Gerenciamento de Custos e Riscos

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Gerenciamento de Custos e Riscos

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  • Gerenciamento deCustos e Riscos

    Francisco Gaudncio M. Freires

    IESDE Brasil S.A.Curitiba

    2011

    Este material parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informaes www.iesde.com.br

  • 2010 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorizao por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

    Capa: IESDE Brasil S.A.

    Imagem da capa: Shutterstock

    IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel Curitiba PR 0800 708 88 88 www.iesde.com.br

    Todos os direitos reservados.

    F 862g Freires, Francisco Gaudncio M. / Gerenciamento de Custos e Riscos. / Fran-cisco Gaudncio M. Freires. Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2011

    196 p.

    ISBN: 978-85-387-1728-7

    1. Logstica Empresarial. 2. Gesto de custos. 3. Contabilidade Gerencial. I. Ttulo.

    CDD 657.8

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  • Doutor em Engenharia e Gesto Industrial pela Fa-culdade de Engenharia da Universidade do Porto (Feup). Mestre em Engenharia de Produo pela Universidade Fe-deral de Santa Catarina (UFSC). Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Cear (UFC). Tem expe-rincia na rea de Engenharia de Produo, com nfase em Logstica Empresarial e Gesto de Operaes, atuando principalmente nos seguintes temas: Gesto da Cadeia de Suprimentos, Sistemas Logsticos Reversos, Avaliao de Desempenho e Gesto de Custos, Gesto de Operaes.

    Francisco Gaudncio M. Freires

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  • SumrioA gesto dos custos logsticos .........................................................................11

    A importncia do acompanhamento dos custos logsticos .....................................................11Custos e informaes ..............................................................................................................................14Conceitos bsicos em custos ...............................................................................................................16Classificao dos custos .........................................................................................................................20

    Escolha do modal de transporte ....................................................................31

    A funo transporte ................................................................................................................................31Trade-off do modal de transporte ......................................................................................................32Os modais de transporte .......................................................................................................................33Escolha do modal de transporte .........................................................................................................38

    Custos logsticos e seus componentes ........................................................47

    Introduo ..................................................................................................................................................47Custos de armazenagem .......................................................................................................................47Custos de estoque ....................................................................................................................................49Custos de processamento de pedidos ..............................................................................................52Custos de transportes .............................................................................................................................53

    A contabilidade de custos, gerencial e financeira: evoluo e definies bsicas ................................................................................................67

    Introduo ..................................................................................................................................................67Evoluo histrica da contabilidade de custos .............................................................................69Contabilidade gerencial, financeira e de custos ...........................................................................71Contabilidade de custos ........................................................................................................................73Vantagens e desvantagens da contabilidade de custos ............................................................75

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  • Mtodos tradicionais de custeio ....................................................................85

    Introduo ..................................................................................................................................................85Custeio por absoro ou integral .......................................................................................................86Custeio direto ou varivel ......................................................................................................................89O mtodo do centro de custos ou custeio pleno .........................................................................92O mtodo do custo-padro ..................................................................................................................94

    Principais trade-offs logsticos e o conceito de custo total ................107

    Conceito do custo total ........................................................................................................................108Trade-off do modal de transporte ....................................................................................................109Trade-off do nvel de servio ...............................................................................................................110Trade-off do nmero de armazns ...................................................................................................111Trade-off do nvel de estoque ............................................................................................................112Anlise dos trade-offs: a questo da centralizao da produo e do armazenamento .......................................................................................................113

    O Custeio Baseado em Atividades (mtodo ABC) .................................125

    Evoluo e conceitos bsicos .............................................................................................................125A implantao de um sistema ABC ..................................................................................................128Aplicao do mtodo ABC ..................................................................................................................132

    Ferramentas modernas do custeio logstico ...........................................143

    Lucratividade Direta por Produto ou Direct Product Profitability (DPP)...............................143Custeio Total de Aquisio ou Total Cost of Ownership (TCO) .................................................146Anlise da Lucratividade de Clientes ou Costumer Profitability Analysis (CPA) .................149Resposta Eficiente ao Consumidor ou Efficient Consumer Response (ECR) ........................152

    O Custeio Baseado em Atividades aplicado logstica .......................163

    O ABC como base para o custeio da cadeia de suprimentos .................................................163Processos logsticos envolvidos em uma cadeia de suprimentos ........................................164A integrao das ferramentas de custos no custeio da cadeia de suprimentos ..............169Adoo do mtodo proposto: caso de estudo ............................................................................171

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  • Logstica, Custeio Baseado em Atividades (ABC) e o Valor Econmico Agregado (EVA) ...............................................................181

    Introduo ................................................................................................................................................181O conceito de Valor Econmico Agregado (EVA) ........................................................................182O Custeio Baseado em Atividades (ABC) .......................................................................................184Integrao do EVA e do ABC para a avaliao da cadeia de suprimentos .........................185

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  • Apresentao

    A intensificao do comrcio internacional, o desen-volvimento acelerado das comunicaes mundiais e a fluidez com que se movimentam os capitais pelo mundo geram novos desafios empresariais. Nesse sentido, existe a necessidade cada vez maior de oferecer produtos de baixo custo, alta qualidade e com mnimo tempo de reao, for-ando as empresas a procurarem solues globais para seus produtos.

    Existe a necessidade de integrar e gerenciar todas as atividades envolvidas no fluxo de produo, desde a aqui-sio das matrias-primas at a sua distribuio, passando pela fabricao e armazenagem, como forma de se atingir a vantagem competitiva. A gesto das informaes, bem como dos custos associados a essas atividades, chamada de gesto da cadeia de suprimentos ou gerenciamento de sistemas logsticos.

    Uma vez que o gerenciamento de sistemas logsticos um conceito orientado para o fluxo, com o objetivo de integrar os recursos e atividades ao longo de todo traje-to compreendido entre os fornecedores e clientes finais, desejvel que se tenha uma forma de avaliar os custos e o desempenho desse fluxo.

    Nosso objetivo com este livro apresentar e explo-rar os principais conceitos referentes gesto eficiente e eficaz dos custos logsticos, e consequente reduo de riscos operacionais. Sua estrutura vai alm dos conceitos tradicionais de custos, apresentando e explorando novas ferramentas e concepes da gesto dos custos, especifi-camente no contexto logstico.

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  • Portanto, este livro busca fornecer ao leitor uma srie de conceitos e premissas que possam ajud-lo na difcil tarefa de compreender e tomar decises, com base nos principais custos dos sistemas logsticos. Os captulos forne-cem uma viso geral dos custos e da contabilidade geren-cial, passando pela apresentao dos sistemas de custeio baseado em atividades (custeio ABC) e explorando tcnicas extradas desses sistemas com aplicao na gesto de siste-mas logsticos.

    Por fim, espero que as percepes e reflexes resul-tantes da leitura deste livro propiciem a construo de uma nova abordagem ao conhecimento dos sistemas ge-renciais de custeio e sua aplicao logstica, mantendo sempre o sentido prtico de sua aplicao no contexto empresarial.

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    A gesto dos custos logsticos

    A importncia do acompanhamento dos custos logsticos

    A intensificao do comrcio internacional, o desenvolvimento acelerado das co-municaes mundiais, a fluidez com que se movimentam os capitais pelo mundo, a necessidade cada vez maior de oferecer produtos de baixo custo, com alta qualidade e mnimo tempo de reao, forou as empresas a procurarem solues globais para seus produtos, comprando, fabricando e vendendo os produtos em diferentes pases. Evidenciou-se, assim, durante a dcada de 1990, a necessidade de integrar e gerenciar todas as atividades envolvidas no fluxo de produo, desde a aquisio das matrias- -primas at a sua distribuio, passando pela fabricao e armazenagem, como forma de se atingir a vantagem competitiva.

    A reduo dos custos representa um dos principais mecanismos para as empresas atingirem essa vantagem competitiva. Muitas empresas tm investido no avano das atividades logsticas, tanto internamente quanto nas atividades que envolvem toda a sua cadeia de suprimentos. Dessa forma, buscam a reduo de custos ou a diferencia-o para obterem vantagem competitiva.

    A identificao do potencial de reduo de custos requer dos gerentes de logs-tica um conhecimento detalhado das informaes de custo para estabelecer os trade- -offs1 existentes entre as vrias atividades logsticas.

    1 Incompatibilidade entre dois ou mais critrios, ou seja, as situaes em que a melhoria de um critrio poder implicar impacto negativo em outro (PAIVA; CARVALhO; FENSTERSEIFER, 2004, p. 55).

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    Aps um longo perodo de utilizao dos mtodos tradicionais da contabilidade de custos, as empresas comearam a questionar a convenincia da utilizao desses mtodos. Sob a tica da anlise convencional, os custos so decorrentes do volume de produo. Em um enfoque estratgico dos custos, esse conceito abandonado e procura-se levantar quais so os fatores que efetivamente provocam os custos; tais fatores so chamados de direcionadores de custos (FREIRES, 2000). A estrutura da con-tabilidade, ainda em uso pela maioria das empresas, confia em critrios arbitrrios para a alocao de custos indiretos e, portanto, geralmente distorce a lucratividade verda-deira dos objetos de custo (produtos, clientes, canais de distribuio).

    Pode-se, ainda, atentar para o fato de que os sistemas convencionais de custeio foram projetados para perodos em que a mo de obra e a matria-prima eram os fato-res predominantes de produo. Com o advento da globalizao e da competitividade, os sistemas de custos tradicionais foram revisados devido ao aumento da importncia dos custos indiretos nas empresas, e necessidade de se utilizar a anlise de custos como avaliao de desempenho das empresas (FREIRES, 2000).

