Fotodeposição_NGFerreira
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Fotodeposição de cobre em eletrodo de
diamante dopado com boro: aplicação na
redução de nitrato em água.
Projeto Regular de Pesquisa
Coordenadora: Neidenêi Gomes Ferreira
Colaboradores: Maurício Ribeiro Baldan
Maria Cristina Forti
Marcos R.V. Lanza
Andréa Boldarini Couto
Laboratório Associado de Sensores Materiais – LAS
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE
Maio de 2011
Índice
ÍNDICE.............................................................................................................................1
I. RESUMO......................................................................................................................2
II. ASPECTOS INOVADORES.....................................................................................3
III. OBJETIVOS..............................................................................................................4
IV. DESCRIÇÃO DO GRUPO ONDE O PROJETO SERÁ DESENVOLVIDO.....4
V. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA.................................................................5
V.1 Eletrodeposição do Cobre...........................................................................................5
V.2. Processos Fotoeletroquímicos em Diamante Dopado com Boro (BDD)..................7
V.3 Redução do Nitrato.....................................................................................................9
VI. METODOLOGIA...................................................................................................11
VII. METAS E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ................................................13
VIII. RESULTADOS ESPERADOS............................................................................14
VIII.1. Impacto Científico...............................................................................................14
VIII.2. Impacto Ambiental..............................................................................................15
VIII.3. Impacto Tecnológico..........................................................................................15
VIII.4. Impacto Sócio- Econômico.................................................................................15
IX. AUXÍLIO SOLICITADO.......................................................................................16
X. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................17
XI. REFERÊNCIAS......................................................................................................18
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I. RESUMO
Este projeto tem como proposta viabilizar o uso de eletrodos de diamante
modificados com cobre a partir de processo de deposição fotoeletroquímico. Propõe-se
também a utilização desses eletrodos de diamante modificados com partículas de cobre
na redução eletroquímica de íon nitrato em águas residuais no controle ambiental. Neste
contexto, dois aspectos relevantes podem ser destacados dessa proposta. Em primeiro
lugar o aspecto inovador da fotoeletrodeposição de um metal (cobre) em um diamante
semicondutor (dopado com boro), que representa uma importante contribuição
científica. Além disso, o aspecto tecnológico da proposta se insere na preocupação em
se controlar a quantidade de nitrato em águas, pois o íon nitrato apresenta riscos
toxicológicos com efeitos seriamente indesejáveis à saúde. Serão usados eletrodos de
diamante dopado com boro, micro e nanocristalinos, com diferentes níveis de dopagem
e de diferentes razões de hibridização sp2/sp3. O processo de fotoeletrodeposição de
partículas de cobre será utilizado para melhorar a atividade eletrocatalítica do eletrodo
para a redução de íons nitrato, utilizando soluções com diferentes pHs. Devido ao
diamante pertencer ao grupo de semicondutores de “gap” largo, uma fonte de luz UV
será utilizada para geração de uma fotocorrente de redução para potencializar a
deposição do cobre e melhorar a consolidação do mesmo na superfície dos eletrodos
modificados, visando à obtenção de um material estável para aplicação na redução do
nitrato. A caracterização morfológica e estrutural dos eletrodos modificados será feita
por microscopia eletrônica de varredura, microscopia de força atômica, espectroscopia
de espalhamento Raman, difração de raios-x de alta resolução, medidas de
molhabilidade e energia superficial. A resposta eletroquímica dos eletrodos modificados
para o íon nitrato será avaliada por técnicas voltamétricas: cíclica, linear, pulso
diferencial e de onda quadrada bem como a eletrólise para avaliar o desempenho dos
eletrodos na redução do nitrato. Os resultados eletroquímicos serão comparados com
outras técnicas analíticas como cromatografia de íons. Portanto, considerando a infra-
estrutura que já está disponível no grupo é solicitado neste Projeto recursos para a
aquisição de uma fonte estável de luz UV, acoplada a uma óptica bastante simples, um
módulo de pH que será acoplado a um Potenciostato AUTOLAB disponível para esse
trabalho, recursos para a uma célula eletroquímica com janela de quartzo assim como
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recursos montagem de um reator para a eletrólise, utilizando esses eletrodos
modificados.
