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GIPSITA*Antnio Christino Pereira de Lyra Sobrinho *Antnio Jos Rodrigues do Amaral **Jos Orlando Cmara Dantas *Jos Robinson Alcoforado Dantas

1. GENERALIDADESA gipsita, mineral abundante na natureza, um sulfato de clcio hidratado cuja frmula qumica CaSO4.2H2O, que geralmente ocorre associado anidrita, sulfato de clcio anidro CaSO4, que tem pouca expresso econmica. A gipsita tem dureza 2 na escala de Mohs, densidade 2,35, ndice de refrao 1,53, bastante solvel e sua cor varivel entre incolor, branca, cinza, amarronzada, a depender das impurezas contidas nos cristais. A sua composio qumica (ou estequiomtrica) mdia apresenta 32,5% de CaO, 46,6% de SO3 e 20,9% de H2O. Trata-se de um mineral muito pouco resistente que, sob a ao do calor (em torno de 160oC), desidrata-se parcialmente, originando um semi-hidrato conhecido comercialmente como gesso (CaSO4.H2O). Os termos gipsita, gipso e gesso, so freqentemente usados como sinnimos. Todavia, a denominao gipsita reconhecidamente a mais adequada ao mineral em estado natural, enquanto gesso o termo mais apropriado para designar o produto calcinado. O mineral gipsita, geralmente, encontrado em granulao fina a mdia, estratificada ou macia, colorao em tons claros de amarelo e marrom, constituindo as denominadas rochas gipsferas. Destas, fazem parte tambm outros minerais, eventuais e sempre em quantidades subordinadas, entre os quais se incluem anidrita, calcita, dolomita, halita, enxofre, quartzo e argilas. Na realidade so essas rochas que constituem o que se costuma designar de minrio de gipsita, sempre que os teores de SO3 ou de gipsita presentes satisfazem s exigncias do mercado consumidor. Quanto forma de ocorrncia, so conhecidas trs variedades de gipsita: como cristais monoclnicos prismticos ou tabulares, constitui a variedade chamada selenita; como agregado de fibras paralelas, mais ou menos longas, denominada gipsita fibrosa e sob a forma macia ou compacta de granulao muito fina (a mais freqente e economicamente importante), que quando se apresenta com a cor branca translcida ou suavemente sombreada denominada alabastro. O uso da gipsita in natura, remonta a civilizaes antigas, como a egpcia (3.000 a.C.) e a romana. Mais recentemente, com o desenvolvimento da indstria cimenteira, o seu uso tornou-se imprescindvel, visto que o fabrico do cimento portland requer a adio deste bem mineral ao clnquer, para retardar o tempo de pega. Na agricultura, moda na granulometria apropriada, a gipsita utilizada como corretivo de solos, tendo sua aplicao se dado inicialmente na Europa, nos primrdios do sculo XVIII. A partir da vem sendo cada vez mais utilizada na correo de solos alcalinos onde, ao reagir com o carbonato de sdio, d origem ao carbonato de clcio e o sulfato de sdio, substncias de grande importncia agrcola. tambm utilizada como corretivo de solos deficientes em enxofre, para possibilitar a assimilao do potssio e o aumento do contedo de nitrognio. Na indstria, de um modo geral, a gipsita utilizada como carga para papel, na fabricao de tintas, discos, plvora, botes de fsforos, no acabamento de tecidos de algodo, e como distribuidor e carga de inseticidas. Pode tambm ser adicionada gua empregada na

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fabricao de cerveja para aumentar a sua "dureza", no polimento de chapas estanhadas e como filler na construo de estradas asfaltadas. A indstria qumica utiliza a gipsita e a anidrita para obter vrios produtos, dentre os quais podem ser citados: cido sulfrico, enxofre elementar, cimento, barrilha, cloreto de clcio, sulfato de amnio e carbonato de clcio. Os processos de obteno destes produtos, embora na sua maioria tecnicamente viveis, enfrentam grandes obstculos no que tange viabilidade econmica. O gesso encontra a sua maior aplicao na indstria da construo civil, embora tambm seja muito utilizado na confeco de moldes para as indstrias cermica, metalrgica e de plsticos; em moldes artsticos, ortopdicos e dentrios; como agente desidratante; como aglomerante do giz e na briquetagem do carvo. Por sua resistncia ao fogo, se emprega gesso na confeco de portas corta fogo; na minerao de carvo para vedar lmpadas, engrenagens e reas onde h perigo de exploso de gases. Isolantes para cobertura de tubulaes e caldeiras so confeccionados com uma mistura de gesso e amianto. Isolantes acsticos so obtidos pela adio de material poroso ao gesso. A gipsita secundria, ou gipsita qumica, gerada como sub-produto dos processos industriais de obteno dos cidos fosfrico, fluordrico e ctrico, e da dessulfurizao de gases gerados em termeltricas movidas a carvo e linhito. A gipsita qumica proveniente da produo de cido fosfrico recebe a denominao particular de "fosfogesso", enquanto a resultante da dessulfurizao dos gases denomina-se "dessulfogesso". No Brasil, e em muitos outros pases, a gipsita secundria vem substituindo a natural como retardador do tempo de pega do cimento; no entanto, em alguns pases, ainda enfrenta restries na utilizao para confeco de pr-moldados. Em salinas a gipsita se deposita como impureza que, aps ser submetida a processo de tratamento, pode ter viabilizada a sua aplicao na indstria cimenteira. Alguns materiais de construo podem ser substitudos por gesso, especialmente a cal, o cimento, o ao, a alvenaria e a madeira. Para utilizao pela indstria cimenteira a gipsita submetida previamente a um processo de cominuio atravs de britadores de mandbulas; para ser aplicada na agricultura, alm da britagem, passa por moagem e peneiramento. A produo de gesso feita mediante a calcinao controlada da gipsita bruta em fornos especficos de tipos diversos.

2. RECURSOS E RESERVASO minrio de gipsita se origina em bacias sedimentares, por evaporao da fase lquida. Trata-se, pois, conceitualmente, de um evaporito e constitui depsitos em forma de camadas, lentes e bolses, intercalados em seqncias sedimentares, cujas idades geolgicas podem variar do Paleozico ao Cenozico. No territrio brasileiro os principais depsitos de gipsita ocorrem associados s bacias sedimentares conhecidas como Bacia Amaznica (Amazonas e Par); Bacia do Meio Norte ou Bacia do Parnaba (Maranho e Tocantins); Bacia Potiguar (Rio Grande do Norte); Bacia Sedimentar do Araripe (Piau, Cear e Pernambuco); e Bacia do Recncavo (Bahia). Existem registros bibliogrficos de ocorrncias nos Estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Acre e Rondnia, entretanto no existem quaisquer informaes a respeito de suas reservas, formalmente quantificadas e reconhecidas pelo DNPM. O aproveitamento das reservas doBalano Mineral Brasileiro 2001

