Geografia O Brasil E O Mercosul
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• Com frequência os jornais publicam matériassobre o déficit ou superávit da balançacomercial brasileira. E muitas pessoas temdificuldades em compreender o que issosignifica. Os termos déficit, superávit, balançacomercial fazem parte de uma área de conhecimento específico, que vamos tratar nesta aula.
Balança Comercial
• Balança comercial: a diferença entre as exportações e as importações de umdeterminado país. Por exportações, entendemos todo bem que o país vende para o resto do mundo, enquanto que importaçõessão todos os bens que o país compra do resto do mundo.
• Quando as importações superam as exportações, o saldo da balança é negativo e ocorre déficit comercial. Quando as exportações superam as importações, o saldo da balança é positivo e ocorre superávit comercial.
• Portanto, a balança comercial favorável(saldo positivo) ou desfavorável (saldo negativo) indicará a diferença entre as exportações e importações de uma nação.
De colônia a país subdesenvolvidoindustrializado
• As características do comércio exterior brasileiro acompanharam as mudanças da participação do nosso país na DivisãoInternacional do Trabalho (DIT).
• A princípio, como colônia (1500 – 1822), e depois como país subdesenvolvido, os principais itens da nossa pauta de exportações foram produtos primários(açúcar, ouro, café).
• Com o início do processo de industrializaçãoem 1930, além dos produtos do setorprimário, o Brasil passou a exportar tambémprodutos do setor secundário. Do mesmomodo, excluiu da sua lista de bensimportados muitos produtos que começou a industrializar. De 1930 até hoje, a política do governo brasileiro com relação ao comércioexterior teve dois períodos distintos:
• 1930 – 1990 – substituição de importações• 1990 – 2001 – liberalização de importações
Substituição de importações• A industrialização por substituição de
importações (ISI) verifica-se empiricamentequando ocorre crescimento da produçãoindustrial com expansão da demanda interna, simultaneamente a uma redução do coeficiente de importações da indústria(participação relativa das importações no produto industrial). De um modo geral, a SI contribuiu positivamente para dinamizar o crescimento da produção interna, principalmente nas fases iniciais da industrialização.
• No caso do Brasil, foi particularmente importante entre o início da década de 1930 e fim da década de 1970.
• Ao final desse período, porém, suacontribuição para o crescimento da produçãoindustrial já era apenas marginal. Segundo dados do Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada (IPEA) para 1975-80, o crescimentoda produção da indústria de transformaçãonesse período foi explicado principalmente pelo aumento da demanda interna (77,3%), tendo a expansão das exportaçõescontribuído com 14,4% e a substituição de importações com apenas 8,3%.
• Mas esta última era ainda relativamente importante em indústrias específicas, tais como produtos metalúrgicos, equipamentosmecânicos, elétricos e de comunicações e celulose/papel. Daí por diante, a substituiçãode importações praticamente deixou de ser relevante como fonte de crescimento da produção industrial.
• Isto leva a duas ponderações importantes:
• 1) que a demanda interna tem papel preponderante como fonte de variação do produto industrial. Seu efeito dinamizador, entretanto, pode ocorrer em presença tanto de uma intensificação da SI (redução do coeficiente de importações) quanto de umaredução da SI (aumento do coeficiente de importações) ou mesmo de um processoneutro de SI (coeficiente de importaçõesconstante); e
• 2) a SI e a expansão das exportações como fontes de crescimento não são processosexcludentes, mas sim simultâneos e vinculados, sendo a SI geralmente umesforço prévio de construção de uma base industrial e de aprendizado tecnológico.
Liberalização de importações
• Em 1990, o governo brasileiro introduziu umprograma de liberalização financeira externa e de eliminação das barreiras protecionistasna importação, cujos principais pontos foram:
• Abolir barreiras não tarifárias, como reserva de mercado, cotas e proibições;
• Reduzir a média das tarifas de exportação.
A balança comercial brasileira
• O Plano Real criado em 1994, valorizou a moeda nacional (o real) e facilitou a entrada de produtos estrangeiros mais competitivos que os nossos, por serem mais baratos e, muitas vezes, por representarem o “novo” emrelação aos já conhecidos produtosnacionais.
