Fundamento_09

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Distribuição Gratuita N º 0 0 9 5600 1037 9 0 0 2 1

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Transcript of Fundamento_09

  • D i s t r i b u i o G r a t u i t a N 0 0 9

    56001037

    90

    02

    1

  • Histrias da A.T.U.P.O.

    que mais vezes vejo nas pessoas a falta de F nelas

    prprias. As pessoas deixam de acreditar nelas Oprprias e na Vida e isso faz com que elas percam a vontade de

    viver.

    Aquilo que a F a gente acreditar na Fora que carrega,

    naquilo que capaz. Na vida sempre tem uma soluo que

    so os Orixs e a Vontade. O querer porque se quer sem

    vontade de chegar a algum lugar, o porqu de fazer as coisas,

    a razo, o motivo so importantes, so o que nos faz sentir

    que vale a pena.

    Procurem sempre saber porque esto caminhando na Vida

    para depois, usando a Fora dos Orixs na Vida que Deus, chegarem onde

    tenham que chegar.

    Sr. Z do Coco

    Saudaes a todos os Leitores!

    Mais um ano se passou! Quero agradecer a todos os que fizeram parte deste jornal, quero agradecer

    s famlias de santo por mais um ano dedicado Umbanda, religio que continua se expandindo e

    acreditando em um mundo melhor. Quero desejar a todos os novos filhos, que adentram nas Falanges de

    Luz da Umbanda, seriedade e compreenso. Por vezes, um caminho duro, quando realmente

    dedicado a levar a verdadeira razo de existir! Sua existncia est em levar a coragem de continuar a

    quem pensa em desistir, em ensinar a amar! Enfim, levar a cura aos males do esprito, da mente, do fsico

    e emocional, pois sem isso no h razo para que faamos a Umbanda continuar!

    Para aqueles que acreditam que a Umbanda uma profisso para ganhar dinheiro ou para alimentar

    seu Ego e que no partilham o desejo de caridade, da harmonia no Ser, de compreender as diferenas, ou

    o princpio da ajuda a todos os nossos irmos na Terra, sentem no banco da assistncia de um Templo de

    Umbanda, conversem com o preto velho, caboclo ou baiano que, com certeza, ele lhes mostrar a Luz que

    precisam para encontrar o seu caminho.

    Que o manto branco de nosso Pai Oxal nos cubra de Luz, a fim de vermos nossas imperfeies, para

    assim podermos corrigi-las!

    Pai Claudio

    Palavra do Dirigente

    FundamentoJornal Umbandista Portugus

    02 | 2012 FundamentoJornal Umbandista Portugus

    | 03009

    www.atupo.comwww.umbanda.pt www.atupo.comwww.umbanda.pt

    ndice

    RevisoEquipa tcnica:Mary Nogueira

    Director do Jornal FotografiaCludio Ferreira Fernando Silva

    Mary NogueiraDirector de Contedos Miguel FariaCludio Ferreira Paulo Fernandes

    Director Comercial Edio Grfica

    Frederico Castro Paulo Fernandes

    Chefe de Redaco

    Fernando Silva

    Contacto

    [email protected]

    Cludio Ferreira

    Fernanda Moreira

    Leonel Lusquinhos

    Mary Nogueira

    Vitorino Camelo

    FundamentoJornal Umbandista Portugus

    Propriedade da

    Ficha Tcnica

    Palavra do Dirigente 02

    Reportagem

    Os Elementos na Umbanda

    (Parte II)

    04

    05

    07Umbanda no MundoA ATUPO no XXII Rito de EXU -

    II Congresso de Sacerdotes e Sacerdoti-

    sas das Religies Afro-Brasileiras

    - O Guardio do Ax e do Destino

    www.atupo.comwww.umbanda.pt

    Rua D. Gonalo Pere

    ira, 75 - Cividade

    4700-032 Braga - Te

    l. 253 261 021

    ... envolvimento com o Tambor de Mina faz 15

    anos que sou filho da Casa Fanti-Ashanti. Tive a

    minha iniciao naquela casa h 5 anos, na

    categoria de Vodunsu-Asissoh (iniciado sem

    feitura completa, mas com voduns assentados)

    Meu vodum ou meu senhor (tratamento

    dispensado a essas divindades africanas aqui no

    Maranho) Obaluay, como mais conhecido

    popularmente, que pertence famlia de Omolu,

    Acossi Sapkt, como so conhecidos aqui no

    Maranho. Sou filho de Sapkt (vodun jeje) e Oi

    (vodun Nag), ou seja, meu senhor e minha

    senhora respetivamente, os donos da minha

    cabea.

    Dentro do Terec, dou passagem a outras

    entidades conhecidas como katios, encantados e

    outros da famlia de Toi Bou Lgua, o grande

    vodun Cabinda, que se embrenhou nas matas

    codoen ses e ficou conhecido por l como

    L g u a Boji Bu da Trindade.

    Aqui em So Lus, alm dos exclusivos jejes

    que fundaram a grande Casa da Minas

    (Querebetam de Zomadnu), o culto aos voduns

    Jejes no deu origem a outras casas ou terreiros

    dessa etnia. A referida casa j est num processo como negros minas, e como todos eles celebram praticantes que dessem uma continuidade, entre de praticamente extino. A Casa de Nag seus rituais aos sons do tambores, essas novas eles os Cabindas, Haussas, Gib, Mataranas, Abioton foi a que deu origem ou formato a todas religies de matriz africana receberam o nome de Felupes, etc.,ficando apenas todos os que tiveram as casas de Tambor de Mina no Maranho e no Tambor de Mina. O Tambor de Mina foi a influncia do Nag Abioton.Brasil.organizado aqui no Maranho, em forma de Fonte:Foi muito grande a populao de negros naes, de acordo com a procedncia tnica. Casa Kamafu de Oxossi.escravizados que vieram para o Maranho, em

    Como j foi citado, os terreiros oriundos de Rua Nossa Senhora da Vitria, n 07meados de 1855, provenientes da Costa do Ouro, outras etnias com um nmero mais reduzido de Praia do Araagy.So Jorge de El Mina, atualmente Gana. Por isso, adeptos, entraram em extino, por no terem So Luis- Maranho - Brasilgenericamente, ficaram conhecidos por aqui

    Pai Ccero

    do Maranho

    esta edio do nosso jornal vamos falar um pouco sobre uma das plantas mais antigas que existe no nosso planeta a Samambaia. H milhes de Nanos atrs, samambaias gigantes cobriam a Terra de verde e propagando-se por meio de esporos ou pela diviso de seus rizomas. Estas plantas so mesmo muito antigas, tanto que vrias das famlias das samambaias j nem existem mais.

    O nome "samambaia" vem do tupi "ham 'bae" e significa "aquele que se torce em espiral". So nove as famlias que permanecem na nossa actualidade,

    reunindo cerca de 10 mil espcies diferentes, existindo por isso uma, variedade de tamanhos e formas, lembrando rendas, chifres, espinhas de peixe, etc.

    Da enorme quantidade de espcies que existem destaca-se a Dryopteris filix-mas, que uma das mais comuns e fcil de encontrar.

    CARACTERSTICAS: Planta perene com rizoma subterrneo e escamoso, dando origem a folhas, de at 90 cm de tamanho, inicialmente enroladas e

    cobertas de escamas castanhas

    A samambaia uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a fase chamada esporfito Em certas pocas, na superfcie

    inferior das folhas das samambaias formam-se pontinhos escuros chamados soros. O aparecimento dos soros indica que as samambaias esto em poca

    de reproduo (em cada soro so produzidos inmeros esporos). Quando os esporos amadurecem, os soros abrem e caiem no solo hmido; cada esporo

    pode germinar e originar um protalo.

    CULTIVO: Manter a planta em local sombreado fora do vento (evite troc-la de lugar); No vero irrigar duas a trs vezes por semana; no Inverno irrigar 1

    vez por semana; Eliminar ramos secos ou doentes; Adubar uma vez por ms.

    MEIOS DE UTILIZAO: Infuses; Banhos

    INDICAES TERAPEUTICAS: A samambaia pode ser utilizada em casos de gripe, meningite, pneumonia, sarampo, e vermes.

    PROPRIEDADES TERAPUTICAS: A samambaia tem como propriedades ser: anti-bacteriana, anti-viral, anti-diarreica e anti-helmintica.

    CONTRA INDICAES: As contra indicaes da samambaia esto relacionadas com a ingesto da infuso. Por isso no deve ser utilizada durante a

    gravidez e em situaes de patologia do corao. Leonel Lusquinhos

    Fontes: http://www.uesb.br/flower/samambaia.html; http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos4/pteridofitas.php; http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/plantas-medicinais-samambaia.html;

    http://www.gardensandplants.com/uk/plant.aspx?plant_id=1163; http://plantas-medicinales.servidor-alicante.com/plantas/helecho_comun

    www.atupo.comwww.umbanda.pt

    A SamambaiaSem folha no h Orixasci aos 22 de julho de 1960, na cidade Sempre tive uma participao intensa dentro Nmaranhense de Cod a 300 km da capital dos rituais do Terec, pois a minha me biolgica, a So Luis. Venho de uma tradicional famlia de senhora Maria do Caboclo 7 flexas, sacerdotisa do

    praticantes de religies Afro-Brasileiras. Meus Terec h mais de 50 anos. Ela a guia do terreiro

    avs, tanto paternos como maternos, foram do pai de santo Bita do Baro, tendo a sua casa o

    cultuadores de Vodunssos, nome dado s nome de Tenda Esprita de Umbanda Rainha

    ancestralidades Africanas, cultuadas na regio de Yemanj. O carro chefe daquele espao espiritual

    Cod, por se tratarem de etnia diferente dos Jeges- ainda o tradicional Terec codoense, no qual se

    Nags, que predominaram aqui em So Luis. praticam alguns pontuais ritos caractersticos do

    Naquela localidade, foram cultuados os voduns Tambor de Mina.

