FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA EM …§ão Virginia... · componentes principais,...

56
FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE VIRGINIA MORELLATO MONDONI A RELAÇÃO DO BEM-ESTAR NO TRABALHO COM O ÍNDICE DE ABSENTEÍSMO: um estudo em uma empresa no ramo de confecção VITÓRIA 2013

Transcript of FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA EM …§ão Virginia... · componentes principais,...

FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE

VIRGINIA MORELLATO MONDONI

A RELAÇÃO DO BEM-ESTAR NO TRABALHO COM O ÍNDICE DE

ABSENTEÍSMO: um estudo em uma empresa no ramo de confecção

VITÓRIA 2013

VIRGINIA MORELLATO MONDONI

A RELAÇÃO DO BEM-ESTAR NO TRABALHO COM O ÍNDICE DE

ABSENTEÍSMO: um estudo em uma empresa no ramo de confecção

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração, da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisa em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito parcial para obtenção de título de Mestre em Administração de Empresas, na área de Gestão de Pessoas.

Orientador: Prof. Dr. César Augusto Tureta de Morais

VITÓRIA

2013

VIRGINIA MORELLATO MONDONI

A RELAÇÃO DO BEM-ESTAR NO TRABALHO COM O ÍNDICE DE

ABSENTEÍSMO – um estudo em uma empresa no ramo de c onfecção

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Administração, da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (Fucape), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração, na área de Gestão de Pessoas.

Avaliado em 30 de Agosto de 2013.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. César Augusto Tureta de Morais

(Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e

Finanças)

Prof. Dr. Fábio Augusto Reis Gomes

(Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e

Finanças)

Prof. Dr. Alexandre Reis Rosa

(Universidade Federal do Espírito Santo)

Dedico este trabalho à minha

querida família, a meu pai

Dimas, à minha mãe

Rosangela e minha irmã

Lorenza, aos queridos amigos

pelo incentivo e carinho e a

todos que virão usufruir desse

estudo.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela dádiva da vida e pela oportunidade de tornar esse

sonho realidade. Aos meus pais Dimas Mondoni e Rosangela Morellato e à minha

irmã Lorenza Morellato Mondoni pelo apoio, paciência, incentivo e suporte para a

realização desse projeto.

Ao tio Mauricio Emílio Zanetti e Delizete Joana Giacomin pela hospedagem e

caronas.

Ao Charlison Soares pela confiança, apoio, incentivo e vibrações nos

momentos positivos.

Aos colegas da turma pelos estudos em grupos e apoio nos momentos de

desesperos.

Ao corpo docente e funcionários da Fucape pelos serviços prestados.

A empresa com nome fictício “Confecção do Espírito Santo” por ter aberto as

portas para a realização dessa pesquisa e por conceder os dados.

Ao professor orientador Cesar Tureta pela paciência, apoio, dedicação,

confiança e por ter aceitado esse projeto e contribuído para a execução da pesquisa.

Ao IFES - Campus Itapina por ter me concedido a oportunidade de realizar o

mestrado.

Aos colegas do IFES - Campos Itapina Ederval Pablo Ferreira da Cruz,

Elizangela Cosme Gatti, Larissa Torezani Broetto, Mariana Spalenza Nicchio,

Poliana Daré Zampirolli Pires, Suderlânia Maria Guimarães e em especial ao João

Marcos Louzada pelo auxilio nas análises estatística, paciência, apoio, dedicação,

esforço e determinação.

E a todos que contribuíram direta ou indiretamente para esse estudo.

“Olhar para traz, após uma longa caminhada,

pode fazer perder a noção da distância que

percorremos. Mas se nos detivermos em nossa

imagem, quando iniciamos e ao término,

certamente lembraremos de quanto nos custou

chegar ao ponto final e, hoje temos a

impressão de que tudo começou ontem...”

(Guimarães Rosa)

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo medir a relação do bem-estar no trabalho com

o índice de absenteísmo. Participaram da pesquisa 118 funcionários do nível

operacional de uma organização do ramo de confecção no estado do Espírito Santo.

O instrumento aplicado foi uma escala brasileira de bem-estar no trabalho, já

validada, composta por afetos positivos, afetos negativos e

realização/expressividade, o índice de absenteísmo foi coletado por meio de um

levantamento documental do número de faltas, horas de atraso e saídas antes do

horário de término do expediente e motivos das ausências, sendo elas inevitáveis ou

voluntárias. Os dados foram analisados por meio da descrição de dados, análise de

componentes principais, análise fatorial e regressão múltipla. Os resultados

apresentaram que o bem-estar no trabalho indicam uma relação fraca quando

relacionado com o absenteísmo, tendo um indício de que essas relações se dão

positivamente por meio das combinações do afeto negativo e

realização/expressividade.

Palavras-chave : Bem-estar; absenteísmo; trabalho.

ABSTRACT

The present study aims to mediate the relationship between well-being at work with

absenteeism. Participants were 118 employees at the operational level of an

organization's branch of manufacture in the state of Espírito Santo. The instrument

used was a Brazilian scale of well-being at work, already validated, consisting of

positive affect, negative affect, and achievement / expressiveness, the rate of

absenteeism was collected through a documentary survey of the number of

absences, late hours and outputs before the end time of the workday and reasons for

the absences, which were unavoidable or voluntary. Data were analyzed by means

of describing data, main component analysis, factor analysis and multiple regression.

The results showed that welfare at work indicates a weak relationship when related

to absenteeism, and an indication that these relationships are positively through

combinations of negative affect and achievement / expressiveness.

Keywords: Well-being; absenteeism; work.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Perfil do Cargo dos Respondentes...................................................... 30

Tabela 2 – Importância dos Componentes Principais .......................................... 31

Tabela 3 - Matriz Fatorial do teste e precisão dos fatores .................................... 33

Tabela 4 – Absenteísmo e escores médios do bem-estar por gênero ................. 36

Tabela 5 - Absenteísmo e escores médios do bem-estar com a idade ................ 36

Tabela 6 - Absenteísmo e escores médios do bem-estar com a escolaridade .... 37

Tabela 7 - Absenteísmo e escores médios do bem-estar com o tempo de serviço

............................................................................................................................. 38

Tabela 8 - Análise de regressão ........................................................................... 39

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Gráfico Screeplot ........................................................................ 31

Gráfico 2 - Escores Estimados ........................................................................ 35

Gráfico 3 - Análise dos resíduos padronizados ............................................... 40

Gráfico 4 - QQ Plot .......................................................................................... 41

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO E DESENVOLVIMENTO

DE HIPÓTESE .................................................................................. 14

2.1 FENÔMENOS QUE TANGENCIAM O BEM-ESTAR ................... 14

2.2 BEM-ESTAR NO TRABALHO ..................................................... 18

2.3 ABSENTEÍSMO ........................................................................... 21

3 METODOLOGIA ..................................... ....................................... 26

3.1 NATUREZA DA PESQUISA ........................................................ 26

3.2 COLETA DE DADOS................................................................... 26

3.3 INSTRUMENTO .......................................................................... 27

4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS................... .................. 30

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................ ........................ 42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ............................... 45

REFERÊNCIAS ................................................................................. 47

APÊNDICE ........................................................................................ 52

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ...................................................... 53

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, ocorreram intensas mutações na economia, nas relações

sociais e políticas, na tecnologia, nos arranjos produtivos, nas relações de trabalho e

na inclusão do capital humano no contexto social e produtivo, modificando assim o

cenário das organizações no Brasil (ALBUQUERQUE, 1992).

O capital humano era visto como parte da máquina produtiva, porém com as

mudanças aceleradas da globalização e expansão da economia, as pessoas

passaram a ter um alto valor, sendo consideradas elemento essencial, ou seja, o

principal ativo das organizações na gestão organizacional e que precisam ser

gerenciadas de forma eficaz (DARIAS et. al., 2010).

Kayo et. al. (2006) descrevem que esses ativos intángiveis são raros,

valiosos, inevitáveis e insubstituíveis garantindo a valorização da organização e

gerando vantagens competitivas a longo prazo, pois auxiliam no alcançe dos

retornos esperados e na ciração e sustentação do seu valor econômico.

Com isso, a maioria das organizações tem se preocupado em desenvolver

estratégia para valorizar seus trabalhadores e com a criação de ambientes

favoráveis para auxiliar em seu melhor desempenho, satisfação e bem-estar

(PASCHOAL e TAMAYO, 2008; DEMO, 2008).

Devido a essa preocupação diversos autores realizaram pesquisas sobre

esse fenômeno. Albuquerque e Tróccoli (2004) desenvolveram um instrumento para

mensurar a satisfação com a vida, afeto positivo e afeto negativo, considerados

como os três maiores componentes do bem-estar subjetivo. Paschoal e Tamayo

(2008) construíram e validaram um instrumento para avaliar o bem-estar no trabalho,

12

encontrando como resultado que as dimensões afeto e realização/expressividade

fazem parte da estrutura do bem-estar no trabalho.

Outros temas importantes como absenteísmo, qualidade de vida e satisfação

também foram pesquisados com o objetivo de refletirem a preocupação com o

trabalhador (CAMPOS et. al., 2009; LIDO e QUELUZ, 2010; KRISTENSEN et. al.,

2006; EJERE, 2010; ROELEN et. al., 2010; TOURIGNY et. al. 2010).

