Fresa Pronto Ebah
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1 INTRODUÇÃO
A usinagem representa papel fundamental nos processos de fabricação
dos mais variados ramos da indústria mecânica. Dentre os diversos processos
de usinagem, o fresamento constitui um dos mais importantes pela sua
produtividade e flexibilidade .
Os avanços tecnológicos nas áreas de ferramentas e equipamentos
tornam o fresamento cada vez mais abrangente e competitivo, atingindo níveis
de tolerâncias dimensionais cada vez mais exigentes. Além disso, os
excelentes níveis de acabamento e a obtenção de geometrias complexas
possibilitam a constante ampliação de sua aplicação na manufatura. A
evolução dos materiais de corte e das máquinas possibilitaram a aplicação do
corte a altas velocidades em produção, a partir da década de 1980. Desde
então o uso do fresamento se difundiu principalmente em três áreas da
manufatura: na fabricação de autopeças, na indústria aeroespacial e na
produção de moldes e matrizes.
Em todos eles o principal fator que impulsionou sua aplicação foi a
redução de tempos de fabricação, seja do próprio processo de fresamento ou
de processos de acabamento posteriores.
O fresamento se difundiu, também pela redução dos tempos de
usinagem, mas principalmente por que possibilitou o uso de ferramentas de
diâmetros pequenos e conseqüentemente a obtenção de geometrias mais
próximas da geometria final da peça. Isto possibilita reduzir ou eliminar a
operação posterior de eletroerosão e também diminuir o tempo de polimento,
ajustagem final. O desenvolvimento da tecnologia tornou possível a usinagem
de materiais duros, dispensando etapas posteriores de tratamento térmico.
Como conseqüência destes fatos, as aplicações foram impulsionadas pelos
grandes volumes de fabricação, pelas necessidades especiais na usinagem de
materiais endurecidos ou grandes volumes de remoção de material.
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Para estes casos foram concebidas máquinas especiais, com elevadas
rotações de fuso e velocidades de avanço, atendendo às necessidades
dinâmicas do processo.
1.1 Objetivos da Pesquisa
Relatar o processo de fresamento e explicar as ferramentas utilizadas
durante o processo e sua constituição.
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2 FRESAMENTO: DEFINIÇÃO E CONTEXTO
O fresamento é um processo de usinagem em que se utilizam
ferramentas multicortantes, de geometria definida, sendo caracterizado pela
rotação da ferramenta – movimento responsável pela principal componente do
movimento de corte.
O fresamento pode ser diferenciado dos demais processos de usinagem
com rotação de ferramenta (furação, mandrilamento, rosqueamento,
trepanação, entre outros) pela atuação simultânea de somente parte das
arestas de corte (corte interrompido) e pelo deslocamento tanto da ferramenta
quanto da peça durante a operação de corte. A maior quantidade de eixos de
movimentação possíveis de ser implantados em um equipamento lhe confere
grande flexibilidade, quando comparado a outros processos de usinagem.
Desta forma, o fresamento é utilizado na usinagem de peças das mais variadas
geometrias e tamanhos, na fabricação de peças com complexidade e obtendo
níveis de tolerância e acabamento superficial cada vez melhor, à medida que
as máquinas e ferramentas evoluem.
As altas taxas de remoção de material e a flexibilidade do processo
fazem do fresamento um dos processos mais importantes para a fabricação de
componentes mecânicos.
A ferramenta de corte usada no fresamento é chamada de fresa e as
arestas de corte são chamadas de dentes. A máquina que tradicionalmente
executa a operação de fresamento é chamada de fresadora. A maioria das
superfícies geradas pelo fresamento são superfícies plana. Entretanto, com a
combinação dos movimentos de avanço (percurso da ferramenta) e da forma
da ferramenta, superfícies complexas podem ser obtidas. Devido à variedade
de superfícies possíveis e às altas taxas de remoção de material, fresamento é
o processo mais versátil dentre os processos de usinagem, sendo amplamente
utilizado na usinagem dos mais variados materiais.
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No fresamento o processo de corte é interrompido, isto é, o dente da
fresa entra e sai da peça a cada revolução da ferramenta o que sujeita os
dentes a um ciclo de forças de impactos e cargas térmicas a cada rotação,
necessitando de ferramentas com características adequadas, máquinas e
sistemas de fixação de elevada rigidez.
Existem várias maneiras de diferenciar e classificar os diferentes tipos
de fresamento. Os tipos fundamentais são o fresamento tangencial, ou
periférico, e o fresamento frontal, ou faceamento. Esta caracterização é
freqüentemente utilizada para diferenciar as operações básicas de fresamento.
Outros tipos de fresamento são variantes ou podem ser considerados
combinação deles. Como exemplo pode ser citado a geração de engrenagens,
o fresamento de canais, entre outros.
(a) tangencial (b) faceamento
Figura 2 – Movimento de corte
Existem duas técnicas fundamentais de fresamento. De acordo com
sentido de rotação em relação ao movimento de avanço ele pode ser
classificado em fresamento concordante ou fresamento discordante.