    Cabindas que, por uma questo de linguagem, l A senhora Maria do Caboclo 7 flexas j possui

    so conhecidos como vodunssos, como j foi sua prpria casa espiritual, a Casa Kamafeu de

    mencionado anteriormente. Os vodunssos foram Oxossi, que a nica casa de So Luis com razes do

    entidades cultuadas dentro do Terec de Cod. Terec de Cod, da qual eu sou presidente, sendo a

    TEREC. Religio de matriz africana originria primeira pessoa na hierarquia da mesma. E na

    da cidade de Cod, fundada naquela cidade por Tenda Esprita de Umbanda Rainha Yemanj,

    negros escravos de varias etnias (Bantos, tenho um cargo que corresponde aos Ogs do

    Cabindas, Cacheus, Angolanos, Jejes, Nags entre Candombl, onde organizo todos os abatazeiros

    outras...). Com o processo de urbanizao do (tocadores de tambor) e sou responsvel por

    Terec, a exemplo de outras religies de matriz puxar os pontos de alguns rituais do Tambor de

    africana no Brasil, os referidos vodunssos do Mina naquela casa.

    terec cederam cada vez mais espaos a outras Minha trajetria no Tambor de Mina recente

    entidades no africanas, como os encantados, para os padres da maioria dos praticantes dessa

    caboclos, boiadeiros, indgenas etc... religio, pois totalizando o perodo do meu ...

    Entrevista

    Mestre Rivas Neto

    06

    07

    02O convidado escrevePai Ccero do Maranho

    03

    08Uma LendaLendas de Exu

    Sem folha no h Orix

    A Samambaia

    03

  • Histrias da A.T.U.P.O.

    que mais vezes vejo nas pessoas a falta de F nelas

    prprias. As pessoas deixam de acreditar nelas Oprprias e na Vida e isso faz com que elas percam a vontade de

    viver.

    Aquilo que a F a gente acreditar na Fora que carrega,

    naquilo que capaz. Na vida sempre tem uma soluo que

    so os Orixs e a Vontade. O querer porque se quer sem

    vontade de chegar a algum lugar, o porqu de fazer as coisas,

    a razo, o motivo so importantes, so o que nos faz sentir

    que vale a pena.

    Procurem sempre saber porque esto caminhando na Vida

    para depois, usando a Fora dos Orixs na Vida que Deus, chegarem onde

    tenham que chegar.

    Sr. Z do Coco

    Saudaes a todos os Leitores!

    Mais um ano se passou! Quero agradecer a todos os que fizeram parte deste jornal, quero agradecer

    s famlias de santo por mais um ano dedicado Umbanda, religio que continua se expandindo e

    acreditando em um mundo melhor. Quero desejar a todos os novos filhos, que adentram nas Falanges de

    Luz da Umbanda, seriedade e compreenso. Por vezes, um caminho duro, quando realmente

    dedicado a levar a verdadeira razo de existir! Sua existncia est em levar a coragem de continuar a

    quem pensa em desistir, em ensinar a amar! Enfim, levar a cura aos males do esprito, da mente, do fsico

    e emocional, pois sem isso no h razo para que faamos a Umbanda continuar!

    Para aqueles que acreditam que a Umbanda uma profisso para ganhar dinheiro ou para alimentar

    seu Ego e que no partilham o desejo de caridade, da harmonia no Ser, de compreender as diferenas, ou

    o princpio da ajuda a todos os nossos irmos na Terra, sentem no banco da assistncia de um Templo de

    Umbanda, conversem com o preto velho, caboclo ou baiano que, com certeza, ele lhes mostrar a Luz que

    precisam para encontrar o seu caminho.

    Que o manto branco de nosso Pai Oxal nos cubra de Luz, a fim de vermos nossas imperfeies, para

    assim podermos corrigi-las!

    Pai Claudio

    Palavra do Dirigente

    FundamentoJornal Umbandista Portugus

    02 | 2012 FundamentoJornal Umbandista Portugus

    | 03009

    www.atupo.comwww.umbanda.pt www.atupo.comwww.umbanda.pt

    ndice

    RevisoEquipa tcnica:Mary Nogueira

    Director do Jornal FotografiaCludio Ferreira Fernando Silva

    Mary NogueiraDirector de Contedos Miguel FariaCludio Ferreira Paulo Fernandes

    Director Comercial Edio Grfica

    Frederico Castro Paulo Fernandes

    Chefe de Redaco

    Fernando Silva

    Contacto

    [email protected]

    Cludio Ferreira

    Fernanda Moreira

    Leonel Lusquinhos

    Mary Nogueira

    Vitorino Camelo

    FundamentoJornal Umbandista Portugus

    Propriedade da

    Ficha Tcnica

    Palavra do Dirigente 02

    Reportagem

    Os Elementos na Umbanda

    (Parte II)

    04

    05

    07Umbanda no MundoA ATUPO no XXII Rito de EXU -

    II Congresso de Sacerdotes e Sacerdoti-

    sas das Religies Afro-Brasileiras

    - O Guardio do Ax e do Destino

    www.atupo.comwww.umbanda.pt

    Rua D. Gonalo Pere

    ira, 75 - Cividade

    4700-032 Braga - Te

    l. 253 261 021

    ... envolvimento com o Tambor de Mina faz 15

    anos que sou filho da Casa Fanti-Ashanti. Tive a

    minha iniciao naquela casa h 5 anos, na

    categoria de Vodunsu-Asissoh (iniciado sem

    feitura completa, mas com voduns assentados)

    Meu vodum ou meu senhor (tratamento

    dispensado a essas divindades africanas aqui no

    Maranho) Obaluay, como mais conhecido

    popularmente, que pertence famlia de Omolu,

    Acossi Sapkt, como so conhecidos aqui no

    Maranho. Sou filho de Sapkt (vodun jeje) e Oi

    (vodun Nag), ou seja, meu senhor e minha

    senhora respetivamente, os donos da minha

    cabea.

    Dentro do Terec, dou passagem a outras

    entidades conhecidas como katios, encantados e

    outros da famlia de Toi Bou Lgua, o grande

    vodun Cabinda, que se embrenhou nas matas

    codoen ses e ficou conhecido por l como

    L g u a Boji Bu da Trindade.

    Aqui em So Lus, alm dos exclusivos jejes

    que fundaram a grande Casa da Minas

    (Querebetam de Zomadnu), o culto aos voduns

    Jejes no deu origem a outras casas ou terreiros

    dessa etnia. A referida casa j est num processo como negros minas, e como todos eles celebram praticantes que dessem uma continuidade, entre de praticamente extino. A Casa de Nag seus rituais aos sons do tambores, essas novas eles os Cabindas, Haussas, Gib, Mataranas, Abioton foi a que deu origem ou formato a todas religies de matriz africana receberam o nome de Felupes, etc.,ficando apenas todos os que tiveram as casas de Tambor de Mina no Maranho e no Tambor de Mina. O Tambor de Mina foi a influncia do Nag Abioton.Brasil.organizado aqui no Maranho, em forma de Fonte:Foi muito grande a populao de negros naes, de acordo com a procedncia tnica. Casa Kamafu de Oxossi.escravizados que vieram para o Maranho, em

    Como j foi citado, os terreiros oriundos de Rua Nossa Senhora da Vitria, n 07meados de 1855, provenientes da Costa do Ouro, outras etnias com um nmero mais reduzido de Praia do Araagy.So Jorge de El Mina, atualmente Gana. Por isso, adeptos, entraram em extino, por no terem So Luis- Maranho - Brasilgenericamente, ficaram conhecidos por aqui

    Pai Ccero

    do Maranho

    esta edio do nosso jornal vamos falar um pouco sobre uma das plantas mais antigas que existe no nosso planeta a Samambaia. H milhes de Nanos atrs, samambaias gigantes cobriam a Terra de verde e propagando-se por meio de esporos ou pela diviso de seus rizomas. Estas plantas so mesmo muito antigas, tanto que vrias das famlias das samambaias j nem existem mais.

    O nome "samambaia" vem do tupi "ham 'bae" e significa "aquele que se torce em espiral". So nove as famlias que permanecem na nossa actualidade,

    reunindo cerca de 10 mil espcies diferentes, existindo por isso uma, variedade de tamanhos e formas, lembrando rendas, chifres, espinhas de peixe, etc.

    Da enorme quantidade de espcies que existem destaca-se a Dryopteris filix-mas, que uma das mais comuns e fcil de encontrar.

    CARACTERSTICAS: Planta perene com rizoma subterrneo e escamoso, dando origem a folhas, de at 90 cm de tamanho, inicialmente enroladas e

    cobertas de escamas castanhas

    A samambaia uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a fase chamada esporfito Em certas pocas, na superfcie

    inferior das folhas das samambaias formam-se pontinhos escuros chamados soros. O aparecimento dos soros indica que as samambaias esto em poca

    de reproduo (em cada soro so produzidos inmeros esporos). Quando os esporos amadurecem, os soros abrem e caiem no solo hmido; cada esporo

    pode germinar e originar um protalo.

    CULTIVO: Manter a planta em local sombreado fora do vento (evite troc-la de lugar); No vero irrigar duas a trs vezes por semana; no Inverno irrigar 1

    vez por semana; Eliminar ramos secos ou doentes; Adubar uma vez por ms.

    MEIOS DE UTILIZAO: Infuses; Banhos

    INDICAES TERAPEUTICAS: A samambaia pode ser utilizada em casos de gripe, meningite, pneumonia, sarampo, e vermes.

    PROPRIEDADES TERAPUTICAS: A samambaia tem como propriedades ser: anti-bacteriana, anti-viral, anti-diarreica e anti-helmintica.

