Gazeta Rural nº 227

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Os vinhos portugueses estão “nos cornos da lua” diz Vasco Avilez www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 227 | 30 de Junho de 2014 | Preço 2,00 Euros

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Gazeta Rural nº 227 Uma frase de Vasco Avilez, presidente da Comissão Vitivinícola Regional de Lisboa, extraída de uma entrevista dada à Gazeta Rural, faz a manchete da edição nº 227, de 30 de Junho, onde pode ainda ficar a conhecer os resultados do VII Concurso de Vinhos da Beira Interior e a reportagem da mostra de Vinhos do Dão em Lisboa. Neste edição pode ainda ficar a conhecer as expectativas do autarca de Penedono sobre a Feira Medieval, os eventos de cariz vínico e gastronómico que se realizam em vários pontos do país, assim como outras notícias da última quinzena que marcam a actualidade do mundo rural.

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Os vinhos portugueses estão “nos cornos da lua”

diz Vasco Avilez

w w w . g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 227 | 30 de Junho de 2014 | Preço 2,00 Euros

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Sum

ário

04 Mercado Ribeirinho atraca em Constância

05 Evento enogastronómico promove produtos de Dão Lafões

06 Há Festa na Aldeia chega a espaço de referência do Grande Porto

07 Feira da Tigelada marca arranque do processo de certificação

08 II Feira Agro-florestal reúne o mundo rural em Pon-te de Sor

09 A essência da terra regressa a Torres Vedras 10 Os vinhos portugueses estão “nos cornos da Lua”, diz Vasco Avilez

13 Vinícola Castelar lança novo espumante Castelar Bairrada 2010

14 “Dão Capital – Mostra de Vinhos e Iguarias”

16 Feira do Vinho Verde de Castelo de Paiva espera milhares de visitantes 18 Branco Marquês d’Almeida Branco 2013 venceu VII Concurso de Vinhos da Beira Interior

25 Multidão visitou a Feira Nacional do Mirtilo

26 Smartgear: o casaco inteligente para bombeiros criado pela EPMS

27 Raça e consumidores ganham com certificação do porco preto

28 I Congresso Nacional de Turismo Rural revelou-se um enorme sucesso

30 Vila Real quer certificar e criar confraria para pro-mover o covilhete

31 Associação da Castanha alerta contra nova praga detectada em Portugal

32 Produtos Kohser é uma fileira a desenvolver e pro-mover

33 Economia de proximidade faz sentido, apesar de globalização

34 Investigação abre caminho ao combate ao nemá-todo do pinheiro

35 Sete municípios criam Agência para o Desenvolvi-mento da Serra da Lousã

37 Nelas homenageou presidentes de Câmara eleitos

38 Monliz investe 18 milhões de euros em Alpiarça

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Produtos Locais, artesanato, turismo de interior, hortofru-tícolas e plantas, cinema, música, actividades de desporto e aventura, gastronomia tradicional e muita animação compõem o cardápio do Mercado Ribeirinho de Constância, a realizar de 11 a 13 de Julho, no POMTEZE.

Este evento de três dias, da TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, da Junta de Freguesia e da Câmara de Constância, acrescenta ao mercado de produtos locais e artesanato mais uma componente, o tu-

“Terras do Lince – Produtos Locais” é a designação com que a Câmara de Penamacor quer relançar a sua feira de verão, que não se realizava desde 2009, e que decorrerá de 11 a 13 de Julho.

Em Conferência de Imprensa, realizada na antiga Casa da Câ-mara, ao Cimo de Vila, o presidente António Beites começou por referir que o que se pretende é um outro modelo de feira, com um novo enquadramento em termos de filosofia e de espaço fí-sico, a reflectir uma aposta clara na valorização do património histórico-cultural e natural do concelho, muito particularmente do património monumental concentrado na zona histórica da Vila, razão por que o certame, que abandona o Terreiro de Santo António, passa a ocupar, entre outros espaços, as ruas e casas do perímetro medieval, visando a sua revitalização. Naturalmen-te que as valorizações dos produtos locam, designadamente dos produtos agrícolas, que vão ter um espaço próprio, continua a ser o principal objectivo. Mas, ainda segundo António Beites, o sucesso só será garantido na medida em que as pessoas ade-rirem, daí o seu apelo ao envolvimento da população, que deve tomar este evento como uma oportunidade de complementar o seu rendimento familiar, tomando a iniciativa de montar o seu negócio nos espaços disponibilizados, quer pelo município, quer pelos particulares que dispõem de casas devolutas nas imedia-ções do Castelo.

Quanto à animação musical, sem contemplar grandes e dis-

“Terras do Lince – Produtos Locais”, de 11 a 13 de Julho

Penamacor procura novo enquadramento para a sua Feira de verão

No segundo fim-de-semana de Julho

Mercado Ribeirinho ‘atraca’ em Constância

pendiosos espectáculos, teve em conta os vários gostos e con-textos geracionais, oscilando entre a música e danças tradicionais que os vários grupos do concelho levarão ao palco do Largo do Castelo, na tarde do dia 13, e o rock protagonizado pelos “Ferro e Fogo”, no mesmo local, mas na noite do dia 12. Pelo meio, um grande concerto proporcionado pela banda sinfónica da Força Aérea, que se realizará pelas 18 horas do dia 12, na Praça Nova do ex-Quartel. O evento é financiado pelos fundos do Programa Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do QREN e dos programas PROVER e Mais Centro.

rismo de interior. As empresas de animação turística e unidades de alojamento em espaço rural da região foram desafiadas pela organização a mostrar a suas ofertas aos visitantes dos Mercados Ribeirinhos, no encontro dos rios Zêzere e Tejo.

Haverá, também no PomTeze, nas manhãs do fim-de-semana, mercado de produtos hortofrutícolas e plantas que serão anima-dos no sábado, dia 12, com uma demonstração de cozinha ao vivo pelos agricultores. No domingo será a vez do Grupo de Cantares da Universidade Sénior de Constância actuar durante a mostra e comercialização destes artigos frescos.

Este festival, da estratégia de eficiência colectiva PROVERE - Mercados do Tejo - Rede para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Tejo, tem integrado no primeiro dia, a 11 de Julho, o encontro final do projecto Tejo/Tajo Vivo. Com um programa pró-prio, a decorrer no Centro Náutico de Constância, esta iniciativa juntará os 17 parceiros portugueses e espanhóis da Rede para a valorização dos territórios vinculados ao Tejo para assinatura de novo protocolo de cooperação transnacional.

No local onde se centra a maioria das actividades do Merca-do Ribeirinho de Constância, apoiado pelo Programa Operacional Regional do Centro - Mais Centro, do Quadro de Referência Estra-tégica Nacional (QREN) e pela Abordagem LEADER, do Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR), existirá também uma tasqui-nha no espaço Zêzere com gastronomia tradicional, confeccio-nada pelo Clube Estrela Verde. Uma taberna com petiscos e vinhos da região, dinamizada pela JICA – Juventude Inovadora com Atitu-de, será outra das estruturas a dar apoio ao evento.

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Os melhores produtos da região de Dão Lafões, entre os quais o vinho, vão estar em destaque num evento enogastronómico em Viseu, que quer atrair turistas nacionais e estrangeiros.

O Prove Viseu Dão Lafões vai na segunda edição e decorrerá no Mercado 2 de Maio, de 4 a 6 de Julho. “Terá o que de melhor a região produz no que diz respeito aos seus produtos regionais: carnes, enchidos, fumeiros, queijos, compotas, frutas e vinho”, referiu Nuno Botelho, da Essência do Vinho, que produz este evento organizado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões.

Segundo Nuno Botelho, durante estes dias, estará a funcio-nar um mercado com dezenas de produtos da região que os visi-tantes poderão degustar e adquirir. O programa inclui também a participação de restaurantes dos concelhos de Viseu, Penalva do Castelo, S. Pedro do Sul e Oliveira de Frades, que vão servir comi-da regional e sessões de cozinha ao vivo com os chefes Chakall, Hugo Nascimento e Marlene Vieira.

O vinho terá sessões específicas, destinadas a profissionais e apreciadores, com os temas “Brancos do Dão para o dia-a-dia”, “Loucos pela Touriga Nacional”, “Encruzado, brancos de excelên-cia”, “Tintos do Dão para guardar” e “Rosés do Dão para acom-panhar o mundial”. “Vamos desenvolver as conversas a copo, dando pequenas dicas e informações sobre consumo do vinho a copo”, acrescentou Nuno Botelho.

O vice-presidente da autarquia anfitriã, Joaquim Seixas, con-siderou que Viseu, num “conceito de cidade-região, precisa des-tas realizações qualificadas que a promovam como destino de eventos e destino turístico atractivo”. “Viseu e o Dão têm de se mostrar ao país e às regiões vizinhas”, frisou, acrescentando que os vinhos e a gastronomia são fundamentais “nesse caminho de

No Mercado 2 de Maio, em Viseu, de 4 a 6 de Julho

Evento enogastronómico promove melhores produtos Dão Lafões

promoção”.Na sua opinião, “Viseu e o Dão são marcas que ganham uma

com a outra: Viseu confere a centralidade que o Dão precisa e o Dão confere a Viseu a sua alma de cidade vinhateira”.

Joaquim Seixas congratulou-se com a “boa saúde de coope-ração institucional de que hoje a região beneficia” e sem a qual considera que não se conseguirá afirmar.

O evento conta com o apoio do Turismo do Centro, da Câ-mara de Viseu e da Comissão Vitivinícola Regional do Dão e é co-financiado pelo programa operacional “Mais Centro”.

Para o presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado, o Prove Viseu Dão Lafões “é um evento que sofistica a oferta, cria animação no território, no destino”. “Por força disso, creio que estamos a fazer um trabalho consistente do ponto de vista da afirmação da marca de Viseu e da região”, realçou.

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De 4 e 6 de Julho, a aldeia de Poceirão é palco da XXV edição da Feira Comercial e Agrícola de Poceirão, numa organização da As-sociação da Feira, com o apoio da União de Freguesias de Poceirão e Marateca e da Câmara de Palmela, que além do apoio técnico e logístico, atribuiu um apoio financeiro de quatro mil euros.

A valorização do mundo rural, assente na grande qualida-de dos produtos locais, é o principal objectivo do certame, que aposta na exposição e venda de hortofrutícolas e nas exposições de gado e de máquinas agrícolas, mas também na mostra do as-sociativismo local, com grande dinamismo. A gastronomia e os vinhos desta região têm lugar de destaque na feira, que se cons-titui como momento privilegiado de afirmação das potencialida-des da freguesia, bem como de convívio entre as populações. No total, está prevista a participação de cerca de oito dezenas de expositores.

Espectáculos musicais e de dança, desporto e actividades equestres são alguns dos principais atractivos do programa de animação, que integra, também, o seminário “Agricultura família portuguesa: produzir, alimentar, preservar recursos, desenvol-ver”, organizado pela AADS – Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal e pela CNA – Confederação Nacional de Agri-cultura. Durante a tarde de domingo, a partir das 18 horas, um

A aldeia de Couce, no concelho de Valongo, é o próximo des-tino do Há Festa na Aldeia, nesta edição com dois dias de “inten-sa actividade em contacto directo com a natureza”, num espaço considerado de referência no Grande Porto.

Slide, arvorismo, canoagem, passeios a cavalo, tiro com arco, trekking, escalada, técnicas de progressão vertical, aulas de yoga

Mundo rural em festa entre 4 e 6 de Julho

Feira Comercial e Agrícola de Poceirão vive XXV edição

Actividades de natureza marcam programa de Couce

‘Há Festa na Aldeia’ chega a espaço de referência do Grande Porto

– marcam a programação nos dias 5 e 6 de Julho, mas há mais um conjunto de outras iniciativas para quem visitar esta povoa-ção em pleno coração das serras de Santa Justa e Pias.

No sábado, antes do ensaio aberto dos Karrossel com o Grupo Folclórico as Padeirinhas de Valongo, há arruadas (a par-tir das 12h00) pelo Grupo de Cavaquinhos da Universidade Sé-nior de Oliveira de Azeméis e Banda da Aldeia.

No domingo, as actividades arrancam às 10 horas com o “Desfile de Pasteleiras”, que promete muita animação. O folclore preenche a tarde, que termina com a actuação dos Karrossel, uma das novidades do Há Festa da Aldeia deste ano.

Jogos Tradicionais, segunda ronda do Campeonato HFA, Mercado da Aldeia – com produtos locais e petiscos -, oficinas e recriação da venda tradicional do biscoito são outros dos mo-tivos de interesse.

