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Nº 423 - ANO 32 - Dezembro de 2018 - Órgão de divulgação do Sistema Farsul Diálogo aberto com Eduardo Leite Gedeão abre as porteiras da Santa Maria página central Temporada eleva média dos touros em 8,5% página 5 Etapa final do ZEE-RS ocorre em dezembro página 7 Farsul recebe governador eleito e defende agenda de concessões e privatizações, combate a privilégios de servidores e mais investimentos em logística Página 16

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Nº 423 - ANO 32 - Dezembro de 2018 - Órgão de divulgação do Sistema Farsul

Diálogo aberto com Eduardo Leite

Gedeão abre as porteiras da

Santa Mariapágina central

Temporada eleva média dos touros em 8,5%

página 5

Etapa final do ZEE-RS ocorre em dezembro

página 7

Farsul recebe governador eleito e defende agenda de concessões e privatizações, combate a privilégios de servidores e mais investimentos em logística Página 16

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Era importante para o Brasil, contar com outro carvão mineral que não o importado da Inglaterra e a solução passava pela explo-ração das reservas existentes em São Jerônimo, no Rio Grande do Sul. Pelo menos em três fren-tes surgiram companhias que instalaram minas no Butiá, no Arroio dos Ratos e no Leão.

FARSULPresidente:Gedeão Silveira PereiraVice-presidente:Elmar Konrad Diretor Administrativo:Francisco Lineu SchardongDiretor Financeiro:Jorge Rodrigues

SENAR-RSPresidente:Gedeão Silveira PereiraSuperintendente:Gilmar TietböhlDivisão Técnica:João Augusto TellesDivisão de Arrecadação:Saulo GomesDiv. Administração e Finanças:Valmir Susin

JORNAL SUL RURALDiretor: Décio Rosa MarimonJornalista responsável:Sebastião Ribeiro (MTb/RS 11.009)Fotos: Tiago Francisco, Emerson Foguinho e Marco QuintanaColaboração: Alessandra Bergmann,Gerson Raugust e Samuel LimaCirculação MensalTiragem: 35.000 exemplares

Administração, redação e comercial: Praça Saint Pastous, 125 - Fone: (51) 3214.4400Fax: (51) 3221.9113 e-mail: [email protected] - Porto Alegre/RS - Cep 90050-390

EDITORIAL

EXPEDIENTE

Nesta edição do Sul Rural, há dois perfis. O primeiro é fácil de identificar e está na página central: Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), mostra o trabalho que faz na Estância Santa Maria, de Bagé, com investimentos pesados em genética e agricultura de precisão, diversificação de culturas e visão particular de mercado. Como líder sindical, compreende os problemas enfrentados pelos produtores porque, na realidade, eles também são seus.

O outro perfil está na contracapa: é o do mais jovem governador eleito no Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que mais uma vez esteve na Farsul para discutir os planos da gestão nos próximos quatro anos. A reportagem não fala da vida pessoal do político, nem o visita em casa — deixa evidente, porém, o pensamento lúcido que este irá empregar no Palácio Piratini. Disse ele, a certa altura: o direito de propriedade não é apenas uma questão de liberdade indivi-dual, mas também fator de estímulo ao investimento privado e à geração de empregos. Com o perdão da redundância, discursos também dizem muito sobre o indivíduo.

Outra boa notícia vem de Brasília: o anúncio da deputada federal e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Tereza Cristina, como ministra da Agricultura do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Ela começa no cargo com amplo apoio do setor produtivo, que observou no empenho dela em aprovar a lei de modernização dos re-gistros de agroquímicos uma mostra de compromisso com os interesses dos produtores rurais brasileiros. Que faça uma corajosa gestão, voltada para a redução do custo de produção brasileiro, para a ampliação do seguro agríco-la, para a conquista de novos mercados, sobretudo o de países asiáticos.

Por essas e outras questões, a “virada” do ano que se aproxima parece fazer mesmo jus à expressão. As ex-pectativas do campo são altas — talvez estejam no maior patamar dos últimos 25 anos. Porque o produtor gaúcho e brasileiro sabe bem que o agronegócio de que faz parte é um dos mais avançados do mundo, capaz de crescer na crise, ainda que não esteja imune aos nefastos efeitos dela. Imagine então com a colaboração de líderes e autoridades capazes de enxergar a importância do setor e de colocar em prática ideias ágeis e pertinentes ao seu desenvolvimento.

Mas engana-se quem pensa que essa confiança é cega. A temporada da pecuária, apesar de positiva, teve reação ainda tímida na comercialização. O arrozeiro segue apreen-sivo com a disparada dos gastos e das dívidas, assim como o triticultor ainda sonha com uma safra remuneradora de novo. Os problemas existem e precisam ser enfrentados com urgência. Aproveitando o ensejo da safra: sementes foram espalhadas na terra. Que cresçam na forma prometida e no clima que vier, sem nunca abandonar as raízes.

Blau Souza*

Tudo ocorre por acaso ou é determinado pelo destino, de acordo com o Mactub dos ára-bes? Penso nisso ao remexer em memórias antigas, que evocam outras ainda mais remotas, de pessoas que me foram muito queridas. Misturo gentes e ci-dades que participam na gênese de meus afetos: Lavras, São Jerônimo, doutor Crispim, o Coronel João Menino, o cas-telhano Orfilo e algumas in-confidências de minha sogra, a inesquecível dona Regina. Falo de coisas ocorridas cem anos atrás e que nunca aco-lherei como faço hoje. Inicio com anotação do estudante de medicina e remador Crispim Souza a falar de treinamento e piquenique pelas ilhas do Guaíba. Barco e guarnição do Tamandaré chegaram até São Jerônimo em 1913. Já em tempos de Segunda Grande Guerra, o comércio mundial sofria com o afundamento de navios mer-cantes. Era importante para o Brasil, contar com outro carvão mineral que não o importado da Inglaterra e a solução passava pela exploração das reservas existentes em São Jerônimo, no Rio Grande do Sul. Pelo menos em três frentes surgi-ram companhias que instalaram minas no Butiá, no Arroio dos Ratos e no Leão. A instalação e o funcionamento delas teve apoio decisivo do intendente de São Jerônimo, o coronel João Rodrigues de Carvalho, mais conhecido por Cel. João Menino e que administrou São Jerônimo enquanto Borges de Medeiros mandou no Estado. O apoio do município à mi-neração foi decisivo, diretores

1918: guerra, gripe, carvão, carreiras das companhias eram recebi-dos festivamente na estância do coronel, e não por acaso, as ruas iniciais do povoamento nas Minas do Leão receberam o nome das três filhas do inten-dente: Anita, Lourdes e Regina.Também em1918, o médico recém-formado, Crispim Souza voltou para sua terra e logo enfrentou o desafio da gripe espanhola. Instalou hospital improvisado nas antigas ins-talações de companhia inglesa, exploradora de minas de ouro. Morria muita gente pela gripe em todo o mundo e as comuni-dades preocupavam-se quan-do alguém desaparecia. Mas o castelhano Orfilo, guerreiro

e vaqueano da confiança de Crispim, quando intendente e nas revoluções, costumava desa-parecer de quando em quando. Com sua pequena estatura e rara habilidade, Orfilo era jó-quei de carreiras de cancha reta com renome em todo Estado. Naquele 1918, fora convocado para ser jóquei em carreiras, que se constituíam na principal atração das festas organizadas nas Minas do Leão para fes-tejar a abertura de um novo e importante poço. Afinal, os cavalos puro sangue do coronel João Menino exigiam jóqueis de categoria.

Como filho do Dr. Crispim,

casado com uma filha da dona Regina e neta do coronel João Menino, acorelho notas sobre 1918, ano marcado pelo final da Segunda Grande Guerra, pela gripe espanhola e por desafios enfrentados pelo Brasil, única nação sul-americana a partici-par diretamente da guerra. A busca de soluções mobilizava o Estado. Além do forneci-mento de carvão mineral, as charqueadas, por exemplo, foram forçadas a abandonar o sal de Cadiz e a substituí--lo por similar produzido no nordeste brasileiro. Gentes de terras remexidas em busca de ouro ou de carvão construíam vidas cheias de certezas e de quimeras. Tanto o coro-nel João Menino, quanto o doutor Crispim encerraram o protagonismo político ao acompanharem Borges de Medeiros em 1932, na Revolução Constitucionalista. Numa luta desigual, Borges apoiou São Paulo, tendo ao lado os antigos adversários libertadores, e enfrentando seus habituais defensores e pupilos republicanos: Getúlio Vargas, no plano federal, e Flores da Cunha no estadual. Com a derrota, Borges foi isolado em Recife; o coronel João Menino, da mesma forma que um tio e um primo meus, esteve preso por algum tem-po. Lá, privado da liberdade, o coronel foi companheiro de cela de um jovem que se iniciava na política: Alberto Pasqualini. Mas essa já é outra história, impregnada de recomeços e sem jamais abandonar a esperança ou a sina de buscar novos rumos.

*Médico e escritor

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O saldo é positivo da missão empresarial brasileira à China, realizada entre 4 e 10 de no-vembro, com organização da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O grupo participou de reuniões com importadores, órgãos públicos reguladores, distribuidoras e redes varejistas, com a meta de incrementar em US$ 395 milhões/ano as exportações do país apenas na área de frutas e lácteos. O presidente da Farsul e diretor responsável pelas Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, liderou a comitiva do setor agropecuário.

O primeiro compromisso foi uma reunião de alinhamento dos membros da delegação empre-sarial, incluindo os ministros Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), ainda no domingo (4). O dia seguinte incluiu se-minário sobre como acessar o mercado chinês, a cerimônia de abertura da China International Import Expo (CIEE) e debate com a Associação de Inspeção e Quarentena de Xangai e a Shanghai Golden Commercial Exhibition, com foco nas normas e procedimentos de certifica-ção e habilitação de produtos estrangeiros no país.

Na terça (6), o grupo visitou

a empresa Good Farmers, que atua no segmento de frutas, sucos, hortaliças e carnes. A marca desembolsou US$ 410 milhões, apenas no ano pas-sado, para importar abacaxi, kiwi, pitaya, banana e outras frutas. De volta à CIEE, na

quarta (7) — a convite da es-tatal Yili Group, que importa de 34 países — parte do gru-po conheceu as perspectivas para o futuro da indústria de laticínios chinesa. Destaque também para a visita ao cen-tro de distribuição Shanghai

Longwu Imported Fruit and Vegetable Wholesale Market, onde o grupo pode conferir o preço das frutas importadas, a variedade disponível e como elas são embaladas.

