Gerenciamento de Diversidade
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Administração, Negócios e RecursosHumanos
Gerenciamento de Diversidades Lucas Seren
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UNIDADE 1 - CULTURA, O CONCEITO ANTROPOLÓGICO ................... 6
1.1 O conceito antropológico da cultura ........................................... 7
1.2 A cultura impressiona ................................................................... 7
1.3 Cultura e a visão de mundo do homem ..................................... 9
1.4 Estudo de caso: diversidade cultural na empresa ................. 12
1.5 Atividades ..................................................................................... 14
1.6 Reflexão ........................................................................................ 14
1.7 Leitura recomendada .................................................................. 15
1.8 Referências .................................................................................. 15
1.9 Na próxima unidade .................................................................... 15
UNIDADE 2 - A FORMAÇÃO DA DIVERSIDADE BRASILEIRA ............... 17
2.1 O Brasil e a gestação dos brasileiros ....................................... 18
2.2 As matrizes brasileiras ................................................................ 19
2.2.1 Os tupis ...................................................................................... 19
2.2.2 Os negros .................................................................................. 23
2.2.3 Os lusitanos ............................................................................... 28
2.3 Os brasis ....................................................................................... 29
2.4 Reflexão ........................................................................................ 31
2.5 Leitura recomenda ...................................................................... 31
2.6 Referências .................................................................................. 32
2.7 Na próxima unidade .................................................................... 32UNIDADE 3 - A LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO NO CENÁRIO
BRASILEIRO ................................................................................................. 33
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3.1 A discriminação no cenário brasileiro ...................................... 35
3.2 Dia Internacional contra a discriminação ................................. 41
3.3 Reflexão ........................................................................................ 42
3.4 Leitura recomendada .................................................................. 43
3.5 Referências .................................................................................. 43
3.6 Na próxima unidade .................................................................... 44
UNIDADE 4 - DIVERSIDADE: CONCEITO E HISTÓRIA. .......................... 45
4.1 Sobre a diversidade. O que é isso? ......................................... 46
4.2 Historicizando a diversidade cultural ........................................ 504.3 Reflexão ........................................................................................ 51
4.4 Leitura recomendada .................................................................. 52
4.5 Referências .................................................................................. 52
4.6 Na próxima unidade .................................................................... 53
UNIDADE 5 - A DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL .......................... 54
5.1 Brasil e a diversidade cultural .................................................... 55
5.2 Reflexão ........................................................................................ 59
5.3 Leitura recomendada .................................................................. 59
5.4 Referências .................................................................................. 60
5.5 Na próxima unidade .................................................................... 60
UNIDADE 6 - MULHER, TRABALHO E DESIGUALDADES SOCIAIS ..... 61
6.1 Questões de gênero e desigualdade ....................................... 62
6.2 A divisão sexual do trabalho ...................................................... 68
6.3 O que é o CCQ? .......................................................................... 72
6.3.1 O que é Just in time? ............................................................... 73
6.3.2 O que é Kanban? ...................................................................... 73
6.4 Reflexão ........................................................................................ 75
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6.5 Leitura recomendada .................................................................. 76
6.6 Referências .................................................................................. 76
6.7 Na próxima unidade .................................................................... 77
UNIDADE 7 - A GESTÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL ........................ 78
7.1 A gestão da diversidade cultural: um princípio ético ............. 79
7.2 Modelos para a gestão da diversidade cultural ...................... 81
7.3 Reflexão ........................................................................................ 85
7.4 Leitura recomendada .................................................................. 85
7.5 Referências .................................................................................. 867.6 Na próxima unidade .................................................................... 86
UNIDADE 8 - A ADMINISTRAÇÃO DA DIVERSIDADE NO BRASIL ....... 87
8.1 Administração da diversidade nas organizações brasileiras 88
8.2 Vantagem competitiva da diversidade ..................................... 93
8.3 Reflexão ........................................................................................ 97
8.4 Leituras recomendas .................................................................. 98
8.5 Referências .................................................................................. 98
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GERENCIAMENTO DEDIVERSIDADES
Quantas vezes ao longo de nossas
vidas escutamos que o Brasil é um país
miscigenado, de muitas raças, muitas culturas e
misturas. Trata-se de uma verdade indiscutível,
vivemos num país onde a diversidade étnica salta aos
olhos de todos. Recebemos as mais diversas culturas nestas
terras tropicais, tendo como exceção os índios que já seencontravam por aqui, vieram os portugueses e os negros no
período colonial e após o período escravocrata observamos a
chegada de italianos, espanhóis, japoneses, alemães entre muitos
outros povos.
Esta realidade proporcionou-nos uma grande riqueza cultural,
colaborou com o aparecimento de uma rica diversidade. Porém, ao
longo destes séculos, nem sempre essa diversidade foi entendida e
respeitada.
Hoje um grande desafio para todos, especialmente para aqueles
que gerenciam pessoas dentro um espaço comum, é o de entender essa
diversidade e, sobretudo, organizá-la de maneira harmoniosa e
produtiva. Acreditamos que a antropologia possa ajudar o gestor em
tal tarefa, o olhar aguçado e singular que, esta área do
conhecimento lança sobre a sociedade, tem muito a ensinar
aos gestores.
Esperamos que esta disciplina contribua para o
entendimento desta realidade e o capacite para oárduo desafio do gerenciamento de diversidades.
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
1.1 O conceito antropológico da cultura
Todos nós carregamos na verdade um ser duplo, somos ao mesmo
tempo, um ser biológico com características únicas definidas pelo nossoDNA, mas também somos um ser cultural, construídos a partir do meio
em que estamos inseridos, carregando os valores sociais e morais,
costumes e características da sociedade a que pertencemos. O homem é o
único ser possuidor de cultura, esta palavra – “cultura” – tão comum e
tão empregada em nosso dia a dia, carrega na verdade, um conceito
complexo e delicado que aproxima ou afasta povos, que gera amizades
ou grandes guerras. Se olharmos ao nosso redor com mais atenção,
notaremos que é necessário ir longe para encontrarmos grandes
diferenças culturais, mesmo em nosso meio, na faculdade, no trabalho ou
em nosso bairro, descobriremos uma grande diversidade cultural.
Mas, o que é cultura? Trata-se de práticas e ações que seguem um padrão determinado no espaço. São comportamentos, regras morais,
crenças e valores que dão identidade a um grupo. Tudo aquilo que é
produzido, aprendido e compartilhado por um grupo é cultura.
1.2 A cultura impressiona
Não é de hoje que as diferenças culturais incomodam o homem,
tudo aquilo que é exótico e diferente aos nossos olhos sempre nos
chamou a atenção. Já na Grécia, o grande historiador Heródoto (484-424
a.C.), preocupou-se com tema quando descreveu o sistema social de
outro povo, os lícios:
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
Eles tem um costume singular pelo qual diferem de todas as outras
nações do mundo. Tomam o nome da mãe, e não o do pai.
Pergunta-se a um lício quem é, e ele responde dando o seu próprio
nome e o de sua mãe, e assim por diante, na linha feminina. Além
disso, se uma mulher desposa um homem escravo, seus filhos são
cidadãos integrais; mas se um homem livre desposa uma mulher
estrangeira, ou vive com uma comcubina, embora seja ele a
primeira pessoa do Estado, os filhos não terão qualquer direito à
cidadania. (LARAIA, 2003, p.10).
Para o historiador grego Heródoto, os lícios representam algo
exótico, um povo que tem na mulher toda sua linha de referências
hereditárias, isso para um grego é ainda mais exótico, pois sua cultura
rejeita a figura feminina, esta não possui direitos e não é considerada nem
mesmo uma cidadã. Mas, os exemplos de culturas diversas não estão
apenas no passado, no Japão até pouco tempo, era costume que umdevedor praticasse o suicídio na véspera do ano novo, como uma maneira
de limpar o nome de sua família. Para muitos povos africanos a
obesidade entre as mulheres é sinal de saúde e sucesso na procriação,
enquanto para os ciganos da Califórnia, a obesidade é considerada como
um indicador de virilidade, mas também é utilizada para conseguir
benefícios dos programas governamentais de bem-estar social, que a
consideram como uma deficiência física.
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
FONTE: HTTP://KMSPAGU.FILES.WORDPRESS.COM / HTTP://WWW.GUIAGEO-ARTICO.COM
Como nos aponta o antropólogo Roque Laraia (2003), ao observar
algumas regiões do Brasil, como por exemplo, o Norte, constataremos
que a gravidez é tida como uma enfermidade, e a palavra “descansar” é
usada para denominar o ato de parir. Por outro lado, na região Sul de
nosso país, a palavra “descansar” significa morrer. Notamos que em poucas linhas podemos citar uma série de
exemplos sobre as mais variadas configurações de cultura, que nos
remetem a um grande quadro de diversidades. O desafio de qualquer
indivíduo hoje é conviver e organizar dentro de um mesmo ambiente
tantas formas diferentes de representações culturais. Para isso devemos
antes de tudo entender como opera a cultura em cada indivíduo.
