Gestao florestal rural maio 04

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  • 1. GESTO FLORESTAL RURALEng. Agro.Ms. Cleide de Oliveira Maio/2004

2. 2ndiceBenefcios da floresta ..................................................................................................03 Gesto florestal sustentvel .........................................................................................05 Legislao.....................................................................................................................09 Unidade de Gesto....................................................................................................... 15 Aspectos relevantes do diagnstico florestal ..............................................................16 Definio de objetivos e metas ...................................................................................23 Manejo florestal.................................................................................................23 Restaurao Florestal.........................................................................................24 Planejamento da restaurao............................................................32 Mtodos de restaurao florestal ................................................... 35 Operaes de implantao ..............................................................40 Indicadores de avaliao de Projetos de Restaurao Florestal......42 Glossrio.......................................................................................................................43 Bibliografia...................................................................................................................44Cleide de Oliveira Eng. Agrnomo especialista em Desenvolvimento Sustentvel eGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 3. 3Recuperao de reas degradadasBenefcios da floresta As florestas tropicais e subtropicais por sua alta biodiversidade constituem um precioso banco gentico, com muitas espcies endmicas. Propiciam local de abrigo e alimentao da fauna. Alguns animais se alimentam de uma s espcie florestal, sendo que 95% dapolinizao (transferncia de plen de uma flor para outra) e da disperso(transporte e distribuio) de sementes feita pelos animais. Devido a esta complexidade de interaes entre plantas e animais qualquer interveno sem o conhecimento prvio de sua dinmica pode destruir o ambiente levando extino de espcies vegetais e animais. A floresta amortece o impacto das gotas de chuva, propicia a infiltrao mais lenta da gua no solo o que reduz o escorrimento superficial e os processos erosivos. Favorece tambm a infiltrao da gua no solo e a recarga do lenol subterrneo, garante a vazo das nascentes e dos mananciais de abastecimento pblico. Quando situada nas margens de cursos d'gua, a mata funciona como uma barreira que evita o carreamento de sedimentos que poderiam alterar as condies ambientais aquticas com aumento da turbidez e reduo da fauna pisccola, alm do carreamento de agroqumicos. O efeito estufa, responsvel pelo aquecimento global, causado pelo aumento da concentrao de gs CO2 na atmosfera associado destruio da camada de oznio, a qual protege a Terra dos raios solares. A atmosfera da Terra constituda de gases que permitem a passagem da radiao solar, e absorvem grande parte do calor, emitida pela superfcie aquecida da Terra. Desta forma, a temperatura mdia da superfcie do planeta mantm-se em cerca de 15C. Sem o efeito estufa, a temperatura mdia da Terra seria de 18C abaixo de zero, ou seja, ele responsvel por um aumento de 33C.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 4. 4Para crescer as rvores intensificam o processo da fotossntese, retirando CO2 da atmosfera e fixando o carbono na matria orgnica. Com o reflorestamento h reduo da concentrao do gs carbnico na atmosfera e consequentemente do aquecimento global. As matas tambm interferem no microclima e no clima de uma regio, dependendo de sua extenso. Funcionam como reguladoras climticas, minimizando os extremos de temperaturas. Contribuem para a formao de nuvens por meio do processo da evapotranspirao aumentando a umidade relativa do ar. Com relaes s suas funes sociais as reas florestais apresentam grande potencial para o desenvolvimento de atividades educativas e recreativas, bem como para o turismo ecolgico. A integridade florestal tambm essencial para a sobrevivncia de populaes tradicionais e de comunidades rurais que se proponham a uma relao harmoniosa com as florestas atravs do rendimento sustentvel, no qual so adotados mecanismos que garantam um fluxo ininterrupto de bens e energia. Como instrumento mundial, o Protocolo de Quioto disseminou a idia do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e das CERs (Redues Certificadas de Emisses, traduo da sigla em ingls). O objetivo do MDL a busca de alternativas de tecnologias limpas (no - poluidoras) para, por exemplo, a gerao de energia, reduzindo as emisses de CO2 na atmosfera. H tambm os projetos voltados para a rea florestal, que devem ajudar a diminuir o CO2 presente na atmosfera pela absoro feita pela vegetao atravs da fotossntese. o que se chama de "seqestro do carbono".Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 5. 5Gesto florestal sustentvel A relativa complexidade das intervenes florestais quer ao nvel mais geral do ordenamento do uso do solo, quer ao nvel mais concreto do planejamento das intervenes culturais a efetuar, torna necessria a existncia de um plano de gesto. A elaborao deste plano orienta as escolhas do gestor florestal, pois obriga-o" a considerar uma srie de facetas distintas do problema, e a procurar os necessrios consensos entre os objetivos de gesto eventualmente conflituosos. De forma geral, o plano de gesto deve: incidir sobre uma unidade de gesto; detalhar a descrio da unidade de gesto na data da elaborao do plano; definir objetivos de gesto para a totalidade da unidade de gesto; apresentar uma seqncia de intervenes para cada setor da unidade; explicitar os mecanismos de registro das aes; monitoramento do cumprimento do plano; explicitar os mecanismos e periodicidade de avaliao e atualizao do diagnstico de situao e de reviso das aes a desenvolver. Importncia da conservao Em se tratando da gesto de florestas nacionais de fundamental importncia o conhecimento sobre os ecossistemas brasileiros. O Brasil o pas de maior biodiversidade do Planeta. Foi o primeiro signatrio da Conveno sobre a Diversidade Biolgica e considerado megadiverso, rene ao menos 70% das espcies vegetais do Planeta. Abriga 7 biomas (Cerrado; Pantanal; Floresta Atlntica; Campos Sulinos; Amaznia; Zona Costeira e Marinha;Caatinga ), 49 ecorregies, e inmeros ecossistemas. Possui a flora mais rica do mundo com 56.000 espcies de plantas superiores, acima de 3000 espcies de peixes de gua doce, 517 espcies de anfbios, 1677 espcies de aves, 518 espcies de mamferos e pode ter at 10 milhes de espcies de insetos. Detm 10% de toda a biodiversidade mundial em flora e fauna.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 6. 6Os estudos de representatividade ecolgica das espcies consideram diversos elementos tais como riqueza biolgica, vegetao, biogeografia, distribuio de reas protegidas e antropismo. Estes estudos tm por objetivo verificar como os diversos ecossistemas esto sendo representados por meio de aes de proteo, preservao de espcies, corredores, identificando as prioridades de conservao. O Brasil est em sexto lugar em nmeros absolutos entre os pases que possuem espcies ameaadas: 1.358 espcies. O primeiro lugar do ranking ocupado pelos Estados Unidos, seguidos de Austrlia, frica do Sul, Turquia e Mxico. O mundo j perdeu metade de sua cobertura florestal original, 10% apenas nos ltimos 26 anos. Anualmente se desmata no mundo uma rea do tamanho do Estado do Acre. O Brasil o segundo pas mais desmatado, logo atrs da China. Atualmente o Brasil ocupa o terceiro lugar entre os pases com maior cobertura florestal em Km 2 (3 milhes de Km2), em segundo o Canad e em primeiro a Federao Russa. Na Amaznia, somente nos ltimos quatro anos foram desmatados 77 mil Km2. O fato de o Brasil ter a maior floresta tropical do mundo, no implicou na adeso a projetos de desenvolvimento do setor rural baseada nesta diversidade. A sua adeso foi quase que totalmente industrializao do setor florestal, utilizando espcies exticas flora nacional. Com 6,4 milhes de hectares implantados no Brasil com estas espcies, h ainda um dficit do setor que exige o plantio anual de 500mil hectares /ano para que no falte carvo e madeira para a fabricao de mveis. Devido ao rpido crescimento destas espcies, para o eucalipto so 15 a 20 anos e para pinus so 20 a 30 anos com a produo de aproximadamente 40m3 /ha /ano, o que se sugere o seu uso concomitantemente ao uso das espcies nativas seja para fins preservacionistas ou conservacionistas. A Conveno sobre Diversidade Ecolgica reconhece que a biodiversidade possui valores econmicos, sociais e ambientais, e destaca a necessidade de utilizar instrumentos econmicos na gesto da conservao da biodiversidade que sirvam de incentivo conservao e utilizao sustentveis de componentes da diversidade biolgica. Como instrumento nacional o Plano Nacional de Florestas (PNF) do Ministrio do Meio Ambiente, apoia a gesto florestal descentralizada e a mobilizao da sociedade municipal na busca de solues para seus prprios problemas florestais, enfatiza a produo de madeira para energia; os estudos e aplicao de novos produtos florestais; aGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 7. 