GLADYSTONRODRIGUES/EM/D.APRESS - loyola.g12.br · Conscientes de que seu papel na sociedade vai...

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ESPECIAL EDUCAÇÃO ESTADO DE MINAS DOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017 Conscientes de que seu papel na sociedade vai muito além de ensinar disciplinas básicas, escolas se empenham em formar cidadãos no sentido mais amplo da palavra. Elas preparam seus alunos para que assumam a participação na vida social, pensando no coletivo e estimulando valores como respeito, amizade, convivência com as diferenças, cuidado com o meio ambiente, solidariedade e responsabilidade. É na escola, com o apoio de pais, que crianças e jovens aprendem o verdadeiro sentido da solidariedade e do amor ao próximo, como mostra o especial Educação. GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS FORMAÇÃO PARA A VIDA Com o objetivo de desenvolver nas crianças valores relativos à paz, alunos do maternal ao 2º ano do ensino fundamental do Colégio Magnum fizeram caminhada no entorno da escola, no Bairro Nova Floresta

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ESPECIALEDUCAÇÃO ESTADO DE MINAS

DOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Conscientes de que seu papel na sociedade vai muito além de ensinar disciplinas básicas, escolas se empenham emformar cidadãos no sentido mais amplo da palavra. Elas preparam seus alunos para que assumam a participação na vida social,

pensando no coletivo e estimulando valores como respeito, amizade, convivência com as diferenças, cuidado com omeio ambiente, solidariedade e responsabilidade. É na escola, com o apoio de pais, que crianças e jovens aprendem o

verdadeiro sentido da solidariedade e do amor ao próximo, como mostra o especial Educação.

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FORMAÇÃO PARA A VIDA

Com o objetivo de desenvolver nas crianças valores relativos à paz, alunos do maternal ao 2º ano

do ensino fundamental do Colégio Magnum fizeram caminhada no entorno da escola, no Bairro Nova Floresta

CIDADANIA

ESPECIAL EDUCAÇÃO2 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

EXPEDIENTE� Diretor de Redação: Carlos Marcelo Carvalho � Editor-geral: João Bosco Martins Sales � Editora-executiva: Renata Neves� Editor de artes gráficas: Álvaro Duarte � Editora de Suplementos: Teresa Caram � Edição: Teresa Caram � Revisão: Ademar Fulgêncio

Além do conhecimentoKAREN SANTOS

Especial para o EM

“Quando as pessoas estudamo que é a cidadania e como exer-cê-la na sociedade, aprendem,também, como levá-la para os ci-dadãos que desconhecem osseus direitos e deveres.” A frase éda estudante Amanda Evelyn Le-roy Mota, que atualmente cursao 3º ano do ensino médio. É cadavez mais claro que o papel daeducação vai além do desenvol-vimento de conhecimento e ha-bilidades cognitivas para aconstrução de valores, aptidãosocial e atitudes entre alunos.Jovens como Amanda, que têmuma formação acadêmica liga-da à cidadania, entendem que aescola deve promover transfor-mação social, almejando ummundo mais justo, tolerante, in-clusivo e sustentável.

Amanda, de 18 anos, é alunada unidade Carlos Prates do Cole-guium Rede de Ensino, na RegiãoNoroeste de Belo Horizonte. Ocolégio desenvolve projetos quevisam à valorização e interaçãosaudável entre os alunos, promo-vendo o respeito às diferenças.Para a estudante, a formação hu-manizada apresenta vantagensque se estendem para além da vi-vência acadêmica. “Na escola, háum projeto sobre o bullying, emque alunos e professores conver-sam sobre esse problema, quehoje atinge outros espaços alémdas escolas. Nós aprendemos queo espectador deve interferir na si-tuação que ocorre, o que nosmostra que devemos garantir osdireitos de outros cidadãos e in-terferir quando esses direitos nãoestão sendo garantidos”, relem-bra Amanda.

A estudante conta que passoua compreender melhor suasresponsabilidades sociais na es-cola, tanto com as ações pro-movidas pela escola quantocom disciplinas como filosofia,história e sociologia. “Tambémaprendi que, em qualquer espa-ço, seja público ou privado, orespeito ao próximo deve pre-

valecer e que, mesmo que eunão concorde com alguma opi-nião alheia, as pessoas têm o di-reito de dizê-las”, conclui.

Daniele Passagli, diretora pe-dagógica da escola, afirma que“formar indivíduos politizados ecom consciência sob suas açõesem relação ao coletivo contribuipara que o aluno construa o seucaráter pautado pela ética e tenhaconsciência de si e do outro”. A di-retora aponta que o objetivo dosprojetos da escola é desenvolveras habilidades socioemocionais,contempladas pela Base NacionalCurricular (BNC), nos alunos, eprepará-los para o mundo atual,no qual apenas o conhecimentoacadêmico não basta para “alçarvoos mais altos”. “O aluno temcontato com conceitos e ativida-des que estimulam a proativida-de, perseverança, pensamentocrítico, comunicação, criatividadee colaboração. As aulas desenvol-vem também a empatia e curio-sidade de cada criança. Por meiode personagens, livros, atividadese até séries audiovisuais de pro-dução própria”, ressalta.

REFLEXÕES No Colégio SantoAgostinho, as práticas de ensinotambém visam transcender a sa-la de aula, oferecendo aos jovensestudantes aprendizagens e re-flexões que os acompanhammuito além desse espaço, for-mando-os para a prática dacidadania. “Cidadania é exercício.Diz respeito aos atributos e o quese espera daquele que é umcidadão. E a escola é um espaçoprivilegiado para essa vivência.Ela lida com mentalidade e issograças ao longo período da esco-larização básica”, ressalta AleluiaHeringer, diretora da unidadede Contagem do colégio. O re-sultado da vivência cidadã na es-cola é percebido, em casa, pelospais. “Vejo os reflexos do que omeu filho aprende na escola.Passamos a fazer a coleta seleti-va do lixo incentivados pelocolégio. Semanalmente, a escolarecebe o lixo reciclado”, conta Ja-queline Cristina da Silveira, mãe

de Jonathan e Arthur, ambosalunos do Santo Agostinho. “Aescola ajuda na construção docaráter dos jovens, forma indi-víduos melhores para o mun-do, transforma para a vida. Re-aliza ações que incentivam a ci-dadania, o respeito ao próximoe a inclusão social”, conclui.

ENEM E CIDADANIA A formaçãohumanizada também apresentaimpactos positivos na vida aca-dêmica dos alunos. Nos últimosdois anos, o Exame Nacional doEnsino Médio (Enem) abordoutemas ligados à cidadania e ao

respeito ao próximo. Em 2015, otema da redação foi “A persis-tência da violência contra a mu-lher na sociedade brasileira” e,no ano seguinte, quando duasprovas foram aplicadas nacio-nalmente, o exame abordou os“Caminhos para combater a in-tolerância religiosa no Brasil”, naprimeira aplicação, e “Caminhospara combater o racismo noBrasil”, na segunda.

Amanda acredita que estámais preparada para as provasdeste ano, por conta da forma-ção ancorada na cidadania e naresponsabilidade social. “Uma

formação que se preocupa comesses conceitos e em como osalunos vão se tornar bons cida-dãos faz com que nós pense-mos cada vez mais naquelesque não têm os mesmos direi-tos que nós, como, por exem-plo, a comunidade LGBT”, des-taca a estudante. “O Enem éuma prova de atualidades e em,2015, o tema da redação tinhacomo foco a violência contra amulher, que ainda persiste,lembrando que é responsabili-dade de todos os cidadãos res-peitar o próximo e não agredirninguém”, aponta.

Alunos do Coleguium são estimulados a recolher lacres de latinhas, entre outras

atividades que contribuem na formação para um mundo inclusivo e sustentável

Aleluia Heringer,

diretora da

unidade de

Contagem

do Colégio Santo

Agostinho, diz

que a escola é um

espaço

privilegiado para

o exercício

da cidadania

� Mudanças no Enem 2017

Provas em dois domingos consecutivos

� Redação no primeiro dia

Nada de certificação

� Provas com o seu nome

Videoprova em Libras

� Solicitação de tempo adicional

no ato da inscrição

� Declaração de comparecimento

impressa por você

� Novas regras para isenção e ausência

Fonte: INEP/ divulgação

FIQUE DE OLHO

COLEGUIUM/DIVULGAÇÃO

COLÉGIO SANTO AGOSTINHO/DIVULGAÇÃO

CIDADANIA

ESPECIAL EDUCAÇÃO 3ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

PARA MENTES MÚLTIPLAS,UMA ESCOLA ATUAL.Com 106 anos de Brasil, o Colégio Sagrado Coração de Mariafaz parte de uma Rede Internacional fundada há 168 anose presente em 14 países. A Rede está comprometida com aformação humana,mantendo-se na vanguarda de um ensino deexcelência. OColégio busca contemplar asmúltiplas dimensõesda vida do estudante, com método de ensino próprio, baseadona metodologia por competências. Resultados acadêmicosexpressivos, programas de intercâmbio cultural ao redor domundo e vivência solidária fazem com que a Rede Sagradocaminhe em busca da transformação social.

Sacré-Coeur de Marie

DESDE 1849,COMPROMISSOCOM SEU TEMPO.

Atitudespela paz

São muitos os exemplos deescolas que se baseiam na cida-dania. Alunos do Colégio Mag-num Nova Floresta, Região Nor-deste de Belo Horizonte, partici-param da Caminhada pela Paz,que tinha como objetivo desen-volver nas crianças os valoresrelativos à paz, vivenciando ex-periências não somente dentroda escola, mas fora dela. “A cul-tura da paz é importante paratodo o mundo. Sendo assim, es-timulamos as crianças à práticado bem e da solidariedade emfavor dos semelhantes, dos ani-mais e do meio ambiente”, con-ta Patrícia Marques, coordena-dora dos 1° e 2° anos do ensinofundamental I da unidade. Para

ela, com essa abordagem é pos-sível trabalhar a formação de ci-dadãos conscientes de seus di-reitos e deveres em relação aoplaneta e a todos os seres.

