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    Alimento vs. doenas

    Alimentos certos podem fazertoda a diferena para a sade.

    Frutas, legumes e verduras,assim como gros integrais,

    legumes, nozes e sementes, soexemplos de alimentos nutritivoscarregados de fitonutrientes quepodem reduzir o risco de cncer,

    doenas do corao, hipertenso e

    muitas outras doenas crnicas.

    Introduo

    A sociedade moderna tem se tornado cada vezmais complexa e com muita velocidade muda ospadres de comportamento e os padres de vida.Com o passar do tempo, apareceram as chamadasdoenas do mundo moderno, como sndrome dopnico, doenas cardiovasculares, ou mesmo, cn-cer. Contudo, alguns povos, apesar de terem estes

    mesmos problemas no apresentam essas doenasna mesma incidncia e prevalncia, o que chamoua ateno de estudiosos no assunto. Estudos tmmostrado o importante papel da alimentao napreveno dessas doenas.

    Os esquims, com sua alimentao baseada empeixes e produtos do mar, ricos em cidos graxospoliinsaturados das famlias mega 3 e 6, tmbaixo ndice de problemas cardacos, assim comoos franceses, devido ao consumo de vinho tinto, oqual apresenta grande quantidade de compostosfenlicos. Os orientais, devido ao consumo de soja,

    ALIMEntoSVS.doEnAS

    que contm fitoestrognios, apresentam baixaincidncia de cncer de mama. Nesses pases, ocostume de consumir frutas e verduras tambmresulta em uma reduo do risco de doenascoronarianas e de cncer, comprovada por dadosepidemiolgicos.

    A incidncia de morte devido a acidentes car-diovasculares, cncer, acidente vascular cerebral,arteriosclerose, enfermidades hepticas, dentreoutros, pode ser minimizada atravs de bons hbi-tos alimentares. Numa boa dieta, sempre h umapredominncia de alimentos de origem vegetal,notadamente as frutas e as verduras.

    Atualmente, alguns componentes alimentciosesto sendo foco de pesquisas. Entre eles esto oscidos graxos mega 3, que foram vinculados ao

    tratamento e preveno de uma ampla gama dedoenas, inclusive doenas cardacas, derrame,lpus, diabetes, doenas intestinais inflamatrias,artrite e cnceres de clon, mama e prstata.Dentre os alimentos que contm cidos graxosmega 3, esto peixes gordurosos, leos de peixee semente de linhaa.

    A protena da soja outro foco de estudos.Pesquisas confirmam a sua importncia na re-duo dos nveis de colesterol no sangue. Aindano se sabe ao certo se o efeito causado pelasisoflavonas (estrgenos naturais) da soja ou por

    alguns outros componentes. As isoflavonas estosendo estudadas atualmente por suas potenciaispropriedades anticancergenas. Elas tambmpodem proteger contra a osteoporose. A protenada soja pode ser encontrada em uma variedade dealimentos base de soja, inclusive gros de soja,tofu e bebidas de soja.

    A lutena tambm tem chamado ateno dacomunidade cientfica. Este carotenide (um tipode antioxidante) foi vinculado degenerao ma-cular relacionada ao envelhecimento, a principalcausa da perda de viso em pessoas mais velhas.

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    substncias txicas; outras suprem o organismo

    de vitaminas e sais minerais.Nas folhas do maracujazeiro, por exemplo,existem substncias farmacuticas, como a ma-racujina, a passiflorina e a calmofilase. A infusodestas utilizada em casos de alcoolismo crnico,asma, coqueluche, convulso infantil, delirium-tremens, diarria, disenteria, dor de cabeanervosa, erisipelas, lceras, nevralgias, ttano,crises nervosas e neurastnicas, insnias e tossesde origem nervosa. As folhas so usadas, ainda,como diurtico, emenagogo, calmante, anticon-ceptivo e antifebril. As razes so empregadas

    como antiinflamatrio e anti-helmntico. As semen-tes tambm tm ao anti-helmntica.A banana outro exemplo. Essa fruta auxilia

    no tratamento de algumas enfermidades, tais comotuberculose, paralisia, reumatismo, artrites, prisode ventre, diarria, desidratao e, ainda, doenasde estmago, rins, fgado, intestinos e nervos, lce-ras da pele, dermatites, queimaduras de sol, diar-ria, feridas, fraqueza pulmonar, resfriados, tossecrnica, tosse de fumante e bronquite crnica.

    J o caqui tem ao como calmante, vermfugoe laxativo, recomendado no combate a gastrite

    Est presente em alimentos como ovos, milho,

    espinafre, kiwi, laranjas, brcolis e acelga.Pesquisas relacionadas reduo de colesteroltm como componentes alimentcios estudados opsyllium, a aveia e os estanis e esteris.

    o podEr dAS frutAS

    As frutas so amplamente conhecidas pelasua importncia alimentar. So excelentes fontesde nutrientes, principalmente vitaminas e saisminerais. Alm destes nutrientes, muitas frutasapresentam substncias com ao medicinal eseu uso como medicamento um hbito utilizado

    pela humanidade h mais de 5.000 anos. Algumasdessas frutas j apresentam confirmao cientficade seus efeitos teraputicos, outras esto em fasede pesquisa e existe, ainda, aquelas que, apesar deno haver comprovao cientfica, nem estar emfase de pesquisa, atravs do conhecimento popular,so amplamente utilizadas pelas populaes.

    A grande maioria das frutas apresenta proprie-dades medicinais. Umas so adstringentes, outrasemolientes. Umas excitam as funes gstricas,outras ativam as funes intestinais. Umas de-sintoxicam o organismo, dissolvendo e expelindo

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    Alimento vs. doenasinfantil, contra problemas no fgado, transtornosintestinais e enfermidades das vias respiratrias. um excelente alimento para tuberculosos, an-micos, desnutridos e descalcificados.

    O limo pode ser utilizado nas afeces febris(gripes e resfriados), tosse, circulao sangnea(microvarizes), afeces estomacais, como digestivo,combate a aftas, feridas, pele secae sem brilho (rosto e pescoo),unhas que desfolham, unhas fra-cas e ressecamento da cutcula.

    A amora preta consideradauma planta anticancergena, pelaao do cido elgico, e tambmno combate a osteoporose, devidoa sua concentrao elevada declcio (46 mg/100g fruto). Outrautilizao crescente como tnicomuscular para utilizao duranteprticas desportivas, devido aoalto teor de potssio encontradono fruto (245 mg/100g fruto).

    O abacaxi apresenta a brome-lina, enzima proteoltica, usadacomo digestivo, antiinflamatrioe solventes de mucosidades,como por exemplo, as que seacumulam nas vias respiratriasnas afeces broncopulmonares. utilizada pela indstria farma-

    cutica para distrbios digestivose respiratrios. Pode ainda serutilizada no combate a dor de gar-ganta, acne (espinhas), cravos,psorases, psorase vermelha,psorase escamativa, escleroder-mias, feridas, lceras, chagas,mscara rejuvenecedora, diges-tivo e diurtico.

    O coco apresenta proprieda-des medicinais como calmante,diurtico, mineralizante, febr-

    fugo, aperiente, depurativo dosangue, oxidante, antiflogstico etenfugo. Pelo seu teor de sais depotssio e sdio, recomendadopara arteriosclerose, excelente para promover o de-senvolvimento do trax, nervos, crebro e pulmes.

    As folhas da gravioleira so usadas em formade ch para problemas de fgado. O leo das folhaspara neuralgia, reumatismo e dores artrticos. Osuco considerado um bom diurtico, usado nosproblemas do aparelho urinrio, especialmente, nocaso de reteno de lquidos. A casca das razes e

    as folhas so usadas para controle de diabetes. Afruta ou o suco so usados para febres, diarriase contra parasitas. Flores e brotos so usadoscomo remdio para catarro, tosse e febre. A cascada raiz para disenteria e verminose. A sementecomo inseticida, especialmente para piolhos. Asfolhas amassadas na gua e aplicadas na pele paracombate a coceiras. A infuso das folhas tambm usada como anti-sudorfico, anti-espasmdica eemtico. E, finalmente, a fruta madura utilizadacontra o escorbuto e a verde para disenteria.

    Graas ao seu contedo em fibra (especial-mente pectina), carboidratos, magnsio, sdioe potssio, a ameixa laxativa, recomendadacontra a priso de ventre. Possui propriedadesafrodisacas, recomendada para controle de reu-matismo, artrite, gota, arteriosclerose e nefrites.

    A ameixa um anti-nevrlgico ciliar, indicadacontra hemorridas e hipocondria. tambmusada como desobstruente do fgado, depurativado sangue, desintoxicante do aparelho digestivo eno tratamento das afeces das vias respiratrias(anginas, catarros, etc.)