    Uma vez que o gerenciamento logstico um conceito orientado para o fluxo, com o objetivo de integrar os recursos ao longo de todo trajeto compreendido entre os fornecedores e clientes finais, desejvel que se tenha uma forma de avaliar os custos e o desempenho desse fluxo.

    A falta de informaes de custos que sejam teis ao processo decisrio e ao con-trole das atividades torna necessrio o desenvolvimento de ferramentas gerenciais com objetivos especficos. Tal fato um dos principais motivos para a dificuldade que vrias companhias tm sentido para a adoo de uma abordagem integrada para a logstica e para o gerenciamento logstico. Por conta disso, buscam-se novos meca-nismos de anlise dos custos envolvidos no ambiente da logstica. O gerenciamento dos custos logsticos pode ser focado de acordo com o objetivo desejado. Pode-se desenvolver um sistema para atender uma atividade, um conjunto de atividades ou, at mesmo, todas as atividades existentes dentro da empresa ou externa a ela. Em um contexto mais amplo, a gesto de custos logsticos pode e deve extrapolar os limites da empresa. Nesse caso, consideram-se, assim, as atividades desenvolvidas por outros membros ou empresas da cadeia logstica.

    Nem sempre evidentes, os custos logsticos so relevantes tanto para a economia dos pases como para as empresas. Por exemplo, o custo com transportes um com-ponente de peso no custo total de bens e mercadorias. Essas questes do relevncia

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    A gesto dos custos logsticos

    gesto dos custos logsticos como um fator determinante para o custo de vida de uma determinada populao.

    Em relao ao Brasil, estima-se que os custos logsticos relacionados ao PIB (Produto Interno Bruto) so relativamente mais altos que em relao s economias de Primeiro Mundo. Algumas razes, entre outras, para que esses custos sejam elevados, so:

    ms condies das rodovias, o que eleva o custo de manuteno e combust-vel dos veculos;

    elevadas tarifas porturias;

    rede ferroviria ineficiente;

    capacidade de armazenagem deficiente.

    A importncia da anlise dos custos logsticos tambm evidenciada no resto do mundo, especialmente nos pases desenvolvidos, onde o volume de exportao de produtos manufaturados muito maior que na maior parte dos pases em desen-volvimento. Nesses pases, onde a logstica tem maior impacto nos produtos primrios (cereais e frutas, por exemplo), os custos logsticos tm sua maior parcela atribuda ao fator transporte dessas mercadorias.

    Para conhecer o custo logstico de um pas, um dos principais desafios a iden-tificao e mensurao do nvel de eficincia das indstrias e empresas. Em muitas situaes, existe a inabilidade dos diversos departamentos e setores das empresas em fornecer nmeros adequados para a correta identificao e, consequentemente, o ge-renciamento dos custos logsticos. A gesto dos custos logsticos impe desafios aos gerentes de logstica. Em termos prticos, os gerentes de logstica devem definir quais as prioridades de controle. Essas prioridades podem ser definidas respondendo duas questes bsicas:

    Qual tipo de anlise dos custos desejada: de curto ou longo prazo?

    O que se pretende custear: Produtos? Canais de distribuio? Regies de aten-dimento ou clientes?

    O gerenciamento ou gesto dos custos logsticos direcionado em funo dos objetivos desejados. Definidos esses objetivos, possvel desenvolver um sistema para

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    atender apenas uma atividade ou processo (custos de estoque), um conjunto de ativi-dades (sistema de distribuio e controle de estoques) ou at mesmo todas as ativida-des logsticas da empresa (suprimento, estocagem, armazenagem, processamento de pedidos e distribuio) (FREIRES, 2000).

    Custos e informaesA m qualidade da informao de custos pode trazer uma srie de distores no

    processo de tomada de deciso. Usualmente, so utilizadas informaes da contabili-dade da empresa para fins gerenciais. No entanto, o fato destas estarem direcionadas a um objetivo, sobretudo fiscal e com foco na produo, pode prejudicar, ou mesmo inviabilizar, algumas anlises gerenciais. Entre as principais crticas utilizao da infor-mao contbil para fins gerenciais, pode-se citar:

    os critrios de rateio de custos utilizados;

    a no considerao do custo de oportunidade;

    os critrios legais de depreciao (FREIRES, 2000).

    Outra evidncia da falta de comprometimento dos dados contbeis com os custos logsticos so os planos de conta. Por exemplo: os custos de transporte de suprimento compem o custo do produto vendido, como se fossem custos de material; os custos de distribuio aparecem como despesas de vendas e outros custos aparecem como despesas administrativas. Dessa maneira, nenhuma informao referente s atividades logsticas evidenciada.

    Por outro lado, muitas empresas extrapolam o controle dos custos logsticos, ultrapassando os limites da empresa. No caso de companhias que transportam seus produtos em fretes terceirizados, a diminuio desse tipo de custo importantssima. Ento h uma constante preocupao para saber se o terceirizado est conduzindo bem seus custos. Em alguns casos, a empresa contratante gerencia em conjunto os custos com a empresa prestadora dos servios (FREIRES, 2000).

    Trs pontos fundamentais podem ser levados em conta na gesto eficiente dos custos logsticos: o suprimento, o apoio produo e a distribuio fsica.

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    A gesto dos custos logsticos

    Custos e informaes

    Figura 1 Macrofluxo da logstica.

    Suprimentos

    Produo

    Distribuio

    Transporte

    Armazenamento

    Clientes

    (FRE

    IRES

    , 200

    0)

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    Na questo do suprimento, importante que a empresa consiga escolher correta-mente seus fornecedores, determinar bem os tamanhos de lote de compra e a defini-o das polticas de estoques. Muitas vezes, administrando um ou todos os elementos da rea de suprimentos, a empresa consegue adquirir seus produtos de forma mais racional, diminuindo seus custos.

    Com relao ao apoio produo, a empresa deve tomar algumas precaues, prin-cipalmente, em se tratando do rateio de custos indiretos, que acabam por taxar excessi-vamente os produtos que mais vendem e sobretaxar aqueles que menos vendem. Para a logstica, as informaes sobre os custos de produo devem estar direcionadas s ne-cessidades do planejamento e controle da produo, a fim de apoiar decises relativas aos tamanhos dos lotes e alocao da produo entre as plantas e as linhas de produo. Para esse propsito, essas informaes devem possibilitar a simulao de diferentes pol-ticas de produo para perceber como se comportam os custos diante dessas modifica-es. Alm disso, um sistema de custos para a produo deve alocar os custos indiretos de maneira no distorcida, para que se possa custear os produtos e assim mensurar a rentabilidade no s dos produtos, como tambm dos clientes.

    Na distribuio, faz-se necessrio o controle de custos abrangendo todas as ativi-dades, desde a sada das mercadorias at a entrega. O importante conseguir rastrear os custos atravs da estrutura logstica, tentando evitar ao mximo o rateio indiscri-minado dos custos. Assim, possvel identificar os clientes de acordo com o seu nvel de servio, possibilitando rea comercial um embasamento sobre a rentabilidade de seus clientes (FREIRES, 2000).

    Conceitos bsicos em custosDe modo a convencionar e padronizar os conceitos e termos a serem adotados,

    o objetivo das prximas sees apresentar alguns conceitos fundamentais sobre custos, bem como a classificao globalmente aceita.

    GastoSacrifcio que a entidade precisa suportar para obteno de um bem ou servio,

    representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). O gasto se concretiza quando os servios ou bens adquiridos so prestados ou passam a ser propriedade da empresa.

    Exemplos:

    gasto com mo de obra (salrios e encargos);

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    A gesto dos custos logsticos

    gasto com aquisio de mercadorias para revenda;

    gasto com aquisio de matrias-primas para industrializao;

    gasto com energia eltrica.

    Os gastos podem ser: investimentos, custos ou despesas.

    Investimento

    Gasto com bem ou servio ativado (estocado nos ativos para baixa ou amortiza-o venda, consumo, desvalorizao), em funo de sua vida til ou de benefcios.

    Exemplos:

    aquisio de mveis e utenslios;

    aquisio de matria-prima (investimento circulante se transformar em custo, consumo no setor de produo, ou em despesa consumo no setor administrativo);

    aquisio de imveis (investimento permanente);

    aquisio de material de escritrio.

    Custo

    Gasto relativo a bem ou servio utilizado na produo de outros bens e servios. So todos os gastos relativos atividade de produo.

    Exemplos:

    salrio do pessoal da produo;

    matria-prima utilizada no processo de produo;

    aluguis e seguros do prdio da fbrica;

    depreciao dos equipamentos da fbrica;

    gastos com manuteno das mquinas da fbrica.

    Observao: o custo s ocorre com o consumo dos bens e servios pelo setor de produo.

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    Despesa

    Gasto com bens ou servios no utilizados nas atividades produtivas e consumi-dos direta ou indiretamente para a obteno de receitas. A comisso do vendedor, por exemplo, um gasto que se torna imediatamente uma despesa. As despesas so itens que reduzem o patrimnio lquido e que tm essa caracterstica de representar sacrif-cios no processo de obteno de receitas.

    Todos os custos que so ou foram gastos se transformam em despesas, quando da entrega dos bens ou servios a que se referem. Muitos gastos so automaticamente transformados em despesas, outros passam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a via-sacra completa, passando por investimento, custo e despesa.