1.3 Cultura e a visão de mundo do homem
A antropóloga norte-americana, Ruth Benedict (1988) dizia que a
cultura opera como uma lente de óculos, vemos o mundo a partir dela.
Cada cultura tem a sua lente e por isso, cada cultura vê o mundo à sua
maneira. Num exemplo bastante ilustrativo, o antropólogo Roque Laraia
http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://www.guiageo-artico.com/http://kmspagu.files.wordpress.com/
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
Ao ato de julgar as culturas diferentes,damos o nome de etnocentrismo. Trata-
se de colocar uma cultura comoreferência moral e de costumes e apartir dela entender as outras. Isto
ocorreu no período do colonialismoquando os europeus julgaram as tribos
africanas e americanas como selvagense não como apenas diferentes. Tal
perspectiva de mundo ainda érecorrente, pois somos fruto de nossa
cultura e temos a tendência desupervalorizá-la como a mais correta
(2003) afirma, que, para nós, a floresta amazônica não passa de um
amontoado de árvores e arbustos, porém, um índio Tupi tem dessa
mesma floresta uma visão completamente distinta, cada uma das árvores
que compõem o ambiente tem um significado e uma referência especial,servindo até mesmo como ponto de localização. Portanto, ao contrário de
uma massa verde, a floresta ganha na visão deste povo uma forma bem
definida.
Infelizmente, essa lente chamada cultura condiciona nosso olhar e
temos na maioria das vezes uma tendência de reagir depreciativamente
diante de outras culturas. Tudo aquilo que é fora dos padrões de nossa
realidade é tido como errado, feio e inaceitável.
Mesmo vivendo num mundo globalizado, onde as culturas mais
diversas estão em contato cada vez mais estreito, esta tendência de visão
unilateral da cultura continua latente em todos nós. São inúmeros os
exemplos, poderíamos começar pelo Oriente Médio onde extremistas
religiosos vivem em conflito por não aceitarem
religiões diferentes, o que naquele caso
ganha proporções políticas e mundiais,
é o caso da guerra entre palestinos e
judeus. No caso de experiências
mais próximas, poderíamos citar ocaso de imigrantes latinos que
sofrem com a xenofobia de norte
americanos e europeus, ou então o
preconceito com os homossexuais.
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
CONEXÃO:Um triste e sério exemplo de
preconceito é encontrado nos
Estados Unidos. Um crescente
número de pessoas tem aderidoaos grupos racistas, como o
White Power, que divulgam
abertamente seu ódio e
vontade de extermínio de
negros e imigrantes. Verifique:
www.whitepower.com
A forma como vemos o mundo, os valores
morais e até mesmo a postura corporal são
heranças culturais.
Conforme nos apresenta Laraia, aforma como rimos também é cultural. Você
já pensou nisso? Tente se lembrar da risada
de uma japonesa ou chinesa, logo virá à
cabeça uma risada discreta com as mãos na boca,
enquanto nós brasileiros temos uma boa gargalhada para soltar num
momento engraçado, de acordo com o autor:
[...] atividades consideradas como parte da fisiologia humana
podem refletir diferenças de cultura. Tomemos, por exemplo, o
riso. Rir é uma propriedade do homem e dos primatas superiores.
O riso se expressa, primariamente, através da contratação de
determinados músculos da face e da emissão de um determinado
tipo de som vocal. O riso exprime quase sempre um estado de
alegria. Todos os homens riem, mas o fazem de maneira diferente
por motivos diversos. A primeira vez que vimos um índio Kaapor
rir foi um motivo de susto. A emissão sonora, profundamente alta,
assemelhava-se a imaginários gritos de guerra e a expressão facial
em nada se assemelhava com aquilo que estávamos acostumados aver (LARAIA, 2003, p. 68-69).
Vale ressaltar que aquilo que é engraçado para um povo pode não
ser para outros. Um filme pastelão americano, com tortas na cara de
alguém pode não ser tão engraçado para um italiano que prefere uma
piada bem temperada, sempre com uma dose de sexo.
Fatos como a postura corporal e até a maneira de rir, podem
interferir dentro do ambiente de trabalho e até mesmo facilitar ou
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
prejudicar o crescimento de um profissional dentro da empresa? A
resposta é sim. Este é o desafio do gestor de pessoas, quando dentro de
um ambiente de diversidade cultural, reconhecer as diferenças, sem a
herança cultural do preconceito e encontrar saídas éticas para tornar oambiente harmonioso e produtivo para todos. Vejamos o caso a seguir.
1.4 Estudo de caso: diversidade cultural na empresa
O caso a seguir trata de um fato ocorrido dentro de uma empresa
alemã, que se deparou com um problema de choque cultural e que foi
solucionado de maneira ética.
Ética e choque cultural na empresa
Um consultor nos relata o caso de um profissional com excelente
qualificação técnica, grande experiência e profundo senso de
responsabilidade, que estava há muito tempo em uma organização. Ele
tinha qualificação para ser promovido a diretor, mas estava estacionado
no posto de gerente. Qual o motivo? Choque cultural, de acordo com o
consultor. Tratava-se de uma empresa alemã cujo ambiente de trabalho
era circunspecto, silencioso e formal. O temperamento do gerente era
oposto. Alegre e expansivo, gostava de contar casos engraçados e de rir,chegando a fazer algumas ironias com a seriedade dos outros. Os
diretores viam seu comportamento como imaturo e não confiável. "Não
dá para confiar, ele é meio moleque", disse um dos diretores. "É
inteligente, muito bem preparado, mas é um pouco fora do padrão."
Diagnóstico do consultor
O consultor apresentou à direção da empresa o diagnóstico de falta de
afinidade cultural. Os diretores, segundo ele, concordaram com sua
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
avaliação “com extrema correção e sentido ético” e deixaram-no à
vontade para encontrar outra oportunidade para aquele profissional. O
consultor assim fez. Encontrou e ofereceu ao gerente um cargo de
direção em outra companhia, proposta que ele prontamente aceitou.
Autor: Flavio Farah. Disponível em: www.eticaempresarial.com.br
Quando paramos para analisar, de maneira mais profunda (e por
que não científica) nosso ambiente de trabalho, iremos descobrir as mais
diferentes formas de atitude e comportamento, sobretudo, dentro de
grandes empresas que atuam de maneira global no mercado. Notaremos
aqueles que são mais fechados, falam apenas o necessário, aqueles que
são explosivos e afetuosos ou os que são tímidos e falam muito baixo.
Todos esses dados estão dentro de uma perspectiva maior de cultura,
como já abordamos anteriormente, todas essas posturas são heranças
culturais e merecem uma atenção maior. Num país de tanta diversidade
como o Brasil, o cuidado com os fatores étnicos devem ser redobrados,
assim como os indivíduos tem diferentes hábitos derivados de suas
respectivas culturas, as empresas também possuem diferentes culturas de
trabalho que facilmente entram em choque com seus colaboradores.
Assim, torna-se fundamental para o gestor o aprimoramento e asensibilidade no olhar para saber lidar com as mais variadas situações
que envolvam a diversidade cultural, evitando sempre qualquer forma de
preconceito e estagnação por conta destas divergências.
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1.5 Atividades
1) A partir do caso sobre choque cultural apresentado nesta
unidade, responda: O que é confiabilidade? Como uma pessoa se tornaconfiável aos olhos de outra? De acordo com os dados disponíveis, a
empresa tinha razões concretas para não confiar no profissional? Quais
razões? Se não tinha, qual o verdadeiro problema?
2) Podemos afirmar que a sociedade brasileira apresenta
características etnocêntricas? Por quê?
3) Como a sensibilidade no olhar e conhecimento antropológico
podem ajudar o gestor de pessoas no manejamento de diversidades?
1.6 Reflexão
Viver em sociedade é muito mais complexo do que imaginamos, as
diferentes culturas estão cada vez mais próximas e as tendências
etnocêntricas que todos nós carregamos muitas vezes falam mais alto e
interferem na organização de nosso meio. Mas, o que nos faz tão
diferentes um dos outros? São muitos os fatores que tornaram os povostão diferentes, entre estes fatores, podemos destacar a adaptação ao meio
como um ponto fundamental. No entanto, apesar das diferenças, a
estrutura mental do homem é sempre lógica e racional, o que nos faz
seres capazes, independente do grupo a que pertencemos. Não podemos
deixar, portanto, que esta lente chamada cultura, pela qual vemos e
compreendemos o mundo nos pregue peças, devemos saber administrar
as diversidades, incorporá-las e respeitá-las acima de tudo. Os limites
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
culturais de cada indivíduo devem ser respeitados, afim de que este não
perca sua identidade e valores.
