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GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS
– BEAL 2009 –
ANO BASE 2008
Maceió – AlagoasDezembro 2010
GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
GOVERNADORTEOTÔNIO VILELA FILHO
VICE-GOVERNADOR
JOSÉ WANDERLEY NETO
SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,
ENERGIA E LOGÍSTICALUIZ OTAVIO GOMES
SECRETÁRIO ADJUNTO DE MINAS E ENERGIAGEOBERTO ESPÍRITO SANTO
DIRETOR DE RECURSOS ENERGÉTICOS
ABEL CAVALCANTE LIMA
DIRETOR DE RECURSOS MINERAIS
RICARDO JOSÉ QUEIROZ DOS SANTOS
DIRETOR DE POLOS E DISTRITOS
JACKSON PACHECO DE MACEDO
GERENTE DE MINERAÇÃO
PEDRO MOREIRA DE CERQUEIRA FILHO
EQUIPE TÉCNICA
ABEL CAVALCANTE LIMA (Coordenador)
JACKSON PACHECO DE MACEDORICARDO JOSÉ QUEIROZ DOS SANTOS
PEDRO MOREIRA DE CERQUEIRA FILHO
VERA DUBEUX TORRES (Consultora)
ADRIANA AZEVEDO DE SENAVERA LÚCIA AGUIAR BRANDÃO
CHARLES MANSELL GONZAGA CORDEIRO PITANGA (Estagiário)
PROJETO GRÁFICO, CAPA E DIAGRAMAÇÃO
CARLOS FABIANO COSTA BARROS
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
IMPRENSA OFICIAL GRACILIANO RAMOS
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SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .......................................................................... 9INTRODUÇÃO ........................................................................... 11
OBJETIVOS E ASPECTOS METODOLÓGICOS .................................... 13
CAPÍTULO 01Panorama Energético Estadual e sua Comparação com o Contexto
Nacional .......................................... ........................................................... 17
1.1 - Dados Gerais1.2 - Produção de Energia Primária por Fonte
Tabela 1.2.aTabela 1.2.b
1.3 - Consumo de Energia Por Fonte
Tabela 1.3.aTabela 1.3.b1.4 - Consumo de Energia por Setor
Tabela 1.4.a
Tabela 1.4.b
1.5 - Produção e Consumo de Eletricidade
1.6 - Produção e Consumo dos Derivados da Cana-de-açúcar1.7 - Produção e Consumo de Petróleo e seus Derivados1.8 - Produção e Consumo de Gás Natural
1.9 - Produção e Consumo de Lenha
CAPÍTULO 02 Produção, Oferta Interna e Consumo de Energia 2000 a 2008 .............. 27 2.1 - Produção de Energia Primária
Tabela 2.1.a
Tabela 2.1.b 2.2 - Evolução da Oferta Interna de Energia
Tabela 2.2.a Tabela 2.2.b
2.3 - Evolução do Consumo Final por Fontes
Tabela 2.3.a Tabela 2.3.b
2.4 - Evolução do Consumo Final por SetorTabela 2.4.a Tabela 2.4.b
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
CAPÍTULO 03Oferta e Demanda de Energia por Fonte de 2000 a 2008 ......................... 35
Tabela 3.1 - Total de Fontes Primárias
Tabela 3.2 - Petróleo
Tabela 3.3 - Gás Natural Tabela 3.4 - Energia Hidráulica
Tabela 3.5 - Lenha Tabela 3.6 - Caldo de Cana
Tabela 3.7 - Melaço
Tabela 3.8 - Bagaço de Cana Tabela 3.9 - Total de Fontes Secundárias
Tabela 3.10 - Derivados de Petróleo e Gás NaturalTabela 3.10.1 - Óleo Diesel
Tabela 3.10.2 - Óleo Combustível
Tabela 3.10.3 - Gasolina Tabela 3.10.4 - Gás Liquefeito de Petróleo
Tabela 3.10.5 - Querosene
Tabela 3.11 - Eletricidade Tabela 3.12 - Álcool Anidro Tabela 3.13 - Álcool Hidratado
CAPÍTULO 04Consumo de Energia por Setor de 2000 a 2008 ....................................... 49
4.1 - Setor ResidencialTabela 4.1.a
Tabela 4.1.b
4.2 - Setor Comercial
Tabela 4.2.aTabela 4.2.b
4.3 - Setor PúblicoTabela 4.3.a
Tabela 4.3.b
4.4 - Setor AgropecuárioTabela 4.4.a
Tabela 4.4.b4.5 - Setor de Transportes
Tabela 4.5.a
Tabela 4.5.b4.5.1 - Setor de Transporte Rodoviário
Tabela 4.5.1.a
Tabela 4.5.1.b4.5.2 - Setor de Transporte Aéreo
Tabela 4.5.2.aTabela 4.5.2.b
4.6 - Setor Industrial
4.7 - Setor Energético
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CAPITULO 05Importação e Exportação de Energia de 2000 a 2008 ............................. 61
5.1 - Evolução da Dependência e Suficiência de Energia Primária
5.2 - Evolução da Dependência e Suficiência de Energia Secundária
5.3 - Dependência e Suficiência do Petróleo e Gás Natural 5.4 - Dependência e Suficiência de Eletricidade
5.5 - Evolução das Importações de Energia 5.6 - Evolução das Exportações de Energia
CAPITULO 06
Balanços dos Centros de Transformação de 2000 a 2008 ...................... 67
6.1 - Centrais Elétricas de Serviço Público6.2 - Centrais Elétricas Autoprodutoras
6.3 - Destilarias6.4 - Unidade de Processamento de Gás Natural - UPGN
CAPÍTULO 7Balanços Energéticos Consolidados de 2000 a 2008 ............................... 73
CAPÍTULO 08 Visão Geral do Setor Sucroenergético de Alagoas ................................... 85
8.1 - A Biomassa Cana-de-açúcar: Possibilidades Energéticas8.1.1 - Visão Energética da Cana-de-açúcar
Figura 8.1.1.1- Visão Energética da Cana-de-açúcarGráfico 8.1.1.2 - Matriz Energética Primária Brasileira – 2008
8.2 - Análise das Estatísticas de Produção
8.2.1 - Estatística da Produção no BrasilTabela 8.2.1.1 - Produção de Cana-de-açúcar no Brasil: Safra
2007/2008 8.2.2 - Evolução da Produção da Cana-de-açúcar no Estado de Alagoas
Figura 8.2.2.1 - Produção de Cana-de-açúcar no Estado de Ala-
goas: 1986/1987 a 2006/2007
Gráfico 8.2.2.2 – Localização das Usinas e Destilarias do Estado
de Alagoas8.2.3 - Importância da Escolha da Variedade de Cana-de-açúcar para o
Aumento da Produção de Açúcar, Álcool e Energia em Alagoas
Gráfico 8.2.3.1 – Comparativo entre a Produção de Açúcares Redutores de Alagoas e Brasil:1978 a 2008
Gráficos 8.2.3.2 – Comparativo entre as Variedades de Cana-de-açúcar colhidas na Safra 2006/2007 em AlagoasGráfico 8.2.3.3 - Comparativo entre as Variedades de Cana-de-
açúcar colhidas na Safra 2007/2008 em Alagoas
8.3 - Produção e Consumo de Derivados da Cana-de-açúcar - AL Tabela 8.3 – Produção e Consumo de Derivados da Cana-de-açúcar8.3.1 - Evolução da Exportação de Etanol em Alagoas
Gráfico 8.3.1.1 Exportação Etanol: Safra 2001 a 2008 8.3.2 - Evolução da Exportação de Açúcar em Alagoas
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Gráfico 8.3.1.2 - Exportação de Açúcar de Alagoas: 1998 a 2008
8.4 - Evolução da Capacidade Instalada de Geração de Energia Elétrica nas
Usinas de Alagoas8.5 - Evolução da Eficiência Energética no Setor Sucroalcooleiro de Alagoas
Gráfico 8.5 - Índice de Geração de Energia Elétrica das Indústrias Sucro-energéticas de Alagoas : Safra 2007/20088.5.1 - Indicadores que Sinalizam a Indústria em Busca da Eficiência Energética
Figura 8.5.1.1 - Turbina de Condensação Figura 8.5.1.2 - Medições Realizadas nos Exaustores da Caldeira 2BFigura 8.5.1.3 - Confirmação da Redução de 150 KW na Potên-cia Consumida pelos Exaustores da Caldeira 2B
8.6 - O Estado de Alagoas e a Nova Política de Desenvolvimento: Possibilida-des de Novos Negócios em Parceria com a Cana-de-açúcar
8.6.1 - Desafio em Direção à Superação dos Obstáculos ao Desenvolvi-
mento Tecnológico do Setor Sucroenergético de AlagoasFigura 8.6.1.1 - Balanço do Etanol quanto a Emissão do CO
2
Figura 8.6.1.2 - Área Canavieira do Estado de AlagoasFigura 8.6.1.3 - Variação Topográfica da Região Canavieira de AlagoasFigura 8.6.1.4 - Colheita Manual e Mecanizada
8.6.2 - Floresta Energética como Possibilidade para Topografia AcidentadaFigura 8.6.2.1 - Eucalipto (Estado do Paraná)Figura 8.6.2.2 - Plantio de Eucalipto em Alagoas
8.6.3 - Mandioca como Biomassa para produção de Bioetanol na Infra-
estrutura das Indústrias SucroalcooleirasFigura 8.6.3.1 - Pesquisa em CooperaçãoFigura 8.6.3.2 - Produção de Cana-de-açúcar e Mandioca
8.7 - Planejamento Estratégico do Governo do Estado e a Participação da Se-
cretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística – SEDEC-ALGráfico 8.7.1 - Balanço Energético do Biocombustível - Biomassas
CAPÍTULO 09 Reservas e Potencialidades Energéticas de Alagoas ................................ 113
9.1 - Reservas de petróleo e de gás natural9.1.1 - Reservas totais de petróleo 9.1.2 - Reservas provadas de petróleo
9.1.3 - Reservas totais de gás natural9.1.4 - Reservas provadas de gás natural
9.2 - Capacidade instalada das centrais hidrelétricas9.3 - Potencial de geração eólica no estado de Alagoas
9.4 - Potencialidades da biomassa e da irradiação solar
9.4.1 – Potencialidades da biomassa
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CAPÍTULO 10 Estrutura Geral do Balanço - Anexos ..................................................... 119
10.1 - Estrutura Geral do Balanço
10.1.1 Descrição Geral
10.1.2 Conceituação
10.1.3 Colunas da Matriz10.1.4 Linhas da Matriz10.1.5 Convenção de Sinais
10.1.6 Operações Básicas da Matriz do Balanço Energético 10.2 - Tratamento de Informações
10.2.1 - Aspectos Gerais10.2.2 - Classificação
10.2.3 - Fontes de Dados
10.2.4 - Peculiaridades no Tratamento das Informações
10.3 - Unidades de Medidas Energéticas e Fatores de Conversão para tep Médio
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APRESENTAÇÃO
Com este Balanço Energético de Alagoas - BEAL 2009 - o Governo Esta-dual dá continuação a uma atividade de importância estratégica para o planejamento energético, desenvolvimento de negócios, tecnologias
inovadoras, busca da eficiência energética, preservação do meio ambiente e definição de políticas públicas voltadas para as populações de baixo poder aquisitivo. Essa atividade que tinha sido paralisada em 1988, só foi retomada
no ano passado, com a publicação do BEAL 2008. Este documento, mais do que uma descrição fundamentada na realida-
de dos potenciais energéticos de Alagoas, é também uma ferramenta indispen-sável para a viabilização da geração de novas oportunidades de crescimento
sustentável e integrado do Estado. Nosso Estado, apesar de ter uma pequena extensão territorial, tem uma
elevada participação na geração hidrelétrica e na produção de energéticos
derivados da Cana-de-açúcar no âmbito regional. A leitura e a análise des-sas informações energéticas e sócioeconômicas de 2008 evidenciam as boas
perspectivas de desenvolvimento do nosso Estado no campo energético, espe-
cialmente no setor sucroalcooleiro, que já vem sendo considerado como um
setor sucroenergético.A responsabilidade da elaboração deste documento foi da equipe de
Minas e Energia da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico,
Energia e Logística – SEDEC - razão pela qual saúdo, com entusiasmo, a ca-pacidade técnica e a determinação dos profissionais que se dedicaram ao le-
vantamento dos dados e ao tratamento das informações. Desta forma, está de
parabéns a SEDEC, que, de forma competente e dedicada, dá esta importante contribuição na continuidade dos registros históricos das variáveis energéti-
cas no âmbito do Estado de Alagoas.O Governo do Estado agradece o apoio da Empresa de Pesquisa Ener-
gética (EPE) que foi fundamental nesse esforço comum de estudar, analisar e apresentar para a sociedade, o Balanço Energético de Alagoas. Gostaria tam-bém de registrar os nossos agradecimentos às outras instituições que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento dessa publicação.
Teotônio Vilela Filho Governador
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INTRODUÇÃO
Aimportância dos insumos energéticos no equacionamento da proble-
mática que envolve o processo de desenvolvimento econômico, exige o conhecimento e análise dos valores desses insumos de forma profun-
da e contínua. Isso justifica o esforço que estamos fazendo para que a ativida-de de elaboração desse documento se transforme numa rotina, sempre com o
olhar atento para os aprimoramentos decorrentes da evolução tecnológica no Brasil e no mundo.
A seriedade e a persistência do governo estadual na busca do desenvol-vimento econômico e social do Estado, recuperou a credibilidade das nossas
instituições, viabilizando importantes empreendimentos industriais que, sem dúvida, refletirão na geração de novos empregos, avanços sociais e melhoria na qualidade de vida dos alagoanos. Assim, aumenta essa nossa responsabi-lidade, que exige um cuidado todo especial com o planejamento energético estadual, indispensável para consolidar a estratégia política governamental. A publicação deste documento vem exatamente nessa direção.