    Exemplos:

    salrios e encargos sociais do pessoal de vendas;

    salrios e encargos sociais do pessoal do escritrio de administrao;

    energia eltrica consumida no escritrio;

    gasto com combustveis e refeies do pessoal de vendas;

    aluguis e seguros do prdio do escritrio.

    A distino mais difcil e mais importante entre custos e despesas. Se um gasto considerado despesa, ele afeta diretamente o resultado do exerccio. Se considerado custo, s afetar o resultado a parcela dos gastos que corresponder aos produtos ven-didos. A parcela correspondente aos produtos em estoque ficar ativada.

    DesembolsoPagamento resultante da aquisio de um bem ou servio. Pode ocorrer an-

    teriormente ao gasto (pagamento antecipado), concomitantemente (pagamento vista) ou posteriormente (pagamento a prazo).

    PerdaBem ou servio consumidos de forma anormal ou involuntria. No se confunde

    com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua caracterstica de anor-malidade e involuntariedade; no um sacrifcio feito com inteno de obteno de receita. So itens que vo diretamente conta de resultado, assim como as despesas,

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    A gesto dos custos logsticos

    mas no representam sacrifcios normais ou derivados de forma voluntria das ativida-des destinadas obteno de receita. comum o uso da expresso perdas de mate-rial na fabricao de inmeros bens; entretanto, a quase totalidade dessas perdas , na realidade, um custo, j que so valores sacrificados de maneira normal no processo de produo, fazendo parte de um sacrifcio j conhecido at por antecipao para a obteno da receita almejada.

    Exemplos:

    perdas com incndios;

    obsoletismo de estoques;

    gasto com mo de obra durante uma greve;

    perda com material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equi- pamento.

    GanhoResultado lquido favorvel resultante de transaes ou eventos no relacionados

    s operaes normais das atividades.

    Lucro/prejuzoDiferena positiva/negativa entre receita e despesa, ganhos e perdas.

    Exemplos:

    Aquisio de matria-prima = Investimento

    Deteriorao da matria- -prima adquirida e estocada

    = Perda do investimento

    Utilizao de matria-prima = Custo

    Venda do produto elabora-do com a matria-prima

    = Despesa (nessa anlise, a venda con-siderada despesa, pois na atividade de venda existem despesas associadas, tais como: comisso de vendedores, despesas com escritrio e instalaes etc.)

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    Deteriorao da matria- -prima incorporada no produto acabado

    = Perda

    Matria-prima incorporada no produto acabado em estoque

    = Investimento

    Aquisio ou compra (em dinheiro ou cheque)

    = Desembolso

    Classificao dos custosExistem vrias classificaes de custos. Elaboramos uma classificao (FREIRES,

    2000) que mostra de forma prtica como eles podem ser divididos:

    quanto incidncia diretos e indiretos;

    quanto ao comportamento em relao ao volume de atividade fixos, vari-veis e mistos;

    quanto importncia no processo decisrio relevantes e no relevantes.

    A seguir, explicaremos com mais detalhes cada um deles.

    Quanto incidncia: diretos e indiretos

    Custos diretos

    So aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, dado que h uma medida objetiva de seu consumo nessa fabricao.

    Exemplos:

    matria-prima direta ferro, madeira, plstico, ao, embalagens etc;

    mo de obra direta salrio dos operrios da produo e encargos sociais/trabalhistas.

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    A gesto dos custos logsticos

    Custos indiretos

    So os custos que dependem de clculos, rateios ou estimativas para serem apro-priados em diferentes produtos, portanto, so os custos que s so apropriados indire-tamente aos produtos. O parmetro utilizado para as estimativas chamado de base ou critrio de rateio.

    Exemplos:

    matria-prima indireta material secundrio, lubrificantes, material de limpe-za, manuteno e reparos e outros decorrentes da industrializao;

    mo de obra indireta supervisores, vigias, mecnicos, auxiliares, cujo traba-lho estiver ligado indiretamente fabricao dos produtos/servios;

    outros custos indiretos aluguel da fbrica, energia eltrica que no pode ser associada ao produto (por exemplo, a energia eltrica do prdio administra-tivo), depreciao de equipamentos utilizados na fabricao de produtos, im-postos da produo, apropriao do valor de seguros, e outros utilizados na manuteno ou processamento de bens.

    Quanto ao comportamento em relao ao volume de atividade numa unidade de tempo: fixos, variveis e mistos

    Custos fixos

    So aqueles cujos valores so os mesmos, qualquer que seja o volume de pro-duo da empresa (grfico 1). o caso, por exemplo, do aluguel da fbrica. Este ser cobrado pelo mesmo valor, qualquer que seja o nvel da produo, inclusive no caso da fbrica nada produzir.

    Grfico 1 Comportamento dos custos fixos em relao ao volume de produo

    Custos fixos

    Custos (C)

    Volume de produo (Q)

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    Observe que os custos fixos so fixos em relao ao volume de produo, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fbrica, mesmo quando sofre reajuste em determinado ms, no deixa de ser considerado um custo fixo, uma vez que ter o mesmo valor qualquer que seja a produo do ms. Outros exemplos: imposto predial, depreciao dos equipamentos, salrios de vigias e porteiros da fbri-ca, prmios de seguros etc.

    Custos variveisSo aqueles cujos valores se alteram em funo do volume de produo da em-

    presa (grfico 2). Exemplo: matria-prima consumida. Se no houver quantidade pro-duzida, o custo varivel ser nulo. Os custos variveis aumentam medida que a pro-duo aumenta. Outros exemplos: materiais indiretos consumidos, gastos com horas extras na produo etc.

    Grfico 2 Comportamento dos custos variveis em relao ao volume de produo

    Custos variveis

    Custos (C)

    Volume de produo (Q)

    Fran

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    Custos mistos ou semivariveisSo custos com parte fixa e parte varivel, ou seja, variam com nvel de produo,

    mas que, entretanto, possuem uma parcela fixa que existe mesmo que no haja pro-duo (grfico 3).

    Grfico 3 Comportamento dos custos mistos em relao ao volume de produo

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    Custos mistos

    Custos (C)

    Volume de produo (Q)Este material parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,

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    A gesto dos custos logsticos

    o caso, por exemplo, da conta de energia eltrica da fbrica, na qual a concessio-nria cobra uma taxa mnima mesmo que nada seja gasto no perodo, embora o valor total da conta dependa do nmero de quilowatts consumidos e, portanto, do volume de produo da empresa. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora, no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma cpia seja tirada; gasto com combustvel para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nvel de atividade, mas que existir, mesmo que seja um valor mnimo, quando nada produza, j que a caldeira no pode esfriar.

    Quanto importncia no processo decisrio: custos relevantes e no relevantes

    Algumas informaes so relevantes e outras irrelevantes, dentro de determina-das circunstncias que envolvem uma deciso. O custo histrico de aquisio de uma mquina, por exemplo, irrelevante no momento de substitu-la por outra, enquanto seu valor atual de mercado ou residual seria um importante dado a ser considerado.

    Texto complementar

    A importncia da gesto de custos interorganizacionais para empresas

    (MORALES*, 2010)

    Uma empresa, para se manter no mercado nos dias atuais, tem que prestar ateno a um ponto fundamental: seus custos, porque os clientes esto cada vez mais exigentes e as tecnologias para elaborao de produtos e servios esto cada vez mais difusas. Para que a empresa ganhe vantagem competitiva e se mantenha preciso desenvolver um sistema de gesto de custos que garanta esse diferencial.

    Gesto de Custos Interorganizacionais (GCI) um processo cooperativo de gerenciamento de custos que inclui outras organizaes dentro de uma cadeia de valor, alm da prpria empresa, sendo que a cadeia de valor de qualquer empresa o conjunto de atividades que criam valor, desde as fontes de matrias-primas b-sicas, passando por fornecedores de componentes at o produto final entregue nas mos do consumidor.* Graduado em Gesto de Sistemas Produtivos, especialista em Controladoria e trabalha na rea de Gesto Oramentria de uma empresa multinacional de Distribuio de Energia Eltrica.

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    , portanto, um enfoque externo empresa vendo cada empresa no contexto da cadeia global de atividades geradoras de valor. Isso ir causar impactos a todos aqueles integrantes desta cadeia por isso que se pode dizer que Gesto de Custos Interorganizacionais (GCI) so aes coordenadas entre clientes e fornecedores para otimizar resultados.

    Vantagem competitiva um diferencial, por causa disso que se precisa desen-volver um instrumento de gesto que possibilite olhar para fora da empresa, ainda mais que nos tempos atuais, a competio entre cadeias de valores, ningum consegue mais vender pelo preo que quer, importante que a empresa gerencie seus custos.

    Alguns fatores devem ser levados em considerao para se implantar a (GCI), esses so em nmeros de cinco e recebem o nome de fatores condicionantes: pro-duto, componentes, nveis de relacionamento, tipos de cadeia e mecanismos de go-vernana. Cada um desses fatores condicionantes ser comentado a seguir.

    Produto: os produtos devem ser analisados quanto sua margem. Quanto mais um produto tiver uma margem de lucro ou contribuio baixa mais tere-mos que gerenci-lo, porque se conseguirmos expandir os benefcios por toda a cadeia de valor esta ter a sua margem melhorada quanto sua funcionali-dade e atributos e, assim, conseguiremos um resultado melhor, pois quanto mais valor agregado de um produto mais a necessidade de sua gesto.