1.7 Leitura recomendada
Livro: Antropologia do consumo: casos brasileiros, organizado por
Carmen Migueles. Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2007.
O livro apresenta uma série de textos que não se limitam a casos
tradicionais de negócios, mas ajudam a perceber como a antropologia
auxilia na compreensão de toda a sociabilidade contemporânea. A partir
das diferentes formas de consumo notaremos a riqueza da diversidade
cultural brasileira e a importância de seu entendimento.
1.8 Referências
BENEDICT, R. O crisântemo e a espada. São Paulo: Perspectiva,
1988.
CAVEDON, N. Antropologia para administradores. Porto Alegre:
UFRGS, 2008.
LAHIRE, B. A cultura dos indivíduos. Porto Alegre: Artmed, 2006.LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro:
Zahar, 2003.
1.9 Na próxima unidade
Na próxima unidade iremos discutir questões sobre a formação do
povo brasileiro e aprofundaremos as discussões sobre o preconceito.
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 1
Tentaremos ambientá-lo a partir de um olhar antropológico na complexa
sociedade brasileira. Mostraremos que o preconceito é muito mais sério
do que parece, e ao contrário do que pensamos, tem crescido com o
tempo e não diminuído, ele acontece hoje de maneira velada e tambémexplícita, o que aumenta a responsabilidade do gestor na tarefa de
administrar diversidades.
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A FORMAÇÃO DADIVERSIDADE
BRASILEIRA
A maior marca do povo brasileiro é
justamente a diversidade. É difícil caracterizar nossa
identidade de maneira singular, pois a mistura esteve
presente desde os períodos mais remotos da colonização.
Fora a mistura ao longo tempo, a própria extensão do
território contribui para o aparecimento de culturas locais
muito diversas e heterogêneas. E quando pensamos emgerenciamento da diversidade, devemos antes, saber mais onde
estamos pisando, conhecer a história da formação do povo
brasileiro. Alguns povos foram dominados, outros dominantes,
algumas regiões se desenvolveram, outras não. Tudo isso importa na
hora de administrar pessoas dentro de um ambiente de trabalho.
Objetivos da sua aprendizagemQue você possa compreender a formação do povo brasileiro e sua
diversidade. É importante para o gestor conhecer a história e as
características de cada cultura que forma o quadro mais amplo da
identidade nacional. Que você entenda o Brasil e a gestação dos
brasileiros.
Você se lembra?Você se lembra de quantas palavras indígenas ou africanas
compõem a língua portuguesa? Quantos hábitos do dia a dia
vieram da mistura entre europeus, índios e africanos?
Quantas comidas são típicas do Sul do país, ou do
nordeste? E os ritmos musicais, Axé, Samba, Caipira?
O Brasil é uma extensa e complexa rede demisturas. Vamos conhecer um pouco mais sobre
isso?
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2.1 O Brasil e a gestação dos brasileiros
Quando falamos de povo brasileiro, falamos de um povo novo,
apenas 500 anos de história e confluência de culturas que se dá sob aregência dos portugueses, numa mistura de matrizes (Ribeiro, 1995)
díspares e tradições distintas. Um povo novo, porque é diferente de tudo
aquilo que já existia no mundo, uma identidade a ser formada, e que
ainda está em formação, um desafio sem heróis e sem romantismo.
O Brasil surge no cenário mundial a partir das grandes navegações,
Durante os séculos XV e XVI, os portugueses e também espanhóis
buscam livrar-se dos intermediários turcos e italianos que vendiam
produtos do Oriente e buscam, eles mesmos, um comércio mais
dinâmico. Uma junção precoce para os quadros europeus entre burguesia
e monarquia, deu a estes povos uma primazia na construção de
embarcações e na arte de navegar que culminaram com o descobrimentode novas terras e a projeção do sistema colonialista. Como todos nós
sabemos, dentre estas terras estava o Brasil, no entanto, não estava ainda
o povo brasileiro, que se formaria a partir de então, com características
de povos distintas gerando uma terceira cultura, ou melhor, no caso do
Brasil, culturas.
Esse povo novo, como nos ensina o antropólogo e político DarcyRibeiro em sua obra “O povo Brasileiro”, é novo e espanta pela
inverossímil alegria e espantosa vontade de felicidade, num povo tão
sacrificado, que alenta e comove a todos os brasileiros.
Chama a atenção o fato de uma certa harmonia em nossos quadros
sociais, não podemos nunca negar ou nos esquecer da escravidão e do
preconceito que ainda enfrentamos contra negros, índios, nordestinos ou
pobres. Porém, devemos destacar como algo positivo a ausência de
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 2
conflitos étnicos sérios, que geralmente dilaceram as sociedades pela
oposição de componentes diferenciados e imiscíveis. O que aconteceu
em nosso país foi justamente o contrário, uma vez que, apesar de
sobreviverem na fisionomia dos brasileiros a grande mistura que somos,as culturas não se diferenciaram em minorias raciais antagônicas,
vinculadas a lealdades étnicas próprias e disputantes de autonomia frente
à nação (RIBEIRO, 1995).
Iremos entender as misturas das principais matrizes e os o
aparecimento dos brasis, como lemos acima, vivem até certo ponto de
maneira harmoniosa e se toleram, apesar das grandes diferenças que
carregam.
2.2 As matrizes brasileiras
Seria uma grande besteira acreditar que somos herdeiros de uma
cultura lusitana, apesar dos portugueses terem regido nossa colonização e
imposto de maneira coercitiva os padrões europeus por meio da língua e
religião, nós brasileiros, temos diferenças singulares em relação aos
europeus, isso por que temos em nossa origem as matrizes indígenas e
africanas, que mesmo sufocadas dentro de um sistema colonialista,
deixaram suas marcas culturais, que vão muito além dos estereótipos biológicos dos brasileiros.
Entre as matrizes brasileiras destacamos a indígena (tupi), lusitana
e africana, vejamos suas características:
2.2.1 Os tupis
Os grupos indígenas encontrados pelos portugueses no litoral
brasileiro eram principalmente de tribos do tronco tupi que, havendo se
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 2
instalado uns séculos antes, ainda estavam desalojando antigos ocupantes
oriundos de outras matrizes culturais (RIBEIRO, 1995). Eram cerca de 1
milhão de índios, divididos em aldeias que variavam entre 300 e 2 mil
habitantes. Tratava-se de um número relevante de habitantes, poisPortugal naquele momento tinha uma população de mesmo tamanho.
Como nos aponta Darcy Ribeiro (1995), na escala da evolução
cultural, os povos Tupis davam seus primeiros passos da revolução
agrícola, superando assim a condição paleolítica. Dentro destas florestas
tropicais, os tupis já haviam domesticado diversas plantas que pegavam
para produzir nas aldeias em escalas maiores, como, por exemplo, a
mandioca, que constitui uma façanha incrível, pois se tratava de uma
planta venenosa a qual eles deviam, não apenas cultivar, mas também
tratar adequadamente para extrair o ácido cianídrico, tornando-a
comestível.
Além de mandioca, os índios do litoral brasileiro cultivavam o
milho, a batata doce, o amendoim, tabaco, feijão, abóbora entre outros, já
podemos notar que aqui está uma grande influência de nossa culinária e
atividade econômica. Os tupis cultivavam também dentro de suas aldeias
o abacaxi, mamão, guaraná, erva-mate e algodão.
Para o desenvolvimento de tais atividades, eles preparavam grandes
roçados, derrubando árvores com machados de pedra e limpando osterrenos provocando queimadas. A agricultura permitiu aos tupis uma
fartura enorme de alimentos, deixando-os menos dependentes da floresta
tropical.
Apesar das diversas tribos do litoral terem uma unidade linguística,
pois pertenciam ao tronco tupi, conforme já dissemos anteriormente, eles
não se organizaram de forma política, não atuaram de maneira
organizada e unida, pois o estágio cultural evolutivo em que se
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Administração, Negócios e Recursos Humanos Gerenciamento de Diversidades – Unidade 2
encontravam, fazia com que cada unidade étnica ao crescer, se dividisse
em novas entidades autônomas que, afastando-se umas das outras, iam se
tornando reciprocamente mais diferenciadas e hostis.
Mesmo com a chegada os poderosos portugueses e oestabelecimento de um conflito aberto, os tupis não conseguiram se
organizar para além de pequenas confederações regionais que logo
desapareceram (RIBEIRO, 1995).
