glaura

download glaura

of 260

Transcript of glaura

  • 7/24/2019 glaura

    1/260

  • 7/24/2019 glaura

    2/260

  • 7/24/2019 glaura

    3/260

  • 7/24/2019 glaura

    4/260

    \-y^)

  • 7/24/2019 glaura

    5/260

  • 7/24/2019 glaura

    6/260

  • 7/24/2019 glaura

    7/260

    G

    L

    A

    U

    P>.

    A:

    POEMAS

    ERTICOS^

    D

    E

    MANOEL

    TGN

    \CIO

    DA

    SILVA

    ALVARENGA^

    charel

    pela

    Univerfldac^e

    de

    Coim^

    br

    a

    ,

    e

    Trofeffor

    de

    Rhetorica

    no

    Rio de

    Janeiro.

    ,

    Na

    a

    r

    ca

    dt

    a,

    ALCINDO

    PJLMIRENO:

    %#

    LISBOA:

    Na

    Offtcna

    Nunestana,

    ANNO

    M.

    PCCC,

    Com

    licetica

    da

    Mefa

    do

    rifmbargo

    do Pa:

  • 7/24/2019 glaura

    8/260

    >-..

    ^

    12

    '

    iH2i1968

  • 7/24/2019 glaura

    9/260

    AVISO

    DO

    EDITOR.

    P,

    Erfundido

    de

    que

    o

    Pblico

    cftimar

    os

    Poemas

    Erticos

    ,

    que

    lhe

    oFereo

    ,

    me

    refolvi

    a

    pr

    na frente

    o

    nome do

    Poeta

    para

    fatisfazer

    curioidade

    dos

    Leito-

    res.

    Eila liberdade

    ,

    que

    tomei

    poder

    ofraiiJer

    a

    hum

    Amigo

    que

    me

    confiou

    ,

    como

    em

    egre-

    do

    ,

    a fua

    Qbra ;

    mas eu

    tive

    juf-

    tos

    motivos

    ,

    que

    me

    ho

    de def-

    culpar

    5

    efperando

    ,

    que

    o

    acolhi-

    mento

    das peToas intelligenies

    lhe

    fera

    de mais pezo

    ,

    do

    que os

    vos

    cfFeitos

    de

    huma

    delicadeza

    dema-

    fiada. Aflim p^deTe

    eu

    dar

    luz

    cu'

    trs muitas

    Compoies,

    que

    vi,

    do

    Tiefmo

    Au61:or,e

    que

    provavelmen-'

    te

    fero

    viclimas

    do

    feu

    degcfto

    a

    ii

  • 7/24/2019 glaura

    10/260

    Digitized

    by

    the

    Internet

    Archive

    in 2010 with

    funding from

    University of Toronto

    http://www.archive.org/details/glaurapoemaserotOOsilv

  • 7/24/2019 glaura

    11/260

    G

    L

    AV

    R

    A:

    POEMAS

    ERTICOS

    DE

    HUM

    AMERICANO.

    Carminibus quaro

    miferarum

    ob^

    Uvia

    rerum

    :

    Premia

    ft

    ftudio

    conjequar

    ifla

    Jat

    ejl,

    Ovid.

    mBimBmammmnBBmmmmammti.

  • 7/24/2019 glaura

    12/260

    Aya-pci'.

    AdeDs , o

    H?:f5

    ;

    que

    em

    zi

    Nas corda?

    4^

    ^

  • 7/24/2019 glaura

    13/260

    *r ^Kxx9Xr^

    '^

    ^xxxxxxxx.r

    **

    G

    L

    A

    U

    R

    Al

    POEMAS

    ERTICOS.

    ^

    ANACREONTE.

    Rondo

    L

    D

    E

    teu

    canto

    a

    graa

    pura

    ,

    E

    a

    ternura

    no

    configj-^

    Pois

    comigo

    a

    doce

    Lyra

    Mal

    refpira

    os

    Jons

    de

    Amor.

    Qiiando as

    cordas

    lhe

    mudalc

    C*

    feliz

    Anacreonte,

    Da

    Menia

    viva

    fonte

    Efgotalle

    o

    claro

    humor.

    O

  • 7/24/2019 glaura

    14/260

    8

    Poemas

    O

    ri|do

    lilbngeiro

    Delias

    agoas

    no

    efcuro

    ,

    ]

    Onde

    gjeais

    dadD

    a

    Pluto

    OgroiTeiro

    habitador.

    De teii

    canto

    a graa

    pura

    ,

    E

    a

    ternura

    nj

    configo

    \

    Vois

    conigo

    a doce Lyra

    Mal

    rejpira

    os

    Jons de

    Anior,

    Nele

    bofque

    degraado

    Mora

    o

    dio

    ,

    e

    vil

    fe

    nutre

    Magra

    Inveja,

    negro

    Abutre;

    Esfiiimado

    ,

    e

    tragiidor,

    Nao excita meus

    afFelos

    Gnido

    ,

    Paplios

    ,

    nem

    Cythra

    :

    Vejo

    a

    Serpe

    ,

    ouo

    a

    Pantlira.

    .

    ,

    Oh.

    que

    objsdos

    de

    terror

    De

  • 7/24/2019 glaura

    15/260

    E

    RO

    T

    I

    G OS.

    De

    teu

    cfi^o

    a

    graa

    pura

    ^

    E

    a

    ternura

    n,o

    cunftgo

    \

    Pois

    comigo

    a

    doce

    Lyra

    Mal

    rejpira

    os

    fons

    de

    Amor*

    Cruel

    etta

    pafTador

    Mc

    conlbme

    pouco

    a

    pouco

    ,

    E

    no peito

    frio

    , e

    rouco

    A

    alma chora

    , e

    crefce

    a

    dr.

    Surda

    morte neles ares

    Enlutada

    ,

    e

    trile

    vejo

    ,

    E

    le

    entrega

    o

    meu deejo

    Dos

    prazeres ao

    rigor.

    De

    teu canto

    a

    graa

    pura

    ,

    E

    a ternura

    no

    configo

    ;

    Fois

    comigo

    a

    doce

    Lyra

    Mal

    rejpira

    os

    Jons

    de

    Amor

    Dos

  • 7/24/2019 glaura

    16/260

    IO Poemas

    Dos

    Heres

    te defpedide

    , ^

    Por

    quem

    Mufa

    eterna

    fa

    j

    Mas

    de flores

    na coroa

    Inda

    exile

    o

    teu

    louvor.

    De

    agradar-te

    fou contente

    :

    Sacro

    Loiro

    no

    rne

    inflanima

    Da

    Mangueira

    {*

    )

    a

    nova

    rama

    Orne

    a

    frente do

    Palor.

    De

    teu

    carito

    a

    graa pura,

    E

    a

    ternura no

    configo\

    Pois

    comigo

    a

    doce

    Lyra

    Mal

    refjjtra

    os

    Jotis:

    de

    Jlmor*

    I

    .

    i

    II

    1

    (*)

    Alta

    ,

    e

    muito

    copada Arvore

    de

    ex-

    celentes

    pomos do

    Brail.

  • 7/24/2019 glaura

    17/260

    E

    p.

    o T

    t

    G o

    r?

    II

    A

    LUZ

    DO

    SQL.

    Jondj

    IT,

    JL/

    Uz do

    Sc

    ,

    quanto

    s

    for

    mofa

    ,

    Quem

    te

    goza

    no

    conhece

    \

    Mas

    fe

    dejce

    a

    noite

    fria

    ,

    Principia

    a

    Jufpirar.

    Quando

    puro

    fe

    derrama

    Vivo

    ardor

    no ameno

    prado

    Pelas

    brenhas

    foge o

    gado

    Verde

    rama

    a

    procurar.

    E

    fe

    o

    Alro

    luminofo

    7

    Deixa

    tudo em

    fombra

    fufca

    '

    TrJlle-nto

    o

    abrigo

    buca

    Vagarofo

    a

    ruminar.

    Lu:

  • 7/24/2019 glaura

    18/260

    12

    Poemas

    Luz do

    Sol

    ,

    quanto

    s

    for

    mofa

    ,

    Qiiem

    te

    goza

    no

    conhece

    \

    Mas

    fe

    dejce

    a naite

    fria

    ,

    Pincipa

    a

    Jufjjrar.

    ,

    Lavrador

    ,

    que

    afflidto

    , e

    velho

    Vbre

    o

    campo

    endurecido,

    Ver

    defeja

    fobmergido

    O

    vermelho

    Sol iio

    mar,

    E

    o

    hmido

    negrume

    Tolda

    os

    Ceos

    ,

    e

    os

    valis

    banha

    ,

    Fita

    os

    olhos

    na

    montanha

    Onde

    o

    lume

    v

    raiar.

    Luz

    do Sol

    ,

    quanto

    s

    formofa

    ,

    Quem

    te

    goza

    no

    conhece

    j

    Mas

    fe

    dejce

    a

    noite

    fria

    ^

    Principia

    a

    fufpirar.

    Pe-

  • 7/24/2019 glaura

    19/260

    E

    R

    o

    T

    ?

    C

    o

    S.*

    T^

    Pela

    tarde

    mais

    ardente

    O

    Paftor

    ellima

    as

    grutas

    ,

    Onde

    penhas

    nunca

    enxutas

    V contente

    gotejar.

    E

    fe

    as trevas

    no

    horizonie

    Defenrolo negro

    manto

    Com

    faudcfo,

    e

    flebil

    canto

    Faz

    o

    monte

    refonar.

    Luz

    o Sol

    ,

    quanto

    s

    formoja

    ,

    Qnem

    te

    goza

    no conhece

    ;

    Mas

    fe

    ejce a

    fiotte

    fria

    ,

    Principia

    a

    Ju

    [pirar,

    A/Hm

    Glaura

    ,

    que

    inflammaia

    Perfeguio

    Aves

    ligeiras

    Quer forhbra das Mangueiras

    t>efcanada

    refpirar.

    En-

  • 7/24/2019 glaura

    20/260

    4

    P o

    E M A

    Entre

    Rifos

    ,

    entre

    Amores,

    Se

    lhe

    falta

    o

    dia,

    chora

    E

    vem

    cedo

    a

    ver

    a

    Aurora

    Scbre as

    flores

    orvalhar.

    J.uz

    do

    Sol

    ,

    como

    s

    firmfa

    ucm te

    goza

    nn

    cmhece^

    Mas

    fe

    dejce

    a

    noite

    fria

    ,

    Principia

    a

    fufptrar*

    ^

    H

    wilMii

    ^

    O

    CAJUEIRd.

    Ron

    III.

    \^

    Ajueiro desgraado

    ,

    A

    que

    Fado te

    entregnfte

    ,

    Pois

    br

    ot

    afie

    em terra

    dura

    Sem cultura^

    e

    fcm

    Jenhor,

    Ntf

  • 7/24/2019 glaura

    21/260

    Erticos.

    IfT

    No

    teu

    tronco

    pela

    tarde,

    Quando

    a

    luz

    no

    Ceo

    defmaia

    >

    O novilho

    a

    tefta

    enfaia,

    Faz

    alarde

    do

    vaor.

    Para

    fru(los

    n^o

    concorre

    E>e

    valle

    ingrato

    ,

    e

    fcco

    Hum

    fe

    enruga

    murcho

    ,

    e pco

    ^

    Outro

    morre

    ainda em

    flor.

    Cajueiro

    desgraado

    ,

    A

    que

    fado

    te

    ent^ga^e

    Pois

    Irotafte

    em

    terra

    dura

    Sem

    cultura

    y

    e

    fem

    fenhori

    Vs

    nos

    outros

    rama

    bella

    ,

    Que

    a

    Pomna

    por

    tributos

    Oerece

    doces frudlos

    De

    amarella

    ,

    e

    rubra

    cr

    ?

