção e a qualidade de vida

dos cidadãos (ALCANTARA, 2012). Podendo as informações se estenderem para um

ambiente de trabalho mais adequado e o meio ambiente.

No entanto para que o marketing seja bem realizado neste ambiente, é necessário que

se olhe para o todo e não para as partes isoladas. Para Kotler e Keller (2006) o marketing

holístico integra atividades, construindo relacionamentos de longo prazo mutuamente

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satisfatórios e prósperos entre os principais interessados.

Figura 7 – Marketing Holístico

Fonte: Kotler e Keller (2006) adaptado autora.

Dentro de um ambiente hospitalar é possível realizar o marketing holístico, onde o

relacionamento entre colaboradores, prestadores de serviço, fornecedores e todos os

envolvidos devem ser motivados, pois assim ambos ficam satisfeitos. Trabalhar a integração

entre os departamentos, fazendo com que as informações e decisões corram livremente. O

socialmente responsável é ser pautado pela ética, legalidade, visando o bem estar da

comunidade e meio ambiente. O interno está voltado para os colaboradores, onde estes são os

primeiros clientes de qualquer empresa, então, se faz necessário uma atenção especial para

com ele, pois este deve estar sempre motivado e satisfeito. Unindo todos os marketings da

figura tem-se o holístico que é trabalhar os principais interessados da organização para seguir

um padr o e ortalecer a “ marca ” da empresa.

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2.4.1 Endomarketing

O endomarketing considera o colaborador como primeiro cliente da empresa

ou como alguns autores dizem, cliente interno. E seu intuito é motivá-lo de tal maneira que o

mesmo sinta-se como parte integrante da organização, de modo que fique satisfeito e

contribua para a obtenção dos objetivos organizacionais. Aplicar essa estratégia no Hospital

Materno Infantil como uma ferramenta de auxilio no gerenciamento dos resíduos sólidos, para

que se alcance o objetivo final que é a diminuição desse volume e consequentemente menos

material disposto no meio ambiente.

Para Kotler e Keller (2006) o endomarketing ou também chamado marketing

interno é responsável por treinar e motivar os clientes internos para que estes possam melhor

atender aos clientes externos, pois quando se oferece treinamentos aos colaboradores, estes

entendem as metas da empresa e assim, fica claro, como devem contribuir para que sejam

alcançadas. Se todos os colaboradores estão cientes dos procedimentos da organização, os

ruídos na comunicação diminuem, e esta chega ao cliente de maneira clara e objetiva.

Zenone (2011, p. 185) a irma que o endomarketing “promove a valorizaç o e a

motivação dos colaboradores, possibilitando a diminuição da resistência às mudanças e cria

melhores condições da empresa atingir suas metas de orma mais integrada”. Com essa

ferramenta as modificações poderão ocorrer dentro do hospital, sem que haja um desgaste

emocional nos envolvidos, pois o endomarketing trata o cliente interno, no caso o

colaborador, com afinco, deixando-os envolvidos com todas as propostas. Primeiro faz se

necessário criar um relacionamento duradouro com o colaborador, em que este sinta-se seguro

e parte integrante do processo, assim as mudanças impostas pela organização serão recebidas

com passividade e até as ideias que os colaboradores tiverem serão expostas com mais

facilidade, tendo uma troca de informações e construção de relacionamento.

Diante disso, ao se falar de endomarketing dentro do hospital, e no intuito de

deixar todos os colaboradores, médicos e parceiros motivados e satisfeitos, para que juntos,

possam alcançar o objetivo de gerenciamento de resíduos sólidos de serviço de saúde (RSSS)

e, assim, poder minimizar sua geração, diminuindo custos para a empresa e material

depositado de maneira desordenada no meio ambiente. E ao ter clientes internos satisfeitos,

estes vão manter-se na organização, em seus departamentos ajudando na retenção de novos

clientes externos e fidelização dos existentes. É necessário oferecer a esses colaboradores

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todas as ferramentas imprescindíveis para lidar com problemas e soluções de clientes

(BOONE e KURTZ, 2009).

Nada resolverá se o endomarketing não for verdadeiro, for apenas para fazer

silenciar o colaborador, a ferramenta será usada para ludibriar aquele que é o primeiro cliente

da empresa, deixando-o desmotivado e com isso podendo transparecer ao cliente externo esse

descontentamento.

De modo geral, o endomarketing propicia uma mudança da própria cultura da

organização, tornando-a mais flexível de acordo com as informações e poder de opinião dos

colaboradores (ALCANTARA, 2012).

O Endomarketing propicia um ambiente adequado para a implantação de um plano de

gerenciamento de resíduos, pois cria uma atmosfera positiva entre os colaboradores e

administração, deixando todos os envolvidos engajados no projeto.

2.4.2 Marketing Socialmente Responsável

De acordo com a Constituição Federal em seu Art. 225, diz que “Todos têm direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá- lo para as presentes e uturas gerações”. É neste raciocínio que o hospital deve

trabalhar, pois suas ações e geração de resíduos não podem prejudicar o equilíbrio do meio

ambiente, para tanto o planejamento estratégico deve estar voltado para esse olhar.

Peattie (2006) apud Dias (2006, p. 141) define o marketing ambiental como “um

processo de gestão integral, responsável pela identificação, antecipação e satisfação das

demandas dos clientes e da sociedade, de uma forma rentável e sustentável”. Em que é

possível atender aos anseios da sociedade sem perder de vista os objetivos empresariais.

Fazendo com que seja possível o hospital aplicar técnicas de marketing socialmente

responsáveis, ou ambiental, de modo a buscar a eficiência dos processos sendo sustentável.

Zenone (2011) refere a esse marketing socioambiental como:

É a necessidade de um planejamento que tenha como elementos fundamentais

desenvolvimento humano, desenvolvimento sustentável, política de preservação da

natureza, desenvolvimento cultural, respeito a diversidade, ações realmente eficazes

e de continuidade para diminuir as diferenças sociais, e, de maneira efetiva, ter um

relacionamento com todos os públicos. (ZENONE, 2011, p. 181)

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Logo o marketing socioambiental está voltado para ações estratégicas que atendam as

necessidades organizacionais, mas ao mesmo tempo tem a preocupação com o meio ambiente

e sua preservação e com as pessoas. E ao falar em pessoas, este bem precioso dentro das

organizações é necessário dar uma atenção a elas para que possam minimizar os resíduos

gerados, preservar um ambiente de trabalho e meio ambiente.

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo e Local de Estudo

Trata-se de uma pesquisa exploratória na modalidade de estudo de caso no Hospital

Materno Infantil Dr. Pedro Paulo Barcauí no município de Redenção – Pa.

O município conta com mais de 79 mil habitantes (IBGE 2014) e o hospital Materno

Infantil realiza seus atendimentos 100% públicos, ou seja, não recebe da população por

consultadas ou qualquer procedimento, ficando de portas abertas 24 horas por dia, todos os

dias da semana.

3.2 Período e Autorização

O estudo foi realizado no período de fevereiro a outubro de 2015 aplicando os

questionários em dois momentos antes e após sensibilização de equipe de colaboradores. O

projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Instituto de

Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará (CEP- ICS/UFPA), bem como autorizado

pela Secretaria Municipal de Saúde de Redenção e do Hospital Materno Infantil Dr. Pedro

Paulo Barcauí.

3.3 Participantes do Estudo

Participaram do estudo a equipe de enfermagem, técnicos e serviços gerais ligados ao

manuseio de resíduos de serviço de saúde, totalizando 32 entrevistados. O hospital conta com

uma equipe de 75 profissionais, entre eles estão, pessoal administrativo, higienização,

cozinha, zelador, serviços gerais, técnicos em enfermagem e enfermeiros.

Como colaboradores da pesquisa, alguns acadêmicos do 8º período do curso de

administração da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida – FESAR, ajudaram na

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aplicação do questionário dentro do HMI, os mesmos passaram por uma reunião explicativa

sobre o projeto, TCLE e questionário, para que pudessem seguir um padrão na condução do

questionário a equipe hospitalar.

3.4 Instrumentos de Coleta de Dados

Os instrumentos de coleta de dados se deu através de questionários (apêndice A) com

a equipe que lida diretamente com os resíduos, contemplando o conhecimento deles quanto a

classificação dos resíduos e como é feito o gerenciamento dos mesmos dentro da unidade

hospitalar. E uma entrevista semiestruturada com o diretor do hospital e enfermeira chefe da

CCIH, verificando a realidade do hospital, experiências, índices de infecção e conhecimento

quanto ao gerenciamento dos resíduos.

3.5 Coleta dos Dados

A coleta dos dados no primeiro momento foi através de uma visita agendada com

diretor administrativo do HMI, em entrevista foi realizada a coleta de informações do

panorama atual da gestão dos resíduos, para saber como era feito esse gerenciamento para

sugerir estratégias de marketing, na modalidade de endomarketing, colocação de banner, com

o propósito de sensibilizar a equipe hospitalar na minimização do volume gerado dos

resíduos e a preocupação com o ambiente de trabalho e o meio ambiente.

Após visita técnica com o diretor do hospital Materno Infantil e coleta de informações

foi realizado um registro fotográfico para constatar a situação atual da geração e gestão dos

resíduos. De posse das informações e registro foi marcado um primeiro encontro com a

equipe de enfermagem e serviços gerais (lidam diretamente com resíduos de serviço de saúde)

do hospital, composta por 57 pessoas, para apresentar o projeto e o objetivo do estudo. Em

que na oportunidade foram convidados a assinarem o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido – TCLE e esclarecido que o questionário não era nominal e que as informações

ficariam sob os cuidados da pesquisadora

Foi aplicado um questionário contendo 15 questões fechadas com intuito de avaliar a

percepção da equipe responsável do hospital em relação à gestão dos resíduos sólidos.

