GAF14-ConsensodoAgronegocio2014

Consenso do Agronegcio Global Agribusiness Forum 2014 / So Paulo, Brazil / 24-25 Maro 2014

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GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM 2014 CONSENSO DO AGRONEGCIO

Este documento contm a verso final do Consenso do Agronegcio 2014, elaborado como resultado das discusses havidas durante o GAF14, realizado nos dias 24 e 25 de maro de 2014, na cidade de So Paulo, Brasil.

Este documento foi elaborado pela Curadoria do GAF14 a partir das anotaes realizadas durante o evento, a quem deve ser atribuda integral responsabilidade pelo seu contedo.

O contedo deste documento, em todo e em parte, no reflete a opinio individual, e nem representa endosso, de nenhum dos participantes individuais, entidades, associaes, empresas, universidades, instituies de pesquisa, governos nas esferas federal, estadual ou municipal, instituies multilaterais, entidades no-governamentais ou experts que participaram direta ou indiretamente, ou apoiaram, patrocinaram ou foram parceiros do evento, refletindo apenas a interpretao da Curadoria sobre as discusses realizadas durante o evento.

A DISTRIBUIO DESTE DOCUMENTO DIRECIONADA A FORMULADORES DE POLTICAS PBLICAS, EXPERTS E TODOS OS INTERESSADOS EM TEMAS DO AGRONEGOCIO A NVEL MUNDIAL.


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CONSENSO DO AGRONEGCIO GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM 2014

SUMRIO EXECUTIVO Nos dias 24 e 25 de maro de 2014, na cidade de So Paulo, Brasil, reuniram-se mais de 1.200 produtores rurais, autoridades e representantes de governos, pesquisadores e representantes da iniciativa privada de cada um dos elos da cadeia de insumos, produo, transformao agroindustrial, comercializao, infraestrutura, logstica, financiamento e demais servios de apoio, para discutir os principais desafios e oportunidades do agronegcio, a nvel mundial. Das discusses realizadas no evento emanou um conjunto de recomendaes que constitui o CONSENSO DO AGRONEGCIO DE 2014. O planejamento da agricultura e pecuria do futuro passa, entre outros fatores, pela ampliao dos volumes de alimentos produzidos atualmente. A demanda por alimentos deve expandir 70% at 2030, devido principalmente ao crescimento da populao e incorporao de 3 bilhes de pessoas classe mdia. Todos os dias, 180 mil pessoas trocam a zona rural pelas cidades, e 200 mil bocas adicionais precisam ser alimentadas. A agricultura e o agronegcio precisam estar preparados e organizados para atender a grande expanso prevista da demanda, em quantidade e qualidade. Deve-se estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e o aproveitamento das j existentes para se produzir mais, com menor uso de recursos. A agricultura e o agronegcio devem estar cada vez mais preparados para lidar com questes relacionadas a segurana alimentar, identificao, rastreabilidade e sustentabilidade social e ambiental. agricultura est reservado um papel de destaque crescente em negociaes multilaterais de comrcio. preciso criar maior capacitao tcnica em negociaes e solues de controvrsias. A integrao comercial entre pases ou regies, e o fortalecimento do comrcio internacional, so essenciais para incentivar a produo, o comrcio e a circulao de produtos. fundamental buscar uma maior integrao e o livre comrcio. Para que o desenvolvimento da agricultura ocorra de forma harmnica e eficiente, deve-se fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e culturas adaptadas s realidades locais, em sintonia com as incertezas climticas. Governos devem incentivar e criar condies para um maior acesso ao financiamento e desenvolvimento do seguro rural. fundamental planejar e criar condies regulatrias para incentivar os investimentos, a criao de valor nas cadeias agroalimentares e permitir o


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desenvolvimento de projetos de infraestrutura, por exemplo para armazenamento, irrigao, transporte e embarque de produtos agrcolas, e cadeia do frio. O desafio das mudanas climticas requerer dos produtores um aumento da sua capacidade de adaptao, com impactos e aes diferenciadas em cada regio do planeta. Somente por meio de polticas pblicas e marcos regulatrios bem-definidos, em ao coordenada com a iniciativa privada, cada pas poder se posicionar sobre as transformaes estruturais necessrias. O desafio pode ser solucionado por meio de diretrizes que tenham como alicerce a produo com preservao, como as tcnicas de integrao lavoura-pecuria-floresta, entre outras prticas conservacionistas. Diversos problemas ambientais tm origem no uso de energia fssil, e nesse sentido ganham importncia crescente as fontes de energia limpas e renovveis. Desponta como fundamental nesse contexto a importncia da valorizao da produo de biomassa para fins energticos.Nas ltimas trs dcadas, a agricultura energtica se desenvolveu de forma acelerada e complementar agricultura alimentar. Os biocombustveis, a energia eltrica de biomassa e o biometano podem desempenhar papel de relevncia crescente para atender o aumento de demanda de energia, contribuindo para reduzir as emisses de gases do efeito estufa. Polticas pblicas de longo prazo devem oferecer a segurana necessria para que sejam realizados investimentos para aumento da sua produo, que so de longa maturao, e reconhecer o valor das externalidades positivas dos combustveis de biomassa e sua complementariedade com a produo de alimentos. A interveno dos governos deve buscar realismo nos preos de mercado, incorporar o valor dos bens pblicos associados, e as regras para o desenvolvimento da energia de biomassa devem ser previsveis e transparentes. A antiga percepo da agricultura como conservadora e retrgrada, precisa ser superada com o reconhecimento do sucesso econmico e das transformaes sociais que o setor propicia. Aes de comunicao de setores relacionados ao agronegcio devem aproveitar os pontos de percepo positiva da populao sobre a atividade naquelas regies onde isso ocorre, e superar vises crticas quando existirem. Existe um grande espao para melhorar a compreenso da populao sobre os desafios e as conquistas da agricultura e do agronegcio. O conceito de agricultura familiar no se contrape ao da agricultura comercial e do agronegcio. Ao contrario, o desenvolvimento de um incentiva o do outro. Novas formas de comunicao devem aumentar a conexo entre produtores e consumidores, fazendo com que a agricultura e o agronegcio deixem de vender commodities, e cada vez mais vendam marcas, servios e valores embutidos nos produtos, inclusive atravs de denominaes de origem. Planejar a agricultura e o agronegcio do futuro significa desenvolver um plano de negcios global, para preparar a atividade e saber em que condies estar dentro de 20 anos: quais mercados precisaro ser atendidos, com quais produtos, produzidos com qual grau de segurana. O uso racional e eficiente dos fatores de produo, preservando os recursos naturais disponveis, garantindo padres elevados de qualidade e rastreabilidade, sero elementos-chave para assegurar a sustentabilidade da atividade.