II. ASPECTOS INOVADORES
Os íons nitrato representam hoje, um grave problema de contaminação das
fontes de lençóis freático, principalmente, devido ao uso de produtos fertilizantes
contendo grandes concentrações de compostos nitrogenados. Particularmente, o Brasil,
sendo um país de agricultura forte, demanda o uso de fertilizantes em alta escala, o que
contribui para o aumento da concentração desses íons em águas subterrâneas e
superficiais.
De uma forma geral, os projetos em andamento na equipe visam à aplicação dos
eletrodos de diamante micro e nanocristalinos para a análise de espécies inorgânicas e
orgânicas, com o propósito de serem usados tanto como detectores amperométricos ou
em processos de eletrólises de contaminantes orgânicos e inorgânicos. O tratamento de
águas residuais no controle ambiental é uma área de grande interesse do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse interesse está associado ao fato dessas
espécies apresentarem enorme potencialidade como poluentes aquáticos, cuja
quantidade, acima do limite recomendado, pode trazer sérios riscos ao meio ambiente e
à saúde humana.
Visto que no caso de sensores eletroquímicos, especificamente, os
amperométricos onde o potencial é mantido constante durante a medição de corrente,
deve-se destacar também a importância da avaliação da seletividade nas determinações,
uma vez que, via de regra, em amostras complexas podem existir espécies químicas que
também são eletroativas no potencial aplicado. Para superar os problemas de
seletividade pode-se fazer modificação na superfície do eletrodo introduzindo partículas
metálicas. Esta metodologia tem como finalidade conduzir uma melhor capacidade de
reconhecer e/ou amplificar os sinais de corrente. Ao mesmo tempo podem tornar as
determinações mais seletivas pelo efeito eletrocatalítico (diminuição da sobretensão dos
processos eletródicos).
Por outro lado, quanto ao aspecto científico da proposta, o comportamento
eletroquímico e fotoeletroquímico do diamante são considerados em relação a suas
propriedades eletrônicas. Enquanto a parte eletroquímica tem sido bastante explorada a
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parte fotoeletroquímica apresenta poucos estudos [1-5]. Um fator importante é devido a
banda de condução do diamante estar em um potencial bastante negativo (~ -4.0 V
versus SHE), os elétrons fotoexcitados devem apresentar um poder de redução
extremamente elevado [6]. Portanto, esse estudo gera uma perspectiva de contribuição
muito positiva e ainda inexplorada considerando as variações de dopagem assim como a
influência do sp2 no contorno de grão desses filmes dopados. Devido a larga experiência
da equipe em produção e caracterização de eletrodos de diamante dopado esse estudo
abre um novo leque de possibilidades na área de fotoeletroquímica de diamante, o que
está ainda totalmente incipiente no Brasil e mesmo em nível mundial.
III. OBJETIVOS
Este projeto tem como objetivo central o estudo da eletrodeposição
fotoassistida de partículas de cobre em filmes de diamante dopado com boro. Serão
usados eletrodos de diamante dopado com boro, com diferentes níveis de dopagem e de
diferentes razões de hibridização sp2/sp3.
Esses materiais possuem propriedades peculiares, que possibilitam sua
aplicação na investigação de reações eletroquímicas de interesse, constituindo a segunda
etapa deste projeto que consistirá em aplicá-los como eletrodos de alto desempenho na
detecção eletroanalítica de íon nitrato bem como no processo de eletroredução desses
íons em águas, utilizando soluções sintéticas, em escala de laboratório.