Especificamente na relação da satisfação no trabalho com o índice de

absenteísmo, os estudos tiveram como resultado uma relação negativa significativa

entre a satisfação no trabalho e o índice de absenteísmo, ou seja, os trabalhadores

insatisfeitos estão mais ausentes no trabalho (KRISTENSEN et. al., 2006; EJERE,

2010; ROELEN et. al., 2010).

As condições inadequadas de trabalho afetam a qualidade de vida do

trabalhador e da organização, e geralmente proporcionam ao primeiro inúmeras

doenças que os levam a ausentar-se provocando o absenteísmo (SILVA e

MARZIALE, 2000; MARTINATO et. al., 2010). Portanto, essas ausências

consequentemente reduzem a produtividade, anulando o objetivo da organização de

melhoraria na produtividade (EJERE, 2010).

Diante do exposto, observa-se a existência de uma lacuna nesses estudos, pois

não foi encontrado nos estudos a relação do bem-estar no trabalho com o índice de

absenteísmo. Com isso o problema de pesquisa deste estudo é: qual é a relação

entre o bem-estar no ambiente de trabalho e o índic e de absenteísmo dos

funcionários de uma organização?

Esta pesquisa tem como objetivo, verificar a relação do bem-estar no trabalho

com o índice de absenteísmo.

13

Essa relação não foi encontrada nos estudos da literatura acadêmica, portanto,

apresenta-se como uma contribuição para identificar qual a relação do bem-estar no

trabalho com o índice de absenteísmo, com a finalidade de melhorar a compreensão

da relação existente entre eles.

Os estudos encontrados sobre o bem-estar fazem referências ao bem-estar

geral, com isso são raros os modelos teóricos e empíricos sobre o construto

específico bem-estar no trabalho, tornando-se escasso as pesquisas sobre esse

tema (PASCHOAL e TAMAYO, 2008).

Com relação ao outro fenômeno, diversos autores estudaram o absenteísmo na

perspectiva de fatores relacionados com doenças do trabalhador na enfermagem

conhecido como absenteísmo doença (MARTINATO et. al., 2010; REIS et. al., 2003;

FERNANDES et. al., 2011; CAMPOS et. al., 2009).

Além dessa contribuição teórica, esse estudo, auxilia nas práticas dos

profissionais de recursos humanos e gestores de modo geral, pois conseguem

identificar as causas dessas ausências, e assim a organização adotará política e

estratégias para minimizar esse índice e reduzir os custos, além de trazer benefícios

e melhorias para o seu quadro pessoal, clientes e a instituição.

2 REFERENCIAL TEÓRICO E DESENVOLVIMENTO DE HIPÓTESE

2.1 FENÔMENOS QUE TANGENCIAM O BEM-ESTAR

A evolução dos procedimentos administrativos tiveram diferentes enfoques

com as teorias administrativas, que começou aproximadamente na época de 1890

quando Taylor enfatizou as tarefas, Henry Fayol buscou a eficiência dando ênfase

na estrutura das organizações, e a escola das relações humanas surgiu com a

experiência de Elton Mayo que contribuiu para a nova linguagem do repertório

administrativo, com os termos motivação, liderança, comunicação, organização

informal, dinâmica de grupo, e outras (RIBEIRO, 2004).

Com a revolução industrial as tecnologias e as relações humanas foram

atingidas e com esse avanço tecnológico alargou-se mais sua complexidade e as

pessoas passaram a ser mais dependentes uma das outras, consequentemente

aumentou a dificuldade das pessoas trabalharem juntas. Esse período da revolução

também contribuiu para o aumento dos autores que enfatizam os estudos sobre as

pessoas e seu bem-estar (KWASNICKA, 1995; MAXIMIANO, 2010).

Nos últimos 20 anos os estudos e teorias em ciência do comportamento têm

aumentado e afetado as práticas administrativas e tomada de decisão

(KWASNICKA, 1995). Maximiano (2010, p. 208) afirma que “a produtividade e o

desempenho das organizações dependem também do comportamento das pessoas,

e não apenas da eficiência dos sistemas técnicos”.

Portanto, motivação, satisfação e qualidade de vida no trabalho são temas

bastante estudados por diversos autores (JESUS, 2006), pois relaciona o indivíduo e

15

a organização, além de ser considerados positivos para o contexto organizacional

(PAZ et. al., 2009).

Pode-se afirmar essa consideração com o estudo de Vieira et. al. (2007) que

determina a satisfação no trabalho como um componente importante para o

desenvolvimento de uma sociedade e na constituição de um ambiente

organizacional favorável, beneficiando de maneira positiva todas as partes

envolvidas.

A satisfação no trabalho é definida por Tamayo (1998) como uma variável

multifatorial e afetiva, composta pelos fatores: satisfação com a natureza do

trabalho, com o salário, com o sistema de promoções, com os colegas e com os

gerentes.

Tamayo (2000) estudou as prioridades axiológicas com a satisfação no

trabalho e verificou uma significância nos valores de autotranscedência por

influenciarem na satisfação com os colegas de trabalho. O coletivismo também

mostrou que afeta os fatores colegas no trabalho e gerentes, ele também é

considerado o que tem maior impacto sobre a satisfação no trabalho.

No estudo de Bernstorff (2007) sobre a relação entre satisfação, competência

individual, saúde e absenteísmo no trabalho “concluiu-se que há um efeito espelho

da satisfação, no qual cada categoria da satisfação influência as demais

positivamente tendendo ao prazer no trabalho e que o maior efeito negativo sobre a

satisfação profissional é o excesso de trabalho, intensificação da flexibilização

produtiva”.

Outra forte preocupação que ocorre desde a década de 1970 é a questão da

qualidade de vida no trabalho que está sendo usada frequentemente com o intuito

16

de descrever alguns valores ambientais e humanísticos descuidados pelas

sociedades industrializadas em favor do avanço tecnológico, industrial produtividade

e o crescimento econômico (WALTON, 1973). Esse tema é uma tendência recente

nas ciências sociais e comportamentais porque determina formas científicas de

medir o bem-estar humano (DIENER e SUH, 1997).

Ela é conceituada por Albuquerque e Limongi-França (1998, p. 41) como o

“conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de

melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do

ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de desenvolvimento

humano para e durante a realização do trabalho”.

Walton, (1973) desenvolveu um estudo sobre o que é qualidade de vida no

trabalho, nele é abordado oito categorias conceituais que definem os critérios de

qualidade de vida no trabalho, essas categorias descritas são: a compensação justa

e adequada, condições de trabalho saudável e segura, oportunidade imediata de

utilizar e desenvolver capacidades humanas, oportunidade futura para crescimento

contínuo e segurança, integração social na organização do trabalho,

constitucionalismo na organização do trabalho, trabalho e espaço total de vida e a

relevância social da vida no trabalho.

Esse modelo de Walton foi utilizado no estudo de Monaco e Guimarães,

(2000) em uma empresa pública prestadora de serviço para avaliar as

transformações dos aspectos relacionados à qualidade de vida no trabalho, a partir

da introdução do programa de qualidade total, as respostas obtidas pelos

entrevistados demonstram alto grau de insatisfação quanto à remuneração e à

equidade, nível insatisfatório com a jornada de trabalho, privacidade pessoal e

responsabilidade social da empresa em relação aos empregados. Alto grau de

17

satisfação com o ambiente físico de trabalho, identidade da tarefa, crescimento

pessoal, relacionamento e senso comunitário, bom nível de satisfação em relação

aos indicadores de respeito às leis e direitos trabalhistas, normas e rotinas e com a

imagem da empresa, responsabilidade da empresa por produtos e serviços e um

nível satisfatório em relação ao papel balanceado do trabalho na vida pessoal dos

entrevistados. Nível adequado de satisfação no indicador de autonomia e de

retroinformação, e nível satisfatório no indicador possibilidade de carreira e foi

encontrado um menor nível de satisfação no indicador uso de habilidades múltiplas,

segurança no emprego e igualdade na distribuição de oportunidades.

Para melhor mensurar esse fenômeno David e Faria, (2007) construíram uma

escala para avaliar a percepção de satisfação com a qualidade de vida no trabalho,

baseado no modelo teórico de Hackman e Oldham e verificaram que dos quatros

fatores – ambiente físico adequado e seguro, relações interpessoais, saúde física e

segurança – os dois primeiros apresentaram ótimo índice de confiabilidade,

enquanto os outros dois últimos se mostraram apenas promissores.

A qualidade de vida é abordada por Diener e Suh (1997) sobre três

parâmetros filosóficos, como os indicadores sociais e econômicos nas ciências

sociais. E também na abordagem associando a qualidade de vida com o bem-estar

subjetivo na ciência comportamental. Os indicadores sociais e o bem-estar subjetivo

são medidas e índices econômicos necessários para melhor compreender esse

construto e auxiliar na tomada de decisões políticas.

O conceito do bem-estar subjetivo surgiu ao final dos anos de 1950 quando

se buscavam indicadores do fenômeno qualidade de vida (Siqueira e Padovam,

2008), sendo assim, o construto qualidade de vida pode ser apresentado como

guarda chuva dividido em indicadores objetivos e subjetivos. E o bem-estar sobre as

18

duas perspectivas: Bem-estar subjetivo e bem-estar psicológico (RYAN e DECI,

2001, DIENER e SUH, 1997).