De posso das informações acerca da percepção da equipe foram elaboradas as ações

de sensibilização e orientação com a utilização de estratégias de marketing na modalidade de

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endomarketing, com o objetivo de sensibilizá-los para melhor utilizar os materiais de trabalho

e, assim, minimizar o volume de resíduos sólidos gerados.

As ações de sensibilização aconteceram na modalidade de conversas informais e

banner (contendo o que é resíduo solido, classificação de resíduo e como deve ser feito o

gerenciamento) tudo conforme ANVISA E CONAMA, deixado no acesso principal da equipe

pesquisada, para demostrar a importância dos benefícios da minimização dos resíduos

hospitalares tanto para a preservação ambiental, ambiente de trabalho e a sociedade.

Concluídas as ações de sensibilização e orientação, foi aplicado um novo questionário,

com o objetivo de avaliar, após as ações de orientação, a percepção da equipe em relação a

todo o trabalho desenvolvido, se o objetivo da pesquisa foi atingido, se ocorreu mudança de

atitude e houve melhora no ambiente de trabalho em relação ao gerenciamento dos resíduos

sólidos.

De posse de todas as informações coletadas na realização desse estudo foram feitos as

tabulações e análises dos dados, que irão subsidiar a elaboração de um plano de

gerenciamento de resíduos sólidos de serviço de saúde que ficará a disposição dos

profissionais do hospital.

3.6 Critérios e Benefícios ao Participar da Pesquisa

Critérios de inclusão do sujeito da pesquisa são que trabalhem no hospital e aceitem

espontaneamente responder a pesquisa e assinar o TCLE. Houve casos de colaboradores não

quererem participar do estudo.

Critérios de exclusão do sujeito da pesquisa são a desistência da participação da

pesquisa e não assinarem o TCLE.

Os benefícios ao participar da pesquisa é melhorar o Programa de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde (PGRSS) do Hospital Materno Infantil para diminuir o

volume dos resíduos gerados e descartados ao meio ambiente e ter um ambiente de trabalho

mais limpo.

Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são de que as informações

contidas nos questionários podem ser extraviadas, no entanto o pesquisador compromete-se

em guardá-las com o maior sigilo preservando o direito de liberdade de expressão do

respondente.

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3.7 Encaminhamento dos Resultados

Este estudo será encaminhado ao Hospital Materno Infantil, como sugestão de

gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, bem como a Secretaria de Saúde do

Município de Redenção para auxiliar o gestor no manejo dos resíduos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os autores Kotler e Armstrong (2007) definem que na missão de uma organização, a

visão e a direção da empresa devem estar estabelecidas para os próximos anos e, o

Planejamento Estratégico, método gerencial, que permite estabelecer a direção a ser seguida

pela organização, visando maior grau de interação com pessoas e com o ambiente.

Nesse sentido, o hospital Materno Infantil precisa de um Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde, que estabeleça o caminho a ser seguido pelos colaboradores na

gestão dos resíduos.

A realização do questionário se deu em dois momentos. Na primeira ocasião foram

feitas 15 perguntas fechadas, no intuito de verificar qual a percepção dos colaboradores do

hospital, com relação ao gerenciamento dos resíduos. Já na segunda ocasião, foram feitas as

mesmas 15 perguntas fechadas, porém houve a aplicação de uma ferramenta chamada

endomarketing, onde durante 15 dias foram feitas conversas informais sobre o assunto

resíduo, classificação e gestão, tendo em vista que a equipe não podia parar de trabalhar para

participar de palestras, foi deixado no local de maior circulação pelos colaboradores de saúde

um banner contendo as mesmas informações ditas nas conversas informais, isso para verificar

a percepção dos colaboradores após a sensibilização, se houve alteração.

4.1 Caracterização do Hospital Materno Infantil Dr. Pedro Paulo Barcauí

A pesquisa envolveu o Hospital Materno Infantil Dr. Pedro Paulo Barcauí no

município de Redenção – PA, tem uma área construída de 1.203,05 m2 localizado setor

Capuava, na Rua Belo Horizonte s/n; o hospital é gerido por uma direção administrativa,

direção clínica e direção de enfermagem, o corpo operacional é formado por cinco

enfermeiros padrão, trinta e cinco técnicos em enfermagem e 17 agentes de serviços gerais

conta com especialidades na área de obstetrícia, pediatria e ultrassonografia num total de seis

médicos sendo uma pediatra, dois clínicos e três ginecologistas obstetras além dos

plantonistas, possui um total de cinquenta e oito leitos subdivididos em:

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25 leitos para pediatria;

17 leitos para ginecologia obstétrica;

06 leitos para clínica pediátrica;

05 leitos cirúrgicos;

02 leitos para clínica médica;

01 leito para observação pediátrica;

01 leito para observação obstétrica e

01 leito para Unidade de Cuidados Intermediários - UCI neonatal.

Figura 8 – Localização do Hospital Materno Infantil – Redenção - PA

Fonte: Prefeitura Municipal de Redenção ( 2010).

A demanda no HMI é grande, pois além dos atendimentos locais os pacientes dos

municípios vizinhos que compõem o polo e até cidades do Mato Grosso como Vila Rica e

Confresa procuram atendimento tanto em demanda espontânea como referenciada e às vezes

atende até pacientes da região do Polo Carajás como Marabá, Parauapebas, Canaã dos

Carajás, Nova Ipixuna e Curionópolis. Os encaminhamentos ao hospital ocorrem em virtude

da falta de especialidades nos municípios circunvizinhos inclusive é o único do Polo Araguaia

com pediatria vinte e quatro horas e é referencia para os partos do Projeto Nascer. Essa

procura pelo hospital se dá, principalmente, por grávidas (acompanhamento pré-natal),

parturientes e crianças, essa alta demanda ocasiona a geração de grande volume de RSS.

HMI

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É sabido que os RSS devem passar por um processo de manejo adequado para que o

material contaminado não entre em contato com o material não contaminado, e com isso

possa ser coletado, transportado e destinado em locais apropriados.

Em Redenção - PA existe apenas o lixão para destinação final dos resíduos, porém os

hospitais produzem vários tipos de resíduos contaminantes. A coleta dos RSS no município é

terceirizada a mais ou menos 20 anos. Hoje uma empresa de Palmas capital do Tocantins

coleta os RSS e levam para a cidade de Rio Maria para ser incinerado e este após o processo

tem como destino final o lixão da cidade pois esta também não tem aterro sanitário nem o

controlado. A distancia entre a cidade produtora do resíduo e a cidade do destino final são de

85 km, conforme site distanciacidades.com.

Segundo o gerente de lixo hospitalar da empresa coletora a rotina de coleta no HMI é

feita três vezes por semana; na segunda, quarta e sexta feira devido ao volume de resíduos

gerados, após serem levados para acidade de Rio Maria o RSS é incinerado a uma

temperatura superior a 500º para que haja a descontaminação dos resíduos e as cinzas possam

ser dispostas no lixão municipal onde existe uma área reservada especificamente para este

fim. Cabe ressaltar que a cada 100 kg de resíduos após a incineração é reduzido a

aproximadamente 95% o que equivale a mais ou menos 5 kg.

A relevância do manejo adequado dos RSS deve ser levada em consideração, pois

con orme S (200 ) “Os res duos de serviços de saúde s o parte importante do total de

res duos s lidos urbanos, n o necessariamente pela quantidade gerada (cerca de 1 a do

total), mas pelo potencial de risco que representam saúde e ao meio ambiente”. Logo, o

material produzido pelo HMI tem potencialidade de contaminação ao meio ambiente e a

saúde.

Ressalta-se ainda que o Hospital Materno Infantil seja responsável por parte do ciclo

dos resíduos por ele gerado, ciclo este que vai desde a geração até a preparação para a

destinação final, não se isentando de nenhuma fase, pois de acordo com o princípio do

poluidor pagador foi definido no Encontro Internacional do Rio de Janeiro, em 1992, como

um dos princípios fundamentais para a sustentabilidade. Ele de ine os geradores de res duos

como responsáveis por todo o ciclo de seus res duos, da geraç o disposiç o inal.

(ANVISA, 2006). Porém a responsabilidade não cabe apenas ao hospital, mas sim, a uma

gestão compartilhada entre município, empresa que coleta, trata e destina.

Con orme rt. 0 da Constituiç o Federal cabe aos munic pios “organizar e prestar,

diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse

local, incluído o transporte coletivo que tem caráter essencial”.

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Faz-se necessário ainda adotar uma classificação e divulgação no local de geração dos

resíduos sólidos de serviço de saúde – (RSSS) para que estes possam ser manuseados,

segregados, transportados, armazenados e dispostos em recipientes e destinação final corretos,

minimizando, assim, custos para a empresa e evitando prejuízos à sociedade e ao meio

ambiente. (MARTINS, 2004 apud KOPP, ARAUJO, FIGUEIREDO, 2013).

Os resíduos, conforme a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 306/2004 ANVISA,

são classificados da seguinte forma:

GRUPO A

Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características,

podem apresentar risco de infecção.

Figura 9 – Símbolo do Grupo Infectante

Fonte: ANVISA, 2006

A1

-Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos,

exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios

de cultura; resíduos de laboratórios de manipulação genética.

-Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de

contaminação biológica por agentes de classe de risco 4, microrganismos com relevância

epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne

epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.

-Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitados por contaminação ou

por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta

incompleta.

-Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e

materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos

corpóreos na forma livre.

A2

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41

-Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a

processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e

os cadáveres de animais suspeitos de seres portadores de microrganismos de relevância

epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo

anatomopatológico ou confirmação diagnóstica.

A3

-Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com

peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor

que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo

paciente ou familiares.

A4

-Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.

-Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento

médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.

-Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções,

provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe

de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou

microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante

ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com

príons.

-Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro

procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.

-Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha

sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

-Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos

cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica.

-Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não

submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como

suas forrações.

-Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.