“Há Festa na Aldeia” é um projecto pioneiro de desenvolvi-mento do território, criando um novo foco de atractividade em espaços rurais com características próprias - Areja, Couce, Por-to Carvoeiro, Ul e Vilarinho de S. Roque, precisamente as cinco “Aldeias de Portugal” em Terras de Santa Maria.

Promovido pela ADRITEM, - em parceria com os municípios de Albergaria-a-Velha, Gondomar, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira e Valongo -, o projecto financiado pelo Progra-ma de Desenvolvimento Rural (PRODER) propõe o envolvimento activo da população estimulando os usos e costumes, as tradi-ções culturais e a gastronomia.

desfile etnográfico pelas ruas da aldeia dará a conhecer mais um pouco da história desta localidade, intimamente ligada ao trabalho da terra.

A Feira Comercial e Agrícola de Poceirão abre ao público a 4 de Julho, às 18 horas, com uma cerimónia oficial no Pavilhão das Adegas.

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A Câmara de Castelo Branco investiu 200 mil euros na Bienal do Azeite 2014, um certame de carácter nacional que vai contar com mais de 100 expositores e no qual são esperados cerca de 70 mil visitantes.

“A IV edição da Bienal do Azeite 2014 integra-se na nossa es-tratégia para o sector agroalimentar e pretende também promo-ver os nossos produtos locais, para além do azeite”, referiu o pre-sidente da Câmara de Castelo Branco. Luís Correia, que falava na apresentação do certame, realizada nos Paços do Concelho de Castelo Branco, explicou ainda que durante o evento, que decor-re de 4 a 6 de Julho, vai haver animação permanente. O autarca sublinhou ainda que a Bienal do Azeite pretende ser “uma forma de incentivar os produtores de azeite e de azeitona de mesa e promover esses produtos”.

O certame vai ocupar a zona do centro cívico de Castelo Branco (Devesa), com dois espaços, um dos quais dedicado aos

Certame conta com mais de 100 expositores e decorre de 4 a 6 de Julho

Câmara de Castelo Branco investe 200 mil euros na Bienal do Azeite

produtos locais da Beira Baixa, com venda directa de produtos. As seis regiões do país de Denominação de Origem Protegida

(DOP) para azeites vão estar presentes em Castelo Branco, tendo como principal objectivo a promoção e divulgação da azeitona, azeite e produtos associados.

Uma das novidades para este evento é a realização de uma conferência dedicada ao tema “Azeitona de Mesa em Portugal: Potencialidades e Perspectivas”, que decorre no dia 4 de Julho, na biblioteca municipal de Castelo Branco, a partir das 14,30 ho-ras. “Trata-se da primeira conferência sobre azeitona de mesa realizada em Portugal”, referiu João Almeida, da Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI), um dos parceiros oficiais do certame.

A Bienal do Azeite 2014 é uma organização conjunta da Câ-mara de Castelo Branco, APABI, Confraria do Azeite e Casa do Azeite.

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Nos dias 11 e 12 de Julho a Agrobio promo-ve em Lagos a Festa Bio, uma Feira Regional de Agricultura Biológica que terá um merca-do de produtos biológicos na Praça Luís de Camões assim como diferentes palestras no Salão Nobre dos Antigos Paços do Concelho.

A feira acontecerá da parte da manhã, à excepção da sardinhada marcada para ao fim da tarde de sexta-feira na Quinta das 6 Ma-rias, uma exploração em modo de Produção Biológico. A participação no jantar está sujei-ta a inscrição através da Agrobio.

A Festa Bio é uma nova feira da Agrobio, que tem como o propósito de associar a agri-cultura biológica ao ambiente de festa dos dias quentes a sul do país. A Agrobio pretende divulgar por todo o país uma agricultura ami-ga do ambiente em oposição à agricultura convencional e à agricultura transgénica. A ideia é consciencializar o público do que sig-nifica a palavra biológico no que se refere à agricultura e mostrar como esta pode de fac-to alimentar o mundo.

Aos 29 anos de existência a Agrobio cria uma nova feira que certamente se irá prolon-gar no tempo em diferentes locais veranean-tes.

No espaço privilegiado da Zona Ribeirinha de Ponte de Sor, integrada nas Festas da Cidade, de-corre de 4 a 6 de Julho a II Feira Agro-florestal, ini-ciativa organizada pela Aflosor – Associação dos Produtores Agro-florestais de Ponte de Sor, com o apoio da Câmara Municipal e o patrocínio do Crédi-to Agrícola do Nordeste Alentejano.

A II Feira Agro-florestal reúne 38 expositores ligados à produção agrícola, agro-indústria e ser-viços relacionados com os sistemas de agricultura regionais. Várias actividades lúdicas e culturais ani-marão o evento, onde se poderão também apreciar e degustar as especialidades gastronómicas locais.

Antecedendo a inauguração da II Feira Agro--florestal, será realizado um colóquio subordinado ao tema “Estratégias para os sistemas agro-flores-tais alentejanos”, que contará com a presença, en-tre outros, do Secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque.

Nesse encontro, serão divulgados os aspectos mais relevantes para a região relativos à nova Polí-tica Agrícola Comum e as oportunidades e ameaças com que se depararão os sistemas agro-florestais extensivos num quadro nacional e global a partir de 2015.

Nos dias 11 e 12 de Julho

Feira Regional de Agricultura Biológica estreia-se em Lagos

De 4 a 6 de Julho, integrada nas Festas da Cidade

Feira Agro-florestal reúne mundo rural em Ponte de Sor

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As cores, cheiros e sabores da Feira Rural vão “invadir” mais uma vez o centro de Torres Vedras, no próximo dia 5 de Julho, entre as 8 e as 18 horas. Em cerca de 250 bancas os visitantes poderão adquirir produtos típicos do concelho de Torres Vedras e da região Oeste, nomeadamente hortícolas, frutas, artigos de agricultura biológica, flores, plantas, vinhos e outras bebidas, pão, doçaria (realçando-se o pastel de feijão), queijos, enchidos, artesanato (contemporâneo e tradicional), antiguidades, velha-rias e artigos de numismática, de coleccionismo e outros.

De salientar que desde o ano transacto a Feira Rural conta com a presença de produtores de vinho no Largo de S. Pedro, onde há a oportunidade de se provar os melhores vinhos do con-celho de Torres Vedras e ainda outros da região Oeste, e com uma Mostra Gastronómica no Largo de Wellington, que decor-re entre as 12 e as 15 horas, levada a cabo por restaurantes do concelho de Torres Vedras. Esta mostra, não só proporciona as especialidades dos mestres de cada restaurante, mas também a degustação dos melhores produtos da terra, na época da sua colheita. Os restaurantes aderentes são a Adega do Miguel, A Cerca, O Moinho do Paul, O Beirão, Saborear e Pátio do Faustino.

Para além de muita animação com grupos do concelho, aos mais novos continua a ser disponibilizado um serviço lúdico--pedagógico. Será ainda disponibilizado aos visitantes um com-boio turístico que circulará gratuitamente num trajecto próximo à feira.

A Feira Rural é uma organização da Câmara de Torres Vedras e prosseguirá nos primeiros sábados do mês até Outubro. A ex-cepção é em Agosto, em que a feira terá lugar em Santa Cruz.

Feira de S. Pedro decorre até dia 6 de Julho

A Feira de S. Pedro, o maior certame agroindustrial e comer-cial da região Oeste, está a decorrer em Torres Vedras até 6 de

Pela quarta vez este ano

Essência da terra regressa a Torres Vedras Julho. Pólo de convivência habitual dos torrienses e da popula-ção do Oeste, a Feira de S. Pedro constitui uma demonstração da pujança empresarial desta região, mantendo-se no entanto fiel à sua matriz inicial de características populares.

Com mais de 700 anos de existência, esta feira desde os seus primórdios reflectiu o dinamismo de Torres Vedras, tendo a sua centralidade em relação a uma vasta região sido a razão do seu florescimento, sendo actualmente uma das maiores feiras ge-neralistas do país, pelo seu número de visitas, sendo esperadas mais de 200 mil pessoas.

O certame conta, este ano, com cerca de 200 expositores, 9 tasquinhas, 4 restaurantes, feirantes tradicionais, divertimen-tos e zona de animação nocturna. Do programa de animação do evento farão parte várias iniciativas, como animação itinerante, actuações de ranchos folclóricos, música, demostrações de ac-tividade física e muito mais.

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Presidente da CVR Lisboa à Gazeta Rural

Os vinhos portugueses estão “nos cornos da Lua”

Conversar com Vasco Avilez é um mis-to de prazer e sedução. O “senhor vinho” fala do sector com paixão e o conhe-cimento de quem por lá anda há muito tempo. Assistiu e acompanhou a mudan-ça verificada no último meio século nos vinhos portugueses, afirmando, de forma convicta, que hoje estão “nos cornos da Lua”.

No balanço à Mostra de Vinhos, que decorreu no Campo Real, em Torres Ve-dras, o presidente da Comissão Vitiviní-cola Regional de Lisboa (CVRL) defende a necessidade de continuar a promover este tipo de acções para dar a conhecer uma região pouco conhecida e que re-centemente mudou de nome.

A terminar mais um mandado de três anos na CVRL, Vasco Avilez quer passar o testemunho, até porque precisa de tempo para estudar, já que está a fazer o curso de Diácono, pois “como católico prati-

cante, a melhor maneira que um leigo tem de ajudar a igreja é envolver-se”. Porém, mostra-se disponível para continuar na CVRL, porque, justifica, “tudo o que se recebe de graça, que é o conhecimento, tem que se dar de graça”.

Gazeta Rural (GR): Como decor-reu em Torres Vedras?

Vasco Avilez (VA): Este evento faz parte de um conjunto de várias iniciativas que visam promover a nossa região. Os vi-nhos têm óptima qualidade, mas são pou-cos conhecidos, porque a região também o é e com o nome ‘Lisboa’ ainda menos, porque só mudou de nome há oito anos.

Tendo necessidade de dar a conhecer os vinhos da região, temos que promover eventos durante todo o ano, porque só assim as pessoas se habituam à ideia que há estes vinhos, que são bons e que têm lugar no nosso dia-a-dia. No dia em que

eu já não poder, há-de haver outra pes-soa que os faça.

GR: Disse, “no dia em que eu já não poder”. Há, contudo, um movi-mento que quer que faça mais um mandato. Esta disponível?

VA: Estou disponível para tudo, mas já não tenho idade. Vou fazer 67 anos. Os mandatos são três anos e isto já não é para ser feito por uma pessoa de 70. Não estou a dizer que aos 70 anos não se vale nada. Vale tudo e tem-se experiência, mas já não tanta genica. Sabe Deus a força que é preciso ter para fazer estas coisas, que são necessárias.

Quando falo de uma pessoa mais nova, digo isso no sentido de vida, de hu-manidade. Nós passamos os testemunhos de geração em geração e era isso que eu queria dizer.

GR: Tem noção do trabalho que fez na promoção desta região, que lhe deve muito?

VA: Digo isso de outra maneira. Gra-ças a Deus este trabalho tem sido diver-tido, no sentido de encher a vida. Eu vibro com isto e só vibro da mesma maneira com os meus filhos e netos, porque isto me enche a vida. É uma vocação que se tem estado a realizar e isso deixa-me todo contente.

GR: Com essa ‘vibração’ toda, como olha a região?

VA: A região é fruto do trabalho de muita gente. Nada disto era possível se assim não fosse. Uma pessoa sozinha nunca consegue nada e eu vejo sempre isso com base em equipas. Eu tenho uma equipa e sei que as coisas correm bem, porque treinamos isto juntos, sendo que muitas coisas eles aprenderam comigo, mas o trabalho vem de trás. Há um traba-lho que vem desde os anos 70 de melho-

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rar a qualidade dos vinhos da região. Isto era o Oeste. Não era o faroeste, mas em vinhos era quase.

A qualidade destes vinhos era desas-trosa e nem era preciso que fosse boa, porque eram todos para destilar, para fa-zer aguardente para o vinho do Porto. Só deixou de ser assim em 86, quando ade-rimos a União Europeia, em que o vinho do Porto passou a comprar aguardente noutros sítios, que não só Portugal. As de-zenas de destilarias desta região fecha-ram quase todas e o vinho, que era para destilar, de repente teve de ser vendido. As pessoas não gostavam, porque o vinho não era para beber, mas sim para destilar. Foi preciso reconverter as vinhas e produ-zir vinhos de primeiríssima qualidade, que é isso que temos agora no mercado.