2.2 BEM-ESTAR NO TRABALHO

O estudo do bem-estar é tratado na literatura como sinônimo de felicidade

(Paschoal e Tamayo, 2008). Conforme Albuquerque e Tróccoli (2004) o bem-estar

refere-se ao estudo científico da felicidade. Portanto, nesse estudo será adotada a

denominação de bem-estar por ser mais utilizada em trabalhos acadêmicos.

Nas perspectivas de Ryan e Deci (2001) o bem-estar foi abordado sob duas

perspectivas: a abordagem hedônica (bem-estar subjetivo) que incide na obtenção

de prazer e felicidade evitando a dor e a abordagem eudemônica (bem-estar

psicológico) em que seu significado está relacionado com a autorrealização,

podendo esses serem diferenciados pela concepção de felicidade adotada

(PASCHOAL e TAMAYO, 2008).

O bem-estar subjetivo é o campo da ciência comportamental em que as

pessoas estudam e avaliam as suas vidas (Diener, Scollon e Lucas, 2003), esse

conceito articula duas perspectivas em psicologia possuindo como maiores

componentes a satisfação (com a vida em geral e com aspectos específicos da vida

com o trabalho), afeto positivo e afeto negativo (estados emocionais, emoções,

afetos e sentimentos) (Albuquerque e Tróccoli, 2004; Squeira e Padovam, 2008). No

que diz respeito à felicidade, o bem-estar subjetivo baseia-se na abordagem

hedônica (Paschoal e Tamayo, 2008), que incide na obtenção de prazer versus

desprazer, fazendo assim julgamentos sobre as coisas boas e ruins da vida (RYAN

e DECI, 2001).

19

Watson, Clark e Tellegen (1988, p. 1063) descrevem que:

“os afetos positivos refletem o grau em que uma pessoa se sente entusiasmada, ativa e alerta. Afetos positivos elevados é um estado de alta energia, o máximo de concentração e envolvimento prazeroso, enquanto o baixo afeto positivo é caracterizado por tristeza e letargia. Em contraste, afeto negativo é uma dimensão geral da angústia subjetiva e engajamento desagradável que subsumi uma variedade de estados de humor aversivos, incluindo raiva, desprezo, nojo, culpa, medo e nervosismo, o baixo afeto negativo como sendo um estado de calma e serenidade”.

Já a satisfação com a vida é conceituada por Keyes, Shmotkin e Ryff (2002)

como um julgamento da vida de um indivíduo ao longo do tempo. Sendo que esse

julgamento da satisfação depende de uma comparação entre as circunstâncias de

vida do indivíduo e um padrão por ele escolhido (ALBUQUERQUE e TRÓCCOLI,

2004).

Entretanto, o bem-estar psicológico surgiu como críticas à fragilidade do bem-

estar subjetivo e aos estudos psicológicos que enfatizam a infelicidade, o sofrimento

e negligenciaram as causas e consequências do funcionamento positivo (SIQUEIRA

e PADOVAM, 2008).

Esse construto é composto por seis componentes: autoaceitação, relações

positivas com os outros, autonomia, domínio do ambiente, propósito de vida e

crescimento pessoal (RYFF,1989). Porém Siqueira e Padovam (2008) adotam as

concepções teóricas do bem-estar psicológico sobre o desenvolvimento humano e

dimensões em capacidade para enfrentar os desafios que a vida proporciona.

Paschoal, Torres e Porto (2010) descrevem que as emoções positivas

frequentes e intensas e seu prevalecimento sobre os afetos negativos geram um

elevado bem-estar nos trabalhadores.

20

Os estudos sobre o bem-estar no trabalho são raros (PASCHOAL e

TAMAYO, 2008), Siqueira e Padovam (2008) afirmam que não existe ainda na

literatura uma ideia formada a respeito do bem-estar no trabalho. Elas entendem que

o bem-estar no trabalho é um construto psicológico multidimensional formado por

satisfação e envolvimento com o trabalho (afetos positivos) e comprometimento

organizacional afetivo com a organização. Entretanto, Paschoal e Tamayo, (2008)

definem o bem-estar no trabalho em uma abordagem que sobressai às emoções

positivas no ambiente de trabalho.

Esses três conceitos propostos que formam a estrutura do bem-estar no

trabalho são definidos como:

A satisfação no trabalho é conceituada por Locke (1976, p. 1300) como “um

estado emocional agradável ou positivo, resultante da avaliação do trabalho ou de

experiências de trabalho”.

O envolvimento com o trabalho é o “grau em que o desempenho de uma

pessoa no trabalho afeta sua autoestima” LODAHL e KEJNER (1965, p. 25 apud

SIQUEIRA e PADOVAM, 2008).

E o comprometimento organizacional afetivo “representa um estado no qual

um indivíduo se identifica com uma determinada organização e com seus objetivos e

deseja manter afiliado, a fim de facilitar esses objetivos” (MOWDAY, STEERS e

PORTER, 1979, p. 225).

Entretanto esse construto tem se destacado como um fenômeno importante

para os pesquisadores e para as organizações, devido a sua preocupação com o

bem-estar dos trabalhadores que nela atuam (PAZ et. al., 2009).

21

Diante do exposto, o estudo de Paschoal, Torres e Porto (2010) teve como

resultado uma influência direta do suporte organizacional e do suporte social no

impacto do bem-estar. Sobrinho e Porto (2012) utilizaram a escala do bem-estar no

trabalho e identificaram que os fatores inovação, desempenho e reconhecimento

contribuíram significativamente para a explicação da variância de bem-estar no

trabalho, outro fator de significância positiva sobre o bem-estar no trabalho

encontrado foi o clima organizacional.

Diener e Suh (1997) relatam que as pessoas felizes falam e pensam mais

sobre coisas positivas, apresentam maior atividade no lado frontal esquerdo do

cérebro, podem recordar mais de eventos positivos do que os eventos negativos de

suas vidas, têm menor absentismo do trabalho, e sorrirem mais.

Com base no exposto o presente estudo abordará o afeto positivo, afeto

negativo e a realização do trabalho para explorar o fenômeno do bem-estar no

trabalho.

2.3 ABSENTEÍSMO

O absenteísmo é considerado um grande problema administrativo no

ambiente organizacional, sendo o mais oneroso para qualquer organização, pois o

funcionário só consegue contribuir com seu papel na realização dos objetivos da

instituição no momento em que ele está presente no local de trabalho (EJERE, 2010;

FERNANDES et. al., 2011).

Além disso, esse construto ocasiona redução na produtividade, na qualidade

e problemas organizacionais tornando-se custos diretos e indiretos para a

organização (OLIVEIRA, GRANZINOLLI e FERREIRA, 2007). Os Estados Unidos

22

têm um custo com absenteísmo na faixa de US$ 40 milhões de dólares por ano

(GAUDINE e SAKS, 2001). A queda da produtividade é causada pelo aumento na

taxa de ausência que também gera diversos custos adicionais como por exemplos:

custo adicional por hora na folha de pagamento, contratação de funcionários

temporários, dentre outros ajustes para suprir a falta desse funcionário no local de

trabalho (ALLEN, 1983).

Sendo assim, o estudo do fenômeno absenteísmo é destacado por Oliveira,

Granzinolli e Ferreira (2007) pela sua essencialidade tanto nas organizações

públicas quanto nas privadas e por gerar impactos nos aspectos econômicos e

sociais das organizações e na sociedade em geral. Desperta também o interesse em

diversas disciplinas acadêmicas, como por exemplo na psicologia, medicina,

sociologia, administração, direito entre outras. Sendo que, cada uma delas contribui

para esclarecer esse estudo de acordo com suas fontes de dados e níveis de

análise (JOHNS, 2003).

Reis et. al., (2003) analisam os fatores relacionados ao absenteísmo por

doença em profissionais de enfermagem. Campos et. al., (2009) estudam o

absenteísmo da equipe de enfermagem em unidade de pronto socorro de um

hospital universitário do interior do estado de São Paulo, com o objetivo de investigar

o real número de ausências dos técnicos e auxiliares de enfermagem para definirem

o Índice de Segurança Técnica. Fernandes et. al., (2011) fazem um estudo

retrospectivo, descritivo e documental em um hospital filantrópico de médio porte

analisando as faltas dos trabalhadores por causas de saúde relacionando-as com

idade, sexo, tempo de trabalho na instituição, turno de trabalho e categoria funcional.

O surgimento desse termo foi a partir da palavra “absentismo”, que era

designado aos proprietários rurais que deixavam o campo e passavam a habitar na

23

cidade. Foi também aplicado aos trabalhadores que faltavam no serviço, no período

da revolução industrial (QUICK e LAPERTOSA, 1982 apud OLIVEIRA,

GRANZINOLLI e FERREIRA, 2007).

Kristensen et. al. (2006) conceituam esse não comparecimento no trabalho,

de acordo com a tradição de ausência, ou seja, implica no não aparecimento físico

do trabalhador no ambiente organizacional.

As ausências provocam um aumento no índice do absenteísmo, que podem

ser causado por diferentes motivos, como por exemplos, motivos financeiros, de

doença certificada por atestados ou não, por desmotivação do funcionário,

condições de trabalho, infraestruturas inadequadas e insatisfação na sobrecarga de

trabalho gerada pela falta de pessoal, refletindo na redução da qualidade e a

produtividade da organização (SILVA e MARZIALE, 2000; GIOMO et. al., 2009;

FERNANDES et. al., 2011).