A missão empresarial teve programa parecido na quinta (8), só que no varejo: os representantes conheceram supermercado de produtos importados da rede City Shop. A agenda ainda contou com visita à Zona de Livre Comércio de Xangai e o showroom de produtos importa-dos D.I.G. “Conhecemos mais sobre os processos de entrada e desembaraço dos produtos importados na China”, rela-ta Gedeão. Seminário sobre comércio eletrônico chinês e jantar encerraram as atividades no país asiático.

Em meados de 2019, 50 mil matrizes terão sido inse-minadas artificialmente em Santa Catarina com auxílio do programa de assistência técnica e gerencial (ATeG) do Senar-SC. Em 2017/2018, fo-ram 18 mil fêmeas, com índice de prenhez positiva de 69%. “A média catarinense é entre 40% e 45%, então isso já deu um ganho muito grande para os produtores rurais”, desta-ca o coordenador estadual do programa em Bovinocultura de Corte, Antônio Marcos Pagani.

Essa realidade foi apresentada

Senar-RS participa de missão sobre assistência técnicana 1ª Missão Técnica em ATeG do Senar, realizada nas cidades catarinenses Florianópolis e São Joaquim, na primeira semana de novembro. Representantes de nove regionais da entida-de participaram da ação. Pelo Senar-RS, compareceram o su-perintendente, Gilmar Tietböhl, e o coordenador de programas especiais, Alexandre Prado.

Na capital, o grupo foi rece-bido pelo presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo. O roteiro no interior incluiu visitas ao sindicato rural do município, à Vinícola Leoni

de Venezia e às fazendas Serrinha e Água Branca. Conheceram as estruturas de manejo, es-tratégias de trabalho, projetos, resultados alcançados, desafios e inovações obtidas. Ao todo, são 28 grupos atendidos, em 75 municípios, beneficiando 840 produtores rurais. “A avalia-ção está sendo muito positiva”, garante o diretor de ATeG do Senar, Matheus Ferreira.

O médico-veterinário Wilson Castello Branco, pecuarista do município de São Joaquim (SC), é um dos atendidos. Ele conta que a assistência técnica ajudou

a melhorar diversos aspectos produtivos, do índice de pre-nhez e natalidade até o ganho de peso. “O programa foi a melhor orientação que tive em

pecuária de corte, principalmente no setor de manejo e alimen-tação de bovinos”, afirma ele. A família está na atividade há mais de seis décadas.

Empresários voltam da China otimistas com apelo do agronegócio

Comitiva brasileira prospectou negócios no país em novembro

Programa de Santa Catarina foi apresentado a outras regionais

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A última assembleia do Conselho de Representantes da Farsul em 2018, realizada dia 26 de novembro, em Porto Alegre, teve aprovação unânime das contas da entidade referentes ao exercício de 2018. O encon-tro ficou marcado, porém, por emocionante homenagem aos produtores que deixam a diretoria da Federação da Agricultura do Estado no triênio 2019-2021.

Vilson Turchetti (Jaguari), Pedro Piffero (Alegrete), Mauro Flores (Candelária), Jorge Rodrigues (Santo Augusto), Julio Silveira Filho (Uruguaiana), Jaime Stefanello (Fortaleza dos Valos) e Vasco Miranda (Santo Antônio das Missões) receberam placas com men-sagem de agradecimento pelo empenho e dedicação na defesa dos interesses da agropecuária gaúcha enquanto diretores da Farsul, mais antiga federação

estadual da agricultura do país.Ao lado da nova diretoria

executiva, o presidente Gedeão Pereira reconheceu que é sempre difícil fazer mudanças, mas que é um processo natural que já vinha acontecendo nas últimas gestões e contribui para o sur-gimento de novas lideranças. “Dói na alma quando amigos nos deixam. São grandes com-panheiros que lutaram por essa casa quando foi mais necessá-rio. Quero deixar o profundo agradecimento pelo período que estiveram conosco”, disse Gedeão. Destacou ainda que os diretores “não ficarão em casa”, pois conta com eles no processo de regulamentação e reativação das comissões temá-ticas, a partir de janeiro de 2019. “Não podemos nos dar ao luxo de perder essa experiência.”

Alguns dos homenageados fizeram breve discurso, em que

Farsul presta homenagem a produtores que deixam a diretoria

ressaltaram o aprendizado ad-quirido nos anos que compuseram a diretoria da Farsul e lembraram momentos e conquistas. Miranda disse que os anos de vivência “foram uma escola”. Rodrigues ressaltou a importância e a le-gitimidade do sistema sindical,

que acumulou uma “bagagem de conquistas” nos últimos 20 anos. “Muitas batalhas foram travadas, e vencemos a maioria delas. Para nós é uma satisfação e um apren-dizado muito grande”, afirmou. Stefanello desejou “uma nova história” de sucesso à diretoria,

enquanto os que deixam o gru-po continuam trabalhando pelo desenvolvimento econômico e social nas bases. “Obrigado pela oportunidade”, resumiu Turchetti. Flores agradeceu a colaboração dos colegas no trabalho e deixou o palco emocionado.

Desde março do ano passa-do, o Rio Grande do Sul passa por um profundo estudo que observa se o desenvolvimento socioeconômico de cada região acontece de maneira sustentá-vel: o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE-RS). A iniciativa causou uma forte mobilização do setor produtivo, preocupado em construir um retrato fiel da realidade em cada município envolvido, nas oficinas partici-pativas anteriores. Dezembro é o mês da quarta e última etapa do estudo (prognóstico), e a Farsul convoca produtores e lideranças para as nove reuniões, com duração de quatro horas.

De acordo com o coordenador da assessoria de desenvolvi-mento sustentável do Sistema Farsul, Domingos Lopes, até o momento, os produtos apre-sentados pelo consórcio res-ponsável indicam peso “bem equilibrado” entre economia e proteção ao meio ambiente. As oficinas de prognóstico, porém, são o momento de aferição final: com base nelas que as diretrizes para os próximos anos serão formuladas, traduzindo-se em políticas públicas e novas fer-ramentas regionais de gestão.

Ao longo de dois anos, mais de 6 mil páginas foram anali-sadas pela assessoria, gerando inúmeros pareceres da coor-denação do ZEE-RS, conta o técnico Marcelo Camardelli. “Conseguimos cobrar a revi-são de várias bases de dados que estavam sendo utilizadas”, acrescenta Eduardo Condorelli, assessor da presidência do Sistema Farsul. A equipe ressalta, porém, que é imprescindível a con-tribuição dos atores regionais, que efetivamente conhecem as particularidades locais e pode pedir correções, ainda na úl-tima hora.

As oficinas acontecem em Passo Fundo (10/12), Santa Maria (11/12), Santa Cruz do Sul (12/12), Caxias do Sul (13/12), Osório

(14/12), Santa Rosa (17/12), Alegrete (18/12), Pelotas (19/12) e Porto Alegre (20/12). Cada município é analisado em uma reunião específica, e a lista pode ser conferida no site oficial do ZEE-RS, onde também ocorrem as inscrições prévias.

Etapa final do ZEE-RS ocorre em dezembro

Turchetti, Piffero, Flores, Rodrigues, Silveira Filho, Stefanello e Miranda receberam placas

Assessoria de desenvolvimento sustentável do Sistema Farsul convocou produtores para oficinas

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A temporada de remates de primavera terminou com alta de 8,5% na média dos touros (R$ 9.565) e estabilidade na oferta (3.729 animais), aponta levantamento da Farsul e do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler-RS). O resultado indica recuperação do setor, que praticou a menor média dos últimos sete anos em 2017, em termos reais, após turbulências de mercado como Operação Carne Fraca, delação de executivos da JBS e fechamento de frigoríficos locais e no Brasil Central. A avaliação geral é de que os va-lores finais de 2018 superaram as expectativas.

De acordo com o presiden-te da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, os 33 eventos que tiveram representação da en-tidade no interior do Estado apresentaram uma realidade em comum: poucos animais puros de argola a galpão e liquidez nos remates de rústicos. A primeira realidade deve-se ao custo que o pecuarista tem de arcar para expor os animais, destaca. Já a pista limpa dos rústicos teve contribuição de inúmeros com-pradores de fora do Rio Grande do Sul. “Os preços não foram espetaculares, mas pela econo-mia de momento, consideramos bons”, completa o dirigente.

A lamentar, somente o recuo na comercialização de fêmeas, tanto nas médias (7,7%) quan-to na quantidade de animais

Temporada de primavera eleva média dos touros em 8,5%

arrematados (37%). A situação é inversa ao ano passado, quando foram os machos quem sofre-ram mais. Schardong entende que pode haver relação com o desaquecimento de venda de gado em pé para a Turquia — que, além de representar uma oportunidade comercial ao pe-cuarista gaúcho, ajuda a elevar o preço médio interno praticado. Na temporada de outono deste ano, por exemplo, a média su-biu 5,43%, enquanto a expor-tação de animais vivos cresceu 162% no primeiro semestre. “O desempenho nos ventres está sempre muito ligado ao mercado de terneiros”.

O levantamento contempla exposições agropecuárias e re-mates particulares. Em Lavras do Sul, por exemplo, três remates de touros e ventres venderam

1.550 animais, com a marca da liquidez, conta o presidente do sindicato rural do município, José Antônio Fabrício de Souza. “Dentro da realidade atual, foram bem razoáveis (os leilões). Pela qualidade dos animais ofertados, o interesse foi grande. Não po-demos nos queixar”, afirma. A 75ª Expolavras somou R$ 2,94 milhões em remates de bovinos.

A próxima temporada, por

outro lado, tende a trazer um cenário diferente.

O presidente da Conexão Delta G, Eduardo Eichenberg, também lembra das possibilidades de mer-cados como Irã, Arábia Saudita e Egito — que, mesmo com preços menores, trazem segurança no investimento de cria. Já sobre o desempenho desta primavera, afirma que os 11 remates do grupo associado teve liquidez e bons

preços. “A maioria ofereceu a mesma quantidade de touros e houve demanda, ou seja, o merca-do absorveu essas quantidades”, avalia. Além do Brasil Central, a Região Noroeste e as Missões foram grandes compradoras, pela capitalização da soja. Outro destaque foi o recorde de comercialização da raça Hereford no país, R$ 80 mil, pelo touro Mike Tyson, da Estância Guatambu.