O Balanço Energético de Alagoas - BEAL 2009 contém a série histórica de dados de produção e consumo de energia no período de 2000 a 2008. Neste novo Balanço foi também incluído um capítulo sobre as reservas e as potencialidades energéticas do Estado, bem como, ampliada e aprofunda-da análise do setor sucroalcooleiro. Portanto, esse documento representa um
instrumento de importância estratégica na formulação de planos e programas energéticos atualizados e compatibilizados com as políticas estaduais de de-
senvolvimento. A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logís-
tica, seguindo as orientações do Governador Teotônio Vilela Filho, está plena-
mente consciente do dever cumprido ao publicar o novo Balanço Energético de Alagoas - BEAL 2009. Desta forma estamos desempenhando o nosso papel
de apoiar e incentivar o desenvolvimento, dando continuidade à atividade de
organizar, sistematizar e disponibilizar as informações para aqueles que pre-
tendem investir e participar do desenvolvimento do Estado.
Luiz Otavio Gomes
Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística
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OBJETIVOS E ASPECTOS METODOLÓGICOS
Dando sequência na atividade de contabilização dos balanços energé-
ticos estaduais, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econô-mico, Energia e Logística - SEDEC, através da equipe da Secretaria
Adjunta de Minas e Energia, elaborou o Balanço Energético do Estado de
Alagoas - BEAL 2009, com base nos dados do período de 2000 a 2008. Esse
documento introduziu aprimoramentos metodológicos no detalhamento das informações setoriais, manteve os objetivos de sistematizar a divulgação das informações da área energética, envolvendo a matriz como um todo, e for-
neceu uma visão detalhada da sua estrutura, compreendendo a produção, transformação e consumo de energia.
Assim, o governo Teotônio Vilela Filho dá continuidade na construção
e no estabelecimento de ferramentas institucionais, corporativas e tecnoló-gicas, necessárias para que possa ser mantido um padrão de qualidade e uma condição de constante aperfeiçoamento. A elaboração desse Balanço
Energético Estadual 2009, foi realizada sob a orientação e com o apoio da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, entidade vinculada ao Ministério de
Minas e Energia. Esse foi mais um desafio vencido, num ambiente de relações setoriais cada dia mais complexas, com o envolvimento de múltiplos agentes institucionais e empresariais, possibilitando no estudo, a inserção das maiores
fontes energéticas existentes no Estado.A atividade de elaboração do balanço energético estadual foi paralisada
em 1988 e retomada no ano passado, com a publicação do BEAL 2008, ano base 2007. A SEDEC considera esse documento essencial para o planejamen-to e acompanhamento do setor energético estadual. Esse documento deve ser
publicado todos os anos, pois contempla a divulgação de uma extensa pes-
quisa e a contabilização da produção e do consumo de energia em Alagoas, envolvendo os recursos energéticos primários, sua conversão em forma se-
cundária, importação e exportação, distribuição e uso final da energia pelos diversos setores econômicos.
A metodologia adotada é aquela utilizada no Balanço Energético Nacio-nal – BEN, que considera uma complexa base de dados estatísticos do Setor Energético Estadual. Deste modo o BEAL 2009 passa a ser uma excelente fonte
de referência, não só para os estudos energéticos, mas, sobretudo, para todo
o processo de planejamento do desenvolvimento do Estado. As informações
inseridas nesse documento devem ser consideradas como uma importante
ferramenta na formulação de políticas para a área energética do Estado de Ala-goas, com ampla utilidade para todos aqueles que desejam estudar, pesquisar,
analisar e discutir os aspectos técnicos do setor energético estadual. A maneira simples como o balanço energético é apresentado oculta a
magnitude dos processos de coleta de dados, tratamento e contabilização das
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informações energéticas estaduais. Na realidade, a sua elaboração envolve um expressivo grau de complexidade porque inclui a construção da matriz energética do ano base a que se refere. As dificuldades do processo de obten-ção de dados de um grande número de agentes e instituições que trabalham com energia, o tratamento de forma igualitária dos conceitos de cada um e a
contabilização nos seus mais diversos segmentos de consumo já é, por si só, um desafio gigantesco para a equipe responsável por essa atividade que terá sua intensidade aumentada com o passar dos anos e com o trato das diversi-dades regionais de Alagoas.
Assim, com esse documento, a SEDEC dá continuidade a uma atividade
de importância relevante na formulação de políticas energéticas no Estado. Este Balanço apresenta as séries históricas, registradas no período de 2000 a 2008, da produção e do consumo de energéticos por fonte e por setor. Desta
vez foi feito um avanço metodológico no detalhamento do consumo do Setor
Energético, cujos critérios e métodos adotados na elaboração desse BEAL fo-ram os mais próximos possíveis daqueles utilizados no BEN.
Nos quadros que envolvem diferentes energéticos foi utilizada a unidade tonelada equivalente de petróleo (tep) e os fatores de conversão em confor-
midade com a tabela E10 do Balanço Energético Nacional de 2009, ano base 2008, constante do Capítulo 10 do BEAL 2009.
A energia primária é entendida como aquela que vem diretamente da natureza tais como: petróleo, gás natural, energia hidráulica, lenha, etc. No caso da Cana-de-açúcar foi adotado o mesmo critério adotado no BEN 2008, ou seja, os produtos da cana são: caldo, bagaço e melaço.
A energia secundária é aquela resultante de um processo de transfor-
mação, como o óleo diesel, o óleo combustível, a gasolina, o querosene, a
eletricidade, o álcool anidro e o álcool hidratado, que pode ser consumida diretamente ou transformada em outras formas de energia secundária.
A seguir, será apresentado um sumário da estrutura do Balanço Energé-
tico do Estado de Alagoas – BEAL 2009, com ano base 2008, desenvolvido nos seguintes capítulos:
Capítulo 1 - Panorama Energético Estadual X NacionalNeste capítulo são apresentados os dados gerais do Estado de Alagoas e
do Brasil, a produção de energia primária por fonte, o consumo de energia por fonte e por setor, produção e consumo de eletricidade, produção e consumo dos derivados da Cana-de-açúcar, produção e consumo de petróleo e seus de-rivados, produção e consumo de gás natural, produção e consumo de lenha. Com esses dados pode ser feita uma análise comparativa das matrizes energé-
tica estadual e nacional, identificando as diferenças e semelhanças entre elas.
Capítulo 2 – Produção, Oferta Interna e Consumo de Energia de 2000 a 2008
Neste capítulo estão incluídos os dados de produção de energia primá-ria, evolução da oferta interna de energia e a evolução do consumo final por
fonte e por setor.
Capítulo 3 – Oferta e Demanda de Energia por Fonte de 2000 a 2008
O conteúdo deste capítulo inclui os dados sobre oferta e demanda de energia primária e secundária por fonte, tais como, petróleo e seus derivados,
gás natural, derivados da Cana-de-açúcar, lenha, hidráulica e eletricidade.
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Capítulo 4 – Consumo de Energia por Setor de 2000 a 2008Neste capítulo estão detalhados os dados de consumo de energia para
os setores residencial, comercial, público, agropecuário, transporte, industrial e outros setores.
Capítulo 5 – Importação e Exportação de Energia de 2000 a 2008O conteúdo deste capítulo inclui os dados sobre a evolução da depen-
dência e suficiência das diversas fontes de energia primária e secundária, com
destaque para o petróleo e seus derivados, gás natural, eletricidade, álcool anidro e álcool hidratado.
Capítulo 6 – Balanços dos Centros de Transformação
Neste capítulo estão apresentados os balanços das centrais elétricas de serviço público e de autoprodutores, destilarias e Unidade de Processamento
de Gás Natural – UPGN.
Capítulo 7 – Balanços Energéticos ConsolidadosNeste capítulo são apresentados os balanços energéticos consolidados
para cada ano da série histórica de 2000 a 2008.
Capítulo 8 – Visão Geral do Setor Sucroenergético de AlagoasNeste capítulo é feita uma análise histórica das estatísticas de produção
do Setor Sucroalcooleiro de Alagoas correlacionando com os dados do Setor a nível nacional; é abordada, também, a evolução da eficiência energética
do Setor e sua potencialidade para geração de energia elétrica excedente; e finalmente, neste capítulo, são feitas considerações sobre as possibilidades de negócios decorrentes da Matriz Energética da Cana-de–açúcar.
Capítulo 9 – Reservas e Potencialidades Energéticas de Alagoas
Neste capítulo foram inseridas as informações sobre os seguintes itens: reservas totais e provadas de petróleo, reservas totais e provadas de gás na-
tural, capacidade instalada das centrais hidrelétricas, potencial de energia eólica, potencial da biomassa e a irradiação solar no Estado de Alagoas.
Capítulo 10 – Anexos
Na parte final desse trabalho é apresentada a conceituação da estrutura
geral do balanço, comentários sobre o tratamento das informações, definições e conceitos básicos sobre as unidades de medidas energéticas e os fatores de conversão adotados.
CAPÍTULOPanorama Energético Estadual
1e sua Comparação com o
Contexto Nacional
CAPÍTULO 1Panorama Energético Estadual e sua Comparação com o Contexto Nacional
1.1 - Dados Gerais1.2 - Produção de Energia Primária por Fonte
Tabela 1.2.a
Tabela 1.2.b
1.3 - Consumo de Energia Por FonteTabela 1.3.a
Tabela 1.3.b1.4 - Consumo de Energia por Setor
Tabela 1.4.aTabela 1.4.b
1.5 - Produção e Consumo de Eletricidade1.6 - Produção e Consumo dos Derivados da Cana-de-açúcar
1.7 - Produção e Consumo de Petróleo e seus Derivados
1.8 - Produção e Consumo de Gás Natural1.9 - Produção e Consumo de Lenha
19GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
1.1 - Dados Gerais - 2000 / 2008
A análise das tabelas 1.1 e 1.2 indica que, apesar de ter ocorrido uma evolução de 16,6% na produção de bagaço de cana no ano
de 2008 em relação ao ano 2007, a produção
de energia primária total no Estado decresceu
de 8,7%, no mesmo período. Este fato é ex-plicado pela redução da produção de ener-gia hidrelétrica na ordem de 30% nas usinas
da CHESF localizadas no Estado de Alagoas, devido a política de despacho centralizada exercida pelo Operador Nacional do Sistema
Elétrico – ONS que elevou o intercâmbio de
outras regiões para o Nordeste. A matriz ener-
gética primária do Estado é também fortemen-
te influenciada pela produção dos energéticos derivados da Cana-de-açúcar (caldo, melaço e bagaço) que, em 2008, representou cerca de 50% do total da energia produzida. É importan-te ressaltar que a variação da produção destes
energéticos em Alagoas é, praticamente, fun-ção das variáveis climáticas ocorridas em cada
safra, pois não existe mais área disponível para ser ocupada com este fim. No Brasil, ao contrá-
rio, a área ocupada com Cana-de-açúcar vem aumentando a cada ano e isto explica porque
a participação dos produtos da cana no ano de
2008 é mais do que o dobro daquela verificada
no ano de 2000.
1.2 – Produção de Energia Primária Por Fonte Tabela 1.2.a - Valores em 10³ tep
Tabela 1.1 - Dados Gerais
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Tabela 1.2.b - Valores em %
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
1.3 – Consumo de Energia Por Fonte
Tabela 1.3.a - Valores em 10³ tep
Tabela 1.3.b - Valores em %
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
A matriz energética de consumo do Esta-
do de Alagoas é essencialmente renovável, em
2008 o consumo deste tipo de energia repre-sentou 77,21% do total consumido. O Brasil que tem uma matriz energética de consumo
reconhecidamente renovável, quando compa-rada com outros países do mundo, a energia
renovável consumida em 2008 foi de 48,12%.
As informações contidas nos qua-
dros 1.3.a e 1.3.b, também evidenciam a elevada participação do bagaço de cana
no consumo final energético do Estado, que representou em 2008 o percentual de
59,55 %, enquanto que no Brasil foi de 17,44 %.
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1.4 – Consumo de Energia Por Setor Tabela 1.4.a Valores 10³ tep
Tabela 1.4.b - Valores em %
Os dois setores que podem ser destacados
na matriz energética de consumo do Estado de Alagoas são o industrial e o energético. O pri-
meiro com uma participação em 2008 de 46,18 %, inclusive superior àquela verificada no Pais como um todo que foi de 38,89 %, e o segundo
teve uma participação superior a duas vezes ao do Setor Energético a nível nacional. O consu-
mo de bagaço no processo de fabricação do açú-
car e álcool tem uma forte influência na elevada
participação do Setores Industrial e Energético na matriz de consumo de energia em Alagoas.
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
1.5 - Produção e Consumo de Eletricidade Valores em GWh
A produção de energia elétrica em 2008
foi 28,14 % menor do que aquela verificada em 2007. Isto ocorreu, com já foi observado an-
teriormente, devido a política de despacho do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
que usou o sistema interligado para substituir
parte da energia tradicionalmente gerada pela
CHESF pela energia gerada em outras hidrelé-tricas localizadas fora da região nordeste. Mes-
mo assim, o Estado de Alagoas manteve sua característica de grande exportador de energia
elétrica para outros estados.
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
1.6 - Produção e Consumo de Derivados da Cana-de-açúcar
A produção nacional de Cana-de-açúcar teve um crescimento de 21,3% em 2008 em rela-
ção a 2007, seguramente pela expansão da área cultivada. No caso de Alagoas, o crescimento da
produção de 16,6% no mesmo período foi con-
sequência, principalmente, das variáveis climá-
ticas que foram favoráveis ao cultivo da cana. A área de cultivo da cana em Alagoas não tem mais
como crescer, e a produção varia de acordo com as condições climáticas de cada ano e, também, pela evolução das espécies de cana decorrentes
das pesquisas desenvolvidas pelo setor.