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2.1 FRESAMENTO CONCORDANTE
No fresamento concordante, ou para baixo, os movimentos de corte e
avanço têm aproximadamente o mesmo sentido. A característica principal
desta técnica é que a ferramenta empurra a peça contra a mesa da máquina,
sendo recomendado no caso de fixação deficiente.
O principal inconveniente de sua aplicação é que há uma componente
que empurra a peça contra a ferramenta, gerando solavancos e vibrações que
impossibilitam a aplicação no caso de folgas no fuso das máquinas. Em contra
partida, o início do contato da ferramenta com a peça ocorre na porção mais
larga do cavaco, evitando o desgaste excessivo do flanco da ferramenta. A
desvantagem é que na usinagem de materiais fundidos as inclusões e
irregularidades superficiais podem levar à redução da vida da ferramenta
. 2.2 FRESAMENTO DISCORDANTE
No fresamento discordante ou convencional, o sentido do movimento de
corte é contrário ao avanço, sendo favorável na aplicação em máquinas com
folga. A ferramenta tende a levantar a peça, exigindo sistemas de fixação mais
rígidos. O corte se inicia na espessura mínima do cavaco causando desgaste
excessivo da aresta de corte pelo recalcamento do material antes do início do
corte. Por estes motivos, não é recomendado seu uso em operações de
fresamento HSC. Ele é vantajoso no caso da usinagem de materiais com
cascas endurecidas e inclusões superficiais, pois o corte se inicia na parte já
usinada da peça.
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Figura 2.1 – Fresamento concordante e discordante
2.3 ACABAMENTO
Igualmente a outras operações de usinagem, as operações de
fresamento podem ser subdivididas em fresamento de desbaste e acabamento.
As operações de desbaste têm o objetivo principal de obter a máxima
taxa de remoção de material, sem preocupação especial com o nível de
acabamento superficial obtido. As profundidades de corte também são
geralmente maiores do que nas operações de acabamento. Normalmente, são
empregadas ferramentas mais robustas para resistir à elevada força de corte e
evitar o desgaste prematuro.
As ferramentas usadas em operações de acabamento geralmente têm
ângulos de corte positivos para reduzir as forças de corte e obter melhor
acabamento superficial. A geometria mais aguda faz com que elas sejam mais
frágeis do que as ferramentas de desbaste. Em geral, o acabamento utiliza
menores profundidades de corte e são empregadas maiores velocidades de
corte para obter o melhor acabamento e chegar à geometria e às dimensões
finais da peça.
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Em algumas operações são feitos passes de usinagem intermediária
definidos como operações de semi-acabamento para melhorar a geometria e o
acabamento da peça e obter, no passe final de acabamento, melhores
resultados.
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3 FRESORA: DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS,
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO.
Máquina de fresar, ou fresadora – como geralmente é chamada –, é uma
máquina de movimento contínuo, destinada à usinagem de materiais por meio
de uma ferramenta de corte chamada fresa. Permite realizar operações de
fresagem de superfícies das mais variadas formas: planas, côncavas, convexas
e combinadas.
Figura 3 – Fresagens
A fresadora é constituída das seguintes partes principais: corpo, eixo
principal, mesa, carro transversal, suporte da mesa, caixa de velocidade do
eixo principal, caixa de velocidade de avanço, torpedo.
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Figura 3.0.1 – Fresadora
O corpo é uma espécie de carcaça de ferro fundido, de base reforçada e
geralmente de forma retangular, por meio do qual a máquina se apóia ao solo.
É a parte que serve de sustentação dos demais órgãos da fresadora.
Eixo principal é um dos órgãos essenciais da máquina, uma vez que é
ele que serve de suporte à ferramenta e lhe dá movimento. Este eixo recebe o
movimento através da caixa de velocidades, como a cadeia cinemática da
figura abaixo.
Figura 3.0.2 – Constituição Fresadora
A mesa é o órgão que serve de sustentação das peças que vão ser
usinadas, diretamente montadas sobre ela, ou através de acessórios de
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fixação, razão porque a mesa está provida de ranhuras destinadas a alojar os
parafusos de fixação.
Carro Transversal é uma estrutura de ferro fundido de forma retangular,
em cuja parte superior se desliza e gira a mesa em um plano horizontal. Na
base inferior, por meio de guias, está acoplado ao suporte da mesa, sobre o
qual se desliza, por meio de fuso e porca, podendo ser acionado manualmente
ou automaticamente através da caixa de avanços. Um dispositivo adequado
permite sua imobilização.
O suporte da mesa é o órgão que serve de sustentação da mesa e seus
mecanismos de acionamento. É uma peça de ferro fundido que se desliza
verticalmente no corpo da máquina através de guias, por meio de um parafuso
telescópico e uma porca fixa. Quando é necessário, para alguns trabalhos,
imobiliza-se por meio de um dispositivo de fixação.
Caixa de velocidade do eixo principal consta de uma série de
engrenagens que podem acoplar-se com diferentes relações de transmissão,
para permitir uma extensa gama de velocidades do eixo principal. Geralmente
encontra-se alojada internamente na parte superior do corpo da máquina. O
acionamento é independente da caixa de avanços, o qual permite determinar
criteriosamente as melhores condições de corte.