    CONTRA INDICAES: As contra indicaes da samambaia esto relacionadas com a ingesto da infuso. Por isso no deve ser utilizada durante a

    gravidez e em situaes de patologia do corao. Leonel Lusquinhos

    Fontes: http://www.uesb.br/flower/samambaia.html; http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos4/pteridofitas.php; http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/plantas-medicinais-samambaia.html;

    http://www.gardensandplants.com/uk/plant.aspx?plant_id=1163; http://plantas-medicinales.servidor-alicante.com/plantas/helecho_comun

    www.atupo.comwww.umbanda.pt

    A SamambaiaSem folha no h Orixasci aos 22 de julho de 1960, na cidade Sempre tive uma participao intensa dentro Nmaranhense de Cod a 300 km da capital dos rituais do Terec, pois a minha me biolgica, a So Luis. Venho de uma tradicional famlia de senhora Maria do Caboclo 7 flexas, sacerdotisa do

    praticantes de religies Afro-Brasileiras. Meus Terec h mais de 50 anos. Ela a guia do terreiro

    avs, tanto paternos como maternos, foram do pai de santo Bita do Baro, tendo a sua casa o

    cultuadores de Vodunssos, nome dado s nome de Tenda Esprita de Umbanda Rainha

    ancestralidades Africanas, cultuadas na regio de Yemanj. O carro chefe daquele espao espiritual

    Cod, por se tratarem de etnia diferente dos Jeges- ainda o tradicional Terec codoense, no qual se

    Nags, que predominaram aqui em So Luis. praticam alguns pontuais ritos caractersticos do

    Naquela localidade, foram cultuados os voduns Tambor de Mina.

    Cabindas que, por uma questo de linguagem, l A senhora Maria do Caboclo 7 flexas j possui

    so conhecidos como vodunssos, como j foi sua prpria casa espiritual, a Casa Kamafeu de

    mencionado anteriormente. Os vodunssos foram Oxossi, que a nica casa de So Luis com razes do

    entidades cultuadas dentro do Terec de Cod. Terec de Cod, da qual eu sou presidente, sendo a

    TEREC. Religio de matriz africana originria primeira pessoa na hierarquia da mesma. E na

    da cidade de Cod, fundada naquela cidade por Tenda Esprita de Umbanda Rainha Yemanj,

    negros escravos de varias etnias (Bantos, tenho um cargo que corresponde aos Ogs do

    Cabindas, Cacheus, Angolanos, Jejes, Nags entre Candombl, onde organizo todos os abatazeiros

    outras...). Com o processo de urbanizao do (tocadores de tambor) e sou responsvel por

    Terec, a exemplo de outras religies de matriz puxar os pontos de alguns rituais do Tambor de

    africana no Brasil, os referidos vodunssos do Mina naquela casa.

    terec cederam cada vez mais espaos a outras Minha trajetria no Tambor de Mina recente

    entidades no africanas, como os encantados, para os padres da maioria dos praticantes dessa

    caboclos, boiadeiros, indgenas etc... religio, pois totalizando o perodo do meu ...

    Entrevista

    Mestre Rivas Neto

    06

    07

    02O convidado escrevePai Ccero do Maranho

    03

    08Uma LendaLendas de Exu

    Sem folha no h Orix

    A Samambaia

    03

  • Umbanda, como religio anmica, ligao com o Elemento Terra, to presente nas cos necessria, tanto na busca do equilbrio representao do ato de libertao da forma massas frias polares entram em contato com as tempos imemoriais. ao mesmo tempo visvel e

    encontra bases fundamentais na mani- suas Lendas de origem Africana, e na associao pessoal, como na prtica da prpria ritualstica como imediata dissoluo do ar, e a manifestao nuvens e a gua se condensa precipitando-se invisvel, uma chama etrea e espiritual que se Afestao religiosa imanente aos Elemen- da linha vibratria ligada ao culto dos antepassa- da Umbanda. conjugada de vrios elementos, como o Fogo, o para o solo em forma de gotas, e uma vez no solo, manifesta atravs de uma chama corprea e

    tos da Natureza, assim como aos fenmenos dos. Perante estas ligaes, podemos desenvol- Como os Elementos esto em toda a parte e Ar, a Terra e a gua. Nesta forma, o Ar atua como que a gua penetra na terra e, em seu interior, material. representativo, na sua essncia gnea,

    naturais, e que sustentam a sua teosofia de forma ver ento o conceito dos Elementos como meio em todas as coisas, inclusivamente formando o intermedirio entre o mundo fsico e o mundo sofre transformaes e impulsionada para do prprio princpio divino e da faculdade de

    mais ou menos abrangente. Nesta perspetiva, a de Transmutao na Umbanda, por meio da nosso corpo fsico, , de certa forma, bastante espiritual envolvente e invisvel, tornando-se cima pelas foras da presso causada pela nossa transformao da vida como a imaginamos.

    Terra corresponde figura da Grande Me, nossa aproximao s prprias energias da Natu- fcil compreend-los e compreender a sua assim um agente mgico capaz de transformar atmosfera, saindo nas fontes para forma os rios Transcende como os outros elementos o

    sentida ao mesmo tempo como fonte de vida e de reza. essncia e poder contidos no s em si prprios, eficazmente a inteno com que a fumaa liber- que, pela lei da gravidade, correm de volta para o plano do bem e do mal. O fogo destri assim

    ameaas mesma, pois da Terra proveem os A Umbanda apresenta como um dos seus como pela conjugao de vrios Elementos - na tada e direcionada. mar, encontramos um princpio de vitalidade como aquece e abranda.

    seres vivos e para ela que os mesmos regres- princpios fundamentais, dentro da mensagem sua transmutao. O Elemento Ar, na sua(s) O Elemento gua estende-se a toda a matria infindvel. Todos estes elementos apresentam, na sua

    sam. No poderamos existir da forma que religiosa que carrega, a prtica da caridade e do duplicidade(s), ao mesmo tempo de atmosfera animada e est ligado ao princpio da fertilizao A Terra, Elemento mgico de transformao, riqueza, princpios activos e passivos. precisa-

    somos sem a Terra, e o nosso planeta uma mani- amor fraternal, a humildade e a paz entre os sensvel e voltil. Est intimamente relacionado e gerao. Na sua transmutao enquanto Ele- incorpora os segredos da purificao pela trans- mente pela sua conjugao que a Umbanda faz

    festao divina deste elemento vivo. Sendo que a seres. E no entanto assim que toma o mote para com quatro conjuntos de mento, desde que o sol aquece as guas da formao. No seio da terra encontra-se o mist- manifestar a sua Magia. No seio das suas rituals-

    verdadeira energia da Terra existe tambm den- se propor, por intermdio da magia, transformar ideias: o sopro da criao superfcie do rio da vida e da morte, onde a semente adquire a ticas, encontramos trabalhos de manipulao

    tro de ns e em todo o universo, ela representa- a prpria existncia, na sua condio humana, da vida, a palavra criadora; mar ou rios fora vital para nascer e transformao do corpo dos Elementos, seja pelas Entidades Espirituais,

    tiva tambm da energia divina atribuda a Orixs promovendo modificaes existenciais que o vento como ar dinamiza- que evapo- se processa na decomposio ou simplesmente, seja por intermdio de oferendas. As oferendas

    como Ogum, Omul ou Oxssi. Lembremos, para permitam ao ser humano melhorar-se, e, a partir do e direcionado, e, final- ram, sobem como mencionado em inmeras religies, no materializadas aos Orixs to somente associam

    dar um exemplo, dos poderes curativos presen- da, melhorar a sua vida, numa lgica evolutiva. mente, o prprio espao em forma de regresso da matria s origens. A sua capacidade os Elementos atravs das velas, do charuto da

    tes nas folhas e ervas medicinais, em infuses ou Essa magia consiste, em grande parte, na aproxi- como meio onde se pro- va p o r p a ra de transformao, conjugada com o Fogo. E no gua ou outros lquidos, das folhas, dos frutos,

    cataplasmas. A gua de igual forma associada mao do Homem com a Natureza, manipulando, duzem os movimentos e formarem as entanto, a pedra tambm Terra e representa o etc. que conjugados e com a direo dada pela

    vida, sade e abundncia, sendo, no entanto, a em comunho com esta, os elementos que ela de onde emergem os nuvens, at smbolo da unidade, da durabilidade e da fora nossa prpria nima, abrem verdadeiros porta-

    palavra fertilidade que mais desperta o nosso prpria colocou nossa disposio. Utilizando processos de criao e que as esttica. Representa a solidificao do ritmo is espirituais, onde se processam trocas energ-

    subconsciente. Oxum e Iemanj so, para dar variadas ritualsticas, precisamente atravs da desenvolvimento da vida. criador, ao contrario do ritmo biolgico, subme- ticas imensurveis. Como smbolo materializado

    dois exemplos, representativas da nima (ou utilizao dos Elementos que consegue a trans- Foi j referida em edies tido s leis de mudana, vida e morte. da prpria vida, o peji ou altar de um Templo de

    vitalidade) desse elemento. O mesmo se passa mutao dos valores energti- anteriores a fora mgica Quanto ao Elemento Fogo, Umbanda congrega todos os Elementos, em

    com o Elemento Fogo, especialmente associado da fumaa, entre a considerado o smbolo da comunho uns com os outros. Os Elementos,

    aos Orixs Xang, Ians e Exu e no qual encontra- prpria alma e vidas mais do que fazer parte da nossa vida, so aquilo

    mos uma estreita relao com os processos de h u m a n a s , que faz com que seja possvel essa ddiva em si e,

    transformao - estejam eles relacionados com a desde se assim quisermos, sero um meio para traba-

    transformao magstica externa ou a transfor- lharmos, visando o nosso aperfeioamento e

    mao pessoal. O Ar comummente associado alcanar assim o Criador, a essncia Divina.

    ao Orix Oxal, princpio simblico de todas as Como na histria do menino Zlio,

    coisas, elemento essencial para a ddiva da Vida. que, com um simples gesto, dire-

    Nas religies com presena de matriz Africana, o cionando a sua vontade, despole-

    Ar ainda associado a outros Orixs, como Ians, tou sua volta a manifestao

    tantas vezes considerada a dona do sopro da daquilo que hoje consideramos

    vida no momento em que nascemos. Em todos parte intrnseca das nossas vidas,

    esses Elementos encontramos representaes enquanto trabalhadores na Seara

    das foras divinas de vrios Orixs, assim como, Umbandista.