Quanto à desmotivação dos trabalhadores, pode-se dizer que quando os

funcionários estão insatisfeitos com os fatores organizacionais, por exemplo: más

condições de trabalho, políticas da organização, e outros ocorrem um aumento no

índice de absenteísmo (AGUIAR e OLIVEIRA, 2009).

Diante do exposto, os estudos de Lee e Eriksen (1990 apud Penatti et. al,

2006), mostram que os trabalhadores se ausentam com a finalidade de amenizar

situação indesejáveis. Tornando-se o índice de absenteísmo inversamente

proporcional à satisfação no trabalho.

O motivo das ausências pode ser compreendido como causas conhecidas e

causas ignoradas. A primeira refere-se às faltas amparadas por lei, ou seja, de

direito do trabalhador, como nascimento, férias, casamento, dentre outras. Já as

24

ignoradas, são justificadas por problemas de saúde do trabalhador ou de seus

dependentes, ou por motivos aleatórios (PENATTI et. al. 2006).

De acordo com Laus e Anselmi (2008), que avaliaram em seu estudo a

ausência de trabalhadores em um hospital escola, no Brasil, o absenteísmo é

considerado como as ausências não previstas ao trabalho, desde as não justificadas

até as devidamente amparadas por licenças médicas ou similares.

Essas faltas podem ser classificadas como ausência inevitável e ausência

voluntária, que se diferenciam de acordo com as causas. Ausência inevitável às

causas são explícitas, legítimas e justificadas como por exemplos: doenças,

falecimento na família, serviço de júri, acidentes de trabalho, dentre outros. Já as

voluntárias, as causas são implícitas, de escolha e decisão individual (CHADWICK-

JONES et. al., 1973).

Aguiar e Oliveira (2009) descrevem que essas ausências são prejudiciais para

as organizações, pois acarretam na sobrecarga dos colaboradores presentes, afeta

a produtividade e a qualidade dos serviços prestados e atrasa o andamento dos

trabalhos. Exigindo assim, muito da organização e dos administradores tornando

esse tema muito difícil de ser gerenciado e complexo (PENATTI et. al. 2006).

Diante do exposto, o estudo presente adotará como base o conceito das

ausências para auxiliar nas pesquisas. A escolha desse conceito implica em

identificar as causas dessas ausências dos funcionários para verificar a relação do

absenteísmo como o bem-estar no trabalho.

A fim de relacionar os conceitos absenteísmo e bem-estar no trabalho serão

testadas as seguintes hipóteses:

25

H0 – O bem-estar do trabalhador no seu ambiente de trabalho não está

relacionado com o índice de ausências.

H1 – O bem-estar do trabalhador no seu ambiente de trabalho está

relacionado com o índice de ausências.

3 METODOLOGIA

3.1 NATUREZA DA PESQUISA

Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo realizado em uma empresa no

ramo de confecção no estado do Espírito Santo.

Nesse estudo o pesquisador trabalha com o desenvolvimento de hipóteses e

variáveis se preocupando com a quantificação e medição dos resultados, sendo

esses precisos e facilitando na análise e interpretação dos dados evitando

distorções e garantindo a proteção na relação das inferências obtidas (GODOY,

1995).

A amostra foi composta pelos funcionários do nível operacional da empresa.

Dos 299 funcionários que representam a equipe total da empresa no ano de 2012,

participaram da pesquisa 118 funcionários.

3.2 COLETA DE DADOS

O levantamento dos dados foi feito por meio da aplicação de um questionário

estruturado e por relatórios de faltas.

Os dados das ausências utilizados foram coletados através da análise

documental dos registros do número de dias faltados, horas de atraso e saídas

antes do horário de término do expediente e motivos das ausências, fornecidos pelo

departamento de recursos humanos da organização, no período de 2010 a 2012.

Quanto ao bem-estar no trabalho foi entregue para cada participante da

amostra um questionário com a escala de mensuração, no qual foi respondido e

27

devolvido ao pesquisador para a análise dos dados. Essa coleta foi realizada no mês

de maio de 2013.

A relevância desse instrumento de pesquisa considerada por Paschoal e

Tamayo (2008) é o tempo, a facilidade de aplicação e a excelência apresentada nos

parâmetros psicométricos. Quando utilizada periodicamente também pode gerar

informações do bem-estar do trabalhador em cada departamento da organização,

considerando assim, um instrumento de diagnóstico organizacional, auxiliando os

gestores a adotar medidas que promovam e facilitam o desenvolvimento do bem-

estar.

Essa escala de Paschoal e Tamayo (2008) foi estruturada em duas partes: a

primeira com indicadores de afetos e a outra parte com índices de realizações no

trabalho. Para mensurar os itens foram utilizadas escalas de cinco pontos de

respostas.

Para caracterizar a amostra foram acrescentados no questionário os

seguintes itens: idade, sexo, escolaridade, estado civil.

3.3 INSTRUMENTO

A variável dependente desse estudo foi o absenteísmo, e para fins dessa

pesquisa utilizaram-se as ausências inevitáveis e ausências voluntárias, sejam por

doenças ou por motivos de escolha e decisão individual.

Essa variável foi mensurada por meio dos atestados médicos e da contagem

do tempo das ausências voluntárias sendo determinada em horas.

O bem-estar no trabalho foi avaliado por meio das respostas do questionário

aplicado da Escala do Bem-Estar no trabalho (Apêndice A). Esta escala mede os

28

afetos positivos e os afetos negativos utilizando uma escala de intensidade de cinco

pontos, variando de 1, que equivale a nem um pouco, a 5, que equivale a

extremamente. Já o fator realização/expressividade a escala de intensidade de cinco

pontos foi distribuída variando de 1, que equivale a discordo totalmente, a 5, que

equivale a concordo totalmente.

Este instrumento é composto por 30 itens dividido em três fatores:

Fator 1 - Afetos positivos com nove itens (animado, entusiasmado,

empolgado, feliz, alegre, contente, disposto, orgulhoso, tranquilo).

Fator 2 - Afetos negativos com doze itens (nervoso, tenso, irritado, chateado,

impaciente, com raiva, incomodado, deprimido, frustrado, ansioso, preocupado,

entediado).

Fator 3 - Realização/expressividade com nove itens (realizo o meu potencial,

desenvolvo habilidades que considero importantes, realizo atividades que

expressam minhas capacidades, consigo recompensas importantes para mim,

supero desafios, atinjo resultados que valorizo, avanço nas metas que estabeleci

para minha vida, faço o que realmente gosto de fazer e expresso o que há de melhor

em mim).

Dados sociodemográficos como idade, gênero, nível de escolaridade,

situação conjugal e tempo de serviço também foram coletados para caracterizar a

amostra.

Para a realização das análises estatísticas foi utilizado o Programa Estatístico

R, versão 2012. O tratamento dos dados foi realizado em quatro etapas:

primeiramente, foi feita a descrição dos dados para caracterizar a amostra, a

segunda etapa foi a realização da análise de componentes principais com o objetivo

29

de se reduzir a dimensão dos dados, em seguida realizou-se a análise fatorial, e por

último a regressão múltipla.

4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Os participantes da pesquisa totalizaram 118 funcionários, sendo a maioria

mulheres (28% homens e 72% mulheres), 89% com idade entre 19 e 48 anos (14%

entre 19 e 27 anos e 30% de 28 a 34 anos e 24% de 35 a 41 anos e 21% de 42 a 48

anos), 55,93% encontram-se casados, 28,81% solteiros e 11,86% divorciados,

41,50% com escolaridade de ensino médio completo, 21,20% com ensino

fundamental incompleto e 19,50% com ensino médio incompleto.

Segue a tabela com a distribuição de cargos ocupados pelos respondentes.

Tabela 1 - Perfil do Cargo dos Respondentes. Percentual dos participantes no total da amostra. Perfil do cargo Percentual % Abastecedor 6 Assistente de estilista 3 Auxiliar de cortador 2 Auxiliar de corte 2 Auxiliar de limpeza de roupa a mão 2 Auxiliar de modelista 1 Cortador 3 Costureiro (a) 42 Desing gráfico 3 Estilista 1 Modelista 2 Operador de CAD 2 Operador de Caldeira 1 Operador de processo de produção 2 Operador de máquina de bordar eletrônica 1 Operador de máquina de bordar laser 1 Operador de máquina industrial 1 Operador de máquina de lavagem 1 Operador de máquina de rebite 3 Operador de máquina used 3 Operador de máquina zíper 1 Passadeira de bolso 1 Passadeira de camisas 3 Passador a máquina 2 Programador de controle de produção 2 Programador de bordados 1 Revisor de produtos acabados 5 Supervisor de corte 2 Supervisor de costura 4

31

Supervisor de expedição 2 Supervisor de lavanderia 1 Supervisor de pcp 1 Supervisor de used 1 Total 100 Fonte: Elaborado pelo autor.

O Gráfico 1 mostra a redução dos dados utilizando três componentes

principais.