    Componentes: a GCI no se aplica, necessariamente, a todos os fornecedo-res de todos os componentes do produto; objetivo identificar quais so os componentes recomendveis aplicao da GCI. Duas variveis devem ser analisadas: nvel de restrio tecnolgica, que determina se ela estratgi-ca e do componente e seu ndice de valor, que pode ser relacionado com seu custo-benefcio.

    Nveis de relacionamento: a fase seguinte a anlise dos relacionamentos de parceria e as classificaes dos fornecedores so: comum (menor inter--relao), auxiliar (quando a empresa tem a certeza de que o parceiro tem capacidade de satisfazer s transaes requeridas), principal (a parceria formalizada por contratos de longo prazo) e familiar (trabalha como se fosse parte do quadro da empresa). Quanto mais intenso o nvel de relaciona-mento, mais propcia a aplicao da GCI.

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    A gesto dos custos logsticos

    Tipos de cadeia: existem trs tipos de classificao: tirania (s uma empresa domina), oligarquia (duas ou mais companhias dominam a cadeia) e de-mocracia (onde no h uma organizao que comande; as firmas devem formar alianas).

    Mecanismos de governana: trata-se de artefatos, aparelhos, instrumen-tos etc. que auxiliam a gesto de custos entre empresas, com o objetivo de orientar, controlar, medir, informar, dar parmetros, ser guia para as organi-zaes, viabilizando a GCI.

    A empresa deve compreender que a ineficincia pode estar no fornecedor, so custos importados. Um bom exemplo disso o laboratrio que entrega medica-mentos em hospital, ele entrega na mesma embalagem em que comercializado em farmcias, tendo como consequncia o fato que o hospital ter que manter fun-cionrios para separar os remdios e assim repassar os custos para o consumidor e, se este no aceitar pagar esse custo, o hospital perder mercado, o interessante fazer a gesto de custos na cadeia para baratear o custo.

    hoje a competio tambm entre cadeias de valores ou suprimento, o celular pode competir com uma roupa ou at mesmo uma lanchonete. O importante agir em conjunto para baratear o custo, no se deve pressionar os fornecedores por me-nores preos, deve-se buscar inspirao no sistema Toyota de produo, que uma gesto mais compartilhada. No se deve agir como dois burrinhos amarrados, onde cada um tem um capim do seu lado e eles no conseguem comer porque um puxa para cada lado.

    Para uma gesto correta tudo deve ser acompanhado, reas podem estar ge-rando dejetos que podem ser reaproveitados, cada atividade desenvolvida na em-presa deve ser registrada pelos sistemas controle, desde o cafezinho, uso de telefone, equipamentos que clientes no usam, tudo importante para a competitividade, o custo est presente em tudo que se faz.

    A responsabilidade pela gesto de custos da diretoria de controladoria, na maioria das vezes, ou um departamento de custos, porm a gesto de custo res-ponsabilidade de todos, seus princpios devem ser disseminados pela empresa para que se possa garantir a sua competitividade e lucratividade.

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    Atividades

    Preencha os parnteses com C = Custo e D = Despesa, para as seguintes infor-1. maes:

    Depreciao de mquinas e outros bens da administrao. )(

    Energia eltrica utilizada na produo. )(

    Salrios de vendedores e de demonstradores de produtos. )(

    Aluguel de mquinas e equipamentos da produo. )(

    Salrio do chefe do departamento de produo. )(

    Matria-prima consumida na fbrica. )(

    Mo de obra indireta utilizada na produo. )(

    Pr-labore. )(

    Energia eltrica consumida no escritrio. )(

    Identifique Custos (C) e Despesas (D). Em seguida separe-os e calcule o mon-2. tante de cada um deles.

    Comisso de vendedores ..............................................................................( ) 100.000,00

    Material de consumo e luz consumidos na administrao ...............( ) 10.000,00

    Depreciao das instalaes da fabricao ............................................( ) 8.000,00

    Matria-prima consumida .............................................................................( ) 500.000,00

    Salrios do pessoal da fbrica ......................................................................( ) 150.000,00

    Salrios do pessoal da administrao .......................................................( ) 80.000,00

    Gastos financeiros/tributrios .....................................................................( ) 30.000,00

    Energia e luz da produo ............................................................................( ) 65.000,00

    Manuteno de mquinas da produo ..................................................( ) 50.000,00

    Correios, telefone e telex (administrao) ...............................................( ) 15.000,00

    Seguro das mquinas, instalaes e equipamentos da produo .( ) 9.000,00

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    A gesto dos custos logsticos

    Total dos custos: _______________

    Total das despesas: _______________

    Classifique os custos a seguir nas duas colunas: Diretos ( D ) ou Indiretos( I ); 3. Fixos ( F ) ou Variveis ( V ).

    Custos D / I F / V

    Material de embalagem

    Energia eltrica da fbrica

    Matria-prima

    Salrios e encargos da superviso da fbrica

    Aluguel da fbrica

    Salrios e encargos do pessoal da fbrica

    Depreciao das mquinas

    Consumo de gua da fbrica

    Refeies e viagens dos supervisores da fbrica

    Salrios e encargos da segurana da fbrica

    O sacrifcio que uma entidade faz para a obteno de um produto ou servio :4.

    despesa.a)

    gasto.b)

    custo.c)

    desembolso.d)

    Um gasto referente a bens ou servios empregados na produo considerado:5.

    despesa.a)

    perda.b)

    custo.c)

    desembolso.d)

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    Referncias

    FREIRES, Francisco G. Proposta de um Modelo de Gesto dos Custos da Cadeia de Suprimentos. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianpolis, 2000.

    ______. Contabilidade Gerencial e Custos Logsticos. 2000. 73 f. (Notas de aula).

    MORALES, Pedro Paulo Galindo. A Importncia da Gesto de Custos Interorganiza-cionais para Empresas. Disponvel em: . Acesso em: 4 out. 2010.

    PAIVA, E. L.; CARVALhO, J.M.; FENSTERSEIFER, J. E. Estratgia de Produo e de Opera-es: conceitos, melhores prticas e viso do futuro. Porto Alegre: Bookman, 2004.

    Gabarito

    1.

    ( d ) Depreciao de mquinas e outros bens da administrao.a)

    ( c ) Energia eltrica utilizada na produo.b)

    ( d ) Salrios de vendedores e de demonstradores de produtos.c)

    ( c ) Aluguel de mquinas e equipamentos da produo.d)

    ( c ) Salrio do chefe do departamento de produo.e)

    ( c ) Matria-prima consumida na fbrica.f )

    ( c ) Mo de obra indireta utilizada na produo.g)

    ( d ) Pr-labore.h)

    ( d ) Energia eltrica consumida no escritrio.i)

    2.

    Comisso de vendedores .............................................................................( d ) 100.000,00

    Material de consumo e luz consumidos na administrao ..............( d ) 10.000,00

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    A gesto dos custos logsticos

    Depreciao das instalaes da fabricao ...........................................( c ) 8.000,00

    Matria-prima consumida ............................................................................( c ) 500.000,00

    Salrios do pessoal da fbrica .....................................................................( c ) 150.000,00

    Salrios do pessoal da administrao ......................................................( d ) 80.000,00

    Gastos financeiros/tributrios ....................................................................( d ) 30.000,00

    Energia e luz da produo ...........................................................................( c ) 65.000,00

    Manuteno de mquinas da produo .................................................( c ) 50.000,00

    Correios, telefone e telex (administrao) ..............................................( d ) 15.000,00

    Seguro das mquinas, instalaes e equipamentos da produo ... ( c ) 9.000,00

    Total dos custos: 782.000

    Total das despesas: 235.000

    3.

    Custos D / I F / V

    Material de embalagem D V

    Energia eltrica da fbrica D V

    Matria-prima D V

    Salrios e encargos da superviso da fbrica I F

    Aluguel da fbrica I F

    Salrios e encargos do pessoal da fbrica D V

    Depreciao das mquinas I F

    Consumo de gua da fbrica D V

    Refeies e viagens dos supervisores da fbrica I V

    Salrios e encargos da segurana da fbrica I F

    B4.

    C5.

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    Escolha do modal de transporte

    A funo transporteO transporte, por definio um servio, portanto, no pode ser estocado como um bem e consumido em outro momento, por exemplo, quando h aumento da demanda. O consumo do servio de transporte deve ocorrer quando e onde for produzido, do contrrio ter perdido o seu benefcio. (PEDRO, 2010)

    Entre as vrias funes logsticas, o transporte tem uma posio de destaque. Com relao aos custos logsticos totais1, o transporte representa a maior parcela. Alm disso, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimenses do Servio ao Cliente (FIGUEIREDO; WANkE, 2002).

    O transporte de mercadorias tem sido utilizado h muito tempo para disponibi-lizar produtos onde existe procura, sempre dentro do prazo ajustado s necessidades do comprador. Portanto, a funo do transporte na logstica est relacionado a duas dimenses bsicas: dimenso de tempo e dimenso de utilidade de lugar. Em termos de alcance dos objetivos logsticos, o transporte fundamental para que o produto certo seja disponibilizado na quantidade adequada, no tempo exato e no lugar certo, estabelecido pelo consumidor final, e sempre ao menor custo possvel.

