G U I A D E E S T U D O S · A saber, apesar do termo “Jornalismo” ser fruto da modernidade, o...
Transcript of G U I A D E E S T U D O S · A saber, apesar do termo “Jornalismo” ser fruto da modernidade, o...
Íris Morena Domiciano
Maria Gabriela Kawatake
DIRETORES
GUIA DEESTUDOS
O DIPLOMATA
“Mas são os seres humanos coletivamente, não um
pequeno número de elites trabalhando em segredo, que
podem decidir em que tipo de mundo queremos viver.
Promover a capacidade humana de raciocinar e tomar
decisões: esse é o propósito de delator, de ativismo, de
jornalismo político.”
(Glenn Greenwald)1
1 Glenn Greenwald, norte-americano vencedor do Prêmio Pulitzer na categoria Serviço Público em 2014, um dos jornalistas mais influentes da atualidade.
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE........................................................................ 3
2 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 5
3 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ............................................................................... 6
3.1 LOCAL DO COMITÊ E HORÁRIOS................................................................... 6
3.2 O DELEGADO DE IMPRENSA E SEU PAPEL NOS OUTROS COMITÊS........6
3.3 ENTREVISTAS........................................... ....................................................... 6
4 APRESENTAÇÃO DO TEMA................................................................................... 7
4.1 O JORNALISMO................................................................................................. 7
4.2 O JORNALISMO NA ONU.................................................................................. 7
4.3 ÉTICA JORNALÍSTICA....................................................................................... 8
5 IMPRENSA NA SiGI............................................................................................... 12
5.1 FOTOGRAFIA................................................................................................... 12
5.2 COMO ESCREVER PARA UM JORNAL.......................................................... 13
5.2.1 O Título...................................................................................................... 13
5.2.2 Lead............................................................................................................13
5.2.3 As Declarações......................................................................................... 14
5.2.4 A Linguagem............................................................................................. 15
6 CONVENÇÕES E PADRÕES................................................................................. 16
6.1 DATAS.............................................................................................................. 16
6.2 DINHEIRO......................................................................................................... 16
6.3 HORA E TEMPO............................................................................................... 16
6.4 IDENTIFICAÇÃO DE PERSONAGENS............................................................ 17
6.5 PALAVRAS ESTRANGEIRAS.......................................................................... 17
6.6 NÚMEROS........................................................................................................ 17
7 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 18
3
1 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE
Olá, delegados e delegadas, meu nome é Íris Morena Domiciano Felipe da Silva e
é com muita satisfação que participarei da VII SiGI como Diretora do comitê de
imprensa! Estarei cursando, na data do comitê, o 4º ano do Curso Técnico em Meio
Ambiente Integrado ao Ensino Médio no Instituto Federal do Espírito Santo, Campus
Vitória. Meu primeiro contato com o ambiente diplomático possibilitado pelas
simulações geopolíticas no Ifes se deu em 2016, ano em que participei como
imprensa no CRC 2033 - Reunificação da Península Coreana e tive a oportunidade
de compreender o papel do jornalismo internacional e sua importância. Em 2018
pude dirigir a CIJ - Ucrânia versus Federação Russa o que se tornou um grande
marco na minha vida e na minha trajetória dentro do projeto.
Como diretora espero poder proporcionar aos senhores uma experiência
maravilhosa e inesquecível dentro da comunicação e do jornalismo, ajudando-os a
adquirir conhecimento e crescimento pessoal e, por isso, coloco-me à disposição de
todos para quaisquer dúvidas que possam surgir durante os estudos. Acredito que
juntos faremos um ótimo trabalho e ajudaremos a fazer a VII SiGI uma incrível
edição.
Saudações delegados e delegadas! Meu nome é Maria Gabriela Kawatake de
Souza e serei Diretora deste comitê. Atualmente, estou no quarto do ano do Curso
Técnico em Estradas Integrado ao Ensino Médio no Instituto Federal do Espírito
Santo, Campus Vitória. Desde o segundo ano participo da SiGI e agora terei o
imenso prazer de estar à frente de um comitê de Imprensa. O Diplomata representa
um desafio para mim e, ao mesmo tempo, o desejo de me reinventar e de buscar
novos conhecimentos. No meu primeiro ano como integrante do projeto, participei
como delegada da África do Sul no comitê ACAB 2020 na SiGI e como delegada de
Cuba no comitê WCAR 2017 no MINIONU. No ano seguinte, fui diretora assistente
do comitê CIJ 2018 na SiGI e novamente delegada no MINIONU, representando o
Brasil no comitê OMI 2018. Difícil tarefa é encontrar palavras para expressar o meu
amor pelo projeto e minha gratidão por tudo aquilo que vivenciei e aprendi com a
geopolítica.
