Frase: divisão e classificação · Introduz uma oração subordinada (substantiva) completiva ou...

Frase: divisão e classificação

Revisões 9.3 Frase – divisão e classificação

Frase é um conjunto de palavras que formam uma unidade de sentido.

Pode ser constituída apenas por uma oração (estrutura com um só sujeito e um só predicado) – frase simples – ou por duas ou mais orações – frase complexa.

Nas frases complexas distinguimos as coordenadas e as subordinadas.

Revisões 9.3 Frase – divisão e classificação Exemplos de frase simples (extraídos do conto O tesouro):

a. Vem! b. Rui sorriu. c. A chave! d. Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, eram

então, em todo o Reino das Astúrias, os fidalgos mais famintos e remendados.

Conclusões:

o número de palavras não define a (complexidade) frase;

nem sempre o sujeito e o predicado estão presentes.


Exemplos de frase complexas (extraídos do conto O tesouro):

a. O chouto da égua bateu o cascalho, uma pluma num sombrero vermelhejou por sobre a ponta das silvas.

b. Eu quero fechar a minha fechadura e levar a minha chave!

c. E hás de ser tu, Rostabal, que és o mais forte e o mais destro.

d. Então Rui, que tirara o sombrero e lhe cofiava as velhas plumas roxas, começou a considerar, na sua fala avisada e mansa, que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de Roquelanes.


Analisando (a):

O chouto da égua bateu o cascalho, uma pluma num sombrero vermelhejou por sobre a ponta

das silvas. Repara: Nenhuma palavra divide as unidades com significado – ou seja, as orações não são divididas por conjunção. Mas por vírgula. São orações coordenadas assindéticas.


Analisando (b):

Eu quero fechar a minha fechadura e

(quero) levar a minha chave!

Repara: A palavra (”e”) separa as duas unidades com significado – ou seja, as orações são divididas pela conjunção “e” que, sendo coordenada copulativa, dá o mesmo nome à oração: coordenada copulativa. Nota: o verbo principal da segunda oração foi omitido por ser facilmente subentendido.


Analisando (c):

E hás de ser tu, Rostabal, que

és o mais forte e o mais destro.

Repara: A palavra ”que” separa as duas unidades com significado – ou seja, as orações são divididas pela conjunção “que” com o valor de “porque”. A conjunção é subordinativa causal, logo introduz uma oração subordinada (adverbial) causal, sendo a outra a subordinante, a principal.


Analisando (d) :

O quarto exemplo é uma frase ainda mais complexa. Vamos retirar-lhe algumas palavras acessórias:

Então Rui, que tirara o sombrero e lhe cofiava as velhas plumas roxas, começou a considerar, na sua fala avisada e mansa, que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de Roquelanes.

Ficamos com quatro unidades significativas:

1. [Rui, que] tirara o sombrero 2. [e] lhe cofiava as velhas plumas roxas 3. começou a considerar 4. [que] Guanes não quisera descer com eles à mata de Roquelanes


Analisando mais (d) :

Recoloquemos as palavras excluídas e vejamos as unidades de sentido de outra forma:

Então Rui, que tirara o sombrero e lhe cofiava as velhas plumas roxas, começou a considerar, na sua fala avisada e mansa, que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de Roquelanes.

Ficamos, de novo, com quatro unidades significativas:

[Então Rui], que tirara o sombrero e lhe cofiava as velhas plumas roxas, [Então Rui] começou a considerar, na sua fala avisada e mansa, que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de Roquelanes.


Analisando ainda mais (d) :

Observando as palavras de ligação, temos:

1. [Então Rui], que tirara o sombrero 2.e lhe cofiava as velhas plumas roxas, 3.[Então Rui] começou a considerar, na sua fala avisada e mansa, 4.que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de Roquelanes.

“que” – segue-se a um verbo (verificar que os elementos entre vírgulas que o antecedem são um elemento móvel) e inicia o discurso indireto. Introduz uma oração subordinada (substantiva) completiva ou integrante.

“que” – segue-se a um nome e refere-se a ele (“Rui”). Introduz uma oração subordinada (adjetiva) relativa explicativa.

“e” – conjunção coordenativa copulativa. Introduz uma oração coordenada copulativa.


Recuperando a informação :

Frase

Simples Complexa

Coordenação

Assindética

Copulativa, adversativa, disjuntiva,

conclusiva e explicativa

Subordinação

Adjetiva

Relativa (explicativa e

restritiva)

Adverbial

Temporal, causal,

condicional, final,

comparativa, consecutiva, concessiva

Substantiva

Completiva e relativa (sem antecedente)


Dividir orações é delimitar as orações de uma frase, quando existe mais que uma.