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Fundamentais para esse sucesso so a segurana jurdica e institucional, a segurana regulatria para viabilizar investimentos em tecnologia e na capacidade de produo. Das discusses realizadas no GAF14, emergiram os seguintes valores fundamentais:

a importncia do planejamento; o valor da tecnologia; a importncia do uso racional e sustentvel de recursos naturais finitos; a valorizao da agricultura de baixo carbono; o respeito e a considerao a questes do clima; o valor da transparncia nos padres de produo; a valorizao do produtor rural, seja ele o micro ou o macro empresrio rural; o reconhecimento de que novas formas de organizao da produo devero se

desenvolver para que sejam atingidos os ganhos de produtividade, em quantidade e qualidade,

que ser fundamental o papel dos setores relacionados agricultura e ao agronegcio, como acesso a financiamentos, seguro rural, servios legais, assistncia tcnica e certificao.

Essas concluses e recomendaes devem orientar aes especficas nos setores pblico e privado, para que a agricultura e o agronegcio possam continuar cumprindo com competncia, eficincia e responsabilidade sua misso estratgica de garantir a segurana e o bem-estar dos povos.


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CONSENSO DO AGRONEGCIO GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM 2014

Nos dias 24 e 25 de maro de 2014, na cidade de So Paulo, Brasil, reuniram-se mais de 1.200 produtores rurais, autoridades e representantes de governos, pesquisadores e representantes da iniciativa privada de cada um dos elos da cadeia de insumos, produo, transformao industrial, comercializao, infraestrutura, logstica, financiamento e demais servios de apoio, para discutir os principais desafios e oportunidades do agronegcio, a nvel mundial. Estas discusses foram acompanhadas e interagiram com mais de 36 mil participantes remotos, localizados em 19 universidades, em mais de 4.800 agncias do Banco Bradesco e na rede nacional integrada do sistema BNDES. Os principais pases produtores e consumidores, exportadores e importadores, estiveram representados no GAF14. As discusses foram desenvolvidas em torno de grandes temas do agronegcio, classificados em setoriais e transversais, cujas concluses e recomendaes so sumarizadas abaixo, e constituem o CONSENSO DO AGRONEGCIO DE 2014. Cabe ressaltar que o contedo deste documento, em todo e em parte, no reflete a opinio individual, e nem representa endosso, de nenhum dos participantes, entidades, associaes, empresas, universidades, instituies de pesquisa, governos nas esferas federal, estadual ou municipal, instituies multilaterais, entidades no-governamentais ou experts que participaram direta ou indiretamente, ou apoiaram, patrocinaram ou foram parceiros do evento, refletindo apenas a interpretao da Curadoria sobre as discusses realizadas durante o evento. O agronegcio tem se caracterizado como uma rede de negcios que integra atividades organizadas de fabricao e fornecimento de insumos, produo, processamento, beneficiamento e transformao, comercializao, armazenamento, logstica e distribuio de bens agrcolas, pecurios, de reflorestamento e aquicultura, in natura e processados, bem como seus subprodutos e resduos de valor econmico. O planejamento da agricultura e pecuria do futuro, tema geral desta edio do evento, passa obrigatoriamente pela ampliao dos volumes de alimentos produzidos atualmente, por meio da melhoria na eficincia de processos, da reduo de perdas dentro e fora da porteira, do uso de tecnologias j disponveis, da utilizao racional de recursos naturais, com respeito ao tecido social e alinhamento com as tendncias e demandas do mercado. Foram demonstrados exemplos de que possvel, em algumas dcadas -- espao relativamente curto de tempo --, que a produtividade de culturas como cana, arroz, milho e soja tenham se multiplicado por quatro. Quando se faz a decomposio dos fatores que levaram a este crescimento de produo, entre produtividade e ampliao de rea, conclui-se que o principal fator foi sempre o aumento de produtividade. Um aspecto


