FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA ......Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em...

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR CAMPUS PROF. FRANCISCO GONÇALVES QUILES DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANDRÉIA RODRIGUES SOARES AS ORGANIZAÇÕES E A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO: Um estudo na rede de Lojas Tropical no estado de Rondônia Trabalho de conclusão de curso Artigo Científico Cacoal RO 2017

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CAMPUS PROF. FRANCISCO GONÇALVES QUILES

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANDRÉIA RODRIGUES SOARES

AS ORGANIZAÇÕES E A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO: Um

estudo na rede de Lojas Tropical no estado de Rondônia

Trabalho de conclusão de curso

Artigo Científico

Cacoal – RO

2017

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Andréia Rodrigues Soares

AS ORGANIZAÇÕES E A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO: Um

estudo na rede de Lojas Tropical no estado de Rondônia

Artigo apresentado à Fundação

Universidade Federal de Rondônia –

UNIR – Campus Prof. Francisco

Gonçalves Quiles, como requisito parcial

para Conclusão de Curso de Bacharel em

Ciências Contábeis sob a orientação da

Profª. Drª. Estela Pitwak Rossoni.

Cacoal – RO

2017

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CAMPUS PROF. FRANCISCO GONÇALVES QUILES

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

O Artigo intitulado “AS ORGANIZAÇÕES E A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE

TRABALHO: Um estudo na rede de Lojas Tropical no estado de Rondônia”, elaborado

pela acadêmica, Andréia Rodrigues Soares foi avaliado pela banca examinadora em

___________________ de 2017, tendo sido__________________________.

A orientadora é a professora Drª. Estela Pitwak Rossoni.

______________________________________________

Profa. Drª. Estela Pitwak Rossoni.

Presidente da Banca

______________________________________________

Profa. Ma. Andréia Duarte Aleixo

Membro da Banca

_______________________________________________

Profa. Ma. Daeane Zulian Dorst

Membro da Banca

___________________

Nota

Cacoal– RO

2017

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Fundação Universidade Federal de Rondônia

Gerada automaticamente mediante informações fornecidas pelo(a) autor(a)

S676o

Soares, Andréia Rodrigues.

As organizações e a ética nas relações de trabalho: Um estudo na rede de Lojas

Tropical no Estado de Rondônia - Pesquisa de Campo / Andréia Rodrigues Soares. --

Cacoal, RO, 2017.

30 f. : il.

Orientador(a): Prof.ª Dra. Estela Pitwak Rossoni

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Contábeis) -

Fundação Universidade Federal de Rondônia

1.Empresa. 2.Ética empresarial. 3.Código de ética. 4.Responsabilidade

social. I. Rossoni, Estela Pitwak. II. Título.

CDU 174.4

Bibliotecário(a) Leonel Gandi dos Santos CRB 11/753

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AS ORGANIZAÇÕES E A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO: Um estudo na

rede de Lojas Tropical no estado de Rondônia

Andreia Rodrigues Soares

1

RESUMO: Os códigos de ética empresariais, cada vez mais, têm se tornado fonte de interesse das organizações que buscam

um meio de influenciar o comportamento ético dos indivíduos. Este trabalho teve como objetivo geral analisar as

práticas convencionadas nos códigos de conduta ética que têm contribuído para a melhoria das relações de

trabalho na rede de Lojas Tropical. Para atingir tal objetivo foi realizada uma pesquisa exploratória, descritiva

com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados com uso de um questionário semiestruturado. Foram

pesquisados 12 funcionários, 5 (cinco) gestores e 7 (sete) colaboradores que fazem parte da rede de Lojas

Tropical das cidades de Cacoal, Vilhena, Guajará Mirim, Porto Velho e Ji-paraná, no período de 11 de setembro

até 6 de outubro de 2017. Com base nas respostas dos 12 respondentes aplicou-se para as questões fechadas a

análise de frequência e moda, enquanto que para as questões abertas, utilizou-se a análise de conteúdo

categórica. Identificou-se que os gerentes e colaboradores da organização pesquisada conhecem o código de

ética instituído na empresa e percebem algumas vantagens na aplicação desse código como incentivar as

denúncias, estimular o comprometimento dos funcionários, influenciar comportamentos éticos dentro e fora da

empresa, auxiliar nas resoluções de conflitos, coibir os maus comportamentos e esclarecer aos indivíduos os

deveres, obrigações e suas consequências. Os pesquisados acreditam que o código de ética tem contribuído nas

relações de trabalho, como um meio de tornar as regras da empresa claras e objetivas, dessa forma definindo

atitudes que consideram corretas e erradas e servindo de norte para bons comportamentos.

PALAVRAS-CHAVE: Empresa. Ética empresarial. Código de ética. Responsabilidade

social.

1 INTRODUÇÃO

Ética são princípios e valores de condutas que os indivíduos e grupos possuem que

marcam o limite da convivência. A ética instrui as decisões, julgamentos e avaliações. A Ética

nasce na própria realidade humana, ou seja, o ambiente em que se vive. Desta maneira, o

ambiente de trabalho, no qual se convive grande parte do dia, se desenvolve em uma série de

escolhas para tomadas de decisões e de práticas de virtudes, que são os valores transformados

em ação. (CORTELLA, 2013; ARRUDA, WHITAKER & RAMOS, 2003).

Tende a crescer a consciência pessoal e organizacional de que a ética é um diferencial,

ao invés de tratá-la com indiferença. A ética tem sido incluída em planos estratégicos

empresariais e, em alguns casos, faz parte até mesmo das metas a serem atingidas pelas

equipes de trabalho, pois os líderes empresariais entenderam que a ética agrega valor a

imagem da empresa. Portanto considera-se uma empresa ética aquela que adota uma postura

1 Acadêmica concluinte do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Rondônia – Campus

Francisco Gonçalves Quiles, com Trabalho de Conclusão de Curso elaborado sob a orientação da Professora.

Drª. Estela Pitwak Rossoni.

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honesta como estratégia de negócios, com todos seus públicos. Engloba-se nesse grupo:

clientes; fornecedores; sócios; funcionários; governo e a sociedade como um todo

(WHITAKER, 2003; MARTON, 2003; ROCHA, 2009; TELLES, 2008).

Nesse contexto ético, distinguem-se dois grandes planos de ação que são visto como

desafio para as organizações: por um lado na perspectiva de seus valores para o exterior, fala-

se em responsabilidade social, incentivo ao trabalho voluntário, respeito ao meio ambiente e

outros. Por outro lado, no ponto de vista de seu público mais próximo, como executivos,

empregados, colaboradores, fornecedores, dedicam-se esforços para a criação de mecanismos

que garantam um modo ético de operar, como os códigos de ética, respeitando sempre a

filosofia e os princípios da organização (WITAKER, 2003).

Diante disso, a problemática deste estudo buscou responder como a aplicação das

práticas convencionadas nos códigos de conduta ética têm contribuído para a melhoria das

relações de trabalho na rede de Lojas Tropical. Os aspectos que levam à relevância desse

estudo estão voltados para a necessidade de se estabelecer padrões de comportamentos éticos

e programas de ética dentro das empresas, visto que as empresas são grandes influenciadoras

de comportamentos e que, tais comportamentos, refletem na sociedade. Também considera-se

importante para o setor administrativo das empresas pois irá salientar as vantagens de ser uma

empresa ética, não apenas para o fortalecimento da imagem, mas para proporcionar resultados

melhores e um ambiente mais agradável para seus colaboradores.

Quanto aos procedimentos necessários para realização da pesquisa foi adotada uma

pesquisa de natureza exploratória, descritiva, guiada por abordagem essencialmente

qualitativa, porém utilizando de estatística descritiva. Realizou-se também uma pesquisa

bibliográfica, documental e de campo.