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Par tem como fatores impeditivos a grande distncia dos centros consumidores e deficincias de infra-estrutura. Do ponto de vista econmico, os principais depsitos brasileiros de gipsita esto localizados na Bacia Sedimentar do Araripe, onde a gipsita ocorre sob a forma de duas camadas no contguas, das quais a superior sempre mais potente, sobretudo em Pernambuco, onde apenas ela tem sido explotada. No Cear elas so menos potentes, porm a explotao se estende a ambas. Estas camadas constituem o Membro Ipubi da Formao Santana, de idade cretcea. O aproveitamento das jazidas de gipsita do Araripe pernambucano - Municpios de Araripina, Bodoc, Exu, Ipubi, Ouricuri e Trindade - gerou um conjunto de atividades empresariais com forte reflexo na economia local, constituindo um cluster bastante dinmico e que recebeu a denominao de "Plo Gesseiro do Araripe". O minrio gipsfero do Plo Gesseiro do Araripe classifica-se, grosso modo, como de excelente qualidade industrial, em face de uma consistente concentrao de sulfatos, da ordem de 90 a 95%, enquanto as impurezas de origem terrgena se apresentam em quantidades desprezveis, raras vezes ultrapassando a 0,5% da rocha total. Embora nesse minrio a gipsita seja predominante, tambm se fazem presentes quantidades subordinadas de anidrita, em geral de 4 a 7% mas podendo, s vezes, chegar at 14% (Menor, 1995). A partir de dados do Anurio Mineral Brasileiro 2000, dos Relatrios Anuais de Lavra 2001 e de Relatrios dos Trabalhos de Pesquisa aprovados no ano 2000, foi montada a Tabela 1, da qual constam as reservas nacionais de gipsita (reserva medidas + indicadas + inferidas) oficialmente aprovadas, e que so da ordem de 1.668.570.905 t. Do total desta reserva, 96% localizam-se nos Estados da Bahia (43%), do Par (35%) e de Pernambuco (18%), vindo em seguida os Estados do Maranho (2,7%), de Tocantins (0,6%), do Cear (0,3%), do Piau (0,2%) e do Amazonas (0,1%). O conhecimento quantitativo das reservas no diretamente proporcional ao conhecimento qualitativo do minrio, apesar da evoluo que se verificou nos ltimos anos. Este descompasso tem srias implicaes na utilizao industrial do mineral, especialmente quando esta exige o emprego de tecnologias mais avanadas, fundamentais para a elaborao de produtos finais mais sofisticados e, consequentemente, com maior valor agregado. A insipincia desses conhecimentos encontra explicao no fato de, historicamente, o principal setor consumidor da gipsita ser a indstria cimenteira, cujas especificaes para esta matriaprima so bem elsticas, haja vista sua pequena participao no produto final (apenas 3% a 5% em peso). A anlise da evoluo das reservas de gipsita no perodo 1988-2000 (Grfico 1) mostra que as reservas medidas sempre foram superiores s indicadas e inferidas, inclusive, a partir de 1994, superando at o somatrio das duas. Naquele ano, quando foram computadas pela primeira vez as reservas do municpio de Camamu, na Bahia, ocorreu um crescimento de 88,5% em relao ao ano anterior. Em 1996, tambm ocorreu um salto positivo na curva ilustrativa desta evoluo, embora no to conspcuo quanto o havido anteriormente. Da em diante, at 2000, essas reservas vm sofrendo uma gradual, contnua e pouco intensa reduo. Vale registrar que as reservas do Rio Grande do Norte no esto sendo computadas em virtude do DNPM ter tornado sem efeito os manifestos de mina que l existiam. Embora as reas tenham sido posteriormente colocadas em disponibilidade para lavra, nenhum investidor se sentiu atrado, certamente em funo da grande espessura do capeamento e pequena espessura da camada mineralizada..

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Ao longo do perodo em anlise as reservas exibem uma ntida tendncia de crescimento, cerca de 9% a.a, superior inclusive ao crescimento mdio da produo, que foi de 6% a.a. Este fato explica porque as reservas medidas de 2000 so 74% superiores quelas existentes em 1988. As reservas inferidas permaneceram inferiores s indicadas at 1995, quando as sobrepujaram aps um crescimento mais acentuado, situao que perdurou at 2000. Numa anlise por estado verifica-se que a Bahia foi o que apresentou a melhor performance sendo seguido do Amazonas, de Tocantins e de Pernambuco, que tiveram acrscimos em suas reservas medidas da ordem de 33%, 27% e 6,50%, respectivamente. Com relao s reservas da Bahia, vale registrar que as mesmas j so conhecidas desde a dcada de 1960-70, chegando inclusive a ser objeto de concesso de lavra posteriormente revogada por iniciativa do DNPM. Embora no se disponha de uma quantificao dos recursos de gipsita do Pas pode-se, com certeza, consider-los como abundantes, face grande extenso dos depsitos conhecidos, dos quais as reservas dimensionadas representam apenas uma pequena parcela.

Tabela 01UFAMAZONAS BAHIA CEAR MARANHAO PAR PERNAMBUCO PIAU TOCANTINS

Reservas de Gipsita - 2000MEDIDA357.273 461.343.861 4.410.925 37.240.007 189.619.891 157.615.638 1.649.460 776.823 656.800 204.119.355 59.124.937 522.000 4.443.011 186.739.654 91.693.337 1.243.000 5.372.813

INDICADA1.365.120 93.997.000

INFERIDA

TOTAL1.722.393

%0,1 43,2 0,3 2,3 34,8 18,5 0,2 0,6

166.280.000

721.620.861 4.410.925 37.896.807 580.478.900 308.433.912 3.414.460 10.592.647

TOTAIS

853.013.878 364.228.223

451.328.804

1.668.570.905

100,0

Unidade: t Fonte: DNPM/DIRIN Lyra Sobrinho & Amaral (1999).

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Grfico 1 - Evoluo das Resevas de Gipsita - 1988 - 20002.000 1.800Em milhes de toneladas

1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 0 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000MEDIDA MEDIDA + INDICADA TOTAL (MEDIDA + INDICADA + INFERIDA)

Fonte: DNPM/DIRIN

3. PRODUONo perodo 1988-2000 foram produzidas no Pas 14.267.043 t, das quais, 1.541.109 t em 2000 (Tabela 2). Houve, portanto, nesse intervalo temporal, um crescimento na produo da ordem de 95,4%. Os Estados produtores de gipsita, em ordem decrescente, foram: Pernambuco (89,95%), Cear (4,33%), Maranho (3,66%), Amazonas (1,10%), Tocantins (0,42%), Bahia (0,35%), Piau (0,18%) e Rio Grande do Norte e Minas Gerais, cuja soma corresponde a menos de 0,01%. A anlise da srie histrica da produo evidencia uma tendncia contnua de crescimento, muito embora obedecendo a um padro oscilatrio, determinado por expanses e retraes, especialmente entre 1988 e 1994. Nesta fase, a ampliao da produo/consumo de gesso possibilitou aos produtores de gipsita superar os percalos enfrentados pela economia do Pas e o aumento da utilizao do fosfogesso como substituto da gipsita na indstria cimenteira, sobretudo em So Paulo. A fase que se estende de 1994 a 1997, atpica na evoluo da produo brasileira de gipsita. No pela sua expanso contnua, visto que entre 1972 e 1976, 1979 e 1981 e 1984 e 1987, tambm ocorreu comportamento semelhante. O diferencial se manifesta com relao aos nveis alcanados, quando se saiu de cerca de 800.000 t em 1994, para 1.500.000 t em 1997, um aumento de 87,5%, em apenas trs anos. Atribui-se esse crescimento estabilizao econmica gerada pelo Plano Real que, ao aumentar a renda das camadas mais pobres da populao, possibilitou o surgimento do denominado mercado da auto-construo, o qual, em funo do denominado consumo formiga, para reforma e construo de pequenos imveis residenciais, levou a um grande crescimento da produo nacional de cimento. Em reforo a este argumento, vale registrar que na poca no existiam grandes obras de infraestrutura, bem como era baixo o nvel de atividade da construo de imveis industriais ou comerciais, e de residncias para as classes mdia e alta da sociedade. No mesmo perodo cresceu tambm a procura de gipsita para a produo de gesso, cuja parcela destinada construo civil est ligado s camadas mais pobres da populao, perfil este que dever sofrer alterao com a entrada no mercado das multinacionais Lafarge, Knauf e BPB.Balano Mineral Brasileiro 2001

