MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Avaliação do Potencial de Contaminação de

Cemitérios da Região da Baía de Guanabara [Rio

de Janeiro] 2006

XIV, 212 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,

Engenharia Civil, 2006)

Dissertação – Universidade Federal do Rio de

Janeiro, COPPE

1. Cemitérios, 2. Impacto ambiental 3.

Contaminação do solo e da água subterrânea

I. COPPE/UFRJ II. Título (série)

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"Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha

reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina

nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a

zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do

meu povo. Sabemos que o homem branco não

compreende o nosso modo de viver. Para ele, um torrão

de terra é igual a outro.”

“A terra não é sua irmã, mas, sim, sua inimiga, e depois de

exauri-la, ele vai embora. Deixa para trás o túmulo dos

seus pais, sem remorsos de consciência. Rouba a terra

dos seus filhos. Nada respeita. Esquece a sepultura dos

antepassados e o direito dos filhos. Sua ganância

empobrecerá a terra e vai deixar atrás de si os desertos.”

Trechos da Carta do Cacique Seatle, 1854

Aos meus queridos pais,

Hélis e (saudosa) Wanda (In memoriam).

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AGRADECIMENTOS

Ao Gilson, meu querido marido, que sempre esteve ao meu lado apoiando e

incentivando meu desenvolvimento acadêmico e profissional.

Aos meus amados filhos, que muito me orgulham, pela garra e dedicação na busca

dos seus objetivos de vida, e a quem recorri diversas vezes para explicações em

questões de área biomédica.

Aos diretores da Ecologus, Claudia e Edson, pela confiança depositada no meu

trabalho ao longo destes quase 10 anos na empresa e pela liberdade, para que eu

pudesse trilhar e me especializar no ramo da engenharia ambiental.

À minha mestra e orientadora, Maria Claudia, pela revisão do estudo, sugestões e

críticas construtivas, que foram fundamentais para o aprimoramento do trabalho.

A todos os professores do Programa de Engenharia Civil / COPPE da área de

Geotecnia Ambiental por todo o conhecimento passado durante o curso.

Aos colegas do Departamento de Recursos Minerais (DRM): Luiz Gomes, pelas

sugestões e horas dedicadas no esclarecimento das minhas dúvidas sobre questões

geofísicas e hidrogeológicas; Miguel e Paulo, por suas contribuições nos estudos

geológicos, e Francisco pelas adequações de geoprocessamento.

Ao professor Nagib Chamon, pela sua atenção e explicações das saídas dos modelos

geofísicos de resistividade elétrica.

Aos colegas, Paulo Lages, Elisa e Gustavo, pela dedicação aos trabalhos de campo, e

pelo carinho e atenção dispensados, sempre prontos a atenderem os meus pedidos

“extra-work”, seja dia útil ou finais de semana.

Aos colegas da Hidroquímica, Paulo e Ronaldo, pelas coletas noturnas em ambientes

tão mórbidos e à Elisabete, por todo apoio e explicações relativas aos resultados dos

laudos das análises laboratoriais.

À amiga Lourdes, pelo carinho e por toda a ajuda na preparação de figuras e edição

de textos, e a Greicieli, pelas tantas alterações de mapas, sempre feitas com muita

presteza e boa vontade. À querida amiga Maria Alice, pelas inúmeras vezes que

trocamos conhecimentos e nos apoiamos durante o curso.

Ao colega de trabalho Chris, pela tradução do resumo da dissertação.

Por fim, meu agradecimento especial ao meu tio Dedé que, no apagar das luzes, ainda

pôde dar sua importante contribuição como revisor do texto.

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Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DE CEMITÉRIOS DA REGIÃO

DA BAÍA DE GUANABARA

Virginia Martins Machado

Setembro/2006

Orientadora: Maria Claudia Barbosa

Programa: Engenharia Civil

No Rio de Janeiro, o recente Plano Diretor de Recursos Hídricos da Baía de

Guanabara (out, 2005) elaborado para o Governo do Estado, deu início à investigação

de áreas de cemitérios. O Plano encontrava-se em curso por ocasião da escolha do

tema, e constituiu a base de dados para a presente dissertação, a qual caracteriza,

analisa, avalia e discute o potencial de contaminação de 15 cemitérios municipais

tradicionais, localizados no entorno da Baía de Guanabara. Do referido Plano foram

utilizados os dados dos perfis de caracterização do solo, obtidos por cinco sondagens

elétricas verticais, e por observação táctil-visual realizada em três poços de

monitoramento instalados em cada cemitério, além dos laudos das análises físico-

químicas, bacteriológicas e toxicológicas de uma única campanha de coleta de

amostras de água subterrânea, realizada em dois dos três poços de cada local.

A análise integrada do diagnóstico e dos resultados obtidos permitiu avaliar

qualitativamente cada área, estabelecendo aquelas em situações ambientalmente

mais desfavoráveis, cujas ações de monitoramento e de minimização dos impactos

associados devam ser tomadas prioritariamente. O estudo sugere haver contaminação

da água subterrânea na maioria dos locais, devendo contudo ser realizadas novas

amostragens e monitoramento periódico das áreas para comprovação de que a fonte

de contaminação seja o cemitério. Ressalte-se, ainda, a necessidade de se obter

informações mais precisas da qualidade original (background) do aqüífero,

especialmente quanto à presença e atividade de microorganismos nativos e

patogênicos.

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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

ASSESSMENT OF POTENTIAL CONTAMINATION BY CEMETERIES IN THE AREAS

SURROUNDING GUANABARA BAY

Virginia Martins Machado

September/2006

Advisor: Maria Claudia Barbosa

Department: Civil Engineering

In Rio de Janeiro, the recent Master Plan for Hydric Resources around

Guanabara Bay (October 2005), prepared by the State Government, called for an

investigation of areas occupied by cemeteries. The Plan was being compiled at the

time the theme was chosen, and constitutes the data base for this dissertation, which

characterizes, analyses, evaluates and discusses the potential for contamination of the

15 traditional municipal cemeteries located in the areas surrounding Guanabara Bay.

The Plan provided soil characterization profiles, obtained from five vertical electrical

soundings and by visual/tactile observation made in three monitoring wells installed in

each cemetery, apart from physical-chemical, bacteriological and toxicological analysis

reports from one set of samples of underground water, taken simultaneously from two

of the three wells at each location.

The diagnostic analysis and the results obtained permitted a qualitative

evaluation of each area, establishing those in environmentally unfavorable situations,

needing priority treatment with regard to monitoring and minimizing associated impacts.

The study suggests that there is contamination of underground water in the majority of

locations, demanding new samples and periodic monitoring in order to confirm that the

source of the contamination is in fact the cemetery. It also emphasizes the need to

obtain more precise background data on the water-bearing strata, especially with

regard to the presence and activity of native and pathogenic micro-organisms.

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SUMÁRIO

1- Introdução................................................................................................................... 1

1.1 - Objetivo .............................................................................................................. 3

1.2 - Organização ....................................................................................................... 3

2- Revisão da Literatura.................................................................................................. 5

2.1- Impactos de Cemitérios: uma questão interativa de saúde pública e ambiente.. 5

2.2 - Análise das Fontes Potenciais de Impactos dos Cemitérios no Solo e na Água

Subterrânea ........................................................................................................ 10

2.2.1 – Modos construtivos e procedimentos de operação ............................... 11

2.2.2 - Materiais das urnas funerárias ............................................................... 16

2.2.3 - Processos de decomposição do corpo humano após a morte............... 17

2.2.4 - Constituintes químicos e microbiológicos do corpo humano em vida e

após a morte ...................................................................................................... 20

2.3 - Legislação e Recomendações Ambientais e Sanitárias relativas a Cemitérios . 33

2.3.1 - Orientações Estrangeiras ....................................................................... 33

2.3.2 – Legislações Brasileiras .......................................................................... 35

2.4 – Síntese do Capítulo ........................................................................................... 43

3- Parâmetros para Investigação e Monitoramento em Cemitérios................................ 46

3.1 - Aspectos geológicos e hidrogeológicos de importância no transporte e

retenção e contaminantes ................................................................................. 46

3.1.1 - Características dos Solos ....................................................................... 46

3.1.2 - Características das Águas Subterrâneas ............................................... 50

3.1.3 - Transporte e retenção dos contaminantes químicos no solo ................. 54

3.1.4 - Transporte, retenção e sobrevivência dos contaminantes

microbiológico .................................................................................................... 56

3.1.5 - Fatores intervenientes na sobrevivência durante o transporte dos

microorganismos.................................................................................... 57

3.2 - Indicadores Ambientais para Monitoramento de Contaminação em Cemitérios 59

3.2.1- Indicadores Físico-Químicos ................................................................... 59

3.2.2 -Indicadores Microbiológicos .................................................................... 62

3.3 - Revisão dos parâmetros investigados em lixiviados de aterros sanitários, em

esgotos sanitários e em cemitérios.................................................................... 64

3.3.1 - Composição do Lixiviado de Aterros Sanitários .................................... 64

3.3.2 - Composição do Esgoto........................................................................... 68

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3.3.3 - Composição de Lixiviados Liberados pela Decomposição do Corpo

Humano Enterrado................................................................................. 69

3.4 - Síntese do Capítulo ............................................................................................ 71

4- Caracterização das Áreas Estudadas ........................................................................ 75

4.1 - Introdução........................................................................................................... 75

4.2 - Diagnóstico do Meio Físico – Baseado em Dados Secundários ....................... 81

4.2.1 - Climatologia da RHBG (PDRH-BG, 2005b)............................................ 81

4.2.2 - Geologia das Áreas Estudadas ............................................................. 82

4.2.3 - Geomorfologia (PDRH-BG, 2005b) ........................................................ 85

4.2.4 - Solos ...................................................................................................... 87

4.2.5 - Recursos Hídricos Superficiais............................................................... 87

4.2.6 - Recursos Hídricos Subterrâneos na RHBG (PDRH-BG, 2005b)............ 87

4.3 - Diagnóstico dos Cemitérios Estudados.............................................................. 92

4.3.1 - Cemitério Municipal de Belford Roxo ..................................................... 93

4.3.2 – Cemitério Municipal de Cachoeiras de Macacu..................................... 95

4.3.3 - Cemitério Municipal de Duque de Caxias............................................... 97

4.3.4 – Cemitério de Guapimirim ....................................................................... 98

4.3.5 – Cemitério Municipal de Itaboraí ............................................................. 99

4.3.6 - Cemitério Municipal de Magé ................................................................. 101

4.3.7 - Cemitério Municipal de Mesquita............................................................ 103

4.3.8 - Cemitério Municipal de Nilópolis............................................................. 105

4.3.9 - Cemitério Municipal de Niterói ................................................................ 106

4.3.10 - Cemitério Municipal de Nova Iguaçu .................................................... 108

4.3.11 - Cemitério Municipal de Rio Bonito........................................................ 110

4.3.12 - Cemitério Municipal do Rio de Janeiro ................................................. 111

4.3.13 - Cemitério Municipal de São Gonçalo ................................................... 113

4.3.14 - Cemitério Municipal de São João de Meriti .......................................... 114

4.4.15 - Cemitério Municipal de Tanguá ............................................................ 116

4.4 – Considerações Finais do Diagnóstico ............................................................... 117

5- Metodologias das Investigações de Campo ............................................................... 124

5.1 - Investigações Geofísicas: Método Resistivimétrico por Sondagem Elétrica

Vertical (SEV) ............................................................................................................. 127

5.2 - Sondagens a Trado e Instalação de Poços de Monitoramento ......................... 137

5.3 - Amostragem da Água Subterrânea .................................................................... 139

5.3.1 - Metodologia de Amostragem.................................................................. 139

5.3.2 - Metodologia das Análises Físico-Químicas............................................ 140

5.3.3 - Metodologia das Análises Microbiológicas ............................................. 145

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ix

5.3.4 - Metodologia das Análises Toxicológicas ............................................... 146

6- Resultados.................................................................................................................. 147

6.1 - Sondagem Elétrica Vertical (SE) ........................................................................ 147

6.2 - Sondagens Geológicas e Instalação de Poços de Monitoramento .................... 152

6.3 - Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea................................................ 158

6.4 - Análises Bacteriológicas e Toxicológicas da Água Subterrânea....................... 170

7- Discussão dos Resultados ......................................................................................... 176

7.1 - Análise dos Resultados por Área ...................................................................... 176

7.1.1 - Cemitério Municipal de Belford Roxo ..................................................... 176

7.1.2 - Cemitério Municipal de Cachoeiras de Macacu...................................... 177

7.1.3 - Cemitério Municipal de Duque de Caxias............................................... 178

7.1.4 - Cemitério de Guapimirim ........................................................................ 180

7.1.5 - Cemitério Municipal de Itaboraí .............................................................. 181

7.1.6 - Cemitério Municipal de Magé ................................................................. 182

7.1.7 - Cemitério Municipal de Mesquita............................................................ 184

7.1.8 - Cemitério Municipal de Nilópolis............................................................. 185

7.1.9 - Cemitério Municipal de Niterói ................................................................ 186

7.1.10 - Cemitério Municipal de Nova Iguaçu .................................................... 187

7.1.11 - Cemitério Municipal de Rio Bonito........................................................ 188

7.1.12 - Cemitério Municipal do Rio de Janeiro ................................................. 189

7.1.13 - Cemitério Municipal de São Gonçalo ................................................... 191

7.1.14 - Cemitério Municipal de São João de Meriti .......................................... 192

7.1.15 - Cemitério Municipal de Tanguá ............................................................ 193

7.2 - Análise Integrada dos Resultados – Avaliação Qualitativa das Áreas

Estudadas........................................................................................................ 194

7.3 - Comparação dos Resultados dos Cemitérios da Baía de Guanabara com

outros Cemitérios Estudados no Brasil.............................................................. 199

8- Síntese Conclusiva e Recomendações ..................................................................... 204

9- Referências Bibliográficas .......................................................................................... 206

Anexos Anexo 1 – Legislação

Anexo 2 – Modelo de Questionário de Dados do Cemitério

Anexo 3 – Localização das SEs e Poços

Anexo 4 – Resultados das Sondagens Elétricas (SEs)

Anexo 5 – Resultados das Sondagens Geológicas

Anexo 6 – Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério

Anexo 7 – Formulário de Avaliação Qualitativa

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LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1: Depósito de Talus Figura 3.2: Dois aqüíferos com duas direções de fluxo diferentes Figura 3.3: Fatores que afetam a sobrevivência dos microorganismos no solo

Figura 4.1a: Mapa Geológico (Fonte: PDRH-BG, 2005b)

Figura 4.1b: Mapa Geológico (Fonte: DRM, 1980)

Figura 4.2: Mapa Geomorfológico

Figura 4.3: Aqüíferos

Figura 5.1: Arranjo Schlumberger para execução de Sondagem Elétrica Vertical (SE)

Figura 5.2: Modelo de formulário de lançamento das leituras no resistivímetro

Figura 5.3: Síntese dos valores de resistividade usados na “Modelagem”

Figura 5.4: Curva SE: dados, inversão 1D, modelagem e coluna geoelétrica

Figura 5.5: Perfil hídrico local mostrando a distribuição da água no terreno.

Figura 5.6: Correlação geoelétrica entre sondagens próximas.

Figura 5.7: Esquema de Medição da Carga Hidráulica

Figura 5.8: Curva de superfície do lençol freático e direção do fluxo de água em relação ao posicionamento das SEs

Figura 5.9: Figura esquemática de um poço de monitoramento

Figura 6.1: Resíduo Total Filtrável nos Poços Amostrados

Figura 6.2: Condutividade Elétrica nos Poços Amostrados

Figura 6.3: Valores de pH nos Pares de Pontos Amostrados

Figura 6.4: Valores de Eh nos Pares de Pontos Amostrados

Figura 6.5: Temperatura durante a Coleta nos Poços Investigados

Figura 6.6: Demanda Bioquímica de Oxigênio nos Poços Investigados

Figura 6.7: Demanda Química de Oxigênio nos Poços Investigados

Figura 6.8: Oxigênio Dissolvido nos Poços Investigados

Figura 6.9: Valores de Dureza Total nos Pontos de Amostragem

Figura 6.10: Concentração de Ferro (mg/l) nos Poços Amostrados

Figura 6.11: Concentração de Manganês (mg/l) nos Poços Amostrados

Figura 6.12: Concentração de Nitratos (mg/l) nos Poços Amostrados

Figura 6.13: Concentração de Nitritos (mg/l) nos Poços Amostrados

Figura 6.14: Concentração de Nitrogênio Amoniacal (mg/l) nos Poços Amostrados

Figura 6.15: Concentração de Fósforo (mg/l) nos Poços Amostrados

Figura 6.16: Concentração de Cloretos (mg/l) nos Poços Amostrados

Figura 6.17: Resultados gráficos do nível de contaminação bacteriológica nos cemitérios (Grupo Fecal)

Figura 6.18: Resultados gráficos do nível de contaminação bacteriológica nos cemitérios (Grupo de bactérias decompositoras de matéria orgânica)

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Figura 7.1: Valores máximos e mínimos de STD nos Cemitérios do Brasil

Figura 7.2: Valores máximos e mínimos de pH nos Cemitérios do Brasil Figura 7.3: Valores máximos e mínimos de CE nos Cemitérios do Brasil

Figura 7.4: Valores máximos e mínimos de Ferro nos Cemitérios do Brasil Figura 7.5: Valores máximos e mínimos de Manganês nos Cemitérios do Brasil

Figura 7.6: Valores máximos e mínimos de Nitratos nos Cemitérios do Brasil Figura 7.7: Valores máximos e mínimos de Nitritos nos Cemitérios do Brasil

Figura 7.8: Valores máximos e mínimos de Cloretos nos Cemitérios do Brasil

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xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1: Composição do Corpo Humano para uma referência padrão de peso de 70 kg

Tabela 2.2: Categoria dos organismos patogênicos ao ser humano, transmitidos pela água

Tabela 2.3: Distribuição da dose infectante mínima (DIM) de alguns agentes infecciosos e parasitários

Tabela 2.4: Recomendações de legislações brasileiras quanto às condições para sepultamento e exumação (Modificado de Barbosa et al., 2003)

Tabela 2.5: Recomendações de legislações brasileiras quanto às condições físicas, geográficas e urbanas do terreno e seu entorno (Modificado de Barbosa et al., 2003)

Tabela 3.1: Indicadores Físico-Químicos em Monitoramento de Cemitérios Segundo alguns Órgãos Ambientais

Tabela 3.2: Indicadores Microbiológicos Estabelecidos em Normas Ambientais Brasileiras para Cemitérios

Tabela 3.3: Composição do Chorume de Aterros Diversos

Tabela 3.4: Análises do Solo e Água Subterrânea no Interior de Cemitérios (valores máximos e mínimos)

Tabela 4.1: Consolidação do Diagnóstico: Resumo das Principais Características Locais relativas ao Meio Físico

Tabela 4.2: Consolidação do Diagnóstico: Resumo das Principais Características Operacionais, Construtivas e de Infra-Estrutura de Serviços

Tabela 5.1: Metodologia de Análise Físico-Química

Tabela 5.2 :Metodologia das Análises Microbiológicas

Tabela 6.1: Medições das SEs

Tabela 6.2: Características das Sondagens Geológicas – Perfurações a Trado

Tabela 6.3: Resultados de Análises Físico-Quimicas

Tabela 6.4: Resultados de Análises Físico-Quimicas

Tabela 6.5: Resultados de Análises Bacteriológicas e Toxicológicas

Tabela 6.6: Resultados de Análises Bacteriológicas e Toxicológicas

Tabela 7.1: Classificação dos Cemitérios quanto aos Aspectos de Localização e de Operação em Ordem Decrescente de Favorabilidade Tabela 7.2: Alguns Parâmetros Físico-Químicos Avaliados nos Cemitérios do Brasil

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LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

Ag Prata

Al Alumínio

Ba Bário

C Carbono

Ca Cálcio

Cd Cádmio

CE Condutividade Elétrica

CETESB Companhia de Tecnonologia de Saneamento Ambiental

Cl Cloro ou Cloretos

Co Cobalto

CO2 Dióxido de Carbono

COPPE Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia

COMLURB Companhia de Limpeza Urbana do Município do Rio de Janeiro

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

COT Carbono orgânico total

Cr Cromo

CT Carbono Total

CTC Capacidade de Troca Catiônica dos elementos químicos

Cu Cobre

DBO Demanda bioquímica de oxigênio

DQO Demanda química de oxigênio

Eh Potencial redox

EPA – USA Environmental Protection Agency- United States of America

Fe Ferro

FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz

FUNASA Fundação Nacional de Saúde

Hg Mercúrio

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

k Coeficiente de permeabilidade ou condutividade hidráulica

K Potássio

Kar Coeficiente de permeabilidade ao ar

Mg Magnésio

Mn Manganês

Page 14: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

xiv

N Nitrogênio

NA Profundidade de nível da água

Na Sódio

Ni Níquel

N2 Nitrogênio gasoso

N2O Óxido Nitroso

NH3 Nitrogênio amoniacal (forma livre) ou amônia

NH4 Nitrogênio amoniacal (ionizada) ou amônio

NO2 Nitrito

NO3- Nitrato

NBR Norma Brasileira Registrada

O2 Oxigênio

OD Oxigênio dissolvido

OH- Radical hidróxido

OMS Organização Mundial da Saúde

MS Ministério da Saúde

P Fósforo

Pb Chumbo

PDRH-BG Plano Diretor de Recursos Hídricos da Baía de Guanabara

pH Potencial de hidrogênio

ppm Partes por milhão (equivalente a g/l)

RFT Resíduo Filtrável Total

RHBG Região Hidrográfica da Baía de Guanabara

S Grau de saturação (%)

STD Sólidos Totais Dissolvidos

SO4 Sulfato

Ti Titânio

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

USP Universidade de São Paulo

UNEP United Nation Environment Programme

WHO World Health Organization

Zn Zinco

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1

1. INTRODUÇÃO

São antigas as manifestações de preocupação do homem com a degradação

do meio ambiente, e vêm crescendo, ano a ano, à medida que aumenta o

conhecimento e conscientização das pessoas, quanto às suas conseqüências no bem-

estar e na saúde humana. Estudos e pesquisas, relacionadas à poluição do ar e dos

recursos hídricos superficiais, foram e são até hoje exaustivamente desenvolvidos,

sendo mais recentes as pesquisas com foco na contaminação do solo e da água

subterrânea, talvez por não serem esses recursos tão facilmente visíveis aos olhos e

ao olfato. Nos últimos anos, em que a poluição afetou de tal modo as águas

superficiais, tornando-as cada vez mais escassas para o consumo humano, esses dois

ambientes, que estão diretamente interligados, passaram a ter um novo destaque no

cenário ambiental mundial, tanto na pesquisa como na legislação.

As pessoas têm, em geral, o conhecimento equivocado de que as águas

superficiais são a principal fonte de atendimento às suas necessidades, quando na

verdade elas compreendem menos de 3% das águas de superfície do planeta, ao

passo que 97% da água doce disponível na Terra encontra-se no subsolo.

A exploração deste recurso subterrâneo sempre teve uma participação

significativa no abastecimento de água da população mundial, conforme comprovam

as estatísticas, algumas citadas em FEITOSA & FILHO (2000).

Estudos científicos com enfoque na contaminação do solo e da água

subterrânea analisam fontes diversas, de origem industrial, doméstica ou natural,

geralmente relacionadas a resíduos industriais, aterros sanitários e lixões, sistemas de

esgotos sanitários, fertilizantes e pesticidas agrícolas, de explorações de petróleo,

dentre outras.

Verifica-se nesta relação a ausência dos cemitérios, cujos estudos e

publicações científicas em nível mundial são relativamente recentes, embora estes

sejam, em sua maioria, construções muito antigas.

A maioria dos cemitérios existentes foi instalada sem a preocupação com risco

potencial para o meio ambiente ou comunidade local. Geralmente, são construídos

próximos às comunidades por razões religiosas e culturais (ÜSIÇIK &

RUSHBROOK,1998).

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2

Após a morte, durante o processo de decomposição completa do corpo

humano, são liberados gases e substâncias líquidas contendo compostos orgânicos e

inorgânicos além de microorganismos, tais como bactérias e vírus, que se infiltram

através do solo, especialmente no caso de cemitérios horizontais em que os corpos

são enterrados diretamente no subsolo. Dependendo das formas de sepultamento,

dos materiais utilizados nas urnas funerárias, das condições de drenagem e de

saneamento do cemitério, das condições de saneamento do entorno e das

características geológicas, hidrogeológicas, geomorfológicas, geotécnicas e clima

local, estas substâncias infiltradas interagem com o solo e a água subterrânea,

podendo percorrer longas distâncias e atingir os aqüíferos. Caso haja captação de

água desses aqüíferos para consumo humano, poderá resultar em doenças de

veiculação hídrica.

No Brasil, embora o assunto já seja explorado, ainda há muito que se

pesquisar, pois existem muitas incertezas a respeito do risco de contaminação do

meio ambiente e seus efeitos sobre a saúde humana.

A cidade de São Paulo — precursora na definição de uma norma técnica

específica à implantação de cemitérios sob o enfoque ambiental, emitida pela

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB (LI 1040 de 1999), é

a que concentra o maior número de cemitérios já estudados, embora existam também

estudos pulverizados em outros estados da Federação. Entretanto, este quadro tende

a mudar, tendo em vista a Legislação Federal sobre o assunto, Resolução No 335/03,

editada em abril de 2003 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e

revisada na Resolução No 368 em 28 de março de 2006, que estabelece regras para o

licenciamento ambiental de cemitérios novos ou antigos, cabendo aos órgãos

ambientais estaduais a definição de especificações técnicas para emissão da licença

ambiental. Isto deverá acarretar o aumento da demanda por estudos e pesquisas que

possam embasar tanto os órgãos de controle e fiscalização ambiental como também

os próprios administradores destas construções.

No Rio de Janeiro, o recente Plano Diretor de Recursos Hídricos da Baía de

Guanabara (out, 2005) elaborado para o Governo do Estado, deu início à investigação

de áreas de cemitérios. O Plano encontrava-se em curso por ocasião da escolha do

tema, e constituiu a base de dados para a presente dissertação, a qual caracteriza,

analisa, avalia e discute o potencial de contaminação de 15 cemitérios municipais

tradicionais localizados no entorno da Baía de Guanabara.

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3

Ressalta-se que o critério de seleção destes cemitérios, bem como a

programação das sondagens realizadas em campo e das análises laboratoriais foram

estabelecidos no referido Plano. Sendo assim, para esta dissertação foram utilizados

os dados do Plano relativos aos perfis de caracterização do solo, obtidos por

observação táctil-visual, realizada em três poços de monitoramento instalados em

cada cemitério, além dos laudos das análises físico-químicas, bacteriológicas e

toxicológicas de uma única campanha de coleta de amostras de água subterrânea,

realizada em dois dos três poços de cada cemitério.

1.1 OBJETIVO

O objetivo do presente trabalho é caracterizar os fatores de impacto dos

cemitérios e avaliar o potencial de contaminação do solo e da água subterrânea com

conseqüências sobre o meio ambiente e a saúde pública, com base na literatura

científica mundial disponível e na análise dos dados de campo e laudos laboratoriais

de 15 cemitérios localizados na Região Hidrográfica da Baía de Guanabara (RHBG).

1.2 ORGANIZAÇÃO

Além desta Introdução, esta dissertação está organizada em mais oito

capítulos. No Capítulo 2, apresenta-se uma revisão bibliográfica dos estudos

científicos já realizados no Brasil e em outros países, enfocando a questão de

contaminação por cemitérios. Faz-se uma análise das fontes potenciais de impactos

destas construções no solo e na água subterrânea, e citam-se as principais

legislações ambientais e sanitárias brasileiras e recomendações estrangeiras relativas

ao assunto.

O Capítulo 3 descreve os principais parâmetros que devem ser considerados

para investigação e monitoramento de solo e água subterrânea nas proximidades de

cemitérios.

No Capítulo 4, apresenta-se um diagnóstico do meio físico, com base em

dados secundários e descrevem-se as características construtivas, operacionais e de

infra-estrutura de serviços, para cada um dos 15 cemitérios analisados.

No Capítulo 5, são descritas as metodologias das investigações de campo,

que compreenderam a execução de sondagens geofísicas, sondagens geológicas

Page 18: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

4

para instalação de poços de monitoramento, e coletas de amostras de água

subterrânea nesses poços.

O Capítulo 6 apresenta e consolida os resultados das investigações de campo

e das análises físico-químicas, toxicológicas e bacteriológicas, realizadas em

laboratório.

Estes resultados, juntamente com o diagnóstico apresentado no Capitulo 4,

são consolidados, analisados e discutidos individualmente para cada cemitério, no

Capítulo 7. Considerando-se todos os aspectos estudados, faz-se ao final uma

avaliação qualitativa de cada local, dando uma indicação das áreas mais

desfavoráveis quanto aos aspectos de localização e de operação, cujas ações de

minimização de impactos e de monitoramento devam ser tomadas prioritariamente.

No Capítulo 8, sumarizam-se as principais conclusões do estudo e

apresentam-se sugestões para futuras pesquisas.

Por fim, apresentam-se, no Capítulo 9, as referências bibliográficas utilizadas

na dissertação.

Os Anexos do estudo foram numerados seqüencialmente e compreendem: no

Anexo 1, cópia das principais legislações ambientais brasileiras sobre cemitérios; no

Anexo 2, o modelo de questionário utilizado para levantamento de dados e

caracterização dos aspectos operacionais, construtivos, administrativos e de infra-

estrutura de serviços dos cemitérios; no Anexo 3, os mapas de localização

georreferenciados de cada área, os quais contêm a localização dos pontos de

sondagens e de coletas, e respectivas imagens satélites; no Anexo 4, os perfis de

sondagens geoelétricas e o diagrama de fluxo de água subterrânea estimados por

elas; no Anexo 5, os perfis de sondagens geológicas, obtidos por caracterização tátil-

visual, com a indicação do nível d’água medido em cada poço; no Anexo 6, o

formulário de consolidação da caracterização do meio físico de cada área; e no Anexo 7, o formulário de avaliação qualitativa de cada local estudado.

Page 19: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

5

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 IMPACTOS DE CEMITÉRIOS: UMA QUESTÃO INTERATIVA DE SAÚDE PÚBLICA E

AMBIENTE

Uma das conseqüências mais graves para a saúde pública e ambiental refere-

se à ocorrência crescente de episódios de áreas contaminadas, especialmente em

regiões brasileiras urbano-industriais, situação que representa graves riscos à vida e a

saúde da população, ao ambiente e aos ecossistemas, constituindo-se em um sério e

atual problema de saúde pública (GÜNTHER, 1998).

Segundo a FUNASA (2001), no entorno de instalações perigosas, de fontes

geradoras e potencialmente geradoras de contaminação ambiental, considera-se

relevante desenvolver estudos e intervenções com enfoque sanitário e epidemiológico,

abrangendo aspectos de saúde e ambiente, de forma a abordar condições de saúde

dos grupos humanos assentados nessas áreas, do seu ambiente e dos ecossistemas.

Estudos sobre métodos interativos saúde-ambiente vêm sendo promovidos por

órgãos sanitário-ambientais internacionais, como Organização Mundial da Saúde -

OMS (WHO - World Health Organization); Agência de Proteção Ambiental dos Estados

Unidos (USEPA - United States Environmental Protection Agency) e Programa

Ambiental das Nações Unidas (UNEP - United Nations Environment Programme), em

atuação conjunta (BRIGGS et al., 1996).

No Brasil, a concepção interativa saúde-ambiente vem sendo desenvolvida e

debatida no contexto da implementação programática de ações de vigilância ambiental

em saúde, no âmbito institucional de órgãos nacional e estaduais de saúde, como

Ministério da Saúde e Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), com apoio de

representações da Organização Panamericana da Saúde, Organização Mundial da

Saúde e de instituições de ensino e pesquisa (Faculdade de Saúde Pública/USP,

Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ, Faculdade de Medicina/UFRJ,

Universidade Federal Pernambuco (UFPE) (ARAÚJO & GÜNTHER, 2002).

Os cemitérios constituem fontes potenciais de impactos que demandam

estudos específicos, sob esta abordagem de saúde pública e ambiente, por se

localizarem no interior de comunidades urbanas e envolverem o risco de

contaminação biológica do solo, águas subterrâneas e superficiais.

Page 20: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

6

Segundo SIDOLI (2004), as primeiras pesquisas estrangeiras enfocando a

questão de poluição ambiental por cemitérios, foram citadas em MULDER (1954), cujo

estudo apresenta registros de alguns casos históricos sobre a contaminação das

águas subterrâneas que se destinavam ao consumo humano, por líquidos

provenientes da decomposição dos corpos. Destacava-se a incidência de febre tifóide

entre as pessoas que viviam nas proximidades da cidade de Berlim, no período de

1863 a 1867 e, sem menção de data, a ocorrência na cidade de Paris, onde águas

subterrâneas de mau odor e sabor ácido, em especial em épocas quentes, foram

captadas em poços situados nas proximidades dos cemitérios.

Estudo de SCHRAPS (1972), citado em BELLO (2002) em um cemitério na

Alemanha Ocidental, reporta a existência de contaminação bacteriológica do solo nas

proximidades do cemitério.

PACHECO (1995) reporta que, em pesquisas realizadas pelo Prof. John Connif

nos Estados Unidos, detectou-se traços de arsênico, substância tóxica e

carcinogênica, no lençol freático nas proximidades de um cemitério onde foram

sepultados cadáveres embalsamados antes de 1910. Este risco não mais existe em

cemitérios, porque o produto utilizado no embalsamento foi substituído por formol.

Uma revisão na literatura científica quanto aos impactos dos cemitérios no

meio ambiente e na saúde pública foi publicado pela Organização Mundial da Saúde –

OMS, num trabalho de UCISIK & RUSHBROOK (1998). Os autores apresentam

aspectos relacionados à sobrevivência, retenção e movimento de vírus e bactérias no

solo, à composição da água subterrânea nas proximidades dos cemitérios, às

características geológicas e hidrogeológicas, sugerindo tópicos para pesquisas, tais

como avaliar distâncias seguras entre os aqüíferos e cemitérios em função de

características geológicas e hidrogeológicas diversas; entender porque e como a

maioria dos microorganismos produzidos durante o processo de degradação do corpo

após a morte não aparece na água subterrânea abaixo do cemitério; e estimar a

espessura mínima desejável de zona não saturada abaixo de cemitérios; dentre

outros.

Entre 1996 e 1998, BOYD B. DENT estudou e avaliou o impacto potencial de

contaminação das zonas saturada e não saturada do subsolo de nove cemitérios

australianos, e concluiu que o volume de produtos liberados da decomposição era

pequeno e que cemitérios, com localização e monitoramento adequados, produzem

Page 21: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

7

baixo impacto sobre o meio ambiente. Entretanto, alertou quanto ao risco da liberação

de bactérias ou vírus para o meio e à necessidade de uma investigação geocientífica

com foco na hidrogeologia da área estudada. Segundo o autor, o potencial de poluição

do cemitério deve considerar mudanças nas práticas e/ou padrões de uso dentro do

cemitério e os efeitos de impactos naturais como inundações (DENT, 1999).

Em 1998, a Agência Ambiental do Reino Unido (Environment Agency, UK)

iniciou estudos de cemitérios, revisados em 2004, visando avaliar o seu risco potencial

na contaminação do meio ambiente, dando ênfase à água subterrânea. TRICK et al.

(2001) cita trabalhos conduzidos por YOUNG et al. (1998), identificando a incidência

de poluição em água subterrânea proveniente de áreas de cemitério, numa região

onde fatores hidrogeológicos favorecem o desenvolvimento de condições anaeróbias.

O autor cita como problemas potenciais o nível de aqüífero raso e as altas taxas de

enterramentos. Em áreas de baixa permeabilidade com a presença prolongada de

produtos da degradação sob condições anaeróbicas, haveria maior risco de

contaminação da água superficial local.

Posteriormente, duas outras pesquisas foram conduzidas pela British

Geological Survey - BGS em parceria com a Agência Ambiental. A primeira (TRICK et

al., 1999) investigou os impactos na água subterrânea de um antigo cemitério

denominado Carter Gate, localizado em Notttinghan, ativo entre 1813 e 1875, cuja

área após o fechamento e retirada dos túmulos foi utilizada, inicialmente, como praça,

depois como área de patinação no gelo e, por fim, entre 1952 e 1962, tornou-se uma

área de estacionamento. Os resultados deste estudo indicaram evidências de

migração de contaminantes provenientes do cemitério. A modelagem mostrou que

espécies conservativas como Na, Cl e SO4, potencialmente liberadas das sepulturas,

devem ter migrado através de zonas não saturadas do solo durante um período de 20

anos depois do seu fechamento.

Embora este primeiro estudo confirme que, atualmente, o cemitério não mais

represente fonte de contaminação, o autor recomenda que “para qualquer atividade

potencialmente poluente, sempre seja investigada a composição real da fonte de

contaminantes e o seu destino no subsolo. O termo fonte define a faixa de

contaminantes e como o seu fluxo varia no meio natural em termos de tempo e

concentração. O destino na subsuperfície depende da natureza do contaminante e do

meio hidrogeológico no qual será liberado”.

Page 22: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

8

A segunda pesquisa (TRICK et al., 2001) foi realizada em um cemitério mais

recente, Danescourt, localizado em Wolverhampton, ativo desde 1959 e expandido

em 1995. Os resultados mostraram a existência de impactos na qualidade da água

subterrânea. Constatou-se o aumento da concentração de íons sódio, cloro e sulfato,

sugerindo que o líquido proveniente das sepulturas estivesse atingindo o nível d´água.

No período mais seco e frio, detectou-se a presença de bactérias normalmente

existentes no líquido da degradação após a morte, e associou-se a redução destas,

em análises posteriores, à sua diluição durante o período de chuvas e com elevação

do nível d´água.

No Brasil, os primeiros trabalhos, levantando a questão de contaminação de

águas superficiais e subterrâneas por cemitérios e da necessidade de estudos

geológicos e sanitários, datam de 1954 e são do engenheiro Bergamo, conforme cita o

prof. Dr. ALBERTO PACHECO (1995), que a partir de 1986 deu continuidade às

pesquisas e publicações sobre o assunto, em conjunto com um grupo de

pesquisadores do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo.

Em PACHECO et al. (1991), análises bacteriológicas de amostras da água

subterrânea de três cemitérios investigados, Vila Formosa, Vila Nova Cachoeirinha e

Areia Branca, localizados na cidade de São Paulo, indicaram condições higiênicas e

sanitárias insatisfatórias. Detectaram-se números elevados de bactérias proteolíticas e

heterotróficas anaeróbicas, no cemitério Vila Nova Cachoeirinha, e de bactérias

heterotróficas aeróbias e lipolíticas, no Cemitério de Areia Branca. A diferença dos

resultados foi atribuída a prováveis diferenças litológicas e de profundidade do nível

d´água nas áreas desses cemitérios. O cemitério de Vila Formosa apresentou os

menores níveis de coliformes fecais, estreptococo fecal e bactéria proteolítica,

concluindo-se que a litologia presente nesse cemitério estivesse agindo como um filtro

natural, retendo microorganismos e matéria orgânica.

No estudo do cemitério Vila Formosa, MIGLIORINI (1994, 2002) concluiu haver

impactos nas águas subterrâneas pela presença do cemitério, que contribuiu para o

aumento da concentração total de íons nas águas subterrâneas da área, sendo

atribuído como fonte mais provável a cal utilizada no cemitério; para a excessiva

concentração de produtos nitrogenados e para o aparecimento de alguns metais

acima do permitido para consumo humano. Esse cemitério é o maior da América do

Sul instalado sobre a bacia sedimentar de São Paulo, onde existem grandes recursos

de águas subterrâneas, explorados por poços de abastecimento urbano.

Page 23: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

9

MATOS (2001) avaliou a ocorrência e transporte de microorganismos nas

águas subterrâneas do cemitério Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. Concluiu em

seu trabalho ter encontrado bactérias heterotróficas, proteolíticas e clostridios sulfito

redutores e vírus patogênicos (adenovirus e enterovirus), e atribuiu como principais

fontes de contaminação as sepulturas com menos de um ano, localizadas nas cotas

mais baixas, próximas ao nível freático.

Estudos prévios investigativos para avaliação da adequabilidade do terreno

para construção de novos cemitérios são encontrados na literatura. PEREIRA et al.

(1996) investigaram áreas potenciais para instalação do cemitério municipal de Águas

de Lindóia em São Paulo, avaliando a favorabilidade quanto aos aspectos geológicos

e hidrogeológicos.

PEQUENO (1998) realizou pesquisas no Cemitério São João Batista, em

Fortaleza (Ceará). De acordo com os registros citados pela autora, o cemitério, em

operação desde 1865, foi construído em local previamente selecionado por critérios

médicos e em função das características do solo e do lençol freático. Entretanto,

concluiu em sua avaliação que o solo local, constituído por areia média, possui

permeabilidade média elevada favorecendo a passagem de líquido gerado pela

decomposição dos corpos para as águas subterrâneas. Os estudos hidroquímicos e

microbiológicos que realizou identificaram a presença de produtos nitrogenados

(amônia, nitrito e nitrato) nas águas subterrâneas e, segundo a autora, são indicadores

da presença de matéria orgânica em decomposição, podendo ser associados à

decomposição de corpos sepultados no cemitério. Conclui ainda que “as análises

microbiológicas apresentaram resultados insatisfatórios, confirmando as análises

químicas, pela ocorrência de bactérias patogênicas oriundas do processo de

decomposição dos corpos”.

BELLO et al. (2002), por solicitação do órgão ambiental local (SECTAM),

realizou uma investigação geoambiental em uma área suburbana, localizada no distrito

de Tapanã, na cidade de Belém (Pará), com vistas a avaliar áreas para implantação

futura de um cemitério. Além das fontes de contaminação provenientes do uso e

ocupação do solo da área do entorno, dentre elas um cemitério municipal, foram

estudadas as características geológicas, hidrogeológicas e estratigrafia da área, de

forma a determinar os cuidados a serem tomados quanto ao posicionamento das

sepulturas em relação ao nível d´água. Foram detectados poucos problemas de

contaminação físico-química. Por outro lado, foi verificada a contaminação

Page 24: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

10

microbiológica da água subterrânea, em que a maioria dos parâmetros apresentou

valores acima dos padrões legais. Estes resultados foram associados à falta de

saneamento básico no local, onde não há sistema de esgoto e as residências são

providas por fossas sépticas rasas.

COSTA (2002) pesquisou a atual situação de contaminação das águas

subterrâneas do município de Belo Horizonte, sujeitas a diferentes tipos de cargas

contaminantes, dentre as quais aquelas decorrentes de três cemitérios (Parque da

Colina, da Paz e da Saudade), dos seis existentes na cidade, selecionados por

critérios que indicaram oferecer maiores condições de contaminação. No Cemitério da

Paz, o autor concluiu a existência de contaminação físico-química e bacteriológica.

Nos outros dois cemitérios verificou insignificante contaminação físico-química e

bacteriológica comparativamente ao Cemitério da Paz. Os resultados menos

favoráveis à contaminação do cemitério da Saudade em relação ao da Paz devem-se,

segundo o autor, a dois motivos: o cemitério localiza-se em um relevo mais

acidentado, onde o escoamento superficial ocorre em quatro diferentes direções e os

túmulos são, na maior parte, melhor protegidos contra a infiltração.

Os estudos publicados não apresentam dados relativos a possíveis efeitos

sobre a saúde da população do entorno dos cemitérios, tanto na literatura brasileira

quanto na estrangeira, como sugerido pelo trabalho da OMS (ÜSIÇIK &

RUSHBROOK, 1998).

2.2 ANÁLISE DAS FONTES POTENCIAIS DE IMPACTOS DOS CEMITÉRIOS NO SOLO E NA ÁGUA SUBTERRÂNEA

A identificação das fontes potenciais de impactos dos cemitérios no solo e na

água subterrânea, e sua caracterização qualitativa em termos de significância e

magnitude, dependem de uma análise integrada de diversos fatores relacionados às

suas formas construtivas e operacionais, à infra-estrutura existente, aos materiais

utilizados nas urnas funerárias, aos processos de decomposição do corpo humano

após a morte e aos constituintes químicos e biológicos liberados durante a

decomposição. Esses fatores, associados às características geológicas e

hidrogeológicas locais, ao transporte dos contaminantes através do solo e às

interações físico-químicas e microbiológicas que se processam no meio, determinam o

potencial de contaminação do ambiente em contato.

Page 25: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

11

Deve-se considerar, ainda, a proximidade e o tipo de ocupação do entorno, em

especial as condições de saneamento básico destas ocupações, que possam interferir

nos resultados encontrados e mascarar a fonte real de contaminação. Por fim, devem

ser verificadas as distâncias de rios e de poços de captação, pois sua proximidade

pode pôr em risco a saúde das pessoas que utilizam esses recursos, caso o fluxo de

contaminantes do cemitério seja a eles direcionado.

Estes fatores são analisados nas seções a seguir, a partir de exemplos

buscados na literatura científica. Em particular, um estudo realizado pela COPPE em

2003 para a ACEMBRA (Associação de Cemitérios do Brasil) e o SINCEP (Sindicato

dos Cemitérios Particulares do Brasil), que tratam especificamente desta análise com

vistas a um diagnóstico genérico do risco de contaminação e ao estabelecimento de

critérios de investigação (BARBOSA et al., 2003). Este trabalho tem publicação

restrita, podendo ser obtido sob consulta e autorização das entidades contratantes.

2.2.1 Modos Construtivos e Procedimentos de Operação

Atualmente existem quatro modalidades de construções de cemitérios, sendo

mais usuais no Brasil as do tipo horizontal tradicional, horizontal parque e vertical, e

raras construções de crematórios. Os cemitérios do tipo horizontal tradicional, em

função do modo construtivo e operativo, e também por serem os mais antigos, são as

construções que oferecem impactos potenciais mais significativos ao meio ambiente,

sendo portanto o foco do presente estudo.

Nos cemitérios tradicionais há duas formas de sepultamento. A primeira, por

inumação, é a mais tradicional, onde as urnas funerárias são depositadas diretamente

no solo, podendo ser em covas não revestidas ou revestidas lateralmente. Após a

colocação da urna, a cova pode ser recoberta por um caixote de concreto, ou, mais

tarde, receber uma construção tumular de mármore, granito, concreto etc. Geralmente,

após o fechamento espalha-se uma camada de cal sobre a cobertura com a finalidade

de higienização do local. Essa prática, no entanto, não costuma ser aplicada nos

cemitérios públicos mais modestos. Na segunda forma, por tumulação, as urnas são

colocadas em compartimentos de alvenaria, tipo gavetas/prateleiras, construídos

acima do solo.

Um procedimento particular de inumação é a utilização de covas rasas, em

cemitérios públicos, para sepultamento de indigentes. Em grandes metrópoles esses

Page 26: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

12

locais representam áreas potencialmente mais impactantes, pela ausência de qualquer

cuidado especial com o corpo, que é enterrado diretamente no solo, sem proteção,

pela quantidade, freqüência e maior densidade de corpos enterrados numa mesma

área (BARBOSA et al., 2003).

As edificações dos cemitérios verticais, por serem mais recentes, seguem

padrões, recomendações técnicas e cuidados ambientais mais rigorosos. De acordo

com ARANTES (1995), essas construções devem conter: câmaras revestidas com

material de boa impermeabilidade e resistência às dilatações e contrações, com

vedação dupla e sistemas de drenagem dos líquidos residuais; sistemas de

combustão para queima dos gases liberados do processo de decomposição (enxofre,

metano e outros) que são encaminhados a um sistema de exaustão e filtragem dos

odores e resíduos de fumaça. Também é recomendada, neste tipo de cemitério, a

instalação de uma caixa elevada de lavagem, para limpezas periódicas de resíduos

impregnados nas paredes das tubulações. A água de lavagem é encaminhada a um

tanque químico de processamento com desinfecção, para combate às bactérias; além

de outros detalhes construtivos. Desta forma, considera-se de baixa magnitude os

impactos no solo, na água e no ar, associados a essa modalidade de cemitério, desde

que operado e fiscalizado corretamente.

Nos cemitérios horizontais do tipo parque, modalidade também mais recente no

Brasil, uma ou duas urnas são depositadas em cada jazigo1 no subsolo, que é

recoberto por aterro e grama. As covas geralmente são previamente preparadas e

revestidas constituindo estruturas de concreto. Essas estruturas possuem sistemas de

drenagem, tanto superficial como de subsuperfície (drenos de brita sob as estruturas e

tubulações de coleta), além de outros cuidados para manter as urnas funerárias livres

de acúmulo de água. Estas características, associadas a um modo operativo

ambientalmente adequado, podem resultar em impactos menores no solo e na água

subterrânea do que os cemitérios tradicionais, além de visualmente serem mais

agradáveis.

De acordo com a Agência Ambiental Britânica (2004) nos cemitérios parque a

taxa de degradação é em geral acelerada devido à baixa profundidade das sepulturas,

à natureza da biodegradação das urnas ou cobertura e à ausência de fluido de

embalsamento. A taxa de infiltração deve ser mais baixa devido à evapotranspiração

1 Compartimento destinado ao sepultamento contido (CONAMA 335/2003).

Page 27: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

13

pelas árvores e arbustos. O decaimento é principalmente aeróbio, produzindo dióxido

de carbono, água, nitrato e sulfato, os quais são, em geral, menos poluentes do que

aqueles decorrentes de degradação anaeróbia.

O revestimento das covas com concreto minimiza impactos não desejados,

pois, sendo um material poroso, a presença de microfissuras permite a troca dos

gases liberados durante a decomposição, e sua baixa permeabilidade impede a

entrada de volumes muito grandes de água e inundação do compartimento em

períodos chuvosos (BARBOSA et al., 2003).

Outro procedimento de sepultamento consiste na cremação, que é pouco

comum no Brasil e que não oferece impactos sobre o solo e água subterrânea.

Entretanto, não se descarta uma avaliação científica mais criteriosa para os impactos

relativos a esta atividade, especialmente no que concerne a uma possível liberação de

gases para a atmosfera. Daí a exigência de instalação de um sistema de lavagem,

exaustão e filtragem pelos órgãos ambientais.

Mesmo em países desenvolvidos, a prática de enterramento ainda é a mais

usual. Estatísticas apresentadas por DENT (1999) em sete países desenvolvidos,

Inglaterra, França, Itália, Holanda, Estados Unidos, Austrália e Japão, indicam que à

exceção da Inglaterra e do Japão, onde a prática de cremação é de 72% e 98%,

respectivamente, nos demais países os corpos são enterrados num percentual que

varia entre 46% e 79%.

A reutilização dos jazigos após a exumação dos corpos (ato de desenterrar) é

prática corrente nos cemitérios do Brasil, salvo em casos especiais, onde as urnas são

definitivamente enterradas e recobertas por terra e grama ou por placas de cimento.

A exumação ocorre, geralmente, após um período que pode variar entre dois a

três anos, conforme indica a legislação no Brasil. Durante o procedimento, os resíduos

humanos são deixados no fundo da cova e os ossos, quando não se trata de jazigo

perpétuo, podem ser ensacados e transferidos para um ossuário comum para

posterior destino e incineração em cemitério licenciado, ou podem ser dispostos em

caixas concretadas que recebem identificação, fotos e mensagens dos familiares que

têm interesse em manter o espaço perpetuamente. Os demais resíduos, não humanos

(resíduos de tecidos, de metais etc), são retirados do local do sepultamento e devem

receber destinação ambiental e sanitária adequadas. Após a retirada, o local deve ser

Page 28: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

14

adequadamente higienizado com cal para receber nova urna funerária. Os

funcionários que realizam esse procedimento devem utilizar equipamentos de

proteção individual (EPI), tais como uniforme, botas, luvas e protetor respiratório.

A cal em pó (cal hidratada – Ca (OH)2), aplicada para higienização das

sepulturas na fase de sepultamento e após exumações, é uma substância que pode

ser solubilizada e carreada para o solo. Essa solução aquosa é uma base forte, de

ação antiácida e anti-séptica que, em contato com o gás carbônico, produz um

precipitado de carbonato de cálcio (CaCO3). Os impactos esperados no solo são o

aumento do pH do meio e aumento da concentração de íons cálcio (Ca+2) e

carbonatos e bicarbonatos (CO32-; HCO3

-), na solução do solo (BARBOSA et al.,

2003). Na água subterrânea, o carbonato de cálcio é muito pouco solúvel, sendo

responsável muitas vezes por entupimentos em filtros de poços de captação de água.

A predominância de cálcio, em relação a outros cátions encontrada no

cemitério de Vila Formosa, foi atribuída por MIGLIORINI (1994), como hipótese, à

contaminação dos ossos enterrados e à utilização de cal em grande escala.

COSTA (2002) indicou resultados de contaminação por carbonato de cálcio na

água subterrânea do cemitério da Paz, tendo atribuído a derivado da cal de pintura

das covas e da argamassa de rejunte de tijolos.

Outro aspecto operativo, potencialmente impactante, consiste no

embalsamento do corpo falecido, previamente ao sepultamento. Este procedimento

utiliza produtos químicos, que visam conservar temporariamente o corpo, retardando a

sua degradação natural. Em cemitérios antigos, do século 19, o embalsamento com

arsênico era procedimento sanitário comumente utilizado, quando não havia

consideração para os impactos decorrentes ao meio ambiente ou à saúde humana,

tais como o perigo potencial sobre a saúde dos arqueologistas, para os trabalhadores

dos cemitérios ou para as pessoas que pudessem utilizar água subterrânea

contaminada, em se tratando de um produto tóxico e persistente, e que nunca se

degrada mesmo quando solubilizado (KONEFES et al.,1999).

A ingestão de água contendo altas concentrações de arsênico por períodos

prolongados, pode causar inúmeros problemas de saúde, tais como: disfunções da

pele, incluindo mudança de pigmentação, queratose, câncer de pele, além de outros

tipos de tumores malignos e doenças.

Page 29: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

15

O padrão de concentração de arsênico na água, para consumo humano foi

estabelecido em 1942 pela Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA) em

50 microgramas por litro ( g/L), que representa 50 partes por bilhão (50 ppb), reduzido

em 2001 para 10 g/L. A Organização Mundial da Saúde (WHO) em 2003 reduziu

também para este mesmo patamar, assim como o Japão e em 2001 o Canadá.

No Brasil, o padrão de qualidade da água para este produto na recente

Resolução No 357, de 17 de março de 2005 (que revogou a Resolução CONAMA No

20/1986), estabelece o mesmo patamar daqueles países de 0,01 mg/L, em águas

doces destinadas ao consumo humano após tratada.

Tendo em vista os efeitos indesejados ao meio ambiente e à saúde humana,

em substituição ao arsênico, no Brasil, utiliza-se atualmente, formaldeído para

embalsamento, e o procedimento passou a ser realizado somente em casos especiais,

por exemplo, para possibilitar tempo adequado para translado, serviços funerários e

visitação, ou para prevenir a propagação de infecções.

Esta solução é utilizada, normalmente, para desinfecção de artigos médico-

hospitalares em estabelecimentos de saúde e, embora seja tóxico se ingerido ou

inalado, ou ainda se em contato com a pele e mucosas, é altamente volátil, e em

contato com matéria orgânica se degrada rapidamente.

Seu comportamento no meio ambiente é conhecido e mais favorável. De

acordo com BMFJG (1984), cerca de 99% de formaldeído liberado ao meio encontra-

se em água e somente cerca de 1% do produto emitido ao ambiente atinge a

atmosfera. Os efeitos desta substância no solo são desconhecidos; entretanto,

nenhuma bioacumulação foi determinada até hoje, e sua infiltração no solo torna-se

fator de menor preocupação considerando sua tendência à evaporação. Na cadeia

alimentar há somente leve acumulação, pois o formaldeído é rapidamente oxidado no

organismo para ácido fórmico, o qual é parte excretado com a urina. Sua meia vida no

ar (ar urbano com raios solares) é entre 1 e 2 horas, ou de 12 horas, se estiverem

presentes radicais hidróxido (OH-). A degradação é realizada pelos microorganismos

no solo e na água. A própria Agência Ambiental Britânica (2004) descarta o risco de

contaminação em cemitérios associado a esse composto .

Page 30: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

16

2.2.2 Materiais das Urnas Funerárias

Na construção e decoração das urnas funerárias são utilizados diversos

materiais, cujo potencial de contaminação do solo e da água subterrânea deve ser

considerado e analisado. Normalmente, utilizam-se madeira ou MDF para a

construção das urnas, tecidos para decoração, acrílico para os visores, tintas,

esmaltes sintéticos, laqueamentos e vernizes para acabamento, metal zincado e

dourado para as alças e flores para decoração (BARBOSA et al.,2003).

Segundo os autores, estes materiais podem liberar compostos e elementos

químicos para o ambiente, tais como: solventes orgânicos voláteis e não-voláteis,

metais pesados relacionados aos pigmentos e corantes para dar cor aos produtos de

acabamento (Ni+2, Cu+2, Co+2, Cr+6, Ti+4, Cd+2, Fe+3), e Zn+2 das alças metálicas. A

magnitude da contribuição desses elementos para caracterizar uma carga de

poluentes nos cemitérios não é passível de previsão, pois depende do tipo de

acabamento, da cor utilizada, do tempo de permanência da urna no subsolo e do grau

de ataque químico aos materiais durante a sua permanência no solo.

Alguns desses componentes já existem naturalmente no solo e na água

subterrânea, porém sua absorção em excesso, direta ou indiretamente, pelo

organismo humano, pode representar fator de risco à saúde.

Segundo TURCI (2000), o organismo humano possui um mecanismo pelo qual

as concentrações dos elementos traços mantêm-se a níveis aproximadamente

constantes. Quando atinge um nível de saturação, todo excesso é eliminado. Se

contudo o mecanismo de defesa tornar-se ineficiente, o caráter tóxico é determinado e

algumas doenças podem se manifestar, como, por exemplo, distúrbios hepáticos por

excesso de ferro (Fe), doença de Wilson por anomalia no transporte de cobre (Cu) e

doença nos rins e fígado produzindo nefrite por acúmulo de cádmio (Cd).

Em dois cemitérios anteriormente citados, MIGLIORINI (2002) e WALTER

(2002), e no cemitério Del Rey (SPONBERG, 2000), foram atribuídos aos materiais

metálicos das urnas os altos valores de metais encontrados. No entanto, a maioria dos

trabalhos publicados não encontra níveis elevados de metais no subsolo, e a diferença

de resultados demandaria uma investigação complementar nos locais em que os

elementos se apresentam.

Page 31: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

17

2.2.3 Processos de Decomposição do Corpo Humano após a Morte

Os processos de decomposição do corpo humano compreendem normalmente

dois mecanismos destrutivos: a autólise e a putrefação. Entretanto, dependendo das

características do corpo e das condições ambientais do local de sepultamento, eles

estarão sujeitos a dois outros mecanismos transformativos conservativos: a

mumificação e a saponificação.

A autólise é o primeiro mecanismo que se processa após a morte, e consiste

na destruição dos tecidos ou células do organismo pela ação de substâncias, como as

enzimas, que são produzidas dentro do organismo. É também denominada como auto-

digestão. Durante o processo, que ocorre nas primeiras 24 horas após a morte, há a

dissolução dos tecidos nas cavidades pleurais e no abdômen, devido à infiltração de

sucos gástricos. A autólise pulmonar ocorre inicialmente, sendo responsável pelo odor

fétido, mudança de cor e extravasamento de fluidos internos por orifícios bucais e

nasais (WCSSAR; BRIANI, A).

A putrefação é um processo destrutivo de decomposição do corpo pela ação

das bactérias, que se multiplicam rapidamente, e quando em quantidade suficiente

têm a capacidade de digerir os tecidos do corpo, reduzindo-os a um fluido consistente

e muito viscoso, denominado produto da coliquação, definido na CONAMA 335/2003

como “líquido biodegradável oriundo do processo de decomposição dos corpos ou

partes”.

Com 72 horas após a morte ocorre a fase gasosa da putrefação, devido a

produção de gás sulfídrico, que provoca o inchamento do corpo (se não houver cortes

ou furos no mesmo). Após esta fase, inicia a fase coliquativa que pode ocorrer até 15

dias após a morte. O processo completo de putrefação até o estágio final de esqueleto

pode durar semanas, meses ou até anos, sendo mais rápido ou mais lento em função

de um grande número de variáveis que afetam o início e a taxa de decomposição

(WCSSAR; BRIANE).

A mumificação é um processo natural que ocorre quando o cadáver permanece

em um ambiente extremamente quente e seco, ocasionando na intensa e rápida

desidratação. Nesse mecanismo o processo de putrefação é bloqueado, tendo como

ambiente preferido os desertos. O embalsamamento, diferentemente, é um processo

artificial, utilizado no Egito para transformar os faraós em múmias (BRIANI).

Page 32: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

18

Finalmente, a saponificação é definida quimicamente como o processo de

transformação das substâncias graxas em sabões por meio de hidrólise alcalina. No

caso dos corpos humanos, é o processo de hidrólise da gordura, com liberação de

ácidos graxos, os quais, pela acidez, inibem as bactérias putrefativas, atrasando a

decomposição do cadáver. Neste caso, as gorduras e os tecidos macios são

transformados em uma gordura com aspecto de cera (adipocera), ao invés de serem

consumidos pelos microorganismos (BARBOSA et al., 2003). Isto ocorre geralmente

quando cadáver é sepultado diretamente no solo argiloso (Ph alcalino), quente, úmido

e mal ventilado (BRIANI, A.).

Dentre os processos anteriormente descritos, a putrefação é certamente o que

resulta em impactos ambientais mais relevantes com riscos de contaminação do solo e

da água subterrânea. Observa-se contudo, que é este processo que permite a

manutenção da vida no planeta, retornando os elementos químicos da matéria

orgânica ao ambiente e mantendo-os disponíveis para a nutrição e crescimento de

novas espécies vegetais animais.

Fatores Intervenientes nestes Processos

Os mecanismos de decomposição são influenciados pelas condições

ambientais onde o corpo é enterrado, tais como as características do solo (p.ex:

granulometria, permeabilidade, temperatura, umidade, saturação), além das próprias

características do corpo sepultado (teor de gordura) e dos materiais utilizados nas

sepulturas, que podem contribuir para retardar o processo, e que devem ser

considerados nos projetos de implantação dos cemitérios, pois esta situação não é

desejada após o corpo ser enterrado.

No caso da mumificação natural as condições favoráveis ocorrem quando o

ambiente é seco ou com umidade muito baixa (por exemplo, em solos mais grosseiros

e muito permeáveis), independente da temperatura (quente ou fria) e o corpo contém

baixo teor de gordura (BARBOSA et al., 2003).

Segundo POUNDER (1995) in MATOS (2001) a saponificação é favorecida em

ambientes quentes, úmidos ou completamente saturados e anaeróbios, bem como

pela presença de bactérias endógenas. Neste mecanismo, ao contrário do anterior, o

corpo deve ter uma maior porcentagem de gordura. Em relação ao meio, observa-se

que solos argilosos, por serem mais finos e pouco permeáveis, quando saturados

Page 33: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

19

facilitam este tipo de fenômeno, não sendo, portanto, favoráveis à instalação de

cemitérios. BARBOSA et al. (2003) observam ainda que a presença de fontes

adicionais de alcalinidade, o embalsamento e o uso de materiais completamente

impermeáveis e selantes nas urnas funerárias e sepulturas favorecem o processo,

mas sozinhos não são suficientes para desencadeá-lo.

PACHECO (1995) cita um caso de 1990, em que o corpo de uma mulher,

exumada dois anos depois de sepultada no cemitério Vila Formosa, encontrava-se

conservado. Este fato é justificado pelo tipo de solo local, constituído de sedimentos

arenoso-argilosos com evidência de lentes de areia, onde o sepultamento pode ter

ocorrido. Cita também um cemitério em Itapecerica da Serra onde 60% dos cadáveres

sepultados por tumulação encontravam-se saponificados, sendo atribuído às águas

residuais das chuvas acumulada nos túmulos devido à sua má vedação.