A mais importante dessas confederações foi a dos Tamoios, que
venceram várias batalhas e chegaram a destruir a capitania de Espírito
Santo. Mas, foram vencidos pelas tropas indígenas aliciadas pelos
jesuítas. Mesmo quando vencidos os índios não se deixavam dominar,
eles resistiam à cultura do dominante e fugiam para organizar novos
ataques. Essa resistência se explica pela própria simplicidade de suas
organizações.
Os índios brasileiros não conseguiam entender e se
organizar em forma de Estado, por isso, era muito
difícil sua dominação. A paz nunca era constante e
estável o que exigiu um grande esforço dos
portugueses para dominarem cada região.
Os índios brasileiros não conseguiam entender e se organizar em
forma de Estado, por isso, era muito difícil sua dominação. A paz nunca
era constante e estável o que exigiu um grande esforço dos portugueses
para dominarem cada região.
Não podemos nos esquecer de uma importante característica dos
índios tupi, os rituais de antropofagia. Eles viviam em constante
guerra contra todas as outras tribos que estivessem nas proximidades de
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sua área de expansão, e até mesmo contra tribos vizinhas de mesma
matriz cultural. Nessas batalhas ocorria o aprisionamento de inimigos
que, eram levados para os rituais de antropofagia e devorados pelos tupis.
Nestes rituais os tupis acreditavam estar incorporando por meio da carnede seu inimigo, toda sua coragem e força. Darcy Ribeiro (1995, p. 34)
relata algo interessante, que comprova a importância e a motivação
desses rituais:
Comprova a essa dinâmica o texto de Hans Staden, que três vezes
foi levado a cerimônias de antropofagia e três vezes os índios se
recusaram a comê-los, por que chorava e se sujava, pedindo clemência.
Não se comia um covarde.
A antropofagia era também um sinal do atraso relativo, é claro, dos
índios tupi. Eles comiam seus prisioneiros de guerra porque, com a
rudimentaridade de seu sistema produtivo, um cativo rendia pouco mais
do que consumia, não existindo, então, incentivos para socializá-lo ao
grupo como escravo.
Portanto, para o
antropólogo Darcy Ribeiro, amatriz indígena foi muito
importante para a formação do
povo brasileiro, esta deixou, além
das características físicas que
compõem a população brasileira,FONTE: HTTP://IMAGES.GOOGLE.COM.BR
http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/http://images.google.com.br/
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uma gama de conhecimentos acerca de plantas medicinais, a culinários e
hábitos como, por exemplo, o banho diário, algo não muito comum entre
os primeiros europeus que aqui desembarcaram.
Não podemos nos esquecer, porém, que ao longo da história os portugueses dizimaram mais de 800 tribos indígenas, não deixando se
quer vestígios de suas culturas, dos 5 milhões de índios que viviam no
Brasil, hoje restam pouco mais de 250 mil. Os índios foram fundamentais
para o sucesso da exploração do território brasileiro, por meio do sistema
de cunhadismo, os portugueses se aproximaram aos poucos dos índios e
os fizeram trabalhar em prol da coroa portuguesa. Esse sistema tratava-se
do artifício de se casar com as índias, entrando assim para o grupo
indígena, fazendo com a tribo passasse a trabalhar quase que
exclusivamente para os brancos.
2.2.2 Os negros
O engenho açucareiro, primeira forma de empresa agroindustrial
exportadora foi durante muito tempo uma ótima saída econômica para o
enriquecimento e complemento da economia portuguesa. O primeiro
modo de produzir e agir dos brasileiros se dará, portanto, dentro dos
engenhos de açúcar. Os primeiros engenhos surgem antes de 1520 erapidamente se espalham por todos os pontos da costa habitada por
portugueses. Com a popularização do açúcar, os grandes engenhos saltam
de 50 para 200. É impossível pensar a colonização e ocupação de nosso
território sem essas grandes empresas. A aproximação das matrizes
lusitana, negra e indígena se dará dentro dessa realidade.
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Os índios apesar de estarem presentes dentro dos
engenhos como escravos e agregados dos
senhores, não representavam uma força de
trabalho facilmente disciplinável e explorável
(RIBEIRO, 1995, p. 274).
A saída para a produção em escala mundial de cana-de-açúcar, em
face das dificuldades apresentadas pela domesticação dos índios, foi a
importação de trabalhadores africanos. Dentro dos engenhos trabalharammais de 30 mil escravos africanos trazidos entre os séculos XVI e XIX.
“A coroa permitia a cada senhor de engenho importar até 120
“peças”, mas nunca foi limitado seu direito de comprar escravos nos
mercados” (RIBEIRO, 1995, p. 161). Não se sabe ao certo sobre o
número exato de escravos negros trazidos ao Brasil, mas estima-se algo
em torno de 4 milhões, um número significativo, pode-se dizer
assustador. Assim como não sabemos os números exatos, também não
existem estimativas sobre a distribuição dessa população por sexo,
porém, alguns estudos apontam que entravam em média quatro mulheres
para cada homem. Boa parte dessas mulheres eram luxo dos senhores
proprietários de terras e seus capatazes. Algumas viravam mucamas e até
se incorporavam à família, como amas de leite.
Algumas negras despertavam o prazer dos senhores e o ciúme das
senhoras, estas mandavam então que arrancassem todos os dentes de tais
escravas e as colocassem no trabalho pesado, eram essas as mulheres
envelhecidas e largadas que os escravos homens tinham acesso para
produzir crioulos.
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Como todos os povos em
qualquer parte do mundo os Africanos
possuíam sua própria cultura, suas
crenças, seus costumes, religiões e seumodo de vida. Os europeus, por sua
vez, também possuíam sua própria
cultura, porém, julgavam a cultura dos
negros como inferior, eles impuseram que os negros incorporassem o
modo de vida europeu, descartando assim a cultura africana dos negros.
(VALENTE, 2002). Nesse período realizar caçadas humanas e escravizar
negros era um grande mérito, era uma maneira de livrar o negro de seu
atraso evolutivo aproximando-o dos deuses brancos.
Quando os portugueses trouxeram os africanos para o Brasil,
usaram o argumento de que os negros já eram escravos na África, na
verdade existiam disputas de terras entre as tribos onde a tribo vencedora
escravizava a derrotada, podendo a situação ser revertida ou mesmo se
tornarem amigas.
Depois de escravizados, os negros já sabiam suas tarefas, mesmo
assim trabalhavam sob chicote, eram sempre castigados e viviam em
péssimas condições de vida nas senzalas, a expectativa de vida dos
negros era muito baixa. As escravas além de sofrerem os castigos,chibatadas e trabalharem como os escravos homens, sofriam uma grande
humilhação, algumas trabalhavam dentro da casa grande, eram
molestadas e abusadas sexualmente, pois eram propriedades deles, as
escravas que ficavam na senzala tinham o dever de procriar, eram
obrigadas a manterem relação sexual com vários parceiros e isto
fortalecia a ideia de animalidade.
FONTE: HTTP://IMAGES.GOOGLE.COM.BR
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Muitos negros não aceitavam a situação em que viviam, alguns se
matavam, outros fugiam e outros fingiam que aceitavam a situação para
sofrerem menos castigos. (VALENTE, 2002).
Na compra de escravos os portugueses separavam membros damesma família e negros que se entendiam, para dificultar a comunicação
entre eles e evitar assim revoltas e fugas. Mesmo assim alguns
conseguiam se organizar e provocar algumas revoltas, pois não
aceitavam as condições em que viviam.
Muitos negros encontraram no catolicismo, uma maneira de serem
tratados com menos violência, eles fingiam que deixavam de acreditar
nos seus orixás e se tornavam católicos assim como os Europeus. Outra
forma de resistência por parte dos negros foram os quilombos, que eram
lugares de difícil acesso e afastados, quando encontrados, os negros
sofriam ataques e eram massacrados. (VALENTE, 2002).
Durante muito tempo procurou-se nos relatos de história ocultar a
rebeldia dos negros contra a escravidão. E a passividade do negro foi
aceita como consensual devido à escassez ou à ausência de documentos
sobre as revoltas dos negros, as quais a visão colonialista procurou
esconder e destruir.
Os quilombos, ou seja, estabelecimento de negros que escapavam à
escravidão pela fuga e recompunham no Brasil formas de organizaçãosemelhante às africanas, existiram centenas no Brasil colonial. Palmares
foi um desses quilombos e certamente o mais importante. (FAUSTO,
2004, p. 52).
