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FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Ana Paula Portugal MARTIN
Viviane Rosa Lelis da SILVA
BIBLIOTECA ESCOLAR E SUA IMPORTÂNCIA NO INCENTIVO À
LEITURA
São Paulo
2011
Ana Paula Portugal MARTIN
Viviane Rosa Lelis da SILVA
BIBLIOTECA ESCOLAR E SUA IMPORTÂNCIA NO INCENTIVO À
LEITURA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da
Informação, da Fundação Escola de Sociologia e
Política de São Paulo, como requisito para
obtenção do título de bacharel em Biblioteconomia
e Ciência da Informação.
Orientadora: Andréia Gonçalves.
São Paulo
2011
M334b
MARTIN, Ana Paula Portugal
Biblioteca escolar e sua importância no incentivo à leitura /
Ana Paula Portugal Martin, Viviane Rosa Lelis da Silva. –
São Paulo, 2011 - 67 f.
Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado) - Faculdade de
Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo, 2011.
Bibliografia.
1. Biblioteca escolar. 2. Leitura. 3. Leitores. 4. Incentivo à leitura. 5.
Comunidade escolar. I. Silva, Viviane Rosa Lelis da. II. Título
CDU – 027
FOLHA DE APROVAÇÃO
Autor: Ana Paula Portugal Martin
Autor: Viviane Rosa Lelis da Silva
Título: Biblioteca escolar e sua importância no incentivo à leitura
Conceito:
Banca Examinadora
Prof(a): _______________________________________________
Assinatura: ____________________________________________
Prof(a): _______________________________________________
Assinatura: ____________________________________________
Prof(a): _______________________________________________
Assinatura: ____________________________________________
Data de aprovação: __/__/__
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho a todos os que nos acompanharam e nos ajudaram nesta árdua tarefa.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos nossos pais, pois sem eles nós não estariamos aqui hoje.
Aos nossos irmãos que nos deram forças e não nos deixaram desistir. E também aos amigos
que tiveram que entender nossa ausência em alguns momentos.
Ao bibliotecário Ricardo Tomasiello Pedro do Colégio Arquidiocesano que nos recebeu com
muita simpatia e boa vontade.
E especialmente aos nossos namorados que tiveram muita paciência, nos ajudaram e até se
envolveram em alguns momentos dessa longa caminhada.
Obrigada a todos.
EPÍGRAFE
“A Bela Adormecida da escola – a Biblioteca.
Como acordar a princesa deste sono tão profundo?”
Graça Maria Fragoso
RESUMO
Neste trabalho falamos sobre a importância da biblioteca escolar no incentivo à leitura.
Escolhemos este tema por acharmos importante este incentivo para que as crianças aprendam,
ja na escola, a gostar de ler e consequentemente, melhorar seu desempenho nos estudos.
Nosso objetivo neste trabalho é mostrar a importância da biblioteca na vida das pessoas.
Falamos também sobre a Lei 12244/2010, que irá revolucionar a profissão do bibliotecário, e
também ajudar a melhorar a situação do ensino do país. Colocamos um relato de experiência
ao final, para embasar nosso estudo e salientar os motivos que nos fizeram escolher este tema.
Palavras-chave: Biblioteca escolar. Incentivo à leitura
ABSTRACT
In this paper we talk about the importance of the school library in reading incentive. We have
chosen this subject because we think this incentive is important for children to start enjoying
reading and consequently improve their performance at classes. Our goal in this work is to
show the importance of the library in people's lives. We also talk about the Law 12244/2010,
which will improve the profession of librarian, and also help improve the situation of teaching
in the country. We also show a case study at the end, to support our research and highlight the
reasons that made us choose this theme.
Key words: School library. Incentive to reading
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 15
2.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 15
2.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 15
3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 16
4 BIBLIOTECA ESCOLAR E SUAS FUNÇÕES .................................................................. 17
4.1 Conceito .............................................................................................................................. 20
4.2 Papel e objetivos da biblioteca escolar ............................................................................... 23
4.3 Comunidade escolar atuando em parceria com a biblioteca............................................... 26
4.4 Biblioteca escolar no Brasil ................................................................................................ 29
4.5 Biblioteca escolar e a Lei 12.244/2010 .............................................................................. 34
5 LEITURA NO BRASIL ........................................................................................................ 36
5.1 Leitura na escola ................................................................................................................. 41
5.2 Leitura na biblioteca da escola ........................................................................................... 44
5.3 Biblioteca escolar e comunidade auxiliando como incentivadores de leitura .................... 47
5.4 Ações culturais que podem auxiliar a biblioteca com o incentivo à leitura ....................... 48
6 RELATO DE EXPERIÊNCIA .............................................................................................. 50
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 62
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 64
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Objetivos da biblioteca escolar ................................................................................ 25
Quadro 2: Os participantes da comunidade escolar .................................................................. 28
Quadro 3: Os problemas da Biblioteca Escolar ........................................................................ 29
Quadro 4: LEI N° 12.244, de 24 de maio de 2010 ................................................................... 35
Quadro 5: PNBE em 2011 ........................................................................................................ 46
Quadro 6: As ações culturais na biblioteca escolar .................................................................. 49
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Dados sobre Educação Infantil - Creche ................................................................... 30
Figura 2: Dados sobre Pré-Escola ............................................................................................ 30
Figura 3: Dados sobre Ensino Fundamental ............................................................................. 31
Figura 4: Dados sobre Ensino Médio ....................................................................................... 31
Figura 5: Dados sobre Educação Profissional .......................................................................... 32
Figura 6: Dados sobre EJA ....................................................................................................... 32
Figura 7: Dados sobre Educação Especial ................................................................................ 33
Figura 8: Quem são os leitores de livros no Brasil ................................................................... 37
Figura 9: Leitores de livros no Brasil (por gênero) .................................................................. 37
Figura 10: Onde estão os leitores de livro no Brasil ................................................................ 37
Figura 11: Onde estão os leitores de livro no Brasil ................................................................ 38
Figura 12: População estudantil no Brasil ................................................................................ 38
Figura 13: Evolução da escolaridade da população.................................................................. 38
Figura 14: Leitores por classe escolaridade .............................................................................. 39
Figura 15: Taxa de penetração de leitura (por Grau de Instrução) ........................................... 39
Figura 16: Leitores por classe social ........................................................................................ 39
Figura 17: Taxa de penetração da leitura (por Classe Social) .................................................. 39
Figura 18: Leitores por idade ................................................................................................... 40
Figura 19: Taxa de penetração da leitura (por Idade) ............................................................... 40
Figura 20: População que estuda e trabalha ............................................................................. 42
Figura 21: Quanto maior a escolaridade, maior é o tempo dedicado a leitura de livros .......... 42
Figura 22: Tempo dedicado por leitores à leitura de livros na semana .................................... 42
Figura 23: Concentração de leitores por idade, classe e situação escolar ................................ 43
Figura 24: Concentração de leitores por idade, classe e situação escolar ................................ 43
Figura 25: Antiga sede localizada na Av. Tiradentes ............................................................... 51
Figura 26: Ricardo junto ao mural de exposição sobre Máscaras Africanas............................ 52
Figura 27: Parte da biblioteca infantil ...................................................................................... 53
Figura 28: Contação de História ............................................................................................... 54
Figura 29: Projetor para contação de histórias ......................................................................... 55
Figura 30: Espaço de leitura para os alunos ............................................................................. 56
12
Figura 31: Caixas separadas por assunto .................................................................................. 57
Figura 32: Computadores ......................................................................................................... 57
Figura 33: Balcão de atendimento ............................................................................................ 58
Figura 34: Entrada para o acervo .............................................................................................. 59
13
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho contém informações básicas sobre biblioteca escolar e apresenta o conceito, o
papel e a função da biblioteca escolar em ser um órgão dinamizador do conhecimento e
incentivador da leiutra.
Pretendemos demonstrar a importância da biblioteca escolar em relação ao ensino-
aprendizagem dos alunos, mostrando que ela dever ser a extensão da sala de aula.
Abordaremos ainda neste trabalho, a importância da biblioteca escolar no sistema educacional
brasileiro e qual a sua relação com o incentivo à leitura por meio da atuação do bibliotecário
como educador, mediador e incentivador.
Para tanto este trabalho está estruturado da seguinte maneira:
No primeiro capítulo trataremos a biblioteca escolar como um órgão dinamizador do
conhecimento, para tanto o capítulo foi dividido em quatro partes onde tentaremos nessas
partes explicar: o conceito de biblioteca escolar; seus papéis; suas funções; e, seus objetivos.