Histórico das temporadas de remates de primaveraAno Nº de touros Nº de fêmeas Média touros* Média fêmeas*2014 5.036 4.118 R$ 8.492 R$ 2.9592015 5.350 6.835 R$ 9.741 R$ 3.3662016 5.096 6.692 R$ 9.937 R$ 3.5372017 3.720 5.349 R$ 8.819 R$ 3.4052018 3.878 3.729 R$ 9.566 R$ 3.135

*Valores nominaisFonte: Sindiler/RS e Farsul

Remates da 75ª Exposição de Lavras do Sul venderam mais de 1,5 mil bovinos, com faturamento total de R$ 2,94 milhões

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Alcy Cheuiche*

— Três dias sem beber água. Quem tentou sair do galpão levou um tiro e morreu.

— Por que isso, Vô Jorge?— Não foi por maldade, Perico. Era só a revolução.Perico, ou Pedrinho, conforme era chamado pelo

avô ou pela avó, encheu outra vez a cuia do mate com água quente. Entregou-a com cuidado ao velho e colocou a cambona junto das brasas. Sabia que ele ficaria calado até que o ronco final lhe soltasse a língua.

— Três dias sem chimarrão, sem café, só secura na boca, nos olho, no corpo todo. Pela cara dos outros dois, eu adivinhava a minha.

O guri recolheu a cuia, encheu um mate para si, e só então perguntou, com cuidado, para não afugentar o causo:

— Quem eram os outros dois, Vô Jorge?— O castelhano Paniágua e o índio Gabriel. Ou

o que sobrava deles...Perico chupou mais dois goles, olhando direto para

os lábios do velho, quase tapados pelo bigode branco, manchado de nicotina, até que voltassem a se mover.

— O correntino tinha bebido todo o mijo dele, de manhã cedinho. Agora tava com a faca na mão, olhando o índio com um olho e eu com o outro.

— ...— Tava escolhendo o que ele ia degolá primeiro,

pra bebê o sangue, o desgraçado.O velho Jorge bateu com a mão esquerda na perna,

e o neto saltou do banco, encheu logo outro mate e colocou a cuia na mão que a esperava, aberta em garra. Um gole só, que levantou o pomo-de-adão no pescoço fino, e a voz rouca sentenciou:

— O mate tá frio, mas não percisa aquecer mais água. Já tou verde por dentro.

Perico pegou a cuia e colocou-a no suporte ao seu lado. Se o avô se levantasse, estaria tudo perdido. Mas ele tateou os bolsos e o menino sorriu. Vai fechar um cigarro. Quem sabe hoje ele me conta tudo... Vem negaceando há dias.

— Quer que eu escolha a palha, vovô?— Pra que? Dedo não precisa de olho... Tu sabe?

Foi com esta faca aqui que o Paniágua ia degolá o índio Gabriel... ou a mim.

— Mas vocês não eram amigos? Não estavam peleando do mesmo lado?

— Era sim. Mas o Paniágua tava no direito dele, tava morrendo de sede.

O velho escolheu uma palha do maço e come-çou a sová-la com a lâmina da faca. Experimentou a textura entre os dedos e colocou-a atrás da orelha. Guardou o maço no bolso da camisa e, com a mesma mão esquerda, tirou o naco de fumo da guaiaca, no lugar onde, antigamente, guardava o relógio de bolso. Começou a tirar rodelas do fumo amarelinho, assim como quem descasca uma laranja. De vez em quando cheirava o côncavo da mão, e sorria.

Perico sacudiu a cabeça, louco para saber o fim da história. Mas o ritual era como na missa. Tinha que esperar que o avô sovasse o fumo picado, entre as duas mãos, num gesto de carinho. Que tirasse a palha guardada atrás da orelha, a dobrasse ao com-prido e colocasse o fumo desfiado dentro dela. Que enrolasse o cigarro e passasse a língua pela beirada da palha áspera, para ficar bem colado. E tinha mais uma coisa. Nunca usava o isqueiro a gás. Pegava do bolso da bombacha um dos antigos, de mecha

comprida e pederneira, e ficava batendo com a mão na rodinha até as faíscas pegarem fogo na ponta da mecha. Soprava então a brasa diminuta até que ficasse forte o suficiente para encostar nela a ponta do cigarro e acendê-lo, puxando baforadas que lhe murchavam as bochechas. Ufa! Agora os lábios se moveram de novo debaixo do bigode.

— O que nos salvou foi o mata-olho.— Mata-olho? Foi esse castelhano que matou os

olhos do senhor, Vô Jorge?O velho riu alto, engasgou-se e cuspiu certeiro

nas brasas. — Já te contei que foi esta nuve branca que me

tapou as vista. E levou tempo.— Mas... E o tal de mata-olho?— É uma árvore muito comum lá na fronteira. E,

para nossa sorte, tinha uma quase grudada na janela daquele galpão.

— Não entendo mais nada, vovô.O velho Jorge deu uma tragada comprida e aco-

modou a brasa do cigarro com a unha do polegar esquerdo, grossa como um casco.

— Te lembra que o galpão tava cercado há três dia, não por nossa causa, mas porque eles pensava que o nosso patrão, o Major Laurindo, tava lá dentro com a gente. Essas mentira de guerra, porque o Seu Major tava na Santa Casa do Alegrete, ferido no combate da ponte.

— E por que vocês não avisavam eles? Atavam um pano branco num pau e...

O avô riu novamente e, desta vez, engasgou-se de fato. Cuspiu, ficou vermelho, e só recuperou-se depois de duas boas tragadas no palheiro.

— Tu aprende essas coisa no cinema e pensa que é verdade. Pano branco... Eles davam tiro em tudo que se mexia, e nós também. Entramo sete no galpão e quatro já tavam morto perto do poço. Eles sabiam que nós tinha muita munição porque pegamo deles mesmo. E que o Paniágua atirava de Comblaim, de mira, até em cabeça de passarinho. Como queriam mesmo era o Seu Major, resolveram nos matá de sede.

— Ou se degolando pra bebê o sangue...Perico disse isso e calou-se, assustado. A vó Mariana

não gostava que o marido lhe contasse essas histórias de revolução. E ele, de medo que ela chegasse de repente, podia não dizer mais nada. Felizmente, ela anda lidando no forno desde cedo e só vai ter perigo quando o Vô Jorge sentir o cheiro do pão quente.

— E aí, vovô, o que aconteceu?O velho pareceu não ouvir a pergunta, ocupado em

bater a pedra do isqueiro para acender o cigarro, que apagara outra vez. Mas logo que puxou uma baforada, acomodou-se no banco e falou, com ar sonhador:

— Se o índio Gabriel não fosse meu parceiro de truco, o Paniágua perigava ter nos carneado os dois.

— Como assim?— Quando adivinhei que o correntino ia degolá um

de nós, eu pisquei o olho direito para o índio, tu sabe, a senha do ás de espadas. Ele entendeu e se preparou. Antes que o castelhano se levantasse, nós nos botamo nele, tomamo a faca e atiramo a carabina pra longe. Aí nós amarramo ele com um sovéu, que nem um salame, e ele ficou quieto, só bufando com a boca seca.

— ...— Bueno, passado o perigo, tudo tava igual pra nós:

a sede parece que voltou ainda mais forte. Foi quando o índio Gabriel veio com a história do mata-olho.

— ....— Ele me falou bem assim, cada palavra saindo

dura pela boca: tu já tentou achá água com forquilha? Meu pai tinha o dom e achou muitas vez. Mas eu não herdei isso dele. Quem sabe tu experimenta?

— Forquilha para achar água? gaguejou Perico.— Eu também não conhecia, mas logo fiquei sa-

bendo. O Gabriel disse para eu pegar a Comblaim do Paniágua e dar uns tiros pelo buraco perto da porta. Enquanto eu fazia isso, ele abriu o postigo da janela dos fundos e arrancou um galho do mata-olho.

— Um galho... grande?— Que nada! Um pequeno, assim de uns dois palmos.

Quando parou o tiroteio, ele puxou da faca e ajeitou a forquilha, com as três partes mais ou menos do mesmo tamanho. Despois olhou para mim e disse: a gente se-gura os dois lados da forquilha, assim, presta atenção, deixando a ponta para a frente. Pega e faz como eu disse.

— ....— Eu peguei, mesmo achando que era uma bo-

bagem, e ele me disse: caminha pelo galpão, sempre segurando firme as duas ramas da forquilha. Se tu tiver o dom, e se tiver água aqui debaixo do chão, a ponta da forquilha se dobra por conta própria e mostra onde a gente deve cavar.

— Que coisa mais esquisita, Vô Jorge...— Também pensei isso na hora, mas foi o que nos

salvou. Peguei a forquilha de mata-olho e fiz como o índio me disse. Fui caminhando pelo galpão, até que, perto duma tarimba quebrada, com uns pelegos por cima, a forquilha se mexeu por conta dela e apontou para o chão.

— Apontou... para o chão?— Sim senhor. E aí o índio Gabriel pegou uma

pá e se prendeu a cavar como um louco. Quando ele cansava, eu pegava a pá. Quando o buraco já tava com quase dois metro de fundura, apareceu o barro. Mais um palmo e a água brotou, tanta, que pudemo bebê de caneca.

— Que lindo, vovô!— Tão lindo que nós demo mais uns tiros, quase

festejando, desatamo o correntino e deixamo ele se enchê de água. Mas sem esta faca, que ficou comigo de lembrança.

— E depois, Vô Jorge?— Dois dia despois, a nossa gente chegou do

Alegrete e levantou o cerco, botando todo mundo a correr. E nos tiraram do galpão, os três meio morto de fome, mas com as barriga cheia d´água.

— ...— Foi assim, Perico, sem mentira nenhuma, como

eu to te contando.