Já estou há 45 anos no vinho, já é uma história comprida, e este trabalho já vem antes de mim. De facto, hoje em dia a qualidade dos vinhos desta região é imba-tível e o binómio qualidade-preço é único em Portugal.

GR: Lisboa é, reconhecidamente, é uma região de vinhos brancos?

VA: Vinhos atlânticos. Esta região

é acompanhada, pelo lado oeste, pelo Atlântico e têm uma coisa única em Por-tugal. É uma região com 40 quilómetros de largura e 200 de comprimento. No meio desses 40 quilómetros há uma cor-dilheira de montanhas, que começa com a Serra de Sintra, passa por Montejun-to, Candeeiros, Serra de Aire e, por fim, a Serra da Estrela. E então, por influência do Atlântico e por causa das monta-nhas, concentra-se no litoral. E os vinhos do Atlântico têm acidez e acompanham lindamente peixe e marisco ou comidas impossíveis, como ovos, cogumelos ou espargos. Se for um Arinto, nem dá conta que está a comer ovos, porque ‘lava tudo’, no bom sentido, de ser agradável na boca. É uma coisa extraordinária.

Depois da montanha, mais para o in-terior, há um clima mais continental, a 20 quilómetros do mar, que tem tintos fan-tásticos. Uma vez que começaram a pôr as variedades certas, num misto de castas nacionais e algumas estrangeiras, come-çaram a fazer lotes, hoje temos vinhos de que os portugueses gostam imenso, que compram, que apreciam e que acompa-nham lindamente a nossa gastronomia. De tal maneira assim é, que na região, do

lado Atlântico, temos três empresas liga-das ao bacalhau, normalmente concen-tradas na região de Aveiro. Duas dessas empresas também produzem vinho, o que é fantástico. Aliás, os nossos vinhos tintos acompanham muito bem o bacalhau.

GR: Fugindo um pouco da região. Anda há 45 anos no sector. Como olha hoje para o panorama dos vi-nhos portugueses?

VA: É extraordinário. Eu comecei a trabalhar em 1970. O enólogo da firma foi o meu mentor, que me ensinou tudo. Eu tinha 22 anos e não sabia nada, para além de andar de mota. Esse homem era o professor Manuel Vieira, pai do enólogo Manuel Vieira, que até há pouco esteve na Sogrape. Era um homem extraordinário. Disse-me, na altura, que isto dos vinhos é muito simples: “Portugal tem seis vinhos bons, o resto não presta para nada”. Re-feri-lhe que, nessa altura, tínhamos vinhas pelo país inteiro, ao que ele me respondeu que os vinhos eram mal feitos. Quando morreu, no final da década de 80, já não chegavam os dias do ano para só beber vinhos bons.

É fantástico o que este país fez nos

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vinhos, mas há uma razão. O engenheiro Manuel Vieira criou no Instituto Superior de Agronomia, e depois em Vila Real tam-bém, enólogos que traziam três ou quatro ‘chavões’ na cabeça importantíssimos. Um deles era a maneira de negociar o vi-nho. Nessa altura, todo o vinho em Por-tugal era negociado com base no grau alcoólico. A base era 12 e era a única coisa que interessava. A nova geração de enó-logos deitou a baixo esse chavão e apon-tou as formas de colheita, a separação das uvas por castas e a aposta na quali-dade como novas fórmulas de chegar ao sucesso. Os vinhos passaram a ser outra coisa e mudaram da noite para o dia. Isto aconteceu tudo debaixo dos meus olhos.

GR: E hoje os vinhos portugueses estão no primeiro patamar, em ter-mos mundiais?

VA: Os vinhos portugueses estão nos ‘cornos da lua’. É fantástico o interesse que os nossos vinhos têm fora de Portugal. Mas há mais uma razão: É que a par destes avanços técnicos, a par disto tudo, Portu-gal tem 350 castas autóctones, 100 bran-cas e 250 tintas, em números redondos, para poder escolher, o que é uma coisa única. Pode fazer vinhos com a maior va-riedade possível. Os nossos vinhos não enjoam, o que acontece se bebermos só vinhos do Chile ou da Argentina.

GR: Qual é o próximo desafio que tem pela frente?

VA: Podia dizer-lhe que são os meus 11 netos. Não é. Tenho tido na vida toda, eu e a minha mulher, as maiores bênçãos, com os filhos, que estão todos formados, felizes, casados, com filhos e todos com trabalho. Tenho que dar graças a Deus todos os dias, porque isto é fantástico, e porque a maior parte das famílias não têm esta sorte.

Então, pensei em ajudar a nossa Igre-ja. Sou católico praticante e a melhor maneira de que um leigo tem de ajudar a Igreja é envolver-se. Então, estou a ti-rar o curso de Diácono. Mas imagine que são 5 anos! É um curso universitário e não é nada fácil, mas já vou no segundo ano.

Tenho exames, tenho notas e sabe Deus o que tenho de estudar.

Adormeço à noite a estudar e os meus netos disputam as notas todas uma a uma. “Avô, esta semana tive exame a teologia geral. (Não sabem o que é). Quanto é que o avô teve? Respondi: 14. Diz-me ele: Eu tive 16! A que? Pergunto: Estudos do meio.

As notas são todas disputadas, mas ao mesmo tempo permite-me estar mais perto de todos.

Vivo em Sintra, que já tem imensa gente. Hoje em dia, porque a medicina permite, as pessoas vivem mais anos, mas chegam a uma idade em que precisam de ajuda. Se não conseguem ir a Igreja, le-vamos a comunhão a casa. É isto que faz o ministro da Comunhão e o Diácono faz mais ou menos a mesma coisa. É para aju-dar os outros e para ajudar a Igreja.

Sempre fui o mais novo em tudo. Co-mecei a trabalhar aos 20 anos, fui presi-dente da ViniPortugal ainda muito novo. No caso do curso que estou a fazer, não

me inscrevi, foi o pároco que me convi-dou. Foi ao Seminário dos Olivais e quando me perguntaram a idade (tinha 64 anos), disseram-me que não podia ser, pois era só até aos 60. A questão foi colocada ao Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Poli-carpo, que me conhece e disse sim. Então, o próximo desafio é esse.

De facto, preciso de mais tempo e com o trabalho que tenho, o tempo não chega para estudar e esta é outra coisa que me leva a encarar a reforma. No en-tanto, já me têm dito que precisam de mim para ‘treinar’ uma pessoa. Claro que estou disponível.

Há outra coisa que me anima desde há imenso tempo. Tudo o que se recebe de graça, que é o conhecimento, tem que se dar de graça. Não estou a falar no sen-tido de não ganhar ordenado, mas pelo simples facto de que se eu sei alguma coi-sa que faz falta a outros, tenho obrigação de passar esse conhecimento. Passo, com certeza.

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A Vinícola Castelar acaba de lançar no mercado o novo espu-mante Castelar Bairrada 2010, 100% Baga. A empresa sedeada na região mais famosa na produção de espumantes em Portugal aposta neste novo produto no seu porte-fólio, para este início de verão e no qual tem elevada esperança de su-cesso, pela qualidade excepcional que o mesmo apresenta.

O novo espumante foi feito de uvas da casta nobre da Bairrada, a Baga, oriundas de vinhas com cerca de 30 anos, vindimadas no estado ideal de maturação para a reali-zação de um espumante “blanc de noir”, equilibrado e de qualidade. Durante a vinificação, optou-se por uma prensagem muito suave e por uma temperatura de fermentação controlada.

A espumantização pelo método clássico iniciou-se em Março de 2011, refermentando em garrafa na cave a 15 °C, seguindo um período de es-tágio, sobre borras, de três anos. No final o espumante apresenta uma cor rosada, com efervescência continua e abundante e um aroma a frutos vermelhos. Na boca sente-se uma frescura intensa e uma acidez viva, proporcionando um final de boca bem estruturado e persistente.

Espumantes produzidos pelo método clássico

Os espumantes produzidos na Vinícola Castelar são produzidos através do método clássico, usado na região de champagne, com toda a fermentação feita em garrafa.

Feito de uvas da casta Baga

Vinícola Castelar lança novo espumante Bairrada 2010

“É um método que implica mão--de-obra e empate de capital, de acordo com imposições legais para a produção de espumantes DOC”, refere o enólogo Manuel Póvoa.

Sem produção própria, a Viní-cola Castelar aposta na compra de uvas e vinhos a produtores, acom-panhando todo o processo, desde a vinha até à vinificação, de modo a que sejam cumpridos todos os pata-mares de qualidade que a empresa requer. “Procuramos escolher vinhos no mercado para o fim que temos em vista e que vão de encontro aos nos-sos interesses”, refere o enólogo.

Para além de espumantes, a Vinícola Castelar tem no seu por-tefólio vinhos brancos e tintos, fei-tos a partir de uvas das regiões da Bairrada, Douro e Alentejo, “sempre feitos sobre o nosso controle”, sa-lienta Manuel Póvoa, que, na Bair-rada, aposta na Baga e na Touriga Nacional, duas castas que, diz, “dão o melhor casamento”.

O enólogo destaca a impor-tância da aposta na Baga, durante muito tempo a casta ‘maldita’, e que hoje, como o trabalho na vinha, com a monda, a evolução enológica e as técnicas de estágio em madeira, mostra todo o seu potencial para produzir grandes vinhos.

Sector do vinho vive dias menos bons

A situação actual que se vive no país e no mundo tem dificultado a tarefa aos que resistem no sec-tor, que atravessa “um momento complicado”, diz Vanda Paiva. Esta responsável da Vinícola Castelar destaca a questão das “vendas e as dificuldades de cobrança”, a que se juntam “problemas nalguns mercados externos, nomeada-mente o aumento de impostos e um conjunto de regras que estão a colocar alguns entraves na entrada dos produtos portugueses”, como está acontecer com Angola e Brasil. Quanto à China, Vanda Paiva salien-ta as dificuldades de entrar naquele mercado e, sublinha, “mais compli-cado é continuar a trabalhar la”.

No mercado Nacional, a quebra nas vendas tem-se vindo a acentuar,

com a diminuição do con-sumo, pois “as pessoas não têm dinheiro para comprar vinho”, o que se reflecte de-pois em toda a cadeia. Com a chegada do Verão, Vanda Paiva mostra-se confiante numa boa rotação dos pro-dutos, nomeadamente nos espumantes e nos frisantes, um mercado que diz estar em “ascensão”, nomeadamente por parte dos jovens.

Pelo meio a ligação ao futebol. A Vinícola Castelar tem produzido produtos para clubes como o FC Porto, Sporting CP e SL Benfica, que comemo-rou o XXXIII campeo-nato com um espu-mante da Vinícola Castelar, disponível no mercado.

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O evento “Dão Capital – Mostra de Vinhos e Iguarias” que se realizou no Palacete Henrique de Mendonça, em Lisboa, contou com uma grande receptividade dos profissionais e do público em geral, demonstrando, assim, o sucesso da primeira edição do evento.

O entusiasmo dos visitantes fez-se sentir desde o início, que elogiaram o espaço e todo o conceito do evento. Mostraram--se, também, bastante agradados com a presença dos vinhos, mas também de produtos gastronómicos de referência na re-gião do Dão.

O “Dão Capital”, que teve como objectivo promover os vi-nhos do Dão, a respectiva Rota e os produtos endógenos da Região, proporcionou condições de promoção e venda a todos

Promoveu a Rota e os vinhos do Dão

“Dão Capital – Mostra de Vinhos e Iguarias” atingiu objectivos

os produtores presentes, que aproveitaram para divulgar os seus produtos junto do público.

Também as actividades paralelas realizadas (Provas Comen-tadas e Seminário/Workshop) fizeram sucesso, cujas inscrições ultrapassaram as expectativas.

No balanço final, o evento, organizado pela CVR do Dão, atin-giu os objectivos a que se propôs. Reforçar a presença dos vinhos do Dão, fomentar uma maior relação de interesse comercial entre restaurantes e produtores, incentivar os consumidores a optarem pelos vinhos do Dão, aumentar a notoriedade da Região Demar-cada e promover o projecto da Rota dos Vinhos do Dão foram metas alcançadas, pelo que será uma iniciativa a repetir.

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No primeiro fim-de-semana de Julho, Castelo de Paiva promove um certame de referência a nível nacional e que começa já a transpor fronteiras. A Feira do Vinho Verde, do Lavrador, Gastronomia e Artesanato tem lugar de 4 a 6 de Julho e são esperados mui-tos milhares de visitantes.