Os dados da pesquisa mostram que os gestores e colaboradores da organização

pesquisada demonstram conhecer o código de ética instituído na empresa e identificam

algumas vantagens na aplicação desse código como incentivar as denúncias, estimular o

comprometimento dos funcionários, influenciar comportamentos éticos dentro e fora da

empresa, auxiliar nas resoluções de conflitos, coibir os maus comportamentos e esclarecer aos

indivíduos os deveres, obrigações e suas consequências. Também acreditam que o código de

ética tem contribuído nas relações de trabalho, como um meio de tornar as regras da empresa

claras e objetivas, dessa forma definindo atitudes que consideram corretas e erradas e

servindo de norte para bons comportamentos, permitindo assim, que os objetivos desta

pesquisa fossem alcançados.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica está estruturada em três partes. A primeira parte destina-se a

tratar sobre conceitos relacionados à Ética e suas principais correntes filosóficas e a Ética

empresarial. A segunda parte versa sobre relações de trabalho e o código de ética. A terceira

parte destina-se a abordar sobre a responsabilidade social nas empresas.

2.1 A ÉTICA E PRINCIPAIS CORRENTES FILOSÓFICAS

A palavra ética originou-se na Grécia antiga que se deriva do termo ethos, que

significa o caráter, o modo de ser de um indivíduo ou de uma comunidade. Considera- se

então, ethos, sinônimo de ética, sendo um conjunto de valores e princípios dos costumes

humanos, pessoais e sociais (BOFF, 2010), tendo como objetivo a busca do bem estar dos

indivíduos.

Embora a ética seja um termo conhecido e comumente mencionado desde a Grécia

antiga, falar sobre ética não é tarefa fácil, visto que há divergência de opiniões sobre seus

conceitos entre os estudiosos, o que torna o tema complexo, no entanto, utilizam-se na figura

1 as definições sobre ética e moral defendidas pela maioria dos estudiosos dessa importante

ciência do conhecimento:

A palavra ética contém dois significados fundamentais: parte que integra a ciência da filosofia e um

aglomerado de regras. É um estudo que avalia as condutas sob a ótica do bem e do mal, de acordo com

os critérios da moral. Também um conjunto de regras que fazem com que as ações humanas sejam

adaptáveis com a convicção do bem e da moral (MOREIRA, 2002).

A moral é o “conjunto de princípios, normas e valores que cada geração transmite à geração seguinte,

na confiança de que, trata-se de um bom legado de orientações sobre o modo de se comportar para viver

uma vida boa e justa”. Todavia, a ética é a ciência que promove reflexão dos atos morais (CORTINA;

MARTINEZ, 2005, p. 20).

Ética é definida como a filosofia da moral, ou a divisão da filosofia que abrange o estudo do modo

como devem viver os homens. Este conceito se concentra nas questões que envolvem o correto e o

impróprio. Enquanto a moral envolve as práticas de viver conforme as próprias crenças, a ética é o

estudo do porquê de serem morais ou imorais tais práticas (GRENZ; SMITH, 2005).

A ética é um torso universal de sabedorias que faz uma reflexão crítica sobre a moralidade e tem por

objetivo tornar compreensíveis os fenômenos morais, enquanto a moral tem relação com o tempo e o

espaço (SROURS, 2005).

A moral enquanto norma de conduta relaciona-se a casos particulares e habituais que não ultrapassam

esse nível, considerando que a moral normatiza e direciona a prática dos indivíduos, e a ética teoriza

sobre as condutas, estudando as concepções que estruturam a moral. O primeiro se mostra como objeto

e o segundo como ciência. Por esse motivo, entende-se que a ética é a ciência da moral (PASSOS,

2006).

A ética é a ciência da moral e não deve ser confundida com o mundo moral que se caracteriza como seu

objeto. Tal pensamento é divergente de outros autores, pois salienta que a função fundamental da ética

não é ditar normas e princípios, mas considera a ética como uma teoria que investiga diversos

comportamentos dos homens (VÁZQUEZ, 2010).

Os termos “moral” e “ética” se confundem, mas não devem ser considerados sinônimos, porque não o

são. Enquanto a “moral” são normas que orientam os comportamentos individuais, com o próximo e

também com a natureza, a “ética” é a reflexão ou saber sobre o ethos e também uma avaliação crítica da

moral (TRASFERETTI, 2011).

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Ética é expressão racional, livre e também responsável, que pode ser moral quando o indivíduo

direciona seus atos pelos valores que possui interiorizados, tendo em vista que a ação humana pode ser

legal sem ser moral, por exemplo, quando se orienta por uma regra que o obriga a agir de determinada

forma, sem acreditar ou concordar com ela. Outra alternativa, seria o ato humano ser moral e também

legal, quando se acredita e ao mesmo tempo respeita determinada lei (ROSSONI, 2013).

Figura 1 – Conceitos e distinções sobre a ética e a moral

Fonte: Elaborado com base nos autores citados

Neste contexto, considera-se importante abordar também na figura 2 sobre as

principais correntes filosóficas da ética, que são três: a utilitarista, a kantiana e a aristotélica.

As questões éticas sempre constituíram parte do pensamento filosófico desde as

origens da filosofia. Por não haver ainda um saber científico sobre os diversos segmentos da

realidade humana, a filosofia se manifestava e se estabelecia como saber total (VÁZQUEZ,

2010).

2.2 ÉTICA EMPRESARIAL

Nos últimos anos surgiu grande interesse pela ética nas sociedades e

consequentemente também nas empresas. E estas lidam com clientes cada vez mais exigentes,

ÉTICA

Utilitarismo

Atribuída a Jeremy Bentham

(1748 - 1832) e, seguidor

John Stuart Mill (1806 -

1873)

Propõe que o conceito ético

seja realizado tendo como

base o maior bem para a

sociedade no contexto geral.

De acordo com essa teoria o

indivíduo em frente de

qualquer situação, para

escolher uma conduta que

mais esteja em concordância

com a ética, deverá escolher

aquela que realize o maior

bem para o maior número de

pessoas.

Kantiana

Atribuída a Emmanuel Kant (1724

- 1804)

Propõe que cada indivíduo deve se

comportar de acordo com os

princípios éticos universais, e esses

conceitos devem ser aplicados

igualmente a todos que se

encontrem na mesma situação, sem

exceções. Um dos enunciados de

Kant (2003, p. 59), seu imperativo

categórico, diz o seguinte: “Age

apenas segundo uma máxima tal

que possas ao mesmo tempo querer

que ela se torne uma lei universal”.

Segundo esta teoria, só se deve

exigir dos outros, o que exigimos

de nós mesmos.

Aristotélica

Atribuída a Aristóteles (384 –

322 a.C)

Essa teoria defende a ideia de

que se deve fazer uso da razão

nas escolhas, pois considera a

razão o melhor guia e que está

diretamente ligada com a

felicidade. Também mostra

que os homens se tornam o que

são pelos seus costumes, e a

prática constante de um

comportamento ou uma

atividade nos permite

incorporar inconscientemente

aquele hábito. Da mesma

forma que os homens se

tornam bons músicos tocando,

um homem torna-se justo

praticando atos justos e, torna-

se mal, praticando atos maus.

Figura 2 - Principais Correntes filosóficas da ética

Fonte: Souza (2011); Aristóteles (2007); Kant (2003); Barbieri; Cajazeira (2009).

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porque já não satisfaz a população saber que uma empresa produz produtos de qualidade, ou

que prestam bons serviços, vez que elas demonstram muito interesse em tomar conhecimento

de suas responsabilidades sociais e éticas (NALINI, 2013).