A5

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42

-Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfuro cortantes ou escarificantes e demais

materiais resultantes da atenção ã saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de

contaminação com príons.

GRUPO B

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública

ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade e toxidade.

Figura 10 – Símbolo do Grupo Químico

Fonte: ANVISA, 2006

-Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos;

imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; antirretrovirais, quando descartados por

serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os

resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e

suas atualizações.

-Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados;

reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

-Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).

-Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas.

-Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT

(tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

GRUPO C

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos

em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para

os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.

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Figura 11 – Símbolo do Grupo Radioativo

Fonte: ANVISA, 2006

-Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos,

provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia,

segundo a resolução CNEN – 6.05.

GRUPO D

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao

meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

Figura 12 – Símbolo do Grupo Comum

VIDRO

PLÁSTICO

PAPEL

METAL

ORGÂNICO

Fonte: ANVISA, 2006

-Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto

alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, equipo de

soro e outros similares não classificados como A1.

-Sobras de alimentos e do preparo de alimentos;

-Resto alimentar de refeitório

-Resíduos provenientes das áreas administrativas;

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-Resíduos de varrição, flores, podas e jardins;

-Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.

GRUPO E

Materiais perfuro cortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas,

escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de

bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os

utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de

Petri) e outros similares.

Figura 13 – Símbolo do Grupo Perfurocortante

RESÍDUO PERFUROCORTANTE

Fonte: ANVISA, 2006

Durante visita técnica realizada ao Hospital Materno Infantil, foi verificado que o

local possui os tipos de resíduos do Grupo A, B, D e E, mas esses resíduos não estão

acondicionados conforme Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde

(PGRSS) disposto na RDC 306/2004, podendo, assim, ser implementado esse programa de

gestão, para minimizar a geração de resíduos, que é um problema não só do poder público

municipal, mas de toda a sociedade, pois para que ocorra essa diminuição, se faz necessário

segregar e tratar esses resíduos, para que estes, não sejam jogados ao meio ambiente, bem

como é de suma importância sensibilizar os colaboradores do hospital para a redução da

geração desses resíduos.

Ao realizar a pesquisa foram feitas perguntas aos colaboradores do HMI em dois

momentos, sendo contextualizadas em Pré Sensibilização e Pós Sensibilização, onde no

primeiro momento apenas foram feitas as perguntas aos entrevistados e no segundo momento

os entrevistados já haviam sido sensibilizados com o assunto, através de banner e conversas

informais. Então foi perguntado aos colaboradores o que eles entendiam por resíduo sólido e

os mesmos responderam:

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Gráfico 1 – O que é resíduo sólido?

Fonte: Autora / 2015

Pré Sensibilização

Dos 32 entrevistados, 75%, que corresponde a 24 pessoas, disseram que sabiam o que

era resíduo solido, já 25%, que corresponde a 8 pessoas afirmaram não saber o que era

resíduo, mesmo lidando com esse rejeito diariamente, a nomenclatura causou estranheza

nessa partes dos entrevistados.

Pós Sensibilização

Após a sensibilização, todos os entrevistados reconheceram a nomenclatura resíduo

solido associando ao lixo hospitalar manuseado por eles diariamente.

Nota-se que houve uma mudança na percepção de 25%, ou seja, uma parcela dos

colaboradores do hospital não sabiam o que de fato era resíduo sólido.

Foi perguntado como eles classificariam os resíduos em grupos e segue como ficou a

classificação

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

Sim 24 32

Nao 8 0

75%

100%

25% 0%

0

5

10

15

20

25

30

35

Entr

evi

stad

os

Sabe o que é Resíduo Sólido?

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Gráfico 2 - A) Classificação do resíduo.B) Classificação do resíduo

A)

B)

Fonte: Autora / 2015

Nota-se que antes da sensibilização os participantes ficaram indecisos quanto a

classificação dos resíduos, conforme gráfico 2 A, pois no HMI as embalagens e contêineres

são as mesmas para qualquer tipo de lixo. Já no gráfico 2 B, pós sensibilização os

Grupo A

Grupo B

Grupo C

Grupo D

Grupo E

Lixo comum 23 7 1 0 1

Lixo perfuro cortante 5 15 6 3 3

Lixo químico 1 4 15 8 4

Lixo radioativo 1 2 3 19 8

Lixo infectante 2 4 7 2 16

72 %

22 % 3

%

0 %

3 %

16 %

47 %

19 % 9

% 9 %

3 %

12 %

46 %

26 % 13

% 3 %

6 %

9 %

59 %

24 % 6

%

13 %

23 % 6

%

51 %

0 5

10 15 20 25

Entr

evi

stad

os

Relacione os grupos de lixo: (Pré Sensibilização)

Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Grupo E

Lixo comum 0 1 1 30 0

Lixo perfuro cortante 7 1 2 0 22

Lixo químico 0 22 1 1 8

Lixo radioativo 0 8 23 0 1

Lixo infectante 25 0 5 1 1

0 %

3 %

3 %

94 %

0 %

22 % 3

%

6 %

0 %

69 %

0 %

69 %

3 %

3 %

25 % 0

%

25 %

72 %

0 %

3 %

78 %

0 %

16 %

3 %

3 % 0

5 10 15 20 25 30 35

Entr

evi

stad

os

Relacione os grupos de lixo: (Pós Sensibilização)

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entrevistados associaram o resíduo ao grupo, melhorando a segregação e descarte dos

mesmos. Houve uma melhora significativa na classificação dos grupos de resíduos.

A seguir foi perguntado se eles tinham conhecimento se o hospital tinham um

programa de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde:

Gráfico 3 – O hospital tem um PGRSS?

Fonte: Autora / 2015

Pré Sensibilização

Dos entrevistados, 59%, que corresponde a 19 pessoas, disseram que o hospital

possuem um plano de gerenciamento de resíduos, porém os mesmos nunca viram,

manusearam ou pegaram esse plano, pois em entrevista com o diretor administrativo

juntamente com a enfermeira chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH

do hospital Materno Infantil, afirmaram não possuírem um plano de gerenciamento de

resíduos. Já 25% dos entrevistados, que corresponde a 8 pessoas, afirmam que desconhecem

sobre o assunto e 16%, correspondendo a 5 pessoas afirmam que o hospital não tem um plano

de gestão de resíduos.

Pós Sensibilização

Após aplicação do endomarketing, por meio de conversas informais, os colaboradores

de saúde puderam se informar a respeito do plano de gerenciamento de resíduo do Materno

Infantil que não existe, até o momento, nesta unidade hospitalar, porém a equipe mesmo sem

o documento, procura trabalhar conforme as normas legais exigidas da ANVISA (2004) e

CONAMA (2005). O que mudou foi que 53% dos entrevistados, corresponde a 17 pessoas,

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

Sim 19 10

Nao 5 17

Está providenciando 0 0

Desconhecendo 8 5

59%

31%

16%

53%

25% 16%

0

5

10

15

20

Entr

evi

stad

os

O Hospital Materno Infantil possui um PGRSS?

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agora afirmam que o hospital não possui um plano de gerenciamento, ainda 31%, que

corresponde a 10 pessoas, afirmam que existe um plano de gestão, isso se dá devido seguirem

uma rotina, mesmo sem ter o documento exigido. E 16%, correspondendo a 5 pessoas, dizem

desconhecer sobre o assunto plano de gerenciamento de resíduos.

A seguir foi perguntado por quantas etapas era contemplado o plano de gerenciamento

de resíduos:

Gráfico 4 – Por quantas etapas é composto o Plano de Gerenciamento de Resíduos?

Fonte: Autora / 2015

Pré Sensibilização

Dos 47% entrevistados, 15 pessoas, afirmaram que o plano possui apenas 3 etapas. Já

31%, que corresponde a 10 pessoas, disseram que o plano de gerenciamento é composto por

uma única etapa. 19%, representado 6 pessoas, afirmam ter 7 etapas. E 3%, que corresponde a

1 pessoa afirma que o plano de gerenciamento de resíduo possui 10 etapas. Notou-se que a

equipe hospitalar teve dúvidas quanto a essa questão, e isso pode ter sido em consonância

com a pergunta anterior (o hospital possui o plano de gerenciamento de resíduo) a escassez do

plano de gerenciamento deixa os colaboradores com incertezas na quantidade de etapas do

planejamento dos resíduos, pois na prática não param para contar.

Pós Sensibilização

Após sensibilização, foi colocado um banner (apêndice B) nas dependências do

hospital, com o conceito de resíduo solido, a classificação e as etapas de gerenciamento, para

visualização da equipe hospitalar e assim os mesmos ao responderem a uma nova pesquisa

mudaram a opinião para 63% dos entrevistados, que correspondem a 20 pessoas, afirmaram

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

10 etapas 1 1

07 etapas 6 20

03 etapas 15 10

01 etapas 10 1

3% 3% 7%

63%

47%

31% 31%

3% 0

5

10

15

20

25

Entr

evi

stad

os

O PGRSS, nesta unidade hospitalar, é composto por quantas etapas?

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que o plano de gerenciamento de resíduos é composto por 7 etapas, conforme RDC 306/2004

(ANVISA) e CONAMA Nº 358/2005. Ainda 31% dos entrevistados, que correspondem a 10

pessoas, afirmam que o plano é composto por 3 etapas, já 3% dos entrevistados,

correspondendo a 1 pessoa, afirmou ter 1 etapa e outros 3%, afirmou ter 10 etapas. Isso

mostra que é necessário realizar mais ações de endomarketing, com intervalos de tempo

maiores para fixar na mente dos colaboradores aquilo que se pretende para assim ocorrer a

mudança de clima organizacional.

Foi questionado se os colaboradores sabiam até onde era a responsabilidade do

hospital quando aos resíduos, os mesmos responderam:

Gráfico 5 – Até onde vai a responsabilidade do hospital quanto aos resíduos?