Realizado no emblemático Largo do Conde em Sobrado, o evento, que vai já na XVII edição, reúne os principais produtores engarrafadores de vinho Verde, artesãos e restaurantes do Município. Durante três dias, milhares de pessoas podem provar e adquirir o premiado vinho verde de Castelo de Pai-va e, em simultâneo provar petiscos típicos onde não faltam os doces e os enchidos, bem como os pratos mais representativos da gastronomia do concelho. A mostra de artesanato e um programa de animação de-dicado ao folclore português, completam um cartaz de sucesso garantido.

De 4 a 6 de Julho, Monção volta a re-ceber a Feira do Alvarinho, um dos certa-mes mais emblemáticos e procurados da região, que este ano volta a ter por palco o Campo da Feira. O certame conta com 104 expositores, divididos por uma área coberta e outra descoberta.

No espaço descoberto marcam pre-sença 63 expositores, entre artesanato, instituições sociais, culturais e desportivas, organização e patrocinadores oficiais. No espaço coberto, localizam-se os produ-tores de Vinho Alvarinho (25), tasquinhas/ranchos (10) e fumeiros/doçaria (6). Na presença edição, estará ainda disponível um espaço infantil com ateliês para as crianças dos 4 aos 10 anos.

Para acompanhar o Alvarinho e os petiscos tradicionais, a organização programou iniciativas ligadas ao sector vinícola e actividades de animação e convívio. Além dos bombos, concertinas, cavaquinhos, folclore e charangas gale-gas, destaca-se a presença do conhe-cido animador e DJ Fernando Alvim, na noite de sábado.

A Feira do Alvarinho de Monção tem como finalidade reforçar a sua condição de instrumento estratégico para a defesa e

De 4 a 6 de Julho

XVII Feira do Vinho Verde de Castelo de Paiva espera milhares de visitantes

De 4 a 6 de Julho, no Campo da Feira

Feira do Alvarinho de Monção espera mais de 50 mil pessoas

valorização daquele produto endógeno da Sub-Região de Monção e Melgaço, enal-tecendo as suas características vinícolas ímpares e diferenciadoras e promovendo o estabelecimento de parcerias comer-ciais. Assume-se ainda como uma espaço de divulgação da actividade empresarial e associativa da região e como uma “mon-tra” para a dinamização do mundo rural através da apresentação, valorização e comercialização de produtos e artigos lo-cais e regionais.

Em paralelo, fomenta a animação e convívio com um programa complemen-tar dirigido a todos os públicos. “Serão três dias de alegria, convívio e estabe-lecimento de negócios numa feira que promete animar economicamente o concelho no arranque da programação cultural de verão” salientou Augusto Do-mingues.

O sucesso e afluência do público nas últimas edições, com valores próximos das 50 mil pessoas, são motivos de in-centivo para a feira deste ano, cuja or-ganização aponta para um resultado fi-nal positivo quer em termos de negócios para os expositores quer em relação ao número de visitantes.

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Situada nas faldas da encosta sul da Serra da Estrela, a Quin-ta dos Termos é um dos produtores de referência da Beira Interior, região onde se produz vinho desde tempos ancestrais. Resguarda-da dos ventos frios do norte e ensolarada pela sua exposição a sul, permite-lhe atingir no Verão temperaturas por vezes superiores a 50ºC, o que conduz a um grau de maturação superior, dando ori-gem a vinhos complexos, aromáticos e de boa consistência.

Adquirida em 1945 por Alexandre Carvalho, a Quinta dos Ter-mos, situado em Carvalhal Formoso, perto de Belmonte, depois de um arrendamento, chegou às mãos de João Carvalho, filho de Alexandre Carvalho, em 1993, que resolve dar corpo ao projecto de viticultura actual.

Depois da reestruturação das vinhas e adquirir novas par-celas, a Quinta dos Termos tem actualmente cerca de 180 ha e dispõe de uma área vitícola em produção com 54 ha de castas seleccionadas. Nos tintos predominam a Touriga Nacional, Al-frocheiro Preto, Tinta Roriz, Trincadeira Preta, Jaen, Rufete, Ma-rufo, Baga, Sangiovese, Syrah, Petit Verdot, Tinto Cão e Vinhão, enquanto nos brancos destacam-se a Síria, Fonte Cal e Riesling. As expectativas de produção aumentam, pelo que as estimativas apontam para uma produção a curto prazo de 800 mil garrafas de vinho por ano.

Recorde-se que João Carvalho é o actual presidente da Co-missão Vitivinícola Regional da Beira Interior.

Adquirida em 1945 pelo pai de João Carvalho

Quinta dos Termos é uma referência nos vinhos da Beira Interior

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O vinho Branco Marquês d’Almeida Branco 2013, da Casa Agrícola Reboredo Madeira (CARM), foi o grande vencedor do VII Concurso de Vinhos da Beira Interior, cuja entrega de pré-mios decorreu no Picadeiro D’El Rei, em Almeida. No total, o júri presidido por Aníbal Courinho atribuiu 11 medalhas de ouro e 13 de prata.

O concurso foi organizado pela Comissão Vitivinícola Regio-nal da Beira Interior (CVRBI), Núcleo Empresarial da Região da Guarda (NERGA) e Associação Empresarial da Região de Cas-telo Branco (NERCAB), tendo participado 46 tintos, 20 brancos, quatro espumantes e dois rosés, num total de 72 vinhos, de mais de 25 produtores e cooperativas da região.

A CVRBI, que abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Ro-drigo, Cova da Beira e Pinhel, conta actualmente 45 produtores de vinho, sendo 40 particulares e cinco adegas cooperativas.

Continuar a crescer nos próximos anos

Na ocasião, o presidente da CVRBI desafiou os produtores a “continuarem, a fazer bons vinhos”, pois o objectivo “é crescer nos próximos cinco anos, duplicando o que temos agora”, lem-brando que em cerca de década e meia “crescemos de 12 para

No VII Concurso de Vinhos da Beira Interior

Marquês d’Almeida Branco 2013 foi o melhor vinho

46 produtores”.João Carvalho diz que a aposta deve continuar a ser na qua-

lidade, como o demonstrou este concurso, em que os vinhos premiados com medalha de ouro obtiveram mais de 89 pontos e as de prata acima dos 87, o que revela “a excelência dos nossos vinhos”, frisou o dirigente, para quem a exportação para o Brasil, Angola e Europa, nomeadamente Suíça e Reino Unido, deve con-tinuar a ser reforçada.

Por sua vez o presidente do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV) destacou o “dinamismo da região”, numa altura em que as expor-tações “continuam a crescer em valor, não em quantidade”, o que quer dizer que “estamos a vender melhor”. Frederico Falcão de-fendeu a continuação da aposta no mercado externo, numa altura em que, afirmou, “há alguma recuperação no mercado nacional.

A Directora Regional de Agricultura e Pescas do Centro, por sua vez, destacou “a capacidade de resiliência dos empresários agrícolas” da região, nomeadamente os viticultores, pelo trabalho desenvolvido, que “apresentam produtos de excelência, capazes de se diferenciar no mercado”, salientou Idalina Martins.

Por fim, o presidente do júri, Anabel Coutinho, desafiou os pro-dutores a “acreditarem” na excelência dos seus vinhos, que devem começar a aparecer a abrir as cartas dos restaurantes da região.

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Numa altura em que os vinhos da Beira Interior estão a apa-recer no mercado, a Adega da Covilhã não quer perder o com-boio e há muito que aposta na produção de vinhos de qualidade. Com cerca de 220 sócios, a Adega produz cerca de 800 mil litros de vinhos, tendo-se verificado um quebra, pouco significativa, na produção, mas com um aumento a nível qualitativo, o mais importante para a Cooperativa, a primeira da região a produzir espumantes.

Numa altura em que há um novo olhar sobre o mundo ru-ral, o presidente da Adega da Covilhã não encontra projectos de gente nova nas vinhas, pois, como afirma Matos Soares, “os in-centivos não são suficientes, nem aliciantes”. No entanto, para os produtores mais antigos, o dirigente sublinha a importância do programa VITIS na reconversão das vinhas, com a plantação das castas mais adequadas, o que tem ajudado significativamente na produção

A Cooperativa presta apoio técnico e logístico aos seus as-sociados e acompanha o processo de produtivo das vinhas, en-viando avisos para tratamentos ou indicando a altura ideal para a vindima. Há uma equipa de técnicos que se desloca ao terreno e faz colheitas para laboratório, de forma e analisar o estado de maturação das uvas. “A Adega tem uma grelha informática de classificação que atribui às castas dos nossos sócios vários pa-tamares de qualidade, desde o nível excelente até ao satisfatório, o que permite bonificar algumas uvas”, refere Matos Soares.

Com cerca de 220 associados

Adega da Covilhã aposta na qualidade dos vinhos

Além do tradicional ‘mercado da saudade’, a Adega está apostada na exportação, nomeadamente para o Canadá, Esta-dos Unidos, China e Angola. Neste momento, têm uma parceria para atingir o mercado da ìndia, bem como contactos para o os países nórdicos e Rússia.

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Numa altura em que atravessa uma fase de reestruturação, a Cooperati-va Agrícola da Beira Serra, situada em Vila Franca das Naves, no concelho de Trancoso, lançou no mercado 200 mil garrafas de ‘Fora de Jogo’, branco e tin-to, um vinho que representa “uma aposta a nível nacional, com uma boa rela-ção qualidade/preço, muito apetecível e que está a ter uma grande aceitação”, salienta Joaquim Gambôa, membro da direcção da cooperativa. A par deste, a instituição colocou também no mercado um espumante “com muito boa qua-lidade”, com, o qual concorreram ao concurso dos vinhos da Beira Interior.

A necessidade de manter a aposta em vinhos de qualidade que espelhem todo o potencial das vinhas desta região, levou os responsáveis pela Coopera-tiva a levar a cabo uma reconversão das estruturas da cooperativa, ao mesmo tempo que, aproveitando as ajudas do programa Vitis, há por parte dos viticul-tores a reconversão das vinhas, o se reflectiu na campanha de 2013. “Houve, por um lado, uma quebra de produção devido às condições climatéricas des-favoráveis e, por outro, pela reestruturação que os sócios estão a levar a cabo na vinha, uma vez que o Vitis se revelou uma boa ajuda e há que aproveitar”, sustentou o presidente da Cooperativa.

João Guerra refere a importância de melhorar as estruturas, pois “preten-de-se garantir a manutenção da qualidade dos nossos vinhos, mas também, se possível, a criação de mais postos de trabalho, pois “há a necessidade urgente em aumentar a produção”.

No entanto, aposta o dirigente, “o Governo em nada facilita as Cooperati-vas, pois se estas precisarem de crédito, cobram-se juros e comissões eleva-díssimas”, refere João Guerra, que diz, também, que “há uma grande falta de ajuda por parte do Ministério da Agricultura, para além de que as políticas do pelouro das Finanças deixam muito a desejar, pois facilitam a vida aos bancos e estes em nada nos ajudam”.

Na região da Beira Interior a capacidade de produção das várias coopera-tivas representa valores muito significativos, logo, defende o dirigente, “há um papel determinante destas instituições na economia local e foi nesse sentido que o Secretário de Estado da Agricultura afirmou a necessidade de atribuir uma maior importância às Cooperativas”.

Para João Guerra, é preciso “criar condições para a exportação e a Coope-rativa Agrícola da Beira Serra está a trabalhar nesse sentido”. Todavia, sustenta o dirigente, “é um trabalho que carece de tempo e tem de ser feito de uma forma progressiva”, pois “precisamos de maior apoio das instituições ligadas ao sector”, para além de que “julgo ser necessário uma alteração dos Estatutos por parte dos políticos, adaptando as leis às novas realidades e mudanças no sector cooperativa”, defende o dirigente.

Num total de 200 mil garrafas

Cooperativa Agrícola Beira Serra lançou novo “Fora de Jogo”

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Criada em 2009, a Cobelcos é uma empresa sedeada em Vermiosa, no con-celho de Figueira de Castelo Rodrigo, e dedica-se à produção de vinhos, a que junta o turismo em espaço rural.

A empresa familiar, criada em 2009 pelo casal Ana Bolota e Luís Miguel San-tos, tem tido um percurso sustentado e os seus vinhos vêm obtendo o reconhe-cimento dos consumidores, mas também, e especialmente, da crítica. O resultado são os vários prémios que os vinhos desta jovem empresa têm obtido. O último foi a medalha de ouro, no VII Concurso de Vi-nhos da Beira Interior, para o Vale de Es-gueva Reserva 2011.

Gazeta Rural (GR): O que é a Co-belcos?