    As folhas da figueira so usadas cozidas parador de estmago, para baixar a glicemia, para tos-se e problemas do peito, como bronquite. Folhasaquecidas em gua fervendo so usadas comocataplasma sobre calos. O fruto consideradoum laxativo suave. Na coqueluche, usado paraaliviar a tosse. So tambm teis na preveno

    das anemias nutricionais por serem ricos emcobre e ferro. O leite e o ltex que sai do frutoverde e do talo custico e utilizado sobre calose verrugas, e por via oral, utilizado contra

    vermes (trichiuria e scaris). A casca do troncocortada fina e colocada dentro da narina servepara estancar hemorragias.

    O consumo de acerola indicado para o com-bate da gripe e afeces pulmonares, controle dehemorragias nasais e gengivais, auxilia no trata-mento de doenas do fgado, alm de evitar a perdade apetite e dores musculares.

    O ch de cascas de jabuticaba usado para tra-tar anginas, disenteria e erisipelas; a entrecasca dofruto, em ch, destina-se ao tratamento de asma.

    A uva possui propriedades rejuvenecedoras,diurticas e depurativa. A fruta pode ser usadacomo creme nutritivo para a pele (recuperadorde cicatrizes profundas, protetor da pele seca epreveno das estrias), fragilidade capilar, he-morragia uterina, diarria, disfuno intestinal elaxante suave.

    O abacate pode ser utilizado para combaterdiarrias, dores reumticas, contuses, dores de

    A aemaiia asas aeseaieaesmeiiais.umas sasiees,

    asemliees.umas eiamas essias, asaivam as esiesiais. umasesiiam aism,isslvee eelisbsiasias; assem aism e

    viamias e saismieais.

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    cabea, como creme amaciante para face e mos,diurtico, insuficincia heptica e reteno dasecreo biliar.

    A laranja combate a falta da vitamina C, estimulante do apetite, reguladora intestinal,laxante, diurtica, combate o reumatismo, calman-te, digestiva, antifebril, anti-hemorrgica, combatea nevralgia, restaura o fluxo menstrual, quandoescasso ou ausente, combate a nefrite, depurativae usada contra verminose.

    O principal uso medicinal do mamo comoagente digestivo. O ltex que vem do tronco darvore tambm aplicado externamente para ace-lerar o tratamento de feridas, lceras, furnculos,tumores e calos. As sementes so usadas para tra-tamento de vermes. Um ch feito da fruta maduraajuda em tratamento de diarria e disenteria emcrianas. As folhas tambm so usadas para ajudarna cicatrizao de feridas.

    A goiaba utilizada no combate tuberculoseincipiente, promove metabolismo das protenas,e ajuda a prevenir a acidez e a fermentao doscarboidratos durante a digesto, cicatrizantede feridas e no combate diarria. As folhas dagoiabeira, em decoco, empregam-se contra ashemorragias uterinas, incontinncia da urina,inchao das pernas e ps, clera infantil e gastren-terite. A casca da raiz tm as mesmas aplicaes.

    A pra pode ser utilizada como diurtico, nocombate a cistites, pielonefrites, clculo renal, reu-

    matismo (gota), antidiarrico, alimento nutritivo(na convalescena), hipertenso arterial, mscararefrescante (protege a pele do rosto e pescoo) eelimina o cansao.

    A ma pode ajudar a respirar melhor; dadosde pesquisa de cientistas ingleses mostraram quepessoas que comem cinco mas por semana tmuma funo pulmonar mais forte. Ela tambmretarda o envelhecimento, pois a fruta com cascaapresenta propriedades antioxidantes e anticance-rgena. Alm disso, a fruta utilizada na prevenode vrias doenas, tais como rouquido, acidose,

    machucados, arteriosclerose, esgotamento ner-voso, reumatismo, anemia cerebral, gota, tosse,hemorridas, inflamao nos olhos, palpitaesdo corao, inflamao da bexiga, hipercloridria,tuberculose, bronquite, asma, catarros pulmona-res, afeces de garganta, inflamaes do aparelhourinrio, difteria, febres, clculos do fgado e rins.

    O morango utilizado na preveno de gota, ar-tritismo, ictercia, pedras da bexiga, anemia, diar-ria, problemas renais, vermes, afeces hepticas,areias vesicais, clculos biliares e reumatismos.

    Outras frutas com efeito medicinal incluem

    ainda a amndoa, utilizada contra as enfermidadesdas vias respiratrias e a irritao das vias urin-rias; a azeitona, sendo a verde adstringente, e apreta, laxativa; a castanha, benfica para os rinse o fgado, e muito til na diarria das crianas;a cereja, que alcalinizante, remineralizante,combate a desinteria, e eficaz contra a arterios-clerose; a fruta-do-conde, estimulante do apetite;a manga, anticatarral, combate a falta da vitaminaC, depurativa, refrescante, tem a propriedade de

    fazer suar e digestiva; a noz, benfica para o c-rebro e para o sistema nervoso em geral; a rom,cujas razes so usadas para expulsar a tnia (ousolitria); e muitas outras.

    AS SupErfrutAS

    As superfrutas tornaram-se populares apartir de 2004, aps a paruo do livro Su-perFoods Rx, de Steven G. Pratt e KathyMatthews, apresentando 14 alimentos comextraordinrio valor nutritivo. As superfrutaspossuem alto valor nutricional devido a sua rique-

    za em nutrientes, propriedades antioxidantes,comprovados ou supostos benefcios para a sadee sabor agradvel. Em trabalho recente, quatrocritrios foram combinados para definir as super-frutas: contedo em nutrientes, qualidades an-tioxidantes, intensidade das pesquisas mdicas esucesso/disponibilidade comercial, definido comoa facilidade com a qual determinada fruta, comsuas caractersticas de sabor, aparncia, aromae benefcios para a sade, pode ser encontradapelos consumidores.

    A diversidade, quantidade e densidade de

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    Alimento vs. doenasnutrientes e antioxidantesfitoqumicos presentes nas su-perfrutas bastante complexa.

    Entre as principais super-frutas esto o aa, a blueberry,o goji, o guaran, o mangosto, ononi, o oxicoco, e a rom.

    Aa. consumido na formade bebidas, doces, gelias e sor-

    vetes. Na medicina tradicional,frutos e razes tm sido usadosno tratamento de problemasgastrintestinais. As sementes sofontes de cidos graxos poliinsa-turados e saturados.

    Um estudo recente, utili-zando polpa de aa liofilizada,levantou os seguintes dadosnutricionais para 100g de ma-terial: 533,9 calorias, 52,2g decarboidratos, sendo 44,2g de

    fibras, 8,1g de protenas e 32,5g de gordura total.Com cerca de 1/3 de sua massa total composta porfibras dietticas, o aa uma fonte excepcionaldesse valioso macronutriente; uma poro de 100gde aa liofilizado supre as necessidades dirias defibra de um adulto (20g a 30g por dia).

    O aa particularmente rico em cidos graxos,apresentando uma sensao gordurosa ao toque.Contm altos nveis de cido olico (56,2% das

    gorduras totais), um cido graxo monoinsaturado; tambm rico em cido palmtico (24,1% das gor-duras totais), um cido graxo saturado, e em cidolinolico (12,5% das gorduras totais), o famosocido graxo poliinsaturado mega 6. O aa possuitambm alto teor de -sitosterol (78% a 91% dosesteris totais), um fitosterol que pode reduzir osnveis de colesterol sangneo.

    A forte pigmentao do aa levou conduode vrios estudos sobre seu teor em antocianinas,um grupo de polifenis responsvel pela coloraoescura de vrias bagas, outras frutas e vegetais

    e rico em antioxidantes. Um estudo recente uti-lizando aa liofilizado (polpa e pele) encontrounveis totais de antocianina de 319mg para cada100g de amostra padro; as principais so acianidina-3-glicosdeo e cianidina-3-rutinosdeo.Outros 12 compostos parecidos, flavonides comoa homoorientina, orientina, isovitexina, taxifolinadeoxihexose e escoparina, foram encontrados,bem como alguns flavonides desconhecidos. Asproantocianidinas, um outro grupo de compostosfenlicos com alto poder antioxidante so tambmpresentes (1.289mg para cada 100g de polpa e

    pele liofilizadas); o aa ainda contm resveratrol,porm em baixssima concentrao.

    Um estudo recente feito a partir de aa liofi-lizado, em p, e usando o sistema ORAC (Oxygen

    Radical Absorbance Capacity) como medio-padro demonstrou um alto efeito antioxidantecontra radicais peroxila (1.027 micromol TE/g).Deve-se salientar que os valores ORAC para estep liofilizado so significativamente maiores quepara os outros preparados ou modos de secagemdo aa. Para fim de comparao, os valores ORACpara alguns outros produtos vegetais so: canela(2.675 micromol TE/g), cravo (3.144 micromolTE/g), crcuma (2.001 micromol TE/g) e organoseco (1.593 micromol TE/g).