Todas as turmas de alunosda educação infantil participa-ram da caminhada, ocorridaem setembro deste ano, quetambém contou com as famí-lias dos estudantes para a pro-dução de um cartaz com atitu-des que devem ser tomadas pa-ra se alcançar a paz em am-bientes como a família, a esco-la, o trânsito, o esporte e entrediferentes povos. As dicas fo-ram partilhadas com toda a co-munidade escolar em muralque decorou as grades do colé-

gio. No mesmo dia, os alunos,vestidos de branco, fizeramuma caminhada entoando mú-sicas com mensagens de pazentre os povos.

“O Magnum é uma escola as-sociada à Organização das Na-ções Unidas para a Educação, aCiência e a Cultura (Unesco), oque é motivo de grande orgu-lho para nós, pois representa oreconhecimento do trabalho

formativo que nos propomos afazer, porque acreditamos que,como escola, precisamos ofere-cer o melhor ensino e a melhorformação”, explica Patrícia. Es-colas associadas à Unesco for-mam uma rede que tem comoobjetivo promover e comparti-lhar uma educação de qualida-de em prol da paz, da liberdade,da justiça e do desenvolvimen-to humano sustentável.

Dicas foram partilhadas com toda a comunidade escolar em mural que decorou as grades do Colégio Magnum

GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS

� OQUEDIZAUNESCO

“Devemosfomentaracidadaniaglobal.

Educaçãoenvolvemaisdoquealfabetizaçãoe

habilidadesbásicasdematemática, também

envolveacoletividadedecidadãos.A

educaçãodeveassumirtotalmenteseupapel

essencialemajudarpessoasaconstruir

sociedadesmais justas,pacíficasetolerantes”

�Ban Ki-moon, então secretário-geral da ONU,

em 26 de setembro de 2012, no lançamento da

Iniciativa Global Educação em Primeiro Lugar

CIDADANIA

ESPECIAL EDUCAÇÃO4 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Interesse coletivoKAREN SANTOS

Especial para o EM

Ainfânciaéumaetapaessencialna formação do cidadão, pois sãonos primeiros anos de vida que ascriançasconstroemasbasesdecon-dutamoraleaprendemoqueécer-toeerrado.Eéporissoque,cadavezmais, as escolas se empenham emformar, desde o início da caminha-da acadêmica, os alunos de manei-ra cidadã e humanizada. Colégiosquetrabalhamcomoensinoinfan-tilnacapitalbuscamdarautonomiaàs crianças, de modo que elas pos-sam assumir responsabilidades edelinear, com o auxílio dos profes-sores,oqueécertoouerrado,oqueaproxima ou afasta as pessoas, oque causa conforto e desconforto,aprendendoasecomportarmoral-mente, a agir respeitando normasdentrodeumasociedade.

As crianças passam por um lon-go processo de construção para setornar futuros cidadãos. Na EscolaViscondedeSabugosa,colégioespe-

cializadoemeducaçãoinfantilloca-lizado no Bairro Mangabeiras, Regi-ão Centro-Sul de Belo Horizonte, osalunos são estimulados, desde omaternal, a expor suas ideias, fazerescolhas,tomarpequenasdecisões,trabalhar em grupo, ouvir e respei-tar opiniões diferentes das suas.“Esse processo ocorre quando elassaem da fase egocêntrica, em quesó suas vontades são importantes,para, por meio das interações, co-meçar a perceber o outro com osmesmos direitos e deveres que osseus, com sentimentos e desejosnem sempre iguais, mas que de-vem ser respeitados, alcançando,assim, a autonomia”, explica a es-cola, por meio de sua assessoria.

A estratégia da escola não é dei-xarascriançasnocontrole,fazendoapenasoquequerem,massimado-tar uma postura de respeito, quebusca compreender que os peque-nos alunos têm vontades e opiniõ-esquepodemdivergirentresi.Nes-se sentido, as rodas de conversa setornamcomunsnaescolaVisconde

deSabugosa.“Nãoháidadedefinidapara se preparar um cidadão. Ele sedesenvolve desde a mais tenra ida-de, contanto que se evitem com-portamentos egoístas, de submis-são e de menos-valia”, aponta aescola.“Porissoéimportantequeascrianças saiam da posição de de-pendência e subordinadas, para acondição de autonomia, em que játomam algumas decisões e arcamcom suas consequências. A auto-nomia está também ligada ao queeles podem ou não fazer.”

Os projetos da educação infan-til contam também com o apoio eparticipação dos pais. Letícia Jun-ger de Castro, de 36 anos, mãe deJoão Felipe Junger Pinto, de 5, alu-nodo1ºperíodo,contaqueaesco-la exerce papel fundamental naformação cidadã. É o lugar, alémdo ambiente familiar, no qual acriança desenvolverá habilidadesnecessárias para a vida em comu-nidade, experimentando a convi-vência com o diferente. “Os pro-jetos desenvolvidos pela escola

reforçam o que falamos com nos-sas crianças e elas chegam que-rendo mostrar que aprenderam eque podem contribuir, de algu-ma forma”, afirma Letícia.

SOLIDARIEDADEAformaçãocidadãtambém ensina aos estudantes va-lores como solidariedade, amizadee compaixão. Em setembro desteano, comerciantes e moradores doAlphavilleLagoadosInglesesforamsurpreendidos por uma explosãoem um dos centros comerciais. Di-ante disso, alunos dos colégios Ma-ple Bear e SEB Global, duas escolasda região, transformaram o tapu-me que circundava os estabeleci-

mentos em uma espécie de painel,onde deixaram mensagens de in-centivoesolidariedade.“A ideia surgiu da coordenação pe-dagógica do SEB em parceria coma coordenação da Maple Bear paraenvolverosalunosemumprojetode valores, que trabalhasse a soli-dariedade com os comerciantesatingidos. Muitos dos nossos alu-nossãomoradoresdoAlphavilleefrequentadores dos estabeleci-mentos”, comenta Thays Silveira,coordenadora da Maple Bear Al-phaville Lagoa dos Ingleses. “Soli-dariedade, amizade e compaixãonão se aprendem só em casa”,aponta a coordenadora.

Na Escola Visconde de Sabugosa, as crianças

são estimuladas a trabalhar em grupos

VISCONDE DE SABUGOSA/DIVULGAÇÃO

CIDADANIA

ESPECIAL EDUCAÇÃO 5ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Espaço dereflexão

A busca pela autonomia co-mo forma de educar os alunostambém está presente na meto-dologia do Colégio Sagrado Cora-ção de Maria, no Bairro Serra, naRegião Centro-Sul da capital. Deacordo com a equipe pedagógi-ca, é papel social da escola opor-tunizar a independência da cri-ança, de modo que ela sustentea compreensão que tem do su-jeito, sendo capaz de se respon-sabilizar pelo outro ou por algu-ma coisa. “Aqui no Sagrado Cora-ção de Maria, trabalhamos a for-mação cidadã conhecendo e en-tendendo essa criança, pois ela é

um ser capaz de se relacionar eassumir, progressivamente, aresponsabilidade de determina-das tarefas, tornando-se confian-te em suas capacidades. E à me-dida que as assume, torna-se in-dependente para fazer o que éadequado à sua idade, colabo-rando com uma formação cida-dã”, explicam os pedagogos.

A escola adota projetos comoo “Justiça, Paz e Integridade daCriação” (JPIC), um momento emque a equipe docente, com pais ealunos, discute sobre assuntosimportantes para todos. “Os pro-jetos estão relacionados à indivi-

dualidade, personalidade e cará-ter, que, para nós, se inicia logoque a criança nasce. Com as cri-anças, discutimos justiça, paz eintegridade da criação a partir deconceitos mais simples, para queelas consigam assimilar seus fun-damentos”, esclarece a equipe.“Ao explicar sobre a integridade

da criação, deixamos claro paraos alunos que, se um gosta dooutro, das professoras e da esco-la, é preciso cuidar dessas pesso-as e desses espaços. Isso faz comque elas reflitam sobre como is-so pode ser feito e de que formaelas podem contribuir com o so-cial”, enfatiza. (KS)

Fórum social do Colégio Sagrado Coração de Maria reúne a

equipe docente, pais e alunos para discutir temas relevantes

BETO NOVAES/EM/D.A PRESS

MÔNICADIASDEALMEIDAVIEIRA

PEDAGOGAEPSICOPEDAGOGA

PALAVRA DEESPECIALISTA

“A escola deve servir comouma formação para a vida.Com a formaçãohumanizada, o estudantedeve ser capaz de seposicionar diante dasquestões sociais queenfrentar no dia a dia, secolocar no lugar do outro. Osvalores defendidos pelaescola não serão apenasideias, serão vivenciados. Nóstrabalhamos isso com nossosalunos: eles precisam ver arealidade e transformá-la.Agir diante dela, exercendoseus papéis de cidadãos.”

Transformara realidade

VOLUNTARIADO

ESPECIAL EDUCAÇÃO6 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Matemática . Português . Inglês

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Aprender peloolhar do outro

JUNIA OLIVEIRA

Enxergar o ser humano,seu lugar no mundo e asdiferenças. Conteúdo quenão se aprende apenas

sentado em sala de aula. É forma-ção para além do conhecimentoescolar. Ir, ver, sentir, compreen-der. Estimular o voluntariado en-tre os alunos tem sido opção demuitas escolas em Belo Horizonteinteressadas em oferecer um sa-ber para além do mundoacadêmico.Emcrecheseasilosrei-na o brincar, o dançar, o cuidar. Es-tudantesdosensinosinfantil, fun-damental e médio transformammomentos de desconhecidos emalgo especial e se transformam,aprendendo pelo olhar do outro aencontrar sentido para a vida.

No Colégio Sagrado Coraçãode Jesus, no Bairro Funcionários,na Região Centro-Sul de BH, osprojetos de voluntariado são tra-balhados do infantil ao 1º anodo ensino médio. “Não acredi-tamos numa formação quepasse apenas pelo viés acadê-mico, mas em algo completo,que permita trabalhar com acriança, o adolescente e o jo-vem o corpo, a questão espiri-

tual e o social”, afirma a coor-denadora da Pastoral Missioná-ria do colégio, Simone Fortuna-to Nunes. Duas propostas abar-cam a escola inteira e estudan-tes de todas as idades.