Ana Bolota (AB): É uma empresa criada em 2009. Temos vinhas próprias, pelo que controlamos todos os passos de produção da matéria-prima, desde a vinha até à adega. O meu marido é o enólogo e

Produzidos pela Cobelcos, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo

Vale de Esgueva Reserva 2011 obteve medalha de ouro no VII Concurso da CVRBI

o responsável pela produção dos vinhos.

GR: Como foi a última campanha?AB: Foi uma vindima complicada por

causa do tempo. Tivemos vindima antes e depois das chuvas e foi preciso parar algumas vezes. Temos, por isso, vinhos diferentes. Como somos uma empresa pe-quena, podemos escolher sempre a altura certa para apanhar as uvas.

Temos cerca de 30 hectares de vinha, mas não ficamos com toda a produção, apesar da nossa adega estar preparada para fazer 40 a 50 mil litros. Fazemos uma selecção das parcelas para fazer os vinhos que pretendemos e o resto das uvas são vendidas para fora.

Temos dois tipos de vinhas, as que fo-ram reconvertidas há cerca de 20 anos, onde foram plantadas as castas Touri-ga Nacional, Touriga Franca, Alfrocheiro e Tinta Roriz, e outras que já plantámos. Recentemente, reconvertemos algumas vinhas e estamos a experimentar outras

castas. Nos brancos, temos essencial-mente a Síria e algum Riesling, uma ex-periência que fizemos há cerca de qua-tros anos. Procurámos também preservar algumas vinhas velhas, que, acho, são o espelho do que é esta região. Vinhas com várias castas, que dão vinhos excelentes. Aliás, temos um Reserva 2010 feito com uvas de duas vinhas velhas com cerca de 80 a 90 anos.

GR: Já obtiveram vários prémios?AB: Os nossos vinhos já foram premia-

dos em vários concursos. O mais recente foi a medalha de ouro no VII Concurso de Vinhos da Beira Interior, para o Vale de Es-gueva Reserva 2011.

Mas já obtivemos outros prémios, en-tre eles, medalha de prata para o Touriga Nacional 2010 e uma medalha de ouro para o Reserva 2011, ambas no Concurso Nacional de Vinhos.

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O presidente do Governo dos Açores anunciou uma solução que “dá garantias de futuro” para o sector leiteiro do Pico, uma vez que a LactAçores vai assumir a gestão da LactoPico, cooperativa em risco de encerrar devido a dívidas. “Está tudo re-solvido? Não, não está. Esta é uma solução que coloca o futuro do sector leiteiro da ilha do Pico numa nova perspectiva. Dá fu-turo a este sector”, afirmou Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas, acrescen-tando que não se trata de uma “solução miraculosa” nem de uma “varinha mágica”.

O presidente do Governo Regional dos Açores falava após uma audiência com o presidente da direcção da LactoPico – Cooperativa de Lacticínios da ilha do Pico, Jorge Pereira, e o presidente da LactAçores (União das Cooperativas de Lacticínios dos Açores UCRL), Gil Oliveira.

O entendimento alcançado permite que a LactAçores assuma a gestão indus-trial e comercial da LactoPico e o passivo vai ter que ser renegociado.

Divida vai ser será renegociada

LactAçores vai assumir a gestão da LactoPico

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Foi, seguramente, a mais concorrida Feira do Mirtilo até agora realizada. Uma verdadeira multidão passou por Sever do Vouga em busca de conhecer e provar aquele pequeno fruto. As ruas daque-la vila do Baixo Vouga foram inundadas de gente, com novos e velhos a levarem consigo uma planta, cujo fruto faz bem à saúde, sendo um excelente antioxidante.

Sofia Freitas, coordenadora da AGIM - Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial, entidade que or-ganizou a Feira, em parceria com a Câ-mara de Sever do Vouga, mostrava-se “muito satisfeita” com um evento visita-do por muitos milhares de pessoas.

Foi, seguramente, um grande certa-me de promoção do mirtilo, cujo con-sumo em Portugal tem vindo a crescer, mas também para que os potenciais consumidores possam conhecer outras propriedades deste fruto, para além do seu consumo em fresco, nomeadamente a sua utilização na gastronomia, na do-çaria e nos licores.

Procura internacional pelo mirtilo português semelhante

à de anos anteriores

A procura internacional pelo mirtilo produzido em Portugal está a ser nesta época semelhante à dos anos anteriores, segundo as conclusões de uma reunião que juntou comerciantes e exportadores

O maior certame de sempre

Multidão visitou a Feira Nacional do Mirtiloem Sever do Vouga para analisar a campa-nha de 2014.

Realizado no âmbito da Feira do Mirti-lo, o encontro serviu também para discu-tir estratégias para a fileira dos pequenos frutos e nele marcaram presença empre-sas oriundas das diversas regiões do país, de diversas dimensões e diferentes posi-cionamentos no mercado, como a Biola-fões, Centroberry, Driscoll´s, Lusomoran-go, COAPE, Lafoberry, Mirtisul, Quinta de Boucinha e Delícias do Tojal.

“Foi unânime a opinião de que existe uma procura internacional semelhante à dos anos anteriores, o que tem assegu-rado o normal escoamento da produção. Alguns empresários afirmaram mesmo que já não têm mais produto para venda. Referiram que na presente campanha os preços voltaram a rondar os preços mé-dios das campanhas de anos passados”, refere o texto das conclusões.

Os participantes alertaram, contudo, para “o carácter excepcional dos preços praticados na campanha de 2013 (ano em que foi batido respectivo recorde), pelo que tais valores não devem ser to-mados como referência”, acrescenta.

Sublinhando que “a garantia da qua-lidade, a certificação dos produtos e o apertado controlo de custos são condi-ções básicas para o sucesso do negócio”, os exportadores presentes manifestaram a vontade em continuar a trabalhar com os produtores “de uma forma organiza-da, de modo a que tal parceria se possa

traduzir num maior poder negocial, que traga benefícios para todos os intervenientes”.

A reunião foi promovida pela Agim, com sede em Sever do Vouga, e foi aberta também aos produtores. Ayrton Sequeira, da empresa Delícias do Tojal, um dos maiores exportadores de mirtilo, salientou que os pequenos frutos são a actividade mais rentável do sector frutícola, mas não podem ser um ‘hobby’ de fim-de-semana.

Segundo o exportador, não há outra acti-vidade no sector frutícola “tão rentável como a dos pequenos frutos”, mas trata-se de “um negócio exigente, que obriga a uma atitude pautada pela dedicação, responsabilidade e profissionalismo”. “A cultura comercial do mirtilo não é um ‘hobby’ de fim-de-semana. Quem assim pensar não vai ganhar dinheiro e, como acontece com qualquer ‘hobby’, vai ter que pagar para dele desfrutar”, afirmou Ayr-ton Sequeira, secundado pela generalidade dos intervenientes.

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Criados por alunos da Escola Profissional Mariana Seixas (EPMS), o “Smartgear - Casaco inteligente para bombeiros” foi eleito o Melhor Projecto Nacional na Final Nacional do Concur-so INOVA, realizado na Universidade Nova de Lisboa, promovido pelo Ministério da Educação e Ciência e outros parceiros. Este equipamento já foi apresentado ao Comando Distrital de Opera-ções e Socorro de Viseu (CDOS) que reconheceu ser uma mais--valia na defesa dos bombeiros.

O projecto conquistou este ano vários galardões, como o prémio inovação no Concurso “Ideias Fora da Caixa” promovido pela Escola Técnica e Profissional do Ribatejo; prémio da Fun-dação Ilídio Pinho; obteve o primeiro lugar na Fase concelhia do Concurso de ideias promovido pela CIM Viseu Dão Lafões;

Eleito o Melhor Projecto Nacional

Smartgear: o casaco inteligente para bombeiros criado pela EPMS

o primeiro lugar na Zona Centro no Concurso INOVA Social e o segundo lugar na Final Intermunicipal do Concurso de ideias pro-movido pela CIM Viseu Dão Lafões.

Depois de um verão bastante complicado no combate aos incêndios, onde se perderam vidas de bombeiros que estoica-mente resistiram dias a fio nos combates às chamas, nomea-damente na nossa região, os alunos da EPMS, sensibilizados com esta realidade, decidiram tentar ajudar na sua segurança, nomeadamente desenvolvendo o protótipo de um casaco inteli-gente, com tecnologia bastante recente, que vai garantidamente melhorar a segurança dos bombeiros, pois, referem, “é triste ver homens e mulheres que diariamente dão a vida por nós a morrer assim”. Com este equipamento esperamos ajudar a salvar a vida e a minimizar incapacidades destas pessoas que levam ao extre-mo a sua missão, “vida por vida”.

O casaco “inteligente” é para ser utilizado pelos bombeiros no combate a incêndios florestais, que, através de sensores, per-mite mensurar algumas funções vitais do utilizador, bem como as condições que o rodeiam, nomeadamente temperatura am-biente, eventuais quedas e a sua localização através de GPS, enviando os dados recolhidos em tempo real, através de tecno-logia sem fios, para monitorar numa aplicação Android. O casaco está dotado de tecnologia wearable, mais propriamente com os produtos Lilypad Arduíno, que estão preparados para serem in-tegrados em têxteis.

Os sensores constituintes deste projecto são sensores de temperatura, para mensurar a temperatura interior e exterior do casaco de forma a controlar a temperatura corporal e ambiental, emitindo alertas caso estas ultrapassem limites pré-definidos, tendo em consideração os níveis considerados de segurança para o bombeiro; acelerómetro e inclinómetro, para monitorizar o movimento do bombeiro, emitindo um alerta caso haja uma aceleração brusca no eixo vertical, e permanência na horizontal, podendo tratar-se de uma eventual queda; e o GPS, que irá mo-nitorizar o percurso do bombeiro para que se saiba sempre a sua localização, possibilitando, caso seja necessário, o seu resgate de uma forma célere e eficaz. Todos estes dados chegarão a um dispositivo com sistema operativo Android (tablet, telemóvel, ou outro) onde estará instalada uma aplicação já desenvolvida, que vai monitorar todas estas grandezas e automaticamente emitir os referidos alertas de acordo com os parâmetros pré-definidos.

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A ministra da Agricultura defendeu que as novas regras para a utilização da referência ‘porco preto’ vão dar “um impulso na valorização” da raça e os consumidores ficam com a garantia da genuinidade do produto.

Numa visita a uma feira de agropecuária, em Évora, Assun-ção Cristas considerou que o dia é “particularmente feliz para o sector pecuário”, por ter sido publicado em Diário da República o decreto-lei que estabelece a certificação do porco preto. “Sa-bia que o diploma tinha ido para promulgação e que havia esta oportunidade de visitar a feira. Portanto, foi uma boa notícia para trazer aos produtores de porco preto e à associação de criado-res de porco alentejano”, afirmou.

A governante visitou a terceira edição da Exposição Agro-pecuária de Évora, organizada pela Associação dos Jovens Agri-cultores do Sul (AJASUL), que decorreu no Centro de Desenvol-vimento Agropecuário de Évora (CDAPEC), integrada na Feira de São João.

Assunção Cristas referiu que existia “o sentimento de que era preciso proteger o porco preto” para dar “mais valor aos produ-tores” e evitar casos em que os consumidores “chamassem por-co preto ao que na verdade não era”. “Todos já saboreamos o porco preto e é bom, enquanto consumidores, termos a certeza

Defendeu a ministra da Agricultura

Raça e consumidores ganham com certificação do porco preto

e a garantia que aquilo que estamos a consumir é efectivamente o que nos dizem”, disse, salientando que a certificação vai tam-bém “dar um impulso na valorização e promoção dos efectivos” existentes.

A referência ‘porco preto’ vai passar a obedecer a regras para acabar com a utilização abusiva desta designação nos produtos de carne e nos restaurantes, segundo um decreto-lei hoje publi-cado no Diário da República. Só poderão usar esta designação, os porcos de raça alentejana registados no Livro Genealógico Português de Suínos ou animais resultantes do cruzamento de raças de suínos inscritos nos livros genealógicos, bem como as carnes produzidas destes animais. Os animais terão de perma-necer, antes do abate, pelo menos dois meses em explorações de pecuária extensiva ou intensiva ao ar livre.

A venda de produtos de “porco preto” que não cumprem os requisitos será penalizada com uma multa que pode ir até aos 25.000 euros. Os comerciantes vão poder continuar a vender os produtos resultantes de abates anteriores ao decreto-lei até esgotarem os ‘stocks’.

Os produtos associados a marcas ou logótipos que se en-contrem registados podem ser comercializados ainda por mais um ano.

