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USO DE DRYWALL NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Lucas Guimarães Pires1 - UNITOLEDO
Max Willian do Espírito Santo2 - UNITOLEDO
Mozart Mariano Carneiro Neto3 - UNITOLEDO
RESUMO
O seguinte artigo trata-se de uma revisão bibliográfica, referindo-se as estruturas de
Drywall, sua fabricação, relação com o meio ambiente e as vantagens e desvantagens em
relação à alvenaria de tijolos. O drywall ganhou espaço nas últimas décadas devido à sua
multivalência, por ser um material leve e pré-fabricados, sendo assim utilizado em
divisórias, forros, vedações verticais internas e até externas, entre outros. Com o
crescimento da indústria de drywall, surgiu a necessidade da reciclagem do material, para a
redução da quantidade de resíduos sólidos gerados e a diminuição do consumo de recursos
naturais. A competitividade no setor da Construção Civil as empresas vem buscado
sistemas eficientes de construção com o objetivo de aumentar a produtividade e diminuir
custos e melhorar a qualidade do produto final.
Palavras-chave: drywall, gesso acartonado, alvenaria.
1Graduando em Engenharia Civil – UNITOLEDO (2017) 2 Graduando em Engenharia Civil – UNITOLEDO (2017) 3Pós-graduando em Docência no Ensino Técnico e Superior, UNITOLEDO (2017). Graduado em Engenharia
Civil, UNESP - FEIS (2012). e-mail: [email protected]
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1. INTRODUÇÃO
O melhor aproveitamento do tempo, espaço e dos materiais utilizados em toda a
cadeia produtiva da construção civil quando aliados a redução de custos, é um grande
diferencial na busca de aumento na eficiência de gestão e entrega do produto final.
(MITIDIERI, 2009)
O Drywall ou chapas de gesso acartonado é um método de construção definido pela
NBR 14715 como “Chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação
contínua de uma mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão, onde uma
é virada sobre as bordas longitudinais e colada sobre a outra” seu nome pode ser traduzido
diretamente do inglês para o português com “parede seca”, pois dispensa o uso de
argamassa no processo de construção, o que difere esse sistema da alvenaria convencional.
Esse sistema vem significativamente ganhando espaço no Brasil com o passar dos
anos, mesmo sofrendo com a falta de confiabilidade em relação às suas capacidades por
parte de um público leigo que leva em consideração suas dimensões, estas que estão muito
abaixo das dimensões de construções convencionais. (FILHO, 2012)
Segundo Filho (2012), um bom desempenho de um sistema se da pela obediência
às suas normas, especificando e o executando utilizando os componentes corretos da forma
correta. Um sistema que não permita adaptações e improvisos que prejudiquem sua
performance não será passível de danos pessoais ou materiais.
É um sistema que possui uma vasta gama de aplicações, pois se adaptam facilmente
às várias formas de estruturas, como aço, concreto e madeira, sua montagem é considerada
fácil quando executada por mão de obra especializada, reduzindo o tempo de execução e
refletindo diretamente nos custos do empreendimento.
Sendo assim, o trabalho proposto procura abordar como esse sistema tem se
comportando no setor de construção civil brasileira, quais são os tipos de paredes de gesso
acartonado disponíveis no mercado nacional,suas diversas aplicações e suas vantagens.
2. OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo agregar à utilização do sistema Drywall, as
vantagens e desvantagens da utilização de alvenaria em blocos cerâmicos e Drywall e a
geração de resíduos no meio ambiente.
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3. METODOLOGIA
Para a elaboração do presente artigo utilizamos a pesquisa bibliográfica de diversas
fontes: artigo acadêmico, multimídias, analise de dados, pesquisa de campo, sobre a
utilização do Drywall na construção civil, a história, os tipos de revestimentos encontrados,
utilizando fontes confiáveis.
4. O DRYWALL NO BRASIL
4.1 Contexto histórico do drywall no Brasil
O drywall foi criado há mais de um século nos Estados Unidos e passou a ser
utilizado regularmente na Europa. No Brasil, apareceu na década de 1970, com a
implantação da primeira fábrica para produção de chapas de gesso acartonado. Porém,
somente na década de 1990, introduziram “inovações tecnológicas e sistemas
industrializados, incluindo os sistemas drywall, considerando a grande abertura do
mercado da construção de edifícios e a busca pela racionalização e industrialização da
construção” (MITIDIERI, 2009).