4
Ousar conhecer o mundo e entender a forma como as pessoas se relacionam para
viver nele, é trilhar um caminho que demanda esforço e determinação, mas que nos
proporciona a maior das recompensas. Por isso, esse ano, tenho a certeza de que O
Diplomata acrescentará novos saberes acerca do ambiente jornalístico e da
comunicação ao nosso conhecimento. Espero ansiosa o momento de criarmos
história juntos, fazendo do evento uma experiência enriquecedora e prazerosa!
Estou à disposição dos senhores (as) para sanar quaisquer dúvidas e também
receber contribuições. No mais, desejo a vocês bons estudos e uma excelente
simulação!
5
2 INTRODUÇÃO
No decorrer da história da humanidade, os relatos, as histórias e os diversos tipos de
registros da comunicação foram responsáveis por manter vivo o passado,
transformar o presente e moldar o futuro. Sob essa óptica, há quem diga que o
jornalista é o sentinela da democracia, que acompanha e expõe mundo afora as
transformações do espaço, da política, da economia, das relações humanas e do
mecanismo social. Então, a atuação profissional dar-se-á tanto no ambiente interno
quanto externo dos comitês, por meio da realização de entrevistas, produção e
divulgação de matérias e utilização de recursos midiáticos.
Portanto, o Guia de Estudos do “O Diplomata” foi criado com o intuito de apresentar
os componentes e as características do universo jornalístico, bem como o seu
funcionamento. Além disso, o Guia deverá ser o principal material de consulta de
vocês, nossos repórteres, quanto às suas atribuições, dúvidas, atividades e
responsabilidades. Ademais, é fundamental que o representante da imprensa tenha
domínio sobre o tema do comitê, haja vista que sua participação deve ser ativa nos
debates e pode influenciar diretamente os acontecimentos durante as sessões. Por
fim, para que a experiência jornalística proporcionada seja a melhor possível, acima
do funcionamento do comitê e dos conhecimentos necessários, é preciso que o
exercício da assessoria prevaleça objetivo, imparcial e fiel à veracidade dos fatos.
No mais, esperamos que vocês apreciem todos os momentos e se preparem para
fazer a cobertura da VII SiGI!
Atenciosamente,
Direção de imprensa.
6
3 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ
Por ter um funcionamento diferente dos outros comitês, é importante ressaltar
algumas informações sobre o comitê de imprensa. A boa utilização dessas
informações ajudará e facilitará o dia a dia do jornalista no evento.
3.1 LOCAL DO COMITÊ E HORÁRIOS
O delegado do comitê de imprensa, na posição de repórter, atuará em duas salas
diferentes: a sala do comitê que ele é responsável por cobrir e a sala-sede do
comitê de imprensa, onde as notícias serão redigidas. No início de cada dia de
simulação os repórteres devem ir à sala-sede para a reunião de pauta, em que
serão dadas orientações e serão definidos o tamanho e o horário de entrega dos
textos. A presença dos repórteres nas reuniões de pauta é obrigatória.
3.2 O DELEGADO DE IMPRENSA E SEU PAPEL NOS OUTROS COMITÊS
Para redigir a notícia e poder levar informações corretamente sobre o comitê que
está cobrindo, sendo fiel à verdade e à imparcialidade, o repórter precisa se inteirar
do assunto a ser tratado. Tão importante quanto estudar sobre a escrita de notícias e
técnicas jornalísticas é também estudar sobre o comitê que estará cobrindo e o
tema a ser debatido, evitando, assim, que confusões aconteçam.
É importante ressaltar, também, que o repórter tem voz dentro do comitê que estará
cobrindo, podendo discursar. Porém, seu discurso não deve emitir opinião sobre o
tema tratado ou favorecer delegações específicas, uma vez que a imprensa é
imparcial. O discurso pode ser usado, por exemplo, para chamar a atenção dos
demais delegados a determinado tópico, expor fatos, ou levantar questões.