    O transporte deve ser visto como um sistema com componentes tecnolgicos (veculos; softwares de controle e roteirizao; e sistemas de rastreabilidade) e organizacional (modelos e sistemas de gesto), cujo objetivo transferir mercadorias e pessoas entre lugares visando compatibilizao do diferencial espacial e econmico entre a oferta e a demanda. Portanto, o principio bsico de um sistema de transporte de carga consiste em suprir uma demanda por certo produto. (PEDRO, 2010)

    1 Estoque, armazenagem, processamento de pedidos e transporte.

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    (PED

    RO, 2

    010)Suprimento fsico

    (transporte)Distribuio fsica

    (transporte)

    Fornecedores Clientes

    Fbrica

    Figura 1 A funo transporte no contexto da cadeia de suprimentos.

    As organizaes vm buscando atingir maior eficincia e eficcia em suas opera-es, desse modo, buscam na logstica, e mais especificamente na funo transporte, uma forma de obter diferencial competitivo. Nesse contexto, h um conjunto de de-cises para incrementar as atividades de transporte, entre elas, os investimentos rea-lizados em tecnologia de informao que objetivam fornecer melhor planejamento e controle da operao, assim como a busca por solues intermodais que possibilitem uma reduo significativa nos custos (FIGUEIREDO; WANkE, 2002).

    Trade-off do modal de transporteDe modo a facilitar a escolha dos modais de transporte, necessrio introduzir

    o conceito de trade-off. Trade-off exprime a ideia de que, para se obter algo que se deseja, necessrio sacrificar ou abrir mo de alguma coisa que se tem. Ao escolher um modo de transporte, por exemplo, o conceito do trade-off ou trocas compensat-rias pode encorajar a levar em conta o impacto dessa deciso na poltica de gesto de estoques da empresa.

    No contexto da logstica integrada, as relaes de trade-off com o transporte acabam revelando a importncia dessa funo dada a sua relevncia em termos de custos: o transporte representa em mdia cerca de 2/3 (dois teros) do total de custos logsticos de uma empresa, segundo Ballou (1993). Portanto, a anlise de trade-offs na funo transporte merece especial ateno por parte dos gestores.

    O trade-off logstico, que define qual o modal a ser transportado, apresenta uma relao entre os servios de transporte e custos logsticos de estoque e transporte. A figura 2, a seguir, explicita um pouco mais esse trade-off.

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  • 33

    Escolha do modal de transporte

    Figura 2 Trade-off da escolha do modal de transporte.

    Custo estoqueServio de transporte

    $

    AvioCaminhoTrem

    Custo total

    Custo transporte

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    O que se demonstra na figura que na medida em que a empresa escolhe um modal de transporte mais rpido, como o avio, seus custos com estocagem vo ser menores dada a rapidez desse tipo de transporte, porm, seus custos com transporte tendem a aumentar, visto que o frete via areo maior que via terrestre, por exemplo.

    Seguindo o mesmo raciocnio, a empresa que optar por um meio de transporte mais lento, como o trem, ter seus custos com transporte diminudos, no entanto, a empresa dever estocar mais produtos em virtude dessa lentido. Assim, utiliza-se o conceito do custo total (soma de todos os custos logsticos: transporte, armazenagem, processamento de pedido e estoques) para definir o seu modal. Nesse caso, a soma dos custos de transporte e de estocagem devem determinar o transporte a ser utilizado.

    Os modais de transporteOs cincos modais de transporte bsicos so:

    ferrovirio;

    rodovirio;

    aquavirio (martimo e fluvial);

    dutovirio;

    areo.

    A seguir, sero abordados os principais aspectos de cada um desses modais de transporte.

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    Modal ferrovirioAdequado para grandes e mdias distncias de produtos semiacabados de baixo

    valor agregado. Em geral, necessita de transporte complementar. O modal ferrovirio responde por aproximadamente 20% do total da carga transportada no Brasil. Os seus custos fixos so elevados (implantao das ferrovias, manuteno e construo de ter-minais), inversamente, seus custos variveis so baixos.

    Apesar desse volume representativo, a maior parte da malha ferroviria brasilei-ra antiga, tal fato faz com que a velocidade mdia dos veculos 25km/h. Apresenta tambm outros problemas de infraestrutura, tais como a falta de terminais modernos para armazenar e distribuir as mercadorias.

    As principais caractersticas do modal ferrovirio so:

    grande capacidade de carga;

    baixa velocidade;

    baixo custo de transporte;

    elevados investimentos em infraestrutura (material rodante, instalaes de apoio, ptio de manobras e oficinas) e sistemas de informao e controle;

    bom nvel de segurana. (PEDRO, 2010)

    Modal rodovirioO modal rodovirio adequado para o transporte em pequenas e mdias dis-

    tncias de produtos semiacabados de mdio/alto valor agregado. Apresenta boa ca-pacidade de carga em relao sua velocidade e permite o servio porta a porta. Em termos de custos, esse modal apresenta baixo custo fixo (rodovias estabelecidas e mantidas com fundos pblicos) e custos variveis mdios (manuteno dos veculos, combustvel, entre outros).

    Como pontos positivos pode-se apontar a sua frequncia e disponibilidade ele-vadas em relao a outros modais, como o ferrovirio. Em termos de infraestruturas, apresenta custo de implantao elevado, tal fato compensado pelo baixo investi-mento em veculos, equipamentos e instalaes.

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  • 35

    Escolha do modal de transporte

    Isso porque, uma vez estabelecidas as rodovias, o custo total (fixo + varivel) moderado. Entretanto, o custo de implantao de novas rodovias elevado, ou seja, fazer ou duplicar uma rodovia apresenta um alto custo. Os baixos custos com equipa-mentos so relacionados com o volume e valor da carga transportada. Com relao s instalaes, contrariamente aos outros modais, por exemplo o areo, que necessita de aeroportos e terminas de carga, ou mesmo o aquavirio (construo de canais, barra-gens e eclusas), o custo do modal rodovirio baixo.

    Como problemas, apresenta altos riscos para o transporte de certos produtos (qu-micos, por exemplo), congestionamento e restries circulao em reas urbanas.

    Resumidamente, suas principais caractersticas so:

    ideal para curtas distncias;

    alta flexibilidade;

    adequado para transportar produtos acabados ou semiacabados;

    alta frequncia e disponibilidade.

    Modal aquavirioDe acordo com Lambert, Cooper e Pagh (2000), este modal compreende trs ca-

    tegorias de transporte: fluvial (rios e canais), lacustre (lagos) e martimo (litorneo ou cabotagem2, e martimo internacional).

    Devido ao extenso litoral e quantidade de rios, o Brasil um timo pas para esse tipo de transporte. Esse modal adequado para transporte de produtos em grandes e mdias distncias. Preferencialmente, so transportados produtos no perecveis ou semiacabados e de baixo valor agregado. Por apresentar grande capacidade de carga seus custos so baixos. um modal de transporte que necessita, na maioria dos casos, de transporte complementar.

    Como desvantagens, o modal aquavirio exige elevados investimentos em em-barcaes, infraestrutura porturia, dragagem, sinalizao e sistemas de informao e controle. Em termos de velocidade considerado lento quando comparado aos outros modais de transporte. Outros aspectos a ressaltar que esse modal apresenta elevado

    2 Sinnimo de navegao litornea, ou seja, navegao ao longo do litoral porto a porto, sem adentrar o oceano. O mesmo que navegao costeira.

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    impacto ambiental dada a construo de canais, barragens, eclusas, entre outras infra-estruturas a serem construdas. Para apresentar as caractersticas desse modal faz-se a distino entre a categoria fluvial e martima. Portanto:

    Transporte aquavirio (fluvial)

    Utilizam-se de estradas naturais.

    Produtos com baixo valor especfico e no perecveis, onde qualquer aumento no frete acarreta uma diminuio da margem de lucro. Ex.: granis.

    Sujeito a intempries, como inundaes ou seca.

    Baixssima velocidade. (PEDRO, 2010)

    Transporte aquavirio (martimo)

    Ideal para operaes internacionais de longa distncia.

    Possibilita o transporte em grandes quantidades.

    Uso macio de cargas conteinerizadas.

    Baixo ndice de perdas e danos.

    Confiabilidade e rapidez baixa. (PEDRO, 2010)

    Modal dutovirioAdequado para o transporte em grandes e mdias distncias de granis lqui-

    dos, gases e alguns slidos em suspenso. Possui mdia capacidade de transporte e baixo custo de transporte (PEDRO, 2010). Este modal adequado para a transferncia direta entre indstrias. A distncia um fator-chave para a viabilizao desse tipo de transporte; neste aspecto, adequado a longas distncias, entretanto de baixa flexi-bilidade. Com relao aos custos fixos, necessita de elevados investimentos em dutos e sistemas de bombeamento. Os seus custos variveis so baixos, pois no necessitam de grande quantidade de mo de obra na operao do sistema. Como principais van-tagens desse modal tem-se:

    timo para transportar produtos lquidos e gasosos;

    opera 24 horas por dia;

    boa confiabilidade.

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    Escolha do modal de transporte

    Modal areoO modal areo deve ser utilizado para mdias e longas distncias. Por sua rapidez

    e relativa flexibilidade, recomendado para o transporte de produtos de alto valor agregado e com elevado grau de exigncia quanto aos nveis de servio aos clientes. Para longas distncias, o modal areo oferece o menor tempo em trnsito se compa-rado a qualquer outro modal de transporte. Sendo assim, as mercadorias so dispo-nibilizadas com maior rapidez e confiabilidade aos consumidores finais. Representa tambm elevado nvel de segurana do produto transportado.