*Escritor

A forquilha de mata-olho

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Nova ministra da Agricultura ganha apoio do setorA deputada federal Tereza

Cristina da Costa Dias (DEM), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, foi indi-cada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para ocupar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a partir de 2019. Ela substituirá Blairo Maggi na liderança da pasta, que aliás permanece separada do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O anúncio da nova ministra teve recepção favorável do setor produtivo. Por meio de notas, Farsul e CNA endossaram o nome e ofereceram apoio na condução da política agríco-la nacional. A Confederação destacou que, enquanto parla-mentar, Tereza Cristina “[...] sempre atuou na defesa dos produtores rurais brasileiros e agora, como ministra, terá condições de trabalhar ainda mais em benefício do setor”. Já a Farsul está “à disposição

primeiro mandato, ganhou destaque pela defesa dos interesses dos produtores rurais brasileiros, sendo uma das vozes mais influentes do projeto de lei (PL 6.299/2002) que estabelece alterações nos processos de registro e au-torização de agroquímicos no país. A meta é acelerar

a introdução de tecnologias no campo, que hoje leva de seis a oito anos para serem aprovadas, conforme relatório.

Ela então repetiu os 75 mil votos nas eleições gerais de 2018, sendo a quarta candi-data mais votada no Estado para a Câmara dos Deputados. Durante a campanha, apoiou

publicamente o candidato a presidência pelo PSL.

A nova ministra promete dar especial atenção à abertura de mercados, principalmente na Ásia, que apresenta maior potencial de absorção dos pro-dutos agropecuários brasileiros. Também é favorável ao avan-ço da produção sustentável, que segundo ela pode trazer ganhos comerciais (“Se tiver sinergia, todo mundo ganha: tanto o ambiental quanto quem está produzindo”) e defende a aprovação imediata do PL dos Agroquímicos, que traria “modernidade, governança e transparência” à legislação e contribuiria para o uso de produtos mais tecnificados e menos tóxicos.

Outros pontos que preten-de trabalhar são a oferta de crédito e assistência técnica aos produtores rurais e o for-talecimento da subvenção ao prêmio do seguro agrícola.

da futura ministra [...] para auxiliar naquilo que for preciso para as melhorias necessárias às atividades do homem e da mulher do campo”. As notas são assinadas pelos respectivos presidentes, João Martins e Gedeão Pereira.

Tereza Cristina tem 64 anos, nasceu em Campo Grande (MS) e é formada em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa, de Minas Gerais. A carreira política inclui a ge-rência de quatro secretarias no seu estado de origem: Planejamento, Agricultura, Indústria e Comércio e Turismo. Também exerceu cargo de diretora-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro/MS) e da Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS-Mineral).

Foi eleita deputada federal em 2014, com 75 mil votos no Mato Grosso do Sul. Nesse

Deputada federal Tereza Cristina foi anunciada por Bolsonaro

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O contraste entre o verde dos campos e o laranja das áreas dessecadas anunciam, logo ao atravessar a primeira porteira, que a época é de trabalho acelerado na Estância Santa Maria, a 52 quilômetros do centro de Bagé. Hora de colocar a semente na terra para mais uma safra de soja na região, o que gera toda uma dinâmica dentro da pro-priedade. Do campo, o azevém vai para o silo; o gado troca de coxilha ou ganha novo destino; as máquinas pedem passagem.

“Vamos a campo antes que chova”, convida o proprietário da Santa Maria, Gedeão Pereira, 70 anos, observando o céu nublado que descansa sobre o coração do pampa, como chama a região. De colete cinza da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) e a logomarca da es-tância estampada na camionete e no boné, o homem lidera uma curta viagem até uma das seis unidades que compõem a fazenda, que ainda trabalha com pecu-ária de corte, arroz em várzea e florestamento.

O cartão de visita é uma vaquilhonada de cerca de 200 animais da raça Hereford, uma prova da excelência genética e produtiva da Santa Maria. As fêmeas hoje chegam ao primeiro entoure com pouco mais de um ano de idade por lá. “Significa que, já na próxima temporada, estarão produzindo o primeiro terneiro”, lembra Gedeão. O

Genética e agricultura de precisão: Gedeão abre as porteiras da Santa Maria

peso médio ultrapassa os 330 quilos, o que indica, além de uma seleção genética de ponta, cuidados intensos em nutrição animal. Os ganhos do rebanho variam de 0,8 quilo a 1,5 quilo por cabeça/dia ao longo do ano.

O gado fica alerta quando o capataz chega, montado em uma motocicleta. “Só de vez em quando que ele vem a cavalo”, avisa o proprietário. Quando precisa, Gedeão aciona os fun-cionários pelo rádio, porque o sinal de telefone é nulo. Vários deles inclusive usam aparelhos “castelhanos”: graças à proxi-midade com a fronteira, é pos-sível pegar a rede uruguaia e ter

acesso a internet e aplicativos como o WhatsApp.

A verdade é que a fazenda, de certa forma, já foi uruguaia. “Ficamos por um acidente geo-gráfico do lado de cá”, diz ele. A morte dos avós, em 1927, vítimas da febre tifóide, fez o bageense Alcebíades Jacinto Pereira, pai de Gedeão, atra-vessar a fronteira, onde herdou 80 hectares de terra e arrendou outros tantos. Esse foi o ponto de partida da Estância Santa Maria, que aos poucos voltou ao lado brasileiro, pela aquisição de campo. “Se tivermos condição de comprar um metro de solo, compramos”, conta ele.

A Santa Maria cresceu em regime de sociedade entre os pais, Gedeão e os três irmãos. Destes, apenas ele e uma irmã estão vivos. Mas a família está definitivamente maior hoje, como era de se esperar. Gedeão tem três filhos e cinco netos. Aquele que leva seu primeiro nome, Gedeão Avancini Pereira, o Dom, hoje administra, de modo autônomo, várias partes do negócio. E é bem provável que mais uma gera-ção de agricultores se consolide nos próximos anos: Conrado, 19 anos, cursa administração em Porto Alegre e já mostra vocação para a lida do campo, orgulha-se o avô.

Dom é quem comanda o des-file de plantadeiras numa das áreas de soja da propriedade quando Gedeão chega, ao cair das primeiras gotas de chuva. São duas máquinas de precisão, característica comum a todo o processo produtivo desde que o grão é cultivado, há oito ou nove anos. Isso porque a Santa Maria tem a meta clara de eliminar as adversidades que marcam a atividade agrícola. Conta, por exemplo, com seis pivôs centrais para a soja, que cobrem área de 690 hectares. Ao todo, foram semeados 3 mil hectares com a oleaginosa este ano.

Já na próxima década, a

produção deve se tornar 100% irrigada, possivelmente ado-tando sistemas inteligentes de medição e controle de água, por meio de sensores no solo, em paralelo. O investimento retorna rapidamente, garante Gedeão. “Ano passado, que teve seca, colhemos 15 sacos por hectare sem pivô e 60 com ele”, relata. “Seguro, pecuária forte e pivô central são coisas que não podemos abrir mão.”

Parte da área, no inverno, serve para o plantio de azevém, que abastece marca própria do negócio: as Forrageiras Santa Maria (azevém, cornichão e trevo branco), comercializada com vizinhos e outros produtores da região. Já o arroz é produzido em várzea, com investimento em 500 hectares. A água utili-zada vem das represas criadas artificialmente ao longo dos mais de 40 anos que a família aposta na cultura.

Toda essa produção de grãos é encaminhada à estrutura de ar-mazenagem, com capacidade de 270 mil sacos, o que representa melhores condições de negociação comercial, sem o imediatismo de ter de vender logo para dar lugar a outras culturas.

Alguns números mais pre-cisos da propriedade, Gedeão não consegue lembrar. É o preço que paga por dedicar a maior parte da semana ao comando da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), tarefa que exerce desde o falecimento do ex-pre-sidente e amigo pessoal Carlos Sperotto, em dezembro de 2017. Geralmente, fica de segunda a sexta em Porto Alegre, enquanto o papel de produtor rural fica para os finais de semana. “Hoje, aqui eu sou visita”, afirma. Mas exagera um pouco — numa das voltas pela Estância, tinha na ponta

da língua a semana em que uma das áreas seria semeada e onde estava cada parte do rebanho.

A realidade está posta nos próximos três anos: Gedeão Pereira foi eleito no início de novembro para o triênio 2019-2021, em chapa única, composta ainda por 30 diretores de todas as regiões do Estado. Mandato que promete ser movimentado: além de presidir Farsul, Senar-RS e Casa Rural, tornou-se recente-mente o diretor responsável pela área de Relações Internacionais da CNA, em função da experi-ência em negociações externas, principalmente na América do Sul. A liderança exigiu dele, recentemente, uma semana de viagem à China, com o objetivo de prospectar negócios para os setores de frutas e laticínios, entre outros. Gedeão é também representante da CNA no Fórum Mercosul da Carne (FMC) e na Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm).

É uma responsabilidade que o médico veterinário, formado em 1971, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), talvez não

esperasse em meados da década de 1970, quando iniciou a traje-tória de representação classista, na diretoria da ABHB. Em 1992, tornou-se o primeiro presiden-te da configuração que uniu a Associação Rural e o Sindicato Rural de Bagé. À frente da en-tidade, foi um dos responsáveis pela implantação da filosofia do “Novo Ruralismo”, que enfrentou a onda de invasões de terra pelo Movimento Sem Terra (MST ) e

as vistorias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). As mobilizações o levaram até a Farsul, onde comandou a Comissão Fundiária, depois foi diretor e 1º vice-presidente de Sperotto, para enfim assumir a presidência da instituição.

Gedeão lembra bem a primeira vez que veio para a Farsul, his-tória que começou muitos anos antes, quando moço. A Santa Maria recém tinha se tornado a

primeira propriedade do Brasil a reduzir a idade de abate para 24 meses, nos idos de 1970. “Era um resultado (redução da idade do abate) que causava muito espanto na época. Foi a minha primeira viagem repre-sentando o Hereford, e logo para conhecer a Farsul, uma entida-de enorme”. Não por acaso, da cadeira presidência, faz quetão de estimular novas ideias para o agronegócio, bem expressas na figura das agro startups.

Como que para marcar a me-mória, o líder da Farsul fez uma última parada na propriedade, no terreno mais elevado, a poucos metros da casa onde mora. De lá, o olhar é capaz de alcançar Bagé, a vizinha Dom Pedrito e também o Uruguai. Lugares que compartilham a singular beleza do pampa, com a contribuição humana. A marca da Estância, que lembra um coração invertido, faz então todo sentido. Pois o campo faz a Santa Maria, e vice-versa. E ela está, como bem diz Gedeão, no coração do pampa.