O Lacre do bem recolhe la-cres de alumínio de latinhas. Osmateriais são encaminhadospara a campanha Lacre do bem,criada em 2013 pela menina Ju-lia Macedo, também de BH,quando ela tinha apenas 9anos. Consiste em arrecadar la-cres de latinhas de alumíniopara vender à reciclagem ecom o dinheiro comprar cadei-ras de rodas que são doadas pa-ra pessoas com deficiência.Ano passado, os estudantesjuntaram o suficiente para adoação de duas cadeiras – paracada uma, são necessárias 140garrafas PET de 2 litros cheiasde lacres, o equivalente a 352,8mil unidades ou 105 quilos domaterial em alumínio. A se-gunda ação é o Meias do bem.As peças usadas são doadas portoda a comunidade escolar. Acada 40 pares de meias des-manchadas, um cobertor éconfeccionado. Ano passado,foram produzidos 90.

ASSISTÊNCIA SOCIAL Apartirdo5ºano do fundamental começaramas visitas a instituições de assistên-ciasocial.No7ºano,amissãoéfazerumaauladeeducaçãofísicacomospacientes atendidos pela Associa-ção Mineira de Reabilitação (AMR).Ajudandoosdeficientesafazerumgol ou a acertar uma bola na cesta,aprendem sobre as diferenças. No8ºano,éavezdoDignaIdade,proje-toqueperpassatodasasdisciplinase que termina numa tarde em umlar de idosos. “Aprendem o que éenvelhecercomqualidadeerespei-tarquemestánaterceiraouquartaidade. E entendem que, a partir domomentoemquesenasce,jásees-tá envelhecendo”, diz a coordena-dora da Pastoral Missionária.

Já o 1º ano do ensino médio en-cerra o ciclo de atividades pormeio de uma parceria com oHospital Mário Penna. A teoriade uma das doenças que maismatam no mundo é estudadaem sala de aula e a prática apren-dida na unidade de saúde. “Nes-sa época, já começam a pensar naescolha profissional. Conhecemo trabalho no hospital, conver-sam com pessoas que estão fa-zendo quimioterapia e fazem oacolhimento dessas pessoas.”

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS/DIVULGAÇÃO

No ano passado, alunos do Sagrado Coração de Jesus juntaram

140 garrafas PET de 2 litros cheias de lacres para trocar por cadeiras de roda

ESPECIAL EDUCAÇÃO 7ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

VOLUNTARIADO

ESPECIAL EDUCAÇÃO8 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Doar tempo e amorJUNIA OLIVEIRA

De alguma forma, todos po-dem fazer o bem. É o queaprendeu a adolescente JúliaBueno Nascimento Jannotti, de17 anos, em algumas visitas acreches de Belo Horizonte euma viagem ao Vale do Jequiti-nhonha. As experiências de vo-luntariado lhe ensinaram valo-res de partilha, trabalho e cole-tividade, a ponto de influenciarem sua escolha profissional.Aluna do 3º ano do ensino mé-dio do Colégio Santo Antônio,na Savassi, Região Centro-Sulde BH, começou há dois anos aatuar no grupo de estudantesvoluntários (GEV) em arrecada-ção de doações e visitas a insti-tuições sociais.

Mas foi no Vale que sua vidaganhou sentido. “Na adoles-cência, estamos em busca des-se sentido e enxergar a realida-de lá, saber que de uma manei-ra ou de outra podemos ajudaralguém e que as pessoas estãodispostas a trocar experiênciascom a gente é muito bom”, diz.O CSA no Vale leva alunos, ex-alunos, professores, discipliná-rios e frades do Colégio SantoAntônio até a região. Este ano,o trabalho foi feito na comuni-dade quilombola de Mumbuca,no município de Jequitinho-nha. “Foi o fato mais marcantede minha vida e me direcio-nou. Quero fazer medicina,penso muito em neurologia,mas também tenho vontade departicipar de projetos voluntá-rios, como Médicos sem Frontei-ras”, diz Júlia.

Também procurando fazer adiferença está a menina CecíliaCarneiro de Queiroz, de 11 anos,aluna do 6º ano do ensino fun-damental do Colégio MaristaDom Silvério, no Bairro São Pe-dro, também na Região Centro-Sul. Em visita aos idosos do Ins-tituto Geriátrico da Santa Casa(Igape), ela dançou e cativou ospacientes. Desde março, ela par-ticipa das ações do VoluntariadoEstudantil Marista (VEM). “Mui-tas vezes, fico irritada e triste.Quando vou para o voluntaria-do, me acalmo. Eles dão muito

mais aprendizado para a gente.Parece que nem temos capaci-dade de compartilhar nossa ale-gria com os outros. Já eles têmpara dar, vender e doar”, diz.

LADO HUMANO Aluna do 2ºano do ensino médio, Luana Ka-ram, de 16, está no VEM há umano e meio e, a partir dele, criouos próprios projetos sociais. “Vi-sitei abrigos, creches, hospitais ecresci muito como pessoa, nomeu lado humano e ético, e abrimeu olho para as diversas difi-culdades dos outros”, afirma.Ela arrecadou diversas doaçõespara moradores da cidade deConceição do Mato Dentro, naRegião Central do estado, e pre-tende repetir a iniciativa emoutros municípios. “Tenhomuito mais compaixão, solida-riedade, vejo o outro sem indi-

ferença e tento buscar formasde ajudar sempre.”

Atualmente, 80 estudantesparticipam das ações promovi-das pelo Marista. “As experiên-cias de solidariedade são deextrema importância no pro-cesso de amadurecimento ede compromisso com a cons-trução de uma sociedade mar-

cada pela acolhida das múlti-plas realidades culturais e so-ciais, e na realização da paz. Asolidariedade revela-se, social-mente, como um exercício decidadania e nos implica, en-quanto cristãos, ao exercícioda caridade”, ressalta a agentepastoral da escola ElizabeteTeixeira Custódio.

GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS

Alunos do Colégio Marista Dom Silvério visitaram os idosos do Instituto Geriátrico da Santa Casa (Igape)

Muitas vezes, fico irritada e triste.Quando vou para o voluntariado, me acalmo.

Eles dão muito mais aprendizado para agente. Parece que nem temos capacidade decompartilhar nossa alegria com os outros. Já

eles têm para dar, vender e doar

� Cecília Carneiro de Queiroz, de 11 anos, aluna do 6º ano,

participa das ações do Voluntariado Estudantil Marista

PAIS PRESENTES

A Escola Americana de Belo Horizonte,ciente da importância do envolvimentodos pais na experiência educacional dosfilhos, elege anualmente um comitêpara presidir a Associação de Pais eProfessores (PTA). A organização faztoda a diferença na rotina dosestudantes ao arrecadar fundos embenefício da escola e preparar atividadese eventos que mantêm a comunidademais unida. O comitê, formado pormães de diferentes nacionalidades,soma diversas conquistas: arrecadaçãode R$ 17 mil para a reforma do campode futebol da escola; a compra de 10teclados para as aulas de música e acolaboração na cenografia de ummusical apresentado pelos alunos.“Nosso sistema mostra que aparticipação das famílias, o contatopessoal e a interação são fatoresdecisivos para o futuro desse cidadão”,afirma a diretora, Catarina Song Chen.

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Bullying, tô fora!KAREN SANTOS

Especial para o EM

A Lei 13.185, que instituiu, em2015, o Programa de Combate àIntimidação Sistemática, deter-mina que o bullying é um fenô-meno social caracterizado porações preconcebidas de intimi-dação, pautadas em agressivida-de, e que pode se manifestar deforma verbal, física ou psicológi-ca. Nosúltimostempos,obullyingtemsidotemadedebatenasmídi-as, nas conversas informais e emséries e programas de televisão. Oassunto também é, cada vez mais,abordado em escolas públicas eprivadas, com o intuito de comba-ter a prática, uma vez que as açõesviolentas podem, muitas vezes,ocorrer no ambiente escolar.

As estatísticas nacionais sãoalarmantes. De acordo com osnúmeros tabulados e divulgadosem 2016 pelo Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE),

7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9ºano relataram que sofreram bul-lying–zombariaouintimidação–com frequência. A aparência docorpo (15,6% ou 30,4 mil) e do ros-to (10,9% ou 21,2 mil) são as moti-vaçõesmaiscomuns. Poroutrola-do, cerca de 520,9 mil alunos(19,8%) disseram já ter praticadobullying. Entre os meninos, essepercentual foi de 24,2% e, entre asmeninas, 15,6%. Os dados foramcoletados entre os alunos que res-ponderamàpesquisaem2015.Di-ante disso, instituições de ensinobuscam, por meio de projetos eações, combater o bullying em su-as diversas formas de manifesta-ção, bemcomoopreconceitoraci-al, a homofobia e a discriminação.

“O bullying não é uma práticaque tenha que estar associada aum preconceito explícito, mas écerto que há associação entre opreconceito já instaurado, sejaele étnico, religioso, sexual ou dequalquer espécie”, explica Isabel

Santana Brochado, coordenado-ra do Núcleo de Educação para aPaz do Colégio Loyola, grupo cri-ado em 2015 para atuar no com-bate ao bullying. Além do grupo,no colégio, que fica no Bairro Ci-dade Jardim, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, o tematem sido tratado ao longo do anoletivo por meio de iniciativas queenvolvem o corpo docente, estu-dantes e suas famílias.

A coordenadora conta que osprojetos buscam, por meio do di-álogo, tirar os estudantes do lu-gar estigmatizado de vítima,ofensor/agressor ou testemu-nha, e ouvi-los em sua condiçãode pessoa, exposta a sentimen-tos, ações e contradições. “Isso le-va à reflexão, junto aos seus pa-res e com mediação dos educa-dores, sobre o que a coloca na-quele lugar e o que ela precisa pa-ra estar em um contexto melhor,como pode ser mais benéfico a sie para o mundo”, afirma Isabel.

Ela ainda reforça que os pressu-postos da cultura de paz defendi-dos pela Organização das NaçõesUnidas para a Educação, a Ciên-cia e a Cultura (Unesco) dizemque, assim como a violência éaprendida e ensinada, a paz tam-bém deve ser.

