GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima...

12
SIC GINECOLOGIA GINECOLOGIA VOL. 1

Transcript of GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima...

Page 1: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

SIC

GIN

ECOL

OGIA

GINE

COLO

GIA

VOL.

1

Page 2: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

Autoria e colaboração

Flávia Fairbanks Lima de Oliveira MarinoGraduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista e mestre em Gine-cologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde foi preceptora de Internos e Residentes de Ginecologia. Especialista em Endometriose e Sexualidade Humana pelo HC-FMUSP. Título de especialista em Obstetrícia e Ginecologia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Membro da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), da Socieda-de Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da World Endometriosis Society (WES).

Tatiana Pfiffer FaveroGraduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Especialista em Ginecolo-gia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pelo Ministério da Educação (MEC). Médica preceptora do De-partamento de Ginecologia e Obstetrícia do HC-FMUSP. Especialista em Oncoginecologia e Laparoscopia pelo HC-FMUSP. Especialista em Laparoscopia e Urogineco-logia pelo Hospital Charité, Berlim. Médica assistente da Divisão de Uroginecologia do Departamento de Gineco-logia e Obstetrícia do HC-FMUSP.

Rodrigo da Rosa FilhoGraduado em Medicina e especialista em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Humana pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Título de especialista em Obstetrícia e Ginecologia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRAS-GO). Membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP). Médico atuante no corpo clínico das Maternidades Santa Joana e Pro Matre Paulista.

Adriana Carneiro Mesquita Burlachini de CarvalhoGinecologista, Obstetra e Mastologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Ana Lúcia Beltrame de MeloGinecologista, Obstetra e Especialista em Reprodução Humana pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Márcia Pereira de AraújoGraduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Oncologia Gine-cológica pela FMUSP.

Marcos de Lorenzo MessinaDoutor em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Médico colabora-

dor do setor de Mioma Uterino da Clínica Ginecológica da FMUSP e médico assistente do HU-USP.

Rodrigo Rovai BegaGraduado em Medicina e especialista em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mé-dico do Hospital São Paulo, do Hospital Geral de Pirajus-sara e do Hospital Estadual de Diadema.

Tatiana Fortes PedrozoGinecologista e Obstetra pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Igor Leonardo Padovesi MotaGraduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Residência Médica em Ginecolo-gia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde foi preceptor na disciplina de Ginecologia. Médico do setor de Endometriose do HC-FMUSP. Pós-gradua-do em Ginecologia Minimamente Invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês. Título de especialista em Obstetrícia e Gi-necologia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Membro da Asso-ciação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minima-mente Invasiva (SBE).

Jader BurtetGraduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Es-pecialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pelo Hospital Santa Casa de Porto Alegre (RS). Título de es-pecialista em Obstetrícia e Ginecologia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Preceptor da Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, de Porto Alegre. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saú-de de Porto Alegre (UFCSPA).

Bárbara Beatriz Garcia Raskovisch BartholoGraduada em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Residente em Gine-cologia e Obstetrícia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestranda em Obstetrícia pela UERJ.

Assessoria didáticaJader Burtet

Atualização 2017Bárbara Beatriz Garcia Raskovisch Bartholo

Page 3: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final, todas comen tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa.

Um excelente estudo!

Page 4: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

Índice

Capítulo 1 - Diagnóstico em Ginecologia ...... 15

1. Ultrassonografi as pélvica e transvaginal ..........16

2. Tomografi a computadorizada pélvica ..............21

3. Ressonância magnética de pelve ....................... 22

4. Histeroscopia ........................................................... 25

5. Histerossalpingografi a .......................................... 26

6. Colposcopia ................................................................ 28

7. Ultrassonografi a de mama .................................... 30

8. Mamografi a ...............................................................33

9. Videolaparoscopia ...................................................35

Resumo .............................................................................37

Capítulo 2 - Anatomia, embriologia e malformações do trato reprodutivo feminino ............................................................. 39

1. Anatomia .....................................................................40

2. Estrutura pélvica .....................................................40

3. Órgãos genitais internos ....................................... 43

4. Embriologia dos órgãos genitais ........................47

5. Distúrbios do desenvolvimento sexual e malformações genitais .......................................... 52

Resumo ............................................................................60