Fonte: Autora / 2015

Pré Sensibilização

Com 32 entrevistados, 47% correspondendo a 15 pessoas, disseram que a

responsabilidade do hospital quanto ao resíduo vai até a coleta externa. Já 38%, ou seja, 12

pessoas, acreditam que a responsabilidade da unidade hospitalar vai até a destinação final dos

resíduos. 9% dos entrevistados, cerca de 3 pessoas, defendem que a responsabilidade termina

no armazenamento externo e que a partir dai, quem fica responsável é a empresa que coleta

esses resíduos. E 6%, correspondem a 2 pessoas, imaginam que o hospital tem

responsabilidade na descontaminação dos resíduos, tendo como obrigação a reciclagem,

incentivo a formação de cooperativas, dentre outras práticas.

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

Arm. Externo 3 1

Dest. Final 12 13

Coleta Externa 15 2

Descontaminação 2 16

9% 3%

38% 41%

47%

6% 6%

50%

0 2 4 6 8

10 12 14 16 18

Entr

evi

stad

os

Na sua opinião, a responsabilidade do hospital quanto aos residuos

produzidos, vai até:

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50

Pós sensibilização

Ao sensibilizar os colaboradores, nota-se que 50%, que corresponde a 16 pessoas,

após nova pesquisa mudaram de opinião, agora responderam que a responsabilidade do

hospital com relação ao resíduo vai até a descontaminação, associado a 41%, que corresponde

a 13 pessoas, onde afirmam que a destinação final deve ser a preocupação do hospital, essa

junção se dá após leitura Nº 358/2005 (CONAMA) onde cabe aos geradores de resíduos e

responsável legal o gerenciamento dos resíduos e a disposição final. Ainda 6%,

correspondendo a 2 pessoas, disseram que a responsabilidade do resíduo dava até a coleta

externa e apenas 3%, representando 1 pessoa, ainda afirma que a responsabilidade do hospital

com relação ao resíduo é até o armazenamento externo.

Foi perguntado aos colaboradores se eles sabiam onde os resíduos infectantes eram

descartados, os mesmos responderam:

Gráfico 6 – Onde os resíduos infectantes são descartados?

Fonte: Autora / 2015

Pré Sensibilização

Neste momento 66% da equipe entrevistada, corresponde a 21 pessoas, afirmam que

esse tipo de resíduo é coletado por empresa terceirizada e não sabem como ela despreza esse

material. Já 19%, corresponde a 6 pessoas, acreditam que esse resíduo é jogado em aterros.

9%, que são 3 pessoas, imaginam que esses resíduos infectantes são tratados e apenas 6%, 2

pessoas, acreditam que vão direto para os lixões.

Pós Sensibilização

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

Tratados 3 2

Terceirizados 21 30

Aterros 6 0

Lixões 2 0

9% 6%

66%

94%

19% 0% 6% 0% 0 5

10 15 20 25 30 35

Entr

evi

stad

os

Onde os resíduos infectantes são jogados?

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Após sensibilização 94%, que corresponde a 30 pessoas, afirmam que a empresa

terceirizada que coleta todos os resíduos do hospital, recolhendo inclusive os infectantes.

Apenas 6%, que corresponde a 2 pessoas ainda acham que esses resíduos são tratados.

Resíduo infectante não deve ser tratado devido ao risco de contaminação, conforme

CONAMA Nº 358/2005 em seu Art. 20. “Os resíduos do Grupo A não podem ser reciclados,

reutilizados ou reaproveitados, inclusive para alimentação animal”.

Na cidade de Redenção e na região próxima, ainda não dispõe de aterros sanitários,

mesmo com a Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, (Lei da Política Nacional de Resíduos

Sólidos) o município ainda não se adequou, logo aqui tem-se os vazadouros, mais conhecidos

como lixões, porém como os resíduos do hospital Materno Infantil são coletados por empresa

terceirizada, ela leva para local apropriado.

Foi questionado aos colaboradores qual era o primeiro procedimento para a gestão

adequada dos resíduos e eles responderam:

Gráfico 7 – O que deve ser feito primeiro na gestão do resíduo?

Fonte: Autora / 2015

Pré Sensibilização

97% dos entrevistados, cerca de 31 pessoas, afirmam que a primeira ação que deve ser

feita ao gerar o resíduo é separar e apenas 3%, que corresponde a 1 pessoa, acredita que

transportar seja a primeira ação a ser feita para ter uma gestão de resíduo.

Pós Sensibilização

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

Lavar 0 0

Transportar 1 0

Separar 31 32

Limpar 0 0

3% 0%

97% 100%

0 5

10 15 20 25 30 35

Entr

evi

stad

os

Qual deve ser o primeiro procedimento para a gestão

adequada dos resíduos (lixo)?

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Após colocar o banner no hospital, todos os colaboradores entrevistados afirmam que

separar os resíduos é o primeiro procedimento para a gestão adequado do resíduo. Conforme

RDC 0 /2004 ( S ) a “SEGREGAÇÃO - Consiste na separação dos resíduos no

momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas,

biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos”.

Foi questionado aos colaboradores se eles sabiam como deveria ser feito o

acondicionamento correto dos resíduos:

Gráfico 8 – Como deve ser feito o acondicionamento dos resíduos?

Fonte: Autora / 2015

Pré Sensibilização

Dos 38% entrevistados, que corresponde a 12 pessoas, afirmam que a maneira correta

de dispor o resíduo e diretamente na origem, pois assim já coloca no local certo. Já 34% dos

entrevistados, cerca de 11 pessoas, afirmam ser o deposito o local correto de acondicionar o

resíduo, quando referem-se ao deposito querem dizer ao armazenamento externo. 25%,

corresponde a 8 pessoas, afirmam que pelo coletor, ou seja, a pessoa responsável por fazer o

serviço de coleta dos resíduos é o único responsável por acondicionar corretamente os

resíduos. E 3%, cerca de 1 pessoa, diz que o carrinho é o local correto de colocar os resíduos.

Pós Sensibilização

Com a exposição do banner e orientações, 85% dos entrevistados, cerca de 27

pessoas, afirmam que a maneira correta de acomodar os resíduos é diretamente na origem

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

Origem 12 27

Deposito 11 3

Carrinho 1 2

Coletor 8 0

38%

85%

34% 9% 3% 6% 25%

0% 0 5

10 15 20 25 30

Entr

evi

stad

os

O acondicionamento correto dos resíduos (lixo) deve ser efetuado

como?

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53

através de recipientes e embalagens especificas, inclusive identificadas conforme cada

resíduos, sempre obedecendo as Normas Brasileiras vigentes, NBR 9191 e NBR 7500 da

ABNT.

Foi perguntado como os colaboradores acham que os resíduos são transportados e eles

responderam:

Gráfico 9 – Como são transportados os resíduos?

Fonte: Autora / 2015

Independente da sensibilização, todos os entrevistados já tinham consciência de como

era feito o transporte dos resíduos do hospital Materno Infantil, até por que conforme

entrevista com diretor administrativo e enfermeira chefe da CCIH, a coleta de resíduo é

terceirizada ha mais de 20 anos na unidade, então todos os colaboradores que ali trabalham

sabem que os resíduos são coletados por empresa terceirizada.

Atualmente a empresa que presta serviço ao Materno Infantil é a mesma que coleta em

todos os hospitais cidade (também coleta o resíduo urbano) tem um veiculo especializado

para realizar a coleta, mas nem sempre foi assim. Conforme relatos, outras empresas já

realizaram as retiradas de resíduos em caminhões tradicionais, ficando os resíduos expostos

causando perigo aos trabalhadores e ao meio ambiente. As dificuldades vão além, pois nem

sempre todos estão devidamente equipados com o equipamento de proteção individual – EPI

e equipamento de proteção coletiva - EPC, situação obrigatória ANVISA (2004).

Foi perguntado se os colaboradores achavam importante o uso de equipamento de

proteção individual e eles responderam:

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

Caminhão lixo comum 0 0

Caminhão lixo especializado

32 32

100% 100%

0

5

10

15

20

25

30

35

Entr

evi

stad

os

Como os resíduos (lixo) são transportados?

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Gráfico 10 – O uso de EPI é importante para realização de sua atividade?

Fonte: Autora / 2015

Os principais equipamentos de proteção individual são fornecidos pelo hospital

Materno Infantil aos seus colaboradores, é certo que é preciso melhorar, mas é notório que

falta recursos para que o hospital funcione efetivamente. Diante disso, todos os colaboradores

entrevistados acreditam que é de extrema importância o EPI para o desempenho de suas

atividades laborais, pois eles lidam principalmente com rejeitos e esses podem estar

infectados.

Os colaboradores foram indagados com relação a treinamentos ofertados pelo hospital,

com relação a manuseio dos resíduos:

Gráfico 11 – O hospital oferece treinamento?

Fonte: Autora / 2015

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

SIM 32 32

NÃO 0 0

100% 100%

0

5

10

15

20

25

30

35

Entr

evi

stad

os

O uso de EPI é importante para desenvolver as atividades?

Pré Sensibilização Pós Sensibilização

SIM 15 6

NÃO 17 26

47%

19%

53%

81%

0

10

20

30

Entr

evi

stad

os

Existe treinamento, por parte do hospital, a respeito do manuseio correto dos resíduos

(lixo)?

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Pré Sensibilização

Dos entrevistados, 53%, que corresponde a 17 pessoas, disseram que sim, possuem

treinamento por parte do hospital a respeito do gerenciamento dos resíduos. Já 47%, cerca de

15 pessoas, afirmam que não receberam nenhum treinamento do hospital com relação a

manuseio adequado do resíduo.