Um dos projetos da escola é oEstreitando Laços, no qual os alu-nos do 1º ano do ensino funda-mental são apadrinhados por es-tudantes da 3ª série do ensino

médio. “Os adolescentes dão su-porte aos seus afilhados em vári-as questões de rotina na escola etambém mostram a eles lem-branças de quando chegaram aoLoyola, ainda crianças. O últimoencontro ocorre no fim do ano,antes da prova do Enem. Naoportunidade, as crianças entre-gam cartas de agradecimento ede boa sorte aos seus padrinhos,em um momento de surpresa eemoção”, conta Isabel.

RESPEITO

ESPECIAL EDUCAÇÃO 11ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Base para a vidaKAREN SANTOS

Especial para o EM

É importante trabalhar orespeito ao outro e o comba-te aos preconceitos e discri-minações desde cedo, umavez que tudo que se faz naeducação infantil reflete e ébase para a vida do indiví-duo. A escola infantil ChezL’Enfant, no Bairro SantoAgostinho, Região Centro-Sul, que trabalha com concei-tos de cidadania e solidarie-dade, está lançando o projetoCuidando de Mim, do Outroe do Mundo. “O projeto éuma forma de unificar e sis-tematizar várias ações que játemos. Esperamos que osalunos possam entender me-lhor o mundo que os cerca,aprendendo a viver de modomais harmonioso e feliz.” Oobjetivo principal é formaras crianças de modo a se tor-narem “adultos conscientes,transformadores e capazesde entender a importância da

diversidade”, afirma Ma-ria Lúcia Rodrigues da Silva,diretora da escola.

Maria Lúcia aponta que aação é ancorada em três pila-res: o “cuidando de mim”,que aborda os cuidados como corpo, como a alimentaçãoe a prática de exercício; “cui-dando do outro”, que trata detemas como reciprocidade,respeito, carinho, socializa-ção e solidariedade; e “cui-dando do mundo”, que focana preservação ambiental eda melhor e mais conscienteocupação de espaços comunsaos alunos. “Precisamos tor-nar as crianças conscientesde quais são os direitos e de-veres que têm em relação asi, ao outro e ao meio”, con-clui a diretora.

Construção coletivaA diretora de Educação Integral

da Secretaria Municipal de Educa-ção(Smed)afirmaqueobullyinges-tá ligado ao individualismo e ao co-letivismo,quesão“doisconceitosre-lacionadosàformadeinteraçãodosindivíduoseaosdiversos‘pactos’fir-mados,quersejamelessociais,polí-ticos, econômicos ou culturais. En-volve o respeito às diferenças e co-mo elas se revelam no cotidianoescolar.Àeducaçãocabearticulares-sesdoisconceitos”.Paraela,éimpe-rativo que as práticas pedagógicaspropiciemaosestudantesareflexãoacerca da relação entre o indivíduoe o coletivo, fundamentando-se naopçãodeescolhadecadaindivíduo,norespeitoàsdiferentesculturas,nainclusão social e na valorização econstruçãodoqueécoletivo.

Em Belo Horizonte, a Smed de-

senvolveprogramaseprojetosedu-cativos que têm como principal di-retriz a formação cidadã, além depromoveroportunidadesdeapren-dizagensnocotidianoescolar.NaEs-colaMunicipalSenadorLevindoCo-elho, no Bairro Serra, Região Cen-tro-Suldacapital,otrabalhocontrabullying, discriminação racial e so-cial feito com as crianças tem ga-nho destaque. “Em 2015, começa-mosumprojetodediálogocomascrianças,emespecialcomasmeni-nas,falandosobreopreconceito,ospadrões de beleza e a aceitação e oempoderamento da beleza natu-ral”, relembra Mariana GonçalvesPereira de Oliveira de Freitas, coor-denadoradoProgramaEscolaInte-grada da instituição.

Marianacontaqueapresentouovídeo do poema Gritaram-me Ne-

gra, de Victoria Santa Cruz, e os alu-nossesentirammuitoimpactadoscom o vídeo, que trata do precon-ceitoedalibertação.“Começamos,então, a trabalhar com as criançasdanças,estilosmusicaisetambéma capoeira, todos ligados à culturanegra. As rodas de conversas tam-bém eram, e ainda são, frequen-tes”, afirma Mariana.

A coordenadora aponta que oprojeto ajudou muito para que asestudantes começassem um pro-cessodetransiçãoedeaceitaçãodoseucorpoedesuabeleza,oque,se-gundo Mariana, é uma transiçãoárdua, mas muito bonita. “A per-gunta que norteou essa discussãofoi: ‘será que você realmente querterocabeloliso,ouooutroéquemfala que você deve ter o fio alisa-do?’. Se elas têm o desejo de man-

A escola infantil Chez L’Enfant

criou o projeto Cuidando de

Mim, do Outro e do Mundo para

ensinar as crianças a se

tornarem adultos conscientes

ter o cabelo liso, não há problema.Mas quando percebem que aindahá uma imposição social, as alu-nas acabam assumindo os cachose o cabelo crespo, que são lindos”,ressalta Mariana.

Na oficina de fotografia, orien-tados pelo educador Rafael Freire,os alunos também fizeram umareleitura fotográfica do poema

que será exposta no Museu dasMinas e do Metal, na Praça da Li-berdade, no período de 14 de no-vembro a 3 de dezembro. A expo-sição é aberta ao público e tem en-trada franca. Durante a semana,os estudantes farão roda de con-versa sobre a exposição e haveráuma oficina de cabelo, onde os fi-os poderão ser trançados.

Projeto Gritaram-me Negra, da Escola Municipal

Senador Levindo Coelho, é destaqueES

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CHEZ L’ENFANT/DIVULGAÇÃO

BALÃO VERMELHOEESCOLAPARQUE.UMAUNIÃO CONSTRUTIVISTA PARAUMENSINOMÉDIO INOVADOR.

O Balão Vermelho e o Colégio Mangabeiras somamforças à Escola Parque do Rio de Janeiro, trazendo paraa cidade um projeto pedagógico inovador voltado para oEnsino Médio – o Colégio Mangabeiras Parque.

As escolas, fundadas no início da década de 70, sededicam a preparar os alunos para pensar e conviverde forma democrática. Por isso, têm como valores areflexão, valorização da diversidade e respeito ao outro.

Aparceriadasescolasnascedentrodopróprioprincípioconstrutivista, base educacional das instituições. Fazer"construtivistamente" é exatamente o que acontecenessa parceria: buscar, por meio de uma rede deinterações com o outro e com o mundo, conhecimentoem constante transformação.

NÃO EXISTE NADA PRONTO OU ACABADO,NEMMESMOAESCOLA.

Para promover o desenvolvimento da autonomia, as escolas in-centivam os estudantes a se tornarem sujeitos de sua própriaaprendizagem e protagonistas da própria vida.

Além disso, a escola adota, desde sua fundação, umametodologiae um currículo abertos às transformações socioculturais carac-terísticas da sociedade contemporânea, em total acordo com asdiretrizes do Ministério da Educação.

A Escola Parque caminha em sintonia com o Balão, afirmando quesó existe aprendizagem quando o sujeito se apropria do conheci-mento com a sua própria interpretação. Para instigar o aluno a pen-sar e refletir sobre a realidade, as escolas promovem um ambientecom experiências desafiadoras e incentiva os alunos a se prepara-rem em ummundo em constante transformação.

Decidimos assumir a formação deadolescentes, construindo, juntos, ascondições para que as relações fossempautadas pelo respeitomútuo, pelacooperação e pela valorização de umaconvivência democrática que resultasseem compromisso e autonomia.

Proporcionamos ao aluno um desenvolvimento globalvisando o currículo escolar agregado a noções de outras áreas.Os alunos trabalhamcommetas de projetos baseados em ideiasconstrutivistas, conscientes de que eles são donos do seu próprioconhecimento. O professor é um facilitador desse processo.

IêdaMaria Luz Brito,Diretora Geral e Co-fundadora da Escola Balão Vermelho - Belo Horizonte

Mary Ferraz,Conselheira Administrativa e Co-fundadora da Escola Parque - Rio de Janeiro

INFORME ESPECIAL

CONHEÇA O COLÉGIOMANGABEIRASPARQUE,UMA NOVA REFERÊNCIANO ENSINO MÉDIOEM BELO HORIZONTE.

SUSTENTABILIDADE | TEATRO | ROBÓTICA | FÍSICAMODERNA | XADREZ | MARKETINGCINEMAE VÍDEO | ASTRONOMIA | ORIENTAÇÃOPROFISSIONAL | VISITAS AUNIVERSIDADES

FÓRUNSPROFISSIONAIS | ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS, ENTREOUTROSPROJETOSEDISCIPLINAS.

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UMENSINOMÉDIO QUE PREPARA PARAOS DESAFIOS REAIS DA VIDA ADULTA

O Colégio Mangabeiras Parque trabalha a práticapedagógica vinculada a projetos interdisciplinares,como fóruns profissionais e estágios supervisionados.Desse modo, a construção de valores cuida de formarindivíduos socialmente responsáveis e melhorescidadãos, enquanto uma orientação profissionalsupervisionada porporciona aos alunos o suportenecessário para enfrentar os desafios reais do mundodo trabalho e ingresso no mundo universitário.

FOCONODESENVOLVIMENTODAAUTONOMIA EDARESPONSABILIDADE

Ametodologia da escola prevê uma ação pedagógica transdisci-plinar e inter-relacionada. São consideradas a problematizaçãopor meio da solução de problemas, que fogem ao treinamentocom modelos prontos, e a contextualização do conhecimento,tornando a aprendizagem significativa.

O objetivo é formar estudantes autônomos, capazes de pensarde modo sistemático, lógico e hipotético. Afinal, para haver umprocesso progressivo de desenvolvimento de autonomia eresponsabilidade, o aluno precisa encontrar sentido e significadoem todo o seu processo de aprendizagem. Só assim ele setornará sujeito de sua própria formação.

Rua Professor Djalma Guimarães, 140 - Mangabeiras - Belo Horizonte/MG | (31)3194-2430

UMA ABORDAGEMTRANSDISCIPLINARDOS CONTEÚDOSINTERLIGANDOEXPERIÊNCIAESCOLAR E VIDA.