    ^ec

  • 7/24/2019 glaura

    22/260

    I^

    P o

    M

    As

    Ser

    copado

    ,

    fer

    florente

    Vem

    da

    terra

    precioia

    ;

    Vem

    da mo

    indulriofa

    Do

    prudente

    Agricultor.

    Cajueiro

    defgraacio^

    A

    qite

    FaJo te

    entregajle\

    'Pois

    brotafte

    em

    terra

    dura

    Sem

    cultura^

    e

    Jem

    Jenhorl

    Frefco

    orvalho os

    mais

    uRent

    Sem temer

    o

    Sol

    alivo;

    S ao trifte

    femivivo

    No

    alenta o

    doce.

    humor.

    Curta

    folha

    mal

    te.

    vele

    Na

    eftao

    da

    lindo- Agofto

    j

    E

    te

    deixa

    n

    ,

    e

    expoLlo

    Ao colee

    intenb

    ardor,

    .

    C.

  • 7/24/2019 glaura

    23/260

    R

    o

    T

    I

    G o

    S,

    I/f

    Cajueiro

    defgraado

    A

    que

    Fado te

    entregajle

    ^

    Pois

    brotafie

    em

    terra

    dura

    ^

    Sem

    cultura

    ,

    e

    fem

    fenhjr

    \

    Mas

    fe

    eleril

    te

    arruinas

    Por

    deftino

    te

    confervas

    E

    pendente

    fobre

    as

    hervaS

    Mudo

    enfinas ao

    Palor.

    Que a

    Fortuna he

    quem exalt^^

    Quem

    humilha

    o

    nobre

    engenho

    Que no vale

    humano

    empenho.

    Se lhe

    falta

    o

    feu

    favor.

    Cajueiro

    defgra^ado

    ^

    A

    que Fado te

    entregajle

    ,

    Pois

    brotajle

    em

    terra

    dura

    Sem

    cultura

    ^

    e

    Jcm

    Jenhor

    \

    h

    O

  • 7/24/2019 glaura

    24/260

    i8

    Poemas

    O

    O

    POMBO.

    Rot2d

    IV,

    MZt

    rombo,

    a

    quem

    amava

    igualava

    ao

    branco

    arminho:

    Do

    Jeu

    ninho

    (

    oh

    eji^entura

    )

    Que

    mo

    c.nra

    o

    foi

    roubar

    ?

    Na

    inanh

    clara

    ,

    e

    ferena

    Se

    o

    achava

    dormitando

    O

    feu

    fomno

    dcce,

    e

    brando

    Tinlia

    pena

    de

    turbar.

    Que

    audade

    me

    confome

    Ai de

    mim

    Se

    me fentia

    ,

    O

    biquinho

    logo

    abria

    Para

    a

    fome

    faciar.

  • 7/24/2019 glaura

    25/260

    Erticos.

    19

    O

    jneu

    Pcmho

    ,

    a

    quem

    amava

    ,

    Igualava

    cn

    branco

    arminho

    '

    JJo

    jcu

    ninho

    (

    oh

    defvejjtura

    )

    Otie mo

    dura

    o

    foi

    rct/har

    ?

    Fra manfo

    , era

    morofo

    l

    as

    caricias

    conhecendo

    3

    Defejava

    eftremecendo

    Ser

    mimofo

    eii

    agradar.'

    O

    receio

    j

    presgo'

    Me

    dizia

    na

    florefta

    Que

    o

    tornaTe

    pela

    fla

    Com

    aFago

    a

    vifirar.

    O

    meu

    PomifO

    ,

    a

    qaevt

    tmava

    3

    Igualava

    ao

    Iranco

    arminho

    :

    Do

    Jeu

    ninho

    (

    oh

    efvntura

    )

    Que

    mo

    dura

    o

    foi

    roubar}

    b

    ii

    Glau/

  • 7/24/2019 glaura

    26/260

    2

    Poemas

    Glaura

    ,

    oh

    Ceos

    porque

    cedefte

    A

    meus

    rogos

    ?

    dize

    agora

    Pobres

    dons

    d*

    lia Pariora

    No

    quizele confervar

    Ffa

    magoa

    me

    atormenta

    ,

    E

    nao

    fei

    como

    inda

    vivo

    j

    Pois

    fe bufco

    lenitivo

    Mais

    e

    augmenta o

    fiifpirar.

    O

    ffcu

    Po77ibo

    5

    a

    quem

    amava

    ,

    Igualai:a ao

    branco

    arminho

    :

    T^n ftu

    vinho

    (

    oh

    defventura

    )

    0:46

    iv.o

    aura

    o

    foi

    roubar

    ?

    Nao

    me

    alegra

    o

    doce

    encanto

    Nem

    afr'no

    a

    curva

    Lyra

    1

    udo

    fente

    , e

    tudo

    infpira

    O

    meu

    pranto

    ^

    o

    meu

    pezar.

    O

  • 7/24/2019 glaura

    27/260

    Erottcos.

    zi

    o

    deftino por

    piedade

    Me

    converta

    em

    pura

    fonte

    Porque

    pola

    nelle

    monte

    A

    faudade

    eternizar.

    O

    meu

    Pombo

    ,

    a

    quem

    amava

    ,

    Igualava

    ao

    branco

    armvnho'.

    Do

    Jeti

    ninho

    (

    ob

    de

    [ventura

    )

    Que

    mo dura

    o

    foi

    ro:ar

    ?

    A

    SERPENTE.

    Rondo y.

    y

    Erde

    Cedro

    ,

    verde

    arhujlo

    ,

    Oue

    o

    meu

    fuflo ,

    e

    prazer

    vifles

    ,

    Vamos

    trijles

    na

    memoria

    EJJa

    hijloria

    renovar.

    Ef-

  • 7/24/2019 glaura

    28/260

    22

    Poemas

    Efte

    o

    valie

    ,

    he

    efta

    a

    fonte

    Glaura

    achei

    aqui

    dormindo

    :

    Sonha

    a'egre,

    e

    e

    el

    rindo,

    E eu

    defronte

    a

    fufpirar.

    Junto

    delia

    pavorofo.

    Vi

    ,

    oh Ceos

    monlro enrolado

    Fero ,

    enorme

    ,

    atroz

    ,

    manchado

    E

    efcamofo

    fc.ntillar.

    F^ere Cedro

    ,

    verde arbujlo

    ,

    Que

    o

    meu

    fitjio

    ^

    e

    prazer

    vijhs

    ^

    Virdos

    trtjlcs

    na

    memoria

    Ejja

    hijlori

    renovar.

    Ardo

    ,

    e

    tremo

    ,

    e

    louco

    amante

    Mil

    horrores

    n'alm.a pinto :

    Vou. . .

    j

    receio.

    .

    .

    ,

    ah

    que

    ine

    into

    Vacilante

    defmaiar,

    Ven^

  • 7/24/2019 glaura

    29/260

    Ekoticos.

    23

    Vence

    Amor

    :

    (

    doce ternura

    )

    Tomo

    a

    Nynfa

    nos

    meus

    braos

    EUe

    aperta

    os

    novos

    laos,

    E

    aTegura

    o

    tryunfar.

    Verde

    Cedro

    ,

    ver

    de arbusto

    ,

    Oue

    o

    meu

    fufto

    ,

    e

    prazer

    vistes

    ,

    V^mos

    tristes

    na

    memoria

    Efa

    gloria

    renov^

    .

    Em

    fi

    mefma

    e embaraa

    A

    ferpente

    enfurecida

    Ergue

    o

    elio

    ,

    e

    attrevida

    Arrcaa

    a

    terra

    ,

    e o

    ar.

    *hua

    pedra

    rude

    ,

    e

    feia

    J

    he

    envio

    a

    morte

    aFoita

    ;

    J

    CO*

    a

    cauda

    o

    tronco

    aoita

    Morle

    a

    areia

    a

    o

    epirar.

    Ver-

  • 7/24/2019 glaura

    30/260

    24

    Poemas

    Verde

    Cedro

    ^

    verde

    arluflo

    Qjie

    o

    meu

    fufto

    ^

    e

    prazer

    vifles

    ^

    V'^^os

    t

    rifles

    na

    memoria

    E[fa

    hiftoria

    renovar,

    Venturofo

    ,

    e

    fdtisfelto

    j,

    Glaura

    bella,

    (

    ento

    dizia)

    jj

    V

    de

    amor

    ,

    e

    de

    alegria

    ,,

    O

    meu

    peito

    palpitar.

    EUa

    em

    mim

    bufcando

    arrimo.

    Cora

    ,

    e

    diz

    mda

    aTulada

    ,,

    Efle

    puro

    ardor

    me

    agrada

    ,

    j/Eu

    te

    etimOj

    e

    te hei

    de

    amar.

    Verde

    Cedro

    ,

    verde

    arhuflo

    ,

    Qtie

    o

    meu

    fujlo

    ,

    e

    prazer

    vijls^

    F't.;/7i'

    trifes na memoria

    E/fa

    hijloria

    renovar.

  • 7/24/2019 glaura

    31/260

    Erticos.

    :s,^

    ^

    111

    A

    PRAIA.

    Rondo

    FL

    ty

    Uem

    por

    ti

    de

    amor

    defmaia

    ,

    NcR.a

    praia

    geme

    ,

    e

    chora :

    Vem

    ,

    Pnfiora

    ,

    por piedade

    A

    Jaiidade conjolar.

    No

    recreo

    fempre

    os

    montes

    Co'

    as

    delicias

    de

    Amalrha

    ;

    Vem

    ,

    Glaura

    ,

    a ruiva

    ara

    Rio

    j

    e

    fontes

    animar.

    Nynfa

    ingrata,

    no

    te

    efcondas;

    Teme

    os

    afperos

    abrolhos

    j

    E

    com

    teus

    renos

    olhos

    '^tm

    as

    ondas acalmar.

    Quem

  • 7/24/2019 glaura

    32/260

    i6

    Poemas

    Quem

    p9r

    ti

    de

    amor

    def.naia

    ^

    Nejta

    praia

    geme

    ,

    e

    chora

    :

    Vem

    ,

    V

    aflora

    ,

    por piedade

    A faudade

    conjolar.

    Mergulho ver;s

    H^eirOj

    Como

    cahe

    precipitado

    ;,

    E

    o

    peixinho

    prateado

    Leva

    inteiro

    a

    devorar.

    Vem ,

    cruel

    ,

    nao

    te

    detenhas

    ^

    No

    me

    roubes

    a

    ventura

    Vem,

    que

    j

    com

    mais

    brandura

    Eftas

    penhas

    lava

    o

    mar.

    Quem

    por

    ti

    de amor

    dejmaia

    ,

    2^

    esta

    praia

    geme

    ,

    e

    chora

    :

    Vera

    ,

    Pastora

    ,

    por

    piedade

    A

    Jaudads

    con

    folar.

    N'hum

  • 7/24/2019 glaura

    33/260

    Erticos.

    27

    N'hum

    rochedo

    vi dois

    ninhos;

    J

    so

    teus

    eTes

    penhores

    E

    entre

    conchas

    ^

    entre

    flores

    Os

    Pombinhos

    has

    de

    achar.

    Murcharo

    os

    dons

    mais

    belos

    Da

    uave

    Primavera

    ,

    Se

    no

    vens

    ,

    dura

    ^

    e fer^

    Teus

    cabellos

    enlaar.

    Quem

    por

    ti

    de

    amor

    defmaa

    ,

    Nesa

    praia

    geme

    ,

    e chora

    :

    Vem

    5

    Pastora

    ,

    por

    piedade

    Afaudade

    confolar.

