GEOSSITEMAS DA REGIÃO DE ITU E SALTO

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Sumário GEOSSISTEMAS DA REGIÃO DE ITU E SALTO ________________________ página 03 1. GEOMORFOLOGIA E HIDROGRAFIA ______________________________ página 04 1.1 Definição dos Elementos do Patrimônio Natural __________________ página 05 1.2 O Ritmito de Itu e a Rocha Moutonnée de Salto __________________ página 07 2. CLIMA E VEGETAÇÃO __________________________________________ página 08 3. POPULAÇÃO E ECONOMIA ______________________________________ página 09 Bibliografia _______________________________________________________ página 10

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Sumário

GEOSSISTEMAS DA REGIÃO DE ITU E SALTO ________________________ página 03

1. GEOMORFOLOGIA E HIDROGRAFIA ______________________________ página 04

1.1 Definição dos Elementos do Patrimônio Natural __________________ página 05

1.2 O Ritmito de Itu e a Rocha Moutonnée de Salto __________________ página 07

2. CLIMA E VEGETAÇÃO __________________________________________ página 08

3. POPULAÇÃO E ECONOMIA ______________________________________ página 09

Bibliografia _______________________________________________________ página 10

GEOSSISTEMAS DA REGIÃO DE ITU E SALTO

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A região de Itu e Salto está numa zona antiga de ocupação, que passou a ser

colonizada a partir do século XVII, partindo do rio Tietê, sendo palco de inúmeras batalhas

travadas entre indígenas e bandeirantes nos séculos XVI e XVII.

Essa região tem grande importância não somente histórica, mas também como

geossistema, já que possui áreas em três setores da paisagem paulista, a Depressão Periférica

Sul, a Depressão Periférica Norte e dos Mares dos Morros.

Fig. 1: Geossistemas de São Paulo

Fig. 1: No detalhe, a região de Itu e Salto está inserida entre os geossistemas da Depressão Periférica Sul (9), Depressão Periférica Norte (10) e do Mar de Morros (7). In: Troppmair (2004, p. 21).

O geossistema Mar de Morros é caracterizado por solos rasos e lixiviados e

clima com elevada temperatura e precipitação, tendo como vegetação natural predominante a

Mata Atlântica ou Mata Latifoliada Tropical, hoje bastante devastada pela intensa ocupação.

O geossistema Depressão Periférica Sul é caracterizado por colinas amplas,

médias, morrotes alongados e espigões. Seu solo é composto pelos tipos Podzólicos e

Latossolos, com clima do tipo Cfa e Cwa conforme classificação de Köeppen.

O geossistema Depressão Periférica Norte tem um relevo semelhante ao relevo

do geossistema Depressão Periférica Sul, mas com solos de textura arenosa, ocupados por

vegetação de Cerrados e Mata Atlântica.

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1. GEOMORFOLOGIA E HIDROGRAFIA

Observando numa escala maior, vemos que essa região está dentro do Vale do

Médio Tietê, ou seja, uma área ao longo do Rio Tietê e de seus afluentes entre os municípios

de Santana do Parnaíba e Porto Feliz, conforme as imagens abaixo.

O Planalto Atlântico Florestado consiste na área mais elevada do Estado de São

Paulo, geralmente acima de 700 m, com planaltos, serras, morros, vales encaixados e

declividade mais acentuada, ocupada originariamente por matas. Assenta-se sobre rochas do

Complexo Cristalino, que dispondo-se no terreno geralmente com grandes variações verticais

e horizontais, traduzem-se em grandes variações espaciais no relevo e tipos de solos da

região.

A rede de drenagem é densa, com grande número de rios perenes e coletores

secundários intermitentes. Há ainda a influência dos falhamentos geológicos na direção dos

rios principais, no encaixamento com vertentes abruptas e vales estreitos em diversos trechos,

como por exemplo, os “canyons” dos rios Tietê e Piraí, e a presença de corredeiras e quedas

d’água no Rio Tietê.

O Rio Piraí corre encaixado num “canyon” de 10 km de extensão, formado por

falhamento tectônico, que originou a Falha do Piraí. Saindo deste trecho, amplia suas margens

até desaguar no rio Jundiaí.

a Depressão Periférica Paulista está em uma área rebaixada, com altitudes entre

500 e 700 m onde predomina o relevo de colinas amplas e suaves, com pequena declividade,

ocupada inicialmente por matas ciliares, cerrados e campos. No caso das cidades de Itu e

Salto, nota-se a maior suavidade das formas de relevo a partir da área central das cidades

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rumo ao norte e este, contrastando com os setores mais colinosos ou montanhosos do Planalto

Atlântico.