Capítulo 3 - Fisiologia menstrual ................... 61

1. Defi nição ..................................................................... 62

2. Eixo hipotalâmico-hipofi sário-ovariano .......... 62

3. Ciclo menstrual propriamente dito ....................64

4. Ciclo endometrial ..................................................... 69

5. Muco cervical ............................................................. 71

6. Esteroidogênese ovariana ..................................... 71

Resumo .............................................................................76

Capítulo 4 - Planejamento familiar ...............77

1. Defi nição ..................................................................... 78

2. Métodos não hormonais ........................................ 79

3. Métodos hormonais ................................................ 89

Resumo ........................................................................... 99

Capítulo 5 - Amenorreia ................................101

1. Introdução ................................................................ 102

2. Classifi cação ............................................................ 102

3. Etiologia .................................................................... 102

4. Diagnóstico ............................................................... 119

5. Roteiro básico para investigação ...................... 120

6. Tratamento ...............................................................125

Resumo ...........................................................................126

Capítulo 6 - Transtornos menstruais ..........127

1. Introdução ................................................................ 128

2. Sangramento uterino anormal .......................... 128

3. Sangramento uterino disfuncional .................. 134

4. Hiperandrogenismo ..............................................140

5. Síndrome dos ovários policísticos .....................143

6. Hiperprolactinemia ............................................... 150

Resumo ...........................................................................153

Capítulo 7 - Climatério ...................................155

1. Introdução .................................................................156

2. Defi nições pertinentes ..........................................157

3. Propedêutica ........................................................... 158

4. Rotina propedêutica básica ................................ 166

5. Tratamento ..............................................................167

6. Tratamentos não hormonais ...............................173

Resumo ...........................................................................176

Capítulo 8 - Vulvovaginites e cervicites .....177

1. Introdução .................................................................178

2. Vulvovaginites .........................................................179

3. Cervicites .................................................................. 188

4. Síndrome uretral .................................................... 191

Resumo ...........................................................................192

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

Ciru

rgia

do

Trau

ma

Que

stõe

s

Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

Ciru

rgia

do

Trau

ma

Com

entá

rios

Page 5: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

Diagnóstico em Ginecologia

Barbara Beatriz Garcia Raskovisch Bartholo

Neste capítulo, serão abordados os tópicos a respeito do diagnóstico em Ginecologia. Com o avanço da Medi-cina, os exames de imagem têm participado cada vez mais da elucidação diagnóstica de doenças pélvicas e mamárias. Assim, optamos por esclarecer conceitos, indicações clínicas, contraindicações e imagens dos principais exames realizados na propedêutica gineco-lógica. O diagnóstico de doenças pélvicas e mamárias é realizado, em sua maioria, com o auxílio de exames de imagem, não sendo possível hoje realizar a propedêutica ginecológica sem compreender os diferentes métodos de exame de imagem disponíveis: ultrassonografias pélvica e transvaginal, tomografia computadorizada pélvica, ressonância magnética pélvica, histeroscopia, histerossalpingografia, colposcopia, ultrassonogra-fia de mama, mamografia de alta resolução e digital e videolaparoscopia.

1

Page 6: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

sic ginecologia16

1. Ultrassonografias pélvica e transvaginal

DicaOs principais exames

realizados na propedêu-tica ginecológica são:

USTA, USGTV, TCP, RMP, HSC, HSG, colposcopia, USG de mama, MMG de alta resolução e digital e

videolaparoscopia.

Para entender um pouco a técnica:

Na ultrassonografia (USG), a imagem exibida na tela é transmitida por ondas sonoras que sofreram reflexão ao encontrar a estrutura a ser vi-sualizada e retornam ao transdutor, onde são transformadas em ener-gia elétrica e exibidas na tela. Logo, a reflexão do som é maior quando há grande diferença entre as impedâncias acústicas de 2 estruturas, como ocorre em cistos. A parede do cisto (ecos intensos) apresenta impedância bem diferente do fluido em seu interior (sem eco), sendo muito bem visualizado pelo método de USG.