Texto Samuel LimaFotos Tiago Francisco

Presidente da Farsul, Gedeão Pereira comanda propriedade diversificada, tecnológica e de gestão afiada no município de Bagé

Pivôs centrais garantem a irrigação de 690 hectares de soja; meta é cobrir toda a área com o sistema

Plantio da soja, presente há quase uma década na Santa Maria, é realizado com maquinário de ponta

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Dez empresas inovadoras (startups) do agronegócio estão sendo coloca-das frente à frente com seus potenciais clientes, produtores rurais gaúchos, para conhecer as necessidades tecnológi-cas do campo e discutir soluções. É a chamada fase de imersão do programa AgroTech, lançado no primeiro semestre deste ano pelo Sebrae/RS. Os encon-tros são organizados pelo Senar-RS, parceiro da ação.

Até o momento, ocorreram duas reu-niões. A primeira, no dia 8 de novembro, teve apresentações e debates na sede da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, seguida por visita técnica à vinícola Larentis, também no muni-cípio. Ela foi especialmente proveitosa para startups como a Pomartec, que trabalha com fruticultura de precisão.

Já no polo da Rede e-Tec do Senar-RS em São Sepé, que sediou o segundo encontro, o enfoque esteve na produção de soja e na pecuária de corte, trazendo informações relevantes para o rumo de negócios como a Eirene Solutions (pulverização agrícola), a Drytech (se-cagem de grãos) e a Partamon (manejo integrado de pragas). O grupo também visitou uma propriedade local, a Fazenda do Cinamomo, para entender melhor a rotina diária a campo.

As startups ainda devem passar por uma terceira reunião técnica com pro-dutores, em São Miguel das Missões, na primeira quinzena do mês, apro-veitando evento do programa Juntos para Competir — realizado por Farsul, Senar-RS e Sebrae/RS. A partir desse contato com os clientes, elas devem revisar a estrutura e as estratégias da empresa e formular uma apresentação rápida, que será colocada em prática em um dia de demonstração (demo day). Nele, estarão aceleradoras, incubadoras, fundos de investimento e potenciais parceiros para alavancar os negócios.

Para o chefe da Divisão de Inovação e Ações Especiais do Senar-RS, Taylor Guedes, a conexão entre empresas novas e a produção é fundamental para que novas e eficientes tecnolo-gias sejam adotadas rapidamente no campo, contribuindo para a compe-titividade do setor agropecuário. Ele cita como exemplo o evento Jovens em Campo, da Comissão de Jovens Empresários Rurais da Farsul, em que recentemente duas startups apre-sentaram seus produtos Uma delas fechou parceria com propriedade de Rosário do Sul para testes.

O AgroTech envolveu 12 etapas de lapidação de negócios, com aulas

sobre temas como perfil empreendedor, design thinking (método baseado na identificação de problemas, soluções, criação de protótipos e testes), me-lhoria dos produtos, estruturação das empresas e marketing, entre outros. As demais startups são Acerto Fácil Pagamentos, Agrocloud, Agridados, Avelã Public Affairs / Avelã Big Data, Raks — Tecnologia Agrícola e Tech Food.

Programa aproxima startups da realidade do campo

Empresas inovadoras apresentaram produtos a agricultores da Serra Gaúcha

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O prazo de vacinação do rebanho contra a febre aftosa foi prorrogado para 10 de de-zembro no Rio Grande do Sul pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O pedido foi en-caminhado pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), após reunião com entidades do setor produtivo, entre elas a Farsul, no final do mês.

Técnicos constataram falta de vacina no comércio agro-pecuário em diversas regiões do Estado e também nas dis-tribuidoras no período regular da campanha, que era de 1º a 30 de novembro. Até a data final, somente 60% do reba-nho de até 24 meses de idade estava imunizado, em torno de 2,85 milhões de animais. A meta desta segunda etapa do ano era de 90%.

Segundo a coordenadora do Programa de Combate à Febre Aftosa no Estado, Grazziane Rigon, o desabastecimento da vacina ocorreu devido às modificações do produto para 2019. As agropecuárias credenciadas acabaram com-prando menos doses do que o necessário, temendo eventu-al perda financeira com uma subutilização de estoques. A principal diferença entre os produtos está no volume da vacina, que passa de 5 mi-lilitros para 2 mililitros. O Mapa justifica a alteração como forma de reduzir as reações

provocadas pela aplicação, como nódulos e inflamações.

A Secretaria informa que a compra e a aplicação das doses são obrigatórias e de responsabilidade do produtor. Quem não participa fica sujeito à multa, que varia conforme o número de animais. Ele deve estar atento ainda à compro-vação do procedimento nas inspetorias agropecuárias, por meio da apresentação de notas fiscais, até cinco dias úteis após o prazo final da etapa, portanto, 17 de dezembro.

AuditoriaAinda este mês, o vice-

-governador do Rio Grande do Sul, José Paulo Cairoli, manifestou ao presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, a intenção de oficializar pe-dido de auditoria técnica do sistema de controle da febre aftosa junto ao Mapa, até o dia 7 de dezembro. É uma

forma de reforçar a sanidade do rebanho, apontando falhas e insuficiências nos procedi-mentos, e também serve como etapa no processo de retirada da vacinação contra a doen-ça, que depende da vinda de técnicos de Brasília.

O governo estadual traba-lha com a possibilidade de antecipação, a exemplo do Paraná. Já o plano do Mapa hoje é autorizar a ação somente em 2021. As duas realidades são vistas com preocupação pela Farsul, que pede caute-la na suspensão, garantindo a ampliação de recursos, o fortalecimento do sistema de defesa sanitária e maior diálogo com outros países sul--americanos. O status sanitário de zona livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), pode benefi-ciar a produção gaúcha com novos mercados.

Vacinação prorrogada no EstadoProdutores de hortifruti-

granjeiros da região do Vale do Taquari receberam certi-ficados de boas práticas na produção, ganhando um di-ferencial na venda no varejo. Eles atingiram 80% ou mais de conformidade técnica com apoio do projeto Qualificar Fornecedores de FLV (frutas, legumes e verduras), do pro-grama Juntos para Competir (Farsul, Senar-RS e Sebrae/RS) em parceria com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). O objetivo é qualificar os agricultores, de olho nas exigências cada vez maiores dos consumidores em termos de qualidade e procedência.

No primeiro ano do projeto, iniciado em 2016, os produtores implantaram caderno de campo para controle da produção, fo-cando em aspectos gerenciais e promovendo a rastreabilidade dos produtos. No seguinte, entraram as boas práticas agropecuárias, que se trata de um conjunto de normas e recomendações técnicas. As ações estimuladas incluem cuidados no trato, apli-cação de defensivos agrícolas e uso correto de equipamentos de proteção individual, entre outros temas. A verificação ocorreu nas últimas semanas, com auditoria individual nas propriedades, sendo então en-caminhados os certificados.

A capacitação é um impulso para uma iniciativa mais ampla: o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos

Produtores recebem certificados(Rama) para o grupo FVL, lan-çado em 2011 pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Ele busca adequação à instrução normativa publica-da em fevereiro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esta traz exigência legal de iden-tificação de lotes a produtores de alimentos até 2020, com antecipação de calendário para determinadas culturas.

A entrega dos certificados aos agricultores do Vale do Taquari aconteceu em 27 de novembro, em hotel de Lajeado. Também participaram do encontro supermercadistas e prefeitos dos municípios onde estão localizadas as propriedades.

Pisa e ILPApós quatro anos, 119

propriedades do Programa Pisa (Produção Integrada em Sistemas Agropecuários), do Juntos para Competir, estão encerrando atividades em 2018. Os resultados serão apresentados em 6 de dezem-bro, no Ginásio de Esportes de Lagoa dos Três Cantos, com palestras e homenagens. No dia seguinte, São Miguel das Missões ainda sedia a última etapa do projeto coletivo de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) do Juntos para Competir, incluindo apresentações dos produtores e dia de campo.

Gedeão e Cairoli trataram sobre auditoria técnica do Mapa

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Informe Rural

Obs.: os valores são posto na propriedade e incluso Funrural. *Projeção Fonte: Conseleite/RS

Informe SindicalSebrae/RS

O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, estará no comando do Conselho Deliberativo do Sebrae/RS no quadriênio 2019-2022. Ele foi eleito em 20 de novembro, em reunião extraordinária do grupo, em Porto Alegre, e substitui o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, no cargo. A diretoria executiva será formada por André Godoy (diretor superintendente), Ayrton Ramos (diretor técnico) e Marco Aurélio Paradeda (diretor de administração e finanças).

Banrisul

Os executivos do Banrisul Odir Antônio Zalamena (Negócios Rurais), Fouad Fábio El Beitune Said (Expansão de Agronegócios) e Márcio Kaiser (Gestão de Pessoas) trataram sobre os planos da instituição financeira gaúcha para ampliar a participação de mercado no segmento agropecuário com a Farsul, dia 13 de novembro, em Porto Alegre. O grupo foi recebido pelo presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, pelo superintendente da Casa Rural, José Alcindo de Souza Ávila, e pelo diretor da Federação Fábio Avancini Rodrigues.

LeiteO valor de referência do leite gaúcho terá nova queda em novembro, na ordem de 5,4%, para R$ 1,0920 o litro. A projeção é do Conselho Estadual do Leite (Conseleite/RS), com base em reunião no dia 20 de novembro. Se confirmada, será a quarta redução con-secutiva no preço recebido pelos produtores, 15,7% menor do que a cotação do litro em julho (R$ 1,2949). “Essa instabilidade é terrível para o produtor”, decla-ra o presidente do Conseleite/RS, Pedrinho Signori, secretário-executivo da Fetag-RS. O valor consolidado de outubro ficou em R$ 1,1548.

Técnicos em agroAlunos do Curso Técnico em Agronegócio do Senar-RS participaram de uma série de encontros especiais em novembro. Estudantes do 3º semestre em Cruz Alta visitaram a sede da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), enquanto outra turma, de 2º semes-tre, aprendeu sobre técnicas de produção animal na Universidade de Cruz Alta (Unicruz). Em São Sepé, estudantes de 4º semestre acompanharam palestra sobre gestão rural com o especialista Rogério Bastos. A iniciativa deve abrir novo processo seletivo no primeiro semestre de 2019.

Mapa

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, teve reunião com representantes de entidades do setor produtivo na sede da Farsul, em Porto Alegre. A pauta tratou de questões pendentes com o atual governo. O diretor administrativo da Federação, Francisco Schardong, coordenou o encontro, com participação do deputado e ex-secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo.