A disponibilidade de nutrientes no corpo humano, cuja relação de

carbono:nitrogênio:fósforo é da ordem de 30:3:1 e o alto teor de água na sua

composição favorecem a rápida e completa degradação (Agência Ambiental Britânica,

2004). De acordo com BARBOSA et al. (2003), para que ocorra a putrefação o solo

deve ter umidade suficiente, porém não em excesso, e ventilação adequada para

permitir a troca de gases com o meio externo, de forma que haja entrada de oxigênio e

saída dos gases produzidos no processo de decomposição, basicamente gás

carbônico (CO2) e amônia (NH3). Deve-se evitar, também, a passagem contínua de

correntes de ar seco, que poderiam favorecer a mumificação.

A existência de uma camada de solo entre a base das urnas funerárias e o

nível d’água subterrânea funciona como um filtro por suas propriedades porosas,

reduzindo a possibilidade de que o produto da coliquação, constituído por um líquido

bastante viscoso atinja um aqüífero. No entanto, a percolação do produto será

facilitada quando diluído pela água de chuva ou de infiltração, ou por efeito da

densidade. Por outro lado, a utilização de revestimentos nas sepulturas de

subsuperfície com materiais porosos, como concreto e alvenaria, contribui para

retardar a infiltração dos componentes químicos e microbiológicos do produto através

do solo (BARBOSA et al., 2003).

Outro fator que interfere no processo de decomposição é a temperatura.

Segundo o trabalho da OMS (ÜSIÇIK & RUSHBROOK, 1998), acima de 5 C já é

possível a multiplicação dos microorganismos responsáveis pela decomposição. Sabe-

Page 34: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

20

se, no entanto, que quanto mais alta a temperatura, mais rápido será o processo,

devido ao aumento da atividade microbiana. Portanto, este é um dos fatores que

explica a acelerada decomposição do corpo enterrado em regiões de climas quentes,

como no Brasil, à exceção da região sul do país, em relação a outras regiões de clima

temperado.

2.2.4 Constituintes Químicos e Microbiológicos do Corpo Humano em Vida e após a Morte

Componentes Químicos do Corpo Humano

De acordo com a Agência Ambiental Britânica (Environment Agency – UK,

2004), a composição e os elementos químicos presentes no corpo humano são

indicados na Tabela 2.1. A composição da mulher corresponde à faixa entre 2/3 e 3/4

destes valores.

TABELA 2.1: COMPOSIÇÃO DO CORPO HUMANO PARA UMA REFERÊNCIA PADRÃO DE PESO DE 70 KG

Composição Peso (%) Água 64

Proteínas 20 Carboidratos 1 Sais Minerais 5

Gorduras 10 Elementos Químicos Massa (g)

Oxigênio 43.000 Carbono 16.000

Hidrogênio 7.000 Nitrogênio 1.800

Cálcio 1.100 Fósforo 500 Enxofre 140 Potássio 140

Sódio 100 Cloro 95

Magnésio 19 Ferro 4,2

(continuação)

Page 35: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

21

Elementos Químicos Massa (g) Cobre 0,07

Chumbo 0,12 Cádmio 0,05 Níquel 0,01 Urânio 0,0009

Massa Total 70.000 Fonte: Agência Ambiental Britânica (2004)

Observa-se nesta tabela que o corpo humano é constituído em mais de 60% de

água e, dentre os elementos químicos presentes, os mais importantes são o Oxigênio

(O), Carbono (C), Hidrogênio (H), Nitrogênio (N) e Cálcio (Ca), distribuídos na

proporção de cerca de 61,5%, 22,9%, 10%, 2,6% e 1,6%, respectivamente.

Nesta composição o Oxigênio e Hidrogênio são constituintes do fluido e das

biomoléculas, o Carbono e Nitrogênio das biomoléculas, e o Cálcio tem função

enzimática sendo constituinte dos ossos. Dentre os elementos de menor massa, o

Fósforo (P) tem função estrutural e energética, o Potássio (K) é o principal cátion

intracelular, o Sódio (Na) é o principal cátion extracelular, e o Cloro (Cl) é o principal

ânion celular (TURCI, 2000).

Estes elementos químicos quando liberados isoladamente ao meio ambiente

não representam fatores de impactos ou de contaminação da água subterrânea, pois

não comprometem a qualidade da água, não estando enquadrados nos padrões

estabelecidos na recente resolução CONAMA No 357/2005. Contudo, tais elementos

podem formar compostos através de processos de troca com o meio. Os compostos,

por sua vez, podem se juntar formando outros compostos através de transformações e

reações químicas, e em função de determinadas condições do meio pode ocorrer um

desequilíbrio e alterações indesejáveis, como perda de potabilidade da água.

Nos processos de troca entre os elementos químicos liberados pelo homem e a

natureza (terra, ar e água) ocorrem cinco ciclos de troca: do Oxigênio, do Carbono, do

Nitrogênio, do Fósforo e da Água. Estes ciclos são responsáveis, por exemplo, pela

liberação de Oxigênio (O2) para o ambiente por processos de fotossíntese; pelas

várias etapas de transformação do Nitrogênio (N) em produtos úteis como Amônia

(NH3) por ação de bactérias, da Amônia (NH3) em Nitrito (NO2-) por oxidação e deste

em Nitrato (NO3-); pelo retorno do fósforo à terra, que pode ocorrer através do

excremento das aves ou do particulado em suspensão no mar, ou ainda através do

Page 36: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

22

peixe capturado pelo homem; e por fim pela precipitação, infiltração e

evapotranspiração na formação da água subterrânea, nascentes e rios (TURCI, 2000).

Componentes químicos liberados após a morte e seu potencial de contaminação

Após a morte, durante o processo de decomposição os principais compostos

liberados são os orgânicos gasosos, sobretudo Gás Carbônico (CO2) e Amônia (NH3),

e dissolvidos - Nitrogênio Amoniacal (NH4). Há ainda o potencial de aumento do pH

resultante de alta proporção de Cálcio (AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA, 2004).

Em água subterrânea a presença de Nitrogênio Amoniacal pode causar

alteração de gosto e odor. Estudos hidroquímicos em MIGLIORINI (2002) concluíram

aumento excessivo de produtos nitrogenados nas águas subterrâneas do cemitério

analisado, cuja origem provável foi atribuída ao processo de decomposição dos

corpos.

Segundo BARBOSA et al. (2003), os aminoácidos presentes nos corpos em

estado de putrefação, como a lisina e a ornitina, por ação de microrganismos no lúmen

intestinal, poderão sofrer descarboxilação, levando à formação de diaminas

(compostos orgânicos voláteis), também chamadas de aminas biogênicas, como a

cadaverina (C5H14N2) e a putrescina (C4H12N2). Estas diaminas podem ser

naturalmente degradadas, gerando amônio (NH4+) por hidrólise das moléculas

orgânicas ou pela fermentação da putrescina por um grupo de clostridiuns (BELLO,

2002). Possuem um baixo peso molecular e se dispersam no ar, produzindo um odor

fétido, que lembra o cheiro de peixe.

No ser humano estas diaminas estão presentes, por exemplo, na halitose, que

pode ser causada por uma série de patologias (gengivites, periodontites, estomatites,

cáries dentárias, amidalites, faringites, sinusites etc) e/ou por doenças sistêmicas

(úlceras gástricas, intestinais, pulmonares, dérmicas, hepáticas; deficiências

vitamínicas etc), capazes de produzir odorivetores (diaminas: cadaverina e putrescina)

que comprometam a qualidade do hálito. Estas diaminas também se encontram

presentes em algumas situações clínicas como feridas cirúrgicas, presença de corpo

estranho na via aerodisgestiva e uso prolongado de medicamentos com efeitos

colaterais pertinentes. Em outras patologias também encontramos estas aminas

biogênicas, como na vaginose bacteriana (a causa mais comum de vaginite). Desta

forma, os seres humanos estão freqüentemente expostos ao contato direto com estas

Page 37: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

23

diaminas em vida, sem que isso represente um risco importante para a saúde

(BARBOSA et al., 2003).

Na composição natural do corpo humano não existem contaminantes

radioativos. Entretanto, eles podem estar presentes em pessoas sob tratamento com

radiofármacos. Nessa condição, caso a pessoa venha a falecer, existem

procedimentos específicos preestabelecidos pela Comissão Nacional de Energia

Nuclear – CNEN, que minimizam potenciais impactos ambientais passíveis de

ocorrerem, conforme alguns exemplos citados a seguir, apresentados em BARBOSA

et al. (2003).

Conforme apresentam os autores, a radioatividade acontece nas primeiras

semanas após o óbito, pois os radionuclídeos utilizados como princípio ativo nos

radiofármacos têm meia-vida física de horas ou dias. No sepultamento de pessoas

submetidas a tratamentos com radiofármacos, emissor beta, em doses terapêuticas,

não há necessidade de cuidados especiais de radioproteção, pois estes

medicamentos são de uso ambulatorial.

Já no caso de pessoas sob tratamentos com radiofármaco cujo princípio ativo

seja iodeto-131, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, a

liberação para sepultamento somente poderá ocorrer se a atividade presente de

iodeto-131 for igual ou inferior a 1,11 Gbq (30 mCi). Neste caso, o cadáver deverá ser

envolto em plástico e colocado em caixão que deverá ser lacrado adequadamente.

Porém, se a taxa de dose a 1 metro do caixão for superior a 50 μSv/h, não deverá

haver velório e nem cremação.

A AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) estima que em sepulturas

modernas a degradação total do corpo enterrado ocorre entre 10 a 12 anos. Estima-se

que do total da massa que compõe o corpo humano (ver Tabela 2.1), 75% é

rapidamente degradada logo após a morte, e ao final de cada ano os componentes

são reduzidos numa taxa de 50% ao ano. Desta forma, ao final do primeiro ano a

carga potencial de produtos de decomposição liberados ao meio de um corpo de 70 kg

enterrado seria da ordem de 6000 g de Carbono Orgânico Total (COT), 870 g de

Nitrogênio Amoniacal (NH4), 560 g de Cálcio (Ca), 10 g de Magnésio (Mg), 50 g de

Sódio (Na), 70 g de Potássio (K), 250 g de Fósforo (P), 210 g de Sulfato (SO4), 48 g

de Cloro (Cl) e 20 g de Ferro (Fe). A concentração de amônia (NH3) no efluente é da

Page 38: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

24

ordem de 1,17 a 3,5 g/l, que comparativamente com o lixiviado de aterros é bastante

significativa, segundo estimativa desta Agência.

Ressalte-se, contudo, que os resultados acima foram obtidos para condições

climáticas e de solo característicos daqueles países, como também pelas práticas de

embalsamamento usualmente adotadas na Grã-Bretanha, e que portanto não

correspondem ao caso brasileiro. Neste caso, a legislação sanitária indica o prazo de

apenas três anos como final da decomposição de um corpo adulto, e a prática dos

cemitérios brasileiros tem confirmado este prazo, salvo em áreas que apresentam

alagamentos e corpos embalsamados.

Segundo PACHECO (1986), a carga total liberada corresponde a cerca de 7 a

12 litros de produto de coliquação por corpo sepultado.

De acordo com estimativa do Dr. Carlos Delmonte (S. Paulo), para as

condições brasileiras, a geração do produto de coliquação inicia-se após três meses

do óbito, mantendo-se em média por mais seis meses (total de nove meses).

Adotando o valor de carga total de 12 litros, essa condição significaria uma taxa média

de 0,04 a 0,07 litros/dia para cada corpo, durante um período de 6 a 9 meses, no

primeiro ano após o óbito (BARBOSA et al., 2003).

Pela prática usual brasileira de exumação e reutilização do jazigo, uma mesma

sepultura admite várias cargas de produtos de decomposição, ao contrário dos países

em que cada jazigo é definitivo. Como a decomposição é mais rápida e o prazo

mínimo para exumação é de três anos após o último óbito, pode-se admitir um

intervalo mínimo aproximado de dois anos entre duas cargas sucessivas de uma

mesma sepultura, na condição mais desfavorável de uso. A situação mais crítica

ocorre, naturalmente, nas áreas de sepultamento em covas rasas dos cemitérios

públicos, ou em caso de epidemias. É interessante observar que o Decreto E 3.707,

do antigo Estado da Guanabara, datado de 1970, previa a possibilidade de

esgotamento da capacidade de depuração do subsolo de um cemitério e a

necessidade de um plano de fechamento (BARBOSA et al., 2003).

Page 39: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

25

Componentes Microbiológicos do Corpo Humano

Os principais aspectos da microbiologia do corpo humano são resumidos a

seguir com base no trabalho de BARBOSA et al. (2003) e nas pesquisas bibliográficas

consultadas sobre o assunto.

O corpo humano abriga uma infinidade de microorganismos constituindo uma

população que habita a pele e as mucosas de pessoas sadias, denominada microbiota

normal. Estes microorganismos são parasitos, pois vivem às custas de um hospedeiro.

No ambiente externo (ar, solo, água etc) também residem microorganismos

que são saprófitas, ou seja, se alimentam da matéria orgânica em decomposição.

Os microorganismos, parasitos ou saprófitas, são agentes não patogênicos; no

entanto, podem determinar doença infecciosa caso a capacidade dos mecanismos de

defesa do hospedeiro se torne ineficaz. A capacidade pode ser afetada, por exemplo,

quando ocorre baixa de resistência orgânica (tumores, tratamento quimioterápico etc),

em que alguns “germes oportunísticos” da microbiota normal, invadem e se

multiplicam, provocando infecções às vezes graves (BARBOSA et al., 2003).

As bactérias são nomeadas em função de sua forma. Assim os “cocos” têm a

forma de esferas. Podem viver isoladamente ou em grupos, formando colônias. São

denominados estreptococos se formarem uma cadeia, e estafilococos quando

reunidos em forma de um cacho. Os bacilos têm a forma de bastonetes, os espirilos

têm forma de espiral e os vibriões, forma de vírgula.

As bactérias podem ser heterotróficas ou autotróficas. As heterotróficas

alimentam-se principalmente da matéria orgânica decompondo organismos mortos,

por isso são chamadas de decompositores ou saprófitas.

A atividade decompositora das bactérias (bem como a dos fungos) permite que

a matéria orgânica presente nos organismos mortos seja transformada em matéria

inorgânica, como os sais minerais, que são liberados no ambiente e podem ser

absorvidos por uma planta. Assim, as bactérias decompositoras contribuem para a

reciclagem da matéria na natureza.

Page 40: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

26

As bactérias autotróficas fabricam o seu próprio alimento por meio da

fotossíntese ou da quimiossíntese. Na fotossíntese, a energia utilizada na produção do

alimento vem da luz solar. Na quimiossíntese, a energia vem de algum composto

químico a ser "queimado".

A pele em geral compreende bactérias Gram-positivas e as mucosas do

intestino, do tipo Gram-negativas. A partir dos primeiros dias do seu nascimento, os

seres humanos lutam constantemente com os antígenos (substâncias capazes de

provocar a formação de anticorpos) das bactérias Gram-negativas que compõem a

microbiota normal do intestino, produzindo assim, continuamente os anticorpos.

A microbiota normal do intestino de uma pessoa sadia compreende:

Várias enterobactérias: elas existem em uma diversidade de lugares, mas a

maioria vive no intestino do homem e dos animais, sendo a Escherichia Coli

o representante clássico da flora intestinal, que também pode ser agente

patogênico. Dentre as enterobactérias excetuam-se do homem sadio a

Salmonella, Shigella, Yersinia sp., Vibrio e espécies de Campylobacter.

Bastonetes Gram-negativo que não fermentam glicose.

Enterococos.

Staphylococcus epidermidis.

Streptococcus alfa-hemolíticos e não-hemolíticos.

Difteróides.

Staphylococcus aureus em número pequeno.

Leveduras em número pequeno.

Anaeróbios em grande número (várias espécies, p.ex. Clostridium sp.).

Destes, segundo o trabalho de ÜSIÇIK & RUSHBROOK (1998), 90% são

estritamente anaeróbios (bactérias spp., bactérias Gram-positivas não esporuladas

anaeróbias – bifidobacteria etc), sendo os 10% restantes, aeróbios, constituídos por

Lactobacillus, Streptococcus spp. (a maior parte Enterococcia), Enterobacteriaceae.

Page 41: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

27

Adicionam-se a estes, um pequeno número de Bacillus spp., leveduras,

Staphylococcus spp. e pseudomonas aeruginosa e Clostridia spp. (anaeróbia).

Em pessoas doentes, outros microorganismos podem estar presentes e vir a

ser liberados para o ambiente nos casos de falecimento por doenças infecciosas.

Estes microorganismos patogênicos são introduzidos no corpo humano saudável por

contato direto (pessoa ou animal) ou por diversos outros meios indiretos onde haja

contaminação, tais como água, solo ou ar.

A presença de bactérias coliformes (p.ex. Escherichia Coli ) na água é aceita

como prova de contaminação fecal. É importante reconhecer que muitos coliformes

são microrganismos oportunistas, capazes de causar doença quando contaminam

pessoas debilitadas.

O pH ácido normal do estômago protege acentuadamente o indivíduo contra a

infecção por alguns patógenos entéricos, como, por exemplo, o cólera. À medida que

o pH do conteúdo intestinal se torna alcalino, a microbiota residente aumenta

gradualmente.

A maioria dos microorganismos tem uma faixa de pH ótimo bastante estreita,

sendo que grande parte deles cresce melhor na faixa de pH 6,0 a 8,0.

Em laboratório, o favorecimento ao crescimento das bactérias Gram-negativo

ocorre em pH de 7,0 a 7,4.

Microorganismos liberados após a morte (ÜSIÇIK & RUSHBROOK, 1998)

Conforme descrevem os autores supracitados, “nas primeiras 24 horas após o

óbito, os tecidos humanos permanecem relativamente livres de microorganismos, a

menos que o patógeno invasor seja de um tipo não encontrado anteriormente pelo

hospedeiro (a pessoa falecida). As defesas antimicrobiais não são completamente

desativadas até 48 horas após a morte, e neste período dificultam a multiplicação dos

organismos circulando na corrente sangüínea.

O potencial redox (Eh) dos tecidos cai rapidamente após a morte, impedindo o

crescimento dos organismos aeróbios, a não ser muito próximo da superfície do

corpo”.

Page 42: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

28

Os microorganismos anaeróbios começam a substituir os organismos aeróbios

em poucas horas após a morte, e desde que a temperatura esteja acima de 5 C, eles

começam a se multiplicar. Embora em vida o ser humano possua um número enorme

de microorganismos, apenas alguns poucos grupos têm sido identificados como

colonizadores dos corpos humanos durante a putrificação, quais sejam, Clostridium

sp., Streptococcus sp. e enterobactérias. Assim, em condições de morte por doença

não infecciosa, estes seriam os grupos de microorganismos mais importantes

presentes na decomposição que poderiam ser liberados para o ambiente através do

produto de coliquação”.

Os clostrídios fazem parte do grupo de bactérias heterotróficas, que são

decompositoras de matéria orgânica.

Bactérias proteolíticas, degradadoras de proteínas, e lipolíticas, degradadoras

de gorduras, estão relacionadas ao processo de decomposição da matéria orgânica

animal e vegetal (MARTINS et. al, 1991), podendo ser indicadoras de contaminação

quando encontradas em água subterrânea de cemitérios.

Agentes Patogênicos

No meio ambiente são encontrados diversos agentes capazes de causar

doenças ao ser humano, constituídos por microorganismos que quando instalados

determinam processos infecciosos, toxigênicos ou parasitários, cuja gravidade vai

depender do grau de defesa do hospedeiro.

No solo de um cemitério, microorganismos, patogênicos ou não, estarão

presentes; entretanto, como será discutido no Capítulo 3, diversas atividades físico-

química e microbiológicas se processarão neste meio, que poderão reduzir ou

aumentar a ação destes contaminantes antes que eles possam atingir a água

subterrânea. Ao atingi-la, porém, poderão ser transportados e disseminados mais

facilmente para outros locais mais distantes do cemitério, onde haja captação de água

para consumo humano, tornando-se neste caso um perigo para a saúde humana.

Pela água, principal meio de transmissão, os microorganismos patogênicos que

podem ser encontrados e as doenças a eles relacionadas, são apresentados na

Tabela 2.2.

Page 43: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

29

Determinadas bactérias podem ser patogênicas ao ser humano dependendo do

seu sorotipo, a exemplo da bactéria Escherichia Coli, conforme já apresentado e pode

ser observado na Tabela 2.2, que, embora presente no intestino humano sadio, possui

também sorotipos patogênicos.

A presença de bactérias coliformes (p.ex. Escherichia Coli ) na água é aceita

como prova de contaminação fecal. É importante reconhecer que muitos coliformes

são microorganismos oportunistas, capazes de causar doença quando contaminam

pessoas debilitadas.

Fungos e bactérias diferenciam-se biologicamente dos vírus, pois os dois

primeiros são microorganismos unicelulares, com vida própria e mobilidade,

capacitados para sobreviverem de forma autônoma. Eles possuem todas as enzimas

indispensáveis à sua replicação, bem como o equipamento biológico necessário para

a produção de energia metabólica (BARBOSA et al., 2003).

Vírus são partículas coloidais infecciosas, de tamanho 10 a 100 vezes menor

que as bactérias (20-80 nanômetros). Estes microorganismos patogênicos são

compostos por uma capa de proteína contendo uma molécula de ácido nucléico e que

dependem de células hospedeiras para o desempenho de suas funções essenciais. O

vírus destrói a célula hospedeira e se aloja numa nova célula num processo contínuo

de destruição.

TABELA 2.2: CATEGORIA DOS ORGANISMOS PATOGÊNICOS AO SER HUMANO, TRANSMITIDOS PELA ÁGUA

Bactéria Doença mais comum Reservatório Principal Local

Afetado Salmonella tiphy Febre tifóide Fezes humana Trato gastrointestinal Salmonella paratiphy Febre paratifóide Fezes humana Trato gastrointestinal Shigella sp Disenteria bacilar Fezes humana Intestino baixo Vibrio Chorelae Cólera Escherichiae Coli Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Yersínia enterocolitica Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Campylobacter Jejune Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Leptospira sp Leptospirose Fezes e urina

animal Generalizado

Legionella sp Legionelose e febre de pontiac

Águas aquecidas Pulmões

Mycobacterium sp Micobacteriose Exsudato (suor) humano

Pulmões e outros

Page 44: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

30

(continuação)

Bactéria Doença mais comum Reservatório Principal Local

Afetado Aeromonas sp Gastroenterites Fezes animal e

ambiente Trato gastrointestinal

Plesiomonas sp Gastroenterites Fezes animal e ambiente

Trato gastrointestinal

Bacteróides sp Gastroenterites Fezes animal e ambiente

Trato gastrointestinal

Listeria sp Meningite Ambiente Sistema nervoso central

Vírus Doença mais comum Reservatório Principal Local

Afetado Poliovirus Paralisia e meningite

acéptica Fezes humana Sistema nervoso

central Coxsackievirus Paralisia, meningite

acéptica e doenças cardíacas

Fezes humana Vários locais

Echovirus Infecções respiratórias,

diarréias e meningites

Fezes humana Vários locais

Enterovirus meningite e doenças respiratórias

Fezes humana Sistema nervoso central e Pulmões

Hepatite A Infecção hepática Exsudato humano

Fígado

Reovirus Doença respiratória Exsudato humano

Vias aéreas respiratórias

Rotavirus Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Adenovirus Doença respiratória,

conjuntivites e Gastroenterites

Fezes humana Vias aéreas respiratórias,

conjuntivas e Trato gastrointestinal

Norwalk vírus Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Astrovirus Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal

Protozoário Doença mais comum Reservatório Principal Local

Afetado Giárdia Lamblia Giardíase Fezes humana e

animal Trato gastrointestinal

Entamoeba histolítica Desinteria amebiana Fezes humana Trato gastrointestinal Acanthamoeba Meningoencefalite e

ceratite amebiana Água, solo e ar Sistema nervoso

central e conjuntiva Naegleria sp Meningoencefalite

amebiana Água, solo e ar Sistema nervoso

central Balantidium Desinterias Fezes humana Trato gastrointestinal Cryptosporidium Desinterias Fezes humana Trato gastrointestinal

Page 45: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

31

(continuação)

Helminto Doença mais comum Reservatório Principal Local

Afetado Ascaris lumbricóides Ascaridíases Fezes humana Trato gastrointestinal

e pulmões Trichuris trichiura Trichiuríase Fezes humana Trato gastrointestinal Necator Gastroenterites Fezes humana e

animal Trato gastrointestinal

Ancylostoma duodenale

Gastroenterites Fezes humana e animal

Trato gastrointestinal

Taenia Gastroenterites Fezes humana e animal

Trato gastrointestinal

Schistosoma mansoni Esquistossomose Fezes humana Vários locais

Algas Doença mais comum Reservatório Principal Local

Afetado Todos os grupos Intoxicações Ambientes Sistêmico Fonte: SIQUEIRA et al. (2003)

O número de organismos necessários para causar a doença varia de um

organismo para outro, conforme apresentado na Tabela 2.3.

TABELA 2.3: DISTRIBUIÇÃO DA DOSE INFECTANTE MÍNIMA (DIM) DE ALGUNS AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS

Organismo DIM Salmonella sp 10.000 a 10.000.000 UFC

Shigella sp 10 a 100 UFC Escherichia coli 1.000.000 a 100.000.000 UFC Vibrio colerae 1.000 UFC

Giárdia lamblia 10 a 100 cistos Cryptosporidium 10 cistos Entamoebacoli 10 cistos

Ascaris 1 a 10 ovos Vírus hepatite A 1 a 10 UV

Legenda: UV: Unidade Viral; UFC: Unidade Formadora de Colônia Fonte: Siqueira et al. (2003)

As epidemias transmitidas pela água de consumo humano podem acontecer de

várias maneiras. O maior risco de transmissão (49%) é observado no consumo de

águas subterrâneas não tratadas. Estas massas de água tomam contato com os

contaminantes do solo e outros através de lixiviações ou no processo de sua extração.

Outros riscos são associados a águas superficiais (24%), águas armazenadas (16%) e

a acidentes naturais (SIQUEIRA et al., 2003).

Page 46: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

32

A transmissão do cólera pela água foi identificada pela primeira vez em 1854,

pelo médico inglês John Snow, que observou a relação entre epidemias de cólera e as

condições da água de Londres. Grandes surtos transmitidos pela água foram relatados

pela Agência Ambiental Americana - USEPA e pelo Centro de Controle de Doenças -

CDC (Center for Desease Control) (SIQUEIRA et al., 2003).

Dentre os patógenos relacionados na Tabela 2.3 o protozoário Crystosporidium

e a bactéria Salmonela spp são importantes de serem citados, pois são responsáveis

nos últimos 20 anos por doenças emergentes e re-emergentes (FARIAS, 2000). Como

pode ser observado nos dados desta tabela, enquanto a Salmonella tiphy necessita de

10.000 a 10.000.000 organismos (UFC - Unidade Formadora de Colônia) para

estabelecer um processo infeccioso, com apenas 10 cistos do protozoário

Crystosporidium define-se um quadro clínico.

Os oocistos de Crystosporidium são altamente infectantes e apresentam

resistência ao estresse ambiental, aos processos convencionais de tratamento de

água e aos processos de tratamento de esgotos por lodos ativados (MATURANA et

al., 1992 in FARIAS, 2000). Estes oocistos são capazes de sobreviver por longos

períodos de tempo sob as mais variáveis condições ambientais, permanecendo viáveis

na água por até 176 dias, incluindo 35 dias na água do mar, suportando ampla

variação de temperatura, além de, quando em contato com as fezes, tornarem-se mais

resistentes às pressões ambientais por possível proteção por dessecação

(ROBERTSON et al., FAYER, 1997 em FARIAS, 2000).

No Brasil a pesquisa do Crystosporidium em amostras ambientais são

recentes, talvez por não haver ainda um método padronizado para sua detecção,

sendo a metodologia recomendada proposta pela EPA (FARIAS, 2000).

A Salmonella tem ampla distribuição no ambiente e resistência às condições

adversas, bem como a existência de mais de 2000 sorogrupos, causadores de

doenças no homem ou animais, favorecem sua disseminação e complexidade de

identificação (BITTON, 1994 em FARIAS, 2000). De acordo com FARIAS (2000) esta

bactéria pode sobreviver por 87 dias em águas de abastecimento público, 115 dias em

solo de jardim, acima de 30 meses em esterco bovino seco e 28 meses em fezes de

aves infectadas, citado em MORSE e DUNCAN (1974).

Segundo FARIAS (2000), citado em WHO (1980), a capacidade de

sobrevivência das salmonelas por longos períodos de tempo no meio aquático, aliada

Page 47: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

33

à característica da dinâmica desse ecossistema, são fatores importantes a serem

considerados na cadeia epidemiológica das mesmas, uma vez que essas bactérias

podem ser transportadas por longas distâncias e atingir direta ou indiretamente o

homem através das mais variadas vias.

Na maioria das pesquisas microbiológicas já realizadas em cemitérios, a

presença da Salmonella foi avaliada e em geral não foi encontrada, ao contrário do

Crystosporidium, que não foi avaliado em nenhuma pesquisa.

2.3 LEGISLAÇÃO E RECOMENDAÇÕES AMBIENTAIS E SANITÁRIAS RELATIVAS A

CEMITÉRIOS

2.3.1 Orientações Estrangeiras

As principais legislações e/ou recomendações encontradas na literatura

estrangeira que especificam critérios para cemitérios são do Reino Unido e da

Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Reino Unido não há exigência de licença ambiental para cemitérios no que

concerne à poluição de água subterrânea ou gerenciamento de resíduos. A ação do

poder público no caso de um cemitério causar contaminação em aqüíferos ou outras

fontes controladas de água é baseada nas regulamentações “Ground Water

Regulations, 1998” e “Anti-pollution works Notices Regulations, 1999”.

A OMS publicou em 1998 uma revisão do conhecimento sobre a questão de

contaminação do solo e da água subterrânea por cemitérios recomendando:

1. distância mínima de 250 m das sepulturas para poços, nascentes ou

qualquer fonte de captação de água subterrânea potável, devendo ser

consideradas distâncias maiores no caso de gradientes hidrogeológicos

acentuados ou altas velocidades de fluxo da água subterrânea dentro do

aqüífero;

2. distância mínima de 30 m para outros cursos d’água e nascentes;

3. distância mínima de 10 m para áreas de drenagem;

4. os jazigos (compartimento) devem manter mínimo de 1 m de subsolo

abaixo de sua base;

Page 48: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

34

5. a base dos jazigos deve manter um mínimo de 1 m acima do maior N.A.

(deve-se levar em conta a variação sazonal do N.A.);

6. as escavações devem ser preenchidas tão logo haja o sepultamento,

deixando uma camada de no mínimo 1 m de solo sobre a superfície de

cobertura.

Os mesmos valores indicados nos três primeiros critérios da OMS, constam da

política de proteção da água subterrânea das Agências Ambientais do Reino Unido.

Além destes, a Agência Ambiental Britânica especifica que não deve haver

enterramento de corpos em locais de águas paradas e que a base da sepultura deve

estar acima do N.A.

Na revisão apresentada em SPONBERG et al. (2000) as seguintes distâncias

mínimas entre cemitérios e poços d’água são recomendadas por diversos países da

Europa: 91,4m na Inglaterra; 100m na França; 50m na Holanda. Nos EUA, a distância

entre 15 e 90 m, dependendo do uso da água, é uma recomendação genérica para

“possíveis fontes contaminantes” (Safe Drinking Water Act). Observa-se que a Agência

de Proteção Ambiental Americana (USEPA), uma das maiores do mundo, ainda não

possui regulamentação específica para cemitérios.

A AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) publicou diretrizes para avaliação

do risco de contaminação por cemitérios e recomenda o monitoramento para riscos

médios e altos, com periodicidades distintas, num período mínimo de 12 meses antes

e 12 meses após sua instalação. Devem ser monitorados no mínimo três pontos

internos, sendo dois localizados em gradientes baixos e um ponto em gradiente alto,

espaçados de 100 m. Os parâmetros químicos indicados por esta Agência são

apresentados no Capítulo 3, Seção 3.2.

Em grandes capitais da América Latina, como Buenos Aires, ainda não existem

recomendações sobre cemitérios; entretanto, SIDOLI (2004) externa a preocupação

com a questão dos impactos ambientais decorrentes, por serem agentes potenciais de

contaminação na cidade, destacando a necessidade de cumprimento dos dispostos

constitucionais com vistas à proteção do meio ambiente e realização de estudo de

impacto ambiental.

Ainda não existe um consenso entres as agências ambientais sobre este

assunto.

Page 49: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

35

2.3.2 Legislações Brasileiras

Até recentemente, para construção e operação de um cemitério no Brasil,

exigia-se somente licença junto ao Município, o qual regulamenta o seu funcionamento

e decide sobre a sua implantação. Para obtenção da licença deve-se atender às

condições sanitárias estaduais e municipais pertinentes, mencionadas nos Códigos

Sanitários Estaduais, alguns dos quais atualmente sob revisão.

A partir da Resolução CONAMA 001/1986 e da Constituição Federal de 1988, o

aspecto de avaliação e controle do impacto ambiental ganhou força, e alguns Estados

passaram a exigir Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) como pré-

requisito à obtenção de licença ambiental para implantação de cemitérios. O Estado

de São Paulo foi precursor na criação de uma norma técnica, NT L1.040/1999, emitida

pela CETESB, específica sobre estudos ambientais relativos à implantação de

cemitérios.

A exigência da licença ambiental concedida pelo Estado passou a ser

obrigatória a partir da publicação da Resolução CONAMA 335 de 03 de abril de 2003,

revisada em 28 de março de 2006 pela Resolução No 368 (Ver Anexo 1), que

estabelece os critérios gerais para o licenciamento ambiental dos cemitérios, cabendo

a cada Estado editar normas específicas para sua regulamentação.

As Tabelas 2.4 e 2.5 sumarizam as principais recomendações e restrições

estabelecidas a nível federal (CONAMA 335/2003 e 368/06) e pelos órgãos estaduais

que já definiram legislação própria sobre o assunto.

Restrições quanto aos materiais de revestimento das urnas funerárias somente

são apresentadas nos documentos legais mais antigos, entretanto, novos

procedimentos deverão ser adotados com base nas exigências da legislação federal

de uso de materiais biodegradáveis, proibição dos impermeáveis e recomendação de

não utilização de plásticos, tintas, vernizes, metais pesados ou outros materiais

nocivos ao meio ambiente.

O revestimento interno das sepulturas não é condição obrigatória em nenhuma

legislação atual.

Page 50: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

36

O período de exumação de três anos foi estabelecido nos códigos sanitários

estaduais mais antigos e tem sido prática normalmente adotada nos cemitérios

nacionais. A higienização do compartimento com cal em pó, após o procedimento não

é exigida na maioria dos Estados. Com relação aos resíduos não-humanos os

documentos legais atuais não recomendam sua incineração, mas que tenham

destinação e tratamento ambiental e sanitário adequado. Os documentos legais dos

Estados de São Paulo e do Paraná recomendam que estes resíduos sejam tratados

distintamente dos resíduos comuns, como Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde.

Observa-se nos documentos a exigência de profundidade mínima do nível

d’água local, variando de 1,5 m a 3 m, geralmente medida abaixo do fundo das

sepulturas, garantindo assim que as sepulturas não sejam inundadas nem ocorra

formação de áreas alagadas dentro do terreno do cemitério. Nas áreas em que esta

condição não possa ser atendida, a legislação dos Estados, a exceção do Rio Grande

do Sul (RS), exige a implantação de um sistema de drenagem de subsuperfície para

fins de rebaixamento, ou a construção de túmulos acima do terreno. O Paraná vai um

pouco além, pois exige também a implantação de acondicionamento do produto da

coliquação no interior do jazigo.

Apenas os códigos sanitários de São Paulo e do Rio Grande do Sul

especificam a construção de cemitérios em áreas elevadas. Há, contudo, restrições

legais quanto à construção de cemitérios em áreas planas, em substratos rochosos

vulneráveis, em áreas sujeitas à inundação e áreas de abastecimento.

No que concerne ao tipo de solo, à exceção do Rio Grande do Sul, nos demais

Estados as legislações mais recentes recomendam solos de baixa permeabilidade,

situando-se na faixa de 10-3 e 10-7 cm/s.

Quanto à definição de distâncias preventivas, a legislação prevê um

afastamento interno de 5,0 m de largura da área de sepultamentos em relação às

divisas do cemitério, e os Códigos Sanitários estaduais, mais antigos, prevêem

também um afastamento externo de 14 ou 15 m de largura, na existência de rede de

abastecimento de água para a população residente no local, ou 30 m, caso não exista

rede de abastecimento. Embora não mencionem este afastamento explicitamente, os

documentos mais recentes exigem o mapeamento detalhado em uma faixa de 30 m no

entorno do terreno e estudos hidrogeológicos com o mesmo alcance, para permitir a

Page 51: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

37

avaliação dos riscos potenciais de contaminação do aqüífero freático (BARBOSA et

al., 2003).

Também não é mencionada em nenhum documento uma distância mínima de

afastamento do perímetro do cemitério a poços de captação de água, como existe nas

regulamentações estrangeiras. Pelas legislações sanitárias estaduais, pode-se

considerar uma equivalência deste requisito com a exigência de uma faixa de proteção

externa com 30 m de largura na ausência de rede de abastecimento de água.

A implantação de poços de monitoramento não é mencionada na legislação

federal, porém é exigida nos documentos legais dos Estados do Paraná e de São

Paulo e deverá ser seguida pela maioria dos outros Estados que ainda não

estabeleceram sua própria legislação, face à necessidade de se fazer cumprir as

demais exigências já previstas na legislação federal.

Page 52: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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MA

nº 0

05, d

e 19

93

Os

resí

duos

sól

idos

não

-hu

man

os d

evem

ter

dest

inaç

ão a

mbi

enta

l e

sani

tária

ade

quad

a.

Not

as: N

.I.: N

ão In

form

ado;

(*) E

PI: E

quip

amen

to d

e Pr

oteç

ão In

divi

dual

Page 54: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

40

TAB

ELA

2.5

: REC

OM

END

ÕES

DE

LEG

ISLA

ÇÕ

ES B

RA

SILE

IRA

S Q

UA

NTO

ÀS

CO

ND

IÇÕ

ES F

ÍSIC

AS,

GEO

GR

ÁFI

CA

S E

UR

BA

NA

S D

O T

ERR

ENO

E S

EU E

NTO

RN

O

(MO

DIF

ICA

DO

DE

BA

RB

OSA

ET

AL.

, 200

3)

Des

criç

ão

Dec

reto

E 3

.707

, GB

(1

970)

C

ódig

o Sa

nitá

rio,

SP

(197

8/19

90)

Cód

igo

Sani

tário

, RS

NT

L1.0

40, C

ETES

B, S

P (1

999)

R

ESO

LUÇ

ÃO

SEM

A N

º 019

, D

E 04

DE

MA

IO D

E 20

04

(PR

)

Res

oluç

ão 3

35,

CO

NA

MA

(2

003)

e A

ltera

ções

R

esol

ução

368

(200

6)

Sis

tem

as d

e dr

enag

em

Exi

ge d

rena

gem

de

água

s pl

uvia

is

N.I.

N

.I.

Exi

ge s

iste

ma

de d

rena

gem

de

água

s pl

uvia

is e

out

ros

disp

ositi

vos

para

evi

tar

alag

amen

tos.

Exi

ge s

iste

ma

de d

rena

gem

de

água

s pl

uvia

is e

out

ros

disp

ositi

vos

p/ e

vita

r ero

sões

, al

agam

ento

s e

mov

imen

tos

de

terr

a, b

em c

omo

a im

plan

taçã

o de

aco

ndic

iona

men

to d

o ne

croc

horu

me

no in

terio

r do

jazi

go.

Exi

ge s

iste

ma

de

dren

agem

de

água

s pl

uvia

is e

out

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disp

ositi

vos

p/ e

vita

r er

osõe

s, a

laga

men

tos

e m

ovim

ento

s de

terr

a

Pos

ição

do

níve

l d’á

gua

3,0

m a

baix

o do

nív

el d

e fu

ndo

das

área

s de

se

pulta

men

to;

Exi

ge s

iste

ma

para

re

baix

amen

to d

o le

nçol

at

é at

ingi

r o n

ível

aci

ma.

Pro

fund

idad

e m

ínim

a de

2,0

m d

o ní

vel d

o so

lo.

Exi

ge s

iste

ma

para

re

baix

amen

to d

o le

nçol

até

atin

gir o

vel a

cim

a.

Pro

fund

idad

e m

ínim

a de

2,

0 m

do

níve

l do

solo

.

Pel

o m

enos

1,5

m a

baix

o do

nív

el

infe

rior d

as s

epul

tura

s; e

ste

nív

el

deve

ser

o m

ais

alto

do

lenç

ol

med

ido

no fi

m d

a es

taçã

o da

s ch

eias

. E

xige

sis

tem

a pa

ra re

baix

amen

to

do le

nçol

até

atin

gir o

nív

el

acim

a.

Mín

imo

de 1

,5m

aba

ixo

do n

ível

in

ferio

r das

sep

ultu

ras,

dev

endo

os

fund

os d

os ja

zigo

s po

ssui

r um

a co

nten

ção

para

o

necr

ocho

rum

e.

Pel

o m

enos

1,5

m a

baix

o do

nív

el in

ferio

r das

se

pultu

ras.

Est

e N

A d

eve

ser o

mai

s al

to d

o le

nçol

fre

átic

o, m

edid

o no

fim

da

esta

ção

das

chei

as.

Qua

ndo

esta

con

diçã

o nã

o fo

r ate

ndid

a, o

s se

pulta

men

tos

deve

rão

ser f

eito

s ac

ima

do n

ível

do

terre

no.

Con

diçõ

es

topo

gráf

icas

N

.I.

Áre

as e

leva

das,

na

cont

ra-v

erte

nte

das

água

s de

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imen

taçã

o de

fo

ntes

de

abas

teci

men

to.

Zona

s el

evad

as, i

sola

dos

dos

logr

adou

ros

públ

icos

ou

imóv

eis

vizi

nhos

, por

um

a fa

ixa

não

ocup

ada,

la

rgur

a m

in. 1

4m e

m

zona

s ab

aste

cida

s p/

re

de d

e ág

ua, o

u de

30

m

em z

onas

des

prov

idas

da

mes

ma.

N.I.

N

.I.

N.I.

Not

as: N

.I.: N

ão In

form

ado

cont

inua

Page 55: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

41

c

ontin

uaçã

o

Des

criç

ãoD

ecre

to E

3.

707,

GB

(1

970)

Cód

igo

Sani

tário

, SP

(197

8/19

90)

Cód

igo

Sani

tário

, RS

NT

L1.0

40, C

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P (1

999)

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ÃO

SEM

A N

º 019

, D

E 04

DE

MA

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E 20

04

(PR

)

Res

oluç

ão 3

35, C

ON

AM

A

(200

3) e

Alte

raçõ

es

Res

oluç

ão 3

68 (2

006)

Tipo

de

solo

Req

uer s

onda

gens

pa

ra c

arac

teriz

ar a

na

ture

za e

a

perm

eabi

lidad

e do

so

lo.

Req

uer e

stud

os

espe

cial

izad

os p

ara

com

prov

ar a

ad

equa

bilid

ade

do

solo

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ição

do

níve

l da

água

.

N.I.

C

onst

ituíd

o po

r mat

eria

is

com

per

mea

bilid

ade

na fa

ixa

entre

10-3

e 10

-7 (c

m/s

).

Con

stitu

ído

por m

ater

iais

com

pe

rmea

bilid

ade

entre

10-4

e 1

0-6

cm/s

, na

faix

a co

mpr

eend

ida

entre

o fu

ndo

das

sepu

ltura

s e

o ní

vel d

o le

nçol

freá

tico

(med

ido

no fi

m d

a es

taçã

o de

che

ias)

, ou

até

10 m

de

prof

undi

dade

, nos

ca

sos

em q

ue o

lenç

ol fr

eátic

o nã

o fo

r enc

ontra

do a

té e

ste

níve

l. P

ara

outra

s fa

ixas

requ

er

estu

dos

geol

ógic

os e

hi

drog

eolo

gico

s..

Con

stitu

ído

por m

ater

iais

com

pe

rmea

bilid

ade

na fa

ixa

entre

10-5

e 10

-7 (c

m/s

) , n

a fa

ixa

de s

olo

com

pree

ndid

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tre o

fund

o da

s se

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ras

e o

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ol fr

eátic

o.

Par

a pe

rmea

bilid

ades

mai

ores

o

níve

l inf

erio

r da

sepu

ltura

dev

erá

esta

r a

10m

aci

ma

do N

A.

Loca

is

rest

ritos

A c

ritér

io d

os

órgã

os e

stad

uais

co

mpe

tent

es.

Áre

as p

lana

s; a

cr

itério

da

auto

ridad

e sa

nitá

ria

esta

dual

.

N.I.

Áre

as c

om s

ubst

rato

roch

oso

extre

mam

ente

vul

nerá

vel,

tais

com

o, z

onas

de

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amen

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zon

as

cata

clas

adas

, roc

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s ou

cal

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ilica

tada

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tem

periz

adas

ou

com

er

osão

sup

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cana

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ssol

ução

, dol

inas

, ca

vern

as, e

tc).

a) E

m te

rren

os s

ujei

tos

a in

unda

ção

perm

anen

te e

sa

zona

l; b)

ond

e a

perm

eabi

lidad

e do

s so

los

e pr

odut

os d

e al

tera

ção

poss

a es

tar m

odifi

cada

e/o

u ag

rava

da p

or c

ontro

les

lito-

estru

tura

is, c

omo

por e

xem

plo,

fa

lham

ento

s, fa

ixas

de

cata

clas

amen

to e

zon

as c

om

evid

ênci

as d

e di

ssol

ução

(rel

evo

cárs

tico)

; c)

em

áre

as d

e in

fluên

cia

dire

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dos

rese

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s de

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ados

ao

abas

teci

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to p

úblic

o (Á

rea

de

Pro

teçã

o de

Man

anci

al –

AP

M),

bem

com

o na

s Á

reas

de

Pre

serv

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Per

man

ente

(AP

P).

Áre

as d

e P

rese

rvaç

ão

Per

man

ente

; Mat

a A

tlânt

ica;

te

rren

os c

árst

icos

que

ap

rese

ntam

cav

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s su

mid

ouro

s ou

rios

sub

terr

âneo

s; á

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de

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al; á

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de

uso

rest

rito

pela

legi

slaç

ão.

Faix

a de

pr

oteç

ão

inte

rna

3,0m

de

afas

tam

ento

das

di

visa

s do

terr

eno.

N

.I.

N.I.

5,0m

de

afas

tam

ento

das

di

visa

s do

terr

eno,

des

tituí

da

de p

avim

enta

ção

ou

cobe

rtura

de

alve

naria

, p/

impl

anta

ção

de u

ma

corti

na

de a

rvor

es e

arb

usto

s ad

equa

dos.

pr

efer

enci

alm

ente

ess

ênci

as

nativ

as.

5,0m

de

afas

tam

ento

das

div

isas

do

terr

eno,

des

tituí

da d

e pa

vim

enta

ção

ou c

ober

tura

de

alve

naria

, p/im

plan

taçã

o de

um

a co

rtina

de

árvo

res

e ar

bust

os

adeq

uado

s, p

refe

renc

ialm

ente

es

sênc

ias

nativ

as.

5,0m

de

afas

tam

ento

das

div

isas

do

terre

no.

cont

inua

Page 56: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

42

cont

inua

ção

Des

criç

ão

Dec

reto

E 3

.707

, G

B

(197

0)

Cód

igo

Sani

tário

, SP

(197

8/19

90)

Cód

igo

Sani

tário

, RS

NT

L1.0

40, C

ETES

B, S

P (1

999)

R

ESO

LUÇ

ÃO

SEM

A N

º 01

9, D

E 04

DE

MA

IO D

E 20

04 (P

R)

Res

oluç

ão 3

35, C

ON

AM

A

(200

3) e

Alte

raçõ

es

Res

oluç

ão 3

68 (2

006)

Faix

a de

pr

oteç

ão

exte

rna

N.I.

15,0

m e

m z

onas

ab

aste

cida

s po

r re

des

de á

gua.

30

,0m

em

zon

as

não

prov

idas

de

rede

s.

14,0

m e

m z

onas

ab

aste

cida

s po

r re

des

de á

gua.

30

,0m

em

zon

as

não

prov

idas

de

rede

s.

Man

tém

as

dist

ânci

as e

af

asta

men

tos

já p

revi

stos

em

ou

tras

legi

slaç

ões.

N

.I.

N.I.

Dis

tânc

ia a

po

ços

de

capt

ação

de

água

su

bter

râne

a

N.I.

N

.I.

N.I.

Exi

ge e

stud

os h

idro

geol

ógic

os

que

com

prov

em q

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ão

have

rá c

ompr

omet

imen

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lidad

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a su

bter

râne

a.

N.I.

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xige

est

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hid

roge

ológ

icos

.

Mon

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.I.

N.I.

N

.I.

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ulne

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e do

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ro fr

eátic

o, é

re

com

enda

da a

inst

alaç

ão d

e po

ços

de m

onito

ram

ento

e

amos

trage

m tr

imes

tral p

ara

anál

ises

esp

ecífi

cas.

C

ompa

raçã

o co

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s pa

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pot

abili

dade

da

Por

taria

N36

do

Min

isté

rio d

a S

aúde

.

Exi

ge im

plan

taçã

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poç

os

de m

onito

ram

ento

de

acor

do

c/ A

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895;

E

xige

am

ostra

gem

(sól

idos

to

tais

dis

solv

idos

, dur

eza

tota

l, pH

, clo

reto

s, c

hum

bo to

tal,

ferr

o to

tal,

fosf

ato

tota

l, ni

trogê

nio

amon

iaca

l, ni

trogê

nio

nitra

to, c

olifo

rmes

fe

cais

, bac

téria

s he

tero

trófic

as

e m

esóf

ilas,

sal

mon

ella

sp.

, cá

lcio

e m

agné

sio)

: trim

estra

l p/

cem

itério

s m

ais

de 1

ano

; se

mes

tral 1

a 5

ano

s; a

nual

+

de 5

ano

s

N.I.

N

otas

: N.I.

: Inf

orm

ado.

Page 57: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

43

2.4 SÍNTESE DO CAPÍTULO

A revisão bibliográfica apresentada neste capítulo objetivou caracterizar e

identificar as fontes potenciais de contaminação do solo e da água subterrânea por

cemitérios, buscando na literatura científica mundial conceitos e estudos relacionados

ao assunto. Apresenta também uma revisão das principais legislações e

recomendações ambientais e sanitárias nacional e estrangeira.

A análise destas fontes potenciais de impactos teve como foco as modalidades

de cemitérios horizontais, tradicional e parque. Além dessas, existem os cemitérios

verticais e os crematórios, que por serem edificações mais recentes no Brasil, seguem

padrões de construção modernos e adequados às normas ambientais vigentes no país

produzindo, portanto, impactos ambientais pouco significativos, desde que operados e

fiscalizados adequadamente. Contudo, no caso dos procedimentos de cremação, não

se descarta uma avaliação científica mais criteriosa quanto a possíveis emissões

gasosas de elementos patogênicos e radioativos.

No Brasil, os cemitérios parque diferenciam-se dos tradicionais, basicamente

por serem construções mais recentes, receberem somente cobertura de aterro e

grama, não possuírem sepulturas acima do solo e serem constituídos, em geral, com

estruturas de concreto de subsuperfície, além de sistemas de drenagem superficial e

subsuperficial. Estas características fazem com que os impactos negativos mais

significativos no solo e na água subterrânea sejam decorrentes dos cemitérios

tradicionais, por serem muito antigos, construídos sem critérios ambientais pré-

estabelecidos e em função das suas formas de construção e operação.

As principais fontes de contaminação do solo e da água subterrânea dos

cemitérios horizontais são atribuídas à cal em pó utilizada na higienização das

sepulturas, ao formaldeído utilizado no embalsamento, aos materiais básicos e de

acabamento das urnas funerárias, e aos componentes físico-químicos e

microbiológicos liberados após a morte.

Durante a decomposição do corpo humano após a morte ocorrem dois

processos destrutivos: autólise (destruição dos tecidos por infiltração dos sucos

gástricos) e putrefação (decomposição por ação de bactérias). A putrefação pode não

ser completa, dependendo das características do corpo e das condições ambientais do

local de sepultamento levando a estados conservativos por processos denominados

mumificação (corpo seco) e saponificação (corpo com aspecto de cera - adipocera).

Page 58: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

44

Os principais fatores que interferem nestes processos são as características do

solo, tais como: granulometria, permeabilidade, temperatura, umidade e saturação,

teor de gordura do corpo e materiais utilizados nas sepulturas.

Destes processos a putrefação é certamente o que resulta em impactos mais

relevantes ao solo e à água subterrânea, pois é neste que os tecidos moles do corpo

são reduzidos a um fluido consistente, muito viscoso e biodegradável, denominado

produto da coliquação.

Por ser um líquido viscoso, este produto pode infiltrar lentamente através da

camada não saturada do solo, permitindo assim que reações químicas possam ocorrer

e retardar seu movimento, ou rapidamente, quando diluído com a água da chuva ou de

infiltração, facilitando seu fluxo através da zona saturada do solo em direção ao

aqüífero. Por este motivo, em cemitérios deve ser evitada a utilização de áreas

sujeitas a encharcamentos e deve ser mantida uma distância mínima de 1,5 m entre o

fundo das urnas funerárias em relação ao nível freático, conforme recomendam as

normas. Contudo, esta distância é variável, pois depende de diversos fatores

relacionados ao meio e às características físico-químicas do líquido percolado.

Embora exista uma infinidade de microorganismos no corpo de uma pessoa

sadia, são identificados apenas alguns grupos de bactérias durante o processo de

putrefação: Clostrídios, streptococos, enterobactérias e escherichia coli.

Bactérias proteolíticas (degradadoras de proteínas) e lipolíticas (degradadoras

de gorduras) são bons indicadores em cemitérios, pois se relacionam a processos de

biodegradação. Incluem-se ainda como indicadores as bactérias heterotróficas,

também chamadas de decompositores ou saprófitas, pois se alimentam principalmente

da matéria orgânica decompondo organismos mortos.

Além destes, nestes ambientes podem ser encontrados agentes patogênicos. A

bactéria escherichia coli embora presente no intestino de uma pessoa sadia, possui

sorotipos patogênicos. Outras espécies patogênicas como salmonelas e vírus

representam potencial de contaminação.

As salmonelas possuem capacidade de sobrevivência por longos períodos de

tempo no meio aquático, podendo assim ser transportadas por longas distâncias e

atingir direta ou indiretamente o homem através das mais variadas vias.

Page 59: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

45

Dentre os microorganismos existentes no meio ambiente, convém diferenciar

as bactérias dos vírus. As bactérias são microorganismos unicelulares, com vida

própria e mobilidade, capacitadas para viverem de forma autônoma, ao contrário do

vírus que depende de células hospedeiras para o desempenho de suas funções.

Os vírus são partículas coloidais infecciosas de tamanho entre 20-80

nanômetros, que corresponde aproximadamente 10 a 100 vezes menor que o das

bactérias. Ele destrói a célula hospedeira e se aloja numa nova célula num processo

contínuo de destruição. Estas diferenças constituem alguns dos fatores que dificultam

o combate de doenças provocadas por vírus relativamente ao de algumas bactérias.

No que concerne às legislações sobre o assunto em foco no presente estudo,

as principais recomendações encontradas na literatura estrangeira são do Reino Unido

e da Organização Mundial da Saúde.

No Brasil, a exigência da licença ambiental para instalação de cemitérios,

concedida pelo Estado, passou a ser obrigatória a partir da publicação da Resolução

CONAMA 335/03, revisada na Resolução Nº 368/06, que estabelece os critérios gerais

para o licenciamento ambiental dos cemitérios, cabendo a cada Estado editar normas

específicas para sua regulamentação.

Nestas Resoluções e em outras legislações dos Estados encontram-se dentre

outras as seguintes recomendações ou exigências: o uso de materiais biodegradáveis,

proibição dos impermeáveis e recomendação de não utilização de plásticos, tintas,

vernizes, metais pesados ou outros materiais nocivos ao meio ambiente (Resolução

335/03); período de exumação no mínimo de 3 anos, que já era adotado pelos códigos

sanitários nos cemitérios nacionais; recomendação de destinação e tratamento

ambiental e sanitário adequado e não incineração dos resíduos não-humanos;

exigência de profundidade mínima do nível d’água local, variando de 1,5 m a 3 m,

geralmente medida abaixo do fundo das sepulturas; restrições legais quanto à

construção de cemitérios em áreas planas, em substratos rochosos vulneráveis, em

áreas sujeitas à inundação e áreas de abastecimento; solos de baixa permeabilidade,

situando-se na faixa de 10-3 e 10-7 cm/s recomendado nas legislações mais recentes;

afastamento interno de 5,0 m de largura da área de sepultamentos em relação às

divisas do cemitério.

Page 60: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

46

3. PARÂMETROS PARA INVESTIGAÇÃO E MONITORAMENTO EM CEMITÉRIOS

Neste capítulo caracterizam-se os principais elementos que se relacionam e

interferem nos processos de contaminação do solo e água subterrânea.

3.1 ASPECTOS GEOLÓGICOS E HIDROGEOLÓGICOS DE IMPORTÂNCIA NO TRANSPORTE E RETENÇÃO DE CONTAMINANTES

3.1.1 Características dos Solos

O solo age como um filtro natural na remoção de contaminantes indesejados

decorrentes de atividades antrópicas. Entretanto, deve-se observar que, dependendo

de suas características químicas e mineralógicas, ele pode contribuir para a

contaminação. Como exemplo podem-se citar áreas ricas em ferro, enxofre ou outros

elementos que possam estar presentes na solução do solo e possam migrar para a

água subterrânea tornando-a imprópria para consumo humano. É, portanto,

fundamental em qualquer estudo de contaminação de solo e água subterrânea que se

conheça o background da área.

As propriedades filtrantes do solo estão relacionadas às suas características

físico-químicas e aos processos de transporte e retenção que nele ocorrem à

passagem do contaminante.

O solo é resultante do intemperismo físico-químico da rocha de origem e em

função do seu processo de formação pode ser classificado em três grupos: residual,

coluvionar e sedimentar. Solo residual forma-se e permanece no local, o que lhe

confere características da rocha que lhe deu origem e que são determinadas em

função das condições de clima, topografia e de drenagem local.

O segundo grupo, coluvionar, compreende um solo formado no local e

transportado pela ação da gravidade ao longo do talude (por deslizamentos),

caracterizando-se muitas vezes pela presença de blocos e matacões de rocha. Nesse

caso, formam-se os depósitos de talus (ver Figura 3.1), de composição heterogênea

constituídos por sedimentos de diferentes granulometrias com fragmentos soltos de

rocha, o que os tornam solos mais instáveis e vulneráveis a passagem de percolados,

não sendo portanto recomendáveis em áreas de cemitérios.

Page 61: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

47

FIGURA 3.1: DEPÓSITO DE TALUS FONTE: DRM, 2006

Por fim, o sedimentar constitui um solo transportado e depositado fora do local

de origem, com características mais homogêneas que as dos grupos anteriores,

fortemente influenciadas pelo agente transportador (água, vento etc) e pelas

condições de deposição.

A intensidade do intemperismo é determinada pelas condições climáticas,

sobretudo pela temperatura e precipitação. Conseqüentemente, o intemperismo é

muito mais intenso em regiões de clima tropical úmido, como o que predomina no

Brasil, razão pela qual o manto de solo formado acima do embasamento rochoso é

muito mais espesso nas regiões tropicais do que nas regiões de clima temperado

(PINTO, 2000; MITCHELL, 1993; e outros) .

O solo é um sistema trifásico (sólido, líquido e gasoso), consistindo num

material poroso. A fase sólida compreende partículas constituídas por componentes

orgânicos (substâncias húmicas, ou seja, restos de animal ou vegetal) e inorgânicos

(carbonatos, sulfatos, fosfatos, óxidos de ferro, alumínio e sílica, e minerais primários e

secundários, podendo conter também sais precipitados).

A fase líquida é constituída por água. De acordo com CAPUTO (1988) esta

fase compreende cinco parcelas: a primeira, denomina-se água de constituição, pois

faz parte da própria estrutura molecular da partícula sólida e a segunda, água

adsorvida, é uma película de água que envolve e fica fortemente aderida à primeira.

Envolta na água adsorvida há uma outra camada que permanece num solo seco ao ar,

denominada água higroscópica. Além destas três, os poros do solo são ainda

Page 62: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

48

preenchidos por água livre, a qual se encontra na zona saturada do terreno, e por

água capilar, presente na zona não saturada (situada acima do nível da água), que

sobe pelos interstícios capilares de solos de grãos finos.

A fase gasosa, preenche os vazios das demais fases e é constituída por ar,

vapor d´água e carbono combinado (CAPUTO, 1988).

Além destes elementos, entre os poros do solo vivem microorganismos, que

incluem bactérias aeróbias e anaeróbias, fungos etc. Os microorganismos se

alimentam e são capazes de degradar poluentes do solo, se estes estiverem em

quantidade adequada e não tóxica àqueles, se o ambiente não for excessivamente

ácido ou alcalino, se a umidade for adequada e se houver disponibilidade de

nutrientes, tais como fósforo e nitrogênio. Conforme caracteriza RITTER (1998) a

decomposição de contaminantes pelos microorganismos faz com que o solo funcione

como um “filtro vivo”.

Sendo assim, este sistema trifásico incluindo os microorganismos normalmente

encontra-se em equilíbrio físico-químico, a menos que ocorra alguma interferência

ambiental externa, natural ou antrópica, como no caso de infiltração de agentes

contaminantes (químicos ou biológicos).

O grau de contaminação do solo e a capacidade de transporte e infiltração vão

depender de diversos fatores que estão relacionados, entre outros, à composição dos

agentes contaminantes, às características físicas do solo tais como: granulometria,

estrutura, grau de saturação etc, e às interações físico-químicas entre os seus

constituintes e estes agentes.

Os solos são classificados em três frações granulométricas: areia, silte e argila,

respectivamente, dos grãos de maiores dimensões (geralmente constituídos por

minerais primários – quartzo, feldspatos, micas etc) para os mais finos

(argilominerais).

A estrutura do solo é determinada pelo arranjo e disposição das partículas e é

diretamente influenciada pela sua composição granulométrica. Solos arenosos

possuem arranjos mais simples de agrupamento de grãos, ao passo que solos mais

finos tendem a formar estruturas mais complexas de interligação entre os grãos. Desta

forma, a estrutura determina tanto a porosidade (volume de vazios no volume total)

Page 63: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

49

quanto o tamanho dos poros. Isto faz com que solos mais finos (argilosos) apresentem

poros menores que os arenosos.

O grau de saturação (S) do solo é expresso pela porcentagem de vazios do

solo preenchido por água. A zona saturada do solo está totalmente preenchida por

água (S=100%). Solos secos, devido à água higroscópica, o percentual de saturação é

próximo, mas não chega a zero.

Estas características influenciam, por exemplo, na capacidade de liberação dos

gases e de infiltração dos líquidos através do meio, que são medidas pela

permeabilidade ao ar (kar) condutividade hidráulica (k), respectivamente.

A permeabilidade ao ar dos solos é tanto maior quanto maior o tamanho médio

dos poros, maior a porosidade e menor o grau de saturação. Ou seja, quanto mais

granular e mais seco, mais facilmente os gases migrarão através do solo em direção à

superfície. Da mesma forma, a condutividade hidráulica é tanto maior quanto maior o

tamanho médio dos poros e maior a porosidade, porém neste caso, deverá haver

maior grau de saturação. Ou seja, quanto mais granular e mais próximo da condição

saturada estiver o solo, mais facilmente a água fluirá na direção do gradiente

hidráulico. Entretanto, deve-se observar que a situação real é mais complexa, pois as

feições estruturais podem condicionar o fluxo, e os mecanismos que regem o fluxo da

água em meio não-saturado não são tão simples quanto os que determinam o fluxo

em meio saturado (BARBOSA et al., 2003).