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interessante que a partir disso gera-se um efeito poupa terra. Este fenmeno tem sido observado em vrias partes do globo, notadamente nas Amricas, na Europa e em regies da sia, e tem grande potencial no continente Africano. Esta constatao indica que com o desenvolvimento e o uso de tecnologias apropriadas, possvel atender o desafio do crescimento, com qualidade. O aumento de produtividade e eficincia da agricultura tem contribudo para a melhoria do padro de alimentao de milhes de pessoas mais pobres, pela reduo dos preos dos alimentos e pela gerao de renda. O agronegcio tambm uma estratgia de distribuio de riquezas e desenvolvimento social, alm de contribuir para a proteo ambiental, como, por exemplo, com o avano dos servios ambientais. O planejamento estratgico do agronegcio deve ser desenvolvido atravs de diretrizes plurianuais, e tendo como objetivo uma organizao administrativa slida. As polticas agrcolas devem estabelecer estmulos, apontar medidas econmicas especficas e os instrumentos judiciais de controle, sem no entanto cair em vis intervencionista. Estas polticas devem levar em conta a gesto matricial de temas ligados ao meio ambiente, transporte, agroenergia e de acesso aos mercados. A. EXPANSO DA CLASSE MDIA At 2050, a populao mundial deve atingir 9 bilhes de pessoas. At 2030, 3 bilhes de pessoas sero incorporadas classe mdia em todo o mundo, principalmente na sia e no Pacfico. Atualmente, mais de 2,5 bilhes de pessoas dependem da agricultura para viver. Ainda que da populao de baixa renda do mundo viva no meio rural, a migrao para as cidades continua alterando o volume e os padres de consumo 180 mil pessoas trocam a zona rural pelas cidades todos os dias. Atualmente, apenas 34% dos produtores rurais em pases de renda baixa e mdia tm acesso a recursos e mercados. Todos os dias, o mundo tem 200 mil bocas a mais para alimentar. Esse vetor far com a demanda por alimentos deva crescer 70% at 2030. Um dos maiores desafios e oportunidades para o agronegcio abastecer esta demanda futura, em quantidade e qualidade, com sustentabilidade financeira, ambiental e social. Esse desafio coloca na agenda governamental de vrios pases um grande problema: cada pessoa consome aproximadamente 2.400 calorias por dia, porm a composio destas calorias vem mudando drasticamente. O aumento da renda leva a um consumo maior de alimentos que precisam de mais recursos para ser produzidos. A pecuria tem apresentado significativos e sucessivos aumentos de produtividade na gerao de carne por hectare. No entanto, o aumento projetado no consumo de carne, advindo do aumento da renda per capita, demandar esforos adicionais de melhoramento gentico e seleo, maior consumo de energia e gros para sua expanso. O crescente aumento de renda em pases emergentes impele o setor a trazer maior volume e diversidade de alimentos a um novo grupo de consumidores. Apesar de terem um comportamento de compra diferente da classe mdia estabelecida, estes novos


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consumidores representaro em breve uma grande parte da populao, respondendo por boa parte de seus rendimentos em uma maior variedade, o que abre margem para uma abordagem diferente de mercados e produtos. Isso estimular novos usos das conhecidas commodities agrcolas. O crescimento da classe mdia, observado principalmente na sia, Oriente Mdio e no Pacfico, vem acompanhado de mudanas dramticas nos hbitos de consumo, intensa urbanizao, falta dgua, novas formas de organizao da produo, e novas tecnologias que podem reduzir os impactos ambientais e sociais. A importncia das mudanas organizacionais foi tema muito ressaltado por Gustavo Grobocopatel, do Grupo Los Grobo. Uma das mais solues seria a reviso dos hbitos de consumo. Ser extremamente difcil abastecer este novo contingente de consumidores se os hbitos de consumo forem os mesmos dos consumidores atuais de pases desenvolvidos. Por esse motivo, o consumo de alimentos mais intensivos em produo, como carnes, se expandir mais nas regies onde a renda vai crescer mais rapidamente. imperativo o uso de tecnologias para maximizar o uso da terra e continuar a produzir mais no mesmo territrio. O investimento em conservao do solo e gua em energias renovveis, e o uso sustentvel de insumos, como fertilizantes e os de controle integrado de pragas e doenas, sero pilares da agroindstria do futuro. Implementos para esta indstria devem ser desenvolvidos para ir ao encontro a exigncias cada vez mais elevadas de sustentabilidade, produtividade e eficincia. A agricultura fornece muito mais do que alimentos. O mundo precisa produzir mais com menos, atendendo s necessidades bsicas da populao em todo o planeta. Apenas 3% da gua no mundo doce, e apenas uma frao est apta ao consumo. O uso eficiente desse recurso renovvel e finito, com irrigao eficiente, ser elemento-chave para a segurana alimentar e a produo sustentvel. O aproveitamento de resduos agrcolas e orgnicos o meio mais eficaz para produo de energia sustentvel e de baixa pegada de carbono. O apoio ao uso da biomassa e outras fontes de energias renovveis garantir uma maior independncia energtica a pases emergentes e ao setor agrcola. Recomendaes:

1. A agricultura e o agronegcio precisam estar preparados e organizados para atender o grande crescimento previsto da demanda, em quantidade e qualidade;

2. Deve-se estimular o desenvolvimento de novas tecnologias, e o aproveitamento das j existentes para se produzir mais, com menor uso de recursos;

3. Existe uma grande oportunidade no aproveitamento de resduos orgnicos para a produo de energia, de forma econmica e ambientalmente sustentvel.


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B. COMRCIO INTERNACIONAL A correlao do mundo agrcola com outros setores da economia hoje inquestionvel, e torna mais difcil o atendimento a uma demanda crescente. O mercado financeiro est alinhado com o mercado de commodities. Este por sua vez est cada vez mais integrado com o de energia. Caso o mercado esteja despreparado, incertezas quanto ao abastecimento podem causar abertura a produtos de menor qualidade, inclusive do ponto de vista sanitrio ou fitossanitrio. Um problema intensificado pelo comrcio internacional e partilhado por regies inteiras do mundo o sanitrio e fitossanitrio, que tem relao com segurana alimentar, identificao e rastreabilidade, e por fim, abastecimento da demanda. Recentemente a gripe aviria, o mal da vaca louca, dentre diversas outras doenas, requerem cuidados maiores para garantir segurana alimentar por meio da identificao e rastreabilidade. So essenciais para oferecer segurana e garantias ao comrcio internacional, que seja dada a devida ateno e importncia sade animal, inocuidade dos allimentos, e a implementao das normas preconizadas pela OIE (Organizao Mundial de Sade Animal), que referencia mundial neste aspecto. A integrao comercial entre pases e o fortalecimento do comrcio internacional so essenciais para incentivar a produo, a agregao de valor, e a circulao de produtos agrcolas e de alimentos industrializados que atendero s necessidades desta nova classe mdia, mitigando eventuais problemas de abastecimento. A Organizao Mundial do Comrcio (OMC), um caminho-chave de articulao, apesar das evidentes dificuldades em se optar por negociaes multilaterais, pois assegura paridade de poder de negociao entre pases de diferentes continentes e condies poltico-econmicas. A OMC, representada pelo seu Diretor Geral, Embaixador Roberto Azevdo, voltou a ser um importante palco de negociaes entre pases, resultado de uma recuperao geral na confiana e na sua capacidade de resolver conflitos, por meio de esforos na direo de uma maior transparncia. Esta nova fase da entidade materializou-se no primeiro acordo global da OMC, assinado em Bali por ministros de 159 pases, e que inclui elementos centrais do programa de negociao da Rodada de Doha. O Diretor Geral Azevdo afirmou que negociaes bilaterais vo testar os limites e as fronteiras comerciais --entre 160 pases o acordo mais difcil. Mas a partir da que se estabelecem parmetros, que de certa forma inspiram as negociaes multilaterais. O acordo de facilitao de comrcio negociado em Bali foi um grande avano para destravar as negociaes. A OMC traa um mapa do caminho que permitir prosseguir com negociaes em que a agricultura ser elemento chave nos acordos envolvendo tambm bens industriais e servios. preciso voltar a usar o comrcio internacional como uma das ferramentas de desenvolvimento para o mundo. Acordos bilaterais de comrcio devem ser perseguidos para mitigar os efeitos negativos de polticas cambiais distorcivas, bem como ampliados os regimes de importao por draw-back visando agregar valor em produtos agrcolas destinados ao mercado internacional.