Os quilombos eram locais afastados e escondidos na mata, onde os
negros se refugiavam, nesse local, os negros resgatavam seus valores e
crenças que haviam sido ocultados pelos europeus; existiu um grande
número de quilombos na época da escravidão, os negros se organizavam
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para garantir sua sobrevivência e defender-se dos ataques dos capitães-
do-mato. Nos quilombos era possível o desenvolvimento do estilo de
vida africana, onde os negros reunidos possuíam características e rituais
próprios. (VALENTE, 2002).Com a proclamação da independência, o país necessitava do seu
reconhecimento de autonomia por parte dos outros países, e
principalmente do apoio inglês. Embora o Brasil tivesse continuado com
o tráfico de escravos, ficava cada vez mais difícil adquiri-los, pois os
preços aumentavam devido á dificuldade de comercialização.
Algumas leis surgiram em função da libertação dos escravos,
assim, como a lei do Vento Livre (1871), que fixou que todos os filhos de
mulheres escravas, a partir daquela data, seriam considerados livres; e em
1885 surge a lei dos Sexagenários que estabelecia que os escravos a
partir dos 60 anos deixariam de ser propriedade de alguém e se tornariam
livres. Mas, como uma criança livre com a mãe escrava sobreviveria fora
da senzala? Ou, mesmo um idoso que foi escravo a vida inteira e depois
de idoso seria uma pessoa livre sem ter onde ficar e nem mesmo o que
comer? Notamos que o interesse pelo fim da escravidão não era grande,
as pressões inglesas aumentavam e, por essa questão em 1888 surgiu a
Lei Áurea assinada pela princesa Isabel onde se estabelecia o fim da
escravidão no Brasil. (VALENTE, 2002).Depois da abolição da escravidão, os ex-escravos passaram a
disputar as vagas existentes com os imigrantes e dessa forma a
discriminação teve mais um reforço, pois os negros eram considerados
inferiores aos brancos, portanto a etnia era um critério para a seleção dos
trabalhadores, obviamente os brancos ocupavam a maioria das vagas,
restavam para os negros os trabalhos mais humilhantes. Dessa forma, os
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negros passaram a fazer parte da ‘baixa classe’, enquanto os brancos se
tornaram os mais privilegiados.
Isso se reflete até os dias atuais, uma pesquisa realizada pelo
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Sócio-econômicos(DIEESE) na grande São Paulo revelou que a porcentagem de negros
desempregados é maior que a de brancos.
Essa é uma das matrizes que compuseram a identidade brasileira e
assim como os índios deixaram seu registro nos tipos físicos e culturais
brasileiro, suas palavras, as danças, comidas e práticas religiosas
entraram com uma enorme singularidade na identidade do chamado povo
novo.
2.2.3 Os lusitanos
Diferente dos povos que aqui encontraram, todos eles estabelecidos
em sistemas tribais autônomos e não estratificada em classes, os
invasores eram uma presença local avançada de organização urbana e
classista. Seu centro de decisão estava distante, nas longuras de Lisboa
(RIBEIRO, 1995), dotada de muitos serviços, sobretudo que planificava
e ordenava todas as ações. Entre os protagonistas desta organização,
estava a Igreja católica, com seu braço repressivo, o Santo Ofício. Não é necessário grandes explanações sobre a cultura portuguesa,
uma vez que esta predominou sobre as outras e tem como maior
característica deixada a língua, a religião e organização racional do
Estado. Os europeus sempre estiveram numa posição privilegiada, pelo
menos durante os períodos que antecedem o ciclo do café. Veremos a
seguir mais sobre a formação do povo brasileiro a partir da mistura destas
matrizes.
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cada vez mais alinhavada e a expansão pelo território a procura de gado e
pasto acarretou também em uma população que foi surgindo com essa
unificação.
– caboclos
Sua formação se deu na região da Amazônia, onde houve grande
emigração a fim de ser feita extração dos seringais. Essa ocupação de
uma das regiões mais ricas do mundo também foi estopim para
dizimação de certos povos indígenas e devastação da floresta mais densa
da Terra.
A princípio, os lusitanos que desejavam fazer a exploração da
região, juntamente com mestiços e negros, tomaram posse do território
para impedir as invasões estrangeiras. Vendo oportunidade de lucro, não
dispensaram a escravização indígena, fazendo-os até cristianizados pelos
jesuítas. E ainda, expulsando os catequizadores sobrou na região um
povo mestiço e explorado traumaticamente.
A despeito da ocupação dos portugueses houve uma desintegração
cultural e minoração de muitas etnias indígenas. Contudo, muitos povos
se adaptaram com as doenças dos brancos e seu rítmo de vida, para que a
própria cultura e gente não fossem fragilizadas. Aqui, o processo deaculturação também ocasionou uma nova etnia, os cablocos.
Darcy Ribeiro destaca, ainda, o aparecimento de caipiras do
sudeste e centro-oeste, crioulos do litoral e gaúchos das campanhas
sulinas, além dos ítalos brasileiros, nipo brasileiros, etc.
Notamos aqui, a complexidade do povo brasileiro, somos uma
nação em construção e ainda existem muitas arestas da história para
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aparar. Esta pequena unidade mostra a importância que há em conhecer
melhor nosso país e nosso povo. O gestor de pessoas deve entender que
ao manejar indivíduos, está na verdade, manejando uma consequência
desses 500 anos de história de misturas e escravidão, de preconceitos etransformações culturais. E mais, devemos compreender que muitas
etnias ainda não encontraram seu lugar e que o mercado de trabalho é
também um campo de forças simbólicas onde as lutas acontecem e se
busca autoafirmação.
2.4 Reflexão
São 500 anos de história de misturas e reinvenções das culturas,
temos hoje, uma diversidade rara, um país constituído pelos mais
diferentes costumes, hábitos e particularidades que, no entanto, tem sua
unidade e uma harmonia invejável. É importante salientar, que, por
diferenças muito menores, existiram e ainda existem grandes conflitos
entre países e povos de uma mesma nação. Essa constatação não pode,
contudo, fechar nossos olhos para as desigualdades de oportunidade entre
estas culturas. O importante é ter a consciência de que somos uma nação
com suas alteridades e devemos trabalhar para mudança desse quadro,
sabendo utilizar as diversidades em prol do desenvolvimento dos grupossociais e do mercado.
2.5 Leitura recomenda
Livro: Casa Grande & Senzala. Autor Gilberto Freyre. Editora
Global, 2006.
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Essa obra, durante muito tempo rejeitada pela academia, traz um
visão romântica das relações estabelecidas entre senhores de engenho,
suas famílias e os negros. A leitura nos leva de volta para o período
escravocrata e nos ajudar a compreender as hibridações ocorridas aolongo de nossa história.
2.6 Referências
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil.
São Paulo: Cia das Letras, 1995.
VALENTE, A. L. O negro no Brasil hoje. São Paulo: contexto, 2002.
2.7 Na próxima unidade
Vimos nesta unidade um pouco das matrizes responsáveis pela
formação do povo brasileiro, notamos que o contexto histórico em que
estava inserida cada uma das etnias eram bem diferentes. Os lusitanos
eram os invasores e posteriormente os colonizadores, os índios eram os
nativos, vistos como selvagens foram aliciados, escravizados e
catequizados, por último, os negros vieram para a realização de umtrabalho escravo. Na próxima unidade veremos os desdobramentos dessa
história de diversidades no Brasil, uma vez que na colonização alguns
dominaram e outros foram dominados, estabeleceu-se uma relação de
discriminação e luta no cenário brasileiro. Esta realidade deve ser muito
bem compreendida por aqueles que atuam no plano da gestão de pessoas,
devemos sair da superficialidade e explorar com maior propriedade tal
questão.
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A LUTA CONTRA ADISCRIMINAÇÃO NO
CENÁRIO BRASILEIRO
Apesar dos mais de 100 anos que nos
separam do período escravocrata brasileiro,
encontramos claras situações de preconceito e
desigualdade, deixando nítido para todos nós que mesmo
colocando um fim na escravidão, não conseguimos ainda
acabar com sua obra, como diria Caetano Veloso, parafraseandoo poeta Nabuco, é preciso acabar com a obra da escravidão, é
preciso destruir o preconceito. A gravidade e importância do tema é
grande, todos aqueles que atuam na gestão de pessoas, devem
obrigatoriamente refletir sobre tais questões e atuar de maneira
afirmativa.
Objetivos da sua aprendizagem
Que você entenda a importância das lutas contra discriminação no
cenário brasileiro e possa estabelecer relações diretas com seu ambiente
de trabalho e seu meio de maneira geral, para refletir e atuar de
maneira ética e afirmativa.
Você se lembra?
Você se lembra das intermináveis aulas de história
dos tempos de colégio, em que aprendia sobre a
escravidão, nazismo e fascismo? Tudo aquilo parecia tão distante de nós e por isso mesmo é
que elas estavam nas aulas de história, pois
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nos remetiam ao passado. Porém, com um olhar um pouco sensível e
preparado, descobriremos que, na verdade, todos aqueles momentos se
repetem e ainda fazem parte nosso presente. O racismo, a ideia de
supremacia das raças e o xenofobismo, mostram suas garras e ganhamforça em todo o mundo. Vejamos!