Ainda trataremos neste capítulo de como a comunidade escolar poderá atuar em parceria com
a biblioteca da escola; falaremos também da prática da biblioteca escolar no Brasil e de como
a nova Lei 12.244/2010 — que trata sobre a universalização das bibliotecas escolares poderá
auxiliar na melhoria dos serviços oferecidos pela mesma. Como referencial teórico para este
capítulo utilizamos os seguintes autores: Graça Maria Fragoso, Diretrizes da IFLA/UNESCO
para bibliotecas escolares; Bernadete Campello; Carol Collier Kulthaul; Waldeck Carneiro da
Silva; Clériston Ribeiro Ramos; Walda de Andrade Antunes, entre outros;
Já o segundo capítulo iniciaremos falando sobre a leitura no Brasil, mas o foco principal é
discorrer sobre o incentivo à leitura em bibliotecas escolares, para isso o capítulo foi divido
em diversas partes, são elas: leitura no Brasil; leitura na escola; leitura na biblioteca da escola;
biblioteca escolar e comunidade auxiliando como incentivadores de leitura; e, para finalizar o
capitulo, colocamos uma parte de ações culturais que podem auxiliar a biblioteca com o
incentivoà a leitura. Como referencial teórico para o desenvolvimento deste capítulo,
utilizamos os seguintes autores: Clériston Ribeiro Ramos; Maria Russo; Sueli Bortolin;
14
Walda de Andrade Antunes; Lucília Garcez; Carlos Eduardo de Oliveira Kleibs; Ana Rita
Martins, entre outros.
E, ao final apresentaremos um estudo de caso, que servirá para ilustrar o que foi sugerido ao
decorrer deste trabalho. Este estudo de caso será feito em uma instituição (em definição) e
isso nos proporcionará a aproximação com a mesma e, consequentemente o estudo
aprofundado sobre o projeto que a biblioteca escolar realiza para promover atividades que
incentivem a leitura em seus alunos.
15
2 OBJETIVOS
Considerando que a Lei 12.244 de 24/05/2010, obriga que todas as instituições de ensino do
país, sejam elas públicas ou privadas, possuam uma biblioteca e que o acervo mínimo desta
biblioteca contenha pelo menos um título para cada aluno matriculado, será de
responsabilidade da escola o desenvolvimento contínuo da biblioteca, a contratação de um
bibliotecário para a gestão das funções biblioteconômicas e para auxiliar na promoção de
projetos que incentivem a leitura, a fim de salientar a importância da biblioteca escolar no
incentivo à leitura e na formação de leitores. Com isso pretende-se com este trabalho:
2.1 Objetivo geral
Identificar o papel e importância das bibliotecas escolares em promover atividades de
incentivo à leitura.
2.2 Objetivos específicos
Relatar a importância da biblioteca escolar e da leitura na escola, e como ambos os pontos
podem criar práticas que auxiliem e motivem o incentivo à leitura.
Descrever algumas ações culturais desenvolvidas por bibliotecas escolares, que podem
auxiliar no incentivo à leitura.
Indicar como a comunidade escolar poderá contribuir com a biblioteca na promoção de
trabalhos de incentivo à leitura.
Apresentar um relato de experiência que demonstre as ações práticas de incentivo à leitura.
16
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho é composta de duas partes: a
primeira é a revisão da literatura e a segunda é a apresentação de um estudo de caso, que
trabalhe com um projeto de incentivo à leitura.
A revisão da literatura foi estruturada através de um levantamento bibliográfico sobre a
temática bibliotecas escolares, incentivo à leitura, leitura na escola, leitura na biblioteca entre
outras, possibilitando assim uma aproximação e aprofundamento do tema.
O levantamento inicial foi feito através de pesquisas bibliográficas em periódicos, impressos
e eletrônicos especializados na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, sites, livros,
anais de congressos, seminários, consulta a biblioteca da FESPSP, além de consulta à base de
dados LIBES (Literatura Brasileira em Biblioteca Escolar), que foi desenvolvida pelo grupo
GEBE (Grupo de Estudos em Biblioteca Escolar da Escola de Ciência da Informação da
UFMG), que reúne referências de documentos sobre o tema. Também consultamos a Revista
Nova Escola que disponibilizou em seu site uma série de reportagens sobre leitura e o
incentivo à leitura e as Revistas da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, tais
como, Ciência da Informação, Transinformação e Perspectivas da Informação, além de
algumas teses e dissertações que tratam do tema estudado.
E, ao final, apresentaremos um relato de experiência, que servirá para ilustrar o que foi
sugerido no decorrer deste trabalho. Este relato foi feito no Colégio Marista Arquidiocesano e
isso nos proporcionou uma aproximação com a mesma e, consequentemente, o estudo
aprofundado sobre o projeto que a biblioteca escolar realiza para promover atividades que
incentivem a leitura em seus alunos.
17
4 BIBLIOTECA ESCOLAR E SUAS FUNÇÕES
A biblioteca escolar deveria ser um espaço onde pudéssemos encontrar um ambiente
agradável, acolhedor, estimulante, onde professores e bibliotecários trabalhassem juntos,
agindo assim como mediadores, infoeducadores1, formadores, orientadores e facilitadores do
processo de desenvolvimento e geração do conhecimento do aluno. Neste sentido a biblioteca
escolar deveria ser um espaço informativo, formativo e lúdico, possuindo assim funções
culturais e educativas. Para Fragoso (2002), a função educativa da biblioteca acontece quando
ela complementa as informações que foram passadas aos alunos através dos professores, desta
forma a biblioteca oferece seus serviços e seus recursos para a comunidade escolar,
procurando sempre atender às necessidades do planejamento curricular. Já a função cultural
da biblioteca é um complemento da educação formal, oferecendo aos seus usuários
possibilidades de leitura, levando-os assim a expandir seus conhecimentos e suas ideias acerca
do mundo.
Aproveitando o que foi dito acima decidimos aqui apresentar quais são as funções da
biblioteca escolar na perspectiva de vários autores, veja:
Para começarmos a pontuar as funções da biblioteca escolar escolhemos as Diretrizes da
IFLA/UNESCO (2005) — um dos principais documentos que trata sobre o tema biblioteca
escolar. As Diretrizes apontam que a biblioteca escolar desempenha a importante função de
agir como uma porta de acesso entre a sociedade que está baseada na informação e no
conhecimento. Esta diretriz ainda nos aponta que para cumprir a sua função pedagógica a
biblioteca deverá ser parte integrante do processo educativo da escola.
Sanches Neto (1995) diz que a única função desse temido lugar é permitir o contato entre o
leitor e o livro.
Para Ramos (2009), a biblioteca escolar possui funções indispensáveis para o
desenvolvimento pessoal do aluno, tais como a função de informar, de educar, a função de
1 Infoeducador - é um profissional que tem domínio da lógica e do funcionamento das Estações do
Conhecimento e das Estações Culturais Fonte: http://www.pos.eca.usp.br/sites/default/files/file/cienciaInformacao/informacaoContemporaniedade.pdf
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ação cultural e a recreativa. Abaixo destacamos o que para Ramos exemplificaria essas
funções:
Função de Informar;
Função de Educar – promover a integração entre a informação e o currículo
escolar;
Função Cultural – orientar na apreciação de uma obra de arte, estimular a
criatividade;
Função Recreativa – oferecer aos usuários um espaço lúdico, mostrando que a
leitura poderá ser uma prática de lazer.
De acordo com Hillesheim e Fachin (2003, p. 38), a biblioteca escolar tem a função de atuar
como órgão auxiliar que facilitaria o acesso dos alunos aos livros e à informação.
Vale ressaltar que as funções citadas acima não são as únicas da literatura. Selecionamos
alguns autores que tenham opiniões que são uniformes com o propósito deste trabalho.
Só que na realidade não é isso que encontramos na maioria das escolas brasileiras, não há
nem o espaço reservado para uma biblioteca e quando há, estes espaços são considerados
depósitos de livros, onde poucos possuem acesso. Neste sentido, Nery (1998) considera que a
biblioteca vive em função das doações de seus usuários e, não sabendo recusá-las, a biblioteca
acaba ficando cheia de matérias inúteis. Este modelo de biblioteca geralmente está localizado
na última sala da escola. Para Silva (1995a), as bibliotecas escolares estão localizadas em
espaços inadequados em algum canto da escola, este canto geralmente é apertado, mal-
iluminado e desconfortável, causando assim incômodo para os seus usuários.
19
A biblioteca escolar também é considerada como um local onde os poucos alunos que
comparecem são os que estão de castigo ou aqueles que estão fugindo de determinadas aulas,
com isso estes alunos leem por castigo e não por prazer. Amato e Garcia (1998) afirmam que
a biblioteca escolar é vista como o local para alunos indisciplinados cumprirem uma tarefa ou
apenas dar sossego para algum professor.
