Geografia do Brasil - Curso Preparat+¦rio Brasil

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Geografia do Brasil Curso Preparatório para o Concurso Público de Soldado da PMBA 2012 Apostila preparatória especifica para o concurso público da PMBA 2012 Curso Preparatório Brasil Contato: [email protected]

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GEOGRAFIA DO BRASIL

1. Organização Político-Administrativa do Brasil

1.1 Divisão política 1.2 Divisão regional

2. Geografia Física Brasileira 2.1 Relevo 2.2 Clima 2.3 Vegetação 2.4 Hidrografia 2.5 Fusos horários

3. Geografia Humana 3.1 Formação étnica 3.2 Crescimento demográfico

4. Aspectos Econômicos 4.1 Agropecuária 4.2 Extrativismo vegetal e mineral 4.3 Atividades industriais 4.4 Transportes

5. A Questão Ambiental 5.1 Degradação ambiental e Políticas de meio ambiente

6. Geografia da Bahia 6.1 Aspectos políticos 6.2 Aspectos físicos 6.3 Aspectos econômicos 6.4 Aspectos sociais 6.5 Aspectos culturais

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1.1 Divisão Politica

A divisão política e administrativa do Brasil nem sempre foi a mesma. Do século XVI ao século XX, o país teve diversos arcabouços político-administrativos, a saber: as donatarias, as capitanias hereditárias, as Províncias e finalmente os Estados, os Distritos e os municípios. O quadro abaixo resume, por período, as transformações na divisão político-administrativa brasileira.

Divisão Politica do Brasil: 1534 - 1940

Regimes Políticos Épocas Unidades Politicas Nº

Brasil colônia Séc. XVI Séc. XVII

Donatarias Donatarias ou capitanias Colônia

14 15 1

Brasil Vice-Reino Séc. XVIII Capitanias Colônia

19 1

Brasil Império 1º Reinado 2º Reinado

Séc. XIX Séc. XII

Províncias Províncias Município Neutro

19 20 1

Brasil República Séc. XIX e XX (1ª metade)

Estados Distrito Federal Território

20 1 1

Em todo território autônomo existem divisões internas que servem para facilitar a administração. No Brasil não é diferente, o país precisa ser gerenciado e controlado por entidades ligadas ao governo, sendo uma subordinada à outra. Diante da necessidade de dividir a administração e o controle do país, foi estabelecida uma fragmentação do território brasileiro em estados, municípios e distritos, além de outras regionalizações, como: as regiões e os complexos regionais. A seguir é apresentada a atual divisão político-administrativa do país, acompanhada do mapa político do Brasil.

Mapa Político do Brasil

Dentro dos estados existe ainda outra divisão, os municípios. Esses também possuem leis próprias, que devem seguir os moldes estipulados pela nossa constituição. Dentro dos territórios municipais é possível encontrar outra divisão de proporção menor, que os subdivide em distritos. Atualmente, o Brasil possui 26 estados,

chamados também de unidades da federação; incluindo ainda o Distrito Federal, uma das unidades federativas que foi criada com intuito de abrigar a capital do país. Vejamos a seguir as características de cada uma dessas regiões:

‒ Distrito Federal: é a unidade onde tem sede o Governo Federal – Distrito Federal onde se localiza a cidade de Brasília. Com seus poderes: Judiciário, Legislativo e Executivo; Grande parte das decisões políticas acontece na sede do governo federal que se localiza nessa cidade.

‒ Estados: em número de 26, constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização político-administrativa do País. Os estados possuem a liberdade de criar leis autônomas, mas que são subordinadas à Constituição Federal Brasileira. A localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital;

‒ Municípios: os municípios constituem as unidades de menor hierarquia dentro da organização político-administrativa do Brasil. A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria de cidade;

‒ Distritos: são unidades administrativas dos municípios. A localidade onde está sediada a autoridade distrital, excluídos os distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila.

1.2 Divisão Regional

O IBGE elabora divisões regionais do território brasileiro, com a finalidade básica de viabilizar a agregação e a divulgação de dados estatísticos. Em consequência das transformações havidas no espaço brasileiro, no decorrer das décadas de 50 e 60, uma nova divisão em macrorregiões foi elaborada em 1970, definindo as Regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, que permanecem em vigor até o momento.

As delimitações dos territórios de muitos dos estados brasileiros se deram, principalmente, no final do século XIX, mas tivemos outras mudanças mais contemporâneas, que aconteceram em 1977, quando surgiu o Mato Grosso do Sul em mais tarde, em 1988, o novo estado de Tocantins, originário da divisão do estado de Goiás.

2.1 O Relevo Brasileiro

O território brasileiro pode ser dividido em grandes unidades e classificado a partir de diversos critérios. Uma das primeiras classificações do relevo brasileiro identificou oito unidades, e foi elaborada na década de 1940 pelo geógrafo Aroldo de Azevedo. No ano de 1958, essa classificação tradicional foi substituída pela tipologia do geógrafo Aziz Ab´Sáber, que acrescentou duas novas unidades de relevo.

Uma das classificações mais atuais é do ano de 1995, de autoria do geógrafo e pesquisador Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da USP (Universidade de São Paulo). Seu estudo fundamenta-se no grande projeto Radambrasil, num levantamento feito entre os anos de 1970 e 1985. O Radambrasil tirou diversas fotos da superfície do território brasileiro, através de um sofisticado radar acoplado em um avião, estabelecendo dessa forma 28 unidades de relevo, os quais foram classificados em planaltos, planícies e depressões.

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Características do relevo brasileiro

O relevo do Brasil tem formação muito antiga e resulta principalmente de atividades internas do planeta Terra e de vários ciclos climáticos. A erosão, por exemplo, foi provocada pela mudança constante de climas úmido, quente, semiárido e árido. Outros fenômenos da natureza, como por exemplo o vento e a chuva, também contribuíram no processo de erosão.

O relevo brasileiro pode ser classificado da seguinte forma:

‒ Planalto: superfícies com elevação e aplainadas, marcadas por escarpas onde o processo de desgaste é superior ao de acúmulo de sedimentos. Os planaltos, também são chamados de platôs, são áreas de altitudes variadas e limitadas, em um de seus lados, por superfície rebaixada. Os cumes dos planaltos são ligeiramente nivelados. Os planaltos são formados a partir de erosões eólicas (pelo vento) ou pela água. Exemplo: Planalto Central no Brasil, localizado em território dos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

‒ Planície: como o próprio nome já diz são áreas planas e baixas onde o processo de deposição de sedimentos é superior ao de desgaste. As principais planícies brasileiras são as planícies Amazônica, do Pantanal e Litorânea;

‒ Depressões: é uma parte do relevo mais plana que o planalto, com

suave inclinação e altitude entre 100 e 500 metros, proveniente das erosões. Podem ser:

a) Depressão absoluta: as altitudes são inferiores ao nível do mar.

b) Depressão relativa: fica acima do nível do mar, mas suas altitudes são inferiores as do relevo ao seu redor, seja uma chapada, planalto ou outro. É comum a formação de lagos nas depressões. Ex.: A periférica paulista e a depressão Sul Amazônica são exemplos de depressão relativa.

‒ Montanhas: elevações naturais do relevo, podendo ter várias origens, como falhas ou dobras. São formações geográficas originadas do choque (encontro) entre placas tectônicas. Quando ocorre este choque na crosta terrestre, o solo das regiões que sofrem o impacto acaba se elevando na superfície, formando assim as montanhas. Estas são conhecidas como montanhas de dobramentos. Grande parte deste tipo de montanhas formou-se na era geológica do Terciário. Existem também, embora menos comum, as montanhas formadas por vulcões.

Formas de relevo

Pontos culminantes do Brasil

2.2 O Clima Brasileiro

O clima são todas as variações do tempo de um lugar. No Brasil devido ao seu extenso território, a diversidade de formas de relevo, a altitude e a dinâmica das correntes e das massas de ar, apresenta uma grande diversidade de climas. Atravessado na região norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, o Brasil está situado, na maior parte do território, nas zonas de latitudes baixas - chamadas de zona intertropical - nas quais prevalecem os climas quentes e úmidos, com temperaturas médias em torno de 20°C.

No país a amplitude térmica – diferenças entre as temperaturas mínimas e máximas no decorrer do ano – é baixa, isso implica dizer que a variação de temperatura no território brasileiro é pequena.

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OS CLIMAS DO BRASIL

Para classificar um clima, devemos considerar a temperatura, a umidade, as massas de ar, a pressão atmosférica, correntes marítimas e ventos, entre muitas outras características. A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de clima do Brasil assemelha-se a criada pelo estudioso Arthur Strahler, que se baseia na origem, natureza e movimentação das correntes e massas de ar. Vejamos a classificação do clima brasileiro:

Clima Equatorial (úmido e semiúmido): quente e úmido • Compreende a Amazônia brasileira; • Pouca variação de temperatura durante o ano; • É um clima dominado pela mEc em quase toda sua extensão e

durante todo o ano. Na parte litorânea da Amazônia existe um pouco de influência da mEa, e algumas vezes, durante o inverno a frente fria atinge o sul e o sudoeste dessa região, ocasionando uma queda da temperatura chamada friagem.

• As temperaturas são elevadas durante quase todo o ano. • Chuvas em grande quantidade, com índice pluviométrico acima

de 2500 mm anuais.

Clima Litorâneo Úmido • Influenciado pela mTa. • Compreende as proximidades do litoral desde o Rio Grande do

Norte até a parte setentrional do estado de São Paulo.

Clima Tropical (alternadamente úmido e seco) • É o clima predominante na maior parte do Brasil. • É um clima quente e semiúmido com uma estação chuvosa

(verão) e outra seca (inverno). • Temperaturas elevadas (média anual por volta de 20°C),

presença de umidade e índice de chuvas de médio a elevado.

Clima Semi-Árido • Presente, principalmente, no sertão nordestino. • Clima quente mais próximo do árido. • As chuvas não são regulares e são mal distribuídas. • Possui pela baixa umidade e pouquíssima quantidade de

chuvas. • As temperaturas são altas durante quase todo o ano.

Clima Subtropical • Abrange a porção do território brasileiro ao sul do Trópico de

Capricórnio. • Caracteriza-se por verões quentes e úmidos e invernos frios e

secos. • Predomina a mTa, provocando chuvas abundantes,

principalmente no verão. No inverno há o predomínio das chuvas frontais.

• Apesar de chover o ano todo, há uma maior concentração no verão.

• Recebe influência, principalmente no inverno, das massas de ar frias vindas da Antártida.

• Presente na região sul dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Clima Tropical de altitude • Ocorre principalmente nas regiões serranas do Espirito Santo,

Rio de Janeiro e Serra da Mantiqueira. • As temperaturas médias variam de 15 a 21º C.

• As chuvas de verão são intensas e no inverno sofre a influência das massas de ar frias vindas pelo Oceano Atlântico.

• Pode apresentar geadas no inverno.

Clima Tropical Atlântico (tropical úmido) • Presente, principalmente, nas regiões litorâneas do Sudeste. • Apresenta grande influência da umidade vinda do Oceano

Atlântico. • As temperaturas são elevadas no verão (podendo atingir até

40°C) e amenas no inverno (média de 20º C). • Em função da umidade trazida pelo oceano, costuma chover

muito nestas áreas.

MASSAS DE AR

Através do conceito de massas de ar, podemos entender todas as mudanças no comportamento dos fenômenos atmosféricos, pois elas atuam sobre as temperaturas e índices pluviométricos nas várias regiões do Brasil. Existem massas de ar polares, equatoriais, oceânicas e continentais. Existe uma movimentação de massas aonde cada uma vai empurrando a outra, passando a ocupar o seu lugar. Toda essa dinâmica é responsável pelas alterações do tempo de uma determinada região. Quando duas massas de ar se encontram temos o que chamamos de frente. No território brasileiro ocorrem as seguintes massas de ar:

Massa Equatorial Atlântica (mEa) Massa quente e úmida, se forma na porção do atlântico próximo a região equatorial. Durante o verão do hemisfério sul pode descer e penetrar pelo litoral das regiões Norte e Nordeste causando chuvas.

Massa Equatorial Continental (mEc) Com características quente (baixa latitude) e muito úmida (área de muitos rios e domínio da floresta equatorial) originada na Amazônia ocidental, exerce influência em quase todo país durante o verão do hemisfério sul. É responsável pelas altas temperaturas e altos índices pluviométricos da região da Amazônia.

Massa Tropical Atlântica (mTa) Também de características quente e úmida origina-se no atlântico Sul e atua em toda faixa litorânea brasileira que se vai do Nordeste ao sul do Brasil. O encontro desta massa de ar com a Polar atlântica que chega da Argentina principalmente durante o inverno, provoca as tão famosa frentes frias nas regiões sul e sudeste. Também nessas regiões, o encontro desta massa com as áreas de relevos mais elevados da Serra do Mar provocam as chuvas orográficas ou de relevo durante todo ano.

Massa Tropical Continental (mTc)

Quente e seca; Origina-se na área de depressão do Chaco Paraguaio, área de altas temperaturas e pouca umidade portanto apresenta características quente e seca. Atua principalmente na região do centro-oeste e em partes do sul e sudeste durante os períodos de outono inverno. Pode provocar ainda o bloqueio atmosférico que impede a chegada de massa de ar frio vindo do sul nos meses de maio e junho caracterizando o que se denomina de veranico.

Massa Polar Atlântica (mPa) Fria e úmida; Por ser formada no oceano no litoral sul da Argentina ,apresenta características fria e úmida. Ao penetrar no

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Brasil, pode tomar três direções distintas, provocando os seguintes fenômenos: Frentes frias quando sobe pelo litoral e encontra a mTa (já explicado anteriormente ); "Friagem” – quando penetrando pelas planícies da área central do país chega ao oeste da Amazônia causando queda brusca de temperatura e finalmente quando sobe pelos vales e serras do Sul do Brasil provoca a formação de geada, precipitação de neve ou fortes ventos como o Minuano e o Pampeiro.

BRASIL: DIVISÃO CLIMÁTICA E MASSAS DE AR

2.3 A Hidrografia Brasileira

Características da Rede Hidrografia Brasileira • Rica em rios e pobre em lagos; • Os rios brasileiros dependem das chuvas para se

“alimentarem”. O Rio Amazonas embora precise das chuvas ele também se alimenta do derretimento da neve da Cordilheira dos Andes, onde nasce;

• A maior parte dos rios é perene (nunca seca totalmente); • As águas fluviais deságuam no mar, porém podem desaguar

também em depressões no interior do continente ou se infiltrarem no subsolo;

• A hidrografia brasileira é utilizada como fonte de energia (hidrelétricas) e muito pouco para navegação.

BACIAS HIDROGRÁFICAS

Uma bacia hidrográfica é uma área compreendida por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. O Brasil é dotado de uma vasta e densa rede hidrográfica, sendo que muitos de seus rios destacam-se pela extensão, largura e profundidade. É considerada a rede hidrográfica mais extensa do Globo, com 55.457km². Em decorrência da natureza do relevo, predominam os rios de planalto que apresentam em seu leito rupturas de declive, vales encaixados, entre outras características, que lhes conferem um alto potencial para a geração de energia elétrica.

Quanto à navegabilidade, esses rios, dado o seu perfil não regularizado, ficam um tanto prejudicados. Dentre os grandes rios nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai são predominantemente de planície e largamente utilizados para a navegação. Os rios São

Francisco e Paraná são os principais rios de planalto. Dessa forma a Bacia de Planície é utilizada para navegação e a Planáltica é a que permite aproveitamento hidrelétrico.

De maneira geral, os rios têm origem em regiões não muito elevadas, exceto o rio Amazonas e alguns de seus afluentes que nascem na cordilheira andina. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Brasil, em virtude da sua grande extensão territorial, apresenta 12 grandes bacias hidrográficas, conforme demostra o mapa a seguir.

BRASIL: BACIAS HIDROGRÁFICAS

A densidade de rios de uma bacia está relacionada ao clima da região. Na Amazônia, que apresenta altos índices pluviométricos, existem muitos rios perenes e caudalosos. Em áreas de clima árido ou semiárido, os rios secam no período em que não chove.

Aspectos da hidrografia brasileira

O Brasil não possui lagos tectônico, devido à transformação das depressões em bacias sedimentares. No território brasileiro só existem lagos de várzea e lagoas costeiras, como a dos Patos (RS) e a Rodrigo de Freitas (RJ), formadas por restingas. Com exceção do Amazonas, todos os rios brasileiros possuem regime fluvial. Uma quantidade de água do rio Amazonas é proveniente do derretimento de neve da cordilheira dos Andes, o que caracteriza um regime misto (pluvial e naval). Todos os rios são exorréicos, ou seja, têm como destino final o oceano. Só existem rios temporários no Sertão nordestino, que apresenta clima semiárido. No restante do país, os rios são perenes. Os rios de planalto predominam em áreas de elevado índice pluviométrico. A existência de desníveis no terreno e o grande volume de água contribuem para a produção de hidroeletricidade.

Principais Bacias Hidrográficas do Brasil

Bacia Amazônica Considerada a maior do planeta, ela abrange na América do Sul, uma área de 6 a 7 milhões de km. No Brasil, ela compreende uma área de 3.870.000 km², estando presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Pará.