INFORME ESPECIAL

CULTURA E ESPORTE

ESPECIAL EDUCAÇÃO14 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Respeito às diferençasKAREN SANTOS

Especial para o EM

“Cultura” é o termo utilizadopara abordar a vivência de umgrupo ou povo, com seus com-ponentes, linguagens, valores, fée a história que coletivamenteconstroem. A cultura é viva,plural, abrangente e, em umpaís vasto como o Brasil, ex-pressa-se de diferentes formas.Faz parte do papel da educaçãolevar aos estudantes o conheci-mento acerca das culturas quepermeiam a sociedade, ensi-nando, principalmente, a res-peitar aquilo que é diferente.Mais do que isso, os espaços pa-ra colocar em prática ações ar-tísticas e culturais tornam oambiente escolar mais prazero-so e rico em experiências, sen-sibilizam os alunos e auxiliamem sua formação.

Atualmente, escolas de BeloHorizonte buscam realizar pro-jetos culturais para incitar nosalunos o respeito às diferenças ea tolerância. “A cultura integra einclui os diferentes modos deproduzir e significar a vida, esta-belecendo uma inter-relação en-tre toda a comunidade educati-va”, aponta Eliane Ferreira, dire-tora do colégio Unimaster, dogrupo SEB, que fica no BairroBuritis, Região Oeste da capital.Para a diretora, o acesso à cultu-ra e às artes contribui tambémpara a formação e aproximaçãodos jovens, reforçando o desen-volvimento de outros valoresalém do respeito, como a ética, asolidariedade, a fraternidade e acooperação, tornando-se ummeio dos mais eficazes para aconvivência humana e melhoriada qualidade de vida.

Eliane ainda ressalta a impor-tância da diversidade cultural,que, segundo ela, é tão necessá-ria para a humanidade como abiodiversidade é para a nature-za. “É papel da escola apresentaroutros universos simbólicos eculturais, contextualizando-os,bem como nossos códigos cul-turais, desenvolvendo uma vi-são de percepção das diferençasculturais calcada no reconheci-mento, na valorização e no res-

peito às características multicul-turais da sociedade brasileira emundial”, conclui. O colégio de-senvolve programas como o Li-teraSEB, que conta com a apre-sentação de projetos que valori-zam a arte, a cultura e o esporteno processo ensino-aprendiza-gem, e o Feciarte, que valoriza acultura local.

O resultado da formaçãomais completa é percebido emcasa. “A escola está em constan-te busca para que, tanto na teo-ria quanto na prática, os alunosdesenvolvam um olhar atentopara temas importantes comocidadania, respeito, inclusão e di-versidade cultural”, conta DanielMurta de Almeida, pai de Aman-da Almeida, aluna do ensino in-fantil do colégio Unimaster. “Pormeio desses projetos, atividadese ações, e com o suporte da famí-lia, os estudantes são levados a

respeitar o próximo e as diferen-ças, a aprender a se posicionarno grupo, a se preocupar com ooutro e a participar de ações soli-dárias”, afirma Daniel.

SAUDÁVEL Aliado à cultura, o es-porte é também componenteimportante para uma formaçãomais completa e humanizadados estudantes. A prática espor-tiva promove uma vida maissaudável e auxilia no desenvol-vimento de várias habilidadessocioemocionais, como a disci-plina, o esforço, o equilíbrioemocional e a resiliência. Alémdos benefícios pessoais, o espor-te pode ser uma ferramenta im-portante para a inclusão social,pois ensina valores como coope-ração, respeito e humildade.

Buscando tratar a diversida-de como algo intrínseco ao serhumano e não como problema,

os Jogos de Integração 2017 daunidade de Contagem do ColégioSanto Agostinho foram promo-vidos com base no tema “Dêeficiência à diferença”. “O obje-tivo do evento foi trabalharcom os alunos, por meio daspráticas corporais, sejam es-portes, lutas, danças, jogos oubrincadeiras, os desafios que aspessoas com deficiência têmpara praticar algumas modali-dades”, explica Aleluia Herin-ger, diretora da unidade.

Para além das atividades emquadra, o trabalho foi multidis-ciplinar. Cada professor traba-lhou em sala de aula com estu-dos e conceitos sobre inclusão ediferença, deficiência e eficiên-cia. Em todo o primeiro semes-tre, o tema foi abordado pormeio de documentários, aulasexpositivas e práticas, além dediscussões em sala. “A escola

tem pessoas com deficiência, etodas são amparadas e respeito-samente incluídas. Isso, por sisó, já é uma grande referência eexemplo para os estudantes”,ressalta a diretora.

Em paralelo aos Jogos de In-tegração, a escola promoveuuma ação interna para tornar oassunto ainda mais tangível.Ao longo do ano, os estudantesexperimentaram diversas ati-vidades nas quais foram colo-cados diante de deficiências di-ferentes daquelas que cada umjá tem. “Os alunos participa-ram de corrida guiada, basque-te sentado, vôlei e luta venda-dos, e outras atividades coope-rativas com diferentes limita-ções físicas ou sensoriais, paraque pudessem compreender olugar do outro e reconhecer aeficiência das pessoas com de-ficiência”, conclui Aleluia.

Os Jogos de Integração do Colégio Santo Agostinho incentivaram a reflexão sobre os desafios das pessoas com deficiência na prática esportiva

CSA/DIVULGAÇÃO

Acultura possibilita enxer-gar o mundo sob umponto de vista original,sensibiliza o indivíduo e

auxilia na formação integral paraa vida em sociedade. “O contatocom a diversidade de culturas eexpressões artísticas auxilia osalunos no desenvolvimento daempatia, respeito às diferenças epossibilita a prática de uma pos-tura ética frente à diversidade”,afirma Gustavo Nicácio, coorde-nador do Programa de Artes docolégio Magnum.

Ele explica que a formação ar-tística promove ações transfor-madoras, favorece a construçãohumana, estimulando e desen-volvendo a autonomia intelectu-al e o pensamento crítico, o quepossibilita uma visão de mundopor novas perspectivas. “A arteajuda as crianças e adolescentesa respeitar e a valorizar ainda

mais a diversidade cultural, ét-nica e religiosa, e a inspirar-se napluralidade do pensamento ar-tístico para buscar ideias novase instigantes.” Além disso, o co-légio acredita que ser criativopode constituir um diferencialimportantíssimo para a realiza-ção pessoal e profissional dosestudantes.

A escola trabalha com diversosprojetos culturais que proporcio-nam ao aluno o contato com aprodução e o desenvolvimentoda prática artística. Um exemplode sucesso é o Belas Artes Mag-num, que foca no desenvolvi-mento artístico e na sensibiliza-ção dos estudantes utilizando di-ferentes tipos de arte, como a pin-tura, a escultura, as artes gráficas,a fotografia, o desenho e a produ-ção audiovisual. “A paixão pelasartes é incentivada por meio daapreciação de obras e artistas, do

ESPECIAL EDUCAÇÃO 15ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

UM PAÍSMELHOR COMEÇACOM EDUCAÇÃODE QUALIDADE.

SANTAMARIA.PUCMINAS.BR

PROCESSO DE ADMISSÃODE NOVOS ALUNOS 2018

Há 114 anos formando pessoas

preparadas para construir um futuro

melhor. Para nós, os valores são tão

importantes quanto o conhecimento.

• 1ª instituição de ensino de BH• 12 unidades de ensino

COLÉGIO SANTA MARIA

CULTURA E ESPORTE

Pluralidade artística

Toda criança tem direito ao

descanso e ao lazer, a participar

em atividades de jogo e

recreação apropriadas à sua

idade e a participar livremente

da vida cultural e das artes.

(Artigo 31 da Convenção dos

Direitos das Crianças, da ONU)

desenvolvimento de habilidades,da reflexão, prática e produçãocultural”, afirma Gustavo.

Já o programa Magnum Musi-cal é voltado para o desenvolvi-mento de vivências musicais,aprimorando competências soci-oemocionais com atividades mu-sicais extracurriculares. “Os alu-nos têm contato com a produçãoartística, prática de instrumentosmusicais, composição e percep-ção musical.” (KS)

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ESPECIAL EDUCAÇÃO16 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Aulas Curriculares

Aulas Extracurriculares 31

Horário integral

escola visconde de sabugosaPequena e aconchegante para acolhere envolver seu filho na primeira fase escolar.Gigante no pedagógico e sociomoral,preparando o alicerce de toda uma vida.

escola visconde de sabugosaPequena e aconchegante para acolhere envolver seu filho na primeira fase escolar.Gigante no pedagógico e sociomoral,preparando o alicerce de toda uma vida.

escola visconde de sabugosaPequena e aconchegante para acolhere envolver seu filho na primeira fase escolar.Gigante no pedagógico e sociomoral,preparando o alicerce de toda uma vida.

escola visconde de sabugosaPequena e aconchegante para acolhere envolver seu filho na primeira fase escolar.Gigante no pedagógico e sociomoral,preparando o alicerce de toda uma vida.

MATRÍCULAS ABERTASMATRÍCULAS ABERTAS

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Papel de todosKAREN SANTOS

Especial para o EM

Responsabilidade é um termoessencial para a formação de ca-ráter e construção de um sujeitoíntegro. Em suas diversas aplica-ções, a responsabilidade está rela-cionada à capacidade dos indiví-duos de cumprir obrigações embusca de um bem maior. Por essemotivo, a responsabilidade socialé um dos pilares para o desenvol-vimento de pessoas. De modo es-pecial, as escolas desempenhamuma função fundamental para aconstrução de sujeitos que enten-dam seu papel no mundo e a im-portância de ser responsável pelaprópria sociedade em que vivem.É durante os anos escolares queas crianças e adolescentes têmcontato com o próprio senso daconvivência social e, principal-mente, da importância de indivi-dual para o coletivo.

Apesar de o termo “responsa-bilidade social” ser muitas vezesutilizado para definir ações vo-luntárias de empresas para con-tribuir para a sociedade e o ambi-ente, escolas de Belo Horizonteentendem o conceito como algomais abrangente e que deve sertrabalhado em todas as fases daformação de um indivíduo. “Aresponsabilidade social é entendi-da como um compromisso de re-tornar para a sociedade todo o in-vestimento que ela faz naquelegrupo ou instituição”, é o que ex-plica o colégio Nossa Senhora dasDores, no Bairro Floresta, RegiãoLeste da capital, por meio de suaassessoria. A escola considera aresponsabilidade social uma obri-gação moral. “É uma espécie de dí-vida com as pessoas mais vulne-ráveis, justamente porque somosagraciados por um privilégio: o daeducação de qualidade”, aponta.