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3.1 A discr iminação no cenário brasileiro
É sabido que, nos últimos anos, as empresas têm procurado nutrir
as expectativas constitucionais, mantendo um quadro de administradores bastante multifacetado do ponto de vista do gênero e da etnia, o que lhes
garante a tão almejada heterogeneidade cultural. Essa prática, além de ser
benéfica e enriquecedora para a instituição em si, carrega um mérito
ainda maior, ainda mais nobre, ainda mais ético: o combate ao
preconceito e às posições discriminatórias. Comportamentos racistas,
preconceituosos, xenófobos e pré-julgamentos são muito mais comuns do
que a mídia costuma assumir. Diz-se que o Brasil, graças a seu caldo de
miscigenação, não carrega preconceito algum e que todas as variantes
culturais coabitam em plena harmonia. Essa é mais uma das inúmeras
ilusões culturais que precisam ser desmitificadas. Atitudes
discriminatórias existem, e sejam elas veladas ou manifestas precisam sercombatidas com a mesma força e intensidade com que são praticadas.
Embora muito se tenha feito no plano das políticas públicas e no
plano constitucional, atitudes absolutamente detestáveis e desumanas
acontecem nos mais variados lugares do Brasil. Um dos casos mais
pasmosos, aconteceu no dia 21 de maio de 2009, quando uma casal de
namorados foi morto por supostos neonazistas no Paraná. Segundo odelegado Miguel Stadler, as mortes estavam vinculadas a uma disputa da
liderança do movimento dos neonazistas no Brasil, que tem como
fundamento a segregação e discriminação de “raças” e comportamentos
tidos por eles como inferiores – negros, homossexuais e judeus,
sobretudo. Leiamos à reportagem:
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“Eles assassinaram premeditadamente e friamente dois jovens por
motivos incrivelmente banais. Esta não é a primeira vez que a polícia doParaná se depara com criminosos envolvidos com movimentos violentos
e discriminatórios", declarou o secretário. O economista Ricardo Barollo,
XENOFOBIA
É um comportamento associado à aversão a outras etnias e culturas.
Em outros termos, diz respeito ao medo ou ao combate declarado em
relação a grupos diferentes. As práticas xenofóbicas levam a
preconceitos etnicos, de gênero ou ligados a nacionalidade. Os mais
extremados pregam o extermínio geral dos grupos discriminados, os
menos violentos pregam o fim da imigraçao, visando a “preservar” a
cultura de seu povo. As duas posturas, todavia, são inaceitáveis. Acriação de estereótipos discriminatórios dos grupos minoritários é
alimentada pelo que chamamos de pré-julgamento. O pré- julgamento é
uma ideia, um conceito prévio e generalizante, frequentemente
pejorativo e equivocado diante daquilo ou de quem não se conhece. O
pré-julgamento advém da falta de informação ou de informaçoes
equívocas amplamente disseminadas pelo senso-comum, por exemplo,
a ideia de que o brasileiro tem um “jeitinho” malandro na resolução
dos problemas, de que a mulher brasileira é fácil objeto sexual, de que
o índio é preguiçoso, de que os asiáticos não são higiênicos,de que o
negro é mais braçal e menos intelectual. A xenofobia foi uma das bases
constitutivas do ideais políticos arianistas e nazistas.
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34 anos, e outras cinco pessoas acusadas de participar - direta e
indiretamente - do assassinato em Quatro Barras (PR), na região
metropolitana de Curitiba, foram apresentadas neste sábado, após
serem presas em uma operação policial com 40 integrantes em três
Estados. Na ação conjunta, outros 16 mandados de busca e apreensão
foram cumpridos, resultando na apreensão de material de apologia ao
nazismo. Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e Renata Waeschter
Ferreira, 21 anos, foram mortos a tiros na madrugada do dia 21 de abril,
quando teriam participado, junto com Ricardo, de uma festa emcomemoração ao 120º aniversário do líder nazista Adolf Hitler. A morte
do casal teria sido planejada pelos seis detidos. "Barollo seria a
mandante do crime, já que em 2007, Bernardo se separou do movimento
liderado por Barollo em todo o Brasil por conta de desentendimentos e
agora Barollo queria colocar um novo líder no Paraná para retomar o
controle", explicou o delegado Francisco Caricati. Redação Terra.
FONTE : HHTTP://IMAGES.GOOGLE.COM.BR / HTTP://IMAGES.GOOGLE.COM.BR
http://3.bp.blogspot.com/_FhL94TPkgcY/SyY2PXE5UwI/AAAAAAAAARk/DzrylD87vfY/s1600-h/skinheadsqa6.jpg
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Ricardo Barollo, supracitado na reportagem é um economista de 34
anos que, embora negue contundentemente, é fascinadamente motivado
pelo ideário nazista de Adolf Hitler. No grupo do Barollo, havia cerca de
50 membros, que contribuíam com uma mensalidade, além de passarem por uma difícil prova de conhecimentos gerais antes de serem
agremiados. O grupo seguia uma espécie de filosofia “socialista” e se
ajudavam entre si na mesma proporção que discriminavam os assim
chamados “não arianos”. Barollo também nutria o projeto de criar um
país nazista independente no Brasil, sem influências de homossexuais,
negros e judeus. A Neuland (nova terra em alemão) já tinha bandeira,
constituição e esboço de onde seria “instalada”.
A Internet também nos apresenta inúmeros sites de
relacionamentos nada inofensivos, o mais famoso no Brasil é o Orkut.
Grupos xenófobos, racistas, neonazistas, adoradores de Hitler não se
preocupam em esconder sua vontade de extermínio. A comunidade
chamada Extrema Direita – Ordem Nacional publicou o seguinte:
Está cansado de viver numa nação insolente? Dominada por
marginais, drogas e pedintes? Cansado de ver a parada gay, pois
isso não é um bom exemplo as futuras gerações? Cansado de
políticos corruptos que não são punidos? Você que é a favor da
pena de morte para crimes hediondos e acha medíocre essas
propostas de desarmamento (“Sou da Paz”), que apenas desarmam
pessoas de bem que ficam a mercê dos bandidos. Você que
concorda com que os presos trabalhem para pagar suas comidas e
roupas e que crianças da FEBEM entrem no exército para criar
disciplina. Você que quer ver o Brasil soberano e mesmo que para
isso seja necessário sangue e morte. Seja bem vindo! OS:
Comunistas não são e nunca serão bem vindos.
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Notamos no trecho acima um forte tom de intolerância, um
discurso recheado de incitação à violência para fins de progresso. Trata-
se de um discurso perigoso, mas que ganha ecos nas mais variadas
camadas sociais da sociedade brasileira. Não podemos nos esquecer do passado e repensar a ação de grupos, como a Ação Integralista Brasileira
(AIB), liderada por Plínio Salgado que, durante os anos de 1930,
defendia o fascismo e acabou por fomentar o golpe do Estado Novo de
Vargas, que perseguiu e torturou todos aqueles que lutavam por liberdade
de expressão e igualdade de direitos. A AIB tinha seu próprio
cumprimento, seu símbolo e uniforme, tudo inspirado no modelo nazista,
era a favor do golpe, contra a democracia e defendiam a ditadura. Essa
ideologia ganhou força nas grandes cidades do país e em especial nos
estados do Sul, onde o número de imigrantes europeus sempre foi
relevante. Ainda hoje, no entanto, esses ideais encontram-se presentes em
nossa sociedade, assustadoramente, jovens engrossam as fileiras e
comunidades destes grupos que a supremacia de uma raça e o extermínio
das demais.
Em nosso país, os neonazistas
adotam um caráter patriota,
ultranacionalista, conservador, fascista e
integralista, demonstrando cada vezmais o sentimento de preconceito e
intolerância para com nordestinos,
negros, índios, ciganos, homossexuais e
portadores de doenças físicas e mentais,
em casos especiais até prostitutas e judeus são vítimas.
http://2.bp.blogspot.com/_5PVLUs5uXe8/R-0HUTbdIDI/AAAAAAAABB8/sAaFMlnlVd4/s1600-h/racismo.jpg
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Mas o que será que leva um indivíduo a filiar-se a um movimento
tão fanático? Uma das hipóteses levantadas é o imperativo incontrolável
de realização de um sentido para vida por meio do sentimento que
pertença a uma categoria social. Esse sentimento faz com que se atribua
predicados positivos e hegemônicos aos membros desse grupo e
predicados depreciativos e negativos aos do outro grupo. A isso, Tajfel
Uma outra história americana
Derek Vinyard (Edward Norton) é um jovem que
precocemente viveu o trauma de perder seu pai, um bombeiro,
que ao tentar apagar um incêndio em um bairro negro acabou
sendo baleado. Incitado pelo seu ódio aos negros e às minorias,
Derek torna-se líder de um grupo violento neo-na zi, e
transforma-se em uma referência para os jovens brancos e
preconceituosos de seu bairro, que o idolatram e seguem o seu pensamento. As consequencias serao nefastas. Não deixe de
assitir e tirar suas conclusoes. A leitura cuidadosa desse capítulo
lhe ajudará a compreender as questões sociais e históricas que
subjazem a trama.