3.3 ENTREVISTAS
Durante atuação do repórter na SiGI existe a possibilidade de entrevistar outros
participantes do projeto, como delegados, diretores e/ou voluntários. As entrevistas
devem ter como assunto a experiência e a relação do delegado com o projeto, e não
o posicionamento da sua delegação dentro do comitê. Antes da entrevista, deve-se
planejar as perguntas que serão feitas, organizando-as em um roteiro, que servirá
como guia, mas permitindo a adição de novas perguntas caso necessário.
7
4 APRESENTAÇÃO DO TEMA
4.1 O JORNALISMO
Entende-se por jornalismo o serviço profissional que reúne atividades como a coleta,
investigação e análise de informações, que serão utilizadas para sustentar a
produção e a divulgação de matérias que constituem as notícias. O jornalismo pode
ser dividido em três campos, uma vez que consiste em uma área de atuação vasta.
Primeiramente, o jornalismo pode ser exercido em sua forma mais primitiva, em que
há a captação de dados factuais envolvendo coisas, pessoas, lugares, ideias, etc.
No segundo campo, existe a imprensa, incumbida de difundir as informações para a
sociedade, por meio dos veículos de comunicação (jornal impresso, televisão,
internet, rádio, revista). Finalmente, a empresa jornalística é o ramo comercial da
informação, em que o material jornalístico é um produto com fins lucrativos.
A saber, apesar do termo “Jornalismo” ser fruto da modernidade, o histórico de sua
ocorrência é muito antigo, tendo início por volta de 69 a.C, durante o regimento de
Júlio César no Império Romano. Ao longo do tempo, o jornalismo foi alterado,
aprimorado e reestruturado, tanto no que diz respeito aos métodos, materiais e
mecanismos utilizados quanto na forma de disseminação da informação. Hoje, é
interessante refletir sobre essa evolução, observando que as inovações
tecnológicas, desde a invenção da prensa de papel, da tipografia, do rádio até a
circulação de plataformas de jornal digital, acompanharam os interesses e as
necessidades de um mundo em progressão científica, econômica e ideológica.
Assim, o jornalismo e a imprensa estão sempre inseridos num processo de
reinvenção, com o objetivo de refinar cada vez mais suas estruturas, ferramentas e
técnicas, levando conteúdos informativos para todos da melhor maneira possível.
4.2 O JORNALISMO NA ONU
A comunicação é necessária em muitas, senão todas, esferas de nossa vida e
convivência social, fator que permitiu o aperfeiçoamento e apropriação dos meios
que realizam a mediação da mensagem entre emissores e receptores. Podemos
afirmar que a comunicação, portanto, exerce grande poder na sociedade,
caracterizada pelo processo de mudança permanente, na qual há uma interferência
8
direta no relacionamento entre as pessoas, organizações, Estados e, se analisado
do prisma de um processo evolutivo, observa-se que os avanços tecnológicos
excitam a política da globalização e esta exige um sistema de comunicação entre
pessoas, grupos e organizações, mais dinâmica, ágil, eficiente e eficaz. (FARIA,
1996).
Partindo dessa perspectiva e ciente da relevância da área de comunicação, no ano
de 1946, a Assembleia Geral da ONU iniciou o investimento em gabinetes para
realização de atividades voltadas para esse campo, para que os acontecimentos das
Nações Unidas fossem divulgados para a população mundial. Assim, foram criados
os Centros de Informação das Nações Unidas, na sigla em inglês UNICs (United
Nations Information Centres). Atualmente, essas instituições estão presentes em
todos os continentes, em mais de 60 países, representando núcleos ativos que
integram os meios de comunicação, as Nações Unidas, ONGs e outras
organizações internacionais.
4.3 ÉTICA JORNALÍSTICA
O conjunto de normas, valores e procedimentos éticos que norteiam o exercício do
jornalismo constituem a ética jornalística. Embora esse código valha de forma
distinta de acordo com cada país, os Princípios Internacionais da Ética Profissional
no Jornalismo consolidados pelo encontro consultivo das Nações Unidas realizado
em Praga e Paris no ano de 1983. Nessa conferência, os chefes de Estado e
representantes das nações reconheceram afirmativamente os ideais que sustentam
Declaração de Princípios Fundamentais da UNESCO, que propõe “o exercício da
liberdade de opinião, expressão e informação, reconhecido como uma parte
integrante dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, é um fator vital no
fortalecimento da paz e da compreensão internacional”. Tais princípios devem
conduzir a conduta geral de todos os profissionais do ramo jornalístico durante a
prestação de assessoria. São eles:
Princípio I — O Direito das Pessoas de Retificar Informação
As pessoas e os indivíduos têm o direito de adquirir um quadro objetivo da realidade
por meio de informação precisa e compreensiva como também de se expressarem
livremente pelas várias mídias de cultura e comunicação.
