GOL DE PLACA - famb.org.br · para a melhora do desempenho escolar e do comportamento dos alunos...

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NOTA 1O Ano 14 - número 52 - Junho de 2014 Publicação trimestral da Fundação ArcelorMittal Brasil Acordes do bem: projeto contribui para a melhora do desempenho escolar e do comportamento dos alunos Págs. 6 e 7 O famoso jogador holandês Johan Cruyff mostra o poder do esporte na formação cidadã Pág. 8 Crescem os investimentos da ArcelorMittal na área de esporte GOL DE PLACA No ano da Copa do Mundo, a empresa apoia novos projetos, como o Cruyff Court, de futebol

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NOTA1O Ano 14 - número 52 - Junho de 2014Publicação trimestral da Fundação ArcelorMittal Brasil

Acordes do bem: projeto contribui para a melhora do desempenho escolar e do comportamento dos alunos

Págs. 6 e 7

O famoso jogador holandês Johan Cruyff mostra o poder do esporte na formação cidadã

Pág. 8

Crescem os investimentos da ArcelorMittal na área de esporte

GOL DEPLACA

No ano da Copa do Mundo, a empresa apoia novos projetos, como o Cruyff Court, de futebol

Área de Finanças auxilia no cumprimento de compromissos acordados pela empresa

“Nós somos o coração financeiro da empresa”, afirma Lucila Andrade, gerente-geral de Tesouraria, ao falar sobre a importância da área de Finanças para a ArcelorMittal. Os

CARTA AO LEITOR

BASTIDORES

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EDUCAÇÃO

FORMANDO VENCEDORES

EXPEDIENTE Nota 10 é uma publicação trimestral da Fundação ArcelorMittal Brasil Av. Carandaí, 1115 / 17º andar, Funcionários–Belo Horizonte/MG Telefone (31) 3219-1578

No país do futebol, ninguém duvida que o esporte trans-forma e gera crescimento humano. A prática de modalida-des esportivas fortalece valores como disciplina, trabalho em equipe e respeito mútuo, desenvolvendo a capacidade de su-perar os desafios. Por acreditar na força e no talento de nossa juventude, a ArcelorMittal, por meio da Fundação, vem inves-tindo, cada vez mais, em projetos na área de esporte.

No ano em que o Brasil é sede da Copa do Mundo, comemoramos novos patrocínios a projetos como o Cruyff Court, de futebol, em São Paulo (SP), além de outros focados nas modalidades vôlei, natação, ginásti-ca olímpica, skate e basquete (veja na matéria de capa).

Ainda no âmbito do esporte, uma entrevista exclu-siva traz as lições e reflexões do famoso jogador e téc-nico de futebol, o holandês Johan Cruyff, outro grande defensor da prática esportiva como meio de transfor-mação social.

Esses e outros gols e vitórias da Fundação ArcelorMittal Brasil, como os projetos Acordes e Cidadania Digital, você confere nesta edição da Nota 10.

Leonardo GloorDiretor-superintendente da Fundação ArcelorMittal Brasil

Coordernação: Maria Izabela Di Iório Almeida Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP) Produção editorial: Rede Comunicação de Resultado Edição: Jeane Mesquita e Licia LinharesFoto capa: Projeto Cruyff Court

Redação: Bárbara Fonseca, Bruna Fonseca de Barros, Cínthia Ramalho e Viviane Miranda Diagramação: Clayton PedrosaProjeto gráfico: Rede Comunicação de Resultado Impressão: Formato Artes Gráficas Tiragem: 10.500 exemplares

IMPORTANTE ALIADA 19 profissionais que compõem a área são responsáveis por manter o planejamento, a gestão e o controle de tesouraria e finanças alinhados aos objetivos estratégicos do negócio.