    de igual forma, encontramos Orixs cuja essn-

    cia est presente em mais que um Elemento da

    Natureza. Com o exemplo do Orix Ians, alm da

    sua presena vibratria nos elementos Ar e Fogo,

    como j referido, no podemos esquecer a sua

    Vitorino Reis Camelo

    Pai Cludio de Oxal

    Reportagem

    09 | 10 | 2010Jornal Umbandista Portugus

    006

    www.atupo.comwww.umbanda.pt www.atupo.comwww.umbanda.pt

    Setembro| Outubro | 2010

    Jornal Umbandista Portugus

    FundamentoJornal Umbandista Portugus

    | 05Fundamento | 050092012Fundamento04 |

    Os Elementos na Umbanda

  • Umbanda, como religio anmica, ligao com o Elemento Terra, to presente nas cos necessria, tanto na busca do equilbrio representao do ato de libertao da forma massas frias polares entram em contato com as tempos imemoriais. ao mesmo tempo visvel e

    encontra bases fundamentais na mani- suas Lendas de origem Africana, e na associao pessoal, como na prtica da prpria ritualstica como imediata dissoluo do ar, e a manifestao nuvens e a gua se condensa precipitando-se invisvel, uma chama etrea e espiritual que se Afestao religiosa imanente aos Elemen- da linha vibratria ligada ao culto dos antepassa- da Umbanda. conjugada de vrios elementos, como o Fogo, o para o solo em forma de gotas, e uma vez no solo, manifesta atravs de uma chama corprea e

    tos da Natureza, assim como aos fenmenos dos. Perante estas ligaes, podemos desenvol- Como os Elementos esto em toda a parte e Ar, a Terra e a gua. Nesta forma, o Ar atua como que a gua penetra na terra e, em seu interior, material. representativo, na sua essncia gnea,

    naturais, e que sustentam a sua teosofia de forma ver ento o conceito dos Elementos como meio em todas as coisas, inclusivamente formando o intermedirio entre o mundo fsico e o mundo sofre transformaes e impulsionada para do prprio princpio divino e da faculdade de

    mais ou menos abrangente. Nesta perspetiva, a de Transmutao na Umbanda, por meio da nosso corpo fsico, , de certa forma, bastante espiritual envolvente e invisvel, tornando-se cima pelas foras da presso causada pela nossa transformao da vida como a imaginamos.

    Terra corresponde figura da Grande Me, nossa aproximao s prprias energias da Natu- fcil compreend-los e compreender a sua assim um agente mgico capaz de transformar atmosfera, saindo nas fontes para forma os rios Transcende como os outros elementos o

    sentida ao mesmo tempo como fonte de vida e de reza. essncia e poder contidos no s em si prprios, eficazmente a inteno com que a fumaa liber- que, pela lei da gravidade, correm de volta para o plano do bem e do mal. O fogo destri assim

    ameaas mesma, pois da Terra proveem os A Umbanda apresenta como um dos seus como pela conjugao de vrios Elementos - na tada e direcionada. mar, encontramos um princpio de vitalidade como aquece e abranda.

    seres vivos e para ela que os mesmos regres- princpios fundamentais, dentro da mensagem sua transmutao. O Elemento Ar, na sua(s) O Elemento gua estende-se a toda a matria infindvel. Todos estes elementos apresentam, na sua

    sam. No poderamos existir da forma que religiosa que carrega, a prtica da caridade e do duplicidade(s), ao mesmo tempo de atmosfera animada e est ligado ao princpio da fertilizao A Terra, Elemento mgico de transformao, riqueza, princpios activos e passivos. precisa-

    somos sem a Terra, e o nosso planeta uma mani- amor fraternal, a humildade e a paz entre os sensvel e voltil. Est intimamente relacionado e gerao. Na sua transmutao enquanto Ele- incorpora os segredos da purificao pela trans- mente pela sua conjugao que a Umbanda faz

    festao divina deste elemento vivo. Sendo que a seres. E no entanto assim que toma o mote para com quatro conjuntos de mento, desde que o sol aquece as guas da formao. No seio da terra encontra-se o mist- manifestar a sua Magia. No seio das suas rituals-

    verdadeira energia da Terra existe tambm den- se propor, por intermdio da magia, transformar ideias: o sopro da criao superfcie do rio da vida e da morte, onde a semente adquire a ticas, encontramos trabalhos de manipulao

    tro de ns e em todo o universo, ela representa- a prpria existncia, na sua condio humana, da vida, a palavra criadora; mar ou rios fora vital para nascer e transformao do corpo dos Elementos, seja pelas Entidades Espirituais,

    tiva tambm da energia divina atribuda a Orixs promovendo modificaes existenciais que o vento como ar dinamiza- que evapo- se processa na decomposio ou simplesmente, seja por intermdio de oferendas. As oferendas

    como Ogum, Omul ou Oxssi. Lembremos, para permitam ao ser humano melhorar-se, e, a partir do e direcionado, e, final- ram, sobem como mencionado em inmeras religies, no materializadas aos Orixs to somente associam

    dar um exemplo, dos poderes curativos presen- da, melhorar a sua vida, numa lgica evolutiva. mente, o prprio espao em forma de regresso da matria s origens. A sua capacidade os Elementos atravs das velas, do charuto da

    tes nas folhas e ervas medicinais, em infuses ou Essa magia consiste, em grande parte, na aproxi- como meio onde se pro- va p o r p a ra de transformao, conjugada com o Fogo. E no gua ou outros lquidos, das folhas, dos frutos,

    cataplasmas. A gua de igual forma associada mao do Homem com a Natureza, manipulando, duzem os movimentos e formarem as entanto, a pedra tambm Terra e representa o etc. que conjugados e com a direo dada pela

    vida, sade e abundncia, sendo, no entanto, a em comunho com esta, os elementos que ela de onde emergem os nuvens, at smbolo da unidade, da durabilidade e da fora nossa prpria nima, abrem verdadeiros porta-

    palavra fertilidade que mais desperta o nosso prpria colocou nossa disposio. Utilizando processos de criao e que as esttica. Representa a solidificao do ritmo is espirituais, onde se processam trocas energ-

    subconsciente. Oxum e Iemanj so, para dar variadas ritualsticas, precisamente atravs da desenvolvimento da vida. criador, ao contrario do ritmo biolgico, subme- ticas imensurveis. Como smbolo materializado

    dois exemplos, representativas da nima (ou utilizao dos Elementos que consegue a trans- Foi j referida em edies tido s leis de mudana, vida e morte. da prpria vida, o peji ou altar de um Templo de

    vitalidade) desse elemento. O mesmo se passa mutao dos valores energti- anteriores a fora mgica Quanto ao Elemento Fogo, Umbanda congrega todos os Elementos, em

    com o Elemento Fogo, especialmente associado da fumaa, entre a considerado o smbolo da comunho uns com os outros. Os Elementos,

    aos Orixs Xang, Ians e Exu e no qual encontra- prpria alma e vidas mais do que fazer parte da nossa vida, so aquilo

    mos uma estreita relao com os processos de h u m a n a s , que faz com que seja possvel essa ddiva em si e,

    transformao - estejam eles relacionados com a desde se assim quisermos, sero um meio para traba-

    transformao magstica externa ou a transfor- lharmos, visando o nosso aperfeioamento e

    mao pessoal. O Ar comummente associado alcanar assim o Criador, a essncia Divina.

    ao Orix Oxal, princpio simblico de todas as Como na histria do menino Zlio,

    coisas, elemento essencial para a ddiva da Vida. que, com um simples gesto, dire-

    Nas religies com presena de matriz Africana, o cionando a sua vontade, despole-

    Ar ainda associado a outros Orixs, como Ians, tou sua volta a manifestao

    tantas vezes considerada a dona do sopro da daquilo que hoje consideramos

    vida no momento em que nascemos. Em todos parte intrnseca das nossas vidas,

    esses Elementos encontramos representaes enquanto trabalhadores na Seara

    das foras divinas de vrios Orixs, assim como, Umbandista.

    de igual forma, encontramos Orixs cuja essn-

    cia est presente em mais que um Elemento da

    Natureza. Com o exemplo do Orix Ians, alm da

    sua presena vibratria nos elementos Ar e Fogo,

    como j referido, no podemos esquecer a sua

    Vitorino Reis Camelo

    Pai Cludio de Oxal

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    | 05Fundamento | 050092012Fundamento04 |

    Os Elementos na Umbanda

  • concernentes() na medida em que elas religio fundamental para que haja paz no (e o pior que eu conheo muito feiticeiro no

    procuram demonstrar trs coisas principalmente: mundo. Porqu? O religioso deve ser aquele Brasil!), o maior curandeiroEle foi o primeiro

    ela tem uma identidade forte (), mais do que isso, indivduo que est sempre buscando uma sujeito que trouxe para o Brasil na umbanda o jogo

    ela tem uma vivncia nesse contexto e ela religao com o divino, com o sagrado e esse do If () No livro Macumbas e Candombls na

    obviamente tem um sentido de unidade com essas sagrado, quando colocado no corao () das Umbanda est lele mostra como a umbanda

    coisas, que no momento que voc comea a pessoas, ele deve mudar, do ponto de vista est dentro dessas coisas todas, num processo que

    fragmentar (), vai ficando com feudos, voc vai institucionalizado de um pas, ele deve mudar o ele chama de umbandizao () O velho Matta

    ficando com guetos e o que que isso parece? Para aspeto social, as desigualdades sociais ( eu sou a mudou a estrutura daquela umbanda popular

    Umbanda? Por isso que eu digo, voc pode unir a favor das diferenas, no das desigualdades), da (algumas pessoas quiseram elitizar) () era um

    Umbanda (). Unir aceitar as diferenas (), ns mesma maneira que voc faz com a poltica. Eu no cara simples, humilde que gostava de estar em

    temos de ter respeito pelas diferenas. Ao unificar, quero ser poltico, mas eu posso fazer poltica com contacto com as pessoas. Ele at dizia Rivas, meu

    unificar quer dizer codificar. Se eu codifico, eu vou presso, como cidado eu posso fazer presso filho, quem precisa da Umbanda so os sofredores

    engessar ela (), no vou permitir que ela tenha social e isso vai mexer na economia, porque hoje, e a maioria das pessoas tem problemas srios, ou

    um processo de ser uma unidade aberta, vou em todos os pases, a poltica refm da economia, problemas espirituais que se refletem na sade,

    fechar ela e isso fere a tradio oral. E se eu vou porque quem que financia os polticos? Ento, a nas coisas afetivas ou nas coisas financeiras! ()

    codificar, vou codificar por qual? Por essa daqui, gente procura fortemente fazer isso. Ento, por isso que eu falo que ele era um feiticeiro

    por essa ou por essa? Ento, isso fica muito difcil. danado () Eu tive uma vivncia com ele de F-No posso deixar de perguntar-lhe, enquanto