IV. DESCRIÇÃO DO GRUPO ONDE O PROJETO SERÁ DESENVOLVIDO
Esta proposta de trabalho será executada pela equipe de Eletroquímica de
Diamantes do Laboratório Associado de Sensores e Materiais (LAS) do INPE em São
José dos Campos. A equipe já apresenta uma experiência razoável e base sólida quanto
à preparação e caracterização de filmes de diamante. As atividades de pesquisa
envolvendo o crescimento de diamante por deposição química a vapor (CVD) no LAS-
INPE se iniciaram em 1991. Como estas atividades foram baseadas buscando-se os
princípios básicos do processo, mas com o objetivo final de obter produtos aplicáveis, o
grupo tem alcançado grande sucesso tanto em contribuições fundamentais quanto ao
desenvolvimento de metodologias para possíveis aplicações de interesse espacial e
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ambiental. Neste contexto, o grupo de Eletroquímica de Diamante vem desenvolvendo
vários projetos relativos à produção, caracterização e estudos eletroquímicos de filmes
de diamante e nanodiamante dopados em diferentes substratos, buscando atender novas
demandas relacionadas ao entendimento e aplicação destes novos materiais em
desenvolvimento.
O grupo conta com boa infra-estrutura em termos de crescimento de diamante e
estudo da fase gasosa dentro do próprio laboratório. São cinco reatores de filamento
quente com câmara em aço, sendo três dedicados a estudos de dopagem do diamante
com boro para obtenção de eletrodos para eletroquímica com crescimento de amostras
de até 9 cm2. Os outros dois de uso geral, para o crescimento de filmes nanoestruturados
e microcristalinos não dopados. Para os tratamentos em plasma o grupo conta com duas
câmaras de plasma: um DC pulsado e um plasma de RF.
Quanto à caracterização de materiais, tem-se acesso aos diversos equipamentos
que são multiusuários do INPE em geral e do LAS, que compreende um espectrômetro
Raman da Renishaw, dois difratômetros de Raios-X, sendo um de alta resolução, um
espectrofotômetro FTIR da Perkin Elmer, um microscópio óptico, um microscópio
eletrônico de varredura JEOL e um microscópico de força atômica VECCO em
operação e um perfilômetro óptico VECCO. Para a caracterização eletroquímica de
materiais, possui dois potenciostato/galvanostato AUTOLAB sendo um Projeto
FAPESP (processo n0 05/51387-6) e um VA Metrohm, instaladoa no laboratório de
Eletroquímica que hoje apresenta uma demanda muito alta atendendo mais de 10
usuários. Para caracterização analítica possui um Cromatógrafo de íons Metrohm,
medidor de Carbono Orgânico Total e Nitrogênio Total e um Cromatógrafo Líquido
(HPLC) que está em fase de aquisição. Para análise de superfície temos ainda um
Goniômetro KRUSS. Também possui boa infra-estrutura na área de química, mecânica,
eletrônica e informática.
V. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
V.1. Eletrodeposição do Cobre
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Uma técnica que tem sido muito utilizada para modificação de eletrodos com
partículas metálicas é a eletrodeposição. Ela se baseia na aplicação controlada de
corrente ou potencial em uma solução que contenha a espécie que será depositada. É
uma técnica versátil, de baixo custo e uma das principais vantagens é que a quantidade
do material a ser depositado pode ser controlada com boa precisão pelo ajuste de alguns
parâmetros, tais como, o potencial de deposição ou a densidade de corrente aplicada, o
tempo de deposição e a composição do eletrólito. Além disso, se obtém morfologias,
microestruturas e composições que podem ser modificadas facilmente.
O processo de eletrodeposição é caracterizado por dois fatores fundamentais: (a)
as propriedades termodinâmicas e de crescimento da fase cristalina e (b) as propriedades
do eletrólito, que afetam fortemente a estrutura da interface substrato/interface; além da
cinética de transferência de carga e massa através da interface e a cinética de reações
químicas que pode preceder ou seguir à transferência de carga. A natureza do substrato
é um ponto importante a ser considerado durante o estágio de nucleação e crescimento
dos depósitos, uma vez que, o processo depende das características cristalográficas da
superfície de crescimento e é influenciado principalmente pela sua própria estrutura [7,
8].