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Ao final de 2000, existia no Pas um total de 65 minas, sendo 36 ativas e 29 paralisadas, assim distribudas: Pernambuco 47 minas (28 ativas); Cear 4 minas (2 ativas); Maranho 8 minas (apenas 1 ativa); Amazonas 1 mina (ativa); Tocantins 1 mina (ativa); Bahia 3 minas (ativas); Piau 1 mina (paralisada). O nmero relativamente elevado (45%) de minas paralisadas se deve, sobretudo, existncia de dois grupamentos mineiros em Pernambuco dos quais, embora congreguem um total de 13 minas, somente duas so produtivas, situao amparada pela legislao minerria vigente. A inequvoca supremacia de Pernambuco esteve, no ltimo ano do perodo, centrada em apenas seis empresas que, operando nove minas localizadas nos municpios de Ouricuri, Ipubi, Trindade e Araripina, geraram 78% da produo estadual e 68% da produo brasileira ROM, com a seguinte distribuio por empresa: Mineradora So Jorge S.A. (Grupo Laudenor Lins), 19%; Mineradora Ponta da Serra Ltda. (Grupo Votorantim), 16%; Empresa de Minerao Serrolndia Ltda. (Grupo Valdemar Vicente de Souza), 12%; Mineradora Rancharia Ltda./Supergesso S.A. Ind. e Com. (Grupo Inojosa), 12%, Holdercim Brasil S.A. (Grupo Holderbank), 10% e CBE Cia. Brasileira de Equipamento (Grupo Joo Santos), 10%. O controle das minas, grosso modo, est dividido entre grupos cimenteiros: Votorantim, Joo Santos, Holdercim e Lafarge/Matsulfur (6 minas ativas); e empresas produtoras de gesso, sejam as formalmente integradas verticalmente, que realizam atividades de minerao e de calcinao sob a mesma razo social (14 minas ativas), sejam outras que atuam na minerao e na calcinao sob razes sociais diferentes, embora o controle acionrio pertena a um mesmo grupo empresarial (16 minas ativas). A evoluo do mercado fez desaparecer o universo das empresas que se dedicavam apenas minerao. A liderana ostentada por Pernambuco no cenrio nacional fruto da conjugao de fatores como a tenacidade do empresariado, que gerou e consolidou uma tradio mineira, com aspectos geolgicos e de infra-estrutura. Os fatores geolgicos propiciaram uma melhor e mais extensiva preservao das camadas mineralizadas, bem como um capeamento com espessuras mais reduzidas e um grau de pureza suficiente para qualificar esse minrio para utilizaes as mais nobres. Em relao a outras regies produtoras, a infra-estrutura disponvel, sobretudo a existncia de uma razovel rede de rodovias, a maioria das quais pavimentadas, e o elevado ndice de eletrificao rural, criam vantagens para implantao de unidades mineiras, calcinadoras e unidades de fabricao de pr-moldados. No entanto, como ser comentado mais adiante, para que o desenvolvimento do Plo Gesseiro do Araripe no seja prejudicado, h necessidade de que a infra-estrutura, tanto de transporte como de energia, seja melhorada. As minas de Pernambuco apresentam um condicionamento geolgico bastante semelhante, da porque em todas elas o mtodo de lavra a cu aberto, em cava open pit, desenvolvida segundo bancadas com altura variando entre 5 e 10m e frentes de lavra em forma de anfiteatro. Tradicionalmente, tanto na fase de pesquisa como na de lavra, as mineradoras em Pernambuco tm adotado, como limite operacional, uma relao estril/minrio em torno de 0,43:1, ou seja, at 0,43 m de capeamento para cada tonelada de gipsita a ser extrada. Alm disso, a espessura mxima de capeamento aceitvel na regio, em funo dos equipamentos e da tecnologia de lavra disponveis, situa-se entre 15 e 20m, fazendo com que parte das reservas de gipsita seja descartada o que, em alguns casos, compromete sua posterior utilizao. Existem diferenas acentuadas na conduo dos trabalhos de lavra, a depender do porte da mineradora e respectiva escala de produo. Naquelas mais estruturadas (produo superior aBalano Mineral Brasileiro 2001

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100.000 tpa ROM), elaborado um planejamento de lavra, bem como executado anualmente o controle cartogrfico da rea j lavrada. Embora os equipamentos e veculos utilizados propiciem um melhor rendimento s operaes, o processo de lavra praticado, em geral, se classifica como semimecanizado, j que a parcela do minrio destinada calcinao passa por seleo manual aps o desmonte. De modo geral, a atividade de lavra obedece seguinte seqncia: limpeza do terreno, decapeamento, perfurao, desmonte (com explosivos), carregamento e transporte. O maquinrio utilizado consta de tratores de esteira, ps carregadeiras, caminhes basculantes (na limpeza, decapeamento e posteriormente no carregamento e transporte do minrio desmontado), e marteletes pneumticos e wagon-drills na perfurao. Os progressos mais significativos registrados na dcada de 1990 esto relacionados otimizao dos planos de fogo, graas assistncia tcnica propiciada por fabricantes/fornecedores de explosivos; implantao do rompedor hidrulico aps o desmonte, nas mineradoras de maior porte, praticamente eliminando o fogacho, ou fogo secundrio, propiciando uma fragmentao primria mais homognea, alm de trazer maior segurana aos operrios. Por outro lado, grande parte das mineradoras que fornecem gipsita para as fbricas de cimento tem instalado unidades de britagem nas respectivas minas. Nesse caso, o processo de beneficiamento consiste em britagem (e, s vezes, rebritagem) e peneiramento. Muito mais do que agregar valor ao produto, o mais provvel que, sendo o custo do frete de capital importncia, para um mesmo volume transportado a tonelagem de gipsita britada superior quela em forma de blocos. O desenvolvimento do mercado para o "gesso agrcola", especialmente no cerrado do oeste da Bahia, tem estimulado a produo deste insumo para o que, ao fluxograma anteriormente citado, acrescentada, num circuito de britagem paralelo, uma etapa de moagem. A recuperao na lavra, em geral, alcana nveis superiores a 90%, se bem que em todas as minas onde parte da gipsita extrada se destina calcinao, ou obteno de produtos mais nobres como o gesso alfa, por exemplo, esse percentual decresce significativamente, visto que a seleo dos blocos feita manualmente na frente de lavra aps o desmonte, levando em conta apenas experincia dos operrios. Este fato demonstra a necessidade de, na fase de pesquisa geolgica, serem identificados e mapeados os diferentes tipos de minrio de tal forma que, quando do planejamento da lavra, sejam estabelecidas as propores de participao de cada tipo no blending que deve alimentar as instalaes de calcinao. Est em expanso tanto a modernizao de equipamentos de lavra, quanto de procedimentos, atravs da adoo de programas de controle de qualidade, aos quais j aderiram as empresas dos Grupos Inojosa, Laudenor Lins e Votorantim. Ao longo de 2001, cerca de 20 outras pequenas e mdias empresas do Plo Gesseiro do Araripe iniciaram a implantao de programas de qualidade. Outras duas tendncias esto se consolidando: a da terceirizao dos trabalhos de lavra e a dos pedidos de suspenso temporria desses trabalhos. Esses procedimentos esto sendo implantados por grupos cimenteiros e/ou gesseiros multinacionais, visando reduzir custos com a montagem de estrutura de produo, ou sob a alegao de razes de escala de produo versus economicidade. Levantamento realizado por Santos & Sardou et alii (1996) quantificou a capacidade de produo instalada em 2,3 x 106 t/ano. Como a produo de gipsita em 2000 foi de aproximadamente 1,5 x 106 t e admitindo-se no ter havido alterao significativa nessa capacidade, conclui-se que existe uma capacidade ociosa da ordem de 35%, razoavelmente elevada. Isto, por outro lado, pe em evidncia que o setor capaz de absorver, de imediato, um aumento de demanda de igual valor.Balano Mineral Brasileiro 2001