    Eu acho que foi um mecanismo de auto dezoito anos e se algum ler o livro dele e achar discpulo de um dos maiores escritores e Mestres da

    preservao da espiritualidade. A espiritualidade que aquilo ele, ele est muito longe daquilo, Umbanda, qual foi, para si, o maior legado deixado

    fez com que ns pudssemos fazer de vrias porque a realidade da pessoa, principalmente ns por W.Matta e Silva?

    formas estas religies afro-brasileiras. que somos da tradio oral, muitas vezes o que

    MRN- () Eu tive uma convivncia com o velho voc sente, voc no consegue passar para o papel. F-Segundo as suas palavras, Hoje a FTU

    Matta, o Pai Matta, eu j tinha terreiro desde 68. claro que aquilo um norte para todos ns () o trabalha pela convergncia dos povos, das religies

    () O Mestre que eu conheci em 71, as pessoas velho Matta foi aquele que mais observou as coisas e das tradies culturais. De que modo?

    perguntam, mas como era esse Matta, ele era de hoje e do futuro, muito futurista. () Se eu

    MRN- Desse modo, desse modo, procurando diferente? Eu falo para as pessoas o seguinte. pudesse definir numa coisa s, diria que o maior

    respeitar todas as culturas. A FTU ela tem esse Quem conheceu o velho Matta () ele era uma legado do da Matta e Silva foi o culto ao esprito,

    dilogo a que ns chamamos dilogo inter- pessoa se voc ler o livro, voc vai achar que ele essncia das coisas, essncia que transcende

    religioso; ns procuramos de todas as maneiras era um cara duro () um sujeito austero, ele toda e qualquer forma () Ento acho que ele, de

    entrar em contacto com as diversas religies e escreveu para mudar uma srie de coisas que ele uma forma simples, pelo menos para os

    tentar, obviamente, no ocupar o lugar dessas achava que no eram condizentes e tinha um discpulos, gostava do que ele fazia, ele foi um

    religies (olha, voc tem que fazer a minha religio modo de ser. Mas era uma pessoa humana, uma marco e um exemplo de um cidado do mundo. Eu

    ou fazer a sua), mas o respeito incondicional que pessoa essencialmente dcil, uma pessoa tenho orgulho de ter sido filho dele!

    temos que ter, na medida em que achamos que a comum() mas o maior feiticeiro que eu conheci! Mary Nogueira

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    FundamentoJornal Umbandista Portugus

    06 | 2012 FundamentoJornal Umbandista Portugus

    | 07009

    Yamunisiddha Arhapiagha (F. Rivas Neto), Ns estudamos aqui todas as religies afro-

    um dos escritores mais conceituados do meio brasileiras com vrios acadmicos e sacerdotes,

    umbandista na atualidade, mestre-Raiz da ns estudamos todas as religies comparadas ()

    Ordem Inicitica do Cruzeiro Divino, reitor e e disciplinas que deem subsdios a isso. Por

    professor da FTU (Faculdade de Teologia exemplo, sociologia, teologia, antropologia,

    Umbandista), discpulo de W. da Matta e Silva epistemologia, hermenutica, uma lngua, no caso

    o Mestre Yapacani por quase vinte anos, o Ingls, pensamos em msica, na msica sacra

    graduado em Medicina e especializado em () Imagina a dificuldade que ns tivemos,

    Cardiologia. porque a academia, ou seja () a parte

    universitria essencialmente calcada na Fundamento-Num pas onde ainda existe a

    tradio escrita, como so as tradies do livro. As intolerncia religiosa, como se consegue que uma

    interessa por isso fazendo o qu? Aqui no Brasil religies do livro, principalmente o judasmo, o Faculdade de Teologia Umbandista seja

    ns temos um curso de graduao, um curso de cristianismo e o islamismo. Eles tm livro: o autorizada e credenciada pelo MEC?

    bacherlato () um curso universitrio como judasmo tem o Tor, o cristianismo tem a Bblia, o

    outro qualquer, todos os dias de 2 a 6 feira, das 7 Mestre Rivas Neto - Veja, ns vivemos num Evangelho e o islamismo tem o Coro. E ns no, a

    s 11 horas. E um curso pesado () porque um pas que de 64 a 85 esteve sob o regime da nossa tradio no gg () de boca p'ra

    curso universitrio com todas aquelas disciplinas ditadura e ns tivemos muitas sanes, muitas ouvido. Ento ns precismos aqui na poca de

    que eu falei p'ra vocs. Como que a gente vai di f iculdades nessa poca. Mas muitos adaptar. Ento o que faz a teologia? A teologia tem

    fazer para aquelas pessoas que no tm formao, umbandistas, no todos, talvez, muitos adeptos dois braos: um brao dela, atravs do saber

    que no tm um curso mdio? Ns temos um das religies afro-brasileiras sempre fizeram uma religioso fazemos a conexo com a cincia, atravs

    curso que chamamos extenso universitria. um resistncia a esse mau estado de direito e da antropologia, da sociologia e de outras

    curso que no exige () nenhum nvel de felizmente, em 1985, ns voltamos a um estado disciplinas, a filosofia de direito () que muito

    escolaridade e d o mesmo curso de uma forma democrtico. Ento, esse estado democrtico, ele importante, e outro onde ns estudamos as

    mais simplificada e d nfase parte prtica da permite que voc tenha isonomia (), j que o crenas e as religies para que ns venhamos

    nossa religio, no s de uma umbanda, mas das estado laico(...) ento voc tem os mesmos ento a ter contacto com as pessoas, com a f, no

    vrias umbandas, () de forma presencial ou tele direitos de outros processos confessionais. Ento s com a f institucionalizada, mas com a f

    presencial. () Na questo das pessoas que j so ns, pautados nesse direito e tendo tido todos os sobrenatural, aquela f que nasce no ntimo do

    acadmicas, ns temos agora um curso () de requisitos que o MEC exigia() como professores indivduo.

    especializao () com professores como gabaritados, como professores titulados no grau F-Ento na FTU vocs formam sacerdotes ou

    Reginaldo Prandi, Mundicarmo e Sergio Ferreti de mestre p'ra cima, ento ns conseguimos () telogos?

    (enfim, tem uma poro de professores) onde mesmo assim a duras penas () eles pensavam

    elas vo ser especialistas em teologia das religies que () fossem encontrar o pai de santo dando MRN- () Aqui eu posso formar o sacerdote

    afro-brasileiras () mas isso j a um nvel de ps-passes, o pai de santo com charuto () mas ns da nao, do Jar, mas eu acho que isso do

    graduao. Mas e os que no tm o curso estvamos falando de teologia que um pouco terreiro como o pai de santo tem de se preocupar

    universitrio? Como vo fazer?() o mesmo curso diferente de religio. A Teologia, ela procura ver a no em fazer teologia mas em fazer filho de santo,

    a pessoa pode vir assistir, s que ela no vai religio, o senso crtico da religio. Ento o que porque eu aqui eu poderia fazer quantos filhos de

    receber no final o curso de especializao porque ns fizemos? Quando as pessoas vieram aqui para santo? Tenho muitos filhos de santo, mas no da

    ela () fez um curso de extenso universitria () reconhecer, eles se assustaram porque estavam faculdade! () Vamos ensinar as religies afro-

    voc no precisa comprovar a escolaridade. Mas pensando que iam encontrar tudo aquilo que falei brasileira, mas no para fazer sacerdotes. O

    voc no vai ter um curso superiorvai ter uma p'ra vocs. E eles viram que no, que tinha sacerdote se faz no templo. Eu vim do culto da

    adaptao a isso. Mas bom, porque os pais de realmente sacerdotes, mas que tinha pessoas que Nao, que a vocs chamam de Candombl. Mas

    santo () vo estar se atualizando Ento a alm do sacerdcio tambm se interessavam pela no pode ter uma faculdade do candombl, uma

    faculdade tem procurado de alguma forma levar a parte acadmica () e eles ficaram muito felizes faculdade do jar, () do babau, do xamb, do

    todos uma cultura e um respeito incondicional com o nosso PDI e esse PDI tornou-se referncia tor, da jurema, da umbanda. Isso feito no

    cultura (), pessoa, fortalecendo a identidade na poca para todas as instituies de teologia, terreiro com o pai de santo!

    dos adeptos das religies afro-brasileirasporque no Brasil h pouco tempo que as F- Em Portugal, a Umbanda uma religio que

    teologias esto no quadro do ministrio da F-De que outras formas a FTU contribuiu para vai ganhando cada vez mais adeptos. Em Braga,

    educao.a divulgao e unificao da Umbanda no Brasil de na ATUPO (Associao Templo de Umbanda Pai

    hoje?F-A faculdade ministra apenas cursos e Oxal) temos uma comunidade que procura cada

    estudos relacionados com a Umbanda ou abrange vez mais conhecer e estudar a origem e os MRN- Certo. Eh, a pergunta de vocs muito

    outras religies? Que matrias so cursadas? fundamentos da religio. Estando conscientes da inteligente, muto instigante, inclusive. A nossa

    condio sine qua non que os professores que i m p o r t n c i a d e u m a f o r m a o m a i s finalidade era e demonstrar que as religies

    trabalham na FTU sejam umbandistas? institucionalizada e acadmica, como poderamos afro-brasileiras (quando eu falo de religies afro-

    fazer chegar a essas pessoas os saberes da FTU?brasileiras estou falando de uma unidade de MRN No! No! Embora aqui a maioria

    religies que tiveram influncias indgenas, sejam umbandistas, mas no todos. Porque ento MRN- () Eu s queria deixar claro uma coisa

    africanas e indo-europeias, desde a umbanda estaramos sendo exclusivistas . E ns para vocs: a Faculdade de Teologia no veio para

    branca com influncias kardecistas at aquelas pretendemos incluir todos e como uma rea formar sacerdotes, ela veio para formar, para dar

    que tm uma influncia direta do candombl, acadmica, ento necessrio que voc traga formao para telogos, que ns no tnhamos