    O aa liofilizado, em p, tambm mostraatividade bastante alta contra superxido, comnvel de SOD (atividade da dismutase do supe-rxido) de 1.614 unidades/g.

    Somente 10% do alto poder antioxidantedo aa pode ser atribudo ao seu contedo deantocianinas, o que indica que so outros poli-fenis que contribuem de forma decisiva nessaatividade antioxidante.

    Blueberry. Entre as frutas que j foramobjeto de estudos mais avanado, o blue-berry (uva-do-monte) uma das mais ricasem antioxidantes. Apresenta um conte-do particularmente elevado de polifenis, tanto na

    casca quanto na polpa, que conferem funes deproteo sobre as paredes celulares. O maior res-ponsvel pelo alto nvel de atividade antioxidante uma famlia de compostos chamados de polifenise, particularmente, as antocianinas, as quais sotambm responsveis pela colorao azulada dosblueberries. As antocianinas so encontradas emmaior quantidade na pele, sendo que frutas meno-res tm rea de superfcie mais alta e a relao de

    volume que rende maior teor de antioxidante porpeso comparado a bagas maiores.

    O teor de antocianinas nos frutos mais afe-

    tado pelo gentipo do que por fatores climticosou ambientais. Diferentes cultivares apresentamdiferenas nos teores de antocianinas, pH, acidez,teor de slidos, teor de umidade, sabor dos fru-tos, tamanho das bagas, nmero e tamanho desementes, entre outros.

    Pesquisadores tm mostrado que as antociani-nas, proantocianidonas, flavonis e taninos inibemos mecanismos de desenvolvimento de clulascancerosas in vitro. Em um simpsio que ocorreuem 2007 sobre os benefcios sade propiciadospor vrios tipos de bagas, houve relatos mostran-

    As seasssem al

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    aavel.

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    do que o consumo de blueberries (e outras frutassimilares, incluindo cranberries) pode aliviar odeclnio cognitivo que ocorre em portadores dadoena de Alzheimer e outras condies ligadasao envelhecimento.

    Vrios estudos realizados naRutgers Universityindicam que as proantocianidinas das blueberriesinibem a adeso de bactrias nas clulas das viasdo trato urinrio, no podendo assim se multiplicare causar infeces. Essas proantocianidinas sosimilares quelas encontradas nos oxicocos (cran-berries) e que so responsveis pela preveno deinfeces do trato urinrio. Ainda so necessriosmais estudos clnicos para confirmar que as blue-berries oferecem benefcios similares.

    Um estudo de 2006 pesquisou o efeito dasblueberries sobre a durao da vida e idade denematdeos (Nemathelminthes), um verme ciln-drico microscpico usado em estudos biolgicos.Os pesquisadores observaram que a adio de

    tional Chinese Medicin), a qual acredita que elemelhora a funo do sistema imunitrio, propiciamaior acuidade visual, protege o fgado, aumentaa produo de espermatozides e melhora a cir-culao, entre outros efeitos. Tambm usado nasmedicinas tradicionais coreana, japonesa e tibe-tana. Pode ser consumido ao natural, ingerido naforma de suco ou de ch, ou como tintura (extratoalcolico); na medicina tradicional chinesa, suasrazes so usadas no tratamento de inflamaes edoenas cutneas.

    O goji contm 18 aminocidos (13g por cada100g de fruto seco, isto , seis vezes superior aopoln da abelha e com mais protenas do que amaioria dos cereais integrais), incluindo os oito queso essenciais para a vida, tais como a isoleucinae triptofano; mais de 21 oligoelementos, incluindoo zinco, o ferro, o conre, o selnio, o fsforo e ogermnio, considerado em estudos como tendoatividade anticancergena; alto teor de protena;contm o espectro completo de carotenides an-tioxidantes, incluindo -caroteno (maior concen-trao que a cenoura), zeaxantina (protetor dosolhos), lutena, licopeno, criptoxantina e xantofilas.O goji a maior fonte de carotenides conhecida;contm 500 vezes a quantidade de vitamina C daslaranjas, fazendo com que seja uma das fontes de

    vitamina C mais ricas da terra; ainda so ricosem vitaminas B1, B2, B6 e vitamina E; contm-sisterol (e outros fitoesteris), fitonutriente

    com funo antiinflamatria, que ajuda tambm aequilibrar os nveis de colesterol e pode ser usadono tratamento de impotncia sexual e equilbrioda prstata; contm cidos graxos essenciais,que so necessrios para a sntese de hormnios,e regula o funcionamento do crebro e sistemanervoso, incluindo os cidos graxos essenciaislinolico e-linolnico; contm sesquiterpenides,como a ciperona (regula a presso aretrial, aliviao desconforto menstrual, usado no tratamentodo cancro do clo do tero) e solavetivona (compropriedades antibacterianas e antifngicas)

    tetraterpenides e betana. A betana usadapelo fgado para produzir colina; promove gruposmetil com reaes energticas no corpo, ajuda areduzir o nvel de homocistena, um fator de riscoem problemas cardacos, e protege a clula emnvel de DNA; contm fisalina, um fito-nutrienteusado nos transtornos da hepatite B e substnciaativa contra todos os tipos de leucemia.

    As bagas de goji contm, tambm, uma ex-celente riqueza em fibra atravs da presena depolissacardeos de elevada densidade que fortale-cem e apoiam um sistema imunitrio saudvel. Os

    extrato de blueberry aumentava significativa-

    mente a durao da vida desses pequenos animaise descobriram que eram as proantocianidinas asresponsveis por esse aumento de vida. Outrosestudos em animais mostram que o consumo deblueberries abaixa a taxa de colesterol e o nvel delipdios sangneos. Em ratos, foi observado queo consumo de blueberries altera as glicosamino-glicanas, componentes das clulas vasculares quepodem influenciar o controle da presso sangnea.

    Goji. O goji tem longa e importante histriana medicina tradicional chinesa (TCM Tradi-

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    Alimento vs. doenaspolissacardeos so longas cadeias de molculasde acar que alimentam os macrfagos (grandesglbulos brancos) na parede dos intestinos. Umpolissacardeo encontrado nas bagas do goji de-monstrou ser um poderoso estimulante da secre-o da rejuvenescedora hormona de crescimento.

    As bagas de goji foram avaliadas como o ali-mento com a capacidade antioxidante mais elevadana escala ORAC, com 25.300 unidades ORAC.

    Guaran. So atribudos ao guaran, entre ou-tras, as propriedades estimulante, afrodisaco, aotnica cardiovascular, combate a clicas, nevralgiase enxaquecas e ao diurtica e febrfuga. O usoteraputico da cafena pode causar dependncia ps-quica e sndrome da abstinncia. O guaran contmcafena, protena, acares, amido, tanino, potssio,fsforo, ferro, clcio, tiamina e vitamina A. O teorda cafena na semente do guaran pode variar de2% a 8% (do peso seco), maiores que os do caf(1% a 2%), mate (1%) e cacau (0,7%). Entretanto,se ingerida em excesso, provoca efeitos colaterais,como insnia, azia, dependncia, etc.

    Os pesquisadores europeus (Frana e Ale-manha) comearam a estudar o guaran em 1940;suas propriedades estimulantes e ao termo-gnica so reconhecidas. Nos Estados Unidos conhecido para aumentar o estado de alerta men-tal, lutar contra a fadiga e aumentar a estamina eresistncia fsica.

    A primeira anlise qumica de sementes deguaran foi feita pelo botnico alemo Theodorevon Martius, nos anos de 1700. O botnico isolouuma substncia cristalina, branca, amarga, comnotvel ao fisiolgica. Nomeou essa substnciade guaranina e, ulteriormente, foi chamada decafena. Muitos pesquisadores ainda consideramque a guaranina um fitoqumico nico do guara-n, mas, de acordo com os qumicos, cafena; aguaranina seria, na realidade, uma cafena impura,provavelmente cafena ligada a algum tanino oufenol. A cafena, juntamente com a teofilina e a

    teobromina, uma substncia qumica derivada daxantina, que se encontra na natureza, nas plantasconsumidas pelo homem. Enquanto a teofilina ea teobromina apresentam duas metilas, a cafenapossui trs: 1,3,7-trimetil-xantina . A xantina,por sua vez, uma substncia qumica derivadada purina: uma dioxipurina, estruturalmenterelacionada com o cido rico. As purinas do orga-nismo so a adenina e a guanina, que juntamentecom as pirimidinas (uracil, timina e citosina),formam compostos heterocclicos que fazem partedos nucleotdeos, elementos estruturais do ADN

    (desoxirribonucleotdeo) e ARN (ribonucleotdeo).As sementes de guaran contm de 2% a 8% decafena (25.000 a 75.000ppm), bem como traosde teofilina (500 a 750ppm) e teobromina (300 a500ppm). Tambm contm grandes quantidades dealcalides, terpenos, taninos, flavonides, amido,saponinas e substncias resinosas.