Os sistemas drywall começaram a ser mais conhecidos no Brasil, a partir da
importação de produtos que vinham da Europa e posteriormente com a instalação de
fábricas no Brasil.
Na década de 2000 a tônica tem sido a normalização dos produtos para drywall,
normalização dos sistemas e a implantação de programas setoriais da qualidade.
No ano de 2001 foi publicada a primeira norma brasileira para chapas de gesso
destinadas aos sistemas drywall e logo a seguir foi publicada a especificação
brasileira para perfis de aço galvanizado destinados aos sistemas drywall. O
PSQ-DRYWALL foi e tem sido um programa de estruturação tecnológica do
setor produtivo, tendo conquistado avanços significativos quanto à normalização
técnica, práticas de controle da qualidade e combate à não conformidade.
(MITIDIERI, 2009)
Foi apenas necessário adaptação à nossa realidade por meio da elaboração de
normas técnicas e ensaios locais. O drywall é o único sistema construtivo para vedações
internas (paredes, forros e revestimentos) totalmente baseadas em normas técnicas, se
diferenciando das demais tecnologias empregadas com a mesma finalidade. (MITIDIERI,
2009)
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Com o avanço de sua utilização em obras, tornou-se necessário a criação de
normas técnicas, que asseguram a sua qualidade de desempenho.
As normas técnicas brasileiras relativas ao sistema drywall são as seguintes:
ABNT NBR 14715-1:2010 - Chapas de gesso para drywall - Parte 1: Requisitos;
ABNT NBR 14715-2:2010 - Chapas de gesso para drywall - Parte 2: Métodos de
ensaio; ABNT NBR 15758-1 - Sistemas construtivos em chapas de gesso para
drywall – Projeto e procedimentos executivos para montagem – Parte 1:
Requisitos para sistemas usados como forros; ABNT NBR 15758-2 - Sistemas
construtivos em chapas de gesso para drywall – Projeto e procedimentos
executivos para montagem – Parte 2: Requisitos para sistemas usados como
forros; ABNT 15758-3 - Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall
– Projeto e procedimentos executivos para montagem – Parte 3: Requisitos para
sistemas usados como revestimentos, entre outras. (ABNT, 2016)
De acordo com a Revista Grandes Construções (2014) a utilização de sistemas
drywall pela construção civil brasileira, nos primeiros nove meses de 2013, superou 36
milhões de m² de chapas de gesso para esse sistema, com uma variação de quase 15%
sobre o mesmo período de 2012. Os números são da Associação Brasileira do Drywall
(Figura 1), que estima que o consumo dos sistemas, no acumulado de 2013, tenha
alcançado 50 milhões de m², confirmando a tendência observada nos últimos anos de
expansão superior à da construção civil como um todo.
Figura 1 - Consumo anual de chapas para drywall no Brasil (milhões de m2)
Fonte: Associação Brasileira de Drywall (2014).
No Brasil, a tecnologia concentra-se na região Sudeste, sendo São Paulo a cidade
que mais se utiliza as chapas drywall e a região Sul, que representam aproximadamente
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80% do mercado. O restante, aproximadamente dois terços vão para a região Centro-Oeste
e um terço para as regiões Nordeste e Norte, esta última com participação muito pequena
ainda. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2014)
4.2 O Sistema de construção
O drywall é basicamente composto por três elementos: as placas de gesso, os
elementos estruturais e os acabamentos e acessórios. Sendo o gesso um aglomerante aéreo
obtido da britagem, desidratação, trituração e peneiramento do mineral sulfato de cálcio di-
hidratado (CaSO4.2H2O), conhecido como gipsita.
Segundo Losso e Viveiros (2004),
A placa de gesso acartonado comum é formada por uma mistura de gesso
(gipsita natural) em sua parte interna, revestida por um papel do tipo “kraft” em
cada face. Existem outros tipos de placas especiais para usos específicos, como
para áreas úmidas (banheiros e cozinha) e para proporcionar maior resistência ao
fogo. O que diferencia essas placas são aditivos incorporados ao gesso com o
objetivo de melhorar a propriedade específica a que se destina.