Para isso, realizam atividades como o pagamento dos compromissos assumidos pela empresa, efetuando sua contabilização e controle, a promoção da elaboração do fluxo de caixa consolidado do Grupo ArcelorMittal no Brasil e o controle do perfil da dívida líquida financeira, detalhan-do valor, tipo de financiamento, prazos e taxas. Também é sua função fazer o gerenciamento dos saldos bancários, obtendo controle das contas correntes da empresa e mini-mizando perdas financeiras.

No que se refere à Fundação ArcelorMittal Brasil, a área se envolve nos processos de pagamento das contribuições por parte das empresas parceiras, além de participar do Comitê de Cultura, direcionando seus esforços para or-ganizar e dar maior transparência ao processo de escolha dos projetos patrocinados. “Por meio de uma relação ética da Fundação ArcelorMittal Brasil com os públicos com os quais se relaciona e do estabelecimento de critérios de es-colha empresariais estabelecidos pelo Comitê de Cultura, conseguimos impulsionar e conscientizar o desenvolvi-mento sustentável do nosso negócio”, acrescenta Lucila.

CONHECIMENTO E INCLUSÃO SOCIAL

Em uma sala de aula, vários jovens na faixa dos 15 anos calculam os gastos que terão para viajar no feriado. Após a pesquisa, eles montam no computador uma plani-lha no Excel com o orçamento. Pode não parecer, mas isso é uma aula de matemática da Escola Estadual Professora Glória Azedia Bonetti, em Osasco (SP).

A metodologia inovadora faz parte do projeto Cida-dania Digital, realizado pela Fundação ArcelorMittal Brasil em parceria com o Comitê de Democratização da Infor-mática (CDI) e as unidades da ArcelorMittal, que promove a inclusão digital nas comunidades onde a empresa atua. Este ano, mais duas cidades serão beneficiadas: Santos Dumont (MG) e Cariacica (ES).

Em Santos Dumont, a Biblioteca Municipal foi escolhi-da como sede. “Queremos trazer um horizonte de profis-sionalismo e qualificação para os moradores. Se não fosse pela parceria com a ArcelorMittal, seria difícil oferecer um projeto dessa magnitude”, afirma Rodrigo Corrêa, chefe de gabinete da Prefeitura de Santos Dumont. A cidade de Cariacica também terá sua particularidade: atenderá dois bairros - uma demanda dos líderes comunitários locais.

CARREIRA FUTURAA estimativa é de que 1,3 mil pessoas sejam bene-

ficiadas este ano, em todo o país. Desde que foi criado em 2007, o Cidadania Digital já beneficiou quase 7,5 mil pessoas. “A ferramenta digital é um agente motivador e o futuro profissional exige esse conhecimento”, afirma a professora de matemática e física Cláudia Noba, da Esco-la Estadual Professora Glória Azedia Bonetti, em Osasco. Ela encabeçou o projeto Mercadinho, criado com ferra-mentas do Cidadania Digital. Nele, os alunos usam o meio digital para simular situações cotidianas, que envolvem matemática e lógica.

Além do ensino da informática, o projeto propicia no-ções de cidadania e qualificação para o mercado de tra-balho. Pâmela Meira, que faz parte de uma das turmas de

Mais duas cidades, em Minas Gerais e no Espírito Santo, são beneficiadas pelo projeto Cidadania Digital

recuperação intensiva da escola paulista, é um exemplo disso. “Além de aprender e entender a matemática com muito mais rapidez, quero seguir uma carreira em que eu também possa ajudar outras pessoas”, revela.

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A equipe de Finanças tem papel fundamental para a empresa e a Fundação

O Comitê de Democratização da Informática surgiu em 1995 e criou sua primeira Escola de Informática e Cidadania (EIC) no Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. Presente em 10 países, a organização não governamental já impac-tou a vida de 1,58 milhão de pessoas, com a criação de 715 espaços de inclusão digital e capacitação de mais de 46 mil pessoas somente em 2013.