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O substituto da gipsita na indstria cimenteira o denominado gesso qumico ou fosfogesso, obtido como subproduto da indstria de fertilizantes fosfatados, na produo de cido fosfrico. Para as indstrias de fertilizantes o fosfogesso se constitui num problema, pois, alm de ser gerado em grande quantidade, possui uma fina granulometria, elevado grau de umidade, de difcil manuseio e poluente. Os principais produtores brasileiros de fosfogesso so a Copebrs - Companhia Petroqumica Brasileira S.A., Fosfrtil - Fertilizantes Fosfatados S.A., Serrana Fertilizantes S.A. e Ultrafrtil - S.A. Indstria e Comrcio de Fertilizantes. Ao longo do perodo em anlise, o Plo Gesseiro do Araripe, especialmente os municpios de Trindade, Ipubi, Araripina e Ouricuri, consolidou-se como principal plo produtor de gesso do Pas. Levantamento realizado pelo 4o Distrito do DNPM, em 1999, identificou a existncia de 75 unidades de calcinao de gipsita (calcinadoras). Estas empresas so as responsveis por cerca de 90% da produo nacional de gesso, complementada pelas empresas Chaves S.A. Minerao e Indstria, e sua coligada Stargesso Ltda (Cear), Gesso Mossor (So Paulo), e Gessonorte (Tocantins). A produo de gesso dever sofrer grande ampliao como reflexo da entrada das multinacionais. A Lafarge adquiriu uma unidade de minerao e calcinao situada em Araripina/PE e outra de calcinao e produo de gesso acartonado localizada em Petrolina/PE, que operam sob a razo social de Gipsita S.A. Minerao Indstria e Comrcio. A BPB British Plaster Board, alm de comprar uma mina em Araripina/PE, atravs da sua associada Placo do Brasil, investiu cerca de US$ 20 a 30 milhes na implantao de uma unidade de calcinao e produo de gesso acartonado (10 milhes de m2/ano) em Mogi das Cruzes/SP. A Knauf adquiriu duas minas, sendo uma em Araripina/PE e outra em Camamu/BA, e com investimentos tambm da ordem de U$ 20 a 30 milhes implantou uma unidade de calcinao e produo de gesso acartonado (12 milhes de m2/ano) no Plo Industrial de Queimados/RJ. A tendncia das empresas calcinadoras que no dispem de mina buscar a integrao para trs como forma de assegurar o suprimento de matria-prima em quantidade, qualidade e, principalmente, preos compatveis com os seus interesses. Este fato certamente redundar em cobrana de providncias, junto ao DNPM, com relao s minas paralisadas. Na produo de gesso, o minrio de gipsita com teor de CaSO4 2H2O superior a 80% selecionado manualmente aps o desmonte, e transportado para as calcinadoras onde, aps os processos de britagem, rebritagem, moagem e peneiramento, so enviados aos fornos. O processo de calcinao varia de acordo com o tipo de forno utilizado. Basicamente existem quatro tipos: panela, marmita, rotativo tubular e marmitas rotativas. Os fornos tipo panela, que so os mais rudimentares, usam a lenha como combustvel e esto em extino; ps agitadoras homogeneizam a calcinao enquanto os controles de temperatura e do tempo de residncia do material so controlados de forma emprica, que depende muito da experincia do operador. Os fornos tipo marmita tm forma de paneles fechados; a temperatura pode ser controlada atravs de pirmetros, e um sistema de palhetas internas garante a homogeneidade do material. O combustvel pode ser a lenha ou leo BPF. Os fornos rotativos tubulares so de ao e material refratrio, possuem grande extenso e pequena inclinao. O minrio modo entra em contato direto com a chama de um maarico localizado do lado da alimentao, a calcinao ocorre proporo que o material se desloca, por gravidade, ao longo de toda a extenso do forno e o tempo de residncia controlado pela velocidade de rotao do tubo. Os fornos marmita rotativos tambm tm a forma tubular e so fabricados de ao e material refratrio, sua extenso dependendo do volume de produo. Em alguns casos seus controles so automatizados com auxlio de computadores,Balano Mineral Brasileiro 2001

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enquanto em outros a operao realizada empiricamente. O minrio no entra em contato direto com a chama, em alguns casos o forno tem controle de tempo, de temperatura e de perda de massa, como tambm da presso interna. O material permanece na cuba e a descarga intermitente. O processo de calcinao pode ser realizado presso atmosfrica, para obteno do gesso beta, ou em equipamentos fechados e sob presso maior que a atmosfrica, para obteno do gesso alfa (produto mais nobre e com preos mais elevados). No primeiro caso, o processo realizado em diferentes tipos de forno e, no segundo, a calcinao ocorre em um autoclave, com injeo de vapor ou por desidratao da gipsita em meio aquoso. Nesse ltimo processo, a tecnologia empregada mais sofisticada e o controle de qualidade, tanto da matria-prima quanto do produto final, bem mais rgido. A variao da temperatura permite obter gesso beta com diferentes caractersticas diretamente relacionadas sua utilizao: gesso rpido ou de fundio e gesso lento ou de revestimento. Alm desses tipos, existem ainda o gesso cermico, que uma variedade mais nobre do gesso de fundio, e o gesso filler, que corresponde frao de finos que se recupera dos vapores que so lanados na atmosfera, durante a etapa de calcinao. Com o emprego de aditivos so elaborados tipos especiais de gesso com propriedades fsicas e qumicas preestabelecidas, como por exemplo a reduo ou dilatao do tempo de pega, e a impermeabilizao. Os principais tipos de pr-moldados de gesso so as placas, os blocos e os painis de gesso acartonado, embora tambm sejam fabricados gizes e os denominados bloquetes ou tijolos de gesso. A tecnologia praticada, em linhas gerais, segue um mesmo princpio, variando apenas o grau de sofisticao e automao dos equipamentos empregados. O nvel de poluio nas empresas menores bastante elevado; nas de maior porte, acha-se bastante reduzido no interior das unidades fabris, porm falta muito ainda para se reduzir o que lanado na atmosfera com efeitos danosos ao meio ambiente como um todo, nas circunvizinhanas das fbricas, geralmente localizadas no permetro urbano de Trindade, Araripina e tambm Ipubi e Ouricuri. A expanso do Plo Gesseiro do Araripe encontra uma barreira na logstica de transporte. A situao atual, em que o modal predominante o rodovirio, e apenas uma pequena parte da produo transportada por uma combinao rodo-ferroviria, reduz a competitividade do Plo e impossibilita que seus produtos alcancem o mercado externo. No caso da gipsita, freqentemente, o valor do frete at o Sudeste alcana valores da ordem de 10 vezes o valor fob. Produtos de maior valor agregado, como os gessos para construo e decorao, ou mesmo gessos especiais ou acartonado, suportam melhor a influncia do frete no preo cif mercado consumidor. As deficincias do transporte, e os conseqentes elevados fretes podem at anular vantagens proporcionadas pelas caractersticas das jazidas. A implantao da denominada Ferrovia Transnordestina (investimento da ordem de US$320 milhes) permitir a conexo entre o Porto de Suape/PE e o Porto Fluvial de Petrolina, no Rio So Francisco. A ligao do Plo Gesseiro linha principal ser viabilizada atravs da denominada Ferrovia do Gesso, um ramal de cerca de 120 km entre as cidades de Parnamirim e Araripina, cuja implantao dever ser custeada pelo Governo de Pernambuco. O Plo carece tambm que o fornecimento de energia seja melhorado em quantidade e qualidade. A sobrecarga e saturao das estaes fornecedoras dificulta ou mesmo impede o crescimento. A heterogeneidade da tenso eltrica e as interrupes no seu fornecimento so efetivamente prejudiciais produo e durabilidade dos equipamentos. Estes fatores aindaBalano Mineral Brasileiro 2001