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Bacia do Araguaia-Tocantins Ocupa quase 10% do território nacional. É a maior bacia localizada inteiramente dentro do território brasileiro (767.059 quilômetros quadrados). Os principais rios são o Tocantins, que nasce em Goiás e desemboca na foz do rio Amazonas; e o rio Araguaia, que nasce na divisa de Goiás com Mato Grosso e se junta ao rio Tocantins na porção norte do estado do Tocantins.

Bacia do São Francisco Com aproximadamente 640 mil quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica tem como principal rio o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra (MG) e percorre os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe até a foz, na divisa entre esses dois últimos estados. Também é totalmente brasileira, juntamente com a Bacia do Tocantins. O rio são Francisco é conhecido também como “Velho Chico”, “Nilo Brasileiro” e “Rio da Integração Nacional”.

Bacia do Paraná Essa é a principal porção da bacia Platina (compreende os países da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai). No Brasil, a bacia hidrográfica do Paraná possui 879.860 quilômetros quadrados, apresentando rios de planalto e encachoeirados, características elementares para a construção de usinas hidrelétricas: Furnas, Água Vermelha, São Simão, Capivari, Marimbondo, Itaipu (entre o Brasil e Paraguai) entre tantas outras.

Bacia do Uruguai É composta pela junção dos rios Peixe e Pelotas. Com área de 174.612 quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica está presente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Possui grande potencial hidrelétrico, além de ser importante para a irrigação nas atividades agrícolas da região. Apesar de não ser muito usada para a fabricação de usinas hidrelétricas podemos destacar as usinas Garibaldi, Socorro, Irai, Pinheiro e Machadinho.

Bacia Hidrográfica do Paraguai No Brasil, essa bacia hidrográfica está presente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, englobando uma área de 361.350 quilômetros quadrados. Tem como principal rio o Paraguai, que nasce na Chapada dos Parecis (MT). Possui grande potencial para a navegação.

Bacia Hidrográfica do Parnaíba Está presente nos estados do Piauí, Maranhão e na porção extremo oeste do Ceará, totalizando uma área de 344.112 quilômetros quadrados.

Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental Com extensão de 287.348 quilômetros quadrados, a bacia hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental está presente em cinco estados nordestinos: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental Seus principais rios são o Gurupi, Pericumã, Mearim, Itapecuru Munim e Turiaçu. Essa bacia de drenagem possui 254.100 quilômetros quadrados, compreendendo áreas do Maranhão e Pará.

Bacia Hidrográfica Atlântico Leste Com extensão de 374.677 quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica engloba os estados de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. Em sua região é possível encontrar fragmentos de Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e vegetação costeira.

Bacia Hidrográfica Atlântico Sudeste Presente nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, a região hidrográfica Atlântico Sudeste apresenta 229.972 quilômetros quadrados. Ela é formada pelo rio Doce, Itapemirim, São Mateus, Iguape, Paraíba do Sul, entre outros.

Bacia Hidrográfica Atlântico Sul Com área de 185.856 quilômetros quadrados, essa bacia hidrográfica nasce na divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, percorrendo até o Rio Grande do Sul. Com exceção do Itajaí e Jacuí, os rios que formam essa bacia de drenagem são de pequeno porte.

2.4 A Vegetação Brasileira

A grande extensão territorial e latitudinal e a diversidade climática do Brasil explicam a extraordinária riqueza vegetal que o país possui. Situado quase totalmente dentro da Zona Neotropical, podemos dividi-lo para fins geográficos em dois territórios: o amazônico e o extra-amazônico.

Amazônico - área equatorial ombrófila - o sistema ecológico vegetal decorre de um clima de temperatura média em torno de 25°C com chuvas torrenciais bem distribuídas durante o ano.

Extra-amazônico - área intertropical - o sistema ecológico vegetal responde a dois climas: o tropical com temperaturas médias por volta de 22°C e precipitação estacional, com período seco, e o subtropical com temperatura média anual próxima dos 18°C, com chuvas bem distribuídas. A grande quantidade de espécies vegetais nativas e exóticas de importância econômica, conhecida e descrita em trabalhos científicos, representa apenas uma amostra das que provavelmente existem.

Não podemos esquecer que grande parte da cobertura vegetal primitiva já foi e continua sendo impiedosamente devastada, criando sérios riscos de acidentes e desequilíbrios ecológicos. Vários fatores como luz, calor e tipo de solo contribuem para o desenvolvimento da vegetação de um dado local.

BRASIL: VEGETAÇÃO

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Floresta Equatorial Amazônica A Floresta Equatorial Amazônica é densa, latifoliada, higrófila, perene e está dividida em igapó, mata de várzea e terra firme (caaetê).

• Igapó: trecho da floresta sempre alagado, onde se desenvolve a vitória-régia.

• Mata de várzea: parte da floresta sujeita a inundações periódicas, onde encontramos a seringueira.

• Mata de terra firme ou caa-etê: sempre livre das inundações, ocupa a maior extensão, sendo rica em formações como o castanheiro, o cacaueiro, o caucho e outros.

Nesse domínio, a Bacia Amazônica tem grande importância, com rios de águas brancas e de águas pretas, com alta piscosidade e elevada atividade pesqueira, além do aproveitamento energético, além de tudo há milhares de espécies vegetais, não perde suas folhas no outono, ou seja, está sempre verde e vive do seu próprio material orgânico; a fauna é rica e variada. O problema maior é que há grandes desmatamentos com espécies ameaçadas como o mogno (tipo de madeira) e a onça-pintada.

Mata Atlântica A Mata Atlântica ou floresta latifoliada tropical úmida de encosta ocupa as escarpas dos planaltos voltadas para o oceano sendo menos densa que a Floresta Amazônica. Essa floresta sofreu grandes devastações: no Nordeste, devido à agroindústria da cana-de-açúcar e do cacau; no Sudeste, em decorrência da expansão urbana, industrial, agrícola e até da poluição. Essa devastação tem aumentado o problema da erosão dos solos, causando desde a formação de voçorocas e frequentes deslizamentos até o assoreamento dos rios. Os animais que vivem ainda na mata são os gambás, tamanduás, preguiça (estão fora do perigo da extinção) e também os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-canastra e a arara-azul-pintada, todos originários da Mata Atlântica (porém estão ameaçados de extinção). Em razão da Mata Atlântica tenha sido muito utilizada no passado para a fabricação de móveis, hoje se calcula que apenas 5% de sua área ainda permaneça, porém, antes podíamos encontrar o pau-brasil, cedro, peroba e o jacarandá.

Caatinga Caatinga, vegetação típica do clima semiárido do sertão nordestino é formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores, destacando-se pelo extrativismo de fibras vegetais, como o caroá, a piaçava e o sisal. No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais, resultantes do processo de pediplanação em clima semiárido. A sua vegetação é pobre, com plantas que são adaptadas à aridez, são as chamadas plantas xerófilas (mandacaru, xiquexique, faveiro), elas possuem folhas atrofiadas, caules grossos e raízes profundas para suportar o longo período de estiagem. Também fazem parte da paisagem os arbustos e pequenas árvores (juazeiro, aroeira e braúna).

Mata de Araucária ou dos Pinhais A Mata dos Pinhais ou de Araucária é subtropical, homogênea, aciculifoliada, com grande aproveitamento de madeira e erva-mate. Ocupa as médias altitudes do Planalto Meridional (800 a 1.300 metros). Corresponde às áreas de clima subtropical, é uma mata homogênea, pois há o predomínio de pinheiros, erva-mate, imbuia, canela, cedros e ipês. Quanto à fauna, destacam-se a cutia e o garimpeiro (espécie de ave). A ocupação humana tem sido intensa nesse domínio, restando menos de 20% dessa floresta.

Cerrado O cerrado constitui uma vegetação arbustiva, com troncos retorcidos e recobertos de casca grossa, tendo-se transformado, desde 1975, na

nova fronteira agrícola do Brasil com o programa Polocentro. É domínio típico do clima tropical semiúmido do Planalto Central. Os solos são pobres e ácidos, mas, com o método de calagem (adição de calcário ao solo), estão sendo aproveitados. Por ser típico da região centro-oeste do Brasil é formada por plantas tropófilas, ou seja, plantas adaptadas a uma estação seca e outra úmida. Quase 50% da vegetação dos cerrados foram destruídas devido o crescimento da agropecuária no Brasil. O cerrado é cortado por três grandes bacias hidrográficas (Tocantins, São Francisco e Prata) contribuindo muito para a biodiversidade da região que é realmente surpreendente, por exemplo, existem mais de 700 espécies de aves, quase 200 espécies de répteis e mais de 190 mamíferos.

Pantanal O pantanal possui uma vegetação heterogênea com plantas higrófilas (em áreas alagadas pelo rio) e plantas xerófilas (em áreas altas e secas), palmeiras, gramíneas. Essa vegetação sofre a influência de vários ecossistemas (cerrado, Amazônia, chaco e Mata Atlântica), ou seja, o Pantanal é a união de diferentes formações vegetais. Por causa da sua localização e também às temporadas de seca e cheia com altas temperaturas, o Pantanal é o local com a maior reunião de fauna do continente americano; encontramos jacarés, araraunas, papagaios, tucanos e tuiuiú. Quase todas as espécies de plantas e animais dependem do fluxo das águas. Durante um período de 6 meses (de outubro a abril) as chuvas aumentam o volume dos rios que inundam a planície, por esta razão muitos animais buscam abrigo nas terras “firmes” ocupando todas as áreas que não foram inundadas, assim vários peixes se reproduzem e as plantas aquáticas entram em processo de floração. Quando as chuvas começam a parar (entre junho e setembro), as águas voltam ao seu curso natural, deixando no solo todos os nutrientes necessários que fertilizarão o solo.

Campos É um tipo de vegetação rasteira e está localizada em diversas áreas do Brasil, sendo sua paisagem é marcada pelos banhados (ecossistemas alagados). Há predomínio da vegetação de juncos, gravatas e aguapés que propiciam um habitat ideal para as várias espécies de animais (garças, marrecos, veados, onças-pintadas, lontras e capivaras). De todos os banhados, o banhado do Taim, considerado ótimo para a pastagem rural, é o mais importante, devido à riqueza do seu solo.

Vegetações Litorâneas (manguezais e restingas) São características das terras baixas e planícies do litoral. Formam vários tipos de vegetação: mangues ou manguezais, a vegetação de praias, a vegetação das dunas e a vegetação das restingas. O Brasil possui uma linha contínua de costa Atlântica de 8.000 km de extensão, uma das maiores do mundo.

Pradarias O domínio das pradarias corresponde ao Pampa, ou Campanha Gaúcha, onde o relevo baixo e ondulado das coxilhas é coberto por vegetação herbácea (campos). A ocupação econômica nesse domínio tem-se efetuado pela pecuária extensiva e pela rizicultura irrigada.

Mata dos Cocais A Mata dos Cocais ou Babaçuais é uma vegetação de transição no Maranhão, Piauí e norte de Tocantins, destacando-se o aproveitamento do coquinho babaçu. O babaçu é um grande recurso natural regional, pois de sua semente extrai-se um óleo de grande aplicação industrial em (alimentos, cosméticos, sabão, aparelhos de alta precisão).

BRASIL: DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS

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Tipos de vegetação

Vegetação do tipo Savana (Cerrado/Campos) Ocorre principalmente na região Centro-Oeste, aparecendo também no norte amazônico, desde o vale do rio Tacatu (Roraima) até os tabuleiros do Amapá; no litoral e interior do Nordeste; no planalto sedimentar da bacia do Paraná; na região sudeste; na Região Sul em áreas do Planalto Meridional.

Estepe No árido sertão nordestino a estepe (conhecida como caatinga) corresponde a várias formações vegetais que se constituem num tipo de vegetação estacional decidual, com várias cactáceas. A outra área de estepe brasileira se encontra no Sul do Brasil, nas fronteiras com o Uruguai e Argentina é a Campanha Gaúcha, que recobre as superfícies conservadas do planalto da Campanha e da depressão dos rios Ibicuí e Negro. Assim a Caatinga e a Campanha Gaúcha são tidas como estepe.

A Savana estépica É um tipo de vegetação constituída por uma cobertura arbórea e várias cactáceas, que recobre um estrato graminoso. No Brasil ocupa três áreas bem diversas geograficamente, o Pantanal Mato-Grossense, os Campos de Roraima e a Campanha Gaúcha. A primeira situa-se entre a Serra da Bodoquena (Mato Grosso do Sul) e o rio Paraguai, sendo a maior área de ocorrência no Brasil desse tipo de vegetação. A segunda, a de Roraima (limites com a Venezuela), aparece entre as áreas dissecadas do monte Roraima e a planície do rio Branco. E a terceira ocupa a parte sul-sudeste do Rio Grande do Sul, fazendo parte da Campanha Gaúcha.

Vegetação lenhosa oligotrófica dos pântanos e das

acumulações arenosas (Campinarana) Esse tipo de vegetação se restringe às áreas amazônicas do alto rio Negro e seus afluentes adjacentes, recobrindo as áreas deprimidas e embrejadas, caracterizada por agrupamentos de formações arbóreas altas e finas.

Floresta ombrófila densa (Floresta Amazônica/Floresta

Atlântica) Ocupa parte da Amazônia, estendendo-se pelo litoral desde o sul de Natal, Rio Grande do Norte até o Espírito Santo, entre o litoral e as serras pré-cambrianas que margeiam o Atlântico, estendendo-se ainda pelas encostas até a região de Osório, no Rio Grande do Sul. A

floresta Atlântica já foi quase totalmente devastada, restando apenas poucos locais onde se encontra a floresta original. Esse tipo de vegetação nas duas áreas (Amazônica e Atlântica) consiste de árvores que variam de médio a grande porte e com gêneros típicos que as caracterizam.

Floresta ombrófila aberta (Floresta de Transição) Encontra-se entre a Amazônia e a área extra-amazônica. É constituída de árvores mais espaçadas, com estrato arbustivo pouco denso. Trata-se de uma vegetação de transição entre a floresta Amazônica úmida a oeste, a caatinga seca a leste e o cerrado semiúmido ao sul. Essa região fitoecológica domina, principalmente, os estados do Maranhão e Piauí, aparecendo também no Ceará e Rio Grande do Norte.

Floresta ombrófila mista (Mata dos Pinheiros) Esse tipo de vegetação, também conhecida por "mata dos pinhais ou de araucárias", é encontrada concentrada no Planalto Meridional, nas áreas mais elevadas e mais frias, com pequenas ocorrências isoladas nas serras do Mar e Mantiqueira (partes altas). Destacam-se os gêneros Araucária, Podocarpus e outros de menos importância.

Floresta estacional semidecidual (Mata semicaducifólia) Esse tipo de vegetação está ligado às estações climáticas, uma tropical, com chuvas de verão e estiagem acentuada, e outra subtropical, sem período seco, mas com seca fisiológica por causa do frio do inverno.

Floresta estacional decidual (Mata caducifólia) Ocorre no território brasileiro dispersivamente e sem continuidade, pois só aparece em áreas caracterizadas por duas estações climáticas bem definidas, chuvosa e seca. O estrato arbóreo é predominantemente caducifólio (perdem as folhas na seca).

Áreas das formações pioneiras de influência marinha

(Vegetação de Restinga e Manguezal) As áreas de influência marinha são representadas pelas restingas ou cordões litorâneos e pelas dunas que ocorrem ao longo da costa. São formados pela deposição de areias, aí ocorrendo desde formações herbáceas até arbóreas. Os manguezais sofrem influência fluvio-marinha onde nasce uma vegetação de ambiente salobro que também apresenta fisionomia arbórea e arbustiva; são encontrados em quase todo o litoral brasileiro, mas as maiores concentrações aparecem no litoral norte e praticamente desaparecem, a partir do sul da ilha de Santa Catarina, pois é vegetação típica de litorais tropicais.

Áreas das formações pioneiras ou de influência fluvial

(Vegetação Aluvial) É um tipo de vegetação que ocorre nas áreas de acumulação dos cursos dos rios, lagoas ou assemelhados; a fisionomia vegetal pode ser arbórea, arbustiva ou herbácea, formando ao longo dos cursos dos rios as Matas-Galerias. A vegetação que se instala varia de acordo com a intensidade e duração da inundação.

Áreas de Tensão ecológica (Contatos entre tipos de vegetação) São denominadas assim as regiões de contato entre grandes tipos de vegetação, em que cada tipo guarda sua identidade. Ocorre em vários locais do país, inclusive no Pantanal nas áreas alagadas, periodicamente alagadas e nas livres das inundações. Existem aí várias associações vegetais como palmeiras, gramíneas e bosques chaquenhos.

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Refúgio ecológico (Campos de altitude) Qualquer tipo de vegetação diferente do contexto geral da flora da região é considerado como um "refúgio ecológico". Este é o caso da vegetação que se localiza, no Brasil, acima de 1800m de altitude.

2.5 O Fuso Horário Brasileiro

O território brasileiro está localizado a oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0º) e, em virtude de sua grande extensão longitudinal, o país apresenta mais de um fuso horário. Até há pouco tempo o Brasil possuía quatro fusos, três deles na porção continental e um na parte litorânea, onde estão ilhas como a de Fernando de Noronha. No entanto, a partir do dia 24 de junho de 2008, isso mudou em razão da Lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que modifica o fuso da região do extremo oeste do estado do Amazonas, além do Acre em sua totalidade. Com a nova lei, as duas localidades deixaram de possuir um fuso distinto do resto do país (quarto fuso) e passaram a utilizar o terceiro fuso presente no Brasil. Com a alteração, os estados envolvidos adiantaram os relógios em uma hora, ficando somente 1h atrasados em relação ao horário de Brasília, pois anteriormente eram duas horas.