Devido à grande responsabilidade de tomar decisões que definem o futuro da

organização, estas procuram adotar posturas responsáveis que não desprestigiem a reputação

da empresa, vez que as decisões empresariais não são inofensivas, insignificantes ou isentas

de consequências, pois carregam um grande poder de irradiação pelos efeitos que provocam.

Sendo assim, essas decisões atingem todos os públicos que têm interesse na empresa, tanto

interno quanto o externo, os chamados stakeholders (SROUR, 2003).

Até os anos 50 o termo ética empresarial não era conhecido, pois ainda não fazia parte

da linguagem comum da sociedade. A primeira tentativa de impor comportamentos éticos nas

empresas foi do Papa Leão XIII com sua encíclica Rerum Novarum (1891), cujos princípios

reconheciam o respeito aos direitos e à dignidade dos indivíduos nas relações de trabalho. Já

nos anos 60, o agir ético dentro das empresas, tornou-se um assunto de grande relevância, a

partir do que surgiram diversas leis com intuito de exigir das empresas comportamento ético

em todas as suas relações (MOREIRA, 2002).

A expressão ética empresarial foi idealizada para designar a ética nas empresas que

buscam a lucratividade. Desta forma surge também a expressão ética nos negócios. As duas

expressões, ética empresarial e ética nos negócios serão utilizadas como sinônimos de ética

organizacional, por abranger todas as práticas éticas dentro de qualquer tipo de organização,

que tem como objetivo favorecer o agir correto dos indivíduos (HUMBERG, 2008).

A ética empresarial é vista como o comportamento da empresa – entidade lucrativa –

quando ela age em conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder

aceitas pela coletividade (MOREIRA, 2002). Trata-se também de uma definição clara de

posturas que as empresas juntamente com seus colaboradores adotam, a partir de seus

dirigentes. Ademais, baseia-se em conceitos morais, porém se diferencia pela sua

característica utilitária. Além disso, não se refere a conceitos filosóficos idealizados, mas de

determinar procedimentos para o quotidiano da empresa (HUMBERG, 2006).

A ética empresarial deve ser adotada por todos os colaboradores que fazem parte da

empresa desde os cargos mais elevados (como os gerenciais) até os cargos menos expressivos.

Tendo em vista que as práticas consideradas não-éticas, em longo prazo, são autodestrutivas,

em nível pessoal e também organizacional, pensar em ética apenas como estratégia de

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marketing não traz efeitos em longo prazo. Empresas que não tem a prática dessas posturas,

estão sujeitas a perder a credibilidade e a confiança de seu público (MORRIS, 1998).

Portanto não se define o valor das empresas somente pelos seus ativos materiais,

avaliam-se também os ativos intangíveis, como as competências desenvolvidas, o patrimônio

intelectual, bem como a reputação e a imagem da empresa, pois um deslize no âmbito moral

seria suficiente para por em perigo todo esse patrimônio, principalmente a parte mais

vulnerável, que é a reputação (SROUR, 2005). Ressalta-se a respeito, que as reputações se

constroem, mas também podem ser facilmente demolidas, como é possível observar por

exemplos recentes de empresas que não cuidaram de sua credibilidade e foram eliminadas do

mercado (NALINI, 2013).

Investir em ética então deixa de ser apenas um meio de propagar uma boa imagem, e

se configura uma forma de sobrevivência, empresas e administradores percebem que a

ausência de ética e a busca apenas de interesse próprio põem em risco a sobrevivência das

empresas, e, consequentemente, dos seus próprios empregos; é o instinto de sobrevivência

pesando mais que teorias aprendidas nas escolas (SUNG, 1995). Logo, o assunto ética, deve

ser tratado com interesse por todos envolvidos, uma vez que, suas práticas influenciam de

forma direta o futuro das empresas e de seus colaboradores.

Se o grupo no qual o indivíduo for inserido não adotar comportamentos éticos, este

consequentemente sofrerá forte pressão para se comportar da mesma maneira, pois é

trabalhoso nadar contra a correnteza, principalmente durante muito tempo (MORRIS, 1998).

Da mesma forma, a empresa que adota condutas éticas no seu ambiente de trabalho, também

influencia o comportamento dos demais, pois a conduta ética gera uma visão de perspectiva

que resulta em um natural desejo de tomar iniciativas para atender às necessidades da empresa

e dos indivíduos que nela convivem, demonstrando sensibilidade ética (ARRUDA et al.

2003).

Certamente o objetivo de toda empresa é a obtenção de lucro, sobre o que Camargo

(2006, p. 75) considera um dos pecados da organização a busca desenfreada do dinheiro e o

crescimento no mercado, como se nada, além disso, tivesse importância “como a pessoa que

não se contenta a comer o que é seu, mas sempre está com os olhos na comida do próximo”.

Em um grande número de empresas o pensamento é limitado aos lucros, não levam em

conta a vida dos funcionários, suas necessidades sociais, a confiança da comunidade, o

ambiente natural, enfim, todas essas preocupações e os seus valores acabam suplantados pelo

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valor do dinheiro, o que pode configurar em resultados desastrosos para a empresa (MORRIS,

2008).

Todavia, a atitude ética empresarial não quer dizer abrir mão do lucro, mas optar pelo

ético e correto. É possível reconhecer a dimensão ético-social do lucro, na oferta de empregos,

em investimentos sociais, na prestação de serviços entre outros (PASSOS, 2006).

O bem externo promovido pela organização não deve ser apenas uma forma de

manipular a opinião pública. Uma empresa que não tem a ética como pilar ou que tenha uma

liderança amoral que pratica “boas ações” para fazer estratégia de marketing, é considerada

muito pior por seus funcionários e clientes pela sua dissimulação. A honestidade acaba saindo

mais em conta que a dissimulação, a esperteza e os processos duvidosos, que desencadeiam

muitas vezes em ações na justiça e em indenizações (MASIP, 2002). Uma boa empresa

começa de dentro para fora, no tratamento dos funcionários, em seus acordos comerciais e nas

suas decisões do dia-a-dia. Tendo em vista que tudo que acontece dentro da organização

reflete externamente (MORRIS, 1998).

O comportamento ético das empresas é a única forma de alcançar o lucro com

respaldo da moral, o que deveria ser razão suficiente para convencer uma empresa a agir com

ética. Mas, se pode elencar ainda outras razões, como mostra a figura 3:

Custos menores Uma empresa ética incorre em custos menores do que uma antiética. A

empresa ética não faz pagamentos irregulares, ou imorais, como subornos,

compensações indevidas e outros.

A possibilidade de avaliar

com precisão o

desempenho de sua

estrutura,

Por não fazer esses pagamentos irregulares, a empresa consegue colocar

em prática uma avaliação de desempenho de suas áreas operacionais, mais

precisa do que a empresa antiética.

Legitimidade moral para

exigir comportamento

ético dos empregados,

Ao estabelecer como regra e exercer a conduta ética, a empresa coloca-se

em posição de exigir o mesmo de seus empregados e administradores. E

assim cobrar mais lealdade e dedicação.

A geração de lucro livre

de contingência,

A atuação ética faz com que a empresa respeite o direito de terceiros. Desta

maneira o lucro gerado não fica sujeito a contingências futuras, como, por

exemplo, condenações por procedimentos indevidos.

A obtenção de respeito

dos parceiros comerciais,

Os procedimentos éticos facilitam e consolidam os laços de parceria

empresarial, seja com clientes, fornecedores, ou ainda com sócios efetivos

ou potenciais.

O cumprimento de dever

inerente à

responsabilidade social

da organização.

A prática ética está inserida no rol dos deveres relativos à responsabilidade

dos agentes econômicos. Entende-se que a empresa é responsável por

ajudar a melhorar a sociedade da qual obtém o lucro. Não se trata de uma

responsabilidade somente material, mas também abstrata, ligada à adoção e

prática dos preceitos éticos.