    Vem

    a

    ver

    ele

    remanfo

    Eftas

    arvores

    ombrias

    Onde

    ,

    ai

    trite

    ,

    ai

    longos

    dias

    ,

    ^o

    defcano de

    efperar.

    Se

  • 7/24/2019 glaura

    34/260

    a8

    Poema

    s

    Se

    o

    amar

    te foi

    delilo,

    E

    te

    agrada

    o

    meu

    tormento

    Vem

    ouvir

    o meu

    lamento.

    Meu affliio

    fufpirar.

    Quem

    por

    ti

    de

    amor

    de[maia

    ^

    Nesta

    praia

    geme

    ,

    e

    chora:

    Vem

    ,

    Fas

    tora

    ,

    por piedad

    -

    A

    Jaudade

    confolar,

    O

    BEIJA-FLOR.

    Rondo VIL

    D

    Eixo

    ,

    Glura

    ,

    a

    triste

    lida

    Submergida

    em

    doce

    calma

    \

    E

    a

    minha

    alma

    ao

    bem

    Je

    entrega

    ,

    Que

    lhe

    nega

    o teu rigor.

  • 7/24/2019 glaura

    35/260

    Erticos.

    29

    Nele

    boque

    alegre

    , e

    rindo

    Sou

    amante

    afortunado

    j

    E

    defejo

    er

    mudado

    No

    mais

    lindo Bcija-Or.

    Tudo O

    corpo

    n'hum

    inlante

    Se

    atenua

    ,

    exhla

    ,

    e

    perde

    He

    j

    de

    oiro

    ,

    prata

    , e verde

    A

    brilhante

    ,

    e

    nova

    cr.

    Deixo

    ,

    Glaura

    ,

    a

    triste

    lida

    Submergida

    em

    doce

    calma

    ;

    E

    a

    minha

    nhna

    ao

    hemje

    entrega

    ^

    Que

    lhe

    nega

    o

    teu

    rigor.

    Vejo

    a

    pennas

    ,

    e

    ^

    Pgura

    ,

    Provo

    as

    azas

    ,

    dando

    gyros

    ;

    Acompanhome

    os

    fufpiros,

    E a

    ternura do

    Palor.

  • 7/24/2019 glaura

    36/260

    30

    Poemas

    E

    n'hum

    voo

    feliz

    ave

    Chego

    intrpido

    at

    onde

    Rifo

    ,

    e

    prolas

    efconde

    O

    fuave

    ,

    e puro

    Amor.

    Deixo

    ,

    Glura

    ,

    triste

    lida

    Submergida

    em

    doce

    calm^\

    E

    a

    minha alma

    ao

    bem

    je entrega

    ^

    Que

    lhe

    nega

    o

    teu

    rigor.

    T(5co

    o

    nedlar prcciofo

    Que

    a

    mortaes

    no

    fe

    permitte

    j

    He

    o

    infulto fem

    limite,

    Mas

    ditofo

    o

    meu

    ardor.

    J

    me

    chamas

    attrevido

    J

    me

    prendes'

    no

    regao

    No

    me

    aflula

    o

    terno

    lao,

    He

    fingido

    o meu

    temor.

    VeU

  • 7/24/2019 glaura

    37/260

    h

    R

    o T

    I

    c

    o

    s.

    31

    Deixo

    ,

    Giaura

    ,

    a

    triste

    lia

    Submergida

    em

    dcce

    calma

    %

    E

    minha

    ahna

    ao

    hemjc

    entrega

    ,

    Que lhe

    nega

    o

    teu rigor

    Se

    disfaras os

    meus

    erros

    E

    me fltas

    por

    piedade;

    Nao

    eftimo a

    liberdade

    Bufco os

    ferros

    por

    favor.

    No me julgues

    innoccnte,

    Nem

    abrandes

    meu

    caftigo;

    Que

    fou

    brbaro inimigo,

    Infolente

    ,

    e

    roubador.

    Deixo

    ,

    d

    Giaura

    ,

    a

    triste

    lida

    Submergida

    em

    doce

    calma

    ;

    E

    a

    minha

    alma ao

    bem

    fe

    entrega

    ^

    Que

    lhe

    nega

    o

    teu

    rigor.

  • 7/24/2019 glaura

    38/260

    ^i

    Poemas

    A

    LEMBRANA

    SAUDOSA.

    Rofid

    FLlL

    Ofjfdjvai

    ,

    mfgofas

    fef?hns

    Nestas

    brenhas

    minha

    gloria

    \

    E

    a

    memoria,

    que

    inda

    existe.

    Torne

    hum

    triste a

    conjolar.

    Repcufavas

    ,

    Glaura

    ,

    hum

    dia

    Nefle

    leito

    de

    verdura

    E

    ela

    fonte bella

    ,

    e

    pura

    Mal

    fe

    ouvia

    murmurar.

    Eu vi Zfiro

    faudofo

    Pelas

    Nynfas conduzido.

    Sobre

    as

    azas

    fufpendido^

    Amorofo

    repirar.

    C

  • 7/24/2019 glaura

    39/260

    Erticos.

    jj

    Conferval

    ,

    rujgcfa:;

    penhas

    ,

    'Nestas

    brenhas

    minha

    gloria

    \

    E

    a

    memoria

    ,

    que inda

    existe

    ,

    Torne

    hum

    triste

    a

    conjoiar.

    Vi

    mil

    cndidos Amores

    ,

    E

    mil

    Pvisos

    namorados,

    Da

    Mangueira pendurados

    Lindas

    fiores desfolhar.

    Os

    hirutos

    Faunos

    broncos,

    A

    quem

    move

    tal

    portento

    Reprimindo

    o

    tardo alento

    Pelos

    troncos

    vi

    trepar.

    Confervai

    y

    muJgoFas

    penhas

    Nestas

    brenhas

    minha

    gloria

    j

    2 ?

    a

    memoria^

    que

    inda

    existe^

    Torne

    hum triste a

    cnjolar.

    ^

    Deo-

  • 7/24/2019 glaura

    40/260

    34

    Poemas

    Deo-me

    o prado

    flore

    cente

    Goivos

    ,

    murta

    ,

    roza

    , e

    lyrio

    ;

    Venlio

    ,

    Ninfa

    ,

    em

    meu

    delrio

    Tua

    frente

    a

    coroar.

    Sem

    rumor com

    fu^o

    cliego. .

    Gela

    o

    angue

    ...

    j

    nao

    pulfa

    Ne

    n

    fe

    attrev^e

    a

    mo

    convulfa

    Teu

    locego

    a

    perturbar.

    Confcrvai

    ,

    mufgofas

    penhas

    ,

    2^

    estas

    brenhas

    minha

    gloria

    ;

    E

    a

    memoria^

    que

    inda existe^

    iorne

    hum

    trtste a

    conjolar

    De

    ternura

    ,

    amor

    ,

    e

    godo

    Entre

    o

    tmido

    embarao.

    Fiquei

    mudo

    longo

    efpao

    No

    teu

    roilo

    a

    contemplar.

    Mas

  • 7/24/2019 glaura

    41/260

    Erottcos.

    35'

    Mas

    as

    lagrimas

    podro

    lUudir

    o

    meu

    receio

    E

    cahindo

    no

    teu e'o

    Te

    fizero

    deipertar.

    Conjervai

    ,

    mufgnfas

    penhas^

    Nestas

    brenhas

    minha

    gloria

    j

    E

    a

    memoria

    ,

    que

    inda

    existe

    ^

    Torne

    bum

    triste

    a

    cotijolar.

    C

    11

  • 7/24/2019 glaura

    42/260

    J

    36

    P

    o

    B

    M

    A

    $

    O

    BEIJA-FLOR.

    Kond

    IX.

    XJ

    Eja-flor fui

    amorofo

    ,

    B

    iofo

    j

    me

    viste

    \

    Hoje

    he

    triste

    ,

    e

    defgraado

    O

    fonbado Beija-flor,

    Mal

    toquei ,

    Glaura

    bella

    ,

    (

    De

    prazer

    eu

    me

    confundo

    )

    Nee

    cravo

    rubicundo

    Que

    ama

    ,

    e

    zia

    o

    meino

    Amoro

    No

    teu

    puro,

    e

    brando

    feio

    For

    castigo

    me

    encerravas;

    Eu

    me

    ria,

    e

    tu

    penfavas

    Yer-me

    cheio

    de

    temor.

  • 7/24/2019 glaura

    43/260

    Erticos.

    ^y

    Beija-flor

    fui

    amorofo

    ,

    H

    itofo j

    me

    viste

    \

    B.oje

    he

    triste

    ,

    e

    dejgraca

    O

    Jotihado

    Beija-Jior,

    Minha

    vdz

    nao

    entciidefte^

    E

    querendo

    ver-me

    afHilo,

    Por

    vingana

    d'

    hum

    delidto.

    Me

    fzele

    o

    bem

    maior.

    A

    prizao,

    em que

    me

    rlaf

    Era

    o

    templo

    da ternura,

    Onde

    em

    braos

    da

    Ventura

    Nao

    temia

    o

    teu

    rigor,

    .

    Beija-flor

    fui amorofj

    E

    cJitofo

    jd

    me

    viste;

    IJoje

    he

    triste^

    e

    defgraad

    O

    fonhao

    Beija-flor,

    h

  • 7/24/2019 glaura

    44/260

    3^

    Poemas

    Alva

    mo

    ...

    eu

    me

    enterneo

    Tua

    mo

    me arranca

    as

    pennas

    j

    A

    ervirte

    me

    condenas;

    He

    fem

    preo

    o

    teu

    favor.

    Mas

    tu

    foges

    rjgorfa

    ,

    F

    eu

    no

    voo

    . . .

    que

    martyrio

    Nem procuro o

    branco

    Lyrio

    ,

    Nem

    da

    rofa

    a

    viva

    ccr.

    Befj-flor

    fui

    amorofo

    ,

    E

    ditofo

    Jd

    me

    viste;

    J- oje

    he triste^

    e

    efgraado

    O

    fonbado

    Beija-fior.

    Ir

    ccmtigo

    f

    defejo;

    Es

    cruel

    .

    .

    .

    cruel

    ire

    agradas

    ;

    Chcro

    as

    pennas

    arrancadas,

    em mim

    vejo

    o

    teu

    Pallor.

    Ah

    I

  • 7/24/2019 glaura

    45/260

    Erticos.

    3^'

    Ah que

    eu

    morro

    de

    faudade^

    E

    te

    dizem

    meus

    gem'dos

    Oue

    os

    prazeres

    Fao

    fingidos,

    E

    he

    verdade

    a

    minha

    dor.

    Veija-flor

    fui

    amorojo^

    E

    diofu

    jd

    me

    vi^te

    ;

    Boje

    he

    triste^

    e

    dejgraadd

    O

    fonhado Beija-fior,

  • 7/24/2019 glaura

    46/260

    4^

    P o E

    M

    A

    O

    AMANT3

    INFELIZ.

    Lrurc

    Claura

    vo rcfpnnes

    ^

    E

    te

    efcon^s

    iiitns

    Iveihas

    ?

    J^cu

    s

    penhas

    meu

    lamento

    j

    O' tormento

    Jem

    igual

    Ao

    Amor

    cruel

    , e

    efquivo

    '^ntreguei

    rainha efpcranri

    Q'5e

    me Dinta

    na

    lembrana

    Mais

    alivo

    o

    fero

    mal.

    Nno

    vers

    em

    peito

    amante

    Corao

    de mais

    ternura

    Nem

    qii:-

    guarde

    f

    mais

    pura

    ,

    Mais

    confiante

    ,

    e

    mais

    leal.