1.7 – Produção e Consumo de Petróleo e Seus Derivados Valores em mil m³
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
1.8 – Produção e Consumo de Gás Natural Valores em 106 m³
1.9 – Produção e Consumo de Lenha Valores em 1.000
CAPÍTULOProdução, Oferta Interna e
2Consumo de Energia
CAPÍTULO 2 Produção, Oferta Interna e Consumo de Energia 2000 a 2008
2.1 - Produção de Energia Primária Tabela 2.1.a
Tabela 2.1.b 2.2 - Evolução da Oferta Interna de Energia
Tabela 2.2.a
Tabela 2.2.b 2.3 - Evolução do Consumo Final por Fontes
Tabela 2.3.a
Tabela 2.3.b 2.4 - Evolução do Consumo Final por Setor
Tabela 2.4.a Tabela 2.4.b
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
2.1 - Produção de Energia Primária Tabela 2.1.a - Valores em 10³ tep
Tabela 2.1.b - Valores em %
Os valores contidos nas tabelas 2.1.a e 2.1.b indicam que Alagoas é um Estado produ-
tor de energia essencialmente renovável, pois,
no período 2000 a 2008 o percentual deste tipo
de energia variou de 69% a 78%. Outro fato
importante para ser observado é que as varia-
ções das safras de Cana-de-açúcar devido às al-terações nas variáveis climáticas, ocorridas em cada ano, determinam as oscilações na produ-
ção total de energia.
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
2.2 - Evolução de Oferta Interna de Energia Tabela 2.2.a - Valores em 10³ tep
Tabela 2.2.b - Valores em %
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Na evolução da oferta interna também se destaca a participação da energia hidráu-
lica e a energia oriunda do bagaço da cana que representou, no período de 2000 a 2008,
mais de 60% da energia total ofertada. Como
a produção de energia hidráulica varia em
conformidade com as necessidades de con-sumo e também de acordo com a política de
transferência de energia adotada pelo Opera-dor Nacional do Sistema elétrico – ONS, não existe uma expansão natural de sua oferta. Isto ocorre também com o bagaço de cana, cuja oferta interna varia, basicamente, em função das variáveis climáticas que determi-nam as safras de Cana-de-açúcar colhidas ao longo do tempo.
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
2.3 - Evolução do Consumo Final por Fonte Tabela 2.3.a - Valores em 10³ tep
Os energéticos renováveis também têm uma expressiva participação na Matriz
Energética de Consumo do Estado de Ala-
goas, pois, no período 2000 a 2008, repre-sentaram mais de 70% do total de energia
consumida no Estado.
Tabela 2.3.b - Valores em %
33GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
2.4 – Evolução do Consumo Final por Setor Tabela 2.4.a - Valores em 10³ tep
Os setores industrial e energético repre-sentam mais de 70 % do consumo final energé-
tico do Estado. A indústria do açúcar está inclu-ída no setor industrial de alimentos e a indústria
do álcool foi inserida no setor energético. O bagaço de cana que ainda é consumido de for-
ma ineficiente, tanto no setor industrial como
no setor energético, é o principal responsável
pela expressiva participação destes dois setores na Matriz Energética de Consumo Final do Es-
tado. Isto significa que um programa de eficien-
tização do uso do bagaço e o aproveitamento
das pontas e palhas da cana, que hoje são total-mente queimadas, pode representar um eleva-
do incremento na produção de energia elétrica no Estado, a partir destes energéticos.
RENOVÁVEL NÃO RENOVÁVEL
Tabela 2.4.b – Valores em %
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CAPÍTULOOferta e Demanda de
3Energia por Fonte
CAPÍTULO 3
Oferta e Demanda de Energia por Fonte de 2000 a 2008
Tabela 3.1 - Total de Fontes Primária
Tabela 3.2 - Petróleo
Tabela 3.3 - Gás Natural Tabela 3.4 - Energia Hidráulica
Tabela 3.5 - Lenha Tabela 3.6 - Caldo de Cana Tabela 3.7 - Melaço Tabela 3.8 - Bagaço de Cana Tabela 3.9 - Total de Fontes SecundáriasTabela 3.10 - Derivados de Petróleo e Gás Natural
Tabela 3.10.1 - Óleo Diesel Tabela 3.10.2 - Óleo Combustível Tabela 3.10.3 - Gasolina
Tabela 3.10.4 - Gás Liquefeito de Petróleo
Tabela 3.10.5 - Querosene Tabela 3.11 - Eletricidade
Tabela 3.12 - Álcool Anidro Tabela 3.13 - Álcool Hidratado
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Tabela 3.1 - Total de Fontes Primárias Valores em 10³ tep
Tabela 3.2 - Petróleo
Valores em 10³ m³
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Tabela 3.3 - Gás Natural
Valores em 106 m³
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Tabela 3.4 - Energia Hidráulica
Valores em GWh
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Tabela 3.5 - Lenha Valores 10³ t
Tabela 3.6 - Caldo de Cana
Valores em 10³ t
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Tabela 3.7 – Melaço Valores em 10³ t
Tabela 3.8 - Bagaço de Cana Valores em 10³ t
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Tabela 3.9 - Total de Fontes Secundárias Valores em 10³ tep
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Tabela 3.10 - Derivados de Petróleo e de Gás Natural Valores em 10³ tep
Tabela 3.10.1 - Óleo Diesel
Valores em 10³ m³
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Tabela 3.10.2 - Óleo Combustível
Valores em 10³ m³
Tabela 3.10.3 - Gasolina
Valores em 10³ m³
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Tabela 3.10.4 - Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
Valores em 10³ m³
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Tabela 3.11 - Eletricidade
Valores em GWh
Tabela 3.10.5 – Querosene de Aviação Valores em 10³ m³
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Tabela 3.12 - Álcool Anidro
Valores em 10³ m³
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Tabela 3.13- Álcool Hidratado Valores em 10³ m³
CAPÍTULOConsumo de
4Energia por Setor
CAPÍTULO 4
Consumo de Energia por Setor de 2000 a 2008
4.1 – Setor Residencial
Tabela 4.1.a Tabela 4.1.b
4.2 - Setor Comercial Tabela 4.2.a Tabela 4.2.b
4.3 - Setor Público
Tabela 4.3.a Tabela 4.3.b
4.4 - Setor Agropecuário
Tabela 4.4.a Tabela 4.4.b
4.5 - Setor de Transportes
Tabela 4.5.a Tabela 4.5.b
4.5.1 - Setor de Transporte Rodoviário
Tabela 4.5.1.a
Tabela 4.5.1.b4.5.2 - Setor de Transporte Aéreo
Tabela 4.5.2.a Tabela 4.5.2.b4.6 - Setor Industrial
4.7 – Setor Energético
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Tabela 4.1.a - Setor Residencial Valores em 10³ tep
Tabela 4.1.b - Setor Residencial Valores em %
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Tabela 4.2.a - Setor Comercial Valores em 10³ tep
Tabela 4.2.b - Setor Comercial
Valores em %
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Tabela 4.3.a - Setor Público Valores em 10³ tep
Tabela 4.3.b - Setor Público Valores em %
Tabela 4.4.a - Setor Agropecuário
Valores em 10³ tep
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Tabela 4.4.b - Setor Agropecuário Valores em %
Tabela 4.5.a - Setor Transportes Valores em 10³ tep
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Tabela 4.5.b - Setor TransportesValores em %
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Tabela 4.5.1.b - Setor Transportes RodoviárioValores em %
Tabela 4.5.2.a - Setor Transporte AéreoValores em 10³ tep
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Tabela 4.5.2.b - Setor Transporte Aéreo
Valores em %
Tabela 4.6.a - Setor Industrial
Valores em 10³ tep
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Tabela 4.6.b - Setor Industrial Valores em %
Tabela 4.7.a – Setor Energético
Valores em 10³ tep
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Tabela 4.7.b – Setor EnergéticoValores em %
Importação e Exportação CAPÍTULO
de Energia 5
CAPÍTULO 5Importação e Exportação de Energia de 2000 a 2008
5.1 - Evolução da Dependência e Suficiência de Energia Primária
5.2 - Evolução da Dependência e Suficiência de Energia Secundária 5.3 - Dependência e Suficiência do Petróleo e Gás Natural
5.4 - Dependência e Suficiência de Eletricidade 5.5 - Evolução das Importações de Energia
5.6 - Evolução das Exportações de Energia
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Tabela 5.1 - Evolução da Dependência e Suficiência de Energia PrimáriaValores em 10³ tep
Tabela 5.2 - Evolução da Dependência e Suficiência de Energia Secundária
Valores em 10³ tep
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Tabela 5.3 - Dependência e Suficiência de Derivados de Petróleo e de Gás Natural
Valores em 10³ tep
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Tabela 5.4 - Dependência e Suficiência de Eletricidade Valores em 10³ tep
Tabela 5.5 - Evolução das Importações de Energia
Valores em 10³ tep
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Tabela 5.6 - Evolução das Exportações de Energia
Valores em 10³ tep
Balanços dos Centros CAPÍTULO
de Transformação 6
CAPITULO 6Balanços dos Centros de Transformação de 2000 a 2008
6.1 - Centrais Elétricas de Serviço Público
6.2 - Centrais Elétricas Autoprodutoras6.3 - Destilarias6.4 - Unidade de Processamento de Gás Natural - UPGN
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Tabela 6.1 - Centrais Elétricas de Serviço Público Valores 10³ tep
Tabela 6.2 - Centrais Elétricas de Autoprodutores Valores em 10³ tep
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Tabela 6.3 – Destilarias Valores em 10³ tep
Tabela 6.4 - Unidade de Processamento de Gás Natural - UPGN
Valores em 10³ tep
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CAPÍTULOConsolidado
7
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80GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOASSECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
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82GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOASSECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
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83GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
CAPÍTULO
8Visão Geral do
Setor Sucroenergético de Alagoas
8.1 – A Biomassa Cana-de-açúcar: Possibilidades Energéticas8.1.1 – Visão Energética da Cana-de-açúcarFigura 8.1.1.1 - Visão Energética da Cana-de-açúcarGráfico 8.1.1.2 - Matriz Energética Primária Brasi-leira – 2008
8.2 – Análise das Estatísticas de Produção8.2.1 – Estatística da Produção no BrasilTabela 8.2.1.1 – Produção de Cana-de-açúcar no Brasil: Safra 2007/2008 8.2.2 – Evolução da Produção da Cana-de-açúcar no Estado de AlagoasFigura 8.2.2.1 - Produção de Cana-de-açúcar no Estado de Alagoas: 1986/1987 a 2006/2007Gráfico 8.2.2.2 – Localização das Usinas e Destila-rias do Estado de Alagoas8.2.3 – Importância da Escolha da Variedade de Cana-de-açúcar para o Aumento da Produção de Açúcar, Álcool e Energia em Alagoas Gráfico 8.2.3.1 – Comparativo entre a Produção de Açúcares Redutores de Alagoas e Brasil:1978 a 2008Gráficos 8.2.3.2 – Comparativo entre as Variedades de Cana-de-açúcar colhidas na Safra 2006/2007 em AlagoasGráfico 8.2.3.3 - Comparativo entre as Variedades de Cana-de-açúcar colhidas na Safra 2007/2008 em Alagoas
8.3 – Produção e Consumo de Derivados da Ca-na-de-açúcar - AL Tabela 8.3 – Produção e Consumo de Derivados da Cana-de-açúcar8.3.1 – Evolução da Exportação de Etanol em Alagoas Gráfico 8.3.1.1 Exportação Etanol: Safra 2001 a 2008 8.3.2 - Evolução da Exportação de Açúcar em AlagoasGráfico 8.3.1.2 - Exportação de Açúcar de Alagoas: 1998 a 2008
8.4 – Evolução da Capacidade Instalada de Gera-ção de Energia Elétrica nas Usinas de Alagoas
8.5 – Evolução da Eficiência Energética no Setor Sucroalcooleiro de AlagoasGráfico 8.5 – Índice de Geração de Energia Elétrica das Indústrias Sucroenergéticas de Alagoas : Safra 2007/20088.5.1 – Indicadores que Sinalizam a Indústria em busca da Eficiência Energética
CAPÍTULO 8 Visão Geral do Setor Sucroenergético de Alagoas
Figura 8.5.1.1 – Turbina de Condensação Figura 8.5.1.2 – Medições Realizadas nos Exausto-res da Caldeira 2B Figura 8.5.1.3 – Confirmação da Redução de 150 KW na Potência Consumida pelos Exausto-res da Caldeira 2B
8.6 – O Estado de Alagoas e a Nova Política de Desenvolvimento: Possibilidades de Novos Negó-cios em Parceria com a Cana-de-açúcar8.6.1 – Desafio em Direção à Superação dos Obs-táculos ao Desenvolvimento Tecnológico do Setor Sucroenergético de AlagoasFigura 8.6.1.1 - Balanço do Etanol quanto a Emis-são do CO2Figura 8.6.1.2 – Área Canavieira do Estado de Ala-goasFigura 8.6.1.3 – Variação Topográfica da Região Canavieira de AlagoasFigura 8.6.1.4 – Colheita Manual e Mecanizada8.6.2 – Floresta Energética como Possibilidade para Topografia AcidentadaFigura 8.6.2.1 – Eucalipto (Estado do Paraná)Figura 8.6.2.2 – Plantio de Eucalipto em Alagoas8.6.3 – Mandioca como Biomassa para produção de Bioetanol na Infraestrutura das Indústrias Sucro-alcooleirasFigura 8.6.3.1 – Pesquisa em CooperaçãoFigura 8.6.3.2 – Produção de Cana-de-açúcar e Mandioca
8.7 – Planejamento Estratégico do Governo do Es-tado e a Participação da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística – SEDEC-ALGráfico 8.7.1 – Balanço Energético do Biocombus-tível - Biomassas
8.8 – ProspectivaGráfico 8.8.1 – Presente e Futuro do Melhoramento Genético da Cana-de-açúcarGráfico 8.8.2 – Planejamento de Colheita de Varie-dade de Cana em 2009Figura 8.8.3 – Variedades RB a serem Liberadas em 2010Tabela 8.8.4 – Perspectiva de Expansão da Bioele-tricidade - Brasil 8.9 – Considerações Finais
87GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Para maior compreenção da importância da produção de bioetanol (álcool) a partir de
biomassas mais produtivas, torna-se necessá-
rio maior conhecimento da capacidade ener-
gética dessa matéria-prima. Qualquer produto que contenha uma quantidade considerável
de carboidratos (açúcares) constitui-se em ma-
téria-prima para obtenção de álcool pela via fermentativa. Entretanto, para que seja viável economicamente, é preciso que se considere
o seu volume de produção, rendimento indus-
trial e o custo de fabricação. De acordo com o tipo de carboidratos presentes nas matérias - primas elas podem ser assim classificadas: açucaradas, amilácias e celulósicas. Os mate-riais açucarados contêm açúcares simples, ou seja, carboidratos com seis (monossacarídeos) ou doze átomos de carbono (dissacarídeos),
como glicose, frutose, e maltose. Ex.: Cana-de-açúcar, beterraba açucareira, melaços,
mel de abelhas e frutas. Os materiais amiláce-os contêm carboidratos mais complexos como
amido e inulina que podem ser quebrados em glicose pela hidrólise ácida ou ação de en-
zimas num processo denominado malteação ou sacarificação. Ex.: grãos amiláceos (mi-lho, sorgo, cevada, trigo) raízes e tubérculos
(batata, batata - doce, mandioca). Os mate-riais celulósicos são constituídos de celulose,
e apesar de estarem disponíveis em grande quantidade, não oferecem por enquanto, con-dições econômicas na produção de etanol,
pois para tornarem-se fermentescíveis devem passar por um processo complexo de hidrólise
ácida. Ex.: palha, madeira, resíduos agrícolas
e de fábricas de papel.