A eletrodeposição de um íon metálico presente no seio da solução até a interface
eletrodo/solução ocorre em várias etapas, esquematizada na Fig 1:
1ª ) Difusão dos íons do seio da solução até a camada difusa.
2ª ) Passagem dos íons através da camada difusa e dessolvatação parcial.
3ª ) Adsorção dos íons parcialmente solvatados na superfície do substrato com
formação de ad-íons ou ad-átomos e difusão destes na superfície para sítios de menor
energia.
4ª ) Dessolvatação completa, redução e nucleação destes átomos em sítios
apropriados.
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Figura 1: Ilustração esquemática das etapas do processo de eletrodeposição.
V.2. Processos Fotoeletroquímicos em Diamante Dopado com Boro (BDD)
O comportamento eletroquímico e fotoeletroquímico dos eletrodos de diamante
começaram a ser estudados por Pleskov et al. [1] em 1987. Desde então, eletrodos de
filmes de diamante microcristalinos dopados com boro [9], nitrogênio [10], metais [11]
ou grupos metálicos [12] têm sido extensivamente utilizados devido ao seu desempenho
eletroquímico [13-15] ser superior ao de outros materiais, tais como, carbono vítreo,
grafite e platina [16-18].
A resposta eletroquímica dos eletrodos de diamante depende do nível de
dopagem [19, 20]. O diamante em seu estado natural é considerado um semicondutor de
banda larga (Eg = 5.5 eV) e oferece vantagens para aplicações eletrônicas em condições
ambientais extremas, tais como, alta temperatura, voltagem e radiação [21]. Os filmes
de diamante possuem propriedades eletrônicas que vão desde o isolante em baixas
dopagens, para o semicondutor ou até comportamento semimetálico, em altos níveis de
dopagem [22]. A dopagem consiste na incorporação de átomos na rede cristalina do
diamante e estes podem atuar como receptores (dopagem tipo–p) ou doadores (dopagem
tipo-n) de elétrons. A dopagem tipo-p no diamante é relativamente mais fácil de obter e
com uma eficiência maior que a dopagem tipo-n [23], por exemplo, devido ao pequeno
tamanho do átomo de boro (dopagem tipo-p), ele pode incorporar na rede cristalina do
diamante tanto por substituição, como nos interstícios.
Considerando as propriedades fotoeletroquímicas do diamante, este apresenta
importante contribuição tanto nos estudos fundamentais como nas aplicações. Devido
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ao seu “gap” extremamente largo (5.5 eV), o interesse neste estudo está associado ao
fato que a banda de condução do diamante CVD semicondutor tipo-p está em um
potencial muito negativo (-4.27 V vs. SHE em 0.1 mol L-1 KH2PO4, pH 4,5) [2].
Portanto, é possível reduzir fotoeletroquimicamente espécies redox ativas que são muito
difíceis de reduzir em condições normais.
Y.L Zhong e colaboradores estudaram a eficiência da fotoeletroquímica do
diamante e discutiram seu desempenho superior frente a outros semicondutores [24]
para o processo de funcionalização com a molécula bitiofenodiciano (2T(CN)2. Para
melhor entender esse desempenho eles compararam o diagrama de energia entre estes
conforme figura abaixo:
Figura 2: Alinhamento das bandas de energia (HOMO/LUMO) do (2T(CN)2 em BDD
(azul), ITO (vermelho) e FTO (verde).