Arroz

O presidente da Comissão do Arroz da Farsul, Francisco Schardong, levou as preocupações do setor arrozeiro gaúcho ao governo federal, dia 27 de novembro, na última reunião do ano da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do grão, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

InflaçãoDe janeiro a outubro deste ano, o custo de produ-ção acumula alta de 11,5%, enquanto os preços recebidos avançaram 23,4%. A explicação está na variação cambial, com desvalorização de 18% na moeda brasileira nos últimos 12 meses. O cálculo é da assessoria econômica do Sistema Farsul, que divulga boletim mensal de índices de inflação no agronegócio gaúcho. Em outubro, os custos aumentaram 0,67% e a remuneração caiu 0,66%.

EquinosOs laboratórios veterinários credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) agora podem realizar o diagnóstico da anemia infecciosa equina de maneira mais ágil, por meio do método conhecido como Elisa, autorizado recen-temente pela pasta federal. Antes, o único método disponível demorava, no mínimo, 48 horas, o que acabava atrasando a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) em caso de participação dos ani-mais em competições esportivas, comercialização ou transporte de qualquer natureza. A escolha é do proprietário, destaca o Mapa.

Santo Ângelo

O produtor Laurindo Nikititz é o novo presidente do sindicato rural. A cerimônia de posse ocorreu em 23 de novembro, com a presença do presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, do diretor administrativo da Farsul, Francisco Schardong, e de outras autoridades. A diretoria é formada por Lourenço Bittencourt, Mauro Antônio Mousquer e Josemar Dalsochio.

CandiotaReeleito, Marco Antônio Marimon Domingues ini-cia novo mandato, com Roberto Luiz Quintanilha, Arturo Isasmendi, Clair Soares, Igor Brum, Vera Maria Rosa Neto e Manoel Inácio Costa na diretoria.

SoledadeA liderança do sindicato segue com o presidente José Pedro Turela. Olavo Sebastião Valendorff, Vilson de Freitas, Maria Batista, Eliur Ortiz e Álvaro Brusamarelo formam a diretoria.

São JerônimoJosé Alcindo de Souza Ávila será conduzido no-vamente à presidência do sindicato em novembro, tendo como diretores Marcos Aurélio Bressan, João Luiz Ferreira, Renato de Azevedo, Erasmo de Souza Neto e Vitório Possamai.

Santa Vitória do PalmarEduardo Coutinho Rodrigues foi reeleito presidente do sindicato. A diretoria tem Francisco Amaral, Felipe de Oliveira, Jacques Lestan, Gustavo Petruzzi, Dênis Bacelo e Renato Amaral

ItacurubiIdenio Diniz Martins Portela é o novo presidente do sindicato. Helio Luiz Coletto, Bibiano Pavão, Luiza Coletto, Marco Antônio Caitano, Nelci José Coletto e Osmar de Vargas são os diretores.

JaguarãoO sindicato tem novo presidente: Hélio Jacques Affonso. Os diretores são João Paulo Silveira, João de Moraes, Omar Ferreira, Jair Feijó, Jonas Barreiros e João Pedro Jacques.

Salto do JacuíLuiz Claudio Goelzer inicia novo mandato em novem-bro. A diretoria é formada por Diniz José Fernandes Filho, Samuel Ceolin, Vicente Schneider, Gilmar Ceolin, Jorge de Moraes e Adelar Maciel Corrêa.

Passo FundoO novo presidente do sindicato é Julio Carlos Susin. Os diretores são José Volnei Dal’ Maso, Jair Rodrigues, Carolina Nothen, Iliana Artuso, Ademir Fabris e Erny João Lago.

Preços de ReferênciaMatéria-prima (l) Setembro Outubro Novembro*Acima do padrão R$ 1,3450 R$ 1,3280 R$ 1,2558Padrão R$ 1,1696 R$ 1,1548 R$ 1,0920Abaixo do padrão R$ 1,0526 R$ 1,0393 R$ 0,9828

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A colheita do trigo chegou ao fim no Estado, com expectativa de 1,8 milhão de toneladas em área de 700 mil hectares – pro-dutividade média de 2.570 quilos por hectare. Desta produção, no mínimo 600 mil toneladas serão destinadas para ração, em virtude da quebra de qualidade, motivada por geada no final de agosto e chuva excessiva no período de maturação do grão. Os dados foram apresentados pela Câmara Setorial do Trigo do Rio Grande do Sul, em 27 de novembro, na sede da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), em Porto Alegre.

O presidente da Comissão do Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, afirma que a safra é, sem dúvidas, melhor que a do ano passado, quando fo-ram colhidas 1,2 milhão de toneladas. Mas esse fato não diminui o sentimento de frus-tração dos triticultores gaúchos, que confiaram em potencial de 2,5 milhões de toneladas antes do cenário climático adverso, com qualidade suficiente para abastecer os moinhos em troca de remuneração positiva. As cotações do trigo estiveram, durante o período de desen-volvimento da cultura, acima da média histórica.

A solução para o restante do trigo que não será transformado em ração é misturar com trigo argentino, relata Jardim. Isso porque, apesar da condição climática ruim, o nível geral de micotoxinas no produto não é alto (entre 1,2 mil e 1,3 mil partes por milhão), tornando possível o aproveitamento. A janela de exportação também está aberta até a entrada da safra

Estimativa da colheita do trigo é de 1,8 milhão de toneladas

de milho e depois a soja, que recebem prioridade. Segundo informações do terminal de Rio Grande, foram recebidas mais de 100 mil toneladas até o fi-nal do mês. Cooperativas têm contratos de venda antecipada sobre aproximadamente 470 mil toneladas.

O trigo também foi pauta recente em Brasília, com a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O grupo traz uma informação impactante: o Brasil precisará importar 7 milhões de toneladas de trigo estrangeiro nos próximos 12 meses, com gasto estimado de R$ 6 bilhões. Isso porque a produção brasileira é deficitária – vai colher, no máximo, 5,2 milhões de toneladas em 2018, frente ao consumo anual de 11,2 milhões de toneladas para a indústria nacional. Mesmo assim, nesse desequilíbrio de oferta e demanda, o produtor

arca com prejuízos em série. “Vamos levar esse número, em breve, para a ministra Tereza Cristina”, adianta Jardim, pre-sidente da câmara técnica, em referência à nova ministra da Agricultura do governo Jair Bolsonaro.

A meta, segundo ele, é apre-sentar soluções que estimulem novamente a atividade no Rio Grande do Sul e em outros estados produtores, como o Paraná. “O grande problema está nas assimetrias do custo de produção no Mercosul”, afirma o dirigente. Estudo recente da assessoria econômica do Sistema Farsul apontou que o gasto dos triticultores brasileiros para o plantio de um hectare do cereal é até 42% maior do que na

Argentina, por exemplo. Fruto do fechamento da economia brasileira e da alta e reincidente carga tributária.

Outras questões envolvem seguro rural, logística, a própria janela de exportação do produto e uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que entrará em vigor em 2019 e aperta os limites de resíduos no trigo, impondo rigor acima dos padrões internacionais. Para Jardim, mantido o cenário de desestímulo, a sustentabilidade de grande parte dos negócios está comprometida – é difícil manter o negócio só com a ren-da do verão, e o trigo ainda é necessário para a rotação do solo. “Soja plantada na resteva do trigo é outra coisa.”

A 15ª Fenasul já tem data marcada: 15 a 19 de maio de 2019, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A definição aconteceu em novembro, na sede da Farsul, em Porto Alegre, após reunião com a Gadolando e a Febrac.

Presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong confia numa mobilização do campo no evento, que mostra a qualidade genética da pecuária gaúcha. “Precisamos de uma grande participação de bovinos, equi-nos e ovinos para consolidar a Fenasul como uma feira de outono de grande porte”, afirma.

Participaram deste primeiro encontro, além de Schardong, o presidente da Gadolando, Marcos Tang, e o presidente da Febrac, Leonardo Lamachia. Segundo Tang, a Expoleite está no gosto do criador de Holandês. “É uma feira de outono mais curta, em que se consegue trazer os animais em maior número”, justifica.

Estão confirmadas atrações como o remate de terneiros organizado pela Farsul e a etapa classificatória aberta do Freio de Ouro, na pista do Cavalo Crioulo, fora os julgamentos da Expoleite. A programação deve ser incrementada a partir do contato com associações de raça e outras entidades do setor agropecuário.

Fenasul comdata marcada

Produtividade média no Estado deve ficar por volta de 2,5 mil quilos por hectare nesta safra

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O esforço das entidades e do governo federal em realizar leilões de escoamento de pro-dução de arroz surtiram o efeito esperado no Rio Grande do Sul e melhoram as perspectivas de mercado para o novo ciclo. De janeiro a outubro de 2018, o volume encaminhado para fora do país pelos gaúchos mais do que dobrou, passando de 474,6 mil toneladas para 1,02 milhão de toneladas (115,2%). A mo-vimentação financeira total foi de US$ 323,2 milhões, avanço de 95,4% na comparação com 2017. Os números estão em relatório mensal da assessoria econômica do Sistema Farsul.

Para o assessor de Relações Internacionais da entidade, Renan dos Santos, a realidade abre novas perspectivas de mercado para o setor na safra 2018/2019. Isso porque o incremento nas ex-portações do grão significam, na prática, menos estoques de passagem na indústria. A tendên-cia, a partir dessa menor oferta disponível, frente a uma deman-da de consumo equilibrada, é de que as cotações reajam. “A conjuntura é positiva, mas tudo depende da safra”, avalia.

Na virada do mês, o saco de 50 quilos de arroz era comer-cializado a R$ 40,68 na média das praças gaúchas, segundo o Índice do Arroz em Casca Esalq/Senar-RS, calculado pelo Centro de Estudos Avançados

Exportação de arroz mais do que dobra no ano

em Economia Aplicada (Cepea). A valorização é de 9,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava em R$ 37,21 — ou seja, três reais a menos no saco.

Preocupa, por outro lado, a descapitalização dos produtores, que força parte deles a acertarem o custeio fora do sistema oficial de crédito, com a contrapartida da entrega do produto em tradi-cionais épocas de baixa. “Ano passado, eram em torno de 70% dos agricultores, e a impressão é que o problema ficou ainda pior nesta safra”, lamenta o presidente da Comissão do Arroz da Farsul, Francisco Schardong. Pela crise, a expectativa do dirigente é de novo recuo em área, ficando em patamares próximos a 1 milhão de hectares. Outra dor de cabeça, o custo de produção elevado, está em R$ 7 mil por hectare,

alta de 4,6% em relação à safra passada, conforme levantamento do Projeto Campo Futuro (CNA, Cepea/Esalq e Sistema Farsul).