    Angola () e do candombl da nao (). Mas outros professores, porque eles mesmo vo telogos com nfase em religies afro-brasileiras.

    ento, dessa umbanda branca at essa umbanda conhecendo as nossas coisas () e eles mesmo A FTU nunca quer ocupar a posio dos

    traada (umbanda omoloc) h vrias umbandas. vo levando para outras instituies o que eles sacerdotes (). O fundamento do sacerdote

    () Mas o que a faculdade tenta promover? vem. () Ento no necessrio o sujeito ser fundamental e tenho a certeza que os sacerdotes

    Primeiro dizer que a Umbanda uma linguagem umbandista ou das religies afro-brasileiras. A tambm esto interessados , quando falo em

    ou uma ideia que se apresenta de vrias condio primeira que ele seja titulado no grau teologia, de mostrar essa parte mais acadmica

    linguagens e todas as linguagens so certas, () de mestre ou no grau de doutor () isso que o que acontece nas religies afro-brasileiras, na

    MEC exige. umbanda mais especificamente e a faculdade se

    Entrevista

    MESTRE RIVAS NETO

    No passado dia 22 de Outubro, a ATUPO, a convite da FTU (Faculdade de De seguida, mais de duas mil pessoas celebraram primeiramente o Orix

    Teologia Umbandista), esteve presente no XXII Rito de Exu O Guardio do Omulu/ Obaluaie, atravs de um enredo toque-dana, protagonizado pelo

    Ax e do Destino / II Congresso de Sacerdotes e Sacerdotisas das Religies Mestre Rivas Neto e seus filhos, O tema do enredo era a neutralizao de

    Afro-brasileiras, realizado nas instalaes da faculdade, em S.Paulo, Brasil. tudo o que nos faz mal (as doenas, pestes) e a louvao de todos os

    Casas representadas por dirigentes de vrios estados do Brasil entre benefcios trazidos pelo Orix atravs dos seus ps de encantamento e de

    outros, de S.Paulo, do Cear, do Rio Grande do Norte, do Rio de Janeiro, do cura. De seguida, foi iniciado o rito de louvao a Exu, atravs da sua

    Mato Grosso - e de outros pases, nomeadamente Portugal representado celebrao e invocao. Aps a chegada dos Exus e Pomba-Giras, todos os

    pela ATUPO e Paraguai com a presena de Pai Antnio de Oxal, pais e mes de Santo passaram pela cabana de Omulu, onde o Exu de Mestre

    manifestaram no Congresso, atravs de uma convivncia pacfica e serena, Rivas, S.Capa Preta, os aguardava para os saudar! Depois, a festa foi levada

    as suas opinies e posies no que concerne diversidade religiosa. Vrios para a rua por todos os Exus e Pomba-Giras, pelo povo da rua, demonstrando

    foram os que, assumindo a necessidade de acabar com a intransigncia que a Umbanda no se cinge s paredes de um templo, mas ela se abre s

    religiosa e da premncia em reconhecer e respeitar essas diferenas, ruas, ao mundo que de todos e para todos, independentemente da sua

    concordaram com a ideia de que a unanimidade no leva unio e que condio social! A se festejou, num misto de alegria e rudo, a liberdade

    todos os ritos tenham o olhar de cada sacerdote e sacerdotisa! religiosa e cultural e o anseio pelo fim da intolerncia: dos cus se ouvia o

    Findo o Congresso, os presentes confraternizaram entre si, trocando fogo de artficio e na rua ecoavam as gargalhadas dos Exus! De volta ao

    impresses sobre as ideias partilhadas e sobre a diversidade religiosa. templo, a festa de louvao a Exu continuou, tendo sido abrilhantada ainda

    Muitos foram os dirigentes que se mostraram agradavelmente mais pela voz de Pai lcio que tambm esteve presente neste ritual!

    surpreendidos pela Umbanda que se faz em Portugal. Mary Nogueira

    Umbanda no Mundo A ATUPO no XXII Rito de ExuO Guardio do Ax e do Destino | II Congresso de Sacerdotes e Sacerdotisas das Religies Afro-Brasileiras

  • concernentes() na medida em que elas religio fundamental para que haja paz no (e o pior que eu conheo muito feiticeiro no

    procuram demonstrar trs coisas principalmente: mundo. Porqu? O religioso deve ser aquele Brasil!), o maior curandeiroEle foi o primeiro

    ela tem uma identidade forte (), mais do que isso, indivduo que est sempre buscando uma sujeito que trouxe para o Brasil na umbanda o jogo

    ela tem uma vivncia nesse contexto e ela religao com o divino, com o sagrado e esse do If () No livro Macumbas e Candombls na

    obviamente tem um sentido de unidade com essas sagrado, quando colocado no corao () das Umbanda est lele mostra como a umbanda

    coisas, que no momento que voc comea a pessoas, ele deve mudar, do ponto de vista est dentro dessas coisas todas, num processo que

    fragmentar (), vai ficando com feudos, voc vai institucionalizado de um pas, ele deve mudar o ele chama de umbandizao () O velho Matta

    ficando com guetos e o que que isso parece? Para aspeto social, as desigualdades sociais ( eu sou a mudou a estrutura daquela umbanda popular

    Umbanda? Por isso que eu digo, voc pode unir a favor das diferenas, no das desigualdades), da (algumas pessoas quiseram elitizar) () era um

    Umbanda (). Unir aceitar as diferenas (), ns mesma maneira que voc faz com a poltica. Eu no cara simples, humilde que gostava de estar em

    temos de ter respeito pelas diferenas. Ao unificar, quero ser poltico, mas eu posso fazer poltica com contacto com as pessoas. Ele at dizia Rivas, meu

    unificar quer dizer codificar. Se eu codifico, eu vou presso, como cidado eu posso fazer presso filho, quem precisa da Umbanda so os sofredores

    engessar ela (), no vou permitir que ela tenha social e isso vai mexer na economia, porque hoje, e a maioria das pessoas tem problemas srios, ou

    um processo de ser uma unidade aberta, vou em todos os pases, a poltica refm da economia, problemas espirituais que se refletem na sade,

    fechar ela e isso fere a tradio oral. E se eu vou porque quem que financia os polticos? Ento, a nas coisas afetivas ou nas coisas financeiras! ()

    codificar, vou codificar por qual? Por essa daqui, gente procura fortemente fazer isso. Ento, por isso que eu falo que ele era um feiticeiro

    por essa ou por essa? Ento, isso fica muito difcil. danado () Eu tive uma vivncia com ele de F-No posso deixar de perguntar-lhe, enquanto

    Eu acho que foi um mecanismo de auto dezoito anos e se algum ler o livro dele e achar discpulo de um dos maiores escritores e Mestres da

    preservao da espiritualidade. A espiritualidade que aquilo ele, ele est muito longe daquilo, Umbanda, qual foi, para si, o maior legado deixado

    fez com que ns pudssemos fazer de vrias porque a realidade da pessoa, principalmente ns por W.Matta e Silva?

    formas estas religies afro-brasileiras. que somos da tradio oral, muitas vezes o que

    MRN- () Eu tive uma convivncia com o velho voc sente, voc no consegue passar para o papel. F-Segundo as suas palavras, Hoje a FTU

    Matta, o Pai Matta, eu j tinha terreiro desde 68. claro que aquilo um norte para todos ns () o trabalha pela convergncia dos povos, das religies

    () O Mestre que eu conheci em 71, as pessoas velho Matta foi aquele que mais observou as coisas e das tradies culturais. De que modo?

    perguntam, mas como era esse Matta, ele era de hoje e do futuro, muito futurista. () Se eu

    MRN- Desse modo, desse modo, procurando diferente? Eu falo para as pessoas o seguinte. pudesse definir numa coisa s, diria que o maior

    respeitar todas as culturas. A FTU ela tem esse Quem conheceu o velho Matta () ele era uma legado do da Matta e Silva foi o culto ao esprito,

    dilogo a que ns chamamos dilogo inter- pessoa se voc ler o livro, voc vai achar que ele essncia das coisas, essncia que transcende

    religioso; ns procuramos de todas as maneiras era um cara duro () um sujeito austero, ele toda e qualquer forma () Ento acho que ele, de

    entrar em contacto com as diversas religies e escreveu para mudar uma srie de coisas que ele uma forma simples, pelo menos para os

    tentar, obviamente, no ocupar o lugar dessas achava que no eram condizentes e tinha um discpulos, gostava do que ele fazia, ele foi um

    religies (olha, voc tem que fazer a minha religio modo de ser. Mas era uma pessoa humana, uma marco e um exemplo de um cidado do mundo. Eu

    ou fazer a sua), mas o respeito incondicional que pessoa essencialmente dcil, uma pessoa tenho orgulho de ter sido filho dele!

    temos que ter, na medida em que achamos que a comum() mas o maior feiticeiro que eu conheci! Mary Nogueira

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    FundamentoJornal Umbandista Portugus

    06 | 2012 FundamentoJornal Umbandista Portugus

    | 07009

    Yamunisiddha Arhapiagha (F. Rivas Neto), Ns estudamos aqui todas as religies afro-

    um dos escritores mais conceituados do meio brasileiras com vrios acadmicos e sacerdotes,

    umbandista na atualidade, mestre-Raiz da ns estudamos todas as religies comparadas ()

    Ordem Inicitica do Cruzeiro Divino, reitor e e disciplinas que deem subsdios a isso. Por

    professor da FTU (Faculdade de Teologia exemplo, sociologia, teologia, antropologia,