Os 22 municípios do Acre ficarão com diferença de uma hora em relação a Brasília - hoje são duas horas a menos. Municípios da parte oeste do Amazonas, na divisa com o Acre, sofrerão a mesma mudança, o que igualará o fuso dos Estados do Acre e do Amazonas. A mudança na lei também fará com que o Pará, que atualmente tem dois fusos horários, passe a ter apenas um. Os relógios da parte oeste do Estado serão adiantados em mais uma hora, fazendo com que todo o Pará fique com o mesmo horário de Brasília. A mudança apresenta pontos positivos e negativos. Positivos por facilitar o sistema bancário, a programação da televisão e os concursos públicos de nível nacional. Negativos, pois interfere diretamente no ritmo de vida das pessoas que vivem nas áreas afetadas, já que elas acabam perdendo totalmente o horário tradicional e natural.

A implantação da lei ocorreu em decorrência de pressões exercidas pelas emissoras de televisão, que se encontravam submetidas à obrigação de ter uma programação com classificação indicativa para essas regiões. Antigamente, em áreas nas quais o horário de Brasília prevalece, determinados programas eram apresentados às 22h30min e simultaneamente assistidos às 20h30min por habitantes do Amazonas e do Acre, com idades que não se enquadravam no perfil da indicação.

Horário de verão: Prática adotada em vários países do mundo para economizar energia elétrica. Consiste em adiantar os relógios em uma

hora durante o verão nos lugares onde, nessa época do ano, a duração do dia é significativamente maior que a da noite. Com isso, o momento de pico de consumo de energia elétrica é retardado em uma hora. Usado várias vezes no Brasil no decorrer do século XX (1931, 1932, 1949 a 1952, 1963 e 1965 a 1967), o horário de verão é retomado a partir de 1985.

A Geografia Humana do Brasil tem como objetivo principal a realização de uma leitura da sociedade brasileira levando em conta os aspectos da população, economia, fluxo de migração, meio ambiente, indústrias, tecnologia, turismo, agropecuária, conflitos no campo, enfim, todas as relações humanas desenvolvidas no território nacional.

3.1 A Formação Étnica

A população brasileira foi formada a partir de três grupos fundamentais: o branco europeu, o negro africano e o ameríndio. Antes da chegada dos portugueses, o território era habitado por milhares de povos indígenas (sobretudo dos grupos tupi e jê ou tapuia). A partir da colonização, a maior parte da população indígena foi exterminada, dela restando hoje apenas alguns milhares de indivíduos. Os negros africanos, pertencentes, sobretudo aos grupos bantos e sudaneses, foram trazidos como escravos para trabalhar na agricultura (cana-de-açúcar, café) e na mineração (ouro e diamantes). Além dos portugueses, outros europeus também contribuíram para a formação da população brasileira, através da imigração, principalmente a partir de 1850 (alemães, italianos, espanhóis).

A miscigenação desses três grupos étnicos deu origem aos mestiços: mulatos (descendentes de brancos e negros), caboclos (de brancos e ameríndios) e cafuzos (de negros e ameríndios). Hoje em dia o povo brasileiro é composto etnicamente por brancos de origem europeia, negros de origem africana, amarelos (indígenas e asiáticos) e mestiços. A partir do período colonial, no século XVI, a miscigenação da população se tornou mais intensa. A relação entre colonos portugueses e escravos gerou os mestiços, bem como o relacionamento entre negros e indígenas deu origem ao cafuzo.

Quanto à etnia, podemos dizer que a maioria da população brasileira é mestiça. Porém, os últimos censos ressaltaram apenas a cor da pele da população. Há ainda uma parte formada por descendentes de povos asiáticos, especialmente japoneses. Para a formação do contingente populacional do país, a imigração em si pouco representou (pouco mais de cinco milhões de indivíduos, desde a Independência, dos quais 3,5 milhões permaneceram no país) e praticamente cessou a partir do final da segunda guerra mundial.

Classificando a população quanto à cor da pele, podemos dizer que os indígenas estão reduzidos a cerca de 0,4% da população brasileira, repercutindo o etnocídio a que foi sujeitada, com a extinção de inúmeras nações indígenas. Os negros representam 7,6% da população total, os brancos representam 47,7%, os mestiços (pardos) representam 43,16% e os amarelos 1,1% da população brasileira. Vale lembrar que esses índices não representam especificamente a formação étnica da população brasileira. Segundo o IBGE, o número de índios cresceu consideravelmente de 1991 a 2000, com um aumento de 138,5%, representando 0,4% da população brasileira. Porém, o chefe do departamento de documentação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), André Ramos alerta que os números devem ser considerados com ressalvas, pois segundo ele o IBGE usa

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critérios de autodeclararão, o que pode causar distorções, no entanto, André acredita que há tendências de crescimento.

Cor/Raça Porcentagem

Pardos 43,16%

Brancos 47,7%

Negros 7,6%

Indígenas 0,4%

Amarelos 1,1%

Língua. Apesar da enorme extensão territorial, o português firmou-se como a língua falada no Brasil, embora com ligeiras variações do português falado em Portugal. Levando em conta as condições naturais e históricas, e as diferenciações resultantes das características culturais regionais, o português falado no Brasil é basicamente o mesmo em todo o território nacional, não se verificando a ocorrência de dialetos, mas tão-somente de variações regionais, como, por exemplo, o português falado no Rio Grande do Sul ou em algum estado do Nordeste.

Estrutura demográfica. O Brasil é o país mais populoso da América Latina e um dos dez mais populosos do mundo. A população brasileira está distribuída desigualmente: a densidade demográfica da região Sudeste é mais de onze vezes maior que a da região Centro-Oeste; e a da região Sul é quase quinze vezes maior que a da região Norte. Até a década de 1950, a maior parte da população se encontrava no campo, dedicada às atividades agropecuárias. A partir dessa época, com a crescente industrialização, a tendência se inverteu, e, atualmente, mais de setenta por cento concentra-se nas cidades. O crescimento demográfico também aconteceu de forma desigual.

3.2 O Crescimento Demográfico

O crescimento populacional de um determinado território ocorre através de dois fatores: a migração e o crescimento vegetativo, esse último é a relação entre as taxas de natalidade e as de mortalidade. Quando a taxa de natalidade é maior que a de mortalidade, tem-se um crescimento vegetativo positivo; caso contrário, o crescimento é negativo; e quando as duas taxas são equivalentes, o crescimento vegetativo é nulo.

Em razão do constante aumento populacional ocorrido no Brasil, principalmente a partir da década de 1960, intensificando-se nas últimas décadas, o país ocupa hoje a quinta posição dos países mais populosos do planeta, ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira atingiu a marca de 190.755.799 habitantes.

No Brasil, o crescimento vegetativo é o principal responsável pelo aumento populacional, já que os fluxos migratórios ocorreram de forma mais intensa entre 1800 e 1950. Nesse período, a população brasileira totalizava 51.944,397 habitantes, bem longe dos atuais 190.755.799.

Nos últimos 50 anos houve uma explosão demográfica no território brasileiro, o país teve um aumento de aproximadamente 130 milhões de pessoas. No curto período de 1991 a 2005, a população brasileira teve um crescimento próximo a 38 milhões de indivíduos.

No entanto, acompanhando uma tendência mundial, o crescimento demográfico brasileiro vem sofrendo reduções nos últimos anos. A população continuará aumentando, porém as porcentagens de crescimento estão despencando. A urbanização, a queda da fecundidade da mulher, o planejamento familiar, a utilização de métodos de prevenção à gravidez, a mudança ideológica da população, são todos fatores que contribuem para a redução do crescimento populacional.

Nos anos de 1960, as mulheres brasileiras tinham uma média de 6,3 filhos, atualmente essa média é de 2,3 filhos, que está abaixo da média mundial, que é de 2,6.

Conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2050 a população brasileira será de aproximadamente 259,8 milhões de pessoas, nesse mesmo ano a taxa de crescimento vegetativo será de 0,24, bem diferente da década de 1950, que apresentou taxa de crescimento vegetativo positivo de 2,40%. Apesar dessa queda brusca no crescimento vegetativo, a população brasileira não irá reduzir rapidamente, pois a expectativa de vida está aumentando, em virtude do desenvolvimento de novas tecnologias medicinais, além de cuidados e preocupação com a saúde, o que não ocorria com tanta frequência nas décadas anteriores. Ocorrerá sim, o envelhecimento da população.

O Fenômeno da Migração de Retorno

Na última década, houve uma redução geral de todos os fluxos migratórios. O norte e o Centro-Oeste não são mais regiões de atração. Mesmo o tradicional fluxo Nordeste-Sudeste decaiu. Hoje, já ocorre a migração de retorno, sendo expressivo o número de nordestinos que retornam aos seus estados de origem.

Pirâmide de Idade

A pirâmide de idade da população brasileira reflete a dinâmica populacional. Assim, a redução da base da pirâmide indica a queda na taxa de natalidade e de fecundidade. Até 1980, a base da pirâmide ainda era bastante larga. Na pirâmide de 1996, percebe-se uma redução significativa do percentual de jovens que corresponde à faixa etária de 0 a 14 anos (46,5%) e um aumento percentual das pessoas adultas, de 15 a 64 anos (46,5%), e idosas, com mais de 64 anos (7,1%). O aumento significativo do percentual de idosos deve-se ao aumento da expectativa de vida. A pirâmide de idade a seguir reflete o processo de envelhecimento da população.

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Pirâmide Etária do Brasil - 2000

O crescimento da população idosa exige novos investimentos do estado, principalmente no que se refere ao sistema previdenciário e ao atendimento médico e social.

Densidade Demográfica Brasileira

Densidade Populacional

A distribuição territorial da população brasileira é bastante irregular. Os Estados do Nordeste, Sudeste e Sul concentram quase 90% da população do País, em cerca de 25% do território nacional, enquanto os Estados das Regiões Norte e Centro-Oeste concentram 10% da população, em cerca de 75% do território. A despeito da distribuição da população é um país considerável populoso, mais que é pouco povoado, com cerca de 20 hab./km². Por apresenta uma distribuição populacional bastante irregular, o Sudeste é a região mais populosa e povoada, já o Centro-Oeste é menos populoso, enquanto o norte ou a Amazônia é a região menos povoada. No geral, as grandes concentrações de população estão localizadas nas proximidades do litoral, numa faixa com cerca de 300 km com densidade superior a 100 hab./km². A faixa que abrange o Maranhão, Pará e Mato Grosso do Sul possui uma Densidade Populacional regular de no máximo 10 hab./km². As áreas que correspondentes ao Amazonas e Roraima possuem densidades que não ultrapassam os 2 hab./km². O certo é que Brasil apresenta uma baixa densidade demográfica — apenas 22,43 hab./km² —, inferior à média do planeta e bem menor que a de países intensamente povoados, como a Bélgica (342 hab./km²) e o Japão (337 hab./km²). O estudo da população apoia-se em alguns fatores demográficos fundamentais, que influenciam o crescimento populacional.

Distribuição populacional: a distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte.

Taxa de natalidade: até recentemente, as taxas de natalidade no Brasil foram elevadas, em patamar similar a de outros países subdesenvolvidos. Contudo, houve sensível diminuição nos últimos anos, que pode ser explicada pelo aumento da população urbana — já que a natalidade é bem menor nas cidades, em

consequência da progressiva integração da mulher no mercado de trabalho — e da difusão do controle de natalidade. Além disso, o custo social da manutenção e educação dos filhos é bastante elevado, sobretudo no entorno urbano.

Se observarmos os dados populacionais brasileiros, poderemos verificar que a taxa de natalidade tem diminuído nas últimas décadas em função de alguns fatores. A adoção de métodos anticoncepcionais mais eficientes tem reduzido o número de gravidez. A entrada da mulher no mercado de trabalho, também contribuiu para a diminuição no número de filhos por casal. Enquanto nas décadas de 1950-60 uma mulher, em média, possuía de 4 a 6 filhos, hoje em dia um casal possui um ou dois filhos, em média.

Taxa de mortalidade: o Brasil ainda apresenta uma elevada taxa de mortalidade, também comum em países subdesenvolvidos, enquadrando-se entre as nações mais vitimadas por moléstias infecciosas e parasitárias, praticamente inexistentes no mundo desenvolvido. Contudo, a taxa de mortalidade também está caindo em nosso país. Com as melhorias na área de medicina, mais informações e melhores condições de vida, as pessoas vivem mais. Enquanto no começo da década de 1990 a expectativa de vida era de 66 anos, em 2005 foi para 71,88% (dados do IBGE).

Isso se deve a um reflexo de uma progressiva popularização de medidas de higiene, principalmente após a Segunda Guerra Mundial; da ampliação das condições de atendimento médico e abertura de postos de saúde em áreas mais distantes; das campanhas de vacinação; e do aumento quantitativo da assistência médica e do atendimento hospitalar.

Taxa de mortalidade infantil: o Brasil apresenta uma taxa de mortalidade infantil de 22,58 mortes em cada 1.000 nascimentos (estimativa para 2007) elevada mesmo para os padrões latino-americanos. No entanto, há variações nessa taxa segundo as regiões e as camadas populacionais. O Norte e o Nordeste — regiões mais pobres — têm os maiores índices de mortalidade infantil, que diminuem na região Sul. Com relação às condições de vida, pode-se dizer que a mortalidade infantil é menor entre a população de maiores rendimentos, sendo provocada, sobretudo por fatores endógenos. Já a população brasileira de menor renda apresenta as características típicas da mortalidade infantil tardia.

A diminuição na taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida tem provocado mudanças na pirâmide etária brasileira. Há algumas décadas atrás, ela possuía uma base larga e o topo estreito, indicando uma superioridade de crianças e jovens. Atualmente ela apresenta características de equilíbrio. Alguns estudiosos afirmam que, mantendo-se estas características, nas próximas décadas, o Brasil possuirá mais adultos e idosos do que crianças e jovens. Um problema que já é enfrentado por países desenvolvidos, principalmente na Europa.

Crescimento vegetativo: a população de uma localidade qualquer aumenta em função das migrações e do crescimento vegetativo. No caso brasileiro, é pequena a contribuição das migrações para o aumento populacional. Assim, como esse aumento é alto, conclui-se que o Brasil apresenta alto crescimento vegetativo, a despeito das altas taxas de mortalidade, sobretudo infantil. A estimativa da Fundação IBGE para 2010 é de uma taxa bruta de natalidade de 18,67‰ — ou seja, 18,67 nascidos para cada grupo de mil pessoas ao ano — e uma taxa bruta de mortalidade de 6,25‰ — ou seja,

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6,25 mortes por mil nascidos ao ano. Esses revelam um crescimento vegetativo anual de 12,68.

Expectativa de vida: no Brasil, a expectativa de vida está em torno de 76 anos para os homens e 78 para as mulheres, conforme estimativas para 2010. Dessa forma, esse país se distância das nações paupérrimas, em que essa expectativa não alcança 50 anos (Mauritânia, Guiné, Níger e outras), mas ainda não alcança o patamar das nações desenvolvidas, onde a expectativa de vida ultrapassa os 75 anos (Noruega, Suécia e outras). A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de mortalidade, ou seja, são índices inversamente proporcionais. Assim no Brasil, paralelamente ao decréscimo da mortalidade, ocorre uma elevação da expectativa de vida.

IDH Brasileiro: o relatório da ONU divulgado em 2007 mostra que o Brasil integrou pela primeira vez o grupo de países de alto desenvolvimento humano, com um índice de 0, 800 com base no ano de 2005. Apesar de ter atingido esse elevado desenvolvimento humano, o Brasil caiu uma posição, indo de 69° para 70°, sendo superado por países como Argentina e México. Os fatores que contribuíram para essa melhora foram: aumento do PIB per capita, avanço no índice relacionado à taxa de alfabetização, e o aumento da expectativa de vida.

Taxa de fecundidade: conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa média de fecundidade no Brasil era de 1,94 filho por mulher em 2009, semelhante à dos países desenvolvidos e abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher – duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva. Esse índice sofre variações, caindo entre as mulheres de etnia branca e elevando-se entre as pardas. Tal variação está relacionada ao nível socioeconômico desses segmentos populacionais; em geral, a população parda concentra-se nas camadas menos favorecidas social e economicamente, levando-se em conta a renda, a ocupação e o nível educacional, entre outros fatores.

Há também variações regionais: as taxas são menores no Sudeste (1,75 filho por mulher), no Sul (1,92 filho por mulher) e no Centro-Oeste (1,93 filho por mulher). No Nordeste a taxa de fecundidade é de 2,04 filhos por mulher, ainda abaixo da taxa de reposição populacional e semelhante à de alguns países desenvolvidos. A maior taxa de fecundidade do país é a da Região Norte (2,51 filhos por mulher), ainda assim abaixo da média mundial.

Composição por idade, sexo, e renda: o Brasil não foge à regra mundial. A razão de sexo no país é de 96 homens para cada grupo de 100 mulheres, conforme estimativas de 2008. Até os 60 anos de idade, há um equilíbrio quantitativo entre homens e mulheres, acentuando-se a partir desta faixa etária o predomínio feminino. Esse fato pode ser explicado por uma longevidade maior da mulher, devido por outras razões, ao fato de ela ser menos atingida por moléstias cardiovasculares, causa frequente de morte após os 40 anos. O número de mulheres, na população rural brasileira, pode-se dizer que no Nordeste, por ser uma região de repulsão populacional, há o predomínio da população feminina. Já nas regiões Norte e Centro-Oeste predomina a população masculina, atraída pelas atividades econômicas primárias, como o extrativismo vegetal, a pecuária e, sobretudo, a mineração. O número de mulheres, na população rural brasileira, também tende

a ser menor, já que as cidades oferecem melhores condições sociais e de trabalho à população feminina.