Para o fazer devem seguir-se duas regras: 1. Assinalar as formas verbais conjugáveis; 2. Assinalar as palavras de ligação e dividir as orações. Classificar orações é atribuir-lhes um nome.


Dividir orações é delimitar…

1. Assinalar as formas verbais conjugáveis:

a) Minha mãe era uma pessoa pacífica portanto trocou a galinha. (duas formas verbais, duas orações)

b) Minha tia pensou que a galinha tinha sido trocada de novo. (duas formas verbais, duas orações)

c) Fez um barulho tão grande que minha mãe achou que não devia trocar de novo a galinha. (três formas verbais, três orações)

d) Pegou no embrulho, deu-lho para a mão e virou as costas furiosa. (três formas verbais, três orações)


Dividir orações é delimitar…

2. Assinalar as palavras de ligação:

Minha mãe era uma pessoa pacífica portanto trocou a galinha. (portanto – conjunção coordenativa conclusiva)

Minha tia pensou que a galinha tinha sido trocada de novo. (que – conjunção subordinativa completiva)

Fez um barulho tão grande que1 minha mãe achou (que1 – conjunção subordinativa consecutiva) que2 não devia trocar de novo a galinha (que2 – conjunção subordinativa completiva)

Pegou no embrulho,* deu-lho para a mão (* - vírgula) e virou as costas furiosa. (e – conjunção coordenativa copulativa)


Classificar orações é atribuir um nome…

1. Relação de coordenação: A orações introduzidas por conjunções coordenativas recebem o nome de

coordenadas sindéticas seguido do nome da conjunção que as introduz. As orações são designadas coordenadas assindéticas quando estão

separadas apenas por uma vírgula.

2. Relação de subordinação: A orações introduzidas por conjunções subordinativas recebem o nome de

subordinadas seguido do nome da conjunção que as introduz. As orações introduzidas por um nome relativo são também subordinadas. NOTAS: a oração correspondente à frase simples classifica-se como oração absoluta; as orações subordinadas dependem de uma subordinante ou principal.


Classificar orações é atribuir um nome…

Minha mãe era uma pessoa pacífica Oração coordenada portanto trocou a galinha. Oração coordenada conclusiva

Minha tia pensou Oração subordinante que a galinha tinha sido trocada de novo. Oração subordinada completiva

Fez um barulho tão grande Oração subordinante que minha mãe achou Oração subordinada consecutiva que não devia trocar de novo a galinha Oração subordinada completiva

Pegou no embrulho,* Oração coordenada deu-lho para a mão Oração coordenada assindética e virou as costas furiosa. Oração coordenada copulativa


Exercitando… Reunir cada par de frases simples, por meio de um pronome relativo, de forma a obter uma frase complexa.

1. O homem merece respeito. O homem trabalha.

2. Procurávamos o aluno. O aluno está aqui.

3. O ar poluído provocou-me dor de cabeça. O ar poluído envolvia a cidade.

4. O empresário é muito rico. O empresário abriu este centro comercial.

5. Os comerciantes fizeram uma manifestação. A manifestação foi convocada através dos jornais.

6. Os alunos podem ler revistas. Os alunos terminaram o exercício.


Exercitando… e solucionando! Reunir cada par de frases simples, por meio de um pronome relativo, de forma a obter uma frase complexa.

1. O homem que trabalha merece respeito.

2. Procurávamos o aluno que está aqui.

3. O ar poluído que envolvia a cidade provocou-me dor de cabeça.

4. O empresário que abriu este centro comercial é muito rico.

5. Os comerciantes fizeram uma manifestação que foi convocada através dos jornais.

6. Os alunos que terminaram o exercício podem ler revistas.


Observando… Por vezes, o pronome relativo é acompanhado de uma preposição.

Tens aqui os livros. Tu precisavas desses livros. Tens aqui os livros de que precisavas.

Vamos exercitar:

1. Encontrei o vendedor. Eu fugia do vendedor.

2. A festa durou toda a noite. Participei na festa.

3. Aquele é o homem. Referia-me ao homem.

4. Foi péssimo o jogo. Assistimos ao jogo.

5. Chegou o dinheiro. Precisas do dinheiro.


Observando… a solução! Por vezes, o pronome relativo é acompanhado de uma preposição.

Tens aqui os livros. Tu precisavas desses livros. Tens aqui os livros de que precisavas.

