Gastronomia2+_180211
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SALVADOR SEXTA-FEIRA 18/2/20118 2GASTRONOMIA Nutritivo e de fácil digestão,bufê oriental vira febre em camarotes
Especialidadesda culináriajaponesacaem na foliaCÁSSIA CANDRA
Foi-se o tempo em que o foliãobaiano não dispensava uma far-ta feijoada para pular atrás dotrio. Pratos peso-pesados comomocotó e dobradinha tambémentravam na dieta dos que in-vestiam na reserva de energiapara a festa. A loucura era maiscomum do que se imagina, naépoca em que os Novos Baia-nos, Caetano, Dodô e Osmarbrilhavam no encontro de triosda Praça Castro Alves.
Em 25 anos o hábito do foliãomudou da água para o vinho, oumelhor do dendê para o shoyo.A presença crescente de tema-kis, sushis e sashimis nos car-dápios dos camarotes sinaliza apreferência do público que vaipara a Avenida curtir o Carnaval.Para quem trabalha diretamen-te com a alimentação destinadaaos praticáveis, não há dúvida:só dá japonês na folia.
Toneladas de salmão“Na madrugada a praça de ali-mentação do camarote fica lo-tada. Temos várias opções parao folião, mas o sucesso do bufêoriental é indiscutível”, depõeAgostinho Nastro, que coorde-na a Praça de Alimentação doCamarote do Reino há anos.
Só no Camarote do Nana, oBuffet do Bartô atende a cercade três mil pedidos por noite. O
chef, Bartolomeu Santos, queatende o público de Momo hádez anos, faz uma boa reservade salmão para atender a de-manda: “São sete toneladas sódesse peixe para os foliões. Équase uma tonelada por dia dis-tribuída entre sushis, sashimis etemakis”, conta o chef, que temBell Marques entre os clientesassíduos do buffet com toda sua
mistura de sabores e texturas.
Leve, rica, sofisticadaA exótica culinária japonesa,pródiga em baixas calorias e ricaem nutrientes, é reconhecida in-ternacionalmente por suas qua-lidades. “É uma comida leve, defácil digestão e bem nutritiva.Dá energia para a festa e nãocausa desconforto. Eu recomen-
do”, diz a nutricionista AméliaDuarte.
Destacando os sushis comoboa fonte de carboidrato e ossashimis com seu poder de “me-lhorar o humor”, a nutricionistaalerta apenas para a questão dasegurança alimentar. “Vale ob-servar o ambiente. Como sãoalimentos crus, devem estarbem condicionados”.
A comida suave, rápida e aomesmo tempo sofisticada ga-nhou a preferência dos consu-midores e está literalmente naboca do folião. Marcelo Timbó,um dos integrantes do grupo desamba Batifun, é um deles:“Gosto muito. É leve, combinacom Carnaval. Você pode comerpara dançar. É perfeita”.
Mesmo quem não é tão fã do
“japa”, como André Ramon, vo-calista do Leva Noiz, admite queem tempo de festa é melhorresistir à tentação do dendê:“Antes de subir no palco, o ar-tista tem que abdicar de algu-mas preferências. A opção é pe-lo que pode dar certo. A comidajaponesa oferece esta seguran-ça”, pondera.
Os mais pedidosTemakis, sushis e sashimis sãoos mais pedidos nos cardápiosdos praticáveis, apesar da di-versidade gastronômica queoferece desde o acarajé ao filécomfunghi;dapizzaaorisotodecamarão – sem falar em ham-burgers, doces e salgados.
De olho no público cativo dofast food japonês, alguns blocosincluem nos carros de apoio asiguarias superfuncionais, quepodem ser servidas frias. É ocaso do Me Abraça, bloco do Asade Águia, como confirma Agos-tinho Nastro.
Cerca de 80% desse públicopreferem o temaki. “É um pro-duto que seduz o público maisjovem, atento à saúde”, analisaGeraldo Jr., proprietário da So-gee Temakeria, presente naspraças de alimentação do Pla-neta Othon e Gueto Square. Pa-ra ele, a moda fica: “É uma co-mida prática. O folião quer co-mer, mas também quer ver seutrio passar”.