É a triste realidade da maioria das bibliotecas escolares brasileiras, ou melhor, das salas de
leitura das escolas públicas brasileiras. Realidade esta que poderá sofrer alterações após o
surgimento da Lei 12.244/10 que estipula que, em um prazo de dez anos, cada instituição de
ensino do país tenha uma biblioteca com ao menos um título para cada aluno matriculado e
contrate um profissional bibliotecário para atuar (gerir) este espaço. É importante que neste
novo modelo de biblioteca escolar ocorra um relacionamento mais amistoso entre direção,
professores e bibliotecários, para que a biblioteca escolar cumpra com seu papel no contexto
do ensino aprendizagem.
Neste sentido, talvez a biblioteca escolar deixe de ser um “bicho papão” que assusta e afasta
seus usuários, desmistificando assim aquela ideia de que tudo tem que estar no local e o
silêncio tenha que imperar, valorizando o pensamento de que uma biblioteca existe no sentido
de ser usada e consultada pela sua comunidade.
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4.1 Conceito
A biblioteca escolar é um espaço localizado dentro da escola; é considerado um centro de
aprendizagem e pesquisa; é um local desenvolvido para dar suporte ao aprimoramento do
usuário.
Mostraremos conceitos de biblioteca escolar que foram prescritos por diferentes autores:
A biblioteca escolar, instituição milenar que durante séculos garantiu a
sobrevivência dos registros do conhecimento humano, tem agora seu
potencial reconhecido como parte fundamental do complexo processo
educacional. Pois pode contribuir efetivamente para preparar crianças
e jovens para viver no mundo contemporâneo, em que a informação e
conhecimento assumem destaque central. A biblioteca faz realmente a
diferença. (ANDRADE, 2001, p. 12.)
Segundo as Diretrizes da IFLA/UNESCO (2005, p. 23.) a biblioteca escolar é parte integrante
no processo educativo dos alunos; é um ambiente em que as diferenças individuais se
mesclam com a diversidade de recursos e tecnologias.
Segundo entrevista dada a Mário Ferrari (2006), Perroti2 denomina as bibliotecas escolares
como estações de conhecimentos, onde a aprendizagem é estimulada pela presença de
suportes informacionais e tecnológicos. Ele ainda afirma que a biblioteca escolar deve possuir
todo tipo de recursos informacionais em formatos de papel ou eletrônico.
Para Amato e Garcia (1998), a biblioteca escolar é um centro de leitura e orientação de alunos
e ex-alunos e de consulta e estudos de docentes e demais servidores da escola.
2Edmir Perroti, professor da Escola de Comunicações e Artes é responsável pela disciplina Infoeducação:
acesso e apropriação de informação na contemporaneidade e coordena grupo de pesquisa voltado à consolidação da Infoeducação, abordagem de natureza histórico-cultural das relações entre Informação e Educação. Realiza pesquisas com ênfase nos seguintes temas: infoeducação, dispositivos informacionais, saberes informacionais, redes culturais, metodologia colaborativa, leitura; literatura infantil e juvenil. Fonte: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do;jsessionid=75DA687823045DDFF7C1F4FC58370C24.node3
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Ramos (2009) afirma que a biblioteca escolar é uma extensão pedagógica dos conhecimentos
didáticos, mostrando-se como uma unidade de primordial importância no incentivo e na
manutenção das práticas de leitura. Para ele a biblioteca escolar é um espaço democrático e de
promoção do conhecimento.
Ribeiro (2002, p. 58) vê a biblioteca como o cérebro da escola, a memória, o lugar onde é
produzido o conhecimento, a reflexão, a discussão e o lazer. Ele afirma que a biblioteca não
precisa ser apenas um mar de pó que tem aroma de antiquário. Ratificando esse pensamento
Sanches Neto (1995, p. 22) afirma que a biblioteca escolar não é um santuário onde devemos
entrar e permanecer em silêncio, ela poderá ser considerada um labirinto vivo, um palco ou
um cenário de destinos múltiplos.
Campello (2001, p. 13) afirma que a biblioteca escolar é um local de aprendizagem
permanente, um centro de documentação onde a comunidade está inserida e pode encontrar
informações que irão responder aos questionamentos levantados dentro da sala de aula.
Para Kuhlthau (1999, p. 11) a biblioteca escolar deverá ser um centro de questionamentos que
fornece recurso para a aprendizagem de seus usuários.
Para COSTA; PINHEIRO; COSTA, (2009), a biblioteca escolar é um ambiente onde as
crianças e jovens complementam seu aprendizado e desenvolvem sua criatividade,
imaginação e seu senso crítico, reconhecem a complexidade do mundo que os rodeia e
adquirem novos conhecimentos.
Para Hillesheim e Fachin (1999, p. 65-66), a biblioteca escolar é um centro-ativo de
aprendizagem; um instrumento indispensável como apoio didático, pedagógico e cultural; é
também um elemento de ligação entre os membros da comunidade em que ela está inserida.
Considerando que a biblioteca escolar é um centro de aprendizagem — e como vários autores
citaram este centro —, deverá ser parte integrante no processo educativo dos alunos da
instituição. Biblioteca escolar servirá como base para complementar o que está sendo
aprendido pelos alunos em sala de aula, de tal forma é importante que a mesma atue em
parceria com os professores e outros membros da comunidade escolar .
Ao finalizar a conceituação de biblioteca escolar surgem alguns questionamentos:
22
Será que os conceitos apresentados pelos autores serão incorporados à realidade prática das
bibliotecas escolares?
Será que a biblioteca escolar é realmente aquela sala abarrotada de livros?
Será que a biblioteca escolar é apenas o local onde encontramos os bagunceiros que nenhum
professor quer que permaneçam na sala de aula?
23
4.2 Papel e objetivos da biblioteca escolar
Neste item tentaremos mostrar de forma simples quais são os papéis e objetivos das
bibliotecas escolares, lembrando que estes papéis e objetivos variaraão de acordo com a
instituição na qual a biblioteca escolar estará inserida.
Papéis da Biblioteca Escolar
É papel da biblioteca escolar organizar e disponibilizar informações contidas em diversos
formatos; ser um complemento no processo de ensino e aprendizagem da escola; ajudar os
alunos a terem autonomia no uso de uma biblioteca, a manusear livros; aumentar as
habilidades dos alunos com o desenvolvimento de pesquisas; despertar o aluno para a leitura.
Para Martins (2009) o papel da biblioteca escolar é expandir o conhecimento de seus alunos,
funcionando como uma ferramenta para o seu desenvolvimento individual e intelectual.
Campos e Bezerra (1998) afirmam que o papel da biblioteca escolar é atuar em conexão com
o plano pedagógico da escola. Para que isto aconteça é imprescindível contar com a
participação da comunidade escolar e fazer com que a biblioteca seja um dos recursos de
apoio aos professores. Ainda neste sentido, o apoio do professor é essencial para o êxito da
tarefa lúdico-pedagógica da biblioteca escolar, ele será a ponte entre o aluno, a leitura e a
biblioteca, conforme afirma Silva (1995b).
Ainda segundo Silva (1995b), a biblioteca escolar tem como papel principal o
desenvolvimento do gosto pela leitura entre os estudantes, e a incumbência de aproximar o
aluno e o livro.
Salgado e Becker (1998) afirmam que a biblioteca escolar desempenha um papel importante
na educação da população e contribui com a escola no processo de ensino e aprendizagem,
para isso é necessário que a biblioteca esteja voltada para atender às necessidades que os
programas escolares exigem.
Já Fragoso (2002) aponta como papéis da biblioteca escolar os seguintes pontos:
24
1. cooperar com o currículo da escola;
2. estimular e orientar a comunidade em suas pesquisas e leituras;
3. incentivar o educando a pensar de forma crítica;
4. proporcionar aos leitores materiais em diversos suportes;
5. promover a interação entre aluno-bibliotecário-professor, sendo facilitadora no processo de
ensino e aprendizado;
6. oferecer um mecanismo para a democratização da educação; e,
7. contribuir para que o educador amplie sua percepção dos problemas educacionais.
Carvalho (2001) afirma que o principal papel da biblioteca escolar é ser um local onde se
forma o leitor crítico ou seja, aquele que continuará ampliando suas experiências através da
leitura.
Objetivos da Biblioteca Escolar
É bem complexo falarmos sobre os objetivos de uma biblioteca escolar, pois como citamos
acima, estes objetivos mudam de instituição para instituição. A título de ilustração fizemos
um levantamento do que alguns autores consideram como sendo objetivos da biblioteca
escolar.