De um modo geral os constituintes mais ativos do solo são os minerais

argílicos e a matéria orgânica. Mas alguns minerais primários, como os carbonatos e a

pirita, assim como os óxidos e hidróxidos livres de Al, Fe e Mn, muito freqüentes nos

solos tropicais, também podem se mostrar muito ativos (BARBOSA et al., 2003).

Essa atividade decorre principalmente de reações de superfície entre os grãos

sólidos, as espécies químicas e os microorganismos. Quanto menor a partícula, maior

será a superfície específica e as reações de superfície predominarão sobre as forças

de massa (BARBOSA et al., 2003). Partículas de argilas, devido ao seu pequeno

tamanho e formas achatadas, têm grandes superfícies específicas e possuem carga

de superfície significativa, sendo por isto os argilo-minerais muito importantes em

processos de atenuação de contaminações, pois podem interagir com os solutos

(RITTER, 1998).

Page 64: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

50

Segundo BARBOSA et al. (2003) além da superfície específica, um outro

parâmetro indicativo da atividade físico-química é a CTC, que expressa o total de

cátions que o solo pode adsorver. Todos os minerais argílicos e a matéria orgânica

têm essa propriedade de adsorção de cátions, mas a caulinita, em particular, e os

óxidos e hidróxidos livres, tão comuns nos solos tropicais, têm também a propriedade

de adsorver ânions em quantidade significativa, dependendo do pH do meio.

Schraps em SPONBERG (2000) recomenda que se evite cemitérios em solos

permeáveis, ou por outro lado, solos muito finos onde prevalecem condições

anaeróbias, mesmo que exista uma zona de filtro acima do nível d’água. Segundo o

autor solos com texturas médias e nível d’água a 2,5 m de profundidade e sepulturas a

1,8 m, deixam uma camada de solo não saturada de 0,7 m que deve ser suficiente

para evitar contaminação da água subterrânea.

3.1.2 Características das Águas Subterrâneas

A água subterrânea, em geral, é menos vulnerável à contaminação do que a

superficial, já que existe uma camada de solo que a protege, entretanto, quando ela é

contaminada as ações de remediação podem ser mais dispendiosas e pode não haver

tecnologia adequada disponível. Alguns aspectos importantes relacionados à

constituição e dinâmica das águas subterrâneas e potencial de contaminação são

apresentados na seqüência.

Aqüífero é uma formação geológica de rocha permeável, cuja porosidade

granular ou fissural permite armazenar e transmitir quantidades significativas de água.

O tipo de porosidade determina a classificação do aqüífero em três grupos: Poroso (ou

Primário); Fraturado (ou Secundário) e Dolomítico (GIDEON et al., 2004)

Um sistema aqüífero compreende um conjunto de formações geológicas com

características hidrogeológicas semelhantes, geralmente subdividido em duas

categorias: sedimentar e cristalino. Nos aqüíferos sedimentares, formados por

sedimentos de granulação variada, a água circula através dos poros formados entre os

grãos de areia, silte e argila. Nos aqüíferos cristalinos, formados por rochas duras e

maciças, a circulação da água se faz nas fissuras e fraturas abertas devido ao

movimento tectônico.

Page 65: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

51

Todos os tipos de aqüíferos e suas combinações implicam em padrões de

fluxos distintos enquanto a interação água-rocha e seus efeitos na qualidade da água

diferirão significantemente (TREDOUX et al., 2004).

Segundo a CETESB (NT L1.040/1999) cemitérios devem ser evitados em

áreas com substrato rochoso extremamente vulnerável, tais como zonas de

falhamentos, zonas cataclasadas, rochas calcárias ou calcossilicatadas

intemperizadas ou com erosão superficial (canais de dissolução, dolinas, cavernas

etc). Essas limitações devem-se ao fato de que, por serem estas áreas mais

permeáveis (devido aos falhamentos, à grande porosidade ou aos processos de

dissolução química que resultam na formação de dutos naturais), oferecem maior

capacidade de infiltração dos contaminantes oriundos da degradação em direção aos

aqüíferos.

Outro aspecto a destacar no contexto de contaminação de águas subterrâneas

diz respeito aos aqüíferos rasos, pois estando suas águas mais próximas à superfície

do solo são sistemas mais suscetíveis à contaminação.

Em cemitérios sobre aqüíferos rasos é recomendável que haja tanto um

sistema de drenagem de águas pluviais como de subsuperfície, de forma a restringir a

infiltração do líquido coliquativo para o lençol freático, redirecionando os fluxos para

rede apropriada de coleta.

O entendimento da dinâmica no meio hidrogeológico dos aqüíferos requer o

conhecimento do fluxo e da interação entre águas superficiais e águas subterrâneas,

do ponto de vista tanto físico como biogeoquímico. Esta interação torna-se ainda mais

complexa quando a água é contaminada por agentes externos.

A água superficial pode transformar-se em água subterrânea através da

infiltração da água da chuva, do excesso de água de irrigação, da percolação

proveniente dos rios, canais e lagos e também através de recarga artificial. Por outro

lado, a água subterrânea pode transformar-se em água superficial através da

descarga de base de rios, escoamento em fontes e drenagem agrícola. Um rio pode

alimentar um aqüífero subterrâneo ou ser alimentado por ele (FEITOSA E FILHO,

2000).

Page 66: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

52

Em geral a direção do fluxo entre a superfície do sistema hidrológico e do

sistema de águas rasas subterrâneas depende do gradiente hidráulico, que, por

conseguinte, depende da topografia e do balanço de fluxo no sistema hidrogeológico

como um todo. A magnitude dos fluxos depende das propriedades hidráulicas

saturadas e não saturadas do aqüífero e da zona não saturada. Se há uma conexão

direta com o corpo hídrico superficial ou indireta através da zona não saturada, os

gradientes hidráulicos e as propriedades hidráulicas nestas zonas de água superficial -

interação com água subterrânea controlam o fluxo entre estes dois sistemas (LLOYD,

1998).

Conforme apresentam CLEARLY & MILLER (1984), a complexidade da

hidrodinâmica dos aqüíferos faz com que a direção do fluxo num sistema local e raso

possa ser em alguns casos oposto ao fluxo num sistema mais profundo como

mostrado na Figura 3.2. As taxas de fluxo de águas subterrâneas nos aqüíferos

geralmente variam de poucos centímetros a poucos metros por dia. Um corpo de água

subterrânea contaminado pode conter a acumulação de décadas de descarga e pode

levar vários anos para os contaminantes serem detectados numa fonte de água

potável que é próxima. Observam os autores que no Brasil existe uma grande carência

no monitoramento de milhares de locais onde há um potencial para contaminação,

representando um grave risco para a perda de potabilidade de importantes aqüíferos.

FIGURA 3.2: DOIS AQÜÍFEROS COM DUAS DIREÇÕES DE FLUXO DIFERENTES FONTE: US.ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 1977 (CLEARLY & MILLER, 1984).

Page 67: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

53

Os constituintes químicos da água subterrânea natural, conforme trabalho

apresentado por SCUDINO (1997), compreendem em sua maioria substâncias

dissolvidas em estado iônico. Dentre os íons presentes são fundamentais: Cloreto

(Cl-), Sulfato (SO42-), Bicarbonato (HCO3

-), Sódio (Na+), Cálcio (Ca2+) e Magnésio

(Mg2+). Além destes, os Íons Nitrato (NO3-), Carbonato (CO3

2-), Potássio (K+) e mesmo

o Ferro (Fe2+) são às vezes incluídos, ainda que em geral apresentem-se em

pequenas proporções. Substâncias dissolvidas pouco ionizadas como alguns ácidos, o

Ferro (hidróxido) e a Sílica (SiO4H4) em estado coloidal, podem ser importantes, assim

como seus íons derivados (Fe2+, 3+ e Si O4H3-), como integrantes da solução aquosa

natural. Entre os gases dissolvidos na água, o Gás Carbônico (CO2 ) e o Oxigênio (O2)

devem ser considerados como constituintes fundamentais, ainda que às vezes não

sejam analisados sistematicamente nas águas subterrâneas.

Além destes, cita o autor a presença de outros íons menores tais como, os já

citados, NO3-, CO3

2 -, K+ e Fe2+, além do NO2-, F-, NH4

+ e Sr2+, em proporções

reduzidas ( 1 % dos íons totais) e em concentrações entre 10-2 e 10 ppm. Ocorrem

ainda elementos traços, sob concentrações menores do que 10-4 ppm, constituídos por

íons metálicos derivados do As, Sb, Cr, Pb, Cu, Ni, Zn, Ba, Cd, V, Ag, Hg, U e alguns

outros menos freqüentes.

Segundo o autor, as águas doces têm no máximo cerca de 1.000 ppm (1000

mg/L) de Sólidos Totais Dissolvidos, chegando a ser considerado em algumas regiões

o limite de até 2.000 ppm.

Conforme apresentado por FEITOSA E FILHO (2000), o nitrogênio dissolvido

na forma de Íon Nitrato (NO3-) é o contaminante mais comum encontrado na água

subterrânea proveniente de diversas fontes diretas, especialmente por lançamento de

esgotos e atividades agrícolas. O Nitrogênio também ocorre na forma de Nitrogênio

Orgânico (N), Amônio (NH4+), Amônia (NH3), Nitrito (NO2), Nitrogênio Gasoso (N2) e

Óxido Nitroso (N2O).

Em água para abastecimento humano a presença de Íon Amônio (NH4+) pode

reduzir a eficiência da desinfecção, conduzir à formação de nitrito e causar alterações

no gosto e odor. Em águas superficiais, a Amônia (NH3) mesmo em baixas

concentrações, pode causar mortalidade de peixes. A presença de Amônio nas águas

Page 68: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

54

subterrânea e superficial deve ser controlada para prevenir poluição (BUSS et al.,

2004).

Quanto aos componentes microbiológicos, conforme apresentado no estudo

de WEST et. Al (1999), embora a água subterrânea possa ser considerada oligotrófica

(pobre em nutrientes), existem grupos de bactérias que podem achar neste meio

condições adequadas às suas necessidades. Muitos aqüíferos têm capacidade de

suportar população de microorganismos nativos e suas atividades podem influenciar a

qualidade da água subterrânea. Desta forma, recomendam os autores estudos pilotos

em áreas selecionadas através de monitoramentos para estabelecer um baseline

(base para medidas e comparações) da presença e atividade de microorganismos

nativos e patogênicos.

3.1.3 Transporte e Retenção dos Contaminantes Químicos no Solo

O transporte dos contaminantes químicos através do fluxo da água no meio

poroso é regido por três mecanismos básicos: advecção (migração do soluto através

do solo), dispersão mecânica (mistura do soluto por espalhamento molecular) e

difusão molecular (mistura devido o gradiente de concentração). Além destes, no caso

de constituintes reativos, intervêm no transporte interações sólido-soluto, reações

químicas e fenômenos de decaimento. Desta forma, a equação geral que rege o

transporte dos contaminantes é uma expressão diferencial complexa, que compreende

a combinação destes mecanismos, cuja resolução atualmente é realizada através de

simulações por métodos numéricos e computacionais.

Os principais processos de atenuação e eliminação de contaminantes ocorrem

na zona não saturada do solo, onde o fluxo é normalmente lento, vertical e para baixo.

Esses processos incluem (MESTRINHO, 1997): processos geoquímicos (adsorção /

dessorção, solubilização / precipitação, complexação / quelação e oxidação / redução);

processos físicos (advecção, dispersão, retardamento e filtração); processos

bioquímicos (decomposição de orgânicos e síntese celular) e processos biofísicos

(filtração e transporte de patógenos).

Segundo MATTER (1989) a capacidade de atenuação dos estratos na zona

não saturada do solo é o fator mais importante de controle da biodegradação de

contaminantes orgânicos, e o tempo de residência deve ser suficientemente longo

para permitir a ocorrência de reações químicas.

Page 69: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

55

Ao atingir a zona saturada ocorrem predominantemente processos de diluição

e dispersão de contaminantes (AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA, 2004). Nesta

zona, ocorrem diferentes graus de atenuação, dependendo das condições geológicas

e a relativa não disponibilidade de oxigênio dissolvido limita o potencial para oxidação

dos produtos químicos (CLEARLY & MILLER, 1984).

Conforme descrevem BARBOSA et al. (2003), cátions de modo geral, e

particularmente metais pesados, tendem a ficar retidos durante o seu avanço em solos

com alguma atividade físico-química, como as argilas, e o resultado é a diminuição

das concentrações na solução do solo, causando um efeito de “retardamento”

aparente no deslocamento da espécie. Ânions também podem ser adsorvidos, mas

para a maioria dos minerais e contaminantes a taxa de sorção aniônica é irrelevante.

No entanto, este mecanismo torna-se relevante nos solos tropicais, devido à presença

da caulinita e dos óxidos e hidróxidos de Fe, Al ou Mn.

Componentes químicos associados aos cemitérios (alguns metais pesados;

metais alcalinos – cálcio, sódio, magnésio, potássio; nutrientes - nitrogênio, fósforo;

cloretos; carbonatos e outros), todos os íons, positivos e negativos, podem sofrer

retardamento por sorção pela fração argila e pela matéria orgânica, porém a

magnitude deste efeito é variável, pois depende do íon, da concentração, da

composição e atividade do solo, e da velocidade do fluxo de água (condiciona o tempo

de contato entre os íons e as partículas). O Íon Cloreto (Cl-) é reconhecidamente a

espécie iônica mais conservativa, sendo por isso usado freqüentemente como

“traçador” químico do avanço da contaminação em várias situações (BARBOSA et al.,

2003).

O aumento de sais, em especial de concentração de cloreto, afeta a

competição de adsorção dos minerais do solo, também a formação de complexos

solúveis com alguns metais promove a sua mobilidade (LNEC, 2002).

No caso dos metais, segundo BARBOSA et al. (2003), além da sorção, que

depende da composição do solo, as condições de pH e oxi-redução (medida pelo

potencial Redox) do meio são determinantes da forma de ocorrência.

O pH do solo tem grande influência na retenção e mobilidade dos elementos

químicos. O aumento do valor do pH acarreta no incremento da tendência de formar

compostos hidrolisados, diminuindo o risco de migração de metais para zonas mais

Page 70: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

56

afastadas. Também indiretamente, o aumento do pH provoca o aumento da

capacidade de troca catiônica – CTC do solo (LNEC, 2002).

O potencial redox é um outro parâmetro importante na retenção de metais no

solo. Ele reflete o ambiente redutor ou oxidante do solo. Se o redox do solo é baixo o

sistema funciona como redutor e se é alto verifica-se o oposto. Sendo assim, em

ambiente redutor a mobilidade dos metais é mais elevada. Nesse caso pode conduzir

em parte a dissolução de hidróxidos de Manganês e de óxidos de Ferro (minerais das

argilas) e os seus metais co-precipitados são libertados na solução do solo. A cor do

solo pode ser um bom indicador do caráter redutor do sistema. O vermelho ou o

castanho indicam condições de oxidação, as azuis a verdes e cinzentas indicam

condições anóxicas (LNEC, 2002).

O ambiente ácido (pH < 7) favorece as formas solúveis, como os cátions em

solução na água do solo, e o ambiente alcalino (pH > 8) favorece as formas insolúveis,

formando-se precipitados junto à matriz do solo. No caso de alcalinização do meio, ou

seja, o aumento do pH, a menos que o solo seja originalmente muito ácido, pode-se

esperar uma tendência à retenção dos metais (por sorção e por precipitação)

(BARBOSA et al., 2003).

3.1.4 Transporte, Retenção e Sobrevivência dos Contaminantes Microbiológicos

O transporte e retenção de microorganismos é um processo ainda mais

complexo, comparativamente ao das espécies químicas. No modelo teórico

apresentado em CORAPCIOGLU E HARIDAS (1984) para o transporte de vírus e

bactérias incluem-se mecanismos de advecção, dispersão, adsorção, tensões na zona

de contato dos poros, difusão por movimento browniano, quimiotaxia, precipitação,

interceptação, mortalidade e crescimento da bactéria. Estes mecanismos são

especialmente atribuídos às bactérias.

Dentre os mecanismos de transporte acima citados o mais importante é a

advecção (CALDWELL & PARR em MATOS, 2001).

No caso de vírus, devido ao tamanho reduzido e reações de superfície do solo,

o principal mecanismo de remoção é de adsorção, sendo considerados irrelevantes as

tensões na zona de contato, sedimentação e quimiotaxia (CORAPCIOGLU E

Page 71: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

57

HARIDAS, 1984). Segundo estes autores, quatro principais fatores devem ser

considerados no processo de adsorção de vírus: a natureza físico-química do vírus

adsorvido e do solo; o pH da solução; as características de fluxo e o grau de

saturação.

CARLSON et al. em LANCE et al. (1980) reporta que o aumento de

concentração de Cálcio em suspensões de argila aumentou a adsorção de vírus pela

argila.

CHRYSIKOPOULOS (1996) apresenta em sua revisão conclusões de diversos

autores quanto ao transporte dos vírus em meios porosos. Este se distingue do

transporte de solutos devido às diferenças nos mecanismos de inativação e adsorção.

Considera-se a temperatura como fator mais importante na inativação de vírus na

subsuperfície. O tamanho dos vírus também é um parâmetro relevante em meios

porosos heterogêneos, onde os vírus podem mover-se mais rapidamente que os

traçadores conservativos.

Vírus e bactérias viajam com o fluxo da água, mas podem mover-se em direção

contrária em épocas de recarga ou por bombeamento. Em zonas não saturadas o

comprimento máximo de viagem parece ser de cerca de 3 m. A taxa de remoção de

vírus e bactérias com a distância é função das características do aqüífero

denominadas “filtrabilidade” (ROMERO, 1970).

MATOS (2004) conclui em sua pesquisa no cemitério de Vila Nova

Cachoeirinha que as bactérias são transportadas a alguns metros da fonte de

contaminação e os vírus, parecem ter mobilidade maior que as bactérias, movendo-se

a algumas dezenas de metros no aqüífero do cemitério, após terem ultrapassado uma

camada de 3,2 m de solo não saturado antes de alcançar o aqüífero.

3.1.5 Fatores Intervenientes na Sobrevivência durante o Transporte dos Microorganismos

Estudos quanto à sobrevivência de vírus e sua transmissão no meio ambiente

têm sido mais recentemente desenvolvidos. O solo e a zona não saturada são as mais

importantes linhas de defesa de poluição fecal dos aqüíferos. A maximização do

tempo de residência na zona não saturada tem sido proposta como fator chave que

afeta a remoção e eliminação de bactérias e vírus (PEDLEY, 1996).

Page 72: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

58

Diversos autores citados em PEDLEY (1997) e REDDY (1981) concluem que a

sobrevivência dos vírus é prolongada a baixas temperaturas e solos úmidos. Solos

que possuem alta capacidade de adsorção de vírus podem favorecer a sobrevivência

destes microorganismos patogênicos. Dados relativos a diversos trabalhos

apresentados em REDDY (1981), indicam que a taxa de mortalidade

aproximadamente dobra a cada 10oC de aumento da temperatura. O autor relaciona

também a sobrevivência de patógenos (Salmonella, Escherichia Coli, Streptococos

fecais e outros) em meios com pH entre 6-7 e a mortalidade em ambientes ácidos.

Estudos de outros pesquisadores citados em PEDLEY (1996) avaliam a

influência de nutrientes sobre a sobrevivência dos microorganismos e fases latentes

das bactérias. Bactérias Gram-positiva do gênero Bacillus e Clostridium quando

expostas à deficiência de nutrientes ou condições ambientais adversas, produzem

estruturas subcelulares – esporos – como mecanismo de sobrevivência até que

encontrem condições mais favoráveis ao crescimento. As bactérias Gram-negativa

não possuem este tipo de mecanismo de sobrevivência sob estas circunstâncias,

entretanto, determinados tipos continuam a subdividir e aumentar o número de células.

A complexidade dos processos microbiológicos subterrâneos requer que muitos

estudos ainda sejam desenvolvidos para proteção e gerenciamento das águas

subterrâneas.

A contaminação fecal do solo e subseqüente entrada de patógenos na água

subterrânea é dependente da sobrevivência dos organismos durante o tempo de

residência no solo e provavelmente da lavagem efetuada pelo escoamento superficial

das águas de chuvas (REDDY,1981).

Nutrientes e compostos orgânicos são alimentos e podem ser degradados

pelos microorganismos que se proliferam inicialmente e reduzem a concentração de

poluentes no solo e na água subterrânea. Após a degradação, a redução do alimento

fará com que a população de microorganismos seja também reduzida. Este princípio é

utilizado em processos de biorremediação.

A AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (1999) resume esquematicamente na

Figura 3.3 os fatores que afetam a sobrevivência dos contaminantes microbiológicos

na subsuperfície do solo e avalia que o risco à saúde humana é grande se o tempo de

sobrevivência dos microorganismos patogênicos for maior do que o tempo de viagem,

Page 73: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

59

caso contrário, i.é., o risco é mínimo se o tempo de sobrevivência for menor do que o

tempo de viagem.

Nesta figura observa-se que a sobrevivência é maior em ambiente com baixa

temperatura, alta umidade, alto conteúdo orgânico, pH neutro, quando da ausência de

predadores e com crescente capacidade de adsorção (retenção nas paredes dos

grãos do solo).

Sobrevivência Prolongada

Longa Baixa Alta Alto Neutro Ausente Crescente

Meia-vida Temperatura Umidade Conteúdo

Orgânico pH Predadores Adsorção

Curta Alta Baixa Baixa Alto/Baixo Presente Decrescente

Sobrevivência Reduzida

FIGURA 3.3: FATORES QUE AFETAM A SOBREVIVÊNCIA DOS MICROORGANISMOS NO SOLO FONTE: AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (1999)

3.2 INDICADORES AMBIENTAIS PARA MONITORAMENTO DE CONTAMINAÇÃO EM

CEMITÉRIOS

3.2.1 Indicadores Físico-Químicos

Com base na caracterização efetuada no Capítulo 2, na descrição dos fatores

que influenciam a migração dos contaminantes e nas conclusões de BARBOSA et al.

(2003), relacionam-se a seguir os principais componentes físico-químicos que podem

ser associados a cemitérios quando da análise das águas superficiais e subterrâneas:

Page 74: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

60

aumento da dureza e do pH (alcalinização);

redução do potencial redox (Eh);

carbonatos e bicarbonatos (CO32-; HCO3

-) associados ao cátion Cálcio (Ca+2);

sais minerais, sobretudo cloretos;

formas dissolvidas do Nitrogênio: Nitrogênio Amoniacal (NH4) e Nitrato (NO3-);

fósforo (P);

sólidos totais dissolvidos;

eventualmente alguns metais relacionados aos materiais de acabamento (tintas

e vernizes, alças) das urnas funerárias, com destaque para o Titânio (Ti+4), o

Ferro (Fe+3) e o Zinco (Zn+2);

eventualmente solventes orgânicos não-voláteis relacionados aos materiais de

acabamento;

compostos orgânicos: por análise direta do CT e por determinação indireta

através da DBO, DQO e OD.

Estes componentes estão presentes nos indicadores propostos pelos dois

órgãos de controle ambiental brasileiros, conforme indicados na Tabela 3.1, à exceção

do Fósforo (P), Carbono Total (CT), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO),

Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Oxigênio Dissolvido (OD), e dos metais

Titânio (Ti+4) e Zinco (Zn+2)

Observa-se que dos metais listados o Zinco (Zn) e o Ferro (Fe) constituem

elementos essenciais a todos os tipos de organismos em baixas concentrações,

porém o Titânio (Ti) pertence a um grupo de micro-contaminantes ambientais.

O Ferro (Fe) por estar normalmente presente nas águas superficiais e

subterrâneas brasileiras é um parâmetro que deve ser sempre analisado. O Chumbo

(Pb), elemento micro-contaminante, foi retirado da composição das tintas e vernizes

por razões de controle ambiental e desta forma não está sendo considerado nos

parâmetros acima listados, podendo ser substituído pela análise do Titânio (Ti)

(BARBOSA et al., 2003).

Page 75: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

61

TABELA 3.1: INDICADORES FÍSICO-QUÍMICOS EM MONITORAMENTO DE CEMITÉRIOS SEGUNDO ALGUNS ÓRGÃOS AMBIENTAIS (MODIFICADO DE BARBOSA, ET AL. (2003)

Agência Ambiental Britânica (2004)

Parâmetro CETESB/SP(1)

Norma Técnica

L1.040 (1999)

SEMA/PR (2)

Resolucao nº 19 (2004)

Risco Médio Alto Risco

Condutividade Elétrica Específica A NA A; Q A; M Sólidos Totais Dissolvidos A A NA NA Cor aparente A NA NA NA Dureza total A A NA NA pH A A A; Q A; M Temperatura NA NA A; Q A; M Oxigênio Dissolvido (OD) NA NA A; Q A; M Nitrogênio total (N) NA NA A; Q A; M Nitrogênio amoniacal (NH4) A A A; Q A; M Cloretos (Cl) A A A; Q A; M Nitrogênio nitrato (NO2) A A A; S A; Q NOT – Soma de NO2 e NO3 NA NA A; S A; Q Carbono Total (CT) NA NA A; S A; Q Demanda Química de Oxigênio (DQO)

NA NA A; S A; Q

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

NA NA A; S A; Q

Alcalinidade total NA NA A; S A; Q Fosfato total (PO4) A A NA NA Fósforo total (P) NA NA A; S A; Q Sulfatos (SO4) NA NA A; S A; Q Ferro total (Fe) A A A; S A; Q Cromo total (Cr) A NA A; S A; Q Metais alcalinos: Ca, Na, Mg, K NA Apenas

Ca e Mg A; S A; Q

Metais pesados: Cd, Cu, Mn, Ni, Pb, Zn

NA NA (exceto Chumbo

total)

A; S A; Q

Notas: A: Avaliado; NA: Não Avaliado; Periodicidade M: Mensal; T: Trimestral; Q: Quadrimestral; S: Semestral; Y:Anual; ND: Não definido (1) : Periodicidade trimestral. Caso ocorram indícios de contaminação devem-se analisar novamente os parâmetros de potabilidade segundo a Portaria Nº 518/2004

(2) : A periodicidade será Trimestral p/ Implantados até 1 ano; Semestral, entre 1 e 5 anos; Anual, acima de 5 anos

Page 76: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

62

3.2.2 Indicadores Microbiológicos

Atualmente, somente os Estados do Paraná e de São Paulo definiram

parâmetros de monitoramento microbiológicos nos seus documentos legais relativos a

cemitérios, conforme apresenta a Tabela 3.2.

Na maioria dos estudos sobre o assunto no Brasil, os coliformes totais e fecais,

exigidos em ambos documentos, e também os estreptococos fecais são geralmente

avaliados. Estes últimos, segundo CLAUSEN (1977) podem sobreviver por maior

tempo em águas subterrâneas a baixas temperaturas (MARTINS et al., 1991).

Observa-se que esses indicadores são os mesmos já utilizados para verificação de

contaminação por esgotos.

As bactérias do grupo coliformes totais são aquelas que não causam doenças,

visto que habitam o intestino de animais mamíferos inclusive o homem. Elas são

consideradas os principais indicadores de contaminação fecal. Nesse grupo se

incluem, dentre outras, bactérias dos gêneros Escherichia e Enterobactéria. A

determinação da concentração dos coliformes é um indicador importante da

possibilidade da existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela

transmissão de doenças de veiculação hídrica.

Os demais indicadores exigidos, bactérias heterotróficas e mesófilas, e

salmonelas são parâmetros pouco pesquisados nos cemitérios brasileiros.

As bactérias heterotróficas não são patogênicas mas servem como indicador

da presença de matéria orgânica da qual se alimentam através da decomposição de

organismos mortos. Em número elevado podem representar risco à saúde humana.

Seu metabolismo pode ser anaeróbio ou aeróbio na decomposição de carboidratos,

proteínas, ácidos orgânicos e álcoois, produzindo sobretudo NO3- (Nitrato) e SO4

-

(Sulfato) (LECT, 2006).

O isolamento da bactéria Escherichia coli na água é o teste considerado mais

representativo, por ser factível, pelos aspectos da praticidade e financeiramente viável,

para se avaliar a qualidade da água (BARBOSA et al., 2003). Entretanto, segundo a

Agência Ambiental Britânica, testes para detecção desta bactéria apresentam valores

Page 77: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

63

extrapolados como indicadores de patógenos na água subterrânea, necessitando

novos protocolos.

A Salmonella, conforme apresentado na seção 3.1.4, é um agente patogênico

que pode causar doenças gastrointestinais e febre tifóide, com grande resistência e

capacidade de sobreviver por dezenas de dias no solo e na água subterrânea e que

pode ser transportada por longas distâncias.

A AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) adota como estratégia o uso

apenas de parâmetros químicos no monitoramento, e se for detectado indício de

contaminação química, então é recomendada a amostragem quadrimestral da água

para análise de indicadores microbiológicos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os microorganismos mais

importantes presentes na decomposição que poderiam ser liberados para o ambiente

através do produto de coliquação seriam o Clostridium sp. (fazem parte do grupo de

bactérias heterotróficas), Streptococcus sp. e enterobactérias.

Por fim, por estarem relacionadas à decomposição da matéria orgânica por

degradação de proteínas e de gorduras, podem-se citar ainda como indicadores as

bactérias proteolíticas e lipolíticas, respectivamente.

No que concerne ao vírus, nenhum documento legal traz a exigência de seu

monitoramento em água subterrânea. A análise em amostras ambientais são

dificultadas devido ao tamanho microscopicamente reduzido (em nanômetros), não

havendo ainda um método padronizado para sua detecção.

Vírus do grupo colífagos parasitam em bactérias do grupo coliforme, e podem

servir como indicadores indiretos da presença de microorganismos patogênicos,

segundo MARTINS et al. (1991).

O bacteriófago (vírus cujos hospedeiros são bactérias) T4 foi o traçador

biológico escolhido por MATOS (2001) para simular o transporte de vírus humanos na

água subterrânea, por não serem naturalmente encontrados neste meio, não

patogênicos ao homem, estáveis, semelhantes aos vírus e fáceis de serem

detectados, como recomendam alguns autores apresentados em sua revisão.

Page 78: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

64

TABELA 3.2: INDICADORES MICROBIOLÓGICOS ESTABELECIDOS EM NORMAS AMBIENTAIS BRASILEIRAS PARA CEMITÉRIOS

Parâmetro CETESB/SP

Norma Técnica

L1.040 (1999)

SEMA/PR Resolucao nº

19 (2004)

Coliformes Totais A (1) A Coliformes Fecais A A Bactérias Heterotróficas A A Bactérias Mesófilas NA A Salmonella sp. NA A Escherichia Coli A (2) NA Notas: A: Avaliado; NA: Não Avaliado (1) padrão de Potabilidade segundo Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde:

Ausência de coliformes totais em 100 ml da amostra (2) Será avaliado caso os indicadores físico-químicos e biológicos preliminares derem indícios de contaminação

3.3 REVISÃO DOS PARÂMETROS INVESTIGADOS EM LIXIVIADOS DE ATERROS

SANITÁRIOS, EM ESGOTOS SANITÁRIOS E EM CEMITÉRIOS

Considerando-se o volume e o grau de concentração contaminante orgânico

liberado no produto da coliquação, alguns autores admitem que os cemitérios são uma

espécie de aterro sanitário. Sob este aspecto, a carga orgânica lançada de esgotos in

natura pode se aproximar ainda mais da composição química e microbiológica liberada

no solo dos cemitérios.

3.3.1 Composição do Lixiviado de Aterros Sanitários

Os aterros sanitários recebem resíduos sólidos urbanos (RSU) constituídos de

materiais de composição complexa e heterogênea, que é função do tipo de lixo

recebido (industrial, doméstico etc) e dos hábitos sociais e culturais da população

geradora. Estas características, associadas a diversos outros fatores, tais como as

condições ambientais locais, tempo de disposição e forma de operação do aterro vão

determinar a composição físico-química do lixiviado gerado (chorume).

O chorume é um líquido escuro resultante da umidade natural do lixo, que

aumenta no período chuvoso; da água de constituição da matéria orgânica, que é

liberada durante o processo de decomposição, e das bactérias existentes no lixo, que

expelem enzimas, as quais dissolvem a matéria orgânica com formação de líquido.

Page 79: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

65

Segundo a Norma Técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), aterro sanitário não deve

ser construído em áreas sujeitas à inundação, deve estar na zona não saturada do

solo e sua base numa profundidade mínima de 1,5 m acima do nível do lençol freático.

O chorume de aterros novos, quando recebe boa quantidade de águas pluviais

é caracterizado por pH ácido, alta Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), alto valor

de Demanda Química de Oxigênio (DQO) e diversos compostos potencialmente

tóxicos. Com o passar dos anos há uma redução significativa da biodegradabilidade

devido à conversão em gás metano e CO2, de parte dos componentes biodegradáveis

(SERAFIM et al., 2003).

Segundo a AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) os processos de

degradação dos corpos enterrados são mais rápidos e completos, comparativamente

aos dos RSU, tendo em vista que estes últimos apresentam baixo conteúdo de água

(34%) e deficiência de fósforo (razão C:N:P de 2000:20:1).

A Tabela 3.3 apresenta a composição físico-química de alguns aterros

investigados, demonstrando a grande variabilidade dos resultados encontrados.

Os principais parâmetros físico-químicos analisados em mais de 50% destes

estudos foram: pH, DBO, DQO, Nitrogênio Orgânico, Nitrogênio Amoniacal (NH4),

Fósforo Total (P), Ferro (Fe), Manganês (Mn), além de alguns outros metais como

Arsênico (As), Cromo (Cr), Cobre (Cu), Chumbo (Pb) e Mercúrio (Hg). Somente dois

estudos enfocaram a presença de bactérias (coliformes totais e streptococos fecais), e

apenas um estudo analisou os grupos clostridio, pseudomonas e staphylococos.

Page 80: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

66

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Page 81: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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Page 82: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

68

3.3.2 Composição do Esgoto

De acordo com JORDÃO E PESSOA (1995) o esgoto sanitário é composto de

99% de água e o restante é constituído de materiais sólidos e microorganismos. Esta

fração reduzida, responsável pelo problema de poluição das águas, compreende cerca

de 70% de origem orgânica (aproximadamente, 40% a 60% de Proteínas, 25% a 50%

de Carboidratos e 10% de Gorduras, além de uréia, surfatantes – formam espumas,

fenóis e pesticidas de origem industrial) e 30% de inorgânicos (sais minerais, metais e

areia).

A quantidade de matéria orgânica é medida através da determinação da

Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO, cujo valor quanto maior indica maior grau

de poluição orgânica. De acordo com os autores citados, em esgotos domésticos o

valor varia de 100 mg/L a 300 mg/L e a faixa ideal de uma água tratada é entre 20

mg/L a 30 mg/L.

Nitrogênio (N) e fósforo (P) são nutrientes os quais limitam a capacidade de

crescimento biológico em estuários e lagos, respectivamente. Contudo, o

desenvolvimento de organismos requer diversas quantidades de outros elementos tais

como carbono, oxigênio, hidrogênio, enxofre e traços de vários outros.

Ainda segundo os autores, as formas predominantes do Nitrogênio no esgoto

bruto são: nitrogênio orgânico (determinado pelo método Kjeldahl), Amônia (NH3), na

forma livre e Nitrogênio Amoniacal (NH4), na forma ionizada. O Nitrogênio Total

compreende o Nitrogênio bruto mais o amoniacal e nos esgotos varia entre 20 mg/L a

85 mg/L. O Fósforo Total nos esgotos varia de 5 mg/L a 20 mg/L.

Dentre os microorganismos, predominam as bactérias que por consumirem o

oxigênio, são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica complexa em

compostos orgânicos mais simples e estáveis. Um tipo de bactéria comum nos

esgotos são as do grupo coliforme, presentes no intestino humano e animal. Uma

pessoa expele de 100 a 400 bilhões de coliformes por dia. Embora não patogênicas,

sua presença em corpos d’água é indicativo de contaminação por fezes humanas e

sugere a existência de microorganismos patogênicos (expelido nas fezes de pessoas

doentes).

Page 83: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

69

Os indicadores de contaminação fecal em esgotos comumente utilizados são

os coliformes totais, coliformes fecais e estreptococos fecais.

3.3.3 Composição de Lixiviados Liberados pela Decomposição do Corpo Humano Enterrado

Segundo a AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) nos processos de

degradação dos corpos enterrados são liberados 65% a 75% de água e a razão C:N:P

é da ordem de 30:3:1. Estas características possibilitam que cerca de 75% da matéria

orgânica seja rápida ou moderadamente degradada, 20% lentamente e 5% não é

degradado (materiais inertes).

A Tabela 3.4 apresenta os resultados dos parâmetros analisados em alguns

cemitérios investigados no Brasil.

Dos cinco cemitérios cujas investigações focaram análises físico-químicas os

principais parâmetros investigados foram: pH, Sódio (Na), Potássio (K), Cálcio (Ca),

Magnésio (Mg) e Ferro (Fe). Fósforo total (P) e Manganês (Mn) foram analisados em

apenas dois deles. Com relação às bactérias foram investigadas as proteolíticas,

heterotróficas, lipolíticas, coliformes totais e fecais, estreptococos fecais e clostridios.

Os resultados apresentados na tabela não são suficientes para uma análise

mais precisa; no entanto, pode-se observar que, em geral, em relação aos parâmetros

físico-químicos há um aumento de pH, de íons cloretos e de condutividade elétrica

específica, e baixas concentrações de metais (comparativamente aos padrões

estabelecidos nas normas). Já em relação aos microorganismos verifica-se sua

presença em praticamente todos os estudos. No entanto, a carga contaminante

decorrente das atividades dos cemitérios deve ser analisada caso a caso, em função

de interferências de agentes externos contaminantes (p.ex, animais, efluentes de

esgotos, etc). Além disso, considerando as variações da composição físico-química e

bacteriológica da água subterrânea de um local para outro, torna-se necessário que

todos os estudos tomem como base o background do aqüífero.

Page 84: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

70

TABELA 3.4: ANÁLISES DO SOLO E ÁGUA SUBTERRÂNEA NO INTERIOR DE CEMITÉRIOS (VALORES MÍNIMOS- MÁXIMOS)

Solo Água subterrânea

Parâmetro S.P.

Vila Nova Cachoeirinha

(1)

S.P. Areia

Branca (2)

S.P. Vila

Formosa

(2)

PA (3)

BH (4)

CE (5)

.pH 5,1-6,0 4,47-6,85 - 4,21 -6,82 5,0-5,7 6,1-6,8 6,6-7,2

Eh (mV) - -225-350 - - - - -

Condutividade elétrica ( S/cm) - 42,4-666 - 115-1040 - 177-895 280-1160

Sólidos totais - - - 103-305 - 77,20 157-744 Dureza Total - - - - - 42,40-596 132,08-195,58 Matéria orgânica (mg/L)

0,5% a 4,2% - - - - - -

Capacidade de Troca Catiônica (CTC: mmolc/kg)

10,2-109 - - - - - -

Macrocomponentes inorgânicos (mg/Kg no solo e mg/L na água)

Cádmio - < L.D - - - < 0,001 – 0,037 -

Cálcio 1-35 0,42-34,4 - - - 7,52-219 25,1-45,9

Cloretos (Cl-) - 1,93-12,33 - 1,87-27,75 - <5 - 14 30,19 – 105,61

Cobalto - - - - - < 0,01 - 0,2 -

Cobre - 0,01-0,06 - - - 0,8 - 2 -

Ferro - 1,07-81,3 - - 0,1 0,3 - 84 0,15-0,23

Fósforo total 1-14 - - - 0,06-4,86 - -

Magnésio 1-8 1-7,7 - 1,04-65,51 - 0,2 - 11,9 23,8-33,5

Manganês - 0,11-4,24 - - - 0,02 - 0,48 -

Níquel - < LD- 0,02 - - - 0,025 - < 0,05 -

Nitrato (NO3-) - 0,03-21,62 - - - - 0 - >30

Nitrito (NO2-) - 0,4 - - - <0,05 - 11 0,01 – 0,05

Potássio 0,2-2,0 1,7-6,9 - 1,20-18,50 - 0,5-15,4 0,3-1,4

Sódio - 3,9-27,5 - - - 0,6-27,7 0,5-2,3

Titânio - - - - - < 0,01 -

Zinco - 0,08-1,54 - - - 0,06 – 1,17 -

Microorganismos

Bactérias Proteolíticas (NMP/100mL)

- 2 - 16000 23-1600 2-1600 - - 3,2x10 – 6,5x109

Bactérias Heterotróficas (ufc/ml)

- 120 - 40x105 - - <70x103 - 3,2x102 –

6,5x107

Bactérias lipolíticas (ufc/ml)

- - 80 - 12x105 75 - 1500 - - 3,2x10 – 6,5x107

Coliformes totais (NMP/100mL)

- 2-1600 2-1600 2-1600 15-43 0-3300 >200

Page 85: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

71

Solo Água subterrânea

Parâmetro S.P.

Vila Nova Cachoeirinha

(1)

S.P. Areia

Branca (2)

S.P. Vila

Formosa

(2)

PA (3)

BH (4)

CE (5)

Coliformes fecais (NMP/100mL)

- 2-1600 2-1600 2-300 3-10 ufc/ml 0-15 >200 em 41,66%

das amostras

Estreptococos fecais (NMP/100mL)

- - 2-1600 2-1600 - 0-30 -

Clostrídios (NMP/100mL)

- 2-1600 2-1600 2-240 - - 3x10 – 6,5x109

Notas: “-“ Não avaliado ou não informado; <LD: Menor que o Limite de Detecção NMP: Número Mais Provável. UFC: Unidade Formadora de Colônia.

Fontes: (1) MATOS (2001) (2) Parâmetros Físico-químicos: MIGLIORINI (1994); Microorganismos: PACHECO et al. (1991) (3) BELLO et. al (2002) (4) COSTA (2002) (5) PEQUENO MARINHO (1998)

3.4 SÍNTESE DO CAPÍTULO

Considerando os potenciais impactos no solo e na água subterrânea

associados aos cemitérios, conforme apresentados no Capítulo 2, procurou-se neste

capítulo caracterizar estes meios e como interagem com os possíveis contaminantes

liberados destas instalações. Apresenta ainda os principais indicadores físico-químicos

e microbiológicos propostos pelos órgãos ambientais e traz uma revisão dos

parâmetros investigados em lixiviados de aterros sanitários, esgotos sanitários e em

cemitérios.

Dada a sua constituição, o solo age como um filtro natural na remoção de

contaminantes indesejados, seja pela ação de decomposição pelos microorganismos,

seja pelas interações físico-químicas que se processam entre os elementos.

Entretanto, deve-se observar que, dependendo de suas características químicas e

mineralógicas, ele pode contribuir para a contaminação. Como exemplo podem-se

citar áreas ricas em ferro, enxofre ou outros elementos que possam estar presentes na

solução do solo e possam migrar para a água subterrânea tornando-a imprópria para

consumo humano. É, portanto, fundamental em qualquer estudo de contaminação de

solo e água subterrânea que se conheça o background ou seja, a qualidade original da

área.

Page 86: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

72

O grau de contaminação do solo e a capacidade de transporte e infiltração vão

depender de diversos fatores que estão relacionados, entre outros, à composição dos

agentes contaminantes, às características físicas do solo tais como, granulometria,

estrutura, grau de saturação etc, e às interações físico-químicas entre os seus

constituintes e estes agentes.

Os principais processos de atenuação e eliminação dos contaminantes

ocorrem na zona não saturada do solo, onde o fluxo é normalmente lento, vertical e

para baixo.

A instalação de cemitérios sobre solos muito finos (argilosos), por um lado é

vantajosa pois são pouco permeáveis, dificultam a passagem de contaminantes em

direção à água subterrânea e permitem que ocorram interações físico-químicas

durante o transporte do contaminante. Por outro lado, se prevalecerem condições

anaeróbias o processo de degradação da matéria orgânica será dificultado, retardando

assim a decomposição do corpo. Solos mais granulares e porosos devem ser

evitados, a menos que possuam uma camada de solo não saturada suficientemente

espessa para que possa reter o contaminante e ele não atinja o aqüífero. Restrições

também são feitas em áreas sobre rochas calcárias, onde ocorrem intensos processos

de dissolução química que resultam na formação de dutos naturais, aumentando a

capacidade de infiltração dos contaminantes em direção à zona saturada do solo.

Se, contudo, a capacidade de atenuação e eliminação do solo não for

suficiente para evitar que o contaminante atinja o aqüífero, elementos químicos e

microbiológicos poderão viajar por longas distâncias levados pelo fluxo da água

subterrânea, podendo chegar ao homem através da captação de água subterrânea

para consumo humano, podendo resultar em doenças de veiculação hídrica.

A vulnerabilidade à contaminação destes aqüíferos é tanto maior quanto mais

rasos forem. Desta forma, em cemitérios sobre aqüíferos rasos é recomendável que

haja tanto um sistema de drenagem de águas pluviais como de subsuperfície, de

forma a restringir a infiltração do líquido coliquativo para o lençol freático,

redirecionando os fluxos para rede apropriada de coleta.

A presença de vírus e bactérias no solo e na água subterrânea é um dos

aspectos de maior importância no contexto de contaminação em áreas de cemitérios.

Conforme descrito no Capítulo 2, o vírus possui tamanho dezenas de vezes inferior ao

Page 87: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

73

das bactérias (medido em dezenas de nanômetros), principal motivo da dificuldade de

sua análise em amostras ambientais, não havendo ainda um método padronizado para

sua detecção. Além disso, deve-se ressaltar que a sobrevivência do vírus pode ser

afetada durante o processo de coleta e análise em laboratório, em função da variação

das condições ambientais quando eles são retirados do meio em que vivem.

De acordo com a Agência Ambiental Britânica, a sobrevivência dos

microorganismos no solo é prolongada sob condições de baixa temperatura, alto

conteúdo orgânico, pH neutro, sem a presença de microorganismos predadores e em

crescente processo de adsorção (retenção nas paredes dos grãos do solo).

No que concerne aos componentes microbiológicos na água subterrânea,

ressalta-se a necessidade de se conhecer o background do aqüífero, através de

monitoramentos, para assim poder estabelecer base de medidas e de comparações

da presença e atividade de microorganismos nativos e patogênicos, conforme

recomenda estudo publicado pela Agência Ambiental Britânica.

Considerando a tendência dos microorganismos a se multiplicar quando

encontram condições ambientais propícias, é fundamental que as áreas onde os

cemitérios estejam instalados e todo o seu entorno sejam providos de sistemas de

esgotamentos sanitários, pois o esgoto lhes oferece um forte nutriente. Neste sentido,

em análises ambientais de cemitérios, a identificação da direção do fluxo de água

subterrâneo e as condições sanitárias locais e do entorno são aspectos fundamentais

a serem considerados, para que se possa determinar corretamente a fonte de

contaminação porventura encontrada nos resultados analisados.

Com base nas caracterizações efetuadas no estudo, foram relacionados os

principais componentes físico-químicos que podem ser associados a cemitérios e

comparados aos parâmetros propostos como indicadores de monitoramentos nestes

locais. Nesta comparação verificou-se que a maioria dos parâmetros físico-químicos

levantados no estudo consta como indicadores propostos pelos órgãos ambientais

brasileiros que legislaram sobre o assunto.

O estudo relaciona: aumento da dureza e do pH (alcalinização); redução do

potencial redox (Eh); Carbonatos e Bicarbonatos (CO32-; HCO3

-) associados ao cátion

Cálcio (Ca+2); sais minerais, sobretudo cloretos; formas dissolvidas do Nitrogênio:

Nitrogênio Amoniacal (NH4) e Nitrato (NO3-); Fósforo (P); Sólidos Totais Dissolvidos;

Page 88: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

74

eventualmente alguns metais relacionados aos materiais de acabamento (tintas e

vernizes, alças) das urnas funerárias, com destaque para o Titânio (Ti+4), o Ferro

(Fe+3) e o Zinco (Zn+2); eventualmente solventes orgânicos não-voláteis relacionados

aos materiais de acabamento; compostos orgânicos, por análise direta do CT e por

determinação indireta através da DBO, DQO e OD. Desses, excetuam-se nos

indicadores propostos pelos órgãos de fiscalização e controle ambientais os seguintes

componentes: Fósforo (P), Carbono Total (CT), Demanda Bioquímica de Oxigênio

(DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Oxigênio Dissolvido (OD), e dos

metais Titânio (Ti+4) e Zinco (Zn+2).

Como indicadores microbiológicos da qualidade da água, os coliformes totais e

fecais são tradicionalmente recomendados nas legislações ambientais. Os demais

indicadores exigidos, bactérias heterotróficas (decompositoras de matéria orgânica) e

mesófilas, e salmonelas são parâmetros pouco pesquisados nos cemitérios brasileiros.

O isolamento da bactéria Escherichia coli na água é o teste considerado mais

representativo, por ser factível, pelos aspectos da praticidade e financeiramente viável,

para se avaliar a qualidade da água.

Os microorganismos mais importantes presentes na decomposição que

poderiam ser liberados para o ambiente através do produto de coliquação seriam o

Clostridium sp. (é uma bactéria heterotrófica), Streptococcus sp. e enterobactérias.

Citam-se ainda como indicadores as bactérias proteolíticas e lipolíticas, relacionadas,

respectivamente, à decomposição da matéria orgânica por degradação de proteínas e

de gorduras.

Conclui-se por fim, considerando as revisões apresentadas nos Capítulos 1 e 2, que os cemitérios horizontais constituem atividades potencialmente impactantes

devido à liberação de contaminantes químicos e microbiológicos no solo e na água

subterrânea, cujas alterações ambientais em última análise afetam a saúde humana,

sendo portanto uma questão de saúde pública.

Page 89: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

75

4. CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS ESTUDADAS

4.1 INTRODUÇÃO

Este Capítulo descreve as características dos 15 cemitérios municipais

tradicionais, cujas áreas estão inseridas, respectivamente, em 15 municípios da

Região Hidrográfica da Baía de Guanabara (RHBG), quais sejam: Belford Roxo,

Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Mesquita,

Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João do

Meriti e Tanguá.

Estes cemitérios foram escolhidos para a presente dissertação, pois os dados

necessários seriam obtidos do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Região

Hidrográfica da Baía de Guanabara – PDRH-BG, elaborado pelo Consórcio Ecologus-

Agrar, que se encontrava em curso no início deste trabalho. Ressalta-se, portanto, que

os critérios de seleção destas áreas foram estabelecidos naquele Plano. Tais critérios

levaram em consideração sua proximidade de mananciais importantes de superfície e

subterrâneos, de áreas de recarga de aqüíferos e de áreas de grande vulnerabilidade,

onde o uso de poços caseiros escavados tivesse predominância.

Para caracterização destas áreas no contexto regional foi utilizado o

diagnóstico do meio físico relativo à climatologia, geologia, geomorfologia, recursos

hídricos superficiais e subterrâneos, além dos respectivos mapas temáticos

produzidos para o PDRH-BG.

As características do solo foram determinadas em função dos resultados das

sondagens geológicas. Não foi analisada a classe pedológica do solo, por não estar

representada esta classificação no Mapa de Solos do PDRH-BG (2005b) para todas

as áreas, já que a maioria dos cemitérios encontra-se em área urbana. No entanto,

esta classificação deverá ser considerada em análises futuras, dada sua importância

no processo de interação e transporte solo-contaminante.

Além destes dados, foram ainda utilizados do referido Plano os resultados das

campanhas de investigações geofísicas e geológicas, bem como os laudos das

análises físico-químicas, bacteriológicas e toxicológicas da água subterrânea coletada

nos poços de monitoramento instalados nos 15 cemitérios municipais.

Page 90: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

76

Os trabalhos de reconhecimento de campo, para verificação e definição dos

pontos para execução da geofísica, para instalação dos poços e para coleta de

amostras, bem como parte de sua execução, foram acompanhados pela equipe de

fiscalização do Departamento de Recursos Minerais - DRM e pela empresa Ecologus,

responsável pela sua execução.

Ressalte-se, contudo, que os dados obtidos do PDRH-BG, foram trabalhados

nesta dissertação para que se pudessem obter informações precisas em nível local.

Neste intuito, incluiu-se na convenção cartográfica de cada mapa temático, elaborado

no Plano, a localização georreferenciada dos cemitérios estudados, conforme pode ser

visualizado nas Figuras 4.1a – Mapa Geológico; 4.2 – Mapa Geomorfológico e 4.3 – Aqüíferos (Fonte, PDRH-BG, 2005b). Desta forma, foi possível identificar,

inicialmente a partir dessa escala, as possíveis características locais.

Posteriormente, com apoio técnico do DRM, estas características foram

analisadas separadamente, integrando-as aos resultados das sondagens geofísicas e

geológicas (Capítulo 6). Para análise da geologia, utilizou-se ainda outra base

cartográfica , conforme apresentado na Figura 4.1b – Mapa Geológico Simplificado da Baía de Guanabara – Rio de Janeiro (Fonte: DRM, 1980). Esse mapa, em escala

1:50.000, foi preparado pelo referido Órgão de forma simplificada especialmente para

atender ao presente estudo.

Criou-se ainda para esta dissertação um formulário padrão, cujo modelo é

apresentado no Anexo 2, para registro das informações coletadas junto às

administrações dos cemitérios, visando o detalhamento dos aspectos construtivos e de

operação, e aqueles relativos à infra-estrutura de drenagem, saneamento básico,

abastecimento d’água, segurança e saúde, além de outras características locais e do

entorno que foram observadas durante os trabalhos de campo.

Sendo assim, utiliza-se o diagnóstico do meio físico do PDRH-BG (2005b),

para elaborar o diagnóstico de cada área em nível local, complementando-o com

informações levantadas especificamente para esta pesquisa de Mestrado. Com base

neste diagnóstico, cada área foi analisada de forma integrada com os resultados

obtidos das campanhas de sondagens no solo e com os laudos das análises físico-

químicas de água subterrânea, coletada dos poços de monitoramento instalados em

cada cemitério. Desta forma, levando-se em consideração todos os aspectos

levantados no diagnóstico local, foi possível avaliar criteriosamente o potencial de

contaminação do ambiente decorrente destas instalações.

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4.2 DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO – BASEADO EM DADOS SECUNDÁRIOS

4.2.1 Climatologia da RHBG (PDRH-BG, 2005b)

Localizada no Centro-Sul do Estado do Rio de Janeiro, a RHBG possui um

microclima típico de região litorânea tropical, influenciada por fatores como latitude e

longitude, proximidade do mar, topografia, natureza da cobertura vegetal e, sobretudo,

as ações das circulações atmosféricas de larga e meso escalas, como frentes frias e

brisas marítimas. A região é delimitada ao norte pela Serra do Mar, que se estende na

direção Sudoeste-Nordeste, com altitudes médias de 900 m, e por Maciços Costeiros

nas suas porções Leste e Oeste.

As temperaturas do ar na região da Baía de Guanabara podem ser

caracterizadas como estando na faixa média de 20-28 ºC no verão, de 18-26 ºC no

outono, 15-21ºC no inverno e de 28-24 ºC na primavera, tendo uma média anual em

torno de 22 ºC.

A umidade relativa do ar na Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara

apresenta variações intermensais que podem atingir até 8%. Por estar muito próxima à

linha-de-costa, recebe normalmente maior contribuição de umidade do ar de origem

marinha face às circulações atmosféricas predominantes daquele setor.

Verifica-se a predominância de chuvas nos meses de primavera e verão

(setembro a março) caracterizados como os mais chuvosos, e os de outono e inverno

(maio a setembro) como os mais secos. Os índices pluviométricos médios anuais na

região variam de 1200 a 2000mm.

Na RHBG, os valores de evaporação mensal ao longo do ano são sempre

superiores a 80 mm e apresentam uma marcante sazonalidade com máximos em

dezembro e janeiro e mínimos entre abril e junho.

Na porção norte da RHBG, nos trechos elevados da Serra do Mar, há

predomínio de ventos de Nordeste, associados ao ramo de circulação Oeste do

anticiclone subtropical do Atlântico Sul, com velocidades expressivas. Na região de

baixada, principalmente nos setores mais interiorizados, ao Norte, há um acentuado

predomínio de calmarias.

Page 96: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

82

Características Climatológicas Locais

Temperatura, umidade relativa do ar e evaporação são características

regionais aplicáveis ao nível local.

De acordo com o Mapa PR7-4 da rede de isoietas, apresentado no PDRH-BG

(2005b), os índices pluviométricos médios anuais são maiores na porção norte (Serra

do Mar) e menores nas áreas mais ao sul. Com base neste mapa foi possível

identificar nas áreas dos cemitérios estudados os seguintes índices médios: 2100 mm

em Duque de Caxias, localidade de Xerém; 2500 mm em Guapimirim; 1700 mm em

Cachoeiras de Macacu, localidade de Japuíba; 1500 mm em Magé na localidade de

Mauá e Rio Bonito; 1300 mm em Tanguá; 1200 mm em Belford Roxo, Mesquita,

Nilópolis, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro, São João de Meriti e Itaboraí; e 1100 mm em

São Gonçalo e Niterói.

A predominância de ventos mais fortes é registrada no município de Duque de

Caxias, para a localidade de Xerém, em Guapimirim e em Cachoeiras de Macacu, e

menor intensidade nos demais municípios. As áreas de calmaria abrangem os

municípios da Baixada Fluminense - Nova Iguaçu, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis e

São João de Meriti, além de São Gonçalo e Niterói. Ventos mais fracos também são

registrados em Tanguá, Itaboraí e Rio Bonito.

4.2.2 Geologia das Áreas Estudadas

Conforme anteriormente explicado, a geologia das áreas onde se inserem os

cemitérios foi determinada inicialmente a partir da localização de suas coordenadas no

Mapa Geológico (Ver Figura 4.1a, fonte: PDRH-BG, 2005b). Posteriormente, para

obter características mais detalhadas dos locais, com apoio do DRM, essas

coordenadas foram plotadas sobre outra base cartográfica (Ver Figura 4.1b, fonte:

DRM, 1980), construída em escala 1:50.000 e preparada de forma simplificada para

este trabalho.

Com base neste mapeamento foram identificadas as nove unidades geológicas

presentes nestes locais, cujas descrições detalhadas fornecidas por aquele Órgão são

reproduzidas a seguir:

Page 97: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

83

1) Unidade Santo Eduardo - Cemitério de Cachoeiras de Macacu:

Milonito gnaisse e blastomilonito predominantes, geralmente bandeados,

porficlásticos e porfiroblásticos, portando intercalações de variada litologia além de

intercalações de anfibólio - (biotita) gnaisse migmatizado interestratificado com

quartzo xisto. Já nas folhas Anta e Duas Barras, apresentam-se como xisto

gnaissóide transicionando a biotita gnaisse (predominante), porfiroclástico a

porfiroblástico com faixa discreta a francamente migmatizada. Porta intercalações

de quartzito e de rocha calciossilicática. Folha Maricá: migmatitos heterogêneos

constituídos de (granada) -biotita- microclina- plagioclásio gnaisse com estruturas

estromáticas e "schlieren", associados a quartzitos. Contatos transicionais com a

Unidade Cassorotiba. Folha Renascença: migmatitos estromáticos bem

diferenciados, com paleossoma constituído de (hornblenda) - biotita - plagioclásio

gnaisses bandados, de granulação fina a média e leucossoma de gnaisses quartzo-

feldspáticos. Domínios porfiroblásticos restritos. Folha Teresópolis: biotita gnaisse

porfiroclástico, tem intercalações de quartzitos interestratificado com quartzo xisto.

2) Unidade Tinguí – Cemitério de Rio Bonito:

Migmatitos homogêneos e heterogêneos, diatexíticos, constituídos de (granada) -

(hornblenda) - biotita - microclina - plagioclásio gnaisses, apresentando estruturas

"schlieren", nebulítica e "schollen". Invadido por metabasitos (hornblenda - biotita -

plagioclásio gnaisses), material granítico e pegmatítico. Conjunto estromatizado.

Contatos transicionais com as Unidades Maricá e Palmital.

3) Sedimentos Fluviais – Cemitérios de Tanguá , Guapimirim e Nilópolis:

Depósitos de planície de inundação, canais fluviais, leques aluviais e tálus. Como

parte destes sedimentos destacam-se a Formação Macacu e a Formação

Caceribu.

4) Formação Macacu – Cemitério de Itaboraí:

Camada e lentes irregulares de areia arcoseanas, material areno-argiloso, argilo-

arenoso de coloração variegada. São pouco consolidados e afossilíferos. Ocorre

nas Folhas Itaboraí (DRM-RJ,1981), Petrópolis (DRM-RJ,1979) e Cava (DRM-

RJ,1981)

Page 98: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

84

5) Unidade Cassorotiba – Cemitérios de São Gonçalo e Niterói:

Compreende (granada) - biotita - plagioclásio - k-feldspato gnaisses homogêneos,

dominantemente porfiroblásticos, com estruturas nebulítica e subordinadamente

"schlieren". Matriz quartzodiorítica a granodiorítica, de granulação média a fina, com

porfiroblastos grosseiros de k-feldspato, em geral microclina. Foliação de incipiente

a bem desenvolvida. Presença local de porções migmáticas heterogêneas da

Unidade Santo Eduardo, não mapeáveis à escala. Contatos transicionais para as

Unidades Santo Eduardo, São Fidélis e Gnaisse Facoidal.

6) Formação Caceribu – Cemitério de Magé:

Areias feldspáticas grosseiras, estratificadas, selecionadas, arenitos grosseiros com

matriz caulinítica, conglomerados ortoquartzíticos e blocos e seixos de petrografia

variegada.

Unidade Serra dos Órgãos - plutonito foliado, primorogênico, de composição

granítica a granodiorítica, médio a grosseiro com biotita-anfibólio (granada). Zona

com marcante estrutura cataclástica e feldspatização irregular a incipiente é

assinalada; presença restrita de enclaves xenolíticos migmáticos e diques máficos

anfibolitizados.

7) Unidade Rio Negro – Cemitérios de Nova Iguaçu, Belford Roxo e Rio de Janeiro:

Migmatitos variegados com paleossoma de biotita gnaisse, anfibólio gnaisse e

leptinito e neossoma de rocha granitóide fina a média com moscovita,

esporadicamente pegmatóide. Estrutura estromática dominante com domínios

homogêneos leuco a mesocrático não mapeáveis a escala, com estrutura

nebulítica Schollen.

8) Unidade Catalunha – Cemitério de Mesquita:

Migmatitos metatexíticos heterogêneos, caracteristicamente com silimanita e

granada - sill - granada - biotita - (cordierita) - (K-feldspato) - plagioclásio - quartzo

gnaisses (gnaisses kinzigíticos), coloração cinza arroxeada a amarelada, bem

foliados, ou mesmo laminados, granulação fina a média, equigranulares a

porfiroblásticos. Estrutura migmática tipicamente estromática, com faixas

Page 99: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

85

leucossomáticas leptiníticas, presença de lentes de rocha calcissilicatada. Também

estruturas miloníticas a blastomiloníticas. Incluem corpos de mármore dolomítico

(diopsídio mármore, forsterita mármore etc), geralmente sob a forma de lentes

alongadas. Contato transicional para migmatitos da Unidade São Fidélis.

9) Unidade Serra dos Órgãos – Cemitérios de São João de Meriti e Duque de Caxias

(Xerém):

Plutonito foliado, primorogênico, de composição granítica a granodiorítica, médio a

grosseiro com biotita-anfibólio (granada). Zona com marcante estrutura cataclástica

e feldspatização irregular a incipiente é assinalada; presença restrita de enclaves

xenolíticos migmáticos e diques máficos anfibolitizados.

Sedimentos Fluviais-depósitos de planície de inundação, canais fluviais, leques

aluviais e tálus. Como parte destes sedimentos destacam-se a Formação Macacu e

a Formação Caceribu.

Nota-se contudo, que alguns cemitérios estão instalados em áreas cujas unidades

acima citadas fazem interface com uma ou mais unidades geológicas, constituindo

assim unidades heterogêneas. Estes casos específicos são descritos no diagnóstico

de cada cemitério, apresentado na seção 4.3.