Um relativo equilíbrio entre os sexos, entretanto, só se estabeleceu a partir dos anos 1940 — pois até a década de 1930 o país apresentava nítido predomínio da população masculina, devido principalmente à influência da imigração — e, ainda que nascessem mais meninos que meninas, a maior mortalidade infantil masculina (até a faixa de 5 anos de idade) fez com que se estabelecesse o equilíbrio. Repare na pirâmide a seguir o a composição etária da população brasileira no ano 2000 e a prevista para o ano 2035. A estrutura da população é representada em forma de pirâmide classificada em base larga da pirâmide, corpo afunilado da pirâmide e o ápice da pirâmide. A base larga da pirâmide corresponde ao número de jovens de um país, são considerados jovens os indivíduos com faixa etária entre zero e 19 anos, representando aproximadamente 40% da população brasileira, o corpo afunilado da pirâmide corresponde às pessoas com faixa etária entre 20 e 59 anos, representando cerca de 51% da população e o ápice da pirâmide corresponde às pessoas com idade superior a 59 anos, perfazendo 9% da população.

Nas últimas décadas houve uma mudança na estrutura etária brasileira, que foram decorrentes a fatores como queda das taxas de mortalidade e de natalidade e elevação de expectativa de vida, provocando automaticamente um acréscimo no crescimento natural/vegetativo. A população brasileira está estruturada de acordo com os setores de atividades econômicas, ou seja, onde o brasileiro está ganhando seu sustento. Hoje, cerca de 50% das pessoas compõe o PEA (População economicamente ativa), o PEA representa as pessoas que trabalham ou estão à procura de trabalho, e 32% forma a população inativa, pessoas que não estudam, não trabalham e não está à procura, ou não possuem idade compatível.

A população está dividida segundo seus rendimentos ou renda, nesse contexto, verifica-se um alto grau de desigualdade, provocada pela concentração da renda, própria de países capitalistas, que é caracterizada pela concentração de riqueza nas mãos de poucos, enquanto a maioria vive em condições extremamente excludentes. A concentração da renda agrava as desigualdades sociais. No Brasil a parcela da população considerada rica corresponde a 18 milhões de pessoas, enquanto

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isso como vive os outros 170 milhões de brasileiros? Essa pergunta não que calar.

Migrações Brasileiras: as migrações pelo território brasileiro estão associadas, como nota-se ao longo da história, a fatores econômicos, desde o tempo da colonização pelos europeus. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste e teve o início do ciclo do ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas em direção ao novo centro econômico do país. Graças ao ciclo do café e, posteriormente, com o processo de industrialização, a região Sudeste pôde se tornar efetivamente o grande pólo de atração de migrantes, que saíam de sua região de origem em busca de empregos ou melhores salários.

Acentuou-se, então, o processo de êxodo rural; migração do campo para a cidade, em larga escala. No meio rural, a miséria e a pobreza agravadas pela falta de infraestrutura (educação, saúde, etc.), pela concentração de terras nas mãos dos latifundiários e pela mecanização das atividades agrárias, fazem com que a grande população rural se sinta atraída pelas perspectivas de um emprego urbano, que melhore o seu padrão de vida. O fascínio urbano torna-se, então, o principal fator de atração para as grandes cidades.

No entanto, o que ocorre é que a cidade não apresenta uma oferta de empregos compatível à procura. Em consequência surgem o desemprego e o subemprego no setor de serviços, como os vendedores ambulantes e os trabalhadores que vivem de fazer "bicos". E isso necessariamente vai resultar na formação de um cinturão marginal nas cidades, ou seja, o surgimento de favelas, palafitas e invasões urbanas. Atualmente, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é significativa a saída de população das metrópoles em direção às cidades médias do interior. A causa desse movimento é que as metrópoles estão completamente inchadas, com precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos índices de desemprego e criminalidade. Já as cidades do interior desses estados, além de estar passando por um período de crescimento econômico, oferecem melhor qualidade de vida à população.

Urbanização e Metropolização no Brasil

As metrópoles são as maiores e mais bem equipadas cidades de um país. No Brasil, desenvolveu-se uma urbanização concentradora, isto é, que forma grandes cidades e metrópoles. Em 1950, só existiam duas cidades com população acima de 1 milhão de habitantes: Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2000, ambas apresentam mais de 5 milhões de habitantes, e 13 municípios passaram a contar com população urbana superior a 1 milhão de habitantes.

Em 1950, São Paulo não se incluía entre as 20 cidades mais populosas do mundo. No ano 2015, segundo estimativas da ONU, a região metropolitana de São Paulo, com 20,3 milhões de habitantes, será a quarta maior aglomeração urbana no mundo, antecedida por Tóquio, no Japão (28,9 milhões), Bombaim, na Índia (26,3 milhões) e Lagos, na Nigéria (24,6 milhões). Ela é a metrópole que melhor reflete o caráter concentrador da urbanização no País.

O censo de 2000 mostrou que a população brasileira ainda se concentra nas grandes cidades e nas metrópoles. Em 1970, as regiões metropolitanas reuniam 24,3 milhões de pessoas; em 2000, passaram a contar com 67,8 milhões de pessoas, ou seja, esta população quase que triplicou em três décadas, representando 40,0% do total do País.

No entanto a população das capitais estaduais vem crescendo mais lentamente do que a do País. Este é um dado recente e importante, porque as grandes cidades ficam um pouco mais aliviadas dos problemas gerados pelo excesso de população. O censo 2000 mostra que São Paulo é o município mais populoso do país, com 10,4 milhões de habitantes. O menos populoso é Borá, no interior paulista, com apenas 795 habitantes. Como características principais da urbanização temos:

Intensa urbanização a partir da industrialização da economia brasileira;

Aumento proporcional dos empregos no setor secundário e terciário;

Duplicação da população urbana sobre o total dos habitantes do país.

Rede e Hierarquia Urbanas

O processo de urbanização compõe a chamada rede urbana, um conjunto integrado ou articulado de cidades em que se observam a influência e a liderança das maiores metrópoles sobre os menores (centros locais). A hierarquia urbana é estabelecida na capacidade de alguns centros urbanos de liderar e influenciar outros por meio da oferta de bens e serviços à população. Pode ser uma metrópole nacional (se influencia todo o território nacional) ou uma metrópole regional (se influencia certa porção ou região do País). São inúmeras as atividades desenvolvidas nas cidades, tanto no setor secundário (indústria) como no terciário (comércio e serviços), e até mesmo no primário (agropecuária). Essas atividades, dependendo de sua qualidade e diversificação, podem atender não só à população urbana, mas a todo o município, incluindo a zona rural e a população de vários municípios ou de outros estados. Assim, uma cidade pequena pode não ter um comércio ou serviço de saúde suficiente para sua população, que é atendida em outra cidade maior, mais bem equipada, que lhe ofereça serviços de melhor qualidade.

Os equipamentos de uma cidade (escolas, universidades, postos de saúde, hospitais, sistema de transporte, cinemas, teatros, entre outros), o parque industrial, os serviços, o setor financeiro determinam a sua área de influência, ou seja, a região por esta polarizada. Assim, é possível construir um sistema hierarquizado, no qual as cidades menores encontram-se subordinadas às maiores. O IBGE classifica a rede urbana brasileira de acordo com o tamanho e importância das cidades. As categorias de cidades são:

Metrópoles globais: suas áreas de influência ultrapassam as fronteiras de seus estados, região ou mesmo do país. São metrópoles globais São Paulo e Rio de Janeiro

Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da gestão territorial, constituindo foco para centros localizados em todos os pontos do país. São metrópoles nacionais Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Metrópoles regionais: constitui o segundo nível da gestão territorial, e exercem influência na macrorregião onde se encontram. São metrópoles regionais Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife e Salvador.

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Capitais regionais: constituem o terceiro nível da gestão territorial, e exercem influência no estado e em estados próximos. Dividem-se em três níveis:

‒ Capitais regionais A: Aracaju, Campinas, Campo Grande,

Cuiabá, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, São Luís, Teresina e Vitória.

‒ Capitais regionais B: Blumenau, Campina Grande, Cascavel, Caxias do Sul, Chapecó, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Joinville, Juiz de Fora, Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Uberlândia, Montes Claros, Palmas, Passo Fundo, Poços de Caldas, Porto Velho, Santa Maria e Vitória da Conquista.

‒ Capitais regionais C: Araçatuba, Araguaína, Arapiraca, Araraquara, Barreiras, Bauru, Boa Vista, Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes, Caruaru, Criciúma, Divinópolis, Dourados, Governador Valadares, Ijuí, Imperatriz, Ipatinga/Coronel Fabriciano/Timóteo, Juazeiro do Norte/Crato/Barbalha, Macapá, Marabá, Marília, Mossoró, Novo Hamburgo/São Leopoldo, Pelotas/Rio Grande, Petrolina/Juazeiro, Piracicaba, Ponta Grossa, Pouso Alegre, Presidente Prudente, Rio Branco, Santarém, Santos, São José dos Campos, Sobral, Sorocaba, Teófilo Otoni, Uberaba, Varginha e Volta Redonda/Barra Mansa.

Funções das cidades Cidades Politica-administrativa: sedia órgãos públicos como

Brasília.

Cidade Religiosa: depende basicamente da sua importância

religiosa, como Aparecida, Juazeiro do Norte.

Cidades turísticas: explique que são todas aquelas vinculadas à

atividade do turismo, como, por exemplo, Búzios (RJ), Porto

Seguro (BA), Campos do Jordão (SP), entre outras.

Cidades industriais: fale que são centros urbanos ligados

economicamente com o setor industrial, nessa categoria temos o

exemplo de São Bernardo do Campo, Santo André, entre outras

espalhadas no território brasileiro.

Cidades portuárias: esse tipo de núcleo urbano surge nos

arredores de um porto, com essa característica podemos citar:

Porto Alegre (RS), Santos (SP) e Tubarão (ES).

Cidades comerciais e prestadoras de serviços: são centros

urbanos que possuem como principal fonte econômica a atividade

do comércio e da prestação de serviços, nessa categoria temos o

exemplo de Maringá, Ribeirão Preto, entre outras cidades.

Cidades Geografia: escolas de treinamento para plantações

(escolas agrícolas).

Espaço Urbano: problemas e reforma

De um lado, há a cidade formal, na maior parte das vezes bem planejada, com bairros ricos, ruas arborizadas, avenidas largas, privilegiada por equipamentos e serviços. Contrasta de outro lado, com a cidade informal, composta pela periferia pobre, pelos subúrbios, pelas favelas, com ruas estreitas, sem planejamento, pela ocupação desordenada e sem infraestrutura adequada.

Na cidade informal ou “oculta”, concentram-se os problemas urbanos, e sua população engrossa as estatísticas dos desempregados, dos subempregados, da violência. A cidade formal, preocupada com a

violência, cerca-se de muros, guaritas, equipamentos de segurança (alarme, interfones, câmeras), acentuando a segregação espacial.

Outros dados da População brasileira

Crescimento demográfico: 1,17% ao ano (2000 a 2010) ** Expectativa de vida: 73,5 anos **

Taxa de natalidade (por mil habitantes): 20,40 *

Taxa de mortalidade (por mil habitantes): 6,31 *

Taxa de fecundidade total: 1,86 **

Estrangeiros no Brasil: 0,23% ** Estados mais populosos: São Paulo (41,2 milhões), Minas

Gerais (19,5 milhões), Rio de Janeiro (15,9 milhoes), Bahia (14 milhões) e Rio Grande do Sul (10,6 milhões). **

Estados menos populosos: Roraima (451,2 mil), Amapá (668,6 mil) e Acre (732,7 mil). **

Capital menos populosa do Brasil: Palmas-TO (228,2 mil).**

Cidade mais populosa: São Paulo-SP (11,2 milhões). **

Proporção dos sexos: 48,92% de homens e 51,08% de mulheres. **

Vivem na Zona Urbana: 160,8 milhões de habitantes, enquanto que na Zona Rural vivem 29,8 milhões de brasileiros.** Fonte: IBGE * 2005, ** Censo 2010.

4.1 Agropecuária

É necessário saber que agropecuária remete a fusão da produção agrícola com a pecuária. A agropecuária teve um papel muito importante na economia brasileira no passado, visto que foi importante para o processo de povoamento do território brasileiro, pois na medida em que as propriedades rurais desbravavam o interior do país surgiam vilas e povoados.

A produção agropecuária emprega aproximadamente 10% da população e responde por 8% do PIB brasileiro. Vários foram os fatores que determinaram a expansão da agropecuária no país, mas os principais são o grande mercado interno, grande extensões de terras com relevo favorável e o clima.

A produção agropecuária anda lado a lado com a tecnologia, as propriedades rurais são classificadas segundo o nível tecnológico, ou seja, o grau de tecnologia empregado na propriedade rural, que determina se a propriedade e seu sistema de produção é tradicional (prática de agricultura ou pecuária vinculada na produção sem tecnologias) ou moderna (prática de agricultura, em geral, em grandes propriedades monocultoras ou pecuárias vinculadas na produção com tecnologias que caracteriza pela criação intensiva). A agricultura moderna cresceu a partir da década de 1970, com incremento da monocultura comercial com grande expansão de gêneros agrícolas para a indústria e para exportação. Após esse período foram surgindo novas tendências de produção e comercialização, como as cooperativas agrícolas (associação de pequenos e médios produtores rurais que se agrupam com finalidade de conseguir melhores preços de compra e venda). Com relação aos produtos produzidos no país percebe-se que os produtos de clima tropical são os mais produzidos pelo Brasil, uma vez que é um país tropical. Dentre os principais produtos tropicais podemos citar o cacau, café, cana-de-açúcar e algodão. A grande produção agrícola do Hemisfério Sul faz com que a sua época de colheita e a entre safra do comércio do Hemisfério Norte ocorram simultaneamente.

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SOLO

O solo é constituído através da decomposição das rochas, processo que ocorre pela ação da água das chuvas e dos rios. Além disso, alguns organismos vivos que vivem no solo, também realizam atividades favoráveis para o mesmo, pois eles produzem a matéria orgânica, que são restos de animais e vegetais mortos. O acumulo deste material sobre o solo torna-o mais fértil, pois ele terá uma grande quantidade de nutrientes para o desenvolvimento das plantas. Portanto, para favorecer a agricultura, o solo deve apresentar boas condições. A importância do solo para os seres vivos é tão grande quanto a importância da água e do ar. Quando um solo é destruído, dificilmente ele voltará ás suas condições normais, e nem sua fertilidade será recuperada. Infelizmente, ainda não há nenhum tipo de recurso que produza solos para substituir os perdidos.

No Brasil, há diversos tipos de solos agrícolas, os mais férteis são os chamados Massapê e Terras-Roxas que prevalecem em grandes áreas do país.

Massapê É resultado da decomposição do Granito, Gnaisse, e Calcário. É encontrado na região Nordeste, e está relacionado com a plantação de cana-de-açúcar desta região desde o período da colonização. Apresenta-se por uma cor escura, e é um dos solos brasileiros que possui a maior fertilidade.

Terra Roxa Assim como o Massapê, a Terra Roxa também é um solo bastante fértil, de cor avermelhada. É resultado da decomposição do Diabásio e Basalto. É encontrado principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso. Desde quando café chegou ao Brasil, este solo foi utilizado pra o seu cultivo.

Solo de Várzea São solos que se localizam próximos de rios, e frequentemente são inundados por eles, por isso é necessário que sempre seja feito uma drenagem, para filtrar os excessos de água. O arroz é cultivado neste tipo de solo.

Principais produtos da agricultura brasileira

Café Quando o café chegou ao Brasil era considerado como uma planta ornamental. Em 1860 o café tornou-se definitivamente importante na economia brasileira, ao chegar à região de Campinas, no Estado de São Paulo. A partir deste fato, o café encontrou condições físicas favoráveis para o seu desenvolvimento, tais como: solo fértil, clima tropical de altitude, planalto ondulado. Rapidamente, o café atingiu lotes a oeste do Estado, e posteriormente ocupou o Norte do PR, Sul de Minas e MS. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de café.

Cacau O cacau é um produto que nasceu no Brasil, sendo cultivado primeiramente na Amazônia e atingindo o sul da Bahia, onde encontrou condições favoráveis para o seu desenvolvimento, como clima quente e super-úmido, solo espesso e fértil. Atualmente, é na Bahia que o cacau tem sua principal produção, sendo o maior Estado produtor de cacau do país. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de cacau, exportando principalmente para a Argentina, Estados Unidos, Europa e Japão.

Cana-de-açúcar A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no século XVI através dos portugueses. Inicialmente, este produto era cultivado principalmente na Zona da Mata Nordestina e no Recôncavo Baiano. A cana-de-açúcar representa um importante produto na economia do Brasil. Em 1930, o cultivo de cana-de-açúcar atingiu o Estado de São Paulo, que logo se tornou o maior produtor brasileiro de cana. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, exportando principalmente para os Estados Unidos, Europa e Rússia. Ultimamente, houve um crescimento do investimento na mecanização da cultura de cana, pois esta técnica traz vantagens econômicas e ambientais, porém o número de trabalhadores da indústria canavieira deve sofrer uma drástica redução.