    Umbandista), discpulo de W. da Matta e Silva epistemologia, hermenutica, uma lngua, no caso

    o Mestre Yapacani por quase vinte anos, o Ingls, pensamos em msica, na msica sacra

    graduado em Medicina e especializado em () Imagina a dificuldade que ns tivemos,

    Cardiologia. porque a academia, ou seja () a parte

    universitria essencialmente calcada na Fundamento-Num pas onde ainda existe a

    tradio escrita, como so as tradies do livro. As intolerncia religiosa, como se consegue que uma

    interessa por isso fazendo o qu? Aqui no Brasil religies do livro, principalmente o judasmo, o Faculdade de Teologia Umbandista seja

    ns temos um curso de graduao, um curso de cristianismo e o islamismo. Eles tm livro: o autorizada e credenciada pelo MEC?

    bacherlato () um curso universitrio como judasmo tem o Tor, o cristianismo tem a Bblia, o

    outro qualquer, todos os dias de 2 a 6 feira, das 7 Mestre Rivas Neto - Veja, ns vivemos num Evangelho e o islamismo tem o Coro. E ns no, a

    s 11 horas. E um curso pesado () porque um pas que de 64 a 85 esteve sob o regime da nossa tradio no gg () de boca p'ra

    curso universitrio com todas aquelas disciplinas ditadura e ns tivemos muitas sanes, muitas ouvido. Ento ns precismos aqui na poca de

    que eu falei p'ra vocs. Como que a gente vai di f iculdades nessa poca. Mas muitos adaptar. Ento o que faz a teologia? A teologia tem

    fazer para aquelas pessoas que no tm formao, umbandistas, no todos, talvez, muitos adeptos dois braos: um brao dela, atravs do saber

    que no tm um curso mdio? Ns temos um das religies afro-brasileiras sempre fizeram uma religioso fazemos a conexo com a cincia, atravs

    curso que chamamos extenso universitria. um resistncia a esse mau estado de direito e da antropologia, da sociologia e de outras

    curso que no exige () nenhum nvel de felizmente, em 1985, ns voltamos a um estado disciplinas, a filosofia de direito () que muito

    escolaridade e d o mesmo curso de uma forma democrtico. Ento, esse estado democrtico, ele importante, e outro onde ns estudamos as

    mais simplificada e d nfase parte prtica da permite que voc tenha isonomia (), j que o crenas e as religies para que ns venhamos

    nossa religio, no s de uma umbanda, mas das estado laico(...) ento voc tem os mesmos ento a ter contacto com as pessoas, com a f, no

    vrias umbandas, () de forma presencial ou tele direitos de outros processos confessionais. Ento s com a f institucionalizada, mas com a f

    presencial. () Na questo das pessoas que j so ns, pautados nesse direito e tendo tido todos os sobrenatural, aquela f que nasce no ntimo do

    acadmicas, ns temos agora um curso () de requisitos que o MEC exigia() como professores indivduo.

    especializao () com professores como gabaritados, como professores titulados no grau F-Ento na FTU vocs formam sacerdotes ou

    Reginaldo Prandi, Mundicarmo e Sergio Ferreti de mestre p'ra cima, ento ns conseguimos () telogos?

    (enfim, tem uma poro de professores) onde mesmo assim a duras penas () eles pensavam

    elas vo ser especialistas em teologia das religies que () fossem encontrar o pai de santo dando MRN- () Aqui eu posso formar o sacerdote

    afro-brasileiras () mas isso j a um nvel de ps-passes, o pai de santo com charuto () mas ns da nao, do Jar, mas eu acho que isso do

    graduao. Mas e os que no tm o curso estvamos falando de teologia que um pouco terreiro como o pai de santo tem de se preocupar

    universitrio? Como vo fazer?() o mesmo curso diferente de religio. A Teologia, ela procura ver a no em fazer teologia mas em fazer filho de santo,

    a pessoa pode vir assistir, s que ela no vai religio, o senso crtico da religio. Ento o que porque eu aqui eu poderia fazer quantos filhos de

    receber no final o curso de especializao porque ns fizemos? Quando as pessoas vieram aqui para santo? Tenho muitos filhos de santo, mas no da

    ela () fez um curso de extenso universitria () reconhecer, eles se assustaram porque estavam faculdade! () Vamos ensinar as religies afro-

    voc no precisa comprovar a escolaridade. Mas pensando que iam encontrar tudo aquilo que falei brasileira, mas no para fazer sacerdotes. O

    voc no vai ter um curso superiorvai ter uma p'ra vocs. E eles viram que no, que tinha sacerdote se faz no templo. Eu vim do culto da

    adaptao a isso. Mas bom, porque os pais de realmente sacerdotes, mas que tinha pessoas que Nao, que a vocs chamam de Candombl. Mas

    santo () vo estar se atualizando Ento a alm do sacerdcio tambm se interessavam pela no pode ter uma faculdade do candombl, uma

    faculdade tem procurado de alguma forma levar a parte acadmica () e eles ficaram muito felizes faculdade do jar, () do babau, do xamb, do

    todos uma cultura e um respeito incondicional com o nosso PDI e esse PDI tornou-se referncia tor, da jurema, da umbanda. Isso feito no

    cultura (), pessoa, fortalecendo a identidade na poca para todas as instituies de teologia, terreiro com o pai de santo!

    dos adeptos das religies afro-brasileirasporque no Brasil h pouco tempo que as F- Em Portugal, a Umbanda uma religio que

    teologias esto no quadro do ministrio da F-De que outras formas a FTU contribuiu para vai ganhando cada vez mais adeptos. Em Braga,

    educao.a divulgao e unificao da Umbanda no Brasil de na ATUPO (Associao Templo de Umbanda Pai

    hoje?F-A faculdade ministra apenas cursos e Oxal) temos uma comunidade que procura cada

    estudos relacionados com a Umbanda ou abrange vez mais conhecer e estudar a origem e os MRN- Certo. Eh, a pergunta de vocs muito

    outras religies? Que matrias so cursadas? fundamentos da religio. Estando conscientes da inteligente, muto instigante, inclusive. A nossa

    condio sine qua non que os professores que i m p o r t n c i a d e u m a f o r m a o m a i s finalidade era e demonstrar que as religies

    trabalham na FTU sejam umbandistas? institucionalizada e acadmica, como poderamos afro-brasileiras (quando eu falo de religies afro-

    fazer chegar a essas pessoas os saberes da FTU?brasileiras estou falando de uma unidade de MRN No! No! Embora aqui a maioria

    religies que tiveram influncias indgenas, sejam umbandistas, mas no todos. Porque ento MRN- () Eu s queria deixar claro uma coisa

    africanas e indo-europeias, desde a umbanda estaramos sendo exclusivistas . E ns para vocs: a Faculdade de Teologia no veio para

    branca com influncias kardecistas at aquelas pretendemos incluir todos e como uma rea formar sacerdotes, ela veio para formar, para dar

    que tm uma influncia direta do candombl, acadmica, ento necessrio que voc traga formao para telogos, que ns no tnhamos

    Angola () e do candombl da nao (). Mas outros professores, porque eles mesmo vo telogos com nfase em religies afro-brasileiras.

    ento, dessa umbanda branca at essa umbanda conhecendo as nossas coisas () e eles mesmo A FTU nunca quer ocupar a posio dos

    traada (umbanda omoloc) h vrias umbandas. vo levando para outras instituies o que eles sacerdotes (). O fundamento do sacerdote

    () Mas o que a faculdade tenta promover? vem. () Ento no necessrio o sujeito ser fundamental e tenho a certeza que os sacerdotes

    Primeiro dizer que a Umbanda uma linguagem umbandista ou das religies afro-brasileiras. A tambm esto interessados , quando falo em

    ou uma ideia que se apresenta de vrias condio primeira que ele seja titulado no grau teologia, de mostrar essa parte mais acadmica

    linguagens e todas as linguagens so certas, () de mestre ou no grau de doutor () isso que o que acontece nas religies afro-brasileiras, na

    MEC exige. umbanda mais especificamente e a faculdade se

    Entrevista

    MESTRE RIVAS NETO

    No passado dia 22 de Outubro, a ATUPO, a convite da FTU (Faculdade de De seguida, mais de duas mil pessoas celebraram primeiramente o Orix

    Teologia Umbandista), esteve presente no XXII Rito de Exu O Guardio do Omulu/ Obaluaie, atravs de um enredo toque-dana, protagonizado pelo

    Ax e do Destino / II Congresso de Sacerdotes e Sacerdotisas das Religies Mestre Rivas Neto e seus filhos, O tema do enredo era a neutralizao de

    Afro-brasileiras, realizado nas instalaes da faculdade, em S.Paulo, Brasil. tudo o que nos faz mal (as doenas, pestes) e a louvao de todos os

    Casas representadas por dirigentes de vrios estados do Brasil entre benefcios trazidos pelo Orix atravs dos seus ps de encantamento e de

    outros, de S.Paulo, do Cear, do Rio Grande do Norte, do Rio de Janeiro, do cura. De seguida, foi iniciado o rito de louvao a Exu, atravs da sua

    Mato Grosso - e de outros pases, nomeadamente Portugal representado celebrao e invocao. Aps a chegada dos Exus e Pomba-Giras, todos os

    pela ATUPO e Paraguai com a presena de Pai Antnio de Oxal, pais e mes de Santo passaram pela cabana de Omulu, onde o Exu de Mestre

    manifestaram no Congresso, atravs de uma convivncia pacfica e serena, Rivas, S.Capa Preta, os aguardava para os saudar! Depois, a festa foi levada

    as suas opinies e posies no que concerne diversidade religiosa. Vrios para a rua por todos os Exus e Pomba-Giras, pelo povo da rua, demonstrando

    foram os que, assumindo a necessidade de acabar com a intransigncia que a Umbanda no se cinge s paredes de um templo, mas ela se abre s

    religiosa e da premncia em reconhecer e respeitar essas diferenas, ruas, ao mundo que de todos e para todos, independentemente da sua

    concordaram com a ideia de que a unanimidade no leva unio e que condio social! A se festejou, num misto de alegria e rudo, a liberdade

    todos os ritos tenham o olhar de cada sacerdote e sacerdotisa! religiosa e cultural e o anseio pelo fim da intolerncia: dos cus se ouvia o