  • 7/24/2019 glaura

    47/260

    E

    R o

    T

    G

    o

    s.

    41

    Glatira

    Glaura

    \

    nar

    T-e

    [pondes

    ?

    E

    te

    ef

    condes

    r.cstas

    brenhas

    ?

    Tioii s

    penhas

    meu

    lp.mnto\

    C

    tormento

    j

    em

    igual

    \

    Se

    nao

    vens

    ,

    porque

    te chamo;

    ^qui

    deixo

    junto

    ao

    Rio

    Klas

    prolas n'hum fio,

    Efle

    ramo

    de

    coral.

    Fntre

    a murta

    ,

    que

    fe

    enlaa

    Com

    as

    flores

    mais

    mimofas

    Acharas

    purpreas

    rofas

    N'hua

    taa de

    crilal.

    G/aura

    \

    Glaural

    7:/o

    refpofides}

    E

    te

    el

    condes

    nestas

    brejihas

    ?

    P>Gii s

    penhas

    meu

    1ar,iento

    ;

    '

    tormento

    fem

    igual.

    Ye-

  • 7/24/2019 glaura

    48/260

    4^

    P

    o

    E

    M

    A

    S

    Vejo

    turvo

    o

    claro

    dia

    j

    Sombra

    feia

    me

    acompanha

    No

    encontro

    na

    montanha

    A

    alegria

    natural.

    Tanto

    a magoa

    me

    importuna

    Que

    o

    viver

    j

    me

    aborrece;

    Para

    humtrile,

    que padece,

    He

    fortuna

    o

    fer

    mortal.

    Glaura\

    CJaura\

    n^n refpnnes'^

    E

    te

    ef

    condes

    nestas

    hrenh.is

    ?

    Dou

    s

    perihas

    meu

    lamento

    ;

    O*

    tormento

    Jem

    igual\

    Onde

    elou

    ?

    troveja

    ,

    :

    7

    o

    raio.

    .

    Foge

    a luz . .

    , os arvoredos. .

    Abalados

    os

    rochedos.

    .

    J

    defmaio

    .

    . .

    dor fatal.

    Nin-

  • 7/24/2019 glaura

    49/260

    Erticos.

    4^

    Ninfa ingrata

    ,

    efta

    vidloria

    Alcaniro

    rus

    retiros

    Leva

    os

    ltimos

    rufairos

    Por

    memoria triunfal.

    GJaura

    Glaura vo

    rfpomks'^

    E

    te

    efcondes

    nestas

    brenhas

    ?

    Dou

    s

    penhas

    meu

    lamento

    j

    O'

    tormento

    fern

    igual.

  • 7/24/2019 glaura

    50/260

    ^^

    Poemas

    OJASMINEIRO.

    Rcfd

    XL

    ^

    EtttHrofo

    Jalmne^^o

    ,

    Sohranceiro

    ao

    claro

    Rio,'

    J

    do

    Fstjo

    o

    ardor

    e

    acende

    ^

    Ah

    defefide

    este

    lugar.

    Ache

    Glaura

    na frefcura

    Defl-as

    penhas

    pT^ciirvadas

    jN^olles

    heras

    abraadas

    Com

    ternura

    a

    vejetar.

    Ache

    mil

    ,

    e

    mi'

    Napas,

    E

    inda

    mais,

    e

    mpi?

    Amores,

    Do

    que

    moflra

    o

    camDO

    flores

    ,'

    Do

    que aras

    tem

    o mar.

    ren^

  • 7/24/2019 glaura

    51/260

    Erticos.

    4$

    Venturojo

    Jafmineiro

    ,

    Sobranceiro

    ao

    claro

    Rio

    ,

    jfi

    do

    Estio

    o

    ardor

    fe

    acende

    Ah\ defends

    esta

    lagar.

    Branda

    Ninfa

    ,

    que

    me

    cfcutas

    DeTc monte

    cavernofo

    Nem

    o

    raio

    luminoo

    Neilas

    grutas

    polia

    entrar.

    Has

    de

    ver

    com

    dr

    , e

    efpanto

    ,

    Como

    pallida

    a

    Trilteza

    Dos

    lixmhos na afpereza

    Faz meu

    pranto

    congelar.

    Ventutofo

    Jajmineiro

    Sobranceiro

    ao

    claro

    Rio

    ,

    J

    do Estio

    o ardor

    fe

    acende

    'Ab\ defende este

    hr^^.

    Glau-

  • 7/24/2019 glaura

    52/260

    ^6

    Poemas

    Glaura

    bella,

    que

    reile

    Aos

    rigores

    da faudade

    ,

    Veja

    em

    muda foledade

    Soiio trile

    bocejar.

    Sobre

    o

    mufgo em

    rocha

    fria

    Adormea

    ao

    m

    das

    agoas

    E

    fonhando

    inju^^.as

    magoas.

    Chegue

    hum

    dia a

    fupirar.

    Venturofo

    yafjnineiro

    ,

    Sobranceiro

    ao

    duro

    Rio,

    J

    do

    Estio o

    ardjr

    fe

    acende

    ,

    Ah

    defende

    este

    lugar.

    Com

    feus

    olhos

    Glaura

    inflammc

    Os

    deejos

    namorados

    Que

    em

    abelhas

    transformados,

    Novo enxame,

    cubra

    o

    ar.

    o

    Vn

  • 7/24/2019 glaura

    53/260

    Erottgos.

    47

    Vinde

    abelhas

    amorofas

    ,

    Sem

    temer

    o

    meu

    defgoio,

    Doce

    nedar

    no

    eu

    rolo

    Entre

    roas

    procurar.

    Venturojo

    Jafmtneiro

    ,

    Sobranceiro

    aa

    claro

    Rio

    J

    do

    Estio o

    ardor

    fe

    acende

    Ah\

    defende

    este

    lugar

  • 7/24/2019 glaura

    54/260

    48

    Poemas

    P^astor.

    J-^

    A

    dou

    fim

    a

    meu tormento^

    I^er

    o

    aleito

    Je

    restaura

    ,

    Sem ver

    GLi^tra

    no

    meus hrecos^

    ,

    Qnde

    os

    la

    cos

    tece

    Amor,

    Npa.

    Fuja

    a va

    melancolia

    E da morte

    a imagem

    f

    a

    ;

    Que piedora Cytiera

    Te

    anuncia

    o

    feu

    favor.

    Ju-

  • 7/24/2019 glaura

    55/260

    E

    R

    o

    T

    i

    c

    a

    s.

    49

    Jura

    Vnus

    gelo

    Elygio

    Que

    has

    de

    fer

    entre

    os

    PaLlores

    Mais feliz

    nos

    teus

    amores

    Doque

    o

    Phrygio

    roubador.

    Pastor

    No

    cn

    jim

    a

    meti

    tormento

    ;

    Nem

    o

    alento

    fe

    restaura

    Sem

    ver

    G

    latira

    nos

    meus

    braos

    ^

    nde

    os

    laos

    tece

    Amor,

    Napa.

    Dos

    penedos

    a

    dureza

    Cede

    fonte

    ,

    que

    murmura

    Nafcer

    doce

    ternura

    Da

    fereza,

    e

    do

    rigor.

    Abre

  • 7/24/2019 glaura

    56/260

    50

    Poemas

    Abre a terra

    vagarofo,

    Soffre

    a

    calma

    fem

    abrigo,

    E

    efperando

    ceifa o

    trigo

    Vcnturofo

    Lavrador.

    Pastor,

    No

    otf

    fim

    a

    meu

    tormento

    ,

    Nem

    o

    alento

    fe

    restaura

    Sem

    ver

    Glaura

    nos

    meus

    braos

    y

    One

    os

    laos

    tece

    Amor.

    Napa.

    Pouco duro os

    tributos.

    De

    que

    o

    campo

    faz

    alarde;

    E

    o que

    pende

    ,

    e

    vem

    mais

    tarde

    He

    dos ffudlos

    o melhor.

    No

  • 7/24/2019 glaura

    57/260

    Erticos.

    51

    rCao

    e

    ata

    o

    vivo

    fogo

    Kcm

    fe

    nutre

    cm

    lenho

    verde;

    N'hum

    inftante

    as

    chammas perde

    ,

    Morre

    logo

    o

    feu

    vigor,

    Pajlor.

    No

    dou

    fim

    a

    meu

    tormento

    ,

    Nem

    o

    alento

    fe

    reftaura

    ^

    Sem

    ver

    Ghura

    nos

    rneus

    braos

    ^

    Onde

    os

    laos

    tece

    Amor,

    Napa,

    Ella

    j

    te

    corrcfponde

    Em fegrcdo

    carinhofa

    Mas prudente,

    e

    rcceofa

    N'alma

    efconde o

    puro

    ardor.

    d

    ii

    Trif.

  • 7/24/2019 glaura

    58/260

    51

    Poemas

    Trile,

    e

    f teu

    nome

    beija

    Neta

    gruta

    ,

    que

    a convida

    i

    Chora

    , e

    geme

    , e enternecida

    Vr defeja

    o eu

    Paftor.

    Pajlor,

    J'a

    dou

    fim

    q

    meu

    tormento

    ,

    J

    o

    alejtto

    Je

    reftaura

    :

    Vem

    \

    Glaiira

    ^

    que em

    meus

    brados

    Firmes

    laos

    lece

    Amor,

    A

  • 7/24/2019 glaura

    59/260

    Erticos.

    5'^

    ^

  • 7/24/2019 glaura

    60/260

    54

    Poemas

    A

    consorte

    ,

    (

    que ventura

    )

    Acompanhas

    meigo

    ,

    e

    rico

    ;

    Que s

    palhinhas

    no

    teu

    bico

    A ternura d

    valor.

    Pombo.

    Blla

    Pomba

    ,

    os

    dias

    crejcem

    )

    Apparecem

    jd

    mil

    flores

    ,

    E

    os

    penhores

    ver

    e(pero

    Do

    fincero

    nojj

    amor.

    Pafior.

    Preciofa

    lealdade

    Sem

    repdios

    ,

    fcm

    queixumes

    Sem

    degoftos

    ,

    nem

    cimes

    Nem

    faudade

    ,

    nem

    temor

    1

    A

    Fortuna

    te

    proteja

    Apartando

    os

    triltes

    lutos

    :

    Teus

    implumes

    tenros

    frudlos

    Nunca veja

    o

    caador.

    Pom-

  • 7/24/2019 glaura

    61/260

    Erticos.

    $^

    Pmh.

    Clara

    Pona,

    os

    diascrefccm'^

    Apparecem

    j

    mil

    Jiores

    ^

    E

    os

    penhores ver

    efpero

    Do

    fincero

    tiojjo amor,

    Pajiar.

    Na

    Mangueira

    fazem

    ninho :

    Vs

    ,

    Glaura

    ,

    l voltaro

    ^

    Foro

    juntos

    ,

    e poufro

    No

    raminho

    fuperior.

    Elles

    torno

    :

    par

    ditofo

    Dize,

    Nynfa;

    nao

    te

    agrada

    Ver

    a

    Pomba

    acompanhada

    Do

    amorofo

    rolador

    ?

    Poni

  • 7/24/2019 glaura

    62/260

    5^

    Poemas

    Pombg,

    BeJla

    Pomba

    os

    dias

    crefcm

    j

    Apparecem

    jd

    mil

    fiares

    E

    os

    penhores

    ver

    e/pero

    Do

    fnicero

    nojjo

    amor,

    Pajlor,

    Innocente

    idade antiga

    Tu

    fugifte dos

    humanos

    ;

    E

    deixa^e

    a

    magoa

    ,

    os

    dinos

    ,

    E

    a

    fadiga

    ,

    e

    o

    rigor

    Ali

    fe

    o

    Geo

    te

    convertera

    ,'

    Nynfa

    ingrata,

    em

    Pomba

    amante;

    pu.