Soja A soja é um produto recente no Brasil, e nas últimas décadas tem se tornado importante na produção agrícola brasileira, e nas exportações. No Brasil, as regiões Sul e Sudeste são as principais produtoras de soja, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, o primeiro é os Estados Unidos.

Milho O milho é um produto que nasceu na América, e é muito conhecido no mundo todo. No Brasil, a sua cultura está presente em todos os Estados, sendo o Paraná o principal produtor de milho. Mundialmente, os Estados Unidos é o maior produtor de milho, seguido da China e do Brasil.

Trigo É o produto alimentício mais importado pelo Brasil. Em 1993 foram 5,0 milhões de toneladas de trigo importado para o Brasil, pois o consumo interno foi de 7,2 milhões de toneladas e a produção interna foi de 2,3 milhões de toneladas. No Brasil, o maior produtor de trigo é o Estado do Paraná, seguido do Rio Grande do Sul.

Arroz No Brasil encontramos a cultura de arroz em todos os estados, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro, seguido de Minas Gerais e Goiás. O Brasil é considerado um dos maiores produtores mundiais de arroz.

Algodão No Brasil, o algodão começou a ser cultivado no período colonial. O Brasil ocupa a 6ª colocação dos maiores produtores mundiais de algodão, sendo superado pela China, Rússia, EUA, Índia e Paquistão.

Principais problemas da agricultura

Sub-aproveitamento do espaço agrícola O Brasil é um país que possui um sub-aproveitamento de seu espaço rural. Com uma área de 8.511.965km² que o país possui, cerca de 400.000km² são utilizados com lavouras, e 1.600.000km² com pastagens. O Brasil possui 7 milhões de estabelecimentos, deste total, somente 500 mil oferecem trabalho com remuneração, além disso, estes proprietários predominam 75% do total de terras. Já os estabelecimentos classificados como de subsistência, representam 4 milhões do total, e as famílias que os administram produzem para o seu próprio sustento, vendendo só uma pequena parte de suas

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produções. Estes predominam somente 3% das terras rurais, e são denominados como minifúndios.

Estrutura Fundiária É a maneira como são organizados os estabelecimentos agrários de uma determinada região, em relação ao número, tamanho e distribuição social. Desde o período colonial, e até nos dias de hoje, grande parte das terras brasileiras são predominadas pelas grandes propriedades, que são administradas por um pequeno grupo de pessoas, chamados de latifundiários. Os latifúndios possuem grandes áreas rurais, porém este espaço é subaproveitado, havendo um grande desperdício deste recurso.

As menores propriedades apresentam um grande número de proprietários, porém sua ocupação na área rural muito pequena, apenas 2,6%. Já as maiores propriedades, possuem poucos proprietários, porém representam quase a metade da área rural, 44,1%.

Quando se fala em latifúndio e minifúndio, entendemos que se trata de dois termos diferentes, que são definidos, em cada região, por meio do chamado módulo rural, que foi instituído pelo Estatuto da Terra (lei nº. 4 504 de 30-11-64) para classificar as propriedades agrárias relacionando com suas dimensões, condições de aproveitamento da terra e situação geográfica.

Módulo rural É uma área aproveitável disponibilizada para atender as necessidades de uma família formada por quatro membros adultos. O módulo rural pode variar de acordo com a região e com a as condições de exploração da área, e também com aspectos socioeconômicos.

Minifúndio É a propriedade que se classifica por possuir uma área inferior à do módulo rural, que é estabelecida em relação à região e seus modos de exploração. Produzem pouco, e realizam pequenas vendas em sua própria região.

Latifúndio Por dimensão, é a propriedade que se classifica por possuir uma área superior à do modo rural, que é estabelecida em relação à região e seus modos de exploração.

O latifúndio por exploração é a propriedade que apesar de ter uma área explorável se mantém em desuso, sem produções, pelo motivo de ser explorado incorretamente, ou por carência de exploração, sendo assim não pode ser classificado com empresa rural. No Brasil, tem crescido bastante o número de minifúndios, pelo fato das pequenas e médias propriedades terem passado por uma divisão. Desde o ano de 1960 o número de estabelecimento só vem aumentando, neste mesmo ano havia 3.337.000, e no ano de 1985 chegou a 5.801.809, o número de estabelecimentos arrolados. Além dos minifundiários, os latifundiários também cresceram no número de terras, em 1960 possuíam 71 milhões de hectares, e no ano de 1975 o número subiu para 91 milhões.

O uso de terra As grandes propriedades dedicam-se a pecuária, pastagens, ao extrativismo vegetal, e ao cultivo de produtos destinados à exportação como o café, a cana-de-açúcar e a soja, o cacau, o algodão e cereais. As pequenas propriedades responsabilizam-se pelo desenvolvimento de atividades comerciais e de subsistência: arroz, feijão, milho, mandioca e produtos hortifrutigranjeiros.

Armazenamento e Tratamento Estes não são problemas agrícolas, mas são problemas que trazem consequências que interferem diretamente na produção agrícola. Em algumas regiões, pela falta de transporte ou da capacidade de armazenamento inadequado, ocorre uma brusca redução na produção agrícola.

Distribuição das Propriedades Agrícolas por região

Região Norte É a região que possui o menor índice de área preenchida por estabelecimentos rurais brasileiros, apesar de dominar cerca de 1.000 ha de propriedades. A extração vegetal é a principal atividade econômica da região, pois esta apresenta uma vantagem em relação à utilização do solo, mantendo elevado o grande número de matas, sendo que é o maior de todo o território brasileiro.

As médias e pequenas propriedades são destinadas a produção de pimenta do reino, malva, juta, cacau e fumo e ao longo da Transamazônica há as agrovilas que cultivam culturas diversificadas. Já ás grandes propriedades há o extrativismo de borracha, castanha do Pará e na Ilha de Marajó e AP predomina a pecuária; em toda a região – matas incultas.

Região Nordeste Esta região é caracterizada pelo alto número de estabelecimentos agrícolas e de trabalhadores que se ocupam com as atividades agropecuárias. Controlam cerca de 2.000 ha. de propriedades. No campo são cultivados produtos que são consumidos nas regiões urbanas, já no sertão a principal atividade praticada é a pecuária extensiva. As pequenas e médias Propriedades como o Vale do Rio São Francisco são produtoras de arroz e cebola; já no Ceara temos o algodão e no agreste Nordestino o algodão e agave. Nas Grandes propriedades predomina a pecuária; a cana-de-açúcar na Zona da Mata Nordestina: o cacau no litoral sul da Bahia e também o extrativismo vegetal no MA e PI. Região Centro-Oeste É uma região que apresenta mais de 10.000 ha com estabelecimentos, sendo que o domínio é dos grandes estabelecimentos que possuem entre 1.000ha e 10.000ha, que têm como principal atividade a pecuária. Nas médias e pequenas propriedades predomina café, milho, soja e muitas culturas diversificadas. Já nas grandes propriedades verifica-se extrativismo vegetal em MT e GO; a pecuária pantaneira em MS e MT e a pecuária em áreas dispersas no interior de GO, MS e MT.

Região Sul Nesta região, a área ocupada é dominada pelas pequenas e médias propriedades, porém houve um aumento das propriedades com a expansão da soja. Nas grandes propriedades PR verifica-se a soja, o café e na Mata de Araucária o extrativismo de madeira. Já no RS, na Campanha Gaúcha temos a pecuária. Nesses dois estados temos ainda as áreas de cultura de trigo. Nas médias e pequenas propriedades temos no RS, PR e SC (áreas de povoamento europeu) a produção de vinha, trigo, batata, arroz, milho, etc.

Região Sudeste Destaca-se por ser a terceira região em área ocupada pelos estabelecimentos rurais. Possui a maior concentração urbana e industrial, e de maior consumo. As médias e pequenas propriedades são predominante na Região Sudeste. Nas grandes propriedades

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verifica-se a produção de pecuária (MG, SP), café e cana-de-açúcar. Já nas médias e pequenas propriedades temos culturas diversificadas e gado leiteiro (MG, SP) e chá e arroz (SP).

4.2 Extrativismo vegetal e mineral

O extrativismo é um tipo de atividade consiste em obter da natureza os produtos que serão usados para comercialização direta ou indireta pelo homem. Essas atividades extrativistas que são divididas em extrativismo vegetal, animal e mineral. Desde o descobrimento do Brasil, nosso país esteve atrelado a atividades que envolviam o extrativismo. O extrativismo foi a primeira atividade econômica realizada no Brasil, através da exploração do pau-brasil pelos colonizadores portugueses. Dessa árvore é extraído um pigmento avermelhado, utilizado no tingimento de tecidos.

Atividade extrativista vegetal

É o ato de retirar da natureza os elementos vegetais a fim de comercializar, ex. açaí, castanha do Pará, pequi etc., embora a principal extração vegetal seja a extração de madeiras. No Brasil a extração de produtos nativos da biodiversidade é uma atividade constante na história. Vem atravessando os ciclos econômicos, encontrando épocas em que se constituía como principal atividade regional, como no período em que prevaleceu a extração das denominadas "drogas do sertão", borracha, madeira, castanha, metais preciosos, cacau, entre outros produtos.

Esta atividade ainda continua a ser a base econômica de muitas famílias no país mesmo no século XXI. Apesar de enfrentar crises de preço, ocasionadas pela concorrência com outros produtos, o extrativismo se constitui numa importante atividade econômica, empregando contingentes populacionais expressivos. Mas a despeito da quantidade de pessoas que retiram sua subsistência da extração de produtos da floresta, o extrativismo é uma atividade que ainda recebe pouco apoio dos órgãos públicos e estímulos econômico-fiscais insuficientes para seu pleno desenvolvimento.

Cada região no Brasil possui itens muito característicos do extrativismo. Na região Norte o buriti, o murici, o cupuaçu, o babaçu, são fontes de renda de muitas comunidades. E é muito comum o extrativismo de madeiras, castanhas, açaí e látex (que é uma seiva extraída da seringueira), muito utilizado para a fabricação de borracha. Na região Centro-oeste o Pequi, o Baru e a Bacaba, são fontes de renda e existem leis que garantem a proteção dessas espécies e o acesso de qualquer cidadão aos seus frutos onde quer que eles estejam. No Brasil as atividades extrativistas têm sido uma constante, desde o período colonial quando se praticava o extrativismo da madeira e de minérios principalmente do ouro nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país.

No século XIX o extrativismo continuou intenso na região Norte do Brasil, a qual possuía grande diversidade de madeiras e plantas medicinais, estendendo-se até a região Sudoeste do país a qual possui, até hoje, grandes áreas cultivadas com o cacaueiro e a seringueira. Já no século XX, antes da Segunda Guerra Mundial, na região Amazônica, começou a prática de extrativismo da borracha e da castanha, e no Pós-guerra intensificou-se a extração de madeira.

Atividade extrativista mineral

Consiste em extrair minérios da natureza, principalmente de pedras preciosas. O extrativismo mineral tem sido incrementado na região

amazônica a partir dos anos 60, especialmente através de minerais como o ouro, ferro e bauxita e outros minérios. Na Amazônia, devido ao seu rico potencial mineral, tanto o governo, como a iniciativa privada tem praticado o extrativismo mineral nos últimos 30 anos.

Grandes projetos como Carajás e Rio Trombetas no Pará extraem ferro e bauxita; Serra do Navio no Amapá extrai manganês, Serra Pelada no Pará, extrai ouro; em Porto Velho extrai-se a cassiterita. Porém em muitos rios e em áreas indígenas, clandestinamente é praticada a garimpagem, uma das maiores degradações ambientais na Amazônia, inclusive poluindo as águas; o governo constantemente está combatendo tais ações. Apesar disso o Extrativismo Mineral no Brasil se constitui um importante elemento na balança comercial do país.

O Extrativismo Mineral tem por característica e alteração drástica do ambiente onde é promovido. Tal tipo de extrativismo tem por fim o uso direto ou indireto. Ele é direto quando, como no caso da água mineral, o produto mineral extraído é utilizado em sua forma natural. É considerado indireto, que é o caso da maioria dos minerais, quando o produto extraído é destinado a indústrias para passar por transformações que darão origens a produtos com maior valor agregado. A tecnologia de extração também pode variar entre simples e mais complexa.

O Extrativismo mineral no Brasil é uma importante fonte de recursos para a economia do país, já que o Brasil é um dos grandes exportadores de minérios no mundo. Por possuir um território amplo, o Brasil desfruta de ampla variedade de recursos naturais para utilização interna e comércio externo, entretanto o país não é autossuficiente em tudo e, em alguns casos, precisa também adquirir tais tipos de produtos. Uma das críticas feitas ao Extrativismo Mineral no Brasil é de que vendemos o minério para comprar o produto que é com ele fabricado, perdendo assim a possibilidade de utilizar o recurso mineral em território nacional para vendê-lo com maior valor agregado.

Considerando a oferta de recursos minerais que o Brasil possui, são vários os produtos com importante representatividade para o país. Um deles é o Ferro, cuja reserva brasileira representa a sexta maior do mundo e com elevada qualidade. Minas Gerais é o grande estado produtor do minério na região do Quadrilátero Ferrífero.

Apesar de possuir apenas 1% das reservas mundiais, o Manganês é um produto que tem crescido na pauta de exportação nacional e é muito utilizado nas siderúrgicas para produção de aço. O Brasil está em terceiro lugar na produção mundial de Alumínio e possui um elevado índice de reciclagem do produto. Nos estados de Amazonas e Rondônia estão as principais áreas de produção de Estanho, minério também utilizado na composição do aço nas indústrias.

Bahia e Pará concentram a produção de Cobre no país, a qual necessita de importação por não dispor suficientemente do recurso natural. Já o Ouro, que no Brasil é encontrado em jazidas e na forma de aluvião, atende ao mercado interno e externo. É certo que a quantidade de tal minério produzido no Brasil é bem maior do que se tem registrado por conta do extrativismo ilegal.

Minas Gerais, Amazonas e Goiás são detentores da produção de Nióbio no Brasil. Tal mineral é muito aplicado nas indústrias aeronáutica, naval, espacial e automobilística por ser utilizado em ligas metálicas que oferecem resistência e leveza. O Brasil possui

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quase a totalidade mundial de Quartzo em estado natural. Esse minério é para a indústria da informática e também eletroeletrônica.

Por possuir um litoral muito extenso, o Brasil desfruta de ampla produção de Sal Marinho, sendo que o estado do Rio Grande do Norte é o maior produtor.

O Chumbo é outro minério com baixa produção no Brasil e que necessita de importações. Além de todos esses recursos naturais disponíveis para exportação, o Extrativismo Mineral no Brasil ainda conta com o merecido destaque para Cimento, Caulim, Diamante, Enxofre, Magnesita, Níquel e Tungstênio.

Atividade extrativista animal

Consiste em retirar elementos da fauna com a finalidade de comercializá-los. A atividade extrativista animal executa a pesca e a caça, tais procedimentos em animais silvestres como jacarés, onças, macacos e pássaros são protegidos pela lei federal, mesmo assim ainda é uma prática que ocorre frequentemente e de forma ilegal. A pesca não configura como uma atividade ilegal e sua exploração é relativamente modesta, uma vez que o país possui uma grande riqueza em litorais e rios. Isso é explicado pelo fato do baixo consumo de pescado no país, que é de aproximadamente 6,4 quilos por habitante no período de um ano, no Japão o consumo é de 52 quilos por pessoa ao ano.

4.3 Atividades industriais

As indústrias são classificadas de acordo com seu foco de produção. Sendo assim, temos as indústrias de bens de produção e as indústrias de bens de consumo.

Indústrias de bens de produção

Responsáveis pela transformação de matérias-primas brutas em matérias-primas processadas. São consideradas a base do segmento industrial. Essas indústrias extraem matéria-prima da natureza (madeira, óleos, plantas, petróleo, etc.), além de transformar e fornecer bens para a estruturação de outras indústrias. São exemplos de indústrias de bens de produção a metalúrgica, siderúrgica e a petroquímica.

Indústrias de bens de consumo

São aquelas que têm sua produção direcionada para os consumidores. Esse segmento visa fornecer objetos diretamente para o mercado consumidor. Elas podem ser divididas em:

‒ Indústrias de bens duráveis: fabricam produtos não perecíveis, tais como carros, eletrodomésticos, mobílias, entre outros.

‒ Indústrias de bens não duráveis: produzem mercadorias de primeira necessidade, como, por exemplo, alimentos, bebidas, roupas, sapatos, remédios, etc.

Indústrias no Brasil

A atividade industrial brasileira é muito concentrada no Sudeste brasileiro, contudo, de uns tempos pra cá, vem se distribuindo melhor entre as diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de

desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regionalmente e também entre as regiões.

Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, menor congestionamento viário e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando se trata de tecnopólos.

A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infraestrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas, sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.

A concentração industrial no Sudeste

A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias, a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes.

Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais.

A exemplo do que ocorre em outros países industrializados, existe no Brasil uma grande concentração espacial da indústria no Sudeste. A concentração industrial no Sudeste é maior no Estado de São Paulo, por motivos históricos. O processo de industrialização, entretanto, não atingiu toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria região. A cidade de São Paulo, o ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema) e centros próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos possuem uma superconcentração industrial, elaborando espaços geográficos integrados à região metropolitana de São Paulo. Esta área tornou-se o centro da industrialização, que se expandiu nas seguintes direções: par a Baixada Santista, para a região de Sorocaba, para o Vale do Paraíba – Rio de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

As atividades econômicas e industriais nas 05 regiões do

Brasil

Sudeste Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração industrial do país. Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica, de produtos químicos, alimentares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um centro polindustrial, marcado pela variedade e volume de produção.