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(1982), nomeou favoritismo endogrupal e foi explicado pela Teoria da
Identidade Social. O favoritismo é oriundo da necessidade de
conservação de uma autoestima positiva endogrupal, construída mediante
uma imagem favorável a que se pertence (endogrupo) e umadesfavorável do outro grupo (exogrupo).
3.2 Dia Internacional contra a discr iminação
No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da
África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os
obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por
onde eles podiam circular. No bairro de Shaperville, os manifestantes se
depararam com tropas do exército.
Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a
multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou
conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a
ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o
Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
Fonte: Geledés (www.geledes.org.br).
Apenas 21 países, dos 192 que compõem a ONU, não ratificaram a
Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas deDiscriminação Racial. A Convenção lembra que todas as teorias de
superioridade, baseadas em diferenças raciais, são consideradas
"cientificamente falsas, moralmente condenáveis, socialmente injustas e
perigosas, e que não existe justificativa, onde quer que seja, para a
discriminação racial, nem na teoria e tampouco na prática".
Os países que assinaram a Convenção têm o compromisso de lutar
contundentemente contra todo e qualquer ato discriminatório, inclusive,
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implementando políticas especiais e concretas "para assegurar o
desenvolvimento e a proteção de certos grupos raciais ou de igualdade de
condições”.
Abaixo, um dos maiores líderes da luta contra discriminação, oamericano Martin Luther King Jr, o mais jovem ganhador do prêmio
Nobel da paz, que morreu assassinado em 1968, por grupos de extrema
direita.
3.3 Reflexão
FONTE: HTTP://IMAGES.GOOGLE.COM.BR
Diante de tantas ações preconceituosas e racistas, tanta
desigualdade e miséria, nos sentimos muitas vezes impotentes e
preferimos não pensar sobre tais questões, achamos que isso não faz
parte de nosso papel na sociedade e continuamos na rotina do dia, do
trabalho, fechando os olhos para as lutas e necessidades da sociedade. No
entanto, todos nós somos responsáveis por estas lutas e fechar os olhos é
dar espaço para ignorância e intolerância. A responsabilidade aumenta
ainda mais quando se trata de indivíduos que atuam nas pequenas,
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médias e grandes corporações, pois essas reproduzem e são responsáveis
pela conservação de boa parte das ideologias fascistas e discriminatórias.
Refletir sobre a sua atuação e sua relação com a diversidade dentro do
mercado de trabalho é um grande passo para a luta contra adiscriminação e o preconceito. Os gestores de RH, em última instância,
são formadores de opinião e sua postura afirmativa diante das minorias
pode trazer grandes avanços nesta luta.
3.4 Leitura recomendada
Livro: Psicologia De Massas Do Fascismo. Autor: Wilhelm Reich.
Martins Editora, 2001.
Nessa obra, Reich aponta os perigos do fascismo. Como este se
encontra presente nas massas, em nossas mentes e como o reproduzimos
de maneira velada. Este estudo clássico é uma contribuição única à
compreensão de um dos fenômenos cruciais do nosso tempo. Para Reich,
o fascismo é a expressão da estrutura irracional do caráter do homem
médio, cujas necessidades biológicas e primárias e cujos impulsos são
reprimidos há milênios.
3.5 Referências
TAJFEL, Henri. Grupos Humanos e Categorias Sociais – Estudos
em Psicologia Social – Vol. I. Lisboa: Livros Horizonte, 1982.
TAJFEL, Henri. Grupos Humanos e Categorias Sociais – Estudos
em Psicologia Social – Vol. II. Lisboa: Livros Horizonte, 1982.
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LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro:
Zahar, 2003.
3.6 Na próxima unidade
Na próxima unidade discutiremos mais sobre a diversidade. Apesar
de utilizarmos muito esta palavra, não imaginamos o que ela carrega
enquanto um conceito antropológico e histórico. Trata-se de um termo
um tanto quanto recente na história da sociedade para designar a luta das
diferentes culturas que, estão hoje num mundo globalizado, convivendo,
ora harmoniosamente, ora turbulentamente. O conceito de diversidade
nos remete a um passado de ações afirmativas que nascem nos países
desenvolvidos, após muitos enfrentamentos urbanos e também políticos e
hoje ganham o mundo, inclusive o mundo corporativo que se atenta cada
vez mais para tal questão.
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DIVERSIDADE:CONCEITO E HISTÓRIA.
As empresas brasileiras atuam num
contexto cultural bastante diversificado, no
entanto, a preocupação com tema diversidade é
recente. Iremos nesta unidade conceituar a diversidade
cultural, o porquê de sua importância, a origem de seus
debates e seus avanços no Brasil.
Objetivos de sua aprendizagem
Que você entenda o conceito de diversidade cultural e possa
estabelecer relações com seu ambiente de trabalho na tentativa de
transformar a dinâmica organizacional contemporânea.
Você se lembra?
Você se lembra de quantas vezes ouviu dizer com orgulho que
vive num país miscigenado? Desde pequenos aprendemos na escola que
vivemos num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza,
como disse Jorge Ben. Porém, quando analisamos a sociedade demaneira estratificada, percebemos que existem grandes obstáculos a
serem transpassados, um caminho dos caminhos com certeza é o
bom gerenciamento das diversidades.
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A autora Darcy Hanashiro(2008) define di versidade
como grupos de pessoas quese distinguem de outras, poralgum fator, mais visível ou
menos visível.
4.1 Sobre a diversidade. O que é isso?
É sempre bom retomar alguns pontos antes
avançarmos em outros. Falamos muito dediversidade, vale ressaltar mais uma vez a
definição deste conceito, pois toda a discussão
seguinte baseia-se nesse conceito. Para Maria
Tereza Fleury (2000), a diversidade é “como um mix
de pessoas com identidades diferentes interagindo no mesmo
sistema social. Nesses sistemas, coexistem grupos de maioria e minoria”.
Podemos encontrar muitas definições sobre o termo diversidade,
esta, se diferencia em alguns aspectos, mas estarão sempre
trazendo a ideia de culturas distintas convivendo num mesmo
universo.
Nós brasileiros nos orgulhamos de nossa origem diversificada, noentanto, quando analisamos a relação entre os dados materiais,
econômicos e a origem racial, notamos que, na verdade, temos grandes
discrepâncias culturais, no que diz respeito ao acesso aos níveis mais
elevados de estudo e posição de destaque no mercado de trabalho. No
Brasil o tema da diversidade cultural é recente nas agendas de discussão,
basicamente, trata-se de uma temática trazida e encorajada por empresasinternacional que aqui se instalaram e do avanço das lutas de grupos
minoritários no Brasil.
No vocabulário da área de recursos humanos, o termo diversidade
ainda não adquiriu um significado conceitual consistente (HANASHIRO,
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Para facilitar nosso entendimento, podemos pensar a diversidade
como oposto de homogeneidade. Dentro das organizações, a diversidade
é tipicamente vista como um composto de variações em gênero, etnia,
nacionalidade, orientação sexual, habilidades físicas, classe social, idadee outras categorizações socialmente significativas (HANASHIRO, 2008).
Existem, ainda, outras formas de pensar a diversidade, por
exemplo, agrupando-a em três categorias sugeridas, segundo Hanashiro
(2008), por Jackson e Ruderman (1999).
– Diversidade Demográfica: baseada em gênero, etnia, idade;
– Diversidade psicológica: com base em valores, crenças e
conhecimento;
– Diversidade organizacional: fundamentada em tempo de casa,
ocupação, nível hierárquico.
Portanto, quando observamos uma organização, devemos entender
os diferentes estratos que compõem o ambiente, são muitas as variáveis
possíveis de diversidade, um grande quebra-cabeça que necessita ser
entendido e relevado, cada peça tem sua particularidade, suaindividualidade, porém, pode perfeitamente encaixar-se com outras
também diferentes, formando então, um quadro harmonioso.
Devemos compreender que, algumas dessas características acima
citadas da diversidade, são facilmente reconhecidas dentro de um grupo,
por exemplo, idade, gênero, etnia e orientação sexual, porém, o gestor
deve ter a sensibilidade de entender que existem outros fatores
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escondidos, mais discretos, que contribuem para lapidação de um grupo e
sua diversidade particular.