Essa região viu nascer numerosos centros urbanos e estabelecer-se uma rede

ferroviária longitudinal. Essas cidades têm seu sítio urbano ditado pelo contato da Depressão

Periférica com os terrenos cristalinos do Planalto Atlântico. Essa transição é caracterizada

também pela existência de uma “fall line”, ou linha de quedas, que compreende algumas

cachoeiras, corredeiras e pequenas quedas, como a cachoeira do rio Tietê (Salto de Itu-

Guaçu), em Salto. A presença dessa linha de quedas foi a responsável pelo início da

industrialização dessas cidades no início do séc. XX, pois permitiu o aproveitamento da

energia elétrica para o funcionamento das primeiras fábricas.

Assim, a região é caracterizada como uma faixa de transição, do relevo

montanhoso para o ondulado; de rios encachoeirados para mansos; de clima mais úmido e

ameno para um clima menos úmido e mais quente.

1.1 Definição dos Elementos do Patrimônio Natural

Há de se levar em consideração os seguintes elementos como fundamentais do

patrimônio natural do Vale do Médio Tietê:

a zona de contato entre o Planalto Atlântico e a Depressão

Periférica

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o rio Tietê

os canyons dos rios Tietê e do rio Piraí

os matacões de granito

as áreas de mata nativa e os vestígios de caatinga

O canyon do Rio Tietê possui afloramentos de rochas, blocos e matacões, de

origem granítica ou metamórfica, de grande importância científica em função da idade e tipo

de evolução geológica, e de grande valor estético em virtude da beleza cênica;

o Rio Tietê corre encaixado num canyon, ou seja, um vale

bastante profundo com encostas de alta declividade, favorecendo condições ecológicas

para a manutenção da biodiversidade, além de propiciar uma paisagem de grande

beleza;

o Rio Tietê, apesar de seu elevado grau de poluição, apresenta

canal meandrante e corredeiras;

trata-se de uma área de grande quantidade de nascentes e

atravessada por inúmeros cursos d'água encachoeirados e límpidos;

há o predomínio de solos pouco espessos e com restrição para a

ocupação agropecuária, bem como solos mais espessos que sustentam as matas, mas

com elevada susceptibilidade à erosão, principalmente na forma de escorregamentos;

trata-se de uma área que apresenta elevada diversidade florística,

com grande quantidade de espécies e ampla variação de tipos de vegetação, com

destaque para a Mata Atlântica e a mata ciliar às margens do Tietê e de seus afluentes;

ocorrem vestígios importantes da presença no passado, de um

clima semi-árido, representado pela ocorrência de cactáceas e de espécies

debromélias, e pelo refúgio florestal que teria existido durante esse período de maior

aridez;

há uma elevada diversidade faunística, principalmente aves,

mamíferos e borboletas, composta inclusive por algumas espécies raras ou em

extinção.

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1.2 O Ritmito de Itu e a Rocha Moutonnée de Salto

O ritmito de Itu stá presente no Subgrupo Itararé (Permo-Carbonífero, Bacia do

Paraná), e é conhecido na literatura como varvito. É do tipo regular, ou seja, exibe uma

repetição cíclica de pares de litologias formados por lâmina ou camada (cm-dm) basal, mais

espessa, clara, de arenito fino-siltito, encimada por lâmina mais fina (mm), escura, de siltito-

argilito. Enquanto a espessura das camadas/lâminas claras pode variar, a das lâminas escuras

mantem-se constante. Esta e outras características sedimentológicas do ritmito, além de

evidências palinológicas e paleomagnéticas, indicam que a regularidade ou ciclicidade na

deposição do ritmito pode ter sido controlada sazonalmente, isto é, cada par de litologias ter-

se-ia depositado no período de um ano. Desse modo, essa rocha seria o equivalente litificado

das argilas várvicas do Pleistoceno do Hemisfério Norte, formadas em lagos próglaciais.