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no conseguiram atingir os nveis adequados, embora existam projetos da concessionria visando eliminar os problemas identificados. Outro aspecto de carter vital, at porque o Plo est situado no semi-rido, a questo do abastecimento d'gua. A implantao da denominada Adutora do Oeste, captando gua do rio So Francisco em Orob, a 172 km de distncia, foi iniciada h dez anos e teve concluda apenas a primeira etapa, at o municpio de Ouricuri. A inexistncia de suprimento d'gua com quantidade e qualidade, alm de influenciar negativamente na qualidade dos produtos das empresas hoje existentes, est inviabilizando a implantao de unidades industriais de maior porte para produo de pr-moldados. As principais fontes de energia calorfica para os fornos de calcinao tm sido a lenha (ainda utilizada pelas unidades de menor porte), e o leo pesado tipo BPF ou assemelhados. Todavia, o grande aumento de preo deste derivado do petrleo a partir de 1999 fez com que um grande nmero de empresas voltasse a consumir lenha. Em 2001 tiveram incio algumas experincias de utilizao do gs GLP. A curto e mdio prazo pouco provvel que seja viabilizada a oferta de gs natural, o que exigiria a extenso de gasodutos por cerca de 600 km. Com o progressivo fortalecimento dos princpios conservacionistas, as indstrias passaram a enfrentar obstculos cada vez mais consistentes para continuarem a utilizar a lenha como energtico. Alm do mais, a exausto da caatinga est fazendo com que as fontes de suprimento se situem cada vez mais distantes e os preos se tornem cada vez mais elevados. O emprego da gipsita secundria, como substituta da gipsita natural, foi viabilizado mais rapidamente na agricultura e na indstria de cimento, embora em ambos os casos seja necessrio o tratamento do material antes da sua aplicao. O elevado teor de umidade e a granulometria muito fina so fatores que dificultam e encarecem o tratamento e manuseio do material. Na agricultura, a presena de resduos fosfticos e de enxofre tm carter benfico para as plantas. Estudos realizados na Frana, e reportados por Vidal de Arajo (1995), indicam que para a fabricao de gesso e pr-moldados tanto o dessulfogesso quanto o fosfogesso apresentam uma srie de contra-indicaes. No caso do dessulfogesso os principais problemas so a presena de impurezas que o tornam inadequado para a fabricao de gesso de revestimento e sobretudo de gesso para moldagem. Estas impurezas transmitem uma tonalidade ao gesso que o tornam imprprio para a fabricao de "enduits" e de placas. Por outro lado, o consumo de energia para calcinar o dessulfogesso cerca de 30% superior ao da gipsita natural. Quanto ao fosfogesso, pode ser citado o alto teor de umidade que representa um consumo de energia equivalente ao dobro daquele observado quando se utiliza a gipsita natural. A presena de impurezas (traos de cido, compostos de flor, ferro), sob formas complexas, atrapalham a reidratao e a cristalizao do gesso. A granulometria muito fina torna bastante difcil a aplicao de gesso de revestimento. A colorao varivel dos fosfatos, transmitida ao fosfogesso, uma desvantagem para o acabamento das obras. No se consegue eliminar totalmente a radioatividade presente nos fosfatos e esta sempre se mostra presente nas placas. O fato de no Brasil ocorrer apenas a produo de fosfogesso, que contm impurezas como resduo de fosfato, cido sulfrico, urnio e outros, via de regra indesejveis nos derivados do gesso, torna pouco provvel, pelo menos a curto e mdio prazo, a substituio da gipsita pelo fosfogesso neste segmento da indstria. Algumas fbricas de cimento dos Estados do Rio de Janeiro e do Esprito Santo utilizam o sulfato de clcio, obtido a partir das salmouras de salinas, como substituto de gipsita.

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A posio do Brasil no cenrio mundial pouco representativa, haja vista sua ainda pequena produo, embora existam reservas de minrio e um mercado potencial a ser desenvolvido. H que se ressaltar que, nas estatsticas brasileiras de produo de gipsita, no esto computadas as quantidades referentes ao fosfogesso, fato que ocorre em alguns outros pases, como o Japo por exemplo. O maior produtor mundial os Estados Unidos, cuja produo interna, da ordem de 25 milhes de toneladas/ano, chega quase ao dobro do segundo colocado, a China.

Tabela 02ANOS1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000Unidade: t(p)

Evoluo da Produo de Gipsita, Gesso e Fosfogesso - 1988 2000GIPSITA788.673 860.620 823.688 969.814 896.925 906.135 834.187 953.116 1.126.106 1.507.114 1.531.957 1.527.599 1.541.109

GESSO275.231 313.736 288.137 343.060 372.232 305.680 319.222 426.996 457.654 522.640 665.783 598.686 670.270

FOSFOGESSO(1)3.301.000 3.667.000 2.417.000 3.295.000 2.324.000 2.807.000 3.267.000 3.321.000 3.800.000 3.550.000 3.680.000 4.716.856 4.841.128

Fonte: DNPM/DIRIN Ibrafos - Instituto Brasileiro do Fosfato (1) Nota: (p) Valores preliminares obtidos do Sumrio Mineral 2001. Em itlico valores obtidos por tendncia.

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GIPSITA Grfico 2 - Evoluo das Produes de Gipsita, Gesso e Fosfogesso 1988 - 20005.000 4.500 4.000 3.500 Em mil toneladas 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000(p)

GIPSITA Fonte: DNPM/DIRIN; IBRAFOS

GESSO

FOSFOGESSO

4. COMRCIO EXTERIORSendo um material de baixo valor unitrio cujo emprego industrial implica no manuseio de grandes quantidades e existente em muitos pases do mundo, o comrcio internacional de gipsita guarda certas peculiaridades em virtude das quais menos de 20% da produo mundial entram em transaes internacionais (Balazik et alii, 1998.). Tradicionalmente, as importaes e exportaes brasileiras de gipsita (bens primrios + manufaturados) sempre foram de mesmo e inexpressivo nvel (Tabela 3). Todavia, a partir de 1993, instalou-se uma tendncia de crescimento das exportaes e importaes que tem se mantido at 2000. No caso das exportaes esse crescimento foi bem modesto at 1998, quando passou a se elevar exponencialmente. No obstante, os totais exportados alcanados ainda so irrisrios, sobretudo quando observados no contexto mundial. Por outro lado, as importaes apresentaram um crescimento bem mais expressivo, muito embora sujeito a um padro fortemente descontnuo. O crescimento do comrcio exterior de gesso e derivados deve-se ao incio da atuao das empresas Lafarge, BPB e Knauf no mercado sul-americano, implantando subsidirias, e/ou adquirindo o controle de empresas j existentes, em diversos pases, como Chile, Argentina e Uruguai, alm do Brasil. Os maiores compradores de gipsita brasileira so, em ordem decrescente: Argentina, Paraguai, Venezuela, Uruguai, Equador, Chile, Alemanha, EUA e Reino Unido que, em conjunto, respondem por 97,9% da tonelagem exportada no perodo analisado. As vendas efetuadas ao Paraguai, Venezuela e Chile so dominadas por produtos base de gipsita com maior valor agregado, sobretudo no caso da Venezuela. A Argentina detm o predomnio da aquisio de produtos com baixo valor agregado (Grfico 3). Quanto s importaes, em termos quantitativos decrescentes, os principais pases fornecedores so: EUA, Espanha, Chile, Argentina, Frana, Alemanha e Reino Unido que, conjuntamente, respondem por 99,6% da tonelagem importada no referido perodo. Os maiores dispndios ocorrem em relao ao Chile, Argentina, Frana, Alemanha e ao Reino Unido. Enquanto os produtos originrios da Frana so os de mais elevado valor agregado, proporcionalmente, os provenientes dos EUA so os de menor valor (Grfico 4).Balano Mineral Brasileiro 2001