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Várias empresas multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos, petroquímicos, etc. As empresas governamentais atuam principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diversificadas.

O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mercado consumidor e pela exportação dos produtos industriais a preços mais baixos. Quem observa a saída de navios dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunidade de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil para outros países. E aí vem a pergunta: com quem fica o lucro dessas operações? Será que fica para os trabalhadores que as produziram?

A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de Brasília, possui também um grande parque industrial. Porém, não tem as mesmas características de alta produção e concentração de São Paulo. Constitui-se também, de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc.

Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mundial e passou a produzir principalmente aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte tornou-se um centro industrial diversificado, com indústrias que vão desde o extrativismo ao setor automobilístico.

Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a maioria apresentando ligação direta com algum produto ou com a ocorrência de matéria-prima. É o caso de Volta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre outras, ligadas à siderurgia. Outros centros industriais estão ligados à produção local, como Campos e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itaperuna (leite e derivados), Franca e Nova Serrana (calçados), Araguari e Uberlândia (cereais), etc.

O estado do Espírito Santo é o menos industrializado do Sudeste, tendo centros industriais especializados como: Aracruz, Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim. Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão.

No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial: comércio, serviço público, profissionais liberais, educação, serviços bancários, de comunicação, de transporte, etc. Quanto maior a cidade, maior variedade de profissionais aparecem ligados às atividades urbanas.

Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do país, a circulação de pessoas e mercadorias é muito intensa na região. Milhares de pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte e distribuição dos produtos destinados à industrialização, ao consumo interno ou à exportação. Considerada também o centro cultural do país, a região possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos os ramos, com grande capacidade de expansão, graças ao crescimento de suas cidades.

Sul A industrialização do Sul tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional do trabalho visa o abastecimento do

mercado interno e as exportações. O imigrante foi um elemento muito importante no início da industrialização como mercado consumidor e no processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes em estrutura familiar e artesanal.

A industrialização de São Paulo implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima, implicou também na incapacidade de concorrência das indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos tradicionais como calçados e produtos alimentares, para o exterior. Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas.

A indústria passou a se diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sentido o sul passou a complementar a produção do Sudeste. Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul. Objetivando a integração brasileira com os países do MERCOSUL, a indústria do Sul conta com empresas no setor petroquímico, carboquímica, siderúrgico e em indústrias de ponta (informática e química fina). A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política nacional que possibilite o aproveitamento das possibilidades de integração da agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da produção de bens de capital (máquinas, equipamentos), de indústrias de ponta em condições de concorrência com as indústrias de São Paulo.

Nordeste A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam um maquinário tecnologicamente mais sofisticado. A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando, sobretudo a exportação do açúcar e do álcool. As indústrias continuam a tendência de intensificar a produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e outras.

A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligada à produção refino e utilização de derivados do petróleo. Essa nova indústria, de alta tecnologia e capital intenso, não absorve a mão-de-obra que passa a sub empregar na área de serviços ou fica desempregada. As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos são muito baixos, acarretando o empobrecimento da população operária. O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somente em alguns pontos dispersos e concentra-se, sobretudo nas regiões metropolitanas: Recife, Salvador e Fortaleza.

Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no final da década de 70 para atender ao escoamento da produção destinada ao mercado externo, foram realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió.

A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da rodovia, ligando o Nordeste (Zona da Mata) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em direção a este.

Centro-Oeste Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor certo no Centro-Oeste, ao

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incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas mecanizadas.

A partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica visando à exportação. Para atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua participação dentro da divisão internacional do trabalho, caberia ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e carnes para exportação. Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos do País, sendo esta a atividade econômica mais importante da sub-região. Sua produção de carne visa o mercado interno e externo.

Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os produtos de exportação. O abastecimento regional é feito pelos matadouros de porte médio e matadouros municipais, além dos abates clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.

Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que contribui para o maior valor de sua produção industrial. As outras atividades industriais são voltadas para a produção de bens de consumo, como: alimentos, móveis etc. A indústria de alimentos, a partir de 1990 passou a se instalar nos pólos produtores de matérias-primas, provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na própria área.

No estado de Goiás, por exemplo, existem indústrias em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do Rio, Catalão, Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior desenvolvimento econômico da região, são os centros industriais mais significativos, graças ao seu mercado consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial. Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira, esta área possui certa diversificação industrial. Contudo, os produtos alimentares representam o maior valor da produção industrial.

Norte A atividade industrial no Norte é pouco expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos transportes, comunicações e energia possibilitaram a algumas áreas o crescimento no setor industrial, visando à exportação.

Grande parte das indústrias está localizada próxima à fonte de matérias-primas como a extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos. A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas diversas, destacando-se a produção de laticínios; o processamento de carne, ossos e couro; a preservação do pescado, por congelação, defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a destilação de essências florestais; prensagem de juta, etc. Tais atividades, além de aumentarem o valor final da matéria-prima, geram empregos.

As principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a criação de áreas industriais de grandes dimensões.

Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca de Manaus.

COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA

Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma indústria é implantada em determinada região, várias mudanças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geográfico, mudanças culturais, e principalmente, mudanças na economia.

A implantação de uma indústria modifica a cultura, pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas vezes a máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e em pouco tempo, o serviço que muitas vezes, era desempenhado por várias pessoas e em um período de tempo muito maior. Assim, milhares de postos de trabalho se extinguiam, fazendo-se aumentar o número de empregos informais surgidos nessa região.

Além de mudanças na cultura e economia, surgem também, mudanças no espaço geográfico: em alguns casos, as indústrias são implantadas, sem maior avaliação dos danos que ela poderá causar, acarretando consequências gravíssimas posteriormente.

A Zona Franca de Manaus A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei 3.173 com o objetivo de estabelecer em Manaus um entreposto destinado ao beneficiamento de produtos para posterior exportação. Em 1967, a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA (pelo Decreto-Lei nº 288). O decreto estabelecia incentivos com vigência até o ano 1997.

Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram para a ZFM investimentos de empresas nacionais e estrangeiras anteriormente instaladas no sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET, principalmente da indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Política Nacional de Informática impediu que a produção de computadores e periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica.

A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos incentivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas com a abertura da economia, nos anos 90, esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos fabricados na ZFM passaram a enfrentar a concorrência com produtos importados no mercado doméstico brasileiro. As empresas estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do emprego e aumento do conteúdo importado dos produtos finais.

A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGIÃO

Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se implante uma indústria em uma determinada região. Para ser determinado estratégico para a implantação de uma indústria, um local tem que ter fácil acesso às rodovias, que escoem a sua produção para as diversas regiões do país e os portos, visando à exportação. Os meios de comunicação, também são vitais, para que sejam feitos os contatos necessários para se fechar grandes negócios, visando à obtenção de lucros mais altos, para o crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e a velocidade de comunicação.

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O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa, é necessário que haja mercado para este produto, e o comércio tem o papel de intermediário entre o produtor e o consumidor final.

OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA

As economias capitalistas tiveram do pós-guerra até meados da década de 70, uma das fases de maior expansão e transformações da estrutura produtiva, sob a égide do setor industrial. Essa expansão foi liderada por dois grandes subsetores: o metal-mecânico (indústria de automotores, bens de capital e do consumo duráveis) e a química (especialmente a petroquímica).

A rápida implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores produtivos da químico-petroquímica, da metal-mecânica, da indústria de material de transporte, da indústria madeireira, de papel e celulose e de minerais não metálicos todos com uma forte carga de impacto sobre o meio ambiente.

De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor industrial sobre o meio ambiente depende de três grandes fatores: da natureza da estrutura da indústria em distintas relações com o meio natural; da intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos industriais; e o padrão tecnológico do processo produtivo- tecnologias de filtragem e processamento dos efluentes além do reaproveitamento econômico dos subprodutos.

A industrialização maciça e tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base nacional, mas ultrapassados no que se refere ao meio ambiente, com escassos elementos tecnológicos de tratamento, reciclagem e reprocessamento.

Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a economia mundial ingressa em um novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao contrário da industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos naturais - matérias - primas, "commodities" e energéticos, o novo padrão de crescimento tende a uma demanda elevada de informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos ambientais e de "produção" de efluentes poluidores.

Conclui-se que uma indústria em certa região, pode ser benéfica tanto quanto prejudicial, pois ao mesmo tempo em que contribui para o crescimento, ela pode estar executando a massificação da cultura de um povo. Muitas vezes, o prejuízo natural causado por um acidente ambiental, tendo como protagonista uma indústria, pode não ser revisto nunca mais, matando ecossistemas inteiros, um prejuízo sem recuperação. Uma indústria, também pode contribuir fortemente para o desenvolvimento da população, gerando inúmeros empregos diretos e indiretos.

4.4 Transportes

O sistema de transportes brasileiro define-se basicamente por uma extensa matriz rodoviária, sendo também servido por um sistema limitado de transporte fluvial (apesar do numeroso sistema de bacias hidrográficas presentes no país), ferroviário e aéreo.

O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com as democracias desenvolvimentistas, em especial as de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Àquela época, o símbolo da modernidade e do avanço em termos de transporte era o automóvel.

Isso provocou uma especial atenção dos citados governantes na construção de estradas. Desde então, o Brasil tem sua malha viária baseada no transporte rodoviário.

Com uma rede rodoviária de cerca de 1,8 milhões de quilômetros, sendo 96.353 km de rodovias pavimentadas (2004), as estradas são as principais transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro. Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se na década de 1920, no governo de Washington Luís, sendo prosseguidos no governo Vargas e Gaspar Dutra. O presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), que concebeu e construiu a capital Brasília, foi outro incentivador de rodovias. Kubitschek foi responsável pela instalação de grandes fabricantes de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General Motors chegaram ao Brasil durante seu governo) e um dos pontos utilizados para atraí-los era, evidentemente, o apoio à construção de rodovias. Hoje, o país tem instalados em seu território outros grandes fabricantes de automóveis, como Fiat, Renault, Peugeot, Citroën, Chrysler, Mercedes-Benz, Hyundai e Toyota. O Brasil é o sétimo mais importante país da indústria automobilística.

A infraestrutura de um determinado local é composta por um conjunto de atividades que possam proporcionar condições para o desenvolvimento econômico e social. Uma dessas atividades são os serviços de transporte, essencial para o deslocamento de pessoas (passageiros) e cargas (matérias-primas e mercadorias).

FERROVIÁRIO É uma modalidade de transporte terrestre, em que o deslocamento é feito em trens que se movem sobre trilhos. Ele é muito vantajoso para o transporte de cargas pesadas, sobretudo de matérias-primas.

A implantação das primeiras ferrovias no país foi estimulada por capitais privados nacionais e estrangeiros (principalmente inglês) que almejavam um sistema de transporte capaz de levar (de maneira segura e econômica) aos crescentes centros urbanos e portos do país toda a produção agrícola e de minério produzida principalmente no interior brasileiro.

O governo brasileiro também participou da expansão ferroviária, ora iniciando empreendimentos visando a integração do território nacional através desse meio de transporte ora encampando companhias privadas falidas para impedir o colapso econômico de regiões dependentes desse meio de transporte. A nossa primeira ferrovia foi construída pela Imperial Companhia de estradas de ferro, fundada pelo Visconde de Mauá, ligando o Porto de Mauá, na Baía de Guanabara, a Serra da Estrela, no caminho de Petrópolis. Tinha uma extensão de 14,5 km e bitola de 1 m (1854). Logo depois, outras surgiram no Nordeste, Recôncavo Baiano e, principalmente, em São Paulo, para servir à economia cafeeira, então em fraco desenvolvimento (Estrela do Café). Eram, em geral, construídas ou financiadas por capitais ingleses que visavam somente à satisfação de seus interesses comerciais, sem o mínimo de planejamento. Entre 1870 e 1920, vivíamos uma verdadeira “Era das ferrovias”, sendo que o crescimento médio desta era dos 6.000 km por década. Após 1920, com o advento da era do automóvel, as ferrovias entraram numa fase de estagnação, não tendo se recuperado até os dias atuais.

Atualmente, o Brasil é um país pobre em ferrovias, e que estas se encontram irregularmente distribuídas pelo território. A situação atual demonstra que o país possui hoje 30.374 km de ferrovias para tráfego, o que dá uma densidade ferroviária de 3,3 metros por km²; é bem pequena em relação aos EUA (150m/km²) e Argentina (15m/km²). Apenas 2.450 km são eletrificados. As ferrovias

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apresentam-se mal distribuídas e mal situadas, estando 52% localizadas na Região Sudeste.

Na Malha Sul privatizada pela América latina Logística (ALL), binacional temos um excelente desempenho das ferrovias, com 15.628 km de extensão e volume de carga de 20,7 milhões de toneladas. Os produtos mais transportados por ela são: grãos, produtos siderúrgicos, contêineres, água, vinho, pedra e cimento. Até 1997, a malha brasileira era operada e mantida pela RFFSA - Rede Ferroviária Federal S/A, sociedade de economia mista integrante da Administração Indireta do Governo Federal, cujos serviços incluíam linhas regulares de passageiros e transporte de cargas. Com a desestatização da RFFSA, a malha foi divida em regiões e arrendada para exploração de concessionárias privadas.

Atualmente as transportadoras de cargas ferroviárias são: América Latina Logística, MRS Logística, Ferrovia Centro-Atlântica, Ferrovia Tereza Cristina, Estrada de Ferro Vitória a Minas, Companhia Ferroviária do Nordeste, Ferroban, Ferronorte e Estrada de Ferro Carajás, que juntas transportam grandes volumes de minério, commodities agrícolas, combustível, papel, madeira, contêineres, entre outros. Sendo estas, fiscalizadas atualmente pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

A rede ferroviária brasileira possui 29.706 quilômetros de extensão (1121 eletrificados), espalhados por 22 (e o Distrito Federal) dos 26 estados brasileiros, divididos em 4 tipos de bitolas:

‒ Larga (irlandesa) - 1,600 m: 4.057 km ‒ Padrão (internacional) - 1,435 m: 202,4 km ‒ Métrica - 1,000 m: 23.489 km ‒ Mista - 1,600(1,435)/1,000m : 336 km

Também existem bitolas de 0,600 e 0,762 m em trechos turísticos.

O país possui ligações ferroviárias com Argentina, Bolívia e Uruguai.

A construção das linhas ocorreram em períodos diferentes, o que ocasionou a falta de padronização de bitolas (pode-se encontrar até três tamanhos de bitola: 0,60 m, 1,00 m e 1,60 m) e consequente dificuldade na integração das vias. Esses diversos tipos de bitolas impediram uma unificação eficiente da malha ferroviária nacional, sendo a bitola métrica mais implantada por questões de economia. A malha ferroviária brasileira é pequena e obsoleta. Os serviços de passageiros praticamente acabaram, e os de carga subsistem em sua maioria para o transporte de minérios. Traçados sinuosos, construídos visando uma redução de custos de construção ou garantindo uma grande margem de lucros aos construtores (pois durante o início do século XX, o estado pagava construtores de ferroviais públicas por quilômetro construído), mas prejudicando a eficiência do transporte ferroviário. Estado e iniciativa privada tiveram de investir na correção/retificação de parte desses traçados e erradicando outros antieconômicos durante todo o século XX, minando investimentos em modernização da rede ferroviária. As pequenas ferrovias dispersas e isoladas foram construídas por todo o território nacional, sendo que em pouco tempo entravam em falência, obrigando o estado a encampar várias ferrovias para impedir falências e o colapso econômico de regiões dependentes desse meio de transporte. Chegou a possuir 34.207 km, porém crises econômicas e a falta de investimentos em modernização, tanto por parte da iniciativa privada como do poder público, aliados ao crescimento do transporte rodoviário fizeram com que parte da rede fosse erradicada.

As únicas linhas de passageiros que ainda preservam serviços diários de longa distância com relativo conforto são as ligações: Parauapebas - São Luís; e Belo Horizonte - Vitória. Entretanto, ainda existem alguns serviços de interesse exclusivamente turístico em funcionamento, tais como as linhas Curitiba - Paranaguá e Bento Gonçalves - Carlos Barbosa.

RODOVIÁRIO É uma forma de transporte terrestre, sendo responsável pelo transporte de pessoas e mercadorias em carros, caminhões ou ônibus, que se deslocam em ruas, rodovias ou estradas.

Entre 1860 e 1920, as rodovias brasileiras passaram por uma fase de colapso, em razão do desenvolvimento das ferrovias. A partir de 1920, com a chegada dos automotores, o país passou a viver a “era da rodovia”, presente até os dias de hoje. As estradas antigas começaram a ser restituídas, e foram construídas outras novas em todas as regiões do país. Em 1937, foi criado o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), e a partir daí a pavimentação e a produção de asfalto e cimento passou por um processo de aperfeiçoamento, por parte das indústrias brasileiras.

Atualmente, as rodovias brasileiras apresentam uma extensão de 1.824.392Km por onde passam 56% de todas as cargas movimentadas no país. A frota nacional de veículos acompanha esse crescimento da extensão das rodovias.