Pós Sensibilização

Após sensibilização, 81% dos entrevistados, cerca de 26 pessoas, afirmaram que de

fato, não receberam nenhum tipo de treinamento com relação ao manuseio de resíduo, ao

gerenciamento correto do mesmo. E ainda 19%, cerca de 6 pessoas, afirmam ter recebido

algum treinamento quanto ao manuseio de resíduo. Em entrevista com a chefe da CCIH, o

que ocorre são conversas informais na admissão, porém como quase não ocorre turnover na

equipe, essa conversa pode ser entendida como um treinamento ou até mesmo esquecida pelos

colaboradores, precisando ser renovada periodicamente.

Ainda foi indagado aos colaboradores se eles achavam importante receber treinamento

por parte do hospital, os mesmos responderam:

Gráfico 12 – Acha importante receber treinamento?

Fonte: Autora / 2015

Todos os entrevistados, independente da sensibilização, acreditam que os treinamentos

são de extrema importância para sua profissão, pois só através da educação acontece o

aprimoramento, vindo de encontro com ANVISA (2006).

Foi perguntado qual o cargo os colaboradores ocupavam dentro do hospital:

0%

100%

0%

12) Você acha importante para sua profissão receber os treinamentos na empresa?

SIM

NÃO

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Gráfico 13 – Qual seu cargo?

Fonte: Autora / 2015

Dos entrevistados 60%, cerca de 19 pessoas são técnicos, 34%, cerca de 11 pessoas

são serviços gerais e apenas 6%, cerca de 2 pessoas, são enfermeiros. Todos eles lidam

diretamente com os resíduos de todos os grupos. Ficando sem participar da pesquisa aqueles

que lidam apenas com os resíduos do grupo D (comum), pois assim tem se uma amostra que

lida com todos os tipos de resíduos.

Foi indagado ha quanto tempo trabalhavam naquela unidade hospitalar:

Gráfico 14 – Tempo de trabalho no hospital?

Fonte: Autora / 2015

56% dos entrevistados, cerca de 18 pessoas, trabalham no hospital a mais de 3 anos. Já

13%, cerca de 4 pessoas, trabalham entre 2 a 3 anos. Outros 12%, cerca de 4 pessoas,

trabalham entre 1 a 2 anos. E 19%, cerca de 6 pessoas, trabalham a menos de 1 ano no

0%

60%

0% 6%

34%

13) Qual o cargo que ocupa no hospital?

A - Tec. Enfermagem

B - Aux. Enfermagem

C - Enfermeiro(a)

D - Serv. Gerais

0%

19%

12%

13%

56%

14) Há quanto tempo trabalha neste hospital?

Menos de 1 ano

Entre 1 a 2 anos

Entre 2 a 3 anos

Mais de 3 anos

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hospital. Nota que a maioria trabalha a muito tempo no hospital, tem o local como uma casa e

não pretende migrar de trabalho, mesmo com as limitações amam o que fazem.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A percepção ambiental no seio hospitalar, sobretudo em unidade destinada ao

atendimento de gestantes e crianças no município de Redenção, por parte dos servidores no

que se refere ao zelo pelas regras e cuidados para com a destinação dos resíduos dali

provenientes é de salutar relevância para que se converse a salubridade do ambiente e, por

consequência, a saúde de todos que ali estão inseridos, sejam trabalhadores, sejam pacientes.

Pelo que se analisou, foi possível constatar que não há plano de gerenciamento de

resíduos sólidos de serviço de saúde, bem como, a falta de equipamentos de proteção

individual dos profissionais que ali laboram, além de recipientes próprios para o

acondicionamento de todos os descartes decorrentes dos atendimentos ocorrentes no âmbito

do Hospital Materno Infantil de Redenção.

O eventual descumprimento das normas que regulam o descarte dos resíduos advindos

de uma unidade hospitalar que promove o atendimento de várias pessoas do município de

Redenção e região acaba por traçar os contornos lapidados na presente pesquisa, dando fôlego

aos propósitos inicialmente apresentados.

Diante disso, a aplicação da estratégia de endomarketing sensibilizou os colaboradores

do local pesquisado, para que o gerenciamento dos resíduos sólidos possa ser implementado,

melhorando o ambiente de trabalho e minimizando o volume de material gerado e descartado

ao meio ambiente, pois o conhecimento limitado da equipe hospitalar em relação ao manejo

dos RSS se dá devido a falta de um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de

Saúde, por não existir o documento devidamente escrito e consequentemente não serem

realizados etapas por leis e normas estabelecidas, deixando assim de realizar treinamentos

para que a educação seja de maneira continuada, promovendo sempre o conhecimento.

Realizada a pesquisa, pode-se cogitar seu proveito tanto pelo Hospital Materno

Infantil, como sugestões e ideias tendentes a melhor gestão e destinação do resíduo

descartado, como pelas demais unidades de saúde no município de Redenção – PA.

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em Boa Vista, Roraima / Ana Maria Fernandes Rabelo. – Boa Vista, 2008. 132 f. : il.

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SANTOS, Ricardo Martiniano dos; SALLES, Mara Telles. Gestão de Marketing para

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SOUZA, ACS, et al. Descarte de resíduos infectantes: informações demonstradas e ações

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VERÍSSIMO, Luiz Fernando. Poema O lixo.

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APÊNDICE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

APÊNDICE A – Questionário para os colaboradores do setor de internação do

Hospital Materno Infantil

1. Você sabe o que é resíduo sólido?

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

2. Como o lixo é classificado? Correlacione as colunas

a) (A) Grupo A ( ) Lixo comum

b) (B) Grupo B ( ) Lixo perfuro cortante

c) (C) Grupo C ( ) Lixo químico

d) (D) Grupo D ( ) Lixo radioativo

e) (E) Grupo E ( ) Lixo infectante

3. O Hospital Materno Infantil possui um Programa de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos de Serviço de Saúde – (PGRSS)?

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

c) ( ) Está providenciando

d) ( ) Desconheço

4. O Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde, nesta

unidade hospitalar, é composto por quantas etapas?

a) ( ) 10 etapas

b) ( ) 7 etapas

c) ( ) 3 etapas

d) ( ) 1 etapa

5. Na sua opinião, a responsabilidade do hospital quanto aos resíduos produzidos, vai

até:

a) ( ) Armazenamento externo

b) ( ) Destinação final

c) ( ) Coleta externa

d) ( ) Descontaminação

6. Onde os resíduos infectantes são jogados?

a) ( ) Tratados

b) ( ) Terceirizados

c) ( ) Aterros

d) ( ) Lixões

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7. Qual deve ser o primeiro procedimento para a gestão adequada dos resíduos (lixo)?

a) ( ) Lavar

b) ( ) Transportar

c) ( ) Separar

d) ( ) Limpar

e)

8. O acondicionamento correto dos resíduos (lixo) deve ser efetuado como?

a) ( ) Na origem

b) ( ) No depósito

c) ( ) No carrinho

d) ( ) Pelo coletor

9. Como os resíduos (lixo) são transportados?

a) ( ) Caminhão de lixo comum

b) ( ) Caminhão de lixo especializado

10. O uso de equipamento de proteção individual – EPI é importante para desenvolver as

atividades?

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

11. Existe treinamento, por parte do hospital, a respeito do manuseio correto dos resíduos

(lixo)?

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

12. Você acha importante para sua profissão receber os treinamentos na empresa?

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

13. Qual o cargo que ocupa no hospital?

a) ( ) Técnico de enfermagem

b) ( ) Auxiliar de enfermagem

c) ( ) Enfermeiro (a)

d) ( ) Serviços gerais

14. Há quanto tempo trabalha neste hospital?

a) ( ) Menos de 1 ano

b) ( ) Entre 1 a 2 anos

c) ( ) Entre 2 a 3 anos

d) ( ) Mais de 3 anos

15. Qual sua escolaridade?

a) ( ) Fundamental

b) ( ) Médio

c) ( ) Técnico

d) ( ) Superior

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APÊNDICE B – Banner exposto no Hospital Materno Infantil

Fonte: Fundação Osvaldo Cruz.

http://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dados/material5.htm

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ANEXO

Anexo 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

Nome: ...........................................................................................................................

Telefone: ....................................... Cargo: ...............................................

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convidamos o (a) Sr. (a) a participar da Pesquisa sobre “RESPONSABILIDADE

SOCIOAMBIENTAL: a utilização do endomarketing no auxílio do gerenciamento do

resíduo sólido de serviço de saúde do setor de internação do Hospital Materno Infantil

Dr. Pedro Paulo Barcauí de Redenção – Pa” sob a responsabilidade do (a) pesquisador (a)

Chrystianne Martins de Andrade Mendanha, a qual pretende Sensibilizar os colaboradores do

HOSPITAL MATERNO INFANTIL município de Redenção – PA quanto a importância do

gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde para a preservação de um ambiente de

trabalho limpo e meio ambiente equilibrado.

Sua participação é voluntária e se dará por meio da participação de palestras de orientação

sobre a temática, resolução de questionários de coleta de opinião (esses não serão nominais

com o intuito de preservar a identidade do respondente) e de ações voltadas para o

gerenciamento dos resíduos sólidos do hospital.

Critérios de inclusão do sujeito da pesquisa são que trabalhem no hospital e aceitem

espontaneamente responder a pesquisa e assinar o TCLE.

Critérios de exclusão do sujeito da pesquisa são a desistência da participação da pesquisa e

não assinarem o TCLE.

Os benefícios ao participar da pesquisa é melhorar o Programa de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde (PGRSS) do Hospital Materno Infantil para diminuir o

volume dos resíduos gerados e descartados ao meio ambiente e ter um ambiente de trabalho

mais limpo.

Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são de que as informações contidas nos

questionários podem ser extraviadas, no entanto o pesquisador compromete-se em guardá-las

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com o maior sigilo preservando o direito de liberdade de expressão do respondente. Se você

aceitar participar, estará contribuindo para a formação de uma cultura de cuidados

permanentes com preservação da saúde e do meio ambiente.

