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    Programa de Trainees 2010

    Visita Tcnica ao SEBRAE-BA

    Relatrio de Viagem

    Salvador

    14 a 16 de julho de 2010

    Gabriela Penna Rios

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    Relatrio de Viagem

    Participantes: Camila Mizumoto e Gabriela Penna Rios

    Perodo: 14 a 16 de julho de 2010

    Objetivo da Viagem: Visita tcnica a um SEBRAE estadual, para conhecimento de sua atuao,bem como da realidade MPE em contextos de baixa densidade econmica, nos quais sejamdesenvolvidos projetos coletivos.

    Roteiro previsto:

    14/07 - Apresentao dos Projetos com a presena dos 10 consultores e umarepresentao dos agentes por territrio.

    15 e 16/07 - Visitas aos territrios dos ProjetosProjetos: Bairros Empreendedores e Negcio a negcio

    Gestor de Projeto: Idimara Dantas

    Resumo:

    No perodo de 14 a 16 de julho, eu, Gabriela Rios, e a colega Camila Mizumoto fomos a

    uma visita tcnica ao SEBRAE-BA, em Salvador, a fim de conhecer o contexto de trabalho desse

    Sebrae estadual, a realidade da MPE em locais de baixa densidade econmica, de forma a sermos

    apresentadas aos desafios postos atuao do SEBRAE naquela localidade. Por meio da

    apresentao de um projeto coletivo, por seu gestor, ser introduzidas contribuio do Sebrae ao

    empreendedorismo local e superao desses gargalos.

    Grande parte desses objetivos foi plenamente satisfeita pela programao inicialmente

    proposta, como ser descrito mais a fundo neste relatrio. Para suprir as deficincias por ns

    sentidas sugerimos algumas alteraes, como a incluso da apresentao de projetos realizados

    nas demais regionais uma vez que nossa visita se limitou rea urbana da capital baiana e

    ainda de uma visita a um projeto j mais avanado j que o que nos foi apresentado se encontrava

    em fase de incio de implementao ainda no possuindo aes concretas a serem vistas naquele

    momento.

    De um modo geral avalio a viagem como bastante proveitosa e enriquecedora no sentido

    de nos introduzir realidade do trabalho no Sebrae da ponta como executor das diretrizes e

    metas do Sistema Sebrae, de conhecer mais a fundo os desafios encontrados em cada realidadeespecfica nesse esforo, de melhor compreender o processo de estruturao, planejamento e

    implementao dos projetos. Sinto que foi fundamental para o processo de treinamento, no que

    concerne a estarmos melhor orientadas para desempenhar nossa funo de analistas,

    coordenadores, formuladores e estrategistas no Sebrae Nacional.

    Figure 1- Gabriela, Idimara e Camila

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    Os projetos: O projeto Bairros Empreendedores, um projeto criado para atender bairros de

    baixa densidade econmica, isolados propositalmente da regio tursticas litornea de Salvador,

    nos quais, com o crescimento da renda das classes C e D nos ltimos anos, presenciou uma forte

    exploso comercial, fortemente caracterizada pelas MPE. A partir da percepo da dificuldade de

    acesso de empresrios desses bairros ao Sebrae tanto pela falta de tempo como pela distncia decidiu-se criar um projeto que levasse o Sebrae a esses bairros, por meio, num primeiro

    momento, da realizao de Oficinas do Empreendedor. O objetivo final a criao de cinco

    ncleos empresariais setoriais, compostos por 20 empresas cada, em cada um dos 10 bairros

    contemplados no projeto.

    Para tanto, num segundo momento, a partir dos cadastros recolhidos nos dias da oficina, o

    consultor responsvel por cada bairro realiza um diagnstico dos setores mais presentes naquele

    bairro e entra em contato com os empresrios a fim de dar incio a encontros peridicos entre

    essas 20 empresas. O foco da criao desses ncleos estimular o cooperativismo entre eles,

    induzi-los troca de experincias e ao dilogo de maneira que percebam que em conjunto podem

    melhor resolver seus problemas, e criem estratgias conjuntas de crescimento: passem a comprarinsumos juntos por preos menores, faam marketing juntos, vendam em conjunto.

    O projeto Negcio a Negcio um projeto criado pelo SEBRAE Nacional com a inteno de

    mudar a estratgia de atuao, levando agora o Sebrae at os empresrios. A estratgia de

    atuao concretizada por Agentes de Orientao Empresarial (AOE), os quais vo de porta em

    porta, fazendo cadastro, tirando dvidas e fazendo um diagnstico dos problemas do empresrio.

    Dessa conversa gerada uma devolutiva que indica possveis capacitaes oferecidas pelo Sebrae

    que melhorariam o desempenho

    daquelas empresas. O SEBRAE-BA

    identificou a complementaridade entre

    as aes dos dois projetos e sugeriu suaunio ao Bairros Empreendedores. O

    recolhimento de cadastro dos

    empresrios daqueles bairros foi

    reforado, portanto, pelos trazidos pelos

    AOE.