Gráfico 1: Gráfico Screeplot. Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota-se que a partir do terceiro componente principal, há pouca contribuição

das variâncias comuns, tendo variação praticamente constante (Gráfico 1). Para a

seleção desses componentes foi utilizado o critério de scree, que identifica o número

ótimo de fatores que podem ser extraídos (HAIR et, al., 2005).

Para confirmar essa escolha a Tabela 2 mostra como resultado que 88,79%

da variação dos dados são explicados por esses três componentes.

Tabela 2 - Importância dos Componentes Principais.

Comp,1 Comp,2 Comp,3 Comp,4 Comp,5

Desvio padrão 183,37% 49,33% 31,81% 27,67% 26,29%

Proporção de variância 80,54% 5,83% 2,42% 1,83% 1,65%

Proporção acumulada 80,54% 86,37% 88,79% 90,62% 92,28% Fonte: Elaborado pelo autor.

Var

ianc

es

05

1015

2025

Comp.1 Comp.2 Comp.3 Comp.4 Comp.5 Comp.6 Comp.7

32

De acordo com as respostas coletadas por meio dos questionários sobre os

afetos positivos, afetos negativos e realização/ expressividade no trabalho foi feita

uma análise fatorial utilizando o método varimax por meio da rotação ortogonal dos

eixos originais.

O termo rotação significa que os eixos de referência dos fatores são

rotacionados em torno da origem até que alguma outra posição seja alcançada

(HAIR et. al., 2005 p. 103). Ao fazer isto, deseja atingir o objetivo de simplificar as

linhas e colunas da matriz fatorial facilitando a interpretação dos dados (HAIR et. al.,

2005).

O critério varimax se concentra na simplificação das colunas da matriz fatorial,

esse método maximiza a soma de variâncias de cargas exigidas da matriz fatorial

(HAIR et. al., 2005), visando melhorar as soluções fatoriais em termos de

interpretação (ARANHA e ZAMBALDI, 2008).

A análise fatorial tem como “[...] propósito principal definir a estrutura

subjacente em uma matriz de dados [...]” (HAIR et. al., 2005 p. 91). Com isso Aranha

e Zambaldi (2008 p. 31) definem que a análise fatorial é uma:

Técnica estatística cujo objetivo é caracterizar um conjunto de variáveis diretamente mensuráveis, chamadas de variáveis observadas, como a manifestação visível de um conjunto menor de variáveis hipotéticas e latentes (não mensuráveis diretamente), denominadas fatores comuns, e de um conjunto de fatores únicos, cada um deles atuando apenas sobre uma das variáveis observadas.

Esse tipo de análise tem como principais usos resumir e reduzir os dados

(HAIR et. al., 2005). A redução dos dados faz com que um conjunto com muitas

variáveis se organize em um conjunto com o número menor de fatores comuns, e

após a rotação atribui-se a eles o nome de acordo com os resultados encontrados e

que façam sentido ao estudo (ARANHA e ZAMBALDI, 2008).

33

Para o teste de adequação da amostra foi utilizado o teste de Kaiser-Meyer-

Olkin Measure of Sampling Adequacy (KMO), cujo valor foi de 0,84. Para Pereira

(2004) os valores encontrados por volta dos 0,80 são classificados como dados

adequados para à analise fatorial.

O Alfa de Cronbach (Cronbach´s Alpha) é utilizado como uma medida de

confiabilidade dos dados que variam de 0 a 1, sendo que as medidas mais próximas

do alto valor maior será a confiabilidade entre os indicadores (HAIR et. al., 2005).

A confiabilidade dos dados extraídos das respostas dos questionários foi

avaliada pelo coeficiente Alfa Cronbach, que se obteve o índice de 0,75.

Diante do exposto, segue a Tabela 3 com a apresentação da matriz fatorial e

os resultados encontrados sobre a precisão dos fatores.

Tabela 3 - Matriz Fatorial do teste e precisão dos fatores. Item Fator 1 Fator 2 Fator 3 Comunalidades

Variâncias específicas

Entusiasmado 0,76 0,61 0,39 Empolgado 0,74 0,57 0,43 Alegre 0,68 0,56 0,44 Disposto 0,62 0,51 0,49 Orgulhoso 0,58 0,37 0,63 Tranquilo 0,32 0,23 0,77 Feliz 0,7 0,61 0,39 Animado 0,8 0,68 0,32 Contente 0,7 0,56 0,44 Nervoso 0,83 0,71 0,29 Irritado 0,81 0,67 0,33 Com raiva 0,75 0,7 0,3 Incomodado 0,66 0,44 0,56 Frustrado 0,63 0,54 0,46 Entediado 0,62 0,49 0,51 Chateado 0,58 0,49 0,51 Tenso 0,52 0,29 0,71 Deprimido 0,51 0,29 0,71 Ansioso 0,27 0,13 0,87 Impaciente 0,7 0,49 0,51 Preocupado 0,3 0,16 0,84 Realizo atividades que expressam minhas capacidades

0,68 0,46 0,54

Supero desafios 0,56 0,33 0,67 Faço o que realmente gosto de fazer

0,55 0,32 0,68

Avanço nas metas que estabeleci para minha vida

0,54 0,42 0,58

Realizo meu potencial 0,52 0,32 0,68

34

Expresso o que há de melhor em mim

0,49 0,29 0,71

Consigo recompensas importantes para mim

0,49 0,35 0,65

Desenvolvo habilidades que considero importantes

0,47 0,26 0,74

Atinjo resultados que valorizo 0,6 0,4 0,6 Soma dos quadrados (variância) 5,03 4,77 3,47 Proporção da variância 0,17 0,16 0,12 Proporção acumulada 0,17 0,33 0,44 Proporção explicada 0,38 0,36 0,26 Proporção acumulada 0,38 0,74 1 Fonte: Elaborado pelo autor. Nota: Os valores negativos não foram apresentados na tabela 3.

Observa-se que os afetos positivos tiveram uma variância de 5,03 e desvio

padrão (dp=2,24), enquanto que os afetos negativos obtiveram a variância de 4,77

(dp=2,18), já o fator realização/expressividade resultou em uma variância de 3,47

(dp=1,86).

As comunalidades apresentadas na Tabela 3 medem o quanto da variância

de uma variável é explicado pelos fatores derivados pela análise fatorial,

contribuindo também para a avaliação da variável ao modelo construído pela

análise, caso ocorra destas comunalidades apresentarem valores menores que 0,50

a contribuição será modesta da variável (HAIR et. al., 2005; PEREIRA, 2004).

As cargas fatoriais precisaram de uma transformação para corrigir os valores

negativos e levar os valores para a escala original, isto é, de 1 a 5 (escala de Likert),

para poder avaliar os escores estimados (afeto positivo, afeto negativo e

realização/expressividade).

Em seguida, os escores estimados por regressão múltipla, utilizando o

método varimax são apresentados no gráfico boxplot.

35

Gráfico 2: Escores Estimados.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Conforme apresenta o Gráfico 2, o valor 1 refere-se ao valor mínimo do

escore e 5 ao valor máximo, no afeto negativo 25% dos funcionários atingiram

escore de até 1,07, 50% dos funcionários com escores de até 2,20, escore médio de

até 2,39 e 75% dos entrevistados obtiveram escores médio de no máximo até 3,03

pontos. No afeto positivo 25% dos respondentes alcançaram escores de até 2,34,

50% conseguiram escores de até 3,05, escore médio de até 2,95 e 75% atingiram

escores de até 3,59. Na realização/ expressividade do trabalho 25% atingiram

escore de até 2,80, 50% com escore de até 3,16, escore médio de até 3,14 e 75%

dos participantes com escores de até 3,60.

Diante disso, a média mais alta de bem-estar no trabalho foi observada na

realização/expressividade no trabalho e a mais baixa no afeto negativo.

O absenteísmo foi calculado por meio do índice de faltas justificadas e não

justificadas dos funcionários no período de 2010 a 2012. Essas ausências foram

medidas em horas.

36

Observa-se na Tabela 4 o índice de absenteísmo e os escores médios do

bem-estar por gênero, em que foi possível identificar quais dos gêneros mais se

ausentaram no decorrer do período de 2010 a 2012.

Tabela 4 - Absenteísmo e escores médios do bem-estar por gênero – Período de 2010 a 2012.

Gênero Nº de

Funcionários % Nº de faltas

(dias) %

Média/ Faltas (dias)

Escores Médios do Bem-Estar

Masculino 33 28 212 23 6,42 2,54 Feminino 85 72 724 77 8,51 2,58 Total 118 100 936 100 7,93 2,56 Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota-se que na Tabela 3 os trabalhadores do gênero feminino foram os

que mais se ausentaram, sendo que o número de faltas no triênio foi de 724 dias e

obteve-se um escore médio de bem-estar de 2,58.

Para as análises realizadas com as variáveis sociodemográficas idade,

escolaridade e tempo de serviço foram utilizados os dados referentes ao ano de

2012.

A Tabela 5 refere-se a variável idade associada com o índice de absenteísmo

e os escores médios do bem-estar.

Tabela 5 - Absenteísmo e escores médios do bem-estar com a idade – Período de 2012.