O plantio estava praticamente finalizado (99%) em todas as regiões do Estado ao final de novembro, segundo o boletim conjuntural da Emater/RS. “O clima favoreceu a germinação e a emergência dos grãos”, des-taca a instituição. Aplicação de herbicidas e irrigação ocorriam à época.

Comércio exteriorMesmo diante de proble-

mas graves, como greve dos caminhoneiros, tabelamento de frete e embargos comerciais, o agronegócio gaúcho supera em 4,7% as vendas externas do ano passado nos primeiros 10 meses do ano. O acumulado de 2018 alcançou a marca de

R$ 10 bilhões em outubro.Entre os destaques, está a

soja em grãos, que aumentou o faturamento em 4,2%, chegando a US$ 4,16 milhões, mesmo com queda de 2,4% no volume expor-tado (10,4 milhões de toneladas este ano). A explicação está na valorização de 6,8% no preço médio do produto (US$/ton).

Os dados da assessoria eco-nômica do Sistema Farsul, que acompanha plataforma do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), comprovam ainda o desaquecimento da venda de gado em pé. Em outubro, a venda foi de US$ 3,5 milhões, contra US$ 4,7 milhões do mês anterior e US$ 27,6 milhões de maio, recorde no ano. Fatores como época do ano, oferta dis-ponível e problemas externos, sobretudo na Turquia, explicam o fenômeno. O acumulado deste

ano é de US$ 83 milhões.A maior decepção encontra-se

no grupo carnes. Apenas os cor-tes bovinos tiveram valorização de janeiro a outubro (26%), em comparação com o recorte do ano passado, enquanto a car-ne de frango retraiu 34% e a suína, 31%. Como o peso dos últimos dois produtos é quase 10 vezes maior que o primeiro, o resultado geral é uma queda de 257 mil toneladas (29%), com faturamento total de US$ 1,66 bilhão, 32% menor que 2017. “O Rio Grande do Sul trabalha no limite de exportação da carne bovina, porque somente quatro frigoríficos são capazes de ex-portar (em um universo de 350 plantas). É uma pena, levando em conta a qualidade do pro-duto”, afirma dos Santos. Já o mercado das carnes de frango e suínas teriam sido impactados, respectivamente, por barreiras comerciais de União Europeia e Rússia.

O agronegócio gaúcho ainda faturou mais na comercialização de frutas (39,4%), fumo (2,6%), farelo de soja (44,5%) e produtos florestais (49,8%) de janeiro a outubro de 2018, e menos na venda de milho (70,2%), trigo (70%), óleo de soja (2,9%), preparação a base de cereais (0,3%) e lácte-os (74,9%). A China é o maior parceiro comercial do Estado (46,8%), seguida por Estados Unidos (3,6%) e Bélgica (2,9%).

A vegetação nativa preser-vada ocupa 66% do território brasileiro, o equivalente a 563,7 milhões de hectares. Destes, 187 milhões de hectares — um ter-ço da área — são conservados diretamente pelos produtores rurais. É com base nesses nú-meros que o setor defenderá um “ativo ambiental” da agropecuária nacional na 24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP24), entre 3 e 14 de dezembro, em Katowice, na Polônia. A divulgação inclurá negociadores brasileiros, estran-geiros e público geral do evento.

A posição é apresentada em documento oficial da CNA,

Setor defende ativo ambiental da agropecuária brasileiraelaborado em 8 de novembro, a partir de reunião com representan-tes de associações de produtores e de Federações Estaduais de Agricultura e Pecuária, entre elas a Farsul. O grupo defende que os governos reconheçam e incentivem a manutenção desse ativo, por meio da facilitação no investimento universal de tecnologias que verticalizem a produção e associem a susten-tabilidade no uso dos recursos naturais ao desenvolvimento econômico e social.

De acordo com o coorde-nador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho, a medida tem o potencial de

“despertar o interesse do pú-blico internacional para os produtos brasileiros” e utiliza base técnica. Na avaliação da entidade, o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo, que exigem a destinação de até 80% da pro-priedade rural para preservação e conservação da vegetação nativa por meio de Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).

Outro ponto levantados pelo documento é a contrariedade ao estabelecimento de qualquer taxação sobre a emissão de car-bono. Para a CNA, esse tipo de abordagem é “inaceitável

e incompatível com mecanis-mos de mercado, além de ser uma ameaça à competitividade agrícola”. Lembra ainda que o produtor brasileiro é quem assume os custos das ações de mitigação e não recebe nenhum tipo de pagamento pelos ser-viços ambientais prestados à população mundial.

A CNA cobra que os de-mais países da Organização das Nações Unidas (ONU) intro-duzam normas de proteção à vegetação nativa semelhantes às adotadas pelo Brasil, com-partilhando a responsabilidade global de forma equilibrada. O Brasil assumiu o compromisso de

reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e 43% até 2030, em relação às emissões do ano de 2005.

As ações relacionadas ao setor rural se baseiam na re-cuperação e restauração de 12 milhões de hectares de vege-tação nativa, 15 milhões de hectares de recuperação de pastagens degradadas e na incorporação de 5 milhões de hectares em integração entre lavoura. pecuária e floresta. Até 2014, elas resultaram na redução de emissões na ordem de 650 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) equivalente.

Vendas externas reduziram estoques internos e podem alavancar preços no ciclo 2018/2019

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Previsão de cursos do Senar-RS no mês de dezembro*

Informe-se no Sindicato Rural de sua cidade ou ligue (51) 3215-7500 ou consulte www.senar-rs.com.br*Cursos a partir de 10/12

Município Nome do Curso Período Município Nome do Curso PeríodoAJURICABA Produção de Hortaliças - Básico 10/12 12/12AJURICABA Soldador Rural - Básico 10/12 12/12ARROIO DOS RATOS Compostagem, Húmus e Substratos 10/12 12/12ARROIO DOS RATOS Inclusão Digital Rural - Windows (kit móvel) 10/12 11/12ARROIO DOS RATOS Processamento de Frutas 11/12 13/12ARROIO GRANDE Aproveitamento Integral de Alimentos 10/12 12/12ARVOREZINHA Bolachas e Salgados Caseiros 10/12 11/12BARRA DO RIBEIRO Artesanato - Introdução a Costura e Transformação das Peças de Vestuário 10/12 13/12CACAPAVA DO SUL Manejo Reprodutivo de Ovinos 10/12 11/12CACEQUI Apicultura - Produção de Própolis 10/12 12/12CACEQUI Artesanato - Macramê 10/12 13/12CACEQUI Saúde da Mulher Rural 10/12 10/12CACEQUI Saúde da Mulher Rural 11/12 11/12CACEQUI Saúde da Mulher Rural 12/12 12/12CACHOEIRA DO SUL Tortas e Docinhos Caseiros 10/12 11/12CAMAQUÃ Liderança e Desenvolvimento de Equipes 10/12 11/12CAMAQUÃ Processamento de Frutas 10/12 12/12CAMPO NOVO Nota Fiscal Avulsa - Eletrônica NFA-E 10/12 11/12CAMPO NOVO Saúde da Mulher Rural 10/12 10/12CAMPO NOVO Alimentação e Saúde 11/12 11/12CAMPO NOVO Nota Fiscal Avulsa - Eletrônica NFA-E 12/12 13/12CANDELÁRIA Autoconhecimento e Relacionamento Interpessoal 10/12 11/12CANDELÁRIA Fabricação de Queijos 10/12 13/12CANDELÁRIA Inclusão Digital Rural - Windows (kit móvel) 11/12 12/12CRISTAL Liderança e Desenvolvimento de Equipes 12/12 13/12CRUZ ALTA Operação e Manutenção de Motosserra 10/12 13/12CRUZ ALTA Tortas e Docinhos Caseiros 10/12 11/12DA SERRA GAÚCHA Operação e Manutenção de Motosserra 10/12 13/12DA SERRA GAÚCHA Turismo Rural - Consolidação das Ações Desenvolvidas 11/12 12/12ENCRUZILHADA DO SUL Pulverizador Autopropelido (NR 31) 10/12 12/12ENCRUZILHADA DO SUL Aplicação Correta e Segura de Defensivos Agrícolas - NR-31 13/12 15/12ERECHIM Básico de Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas 10/12 11/12FORTALEZA DOS VALOS Artesanato - Macramê 10/12 12/12FREDERICO WESTPHALEN Saneamento Rural Básico 10/12 11/12FREDERICO WESTPHALEN Tratores Agrícolas 10/12 13/12GIRUÁ Inclusão Digital Rural - Windows (kit móvel) 10/12 11/12GIRUÁ Tortas e Docinhos Caseiros 10/12 11/12IBIRUBÁ Turismo Rural - Consolidação das Ações Desenvolvidas 11/12 12/12