8.1 - A Biomassa Cana-de-açúcar: Possibilidades Energéticas
O potencial produtivo de biomassa da
Cana-de-açúcar é de 340 toneladas por hec-tare e a capacidade energética para produção
de etanol ainda não foi totalmente explora-da. Há necessidade de investimento ainda
em tecnologia para que possamos dominar a
chamada tecnologia de segunda geração. A
relação quantidade de etanol produzida e to-nelada equivalente em petróleo (tep) conduz
a produção de etanol à situação de vantagem em relação à outras biomassas. O balanço
energético brasileiro de produção de etanol a partir da Cana-de-açúcar aponta para uma re-
lação entre a energia renovável produzida e a energia fóssil consumida nessa produção de
8 vezes o que faz com que outras biomassas fiquem largamente em desvantagem. A beter-
raba, o trigo e o milho apresentam apenas duas vezes de vantagem na citada relação.
(Fonte Petrobrás – 2007).
8.1.1 - Visão Energética da Cana-de-açúcar
A política energética brasileira de substi-
tuição de combustível foi basicamente estrutura-da a princípio para o uso de etanóis a partir da
Cana-de-açúcar. Dois tipos de etanóis (álcool) foram testados: o anidro - mistura obrigatória à
gasolina (20% a 25%) - e o hidratado, utilizado
diretamente no motor (100%) desde 1979. Na-
quela época foi também trabalhada a idéia de produção de álcool à partir da mandioca. A Em-
brapa investiu na pesquisa para o melhoramento genético de cultivares que pudessem ser utiliza-
dos para esse fim e que apresentassem melhoria de eficiência energética. Não houve tempo para
que a pesquisa alcançasse os resultados espe-rados e a tecnologia de produção de etanol a
partir da matéria-prima Cana-de-açúcar já era suficiente para dar às respostas necessárias à
demanda e avançou mais rapidamente. A então indústria de produção de açúcar estava suficien-
temente estruturada para barganhar o projeto.
88GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOASSECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Para que a biomassa Cana-de-açúcar atin-gisse o percentual de dezesseis por cento (16%)
dessa matriz em 2008 várias estratégias foram
implementadas por todos os atores sociais im-
plicados no desenvolvimento do setor sucroe-nergético brasileiro com pesquisas nas diversas áreas inerentes a complexa planta de produção.
Alagoas tradicionalmente vem contribuindo com
as atividades de pesquisa em melhoramento ge-
Figura 8.1.1.1- Visão Energética da Cana-de-açúcar
nético da Cana-de-açúcar, em parceria com o setor sucroalcooleiro nacional, tendo como base
o banco de germoplasma da Serra do Ouro, em
Murici-AL, gerenciado antigamente pelo I.A.A.
Planalsucar, transformado em Rede Interuniver-sitária de Pesquisa para o Desenvolvimento do setor Sucroalcooleiro - Ridesa/Ceca/UFAL. A re-
ferida rede hoje formada por onze universidades
federais liberam variedades de sigla RB.
Gráfico 8.1.1.2 - Matriz Energética Primária Brasileira - 2008
89GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Atualmente a equipe de pesquisadores da Ridesa investe fortemente em biotecnologia e em Alagoas várias pesquisas estão sendo re-alizadas. Podemos destacar as seguintes: de-senvolvimento de um sistema de marcadores citogenéticos e moleculares para realização de cruzamentos e seleção assistidos; constitui-ção genômica em Cana-de-açúcar determina-da por meio de citogenética molecular, com hibridização in situ de sequências de DNA; utilização de marcadores moleculares tipo microssatélites no melhoramento genético da Cana-de-açúcar... . Considerando a locali-zação dos campos experimentais da Ridesa/PMGCA/CECA/UFAL na região Nordeste do
Brasil são intensificados os trabalhos em Fi-siologia, Transcriptoma, Proteômica e Trans-formação de variedades de cana submetidas
a estresse hídrico. São realizados trabalhos de caracterização fisiológica e molecular da res-
posta da cana à seca. Para que os resultados das pesquisas com variedades indicadas pela
rede Ridesa sejam difundidos e adotados pe-los produtores salientamos os que vêm sendo
realizados para algumas categorias de forne-cedores de Cana-de-açúcar. Neste caso são produzidas mudas sadias - plantio no CECA/
UFAL - com irrigação de gotejamento, para
melhoria da matéria-prima a ser fornecida às
usinas pelos pequenos e médios produtores.
8.2 – Análise das Estatísticas de Produção
Tabela - 8.2.1.1 - Produção de Cana-de-açúcar no Brasil: Safra 2007/2008
Atualmente cerca de 3 milhões de hec-tares [dos 340 milhões cultiváveis no Brasil] é
A Cana-de-açúcar passou a ocupar
grandes superfícies em novas áreas com
destaque para a região Centro-Sul o que fez
usado para colheita de cana para etanol (1%) em onze Estados e nove do Centro/Sul.
8.2.1 - Estatística da Produção do Brasil
com que o Estado de Alagoas passasse a ocu-
par a quarta posição em termos de produção do país.
90GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOASSECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
A cadeia produtiva da Cana-de-açúcar no Nordeste do Brasil é de grande importância
socioeconômica e estratégica em termos ener-
géticos, abrangendo área de aproximadamente
1.200.000 hectares, distribuídos por região li-torânea, Zona da Mata e parte do Agreste. O
Estado é o quarto maior produtor brasileiro des-
sa matéria-prima, com um parque composto de 24 agroindústrias, que na safra 2007/2008 moe-ram 29,8 milhões de t de cana, que se transfor-
maram em 2,6 milhões de t de açúcar e 885,7
mil m3 de álcool. É um segmento da economia alagoana gerador de grande número de empre-go, cerca de 100 mil postos de trabalho diretos, distribuídos entre trabalhadores rurais, operacio-nais, técnicos de nível médio e técnicos de nível
superior. Além de absorver a mão-de-obra rural dos municípios canavieiros do Estado, o setor
emprega durante a safra, bom contingente da
mão-de-obra da região sertaneja, que migra no
verão para a zona da Mata em busca de traba-lho e renda para o sustento da família.
A área ocupada com Cana-de-açúcar foi
reduzida significativamente nestes últimos anos e dos mais de seiscentos mil hectares (600 mil
ha) cultivados com a referida gramínea são plan-tados atualmente pouco mais de quatrocentos
mil hectares (400 mil ha). Algumas unidades de
produção foram desativadas. Convém salientar porem que no conjunto a produção aumenta a
cada safra em decorrência principalmente de
variedades mais produtivas.
8.2.2 - Evolução da Produção da Cana-de-açúcar no Estado de Alagoas
Figura 8.2.2.1 Localização das Usinas e Destilarias do Estado de Alagoas
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Gráfico 8.2.2.2 - Produção de Cana-de-açúcar no Estado de Alagoas Safras – 1986/87 – 2006/2007
A riqueza dessas variedades em açúcares
(ART) dentre outros indicadores de qualidade, defi-nem as escolhas e adoção dessas variedades pelos
Gráfico 8.2.3.1 - Comparativo entre a Produção de Açúcares Redutores Totais Alagoas e Brasil : 1978 a 2008
produtores. Variedades com maiores produtivida-
des por área (ton/ha) e bom rendimento de açúcar (ART) são as mais cultivadas pelos produtores.
8.2.3 – Importância da Escolha da Variedade de Cana-de-açúcar para o Crescimento Qualitativo do Setor Sucroenergético de Alagoas
92GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOASSECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
A indústria alagoana intensificou seu in-vestimento em pesquisa para a produção de variedades mais produtivas, ou seja, toneladas de cana por hectare e maior teor de açúcares redutores totais (TCH e ART). Esse crescimen-to vertical privilegiou a busca pela qualidade da matéria-prima e do processo de produção agrícola, industrial e gerencial. O desempe-nho agroindústria dessas variedades define a área ocupada por cada sigla (RB, SP, ... .). Esse desempenho faz com que os empresários es-colham as melhores variedades. A interação entre a pesquisa e o produtor é de fundamen-tal importância para a adoção da variedade se-lecionada para as usinas e fazendas de forne-cedores de cana. O material a ser liberado é testado em ambiente de produção já servindo também como indicação de manejo.
Gráfico 8.2.3.2 - Perfil da área colhida com variedades de Cana-de-açúcar acima de 1.000ha em Alagoas na safra 2006/2007; Base: 201.103,0ha
Essas bases avançadas (campos experi-mentais) são direcionadas para observações do comportamento das promissoras variedades em condição de campo, com distintas práticas de manejo a exemplo de: irrigação plena, colheita mecanizada, áreas propensas ao nematóide etc.. Em paralelo são realizadas pesquisas de acom-panhamento dessas práticas (custo de produção, benefícios em relação à outros sistemas de pro-dução etc.). Esse leque de informações define a expansão das áreas cultivadas com cada varieda-de conforme podemos constatar na evolução do perfil da área colhida com variedades de Cana-de-açúcar entre 2006/2007 e 2007/2008. (Figuras 8.2.3.2 e 8.2.3.3).
- Comparativo entre as Variedades de Cana-de-açúcar em Alagoas com área acima de 1.000 ha, colhidas na safra 2006/2007 e 2007/2008.
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Gráfico 8.2.3.3 - Perfil da área colhida com variedades de Cana-de-açúcar acima de
8.3 - Produção e Consumo de Derivados da Cana-de-açúcar
1.000 ha em Alagoas na safra 2007/2008; Base: 229.834,0 ha
A tabela 8.3.1 expõe as estatísticas do
setor sucroalcooleiro, hoje denominado me-recidamente de setor sucroenergético pela im-
portante contribuição dada à matriz energética brasileira e em particular do Estado de Alagoas.
O destaque vai para o uso do caldo da Cana-de-açúcar e do bagaço para a transformação
em produtos energéticos (etanol, energia elé-trica). Constata-se então que em 2000 o setor produziu mais de vinte sete milhões de tonela-
6 das de cana (27,7x10t), atingindo em 2004 a produção de mais de vinte e nove milhões de
6 toneladas (29,7x10 t). Verifica-se uma redução
nos anos 2005 e 2006, sendo retomado o cres-cimento em 2007 quando se atingiu a produção de mais de vinte e cinco milhões de toneladas
6de cana (25,0x10 t). Constata-se que em 2008
foram produzidas mais de vinte e nove milhões 6de toneladas de cana (29,2x10 t).
Destaca-se o montante dessa produção
que foi destinado para a transformação em ál-cool anidro em 2000 possibilitando a produ-ção de quatrocentos e oitenta e quatro mil me-
tros cúbicos de álcool (484x10³ m³), dos quais quatrocentos e vinte e quatro mil (424x10³
m³) foram exportados, e o crescimento alcan-
çado em 2007 com a produção de mais de duzentos e oitenta e um mil metros cúbicos de álcool anidro (281x10³ m³), sendo que mais de duzentos e vinte e três mil metros cúbicos
(223 x10³ m³) foram destinados à exportação. Verifica-se que em 2008 foram produzidos trezentos e noventa metros cúbicos de álcool anidro (390x10³ m³), sendo que trezentos e trinta e um mil metros cúbicos de álcool ani-dro (331x10³ m³) foram destinados a exporta-ção. O álcool hidratado também foi evoluindo positivamente passando de trezentos e seis mil
metros cúbico s (306 x10³ m³) em 2000 para trezentos e noventa e oito mil metros cúbicos
(398x10³ m³) em 2007. Em 2008 constata-se
a produção de quatrocentos e noventa e dois
metros cúbicos de álcool hidratado (492 x10³
m³), sendo que quatrocentos e nove metros
cúbicos desta produção (409 x10³ m³) foram destinados à exportação.
94GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOASSECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA E LOGÍSTICA
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Apesar da pressão internacional por uma produção tida como sustentável, impondo al-gumas barreiras, o setor sucroalcooleiro brasi-leiro tem dois terços de sua produção de açú-car comercializada no mercado internacional. Os volumes exportados de etanol não atingi-
ram ainda essa proporção, mas é na exporta-ção que se projeta a expansão dos biocombus-tíveis para o mercado futuro. Alagoas avança
Gráfico 8.3.1.1 - Exportação de Etanol de Alagoas: 2001 a 2008
Tabela 8.3.1 - Produção e Consumo de Derivados da Cana-de-açúcar – AL
8.3.1 – Evolução das Exportações de Etanol e Açúcar em Alagoas
no mesmo sentido e se adapta às exigências ambientais pois pelo volume de cana, açú-car e álcool que o citado Estado produz,
fica caracterizada sua condição de um Esta-
do exportador. Como os demais produtores
de etanol do Brasil, o setor busca a transfor-mação desse produto em Commodity para
minimizar o efeito da oscilação de preços do
mesmo no mercado internacional.
95GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Gráfico 8.3.1.2 - Exportação de Açúcar de Alagoas: 1998 a 2008
A composição deste diferente desempenho da produção mostra, como já havia ocorrido na
safra passada, a intensidade do aumento do con-sumo doméstico e das perspectivas do comércio externo deste produto. Em Alagoas grande parte
da produção de cana é destinada à transforma-ção em açúcar pela localização do Estado no litoral nordestino - proximidade com os países importadores – o que favorece à logística de ex-portação. Etanol começa também a ser exporta-
do conforme informado anteriormente. Constata-se porém o aumento também na
produção de álcool hidratado para consumo in-
terno que passou de cinquenta e um mil metros cúbicos (51 x10³ m³) no ano de 2007, para oi-tenta e três mil metros cúbicos (83 x10³ m³) de
consumo em 2008 e poderá crescer ainda mais de conformidade com o comportamento do mer-
cado internacional de quantidades demandadas e preços. Conforme informa a Companhia Na-
cional de Abastecimento - Conab, os dados indi-cam que a produção do álcool hidratado deverá
continuar crescendo à taxas muito maiores que do álcool anidro em decorrência do expressivo
aumento da frota nacional de veículos do tipo ‘flex-fuel’, que pode usar tanto o álcool, como
a gasolina ou qualquer combinação de ambos como combustível, e cuja venda mensal repre-
senta 85% dos veículos novos e está próxima de 200 mil unidades, com previsão de crescimento ao longo do ano. A frota em circulação já ultra-passou o número de 5,0 milhões de unidades e o álcool hidratado tem tido a preferência dos
consumidores em face do menor custo por qui-lômetro rodado que ele oferece comparativa-mente ao seu sucedâneo, a gasolina.
Merece destaque igualmente o contínuo crescimento da produção de eletricidade a par-tir do bagaço da Cana-de-açúcar observando-se que no ano 2000 Alagoas utilizava quinhentos
e vinte nove mil toneladas de bagaço (529x10³
t), para a geração de quinhentos e oitenta e nove (589 GWh) de energia, ou seja, 21,26 kWh por
tonelada de cana moída. No ano 2007 foram produzidos quinhentos e noventa e oito mil to-neladas de bagaço (598x10³ t) para produção
de seiscentos e cinquenta e seis (656 GWh) de eletricidade ou seja, 26,18 KWh por tonelada
8.4 – Evolução da Capacidade Instalada de Geração de Energia Elétrica nasUsinas de Alagoas
de cana, representando melhoria de 23,14%
na eficiência energética de produção. No ano de 2008 registra-se a produção de seiscentos e
oitenta e seis mil (686x10³ t) para a produção de 765 GWh de eletricidade. (Tabela 8.3).
Os investimentos em equipamentos e tec-nologia de transformação conduzirão sem dú-
vida as usinas e destilarias a nova ordem do dia que é a de transformação do setor em um
verdadeiro setor sucroenergético. Segundo a Associação Paulista de Cogeração de Energia – CONGER, com base na safra de 2006/2007,
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
o Brasil produziu quatrocentos e trinta milhões
Fonte: Rogério Oiticica
de toneladas de cana (430 milhões de ton) com o potencial de produção de dois bilhões oito-
centos e noventa e seis mil MW (2,896 bilhões MW) de bioeletricidade, a partir do bagaço. A
capacidade instalada para a geração de energia nas usinas do Estado de Alagoas não evoluiu significativamente em 2008 embora saibamos
que existe grande margem para expansão da co-geração de energia no parque sucroalcoo-leiro. Grande parte das unidades de produção
ainda não está devidamente equipada para o
processo de transformação da biomassa em
energia com a necessária eficiência.Atualmente mais de 11% das usinas do
Brasil vendem energia elétrica a partir de um excedente de potência superior a 1000 MW
que juntamente com a demanda próprio de
2500 MW apontam para um potencial nacio-nal de mais de 11 mil MW. (500 milhões/tc X
199,9 kWh/tc = 99.950.000 MWh÷8.760h = 11.410 MW med) representando o potencial de
geração de energia elétrica do setor sucroalco-oleiro brasileiro (bagaço+ponta+palha).
8.5 – Evolução da Eficiência Energética no Setor Sucroalcooleiro de Alagoas
Em linhas gerais, o conceito de eficiência energética está vinculado com o uso da menor
quantidade de energia para realizar um determi-nado trabalho ou sua transformação. Trabalhos de acompanhamento estão sendo conduzidos para análises dos índices de geração de ener-
gia elétrica nas usinas do Estado de Alagoas. Algumas vêm se destacando pelo investimen-to realizado em equipamentos mais modernos,
em análises e medições que aprimoram o de-
sempenho da indústria tornando a atividade de geração mais eficiente. Destacamos no gráfico 8.5 o desempenho da Usina Santo Antônio e da Usina Caeté que vêm investindo em equi-pamentos e consultorias de pessoal capacitado
para esse fim. Aumentar o índice de geração de
energia elétrica das usinas de Alagoas represen-ta um retorno importante para o setor.
Grafico 8.5 - Índice de Geração de Energia Elétrica das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Alagoas – Safra 2007-2008
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8.5.1 – Indicadores que Sinalizam a Indústria em Bu sca de Eficiência Energética
Figura 8.5.1.1 - Turbina de Condensação com extração - H3/800 S 16W – 111.000 kg/h (E=51.000 C=60.000)
No caso da usina Santo Antônio a di-minuição do consumo interno da indústria
através do aumento da eficiência energéti-
ca nas diversas etapas de transformação da
energia é o objetivo do grupo empresarial. O
balanço térmico para a safra 2007/2008 que
aumentou o índice de geração de 30KW/tc
para 50KW/tc.
Indicadores importantes sinalizam uma empresa eficiente relativa ao aspecto energé-
tico a exemplo da quantidade de vapor pro-
duzido por quantidade de bagaço (kgv/kgb), o
consumo de vapor de processo por tonelada de cana moída (kgvs/tc) e o índice de geração, que
representa a quantidade de energia elétrica ge-rada pela quantidade de cana moída (kw/tc).
Figura 8.5.1.2 - Medições Realizadas nos Exaustores da Caldeira 2B
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Figura 8.5.1.3 - Confirmação da Redução de 150KW na potência consumida pelos exaustores da caldeira 2B
Constantemente busca-se o aumento do
índice de geração através de melhorias térmi-cas nas caldeiras, turbinas e processos de fa-
bricação de açúcar e álcool. Convém ressaltar
porém a importância da medição da eficiência energética nas várias conversões existentes nos
sistemas isolados: bombeamento de ar / gases,
Fonte: RGO - Consultoria Projetos Elétricos Ltda
bombeamento de líquidos, etc.
8.6 - O Estado de Alagoas e a Nova Política de Desenvolvimento: Possibilidades de Novos Negócios em Parceria com a Cana-de-açúcar
Conforme foi salientado no balanço energético de 2007 com base em 2008 a uti-
lização de toda e qualquer possibilidade de geração de emprego e renda é um dos prin-cipais objetivos do atual governo do Estado
de Alagoas. Para que o referido objetivo seja atingido torna-se necessária a real busca por um dinamismo econômico, nacional, regional e local que possibilite a abertura de novos es-
paços de produção e consequente criação de
novos empreendimentos. A resultante desse investimento será sem dúvida a melhoria da estrutura produtiva do Estado nas atividades
de agropecuária, indústria extrativa mineral,
indústria de transformação, comércio e servi-
ços... . Segundo o Prof° Ignacy Sachs na me-
dida em que saímos da civilização do petróleo passamos pela produção de biocombustíveis,
por três razões: problema de mudança climá-tica, pela geopolítica do mundo do petróleo
e pela razão social. Essa produção abre pos-sibilidades para um novo ciclo de desenvol-
vimento rural em países como o Brasil que tem tudo para liderar esse processo em escala mundial. O país tem terra, água, tem pesqui-
sa agronômica, biológica de nível internacio-
nal, portanto tem tecnologia. O referido eco-sócioeconomista francês, de origem polonesa enfatiza que a biomassa é alimento, é forra-
gem, é adubo verde, é bioenergia, é material
de construção, é matéria-prima industrial, é fármaco é cosmético. O uso da ciência e da
biotecnologia para aumentar a produtividade e abrir também o leque dos produtos deriva-dos poderá ser o caminho para o desenvolvi-mento socialmente includente e sustentável.
99GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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As várias alternativas sócioeconômicas pensadas ao longo dos anos para o Estado de
Alagoas sempre exigiram profundas negocia-ções entre os componentes da complexa rede existente entre os diversos atores que formam
a relação social de produção do setor sucroe-
nergético. Mudanças nos tradicionais sistemas de produção passam a representar importante
concentração de esforço em busca de atores que possuam características inovadoras e que
dêem a abertura necessária ao desenvolvi-mento das várias possibilidades vislumbradas. Convém salientar que esse processo inovador
está sempre atrelado a políticas nacionais com
adaptações às peculiaridades locais. São de-
finidas legislações específicas que norteiam os diversos modelos de desenvolvimento em
todas as suas dimensões (ambiental, tecnoló-gico, social...). Proteger os interesses do con-sumidor através do adequado abastecimento
exige, por exemplo, regulamentação e fisca-
lização. Essas atividades fazem parte também
8.6.1 – Desafio em Direção à Superação dos Obstáculos ao Desenvolvimentodo Setor Sucroenergético
Figura 8.6.1.1 - Balanço do Etanol quanto a Emissão do CO2
da política governamental. Tomamos como exemplo a nova política do governo para os
biocombustíveis. Ela foi delineada no sentido da segurança energética em longo prazo, da moderação dos preços dessa modalidade de energia, da manutenção de uma competitivi-
dade industrial local e de uma matriz que fa-voreça as questões ligadas ao meio ambiente e a mudança climática. A manutenção e a se-
gurança alimentar são outros objetivos estraté-
gicos dessa nova política, em consequência, o planejamento do uso do solo do Estado de Alagoas segue a dinâmica nacional de análi-
se de diversas possibilidades de produção de
biomassas energéticas.
A tomada de decisão envolve o governo, os detentores dos recursos produtivos e deve partir da análise criteriosa de ganhos e perdas
individuais e coletivas. O esquema a seguir de-monstra uma das análises de referência levada em consideração na tomada de decisão quanto
ao investimento na alternativa bioetanol.
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Atualmente cerca de 3 milhões de hecta-res [dos 340 milhões cultiváveis no Brasil] são usados para colheita de cana para etanol (1%), portanto não tem sido ameaça à produção de alimentos. Além disso, a recente expansão da Cana-de-açúcar vem ocorrendo em solos rela-tivamente pobres (pastagens, ou cerrados for-temente antropizados). Neste caso, ela ajuda na recuperação da qualidade destes solos pela adição de fertilizantes e matéria orgânica, me-lhorando as suas condições. Nos quase dois
6milhões (1,7x10 ha) de hectares do Estado de
Alagoas, quatrocentos e cinquenta e três mil hectares (453x10³ ha) estão cultivados com Cana-de-açúcar em cinquenta e dois municí-pios dos cento e dois que formam o nosso Es-tado. A cana já ocupou mais de seiscentos mil hectares (600x10³ ha). O limite de expansão espacial atingiu seu limite. A área de ocupa-
Figura 8.6.1.2 Área Canavieira do Estado de Alagoas
ção foi redimensionada sem redução de pro-dução de Cana-de-açúcar em decorrência de significativos ganhos de produtividades. Parte
dessa terra liberada tem sido motivo de alguns conflitos com os movimentos sociais emergen-
tes em algumas localidades. Alagoas, Estado tradicional no cultivo da
citada gramínea, cerca de 16% da superfície é cultivada com Cana-de-açúcar o que faz com
que esta atividade agroenergética seja de fun-damental importância para o desenvolvimento
econômico do Estado. Os solos que são uti-lizados para o cultivo das tradicionais áreas
cobertas com Cana-de-açúcar não são pobres
e possuíam anteriormente a cobertura vegetal caracterizada como de Mata Atlântica. Parte
dessas áreas possui topografia acidentada que exige especial atenção quanto as prática con-
servacionistas do solo.
101GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
A topografia bastante diversificada de Alagoas vem dificultando o uso do seu solo para determinadas tecnologias estratégicas para a manutenção da produção de cana com a necessária produtividade. A mecanização e a irrigação são tecnologias caras, de difícil execução e por vezes inviabilizadas em áre-as de topografias acidentadas. Alagoas possui parte de suas áreas com topografias que im-
Figura 8.6.1.3 - Variação Topográfica da Região Canavieira do Estado de Alagoas
possibilitam a sistematização do terreno para a irrigação e a colheita mecanizada. A recon-versão da cultura em parte dessas áreas está
sendo vislumbrada. A diversificação partindo do mapeamento de potencialidades locais e
investimento em recuperação de áreas degra-dadas atenderia à atual legislação e ampliaria
o leque de possibilidades, incrementando a socioeconomia do Estado.