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Recomendaes:

1. A agricultura e o agronegcio devem estar cada vez mais preparados em questes relacionadas segurana alimentar, identificao, rastreabilidade e sustentabilidade social e ambiental;

2. Est reservado agricultura um papel de crescente destaque em negociaes multilaterais de comrcio. preciso criar maior capacitao tcnica em negociaes e solues de controvrsias;

3. A integrao comercial entre pases ou regies e o fortalecimento do comrcio internacional so essenciais para incentivar a produo e a circulao de produtos. fundamental que seja perseguida a crescente integrao e o livre comrcio;

4. Acordos bilaterais de comrcio devem ser perseguidos para mitigar os efeitos negativos de polticas cambiais distorcivas, bem como ampliados os regimes de importao por draw-back visando agregar valor em produtos agrcolas.

C. DESENVOLVIMENTO A agricultura e pecuria, junto agroindstria e toda a cadeia de valor estimulada pela atividade, o inclui com destaque a industria alimentcia, compem setores dinmicos da economia de cada pas, que requerem incentivos para o seu desenvolvimento. Estes estmulos so largamente relacionados aos fundamentos econmicos e aos aspectos regulatrios. Eles devem dialogar com o setor e apontar claramente para a direo do desenvolvimento. Os governos precisam estabelecer e e assegurar condies estveis, previsveis e indutoras do investimento privado. Segurana jurdica e clareza na definio de regras para a agricultura e a agroindstria so essenciais para fomentar investimentos, e permitir maior agregao de valor, especialmente se considerado que muitas das atividades detm riscos e s obtm retorno financeiro aps longos perodos de desenvolvimento. O estmulo pesquisa e ao desenvolvimento de culturas adaptadas s realidades locais, em sintonia com as incertezas climticas, alm da adoo de novas tecnologias, tem papel central no fortalecimento do agronegcio e na produo local de conhecimento, assim como o apoio para capacitao e profissionalizao do setor. A criao e o desenvolvimento da EMBRAPA no Brasil, o CGIAR, as estratgias definidas no mbito do GFAR e da GCARD, e a estratgia de pesquisa desenvolvida pela Unio Europia podem ser considerados exemplos a serem seguidos em outros pases com potencial similar ainda a ser explorado. Como explicado pelo ex-Ministro da Agricultura do Brasil e professor Delfim Netto, ...(o agrcola) foi o setor que adquiriu maior produtividade, que se ajustou mais realidade, que incorporou tecnologia de forma mais dramtica -- seguramente, o setor que teve uma demonstrao de maior eficincia neste pas -- a agricultura brasileira uma pequena joia. Um dos grandes desafios do agro o de motivar novas geraes a se dedicar e engajar na produo agrcola e agroindustrial.


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A agricultura uma atividade de risco. papel dos governos facilitar o acesso ao financiamento e criar condies para o desenvolvimento do seguro rural. A criao de uma central de mitigao de risco agrcola elemento-chave para que se assegure uma rede de proteo segura para os agricultores, beneficiando em ltima instncia os consumidores. Mudanas relevantes j comeam a ser observadas em alguns pases. Embora no Brasil apenas 15% da rea agrcola tem algum tipo de proteo, nos EUA esse percentual de 80% a 90%. Transporte, armazenagem, infraestrutura e agronegcio so atividades intimamente relacionadas. Resta aos governos planejar e orientar adequadamente os investimentos atravs de polticas pblicas que permitam o desenvolvimento de uma adequada movimentao de cargas. A falta ou a baixa qualidade da infraestrutura impacta o agronegcio de forma intensa, e consequentemente a sua competitividade. Diversos pases enfrentam gargalos logsticos rodovirios, porturios, hidrovirios e ferrovirios, consumindo parte importante da renda gerada com a produo, comprometendo em muitos locais a sua viabilidade econmica. A logstica e o transporte requerem um planejamento adequado, no qual estejam previstos os movimentos e demandas futuras. Muitos pases continuam sem um plano global de logstica e de localizao espacial de atividades de processamento visando a produo de produtos elaborados da industria de alimentos com elevado valor agregado, e que reduzam o custo do transporte de produtos in natura ou semi-processados. A falta de direcionamento e de polticas fiscais indutoras, ao invs de incentivar este tipo de organizao e planejamento, causa perda de competitividade e de renda para todo o setor, impactando preos e disponibilidade de alimentos para os consumidores. Recomendaes:

1. Deve-se fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e culturas adaptadas s realidades locais, em sintonia com as incertezas climticas;

2. Governos devem incentivar e criar condies que permitam um maior acesso ao financiamento e o desenvolvimento do seguro rural;

3. fundamental o planejamento e a criao de condies regulatrias que incentivem e permitam o desenvolvimento de projetos privados de infraestrutura para armazenamento, transporte, embarque e o processamento local com agregao de valor, de produtos agrcolas.