4.2.3 Geomorfologia (PDRH-BG, 2005b)

As unidades geomorfológicas foram identificadas a partir da localização

georreferenciada de cada cemitério no Mapa Geomorfológico (Ver Figura 4.2, Fonte:

PDRH-BG, 2005b) em escala 1:100.000. Desta forma caracterizam-se quatro tipos de

unidades nestas áreas, cujas descrições em nível regional são apresentadas a seguir:

1) Colinas – Cemitérios de Belford Roxo, Duque de Caxias (Xerém), Nilópolis, São

Gonçalo, São João de Meriti e Rio Bonito:

Em maior ou menor grau de dissecação, fazem transição entre terrenos planos

continentais e costeiros. Esta unidade é composta por relevos residuais de rochas

cristalinas, que em geral apresentam-se cobertos por gramíneas. Prevalecem

declividades inferiores a 20%. O substrato do compartimento de colinas e morrotes é

geralmente gnáissico e migmatítico, eventualmente granítico. Consistem de formas de

Page 100: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

86

relevo residuais, com vertentes convexas e topos arredondados ou alongados, com

coberturas de colúvios recentes, remanescentes do afogamento generalizado do

relevo produzido pela sedimentação flúvio-marinha que caracteriza a baixada

litorânea. A densidade de drenagem é muito baixa.

2) Planície Aluvio-Colúvio – Cemitérios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim,

Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e Tanguá:

Terrenos localizados ao longo das drenagens, nos trechos com declividades

menores que 10%. São pouco significativos nos vales encaixados, mas constituem

extensas áreas nas baixadas. Os aluviões são pacotes sedimentares com matéria

orgânica e textura que varia de argilosa a arenosa, eventualmente com cascalheiras,

constituídos predominantemente por solos hidromórficos, glei húmicos e pouco

húmicos. Existe a possibilidade de ocorrência de turfeiras, já que o nível d'água é

aflorante ou próximo da superfície.

3) Planície Flúvio-Marinha – Cemitério de Magé:

Constituída por terrenos baixos e planos, com nível d'água aflorante, associado

à inundação por variação das marés e/ou extravasamento da área do canal fluvial em

eventos de cheias. Formam grandes planícies sedimentares predominantemente

argilosas, com intercalações de areias, estas normalmente finas. Esta feição

apresenta alto teor de matéria orgânica e restos de conchas e vegetais. A planície

flúvio-marinha possui uma vegetação típica de manguezal, composta por três espécies

principais, adaptadas ao substrato periodicamente inundado, à salinidade e baixa

oxigenação dos solos.

4) Tabuleiros – Cemitério de Itaboraí:

Consiste de um sistema de relevo de degradação atuante sobre depósitos

sedimentares. As formas de relevo são suavemente dissecadas, com extensas

superfícies de gradiente extremamente suave ou formando colinas tabulares com

topos planos e alongados, com vertentes retilíneas e vales encaixados em forma de U,

resultantes da dissecação fluvial recente. São áreas bem drenadas com densidade

muito baixa e padrão paralelo.

Page 101: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

87

4.2.4 Solos

A cobertura superficial de cada local foi identificada a partir dos perfis de sondagens

geológicas (Ver Anexo 5). Estas características são fornecidas no diagnóstico de cada

cemitério na Seção 4.3.

4.2.5 Recursos Hídricos Superficiais

As principais bacias hidrográficas que contribuem diretamente à Baía de Guanabara e

drenam os municípios onde se inserem os cemitérios estudados, podem ser

visualizadas nas Figuras 4.1 a 4.3, as quais incluem:

Bacia do Rio Caceribu (área de drenagem – 822,4 km2): municípios de Rio Bonito

e Tanguá.

Bacia do Rio Estrela (área de drenagem – 349,9 km2): município de Magé (Mauá).

Bacia do Rio Guapi-Macacu (área de drenagem – 1250,8 km2): municípios de

Guapimirim e Cachoeiras de Macacu

Bacia do Rio Guaxindiba (área de drenagem – 142,7 km2): municípios de Niterói e

Itaboraí.

Bacia do Rio Iguaçu (área de drenagem – 699,4 km2) - Belford Roxo, Mesquita,

Nova Iguaçu e Duque de Caxias (Xerém).

Bacia do Rio Imboaçu (área de drenagem – 29,1 km2): município de São Gonçalo

Bacia do Rio S.João de Meriti (área de drenagem – 167,1 km2): municípios de

Nilópolis , São João de Meriti e Rio de Janeiro.

4.2.6 Recursos Hídricos Subterrâneos na RHBG (PDRH-BG, 2005b)

A área da RHBG, em sua maioria, é composta por terrenos cristalinos,

recobertos por diversos tipos de coberturas inconsolidadas, como colúvios, solos

residuais e depósitos sedimentares aluvionares e marinhos.

Page 102: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

88

O tipo de aqüífero predominante é o cristalino fraturado, que apresenta

potencialidade hidrogeológica variável, condicionada pela geologia, pelo gradiente de

declividade do terreno e pelo grau de fraturamento local.

As coberturas, por sua vez, podem constituir, elas mesmas, sistemas aqüíferos

de importância localizada, como é o caso dos aluviões, sendo freqüentemente

utilizadas para abastecimento doméstico, através de poços escavados (cacimbas) e

ponteiras.

Ocorrem ainda, na região, algumas áreas sedimentares de idade quaternária,

pertencentes à formação Macacu, parcialmente recoberta por sedimentos mais

recentes, caso onde se insere o município de Itaboraí. Neste município existe uma

pequena bacia calcária, com área de 0,67 km2, que constitui um manancial de

importância local.

Dentre todas áreas onde se localizam os cemitérios estudados, a formação

Macacu constitui a de maior potencialidade hidrogeológica, de aluviões fluviais de

maior porte e onde rochas cristalinas fraturadas se encontram sotopostas a uma

cobertura inconsolidada espessa e permeável (PDRH-BG , 2005b).

Características dos Aqüíferos nas Áreas Estudadas

Conforme caracterizado no PDRH-BG (2005b), a RHBG compreende dois

grandes sistemas aqüíferos principais, de acordo com a sua formação geológica: o

aqüífero poroso e o aqüífero fissural. A partir de critérios hidrogeológicos estes dois

sistemas foram subdivididos em cinco grupos, sendo três porosos, denominados

Aluviões Arenosos; Aqüífero Macacu e Sedimentos Flúvio-Marinhos; e dois fissurais,

identificados como Cristalino com Favorabilidade Moderada e Cristalino com

Favorabilidade Muito Baixa.

A identificação dos aqüíferos correspondentes às áreas estudadas foi feita a

partir da localização das coordenadas de cada cemitério no Mapa Aqüíferos (Ver

Figura 4.3, Fonte: PDRH-BG, 2005b). Verificam-se nestas áreas a predominância do

aqüífero fissural Cristalino com Favorabilidade Moderada, e a presença dos três

aqüíferos porosos.

Page 103: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

89

O aqüífero Cristalino com Favorabilidade Moderada engloba todos os

cemitérios localizados na porção sudoeste da baía - municípios de Belford Roxo,

Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, S. João de Meriti e Rio de Janeiro; na parte central –

Magé; à noroeste - Duque de Caxias; à nordeste - Cachoeiras de Macacu; à sudeste -

Niterói, São Gonçalo e Rio Bonito.

O aqüífero Sedimentos Flúvio-marinhos inclui-se ainda em Magé e os aqüíferos

Aluviões Arenosos em Cachoeiras de Macacu, além de Guapimirim e Tanguá. O

aqüífero Macacu está sobre a área de Itaboraí.

1) Cristalino com Favorabilidade Moderada (PDRH-BG, 2005b)

Esta unidade corresponde à grande área dos domínios geomorfológicos das

colinas isoladas e domínio suave colinoso, que correspondem a pequenas elevações e

morrotes sustentados por rochas cristalinas capeadas e/ou circundadas por depósitos

coluvionares, apresentando gradiente de declividade inferior a 45 graus.

Corresponde a áreas de média a boa potencialidade aqüífera, principalmente

quando ocorrem concentrações de fraturas na rocha, pois o relevo menos íngreme

permite o desenvolvimento de espessas coberturas de solo residual/colúvio, com

composição mista de areia, silte e argila, apresentando uma boa permeabilidade. Essa

permeabilidade é responsável pela recarga do aqüífero fissural cristalino subjacente

nas áreas de baixada, além de permitir a captação de água em poços tipo cacimba,

para uso doméstico, em grande número de moradias da região.

Nesta unidade, também é encontrado um grande número de nascentes nas

vertentes e nos sopés das colinas, decorrentes do contato dos solos permeáveis com

o maciço rochoso.

2) Sedimentos Flúvio-Marinho (PDRH-BG, 2005b)

Esta unidade localiza-se em região costeira, sendo formada por sedimentos

argilosos, ricos em matéria orgânica, restritos a ambientes de manguezais e de

lagunas.

Page 104: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

90

Possuem águas salgadas a salobras, com altos teores de ferro e cloretos de

má qualidade, e permeabilidade baixíssima, não sendo adequados para utilização

como fonte de água subterrânea.

Alguns depósitos localizados na região costeira, mas com pequenas

ocorrências na parte leste da baía – Niterói e São Gonçalo, são compostos por areias,

razoavelmente selecionadas, com matriz síltica a argilosa e granulometria fina a

grossa. São sistemas livres, de pequena espessura e normalmente salinizados, com

aproveitamento restrito. As captações, normalmente, são feitas por poços rasos do

tipo cacimba ou ponteira, aproveitando os primeiros níveis de água, utilizados para

abastecimento doméstico.

3) Aluviões Arenosos (PDRH-BG, 2005b)

Esta unidade corresponde principalmente aos aluviões dos rios Macacu,

Guapiaçu e Iguaçu, além de outros de menor porte, e é constituída por depósitos em

forma de leques, que ocorrem nos trechos ainda com declividade significativa, no sopé

das escarpas, e por depósitos arenosos que se estendem pelas baixadas, ocupando

as planícies de inundação e as calhas dos rios.

Os depósitos no sopé das escarpas possuem composição predominante de

cascalho e areia média à grossa, devido ao regime de deposição de alta energia,

causado pela mudança abrupta de declividade das regiões serranas para a baixada.

Por sua localização e pela granulometria grossa dos sedimentos, facilitando a

infiltração da água para o subsolo, têm grande importância nos processos de recarga

dos aluviões, a jusante.

Em continuidade, esses depósitos aluvionares estendem-se por alguns

quilômetros pelas planícies de inundação com granulometria arenosa. À medida que

se afastam da serra, no entanto, com a perda de energia, tornam-se comuns as

intercalações de materiais mais finos (siltosos e argilosos), que acabam por

predominar.

A espessura destes aluviões é variável, podendo chegar a dezenas de metros.

A água é de boa qualidade (Sólidos Totais Dissolvidos - STD < 200 ppm) e levemente

ferruginosa.

Page 105: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

91

São comuns as captações do tipo cacimba e ponteira apenas na cobertura

sedimentar. Quando a espessura dos aluviões é grande, podem ser implantados

poços tubulares captando somente a água desses sedimentos.

4) Aqüífero Macacu (PDRH-BG, 2005b)

Esta unidade corresponde aos sedimentos terciários da formação Macacu e

Caceribu e aos solos resultantes da sua pedogênese (colúvios e solos residuais).

A formação é composta na sua parte superior por argilas arenosas, areias finas

e siltes, fortemente intercalados e, em profundidade, por intercalações dessas

camadas de granulometria mais fina com camadas arenosas e/ou conglomeráticas

sobrepostas ao embasamento cristalino, constituindo-se em um sistema aqüífero

semiconfinado.

A água é de boa qualidade, com STD < 200 ppm e teores de Fe entre 0,1 e

0,5 ppm.

Abastecimento de Água por Poços e Minas

Com base nos dados do IBGE, Censo – 2000 apresentado pelo Instituto Baía

de Guanabara (www.portalbaiadeguanabara.org.br), o abastecimento de água por

poço ou nascente (na propriedade) em Guapimirim, Itaboraí, Tanguá, Magé e Rio

Bonito é expressivamente maior do que nos demais municípios da região. Nesses

municípios o percentual de domicílios que utilizam poços ou nascentes (na

propriedade) em relação ao total que se abastecem também da água da rede pública

ou outra forma é de 48,91% em Guapimirim, 69,44% em Itaboraí, 72,78% em Tanguá,

47,66 em Magé e 47,9% em Rio Bonito.

Vulnerabilidade à Contaminação (PDRH-BG, 2005b)

Os sistemas aqüíferos correspondentes às coberturas inconsolidadas (colúvios,

solos residuais e depósitos sedimentares aluvionares) sobre rocha cristalina fraturada

que compõem a RHBG são livres, apresentam níveis freáticos pouco profundos e são,

portanto, bastante vulneráveis a uma contaminação de suas águas.

Page 106: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

92

As áreas cobertas por sedimentos arenosos e argilo-arenosos seriam as mais

frágeis, seguidas pela grande área cristalina coberta por colúvios e solos residuais,

que podem apresentar alta permeabilidade estando em contato hidráulico direto com o

cristalino fraturado.

As rochas fraturadas são sistemas muito difíceis de se monitorar e remediar, no

caso da ocorrência de contaminação, devido à grande complexidade do seu

comportamento hidrodinâmico.

A ocupação desordenada da região, principalmente por populações de baixa

renda, na maioria das vezes com o esgotamento sanitário através de fossas

construídas sem nenhuma técnica, o lançamento pelas indústrias de efluentes

químicos sobre terrenos permeáveis, conectados diretamente aos reservatórios de

água subterrânea, e a infiltração dos percolados de aterros de resíduos urbanos e

cemitérios são causas de contaminação destes aqüíferos.

O potencial de contaminação por salinização das águas subterrâneas na região

limita-se aos depósitos sedimentares arenosos de origem marinha situados na orla da

baía, todos eles de expressão insignificante, utilizados somente para captações de

volumes desprezíveis de água para abastecimento doméstico.

4.3 DIAGNÓSTICO DOS CEMITÉRIOS ESTUDADOS

Esta seção, inicialmente sumariza os componentes físicos específicos de cada

cemitério, que sejam mais relevantes no contexto de contaminação do solo e da água

subterrânea. Conforme apresentado na seção 4.2, todas as áreas apresentam

características climáticas comuns, quais sejam: temperatura média anual de 220C e

umidade relativa do ar com variações intermensais máximas de 8%. Os períodos de

primavera e verão, entre setembro e março, constituem os mais chuvosos.

Em seguida, caracteriza-se o cemitério, de acordo com o levantamento

efetuado para este estudo, junto às suas administrações. Neste intuito, conforme

explicado na introdução deste capítulo (seção 4.1), as características construtivas,

operacionais e de infra-estrutura dos cemitérios foram obtidas a partir do formulário

padrão (ver Anexo 2), criado para registro das informações coletadas.

Page 107: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

93

4.3.1 Cemitério Municipal de Belford Roxo

4.3.1.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Belford Roxo localiza-se à sudoeste da RHBG, numa região

cujos índices pluviométricos médios anuais são da ordem de 1200 mm.

Assenta-se sobre a Unidade Rio Negro, que faz interface com duas outras

unidades geológicas, Sedimentos Fluviais e Serra dos Órgãos, o que lhe confere

características geológicas heterogênea. Situa-se sobre um terreno colinoso com

declividade da ordem de 8%.

A principal bacia hidrográfica de drenagem do município, que contribui

diretamente para a Baía de Guanabara, é a Bacia do Rio Iguaçu, estando o cemitério

localizado entre dois dos seus principais afluentes, o Rio da Prata e o Rio da Bota.

Este último, encontra-se bastante assoreado, e durante o verão, período mais

chuvoso, verifica-se a ocorrência de cheias em algumas áreas situadas nas suas

proximidades. Contudo, a área do cemitério não chega a ser afetada.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.1.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério Municipal de Belford Roxo localiza-se na Rua Virgínia Bicchieri,

s/n.º, no bairro Solidão (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 1).

Este cemitério encontra-se há 43 anos em operação, desde maio de 1963

quando iniciou suas atividades. A administração do cemitério era de responsabilidade

do Município de Nova Iguaçu até a emancipação de Belford Roxo, ocorrida em 1993.

Atualmente emprega quatro funcionários na administração e treze nos serviços

funerários. Em 2004 foram realizados 1.396 sepultamentos, numa média de 116

sepultamentos/mês.

Ocupa uma área total de 12.000 m2 e construções típicas de cemitérios

horizontais que incluem: covas rasas, carneiros revestidos de alvenaria (sendo estes

Page 108: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

94

de 1, 2 ou 3 espaços dependendo do tipo de construção) e gavetas verticais com três

espaços por unidade construída. O período mínimo de exumação atende a legislação

brasileira, sendo de três anos para adultos e dois anos para crianças, abaixo de 6

(seis) anos.

O cemitério de Belford Roxo possui ossuário coletivo, constituído de uma cova

onde são armazenados os restos mortais (ossos) não solicitados pelos seus

responsáveis após o prazo legal para exumação. Outros materiais (não humanos),

após a exumação são reservados nos fundos do cemitério e retirados pelo menos uma

vez a cada quinze dias pela Coordenadoria de Limpeza Urbana do município e

destinados a aterros sanitários.

As estruturas de sepulturas de subsuperfície de alvenaria do cemitério podem

conter no máximo três urnas por estrutura e atingir até 1,60 m de profundidade.

O recobrimento das sepulturas normalmente é em concreto em forma de

tampão, para sepulturas tipo carneiro, e aterro, para sepulturas não revestidas.

Observa o administrador que o odor fétido ocorre principalmente nas

construções verticais (gavetas), segundo o qual, decorre da construção inadequada, já

que a inclinação da estruturas favorece o escoamento do líquido da decomposição

para a face anterior das gavetas, causando o extravasamento deste produto residual

para fora dos tampões de concreto, especialmente quando esses não são

corretamente selados. Esta situação pode ser observada em alguns casos pela

“mancha” residual que escorre pelas paredes destas construções, tornando ineficiente

o sistema de drenagem existente nas estruturas.

O entorno do cemitério é urbanizado, sendo ocupado por residências e favelas.

Segundo observações do administrador, o cemitério não é totalmente cercado por

muro, especialmente em sua face lateral direita, facilitando a invasão do terreno por

construções erguidas irregularmente. Mesmo na existência do muro, muitas

construções o utilizam como paredes não respeitando um afastamento mínimo.

Neste cemitério não ocorre sepultamento de indigentes. Todos os cadáveres

são identificados.

Page 109: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

95

As condições de abastecimento d’água, drenagem e de saneamento básico do

cemitério são adequadas em parte, já que é abastecido por água fornecida e tratada

pela CEDAE (consumo médio de 60 m3/mês), possui sistema de drenagem pluvial e

nas sepulturas. O entorno é provido de sistema de coleta de esgoto para onde é

destinado também o esgoto do cemitério. O lixo funerário é coletado

independentemente do lixo comum pela empresa SERVFLU, em parceria com a

Coordenadoria de Limpeza Urbana do município. Ressalta-se, no entanto, que o

sistema de canalização do líquido coliquativo das sepulturas verticais (gavetas) deve

estar parcialmente inoperante, devido ao problema já apontado pela administração

nestas construções. As exumações são realizadas com equipamentos de proteção

(uniforme, luvas e botas).

Conforme informação obtida do administrador do cemitério, foi observado no

ano de 2005 que algumas exumações (aproximadamente seis corpos) realizadas em

covas não revestidas por alvenaria na quadra “B” (Ver Anexo 3, Figura 1 - imagem

satélite), apresentaram cadáveres com suas partes moles não decompostas na sua

totalidade. A análise prévia dos locais naquela ocasião, sem emprego de material

técnico-científico para dar maior autenticidade ao fato, identificou a presença de um

solo argiloso e água (pluvial) estagnada. A conservação dos corpos foi atribuída a esta

condição e estes aparentavam estado de saponificação (gordura não degradada com

aspecto de cera – adipocera).

4.3.2 Cemitério Municipal de Cachoeiras de Macacu

4.3.2.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Cachoeiras de Macacu localiza-se à nordeste da RHBG, numa

região onde se registram índices pluviométricos médios anuais de 1700 mm.

A geologia característica da área é a Unidade Santo Eduardo com interface à

formação Sedimentos Fluviais. O cemitério está assentado no alto de uma colina de

grande declividade (da ordem de 38%), porém seu entorno possui declividades

inferiores a 10%.

A bacia do rio Guapi-Macacu constitui a principal área hidrográfica de

drenagem do município, que contribui diretamente para a Baía de Guanabara. Nessa

Page 110: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

96

rede de drenagem, próximo ao cemitério, corre o Rio Branco. Não foram identificadas

áreas de inundação nas proximidades do cemitério.

O cemitério situa-se na interseção de dois sistemas aqüíferos: Cristalino de

Favorabilidade Moderada e Aqüíferos Aluviões Arenosos, ambos de boa

potencialidade aqüífera.

4.3.2.2 - Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério Municipal do 2º Distrito de Cachoeiras de Macacu localiza-se na

Rua Agostinho P.Moura s/nº (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 2). Observa-se que não foi possível obter uma imagem

satélite com boa resolução para identificação da área deste cemitério, tendo sido

mantida no trabalho apenas para dar uma visão superficial da ocupação da região.

Este cemitério é administrado pela empresa EMDHOSP, subordinada diretamente à

Prefeitura.

Encontra-se em operação há 55 anos, desde janeiro de 1951 quando iniciou

suas atividades. Atualmente emprega um funcionário na administração e dois nos

serviços funerários. Até 2004 foram registrados 8.446 sepultamentos, numa média de

13 sepultamentos/mês.

As sepulturas são constituídas por covas não revestidas recobertas com aterro

e gavetas/prateleiras verticais. As exumações são realizadas após três anos, tanto

para adultos como para crianças. Durante os procedimentos são utilizados

equipamentos de proteção (uniforme, luvas e bota).

O cemitério possui ossuário coletivo e os resíduos não humanos, após a

exumação são reservados para destino a aterros sanitários.

Situa-se no alto de uma colina e do mesmo lado esquerdo da estrada que

segue em direção a Cachoeiras de Macacu / Nova Friburgo. Ocupa uma área total de

15.130 m2. Toda área ao redor do cemitério no sopé da colina é urbanizada e ocupada

por residências. O abastecimento d’água público é deficitário, sendo suprido em geral

por poços escavados pela comunidade.

Page 111: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

97

Dada à sua localização em alto de morro, há uma espessa camada de solo

para onde flui o percolado antes que atinja a parte baixa.

4.3.3 Cemitério Municipal de Duque de Caxias

4.3.3.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Duque de Caxias localiza-se à noroeste da RHBG, numa região

onde se registram índices pluviométricos médios anuais de 2100 mm.

Situa-se sobre a unidade geológica Serra dos Órgãos, em terreno colinoso de

grande declividade (de 10% a 38%), porém seu entorno é dominado por áreas menos

montanhosas.

O município é drenado pela bacia do rio Iguaçu. O rio Capivari é um dos seus

afluentes, mais próximo ao local do cemitério. De acordo com dados do PDRH-BG

(2004), em períodos chuvosos não se identifica nenhuma área de inundação nas

proximidades do cemitério.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.3.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério Municipal de Duque de Caxias localiza-se em Xerém, na Estrada

do Rio D´Ouro nº 3035, km 51 (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 3). É administrado pela Funerária Duque de Caxias,

subordinado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Este cemitério encontra-se em operação há aproximadamente 45 anos e

atualmente emprega dois funcionários na administração e três nos serviços funerários.

Foi estimada pela administração uma média de 30 sepultamentos mensais.

Os sepultamentos por inumação, em geral, são realizados em covas não

revestidas lateralmente, possuindo ainda estruturas de subsuperficie até 1,80 m de

profundidade que podem conter até três urnas. A cobertura das estruturas é em

concreto. Os sepultamentos por tumulação ocorrem em urnas sobre prateleiras de

Page 112: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

98

alvenaria acima do solo. Há vários anos não ocorrem sepultamentos de indigentes

nesse cemitério.

As exumações ocorrem após três anos, tanto para adultos como para crianças.

Os ossos exumados são depositados em cova coletiva e os resíduos não humanos

são incinerados no próprio cemitério. As exumações são realizadas com

equipamentos de proteção (uniforme, luvas e botas).

O cemitério situa-se sobre um talude, sendo a vertente de entrada voltada para

a rodovia e os muros das outras áreas laterais e de fundo fazem divisa com as

residências e lojas comerciais sem manter distância destas.

Não há sistema de drenagem pluvial ou qualquer tipo de drenagem nas

sepulturas. O esgoto das casas do entorno é lançado num valão situado nas

proximidades.

Existe na área abastecimento de água da rede pública, porém há também

utilização de água captada de poços.

Na residência onde foi instalado um poço de monitoramento do PDRH-BG há

um poço tubular em uso, de 13 m de profundidade, que se localiza na frente da casa.

Segundo o morador, resultados de análises realizadas há seis anos indicaram que a

água era própria para consumo.

4.3.4 Cemitério de Guapimirim

4.3.4.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Guapimirim localiza-se à nordeste da RHBG, numa região onde

se registram índices pluviométricos médios anuais de 2500 mm.

A unidade geológica local é constituída por Sedimentos Fluviais estando na

interface com a Unidade Rio Negro. O cemitério situa-se sobre um terreno quase

plano (declividades inferiores a 2%).

A bacia do rio Guapi-Macacu constitui a principal bacia hidrográfica de

drenagem do município, que contribui diretamente à Baía de Guanabara. O rio do

Page 113: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

99

Bananal situado nessa rede de drenagem encontra-se nas proximidades do cemitério.

De acordo com os dados do PDRH-BG (2004), o bairro onde está localizado o

cemitério não é uma área sujeita a inundações em períodos chuvosos.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.4.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério localiza-se na Estrada do Bananal s/n, no bairro Jardim Santana,

em Parada Modelo (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 4). É administrado pela Secretaria Municipal de Obras.

O início de sua operação remonta à época dos escravos. A última reforma data

do início do século passado.

Encontra-se assentado sobre uma área plana. A distribuição das sepulturas é

aleatória, já que não existem quadras demarcadas, tornando muito confuso o acesso,

especialmente na entrada do cemitério. As sepulturas são do tipo cova rasa e de

estruturas de concreto e alvenaria.

O entorno do cemitério é pouco habitado, porém existem algumas construções

próximas ao muro cujas condições de saneamento não foram obtidas para o presente

trabalho. Também não foi possível obter informações mais detalhadas sobre a

operação do cemitério.

4.3.5 Cemitério Municipal de Itaboraí

4.3.5.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Itaboraí localiza-se à sudeste da RHBG, numa região com

índices pluviométricos médios anuais de 1200 mm.

A unidade geológica da área é denominada Formação Macacu. O cemitério

está assentado em terreno de suave declividade, numa área com relevos de

degradação atuante sobre depósitos sedimentares, que caracterizam formações

denominadas Tabuleiros.

Page 114: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

100

A bacia do rio Guaxindiba constitui a principal área hidrográfica de drenagem

do município que contribui diretamente para a Baía de Guanabara. Nessa bacia,

próximo ao cemitério, encontra-se o rio Vargem. De acordo com dados do PDRH-BG

(2004), o bairro onde está localizado o cemitério não constitui área sujeita a

inundações em períodos chuvosos.

O cemitério situa-se sobre o sistema Aqüífero Macacu, cujas águas são de boa

qualidade para consumo humano.

4.3.5.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério S. João Batista localiza-se na Rua S.Salvador de Mendonça s/n,

no Distrito de Cabuçu (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 5). É administrado pela Funerária Municipal, subordinada

diretamente à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

É um cemitério tradicional com sepulturas que datam da época dos escravos.

Ocupa uma área aproximada de 10.000 m2. Atualmente trabalham 17 pessoas na

administração e 6 nos serviços funerários. De acordo com informação da

administração ocorrem em média 120 sepultamentos/mês.

As sepulturas são constituídas por estruturas de alvenaria de subsuperfície,

podendo conter de duas a três urnas até a profundidade de 1,8 m, além de estruturas

de gavetas/prateleiras construídas acima do solo. O recobrimento é feito com tampões

de concreto e normalmente não há utilização de cal. Não há covas rasas.

As exumações de adultos e crianças são realizadas após três anos, sendo os

ossos depositados em ossuário coletivo e os resíduos não humanos queimados no

próprio cemitério. As exumações são realizadas com equipamentos de proteção

(uniforme, luvas e botas).

Há registros de corpos que se encontravam conservados ao serem exumados.

Estes casos foram observados em algumas gavetas situadas próximas ao solo.

O cemitério possui um sistema de coleta de águas pluviais e de esgoto que são

direcionados à rede pública de coleta. O abastecimento d’água é da rede pública.

Page 115: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

101

O entorno é ocupado por residências populares e por um batalhão de policia

militar e de defesa civil situado nas proximidades, estando as construções muito

próximas aos muros laterais do cemitério. À direita da entrada na parte baixa do

cemitério houve uma invasão de moradores, havendo previsão da prefeitura pela sua

retirada do local. Também na parte alta do cemitério habitam cerca de sete famílias.

Nesses dois locais as moradias são precárias e não possuem um sistema adequado

de lançamento e coleta do esgoto.

4.3.6 Cemitério Municipal de Magé

4.3.6.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Magé, no distrito de Pacobaíba, situa-se na área central da

RHBG, numa região com índices pluviométricos médios anuais de 1500 mm.

Assenta-se sobre a unidade geológica Formação Caceribu, com interface a

duas outras unidades: Sedimentos Marinhos e Serra dos Órgãos. A parte antiga do

cemitério situa-se em vertente de colina, porém a área mais recentemente operada e

que foi objeto das investigações situa-se no sopé da colina.

A área localiza-se entre as bacias do rio Estrela e do rio Suruí, ambas

desaguando na Baía de Guanabara. Mais próximos ao cemitério encontram-se o

Valão Ipiranga e o Valão das Mulatas, que também deságuam na baía. De acordo com

dados do PDRH-BG (2004), o município possui diversas áreas sujeitas a inundações,

porém o bairro onde está localizado o cemitério não está incluído. Contudo, conforme

informação obtida da administradora do cemitério, em períodos de chuvas muito

intensas, outrora ocorreram alagamentos na área nova (onde as investigações foram

realizadas) no lado situado próximo ao muro à esquerda da entrada dos fundos.

Atualmente, este fato ainda ocorre, porém com menos intensidade.

O cemitério em foco encontra-se sobre o sistema aqüífero Cristalino com

Favorabilidade Moderada, cuja composição mista de areia, silte e argila em espessas

camadas de solo residual sobre relevo pouco íngreme, caracteriza-o como área de

média a boa potencialidade aqüífera. Isto pode ser verificado pela quantidade de

poços tubulares rasos explorados nas imediações do cemitério e que constituem a

fonte de abastecimento d´água das residências populares do local.

Page 116: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

102

4.3.6.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O cemitério de N. Sra. da Guia localiza-se no distrito de Guia de Pacobaíba,

distrito de Mauá, município de Magé (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 6).

Trata-se de um cemitério tradicional muito antigo, administrado pela Secretaria

Municipal de Magé. Localiza-se em área de talude, e teve suas atividades iniciadas a

mais de 100 anos, tendo sido anexada a pouco mais de cinco anos uma nova área em

terreno plano de aproximadamente 7.000 m2, localizada nos fundos do cemitério,

sendo esta área objeto das investigações.

Trabalham na administração apenas um funcionário e dois nos serviços

funerários. O número de sepultamentos por mês é bastante oscilante, tendo sido

informado pela administração uma média de 20.

A área investigada possui covas revestidas lateralmente para jazigos perpétuos

ou não revestidas (do tipo cova rasa), para sepultamentos por inumação. O

recobrimento das sepulturas com cal é uma prática tradicional e utilizada por vezes

neste cemitério. Jazigos perpétuos são construídos em estruturas de subsuperfície de

concreto e alvenaria, recobertas com concreto e podem receber até três urnas, sendo

duas acima do nível do solo e uma abaixo deste, atingindo até 1,30 m de

profundidade.

O entorno do cemitério é ocupado por algumas residências, que mantém uma

certa distância do muro e são abastecidas em sua maioria por poços tubulares rasos.

Este aspecto deve ser ressaltado, pois se identificaram pelo menos cinco poços em

funcionamento e um em construção, localizados a menos de 5 m do muro dos fundos

do cemitério, onde as investigações foram realizadas. Esses poços abastecem as

moradias situadas a menos de 15 m desse muro. A distribuição nas casas é feita por

uma rede de tubulação conectada a uma bomba situada logo atrás do muro, que

funciona ininterruptamente. De acordo com informações obtidas de funcionários e

moradores locais que consomem a água, ela é cristalina e inodora.

A área estudada é recoberta por gramíneas. Não possui sistema de drenagem

e em períodos chuvosos ocorrem alagamentos em parte dessa área, conforme

Page 117: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

103

explicado no item anterior. Também não há sistema público de coleta de esgoto,

sendo o esgoto destinado a fossas sépticas.

As exumações são realizadas com uniforme e botas de PVC. Após as

exumações os ossos são armazenados ao longo do muro lateral e o lixo funerário não

é separado do lixo comum. Quando não recolhidos pelo sistema público de coleta de

lixo, os restos funerários são queimados numa área localizada nos fundos da área

estudada. Durante os trabalhos de campo não foi sentido odor fétido no local.

Na área investigada a maioria das covas atinge, no máximo 90 cm de

profundidade, e são recobertas com aterro sem utilização de cal.

4.3.7 Cemitério Municipal de Mesquita

4.3.7.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Mesquita localiza-se à sudoeste da RHBG, onde se registram

índices pluviométricos médios anuais de 1200 mm.

Assenta-se sobre a unidade geológica Catalunha, porém encontra-se na

interface com a unidade Cassorotiba, constituindo assim uma unidade geológica

heterogênea. O cemitério situa-se num terreno colinoso com declividades inferiores a

10%.

O município de Mesquita está inserido na bacia de drenagem do rio Iguaçu,

sendo a área do cemitério abrangida pela região hidrográfica do Rio Dona Eugenia e

do Rio da Prata. De acordo com dados do PDRH-BG (2004), o bairro onde está

localizado o cemitério não constitui uma área sujeita a inundações em períodos

chuvosos.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.7.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério Nossa Senhora das Graças localiza-se na Av. Governador Celso

Peçanha nº 586, na antiga Rua Alice, no município de Mesquita (Ver Anexo 3 –

Page 118: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

104

Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 7). Está assentado em

uma colina, próxima à Via Light. Sua expansão vem ocorrendo para as partes mais

baixas do relevo em direção a leste, onde as investigações foram concentradas.

O cemitério é administrado pela Concessionária São Salvador, que informou

ainda responder diretamente à Divisão de Cemitérios de Nova Iguaçu. Ocupa uma

área de 48.000 m2 e teve suas operações iniciadas em 1956. Possui atualmente 2

(dois) empregados trabalhando na administração e 10 (dez) na operação dos serviços

funerários.

De acordo com as informações obtidas pela administração, o cemitério é

bastante movimentado, sendo registrados cerca de 120 a 150 sepultamentos por mês.

Em sepultamentos por inumação as urnas são depositadas diretamente no

solo, sem revestimento lateral nas covas e recobertas com aterro. Jazigos perpétuos

são constituídos por estruturas de alvenaria de subsuperfície e podem conter de duas

a três urnas até a profundidade de 1,8 m. Há ainda estruturas de gavetas/prateleiras

construídas acima do solo. O recobrimento das sepulturas é feito com tampões de

concreto e normalmente não há utilização de cal.

As exumações de adultos e crianças são realizadas após três anos, sendo os

ossos ensacados, identificados e recolocados na sepultura. Os resíduos não humanos

são incinerados no próprio terreno. As exumações são realizadas com equipamentos

de proteção (uniforme, luvas e botas).

Nesse cemitério não ocorre sepultamento de indigentes. Todos os cadáveres

são identificados.

Foi informado que, na parte mais baixa do cemitério, já ocorreram casos de

corpos se encontrarem em estado conservativo durante as exumações.

O cemitério não possui canaletas de drenagem de águas pluviais na área

investigada. A coleta de esgotos é direcionada à rede pública. O abastecimento

d´água do cemitério provém da rede pública, bem como do entorno. Moradores locais

informaram não utilizar água de poço para consumo.

Page 119: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

105

A área do entorno do cemitério é urbanizada com residências situadas muito

próximas ao muro, à exceção da face esquerda da entrada, paralela à via Light. A

vertente de fundos do cemitério constitui uma área mais recentemente operada, onde

as investigações foram concentradas. Nessa vertente, portanto, a face voltada para a

via Light não é habitada.

4.3.8 Cemitério Municipal de Nilópolis

4.3.8.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Nilópolis situa-se a sudoeste da RHBG, com índices

pluviométricos médios anuais de 1200 mm.

A unidade Sedimentos Fluviais-Aluviais no local faz interface com as unidades

Catalunha e Cassorotiba. O cemitério situa-se na vertente de um talude com

declividades inferiores a 10%.

A bacia hidrográfica do rio São João de Meriti abrange este município e

desagua na Baía de Guanabara. Próximo ao cemitério corre o rio da Pavuna que se

encontra mais a jusante daquele rio. De acordo com os dados do PDRH-BG (2004), o

bairro onde está localizado o cemitério não constitui uma área sujeita a inundações em

períodos chuvosos.

O cemitério em foco encontra-se na interface do sistema aqüífero Cristalino

com Favorabilidade Moderada com o sistema aqüífero de Sedimentos Flúvio-

Marinhos. As características arenosas encontradas no local confirmam a

potencialidade aqüífera destes sistemas. Contudo a qualidade da água deve ser

averiguada tendo em vista que, em sistema aqüífero de Sedimentos Flúvio-Marinhos,

a água é mais salinizada e de aproveitamento restrito.

4.3.8.2 - Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério Municipal de Nilópolis localiza-se na Rua Deputado Andrade de

Filgueira, s/n°, no bairro de Olinda, no município de Nilópolis, próximo a Mesquita (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 8). É

administrado diretamente pela Secretaria Municipal de Fazenda e ocupa uma área

aproximada de 14.000 m2.

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106

É um cemitério antigo, de mais de 70 anos, do tipo tradicional, que teve sua

área ampliada a partir de 1951. Em 2004 registraram-se 1458 sepultamentos. Nos

últimos meses, conforme informado pelo administrador, tem ocorrido um número baixo

e bastante variável de sepultamentos mensais, sendo o máximo registrado da ordem

de 10 por mês.

Na administração trabalham somente dois empregados e apenas um nos

serviços funerários.

Possui estruturas de alvenaria em subsuperfície com profundidade aproximada

de 1,50 m, podendo abrigar até três urnas. As sepulturas são cobertas com concreto e

cal.

As exumações são realizadas com uniforme e botas de PVC. Não há uma área

ou estrutura de ossuário, após as exumações os ossos permanecem na própria cova.

O período de exumação informado, de três anos para adulto e dois para crianças,

atende a legislação.

Não houve casos de corpos exumados em estado conservativo segundo a

administração.

O lixo comum do cemitério é recolhido pela rede pública. Não há recolhimento

do lixo funerário, que é acumulado e queimado a cada seis meses. Durante os

trabalhos de campo não foi sentido odor fétido no local.

A ocupação da área do entorno é residencial urbana, com residências situadas

muito próximas ao muro. A maior parte da área do cemitério não é cimentada. A

drenagem pluvial da área é feita por um sistema de calhas que se conectam com as

calhas do corredor principal e é encaminhada à rede pública. Por situar-se em área de

talude, não ocorrem áreas encharcadas. O esgoto é destinado à rede pública.

4.3.9 Cemitério Municipal de Niterói

4.3.9.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Niterói localiza-se à sudeste da RHBG, numa região onde se

registram índices pluviométricos médios anuais de 1100 mm.

Page 121: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

107

Assenta-se sobre a unidade geológica Rio Negro com interface à unidade

Sedimentos Fluviais. O cemitério localiza-se em terreno colinoso, porém a maior parte

da área situa-se em terreno quase plano (declividades inferiores a 2%).

A bacia hidrográfica do rio Guaxindiba constitui a principal área hidrográfica de

drenagem do município que contribui diretamente para a Baía de Guanabara. O rio

Bomba é um dos seus afluentes e localiza-se nas proximidades do cemitério. De

acordo com dados do PDRH-BG (2004), próximo a esse rio ocorrem áreas sujeitas a

inundações, em períodos chuvosos.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.9.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério Municipal de Maruí localiza-se na Rua General Castrioto, 409, no

bairro Barreto, em Niterói (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 9).

Este cemitério tradicional e centenário iniciou suas operações em 1856.

Atualmente emprega 6 (seis) funcionários na administração e 30 (trinta) nos serviços

funerários. Em 2005 foram realizados 2.700 sepultamentos, numa média de 225

sepultamentos/mês.

As sepulturas são constituídas por carneiros revestidos de alvenaria e

gavetas/prateleiras construídas acima do solo. Na parte alta do cemitério as sepulturas

são do tipo cova rasa (sem revestimento lateral). As estruturas de sepulturas de

subsuperfície de alvenaria do cemitério podem conter mais de uma urna, por estrutura,

e atingir até 1,50 m de profundidade. O período mínimo de exumação atende a

legislação brasileira, sendo de três anos para adultos e de dois anos para crianças.

O cemitério de Maruí possuía um ossuário coletivo, para disposição dos ossos

exumados, cuja precariedade da estrutura de alvenaria/concreto impossibilitou a

continuidade do seu uso, sendo recentemente substituída por uma nova estrutura

fechada, contendo na face superior uma abertura com tampa de concreto. O acesso

ao depósito (prédio) é feito por uma escada externa.

Page 122: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

108

Resíduos de caixões, roupas etc; após a exumação são depositados em

caçambas e recolhidos eventualmente por empresa de coleta. Foi informado pela

administração que não é comum, mas já ocorreram casos de corpos saponificados.

O recobrimento das sepulturas normalmente é do tipo aterro. O odor fétido,

segundo a administração, normalmente ocorre ao redor da sepultura nos primeiros 15

dias de sepultamento. Durante os trabalhos de campo esse odor foi sentido em alguns

momentos, dependendo da direção do vento. Um conjunto de fatores foi atribuído pelo

administrador como causas, tais como a existência de um canal totalmente poluído por

esgoto situado a poucos metros do muro lateral, à esquerda da entrada do cemitério;

tipo de madeira utilizada nas bobinas onde são enrolados os fios de uma empresa de

energia elétrica também situada nesse lado do canal; algumas espécies de árvores

que exalam um forte odor, além da poluição da Baía de Guanabara situada nos fundos

do cemitério.

No entanto, notam-se alguns fatores que podem contribuir para esse cenário,

como a falta de revestimento externo em algumas paredes, cujos tijolos ficam

aparentes e o escorrimento do líquido humoral de algumas estruturas de

gavetas/prateleiras.

O cemitério é abastecido por água fornecida e tratada pela CEDAE (consumo

médio de 50 m3/mês), e possui sistema de drenagem pluvial. As sepulturas não

possuem sistema de drenagem. Foi observada, na parte central e mais baixa do

cemitério, uma área com umidade sobre o piso recoberto precariamente com uma

camada de cimento.

O esgoto é encaminhado ao valão anteriormente citado, e a coleta do lixo

comum é feita pela prefeitura. As exumações são realizadas com equipamentos de

proteção (uniforme, luvas e botas).

4.3.10 Cemitério Municipal de Nova Iguaçu

4.3.10.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Nova Iguaçu localiza-se a sudoeste da RHBG, numa região

onde se registram índices pluviométricos médios anuais de 1200mm.

Page 123: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

109

Assenta-se sobre a Unidade Rio Negro com interface à Unidade Sedimentos

Fluviais. O cemitério situa-se na vertente de talude num terreno cuja declividade é da

ordem de 15%.

O município de Nova Iguaçu está inserido na bacia de drenagem do rio Iguaçu.

Nessa bacia, a área do cemitério é próxima ao rio da Bota. Em algumas localidades,

ao longo desse rio, ocorrem inundações de acordo com dados do PDRH-BG (2004),

porém nas imediações do cemitério não há este problema.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.10.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério Municipal de Nova Iguaçu localiza-se no centro da cidade, próximo

à Prefeitura de Nova Iguaçu (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 10). É administrado pela Secretaria de Obras do município.

Encontra-se em operação desde 1924 e emprega, atualmente, 2 funcionários

na administração e 14 nos serviços funerários. Foi informado pela administração que

ocorrem em média 120 a 150 sepultamentos/mês.

Ocupa uma área aproximada de 60.000 m2 e construções típicas de cemitérios

horizontais que incluem: covas não revestidas, estruturas de subsuperficie de

alvenaria que podem conter até três urnas por estrutura e atingir até 1,80 m de

profundidade, além de estruturas e gavetas verticais. O recobrimento das sepulturas

normalmente é em concreto em forma de tampão, para sepulturas tipo carneiro, e

aterro, para sepulturas não revestidas.

O período de exumação praticado é de três anos, para adultos e crianças. As

exumações são realizadas com equipamentos de proteção (uniforme, luvas e botas).

Após o procedimento, os ossos são ensacados, identificados e recolocados na

sepultura e os resíduos não humanos são incinerados no próprio terreno. Conforme

informado, já houve casos durante procedimentos de exumações em que os corpos

aparentavam estado conservativo, especialmente na área localizada atrás da capela,

onde o solo é mais úmido.

Page 124: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

110

Neste cemitério não ocorre sepultamento de indigentes. Todos os cadáveres

são identificados.

O entorno do cemitério é urbanizado, com alta densidade demográfica,

ocupado por residências e comércio. Existem edificações de classe média construídas

junto ao muro do cemitério.

As condições de abastecimento d’água, drenagem e de saneamento básico do

cemitério são adequadas em parte, já que é abastecido por água fornecida e tratada

pela CEDAE e possui sistema de drenagem pluvial. As sepulturas não possuem

sistema de drenagem. O entorno é provido de sistema de coleta de esgoto para onde

é destinado também o esgoto do cemitério.

4.3.11 Cemitério Municipal de Rio Bonito

4.3.11.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Rio Bonito localiza-se a sudeste da RHBG, onde se registram

índices pluviométricos médios anuais de 1500 mm.

Assenta-se sobre a unidade Tingui com interface à formação geológica

Sedimentos Fluviais. O terreno do cemitério situa-se sobre vertentes de colina, cuja

declividade é da ordem de 30%, porém o local investigado concentrou-se na parte

baixa do terreno.

O município de Rio Bonito está inserido na bacia de drenagem do rio Caceribu.

Nessa bacia, próximo ao cemitério, encontra-se o rio Bonito. O PDRH-BG (2004)

identifica algumas áreas sujeitas a inundação em períodos chuvosos no município e

dentre elas, a Av. Sete de Maio, que se localiza a cerca de 50 m ao sul do cemitério.

Contudo, essa rua é bastante extensa, devendo ser verificado se nas imediações do

cemitério isto ocorre.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

Page 125: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

111

4.3.11.2 - Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O cemitério de Murundu localiza-se na Rua Dr. Matos s/n em Rio Bonito. É

administrado pela Secretaria de Obras do município (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 11). Observa-se que não foi possível

obter uma imagem satélite com boa resolução para identificação da área do cemitério,

tendo sido mantida no trabalho apenas para dar uma visão superficial da ocupação da

região.

O cemitério é centenário, e suas construções foram instaladas em terreno

colinoso. Há, porém, uma área lateral em corte de morro, situada em cotas mais

baixas, que foi expandida há aproximadamente 25 anos, e foi o local escolhido para

investigação da água subterrânea.

Nas operações de sepultamento trabalham apenas duas pessoas, e uma na

administração.

Neste cemitério, tanto na parte antiga como na nova, todos os jazigos são

perpétuos. Não há sepultamento de indigentes. As sepulturas são construídas com

paredes de alvenaria e cobertas com estruturas de concreto. Não há utilização de cal.

A profundidade máxima das sepulturas em subsuperfície é de 1,20 m e acima do solo

pode receber até 3 andares de sepulturas.

As exumações são realizadas após três anos, e caso a família tenha que

realizar algum sepultamento antes deste prazo, a sepultura é aumentada, caso

contrário o corpo é transferido para outro cemitério.

Após as exumações os ossos são acondicionados em sacos plásticos e

deixados no fundo da sepultura. Os restos funerários são queimados no próprio

cemitério.

4.3.12 Cemitério Municipal do Rio de Janeiro

4.3.12.1 Características do Meio Físico

O cemitério do Rio de Janeiro localiza-se a sudoeste da RHBG, onde se

registram índices pluviométricos médios anuais de 1200 mm.

Page 126: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

112

Assenta-se sobre a Unidade Rio Negro com interface à formação geológica

Sedimentos Fluviais. A parte mais nova do cemitério situa-se em terreno quase plano

(declividades inferiores a 2%), e uma parte mais antiga está localizada em vertente de

talude, com declividades mais altas.

A bacia hidrográfica do rio São João de Meriti abrange o município do Rio de

Janeiro e desagua na Baía de Guanabara. Nessa bacia de drenagem, o rio Catarino

tem sua nascente próxima ao cemitério. De acordo com dados do PDRH-BG (2004),

próximo ao cemitério não existem áreas sujeitas a inundações em períodos chuvosos.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.12.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O cemitério selecionado denomina-se Cemitério Municipal do Realengo,

localizado na Rua Murundu nº 1140, em Padre Miguel (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 12).

É um cemitério tradicional com mais de 100 anos de operação, administrado

pela Santa Casa da Misericórdia. Ocupa uma área aproximada de 63.000 m2. Embora

não tenha sido informado pela administração, verificou-se durante as visitas uma

equipe de escritório de cinco funcionários, pressupondo-se que deve haver um grande

número de sepultamentos mensais.

As sepulturas são do tipo covas rasas, carneiros revestidos de alvenaria e

gavetas/prateleiras construídas acima do solo. O período mínimo de exumação é de

três anos, para adultos e crianças. As exumações são realizadas com uniforme, luvas

e botas de PVC. Os ossos exumados são acondicionados em sacos plásticos,

identificados e armazenados no ossuário geral. A cada trinta dias são cremados no

cemitério do Caju.

A parte antiga do cemitério situa-se em área íngreme, cimentada e com

sistemas de drenagem, porém há também nessa área, no alto da vertente, sepulturas

tipo cova rasa. A área investigada, no canto direito da entrada, é uma área mais nova

e plana e sem cobertura de cimento, onde também são realizados sepultamentos em

covas rasas. O entorno do cemitério nessa área é residencial urbano, com residências

Page 127: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

113

situadas muito próximas ao muro e que podem ser usuárias de poços de captação de

água subterrânea.

O esgoto do cemitério é direcionado para a rede pública e o abastecimento de

água também é da rede pública. O lixo comum é recolhido pela prefeitura.

4.3.13 Cemitério Municipal de São Gonçalo

4.3.13.1 Características do Meio Físico

O cemitério do São Gonçalo localiza-se a sudeste da RHBG, onde se registram

índices pluviométricos médios anuais de 1100 mm.

Assenta-se sobre a Unidade Cassorotiba com interface à formação geológica

Sedimentos Fluviais. O terreno onde se situa o cemitério é colinoso, com declividades

inferiores a 17%.

A bacia hidrográfica do rio Imboaçu deságua na Baía de Guanabara, estando o

cemitério nas proximidades desse rio. Nessa bacia, de acordo com dados do PDRH-

BG (2004), próximo a um tributário do rio Marimbondo existem áreas sujeitas a

inundações em períodos chuvosos. Esse rio situa-se a cerca de 3 m do local do

cemitério.

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.13.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

Este cemitério localiza-se na Rua Dr. Francisco Portela s/n, bairro do Camarão,

próximo ao centro da cidade de S.Gonçalo (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 13).

O início de suas operações data de 1910. Ocupa uma área aproximada de

30.000 m2 e atualmente emprega 3 funcionários na administração e 17 nos serviços

funerários. Foi informada pela administração uma média de 90 sepultamentos/mês.

Page 128: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

114

Na parte baixa do cemitério onde as investigações foram realizadas, a

cobertura é toda cimentada ou com piso de granito ao redor dos túmulos. As

sepulturas são do tipo carneiros revestidos de alvenaria e gavetas/prateleiras

construídas acima do solo. Não existem covas rasas. As estruturas de subsuperfície

podem ser constituídas por até 5 urnas e atingir profundidades de até 2,5 m.

O período mínimo de exumação atende a legislação brasileira, sendo de três

anos para adultos e dois anos para crianças. Os ossos são depositados em prédio

ossuário, e os resíduos não humanos são incinerados no terreno. As exumações são

realizadas com equipamentos de proteção (uniforme, luvas e botas).

Ocorrem áreas sujeitas a encharcamentos em terrenos baixos, tendo sido

verificados casos de corpos em estados conservativos durante as exumações.

O cemitério é abastecido por água fornecida e tratada pela CEDAE e possui

sistema de drenagem pluvial. As sepulturas não possuem sistema de drenagem. O

esgoto é drenado para a rede pública.

A ocupação do entorno é residencial urbana e comercial, situadas próximas ao

muro. O abastecimento d´água da população é feito através da rede pública.

4.3.14 Cemitério Municipal de São João de Meriti

4.3.14.1 Características do Meio Físico

O cemitério de São João de Meriti localiza-se a sudoeste da RHBG, onde se

registram índices pluviométricos médios anuais de 1200 mm.

A unidade geológica Serra dos Órgãos encontra-se muito próxima, no local, à

Unidade Sedimentos Fluviais. O cemitério localiza-se em terreno colinoso com

declividades da ordem de 10%, tendo sido as investigações concentradas na área

mais baixa.

A bacia hidrográfica do rio São João de Meriti deságua na Baía de Guanabara,

estando o cemitério nas proximidades desse rio. Segundo informações obtidas durante

os trabalhos de campo, a área onde foram realizadas as investigações da qualidade

da água subterrânea, em períodos chuvosos costuma alagar.

Page 129: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

115

O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada.

4.3.14.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O Cemitério de S.Lázaro localiza-se na Rua João de Deus de Menezes s/n, no

bairro de Venda Velha. É administrado pela Funerária S.João Batista, subordinada à

Secretaria Municipal (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 14).

O cemitério foi construído e é operado desde 1924. Ocupa uma área

aproximada de 8.000 m2 e atualmente emprega 2 funcionários na administração e 3

nos serviços funerários. Foi informada pela administração uma média de 25

sepultamentos/mês.

Compreende estruturas típicas de um cemitério tradicional, com carneiros

revestidos de alvenaria e gavetas verticais, porém a maior parte das sepulturas na

área investigada é do tipo cova rasa, com profundidade máxima de 1,80 m e sem

proteção lateral de alvenaria. Não há utilização de cal.

Os ossos exumados após três anos, que não são requeridos pelos familiares,

são armazenados temporariamente numa construção existente na parte central do

cemitério e posteriormente enterrados na área alta situada a jusante da entrada. No

muro lateral são guardados os ossos exumados dos familiares. Os resíduos não

humanos exumados são incinerados na própria área do cemitério. Não há

conhecimento de casos de corpos em estado conservativo durante as exumações.

As sepulturas não possuem sistema de drenagem, porém o cemitério possui

canaletas de drenagem pluvial e tubulação para coleta de esgoto, que são

direcionados à rede pública. Foi informado não haver áreas encharcadas no local.

O entorno é caracterizado por construções residenciais populares e comerciais.

O abastecimento d´água desta população provém da CEDAE. Ao lado da

administração, após a entrada do cemitério, foi encontrado um poço artesiano que,

segundo informado, não é utilizado.

Page 130: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

116

O entorno do cemitério é habitado e não mantém distância mínima do muro às

construções. Verificou-se que a ampliação do cemitério avança em covas rasas para

cotas mais altas, em área habitada onde não há delimitação por muro. Existe uma rua

dividindo o cemitério longitudinalmente, onde há passagem constante de pedestres em

direção à sua entrada.

4.3.15 Cemitério Municipal de Tanguá

4.3.15.1 Características do Meio Físico

O cemitério de Tanguá localiza-se a sudeste da RHBG, onde se registram

índices pluviométricos médios anuais de 1300 mm.

A unidade geológica do local, Sedimentos Fluviais, faz interface com a Unidade

Cassorotiba, o que lhe confere características geológicas heterogênea. O cemitério

situa-se sobre um terreno com declividade inferior a 15%.

O município de Tanguá está inserido na bacia de drenagem do rio Caceribu

que desagua na Baía de Guanabara. Nessa bacia o rio Bonito, um dos seus

tributários, encontra-se nas proximidades do cemitério.

O cemitério está compreendido sobre o sistema aqüífero Aluviões Arenosos,

formado por aluviões dos rios da bacia. Esse aqüífero é favorável à captação de água

subterrânea, normalmente de boa qualidade e levemente ferruginosa.

4.3.15.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura

O cemitério localiza-se na Rua Manuel Tahlantiel de Velasco s/n, no bairro Vila

Cortes, às margens da ferrovia (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 15). É administrado pela Secretaria Municipal de Integração

e Ação Social.

Trata-se de um cemitério não tão antigo como a maior parte dos demais

investigados, sendo o registro do primeiro óbito datado em 1969. Ocupa uma área

aproximada de 13.000 m2.

Page 131: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

117

Trabalham na administração apenas 1 (um) funcionário e 5 (cinco) nos serviços

funerários. O número de sepultamentos médios por mês é em torno de 15.

A área investigada possui construções típicas de cemitérios horizontais

tradicionais, com covas revestidas lateralmente para jazigos perpétuos ou não

revestidas (do tipo cova rasa), para sepultamentos por inumação. Os jazigos

perpétuos são construídos em estruturas de subsuperfície de alvenaria, recobertas

com concreto e podem receber até três urnas, podendo atingir até 2,50 m de

profundidade.

As sepulturas não possuem sistema de drenagem, havendo, no entanto,

canaletas de drenagem pluvial e tubulação para coleta de esgoto, que são

direcionados à rede pública. Não se verificam áreas encharcadas no local. O lixo é

incinerado no local.

O entorno é ocupado por algumas residências populares, que mantêm pouca

distância do muro do cemitério.

As exumações são realizadas após 3 (três) anos do sepultamento, utilizando-

se uniforme e botas de PVC. Após o procedimento, os ossos são armazenados em

prédio ossuário coletivo e os resíduos não humanos são incinerados no local.

4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO

Neste capítulo foi feito o diagnóstico do meio físico e das características

construtivas, operacionais e de infra-estrutura de serviços, relativas aos 15 cemitérios

analisados nesta dissertação, que se localizam no entorno da Região Hidrográfica da

Baía de Guanabara - RHBG, no Rio de Janeiro. As ilustrações e bases

georreferenciadas utilizadas para caracterização das áreas são apresentadas nas

Figuras 4.1 a 4.3 e no Anexo 3.

A consolidação deste diagnóstico, enfocando os principais aspectos

relacionados ou que possam interferir com a qualidade do solo e/ou da água

subterrânea, é apresentada nas Tabelas 4.1 e 4.2.

A maior parte dos cemitérios analisados localiza-se a sudoeste da RHBG

(Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e São João de Meriti),

Page 132: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

118

na região da Baixada Fluminense, e a sudeste (Itaboraí, Niterói, Rio Bonito, São

Gonçalo e Tanguá). Nessas áreas, o aqüífero predominante é o Cristalino de

Favorabilidade Moderada, caracterizado pela boa potencialidade aqüífera, salvo

Itaboraí e Tanguá, os quais situam-se respectivamente sobre os aqüíferos Macacu e

Aluviões Arenosos, cujas águas são consideradas de boa qualidade (Sólidos Totais

Dissolvidos < 200 ppm ou 0,2 mg/L). As águas do aqüífero Macacu possuem baixos

teores de ferro (entre 0,1 x 10-3 mg/L e 0,5 x 10-3 mg/L) e as dos Aluviões Arenosos

são levemente ferruginosas.

Nos demais cemitérios, três situam-se mais ao norte da RHBG - Duque de

Caxias (localidade de Xerém), Cachoeiras de Macacu e Guapimirim, cuja proximidade

com a Serra do Mar define áreas de ventos mais fortes, e apenas um – Magé

(localidade de Mauá) situa-se na parte central. O aqüífero Cristalino de Favorabilidade

Moderada também está presente nessas áreas, a exceção de Guapimirim cujo

aqüífero é Arenoso.

A maioria dos cemitérios (nove) situa-se em vertentes de talude sobre áreas

com declividades consideráveis (entre 8% e 20%) como Belford Roxo, Mesquita,

Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito, São

Gonçalo e Tanguá.

Com base no levantamento de bairros inundáveis efetuados no PDRH-BG

(2004), verificou-se, para o presente trabalho, que os cemitérios de Niterói e São

Gonçalo são os únicos cujas áreas podem estar sujeitas a alagamentos, devido à

proximidade de rios que costumam transbordar em períodos de chuvas intensas. Entre

ambos, Niterói deve ser o mais crítico por situar-se em área plana e de cotas mais

baixas.

Rio de Janeiro, São João de Meriti, Guapimirim, Magé, Itaboraí, Niterói, Rio

Bonito e São Gonçalo são cemitérios muito antigos, operados há mais de 80 anos. Os

demais se situam na faixa de 37 a 62 anos de operação. Observa-se em Mesquita,

embora operado há 50 anos, a área objeto das investigações é mais recente. Isto

também ocorre em Magé (5 anos) e Rio Bonito (25 anos).

A maioria dos cemitérios tem ocupação no entorno por residências que, em

geral, não mantêm uma distância mínima de afastamento do muro.

Page 133: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

119

Em alguns locais foram informadas ocorrências de exumações em que os

corpos se encontravam conservados e saponificados, geralmente associadas a áreas

mais úmidas, sujeitas a alagamentos em períodos chuvosos. Essas áreas foram

identificadas nos cemitérios de Belford Roxo, Nova Iguaçu, Niterói e São Gonçalo.

De acordo com informação recebida das respectivas administrações, todos os

cemitérios analisados, salvo Duque de Caxias, Magé e Niterói encaminham seu

esgoto sanitário para a rede pública.

Observa-se que a população do entorno de Duque de Caxias, Magé e

Cachoeiras utilizam em parte água de poços tubulares. Contudo, deve-se considerar a

possibilidade de que o entorno dos cemitérios de Guapimirim, Itaboraí, Rio Bonito e

Tanguá, sejam também áreas abastecidas por água de poços tubulares. Esses

municípios, conforme já descrito, possuem água de boa qualidade, tendo em certos

locais minas de água e, de acordo com dados do Censo do IBGE do ano de 2000

cerca de 50%, 70%, 48% e 72%, respectivamente, dos seus domicílios utilizam água

de poço ou de nascentes em relação ao total que utiliza também a rede pública ou

outra forma de abastecimento.

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Page 136: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

12

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Presença de áreas alagadas / umidade

Corpos exumados em estado

conservativo

Revestimento / cobertura covas

no local investigado

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Subsuperfície

Abastecimento de água local

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Destino do lixo funerário

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Page 137: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

12

3

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Presença de áreas alagadas / umidade

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Revestimento / cobertura covas

no local investigado

Drenagem Superf. / Subsuperf.

Abast. d’água local

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Page 138: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

124

5 METODOLOGIAS DAS INVESTIGAÇÕES DE CAMPO E DAS ANÁLISES LABORATORIAIS

As investigações de campo nos 15 cemitérios localizados no entorno da Baía

de Guanabara compreenderam a execução de geofísica por Sondagem Elétrica

Vertical (SE) em 5 (cinco) pontos de cada área investigada, sondagens geológicas a

trado manual/mecânico, com instalação de 3 (três) poços de monitoramento em cada

local e coleta de amostras de água subterrânea em (2) dois poços por cemitério.

Estes serviços foram contratados pela Ecologus Engenharia Consultiva Ltda. e

executados por empresas e prestadores de serviços, para subsidiar o estudo realizado

pela empresa no âmbito do PD-RHBG.

Critérios Adotados para Localização dos Pontos das SEs e dos Poços de

Monitoramento

O mapa georreferenciado de localização dos pontos investigados em cada

cemitério com respectiva imagem satélite, elaborados para o PDRH-BG (2005c), é

reproduzido nas Figuras 1 a 15 do Anexo 3, que serão utilizadas como referência na

análise dos resultados (Capítulo 6). Neste mapa também são indicados os pontos

onde as amostras foram coletadas.