    .'

    .

    (

    que

    gllo'

    )

    hum

    f

    inftantc

    No

    quizera

    ler

    Palor.

    Vcnh

  • 7/24/2019 glaura

    63/260

    Erticos.

    ^7

    Pombo,

    Chara

    Pomba

    ,

    os

    dias

    crefcem

    ;

    ./Ippurecem

    j

    mil

    flores

    ,

    ^

    os

    penhores

    ver

    efpero

    Do

    fincero

    nojfo

    amor.

    O

    AMOR

    ARMADO.

    Rondo

    Xm

    G.

    Ira

    Amor

    feroz

    ,

    e

    armado

    I^ejle

    prado

    ,

    e

    va//e

    ,

    e

    Jerra

    :

    Tudo

    he

    guerra

    y

    e com

    feus

    tiros

    Mil

    fufpiros

    j

    caufoit.

    Entre

    rpieras

    arontas

    Pendurou

    n'ium

    tronco

    a

    aljava

    j

    Pois

    das

    fettas

    ,

    que eftimava

    ,

    Glaijra

    as

    pontas

    lhe

    quebrou.

    Por

  • 7/24/2019 glaura

    64/260

    5*8

    Poemas

    Por

    vingar-fe

    dela

    injuria

    Trifte

    emprega

    ferro

    ,

    e

    fogo

    j

    Mas

    ao ver-me

    o impio

    logo

    Mgoa

    ,

    e fria

    disfarou.

    Gira Atncr

    feroz

    ,

    e

    armado

    Nejie

    prado

    ,

    e valle

    ,

    e

    [erra

    Tudo

    he

    guerra

    ,

    e

    com

    feus

    tiros

    Mil jujpiros

    jd

    caufou

    Meu

    foccorro

    ,

    e

    meu

    defenho

    Brando

    pede,

    e

    humilde

    approva

    Com

    vaidade

    em

    fetta

    nova

    Meu

    empenho

    fe

    efmerou.

    Tinha

    a

    ponta

    aguda

    ,

    e

    forte

    E

    trs farpas bem

    polidas.

    Negras

    pennas

    embutidas

    ,

    De

    que a

    Morte

    fe

    aTullou.

    Gi'

  • 7/24/2019 glaura

    65/260

    h

    ]^

    o

    T

    I

    G

    o

    s.

    5*9

    Gira Amor

    feroz

    ,

    e

    armado

    Nejie

    prado

    ,

    valle

    ,

    e

    ferra

    :

    Tudo

    he guerra

    ,

    e

    com

    feus

    tiros

    Mil

    Jufpiros

    jd

    caufou,

    Dei-lhe o

    aco

    luminob

    E

    o

    traidor

    louvar-me

    finge

    Em

    cruel

    peonha

    o

    tinge

    E

    alcivofo

    affim

    fallou.

    Fico

    alegre

    , e fatisfeito.

    .

    Oh

    que

    fetta

    v

    ,

    fe

    he

    boa

    :

    Curva o arco,

    a feita

    va,

    E

    o

    meu

    peito

    trafpaflbii.

    Gira

    Amor

    feroz

    ^

    e

    armado

    Ne

    fie

    prado

    ,

    e

    valle

    ,

    e

    Jerra

    :

    Tudo

    he

    guerra

    ,

    e

    com

    feus

    tiros

    Mil

    fufpros

    jd

    caufou.

    Em

  • 7/24/2019 glaura

    66/260

    6o

    Poemas

    Em

    tormentos

    ,

    e

    pezares

    Exclamei,

    quando

    caJia:

    Glaira,

    .

    Amor.

    . .

    o Amor

    fe

    ria

    E dos

    ares

    me bradou.

    O

    Vefuvio

    no

    fe

    apaga

    :

    ',,

    Ser

    ditofo

    merecele

    :

    Do

    farpo

    ,

    que me

    fizelle

    ,

    Leva

    a

    paga

    ,

    que te

    dou.

    Gira Amor

    feroz

    ,

    e

    armado

    Nejle prado

    ,

    e va/k

    ,

    e

    ferra

    :

    Tudo

    he

    guerra

    ,

    e

    com

    [cus

    tiros

    Mil

    fujpiros

    jd

    caujou.

    O

  • 7/24/2019 glaura

    67/260

    E

    R

    o

    T

    T

    G

    o

    S,

    61

    O

    RETRATO.

    Rondo

    XF.

    T

    Em

    ,

    Glaura

    ^

    o

    tcit

    retrato

    Peito

    ingrato

    ,

    e

    lindo

    rofto

    ,

    Que

    por

    gfto

    Amor

    ejpera

    Em

    Cyihra

    eternizar.

    S adorna

    os

    teus

    cabellos

    Verde fitta

    ,

    em que

    os

    enlaas

    ;

    E

    o

    jafmim

    ,

    que

    as

    puras

    Graas

    Com

    defvelos

    vo

    bufcar.

    Na alva

    tela

    entre a

    alegria

    ^

    E a

    feliz

    ferenidade,

    N3o

    divifo

    a

    crueldade

    Qiie

    porfia em

    maltratar.

    Tm,

  • 7/24/2019 glaura

    68/260

    6i

    Poemas

    Tem

    ,

    d

    Glaura

    ,

    o

    teu

    retrato

    Peito ingrato^

    e

    lindo

    rojio

    tie

    por

    gfio

    Amor

    efpera

    Em

    Cythra

    eternizar.

    Os

    teus

    olhos.

    .

    .

    ah

    mo

    pinto.

    Os

    teus

    olhos

    rudo rendem

    :

    Da ternura

    o

    fogo

    accendem,

    E me

    finto defmair.

    Tua

    face

    delicada

    He

    mais

    bella,

    doque

    a

    roa,

    Quando

    a

    purpura

    mi

    moa

    OrvalJiada

    expe

    ao

    ar.

    Te7n

    ,

    Glaura

    ,

    o

    teu retrato

    Peito

    ingrato

    ,

    e

    li

    fido

    rofo

    ,

    Que

    por

    gfto

    Amor

    efpera

    Em Cythra

    eternizar.

    Do-

  • 7/24/2019 glaura

    69/260

    Erticos.

    63

    Doce

    o rifo no

    encobre

    MU

    agrados innocentes

    Molra

    as

    perdas

    lusentes

    Que

    defcobre

    o

    relpirar.

    I

    No

    fe

    aparto do

    teu

    feio

    Dois

    Amores

    pequeninos

    To cruis , e

    to ferinos

    Que receio

    de

    os

    pintar.

    Te7n

    ,

    Glaura

    ,

    o

    teu

    retrato

    Peito

    ingrato

    i

    e

    lindo

    rojlo

    ,

    Oiie

    por

    ^jlo

    Amor

    ejpera

    Em

    Cyhra eternizar*

    Triftes,

    e

    afperos

    rigores

    Na tua alma

    fe

    efcondrao,

    E

    implacveis

    promettro

    Minh^is

    dores

    augmentar.

    Tu-

  • 7/24/2019 glaura

    70/260

    ^4

    P

    o

    K

    l A

    s

    Tudo

    o

    mais he

    formofura

    ^''o

    bellezas

    ,

    que

    no

    vejo;

    E

    nem

    pdde

    o

    meu defejo

    Na

    pintura

    debuxar.

    Tem,

    Gliir

    ,

    o

    teu

    retrato

    Veito

    ingrato

    ,

    e lindo rosto

    ^

    Que

    por

    ff

    esto

    Amor

    efpera

    Em

    Cythra

    eternizar,

    A

    CINTA

    DE VNUS.

    Rondo

    xrr.

    r

    \^

    Ahe

    a

    cinta

    a Vnus

    bella

    ,

    Sem

    cautela

    recofiad^

    7?

    turbada

    entre os

    pezares

    Pede

    aos

    mares

    ^

    que

    lha

    dm.

    O

  • 7/24/2019 glaura

    71/260

    E

    K

    o

    T

    G

    o

    s,

    6$

    O

    thefoiro

    e

    procura

    ,

    Os

    defeics

    le

    ihrcreso

    Os

    cuidados

    j

    fe

    apprefso,

    E

    a

    ternura

    vai tambm.

    Empenhoii-fe

    ,

    6

    Glnurn

    ,

    o

    zelo

    ^

    *

    Mas

    em

    vo

    :

    que

    perda

    trille

    I

    S

    eu

    vi, fei

    onde

    exilej

    E

    dizelo no

    convm.

    Cabe

    cinta a Vnus lella

    j

    Sim

    cautela

    recojlada

    ;

    E

    turbada

    entre

    os

    pejares

    Pede

    aos

    mares

    ,

    e[ue

    lha

    din*

    Roubador

    do

    puro

    ornato

    Foi

    Antero

    , e

    foi

    Cupido

    E

    o

    levaro

    efcondido

    Com

    recato

    ,

    eu

    fei

    a

    quem.

    Re-

  • 7/24/2019 glaura

    72/260

    66

    Poemas

    Receofos

    pelo infulto

    Que

    traidores

    commettro

    Ko

    teu

    feio

    fe

    acolhero,

    Onde

    occulro Tiylo

    tem.

    Cabe

    a

    cinta a Vnus bella

    ,

    Seyn

    cautela

    recojlada

    ;

    E

    turbada entre os

    pejares

    Fede

    aos mares

    ^

    que

    lha

    dm.

    Dos

    ineus

    olhos

    nno

    Ce

    efcondem

    Os

    meninos

    ,

    a quem

    amo

    :

    S?

    os

    procuro,

    efpreiro ,

    e

    chamo,

    Correpondem

    , mas

    nao

    vem.

    Com

    acenos

    cxpreTivos

    De

    alegria

    rufpeltofa

    Molro

    faxa

    preciofa,

    Que attradivos

    mil contem.

    Cai

  • 7/24/2019 glaura

    73/260

    Erticos.

    dj

    Cahe a

    cinta

    a

    Vnus

    bella^

    Sem

    cautela

    re

    cofiada

    ;

    E

    turbada

    entre

    os

    pefar^i

    Pede aos

    mares

    ^

    que

    lha

    tn.

    Se

    piedade

    affli(lo

    rogo

    E

    que

    ceTem

    teus

    rigores

    ,

    (

    Ah

    cruis

    , lindos

    Amores

    )

    Fogem

    logo

    , e

    com

    dcfdcm.

    Abrandalos

    no

    congo,

    E

    j

    delles

    tenho medo:

    Guarda

    ,

    Nynfa

    ,

    eftc

    fcgredo

    Que

    no

    digo

    a

    mais

    ningum.

    Cahe

    a

    cinta

    a

    Vnus

    hella

    ,

    Sem cautela

    recofiad^\

    E

    turbada

    entre

    os

    pejares

    Fede aos

    mares

    ,

    que

    lha

    dm.

    e

    ii

    Do-

  • 7/24/2019 glaura

    74/260

    68

    P

    o

    E

    M

    A

    s

    >

    ^

    DORIS,

    E

    GALATE'A.

    Rofd

    XFIL

    LX

    Laura

    h.ella

    ,

    o

    Sol

    definaia

    ;

    Efla

    praia

    te

    convida

    r

    Vem

    dar Didi

    ao

    desgraado

    ^

    J

    canado

    de

    chorar,

    v

    Ouo

    ao

    Jonge

    o

    inlrumento.

    Que

    Triro

    nadando

    embca:

    Verde

    carro

    as

    penhas

    tcz

    ,

    .

    Dorme o

    vento

    ,

    e

    dorme

    o

    mar.