O alinhamento foi comparado com o nível de Fermi nos três substratos. A
posição de HOMO e do nível de Fermi foi determinada usando Espectroscopia
Fotoelétrica de Ultravioleta (UPS). O nível do Fermi do BDD está ~5.0 eV abaixo do
nível do vácuo. Comparado com FTO e ITO ele está muito mais separado do nível
redox da solução contendo metilviologênio (MV2+) localizado em 4.0 eV e resulta no
maior potencial de circuito aberto (Voc). Os semicondutores tipo-n ITO e FTO têm
níveis de Fermi próximos do nível redox MV2+. Sob efeito de fotogeração, o elétron é
transferido para o MV2+ a partir do aceitador e o buraco é transferido para o eletrodo de
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trabalho a partir do doador. Portanto, uma correspondência entre o HOMO da molécula
doadora com a banda de valência do eletrodo é vital para a eficiência de injeção de
buraco. Para o BDD a banda de valência é situada mais próxima do HOMO do
(2T(CN)2 (1.2 eV) favorecendo, assim, a injeção de buracos do (2T(CN)2 para o
diamante. Por outro lado, a banda de valência do BDD está longe do LUMO da
molécula, evitando a injeção de elétrons no LUMO o qual resultaria numa indesejável
recombinação de elétrons-buracos.
Este trabalho mostra a grande viabilidade na utilização de processos
fotoassistidos utilizando os eletrodos de diamante, principalmente devido a sua alta
eficiência de fotoconversão associada a sua fotoestabilidade.
V.3. Redução do Nitrato
O ciclo de nitrogênio na natureza vem sofrendo mudanças consideráveis pela
atividade humana. Isto ocorre no campo pela atividade agrícola, combustão de biomassa
ou combustíveis fósseis. Ocorre nos conglomerados humanos das cidades onde a
queima de combustíveis automotíveis, entre outros, vem gerando níveis crescentes e
preocupantes de poluentes, entre os quais estão os íons nitrato, cuja quantidade, acima
do limite recomendado, pode constituir sérios riscos à saúde.
O íon nitrato é hoje um contaminante de águas de consumo humano e seu
consumo por meio das águas de abastecimento está associado a dois efeitos adversos à
saúde: a indução à metahemoglobinemia [25] e a formação potencial de nitrosaminas e
nitrosamidas carcinogênicas [26]. Devido aos perigos associados aos teores de íons
nitrato no organismo a Organização Mundial de Saúde recomenda uma ingestão
máxima diária de 0,3 mg de nitrato por kg de peso corporal. Na Comunidade Européia o
limite máximo permitido na água potável é de 50 mg.L-1 e, a Agência de Proteção
Ambiental dos Estados Unidos da América estabelece um limite de 10 mg.L-1, teor este
seguido pela legislação brasileira [27, 28].
Várias técnicas analíticas incluindo a colorimétrica e espectrofotométrica [29-
31], ultravioleta [32-34], absorção atômica [35], infravermelho [36], Raman [37], massa
[38] e absorção molecular [39] são empregadas para analisar íons nitrato em águas
residuais. Apesar da elevada sensibilidade e seletividade, essas técnicas apresentam
consideráveis desvantagens, uma vez que envolvem instrumentação relativamente cara,
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necessitam da combinação de várias técnicas analíticas para cobrir todo o espectro de
concentrações e matrizes de amostras encontradas em corpos d’água, além de serem
pouco adequadas para a sua aplicação envolvendo grandes quantidades de amostras.
Recentemente, eletrodos modificados com nanopartículas metálicas, têm sido
alvo de investigação por vários pesquisadores [40-45], pois é um processo que leva ao
aumento da rugosidade superficial, proporcionando desta forma, um aumento da área
condutiva do eletrodo e, conseqüentemente, um aumento da sensibilidade. É um método
que proporciona uma melhor atividade catalítica, diminuindo o sobrepotencial de
algumas reações de óxido-redução. Sendo assim, a análise eletroquímica se torna
altamente seletiva, proporcionando uma melhor separação dos picos voltamétricos das
espécies de interesse sobrepostos aos picos de alguns interferentes comuns, como o de
redução e oxidação da água. Para o estudo da redução de íon nitrato diversos metais têm
sido testados, incluindo Pb, Ni, Fe [46-48], Cu [49], Pt [50, 51], Zn [52], Ru [53], Pd
[54]. Dentre esses, o Cu mostrou ser o mais eficiente eletrocatalisador [55] quanto à
velocidade de redução de íons nitrato.