9
Princípio II — A Dedicação do Jornalista para Realidade Objetiva
A tarefa primeira do jornalista é garantir o direito das pessoas à informação
verdadeira e autêntica através de uma dedicação honesta para realidade objetiva
por meio de que são informados fatos conscienciosamente no contexto formal
deles/delas e mostram as conexões essenciais deles/delas e sem causar distorção,
com desenvolvimento devido da capacidade criativa do jornalista, de forma que o
público é provido com material adequado para facilitar a formação de um quadro
preciso e compreensivo do mundo no qual a origem, a natureza e a essência dos
acontecimentos, processos e estados dos casos são tão objetivamente quanto
possível compreendidos.
Princípio III — A Responsabilidade Social do Jornalista
Informação em jornalismo é compreendida como bem social e não como uma
comodidade, o que significa que os jornalistas não estão isentos de responsabilidade
em relação à informação transmitida e isso vale não só para aqueles que estão
controlando a mídia, mas em última instância para o grande público, incluindo vários
interesses sociais. A responsabilidade social do jornalista requer que ele ou ela
agirão debaixo de todas as circunstâncias em conformidade com uma consciência
ética pessoal.
Princípio IV — A Integridade do Jornalista Profissional
O papel social do jornalista demanda que a profissão mantenha padrões altos de
integridade, inclusive o direito do jornalista de recusar um tipo de trabalho que seja
contra a sua convicção interior ou de descobrir fontes de informação como também o
direito de participar na decisão-fabricação do meio no qual ele ou ela são
empregados. A integridade da profissão não permite que o jornalista aceite qualquer
forma de suborno ou a promoção de qualquer interesse privado que vá de encontro
ao bem-estar geral. Igualmente faz parte da ética profissional respeitar a propriedade
intelectual e, em particular, se conter de plágio.
10
Princípio V — O Público Tem Acesso e Participação
A natureza da profissão demanda que o jornalista promova o acesso da informação
ao público e a participação do público na mídia, inclusive o direito de correção ou
retificação e o direito de resposta.
Princípio VI — Respeito à Privacidade e à Dignidade Humana
Uma parte integrante dos padrões profissionais do jornalista é o respeito ao direito
de privacidade do indivíduo e à dignidade humana, em conformidade com o que está
previsto na lei nacional e internacional relativa à proteção dos direitos e da reputação
de outros, proibindo calúnia e difamação.
Princípio VII — Respeito ao Interesse Público
Os padrões profissionais do jornalista prescrevem respeito devido à comunidade
nacional, suas instituições democráticas e sua moral pública.
Princípio VIII — Respeito aos Valores Universais e à Diversidade de Culturas
Um verdadeiro jornalista zela pelos valores universais de humanismo, acima de tudo
paz, democracia, direitos humanos, progresso social e liberação nacional, enquanto
com respeito ao caráter distintivo, valor e dignidade de cada cultura, como também o
direito de cada pessoa escolher e desenvolver livremente seus sistemas políticos,
sociais, econômicos e culturais. Assim o jornalista participa ativamente na
transformação social para a melhoria democrática da sociedade e contribui em todos
os lugares através do diálogo para um clima de confiança nas relações
internacionais que conduz à paz e à justiça em todo lugar, para o desarmamento e o
desenvolvimento nacional. Pertence à ética da profissão que o jornalista esteja
atento às providências pertinentes contidas nas convenções, declarações e
resoluções internacionais.