    D'aIvos

    peixes

    o

    cardume

    -Acompanha

    venturofo,

    E

    o

    Delfim

    terno,

    c

    piedofo.

    Que

    prefume enamorar.

    Claul

  • 7/24/2019 glaura

    75/260

    Erticos.

    6^

    Glaura hella

    ,

    o

    Sol

    defmaia

    :

    Efta

    praia

    te

    convida

    :

    Vem

    dar

    vida

    ao

    des(rracad9

    ,

    J

    canado

    de

    chorar.

    Doris

    vejo ,

    e

    Galata

    ,

    Que

    por

    ti

    de

    amor

    fe

    inflamao;

    Glaura

    efperao

    ,

    Glaura

    cliamo

    Sobre a

    ara

    a

    lufpirar.

    Deftes

    valles

    f

    rei

    ponde

    Com

    voz

    terna,

    c

    lagrimofa

    Nynfa

    trile ,

    cm vao

    faudofa

    Que fe

    efconde ,

    e

    muda

    em

    ar.

    Glaura

    hella

    ,

    o

    Sol

    defmaia

    :

    EJla

    praia

    te

    convida;

    Vem dar

    vida

    ao

    desgraado

    Jd

    canado

    de

    chorar.

    Se

  • 7/24/2019 glaura

    76/260

    70

    P

    o

    E

    M

    A

    S

    Se

    te

    alfgra

    a fone pura

    No

    rigor

    do Eio

    ardente

    Defta plcida corrente

    A

    frefcura

    vem

    gofar.

    Ouvirs

    08 arvoredos,

    t)e

    meu

    pranto

    condodos

    ,

    Repetir

    os

    meus

    gemidos,

    E

    os

    rochedos

    abrandar.

    Cl/aura

    bcll

    ,

    o

    Sol

    dffrnnia

    :

    E/7rf

    praia

    te coirvida

    :

    Vem

    dar

    vida

    ao

    desgraado

    ,

    jF7

    canoado

    de chorar.

    Onde

    els

    ?

    v

    que

    os

    Amores

    J

    nas aguas

    apparecem

    ,

    E

    entre

    prolas

    te

    ofFerccem

    Meus

    ardores

    ,

    meu

    pezar.

    Ah

  • 7/24/2019 glaura

    77/260

    Erticos.

    71

    Ah

    tu

    vens, . .

    quanto

    he

    modefio

    Teu

    prazer

    ,

    teu

    lindo

    rofto

    Ai

    de

    mim

    falo golo

    O'

    funefto

    delirar

    Glaura

    bella

    ,

    o

    Sol

    dejmata :

    E/la

    praia

    te convida :

    Vem

    dar vida

    ao desgraado

    yd

    canado

    de chorar.

    A

    AURORA.

    Rondo

    XFIIL

    y

    Em

    ,

    Nynfa

    fitspirada

    Engraada

    y

    e rubicunda

    ^

    Da

    fecunda natureza

    A

    bellcza

    a

    contemplar.

    Lon-

  • 7/24/2019 glaura

    78/260

    7i

    P o

    E

    M

    A

    s

    Longas

    azas

    acodindo

    ,

    Foge

    a

    noite

    efcura

    ,

    e

    fria

    j

    Que

    fereno o

    claro

    dia

    Surge

    rindo

    ,

    e

    deixa

    o mar.

    De

    Tito a terna

    Efpofa

    Vle

    os

    Ceos

    co'

    as lindas

    cr*es,

    E

    o

    leu

    pranto

    obre

    as

    flores

    Quer

    fauioa derramar.

    Vem d

    Nynfa

    Jupirada

    ^

    Ey^grar^a

    ,

    e rubicunda

    ,

    Va

    fecunda

    natureza

    A

    belleza

    a

    contemplar.

    Roxa

    nuvem

    circulando

    Pouco a

    pouco

    fe

    illumna;

    A

    purprea

    ,

    e

    crylalina

    Fluiluando

    no tem

    par*

    Ef.

  • 7/24/2019 glaura

    79/260

    Erticos.

    73

    E^la

    faxa

    lo

    nga,-G

    verde

    Muda

    a

    cor

    de

    intante

    a

    inlante

    :

    Eila azul he

    mais

    conlante

    E

    no

    perde

    o

    feu brilJiar.

    Ver,i

    ,

    ?

    Nynfa

    -jusplrada

    ,

    Engraada

    ^

    e

    rujcitnda

    ^

    Va

    fecunda

    natureza

    A

    te.leza

    a

    contemplar.

    Crefce

    a

    luz

    pelo

    horifonte,

    Abre

    o

    Sol

    o

    feu

    thelbiro

    ;

    E

    movendo

    o carro

    de

    oiro,

    J

    Etlionte

    inBama

    o

    ar.

    Puro globo

    refulgente

    ,

    Que velz

    fe

    aparta

    ,

    e

    gvra

    Vejo

    em campo

    de

    Saphra

    Tranfparente

    fcintillar.

    Van

  • 7/24/2019 glaura

    80/260

    74

    Poemas

    Vem

    ,

    d Nynfa

    fuspirada

    Engraada

    ,

    e

    rubicunda

    ,

    Da

    fecunda

    natureza

    A

    belleza

    a

    contemplar.

    Admirando

    o

    rico

    adorno

    Do

    aprafivel

    firmamento

    ,

    Trcgoas

    dei

    a meu

    tormento

    Mas

    j

    torno

    a

    delirar.

    Afim,

    Glura,

    .me

    desvio

    Do

    meu

    mal

    ,

    quando

    appareces

    E

    mimofa

    fonte

    defces

    Para

    o

    Rio

    enamorar.

    Vem

    y

    Nynfa

    Jus

    pirada

    Engraada

    ,

    e

    rubicunda

    ,

    Da

    jecunda

    natureza

    A

    belleza a

    contemplar.

    O

  • 7/24/2019 glaura

    81/260

    o

    MEIO

    DIA.

    Rondo XIX.

    ^yLura

    ,

    ^s

    Nynfas

    te

    chamaro

    ,

    buscaro

    doce

    abrigo

    i

    Vem comigo ,

    e Kejia gruta

    Branda

    escuta

    o

    meu

    amor.

    Treme

    ajrora

    o ar

    extenfo

    Pela

    Esfera

    crvftalina

    ;

    Que

    os

    eus

    raios

    nao

    declina

    Eile

    iminenfo

    replandor.

    Bufca

    o toiro

    fatigado

    Frias

    fombras

    ,

    verde

    relva

    :

    Co''

    a

    cigarra

    zune

    a

    elva

    ,

    Foge

    o

    gado,

    e

    o

    Pator.

    Ghu-

  • 7/24/2019 glaura

    82/260

    76

    Poemas

    Glaura^

    as Nynfas

    te

    chamaro

    E

    buscaro

    doce

    abrigo

    :

    Veyn

    comigo

    ,

    e

    nefta

    gruta

    'Branda efcuta

    o

    meu

    amor.

    Ferve

    a

    ara

    dela

    praia

    ^rde

    o

    mufgo

    no

    rochedo,

    Efmorece

    o

    arvoredo,

    E

    defmaia

    a

    tenra

    flor.

    Todo

    o

    campo

    fe defgola

    ,

    Tudo.

    . .

    ah

    tudo

    a

    calma

    fente

    :

    S a

    glida

    ferpente

    Dorme

    expola

    ao

    vivo ardor.

    Glaura

    ,

    as

    Nynfas

    te

    chamaro

    ,

    buscaro

    doce

    abrigo

    :

    Veyn

    comigo

    ,

    e

    nefta

    gruta

    Branda

    efcuta

    o

    meu

    aynor.

    Ves

  • 7/24/2019 glaura

    83/260

    Erticos.

    jj

    Vs

    a

    plebe

    namorada

    De

    volantes

    borboletas ?

    Loiras so

    ^

    e

    azues

    ,

    e

    pretas

    De

    mefclada ,

    e

    vria

    cr.

    Aquella ave

    enternecida

    ,

    Que

    cantou

    ao

    ver

    a

    Aurora

    Abre

    as

    azas

    ,

    geme

    agora

    Opprimida

    do

    calor.

    Glaura

    ,

    as

    Nynfas

    te

    chamaro

    E

    buscaro

    doce

    abrigo

    :

    Vem

    comigo

    y

    e

    nefta

    gruta

    Branda

    escuta

    o

    meu

    amor.

    Fonte

    aqui

    no

    fe

    despenha

    Com

    rudo

    ,

    que

    entrilece :

    Gota

    a

    gota

    a

    Lynfa

    desce,

    Lava

    a

    penha

    fem

    rumor.

    Aqui

  • 7/24/2019 glaura

    84/260

    78

    Poemas

    Aqui

    vive

    preciofa

    Efcondida

    amenidade

    ,

    O fegredo

    , e

    a

    faudade

    ,

    E a

    chorofa

    minha

    dor.

    Glaitra

    ,

    as

    Nynf^s

    te Lhumro

    ,

    buscaro

    doce

    abrigo

    :

    Vem comigo

    ,

    c

    nefia

    gruta

    Branda

    escuta

    o

    mtu

    amor.

    j

    Rondo

    XX,

    yf*

    ferefa

    defce

    a

    tarde

    ^

    Jd

    Jio arde

    o

    Sol

    fo7-ny>fo

    :

    Vem

    Jauofo

    o

    brando

    vento

    Doce alento

    rejpirar.

    Pe-

  • 7/24/2019 glaura

    85/260

    Erticos.

    79

    Pelos

    fins

    daquclle

    monte

    i^ejo

    ,

    Nynfa

    ,

    luzes

    bellas

    ifr.rrc

    purpura

    amareilas

    >o

    horilbnce

    fiudluar.

    Que

    gigante

    os

    Ceos

    adorna

    Com

    diuvciros

    d'c

    oiro,

    e

    prata

    Sebe,

    e

    crefcc

    , e

    fe

    deata^

    E

    e

    torna

    todo em

    ar

    J

    ferena

    defce

    a

    tarde

    ,

    'J

    no

    ardt

    o

    Sol formojo

    :

    Vem

    jau

    do

    fo

    o

    brando

    vento

    Doce

    aknto

    refpirar.

    Surge

    ali

    vilofa

    ferra

    De

    mil

    vrios cfplendores,

    A

    quem

    ris

    deu

    as

    cores

    Para

    a terra

    enamorar.

    Nu-

  • 7/24/2019 glaura

    86/260

  • 7/24/2019 glaura

    87/260

    Erticos*

    2t

    y

    Jerena

    desce a

    tarde

    ,

    jF/z

    no

    arde

    o

    Solformoso

    :

    Vem

    Jau

    doso o

    brando

    venta

    Doce

    alento

    rejpirar,

    ,

    Como

    chora

    enternecida

    '

    Trile

    Flauta

    bella^,

    escuta.

    ''

    L

    repete

    ao

    longe

    a

    gruta

    E

    convida

    a

    fuspirar.

    Ai

    de

    mim

    teu peito

    ingrato

    No

    conhece

    o

    que

    he

    fuspiro

    j

    E

    eu por ti de

    amor

    espiro,

    E f trato

    de

    te

    amar

    yd jerena

    desce a

    tarde

    ,

    yd

    no

    arde o

    Sol

    formoso

    i

    Vem

    faudoso

    o

    brando

    vento

    Doce

    alento

    respirar.

  • 7/24/2019 glaura

    88/260

    u

    A

    N

    O

    I

    T

    E.