Texto e Cia / Divulgação
Temakis,sushis esashimis sãoalguns dospratospreferidospara a folia
OS MAIS PEDIDOS
TEMAKI Variedade de sushiem forma de cone. Tem algamarinha por fora, arroz erecheio variado com peixe,camarão, legumes, molhose temperos diferentes. Édegustado com as mãos,como sorvete
HOT-TEMAKI É uma variaçãodo temaki que ganhou apreferência de quem nãocome peixe cru
SUSHI Bolinho de arrozcoberto por uma fatia depeixes crus
SASHIMI Peixes crus cortadosem fatias. São apreciadosmais os de água salgada,como atum, salmão, robaloe linguado
TELEVISÃO
Episcopado brasileiro se declara contrárioao formato dos reality shows nacionaisEFE E REDAÇÃO
O Episcopado brasileiro decla-rou ontem que os reality shows"atentam contra a dignidade dapessoa humana, tanto de seusparticipantes" e pediu um "es-forço comum contra a agressãoimpune aos valores morais"que, segundo sua opinião, sãoabordados nos populares pro-gramas de televisão.
A crítica foi anunciada emuma nota divulgada pela Con-federaçãoNacionaldeBisposdoBrasil (CNBB), na qual se refereao "baixo nível moral que severifica em alguns programasdas emissoras de televisão".
A nota assinala que tais pro-gramas "têm o lucro como seuprincipal objetivo" e "atentamcontra a dignidade da pessoahumana, tanto de seus parti-cipantes, fascinados por um prê-mio em dinheiro ou por fugazcelebridade, quanto do públicoreceptor que é a família bra-sileira".
Perante a "gravidade do pro-
blema" o Episcopado pede"uma reflexão profunda dasemissoras de televisão e umamaior atenção às autoridades,assim como responsabilidadeàs famílias e também aos pa-trocinadores" desses progra-mas, ao afirmar que geram um"processo de degradação da so-ciedade".
Made in BrasilNo Brasil, o formato faz sucessodesde 2000, quando a TV Globodecidiu investir no programa NoLimite, claramente inspirado no
norte-americano Survivor. Noano seguinte, percebendo o su-cesso comercial da concorrente,o SBT criou o reality show Casados Artistas, no qual celebrida-des concorriam pelo prêmio emdinheiro.
Em 2002, a TV Globo passoua exibir a versão nacional do BigBrother, programa criado em1999 pelo holandês John deMol. Atualmente, o Big BrotherBrasil está em sua 11ª edição ereúne milhões de brasileiros emfrente à TV para assistir aos pro-gramas, que contêm disputaspor liderança, indicações ao pa-redão e provas de esforço físico,psicológico ou intelectual paraganhar prêmios que variam decarros à comida da semana.
Há dois anos, a Rede Recordde televisão lançou A Fazenda,no qual artistas passam a levaruma vida rural e, assim, dispu-tam prêmios.
Outro representante do for-mato é O Aprendiz, no qual can-didatos concorrem a uma vaganuma grande empresa.
A crítica, divulgadapela CNBB, fala dobaixo nível moraldos programas e dafalta de respeito àdignidade humana
CURTAS
Radiohead aprovafilme sobre Bruna
Para liberar o uso da músicaFake Plastic Trees no longa bra-sileiro Bruna Susfistinha – O Do-ce Veneno do Escorpião, que es-treia dia 25, o grupo britânicoRadiohead exigiu assistir ao fil-me antes, para aprová-lo. Pe-dido prontamente atendido pe-lo diretor Marcus Baldini, queem outubro do ano passado le-vou para Londres uma cópia doseu trabalho, com legendas eminglês. Segundo ele, a banda,que estava muito preocupadacom o conteúdo do filme, elo-giou muito a obra e a atuaçãode Deborah Secco.
Leon Neal / AFP
Banda de Tom Yorke viu filmepara liberar música para trilha
Morre o fotógrafoRaymond D'Addario
O fotógrafo Raymond D'Adda-rio, mundialmente famoso porseus retratos dos nazistas du-rante o julgamento de Nurem-berg, morreu aos 90 anos noúltimo domingo em Holyoke(Massachusetts), informou on-tem o The New York Times, emsua edição digital. O periódico,que cita a sua filha Linda Sal-mon, destaca que seu trabalhopermitiu ao mundo conhecer orosto dos principais responsá-veis pelas atrocidades nazistas.Suas imagens foram distribuí-das gratuitamente aos diários erevistas da época.
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