Idade Nº de

Funcionários %

Nº de faltas (dias)

% Média/Faltas

(dias)

Escores Médios do Bem-Estar

19 a 25 anos 13 11,02 46 12,47 3,54 2,83 26 a 32 anos 27 22,88 109 29,54 4,04 2,59 33 a 39 anos 31 26,27 99 26,83 3,19 2,78 40 a 46 anos 27 22,88 77 20,87 2,85 2,43 47 a 53 anos 16 13,56 31 8,40 1,94 2,22 54 a 60 anos 4 3,39 7 1,90 1,75 2,32 Total 118 100 369 100 3,13 2,53 Fonte: Elaborado pelo autor.

Conclui-se que os trabalhadores com idade entre 26 a 32 anos foram os

que mais se ausentaram da empresa durante o período de 2012, com uma média de

4,04 faltas dias/ano em relação à geral de 3,13 faltas dias/ano. Com relação aos

37

escores médios do bem-estar os trabalhadores com idade de 19 a 25 anos

apresentam um escore de 2,83, já os com idade de 47 a 53 anos a média é de 2,22.

O nível de escolaridade dos funcionários também foi estudado com o

índice de absenteísmo e os escores médios do bem-estar, resultando nos seguintes

dados da Tabela 6.

Tabela 6 - Absenteísmo e escores médios do bem-estar com a escolaridade - Período de

2012.

Escolaridade Nº de

Funcionários %

Nº de faltas (dias)

% Média/Faltas

(dias)

Escores Médios do Bem-Estar

Ensino Fundamental Incompleto

25 21,19 96 25,07 3,84 2,40

Ensino Fundamental 10 8,47 39 10,18 3,90 2,57 Ensino Médio Incompleto 23 19,49 63 16,45 2,74 2,47 Ensino Médio 49 41,53 155 40,47 3,16 2,58 Superior Incompleto 4 3,39 10 2,61 2,50 3,01 Superior 5 4,24 14 3,66 2,80 3,42 Especialização 2 1,69 6 1,57 3,00 2,41 Total 118 100 383 100 3,25 2,7 Fonte: Elaborado pelo autor.

Com base na Tabela 6, verifica-se que, os funcionários que possuem nível

de escolaridade de ensino fundamental foram os que mais se ausentaram no

decorrer do ano de 2012 com uma média de faltas dias/ano de 3,90. Observa-se que

a média está acima da geral que foi de 3,25 faltas dias/ano. O maior escore médio

do bem-estar foi dos trabalhadores que possuem o nível de escolaridade superior,

que se obteve uma média de 3,42.

Outra variável associada com o índice de absenteísmo e os escores

médios do bem-estar foi o tempo de serviço, no qual a Tabela 7 mostra os

resultados.

38

Tabela 7 - Absenteísmo e escores médios do bem-estar com o tempo de serviço - Período de 2012.

Período Nº de

Funcionários %

Nº de faltas (dias)

% Média/Faltas

(dias)

Escores Médios do Bem-Estar

Menos de 1 ano 7 5,93 16 4,32 2,29 2,42 1 ano a 5 anos 49 41,53 167 45,14 3,41 2,75 5 anos a 10 anos 34 28,81 114 30,81 3,35 2,57 10 anos a 15 anos 16 13,56 41 11,08 2,56 2,21 15 anos a 20 anos 9 7,63 29 7,84 3,22 2,27 20 anos a 25 anos 3 2,54 3 0,81 1,00 2,76 Total 118 100 370 100 3,14 2,50 Fonte: Elaborado pelo autor.

Observa-se nos resultados apresentados na Tabela 7 que o maior índice de

ausências foi encontrado nos funcionários que possuem de 1 ano a 5 anos de tempo

de serviço, com uma média de faltas dias/ano de 3,41. Os funcionários que têm 20 a

25 anos de tempo de serviço foram os que apresentaram maior escore médio de

bem-estar, com média de 2,76.

Para estimar a regressão múltipla utilizou-se a média das faltas justificadas e

não justificadas dos três anos e os escores estimados do afeto positivo, afeto

negativo e realização/expressividade.

Os dados de absenteísmo violaram as pressuposições do modelo, isto é, a

variável dependente não possui distribuição normal conforme apresenta o teste de

normalidade Shapiro Wilk que confirmou a existência de normalidade nos resíduos

do modelo apresentando um p-Valor de 0,28. Esse evento afetou a qualidade do

ajuste do modelo, por isso os dados foram transformados por meio da raiz quadrada

do absenteísmo, o que corrigiu o problema da normalidade, melhorando o ajuste do

modelo.

A Tabela 8 mostra os resultados encontrados na análise de regressão

múltipla.

39

Tabela 8 - Análise de regressão.

Coeficientes Estimativas Erro Padrão t Valor Valor-P Afetos positivos 0,08939 0,07477 1,196 0,234 Afetos negativos 0,35156 0,07144 4,921 2,90e-06 *** Realização/expressividade 0,36858 0,07615 4,840 4,07e-06 ***

R2 r2 ajustado F Valor -P 0,8967 0,894 332,9 2,2e-16

Fonte: Elaborado pelo autor. Nota: Os *** significa que o resultado é altamente significante no nível de significância Valor-P < 0,01.

Com isso o modelo estimado está expresso abaixo:

ABS = 0,35156 x AN + 0,36858 x RE + 0,08939 AP

Onde o ABS refere-se ao índice de absenteísmo, AN os afetos negativos,

RE a realização/expressividade e AP os afetos positivos. Obviamente, é importante

ressaltar que toda predição a ser realizada leva em conta que os resultados do

absenteísmo devem ser devolvidos na escala original.

Os resultados obtidos na Tabela 8 revelam que apenas as variáveis afetos

negativos e realização/expressividade possuem significância. Observa-se que ao

nível de significância de 0,01 obteve-se um Valor-P de 2.90e-06 para o coeficiente

do afeto negativo e para o coeficiente realização, expressividade obteve-se o Valor-

P de 4.07e-06. O modelo apresentou um bom ajuste com r2 ajustado de 0,89,

indicando que o modelo explica satisfatoriamente a relação entre o índice de

absenteísmo e o bem-estar no trabalho.

Conforme nota a análise de regressão múltipla, o bem-estar no trabalho

indicou uma relação fraca quando relacionado com o absenteísmo, rejeitando assim

a hipótese H0. Há indícios de que essa relação se dê positivamente por meio das

combinações do afeto negativo e a realização/expressividade. Portanto, de fato, o

40

modelo ajustado pode ser usado para estimar o índice de absenteísmo de modo

satisfatório.

Os gráficos de resíduos (Gráfico 3) e o do QQ Plot (Gráfico 4) abaixo avaliam

as premissas do modelo e revelam que o modelo foi bem ajustado mostrando que os

resíduos flutuam em torno de zero (Gráfico 3). Já no Gráfico 4 ratifica a normalidade

indicando a presença de alguns outlier que foram suavizados por meio da

transformação dos dados.

Gráfico 3: Análise dos resíduos padronizados. Fonte: Elaborado pelo autor.

41

Gráfico 4: QQ Plot. Fonte: Elaborado pelo autor.

-2 -1 0 1 2

-1.5

-0.5

0.5

1.5

Quantis teóricos

Res

íduo

s

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados encontrados nesse estudo mostram uma significância nos

afetos negativos gerando baixo bem-estar. Entretanto, Paschoal, Torres e Porto

(2010) descrevem que as emoções positivas frequentes e intensas e seu

prevalecimento sobre os afetos negativos geram um elevado bem-estar nos

trabalhadores. Paschoal e Tamayo, (2008) também afirmam que o bem-estar no

trabalho é uma abordagem que se sobressai às emoções positivas no ambiente de

trabalho.

O outro fator que mostrou significância com Valor-P de 4,07e-06 foi a

realização/expressividade. Essa representação é afirmada no estudo de Frutos e

Vercesi, (2008) onde concluíram que um trabalho com significado é gerador de bem-

estar, mesmo ele apresentando situações de sofrimento poderá ser fonte de bem-

estar, desde que tenha sentido para quem o executa.

Siqueira e Padovam (2008) descrevem que o bem-estar no trabalho é

formado pela satisfação e envolvimento com o trabalho (afetos positivos) e

comprometimento organizacional afetivo com a organização. Portanto a ligação

afetiva com a organização inclui experiências positivas, traduzidas pelos

sentimentos positivos, como por exemplo, contente, orgulhoso e entusiasmado

(SIQUEIRA, 1995 apud SIQUEIRA e PADOVAM, 2008). Entretanto, o fator afeto

positivo nesse estudo não demostrou significância. Com isso entende-se que o

trabalhador experimentou sensações negativas ou de desprazer, sendo observada a

falta de compromisso afetivo no seu cotidiano (SIQUEIRA e PADOVAM, 2008).

43

Conforme os resultados obtidos nesse trabalho o índice de absenteísmo

indicou uma relação fraca quando relacionado ao bem-estar, porém Parras e

Antonietto, (2004) afirmam que esse índice além de ser um indicador que avalia em

um determinado período o número de faltas, revela também o quanto o trabalhador

encontram-se envolvido, motivado ou adoecido.

Quanto aos resultados encontrados sobre o índice de absenteísmo e os

escores médios do bem-estar associado ao gênero, observa-se que os funcionários

do gênero feminino foram os que mais se ausentou, isso se afirma com o estudo de

Chaudhury e NG (1992) onde os autores descrevem que as mulheres são mais

propensas a se ausentarem por possuírem uma ligação relativamente fraca com o

seu trabalho na organização. Os estudos de Silva, Pinheiro e Sakurai (2008)

também ocorreram a predominância de afastamento de trabalhadores do sexo

feminino.