Contudo, sua estabilidade é limitada devido ao fraco contato interfacial entre
cobre e o carbono, contribuindo para uma baixa adesão de Cu nos filmes de diamante
dopado com boro. Neste sentido, considerando que um semicondutor tipo-p, iluminado
com uma energia maior que seu “gap”, o campo na região de carga espacial move
elétrons para a superfície e buracos para o interior do material. O diamante dopado sob
iluminação ultravioleta UV uma corrente fotocatódica flui e os processos de
fotoredução são fotoassistidos. Assim esta alta fotocorrente de redução gerada em
processos fotoassistidos em diamante irá melhorar o processo de deposição de Cu.
Portanto, neste trabalho a deposição de partículas de cobre será avaliada utilizando-se as
técnicas de eletrodeposição assistida por iluminação UV. Os eletrodos modificados com
Cu serão aplicados na redução eletroquímica de nitrato por voltametria cíclica e
voltametria linear. Posteriormente a qualificação dos eletrodos, estes serão também
utilizados em processo de eletrólise para avaliar sua eficiência de redução de nitrato em
amostras sintéticas e em escala de laboratório.
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VI. METODOLOGIA
Primeiramente, serão realizadas medidas de voltametria cíclica para a
caracterização dos processos de deposição e dissolução do cobre a ser eletrodepositados
sobre diamante dopado com boro. A modificação com partículas de cobre
eletrodepositadas sobre estes filmes serão estudada variando-se as condições de
eletrodeposição, tais como, potencial, corrente, tempo, composição química e
concentração de íons metálicos em solução. Para isso, serão utilizadas diferentes
técnicas eletroquímicas, como voltametria linear de varredura, cronoamperometria.
Nestes estudos também será dado ênfase na variação do pH tanto nas soluções de
deposição de cobre como para o processo de redução eletroquímica do nitrato.
A caracterização morfológica e estrutural dos eletrodos modificados será feita
por microscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia de força atômica (MFA),
espectroscopia de espalhamento Raman, difração de raios-x de alta resolução. Para o
estudo da consolidação do cobre na superfície dos eletrodos modificados será avaliado
quantidade de carbono sp2 e sp3 presente no contorno de grãos bem como a variação do
nível de dopagem dos filmes. Podem também ser estudados tratamentos de superfície
com plasma de oxigênio, plasma de hidrogênio, tratamento catódico e/ou anódico.
A resposta eletroquímica dos eletrodos modificados para o íon nitrato será
avaliada por técnica de voltametria cíclica e voltametria de varredura linear. Os estudos
qualitativos e quantitativos serão realizados utilizando-se amostras preparadas em
bancada. Para avaliar a eficiência dos eletrodos na redução de nitrato também serão
realizadas eletrólises em diferentes soluções e em solução tamponada para manter o pH
constante durante o processo. Os produtos formados na eletrólise serão analisados e
quantificados por cromatografia de íons.
A metodologia que será adotada é apresentada esquematicamente, na forma de
um fluxograma, como mostra a Figura 3.
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Fotodeposição de cobre em eletrodo de diamante dopado comboro: aplicação na redução de nitrato em água
Eletrodeposição fotoassistidade com UV
Caracterização morfológica e estrutural dos filmes BDD
Caracterização dos eletrodos modificados
MEV AFM
Estabilidade das partículas de cobre depositadas e reprodutibilidade das medidas
MEVVoltametria Cíclica
Voltametria Linear
Processo de redução de nitrato- eletrólise
Cromatografia de íons
Raios-X
Figura 3 – Fluxograma ilustrando as principais etapas previstas na execução do projeto
de pesquisa.
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VII. METAS E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
1- Ampla Pesquisa Bibliográfica.
2- Compra e aquisição da lâmpada UV e módulo de pH.
3- Caracterização morfológica e estrutural dos filmes BDD em diferentes
níveis de dopagem e de diferentes razões de hibridização sp2/sp3.