    O transporte areo interno compete de modo direto com o rodovirio e em menor escala com o ferrovirio. No caso do transporte internacional (no caso de pases sepa-rados por grandes distncias martimas), o modal martimo o seu maior concorrente (BALLARDIN; TEZZA; BORNIA, 2010). As principais caractersticas desse modal so:

    os fretes so relativamente altos em relao aos demais;

    transporte adequado para produtos com alto valor ou que necessitam de rapidez na entrega;

    possibilita operaes em grandes distncias;

    boa confiabilidade e disponibilidade. (PEDRO, 2010)

    Faria e Costa (2005) elaboraram um quadro conceitual no qual so apresentadas as caractersticas econmicas e de servio dos principais modais de transporte (quadro 1).

    Quadro 1 Comparativo entre modalidades de transporte

    Modal Rodovirio Ferrovirio Areo Dutovirio AquavirioCapacidade do embarque

    Mdia Mdia Menor Maior Maior

    Velocidade Mdia Menor Maior Menor Menor

    Preo (para usurio)

    Mdio Menor Maior Menor Menor

    Resposta do servio

    Mdia Mais lenta Mais rpida Lenta Lenta

    Custo de inventrio

    Mdia Mais caro Menos caro Mais caro Mais caro

    Custo fixo Baixo Alto Alto Alto Mdio

    Custo varivel Mdia Baixo Alto Baixo Baixo

    (FA

    RIA

    ; CO

    STA

    , 200

    5)

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    Escolha do modal de transporteA escolha do modal de transporte considera uma combinao de fatores, tais

    como os tipos de cargas transportadas, as embalagens, os custos operacionais, a capa-cidade do modal, a flexibilidade e rapidez de transportes.

    Os vrios modais possuem diferentes caractersticas que determinam sua adequao ao transporte de cargas especficas. Nem todos os modais de transporte so adequados para todos os tipos de cargas. As caractersticas fsicas de uma carga podem limitar as alternativas de transporte. Por exemplo, gases e combustveis no devem ser transportados via area, nem rodoviria, sendo mais indicado o transporte dutovirio, por questo de segurana (VALENCIA; BRUNhEROTO, 2001).

    Outro exemplo o do modal aerovirio, ele caro e limitado em termos de peso e espao disponvel nas aeronaves, sendo recomendado para transportar pro-dutos de pequeno volume e alto valor agregado, ou ainda, para produtos perecveis (VALENCIA; BRUNhEROTO, 2001). Ainda segundo os autores, por outro lado, mat-rias-primas a granel, como o carvo ou minrio de ferro, so transportadas de forma mais barata, porm mais lentamente, atravs do transporte martimo, hidrovirio ou ferrovirio.

    Em geral, o modal de transporte escolhido com base em determinados fatores. Fleury, Wanke e Figueiredo (2000) apontam alguns:

    manuseio influenciado pela facilidade de se carregar e se descarregar o veculo;

    acomodao posicionamento dos produtos no veculo para alcanar maior utilizao do veculo ou compartimento de carga;

    riscos operacionais produtos inflamveis, txicos ou mesmo visados para roubo so fatores de risco que influenciam os custos;

    sazonalidade perodos em que a utilizao de veculos aumenta, por exem-plo no perodo da colheita da safra de gros;

    fatores do trnsito ocasionam atrasos e elevam o tempo de utilizao dos veculos;

    equipamento de transporte utilizao de veculos especficos, por exem-plo, caminhes frigorficos para transportar certos produtos, reduz a flexibilidade.

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  • 39

    Escolha do modal de transporte

    Outros aspectos tambm impactam na deciso da escolha do modal de transpor-te, tais como:

    Velocidade de entrega e disponibilidade:

    A velocidade de entrega refere-se ao tempo decorrido de movimentao em uma dada rota, tambm conhecido como transit time, sendo o modal areo o mais rpido de todos. A disponibilidade a capacidade que um modal tem de atender qualquer par origem-destino de localidades. As transportadoras rodovirias apresentam a maior disponibilidade j que conseguem dirigir-se diretamente para os pontos de origem e destino, caracterizando um servio porta a porta. (NAZRIO; WANkE; FLEURY, 2000)

    Confiabilidade:

    A confiabilidade refere-se variabilidade potencial das programaes de entrega esperadas ou divulgadas. Os dutos, devido ao seu servio contnuo e possibilidade restrita de interferncia pelas condies de tempo e de congestionamento, ocupam lugar de destaque no item confiabilidade. (NAZRIO; WANkE; FLEURY, 2000)

    Capacidade e frequncia:

    A capacidade refere-se possibilidade de um modal de transporte de lidar com qualquer requisito de transporte, como tamanho e tipo de carga. O transporte realizado pela via martima/fluvial o mais indicado para essa tarefa. A classificao final refere-se frequncia, que est relacionada quantidade de movimentaes programadas. Novamente, os dutos lideram o item frequncia devido ao seu contnuo servio realizado entre dois pontos. (NAZRIO; WANkE; FLEURY, 2000)

    A comparao dos custos totais de transporte deve considerar o transporte de quantidades iguais de carga por modal transporte. Quando comparados os custos dos vrios modais de transporte, os mais elevados so em ordem decrescente: aerovirio, rodovirio, ferrovirio, dutovirio e aquavirio. O custo total da alternativa modal deve contemplar todos os custos referentes a um transporte porta a porta mais os custos do estoque, incluindo o estoque em trnsito (NAZRIO; WANkE; FLEURY, 2000). O estoque em trnsito diz respeito s mercadorias ou produtos que esto sendo transportados, tanto na fase de suprimentos como na distribuio fsica dos produtos aos clientes finais. Em resumo, estoque em trnsito so os produtos que no esto nos armazns, centros de distribuio e nos pontos de venda.

    Devido a questes tais como o baixo nvel de investimentos verificado nos lti-mos anos com relao implantao, manuteno e integrao dos sistemas de trans-porte, ainda existe no contexto brasileiro uma conjuno de fatores que impedem que todas as alternativas de modais sejam utilizadas e exploradas em sua plena capa-cidade. Outras questes tais como foras polticas e deteriorao de outros sistemas modais (ferrovirio, por exemplo) conduzem predominncia do modal rodovirio. Essa supervalorizao de um modal especfico em detrimento dos outros eleva o custo de diversos produtos, como o caso especfico da soja para exportao.

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    Texto complementar

    Escolha do modal de transporte(BILhALVA, 2009)

    Uma empresa diariamente necessita atingir de forma rpida, segura e com custo adequado os diversos mercados no seu cenrio comercial, visando sua sus-tentabilidade e com objetivos de crescimento. A escolha do modal de transporte de carga a ser utilizado consiste na avaliao que minimize os custos e mantenha o nvel do servio a ser desenvolvido para o cliente. Nessa constante busca que uma organizao se aplica em atingir melhores resultados e comea a pensar em alternativas, visando empregar de forma mais adequada a utilizao de operaes do seu processo logstico como um todo e principalmente em relao ao modo de como seus produtos iro chegar ao seu ponto de destino. Ento, nos deparamos com a necessidade de tomarmos algumas decises por vezes complexas em funo das possibilidades de combinaes que podem ser usadas, onde o exame aprofun-dado das caractersticas e particularidades poder comear a definir melhor estas alternativas.

    Algumas anlises so parmetros fundamentais para aplicao nesse processo decisrio onde a localizao geogrfica das operaes ponto de partida para se criar uma opo ou uma excluso. Dessa forma, comeamos a observar a impor-tncia da estrutura de transportes em logstica juntamente com a infraestrutura de todo segmento produtivo, a fim de que se tenha um crescimento sustentado em bases slidas, de forma que se possa ser competitivo frente aos principais mercados e concorrentes, como tambm a importncia da adequada utilizao dos modais de transporte para melhorar o desempenho.

    Observamos os percentuais de ocupao de transportes considerados na matriz de transportes no Brasil definindo os percentuais de utilizao dos principais modais:

    Rodovirio 60,49%

    Ferrovirio 20,86%

    Aquavirio 13,86%

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    Escolha do modal de transporte

    Dutovirio 4,46%

    Aerovirio 0,33%

    Fonte: AET 2001/GEIPOT

    No Brasil, esta matriz possui distores considerveis quanto capacidade de competio da alternativa de modais de menor custo como o ferrovirio, por exem-plo, se comparada a outros paises com alta eficincia logstica, principalmente devido infraestrutura existente e a prpria regulamentao das legislaes internas.

    Estudos vem se realizando por reas ligadas ao Ministrio dos Transportes e muitas operaes esto em andamento por conta do PAC (Plano de Acelerao do Crescimento), no sentido de criao dos chamados Corredores Estratgicos de De-senvolvimento considerando os principais fluxos de carga no Brasil e a atual infra-estrutura existente, estabelecendo, com isso, um conjunto de projetos que visa melhoria de desempenho do sistema de transportes. Como resultado desses estu-dos, se obteve uma previso significativa de alterao da matriz de transporte para o ano de 2015, caso os projetos sugeridos nesses estudos venham a se concretizar, observando que os esforos neste momento focam principalmente o transporte de commodities.

    Dessa forma, o modal de transporte mais vivel ser aquele que permitir uma entrega na porta do cliente a um custo total menor em um tempo adequado, bus-cando portanto um melhor equilbrio na relao preo/servio.

    O transporte representa o elemento mais importante do custo logstico na maioria das empresas e tem papel fundamental na prestao do Servio ao Cliente.