A parede de gesso acartonado é constituída por uma estrutura de perfis de aço
galvanizado na qual são parafusadas, em ambos os lados, chapas de gesso para drywall. A
forma de montagem e os componentes utilizados permitem que a parede seja configurada
para atender a diferentes níveis de desempenho, de acordo com as exigências ou
necessidades de cada ambiente em termos mecânicos, acústicos, térmicos e de
comportamento frente ao fogo. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2014)
Para isso, de acordo com a Associação Brasileira de Drywall (2014), deve-se
especificar:
a espessura dos perfis estruturais (48, 70 ou 90 mm);
o espaçamento entre os perfis verticais ou montantes (400 ou 600 mm, em paredes
retas; em paredes curvas, o espaçamento é menor, variando em função do raio de
curvatura);
se a estrutura é com montantes simples ou duplos e se estes são ligados ou
separados;
o tipo de chapa (Figura 2),
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Figura 2 - Chapas de Drywall
Fonte: Casa.abril (2014).
a quantidade de chapas fixadas de cada lado (uma, duas ou três); e
o uso ou não de lã mineral ou de vidro no interior da parede. (Figura 3)
Figura 3 – Interior de uma parede retilínea composta por duas chapas duplas
(Casa Abril, 2016)
Resistente à Umidade = RU Resistente ao Fogo = RF Standard = ST
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Losso e Viveiros (2004) descrevem o processo de montagem do gesso acartonado
da seguinte maneira:
São montadas em ambos os lados de estruturas metálicas leves que, por sua vez,
são fixadas na estrutura principal da edificação (lajes, vigas, pilares).
As placas são montadas sequencialmente até a vedação da toda a superfície. Na
parte interna da parede fica um vazio, por onde podem passar tubulações elétricas e
hidráulicas.
Entre cada placa existe uma junta que, além de separá-las, serve para absorver
esforços mecânicos oriundos de movimentações estruturais das próprias placas e/ou
da estrutura principal da edificação. Também, outras movimentações, como
dilatações e retrações térmicas, são absorvidas pelas juntas.
A última etapa da montagem consiste em realizar a vedação das juntas entre placas
ou entre elementos construtivos (laje-placa, por exemplo). Para isto são utilizadas
fitas de papel microperfuradas, massas especiais flexíveis, para evitarem-se
fissuras, e colas para calafetação.
Por fim, a partição está pronta para receber seu acabamento final, podendo-se
utilizar os acabamentos convencionais aplicados comumente em alvenarias.
Para as portas e janelas são normalmente deixados os vãos abertos para posteriormente
colocação das esquadrias, cujo procedimento é feito de duas maneiras:
Através da aplicação de espuma expansiva de poliuretano;
Ou através de parafusamento do caixilho no perfil metálico leve ou nas tiras de
madeiras previamente deixadas em espera para tal finalidade.
Este método é o mais utilizado no Brasil, mas, este processo de montagem por ter o
modo de execução simples e por o custo mais baixo, não garante melhor desempenho nas
diversas situações. Pode-se utilizar métodos e materiais complementares “Para a melhoria
do sistema é possível [...] a utilização de duas ou mais placas sobrepostas na espessura ou a
colocação de mantas de lã mineral no vazio interior, para maior isolamento sonoro e
propriedades térmicas e, ainda, a utilização de mais elementos estruturais metálicos
visando o aumento da resistência a cargas apoiadas.” (LOSSO; VIVEIROS, 2014)
Em forros, o gesso acartonado é composto por chapas de gesso,
parafusadas em perfis de aço galvanizado ou peças metálicas. Tendo variados tipos de
montagem, ligados as intenções funcionais que a obra determina. “Assim como as paredes,
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o forro também pode auxiliar para acústica e isolamento térmico do ambiente.”
(Associação Brasileira de Drywall, 2014)
Existem quatro tipos de forro: Estruturado, perfurado, aramado e removível.
Forro estruturado
Segundo a Associação Brasileira de Drywall (2014):
Este forro (Figura 4) é formado pelo parafusa mento de uma ou mais chapas de
gesso para drywall (com 1.200 mm de largura) em estruturas de aço galvanizado.
A estrutura é suspensa por meio de pendurais. O pendural
de uso mais frequente é composto por um tirante (que é fixado na laje superior) e
um suporte nivelador. Há também pendurais compostos de perfis ou fitas
metálicas.