O quadro abaixo aponta o que para Hillesheim e Fachin (1999, p. 68) são objetivos básicos da
biblioteca escolar:
1. Ampliar o conhecimento dos membros da comunidade escolar;
2. Colocar à disposição dos alunos um ambiente que favoreça a formação e o
desenvolvimento de hábitos de leitura e pesquisa;
3. Oferecer aos professores o material necessário à implementação de seus trabalhos e
ao enriquecimento de seu currículo;
4. Colaborar no processo educativo;
5. Proporcionar à comunidade escolar condições de constante atualização de
conhecimento em diversas áreas do saber;
6. Conscientizar os alunos de que a biblioteca é uma fonte segura e atualizada de
informações;
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7. Estimular nos alunos o hábito de frequentar outras bibliotecas;
8. Integrar-se com outras bibliotecas.
Quadro 1: Objetivos da biblioteca escolar
Para que as bibliotecas escolares cumpram corretamente seus objetivos, as Diretrizes da
IFLA/UNESCO (2005, p. 5) sugerem que eles tenham percebam:
suas finalidades;
as necessidades da comunidade escolar;
as necessidades de mudança quando elas vão surgindo;
os recursos (financeiros adequados e contínuos); e,
custo benefício.
Em relação aos objetivos concordamos com os pontos citados pela IFLA, vale lembrar que a
biblioteca escolar existe para que atenda às necessidades de sua comunidade, em sua maioria
aos professores e alunos. Para que isso ocorra, caberá à escola dar o suporte necessário para o
mantimento e o desenvolvimento desta biblioteca, oferecendo aos seus usuários a informação
que está contida nos livros e em outros suportes informacionais, para tanto, é necessário que a
escola saiba qual o objetivo que aquela biblioteca tem dentro da instituição e que lhe ofereça
os recursos necessários para o seu constante desenvolvimento.
26
4.3 Comunidade escolar atuando em parceria com a biblioteca
Aqui destacamos a comunidade escolar como um todo, quem faz parte desta comunidade e
como essa pode ajudar e incentivar o uso da biblioteca.
Segundo Ferreira (1986), comunidade é um conjunto de pessoas com interesses comuns entre
si. E também pode ser conceituada como qualquer conjunto populacional considerado como
um todo. Com isso, podemos afirmar que a comunidade escolar é formada por professores,
diretores, alunos, bibliotecários e funcionários da escola, ou seja qualquer pessoa que faça
parte da instituição como um todo.
A seguir, destacamos pontos fundamentais dos membros desta comunidade em relação ao seu
papel na biblioteca escolar:
Alunos – Segundo Manifesto IFLA/UNESCO (2005), os estudantes são o público alvo
da biblioteca. Caberá a ela desenvolver atividades que estimulem seu uso entre esses
usuários.
Professores – Segundo Antunes (2002b) para estimular o uso da biblioteca escolar o
professor deverá conhecer o funcionamento da mesma, planejar atividades que
estimulem seu uso e incentivar o uso da biblioteca.
Diretores – São considerados pelo Manifesto IFLA/UNESCO (2005) como líderes
pedagógicos da escola, neste sentido o diretor deve reconhecer a importância dos
serviços que a biblioteca oferece e estimular assim o seu uso.
Bibliotecário – Ainda para o Manifesto IFLA/UNESCO (2005) o bibliotecário deverá
possuir conhecimentos que atendam à demanda da comunidade escolar. Ele deve criar
um ambiente de entretenimento e aprendizagem que seja atrativo, acessível e
acolhedor, ou seja um ambiente livre de qualquer medo e preconceito. O bibliotecário
intervém no processo de ensino-aprendizagem da leitura e desenvolve atividades que
estimulem a busca do conhecimento e o gosto especial pela leitura agindo de forma
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que estimule não só os alunos, mas também o corpo docente e discente da escola
(COSTA, PINHEIRO, COSTA, 2009).
Pais/Responsáveis – O Manifesto IFLA/UNESCO (2005) aponta os pais e
responsáveis como parceiros da biblioteca escolar. Estes parceiros podem auxiliar em
tarefas práticas, apoiar a equipe da biblioteca e desenvolver eventos culturais com o
objetivo de divulgação dos serviços da biblioteca. Para Russo (2009), familiares
deveriam ser os primeiros a estabelecer o elo entre a criança e o mundo, usando a
leitura como canal para levá-los a desenvolver valores morais, que servirão de base
para suas atitudes no futuro.
O quadro a seguir demonstra a responsabilidade de alguns membros da comunidade escolar,
segundo as lições de Antunes (2002b).
Membros Responsabilidades
Professor Conhecer a organização e funcionamento da
biblioteca; conhecer o acervo; planejar
atividades que estimulem seu uso; incentivar
o aluno a usar a biblioteca; orientar os alunos
quanto ao uso, à consulta e as técnicas de
pesquisa.
O professor deverá ainda participar da
seleção de materiais, de campanhas para a
promoção do acervo, da leitura e da
divulgação da biblioteca.
Direção Reconhecer a função da biblioteca como
apoiadora do desenvolvimento do currículo
escolar; reconhecer a função pedagógica da
biblioteca; incluir a biblioteca no plano
orçamentário da escola; acompanhar e
participar das atividades desenvolvidas pela
biblioteca.
Família Conhecer a biblioteca e os serviços que esta
oferece; incentivar o gosto pela leitura em
seus filhos; apoiar atividades desenvolvidas
28
pela biblioteca.
Quadro 2: Os participantes da comunidade escolar
Ratificando o que foi visto acreditamos que a comunidade escolar tem influência direta no uso
ou não da biblioteca escolar, acreditamos que um professor que trabalhe em conjunto com o
bibliotecário terá o poder de influenciar o aluno quanto ao uso da biblioteca. Já à direção da
escola deverá intervir de maneira a ajudar a biblioteca a se manter financeiramente e fazendo
com que a mesma faça parte do plano de ensino da escola. Quanto aos pais é importante
incentivar o gosto pela leitura e apoiar (participar) das atividades desenvolvidas pela
biblioteca.
29
4.4 Biblioteca escolar no Brasil
Há muito tempo a educação brasileira pede socorro, com isso, ao falarmos das condiçoes da
biblioteca escolar, não podemos esquecer que a educação brasileira foi desprezada desde o
começo de sua existência. Consequentemente, a situação das bibliotecas escolares não seria
diferente.
Segundo Salgado e Becker (1998), a biblioteca escolar no Brasil apresenta problemas
estruturais e políticos que fazem deste assunto um problema nacional. Ainda para os autores,
as bibliotecas escolares são meros depósitos de livros em salas adaptadas e que não atendem
às necessidades e finalidades para as quais foram criadas.
De acordo com Ramos (2009), no Brasil existem novas políticas públicas no sentido de
promover a biblioteca escolar, contudo há três problemas enfrentados pela biblioteca escolar
brasileira:
1° Problema 2° Problema 3° Problema
Mau funcionamento da
biblioteca — que pode ser
ocasionado por não
apresentar um profissional
qualificado para trabalhar no
local.
Falta de incentivos por parte
dos professores — causado
pelo não aproveitamento da
biblioteca e de seu potencial
pedagógico.
Pouca quantidade de
bibliotecas escolares na
formação inicial do aluno.
Quadro 3: Os problemas da Biblioteca Escolar
Para demonstrar os problemas da biblioteca escolar no Brasil, decidimos aqui apresentar
dados do Censo Escolar de 2009 para termos noção de a quantas anda a biblioteca escolar no
Brasil, nesses dados apresentaremos a quantidade de escolas existentes, e a quantidade de
bibliotecas escolares existentes dentro dessas escolas, o número de alunos matriculados nessas
escolas e o percentual de alunos matriculados que são atendidos por essas bibliotecas. Os
dados estão divididos por Educação Infantil – Creche, Educação Infantil – Pré-Escola, Ensino
Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional, Educação de Jovens e Adultos,
Educação Especial, veja:
30
Educação Infantil – Creche – segundo os dados do Censo Escolar 2009, a maior
parte das matrículas eram de responsabilidade das redes municipais de ensino (65,6%)
e a rede privada pelos demais.
Figura 1: Dados sobre Educação Infantil - Creche
Educação Infantil – Pré-Escola – Na pré-escola a maioria das escolas ainda são
municipalizadas, isso corresponde a 75.3% dos atendimentos (e a rede privada
corresponde por 23,2% dos atendimentos).
Figura 2: Dados sobre Pré-Escola
31
Ensino Fundamental - A maior oferta de público no ensino fundamental está
concentrada entre o setor público (municipal e estadual), isso totaliza 54% dos alunos
matriculados.