    Atividades

    De acordo com as caractersticas descritas abaixo, indique o modal de trans-1. porte:

    [...] deve ser utilizado para mdias e longas distncias. Por sua rapidez e rela-tiva flexibilidade recomendado para o transporte de produtos de alto valor agregado e com elevado grau de exigncia quanto aos nveis de servio aos clientes. Para longas distncias, este modal oferece o menor tempo em trnsito que qualquer outro modal de transporte.

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    modal ferrovirioa)

    modal dutoviriob)

    modal aerovirioc)

    modal aquaviriod)

    De acordo com as caractersticas descritas abaixo, indique o modal de trans-2. porte:

    Com relao aos custos fixos, necessita de elevados investimentos em dutos e sistemas de bombeamento. Os seus custos variveis so baixos pois no neces-sita de grande quantidade de mo de obra na operao do sistema.

    modal ferrovirioa)

    modal dutoviriob)

    modal aerovirioc)

    modal aquaviriod)

    Assinale a alternativa que completa o quadro abaixo.3.

    Modal Rodovirio Ferrovirio (3) Dutovirio AquavirioCapacidade do embarque Mdia Mdia Menor Maior Maior

    Velocidade (1) Menor Maior Menor Menor

    Preo (para usurio) Mdio Menor Maior Menor Menor

    Resposta do servio Mdia Mais lenta Mais rpida Lenta Lenta

    Custo de inventrio Mdia Mais caro Menos caro Mais caro Mais caro

    Custo fixo Baixo (2) Alto Alto Mdio

    Custo varivel Mdia Baixo Alto (4) Baixo

    (1) Mdia; (2) Mdio; (3) Areo; (4) Baixoa)

    (1) Mdia; (2) Alto; (3) Areo; (4) Altob)

    (1) Baixa; (2) Alto; (3) Areo; (4) Baixoc)

    (1) Mdia; (2) Alto; (3) Areo; (4) Baixod)

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    Escolha do modal de transporte

    Assinale a alternativa correta.4.

    O modal ferrovirio adequado para grandes e mdias distncias de pro-a) dutos semiacabados de baixo valor agregado, em geral, necessita de trans-porte complementar.

    O modal aerovirio caro, entretanto possui grande capacidade em termos b) de peso e espao disponvel nas aeronaves, sendo recomendado para trans-portar produtos de alto volume e baixo valor agregado.

    O modal rodovirio timo para transportar produtos lquidos e gasosos e c) possui excelente confiabilidade.

    O modal aquavirio excelente para transportar produtos de alto valor d) agregado.

    Referncias

    BALLARDIN, R.; TEZZA, R.; BORNIA, A. An analysis of logistics costs of distribution in process of exportation of vehicles from Brazil to Argentina: a case study. Revista da ANTT, v. 1, 2010.

    BALLOU, Ronald h. Logstica Empresarial: transporte, administrao de materiais e distribuio fsica. So Paulo: Atlas, 1993.

    BILhALVA, Marcelo Azambuja. Escolha do Modal de Transporte. Disponvel em: . Acesso em: 24 nov. 2010.

    FARIA, A. C.; COSTA, M. F. G. Gesto de Custos Logsticos. So Paulo: Atlas, 2005.

    FIGUEIREDO, k.; WANkE, P. (Orgs.). O Papel do Transporte na Estratgia Logstica. So Paulo: Atlas, 2002.

    FLEURY, P. F.; WANkE, P.; FIGGUEIREDO, k. Logstica Empresarial: a perspectiva brasilei-ra. So Paulo: Atlas, 2000.

    LAMBERT, D. M.; COOPER, M. C.; PAGh, J. D. Supply Chain Management: implementa-tion issues and research opportunities. The International Journal of Logistics Mana-gement, v. 29, n. 1, jan. 2000.

    NAZARIO, P.; WANkE, P.; FLEURY, P. F. O papel do transporte na estratgia logstica. Notas Tcnicas, CEL, 2000.

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    PEDRO, Simo. Transportes. Disponvel em: . Acesso em: 30 nov. 2010.

    VALENCIA, C.; BRUNhEROTO, M. Transporte Internacional de Cargas do momento do planejamento ao consumidor final. Monografia (Especializao) Faculdades Inte-gradas IPEP, Campinas, 2001.

    Gabarito

    C1.

    B2.

    D3.

    A4.

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    Escolha do modal de transporte

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    Custos logsticos e seus componentes

    IntroduoQuando se fala de custos logsticos, existe uma tendncia a considerar somente

    os custos relacionados com os processos de transporte de mercadorias. O custo de transporte apenas um dos componentes que formam os custos logsticos. Existem outros componentes que compem esses custos, os quais so:

    custos de armazenagem;

    custos de estoque;

    custos de processamento de pedidos;

    custos de transportes.

    Cada um desses quatro componentes formar subsdios para compreender e ava-liar os custos logsticos de uma empresa. As decises relativas aos quatro componen-tes dos custos logsticos no devem ser tomadas de forma isolada. O que se quer dizer que a anlise em separado de cada um desses componentes pode causar sobrevalo-rizao das decises a serem tomadas com relao aos custos logsticos totais. Deve-se afirmar que a otimizao individual das partes no garante a otimizao do todo, ou seja, a anlise desses custos deve ser formulada de modo sistmico. Nas prximas sees deste captulo sero abordados os aspectos relacionados com esses elementos que formam o custo logstico total.

    Custos de armazenagemA avaliao do custo de armazenagem tem ganhado relevncia dadas as crescen-

    tes exigncias por melhoria dos servios por parte dos clientes e consumidores finais. A gesto eficiente dos processos de armazenagem vai garantir a variabilidade e dispo-nibilidade dos produtos, rapidez na sua entrega e menor incidncia de erros.

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    necessrio fazer uma distino entre custos de estoque e de armazenagem.

    Sero considerados custos de armazenagem os que se referem ao acondicionamento dos bens e a sua movimentao em armazns ou centros de distribuio (CDs), como, por exemplo: aluguel do armazm, mo de obra, depreciao das empilhadeiras etc. O custo de estoque propriamente dito refere-se aos custos financeiros de estoque e o custo de perdas devido a roubo, obsolescncia e avarias dos bens (produzidos ou comercializados). (LIMA, 2006)

    Armazenar significa disponibilizar espao fsico, recursos e procedimentos ne-cessrios para que os materiais e/ou produtos sejam acondicionados corretamente, evitando perdas e demora no fluxo logstico. Os custos de armazenagem aumentaram sua relevncia em funo dessa crescente exigncia do mercado pela melhoria dos servios prestados. Tal fato conduziu as empresas a reavaliarem seus custos com arma-zenagem, principalmente no que diz respeito manuteno dos armazns, fisicamen-te falando (FREIRES, 2000).

    Os custos de armazenagem so identificados tanto com as empresas industriais como com as empresas comerciais, aquelas que compram e vendem produtos ou mer-cadorias. Na indstria, o aumento da quantidade de pedidos e a variabilidade dos itens que constituem esse pedido foraram as empresas industriais a traarem novas estrat-gias de armazenamento de suas mercadorias. Em empresas comerciais, especialmente nas que atuam no setor varejista, os custos de armazenagem so considerveis, posto que os espaos nas gndolas dos supermercados esto cada vez mais disputados.

    Os custos fixos (aqueles que no variam com o volume de produo ou comercializao) representam uma parcela considervel na atividade de armazenagem. Neste sentido, pouco importa se o armazm est quase vazio ou se est movimentando uma quantidade menor de bens para o que foi planejado/dimensionado. Ainda assim, a maior parte dos custos de armazenagem continuar ocorrendo, pois, na sua grande maioria, esto associados ao espao fsico, ao pessoal do armazm, aos equipamentos de movimentao, e aos investimentos em TI (tecnologia da informao) (LIMA, 2006).

    Portanto, os custos de armazenagem tem o seguinte comportamento (figura 1):

    Volume de movimentao de mercadorias

    Custos e quantidades de armazns

    Figura 1 Relao entre os custos de armazenar e o volume de produtos movimentados.

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    Custos logsticos e seus componentes

    O grfico demonstra que a abertura de novos espaos para armazenamento de-pende diretamente do volume movimentado pela empresa em termos de materiais e mercadorias. Quando a empresa opera somente com um armazm (pblico ou pr-prio), seus custos com armazenagem so mais ou menos os mesmos. Para a empresa, se torna indiferente trabalhar com a capacidade mnima ou mxima, pois o armazm exigir uma srie de requisitos mnimos para operar, como energia, aluguel, empilha-deiras etc. Entretanto, interessante que a empresa opere sempre com o armazm prximo sua mxima capacidade, pois os custos (majoritariamente fixos) so diludos nos produtos armazenados. Na medida em que a empresa compra ou aluga um novo armazm, seus custos de armazenagem aumentam significativamente, visto que h a necessidade de implantar a mesma estrutura em novo local.