Princípio IX — Eliminação da Guerra e de Outros Grandes Males que
Confrontam a Humanidade
O compromisso ético para com os valores universais do humanismo pede que o
jornalista se abstenha de qualquer justificação para, ou incitação para, guerras de
11
agressão e a corrida armamentista, especialmente em relação a armas nucleares, e
todas as outras formas de violência, ódio ou discriminação, especialmente o racismo
e o apartheid, a opressão de regimes tirânicos, o colonialismo e o neocolonialismo,
como também outros grandes males que afligem a humanidade, como a pobreza, a
desnutrição e as doenças. Fazendo assim, o jornalista pode ajudar a eliminar a
ignorância e o desentendimento entre os povos, fazer com que os nacionais de um
país sejam mais sensíveis em relação às necessidades e desejos dos outros,
assegurar o respeito aos direitos e à dignidade de todas as nações, todos os povos
e todos os indivíduos sem distinção de raça, sexo, idioma, nacionalidade, religião ou
convicção filosófica.
Princípio X — Promoção de uma Nova Ordem Mundial de Informação e
Comunicação
O jornalista opera em geral no mundo contemporâneo dentro da armação de um
movimento para relações de internacionais novas e uma ordem de informação nova
em particular. Esta ordem nova, entendida como uma parte integrante da Nova
Ordem Econômica Internacional, é apontada a descolonização e democratização do
campo de informação e comunicação, nacionalmente e internacionalmente, em base
de coexistência calma entre povos e com pleno respeito a sua identidade cultural. O
jornalista tem uma obrigação especial de promover o processo de democratização
das relações internacionais no campo da informação, em particular salvaguardando
e nutrindo relações calmas e amigáveis entre os Estados e os povos.(ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE IMPRENSA)
12
5 IMPRENSA NA SiGI
Os delegados que compõem a equipe do “O Diplomata”, na condição de jornalistas,
possuem algumas funções obrigatórias e outras opcionais quanto à realização da
cobertura jornalística do comitê em que irão participar. Vale lembrar que a maioria
das atividades serão de responsabilidade de jornalistas formando duplas, para
dinamizar a participação no evento. Todos os repórteres deverão redigir uma matéria
por dia para as notícias do jornal online. Além disso, devem se encarregar da parte
fotográfica, uma vez que as notícias necessariamente são acompanhadas de uma
foto do comitê. As atividades opcionais compreendem entrevistas e outras possíveis
ideias de produção de conteúdo jornalístico levantados pela dupla, que podem ser
executadas mediante apresentação da proposta para a direção de imprensa,
seguida de sua aprovação.
Todo o trabalho efetuado pelos jornalistas para o projeto nos dias de simulação tem
como objetivos a integração e interação dos participantes, a divulgação e
documentação histórica da SiGI, a publicação de matérias sobre os comitês desta
edição e a oportunidade de ampliar os conhecimentos acerca do jornalismo.
5.1 FOTOGRAFIA
O registro de fotos e vídeos tem o objetivo de documentar os debates, de ilustrar os
comitês da edição atual e de promover a importância do projeto. O conteúdo
midiático acessível a escolas e estudantes passa a fazer parte da história da SiGI e
representa mais uma recordação das experiências e dos momentos ímpares
vivenciados pelos participantes. Nesse sentido, é também uma responsabilidade do
repórter fazer esses registros no decorrer do evento, dentro do seu comitê de
atuação.
Por último, os jornalistas receberão um termo de compromisso sobre o direito de uso
de imagem. O documento implica no entendimento das considerações propostas e
na concordância com a exposição individual (no caso da própria imagem) e coletiva
(no caso da imagem dos demais participantes da SiGI), caracterizando
responsabilidade do aluno. Esse termo deve ser lido com atenção e assinado pelos
delegados participantes da equipe do “O Diplomata”.
13
5.2 COMO ESCREVER PARA UM JORNAL
Quando se trata de um texto jornalístico, é importante identificar os componentes e
requisitos que o definem, para que o material produzido seja, de fato, uma notícia.
Dentre as características desse tipo textual estão a acessibilidade, a objetividade, o
detalhamento e a curiosidade. Ao escrever uma notícia o repórter deve se lembrar
que o leitor é, muitas vezes, leigo no assunto tratado e não entenderá expressões
específicas daquela área, portanto deve-se evitá-las ao máximo. Além disso, a
escrita deve ser formal, imparcial, com verbos conjugados na terceira pessoa e não
pode abrir margem para ambiguidades e/ou erros interpretativos. Uma notícia
precisa atingir o entendimento de todos os leitores, independente do assunto
abordado, a partir da utilização de uma linguagem clara, descritiva e precisa.
Ademais, um dos objetivos principais do responsável pela publicação é despertar o
interesse das pessoas pelo texto em questão, portanto, veremos alguns tópicos que
podem ajudá-los a redigir as notícias.
