Gestão PortuáriaOtimização de Instalações e Tecnologia da Informaçã.pdf

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Trabalho de Conclusão de Curso Gestão Portuária: Otimização de Instalações e Tecnologia da Informação no Porto de Fortaleza em Comparação com os Portos das Regiões Norte e Nordeste. Mário Jorge Cavalcanti Moreira Florianópolis - SC Novembro, 2013

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Trabalho de Concluso de Curso

    Gesto Porturia: Otimizao de Instalaes e Tecnologia da Informao no Porto de

    Fortaleza em Comparao com os Portos das Regies Norte e Nordeste.

    Mrio Jorge Cavalcanti Moreira

    Florianpolis - SC

    Novembro, 2013

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    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    Universidade Federal de Santa Catarina como

    requisito para obteno do ttulo de Especialista

    em Engenharia e Gesto Porturia.

    Orientador: Gilberto Barreto

    Florianpolis - SC

    Novembro, 2013

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    MRIO JORGE CAVALCANTI MOREIRA

    Gesto Porturia: Otimizao de Instalaes e Tecnologia da Informao no

    Porto de Fortaleza em Comparao com os Portos das Regies Norte e

    Nordeste.

    Este Trabalho foi julgado adequado para obteno do Ttulo de Especialista em Engenharia e

    Gesto Porturia, e aprovado em sua forma final pelo Departamento de Engenharia Civil.

    Prof. Jucilei Cordini, Dr. / UFSC

    Coordenador do Curso

    Prof. Gilberto Barreto

    Orientador

    Banca Examinadora:

    Prof. Jucilei Cordini, Dr.

    UFSC

    Prof. Gilberto Barreto

    UFSC / SEP

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    DEDICATRIA

    Este Trabalho dedicado a minha esposa e filhos, que sempre estiveram ao meu lado, me

    apoiando, em todos os momentos da vida.

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    RESUMO

    MOREIRA, Mrio Jorge Cavalcanti. Gesto Porturia: otimizao de instalaes e

    tecnologia da informao no Porto de Fortaleza em comparao com os portos das regies

    Norte e Nordeste. 2013. 89 pginas. Monografia (Curso de Especializao em Engenharia e

    Gesto Porturia). Florianpolis.

    A gesto porturia tornou-se ponto principal para a otimizao de atividades de

    desenvolvimento logstico. Numa perspectiva global, os mercados internacionais so cada

    vez mais demandantes do modal de transporte aquavirio. A melhoria contnua dos portos

    brasileiros deve abordar a necessidade atual da hinterlndia, onde existem os chamados

    complexos porturios, possuidores das vias de acesso mltiplas e de instalaes

    diversificadas. O avano tecnolgico dos portos brasileiros requer uma nova abordagem de

    gesto. Ao investigar o estado da arte dos portos do Norte e Nordeste foi possvel no s

    tecer aspectos comparativos, mas tambm apresentar modelos de gesto onde so colocadas

    questes incisivas para a modernizao de toda a atividade porturia. A concepo na qual

    o porto visto como porta de entrada, gerador de novos negcios, cria um vasto campo de

    oportunidades industriais e comerciais. Neste momento, priorizam-se investimentos em

    infraestrutura fsica, sendo necessrias vultosas quantias para realizao de projetos

    porturios. O trabalho realizado props nova forma de gesto e modelo a partir dos dados

    levantados, mostrando uma forma vivel de otimizar as atividades logsticas no Porto de

    Fortaleza.

    Palavras Chave: Gesto, Portos, Contineres.

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    ABSTRACT

    The port management has become a focal point for the optimization of logistic development

    activities. In a global perspective, international markets are increasingly demanding the

    modal water transport. Continuous improvement of the Brazilian ports should address the

    current need of the hinterland, where there are so called port complexes, possessing

    multiple access routes and facilities diversified. Technological advances in Brazilian ports

    requires a new management approach. To investigate the state of the art of the ports of the

    north and northeast was possible not only to weave comparative aspects but also provide

    management models which are placed incisive questions for the modernization of all port

    activity. A design in which the port is seen as a gateway, generate new business, create a

    wide range of industrial and commercial opportunities. At this time, priority is given to

    investments in physical infrastructure, requiring large sums to perform port projects. The

    work proposed new management forms and templates from the data collected, showing

    possible ways to optimize the logistics activities of maritime activity in the regions.

    Key words: Management, Ports, Containers.

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    LISTA DE FIGURAS/TABELAS

    Tabela 1: Grfico histrica de movimentao de continer .......................................... pg 48

    Tabela 2: Situao Atual com Empilhadeiras Reach Stacker ....................................... pg 78

    Tabela 3: Situao com RTG e Portainer retirada e realimentao do ptio a 40% pg 79

    Tabela 4: Situao com RTG e Portainer retirada e realimentao do ptio a 25% pg 80

    Figura 1 Ttulo: Panorama dos Portos no Brasil........................................................... pg 21

    Figura 2 Ttulo: Porto de Belm (PA)............................................................................. pg 32

    Figura 3 Ttulo: Porto de Vila do Conde (PA) .............................................................. pg 34

    Figura 4 Ttulo: Porto de Recife (PE) ............................................................................. pg 35

    Figura 5 Ttulo: Porto de Salvador (BA) ........................................................................ pg 38

    Figura 6 Ttulo: Porto de Pecm (CE)............................................................................. pg 40

    Figura 7 Ttulo: Porto de Fortaleza (CE) ....................................................................... pg 42

    Figura 8 Ttulo: Grfico histrico de movimentao de continer ............................... pg 49

  • 8

    SUMRIO

    RESUMO .............................................................................................................................pg 05

    ABSTRACT ........................................................................................................................ pg 06

    LISTA DE FIGURAS/TABELAS .................................................................................. ..pg 07

    CAPTULO 1 INTRODUO ...................................................................................... pg 10

    1.1. Objetivos

    1.1.1 Geral

    1.1.2 Especficos

    CAPTULO 2 GESTO PORTURIA ......................................................................... pg 13

    CAPTULO 3 A MOVIMENTAO DE CONTINERES ....................................... pg 18

    3.1. A Otimizao da Gesto Porturia

    3.2 Terminais de contineres x logstica e intermodalidade

    CAPTULO 4 MTODO DE PESQUISA .................................................................... pg 26

    4.1. Levantamento dos Dados

    CAPTULO 5 CONTEINERIZAO NOS PORTOS ................................................ pg 28

    5.1. A Atividade Porturia no Cear

    CAPTULO 6 ANLISE DOS QUESTIONRIOS ..................................................... pg 32

    6.1. Porto de Belm (www.cdp.com.br)

    6.2. Porto de Vila do Conde (www.cdp.com.br)

    6.3. Porto de Manaus

    6.4. Porto do Recife (www.portodorecife.pe.gov.br)

    6.5. Porto de Suape (PE)

    6.6. Porto de Salvador (www.codeba.com.br)

    6.7. Porto do Pecm (www.cearaportos.ce.gov.br)

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    CAPTULO 7 APLICAO DO MODELO PROPOSTO ......................................... pg 42

    7.1. O Porto de Fortaleza

    7.1.1. reas de influncia

    7.1.2. Infraestrutura

    7.1.3. Superestrutura

    7.1.4. Cargas transportadas por ano

    7.1.5. Retrorea

    7.1.6. Pontos Fortes

    7.1.7. Pontos Fracos

    7.1.8. Concorrentes

    7.1.9. Situao socioeconmica existente

    7.1.10. Responsabilidade Social

    7.1.11. Exigncias dos clientes

    7.1.12. O que deveria ser desenvolvido par aumentar a competitividade

    7.1.13. Importncia econmica para a cidade

    7.1.14. Movimentao de continer atual

    7.1.15. Curva histrica de movimentao de continer

    7.2. Proposta de Modelo de Gesto e Infraestrutura para o Porto de Fortaleza em 2014

    7.2.1. Infraestrutura

    7.2.2. Superestrutura

    7.2.3 Redesenho do ptio

    7.2.4. Tecnologia da Informao

    7.2.5. Capacidade final de atendimento

    8. CONCLUSES ............................................................................................................... pg 56

    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... pg 59

    ANEXOS .............................................................................................................................. pg 61

  • 10

    CAPTULO 1 INTRODUO

    A atividade do modal de transporte martimo vem se configurando como de vital

    importncia para o desenvolvimento local e global. A eficincia e a dinmica de um porto no se

    limitam apenas s instalaes e capacidade dos navios, mas principalmente ao seu entorno,

    dadas as atividades produtivas que fazem uso dos seus servios, ou seja, sua hinterlndia.

    Reafirma-se que a dinmica porturia e as mudanas nos mtodos das operaes porturias

    sempre estiveram associadas reorganizao mundial dos espaos produtivos e ao surgimento de

    dinmicas comerciais especficas.

    Em relao ao porto, destaca-se que o mesmo no pode ser pensado apenas do ponto de

    vista tcnico-operacional. Tudo o que se refere insero de novas tecnologias e reviso de

    processos que acontecem nos portos, bem como otimizao de atividades logsticas de uma forma

    geral, devem ser abordados numa viso de gesto. A gesto porturia de excelncia, como se

    pode observar, no s deve preceder qualquer inteno de avano, mas tambm deve propiciar

    procedimentos de melhoria constante no sentido de atualizar demandas da atividade de transporte

    martimo.

    Quando preciso se reportar s questes globais, o mercado, portanto necessita de

    reorganizao mundial dos espaos produtivos e o surgimento de dinmicas comerciais

    especficas incluiu tambm um conjunto de mudanas na estrutura mundial dos portos: novos

    mtodos de movimentao de cargas, equipamentos com sofisticao tecnolgica, mo de obra

    especializada e agilidade. Desse modo, a gesto porturia anteriormente proferida, procura estar

    presente nas aes de planejamento, tornando-se assim, item obrigatrio e um instrumento a

    servio de um projeto de desenvolvimento.

    Como fato indispensvel, toda e qualquer melhoria que for disposta a respeito das

    instalaes porturias, deve ter objetivos claros, dentre os quais: otimizao da cadeia produtiva,

    maior integrao logstica, ampla distribuio de produtos e consequentemente uma maior

    abrangncia de aes.

  • 11

    Nesse sentido, o Brasil tambm tem procurado acompanhar a contento todas as

    imposies mercadolgicas bem como a insero no mercado global exigente, atendendo

    demandas vindas dos mais diferentes continentes. A gesto porturia brasileira tem propiciado

    agir nas mais diversas questes no que tocam processos de melhoria. No intuito de garantir um

    grande fluxo comercial, o transporte martimo atuante no Brasil tem contado com melhores

    instalaes porturias. As companhias intensificaram o uso de contineres, as operaes so mais

    diversificadas, as frotas vm apresentando maior agilidade e capacidade. Os investimentos

    realizados em infraestrutura e equipamentos porturios se inscreveram numa dinmica de

    modernizao sistemtica dos instrumentos tcnicos suscetveis de valorizar as vantagens

    comparativas da economia brasileira por intermdio da facilitao das operaes de escoamento

    do interior para o litoral.

    Ao abordar toda a questo de investimentos necessrios percebe-se que, para uma

    equalizao mais adequada da ampla atividade da gesto porturia realizada no Brasil, mister

    uma investigao do estado da arte das instalaes porturias, no caso deste trabalho, as

    instalaes porturias das regies Norte e Nordeste, de forma a no s estabelecer momentos de

    melhoria contnua, mas tambm se equiparar s aes realizadas em todo o pas, no grande

    objetivo da real insero da globalizao.

    O presente trabalho realizou um levantamento investigativo atualizado nos Portos do

    Cear, Par, Pernambuco e Bahia, tecendo pontos comparativos a respeito das instalaes e

    movimentaes realizadas, e das melhorias de infraestrutura. Infelizmente, os Portos de Manaus

    (AM) e Suape (PE) no responderam aos questionrios, contudo, a realizao do presente

    trabalho acabou por evidenciar propostas de modelos de gesto porturia que podem ser

    aplicados s outras regies brasileiras. Alm disso, resultou na apresentao de um modelo de

    otimizao de instalaes e infraestrutura no Porto de Fortaleza em comparao aos portos

    pesquisados. Neste modelo, incluem-se investimentos em infraestrutura (construo de novo cais

    e ampliao do ptio de armazenagem), redesenho de ptio, aquisio de equipamentos (Mbile

    Harbor Crane/MHC, Rubber Tyre Gantry Crane/RTG e portainer) e implementao de novas

    tecnologias da informao (escner, Circuito Fechado de Televiso/CFTV, Optical Character

  • 12

    Recognition/OCR e Radio-Frequency Identification/RFDI). Tudo com o objetivo de alcanar

    excelncia na gesto porturia.

    1.1. Objetivos

    1.1.1 Geral

    Apresentar as condies operacionais dos portos da regio Norte e Nordeste, desde a

    recepo do continer no ptio at seu embarque, ou vice-versa.

    1.1.2 Especficos

    - Propor um modelo ideal para o Porto de Fortaleza de forma a atender s necessidades

    exigidas pelos usurios destes servios.

    - Avaliar a infraestrutura dos portos em estudo.

    - Avaliar a superestrutura dos portos em estudo.

    - Avaliar os procedimentos operacionais utilizados para as operaes de contineres.

    - Expor os procedimentos operacionais envolvidos na operao porturia, descrevendo os

    pontos de destaque nas condies do fluxo das cargas, em questo do desempenho operacional, e

    a forma de como so feitos os controles da operao.

    Para atender aos objetivos acima citados, o procedimento metodolgico deste trabalho foi

    baseado em pesquisa bibliogrfica e aplicao de questionrio, com posterior avaliao dos dados

    e apresentao de modelo vivel para o Porto de Fortaleza.

  • 13

    CAPTULO 2 - GESTO PORTURIA

    As evidncias histricas quanto importncia das navegaes martimas e ocenicas so

    indiscutveis, sobretudo quando se reportam necessidade de trocas de mercadorias entre os

    povos. De fato isso foi um dos principais motivadores do desenvolvimento da navegao em

    guas ocenicas e tal questo foi preponderante para a interligao efetiva entre naes. No seria

    surpresa afirmar tambm que a troca de mercadorias se mantm na atualidade uma necessidade

    de investimento das mais variadas empresas mundo afora.

    No Brasil isso culminou com o desenvolvimento das atividades porturias de modo

    estratgico j que, mediante as potencialidades de cada regio brasileira, foram sendo construdas

    e estabelecidas as unidades porturias. Vale ressaltar que tal viso remonta ao perodo da

    colonizao pelos portugueses. Naquele perodo e ao longo dos primeiros anos de Brasil as

    instalaes porturias foram criadas para funcionarem, alm do atendimento aos produtos da

    Coroa (instalada no Rio de Janeiro), a servio da mercantilizao, desenvolvendo-se de acordo

    com os ciclos econmicos da histria brasileira. Assim, o acar, a borracha e o caf

    representaram a hegemonia porturia at meados do sculo XIX do Nordeste, Norte e depois do

    Sudeste.

    A partir do exposto se torna sistemtica a concluso de que, historicamente, as estratgias

    desenvolvimentistas no s sugerem maior investimento em infraestrutura de transportes, nesse

    caso, o transporte aquavirio, mas tambm o investimento em intercomunicao em nvel global.

    Desse modo v-se que h uma relao intrnseca entre desenvolvimento logstico, atividades de

    navegao e globalizao. No que diz respeito ao desenvolvimento da logstica, a atividade

    porturia importante na determinao da comunicao vivel em termos econmicos,

    necessria para o estabelecimento de negcios rentveis. E j que as atividades que caracterizam

    a globalizao apresentam demandas urgentes para as agilidades de conexes na realizao do

    transporte de bens e servios, a valorizao para a perfeita interao com comrcios locais sugere

    da a otimizao de uma Gesto Porturia em nveis de excelncia.

  • 14

    O porto uma rea costeira onde existe disponvel uma infraestrutura martima e terrestre

    garantindo s embarcaes, instalaes e equipamentos para sua atracao, movimentao e o

    armazenamento de sua carga. Alm disso, o porto deve ser capaz de prover uma agilidade nos

    terminais de uso pblico e aqueles operadores porturios que prestam servios dentro do porto

    organizado devem prover tambm o intercmbio entre os diversos modais existentes

    desenvolvendo assim seu hinterland ou zona de influncia do porto.

    De acordo com todas as alternativas de transportes e a intermodalidade que deve ser

    aplicada para o bom desempenho de processos dentro da cadeia de produo global, o transporte

    martimo se notabiliza no s como uma atividade com grande viabilidade, mas tambm como

    algo que pode e deve ser praticado com muita expanso, dada a possibilidade de capacidade

    fsica e operacional dos navios.

    Com as alternativas de transportes, a intermodalidade que rene os processos na cadeia de

    produo global impulsiona o transporte martimo e solicita expanso das escalas e rotas

    martimas mundiais e o aumento da capacidade fsica e operacional dos navios. Nessa

    perspectiva, a articulao e conexo modal so fundamentais ao trnsito mercantil, no sentido de

    assegurar o processo sistmico de integrao e circulao de mercadorias, e tal processo nem

    sempre resultou em uma melhor integrao porto-cidade.

    J no sculo XX, (MONI, 2011) explica que alguns pases da periferia, como o Brasil,

    operaram a transio do modelo primrio-exportador para um modelo urbano-industrial, fazendo

    permanecer a hegemonia da regio Sudeste na atividade porturia, estando em Santos (SP) o

    principal e maior porto brasileiro fato que acontece at os dias atuais em virtude da

    concentrao industrial em sua hinterlndia. Contudo, alguns pontos regionais mantiveram-se

    fortes na atividade porturia, em virtude dos avanos na exportao de commodities agrcolas

    (soja) e minerais (ferro), a exemplo de Paranagu, Rio Grande, Vitria e Maranho; e da

    explorao de granis lquidos (derivados de petrleo), no caso do Rio de Janeiro.

    Enfim, Santos continua no topo da hierarquia quando

    consideramos o valor das cargas, revelando uma

    tendncia relevante: o desenvolvimento paralelo dos

  • 15

    terminais especializados no transporte de produtos

    volumosos e de baixo valor unitrio e dos portos

    generalistas urbanos onde cresce o segmento dos

    produtos manufaturados, cujo valor agregado superior.

    (MONI, 2011).

    Ao longo de todo o sculo XX, a atividade porturia brasileira passou por altos e baixos,

    modelos de descentralizao e centralizao, investimentos e sucateamentos, influncia poltica,

    estatizao e privatizao, lanamento de planos, criao e extino de rgos, at que em 1993

    foi editada a Lei 8.630, cujos portos tornaram-se pblicos com operao privada, e mais tarde, em

    2008, o Decreto 6.620, disciplinando a concesso de novos portos iniciativa privada, sem que o

    Estado perdesse o poder estratgico e balizador dos investimentos. O objetivo era a valorizao

    da funo comercial das instalaes porturias em um ambiente de livre-mercado e de

    concorrncia interportos (MONI, 2011). De um lado, o governo ficou responsvel pela

    infraestrutura, gesto ambiental e fiscalizao das instalaes porturias, por outro, o setor

    privado, na figura do operador porturio, cuidava dos investimentos em superestrutura, fazendo a

    mquina funcionar.

    No cenrio global, segundo MONI, a mundializao cada vez mais intensa da economia,

    os novos atores econmicos e o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicao e

    informao contriburam para a evoluo das redes de transporte martimo e do sistema

    porturio mundial. O Brasil precisou acompanhar todas as inovaes tcnicas que aconteciam no

    transporte martimo mundial fator que explica as legislaes da dcada de 1990. Um dos

    principais efeitos da reforma porturia reside no aumento da produtividade dos portos

    possibilitado pelos investimentos setoriais, pela diminuio da massa salarial e pela adoo de

    novos mtodos de gesto (MONI, 2011).

    Dentre as inovaes do cenrio mundial destacam-se a construo de navios maiores e a

    insero do continer no transporte de cargas. O uso do continer foi decisivo para diminuir os

    custos e para suavizar a gesto das interfaces intermodais (MONI, 2011). Justamente o

    segmento de continer colheu bons frutos, aps a nova legislao porturia da dcada de 1990.

  • 16

    Entre 1997 e 2006 o custo mdio de movimentao de um continer padro diminuiu em

    cerca de 70% (...) Os resultados obtidos so essenciais para posicionarem o Brasil de forma mais

    competitiva em um sistema martimo-porturio mundial em que o ritmo de circulao de cargas,

    a qualidade do servio, a estabilidade institucional e o nvel das tarifas so variveis centrais na

    escolha das escalas pelos operadores logsticos. Neste contexto, a modernizao dos

    equipamentos e das infraestruturas foi globalmente suficiente para dar suporte ao crescimento do

    comrcio exterior. (MONI, 2011).

    Contudo, mais uma vez, a mundializao dos mercados exigiu do sistema porturio

    brasileiro novos avanos. Em 2001 foi criada a Agncia Nacional de Transportes Aquavirios

    (ANTAQ), com a misso de regular e fiscalizar o transporte aquavirio e a explorao da

    infraestrutura setorial, alm de estimular a competio entre os operadores. Em 2007 foi criada a

    Secretaria Especial de Portos (SEP), que pouco depois, passou a ter status de Ministrio dos

    Portos, tendo como atribuies a formulao de polticas e diretrizes para o fomento da atividade

    porturia brasileira, execuo de projetos e aes de infraestrutura, planejamento estratgico do

    setor e consolidao do marco regulatrio. Mais recentemente, o Governo Federal sancionou a

    Lei 12.815/2013, Nova Lei dos Portos, cujo objetivo aumentar a eficincia e a capacidade de

    movimentao de carga, alm de possibilitar a reduo do custo logstico porturio.

    A concepo de gesto porturia apresenta uma modernizao efetiva entre o fim da

    dcada de 60 e comeo da dcada de 70, onde se prope que o porto deva ser visto como porta de

    entrada, gerador de novos negcios, criando vasto campo de oportunidades industriais e

    comerciais. Neste momento, priorizam-se investimentos em infraestrutura fsica, sendo

    necessrias vultosas quantias para a realizao de projetos porturios. V-se claramente a

    necessidade de reorganizao e melhoria dos espaos produtivos e o surgimento de dinmicas

    comerciais especficas. Essa uma demanda mundial e, inclui-se tambm um conjunto de

    mudanas na estrutura dos portos em termos globais, ou seja, aplicao de novos mtodos de

    movimentao de cargas, equipamentos com sofisticao tecnolgica, mo de obra especializada

    e agilidade nas operaes.

  • 17

    Considera-se tambm que tm acontecido grandes transformaes no setor devido aos

    navios conteineros, sobretudo porque devem ser projetados para a maximizao do transporte de

    contineres, cones das transformaes mundiais no transporte e manuseio de cargas.

    Contudo, preciso ressaltar que a eficincia e a dinmica de um porto no se limitam

    apenas s instalaes e capacidade dos navios, mas tambm se referem a todo seu entorno - as

    atividades produtivas que fazem uso dos seus servios. A dinmica dos portos e as mudanas nos

    mtodos das operaes porturias sempre estiveram associadas reorganizao mundial dos

    espaos produtivos e ao surgimento de dinmicas comerciais especficas. Com a globalizao,

    novas demandas foram colocadas sobre os portos, o que resultou em mudanas no sistema

    porturio mundial e nas cidades com portos. O porto no apenas um corredor, ele mais um

    instrumento a servio de um projeto de desenvolvimento.

    O desenvolvimento porturio tem sido utilizado como importante elemento estratgico

    para o crescimento econmico em vrias partes do mundo. Com o crescimento da economia do

    Brasil nos ltimos anos, os portos das regies Norte e Nordeste vm apresentando fundamental

    importncia no processo de desenvolvimento do pas. Essa assertiva se refere, principalmente,

    pela movimentao de contineres, tendo em vista que estes portos recebero um aumento

    significativo no fluxo de carga, devido elevada concentrao de cargas movimentadas

    atualmente nos portos das regies Sul e Sudeste. Observa-se ento uma reorganizao mundial

    dos espaos produtivos e o surgimento de dinmicas comerciais especficas que incluram

    tambm um conjunto de mudanas na estrutura mundial dos portos.

  • 18

    CAPTULO 3 A MOVIMENTAO DE CONTINERES

    Postas as questes de otimizao de gesto porturia, inclui-se como uma das principais

    atividades a conteinerizao. Esse procedimento consiste em um mtodo de expedio em que

    os produtos so colocados em contineres, e ento, os produtos por si no tornam a ser

    movimentados isoladamente, at serem descarregados no destino. Conforme (GULLO, L.M.G.,

    2007), a conteinerizao um importante elemento de inovao em logstica que revolucionou o

    comrcio internacional. At ento, a manipulao das mercadorias exigia um trabalho brutal de

    fora humana, havia risco de danos carga, ao manipulador, ao meio ambiente, alm da

    facilidade de roubo. A utilizao de contineres padronizados reduziu o tempo de carregamento e

    descarregamento em portos, otimizou espaos de armazenamento e possibilitou a utilizao

    intermodal no transporte de cargas, tornando todo esse processo mais rpido, seguro e eficaz.

    Para que os terminais de contineres possam fazer uma avaliao de sua produtividade

    operacional e possveis comparaes com outros terminais de contineres existem parmetros de

    produtividade e desempenho que so monitorados anualmente. Dentre eles:

    - anlise da taxa de ocupao dos beros do terminal, definida como a razo entre o

    somatrio (em frao do dia) do tempo de atracao + tempo de operao + tempo de

    desatracao e o valor (em frao do dia) do bero disponvel;

    - anlise do nmero de escalas anuais por tipo de navio (longo curso e cabotagem);

    - anlise da produtividade dos equipamentos de movimentao no cais por navio;

    - anlise da produtividade diria dos equipamentos de movimentao no cais e no ptio

    sendo calculado por TEU/hora ou TEU/dia;

    - TEU dia guindaste = TEU guindaste x hora trabalhada dia

    - anlise do nmero de continer movimentado por bero no ano;

    - anlise do tempo de permanncia de contineres de importao, exportao ou continer

    vazio dentro do porto e a

    - anlise dos dias e horas operacionais do terminal, entre outros.

    O surgimento de contineres no cenrio de transporte mundial possibilitou mais agilidade

    em todo processo, reduzindo tempo de entrega e utilizando o transporte multimodal. Os portos

  • 19

    tiveram que se modernizar e adequar sua forma de atuao nova realidade da distribuio

    internacional (Containerization International, 1999).

    Um moderno terminal de continer um empreendimento industrial onde uma grande

    variedade de atividades acontece ao mesmo tempo. Grandes mquinas movimentando-se em

    todas as direes, equipamentos levantando e movimentando cargas, navios e veculos chegando

    e partindo. O principal propsito de toda esta atividade transferir mercadorias em contineres, o

    mais rpido e eficiente possvel, entre o interior e o transporte martimo. O terminal de continer

    tem uma participao central no transporte internacional de mercadorias, configura-se como

    essencial na cadeia do transporte.

    Na viso de BRITO, terminais de continer so lucrativos. Os terminais de continer tm

    um ganho significativo de reduo de seus custos unitrios (pela diluio dos custos fixos por

    uma quantidade maior de contineres movimentados). Informao confirmada em MONI, j

    citada, de que entre 1997 e 2006 o custo mdio de movimentao de um continer padro

    diminuiu em cerca de 70%, no Brasil. Esse custo reduzido pode explicar o crescimento da

    movimentao de continer, motivado tambm pelo crescimento da economia brasileira desde o

    incio dos anos 2000. No que diz respeito evoluo por natureza de cargas, os dados indicam

    uma progresso heterognea dos diferentes segmentos (...) a movimentao de carga geral

    tambm progrediu sob o impulso dos produtos siderrgicos (internacionalizao das empresas

    brasileiras) e dos contineres. (MONI, 2011).

    A eficincia com a qual o terminal executa sua funo tem um impacto muito

    significativo na velocidade, uniformidade e custo do transporte de carga do exportador para o

    importador (TECON, 2002), (Bertolani, A.D. & Leme, F.L., 2007). Essa viso, portanto,

    caracteriza-se por um sistema integrado de portos concentradores e alimentadores. O porto

    assume parte de uma cadeia logstica global, que envolve desde a coleta da mercadoria no

    exportador at sua entrega no destino final. Os principais benefcios so notados na diminuio

    dos custos logsticos e melhoria do nvel de servio durante as transaes de comrcio

    internacional.

  • 20

    3.1. A Otimizao da Gesto Porturia

    Ao retomar o que foi disposto em termos de Gesto Porturia, h um marco efetivo em

    fins da dcada de 60, quando, a partir de ento, o processo de conteinerizao das cargas provoca

    grandes mudanas no mercado de transporte martimo internacional, desestruturando as redes

    estabelecidas anteriormente, aumentando a competitividade entre os portos e tornando

    necessrios investimentos em modernizao (HANDABAKA, 1994). A partir deste processo, a

    nova logstica praticada pelos armadores mostra a tendncia do uso de portos estratgicos que

    operem navios de maior porte, tendo como objetivo principal a obteno de ganhos atravs da

    economia de escala (VELASCO, 1999). Os armadores passam a selecionar a localizao dos

    portos de acordo com suas operaes globais. Alm disso, o uso de contineres alavanca o

    multimodalismo, gerando uma necessidade de sistemas porta-a-porta. Desta forma, o porto passa

    a ser mais um elo dentre os muitos existentes na cadeia de distribuio internacional.

    Na figura 1, podemos observar um panorama geral dos portos brasileiros, inclusive

    aqueles que foram objeto do presente levantamento cientfico. O Brasil, pas com mais de 8,5 mil

    quilmetros quadrados de extenso, bem provido de unidades porturias. Contudo, como se

    observar neste trabalho, muitos desses portos apresentam determinadas demandas quanto s suas

    instalaes. Alguns deles ainda apresentam defasagem em sistemas de informao com

    tecnologia de ponta, outros ainda esto em fase de ampliao de sua rea para contineres.

    Alguns desses portos presentes necessitam de uma melhor integrao e operaes logsticas mais

    eficientes, sobretudo devido s novas configuraes de hinterlndia.

  • 21

    Figura 1. Panorama dos Portos no Brasil. Fonte: ANTAQ.

    As atividades porturias no Nordeste brasileiro vm merecendo destaque no s pela

    expanso industrial e investimentos mais significativos no setor, mas tambm pela necessidade

    atual de uma melhor intercomunicao entre todas as estruturas porturias da regio. preciso

    mais investigaes sobre as atividades operacionais e as condies das infraestruturas de acesso

    ao porto. A importncia do transporte martimo nas cadeias multimodais faz com que a

    competitividade porturia seja mensurada pela capacidade de atrao de servios de transporte.

    Aliado a isso, a expanso do canal do Panam reduzir as distncias entre as regies Norte

    e Nordeste e o oceano Pacfico, com melhor acesso costa Oeste americana e sia,

    contribuindo tambm para que haja um incremento na movimentao de contineres nos portos

  • 22

    da regio em estudo. Com a tendncia de crescimento desta atividade nos portos em questo, ser

    grande a cobrana para que eles estejam preparados para receber este crescimento.

    Na concepo de gesto de portos, tem-se que um porto eficiente aquele que minimiza a

    permanncia do navio. O tempo de permanncia do navio a soma da espera para atracao,

    tempo de operao e tempo para liberao do navio. A eficincia porturia tambm avaliada

    segundo o desempenho operacional, a qualidade da infraestrutura existente e o grau de segurana

    associado operao. Em geral, utilizam-se indicadores de desempenho para tentar mensur-la,

    dentre os quais se destaca o nmero de movimentos por navio por hora e o nmero de

    movimentos por rea total do terminal.

    O sistema porturio brasileiro, principalmente nas regies Norte e Nordeste, necessita de

    constantes melhorias para que possa atender com excelncia ao crescimento previsto e

    proporcionar um ambiente operacional adequado para consolidar a recepo dos navios e das

    cargas. Ou seja, so de extrema importncia os investimentos em infraestrutura logstica para o

    real atendimento s demandas da cadeia de suprimentos. E, ao aceitar o fato de que inteligncia

    logstica e intermodalidade so a fora motriz para o desenvolvimento da economia brasileira, e

    ambas passam necessariamente pela atividade porturia, percebeu-se uma certa evoluo em

    termos de desenvolvimento nos portos brasileiros.

    H um fato importante a respeito das questes relacionadas sobre produtividade e

    agilidade nas atividades porturias: o uso de contineres e sua movimentao. Sendo assim, em

    termos histricos, a conteinerizao para o transporte de carga geral intensificou-se no incio da

    dcada de 80. Conforme MONI e VIDAL (2006), desde ento profundas transformaes

    ocorreram nos portos mundiais e nas prprias caractersticas dos servios de transporte martimo,

    destacando-se: maior agilidade operacional e menores fretes.

    A unitizao das cargas e a padronizao dos navios e dos equipamentos para manuseio

    possibilitaram maior agilidade nas operaes porturias, reduzindo o tempo nos portos e

    aumentando o tempo disponvel para navegao e o nmero de viagens anuais (esse aumento de

    receitas por unidade de capital investido tem sido positivo para os clientes). MONI e VIDAL

  • 23

    (2006) ainda afirmam que isso permitiu uma reduo mdia de mais de 50% nos fretes nos

    ltimos anos. Outro efeito positivo dessas alteraes foi a mudana na base de cobrana dos

    fretes, que eram cobrados na modalidade ad valorem e hoje so box rates, isto , frete nico para

    contineres, resultando em maior transparncia nas relaes comerciais do setor. So citados

    tambm:

    - aumento das operaes intermodais e criao de redes de logstica globais, surgimento de portos

    concentradores;

    - aumento do porte dos navios para carga geral;

    - a utilizao de um grande nmero de estivadores, de guindasteiros e de pessoal de terra caiu em

    desuso;

    - reduo do alto ndice de danos s mercadorias, decorrentes do manuseio inadequado durante as

    operaes de carga e descarga;

    - os novos navios porta-contineres no gastam mais do que algumas horas nos principais portos

    do mundo para as operaes de embarque e desembarque;

    - o aumento da capacidade de atendimento das empresas operadoras, que antes estava

    diretamente relacionado ao aumento da frota de navios, passou a ser possvel at mesmo com

    a reduo do nmero de navios e a racionalizao em sua operao.

    Em resumo, as restries ao crescimento das empresas armadoras para gerenciamento de

    grandes frotas, para operao em inmeras rotas e para gesto de elevado nmero de tripulaes

    tm sido progressiva e aceleradamente superadas. Os atuais obstculos ao crescimento, antes de

    natureza tcnica, esto localizados muito mais na esfera administrativa e na capacidade de as

    empresas se organizarem para uma atuao global, o que significa capacitao financeira e

    eficiente coordenao administrativa e comercial.

    O aumento da utilizao de contineres tem sido um dos principais fatores de estmulo ao

    transporte intermodal de cargas em todo o mundo. Atravs de sua utilizao, a carga sai de sua

    origem e segue at seu destino final, podendo utilizar diferentes modais de transporte sem

    precisar ser manuseada ou fracionada. O uso do continer aumenta a eficincia no transbordo de

    carga, reduzindo o tempo gasto para a troca de modais de transporte. Mas apenas o seu uso no

    suficiente para que haja eficincia nos terminais intermodais. Uma questo que vem sendo

  • 24

    bastante questionada, tanto no Brasil quanto em portos internacionais, diz respeito qualidade

    dos acessos aos terminais de carga, especialmente portos e terminais ferrovirios.

    3.2 Terminais de contineres x logstica e intermodalidade

    Percebe-se atualmente um crescimento acelerado na conteinerizao da carga geral nos

    portos brasileiros, seguindo uma tendncia mundial. Hoje, cerca de 70% da carga geral do mundo

    inteiro j transportada por contineres, enquanto que na dcada de 1980 essa participao no

    passava de 20% (...) Uma das primeiras mercadorias a ser transportada em continer foi o caf,

    pelo seu alto valor e pela proteo conferida carga. Hoje em dia, at o acar, um dos granis

    de baixo valor, tambm costumeiramente j transportado em contineres, e no mais

    exclusivamente a granel, como se fazia alguns anos atrs. A utilizao de contineres cresce sem

    parar, e o Brasil acompanha esse perfil, assim como a quase totalidade dos pases, com raras

    excees (BRITO, 2010).

    Neste raciocnio, BARAT demonstra que tem aumentado a demanda pela utilizao dos

    servios dos operadores logsticos, em funo da intensa globalizao. O conceito de logstica j

    no diz mais respeito exclusivamente s cadeias de distribuio, mas sim a um processo

    estratgico de planejamento e de controle de estoques e de fluxos de materiais, desde o ponto de

    origem da produo at o seu destino final, para fins de transformao, embarque ou consumo

    (BARAT, 2011). E o trabalho do operador logstico passa necessariamente pela intermodalidade,

    tendo o transporte martimo um elo importante no s para o comrcio exterior, mas tambm para

    a circulao das mercadorias via cabotagem. Segundo BARAT, as novas cadeias produtivas

    impulsionadas pela globalizao impuseram, assim o surgimento de novas logsticas de

    abastecimento e de escoamento por meio da utilizao mais intensiva dos contineres e do

    transporte multimodal.

    Dentro desse contexto, logstica e intermodalidade (ou multimodalidade) tornam-se

    essenciais para qualquer economia que deseje se inserir no mercado internacional, incluindo-se a

    o Brasil. Infelizmente, as cadeias logsticas do pas so dependentes de uma matriz de transporte

    de carga bem distorcida (BARAT, 2011) fator tambm apontado por BRITO. Para BARAT,

  • 25

    todos os modais apresentam deficincias, como degradao das infraestruturas e instalaes de

    apoio. Alm disso, ele relata problemas como: elevados custos operacionais de transporte

    (insumos, combustveis, pedgios), lenta absoro de inovaes tecnolgicas e de gesto (idade

    elevada das frotas e dos equipamentos, assim como um baixo nvel de automao), carga

    tributria elevada, insegurana e roubo sistemtico de cargas e exigncias crescentes (e nem

    sempre coerentes) da legislao ambiental. (BARAT, 2011). Ainda afirma BARAT que, tais

    deficincias elevam o chamado Custo Brasil.

    Diante desse cenrio, BRITO insiste sobre a necessidade de o Brasil investir no s em

    logstica, mas tambm na intermodalidade, uma vez que mais de 95% da corrente de comrcio

    passam pelos portos brasileiros, em termos de volume, e cerca de 80% em termos de valor (...)

    um modal precisa conversar com o outro; no podem ficar incomunicveis (BRITO, 2010).

    Pensamento reforado em MONI, quando descreve que no corao dos dispositivos logsticos,

    o transporte martimo hoje responsvel pelo escoamento de cerca de oito bilhes de toneladas

    de bens, o que representa 80% das trocas internacionais (UNCTAD, 2008).

    Portanto, logstica e intermodalidade esto diretamente relacionadas competitividade.

    Cabe ressaltar que a logstica e os transportes devem ser vistos como fatores de: suporte

    competitividade e insero mais plena no processo de globalizao; articulao da estrutura

    produtiva e induo do desenvolvimento tecnolgico; gerao de oportunidades de emprego nas

    infraestruturas e nas operaes; articulao de novas cadeias produtivas, clusters de

    especializaes e integrao regional, suporte sustentabilidade ambiental; e reestruturao da

    matriz energtica. (BARAT, 2011).

  • 26

    CAPTULO 4 MTODO DE PESQUISA

    De acordo com as caractersticas apresentadas no estudo, este trabalho props a realizao

    de uma pesquisa de campo e, por intermdio de coleta de informaes junto s autoridades

    porturias das regies Norte e Nordeste, aplicou-se um questionrio, que constou de perguntas

    diretas e objetivas que permitiram o fcil preenchimento. Os questionrios foram enviados por e-

    mail, com contatos telefnicos reforando a importncia do preenchimento.

    Tambm foram realizadas pesquisas bibliogrficas da literatura atual, com o objetivo de

    buscar uma melhor abordagem das caractersticas peculiares da logstica porturia, procurando

    envolver todos os tipos de equipamentos e mquinas utilizadas na movimentao de contineres.

    Foi realizada, por conseguinte, uma anlise comparativa das caractersticas operacionais

    de cada porto, mediante os questionrios preenchidos, o que permitiu uma comparao junto s

    atividades realizadas atualmente no Porto de Fortaleza. No caso do Porto de Fortaleza, a anlise

    foi alm dos dados obtidos a partir do questionrio, avaliando-se no somente a situao atual

    como tambm sugerindo aes para o incremento na movimentao de contineres, sendo isto a

    finalidade do presente trabalho.

    importante ressaltar que nas condies em que foram aplicados os questionrios, por

    intermdio de envio de mensagem eletrnica, as administraes dos Portos de Suape (PE) e

    Manaus (AM) no responderam. Isso acabou por no permitir uma anlise mais aprofundada das

    questes de desenvolvimento vindouro quando se diz respeito regio Nordeste.

    4.1. Levantamento dos Dados

    O presente trabalho e sua natureza investigativa propuseram-se a estabelecer um

    levantamento de dados a partir de questionrios direcionados s administraes porturias

    presentes nos portos das regies Norte e Nordeste. A importncia desse procedimento

    investigativo permitiu o conhecimento situacional atual das condies de infraestrutura e

  • 27

    operao dos portos das mencionadas regies, o que propiciou uma percepo significativa das

    condies de funcionamento adequado das atividades realizadas.

    Nesse sentido, o trabalho possibilitou avaliar a operao de movimentao de contineres

    no Porto de Fortaleza, em comparao com os demais portos das regies Norte e Nordeste,

    verificando se esto preparados para a absoro adequada a este crescimento de atividades

    especializadas de conteinerizao.

    O trabalho importante para que possamos avaliar de forma pontual as condies

    operacionais de cada porto da regio Norte e Nordeste, fazendo crticas s condies operacionais

    encontradas, e propondo melhorias especificamente para o Porto de Fortaleza, de forma a torn-lo

    mais eficiente e competitivo no cenrio regional e nacional.

    Soma-se a isso que, partindo do entendimento da estratgia de atuao das empresas

    porturias e de seus objetivos, possvel estabelecer critrios para avaliar o grau de

    competitividade. Sabe-se que a competitividade porturia recai basicamente sobre quatro

    aspectos: eficincia do porto, fatores institucionais de sucesso, competitividade em preo e nvel

    de prestao de servios (BOGOSSIAN, 1981).

    Observa-se, portanto, que necessrio conhecer os procedimentos operacionais

    atualmente realizados nos portos das regies Norte e Nordeste bem como identificar a existncia

    de estruturas fundamentais para o seu bom funcionamento. Desse modo possvel estabelecer

    propostas voltadas melhoria da gesto porturia, onde estas provero um elo importante nas

    atividades de multimodalidade e desenvolvimento econmico nacional, melhorando a eficincia

    logstica do pas e diminuindo o custo Brasil. A proposta levantar a quantidade disponvel de

    informaes sobre a estrutura operacional existente, as condies dos beros de atracao, os

    aspectos construtivos dos armazns e dos ptios, alm dos investimentos e disponibilidade de

    ferramentas de gesto e tecnologia da informao.

  • 28

    CAPTULO 5 CONTEINERIZAO NOS PORTOS

    No Brasil, o incio da conteinerizao se deu no final da dcada de 60 pelo Porto de

    Santos. A imposio pelo uso do continer foi determinada pelos importadores americanos de

    calados, fbrica da Kodak e Ford Corporation. Hoje o continer j pode ser comparado s

    grandes invenes do mundo, como o telefone, a luz eltrica, etc.

    Segundo o texto publicado na Tribuna (Santos/SP) de 11/02/2011, a movimentao de

    contineres nos portos brasileiros cresceu 20% no ano de 2010, chegando a 4.794.074 unidades.

    J no site da Portalnaval, em texto publicado no dia 23/11/2012, comentou-se que a Associao

    Brasileira dos Terminais de Contineres de Uso Pblico (Abratec) encomendou um estudo ao

    Instituto de Logstica e Supply Chain-ILOS, "Portos 2021 - Avaliao de Demanda e Capacidade

    do Segmento Porturio de Contineres no Brasil", no qual indica que a carga transportada por

    contineres nos portos brasileiros vai dobrar em dez anos.

    Nesse sentido, a percepo da capacidade operacional disponvel nos portos da regio

    Norte e Nordeste pode sofrer influncia direta nesta evoluo. Ao propor um modelo, se

    estabelecero condies adequadas para a realizao das operaes, para a melhoria dos

    procedimentos operacionais, da infraestrutura e da superestrutura.

    Como os investimentos em infraestrutura so de longo prazo, muito importante que se

    tenha um ambiente institucional favorvel para seu desenvolvimento. Ele nos diz quo factvel

    o cronograma de investimentos previsto. Para isso, importante que haja uma sintonia entre

    empresas privadas e as esferas governamentais. O ambiente institucional pode ser dividido em

    dois diferentes segmentos: estrutura organizacional e incentivos governamentais. A estrutura

    organizacional caracterizada pelo relacionamento entre as entidades que exercem algum tipo de

    influncia na gesto do porto, por exemplo, administrao e operador porturio. A estrutura

    organizacional porturia, que em geral formada por empresas privadas ou associaes entre

    rgos pblicos e privados, possui papel fundamental na preservao dos direitos do operador

    porturio e na boa gesto do negcio. Outra caracterstica muito importante o relacionamento

    entre o operador e a mo de obra porturia. Bem como do operador e do Governo, uma vez que

  • 29

    os incentivos governamentais podem se manifestar de vrias formas, sendo o financiamento e as

    isenes fiscais as mais usuais.

    Insere-se aqui, um elemento importante a respeito de instalao de melhorias de gesto.

    Este requisito j apontado como um dos mais significativos pelos administradores atuais,

    contudo, alguns gestores porturios ainda requerem uma maior sensibilizao sobre o nvel de

    servio prestado. Os servios oferecidos pelos portos vm cada vez mais sendo requeridos por

    diversos clientes e o nvel de exigncia por parte dos usurios do porto tambm vem aumentando.

    A medio do nvel de servio est diretamente ligada ao grau de satisfao do cliente. Isto

    significa que para se elevar o nvel de servio, devem-se conhecer a priori as necessidades do

    cliente. No comrcio internacional, as principais preocupaes giram em torno do tempo e

    confiabilidade de entrega e do grau de integridade do produto na entrega final.

    Dessa forma, por meio deste trabalho, pretende-se compreender melhor como podero ser

    implementadas medidas alternativas ao Porto de Fortaleza, de modo a enfrentar o risco da

    concorrncia que poder surgir dentro da viso futura apresentada no estudo acima referenciado,

    comparadas s capacidades operacionais dos portos da regio Norte e Nordeste.

    5.1. A Atividade Porturia no Cear

    Nos dias atuais, a agricultura voltada para a exportao se destaca em virtude da

    modernizao e inovao tcnica e dos elevados nveis de produtividade, onde se destacam as

    reas de cultivo de soja na regio do Cerrado, chegando ao Maranho e Piau, e os permetros de

    irrigao para cultivo de frutas tropicais em todo o Nordeste. Estas dinmicas espaciais

    colocaram a agricultura moderna diante de novos desafios em termos de escoamento da

    produo, em particular soja do Centro-Oeste, produzida a distncias crescentes dos portos

    exportadores tradicionais e em regies onde a malha de transporte precria e pouco capilar.

    (CASTILHO, 2007; MONI, 2007) (Extrado de MONI, 2011).

    A situao acima descrita representa uma oportunidade para os Portos do Norte e

    Nordeste, especialmente, para o Porto de Fortaleza, por ser zona central na regio Nordeste para

  • 30

    o receptivo de frutas para a exportao com destino Europa e muito prximo ao mercado

    produtor de soja dos Estados do Piau e Maranho. Aumentar a movimentao de continer,

    aperfeioar a capacidade de recepo e promover um atendimento rpido, eficiente e seguro no

    Porto de Fortaleza o objetivo central deste trabalho, a partir da anlise comparativa com portos

    do Norte e Nordeste e a partir da apresentao de um plano de expanso para o Porto de

    Fortaleza, que contm investimentos em infraestrutura, redesenho de ptio, superestrutura,

    tecnologia da informao e segurana.

    BARAT afirma: Independente da crise financeira mundial e, talvez, at em decorrncia

    desta o novo ciclo de desenvolvimento econmico que se configura para o pas se relacionar

    simultaneamente com a ampliao do mercado interno e com a insero mais profunda da

    moderna agricultura e da indstria brasileira no mercado internacional. Esta nova dinmica

    englobar, inclusive, as atividades agrcolas industrializadas (em grande escala e com elevada

    produtividade), alm dos servios decorrentes das tecnologias de ponta. O suporte do transporte,

    em particular, e da logstica no seu sentido mais amplo, ao novo ciclo de desenvolvimento estar

    vinculado essencialmente competitividade e ao barateamento da produo nacional, tanto

    internamente quanto nos mercados consumidores externos. (BARAT, 2011).

    O crescimento da movimentao de continer no Porto de Fortaleza uma realidade. No

    primeiro semestre de 2013, esse movimento cresceu 37% em relao ao mesmo perodo de 2012,

    totalizando em 2013 o valor de 41.021 TEUs. Alm de ser uma tendncia mundial, observa-se

    que as atividades porturias so cada vez mais demandantes de agilidade e presteza logstica no

    que diz respeito conteinerizao.

    Para que uma linha de cabotagem (movimentao entre portos de um mesmo pas) e de

    longo curso (movimentao entre portos de pases diferentes) atraquem no porto preciso

    observar sua infraestrutura, superestrutura, capacidade de armazenamento, intermodalidade e

    acessos. Em termos de infraestrutura, atualmente, o Porto de Fortaleza disponibiliza seis beros

    de atracao, sendo dois para derivados de petrleo, um para pequenas embarcaes, um

    especializado em trigo e outros dois para carga geral. Desses de carga geral, um destinado para

    a movimentao de continer, cuja produtividade 25 contineres/hora. J na sua superestrutura,

  • 31

    para operar nesse bero onde atraca o navio de continer, o Porto de Fortaleza disponibiliza dois

    MHCs sobre rodas e rea de armazenagem atualmente com 118.704,85 metros quadrados.

    Apresenta ainda integrao com outros modais (ferrovirio e rodovirio).

    Outrossim, h projetos governamentais que apresentam um futuro positivo para o Porto de

    Fortaleza:

    - Atualmente, existe uma obra da Prefeitura Municipal de Fortaleza que est construindo

    um pavimento rgido na Avenida Dioguinho, destinada aos caminhes.

    - O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) vai construir o acesso

    da Ponte Sabiaguaba at o Anel Virio da Regio Metropolitana de Fortaleza. Assim, os

    caminhes deixaro de circular dentro da cidade, melhorando a mobilidade urbana.

    - Alm disso, a Secretaria de Portos da Presidncia da Repblica est desenvolvendo um

    projeto chamado Cadeia Logstica Porturia Inteligente, a partir do qual haver um chip

    nos caminhes, um sistema de controle da entrada desses caminhes no Porto e um

    estacionamento fora de Fortaleza, no qual estes caminhes somente sero acionados para

    circular na cidade quando o navio estiver em processo de atrao no Porto. O objetivo

    desafogar o fluxo de caminhes dentro de Fortaleza, melhorando a mobilidade urbana e

    relao Porto x Cidade.

    Contudo, considera-se que a questo do acesso ainda apresenta certa fragilidade ao Porto

    de Fortaleza, que est localizado em uma rea de grande adensamento populacional. Sabe-se que

    no h projeto governamental e privado para a melhoria do acesso ferrovirio. A Nova Ferrovia

    Transnordestina vai para o Porto do Pecm e sabe-se que a empresa no tem planos de instalar

    bitola larga na ferrovia que segue at o Porto de Fortaleza. A Transnordestina uma empresa

    privada. Para fazer a substituio da atual bitola mtrica pela bitola larga (o que permitiria vages

    que transportam maior volume de cargas), seriam necessrias muitas interferncias na cidade,

    tornando o projeto muito caro. Mesmo com a deficincia do acesso ferrovirio, o futuro ainda

    assim mostra uma previso otimista para o Porto de Fortaleza.

  • 32

    CAPTULO 6 ANLISE DOS QUESTIONRIOS

    6.1. Porto de Belm (www.cdp.com.br)

    Figura 2: Porto de Belm. Fonte: Companhia Docas do Par.

    Administrado pela Companhia Docas do Par (CDP), o Porto de Belm fica localizado em

    Belm, capital do Par. Possui 3 beros de atracao para operao de carga geral, 1 bero de

    atracao para operao de continer, 1 bero de atracao para operao de granel slido e um

    bero de atracao para a realizao de transporte misto fluvial. Contm 14 armazns, com 2.000

    m cada. Possui 1 balana rodoviria para 80 t, 1 balana rodoviria para 60 t, 1 torre sugadora

    para trigo de 100 t/h. O operador BF Fortship possui 2 empilhadeiras para continer-Terex para

    45 t, 1 top loader-PPM para 45 t, 1 empilhadeira para 2,5 t e 1 empilhadeira para 4 t. O operador

    Amazon Logistic possui 6 empilhadeiras para 4 t, 3 empilhadeiras para 7 t, 1 empilhadeira para

    10 t e 4 carretas. O operador Navport possui 1 empilhadeira para 4 t.

  • 33

    Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto de Belm aconteceu da

    seguinte maneira: 2010 (37.774 TEUs), 2011 (28.697 TEUs) e 2012 (23.383 TEUs). Atualmente,

    o ndice de Produtividade de 18 contineres/hora. O controle operacional informatizado. Em

    pesquisa, o Gerente de Gesto Porturia da CDP, Patrick Barros, classificou o desempenho

    operacional do Porto de Belm como em Boa Condio.

    Na viso do Gerente de Gesto Porturia da CDP, os beros de atracao, os armazns e a

    capacidade de recepo de continer no Porto de Belm esto em Boa Condio. A pesquisa

    indicou ainda que a empresa considera como Dificuldade Interna: a falta de mo de obra

    qualificada, os equipamentos e a infraestrutura porturia.

    O campo Investimento em Infraestrutura e Tecnologia da Informao no foi preenchido,

    impedindo anlise comparativa sobre este quesito.

    Dentre as exigncias dos clientes do Porto de Belm classificadas como Muito

    Importante, esto qualidade, preo e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de

    prazos e quantidades), inovao, armazenagem, distribuio e transporte, recursos humanos e

    sistemas de informao. Dentre as exigncias dos clientes classificadas como Importante esto

    flexibilidade de negociao e eficincia no processo de compras/servio.

    Para aumentar sua competitividade, o Porto de Belm indicou, segundo a pesquisa, que

    deveriam ser desenvolvidas, no grau de Muito Importante, o setor de Marketing/Vendas. No grau

    de Importante, o Gerente indicou os setores de Gesto da Inovao, Finanas e Custos, Gesto da

    Produo, Gesto da Qualidade, Meio Ambiente, Sade e Segurana, e Responsabilidade Social.

  • 34

    6.2. Porto de Vila do Conde (www.cdp.com.br)

    Figura 3: Porto de Vila do Conde. Fonte: Companhia Docas do Par.

    O Porto de Vila do Conde tambm administrado pela Companhia Docas do Par (CDP).

    Possui 8 beros para carga geral, granel slido e continer, 1 bero para granel lquido e 1 rampa

    roll on e rol off. Contm 2 armazns, com 2.240 m e 4 ptios com 23.500 m de capacidade de

    armazenagem. A superestrutura formada por 5 empilhadeiras e 2 MHCs.

    Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto de Vila do Conde

    aconteceu da seguinte maneira: 2010 (35.804 TEUs), 2011 (33.910 TEUs) e 2012 (40.420

    TEUs). Atualmente, o ndice de Produtividade de 15 contineres/hora. O controle operacional

    informatizado. Em pesquisa, o Gerente de Gesto Porturia da CDP, Patrick Barros, classificou o

    desempenho operacional do Porto de Vila do Conde em Boa Condio.

    Na viso do Gerente de Gesto Porturia, os beros de atracao e a capacidade de

    recepo de continer do Porto de Vila do Conde esto em tima Condio, enquanto que os

    armazns esto em Boa Condio. A pesquisa indicou ainda que a empresa considera como

    Dificuldade Interna a falta de mo de obra qualificada, a cooperao com outras empresas e a

    legislao (tributria, ambiental, trabalhista).

    Assim como no Porto de Belm, o campo Investimento em Infraestrutura e Tecnologia da

    Informao no foi preenchido, dificultando a anlise comparativa neste quesito.

  • 35

    Dentre as exigncias dos clientes classificadas como Muito Importante esto a qualidade,

    preo e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades), inovao,

    armazenagem, distribuio e transporte, recursos humanos e sistemas de informao. Dentre as

    exigncias dos clientes classificadas como Importante esto a flexibilidade de negociao e a

    eficincia no processo de compras/servios.

    Para aumentar sua competitividade, o Porto de Vila do Conde indicou que deveriam ser

    desenvolvidas, no grau de Muito Importante, os setores de Marketing/Vendas. No grau de

    Importante, o Gerente indicou os setores de Gesto da Inovao, Finanas e Custos, Gesto da

    produo, Gesto da Qualidade, Meio Ambiente, Sade e Segurana, e Responsabilidade Social.

    6.3. Porto de Manaus

    No houve envio de dados.

    6.4. Porto do Recife (www.portodorecife.pe.gov.br)

    Figura 4: Porto do Recife. Fonte: Companhia Docas do Pernambuco.

    Vinculado ao Governo do Estado de Pernambuco, o Porto de Recife est localizado na

    capital. Possui 7 beros de atracao, 7 armazns com rea total de 29.572,28 m e rea de ptio

    totalizando 57.858,09 m. Sua superestrutura formada por 10 empilhadeiras e 3 MHCs.

  • 36

    Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto de Recife se comportou

    da seguinte maneira: 2010 (zero), 2011 (7.083 TEUs) e 2012 (3.768 TEUs). O Porto no indicou

    o seu ndice de Produtividade na movimentao de continer, dificultando uma anlise

    comparativa. Contudo, informou que seu sistema operacional informatizado. Em pesquisa, o

    Diretor Comercial e de Operaes, Carlos do Rego Vilar, classificou o desempenho operacional

    como em Boa Condio. Principalmente pelos investimentos realizados atravs da aquisio de

    equipamentos de informtica para uso na rea operacional, destacou.

    Na viso do Diretor Comercial e de Operaes, os beros de atracao, os armazns e a

    capacidade de recepo de continer do Porto do Recife esto em Boa Condio. A pesquisa

    indicou ainda que a empresa considera como dificuldade a falta de mo de obra, a gesto

    qualificada e a concorrncia de mercado.

    Nos ltimos trs anos, o Porto do Recife implantou os seguintes sistemas:

    6.4.1. Para atendimento s exigncias da Receita Federal

    SIPOR: Gerenciamento de operaes porturias na importao e exportao de longo

    curso e cabotagem, ptio de continer e mo de obra.

    CFTV: Monitoramento atravs de imagens.

    ACESSO: Gerenciamento do acesso de pessoas.

    OCR: Gerenciamento da movimentao de contineres.

    6.4.2. Para atendimento s exigncias governamentais

    Ponto Biomtrico: Gerenciamento do acesso de usurios atravs de informaes de

    impresso.

    6.4.3. Geradores de Facilidades Administrativas

    Porto Sem Papel: Informatizao de procedimentos administrativos necessrios

    atracao e desatracao de embarcaes.

    SIGEPE: Controle de processos administrativos no mbito do Estado de Pernambuco

  • 37

    6.4.4. Impresso Departamental

    6.4.5. Virtualizao de servidores

    Dentre as exigncias dos clientes classificadas como Muito Importante esto a qualidade,

    preo e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades),

    flexibilidade de negociao, armazm, distribuio e transporte, e sistemas de informao. Dentre

    as exigncias dos clientes classificadas como Importante esto a inovao, a eficincia no

    processo de compras/servios e os recursos humanos.

    Para aumentar sua competitividade, o Porto do Recife considera como Muito Importante

    as reas de gesto da inovao, finanas e custos, gesto da produo, gesto da qualidade, meio

    ambiente, sade e segurana, e responsabilidade social. No grau de Importante, o Diretor

    considerou apenas o item Marketing e Vendas.

    6.5. Porto de Suape (PE)

    No houve envio de dados.

  • 38

    6.6. Porto de Salvador (www.codeba.com.br)

    Figura 5: Porto de Salvador. Fonte: Companhia Docas da Bahia.

    Administrado pela Companhia Docas do Estado da Bahia (CODEBA), o Porto de

    Salvador est localizado na capital. Possui 7 beros de atracao, 9 armazns com 16 mil m de

    rea e 1 ptio com 119 mil m de rea para armazenagem. A superestrutura formada por 14

    RTGs, 8 Reach Staker, 10 empilhadeiras comuns, 1 transtainer, 32 tratores, 684 tomadas reffer.

    Possui ainda 4 portaineres.

    Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto de Salvador se comportou

    da seguinte maneira: 2010 (262.475 TEUs), 2011 (262.194 TEUs) e 2012 (272.314 TEUs).

    Atualmente, o ndice de Produtividade do Porto de 45 movimentos/hora. O controle operacional

    informatizado. Em pesquisa, o Assessor da CODEBA, Augusto Csar Costa, classificou o

    desempenho operacional de Boa para tima Condio. O terminal de continer passou por

  • 39

    ampla reforma, tanto na parte de ampliao de rea como instalao de novos equipamentos.

    Tambm com aumento da profundidade do cais, que passou a permitir a atracao de navios de

    grande porte, antes, impossvel. O terminal tambm passar a contar ainda neste ano de 2013 com

    um novo acesso rodovirio, exclusivo para caminhes que se dirigem ao porto, que facilitar o

    fluxo de carga da origem ao porto e vice-versa, destacou.

    Na viso do Assessor da CODEBA, a capacidade de recepo de continer foi avaliada

    como de tima Condio, assim como os beros de atracao e os armazns foram classificados

    como em Boa Condio. A pesquisa indicou ainda que a empresa considera como Dificuldade a

    falta de mo-de-obra qualificada, cooperao com outras empresas, a concorrncia do mercado e

    a legislao (tributria, ambiental, trabalhista).

    A CODEBA no respondeu o item sobre os Investimentos em Infraestrutura e Sistemas de

    Tecnologia da informao. Contudo, observa-se que houve algum investimento em virtude da

    fala do Assessor (exposta acima) quando da resposta sobre a classificao do desempenho

    operacional do Porto de Salvador.

    Dentre as exigncias dos clientes do Porto de Salvador classificadas como Muito

    Importante esto a pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades), armazenagem,

    distribuio e transporte e sistemas de informao (TI e SIG). Como Importante, o Assessor da

    CODEBA indicou itens como qualidade, preo e condies de pagamento, inovao,

    flexibilidade de negociao, eficincia no processo de compras/servios e recursos humanos.

  • 40

    6.7. Porto do Pecm (www.cearaportos.ce.gov.br)

    Figura 6: Porto do Pecm. Fonte: CEARPORTOS.

    Administrado pela Companhia de Integrao Porturia do Cear (CEARPORTOS), o

    Porto do Pecm est localizado no municpio de So Gonalo do Amarante, no Cear. Possui 6

    beros de atracao, 2 armazns com total de 16.250 m e 2 ptios para armazenagem com total

    de 467.400 m. A superestrutura formada por 30 empilhadeiras e 5 MHCs.

    Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto do Pecm aconteceu da

    seguinte maneira: 2010 (167.227 TEUs), 2011 (199.528 TEUs) e 2012 (154.904 TEUs).

    Atualmente, o ndice de Produtividade do Porto de 25 contineres/hora. O controle operacional

    informatizado. Em pesquisa, o Diretor de Implantao e Gesto da CEARPORTOS, Luiz

    Hernani de Carvalho Jnior, classificou o desempenho operacional como em Boa Condio,

    com boa infraestrutura disponvel, boa relao com os mercado que est aquecido no setor,

    realizao de investimentos para crescer ainda mais, etc, complementou.

  • 41

    Na viso do Diretor da CEARPORTOS, os beros de atracao do Porto do Pecm

    foram avaliados como em tima Condio; e os armazns e a capacidade de recepo de

    contineres avaliados como em Boa Condio. A pesquisa indicou ainda que a empresa considera

    como Dificuldade Interna a comercializao, a divulgao do seu negcio e a legislao

    (tributria, ambiental, trabalhista).

    Nos ltimos trs anos, a CEARPORTOS investiu na construo de dois novos beros de

    atracao, ampliao do quebra-mar, prolongamento da ponte de acesso aos peres, correia

    transportadora de granis, descarregador de granis, construo do Bloco de Utilidades e

    Servios, scanner, 4 novas balanas de pesagem, ampliao do prdio administrativo, construo

    de ETE, construo de cargas perigosas, desenvolvimento de novo sistema de controle

    operacional e financeiro.

    Dentre as exigncias dos clientes classificadas como Muito Importante esto a qualidade,

    preo e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades) e

    armazenagem, distribuio e transporte. Dentre as exigncias dos clientes classificadas como

    Importante esto a inovao, flexibilidade de negociao, eficincia no processo de

    compras/servios, recursos humanos e sistemas de informao.

    Para aumentar sua competitividade, o Porto do Pecm indicou que deveriam ser

    desenvolvidas, no grau de Muito Importante, os setores de Marketing/Vendas e Gesto da

    Qualidade. No grau de Importante, o Diretor indicou que deveriam ser desenvolvidas as reas de

    Gesto da Inovao, Finanas e Custos, Gesto da Produo, Meio Ambiente, Segurana e

    Sade, e Responsabilidade Social.

  • 42

    CAPTULO 7 APLICAO DO MODELO PROPOSTO

    7.1. O Porto de Fortaleza

    Figura 7: Porto de Fortaleza. Fonte: Companhia Docas do Cear.

    Com mais de 70 anos de atividades, o Porto de Fortaleza administrado pela Companhia

    Docas do Cear (CDC). Inaugurada em 1965, a CDC uma empresa de economia mista,

    atualmente vinculada Secretaria de Portos da Presidncia da Repblica (SEP/PR). Dirigida por

    um rgo colegiado, com quatro diretorias, a CDC trabalha para fazer com que o Porto de

    Fortaleza, tambm conhecido como Porto do Mucuripe, seja cada vez mais um importante fator

    de desenvolvimento do Estado do Cear, valorizando a economia local, a sustentabilidade, a

    indstria, o comrcio, e, sobretudo, contribuindo para a gerao de trabalho e renda no Cear.

    (SITE CDC, 2013).

  • 43

    7.1.1. reas de influncia

    O Porto de Fortaleza um dos principais portos da regio Nordeste, tendo como reas de

    influncia os Estados do Rio Grande do Norte, Piau, Maranho, Pernambuco e Bahia. Devido a

    sua localizao estratgica, atende s rotas destinadas ou provenientes da Europa, sia e

    Amricas, alm dos demais portos brasileiros atravs da navegao de cabotagem. Mantm uma

    linha semanal para Algeciras, na Espanha (CMA CGM - Marfret), alm de duas linhas de

    navegao por cabotagem (Log-In e Maestra).

    7.1.2. Infraestrutura

    O Porto de Fortaleza tem capacidade e infraestrutura para receber todos os tipos de

    navios, configurando-se como um porto de mltiplo uso. So quatro beros de atracao no cais

    comercial e dois beros de atracao no per petroleiro. So 118.704,85 mil m de rea de ptio e

    seis armazns cobertos, alm de 240 tomadas para contineres refrigerados. So 2 cmaras

    frigorficas, 1 rea para manuseio de cargas perigosas e 1 armazm de segregao e esterilizao.

    7.1.3. Superestrutura

    Os equipamentos existentes so todos da iniciativa privada, dentre eles: 1 Guindaste

    Canguru (Galvani), 2 Guindastes MHCs sob rodas, sendo um da V. Castro e Unilink e um da

    Termaco e Brando & Filhos, 6 empilhadeiras e 2 descarregadores mecnicos de gros

    (TERGRAN). O Porto de Fortaleza atua de forma cada vez mais automatizada, conferindo

    agilidade em suas operaes.

    7.1.4. Cargas transportadas por ano

    Trata-se de um porto eminentemente importador, tendo como principais cargas

    importadas os derivados de petrleo, na categoria granel lquido, e o trigo e enxofre, na categoria

    granel slido. Tambm entre as vocaes da pauta de importao esto o asfalto, cimento e

    produtos cermicos todos estes na categoria carga geral. Destaque tambm para a importao

  • 44

    de aerogeradores para parques de energia elica localizados nos Estados do Cear e Rio Grande

    do Norte.

    Na exportao, os destaques da pauta so as frutas (melo, manga, banana, uva, melancia,

    mamo, lima cida, abacaxi e acerola) que se enquadram na categoria carga geral. Junto com o

    Porto do Pecm, o Estado do Cear configura-se como o segundo maior exportador de frutas do

    pas, perdendo apenas para So Paulo (Porto de Santos). Tambm na pauta de exportao do

    Porto de Fortaleza esto a cera de carnaba, a aguardente, o sal, o couro e os produtos

    siderrgicos.

    Em 2012, o Porto de Fortaleza atingiu recorde de movimentao, totalizando 4,5 milhes

    de toneladas de cargas. Este ano de 2013, de janeiro a julho, o Porto j movimentou 2,8

    toneladas, registrando crescimento de 15% em relao ao mesmo perodo de 2012, que foi um

    ano recorde. Tambm neste perodo em questo (janeiro a julho de 2013) foi registrado

    crescimento 39% na movimentao de contineres, atingindo 47.726 TEUS.

    No caso dos derivados de petrleo e do trigo, o movimento contnuo, pois se tratam,

    respectivamente, do combustvel que abastece os veculos da cidade (carros, motos, nibus,

    caminhes e avies) e da matria-prima que alimenta as indstrias de massas e biscoitos

    instaladas no Cear (M. Dias Branco, J. Macedo e Moinho Fortaleza).

    7.1.5. Retrorea

    O Porto de Fortaleza conta ainda com um amplo complexo porturio industrial, onde

    esto localizados uma refinaria de petrleo, um parque de tancagem, uma fbrica de margarina,

    empresas de envasamento de gs de cozinha e o segundo maior plo moageiro do pas, alm de

    uma unidade do Corpo de Bombeiros. Neste complexo tambm esto instalados escritrios dos

    rgos intervenientes e de alguns dos operadores porturios.

  • 45

    7.1.6. Pontos Fortes

    O Porto de Fortaleza integra-se a outros trs modais: rodovirio (BR-116, BR-222, BR-

    020, CE-085, CE-040 e CE-060), dutovirio (tubovias da Transpetro) e ferrovirio

    (Transnordestina), facilitando a logstica de cargas para os clientes. Apresenta atendimento rpido

    e eficaz, bem como qualidade nos servios prestados, traduzida em baixo tempo de espera para a

    atracao de navios de continer e de trigo e alta produtividade na operao dos navios de

    continer (25 contineres/hora). Na questo administrativa, a CDC a 2 melhor Companhia

    Docas em execuo oramentria. Alm disso, o Porto de Fortaleza fica a sete dias de distncia

    da Europa e Costa Leste Americana.

    7.1.7. Pontos Fracos

    Dentre as principais Dificuldades encontradas pelo Porto de Fortaleza, conforme os

    questionrios aplicados nos demais portos esto a comercializao, a concorrncia do mercado e

    a falta de rea de armazenagem.

    7.1.8. Concorrentes

    Os principais concorrentes do Porto de Fortaleza so aqueles que esto na sua mesma rea

    de influncia e que transportam cargas semelhantes.

    7.1.9. Situao socioeconmica existente

    Na parte econmica, o Porto de Fortaleza vem atingindo recordes sucessivos de

    movimentao de cargas. Em 2012, alcanou 4,5 milhes de toneladas de cargas, batendo marca

    histria de 2010, que foi de 4,2 milhes de toneladas. Alm do aquecimento da economia local

    (fator exgeno do crescimento do porto, junto com a capacidade de atendimento de portos

    vizinhos), esse resultado se deve gesto administrativa.

  • 46

    7.1.10. Responsabilidade Social

    Apesar de toda a riqueza que circula dentro do Porto, a rea onde est instalado uma das

    regies de menor ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), que a comunidade do Serviluz.

    Com o objetivo de minimizar essa desigualdade, a CDC criou o Centro Vocacional Tecnolgico

    Porturio Manuel Dias Branco, tornando-se o nico porto brasileiro a possuir um centro de

    capacitao vocacional que atende ao pblico interno e externo. Neste espao, a CDC realiza um

    importante trabalho de qualificao profissional e formao cidad.

    O CVT Porturio Manuel Dias Branco oferece cursos gratuitos para alunos a partir de 16

    anos de idade, com salas de aula confortveis, biblioteca, auditrio, espao multiuso, sala de

    videoconferncia e laboratrios (informtica e eletromecnica). Fundado em outubro de 2010, j

    capacitou mais 3.000 pessoas, entre moradores do entorno do Porto de Fortaleza, Trabalhadores

    Porturios Avulsos (TPAs), empregados da CDC e seus familiares em cursos de Informtica

    Bsica, Ingls, Soldagem, Bsico em Secretariado, Bombeiro Hidrulico, Qualidade no

    Atendimento, Espanhol, Gesto Empreendedora, entre outros.

    Alm de proporcionar qualificao, o CVT Porturio Manuel Dias Branco disponibiliza o

    espao para a valorizao de manifestaes artsticas da msica, dana e teatro. Contribui para

    renovar a relao Porto-Cidade, promovendo um forte avano na incluso social de trabalhadores

    do porto e moradores das comunidades prximas. Transformou-se no brao da responsabilidade

    social da Companhia Docas do Cear.

    7.1.11. Exigncias dos clientes

    Dentre as exigncias dos clientes consideradas Muito Importantes esto a qualidade, preo

    e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades), inovao,

    flexibilidade de negociao, armazenagem, distribuio e transporte, recursos humanos e

    sistemas de informao (TI e SIG). A exigncia dos clientes considerada Importante a

    eficincia no processo de compra/servios.

  • 47

    7.1.12. O que deveria ser desenvolvido par aumentar a competitividade

    No grau de Muito Importante, seria investir na gesto da inovao, gesto da qualidade,

    meio ambiente, sade e segurana, e responsabilidade social. No grau de Importante, esto

    Marketing e Vendas e Finanas e Custos.

    7.1.13. Importncia econmica para o Estado

    - Porta de entrada e sada de mercadorias, sobretudo, importao de bens de consumo para

    a cidade de Fortaleza.

    - Arrecadao de impostos para o Estado do Cear (ICMS) e para a Prefeitura de Fortaleza

    (ISS). Ver detalhes em Anexo VI.

    - Mais dividendos para o pas.

    - Em complementao ao Porto do Pecm, fazer com que o Estado do Cear e a prpria

    regio Nordeste possam dispor de um equipamento que atenda aos anseios das

    exportaes do Estado e da regio.

    7.1.14. Movimentao de continer atual

    41.021 * TEUs

    (*) 1 semestre de 2013

  • 48

    7.1.15. Quadro histrico de movimentao de continer

    Ano Quantidade (TEUs)

    2003 76.852

    2004 82.077

    2005 64.861

    2006 53.499

    2007 62.314

    2008 58.784

    2009 55.180

    2010 69.799

    2011 67.301

    2012 72.656

    2013 41.021 *

    (*) at junho 1 semestre

    Tabela 1: Quadro histrico de movimentao de continer

  • 49

    7.2. Proposta de Modelo de Gesto e Infraestrutura para o Porto de Fortaleza em 2014

    Avaliando-se os questionrios dos Portos do Norte e Nordeste, e partindo-se da anlise da

    situao atual do Porto de Fortaleza, a proposta deste trabalho inclui a melhoria de sua

    infraestrutura, redesenho de ptio, incremento da superestrutura e modernizao do sistema de

    tecnologia da informao. Destaca-se que os investimentos em infraestrutura, redesenho de ptio

    e tecnologia da informao propostos a seguir sero financiados com recursos pblicos (prprios

    ou do Tesouro) e os investimentos em superestrutura devero ser financiados pela iniciativa

    privada.

    A proposta contida neste trabalho constitui-se como econmica e tecnicamente vivel.

    Contribuir para aumentar a capacidade final de atendimento do Porto de Fortaleza (recepo e

    movimentao de contineres), incluindo a capacidade esttica e dinmica. Alm disso, est

    condizente com a realidade atual vivenciada pelo Porto, que de crescimento contnuo da

    movimentao de cargas, mesmo sem alteraes na estrutura e superestrutura. O prprio Plano de

  • 50

    Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Fortaleza (PDZ), elaborado em 2010, apontava um

    crescimento pequeno, no entanto em 2013 a movimentao de conteineres est 30 % superior ao

    previsto no PDZ. O plano apresentava tambm uma necessidade de investimentos, como a

    melhoria das condies operacionais e ampliao de instalaes. A proposta apresentada tambm

    esta alinhada com as orientaes do Plano Nacional de Logstica Porturia (PNLP), que identifica

    uma operao dispendiosa e sugere investimentos em superestrutura e vislumbra o aumento de

    rea de armazenagem. Isto posto, esses investimentos so necessrios para que o Porto de

    Fortaleza atinja a eficincia logstica exigida pela Lei 12.815 Nova Lei dos Portos, e possa

    recuperar cargas perdidas para outros portos do Nordeste.

    7.2.1. Infraestrutura

    O modelo proposto neste trabalho para o Porto de Fortaleza inclui a construo de um

    novo bero de atracao para navios de continer (totalizando na situao final dois beros para

    recepo de navios de continer), o incremento de 40 mil m de ptio (totalizando na situao

    final 169.391,18 m para armazenagem de cargas), a instalao de nova pavimentao com piso

    intertravado (permitindo o maior nmero de armazenagem de continer, chegando at cinco

    andares na situao proposta), a disposio de novo layout do ptio de continer (arruamento

    menor, em virtude do tamanho do RGT, visando aumentar a capacidade de armazenamento), bem

    como o aprofundamento do canal de acesso e bacia de evoluo para 14 m de profundidade e dos

    beros de atracao para 13 m de profundidade (permitindo a vinda de navios com maior calado,

    ou seja, com maior capacidade de tonelagem transportada de carga).

    7.2.2. Superestrutura

    A proposta sugere a aquisio, por parte dos Operadores Porturios pr-qualificados no

    Porto de Fortaleza, dos seguintes equipamentos: 4 RTGs no novo ptio, 1 portainer para o novo

    bero, 2 MHCs e 2 empilhadeiras tambm para o novo bero somados aos 2 MHCs localizados

    no bero A5 e s 6 empilhadeiras Reach Stacker j em operao. Pretende-se, com este modelo,

    aliado aos investimentos em tecnologia da informao (melhor explicado no item 7.2.3.),

    aumentar a capacidade dinmica de armazenamento de 72.00 TEUs para 486.000 TEUs (ver mais

  • 51

    em Anexo III), j que o RTG tem altura para empilhar at 5 contineres um sobre outro,

    ocupando menor espao de arruamento. No caso, o portainer, os dois novos MHCs e as duas

    novas empilhadeiras sero necessrias tendo em vista o aumento expressivo que se espera para a

    movimentao de TEUs no Porto de Fortaleza.

    Custo unitrio para Investimento:

    Equipamento Valor

    Portainer 8.000.000,00 euros

    Transteiner 2.500.000,00 euros

    RTG 1.000.000,00 euros

    MHC 4.000.000,00 euros

    Fonte: V. Castro (Operador Porturio no Porto de Fortaleza)

    7.2.3 Redesenho do ptio

    Diminuio do arruamento do ptio. Atualmente, est em 30 metros e passar a ter 7

    metros.

    7.2.4. Tecnologia da Informao

    A tecnologia da informao tem sido um aliado decisivo para a melhoria da gesto

    porturia e ganho de competitividade nos principais portos do mundo. Diante desse princpio, o

    modelo apresentado neste projeto indica a necessidade de renovao e implantao de uma srie

    de sistemas tecnolgicos no Porto de Fortaleza, que sero descritos a seguir, a comear pela

    implantao de um novo Sistema de Gesto Porturia. A proposta que este sistema atue no

    controle operacional e gerenciamento porturio do Porto de Fortaleza, com o objetivo de atingir

    excelncia operacional.

    Este novo Sistema de Gesto Porturia estar integrado ao Projeto Porto Sem Papel, j

    implantado no Porto de Fortaleza, fruto de investimentos da SEP/PR. O Porto Sem Papel est

    diminuindo a burocracia para o desembarao das operaes de importao e exportao no Porto

    de Fortaleza, pois ele rene em um s sistema todos os documentos referentes carga e permite

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    que todas as anuncias sejam feitas por via remota, a partir de login e senha de acesso ao sistema.

    Alm disso, atua como um monitoramento do fluxo de navios na costa brasileira, uma vez que

    unifica toda a previso de atracao e desatracao de embarcaes nos portos.

    No modelo proposto por este trabalho, o novo Sistema de Gesto Porturia e o Projeto

    Porto Sem Papel tambm estaro integrados ao Sistema de Gerenciamento de Informaes de

    Trfego de Embarcaes e Controle de Acesso Martimo (VTMIS), sistema que facilitar a

    atracao de navios a partir de monitoramento das embarcaes com radares, cmeras e sensores

    de mar (altura das ondas e velocidade do vento) concentrados em uma espcie de torre de

    controle (semelhante ao que tem hoje em aeroportos). Sua funo ser gerenciar o trfego de

    navios no Porto de Fortaleza.

    Assim como o Porto Sem Papel faz um controle dos navios, outro sistema que ser

    integrado ao modelo proposto neste trabalho o projeto Cadeia Logstica Porturia Inteligente,

    que envolve um sistema de controle do fluxo caminhes, os quais ficaro em um bolso de

    estacionamento na entrada de Fortaleza. Os caminhes e locomotivas s entraro na cidade

    mediante previso de operao dentro do porto. Os mesmos sero monitorados via prticos

    eletrnicos instalados nas vias de acesso ao Porto de Fortaleza, que ter sua entrada toda

    reformada, com a instalao de uma balana tudo para se adaptar as exigncias do sistema.

    Alm de sistemas de monitoramento dos navios, caminhes e locomotivas, o modelo

    proposto para o Porto de Fortaleza inclui investimento em sistemas que vo atuar na agilidade e

    segurana das operaes dentro da rea alfandegada. Trata-se do Optical Character Recognition

    (OCR), tecnologia que identificar/reconhecer as placas dos caminhes e os cdigos dos

    contineres que entrarem no porto. Integrado base do novo Sistema de Gesto Porturia, a

    leitura por OCR agilizar a entrada e sada de cargas, caminhes e motoristas no Porto de

    Fortaleza. O modelo integrado tambm exige a aquisio de um scanner industrial para inspeo

    de contineres. O equipamento far um raio-x que possibilitar a visualizao de todas as cargas

    existentes dentro dos contineres As imagens sero visualizadas pelos tcnicos da Receita

    Federal para fins de fiscalizao aduaneira. Estima-se que os equipamentos tecnolgicos reduzam

    a burocracia e que haja decrscimo de 40% para 25% de perda de tempo para a retirada e

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    alimentao de contineres no ptio de armazenagem do Porto de Fortaleza (ver mais em Anexo

    III).

    Para auxiliar na gesto porturia em si, a CDC dever adquirir e instalar a tecnologia

    Radio-Frequency IDentification (RFID), espcie de sistema de segregao virtual, que atravs de

    tags/chips alocados nos contineres facilitam a sua localizao precisa no ptio de armazenagem.

    A ao facilitar no s a gesto porturia, como tambm o trabalho de fiscalizao feito pelos

    rgos anuentes, a exemplo da Receita Federal e Ministrio da Agricultura.

    Para resguardar as cargas e cumprir com total segurana o papel de fiel depositrio do

    Porto de Fortaleza, a CDC dever instalar tambm o Circuito Fechado de Televiso (CFTV).

    Trata-se de um sistema de monitoramento, vigilncia e gravao de imagens em todos os

    armazns e rea operacional do porto, a partir de cmaras instaladas em pontos estratgicos e

    cumprindo todas as exigncias do alfandegamento. As imagens sero acessadas pela Guarda

    Porturia e compartilhadas com a Receita Federal mediante login e senha. (Ver mais no Anexo

    V).

    7.2.5. Capacidade final de atendimento

    O Porto de Fortaleza conta hoje com uma rea de armazenagem de 118.704,85 m. Em

    virtude de sua pavimentao obsoleta, com vida til totalmente vencida, tm capacidade para

    empilhar contineres somente a trs unidades. Alm da capacidade de armazenagem reduzida,

    destacam-se os visveis desnveis existentes devidos aos recalques acumulados ao longo dos anos.

    Ressalte-se que a pavimentao atual hoje submetida a um trfego de equipamentos com carga

    por roda muito superior a que foi considerada para o projeto, h cerca de 30 ano