MATA Inclusão Digital Rural - Windows (kit móvel) 10/12 11/12MATA Inclusão Digital Rural - Windows (kit móvel) 12/12 13/12MUITOS CAPÕES Eletricista Rural 11/12 13/12PALMEIRA DAS MISSÕES Processamento de Peixes 10/12 11/12PALMEIRA DAS MISSÕES Produção de Hortaliças - Básico 10/12 12/12PEDRO OSÓRIO E CERRITO Excel Básico - Gestão Rural 10/12 12/12PORTO ALEGRE Nota Fiscal Avulsa - Eletrônica NFA-E 10/12 11/12SANTA MARIA Tortas e Docinhos Caseiros 10/12 11/12SANTA ROSA Produção de Hortaliças - Básico 10/12 12/12SANTA ROSA Qualidade de Vida no Meio Rural 10/12 10/12SANTA ROSA Autoconhecimento e Relacionamento Interpessoal 11/12 12/12SANTA ROSA Qualidade de Vida no Meio Rural 11/12 11/12SANTA ROSA Saneamento Rural Básico 11/12 12/12SANTO AUGUSTO Inclusão Digital Rural - Windows (kit móvel) 11/12 12/12SANTO AUGUSTO Qualidade de Vida no Meio Rural 12/12 12/12SAO BORJA Educação Ambiental 11/12 12/12SAO BORJA Pulverizador Motorizado 11/12 12/12SAO GABRIEL Apicultura - Manejo Avançado 10/12 12/12SAO JOSÉ DO OURO Liderança e Desenvolvimento de Equipes 11/12 12/12SAO LOURENÇO DO SUL Turismo Rural - Identificação e Seleção de Oportunidades de Negócio 10/12 12/12SAO LUIZ GONZAGA Floricultura - Produção de Plantas em Vaso 10/12 11/12SAO LUIZ GONZAGA Roçadeira - Operação e Manutenção 10/12 11/12SAO LUIZ GONZAGA Floricultura - Produção de Plantas de Corte 12/12 13/12SAO MARTINHO Alimentação e Saúde 12/12 12/12SAO NICOLAU Excel Básico - Gestão Rural 10/12 12/12SOLEDADE Aplicação Correta e Segura de Defensivos Agrícolas - NR-31 10/12 12/12TAQUARI Confecção com Lã Crua 10/12 14/12TAQUARI Roçadeira - Operação e Manutenção 11/12 12/12TAVARES Liderança e Desenvolvimento de Equipes 10/12 11/12TRÊS DE MAIO Artesanato - Tingimento e Pintura em Tecido 10/12 14/12TRÊS DE MAIO Panificação Caseira 10/12 12/12TRIUNFO Bolachas e Salgados Caseiros 10/12 11/12TRIUNFO Manejo Reprodutivo de Ovinos 11/12 12/12VALE DO PARANHANA Artesanato - Bonecos de Pano 10/12 13/12VALE DO PARANHANA Floricultura - Produção de Plantas em Vaso 10/12 11/12VALE DO PARANHANA Produção de Alimentos a Base de Arroz e Derivados 10/12 11/12

O processo de demarca-ção de terras públicas pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) nas margens do Rio São Francisco geraram uma série de transtornos nos últimos meses. Mesmo com títulos emitidos pelo próprio Estado, os produtores tiveram o direito de propriedade ques-tionado com base na legislação vigente, que estabelece como patrimônio da União os terre-nos de marginal de rio — até 15 metros a partir da Linha Média de Enchentes Ordinárias (LMEO) dos cursos federais. Além disso, a simples notícia de audiências motivou inte-grantes de movimentos sociais a invadirem imóveis e tentarem a expulsão dos proprietários, como ocorreu recentemente no norte de Minas Gerais.

O problema tem sido a principal discussão dentro da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da CNA, que convidou representantes da SPU, dia 20 de novembro, em Brasília, para esclarecer o andamento e questionar a publicidade conferida aos pro-cessos. “Somos contrários a

essas demarcações e à publi-cidade das áreas. Esse pro-cesso todo trouxe tensão, no momento que os movimentos sociais descobrem”, afirma o vice-presidente da Comissão e diretor da Farsul, Paulo Ricardo Dias. O dirigente lembra que as invasões causam, inclusive, danos ecológicos irreversíveis e incompatíveis com o objetivo da ação federal.

Pelo menos por ora, não há intenção de o governo federal executar a mesma ação nos cursos fluviais gaúchos de do-mínio da União, relata Dias. Mas eles existem: rios Uruguai,

Conflitos nas margens do São Francisco preocupam produtores

Mampituba, Jaguarão, Pelotas e Quaraí, entre outros, estão na lista da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), órgão da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema). “De um lado, existe o título emitido pelo próprio Estado, e de outro, um orde-namento jurídico que alega que não só o rio, mas tam-bém as margens pertencem à União. Vamos ampliar essas conversações em 2019, para dar tranquilidade aos produ-tores atingidos e evitar que o problema se estenda ao Rio Grande do Sul”, declara.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, em 30 de novembro, as novas regras para controle de qualidade do leite no Brasil. As mudanças estão contidas nas instruções normativas (INs) 76 e 77, definidas após consulta pública da pasta federal, entre abril e junho deste ano, com participação da Farsul e da Comissão Nacional do Leite da CNA. Parte das demandas foi atendida, como a manutenção da contagem bacteriana e de células somáticas, mas outras regras tornam o processo mais rigoroso e podem ameaçar a viabilidade dos negócios. As normas entram em vigor em apenas 180 dias.

No caso dos critérios de identidade e qualidade, a cadeia produtiva, de forma unânime, solicitou a manutenção dos índices de Contagem Padrão em Placas (300 mil UFC/mL) e Contagem de Células Somáticas (500 mil CS/mL) e recebeu sinalização positiva. Por outro lado, algumas regras foram endurecidas e de-sagradaram a iniciativa privada, como a temperatura máxima para recebimento do leite cru

Mapa publica critérios de qualidade do leite

na plataforma. Esta passou de 10ºC para 7ºC, mesmo com o apelo do setor.

De modo geral, as instru-ções tratam das características e da qualidade do produto na indústria (IN 76) e dos crité-rios para obtenção de leite de qualidade e seguro ao consu-midor, incluindo instalações, equipamentos e organização da propriedade, formação e capacitação dos profissionais e controle sistemático de doen-ças, como mastite, brucelose e tuberculose (IN 77). A questão é se o setor, atualmente, tem condições de cumprir com as novas exigências no curto prazo imposto, de seis meses.

Responsável pelo Programa Nacional de Qualidade do Leite, do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Mapa, Mayara Souza Pinto justifica as alterações como uma forma de elevar “as boas práticas agropecu-árias e a educação sanitária” na produção. Existe ainda a recomendação para estados e municípios adotarem as INs como referência nos respectivos serviços de inspeção.

Comissão de Assuntos Fundiários da CNA discute tema

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Eleito governador com mais de 3,12 milhões de votos, Eduardo Leite visitou a Farsul, em 12 de novembro, para conversar sobre os planos da nova gestão do Estado e as perspectivas do agronegócio. Ele foi recebido pelo presidente da entidade, Gedeão Pereira, por diretores da Federação e representantes de sindicatos rurais. Foi a terceira vez que Leite esteve reunido com o Sistema Farsul, a pri-meira após o pleito de outubro.

Gedeão abriu o encontro questionando como um estado rico como o Rio Grande do Sul passa por uma crise tão grave nas fi nanças públicas, fato que atribui a um “inchaço” nas es-truturas estaduais e municipais. “Para que o Rio Grande do Sul possa se desenvolver, essa má-quina precisa ser enxugada”, defende ele, que acredita em avanços nos próximos quatro anos. “O novo governador é uma pessoa habilitada, que tem coragem e juventude para en-frentar essas pautas difíceis”, disse ele, fazendo referência a pleitos como congelamento de salários de servidores, fi m da estabilidade no setor públi-co e privatizações de estatais defi citárias.

Leite falou por cerca de trinta minutos, iniciando por um dos temas mais sensíveis à agropecuária gaúcha: o direito à propriedade privada. Para ele, a proteção desta é um estímulo ao investimento e também uma questão social. “Se não houver segurança pelo legítimo retorno

(fi nanceiro), perdemos essa di-nâmica e trazemos prejuízos aos que mais precisam”, afi rmou. A seguir, concordou que a crise “é mais do governo do que da sociedade”, defendendo uma gestão realista com as contas públicas, mas que não fi que “encurralada na crise”. A saída seria pensar em uma agenda de desenvolvimento, baseada na redução de custos e no in-vestimento em infraestrutura e logística.

O governador eleito também promete menos burocracia na concessão de licenciamentos ambientais, ao inverter “a ló-gica da desconfi ança pela da confi ança”. As autorizações de-vem ser dadas automaticamente, apenas com um cadastro digital, fi cando o Estado no dever de fi scalizar o empreendimento. “O Estado hoje pune na origem, ao deixar esperando”, afi rma Leite. “Qualquer erro nesses empreendimentos traria impacto econômico muito menor do que o não deixar fazer”.

Depois, pediu um “voto de confi ança” do agronegócio gaúcho para a prorrogação das alíquotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por dois anos, proposta que tramita na Assembleia Legislativa do Estado. Ele justifi ca a me-dida como forma de evitar o “colapso imediato das contas públicas”, que impossibilitaria o pagamento dos salários dos servidores, também afetando o consumo. Em 2021, com uma economia mais aquecida, a carga tributária seria reduzida, pro-mete o governador. “Sei que é difícil apoiar manutenção de impostos, mas essa medida traria espaço fi scal para fazermos as mudanças necessárias”.

O presidente da Farsul garantiu que levaria o assunto para as bases: “Trabalhamos com o princípio negociador e somos pessoas de bom senso”. Mas fez um alerta sobre experiências anteriores negativas. “Uma vez elevados, os impostos nunca mais voltam

ao que eram”. Como forma de equilibrar o caixa, sugeriu veto a reajustes salariais da máquina pública e esforço para comparti-lhar as difi culdades com o setor judiciário, atualmente protegido pela regra do duodécimo. “Só o Executivo e os empreendedores estão pagando essa conta”.

A futura composição de governo foi levantada por ou-tros representantes da entida-de. O assessor da presidência do Sistema Farsul, Eduardo Condorelli, ressaltou a im-portância de uma boa equipe no comando da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema). A Farsul manifestou, recentemente, apoio à manutenção da secretária Ana Pellini na direção da pasta. Já o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, cobrou “inteligência tributária” na Secretaria da Fazenda. “Pedimos alívio no ICMS do arroz em casca no início da safra e não fomos atendidos. O resultado foi a maior expor-tação de arroz da história este

ano, que não traz arrecadação ao Estado na venda.”

No âmbito da infraestrutura, o diretor da Federação e um dos líderes da Associação Hidrovias RS, Fábio Avancini Rodrigues, pediu celeridade na avaliação de projeto que prevê gestão e investimento privado nas hidrovias gaúchas. A Farsul ainda cobrou a extinção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR); o avanço da rede trifásica de energia no campo; uma boa licitação para o terminal da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) em Rio Grande, em agosto de 2019; e a revisão na forma como os contratos de dragagem no porto são realizados.

O diretor administrativo da Farsul, Francisco Schardong, defendeu repasses adequados da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) ao Instituto Rio-Grandense de Arroz (Irga), a fi m de estimular a pesquisa. Outra demanda é a ampliação das delegacias especializadas na repressão de crimes rurais.

Farsul recebe governador eleito, Eduardo Leite

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Gedeão defendeu o enfrentamento conjunto de “pautas difíceis” Representantes da Farsul e sindicatos participaram do encontro