5.2.1 O Título
O título é o primeiro elemento notado do texto. Sendo assim, ele deve descrever de
forma curta, simples e atrativa a informação contemplada. Para a redação da notícia
os jornalistas terão liberdade de criar o título, embora normalmente essa função seja
de responsabilidade da equipe de edição do jornal. O subtítulo é um elemento
complementar ao título, que acrescenta alguma informação importante para
direcionar a atenção do leitor para a notícia que virá a seguir.
5.2.2 Lead
O Lead de uma notícia é um elemento essencial, pois nele estão contidas as
principais informações sobre o assunto tratado. Para redigir um Lead que oriente o
leitor e desperte o seu interesse, recomendamos considerar as seguintes perguntas:
❖ Quem? (pessoas/personagens)
❖ Quando? (tempo/data)
❖ Onde? (espaço/local)
❖ O que? (fato)
❖ Por quê? (motivo)
❖ Como? (modo)
14
Tal método não é uma regra a ser seguida a risca e não garante, necessariamente,
a atração do leitor pelo texto. Ainda sim, caso esse processo seja aplicado na hora
da redação, é necessário se atentar para as seguintes escolhas:
❖ As primeiras linhas do texto jornalístico não podem ser vagas, extensas ou
muito descritivas. Por exemplo: “ Após quatro anos de espera, o casal de
Saquarema (RJ), Madalena Dias Guimarães e Luís Carlos Azevedo Nunes,
ambos de 42 anos , finalmente conseguiram uma resposta afirmativa para o
processo de adoção de uma criança do estado do Maranhão, Ana Gabriela
Araújo, 6 anos de idade. O casal já tinha dois filhos biológicos e sonhava com
a possibilidade de aumentar a família.” Em vez de “ Quatro anos depois da
data de entrada no processo de adoção, casal carioca finalmente recebe
autorização para adotar menina nascida no Maranhão e trazê-la para o seu
novo lar”.
❖ Sempre relatar os fatos de forma cativante, pensando na reação do leitor. Por
exemplo: “Moradores de Pato Branco (PR) reclamam do inverno rigoroso que
já castiga o município” é menos chamativo que “ O município de Pato Branco
(PR) registrou a mínima de dois graus abaixo de zero na última madrugada, a
menor temperatura apontada nos últimos 20 anos”.
❖ Erros como introduzir o Lead com comentários banais, não trazer
diretamente os fatos ou omitir o nome de envolvidos, podem prejudicar a
credibilidade da notícia para o leitor. Portanto, não se deve permitir a
possibilidade de que a notícia seja uma afirmação que partiu do jornal, ou
seja, a imparcialidade deve ser preservada em todos em todos os aspectos
Finalmente, vale lembrar que quanto mais extraordinária a notícia, mais deve
se economizar nas palavras do Lead, a fim de provocar a curiosidade no leitor.
5.2.3 As Declarações
No caso de transcrição de diálogos, citações, comentários, respostas para
entrevistas e pensamentos, são indispensáveis a cordialidade com as intenções do
indivíduo e o respeito ao contexto e à sua integridade. Por exemplo: (“Que o espírito
esportivo, a coragem, a honestidade e a honra representem os pilares dessa
15
competição” disse o atleta nadador Fernando Silva, durante o discurso de abertura
dos Jogos Olímpicos em Seul).
Segue uma lista com verbos declarativos que podem ser usados e suas respectivas
colocações:
❖ Dizer - está sempre certo, deixe-o como primeira opção;
❖ Acentuar, destacar - isola um fato ou argumento para mostrar sua
importância;
❖ Admitir - tem sentido de confessar, revelar com relutância (é importante saber
se o entrevistado admitiu espontaneamente ou em resposta a uma pergunta);
❖ Afirmar - sugere opinião, tomar posição;
❖ Declarar - é um afirmar mais solene;
❖ Argumentar - tentar convencer;
❖ Alegar - argumentar com intenção de defesa;
❖ Disparar - comentar de forma incisiva;
❖ Garantir - dar certeza, assegurar sob forma de palavra;
❖ Informar - relatar fatos;
❖ Lembrar - só pode ser usado quando há referência sobre um fato passado e
conhecido
5.2.4 A Linguagem
A linguagem utilizada no texto jornalístico possui afinidade com as falas cotidianas,
haja vista que o jornal procura alcançar o maior público possível para a leitura de
seu conteúdo. É evidente que a escrita não pode fugir da norma culta, porém alguns
vícios da linguagem, modismos e maneirismos verbais não devem compor a redação
jornalística. Os períodos devem apresentar uma lógica harmoniosa entre as
informações, em especial os curtos, e também o uso excessivo de classes de
palavras deve ser descartado.