Figura 4 – Forro estruturado
(DWG DRYWALL&GESSO, 2015)
Forro perfurado
Suas características são aparecidas com a do forro estruturado, se diferenciando na
utilização de placa perfurada (Figura 5), gerando uma funcionalidade acústica, quando é
usado juntamente com a lã de vidro ou mineral. (COSTA; SILVA; BOMBONATO, 2014)
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Figura 5 – Forro perfurado
(COSTA; SILVA; BOMBONATO, 2014)
Forro amarrado
“É formado pela justaposição de chapas de gesso com 600 mm de largura, suspenso
por arame de aço galvanizado nº 18 (1,24 mm de diâmetro). A estruturação é completada
com nervuras de chapas de gesso (Figura 6). O perímetro do forro aramado pode ser
estanque ou dilatado.” (Associação Brasileira de Drywall, 2014)
Figura 6 – Forro amarrado
(Arte e estilo gesso, 2012)
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Forro removível
”Este forro é formado pela sobreposição de chapas de gesso em perfis do tipo T. A
dimensão das chapas varia de acordo com a modulação da estrutura (Figura 7). O forro é
composto por uma só camada de chapas, que podem ser removidas para acesso às
instalações do plenum.” (Associação Brasileira de Drywall, 2014)
Figura 7 – Forro removível
(COSTA; SILVA; BOMBONATO, 2014)
Há também no mercado diversos produtos especiais como chapas flexíveis, que são
mais finas e geralmente utilizadas para a obtenção de curvas e chapas perfuradas, para
garantir melhor eficiência acústica e revestimentos em drywall.
5. GERAÇÕES DE RESÍDUO
As placas de drywall possuem aproximadamente 90% de gesso em sua composição
e por isso, é possível reciclá-lo. Segundo a Associação Drywall (2014) “o gesso é muito
utilizados na construção civil em revestimentos; ingrediente de outros materiais como o
cimento Portland e ornatos como sancas e molduras”.
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O artigo do CONAMA nº 469/2015 diz:
Artigo 3º - Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito
desta resolução, da seguinte forma: (...)
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como
plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas
imobiliárias e gesso; (NR)
O drywall cresceu em comparação com a alvenaria. De acordo com a Associação
Brasileira de Drywall (2014)
“a alvenaria gera uma quantidade de entulho em cerca de 30% de seu peso,
contra apenas 5% do seu peso de gesso acartonado, que facilita sua coleta e seu
transporte, além que os restos de chapas e aço podem ser totalmente reciclados,
por ser composta por 90% de gesso, o drywall é 100% aproveitável para a
produção de cimento.”
Tanto na produção industrial quanto nas suas aplicações, há geração de resíduos. O
manual prático “Resíduos de Gesso na Construção Civil”, produzido pela Associação
Drywall (2014), “os resíduos de gesso podem ser reutilizados na cadeia produtiva, por
meio do reaproveitamento desse material, de três formas principais: pela indústria
cimenteira, por setor agrícola (Figura 8), e pela indústria de transformação do gesso”.
Pela indústria cimenteira o gesso é considerado como ingrediente útil e
necessário que atua como retardante de pega do cimento;
Figura 8 – Gesso reciclado proveniente de drywall sendo aplicado em plantação na Flórida.
CDRA (2013)
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No setor agrícola o gesso é utilizado como corretivo da acidez do solo e na
melhoria das características deste;
Pela indústria de transformação o resíduo do gesso pode ser reincorporado
nos processos produtivos.
6. RESULTADOS
6.1 Vantagens e desvantagens
Se comparado ao Drywall, a alvenaria possui uma fácil execução e um preço
relativamente baixo (tabela 1). No Brasil, é o sistema estrutural mais utilizado, mesmo
sendo um método excessivamente poluidor e gerador de demasiados entulhos, além do
bastante esforço físico para sua manufatura.
Tabela 1 – Vantagens da alvenaria em relação ao Drywall
DRYWALL ALVENARIA
Alto custo em eventuais reformas Possui preço inferior para eventuais
reformas
Necessidade de identificação prévia do
objeto a ser suspenso na estrutura
Fixação simples e direta dos objetos de
utilização doméstica sem necessidade de
análise prévia
Em caso de vazamento na rede hidráulica, o
mesmo se propaga de forma rápida,
principalmente em shaft’s
Em caso de vazamento, o mesmo fica mais
fácil de identificar pontualmente e mais
localizado
Custo elevado de acessórios e peças e
pontos de venda
Acessórios e peças baratos e facilmente
encontrados em comércio de bairro
Resistência à umidade, alto índice de
umidade pode gerar patologias nas placas e
necessitar a substituição imediata
Boa resistência a umidade, reparos pontuais
na estrutura, e demora na propagação das
patologias
Necessidade de alto nível organizacional
para obter vantagens do sistema
Por seu baixo custo ante a estrutura de
drywall, um nível médio de organização a
torna atraente
(Labuto, 2013)
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Segundo Lima (2014)
Em primeiro lugar, para a confecção de uma parede de alvenaria é necessário
limpar o local da obra desmedidamente e deixar os tijolos perto do lugar onde
será concluída a parede. Por conseguinte, se faz a marcação do local onde a
vedação será montada com a ajuda de uma linha de pedreiro, onde será possível
executar as fiadas da parede tomando sempre o cuidado para que elas fiquem
verticalmente alinhadas. O assentamento dos blocos pode ser feito com cola
bloco, todavia, o mais comum é a utilização de argamassa para este fim. Após o
levantamento da parede, será elaborado o acabamento com uma camada de
chapisco, emboço, reboco e, por fim, a pintura.