7reverso do processo de converso de reas florestais no Brasil; a contribuio scioeconmicas do setor de Base Florestal e o manejo florestal sustentvel. No Estado de So Paulo, localizado no Domnio da Mata Atlntica, a escala do desmatamentoesuasconseqnciasscio-econmicasevidenciam-sepeloempobrecimento rpido dos solos expulsando o homem do campo, agravando cada vez mais as precrias condies de vida da populao urbana. A cobertura florestal nativa corresponde a 13,7% da superfcie do territrio paulista sendo: 6,11% matas; 5,43% capoeiras, 0,54% cerrado; 0,28% cerrado; 0,004% campo cerrado; 0,008% campo; 0,61% vegetao de vrzea; 0,08 mangue e 0,62 restinga. A rea do Distrito Federal, rea nuclear da Reserva da Biosfera do Cerrado, em 44 anos (at 1998) perdeu 57,65% da sua cobertura original. A maior perda ocorreu em ambiente de cerrado (73,80%), sendo que 45% da rea de Domnio do Cerrado j foram convertidos em pastagens. O Distrito Federal tem 100% do seu territrio na rea nuclear da regio dos cerrados, o segundo maior Bioma em biodiversidade da Amrica do Sul, com 40% de seu territrio englobado pela Reserva da Biosfera do Cerrado. Com relevo plano ou suavemente ondulado, o Bioma do Cerrado no ultrapassa, em geral, os 1100m de altitude, sendo que 50% de sua rea ficam em altitudes entre 300 e 600m acima do nvel do mar. Neste ponto, vale destacar algumas especificidades do Domnio do Cerrado, entendido como grande rea geogrfica que ocupa aproximadamente 2,0milho de Km2, 22% do territrio nacional, onde predominam caractersticas morfoclimticas e fitogeogrficas que possibilitam o desenvolvimento de uma grande variedade de fisionomias alm do Bioma do Cerrado (que compreende desde campo limpo at cerrado). Forma uma paisagem vegetal mundialmente conhecida como savana. Neste complexo vegetacional ocorrem outros Biomas denominadas Matas de interflvio, Matas de galeria, Veredas e Matas Ciliares. A formao dos cerrados decorrente de fatores climticos, com estaes secas e chuvosas bem definidas; fatores edficos, devido a solos geralmente profundos, porosos, com baixo teor de matria orgnica e alto teor de Ferro e Alumnio o que lhe confere alta acidez e de fatores antrpicos, como as queimadas no controladas e irregulares.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 8. 8A sua biodiversidade pode ser comparada a da Amaznia. Estima-se que a flora do Bioma do Cerrado constituda por 3000 espcies (1000 do estrato arbreo-arbustivo e 2000 do estrato herbceo). Muitas destas espcies so vicariantes, isto , ocorrem em mais de uma fitofisionomia como, por exemplo, o angico, a copaba, o ip entre outros. So reconhecidos dois estratos na vegetao dos Cerrados: o estrato lenhoso, constitudo por rvores e arbustos e o estrato herbceo, formado por ervas e sub-arbustos. As espcies do estrato lenhoso possuem razes pivotantes que podem chegar a 20m de profundidade, na poca da seca o solo seca apenas em sua parte superficial, razo pela qual as partes areas das herbceas secam e morrem, embora a parte subterrnea permanea viva e passvel de rebrota. As rvores e arbustos trocam a folhagem senescente durante o inverno, esta troca no ocorre com todas as espcies ao mesmo tempo razo pela qual o Cerrado se comporta como uma vegetao semi-caduciflia. A radiao solar bastante intensa. Outubro costuma ser mais quente do que janeiro ou dezembro devido falta de nebulosidade aps a estao seca. Em agostosetembro a radiao solar tambm intensa, no entanto, devido s queimadas e produo de uma nvoa seca, esta intensidade reduzida. A umidade relativa do ar baixa, variando entre 25% no inverno e 65% no vero, sendo setembro o ms mais seco. A precipitao anual mdia de 1500 mm, com veranicos na estao chuvosa. A temperatura mdia apresenta pouca variao durante o ano, com mdia anual de 21 a 27 C.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 9. 9Legislao Um dos principais instrumentos de gesto a legislao ambiental, especificamente a florestal, pois as leis so parte integrante de um sistema poltico maior, debatidas e estruturadas pela sociedade civil, que os legisladores as transformam em instrumentos direcionadores das aes tcnicas e prticas do cotidiano. Neste texto sero tratadas as principais leis incidentes sobre as Unidades de Conservao (UC) e aquela aplicvel restaurao de florestas consideradas de Preservao Permanente (APP) e Reserva Legal (RL). Lei n. 9.985/00 - institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (UC) As UC so reas legalmente institudas com o objetivo de conservao da natureza, ou seja, a manuteno dos processos ecolgicos, a preservao da diversidade gentica e a utilizao sustentvel das espcies e ecossistemas. So reas criadas pelo poder pblico e devem ter um Plano de Manejo, aqui entendido como o documento tcnico que estabelece o zoneamento da UC e as normas que definem o uso da rea e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantao das estruturas fsicas necessrias gesto da unidade. As UC se dividem em duas categorias de acordo com a sua finalidade: 1. Unidades de Proteo Integral 2. Unidades de Uso SustentvelGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 10. 10UC Estao EcolgicaUnidades de Proteo Integral Objetivo Domnio e caractersticas Preservao da natureza e pesquisa cientficaDomnio pblico, proibida a visitao pblica, permite alteraes para restaurao. Permite coleta para estudosReserva BiolgicaPreservao integral da biota e demais atributos naturaisDomnio pblico, proibida a visitao pblica, permite alteraes apenas para restaurao.Parque NacionalPreservao de ecossistemas deDomnio pblico, permiterelevncia ecolgica e beleza cnicarecreao e turismo ecolgico.Preservao de stios naturaisPode ser de domnio particular.raros, singulares ou de belezaMonumento Naturalpesquisas, a visitao pblica,Compatibilizar o uso do solo.cnica. Refgio de Vida SilvestreProteo de locais quePode ser aberta visitao Pode ser de domnio particular.possibilitam a existncia ouCompatibilizar o uso do solo.reproduo da flora e faunaPode ser aberta visitao e pesquisa.UC rea de Proteo AmbientalGesto Florestal RuralUnidades de Uso Sustentvel Objetivo Domnio e caractersticas Proteger a diversidadeEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraTerraspblicaseprivadasMaio/2004 11. 11biolgica e disciplinar a ocupao para assegurar a sustentabilidadeextensas. Estabelece normas e restriesdeusodosolo.Conselho gestor local.rea de Relevante InteresseManter os ecossistemasTerraspblicaseprivadasEcolgiconaturais de importnciapequenas. Estabelece normas eregional ou local e regular o uso Uso mltiplo sustentvel eDomnio pblico. Podem residirpesquisa para exploraoFloresta Nacionalrestries de uso do solo.moradoressustentvelanteriores.permitida visitao. Conselho consultivo local.Reserva ExtrativistaDestinada ao extrativismo eDomnioagricultura de subsistnciapblico,concedido.comusoConselhodeliberativo.Avisitaoepesquisa pblica so permitidas Reserva da faunarea natural com populaesDomnio pblico. A visitao eanimais nativas destinadas aopesquisa pblica so permitidas.estudo do manejo econmicoProibida a caa.Reserva de Desenvolvimentorea natural com populaesDomnio pblico. H populaesSustentveltradicionais baseadas em sistemasresidentes no local. Conselhosustentveis. Preserva e asseguradeliberativo.Avisitaoeas condies naturais para apesquisa pblica so permitidas.conservao das tcnicas deZoas de proteo diferenciadas.manejo sustentveis Reserva Particular do PatrimnioConservar a diversidadeNaturalbiolgicaDomnio privado gravada com perpetuidade. visitaoPesquisapblicae(tursticarecreativa e educacional).No Brasil as UC com maior representatividade so os Parques Nacionais, Reservas Biolgicas, Estaes Ecolgicas e reas de Proteo Ambiental As UC que so de domnio pblico, caso englobem propriedades privadas, estas sero desapropriadas para fins de implantao da unidade. Alm disso as propriedades queGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 12. 12estejam no entorno da UC e sejam indivisas tem, legalmente, o mesmo tratamento que a UC. Leis aplicveis restaurao de florestas consideradas de Preservao Permanente ( APP) e Reserva Legal (RL). reas de Preservao Permanente - APP A explorao das propriedades agrcolas historicamente foi incentivada pelos organismos governamentais em busca de maior desenvolvimento econmico. No entanto muitas vezes a atividade produtiva causou danos ambientais sem que o fato fosse imediatamente percebido, constituindo-se em um "passivo ambiental" que na atualidade precisa ser corrigido. A Lei Federal n. 4771/65 - Cdigo Florestal em seu artigo 2 estabelece as APPrea de Preservao Permanente, com a finalidade de proteger as florestas (naturais ou plantadas) existentes n territrio nacional, protegendo os solos dos processos erosivos e as guas dos rios, lagos e lagoas contra o assoreamento com sedimentos resultantes da eroso. As APP constituem as faixas de terra localizadas ao longo de rios, ao redor de nascentes e reservatrios onde no so permitidas atividades que impeam a regenerao ou o desenvolvimento da vegetao florestal ciliar.Situao Rios com at 10 m de largura Rios de 10 a 50 m de largura Rios de 50 a 200 m de largura Rios de 200a 600 m de largura Rios com mais de 600m de larguraGesto Florestal RuralLargura da faixa 30m em cada margem 50m em cada margem 100m em cada margem 200m em cada margem 500m em cada margemEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 13. 