Referência mundial

Para a professora Cláudia e a aluna Pâmela, o Cidadania Digital moderniza o ensino da matemática

Skate Solidário: começa este ano e deve bene-ficiar 320 crianças, em oito núcleos da região Leste de São Paulo (SP).

Instituto Passe de Mágica: patrocinado em 2011, foi retomado este ano em Piracicaba (SP). Serão atendidos 220 jovens, com aulas de bas-quete e atividades complementares.

Educando com o XV: atende 200 crianças e ado-lescentes em Piracicaba, com aulas de futebol de campo e atividades socioeducativas com as famílias.

Esporte por um Mundo Melhor: atenderá cerca de 150 alunos de 7 a 15 anos, em Santos Dumont (MG), com aulas de futebol e vôlei e orientação quanto ao desempenho escolar.

A ArcelorMittal foi uma das primeiras empresas brasileiras a mobilizar empre-gados, fornecedores e comunidade para destina rem parte do Imposto de Renda (IR) devido a projetos aprovados na Lei de Incentivo ao Esporte. Por meio do pro-grama Cidadãos do Amanhã, a empresa incentiva o repas se de recursos a pro-jetos esportivos, bem como ao Fundo da Infância e da Adolescência (FIA). A mobilização de pessoas físicas em prol do esporte no Brasil rendeu à ArcelorMittal o prêmio Empresário Amigo do Esporte, do Ministério do Esporte.

Outros projetos apoiados na área de esporte:

Reconhecimento

CAMPE ESNA VIDA

CAPA

“O esporte é um meio de convivência, ensina a tra-balhar em grupo, respeitar as pessoas.” A declaração de Jackson Silva, 11 anos, resume a sua participação no Cruyff Court, um dos projetos patrocinados pela Arce-lorMittal. Bem-sucedido em várias partes do mundo, o seu objetivo é, por meio da prática de futebol, propor-cionar a inclusão social de jovens de Ermelino Matara-zzo, em São Paulo (SP), onde está localizada a Arcelor-Mittal São Paulo.

“Quero ser jogador de futebol e participar de uma Copa do Mundo”, brinca Jackson. Para ele, o projeto, além de ensinar a modalidade por meio da metodologia criada pelo famoso jogador holandês Johan Cruyff, abre caminho para a carreira no futebol.

Morador da comunidade, Rubinaldo Santos também reconhece os benefícios do Cruyff Court para os 320 alu-nos atendidos, entre 7 e 17 anos. “O projeto tirou as crian-ças da rua, gerou empregos e trouxe o futebol para um local que estava sem atividades esportivas, dando maior visibilidade para o bairro”, diz. A sede do Cruyff Court, inaugurada em 2010, é a primeira do projeto nas Américas.

A ArcelorMittal investe, cada vez mais, em projetos de esporte, contribuindo para a formação cidadã dos jovens

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Jovens da comunidade de Ermelino Matarazzo são beneficiados pelo projeto Cruyff Court, patrocinado pela ArcelorMittal

Esses resultados são reflexo do investimento cada vez maior da ArcelorMittal na área de esportes, cuja gestão dos recursos é de responsabilidade da Fundação. Na visão estratégica da empresa, a prática de atividades vai além do desenvolvimento físico, sendo peça-chave para a integração, socialização e disciplina e, conse-quentemente, melhorando o desempenho escolar e o crescimento individual dos participantes.

“A prática esportiva é fundamental para o bem-estar e saúde do ser humano. Além dessa perspectiva, espe-ramos contribuir para o desenvolvimento psicológico, inclusão social e desenvolvimento de habilidades sociais das crianças e adolescentes. Em muito pouco tempo, já podemos presenciar esses resultados por meio dos pro-jetos que apoiamos”, afirma Adriana do Carmo, gerente de Arte e Cultura na Fundação, responsável pelos inves-timentos da empresa em esporte.