Para além da definição doconceito, colocar a responsabili-dade social em prática de fato fazparte dos vários desafios que asescolas encontram ao proporuma formação cidadã além daeducação formal. O desenvolvi-mento desse sentimento passapor fundamentos básicos comoa solidariedade, o amor ao próxi-mo e o respeito. Por esse motivo,as instituições de ensino apos-

tam, desde cedo, em pequenosgestos que incentivam a constru-çãodessesvalores.NocolégioNos-sa Senhora das Dores, a noção deresponsabilidadesocialétrabalha-da desde as primeiras séries daeducaçãoinfantil,“quandoensina-mos no cotidiano escolar as liçõesde partilha, solidariedade, deverese responsabilidades”, aponta o co-légio por meio de sua assessoria. Àmedida que o aluno cresce cogni-tivamente,aumentasuaresponsa-bilidadesocial,passandoaintegraroutrostiposdeprojetosdireciona-dos a cada faixa etária.

Sérgio Martins Duarte e CássiaLaraNeves,respectivamente,dire-tor e vice-diretora do colégio Ima-culada Conceição, localizado noLourdes, Região Centro-Sul de Be-lo Horizonte, esclarecem que exis-temdiversosâmbitosparaexerceressa responsabilidade. “Podemospensaremresponsabilidadesociala partir de uma perspectiva ambi-ental, a partir da perspectiva depessoas menos favorecidas, de es-paços,entreoutros”,afirmaSérgio.

PEQUENOS GESTOS As diversaspossibilidades de ações abremespaço para o desenvolvimentode inúmeros projetos que ten-tam atingir públicos específicos,contribuindo também para a for-mação de caráter e valores dascrianças e adolescentes. “Pode serpor meio de pequenos gestos, co-mo doações em campanhas di-versas, como campanha do aga-salho, lacre do bem, Papai Noeldos correios e tantas outras”, re-força Cássia, que, além de vice-di-retora, atua na coordenação pe-dagógica da escola.

Outro ponto determinante éincentivar o protagonismo dascrianças e dos jovens na execuçãodos projetos. “As vivências sãosempre marcantes e positivas pa-ra despertar o olhar cidadão e agu-çar o olhar do jovem para além desi mesmo, e envolvê-lo com umaperspectiva protagonista”, opi-nam Sérgio Martins Duarte e Cás-sia Lara Neves. Colocar os estu-dantes na linha de frente das açõ-es incentiva diversas habilidadescomo liderança, organização e es-tratégia, como ainda cultiva o sen-timento de fazer a diferença e aconsciência do coletivo.

É uma espécie dedívida com aspessoas maisvulneráveis,justamente

porque somosagraciados porum privilégio:o da educaçãode qualidade

� Colégio Nossa Senhora das Dores,

por meio de sua assessoria

Entre as diversas campanhas abraçadas pelos

alunos do colégio Imaculada Conceição está a

ação de carinho no Hospital Mário Penna

IMACULADA CONCEIÇÃO/DIVULGAÇÃO

RESPONSABILIDADE SOCIAL

ESPECIAL EDUCAÇÃO 17ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Despertar a empatiaÉ a partir de princípios como a

responsabilidadesocialeadedicaçãoem formar indivíduos baseados emvalores morais que surgem projetosque visam, acima de tudo, ajudar asociedade. Muitas vezes as ações,promovidas pelas escolas se tornammais do que aprendizados e traba-lhos escolares, ganhando proporçõ-es maiores do que apenas o ensino.NocolégioNossaSenhoradasDores,foi criado um departamento especi-al para lidar com os projetos sociais.A Pastoral Escolar conta com aproxi-madamente 170 alunos envolvidosem suas diversas ações, tendo comoobjetivoprincipaldespertaraempa-tia dos alunos pelos acontecimentosque cercam a sociedade.

Entre as várias iniciativas desen-volvidas pela pastoral, o grupo de jo-vens “Do Amor” é um dos que pro-curam ampliar a ideia de solidarie-dade e cidadania, aliando-se às açõessociais que colocam os alunos emum papel protagonista para a reali-

zação do projeto. O grupo já contacom 40 estudantes e seus trabalhossedividememduaslinhas:aarreca-dação de objetos voltados à necessi-dade material das pessoas e a pro-moção de atenção, afetividade econforto emocional a grupos em si-tuação de vulnerabilidade. O traba-lho é realizado por meio de visitasorientadas por três professores queacompanham e norteiam os jovensdurante as ações.

“O principal objetivo da pastoralé despertar os alunos do colégio pa-ra o que ocorre ao seu redor, de mo-do a superar o individualismo”, ex-plica o colégio Nossa Senhora dasDores por meio de sua assessoria.“Queremos mostrar aos alunos ca-minhos que possibilitem a solidari-edade e a fraternidade, sem esque-ceraformaçãoacadêmica,deformaa desenvolver a consciência crítica,privilegiando a educação para a im-portância de relacionamentos hu-manos”, conclui a instituição. (KS)

Em maio, mais de 400 lenços arrecadados pelos alunos do CNSD, no evento em comemoração ao Dia

Internacional da Mulher, foram entregues ao Pérolas de Minas, grupo de apoio a mulheres com câncer de mama

CNSD/DIVULGAÇÃO

MOBILIDADE

ESPECIAL EDUCAÇÃO18 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Trânsito humanizadoJESSICADEALMEIDA*

Lenine canta, em Rua da pas-sagem: “Gentileza é fundamen-tal/ não adianta esquentar a ca-beça/ não precisa avançar sinal.Dando seta para mudar de pista/ou para entrar na transversal/pisca alerta para encostar naguia/ para-brisa para o tempo-ral/ Já buzinou, espere, não insis-ta/ desencoste o seu do meu me-tal”. Os lembretes que o cantorrecifense entoa são apenas algu-mas medidas de um conjunto deações que devem ser levadas emconta ao pensar na administra-ção consciente de 1.714.233 car-ros. O número corresponde àfrota de veículos em Belo Hori-zonte em 2015. Como fazer comtantos carros, além de outrosveículos automotores e não, tãonumerosos quanto?

As direções apontadas por ur-banistas e especialistas em mo-bilidade seguem dois princípios:diminuir a necessidade de deslo-camentos pela cidade e otimizaro uso do espaço de circulação,por meio do incentivo a meiosde transporte que consumammenos espaço por pessoa. Pen-sando nisso, o Colégio Loyolapassou a promover, de 2012 pa-ra cá, o passeio ciclístico. “A ativi-dade da escola gera um movi-mento grande de pessoas no en-torno e isso impacta no trânsito.Ainda que a responsabilidadenão seja totalmente da escola,pelo seu papel formativo ela en-tende que precisa fazer umaação sobre o assunto”, contaDayse Lacerda, gerente de comu-nicação da instituição. O trajetofeito este ano percorreu os bair-ros Cidade Jardim e São Bento.

A iniciativa tem como objeti-

vo conscientizar as pessoas so-bre o uso da bicicleta como mo-dal de transporte em Belo Hori-zonte e também promover umavisão mais humana do trânsito.

O empresário Dmitry Boczar,de 56 anos, e o filho Yuri Boczar,de 10, deram pedaladas junto aogrupo formado em frente ao co-légio na última edição do even-to, mas eles costumam se deslo-car a pé quando o destino é oLoyola e aproveitam o itineráriopara colocar o papo em dia.“Moramos cerca de dois quilô-metros da escola e a oportuni-dade, além de benéfica para otrânsito e a saúde, é boa para ir-mos conversando.” Para Yuri, acaminhada serve para conhecermelhor os lugares que passa-vam despercebidos. “A gente re-para em coisas que não olhariase estivesse de carro.”

CARONA SOLIDÁRIA A carona so-lidária também é uma prática decompartilhamento e pensamen-to coletivo. Andréa Barbi, pedia-tra, viu dificuldade para levar osfilhos para a mesma escola, masem horários diferentes. Outrasseis famílias vinham enfrentan-do problemas parecidos e, desde2004, fazem “rodízio”. “No iníciodo ano, organizamos os trajetos,levando em conta a disponibili-dade de cada família. É um mo-mento de grande troca entreamigos. A diminuição do núme-ro de carros circulando com nos-sa carona solidária é um resulta-do positivo, mas não é o único,pois a amizade e a cumplicidadedesenvolvidas entre nós é frutodesse convívio.”

* Estagiária sob a supervisão

da editora Teresa Caram

Yuri, de 10 anos, com o pai, Dmitry Boczar, de 56. Os dois

participaram do passeio ciclístico promovido pelo Colégio Loyola

FABIANO AGUIAR/DIVULGAÇÃO

ESPECIAL EDUCAÇÃO 19ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

intelectual

social

física

emocional

ESCOLABILÍNGUE

CANADENSEORIGINAL

SUSTENTABILIDADE

Um novo olharJUNIA OLIVEIRA

Ensinar desde cedo a preser-var e a cuidar. Valores para apli-car em casa, na escola, no am-biente onde se vive. Colégios deBelo Horizonte têm estimuladonão só a teoria, mas a prática deuma das palavras da vez: sus-tentabilidade. Vão da teoria doslivros para ações que permitemampliar e dar sentido aos conhe-cimentos. Crianças e adolescen-tes descobrem, pondo a mão namassa, os segredos da natureza,os benefícios da reciclagem e dese fazer o bem.

No colégio Santa Maria Espa-nhol, no Bairro Cidade Nova, naRegião Nordeste de BH, 105 es-tudantes do 7º ano do ensinofundamental visitaram o San-tuário Nossa Senhora da Pieda-de, em Caeté, na região metro-politana, para conhecer aspec-

tos da vegetação e seus diversosdomínios morfoclimáticos. Deacordo com as professoras An-drea de Fátima Botelho Alvaren-ga, de geografia, e Rayssa MacielAthayde, de ciências, a ideia desustentabilidade é aplicada emvárias áreas do conhecimento,incluindo as disciplinas que le-cionam e a história.