Se depois de consentir sua participação o Sr. (a) desistir de continuar participando, tem o

direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou

depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua pessoa. O

(a) Sr. (a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os

resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não será divulgada,

sendo guardada em sigilo. Para qualquer outra informação, o (a) Sr. (a) poderá entrar em

contato com o pesquisador na FESAR – Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida

no Av. Brasil, 1453, Bairro Alto Paraná, CEP: 68550-325, Redenção, Pará, pelo telefone (94)

(99158-7066).

Consentimento Pós–Informação

Eu,________________________________________________________________, fui

informado sobre o que o pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e

entendi a explicação. Por isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou

ganhar nada e que posso sair quando quiser. Este documento é emitido em duas vias que serão

ambas assinadas por mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós.

Data: ___/ ____/ _____

_______________________________________

Assinatura do Participante

Impressão do dedo

polegar

Caso não saiba assinar

_______________________________________

Assinatura do Pesquisador ResponsávelComit de Ética em Pesquisa em Seres umanos do

nstituto de Ci ncias da Saúde da niversidade Federal do Pará (CEP- CS/ FP ) -

Comple o de Sala de ula/ CS – Sala 1 - Campus niversitário, no 01, uamá – CEP:

075-110 - Belém-Pará. Tel/Fax. 3201-7735. E-mail: [email protected].

Anexo 2 - Manejo dos Resíduos sólidos de Saúde

Segundo o Manual de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde (BRASIL,

2006) o PGRSS não é só um registro de intenções, mas, vai além, pois aborda as condições de

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implementação e acompanhamento, o que exige diversas providências. A seguir será

apresentada a sequência dos passos para elaboração do PGRSS.

Passo 1 - Identificação do problema

Abrange o reconhecimento do problema e a sinalização positiva da administração para início

do processo.

O que fazer

1- Definir, provisoriamente, um responsável pelas tarefas.

2- Analisar os contextos local, estadual e nacional no qual deverá se inserir o PGRSS, nos

aspectos econômicos, social, político, jurídico etc.

3- Identificar as políticas nacionais em vigor no campo de resíduos sólidos.

4- Levantar o que já é realizado na gestão de resíduos nos serviços públicos, Ongs, grupos de

base, iniciativas locais.

5- Estudar a documentação existente: relatórios internos, literatura sobre o assunto,

estatísticas oficiais, alvarás, autos, licenciamento, etc.

6- Realizar uma avaliação preliminar dos resíduos de serviços de saúde – RSS gerados pelo

estabelecimento e da gestão destes.

7- Mapear todas as áreas do estabelecimento envolvidas com RSS.

8- Elaborar uma estratégia de trabalho.

9- Obter o respaldo da direção da instituição.

10- Discutir com a direção todas as etapas de trabalho.

Resultado do passo 1:

*conhecimento preliminar do problema;

*plano preliminar de trabalho;

*aprovação da Diretoria.

Passo 2 - Definição da equipe de trabalho

Abrange a definição de quem faz o que e como.

O que fazer

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1- Designar profissional para a elaboração e implantação do PGRSS. Os requisitos para a

função são:

2- Ter registro ativo junto ao seu conselho de classe;

3- Apresentar a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, ou o Certificado de

Responsabilidade Técnica, ou documento similar quando couber.

4- Compor uma equipe de trabalho, de acordo com a tipificação dos resíduos gerados.

Recomenda-se que a escolha dos membros da equipe deve estar respaldada em:

*formação técnica para as tarefas;

*responsabilidades: qualificações para as atribuições e funções;

*avaliação das competências de cada um e sua melhor utilização.

Resultado do passo 2:

*responsável pelo PGRSS definido;

*equipe de trabalho composta e treinada.

Passo 3 - Mobilização da organização

Abrange o envolvimento da organização para a realização do PGRSS. Objetiva sensibilizar os

funcionários sobre o processo que será iniciado, disseminando informações gerais e

específicas sobre RSS e o PGRSS.

O que fazer

1- Promover reuniões com os vários setores para apresentar a ideia, o possível esquema de

trabalho e o que é esperado de cada unidade.

2- Promover atividades de sensibilização sobre a temática, como, por exemplo, conferências,

oficinas, filmes e outras.

3- Criar formas permanentes de comunicação com os funcionários, como, por exemplo, um

painel que seja regularmente atualizado com informações sobre temáticas ambientais e o

desenvolvimento do PGRSS.

4- Organizar campanhas de sensibilização sobre necessidade do PGRSS.

5- Preparar um questionário para levantar a percepção dos funcionários sobre o meio

ambiente, de forma a identificar eventuais questões chaves relacionada aos resíduos de

serviços de saúde.

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6- Divulgar os resultados da pesquisa a todos os funcionários, por meio de cartazes, folhetos e

outros meios disponíveis na organização.

Resultado do passo 3:

*conhecimento, por todos os funcionários, da importância de se gerenciar os RSS e do que é o

PGRSS;

*envolvimento dos funcionários na execução, implantação e manutenção do PGRSS.

Passo 4 - Diagnóstico da situação dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS)

Abrange o estudo da situação do estabelecimento em relação aos RSS. A análise identifica as

condições do estabelecimento, as áreas críticas. Fornece os dados necessários para a

implantação do plano de gestão.

O que fazer

Levantamento das atividades

*Proceder ao levantamento de todas as atividades do estabelecimento, com visitas às áreas

administrativas, setores ou unidades especializadas e outras.

Identificação dos resíduos

*Identificar os resíduos, classificados nos grupos definidos - A, B, C, D, E, recicláveis (papel,

plástico, metal, vidro, matéria orgânica). É importante verificar detalhes sobre os tipos de

resíduos, bem como condições específicas em que são gerados no estabelecimento.

Acondicionamento dos resíduos

*Identificar que tipos de recipientes são utilizados como contenedores dos RSS.

*Identificar os tipos de embalagens: sacos, plásticos, bombonas, caixa de papelão, caixa para

perfurocortantes etc.

*Verificar se a quantidade de embalagens é compatível com os resíduos gerados.

Identificar e verificar se existe definição e padronização dos contenedores e embalagens.

*Verificar se estão sendo respeitados os limites de preenchimento dos contenedores e

embalagens.

*Verificar a adequação das embalagens para os resíduos químicos perigosos, em função das

suas propriedades físicas.

*Verificar a existência de acondicionamento em recipiente adequado para os perfurocortantes.

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*Verificar se os contenedores são de material lavável, resistente à punctura, ruptura e

vazamento, com tampa provida de sistema de abertura, com cantos arredondados e resistentes

ao tombamento.

Coleta e transporte interno

*Verificar se a coleta está sendo feita separadamente de acordo com o grupo de resíduos e

em recipientes específicos a cada grupo de resíduos.

*Descrever as coletas abordando sua forma em função do grupo de resíduos, tipos de

recipientes, carros de coleta, equipe, quantidade, frequência, fluxos de resíduos etc.

*Verificar se o dimensionamento da coleta está adequado ao volume gerado, número de

funcionários disponíveis, número de carros de coletas, equipamentos de proteção individual

EPIs necessários conforme as normas de saúde e segurança do trabalho e demais ferramentas

e utensílios utilizados na coleta.

*Verificar se existe padronização de turnos, horários e frequência de coleta para os diferentes

tipos de resíduos.

*Verificar a técnica do manuseio da coleta: fechamento dos sacos, transporte dos sacos, uso

de EPIs.

*Verificar se o tipo de resíduo está compatível com a cor do saco.

*Verificar se, para o transporte manual, os recipientes estão adequados.

*Verificar o transporte mecânico e uso de carro de coleta.

*Verificar se os carros de coleta estão devidamente identificados com símbolos de segurança.

*Verificar o estado de conservação dos carros de coleta.

Fluxo da coleta interna

*Verificar o traçado e desenhar os roteiros (itinerários) das coletas até o abrigo externo.

*Levantar as frequências, fluxo, nível de ruído e horário das coletas.

*Levantar e sistematizar as características de cada roteiro para os diversos resíduos.

*Verificar a compatibilidade de roteiros previamente definidos para cada tipo de resíduos e

horários das coletas em função da distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos

de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades.

Quantificação dos RSS

*Levantar a quantidade de cada tipo de resíduo gerado por setor, por meio de volume ou

pesagem;

*Estabelecer um período de coleta dos dados, ou seja, turno/dia/semana/mês.

Armazenamento interno e externo

*Verificar as condições de armazenamento existentes.

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*Verificar o armazenamento dos resíduos de acordo com a regra de segregação por tipo de

resíduo.

*Verificar se as embalagens com resíduos estão contidas em recipientes devidamente

fechados.

*Verificar se o número de contenedores é compatível com a quantidade e tipos de resíduos

gerados.

*Verificar se os ambientes disponíveis para guarda temporária atendem aos requisitos

mínimos de dimensionamento, equipamentos e segurança.

*Verificar se as salas de resíduos e abrigos estão compatíveis com tipos de resíduos gerados e

sua quantidade.

*Verificar como é efetuada a limpeza do ambiente de armazenamento interno e externo.

*Verificar como é realizado o processo de coleta externa.

*Verificar quais os tipos de contenedores existentes no abrigo de resíduos.

*Verificar se a construção do local de armazenamento externo é exclusiva para resíduos.

*Verificar se os abrigos possuem símbolo de identificação, em local de fácil visualização, de

acordo com a natureza do resíduo.

*Verificar a existência de abrigos com separação para os diferentes tipos de resíduos.

*Verificar o armazenamento dos resíduos químicos perigosos considerando as medidas de

segurança recomendadas.

*Verificar a existência de resíduos sem identificação.

*Verificar se o abrigo de resíduo químico do grupo B perigoso está projetado, construído e é

operado de acordo com as normas de segurança e higiene.

*Verificar para onde está sendo encaminhado o efluente da lavagem do abrigo e da área de

higienização.

Área de higienização

*Verificar se o abrigo possui área de higienização para carros de coleta interna e demais

equipamentos utilizados, dotada de ventilação, cobertura, iluminação artificial, ponto de água

(preferencialmente quente e sob pressão), piso impermeável, drenagem e ralo sifonado.