• Outros fatores desse déficit comercial sãochamados genericamente de “custo Brasil”. Entre esses fatores podemos destacar: as altas taxas de juros (muito maiores que as cobradas nos mercados internacionais, o que inibe investimentos produtivos); a defasagemtecnológica de nossas indústrias ( o que diminui a competitividade); pouca integraçãode infra-estrutura portuária, ferroviária e rodoviária, além de insuficiente e cara.
• Entre os produtos exportados pelo Brasil entre 2005 e 2006 destacamos:
(*) janeiro a agosto
-11,11,8392,069Carne de frango
23,91,8821,519Motores
0,91,9001,883Aviões
13,11,9241,701Eletroeletrônicos
11,81,9261,723Carne bovina
20,21,9271,603Autopeças
53,72,3201,509Açúcar em bruto
7,13,0782,875Automóveis
56,64,1312,638Petróleo em bruto
18,54,4813,782Soja em grão
29,75,7444,428Minério de ferro
Var.%20062005Produto
(US$ milhões)
Principais produtos exportados - Brasil – 2005-06(*)
Fonte: http://cepa.epagri.sc.gov.br/Infconj/textos06/IC
arnes/ICarnes1509.htm
• Os principais produtos importados pelo Brasil são petróleo e derivados, maquinaria industrial e equipamentos, produtos químicos e farmacêuticos etc.
• Os maiores parceiros comerciais do Brasil são: os Estados Unidos, a Argentina, a Alemanha, a Holanda e o Japão.
• As regiões SE e S, por serem as maisindustrializadas, são as que respondem pelas principais áreas exportadoras do país.
• Nos gráficos a seguir é possível verificar quais foram os estados que mais exportarame os que mais importaram no ano de 2000.
Principais estados exportadores - 2000
36%
29%
12%
10%
8% 5% São Paulo
Minas Gerais
Rio Grande do Sul
Paraná
Espírito Santo
Demais Estados
TÉRCIO, Lúcia Marina e. O comércio exterior brasileiro. Geografia. São Paulo: Ática. Pág. 395 – 399.
Principais estados importadores - 2000
46%
9%8%7%
7%
23% São Paulo
Rio de Janeiro
Paraná
Rio Grande do Sul
Amazonas
Demais Estados
TÉRCIO, Lúcia Marina e. O comércio exterior brasileiro. Geografia. São Paulo: Ática. Pág. 395 – 399.
O Brasil no comércio mundial
• O comércio mundial é realizado em doisníveis:Entre países e em blocos econômicos.
• Além de fazer parte do Mercosul, da Aladi e do Projeto da Alca, o Brasil realiza trocascomerciais com outros blocos econômicos e com vários países do mundo.
O Brasil e o Mercosul
• Mercosul é a União Aduaneira (livre comérciointrazona e política comercial comum) entre Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela e Uruguai, instituída pela assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991. A Venezuela passou a fazer parte do Mercosulno ano de 2006.
• O Mercosul evoluiu a partir de um processode aproximação econômica entre Brasil e Argentina, iniciado em meados dos anos 80. Em 1985, os presidentes do Brasil e da Argentina firmaram um acordo de integraçãoconhecido como "Declaração de Iguaçu".
• Em 1986, assinou-se a Ata para IntegraçãoArgentino-Brasileira, ocasião em que foiinstituído o Programa de Integração e Cooperação Econômica - PICE, entre os doispaíses; A Ata baseia-se nos princípios que mais tarde nortearam o Tratado de Assunção: flexibilidade, que permitiria ajustes no ritmo e objetivos, gradualismo, simetria (para que houvesse harmonização de políticas específicas que interferem na competitividadesetorial) e equilíbrio dinâmico ( que proporcionaria uma integração setorialuniforme).