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O crescimento do comrcio exterior est refletindo, basicamente, a elevao do nmero de transaes envolvendo produtos manufaturados e semi-acabados de gesso. Vale ressaltar o comportamento anmalo das importaes nos anos de 1994 e 2000, respectivamente, quando ocorreram grandes importaes de gipsita promovidas pelo setor cimenteiro da regio Sudeste para suprir parte da sua demanda. Os preos fob praticados pelos produtores pernambucanos so competitivos com os do mercado internacional. No entanto, as deficincias do sistema de transporte reduzem drasticamente a competitividade dos produtos colocados na regio Sudeste. Sensvel aos argumentos dos produtores pernambucanos, o Governo Federal elevou a alquota do imposto de importao de 16% para 29%, bem como incluiu o material na lista bsica de excees Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. Estas barreiras tarifrias, que j foram prorrogadas uma vez, tm prazo de vigncia limitada a 3 ou 4 anos.

Tabela 03ANOS Quantidade (t)1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000Unidade: t

Comrcio Exterior de Gipsita 1988 2000IMPORTAO (B) Quantidade (t)1.026 1.709 1.121 1.544 564 715 32.058 9.787 11.731 15.287 33.192 22.528 66.836

EXPORTAO (A) Valor US$/t FOB48.986,00 20.000,00 19.000,00 55.000,00 88.000,00 551.000,00 410.000,00 560.000,00 710.000,00 936.000,00 1.151.000,00 1.507.000,00 2.538.000,00

SALDO (A - B) Quantidade (t)(995) (1.702) (1.111) (1.491) (506) (347) (31.320) (8.788) (10.045) (13.542) (30.943) (15.385) (52.450)

Valor US$/t FOB193.412,00 437.000,00 312.000,00 457.000,00 151.000,00 274.000,00 725.000,00 2.606.000,00 2.279.000,00 3.242.000,00 5.454.000,00 4.284.000,00 2.456.000,00

Valor US$/t FOB(144.426,00) (417.000,00) (293.000,00) (402.000,00) (63.000,00) 277.000,00 (315.000,00) (2.046.000,00) (1.569.000,00) (2.306.000,00) (4.303.000,00) (2.777.000,00) 82.000,00

31 7 10 53 58 368 738 999 1.686 1.745 2.249 7.143 14.386

Fonte: MDIC - SECEX; DNPM/DIRIN

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Grfico 3 - Exportaes de Gipsita segundo Pases - 1996 - 200060 50 PERCENTUAIS ( % ) 40 30 20 10 0 1996 1997 1998 1999 2000

Argentina ParaguaiFonte: DNPM/DIRIN

Colmbia Uruguai

Equador Venezuela

Grfico 4 - Importaes de Gipsita segundo Pases 1996 - 2000100 90 80 PERCENTUAIS ( % ) 70 60 50 40 30 20 10 0 1996 1997 Argentina E.U.A Rep. Fed. AlemFonte: DNPM/DIRIN

1998 Chile Frana

1999 Espanha Reino Unido

2000

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5. CONSUMO APARENTEA gipsita consumida sob as formas bruta e beneficiada. Sob a forma bruta utilizada pelos setores cimenteiro e agrcola. Sob a forma beneficiada, denominada gesso, utilizada predominantemente pela indstria da construo civil na forma de pr-moldados, em revestimento de paredes e como elemento de decorao arquitetnica e, subordinadamente, pelos setores ceramista, odontolgico, mdico e de adereos (joalharia). Desse modo, pode-se dizer que as mineradoras de gipsita operam para suprir o mercado constitudo fundamentalmente pelas empresas cimenteiras e gesseiras. Nos pases do chamado Primeiro Mundo o maior consumo de gipsita est ligado produo de gesso, enquanto no Terceiro Mundo a predominncia do segmento cimenteiro. No Brasil, o consumo setorial est passando por uma fase de transio. De uma condio histrica de predomnio das empresas cimenteiras, est evoluindo para uma situao de maior consumo pelas empresas gesseiras, situao que comeou a se delinear a partir de 1994 (Grfico 5). Na realidade, do ponto de vista estatstico, quase existe um empate tcnico, visto que as diferenas alcanadas no atingiram ainda a casa dos 10%. O consumo aparente apresenta uma oscilao constante (Tabela 4), e sua curva representativa semelhante quela da produo, em vista dos quantitativos pouco significativos exibidos pelas exportaes e importaes. No obstante, entre 1988 e 2000, o consumo aparente mais que dobrou de valor, visto que cresceu 101,8%. O maior plo produtor de cimento do Pas localiza-se na regio Sudeste, Estados de So Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro; consequentemente, para l se destina a maior parte da gipsita utilizada por este setor industrial. A regio Sudeste tambm a maior consumidora de gesso, sobre cujo consumo setorial no Pas no existem estimativas confiveis. Dentro do Plo Gesseiro do Araripe, estima-se que cerca de 60% do gesso produzido sejam utilizados para fundio (predominantemente placas), 36% para revestimento, 3% para moldes cermicos e 1% para outros usos. Por outro lado, informaes extra-oficiais do conta de que o consumo brasileiro de gesso industrial no setor ceramista de 40.000 t/ano; para uso odontolgico, 18.000 t/ano; em aplicaes mdicas, 7.000 t/ano; em joalharia, 500 t/ano, e para decorao, 35.000 t/ano. No Brasil, desde a dcada de 1970 que o fosfogesso vem sendo utilizado pela indstria cimenteira. Mais recentemente tem ganho destaque o emprego na agricultura. Sendo, tambm, um material de baixo valor unitrio, o fosfogesso no suporta a incidncia de fretes para longas distncias. Assim, instalaes produtoras mais prximas dos locais de consumo so as que tm maior possibilidade de comercializar grandes quantidades, como o caso da Fosfrtil em Uberaba - MG. Por suas caractersticas, o fosfogesso antes de ser utilizado carece de tratamento, com o qual so tomados cuidados especiais para no onerar demais o produto final. O pas que mundialmente acumula maior know-how sobre o material o Japo, seja por no dispor de jazida de gipsita, seja pelo nvel de preocupao da sociedade japonesa com a preservao do meio ambiente. Cabe assinalar que nesse pas so geradas quantidades expressivas tanto de fosfogesso quanto de dessulfogesso. Este ltimo tambm gerado em grandes quantidades na Alemanha, cujas indstrias de pr-moldados esto tendendo a se relocalizar prximo s fontes de produo. Nos Estados Unidos, apenas em 1987 entrou em operao uma unidade produtora de pr-moldados que utilizar o fosfogesso como matria-prima; at ento, o maior emprego desse material era na agricultura. Um segmento de mercado com grande potencial de crescimento para a gipsita a agricultura. Os estudos desenvolvidos pela Embrapa visando utilizao do fosfogesso como

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corretivo de solos, especialmente dos cerrados, ao divulgar as vantagens para as culturas com a adio do chamado "gesso agrcola" podem tambm incrementar a minerao de gipsita. No Nordeste, onde no existe oferta de fosfogesso, o gesso agrcola constitudo de gipsita moda, para cuja produo empresas mineradoras j se habilitaram perante o Ministrio da Agricultura. Um fator que inibe o consumo, alm da falta de costume do agricultor regional de empregar este insumo , mais uma vez, distncia que separa as fontes de produo e os locais de consumo e os conseqentes elevados valores de frete. A expanso da fronteira agrcola, com o predomnio de cultura da soja, tanto no oeste baiano, como no Maranho, tem concorrido para aumentar o consumo do gesso agrcola. A mdio prazo baixa a probabilidade de ocorrncia de uma alterao significativa no consumo setorial de gesso. O baixo consumo per capita de gesso no Brasil, da ordem de 4kg/habitante/ano, serve como indicador da potencialidade do mercado interno, capaz de atrair a ateno dos grandes players do mercado internacional. No entender de alguns estudiosos, a entrada destes players no mercado nacional representa a oportunidade do gesso se transformar em material de consumo, tambm, das classes sociais mais altas, clientes das grandes construtoras. Obviamente, para desenvolver este segmento do mercado sero necessrias competentes e caras campanhas de marketing para superar os preconceitos existentes, gerados em funo do desconhecimento das vantagens do material frente a sucedneos. Para esses estudiosos, os pequenos produtores nacionais de gesso continuaro atendendo ao seu segmento de mercado tradicional, os estratos de renda mais baixa, que dificilmente consumiro os produtos elaborados pelos grandes grupos.