Mas, quais são os atributos escondidos que fomentam a
diversidade cultural e muitas vezes não enxergamos?Crença, personalidade, valores e habilidades, são partes desses
detalhes, também fazem a diferença entre os indivíduos, mas nem sempre
notamos. Por vezes, acreditamos estar num ambiente homogêneo e na
verdade, estamos no meio de uma grande diversidade de habilidades ou
crenças, que apesar de discretos irão influenciar os processos e execução
de tarefas dentro de uma organização e que por isso, precisamos entender
e administrar de maneira adequada.
Dentro do grupo de trabalho, podemos identificar estes fatores da
diversidade a partir de outras categorias, como diversidade
informacional, diversidade relativa à categoria social e diversidade de
valor:
A diversidade informacional corresponde às diferenças em bases
de conhecimento e perspectivas que os membros trazem para o
grupo. A diversidade de categoria social refere-se às diferenças
explicitas entre os membros de grupos em filiação de categoria
social como gênero e etnia. A diversidade de valor ocorre quando
os membros de um grupo diferem em termos do que eles pensam
sobre a verdade tarefa, meta ou missão do grupo.(HANASHIRO,
2008, p. 61).
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4.2 Historic izando a diversidade cultural
É muito claro para todos nós que desde a existência do homem,
existe a diversidade cultural. Contudo, esse tema só passou a ser levado a partir da década de 1960, primeiramente em países como Canadá em
Estados Unidos.
As lutas políticas de grupos sociais por integração racial levaram à
promulgação de leis visando à igualdade de oportunidades de educação e
ao emprego para todos. Como diz Fleury (2000, p.19).
O Affirmative Action foi promulgado no final da década de 60,
como resposta à discriminação racial observada nas empresas e
instituições de ensino. Por regulamentação federal, as empresas que
tinham contratos com o governo ou que dele recebiam recursos e
benefícios deviam avaliar a diversidade existente em seu corpo de
funcionários e procurar balancear sua composição, em face dadiversidade existente no mercado de trabalho.
Na prática, o Affirmative Action tratava de obrigar as empresas a
inserirem no seu quadro de funcionários os índios, hispânicos, mulheres,
deficientes físicos e asiáticos. O Canadá seguindo os moldes
estadunidenses, também criou medidas que visavam ampliar o espaço dasminorias no mercado trabalho, o Employment Equity Act e o Federal
Contractors Program foram assinados em 1986 (FLEURY, 2000).
As mudanças que vêm ocorrendo na força de trabalho nos países no
norte explicam a razão da preocupação com a questão da diversidade
nestes países. É notável o aumento da diversidade dentro das populações
de muitos países, ou seja, a população está mais heterogênea, logo omercado também o será, em atributos como idade, gênero, etnia e local
de origem (HANASHIRO, 2008).
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Acima, podemos observar um quadro da participação étnica dentro
do setor público americano, dentro do setor privado, o crescimento na
participação das minorias entre os anos 1988 e 2008 é ainda maior,
chegando a 8%. A gestão da diversidade cultural foi uma resposta
empresarial à diversificação crescente da força de trabalho e às
necessidades de competitividade.
Esta diversidade da força de trabalho é um fenômeno internacional,
presente nos países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Alguns
dados evidenciam que nos EUA, a participação da população de homens
brancos na economia diminuiu, enquanto a de mulheres brancas ehomens e mulheres negros aumentaram.
4.3 Reflexão
Por que promover a diversidade cultural na força de trabalho?
Vimos que as ações voltadas para a diversidade são amparadas emquestões legais, trata-se de uma tentativa dos Estados de reduzir as
diferenças. No entanto, será que podemos acabar com a discriminação a
Evolução Percentual da Participação de Minorias Étnicas na
Força de Trabalho do Setor Público, Estados Unidos, 1993-2003.
1993 1995 1997 1999 2001 2003
Total de
Minorias 28.2 28.9 29.4 30.0 30.6 31.1
Negros 16.7 16.8 16.7 17.0 17.1 17.0
Hispânicos 5.6 5.9 6.2 6.5 6.7 7.1
Asiáticos 3.9 4.2 4.4 4.4 4.6 4.8
Indígenas 2.0 2.0 2.1 2.1 2.2 2.1FONTE: FEDERAL CIVILIAN, WORKFORCE STATISTICS, THE FACT BOOK, 2004 EDITION
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partir destas ações? Contratar um negro, uma mulher ou um latino por
obrigação, ajuda de fato contornar o problema do racismo e preconceito?
4.4 Leitura recomendada
Livro: Igualdade e Diversidade: o sujeito democrático. Autor:
Alain Tourraine. Editora Edusc, 1998.
A ideia de sujeito pessoal e, mais ainda, a de sujeito democrático,
que é seu complemento necessário, conduz ao que se pode chamar de fim
do ser social, da definição do ser humano como ser social. A sociologia
pode ser redefinida, deixando de ser o estudo do funcionamento e da
mudança dos sistemas sociais e tornando-se análise das condições de
existência e de iniciativa de cada fator social, pessoal ou coletivo, que é
ao mesmo tempo diferente de todos os outros e, como sujeito, igual a
todos.
4.5 Referências
FLEURY, M. T. Gerenciando a diversidade cultural: experiências
de empresas brasileiras. Revista de Administração de Empresas. SãoPaulo, v.40, n. 3, 2000, p. 18-25.
HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACCARELLI (org.) Gestão do fator
humano. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
MYERS, A. O valor da Diversidade Racial nas Empresas. Estudos
Afro-Asiáticos, ano 25, n.3, 2003, p. 483-515.
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4.6 Na próxima unidade
Na próxima unidade trabalharemos um pouco mais sobre a
diversidade cultural no Brasil. Como já vimos anteriormente, por conta àmiscigenação brasileira, fruto de nossa história de colonização e
processos de imigração, a diversidade merece um olhar especial.
Vejamos!
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A DIVERSIDADECULTURAL NO BRASIL
Nesta unidade veremos um poucosobre a diversidade cultural e o mercado de
trabalho brasileiro. Nossa história de misturas
culturais ao longo dos últimos 500 anos gerou um país
rico em variantes culturais, no entanto, quando analisamos
mais profundamente a situação de cada grupo sociocultural no
mercado, veremos que este reproduz as históricas desigualdades
sociais deste país.
Objetivos de sua aprendizagem
Que você entenda a importância de pensar na diversidade cultural
brasileira e suas reproduções dentro do mercado de trabalho. Que você possa refletir sobre a necessidade de busca de ações mais adequadas à
solução desse problema que é a discriminação.
Você se lembra?
Você se lembra de quantos professores negros teve na escola?Quantos negros executivos atuantes em grandes organizações
conheceu? Talvez nenhum. Estes são indícios de que devemos
nos debruçar com maior atenção sobre as questões da
diversidade cultural.
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5.1 Brasil e a diversidade cultural
O Brasil apresenta motivos relevantes para preocupar-se com a
questão da diversidade étnica. Nosso mosaico étnico caracteriza umarealidade muito diferente da norte americana (HANASHIRO, 2008), os
dados demográficos levantados sistematicamente pelo IBGE revelam
uma necessidade das empresas darem atenção às características da força
de trabalho, pois estas constituem em um espelho de nossa sociedade.
Vamos refletir?
– Você se lembra de quantos professores negros teve na faculdade?
– Quantas vezes num banco você foi atendido por um gerente negro?
Perguntas simples como estas revelam a seriedade do tema que
estamos tratando. Provavelmente, você não tenha se lembrado de
professores e gerentes, pois de fato, é raro encontrarmos negros em
cargos de destaque, não só negros, mas também índios, mulheres e até
asiáticos.
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A tabela acima foi retirada de uma importante pesquisa realizada
pelo Instituto Ethos, que procurou levantar o perfil das 500 maiores
empresas que operam no território brasileiro, verificando questões
sociais, étnicas e de gênero. Esta pesquisa apresenta uma realidade de
grande discrepância, sabemos que nosso país apresenta de fato um
enorme problema social, daí surgem parte das ações afirmativas no
Brasil.Vejamos outras tabelas também da pesquisa realizada pelo Instituto
Ethos:
FONTE: PERFIL SOCIAL, RACIAL E DE GÊNERO DAS 500 MAIORES EMPRESAS DO BRASIL, INTITUTO ETHOS, 2003.
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FONTE: PERFIL SOCIAL, RACIAL E DE GÊNERO DAS 500 MAIORES EMPRESAS DO BRASIL, INTITUTO ETHOS, 2003.
FONTE: PERFIL SOCIAL, RACIAL E DE GÊNERO DAS 500 MAIORES EMPRESAS DO BRASIL, INTITUTO ETHOS, 2003.
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