    Os custos vo aumentando na medida em que se abrem novos armazns ou cen-tros de distribuio (CDs), obedecendo quantidade movimentada. Na verdade, o custo de armazenagem composto por trs elementos (figura 2), que so os custos do arma-zm ou centro de distribuio propriamente ditos, o custo com o manuseio de estoques e o custo do pessoal envolvido na operao do armazm. Veja abaixo cada um deles:

    CUSTO DE ARMAZM

    CUSTO DO ARMAZM

    ALUGUEL

    ENERGIA

    IMPOSTOS

    MANUTENO TRATORES SEPARADORES ENCARGOS

    EMPILhADEIRA GUINDASTES

    CUSTO DO MANUSEIO DE

    ESTOQUES

    CUSTO DE PESSOAL

    SALRIOS

    Figura 2 Componentes do custo de armazm.(F

    REIR

    ES, 2

    000)

    O fato de os custos de armazenagem serem indiretos dificulta a sua alocao aos produtos e clientes, pois a alocao, neste caso, realizada atravs de rateios, deixando-os sujeitos a distores. Para minimizar as distores importante que:

    os itens de custos sejam contabilizados de acordo com a sua funo (movimentao, acondicionamento, administrao) e no por contas naturais (depreciao, mo de obra);

    a alocao seja condizente com o real consumo de recursos na operao. (LIMA, 2006)

    Custos de estoqueEnquanto que o custo de armazenagem aborda os gastos que a empresa tem

    com disponibilizar espaos para que os materiais sejam alocados e movimentados

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    dentro de armazns e/ou centros de distribuio, os custos com estoques tratam espe-cificamente daqueles associados aos produtos e mercadorias armazenados. As empre-sas necessitam de estoques para atender s demandas de seus clientes com rapidez e pontualidade. Tal fato tem conduzido as empresas a concentrar seus esforos para diminuir ao mximo os custos dos seus estoques. Isso porque o excedente de estoques representa ineficincia em termos de obsolescncia desses estoques e elevao do capital empatado. Portanto, uma situao ideal e hipottica seria ter estoque ZERO, ou seja, o cliente quer uma mercadoria, a empresa produz e prontamente entrega. Por-tanto, j que no se consegue ter estoque zero, o ideal ter em estoque a quantidade exata a ser vendida. Portanto, os nveis de estoque devem acompanhar a demanda.

    Caso os custos de estoque sejam mal geridos, podem responder por boa parte da composio de custos de um produto. Fala-se entre 10 e 40% do custo total do produ-to, ou seja, se no for bem gerido, somente o custo do estoque pode ser responsvel por quase metade do valor de uma mercadoria.

    Em uma economia estvel, onde dispor estoques em demasia significa estar imo-bilizando capital, o descontrole destes custos pode conduzir a uma crescente necessi-dade da empresa por novos emprstimos.

    Em oposio ao custo de armazenagem, o custo de estoque sempre varivel e crescente, pois na medida em que se aumentam os nveis de estoques, os elementos que compem seus custos elevam-se de forma proporcional (figura 3).

    Figura 3 Comportamento do custo de estoque em relao aos nveis de estoque.

    Custo com estoque

    Nvel de estoque

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    A varivel que determina os custos de estoque o prprio nvel de estoque. Em-presas que objetivam um maior nvel de servio podem manter um nvel elevado para que o ndice de falta de mercadorias diminua, entretanto essa poltica eleva o custo de

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    Custos logsticos e seus componentes

    oportunidade do capital parado, assim como os custos com seguros. Por outro lado, os custos com falta de produtos diminuiro.

    Para compreender os custos de estoque, necessrio identificar os elementos de custos que os compem. Custos de estoque so compostos por quatro elementos: custos com seguros; custo de oportunidade do capital parado; custos com o risco de manter estoques; e custo com falta de produtos/mercadorias (figura 4).

    Figura 4 Os custos de estoque e seus componentes.

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    Custos de oportunidades

    Custos com impostos e seguros

    Custo do risco de manter estoques Custo com faltas

    CUSTOS DE ESTOQUE

    Cada um dos componentes do custo de estoque ser abordado a seguir (FREIRES, 2000):

    o custo de oportunidade do capital parado toda aquisio de estoque im-plica um desembolso de recursos. Quando uma empresa adquire um produto, na verdade deixa de disponibilizar capital que poderia ser til para pagar sal-rios, comprar mquinas ou investir no mercado financeiro, para imobilizar na aquisio de estoques. Tudo isso gera um custo de oportunidade do capital parado que nada mais do que o valor que a empresa deixa de ganhar se apli-casse no mercado financeiro. Em geral esse custo est associado a uma taxa de juros do mercado;

    custos com impostos e seguros apesar de muitos estudiosos considerarem esse elemento de custo pertencente ao custo de armazenagem, considera-mos que os custos com impostos e seguros referentes aos estoques fazem parte dos custos com estocagem. Na verdade existem dois tipos de impostos e seguros quando analisamos a questo do acondicionamento de produtos. A primeira referente ao armazm. Nesse caso, impostos como IPTU e seguros que protegem o imvel so includos como custos de armazenagem, porm impostos que incidem diretamente sobre os produtos e seguros contra roubos e incndios do estoque so considerados como custos com estocagem;

    custos com o risco de manter estoques todo estoque corre o risco de se de-preciar, ficar obsoleto, perder-se ou ser furtado. A empresa deve contar esse tipo de custo, pois em alguns casos ele pode ser significativo, como na infor-mtica, onde o nvel de obsolescncia muito alto;

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    custos com falta este tipo de custo geralmente passa despercebido por aqueles que fazem parte do departamento de Logstica, pois invisvel, no h o desembolso direto e de difcil mensurao, porm ele pode ser bastan-te significativo. O custo com a falta aquele em que um cliente procura um determinado produto e este no est disponvel no estoque ou ento chega atrasado. Com isso, o cliente tanto pode desistir da compra como pode at comprar, mas sua insatisfao pode gerar perdas de vendas futuras. No caso de desistncia da compra, o cliente cancela o pedido, nesse caso o custo pode ser calculado apurando o lucro que os produtos gerariam para a empresa. No caso de vendas futuras perdidas, a empresa deve considerar o quanto cada cliente compra de cada produto. J no caso de atrasos, quando o cliente aceita receber certo tempo depois do combinado, deve-se levar em considerao os custos adicionais de transporte e suprimento para reprocessar esse pedido caso o produto seja entregue fora do canal normal de distribuio (FREIRES, 2000).

    Custos de processamento de pedidosOs custos com processamento de pedidos so aqueles que menos impactam

    no custo logstico total. Porm, a sua incluso necessria, pois em alguns casos esse custo pode significar o item de controle para a determinao do nvel de servio. A bem da verdade, quando se fala em processamento de pedidos, buscam-se analisar os pedidos de ressuprimento (compras) e os pedidos dos clientes (vendas).

    possvel chegar concluso de que o custo com o processamento de informa-es e com recursos humanos respondem pela maior parte dessa categoria de custo logstico. Os custos de processamento das informaes e os recursos humanos so gerados por processos internos e externos. So considerados processos internos a definio dos produtos a serem comprados, a preparao e colocao de cotaes e pedidos, o fluxo de aprovao e registros e os controles dos sistemas de gesto. Como processos externos tm-se: anlise de propostas; fechamento de concorrncias; acom-panhamento de entregas; e realizao de pagamentos (FREIRES, 2000).

    O primeiro passo para o clculo dos custos de processamento de pedidos iden-tificar os itens que agregam valor na emisso tanto de pedidos de compra como de venda (tabela 1).

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    Custos logsticos e seus componentes

    Tabela 1 Itens do custo de processamento de pedidos para os processos de aquisio e vendas

    Itens do custo de processamento de pedidosProcesso de aquisio Processo de vendas

    Salrios e encargos do pessoal de compras. Salrios e encargos de digitadores, conferentes, separadores de pedidos etc.

    Custo de oportunidade dos equipamentos utiliza-dos no processo de aquisio (fax, computadores etc.).

    Custo de oportunidade dos equipamentos utili-zados no processo de venda (fax, computadores etc.).

    Custo de depreciao desses equipamentos. Custo de depreciao desses equipamentos.

    Custo do aluguel do espao ou custo de oportuni-dade do imvel utilizado.

    Custo do aluguel do espao ou custo de oportuni-dade do imvel utilizado.

    Energia, telefone, internet. Energia, telefone, internet.

    Materiais utilizados (papel, canetas etc.). Materiais utilizados (papel, canetas etc.).

    Identificados os itens de custos, o prximo passo calcular o custo de processa-mento de pedidos mensalmente. Assim, possvel mensurar o gasto com processa-mento de pedidos de aquisio (componentes e matria-prima, por exemplo) e vendas totais (produtos acabados).

    Custos de transportesO custeio dos transportes talvez o mais importante item de custo da logstica.

    As empresas podem optar tanto por terceirizar seus transportes como se encarrega-rem da movimentao de mercadorias para o cliente. Nesse sentido, as consideraes acerca dos custos de transporte tero como foco o transporte rodovirio, o mais utili-zado no Brasil. O transporte rodovirio no Brasil responde por mais de 2/3 do total de carga transportada (FREIRES, 2000).

    Antes de tratar do custeio propriamente dito importante formalizar os conceitos de custos fixos e variveis. A classificao de custo fixo e varivel deve ser feita sempre em relao a algum parmetro de comparao. Normalmente, em uma empresa industrial so considerados itens de custos fixos aqueles que independem do nvel das atividades de produo e os itens de custos variveis so aqueles que variam com o crescimento/decrscimo do nvel de atividade industrial. (LIMA, 2006)

    Do ponto de vista de um transportador, usualmente essa classificao feita em relao distncia percorrida, como se a unidade varivel fosse a quilometragem.

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    Dessa forma, todos os custos que ocorrem de maneira independente ao deslocamento do caminho so considerados fixos e os custos que variam de acordo com a distncia percorrida so considerados variveis. importante ressaltar que essa forma de classi-ficao no uma regra geral. Custos fixos so aqueles que no variam com a distncia percorrida, j os custos variveis (como o nome