Considerando o número limitado de sondagens elétricas previstas para cada

cemitério (cinco por área) em relação à extensão dessas áreas, o critério adotado para

seleção da área por elas abrangida foi definido pela equipe de fiscalização do DRM a

partir de um reconhecimento expedito em campo de cada local, concentrando a

maioria dos pontos das SEs nas áreas de cotas mais baixas, para onde a topografia

indicasse convergência de fluxo de água, considerando ainda nas áreas separadas

por talude, a proximidade de residências, rios e poços de captação.

Os pontos de instalação dos poços de monitoramento foram inicialmente

escolhidos em função dos resultados obtidos nas investigações geofísicas (Anexo 4),

considerando a direção do fluxo de água, o nível da água (NA) previsto e as cotas de

elevação. A escolha definitiva dos três pontos foi realizada considerando um ponto a

montante, e os outros dois em áreas de cotas mais baixas, sendo o segundo a jusante

do fluxo e o terceiro geralmente não alinhado a esses dois.

Page 139: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

125

Em Belford Roxo (Anexo 3, Figura 1), as investigações geofísicas foram

distribuídas entre as vertentes e vale que se formam no terreno. Neste cemitério não

foi instalado poço de monitoramento, pois as tradagens nos três pontos selecionados

foram até profundidades de 11 m e 13 m sem encontrar o NA. Os furos foram

preenchidos sem revestimento.

No cemitério de Cachoeiras de Macacu (Anexo 3, Figura 2), instalado no alto

da colina, as SEs foram distribuídas no sopé e ao redor desta, tendo-se o cuidado de

selecionar pontos que não sofressem influência do esgoto das residências.

No cemitério de Duque de Caxias (Anexo 3, Figura 3), as investigações foram

concentradas na vertente de entrada do cemitério. Apenas um poço foi instalado

dentro do cemitério, situado à direita da entrada. O segundo poço foi instalado no

quintal de uma residência situada na mesma rua, à esquerda da entrada do cemitério,

e o terceiro na rua lateral.

Em Guapimirim (Anexo 3 - Figura 4), embora o terreno tenha pouca

declividade, nota-se sua inclinação para cotas mais baixas em direção aos fundos do

terreno. Sendo assim, as SEs foram distribuídas a partir do centro para o fundo do

terreno e do cemitério. A instalação dos poços foi bastante dificultada pela existência

de muitos blocos e seixos de quartzo e granito, sendo necessária a escavação de uma

largura muito extensa para aprofundar a perfuração.

No cemitério de Itaboraí (Anexo 3 - Figura 5) os pontos de geofísica e de

monitoramento foram concentrados na vertente mais baixa do cemitério, à exceção de

um poço que foi situado em cota mais alta. Identificou-se uma mina d´água perto do

poço PM 1.

Em Magé (Anexo 3 - Figura 6), localidade de Mauá, as SEs foram distribuídas

na parte nova do cemitério e os poços, em lados opostos junto ao muro. Na área

situada atrás do muro lateral do cemitério, onde foi instalado o poço PM 03, verificou-

se posteriormente ser o quintal de uma residência situada a menos de 3 m do poço, e

para onde drena o esgoto da mesma, sendo este fato muito relevante na avaliação

dos resultados das análises laboratoriais da água subterrânea deste poço.

Em Mesquita (Anexo 3 - Figura 7), as investigações geofísicas e geológicas

foram concentradas especialmente na vertente de fundos do cemitério, constituída por

Page 140: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

126

uma área mais recentemente operada. Apenas um poço foi perfurado na vertente

oposta.

Em Nilópolis (Anexo 3 - Figura 8), as SEs foram distribuídas nas áreas mais

baixas ao longo da vertente. As tradagens foram realizadas em dois pontos situados

em cotas mais baixas, próximos ao muro de entrada, e num terceiro ponto mais central

do cemitério, situado em área alta. Conforme será apresentado adiante, não foram

instalados poços de monitoramento neste cemitério, por não ter sido encontrado o NA

até a profundidade total perfurada de 8 m em dois poços, e 11 m em outro, sendo

estes furos preenchidos após as tradagens .

Em Niterói (Anexo 3 - Figura 9), as investigações geofísicas foram distribuídas

na vertente mais baixa do cemitério, situada à esquerda da entrada junto ao muro

lateral. No lado externo desse muro existe um canal de esgoto a céu aberto, onde há

muito lixo boiando e até criação de porcos nas suas margens. Os poços foram

instalados ao longo desse muro.

O cemitério de Nova Iguaçu (Anexo 3 - Figura 10) localiza-se sobre um talude,

tendo sido investigada pelas SEVs sua vertente a jusante da entrada, por ser uma

área mais vulnerável, devido as moradias localizadas ao fundo. Nessa área foi prevista

a instalação de um poço PM 01; entretanto, a 10 m de profundidade, a perfuração a

trado encontrou uma laje impenetrável, sendo, portanto, o ponto remanejado para o

centro-oeste do cemitério. O mesmo ocorreu com o ponto inicialmente previsto para

PM 03 (ao lado esquerdo próximo à entrada) que deu impenetrável a 3 m de

profundidade, sendo o ponto deslocado para o canto esquerdo da entrada do

cemitério. O poço PM 1 foi localizado na face centro-leste, próximo ao necrotério.

As investigações geofísicas e geológicas em Rio Bonito (Anexo 3 - Figura 11)

foram realizadas na parte mais baixa do cemitério, sendo um poço instalado junto ao

muro da entrada principal, e os outros dois na área lateral mais nova, situando-se

nesta última os poços de amostragem da água subterrânea. Embora representada,

não foi possível obter uma imagem satélite da região com definição suficiente para

localizar o cemitério.

No Rio de Janeiro (Anexo 3 - Figura 12), embora as curvas de nível não

estejam representadas na Figura 12, o terreno possui cotas mais baixas para o lado

do muro de entrada. Sendo assim, as investigações geofísicas foram distribuídas na

Page 141: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

127

parte baixa, sendo os poços instalados ao longo do muro de entrada. Observa-se que

os limites do mapa georreferenciado não se assemelham aos da imagem satélite,

tendo sido indicada nesta a localização dos poços instalados para facilitar o

entendimento.

Em São Gonçalo (Anexo 3 - Figura 13), as investigações geofísicas situaram-

se ao longo do muro lateral, situado à direita da entrada principal, e os poços foram

concentrados na vertente baixa da entrada.

No cemitério de São João de Meriti (Anexo 3 - Figura 14), a geofísica foi

distribuída nas cotas mais baixas. Dois poços foram instalados na parte baixa ao longo

do muro à esquerda da entrada e o terceiro do lado direito. Atravessando o cemitério,

próximo ao PM 01, corre um valão que recebe grande parte do esgoto das moradias

populares existentes em todo o entorno.

Em Tanguá (Anexo 3 - Figura 15), as investigações geofísicas abrangeram

boa parte do cemitério, porém os poços foram concentrados na parte mais baixa,

próximos à entrada junto aos muros laterais.

5.1 INVESTIGAÇÃO GEOFÍSICA: MÉTODO RESISTIVIMÉTRICO POR SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL

5.1.1 Introdução

A campanha de investigação geofísica com o Método Resistivimétrico foi

realizada no período de 16 de janeiro e 03 de fevereiro de 2006, perfazendo 18 dias

de operação para a execução de um total de 125 Sondagens Elétricas Verticais. Os

serviços foram executados, interpretados e modelados pela empresa Chamonix.

O método eletroresistivimétrico para a prospecção geofísica fundamenta-se no

fato de que as rochas e solos possuem diferentes condutividades elétricas.

A técnica por Sondagem Elétrica Vertical (SE ou SEV) é usualmente

empregada na determinação da variação da resistividade com a profundidade, útil na

localização de aqüíferos potáveis, embasamento cristalino e acentuadas mudanças

estratigráficas (Miranda Neto, 2002).

Page 142: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

128

No estudo em foco os principais objetivos das SEs foram estimar as variações

litológicas da área e o nível da água.

5.1.2 Equipamentos

Medidas Resistivimétricas (PDRH-BG, 2005a)

O equipamento utilizado para a execução da SE consiste essencialmente de

quatro componentes: resistivímetro, fonte de energia, eletrodos e cabos elétricos.

O resistivímetro empregado neste levantamento foi um equipamento nacional,

digital, fabricado pela Megabras, de corrente alternada, de 40 watts de potência, que lê

diretamente a relação V/I (a diferença de voltagem V entre dois eletrodos provocada

pela corrente injetada I).

A fonte de energia foi fornecida por uma associação de pilhas de lanterna, em

série, alcançando um mínimo de 12 volts.

Para as medições das SEs foi utilizado o arranjo Schlumberger, recomendado

para sondagens elétricas, cujas características são apresentadas na seqüência.

Metododologia do Arranjo Schlumberger

O arranjo Schlumberger é caracterizado pela utilização de quatro eletrodos

dispostos em linha reta, simetricamente em relação ao centro (ver Figura 5.1). Os

eletrodos são de aço inoxidável, de 5/8”, com 55 centímetros de comprimento. Os dois

eletrodos de voltagem, ou de potencial, M e N permanecem fixos numa posição,

durante as sucessivas leituras dos eletrodos de corrente A e B, que vão sendo

movimentados com espaçamentos crescentes. Quanto maior a distancia entre A e B,

maior a profundidade alcançada pela corrente medida.

O posicionamento dos eletrodos não obedece a um esquema pré-fixado, porém

é recomendável que os semi-espaçamentos entre os eletrodos (AB/2) tenham uma

distribuição aproximadamente regular quando marcados em escala logarítmica, com

pelo menos oito pontos por período (década). Além disto, o espaçamento entre os

eletrodos deve observar a relação (AB/MN) < 5, podendo-se utilizar nas primeiras

medições da SE a relação (AB/MN) < 3.

Page 143: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

129

FIGURA 5.1: ARRANJO SCHLUMBERGER PARA EXECUÇÃO DE SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL (SE)

O cálculo da resistividade aparente ( a ) neste arranjo é dado pela seguinte

expressão:

a = k * V /I [5.1]

onde,

V/I , lido diretamente no resistivímetro e

K é função dos espaçamentos,

k = (2 [5.2]

Após a leitura de um grupo de medições para espaçamentos A e B diferentes,

o espaçamento dos eletrodos M e N deve ser aumentado. Neste caso, efetua-se a

operação de “embreagem”, que consiste em executar leituras para as mesmas

posições de A e B, a anterior e a seguinte, mas com dois espaçamentos diferentes de

M e N.

A

M

N

B

ELETRODOS FIXOS (eletrodos de voltagem)

ELETRODOS MÓVEIS

(eletrodos de correntes)

RESISTÍMETRO

CABO ELÉTRICO

Page 144: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

130

Um modelo de formulário para lançamento dos dados de medição em campo e

dos resultados das SE é apresentado na Figura 5.2. Observa-se que pares de pontos

são mostrados quando ocorrem as embreagens (alteração do espaçamento entre os

eletrodos fixos).

FIGURA 5.2 – MODELO DE FORMULÁRIO DE LANÇAMENTO DAS LEITURAS NO RESISTIVÍMETRO FONTE: CHAMONIX

Medidas Topográficas (PDRH-BG, 2005a)

As coordenadas UTM e as elevações dos pontos para a execução das SEs

foram efetuadas com um GPS portátil Garmin, modelo eTrex, o qual pode gerar uma

imprecisão de medida, especialmente quando se trata de áreas pouco extensas. Para

medidas de superfície esta imprecisão pode atingir um valor máximo da ordem de 20

m, e para medidas altimétricas, no máximo de 10 m.

5.1.3 Interpretação das SEs (PDRH-BG, 2005a)

Para a interpretação das SEs foi empregado um programa de processamento

digital com a utilização do método de Zodhy, baseado na interação dos dados de

resistividade com a aplicação de um coeficiente de atenuação para a correção do

intervalo investigado.

V/I

SE

V/I

Page 145: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

131

O programa exige que haja uma suavização da curva dos dados originais de

modo que a medida final esteja representada numa camada de espessura infinita,

existindo um deslocamento entre as curvas escalonadas de inversão 1-D com

amplitude inferior ou igual a esta última.

O perfil interpretado de inversão 1-D representa uma média ponderada das

resistividades das camadas acumuladas até as profundidades de investigação. As

inflexões bruscas refletem um contraste acentuado entre as camadas e se encontram

assinaladas nos eixos das abscissas dos gráficos interpretados, conforme mostrados

para cada sondagem interpretada.

Para cada sondagem, os valores de resistividade são classificados por

intervalos distribuídos em colunas geoelétricas ao longo de uma escala logarítmica de

profundidade, onde cada unidade litoestratigráfica corresponde a uma unidade

geoelétrica de acordo com a natureza do intervalo atravessado pela sondagem,

conforme sintetizado na Figura 5.3. Nem todos os intervalos indicados aparecem nas

SEs.

FIGURA 5.3: SÍNTESE DOS VALORES DE RESISTIVIDADE USADOS NA “MODELAGEM” FONTE: PDRH-BG (2005a)

Page 146: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

132

5.1.4 Modelagem das SEs (PDRH-BG, 2005a)

Na execução da SE, a corrente elétrica penetra o terreno devido à condução da

água mineralizada contida nos solos e rochas. Com poucas exceções (sulfetos

metálicos, grafita, etc) rochas secas são extremamente isolantes. As rochas têm suas

resistividades finitas e mensuráveis devido à existência de água em seus poros,

fraturas, e argilas intersticiais. A resistividade da rocha depende essencialmente da

resistividade e do volume de água acumulada, e do arranjo e comunicação dos canais

formados pela porosidade e fraturas.

A resistividade da água potável está dentro dos limites 15-50 ohm.m. A

resistividade da rocha que contem água esta relacionada com a porosidade efetiva.

Neste relatório, a interpretação e a simbologia, levando-se em conta o percentual de

porosidade e material de preenchimento das rochas, resultaram nos seguintes

referenciais:

a) Leitos argilosos apresentam valores muito baixos (<30 m).

b) Intercalações de argilas e material detrítico apresentam valores

intermediários (30 a 180 m).

c) Rochas parcialmente alteradas sob a zona de saturação possuem

resistividades médias (180 a 500 m).

d) Rochas alteradas e/ou fraturadas apresentam resistividades médias a

altas (500 a 2500 m).

e) Rochas com fraturas locais e restritas têm resistividades altas (>2500

m).

f) Rochas maciças têm resistividades altíssimas (> 5000 m).

5.1.5 Saídas do Modelo (PDRH-BG, 2005a)

O modelo de processamento permite desenhar uma Curva SE para cada

sondagem, conforme exemplificado no gráfico à esquerda da Figura 5.4. Os dados de

medida e os de interpretação são mostrados neste gráfico bi-logarítmico, cujos

módulos são iguais nos dois eixos.

Page 147: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

133

FIGURA 5.4 – CURVA SE: DADOS, INVERSÃO 1D, MODELAGEM E COLUNA GEO-ELÉTRICA FONTE: ADAPTADO DO PDRH-BG (2005a)

Os valores das resistividades aparentes ( a) são marcados em ordenadas e os

valores do semi-espaçamento (AB/2), em abscissas. Os valores das resistividades

estão assinalados no gráfico e a curva SE é ajustada para estes pontos. Neste mesmo

gráfico está apresentado o perfil de inversão 1-D, interpretado. As inflexões bruscas da

resistividade estão assinaladas no rodapé da SE, logo abaixo do eixo das abscissas.

A Modelagem apresentada na figura à direita da curva SE, é uma tentativa de

correlação das resistividades das camadas com as litologias esperadas. As

profundidades das camadas estão apresentadas em escala logarítmica. Abaixo desta

seção é mostrada uma escala logarítmica de resistividade (1, 10, 100, 1000 e 10000).

Para cada SE está mostrada a modelagem das camadas, permitindo ao

analista estabelecer as seqüências de rochas superficiais, a presença do lençol

freático, o grau de alteração da rocha do embasamento cristalino, a intensidade do

fraturamento e/ou cisalhamento, a profundidade da rocha sã (topo rochoso), etc.

Curva SE

Perfil de Inversão

Res

istiv

idad

e ap

aren

te

Semi-espaçamento AB (m)

Resistividade nas Inflexões Bruscas (ohm.m) Escala log. de resistividade (ohm.m)

Page 148: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

134

O perfil da distribuição da água no terreno é feito pela interpretação geo-

elétrica de cada SE, obtendo-se o Perfil Hídrico local, conforme exemplificado na

Figura 5.5.

FIG. 5.5 – PERFIL HÍDRICO LOCAL MOSTRANDO A DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO TERRENO. FONTE: PDRH-BG (2005a)

A ocorrência de água em subsuperfície pode ser dividida em zonas de

saturação e aeração. Na zona de saturação todos os interstícios são preenchidos com

água sob pressão hidrostática. A zona de aeração consiste de interstícios ocupados

parcialmente pela água e parcialmente pelo ar. A zona saturada é limitada ao topo,

quer pela superfície de saturação ou recobrindo camadas impermeáveis, e se

estendendo para baixo até uma camada impermeável, como o topo rochoso.

Em geral, uma única zona de aeração recobre uma única zona de saturação. A

passagem de uma zona para outra nem sempre é distinta, podendo apresentar um

recobrimento nos limites da transição.

Page 149: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

135

A correlação entre efeitos ou eventos geológicos permite a determinação,

investigação, ou demonstração da dependência ou associação dos efeitos ou eventos

pelo estabelecimento de um sistema lógico de visualização.

A tentativa de correlação geoelétrica das SEs cujas separações são próximas é

apresentada na Figura 5.6.

FIGURA 5.6 – CORRELAÇÃO GEOELÉTRICA ENTRE SONDAGENS PRÓXIMAS. FONTE: PDRH-BG (2005a)

Por fim, por meio dos dados disponíveis de algumas SEs e dos dados do

levantamento topográfico ou altitude e dados altimétricos, o sistema de processamento

utilizado permite traçar as curvas de nível da superfície do lençol freático.

Esta superfície é determinada pela altura de potencial hidráulico (= carga

hidráulica), que é obtida pela diferença entre a profundidade do nível freático (nível

d’água = NA) determinado na SE, e a cota do ponto medida pelo GPS, conforme

representado na Figura 5.7:

SW NE

Page 150: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

136

FIGURA 5.7: ESQUEMA DE MEDIÇÃO DA CARGA HIDRÁULICA

O mapa da superfície do lençol é especialmente importante porque não só

indica a profundidade debaixo da qual a água é armazenada, como também a direção

do seu movimento, conforme representado na Figura 5.8.

O gradiente hidráulico de um aqüífero é a relação da mudança da coluna de

pressão pela distância do fluxo num dado ponto. O gradiente hidráulico máximo fica na

região onde as curvas de contorno são menos espaçadas.

FIGURA 5.8 – CURVA DE SUPERFÍCIE DO LENÇOL FREÁTICO E DIREÇÃO DO FLUXO DE ÁGUA EM

RELAÇÃO AO POSICIONAMENTO DAS SES FONTE: PDRH-BG (2005a)

h = CT – NA h = Carga Hidráulica CT = Cota do Terreno NA = Profundidade de Nível Água

datum

NACT

h

Page 151: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

137

5.2 SONDAGENS GEOLÓGICAS E INSTALAÇÃO DE POÇOS DE MONITORAMENTO

5.2.1 Introdução

No período de 01 de maio a 23 de junho de 2006 foram executados 3 (três)

furos de sondagem a trado e instalados 3 (três) poços de monitoramento,

denominados PM 01, PM 02 e PM 03, em cada uma das 15 áreas dos cemitérios

investigados. Os serviços foram executados por profissional autônomo sob supervisão

de um geólogo, contratados pelo Consórcio Ecologus-Agrar no âmbito do PDRH-BG.

5.2.2 Materiais e Equipamentos (PDRH-BG, 2005c)

A maior parte dos furos foi executada com trado manual e eventualmente trado

mecânico, modelo STIHL com implemento Bristol.

A medição das coordenadas UTM e elevações dos pontos foi efetuada com

GPS portátil Garmin, modelo eTrex.

Utilizou-se medidor de nível (marca Hidrosuprimentos) para determinação da

profundidade do N.A.

Para instalação dos poços foram utilizados tubos rígidos brancos em PVC de 4”

e de 2”, e tubo rígido azul Geomecânico de 2”. Além desses materiais, para a

confecção do filtro utilizou-se uma serra manual, brita zero como material de pré-filtro,

bentonita para selo e madeira para a forma de concreto de acabamento final do poço.

5.2.3 Metodologia

Os furos foram aprofundados até 1m abaixo do NA ou até encontrar rocha

(impenetrável a trado). Quando o NA não foi encontrado a mais de 10 m de

profundidade o poço não foi instalado, sendo o furo preenchido.

Todas as ferramentas utilizadas para as sondagens foram lavadas com água

corrente e detergente ao final de cada perfuração. Não foi utilizado nenhum tipo de

líquido para a perfuração.

Page 152: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

138

O material coletado nas sondagens foi utilizado para caracterização do perfil

litológico através da identificação táctil-visual das litologias.

A construção dos poços de monitoramento obedeceu às especificações

estabelecidas pela norma da ABNT nº 13895/1997.

Foi utilizado trado manual ou mecânico para perfuração de furos de sondagens

de 4”. Para revestimento interno e filtro foi utilizado tubo de 2” do tipo geomecânico,

em poços de monitoramento, e de PVC comum nos outros poços de cada local. O

filtro, constituído por ranhuras transversais no tubo, foi feito a partir do primeiro metro

de profundidade. Na parte inferior dos poços de monitoramento foi instalado um

tampão fixo de PVC e na superior foi utilizada uma tampa removível, rosqueada no

tubo geomecânico e de pressão no tubo de PVC. Ao nível do piso foi utilizada uma

tampa de ferro.

O espaço anelar do fundo do poço até cerca de 0,70 m de profundidade foi

preenchido por um pré-filtro constituído de brita fina (brita zero). Acima deste, o

espaço foi preenchido por bentonita (cerca de 0,30 m) e restante do furo, até a boca

do poço, com concreto. Para a instalação das câmaras de calçada e acabamento final

foi utilizado concreto. Os poços foram assentados no nível do solo, a exceção dos

poços de monitoramento, que foram instalados com tubo geomecânico e a caixa de

proteção foi concretada 0,50 m acima do nível do solo. A Figura 5.9 esquematiza a

construção do poço.

Page 153: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

139

Tubo de PVCp/ revestimento interno (diâmetro 2")

Tampa de fundo (PVC)

Proteção sanitária em concreto (Altura ~70 cm)

Tampa de encaixe ou rosqueada

Tampa de ferro

Diâmetro de perfuração (4")

Selo em Bentonita (Altura ~30 cm)

Pré-filtro (brita fina)

Filtro (ranhuras no tubo ~2mm espessura)

Caixa de proteção (Altura ~50 cm)

FIGURA 5.9 – FIGURA ESQUEMÁTICA DE UM POÇO DE MONITORAMENTO

5.3 AMOSTRAGEM DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

5.3.1 Metodologia de Amostragem

No período de 02 a 23 de junho de 2006 foi realizada uma única campanha

amostragem de água subterrânea nos 15 cemitérios investigados, que consistiu na

coleta de uma amostra em dois (2) dos três (3) poços instalados em cada cemitério,

totalizando 30 amostras.

As coletas foram efetuadas pela equipe da empresa Hidroquímica Engenharia

e Laboratórios Ltda, responsável também pelas análises físico-químicas e

microbiológicas.

A seleção dos dois (2) poços para coleta de amostras geralmente considerou o

critério de localização de um poço mais a montante do fluxo e outro mais a jusante.

Page 154: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

140

Normalmente, as coletas nos dois poços de cada cemitério foram realizadas no

mesmo dia, a exceção do cemitério de Magé. Nesse caso, a segunda coleta foi

realizada no dia seguinte, pois o poço encontrava-se seco, ao que se admite ser

devido ao rebaixamento causado pelo bombeamento continuo dos poços existentes no

entorno, para abastecimento d´água local. As amostragens foram feitas nos períodos

da manhã ou tarde, porém, excepcionalmente, no cemitério de Nova Iguaçu elas

ocorreram no período noturno.

Previamente à coleta, todos os poços foram esgotados manualmente,

utilizando coletores (bailer) descartáveis. Após o restabelecimento do nível estático as

amostras foram coletadas com amostradores (bailer) descartáveis. Foi utilizado um

bailer por amostra para evitar possível contaminação e interferência nos resultados

das análises. Durante o procedimento utilizou-se luvas.

As amostras foram acondicionadas em frascos esterilizados, conforme

recomendado pela Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th

de 1998.

Concluída a coleta, os recipientes foram acondicionados em caixa de isopor e

encaminhados ao laboratório da Hidroquímica.

5.3.2 Metodologia das Análises Físico-Quimicas

As análises de pH, Temperatura e Condutividade foram efetuadas em campo,

por leitura direta, utilizando-se, respectivamente, um pHmetro portátil, um termômetro

escala 10ºC – 110ºC, e um condutivímetro portátil.

Todas as análises de laboratório foram realizadas segundo metodologia

preconizada pelo Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th

de 1998 e pela metodologia FEEMA.

A Tabela 5.1 apresenta a correlação dos parâmetros analisados com a

metodologia adotada.

Page 155: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

141

TABELA 5.1 – METODOLOGIA DE ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA Parâmetro Método Unidade

Resíduo Filtrável Total - RFT SM 2540C mg / L

Potencial Redox - Eh SM 4500 mV

Condutividade SM 2510 S/cm

pH à 25 º C SM 4500 -

Temperatura SM 2550 ºC

DQO em O2 SM 5220 mg / L

DBO em O2 5 dias SM 2510B mg / L

OD em O2 SM 4500 mg / L

Dureza Total em CaCO3 SM 2340C mg / L

Ferro Total em Fe+2+3 SM 3500 mg / L

Cobre Total em Cu SM 3500 mg / L

Cromo Total em Cr+3+6 SM 3500 mg / L

Manganes Total em Mn SM 3500 mg / L

Mercúrio Total em Hg SM 3500 mg / L

Níquel Total em Ni SM 3500 mg / L

Zinco Total em Zn SM 3500 mg / L

Prata Total em Ag SM 3500 mg / L

Bário Total em Ba SM 3500 mg / L

Cádmio Total em Cd SM 3500 mg / L

Chumbo Total em Pb SM 3500 mg / L

Nitrogênio Amoniacal em N SM 4500 mg / L

Nitrogênio de Nitratos em N SM 4500 mg / L

Nitrogênio de Nitritos em N SM 4500 mg / L

Fósforo Total em P SM 4500 mg / L

Cloretos em Cl SM 4500 mg / L Fonte: PDRB-BG, 2005d

Características dos Elementos Analisados

Com base no trabalho do Professor Eurico Zimbres (Zimbres, 2006) sobre

química da água subterrânea publicado pela ABAS na Internet, descreve-se a seguir

as características e funções destes parâmetros na água subterrânea:

Page 156: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

142

Resíduo Filtrável Total - RFT (ou Sólidos Totais Dissolvidos- STD): representa a

soma dos teores de todos os constituintes minerais presentes na água.

Condutividade Elétrica - CE: a presença de sais dissolvidos e ionizados na água a

transforma num eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Como há uma

relação de proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade

elétrica, estima-se o teor de sais pela medida de condutividade de uma água. As

medidas foram efetuadas por um condutivímetro na unidade de resistência

microMHO/cm ( MHO/cm), que corresponde à unidade do Sistema Internacional de

Medidas, microsiemens/cm ( S/cm).

Potencial de Hidrogênio – pH: indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade do meio.

É a medida da concentração de íons H+ na água. O balanço dos íons hidrogênio

(H+) e hidróxido (OH-) determina quão ácida ou básica ela é. Na água

quimicamente pura os íons H+ estão em equilíbrio com os íons OH- e seu pH é

neutro, ou seja, igual a 7. Em meio ácido, pH <7, os íons H+ estão em maior

quantidade; em meio alcalino, pH > 7, há mais íons OH. Os principais fatores que

determinam o pH da água são o gás carbônico dissolvido e a alcalinidade. O pH

das águas subterrâneas varia geralmente entre 5,5 e 8,5.

Potencial redox – Eh (potencial de redução-oxidação): mede a atividade dos

elétrons, ou seja, a voltagem produzida pela transferência de elétrons entre átomos

e moléculas na água. Está relacionado com o pH e o conteúdo de oxigênio. Em

ambiente ácido há perda de elétrons e em ambiente redutor há ganho de elétrons.

Temperatura: as águas subterrâneas têm uma amplitude térmica pequena, em

geral não influenciada pelas mudanças da temperatura atmosférica. Exceções são

os aqüíferos freáticos pouco profundos. Em profundidades maiores a temperatura

da água é influenciada pelo grau geotérmico local (em média 1ºC a cada 30 m).

Dureza Total: é definida como a dificuldade de uma água em dissolver (fazer

espuma) sabão pelo efeito do cálcio, magnésio e outros elementos como Fe, Mn,

Cu, Ba etc. Águas duras são inconvenientes deixam uma película insolúvel sobre

as superfícies de contato. A dureza total é a soma da dureza temporária e

permanente.

Page 157: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

143

O íon de cálcio e depois deste, o de magnésio são os principais elementos

responsáveis pela dureza. A dureza temporária ou de carbonatos é devida a estes

íons que sob aquecimento se combinam com íons bicarbonato e carbonatos,

podendo ser eliminada por fervura. A dureza permanente é devida também aos

íons de cálcio e magnésio que se combinam com sulfato, cloretos, nitratos e outros,

dando origem a compostos solúveis que não podem ser retirados pelo

aquecimento. A dureza é expressa em miligrama por litro (mg/L) de CaCO3

(carbonato de cálcio) independentemente dos íons que a estejam causando.

O carbonato de cálcio é muito pouco solúvel em água pura. O cálcio ocorre nas

águas na forma de bicarbonato e sua solubilidade está em função da quantidade de

gás carbônico dissolvido. Toda variação de temperatura e de pressão que levam à

modificação do CO2 dissolvido na água refletirá sobre seu conteúdo em Ca. No

caso das águas subterrâneas estas variações ora levam à solubilização do

carbonato de cálcio, ora levam à sua precipitação. A incrustação de um filtro de

poço por Ca CO3 é uma das conseqüências deste processo.

O magnésio é um elemento cujo comportamento geoquímico é muito parecido com

o do cálcio e, em linhas gerais, acompanha este elemento. Diferentemente do

cálcio, contudo, forma sais mais solúveis. Em região de rochas carbonáticas, o

mineral dolomita é um importante fornecedor de Mg.

Metais: Ferro e Manganês

O Ferro é um elemento persistentemente presente em quase todas as águas

subterrâneas em teores abaixo de 0,3 mg/L. Em virtude de afinidades geoquímicas

quase sempre é acompanhado pelo Manganês. O Ferro no estado ferroso (Fe²+)

forma compostos solúveis, principalmente hidróxidos. Em ambientes oxidantes o

Fe²+ passa a Fe³+ dando origem ao hidróxido férrico, que é insolúvel e se precipita,

tingindo fortemente a água. Desta forma, águas com alto conteúdo de Fe, ao

saírem do poço são incolores, mas ao entrarem em contato com o oxigênio do ar

ficam amarelada, o que lhes confere uma aparência nada agradável.

Apesar do organismo humano necessitar de até 19 mg de ferro por dia, os padrões

de potabilidade exigem que uma água de abastecimento público não ultrapasse os

0,3 mg/L. Este limite é estabelecido em função de problemas estéticos

relacionados à presença do ferro na água e do sabor ruim que o ferro lhe confere.

Page 158: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

144

O Ferro, assim como o manganês, ao se oxidarem se precipitam sobre as

superfícies, manchando-as. Águas ferruginosas são aeradas antes da filtração para

eliminar o ferro.

A precipitação de Ferro presente nas águas é a principal responsável pela perda da

capacidade específica de poços profundos. Estas incrustações são produtos da

atividade das ferro-bactérias. O uso de substâncias orgânicas emulsificantes e

polifosfatos nos processos de perfuração e desenvolvimento dos poços criam

condições para que as ferro-bactérias, naturalmente ocorrente nos aqüíferos,

proliferem com mais facilidade, fazendo-se necessário uma boa limpeza no

processo de completação do poço.

O Manganês quase sempre ocorre como óxido de manganês bivalente, oxida em

presença do ar, dando origem a precipitados negros. O padrão de aceitação para

consumo humano segundo o Ministério da Saúde é de 0,1 mg/L, e o de

intervenção, de acordo com os valores orientadores da CETESB (2005) para águas

subterrâneas é de 0,4 mg/L.

Nitratos, Nitritos e Amônia: Nitrogênio inorgânico (nitrogênio na forma de proteínas,

aminoácidos e uréia) pode existir no estado livre como gás, nitrito, nitrato e amônia

(ou Nitrogênio Amoniacal). Com exceção de algumas ocorrências como sais

evaporíticos, o nitrogênio e seus compostos não são encontrados nas rochas da

crosta terrestre. O nitrogênio é continuamente reciclado pelas plantas e animais.

Nas águas subterrâneas os nitratos ocorrem em teores em geral abaixo de 5mg/L.

Nitritos e amônia são ausentes, pois são rapidamente convertidos a nitrato pelas

bactérias. Pequeno teor de nitrito e amônia é sinal de poluição orgânica recente.

Segundo o padrão de potabilidade do Ministério da Saúde, uma água não deve ter

mais do que 10mg/L de Nitrato (NO3-).

Fósforo (P): é um nutriente essencial para crescimento dos microorganismos

responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. É também nutriente essencial

para o crescimento das algas. Usualmente está presente em águas poluídas por

esgoto doméstico.

Cloretos (Cl): Este elemento forma compostos muito solúveis e tende a se

enriquecer, junto com o sódio, a partir das zonas de recarga das águas

Page 159: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

145

subterrâneas. Teores acima do padrão de referência do M.S (250 mg/L) são

indicadores de contaminação.

Para determinação da Matéria Orgânica presente na água, utilizam-se Métodos

Indiretos através de medições da DBO, DQO e OD, com as seguintes funções, de

acordo com SPERLING (1996):

Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO: mede a quantidade de oxigênio requerida

(quantidade de oxigênio consumido pelos microorganismos) para estabilizar a

matéria orgânica carbonácea através de processos bioquímicos. Águas poluídas

por matéria orgânica apresentam elevada DBO.

Demanda Química de Oxigênio – DQO: Quantidade de oxigênio requerida para

estabilizar quimicamente a matéria orgânica carbonácea (oxigênio consumido

durante a oxidação química). Águas poluídas por fontes não biodegradáveis

apresentam elevada DQO.

Oxigênio Dissolvido – OD: o oxigênio dissolvido é requerido para respiração de

microorganismos e outras formas de vida aeróbia.

5.3.3 Metodologia das Análises Microbiológicas

As análises microbiológicas foram realizadas segundo as metodologias

Standard Methods for Examination of Water and Wastewater , 20 th de 1998 e

Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods – American

Public Health Association, conforme indicado na Tabela 5.2.

Dos elementos apresentados na Tabela 5.2, o Ministério da Saúde (Portaria

518 de 25/03/2004) estabelece padrões microbiológicos de potabilidade apenas para

coliformes totais (ausência em 100 ml para água na saída de tratamento; ausência em

100 ml em 95% das amostras analisadas no mês para água tratada no sistema de

distribuição – reservatórios ou rede; apenas uma amostra poderá apresentar

mensalmente resultado positivo em 100ml para sistemas que analisam menos de 40

amostras por mes) e bactérias Heterotróficas (contagem menor que 500 UFC/ml).

Page 160: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

146

TABELA 5.2 – METODOLOGIA DAS ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS

Análise Método Unidade

Prova para o grupo Coliforme Total

Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th de 1998 - SM 9221

NMP/100 ml

Prova para o grupo Coliforme Fecal

Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th de 1998 - SM 9221

NMP/100 ml

Prova para o grupo Estreptococo Fecal

Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th de 1998 - SM – 9230

NMP/100 ml

Contagem Total em Placas Padrão (Contagem Total de Bactérias Heterotróficas)

Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th de 1998 - SM – 9215

UFC/ ml

Contagem de Bactérias Lipolíticas

Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods – American Public Health Association

UFC/ ml

Bactérias Proteolíticas

Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods – American Public Health Association

NMP/100 ml

Clostridios Sulfito Redutores

Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods – American Public Health Association

NMP/100 ml

FONTE: PDRH-BG (2005d)

5.3.4 Metodologia das Análises Toxicológicas (PDRB-BG, 2005d)

O ensaio de toxicidade aguda em peixes foi realizado de acordo com a

metodologia da ABNT 15088 – Ecotoxicologia aquática. Em águas subterrâneas o

teste recomenda como organismo o peixe Danio rerio (brachydanio rerio).

Neste ensaio os organismos teste são expostos a várias diluições da amostra

de água subterrânea, por períodos de tempo preestabelecidos na metodologia. A

verificação da toxicidade é realizada por observação e registro da letalidade e

alterações de comportamento do peixe ao longo do ensaio.

Page 161: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

147

6 RESULTADOS

Para facilitar a identificação dos cemitérios municipais, todos os resultados

apresentados referenciam o nome do cemitério pelo nome do município onde se

localizam.

6.1 - SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL (SE)

Conforme descrito na seção 5.1, Metodologia das SEs, para cada cemitério

foram apresentados no Relatório de Prospecção Geofísica do PDRH-BG (2005a),

emitido em fevereiro de 2006, os dados de resistividade interpretados e modelados por

um programa de processamento, permitindo traçar cinco curvas SEs com suas

respectivas colunas geoelétricas (ver modelo Figuras 5.4), cinco perfis hídricos (ver

modelo Figuras 5.5), um gráfico de correlação geolétrica entre as sondagens

próximas (ver modelo Figuras 5.6) e o fluxo de água no terreno (ver modelo Figuras 5.8). No entanto, no Anexo 4 estão sendo representados apenas os resultados

gráficos das correlações (Anexo 4, Figura 1) e do fluxo de água (Anexo 4, Figura 2)

obtidos pelas SEs de cada cemitério, os quais consolidam as principais informações

necessárias para a presente dissertação.

Ressalta-se, porém, que em virtude de não estarem sendo apresentadas as

cinco colunas geolétricas, de cada cemitério que constam no relatório original do

PDRH-BG (2005a) com o nome “Figura 1 - Curva SE”, para facilitar o entendimento,

as figuras das correlações apresentadas no Anexo 4 sofreram uma pequena

adaptação em relação aos desenhos originais do PDRH-BG (2005a). Essa alteração

consistiu na inclusão do nome da litologia esperada nas camadas do perfil de cada

SE, que constam relativas às cinco SEs de cada local, as quais não foram

apresentadas neste trabalho.

A litologia esperada foi modelada e identificada em função da resistividade

encontrada nas camadas, utilizando-se um programa de processamento digital,

conforme foi explicado no Capitulo 5, seções 5.1.3 a 5.1.5.

Os resultados das medições relativos à localização dos pontos investigados em

cada cemitério, em coordenadas UTM, cota de elevação (m), profundidade do nível

d´água – NA (m), carga hidráulica subterrânea (m) e topo rochoso (m) são

sumarizados neste estudo na Tabela 6.1.

Page 162: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

148

TABELA 6.1: MEDIÇÕES DAS SES

Cemitério Sondagem UTM-E UTM-N Cota (m)

N.A. (m)

Carga Hidráulica

(m) Topo

Rochoso

SE-1 664736 7482553 9,0 1,3 7,7 1,3 SE-2 664626 7482601 6,0 1,3 4,7 1,3 SE-3 664662 7482574 12,0 1,3 10,7 1,3 SE-4 664662 7482553 14,0 1,5 12,5 1,5

Belford Roxo

SE-5 664690 7482531 13,0 1,3 11,7 1,7 SE-1 737686 7503149 33,0 1,3 31,7 1,6 SE-2 757633 7503112 32,0 1,3 30,7 1,6 SE-3 737639 7502965 30,0 1,8 28,2 14,0 SE-4 737790 7503056 31,0 1,5 29,5 8,1

Cachoeiras de Macacu

SE-5 737724 7503144 33,0 1,3 31,7 9,0 SE-1 673223 7500433 18,0 1,5 16,5 4,8 SE-2 673244 7500401 14,0 1,5 12,5 8,3 SE-3 673338 7500385 21,0 1,8 19,2 5,7 SE-4 673374 7500400 23,0 1,7 21,3 5,1

Duque de Caxias

SE-5 673414 7500443 17,0 2,7 14,3 3,7 SE-1 707675 7506143 16,0 2,5 13,5 4,2 SE-2 707660 7506162 18,0 2,2 15,8 5,7 SE-3 707639 7506166 28,0 1,5 26,5 4,8 SE-4 707598 7506183 27,0 1,5 25,5 3,5

Guapimirim

SE-5 707598 7506135 28,0 1,6 26,4 4,8 SE-1 719721 7483390 26,0 1,5 24,5 1,6 SE-2 719721 7483418 28,0 1,5 26,5 1,9 SE-3 709710 748430 28,0 1,5 26,5 2,6 SE-4 719732 7483473 21,0 1,5 19,5 1,6

Itaboraí

SE-5 719699 7483471 20,0 1,0 19 1,6 SE-1 686954 7486665 7,0 1,6 5,4 4,6 SE-2 686949 7486697 9,0 1,6 7,4 15,0 SE-3 686930 7486727 8,0 1,6 6,4 7,5 SE-4 686992 7486707 16,0 2,2 13,8 6,9

Magé

SE-5 686909 7486702 11,0 2,0 9 3,5 SE-1 662002 7479914 20,0 1,0 19 3,8 SE-2 662031 7479945 18,0 1,0 17 5,1 SE-3 662080 7479927 17,0 1,4 15,6 5,2 SE-4 662053 7479875 17,0 1,5 15,5 7,8

Mesquita

SE-5 661971 7479884 22,0 1,3 20,7 4,2 SE-1 663863 7476349 41,0 1,5 39,5 15,0 SE-2 663883 7476368 39,0 1,3 37,7 13,0 SE-3 663897 7476330 43,0 1,3 41,7 14,0 SE-4 663978 7476336 60,0 1,3 58,7 10,0

Nilópolis

SE-5 663927 7476327 49,0 1,5 47,5 12,0 SE-1 694507 7470398 7,0 1,5 5,5 1,8 SE-2 694427 7470374 7,0 2,5 4,5 6,1 SE-3 694432 7470434 6,0 2,0 4 4,8 SE-4 694343 7470415 7,0 1,5 5,5 1,8

Niterói

SE-5 694376 7470453 6,0 1,7 4,3 3,0 continua

Page 163: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

149

continuação

Cemitério Sondagem UTM-E UTM-N Cota (m)

N.A. (m)

Carga Hidráulica

(m) Topo

Rochoso

SE-1 659040 7483199 56,0 1,3 54,7 10,0 SE-2 659089 7483222 40,0 1,4 38,6 14,0 SE-3 659057 7483216 39,0 1,5 37,5 16,0 SE-4 659018 7483226 44,0 1,5 42,5 8,3

N.Iguaçu

SE-5 659068 7483260 44,0 1,5 42,5 10,0 SE-1 743553 7486488 14,0 1,3 12,7 7,0 SE-2 743554 7486503 15,0 1,3 13,7 5,6 SE-3 743561 7486517 14,0 1,8 12,2 7,9 SE-4 743544 7486441 18,0 1,3 16,7 10,0

Rio Bonito

SE-5 743563 748502 20,0 2,9 17,1 9,2 SE-1 659137 7468421 30,0 2,0 28 3,8 SE-2 659150 7468416 34,0 2,0 32 12,0 SE-3 659128 7468395 35,0 2,2 32,8 6,9 SE-4 659179 7468421 32,0 2,2 29,8 3,8

Rio de Janeiro

SE-5 659197 7468428 31,0 2,2 28,8 5,1 SE-1 699161 7474229 37,0 2,0 35 4,8 SE-2 699234 7474185 39,0 1,5 37,5 2,5 SE-3 699107 7474271 35,0 2,0 33 12,0 SE-4 699198 7474190 40,0 1,5 38,5 2,8

S.Gonçalo

SE-5 699175 7474211 39,0 1,7 37,3 3,8 SE-1 669053 7479065 9,0 2,0 7 4,8 SE-2 669034 7479104 22,0 1,4 20,6 4,2 SE-3 669018 7479067 24,0 1,6 22,4 10,0 SE-4 669109 7479057 21,0 1,5 19,5 9,3

S.J.Meriti

SE-5 669093 7479022 20,0 1,4 18,6 7,7 SE-1 733568 7484263 30,0 1,6 28,4 2,2 SE-2 733644 7484274 26,0 1,7 24,3 3,1 SE-3 733690 7484286 26,0 1,3 24,7 1,4 SE-4 733659 7484317 27,0 1,3 25,7 1,4

Tanguá

SE-5 733628 7484316 34,0 1,3 32,7 1,4

Os resultados obtidos nas SEs apresentados na Tabela 6.1 demonstram que o

lençol freático livre é superficial, raso ou quase aflorante na maior parte dos cemitérios

analisados, onde as profundidades de NA variam de 1,0 a 2,9 m.

Em geral foram investigados pontos situados nas áreas mais baixas dos

cemitérios, passíveis de maior contaminação. Observa-se, contudo, que tais pontos

nos cemitérios de Nilópolis, Nova Iguaçu e S.Gonçalo situam-se em cotas bastante

elevadas, variando, respectivamente, entre 39 e 56 m, 39 e 60 m e 35 e 40 m. Por

outro lado, situam-se em terrenos mais baixos os pontos investigados em Belford

Roxo, Magé e Niterói, com cotas entre 6 e 14 m, 7 e 16 m e 6 e 7 m, respectivamente.

Page 164: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

150

As correlações entre as SEs próximas apresentadas nas Figura 1 do Anexo 4

de cada cemitério, mostram que há uma homogeneidade estratigráfica em cada local,

no entanto, podem ser observadas nestas correlações eventuais variações de litologia

e falhas geológicas1.

A presença de falhas e fraturas é indicada por uma quebra de resistividade,

podendo-se notar em alguns casos a não ocorrência de conectividade entre as

camadas, isto é, a rocha alterada ou fraturada compreende uma fratura de alívio de

pressão e ocorre num plano horizontal pouco inclinado. Isso acontece por exemplo em

Itaboraí e Mesquita. Por outro lado, quando as falhas e fraturas ocorrem num plano

mais inclinado ou vertical estabelecem-se caminhos que podem se conectar e facilitar

a passagem de percolados. Estima-se que essa conectividade ocorra nos cemitérios

de Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Magé, Nilópolis, Rio Bonito, São Gonçalo e

Tanguá.

Em Belford Roxo, na SE-3 e SE-4, o solo é resistivo na camada inicial e na

camada seguinte ela diminui. Observando-se a topografia do terreno, onde estes dois

pontos situam-se em distâncias e elevações próximas (ver Anexo 3, Figura 1) e a

correlação entre essas duas SEs próximas, pode-se admitir neste caso a existência de

uma falha ou um depósito de talus.

O solo naturalmente ganha resistividade a partir da superfície, até atingir sua

resistividade máxima ao encontrar a rocha maciça. Entretanto, observam-se em

algumas correlações apresentadas a inversão dessa situação, em que a camada

inicial apresenta uma resistividade muito alta e depois volta a cair. Por uma avaliação

criteriosa em cada local poderia admitir-se que a alta resistividade encontrada na

camada mais superficial do solo, poderia ser decorrente de compactações geradas

pelo pisoteio em áreas de passagem constante de pessoas, ou ainda pela presença

de um aterro.

Observa-se, em vários perfis a indicação de “rocha maciça” logo na camada

inicial, o que não necessariamente esteja representando a realidade local, mas sim a

presença de um solo muito resistivo nesta camada inicial. Isto ocorre, por exemplo, na

SE 3 em Belford Roxo, nas SEs 1 e 2 de Cachoeiras de Macacu, SE 5 e SE 3 de

Niterói, SE 1 em São João de Meriti, na SE 4 de Tanguá e em diversos outros locais.

1 Superfície ou zona de rocha fraturada ao longo da qual houve deslocamento vertical ou horizontal.

Page 165: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

151

Em solos argilosos, a capilaridade é responsável pela redução da resistividade,

pois ao encontrar a água capilar (que sobe pelos interstícios do solo) a condutividade

aumenta. Quando o NA é raso, essa redução pode ocorrer logo nas camadas

superficiais, devido ao efeito da capilaridade e isso pode interferir na avaliação da

profundidade real do NA, que poderá estar em níveis mais profundos que os

encontrados nas SEs.

Em relação à direção do fluxo previsto pelas SEs, a partir das curvas de

superfície do lençol freático (Figura 2, Anexo 4), nota-se que em Belford Roxo o

resultado não condiz com a topografia local (ver Anexo 3, Figura 1), pois de acordo

com essa, o fluxo a partir da SE 2 deveria estar direcionado para sul (para o vale que

se forma entre P1 e P2) e das SEs 3 e 4 para a direção nordeste (de P2 para P3).

Para validação destes resultados, posteriormente foram realizadas novas medições

com o GPS, para confirmação da localização dos pontos, bem como foram checados

os lançamentos da planilha de campo com os valores digitalizados para entrada no

modelo informatizado. Essas verificações, no entanto, confirmaram os resultados

anteriormente obtidos.

A topografia de Cachoeiras de Macacu (Figura 2, Anexo 3) indica que o fluxo

de água deve ser radial a partir do alto da colina, porém esta direção não fica muito

clara pelos resultados das SEs (Figura 2, Anexo 4). Coerente com a topografia

verificam-se os resultados do fluxo em Duque de Caxias, Itaboraí, Mesquita, Nova

Iguaçu, Rio Bonito e São Gonçalo.

Em Magé, observa-se na Figura 2 (Anexo 4) que o fluxo segue em várias

direções, sendo visível a formação de um vale que recebe o fluxo dos pontos SE 5 e

SE 2 e o direciona para a SE 1. Este direcionamento tem coerência com a topografia

observada na Figura 6 (Anexo 3), em que a área investigada encontra-se num vale

formado entre duas colinas. Há, no entanto, indicação de fluxo em direção a SE 03. A

confirmação da direção real do fluxo foi obtida posteriormente pelas medições de NA

realizadas no local, que são discutidas no Capitulo 7.

Em Niterói, a presença do rio, com direcionamento indicado no sentido

sudeste-sudoeste na Figura 9 (Anexo 3) pode-se estimar a tendência de fluxo em

direção ao rio, no entanto, o direcionamento estimado pelas SEs não corrobora com

esta avaliação.

Page 166: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

152

No Rio de Janeiro há uma indefinição topográfica com base na Figura 12 do

Anexo 3 para que se possa entender o direcionamento estimado nas SEs.

Observa-se que não é precisa a relação nem a correspondência entre a

resistividade e a saturação do solo. Por exemplo, um solo pode ser 100% saturado e

ter resistividade 150 m e a 50% de saturação ter resistividade 180 m. Sendo assim,

os valores atribuídos ao nível freático pela interpretação geoelétrica das SEs são

sempre conservadores, i. é, geralmente são baixos (nível raso), mas existe uma faixa

de profundidade que este nível pode variar, situada entre camadas menos resistivas e

limitada pelo topo rochoso.

6.2 – SONDAGENS GEOLÓGICAS E INSTALAÇÃO DE POÇOS DE MONITORAMENTO

Os perfis construtivos e geológicos dos poços por área apresentados no

Relatório Técnico de Instalação de Poços de Monitoramento (PR-6-B2) do PDRH-BG

(2005c), emitido em junho de 2006, estão reproduzidos no Anexo 5. A partir desses

dados foi elaborada para o presente estudo a Tabela 6.2, consolidando os resultados,

identificando para cada cemitério as coordenadas dos pontos investigados,

profundidade total perfurada, profundidade do nível d’água e um sumário das

características das camadas de solo, determinadas em campo por análise táctil visual.

Nos cemitérios de Belford Roxo e de Nilópolis não foram instalados poços de

monitoramento, pois as tradagens nos três pontos de cada local foram encerradas nas

profundidades 11 e 13 m no primeiro, e de 8 e 11 m, no segundo, sem ter encontrado

o NA. A análise tátil-visual nesses cemitérios identificou solos residuais, com

características argilosas nos 3 pontos investigados em Belford Roxo, e camadas de

argilas arenosas em dois pontos e areias argilosas em um ponto (próximo à entrada)

do cemitério de Nilópolis.

Comparando-se os resultados das medições de NA medido em campo com os

estimados nas SEs, verifica-se que as estimativas foram sempre a favor da segurança,

ou seja, a pior situação é estimar NA mais raso que o real. Na maior parte dos

cemitérios analisados, os valores encontrados foram cerca de 1m a 1,5 m acima dos

estimados nas SEs. Exceções a essa regra observam-se nos cemitérios de Rio Bonito,

São João de Meriti e Tanguá , além de P1 em Magé e P1 em Mesquita, cuja diferença

para o estimado ultrapassa esta faixa.

Page 167: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

153

Os resultados indicam menores profundidades de nível d’água, variando entre

0,5 e 2,1 m, para os cemitérios de Niterói, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo,

São João de Meriti e Tanguá.

Os cemitérios de Duque de Caxias, Guapimirim, os pontos próximos a P2 e P3

em Mage, Mesquita, próximo a P2 em Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Rio Bonito e Rio

de Janeiro, e próximos aos pontos P2 e P3 em Tanguá, apresentam solo com

características mais arenosas que os demais.

Conclui-se que neste trabalho a acuidade dos resultados da SEs foi

comprometida pela falta de medições topográficas precisas, já que elas foram feitas

por meio de um GPS portátil, como também pelo pequeno número de SEs em

algumas áreas de maior extensão e/ou separadas por taludes.

Page 168: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

15

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mad

as a

baix

o

22°3

2'19

,8"S

P

02

42°5

8'51

,2"W

3,

23

1,9

Ate

rro

de 0

,20

m d

e ar

eia

gros

sa c

/ ent

ulho

, seg

uido

de

solo

alú

vio-

colu

vion

ar d

e ar

eias

e

arei

as a

rgilo

sas

gran

ulom

etria

méd

ia a

gro

ssa,

com

pre

senç

a de

sei

xos

de q

uartz

o at

é 1,

30 m

e

bloc

os e

sei

xos

de g

rani

to a

té 2

,50

m. A

reia

gro

ssa

na c

amad

a fin

al.

Tubo

G

eom

ecân

ico

22°3

2'18

,6"S

Gua

pim

irim

P 0

3(1)

42°5

8'55

,8"W

5

4 S

olo

alúv

io-c

oluv

iona

r co

nstit

uído

de

argi

las

aren

osas

fina

s at

é 1,

60 m

pro

f., s

egui

do d

e ca

mad

a de

2,5

m d

e ar

eia

argi

losa

méd

ia, c

/ blo

cos

e se

ixos

de

gran

ito. A

baix

o de

4 m

are

ia

gros

sa.

cont

inua

Page 169: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

15

5

cont

inua

ção

CEM

ITÉR

IO

POÇ

O

CO

OR

DEN

AD

AS

PRO

F.

TOTA

L (m

)

PRO

F.

N.A

. (m

) PR

INC

IPA

IS C

AR

AC

TER

ÍSTI

CA

S D

AS

CA

MA

DA

S D

E SO

LO

OB

SER

VAÇ

ÃO

22°4

4'33

,0"S

P

01(1

) 42

°51'

33,1

"W

2,5

1,35

S

olo

colú

vio-

aluv

iona

r de

argi

las

aren

osas

fina

s at

é 1,

0 m

pro

f. e

de g

ranu

lom

etria

méd

ia n

a ca

mad

a do

N.A

.

22°4

4'30

,9"S

P

02(1

) 42

°51'

38,3

"W

6,8

5,5

Sol

o co

lúvi

o-al

uvio

nar d

e ar

gila

are

nosa

gra

nulo

met

ria fi

na a

té ~

2,30

m p

rofu

ndid

ade,

pas

sand

o a

argi

loso

até

6 m

. Tu

bo

Geo

mec

ânic

o 22

°44'

33,3

"S

Itabo

raí

P 0

3 42

°51'

35,9

"W

3 2

Sol

o co

lúvi

o-al

uvio

nar

de a

rgila

s fin

as a

té ~

1,0

m p

rofu

ndid

ade

e ar

gila

are

nosa

, méd

ia n

a ca

mad

a se

guin

te.

22°4

2'57

,7"S

P

01(1

) 43

°10'

48,9

"W

5 2,

06

Sol

o re

sidu

al. F

ina

cam

ada

de a

terr

o, s

egui

da d

e um

a ca

mad

a de

1,5

0 m

de

solo

arg

iloso

com

ra

ros

grão

s fin

os d

e qu

artz

o. N

as c

amad

as s

egui

ntes

sol

o de

arg

ila a

reno

sa f

ina

(1,4

0m) a

m

édio

(1,0

m).

Tubo

G

eom

ecân

ico

22°4

2'57

,7"S

P

02

43°1

0'47

,6"W

3

1,87

C

amad

a de

0,9

0 m

de

solo

resi

dual

con

stitu

ído

de a

reia

arg

ilosa

gra

nulo

met

ria m

édia

, seg

uido

de

grã

os g

ross

os d

e qu

artz

o at

é a

prof

undi

dade

fina

l per

fura

da

22°4

3'0,

04"S

Mag

é

P 0

3(1)

43°1

0'46

,3"W

5

3,76

S

olo

resi

dual

de

arei

a ar

gilo

sa fi

na a

té 0

,30

m d

e pr

ofun

dida

de, s

egui

do d

e ca

mad

a c/

gr

anul

omet

ria m

édia

até

1,5

0 m

e g

ross

a at

é 4,

20 m

22°4

6'49

,6"S

P

01

43°2

5'20

,1"W

16

14

,2

Cam

ada

de s

olo

resi

dual

com

3,2

0 m

are

ia a

rgilo

sa fi

na, s

egui

da d

e ca

mad

as d

e ar

gila

s si

ltosa

s at

é a

prof

undi

dade

fina

l per

fura

da

22°4

6'49

,5"S

P

02(1

) 43

°25'

15,2

"W

2,4

1,4

Ate

rro

de 0

,20

m d

e ar

eia

gros

sa c

/ ent

ulho

, seg

uido

de

cam

adas

de

solo

resi

dual

de

arei

a ar

gilo

sas

gran

ulom

etria

fina

até

1,9

0 m

de

prof

undi

dade

e m

édia

na

cam

ada

final

Tu

bo

Geo

mec

ânic

o

22°4

6'43

,3"S

Mes

quita

P 0

3(1)

43°2

5'27

,2"W

9

7,5

Cam

ada

de 0

,30m

de

ater

ro d

e bl

ocos

e c

oncr

eto,

frag

men

tos

de ti

jolo

e te

lha

, seg

uido

de

cam

ada

de s

olo

resi

dual

de

arei

a ar

gilo

sa fi

na a

té ~

4,0

m d

e pr

ofun

dida

de. S

olo

aren

oso

gran

ulom

etria

méd

ia n

as c

amad

as fi

nais

.

22°4

8'40

,6"S

P

01

43°2

4'08

,2"W

8

- S

olo

resi

dual

con

stitu

ído

de a

rgila

are

nosa

fina

P

oço

Sec

o at

é 8m

22

°48'

42,8

"S

P 0

2 43

°24'

10,5

"W

11

- S

olo

resi

dual

con

stitu

ído

de a

rgila

are

nosa

fina

P

oço

Sec

o at

é 11

m

22°4

8'43

,8"S

Niló

polis

P 0

3 43

°24'

10,0

"W

8 -

Sol

o re

sidu

al c

onst

ituíd

o de

arg

ila a

reno

sa fi

na

Poç

o S

eco

até

8m

22°5

1'48

,7"S

P

01(1

) 43

°06'

13,2

"W

2,2

1,52

A

terr

o de

are

ia g

ross

a co

m e

ntul

ho a

té 1

,50

m d

e pr

ofun

dida

de e

sol

o co

lúvi

o-al

uvio

nar d

e ar

eia

argi

losa

méd

ia c

om s

eixo

s de

qua

rtzo

na c

amad

a fin

al p

erfu

rada

. Tu

bo

Geo

mec

ânic

o

22°5

1'46

,6"S

P

02

43°0

6'18

,2"W

2,

7 1,

1 A

terr

o de

are

ia g

ross

a co

m e

ntul

ho a

té 1

,30

m d

e pr

ofun

dida

de, s

egui

do m

esm

as c

amad

as d

e so

lo e

ncon

trado

em

P 0

1.

22°5

1'44

,0"S

Nite

rói

P 0

3(1)

43°0

6'25

,3"W

1,

8 0,

8 A

terr

o de

are

ia g

ross

a co

m e

ntul

ho a

té 0

,70

m d

e pr

ofun

dida

de, s

egui

do m

esm

as c

amad

as d

e so

lo e

ncon

trado

em

P 0

1.

Page 170: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

15

6

cont

inua

ção

CEM

ITÉR

IO

POÇ

O

CO

OR

DEN

AD

AS

PRO

F.

TOTA

L (m

)

PRO

F.

N.A

. (m

) PR

INC

IPA

IS C

AR

AC

TER

ÍSTI

CA

S D

AS

CA

MA

DA

S D

E SO

LO

OB

SER

VAÇ

ÃO

22°4

5'11

,7"S

P

01

43°2

7'07

,0"W

5

3,73

A

terr

o de

are

ia g

ross

a co

m e

ntul

ho a

té 0

,70

m d

e pr

ofun

dida

de. S

olo

resi

dual

de

arei

a ar

gilo

sa

gran

ulom

etria

gro

ssa

até

1,40

m, s

egui

do d

e ca

mad

a de

gra

nulo

met

ria m

édia

até

3,0

m e

fina

pa

ra o

fina

l.

Tubo

G

eom

ecân

ico

22°4

5'10

,8"S

P 0

2(1)

43°2

7'03

,6"W

3

1,9

Ate

rro

de a

reia

gro

ssa

com

ent

ulho

até

0,3

0 m

de

prof

undi

dade

. Sol

o re

sidu

al d

e ar

eia

gran

ulom

etria

méd

ia a

té 1

,0 m

, seg

uido

de

cam

ada

de a

reia

arg

ilosa

gra

nulo

met

ria m

édia

até

2,

20 m

e fi

na p

ara

o fin

al.

22°4

5'15

,2"S

N

ova

Igua

çu

P 0

3(1)

43°2

7'07

,6"W

3

1,46

A

terr

o de

are

ia g

ross

a co

m e

ntul

ho a

té 0

,80

m d

e pr

ofun

dida

de. S

olo

resi

dual

de

arei

a gr

anul

omet

ria m

édia

até

1,9

0 m

, seg

uido

de

cam

ada

de a

reia

arg

ilosa

gra

nulo

met

ria fi

na a

2,50

m e

méd

ia p

ara

o fin

al.

22°4

2'40

,5"S

P 0

1(1)

42°3

7'45

,4"W

3

1,2

Ate

rro

de a

reia

gro

ssa

com

ent

ulho

até

1,1

0 m

de

prof

undi

dade

, seg

uido

de

cam

ada

de 0

,80

m

de s

olo

resi

dual

con

stitu

ído

de a

rgila

silt

osa

com

pact

ado

(até

1,8

0 m

pro

f.) e

are

noso

gr

anul

omet

ria m

édia

na

cam

ada

final

per

fura

da.

Tubo

G

eom

ecân

ico

22°4

2'40

,1"S

P 0

2(1)

42°3

7'43

,7"W

5

1,2

Cam

ada

de s

olo

resi

dual

are

ia a

rgilo

sa fi

na a

té 2

,20

m d

e pr

ofun

dida

de c

om g

rânu

los

quar

tzos

os, s

egui

do d

e um

a ca

mad

a de

1,6

0 m

c/ s

eixo

s qu

artz

osos

. Nas

cam

adas

fina

is, a

rgila

ar

enos

a fin

o e

argi

la a

reno

sa fi

na.