Tabela 1 - Possíveis imagens em ultrassonografia

Anecoico (sem ecos)

Cor: preta. Material de baixa densidade; não reflete. O feixe sonoro se propaga de ótima maneira. Exem-plo: bexiga.

Hipoecogênico (hipoecoico)

Cor: tonalidades de cinza. O feixe sonoro propaga-se de modo satisfatório, dependendo da sua densidade e impedância acústica.

Hiperecogênico (ecogênicos)

Cor: branca. O feixe sonoro não se propaga pelo tecido, em tecidos com alta densidade. Exemplo: osso.

DebrisObservam-se finas partículas em suspensão em uma coleção mais espessa. Exemplo: cistos hemorrágicos, abscessos.

Figura 1 - Padrões de imagem em ultrassonografiaFonte: Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia. Ayrton Roberto Pastore, 2ª edição.

A - Reforço acústico posteriorOs equipamentos de USG apresentam um sistema de amplificação maior do sinal para os ecos oriundos de regiões mais profundas (com-pensação temporal de ganho). Essa compensação de ganho causa arte-fato na imagem: quando o feixe ultrassônico se propaga por uma região homogênea (baixa atenuação), as estruturas posteriores a essa região apresentarão ecos mais intensos do que aqueles adjacentes na mesma

Page 7: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

Anatomia, embriologia e malformações do trato repro-dutivo feminino

Flávia Fairbanks Lima de Oliveira MarinoMárcia Pereira de Araújo

Neste capítulo, serão abordados temas basais como anatomia e embriologia do trato reprodutor feminino, para na sequência serem apresentadas as suas mal-formações. Os distúrbios do desenvolvimento sexual, estados em que há discordância das gônadas com a genitália externa (como hiperplasia adrenal congênita), e as síndromes genéticas que desencadeiam malforma-ções genitais, figuram a maioria das questões de provas do assunto.

2

Page 8: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

sic ginecologia40

1. Anatomia

Figura 1 - Anatomia do assoalho pélvico feminino

O trato reprodutivo feminino é composto por: - Estrutura pélvica - bacia óssea, ligamentos, músculos e estruturas de sustentação; - Órgãos Genitais Internos (OGIs): ovários, trompas uterinas, útero e vagina; - Órgãos Genitais Externos (OGEs): vulva, composta por lábios maio-res e menores, monte do pube (vênus), clitóris, vestíbulo e glândulas vaginais maiores (Bartholin) e menores (Skene). E, ainda, o períneo e a membrana himenal ou hímen, que oclui parcialmente a entrada da vagina após sofrer rotura com o início da atividade sexual, passando a ser constituída por resquícios, denominados carúnculas himenais; - Mamas.

Neste capítulo, serão abordados, exclusivamente: a estrutura pélvica, os órgãos genitais internos e externos.

2. Estrutura pélvicaA - Bacia óssea

A pelve é formada por ossos do quadril, sacro e cóccix, formando um anel ósseo, onde há o sistema reprodutor feminino, o reto e o canal anal. Pode, ainda, ser dividida, didaticamente, em pelve verdadeira (menor) e pelve falsa (maior). A linha arqueada ou abertura superior da pelve (es-treito superior) divide a pelve em maior (superior à linha ar-queada) e pelve menor (abaixo da linha arqueada). A pelve verdadeira/menor é formada por 2 ossos ilíacos, região sa-crococcígea da coluna vertebral e pela sínfise púbica, sendo seus diâmetros de extrema importância no parto vaginal. Esse assunto será mais bem abordado em Obstetrícia, de-vido à sua importância no mecanismo de parto. Figura 2 - Bacia óssea

Page 9: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

SIC

QUE

STÕ

ES E

CO

MEN

TÁRI

OS

GINE

COLO

GIA

VOL.