“Quanto mais informações eencantamento sobre o ecossis-tema o aluno tiver, mais garan-tida será a preservação do patri-mônio natural, cultural e histó-rico. O despertar da sensibilida-de sustentável leva à perpetua-ção da preservação dos atrativosencontrados no santuário, per-mitindo que o turismo ecológi-co ocorra de forma continuada”,escreveram em texto. O projetoincita mudança no olhar dosalunos para a contemplação epreservação de espaços natu-

rais, permite a visualização deuma unidade de conservação es-tadual e desperta uma integra-ção solidária com os colegas aopromover atividades em grupo,fora dos horizontes da escola.“As atividades de campo tor-nam o aprendizado muito maisatrativo e contextualizado, des-pertando um maior interesse noconteúdo estudado e na buscade novos conhecimentos”, com-pleta o texto.

A aluna Júlia Nacif Rey, de 12anos, do 7º ano do ensino funda-mental, diz que o projeto permi-tiu perceber, além da beleza dasplantas, suas funções no meioambiente. Para ela, o trabalhoem campo tornou a aprendiza-gem mais lúdica e favoreceu afixação da matéria e absorçãode novos conhecimentos. “Visi-tar o santuário permitiu que co-locássemos em prática os co-

nhecimentos adquiridos em sa-la de aula e que os ampliásse-mos, não só com relação aoaprendizado sobre a fauna e aflora brasileira, mas, também,quanto à história do local visita-

do. O passeio fez com que mui-tos alunos refletissem sobre aimportância de preservar a na-tureza: ela que nos traz tantosbenefícios e nos fornece condi-ções para a vida”, destaca.

Para Júlia Nacif, de 12 anos, aluna do colégio Santa

Maria Espanhol, o trabalho em campo tornou a aprendizagem

mais lúdica e favoreceu a fixação da matéria

PAULO FILGUEIRAS/EM/D. A PRESS

SUSTENTABILIDADE

ESPECIAL EDUCAÇÃO20 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Com a mão na massaJUNIA OLIVEIRA

Sustentabilidade na formade ensinar e até mesmo na ges-tão administrativa e pedagógi-ca. Na escola Miguel Arcanjo,no Bairro São Luís, na Pampu-lha, o termo está na origem deproposta segundo a qual valo-rizar a vivência, o brincar, omovimento corporal e o criarartístico são importantes for-mas de aprendizagem e de de-senvolvimento na vida. A insti-tuição, que atende alunos do 1ºao 7º ano da educação funda-mental, usa a pedagogia Wal-dorf, originada da antroposofia– ciência que focaliza o ser hu-mano de modo integrado emseu caminho progressivo e emsuas diferentes dimensões.

“A proposta da escola vematender muito ao anseio dospais, que querem para os filhosuma educação diferente, quetrabalhe não só o desenvolvi-mento intelectual, mas tam-bém o sentir, o pensar, o que-rer. Trabalha, dentro dessa vi-são, o ser humano como umser espiritual”, afirma a arqui-teta Márcia Augusta Pereira, de54 anos, que é mãe de um alu-no da escola.

COM OS PAIS No 3º ano, ascrianças preparam a terra, plan-tam a semente, cuidam daplantação e colhem o trigo paraproduzir a farinha e fazer o pãono forno de barro construídopelos pais. Dessa forma, apren-dem que a partir do trabalho ohomem se sustenta e transfor-ma o mundo. A escola é coad-ministrada por pais, professo-res e funcionários.

Marcenaria, trabalhos ma-nuais e modelagem fazem par-te do currículo, atuando no de-senvolvimento da coordena-ção motora, capacidade decriar, calcular, fazer e refazer,dar utilidade e sentido aos ob-jetos. Os estudantes fazemcom as próprias mãos mate-riais que vão usar e, logo, evi-tam o desperdício. Grupos detrabalhos manuais e uma feirade produtos artesanais, livros

e alimentos fazem parte dasatividades da escola MiguelArcanjo, que começou suasatividades em 2011 e vem am-pliando gradativamente.

REAPROVEITAR No colégio San-ta Maria Espanhol, no Bairro Ci-dade Nova, Região Nordeste deBH, os pais também aprende-ram lições de sustentabilidadedurante a Campanha do Óleo,realizada no ano passado. Oprojeto foi feito com 400 crian-ças da educação infantil, entre2 e 6 anos, e seus familiares. Oobjetivo era verificar quantode óleo é usado diariamentepor uma família e a importân-cia do descarte de forma cons-ciente. O produto usado em ca-sa foi enviado à escola e o ma-terial entregue a uma empresade reciclagem e trocado poritens de limpeza, que foramdoados para instituições queamparam pessoas em situaçãode vulnerabilidade social.

O projeto envolveu váriasdisciplinas. Na matemática, ascrianças se envolveram com acontagem e o registro dos litrosarrecadados, a criação de gráfi-cos e o trabalho com medidas.Em ciências, aprenderam sobrea preservação do meio ambien-te, da água e a reutilização doóleo, sendo transformado embiocombustível. Em português,trabalharam o relato oral e re-gistro de experiências. Em edu-cação religiosa, a doação.

“O projeto buscou envolvervivencialmente os alunos parao desenvolvimento de habilida-des, atitudes e competênciasvoltadas para as diversas disci-plinas trabalhadas na educaçãoinfantil. A atividade busca con-tribuir para a formação de umageração participativa, crítica econsciente em relação ao seupapel como cidadão, desenvol-vendo uma cultura de susten-tabilidade, solidariedade e éti-ca”, afirma Maria das GraçasBernardes da Rocha, coordena-dora de ensino do maternal ao1º ano do ensino fundamental,do colégio espanhol Santa Ma-ria Cidade Nova.

Na escola Miguel Arcanjo, alunos do 3º ano preparam a terra, plantam a semente, cuidam

da plantação e colhem o trigo para produzir a farinha e fazer o pão

ESCOLA MIGUEL ARCANJO/DIVULGAÇÃO

A proposta da escola vematender muito ao anseio

dos pais, que querem paraos filhos uma educaçãodiferente, que trabalhe

não só o desenvolvimentointelectual, mas

também o sentir, o pensar,o querer. Trabalha, dentrodessa visão, o ser humano

como um ser espiritual

� Márcia Augusta Pereira, de 54

anos, arquiteta, mãe de um

aluno da escola Miguel Arcanjo

ESPECIAL EDUCAÇÃO 21ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Vivência nanatureza

SUSTENTABILIDADE

Os preceitos da pedagogiaWaldorf aliados aos conceitos deuma escola verde. Esse é o mode-lo de ensino do Instituto Educa-cional Ouro Verde (Inov), que fi-ca às margens da Mata do Jam-breiro, no Bairro Ouro Velho, emNova Lima. “Aqui, temos a opor-tunidade de fazer um contrapon-to à vida urbana, convivendocom a natureza percebendo osastros, a Lua, o Sol, onde ele estáde manhã ou no fim do dia. Aqui,conseguimos ter a referência dosciclos da natureza que estamosperdendo nesse ritmo aceleradoda nossa vida urbana. Essa convi-vência nos traz a consciência deque fazemos parte do meio am-biente, de que somos natureza etemos a responsabilidade de cui-

dar disso tudo,” afirma CamilaAlterthum, professora de agroe-cologia do 7º e do 8º anos.

As atividades de agroecologiasão oferecidas para todas as tur-mas. Os alunos plantam feijão,cana-de-açúcar, hortaliças, man-dioca, trigo e outras leguminosas.Todas essas plantas são cultiva-das e consumidas por eles na es-cola. Com o trigo cultivado nahorta eles fabricam o própriopão. “Aqui, os alunos plantam, re-gam e fazem a colheita dos ali-mentos. Isso é muito bom por-que eles cuidam de todo o ciclodas plantas. É vitalizante para ascrianças realizarem esse proces-so,” comenta Mateus Amânciode Oliveira, professor de agroeco-logia dos alunos do 1º ao 4º ano.

A educação ambiental faz par-te das atividades da escola. “Aproposta do Inov é conceber asáreas verdes como espaços deconstrução compartilhada de co-nhecimentos, com as criançasem primeiro lugar, mas tambémcom os educadores, familiares e

colaboradores da escola. A inten-ção é contribuir com a formaçãode seres humanos com sensibili-dade para refletir e buscar umarelação mais harmônica com ooutro e com a natureza, o quenos levou a escolher uma áreaque permitisse aos estudantes,

professores, funcionários, pais ecomunidade observar e viven-ciar o ambiente natural, vivo, co-mo um processo de educaçãoque ultrapassa os limites da salade aula,” ressalta Izabel Stewart,coordenadora da Comissão deEcologia do Inov.

Alunos do Instituto Educacional Ouro Verde plantam

leguminosas e hortaliças que são consumidas por eles na escola

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MEIO AMBIENTE

ESPECIAL EDUCAÇÃO22 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Trabalho multidisciplinarKAREN SANTOS

Especial para o EM

Quase dois anos após o rom-pimento da barragem no muni-cípio de Mariana, que devastou odistrito de Bento Rodrigues emuma enxurrada de lama, o cená-rio ambiental brasileiro continuaem debate. Considerado um dospaíses com as maiores riquezasnaturais do mundo, a história domeio ambiente brasileiro é mar-cada por perdas, o que pode serexemplificado pela mata atlânti-ca, que atualmente está presenteem apenas 8% do território desua cobertura original. É nessecontexto que a educação entracomo aliada na criação de umasensibilidade e preocupação am-biental nos estudante como for-ma de exercer a cidadania.

Em 1999, com a aprovação daLei 9.795, a Política Nacional deEducação Ambiental (PNEA) foiinstaurada com o objetivo de ge-

raresclarecimentoacercadetemá-ticas ambientais e preservar omeio ambiente. De acordo com osParâmetrosCurricularesNacionais(PCN), a educação ambiental deveser tratada de modo transversal,ou seja, o incentivo à preservaçãodo meio ambiente deve ser traba-lhado de modo multidisciplinar,durante todas as aulas, começan-do logo na educação infantil paraser aprofundados nos níveis se-guintes de formação. No InstitutoCoração de Jesus (ICJ), Bairro NovaSuíssa,RegiãoOestedeBH,questõ-es relacionadas à poluição daságuas, ao volume de lixo produzi-do pelas casas e indústrias, entreoutros temas, são trabalhados nosconteúdos curriculares.