Figura 3: Dados sobre Ensino Fundamental
Ensino Médio – 85,91% dos alunos estão matriculados no ensino médio da rede
pública.
Figura 4: Dados sobre Ensino Médio
Ensino Profissional – De acordo com o Censo Escolar 2009, as matrículas da
educação profissional estão igualmente dividas entre os setores públicos e privados.
32
Figura 5: Dados sobre Educação Profissional
Educação de Jovens e Adultos – A maioria dos alunos matriculados no EJA estão
nas fases de ensino fundamental e médio.
Figura 6: Dados sobre EJA
Educação Especial – 39,5% dos alunos matriculados nas escolas brasileiras possuem
necessidades especiais.
33
Figura 7: Dados sobre Educação Especial
Vale ressaltar que as tabelas apresentadas acima foram tiradas do Portal do INEP
(http://portal.inep.gov.br/resumos-tecnicos), com o objetivo de apresentar a infraestrutura que
as escolas oferecem à seus alunos em relação a: quadra de esportes, bibliotecas, banheiros,
computadores, salas de leitura, etc., mas o que fica pra nós são as informações sobre as
bibliotecas e as salas de leitura, acreditamos que estas tabelas nos esclarecem a quantas andam
a biblioteca escolar brasileira, podemos nelas identificar que menos da metade das escolas
brasileiras possuem bibliotecas ou salas de leitura.
34
4.5 Biblioteca escolar e a Lei 12.244/2010
Começamos este capítulo com uma imagem não oficial sobre a Lei 12.244/2010, tentaremos
com isso desmembrá-la e falar rapidamente sobre o que esta lei poderá mudar no cenário da
biblioteca escolar no Brasil. Gostaríamos de com isso fazer “um comentário” sobre as
mudanças que a legislação propõe, isso é claro, de acordo com nosso ponto de vista e com o
ponto de vista de alguns autores que trataram o assunto.
Diário Oficial da União – Seção I – 25 de maio de 2010
LEI N° 12.244, DE 24 DE MAIO DE 2010
Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas
instituições de ensino do País.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinteLei:
Art. 1° As instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do
País contarão com bibliotecas, nos termos desta Lei.
Art. 2° Para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a coleção de livros,
materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a
consulta, pesquisa, estudo ou leitura.
Parágrafo único. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um
título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar
a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de
guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares.
Art. 3° Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços progressivos para
que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos previstos nesta Lei, seja
efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão de Bibliotecário,
disciplinada pelas Leis n°s 4.084, de 30 de junho de 1962, e 9.674, de 25 de junho de
1998.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
35
Brasília, 24 de maio de 2010; 189° da Independência e 122º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
Carlos Lupi
Quadro 4: LEI N° 12.244, de 24 de maio de 2010
A lei é bem clara em relação à criação de bibliotecas escolares em todas as instituições de
ensinos sejam elas públicas ou privadas, a lei ainda faz considerações sobre o que deve ser a
biblioteca escolar.
A lei ainda nos dá a quantidade de livros que cada biblioteca escolar deverá ter, levando em
consideração o número de alunos matriculados na escola.
Vale ressaltar que a lei deverá respeitar a profissão do bibliotecário, ou seja, cada instituição
de ensino deverá contar com um profissional qualificado para gerir, organizar, divulgar e zelar
por esse espaço.
Para finalizar não podemos nos esquecer de falar sobre o prazo de 10 (dez) anos, que é o
prazo estipulado pela lei para que todas as instituições se adequem, vale lembrar que estamos
em outubro de 2011 e as coisas ainda nem começaram a mudar. Agora fica a dúvida, este
prazo será cumprido?
Em artigo publicado no site biblio.com.br (2011), o bibliotecário Jonathas Carvalho
participou de uma entrevista sobre a lei da Universalização das bibliotecas escolares. Neste
artigo a parte que mais nos chama a atenção é onde o bibliotecário afirma que essa lei só
poderá ser passível de reconhecimento se houver, ao longo desses anos, uma mobilização da
classe biblioteconômica mostrando a importância da biblioteca escolar, ele ainda sugere
alguns pontos onde a lei deverá ser modificada, uma é em relação à coleção (acervo), ao
espaço físico e em relação aos serviços oferecidos pela biblioteca aos usuários que são partes
importantes do dia a dia da biblioteca que a lei não cita.
Já Oliveira (2011), afirma que a LEI N° 12.244/2010 trará benefícios para toda a sociedade,
visto que alunos de instituições públicas e privadas terão garantido o seu direito de acesso à
informação.
36
5 LEITURA NO BRASIL
Antes de falarmos sobre a leitura na escola ou na biblioteca, decidimos destacar alguns
aspectos sobre a leitura no Brasil.
O jornal O Estado de São Paulo publicou recentemente uma reportagem que dizia que os
Estudantes brasileiros são os que menos têm livros em casa, neste artigo foram ressaltados
alguns pontos que são relevantes para a ilustração deste trabalho. Vale ressaltar que o artigo é
um levantamento inédito do movimento “Todos pela educação” que é baseado no PISA3 de
2010. O levantamento mostra que 39% dos estudantes brasileiros possuem no máximo dez
obras literárias. A quantidade de livros em casa revela o nível socioeconômico da família e a
escolaridade dos pais. O acesso a obras literárias para muitas pessoas é um artigo de luxo.
Ainda segundo o artigo para que o Brasil se torne um país com uma cultura leitora, será
necessário que a prática da leitura seja incentivada primeiramente pela família e
posteriormente pela escola, por fim o artigo destaca que o hábito da leitura é ausente no país e
para que este hábito seja alimentado, a criança deverá ser preparada para a leitura desde
pequena. Ramos (2009), afirma que incentivar a leitura não é obrigação apenas dos
governantes e sim de todos que percebem sua real importância.
Para reverter o quadro em que a leitura no Brasil se encontra, não é de hoje que o Governo
Federal vem criando alguns programas que valorizem, aumentem e incentivem o gosto pela
leitura, como exemplo disso veja alguns programas que foram criados para tentar fazer com
que o Brasil em futuro próximo seja um país de leitores, no século passado foi criado o INL
(Instituto Nacional do Livro), também foram criados programas governamentais que davam
incentivos para as editoras, recentemente foi criado o Plano Nacional do Livro e Leitura
(PNLL), passo fundamental para converter o tema em política de Estado.
3 PISA, Programa Internacional de Avaliação de Alunos (em inglês: Programme for International Student
Assessment - PISA) é uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar, realizado pela primeira vez em
2000 e repetido a cada três anos. É coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), com vista a melhorar as políticas e resultados educacionais. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_Internacional_de_Avalia%C3%A7%C3%A3o_de_Alunos
37
De acordo com informações da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2008 p. 167-172),
ilustramos nosso trabalho com os quadros abaixo:
Figura 8: Quem são os leitores de livros no Brasil
Figura 9: Leitores de livros no Brasil (por gênero)
Figura 10: Onde estão os leitores de livro no Brasil
38
Figura 11: Onde estão os leitores de livro no Brasil
Figura 12: População estudantil no Brasil
Figura 13: Evolução da escolaridade da população
39
Figura 14: Leitores por classe escolaridade
Figura 15: Taxa de penetração de leitura (por Grau de Instrução)
Figura 16: Leitores por classe social
Figura 17: Taxa de penetração da leitura (por Classe Social)
40
Figura 18: Leitores por idade
Figura 19: Taxa de penetração da leitura (por Idade)
De acordo com a apresentação dos quadros elaborados pela pesquisa Retratos da leitura no
Brasil, criamos para ilustrar esse trabalho um perfil do leitor brasileiro, veja:
A maioria do leitores brasileiros são do sexo feminino;
Dentre os leitores pesquisados a maioria se encontra na região sudeste do país;
A pesquisa ainda aponta que a maioria dos leitores brasileiros são pessoas que
pertencem a classe econômica tipo C e têm entre 5 e 10 anos de idade.
41
5.1 Leitura na escola
A leitura na escola é considerada uma prática obrigatória. Normalmente os professores
obrigam seus alunos a lerem, sempre com o melhor intuito procurando incentivar ou motivar à
leitura.
Nas séries iniciais, a leitura geralmente é imposta por professores de português, literatura e
história. Eles fazem rodas de leitura e obrigam seus alunos a lerem aqueles textos imensos e
que provavelmente logo serão esquecidos.
Já os professores do ensino médio obrigam seus alunos a lerem os livros que serão usados no
vestibular, segundo o artigo Estudantes brasileiros são os que têm menos livros em casa 4 os
livros ou a leitura em sala de aula são encarados como tarefa. Mas será que essa obrigação
sem prévia apresentação ou que por algum motivo não faz sentido nenhum para os alunos,
dará algum resultado?