22°4

2'41

,5"S

Rio

Bon

ito

P 0

3 42

°37'

45,0

"W

5 1,

5 C

amad

a de

0,2

0 m

de

ater

ro, s

egui

da p

or c

amad

as d

e so

lo re

sidu

al c

onst

ituíd

o de

are

ias

argi

losa

s gr

anul

omet

ria m

édia

até

~1,

30 m

de

prof

undi

dade

. N

as c

amad

as a

baix

o c/

gr

anul

omet

ria fi

na.

22°5

3'01

,7"S

P

01(1

) 43

°26'

55,1

"W

2,8

1,13

Fi

na c

amad

a d

e at

erro

de

arei

a gr

ossa

com

ent

ulho

. Sol

o co

lúvi

o-al

uvio

nar d

e ar

gila

are

nosa

gr

anul

omet

ria m

édia

até

a p

rofu

ndid

ade

de 0

,80

m, s

egui

do d

e ca

mad

as a

reno

sas

gran

ulom

etria

fina

até

~1,

60 m

. Na

cam

ada

final

per

fura

da a

reia

arg

ilosa

fina

.

Tubo

G

eom

ecân

ico

22°5

3'08

,9"S

P

02(1

)

43°2

6'45

,5"W

2,3

0,5

Cam

ada

de a

terr

o de

are

ia g

ross

a co

m e

ntul

ho a

té ~

0,4

0 m

, seg

uido

de

cam

ada

de s

olo

colú

vio-

aluv

iona

r are

noso

gra

nulo

met

ria m

édia

até

a p

rofu

ndid

ade

de 1

,10

m, a

rgila

are

nosa

fin

a at

é 1,

80 m

e a

reia

arg

ilosa

fina

na

cam

ada

final

per

fura

da.

22°5

3'05

,3"S

Rio

de

Jane

iro

P 0

3 43

°26'

52,5

"W

3 0,

77

Sol

o co

lúvi

o-al

uvio

nar c

om c

amad

a de

are

ia a

rgilo

sa g

ranu

lom

etria

fina

(0,4

0 m

) seg

uido

de

uma

cam

ada

méd

ia (0

,90

m) e

out

ra fi

na (1

,20

m).

Page 171: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

15

7

Con

tinua

ção

CEM

ITÉR

IO

POÇ

O

CO

OR

DEN

AD

AS

PRO

F.

TOTA

L (m

)

PRO

F.

N.A

. (m

) PR

INC

IPA

IS C

AR

AC

TER

ÍSTI

CA

S D

AS

CA

MA

DA

S D

E SO

LO

OB

SER

VAÇ

ÃO

22°4

9'37

,0"S

P

01(1

) 43

°03'

37,7

"W

3 2,

05

Cam

ada

de a

terr

o de

are

ia g

ross

a co

m e

ntul

ho a

té ~

0,5

0 m

, seg

uido

de

solo

resi

dual

com

ar

gila

s ar

enos

as g

ranu

lom

etria

fina

até

a p

rofu

ndid

ade

de 1

,90

m e

méd

ia a

té a

pro

fund

idad

e fin

al p

erfu

rada

.

Tubo

G

eom

ecân

ico

22°4

9'36

,9"S

P

02

43°0

3'35

,3"W

3

2 C

amad

a de

ate

rro

de a

reia

gro

ssa

com

ent

ulho

até

~ 0

,40

m, s

egui

do d

e so

lo re

sidu

al c

om

argi

las

aren

osas

gra

nulo

met

ria fi

na a

té a

pro

fund

idad

e de

1,8

0 m

e g

ross

a at

é a

prof

undi

dade

fin

al p

erfu

rada

.

22°4

9'39

,3"S

São

Gon

çalo

P 0

3(1)

43°0

3'36

,3"W

3

1 id

em a

nter

ior.

22°4

7'14

,4"S

P

01(1

) 43

°21'

12,4

"W

4,7

1,87

A

terr

o ar

enos

o co

m e

ntul

ho a

té ~

0,6

0 m

, seg

uido

de

cam

adas

de

solo

col

úvio

-alu

vion

ar

cons

tituí

do d

e ar

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s ar

enos

as g

ranu

lom

etria

fina

até

a p

rofu

ndid

ade

final

per

fura

da.

22°4

7'15

,8"S

P

02(1

) 43

°21'

09,8

"W

3 2

Fina

cam

ada

ater

ro a

reno

so c

om e

ntul

ho (~

0,1

0 m

), se

guid

o de

sol

o co

lúvi

o-al

uvio

nar

com

ar

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are

nosa

gra

nulo

met

ria m

édia

(0,2

0 m

) e fi

na a

té p

rofu

ndid

ade

de ~

1,50

m. G

ranu

lom

etria

m

édia

até

~ 2

,0 m

e g

ross

a be

m c

ompa

ctad

a ab

aixo

do

N.A

.

Tubo

G

eom

ecân

ico

22°4

7'14

,3"S

São

Joã

o de

Mer

iti

P 0

3 43

°21'

08,9

"W

3 1,

19

Ate

rro

aren

oso

com

ent

ulho

(~ 0

,20

m),

segu

ido

de s

olo

colú

vio-

aluv

iona

r co

nstit

uído

por

ar

gila

s ar

enos

as g

ranu

lom

etria

fina

até

pro

fund

idad

e fin

al p

erfu

rada

.

22°4

3'58

,1"S

P

01(1

) 42

°43'

30,7

"W

5 1,

2 S

olo

argi

loso

com

grã

os fi

nos

de q

uartz

o at

é pr

ofun

dida

de d

e 1,

70 m

, seg

uido

de

solo

resi

dual

co

m a

rgila

s ar

enos

as fi

nas

até

a pr

ofun

dida

de fi

nal p

erfu

rada

.

22°4

3'57

,9"S

P

02(1

) 42

°43'

29,5

"W

4 1,

66

Cam

adas

de

solo

resi

dual

de

arei

a ar

gilo

sa, i

nter

cala

das

entre

gra

nulo

met

rias

fina

e m

édia

. Tu

bo

Geo

mec

ânic

o 22

°43'

57,6

"S

Tang

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Page 172: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

158

6.3 - ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

Os resultados das análises físico-químicas foram compilados e consolidados nas

Tabela 6.3 e 6.4, a partir dos laudos das análises laboratoriais elaborados pela empresa

Hidroquímica Engenharia e Laboratórios Ltda, apresentados no PDRH-BG (2005d),

emitido em junho de 2006. A representação gráfica destes resultados é apresentada nas

Figuras 6.1 a 6.16.

Observa-se que não houve coleta de amostras nos municípios de Belford Roxo e

de Nilópolis, pois não foram instalados poços, conforme já explicado na seção 6.2.

Os resultados apresentados são comparados aos padrões de aceitação para

consumo humano recomendados pela Portaria do Ministério da Saúde nº 518/2004 e/ou

aos valores orientadores para água subterrânea estabelecidos pela CETESB, versão de

23/nov/2005, sempre que existentes nestas legislações.

Resíduo Filtrável Total - RFT (ou Sólidos Totais Dissolvidos- STD)

Os menores valores obtidos variaram de 130 mg/L a 200 mg/L e foram

encontrados em pelo menos um poço dos cemitérios de Cachoeiras de Macacu, Magé,

Mesquita e Rio Bonito (ver Figura 6.1). Valores na faixa de 200 mg/L a 380 mg/L ocorrem

nos demais cemitérios, a exceção de Niterói e Rio de Janeiro que apresentaram valores

mais altos, situados na faixa de 410 a 520.

Condutividade Elétrica - CE ( S/cm)

Os menores valores variaram entre 200 S/cm e 315 S/cm e foram encontrados

nos dois poços de Cachoeiras de Macacu, Mesquita, Nova Iguaçu e Rio Bonito, e em

apenas um dos poços de Duque de Caxias, Guapimirim e Magé (ver Figura 6.2). Acima

desta faixa, variando de 340 S/cm a 710 S/cm situam-se os demais cemitérios, sendo

os maiores valores encontrados em Niterói e Rio de Janeiro.

Pode-se estimar o valor do Resíduo Filtrável Total da água subterrânea a partir da

medida da Condutividade Elétrica multiplicada por um fator que varia de 0,55 a 0,75

(Zimbres, 2006). Observa-se esta relação comparando-se os gráficos de 6.1 e 6.2, onde

se verifica a mesma variação de comportamento entre ambos.

Page 173: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

159

Potencial de Hidrogênio - pH

Os resultados das medições do pH na água subterrânea (ver Figura 6.3),

variaram entre 6,6 a 9,0, situando-se dentro da faixa recomendável e aceitável pelo

Ministério da Saúde para consumo humano. Indicaram ambiente alcalino na maioria dos

cemitérios analisados. Somente Cachoeiras de Macacu (pH= 6,9) e um poço de Mesquita

(pH=6,6) apresentaram acidez. Um poço de Nova Iguaçu, um de Duque de Caxias e um

de S. João de Meriti apresentaram pH neutro

Potencial redox – Eh (potencial de redução-oxidação)

Na relação entre pH e Eh, observam-se nos resultados apresentados (ver Figura 6.4) que para pH maior ou igual a 7, o valor de Eh é negativo e para pH menor que 7, Eh

é positivo, ficando evidente através dos gráficos que a água subterrânea na maioria dos

cemitérios compreende um meio redutor e alcalino.

Temperatura (ºC)

Os resultados apresentados (ver Figura 6.5) indicam esta estabilidade térmica,

com valores entre 24 e 25ºC, e 26º. Estes valores são relativamente altos para água

subterrânea, no entanto, deve-se observar que representam apenas uma única coleta de

cada ponto. Em Mingliorini (1994) e Matos (2001) monitoramentos efetuados ao longo do

ano em poços de cemitérios resultaram em variações de temperaturas entre 21 a 23 ºC e

entre 18,5 e 28,9 ºC, respectivamente.

Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO (mg/L)

Os valores mais baixos de DBO (inferior a 1 mg/L até 1,5 mg/L) foram

encontrados nos dois poços de Duque de Caxias, Itaboraí, Magé, Niterói, Nova Iguaçu,

S.J. de Meriti e Tanguá, e em um poço de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e

Mesquita (ver Figura 6.6). Valores mais altos (3 mg/L a 7 mg/L) foram encontrados nos

demais poços, e nos dois poços do Rio de Janeiro e S.Gonçalo.

Page 174: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

160

Demanda Química de Oxigênio - DQO (mg/L)

Na água subterrânea dos cemitérios investigados, a DQO variou da faixa de

valores menores ou igual a 10 mg/L, nos dois poços de Itaboraí, Magé, Niterói, Nova

Iguaçu, São João de Meriti e Tanguá, e de 20 a 40 mg/L nos demais locais (ver Figura 6.7).

Oxigênio Dissolvido – OD (mg/L)

Os menores valores, de 0 a 1,7, foram registrados em ambos poços de Magé,

Nova Iguaçu, São Gonçalo e São João de Meriti, situando-se os demais poços na faixa

de 3,2 a 6,3 mg/L (ver Figura 6.8).

Dureza Total (mg/L)

Nos resultados apresentados (ver Figura 6.9) a dureza total variou entre 50 e 335

mg/L, estando, portanto, abaixo do valor máximo permitido para consumo humano de 500

mg/L, recomendado pelo Ministério da Saúde (Portaria 518/2004). A maioria dos

cemitérios apresentou valores na faixa de 50 a 160 mg/L. Acima desta faixa, somente em

Duque de Caxias (200 mg/L), Niterói (220 e 29 mg/L), Rio de Janeiro (335 e 300 mg/L),

S. Gonçalo (190 mg/L) e S. J.Meriti (330 mg/L).

Não foram avaliados os íons cálcio e magnésio separadamente, principais

elementos responsáveis pela dureza. De acordo com o professor Eurico Zimbres (2006),

o teor de cálcio nas águas subterrâneas varia, de uma forma geral, de 10 a 100 mg/L e o

de magnésio entre 1 e 40 mg/L.

Metais

i) Cobre – Cu; Cromo – Cr; Mercúrio – Hg; Níquel – Ni; Zinco – Zn; Prata – Ag; Bário –

Ba; Cádmio – Cd; e Chumbo – Pb

Todos estes metais apresentaram concentrações muito abaixo dos padrões de

intervenção da CETESB ou de aceitação do M.S.

ii) Ferro – Fe; Manganês – Mn (mg/L)

Page 175: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

161

Na maioria dos cemitérios analisados o Ferro Total (ver Figura 6.10) apresentou

valores iguais ou inferiores a 0,3 mg/L. Somente em Niterói (1,3 e 0,8 mg/L) e em um

poço de Rio Bonito (0,8 mg/L) e outro de S.Gonçalo (2,1 mg/L) apresentaram valores

acima deste padrão. Em relação ao manganês (ver Figura 6.11, considerando o valor

mais restritivo de 0,1 mg/L estabelecido pelo Ministério da Saúde, verifica-se que destes

três, somente em Rio Bonito o alto teor de ferro foi acompanhado da mesma forma pelo

Manganês (1,4 mg/L). Além deste, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Magé,

Nova Iguaçu, S.João de Meriti e Tanguá também apresentaram concentrações acima

deste padrão.

Nitratos, Nitritos e Amônia

Em todos os cemitérios analisados a concentração de Nitratos (ver Figura 6.12)

esteve abaixo do padrão de intervenção da Cetesb ou de potabilidade do M.S. (10 mg/L),

a exceção de um poço em Itaboraí (10,92 mg/L). O Nitrito (ver Figura 6.13) foi

encontrado acima do padrão M.S apenas em um poço no cemitério do Rio de Janeiro,

local que apresentou as maiores concentrações (0,6 mg/L e 2,3 mg/L) em relação aos

demais. Em relação ao nitrogênio amoniacal (ver Figura 6.14), somente os cemitérios de

Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti apresentaram valores expressivos

(entre 2,1 e 3,2 mg/L), ressaltando Guapimirim, com valor extremamente mais alto (9,7

mg/L).

Fósforo (P)

Os valores de fósforo (ver Figura 6.15) variaram de 0,05 a 0,34 mg/L, sendo mais

expressivos os resultados em Niterói (0,18 e 0,27 mg/L), Rio de Janeiro (0,1 e 0,2 mg/L),

São Gonçalo (0,23 e 0,34 mg/L), um poço em Itaboraí (0,25 mg/L) e outro em S.J.de

Meriti (0,2 mg/L).

Cloretos (Cl)

Todas as amostras apresentaram concentrações abaixo do padrão de referência,

situando-se entre 7 e 64 mg/L (ver Figura 6.16). Contudo, as mais altas concentrações

foram encontradas nos dois poços de Guapimirim (45 mg/L) e de Itaboraí (50 e 40 mg/L),

e em um poço de Magé (64 mg/L), S.Gonçalo (37 mg/L) e São João de Meriti (48 mg/L).

Page 176: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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01

< 0,

01

< 0,

01

0,04

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0,01

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C

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m

g / L

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0,01

<

0,01

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0,01

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<

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<

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<

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<

0,01

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0,01

<

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M

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mg

/ L

0,4

0,1

< 0,

01

< 0,

01

0,4

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01

1,4

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

0,02

0,

03

0,5

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0,04

0,

11

Mer

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Tot

al

mg

/ L

0,00

1 0,

001

<0,0

002

<0,0

002

<0,0

002

0,00

04

<0,0

002

<0,0

002

<0,0

002

0,00

03

0,00

02

0,00

02

0,00

03

0,00

07

0,00

03

0,00

02

Níq

uel

Tota

l

mg

/ L

0,02

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

Zinc

o T

otal

m

g / L

5

5 <

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

<

0,01

P

rata

Tot

al

mg

/ L

0,05

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

Bár

io T

otal

m

g / L

0,

7 0,

7 0,

2 <

0,01

0,

1 <0

,01

0,22

0,

13

< 0,

01

0,2

0,19

0,

4 <0

,01

0,6

0,23

0,

07

Cád

mio

Tot

al

mg

/ L

0,00

5 0,

005

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

< 0,

001

Chu

mbo

Tot

al

mg

/ L

0,01

0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

< 0,

01

Nitr

ogên

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mon

iaca

l m

g / L

-

<

0,0

1 0,

1 2,

1 0,

03

0,33

0,

05

< 0,

01

< 0,

01

<0,0

1 <0

,01

0,08

3,

2 0,

05

<0,0

1 N

itrog

ênio

de

Nitr

atos

m

g / L

10

10

5,

5 0,

8 6,

53

7,58

0,

17

1,31

0,

78

3,5

0,5

2,6

1,23

0,

1 8,

8 9,

7 N

itrog

ênio

de

Nitr

itos

m

g / L

-

1 0,

1 0,

17

< 0,

01

0,07

<

0,01

<

0,01

0,

6 2,

3 <0

,01

<0,0

1 0,

14

<0,0

1 0,

02

0,02

sfor

o To

tal

mg

/ L

-

0,18

0,

27

0,05

0,

07

0,08

0,

06

0,1

0,2

0,23

0,

34

0,05

0,

2 0,

05

0,05

C

lore

tos

m

g / L

-

250

16

15

22

10

9 9

15

26

37

20

48

14

33

17

Font

e: L

audo

s la

bora

toria

is a

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dos

no P

DR

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G (2

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da

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toria

nº 1

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e 23

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200

5

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inis

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º 518

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25 d

e m

arço

de

2004

(Pad

rão

de p

otab

ilida

de/a

ceita

ção

p/ c

onsu

mo

hum

ano)

Page 178: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

164

0

100

200

300

400

500

600

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Resí

duo

Filtr

ável

Tot

al (m

g/l)

FIGURA 6.1: RESÍDUO TOTAL FILTRÁVEL NOS POÇOS AMOSTRADOS

0

100

200

300

400

500

600

700

800

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Con

dutiv

idad

e El

étric

a (u

S/cm

)

FIGURA 6.2: CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NOS POÇOS AMOSTRADOS

Page 179: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

165

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

pH

FIGURA 6.3: VALORES DE PH NOS PARES DE PONTOS AMOSTRADOS

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Pot

enci

al R

edox

(mV

)

FIGURA 6.4: VALORES DE EH NOS PARES DE PONTOS AMOSTRADOS

23

23,5

24

24,5

25

25,5

26

26,5

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Tem

pera

tura

(ºC)

FIGURA 6.5: TEMPERATURA DURANTE A COLETA NOS POÇOS INVESTIGADOS

Page 180: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

166

0

1

2

3

4

5

6

7

8

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

DBO

(mg/

l)

FIGURA 6.6: DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO NOS POÇOS INVESTIGADOS

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

DQO

(mg/

l)

FIGURA 6.7: DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO NOS POÇOS INVESTIGADOS

0

1

2

3

4

5

6

7

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

OD

(mg/

l)

FIGURA 6.8: OXIGÊNIO DISSOLVIDO NOS POÇOS INVESTIGADOS

Page 181: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

167

0

100

200

300

400

500

600

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Dure

za (m

g/l)

Padrão M.S.

FIGURA 6.9: VALORES DE DUREZA TOTAL NOS PONTOS DE AMOSTRAGEM

0

0,5

1

1,5

2

2,5

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Ferr

o (m

g/l)

Padrão Cetesb (2005)

FIGURA 6.10: CONCENTRAÇÃO DE FERRO (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Man

ganê

s (m

g/l)

Padrão Cetesb (2005)

FIGURA 6.11: CONCENTRAÇÃO DE MANGANÊS (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS

Padrão M.S.

Page 182: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

168

0

2

4

6

8

10

12

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Nitr

atos

(mg/

l)

Padrão Cetesb (2005)

FIGURA 6.12: CONCENTRAÇÃO DE NITRATOS (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS

0

0,5

1

1,5

2

2,5

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Nitri

tos

(mg/

l)

Padrão Cetesb (2005)

FIGURA 6.13: CONCENTRAÇÃO DE NITRITOS (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS

0

2

4

6

8

10

12

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Nitr

ogên

io A

mon

iaca

l (m

g/l)

FIGURA 6.14: CONCENTRAÇÃO DE NITROGÊNIO AMONIACAL (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS

Page 183: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

169

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Fósf

oro

Tota

l (m

g/l)

FIGURA 6.15: CONCENTRAÇÃO DE FÓSFORO (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS

0

10

20

30

40

50

60

70

P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02

Cachoeirasde Macacu

Duque deCaxias

Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu

Rio Bonito Rio deJaneiro

SãoGonçalo

São Joãodo Meriti

Tanguá

Clor

etos

(mg/

l)

FIGURA 6.16: CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS

Padrão MS: 250 mg/L

Page 184: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

170

6.4 - ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS E TOXICOLÓGICAS DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

Os resultados das análises bacteriológicas e toxicológicas estão indicados nas

Tabela 6.5 e graficamente nas Figuras 6.17 e 6.18.

Foi verificada a presença de bactérias do grupo Fecal em todas as amostras. Os

menores valores de Coliforme Total variaram entre 9 e 110 colônias em 100 ml e foram

encontrados nas duas amostras de Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí e São

Gonçalo e em pelo menos uma das amostras dos demais cemitérios. Entre os maiores

valores (280 a 17000 em 100ml) encontrados em uma das amostras de alguns

cemitérios, ressaltam-se P01 em Magé com 3000 em 100 ml, P01 em Rio Bonito com

17.000 em 100 ml, Rio de Janeiro (P02), S.João de Meriti (P01) e Tanguá (P01), os três

com 1600 colônias em 100 ml. De acordo com a Portaria 518/2004 do Ministério da

Saúde, a água destes poços não está apropriada para consumo, pois deveria estar

ausente de coliformes totais em 100 ml.

Os Coliformes Fecais variaram de menos de 2 até 17 colônias em 100 ml na

maioria das amostras. Sobressaem-se, contudo, as amostras de P01 em Magé com 400

colônias em 100 ml e P01 em Rio Bonito com 1600 por 100 ml.

Os Estreptococos Fecais variaram de menos de 2 até 14 colônias em 100 ml na

maioria das amostras, extrapolados somente em Duque de Caxias (P02) com 1420 e em

Rio Bonito (P01) com 1600 colônias em 100 ml.

No grupo de bactérias degradadoras de matéria orgânica observa-se a presença

de Bactérias Lipolíticas em maior quantidade. Elas aparecem em quantidades elevadas

em uma ou nas duas amostras da maioria dos cemitérios (de 100 a 500 unidades) e

muito elevados (de 1200 a 2800) em Cachoeiras de Macacu (P02), Duque de Caxias

(P02), Itaboraí e Rio de Janeiro (ambas as amostras), Mesquita (P03), Niterói (P03) e

S.Gonçalo (P03). Somente uma amostra em S.Gonçalo apresentou valor baixo 10

unidades em 100 ml no poço P01.

À exceção de Cachoeiras de Macacu as Bactérias Proteolíticas estão presentes

nos demais cemitérios em números da ordem de 2 a 210 por 100 ml, sendo os maiores

valores obtidos nos poços P02 em Duque de Caxias (210 por 100 ml) e P01 no Rio de

Janeiro (150 por 100 ml).

Page 185: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

171

Clostrídios Sulfito Redutores (do grupo bactérias heterotróficas) também

estiveram ausentes nas duas amostras de Itaboraí, Mesquita e Rio Bonito, e nos demais

cemitérios esteve presente em pelo menos uma amostra de cada. Foram encontrados em

maior quantidade nos cemitérios de Duque de Caxias (9,2 por 100 ml em ambas as

amostras), na amostra P01 de S.Gonçalo (16,1 por 100 ml) e P01 de Tanguá (9,2 por 100

ml). Nos demais cemitérios apresentaram valores de 2,2 e 5,1 por 100 ml.

Bactérias heterotróficas foram encontradas em todas as amostras, variando de 8 a

80 UFC/ml na maioria dos locais, sendo mais elevado em São Gonçalo (146 UFC/ml em

um poço) e em número muito elevado nos dois poços de Duque de Caxias (1140 e 1420

UFC/ml) e de Nova Iguaçu (890 e 340 UFC/ml). Nesses dois locais, de acordo com a

Portaria 518/2004, haverá necessidade de novas coletas pois os valores excedem a 500

unidades formadoras de colônia (UFC) em três poços.

Todas as amostras de água subterrânea dos cemitérios investigados não

apresentaram toxicidade, pois não houve alteração de comportamento ou letalidade do

peixe Danio rerio durante os ensaios.

Page 186: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

17

2

TAB

ELA

6.5

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Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Bactérias Proteolíticas (NMP/100 ml)Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100 ml) Bacterias Heterotróficas (UFC/ml)

FIGURA 6.18: RESULTADOS GRÁFICOS DO NÍVEL DE CONTAMINAÇÃO BACTERIOLÓGICA NOS CEMITÉRIOS

(GRUPO DE BACTÉRIAS DECOMPOSITORAS DE MATÉRIA ORGÂNICA) NOTA: BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS – PADRÃO 500 UFC/ml

Page 190: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

176

7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

7.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS POR ÁREA

7.1.1 Cemitério de Belford Roxo

Os resultados das sondagens elétricas em Belford Roxo (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 1,3 e

1,7 m. No entanto, as tradagens efetuadas até 11 e 13 m de profundidade (Tabela 6.2

e Anexo 5) não confirmaram esta previsão, pois a rocha sã não foi encontrada em

nenhum dos três poços perfurados, mesmo no poço P2 que está localizado entre as

SEs 3 e 4 (Figura 1 do Anexo 3).

As SEs também não foram capazes de estimar razoavelmente a profundidade

de nível d’água local, já que a mesma não foi encontrada até as profundidades

perfuradas, e nas SEs foram estimadas entre 1,3 e 1,5 m. Portanto, não há garantia no

direcionamento do fluxo de água subterrâneo indicado no modelo (Figura 2 do Anexo 4).

Observa-se, ainda, que as SEs foram executadas num período normalmente

chuvoso, o que pode ter contribuído para elevação do NA, e por outro lado as

tradagens foram realizadas num período mais seco. Dessa forma, recomendam-se

monitoramentos nos poços já instalados para verificação das variações do NA nesse

local.

O solo é constituído de argilas com areias finas (Anexo 5) e deve encontrar-se

bastante compactado, já que os resultados das SEs indicaram camadas muito

resistivas, denominadas como rocha maciça, alterada ou fraturada. Em função dos

resultados das SEs 3 e 4 foi considerada a possível existência de uma fratura ou de

um depósito de talus nesse local, que se encontra nas proximidades do poço P2.

Nessa condição estaria mais vulnerável à passagem de poluentes em direção ao

aquífero.

Considerando os resultados acima, a possibilidade de contaminação do

aqüífero pelas atividades do cemitério no que diz respeito à profundidade do nível de

água é remota. No entanto, considerando os demais aspectos que foram analisados

no estudo citando-se dentre outros, a possível existência de fraturas ou de depósito de

Page 191: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

177

talus conforme acima explicado; a identificação de uma área úmida na Quadra B

(Figura 1 do Anexo 3), onde já foram encontrados corpos saponificados; à grande

proximidade de residências e favelas com o cemitério, em alguns casos não

respeitando a distância mínima de afastamento do muro e que não dispõem de

sistema de saneamento adequado, a comprovação de que o aqüífero esteja protegido

somente poderá ser confirmada em futuras pesquisas e monitoramentos a serem

realizados no local.

7.1.2 Cemitério de Cachoeiras de Macacu

As sondagens elétricas e os poços foram instalados ao redor do cemitério que

se assenta no alto de uma colina. As SEs em Cachoeiras de Macacu (Tabela 6.1 e

Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades

de 1,6 e 9,0 m. No entanto, as sondagens a trado (Tabela 6.2 e Anexo 5) não

puderam confirmar esta previsão, pois foram encerradas entre profundidades de 3,8 e

4,5 m e a rocha sã não foi encontrada em nenhum dos três poços perfurados (Figura 2 do Anexo 3).

As profundidades de nível d’água local, estimadas nas SEs entre 1,3 e 1,8 m,

foram muito conservadoras em relação às encontradas em P1, P2 e P3 (3,5, 3,0 e 3,0

m, respectivamente). Pode-se admitir que a umidade do solo e o efeito de capilaridade

possam ter influenciado neste resultado, já que as sondagens elétricas foram

executadas em período chuvoso aliado ao fato de que o solo encontrado em P1,

localizado próximo à SE 2, indicou a existência de camadas de areias argilosas e

argilas arenosas, ambas de granulometria fina, um pouco acima do NA. Da mesma

forma P3, próximo à SE 4, cuja camada acima do NA é de constituição argilosa.

Os resultados das SEs indicaram fluxo para as direções sudeste e sudoeste

(Figura 2, Anexo 4), portanto os poços P2 e P3 situam-se a jusante do fluxo. O poço

P1 poderia ser considerado mais a montante dos demais e ser um poço de controle,

mas, como não foi feita análise da água subterrânea neste ponto não é possível

estabelecer uma comparação dos níveis de contaminação deste com os demais.

Entre estes dois poços de jusante verifica-se, em geral, um equilíbrio nos

resultados dos parâmetros físico-químicos (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6), nenhum

excedendo os padrões de intervenção da CETESB ou do Ministério da Saúde, a

exceção do manganês cuja concentração em P2 é de 0,3 mg/L, próxima ao padrão de

Page 192: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

178

intervenção da CETESB (0,4 mg/L) e acima do limite de potabilidade do Ministério da

Saúde (0,1 mg/L). Nesses poços os valores de produtos nitrogenados e de cloretos

foram baixos.

Quanto à contaminação bacteriológica observa-se um número elevado de

coliformes totais em P3, acima do padrão de potabilidade, e em ambos os poços

quantidades elevadas de colônias de bactérias lipolíticas. Não se verificou a presença

de bactérias proteolíticas em ambos os poços e as bactérias heterotróficas não

excederam o limite da Portaria do MS de 500 unidades formadoras de colônia

(Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Não se espera que estes resultados tenham contribuição de esgoto das

residências situadas na parte baixa do cemitério, pois a localização dos poços foi feita

criteriosamente de forma a evitar esta interferência. Contudo, o número de amostras

em apenas uma coleta é insuficiente para determinar a contribuição de carga

contaminante do cemitério na água subterrânea.

Sendo assim há necessidade de ampliar as pesquisas e monitoramento na

área, efetuando coleta num ponto de controle que seja isento de interferências e

funcione como background para efeito de comparação com os resultados obtidos nos

outros poços analisados. Como se tem conhecimento de captações de água

subterrânea pelos moradores do entorno, seria conveniente analisar a qualidade da

água consumida e compará-la com resultados obtidos das análises nos poços de

monitoramento. Além disso, é recomendável realizar uma pesquisa junto à

comunidade local para verificar se há ocorrências de doenças relacionadas à

transmissão por meio hídrico.

7.1.3 Cemitério de Duque de Caxias

As sondagens elétricas no cemitério de Duque de Caxias (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,7

e 8,3 m, o que não foi confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) que foram

encerradas entre 3 e 6 m de profundidade sem encontrar rocha.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,5 e

2,7 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivas de 5,0 m;

4,6 m e 2,0 m. De acordo com o direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs no

Page 193: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

179

sentido nordeste-sudoeste (Figura 2 do Anexo 4), P1 situa-se mais a montante

podendo ser considerado um poço de controle (Figura 3 do Anexo 3). Observa-se

que a profundidade do NA nesse poço é favorável, pois deixa uma espessa camada

de solo não saturado. No entanto, nesse local o solo possui características arenosas

que facilita a condução de percolados em direção ao aqüífero. Considerando que o

solo foi caracterizado a partir de uma avaliação tátil visual, a comprovação de sua

capacidade de infiltração poderia ser avaliada mais precisamente através da execução

de ensaios de infiltração no local.

Os resultados das análises laboratoriais (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6) nos

poços P1 (instalado na entrada do cemitério) e P2 (instalado no quintal de uma

residência) corroboram com as expectativas, pois se observa que as concentrações no

poço P2, a jusante do fluxo, geralmente estão em níveis acima das obtidas em P1.

Somente o manganês excede os padrões de intervenção da CETESB (0,4 mg/L) ou

de potabilidade do Ministério da Saúde (0,1 mg/L), cuja concentração em P1 é 0,4

mg/L e em P2, 0,8 mg/L.

Conforme explicado na seção 6.3, a ocorrência de nitrito e amônia na água

subterrânea é sinal de contaminação recente, o que pode ser sugerido no poço P1,

com elevação da concentração de nitritos (0,29 mg/L) em relação a P2 (0,03 mg/L). O

nitrogênio amoniacal em P2 é expressivamente maior que em P1.

A contaminação por grupos fecais é bastante reduzida em ambos os poços,

porém em P2 o coliforme total ocorre em número elevado (110 em 100 ml). É nesse

poço onde também se encontram quantidades mais elevadas de colônias de bactérias

lipolíticas (2800 UFC/ml) e proteolíticas (210 UFC/ml), além das bactérias

heterotróficas (em ambos os poços) em números muito acima do limite de 500 UFC

estabelecido pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, sendo exigido neste caso

novas coletas. Neste grupo de bactérias também se incluem os clostrídios que

também foram encontrados nos dois poços deste cemitério nas quantidades de 9,2 em

100 ml. (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Os resultados obtidos não são suficientes para determinar a influência do

cemitério na contaminação da água subterrânea, sendo necessário ampliar o número

de pontos investigados e a periodicidade da campanha. As análises futuras devem

considerar uma possível interferência nos resultados devido à existência de um valão

para onde flui o esgoto das residências do entorno localizadas na parte baixa do

Page 194: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

180

cemitério. Considerando a existência de um poço tubular no mesmo quintal onde foi

perfurado P2, sugere-se a análise da água subterrânea coletada naquele poço para

comparação com os demais resultados.

7.1.4 Cemitério de Guapimirim

As sondagens elétricas no cemitério Guapimirim (Tabela 6.1 e Figura 1 do

Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,5 e 5,7

m, o que não foi confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) que foram

encerradas entre 3 e 5 m de profundidade sem encontrar rocha.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,5 e

2,5 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades de 2,0 m; 1,9 m e 4,0

m, respectivamente. Embora não tenha sido informada a profundidade máxima da

base das covas, considerando um valor médio de 1,80 m (com base nos

levantamentos efetuados nos outros cemitérios), a profundidade de NA encontrado

nos poços coletados P1 e P3 estaria a favor da segurança. Por outro lado, as

características arenosas do solo nestes pontos são fatores desfavoráveis, pois

facilitam a percolação em direção ao aqüífero. De acordo com o direcionamento do

fluxo d’água estimado nas SEs no sentido noroeste-sudeste (Figura 2 do Anexo 4),

P3 situa-se mais a montante podendo ser considerado um poço de controle (Figura 4 do Anexo 3).

Os resultados das análises físico-químicas nos poços P1 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6) contrariam o que se esperava, pois se verifica que as concentrações

no poço P1, a jusante do fluxo, geralmente estão abaixo dos níveis obtidos em P3,

contudo nenhuma excede os padrões legais. A concentração de amônia é

relativamente alta nestes poços considerando os demais cemitérios analisados.

A contaminação por grupos fecais é bastante reduzida em ambos os poços e

nos grupos de bactérias decompositoras, somente as bactérias lipolíticas foram

encontradas em números expressivos (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Devido o número insuficiente de pontos amostrados em somente uma

campanha de coleta, estes resultados não são suficientes para determinar o grau de

contaminação da água subterrânea no local, devendo a pesquisa ser ampliada e

serem realizados monitoramentos periódicos. Além disso, é recomendável uma

Page 195: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

181

investigação mais detalhada da operação do cemitério e das condições de

saneamento das residências do entorno para que se possa avaliar possíveis

interferências de efluentes de esgoto nos resultados obtidos das análises de água

subterrânea.

7.1.5 Cemitério de Itaboraí

As sondagens elétricas no cemitério Itaboraí (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 1,6 e 2,6 m, não

confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) que foram encerradas entre 2,5 e

6,8 m de profundidade sem encontrar rocha.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,0 e

1,5 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 nas profundidades respectivas de

1,35 m; 6,8 m e 3,0 m. Considerando o nível raso da água encontrado em P1, caso a

base das covas chegue à profundidade máxima de 1,80 m conforme informado, deve-

se considerar a possibilidade de contaminação do lençol freático neste local. O solo,

por outro lado, possui características argilosas com areia fina que pode reduzir o efeito

de percolação através da camada não saturada.

De acordo com o direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs no sentido

sudeste-noroeste (Figura 2 do Anexo 5), P1 situa-se mais a montante do fluxo

devendo ser considerado um poço de controle para efeito de comparação de

resultados (Figura 5 do Anexo 3).

As análises físico-químicas nos poços P1 e P2 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)

mostram muito pouca variação nos resultados encontrados entre eles, em geral

valores baixos. Considerando que as águas de P1 são muito mais rasas que as de P2,

este equilíbrio de resultados pode indicar baixa contaminação química da água

subterrânea. Somente as concentrações de Nitratos foram elevadas em ambos os

poços chegando ultrapassar cerca de 1 mg/L o padrão CETESB de 10 mg/L em P2.

A contaminação por grupos fecais é quase desprezível em ambos os poços e

nos grupos de bactérias decompositoras, somente as bactérias lipolíticas foram

encontradas em números expressivos (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Page 196: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

182

Devido o número insuficiente de pontos amostrados em somente uma

campanha de coleta, estes resultados não são suficientes para determinar o grau de

contaminação da água subterrânea decorrente das atividades do cemitério. Há

necessidade de uma investigação mais detalhada na área de entorno, quanto ao

sistema de coleta de esgoto das residências populares situadas no lado externo

próximas ao muro e também dentro do cemitério tanto na parte alta como na área

baixa. Estes aspectos são de fundamental importância na avaliação dos resultados a

serem obtidos em futuras pesquisas e monitoramentos a serem realizados no local.

7.1.6 Cemitério de Magé

As sondagens elétricas no cemitério Magé (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4)

indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,5 e 15 m, o que

não pôde ser confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) pois foram

encerradas entre 3 e 5 m de profundidade.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,6 e

2,2 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades de 2,06 m; 1,87 m e

3,76 m, respectivamente. Estas profundidades são seguras em relação ao fundo das

covas normalmente abertas nesta área a 0,90 m. A área investigada situa-se num

terreno cuja declividade não é percebida sem medição por instrumento. O

direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indicou vários sentidos (Figura 2 do

Anexo 4), sugerindo tanto em direção para a SE 1 (nordeste-sudoeste) como para a

SE 3 (para noroeste) e descendo para a SE 2 (direção noroeste-sudeste). Analisando-

se os resultados da profundidade do nível d’água entre os três pontos, observa-se que

deve se formar um canal subterrâneo que se situa entre P2 e a reta que une P1 e P3

(Figura 6 do Anexo 3). Este canal receberia os fluxos de nordeste, de noroeste e de

sudoeste, canalizando na direção noroeste-sudeste.

Foram coletadas amostras nos pontos P1 e P3 e de acordo com a estimativa

de fluxo acima, P1 é um poço situado a montante do fluxo, podendo ser tomado como

poço de controle. Em P3, embora exista a camada não saturada mais espessa do que

em P1, ela é constituída por uma areia argilosa, que em geral é favorável à passagem

de percolados. No entanto, a verificação da capacidade real de infiltração pode ser

comprovada por ensaios de infiltração realizados em campo.

Page 197: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

183

As análises físico-químicas nos poços P1 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)

mostram alguma variação entre os resultados, geralmente indicando valores mais

desfavoráveis em P3, corroborando com as previsões para poço de jusante. Alguns

resultados nesse poço se mostraram mais expressivos, como os Nitratos (sem

ultrapassar o padrão legal), cloretos (64 mg/L) muito superior a P1 (7 mg/L) e o

manganês (0,6 mg/L), cujo limite para água subterrânea de acordo com a CETESB é

de 0,4 mg/L.

A contaminação por coliformes totais e fecais é bastante expressiva em P1 e

desprezível em P3, o que sugere algum tipo de interferência externa (p.ex. animais)

que não deve ser por esgoto, tendo em vista que este lado do cemitério não é

habitado. Esperava-se que houvesse resultados mais desfavoráveis em P3 neste

grupo de bactérias, já que durante os trabalhos de coleta foi verificado que atrás do

muro onde se localiza P3 há um sumidouro de uma residência ali situada. Este

resultado inesperado pode ser explicado pela direção do fluxo encontrada no local.

Em ambos os poços foram encontrados em baixas quantidades, bactérias

lipolíticas, proteolíticas e heterotróficas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Conclui-se que neste cemitério pode haver alguma interferência de esgoto das

residências que utilizam sistema de fossa/sumidouro. Contudo, pelos baixos valores

encontrados nas análises físico-químicas e alta contagem de bactérias lipolíticas pode-

se admitir que a maior influência esteja sendo das atividades internas do cemitério. Há

necessidade contudo de novas investigações em outros pontos da área, para

confirmação dos resultados obtidos nesta primeira avaliação. Importante também que

se efetue amostragens em períodos distintos, considerando que esta área baixa do

cemitério é sujeita a alagamentos em períodos chuvosos.

Considerando ainda a existência de vários poços tubulares situados no lado

externo próximos ao muro do cemitério, que são bombeados diária e continuamente

para abastecimento de água da comunidade local, sugere-se realizar uma pesquisa

junto à comunidade local para verificar se há ocorrências de doenças relacionadas à

transmissão por meio hídrico e paralelamente seja analisada a qualidade da água

distribuída destes poços.

Page 198: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

184

7.1.7 Cemitério de Mesquita

As sondagens elétricas no cemitério Mesquita (Tabela 6.1 e Figura 1 do

Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,8 e 7,8

m, o que não foi confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) que foram

encerradas entre 2,4 e 16 m de profundidade sem encontrar a rocha.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,0 e

1,5 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 14,2

m; 1,4 m e 7,5 m. Considerando o nível raso da água encontrado no poço P2, caso a

base das covas chegue à profundidade máxima de 1,80 m conforme informado, deve-

se considerar a possibilidade de contaminação do lençol freático nas proximidades

desse local. Além disso, esse ponto localiza-se na parte baixa do cemitério (ver Figura 7 do Anexo 3) onde foi informado já terem ocorrido casos de exumações em que o

corpo encontrava-se conservado.

Em P1 e P3 embora com níveis de água tão baixos poderia estar sendo, em

princípio, garantida a proteção do aqüífero. No entanto, outros fatores devem ser

considerados e que não foram investigados em campo, como por exemplo o grau de

infiltrabilidade do solo, que nesses locais podem facilitar a condução de percolados já

que as primeiras camadas (até cerca de 3m de profundidade) são constituídas por

areias argilosas.

De acordo com o direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs a direção

obedece a topografia na área (Figura 2 do Anexo 4), na direção noroeste-sudeste.

Desta forma o poço P1 (Figura 7 do Anexo 3) situa-se a montante do fluxo e deveria

ser tomado como poço de controle. No entanto as coletas foram realizadas nos poços

P2 e P3 que estão situados em pontos mais baixos do cemitério e em vertentes

opostas.

As análises físico-químicas nos poços P2 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)

mostram pequenas variações entre os resultados, algumas vezes mais alto em P2 e

outras mais alto em P3. As maiores variações ocorreram na concentração de OD,

DBO e DQO, indicando melhores condições em P2. Por outro lado, há um aumento

expressivo de Nitratos neste poço em relação a P3, sem contudo ultrapassar o padrão

legal.

Page 199: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

185

A contaminação por coliformes totais é um pouco mais alta em P3 e pouco

significativa em P2. Em P3 também é mais alta a quantidade de bactérias (lipolíticas,

proteolíticas e heterotróficas) em relação a P2. (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Em função do fluxo previsto em relação à disposição do cemitério, pode haver

pouca interferência nos resultados por efluentes de esgoto das residências. Pelos

baixos valores encontrados nas análises físico-químicas e alta contagem de bactérias

lipolíticas pode-se admitir que a maior influência esteja sendo pelas atividades internas

do cemitério. Contudo, dado o número insuficiente de pontos amostrados em somente

uma campanha de coleta, estes resultados não são suficientes para garantir o grau de

contaminação da água subterrânea decorrente das atividades do cemitério, devendo

ser realizado um monitoramento periódico na área, incluindo o poço P1 situado a

montante do fluxo.

7.1.8 Cemitério de Nilópolis

Os resultados das sondagens elétricas mostraram que este cemitério situa-se

em cotas muito altas (entre 39 e 60 m) e indicaram o topo do embasamento rochoso

entre profundidades de 10 e 15 m (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4), o que não

pode ser confirmado pelas tradagens (Figura 8 do Anexo 3; Tabela 6.2 e Anexo 5)

que foram encerradas entre 8 e 11 m de profundidade sem encontrar rocha.

As SEs também não foram capazes de estimar razoavelmente a profundidade

de nível d’água local já que a mesma não foi encontrada até as profundidades

perfuradas, e nas SEs foram estimadas entre 1,3 e 1,5 m. Essas profundidades podem

ter sido geradas por interferência de umidade do solo. Portanto não há garantia no

direcionamento do fluxo de água subterrâneo indicado no modelo (Figura 2 do Anexo 4).

O solo local é constituído de argilas arenosas (Anexo 5) que pode restringir o

fluxo de percolados em direção ao aqüífero, no entanto a comprovação da capacidade

de infiltração do solo pode ser verificada mais precisamente através de ensaios de

infiltração realizados em campo.

Com base nos resultados acima apresentados não se espera contaminação da

água subterrânea decorrente das atividades neste cemitério. Contudo, deve-se realizar

Page 200: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

186

um monitoramento nos poços já instalados, especialmente em períodos chuvosos para

verificar as variações de nível de água no local.

7.1.9 Cemitério de Niterói

As sondagens elétricas no cemitério Niterói (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 1,8 e 6,1 m, o

que não pôde ser confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5), pois estas

foram encerradas entre 1,8 e 2,7 m de profundidade sem encontrar a rocha.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,5 e

2,5 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 1,5 m;

1,1 m e 0,8 m. Estes resultados mostram que o aqüífero na área é bastante raso,

sendo um fator de preocupação considerando que o fundo das covas pode atingir

profundidades de até 1,80 m.

Embora o cemitério avance sobre áreas íngremes na direção sul-norte, a área

investigada situa-se num terreno de pouca declividade. O direcionamento do fluxo

d’água estimado nas SEs indicou dois direcionamentos, de sudoeste e de sudeste

para a SE 3 (Figura 2 do Anexo 4). Com base na topografia indicada na Figura 9 do

Anexo 3, observa-se que o fluxo dos poços é direcionado ao rio que corre quase

paralelamente ao limite sul do cemitério na de direção P1 para P3. Sendo assim P1

situa-se a montante do fluxo, sendo portanto considerado um poço de controle para

efeito das análises da água subterrânea.

As análises físico-químicas nos poços P1 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)

corroboram com as previsões, tendo em vista que os resultados mais desfavoráveis

são observados no poço P3. Comparativamente aos demais cemitérios, a

concentração de Resíduo Filtrável Total e a Condutividade Elétrica nesses poços

estão na maior faixa encontrada. Observa-se em P3, cujas águas estão mais próximas

à superfície, que os resultados obtidos nesses parâmetros foram maiores. Nenhum

elemento químico ultrapassou padrões legais, salvo o Ferro nos dois poços.

O nível de contaminação bacteriológica também é maior em P3, sendo mais

relevantes o número de coliformes totais e de bactérias lipolíticas encontrado. Além

destes, foram encontrados em números menos consideráveis em ambos os poços,

Page 201: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

187

coliformes fecais e bactérias heterotróficas, e somente em P3 bactérias proteolíticas

(Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Em função do número insuficiente de pontos amostrados em uma única

campanha de coleta, da baixa profundidade do nível da água e das características

arenosas do solo torna-se necessária a realização de outros furos de sondagem e

novas coletas de amostras em períodos distintos, para que se possa estabelecer

corretamente o perfil de contaminação decorrente das atividades do cemitério, que em

princípio parece confirmada. Soma-se a isso, outros fatores que podem interferir nos

resultados e devem ser analisados em conjunto posteriormente a novas análises quais

sejam: a interferência de esgoto das residências situadas no entorno; o alagamento da

área em períodos chuvosos; a identificação dos locais onde a umidade no solo é

visível; a identificação dos locais onde corpos aparentavam conservados durante as

exumações; a direção do fluxo em relação ao canal que corre paralelamente ao

cemitério e uma possível influência da cunha salina proveniente da Baía de

Guanabara.

7.1.10 Cemitério de Nova Iguaçu

O cemitério de Nova Iguaçu situa-se em cotas muito altas (39m a 56 m) e as

sondagens elétricas (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do

embasamento rochoso entre profundidades de 8,3 e 16,0 m. Na vertente onde as SEs

foram concentradas foi encontrada uma laje durante as tradagens a 10 m de

profundidade. Foi também impenetrável a 3 m de profundidade num ponto situado à

esquerda da entrada do cemitério. Nos pontos onde os poços foram instalados (Figura 10 do Anexo 3) as tradagens foram encerradas entre 3 e 5 m de profundidade sem

encontrar rocha (Tabela 6.2 e Anexo 5).

A profundidade da água nos poços P1, P2 e P3 foram respectivamente 3,73 m;

1,9 m e 1,46 m. Nesses locais até cerca de 5 m de profundidade foi encontrado um

solo constituído por areia argilosa, que é mais propícia à infiltração. Na área situada

atrás da capela (à direita da entrada do cemitério - Figura 10 do Anexo 3) foi

informado já terem ocorrido casos de exumações em que o corpo encontrava-se

conservado. Este fato deve ser investigado com novas tradagens para verificação do

solo e nível da água no local, já que esta área do cemitério não foi analisada.

Page 202: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

188

O fluxo d’água na vertente dos fundos estimado pelas SEs tem sentido

sudoeste-nordeste em concordância com a topografia local. Na vertente de entrada do

cemitério considerando a topografia o fluxo deve ter direção noroeste-sudeste,

considerando-se desta forma, P2 um poço de controle por estar situado a montante do

fluxo.

As variações entre os resultados das análises físico-químicas nos poços P2 e

P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6) não permite estabelecer uma correlação entre eles,

tornando esta análise inconclusiva. Observa-se no entanto, comparativamente aos

demais cemitérios, valores expressivos de Nitratos (6,53 a 7,58 mgl/l) e o nitrogênio

amoniacal em P2 (2,1 mg/L). Contudo os valores encontrados nesses pontos em geral

indicam baixo nível de contaminação.

Verifica-se maior contaminação por coliforme total e fecal na água do poço P3,

relativamente a P2. Foram encontradas bactérias lipolíticas, proteolíticas e

heterotróficas nos dois poços, sendo em número mais expressivo as heterotróficas em

P2 (890 UFC/ml), muito acima do limite de 500 colônias estabelecido pela Portaria

518/2004 do Ministério da Saúde, sendo exigido neste caso novas coletas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Considerando o número insuficiente de pontos investigados é necessário que

sejam investigados outros locais, utilizando-se P1 como controle. Dada a sua

topografia e localização, não se espera que a água subterrânea coletada nos pontos

analisados sofra influência de efluentes de esgoto das residências. Devem ser

efetuadas novas coletas de amostras em períodos distintos, para que se possa

estabelecer corretamente o perfil de contaminação decorrente das atividades do

cemitério. Deve-se proceder a novas investigações geofísicas por sondagens elétricas

e caminhamento elétrico para uma área mais abrangente, para verificação da

extensão e profundidade da laje encontrada nesta primeira avaliação, que pode

representar um fator extra de proteção do aqüífero.

7.1.11 Cemitério de Rio Bonito

As sondagens elétricas e os poços foram instalados na parte baixa do cemitério

que se assenta nas vertentes de uma colina. As SEs em Rio Bonito (Tabela 6.1 e

Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades

de 5,6 e 10,0 m. No entanto, as tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) não puderam

Page 203: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

189

confirmar esta previsão pois foram encerradas entre profundidades de 3,0 e 5,0 m

(Figura 11 do Anexo 3).

As profundidades de nível d’água local foram bem estimadas nas SEs, sendo o

NA encontrado pelas tradagens em P1, P2 e P3, respectivamente a 1,2; 1,2 e 1,5 m.

Os resultados das SEs indicaram fluxo de acordo com a topografia da área

(Figura 2, Anexo 4), onde se observa a existência de um canal que corre

paralelamente ao limites sul do cemitério próximo aos poços P1 e P2. Esse rio

direciona suas águas de P2, situado a montante do fluxo, para P1.

As variações entre os resultados corroboram com as expectativas de

resultados mais desfavoráveis em P1, poço de jusante (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6.

Contudo, os valores encontrados nesses pontos em geral indicam baixo nível de

contaminação. Somente o Ferro (0,8 mg/L) e o Manganês (1,4 mg/L) tiveram

concentrações extrapoladas em P1, em relação ao padrão de intervenção da

CETESB, limitado a 0,3 mg/L e 0,4 mg/L, respectivamente.

Quanto à contaminação bacteriológica observa-se expressiva contaminação

em P1 por grupos fecais ao contrário de P2. Este quadro se inverte em relação às

bactérias do grupo decompositoras, encontrando-se em P2 maior quantidade de

colônias de bactérias lipolíticas e proteolíticas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Dado o número insuficiente de amostras, devem ser efetuadas novas coletas

em períodos distintos para que se possa estabelecer corretamente o perfil de

contaminação decorrente das atividades do cemitério. Os resultados acima podem ter

interferência de efluente de esgoto das residências populares localizadas a poucos

metros do muro dos fundos do cemitério, devendo este fato ser considerado em

futuras análises.

7.1.12 Cemitério de Rio de Janeiro

As sondagens elétricas no cemitério do Rio de Janeiro (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,8 e

12,0 m, o que não pôde ser confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) pois

estas foram encerradas entre 2,3 e 3 m de profundidade sem encontrar a rocha.

Page 204: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

190

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 2,0 e

2,2 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 1,13

m; 0,5 m e 0,77 m. Estes resultados mostram que o aqüífero na área é bastante raso,

sendo um fator de preocupação considerando que o fundo das covas pode atingir

profundidades de até 2,50 m conforme informado pela administração.

O direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indicou sentido sudeste-

noroeste (Figura 2 do Anexo 4). Estes resultados foram insuficientes para o trabalho,

considerando que a distribuição das SEs foi muito concentrada e os poços têm

distribuição mais abrangente. Também não se pode garantir o direcionamento do fluxo

com base nos resultados do NA, já que a topografia da área não está representada no

mapa georreferenciado (Figura 13 do Anexo 3). Desta forma não foi possível

identificar um poço de controle no estudo deste cemitério.

As variações entre os resultados das análises físico-químicas nos poços P1 e

P2 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6), o número insuficiente de amostras e de

periodicidade de coletas não permitem estabelecer uma correlação entre eles,

tornando esta análise inconclusiva. Pode-se observar no entanto, um expressivo

aumento de nitritos no poço P2 que pode indicar contaminação recente. Também

neste poço, cujas águas estão mais próximas à superfície, a concentração de cloretos

(26 mg/L) foi ligeiramente maior do que em P1. Observa-se que o STD (sólidos totais

dissolvidos) da água subterrânea deste cemitério (maior em P2 que em P1) encontra-

se com valores acima das demais áreas analisadas neste estudo. Contudo, os valores

encontrados nesses pontos em geral indicam baixo nível de contaminação.

O número de coliformes totais é elevado no poço P2 e em menor número em

P1. Do grupo de bactérias decompositoras o número de bactérias lipolíticas é bastante

elevado em ambos os poços. Em P1 também há em maior quantidade bactérias

proteolíticas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Conclui-se portanto, em função do número insuficiente de pontos investigados,

da baixa profundidade do nível da água e da indefinição do sentido do fluxo, ser

necessária a realização de outros furos de sondagem e novas coletas de amostras em

períodos distintos, para que se possa estabelecer corretamente o perfil de

contaminação decorrente das atividades do cemitério. É fundamental neste caso que

seja realizado um levantamento planialtimétrico do local para auxiliar nas avaliações

de direcionamento do fluxo de água subterrâneo.

Page 205: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

191

7.1.13 Cemitério de São Gonçalo

As sondagens elétricas no cemitério de São Gonçalo (Tabela 6.1 e Figura 1 do

Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 2,5 e

12,0 m, o que não pôde ser confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5), pois

estas foram encerradas a 3 m de profundidade sem encontrar a rocha.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,5 e

2,0 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 2,0 m;

2,0 m e 1,0 m. Estes resultados mostram que o aqüífero na área é bastante raso,

sendo um fator de preocupação considerando que o fundo das covas pode atingir

profundidades de até 2,50 m conforme informado pela administração.

O direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indicou sentido para a SE

3 (Figura 2 do Anexo 4), direção sudeste-noroeste. Desta forma considera-se o poço

P3 um poço de controle, situado a montante do fluxo (Figura 13 do Anexo 3).

O solo foi identificado pelas tradagens é constituído por argila arenosa que

pode ser um aspecto favorável na retenção de contaminantes na zona não saturada

do solo.

As análises físico-químicas nos poços P1 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)

contrariam as previsões, tendo em vista que os resultados mais desfavoráveis são em

geral observados no poço P3. Contudo os valores mantêm-se abaixo dos padrões

legais estabelecidos, a exceção do ferro em P1 (2,1 mg/L) acima do padrão CETESB

de 0,3 mg/L.

O nível de contaminação por bactérias do grupo fecal é desprezível nos dois

poços. Do grupo de bactérias decompositoras o número de bactérias lipolíticas é

bastante elevado em P3 e desprezível em P1. Em P3 há também em maior

quantidade bactérias heterotróficas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Conclui-se portanto, em função do número insuficiente de pontos investigados,

da baixa profundidade do nível da água e dos resultados mais desfavoráveis em poço

situado a montante do fluxo, ser necessária a realização de outros furos de sondagem

e novas coletas de amostras em períodos distintos, para que se possa estabelecer

corretamente o perfil de contaminação decorrente das atividades do cemitério. Soma-

Page 206: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

192

se a isso, outros fatores que podem interferir nos resultados e devem ser analisados

em conjunto posteriormente a novas análises quais sejam: a identificação das áreas

sujeitas a alagamentos em períodos chuvosos; a possibilidade de interferência de

efluente de esgotos proveniente das residências situadas ao redor e a identificação

dos locais onde corpos aparentavam conservados durante as exumações.

7.1.14 Cemitério de São João do Meriti

As sondagens elétricas no cemitério de São João do Meriti (Tabela 6.1 e

Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades

de 4,2 e 10,0 m, não sendo confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5), pois

estas foram encerradas entre 3 e 4,7 m de profundidade sem encontrar a rocha.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,4 e

2,0 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 1,87

m; 2,0 m e 1,19 m. Considerando que o fundo das covas pode atingir profundidades

de até 1,80 m conforme informado pela administração, essas profundidades de NA

podem não garantir a proteção do aqüífero. Além disso, deve-se considerar que a área

baixa deste cemitério costuma alagar em períodos chuvosos.

O direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indica sentido para a SE

1, na direção noroeste-sudeste e de sudeste para noroeste (Figura 2 do Anexo 4). De

acordo com a profundidade do NA medida nos pontos P1, P2 e P3 e com as cotas de

elevação mostradas na Figura 14 do Anexo 3, espera-se que o fluxo tenha direção de

P3 e de P1 para P2. Considera-se desta forma, P1 um poço de controle, situado a

montante do fluxo.

O solo foi identificado pelas tradagens é constituído por argila arenosa que

pode ser um aspecto favorável na retenção de contaminantes na zona não saturada

do solo.

As análises físico-químicas nos poços P1 e P2 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)

corroboram com as previsões, tendo em vista que as variações entre os resultados

foram mais desfavoráveis no poço P2, situado a jusante do fluxo. Em geral os valores

mantêm-se abaixo dos padrões legais estabelecidos, à exceção do manganês em P1

(0,5 mg/L) acima do padrão CETESB de 0,4 mg/L. Há também um aumento

significativo de concentração de nitrogênio amoniacal no poço P2.

Page 207: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

193

O número de coliformes totais é elevado no poço P1 e em menor número em

P2. Do grupo de bactérias decompositoras os números foram semelhantes em ambos

os poços, sendo em maior quantidade o número de bactérias lipolíticas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Considerando o número insuficiente de pontos investigados não se pode

garantir que a contaminação encontrada seja decorrente exclusivamente das

atividades do cemitério. É necessário que os poços já instalados sejam monitorados e

se definam pontos de controle que possam garantir a não interferência de

contaminação externa, já que toda área ao redor do cemitério é habitada possuindo

em sua parte mais alta várias residências populares, provavelmente sem sistemas

esgotos adequados.

7.1.15 Cemitério de Tanguá

As sondagens elétricas no cemitério de Tanguá (Tabela 6.1 e Figura 1 do

Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 1,4 e 3,1

m, não sendo confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) pois estas foram

encerradas entre 4 e 5 m de profundidade sem encontrar a rocha.

As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,3 e

1,7 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 1,2 m;

1,66 m e 1,2 m. Considerando que o fundo das covas pode atingir profundidades de

até 2,50 m conforme informado pela administração, essas profundidades rasas de NA

podem não garantir a proteção do aqüífero.

O direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indica sentido noroeste-

sudeste (Figura 2 do Anexo 4) e de acordo com a profundidade do NA medida nos

pontos P1, P2 e P3 o fluxo das águas direciona-se à P2. Considera-se desta forma P1

um poço de controle, situado a montante do fluxo (Figura 14 do Anexo 3).

As análises físico-químicas nos poços P1 e P2 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)

corroboram com as previsões, tendo em vista que as variações entre os resultados

foram mais desfavoráveis no poço P2 situado a jusante do fluxo. Apenas a

concentração de cloretos foi maior em P1. No entanto, todos os valores apresentam

baixos níveis de concentração.

Page 208: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

194

A contaminação bacteriológica é expressiva no poço P1 coliformes totais, em

número elevado e para bactérias lipolíticas. Em P2 essas bactérias estão em números

bem mais reduzidos, no entanto esse poço tem maior quantidade de bactérias

heterotróficas e proteolíticas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).

Dado o número insuficiente de amostras analisadas, devem ser efetuadas

novas coletas em períodos distintos para que se possa estabelecer corretamente o

perfil de contaminação decorrente das atividades do cemitério. Os resultados acima

podem ter interferência de efluente de esgoto das residências populares localizadas

nas proximidades, devendo este fato ser considerado em futuras análises.

7.2 ANÁLISE INTEGRADA DOS RESULTADOS – AVALIAÇÃO QUALITATIVA DAS ÁREAS ESTUDADAS

Um estudo realizado por PEREIRA et al. (1996) define e analisa critérios para

seleção de áreas para a implantação de um cemitério, considerando aspectos

favoráveis e desfavoráveis, relativos às características do meio físico do local previsto

para instalação.

Com base nesta metodologia, ampliou-se a abordagem proposta naquele

estudo, criando-se dois formulários para a presente dissertação, no intuito de

sistematizar as informações coletadas e os resultados obtidos no estudo para avaliar

qualitativamente a área de cada cemitério. O primeiro, apresentado no Anexo 6 -

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério, tabula os resultados das

características do meio físico de cada área, com base nas descrições dos Capítulos 4, 6 e seção 7.1.

O segundo formulário, apresentado no Anexo 7 – Formulário de Avaliação

Qualitativa do Cemitério, tabula e classifica qualitativamente os dados do Anexo 6,

além de outras informações relativas às características operacionais do cemitério, que

foram descritas no Capítulo 4.

Além disso, considerando que o número insuficiente de poços investigados em

uma única campanha de coleta, para uma análise mais detalhada dos resultados dos

parâmetros físico-químicos da água subterrânea, neste formulário são apresentados

os valores obtidos nos dois poços coletados, indicando o poço situado a montante

e/ou a jusante do fluxo, observando-se apenas se os resultados entre ambos tiveram

Page 209: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

195

variações esperadas ou não (espera-se que o poço de jusante tenha resultados mais

desfavoráveis que os de montante) e se o seu patamar ultrapassa ou não os padrões

legais, quando aplicável. Para contaminações bacteriológicas verifica-se apenas a

presença ou não da bactéria e se a água apresentou ou não características tóxicas.