Tabela 04ANOS1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000(p)Unidade: t Fonte: DNPM/DIRIN

Evoluo do Consumo Aparente de Gipsita 1988 2000EXPORTAO31 7 10 53 58 368 738 999 1.686 1.745 2.249 7.143 14.386

PRODUO788.673 860.620 823.688 969.814 896.925 906.135 834.187 953.116 1.126.106 1.507.114 1.531.957 1.527.599 1.541.109

IMPORTAO1.026 1.709 1.121 1.544 564 715 32.058 9.787 11.731 15.287 33.192 22.528 66.836

CONSUMO APARENTE789.668 862.322 824.799 971.305 897.431 906.482 865.507 961.904 1.136.151 1.520.656 1.562.900 1.542.984 1.593.559

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Grfico 5 - Consumo Setorial de Gipsita 2000 EUA11%

BRASIL2% 15%

43%

55%

74%CIMENTO GESSO G.AGRCOLA

CIMENTO

GESSO

G.AGRCOLA

Fonte: DNPM/DIRIN

6. PREOS Os preos de gipsita no mercado interno, seja em valores correntes ou constantes, exibiram uma forte tendncia de queda no perodo de 1988-2000. Este comportamento resulta da complexa interao de uma srie de fatores: o acirramento da concorrncia entre as pequenas empresas produtoras, que teria levado reduo das margens de comercializao; a prtica de preos que no remuneram devidamente o capital aplicado e ao aumento da sonegao de impostos; o aumento maior da oferta do que da demanda, pela abertura de novas minas e pelo fato das empresas cimenteiras terem passado a ofertar o produto no mercado, quando anteriormente produziam apenas para consumo prprio; e a modernizao dos equipamentos de lavra, que possibilitou a reduo dos custos de produo. Os preos equivalentes nos EUA se mostram tambm com uma inconteste tendncia de declnio, embora com nvel de intensidade bastante inferior. Em termos relativos, pode-se constatar que os preos brasileiros esto cerca de 68% abaixo dos praticados nos EUA. Em mdia, a reduo dos preos brasileiros no perodo foi de 5,8%, em oposio dos americanos que foi de 1,3%. Os preos do gesso no mercado nacional, depois de uma brusca queda entre 1989 e 1991, comearam a reagir positivamente at 1997, quando voltaram a cair at 1999, sofrendo a seguir uma oscilao positiva em 2000. Os preos americanos, embora apresentem um nvel de variao muito reduzido, exibem uma tendncia reduzida de queda, tendo em mdia apresentado uma reduo de 2,3%. Outro fator importante na evoluo dos preos no mercado interno a prpria estrutura deste mercado. Conforme j assinalado, cerca de 43,0% do consumo de gipsita esto ligados indstria cimenteira, que quando atua na minerao no tem o lucro como objetivo na atividade. Da porque os preos praticados visam, basicamente, cobrir os custos de manuteno das estruturas de produo, no sendo portanto estabelecidos por mecanismos de mercado. Outro fator limitante do reajustamento de preos em bases reais o frete rodovirio que, alm dos reajustes dos combustveis, onerado tambm quando do escoamento das safras agrcolas das Regies Sul, Sudeste, e Centro-OesteBalano Mineral Brasileiro 2001

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Tabela 05ANOS

E v o l u o d o s P r e o s d e G i p s i t a e G e s s o 1988 - 2000GIPSITA GESSO CONSTANTE BRASIL12,66 12,47 8,80 11,75 8,11 11,75 11,46 12,82 8,49 7,17 6,53 4,23 4,17

CORRENTE BRASIL EUA6,66 7,29 6,07 6,72 6,82 6,74 6,70 7,29 7,10 7,11 6,92 6,99 7,00

CORRENTE BRASIL78,20 116,59 39,74 16,71 17,46 24,50 38,26 41,56 56,59 78,87 67,53 31,42 46,48

CONSTANTE BRASIL115,10 163,65 52,94 21,37 21,66 29,50 44,90 47,48 62,77 85,48 71,67 32,49 46,48

EUA9,80 10,23 8,09 8,59 8,46 8,12 7,86 8,33 7,87 7,71 7,34 7,23 7,00

EUA18,13 15,96 15,87 17,27 16,58 17,88 17,23 17,37 16,88 17,58 17,02 17,07 17,10

EUA26,68 22,40 21,14 22,08 20,56 21,53 20,22 19,84 18,72 19,05 18,06 17,65 17,10

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000(p)

8,60 8,88 6,61 9,19 6,54 9,75 9,77 11,22 7,66 6,61 6,15 4,09 4,17

Unidade: US$/t FOB Fonte: DNPM /DIRIN; USGS Minerals Commodity Summaries 1989/2001 (p) Dados preliminares e estimados.

Grfico 6 - Preos Constantes de Gipsita - 1988 - 200014,00 13,00

VALORES EM US$/t FOB

12,00 11,00 10,00 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000(p)

BRASILFonte: DNPM/DIRIN; USGS

EUA

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Grfico 7 - Preos Constantes de Gesso - 1988 - 2000180,00 160,00

VALORES EM US$/t FOB

140,00 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000(p)

BRASILFonte: DNPM/DIRIN; USGS

EUA

7. BALANO CONSUMO-PRODUOAt meados da dcada de 1990 perdurou uma virtual situao de equilbrio entre as funes consumo e produo, sendo a modificao ocorrida a partir de ento devida ampliao das transaes do comrcio internacional, posteriormente entrada no mercado interno dos grandes grupos internacionais, que passaram a efetuar transaes com suas coligadas da Amrica do Sul, ou da Europa. Os produtores de gipsita, por virem operando com cerca de 20% a 30% de capacidade ociosa, tm condies de atender ao crescimento, mesmo que inusitado, do consumo. A ampliao da capacidade instalada de produo, alm de no requerer investimento de vulto, relativamente fcil de alcanar, haja vista que as mquinas e equipamentos necessrios existem disponveis no mercado. As expectativas do setor produtor de gesso so otimistas quanto difuso e ampliao do consumo, tanto para revestimento como para confeco de pr-moldados, alm de mercados no tradicionais. No caso da gipsita, a participao de fontes externas para atendimento da demanda devese basicamente a situaes de deficincia aguda na logstica de escoamento da produo do Nordeste para o Sudeste. Quanto ao gesso, a poltica de atuao dos trs grandes grupos internacionais pode provocar o crescimento das importaes de painis de gesso. Para o perodo 20012010, considerando o comportamento do mercado nos ltimos quatro anos, bem como a perspectiva de pequeno crescimento para a economia do Pas nos prximos anos, adotou-se uma estimativa para o crescimento do consumo e/ou da produo da ordem de 3% a.a. Certamente, em funo do nvel de ociosidade existente na minerao, os projetos com implantao prevista para o curto prazo so de pequeno porte.