Caixa de velocidade dos avanços da fresadora é um mecanismo
constituído por uma série de engrenagens montadas no interior do corpo da
fresadora em sua parte central, aproximadamente. Em geral, recebe o
movimento diretamente do acionamento principal da maquina. Por meio de
acoplamentos de rodas dentadas que se deslizam axialmente, podem ser
estabelecidas diversas velocidades de avanços. O acoplamento do mecanismo
com o fuso da mesa ou suporte da mesa realiza-se através de um eixo
extensível com articulação “cardan”.
Em algumas fresadoras, a caixa de velocidades dos avanços está
colocada no suporte da mesa com um motor especial e independente do
acionamento principal da máquina.
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3.1 CARACTERÍSTICAS
O fato da ferramenta de trabalho da fresadora ser de fios múltiplos e se
poder montar, no eixo porta-fresas, combinações de fresas de diferentes frmar,
confere a esta máquina características especiais e uma vantagem sobre outras
máquinas-ferramentas, como o de poder realizar uma grande variedade de
trabalhos em superfícies situadas em planos paralelos, perpendiculares, ou
formando ângulos diversos; construir ranhuras circulares, elípticas com rapidez
e precisão.
3.2 CLASSIFICAÇÃO
A orientação do eixo principal com respeito à superfície da mesa
determina uma classificação ou tipo de fresadoras. Daí recebe a denominação
de:
3.2.1 FRESADORA HORIZONTAL
Se o eixo principal está orientado paralelamente à superfície da mesa.
Figura 3.2.1 – Fresadora horizontal
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3.2.2 FRESADORA VERTICAL
Se o eixo principal está orientado perpendicularmente à superfície da
mesa.
Figura 3.2.2 – Fresadora Vertical
3.2.3 FRESADORA MISTA
Quando, auxioliando-se com acessórios, o eixo principal pode orientar-
se nas duas posições precedentes.
Figura 3.2.3 – Fresadora Mista
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3.2.4 FRESADORA UNIVERSAL
Por suas características será objeto de estudo em outra folha.
3.2.5 FRESADORA ESPECIAIS
Existe uma grande variedade de tipos especiais de fresadoras, como:
fresadoras copiadoras, cortadoras de rodas dentadas, e outras que se
destinam a trabalhos muito específicos.
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4 FRESA: DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS E CONTEXTO
Na fresagem, usa-se uma ferramenta multicortante chamada de fresa
que retira cavacos por meio de movimentos circulares enquanto a peça se
desloca com movimentos retilíneos. As fresas são ferramentas que cortam
através do fio de seus dentes, quando estão animadas de um movimento de
rotação.
As fresas, em geral, estão constituídas por um corpo de rotação na
periferia, na qual se acham os dentes talhados no próprio material ou postiços.
Destacaremos alguns aspectos de suas formas.
O corpo pode ser cilíndrico, cônico, esférico, ou de combinações de
formas (fig. A, b e c). Constroem-se de aço rápido e excepcionalmente de aço
ao carbono.
As fresas de grande diâmetro podem ter o corpo de aço ao carbono e os
dentes postiços de aço rápido ou calçados com pastilhas de carboneto. Nos
corpos distinguem-se as superfícies laterais e as frontais.
Para cortar o material, os dentes da fresa tem forma de cunha que
apresentam os seguintes ângulos:
Ângulo de saída: Υ
Ângulo de cunha: β
Ângulo de folga: α
Figura 4 – Fresa I
O ângulo de cunha (β) é aquele que dá à ferramenta maior ou menor
resistência à quebra. Isso significa que, quanto maior é o ângulo de cunha mais
resistente é a fresa.
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De acordo com o ângulo de cunha (β), as fresas são classificadas em W,
N e H.
A escola do ângulo adequado está relacionada com o material e o tipo
de peça a ser usinada. Assim, para materiais não-ferrosos de baixa dureza,
com o alumínio, o bronze, o plástico, etc., as fresas do tipo W são empregadas
por terem um ângulo de cunha menor (β= 57º).
Figura 4.0.1 – Fresa II
Para a fresagem de materiais de dureza media, como aço até 700
N/mm², empregam-se as fresas do tipo N, que tem ângulo de cunha de valor
médio (β=73º).
Figura 4.0.2 – Fresa III
Finalmente, para fresar materiais duros e quebradiços e aços com mais
de 700 N/mm², emprega-se a fresa do tipo H, que tem ângulo β= 81º.
Figura 4.0.3 – Fresa IV
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4.1 TIPOS DE FRESA
Existem muitos tipos de fresas classificadas de acordo com critérios
como operações que realizam, formato e disposição dos dentes. Assim, temos:
4.1.1 FRESAS PLANAS
São fresas usadas na usinagem de superfícies planas, na abertura de
rasgos e canais. As ilustrações a seguir mostram fresas planas.
Figura 4.1.1 - Fresa cilíndrica tangencial
Figura 4.1.2 - Fresa de topo para mandril com chaveta transversal e
longitudinal