Coleta e transporte externo

*Verificar quais são as empresas coletoras e se as mesmas emitem certificação de

conformidade com as orientações do órgão de limpeza urbana.

*Verificar o sistema de coleta adotado, se em contenedores basculháveis mecanicamente ou

manualmente, frequência de coleta, se ocorre disponibilização dos contenedores pela

empresa.

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*Verificar os tipos de veículos utilizados de acordo com sua adequação às normas.

*Verificar se o veículo possui sistema de contenção para líquidos.

*Verificar o procedimento da coleta pelos funcionários da equipe de coleta, quanto ao

rompimento de sacos, liberação de líquidos ou contaminação do ambiente.

*Verificar o uso de EPIs pelos funcionários da empresa.

Tratamento

*Verificar se o estabelecimento possui tratamento prévio ou tratamento interno ou se o

serviço é terceirizado.

*Verificar quais são os tipos de tratamento dispensados aos resíduos.

*Verificar se os resíduos do grupo A, que requerem tratamento prévio à disposição final,

estão sendo tratados em equipamentos adequados e licenciados e quais não estão sendo

tratados.

*Identificar as empresas tratadoras de resíduos de serviços de saúde e se as mesmas emitem

certificação de conformidade com as orientações do órgão ambiental.

*Verificar se as empresas terceirizadas que cuidam do tratamento dos resíduos estão

licenciadas pelo órgão ambiental.

*Verificar quais resíduos químicos perigosos estão sendo submetidos a tratamento, quais

estão sendo dispostos em aterro, e quais estão sendo submetidos a processo de reutilização,

recuperação ou reciclagem.

*Verificar a existência de rede coletora com tratamento de esgoto.

*Verificar o processo para decaimento de rejeitos radioativos (se houver).

Disposição final

*Verificar quais os tipos de disposição final existentes.

*Caso a disposição final seja o aterro sanitário ou célula especial de RSS, verificar se os

mesmos possuem licenciamento ambiental.

Política de gestão ambiental

*Verificar a existência de política de gestão ambiental no estabelecimento.

*Verificar a existência de gestão de riscos ambientais.

*Verificar a existência de Sistema de Gestão Ambiental - SGA.

*Verificar a necessidade de adequação do espaço físico do estabelecimento para atender

normas, legislações e facilitar o correto gerenciamento dos RSS.

Capacitação e treinamento

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*Levantar cursos, treinamentos e campanhas voltados a todos os envolvidos no

gerenciamento, bem como suas frequências, onde o foco é a questão ambiental

(abastecimento de água, resíduos sólidos, esgotos, poluição do ar, sustentabilidade e outros).

Avaliação global dos dados levantados

*Elaborar um relatório baseado em fatos comprobatórios e na pesquisam realizada seguindo

os passos acima listados.

*Abordar, no relatório, as seguintes questões: a descrição de todos os procedimentos

relacionados à gestão dos RSS; os aspectos problemáticos; as referências às legislações,

regulamentos, normas etc.

*Apresentar formalmente o relatório de diagnóstico ao gestor do estabelecimento para o

esclarecimento de dúvidas e ajustes pertinentes.

Resultado do passo 4:

*Relatório contendo a análise da situação atual do serviço de saúde quanto à gestão dos RSS e

identificação de situações críticas, semicríticas e não críticas.

Passo 5 - Definição de metas, objetivos, período de implantação e ações básicas.

Corresponde à organização e sistematização de informações e ações que serão a base para a

implantação contínua do PGRSS.

O que fazer

*Delimitar o quadro de intervenção e a dotação financeira preliminar para a sequência dos

trabalhos.

Decidir quais as metas a serem atingidas.

*Indicar o momento adequado para se dar início à execução do plano e definir cronograma.

*Construir os objetivos que levarão ao atingimento das metas.

*Dimensionar a equipe de trabalho, relacionando número de empregados, cargos, formação e

responsabilidade técnica.

*Dimensionar espaços necessários, materiais e equipamentos.

A finalidade principal do PGRSS é estabelecer as condições necessárias para a

segurança do processo de manejo dos resíduos. Outras finalidades específicas de cada

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estabelecimento podem ser nomeadas, para cumprir as metas que forem estipuladas. Abaixo,

exemplos de objetivos:

*Criar práticas de minimização dos resíduos.

*Substituir os materiais perigosos, sempre que possível, por outros de menor periculosidade.

*Reduzir a quantidade e a periculosidade dos resíduos.

*Propiciar a participação e envolvimento dos funcionários do estabelecimento.

*Atrelar ao gerenciamento um trabalho de responsabilidade, corresponsabilidade e

responsabilidade social.

*Conhecer a realidade local ou regional da coleta, tratamento e disposição final dos resíduos

sólidos.

*Conhecer os diferentes tipos de resíduos gerados nas várias áreas de um estabelecimento

prestador de serviços de saúde, propiciando a diminuição dos riscos à saúde e a preservação

do meio ambiente, por meio de medidas preventivas e efetivas.

*Criar coleta seletiva de materiais recicláveis.

*Criar o manual de boas práticas em manejo dos resíduos sólidos.

*Criar procedimentos básicos e adequados para o correto gerenciamento dos resíduos sólidos.

*Criar procedimentos de auditoria interna e supervisão.

*Melhorar as medidas de segurança e higiene no trabalho.

*Minimizar os riscos sanitários e ambientais derivados dos resíduos sólidos (contaminação do

solo, água, catadores etc.).

*Desenvolver um trabalho de prevenção contra os riscos potenciais decorrentes do manuseio

dos resíduos sólidos, com o pessoal da coleta.

Investimentos econômico-financeiros

*Relacionar e quantificar os investimentos necessários para a implantação e avaliação do

PGRSS.

Cronograma de implantação e execução do PGRSS

*Ordenar as propostas de ação em função de sua prioridade.

*Definir, para todas, o que fazer, quando e como.

*Definir os recursos necessários para implantar as ações, como compra de contenedores e

outras que não dependem de obras.

*Elaborar projetos para as obras civis necessárias, de acordo com especificações técnicas e

orientações de normas técnicas do Ministério do Trabalho, do órgão de vigilância, do órgão

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de controle ambiental e da legislação sanitária e ambiental em vigor, assim como das normas

e padrões estabelecidos pelos serviços públicos (por exemplo, de água e esgoto).

*Obter, dos órgãos públicos, aprovação para construção de abrigos, ampliação de sala de

resíduos, tratamento e outras obras estabelecidas no plano de ação.

*Obter os recursos necessários.

Resultado do passo 5:

*metas, objetivos e período de realização do PGRSS definidos;

*relatório contendo todas as ações propostas, com indicação de recursos e tempo para

implantação.

Passo 6 - Elaboração do PGRSS

Abrange o plano para o gerenciamento contínuo dos resíduos de serviços de saúde.

O que fazer

*Hierarquizar os problemas diagnosticados, verificando: sua gravidade ou urgência; os custos

de sua resolução (financeiros, humanos e materiais); o prazo e o esforço necessários para isso;

a facilidade de envolvimento da organização no processo de mudança.

*Verificar a efetividade dos programas de prevenção ambiental e promoção da saúde

existente.

*Seguir um roteiro para a construção do plano de acordo com as legislações sanitárias e

ambientais.

Dados sobre o estabelecimento

*Informar os dados gerais do estabelecimento.

*Informar os componentes da equipe e/ou empresa que elabora e implementa o PGRSS, com

identificação da ART e números de registro dos conselhos de classe, quando for o caso.

*Informar a caracterização do estabelecimento.

*Informar quais são as atividades e serviços predominantes no estabelecimento.

Caracterização dos aspectos ambientais Abastecimento de água

*Informar qual o sistema de abastecimento (rede pública ou solução alternativa - poço,

caminhão-pipa etc.). No caso de poço, informar a licença de uso e outorga.

*Informar se existe aplicação de produtos químicos na água para o abastecimento.

*Informar se existe o controle interno ou externo de qualidade da água.

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Efluentes líquidos

*Informar a forma de esgotamento sanitário dos efluentes.

*Informar se existe tratamento ou não dos efluentes no estabelecimento ou na rede coletora.

Emissões gasosas

*Informar se existe geração de vapores e gases, identificar e localizar os pontos de geração.

Tipos e quantidades de resíduos gerados

*Identificar e quantificar os tipos de resíduos gerados ou a serem gerados no estabelecimento

em cada setor (unidade).

Segregação

*Informar as formas de segregação que serão adotadas para os grupos A, B, C, D, incluindo

os recicláveis, e E.

*Informar quais os equipamentos de proteção individual (EPIs) e equipamentos de proteção

coletivo (EPCs) a serem utilizados.

Tipo de acondicionamento

*Descrever os tipos de acondicionamento que serão adotados em função dos grupos de

resíduos, suas quantidades diárias e mensais.

*Identificar a forma de acondicionamento que será adotada para a segregação proposta.

*Informar quais os EPIs e EPCs necessários.

*Descrever como e onde serão acondicionados os resíduos dos grupos A, B, C, D e E,

considerando os tipos de contenedores, sacos plásticos, bombonas, salas de resíduos, abrigo e

suas identificações em função do tipo de resíduos nas áreas internas e externas do

estabelecimento.

*Informar as cores e símbolos padronizados para cada tipo de resíduos.

Coleta e transporte interno dos RSS Coleta interna.

*Informar o método de coleta e transporte que será adotado.

*Descrever as formas de coleta em função dos grupos de resíduos, tipos de recipientes, carros

de coleta, equipe, frequência e roteiros adotados.

*Informar se a coleta adotará o armazenamento temporário.

Determinar a rotina e frequência de coleta para cada unidade ou setor do estabelecimento.

*Informar os EPIs e EPCs utilizados para realizar a coleta do resíduo.