A rocha moutonnée de Salto é o único exemplar desse tipo de estrutura de

abrasão glacial conhecido no neopaleozóico da Bacia do Paraná, associada às rochas glaciais

do Subgrupo Itararé. Localiza-se nos arredores da cidade de Salto, no centro-leste do Estado

de São Paulo. Embora só parcialmente preservada, a estrutura guarda a morfologia e as

feições características de abrasão glacial típicas das rochas moutonnées recentes ou

pleistocênicas. Sua descoberta veio a comprovar a origem glacial das rochas associadas do

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Subgrupo Itararé e permitiu deduzir o sentido de movimento da geleira neopaleozóica na área,

de sudeste para noroeste. 

A estrutura foi erodida em granito do Neoproterozóico e está recoberta por

rochas do Subgrupo Itararé representando depósitos subglaciais e subaquáticos formados,

respectivamente, durante avanço e recuo da geleira.

Fig. 05 – Ritmito de Itu Fig. 06 – Rocha Moutonnée de Salto

2. CLIMA E VEGETAÇÃO

Essa área apresenta clima classificado por Köppen como sendo do tipo C, que é

temperado chuvoso e quente, sendo que a região leste é do tipo Cfa e a oeste Cwa.

O subtipo Cfa caracteriza-se como quente com verão chuvoso e sem estação

seca, apresentando total de chuvas no mês mais seco menor que 30 mm, temperatura média do

mês mais quente maior que 22°C e temperatura média no mês mais frio menor que 18°C . Já o

subtipo Cwa caracteriza-se como clima quente com verão chuvoso e inverno seco,

apresentando total de chuvas no mês mais seco menor que 30 mm, temperatura média do mês

mais quente maior que 22°Ce temperatura média no mês mais frio menor que 18°C.

Apresenta temperatura média anual na faixa de 18 a 22°C, no período do verão

na faixa entre 22 e 25°C e o inverno na faixa de 15 a 18°C, contribuindo com o subgrupo “a”

(verão quente com maior que 22°C) da classificação Cwa de Köppen .

A precipitação média anual varia entre 1.100 e 1.300 mm, sendo o mês de

julho (inverno) o mais seco, com precipitação na faixa de 25 e 30 mm, e janeiro (verão) o

mais chuvoso com precipitação 225 mm. Este tipo climático é o que abrange maior área do

Estado de São Paulo.

Segundo classificação proposta pelo IBGE (1992), esse espaço insere-se na

transição dos biomas Mata Atlântica e Cerrado (Figura 01). A vegetação predominante na

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região é a Floresta Estacional Semidecidual, também chamada Mata Mesófila, com

ocorrências próximas de áreas com Savanas (Cerrado). No entanto, no mapa do de vegetação

do IBGE, a região fica em área de transição entre Floresta Ombrófila Densa e Savana (em

área agrária) (Figura 02).

Ambas as formações já se encontram bastante alteradas pela ação humana.

Fig. 01 Fig. 02

3. POPULAÇÃO E ECONOMIA

A cidade de Itu teve uma população estimada de 155.589 habitantes em 2011,

com uma área territorial de 640,757 km² e uma densidade demográfica de 243,12 hab/km².

Hoje a cidade possui um perfil misto, unindo turismo, comércio, prestação de serviços e

indústrias. Com um imenso potencial turístico, graças seu inestimável patrimônio histórico,

cultural, religioso, ambiental e arquitetônico, Itu também é conhecida como “terra dos

exageros”, em razão do saudoso humorista ituano Francisco Flaviano de Almeida, o

Simplício.

Já a cidade de Salto teve uma estimativa de 106.465 habitantes em 2011,

disposto numa área de 133,199 km², e com uma densidade demográfica de 799,29 hab/km².

Durante muito tempo, a cidade de Salto foi basicamente industrial. Desde meados da década

de 1990, o setor industrial vem perdendo espaço para os setores comercial e de serviços.

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Fig. 1 – Principais pontos turísticos

Bibliografia

Sites:

w3.ufsm.br/vslagf/eixo1.pdf

www.uc.pt/fluc/cegot/VISLAGF/actas/tema5/salvador

www.florestasype.com.br/download/arquivo-1.pdf

vsites.unb.br/ig/sigep/sitio062/sitio062.htm

vsites.unb.br/ig/sigep/sitio021/sitio021.htm

www.itu.sp.gov.br

www.ibge.com.br

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