A avaliação da favorabilidade da área onde o cemitério está instalado (Anexo 7) foi estabelecida a partir das seguintes premissas:

a) Quanto aos aspectos do meio físico, são consideradas áreas favoráveis:

as unidades geológicas homogêneas, estruturadas sem falhas e fraturas ou

ainda, nos casos em que elas ocorram não haja conectividade, ou seja, a

rocha alterada ou fraturada ocorre num plano horizontal ou pouco inclinado,

que representa uma situação de menor risco às instabilidades geológicas e

menor suscetibilidade à passagem de poluentes, ao contrário daquelas

áreas cujas fraturas ocorrem no plano vertical ou mais inclinado;

as áreas com cobertura superficial argilosa, sem blocos de rocha, pois são

menos permeáveis e retardam a passagem do contaminante;

com nível da água mais profundo, abaixo de 2,4 m da superfície do solo

(que corresponde à profundidade mínima de 1,5 m abaixo do fundo das

covas situadas à 0,90 m da superfície do solo), e situadas em cotas altas

(> 20 m), pois estas características reduzem o risco de contaminação da

água subterrânea, devido a existência de uma camada mais espessa de

solo não saturado por onde se processarão atividades físico-químicas

durante a passagem do contaminante antes que atinja o aqüífero;

áreas instaladas em declividades baixas (<20%), pois são menos

suscetíveis a escorregamentos;

a ocupação do entorno constituída por áreas de pastagens ou com

distanciamento de habitações, especialmente se a população do entorno

não faz uso de água subterrânea ou, caso contrário, se a captação ocorre a

mais de 500 m do cemitério, pois desta forma minimiza-se a possibilidade

de consumo de água captada com potencial de contaminação;

Page 210: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

196

o distanciamento de corpos hídricos (mais de 500 m), especialmente em

áreas sujeitas a alagamentos em períodos chuvosos, pois sua proximidade

com o cemitério pode resultar em níveis de água mais rasos e acarretar no

contato da água com o fluido da degradação dos corpos, e nesse caso

acarretará a diluição do produto facilitando sua infiltração no subsolo e

acesso à água subterrânea;

citam-se por fim, três outros aspectos importantes, mas que não foram

avaliados no presente estudo: feições do entorno com características não

erosivas, pois são áreas menos instáveis a escorregamentos e à formação

de canais que facilitam a passagem de contaminantes; a permeabilidade do

solo quando situada na faixa entre 10-5 e 10-7 cm/s na camada existente

entre o fundo da cova e o lençol freático, conforme estabelece a resolução

CONAMA 368/06; e a presença de vegetação nativa a distâncias superiores

a 500 m.

b) Quanto aos aspectos favoráveis relativos à operação do cemitério relacionam-se:

as áreas onde não há ocorrências de corpos em estado conservativo, pois

sua degradação é esperada;

quando os sepultamentos são realizados em covas revestidas para que

seja mais um fator de restrição à passagem imediata do contaminante;

quando existe drenagem superficial e subsuperficial para o direcionamento

do fluxo da água pluvial e redução da mistura da água com o produto da

degradação;

quando há destinação adequada do lixo funerário sem incineração no local,

pois a legislação recomenda que o lixo seja encaminhado a aterros

sanitários;

quando há armazenamento e destino adequado dos ossos exumados, sem

ficarem expostos em áreas abertas;

quando há coleta e destino do esgoto, interna e externamente, à rede

pública;

Page 211: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

197

quando há fonte de abastecimento de água nas proximidades em rede

pública, evitando-se consumo de água captada por poços escavados nas

proximidades do cemitério;

por fim, quando há utilização de Equipamentos de Proteção Individual pelos

coveiros, pois é uma medida prevista na legislação para que estas pessoas

não fiquem expostas a possíveis elementos contaminantes.

c) Outras considerações dos critérios adotados:

Quando o aspecto caracterizado classifica-se simultaneamente como favorável

e desfavorável foi feita uma análise individualizada para cada caso, considerando as

demais características do local, conforme descrito a seguir:

Itaboraí – o tipo de solo colúvio aluvionar foi considerado favorável, pois se encontra

sobre uma unidade e estrutura geológicas mais estáveis. A espessura da camada de

solo não saturada foi considerada favorável, pois somente um poço (P1) apresenta NA

menor que 2,4 m de profundidade. Esse poço localiza-se na parte mais baixa e

próxima ao muro do cemitério, podendo neste caso ser estudada a possibilidade de

não se construírem covas no local.

Magé – o local é abastecido tanto pela rede pública como por poços de captação, no

entanto a maioria das residências do entorno mais próximo utiliza água subterrânea,

considerando-se portanto este aspecto de infra-estrutura mais desfavorável. Em

relação ao NA foi considerado desfavorável já que dois dos três poços possuem NA

menor que 2,4 m.

Mesquita – a espessura da camada de solo não saturada foi considerada favorável,

pois somente um poço (P2) dos dois analisados encontra-se com NA menor que 2,4

m. Esse poço localiza-se na parte mais baixa e próxima ao muro do cemitério,

podendo neste caso ser estudada a possibilidade de não se construírem covas no

local. Por outro lado, o nível dos outros dois poços é bastante profundo (7,5 m e 14,2

m) deixando uma camada muito espessa de solo não saturado .

Niterói e Rio de Janeiro - o tipo de solo colúvio aluvionar foi considerado desfavorável,

pois ambos os cemitérios se encontram sobre uma unidade geológica heterogênea.

Page 212: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

198

Desta forma, com base nos resultados tabulados no Anexo 7 foi feita a

classificação dos cemitérios por ordem crescente de favorabilidade conforme

apresentada na Tabela 7.1. Observa-se que nesta classificação foram considerados

conservadoramente os aspectos Não Informados como desfavoráveis.

TABELA 7.1: CLASSIFICAÇÃO DOS CEMITÉRIOS QUANTO AOS ASPECTOS DE LOCALIZAÇÃO E DE OPERAÇÃO EM ORDEM CRESCENTE DE FAVORABILIDADE

Cemitério Aspectos

Favoráveis Aspectos

Desfavoráveis Aspectos

N.I. Desfavoráveis +

N.I. Magé 3 16 2 18

Guapimirim 5 6 10 16 Niterói 8 12 1 13

Rio de Janeiro 8 9 4 13 Mesquita 9 11 1 12

Cachoeiras de Macacu 9 3 9 12 Rio Bonito 10 9 2 11

Duque de Caxias 10 9 2 11 São Gonçalo 12 8 1 9

Tanguá 13 8 0 8 Nova Iguaçu 13 8 0 8

São João do Meriti 14 6 1 7 Belford Roxo 15 5 1 6

Nilópolis 15 4 2 6 Itaboraí 16 5 0 5

Nota: N.I: Não Informados

A classificação apresentada na Tabela 7.1 foi então subdividida em dois

grupos, quais sejam:

Grupo 1 - Magé, Guapimirim, Niterói, Rio de Janeiro, Mesquita, Cachoeiras de

Macacu, Rio Bonito, Duque de Caxias.

Grupo 2 - São Gonçalo , Tanguá, Nova Iguaçu, São João do Meriti, Belford

Roxo, Nilópolis e Itaboraí.

O Grupo 1 corresponde aos cemitérios que se encontram em situações mais

desfavoráveis e o Grupo 2 os menos desfavoráveis. Identificam-se assim no Grupo 1 os cemitérios cujas ações de monitoramento e de minimização dos impactos associados devam ser tomadas prioritariamente às do Grupo 2.

Page 213: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

199

7.3 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DOS CEMITÉRIOS DA BAÍA DE GUANABARA COM OUTROS CEMITÉRIOS ESTUDADOS NO BRASIL

Foi feita uma tentativa de comparação entre os resultados obtidos em

cemitérios já estudados no Brasil, selecionando os parâmetros físico-químicos comuns

a maior parte deles. Os valores máximos e mínimos desses cemitérios (Tabela 3.4, Capítulo 3) foram consolidados na Tabela 7.2 juntamente com os resultados

encontrados no Rio de Janeiro (Tabelas 6.3 e 6.4, Capítulo 6), gerando os gráficos

apresentados a seguir (Figuras 7.1 a 7.8).

TABELA 7.2: ALGUNS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS AVALIADOS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5) Parâmetro

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

Sólidos totais (mg/L) - - 103 305 0 77,2 157 744 130 520

.pH 4,47 6,85 4,21 6,82 6,1 6,8 6,6 7,2 8,2 8,3

Condutividade elétrica ( S/cm)

42,4 666 115 1040 177 895 280 1160 200 710

Dureza Total (mg/L) - - - - 42,4 596 132,08 195,58 50 335

Ferro (mg/L) 1,07 81,3 - 0,3 84 0,15 0,23 <0,01 2,1

Manganês (mg/L) 0,11 4,24 - - 0,02 0,48 - - <0,01 1,4

Nitrato (NO3-)

(mg/L) 0,03 21,62 - - - - 0 >30 0,3 10,92

Nitrito (NO2-)

(mg/L) 0,4 - - - <0,05 11 0,01 0,05 <0,01 2,3

Cloretos (mg/L) 1,93 12,33 1,87 27,75 <5 14 30,19 105,61 7 64

Fonte: (1) MATOS (2001); (2) Parâmetros Físico-químicos: MIGLIORINI (1994); (3) COSTA (2002); (4) PEQUENO MARINHO (1998), (5) PDRH-BG (2005d)

Page 214: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

200

0100200300400500600700800

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)

Sólid

os T

otai

s D

isso

lvid

os (m

g/l)

FIGURA 7.1: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE STD NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

0123456789

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)

pH

FIGURA 7.2: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE PH NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

Nota: MS – Ministério da Saúde

0

100

200

300400

500

600

700

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)

Con

dutiv

idad

e El

étric

a (

S/cm

)

FIGURA 7.3: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE CE NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

Padrão MS: 6 a 9,5

Page 215: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

201

02468

101214161820

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)

Ferr

o To

tal (

mg/

l)

FIGURA 7.4: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE FERRO NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

Nota: MS – Ministério da Saúde; Valores em SP e BH acima de 20 mg/L.

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)

Man

ganê

s (m

g/l)

FIGURA 7.5: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE MANGANÊS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

Nota: MS – Ministério da Saúde

0

5

10

15

20

25

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)

Nitr

atos

(mg/

l)

FIGURA 7.6: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE NITRATOS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

Nota: MS – Ministério da Saúde

Padrão MS: 10 mg/L

Padrão MS: 0,3 mg/L

Padrão MS: 0,1 mg/L

Page 216: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

202

00,20,40,60,8

11,21,41,61,8

2

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)

Nitr

itos

(mg/

l)

FIGURA 7.7: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE NITRITOS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

Nota: MS – Ministério da Saúde; Valores em BH e RJ acima de 2 mg/L.

0

20

40

60

80

100

120

Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max

SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)

Clo

reto

s (m

g/l)

FIGURA 7.8: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE CLORETOS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL

Os resultados acima apresentados mostram que existe uma grande

variabilidade entre os valores obtidos, e para serem comparados necessitaria

caracterizar detalhadamente caso a caso. Conforme foi visto ao longo desta

dissertação fatores externos, como por exemplo efluentes de esgotos, podem atribuir

valores muito acima dos que seriam obtidos pela influência única e exclusiva das

atividades do cemitério. Ressalte-se, ainda, que os valores do Rio de Janeiro

correspondem a uma única campanha de coleta efetuada em apenas dois poços de

cada cemitério, ao contrário dos demais que foram monitorados em períodos distintos.

Observa-se contudo, que os metais em geral não aparecem em concentrações

acima dos limites legais, à exceção do Ferro e do Manganês. Para estes dois

parâmetros, para que a fonte de contaminação seja atribuída aos cemitérios, há

Padrão MS: 1

Padrão MS: 250mg/L

Page 217: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

203

necessidade de se verificar as características da qualidade original de referência

(background) da água subterrânea de cada área e compará-la com os valores obtidos.

Altos valores de nitrito podem indicar contaminação recente, conforme avaliam alguns

autores (PEQUENO MARINHO, 1998; MIGLIORINI, 1994).

Nota-se que nos Estados do Ceará e do Rio de Janeiro, situados em região

litorânea, com temperaturas elevadas e altos índices pluviométricos, as concentrações

máximas de sólidos totais dissolvidos, de cloretos e o pH são superiores a dos demais

cemitérios. O pH situa-se dentro da faixa recomendável e aceitável pelo Ministério da

Saúde para consumo humano em todas as áreas e indica ambiente ácido na maioria

dos cemitérios analisados, ao contrário do ambiente alcalino encontrado nos

cemitérios destes dois Estados.

Em relação aos microorganismos, os resultados obtidos no presente estudo

demonstram sua presença, em alguns casos em quantidades elevadas, assim como

foi verificado nos cemitérios acima citados (ver Tabela 3.4, Capitulo 3). Além da

consideração da possível interferência de agentes contaminantes externos ao

cemitério, considerando as variações da composição da água subterrânea de um local

para outro, o patamar de contaminação do local deve ser estabelecido a partir do

conhecimento do background do aqüífero, em pontos brancos não sujeitos a

contaminação.

Page 218: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

204

8- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

CONSIDERAÇÕES QUANTO AO LEVANTAMENTO DE DADOS DOS CEMITÉRIOS ANALISADOS

Esta primeira avaliação efetuada nos cemitérios do Rio de Janeiro representa

um passo importante para identificação dos possíveis problemas ambientais

relacionados a cada área. Contudo, o estudo deverá ser ampliado para

complementação de dados e as áreas deverão ser monitoradas periodicamente para

que se possa traçar o perfil de contaminação de cada local e comprovar se a fonte é

decorrente exclusivamente das atividades do cemitério.

Sugere-se realizar pesquisas em algumas áreas em que a comunidade local

capte água de poços que estejam localizados próximos aos muros do cemitério, para

verificar se há ocorrências de doenças relacionadas à transmissão por meio hídrico e

paralelamente analisar a qualidade da água destes poços.

Há necessidade de se complementar as informações com medições da cota de

boca dos furos utilizando GPS de precisão e efetuar levantamentos planialtimétricos

de alguns locais para reduzir indefinições das áreas.

Em trabalhos desta natureza, cujo foco é contaminação, há necessidade de se

caracterizar previamente as possíveis características litológicas da primeira camada

de solo e se ter uma previsão do nível d´água. Isto pode ser feito analisando dados

pré-existentes de poços escavados e de sondagens já realizadas nas proximidades ou

por pequenas tradagens, que auxiliam a calibrar o modelo para interpretar mais

precisamente o perfil estratigráfico e o NA previsto nas SE’s.

A realização de ensaios de infiltração são testes simples e importantes para

verificar a capacidade de infiltração da água no solo e pode explicar muitas vezes

resultados favoráveis ou desfavoráveis encontrados.

Sugere-se que as características do solo nas áreas onde foi informada a

ocorrência de corpos saponificados sejam mais detalhadas, comparando os resultados

com as demais áreas do local.

As análises químicas da água subterrânea não foram conclusivas. Seriam

necessários mais poços e maior periodicidade para análise das correlações.

Page 219: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

205

Por fim, ressalta-se a necessidade de se definir a qualidade original de

referência (background) da água subterrânea de cada local como base de comparação

dos resultados encontrados.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DA DISSERTAÇÃO

Os impactos negativos dos cemitérios na água subterrânea estão relacionados

ao processo destrutivo do corpo enterrado, por ação de bactérias (putrefação).

Contudo, o processo não deve ser contido ou impedido, mas deve ocorrer em áreas

favoráveis e quando estas não são propícias ações de mitigação e de controle devem

ser implementadas.

Os metais não constituem elementos de significante contaminação dos

cemitérios na água subterrânea. Ressalte-se que o ferro e o manganês podem ser

encontrados em concentrações acima dos padrões, mas devem ser comparados ao

background do solo e da água subterrânea.

Os indicadores físico-químicos não são conclusivos na análise do conjunto de

cemitérios estudados na RHBG ou no Brasil.

Dos indicadores microbiológicos, a população de bactérias lipolíticas foi a que

mostrou a melhor correlação com os cemitérios estudados na RHBG.

Os indicadores microbiológicos devem ser comparados ao background da água

subterrânea, pois muitos aqüíferos têm capacidade de suportar população de

microorganismos nativos e suas atividades podem influenciar a qualidade da água

subterrânea (West et. al, 1999).

Page 220: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

206

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ANEXO 1

Legislação

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Edição Número 101 de 28/05/2003

Ministério do Meio Ambiente Conselho Nacional do Meio Ambiente

RESOLUÇÃO 335, DE 3 DE ABRIL DE 2003

Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto n o 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria n o 499, de 18 de dezembro de 2002, e

Considerando a necessidade de regulamentação dos aspectos essenciais relativos ao processo de licenciamento ambiental de cemitérios;

Considerando o respeito às práticas e valores religiosos e culturais da população; e

Considerando que as Resoluções CONAMA n os 001, de 23 de janeiro de 1986 e 237, de 19 de dezembro de 1997, indicam as atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental e remetem ao órgão ambiental competente a incumbência de definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento, observadas as especificidades, os riscos ambientais e outras características da atividade ou empreendimento, visando a obtenção de licença ambiental;

Considerando que o art. 12, da Resolução CONAMA n o 237, de 1997, permite a criação de critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos similares, visando a melhoria contínua e o aprimoramento da gestão ambiental, resolve:

Art. 1 o Os cemitérios horizontais e os cemitérios verticais, doravante denominados cemitérios, deverão ser submetidos ao processo de licenciamento ambiental, nos termos desta Resolução, sem prejuízo de outras normas aplicáveis à espécie.

Art. 2 o Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições:

I - cemitério: área destinada a sepultamentos;

a) cemitério horizontal: é aquele localizado em área descoberta compreendendo os tradicionais e o do tipo parque ou jardim;

b) cemitério parque ou jardim: é aquele predominantemente recoberto por jardins, isento de construções tumulares, e no qual as sepulturas são identificadas por uma lápide, ao nível do chão, e de pequenas dimensões;

c) cemitério vertical: é um edifício de um ou mais pavimentos dotados de compartimentos destinados a sepultamentos; e

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d) cemitérios de animais: cemitérios destinados a sepultamentos de animais.

II - sepultar ou inumar: é o ato de colocar pessoa falecida, membros amputados e restos mortais em local adequado;

III - sepultura: espaço unitário, destinado a sepultamentos;

IV - construção tumular: é uma construção erigida em uma sepultura, dotada ou não de compartimentos para sepultamento, compreendendo-se:

a) jazigo: é o compartimento destinado a sepultamento contido;

b) carneiro ou gaveta: é a unidade de cada um dos compartimentos para sepultamentos existentes em uma construção tumular; e

c) cripta: compartimento destinado a sepultamento no interior de edificações, templos ou suas dependências.

V - lóculo: é o compartimento destinado a sepultamento contido no cemitério vertical;

VI - produto da coliqüação: é o líquido biodegradável oriundo do processo de decomposição dos corpos ou partes;

VII - exumar: retirar a pessoa falecida, partes ou restos mortais do local em que se acha sepultado;

VIII - reinumar: reintroduzir a pessoa falecida ou seus restos mortais, após exumação, na mesma sepultura ou em outra;

IX urna, caixão, ataúde ou esquife: é a caixa com formato adequado para conter pessoa falecida ou partes;

X - urna ossuária: é o recipiente de tamanho adequado para conter ossos ou partes de corpos exumados;

XI - urna cinerária: é o recipiente destinado a cinzas de corpos cremados;

XII - ossuário ou ossário - é o local para acomodação de ossos, contidos ou não em urna ossuária;

XIII - cinerário: é o local para acomodação de urnas cinerárias;

XIV - columbário: é o local para guardar urnas e cinzas funerárias, dispostos horizontal e verticalmente, com acesso coberto ou não, adjacente ao fundo, com um muro ou outro conjunto de jazigos;

XV - nicho: é o local para colocar urnas com cinzas funerárias ou ossos; e

XVI - translado: ato de remover pessoa falecida ou restos mortais de um lugar para outro.

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Art. 3 o Na fase de Licença Prévia do licenciamento ambiental, deverão ser apresentados, dentre outros, os seguintes documentos:

I caracterização da área na qual será implantado o empreendimento, compreendendo:

a) localização tecnicamente identificada no município, com indicação de acessos, sistema viário, ocupação e benfeitorias no seu entorno;

b) levantamento topográfico planialtimétrico e cadastral, compreendendo o mapeamento de restrições contidas na legislação ambiental, incluindo o mapeamento e a caracterização da cobertura vegetal;

c) estudo demonstrando o nível máximo do aqüífero freático (lençol freático), ao final da estação de maior precipitação pluviométrica;

d) sondagem mecânica para caracterização do subsolo em número adequado à área e características do terreno considerado; e

II - plano de implantação e operação do empreendimento.

§ 1 o É proibida a instalação de cemitérios em Áreas de Preservação Permanente ou em outras que exijam desmatamento de Mata Atlântica primaria ou secundária, em estágio médio ou avançado de regeneração, em terrenos predominantemente cársticos, que apresentam cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos, em áreas de manancial para abastecimento humano, bem como naquelas que tenham seu uso restrito pela legislação vigente, ressalvadas as exceções legais previstas.

§ 2 o A critério do órgão ambiental competente, as fases de cença Prévia e de Instalação poderão ser conjuntas.

§ 3 o Excetuam-se do previsto no parágrafo anterior deste artigo, cemitérios horizontais que:

I- ocupem área maior que cinqüenta hectares;

II- localizem-se em Áreas de Proteção Ambiental-APA's, na faixa de proteção de Unidades de Conservação de Uso Integral, Reservas Particulares de Patrimônio Natural e Monumento Natural;

IIIlocalizem-se em terrenos predominantemente cársticos, que apresentam cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos; e

IV- localizem-se em áreas de manancial para abastecimento humano.

Art. 4 o Na fase de Licença de Instalação do licenciamento ambiental, deverão ser apresentados, entre outros, os seguintes documentos:

I - projeto do empreendimento que deverá conter plantas, memoriais e documentos assinados por profissional habilitado; e

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II - projeto executivo contemplando as medidas de mitigação e de controle ambiental.

Art. 5 o Deverão ser atendidas, entre outras, as seguintes exigências para os cemitérios horizontais:

I - a área de fundo das sepulturas deve manter uma distância mínima de um metro e meio do nível máximo do aqüífero freático;

II - nos terrenos onde a condição prevista no inciso anterior não puder ser atendida, os sepultamentos devem ser feitos acima do nível natural do terreno;

III - adotar-se-ão técnicas e práticas que permitam a troca gasosa, proporcionando, assim, as condições adequadas à decomposição dos corpos, exceto nos casos específicos previstos na legislação;

IV - a área de sepultamento deverá manter um recuo mínimo de cinco metros em relação ao perímetro do cemitério, recuo que deverá ser ampliado, caso necessário, em função da caracterização hidrogeológica da área;

V - documento comprobatório de averbação da Reserva Legal, prevista em Lei;e

VI - estudos de fauna e flora para empreendimentos acima de cem hectares.

Art. 6 o Deverão ser atendidas as seguintes exigências para os cemitérios verticais:

I - os lóculos devem ser constituídos de:

a) materiais que impeçam a passagem de gases para os locais de circulação dos visitantes e trabalhadores;

b) acessórios ou características construtivas que impeçam o vazamento dos líquidos oriundos da coliqüação;

c) dispositivo que permita a troca gasosa, em todos os lóculos, proporcionando as condições adequadas para a decomposição dos corpos, exceto nos casos específicos previstos na legislação; e

d) tratamento ambientalmente adequado para os eventuais efluentes gasosos.

Art. 7 o Os columbários destinados ao sepultamento de corpos deverão atender ao disposto nos arts. 4 o e 5 o , no que couber.

Art. 8 o Os corpos sepultados poderão estar envoltos por mantas ou urnas constituídas de materiais biodegradáveis, não sendo recomendado o emprego de plásticos, tintas, vernizes, metais pesados ou qualquer material nocivo ao meio ambiente.

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Parágrafo único. Fica vedado o emprego de material impermeável que impeça a troca gasosa do corpo sepultado com o meio que o envolve, exceto nos casos específicos previstos na legislação.

Art. 9 o Os resíduos sólidos, não humanos, resultantes da exumação dos corpos deverão ter destinação ambiental e sanitariamente adequada.

Art. 10. O procedimento desta Resolução poderá ser simplificado, a critério do órgão ambiental competente, após aprovação dos respectivos Conselhos de Meio Ambiente, se atendidas todas as condições abaixo:

I - cemitérios localizados em municípios com população inferior a trinta mil habitantes;

II - cemitérios localizados em municípios isolados, não integrantes de área conurbada ou região metropolitana; e

III - cemitérios com capacidade máxima de quinhentos jazigos.

Art. 11. Os cemitérios existentes e licenciados, em desacordo com as exigências contidas nos arts. 4 o e 5 o , deverão, no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir da publicação desta Resolução, firmar com o órgão ambiental competente, termo de compromisso para adequação do empreendimento.

Parágrafo único. O cemitério que, na data de publicação desta Resolução, estiver operando sem a devida licença ambiental, deverá requerer a regularização de seu empreendimento junto ao órgão ambiental competente, no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir da data de publicação desta Resolução.

Art.12. No caso de encerramento das atividades, o empreendedor deve, previamente, requerer licença, juntando Plano de Encerramento da Atividade, nele incluindo medidas de recuperação da área atingida e indenização de possíveis vítimas.

Parágrafo único. Em caso de desativação da atividade, a área deverá ser utilizada, prioritariamente, para parque público ou para empreendimentos de utilidade pública ou interesse social.

Art. 13. Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por cinqüenta cidadãos, o órgão de meio ambiente competente promoverá Reunião Técnica Informativa.

Parágrafo único. Na Reunião Técnica Informativa é obrigatório o comparecimento do empreendedor, da equipe responsável pela elaboração do Relatório Ambiental e de representantes do órgão ambiental competente.

Art. 14. O descumprimento das disposições desta Resolução, dos termos das Licenças Ambientais e de eventual Termo de Ajustamento de Conduta, sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei n o 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outros dispositivos normativos pertinentes, sem prejuízo do

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dever de recuperar os danos ambientais causados, na forma do art. 14, § 1 o , da Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Art. 15. Além das sanções penais e administrativas cabíveis, bem como da multa diária e outras obrigações previstas no Termo de Ajustamento de Conduta e na legislação vigente, o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá exigir a imediata reparação dos danos causados, bem como a mitigação dos riscos, desocupação, isolamento e/ou recuperação da área do empreendimento.

Art. 16. Os subscritores de estudos, documentos, pareceres e avaliações técnicas utilizados no procedimento de licenciamento e de celebração do Termo de Ajustamento de Conduta são considerados peritos, para todos os fins legais.

Art. 17. As obrigações previstas nas licenças ambientais e no Termo de Ajustamento de Conduta são consideradas de relevante interesse ambiental.

Art. 18. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

MARINA SILVA

Presidente do Conselho

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Edição Número 61 de 29/03/2006 Gabinete Ministério do Meio Ambiente

RESOLUÇÃO N o 368, DE 28 DE MARÇO DE 2006

Altera dispositivos da Resolução n o 335, de 3 de abril de 2003, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto n o 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria n o 168, de 10 de junho de 2005, e

Considerando a necessidade de revisão da Resolução n o 335, de 3 de abril de 2003, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios, em função das particularidades existentes em áreas de proteção de mananciais localizadas em regiões metropolitanas, resolve:

Art. 1 o Os arts. 3 o e 5 o da Resolução n o 335, de 3 de abril de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 3 o ...................................................................................

.................................................................................................

§ 1 o É proibida a instalação de cemitérios em Áreas de Preservação Permanente ou em outras que exijam desmatamento de Mata Atlântica primária ou secundária, em estágio médio ou avançado de regeneração, em terrenos predominantemente cársticos, que apresentam cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos, bem como naquelas que tenham seu uso restrito pela legislação vigente, ressalvadas as exceções legais previstas.

......................................................................................" (NR)

"Art. 5 o ...................................................................................

.................................................................................................

I - o nível inferior das sepulturas deverá estar a uma distância de pelo menos um metro e meio acima do mais alto nível do lençol freático, medido no fim da estação das cheias.

.................................................................................................

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§ 1 o Para os cemitérios horizontais, em áreas de manancial para abastecimento humano, devido às características especiais dessas áreas, deverão ser atendidas, além das exigências dos incisos de I a VI, as seguintes:

I - a área prevista para a implantação do cemitério deverá estar a uma distância segura de corpos de água, superficiais e subterrâneos, de forma a garantir sua qualidade, de acordo com estudos apresentados e a critério do órgão licenciador;

II - o perímetro e o interior do cemitério deverão ser providos de um sistema de drenagem adequado e eficiente, destinado a captar, encaminhar e dispor de maneira segura o escoamento das águas pluviais e evitar erosões, alagamentos e movimentos de terra;

III - o subsolo da área pretendida para o cemitério deverá ser constituído por materiais com coeficientes de permeabilidade entre 10 -5 e 10 -7 cm/s, na faixa compreendida entre o fundo das sepulturas e o nível do lençol freático, medido no fim da estação das cheias. Para permeabilidades maiores, é necessário que o nível inferior dos jazigos esteja dez metros acima do nível do lençol freático.

§ 2 o A critério do órgão ambiental competente, poderão ser solicitadas informações e documentos complementares em consonância com exigências legais específicas de caráter local."

....................................................................................." (NR)

Art. 2 o Fica revogado o inciso III, do § 3 o , do art. 3 o da Resolução n o 335, de 2003.

Art. 3 o Os cemitérios existentes na data de publicação da Resolução n o 335, de 2003, terão prazo de até dois anos para adequarse às normas constantes desta Resolução, contados a partir da data de sua publicação.

Art. 4 o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

MARINA SILVA

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

PORTARIA N.º 518, DE 25 DE MARÇO DE 2004

Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outrasprovidências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições e considerando o disposto

no Art. 2º do Decreto nº 79.367, de 9 de março de 1977, RESOLVE: Art. 1º Aprovar a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, na forma do Anexo desta

Portaria, de uso obrigatório em todo território nacional. Art. 2º Fica estabelecido o prazo máximo de 12 meses, contados a partir da publicação desta

Portaria, para que as instituições ou órgãos aos quais esta Norma se aplica, promovam as adequações necessárias a seu cumprimento, no que se refere ao tratamento por filtração de água para consumo humano suprida por manancial superficial e distribuída por meio de canalização e da obrigação do monitoramento de cianobactérias e cianotoxinas.

Art. 3º É de responsabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a

adoção das medidas necessárias para o fiel cumprimento desta Portaria. Art. 4º O Ministério da Saúde promoverá, por intermédio da Secretaria de Vigilância em Saúde –

SVS, a revisão da Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano estabelecida nesta Portaria, noprazo de 5 anos ou a qualquer tempo, mediante solicitação devidamente justificada de órgãos governamentais ou não governamentais de reconhecida capacidade técnica nos setores objeto desta regulamentação.

Art. 5º Fica delegada competência ao Secretário de Vigilância em Saúde para editar, quando

necessário, normas regulamentadoras desta Portaria. Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

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Anexo a Portaria n.º , de de de 2004.

NORMA DE QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Norma dispõe sobre procedimentos e responsabilidades inerentes ao controle e à

vigilância da qualidade da água para consumo humano, estabelece seu padrão de potabilidade e dá outras providências.

Art. 2º Toda a água destinada ao consumo humano deve obedecer ao padrão de potabilidade e está

sujeita à vigilância da qualidade da água. Art. 3º Esta Norma não se aplica às águas envasadas e a outras, cujos usos e padrões de qualidade

são estabelecidos em legislação específica.

CAPÍTULO II DAS DEFINIÇÕES

Art. 4º Para os fins a que se destina esta Norma, são adotadas as seguintes definições: I. água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos

e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde; II. sistema de abastecimento de água para consumo humano – instalação composta por conjunto de

obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão;

III. solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano – toda modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontal e vertical;

IV. controle da qualidade da água para consumo humano – conjunto de atividades exercidas de forma contínua pelo(s) responsável(is) pela operação de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a manutenção desta condição;

V. vigilância da qualidade da água para consumo humano – conjunto de ações adotadascontinuamente pela autoridade de saúde pública, para verificar se a água consumida pela população atende à esta Norma e para avaliar os riscos que os sistemas e as soluções alternativas de abastecimento de água representam para a saúde humana;

VI. coliformes totais (bactérias do grupo coliforme) - bacilos gram-negativos, aeróbios ouanaeróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5 oC em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade da enzima ß -galactosidase. A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies pertençam ao grupo;

VII. coliformes termotolerantes - subgrupo das bactérias do grupo coliforme que fermentam a lactose a 44,5 ± 0,2oC em 24 horas; tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal;

VIII. Escherichia Coli - bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com

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produção de ácido e gás a 44,5 ± 0,2oC em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, oxidasenegativa, não hidroliza a uréia e apresenta atividade das enzimas ß galactosidase e ß glucoronidase, sendo considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos;

IX. contagem de bactérias heterotróficas - determinação da densidade de bactérias que são capazes de produzir unidades formadoras de colônias (UFC), na presença de compostos orgânicos contidos em meio de cultura apropriada, sob condições pré-estabelecidas de incubação: 35,0, ± 0,5oC por 48 horas;

X. cianobactérias - microorganismos procarióticos autotróficos, também denominados como cianofíceas (algas azuis), capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial especialmente naqueles com elevados níveis de nutrientes (nitrogênio e fósforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos à saúde; e

XI. cianotoxinas - toxinas produzidas por cianobactérias que apresentam efeitos adversos à saúde por ingestão oral, incluindo:

a) microcistinas - hepatotoxinas heptapeptídicas cíclicas produzidas por cianobactérias, com efeitopotente de inibição de proteínas fosfatases dos tipos 1 e 2A e promotoras de tumores;

b) cilindrospermopsina - alcalóide guanidínico cíclico produzido por cianobactérias, inibidor desíntese protéica, predominantemente hepatotóxico, apresentando também efeitos citotóxicos nos rins, baço, coração e outros órgãos; e

c) saxitoxinas - grupo de alcalóides carbamatos neurotóxicos produzido por cianobactérias, nãosulfatados (saxitoxinas) ou sulfatados (goniautoxinas e C-toxinas) e derivados decarbamil, apresentando efeitos de inibição da condução nervosa por bloqueio dos canais de sódio.

CAPÍTULO III

DOS DEVERES E DAS RESPONSABILIDADES

Seção I Do Nível Federal

Art. 5º São deveres e obrigações do Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de

Vigilância em Saúde - SVS: I. promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água, em articulação com as Secretarias de

Saúde dos Estados e do Distrito Federal e com os responsáveis pelo controle de qualidade da água, nos termos da legislação que regulamenta o SUS;

II. estabelecer as referências laboratoriais nacionais e regionais, para dar suporte às ações de maiorcomplexidade na vigilância da qualidade da água para consumo humano;

III. aprovar e registrar as metodologias não contempladas nas referências citadas no artigo 17 deste Anexo;

III. definir diretrizes específicas para o estabelecimento de um plano de amostragem a serimplementado pelos Estados, Distrito Federal ou Municípios, no exercício das atividades de vigilância da qualidade da água, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS; e

IV. executar ações de vigilância da qualidade da água, de forma complementar, em caráter excepcional, quando constatada, tecnicamente, insuficiência da ação estadual, nos termos da regulamentação do SUS.

Seção II

Do Nível Estadual e Distrito Federal

Art. 6º São deveres e obrigações das Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal: I. promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em

articulação com o nível municipal e os responsáveis pelo controle de qualidade da água, nos termos da legislação que regulamenta o SUS;

Page 239: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

II. garantir, nas atividades de vigilância da qualidade da água, a implementação de um plano deamostragem pelos municípios, observadas as diretrizes específicas a serem elaboradas pela SVS/MS;

III. estabelecer as referências laboratoriais estaduais e do Distrito Federal para dar suporte às ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano; e

IV. executar ações de vigilância da qualidade da água, de forma complementar, em caráter excepcional, quando constatada, tecnicamente, insuficiência da ação municipal, nos termos da regulamentação do SUS.

Seção III

Do Nível Municipal Art. 7º São deveres e obrigações das Secretarias Municipais de Saúde: I. exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em articulação com os

responsáveis pelo controle de qualidade da água, de acordo com as diretrizes do SUS; II. sistematizar e interpretar os dados gerados pelo responsável pela operação do sistema ou

solução alternativa de abastecimento de água, assim como, pelos órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos, em relação às características da água nos mananciais, sob a perspectiva da vulnerabilidade do abastecimento de água quanto aos riscos à saúde da população;

III. estabelecer as referências laboratoriais municipais para dar suporte às ações de vigilância daqualidade da água para consumo humano;

IV. efetuar, sistemática e permanentemente, avaliação de risco à saúde humana de cada sistema de abastecimento ou solução alternativa, por meio de informações sobre:

a) a ocupação da bacia contribuinte ao manancial e o histórico das características de suas águas; b) as características físicas dos sistemas, práticas operacionais e de controle da qualidade da água; c) o histórico da qualidade da água produzida e distribuída; e d) a associação entre agravos à saúde e situações de vulnerabilidade do sistema. V. auditar o controle da qualidade da água produzida e distribuída e as práticas operacionais

adotadas; VI. garantir à população informações sobre a qualidade da água e riscos à saúde associados, nos

termos do inciso VI do artigo 9 deste Anexo; VII. manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, sistematizados de

forma compreensível à população e disponibilizados para pronto acesso e consulta pública; VIII. manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características da água e para

a adoção das providências pertinentes; IX. informar ao responsável pelo fornecimento de água para consumo humano sobre anomalias e

não conformidades detectadas, exigindo as providências para as correções que se fizerem necessárias; X. aprovar o plano de amostragem apresentado pelos responsáveis pelo controle da qualidade da

água de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, que deve respeitar os planos mínimos de amostragem expressos nas Tabelas 6, 7, 8 e 9;

XI. implementar um plano próprio de amostragem de vigilância da qualidade da água, consoantediretrizes específicas elaboradas pela SVS; e

XII. definir o responsável pelo controle da qualidade da água de solução alternativa.

Seção IV Do Responsável pela Operação de Sistema e/ou Solução Alternativa

Art. 8º Cabe ao(s) responsável(is) pela operação de sistema ou solução alternativa de

abastecimento de água, exercer o controle da qualidade da água. Parágrafo único. Em caso de administração, em regime de concessão ou permissão do sistema de

abastecimento de água, é a concessionária ou a permissionária a responsável pelo controle da qualidade da água.

Page 240: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Art. 9º Ao(s) responsável(is) pela operação de sistema de abastecimento de água incumbe: I. operar e manter sistema de abastecimento de água potável para a população consumidora, em

conformidade com as normas técnicas aplicáveis publicadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e com outras normas e legislações pertinentes;

II. manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, por meio de: a) controle operacional das unidades de captação, adução, tratamento, reservação e distribuição; b) exigência do controle de qualidade, por parte dos fabricantes de produtos químicos utilizados

no tratamento da água e de materiais empregados na produção e distribuição que tenham contato com a água;

c) capacitação e atualização técnica dos profissionais encarregados da operação do sistema e do controle da qualidade da água; e

d) análises laboratoriais da água, em amostras provenientes das diversas partes que compõem o sistema de abastecimento.

III. manter avaliação sistemática do sistema de abastecimento de água, sob a perspectiva dos riscos à saúde, com base na ocupação da bacia contribuinte ao manancial, no histórico das características de suas águas, nas características físicas do sistema, nas práticas operacionais e na qualidade da água distribuída;

IV. encaminhar à autoridade de saúde pública, para fins de comprovação do atendimento a estaNorma, relatórios mensais com informações sobre o controle da qualidade da água, segundo modelo estabelecido pela referida autoridade;

V. promover, em conjunto com os órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos, as ações cabíveis para a proteção do manancial de abastecimento e de sua bacia contribuinte, assim como efetuar controle das características das suas águas, nos termos do artigo 19 deste Anexo, notificando imediatamente a autoridade de saúde pública sempre que houver indícios de risco à saúde ou sempre que amostras coletadas apresentarem resultados em desacordo com os limites ou condições da respectiva classe de enquadramento, conforme definido na legislação específica vigente;

VI. fornecer a todos os consumidores, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, informações sobre a qualidade da água distribuída, mediante envio de relatório, dentre outros mecanismos, com periodicidade mínima anual e contendo, no mínimo, as seguintes informações:

a) descrição dos mananciais de abastecimento, incluindo informações sobre sua proteção,disponibilidade e qualidade da água;

b) estatística descritiva dos valores de parâmetros de qualidade detectados na água, seusignificado, origem e efeitos sobre a saúde; e

c) ocorrência de não conformidades com o padrão de potabilidade e as medidas corretivas providenciadas.

VII. manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, sistematizados de forma compreensível aos consumidores e disponibilizados para pronto acesso e consulta pública;

VIII. comunicar, imediatamente, à autoridade de saúde pública e informar, adequadamente, à população a detecção de qualquer anomalia operacional no sistema ou não conformidade na qualidade da água tratada, identificada como de risco à saúde, adotando-se as medidas previstas no artigo 29 deste Anexo; e

IX. manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características da água e para a adoção das providências pertinentes.

Art. 10. Ao responsável por solução alternativa de abastecimento de água, nos termos do inciso

XII do artigo 7 deste Anexo, incumbe: I. requerer, junto à autoridade de saúde pública, autorização para o fornecimento de água

apresentando laudo sobre a análise da água a ser fornecida, incluindo os parâmetros de qualidade previstos nesta Portaria, definidos por critério da referida autoridade;

II. operar e manter solução alternativa que forneça água potável em conformidade com as normastécnicas aplicáveis, publicadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, e com outras

Page 241: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

normas e legislações pertinentes; III. manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, por meio de análises

laboratoriais, nos termos desta Portaria e, a critério da autoridade de saúde pública, de outras medidas conforme inciso II do artigo anterior;

IV. encaminhar à autoridade de saúde pública, para fins de comprovação, relatórios com informações sobre o controle da qualidade da água, segundo modelo e periodicidade estabelecidos pela referida autoridade, sendo no mínimo trimestral;

V. efetuar controle das características da água da fonte de abastecimento, nos termos do artigo 19deste Anexo, notificando, imediatamente, à autoridade de saúde pública sempre que houver indícios de risco à saúde ou sempre que amostras coletadas apresentarem resultados em desacordo com os limites ou condições da respectiva classe de enquadramento, conforme definido na legislação específica vigente;

VI. manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, sistematizados de forma compreensível aos consumidores e disponibilizados para pronto acesso e consulta pública;

VII. comunicar, imediatamente, à autoridade de saúde pública competente e informar,adequadamente, à população a detecção de qualquer anomalia identificada como de risco à saúde, adotando-se as medidas previstas no artigo 29; e

VIII. manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características da água e para a adoção das providências pertinentes.

CAPÍTULO IV

DO PADRÃO DE POTABILIDADE

Art.11. A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico conforme Tabela 1, a seguir:

Tabela 1 - Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano

PARÂMETRO

VMP(1)

Água para consumo humano(2)

Escherichia coli ou coliformes termotolerantes(3)

Ausência em 100ml

Água na saída do tratamento

Coliformes totais

Ausência em 100ml

Água tratada no sistema de distribuição (reservatórios e rede)

Escherichia coli ou coliformes termotolerantes(3)

Ausência em 100ml

Coliformes totais

Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês:

Ausência em 100ml em 95% das amostras examinadas no mês;

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NOTAS: (1) Valor Máximo Permitido. (2) água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas,

nascentes, dentre outras. (3) a detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada. §1º No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com resultado positivo

para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, novas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que as novas amostras revelem resultado satisfatório.

§2º Nos sistemas de distribuição, a recoleta deve incluir, no mínimo, três amostras simultâneas, sendo uma no mesmo ponto e duas outras localizadas a montante e a jusante.

§3º Amostras com resultados positivos para coliformes totais devem ser analisadas paraEscherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, devendo, neste caso, ser efetuada a verificação e confirmação dos resultados positivos.

§4º O percentual de amostras com resultado positivo de coliformes totais em relação ao total de amostras coletadas nos sistemas de distribuição deve ser calculado mensalmente, excluindo as amostrasextras (recoleta).

§5º O resultado negativo para coliformes totais das amostras extras (recoletas) não anula o resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amostras com resultado positivo.

§6º Na proporção de amostras com resultado positivo admitidas mensalmente para coliformestotais no sistema de distribuição, expressa na Tabela 1, não são tolerados resultados positivos que ocorram em recoleta, nos termos do § 1º deste artigo.

§7º Em 20% das amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição,deve ser efetuada a contagem de bactérias heterotróficas e, uma vez excedidas 500 unidades formadorasde colônia (UFC) por ml, devem ser providenciadas imediata recoleta, inspeção local e, se constatada irregularidade, outras providências cabíveis.

§8º Em complementação, recomenda-se a inclusão de pesquisa de organismos patogênicos, com oobjetivo de atingir, como meta, um padrão de ausência, dentre outros, de enterovírus, cistos de Giardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp.

§9º Em amostras individuais procedentes de poços, fontes, nascentes e outras formas deabastecimento sem distribuição canalizada, tolera-se a presença de coliformes totais, na ausência de Escherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, nesta situação devendo ser investigada a origem da ocorrência, tomadas providências imediatas de caráter corretivo e preventivo e realizada nova análise de coliformes.

Art. 12. Para a garantia da qualidade microbiológica da água, em complementação às exigências

relativas aos indicadores microbiológicos, deve ser observado o padrão de turbidez expresso na Tabela 2, abaixo:

Tabela 2 - Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção

Sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês:

Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100ml

TRATAMENTO DA ÁGUA VMP(1)

Desinfecção (água subterrânea) 1,0 UT(2) em 95% das amostras

Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) 1,0 UT(2)

2,0 UT(2) em 95% das amostras

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NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Unidade de turbidez.

§ 1º Entre os 5% dos valores permitidos de turbidez superiores aos VMP estabelecidos na Tabela2, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 UT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 UT em qualquer ponto da rede no sistema de distribuição.

§ 2º Com vistas a assegurar a adequada eficiência de remoção de enterovírus, cistos de Giardia

spp e oocistos de Cryptosporidium sp., recomenda-se, enfaticamente, que, para a filtração rápida, se estabeleça como meta a obtenção de efluente filtrado com valores de turbidez inferiores a 0,5 UT em 95% dos dados mensais e nunca superiores a 5,0 UT.

§ 3º O atendimento ao percentual de aceitação do limite de turbidez, expresso na Tabela 2, deve

ser verificado, mensalmente, com base em amostras no mínimo diárias para desinfecção ou filtração lenta e a cada quatro horas para filtração rápida, preferivelmente, em qualquer caso, no efluente individual de cada unidade de filtração.

Art. 13. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5

mg/L, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L em qualquer ponto da rede de distribuição, recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior a 8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos.

Parágrafo único. Admite-se a utilização de outro agente desinfetante ou outra condição de

operação do processo de desinfecção, desde que fique demonstrado pelo responsável pelo sistema de tratamento uma eficiência de inativação microbiológica equivalente à obtida com a condição definida neste artigo.

Art.14. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que

representam risco para a saúde expresso na Tabela 3, a seguir:

Tabela 3 - Padrão de potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde

Filtração lenta

PARÂMETRO UNIDADE VMP(1)

INORGÂNICAS Antimônio mg/L 0,005Arsênio mg/L 0,01Bário mg/L 0,7Cádmio mg/L 0,005Cianeto mg/L 0,07Chumbo mg/L 0,01Cobre mg/L 2Cromo mg/L 0,05Fluoreto(2) mg/L 1,5Mercúrio mg/L 0,001Nitrato (como N) mg/L 10Nitrito (como N) mg/L 1 Selênio mg/L 0,01 ORGÂNICAS

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NOTAS: (1) Valor Máximo Permitido. (2) Os valores recomendados para a concentração de íon fluoreto devem observar à legislação específica

vigente relativa à fluoretação da água, em qualquer caso devendo ser respeitado o VMP desta Tabela. (3) É aceitável a concentração de até 10 μg/L de microcistinas em até 3 (três) amostras, consecutivas ou não,

nas análises realizadas nos últimos 12 (doze) meses. (4) Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado. § 1º Recomenda-se que as análises para cianotoxinas incluam a determinação de

cilindrospermopsina e saxitoxinas (STX), observando, respectivamente, os valores limites de 15,0 μg/L e 3,0 μg/L de equivalentes STX/L.

§ 2º Para avaliar a presença dos inseticidas organofosforados e carbamatos na água, recomenda-se

a determinação da atividade da enzima acetilcolinesterase, observando os limites máximos de 15% ou 20% de inibição enzimática, quando a enzima utilizada for proveniente de insetos ou mamíferos, respectivamente.

Acrilamida μg/L 0,5Benzeno μg/L 5Benzo[a]pireno μg/L 0,7Cloreto de Vinila μg/L 51,2 Dicloroetano μg/L 101,1 Dicloroeteno μg/L 30Diclorometano μg/L 20Estireno μg/L 20Tetracloreto de Carbono μg/L 2Tetracloroeteno μg/L 40Triclorobenzenos μg/L 20Tricloroeteno μg/L 70 AGROTÓXICOS Alaclor μg/L 20,0Aldrin e Dieldrin μg/L 0,03Atrazina μg/L 2Bentazona μg/L 300Clordano (isômeros) μg/L 0,22,4 D μg/L 30DDT (isômeros) μg/L 2Endossulfan μg/L 20Endrin μg/L 0,6Glifosato μg/L 500Heptacloro e Heptacloro epóxido μg/L 0,03Hexaclorobenzeno μg/L 1Lindano ( -BHC) μg/L 2Metolacloro μg/L 10Metoxicloro μg/L 20Molinato μg/L 6Pendimetalina μg/L 20Pentaclorofenol μg/L 9Permetrina μg/L 20Propanil μg/L 20Simazina μg/L 2Trifluralina μg/L 20 CIANOTOXINAS Microcistinas(3) μg/L 1,0 DESINFETANTES E PRODUTOS SECUNDÁRIOS DA DESINFECÇÃO Bromato mg/L 0,025Clorito mg/L 0,2Cloro livre (4) mg/L 5Monocloramina mg/L 32,4,6 Triclorofenol mg/L 0,2Trihalometanos Total mg/L 0,1

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Art. 15. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de radioatividade expresso na

Tabela 4, a seguir:

Tabela 4 - Padrão de radioatividade para água potável

NOTAS: (1) Valor máximo permitido.

(2) Se os valores encontrados forem superiores aos VMP, deverá ser feita a identificação dos radionuclídeos presentes e a medida das concentrações respectivas. Nesses casos, deverão ser aplicados, para os radionuclídeos encontrados, os valores estabelecidos pela legislação pertinente da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, para se concluir sobre a potabilidade da água.

Art. 16. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de aceitação de consumo

expresso na Tabela 5, a seguir:

Tabela 5 - Padrão de aceitação para consumo humano

NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Unidade Hazen (mg Pt–Co/L). (3) critério de referência (4) Unidade de turbidez. § 1º Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a

9,5. § 2º Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre, em qualquer ponto do sistema de

abastecimento, seja de 2,0 mg/L. § 3º Recomenda-se a realização de testes para detecção de odor e gosto em amostras de água

PARÂMETRO UNIDADE VMP(1) Radioatividade alfa global BQ/L 0,1(2) Radioatividade beta global BQ/L 1,0(2)

PARÂMETRO UNIDADE VMP(1) Alumínio mg/L 0,2 Amônia (como NH3) mg/L 1,5 Cloreto mg/L 250 Cor Aparente uH(2) 15 Dureza mg/L 500 Etilbenzeno mg/L 0,2 Ferro mg/L 0,3 Manganês mg/L 0,1 Monoclorobenzeno mg/L 0,12 Odor - Não objetável(3) Gosto - Não objetável(3) Sódio mg/L 200 Sólidos dissolvidos totais mg/L 1.000 Sulfato mg/L 250 Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,05 Surfactantes mg/L 0,5 Tolueno mg/L 0,17 Turbidez UT(4) 5 Zinco mg/L 5 Xileno mg/L 0,3

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coletadas na saída do tratamento e na rede de distribuição de acordo com o plano mínimo de amostragem estabelecido para cor e turbidez nas Tabelas 6 e 7.

Art. 17. As metodologias analíticas para determinação dos parâmetros físicos, químicos,

microbiológicos e de radioatividade devem atender às especificações das normas nacionais que disciplinem a matéria, da edição mais recente da publicação Standard Methods for the Examination ofWater and Wastewater, de autoria das instituições American Public Health Association (APHA),American Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation (WEF), ou das normas publicadas pela ISO (International Standartization Organization).

§ 1º Para análise de cianobactérias e cianotoxinas e comprovação de toxicidade por bioensaios em

camundongos, até o estabelecimento de especificações em normas nacionais ou internacionais que disciplinem a matéria, devem ser adotadas as metodologias propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua publicação Toxic cyanobacteria in water: a guide to their public health consequences, monitoring and management.

§ 2º Metodologias não contempladas nas referências citadas no § 1º e “caput” deste artigo, aplicáveis aos parâmetros estabelecidos nesta Norma, devem, para ter validade, receber aprovação e registro pelo Ministério da Saúde.

§ 3º As análises laboratoriais para o controle e a vigilância da qualidade da água podem ser realizadas em laboratório próprio ou não que, em qualquer caso, deve manter programa de controle de qualidade interna ou externa ou ainda ser acreditado ou certificado por órgãos competentes para essefim.

CAPÍTULO V DOS PLANOS DE AMOSTRAGEM

Art. 18. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água devem elaborar e aprovar, junto à autoridade de saúde pública, o plano de amostragem de cada sistema, respeitando os planos mínimos de amostragem expressos nas Tabelas 6, 7, 8 e 9.

Tabela 6

Número mínimo de amostras para o controle da qualidade da água de sistema de abastecimento,para fins de análises físicas, químicas e de radioatividade, em função do ponto de amostragem, da população abastecida e do tipo de manancial

PARÂMETRO TIPO DE

MANANCIAL SAÍDA DO

TRATAMENTO (NÚMERO DE

AMOSTRAS POR UNIDADE DE

TRATAMENTO)

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (RESERVATÓRIOS E REDE)

População abastecida <50.000

hab. 50.000 a

250.000 hab. > 250.000 hab.

Cor, Turbidez

pH

Superficial

1 10

1 para cada 5.000 hab.

40 + (1 para cada 25.000 hab.)

Subterrâneo 1 1 para cada 20 + (1 para cada

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NOTAS: (1) Cloro residual livre. (2) As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no sistema de

distribuição. (3) Apenas será exigida obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de causas de

radiação natural ou artificial. (4) Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e, ou, no

manancial, à exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição.

Tabela 7 - Freqüência mínima de amostragem para o controle da qualidade da água de sistema de abastecimento, para fins de análises físicas, químicas e de radioatividade, em função do ponto de

amostragem, da população abastecida e do tipo de manancial.

5 10.000 hab. 50.000 hab.)

CRL(1) Superficial

1

(Conforme § 3º do artigo 18). Subterrâneo

1

Fluoreto

Superficial ou Subterrâneo

1

5 1 para cada 10.000 hab.

20 + (1 para cada 50.000 hab.)

Cianotoxinas Superficial 1

(Cf. § 5º do art.18)-

- -

Trihalometanos Superficial

1

1(2)

4(2) 4(2)

Subterrâneo

- 1(2)

1(2)

1(2)

Demais

parâmetros(3)

Superficial ou Subterrâneo

1 1(4)

1(4)

1(4)

PARÂMETRO TIPO DE MANANCIAL

SAÍDA DO TRATAMENTO (FREQÜÊNCIA

POR UNIDADE DE TRATAMENTO)

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (RSERVATÓRIOS E REDE)

População abastecida

<50.000 hab.

50.000 a 250.000 hab.

> 250.000 hab.

Cor, Turbidez, pH, Fluoreto

Superficial A cada 2 horas

Mensal

Mensal

Mensal

Subterrâneo Diária

CRL(1) Superficial A cada 2 horas(Conforme § 3º do artigo 18).

Subterrâneo Diária

Cianotoxinas Superficial Semanal (Cf. § 5º do art. 18)

- - -

Trihalometanos Superficial Trimestral

Trimestral Trimestral Trimestral

Subterrâneo - Semestral Semestral

Page 248: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

NOTAS: (1) Cloro residual livre. (2) Apenas será exigida obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de causas de

radiação natural ou artificial. (3) Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e, ou, no

manancial, à exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição. Tabela 8 - Número mínimo de amostras mensais para o controle da qualidade da água de sistema de abastecimento, para fins de análises microbiológicas, em função da população abastecida.

NOTA: na saída de cada unidade de tratamento devem ser coletadas, no mínimo, 2 (duas) amostras semanais,

recomendando-se a coleta de, pelo menos, 4 (quatro) amostras semanais. Tabela 9 - Número mínimo de amostras e freqüência mínima de amostragem para o controle da

qualidade da água de solução alternativa, para fins de análises físicas, químicas e microbiológicas, em função do tipo de manancial e do ponto de amostragem.

NOTAS: (1) Devem ser retiradas amostras em, no mínimo, 3 pontos de consumo de água. (2) Para veículos transportadores de água para consumo humano, deve ser realizada 1 (uma) análise de CRL

em cada carga e 1 (uma) análise, na fonte de fornecimento, de cor, turbidez, PH e coliformes totais com freqüência mensal, ou outra amostragem determinada pela autoridade de saúde pública.

(3) Cloro residual livre. § 1º A amostragem deve obedecer aos seguintes requisitos: I. distribuição uniforme das coletas ao longo do período; e II. representatividade dos pontos de coleta no sistema de distribuição (reservatórios e rede),

Anual

Demais parâmetros(2)

Superficial ou Subterrâneo Semestral

Semestral(3)

Semestral(3)

Semestral(3)

PARÂMETRO

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (RESERVATÓRIOS E REDE) População abastecida

< 5.000 hab. 5.000 a 20.000 hab. 20.000 a 250.000 hab. > 250.000 hab. Coliformes totais

10

1 para cada 500 hab. 30 +

(1 para cada 2.000 hab.) 105 +

(1 para cada 5.000 hab.) Máximo de 1.000

PARÂMETRO

TIPO DE MANANCIAL

SAÍDA DO TRATAMENTO

(para água canalizada)

NÚMERO DE AMOSTRAS RETIRADAS NO PONTO

DE CONSUMO(1) (para cada 500 hab.)

FREQÜÊNCIA DE AMOSTRAGEM

Cor, turbidez, pH e coliformes totais(2)

Superficial

1

1

Semanal

Subterrâneo

1

1

Mensal

CRL(2) (3)

Superficial ou Subterrâneo

1

1

Diário

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combinando critérios de abrangência espacial e pontos estratégicos, entendidos como aqueles próximos a grande circulação de pessoas (terminais rodoviários, terminais ferroviários, etc.) ou edifícios que alberguem grupos populacionais de risco (hospitais, creches, asilos, etc.), aqueles localizados emtrechos vulneráveis do sistema de distribuição (pontas de rede, pontos de queda de pressão, locais afetados por manobras, sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios, etc.) e locais com sistemáticas notificações de agravos à saúde tendo como possíveis causas agentes de veiculação hídrica.

§ 2º No número mínimo de amostras coletadas na rede de distribuição, previsto na Tabela 8, nãose incluem as amostras extras (recoletas).

§ 3º Em todas as amostras coletadas para análises microbiológicas deve ser efetuada, no momentoda coleta, medição de cloro residual livre ou de outro composto residual ativo, caso o agente desinfetante utilizado não seja o cloro.

§ 4º Para uma melhor avaliação da qualidade da água distribuída, recomenda-se que, em todas asamostras referidas no § 3º deste artigo, seja efetuada a determinação de turbidez.

§ 5º Sempre que o número de cianobactérias na água do manancial, no ponto de captação, exceder 20.000 células/ml (2mm3/L de biovolume), durante o monitoramento que trata o § 1º do artigo 19, será exigida a análise semanal de cianotoxinas na água na saída do tratamento e nas entradas (hidrômetros) das clínicas de hemodiálise e indústrias de injetáveis, sendo que esta análise pode ser dispensada quando não houver comprovação de toxicidade na água bruta por meio da realização semanal de bioensaios em camundongos.

Art. 19. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistemas e de soluções alternativas

de abastecimento supridos por manancial superficial devem coletar amostras semestrais da água bruta, junto do ponto de captação, para análise de acordo com os parâmetros exigidos na legislação vigente de classificação e enquadramento de águas superficiais, avaliando a compatibilidade entre as características da água bruta e o tipo de tratamento existente.

§ 1º O monitoramento de cianobactérias na água do manancial, no ponto de captação, deve obedecer freqüência mensal, quando o número de cianobactérias não exceder 10.000 células/ml (ou 1mm3/L de biovolume), e semanal, quando o número de cianobactérias exceder este valor.

§ 2º É vedado o uso de algicidas para o controle do crescimento de cianobactérias ou qualquerintervenção no manancial que provoque a lise das células desses microrganismos, quando a densidade das cianobactérias exceder 20.000 células/ml (ou 2mm3/L de biovolume), sob pena de comprometimento da avaliação de riscos à saúde associados às cianotoxinas.

Art. 20. A autoridade de saúde pública, no exercício das atividades de vigilância da qualidade da

água, deve implementar um plano próprio de amostragem, consoante diretrizes específicas elaboradas no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

CAPÍTULO VI

DAS EXIGÊNCIAS APLICÁVEIS AOS SISTEMAS E SOLUÇÕES ALTERNATIVAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Art. 21. O sistema de abastecimento de água deve contar com responsável técnico,

profissionalmente habilitado. Art. 22. Toda água fornecida coletivamente deve ser submetida a processo de desinfecção,

concebido e operado de forma a garantir o atendimento ao padrão microbiológico desta Norma. Art. 23. Toda água para consumo humano suprida por manancial superficial e distribuída por meio

de canalização deve incluir tratamento por filtração. Art. 24. Em todos os momentos e em toda sua extensão, a rede de distribuição de água deve ser

operada com pressão superior à atmosférica. § 1º Caso esta situação não seja observada, fica o responsável pela operação do serviço de

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abastecimento de água obrigado a notificar a autoridade de saúde pública e informar à população,identificando períodos e locais de ocorrência de pressão inferior à atmosférica.

§ 2º Excepcionalmente, caso o serviço de abastecimento de água necessite realizar programa de manobras na rede de distribuição, que possa submeter trechos a pressão inferior à atmosférica, o referido programa deve ser previamente comunicado à autoridade de saúde pública.

Art. 25. O responsável pelo fornecimento de água por meio de veículos deve: I. garantir o uso exclusivo do veículo para este fim; II. manter registro com dados atualizados sobre o fornecedor e, ou, sobre a fonte de água; e III. manter registro atualizado das análises de controle da qualidade da água. § 1º A água fornecida para consumo humano por meio de veículos deve conter um teor mínimo de

cloro residual livre de 0,5 mg/L. § 2º O veículo utilizado para fornecimento de água deve conter, de forma visível, em sua

carroceria, a inscrição: “ÁGUA POTÁVEL”.

CAPÍTULO VII DAS PENALIDADES

Art. 26. Serão aplicadas as sanções administrativas cabíveis, aos responsáveis pela operação dos

sistemas ou soluções alternativas de abastecimento de água, que não observarem as determinações constantes desta Portaria.

Art. 27. As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios estarão sujeitasa suspensão de repasse de recursos do Ministério da Saúde e órgãos ligados, diante da inobservância do contido nesta Portaria.

Art. 28. Cabe ao Ministério da Saúde, por intermédio da SVS/MS, e às autoridades de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, representadas pelas respectivas Secretarias de Saúde ou órgãos equivalentes, fazer observar o fiel cumprimento desta Norma, nos termos da legislação que regulamenta o Sistema Único de Saúde – SUS.

CAPÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 29. Sempre que forem identificadas situações de risco à saúde, o responsável pela operação do

sistema ou solução alternativa de abastecimento de água e as autoridades de saúde pública devem estabelecer entendimentos para a elaboração de um plano de ação e tomada das medidas cabíveis, incluindo a eficaz comunicação à população, sem prejuízo das providências imediatas para a correção da anormalidade.

Art. 30. O responsável pela operação do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água pode solicitar à autoridade de saúde pública a alteração na freqüência mínima de amostragem dedeterminados parâmetros estabelecidos nesta Norma.