    Acredita-se que so os alcalides (xantinas) ca-fena, teobromina e teofilina, que mais contribuempara a atividade teraputica do guaran. Em estu-dos clnicos, observou-se que a teofilina estimulao corao e o sistema nervoso central, melhora oestado de alerta e alivia a fadiga. Tambm possuiforte atividade diurtica e reduz a constrio dosbrnquios, sendo assim til em caso de asma. Ateobromina possui efeitos similares. Certamente,muitos dos usos tradicionais do guaran e de seusefeitos decorrem de seu alto contedo de cafena.

    Mangosto. O mangosto foi qualificadocomo superfruta (caractersticas agradveis,riqueza de nutrientes, presena elevada de an-tioxidantes e potencial impacto positivo para asade humana), porm se considerar somente aparte comumente consumida, os gomos carno-sos, o mangosto somente tem caractersticasagradveis, e nada mais. Seu perfil nutritivo noapresenta nenhum contedo importante, notem pigmentao que denotaria a presena deantioxidantes fitoqumicos e no tem nenhuma

    evidncia cientfica de que esses gomos carnosospossuem alguma propriedade benfica para asade. Onde est ento o milagredo mangosto?

    A casca do mangosto, querepresenta quase 70% do peso dofruto, contm xantonas e taninosque propiciam adstringncia,desestimulando infestao porinsetos, fungos, bactrias e, atmesmo, o ataque de animaispredadores, enquanto o fruto no

    est maduro.Essas xantonas tem desperta-do grande interesse das indstriasde alimentos e farmacutica;possuem alto poder antioxidantee agem no organismo humanotrazendo benefcios sade.Trata-se de uma classe especialde componentes biologicamenteativos que possuem numerosascapacidades bioativas, tais comopropriedades antioxidantes. As

    Vis essealizas aRutgers University

    iiam qe asaiaiiasas blebeies

    iibem a aese baias asllas as vias a ii, eassim semlilia easa iees.

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    xantonas, presentes em toda a fruta, porm deforma muito mais significativa em seu exocarpo,ajudam a manter a sade intestinal, a fortalecero sistema imunolgico, a neutralizar os radicaislivres, a fortalecer os cartlagos e o funcionamentodas articulaes e a favorecer um sistema respi-ratrio estacional saudvel.

    As xantonas possuem uma estrutura anelarde seis carbonos com mltiplas ligaes duplas.Estas ligaes lhe do grande estabilidade e lhe

    confere propriedades fitoqumicas (antioxidantes,antiinflamatrios, anti-histamnicos, antitumo-rais, etc.). As xantonas tm a mesma estruturabsica e mltiplas variantes (nas cadeias laterais),o que lhes permite uma grande variedade defunes. O que as tornam nicas so as ligaesduplas 1-8, que lhes permitem passar facilmentepela mucosa intestinal e entrar na corrente san-gnea sem ser destrudas.

    So compostos raros na natureza, menosde duzentos, dos quais 58 foram encontrados,principalmente na casca, do mangosto. As mais

    estudadas so a -mangostina (antioxidante), a-mangostina (antiinflamatrio) e a garcinonaE (antitumoral). As xantonas no so as nicassubstncias biologicamente ativas no mangosto:catequinas e outros polifenis esto presentes emquantidades significativas. Ainda contm potssio,fsforo, clcio, ferro e vitaminas B1, B2, B6 e C.

    Noni. O fruto aplica-se no tratamento da asmae disenteria. Para uso externo, aplicado emfraturas de ossos. O fruto maduro aplicado emfurnculos para extrair o pus. O extrato da fruta

    tambm pode regular a menstruao ou dificul-dades urinrias. Nos Estados Unidos e Canad, anunciado como produto diettico.

    Uma anlise da fruta desidratada, em p, feitapelo College of Tropical Agriculture and Human

    Resources, da University of HawaiI, em Manoa,mostrou excelentes nveis de carboidratos e fibrasdietticas. Obviamente, estes macronutrientesesto na polpa da fruta, uma vez que o suco contmsomente traos dos mesmos. O mesmo ocorre comos micronutrientes; a polpa contm grande quanti-dade de vitamina C e quantidades substanciais deniacina (vitamina B3), ferro e potssio. Vitamina

    A, clcio e sdio esto moderamente presentes. Nosuco, somente a vitamina C ainda est presente emalto nvel (42% da IDR, Ingesto Diria Recomen-dada) e, mesmo assim, em nvel semelhante quelefornecido pela metade de uma laranja.

    O noni tambm contm fitoqumicos, tais comooligo- e polissacarrdeos, glicosdeos, noniosdeos,-sitosterol, antraquinona (damnacanthal) e alca-lides. Algumas referncias, na internet, mencio-nam a xeronina e proxeronina como constituintesimportantes do noni, porm como no existenenhum estudo a respeito publicado na literaturamdica, os termos no so cientificamente reco-nhecidos. Da mesma forma, embora a reputaodo noni pelos seus usos em medicina popular sejaantiga, nenhuma aplicao mdica ou existncia dereais benefcios para a sade tem sido verificado

    pela cincia moderna. O que existe, sim, um fa-buloso mercado global, avaliado em mais de US$ 2bilhes por ano, para o suco de noni; essas vendasapoiam-se em alegaes da medicina popular.

    Nos Estados Unidos, a prpria FDA j emitiualgumas cartas de advertncia para empresascomercializando o suco de noni baseado em ale-gaes de sade infundadas. Essas cartas aindasalientam a ausncia de evidncia cientfica sobreos benefcios para a sade trazidos pelos fitoqu-micos do noni, escopoletina e damnacanthal, sendoque nenhum dos dois tem comprovada atividade

    biolgica em humanos. Na Comunidade Econmi-ca Europia, aEuropean Commission for Healthand Consumer Protection Directorate-Generalaprovou, em 2002, uma marca de suco de noni,como novel food, porm no endossou nenhumade suas alegaes de sade.

    Uma das teorias mais utilizadas para explicaros benefcios do noni est relacionada com a proxe-ronina que, quando chega a partes especficas dasclulas, como as mitocndrias, os microssomas, oaparelho de Golgi, o retculo endotelial, os sistemasde transporte de eltrons, DNA, RNA e dentro

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    Alimento vs. doenas

    destas estruturas, se combina com outros agentesbioqumicos naturais e blocos construtores (hor-mnios, protenas, enzimas, serotonina, vitaminas,minerais e antioxidantes) onde age, pela correntesangnea, nas clulas do organismo. Esta combi-nao se converte em xeronina, que ajuda a clulana sua reparao e regenerao. Devido a essaspropriedades, a xeronina intervm potencialmen-te no corpo humano de muitas maneiras, que vo

    desde o aumento da vitalidade de uma pessoa at areduo da dependncia das drogas. Os transtornosinternos e neurognicos tambm podem reagirpositivamente xeronina, devido sua habilidadede normalizar as protenas encontradas em todosos tecidos vivos essenciais, at do crebro.

    A funo no organismo humano da escopole-tina, outro componente identificado neste fruto, que se une serotonina, cuja presena estassociada com a diminuio da ansiedade e dadepresso, com a regulao da temperatura corpo-ral e da atividade sexual, alm de ser o precursor

    da melatonina como regulador do sono, mostraatividade anti-hipertensiva, antiinflamatria eanti-histamnica.

    Tambm so encontrados fitonutrientes e se-lnio, que so poderosos protetores antioxidantescontra os radicais livres. Tem sido identificados 17aminocidos dos 20 conhecidos, incluindo os noveque se consideram essenciais.

    Estudos cientficos tentam demonstrar a validezdo amplo uso tradicional desta espcie; no entanto,mais uma vez, no h nada realmente provadocientificamente sobre seus efeitos. Um estudo que

    tinha como objetivo revisar e atualizar a informaocientfica que existe sobre este fruto. Foi encontradoum total de 47 referncias nas bases consultadas,onde somente cinco avaliavam, em modelos pr-clnicos, a maioria in vitro, as atividades farmaco-lgicas do suco de noni para uso relacionado comcncer e imunoestimulao, assim como com dor einflamao. Esse estudo concluiu que a informaocientfica disponvel no permite validar o uso e asegurana da utilizao do noni, porque est limita-do a estudos pr-clnicos farmacolgicos e precisade um mnimo de investigaes toxicolgicas querespaldem a segurana, o que particularmenterelevante em tratamentos para problemas de sadede complexidade, como o cncer.