D. CLIMA Considerando a dependncia da atividade agropecuria em relao ao clima, as mudanas climticas tm transformado a agricultura, e o produtor precisa buscar ativamente meios de adaptao a esta nova realidade. Mas como apontado por Thomas Heller, presidente do Climate Policy Initiative, as polticas comuns no esto nos levando a lugar algum... curto prazo dominando o longo prazo.


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Se h certa previsibilidade no comportamento das culturas, mtodos de produo, logstica, implementos, manejo e solo, a grande incerteza que resta ao setor hoje climtica. Embora as mudanas climticas tragam uma importante preocupao e restrio adicional, pela necessidade de urgente administrao de recursos como fontes de suprimento de gua, contaminao de lenis freticos e fertilidade dos solos, os atuais desafios encontrados na agricultura intertropical, onde a amplitude trmica diria muito mais elevada do que nas regies de clima temperado, permitem antever que as preocupaes relacionadas a mudanas climticas sero diferenciadas em cada regio do planeta. Nas regies intertropicais, a preocupao ser mais relacionada disponibilidade de gua e a ocorrncia de eventos extremos. Nas regies temperadas ser mais relacionada a adaptaes de padres gerais de produo causados pelo aquecimento global. Uma dificuldade adicional o reconhecimento de que a confiabilidade das previses de efeito global muito maior do que as de efeito local, trazendo um desafio adicional para o produtor. Isso faz com que aparentemente no exista uma nica soluo tcnica que atenda todos os agricultores, e nem tecnologia que seja obrigatria ou que funcione eficientemente em todos os cenrios. Um dos desafios principais informar os agricultores em geral sobre a questo ambiental, e os impactos incertos na produtividade agrcola local. As mudanas climticas exigem transformaes estruturais e econmicas, mitigao e adaptao, e ser somente por meio de polticas pblicas e marcos regulatrios, em ao coordenada com a iniciativa privada, cada pas poder se posicionar sobre esta questo. O desafio imposto pela mudana climtica pode ser enfrentado por meio de diretrizes que tenham como alicerce, dentre outros fatores, a produo com preservao, como as tcnicas de integrao lavoura-pecuria-floresta, entre outras prticas conservacionistas. A agricultura ecolgica, inclusive orgnica, que valorize e preserve a biodiversidade e os recursos naturais, deve continuar atraindo interesse crescente na busca por essas solues. Pases como a Frana e o Brasil desenvolveram Planos Nacionais de aes sobre agroecologia que poderiam servir de referncia. Desponta enfim como fundamental nesse contexto a importncia da valorizao da produo de biomassa para fins energticos: energia lquida na forma de etanol. biodiesel e biometano, e na forma de energia eltrica de fonte renovvel. Recomendaes:

1. As incertezas climticas iro requerer dos produtores um aumento da sua capacidade de adaptao, com impactos e aes diferenciadas em cada regio do planeta;

2. Somente por meio de polticas pblicas e marcos regulatrios bem-definidos, em ao coordenada com a iniciativa privada, cada pas poder se posicionar sobre as transformaes estruturais advindas das mudanas climticas;


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3. O desafio imposto pela mudana climtica pode ser enfrentado por meio de diretrizes que tenham como alicerce, dentre outros fatores, a produo com preservao, como as tcnicas de integrao lavoura-pecuria-floresta, ou tcnicas agroecolgicas modernas, entre outras prticas. Desponta como fundamental nesse contexto a importncia da valorizao da produo de biomassa para fins energticos.

E. ENERGIA Diversos problemas ambientais tm origem no uso de energia fssil, e nesse sentido ganham importncia crescente as fontes de energia limpas e renovveis. Nas ltimas trs dcadas, a agricultura energtica se desenvolveu de forma acelerada e complementar agricultura alimentar. Os biocombustveis tiveram expressivo aumento de produo em particular na primeira dcada do presente sculo, quando a produo mundial mais do que quadriplicou, deixando assim de ser considerada uma iniciativa de menor importncia econmica e social. O etanol um projeto de indiscutvel sucesso nos EUA, no Brasil e na Europa, que o mundo tenta replicar. Mas o seu desenvolvimento sustentado no longo prazo depende de polticas estveis com baixa e estvel interveno de governo, para que haja estmulo ao investimento privado. A previsibilidade e a confiana so fundamentais para que essa atividade se desenvolva no longo prazo. A interveno arbitrria nos preos de combustveis, favorecendo a manuteno de preos de derivados do petrleo abaixo dos praticados no mercado internacional, tem retirado a atratividade da produo de energias renovveis. Apesar dos bem-sucedidos esforos para melhorar a produtividade e eficincia dos processos, a interveno distorciva tem freado a sua expanso afugentando investimentos e o capital de risco. preciso que a poltica pblica reconhea o valor das externalidades positivas dos combustveis de biomassa, como o etanol, e mais do que reconhecer, os remunere por isto. No possvel tomar decises de investimentos sem previsibilidade, algo que se perdeu nos ltimos anos e precisa retornar, com diretrizes claras que assegurem a importncia estratgica das energias renovveis, e sua complementariedade com a agricultura alimentar. Nos EUA, o mecanismo regulatrio representado pelo RFS, Renewable Fuels Standard, que define objetivos anuais de substituio, se encontra ameaado pela potencial reviso de metas, motivada exatamente pelo sucesso da substituio j atingida, e por presses polticas dos setores por ela afetados. O custo de produo e o preo do etanol so inferiores ao preo de mercado da gasolina, tanto no Brasil como nos EUA, e colocam por terra todas as ilaes sobre eventuais danos economia ou necessidade de subsdios para a sua viabilizao. Uma reverso da meta original do RFS ter impactos negativos profundos para a produo agrcola dos EUA, e para a produo de etanol de cana e de celulose em vrias partes do mundo. Afetar no somente a produo de cana, mas tambm a de milho e soja, com impacto potencial em vrias cadeias de produo de gros e de cana-de-acar em todo o mundo