    Findo o Congresso, os presentes confraternizaram entre si, trocando fogo de artficio e na rua ecoavam as gargalhadas dos Exus! De volta ao

    impresses sobre as ideias partilhadas e sobre a diversidade religiosa. templo, a festa de louvao a Exu continuou, tendo sido abrilhantada ainda

    Muitos foram os dirigentes que se mostraram agradavelmente mais pela voz de Pai lcio que tambm esteve presente neste ritual!

    surpreendidos pela Umbanda que se faz em Portugal. Mary Nogueira

    Umbanda no Mundo A ATUPO no XXII Rito de ExuO Guardio do Ax e do Destino | II Congresso de Sacerdotes e Sacerdotisas das Religies Afro-Brasileiras

  • Fundamento08 | 2012

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    Uma Lenda

    s l e n d a s a p r e s e n t a d a s f o r a m antagnicas: mal e bem, cu e terra. seu desencadeamento foi uma escolha humana. Aselecionadas tendo em conta o vasto A ambiguidade de Exu est tambm presente No culpemos Exu pelas nossas escolhas, atitudes, campo de atuao de Exu: ele o Guardio das quando este aparece colocando Orunmil em caminhos. No faamos dele o Diabo. Muitas

    encruzilhadas, aquele que guarda a casa, que nos perigo e depois o salva. Esta lenda mostra Exu vezes, a sua prpria manifestao ruidosa,

    protege das emboscadas da vida, a entidade que atuando: da mesma forma que coloca em nosso provocante, espera de uma reao, uma forma

    aconselha, que orienta, o Exu que cura! caminho obstculos, dificuldades, tentaes, de de nos chamar a ateno para os nossos prprios

    A primeira lenda apresenta-nos Exu na Casa modo a que consigamos resgatar dvidas do defeitos, uma vez que para o ser humano

    de Oxal onde atravs do seu esforo e servio passado, tambm nos defende e protege dos sempre mais fcil ver o cisco no olho do seu irmo!

    recompensado, tornando-se o orix mensageiro, perigos que possam ameaar a nossa caminhada. A Exu atribui-se a reflexo especular, a

    responsvel pela comunicao entre o mundo dos Exu, atuando numa vibrao muito prxima da qualidade de refletir o interior de cada um,

    Orixs (o Orun) e o mundo dos homens (o Aye) vibrao do plano fsico e sendo grande exteriorizando todas as nossas verdades,

    e portador das orientaes e determinaes dos conhecedor do ser humano, nomeadamente das desnudando-nos a alma. Ao faz-lo, pe-nos de

    Orixs para os humanos. ele que estabelece a suas dificuldades, fraquezas, vcios e medos frente com o nosso Eu, tal qual ele , com todas as

    ligao entre os dois mundos, atravs da qual os conhecedor de toda a experincia humana, qualidades e defeitos, permitindo assim que, ao

    homens oferendam os Orixs, para que Estes os mestre na resoluo de problemas de ordem conhecermo-nos de verdade, possamos

    ajudem e protejam. Mas a ele deve ser dada a material ou relacionados com dificuldades nos transformar o nosso interior e conquistar o

    primazia na entrega das oferendas, pois sem ele a caminhos da vida, como dinheiro, emprego, conhecimento necessrio nossa evoluo.

    comunicao no existe. A segunda lenda refere- d isputas ou intrigas. Enquanto executor da Lei Citando Mario Csar Barcellos, em Os Orixs e o

    -se a Exu como responsvel em assegurar o Krmica, atua de acordo com o merecimento de segredo da vida: lgica, mitologia e ecologia, Exu

    equilbrio entre os dois mundos. A sua natureza cada um, a favor da evoluo. Ele que, segundo a o nosso interior, a nossa intimidade, o nosso

    perfeitamente compatvel com a natureza de lenda, coloca as duas cores no bon. Ao faz-lo, poder de ser bom ou mau, de acordo com a nossa

    Orunmil, simbolizando assim a harmonia entre mostra que a verdade relativa, pondo em prpria vontade. Exu o ponto mais obscuro do

    os dois mundos: a existncia no mundo material questo o certo e o errado. Ao mesmo tempo ser humano e , ao mesmo tempo, aquilo que

    (Aye)- e o nvel sobrenatural (Orun). O instaura o caos, a dvida e a instabilidade, que existe de mais bvio e claro! Salve Exu! Laroi!

    restabelecimento da ordem, com a ajuda de Exu, levam briga e morte dos dois compadres. Mas Mary Nogueira

    pressupe assim a ao de duas foras Ele no responsvel pelo desfecho da trama, o

    Exu pe Orunmil em perigo

    e depois o salva

    Ex ganha o poder sobre

    as encruzilhadas

    Exu leva dois amigos

    a uma luta de morte

    () Exu colocou obis frescos na beira da

    estrada e l os deixou. Exu foi e cumprimentou

    Orunmil novamente. Orunmil disse:- Exu, meu

    amigo, ests vindo de Ou mais uma vez? Exu

    respondeu: Os amigos devem duvidar uns dos

    outros? O que , ! Orunmil desconfiou da situa-Ex no tinha riqueza, no tinha fazenda, no

    o. () Seguiu adiante e encontrou os obis deixa-tinha rio, no tinha profisso, nem artes, nem mis-

    dos por Exu. Cansado da longa viagem, pegou os so. Ex vagabundeava pelo mundo sem paradeiro.

    obis e comeou a comer para refrescar-se. Nesse Ento um dia, Ex passou a ir casa de Oxal. Ia

    momento, um fazendeiro de Ou apareceu. Trazia casa de Oxal todos os dias. Na casa de Oxal, Ex se

    na mo um faco e o acusou de estar comendo os distraa, vendo o velho fabricando os seres huma-

    obis da sua rvore. Orunmil argumentou que no nos. Muitos e muitos tambm vinham visitar Oxal,-

    tinha visto rvore alguma. Mas o fazendeiro no mas ali ficavam pouco,quatro dias, oito dias e nada

    aceitou a desculpa de Orunmil. E os dois lutaram. aprendiam. Traziam oferendas, viam o velho Orix-

    Na briga, o faco do fazendeiro feriu a palma da ,apreciavam sua obra e partiam. Ex ficou na casa

    mo de Orunmil. () Na entrada da cidade encon-de Oxal dezesseis anos. Ex prestava muita aten-

    trou Exu.() Orunmil e Exu entraram juntos em o na modelagem e aprendeu como Oxal fabrica-

    Ou. O fazendeiro foi at ao rei acusar Orunmil. va as mos, os ps, a boca, os olhos, o pnis dos

    () A Exu falou por Orunmil perguntando ao homens, as mos, os ps, a boca, os olhos, a vagina

    fazendeiro como identificar o ladro. O fazendeiro das mulheres. Durante dezesseis anos ali ficou

    () disse que o ferimento na palma da mo de ajudando o velho Orix. Ex no perguntava. Ex

    Orunmil seria a prova. Exu, defendendo Orunmil, altura dos dois trabalhadores amigos e, muito observava. Ex prestava ateno. Ex aprendeu

    pediu ento que todos os cidados abrissem a mo. educadamente, cumprimentou-os: -"Bom trabalho, tudo.

    O rei concordou (). E constatou-se que todos meus amigos!" Um dia Oxal disse a Ex para ir postar-se na encru-

    igualmente tinham um ferimento() O rei reconhe-Estes, gentilmente, responderam: -"Bom passeio, zilhada por onde passavam os que vinham sua

    ceu de imediato a inocncia de Orunmil e ordenou nobre estrangeiro!" casa. Para ficar ali e no deixar passar quem no

    que ele fosse indenizado pela falsa acusao.Assim que Exu afastou-se, o homem que trabalhava trouxesse uma oferenda para Oxal. () Ex tinha

    So muitas as tramoias de Exu. Exu pode fazer no campo direita, falou para o seu companheiro: aprendido tudo e agora podia ajudar Oxal. Ex

    contra, Exu pode fazer a favor. Exu faz o que faz, o -"Quem pode ser este personagem de bon branco?" coletava os ebs para Oxal. Ex recebia as oferen-

    que .-"Seu chapu era vermelho", respondeu o homem das e as entregava a Oxal. Ex fazia bem o seu

    do campo a esquerda. trabalho e Oxal decidiu recompens-lo. Assim,

    -"No, ele era branco, de um branco de alabastro, o quem viesse casa de Oxal teria que pagar tam-

    mais belo branco que existe!" bm alguma coisa a Ex. Quem estivesse voltando Certa vez, dois amigos de infncia, que jamais -"Ele era vermelho, um vermelho escarlate, de da casa de Oxal tambm pagaria alguma coisa a

    discutiam, esqueceram-se, numa segunda-feira, de fulgor insustentvel!" Ex. Ex mantinha-se sempre a postos guardando a fazer as oferendas devidas para Exu. Foram para o -"Ele era branco, tratar-me de mentiroso?" casa de Oxal. Armado de um og, poderoso porre-campo trabalhar, cada um na sua roa. As terras -"Ele era vermelho, ou pensas que sou cego?" te, afastava os indesejveis e punia quem tentasse eram vizinhas, separadas apenas por um estreito Cada um dos amigos tinha razo e ambos estavam burlar sua vigilncia. Ex trabalhava demais e fez canteiro. Exu, zangado pela negligncia dos dois furioso da desconfiana do outro. Irritados, eles ali sua casa, ali na encruzilhada. Ganhou uma amigos, decidiu preparar-Ihes um golpe sua agarraram-se e comearam a bater-se at mata-rendosa profisso, ganhou seu lugar, sua casa. Ex maneira. Ele colocou sobre a cabea um bon pon- rem-se a golpes de enxada.()ficou rico e poderoso. Ningum pode mais passar tudo que era branco do lado direito e vermelho do pela encruzilhada sem pagar alguma coisa a Ex!

    (Lendas 1, 23 e 7 do Livro Mitologia dos Orixs de Reginaldo Prandi)lado esquerdo. Depois, seguiu o canteiro, chegando