Parágrafo único. Após avaliação criteriosa, fundamentada em inspeções sanitárias e, ou, em histórico mínimo de dois anos do controle e da vigilância da qualidade da água, a autoridade de saúde pública decidirá quanto ao deferimento da solicitação, mediante emissão de documento específico.

Art. 31. Em função de características não conformes com o padrão de potabilidade da água ou de outros fatores de risco, a autoridade de saúde pública competente, com fundamento em relatório técnico, determinará ao responsável pela operação do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água que amplie o número mínimo de amostras, aumente a freqüência de amostragem ou realize análises laboratoriais de parâmetros adicionais ao estabelecido na presente Norma.

Art. 32. Quando não existir na estrutura administrativa do estado a unidade da Secretaria de Saúde, os deveres e responsabilidades previstos no artigo 6º deste Anexo serão cumpridos pelo órgão equivalente.

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RESOLUÇÃO SEMA Nº 019, DE 04 DE MAIO DE 2004 (D.O.E.PR. Nº 0000 DE 00/05/2004)

Estabelece requisitos e condições técnicas para a implantação de cemitérios destinados ao sepultamento, no que tange à proteção e à preservação do ambiente, em particular do solo e das águas subterrâneas.

O SECRETÁRIO DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 10.066, de 27 de julho de 1992, Lei nº 11.352, de 13 de fevereiro de 1996, Lei nº 8.485, de 03 de junho de 1987, pelo Decreto nº 4.514, de 23 de julho de 2001 e Decreto nº 011, de 01 de janeiro de 2003, CONSIDERANDO que a proteção do meio ambiente é um dever do Poder Público, conforme dispõe o art. 225, § 1º, da Constituição Federal do Brasil; CONSIDERANDO que a proteção do meio ambiente é um dever do Poder Público Estadual, conforme dispõe o art. 207, § 1º, da Constituição Estadual do Paraná; CONSIDERANDO que a realização do Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente instituídos pela Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e regulados pela Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, são obrigatórios para os empreendimentos que, mesmo que potencialmente, causem significativa degradação ambiental, conforme disposição dos artigos 225, § 1º, inciso IV, e art. 207, § 1º, inciso V, da Constituição Federal e Estadual, respectivamente; CONSIDERANDO a necessidade de regulamentação da instrução e trâmite de processos de licenciamento ambiental de cemitérios; CONSIDERANDO o contido na Política Nacional de Meio Ambiente - Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 e nas Resoluções CONAMA de nº 001/86, nº 237/97 e nº 335/03, os quais disciplinam o Sistema de Licenciamento Ambiental, estabelecendo procedimentos e critérios, visando a melhoria contínua e o aprimoramento da gestão ambiental; CONSIDERANDO a necessidade de dar efetividade ao princípio da prevenção, consagrado, em seu artigo 2º, incisos I, IV e IX, bem como no princípio nº 15, da Declaração do Rio de Janeiro de 1992; CONSIDERANDO que a competência concorrente dos Estados-Membros para legislar sobre a proteção do meio ambiente e suas formas de poluição, conforme determina o art. 24, da Constituição Federal do Brasil, permite aos Estados editar normas mais protetoras do meio ambiente em relação às normas federais; CONSIDERANDO o potencial e efetiva degradação ambiental provocada pela instalação e manutenção de cemitérios e a necessidade da adoção de uma Política Ambiental que vise a proteção do solo, subsolo, recursos hídricos superficiais e subterrâneos, e a proteção da saúde pública e a sadia qualidade de vida da população;

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CONSIDERANDO o respeito às práticas e valores religiosos e culturais da população; RESOLVE: Estabelecer requisitos e condições técnicas para a implantação de cemitérios destinados ao sepultamento, no que tange à proteção e à preservação do ambiente, em particular do solo e das águas subterrâneas. Art. 1º - Os cemitérios horizontais e verticais deverão ser submetidos ao processo de licenciamento ambiental, nos termos desta Resolução e dos demais dispositivos legais cabíveis. Art. 2º - Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições: I – cemitério: área destinada a sepultamentos; a) cemitério horizontal: é aquele localizado em área descoberta compreendendo os cemitérios tradicionais e os cemitérios parques ou jardins; b) cemitério parque ou jardim: é aquele predominantemente recoberto por jardins, isento de construções tumulares, e no qual as sepulturas são identificadas por uma lápide, ao nível do chão, de pequenas dimensões; c) cemitério vertical: é um edifício de um ou mais pavimentos dotados de compartimentos destinados a sepultamentos; d) cemitérios de animais: cemitérios destinados a sepultamentos de animais. II – sepultar ou inumar: é o ato de colocar pessoa falecida, membros amputados e restos mortais em local adequado; III – sepultura: espaço unitário, destinado a sepultamentos; IV - construção tumular: é uma construção erigida em uma sepultura, dotada ou não de compartimentos para sepultamento, compreendendo-se: a) jazigo: é o compartimento destinado a sepultamento contido; b) carneiro ou gaveta: é a unidade de cada um dos compartimentos para sepultamentos existentes em uma construção tumular. c) cripta: compartimento destinado a sepultamento no interior de edificações, templos ou suas dependências; V - lóculo: é o compartimento destinado a sepultamento contido no cemitério vertical; VI - produto da coliqüação ou necrochorume: é o líquido biodegradável oriundo do processo de decomposição dos corpos ou partes; VII - exumar: retirar a pessoa falecida, partes ou restos mortais do local em que se acha sepultado; VIII - reinumar: reintroduzir a pessoa falecida ou seus restos mortais, após exumação, na mesma sepultura ou em outra; IX - urna, caixão, ataúde ou esquife: é a caixa com formato adequado para conter pessoa falecida ou partes; X - urna ossuária: é o recipiente de tamanho adequado para conter ossos.

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XI - urna cinerária: é o recipiente destinado a cinzas de corpos cremados; XII - ossuário ou ossário: é o local para acomodação de ossos, contidos ou não em urna ossuária; XIII - cinerário: é o local para acomodação de urnas cinerárias; XIV - columbário: é o local para guardar urnas e cinzas funerárias, dispostas horizontal e verticalmente, com acesso coberto ou não, adjacente ao fundo, com um muro ou outro conjunto de jazigos; XV - nicho: é o local para colocar urnas com cinzas funerárias ou ossos; XVI - translado: ato de remover pessoa falecida ou restos mortais de um lugar para outro. Art. 3º - Dependerá de Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, a ser elaborado por equipe multidisciplinar, a concessão de Licença Prévia de toda e qualquer implantação e ampliação de cemitérios, de acordo com o que estabelece o art. 225, § 1º, inciso IV, da Constituição Federal do Brasil e a Resolução do CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. I - O Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA dependerá de aprovação do Instituto Ambiental do Paraná - IAP. II - O Estudo Prévio do Impacto Ambiental será submetido à consulta popular, mediante audiências públicas, promovidas pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP, nos termos da Resolução do CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Art. 4° - Os projetos de implantação ou ampliação dos cemitérios, submetidos ao licenciamento do Instituto Ambiental do Paraná – IAP e constantes do EPIA/RIMA deverão atender aos seguintes requisitos mínimos: I - O perímetro e o interior do cemitério deverão ser providos de um sistema de drenagem superficial adequado e eficiente, além de outros dispositivos (terraceamentos, taludamentos, etc.) destinados a captar, encaminhar e dispor de maneira segura o escoamento das águas pluviais e evitar erosões, alagamentos e movimentos de terra, bem como a implantação de acondicionamento do necrochorume no interior do jazigo; II - Internamente, o cemitério deverá ser contornado por uma faixa com largura mínima de 5 (cinco) metros, destituída de qualquer tipo de pavimentação ou recobertura de alvenaria, destinada à implantação de uma cortina constituída por árvores e arbustos adequados, preferencialmente de essências nativas. Esta faixa poderá ser destinada a edifícios, sistema viário ou logradouro de uso público, desde que não contrariem a legislação vigente: a) não será permitido o sepultamento e o depósito de partes de corpos exumados na faixa descrita neste inciso; b) na área descrita neste inciso, deverão ser mantidas as faixas de isolamento previstas na legislação vigente, onde não será efetuado sepultamento; III – caso sejam plantadas árvores no interior dos cemitérios, na chamada zona de enterramento ou sepultamento, estas deverão possuir

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raízes pivotantes a fim de evitar invasão de jazigos, destruição do piso e túmulos ou danos às redes de água, de esgoto e drenagem; IV - O subsolo deverá ser constituído por materiais com coeficientes de permeabilidade entre 10-4 (dez a menos quatro) e 10 -6 (dez a menos seis) cm/s (centímetros por segundo), na faixa compreendida entre o fundo das sepulturas e o nível do lençol freático (medido no fim da estação de cheias); ou até 10 m de profundidade, nos casos em que o lençol freático não for encontrado até este nível. Coeficientes de permeabilidade diferentes só devem ser aceitos, condicionados a estudos geológicos e hidrogeológicos, fundamentados em conjunto com a tecnologia de sepultamento empregada, os quais demonstrem existir uma condição equivalente de segurança, pela profundidade do lençol freático e pelo uso e importância das águas subterrâneas no local, bem como pelas condições do projeto; V - O nível inferior das sepulturas deverá estar a uma distância mínima de 1,5m (um metro e meio) acima do mais alto nível do lençol freático, devendo os fundos dos jazigos possuir uma contenção para o necrochorume; VI - Resíduos sólidos relacionados à exumação dos corpos, tais como urnas e material descartável (luvas, sacos plásticos, etc.) deverão ter o mesmo tratamento dado aos resíduos sólidos gerados pelos serviços de saúde, de acordo com a legislação vigente (Resolução CONAMA nº 005, de 1993); VII - Deverão ser implantados sistemas de poços de monitoramento, instalados em conformidade com a norma vigente - ABNT NBR 13.895 - Construção de Poços de Monitoramento e Amostragem, estrategicamente localizados a montante e a jusante da área do cemitério, com relação ao sentido de escoamento freático: a) os poços deverão ser amostrados e as águas subterrâneas analisadas, antes do início de operação do cemitério, para o estabelecimento da qualidade original do aqüífero freático, de acordo com os padrões da Portaria nº 1.469/2000, do Ministério da Saúde e suas sucessoras; b) os poços deverão ser amostrados, em conformidade com a norma NBR 13.895 e as amostras de água analisadas para os seguintes parâmetros: sólidos totais dissolvidos, dureza total, pH, cloretos, chumbo total, ferro total, fosfato total, nitrogênio amoniacal, nitrogênio nitrato, coliformes fecais, bactérias heterotróficas e mesófilas, salmonella sp., cálcio e magnésio. As amostras deverão obedecer a seguinte tabela: Cemitérios implantados até 1 (um) ano Amostragem trimestral Cemitérios implantados de 1 (um) ano a 5 (cinco) anos

Amostragem semestral

Cemitérios implantados acima de 5 (cinco) anos

Amostragem anual

c) caso ocorram indícios de contaminação, deverão ser analisados novamente os parâmetros de qualidade da água estabelecidos na Portaria nº 1.469/2000 do Ministério da Saúde ou sua sucessora, efetuando a descontaminação do mesmo, através de projeto específico, devidamente previsto no EPIA/RIMA, devendo ainda, ser acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART; d) O Instituto Ambiental do Paraná - IAP poderá realizar, concomitantemente, análises periódicas do lençol freático, através dos poços de monitoramento;

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e) Os columbários para entumulamento de cadáveres deverão ser impermeabilizados, de forma a não permitir a passagem de água ou outro efluente líquido ou gasoso para a área externa; VIII - Os Cemitérios Verticais deverão ter sistema de controle de poluição atmosférica oriundo dos gases cadavéricos, apresentando programa de combate aos vetores, bem como apresentar projeto de tratamento do líquido oriundo da decomposição dos corpos. § 1º - A escolha da localização para implantação de cemitério deverá, além do previsto nas letras seguintes, ser observada a norma ABNT NBR nº 10157/1987: a) fica proibida a implantação de cemitérios em terrenos sujeitos à inundação permanente e sazonal; b) fica proibida a implantação de cemitérios onde a permeabilidade dos solos e produtos de alteração possa estar modificada e/ou agravada por controles lito-estruturais, como por exemplo, falhamentos, faixas de cataclasamento e zonas com evidências de dissolução (relevo cárstico); c) fica proibida a implantação de cemitérios em áreas de influência direta dos reservatórios destinados ao abastecimento público (Área de Proteção de Manancial – APM), bem como nas Áreas de Preservação Permanente (APP). Art. 5º - Os resíduos sólidos, não humanos, resultantes da exumação dos corpos deverão ter destinação ambiental e sanitariamente adequada, de acordo com a disposição do Art. 4º, VI, da presente Resolução, e da Resolução do CONAMA nº 05, de 1993. Art. 6º - Os cemitérios já existentes e licenciados, deverão, no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da publicação desta Resolução, firmar com o Instituto Ambiental do Paraná - IAP termo de compromisso para adequação, no que couber, do empreendimento. § 1º - O cemitério que, na data de publicação desta Resolução, estiver operando sem a devida licença ambiental, deverá requerer a regularização de seu empreendimento junto ao Instituto Ambiental do Paraná – IAP, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias. § 2º - Os cemitérios já implantados e licenciados deverão proceder a um exame ambiental, nos termos do inciso VIII, letra "b", do art. 4º, no prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias, a partir da publicação desta Resolução, devendo o mesmo ser entregue ao Instituto Ambiental do Paraná - IAP. Art. 7º - Os cemitérios já existentes, a instalar ou a ampliar em municípios com população inferior a 30.000 (trinta mil) habitantes, não integrantes de regiões conurbadas e com capacidade limitada a 500 jazigos, poderão ter o procedimento de licenciamento simplificado, a critério do IAP e nos termos da Resolução SEMA nº 031/98. Art. 8º - O descumprimento das disposições desta Resolução, dos termos das Licenças Ambientais e de eventual Termo de Ajustamento de Conduta sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outros dispositivos normativos pertinentes, sem prejuízo do dever de recuperar os danos ambientais causados, na forma do art. 225, § 4º, da Constituição Federal do Brasil, e do art. 14, § 1o, da Lei nº 6.938, de 1981. Art. 9º - No caso de encerramento das atividades, o empreendedor deve, previamente, requerer licença, juntando Plano de Encerramento da Atividade, nele incluindo medidas de recuperação da área atingida.

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Art. 10 - Revogam-se as disposições em contrário. Art. 11 - Revoga-se a Resolução SEMA nº 027/03, de 08 de agosto de 2003. Art. 12 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Curitiba, 04 de maio de 2004.

LUIZ EDUARDO CHEIDA

Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

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ANEXO 2

Questionário de Caracterização dos Cemitérios (Modificado de Costa, 2002)

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CARACTERIZAÇÃO DOS CEMITÉRIOS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE GUANABARA (Modificado de Costa, 2002)

IDENTIFICAÇÃO

(1) Nome do cemitério: ____________________________________________________________________________

(2) Endereço: ________________________________________________________________ Cep: ______________

(3) Nome do contato: __________________________________ Cargo: _____________________

(4) Tel.: ___________________ E-mail: _______________________________

ADMINISTRAÇÃO / CONSTRUÇÃO / OPERAÇÃO

(5) Início de Operação: ___ (mês/ano)

(6) Tipo de Administração: Privada: Municipal:

(7) Nº Empregados: na Administração _____ nos Serviços Funerários _____ Área Total: _________ (m2)

(8) Tipo de Construção: Horizontal: Vertical: Parque:

(9) Número de Sepultamentos até 2004: _ Número Médio de Sepultamentos/Mês: ______

(10) Tipos de Sepultamento:

(a) Inumação (urnas depositadas diretamente no solo) - covas não revestidas: (b) covas revestidas lateralmente:

(c) Tumulação (urnas sobre gavetas/prateleiras de alvenaria acima do solo): (d) Cremação:

(11) Período Mínimo de Exumação: Adultos: (anos) Crianças: (anos)

(12) Disposição dos Resíduos após a Exumação: Humanos_______________ Outros Materiais:__________________________

(13) Há registros/conhecimento de locais onde os corpos exumados aparentavam conservados?____________________(*)

(14) Possui Estruturas de Sepulturas de Subsuperficie (S/N): _______ Tipo de Estrutura: Concreto Alvenaria:

Nº de urnas p/ estrutura: ____ Prof. Max. estrutura: (m)

(15) Recobrimentos das Sepulturas: Concreto: Cal: Aterro: Grama:

(16) Existem Quadras Desativadas p/ não serem Adequadas (S/N): (a) Quais os Problemas destas Quadras: ____________________________________________________________________________________________(*)

(17) Exala odor fétido de decomposição em que situações? ___________________________________________________(*)

(18) Ocupação do Entorno: Residencial Urbana Comercial: Favela: Rural: Outra:

(19) Distância do muro às construções (m): ____________

(20) Distância de Rios (nome?) : a menos de 100m entre 100m e 500m: mais de 500m: (comentar no verso)

(21) Distância dos Poços de Captação mais Próximos: _______(m) Tipo de Uso: doméstico: irrigação: Outro:_________

(22) Como ocorre Sepultamento Indigentes (Cuidados Operacionais): _______________________________________ (*)

DRENAGEM / SANEAMENTO BÁSICO / ABASTECIMENTO D’ÁGUA / SEGURANÇA&SAUDE

(23) O Cemitério possui Sistema de Drenagem Pluvial (S/N): _____

(24) As Sepulturas possuem Sistema de Drenagem (S/N): ____ Qual a disposição deste sistema?: _____________

(25) Existem áreas encharcadas?

(26) Existe Área Especial para Depósito do Lixo Funerário (restos de caixões, roupas, etc) (S/N): ___

(27) Existe Coleta Especial do Lixo Funerário independente do Lixo Comum (S/N): Empresa de coleta:

(28) Onde são Armazenados / Destinados os Ossuários das Exumações:

(29) Existe Sistema de Coleta de Esgoto no Entorno (S/N): _______

(30) Qual o Destino do Esgoto do Cemitério: rede pública: fossas sépticas: ETE: rios:

(31) Fonte de Abastecimento de Água Potável do Cemitério: rede pública: poço: outro:

(32) Consumo Médio Mensal água: _________(m3/mês)

(33) As Exumações são realizadas com EPI (S/N): Botas PVC: Luvas: Uniformes: Protetor respiratório: * COMENTÁRIOS NO VERSO

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OBSERVAÇOES DO LOCAL INVESTIGADO / FOTOS Cobertura do solo Lixo exposto / queima de lixo Vazamentos de líquido coliquativo pelas paredes Ossuário exposto Odor Tipo de comunidade do entorno Outras

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ANEXO 3

Localização das SEs e Poços

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1

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 1

Fonte: http://earth.google.com Legenda: Quadra B

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2

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 2

Fonte: http://earth.google.com

Page 267: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

3

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 3

Fonte: http://earth.google.com

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4

Fonte: Modificado do PDRH (2005c)

FIGURA 4

Fonte: http://earth.google.com

Page 269: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

5

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 5

Fonte: http://earth.google.com Entradas

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6

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 6

Fonte: http://earth.google.com

Page 271: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

7

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 7

Fonte: http://earth.google.com

Page 272: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

8

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 8

Fonte: http://earth.google.com

Page 273: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

9

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 9

Fonte: http://earth.google.com

Page 274: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

10

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 10

Fonte:http://earth.google.com

Page 275: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

11

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 11

Fonte: http://earth.google.com

Page 276: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

12

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 12

Fonte: http://earth.google.com

Page 277: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

13

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 13

Fonte: http://earth.google.com

Page 278: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

14

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 14

Fonte: http://earth.google.com

Page 279: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

15

Fonte: PDRH (2005c)

FIGURA 15

Fonte: http://earth.google.com

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ANEXO 4

Sondagens Elétricas Verticais – SEs

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Fig.

1 –

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Fig.

1 –

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re so

ndag

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róxi

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nte:

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do

PDRH

-BG

(200

5a)

Page 284: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

CACHOEIRAS DE MACACU - CEMITÉRIO

Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.

SE-1

SE-2

SE-3

SE-4

SE-5

0.00

0.00

737640.00 737680.00 737720.00 737760.007502960.00

7502980.00

7503000.00

7503020.00

7503040.00

7503060.00

7503080.00

7503100.00

7503120.00

7503140.00

Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)

Page 285: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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Solo

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reno

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Roc

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Fig.

1 –

Cor

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ção

geo-

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ent

re so

ndag

ens p

róxi

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nte:

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do

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(200

5a)

Page 286: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Fig.

2 –

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SE-1

SE-2

SE-3

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3320

6733

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3360

6733

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400

7500

420

7500

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(200

5a)

Page 287: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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Fig.

1 –

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do

PDRH

-BG

(200

5a)

Page 288: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Fig.

2 –

Loc

ação

das

SEs

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imen

to d

a ág

ua n

o te

rren

o.

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SE

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SE

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7650

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120

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130

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7506

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nda:

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RH-B

(200

5a)

Page 289: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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1 –

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(200

5a)

Page 290: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.

SE-1

SE-2

SE-3

SE-4SE-5

0.00

0.00

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7483410

7483420

7483430

7483440

7483450

7483460

7483470

ITABORAÍ - CEMITÉRIO

Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)

Page 291: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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1 –

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(200

5a)

Page 292: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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1

SE-

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SE-

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SE-5

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7068

6980

6869

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8666

0

7486

670

7486

680

7486

690

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710

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720

7486

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Fig.

2 –

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Page 293: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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do

PDRH

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(200

5a)

Page 294: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Fig.

2 –

Loc

ação

das

SEs

e o

mov

imen

to d

a ág

ua n

o te

rren

o.

SE-1

SE-2

SE-3

SE-4

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6620

6066

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7479

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7479

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(200

5a)

Page 295: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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do

PDRH

-BG

(200

5a)

Page 296: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.

NOVA IGUAÇU - CEMITÉRIO

Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)

SE-1

SE-2

SE-3

SE-4

SE-5

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0

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7483210

7483220

7483230

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Page 297: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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1 –

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do

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-BG

(200

5a)

Page 298: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Fig.

2 –

Loc

ação

das

SEs

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imen

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o te

rren

o.

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5a)

SE-1

SE-2

SE-3

SE-4

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3960

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7476

340

7476

360

Page 299: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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Roc

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1 –

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do

PDRH

-BG

(200

5a)

Page 300: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

N

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CEM

ITÉR

IO

Fig.

2 –

Loc

ação

das

SEs

e o

mov

imen

to d

a ág

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o.

Lege

nda:

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RH-B

(200

5a)

SE-1

SE-2SE

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SE-4

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6943

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6944

6069

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7470

380

7470

400

7470

420

7470

440

Page 301: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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Fig.

1 –

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do

PDRH

-BG

(200

5a)

Page 302: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

.

Rio Bonito - Cemitério

Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)

SE-1

SE-2

SE-3

SE-4

SE-5

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7486510

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Page 303: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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(200

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1 –

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Cam

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Roc

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da sa

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da c

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ua

Cam

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o-ar

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Roc

ha

Mac

iça

Page 304: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

RIO

DE

JAN

EIR

O -

CEM

ITÉR

IO

Fig.

2 –

Loc

ação

das

SEs

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6591

9065

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7468

390

7468

400

7468

410

7468

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7468

430

Page 305: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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Roc

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da

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de

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r. ar

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so

Solo

de

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r. A

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gilo

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M

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Fig.

1 –

Cor

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do

PDRH

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(200

5a)

Page 306: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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O G

ON

ÇA

LO -

CEM

ITÉR

IO

Fig.

2 –

Loc

ação

das

SEs

e o

mov

imen

to d

a ág

ua n

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rren

o.Le

gend

a:

L

ocal

izaç

ão p

revi

sta

p/ p

iezô

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e: P

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005a

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SE-2

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6069

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7418

0

7474

200

7474

220

7474

240

7474

260

Page 307: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

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Fig.

1 –

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do

PDRH

-BG

(200

5a)

Page 308: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

SÃO JOÃO DE MERITI – CEMITÉRIO

Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.

Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)

SE-1

SE-2

SE-3

SE-4

SE-5

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669020 669030 669040 669050 669060 669070 669080 669090 669100 669110

7479020

7479030

7479040

7479050

7479060

7479070

7479080

7479090

7479100

7479110

Page 309: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

NW

SE

T

AN

GU

Á -

CEM

ITÉR

IO

Fig.

1 –

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do

PDRH

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(200

5a)

Page 310: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Fig.

2–

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5a)

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7335

4073

3560

7335

8073

3600

7336

2073

3640

7336

6073

3680

7484

260

7484

280

7484

300

7484

320

Page 311: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

ANEXO 5

Sondagens Geológicas / Poços de Monitoramento

Page 312: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Belford Roxo

Obra:

Local:Rua Virginia Bichiere,s/n- Belford Roxo RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:Designação:

Cemitério de Belford Roxo

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-13,00 m

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Argi la com are ia f ina ,co lo ração mar rom.So loresidual.

-4.0

-5.0

-6.0

-7.0

-8.0-8.0

-9.0

-8.0

-10.0-10.0

-11.0

-13.0

-12.0

Argi la com are ia f ina ,coloração vermelha.Soloresidual.

Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.

Argi la com are ia f ina ,co lo ração mar rom.So loresidual.

Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.

Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.

Poço seco

Page 313: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Belford Roxo

Obra:

Local:Rua Virginia Bichiere,s/n- Belford Roxo RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:Designação:

Cemitério de Belford Roxo

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-11,00 m

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Argi la com are ia f ina ,co lo ração mar rom.So loresidual.

-4.0

-5.0

-6.0

-7.0

-8.0-8.0

-9.0

-8.0

-10.0-10.0

-11.0

Argi la com are ia f ina ,coloração vermelha.Soloresidual.

Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.

Argi la com are ia f ina ,co lo ração mar rom.So loresidual.

Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.

Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.

Poço seco

Page 314: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Belford Roxo

Obra:

Local:Rua Virginia Bichiere,s/n- Belford Roxo RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:Designação:

Cemitério de Belford Roxo

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-11,00 m

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Aterro:Argila com areia grossa eentulho, coloração marrom.

-4.0

-5.0

-6.0

-7.0

-8.0-8.0

-9.0

-8.0

-10.0-10.0

-11.0

A r g i l a c o m a r e i a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a ,coloração marrom. Soloresidual.

A r g i l a c o m a r e i a d egranulometria de fina a média ,coloração vermelho claro.Soloresidual.

Poço seco

Argi la com are ia f ina ,coloração vermelho claro.Soloresidual.

Page 315: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Cachoeira de Macacu

Obra:

Local:Rua Joaquim Vieira Filho,s/n-Japuíba RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Japuíba

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-3,50m - 4,50 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 3,50

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .C o l o r a ç ã o m a r r o mavermelhado. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração marrom claro. Soloresidual.

-4.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria média comseixos de quartzo. Coloraçãomarrom escuro. Solo residual.

0,5 m

-5.0

Argila. Coloração amareloclaro. Solo residual.

Argila de coloração cinza clarointercalado com vermelho.Solo residual.

Argila de coloração vermelhoclaro. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro esbranquiçado.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina e coloraçãorosa claro. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo-ocre.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãoalaranjado. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .C o l o r a ç ã o c i n z a c l a r oesbranquiçado. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 316: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Cachoeira de Macacu

Obra:

Local:Rua Joaquim Vieira Filho,s/n-Japuíba.RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Japuíba

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-3,05m - 3,80 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 3,05

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Argila com grãos grossos dequartzo. Coloração cinza claroesbranquiçado. Solo residual.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina ,comseixos pequenos de quartzo.Coloração marrom escuro.Solo residual.

-4.0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina . Coloraçãocinza claro. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 317: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Cachoeira de Macacu

Obra:

Local:Rua Joaquim Vieira Filho,s/n-Japuíba.RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Japuíba

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-3,00m - 4,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 3,00

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Argila caolinítica com grãosgrossos de quartzo. Coloraçãocinza claro esbranquiçado.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelho. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .C o l o r a ç ã o m a r r o mavermelhado. Solo residual.

-4.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina comp e q u e n o s s e i x o s d equartzo.Coloração cinzaclaro. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração marrom intercaladocom cinza escuro. Soloresidual.

Argila de coloração amarelo-o c r e i n t e r c a l a d o c o mvermelho. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 318: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e GeológicoCemitério de Duque de Caxias

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Duque de Caxias

Estrada Rio D’Ouro,Km 51.

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-5,00 m - 6,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 5,00

0 (m)

-3.0

-1.0Areia de granulometria médiacom seixos de quartzo econcreções argilosas decoloração marrom. Soloresidual

Aterro:Blocos e concreto fragmentosde tijolo e telha.

-2.0

-4.0

-5.0

-6.0

Piso:Concreto.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com grãosde quartzo e caolim. Coloraçãovermelha. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com grãosde quartzo e caolim. Coloraçãoamarelo-ocre variegado. Soloresidual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com grãosde quartzo e caolim. Coloraçãovermelho variegado. Soloresidual.

RN: Boca do furo

Page 319: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e GeológicoCemitério de Duque de Caxias

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Duque de Caxias

Estrada Rio D’Ouro,Km 51.

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-4,63 m - 6,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 4,63

0 (m)

-3.0

-1.0

Argila com grãos finos dequartzo e caolim coloraçãoavermelhada variegada. Soloresidual.

Aterro:Blocos e concreto fragmentosde tijolo e telha.

-2.0

-4.0

-5.0

-6.0

Argila com raros grãos finos dequartzo e caolim. Coloraçãoamarelo-ocre variegada. Soloresidual.

Areia argilosa com raros grãosfinos de quartzo e caolim.Coloração amarelo-ocre. Soloresidual .

Areia argilosa com raros grãosfinos de quartzo e caolim.Coloração laranja variegada.Solo residual.RN: Boca do furo

Page 320: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e GeológicoCemitério de Duque de Caxias

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Duque de Caxias

Estrada Rio D’Ouro,Km 51.

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-2,00 m - 3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 2,00

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Argila com grãos finos dequartzo e caolinita. Coloraçãovermelho. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometr ia f ina comgrânulos quartzosos médios.Coloração amarelo ocre. Soloresidual.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

RN: Boca do furo

Page 321: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Guapimirim

Obra:

Local:Estrada do Bananal,s/n.Guapimirim-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Guapimirim

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-2,00m - 2,95 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 2,00

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Areia de granulometr iagrossa. Coloração cinza claro.Solo aluvio-coluvionar.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

Areia argilosa granulometriamédia, com blocos e seixosintemperizados. Coloraçãoamarelo-ocre.Solo aluvio-coluvionar.

RN: Boca do furo

Page 322: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Guapimirim

Obra:

Local:Estrada do Bananal,s/n.Guapimirim-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Guapimirim

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-1,90m - 3,23 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,90

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Areia de granulometr iagrossa. Coloração cinza claroamarelado. Solo aluvio-coluvionar.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média, comb l o c o s e s e i x o sintemperizados. Coloraçãoamarelo-ocre.Solo aluvio-coluvionar.

-4.0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria grossa comb l o c o s e s e i x o sintemperizados. Coloraçãocinza escuro. Solo aluvio-coluvionar.

Areia de granulometria médiacom seixos de quartzo.C o l o r a ç ã o v e r m e l h oarroxeado. Solo aluvio-coluvionar.

0,5 m

RN: Boca do furo

Page 323: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Guapimirim

Obra:

Local:Estrada do Bananal,s/n.Guapimirim-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Guapimirim

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-4,00m - 5,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 4,00

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Areia de granulometr iagrossa. Coloração cinza claro.Solo aluvio-coluvionar.

Piso:Concreto.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média, comb l o c o s e s e i x o s d eintemperizados. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo aluvio-coluvionar.

-4.0

-5.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelha . Solo a luv io-coluvionar.

RN: Boca do furo

Page 324: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Itaboraí

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Itaboraí

Rua salvador de Mendonça, s/n.

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-1,35 m -3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,35

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina com seixosp e q u e n o s d e q u a r t z o .Coloração marrom claro. Solocolúvio-aluvionar.

Argila arenosa deg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração vermelho compontos acinzentados. Solocolúvio-aluvionar.

caolinítico

Piso:Concreto

RN: Boca do furo

Page 325: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Itaboraí

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Itaboraí

Rua Salvador de Mendonça.

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-5,50 m - 6,80 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 5,50

0 (m)

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina coloraçãomarrom escuro. Solo colúvio-aluvionar.

-2.0

-4.0

-5.0

-6.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo ocre com vermelho.Solo colúvio-aluvionar.

-7.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro. Solo colúvio-aluvionar.

Argila,coloração cinza clarocom vermelho variegado.Solocolúvio-aluvionar

Argila, coloração cinza claro..Solo colúvio-aluvionar.

Argila, coloração cinza clarocom vermelho variegado. Solocolúvio-aluvionar.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina . Coloraçãocinza claro esbranquiçado.Solo colúvio-aluvionar.

0,5 (m)

RN: Boca do furo

Page 326: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Itaboraí

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Itaboraí

Rua salvador de Mendonça, s/n.

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-2,00 m -3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 2,00

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina com seixosp e q u e n o s d e q u a r t z o .Coloração marrom claro. Solocolúvio-aluvionar.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a ,c a o l i n í t i c o . C o l o r a ç ã ov e r m e l h o c o m p o n t o sacinzentados. Solo colúvio-aluvionar.

RN: Boca do furo

Page 327: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Magé

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Magé.

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-2,06 m -5,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 2,06

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Argila com raros grãos finos dequartzo. Coloração amareloocre. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Cor cinzaclaro. Solo residual.

Aterro:Areia grossa, com entulho. Corcinza escuro.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Cor cinzaclaro com intercalaçõesvermelhas. Solo residual.

-4.0

-5.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Cor cinzaclaro com intercalaçõesamarelas. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria média. Coralaranjada. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria média. Coralaranjada a variegada. Soloresidual.

0,5 (m)

RN: Boca do furo

Page 328: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Magé

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Magé

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-1,87m - 3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,87

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração cinza escuro. Soloresidual.

Areia argilosa com muitosgrãos quartzosos grossos.Coloração cinza claro aesbranquiçado. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 329: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Magé

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Magé

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-3,76 m -5,00m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 3,76

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com poucosg r â n u l o s q u a r t z o s o s .Coloração avermelhada avariegada. Solo residual.

0 (m)

-2.0

-3.0

-4,0

-1.0

-5,0

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração cinza escuro. Soloresidual.

Areia argilosa com muitosgrãos quartzosos grossos.Coloração cinza claro aesbranquiçado. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i aq u a r t z o s a . C o l o r a ç ã oamarronzada .Solo residual.

Argila arenosa com algunsgrãos médios de quartzo.Coloração amare lada avariegada. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 330: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Mesquita

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Mesquita

Av. Gov. Celso Pessanha,5861.

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-14,20 m -16,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 14,20

0 (m)

-3.0

-1.0

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração marrom. Soloresidual.

-2.0

-4.0

-5.0

-6.0

Argila siltosa. Coloração cinzaclaro intercalado com amarelo-ocre. Solo residual.

-9.0

-7.0

-8.0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com grãosd e q u a r t z o . C o l o r a ç ã overmelho variegado. Soloresidual.

-10.0

-11.0

-12.0

-13.0

-14.0

-15.0

-16.0

Argila siltosa. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo residual.

Argila siltosa. Coloraçãorosáceo. Solo residual.

Argila siltosa. Coloraçãocinza claro. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 331: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Mequita

Obra:

Local:Av. Governador Celso Peçanha, 586.Mesquita-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Mesquita

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-1,40m -2,40 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,40

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro.Solo residual

Aterro:Areia grossa , com entulho.

A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria média, comseixos .Coloração cinza claro .Solo residual

A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãovermelho.Solo residual

0,5 (m)

Page 332: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Mesquita

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Mesquita

Av. Gov. Celso Pessanha,5861.

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-7,50 m -9,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 7,50

0 (m)

-3.0

-1.0

A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria fina coloraçãomarrom escuro.Solo residual

Aterro:Blocos e concreto fragmentosde tijolo e telha.

-2.0

-4.0

-5.0

-6.0

A r e i a - a r g i l o s a , d egranulometria fina com grãosde quartzo e caolim. Coloraçãovermelha.Solo residual

Areia, de granulometria médiaa grossa com grãos de quartzo ecaolim, de coloração laranjavariegado.Solo residual

Areia de granulometria mediacom grãos de quartzo e caolim.C o l o r a ç ã o v e r m e l h oarroxeado.Solo residual

-9.0

-7.0

-8.0

A r e i a - a r g i l o s a , d egranulometria fina com grãosde quartzo. Coloração marromclaro.Solo residual

Areia de granulometria mediacom pequenos seixos dequartzo e caolim. Coloraçãoamarelo- ocre.Solo residual

Page 333: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Nilópolis

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Poço seco

Designação:

Cemitério de Nilópolis

Rua Deputado Andrade de Filgueira s/n.

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04”

-8,00 m

0 (m)

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom. Solo residual.

-2.0

-4.0

-5.0

-6.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo residual.

-7.0

-8.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelho. Solo residual.

Page 334: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Nilópolis

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Poço seco

Designação:

Cemitério de Nilópolis

Rua Deputado Andrade de Filgueira, s/n.

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04”

-11,00 m

0 (m)

-3.0

-1.0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom escuro. Solo residual.

-2.0

-4.0

-5.0

-6.0

-9.0

-7.0

-8.0

-10.0

-11.0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom claro. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelho. Solo residual.

Page 335: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Nilópolis

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Poço seco

Designação:

Cemitério de Nilópolis

Rua Deputado Andrade de Filgueira s/n.

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04”

-8,00 m

0 (m)

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom. Solo residual.

-2.0

-4.0

-5.0

-6.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo residual.

-7.0

-8.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelho. Solo residual.

Argila arenosa granulometriafina. Coloração vermelhoarroxeado. Solo residual.

Page 336: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Niterói

Obra:

Local: Rua Francisco da Cruz Nunes, s/n.Niterói -RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Maruim

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-1,52m - 2,20m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,52

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Aterro:Areia grossa com entulho.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média comseixos de quartzo. Coloraçãocinza escuro Solo colúvio-aluvionar.

0,5(m)

Piso:Concreto

RN:Boca do furo

Page 337: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Niterói

Obra:

Local: Rua Francisco da Cruz Nunes, s/n.Niterói -RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Maruim

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-1,10m - 2,70m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,10

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Aterro:Areia grossa com entulho.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média comseixos de quartzo. Coloraçãocinza escuro. Solo colúvio-aluvionar.

Piso:Concreto

RN:Boca do furo

Page 338: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Niterói

Obra:

Local: Rua Francisco da Cruz Nunes, s/n.Niterói -RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Maruim

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-0,80m - 1,80m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 0,80

0 (m)

-2.0

-1.0

Aterro:Areia grossa com entulho.

A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria média comseixos de quartzo. Coloraçãocinza esuro. Solo coluvio-aluvionar

Piso:Concreto

Page 339: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Nova Iguaçu

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Nova Iguaçu

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-3,73 m -5,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: -3,73

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria grossa, comseixos de quartzo leitoso.Coloração marrom claro.Soloresidual.

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração marrom comintercalações amarelas.Soloresidual.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

0.5 (m)

-4.0

-5.0

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração vermelho.Soloresidual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina,com muitocaolim. Coloração amareloocre.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina, comconcreções argilosas brancas ecinza escuro. Coloraçãoa m a r e l o o c r eesbranquiçado.Solo residual.

RN:Boca do furo

Page 340: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Nova Iguaçu

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério Nova Iguaçu

Estrada Rio D’Ouro,Km 51.

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-1,90 m -3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,90

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Areia de granulometria média.Coloração marrom. Soloresidual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média comgrânulos quartzosos medianos.Coloração cinza escuro comp e q u e n a s i n t e r c a l a ç õ e samarelo-ocre. Solo residual.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometr ia f ina comconcreções argilosas e grãosgrossos de quartzo. Coramarelo ocre a variegado. Soloresidual.

RN:Boca do furo

Page 341: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Nova Iguaçu

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Nova Iguaçu

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-1,46m -3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,46

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0 Areia de granulometriagrossa com concreçõesvermelhas .Coloração marrom.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro. Solo residual.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média, comc o n c r e ç õ e s v e r m e l h a s.Co lo ração c inza c la roesbranquiçado. Solo residual.

RN:Boca do furo

Page 342: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Rio Bonito

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Rio Bonito

Rua Dr. Matos, s/ n°.

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-1,20 m -3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,20

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r g i l a s i l t o s a , b e mcompactado de coloraçãocinza-escuro.Solo residual.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

Areia de granulometria médiae coloração cinza-claro.Soloresidual.

0,5 (m)

RN:Boca do furo

Page 343: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Rio Bonito

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Rio Bonito

Rua Dr. Matos s/n Rio Bonito-RJ

Sondagem e instalação de PM

PM 02

2,48 m -5,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,20

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com poucosg r â n u l o s q u a r t z o s o s .Coloração avermelhada avariegada. Solo residual.

0 (m)

-2.0

-3.0

-4,0

-1.0

-5,0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro a esbranquiçado.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com seixosquartzoso. Coloração amareloocre .Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo ocre. Solo residual.

Piso:Concreto.

04’’

RN:Boca do furo

Page 344: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Rio Bonito

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Rio Bonito

Rua Dr. Matos s/n Rio Bonito-RJ

Sondagem e instalação de PM

PM 03

-1,50 m -5,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,50

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a ecoloração cinza claro. Soloresidual.

0 (m)

-2.0

-3.0

-4,0

-1.0

-5,0

Aterro:Entulho de coloração vermelha

04’’

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria de média agrossa e coloração cinzaescuro. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina e coloraçãocinza claro. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a , d egranulometria fina e coloraçãoamarelo ocre. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a , d egranulometria fina e coloraçãovermelho .Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina e coloraçãovermelho claro. Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina e coloraçãovermelho arroxeado. Soloresidual.

RN:Boca do furo

Page 345: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e GeológicoCemitério do Rio de Janeiro

Obra:

Local:Rua Murundu,1140 Padre Miguel-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Padre Miguel

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-1,13m - 2,80 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,13

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Areia de granulometria fina.Coloração cinza claro. Solocoluvio-aluvionar.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina, comi n t e r c a l a ç õ e svermelhas.Coloração cinzaclaro. Solo colúvio-aluvionar.

Piso:Concreto.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração vermelha. Solocolúvio-aluvionar.

Areia de granulometria fina.Coloração vermelho claro.Solo colúvio- aluvionar.

0,5 (m)

RN:Boca do furo

Page 346: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e GeológicoCemitério do Rio de Janeiro

Obra:

Local:Rua Murundu,1140. Padre Miguel-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Padre Miguel

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-0,50m -2,30 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 0,50

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Areia de granulometria média.Coloração cinza claro. Solocolúvio-aluvionar.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria muito fina.Co lo ração c inza c la roesbranquiçado. Solo colúvio-aluvionar.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

Piso:Concreto.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro com vermelho.Solo colúvio-aluvionar.

RN:Boca do furo

Page 347: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e GeológicoCemitério do Rio de Janeiro

Obra:

Local:Rua Murundu,1140.Rio de Janeiro-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Padre Miguel

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-0,77m - 3,00m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 0,77

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro. Solo colúvio-aluvionar.

Argila siltos .Coloração cinzaclaro esbranquiçado. Solocolúvio- aluvionar.

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração cinza escuro. Solocolúvio-aluvionar.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãoa m a r e l o - o c r e c o mintercalações vermelho. Solocolúvio-aluvionar.

RN:Boca do furo

Page 348: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de São Gonçalo

Obra:

Local: Rua Dr Francisco Portela,s/n São Gonçalo -RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de São Gonçalo

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-2,00m - 3,00m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 2,00

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Aterro:Areia grossa com entulho.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i aC o l o r a ç ã o c i n z a c l a r ointercalado com marrom .Soloresidual.

0,5(m)

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina . Coloraçãomarrom. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza escuro. Solo residual.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração cinza claro. Soloresidual.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .C o l o r a ç ã o c i n z a c l a r oesbranquiçado. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 349: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de São Gonçalo

Obra:

Local:Rua Dr.Francisco Portela s/n São Gonçalo-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de São Gonçalo

Sondagem e instalação de PM

PM 2 04’’

-1,00m - 3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,00

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro. Solo residual.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a g r o s s a .Coloração cinza claro. Soloresidual.

Piso:Concreto.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina .Coloraçãomarrom. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 350: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de São Gonçalo

Obra:

Local:Rua Dr.Francisco Portela s/n São Gonçalo-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de São Gonçalo

Sondagem e instalação de PM

PM 3 04’’

-1,00m - 3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,00

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro. Solo residual.

Aterro:Areia grossa , com entulho.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a g r o s s a .Coloração cinza claro.

.Solo

residual

Piso:Concreto.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom. Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 351: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de São João de Meriti

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de São João de Meriti

Av.João de Deus de Menezes s/n .

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-1,87m - 4,70 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,87

Aterro:Arenoso com entulho.Corvermelho

0,0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d ecoloração cinza claro. Solocolúvio-aluvionar

A r g i l a a r e n o s a d egranulometr ia f ina decoloração amarelo-ocre.Solocoluvio-aluvionar

-4.0

-5.0

RN: Boca do furo

Page 352: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de São João de Meriti

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de São João de Meriti

Av.João de Deus de Menezes s/n .São João de Meriti - RJ

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-2,00 m - 3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 2,00

Aterro:Arenoso com entulho.

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria média, decoloração vermelha. Solocolúvio-aluvionar.

0,0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

0,5

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d ecoloração vermelha. Solocolúvio-aluvionar.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d eco loração c inza escurointercalado com vermelho.Solo colúvio-aluvionar.

A r g i l o a r e n o s o d egranulometria média, decoloração cinza clara. Solocolúvio-aluvionar.

A r g i l o - a r e n o s o b e mcompactado de granulometriagrossa, de coloração cinzaclaro esbraquiçado. Solocolúvio-aluvionar.

RN: Boca do furo

Page 353: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de São João de Meriti

Obra:

Local:

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de São João de Meriti

Av.João de Deus de Menezes s/n .

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-1,90m - 3,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,90

Aterro:Arenoso com entulho.Corvermelho

0,0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d ecoloração cinza claro. Solocolúvio-aluvionar.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a d ecoloração amarelo-ocre. Solocolúvio-aluvionar.

A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d ec o l o r a ç ã o c i n z a c l a r ointercalado com laranja. Solocolúvio-aluvionar.

RN: Boca do furo

Page 354: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Tanguá

Obra:

Local: Rua Manuel Tahlantiel de Velasco, s/n Tanguá-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Tanguá.

Sondagem e instalação de PM

PM 01 04’’

-1,20 m - 5,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,20

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Argila com raros grãos finos deq u a r t z o . C o l o r a ç ã omarrom.Solo residual.

Piso:Concreto.

Argila arenosa de areia fina.C o r c i n z a c l a r o c o mi n t e r c a l a ç õ e s e mamarelo.Solo residual.

-4.0

-5.0

A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Cor cinzaclaro esbranqiçado comintercalações amarelas.Soloresidual.

0,5 (m)

Argila com raros grãos finos dequartzo.Coloração amareloocre.Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 355: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Tanguá

Obra:

Local:Rua Manuel Tahlantiel de Velasco s/n Tanguá-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Tanguá

Sondagem e instalação de PM

PM 02 04’’

-1,66m - 4,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,66

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Areia argilosa granulometriafina .Coloração marrom.Soloresidual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro intercalado comamarelo-ocre.Solo residual.

Piso:Concreto.

-4.0

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a. C o l o r a ç ã o m a r r o mescuro.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a.Coloração cinza escuro.Soloresidual.

A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a.Coloração cinza claro.Soloresidual.

RN: Boca do furo

Page 356: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico

Cemitério de Tanguá

Obra:

Local:Rua Manuel Tahlantiel de Velasco s/n Tanguá-RJ

Tipo de Serviço:

Profundidade Final:

Diâmetro do Furo:

Nível do Aquífero:

Designação:

Cemitério de Tanguá

Sondagem e instalação de PM

PM 03 04’’

-1,20m - 4,00 m

Tampa de Ferro

Selo Sanitário

Bentonita

Brita

Revestimento

Filtro

NA: - 1,20

0 (m)

-2.0

-3.0

-1.0

Aterro:Arenoso com entulho

A r e n a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro intercalado comvermelho.Solo residual.

Piso:Concreto.

-4.0

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza escuro.Solo residual.

A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro esbranquiçadoi n t e r c a l a d o c o mvermelho.Solo residual.

RN: Boca do furo

Page 357: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

ANEXO 6

Formulário de Caracterização do Meio Físico

Page 358: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Belford Roxo Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): Colúvio x (F) Residual x (F) Depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 359: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Cachoeiras de Macacu Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 360: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Duque de Caxias Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x (F) Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 361: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Guapimirim Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (*) (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações (*) Possibilidade estimada por margem de segurança com base nos dados do município.

Page 362: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Itaboraí Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (*) (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações (*) Possibilidade estimada por margem de segurança com base nos dados do município.

Page 363: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Magé Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 364: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Mesquita Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 365: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Nilópolis Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 366: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Niterói Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 367: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Nova Iguaçu Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 368: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Rio Bonito Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (*) (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações (*) Possibilidade estimada por margem de segurança com base nos dados do município.

Page 369: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Rio de Janeiro Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 370: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério São Gonçalo Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 371: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério São João do Meriti Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações

Page 372: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Tanguá Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (*) (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações (*) Possibilidade estimada por margem de segurança com base nos dados do município.

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ANEXO 7

Formulário de Avaliação Qualitativa do Cemitério Estudado

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Belford Roxo 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação Favorável Desfavorável Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 15 5 + 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Seco Poço Seco Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) N.A. Condutividade (mS/cm) N.A. pH à 25 º C N.A. Potencial Redox (Eh) (mV) N.A. Temperatura (oC) N.A. DQO (mg/l) N.A. DBO (mg/l) N.A. OD (mg/l) N.A. Dureza Total (mg/l) N.A. Ferro Total (mg/l) N.A. Manganês Total (mg/l) N.A. Outros metais N.A. Nitrogênio Amoniacal (mg/l) N.A. Nitrogênio de Nitratos (mg/l) N.A. Nitrogênio de Nitritos (mg/l) N.A. Fósforo Total (mg/l) N.A. Cloretos (mg/l) N.A. 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) N.A. Coliforme Fecal (NMP/100ml) N.A. Estreptococo Fecal (NMP/100ml) N.A. Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) N.A. Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) N.A. Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) N.A. Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) N.A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.A. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Cachoeira de Macacu 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada N.I. Sistema de drenagem superficial N.I. Sistema de drenagem de subsuperfície N.I. Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local N.I. Armazenamento / destino dos ossos das exumações N.I. Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno N.I. Destino do esgoto do cemitério N.I. Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações N.I. TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 10 3 + 8 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Jusante

P2 NA: 3,05 m

Poço Jusante P3

NA: 3,0 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Pouca variação 160 170 Condutividade (mS/cm) Pouca variação 290 260 pH à 25 º C Pouca variação 6,9 6,9 Potencial Redox (Eh) (mV) Pouca variação 23 19 Temperatura (oC) Pouca variação 24 24 DQO (mg/l) Pouca variação 35 40 DBO (mg/l) - < 1,0 3 OD (mg/l) - 5,2 3,7 Dureza Total (mg/l) - 60 50 Ferro Total (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão 0,29 0,01 Outros metais Muito abaixo dos

padrões - -

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 1,61 3,74 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Fósforo Total (mg/l) Pouca variação 0,05 0,08 Cloretos (mg/l) Pouca variação 30 28 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 17 500 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 4 21 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 21 24 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Muito elevado em P2 1.200 500 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - A. A. Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. 2,2 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T N.T N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Duque de Caxias 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 / Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 12 7 + 2 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Montante

P1 NA: 5,0 m

Poço Jusante P2

NA: 4,63 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 215 320 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 300 460 pH à 25 º C Variação esperada 7 7,7 Potencial Redox (Eh) (mV) Variação esperada 90 -90 Temperatura (oC) Variação esperada 25 24 DQO (mg/l) - 20 20 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 4,4 0 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 120 200 Ferro Total (mg/l) Baixa conc. < 0,01 0,1 Manganês Total (mg/l) Acima do padrão 0,4 0,8 Outros metais Muito abaixo dos

padrões - -

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixa conc. 0,04 2,9 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 3,87 0,31 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Baixa conc. 0,29 0,03 Fósforo Total (mg/l) Pouca variação 0,05 0,05 Cloretos (mg/l) Variação esperada 14 27 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 21 110 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 4 6 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) Acima do padrão 1140 1420 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Muito elevado em P2 500 2.800 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 75 210 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 9,2 9,2 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Guapimirim 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 / Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada N.I. Sistema de drenagem superficial N.I. Sistema de drenagem de subsuperfície N.I. Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local N.I. Armazenamento / destino dos ossos das exumações N.I. Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno N.I. Destino do esgoto do cemitério N.I. Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) N.I. Utilização de equipamentos de segurança durante exumações N.I. TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 6 5 + 10 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Jusante

P1 NA: 2,0 m

Poço Montante P3

NA: 4,0 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Não esperada em P3 210 370 Condutividade (mS/cm) Não esperada em P3 210 510 pH à 25 º C Não esperada em P3 7,3 7,5 Potencial Redox (Eh) (mV) - -51 -60 Temperatura (oC) Variação esperada 25 24 DQO (mg/l) - 30 20 DBO (mg/l) - < 1,0 6,0 OD (mg/l) - 1,1 3,2 Dureza Total (mg/l) Não esperada em P3 110 140 Ferro Total (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos

padrões - -

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Elevado 9,7 9,7 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 2,17 2,17 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Fósforo Total (mg/l) Sem variação 0,07 0,07 Cloretos (mg/l) Sem variação 45 45 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Não esperada em P3 9 22 Coliforme Fecal (NMP/100ml) Não esperada em P3 4 7 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 57 18 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 500 300 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 16 16,1 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. 5,1 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Itaboraí 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 / Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável Local (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 17 4 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Montante

P1 NA: 1,35 m

Poço Jusante P2

NA: 5,5 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Sem variação 360 360

Condutividade (mS/cm) Variação não

esperada 480 450

pH à 25 º C - 7,2 9 Potencial Redox (Eh) (mV) - -41 -160 Temperatura (oC) Sem variação 25 25 DQO (mg/l) - < 10 10 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 4,8 < 0,1 Dureza Total (mg/l) 160 150 Ferro Total (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Baixas conc. 0,08 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos

padrões < 0,01 < 0,01

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixas conc. 0,22 < 0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 8,93 10,92 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão 0,11 0,07 Fósforo Total (mg/l) Variação esperada 0,05 0,25 Cloretos (mg/l) Variação não

esperada 50 40

4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 26 34 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 9 7 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 4 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 75 19 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Elevado 1.500 2.500 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 9,2 16,1 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Magé 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações N.I. TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 4 15 + 2 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Montante

P1 NA: 2,06 m

Poço Jusante P3

NA: 3,76 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 130 280 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 200 420 pH à 25 º C Variação esperada 7,6 7,3 Potencial Redox (Eh) (mV) Variação esperada -78 -7 Temperatura (oC) Variação esperada 25 25 DQO (mg/l) - < 10 10 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 0 1,2 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 80 120 Ferro Total (mg/l) Baixos < 0,01 0,1 Manganês Total (mg/l) Acima do padrão (P3) < 0,01 0,6 Outros metais Muito abaixo dos

padrões - -

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo < 0,01 0,09 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 0,46 6,12 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Fósforo Total (mg/l) Grande variação 0,06 0,1 Cloretos (mg/l) Grande variação 7 64 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Muito elevado em P1 3.000 17 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 400 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 80 17 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 100 300 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 39 16 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 2,2 A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Mesquita 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 9 11+ 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Jusante

P2 NA: 1,4 m

Poço Jusante P3

NA: 7,5 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) - 220 200 Condutividade (mS/cm) - 310 290 pH à 25 º C - 6,6 7,3 Potencial Redox (Eh) (mV) - 78 -18 Temperatura (oC) - 24 25 DQO (mg/l) - < 10 40 DBO (mg/l) - < 1,0 6,0 OD (mg/l) - 6,0 1,0 Dureza Total (mg/l) - 60 100 Ferro Total (mg/l) - < 0,01 0,2 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos

padrões < 0,01 < 0,01

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo < 0,01 0,19 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 7,4 0,3 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 0,07 Fósforo Total (mg/l) - 0,05 0,08 Cloretos (mg/l) - 25 20 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 17 280 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 31 52 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Muito elevado em P3 300 2.200 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 5,1 93 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Nilópolis

1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação Favorável Desfavorável Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada N.I. Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 15 4 + 2 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Seco Poço Seco Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) N.A. Condutividade (mS/cm) N.A. pH à 25 º C N.A. Potencial Redox (Eh) (mV) N.A. Temperatura (oC) N.A. DQO (mg/l) N.A. DBO (mg/l) N.A. OD (mg/l) N.A. Dureza Total (mg/l) N.A. Ferro Total (mg/l) N.A. Manganês Total (mg/l) N.A. Outros metais N.A. Nitrogênio Amoniacal (mg/l) N.A. Nitrogênio de Nitratos (mg/l) N.A. Nitrogênio de Nitritos (mg/l) N.A. Fósforo Total (mg/l) N.A. Cloretos (mg/l) N.A. 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) N.A. Coliforme Fecal (NMP/100ml) N.A. Estreptococo Fecal (NMP/100ml) N.A. Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) N.A. Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) N.A. Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) N.A. Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) N.A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.A. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Niterói 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 8 12 + 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Montante

P1 NA: 1,52 m

Poço Jusante P3

NA: 0,8 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 350 500 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 500 710 pH à 25 º C - 8,3 8,2 Potencial Redox (Eh) (mV) - -93 -120 Temperatura (oC) - 25 24 DQO (mg/l) - < 10 < 10 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 3,3 1,5 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 220 290 Ferro Total (mg/l) Acima do padrão 1,3 0,8 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos

padrões < 0,01 < 0,01

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo < 0,01 0,1 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 5,5 0,8 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão 0,1 0,17 Fósforo Total (mg/l) Equilibrados 0,18 0,27 Cloretos (mg/l) Equilibrados 16 15 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 80 340 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 11 11 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 48 16 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Muito elevado em P3 100 2.200 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 2,2 43,0 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 5,1 A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Nova Iguaçu 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 14 7 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Montante

P2 NA: 1,9 m

Poço Jusante P3

NA: 1,46 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Pouca variação 220 215 Condutividade (mS/cm) Pouca variação 315 310 pH à 25 º C Pouca variação 7 7,2 Potencial Redox (Eh) (mV) Pouca variação 86 76 Temperatura (oC) Pouca variação 25 24 DQO (mg/l) - < 10 < 10 DBO (mg/l) - < 1 1,5 OD (mg/l) - 1,5 1,7 Dureza Total (mg/l) Sem variação 100 100 Ferro Total (mg/l) Baixos < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) No padrão 0,4 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos

padrões - -

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo 2,1 0,03 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 6,53 7,58 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 0,07 Fósforo Total (mg/l) Pouca variação 0,05 0,07 Cloretos (mg/l) Pouca variação 22 10 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 80 1.400 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 17 230 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2

Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) Acima do padrão em P2 890 340

Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 200 300 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 64 39 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 5,1 A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

Page 384: MACHADO, VIRGINIA MARTINS

Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Rio Bonito 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 10 9 + 2 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Jusante

P1 NA: 1,2 m

Poço Montante P2

NA: 1,2 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Pouca variação 180 160 Condutividade (mS/cm) Pouca variação 260 230 pH à 25 º C - 8,1 7,4 Potencial Redox (Eh) (mV) - -83 -99 Temperatura (oC) - 25 25 DQO (mg/l) - 30 < 10 DBO (mg/l) - 7 < 1,0 OD (mg/l) - 0,8 6,3 Dureza Total (mg/l) - 100 80 Ferro Total (mg/l) Acima do padrão em P1 0,8 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Acima do padrão em P1 1,4 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos

padrões < 0,01 < 0,01

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo 0,33 0,05 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 0,17 1,31 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Fósforo Total (mg/l) Pouca variação 0,08 0,06 Cloretos (mg/l) Pouca variação 9 9 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Extrapolado em P1 17.000 70 Coliforme Fecal (NMP/100ml) Muito elevado em P1 1.600 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - 240 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 24 61 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 200 300 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 2,2 2,2 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério do Rio de Janeiro 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério N.I. Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações N.I. TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 8 9 + 4 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Jusante

P1 NA: 1,13 m

Poço Jusante P2

NA: 0,5 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) - 410 520 Condutividade (mS/cm) - 630 700 pH à 25 º C - 7,7 7,9 Potencial Redox (Eh) (mV) - -51 -101 Temperatura (oC) - 25 25 DQO (mg/l) - 10 20 DBO (mg/l) - 7 4 OD (mg/l) - 1 5,5 Dureza Total (mg/l) - 335 300 Ferro Total (mg/l) Próximo ao padrão em P2 0,2 0,3 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos padrões < 0,01 < 0,01 Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo < 0,01 < 0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 0,78 3,5 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Acima do padrão em P2 0,6 2,3 Fósforo Total (mg/l) - 0,1 0,2 Cloretos (mg/l) - 15 26 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 110 1.600 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 14 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 8 9 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Elevado 1.010 1.800 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 150 16,1 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 2,2 2,2 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de São Gonçalo 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 12 8 + 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Jusante

P1 NA: 2,05 m

Poço Montante P3

NA: 1,0 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Não esperada em P3 320 380 Condutividade (mS/cm) Não esperada em P3 460 540 pH à 25 º C - 8,3 7,6 Potencial Redox (Eh) (mV) - -116 -77 Temperatura (oC) - 24 25 DQO (mg/l) - 30 10 DBO (mg/l) - 5 3 OD (mg/l) - < 0,1 < 0,1 Dureza Total (mg/l) - 50 190 Ferro Total (mg/l) Muito acima do

padrão em P1 2,1 0,2

Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão 0,02 0,03 Outros metais Muito abaixo dos

padrões - -

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo <0,01 <0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 0,5 2,6 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão <0,01 <0,01 Fósforo Total (mg/l) - 0,23 0,34 Cloretos (mg/l) - 37 20 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 14 34 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - <2 7 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 54 146 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Elevadas em P3 10 1.900 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 2,2 5,1 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 16,1 2,2 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de São João do Meriti 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 14 6 + 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Montante

P1 NA: 1,87 m

Poço Jusante P2

NA: 2,0 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 300 380 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 430 550 pH à 25 º C Variação esperada 7 7,8 Potencial Redox (Eh) (mV) - 96 59 Temperatura (oC) - 25 26 DQO (mg/l) - < 10 10 DBO (mg/l) - < 1 < 1 OD (mg/l) - 0 0 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 110 300 Ferro Total (mg/l) No limite em P2 < 0,01 0,3 Manganês Total (mg/l) Acima do padrão 0,5 0,4 Outros metais Muito abaixo dos

padrões - -

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Elevado em P2 0,08 3,2 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 1,23 0,1 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão 0,14 <0,01 Fósforo Total (mg/l) Equilibrados 0,05 0,2 Cloretos (mg/l) Equilibrados 48 14 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Elevado em P1 1.600 80 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 10 15 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 500 500 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 39 42 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. 5,1 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica

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Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Tanguá 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável

Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável

Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossuários das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X . TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 13 8 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)

Parâmetro Observações Poço Montante

P1 NA: 1,2 m

Poço Jusante P2

NA: 1,66 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 240 270 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 340 390 pH à 25 º C - 7,3 7,3 Potencial Redox (Eh) (mV) - -64 -54 Temperatura (oC) - 24 24 DQO (mg/l) - < 10 < 10 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 4,4 0,2 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 76 140 Ferro Total (mg/l) Baixos < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão 0,04 0,11 Outros metais Muito abaixo dos

padrões - -

Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo 0,05 <0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Próximos ao padrão 8,8 9,7 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão 0,02 0,02 Fósforo Total (mg/l) Equilibrados 0,05 0,05 Cloretos (mg/l) Equilibrados 33 17 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Elevado em P1 1.600 34 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 14 11 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - 14 8 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 21 48 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 400 200 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 9,2 39 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 9,2 A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica