Capítulo 1 – Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos
Gien - “Gerenciamento Integrado de Engenharia Naval”
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XIX Congresso Pan-Americano de Engenharia Naval,Transporte Marítimo e Engenharia Portuária
24-28 de outubro de 2005 – Guayaquil, Equador
Implementação do projeto GIEN“Gerenciamento Integrado de Engenharia Naval”
Goulart, MPEngenheira Naval
E&P-PETROBRAS
Souza, MLMTécnico de Estabilidade
E&P- PETROBRAS
Resumo:
A partir do desenvolvimento do Campo de Marlim na Bacia de Campos na décadade 90, houve um grande aumento na instalação de unidades flutuantes de produção pelaPetrobras. Devido à complexidade dos projetos e ao número variado de empresas e órgãosinternos da Petrobras envolvidos neles, foram observados alguns problemas no
gerenciamento das informações relativas à área de Engenharia Naval. Além disso, com aampliação da frota, começou a se perceber uma dificuldade no acompanhamento dasalterações ocorridas nas UEPs (Unidades Estacionária de Produção). Com esse cenário emmente, foi decidida a criação de um projeto de gerenciamento dos dados relativos aosaspectos de Engenharia Naval dos projetos dos sistemas offshore. Este gerenciamento alémde atender aos problemas relatados anteriormente, ainda auxiliaria no atendimento àocorrência de emergências.
A implementação do projeto GIEN (Gerenciamento Integrado de Engenharia Naval)teve como base a revisão documental das UEPs, a criação de uma ferramenta deacompanhamento das modificações realizadas a bordo, a concentração das informações emuma única homepage, o atendimento à emergência prestado por empresa de SALVAGE e osuporte de Engenharia pelas áreas técnicas das Sociedades Classificadoras, inclusive emsituações de emergência.
Esse trabalho apresenta de forma resumida como está sendo realizada aimplementação do projeto GIEN na Petrobras. Os recursos envolvidos e uma análise dosganhos obtidos nesta implementação também será abordada.
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1 HISTÓRICO:
A partir de 1990, a frota de Unidades deProdução da PETROBRAS começou acrescer rapidamente. Como pode ser
visto na figura 1, o número de Unidadesno ano 2000 era o dobro do número em1990.
Além disto, observou-se oenvelhecimento das Unidades jáexistentes.
As contínuas obras nasembarcações para atender legislação,up-grades de planta de produção, pequenas modificações para melhorar performance, somada as informaçõesdos novos projetos ficaram difíceis deserem controladas com a estruturaexistente anteriormente.
Junte se a isto, alguns acidentesque ocorreram na época e a grandenecessidade de suporte de engenharianaval para tomada de decisão emsituações de emergência e pode-seexplicar qual a motivação de se criar oGIEN – Gerenciamento Integrado deEngenharia Naval.
No caso dos acidentes ocorridos,as análises de engenharia mostraram-semuito importante na tomada dedecisões. Porém, estas análises
seria necessário caso houvesse uma estrutura preparada para dar estesuporte.
C
demandaram muito tempo, o que não
omo exemplo de alguns destesacidentes, pode-se citar casos de
abalroamento, ocorridos na Bacia deCampos, de rebocadores em colunas de plataformas como mostradas na figura 2.
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Figura 1 - Unidades de Produção operadas pela PETROBRAS
Figura 2 - Colunas de Plataforma SemiSubmersível atingida por rebocador.
O projeto GIEN visa ter todas asferramentas de engenharia e os dadosnecessários para uma análise prontos
para serem utilizados. O Objetivo do projeto abrange a manutenção de classe,o gerenciamento das modificações e oatendimento/suporte de engenharia emsituações de emergência.
Neste trabalho serãoapresentadas as funções do GIEN, comoele se organiza e as principais atividadesdesenvolvidas.
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2 ESTRUTURA DO PROJETO:
O projeto é formado basicamente pelos braços técnicos (BT) e por engenheirosda PETROBRAS que estão diretamente
ligados aos departamentos operacionaisou a sede da companhia.Os Braços técnicos (BTs) são
empresas/grupos de engenharia que pertencem as SociedadesClassificadoras – ABS, BV e DNV. Nestas empresas/grupos existe umaequipe de engenheiros e técnicosalocados no projeto com dedicaçãoexclusiva ou parcial.
A vantagem de se ter estaestrutura ligada as SociedadesClassificadoras é que se pode contarcom a experiência que estas empresastem na atividade, a facilidade de diálogocom as mesmas e o respaldo delas na busca de soluções de engenharia.
Internamente, na PETROBRAS,existe uma equipe dedicada aoatendimento e suporte à operação.
Mão de Obra e Infra – Estrutura
Cada BT disponibiliza:2 engenheiros em regime de plantão 24hx 365 d.Escritórios:
Fax e linhas telefônicas Notebook com programas deanálise numérica instalados eseus respectivos modelosarquivados.Copia em papel dadocumentação Prioritária.
Back-up diário dos modelos everificação das condições decarregamento informadas pelaPetrobras.
O grupo da PETROBRAS tambémtrabalha em sistema de plantão, sendoque 24 horas por dia, durante todo o
ano, sempre haverá um técnico àdisposição para acionar toda a estruturado projeto.
3 PRINCIPAIS ATIVIDADES:
Entre as atividades do projeto pode-sedestacar como principais a:
Atualização e manutenção dadocumentação técnica:
a. Revisão/emissão de desenhos“as built”.
b. Revisão do Manual deOperação.
c. Atualização do ManualSOPEP (Marpol)
d. Controle da documentaçãoativa.
e. Emissão do Kit Salvage (veritem 4.1)
Análise de Engenharia paraavaliação da integridade globalda Unidade.
Com o objetivo de disponibilizar asferramentas necessárias para uma rápidaanálise, foram elaborados modelosnuméricos de cada Unidade. Asinformações foram armazenadas nahomepage do projeto e divididas emmódulos que serão explicados a seguir.
Serviços de engenharia para projeto/execução demodificações.
Serviço baseado em aplicativoinformatizado (Lótus Notes) no qual aPETROBRAS, antes de iniciar qualquer projeto de alteração a bordo, emite umaconsulta ao Braço Técnico questionandoquanto ao impacto à classificação e osrequisitos de regra a serem seguidos.Desta forma, com a resposta emitida pelo BT é possível realizar as obrasdentro dos padrões da SociedadeClassificadora. Este sistema além de
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evitar que sejam feitas alterações quenão atendem os requisitos, fornecemaior controle sobre as modificaçõesnas Unidades.
“Check list” e planos deinspeção: Elaboração de“Check list” e planos deinspeção para vistorias periódicasanuais, intermediárias e renovação declasse.
Elaboração de cursos:Elaboração de cursos abordando osrequisitos de classe e estatutários.Ênfase nas disciplinas de elétrica,estrutura e tubulação.
Atendimento à situação deemergência:
a. Modelos numéricos permanentemente atualizadosque permitem avaliação dasituação das Unidades em casode emergência.
b. Engenheiros e infra-estruturade plantão, como explicado noitem 2.
c. Condições de carregamentodiária das Unidadesdisponíveis na página deinternet e também arquivadas.
d. Documentação prioritária deengenharia disponível.
e. Centro de SalvamentoMarítimo de prontidão.
f. Kit Salvage (4.1).
4 MÓDULOS DO GIEN
A estrutura do GIEN, explicadaanteriormente, foi dividida em módulosque podem ser acessados através de umahomepage da rede de comunicaçãointerna da Petrobras.
Todos os módulos contéminformação sobre os responsáveis
técnicos na Petrobras e nos BraçosTécnicos. A seguir será apresentado umresumo dos principais produtos de cadamódulo.
4.1 Módulo de Emergência:
O objetivo deste módulo é conterinformações que foram julgadasessenciais para o atendimento a umasituação emergência. Para isto elecontém os seguintes itens:
Kit Salvage:
Grupo de desenhos da unidadeatualizados com dados obtidos a bordo,com a finalidade de fornecer de formarápida informações necessárias nasoperações de contingência de umaemergência.
SOPEP
Este Plano é desenvolvido de acordocom os requisitos do regulamento 26 doAnexo I da Convenção Internacional para a Prevenção de Poluição por Navios, 1973, conforme modificado pelo Protocolo de 1978. O Plano contémtodas as informações e instruçõesoperacionais requeridas pelo documento"Guidelines for the development of
shipboard oil pollution emergency plans" da IMO.
O objetivo deste Plano éestabelecer os procedimentos para umaação rápida e eficiente a fim decontrolar o derrame de óleo no mar e/ouminimizar o seu impacto ao meioambiente.
Manual de Emergência
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Análise de vida útil à fadigatécnicos do suporte a conhecer cada umadelas. Algumas unidades utilizam o programa SSTAB e salvam na página oarquivo de carregamento, o que agiliza o processo. No futuro pretende-se que
todas as Unidades utilizem estemecanismo, eliminando a desvantagemde se ter boletins em padrões diferentes.
O objetivo deste relatório é indicar asregiões críticas da estrutura em termosde sua resistência à fadiga, a fim de
priorizar as juntas a sereminspecionadas durante as vistorias declassificação.
Especificação dos aços empregados naconstrução4.2 Módulo de Estrutura
Contém uma lista de todos os tipos deaço empregados na construção.
À este item pertence o modelo estruturalda Unidade, uma análise de vida útil àfadiga e a especificação dos açosempregados na construção.
4.3 Módulo de Estabilidade
Modelo Estrutural No início, este módulo utilizava os programas de cálculo de estabilidadeadotados pelas SociedadesClassificadoras. À medida que o programa SSTAB tornou-se um programa completo e confiável deixou-se de ter dois modelos com a mesmafinalidade. Atualmente o modelo feitono programa da PETROBRAS atendeaos dois módulos, Emergência eEstabilidade.
Os modelos estruturais são baseados nosdados mais reais. Para isto, foi feito umamplo trabalho de atualização dosdesenhos técnicos.
Este modelo permite umaavaliação da integridade da estrutura primária da Unidade.
Os modelos estruturais foramdesenvolvidos utilizando os programasde elementos finitos adotados pelasSociedades Classificadoras.
Neste módulo são apresentados aTabela de Sondagem/Ulagem, Plano deCapacidade e Borda Livre daEmbarcação e as CaracterísticasHidrostáticas dos tanques (volume,momentos de inércia transversal elongitudinal, coordenadas dos centróidesdos tanques e áreas).
Através deste modelo é possívelverificar as tensões no casco, fazeranálise de flambagem associadas à viganavio (FPSO) e elementos primários(Semis e Jack up) e verificar a fadiga deconexões primárias.
4.4 Módulo de Ancoragem
Pertencem a este módulo omodelo completo do sistema deancoragem e das linhas derisers etambém a roseta deoffsets estáticos paraa condição extrema de projeto.
Figura 2 - Exemplo de modelo estrutural de unidade tipo FPSO.
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22 Modelos de Estruturadisponíveis e calibrados;13 Modelos de ancoragemdisponíveis e calibrados;592 processos de alteração de
projetos acompanhados pelasSociedades Classificadoras;155 analises de engenharia prestadas pelos Braços Técnicos;Centro de Salvamento Marítimode prontidão 24h/d;Serviço de ERS disponível 24h/dnos Braços Técnicos;Figura 5 - Página de internet do GIENPortal GIEN, 24h/dia no ar,consolidando todas asinformações navais afetas asUEP´s.
6 CONCLUSÕES
O projeto GIEN durante os próximos anos estará em processo deevolução. Não se pode considerá-loconcluído, pois a cada dia surgem novasnecessidades e cada vez mais se percebeque as ferramentas desenvolvidas podem abranger utilidades que nãohaviam sido pensadas no início.
Simulados que mostraramsignificante redução no tempo deresposta a uma situação deemergência.Facilidade na busca deinformações navais.
Além disto, a Petrobras encontra-seem processo de expansão da frota desuas unidades flutuantes o que significaque o trabalho de aquisição de dados emodelação numérica deverá estarsempre recomeçando para as novas plataformas.
7 AGRADECIMENTOS
Os autores gostariam de agradecer aPETROBRAS e aos Braços Técnicos pelo suporte dado a este presente projeto.
Nestes anos do projeto, suaimportância e eficiência foicomprovada, foram:
8 REFERÊNCIAS:
[1] Petrobras/E&P - Premissas paraelaboração e validação dos modelosnuméricos do GIEN
7.364 desenhos controlados,sendo 3.049 na condição as- built;25 Kit´s Salvage disponíveis; [2] Petrobras/Cenpes- Manual do
SSTAB.27 Manuais de Emergênciadisponíveis; BT – BV - Relatórios de Modelação
Estrutural.27 Modelos de Estabilidade eAtendimento a Emergenciaisdisponíveis e calibrados; [3] BT-ABS Relatório de Modelação
SSTAB – ABS.22 Modelos de Movimentosdisponíveis e calibrados;