    Relatrio das atividades:

    Em Salvador fomos recebidas pela equipe da Regional Salvador. Ficou responsvel por nos

    acompanhar a tcnica, Idimara Dantas, gestora do Projeto Bairros Empreendedores, ao qualfomos apresentadas. O SEBRAE-BA dividido em 10 regionais1 conforme a diviso federal do

    estado em unidades de identidade coletiva, as quais so coordenadas pela equipe estadual.

    1So elas: Salvador, Barreiras ao centro-oeste, Feira de Santana, ao norte da chapada diamantina Jacobina,

    Irecei e Seabra (ao sul da Chapada Diamantina), Joazeiro, Ilhus Itabuna (regio do cacau), Teixeira deFreitas no extremo sul .

    Figure 2 - Agentes de Orientao Empresarial

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    No primeiro dia, conforme previsto na programao inicial, fomos apresentadas ao

    projeto Bairros Empreendedores e estratgia adotada de implementao desse projeto em

    conjunto com a do projeto Negcio a Negcio. Estivemos presentes no momento em que a fuso

    dos projetos havia recm sido realizada e pudemos presenciar momentos de reestruturao e

    redesenho das estratgias diante das dificuldades encontradas pelos consultores e por seus AOEem cada regio especfica. Muitos no estavam conseguindo encontrar local adequado para a

    realizao da Oficina dado tamanho de sua estrutura, outros passavam por situaes

    constrangedoras em que eram ameaados pelos empresrios, as informaes estavam sendo

    passadas de forma desencontrada em cada bairro, e da pudemos ver os desafios em se coordenar

    uma equipe grande (composta de 10 consultores, cada um responsvel por uma mdia de sete

    agentes).

    Vimos o quanto importante ter pessoas que conhecem o local da implementao dos

    projetos e que ali sejam respeitadas. Em alguns dos bairros os agentes s eram atendidos pelos

    empresrios por serem moradores daquele bairro e conhecido na regio. O prestgio do Sebrae e

    da prpria gestora, reconhecida por aes em outros projetos, tambm foi essencial na medidaem que possibilitou a entrada segura em regies de liderana do candombl e em outras

    dominadas por traficantes.

    Participar do momento de construo

    e reconstruo do projeto, nos demonstrou a

    importncia da ateno para os sinais de

    gargalos e para uma avaliao constante da

    implementao a fim de identificar esses

    entraves, novas oportunidades e ainda o que

    est funcionando de fato. Chamou nossa

    ateno ainda para as particularidades decada regio e da necessidade de que os

    projetos elaborados a nvel nacional deixem

    aberturas para adaptao local.

    Nos dias seguintes visitamos os bairros de Cabula, Cajazeiras, Itapagipe, Itapu, Liberdade

    e Pernambus. A equipe do Sebrae soteropolitano julgou que no seria conveniente andar por

    esses bairros por questes de segurana e ainda pelo tempo chuvoso naqueles dias. A passagem

    de carro nos permitiu ver a fachada das MPE, os principais setores, a concentrao empresarial e

    de fato a falta de assistncia por parte do governo a essas reas. Contudo, sentimos falta de entrar

    e conversar com os empresrios, de ver os agentes atuando de fato, de entender o processo e de

    escutar o outro lado. Ao expressar mais uma vez essa vontade nos indicaram que desceramoscaso encontrssemos um dos agentes, o que no aconteceu.

    Sentimos ainda falta de uma apresentao ao que demais feito por aquele Sebrae

    estadual, uma vez que ficamos muito restritas rea urbana de Salvador. Como no estava

    prevista uma visita a reas mais afastadas solicitamos uma reunio e apresentao pelos

    coordenadores estaduais da carteira de projetos desenvolvidos com as demais regionais. A

    gerente Flvia Goroni, a qual utilizou o Sebrae Bahia como objeto de estudo de sua dissertao de

    Figure 3- Pernambus

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    mestrado, foi muito prestativa e nos deu uma ampla viso da atuao do Sebrae no estado,

    entrando mais especificamente nos projetos coletivos desenvolvidos atualmente.

    Ficou muito clara nas visitas aos bairros a to discutida nas palestras que recebemos em

    nossa primeira semana de treinamento a respeito do crescimento do poder de compra da classe

    mdia baixa (C e D). Uma exploso de MPE dos segmentos de vesturio, sales de beleza ecosmticos, lanchonetes, lojas de variedades e uma srie de grandes lojas como Ricardo Eletro e

    Casas Bahia, atradas por esse aumento do potencial de compra dessa populao.