1

Page 10: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

QUESTÕES

Cap. 1 - Diagnósticos em Ginecologia ........................ 197

Cap. 2 - Anatomia, embriologia e malformações do trato reprodutivo feminino ..................... 197

Cap. 3 - Fisiologia menstrual ....................................... 203

Cap. 4 - Planejamento familiar ................................... 207

Cap. 5 - Amenorreia ........................................................212

Cap. 6 - Transtornos menstruais ................................ 217

Cap. 7 - Climatério ...........................................................220

Cap. 8 - Vulvovaginites e cervicites .......................... 226

COMENTÁRIOS

Cap. 1 - Diagnósticos em Ginecologia ........................235

Cap. 2 - Anatomia, embriologia e malformações do trato reprodutivo feminino .................... 236

Cap. 3 - Fisiologia menstrual .......................................244

Cap. 4 - Planejamento familiar .................................... 251

Cap. 5 - Amenorreia ....................................................... 256

Cap. 6 - Transtornos menstruais ............................... 263

Cap. 7 - Climatério ............................................................267

Cap. 8 - Vulvovaginites e cervicites ...........................274

Índice

Page 11: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

Gine

colo

gia

Que

stõe

sQuestõesGinecologia

Diagnósticos em Ginecologia

2016 - UFF1. Assinale a assertiva que corresponde a uma prática ginecológica incorreta:a) a pesquisa de corpúsculos de Barr tem, nas disgene-

sias gonádicas e nos estados intersexuais, indicação para as malformações do trato genital feminino

b) a punção aspirativa de mama, a PAAF, tem como indi-cação primária o diagnóstico citológico

c) a adição de solução salina, na citologia a fresco, per-mite a avaliação da presença de protozoários, o nú-mero de leucócitos e as características celulares

d) a manobra de Kegel feita pelo toque vaginal, no curso do exame ginecológico, mostra-se contraproducente na avaliação da musculatura do assoalho pélvico

e) o exame colposcópico deverá ser realizado quando a colpocitologia mostrar lesão intraepitelial de bai-xo grau, ASCUS, AGUS ou lesão intraepitelial de alto grau

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2015 - HSPE2. A melhor propedêutica para investigação de afecções da cavidade uterina é a histeroscopia ambulatorial, com ou sem biópsia. Dos diagnósticos citados a seguir, assi-nale a alternativa que não pode ser diagnosticada por essa técnica:a) mioma submucosob) sinéquias uterinasc) pólipo endometriald) hiperplasia endometriale) adenomiose

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2013 - HAC3. Que procedimento pode ser realizado pela via lapa-roscópica? a) ressecção de gravidez tubária com trompa íntegra

ou não b) salpingostomia c) salpingectomia

d) remoção do dispositivo intrauterino na parede uteri-na ou na cavidade peritoneal

e) todas estão corretas

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2013 - HAC4. A colposcopia e a colpocitologia podem ser realizadas com tranquilidade na gravidez? a) sim b) não c) em 90% dos casos, não d) em 80% dos casos, não e) somente naqueles casos com indicação absoluta

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Anatomia, embriologia e malformações do trato reprodutivo feminino

2016 - FMUSP-RP5. Uma paciente de 32 anos, G2P0A2 (abortos com 8 e 12 semanas), refere que deseja investigação dos abor-tos anteriores e nova gestação. Nega doenças ou casos semelhantes na família. Durante investigação, a ultras-sonografi a evidenciou provável anomalia mülleriana (útero com septo longitudinal parcial de 3cm). Qual é a melhor conduta para esse caso?a) aguardar novas gestações espontâneas para aumen-

to da cavidade uterinab) realizar metroplastia uterina para aumentar a cavida-

de endometrialc) desestimular nova gestação, pois a possibilidade de

novos abortos é altad) realizar tratamento por técnica de reprodução assis-

tida (fertilização in vitro)

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - HSPE 6. Uma paciente de 23 anos foi à ginecologista para consulta após início de atividade sexual. Relata ter tido dor e difi culdade na relação sexual. Sua menarca foi aos 12 anos, e relatava ciclos menstruais normais. Ao ser examinada, a ginecologista referiu ter detecta-

Page 12: GINECOLOGIA VOL. 1 - s3-sa-east-1.amazonaws.com · Autoria e colaboração. Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino. Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São