Segundo os autores COSTA; PINHEIRO; COSTA (2009) a leitura é o eixo de todo o
processo ensino-aprendizagem que ocorre na escola. Ainda segundo os autores, a leitura é um
processo notoriamente vital ao indivíduo, porém essa não é uma prática fácil, a educação
intelectual exige prática contínua e de preferência ainda no colo maternal.
Russo (2009) afirma que para garantir o sucesso nas iniciativas de mediação de leitura em
instituições de ensino é recomendado que haja o entrosamento entre os educadores e os
bibliotecários, tanto nas práticas pedagógicas quanto nas questões da organização da
biblioteca e dos livros.
A pesquisa Retratos da leitura no Brasil (2008, p. 73) nos aponta que a escola é uma
importante parceira para promover as políticas de acesso ao livro e da promoção da leitura, é a
partir da escola que muitas crianças tem o primeiro contato com os livros e com o processo da
leitura, que além de ser usada para o cumprimento das tarefas escolares, deveria ser usada
como uma atividade de lazer e prazer. A pesquisa ainda nos mostra que é na escola onde as
4 Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,estudantes-brasileiros-sao-os-que-tem-menos-livros-
em-casa-aponta-pesquisa,688432,0.htm
42
crianças e os jovens mais leem e ao saírem da escola esses brasileiros se desinteressam pela
leitura.
Veja alguns dados que a pesquisa Retratos da leitura no Brasil (2008, p. 73-85) mostra sobre a
situação da leitura na escola brasileira:
Figura 20: População que estuda e trabalha
Figura 21: Quanto maior a escolaridade, maior é o tempo dedicado a leitura de livros
Figura 22: Tempo dedicado por leitores à leitura de livros na semana
43
Figura 23: Concentração de leitores por idade, classe e situação escolar
Figura 24: Concentração de leitores por idade, classe e situação escolar
Dos quadros apresentados neste tópico o que mais nos chama a atenção é o que aponta o
tempo que os leitores semanalmente dedicam aos seus livros, através dele podemos constatar
que é no período do ensino fundamental e médio que os estudantes brasileiros dedicam mais
tempo para a leitura de livros.
44
5.2 Leitura na biblioteca da escola
Sabemos que a leitura não é uma prática muito apreciada em nossas instituições de ensino.
Diante disso a biblioteca escolar seria realmente um apêndice na escola não tendo assim
importância nenhuma, já que os alunos que fazem parte desta comunidade não se interessam
pela leitura, quem dirá pela biblioteca, que, por muitas vezes, fica ali sem objetivo nenhum
onde quase ninguém tem coragem de entrar, talvez por medo, ou por falta de interesse.
O que poderia ser feito para que a leitura na escola e na biblioteca deixasse de ser um “bicho
de sete cabeças” e fosse inserido em seu contexto social, visto como uma prática produtiva,
criativa, ou seja, como uma prática que pudesse dar algum prazer para quem está lendo, seja
na sala de aula, ou no ambiente da biblioteca?
Para Bortolin (2006), a leitura na escola, na biblioteca e nos lares não é encarada como uma
prioridade e sim como artigo de luxo.
Antunes (2002a) afirma que não há uma fórmula mágica para que os alunos leiam, gostem de
livros ou frequentem a biblioteca, mas neste sentido é de suma importância que a biblioteca e
a escola organizem ações que estimulem o hábito da leitura entre os seus alunos. É importante
lembrar que tais práticas precisam fazer sentido para os alunos, por isso o trabalho em
conjunto entre bibliotecários e professores será inevitável.
Segundo Kleibs (2008), estas práticas tem o objetivo de promover e permitir a construção da
relação entre o livro e o leitor, estimular o convívio com a cultura e a experimentação das
várias possibilidades de leitura.
Neste sentido, a leitura na escola e na biblioteca seria um espaço de liberdade, que lida
diretamente com o pensamento e o imaginário de quem está lendo como sugere Garcez
(2000).
Com isso a leitura deixaria de ser uma atividade obrigatória para ser uma atividade prazerosa
e a biblioteca, segundo Kleibs (2008), deixaria de ser um lugar de silêncio e ordem, um lugar
45
que afugenta os xeretas e bagunceiros e se tornaria um local agradável a todos que pertencem
àquela comunidade.
Para contribuir no processo de democratização do acesso às fontes de informação; o fomento
à leitura e à formação de alunos e professores leitores, foi criado em 1997 o Programa
Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), este programa visa distribuir acervos de obras de
literatura, de pesquisa e de referência e outros materiais relativos ao currículo nas áreas de
conhecimento da educação básica.
Veja abaixo os números do PNBE em 20115:
1) Ensino Fundamental (6º ao 9 ano )
Investimento: R$ 44.906.480,00
Alunos atendidos: 12.780.396
Escolas beneficiadas: 50.502
Livros distribuídos: 3.861.782
Acervos distribuídos: 77.754
Tipos de acervos: 3 acervos diferentes, dois deles com 50 e um com 49 livros.
Critério de atendimento:
- Escolas com anos finais do Ensino Fundamental (1 a 250 alunos): 1 acervo
- Escolas com anos finais do Ensino Fundamental (251 a 500 alunos): 2 acervos
- Escolas com anos finais do Ensino Fundamental (mais de 500 alunos): 3 acervos
2) Ensino Médio
Investimento: R$ 25.905.608,00
Alunos atendidos: 7.312.562
Escolas beneficiadas: 18.501
Livros distribuídos: 1.723.632
Acervos distribuídos: 34.704
Tipos de acervos: 3 acervos diferentes, dois deles com 50 e um com 49 livros.
Critério de atendimento:
- Escolas de Ensino Médio (1 a 250 alunos): 1 acervo
- Escolas de Ensino Médio (251 a 500 alunos): 2 acervos
- Escolas de Ensino Médio (mais de 500 alunos): 3 acervos
3) Periódicos 2011
5 Informações obtidas nos site: http://www.fnde.gov.br/index.php/be-dados-estatisticos
46
Investimento: R$ 31.150.900,98
Escolas beneficiadas: 143.773
Periódicos distribuídos: 11.530.430
Critério de atendimento:
- Escolas da educação básica (1 a 250 alunos): 1 exemplar de cada periódico
- Escolas da educação básica (251 a 500 alunos): 2 exemplares de cada periódico
- Escolas da educação básica (501 a 750 alunos): 3 exemplares de cada periódico
- Escolas da educação básica (751 a 1000 alunos): 4 exemplares de cada periódico
- Escolas da educação básica (1001 a 1250 alunos): 5 exemplares de cada periódico
- Escolas da educação básica (mais de 1250 alunos): 6 exemplares de cada periódico
Quadro 5: PNBE em 2011
Vale lembrar que não colocamos os números do PNBE neste trabalho para fazer propaganda
para o Governo Federal, apenas destacamos o programa pois esta é a forma que foi
encontrada pelo Governo Federal de incentivar e criar oportunidades para a promoção da
leitura.
47
5.3 Biblioteca escolar e comunidade auxiliando como incentivadores de leitura
Para ser uma incentivadora da leitura, a biblioteca pode desenvolver atividades com essa
finalidade em conjunto com professores.
Estas atividades são conhecidas como ações culturais, a maioria das ações realizadas pelas
bibliotecas tem o objetivo de aproximar o leitor do livro, seja através dos personagens ou do
local onde a história se passa.
Martins (2009) afirma que estas atividades servem para elucidar o que já foi visto, ou seja, o
professor que expõe aos alunos questões sobre o meio ambiente, solicita ao bibliotecário uma
seleção de materiais ou atividades voltadas para estas questões, podendo ser exposições de
fotos, contação de histórias, leitura de varal, etc.
Outras atividades poderiam ser feitas ainda com diferentes suportes como: livros, jornais,
revistas, onde caberia ao aluno escolher o conteúdo que mais lhe chamasse a atenção e depois
divulgando-o aos colegas e professores.
Compete também ao bibliotecário manter o acervo sempre atualizado, pois só assim será
capaz de cativar e estimular nos alunos o interesse em utilizar o material disponível dentro da
leitura. Entretanto não cabe ao bibliotecário se dedicar apenas na arrumação do acervo, mas
também ao desenvolvimento de práticas de leitura que visem a mediação da leitura para a
construção de leitores. Cabe ressaltar que as atividades de incentivo à leitura que são
desenvolvidas por bibliotecários devem estar em consonância com as atividades curriculares
propostas pelos professores (RUSSO, 2009).