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O nvel das reservas conhecidas e a potencialidade das regies produtoras levam a uma situao de tranqilidade quanto ao atendimento das necessidades do mercado.

Tabela 06ANOS

B a l a n o C o n s u m o - Produo de Gipsita 1988 2010PRODUO (A) CONSUMO (B) HISTRICO SALDO (A - B)

1998 1999 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

788.673 860.620 823.688 969.814 896.925 906.135 834.187 953.116 1.126.106 1.507.114 1.531.957 1.527.599 1.541.109

789.668 862.322 824.799 971.305 897.431 906.482 865.507 961.904 1.136.151 1.520.656 1.562.900 1.542.984 1.593.559

(995) (1.702) (1.111) (1.491) (506) (347) (31.320) (8.788) (10.045) (13.542) (30.943) (15.385) (52.450)

PROJEO2005 2010Unidade: t Fonte: DNPM/DIRIN

1.920.237 2.401.812

1.920.237 2.401.812

Grfico 8 - Balano Consumo-Produo de Gipsita - 1988 - 20103.000.000 2.500.000 2.000.000 Em toneladas 1.500.000 1.000.000 500.000 0 (500.000) 1998 1999 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 SALDO 1999 2000 2005 2010

PRODUOFonte: DNPM/DIRIN Balano Mineral Brasileiro 2001

CONSUMO

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8. APNDICE8.1 BIBLIOGRAFIA AMARAL, A.J.R. (1994) Foto-interpretao e mapeamento geolgico do Projeto Gipsita do Araripe. SGEM/SEMIN/Delegacia do MME-PE. Rel. Tcn. no 7946. Recife, 1994, 18p. AMARAL, A.J.R. (1996) Memria explicativa do mapa geolgico da regio SW da Chapada do Araripe. SGPM/SEMIN/Delegacia do MME-PE. Programa Nacional de Estudo dos Distritos Mineiros: Projeto Gipsita (Etapa I). Rel. Tcn., no 7948. Recife, 1996. 22p. BALAZIK, R.F.; HARPER, V.C.; e WILLIS, H.D. (1998) - Gypsum 1997. Annual Review. Mineral Industry Surveys. US Department of the Interior. US Geological Survey. Washington, D.C.USA. 1998. 9 p. DICKSON, T. (1996)- Gypsum. Metals & Minerals Annual Review. Industrial Minerals. p. 98-99. Londres.1996. DNPM - (1980) Avaliao Regional do Setor Mineral - Rio Grande do Norte. DNPM Boletim no 53. Braslia 1980. 116 p. il. GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO (1998) Gesso: a riqueza do Araripe. In: Jornal de Todos. Ano I, no 07. Recife, 09 a 15.03.1998 HARBEN, P. (1991) - FGD and chemical gypsum - Waste product or a commercial resource ? Industrial Minerals. London (286): 47-9, july 1991. LYRA SOBRINHO. A.C.P.; MADRUGA, J.C.F.D.; e VINISKI, M.L.M.C. (1994) Minerao em Pernambuco. Desempenho e Perspectivas. DNPM/SEMINPE/NETEM. Rel. Tcn. no 800 3/B. Recife, 1994, 55p. LYRA SOBRINHO. A.C.P. (1997) Relatrio Tcnico de Viagem. DNPM/4o Distrito-PE/SEM. Recife, dez./1997, 7p. MACHADO, I.F. (1989) Recursos Minerais. Poltica e Sociedade. Pr-Minrio/Sec. Cin., Tecnol. e Desenv. Econmico. Ed. Edgard Blcher Ltda. So Paulo, 410p. MACHADO, I.F & SOUZA P.A.; et alii (1992) - Bases tcnicas de um sistema de quantificao do patrimnio mineral brasileiro. DNPM (Srie de Estudos de Poltica e Economia Mineral - 5). Braslia. 1992. 28p. MELO, E.B. (1996) - Relatrio de Visita ao Plo Gesseiro do Araripe. Programa de Curso Intensivo Interao UFPE/SENAI. Recife, 1996. 17p. il. MENOR, E.A. (1995) Projeto Gipsita Etapa I. Programa Nacional de Estudo dos Distritos Mineiros. Departamento Nacional da Produo Mineral DNPM/4o DistritoPE/SGPM. Rel. Tcn., no 214 59/C Recife, 1995, 42p. PEREIRA, E.B. (1973) - Perfl Analtico da Gipsita. DNPM. Rio de Janeiro, 1973. 19p. il. SENAI (1998) - Tecnologia do Gesso. DR.PE.DITEC/DET. Recife, 1998. 28 p.il. SERMIN - SERVIOS DE MINERAO LTDA (1995) - Plano de Aproveitamento Econmico DNPM 870.665/90. Minerao Gypsum do Brasil Ltda. Belo Horizonte/MG. 1995. 26p. SANTOS, M.A.V.; SARDOU, R.; et alii (1996) Diagnstico das atividades econmicas do Plo Gesseiro do Araripe. SECTMA/SEBRAE. Recife, 1996, 31p.

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VASCONCELOS, F.M. de (1973) - Plano nico de Pesquisa para Gipsita, na Regio de Aveiro, Estado do Par. CPRM. Rio de Janeiro, 1973, 8p. VIDAL DE ARAJO, P.F. (1995) - L'exploitation du gypse: l'experience franaise. Mmoire prsent pour obtenir le Diplome de la Formation Spcialise. Exploitation ciel ouvert (Mines e Carrires). Ecole de Mines de Paris. CESECO. CESMAT. (Travail realis au Centre de Gologie de l'Ingnieur en colaboration avec Pltres Lafarge). Paris. Juin 1995. 49p. VILLAS BOAS, R.C. (1980) - Perspectivas Tecnolgicas no Aproveitamento do Fosfogesso. Anais do II Encontro Nacional de Rocha Fosftica. Rio de Janeiro 1980. p. 123-133. 8.2 POSIES DA TAB (TARIFA ADUANEIRA BRASILEIRA) UTILIZADAS N.C.M. 25201011 25201019 25201020 25202010 25202090 68091100 68091900 68099000 96099000 DESCRIO Gipsita em pedaos irregulares (pedras) Outras formas de gipsita Anidrita Gesso modo, apto para uso odontolgico Outras formas de gesso Chapas, etc n/ ornamentadas, de gesso revestido Outras chapas, placas, painis, etc no ornamentados Outras obras de gesso ou de composies base de gesso Pastis, carves, gizes para escrever/desenhar

8.3 COEFICIENTES TCNICOS 1 tonelada de gipsita = 0,8 tonelada de gesso GLOSSRIO DE SIGLAS E SMBOLOS BPB British Plaster Board EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria GLP gs liquefeito do petrleo IBRAFOS Instituo Brasileiro do Fosfato MA Ministrio da Agricultura MDIC Ministrio de Desenvolvimento, Indstria e Comrcio MME Ministrio das Minas e Energia ROM run of mine SECEX Secretaria de Comrcio Exterior

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TEC Tarifa Externa Comum USGS - United States Geological Survey 8.5 METODOLOGIA DAS PROJEES Para o perodo 20012010, considerando o comportamento do mercado nos ltimos quatro anos, bem como a perspectiva de pequeno crescimento para a economia do Pas nos prximos anos, adotou-se uma estimativa para o crescimento do consumo e/ou da produo da ordem de 3% a.a.

**Engenheiro de Minas do 4 Distrito do DNPM/PE e-mail: [email protected] [email protected]

* Gelogo do 4 Distrito do DNPM/PE Tel: 81 3441-5477

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