Usina Utinga Leão – Rio Largo
O Estado de Alagoas possui uma es-tação chuvosa, entre os meses de março a agosto, com temperaturas mais baixas e me-
nor brilho solar, combinação esta que não favorece ao metabolismo fotossintético da Cana-de-açúcar para um bom crescimento,
desenvolvimento e maturação; e uma estação seca, de setembro a fevereiro, onde frequen-
temente ocorre a combinação dos fatores es-cassez hídrica, temperaturas mais elevadas
e maior brilho solar, o que acarreta maior evapotranspiração da planta, e não propor-ciona o bom crescimento, desenvolvimento e maturação da cana. O total anual médio de
chuva (mm) atenderia as necessidades da Ca-na-de-açúcar se não existisse irregularidade
na sua distribuição. As crises periódicas do setor sucroenergético de Alagoas têm como principal causa a seca.
O forte apelo ambiental faz com que a prática da cana colhida queimada seja con-
siderada indesejável e às exigências legais exigem colheita mecanizada. A topografia com mais de 12% já passa a representar pro-
blema para esta modalidade de colheita. O custo de produção da colheita mecanizada é mais baixo pois a máquina substitui cer-
ca de 80 a 100 cortadores de cana, embora que isso represente grande problema social. Os Protocolos Ambientais assinados pelos
produtores do setor em busca inclusive da sustentabilidade ambiental da atividade vão
neste sentido. A palha da cana contribui para a cogeração de energia juntamente com o bagaço e assim sendo é evitada a emissão
de CO na atmosfera pela ação da queima. 2
As terras íngremes estão sendo repensadas
e pesquisas tecnológicas no sentido de pos-
sibilitar colheitas mecanizadas em terrenos
com topografias mais declivosas estão em
curso. Parte das áreas cultivadas com Cana-de-açúcar no Estado de Alagoas jamais será mecanizada em decorrência do alto percen-tual de declividade e pela impossibilidade dos pequenos produtores de investirem na necessária a aquisição das máquinas. Estas terras passarão provavelmente pelo processo de reconversão.
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Dois modelos de reflorestamento seriam possíveis para o Estado de Alagoas: refloresta-
mento com espécies nativas para recuperação da
cobertura vegetal devastada (interferência antro-
pogênica) e reflorestamento com espécies exóti-cas para serem utilizadas com fins energéticos. O
termo florestas energéticas, de forma geral, traduz
as plantações florestais voltadas para a produção de energia que substituem a madeira oriunda de florestas nativas. O dois tipos de reflorestamen-
tos podem ser utilizados em Alagoas em áreas
distintas. O primeiro atenderia às exigências le-gais adequando à legislação ambiental (20%) da vegetação de origem (áreas de preservação per-manente – APP) em áreas de rios e em encostas muito acidentadas. A segunda como estratégia de reflorestamento com fins socioeconômicos e ambientais. Busca-se neste caso um modelo eco-logicamente correto e sustentável com a articipa-ção dos produtores, da indústria e do Estado. Um hectare de floresta jovem sequestra, em média, 35 ton de CO / ano. Cada árvore de eucalipto
2
pode sequestrar até 20 kg de CO / ano significan-2
do grande vantagem ambiental.
Considerando a possibilidade da cultura
do eucalipto ser uma opção para áreas de re-florestamento energético no Estado de Alago-as e a ausência de informações sobre clones
recomendados para a região, a avaliação do comportamento de clones elites, quanto ao crescimento volumétrico, resistência a doen-
ças, com vistas à seleção daqueles poderão
melhor se adaptar às áreas de diversificação
8.6.2 - Floresta Energética como Possibilidade para Topografia Acidentada
8.6.2.1 - Eucalipto no Estado do Paraná
A madeira, principal produto de explo-ração de florestas, tem papel fundamental do
ponto de vista econômico. As várias formas
de madeira constituem matéria-prima utiliza-
da globalmente em setores da economia que movimentam centenas de bilhões de dólares
anualmente, envolvendo, entre outros, a pro-
dução de aço, papel, celulose, fibras, cosmé-ticos, móveis e a construção civil.
Uma das possibilidades de espécie vege-tal para este fim seria o eucalipto que oferece
várias vantagens em relação a outras espécies florestais. Em se tratando de nova espécie ve-getal para a região, a segurança na sua intro-
dução é fundamental. Surge a necessidade de
conhecimento do manejo conduzindo ao bom
desenvolvimento da planta e garantindo boa produção; desenvolvimento de estratégias para levar os produtores ao cultivo da nova planta
energética além da implantação de indústrias e outras possibilidades de criação de mercado
para a produção (fábrica de móveis, produ-ção de maderites, produção de estroncas para construção, madeira para olarias, padarias...)
seria de fundamental importância. Neste sen-
tido foi constituída uma equipe multidiscipli-
nar com a participação de vários organismos (FAEAL, Governo do Estado, UFAL, ASPLANA ...) e liderada pela Federação das Indústrias -
FIEA. O objetivo maior é o de analisar as con-dições de relhorestamento de parte das terras
ocupadas com Cana-de-açúcar em áreas mui-to declivosas e em outras regiões do Estado.
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Projeto Reflorestamento Energético (Estratégia dos Atores Sociais)
(Produtores) ASPLANA USINAS UFAL FAEAL FAPEAL FIEA
Medidas de transição – tempo para a pesquisa e implantação das florestas– tempo para a instalação de indústrias em Alagoas
(Estado)
Para que a decisão fosse tomada seria necessário o acesso a várias informações so-bre as possíveis espécies vegetais a serem se-
lecionadas pelo projeto. Considerações sobre a produtividade em eucalipto e sua depen-
dência de características ambientais em di-
ferentes regiões bioclimáticas do Estado de
Alagoas foi o primeiro passo que a equipe
constituída para a realização do diagnóstico
para escolha de espécies vegetais adequadas às condições edafoclimáticas realizou. Os
princípios referentes à adaptação de mate-riais genéticos de eucalipto e a experiência
adquirida na Universidade Federal de Viçosa em estudos deste gênero, assim como infor-mações obtidas durante visita feita na Zona Rural do Estado de Alagoas, no período de
27 a 30 de agosto de 2008 reuniu informa-ções para o início do diagnóstico em exe-
cução. Foram realizadas visitas ao Paraná e
Pernambuco que já tinham experiência com
eucalipto e outras espécies florestais. O obje-tivo principal dessas visitas foi a de avaliar as condições ambientais de clima e solo visan-
do à condução de estudos de comportamento de material genético para a produção flores-tal no Estado de Alagoas.
A madeira, principal produto de explo-
ração de florestas, tem papel fundamental do
ponto de vista econômico. As várias formas de madeira constituem matéria-prima utiliza-da globalmente em setores da economia que movimentam centenas de bilhões de dólares anualmente, envolvendo, entre outros, a pro-
dução de aço, papel, celulose, fibras, cos-méticos, móveis e a construção civil. Planta-ções florestais formadas principalmente com espécies de rápido crescimento, representam hoje um recurso renovável fundamental para atender à demanda crescente por biomassa lenhosa, reduzindo a pressão sobre florestas naturais (Grattapaglia, 2007b).
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Foto 1 – Região de Capela, Alagoas Foto 2 – Próximo à usina Santo Antônio, Alagoas
8.6.3.1 – Pesquisa em Cooperação
Conforme o relatório “Cultivo de Eucalipto
no Estado de Alagoas: Potencialidade e compor-tamento de materiais genéticos” (MG, dezembro de 2008), a seleção de áreas para o cultivo flo-
restal é de extrema importância. Em locais mais apropriados, as árvores poderão atingir porte ele-vado. Nas regiões com produtividade estimada
3abaixo de 30 m /ha/ano, além da pluviosidade
baixa e a eventual irregularidade na distribuição
das chuvas, o solo pode apresentar pequena pro-fundidade efetiva para o enraizamento em razão da presença de camadas de pedra ou horizontes
adensados. Isso restringe a capacidade de arma-
8.6.3. Mandioca como biomassa para produção de bioetanol na infraestruturadas indústrias sucroalcooleiras
A Embrapa em parceria com a UFAL-IFE-APL- Sebrae e o governo do Estado vem contribuindo para o desenvolvimento da cultura da mandioca no Estado de Alagoas e várias pesquisas já estão em fase avançada
zenamento de água e nos períodos de seca as ár-vores morrerem. Em região de acúmulo de água, a morte das pontas de galhos e do caule principal se dá por falta de arejamento do sistema radicu-
lar (Foto 2). Em solos mais bem drenados, como na região da usina Santo Antônio a árvore tem
melhor desenvolvimento (Foto 2). O processo de reconversão de áreas de Cana-de-açúcar, com a adequada escolha dos solos para esse fim, depen-
de dos resultados desses diagnósticos e dos inves-timentos que estão sendo realizados em pesquisa
para que a decisão final seja tomada e adotada com segurança no Estado de Alagoas.
tais como: competição de cultivares, agrega-
ção de valor, estudo de cadeias produtivas, aproveitamento de manipueira, sistemas de produção, controle de mandarová e estudos
de mercado.
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Raízes de Mandioca Industria – Arapiraca – 2007-2008 ₇ ⁗⁒⁑‒⁋⁄
Fonte: Embrapa
A SEDEC, através da Superintendência
de Minas e Energia, está envolvida em par-
ticular com o projeto de melhoria de fornos para produção de farinha de mandioca. A
diversificação com a inclusão dos produto-res familiares (estratégia social) vem sendo
pensada através da utilização da biomassa
mandioca em áreas acidentadas ou planas, de fornecedores de cana, ou de pequenos
produtores das regiões circunvizinhas às usi-nas. Esse projeto atende também o Agreste e
o Sertão do Estado.
Figura 8.6.3.2 - Cana-de-açúcar e Mandioca
Pode-se também produzir álcool da man-
dioca. Para a produção de álcool de mandioca é preciso recorrer a enzimas para transformar o
amido em açúcar. A Embrapa juntamente com
a Secretaria da Agricultura do Estado de Alagoas e outras secretarias estão desenvolvendo pesqui-
sas para tornar possível a utilização de cul-tivares desse tubérculo na produção de bioeta-nol. Busca-se atraves do melhoramento genético variedades tidas como açucaradas. Em vez de amido, elas têm açúcar (glicose) na raiz, que é
o substrato do processo de fermentação” Na uti-lização da açucarada elimina-se a hidrólise do amido que reduz em torno de 30% o consumo
de energia no processo de produção de etanol de mandioca”. Essa pesquisa ainda está em pro-cesso e em seguida será verificado o comporta-
mento desses cultivares em campo. Atualmente
essa modalidade de bioetanol não é competi-tiva com a cana (biocombustível), exige ainda pesquisa na área industrial, mas poderá ser uma
boa alternativa para que em composição com o complexo sucroalcooleiro possa ser utilizada na
entressafra da Cana-de-açúcar. A infraestrutu-ra do parque industrial, principalmente em mini
destilarias poderá passar por adaptações e pro-duzir etanol (álcool) de mandioca significando nova possibilidade energética para o Estado.
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O bioetanol e os demais produtos advin-
dos da Cana-de-açúcar contribuem com a socio-
economia do Estado de Alagoas gerando empre-go, renda e divisas. Os atores sociais envolvidos
na produção buscam sua sustentação através da
tecnologia de: melhoramento varietal, irrigação
(estratégia econômica), colheita mecanizada,
manejo integrado, reflorestamento (estratégia
ambiental), diversificação da matriz energética e inclusão dos produtores familiares (estratégia
social) conforme salientado anteriormente. A reorganização de sindicatos e organizações de
classe e fortalecimento de organismos de fomen-to, pesquisa e desenvolvimento (estratégia polí-
tica) vem sendo posto em prática pelas diversos
grupos de trabalho que compõem a Comissão Estadual de Planejamento Energético – CEPE/SE-
DEC com o objetivo de identificar as diversas
possibilidades energéticas para o Estado e dar
o suporte necessário ao desenvolvimento dessas
alternativas (logística, tecnologia, capacitação de recursos humanos, regulação...).
Nos últimos anos o setor sucroalcooleiro
passou por mudanças econômicas e culturais que incluem a gestão de produção, as relações
de trabalho e inovações tecnológicas. Esse
conjunto de novas exigências passa também
pela capacitação e atualização dos recursos humanos que atuam no setor produtivo e nas instituições de pesquisa e extensão (públicas e
privadas). O “Projeto de Formação e Fixação de Recursos para o Setor de Biocombustíveis – Bioetanol”- CNPq/Ridesa/Ufal através da rea-
lização do Curso de Cana-de-açúcar vem con-tribuindo com a fixação e formação de recursos
humanos em atividades de pesquisa e com a consequente inovação da cadeia produtiva de
biocombustíveis (etanol). São atividades reali-zadas através de cursos sequenciais ou de ex-
tensão tecnológica inovadora para capacitação de recursos humanos relacionados à cadeia produtiva de biocombustíveis. A SEDEC em
parceria com a SEAGRI vem participando da
citada atividade de capacitação de RH.A biomassa é uma das potencialidades de
Alagoas e várias dessas estão em estudo para verificação de suas produtividades energéti-cas. Segundo o balanço energético a Cana-de-
açúcar é a mais eficiente. A sua composição com outras biomassas a exemplo do milho e da mandioca, poderá contribuir com o desenvol-
vimento local do Estado.
8.7 - Planejamento Estratégico do Governo do Estado e a Participação da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística - SEDEC/AL
Gráfico 8.7.1 - Balanço Energético do Bicombustível
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Gráfico 8.8.1 - Presente e Futuro do Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar
Outras possibilidades de uso desta rica matéria-prima (Cana-de-açúcar) também estão
sendo testadas para que se possa abrir o leque de possibilidades que conduzam a geração de renda garantindo inclusive diversificação,
desconcentração e ampliação do fornecimen-to energético. O conhecimento de nossa re-alidade, recursos existentes, alternativas tec-
nológicas e organizacionais de uso formam a base para a tomada de decisão e a definição de políticas públicas que venham a contribuir com o melhor uso dos referidos recursos e a adequada apropriação dos mesmos pela cole-
tividade. A política de desenvolvimento que
vem sendo implementada tenta materializar essas novas possibilidades.