“Em setembro, o que mais dis-cutimos foram as queimadas. An-tes do fim do mês já haviam sidoregistradas mais de 95 milqueimadas. É assustador! Os alu-nosprecisamentenderosmotivosque desencadeiam essa alta, pro-

vocada, de modo geral, pela estia-gemprolongadaepelaausênciadefiscalização”, afirma Valéria Alva-renga, professora de geografia doColégio ICJ. “Outro debate que to-mou grande proporção foi em re-lação aos furacões, que se acen-tuaram e ameaçam a Terra.”

CONSCIENTIZAÇÃO Para AliceRamos, coordenadora do ensinofundamental do colégio MapleBear, do Bairro Santa Lúcia, Re-gião Centro-Sul de Belo Hori-zonte, a conscientização sobreos assuntos ecológicos está di-retamente ligada a uma forma-

ção cidadã dos alunos.Ela ainda aponta que a aten-

ção ao exercício diário de ativida-des simples, como não jogar lixono chão ou evitar o desperdíciode água e luz, são meios eficazespara criar nas crianças a consci-ência ambiental necessária paraseu crescimento como cidadão.

No Maple Bear, as propostasbuscam gerar uma reflexão críti-ca nos alunos. “Nosso propósitonão é trabalhar apenas com asdiscussões teóricas, mas tam-bém com a prática, com a expe-rimentação, formando alunoscom pensamento crítico”, apon-ta. Colocar os estudantes em con-tato direto com o meio ambien-te também favorece a sua empa-tia com a causa.

“Sujar as mãos ao plantar umaárvore, conhecer os tipos de fau-na e flora brasileira reforçam opapel individual deles na luta pe-la preservação ambiental”, afir-ma a coordenadora.

Dentro do projeto de educação ambiental, alunos

do 1º e 2º ano do colégio ICJ visitaram a Fazenda Vale Verde

ICJ/DIVULGAÇÃO

Anda circulando pelasredes sociais um textoque diz algo como: “É emcasa que a criança deveaprender a dizer bom-dia, a ser honesta e pon-tual, não xingar, respei-tar e ser solidária, porquena escola os professoresdevem ensinar matemá-tica, português, história,geografia, idiomas”.

Nada mais ultrapassa-do do que essa dicotomia.A educação da criança ébem mais completaquando família e escolatrabalham em parceria.Da mesma forma que afamília precisa garantirque a criança faça as tare-fas de casa, organize aagenda ou crie hábitos deleitura, o papel da escolana formação ética é fun-damental para o desen-volvimento da atitude ci-dadã e o reforço de prin-cípios e valores.

É na escola que se vi-venciam interações comos outros, em situaçõesvariadas que pedem dacriança capacidade de serelacionar, tolerância, re-siliência, motivação, auto-disciplina e todo um va-riado conjunto de compe-tências socioemocionais.

Nessas relações, dentroe fora da sala de aula,constroem-se as identida-des. É um privilégio tereducadores que possam,nesses momentos, bali-zar e orientar escolhaséticas – obviamente, nãopara “fazer a cabeça”,mas para ajudar os estu-dantes a refletirem sobreas atitudes que mais fa-vorecem o convívio so-cial e o bem de todos.

A escola tem muito acontribuir na formação ci-dadã e no desenvolvimen-to do pensamento críticodos estudantes ao expan-dir seus horizontes e ofere-cer textos, interpretações eversões possíveis do quese estuda, talvez até dife-rentes do que já conhe-cem. Sem doutrinação, até

porque nesse processo é funda-mental estimular a autonomiaintelectual e a capacidade de fa-zer a própria leitura do mundo.

Na prática, a formação emvalores e em cidadania temmuitas formas de ocorrer na es-cola. Desde atividades simples,como discutir as notícias do jor-nal na sala de aula, ou fazer di-nâmicas como julgamentos si-mulados, para confrontar pos-turas e decisões diante de fa-tos, até as mais abrangentes,como no caso de escolas quecontam com grêmios estudan-tis, projetos interdisciplinaresligados a temas da atualidadeou práticas estruturadas deação social.

A escola que entender seupapel simplesmente como re-passadora de conteúdos está fa-dada a ser substituída por ou-tros transmissores de infor-mação, como, por exemplo,dispositivos digitais. Afinal,contar a história do mundo edo país é algo que um softwa-re pode fazer de maneira bematraente, com animações, lu-zes e sons. Mas formar o estu-dante como um cidadão capazde construir uma nova histó-ria é algo que somente a esco-la e a família, trabalhando emsinergia, poderão realizar.

MEIO AMBIENTE

ESPECIAL EDUCAÇÃO 23ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Inovação e sustentabilidade

Na Escola MunicipalAdauto Lúcio Cardoso,que fica no Bairro CéuAzul, em Venda Nova,

os alunos foram desafiados a pen-sar em melhorias que a escola po-deria adotar para ajudar na ques-tãoambientaleasoluçãoencontra-da é inovadora e sustentável. Aaquaponia foi a opção escolhidapelos estudantes da instituição,que faz parte do Programa EscolaIntegrada da Secretaria Municipalde Educação (Smed), para a ali-mentação com baixo uso de águae alto rendimento. A técnica agre-ga a criação de peixes e o cultivode plantas e hortaliças sem solo.Fábio Alexandre Lopes, coordena-dor do programa na escola, garan-te que a aquaponia é mais susten-tável,poisaáguaéusadadeformacíclicaedurável,podendoserutili-zada na técnica por muitos anos.

“Naaquaponia,peixessãocolo-cados em tanques e alimentados.Assim, produzem seu excremen-tonatural,oquedeixaaáguamaisnutritiva e fertilizada, ‘alimentan-do’ as plantas, que, em troca, fil-tram a água para os peixes, de for-maqueaáguavaisereciclandonoprocesso”, explica. Segundo Fábio,foi o monitor de educação am-biental Walison Ailton Menezesquemidealizouemontouoproje-to, que ainda é novidade. “O Wali-son trouxe a ideia para a escola edeumuitocerto.Tudofeitodefor-mamuitosimples,masfuncional.No espaço que temos, cerca dequatro metros quadrados, a pro-dução é equivalente à que tería-

mos em cerca de 10 canteiros dehorta comum”, ressalta Fábio.

Os alunos criaram o “CírculosAquapônicos”,ajudandooutrases-colas a montar sua horta aquapô-nica. “A escola acabou se tornandoreferência no uso da técnica e temgentevindodeSãoPauloedointe-rior de Minas para aprender nossametodologia. É muito legal essaprocura”, destaca o coordenador.Com a metodologia aprendida, a

Na Escola Municipal Adauto Lúcio Cardoso, os alunos desenvolveram o projeto

de aquaponia para a alimentação com baixo uso de água e alto rendimento

SMED/DIVULGAÇÃO

Ética e cidadania tambémse aprendem na escola

ANTONIO GUERREIRO/DIVULGAÇÃO

Andrea Ramal, doutora

em educação pela PUC-Rio

ARTIGO

O QUE ÉAQUAPONIA

A aquaponia é um sistema de

produção de alimentos que

combina a aquicultura

convencional (criação de

organismos aquáticos como

caramujos, peixes, lagostas e

camarões) com a hidroponia

(cultivo de plantas em água).

Na aquicultura comum,

excreções dos animais criados

podem se acumular na água,

aumentando sua toxicidade.

No sistema aquapônico, a água

da aquicultura alimenta um

sistema hidropônico, onde os

subprodutos são quebrados por

bactérias em nitritos e depois

nitratos, que são utilizados

pelas plantas como nutrientes.

A água é então recirculada de

volta ao sistema de aquicultura.

EscolaMunicipalFranciscodeMa-galhães, Bairro Vila Clóris, RegiãoNorte de BH, criou um circuitoecológicoqueincluilagocomáguade mina, ponte e peixes, aqua e hi-droponia, além de horta e pomar.

FAMÍLIA Assim como os hábitossustentáveis podem ser aprendi-dos na escola, a família é uma alia-da poderosa na educação dascrianças em prol da preservaçãoambiental. “O estudante não éum ser descolado da sua famíliaou da sociedade em que está inse-rido”, destaca Aleluia Heringer, di-retora da unidade de Contagemdo colégio Santo Agostinho. Paraela, a participação dos pais nãopode ficar apenas na fiscalizaçãodo conhecimento: se o exemplo éuma das mais eficazes ferramen-tas de ensino, aliá-lo ao papel dospais se mostra boa alternativa pa-ra otimizar o aprendizado.

Noúltimo23desetembro,paisdeestudantesdo7ºanodocolégiorealizaram uma ação no ParqueFernãoDias, limitedeContagemeBetim, que atualmente está inter-ditado e abandonado. Cerca de 80alunos, professores e familiares sepropuseram a participar da inter-venção. Eles realizaramacoleta demateriais recicláveis deixados nolocal, além de varrer e capinar al-gumas áreas e fizeram a coleta desementes que serão plantadas nahorta da escola. Segundo AleluiaHeringer, assim que atingiremum tamanho apropriado será fei-to o replantio das plantas cultiva-das no próprio parque.

ESPECIAL EDUCAÇÃO24 ESTADO DE MINASDOMINGO, 22 DE OUTUBRO DE 2017

Há 100 anos ensinando valores para a vida.Agora, com bilíngue incluso* em todas as unidades.

EM 2018,COMPLETAMOS

ANOS100INAUGURAMOSUMA NOVAUNIDADE NO

CASTELO

AGORA COM

BILÍNGUEINCLUSO*

O Colégio Batista Mineiro já se destaca por oferecer uma educação completa, baseadana ética, respeito e caráter. E quando completa um século de história, vai dar maisum grande passo: agora todas as unidades têm currículo bilíngue como parte do ensinoregular, já incluso na mensalidade. Nossos alunos aprendem inglês com as disciplinasregulares, já saindo do 5o ano** com certificado de proficiência TOEFL Primary.Esse é o Colégio Batista. Aqui a educação vai além da sala de aula.

*Em

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Rafael estuda no Batistae concilia o sucesso no kartcom a vida escolar.

MATRÍCULAS ABERTAS 2018 • colegio.redebatista.edu.br