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O primeiro Congresso Nacional de Turismo Rural, realizado em Oleiros, revelou-se um acontecimento oportuno e de in-contornável importância estratégica à escala nacional e repre-sentou um marco de referência para um sector com impacto na economia portuguesa.

No congresso participaram os mais relevantes actores do território, desde governantes a representantes de várias asso-ciações e entidades regionais, nacionais e internacionais. Du-rante dois dias foram concertadas estratégias e consolidada a massa crítica que permitirá afirmar o Turismo Rural e integrá-lo na cadeia de valor da marca Portugal.

Na abertura do Congresso o presidente da Câmara de Oleiros referiu que era com honra que o concelho acolhia tão importan-te acontecimento, esperando que este desse frutos. Fernando Jorge referiu ainda que, como em tudo, era fundamental semear para colher e que, no caso de Oleiros, os importantes investi-mentos efectuados representarão no futuro proveitosas colhei-tas. O autarca referiu ainda que “o Interior perde em média 2% da população por ano. Por isso, temos de inverter esta situação e o Turismo Rural é uma solução”.

A realização do Congresso, para além de constituir um mo-mento histórico, revelou-se bastante pertinente, numa altura em que se perspectiva a entrada do novo Quadro Comunitário. Para a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) “os apoios ao Turismo vão ter em atenção a qualificação dos espaços e a promoção dos territó-rios”. Ana Abrunhosa referiu ainda que “deve haver uma estraté-gia de especialização inteligente, em que o apoio às empresas e às entidades de sistema científico e tecnológico terão para nós prioridade em termos de apoio”, adiantou. A presidente da CCDRC sublinhou que “o Turismo permite fazer uma abordagem integra-da da estratégia de desenvolvimento dos territórios, sobretudo nestes territórios mais frágeis”. Por último, Ana Abrunhosa dis-se ainda que “os grandes motores destas estratégias devem ser os agentes privados, complementados pelos agentes públicos”.

Por seu lado o presidente da Turismo do Centro de Portugal re-forçou que o Turismo deve ser entendido como uma activida-de transversal e holística, também entendida como “indústria do sorriso”. “O Turismo em Espaço Rural representou no ano de 2012 845.000 dormidas, com uma forte incidência na procura interna”, afirmou Pedro Machado, sustentando que “a estratégia deverá passar pela aproximação aos índices de crescimento da restante actividade turística, através da internacionalização e da captação de retornos às regiões deprimidas, tirando partido dos 3 C´s: Coesão, Competitividade e Crescimento”. Como pontos fracos, Pedro Machado referiu a falta de produção científica, a existência de resultados autónomos e a conceptualização des-valorizadora de quem trabalha em Turismo.

Já Armindo Jacinto, presidente da Naturtejo e vice-presidente da Federação Portuguesa de Turismo Rural, referiu que “a aposta de Oleiros tem de ser o Turismo Rural”, que “pode ser o motor para o desenvolvimento dos territórios de baixa densidade, con-tribuindo para combater a desertificação e o abandono, através dos seus efeitos multiplicadores, fomentando o desenvolvimento de pequenas economias”.

Já Cândido Mendes, presidente da Federação Portuguesa de Turismo Rural, o qual fez o enquadramento do tema em discus-são e do próprio evento, havendo ainda oportunidade para ho-menagear publicamente Luís Galvanito, grande impulsionador da iniciativa, falecido há menos de um mês. Os trabalhos dividiram--se em dois temas: Turismo Sustentável e Contributos do Turis-mo Rural para o Turismo Sustentável, abordados por um painel de oradores de topo que permitiu que os mais de 150 congres-sistas, oriundos dos mais variados destinos, pudessem assistir a interessantes apresentações e relevantes declarações.

Augusto Mateus, ex-Ministro da Economia, afirmou que “o turismo rural tem uma margem de progresso colossal”. De acor-do com o economista, “existe, contudo, muito para melhorar ao nível da sua rentabilidade turística, nomeadamente ao nível do conhecimento científico”.

Decorreu em Oleiros durante dois dias

I Congresso Nacional de Turismo Rural revelou-se um enorme sucesso

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“Temos um país em que, do ponto de vista do ordenamento do território, está tudo feito. Só falta é meter lá pessoas”, ironi-zou o ex-governante, salientando que “é fundamental o povoa-mento humano e empresarial”. Por outro lado, “não há nada em que Portugal seja tão bom na Europa como o Turismo”.

Augusto Mateus referiu ainda que a internacionalização do Turismo Rural representa um contributo para a valorização do Turismo em Portugal. Do mesmo modo, quanto maior forem as exportações líquidas (aquelas que decorrem da exportação de recursos endógenos renováveis e de valor acrescentado), maior a importância do Turismo. Já Vítor Fraga, secretário Regional do Turismo e Transportes dos Açores, reafirmou n a aposta do Go-verno dos Açores no desenvolvimento do turismo rural através do programa de incentivos ‘Competir+’. Segundo o governante açoriano, “todo o investimento deverá estar direccionado es-sencialmente para o retorno, para a capacidade de gerar valor, para os projectos que promovam valorização e requalificação do património arquitectónico regional e para a compatibilização do crescimento económico, tornando a qualidade ambiental num trunfo de competitividade”.

No final das Jornadas, em jeito de conclusão, todos os pre-sentes puderam participar num debate alargado, dando o seu contributo para delinear a estratégia de desenvolvimento do Tu-rismo Rural, a qual deverá passar por aportar valor e dar novos contributos para a próxima revisão do PENT (Plano Estratégico Nacional de Turismo), promover a organização integrada de en-tidades e clusters, desenvolver parcerias com vista à valorização da prestação de serviços, contribuir para a afirmação do Turismo Rural e para o desenvolvimento da marca, estimular o debate de temas que contribuam para o desenvolvimento mais sustenta-do do território, fomentar o diagnóstico e implementar medidas adequadas à prossecução de uma estratégia concertada.

Os trabalhos encerraram com a leitura da Declaração do Congresso aguardando-se agora a publicação do livro de Atas do Congresso, o qual ficará para a posteridade e perpetuará tão importante acontecimento. Um dado a realçar será o facto de a realização da sua primeira edição ficar para sempre associada a Oleiros. A organização do Congresso está assim de parabéns pela iniciativa e pelo seu sucesso.

Congresso realçou potencialidades do concelho de Oleiros

O segundo dia do Congresso ficou marcado por uma visita temática a Oleiros\1234, na qual se inscreveram cerca de 50 congressistas. Sob o tema “Turismo, Território e Património”, a jornada permitiu que os participantes pudessem conhecer in loco algumas das potencialidades turísticas do território, deri-vadas de um património natural e cultural de excepção que foi valorizado nesta iniciativa.

O grupo, composto por representantes das mais variadas entidades públicas e privadas, foi acompanhado por uma equipa conjunta de técnicos do Município de Oleiros e da Naturtejo. A visita percorreu o território em dois autocarros, um da Turismo do Centro e outro do Município de Oleiros, e decorreu muito ao jeito de uma fam trip, tendo sido uma oportunidade de excelên-cia para dar a conhecer alguns dos projectos e produtos turísti-cos existentes. Este foi o caso das praias fluviais, dos percursos pedestres, da gastronomia, das áreas classificadas, do artesana-to, das tradições, dos geomonumentos, do património edificado ou de alguns aspectos históricos que também foram abordados na ocasião. Uma das Rotas evidenciadas foi a GR38 - Grande Rota Muradal Pangeia (correspondente ao Trilho Internacional dos Apalaches português), a qual se encontra em implementa-ção no concelho, mais precisamente na Serra do Muradal.

A visita pelo território constituiu assim uma oportunidade única para realçar as potencialidades do concelho que acolheu a realização de um momento histórico para o Turismo em Portu-gal. Neste I Congresso Nacional de Turismo Rural, Oleiros ganhou mais visibilidade e afirmou as suas potencialidades, atingindo um posicionamento superior enquanto destino turístico que aposta na diferenciação.

O congresso foi organizado pela Federação Portuguesa de Turismo Rural, Entidade Regional de Turismo do Centro de Portu-gal, Naturtejo e Câmara de Oleiros, com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República.

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A Câmara de Vila Real quer certificar e criar a confraria do covilhete, numa estra-tégia que visa divulgar e fomentar o con-sumo deste pastel salgado que é típico da cidade transmontana.

A vereadora Eugénia Almeida disse que o município quer dar um “novo in-cremento” ao covilhete, o qual já é ven-dido em praticamente todas as pastela-rias e padarias da cidade. É uma espécie de empada, feita com massa folhada e recheada com carne de vaca.

A estratégia da autarquia passa por juntar o maior número de produtores deste pastel, parceiros no projecto, para avançar com o processo de certifica-ção, que funcionará como uma garantia de qualidade e de confecção nos moldes tradicionais. Ao mesmo tempo, o muni-cípio quer lançar as bases para a criação da confraria do covilhete, que terá como missão divulgar, fomentar o consumo e até incrementar receitas à volta deste produto.

Tradicionalmente no dia de Santo An-tónio o covilhete era comido à mesa dos vila-realenses conjuntamente com arroz no forno. Eugénia Almeida quer revitali-zar esta tradição e associar modernidade também ao folhado típico.

À iniciativa do município já aderiram 10

Pastel salgado é típico da cidade transmontana

Vila Real quer certificar e criar confraria para promover o covilhete

padarias e pastelarias locais. “É o salgado que mais se vende, de longe. Há turistas que nos visitam de propósito para provar o covilhete, porque já ouviram falar”, afir-mou Ercília Carocha, proprietária da pas-telaria Pãozinho do Céu.

Esta responsável salientou que a cer-tificação permitirá “promover” o salgado, o qual referiu que quer apostar na venda na zona de Lisboa, onde já há pasteleiras interessadas.

“A certificação é uma mais-valia para darmos a conhecer o nosso património gastronómico. É cada vez mais importante termos produtos da região com um selo de certificação que acrescenta uma mais--valia ao produto” acrescentou Rosa Ma-ria, da Casa Lapão.

As comerciantes salientaram que ven-dem uma média de 100 covilhetes por dia nos seus estabelecimentos. Antigamente estes folhados de carne eram apenas ven-didos nas festas de Santo António, do Se-nhor do Calvário e da Senhora da Almode-na. O seu nome está associado à pequena forma de barro preto de Bisalhães em que iam ao forno.

Na década de 60, do século XIX, os covilhetes começaram a ganhar notorie-dade na gastronomia local e, no século XX, já havia pessoas a que os vendiam

pelas ruas da cidade em tabuleiros cober-tos com panos de linho. Actualmente são confeccionados diariamente nos princi-pais estabelecimentos comerciais de Vila Real.

Câmara anuncia apoio para produtores de gado do concelho

A Câmara de Vila Real anunciou um apoio financeiro aos criadores de gado do concelho, em função do número de animais que tenham, uma medida que pretende apoiar e incentivar a produção pecuária. “Ainda temos muita gente que tem na agricultura o seu principal meio de subsistência, isto é um contributo que a câmara está a dar ao mundo rural que tanta importância tem no concelho”, afir-mou o vereador Carlos Silva.

O autarca salientou a importância do sector para o concelho, até porque qua-se um terço deste território está ocupado com área agrícola, cerca de 13.227 hecta-res, merecendo destaque a vitivinicultura nos territórios das freguesias inseridas na Região Demarcada do Douro, e a activi-dade pecuária nos territórios montanho-sos integrados no maciço montanhoso Marão-Alvão.

Para apoiar os produtores, a autarquia decidiu agora dar uma ajuda financeira na vacinação anual obrigatória do efectivo bovino, ovino e caprino. Carlos Silva referiu que o município decidiu atribuir, por cada animal, uma ajuda de cinco euros para a produção de bovinos e um euro para os pequenos ruminantes ovinos e caprinos.

O autarca disse ainda que, de acordo com o efectivo registado no concelho, a autarquia estima que o valor global do apoio ronde os 20 mil euros anuais. Os produtores terão que se candidatar a esta ajuda durante o mês de Fevereiro de 2015 e as verbas serão atribuídas em Março. O apoio dado em 2015 será referente à sani-dade obrigatória do ano de 2014.

Neste âmbito, o município já abriu o mercado dos produtos da terra, que de-corre todos os sábados, e realizou um fes-tival da carne maronesa. Entre os eventos previstos está a primeira “Feira da Batata da Campeã”, em Setembro, e depois, em Novembro, realizar-se-á também a pri-meira “Mostra Florestal do Concelho de Vila Real”, no qual se procurará mostrar “todas a mais-valias económicas, sociais e ambientais do sector florestal”.