Hoje, a ArcelorMittal apoia e incentiva sete projetos, envolvendo diversas modalidades como vôlei, natação, ginástica olímpica, futebol, skate e basquete. Somente no ano passado, beneficiaram 1.800 crianças e adoles-

centes. Desde 2008, foram investidos R$ 3,3 milhões por meio das leis de incentivo estaduais e federais na promoção de projetos na área esportiva.

FORMAÇÃO EDUCACIONALOs programas de esporte são avaliados por um co-

mitê, formado por oito profissionais de diferentes áreas estratégicas, responsável por aprovar as propostas que mais se enquadram no perfil da ArcelorMittal. “A em-presa desenvolveu uma política específica de incentivo ao esporte, com diretrizes e critérios que pautam o co-mitê na aprovação desses patrocínios. As decisões se baseiam no potencial das iniciativas de formar futuros atletas, de gerar inclusão social e melhoria do desempe-nho escolar”, ressalta Alessandra Friedlaender, analista de projetos da Fundação.

Além do patrocínio pelas leis de incentivo ao esporte, a empresa também emprega recursos próprios na área desde 2011. Junto ao Minas Tênis Clube e às unidades da ArcelorMittal em João Monlevade e Juiz de Fora, em Minas Gerais, a Fundação promove o projeto Esporte Cidadão, que oferece aulas de vôlei e futsal para jovens entre 9 e 14 anos. Além do incentivo à prática espor-tiva, há a preocupação com o desenvolvimento escolar do aluno por meio do estímulo à disciplina, senso de res-ponsabilidade e convívio social. Os resultados já foram contabilizados: em 2013, 93 alunos frequentaram as aulas e os pais apontaram um índice de 99% de satisfa-ção quanto ao desempenho dos filhos na escola.

REFORÇO DE PESOEste ano, as ações ganharam reforço com a Lei Es-

tadual de Incentivo ao Esporte de Minas Gerais (Lei 20.824), de agosto de 2013. Ela estabelece a conces-são de crédito outorgado entre 1% e 3% do ICMS de-vido pelos contribuintes para investimento em projetos que apoiem a prática esportiva. A ArcelorMittal foi a pri-meira empresa a apoiar um projeto aprovado por essa lei: o Campeonato Sul-Americano ArcelorMittal Mas-culino de Vôlei, que reuniu equipes do Brasil, Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Uruguai.

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O Campeonato Sul-Americano ArcelorMittal de Vôlei foi o primeiro projeto apoiado via Lei 20.824

Para Jackson, o esporte fortalece a convivência e inspira o futuro

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MÚSICA PARA TODOS

Aos 10 anos, Lieverson dos Santos, aluno do quarto ano do Ensino Fundamental, já sabe o que quer para o futuro: estudar e se profissionalizar na área da música. O sonho ganhou incentivo com a sua participação no projeto Acordes, iniciativa da ArcelorMittal, por meio

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CULTURA

da Fundação ArcelorMittal Brasil, que, desde 2011, leva educação musical a jovens de escolas públicas. Em 2013, o projeto, que até então era desenvolvido apenas em João Monlevade, chegou a Juiz de Fora, benefician-do cerca de 200 alunos em Minas Gerais. Para este ano, está prevista uma ampliação ainda maior, com a sua ex-pansão para Feira de Santana (BA) e Cariacica (ES).

Aluno da Escola Municipal Teodoro Frederico Mussel, em Juiz de Fora, o garoto Lieverson apresentava dificul-dades para se concentrar em sala de aula. Situação que, segundo a mãe dele, Alessandra Aparecida de Carvalho Oliveira, foi transformada desde que ele começou a fre-quentar as aulas de violino oferecidas pelo Acordes. “O Lieverson está mais responsável em casa e na escola. Para mim é um orgulho vê-lo tocar e saber o quanto as aulas estão lhe fazendo bem. É também um alívio ver que ele não está na rua, pois trabalho o dia inteiro e fico preocupada”, diz.