    Rcid

    XXL

    C

    /

    Uty

    ,

    G/aura

    ,

    ofo?n

    a

    Lyr

    ,

    Que

    f

    MS

    pira

    lagrimosa

    ,

    Amorosa

    cm

    noite

    escura^

    Sem

    'Ventura,

    nem

    prazer^

    J

    cahlo

    do

    oppofto

    monte

    5>cmbra

    espessa

    neftes

    valles

    ;

    Ouo

    aos echos

    de meus

    males

    Efta fonte

    responder.

    Sao

    iguaes

    a

    praia

    ,

    a

    ferra

    D**

    ha

    cor

    o

    bosque

    , p

    prado

    Trile

    o

    ar ,

    feio

    , enlutado

    Vem

    a terra

    escurecer.

  • 7/24/2019 glaura

    89/260

    E

    R o T

    G

    S.

    8^

    Ouve

    ,

    o

    Glaura

    ,

    o

    Jom

    da Lyr

    Que

    fuspira

    lagrimo

    f

    a

    ,

    Aworcs

    em

    noite

    escura

    ,

    Sem

    ventura

    ,

    nem

    prazer.

    Melanclico

    agoirero

    Slra

    a

    voz

    Mocho

    faminto^

    (*)

    E o

    Vampir

    de

    fangue

    tinto

    Que

    he

    ligeiro

    em

    fe

    esconder.

    VAa

    a

    dena

    efcurldade,

    O

    filencio

    ,

    horror

    ,

    e

    efpanto

    ^

    as

    correntes do

    meu pranto

    A

    faudade

    faz

    verter.

    f

    ii

    O/ /-

    C

  • 7/24/2019 glaura

    90/260

    ^

    Poemas

    t

    Owvt^

    ,

    d Qlaiira

    ^

    o

    Jom

    da

    Lyra,

    Oue

    juspira lagrimo.'

    ,

    Art.orosa

    tm

    rmte

    escura

    ,

    Sem ventuf-a^

    tiem

    prazer.

    Tem

    a noite

    furda

    ,

    e

    fera

    Carro

    de

    bano

    polido:

    Mo?e

    o

    Iceptro denegrido

    Toda

    a

    Esfera

    v

    tremer.

    Forma

    o

    tmido

    desgofld

    Mil

    imagens

    da

    trifleza,

    Oue

    aTulada

    a natureza

    Volta

    o

    rolo por

    no

    ver.

    Owve

    ,

    Glaura

    ,

    o

    fom

    da

    Lyra

    ,

    Ote

    fuspira

    la^rlmofa

    ,

    Amorofa

    er,i

    noite

    efctira

    ,

    Sem

    jerJura

    ,

    nem

    prazer*

    Ao

  • 7/24/2019 glaura

    91/260

    Erticos.

    85

    Ao

    rudo

    deltas

    agoas

    Vinde

    ,

    fonhos

    voadores

    De

    Mprfeo

    co*

    as

    tenras

    flores

    Minhas

    mgoas

    fuspender.

    Mas

    fe

    Amor

    alvios

    nega.

    Quando

    o

    peito

    mais

    inflamai

    S

    aquelJe,

    que

    no

    ama,

    He

    que

    chega

    a

    adormecer.

    Ouve

    ,

    G

    latir

    a

    ,

    o

    fom

    da

    Lyra

    ,

    Que

    fuspira

    lagrtmofa

    ,

    Amorosa

    em

    noite escura

    ,

    Sem

    ventura

    y

    nem

    prazer^

    Os

  • 7/24/2019 glaura

    92/260

    2$

    Poemas

    OS

    AMORES

    PERDIDOS

    Rondo

    XXIL

    Ouo

    amante

    ,

    e

    fem

    ventura

    ,

    De

    ternura

    Jus

    pirando

    ,

    Vou

    buscando

    entre

    eflas

    fiares

    Os

    amores

    ,

    que

    ^erdL

    No

    me

    engana

    o

    meu

    receio

    :

    Tu,

    Nynfa

    os

    occultale,

    Ou

    no

    ceio

    os

    afTogalle

    No

    teu

    feio

    ,

    onde eu

    os vi.

    Ah cruel

    tua

    fereza

    Rigorofa

    os

    opprimia

    :

    Meu

    prazer

    defdc

    eTe

    dia

    Em

    triteza

    converti.

  • 7/24/2019 glaura

    93/260

  • 7/24/2019 glaura

    94/260

    gg

    P

    o

    E

    t

    A

    S

    Nem

    co'

    a

    viita

    deles

    valies-

    Ao

    furgir

    purprea

    Aurora

    ,

    cm

    c'os

    dons

    da

    alegre

    Flora

    ps

    eus

    males

    diverti.

    Ao

    correr

    das

    frias

    agoas

    Por

    colume

    os

    ais

    escuto

    Ai

    de

    mim

    qual

    foi o

    fruto

    DeTas

    magoas

    ,

    que

    fori

    ?

    Louco

    amante

    y

    efem

    ventura

    ^

    J)e

    ternura

    Jtspirano

    ,

    Vou

    buscando

    entre

    ejlas

    fiares

    Os

    amores

    ,

    que

    perdi.

    No

    meu

    peito

    j

    crescidos

    Ha

    tarde

    repousaro

    Suas lagrimas

    cessaro

    E

    os

    gemidos

    no

    fenti.

    Foi

  • 7/24/2019 glaura

    95/260

    Erticos.

    89

    Foi,

    ento,

    Glaura

    bella,

    .

    Foi

    ento que

    me

    fugiro:

    Eu

    clamei,

    e

    nto

    me

    ouviro

    mpia

    elrella

    , em

    que

    nafci

    'Louco

    amante

    ,

    Jem

    ventura^

    De

    ternura

    f

    ujp

    irando

    ^

    Vou

    bnjcano

    entre

    e

    fias

    flores

    Os

    amores

    y

    que

    perdi.

    O

    AMANTE

    SAUDOSO.

    RoTid

    XXIIL

    JLj

    Ij^a

    Glaura

    os

    arvoredos

    ,

    E

    os

    rochedos

    ,

    que

    jd

    vijle

    ,

    Tudo he

    t

    rifle

    ^ e tudo

    Jente

    Meu

    ardente

    fuj

    pirar.

    Quan-

  • 7/24/2019 glaura

    96/260

  • 7/24/2019 glaura

    97/260

    Erticos.

    91

    De que

    nafce o

    teu

    defgolo

    ?

    Ah

    permitte

    ,

    que

    te

    vejo

    Efles

    campos,

    que

    delejao

    O teu

    roi-lo

    enamorar.

    Linda

    Glaura

    ,

    os

    arvoredos

    ,

    B

    os

    rochedos

    ,

    que

    j

    vi

    fie

    ,

    lfdo

    he

    trifte

    ,

    e

    tudo

    fente

    Meu

    ardente

    Jujpirar,

    No

    declvio

    defte monte,

    '

    Murmurando

    fombra fria,

    Da

    foberba

    penedia

    Ciara

    fonte

    def:e

    ao

    mar.-

    NeTa

    gruta

    deleitofa

    Doce

    Zfiro te

    efpera

    E

    a fuave

    Primavera

    Cuidadoli

    em

    te

    agradar.

    Lin-

  • 7/24/2019 glaura

    98/260

    5^

    Poemas

    Li

    fida

    Glaura

    ,

    os

    arvoredos

    ,

    E

    os rochedos

    ,

    que

    j

    vijie

    ,

    Tudo

    he

    trijle

    ,

    e

    tudo

    finte

    Meu

    ardente

    Jujptrar,

    Deftes

    Ylles foge

    a

    calma

    No

    rigor

    do

    fero

    iitio:

    Torna

    bella,

    torna ao

    rio.

    Vem

    minlia

    alma confolar.

    E

    cu verei,

    oh que

    ventura

    l

    Nefte

    plcido

    remanfo

    Os

    prazeres,

    e

    o

    defcano^

    E

    a

    ternura

    triunfar.

    Linda

    Glaura

    ,

    os

    arvoredos

    ,

    E

    os

    rochedos

    ,

    que

    jd

    vifte

    ,

    Tudo

    he

    trijle

    ,

    e

    tudo

    Jente

    Meu

    ardente

    Jufpirar*

    O

  • 7/24/2019 glaura

    99/260

    Erticos.

    ^3

    O

    PRAZER

    R^jd

    XXIK

    \^Obre

    o

    feno

    recojlad

    ^

    Defcanao

    afino

    a

    lyra^

    Que

    refplra

    com

    terfiura

    Na

    doura

    do

    prazer.

    Amo

    impJes

    Natureza:

    Bufquem

    outros a

    vaidade

    Nos

    tumulto

    da

    cidade

    Na

    riqueza,

    e

    no

    poder.

    DeTe

    plago furiofo

    No

    me

    afTulo

    os

    perigos

    Nem

    dos

    ventos inimigos

    O

    raivofo

    combater.

  • 7/24/2019 glaura

    100/260

    94

    Poemas

    Sohre

    o

    feno

    recofiado

    ,

    Dejcancado

    affino

    a

    lyra

    ,

    Que

    rejpira

    com

    ternura

    N^

    doura

    do

    prazer

    Touca

    terra

    cultivada

    Me

    agradece

    com

    feus

    frutos

    Mas

    os

    olhos

    tenho

    enxutos

    ,

    Quanto

    agrada

    aim

    viver

    O

    meu

    peito

    f

    defej

    Doce

    paz

    nele

    retiro;

    Por

    delicias

    no

    fufpiro

    Onde a

    inveja faz

    tremer.

    Sobre

    o

    feno

    recofiado

    ^

    Defcanado

    afim

    a

    lyra

    ^

    Que

    refpira

    com

    ternura

    Na

    doura

    do

    prazer.

    Pe-

  • 7/24/2019 glaura

    101/260

  • 7/24/2019 glaura

    102/260

    9^6

    Poemas

    A

    innocncia

    me

    acompanha ;

    Oh

    que

    bem

    oh

    que

    theoirol

    Vejo

    alegre os

    dias

    de oiro

    Na

    montanha

    renafcer.

    Sohre

    feno

    recojl.ido

    ,

    Dfcahado

    ajjino

    a

    lyra

    ,

    Que

    refpira

    com

    ternura

    ft

    Na

    doura

    do

    prazer,

    A-

    ALEGRIA.

    Rondo

    XXK

    O

    Em

    o

    auior

    ,

    GLaura

    ,

    tudo

    Era

    mudo

    .,

    e

    trfle

    ,.e

    feio:

    Tudo

    cheio de

    alegria.

    Nefte

    dia

    o

    u

    tornar

    Vem

    I

  • 7/24/2019 glaura

    103/260

    Erticos.

    97

    Vera

    comtigo

    a

    formofura

    as

    delicias dele

    monte

    P

    valor

    ao

    prado,

    fonte,

    A

    ventura de

    te

    amar.

    .

    N'utro

    tempo a

    e^eril

    ferra

    Teve

    a

    cr

    das

    minhas

    magoaS

    5

    Hoje briliia

    o

    Sol

    nas

    agoas

    Ri-fe a terra

    j

    o

    Cco,

    e

    o

    mar;

    Sem

    o

    amor

    ,

    Gaura

    ,

    tud^

    Era

    mudo

    ,

    e

    trifie

    ,

    e

    feio

    :

    Tudo

    cheio de

    alegria

    Neje

    dia

    q

    v

    tornar

    Rude

    Fauno,

    que

    feefconde^

    E

    de

    amor

    a

    y

  • 7/24/2019 glaura

    104/260

    $8

    Poemas

    Quanto agrada

    ouvir

    dela

    ave

    O

    gorgcio

    harir.oniofo

    E

    do

    ZeSro

    ainorofo

    O

    fuave

    rjfpirar.