*Informar como serão higienizados os carros coletores, produtos utilizados e frequência.

Roteiros de coleta

*Determinar os roteiros de coleta, de acordo com o volume de resíduos gerados por tipo de

grupo. Informar a rotina e frequência de coleta para cada unidade ou setor do estabelecimento.

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Transporte interno

*Informar como serão os transportes internos de resíduos, se separadamente em carros ou

recipientes coletores específicos a cada grupo de resíduos.

*Definir os tipos e quantidade de carros coletores que serão utilizados para o transporte de

cada grupo de resíduos, capacidade dos carros, identificação, cores etc.

Armazenamento temporário dos RSS

*Caso seja adotado, identificar a localização, tipos de resíduos a serem armazenados,

frequência de coleta.

*Informar os tipos e quantidades de coletores para a guarda temporária de resíduos e as

sinalizações para identificação dessas áreas.

*Informar como serão higienizado esses espaços e frequência de limpeza.

Armazenamento para a coleta externa dos RSS

*Informar a quantidade de contenedores a ser utilizada para cada grupo de RSS, capacidade

volumétrica de cada um e disposição na área.

*Informar a rotina do armazenamento externo do estabelecimento de saúde.

*Descrever a rotina de recepção dos RSS das coletas internas.

*Informar como são higienizados o abrigo, os contenedores, carros coletores e com que

frequência.

*Informar os EPIs e EPCs a serem utilizados.

Coleta e transporte externo dos RSS

*Informar se a coleta externa é realizada pelo setor público ou empresa contratada ou sob

concessão.

*Informar o tipo de veículo utilizado para o transporte.

Informar a rotina e frequência de coleta externa do estabelecimento para os diferentes tipos de

resíduos gerados.

*Informar o destino dos resíduos coletados, por tipo.

*Anexar os documentos comprobatórios (licenças, alvarás e outros) das empresas coletoras,

dos transbordos, quando houver.

Tratamento dos RSS

*Descrever o tratamento interno para os resíduos, especificados por tipo de resíduo.

*Descrever o sistema de decaimento de rejeitos radioativos.

*Descrever os tipos de tratamento externo adotados para cada grupo de resíduos e quais os

equipamentos e instalações de apoio, incluindo os seguintes aspectos: tecnologias de

tratamento adotadas; nome da empresa responsável pela operação do sistema; localização das

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unidades de tratamento, endereço e telefone; responsável técnico pelo sistema de tratamento,

nome, RG, profissão e registro profissional.

*Informar os EPIs e EPCs necessários.

*Anexar os documentos comprobatórios (licenças, alvarás, documentos de monitoramento

definidos pelo órgão ambiental) dos sistemas e tecnologias adotados.

Disposição final dos RSS

*Informar as formas de disposição final dos RSS e especificar por tipo de resíduos.

*Informar quais as empresas que executam a disposição final dos RSS.

*Anexar os documentos comprobatórios (licença ambiental, documentos de monitoramento,

definidos pelo órgão ambiental) de que a empresa está apta a realizar o serviço.

*Indicar a localização das unidades de disposição final adotadas para cada grupo de resíduos e

seus respectivos responsáveis técnicos (nome, RG, profissão, registro profissional, empresa

ou instituição responsável e telefone).

Outras avaliações de riscos

*Informar o mapa de risco do estabelecimento, se houver.

Serviços especializados

*Informar se o estabelecimento possui SESMT, CIPA, PPRA e PCMSO.

Recursos humanos, CCIH, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),

Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

(SESMT) e Comissão de Biossegurança

*Abordar as inter-relações entre as diversas estruturas existentes no estabelecimento (CCHI,

CIPA etc.).

*Fazer um resumo das responsabilidades e qualificações de cada um.

Capacitação

*Descrever as capacitações a serem realizadas, nas formas iniciais e de educação continuada.

Controle de insetos e roedores

*Informar e descrever as medidas preventivas e corretivas do programa de controle de insetos

e roedores.

Situações de emergência e de acidentes

*Descrever as ações a serem adotadas em situações de emergência e acidentes. Por exemplo:

procedimento adotado em caso de derramamento, greve de funcionários etc.

Identificação e locação em esquemas ou fluxogramas

Informar os locais de geração de resíduos por grupo, os fluxos e os roteiros a serem

executados por tipo de resíduos, locais de armazenamento, contenedores etc.

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Indicadores de execução e avaliação

*Especificar o que se quer avaliar, quais as mudanças propostas e mensuráveis, levando em

conta o objetivo ou resultado fixado.

*Informar quais os indicadores para acompanhar a execução/ implementação do PGRSS e

medição do impacto do plano, ANVISA no 306/04).

*Especificar a fonte de informação ou o meio de coleta da informação necessária para a

avaliação.

Validação

*Após a redação de todo o plano, obter a validação deste pelo gestor do estabelecimento ou

instituição.

Resultado do passo 6:

*PGRSS elaborado;

*Forma de avaliação definida;

*Documento contendo relatório validado pelo gestor.

Passo 7 - Implementação do PGRSS

Abrange as ações para a implementação do PGRSS, com base no documento contendo o

plano validado pelo gestor do estabelecimento ou instituição.

O que fazer

*Estabelecer, das ações, procedimentos e rotinas concebidos no PGRSS, os prioritários,

indispensáveis ao início da operação.

*Estabelecer um plano de contingência até que todas as ações necessárias para implantar o

plano estejam prontas.

*Executar as obras planejadas.

*Fazer o acompanhamento estratégico e operacional das ações.

Resultado do passo 7:

*PGRSS implantado.

Passo 8 - Avaliação do PGRSS

Estabelece os períodos e formas de avaliação do PGRSS, de acordo com indicadores.

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O que fazer

*Verificar se os resultados esperados foram ou serão atingidos e, se existirem diferenças,

quais as razões.

*Verificar se outros indicadores, com melhor desempenho e mais pertinentes que os

estabelecidos, podem ser utilizados na continuidade do plano.

*Elaborar um quadro de acompanhamento apontando o resultado da avaliação.

*Propor adaptações ao PGRSS, onde for necessário, considerando a avaliação feita e outras

auditorias internas e externas.

*Discutir com a equipe e o setor responsável pelas adaptações propostas e considerá-las no

orçamento.

Resultado do passo 8:

*PGRSS avaliado;

*Modificações, adaptações e redefinições;

*Propostas implantadas

Anexo 3 - INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

PARÁ - ICS/

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PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: RESPONSABILIDADE

SOCIOAMBIENTAL: a utilização do endomarketing no auxílio

do gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde Pesquisador: Chrystianne Martins

de Andrade Mendanha

Área Temática: Versão: 1 CAAE: 44671915.9.0000.0018 Instituição

Proponente:Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará - ICS/ UFPA

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER Número do Parecer: 1.054.399

Data da Relatoria: 26/05/2015

Apresentação do Projeto:

O meio ambiente está sobrecarregado devido ao descarte de lixo que vem sofrendo cujo os

rejeitos são provenientes da construção civil, indústrias e claro, do consumo exacerbado das

pessoas, mas existe um tipo de lixo que deve receber atenção especial que é o resíduo do

serviço de saúde.Esse material possui um alto índice de contaminação quando não manuseado

e destinado da maneira correta, a quantidade gerada de resíduos sólidos de serviço de saúde –

RSSS não é considerado grande, isso com relação a geração dos resíduos sólidos urbanos, gira

em torno de 1 % a 3 %, mas o potencial de risco de comprometimento é enorme, conforme

Manual de gerenciamento de resíduos sólidos de serviço de saúde da ANVISA, portanto é

primordial, falar e sensibilizar pessoas que lidam, diariamente, com esse tipo de resíduo.

Pensando nisso, a presente pesquisa,visa observar como é realizado o gerenciamento dos

RSSS no Hospital Materno Infantil Dr. Pedro Paulo Barcauí, no setor de internação, situado

na

cidade de Redenção-PA, para então aplicar um questionário com os colaboradores do setor,

para verificar qual a percepção deles com relação a gestão desses resíduos, para então, propor

uma estratégia de marketing na modalidade de endomarketing, valendo-se de palestras, de

cartazes,símbolos e painel informativos, bem como sensibilizá-los dos benefícios de um

gerenciamento adequado, para auxiliá-los na gestão dos resíduos e assim diminuir o volume

de material gerado e

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Continuação do Parecer: 1.054.399

consequentemente, disposto no meio ambiente, gerando um ambiente de trabalho mais limpo.

Objetivo da Pesquisa:

Objetivo Primário: Buscar a minimizarão da geração dos resíduos sólidos do serviço de

saúde utilizando a estratégia de marketing na modalidade endomarketing Objetivo

Secundário: Diagnosticar, por meio de questionário, a percepção dos colaboradores do

Hospital Materno Infantil, quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de

saúde;Realizar ações de sensibilização e orientação utilizando a estratégia de

endomarketing;Avaliar, por meio de questionário, a percepção dos colaboradores acerca das

ações realizadas.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Riscos: são de que as informações contidas nos questionários podem ser extraviadas, no

entanto o pesquisador compromete-se em guardá-las com o maior sigilo preservando o direito

de liberdade de expressão do respondente. Benefícios: melhorar o Programa de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde (PGRSS) do Hospital Materno

Infantil para diminuir o volume dos resíduos gerados e descartados ao meio ambiente e ter um

ambiente de trabalho mais limpo.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

O protocolo apresentado dispõe de metodologia e critérios definidos conforme resolução

466/12 do CNS/MS.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Os termos apresentados contemplam os sugeridos pelo Sistema CEP/CONEP.

Recomendações:

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Diante do exposto somos pela aprovação do protocolo. Este é nosso parecer, SMJ.

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Não

Considerações Finais a critério do CEP:

BELEM, 07 de Maio de 2015

Assinado por:

Wallace Raimundo Araujo dos Santos (Coordenador)

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