4- Eletrodeposição fotoassistidade de partículas de cobre em diamante
utilizando soluções com diferentes valores de pH.
5- Estudo dos parâmetros de deposição como tempo e potencial de deposição.
6- Caracterização morfológica e estrutural dos eletrodos modificados e
avaliação da estabilidade das partículas de cobre depositadas sobre os
filmes diamante.
7- Montagem do reator eletroquímico para a eletrólise de nitrato com os
eletrodos modificados.
8- Análise da resposta eletroquímica dos eletrodos modificados na redução de
íons nitrato em soluções com diferentes valores de pH.
9- Estudo da repetibilidade e reprodutibilidade das amostras por voltametria
linear e voltametria cíclica.
10- Utilização dos eletrodos modificados para eletrólise com diferentes
concentrações de íons nitrato em diferentes soluções e tempo de eletrólise.
11- Análise e quantificação dos produtos da eletrólise por cromatografia de
íons.
12- Relatório de Atividades.
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Seguem abaixo as etapas deste trabalho. Os períodos estão divididos em
semestre.
Fases 10 Sem. 20 Sem. 30 Sem. 40 Sem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
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VIII. RESULTADOS ESPERADOS – IMPACTOS PREVISTOS
VIII.1. Impacto Científico
- Aumento da quantidade de publicações de artigos originais em revistas com
fator de impacto maior do que 1.
- Aumento do número e da qualidade de projetos que possa manter
colaboração em pesquisa e ensino das instituições parceiras, ao mesmo
tempo dando suporte em caracterizações importantes e necessárias aos
projetos em andamento.
- Aumentar o número e a qualidade de colaborações entre os pesquisadores e
docentes das instituições de pesquisa e de ensino do país.
- Aumento do número de participações em congressos nacionais e
internacionais.
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VIII.2. Impacto Ambiental
- Obtenção de um material com propriedades bem definidas para aplicação em
limpeza de água no processo de redução de nitrato no controle ambiental.
- Obtenção de um reator para eletrólise com eletrodos de diamante em escala
de laboratório para amostras sintéticas, possibilitando também o uso de
amostras reais de água.
VIII.3. Impacto Tecnológico
- Desenvolvimento de um eletrodo estável e modificado com partículas de
cobre utilizando um processo científico e inovador com grande potencial
tecnológico.
- Consolidação das partículas de cobre sobre a superfície dos filmes,
potencializando a utilização deste material como sensor eletroquímico na
determinação de íons nitrato em águas residuais e também na remoção deste.
- Desenvolvimento e montagem de reator eletroquímico de limpeza de águas
em escala de laboratório.
- Implantação na produção de inovações tecnológicas em novos materiais e em
processos de fabricação destes materiais.
- Literalmente, fazer uso da Lei de Inovação
VIII.4. Impacto Sócio- Econômico
- Transferência de tecnologia para o setor produtivo de novos produtos e
processos resultantes das pesquisas e desenvolvimentos realizados.
- Utilizar o eletrodo desenvolvido como uma alternativa viável para limpeza de
águas residuais.
- Melhorar a qualidade de formação de recursos humanos nas áreas de
Pesquisa e Desenvolvimento.
- Capacitação de recursos humanos nas áreas de nanociências e nanotecnologia
- Criar empregos relacionados com pesquisa e desenvolvimento de produtos e
processos inéditos.
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IX. AUXÍLIO SOLICITADO
Material Permanente Importado
Considerando a infra-estrutura descrita de crescimento e caracterização de filmes
de diamante já associada às técnicas eletroquímicas e analíticas que dispomos, alguns
itens são solicitados para complementar a demanda da equipe. Especificamente são
necessários como bens de capital, consumo e serviços de terceiros para atender a
demanda dessa proposta que serão especificados abaixo:
1. Sistema óptico de UV – Composto de uma fonte, “housing”, lâmpada “chopper”
e acessórios com uma óptica de UV bastante simples. Cotação anexa.