ComentáriosGinecologia

Diagnósticos em Ginecologia

Questão 1. Analisando as alternativas:a) Correta. O corpúsculo de Barr, ou cromatina sexual, é encontrado nos indivíduos do sexo feminino, com carió-tipo XX, e corresponde à espiralização de um dos cro-mossomos X. Nos indivíduos do sexo masculino, que são XY, não há espiralização, já que só há 1 alelo do cromos-somo X presente. Dessa forma, a sua pesquisa permite elucidar os casos de malformações do trato genital.b) Correta. A punção aspirativa da mama (PAAF) consis-te na obtenção de um aspirado de células de determi-nada lesão ou região e, portanto, permite o diagnóstico citológico, mas não histológico (do tecido como um todo, em sua disposição habitual). Se houver necessidade de avaliação histológica, deve-se recorrer à biópsia com agulha grossa (core biopsy) ou mamotomia, que realizam a retirada de parte do tecido para análise.c) Correta. O exame a fresco consiste na análise micros-cópica de pequena amostra de secreção vaginal colhida diretamente do seu conteúdo ou do raspado da parede vaginal, e a adição de solução salina (ou hidróxido de potássio a 10%) permite avaliar o aspecto das células, a presença de células infl amatórias e a existência de mi-cro-organismos, seja bacilos de Döderlein (fi siológicos) ou bactérias patológicas (como Gardnerella vaginalis), fungos (como a Candida sp.) e protozoários (como Trich-omonas vaginalis).d) Incorreta. Essa manobra é adequada na avaliação fun-cional da musculatura do assoalho pélvico e permite a sua classifi cação em AFA (avaliação funcional do assoa-lho pélvico) de 0 a 4, sendo 4 o grau máximo de função. A manobra consiste na palpação bidigital com os dedos indicador e médio na vagina e solicitando que a paciente que contraia a musculatura ao redor dos dedos do exa-minador, sustentando pelo maior tempo possível.

Avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA)

Graus Função perineal objetiva Função perineal subjetiva

0 Ausente Sem função perineal objetiva

1 Ausente Reconhecível somente à palpação

Avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA)

Graus Função perineal objetiva Função perineal subjetiva

2 Débil Contração fraca à palpação

3 Presente Resistência opositora à palpa-ção, não mantida

4 Presente - boa Resistência opositora >5 segundos

Fonte: Ortiz et al (1996).

e) Correta. Já que o exame citológico é realizado como triagem, a colposcopia deve ser solicitada quando o pri-meiro demonstrar alterações citológicas que demandem investigação adicional. Gabarito = D

Questão 2. A histeroscopia diagnóstica é um exame que per-mite a visualização do interior da cavidade uterina e, portan-to, torna possível avaliar afecções que acometam a própria cavidade, como as sinéquias uterinas, o endométrio, como o pólipo, ou o abaúlem, como é o caso do mioma submucoso. A biópsia de endométrio por meio da histeroscopia é o padrão--ouro no diagnóstico das hiperplasias e neoplasias de endo-métrio. A adenomiose, entretanto, é a presença de células de endométrio permeando o miométrio, e seu diagnóstico costuma ser sugerido por exames de imagem como a ultras-sonografi a e a ressonância magnética.Gabarito = E

Questão 3. A via laparoscópica está sendo cada vez mais utilizada e permite acessar a cavidade peritoneal e os órgãos intra-abdominais e intrapélvicos. Analisando as alternativas:a) Correta. A laparoscopia pode ser usada para o trata-mento de casos de gravidez tubária desde que haja ma-nejo adequado da técnica e estabilidade hemodinâmica da paciente.b) e c) Corretas. Tanto a salpingostomia, que consiste na abertura da luz da tuba, quanto a salpingectomia, que consiste em sua retirada cirúrgica, são possíveis pela la-paroscopia, pois a tuba é facilmente acessível.d) Correta. Quando o DIU perfura a parede uterina e fi ca preso ou cai na cavidade peritoneal, é imperativo que seja removido por via laparoscópica, pois ela permite o acesso à cavidade peritoneal e corpo uterino.Gabarito = E

Gine

colo

gia

Com

entá

rios