    Um outro estudo foi realizado para averiguar atoxicidade do suco de noni; ele utilizou clulas he-pticas in vitro expostas a este suco, como modelopara investigar a sua hepatotoxicidade, que foi re-latada em trs pacientes. No foi mostrado nenhumefeito txico muito relevante no fgado, assim comotambm no foi encontrada nenhuma genotoxicida-de na exposio in vitro de bactrias e clulas ma-mrias ao suco de noni. Ento, este estudo concluique o suco de noni seguro para o consumo se forproduzido em condies controladas e no contenhaaditivos no indicados na embalagem.

    Assim, o uso popular e a interessante informa-o cientfica que se tm a respeito da utilizaodeste fruto e da sua composio, mostram a neces-

    sidade de se aprofundar os estudos farmacolgicose toxicolgicos, utilizando extratos do fruto empacientes. At agora, as informaes e o uso popu-lar deste fruto, geralmente, so sem fundamentoe ainda existem poucos trabalhos publicados que

    validam cientificamente o seu uso.

    Oxicoco ou cranberry. O oxicoco tem nveismoderados de vitamina C, fibra diettica e manga-ns. Apresenta uma ORAC de 9.584 unidades por100g, o que o coloca perto do topo da lista dos 277alimentos comumente usados nos Estados Unidos.

    Os oxicocos so ricos em polifenis antioxidan-tes, fitoqumicos sob intensas pesquisas por seuspossveis benefcios para o sistema cardiovascular,sistema imunitrio e como agentes anticancerge-nos. O suco de cranberries contm um componentequmico, material de alto peso molecular no-diali-svel (NDM), capaz de inibir e, at mesmo, de re-

    verter a formao de placas por bactriasStrepto-coccus mutans. Esta bactria vulgar na boca dohomem e o principal fator do desenvolvimento decries, devido a sua capacidade acidognica e aci-drica. O suco de oxicoco mostra alguma eficincia

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    contra a formao de pedras renais. Os cranber-ries, bem como o seu suco, so fontes abundantesde antocianidinas, especificamente cianidina e pe-onidina, e so tambm ricos em petunidina (42mgpor 100g de frutas frescas). Embora apresentemgrandes efeitos contra clulas cancerosas humanasin vitro, quando ingerido por humanos esse efeitono comprovado, apresentando pobre absoropelas clulas humanas e rpida eliminao nacorrente sangunea. Mesmo assim, desde 2002,existe um nmero cada vez maior de pesquisassobre o papel dos componentes polifenlicos dooxicoco na preveno de vrios tipos de cnceres.Os taninos dos cranberries possuem propriedadesanti-coagulantes e podem reduzir as infeces dotrato urinrio e a quantidade de placas dentrias,tendo assim ao profilaxica contra gengivite.

    O suco do oxicoco tem sido reconhecido comoeficaz no tratamento de infeces do trato urinriodesde 1914, quando foi relatado que esta fruta, ricaem cido benzico, causava acidificao da urina.Pesquisas recentes tm se concentrado na capa-cidade do suco do oxicoco em inibir a adernciadaEscherichia coli s clulas uroepiteliais. Estefenmeno tem sido atribudo a dois componentes:frutose e um composto polimrico no-dialisvel.Descobriu-se que este ltimo componente, sub-seqentemente isolado dos sucos do oxicoco e doblueberry, inibe adesinas presentes nos clios dasuperfcie de certasE. coli patognicas.

    Em abril de 2004, a agncia governamentalfrancesa AFSSA, o equivalente a FDA americana,aprovou o suco de oxicoco como agente antibacterialpara a sade do trato urinrio. Quatro estudos clni-cos randomizados mostraram evidncias de inibiode infeces urinrias em mulheres que tomaramsuco de oxicoco durante 12 meses.

    Baseado nos resultados desses estudos, as cren-as correntes sobre os benefcios do suco do oxicocosobre o trato urinrio parecem ser justificadas.

    Rom. As capacidades medicinais da fruta

    so conhecidas desde a Antigidade, porm ath pouco tempo, eram conhecidas apenas pelosinteressados em mitologia ou em medicina chi-nesa antiga. Cada 100ml de suco de rom (arilo)fornece 16% das necessidades dirias de umadulto de vitamina C, tambm boa fonte de vi-tamina B, cido pantotnico, potssio e polifenisantioxidantes. No computo geral, a rom no fonte significativa de nutrientes.

    Os polifenis mais abundantes no suco derom so os taninos hidrolisveis, chamados depunicalaginas, as quais demonstraram em pes-

    quisas laboratoriais ter potentes propriedades decombate aos radicais livres. Um estudo ex vivo deplasma humano aps absoro de um extrato derom com teor estandardizado de punicalaginas,indicou um aumento mdio de 32% da capacidadeantioxidante plasmtica.

    Em pesquisas laboratoriais preliminares e estu-dos-piloto em humanos, o suco de rom mostrou-seefetivo como agente redutor dos fatores de risco dedoenas cardacas, incluindo oxidao do LDL, sta-tus oxidativo dos macrfagos e formao de clulasde espuma, cada um desses sendo etapas levando aaterosclerose e doenas cardiovasculares. Taninos,tais como as punicalaginas, foram identificadoscomo os principais compostos responsveis pelareduo do estresse oxidativo, o qual leva a essesfatores de risco. A rom tem mostrado capacidade

    de reduzir a presso sangneasistlica pela inibio da ECA(Enzima Conversora da Angio-tensina). Em 2007, iniciou-se arealizao de cinco testes clnicos,nos Estados Unidos e na Norue-ga, para examinar os efeitos doconsumo de suco de rom sobreo cncer da prstata, hiperplasiaprosttica, diabetes e linfoma.Relatos preliminares indicamque o suco de rom pode frear oaparecimento ou desenvolvimen-

    to do cncer da prstata. Podeter tambm uma ao antivirale antibacterial contra placasdentrias.

    O leo extrado das semen-tes contm polifenis que ini-bem a sntese de estrgenos etem mostrado eficincia contraa proliferao de clulas docncer de mama, in vitro.

    Muitos fabricantes de suplementos conside-ram mais interessante usar extrato de rom (sem

    acar, calorias ou aditivos) na fabricao de seusprodutos no lugar de suco.

    oS cIdoS grAxoS MEgA 3 E MEgA 6

    Os cidos graxos mega 3 e mega 6 so duasfamlias de cidos graxos poliinsaturados (PUFA),cada uma representada por um cido essencial: ocido linolico (C18:2, LA, famlia mega 6) e o ci-do-linolnico (C18:3, LNA, famlia mega 3) que,por sua vez, do origem a outros cidos essenciaisde cadeias mais longas, chamados de cidos graxospoliinsaturados de cadeia longa (LCPUFA).

    os iss is emlieis

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    Alimento vs. doenasOs cidos graxos mega 3 so assim denomina-

    dos por possurem sua primeira dupla ligao nocarbono 3 a partir do radical metil do cido graxo.So encontrados em grande quantidade nos leosde peixes marinhos, como sardinha, salmo, atum,arenque, anchova, entre outros (peixes que vivemem guas profundas e frias), e tambm em algasmarinhas e nos leos e sementes de alguns vegetais,como a linhaa, por exemplo. Os mais pesquisadose que possuem maiores benefcios sade so oEPA - cido eicosapentaenico - e o DHA - cidodocosahexaenico - presente principalmente nosleos de peixes. Pesquisas mostram que esses cidosgraxos so capazes de ajudar no controle da lipi-demia e conter reaes inflamatrias, entre outrosbenefcios. Dessa forma, podem ser coadjuvantesno tratamento de doenas cardiovasculares, artrite,psorase, etc. Estudos recentes relacionam o uso doDHA em melhorar sintomas de depresso, Mal de

    Alzheimer e distrbios de comportamento, como ahiperatividade e o dficit de ateno.

    As maiores fontes de mega 3 so os peixes deguas frias e profundas, oleaginosas e leo de linha-a, ovos enriquecidos e leite fortificado. Contudo,isso no significa que comer peixe diariamente a soluo para todos os problemas, pois qualquerexcesso acarreta prejuzos para a sade. Por ter umalto poder de oxidao, o consumo de mega 3 deveser associado ingesto de vitaminas antioxidantes.

    As fontes de mega 3 encontradas na natureza

    geralmente j os apresentam na sua forma natural.No entanto, pode-se associ-las ao consumo devitamina E e selnio (brcolis, azeite extra-virgem,oleaginosas, castanha e nozes) e sucos ctricos - queso fontes de vitamina C - para que estes alimentosformem umpool de antioxidantes a fim de preser-

    var a integridade da estrutura qumica do mega 3.Os cidos graxos mega 3 so essenciais para o

    funcionamento de dois rgos importantssimos docorpo: o corao e o crebro. Dentre os benefciosdo consumo de mega 3 para o corao pode-sedestacar a diminuio das taxas de triglicrides e

    colesterol total no sangue; a reduo da pressoarterial de indivduos com hipertenso leve; e aalterao da estrutura da membrana das clulassangneas, tornando o sangue mais fluido.