• Em 1988, assinou-se o Tratado de Integração, Cooperação e DesenvolvimentoArgentina - Brasil. Na oportunidade, foramassinados Protocolos (perfazendo um total de 24) sobre diversos temas, tais como: bens de capital, trigo, produtos alimentíciosindustrializados, setor automotivo, cooperação nuclear, transporte marítimo, transporte terrestre, entre outros.
• Em julho de 1990, foi firmada a Ata de Buenos Aires, que fixou para janeiro de 1995 a data do início da vigência de um mercado comum entre os dois países. Em dezembrode 1990, os Protocolos acima referidos foramconsolidados em um só instrumento denominado Acordo de ComplementaçãoEconômica-ACE 14, firmado entre Brasil e Argentina, que constituiu o referencial adotado posteriormente no Tratado de Assunção.
• Em 26 de março de 1991 foi firmado o Tratado de Assunção entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai para a constituição do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL.
263.668.89 milhõesTotal
25,730,435 (est. Julho 2006) CIAVenezuela
6,506,464 (est. Julho 2006) CIAParaguai
3,431,932 (est. Julho 2006) CIAUruguai
188,078,227 (est. Julho 2006) CIABrasil
39,921,833 (est. Julho 2006) CIAArgentina
NúmeroPaís
População
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
12.773.875 Km²Total
912,050 Km²Venezuela
406,750 Km²Paraguai
176,220 Km²Uruguai
8,511,965 Km²Brasil
2,766,890 Km²Argentina
ÁreaPaís
Área Total
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
US$176.4 bilhões (est.2006)Venezuela
US$30.64 bilhões (est.2006)Paraguai
US$36.56 bilhões (est.2006)Uruguai
US$1.616 trilhões (est.2006)Brasil
US$599.1 bilhões (est.2006)Argentina
PIBPaís
PIB (paridade com poder de compra)
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
Constituição do Mercosul
• O Mercosul está constituído pelos quatroEstados Parte, a Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela e Uruguai.
• Atualmente, os Países Associados aoMercosul são:
• Chile (1996), Bolívia (1997),Peru (2003), Colômbia (2004) e Equador (2004).
Principais Objetivos• Integração econômica que tem como objetivo a
conformação de um mercado comum, por meiode:
• Livre circulação de bens, serviços e fatoresprodutivos;
• Eliminação das restrições incidentes sobre o comércio recíproco;
• Estabelecimento de uma tarifa externa comum; • Adoção de políticas comerciais comuns face à
terceiros países; • Coordenação de políticas macroeconômicas e
setoriais.
1.006.099.582849.577.665667.048.159Uruguai
1.230.507.661961.092.561871.844.907Paraguai
11.713.819.0749.915.423.4977.373.217.826Argentina
200620052004Exportações
Intercâmbio Comercial Brasil - Mercosul US$ FOB
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
618.224.396493.684.111522.855.590Uruguai
295.904.197318.935.985297.825.436Paraguai
8.053.681.2536.241.072.6995.569.723.302Argentina
200620052004Importações
Intercâmbio Comercial Brasil - Mercosul
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
Fonte: http://www.global21.com.br/guiadoexportador/mercosul.asp
Os “corredores” de exportação e os principais portos brasileiros
• Para organizar o embarque de produtos nos portos marítimos do país, o governo criou, nadécada de 1970, os “corredores” de exportação: eixos que reúnem condições de transporte de cargas por ferrovias, rodovias(meio mais comum) ou hidrovias, de armazenamento (em silos ou contêineres) e sistema portuário.
• Nossos principais portos marítimos estãonesses “corredores”, com destaque para o Porto de Santos, o mais importante do país.
• Suas instalações ocupam 7,7 milhões de m2 e cerca de 14 Km de extensão, alcançandoambas as margens do estuário e estendendo-se até Guarujá e Cubatão.
Bibliografia
• TÉRCIO, Lúcia Marina e. O comércio exterior brasileiro. Geografia. São Paulo: Ática. Pág. 395 – 399.
• http://cepa.epagri.sc.gov.br• www.global21.com.br• www.metro.santo.sp.gov.br• www.mre.gov.br• http://www.sfiec.org.br