16
6 CONVENÇÕES E PADRÕES
Para a padronização da linguagem jornalística e a grafia dos textos produzidos pela
imprensa, são adotadas algumas medidas e padrões. A seguir serão listados
elementos que podem, ou não, constar no texto. Caso seja escolhido utilizá-los, é
necessário que as seguintes regras sejam seguidas.
6.1 DATAS
❖ O dia deve ser grafado com algarismos, o mês por extenso e o ano em
algarismos, de forma completa (Exemplo: 18 de março de 2012);
❖ Datas festivas, cívicas e religiosas devem ser grafadas com caixa alta
(Exemplo: Natal, Carnaval, Páscoa, Quaresma, Semana Santa).
6.2 DINHEIRO
❖ Os valores devem ser grafados com o símbolo da moeda utilizada, seguido de
um espaço e os algarismos (Exemplo: R$ 29);
❖ Se o valor for redondo, não é necessário colocar vírgula e os zeros indicando
os centavos;
❖ Quando o valor for redondo e superior a centenas, a ordem de grandeza deve
ser indicada (Exemplo: R$ 18 mil, R$ 7 milhões, R$ 1 bilhão);
❖ Se o valor for superior a mil e não for redondo, deve-se colocar um ponto
separando o milhar da centena (Exemplo: Ela gastou R$ 4.587);
❖ Se o valor for maior que mil e a centena for redonda, usar vírgula (Exemplo:
R$ 3,7 milhões).
6.3 HORA E TEMPO
❖ Para o horário, deve-se colocar somente o “h” para horas (Exemplo: 18h56);
❖ Para tempo não se utiliza abreviações (Exemplo: “Depois de uma hora de
debate…”).
17
6.4 IDENTIFICAÇÃO DE PERSONAGENS
❖ Caso o personagem em uma matéria não puder ser identificado, a melhor
maneira de representá-lo é colocando as iniciais de seu nome.
6.5 PALAVRAS ESTRANGEIRAS
❖ As palavras e expressões estrangeiras, mesmo que incorporadas no
vocabulário usual, devem ser grafadas em itálico (Exemplo: “Carla fez o
download do arquivo.”);
❖ Nomes estrangeiros não devem ser escritos em itálico.
6.6 NÚMEROS
❖ Os números entre zero e dez devem ser escritos por extenso. A partir do 11,
devem ser utilizados algarismos;
❖ Números ordinais do “primeiro” ao “décimo” devem ser escritos por extenso. A
partir do 11°, grafa-se o numeral e o símbolo.
18
7 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA. Princípios Internacionais da Ética
Profissional no Jornalismo. Disponível em:
http://www.abi.org.br/institucional/legislacao/principios-internacionais-da-etica-profissional-
no-jornalismo/. Acesso em: 7 ago. 2019.
OBSERVATÓRIO DE IMPRENSA. Afinal, o que é jornalismo?. Disponível em:
http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/ed719-afinal-o-que-e-jornalismo/.
Acesso em: 3 ago. 2019.
TERRA EDUCAÇÃO. O texto notícia. Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/o-
texto-noticia/. Acesso em: 7 ago. 2019.
THE INTERCEPT BRASIL. Glenn Greenwald. Disponível em:
https://theintercept.com/staff/glenn-greenwald-brasil/. Acesso em: 3 ago. 2019.
TODA MATÉRIA. Gênero textual notícia. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-noticia/. Acesso em: 7 ago. 2019.
ONU NEWS. REPORTAGENS. Disponível em: https://news.un.org/pt/. Acesso em: 7
ago. 2019.
FARIA, Helinho. Comunicação Integrada: exigência do mercado. Diário do
Comércio, Belo Horizonte, 29 mar. 1996. Caderno economia, coluna Ponto de Vista,
p.28. Acesso em: 7 ago. 2019.
WIKIPÉDIA. Jornalismo. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo.
Acesso em: 7 ago. 2019.