48
5.4 Ações culturais que podem auxiliar a biblioteca com o incentivo à leitura
Como já foi afirmado anteriormente na biblioteca da escola encontramos vários meios para
incentivar a leitura, e neste sentido Reis (2005) afirma que o papel do professor é
indispensável.
A ação cultural segundo Rodrigues, Viana e Silva (2010), é uma prática de animação, ação e
reformulação de ideias e objetos culturais, desenvolvidas para reinventar o que está sendo
apresentado através da criatividade.
Descreveremos algumas ações que podem contribuir com o incentivo à leitura na biblioteca
escolar:
Hora do Conto – Segundo Alves (2008), o sucesso desta atividade dependerá da criatividade
do contador que deve prender a atenção dos ouvintes da história. Esta é uma atividade lúdica
que estimula a socialização, desenvolve a atenção e a disciplina do aluno. Já para COSTA;
PINHEIRO, COSTA (2009) a hora do conto é uma das principais atividades da biblioteca
escolar, pois essa prática promove a motivação e desperta a curiosidade e o interesse da
criança para a leitura.
Encontro com o autor – Para Alves (2008), o encontro com o autor pode gerar um convite a
leitura, uma vez que possibilita a discussão sobre as obras e conhecimento do autor. Esta
atividade motiva os leitores a buscarem outras obras do autor. Alves recomenda que o
encontro com o autor seja feito após alguma discussão de obra.
Exposições: Ainda segundo Alves (2008), as exposições motivam aquele aluno, que não
possui o hábito pela leitura, a entrar na biblioteca e conhecer seu espaço.
Concurso: Para Antunes (2002a), são atividades que estimulam a criatividade e o convívio
em grupo.
Aula de biblioteca: De acordo com a visita que fizemos ao colégio Arquidiocesano,
descobrimos que aula biblioteca é uma ação cultural, nesta aula as crianças vão para ter
contato com os livros, aprender como usar a biblioteca, participar de rodas de leitura, hora do
conto e outras atividades que acontecem no local.
Palestras e conferências: Segundo Antunes (2002a) oferecem aos usuários o conhecimento
aprofundado sobre um assunto, é importante que estas palestras e conferências sejam do
interesse dos alunos.
49
Teatro: Para Antunes(2002a), teatro é uma atividade que dá certo na biblioteca, serve como
pretexto para divulgar determinado livro.
Oficinas: A realização de oficinas no espaço da biblioteca poderá fazer com que seus
usuários desenvolvam sua criatividade, poderão ser realizadas oficinas de cartões, de
poemas, de máscaras, entre outras.
Quadro 6: As ações culturais na biblioteca escolar
Para finalizar, gostaríamos de enfatizar que estas são algumas ações realizadas por bibliotecas
escolares, mas o sucesso da mesma dependerá do trabalho em conjunto entre a comunidade
escolar, o bibliotecário e sua criatividade.
50
6 RELATO DE EXPERIÊNCIA
Biblioteca do Colégio Marista Arquidiocesano
História
O Arquidiocesano foi fundado em 1858 com o nome de Colégio Diocesano e era
administrado por freis capuchinhos e padres seculares.
Os Irmãos Maristas passaram a dirigir o Arqui em 1908. Naquela época, a Congregação já
era conhecida em inúmeros países pela eficiência na difusão do ensino. O prédio na Vila
Mariana começou a ser construído em 1929 e foi inaugurado em 25 de janeiro de 1935. De
lá para cá houve muitas mudanças, as principais foram o fim do internato em 1968 e a
abertura da escola ao público feminino em 1972.
No interior do colégio existe uma gruta de Nossa Senhora de Lourdes que foi inaugurada
no dia 8 de julho de 1939, como comemoração por não ter havido nenhuma morte, entre
alunos e Irmãos, por ocasião da gripe espanhola, que atingiu o país nos anos de 1918 e
1919. Também em 1939, no dia 22 de novembro, foi inaugurada a Capela do Colégio.
A epidemia de gripe espanhola afetou bastante a rotina do Colégio. Como não havia no
Brasil um número suficiente de hospitais para atender a população carente, o Irmão Isidoro
Dumont suspendeu as atividades escolares e o Arquidiocesano se transformou em um
verdadeiro hospital, com cerca de quatrocentos leitos. Foi nomeado como médico no local
o doutor Emílio Ribas, que contou com a ajuda de seis Irmãos Maristas. Até ser desativado
em dezembro de 1918, o hospital provisório do Colégio Arquidiocesano atendeu a
trezentos e trinta e um pacientes.
Outro fato histórico que marcou a escola foi a Revolução Paulista de 1924, quando o
Colégio serviu de QG para as tropas revoltosas, comandadas pelo general Isidoro Dias
Lopes. O Arqui foi invadido por dezenas de soldados e civis em 7 de julho e só foi
desocupado um mês depois.
As transformações na estrutura física continuaram ocorrendo. Em 1985, foi construído o
Conjunto Desportivo Irmão Leão. O Colégio ganhou mais três quadras cobertas em 1997,
com o fim das obras do Ginásio Poliesportivo Marista. O Centro Cultural Marista
51
Arquidiocesano, inaugurado em 2000, transformou-se em mais um espaço de estudo, arte,
esporte e vida marista.
O novo prédio abriga o Centro de Línguas, o Conjunto Aquático Marista, as salas de
espetáculos Paulo Autran e Armando Bógus, uma biblioteca, um salão de eventos e várias
salas de aula, ocupadas pela terceira série do Ensino Médio.
O Arqui continuou crescendo em 2001 com a inauguração do Centro Marista de Arte, ao
lado do Conjunto Desportivo Irmão Leão, e com a reforma total do antigo prédio da APM,
que deu lugar a uma moderna academia de musculação, o Arqui Fitness Center.
Figura 25: Antiga sede localizada na Av. Tiradentes
Sobre a Biblioteca
A biblioteca escolar no Marista faz parte do CRA – Centro de Recursos de Aprendizagem. É
parte integrante do processo de ensino – aprendizagem e exerce papel pedagógico na
formação da competência e do uso da informação na Sociedade do conhecimento, pois
favorece a busca da informação e a maneira de como processá-la.
Ela é administrada por Ricardo Tomasiello Pedro que é o bibliotecário responsável desde
2003, e possui autonomia para fazer o que quiser no espaço. Os gestores consideravam a
biblioteca do Arqui antiga e sentiram a necessidade de renovação, por isso o contrataram.
52
Figura 26: Ricardo junto ao mural de exposição sobre Máscaras Africanas
Em nossa visita ao colégio, pudemos entrevistá-lo e conhecer melhor sobre o dia a dia desta
biblioteca que é reconhecida como uma das melhores entre as bibliotecas escolares e por
possuir um trabalho de incentivo à leitura com ótimos resultados. Quando levantado esse
assunto ele diz que o incentivo à leitura, além de ser estimulado pelo bibliotecário, deve ser
realizado junto da escola e do corpo docente para atingirem os melhores resultados.
Quanto ao espaço, lá encontramos duas bibliotecas, a Biblioteca Infantil que é mais
frequentada por crianças da Educação Infantil, ou até os seis anos de idade e a Biblioteca
Central que atende desde o ensino fundamental ao ensino médio, a professores e funcionários.
53
Figura 27: Parte da biblioteca infantil
A biblioteca infantil possui um espaço especialmente preparado para diversas atividades como
o prazer da leitura e o desenvolvimento da cultura, explorando diferentes meios e modos de
comunicação. Dentro do Arqui, a aula de biblioteca tem espaço na grade curricular e tem a
duração de quarenta e cinco minutos.
54
Figura 28: Contação de História
Essas aulas acontecem por turma uma vez por semana. Lá eles ouvem uma contação de
história, que é feita por um bibliotecário. Os alunos se dispõem em tapetes no chão e é
utilizado um projetor especial que amplia a página do livro e joga a imagem para uma
televisão para que os alunos possam acompanhar as imagens enquanto é lido o livro. Quando
a sala falta, o pessoal da biblioteca leva os livros de surpresa para a sala de aula.
55
Figura 29: Projetor para contação de histórias
Terminando a história, eles podem circular entre os livros. Não é possível saber se a criança
pega o que quer para ler ou só por obrigação, alunos de 3 e 4 anos são os que pegam mais,
pois depois da aula na biblioteca eles ficam livres para alugar livros e os devolvem no prazo
de uma semana.
56
Figura 30: Espaço de leitura para os alunos
Tudo é pensado de forma a facilitar a criança e deixá-la à vontade para sua escolha, portanto o
bibliotecário teve a ideia de colocar os livros em caixas, numa altura que seja de fácil acesso
aos usuários, e para facilitar os alunos a encontrar os livros. A classificação é feita através de
uma mistura de informações, por exemplo: por cor, tamanho, palavras-chave e por assunto.