Figura 3 – Algumas razões para a empresa ser ética

Fonte: Adaptado de Moreira (2002)

O comportamento ético da empresa é esperado e também exigido pela sociedade. Hoje

por meio da globalização, os consumidores são mais bem informados e se fidelizam àquelas

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marcas e organizações que lhes dão razões para confiar (NALINI, 2013). Nota-se que a

empresa que demonstra boas posturas têm inúmeras vantagens, além de influenciar

positivamente o comportamento dos demais.

2.3 RELAÇÕES DE TRABALHO E O CÓDIGO DE ÉTICA

As organizações são um conjunto de pessoas que ajustam seus próprios esforços e

outros meios para atingirem seus propósitos em comum (MAXIMIANO, 1997), porém,

empresas não são apenas um aglomerado de pessoas já que se constituem como sistemas de

tomada de decisões, de compromissos, responsabilidades, relacionamentos e objetivos,

envolvendo-se assim de características pessoais (MATTAR NETO, 2010).

Em qualquer tipo de organização os indivíduos tomam suas decisões e agem

independentemente dos cargos que exercem. Isso afeta os outros indivíduos, grupos e

seguimentos inteiros de uma sociedade (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009). No ambiente de

trabalho se encontram pessoas com as mais variadas formações culturais, experiências sociais

e opiniões divergentes sobre os acontecimentos da vida (MOREIRA, 2002).

Pode-se encontrar neste mesmo ambiente, uma imensurável e ilimitada diversidade de

aspectos do ser humano. Encontram-se pessoas na vida e nas empresas que são, por exemplo,

ou como um Nero ou um São Francisco de Assis, uma Cleópatra ou uma Madre Teresa, um

Hitler ou um Martin Luther King etc., ou seja, pessoas das quais não se conhecem seus

precedentes éticos (CAMARGO, 2006).

Diante da necessidade de se estabelecer padrões de condutas dentro das organizações e

para que os objetivos em comum entre empresa e colaboradores sejam alcançados, decide-se

adotar uma postura ética como política da empresa, por meio da implementação dos códigos

de conduta que servem como guia nas relações de trabalho (ANDRADE, 2011).

Para o Instituto Brasileiro de ética nos negócios, o código de ética é definido como a

afirmação do conjunto de direitos, deveres e responsabilidades empresariais para como os

stakeholders, que trata da cultura, dos princípios e dos valores que guiam as ações de seus

dirigentes, executivos e colaboradores. Por isso, destaca-se a importância de tornar público os

códigos de conduta, pelo entendimento de que permitem que todos Stakeholders conheçam as

intenções e os objetivos de uma organização (ANDRADE, 2011).

O código de ética tem como missão oficializar e padronizar a percepção da

organização empresarial em seus relacionamentos e suas operações. A existência desse código

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impede que os julgamentos subjetivos distorçam, dificultem ou limitem a aplicação plena dos

princípios. Além disso, o código de ética pode servir como prova legal de que a empresa se

propôs a seguir os padrões e preceitos nele estabelecidos (MOREIRA, 2002).

Também é um meio de mostrar aos colaboradores e para o público externo o que a

empresa tem como missão, visão e valores e uma forma de direcionar a tomada de decisões da

empresa e reforçando seu compromisso com a sociedade. Portanto, o código de ética não deve

ser mantido internamente, tendo como aspecto apenas o caráter proibitivo porque os códigos

de conduta ética não têm a pretensão de resolver os problemas éticos da organização, mas

disponibilizar critérios e diretrizes para que as pessoas descubram maneiras éticas de se

comportar. Desta forma, o código de ética dentro das organizações cumpre um importante

papel de orientar o agir ético (ARRUDA; WITAKER; RAMOS, 2003).

Os códigos de ética são baseados nas expectativas que as empresas têm em relação aos

comportamentos morais das pessoas dentro e muitas vezes fora do ambiente de trabalho.

Comportamentos estes que não devem colidir, mas estar de acordo com os princípios

instituídos dentro da empresa. São ferramentas gerenciais eficazes, se a empresa demonstrar

devido cuidado à cultura organizacional e ao desenvolvimento da competência ética

(TELLES, 2008).

Pode-se considerar um excelente aliado nas relações de trabalho, entretanto, não é

suficiente instituir um guia de conduta ou exibi-lo nas salas de recepção; é necessário que este

documento reflita na vida das pessoas que fazem parte da empresa, desde a alta administração

até o chão da fábrica, porque a ética não está na empresa ou no guia de conduta imposto, mas

sim na excelência das pessoas que a representam e vivem os princípios e valores amparados

em seu código de ética (WITAKER, 2008).

É essencial que a mais alta hierarquia da empresa não só torne explícito o apoio a esse

código, como também demonstre, nitidamente, atuar de acordo com o seu conteúdo. Nada

mais desastroso do que distanciar a prática do discurso. Outro aspecto fundamental é que os

representantes de cada setor da empresa façam parte da criação ou atualização do código de

conduta ética, por meio de discussões, coleta de opiniões e consulta de exemplares aprovados

por outras empresas, ou seja, trata-se de um trabalho coletivo (NALINI, 2013).

Há certos receios de algumas empresas no momento de adotar uma estratégia de

codificação moral, alega-se que elencar condutas antiéticas envolve um risco, pois, tudo

aquilo que não estiver exatamente tipificado nos códigos de ética escapa ao rótulo e passa a

ser eticamente permitido. Por esse motivo há alguns questionamentos por parte das

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organizações e algumas deixam de adotar tal estratégia, e continuam agindo de forma

individual em questões éticas ou adotam aquela regra dourada ‘aja com os outros como você

gostaria que agissem com você’ (NALINI, 2013).

A maneira de fazer o código de ética de uma organização ser cumprido consiste em

determinar um Programa de ética constituído por cinco elementos, conforme a figura 4:

Treinamento Treinamento de implantação e reciclagens (no mínimo anuais) dos

conceitos constantes do código;

Revisão de práticas Prática de um sistema de revisão e verificação do devido

cumprimento;

Canal de comunicação

Criação de um canal de comunicação destinado a receber e a

processar relatos de pessoas (empregados ou não) sobre eventuais

violações;

Punições

Tomada de atitudes corretivas ou punitivas (inclusive com

demissões, quando for o caso, ou rescisões de contrato com agentes)

em caso de constatações de violações.

Combate ao concorrente

antiético.

Luta clara contra os concorrentes antiéticos, inclusive em juízo, se

necessário, com divulgação interna das ações e resultados.

Figura 4 – Programa de ética.

Fonte: Moreira (2002, p. 34)

O Instituto Ethos (2000, p. 18-29) e o Instituto Brasileiro de Ética nos negócios (2009,

p. 54) enumeram alguns aspectos importantes a serem considerados no momento de constituir

um código de ética nas empresas socialmente responsáveis, que servem de exemplo para

qualquer tipo de organização, considerando suas peculiaridades (ANDRADE, 2010).

Essas propostas estão expostas na figura 5.

INSTITUTO BRASILEIRO

DE ÉTICA NOS NEGÓCIOS

INSTITUTO ETHOS

Missão e visão da empresa.

Princípios e valores da empresa.

Princípios éticos gerais.

Princípios gerais de justiça e equidade no

relacionamento com os stakeholders.

Gestão, tratamento, respeito e preservação do

meio ambiente.

Gestão de sustentabilidade.

Normas e padrões de comportamento da

empresa e de seus colaboradores.

Organismos internos para reportar alguma

desconformidade ao código.

Procedimentos e padrões de atuação e

controle (órgãos internos).

Relações com os acionistas:

▪ O respeito aos acionistas minoritários.