    Estudos sobre a importncia do mega 3 paraa sade humana confirmam que os povos queconsomem regularmente mais peixe possuemuma incidncia menor de doenas cardacas, poisas gorduras mega 3 desempenham um papelsignificativo na reduo de doena cardaca coro-nariana. Os nutricionistas afirmam que o mega3 reduz a tendncia das plaquetas de gordura se

    agregarem nas artrias (o que pode provocar ate-rosclerose e precipitao de ataques cardacos);alm disso, reduz os triglicrides, o colesterol eas reaes inflamatrias.

    Os cidos graxos mega 3 tambm so ben-ficos para o crebro. Mais de 20% do crebro constitudo de substncias gordurosas que desem-penham importantes funes. Por isso, a sadedo crebro depende da quantidade de gorduraingerida e, principalmente, do tipo de gorduraconsumida, ou seja, a performance mental exigeum tipo especfico de gordura: o mega 3.

    Sabe-se que o mega 3 um cido graxo estru-tural da matria cinzenta do crebro, promovendoa comunicao entre as clulas nervosas, almde ajudar na construo das bainhas de mielinaao redor das fibras nervosas, permitindo assimuma melhor neuro transmisso qumica, o que,conseqentemente, auxilia no monitoramento dohumor e da memria.

    O mega 3 cria um ambiente ideal para a trocarpida de mensagens entre as clulas do crebro.Se o crebro pra de receber mega 3, procura seadaptar a essa deficincia. Como conseqncia,fica preguioso e as respostas passam a sermais lentas. A repetio desse comportamentofaz com que o crebro passe a encarar esse novoestado como um novo padro de funcionamento.Os resultados disso so problemas de memria,alteraes de humor e dificuldades de aprendizado.

    Estudos recentes mostram que o consumo regularde mega 3 ajuda a melhorar a concentrao; amelhorar a memria; a aumentar a motivao; amelhorar as habilidades motoras; a aumentar a

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    velocidade de reao; a neutralizar o estresse; e aprevenir doenas degenerativas cerebrais.

    J o cido graxo mega 6 encontrado emvrios tipos diferentes. A maioria provenienteda dieta, como o cido linolico, por exemplo,sendo encontrado especialmente em azeites ve-getais (girassol, milho, soja, etc.) e em alimentosque os contenham, como as conservas em azeite,entre outros. O cido linolico convertido noorganismo em outro cido graxo da famlia me-ga 6, denominado cido gama-linolico, sendo,posteriormente, transformado no organismo nocido graxo araquidnico. Quando se fala emmega 6, deve-se destacar tambm a importn-cia de se manter determinada proporo entreos diferentes integrantes da mesma famlia; em-bora o cido linolico, principal componente dosmega 6, exera funes importantssimas noorganismo, no conveniente que haja excessodo mesmo. Como em muitos outros aspectos daalimentao, a moderao e o equilbrio, nestecaso, um ponto fundamental.

    Os cidos graxos saturados, presentes nosalimentos de origem animal (carnes, lcteos, etc.)no devem superar o mximo de 10% para evitara apario de doenas cardiovasculares, enquantoque os cidos graxos monoinsaturados (principal-mente o azeite de oliva) e poliinsaturados devemrepresentar o maior aporte de gordura na dieta,para contribuir junto com outros fatores aliment-

    cios e fisiolgicos a evitar o surgimento de doenasassociadas ao corao e ao sistema cardiovascular.No grupo de cidos graxos poliinsaturados se

    encontram os mega 6, fundamentalmente emazeites e leos de sementes, bem como em cereais.

    O cido -linolnico ou, simplesmente, GLA(Gamma-Linolenic Acid) designado como 18:3(-6). Quimicamente, um cido carboxlico comuma cadeia de 18 carbonos e trs ligaes duplascis; a primeira ligao dupla localizada no sextocarbono a contar da terminao mega. tambmchamado de cido gamolnico. um ismero do

    cido-linolnico, o qual o cido graxo mega 3.Uma dieta ocidental tpica contm muito baixasquantidades de GLA. As fontes mais concentradasno vm de alimentos tradicionais, mas de leos desementes e microorganismos. Os microorganismosque produzem GLA incluem cianobacterias (Spiru-lina maxima e S. platensis) e fungos (Mucor java-nicus e Mortierella isabellina). Nenhuma destasfontes concentradas de GLA est presente em umadieta tpica, mas os leos podem ser consumidosem forma de suplemento diettico.

    O leo de prmula a forma mais popular do

    cido graxo essencial mega 6, rico em cido lino-lnico (LA) e cido -linolnico (GLA). Trata-se deum dos leos nutricionais mais pesquisados, o quecontribuiu para sua grande popularidade, em parti-cular com relao a tenso pr-menstrual, doenascardiovasculares, inflamao e problemas de pele.

    O cido -linolnico (GLA) convertido pelocorpo em uma substncia chamada prostaglandinaE1 (PGE1). O PGE1 tem propriedades antiinfla-matrias e pode tambm agir afinando o sanguee como um dilatador de vasos. As propriedadesantiinflamatrias do GLA vem sendo estudadasem pesquisas duplo-cego com pessoas sofrendode artrite reumatide. Alguns estudos reportaramque a suplementao com GLA geraram benefciossignificativos para estas pessoas.

    O cido -linolnico mostrou ter atividadesanti-cancergenas em estudoscom tubo de ensaio e em algunsestudos com animais. Tambmdemonstrou, em alguns estudos,reduzir os nveis de colesterol.

    A suplementao com leo deprmula pode melhorar coceirade pele, vermelhido e secura as-sociada com hemodilise. Pessoascom sndrome pr-menstrual,diabetes, esclerodermia, eczemae outras condies de pele podemter um bloqueio metablico que

    interfere com a habilidade docorpo de produzir o GLA. Emestudos preliminares, a suple-mentao com leo de prmula ajudou as pessoascom estas condies. Existe evidncia de quealcolatras podem ter deficincia de GLA, e umestudo preliminar sugere que a suplementaocom leo de prmula pode ajudar alcolatras alargarem o vcio. A deficincia de GLA muitocomum e ocorre principalmente devido a fatorescomo envelhecimento, intolerncia a glicose, altoconsumo de gordura na dieta, e outros problemas.

    Pessoas com esta deficincia podem se beneficiarcom a suplementao com leo de prmula. Aquantidade exata ideal de leo de prmula por diaainda desconhecida. Pesquisadores normalmenteusam entre 3 a 6 gramas de leo de prmula pordia, o que fornece aproximadamente 270 a 540mgde GLA. A idia de tomar outros nutrientes, comomagnsio, zinco, vitamina C, niacina e vitaminaB6 junto da suplementao de leo de prmula interessante, uma vez que eles ajudam tambmna formao do PGE1.

    Atualmente, o leo de prmula a mais impor-

    As maieses e mea3 s s eiese as iase as,leaisas ele e lihaa,vs eiqeis

    e leie iia.

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    Alimento vs. doenastante fonte comercial de cido -linolnico. Emcada grama do leo encontram-se, alm de quan-tidades menores de outros cidos, de 65 a 80mg decido linoleico e de 8 a 14mg de GLA. Portanto, oleo , ao mesmo tempo, fonte do cido -linolnicoe de seu precursor, o cido linoleico. Outras boasfontes naturais de GLA so o leo de sementes deborragem (Borago officinalis L.) leo de sementesde cassis (Ribes nigrum) ou fontes fngicas. Umaalternativa que comea a ser estudada o leo decanola, extrado de sementes geneticamente modi-ficadas e o leo deEchium fastuosum , uma planta

    da famlia das borraginceas.Nas doenas cardiovasculares

    a participao dos cidos graxosmega 6, em perfeito equilbriocom os mega 3, de fundamen-tal relevncia para diminuir estequadro, uma vez que o mega 6ajuda a baixar os nveis de coles-terol total e LDL. Ao diminuiros nveis de LDL, diminuem asmortes por enfermidade carda-ca. Os mega 6 poliinsaturados,como o linolico, tendem a redu-zir ambos os tipos de colesterol(LDL e HDL) no sangue, e estopresentes nos leos de milho, sojae girassol. Os monoinsaturados,presentes fundamentalmente no

    azeite de oliva, tendem a diminuiros nveis de colesterol LDL, semafetar o colesterol HDL.

    Os cidos graxos poliinsa-turados (leos de sementes) e

    monoinsaturados (azeite de oliva) no formamdepsitos gordurosos que obstrem as artrias,como ocorre com os cidos graxos saturados,presentes fundamentalmente em alimentos deorigem animal. Assim, deve-se consumir diaria-mente leos e azeites de diferentes tipos, pormsempre com moderao. Suspender por completo

    os leos e azeites da dieta um grave erro, j queso a principal fonte de vitamina E, a qual cumpreuma importante funo antioxidante.

    Os cidos graxos essenciais tambm podemcontribuir para uma maior absoro de clcio e aodepsito deste mineral nos ossos, bem como favo-recer a diminuio da perda de clcio atravs daurina (calciuria). Essas condies podem melhorare/ou fortalecer a massa ssea, prevenindo, entreoutros fatores, a to temida osteoporose.

    Alguns trabalhos clnicos que estudaram opapel dos cidos graxos essenciais mega 6, par-

    ticularmente o linolico, principal componente dosleos vegetais de milho e girassol, mostram queeles podem ser benficos no tratamento de acnee psorase. Os mega 6 exercem uma funo dedestaque na conservao da pele e outros epitlios.

    No existe nenhum consenso quanto as dosesadequadas ou indicadas de GLA, as quais variamde aproximadamente 90mg a 1.000mg/dia.

    o cIdo LInoLIco conjugAdo

    cido linolico conjugado (em ingls Conju-gated Linoleic Acid, ou CLA) refere-se a umafamlia composta por alguns ismeros do cidolinolico. Os ismeros do CLA ocorrem natural-mente em alimentos derivados de animais rumi-nantes (vaca, cordeiro, etc.). O CLA tambm encontrado naturalmente em uma variedade deoutros produtos alimentcios, no oriundos deanimais ruminantes, tais como mariscos, peruse leos vegetais.

    As gorduras e as carnes de animais ruminantesso as mais ricas fontes naturais de ismeros doCLA. Esses ismeros so encontrados em mili-gramas por grama de gordura nas carnes de cor-deiro, vitela e gado. As maiores concentraes deCLA nos alimentos so encontradas em diversosprodutos lcteos. Na maioria dos casos, o ismerocis-9,trans-11, ainda chamado de cido rumnico, o ismero predominante do CLA encontrado emalimentos, exceto nos leos vegetais que podem

    conter vrios outros ismeros.A descoberta de que o CLA isolado da carnegrelhada inibe o cncer quimicamente induzidochamou a ateno da comunidade cientfica e, porisso, passou-se a estudar suas propriedades fsi-cas e biolgicas. A ampla literatura sobre o CLAsugere que estes cidos graxos isometricamenteconjugados possuem potentes atividades bioqu-micas e fisiolgicas que podem beneficiar a sadehumana e proteger contra doenas crnicas.

    Atualmente, o consumo humano estimado deCLA, pela dieta normal, no suficiente para

    exercer o potencial benfico bioqumico, moleculare fisiolgico contra o cncer, aterosclerose e obesi-dade, com base em estudos com diversos animais.Estima-se, com base em estudo efetuado em ratos,que um homem com peso de 70 kg deve consumir3,0g de CLA/dia para usufruir de seus efeitos be-nficos. Portanto, os benefcios sade que o CLApode promover s sero alcanados com a ingestode complementos alimentares ou alteraes naqualidade e tipo de alimentos ingeridos. Desde queos suplementos so menos apreciados do que osprprios alimentos como fonte de nutrientes, nu-

    A amla lieaasbe cLA

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    em beeiia

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    tracuticos e fitoqumicos, uma abordagem muitomelhor seria o aumento da ingesto de CLA, peloenriquecimento de alimentos com CLA.

    A primeira abordagem , obviamente, consu-mir mais alimentos ricos em CLA. A segunda aumentar o teor de CLA em ovos, leite e carnesde origem animal. uma abordagem mais prtica,uma vez que no depende de mudanas nas prti-cas alimentares e no ir elevar o consumo diriode colesterol e gordura saturada. Aumentar o teorde CLA de produtos alimentcios, como o leite e acarne, tambm tem potencial de aumentar o seu

    valor nutricional e teraputico, e pode ter um pesomercadolgico aprecivel, acrescentando valor aprodutos tradicionais.

    O CLA o nico antioxidante e anticarcino-gnico associado a alimentos de origem animal.

    Experimentos em animais tm siste-maticamente mostrado que o CLA promo-

    ve benefcios para a sade - anticarcinog-nico, antiaterosclertico, antidiabtico -,melhoria do sistema imune e provoca aumento damassa muscular com diminuio da massa gordu-rosa. O CLA de ocorrncia natural est mais rela-cionado com a preveno do cncer enquanto que osinttico com as mudanas da composio corporal.

    A pesquisadora francesa Anne de La Torre,em 2006, estudou as propriedades antitumoraisdas misturas de CLA provenientes de produtosoriginrios dos ruminantes. Foram estudados os

    efeitos antiproliferativos in vitro de uma misturade CLA originaria da carne de boi, em culturasde clulas de cncer de mama, pulmo, clon,melanoma e ovrio. As clulas foram expostas aapenas 100 micromoles de CLA durante 48 horase a proliferao foi determinada pelo contedo deDNA na cultura. Constatou-se reduo da proli-ferao celular variando de 25 a 67% dependendoda linhagem celular neoplsica. O efeito antiproli-ferativo variou com a posio e configurao dasduplas ligaes. O ismero do CLA mais potentefoi o ismero natural. O estudo concluiu que as

    misturas de CLA derivadas da carne bovinainibem a proliferao celular de vrias linhagensde cncer humano.

    Os benefcios potenciais para a sade do CLAincluem a preveno de doenas cardiovascularescongestivas, uma vez que foi mostrado que estesismeros de cidos graxos reduzem a aterognese,em estudos com animais. Esses estudos avaliaramo efeito do CLA sobre a aterosclerose em coelhos,que receberam uma suplementao de 0,5g/ani-mal/dia durante 22 semanas. Comparado com oscoelhos do grupo controle, que receberam uma

    dieta semelhante contendo 14% de gordura e 0,1%de colesterol, sem CLA, o colesterol total e LDL,bem como os nveis de triglicrides no sangue fo-ram significativamente inferiores nos coelhos quereceberam a suplementao com CLA. Ao mesmotempo, as relaes LDL/HDL e colesterol total/HDL foram significativamente reduzidos no grupoque recebeu CLA. Os coelhos que receberam CLAtambm mostraram menos aterosclerose na aorta.

    Em outro estudo, examinou-se os efeitosdo CLA sobre as lipoprotenas plasmticas eaterosclerose da aorta. No estudo, 50 hamstersforam distribudas em cinco grupos de 10 ereceberam 0% (controle), 0,06% (baixo), 0,11%(mdio) e 1,1% (alto) da dieta total de CLA, ou1,1% da dieta total de LA. Animais que recebe-ram a dieta contendo CLA tiveram significativareduo dos nveis de colesterol plasmticostotal, colesterol no-HDL (combinado com lipo-protenas de baixa densidade ou VLDL e LDL)e triacilgliceris, com nenhum efeito sobre ocolesterol HDL, quando comparados com os con-troles. A anlise morfomtrica da aorta revelouum aparecimento mais tardio de aterosclerosenos hamsters que tiveram suplementao comCLA, em comparao ao grupo controle. Curio-samente, nesse estudo, o tratamento com LAmostrou um efeito semelhante em comparaocom o tratamento com CLA. Esses dois estudoslevaram a concluso que o CLA tinha efeito hipo-

    colesterolmico e antiaterognico. No entanto,um estudo recente com camundongos C57BL/6,utilizando dietas aterognicas com adio de 0,5%e 0,25% CLA, mostrou aumento do desenvolvi-mento de estrias gordurosas na aorta, apesar deuma mudana do perfil das lipoprotenas sricas,que poderia ser considerada menos aterognico.

    Embora seja evidente que o CLA exerceefeitos benficos sade em animais na melhorado metabolismo plasmtico de lipoprotenas e napreveno de aterosclerose, no h informaessuficientes sobre seus efeitos em humanos,

    tornando difcil predizer os efeitos da suplemen-tao com CLA em longo prazo. Alm disso, osestudos com CLA em humanos so difceis deinterpretar porque utilizam diferentes par-metros de medio e h variao nas dosagens,durao da administrao e caractersticas in-dividuais dos objetos de estudo (idade, grau deobesidade, padres de dieta, nvel de atividadefsica). A suplementao com ismeros de CLApode apresentar benefcios ou riscos sadehumana, portanto mais estudos controlados,usando ismeros de CLA, precisam ser realiza-

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    Alimento vs. doenasdos para determinar sua segurana e eficcia,antes de serem recomendados. Alm disso, oCLA mostrou ter efeito positivo sobre a ateros-clerose em coelhos, mas no em camundongos, oque pode indicar uma diferena de espcies paraa resposta suplementao de CLA na dieta.

    ALIMEntAo prEVEntIVADesde o comeo dos anos 70, pesquisadores em

    todo o mundo tm evidenciado que pessoas comdieta rica em frutas e vegetais apresentam menorincidncia de cncer. Observou-se ainda algumefeito protetor de outros alimentos vegetais, comonozes, gros e sementes. Mas a evidncia maisforte sugere que a alimentaorica em frutas e vegetais podediminuir o risco de desenvolvi-mento de alguns tipos de cncer.

    P e s q u i s a d o r e s d e s c o -briram que o perilil lcool,encontrado em cerejas e nalavanda, leva regresso de tu-mores pancreticos em animaisde laboratrio. O limoneno, en-contrado nas cascas de frutas c-tricas, impede o desenvolvimentode tumores da mama. Um estudode Harvard mostrou que dietasricas em vegetais, como o brcolise o repolho, podem reduzir o risco

    de cncer de bexiga em homens.Outro estudo de Harvard mos-trou que dietas contendo cincoou mais pores de frutas e ve-getais por dia diminui o risco decncer de mama entre mulherespr-menopausa que tm histriafamiliar da doena ou que inge-rem quantidade moderada debebida alcolica.

    Uma reviso publicada peloNational CancerInstitute relata uma reduo no risco para uma

    variedade de cnceres entre os indivduos queconsomem freqentemente tomates e derivados.Uma pesquisa publicada noBritish Medical

    Journal, conduzida pelo World Cancer ResearchFund, concluiu que dietas ricas em frutas e vege-tais e pobres em carnes protegem contra o cncerde mama, prstata e intestino, dentre outros.

    De acordo com uma reviso feita pela Ame-rican Heart Association (AHA), trs classes decompostos encontrados nas frutas e vegetais - es-teris, flavonides, e compostos contendo enxofre -podem ser importantes na reduo do risco de

    aterosclerose (estreitamento das artrias).Os esteris so um grupo de lipdios (subs-

    tncias semelhantes gordura) encontradosno organismo. O mais comumente encontradono tecido humano e animal o colesterol, parteessencial das membranas celulares. Ele toimportante, especialmente para os neurnios,que o organismo produz seu prprio suprimen-to. O colesterol circula no sangue em partculaschamadas lipoprotenas. Os pesquisadores rela-cionaram certos tipos dessas partculas ateros-clerose, a principal causa de ataques cardacose derrames. A aterosclerose tambm contribuipara a hipertenso e a impotncia. Os esteris vegetais (fitoesteris) e o colesterol, da carnevermelha e outras fontes alimentares, competempela absoro durante a digesto. Dessa forma,grandes quantidades dos esteris vegetais dimi-nuem a quantidade de colesterol absorvida dacomida, podendo ter um efeito protetor.

    Os flavonides tm estruturas qumicas varia-das e so encontrados nas frutas, vegetais, nozese sementes. Alguns tm mostrado efeito antioxi-dante, impedindo as leses celulares causadaspor radicais livres. Outros tornam as clulassangneas menos pegajosas, diminuindo aao das plaquetas. As principais fontes incluemo vinho tinto e os produtos da soja (isoflavonas).

    Compostos com enxofre que ocorrem natural-mente podem reduzir o colesterol e, dessa forma,

    diminuir a aterosclerose. Sendo encontrados nacebola, alho e no alho-por, essas substncias tmsido utilizadas como remdios h bastante tempo.O leo do alho ou o dente de alho se mostrarameficazes em reduzir a quantidade de lipdios e apresso sangnea. De acordo com a AHA, nemtodas as suas aes so compreendidas e maisestudos so necessrios em relao bioqumicae farmacologia dessas substncias.

    A obesidade um fator de risco para algunstipos de cncer, doena cardiovascular e para odiabetes tipo 2, tambm chamado diabetes mellitus

    no-insulino dependente (DMNID) ou diabetescom aparecimento na idade adulta.Os altos nveis de acar no sangue do diabe-

    tes (hiperglicemia), em longo prazo, pode causarleses no organismo. A doena fora de controlepode levar cegueira, doena renal, leso nervosa(neuropatia), aterosclerose, hipertenso arterial,ataque cardaco e derrame.

    Pesquisadores observaram que determinadoscarotenides - compostos vegetais com proprie-dades antioxidantes - podem proteger contra odesenvolvimento do diabetes tipo 2. Os estudos

    uma esqisabliaa

    British MedicalJournal, ziael World CancerResearch Fund,li qeieas ias emas e veeaise bes em

    aes eema ee mama,saae iesi,ee s.

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    tambm demonstraram que a manuteno de umpeso adequado atravs de uma dieta com caloriaslimitadas e rica em frutas e vegetais pode reduziro risco de desenvolvimento do diabetes.

    Estudos realizados pela Universidade deCornell, nos Estados Unidos e outras entidadescientficas, apresentam 10 alimentos que devemser consumidos regularmente para uma vida maissaudvel e maior equilbrio do corpo, combatendoo envelhecimento precoce e o cncer.

    A ma a pioneira da lista. Por suas pro-priedades especiais quando ingerida com a casca,auxilia na preveno do cncer, atua contra osradicais livres, age sobre os nveis de coleste-rol, ajuda na eliminao dos lquidos e reduz aabsoro de gordura, o que conseqentementefavorece o emagrecimento, de preferncia a deproduo orgnica.

    A aveia vem logo em seguida, sendo um dos ce-reais mais ricos em fibras. Age sobre o colesterol,favorecendo a preveno de doenas cardiovascu-lares, envelhecimento dos tecidos e hipertenso,alem de possuir caractersticas antiinflamatrias. um alimento que atua de forma ampla no or-ganismo, combate ativamente as cries e ajuda amelhorar a concentrao e diminuir a incidnciade enxaquecas e insnia.

    Descobriu-se na Alemanha que o alho tambm um alimento que traz amplos benefcios. Ele aumentao nvel de HDL e diminui o de LDL, reduz o volume

    das placas nas artrias, diminui o nvel de acar nosangue, inibe a bactria causadora da lcera pre-cursora do cncer gstrico e ativa o sistema imu-nolgico, possuindo tambm uma ao antibitica.

    Sendo o alimento vegetal de maior teor pro-tico, a soja ajuda a reduzir o risco de doenascardiovasculares, diminui o nvel de colesterol ruime ajuda a prevenir o cncer de mama e de clon.Seu consumo trs dias por semana a partir dos25 anos ajuda a manter a regularidade dos nveishormonal aps a menopausa.

    O azeite de oliva extra virgem segue na lista

    como o 5 alimento. Possui antioxidante antican-cergeno e auxilia na reduo de LDL, diminuindoo risco de doenas cardiovasculares. No temcolesterol e acelera as funes metablicas Oconsumo ideal de 1 colher de sopa rasa por dia.Os cinco primeiros alimentos citados so encon-trados facilmente no mercado e de fcil inclusonas refeies e lanches.

    O tomate aparece como o 6 na lista e deveser consumido o ano todo. Ele diminui o cncerde esfago, retarda o envelhecimento das clulasda prstata e sua ingesto freqente em forma

    de molho reduz o risco de ocorrncia de 11 tiposde cncer. rico em sais minerais, vitamina C ecombate a infeces.

    Fonte de vitamina E, a castanha-do-par uma excelente redutora de radicais livres, retar-da o envelhecimento e previne riscos de doenascardacas e cncer; consumida entre 55g e 70gpor dia, atua no equilbrio da tireide e fortaleceo sistema imunolgico.

    Os trs ltimos alimentos da lista so o iogur-te (semi desnatado ou desnatado), semente delinhaa e a uva. O primeiro uma grande fontede protenas, zinco e vitamina A e todas do com-plexo B; auxilia no equilbrio do funcionamento

    intestinal, controle de colesterol, aumenta a ab-soro de nutrientes fundamentais e reduz o riscode cncer; um copo de 300mg por dia j produzpraticamente todos esses benefcios.

    O segundo riqussimo em mega 3, queauxilia nas doenas cardiovasculares, trombose,crescimento e desenvolvimento infantil, diminui o

    colesterol e sintomas de TPM e menopausa; umacolher de sopa da semente triturada consumidadiariamente a indicao para receber todos essesbenefcios, dentre os quais tambm constam 27componentes anticancergenos. Por fim, mas nomenos importante, a uva entra com suas fibras,flavonides e resveratrol, que melhoram o sistemaimunolgico, rejuvenescem as artrias, reduzemo risco de cncer, perda de memria, derrame edoenas cardacas. Laxativas e diurticas, as uvasestimulam as funes do fgado e so timas nocombate aos radicais livres.