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Embora o biodiesel seja uma fonte de biomassa de desenvolvimento mais recente do que o etanol, ele tem sido essencial para a matriz energtica e a reduo dos nveis de poluio. O biodiesel, assim com o etanol, pode aumentar em muito a sua participao no consumo de combustveis, tanto em pases em desenvolvimento, quanto nos mais desenvolvidos. H grande potencial de expanso em pases como o Brasil, Argentina, EUA, Unio Europeia, e pases selecionados do Pacfico e da frica. O biogs e o biometano, gerados pela biodigesto de resduos agrcolas, talvez sejam os biocombustveis com maior potencial inexplorado. Apesar das grandes possibilidades que oferecem, por sua grande capacidade de produzir energia e composto orgnico, facilitam a recuperao da qualidade, e aceleram o processo de construo de solos. A gerao de biogs pode contribuir para a gerao descentralizada de bioeletricidade, e a substituio de diesel fssil pelo biometano, pode ser considerada uma fonte de energia drop-in, pronta para ser incorporada aos sistemas j existentes de distribuio de gs natural. Recomendaes:

1. Os biocombustveis, a energia eltrica de biomassa e o biometano devem desempenhar papel de relevncia crescente para atender o aumento de demanda de energia, contribuindo na mitigao de diversos problemas ambientais. Polticas pblicas de longo prazo devem oferecer a segurana necessria para que sejam realizados investimentos para aumento da produo de biocombustveis, que so de longa maturao.

2. preciso que a poltica pblica reconhea o valor das externalidades positivas dos combustveis de biomassa, e que se tome em conta a complementariedade com a produo de alimentos;

3. A interveno dos governos deve ser mnima e as regras para o desenvolvimento das energias de biomassa devem ser previsveis e transparentes.

F. COMUNICAO A antiga percepo da agricultura como conservadora e retrgrada, precisa ser superada com o reconhecimento do sucesso econmico e das transformaes sociais que o setor propicia, com a gerao de empregos e a contribuio para o saldo da balana comercial, fortes elementos para sustentao de planos de reconstruo e recuperao da economia. Possibilidades de comunicao e marketing ainda largamente inexploradas, aliadas percepo positiva da populao, podem motivar aes de setores relacionados ao agronegcio: bancos, indstria qumica, energia, mquinas e servios legais. O grande desafio aproximar do cotidiano das pessoas fora do campo atividade agropecuria, intensificando esforos para que se faa clara a relao existente entre alimentos e bens de consumo com o agronegcio. Segundo Jos Tejon Megido, da ESPM, a Agrossociedade a nova fronteira do agronegcio, onde os muros que separam


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o campo da cidade no existiro mais o agronegcio representado pelos ativos econmicos, financeiros e tecnolgicos ao longo das cadeias de valor, e a agrossociedade pelos valores da nova sociedade e do capitalismo consciente. A agricultura e o agronegcio devem aprender a ouvir a populao por meio das redes propiciadas pelas novas mdias, utilizando-as para se comunicar com o pblico e integrar os diferentes elos da cadeia de valor. preciso um uso maior de ferramentas digitais que propiciam integrao, circulao de informao e conhecimento, alm da manuteno e expanso da rede de relacionamentos j existente. preciso que lideranas do setor agro transmitam de forma equilibrada suas particularidades toda a sociedade. Por meio destas novas formas de comunicao ser possvel aumentar a conexo entre produtores e consumidores, entre a agricultura e a sociedade sua volta, fazendo com que a agricultura e o agronegcio deixem de vender commodities, e cada vez mais vendam marcas, servios e valores embutidos nos produtos, comunicando o que est agregado em termos de qualidade, saber-fazer e tecnologia nos alimentos e bens de consumo. O reconhecimento e o desenvolvimento de denominaes de origem, e outras indicaes geogrficas, pode ser tambm uma forma eficiente de agregar valor nos produtos. Recomendaes:

1. Aes de comunicao de setores relacionados ao agronegcio devem aproveitar a percepo positiva da populao sobre a atividade naquelas regies onde isso ocorre, e superar vises crticas sobre a produo quando existirem;

2. Existe um grande espao para melhorar a compreenso da populao sobre os desafios e as conquistas da agricultura e do agronegcio;

3. A agricultura e o agronegcio devem aprender a ouvir a populao por meio das redes propiciadas pelas novas mdias;

4. Novas formas de comunicao devem aumentar a conexo entre produtores e consumidores, fazendo com que a agricultura e o agronegcio deixem de vender commodities, e cada vez mais vendam marcas e valores embutidos nos produtos, inclusive, por exemplo, atravs de denominaes de origem ou outras indicaes geogrficas.

G. VALORES FUNDAMENTAIS A demanda mundial por produtos agrcolas crescer mais rapidamente do que a capacidade de produo na sia e no Pacfico, reas que vo depender cada vez mais do abastecimento de regies como o cone sul [Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai], e num futuro mais adiante tambm da frica, que se constituiro nos principais polos de produo agropecuria do planeta. Alm disso, o agro ser cada vez mais demandado para ser uma plataforma multifuncional, estendendo sua produo para alm de


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alimentos, fibras e energia, avanando no universo de novos ingredientes da indstria alimentcia, produtos da indstria alcoolqumica, servios ambientais, e outros. Planejar a agricultura e o agronegcio do futuro significa desenvolver um plano de negcios global, visando preparar a atividade e saber em que condies estar dentro de 20 anos: quais mercados precisaro ser atendidos, com quais produtos, produzidos com qual grau de segurana. O uso racional e eficiente dos fatores de produo, preservando os recursos naturais disponveis, garantindo padres elevados de qualidade e rastreabilidade sero elementos-chave para assegurar a sustentabilidade futura da atividade. Fundamentais para esse sucesso so a segurana jurdica, institucional e regulatria para viabilizar investimentos em tecnologia e na capacidade de produo. Governos devem criar e estimular condies para o investimento em pesquisa e aumento da produo e de processos que garantam maior qualidade e confiabilidade dos produtos que chegam mesa; devem cumprir o relevante papel de planejar a infraestrutura, oferecer condies para a proteo sanitria, e dar segurana jurdica, institucional e regulatria. Como afirmou Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, somos otimistas quanto s possibilidades de alimentar o mundo do futuro...mas isso no vai acontecer sem inovao tecnolgica, e polticas de integrao, e aes que evitem o persistente e ainda elevado desperdcio de alimentos. Emergem das discusses realizadas no GAF14, como valores fundamentais do Consenso do Agronegcio:

a importncia do planejamento, na ocupao espacial, nas polticas pblicas relativas aos setores agropecurios e agroalimentares, no desenvolvimento da infraestrutura e da logstica, e nas aes de mitigao de risco climtico),

o valor da tecnologia, nos processos de produo e transformao de alimentos, como por exemplo na proteo de cultivo, na adaptao de novos processos e implementos, inclusive agroecolgicos, e no desenvolvimento da biotecnologia de sementes, e processos biolgicos de aproveitamento integral da energia gerada por produtos agrcolas e agroindustriais,

a importncia do uso racional e sustentvel de recursos naturais finitos, em particular pelo uso racional da gua, com o uso de tecnologias eficientes de irrigao que otimizem o seu aproveitamento, e por meio de aes e atividades que preservem e aumentem a fertilidade dos solos sem os riscos de contaminao,

a valorizao da agricultura de baixo carbono, o respeito e a considerao s questes climticas, o valor da transparncia nos padres de produo, a valorizao do produtor rural, seja ele o micro ou o macro empresrio rural, o reconhecimento de que novas formas de organizao da produo devero se

desenvolver para que sejam atingidos os ganhos de produtividade, em quantidade e qualidade,


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o fato que ser cada vez mais fundamental o papel dos setores relacionados agricultura e ao agronegcio, como o acesso a financiamento, o seguro rural, os servios legais, assistncia tcnica e a certificao.

Essas concluses e recomendaes devem orientar aes especficas nos setores pblico e privado, para que a agricultura e o agronegcio possam continuar cumprindo com competncia, eficincia e responsabilidade sua misso estratgica de garantir a segurana alimentar e o bem-estar dos povos. So Paulo, 24 e 25 de maro de 2014. Global Agribusiness Forum 2014


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GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM 2014 AGENDA Data: 24 e 25 de Maro de 2014 Local: So Paulo, Brasil. Espao: Grand Hyatt So Paulo Hotel Horrio: 9h00 s 19h00 em 24 de maro, e das 9h00 s 17h40 em 25 de maro de 2014 Pblico diretamente presente no evento: 1.082 pessoas Participantes de forma remota: estimados mais de 36 mil Palestrantes: 60 especialistas e autoridades de governo e do setor privado e da academia. Painis Tcnicos: 12 temas Nacionalidades presentes: Brasil, vrias naes da Amrica Central, Argentina, Austrlia, Blgica, Canad, China, Colmbia, Coreia, Cuba, EUA, Espanha, Frana, Filipinas, Japo, ndia, Indonsia, Itlia, Rssia, Sua, Singapura, Turquia, Unio Europeia, e Uruguai. Tempo total das apresentaes: 13h10m (24 e 25 de maro de 2014) Transmisso: Canal Rural / C2br / CNA / BNDES/ BRADESCO / Universidades parceiras CONSELHO SUPERIOR DO GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM

1. Cesario Ramalho da Silva, presidente 2. Alysson Paulinelli 3. Flvio Pscoa Telles de Menezes 4. Gustavo Diniz Junqueira 5. Joo Almeida Sampaio Filho 6. Plinio Mrio Nastari 7. Roberto Rodrigues

PALESTRANTES

1. Roberto Carvalho de Azevdo, Director General, World Trade Organization (WTO), Sua

2. Abilio Diniz, President, BR Foods, Brasil 3. Antonio Delfim Netto, Former Minister of Agriculture, Finance and Planning,

Federative Republic of Brazil, Brasil 4. Alain Jeanroy, President, CGB, Frana 5. Alan Jorge Bojanic, Brazil Representative, FAO, Brasil 6. Alessandro Gardemann, Director, Geonergetica, Brasil 7. Alessandro Maritano, VP, New Holland, Itlia 8. Antonio Manoel Frana Aires, Partner, Demarest Advogados, Brasil 9. Carlos Klink, Secretrio de Mudanas Climticas e Qualidade Ambiental, Brasil 10. Cesrio Ramalho da Silva, President of the Advisory Board, GAF, Brasil 11. Dante Solano Delima, OIC-Undersecretary, Department of Agriculture, Filipinas 12. David VanderGriend, President, ICM Ltd, Estados Unidos


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13. Dilip N. Kulkarni, President, Jain Irrigation Systems Ltd, India 14. Donario Lopes de Almeida, President & CEO, Canal Rural, Brasil 15. Erasmo Batistella, President, APROBIO, Brasil 16. Esteban Gomez, Partner, Clayton Utz, Austrlia 17. Etsuo Kitahara, Executive Diretor, International Grains Council (IGC), Japo 18. Evaristo Eduardo de Miranda, Researcher, Embrapa, Brasil 19. Gavin Maguire, Ag Market Colunist, Thomson Reuters, Reino Unido 20. Geraldo Bueno Martha Junior, General Coordinator, EMBRAPA AgroPensa, Brasil 21. Guilherme Nastari, Director, DATAGRO, Brasil 22. Gustavo Diniz Junqueira, President, Brazilian Rural Society (SRB), Brasil 23. Gustavo Gobrocopatel, President, Los Grobo, Argentina 24. Gustavo Rodrguez Rollero, Minister of Agriculture, Republic of Cuba, Cuba 25. Hlio Mauro Frana, Diretor, Empresa de Planejamento Logstico, Brasil 26. Henry Joseph Junior, Vice President, ANFAVEA (Associao Nacional dos

Fabricantes de Veculos Automotores), Brazil 27. Jean-Marc Anga, Executive Diretor, International Cocoa Organization (ICCO),

Costa do Marfim 28. Jean-Pierre Lehmann, Professor of international Political Economy, IMD Business