Relações com os funcionários:

▪ Recrutamento e seleção – valorização da

diversidade;

▪ Relações hierárquicas;

▪ Privacidade: Da empresa em relação ao

funcionário; Do funcionário em relação à

empresa.

▪ Avaliação e promoção;

▪ Demissão.

Relações com os clientes.

Relações com os fornecedores.

Relações com os concorrentes.

Relações com a esfera pública:

▪ Órgãos arrecadadores e de fiscalização;

▪ Agentes públicos e políticos.

Relacionamento com o meio ambiente.

Relacionamento com a comunidade – ações

filantrópicas

Figura 5– Sugestões de conteúdos para o código de ética

Fonte: ANDRADE (2010, p. 85), com base em Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios e Instituto Ethos

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O conteúdo de um código de ética é formado de um conjunto de políticas e práticas

específicas, que abrange os campos mais vulneráveis. Este material é agrupado em um

relatório de fácil entendimento para que possa circular de forma adequada entre todos os

interessados. Depois de aprimorado com sugestões e críticas com a participação de todos os

envolvidos o relatório dará origem a um documento que servirá de modelo padrão para

determinados comportamentos, tornando transparentes as responsabilidades (WHITAKER;

ARRUDA, 2007).

Assim o conteúdo depende das características de cada organização. O ideal é que o

código de ética leve em conta mais do que o relacionamento entre empregados com empresa,

deve se considerar as relações com todos os públicos, também as situações que envolvam

empresa e comunidade, a mídia, o governo e os stakeholders (NALINI, 2013).

2.4 RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS

As variações climáticas e os problemas sociais têm sido usados como argumento para

reivindicar das organizações – ONG’s, empresas e governo – a proposta de soluções. A

Responsabilidade social empresarial foi a maneira encontrada pelas empresas para responder

a este apelo. O que torna esse assunto um elemento de grande relevância na gestão dos

negócios. Mas apesar de muito falada, poucos entendem o que é a Responsabilidade social

(CARDOSO, 2008).

A responsabilidade social refere-se ao ato de cumprir as obrigações e os deveres dos

indivíduos e das empresas para com a comunidade e sociedade em geral. Alguns sociólogos

acreditam que se trata de uma forma de retribuição aos locais, em razão dos impactos

provocados, como por exemplo, para a instalação da empresa (DELBONO, 2016).

É uma forma de gestão por meio da qual o empresário busca um resultado maior e

mais amplo que ultrapassam o lucro, as atividades da empresa devem gerar resultados

positivos nos aspectos sociais e ambientais. Para que esses objetivos sejam alcançados as

empresas precisam se manter transparentes e éticas com seus funcionários, clientes,

fornecedores, governo, comunidade, meio ambiente entre outros (CARDOSO, 2008).

Em outras palavras a responsabilidade social consiste em as empresas não assistirem

imparcialmente à avalanche de desafios existentes no país. É se importar com as questões que

vão além dos muros das empresas e de seus negócios, como as diferenças sociais, respeito à

diversidade, qualidade da saúde e educação, a preservação do meio ambiente (LOVATELLI,

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2007). Existem algumas diferenças entre ação social, investimento social privado e

responsabilidade social empresarial, conforme trazem Gelman e Parente (2008) na figura 6:

AÇÃO SOCIAL INVESTIMENTO SOCIAL

PRIVADO

RESPONSABILIDADE SOCIAL

EMPRESARIAL

Foco: Comunidade

Ações: Pontuais

Característica:

assistencialismo.

Foco: comunidade

Ações: planejadas

(definição de públicos

estratégicos, foco de

atuação, etc.)

Característica:

desenvolvimento social

foco nos resultados.

Foco: todos os públicos de

interesse da empresa

Ações: planejadas

Característica:

desenvolvimento geral,

foco nos resultados,

alinhamento estratégico

com o negócio da

empresa.

Figura 6 – Ação Social X Investimento Social Privado X Responsabilidade social Empresarial

Fonte: GELMAN; PARENTE (2008).

A responsabilidade social tem mais relação com o conceito de investimento social

privado do que o conceito de ação social. A diferença mais relevante é que as iniciativas

devem estar de acordo com a estratégia de negócio da empresa e que beneficie todos os

públicos de interesse da empresa, não apenas a comunidade (GELMAN; PARENTE, 2008).

Trata-se de um termo que abrange temas que vão desde os códigos de ética, práticas de

boas condutas na gestão, compromissos públicos assumidos pela empresa, gestão e prevenção

de riscos, até mecanismos anticorrupção, diversidade, apoio às mulheres e aos não-

brancos, também a extensão desses compromissos por toda cadeia produtiva que se

envolve na relação com os fornecedores (INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E

RESPONSABILIDADE SOCIAL, 2007).

A adoção de uma estratégia geral de responsabilidade social traz algumas vantagens

enumeradas na figura 7:

1. Contribui decisivamente para a perenidade das empresas, uma vez que diminui sua vulnerabilidade ao

reduzir desvios de conduta e possíveis sanções por parte dos stakeholders;

2. Promove a imagem e reputação das empresas, sobretudo junto aos clientes e às comunidades locais em

que suas sedes estão implantadas;

3. Fortalece a coesão corporativa, conquistando talentos e cultivando um relacionamento duradouro com

clientes e fornecedores;

4. Faz com que os projetos sociais sejam agregados como valor aos produtos ou serviços prestados

5. Opera como fator inovador para alcançar o sucesso empresarial;

6. Concilia a eficácia econômica com preocupações sociais;

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7. Fomenta novo pacto social entre empresas, sociedade civil e Estado.

Figura 7 - Vantagens de adotar estratégia geral de responsabilidade social

Fonte: SROUR (2003).

Há empresas que ainda não compreenderam que a responsabilidade social não quer

dizer doação ou terceirização de investimento social. Tem a ver com gestão, atitude. É a busca

constante na melhoria de seus processos e produtos, e alinhá-los à realidade ambiental, manter

bons relacionamentos, ser transparente e ético para garantir a sobrevivência e sustentabilidade

de seus negócios e também do ambiente e da sociedade no qual a empresa faz parte

(SALVIATTO, 2006).

Há também empresas que ao primeiro sinal de crise diminuem sua atuação social,

justamente nos momentos que os desafios se agravam. Diante disso, é necessária mudança de

postura, porque são exatamente os momentos difíceis os mais propícios para as empresas

atuarem nas questões sociais, chamando atenção da sociedade e ao mesmo tempo agregando

valor à sua imagem, deixando de lado a visão imediatista e focando nos resultados á longo

prazo, pois as empresas que não se atentam a essas questões estão fechando os olhos para o

futuro (LOVATELLI, 2007).

3 METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória, descritiva, guiada

por abordagem essencialmente qualitativa, porém utilizando de estatística descritiva. Na etapa

exploratória realizou-se, inicialmente a pesquisa bibliográfica e documental, pois se estudou

os conceitos sobre o tema, e se utilizou de um documento interno, o código de ética da

empresa pesquisada. Foram analisadas e descritas as percepções dos gerentes e colaboradores

da rede de lojas Tropical, a cerca do código de ética utilizado na empresa. Para identificar as

percepções aplicou-se um instrumento semiestruturado composto de 24 questões fechadas, 5

para descrever o perfil dos respondentes e 19 questões para identificar percepções sobre

questões centrais, organizadas em escala Likert de 6 pontos, incluindo a possibilidade de não

resposta (SCR: sem condições de responder), onde aplicou-se nessas questões a análise de

frequência e moda, enquanto que para as questões abertas foram feitas 19 questões, onde

utilizou-se a análise de conteúdo categórica (VERGARA, 2010; APPOLINÁRIO, 2006;

MARTINS, 2007; THEÓPHILO, 2008).