Vamos exercitar:

1. Encontrei o vendedor de que eu fugia.

2. A festa em que participei durou toda a noite.

3. Aquele é o homem a que me referia.

4. Foi péssimo o jogo a que assistimos.

5. Chegou o dinheiro de que precisas.


Completa… com:

para que / que / se / quando / quanto

1. Chorou tanto __________ um bezerro desmamado.

2. Chorou muito __________ o pai a deixasse ir ao cinema.

3. Chorou muito __________ viu a classificação do teste.

4. Chorou tanto __________ toda a gente a veio consolar.

5. __________ não chorasse tanto, não teria ficado com os olhos inchados.


Completaste bem? … com:

para que / que / se / quando / quanto

1. Chorou tanto quanto um bezerro desmamado.

2. Chorou muito para que o pai a deixasse ir ao cinema.

3. Chorou muito quando viu a classificação do teste.

4. Chorou tanto que toda a gente a veio consolar.

5. Se não chorasse tanto, não teria ficado com os olhos inchados.


Vamos dividir e classificar (1):

1. Espero que o Zé tenha chegado bem.

2. Tinha esperança que os alunos aprendessem as orações.

3. Julgo que estás enganado.

4. Quando chegares, telefona-me.

5. Apesar de ter sono, vou continuar a trabalhar mais umas horas.

6. Come devagar porque temos tempo.

7. Quando saíres, fecha a porta.


Vamos dividir e classificar (1): solucionando!

1. Espero que o Zé tenha chegado bem. (subordinada completiva)

2. Tinha esperança que os alunos aprendessem as orações. (subordinada completiva)

3. Julgo que estás enganado. (subordinada completiva)

4. Quando chegares, telefona-me. (subordinada temporal)

5. Apesar de ter sono, vou continuar a trabalhar mais umas horas. (subordinada concessiva)

6. Come devagar porque temos tempo. (subordinada causal)

7. Quando saíres, fecha a porta. (subordinada temporal)



1. Visita-me assim que puderes.

2. O aspirador, que comprámos ontem, já avariou.

3. Mesmo que te custe, tenta de novo.

4. Se souberes a resposta, diz.

5. Se falasses metade, valias o dobro.

6. Quando um burro fala, o outro baixa as orelhas.

7. Estou de tal maneira nervoso, que só me apetece chorar.



1. Visita-me assim que puderes. (subordinada temporal)

2. O aspirador, que comprámos ontem, já avariou. (subordinada relativa)

3. Mesmo que te custe, tenta de novo. (subordinada concessiva)

4. Se souberes a resposta, diz. (subordinada condicional)

5. Se falasses metade, valias o dobro. (subordinada condicional)

6. Quando um burro fala, o outro baixa as orelhas. (subordinada temporal)

7. Estou de tal maneira nervoso, que só me apetece chorar. (subordinada consecutiva)



1. É provável que o jornalista consiga entrevistar o ministro.

2. Põe-te a andar antes que se faça tarde.

3. O regador que está no armazém não presta.

4. Peço-te que não saias esta noite.

5. Como não conheces o caminho, é melhor levar um mapa.

6. Mal te vi, apaixonei-me.

7. Embora esteja doente, vou à reunião.



1. É provável que o jornalista consiga entrevistar o ministro. (subordinada completiva)

2. Põe-te a andar antes que se faça tarde. (subordinada temporal)

3. O regador que está no armazém não presta. (subordinada relativa)

4. Peço-te que não saias esta noite. (subordinada completiva)

5. Como não conheces o caminho, é melhor levar um mapa. (subordinada causal)

6. Mal te vi, apaixonei-me. (subordinada temporal)

7. Embora esteja doente, vou à reunião. (subordinada concessiva)



1. Não me dou a esses luxos, porque não sou rica.

2. Ainda que não recebessem ordenado, as operárias iam trabalhar.

3. Mal se sentiu o estrondo, foi toda a gente ver.

4. O meu tio, que é advogado, ajudou-me a redigir o formulário.

5. Ele pensa que tem o rei na barriga.

6. Quando tiver tempo, o professor disponibiliza o material para que os alunos estudem, se tiverem vontade, e explorem todas as oportunidades de sucesso, já que a vida está complicada.



1. Não me dou a esses luxos, porque não sou rica. (subordinada causal)

2. Ainda que não recebessem ordenado, as operárias iam trabalhar. (subordinada concessiva)

3. Mal se sentiu o estrondo, foi toda a gente ver. (subordinada temporal)

4. O meu tio, que é advogado, ajudou-me a redigir o formulário. (subordinada relativa)

5. Ele pensa que tem o rei na barriga. (subordinada completiva)

6. Quando tiver tempo, o professor disponibiliza o material para que os alunos estudem, se tiverem vontade, e explorem todas as oportunidades de sucesso, já que a vida está complicada. (subordinadas temporal, final, condicional, [coordenadas copulativa], causal)

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