Já o sistema de drywall garante uma obra limpa e muito rápida (tabela 2). Por
necessitar de mão-de-obra especializada para sua montagem, seu preço será um pouco
elevado. Sua execução pode ocorrer nos mais variados modelos da arquitetura, possuindo
chapas com funções gerais e específicas.
Tabela 2 – Vantagens do Drywall em relação à alvenaria
DRYWALL ALVENARIA
Execução rápida, limpa e sem desperdícios Execução demorada, alta geração de
resíduos
Versabilidade na instalação devido à sua
leveza (baixo peso próprio)
Parede limitada a pontos específicos, sem
grandes mobilidades (elevado peso próprio)
Montagem precisa utiliza todos os materiais
industrializados
Precisão na montagem depende de
qualidade de mão de obra
Acabamento perfeito sem muitos cuidados Acabamento exige um cuidado elevado
Ganho de espaço no ambiente em torno de
4%
Espaço conhecido por ser a técnica mais
utilizada
Desempenho acústico superior com paredes
mais esbeltas
Para se obter um bom desempenho acústico
deve-se ter paredes muitos espessas
Reparos na parede e nas instalações simples
e de fácil acesso
Reparos nas paredes, instalações e acessos
muito difíceis e mais onerosos
Fundações e estruturas mais leves e maiores
espaçamentos entre pilares
Por ser de 6 a 7 vezes mais pesada que a de
drywall, precisa de uma fundação e
estruturas robustas
Desempenho acústico superior com paredes
mais finas
Para obter um desempenho acústico maior
que o padrão, necessita de paredes bem
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mais espessas que o de costume, que gera
mais carregamento e gastos com material
Aumento dos custos globais com um
cronograma mais enxuto
O aumento dos custos globais está
diretamente ligado à quantidade de
profissionais executando para aumentar a
velocidade desta etapa, e depende de outros
profissionais que não estão diretamente
ligados a ela, é um trabalho mais braçal e
cansativo, com isso rende menos
(Labuto, 2013)
De acordo com Lima (2014)
Para a perfeita execução do drywall são necessárias ferramentas como: trena,
metro, furadeira, parafusadeira, cordão para marcação, estilete, serrote do ponta,
serrote comum, tesoura, nível magnético (vertical e horizontal), plaina, serracopo
de 60 mm, levantador de placa, espátulas para acabamento (10 e 25 cm),
desempenadeira de lâmina curta (28 cm), agitador de massa, finca-pino, martelo
e puncionador. As paredes de drywall são compostas por perfis de aço
galvanizado conformado a frio, formando a sua estrutura. Para seu fechamento
são utilizadas chapas de gesso acartonado aparafusadas nos perfis.
Independente de qual método utilizado exige a contratação de profissionais
qualificados para a execução. A falta de experiência pode afetar a qualidade do trabalho,
gerar mais custos do que o necessário e ainda não atingir o resultado esperado.
7. CONCLUSÃO
Concluímos que as chapas de gesso acartonado, revela-se um grande potencial de
qualidade. Sua versatilidade traz inovação e atende as necessidades que podem ocorrer
durante a obra, apresentando benefícios, e um bom desempenho, podendo assim substituir
materiais com difícil manutenção, que exigem esforço físico, como a alvenaria de blocos.
O Drywall desempenha um importante papel para o meio ambiente, pois seus
resíduos são totalmente reciclados, que são utilizados pela indústria e agricultura,
proporcionando vantagens que fazem que cresça o seu uso.
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No Brasil está ganhando espaço, mais se comparado com o exterior percebemos
que ainda existe um pouco de receio, e falta de informação sobre o produto que ainda que
seja utilizado no setor comercial, ainda não ganhou espaço no setor de construção
residencial.
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