Face à coleta de dados in loco, esta ocorreu mediante aplicação de 6 (seis) entrevistas

individuais junto aos gestores e colaboradores da organização pesquisada em Cacoal. Neste

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mesmo período foram enviados questionários semiestruturados, com perguntas abertas e

fechadas por e-mail para 32 (trinta e dois) funcionários das demais lojas localizadas nas

cidades de Vilhena, Ji-paraná, Ariquemes, Guajará Mirim e Porto Velho, dos quais foram 6

(seis) respondidos completamente (4 respondentes da cidade de Ji-paraná, 1 de Ariquemes e 1

de Porto velho), totalizando 12 (doze) respondentes.

Quanto ao perfil dos pesquisados, destaca-se que 10 respondentes são do sexo

masculino e 2 do sexo feminino, tendo a maioria a faixa etária de 25 a 40 anos, entre os 12

(doze) respondentes 5 são gestores, e 7 são colaboradores.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A pesquisa foi aplicada na rede de Lojas Tropical uma empresa que abriu suas portas

em Ji-Paraná no ano de 1983 por seu fundador empresário Celso Vieira. Suas atividades

tiveram início com a venda de equipamentos para instalações, atendendo supermercados,

lanchonetes, açougues, padarias, sorveterias e demais estabelecimentos, tendo como seu

público principal empresários de médio e pequeno porte de Rondônia e mais timidamente do

Acre. Em 2001 ampliou sua área de atuação, passando a trabalhar também com peças de

reposição para atender às empresas já clientes e aos refrigeristas da região. Em outubro de

2017, registrava-se 60 colaboradores diretos envolvidos em toda estrutura da empresa, já com

um portfólio com mais de 5.000 produtos para revenda. A rede de Lojas Tropical é uma

empresa referência, sólida e respeitada em todo o estado, tendo o mesmo CNPJ há 34 anos, o

que mostra toda a sua seriedade e ética no mercado.

Em primeiro momento foi perguntado aos entrevistados se a empresa divulga de forma

ampla o código de ética para os funcionários e demais interessados, e de que maneira é

divulgado. Como resultado, observou-se que 9 entrevistados concordaram totalmente com a

afirmação salientando a maioria que a divulgação é feita quando o funcionário é contratado,

utilizando-se de uma apostila impressa ou digital, e também em reuniões periódicas.

A respeito, Andrade (2011) considera importante que as empresas tornem público os

códigos de conduta, pelo entendimento de que permitem que todos Stakeholders conheçam

suas intenções e seus objetivos. Nota-se no caso estudado, que há conhecimento por parte dos

entrevistados da existência de um código de um ética, pois nas contratações de novos

funcionários a empresa se preocupa em apresentar o documento o qual é lido e assinado para

demonstrar concordância aos termos estabelecidos.

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Ressalta-se que Nalini (2013) considera ideal que o código de ética leve em conta mais

do que o relacionamento entre empregados com empresa, deve se considerar as relações com

todos os públicos, também as situações que envolvam empresa e comunidade, a mídia, o

governo e os stakeholders. Analisando o código de ética da organização é possível notar que o

documento trata da relação entre funcionário e cliente, também funcionários e fornecedores, e

apresenta apenas um tópico que trata das relações comercias, percebendo-se a carência de

conteúdos que tratam da relação com os demais públicos que são comunidade, mídia, governo

entre outros.

Para Moreira (2002) existem alguns elementos que fazem com que o código de ética

seja efetivamente cumprido, o primeiro consiste na criação de um canal de comunicação

destinado a receber e a processar relatos de pessoas (empregados ou não) sobre eventuais

violações. Quando perguntados sobre quais os canais de comunicação utilizados na empresa

para eventuais denúncias, foram mencionados o facebook, telefone e e-mail, e 8 dos

entrevistados disseram que as denúncias são feitas diretamente para o gerentes ou

encarregados de cada setor. O que mostra que a empresa não dispõe de um canal específico

para denúncias, porém os funcionários entendem que têm livre acesso com seus superiores

para denunciar quando se fizer necessário.

No quesito treinamentos e revisão das práticas ofertados pela empresa para identificar

dilemas éticos, Moreira (2002) diz que os treinamentos devem ser no mínimo anuais dos

conceitos que compõem o código de ética e também deve haver um sistema de revisão e

verificação do devido cumprimento. Para este quesito, 3 entrevistados responderam não haver

treinamentos, 4 não souberam responder e 5 afirmam que os treinamentos são realizados nas

reuniões que são feitas durante o ano. Exemplificando tal resultado, apresenta-se a resposta

em que um dos entrevistados menciona que: R10 (gestor): “Todo ano é apresentado aos

colaborados o planejamento estratégico, onde reiteramos sobre o código de ética e os

comportamentos esperados”. Observa-se que apesar de não haver treinamentos focados nos

dilemas éticos, a empresa se preocupa em revisar o código de ética anualmente.

Quanto às punições, Moreira (2002) salienta que deve haver tomada de atitudes

corretivas ou punitivas (inclusive com demissões, quando for o caso, ou rescisões de contrato

com agentes) em caso de constatações de violações. Quando perguntados se o código de ética

da empresa prevê penalidades, 9 entrevistados concordaram totalmente. Dentre as penalidades

mencionadas, destacam-se a advertência verbal e escrita, suspensão e demissão indicando

estar de acordo com o que diz o autor. Também são questionados se as más condutas devem

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ser denunciadas, os 12 entrevistados responderam que sim, e 9 destes acreditam que denunciar

eleva a chance do código ser efetivamente cumprido. Corroborando para tal resultado, um dos

entrevistados afirma que R:9 (gestor) “A denúncia é parte fundamental no processo, pois está

previsto no código de ética que quem não denuncia uma falta ética é conivente com o ato!”.

Percebe-se que uma das vantagens em aderir ao código de ética é que o funcionário se sente

amparado pelo documento, o que facilita as denúncias serem feitas.

Também ao serem questionados se os funcionários consideram mais responsáveis pelo

cumprimento do código quando assinam, e se o código de ética na prática estimula o

comprometimento do funcionário, 11 entrevistados concordam que o fato de assinar o código

os tornam mais responsáveis por cumpri-lo, registrando-se que 1 dos funcionários encara isso

como uma exigência burocrática. Onze entrevistados também acreditam que o código de ética

na prática estimula o comprometimento dos funcionários, como é possível verificar na

resposta de um deles R10 (gestor): “Creio que tem estimulado além do comprometimento

profissional, até mesmo a vida pessoal de cada um”. Isso converge com o que Whitaker

(2008) frisa sobre ser necessário que este documento reflita na vida das pessoas que fazem

parte da empresa, porque a ética não está na empresa ou no guia de conduta imposto, mas sim

na excelência das pessoas que a representam e vivem os princípios e valores amparados em

seu código de ética. É possível entender que na percepção dos gestores e colaboradores que

outra vantagem na implantação de um código de ética é estimular o comprometimento dos

funcionários e influenciar comportamentos éticos dentro e fora da empresa.

Os respondentes foram questionados se há envolvimento dos gestores na elaboração e

atualização do código de ética, 10 entrevistados responderam que sim. Quanto à forma de

participação, 8 dos entrevistados mencionam que eles participam em reuniões de

planejamento estratégico todos os anos, um deles salienta que R9 (gestor): “O código de ética

da empresa é pautado e discutido durante o P.E. [Planejamento Estratégico] da empresa

havendo participação de toda a liderança em seu desenvolvimento e análise posterior”. Tal

resposta está em conformidade com o que diz Nalini (2013), pois para ele é fundamental que

os representantes de cada setor da empresa façam parte da criação ou atualização do código de

conduta ética, por meio de discussões, coleta de opiniões e consulta de exemplares aprovados

por outras empresas, ou seja, trata-se de um trabalho coletivo.