13Lagos ou reservatrios em zona urbana Lagos ou reservatrios em zona rural com menos de 20 ha Lagos ou reservatrios em zona rural a partir de 20 ha Represas hidreltricas Nascentes30m ao redor do espelho d'gua 50m ao redor do espelho d'gua 100m ao redor do espelho d'gua 100m ao redor do espelho d'gua Raio de 50 mAlm destas, so tambm consideradas APP, as florestas e demais formas de vegetao situadas em: topos de morros, morrotes e serras; encostas com declividade superior a 45; restingas para fixao de dunas; altitude superior a 1800 m; nas bordas de tabuleiros e chapadas em faixas superiores a 100 m em projeo horizontal. A Lei Federal n. 9.605/98 transforma em crime diversos delitos praticados contra a flora inclusive a supresso da APP. Independente de ao administrativa, como multa, o causador do dano responder tambm por processo judicial junto ao Ministrio Pblico, onde aps acordos assinar um TAC - Termo de Ajustamento de Conduta para a recuperao do dano causado. No Estado de So Paulo, a Lei n. 9.989/98 que dispe sobre a recomposio da cobertura vegetal do estado, obriga os proprietrios a recompor as reas desprovidas de vegetao e localizadas nas reas de Preservao Permanente, especifica um prazo mximo de cinco anos para a execuo de projeto avaliado e aprovado por rgo competente. Define penalidades: multa de 100 a 1000 vezes a UFESP, o dobro em reincidncia, com perda ou suspenso de linhas de financiamento. No Distrito Federal, a Lei n. 3.031/02 que institui a poltica florestal do Distrito obriga os proprietrios a recompor as reas desprovidas de vegetao e localizadas nas reas de Preservao Permanente, o prazo dever ser estabelecido pela Secretaria de Recursos Hdricos e Meio Ambiente de acordo com projeto avaliado e aprovado A resoluo SMA 47/2003 do Estado de So Paulo permite o cultivo agroflorestal por dois anos para fins de restaurao da APP ciliar. Apesar da legislao ambiental brasileira ser extremamente conservacionista, h que se rever as faixas indicadas como APP com parmetros no apenas baseados na largura dos corpos d'gua, um critrio um tanto obsoleto, visto no haver relao cientfica entre a largura do manancial e o tamanho da APP. Reserva LegalGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 14. 14O Cdigo Florestal dispe em seu artigo 16 sobre a Reserva Legal (RL), entendida como o mnimo de 20% do total da rea da propriedade escriturada, excetuada a APP, a ser reservada como floresta de utilizao limitada, isto no pode ser submetida a corte raso mas mediante a aprovao de um Plano de Manejo Florestal Sustentvel.. A RL deve ser averbada em cartrio de registro de imveis para fins de fixao perptua desta finalidade da rea. Para o clculo da RL em propriedades com at 30 ha a lei admite considerar os plantios j estabelecidos com espcies exticas, cultivadas em sistema intercalar com espcies nativas. O art. 44 do Cdigo Florestal determina a recomposio da RL com as seguintes alternativas, isoladas ou conjuntamente: Plantio a cada trs anos de no mnimo 1/10 da rea da RL Conduo da regenerao natural, depois de comprovada a sua viabilidade. No Distrito Federal, a Lei n. 3.031/02 que institui a poltica florestal do Distrito em seu art. 49 parg. 3 indica os critrios para a localizao da Reserva Legal. Assegura, parg. 6, a RL em reas de posse atravs de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).Unidade de Gesto A conservao florestal deve ser objeto de gesto ambiental de tal forma que todo o ambiente seja considerado. Assim, a tomada de deciso do gestor deve estar embasada no apenas em aspectos tcnicos de recuperao ou manuteno de reas florestadas, mas em uma abordagem mais abrangente com o planejamento de aes parciais integradas conservao dos recursos naturais. Assim que a macrounidade de gesto deve ser a bacia hidrogrfica a partir de aes localizadas nas microbacias com suas caractersticas especficas quanto ao tipo e usoGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 15. 15do solo; diversidade de espcies; parmetros florestais como a estratificao; deteriorao ambiental/florestal; mapa de zoneamento florestal alm da populao residente entre outros. A bacia hidrogrfica um sistema geomorfolgico aberto, que recebe energia atravs de agentes climticos e perde atravs do deflvio. A bacia mesmo quando no perturbada por aes antrpicas encontra-se em equilbrio dinmico, de tal forma que qualquer modificao tender a ser compensada com alguma mudana que restaure o equilbrio dinmico. Entende-se por microbacia uma rea geogrfica delimitada por divisores de gua (espiges), drenada por um rio ou crrego, para onde escoa a gua da chuva. A rea da microbacia que contribui para o deflvio resume-se em terrenos que margeiam a rede de drenagem, sendo que nas pores mais altas da encosta a gua da chuva tende a infiltrar-se no solo e escoar at o canal mais prximo atravs do processo sub - superficial. Desta forma em microbacias de clima mido (principalmente com cobertura florestal) o escoamento superficial raramente ocorre, a no ser em reas desprovidas de vegetao, solos rasos ou impermeveis.nascentefluxorea da microbaciaGesto Florestal RuralMovimento da gua: infiltrao e escoamento superficialEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 16. 16A capacidade de armazenamento de gua na microbacia ao longo da zona ripria durante as chuvas aumenta com a recuperao da vegetao ciliar, o que implica maior vazo durante o perodo de seca. Estas colocaes esclarecem a importncia do equilbrio entre as diversas reas componentes da microbacia bem como a compatibilizao das diversas atividades agrcolas e ambientais de forma a conservar a qualidade de vida das populaes.Aspectos relevantes do diagnstico florestalDentre os vrios aspectos a serem diagnosticados em quaisquer dos Biomas considerados pelo gestor para a definio do plano de manejo de restaurao florestal da microbacia destacam-se: Fragmentos florestais A expanso da agricultura resultou na perda de mais de 95% de florestas na regio de planalto no interior de Estado de So Paulo, restando poucos remanescentes deste ecossistema. A paisagem uma unidade heterognea, composta por um complexo de unidades interativas (em geral, ecossistemas, unidades de vegetao ou de uso e ocupao das terras), cuja estrutura pode ser definida pela rea, forma e disposio espacial destas unidades. A estrutura da paisagem interfere na dinmica das populaes, alterando os riscos de extino e as possibilidades de deslocamento das populaes pela paisagem. Ao ocorrer um processo antrpico de fragmentao do habitat com desmatamentos localizados, h a ruptura das unidades da paisagem, causando modificaes na composio e diversidade das comunidades. A reduo do tamanho da rea florestada e o isolamento causado pela fragmentao leva a extines provocadas pela ruptura das interdependncias entre as espcies. No caso das espcies arbreas, as alteraes ecolgicas e ambientais alteram as taxas deGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 17. 17mortalidade das rvores e dos organismos a elas associados. O ecossistema remanescente tender a um novo equilbrio e propiciar a sobrevivncia das espcies mais adaptadas a esta nova condio as quais tendero a tornarem-se dominantes com a conseqente diminuio da diversidade do habitat decorrentes da reduo da riqueza e da equabilidade ecolgica. Nas reas localizadas na borda, as mais expostas do fragmento, ocorrem vrias agresses como maior parasitismo e predao de ninhos, reduzindo a populao responsvel pela disseminao das sementes. Tambm se observa maior parasitismo de lianas (trepadeiras) que podem prejudicar o desenvolvimento arbreo. A exposio aos ventos e radiao solar tambm contribui de forma prejudicial para a extino das espcies na face externa e interna do fragmento devido a um processo denominado efeito de borda. O efeito de borda um processo de instalao de vegetao mais adaptada s mudanas que ocorrem na borda do fragmento, rea mais exposta que apresenta condies de desenvolvimento vegetal diferentes do interior do fragmento. Estas reas apresentam alta densidade de espcies pioneiras, cips e espcies escandentes o que dificulta a regenerao de outras espcies. Esta situao leva a uma alterao da composio florestal e degradao do fragmento de fora para dentro. Assim a modificao da composio das espcies causa e feito do processo de fragmentao florestal, pois a sensibilidade fragmentao bastante varivel de acordo com as espcies presentes e com suas caractersticas de movimentao e especializao ecolgica. Outro aspecto importante relacionado ao isolamento a posio do fragmento mediante outros fragmentos do mesmo tipo. A importncia do arranjo espacial destes fragmentos explicada pela teoria da conectividade dos habitats, que pode ser definida como a capacidade da paisagem de facilitar os fluxos biolgicos de organismos, sementes e gros de plen. Assim a capacidade de sobrevivncia das espcies isoladas depende da intensidade deste isolamento traduzida pela presena ou ausncia de outros fragmentos, da distncia entre eles e da existncia de corredores entre estas reas. Para aumentar a permeabilidade do fragmento podem ser utilizadas espcies que apresentem maior similaridade com o habitat aumentando a estabilidade do fragmento ( resilincia, persistncia, resistncia e variabilidade).Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 18. 18Para a conservao dos fragmentos no suficiente apenas proteg-lo mas estabelecer estratgias de restaurao ecolgica, de tal forma que possibilitem o resgate dos processos de sucesso florestal nestes fragmentos. Corredores ecolgicos So estruturas lineares da paisagem que diferem das unidades vizinhas e que ligam dois fragmentos de habitat anteriormente unidos. A conectividade estrutural est relacionada disposio dos fragmentos na paisagem e resposta das espcies fragmentao (estabelecimento de fluxos) refere-se conectividade funcional dos fragmentos. Assim, para a restaurao efetiva deve-se passar da simples conectividade estrutural para a funcional a fim de que haja o restabelecimento dos fluxos gnicos. A restaurao deve ser feita quando a distncia entre os indivduos for maior do que a espcie capaz de atravessar fora de seu habitat ou seja, quando a conectividade estrutural existente no for mais capaz de compensar os efeitos da fragmentao. A impossibilidade das espcies cruzarem a paisagem de forma contnua pode acarretar o isolamento ou extino das espcies, assim quando o habitat favorvel cruza a paisagem diz-se que a paisagem percola possibilitando o movimento necessrio conservao e das espcies. A melhor forma para restaurao da conectividade funcional trabalhar com um conjunto de espcies, pois a manuteno das espcies mais exigentes garantiro o desenvolvimento das demais e o restabelecimento do processo sucessional. Os corredores podem ser naturais, como as matas ciliares ou de galeria, ou implantados como cercas vivas ou arborizao urbana. A largura dos corredores pode variar desde 5 at 350 metros de acordo com os tipos de fragmentos unidos. Quanto mais estreitos os corredores, maior o efeito de borda e menor o desenvolvimento das espcies do interior do fragmento. Alm da largura deve ser observada a existncia de barreiras entre o corredor e a vegetao circundante ou os fragmentos interligados. Os corredores so essenciais para facilitar os fluxos hdricos e biolgicos da paisagem, facilitando estes fluxos. Mais de 90% dos movimentos de pequenos mamferos so feitos por corredores. Estudos mostram que os corredores facilitam os movimentos de indivduos juvenis de aves e a qualidade dos corredores esta intimamente relacionada comGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 19. 19a probabilidade de sobrevivncia dos animais que fazem uso destas reas. Estas observaes evidenciam o papel dos corredores na manuteno de sub - populaes e por conseqncia das metapopulaes. Outra funo dos corredores est relacionada suplementao de habitats na paisagem como reas de refgio para a fauna quando h perturbaes. Por outro lado os corredores tambm podem propagar o fogo mais rapidamente, alm de dificultar o movimento de algumas espcies, pois indivduos que ocupam estas reas as defendem dos demais indivduos da mesma espcie, podendo bloquear os fluxos biolgicos. Pelo exposto, o valor biolgico do corredor depende das caractersticas das espcies, dos tipos de vegetao considerados e dos fragmentos a serem unidos. Estudos demonstram, at o momento, que alm das aves, as espcies tpicas do interior da mata, como pequenos vertebrados e colepteros, so as que conseguem se locomover pelos corredores. A velocidade da restaurao depender do grau de degradao da rea assim como da proximidade de outras tipologias florestais em estgios de sucesso mais avanados para o fornecimento de propgulos bem como da capacidade mantenedora de vegetao fornecedora de nutrientes para animais capazes de disseminar as sementes arbreas. Os corredores riprios (ciliares) devem ser largos o suficiente para englobarem a rea ciliar mas tambm reas de mata alm da influncia da gua para que possam interligar estes fragmentos, tendo em vista que as reas riprias por suas caractersticas requerem espcies mais adaptadas a condies de maior umidade diferentes das reas florestais mais afastadas do corpo dgua. A implantao de stepping-stones ou pontos de ligao que so reas reduzidas de habitat existentes ou implantadas no fragmento como rvore poleiro podem passar a constituir ncleos de regenerao ( por exemplo: em pastagens) A distribuio dos fragmentos e dos corredores; o conhecimento das conseqncias das intervenes humanas para a restaurao destas reas; a interdependncia entre as espcies bem como de seus limites para que a interveno contribua para a conservao das espcies so, portanto, fatores decisivos para o planejamento do manejo da microbacia. Aspectos sociaisGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 20. 20A restaurao sustentvel das florestas tropicais deve no s atender aos requisitos ecolgicos e econmicos, como tambm aos aspectos sociais e desta forma permitir avanos nas tcnicas de interveno de forma que provoquem o mnimo impacto possvel . Partindo-se do pressuposto de que a recomposio dos ecossistemas florestais deve se basear em propostas participativas de tomada de deciso e no conhecimento biolgico das espcies vegetais a serem trabalhadas, os estudos etnobotnicos e ecolgicos das espcies florestais so de fundamental importncia. O saber popular e as experincias adquiridas pelas comunidades locais sejam estas de agricultores, indgenas, seringueiros etc., acumulados ao longo do tempo e baseados num sistema cultural e numa vivncia emprica so de grande valia para se compreender o uso de diversas espcies vegetais, bem como para se estabelecer planos de manejo florestal. Alm disso, a conservao principalmente um problema social, j que mudanas climticas no parecem ser to rpidas O conceito de Etnobotnica como a cincia que estuda a relao entre os homens e as plantas, deve servir de base prospeo da biodiversidade no apenas na descoberta de novos compostos qumicos, mas tambm no resgate cultural dos diversos usos alternativos, da importncia e valorao econmica e social creditada s plantas pelas comunidades regionais, possibilitando a elaborao de estratgias para o desenvolvimento sustentvel destas comunidades, apresentando uma viso interna, isto , da populao local. importante ressaltar que a Etnobotnica alm de possibilitar o conhecimento local para a conservao da diversidade, tambm contribui para o resgate da diversidade cultural, tendo em vista que as plantas so elementos que permeiam todas as formas de interao social e so de grande significado simblico, emocional, econmico ou contemplativo. Programas de recomposio e/ou restaurao da cobertura florestal de uma dada regio devem estar embasados em conhecimentos da ecologia, prticas e processos florestais alm de diagnsticos de situao, mas principalmente no interesse e sensibilizao das comunidades envolvidas. O conhecimento dos usos tradicionais e potenciais das espcies de ocorrncia regional pelos agricultores poder ser mais um caminho facilitador para o processo de restaurao florestal. Alm disso, a participao ativa da populao local em programas de recuperao florestal, torna o processo mais sustentvel promovendo uma caminhada de duas vias, deGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 21. 21co-conhecimento e co-aprendizado para criar um novo patamar de entendimento visando o planejamento da restaurao; cria um senso de responsabilidade coletiva pelo meio ambiente; ajuda a populao local a entender como e porqu so tomadas as decises de uso de determinadas tcnicas ou operaes e, conseqentemente, torna as decises coletivas mais aceitas por todos os envolvidos e mais duradouras em longo prazo. Alm disso, a participao local na obteno dos dados etnobotnicos propicia maior certeza de que sero teis para futuras implantaes florestais. Um dos aspectos importantes neste envolvimento se conhecer como a populao denomina as espcies pois esta nomenclatura traz uma carga cultural especfica de cada populao, como mostra o quadro abaixo.Nomes populares atribudos pela populao a algumas espcies nativas Nome cientfico nome popular local Acacia polyphyllaangico branco; monjoleiro; minjoleiro; accia; barbade-bode Acrocomia aculeata macaba; macauveira; macauva Anadenanthera colubrina angico, barbatimo, arranha-gato; angico-roxo ; angicoamarelo; angico- preto; capito Aspidosperma polyneuron sassafrs, peroba; perobinha; cascadanta, peroba-rosa Astronium urundeuva aroeira-do-serto; aroeira Enterolobium tamboril; timburi; orelha-de-padre; tambori contortisiliquum Gallesia integrifolia capito-branco Genipa americana pequi, jenipapo, jambolo Lafoensia pacari didaleiro; dedal; cachimbo-de-macaco Nectandra megapotamica canela, sobrasil, sucupira, pimenta-preta, caneleirapreta-do-cerrado Tabebuia vellosoi ip amarelo Tibouchina granulosa quaresmeira; quaresma; coresmaGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 22. 22Alguns ndices quantitativos podem ser utilizados para a definio da importncia popular das espcies tais como: ndice de Conhecimento e concordncia quanto aos usos populares; Ordem de citao; Importncia quanto ao nmero de usos indicados e maior conhecimento da espcies por parte da populao; Indicaocom nfase na necessidade de erradicao do espcime (madeireiro,madeireiro sem erradicao, no madeireiro, no madeireiro com erradicao)Definio de objetivos e metas Manejo Florestal O manejo florestal deve estar embasado na possibilidade de obterem-se bens diretos e indiretos das florestas de forma regular e permanente mantendo o equilbrio da natureza e para tanto, o gestor deve conhecer os mecanismos que regem as leis naturais. Entendem-se por bens diretos a madeira para tbuas, lenha, carvo vegetal, polpa de papel, chapas e aproximadamente outras 600 variedades na utilizao da madeira. As frutas, ltex, resina, matria prima para medicamentos. Os bens indiretos esto relacionados com o equilbrio dos ecossistemas e com a manuteno da vida no Planeta atravs das funes de ciclagem de gua, conservao de solo, estabilizao climtica, manuteno da alimentao e pousios para a fauna, Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 23. 23fornecimento de polinizadores para a agricultura, todos relacionados aos ciclos da vida e seu equilbrio natural. Alm disso, as florestas esto cada vez mais sendo utilizadas como ambiente de recreio, sendo reas com menor rudo e temperaturas mais amenas, ambientes saudveis para a recuperao do homem. Contribuem tambm para a reduo do CO2 da atmosfera. A produtividade das florestas tropicais sob manejo da ordem de 20 a 30m3 / ha de madeira comercial em ciclos de 30 anos, no entanto as informaes de ordem tecnolgica para estas espcies so pouco conhecidas, dificultando a opo por elas. De forma geral pode-se concluir que a existncia de florestas manejadas no condio apenas para a indstria florestal mas tambm para o bem estar da coletividade. Assim sendo o conhecimento dos princpios bsicos do manejo dos ecossistemas florestais de fundamental importncia, e so regidos pelo que se pode chamar de "lei da produo contnua" ou lei do rendimento sustentado" que pode ser aplicado de diversas formas : 1. Rendimento Sustentvel (RS) esttico: continuidade de uma situao estvel, sem alteraes das condies ambientais originais; 2. RS dinmico: melhoria da condio atual. Exige uma rea mnima de florestas para garantir a produo, a proteo, regulagem do regime hdrico e conservao dos solos. O conhecimento das espcies quanto sua resistncia a pragas e dinmica florestal, alm da infra-estrutura para escoamento da produo e da existncia de mercados consumidores acessveis so condies desta aplicao. A sustentabilidade do manejo florestal passa tambm pelo fortalecimento das comunidades, atravs do fortalecimento de estruturas sociais de controle do uso da floresta. O envolvimento ativo e efetivo da populao no processo de definio de procedimentos constituir a base para a construo participativa do manejo florestal. Restaurao florestal A recuperao de reas desprovidas de vegetao florestal est enquadrada na ecologia da restaurao ou reabilitao. De acordo com a Lei n. 9985/00 Art. 2 a recuperao entendida pela restituio de um ecossistema ou de uma populao silvestreGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 24. 24degradada a uma dada condio no degradada, que pode ser diferente de sua condio original e por restaurao entende-se como a restituio de um ecossistema ou de uma populao silvestre degradada o mais prximo possvel da sua condio original. As principais reas a serem restauradas ao nvel regional ou continental referem-se aos hot spots de biodiversidade que constituem refgios com alta taxa de endemismo como exemplo a Mata Atlntica . Ao nvel local as principais reas so as APP e a s RL. De forma geral devem ser alcanados nveis de sucesso que atendam ao conceito de estabilidade com o manejo das espcies presentes ou introduzidas de tal forma que o processo de auto-sucesso se instale mais rapidamente. A necessidade de recuperao conseqncia do uso incorreto da paisagem fundamentalmente dos solos de todo o pas, sendo apenas uma tentativa de remediar um dano que na maioria das vezes poderia ter sido evitado. Os ecossistemas alterados podem apresentar duas respostas de acordo com o nvel de alterao sofrida: ecossistema perturbado apresenta condies de regenerao bitica;ecossistema degradado, devido degradao o retorno ao seu estado anterior pode no ocorrer ou ser extremamente lento. Vrios termos tcnicos so utilizados de acordo com a situao local encontrada ecom o nvel de interveno necessria que auxiliam o diagnstico do gestor para o planejamento de aes de campo. Estes termos foram definidos de acordo com dois conceitos importantes: o primeiro define que a recuperao de uma dada rea depende da trajetria percorrida durante a degradao e de quais foram as conseqncias deste processo para o ecossistema em questo; o segundo enfoca que, embora possa definir um objetivo pretendido com a recuperao, este tambm depender da trajetria a ser feita durante a recuperao da rea degradada. Terminologia RestauraoObjetivo Retornosensu strictocondies originaiscompletoSituao local s Extremamente remota, pois qualquer interferncia no ambiente altera as suas inter-relaes originais. Alm da falta de informaes sobre a comunidade pr-Restaurao Gesto Florestal Ruralexistente. Retorno a um estado Ecossistema perturbado de forma no Eng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 25. 25sensu latoestvelalternativoou muitointermedirio Reabilitaointensa,preservaodapossibilitando capacidadederecuperar dos efeitos negativos. Retorno a um estado Ecossistemas degradados de estvelalternativoRedefinio ouintermedirio Converso aredestinaoa seformaou irreversvel. H necessidade de fortedistinto do originaluminterveno antrpica. uso Ecossistemas degradados.A adequao dos objetivos da recuperao com as caractersticas da rea assim como a escolha das espcies adequadas, de acordo com a adaptabilidade diferencial para cada condio ambiental, com suas particularidades fitogeogrficas so aspectos importantes a serem considerados para o sucesso da recuperao pretendida. As diversas espcies, durante o surgimento e evoluo da floresta, demonstram exigncias ambientais e biolgicas muito diferentes, o que quer dizer que apenas o plantio florestal no garante a futura floresta formada. As florestas se organizam atravs de um processo de sucesso ecolgica, que se caracteriza pela substituio gradual de espcies e um aumento da complexidade do ecossistema. As diferentes espcies que se sucedem desempenham papis diferentes no ecossistema e so interdependentes. Assim a sucesso deve ser entendida no como uma substituio de espcies, mas sim de grupos sucessionais e como processo de restaurao de meios trficos. Durante o processo sucessional denomina-se grupo das espcies florestais Pioneiras ou de preenchimento, aquelas que colonizam a rea quando ocorre alguma perturbao ou abertura de clareiras. Estas espcies promovem o sombreamento e o aumento da umidade. No Pioneiras ou de diversidade, de forma geral, so aquelas que crescem a partir de circunstancias propiciadas inicialmente pelas Pioneiras. Estas espcies aparecem naturalmente em maior nmero de espcies, porm em menor nmero de indivduos A luz o principal fator que influencia a colonizao das clareiras sendo que as pioneiras so adaptadas a condies de pleno sol durante todo o seu ciclo de vida. Dentre as no pioneiras, as secundrias necessitam de luz direta do sol apenas em um perodo de sua vida e as clmax podem completar todo o seu ciclo de vida na sombra.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 26. 26Alm da luz outras caractersticas das espcies como velocidade de crescimento, madeira, regenerao, disperso e tamanho das sementes, dormncia, tempo de vida devem ser consideradas para uma classificao prtica em grupos ecolgicos. Outro aspecto a considerar a raridade da espcie. A principal caracterstica das espcies florestais tropicais a diversidade, podendo-se encontrar at 400 espcies diferentes em apenas 1 hectare (10.000m2). Em levantamentos fitossociolgicos de So Paulo, foi constatado que cerca de 30% das espcies raras apresentavam um s indivduo em um hectare enquanto que 30% dos indivduos nesta amostragem eram representados por apenas 3 espcies. No geral as Pioneiras so as espcies mais comuns e as No Pioneiras, as mais raras. Mostrando que a alta diversidade da floresta conseqncia da riqueza e da densidade de indivduos que a compem. As associaes entre estas caractersticas devem ser de conhecimento do gestor para a elaborao dos desenhos de plantio. Cerrado No caso dos Cerrados os estratos lenhoso e herbceo so helifitos. Ao contrrio do caso de uma floresta, o estrato herbceo aqui no formado por espcies de sombra, umbrfilas, dependentes do estrato lenhoso. O sombreamento lhe faz mal, prejudica seu crescimento e desenvolvimento. O adensamento da vegetao lenhosa acaba por eliminar em grande parte o estrato herbceo. Por assim dizer, estes dois estratos se antagonizam. A vegetao herbcea e a lenhosa esto em intensa competio, procurando, cada qual, ocupar aquele espao de forma independente, individual. Toda a gama de formas fisionmicas intermedirias parece-nos expressar exatamente o balano atual da concorrncia entre os dois estratos. O fogo pode ser uma excelente ferramenta para o manejo e recuperao de reas de Cerrado. O acmulo anual de biomassa seca acaba criando condies to favorveis queima que qualquer descuido com o uso do fogo, ou a queda de raios no incio da estaoGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 27. 