School, Sua 29. Joo Almeida Sampaio Filho, President, Consecitrus, Brasil 30. Joo Paulo Ribeiro Capobianco, President, IDS, Brasil 31. Joesley Batista, President, JBS, Brasil 32. Jose Cullen Crisol, Head of Agro & Enviroment & Commodity Markets, Swiss RE,

Sua 33. Jose Luiz Tejon, Former President, ABMR&A, Brasil 34. Jos-Manuel Silva-Rodrigues, Former Director General Agriculture, European

Commission, Blgica 35. Jos Ramos Rocha Neto, Diretor, Banco Bradesco S.A, Brasil 36. Jos Vicente Caixeta Filho, Director General, ESALQ, Brasil 37. Joseph Coompson, Chief Agricultural Economist, African Development Bank

Group, Southern Africa Resource Center, frica do Sul 38. Julio Cesar Maciel Ramundo, Managing Director, BNDES, Brasil 39. Katia Abreu, President, CNA, Brasil 40. Kumi Naidoo, Executive Director, Greenpeace International, Holanda 41. Luis O. Barcos, Regional Representative, World Organisation for Animal Health

(OIE) for the Americas, Frana 42. Luis Patricio Crespo Ureta, President, Sociedad Nacional da Agricultura do Chile,

Chile 43. Luis Roberto Pogetti, President of the Board, Copersucar, Brasil 44. Luiz Daniel de Campos, Principal Investment Officer, IFC World Bank Group,

Estados Unidos 45. Marcelo Regunaga, Former Secretary of Agriculture, Republic of Argentina,

Argentina 46. Marcio de Freitas, President, Organization of Cooperatives of Brazil, Brasil


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47. Mariano Bosch, CEO, Adecoagro, Brasil 48. Mario Sergio Cutait, President, International Feed Industry Federation (IFIF),

Alemanha 49. Mauricio Antonio Lopes, President, EMBRAPA, Brasil 50. Monika Bergamaschi, State Secretary of Agriculture and Livestock, State of So

Paulo, Brasil 51. Neri Geller, Minister of Agriculture, Livestock and Food Supplies, Federative

Republic of Brasil 52. Otaviano Canuto, Senior Advisor on BRICS Economies, The World Bank Group,

Estados Unidos 53. Plinio Mrio Nastari, President, DATAGRO, Brasil 54. Renato Buranello, Partner, Demarest Advogados, Brasil 55. Renato Casali Pavan, Presidente, Macrologistica, Brasil 56. Roberio de Oliveira Silva, Executive Diretor, International Coffee Organization

(ICO), Brasil 57. Rodrigo Mesquita, President, Instituto Peabirus, Brasil 58. Samanta Pineda, President, Pineda & Krahn, Brasil 59. Sergio Rial, President, Marfrig, Brasil 60. Thomas Heller, President, Climate Policy Initiative, Estados Unidos

GOVERNOS AUSTRALIAN GOVERNMENT AUSTRALIA UNLIMITED / BRASIL MINISTRIO DA AGRICULTURA, PECURIA E ABASTECIMENTO / CANADA / CUBA MINISTRY OF AGRICULTURE / EUROPEAN UNION / GOVERNO BRASILEIRO / GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO / IE SINGAPORE / MANITOBA TRADE AND INVESTMENT / ONTARIO CANADA / PHILIPPINES DEPARTMENT OF AGRICULTURE / REPUBLIC OF TURKEY MINISTRY OF ECONOMY / RPUBLIQUE FRANAISE FRENCH REPUBLIC EMBASSY IN BRAZIL ORGANIZAES INTERNACIONAIS FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations ICCO International Cocoa Organization ICO International Coffee Organization IFIF - International Feed Industry Federation IGC International Grains Council ISO International Sugar Organization PATROCNIO BNDES BRADESCO DEAG FMC


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PARTICIPAO ESPECIAL NEW HOLLAND SWISS RE APOIO DEMAREST / GEOENERGETICA COLABORAO AD SEGUROS / DELOITTE / ICM / IE SINGAPORE / KPMG / TEREOS APOIO INSTITUCIONAL ABCZ / ABIA / ABIEC / ABIMAQ / ABISOLO / ABITRIGO / ABMR&A / ABRANGE / AGOPA / ANDEF / ANFAVEA / APLA / APROBIO / APROSOJA / ARP / ARU / AVIMIG / BIOSUL / BRASSCOM / CCFB / CEAL / CNA / CNC / COOXUP / CRA / EMBRAPA / F.A.R.M. / FAMASUL / FEDERACIN RURAL / FORUM NACIONAL SUCROENERGTICO / IDS / OCB / ORPLANA / PLATAFORMA SINERGIA / SINDIRAES / SNA / SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA / SRA / UBABEF / UNICA AO SOCIAL, AMBIENTAL E CULTURA FOME / GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO / WAY CARBON UNIVERSIDADES AGRO UFG / AGROFEA USP / CENTEV UFV / ESALQ USP / FAAP / FEARP USP / FMB UNESP / TECNOPARQ / UFLA / UFPR / UFRGS / UFSCAR / UFSM / UNB / UNESP MDIA PARCEIRA OFICIAL CANAL RURAL / DINHEIRO RURAL / THOMSON REUTERS / UNIVERSO AGRO PARCEIROS DE MDIA A GRANJA / A LAVOURA / AG / AGRIMOTOR / AGRO DBO / ARGUS MEDIA / AVEWORLD / AVICULTURA INDUSTRIAL / BEEFWORLD / CANAMIX / CANAVIEIROS / CULTIVAR / ECOENERGIA / EFE AGRO / ENERGIA BUSINESS / GREENEA / MEIO RURAL / MUNDOCOOP / PLANTAR / PORKWORLD / PRODUZ / RURAL / SOECONOMIA / SOU AGRO / SUINOCULTURA INDUSTRIAL / UDOP

REALIZAO: DATAGRO / SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA (SRB) CURADORIA DATAGRO

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