Ao serem questionados se a participação dos gestores no processo de elaboração ou

atualização do código de ética contribui para sua aplicação, 10 respondentes concordam

totalmente que sim, 1 concorda muito, e outro não soube responder.

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Quando perguntados de qual seria a importância dos gerentes na elaboração ou

atualização do código de ética, cada entrevistado respondeu conforme sua opinião. Expostas

na figura 8.

R1 (colaborador): É importante para repassar para os demais funcionários.

R2 (colaborador): Não respondeu

R3 (colaborador): Saber o que está acontecendo em cada filial.

R4 (gestor): Maior responsabilidade no cumprimento.

R5 (colaborador): Essa importância seria porque eles também atuam na empresa,

devem estar atualizados para qualquer conflito ou má conduta seja repudiada,

sabendo aplicar o código de ética.

R6 (colaborador): Não sei informar.

R7 (gestor): Muito importante pois os gestores tem mais informações a passar.

R8 (colaborador): Super importante, os pensamentos de cada um, contribuem para

um código de ética sempre aperfeiçoado.

R9 (gestor): É de suma importância, pois com vários pontos de vistas e experiências

diferentes fica mais fácil criar uma discussão baseada em bons argumentos.

R10 (gestor): Total importância, os gestores devem ditar o ritmo do que é percebido

como valor dentro da empresa.

R11 (colaborador): É de total importância.

R12 (gestor): Importante, visto que, estamos dia a dia com funcionários em filiais.

Figura 8 – Qual a importância dos gerentes na

elaboração ou atualização do código de ética.

Fonte: Gestores e colaborados da rede de Lojas

Tropical

É perceptível que os funcionários consideram importante a participação dos gerentes

na elaboração ou atualização do código de ética uma vez que acreditam que aumentam a

responsabilidade, os mantém atualizados para repassar as informações para os demais

funcionários, além disso, podem dar sugestões e dicas, pois conhecem a realidade da empresa

tornando o código de ética cada vez mais aperfeiçoado. Whitaker e Arruda (2007) concordam

expondo que o código de ética deve ser aprimorado com sugestões e críticas com a

participação de todos os envolvidos. Entende-se que outro beneficio na aplicação do código

de ética na empresa é o envolvimento dos gestores que por meio de suas experiências

auxiliam dando dicas para o aprimoramento das relações de trabalho. Contudo Arruda,

Whitaker & Ramos (2001) diz que é importante não só a participação dos gestores, mas do

maior número de pessoas de diferentes setores, desde a alta administração até os cargos

operacionais, para que de fato o código de ética supra toda necessidade da empresa.

Ao serem questionados se os funcionários levam em conta o comportamento ético da

empresa para pautar seus comportamentos, 7 concordaram totalmente, 3 concordaram muito e

1 concordou pouco. Arruda et al. (2003) confirma dizendo que empresa que adota condutas

éticas no seu ambiente de trabalho, também influencia o comportamento dos demais, pois a

conduta ética gera uma visão de perspectiva que resulta em um natural desejo de tomar

iniciativas para atender às necessidades da empresa e dos indivíduos que nela convivem,

demonstrando sensibilidade ética.

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Morris (1998) afirma que o indivíduo que é inserido em uma empresa que não adota

comportamentos éticos, tende a se comportar da mesma maneira. A teoria se confirma, pois os

entrevistados em quase sua totalidade responderam que o comportamento ético da empresa é

levado em conta para influenciar os comportamentos individuais.

Os respondentes também foram questionados se o código de ética auxilia na resolução

de conflitos e de que forma isso acontece. Dos entrevistados 8 concordam totalmente, 3

concordam muito e 1 concorda pouco. Para Moreira (2002) a existência desse código impede

que os julgamentos subjetivos distorçam, dificultem ou limitem a aplicação plena dos

princípios. Além disso, o código de ética pode servir como prova legal de que a empresa se

propôs a seguir os padrões e preceitos nele estabelecidos. Para os entrevistados o código de

ética mostra o caminho, esclarece os deveres, obrigações e suas consequências. Também é

considerado uma forma de coibir maus costumes, pois dá exemplo de como agir com ética.

Dois dos entrevistados complementam dizendo que R8 (colaborador): “Geralmente quando

dois funcionários estão em discordância por algo antiético, o código serve para mostrar a

questão que está sendo discutida e mostrar quem está enquadrado no mesmo”. E o outro diz

R9 (gestor): “O código de ética estipula normas de conduta claras e simples de serem

entendidas por todos sem dificuldade, isso reduz discussões desnecessárias quanto a quem

está certo perante certas atitudes”. Entende-se assim, que auxiliar na resolução de conflitos,

coibir maus comportamentos, esclarecer deveres, obrigações e consequências são vantagens

identificadas na aplicação do código de ética na empresa.

No campo de observações consideradas importantes que diz respeito ao tema em

estudo, destaca-se três respondentes que expõe suas opiniões à respeito das práticas de

conduta ética utilizadas pela empresa. Expostas na figura 9.

R4 (gestor): O código de ética é de grande importância na empresa, para tornar clara e

objetiva e ter como base as punições amparadas pela lei.

R6 (colaborador): Acredito que com certeza tem sim que existir um código de ética em uma

empresa, para conseguir definir atitudes corretas e errôneas dos funcionários.

R10 (gestor): O código de ética tem sido útil no decorrer da existência da empresa servindo

de norte para o comportamento da equipe, contudo sua prática é muito mais social do que

punitiva, a base para um código é a moralidade e o comportamento, esse que buscamos

incentivar assiduamente para desenvolver cada um dos colaboradores como pessoa além de

profissional. Figura 9- Considerações importantes sobre o tema na opinião dos entrevistados.

Fonte: Gestores e colaboradores da rede de Lojas Tropical

Entende-se que através das respostas dos entrevistados que o código de ética é

considerado de grande importância e tem contribuído nas relações de trabalho, como um meio

de tornar as regras da empresa claras e objetivas, facilitando o entendimento dos usuários,

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dessa forma definindo atitudes que consideram corretas e erradas dos indivíduos e servindo

de norte para bons comportamentos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo adotou uma linha de investigação voltada aos usuários do código de

ética, entendendo que, se o código pretende influenciar o comportamento dos indivíduos, é

adequado verificar o ponto de vista destes, em relação ao assunto.

O desenvolvimento do estudo possibilitou uma análise de como as práticas

convencionadas nos códigos de conduta ética tem contribuído para a melhoria das relações de

trabalho na rede de Lojas Tropical na percepção dos gestores e colaboradores, se há

conhecimento acerca dessas práticas, e quais as vantagens e desvantagens encontradas na

aplicação de um código de conduta na organização.

A pesquisa conseguiu atingir os objetivos específicos, pois de um modo geral pois

pode-se verificar que os gestores e colaboradores da organização pesquisada demonstram

conhecer o código de ética instituído na empresa e percebem algumas vantagens na aplicação

desse código como incentivar as denúncias, estimular o comprometimento dos funcionários,

influenciar comportamentos éticos dentro e fora da empresa, auxiliar nas resoluções de

conflitos, coibir os maus comportamentos e esclarecer aos indivíduos os deveres, obrigações e

suas consequências. Por outro lado, como desvantagens, não foram identificados quesitos a

serem discutidos.

Os resultados dessa pesquisa também revelam por meio das perguntas abertas do

questionário obtendo-se que os pesquisados acreditam que o código de ética tem contribuído

nas relações de trabalho, como um meio de tornar as regras da empresa claras e objetivas,

dessa forma definindo atitudes que consideram corretas e erradas e servindo de norte para

bons comportamentos, permitindo assim que o objetivo geral dessa pesquisa fosse alcançado.