27chuvosa, acabam por produzir incndios tremendamente desastrosos. Queimadas controladas podero ter efeitos benficos se houver o manejo correto do fogo, levando em conta os objetivos do manejo, a direo do vento, as condies de umidade e temperatura do ar, a umidade da palha combustvel e do solo, a poca do ano, a freqncia das queimadas etc. As razes desta colocao esto baseadas na ntima relao natural de desenvolvimento das espcies do Cerrado com o fogo como segue: No solo a elevao da temperatura com a passagem do fogo momentnea, a 1, 2, 5 cm de profundidade, a temperatura pode elevar-se apenas em alguns poucos graus. Uma pequena camada de terra suficiente para isolar termicamente todos os sistemas subterrneos que se encontram sob ela. Desta forma, os rgos subterrneos perenes conseguem sobreviver e rebrotar poucos dias depois, como se nada houvesse acontecido, funcionando como rgos de resistncia ao fogo.Na forma de cinzas, a biomassa mineralizada transfere nutrientes para a superfcie do solo sendo rapidamente reabsorvidos pelos sistemas radiculares mais superficiais, principalmente do estrato herbceo. H uma transferncia de nutrientes do estrato lenhoso para o herbceo, beneficiando a este ltimo.Transforma a fisionomia e a estrutura da vegetao. Como a vegetao lenhosa, embora tolerante, bem mais sensvel ao do fogo, queimadas freqentes acabam por reduzir substancialmente a manuteno e a renovao das rvores e arbustos, diminuindo progressivamente sua densidade. Em conseqncia, cerrades acabam por abrir suas fisionomias, transformando-se em campos cerrados, campos sujos ou at campos limpos. Assim, como o fogo freqentemente abre a vegetao lenhosa, a proteo contra ele permite o inverso, isto , campos sujos, por exemplo, podem transformar-se em cerrades depois de algumas dcadas.A tortuosidade dos troncos e ramos, em muitos casos, pode ser considerado como um efeito do fogo no crescimento dos caules, impedindo-os de se tornarem retilneos, monopodiais. Pelas mortes de sucessivas gemas terminais e brotamento de gemas laterais, o caule acaba tomando uma aparncia tortuosa, simpodial.As plantas do Cerrado emitem novos brotos logo aps a queimada, um exemplo o barbatimo. No estrato herbceo, bastam alguns dias para que seusGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 28. 28rgos subterrneos recomecem a brotar. Curiosamente, muitas de suas espcies iniciam o rebrotamento com a produo de flores. Este estmulo ou induo floral no necessariamente provocado pela elevao da temperatura, como se poderia esperar. Em muitos casos a eliminao total das partes areas das plantas que as faz florescer. Alm de estimular ou induzir a florao, o fogo sincroniza este processo em todos os indivduos da populao, facilitando assim, a polinizao cruzada A anemocoria uma caracterstica de grande parte das espcies do Cerrado. O fogo remove a macega que impede o deslocamento das sementes. H espcies em que a testa das sementes impermevel gua. A brusca e rpida elevao da temperatura em uma queimada pode provocar o aparecimento de fissuras na casca da semente e assim torn-la permevel, favorecendo sua germinao. A vegetao dos Cerrados , pois, constituda por espcies pirofticas, isto , adaptadas a uma condio ambiental que inclui a presena do fogo. O prprio rebrotamento vegetativo de grande importncia para aqueles que se alimentam de folhas e brotos tenros, como o veado-campeiro, a ema, etc. Por isto, a densidade destes animais torna-se maior nas reas queimadas, que funcionam para eles como um osis em plena estao seca. As espcies do Cerrado, naturalmente, conviveram com a presena do fogo durantea sua evoluo, sendo selecionadas por este fator. Muitas delas chegam a exigir a ocorrncia de queimadas peridicas para a sua sobrevivncia e reproduo. O fogo as revigora e aumenta seu poder competitivo. O Cerrado, floresta de tipo tropical estacional, menos tolerante s queimadas. Assim, para preserva-lo no se deve usar o fogo. J o campo limpo ou campo sujo podem necessitar das queimadas para sua estabilizao e conservao Assim, diferentes regimes de queimadas devem ser utilizados como forma de manejo em rodzio e em parcelas pequenas, para a manuteno da biodiversidade, em termos de fisionomia e de riqueza em espcies, permitindo s plantas completarem seus ciclos biolgicos com acelerao da ciclagem dos nutrientes minerais e aumento da produtividade dos ecossistemas, alm de suprir os animais com alimentos durante os difceis meses de seca e principalmente reduzir os riscos de incndios.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 29. 29 Matas Ciliares A floresta ocorrente na rea ciliar, a mata ciliar, abastece continuamente os corpos d'gua com material orgnico, cumprindo seu papel como fonte de alimentos para a biota aqutica e a rugosidade das margens promovida pelas razes e queda de galhos promovem micro habitats favorveis a alguns microorganismos aquticos. A atenuao da radiao solar pela sombra da vegetao, favorece o equilbrio trmico da gua influenciando positivamente a produo primria do ecossistema aqutico. Alm disso, podem funcionar como corredores florestais para a fauna. Por matas ciliares entendem-se as matas ribeirinhas aos corpos d'gua. So chamadas de florestas ou matas ciliares quando na mata Atlntica. No Cerrado so denominadas matas ou florestas de galeria e quando em reas encharcadas, recebem o nome de Florestas paludosas. Levando-se em conta a integridade da microbacia hidrogrfica, as matas ciliares ocupam as reas mais dinmicas da paisagem, tanto em termos hidrolgicos, como ecolgicos e geomorfolgicos. Estas tm sido chamadas de Zonas riprias.Influncias RipriasPrecipitaoEvapotranspiraoSombraEscoamento superficial Folhas ResduosRazesGesto Florestal RuralDeposioEscoamento subsuperficial PeixesEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraLenol frtico Maio/2004 30. 30Zona RipriaRioZona RipriaA Zona ripria, isolando o curso d'gua dos terrenos mais elevados da microbacia, desempenha ao eficaz de filtragem superficial de sedimentos, podendo at mesmo diminuir a concentrao de herbicidas nos cursos d'gua de microbacias tratadas com tais produtos, demonstrando a sua ao na qualidade da gua que chega aos corpos d'gua. A filtragem de particulados e de nutrientes em soluo que ocorre nesta rea tambm contribui para a ciclagem de nutrientes. Esta zona est intimamente ligada ao curso d'gua, mas os seus limites no so facilmente demarcados. Em tese, os limites laterais seriam at onde se estende a plancie de inundao, o que bastante varivel de acordo com a poca do ano e com enchentes decenais ou at seculares o que indica a necessidade de se considerar um padro temporal de variao da zona ripria. Este fato ressalta os problemas de fixao de faixas ciliares a serem preservadas encontradas na legislao. Trata-se, portanto, de uma questo tcnica que deve ser aprofundada regionalmente. Nos Cerrados, as matas de galeria ocorrem em vrios tipos de solos no apenas hidromrficos. Foram identificadas 341 espcies animais vivendo nas Matas de Galeria, o que representa 75% do total da regio do Cerrado, dessas espcies, 78 so de mamferos. Quanto flora, foram encontradas mais de 1.900 espcies, representando 32% do total do Cerrado. S no Distrito federal foram encontradas 446 espcies arbreas, o que corresponde a mais da metade das 832 espcies arbreas existentes nas Matas de Galeria existentes na regio. Reconstruir ou reorganizar um sistema florestal ciliar a partir de uma abordagem cientfica implica em conhecer a complexidade dos fenmenos que se desenvolvem nestas formaes, compreender os processos que levam estruturao e manuteno destes ecossistemas no tempo e utilizar estas informaes para a elaborao, implantao e conduo de projetos de recuperao destas formaes. Quando inseridas no contexto da bacia hidrogrfica a recuperao de matas ciliares tem possibilidades de sucesso ampliadas, principalmente quando as justificativas recaemGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 31. 31sobre a questo hdrica, com conseqente adequao do uso dos solos, ligao de fragmentos florestais e a proteo de nascentes.Planejamento da restaurao A base para a boa restaurao est no planejamento e portanto, o detalhamento das etapas anteriores implantao so de extrema importncia para o sucesso da recuperao florestal. As etapas a seguir descritas devero ser consideradas pelo gestor como integrantes de um processo em que h absoluta interdependncia das partes e visam estabelecer uma ordem de raciocnio lgica, na busca de melhores resultados prticos. 1. Envolvimento de atores sociais - Os trabalhos geralmente so conduzidos em reas particulares, portanto o envolvimento e a tomada de deciso conjunta dever ser facilitadora da recuperao florestal. 2. Definio de objetivos e Metas - O desejvel que a recuperao contemple a formao da biomassa ao mesmo tempo em que promovam a biodiversidade 3. Diagnstico Scio Ambiental 3.1. Aspectos scio econmicos - levantamento das atividades humanas bem como as conseqncias das aes que se deseja implantar para a recuperao. Deve-se,Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 32. 