Para a coordenadora da escola, Cristiane Cotta e Silva, o aprendizado da música tem contribuído para a formação dos alunos sob diversos aspectos. “Noto que eles estão mais maduros e com uma maior autoestima.

Quando conversamos com os pais, percebemos que em casa o comportamento também mudou.”

Em pesquisa de satisfação realizada em dezembro pela Fundação ArcelorMittal Brasil nas escolas partici-pantes do Acordes, 90% dos 60 alunos entrevistados em Juiz de Fora responderam que o projeto contribuiu para a melhora do desempenho escolar e do relacio-namento com outras pessoas. A pesquisa também mostrou que 63% dos participantes do projeto no município têm o objetivo de se profissionalizar na área musical. “O Acordes é uma oportunidade para que os jovens já comecem a pensar no futuro e aprendam uma nova profissão”, comenta Cristiane. Em Juiz de Fora, onde o projeto é desenvolvido desde agosto, são ofe-recidas aulas de flauta e violino a cerca de 70 jovens.

FORMAÇÃO HUMANAParticipante do Acordes na cidade de João Monle-

vade, o aluno do terceiro ano do Ensino Médio, Felipe Eugênio, de 17 anos, já se prepara para um importan-te passo na carreira de músico. “Vou prestar vestibu-lar para música no ano que vem”, conta. Incentivos em casa não faltam. “Nós apoiamos a decisão, pois sabe-mos que é importante para ele. Uma vez o vi tocando na igreja e achei muito bonito, ele tem talento”, obser-va a avó do jovem, Margarida Dias.

Quando entrou para o projeto, em 2011, Felipe não imaginava que a música fosse ter tamanho impacto em sua vida. “Além de aprender uma profissão, melhorei mi-nha coordenação motora e fiquei menos tímido. Tam-bém passei a ter mais facilidade em matérias de hu-manas, como História. Acho que as aulas de música me fizeram ter mais interesse nesta área”, avalia.

Mais resultados

A pesquisa realizada nas duas cidades integrantes do Acordes trouxe outros dados importan-tes para a avaliação do projeto. Em João Monlevade, 89% dos entrevistados afirmaram que as aulas de música fizeram o participante ampliar o seu gosto musical, sendo que 51% passaram a ouvir música clássica com mais frequência. Em Juiz de Fora, 88% dos alunos disseram que o gosto musical se expandiu, e a música clássica também foi a resposta que teve maior registro, com 36% das pessoas ouvidas.

A pesquisa ainda revelou que, caso o projeto fosse finalizado, 95% dos alunos abordados em Juiz de Fora dariam continuidade ao estudo da música, apoiados por 74% dos pais. Em João Monlevade, 88% dos estudantes responderam que seguiriam as aulas, com o suporte de 78% dos pais.

De acordo com Cíntia Duarte Costa, professora de inglês da Escola Municipal Governador Israel Pinheiro, onde o projeto é realizado em João Monlevade, é visí-vel a mudança de postura dos alunos envolvidos com o Acordes. “O caráter transformador inerente à música é indiscutível. É fascinante perceber a evolução deles em vários aspectos, como maior sensibilidade para lidar com as situações do dia a dia, ampliação do gosto musi-cal e construção da ideia de grupo”, observa.

Na pesquisa de satisfação promovida pela Funda-ção na Escola Israel Pinheiro de João Monlevade, 84% dos 81 estudantes entrevistados disseram que, após o projeto, melhoraram a relação com os professores e colegas de sala. Dos 62 pais abordados, 82% tam-bém responderam que os filhos estreitaram o relacio-namento em casa depois de frequentarem as aulas de música. Quanto ao desempenho escolar, 53% dos pais e 62% dos estudantes acreditam que houve uma evo-lução em sala de aula.