    Outro ponto que nos chamou ateno

    em relao implementao do projeto relativa

    divulgao dos projetos e eventos. Muito se

    ressaltou sobre a ineficincia da divulgao em

    redes primordialmente parceiras do Sebrae,

    como a cultura, pouco assistidas pelo pblico-

    alvo. essencial pensar no que de fato esse

    pblico, como rdios comunitrias, canais maispopulares que de fato so os que chegam a essa

    populao.

    Antes de concluir importante ainda

    sinalizar algumas crticas a pontos fracos

    identificados. Primeiramente ficou muito clara a

    urgncia em atender um nmero determinado de

    empresas para cumprimento das metas estabelecidas pela coordenao nacional do Negcio a

    Negcio. Em razo disso percebemos muitos dos AOE um pouco perdidos com o curto perodo de

    orientao que tiveram e de ambientao com o projeto. Entendo a importncia de que se

    estabeleam metas para uma maior motivao e agilidade dos processos, no entanto, perceboque em alguns casos, a urgncia pode comprometer a qualidade dos servios prestados, que

    acabam sendo feitos com um foco em apresentar nmeros.

    Outro ponto que nos chamou ateno como um possvel ponto de fraqueza do projeto diz

    respeito personificao do projeto, num sentido de que tudo girava muito em torno da gestora.

    Era claro que todos os consultores, a despeito de sua competncia e mrito profissional, estavam

    no projeto por uma afinidade com a gestora do projeto. Apesar de sua larga experincia,

    indubitvel conhecimento sobre a rea e resultados de projetos passados, era notvel que a

    questo pessoal era muito forte e que no havia muito espao para um enfrentamento a suas

    diretrizes e posturas por parte dos consultores. Penso que essa interao e discusso so

    essenciais no crescimento do projeto e que posturas como tal sejam prejudiciais a um projetomais pleno.

    difcil emitir opinio a cerca do sucesso do projeto uma vez que havia menos de trs

    semanas do incio de sua apresentao. Ainda que tenha identificado alguns pontos de fraqueza,

    no me parecem suficientemente constrangedores para o xito do projeto. Identificamos uma

    srie de acertos e de pontos que nos chamaram ateno pelo conhecimento e sagacidade da

    gestora e dos consultores ao estruturar o projeto e criar as estratgias de atuao tais como: a

    Figure 4 - Bairro da Liberdade

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    utilizao de AOE residente dos bairros em que esto atuando; a estratgia de preenchimento de

    um convite, muitomais interessante que um cadastro; a unio dos dois projetos tendo uma viso

    sistmica do Sebrae naquelas regies; a utilizao de meios de comunicao acessados por

    aquelas comunidades e ainda ateno para as necessidades de adaptao em cada bairro. Pontos

    positivos esses que somados ao conhecimento e experincia desses consultores e da gestora, melevam a fazer uma avaliao bastante positiva em relao implementao do projeto e de suas

    chances de sucesso.

    Acredito que o Bairros Empreendedores se concretizar numa experincia exitosa a qual

    dever ser aplicada nas demais regionais baianos e provavelmente por outros estados.

    importante, entretanto, que as dificuldades sejam tambm destacadas e percebidas, para que as

    prximas experincias possam partir j desses conhecimentos do que no funcionou bem.

    Avaliao da viagem

    Em relao viagem propriamente dita, concluo que foi muito proveitosa no que

    concerne ao alcance dos objetivos propostos e do conhecimento a cerca da realidade enfrentadapelos Sebraes estaduais os quais estaremos coordenando a partir do Nacional. Essa primeira visita

    aconteceu no momento certo do programa: logo no incio antes que comessemos a trabalhar

    nas reas de forma a que j tenhamos um melhor entendimento de como as coisas acontecem na

    ponta executora do Sistema e nos propicia uma melhor viso para a sugesto e coordenao de

    projetos no futuro. Foi importante ainda no sentido de que quando formos para o segundo rodzio

    em algum Sebrae UF no sentiremos um impacto to grande por j ter conhecido, mesmo que

    superficialmente, como o trabalho na ponta.

    Como indicado, a programao careceu de uma maior exposio dos projetos de forma

    geral do SEBRAE-BA, de maneira que tivssemos uma noo do que se est sendo feito pelas

    outras regionais e at mesmo os demais projetos de Salvador. Alm disso, faltou um contato maisprximo com as MPE, uma interao direta com a empresa e com a implementao de fato do

    projeto, uma visita que no se limitasse passagem de carro pelas reas que so contempladas

    pelo projeto.

    - Pontos negativos

    Encaminhamentos:

    - Apresentao da viagem no dia 19/07 para os demais trainees, avaliadores e demais interessados

    do SEBRAE Nacional.

    - Elaborao do Relatrio de Viagem

    - Utilizao do conhecimento adquirido no Seminrio Reflexes tericas sobre a prtica sobrevisitas s MPE e o livro Razes do Brasil.