As retiradas de livros ocorrem com mais frequência nos horários de entrada e saída da aula.
São mais de 9000 livros no acervo de literatura infantil.
57
Figura 31: Caixas separadas por assunto
Existem ainda nesta sala, computadores disponíveis em mesas da altura dos pequenos para
que eles possam desenvolver a coordenação motora e fazer pesquisas.
Figura 32: Computadores
58
Segundo Ricardo, nesta idade é mais fácil aplicar técnicas de incentivo à leitura. A
diversidade de opções é bem maior. Eles têm uma sala onde são guardados materiais para
fabricar objetos para as atividades. Aqui estão outras formas de incentivo à leitura que eles
utilizam:
Contação de histórias especiais, com atividades sensoriais
Teatro de fantoches - trabalha a oralidade
Mesas temáticas com autores/temas
Teatro de sombras
Teatro
Imantógrafo/flanelógrafo
Já a Biblioteca Central fica localizada em outro andar do prédio, possui uma sala bem grande
com mesas individuais e, em volta, várias salas de estudo em grupo que são fechadas, mas o
funcionário tem ampla visão, pois são de vidro. A entrada é bem espaçosa e possui um grande
balcão de atendimento onde ficam as mesas dos funcionários.
Figura 33: Balcão de atendimento
59
O Bibliotecário sempre utiliza esse espaço de grande circulação para fazer uma exposição ou
mural com informações ou curiosidades. No momento de nossa visita, estavam expostas em
uma mesa de vidro, máscaras africanas que foram adquiridas pela biblioteca e junto tinha um
painel com um pouco de História sobre a época em que foram utilizadas (ver figura 2).
Figura 34: Entrada para o acervo
O acervo fica localizado em uma sala ao lado, próximo do balcão de entrada. Ela fica
separada por uma porta de vidro e os alunos possuem livre acesso a ela. Dentro do acervo
temos uma sala com uma grande quantidade de vídeos, CDs e DVDs para empréstimo, um
cantinho com puffs para que os alunos possam sentar e ler mais à vontade; e, também a sala
do bibliotecário, onde são recebidos e catalogados os materiais adquiridos. São comprados
livros diversos para uso geral, tanto os didáticos e os obrigatórios para o vestibular, quanto os
desvinculados do estudo que está acontecendo em sala de aula e os Best-Sellers que são
sempre os mais procurados.
O acervo tem uma média de consultas de mais de quatro mil livros emprestados todo mês.
Ricardo conta que adolescente não gosta de livro velho, por isso não costuma deixar nas
estantes livros muito antigos ou que começam a ficar danificados, ele os substitui sempre que
possível.
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A leitura na fase do ensino médio é castradora (forçada), o aluno deverá ser autônomo para
manter em dia seu hábito de leitura. A partir do sexto ano encontram-se dificuldades em
trabalhar com a leitura, por isso precisamos ter muita criatividade para atrair esse público, o
que não é fácil. Não há uma técnica específica para falar com adolescentes.
Ricardo nos citou algumas técnicas que podem ser usadas com adolescentes:
RPG – é um jogo de interpretação onde pode ser usada toda a criatividade do
aluno.
Quadrinhos – trabalham com a leitura de forma escondida ou não tão explícita.
Sarau – funciona melhor com poucos alunos; começaram com 40, chegando a 200
alunos, aí começou a crescer demais e a fugir do controle.
Encontro com o autor – perguntas e divulgação de obras.
Hora do conto – com conto por exemplo de Machado de Assis (só para
adolescentes).
Concursos de poesia – atrai os alunos por causa da premiação. Tiveram uma
participação de aproximadamente cento e cinquenta alunos.
Parceria com professor – trabalha com as obras de autores vistos em sala de aula.
O sistema utilizado na biblioteca é o Pergamum, que permite empréstimos, renovação,
devolução, pesquisa, recuperação do acervo e histórico dos acessos dos seus usuários. Tal
serviço interligará todas as bibliotecas das escolas Maristas, formando um acervo único. Uma
verdadeira Rede de bibliotecas à disposição da nossa comunidade. Em caso de atraso de
material, é cobrada uma multa de R$ 1 (um real).
No Portal Marista, você tem acesso a todo o acervo da sua unidade escolar, à programação e
às notícias das atividades programadas. Poderá também informar-se sobre horários de
funcionamento e os serviços disponibilizados aos usuários.
As Bibliotecas utilizam, na distribuição e organização do acervo, a Classificação Decimal de
Dewey (CDD) e possuem um acervo bem diversificado.
Empréstimo, multa, consulta e devolução
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Com mais de 30.000 empréstimos por ano, a circulação de materiais é um importante
serviço oferecido pelas Bibliotecas à comunidade do Marista Arquidiocesano, no entanto,
para o seu bom funcionamento é importante que os usuários observem as seguintes
orientações:
- Pelo atraso na devolução será cobrada multa por dia e quantidade de material emprestado,
sendo aplicada a todas as classes de usuários. O valor da multa será afixado em lugar visível
dentro das Bibliotecas para conhecimento dos usuários; o não pagamento da multa ou a não
devolução dos materiais acarretarão automaticamente no bloqueio dos empréstimos. É
possível a negociação do valor do pagamento quando ele excede um limite pré-estabelecido;
- Os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (1ª à 4ª série) estarão isentos da
cobrança de multa;
- No ato do empréstimo, o usuário receberá um tíquete com as datas de empréstimo e
devolução dos materiais;
- Obras de referência (enciclopédias, dicionários, manuais e guias), obras raras e valiosas, e
obras separadas para pesquisa só poderão ser consultadas na Biblioteca;
- As obras emprestadas e/ou consultadas deverão ser devolvidas diretamente ao atendente da
Biblioteca;
- O leitor é responsável pela obra consultada e/ou emprestada e, em caso de perda ou dano,
deverá substituir por outra igual ou correspondente, a critério da Biblioteca;
- A renovação de empréstimo poderá ser feita diretamente com um atendente ou pelo site da
escola; para tanto o usuário deverá digitar, no módulo “Acesso Usuário”, o seu número de
matrícula que poderá ser retirado na Biblioteca. Ao renovar o empréstimo, o usuário deverá
solicitar, através do botão “enviar recibo por e-mail”, o envio do recibo de devolução que é
a garantia de que a transação foi executada com sucesso;
- Nenhuma obra poderá sair da Biblioteca sem o devido registro de saída.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho foi elaborado com o objetivo de reunir informações sobre a Biblioteca escolar e
informar como esta poderá auxiliar no incentivo à leitura das pessoas que pertencem àquela
comunidade onde a biblioteca está inserida.
Uma das maiores motivações para a realização deste trabalho foi o surgimento da Lei 12.244
de 24/05/2010, que determina que em todas as instituições de ensino do país, sejam elas
públicas ou privadas, possuam uma biblioteca.
Acreditamos que os objetivos propostos foram alcançados. Tentamos atingi-los de forma
simples e objetiva, apresentando informações sobre bibliotecas escolares públicas e privadas,
e também sobre a questão do ensino e aprendizagem no Brasil nos dias de hoje para
finalmente chegar em nosso tema central que foi o incentivo a leitura nas bibliotecas
escolares.
Procuramos ainda mostrar como a escola ou a biblioteca da escola ainda é um dos maiores
incentivadores da leitura para a vida de cada pessoa, embora nem todas as escolas, nos dias de
hoje, tiveram a biblioteca para desenvolver esse trabalho, e que irá mudar daqui pra frente.
Nas bibliotecas, esse incentivo poderá ser feito de diversas formas como: em contação de
histórias, saraus, concursos, e que são exemplos de ações culturais que podem auxiliar a
biblioteca a promover atividades que incentivem a leitura.
A maior dificuldade que encontramos para a confecção deste trabalho foi escolher, junto com
nossa orientadora, o local para realizarmos o relato de experiência. O objetivo deste relato era
demonstrar algumas práticas que foram apresentadas em nosso trabalho, com isso escolhemos
uma instituição que é um exemplo em incentivo à leitura e a visitamos para conhecer este
trabalho de perto e trazer um melhor conteúdo, um embasamento para nossas pesquisas e que
confirme nosso estudo sobre o incentivo à leitura.
Concluímos então, com muita certeza, que o trabalho que faz uma biblioteca com ações
culturais, com orientação de professores e com a comunidade para incentivar as pessoas e
para instigá-las a embarcar nesse mundo da leitura, o que não é uma tarefa simples, pode sim
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trazer resultados muito bons. Não podemos afirmar que será um retorno totalmente
satisfatório, mas que aos poucos e com muita dedicação, será ampliado cada vez mais.
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