Com relação a variável idade, os funcionários com idade de 26 a 32 anos

foram os que mais se ausentaram, portanto esse resultado apresentado contraria os

estudos de Chaudhury e NG (1992) no qual afirmam que os funcionários mais

velhos tendem a se ausentar mais devido aos problemas relacionados à saúde.

Por meio dos resultados obtidos na Tabela 6 com a variável escolaridade,

conclui-se que os funcionários com nível de ensino fundamental incompleto e ensino

fundamental foram os que apresentaram maior média de faltas, afirmando o estudo

de Chaudhury e NG (1992) que descreve que os funcionários mais instruídos são

menos propensos a se ausentar.

Ao analisar o tempo de serviço com o índice de absenteísmo e os escores

médios do bem-estar, foi encontrado como resultado que os funcionários com tempo

de serviço de 1 a 5 anos foram os que mais se ausentaram, sendo assim, Silva,

44

Pinheiro e Sakurai (2008) afirmam que o funcionário com menos tempo de serviço

evita se ausentar.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo visou identificar a relação entre o bem-estar no ambiente

de trabalho e o índice de absenteísmo dos funcionários de uma organização no

ramo de confecção no estado do Espírito Santo.

Os resultados encontrados permitiram responder ao problema de pesquisa

que levantava a seguinte questão: “Qual é a relação entre o bem-estar no ambiente

de trabalho e o índice de absenteísmo dos funcionários de uma organização?”.

Diante dos resultados é possível responder que o bem-estar no trabalho indicou uma

relação fraca quando relacionado com o absenteísmo, tendo um indicativo de que

essas relações se dão positivamente por meio das combinações do afeto negativo e

realização/expressividade.

É importante ressaltar, de acordo com os resultados, que há indícios de o

bem-estar ser classificado de moderado a nem um pouco, independente do sexo,

idade, escolaridade e tempo de serviço.

Uma das contribuições foi o preenchimento da lacuna, pois na literatura não

foi encontrado nenhum estudo que relacionasse o bem-estar no trabalho com o

índice de absenteísmo. Esse estudo também auxilia os profissionais a identificar e

reduzir as taxas de absenteísmo, desenvolver condutas e programas para melhorar

o ambiente organizacional favorecendo o seu quadro de funcionários.

Mesmo tendo contribuições o estudo apresenta limitação, como por exemplo,

nas respostas aos questionários, pois os dados apresentaram incoerência, o motivo

desse fato pode ter sido o medo de responder, mesmo sendo ressaltado que a

pesquisa seria de caráter acadêmico.

46

O absenteísmo é um problema encontrado em todas as organizações seja ela

pública ou privada, essas faltas diminuem a produtividade, afetam os funcionários e

clientes.

Sugere-se como pesquisa futura o estudo desse construto em organizações

de outros ramos. Outra sugestão é estudar esse fenômeno com variáveis

motivacionais, como por exemplo, clima organizacional, pois a maioria dos estudos

encontrados sobre o absenteísmo relaciona-se com o absenteísmo doenças no

trabalho.

Para o construto bem-estar no trabalho propõe-se verificar se o mesmo traz

impactos à saúde e às doenças ocupacionais. Sugere-se também avaliar se quanto

maior o índice de absenteísmo menor será o bem-estar.

47

REFERÊNCIAS

AGUIAR, G. de A. S., OLIVEIRA, J. R. de. Absenteísmo: suas principais causas e consequências em uma empresa do ramo de saúde. Revista de Ciências Gerenciais , v. 8, n. 18, p. 95-113, 2009. ALBUQUERQUE, L. G. de. Competitividade e recursos humanos. Revista de Administração , São Paulo, v. 27, n. 4, p. 16-29, Out./Dez. 1992. ALBUQUERQUE, L. G. de; LIMONGI-FRANÇA, A. C. Estratégias de gestão de pessoas e gestão da qualidade de vida no trabalho: o stress e a expansão do conceito de qualidade total. Revista de Administração , São Paulo, v. 33, n. 2, p. 40-51, Abr./Jun. 1998. ALBUQUERQUE, A. S.; TRÓCCOLI, B. T. Desenvolvimento de uma escala de bem-estar subjetivo. Psicologia: Teoria e Pesquisa , Brasília, v. 20, n. 2, p. 153-164. Mai./Ago. 2004. ALLEN, S. G. How much does absenteeism cost? The Journal of Human Resources , v. 18, n. 3, p. 379-393, 1983. ARANHA, F.; ZAMBALDI, F. Análise fatorial em administração . São Paulo: Ed. Cengage Learning, 2008. BERNSTORFF. V. H. Relações entre satisfação, competência, saúde e absenteísmo no trabalho em uma grande instituição b ancária pública . 2007. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Brasília, 2007. CAMPOS, E. C. de.; JULIANI, C. M. C. M.; PALHARES, V. C. O absenteísmo da equipe de enfermagem em unidade de pronto socorro de um hospital universitário. Revista Eletrônica de Enfermagem , v. 11, n. 2, p. 295-302, 2009. CHADWICK-JONES, J. K. BROWN, C. A.; NICHOLSON, N Florianópolis. A-type and B-type absence: empirical trends for women employees. Occupational Psychology , v. 47, p. 75-80, 1973. CHAUDHURY, M.; NG, I. Absenteeism predictors: least squares, rank regression, and model selection results. The Canadian Journal of Economics , v. 25, n.3, p. 615-635, 1992. DARIAS, I. H., et al. Estrategia para integrar la gestión del capital humano a la gestión empresarial. Revista Ingeniería Industrial , v. 31, n. 3, p. 1-10, 2010. DAVID, L. M. L.; FARIA, M. de. F. B. Qualidade de vida no trabalho: construção e validação de uma escala em organizações militares do Exército. Revista Administração , São Paulo, v. 42, n. 4, p. 431-442, out./nov./dez. 2007.

48

DEMO, G. Desenvolvimento e validação da escala de percepção de políticas de gestão de pessoas (EPPGP). Revista de Administração Mackenzie , v. 9, n. 6, p. 77-101, Set./Out. 2008. DIENER, E.; SHU, E. Measuring quality of life: economic, social, and subjective indicators. Kluwer Academic Publishers , v. 40, p. 189-216, 1997. DIENER, E.; SCOLLON, C. N.; LUCAS, R. E. The evolving concept of subjective well-being: the multifaceted nature of happiness. Advances in Cell Aging and Gerontology , v. 15, P. 187-219, 2003. EJERE, E. I. Absence from Work: A Study of Teacher Absenteeism in Selected Public Primary Schools in Uyo, Nigeria. International Journal of Business and Management , v. 5, n. 9, p. 115-123. Sept. 2010. FERNANDES, R. L. et al. Absenteísmo em Hospital Filantrópico de Médio Porte. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde , Londrina, v. 32, n. 1, p. 3-14, Jan./Jun. 2011. FRUTOS, F. P. P.; VERCESI. C. Vivenciando o bem estar, enfrentando o sofrimento: estudo da representação social do bombeiro sobre o significado de seu trabalho. In: XXXII ENCONTRO DA ANPAD, 2008, Rio de janeiro. Anais ... Rio de Janeiro: ANPAD, 2008. GAUDINE, A.P., SAKS, A.M. Effects of an absenteeism feedback intervention on employee absence behavior. Journal of Organizational Behavior , v. 22, n. 1, p. 15- 29, 2001. GIOMO, D. B. et al. Acidentes de Trabalho, Riscos Ocupacionais e Absenteísmo entre trabalhadores de enfermagem hospitalar. Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 24-9. Jan./Mar. 2009. GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas , São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63. Mar./Abr. 1995. HAIR JR., J. F.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L.; BLACK, W. C. Análise multivariada de dados . 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. JESUS, E.A. de. A satisfação no trabalho em auditoria em enfermagem . Dissertação (Mestrado em Administração dos Serviços de Enfermagem) – Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006. JOHNS, G. How methodological diversity has improved our understanding of absenteeism from work. Human Resource Management Review , v. 3, n. 2, p. 157-184, 2003. KAYO, E. K. et. al. Ativos intangíveis, ciclo de vida e criação de valor. Revista de Administração Contemporânea , v. 10, n. 3, p. 73-90. Jul./Set. 2006.