32portanto entender as relaes humanas com os recursos naturais para o envolvimento da comunidade e por fim a tomada de deciso 3.2. Solos - caracterizao fsico-qumica dos solos, dos processos erosivos ocorrentes e potenciais para a definio de tcnicas de conservao de solos, reas crticas e seleo das espcies florestais. 3.3. Vegetao local/regional - levantamentos florsticos e fitossociolgicos indicam as espcies predominantes e a composio entre os grupos ecolgicos ocorrente na regio. As espcies locais por sua adaptabilidade devem ser as mais indicadas para o uso em projetos de recuperao. Caso no haja fragmentos para os levantamentos locais, devem ser utilizadas informaes de espcies ocorrentes dentro da mesma regio fitogeogrfica com semelhanas geolgicas, climticas e edficas. Mesmo assim dados obtidos em locais diferentes serviro apenas como indicadores de desenvolvimento das espcies, que podero comportar-se de forma bastante diversa. 3.4. Banco de sementes e plntulas - Em situaes onde h banco de sementes e propgulos prximos a recuperao poder ser acelerada, no entanto isto depender do uso do solo, o grau de compactao, vegetao rasteira predominante, presena de animais entre outros impedimentos. 4.Conservao de solos - os processos que resultam em exposio do solo e facilitam seu carreamento para os corpos d'gua devem ser cessados. O terraceamento em nvel e/ou desnvel (para vossorocas) a implantao de terraos arborizados, a rotao de culturas, alm do manejo de cochos de sal e dos bebedouros que possa alterar a rotina de pisoteio dos animais. O reordenamento da malha viria bem como a sua conservao so as medidas mais urgentes a serem tomadas, pois as estradas so os caminhos naturais das guas pluviais das zonas rurais que canalizadas ganham volume causando aumento dos sedimentos e assoreamento dos corpos d'gua.5. Definio das tcnicas de recuperao - a partir desta definio ser estabelecido o desenho de plantio bem como a diversidade de espcies serem utilizadas. 6.Definio das espcies - devem ser escolhidas espcies nativas da regio e adaptadas ao tipo de solo a ser recuperado, respeitando a tolerncia da espcie umidade. Deve-se ; priorizar espcies atrativas fauna; resistentes ao peso dos cips com disponibilidade de mudas em viveiros regionais e utilizando-se o maior nmeroGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 33. 33possvel de espcies, gerando maior riqueza respeitando-se a proporo entre os grupos ecolgicos. Nesta escolha deve ser considerado o conhecimento e importncia das espcies dada pela populao da microbacia informaes obtidas atravs de tcnicas etnobotnicas. 7. Produo de mudas - A produo de mudas j uma tcnica conhecida, no entanto, alguns aspectos devem ser levantados como: Qualidade gentica das sementes - devem ser coletadas de no mnimo 12 rvores-me localizadas ao menos a 300m de distncia. Um ponto de estrangulamento em qualquer plantio de recuperao ambiental a pouca disponibilidade comercial de sementes para a produo de mudas. Diante disso, a coleta de sementes, em Fragmentos Florestais, uma prtica indispensvel. Beneficiamento, armazenamento e quebra de dormncia - cada espcie apresenta suas especificidades com relao exigncia quanto temperatura e umidade para a conservao de seu poder germinativo o que deve ser de conhecimento do viveirista. O mais recomendado a semeadura to logo tenha sido realizada a coleta. Em razo disto a coleta de sementes realizada regionalmente alm de utilizar espcies regionais trar uma melhor relao de custo/benefcio. No geral as espcies Pioneiras no apresentam dormncia, sendo variveis as tcnicas de quebra de dormncia para as espcies No Pioneiras. Em termos prticos, sementes produzidas no final da poca seca e incio da poca chuvosa tendem a no apresentar essa caracterstica. Entretanto, se produzidas no final da poca chuvosa e na poca seca, podem mostrar algum tipo de dormncia. Porm, esta pode ser quebrada por prticas simples como: pequeno corte na casca, imerso, por horas ou dias, em gua fria ou mesmo por alguns minutos em gua quente. Recipientes para a produo da muda o uso de sacos plsticos geralmente apresenta menor mortalidade das mudas aps 18 meses de plantio, sendo que aquelas produzidas em tubetes a sobrevivncia pode ser mais prejudicada devido reduo do volume da embalagem. Esta mortalidade das mudas provenientes de tubetes esta intimamente dependente dos tratos culturais oferecidos muda aps o plantio alm de serem plantadas no tempo certo pois a quantidade de substrato menor do em sacos plsticos o que demanda maior planejamento da produo das mudas e do plantio. O custo de produo das mudas em tubetes trs vezes menor do que em sacos plsticos.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 34. 34Mtodos de restaurao florestalA escolha ou criao da tcnica de recuperao deve estar embasada nos conhecimentos ecolgicos, demogrficos, genticos, biogeogrficos alm das informaes sobre o ambiente fsico e biolgico da regio que ser recuperada . importante salientar que antes de qualquer ao de restaurao as informaes sobre a disponibilidade de mudas bem como sua procedncia e qualidade gentica devem ser de conhecimento do gestor para a tomada de deciso do tipo de atividade executar. Dentre as diversas tcnicas pode-se destacar : Regenerao natural - isolamento da rea permitindo o seu desenvolvimento natural; estmulo germinao do banco de sementes; criao de aceiros; cercas; eliminao de competidores; coroamento de indivduos regenerantes; controle de cips eliminao de espcies florestais exticas ( com cortes de baixo impacto). .Estudos realizados com oGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 35. 35manejo da regenerao natural em fragmentos florestais degradados apenas com a retirada de espcies invasoras verificaram que a riqueza das espcies recrutadas na borda foi inferior quelas encontradas no interior do fragmento. Adensamento este sistema propicia aumento do nmero de indivduos arbreos de espcies pioneiras ou secundrias quando a regenerao natural for menor do que 1000 indivduos por hectare. recomendado para suprir eventuais falhas da regenerao natural ou para o plantio em reas de borda de fragmentos e grandes clareiras em estgio inicial da sucesso.Enriquecimento - consiste no plantio de espcies de diversidade e contribui para acelerar a recuperao de rea de floresta secundria, como as capoeiras com baixa riqueza de espcies. Pode ser feito com espcies novas ou com as j existentes no local desde que de diferentes procedncias a fim de garantir a diversidade gentica. Alm disso devem ser escolhidas espcies atrativas da fauna para acelerar a restaurao. Quando dentro da mata devem ser plantadas espcies No Pioneiras. Pode tambm ser feito atravs de ilhas de diversidade em locais onde a vegetao arbrea ocupe a maior proporo da rea a ser recuperada, devem ser utilizadas espcies de grupos ecolgicos distintos; Pode ser feito um misto entre adensamento e enriquecimento com o plantio em faixas para ligar fragmentos isolados, sendo ao menos 50% de pioneiras em faixas de 1m de largura distantes 3 a 10 metros. Outra distribuio pode ser o plantio de adensamento com espaamento de 2x2 para recobrir rapidamente o solo, e o de enriquecimento com espaamento 6x6 para aumento da diversidade.Implantao consiste no plantio de espcies de preenchimento e de diversidade, indicada para a restaurao de reas degradadas que esto sendo utilizadas h mais de 10 anos. Proporcionam condies iniciais para a recuperao da funo da floresta, resultam em uma gradual substituio de espcies dos diferentes grupos ecolgicos no tempo, caracterizando o processo de sucesso.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 36. 36Linhas alternadas- alterna linhas de espcies com funo preenchimento, de crescimento rpido e espcies de diversidade com crescimento lento, isto , linhas de Pioneiras e No Pioneiras. Plantados simultaneamente ou em anos alternados. Os espaamentos mais utilizados so 2 x 2, 2,5 x 2 e 3 x 2 (entre linhas x entre plantas). CRCR CLCRCR CLCR CLCRCR CLCR CLCRCR CLCR CLCRCR CLCR CLCRCR CLCRCRCR= crescimento rpido CL = Crescimento lentoEspcies alternadas dentro da linha - difere do anterior pela alternncia dos grupos ecolgicos na linha CRCR CLCRCR CLCR CLCRCL CLCR CLCRCR CRCL CLCRCL CLCR CRCLCL CLCRCLGrupos distintos de pioneiras - proporciona diferentes nveis de sombreamento para satisfazer exigncias das rvores dos grupos ecolgicos distintos. Este modelo requer grande ateno na implantao, exige conhecimento aprofundado sobre a sucesso secundria e grupos ecolgicos e proporciona altssima diversidade de espcies desde o incio do plantio . PDPD CXPDPR STPD CXPDPR SIPR STPDPR SIPRPD STPD CXPD STPRPD CXPDPDPD = Pioneira de copa densa; PR pioneira de copa rala; CX = clmax; SI= secundria inicialNcleo de diversidade - 80% da rea a recuperar plantada com Pioneiras e no centro (20%) implanta-se um ncleo de diversidade com todos os grupos ecolgicos, geralmente de forma simultnea. Este mtodo recobre rapidamente o solo com diversidade inicial baixa tem menor custo de implantao sendo recomendado para reas mnimas de 20 ha, ncleo de 4ha .Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 37. 37Para todos estes mtodos de implantao recomendvel a escolha de espcies que apresentem florescimento precoce e produo abundante de sementes para atrao da fauna que beneficiaro a restaurao da rea. Em todas as tcnicas de implantao florestal deve-se procurar introduzir um nmero de rvores de diversidade por unidade de rea, de acordo com a distribuio espacial destes indivduos na natureza para evitar o isolamento reprodutivo e facilitar a auto-restaurao da floresta. No geral as espcies no pioneiras so implantadas com distncia de 10 a 30 m uma da outra por serem algamas e se apresentarem com distribuio agrupada na natureza. Semeadura direta - este mtodo consiste na limpeza do terreno a recuperar e na semeadura a lano de sementes de diferentes grupos ecolgico ou apenas de pioneiras no primeiro momento. No muito praticado devido elevada relao custo benefcio em decorrncia da variao das taxas de germinao das sementes.Sistemas agroflorestais - formas de uso e manejo nos quais espcies lenhosas so utilizadas consorciadas a cultivos agrcolas ou com animais no mesmo terreno, no caso de matas ciliares a tcnica mais indicada deveria ser o uso de espcies arbreas madeireiras ou de uso no madeireiro, intercaladas com espcies frutferas ou de uso mltiplo sem erradicao dos espcimes de tal foram que possam cumprir as funes protetoras da mata ciliar ao mesmo tempo que diversificam a produo local. Com relao a esta tcnica vale lembrar que impedir e reverter o processo de destruio do meio ambiente implica descobrir solues econmicas e prticas para a melhoria das condies de vida dos agricultores ao mesmo tempo em que preservam e recuperam as florestas. Para as formaes ciliares as tcnicas mais empregadas de forma isolada ouconjuntamente so: 1.Isolamento da rea 2.Retirada de fatores de degradao 3.Eliminao seletiva ou desbaste de espcies competidorasGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 38. 384.Adensamento de espcies com uso de mudas e/ou sementes 5.Enriquecimento de espcies com uso de mudas e/ou sementes 6.*Implantao de consrcios de espcies com uso de mudas ou sementes 7.Induo e conduo de propgulos autctones (100/ha) 8.Transferncia ou transplante de propgulos alctones (sementes ou plntulas) 9.Implantao de espcies pioneiras atrativas fauna 10.Enriquecimento com espcies de interesse econmico Estas atividades devem ser prescritas de acordo com a situao das reas a serem recuperadas, a seguir apresentadas: Caracterstica da rea degradadaCom coberturaa ser recuperadaflorestal nativaBanco deMedidas paravizinhas Uso atual da rea ciliarreasrecuperaoFlorestasAessementes de preservadasrecomendadasespcies Floresta ainda no degradada Floresta parcialmente degradada Floresta eliminada recentemente e agricultura pouco tecnificada Floresta eliminada a muito tempoeagriculturamuitoprximasPre Deg A Apioneiras P P P PIND IND P A1 1.2.3.4 e 5 1.2.7 ou 10 e 5 1.2.7 e 5AAP1.2.6 e 10AAA1.2 e 6tecnificada PastagemA A P 1.2.9 e 10 A A A 1.2 e 6 Pre = Preservada ; Deg = Degradada; IND = Indiferente; A = ausente ; P= PresenteDe acordo com o exposto vrias so as metodologias para a restaurao florestal, no entanto, o que deve ser garantido em todas elas a facilitao da substituio gradual das espcies de diferentes comportamentos, com elevada diversidade de espcies. Alm disso o mtodo deve ser passvel de implantao no campo de forma a promover a mais rpida e eficiente cobertura florestal de forma a reduzir os custos de manuteno. Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 39. 39Operaes de implantao Pr - plantio preparo do terreno - esta operao tem por finalidade reduzir as plantas competidoras e melhorar a estrutura do solo a fim de beneficiar o desenvolvimento da muda . Durante o preparo do terreno importante a marcao das curvas de nvel. Mesmo em se tratando de futuras formaes florestais que recobriro o solo de forma aleatria, o incio de seu desenvolvimento no campo, o plantio na poca das chuvas com o solo recm trabalhado e totalmente exposto requer a conduo das guas para que no ocorram processos erosivos. Herbicidas - o seu uso para limpeza inicial e de manuteno muito polmico devido proximidade com o corpo d'gua e as opinies divergentes sobre os efeitos poluidores dos seus princpios ativos. Controle de formigas - de fundamental importncia quando h observaes de ocorrncia. Podem ser usadas iscas, no perodo seco. Formicidas em p direto nos olheiros ou ainda termonebulizadores quando o solo est mido.Plantio riscagem das linhas de plantio, para o caso de mudas produzidas em tubetes e preparo mecanizado ou preparo de covas, quando produzidas em sacos plsticos e plantio manual. Neste ltimo como regra geral tem-se que quanto maior a covaGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 40. 40mais rpido ser o desenvolvimento inicial, covas com 30cm de dimetro por 40 cm de profundidade so consideradas de bom tamanho para o plantio manual; fertilizao - mistura de adubo orgnico cova na proporo de 20%; distribuio das mudas- de acordo com a tcnica definida; remoo da embalagem - aps uma irrigao leve, devem ser retiradas em qualquer hiptese com cuidado para no desboroar o torro; plantio - no caso de uso de tubetes, abrir uma coveta no centro da linha ou da cova coroamento e embaciamento - ao redor da muda plantada formar uma coroa com o mnimo de 20 cm de raio para melhorar a reteno de gua na cova. limpeza - recolher os resduos resultantes do plantio. Manuteno Em projetos de recuperao florestal, at a fase de plantio geralmente h esforos e envolvimento de vrios parceiros, no entanto, como o objetivo a futura floresta de nada adiantam os esforos de plantio se a manuteno for negligenciada.Assim, para aautonomia da floresta recomenda-se um prazo mnimo de 18 meses de manuteno, perodo para o fechamento das copas, com coroamentos trimestrais num raio de 60 cm ao redor das mudas at os seis meses e aps este perodo com coroamentos semestrais, conjuntamente ao combate a formigas. As roadas freqentes evitam a concorrncia de outras plantas com cuidado para preservar mudas em regenerao. Deve ser feita a reposio das rvores mortas nos primeiros trs meses aps o plantio. Aceiros e medidas de combate a incndios devem ser adotadas, recomenda-se a irrigao em situao de estiagem prolongada e adubaes de cobertura .Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 41. 41Indicadores de avaliao e monitoramento de Projetos de Restaurao Florestal O uso de indicadores previamente definidos e estabelecidos permitir avaliaes peridicas das propostas de recuperao, verificando a consecuo dos objetivos. Vrios indicadores tm sido sugeridos : presena de formigas; estrutura de invertebrados; retorno de mamferos; aumento da diversidade de insetos; microfauna edfica; altura esperada das rvores no tempo decorrido; projeo das copas; riqueza de espcies; equabilidade; dominncia; regenerao;recrutamento de novas espcies.Gesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 42. 42Devido a diversidade de situaes e ambientes a serem recuperados, novos indicadores sero incorporados, portanto no h como fixar-se indicadores de uso universal.Glossrio Alogamia polinizao de uma flor pelo plen da outra. Anemocoria - disperso de sementes pelo vento. Ecossistema comunidade de organismos relacionados entre si e com o meio ambiente, considerada como uma entidade nica. Bioma - grandes comunidades que apresentam caractersticas prprias Ecorregies - um conjunto de comunidades naturais, geograficamente distintas, que compartilham a maioria das suas espcies, dinmicas e processos ecolgicos, e condies ambientais similares, que so fatores crticos para a manuteno de sua viabilidade em longo prazo. Espcies endmicas espcies (ou subespcies) animais ou vegetais que ocorrem numa rea restrita e relativamente isolada (ilha, montanha, etc.). Polinizao - passagem do plen desde a antera ao estigma (angiosprmicas), ou cmara polnica do vulo (gimnosprmicas). Reserva da Biosfera do Cerrado - Reserva da Biosfera do Cerrado: Reconhecida pela UNESCO em 1993 e engloba cerca de 50.500 hectares protegidos em sua rea nuclear: o Parque Nacional de Braslia (30.000 ha), a Estao Ecolgica de guas EmendadasGesto Florestal RuralEng. Agro. Ms. Cleide de OliveiraMaio/2004 43. 43(10.500) e a Zona de Vida Silvestre da rea de Proteo Ambiental das Bacias do Gama e Cabea de Veado (10.000). Em torno desses ncleos, encontram-se as zonas tampo e as zonas de transio que tm a funo de proteger e atuar como corredores ecolgicos. Essa reserva tem como desafio conciliar a conservao da natureza com o bem-estar da populao, englobando em seu todo 40% do territrio do Distrito Federal. De todas as reservas da biosfera existentes, a Reserva da Biosfera do Cerrado - Fase 1 uma das poucas que possuem a peculiaridade de ocupao humana numericamente significativa, alm de incluir cidades, unidades de conservao, setores agrcolas e diversificada rede de ensino e pesquisa, possibilitando seu acompanhamento a partir de um marco zero, final dos anos 50 e incio dos 60.Bibliografia Amador, D.B.,Viana,V.M. 2000. Dinmicas de capoeiras baixas na restaurao de um fragmento florestal. Scientia Florestalis n.57, p 69-85. Coutinho L. M. 2003. 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