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A Associação Portuguesa da Castanha (RefCast) alertou para a vespa do castanheiro, uma nova praga que afecta os soutos e foi detectada recentemente em Barcelos e contra a qual está a ser delineado um plano de emergência. “Esta praga foi infeliz-mente detectada no nosso país no Vale do Neiva, em Barcelos. É aí que está o primeiro foco de infecção da vespa do castanheiro descoberta em Portugal”, afirmou o porta-voz da RefCast, José Gomes Laranjo.

No entanto, de acordo com o especialista, no local foram en-contrados algumas “galhas secas do ano passado”, que indiciam que a praga já está presente no país há mais tempo.

O insecto entrou na Europa, via Itália, em 2002. Em 2005, pe-netrou em França e em 2012 em Espanha, chegando a destruir grande parte da produção de castanha nos soutos infectados.

Depois das doenças do cancro e da tinta, que destruíram mui-tos castanheiros em Portugal, estes estão agora a ser ameaçados por uma nova praga.

José Gomes Laranjo referiu que a associação e os seus parcei-ros já estavam atentos à vespa que aloja os seus ovos nos gomos dos castanheiros. Só quando estes formam novos ramos é que se percebem as deformações e inchaços nas folhas. Depois de infec-tados, os ramos não conseguem dar mais fruto.

A RefCast, com sede em Vila Real, convocou uma reunião de emergência para debater o assunto. Está também já constituído um grupo de trabalho que junta elementos da associação, Univer-sidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e do Instituto Poli-técnico de Bragança (IPB) e é coordenado pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN).

O responsável disse que o plano de combate à praga passa, no imediato, pela detecção das áreas afectadas, pelo que apelou aos agricultores para irem ao terreno observar os castanheiros para que se possa ainda proceder à queima dos ramos infectados. “Até ao final de Julho ainda podemos ir a tempo de descobrir esses focos e evitar que cada mosca que lá esteja origine 200 novas moscas, destruindo esses ramos pelo fogo estamos a controlar a praga”, salientou.

O especialista frisou que esta estratégia pode atrasar o alas-tramento da infecção. “A praga tanto pode vir nos novos casta-

Detectada recentemente em Barcelos

Associação da Castanha alerta contra nova praga detectada em Portugal

nheiros que nós compramos no Inverno como também serem transportados no interior dos veículos. Tudo isto são factores possíveis de contaminação”, acrescentou ainda.

José Gomes Laranjo acrescentou que se está a trabalhar ainda no licenciamento extraordinário de alguns insecticidas que podem ser aplicados nos castanheiros e num plano de im-plementação de uma luta biológica na primavera do próximo ano.

Esta luta biológica passa por introduzir em Portugal uma outra mosca - o Torymus sinensis - que será libertada junto aos castanheiros infectados, a qual vai pôr os ovos no mesmo sítio onde estão as larvas da vespa. “Essas larvas vão-se alimentar das larvas da vespa. Esta estratégia que está a ser aplicada em Itália e em França com resultados positivos.

Apesar de revelar esperança na luta contra a vespa, José Gomes Laranjo mostrou-se “muito preocupado” com as con-sequências desta nova praga no sector que é considerado como o “petróleo” ou o “ouro” de Trás-os-Montes.

No ano passado, a região produziu cerca de 30 mil tonela-das de castanha, que se traduziram num volume de negócios que rondou os 60 milhões de euros.

Câmara do Sabugal alerta para praga

A Câmara do Sabugal está a apelar aos agricultores do con-celho para que estejam atentos à eventual presença da vespa dos castanheiros, uma praga que constitui “uma ameaça real” para os soutos. A autarquia adianta que o insecto “tem já gran-de incidência em muitas árvores”. “O insecto, que está espa-lhado pela Europa, tem provocado quebras muito grandes na produção de castanha. Esta praga é uma ameaça real aos sou-tos portugueses e os gomos afectados originam ramos defor-mados, em forma de galhas, e perdas de produção”, adianta a autarquia do Sabugal, que pede aos agricultores que, caso de-tectem “a presença deste tipo de ramos em algum castanhei-ro”, comuniquem “imediatamente” aos Serviços Regionais de Agricultura ou ao Município do Sabugal (Serviço de Estratégia e Desenvolvimento).

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A fileira dos produtos Kohser, certificados segundo as leis judaicas, constituem uma fileira económica que pode contribuir para a dinamização do sector agro-pecuário da Beira Interior e, sobretudo, do concelho de Belmonte. Esta é uma das conclusões da Conferência “O Potencial da Economia Kosher” que decorreu no Museu Judaico de Belmonte, dividida em dois painéis: “A vi-vência judaica na Beira Interior” e “Produtos Kosher: um mercado emergente”.

O presidente da Câmara local e também da Rede de Judiarias de Portugal, afirmou que “Belmonte tem orgulho em afirmar--se como um centro difusor e de conhecimento da Cultura e Herança Judaica, entendidas como componentes importantes, marcantes, diga-se, da interculturalidade que nos caracteriza

Conclusões de uma conferência que decorreu em Belmonte

Produtos Kohser é uma fileira a desenvolver e promover

como povo português”. “É por demais conhecida a importância que a Comunidade Judaica tem para Belmonte e para a região, encarada como expressão de um povo que resistiu ao longo dos séculos a “perseguições e Inquisições”, com seus ritos, orações e força de ser, transmitidos de geração em geração no secretismo familiar”, disse. O passado de segredo e conversão forçada ficou marcado nas pedras enegrecidas mas vivas das Judiaras ou Alja-mas dispersas por todo o país, particularmente na Beira Interior, nomeadamente em Belmonte, Guarda, Trancoso, Pinhel, Covilhã, Celorico da Beira , Linhares da Beira, Marialva, Penamacor, Foz Côa, Almeida, Castelo Branco, Fundão, Sabugal, Monsanto e tan-tas outras” .

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O docente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) Alfredo Si-mões defendeu que o desenvolvimento da economia de proxi-midade faz sentido, apesar de, nos tempos atuais, a palavra de ordem ser a globalização.

Ao intervir num congresso sobre agricultura familiar, Alfredo Simões explicou que a economia de proximidade tem a ver com “produzir localmente, transformar localmente e consumir local-mente”.

Segundo o economista, há “circuitos curtos de comercializa-ção”, ou seja, “ligações muito directas entre produtores e con-sumidores locais”. “Nos tempos que correm, em que se fala de globalização, de abertura do mercado, da economia global, isto terá algum interesse? Faz sentido andarmos preocupados com esta pequena agricultura em termos locais?”, questionou.

Alfredo Simões disse não ter dúvidas que “faz todo o sentido” apostar na economia de proximidade, por razões económicas, ambientais e sociais.

Para comprovar as vantagens em termos económicos, o professor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPV ba-seou-se em estudos feitos nos Estados Unidos da América.

Um desses estudos refere que, “sempre que se aumentam em um dólar as despesas da compra de produtos locais, isso induz um acréscimo de 1,47 dólares nos restantes sectores”.

“O que quer dizer que, se nós dinamizarmos esta economia local, o que estamos a fazer é, igualmente, a dinamizar as outras actividades, como o comércio e pequenas actividades de pres-tação de serviços na aldeia, no concelho”, considerou.

Um outro estudo provou que, “por cada dez empregos cria-dos no sector agrícola local, são criados simultaneamente entre seis e sete postos de trabalho em outros sectores”.

O economista aludiu a um terceiro estudo que mostra que “a parcela do rendimento que fica na região quando os produtores são residentes é três vezes superior à parcela do rendimento que fica quando a produção dos bens agrícolas pertence às grandes cadeias alimentares”.

“Ao promovermos esta economia de proximidade estamos efectivamente a gerar riqueza no próprio sector agrícola e nos outros sectores. Rendimento esse que fica na região, para que

Economista Alfredo Simões no Congresso de Agricultura Familiar

Economia de proximidade faz sentido, apesar de globalização

todos tenhamos maior poder de compra e satisfaçamos melhor as necessidades”, sublinhou.

No que respeita às vantagens ambientais, o docente apon-tou a redução da emissão de CO2 para a atmosfera, que habi-tualmente acontece devido à circulação dos camiões que trans-portam produtos agrícolas.

Por outro lado, “ao desenvolver-se as economias ao nível local, está-se a promover o uso do território”, evitando o seu abandono, “que é um perigo real que existe em muitas zonas do país, particularmente no interior da zona centro”, acrescentou.

Na sua opinião, “de facto, esta agricultura, que pode parecer uma coisa sem significado, tem um peso económico e um impac-to significativo no ambiente ou nas questões sociais”.

Reposicionar a agricultura familiar no centro das políticas agrícolas

O representante da FAO em Lisboa foi um dos intervenientes no Congresso de Agricultura Familiar, abordando o tema “Im-portância socioeconómica e ambiental da Agricultura Familiar”. Hélder Muteia afirmou que “o objectivo do Ano Internacional da Agricultura Familiar é reposicionar a agricultura familiar no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais, identificando lacunas e oportunidades para promo-ver uma mudança rumo a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado”.

Durante o Congresso foram também abordados temas como a caracterização da agricultura familiar nacional; a agricultura familiar como salvaguarda do território; oportunidades e desa-fios para a agricultura familiar; economia de proximidade: desen-volvimento regional e local entre outros no decorrer do dia.

A iniciativa da Câmara de Viseu, em parceria com várias en-tidades, assinalou o Ano Internacional da Agricultura Familiar, decorreu no Instituto Politécnico de Viseu e visou dinamizar na região um evento de referência para celebrar o Ano Internacio-nal, proporcionando à comunidade dois dias dedicados a esta temática, na presença de diversos especialistas e testemunhos.

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A ministra da Agricultura quer aproveitar uma investi-gação da Herdade da Comporta que permitiu seleccionar árvores imunes ao nemátodo do pinheiro, um verme mi-croscópico responsável pela destruição de muitos pinhais em todo o país. “Há espécies resilientes na península de Setúbal e soube que na Herdade da Comporta a investiga-ção realizada nos últimos anos está a produzir resultados”, afirmou Assunção Cristas, que manifestou interesse em conhecer o trabalho realizado naquela herdade do litoral alentejano.

“Vou acompanhar o trabalho que fizeram para juntar com outros que foram feitos noutros locais, porque é importante que consigamos demonstrar capacidade de contenção da praga e, sobretudo, que não desistamos do pinheiro bravo, que tem muito para dar ao país. E como já aconteceu com o tomate e com o sobreiro, também vamos ter um centro de competência ligado ao pinheiro bravo”, acrescentou. Para a ministra da Agricultura, “conseguir fazer povoamentos de pi-nheiro bravo, aproveitando espécies mais resilientes ao ne-mátodo, é passar para um outro patamar e é extraordinaria-mente interessante, e positivo, para o país”.

Assunção Cristas falava no final de uma visita à PIMEL, Feira de Turismo e das Actividades Económicas de Alcácer do Sal, onde conversou com agricultores e com respon-sáveis de algumas das principais empresas da região, de-signadamente produtores de arroz, azeite, vinho, pinhão e mel. “A imagem que levo é de uma região viva, dinâmica, a apostar na agricultura, a apostar na diversificação dentro da agricultura e a procurar mostrar tudo isso aos portugue-ses e aos estrangeiros que nos visitam. Estou certa de que vamos ter um bom desenvolvimento sustentado”, disse.

Durante a visita, Assunção Cristas informou alguns em-presários de que o novo modelo de ajudas comunitárias para a agricultura deverá estar definido dentro de alguns meses. “O novo modelo plurifundos, como está previsto no acordo de parceria nos novos regulamentos europeus, para se poder conjugar os fundos da agricultura com os fundos do desenvolvimento regional e com os fundos do apoio so-cial, deverá estar definido até final do ano”, disse.

“Creio que no final do ano já teremos as novas regras transversais, pelo menos no respeita à área dos fundos para a agricultura”, acrescentou a governante.

Um projecto desenvolvido por um português utiliza o GPS para detectar árvores, como oliveiras ou sobreiros, que estão prontas para a colheita, permitindo ao agricultor ter uma ope-ração mais eficiente, trabalho que foi premiado numa iniciativa europeia.

Manuel Penteado, aluno de mestrado do Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa, foi distinguido com o terceiro lugar do prémio europeu Farming by Satellite

(agricultura por satélite), promovido pela Agência do GNSS Eu-ropeu, responsável pelas actividades de navegação por satélite na Europa. “Desenvolvemos um estudo de detecção remota para o montado de sobro através do cálculo do índice de vegetação e obtivemos bons resultados na gestão, a partir dessa base [trata--se de] transformar, na prática, como seria para os agricultores a operação da colheita”, explicou Manuel Penteado.