49

KEYES, C. L. M.; SHMOTKIN, D.; RYFF, C. D. Optimizing Well-Being: The Empirical Encounter of Two Traditions. Journal of Personality and Social Psychology , v. 82, n. 6, p. 1007-1022, 2002. KRISTENSEN, K. et al. Determinants of absenteeism in a large Danish bank. Journal of Human Resource Management . v. 17, n. 9, p. 1645-1658. Set. 2006. KWASNICKA, E. L. Introdução à Administração. 5. ed. São Paulo: Atlas,1995. LAUS, A. M.; ANSELMI, M. L. Ausência dos trabalhadores de enfermagem em um hospital escola. Revista da Escola Enfermagem - USP , São Paulo, v. 42, n. 4, p. 681-689. Dez. 2008. LIDO, Y. J. V. L.; QUELUZ, D. de P. Análise da assistência odontológica prestada por empresas da região metropolitana de Campinas. Odonto . v. 18, n. 35, p. 6-10, 2010. LOCKE, E. A. The nature and causes of job satisfaction. Em M. P. Dunnette (Org.), Handbook of Industrial and Organizational Psycholog y, Chicago: Rand-McNally, p.1294-1349, 1976. MARTINATO, M. C. N. B. et. al. ABSENTEÍSMO NA ENFERMAGEM: uma revisão integrativa. Revista Gaúcha Enfermagem . Porto Alegre, v. 31, n. 1, p. 160-166. Mar. 2010. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administação: da revolução urbana à revolução digital. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2010. MONACO, F. de. F.; GUIMARÃES, V. N. Gestão da Qualidade Total e Qualidade de Vida no Trabalho: o Caso da Gerência de Administração dos Correios. Revista de Administração Contemporânea , v. 4, n. 3, p. 67-88. Set./Dez. 2000. MOWDAY, R. T.; STEERS, R. M.; PORTER, L. W. The Measurement of Organizational Commitment. Journal of Vocational Behavior , v. 14, p. 224-247, 1979. OLIVEIRA, G. G. A.; GRANZINOLLI, L. M.; FERREIRA, M. C. V. Índice e características do absenteísmo dos servidores públicos da universidade federal de viçosa. In: XXXI ENCONTRO DA ANPAD, 31., 2007, Rio de Janeiro. Anais ... Rio de Janeiro: ANPAD, 2007. 1 CR-ROM. PARRAS M. T.; ANTONIETTO da C. M. M. R. Ações administrativas do enfermeiro frente ao absenteísmo. Escola Anna Nery, Revista de Enfermagem , v.8, n. 1, p.29-37. Abri. 2004.

PASCHOAL, T.; TAMAYO, A. Construção e validação da escala de bem-estar no trabalho. Avaliação Psicológica , v. 7, n. 1, p. 11-22, 2008.

50

PASCHOAL, T.; TORRES, C.V.; PORTO, J.B. Felicidade no trabalho: relações com suporte organizacional e suporte social. Revista de Administração Contemporânea (RAC) , v.14, n. 6, p.1054-1072, nov./dez. 2010. PAZ, M. das. G. T. da. Justiça Organizacional e bem-estar pessoal nas organizações. Estudos , Goiânia, v. 36, n. 1/2, p. 95-115. Jan./Fev. 2009. PENATTI, I.; ZAGO, J.S.; QUELHAS, O Absenteísmo: as consequências na gestão de pessoas. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 3, 2006. PEREIRA, J. C. R. Análise de dados qualitativos – estratégias metodológicas para as ciências da saúde, humanas e sociais. 3. Ed. São Paulo: Editora da universidade de São Paulo, 2004. R Development Core Team. R: A Language and Environment for Statistical Computing . Vienna, Austria, 2012. ISBN 3-900051-07-0. Disponível em: <http://www.R-project.org>. REIS, R. J. dos.; et. al. Fatores relacionados ao absenteísmo por doença em profissionais de enfermagem. Revista de Saúde Pública , São Paulo, v. 37, n. 5, p. 616-623, 2003. RIBEIRO, A. de L. Teorias da administração . São Paulo: Saraiva, 2004 ROCHA SOBRINHO, F; PORTO J.B. Bem-estar no trabalho: um estudo sobre suas relações com clima social, coping e variáveis demográficas. Rev. Adm. Contemp. v.16, art. 5, n.2. p.253-270, 2012. ROELEN, C. A. et al. Job satisfaction and short sickness absence due to the common cold . Work, p. 305-313, 2011. RYAN, R. M.; DECI, E. L. On happiness and human potentials: a review of research on hedonic and eudaimonic well-being. Annual Review of Psychology , v. 52, p. 141-166, 2001. RYFF, C. D. Happiness Is Everything, or Is It? Explorations on the Meaning of Psychological Well-Being. Journal of Personality and Social Psychology , v. 57, n. 6, p. 1069-1081, 1989. SILVA, D. M. P. da; MARZIALE, M. H. P. Absenteísmo de trabalhadores de enfermagem em um hospital universitário. Rev.latino-am.enfermagem , Ribeirão Preto, v. 8, n. 5, p. 44-51, out. 2000.

SILVA, L. S.; PINHEIRO, T. M. M.; SAKURAI, E. Perfil do absenteísmo em um banco estatal em Minas Gerais: análise no período d e 1998 a 2003. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2008. SIQUEIRA, M. M. M., PADOVAM, V. A. R. Bases teóricas de bem-estar subjetivo, bem-estar psicológico e bem-estar no trabalho. Psicologia: Teoria e Pesquisa , Brasília, v. 24, n. 2, p. 201-209, 2008.

51

TAMAYO, A. Valores organizacionais: sua relação com a satisfação no trabalho, cidadania organizacional e comprometimento afetivo. Revista de Administração , São Paulo, v. 33, n. 3, p. 56-63, jul./set. 1998. TAMAYO, A. Prioridades axiológicas e satisfação no trabalho. Revista de Administração , São Paulo, v. 35, n. 2, p. 37-47. abr./jun. 2000. TOURIGNY, L.; BABA, V. V.; WANG, X. Burnout and depression among nurses in Japan and China: the moderating effects of job satisfaction and absence. The International Journal of Human Resource Management . V. 21, n. 15, p. 2741-2761, dec. 2010. VIEIRA, V. A.; APPIO, J.; SLONGO, L. A. Uma análise dos antecedentes da satisfação no trabalho em uma empresa madeireira. Revista de Gestão USP , São Paulo, v. 14, n. 3, p. 1-18, jul./set. 2007. WALTON, R. E. Quality of Working Life: What Is It? Sloan Management Review , v.15, n. 1, p. 11-21, 1973. WATSON, D.; CLARK, E.; TELLEGEN, A. Development and validation of brief measures of positive and negative affect: The PANAS scales. Journal of Personality and Social Psychology , v.54, n. 06, p. 1063-1070, 1988.

APÊNDICE

53

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

Neste apêndice encontra-se o questionário utilizado na pesquisa, no qual foi

desenvolvido a partir da escala do bem-estar no trabalho validada por Paschoal e

Tamayo (2008). O critério utilizado foi o do funcionário estar operando no nível

operacional da organização.

Prezado(a) Senhor(a),

Apresentamos a seguir um questionário que faz parte do projeto de pesquisa

de uma aluna de mestrado da Fucape Business School com a titulação “A

RELAÇÃO DO BEM-ESTAR NO TRABALHO COM O ÍNDICE DE AB SENTEÍSMO

– um estudo em uma empresa no ramo de confecção ”.

A pesquisa tem como objetivo verificar qual a relação do bem-estar/felicidade

com as ausências do funcionário na sua jornada de trabalho.

As informações a serem oferecidas para o pesquisador serão guardadas e

não serão utilizadas em prejuízo desta instituição e/ou das pessoas envolvidas,

inclusive na forma de danos à estima, prestígio e/ou prejuízo econômico e/ou

financeiro. Além disso, durante ou depois da pesquisa é garantido o anonimato de

tais informações.

Para responder o questionário não será necessário a identificação.

INFORMAÇÕES DO ENTREVISTADO

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade: ________ anos

Estado Civil: ( ) Solteiro (a)

( ) Casado (a)

54

( ) Viúvo (a)

( ) Divorciado (a)

( ) outros _________________

Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental

( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio

( ) Superior Incompleto ( ) Superior

( ) Especialização Incompleta ( ) Especialização

Para esta parte do questionário utilize a escala abaixo e escreva o número

que melhor expressa sua resposta ao lado de cada item.

ESCALA DE BEM-ESTAR NO TRABALHO

Nem um pouco

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

Nos últimos seis meses, meu trabalho tem me deixado ...

1) alegre _____ 2) preocupado _____ 3) disposto _____ 4) contente _____ 5) irritado _____ 6) deprimido _____ 7) entediado _____

8) animado _____ 9) chateado _____ 10) impaciente _____ 11) entusiasmado ____ 12) ansioso _____ 13) feliz _____ 14) frustrado ____

15) incomodado _____ 16) nervoso _____ 17) empolgado _____ 18) tenso _____ 19) orgulhoso _____ 20) com raiva _____ 21) tranquilo _____

Agora você deve indicar o quanto às afirmações abaixo representam suas

opiniões sobre o seu trabalho.

55

Para responder aos itens, utilize a escala seguinte e assinale o número que

melhor corresponde à sua resposta.

Discordo

Totalmente Discordo Concordo em

parte Concordo Concordo

Totalmente

1 2 3 4 5

Neste trabalho...

1) Realizo o meu potencial 1 2 3 4 5

2) Desenvolvo habilidades que considero importantes 1 2 3 4 5

3) Realizo atividades que expressam minhas capacidades

1 2 3 4 5

4) Consigo recompensas importantes para mim 1 2 3 4 5

5) Supero desafios 1 2 3 4 5

6) Atinjo resultados que valorizo 1 2 3 4 5

7) Avanço nas metas que estabeleci para minha vida 1 2 3 4 5

8) Faço o que realmente gosto de fazer 1 2 3 4 5

9) Expresso o que há de melhor em mim 1 2 3 4 5

Que nota você daria de 0 a 5 para identificar o seu bem-estar/felicidade no

ambiente de trabalho.____________

Obrigada pela colaboração.