Dos mais de 1.824.392 quilômetros da rede rodoviária nacional, 30% está muito danificado pela falta de conservação e aproximadamente 150 mil quilômetros estão pavimentados. Parte considerável das ligações interurbanas no país, mesmo em regiões de grande demanda, ainda se dão por estradas de terra ou estradas com pavimentação quase inexistente. Durante a época de chuvas, grande parte das estradas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, enchem-se de depressões asfálticas, sendo comuns, ainda que em menor quantidade, deslizamentos de terra e quedas de pontes, provocando muitas vezes prejuízos para o transporte de cargas bem como acidentes e mortes.

As rodovias do país que se encontra em boas condições, exceto algumas exceções, fazem parte de concessões à iniciativa privada, assim, embora apresentem extrema qualidade, estão sujeitas a pedágios. A Rodovia dos Bandeirantes e a Rodovia dos Imigrantes são exemplos deste sistema. O transporte rodoviário de passageiros do país compreende uma rede extensa e intrincada, sendo possíveis viagens que, devido à sua duração, em outros países, só são possíveis por via aérea.

HIDROVIÁRIO O transporte hidroviário no Brasil é dividido nas modalidades fluvial e marítima. O transporte marítimo é o mais importante, respondendo por quase 75% do comércio internacional do Brasil. O transporte fluvial é o mais econômico e limpo, no entanto é o menos utilizado no Brasil. Há regiões, entretanto, que dependem quase que exclusivamente desta modalidade, como é o caso da Amazônia, onde as distâncias são grandes e as estradas ou ferrovias inexistem.

FLUVIAL É um transporte aquaviário, realizado em barcos ou balsas, que se movimentam sobre os rios. A navegação fluvial no Brasil está numa posição inferior em relação aos outros sistemas de transportes. É considerado o sistema mais barato e limpo, contudo, o de menor participação no transporte de mercadoria no Brasil. Isto ocorre devido

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a vários fatores. Muitos rios do Brasil são de planalto, por exemplo, apresentando-se encachoeirados, portanto, dificultam a navegação. É o caso dos rios Tietê, Paraná, Tocantins e Araguaia. Outro motivo são os rios de planície facilmente navegáveis (Amazonas, São Francisco e Paraguai), os quais encontram-se afastados dos grandes centros econômicos do Brasil.

Nos últimos anos têm sido realizadas várias obras, com o intuito de tornar os rios brasileiros navegáveis. Eclusas são construídas para superar as diferenças de nível das águas nas barragens das usinas hidrelétricas. É o caso das eclusas de Tucuruí no rio Tocantins, de Barra Bonita no rio Tietê e da eclusa de Jupiá no rio Paraná.

Existe também um projeto de ligação das Bacias do Tocantins, Amazonas e Paraná. É a hidrovia de contorno, que permitirá a ligação da região Norte do Brasil às regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, caso implantado. O seu significado econômico e social é de grande importância, pois permitirá um transporte de baixo custo. Parte deste projeto já está sendo implantado, principalmente no Norte do Brasil, com a construção das hidrovias do Madeira e Tocantins e outra parte já está naturalmente em funcionamento.

O Porto de Manaus, situado à margem esquerda do rio Negro, é o porto fluvial de maior movimento do Brasil e com melhor infraestrutura. Outros portos fluviais relevantes são o de Itajaí, no rio Itajaí-Açu, que transporta principalmente máquinas e commodities, o de Santarém, no rio Amazonas, por onde se transportam principalmente grãos vindos do Centro-Oeste e o de Corumbá, no rio Paraguai, por onde é escoado o minério de manganês extraído de uma área próxima da cidade de Corumbá.

O Brasil tem mais de 4 mil quilômetros de costa atlântica navegável e milhares de quilômetros de rios. Apesar de boa parte dos rios navegáveis estarem na Amazônia, o transporte nessa região é sub-aproveitado, por não haver nessa parte do país mercados produtores e consumidores de peso. Os trechos hidroviários mais importantes, do ponto de vista econômico, encontram-se no Sudeste e no Sul do País.

O pleno aproveitamento de outras vias navegáveis depende da construção de eclusas, grandes obras de dragagem e, principalmente, de portos que possibilitem a integração intermodal. Entre as principais hidrovias brasileiras, destacam-se duas: Hidrovia Tietê-Paraná e a Hidrovia do Solimões-Amazonas.

AQUAVIÁRIO (Navegação Marítima) Consiste em uma modalidade de transporte aquaviário, em que ocorre o deslocamento intercontinental de cargas e passageiros por mares ou oceanos. Se considerarmos a posição do Brasil no Oceano Atlântico e a economia voltada para o litoral, poderíamos imagina que a Marinha Mercante Brasileira fosse bem desenvolvida. No entanto, isso não ocorre. O Brasil possui 376 embarcações, com mais de 100 toneladas, que deslocam 144.000 toneladas. Existem vários fatores que embargam o desenvolvimento da marinha:

‒ embarcações velhas; ‒ deficiências das instalações portuárias; ‒ problemas tarifários; ‒ desorganização administrativa.

Existem dois órgãos relacionados ao transporte marítimo: (1) SUNAMAM: Superintendência Nacional da Marinha Mercante: visa

reorganizar o setor de transporte marítimo e (2) GEICON: Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval: trata do planejamento, da execução e renovação das embarcações. A política da SUNAMAM, que determina a ampliação de estaleiros, deve solucionar a questão das embarcações, e espera-se que futuramente toda a frota marítima esteja renovada.

O transporte marítimo é de vital importância para o Brasil em suas relações comerciais. Desde o Brasil colônia o transporte marítimo tem importância fundamental, pois permitia uma ampla troca comercial (comércio triangular) entre Portugal, Angola e Brasil. Foi também o transporte marítimo que permitiu ao Brasil colônia ganhar relativa autonomia política em relação a Portugal, com a abertura dos portos.

O transporte marítimo hoje é responsável pela maior parte das trocas comerciais internacionais do Brasil, transportando principalmente commodities agro-minerais, veículos, máquinas, e equipamentos de ponta. Cerca de 75% das trocas comerciais internacionais brasileiras são transportadas via mar.

O transporte hidromarítimo de passageiros existe principalmente com ligação entre o continente e as ilhas costeiras do Brasil. A linha mais comum de transporte de passageiros é a de Natal - Fernando de Noronha. Também existe o transporte intercontinental de passageiros - na maioria das vezes ilegal, principalmente entre o Brasil e a Nigéria.

O Brasil tem os portos marítimos mais movimentados da América Latina, com destaque aos portos de Santos, Paranaguá, Rio de Janeiro/Niterói, Vitória e Itaqui (São Luís).

AÉREO É o meio de transporte mais rápido do planeta, sendo mais comum em aviões e helicópteros, mas também pode ser feito em balões. É muito eficaz para o transporte de passageiros, porém, em razão dos elevados custos e espaço reduzido, não é adequado para o transporte de cargas pesadas.

O transporte aéreo no Brasil cresceu muito nos últimos anos. Com o surgimento de novas companhias aéreas e a modernização das já existentes, foi possível aumentar o número de assentos disponíveis na malha aérea. A Gol lidera o ranking das empresas de baixo custo, podendo assim, repassar tarifas atraentes a todos os brasileiros. Com a competição entre as companhias foi possível melhorar o serviço e reduzir tarifas.

Existem cerca de 2.498 aeroportos no Brasil, incluindo as áreas de desembarque. O país tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, é o maior e mais movimentado aeroporto do país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfego comercial e popular do país e ao fato de que o aeroporto liga São Paulo a praticamente todas as grandes cidades de todo o mundo. O Brasil tem 34 aeroportos internacionais e 2464 aeroportos regionais.

O país sedia importantes aeroportos internacionais, sendo destino de uma série de rotas aéreas internacionais. Porém, empresas internacionais normalmente trabalham apenas com um número limitado de portos, o que faz com que o transporte dentro do país se faça através de uma série de escalas.

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DUTOVIÁRIO É o transporte realizado por meio de tubos, podendo ser gasodutos (substâncias gasosas), oleodutos (líquidas) ou minerodutos (substâncias sólidas).

‒ Vantagens: longa vida útil, pouca manutenção, baixa mão-de-obra, é rápido, funciona pronto a pronto para líquidos ou gases (gás natural, químico e outros).

‒ Desvantagens: não se adapta a muitos tipos de produtos e o investimento inicial elevado

5.1 A degradação e políticas de meio ambiente

Amazônia Brasileira

A Amazônia ocupa uma área de mais de 6,5 milhões de km² na parte norte da América do Sul, passando por nove países: o Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa.

Cerca de 85% dessa região fica no Brasil (5 milhões de km², 7 vezes maior que a França) em 61% do território nacional e com uma população que corresponde a menos de 10% do total de brasileiros. A chamada “Amazônia Legal” compreende os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão perfazendo aproximadamente 5.217.423km².

Quando falamos em desmatamento na Amazônia é comum as pessoas confundirem a região citada acima com o estado do Amazonas, o que limita a compreensão do verdadeiro problema que essa região enfrenta. Em toda a região amazônica calcula-se que cerca de 26.000km são desmatados todos os anos.

No Brasil, só em 2005 foram 18.793km² de áreas desmatadas, sendo que uma das principais causas é a extração de madeira, na maior parte ilegal. Segundo dados do Grupo Permanente de Trabalho Interministerial Sobre Desmatamento na Amazônia, desde 2003 foram apreendidos cerca de 701mil m³ de madeira em tora provenientes de extração ilegal. Devido à dificuldade de fiscalização e a pouca infraestrutura na maior parte da região, alguns moradores se veem forçados a contribuir com a venda de madeira ilegal por não terem nenhum outro meio de renda ou mesmo por se sentirem coibidos pelos madeireiros. Até mesmo alguns índios costumam trabalhar na atividade ilegal de extração de madeira, vendendo a tora de mogno, por exemplo, a míseros R$30,00 quando na verdade, o mogno chega a valer R$3 mil reais no mercado.

Outras causas apontadas são os crescimentos da população e da agricultura na região. Até 2004, cerca de 1,2 milhões de hectares de florestas foram convertidas em plantação de soja só no Brasil. Isso porque desmatar áreas de florestas intactas custa bem mais barato para as empresas do que investir em novas estradas, silos e portos para utilizar áreas já desmatadas.

Além de afetar a biodiversidade (a Amazônia possui mais de 30% da biodiversidade mundial), o desmatamento na Amazônia afeta, e muito, a vida das populações locais que sem a grande variedade de recursos da maior bacia de água doce do planeta se vêem sem possibilidade de garantir a própria sobrevivência, tornando-se

dependentes da ajuda do governo e de organizações não governamentais.

Nos últimos anos a Amazônia Brasileira vêm registrando a pior seca de sua história. Em 2005, alguns lagos e rios tiveram sua vazão reduzida a tal ponto que não passavam de pequenos córregos de lama, alguns até chegaram a secar completamente, ocasionando a morte dos peixes. O pior é que esse efeito tende a se agravar com o tempo. Com os rios secando e a diminuição da cobertura vegetal, diminui a quantidade de evaporação necessária para a formação de nuvens, tornando as florestas mais secas.

Contudo, diversas ações vêm sendo tomadas pra impedir que o pior aconteça e preservar toda a riqueza proporcionada pela Amazônia. ONG’s como o Greenpeace, SOS Mata Atlântica, WWF, IPAM (Instituto de Pesquisas da Amazônia) e diversas outras entidades, realizam campanhas e estudos com o objetivo de divulgar e facilitar o desenvolvimento sustentável e a recuperação das áreas degradadas da Amazônia no Brasil.

Quanto às iniciativas do governo, 19.440.402 hectares foram convertidos em Unidades de Conservação (UC) na Amazônia de 2002 a 2006, totalizando 49.921.322ha, ou, 9,98% do território. Sem contar os 8.440.914ha de Flonas (Floresta Nacional) criadas em territórios indígenas. Outro projeto que visa à consolidação de Unidades de Conservação na Amazônia é o projeto ARPA (Áreas Protegidas da Amazônia) que tem como meta atingir um total de 50milhões de hectares de UC até 2013 e conta com apoio e investimentos de instituições como o Banco Mundial e o WWF.

Mata Atlântica A Mata Atlântica é um conjunto de formações florestais que se estende por uma faixa de 1.300.000 km² do Rio Grande do Sul ao Piauí, passando por 17 Estados brasileiros.

Ela ocupa um papel importante na manutenção dos recursos hídricos disponíveis dos principais estados brasileiros, abrangendo sete das nove maiores bacias hidrográficas do país. Possuindo assim, uma grande importância do ponto vista econômico, visto que 110 milhões de pessoas, ou 62% da população brasileira, vivem nessa região. O que, infelizmente, contribui, também, para que este fosse o conjunto de ecossistemas mais devastado: cerca de 93% da Mata Atlântica original não existe mais.

Explorada desde a época da colonização pela extração do Pau-Brasil e, depois pelo cultivo de monoculturas como o café e a cana-de-açúcar, a Mata Atlântica se reduz hoje, a apenas, 7% da sua cobertura original. Com isso cerca de 261 espécies de mamíferos, 1020 de pássaros, 197 espécies de répteis, 340 de anfíbios, 350 de peixes e cerca de 20 mil espécies vegetais, estão seriamente ameaçadas. Sem contar que a grande maioria dessas espécies são endêmicas, ou seja, só existem aqui.

Na tentativa de preservar o que restou dessa riqueza, foram criadas diversas Unidades de Conservação (áreas de preservação previstas em Lei), totalizando 860 unidades. A maior delas com 315 mil hectares é o Parque Estadual da Serra do Mar. Com o mesmo intuito, foi aprovada a Lei da Mata Atlântica (Lei Nº285/99) em 2006, que acaba com as controvérsias acerca de sua extensão e características principais, além de definir medidas de preservação.

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Mesmo assim, a Mata Atlântica sofre a pressão do crescente aumento das cidades e da poluição que põem em risco as tentativas de preservá-la.

No último levantamento realizado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em parceria com a Ong SOS Mata Atlântica, que abrangeu 60% do bioma, foi constatado que, mesmo com a diminuição de 71% no ritmo de desflorestamento, as áreas degradadas somam 95.066 hectares. Destes, 73.561 estão concentrados em Santa Catarina e Paraná trazendo diversos problemas não só ao meio ambiente, mas, também ao homem. Vale lembrar que o desmatamento é uma das principais causas da desertificação (processo de transformação de terras férteis em terras inférteis) que vem afetando seriamente o sul do país.

Entretanto, apesar dos dados, a história nos mostra que é possível recuperar o que perdemos. Em 1862, ao passar uma grave crise de escassez hídrica, o Governo Imperial iniciou a recuperação da área de Mata Atlântica que havia sido degradada pelos cerca de 160 engenhos e lavouras de café que existiam na região da cidade do Rio de Janeiro. Através do replantio de árvores típicas foi recuperado o que hoje é a Floresta da Tijuca. A maior floresta urbana do mundo com 3.300 hectares.

6.1 Aspectos políticos

A história da política no estado brasileiro da Bahia confunde-se, muitas vezes, com a política do país - e boa parte dela equivale à mesma, uma vez que Salvador, por muitos anos, foi a capital da Colônia. Contando sempre com expoentes no cenário político nacional, a Bahia é um dos mais representativos estados da federação. Durante o período imperial, contou com diversos primeiros-ministros; na fase republicana, estiveram à frente de vários movimentos nacionais baianos como Rui Barbosa, Cezar Zama, Aristides Spínola e outros. Na República Velha, dominou o cenário estadual José Joaquim Seabra; durante a Era Vargas surgiu a figura de Juracy Magalhães e em contraposição, com a redemocratização do pós-guerra, o socialista Octávio Mangabeira.

Durante o regime militar, surgiu a figura de Antônio Carlos Magalhães, que dominou o cenário político estadual por três décadas, com breve derrota para Waldir Pires, na década de 1980, ocupando o cargo de senador, quando de sua morte.

6.2 Aspectos Físicos

A Bahia, assim como todos os outros estados brasileiros, está politicamente dividida em municípios. Ao total, existem 417 municípios baianos, o que torna a Bahia o quarto maior estado segundo a quantidade de municípios. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divide as unidades federativas do Brasil em meso e microrregiões para fins estatísticos de estudo, agrupando os municípios conforme aspectos socioeconômicos. Deste modo, há sete mesorregiões e 32 microrregiões no estado. As sete mesorregiões baianas são:

Mesorregião do Extremo Oeste Baiano; Mesorregião do Vale São-Franciscano da Bahia Mesorregião do Centro-Sul Baiano Mesorregião do Sul Baiano Mesorregião do Centro-Norte Baiano

Mesorregião do Nordeste Baiano Mesorregião Metropolitana de Salvador

Já as 32 microrregiões baianas estão no mapa abaixo. Vejamos:

1. Microrregião de Barreiras; 2. Microrregião de Santa Maria da Vitória; 3. Microrregião de Cotegipe; 4. Microrregião de Bom Jesus da Lapa; 5. Microrregião de Barra; 6. Microrregião de Juazeiro; 7. Microrregião de Paulo Afonso; 8. Microrregião de Itapetinga; 9. Microrregião de Vitória da Conquista; 10. Microrregião de Brumado; 11. Microrregião de Guanambi; 12. Microrregião de Livramento do Brumado; 13. Microrregião de Boquira; 14. Microrregião de Seabra; 15. Microrregião de Jequié; 16. Microrregião de Porto Seguro; 17. Microrregião de Ilhéus-Itabuna; 18. Microrregião de Valença; 19. Microrregião de Irecê; 20. Microrregião de Senhor do Bonfim; 21. Microrregião de Jacobina; 22. Microrregião de Itaberaba; 23. Microrregião de Feira de Santana; 24. Microrregião de Jeremoabo; 25. Microrregião de Euclides da Cunha; 26. Microrregião de Ribeira do Pombal; 27. Microrregião de Serrinha; 28. Microrregião de Alagoinhas; 29. Microrregião de Entre Rios; 30. Microrregião de Catu;

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31. Microrregião de Santo Antônio de Jesus; 32. Microrregião de Salvador.