8.8 – Prospectiva
A pesquisa no sentido do melhor apro-
veitamento da Cana-de-açúcar inteira (fibra, sacarose...) vem avançando no Brasil. Em
Alagoas a Rede Interuniversitária para o De-senvolvimento do Setor Sucroalcooleiro – RI-
DESA/CECA/UFAL já iniciou o trabalho de re-definição de critérios e parâmetros utilizados
no processo de seleção de novas variedades de Cana-de-açúcar ( Programa de Melhoramento
Genético da Cana-de-açúcar - PMGCA). A fi-bra passa a ter importância neste novo momen-
to da pesquisa. Clones que apresentavam essa
qualidade anteriormente considerada como indesejada eram sujeitos ao descarte. Hoje a
seleção de indivíduos (clones) para atender ao critério produção de biomassa - mais fibra e
mais energia - busca o atendimento do merca-do para o futuro próximo.
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Gráfico - 8.8.2 Percentagem da intenção da área de plantio de Cana-de-açúcar em Alagoasem 2007, para colheita na safra 08/09, de acordo com as siglas das variedades;
Base: 19.923,79ha.
Fonte: Ridesa/PMGCA/CECA/UFAL
Figura 8.8.3 - Variedades RB a serem Liberadas em 2010
As boas condições climáticas registra-das neste ano nas áreas canavieiras de Alago-as anunciavam boa safra em 2009. A distri-buição irregular das chuvas com um período inesperado de seca redirecionou o previsto. Os elevados investimentos feitos pelo setor sucroalcooleiro no melhoramento tecnológico das unidades de processamento; na introdu-ção de novas variedades mais produtivas da cana e a instalação de sistema de irrigação, nos permite ter uma expectativa muito boa
em relação ao desempenho do setor na safra 2009/2010. Desta forma podemos projetar um crescimento da produção de cana, com um
aumento proporcional para fabricação de açú-
car e de álcool.
O censo varietal do Estado de Alagoas aponta para crescimento de áreas cultivadas com variedades RB para colheita na próxima
safra e a previsão é de lançamento de mais
quatro variedades da mesma sigla no Estado de Alagoas em 2010.
RB931003 – Rápida velocidade de cres-cimento, com alta produtividade agrícola nos diversos cortes, boa brotação e longevidade das socarias mesmo em colheita mecanizada; por-
te do colmo ereto e uniforme, o que facilita a colheita manual ou mecanizada; responsiva à irrigação; maturação média a tardia, e por apre-sentar florescimento médio é indicada para ser colhida do meio para o final de safra; apresen-
ta despalhe natural; baixa infestação das cigar-rinhas e pouco atacada pela broca comum do colmo; resistente a ferrugem marrom e escalda-dura das folhas e moderadamente resistente ao carvão (Foto 8F).
109GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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RB931011 – Boa produtividade agrícola, adaptação a diferentes ambientes de cultivo; floresce, necessitando o manejo da época de plantio/colheita, maturação tardia, indicada para colheita em meio e final de safra; boa colheitabilidade; resistente a ferrugem mar-rom e escaldadura das folhas e intermediária ao carvão e a broca comum. Responde bem em solos de baixa retenção de umidade (solos arenosos), inclusive em áreas com ocorrência de nematóides (Foto 8G).
O uso do bagaço e a palha já vêm sen-do testados em algumas usinas de Alagoas em
busca de melhores aproveitamentos dessa bio-
massa conforme vimos anteriormente. Pesquisa no sentido do aproveitamento do bagaço tam-bém na produção de gás também está em cur-so em Alagoas e no futuro próximo esta nova alternativa energética poderá ser disponibiliza. O prognóstico da CONGER é de que na safra 2020/21 o Brasil produzirá um bilhão e trinta e oito milhões de toneladas de Cana-de-açú-car (1038 bilhões de ton) com o potencial de
Tabela 8.8.4 - Perspectiva de Expansão da Bioletricidade - Brasil
produção de vinte e oito trilhões e setecentos e cinquenta e oito bilhões de MW (28758 tri-lhões de MW) de bioeletricidade, a partir do
bagaço e palha da Cana-de-açúcar, conforme quadro abaixo.
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Os resultados constatados neste levanta-
mento representam importante instrumento de gestão das políticas públicas do governo do Estado de Alagoas, particularmente no que diz
respeito ao álcool combustível, cujo cresci-mento do consumo doméstico e exportações, exigem um constante acompanhamento, para
facilitar o funcionamento regular dos merca-
dos e prevenir a eventualidade de crises de oferta ou demanda. A ampliação das oportu-nidades de negócios dentro da cadeia produti-
va do setor sucroalcooleiro, bem como a me-lhoria do ambiente dos citados negócios com a atração de empresas âncoras são estratégias previstas pelo governo de Alagoas. A imple-mentação da diversificação anunciada poderá
avançar através do desenvolvimento de flo-
restas energéticas e da expansão do cultivo
Conforme salientamos anteriormente a cenarização da evolução da demanda e da oferta no setor de energia é muito importante
para as atividades de planejamento tanto para as empresas energéticas quanto para o setor go-
vernamental. A pesquisa com o surgimento de
novas tecnologias faz com que sejam recons-truídas as diversas possibilidades e alternativas
a cada momento histórico.
Vem sendo pesquisada a possibilidade de fabricação de álcool através da hidrólise
ácida e da celulose com a intervenção do oligosolvente. Novas plantas de produção
serão construídas em um futuro próximo.
Esses novos biocombutíveis só serão real-mente competitivos entre 2015-2020. A ce-lulose, apesar de estar disponível em grande
quantidade, não oferece por enquanto, con-
dições econômicas na produção de etanol,
pois para tornar-se fermentescível deve pas-sar pelo citado processo complexo de hidró-lise ácida. A matéria-prima Cana-de-açúcar
(palha, bagaço...), mandioca (raiz, caule, folhas...), madeira e outros resíduos agríco-las são biomassas que o Estado de Alagoas
poderá produzir consideravelmente e com perspectiva de melhor aproveitamento no
futuro próximo.
8.8 – Considerações Finais
da mandioca, logo que a tecnologia permita
sua incorporação no complexo agroindustrial. Essa nova dinâmica de produção, conjugada ao complexo sucroenergético, ao tempo em
que repensa o uso do solo em áreas menos propícias ao desenvolvimento da Cana-de-açúcar, representa uma prática de reconver-
são que vai no sentido da criação paralela de
novas empresas (móveis, papel, cerâmicas, padarias ...), inclusão de novos atores sociais e provável desconcentração de renda. Em
considerando que os mercados estão cada vez mais internacionalizados diante das crescen-tes estatísticas de produção do setor sucroal-cooleiro essa diversificação ampliará o leque de práticas necessárias à inclusão do nosso
Estado nos padrões exigidos desses mercados
cada vez mais mundializados.
111GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
Bibliografia:
GRATTAPAGLIA, D. Aplicações Operacionais de Marcadores Moleculares. In: Borém, A. Bio-
tecnologia Florestal. Viçosa MG, Editora UFV,
2007b, pp: 175-200. Relatório MG
SACHS, Ignacy, Desenvolvimento Includente,
Sustentável, Sustentado. Rio de Janeiro, Gara-mond/SEBRAE, 2004, xxp.
CAPÍTULO
9Reservas e Potencialidades
Energéticas de Alagoas
CAPÍTULO 9 Reservas e Potencialidades Energéticas de Alagoas
9.1 – Reservas de petróleo e de gás natural
9.1.1 – Reservas totais de petróleo 9.1.2 – Reservas provadas de petróleo 9.1.3 – Reservas totais de gás natural 9.1.4 – Reservas provadas de gás natural
9.2 – Capacidade instalada das centrais hidrelétricas9.3 – Potencial de geração eólica no estado de alagoas9.4 – Potencialidades da biomassa e da irradiação solar 9.4.1 – Potencialidades da biomassa
9.4.2 – Irradiação solar
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9.1 – Reservas de petróleo e de gás natural
9.1.1 – Reservas totais de petróleo
9.1.2 - Reservas provadas de petróleo
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9.1.3 - Reservas totais de gás natural
9.1.4 - Reservas provadas de gás natural
Provavelmente, por falta de investimentos na pesquisa de novos poços em Alagoas, as re-servas totais de petróleo de 2008 representam 79,54% das reservas totais registradas no ano
de1999. No que se refere às reservas provadas a situação é bem pior, pois, as reservas prova-das de petróleo de 2008 representam apenas 47,76% das reservas de 1999.
117GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
9.2 – Capacidade instalada das centrais hidrelétricas
a) Na fronteira com o Estado da Bahia
- Usina de Paulo Afonso I: 3 X 60.000,33 = 180.001 kW - Usina de Paulo Afonso II: 2 X 70.000,00 = 140.000 kW
1 X 75.000,00 = 75.000 kW
3 X 76.000,00 = 228.000 kW - Usina de Paulo Afonso III: 4 X 198.550,00 = 794.200 kW
- Usina de Apolônio Sales: 4 X 100.000,00 = 400.000 kW - Usina de Paulo Afonso IV: 6 X 410.400,00 = 2.462.400 kW
b) Na fronteira com o Estado de Sergipe - Usina de Xingó: 6 X 527000,00 = 3.162.000 kW
c) Total da capacidade instalada na fronteira: 7.441.601 kW
As reserva de gás natural do Estado de Alagoas, similarmente ao que vem ocorren-do com as reservas de petróleo, vem sendo reduzidas substancialmente a cada ano. No
ano de 2008 as reservas totais representam apenas 49,87% das de 1999, enquanto que para as reservas provadas este índice é de
42,89%.
9.3 – Potencial de geração eólica no Estado de Alagoas
De acordo com o critério adotado pela EPE
(Empresa de Pesquisa Energética vinculada ao Mi-nistério de Minas e Energia), a capacidade insta-
lada de geração hidrelétrica da CHESF no Estado
de Alagoas é a metade da capacidade instalada na fronteira, ou seja, 3.720.800,50 kW.
As seguintes centrais hidrelétricas
pertencentes à CHESF estão localizadas
nas fronteiras de Alagoas com outros
Estados:
Fonte: Atlas Eólico do Estado de Alagoas (Eletrobrás, UFAL, Lactec)
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
De acordo com o quadro acima, os re-sultados da integração cumulativa indicam um potencial instalável de 173 MW, 336 MW e
649 MW, para áreas com ventos iguais ou su-periores a 7,0 m/s, nas alturas de 50m, 75m e
100m, respectivamente.
A capacidade instalável, para locais com velocidade superiores a 7,0m/s, resulta-
ria portanto, em uma produção anual de 458
GWh, 822 GWh e 1340 GWh, nas alturas de 50m, 75m e 100m, respectivamente. O po-
tencial eólico do estado de Alagoas é, sem dúvida, bastante considerável se levarmos em conta as dimensões do Estado e sua capacida-de de consumo.
9.4 – Potencialidades da biomassa e da irradiação solar
9.4.1 – Potencialidades da biomassa
O potencial energético da biomassa, no
Estado de Alagoas, está indubitavelmente asso-ciado com o cultivo da Cana-de-açúcar. Con-
forme está explicitado e detalhado no oitavo ca-
pítulo deste documento, Alagoas produziu, em 2008, um total de 29 milhões e 217 mil tonela-
das de Cana-de-açúcar que foram transformadas em 2,6 milhões de toneladas de açúcar, 390 mil metros cúbicos de álcool anidro, 492 mil me-
tros cúbicos de álcool hidratado e, também, 765 GWh de energia elétrica, além do suprimento
de toda energia térmica necessária ao processo industrial.
Com relação ao potencial de produção de energia elétrica que pode ser gerado a par-
tir do bagaço da Cana-de-açúcar, incluindo as pontas e palhas que hoje são totalmente
queimadas, teoricamente poderá ser atingido um índice de 200 kWh por tonelada de cana
moída. Isto representaria, para o ano de 2008, uma produção de 5843 GWh, equivalente a 130% do consumo final total de eletricidade
do Estado. No capítulo 08 também foi feita uma
abordagem sobre as possibilidades de se im-
plementar um programa de reflorestamento energético, com especial ênfase no eucalipto,
e apresentadas importantes considerações so-bre a mandioca como biomassa para produção de bioetanol.
O reflorestamento com eucalipto de parte das terras ocupadas por Cana-de-
açúcar,especialmente nas encostas e outras áreas declivosas do Estado, pode equacionar o grave problema da sazonalidade da produ-
ção de energia elétrica a partir do bagaço e
das pontas e palhas originárias da Cana-de-açúcar.
9.4.2 – Irradiação solar
A Eletrobrás, utilizando técnicos da UFAL (Universidade Federal de Alagoas) e da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), insta-
lou uma Rede de Estações Solarimétricas nos
municípios alagoanos de Palmeira dos Índios, Arapiraca, Santana do Ipanema, Pão de Açúcar, Água Branca, Matriz de Camaragibe, Maceió,
Coruripe e São José da Lage. Foram efetuadas medições no período de 12 meses, de setem-bro de 2007 a agosto de 2008, que serviram de
base para a elaboração do Atlas Solarimétrico do Estado de Alagoas. As medições realizadas
e os resultados publicados constituem a primei-
ra fase deste trabalho. Em caráter definitivo, a consolidação de um Atlas Solarimétrico para
o Estado de Alagoas precisará de mais quatro anos de medição, de modo que possa registrar as variabilidades interanuais que são intrínse-cas ao recurso solar.
Os dados preliminares registrados em
Alagoas indicam regiões bem diferenciadas com irradiações crescentes do litoral para o
sertão e de forma mais geral do norte para o sul. Também apresenta uma forte sazonalida-de, por exemplo, com um máximo de irradia-
ção média mensal diária de 24 a 26 MJ/m² ( 6,67 a 7,22 kWh/m²), em novembro, e um
mínimo de 13 a 15 MJ/m² (3,61 a 4,17 kWh/m²) em julho, na região do sertão que é a de maior potencial do Estado.