Projeto Acordes amplia sua atuação e comprova os benefícios da educação musical

Apresentação dos alunos do Acordes em evento da Fundação, em Belo Horizonte

Em Juiz de Fora, o Acordes também já apresenta bons resultados

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Felipe, que prestará vestibular para música, Carina e Lorena são alunos do Acordes em João Monlevade

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O que o motivou a criar o projeto e como o esporte incentiva o desenvolvimento de crianças e adolescentes?A ideia de conceber a Johan Cruyff Foundation veio de um vizinho que tive nos Estados Unidos. O garoto, com Síndrome de Down, estava sempre sozinho. Depois que eu o ensinei a cabecear e a chutar uma bola, o encontrei jogando futebol com outras crianças da vizinhança. Com isso, percebi que era possível promover essa trans-formação. No futebol, os jovens aprendem diferentes aspectos e habilidades, como saber ganhar e perder, liderança, respeito, responsabilidade e trabalho em equipe. O ponto fundamental disso tudo é a diversão.

Na prática do futebol, o senhor defende 14 regras. Qual a importância desse método?As 14 regras ensinam as crianças e os profissionais a usar o esporte como um meio. O que acontece em uma unidade Cruyff Court é o que acontece na vida real, só que em esca-la menor. Por exemplo, as pessoas precisam respeitar umas às outras e ter cuidado com o que está ao seu redor. Todas estas regras podem ser interpretadas no campo e fora do campo. Acreditamos que esses jovens possam ser heróis locais, influenciando o bom comportamento de outras crianças (Saiba mais em www.ipbrasil.org/cruyffcourt/index.php/2013/02/as-14-regras-de-johan-cruyff).

FUTEBOL

CIDADÃOO holandês Johan Cruyff, considerado pela Fifa o melhor jogador europeu do século XX e o segundo melhor do mundo, revolucionou o futebol praticado nos grama-dos profissionais e nas periferias de diversos países. Em competições internacionais, ele mostrou que é possível ir além da técnica e atuar em diferentes posições durante os 90 minutos da partida. Já do lado de fora do gramado, com um forte espírito de liderança e um entusiasmo em transformar o mundo em um lugar melhor, o atleta criou, em 2007, a Johan Cruyff Foundation, que promove o desenvolvimento de crianças e jovens carentes por meio do esporte em 15 países. No Brasil, o projeto Cruyff Court funciona desde 2010 em Ermelino Matarazzo, em São Paulo (SP), e tem o patrocínio da ArcelorMittal.

Nesta entrevista à revista Nota 10, Johan Cruyff revela como o esporte contribui para a formação cidadã e o pro-tagonismo social de crianças e adolescentes.

ENTREVISTA

Quais são os principais méritos do projeto? O trabalho em equipe com os parceiros locais nas áreas de educação, governo, esporte, negócios e desen-volvimento econômico e, é claro, com a comunidade. Sem esse trabalho em equipe e sem cada uma dessas organizações assumindo a responsabilidade de usar o Cruyff Court de maneira positiva, não haveria um pro-jeto de sucesso.

Quais os desafios e perspectivas para o projeto no Brasil? São muitos os jogadores e os casos de sucesso brasi-leiros. Esperamos abrir um segundo Cruyff Court em Salvador, na Bahia, e possivelmente no Rio de Janeiro. Nos dois casos, nós dependemos muito do entusiasmo das organizações locais que querem se associar a nós. Para isso, buscamos patrocinadores e empresas que estejam interessadas em mostrar sua responsabilidade social apoiando a Fundação. Quais lições que o senhor tira com o sucesso do projeto?É extremamente gratificante estar em uma posição onde podemos fazer a diferença para alguém. Também criei o Cruyff Institute que atua nas áreas de educação, pesquisa, gestão e desenvolvimento profissional, para preparar os atletas para a vida após o esporte. Além disso, tenho muito orgulho em dar assistência a clubes de futebol por meio da Cruyff Football.

Johan Cruyff com crianças atendidas por uma das unidades da organização que criou, hoje atuante em 15 países

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