    Sem

    o

    ainor

    ,

    Glaura

    ,

    tudo

    Era

    mtido

    ,

    e trtfle

    ,

    e

    feio

    ;

    ^udo

    cheio

    de

    alegria

    ISleJle

    dia

    o v

    tornar.

    Coroada

    de

    mil

    flores,

    Molra

    a

    linda Cythera

    Alvo

    p

    na

    ruiva

    ara

    Que

    os

    amores

    vem

    beijar.

    .

    _ _

    /*

    Defla

    Focha

    curva

    ,

    e

    alta

    Pela tarde

    com

    defcano

    Vejo

    3

    Nynfa

    ,

    no

    remanfo

    Como

    falta

    o

    peixe

    ao

    ar.

    Sem

  • 7/24/2019 glaura

    105/260

    Pv

    o

    T

    I

    c o

    s.

    5^

    Sem

    o

    amor

    , o

    Glaura

    ,

    tudo

    Era

    mudo

    ,

    e

    trifle

    ,

    e

    jeio

    Tudo

    cheio

    de alegria

    Nejle

    dia

    o

    l

    tornar.

    Desatando as

    tranas

    de

    oli^d

    Surgir

    brilhante

    a

    Aurora

    Par

    ver

    a beFa

    Flora

    Seu

    theouro

    derramar.

    Ah

    nao

    fujas deles

    prados

    Onde

    amor

    ha

    de

    fegu'r-te

    :

    Mais

    no

    tenho

    ,

    que

    pedir-te

    Nem os

    Fados

    mais,

    que

    dar.

    Sem o

    amor

    ,

    d

    Glaura

    ,

    tudo

    Era

    mudo

    ,

    e

    triOe

    ,

    e

    feio

    Tudo

    cheio de

    alegria

    Nefle

    dia

    v m^naro

    g

    ii

    O

  • 7/24/2019 glaura

    106/260

  • 7/24/2019 glaura

    107/260

    E

    R

    o

    T

    I

    C O

    S.

    lOI

    Canto

    alegre nejia gruta

    ^

    E

    me

    ejcuta

    o

    valle

    ,

    e

    o

    monte

    :

    Se

    na

    fonte

    Glaura

    vejo

    ,

    2:^o

    defejo

    mais prazer.

    Novos

    fons

    o Fauno ouvindo

    Deftro

    move

    o

    p

    felpudo

    Cautelofo,

    agrefte, e

    mudo

    Vem

    fahindo

    por

    me

    ver.

    Quanto

    vale

    hua

    capella

    De

    jafmins

    ,

    lrios

    ,

    e

    roas

    ,

    Que co'

    as

    Dryades

    mi

    mofas

    Glaura

    bella

    foi colher

    Canto

    alegre

    nefla

    gruta

    ,

    E

    me

    efcuta

    q

    valle

    , e

    o

    montei

    Se na

    fonte

    Glaura

    vejo

    ,

    No

    defejo

    mais

    prazer.

    Re.

  • 7/24/2019 glaura

    108/260

    jo^

    Poemas

    Receou

    triiles

    agoiros

    A

    innocencia

    abandonada

    j

    E aqui

    veio

    retirada

    Seus

    thefoiros

    efconder.

    O

    mortal

    ^

    que

    em i nao

    cabe

    Pufque

    a

    paz

    de

    clima

    ,

    em

    clima

    Que

    os

    feus

    dons

    no campo eftima

    ^

    Quem

    os abe

    conhecer.

    '

    Cafto

    alegre

    ncjli

    gruta

    ,

    ^

    me

    ejcuta

    o valle

    ,

    e

    o

    monfie

    :

    Se na

    fonte

    Glaura

    vejo

    ,

    l^o

    dejejo

    mais

    prazer.

    Os

    metaes adore

    o

    mundo

    Ame

    as

    pedras

    ,

    com que

    fonha

    Do

    feliz

    Jequetinhonha

    ,

    (*)

    Que cm

    feu

    fundo

    as

    yo

    nafcer.

    Eu

    (*)

    Rio

    onde

    fe

    achio

    muitos

    diainaotes no

    Serro

    do

    Frio.

  • 7/24/2019 glaura

    109/260

    Erticos.

    103

    Eu

    contente

    nelas

    brenhas

    Amo

    Glaura ,

    e

    amo

    a

    lyra.

    Onde

    terno

    amor fufpira

    ,

    Qiie

    eftas

    penhas

    faz

    gemer.

    Canto

    alegre

    tiefla

    gruta

    ,

    E

    me

    efcuta

    o

    valle

    ,

    e

    o

    monte

    :

    Se

    na

    fonte

    Glaura

    vejo

    y

    No

    defejo

    mais

    prazer

    GLAURA

    DORMINDO,

    Kond

    XXriL

    y

    Oai

    Zfiros

    mimofas

    ,

    Vagarojos com

    cautela

    ;

    Glaura bella

    eft

    dormindo

    ;

    Quanto

    he

    lindo

    o

    meu

    amor

    Ma.

  • 7/24/2019 glaura

    110/260

  • 7/24/2019 glaura

    111/260

    Erticos.

    ioj*

    Leve

    fono

    ,

    por

    piedade

    ,

    Ah

    derrama

    em

    tuas

    flores

    \

    O

    pefar

    ,

    a

    magoa

    ,

    as

    dores,

    ,

    E

    a

    faudade

    do

    Palor.

    Vo.^

    Zfiros

    mlmofos

    ,

    yagarojos

    con

    cautela

    ;

    Qlaura

    hella

    ejld

    dcrniindo\

    Quanto

    he lindo o

    meu

    amorl

    Se

    nos

    mares

    apparece

    Vnus

    terna

    ,

    e

    melindrofa

    Glaura,

    Glaura mais formoa

    Lhe

    efcurece

    o

    feu

    valor.

    No

    velido

    azul e

    nobre

    He

    fem

    oiro,

    e

    fem

    diamante.

    Qual vi filha

    de

    Thaumante

    Que

    fe

    cobre

    de

    efplendor.

    r^.

  • 7/24/2019 glaura

    112/260

    io6

    Poemas

    Foat

    Zfiros

    mimofos

    ,

    Vagarojos

    com

    cautela

    ;

    Glaura

    bella ejld

    dormindo

    ,

    Quanto he

    lindo

    o

    meu

    amorl

    He fuave o

    feu

    agrado

    A

    meus

    olhos

    nunca

    enxutos

    Como

    so

    os

    doces frutos

    Ao

    canado Lavrador.

    Mas bem longe

    da

    ventura

    A's

    mudanas vivo

    affito.

    Encontrando

    no

    teu

    peito

    J

    brandura

    ,

    e

    j

    rigor.

    Voai

    Zfiros

    mimojos

    ,

    Vagarofos

    com

    cautela

    ;

    Glaura

    bella

    efid

    dormindo

    \

    Quanto

    be

    lindo

    o

    meu

    amor.

    DE-

  • 7/24/2019 glaura

    113/260

    Erticos.

    I07

    DEZEMBRO.

    Rondo

    XXFIIL

    t/

    A'

    Dezembro

    mais

    calmofo

    Pergio/o

    o

    giro inclina :

    Jlliirdina o

    Ceo

    rotundo

    ,

    Ojder

    o

    mundo

    incendiar.

    Vem

    Palora

    aqui

    te

    efpero

    Os

    prazeres

    dele

    rio

    ;

    Onde o

    Sol ,

    e

    o

    lecco

    Elio

    Ko

    pcdrao

    penetrar.

    Nuas

    graas te preparao

    A

    conchiniia

    tranpa

    rente

    O

    coral

    rubro

    ,

    e

    luzente

    ,

    1

    Que

    bufcrso

    fobre

    o

    mar.

    V

    J^i

  • 7/24/2019 glaura

    114/260

  • 7/24/2019 glaura

    115/260

  • 7/24/2019 glaura

    116/260

    ii

    Poemas

    Se

    no abrigo

    deles

    prados

    No

    achares

    lindas

    flores

    Acharss

    os

    meus

    :?

    mores

    Defgraados a

    chorar*

    *Jd

    Dezembro

    mais

    ahnof

    Fcrguiojo

    o

    giro

    inclina

    :

    1

    Ilumina

    o

    Ce

    o

    rotundo

    ,

    Quer o

    mundo

    incendiar,

    ^

    m

    m

    ^

    O AMOR

    MUDADO

    EM

    ABELHA,

    Rondo

    XXIX.

    Em

    o amor

    mil

    paffadores

    Entre as

    flores

    de

    fie

    prado

    ,

    E

    mudado

    em

    leve

    abelha

    ^

    Se

    aparelha

    ,

    e

    jd

    voau,

    *

    Im-

  • 7/24/2019 glaura

    117/260

    ErOTTGOS.

    III

    Implacvel

    nao

    defcana,

    E

    eu

    ,

    Nynfa

    ,

    bem

    receio

    Qiie

    elle

    empregue

    no

    teu

    feio

    A

    vingana

    ,

    que

    jurou.

    Sahe

    do

    neclar

    d'uma

    rofa.

    .

    Ah que

    abelha

    to

    ferina

    Mal

    a vejo

    ,

    e

    pequenina

    E

    raivofa

    me

    picou.

    Tem

    o

    amor

    mil

    paffadores

    Entre

    as

    flores

    dejle

    prado

    ^

    E

    mudado

    em leve

    abelha

    ,

    Se

    aparelha

    ,

    e

    j

    voou.

    No ha

    dor,

    que

    mais

    inflame

    Infeliz

    que

    em

    vivo

    fogo

    Efmaguei

    a

    abelha

    ,

    e

    logo

    N'um

    enxame

    fe

    tornou.

    Fui

  • 7/24/2019 glaura

    118/260

  • 7/24/2019 glaura

    119/260

  • 7/24/2019 glaura

    120/260

    114

    Poema?

    O

    DESEJO.

    Rondo

    XXX,

    M

    Eu ejcjo

    ef

    conde

    o rojto

    For

    dej^of^o

    ,

    a

    que

    o

    condemnas

    :

    Ah

    que as

    petwas

    lhe

    arrancafie

    ,

    U

    o

    laticafie

    ,

    Glu\'a

    ,

    ao

    mar.

    Os

    Delfins

    compadecidos

    Lhe do vida

    neilas

    agoas:

    Doris

    ouve

    os

    ais

    ,

    e as

    magoas

    E

    CS

    gemidos

    com

    pezar.

    Hamadryades

    fe

    aprefso,

    E

    nos braos

    o

    tomaro

    ;

    Flora

    ,

    e

    Zfiro

    o

    levaro

    E

    no

    cefsao

    de

    chorar.

    Me

  • 7/24/2019 glaura

    121/260

  • 7/24/2019 glaura

    122/260

  • 7/24/2019 glaura

    123/260

    Erticos.

    117

    O

    infeliz

    nao

    mais

    confumas:

    Aclie

    o

    rifo em teu

    regao

    ;

    E

    o vers

    n'am

    breve

    epao

    Lindas plumas renovar.

    Meu

    dejejo

    efconde

    o

    rojlo

    Por

    ejgoflo

    ,

    a

    qtie

    o

    condemnas

    :

    Ah

    Que as

    pennas

    lhe

    arrancajle

    ,

    o

    laijajie

    ,

    Glaura

    ,

    ao mar,

    OS

    CANTOS

    AMOROSOS.

    Rondo

    XXX/.

    P

    Ara

    ouvir

    cantar

    de

    amores

    Os

    Faflores

    me

    hujcaro

    \

    Convidaro

    Nynfas

    LellaT

    ;

    Glaura

    entre

    ellas

    me

    animou.

  • 7/24/2019 glaura

    124/260

    Ii8

    Poemas

    A

    alegria

    vi

    nos ares

    E

    no

    bo