Cabe esclarecer que o estudo teve como limitação, o tamanho da amostra dado o

número de instrumentos que retornaram completamente respondidos. Isso leva a outras

reflexões sobre os potenciais motivos da não participação de todos os sujeitos para os quais

foram enviados os instrumentos.

Como contribuição o presente estudo pontua considerações relevantes sobre a

importância da ética nas relações de trabalho. Para a empresa alvo o estudo possibilita

verificar quais as percepções de seus funcionários a cerca do código de ética, se há

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conhecimento, aceitação e comprometimento no sentido de cumprir o que foi estabelecido. O

estudo também desperta para ênfase a ser dada à carência de conteúdos identificada no código

de ética da empresa, propiciando adequações que segundo a teoria proporciona melhores

resultados.

Os resultados obtidos nesta pesquisa também podem ser interessantes para as

empresas envolvidas na implantação de seus programas de ética, pois destacam-se os pontos

considerados positivos pelos funcionários da empresa pesquisada que podem servir de

exemplo de como essas práticas são vistas pelos usuários do código de ética.

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aos profissionais de relações públicas e comunicação organizacional. 2010. Tese (Doutorado)

– Escola de Comunicações e Artes – ECA, Universidade de São Paulo, 2010.

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Ética nas Organizações. 2011. Universidade Estadual de Londrina-UEL, Londrina, PR,

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Prezado (a) Senhor (a),

Sou acadêmica do 8° período do curso de Ciências Contábeis da Fundação Universidade

Federal de Rondônia – UNIR e solicito sua participação respondendo às questões a seguir,

possibilitando assim, o desenvolvimento do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC),

cujo tema é “AS ORGANIZAÇÕES E A ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO:

Um estudo na rede de Lojas Tropical no estado de Rondônia”.

Por isso, pedimos que as responda voluntariamente e com seriedade, ao passo que

informamos que os dados coletados serão tratados com sigilo, responsabilidade e ética, e a

identificação do participante só será necessária para esclarecer eventuais dúvidas da pesquisadora

quanto ao preenchimento deste instrumento de pesquisa.

Nossos sinceros agradecimentos pela sua participação,

________________________________________

Andréia Rodrigues Soares – acadêmica e pesquisadora

________________________________________________

Profª. Drª. Estela Pitwak Rossoni – Professora e orientadora

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1 Dados gerais quanto ao perfil do pesquisado:

1.1-Sexo:

( ) MASCULINO

( ) FEMININO

1.2- Escolaridade:

( ) Fundamental Completo

( ) Médio Completo

( ) Superior Incompleto

( ) Superior Completo

( ) Pós Graduado (a)

1.3- Idade:

( ) De 20 a 25 anos

( ) De 25 a 30 anos

( ) De 30 a 40 anos

( ) Mais de 40 anos

1.4- Cargo Função

( ) Gerência

( ) Vendas

( ) Auxiliar administrativo

( ) Motorista

( ) Zeladoria

( ) Outro. Qual? ________

1.5) Tempo De Serviço

( ) Menos de um ano

( ) De 1 a 3 anos

( ) De 3 a 5 anos

( ) De 5 a 10 anos

( ) 10 ou mais

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1 QUESTÕES CENTRAIS:

Assinale a alternativa que mais lhe parece adequada de uma escala de 1 a 6 de

(discordância/concordância), sendo 1 a maior discordância em relação a cada afirmação e 6 a

maior concordância, como segue:

1 – Discordo Totalmente

2 - Discordo Muito

3 – Discordo Pouco

4 – Concordo Pouco

5 – Concordo Muito

6 – Concordo Totalmente

SCR – Sem Condições de Responder

Afirmação 1 2 3 4 5 6 SCR

2.1 A empresa divulga de forma ampla o código de ética para os funcionários e

outros interessados.

2.2 A empresa dispõe de canal de comunicação específico para que funcionários

e outros agentes possam efetuar eventuais denúncias.

2.3 Existe na empresa um comitê de ética em funcionamento.

2.4 É importante a existência do comitê de ética para que os funcionários

percebam a seriedade da empresa em tratar sobre as questões éticas.

2.5 A empresa faz avaliação específica do desempenho ético dos funcionários.

2.6 Existem treinamentos periódicos para ajudar os funcionários a identificar

dilemas éticos na prática.

2.7 A empresa é aberta a sugestões e dicas a respeito das normas adotadas no seu

código de ética.

2.8 Há envolvimento de todos os gestores na elaboração ou atualização do código

de ética.

2.9 A participação dos gestores no processo de elaboração ou atualização do

código contribuem para sua aplicação.

2.10 Existe na empresa uma declaração clara das responsabilidades éticas do

funcionário para cada descrição de cargos.

2.11 Os empregados prestam atenção no comportamento ético da empresa e

levam isto em conta para pautar seu comportamento.

2.12 O código de ética prevê penalidades para os casos de não cumprimento do

mesmo.

2.13 As ações punitivas e de repúdio contra Possíveis problemas éticos são

divulgadas junto aos demais funcionários.

2.14 Quando ocorre uma conduta antiética, a punição é igual para todos os

funcionários.

2.15As más condutas sempre devem ser denunciadas.

2.16 É importante recompensar ou punir os comportamentos dos empregados em

função da conformidade com o código de ética.

2.17 Os empregados consideram-se mais responsáveis pelo cumprimento do

código perante a empresa pelo fato de terem assinado o documento.

2.18 O código de ética é meio extremamente importante para estimular o

comprometimento do colaborador para com a organização.

2.19 O código de ética serve como parâmetro para a resolução de conflitos.

3 Questões Complementares:

3.1 De que forma é feita a divulgação do código de ética da

empresa?____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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3.2 Quais os canais de comunicação disponíveis para eventuais denuncias na

empresa?____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.3 Como funciona o comitê de ética na

empresa?____________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

3.4 A existência de um comitê de ética influencia a exigência de boas condutas dentro da

empresa, ou é

irrelevante?_______________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.5 Como é feita a avaliação do desempenho ético dos

funcionários?________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.6 Quais os treinamentos oferecidos pela empresa para identificar dilemas

éticos?______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.7 Você já deu alguma sugestão ou dicas a respeito das normas adotadas no código de ética?

Quais?______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.8 De que forma os gestores participam na elaboração ou atualização do código de ética?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.9 Qual a importância dos gestores na elaboração ou atualização do código de

ética?______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.10 Cada cargo possui uma descrição clara de suas responsabilidades no código de ética?

Explique.___________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.11 Os empregados se atentam ao comportamento ético da empresa e levam

isto

em conta para pautar seu comportamento ou agem independentemente?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.12 Cite alguma penalidade sofrida por algum empregado prevista no código de

ética._______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.13 Como são divulgadas as punições de atitudes antiéticas dentro da empresa junto aos

funcionários?________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.14 As punições contra condutas antiéticas, são feitas de maneira justa para todos os cargos

Explique.___________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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3.15 Denunciar as más condutas, contribui para elevar a chance de o código ser efetivamente

cumprido ou é irrelevante?

Explique.___________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.16 A recompensa e punição são consideradas relevantes pelos empregados ou o

comportamento ético é visto como obrigação e apenas a punição tem sentido?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.17 Os empregados consideram-se mais responsáveis pelo cumprimento do código perante a

empresa pelo fato de terem assinado o documento ou encaram isso como uma exigência

burocrática sem

sentido?__________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.18 Na prática o código de ética estimula o comprometimento dos

empregados?_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.19 De que forma o código de ética auxilia na resolução de

conflitos?___________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Observações/Explicações Espontâneas consideradas importantes e que mereçam atenção em

relação ao tema da pesquisa.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________