Outra divisão, desta vez para fins de coordenação de ações de promoção turística, o Programa de Desenvolvimento Turístico (PRODETUR) subdividiu o território baiano em zonas turísticas, as quais são Baía de Todos os Santos, Costa dos Coqueiros, Costa do Dendê, Costa do Cacau, Costa das Baleias, Costa do Descobrimento, Caminhos do Oeste, Chapada Diamantina e Lagos do São Francisco. Vejamos a classificação conforme mapa de cores a seguir:

██ Zona Turística da Costa dos Coqueiros; ██ Zona Turística da Baía

de Todos os Santos; ██ Zona Turística da Costa do Dendê; ██ Zona

Turística da Costa do Cacau; ██ Zona Turística da Costa do

Descobrimento; ██ Zona Turística da Costa das Baleias; ██ Zona

Turística dos Lagos do São Francisco; ██ Zona Turística da Chapada

Diamantina (Circuito do Ouro, do Diamante e da Chapada Norte);

██ Zona Turística da Chapada Diamantina (Circuito Chapada Velha);

██ Zona Turística dos Caminhos do Sertão; ██ Zona Turística dos

Caminhos do Oeste; ██ Zona Turística do Vale do Jequiriçá.

Até meados da década de 2000, o Governo da Bahia agrupava os municípios baianos segundo características econômicas, formando as regiões Metropolitana de Salvador, Extremo Sul, Oeste, Serra Geral, Litoral Norte, Sudoeste, Litoral Sul, Médio São Francisco, Baixo-médio São Francisco, Irecê, Chapada Diamantina, Recôncavo Sul, Piemonte da Diamantina, Paraguaçu e Nordeste. Atualmente, essa divisão foi substituída pelos 26 Territórios de Identidade, a saber: Irecê, Velho Chico, Chapada Diamantina, Sisal, Litoral Sul, Baixo Sul, Extremo Sul, Itapetinga, Vale do Jiquiriçá, Sertão do São Francisco, Oeste Baiano, Bacia do Paramirim, Sertão Produtivo, Piemonte do Paraguaçu, Bacia do Jacuípe, Piemonte da Diamantina, Semiárido Nordeste II, Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte, Portal do Sertão, Vitória da Conquista, Recôncavo, Médio Rio de Contas, Bacia do Rio Corrente, Itaparica, Piemonte Norte do Itapicuru, Metropolitana de Salvador[16].

A Bahia também é repartida em 26 partes pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Conerh), que, para gestão das bacias hidrográficas e dos recursos hídricos, criou as 26 regiões hidrográficas, chamadas de Regiões de Planejamento e Gestão das Águas (RPGA).

6.3 Aspectos Econômicos

Agropecuária

A economia da Bahia é composta basicamente por agropecuária, indústria, mineração, turismo e nos serviços. A Bahia responde por 36% do PIB do Nordeste e mais da metade das exportações da região. Dentre os estados brasileiros, conta com o sexto maior PIB. A Bahia é o primeiro produtor nacional de cacau, sisal, mamona, coco, feijão e mandioca, sendo os dois últimos mais voltados para a subsistência do que para a comercialização. A região de Ilhéus/Itabuna é uma das mais propícias áreas para o cultivo do cacau em toda a Bahia. Tem bons índices também na produção de milho e cana-de-açúcar. Além de ser o principal produtor de cacau, é também o principal exportador de cacau no Brasil.

Outra região do estado que merece a devida atenção é aquela compreendida pelo Rio São Francisco, conhecida também como Vale do São Francisco, compreendendo as cidades de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sobradinho, dentre outras. A região é a maior produtora de frutas tropicais do país, essa fruticultura é irrigada, tem crescido e exporta para os mercados europeu, asiático e estadunidense. Fator prioritário da economia baiana, a pecuária bovina ocupa hoje o sexto lugar nacional, enquanto a caprina registra atualmente os maiores números do setor em todo o Brasil, mas também se destacando os rebanhos de ovinos. Recentemente, o cultivo da soja e a rizicultura aumentaram substancialmente no oeste do estado. Em 2009, foi o segundo maior estado produtor (6,4 milhões de toneladas) e exportador (US$ 156,3 milhões) de frutas frescas.

Mineração

O Estado da Bahia, com base em características de sua Geologia, mantêm posição de destaque em nível nacional, estando em 4º lugar na produção de bens minerais. A Bahia tem reservas consideráveis de minérios e de petróleo. A mineração baseia-se essencialmente no ouro, cobre, magnesita, cromita, sal-gema, barita, manganês, chumbo e talco.

Indústria

A indústria na Bahia tem forte participação econômica no estado, volta-se para os setores da química, petroquímica, agroindústria, informática, automobilística e suas peças. Porém na região metropolitana de Salvador, estão concentradas as indústrias metalúrgicas, mecânicas, gráficas, de material elétrico e comunicações. Com um crescimento sustentado de grupos de pesquisa a uma taxa de 30% ao ano, a Bahia saltou da 9ª para a sexta posição [29] no ranking nacional em 2005, abrindo espaço para o projeto da Tecnovia: um grande parque tecnológico em Salvador, tendo como prioridades TI, biotecnologia e energia. A primeira bio-fábrica do país se encontra na cidade sertaneja de Juazeiro, no vale do Rio São Francisco.

Turismo

A Bahia é um estado singular quando falamos de diversidade de paisagens e de riqueza cultura. Com este conjunto de atrativos o Estado torna-se potencialmente detentor de um rico portfólio de possíveis produtos turísticos. Além da ilha de Itaparica e Morro de São Paulo, há um grande número de praias entre Ilhéus e Porto Seguro, na costa sudeste, o norte litoral da área de Salvador, esticando para a beira com Sergipe, transformou-se um destino turístico importante, o

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qual ficou conhecido como Linha Verde. A Costa do Sauípe contém um dos maiores hotéis-resorts em desenvolvimentos no Brasil.

Com o intuito de dinamizar a atividade turística no Estado existe a Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos e a Superintendência (SUINVEST) de Desenvolvimento do Turismo (SUDETUR) na Secretaria da Cultura e Turismo (SCT) do Estado da Bahia além da estrutura da Empresa de turismo da Bahia (BAHIATURSA). Com o objetivo de definir ações necessárias ao desenvolvimento do turismo nacional e internacional e ordenar o espaço territorial, o Programa de Desenvolvimento Turístico da Bahia (PRODETUR/BA) administrado pela agência executiva responsável (SUINVEST), dividiu a Bahia em Zonas Turísticas identificadas por meio dos potenciais naturais, culturais e históricos.

A Bahia é o quinto estado do país em extensão territorial e equivale a 36,3% da área total do Nordeste brasileiro e 6,64% do território nacional. Da área de 567 295,67 km², cerca de setenta por cento encontram-se na região do semiárido. O seu litoral é o maior entre os estados brasileiros, com 1 183 quilômetros. Possui famosas praias, como a Praia de Itapuã, diversas vezes homenageada em músicas e poesias.

Hidrografia

O principal rio é o São Francisco, que corta o estado na direção sul-norte. Com importância análoga, os rios Paraguaçu - maior rio genuinamente baiano - e o de Contas - maior bacia situada apenas no estado -, que se somam aos rios Jequitinhonha, Itapicuru, Capivari, Rio Grande, entre outros, compõem um total de dezesseis bacias hidrográficas. O estado encontra-se com 57,19% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Relevo

Seu território está situado na fachada atlântica do Brasil. O relevo é caracterizado pela presença de planícies, planaltos, e depressões e as formas tabulares e planas (chapadas, chapadões, tabuleiros). As altitudes da Bahia são modestas, de modo geral: o território baiano possui uma elevação relativa, já que 90% de sua área estão acima de duzentos metros em relação ao nível do mar. Os pontos mais elevados na Bahia são o Pico do Barbado, com 2033,3 metros, localizado na Serra dos Barbados, entre os municípios de Abaíra e Rio do Pires e o Pico das Almas, com 1 836 metros, localizado entre os municípios de Érico Cardoso, Livramento de Nossa Senhora e Rio de Contas, na Serra das Almas. O planalto e a baixada são as suas duas grandes unidades morfológicas bastante caracterizadas. Os chapadões e as chapadas presentes no relevo mostram que a erosão trabalhou em busca de formas tabulares. Um conjunto de chapadões situados a oeste recebe, na altura do estado, o nome de Espigão Mestre.

Os planaltos ocupam quase todo o estado, apresentando uma série de patamares, por onde cruzam rios vindos da Chapada Diamantina, da serra do Espinhaço, que nasce no centro de Minas Gerais, indo até o norte do estado, e a própria Chapada Diamantina, de formato tabular, marcando seus limites a norte e a leste. O planalto semiárido, localizado no sertão brasileiro, caracterizado por baixas altitudes, mais apesar disso o relevo que predomina o estado baiano é a depressão.

As planícies estão situadas na região litorânea, onde a altitude não ultrapassa os 200 metros. Ali, surgem praias, dunas, restingas e até pântanos. Quanto mais se anda rumo ao interior, mais surgem

terrenos com solos relativamente férteis, onde aparecem colinas que se estendem até o oceano. As planícies aluviais se formam a partir dos rios Paraguaçu, Jequitinhonha, Itapicuri, de Contas, e Mucuri, que descem da região de planalto, enquanto o rio São Francisco atua na formação do vale do São Francisco, onde o solo apresenta formação calcária.

Um único recorte no litoral baiano determina o surgimento do Recôncavo baiano, cuja superfície apresenta solo variado, sendo muito pouco fértil em algumas áreas, enquanto em outras a fertilidade é favorecida pela presença do solo massapê, formado por terras de origem argilosa.

Clima

Devido à sua latitude, o clima tropical predomina em toda a Bahia, apresentando temperaturas elevadas, em que as médias de temperatura anuais, em geral ultrapassam os 30 °C, entretanto na serra do Espinhaço as temperaturas são mais amenas e agradáveis. Também se encontra o clima tropical de atitude em cidades da Chapada Diamantina (Piatã 1268 m) e no sudoeste do estado (Vitória da Conquista 923 m). Contudo, no sertão, o clima é o semiárido, em que os índices pluviométricos são bastantes baixos, sendo comuns os longos períodos de seca.

Há distinções apenas quanto aos índices de precipitação em cada uma das diferentes regiões. Enquanto que no litoral e na região de Ilhéus, a umidade é maior, e os índices de chuvas podem ultrapassar os 1 500 mm anuais, no sertão pode não chegar aos quinhentos mm anuais. A estação das chuvas é irregular, consequentemente podendo falhar totalmente em certos anos, desencadeando a seca, que é mais marcante no interior, com exceção para região do vale do rio São Francisco.

Vegetação

Possui três grandes formações vegetais: a caatinga, a vegetação predominante, a floresta tropical úmida e o cerrado. A caatinga se localiza em toda a região norte, na área da depressão do São Francisco, e na serra do Espinhaço, deixando para o cerrado apenas a parte ocidental e para a floresta tropical úmida, o sudeste. A floresta tropical úmida sofreu forte impacto da exploração antrópica, em que se devastou madeiras de lei. Nesses locais, vem ocorrendo o reflorestamento com o eucalipto.

6.4 Aspectos Sociais

A demografia da Bahia é um campo de estudo da demografia com foco no estado brasileiro da Bahia. De acordo com estimativas de 2007 do IBGE, a Bahia é o 4º estado brasileiro mais populoso e o 15º mais povoado, com uma população de 14.080.654 habitantes distribuída em 564.692,7 km² resultando em uma densidade de 24,93 hab./km². A Bahia é o centro da cultura afro-brasileira e boa parte da sua população é de origem africana, com uma maior porcentagem de pardos, seguidos por brancos, negros e ameríndios.

Cor/Raça Porcentagem

Pardos 63,4%

Brancos 20,3%

Negros 15,7% Amarelos ou Indígenas 0,6%

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Um estudo genético realizado no Recôncavo Baiano confirmou o alto grau de ancestralidade africana na região. Em termos percentuais, o estudo genético realizado na população de Salvador confirmou que a maior contribuição genética da cidade é a africana (49,2%), seguida pela europeia (36,3%) e indígena (14,5%). O estudo também concluiu que indivíduos que possuem sobrenome com conotação religiosa tendem a ter maior grau de ancestralidade africana (54,9%) e a pertencer a classes sociais menos favorecidas. Ao analisar as pessoas da área urbana dos municípios de Cachoeira e Maragojipe, além de quilombolas da área rural de Cachoeira verificou-se que a ancestralidade africana foi de 80,4%, a europeia 10,8% e a indígena 8,8%.

As populações indígenas localizados na Bahia pertencem, em grande maioria, ao tronco linguístico macro-jê. Dentre elas, estão os grupos indígenas Pataxó, Pataxó-hã-hã-hãe, Quiriri e o extinto Camacã. Grande parte dos índios vem perdendo o hábito do idioma materno, passando a falar a língua portuguesa. As tribos e aldeias indígenas estão bastante distribuídas pela Bahia em terras e reservas indígenas.

Segundo dados de 2000 do IBGE e de 2001, SEI, apenas 0,2% dos municípios baianos tem a população acima de 500 mil habitantes; 0,5%, a população está entre 200 e 500 mil habitantes; 1,7%, de 100 até 200 mil hab.; de 50 a 100 mil hab. somente 2,7%; de 20 até 50 são 7,7% dos municípios; de 10 até 20 mil hab. já chega aos 17,1%; de 5 a 10 mil hab. são 30,1% dos municípios baianos; e 40% dos municípios possuem a população com menos de 5 mil habitantes.

A cidade mais populosa do estado é Salvador (capital do estado, com 2.892.625 habitantes), que também é a terceira cidade brasileira mais populosa, sendo seguida por Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus, Juazeiro, Itabuna, Camaçari, Barreiras, Jequié, Lauro de Freitas e Porto Seguro.

6.5 Aspectos Culturais

A cultura da Bahia é uma das mais ricas e diversificadas do Brasil, sendo o estado considerado um dos mais ricos centros culturais do país, conservando não apenas um rico acervo de obras religiosas, arquitetônicas, mas é berço das mais típicas manifestações culturais populares, quer na culinária, na música, e em praticamente todas as artes. A Bahia tem seus expoentes, suas características próprias, resultado da rica miscigenação entre o índio nativo, o português colonizador e o negro escravizado. N

essa imensa vastidão cultural, entre as principais manifestações culturais estão o carnaval de Salvador, a festa da Independência da Bahia, as festas juninas no interior, em especial a guerra de espadas em Cruz das Almas e em Senhor do Bonfim, a lavagem do Bonfim, a Festa de Santa Bárbara, a Festa de São Sebastião, a festa de Iemanjá, e muitas outras. Na Bahia, ainda há espaço para um provérbio, há um tempo jocoso e sério, que retrata a índole do seu povo: "O baiano não nasce, estreia".

Cultura erudita Na Bahia nasceu o primeiro historiador do Brasil, Frei Vicente do Salvador. Ainda como Colônia, os versos de Gregório de Matos repercutiam qual dardos, dono de rimas tão ferinas que lhe renderam a imortalidade com o epíteto de "Boca do Inferno". O Bahia foi o lugar da primeira Faculdade de Medicina do país, foi berço de nomes que se destacaram no cenário nacional, tais como Afrânio Peixoto, Antônio Rodrigues Lima, Juliano Moreira, etc. Do Direito brotaram nomes como Ruy Barbosa, Teixeira de Freitas, Antônio Luiz Machado Neto

Aliomar Baleeiro, Orlando Gomes, Nestor Duarte e, caindo para a literatura. A culinaria baiana sempre tem os seus pratos magníficos.

Música Já era a Bahia, em particular Salvador, sua capital, a maior cidade das Américas durante vários séculos, um dos principais centros comerciais do Novo Mundo. Das raízes negras brotou o samba de roda, seu filho samba, o lundu e outros tantos ritmos, movidos por atabaques, berimbaus, marimbas - espalhando-se pelo resto do Brasil, e ganhando o mundo. Xisto Bahia, levando os ritmos e mesmo poetas (como Plínio de Lima), descobre o novo meio e grava o primeiro disco brasileiro. E experimenta o sucesso internacional com Dorival Caymmi. Do rock ao tropicalismo, de Raul Seixas a Caetano Veloso, infinitos nomes desfilam mundo afora, como João Gilberto, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Gal Costa, Maria Bethânia, Tom Zé…

O Carnaval Foi no Carnaval que o baiano encontrou-se com o mundo: Em 1950 Dodô e Osmar inventam o Trio Elétrico, e atrás dele "só não vai quem já morreu". Um novo cenário foi descortinado, revelando artistas e grupos musicais: Moraes Moreira, Luiz Caldas, Chiclete com Banana, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, etc. O negro reconquista sua identidade, e ganha força nos Filhos de Gandhi, o Olodum une música ao trabalho social.

A Culinária Do Candomblé ou do tabuleiro da Baiana brotam o acarajé, o abará, o vatapá e tantos pratos temperados pelo azeite de dendê, festejando aos santos, como o caruru ou festejando a vida, como a moqueca, a Bahia tem sempre um quindim a despertar o paladar.