Criado por aluno do Instituto Superior de Agronomia

Projecto para detectar árvores prontas para colheita através de GPS premiado na Europa

Assunção Cristas manifestou interesse em conhecer o trabalho realizado

Investigação na Herdade da Comporta abre caminho ao combate ao nemátodo do pinheiro

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Os sete municípios que rodeiam a Serra da Lousã decidiram criar uma agência de desenvolvimento, que deverá ser constituí-da no final de Setembro, adiantou a presidente do município de Góis, Lurdes Castanheira. Segundo a autarca, a futura entidade vai designar-se Agência para o Desenvolvimento da Serra da Lousã e terá como missão a gestão “sustentada e sustentável” dos recursos daquele território, desde o potencial florestal, cine-gético e turístico.

“Vamos analisar que mais valia-económica podemos obter

A Fundação Luso pretende que a comunidade seja o primeiro utilizador e o primeiro guardião da Serra do Buçaco e que esteja assim envolvida na protecção daquela Mata Nacional, reforçan-do a manutenção e vigilância da zona.

O envolvimento da comunidade “é fundamental para que o ecossistema único que existe no Buçaco” seja preservado, de-fendeu o presidente da Fundação Luso. Nuno Pinto de Maga-lhães considerou a exposição intitulada “Ecossistema Florestal da Serra do Buçaco e o Recurso Hídrico da Água Mineral Natural de Luso é uma forma de “dar a conhecer a toda a população as especificidades do ecossistema do Luso e do Buçaco”. A ex-posição é promovida conjuntamente com a Quercus, vai estar presente no Casino do Luso até 30 de Setembro.

“Queremos dar aos visitantes a oportunidade de conhece-rem a biodiversidade do Buçaco”, explicou Nuno Pinto de Ma-galhães, recordando que, de momento, está a ser desenvolvido um trabalho de reflorestação, também em colaboração com a Quercus, em que, durante três anos, se pretende a plantação de 24 mil árvores.

O projecto foi divulgado em Dezembro de 2013 e hoje “é já visível todo o trabalho de limpeza e de reflorestação”, frisou o presidente da Fundação Luso, destacando que, para além da reflorestação, pretende-se eliminar “as espécies invasoras”. Ao fim dos três anos de projecto, “pretende-se apresentar outra iniciativa de preservação”, que garanta “a sustentabilidade dos nossos recursos”.

Nuno Sequeira, presidente da Quercus, disse que uma das

Deverá ser constituída no final de Setembro

Sete municípios aprovam criação de Agência para o Desenvolvimento da Serra da Lousã

Defendeu Nuno Pinto de Magalhães

Fundação Luso quer comunidade envolvida na preservação da Serra do Buçaco

“grandes ameaças são as espécies invasoras” no Buçaco, nomea-damente as acácias, por se “desenvolverem de forma muito rápi-da e com uma grande agressividade, o que impede a reprodução da flora autóctone”.

“A situação não está totalmente controlada”, alertou o pre-sidente da Quercus, salientando que será necessário um trabalho de “controlo feito com persistência”, sendo a reflorestação do Buçaco uma forma também “de as espécies autóctones recupe-rarem as suas áreas”.

Outro ponto essencial na preservação do ecossistema da Ser-ra do Buçaco incide “nas acções de vigilância”, para se evitarem “acções de vandalismo, incêndios ou a criação de lixeiras ilegais”.

deste território e preparar-nos para o novo quadro comunitário de apoio, para o qual já estamos a delinear o documento de estra-tégia de intervenção e desenvolvimento com o apoio das Univer-sidades de Aveiro e Coimbra, rede Aldeias de Xisto e associação Lousitânea”, sublinhou.

Numa reunião de trabalho realizada em Góis, participaram também os presidentes das câmaras de Lousã, Miranda do Cor-vo, Castanheira de Pera, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Penela, a rede turística Aldeias do Xisto (ADXTUR), a associação Lousitânea e representantes das universidades de Aveiro e Coim-bra. Os participantes decidiram, de acordo com Lurdes Castanhei-ra, constituir uma comissão instaladora que será formada pelos sete municípios, que até 10 de Julho se devem pronunciar sobre a proposta de estatutos apresentada.

No dia 16 de Julho realiza-se nova reunião, desta vez em Mi-randa do Corvo, para aprovar a versão final dos estatutos, que de-pois de aprovados por cada autarquia terão de ser ratificados nas respectivas assembleias municipais. “O final de Setembro é a data limite para a celebração da escritura de constituição”, adiantou a presidente da Câmara de Góis, referindo que depois de constituí-da a agência poderá integrar outras entidades com actividade na Serra da Lousã, entre elas as universidades de Aveiro e Coimbra, a ADXTUR e a associação Lousitânea.

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Ano X - N.º 227Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena MoraisOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuDelegação Edifício Vouga Park, Sala 42 - Sever de VougaCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

Para assegurar a produção e colocação no mercado

Vila Pouca de Aguiar promove sessão sobre incentivos à organização de produtores

No âmbito das Comemorações do Fe-riado Municipal, foram homenageados os presidentes de Câmara eleitos após o 25 de Abril, numa cerimónia que encheu o Sa-lão Nobre dos Paços do Concelho e ficou marcada pela emoção dos autarcas que durante quatro décadas desempenharam o cargo. José Correia, primeiro presidente de Câmara após o 25 de Abril, José Albu-querque Vaz, José Manuel Lopes de Al-meida, Isaura Leonor Marques Figueiredo Silvas, primeira mulher autarca, e Borges da Silva inauguraram a Galeria dos Presi-dentes Eleitos.

Nelas homenageou presidentes de Câmara eleitos após o 25 de Abril

Castanha, mel, mirtilo, cabra e coelho são produ-tos locais com potencial para que os produtores de Vila Pouca de Aguiar se organizem com o intuito de assegurar a produção e colocação no mercado.

Na sessão de esclarecimento sobre Organi-zações de Produtores, promovida pela autarquia local, que decorreu no auditório do Palacete Silva, Celina Bouça, da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), esclareceu sobre os requisitos necessários para que os produtores se organizem e apoios comunitários à sua constitui-ção, ao programa operacional e demais incentivos aos produtores.

Nesta sessão, onde marcou presença o vereador que detém o Gabinete de Apoio ao Agricultor, Duarte Marques, informou ainda as pessoas sobre o funcio-namento de organizações de produtores e foi dispo-nibilizado o apoio logístico da autarquia. Alguns dos produtores presentes demonstraram interesse em desenvolver actividades comuns que levem à efec-tivação de organização de produtores.

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ÚLTIMAS

Câmara de Gouveia limpa e alarga caminhos rurais O Município de Gouveia, através do Gabinete Técnico Flo-

restal, está a proceder ao alargamento e à limpeza de caminhos rurais nas freguesias de Arcozelo da Serra, São Paio, Rio Torto, Ribamondego e Nespereira, numa extensão de 34 quilómetros.

A intervenção é financiada pelo Programa de Desenvolvi-

mento Rural (PRODER), ao abrigo do projecto de estabilização de emergência após incêndios e tem um investimento superior a 60 mil euros, segundo a autarquia. A intervenção, acrescen-tam, “pretende melhorar as acessibilidades às áreas florestais e aumentar a resiliência do território aos incêndios”.

A vila de Penedono regressa aos tem-pos da idade média, em mais uma edi-ção da Feira Medieval, e que já se tornou num evento marcante a nível nacional, que atrai muitos milhares de visitantes. O evento, em que a Câmara local aposta fortemente, decorre no centro da vila, sob o ‘olhar’ imponente do castelo medieval, em torno do qual gira todo o evento.

A vila de Penedono vai reviver, de 4 a 6 de Julho, a história de Portugal. O cen-tro histórico, de características ímpares, irá ser percorrido por nobres, monges, cavaleiros destemidos, guerreiros com valentia, mercadores, almocreves, jograis e tantos, tantos outros intervenientes. As tabernas vão encher-se de visitantes, as ruas animar-se-ão com os pregões das vendedeiras, o som das ferramentas de artesãos e os sonoros anúncios dos arautos.

A Feira Medieval de Penedono acon-tece, respeitando o rigor histórico e fide-lidade da época que exorta, leva todos

De 4 a 6 de Julho, no centro histórico da Vila

Penedono recria época da história de Portugal

aqueles que nela participam a viver um ambiente puramente Medieval e a re-gressarem ano após ano. O encantador cenário histórico que a vila proporciona, a activa participação das gentes locais, a animação sempre diversificada e cons-tante são motivos que vêm contribuindo para o sucesso alcançado.

O presidente da Câmara de Penedo-no, à Gazeta Rural, aponta a importância da iniciativa na atracção de visitantes. Porém, Carlos Esteves reconhece al-gumas dificuldades, nomeadamente na área da restauração e hotelaria, para a fixação de turistas no concelho.

Gazeta Rural (gr): O que muda na Feira Medieval deste ano?

Carlos Esteves (CE): Não muda grande coisa. Permanece, em primeiro lu-gar, a vontade e a forte determinação da Câmara em continuar a apostar na Feira Medieval como evento de referência no concelho.

Depois, temos alguma contenção na parte financeira, o que não nos impede de manter a aposta forte na feira, nos mol-des de anos anteriores, que se vai desen-volver ao longo de três dias, mantendo a qualidade do programa.

Na sexta-feira teremos a habitual ce-rimónia de recepção aos cavaleiros que vêm até nós no fim-de-semana partici-par nos combates, feita pelas figuras do Alcaide e da Igreja local, que se realizará na praça em frente ao Castelo, em ple-no centro histórico. No sábado haverá a tradicional ceia medieval e o assalto do castelo.

GR: A Feira tem tido cada vez mais visitantes?

CE: Vimos sentindo os frutos desta caminhada que temos vindo a seguir, re-flectido no número de visitantes e damos conta disso através dos nossos serviços de turismo. Temos marcado uma presen-ça forte na Feira de Turismo de Lisboa (BTL), onde temos apostado sempre na vertente medieval com variadíssimos te-mas, e sentimos que depois no verão as pessoas nos procuram em busca daquilo que viram na BTL.

Temos, contudo, algumas limitações, nomeadamente ao nivel da restauração. O nosso Hotel Rural está encerrado, vai entrar em obras, e falta-nos essa com-ponente. As pessoas vêm até nós, mas de passagem, e precisávamos que ficassem por mais tempo. Esta questão não é só da responsabilidade da Câmara, mas tam-bém de outros agentes locais.

GR: No que toca à terra, há mais gente no sector primário?

CE: Hoje há uma nova forma de olhar a terra, que tem muito a ver com a conjuntura actual, que faz com que as pessoas se empenhem mais nessa área, onde tem havido alguma actividade.

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Foi inaugurada em Alpiarça a segunda linha de produção da câmara de frio da Monliz, empresa de produtos alimentares, ce-rimónia que contou com a presença de centenas de empresas e agricultores da região. Com este investimento, superior a 18 mi-lhões de euros e que incluiu a segunda fase de expansão, a em-presa vai duplicar a capacidade de produção e armazenamento da unidade e permitir a criação de 45 postos de trabalho.

Segundo o director-geral, Mauro Cardoso, além do aumen-to do número de funcionários, actualmente da ordem das duas centenas, a nova linha vai permitir trabalhar com mais produto-res (239 em 2013) e crescer no volume de exportações, que no ano passado foi de cerca de 78% da sua produção, sendo que os cerca de 20% restantes se destinam à grande distribuição e ao retalho. Frisando que, desde 2005, a Monliz investiu mais de 45

Criou 45 novos postos de trabalho

Monliz investe 18 milhões de euros em Alpiarça

milhões de euros na unidade de Alpiarça, tornando-a numa “das mais sofisticadas e modernas de toda a Europa”, Mauro Cardoso aponta “o bom clima e as condições competitivas” de Portugal como factores favoráveis ao crescimento.

Sendo uma empresa portuguesa, a Monliz passou a integrar, desde 2000, dois grupos belgas internacionais na área de pro-dutos ultracongelados (Ardo e Crop’s). Em 2013 a Monliz regis-tou um volume de negócios de 38 896 milhões de euros (mais 3 milhões que no ano anterior), tendo produzido 31 515 toneladas de legumes (mais 3 mil toneladas que em 2012), refere a nota. A expansão da capacidade produtiva iniciou-se em 2011, com uma segunda linha de produção, branqueamento e ultracongelação, altura em que foi igualmente alargada a capacidade de embala-mento em saco para a indústria.

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