CAPÍTULO
10Estrutura Geral do Balanço
CAPÍTULO 10 Anexos
10.1 – Estrutura Geral do Balanço10.1.1 – Descrição Geral10.1.2 – Conceituação10.1.3 – Colunas da Matriz10.1.4 – Linhas da Matriz10.1.5 – Convenção de Sinais10.1.6 – Operações Básicas da Matriz do Balanço Energético
10.2 – Tratamento de Informações10.2.1 – Aspectos Gerais
10.2.2 – Classificação10.2.3 – Fontes de Dados
10.2.4 – Peculiaridades no Tratamento das Informações10.3 – Unidades de Medidas Energéticas e Fatores de Conversão para tep Médio
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BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DE ALAGOAS – BEAL 2009 – ANO BASE 2008
ANEXOS
10.1 – ESTRUTURA GERAL DO BALANÇO
10.1.1 – Descrição Geral
O Balanço Energético do Estado de Ala-
goas – BEAL 2009, com ano base 2008, foi elaborado segundo a metodologia adotada
no Balanço Energético Nacional – BEN e re-
comendada pela EPE – Empresa de Pesquisa Energética, empresa vinculada ao Ministério de
Minas e Energia (MME), que utiliza uma matriz energética ampla, possibilitando uma adequa-da configuração das variáveis físicas específi-cas do setor energético.
Figura 10.1.1 – Estrutura dos Fluxos de Energia do Balanço Estadual
Os quadros dos balanços consolidados
constantes do Capítulo 7, elaborados para cada ano do período pesquisado, e o fluxograma
apresentado na figura 10.1.1, sintetizam a me-
todologia utilizada, explicitando o balanço das diversas etapas do processo energético: produ-
ção, transformação e consumo.
10.1.2 – Conceituação
Em conformidade com a figura 10.1.1, a estrutura geral do balanço é composta de qua-tro partes:
- Energia Primária
- Transformação
- Energia Secundária- Consumo Final
10.1.3 – Colunas da Matriz
10.1.3.1 – Energia Primária
É aquela originária de produtos energé-
ticos providos diretamente da natureza. No Balanço Energético de Alagoas – BEAL 2009 foram levantadas as seguintes fontes primá-
rias: petróleo, gás natural, energia hidráulica, lenha e produtos da Cana-de-açúcar (caldo, melaço e bagaço).
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10.1.3.2 – Total de Energia Primária
É o somatório dos valores relativos às fon-tes de energia primária.
10.1.3.3 – Energia Secundária
As fontes energéticas secundárias são
aquelas resultantes dos centros de transfor-mação e se destinam aos diversos setores de consumo e, em alguns casos, podem alimentar outros centros de transformação. No Balanço
Energético de Alagoas foram incluídas as se-guintes fontes de energia secundária: óleo die-
sel, óleo combustível, gasolina, querosene de aviação, gás liquefeito de petróleo (GLP), ele-tricidade, álcool anidro e álcool hidratado.
10.1.3.4 – Total de Energia Secundária
É o somatório dos valores relativos às fon-tes de energia secundária.
10.1.3.5 – Energia Total
Esta coluna consolida toda energia pro-duzida, transformada e consumida no Estado.
10.1.4 – Linhas da Matriz
10.1.4.1 – Produção
É a energia primária produzida a partir de recursos minerais, vegetais e animais, de fontes hídricas, de reservatórios geotérmicos, do sol, do vento e das marés. Esta energia tem sinal positivo.
10.1.4.2 – Importação
Quantidade de energia primária e secun-
dária proveniente de outros estados ou do exte-rior que entra no Estado de Alagoas, se consti-
tuindo em parte da oferta inserida no Balanço. Esta energia tem sinal positivo.
10.1.4.3 – Variação de Estoques
É a diferença entre os estoques inicial e
final de cada ano. Se ocorrer um aumento de estoque num determinado ano significa que
houve uma redução na oferta total, e, neste caso, recebe o sinal negativo. No caso contrá-rio, quando ocorrer uma redução no estoque houve um aumento de oferta total, recebendo, portanto, o sinal positivo.
10.1.4.4 – Oferta Total
É a quantidade de energia colocada à dis-posição para ser transformada ou para o consu-
mo final, ou seja, é igual a produção (+) impor-tação (+) ou (-) variação de estoques.
10.1.4.5 – Exportação
É a quantidade de energia primária e se-cundária que é enviada para outros estados ou
para o exterior. Esta energia recebe o sinal ne-
gativo.
10.1.4.6 – Energia Não Aproveitada
É a quantidade de energia que, por razões técnicas ou econômicas, no momento atual não está sendo utilizada. Esta energia é carac-
terizada com sinal negativo.
10.1.4.7 – Reinjeção
É a quantidade de gás natural, normalmente
associado ao petróleo, reinjetada nos poços de
petróleo para otimizar a recuperação deste hidro-carboneto. Recebe também o sinal negativo.
10.1.4.8 – Oferta Interna Bruta
É a quantidade de energia que se coloca a disposição do Estado para transformação ou
consumo final. Correspondem à soma algébri-
ca dos valores colocados para oferta total, ex-portação, energia não aproveitada e gás natural
reinjetado.
10.1.4.9 – Total Transformação
É a soma algébrica da energia primária e secundária que entra e sai dos diversos centros
de transformação. No Balanço Energético do
Estado de Alagoas – BEAL 2009 foram consi-
derados os seguintes centros de transformação:
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Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), Centrais Elétricas de Serviço Público, Centrais Elétricas Autoprodutoras e Destilarias de Etanol (álcool anidro e álcool hidratado). É importante observar que toda energia primária e/ou secundária que entra como insumo no processo de transformação recebe sinal nega-tivo, enquanto que toda energia secundária produzida nos centros de transformação recebe
sinal positivo.
10.1.4.10 – Perdas na Distribuição e na Armazenagem
São as perdas ocorridas nas atividades
de produção, transporte, distribuição e arma-zenagem, como são os casos das perdas em gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão e redes de distribuição de energia elétrica. Não se incluem nesta linha as perdas ocorridas no
processo de transformação.
10.1.4.11 – Ajustes
Esta linha é utilizada para compatibilizar os dados de oferta e consumo de energias provenientes de fontes diferentes. Calcula-se da seguinte forma:
Ajuste = Consumo Final + Total Transformação + Perdas na Distribuição e Armazenagem – Oferta Interna Bruta
10.1.4.12 – Consumo Final
O consumo final inclui o energético e o
não energético. Nesta parte são detalhados os consumos dos diversos setores econômicos do
Estado.
10.1.4.13 - Consumo Final Energético
Nesta parte são incluídos os consumos finais dos seguintes setores: energético, residencial, público, agropecuário,
transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo e hidroviário), industrial (cimento, ferro gusa e
aço, mineração, pelotização, não ferrosos e
outros da metalurgia, química, alimentos e
bebidas, têxtil, papel e celulose, cerâmica e
outros).
10.1.4.14 – Consumo Final Não Energético
Quantidade de energia contida em
produtos utilizados em diferentes setores, para fins não energéticos.
10.1.5 – Convenção de Sinais
Nos blocos de oferta e centros de
transformação de energia da matriz constituída por cada balanço anual, toda quantidade
de energia que tende aumentar a energia disponível no Estado é positiva, como é o caso de produção, importação, retirada de estoque e
saídas dos centros de transformação, enquanto que toda quantidade que tende a diminuir a energia disponível no Estado recebe o sinal
negativo como é o caso de acréscimo de estoque,
exportação, energia não aproveitada, reinjeção de gás natural, energia que entra nos processos
de transformação, perdas na transformação e perdas na distribuição e armazenagem.
10.1.6 – Operações Básicas da Matriz do Balanço Energético
10.1.6.1 – Energia Primária e Secundária
O fluxo energético de cada fonte
primária e secundária é definido pelas seguintes equações:
Oferta Total = Produção (+) Importação (+) ou (-) Variação de Estoques
Oferta Interna Bruta = Oferta Total (-) Exportação (-) Não Aproveitada (-) Reinjeção
A Oferta Interna Bruta, também pode ser calculada da seguinte forma:
Total da Transformação (+) Consumo Final
(+) Perdas na Distribuição e Armazenagem (+) ou (-) Ajuste.
10.1.6.2 – Transformação
Nesta parte, configurada pelos centros de
transformação, é observada a seguinte operação:Produção de Energia Secundária =
Transformação de Energia Primária (+)
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Transformação de Energia Secundária (-) Perdas na Transformação
10.1.6.3 – Consumo Final de Energia
Consumo Final = Consumo Final Primário (+) Consumo Final Secundário
Ou ainda: Consumo Final = Consumo
Final Energético (+) Consumo Final Não Energético.
10.2.1 – Aspectos Gerais
Neste anexo são apresentadas as fontes de dados e os aspectos peculiares de algumas
fontes de energia quanto a forma de obtenção
das suas respectivas informações.
10.2.2 – Classificação
Dentro do possível foi adotada a classificação
setorial utilizada no Balanço Energético Nacional - BEN. Como o Balanço Energético de Alagoas – BEAL de 2009, com ano base 2008, é o
segundo balanço realizado após vinte anos de interrupção desta atividade no Estado, ainda ocorreram algumas dificuldades no detalhamento do consumo industrial e no levantamento das informações de consumo do Setor Energético.
10.2.3 – Fontes de Dados
10.2.3.1 – Derivados de Petróleo, Ál-cool e Gás Natural
Para obtenção das informações sobre os
derivados de petróleo, álcool e gás natural foram consultadas as seguintes fontes de informações:
- Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis - ANP- Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRÁS- Empresa de Pesquisa Energética – EPE
- Gás de Alagoas S.A. – ALGÁS- Sindicato da Indústria do Açúcar e do
Álcool no Estado de Alagoas – SINDAÇÚCAR/AL
10.2.3.2 – Hidráulica e Eletricidade
Para levantamento das informações
sobre energia hidráulica e eletricidade foram pesquisadas as seguintes fontes:
10.2 – TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES
- Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – CHESF
- Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
- Companhia Energética de Alagoas –
CEAL- Empresa de Pesquisa Energética – EPE
- BRASKEM S.A.
- Sindicato da Indústria do Açúcar e Ál-
cool no Estado de Alagoas – SINDAÇÚCAR/AL
10.2.3.3 – Lenha e Carvão Vegetal
Para levantamento dos dados de lenha e
carvão vegetal foram consultadas as seguintes
fontes:- Fundação Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística – IBGE
- Instituto do Meio Ambiente e dos Recur-sos Naturais Renováveis - IBAMA
- Empresa de Pesquisa Energética – EPE
10.2.3.4 – Produtos da Cana-de-açúcar
As informações sobre os produtos da
Cana-de-açúcar (caldo, melaço e bagaço) fo-ram obtidas, basicamente, junto ao Sindicato
da Indústria do Açúcar e Álcool no Estado de Alagoas – SINDAÇÚCAR/AL. Foram também
consultados alguns profissionais que prestam
serviços neste Setor.
10.2.4 – Peculiaridades no Tratamento das Informações
10.2.4.1 – Petróleo, Gás Natural e Derivados
Para os dados de produção, importa-ção, exportação, estoques e transformação
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foram utilizadas informações tendo por fonte a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), assim como os da-dos relativos às vendas das distribuidoras aos consumidores. Para os dados de consumo se-torial são utilizadas as fontes ANP e distribui-doras.
10.2.4.2 – Energia Hidráulica e Eletricidade
No caso da energia hidráulica, considera-
se o valor da produção bruta da energia medida nas centrais hidrelétricas. Não é considerada a
parcela da energia que é vertida.
10.2.4.3 – Lenha e Carvão Vegetal
A produção de lenha e carvão vegetal é
determinada a partir dos dados de consumo, não é levada em conta a variação de estoques. Os consumos setoriais de lenha e carvão vege-
tal foram estimados através de interpolações e extrapolações de dados levantados através da Empresa de Pesquisa Energética – EPE.
10.2.4.4 – Produtos da Cana-de-açúcar
Na metodologia adotada pela EPE para
elaboração do Balanço Energético Nacional – BEN são considerados como produtos primá-
rios da Cana-de-açúcar o caldo, o melaço e
o bagaço, pontas, folhas e olhaduras e como produtos secundários o álcool anidro e o álco-
ol hidratado. Neste Balanço Estadual, seguin-do a metodologia do BEN, foram considerados como produtos primários o caldo utilizado para fabricação do álcool, o bagaço e o melaço re-sultante do processo de fabricação do açúcar, e como produtos secundários o álcool anidro e o álcool hidratado. Para o BEAL 2009 foi con-siderado que cada tonelada de cana esmagada produziu, em média, 700 kg de caldo e 300 kg de bagaço.
Para contabilização dos diversos fluxos de energia que formam o balanço energético, é
necessário que as diferentes formas de energia sejam expressas, quantitativamente, numa úni-
ca unidade de medida.Seguindo a metodologia adotada pela Em-
presa de Pesquisa Energética – EPE na elabora-
ção do Balanço Energético Nacional – BEN, a unidade de medida padrão utilizada no Balan-
ço Energético de Alagoas – BEAL foi a tonela-da equivalente de petróleo (tep), tendo como referência o petróleo médio brasileiro com um
poder calorífico inferior (PCI) de 10000 kcal/
10.3 – UNIDADES DE MEDIDAS ENERGÉTICAS E FATORES DE CONVERSÃO PARA TEP MÉDIO
kg. Isto se justifica porque a unidade de medida
está relacionada com um energético importante
e expressa um valor físico. Assim, para unifor-mização de procedimentos, todos os fatores de
conversão das diferentes unidades energéticas
para “tep” devem ser determinados com base nos poderes caloríficos inferiores das fontes de
energia, e para a energia hidráulica e eletrici-dade passam a ser considerados os coeficien-tes de equivalência teórica, onde 1 kWh = 860
kcal.Portanto, a tabela a seguir foi feita a partir
da Tabela E 10 do BEN 2008, ano base 2007.
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Tabela de Fatores de Conversão para “tep” Médio