2. Módulo de pH – Esse módulo será acoplado ao sistema AUTOLAB que já existe
em nosso laboratório para um controle rigoroso do pH durante a eletrólise do
nitrato, pois a eficiência da sua redução é fortemente afetada por variações de pH
na vizinhança do eletrodo. Cotação anexa.
3. Capela para o laboratório – Estamos solicitando esse recurso de infra-estrutura,
pois a capela atual já foi consertada várias vezes e não está atendendo as
necessidades, inclusive de se segurança, do laboratório. Cotação anexa.
4. Célula Eletroquímica – Esta sendo solicitado recursos para construção de uma
célula eletroquímica que atenda as dimensões de amostras de até 4 cm2 com janela
de quartzo para o processo de fotodeposição.
5. Reator eletroquímico para eletrólise- Para esta demanda estão sendo solicitados
serviços de terceiros para construção do reator, bens de capital para aquisição de
fonte, multímetros, bomba e banho termostático. Ainda é solicitado recursos de
consumo para atender as necessidades de tubulações, válvulas e rotâmetros.
Viagens Nacionais
A visita a outros centros de pesquisa, que mantêm projetos de cooperação e
possuem equipamentos de caracterização que o departamento não possui, justificam os
pedidos de viagem. Particularmente, a montagem do reator eletroquímico esta sendo
possível devido a nossa parceria com o Prof. Dr. Marcos Lanza do Instituto de Química da
USP-São Carlos. Outra parceria que temos é para o trabalho de medidas elétricas dos
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eletrodos de diamante junto ao Prof. Dr. Adenilson José Chiquito no Instituto de Física da
Universidade Federal de São Carlos.
Rubricas/Anos 1º Sem 2 º Sem 3 º Sem 4º Sem
Material Permanente Importado (MPI)
Fonte UV + Chopper (US$)Módulo de pH Metrohm (US$)Titulador Potenciométrico Metrohm (US$)
7.729,003.342,008.529,00
Material Consumo Importado (MCI)
Acessórios UV (US$) 1.980,00
Material Permanente Nacional (MPN)
Fonte, multímetros, bomba, banho Termostático, banho de ultra som e dois Rotâmetros (R$)Capela para o laboratório (R$)
9.300,0014.000,00
Material Consumo Nacional (MCN)
(R$) 5.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00
Serviços de Terceiros no País (STP)
Célula eletroquímica e
Reator para eletrólise (R$)4.500,00
Diárias para viagens em trabalhos de
colaboração no Brasil (R$)
2.700,00 2.700,00 2.700,00 2.700,00
TOTAL (R$)
(U$)
35.500,00
21.580,00
5.700,00 5.700,00 5.700,00
X- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizando, é importante ressaltar que esse projeto viabiliza a continuidade de
trabalhos que já estão sendo desenvolvidos pelo grupo de eletroquímica no LAS/INPE.
A equipe possui um grande potencial tecnológico para aplicações eletroquímicas, com
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uma relação custo/benefício otimizada, considerando o nível dos pesquisadores
envolvidos bem como a infra-estrutura que já dispomos. Além disso, este Projeto
ajudará a criar a área de estudos ambientais no desenvolvimento de eletrodos
modificados de diamante, podendo promover a nacionalização de um produto com o
envolvimento do setor produtivo. Objetiva-se, ainda, alcançar a industrialização de
alguns dispositivos, nas áreas eletroquímicas com transferência de tecnologia. Esse
Projeto mantém nossa estreita cooperação com o CST/INPE na área ambiental estando
vinculado com o Instituto Nacional de Mudanças Climáticas, sediado no INPE, no
subprojeto de Tecnologias Observacionais para Mudanças Climáticas. Além disso, está
também vinculado a um Projeto de pós-doutorado FAPESP (Processo 2010/05391-0).
Portanto, esta solicitação de auxílio está bem justificada e com um investimento
bastante razoável, para um desenvolvimento científico e tecnológico de médio e curto
prazos.
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