GRANDE PLANO alcochete ENTREVISTA AO VEREADOR …in SÍNTESE 2.inalcochete | Novembro 2012...

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alcochete INLOCAL CÂMARA MUNICIPAL EXECUTA ACESSO POENTE À BIBLIOTECA › PÁGINA 6 › PÁGINAS 12 E 13 INMOVIMENTO PRAIA DOS MOINHOS ATRAI CADA VEZ MAIS PRATICANTES DE KITESURF › PÁGINA 14 INPLURAL VEREADORES ANTÓNIO MADURO E JOSÉ NAVARRO CONSIDERAM PLANEAMENTO FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO GRANDE PLANO ENTREVISTA AO VEREADOR PAULO MACHADO ACESSO À EDUCAÇÃO, SAÚDE E HABITAÇÃO PREOCUPA AUTARCA › PÁGINAS 8 E 9 Informação da Câmara Municipal de Alcochete NOVEMBRO 2012 | Número 9 | Distribuição Gratuita www.cm-alcochete.pt › PÁGINAS 4 E 5 PROJECTOS SOCIAIS COMBATEM EFEITOS DA CRISE NUM CENÁRIO DE AUSTERIDADE

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alcochete

INLOCALCÂMARA MUNICIPALEXECUTA ACESSO POENTE À BIBLIOTECA

› PÁGINA 6 › PÁGINAS 12 E 13

INMOVIMENTOPRAIA DOS MOINHOSATRAI CADA VEZ MAISPRATICANTESDE KITESURF

› PÁGINA 14

INPLURALVEREADORES ANTÓNIO MADURO E JOSÉ NAVARRO CONSIDERAM PLANEAMENTO FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO

GRANDE PLANO

ENTREVISTA AO VEREADOR PAULO MACHADOACESSO À EDUCAÇÃO, SAÚDE E HABITAÇÃO PREOCUPA AUTARCA

› PÁGINAS 8 E 9

Informação da Câmara Municipal de AlcocheteNOVEMBRO 2012 | Número 9 | Distribuição Gratuita

www.cm-alcochete.pt

› PÁGINAS 4 E 5

PROJECTOS SOCIAIS COMBATEM EFEITOS DA CRISE

NUM CENÁRIO DE AUSTERIDADE

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in SÍNTESE

2.inalcochete | Novembro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

FICHA TÉCNICA

PERIODICIDADE Bimestral | PROPRIEDADE Câmara Municipal de Alcochete | MORADA Largo de São João 2894-001 AlcocheteTelef.: 212 348 600 DIRECTOR Luís Miguel Carraça Franco, Presidente da Câmara Municipal de Alcochete | EDIÇÃO SCI – Sector de Comunicação e Imagem COORDENAÇÃO DE REDACÇÃO Susana Nascimento REDACÇÃO Íngride Nogueira, Micaela Ferreira,Rosa Monteiro | FOTOGRAFIA SCI | PAGINAÇÃO CJORGE – Design & Comunicação e Rafael Rodrigues/SCI | IMPRESSÃO EmpresaGráfica FUNCHALENSE | DEPÓSITO LEGAL 327832/11 | REDACÇÃO E FOTOGRAFIA SCI – Sector de Comunicação e ImagemTelef.: 212 348 658 | [email protected] | TIRAGEM 10 000 | ISSN 2182-3227 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

FÓRUM CONVIDA CRIANÇAS PARA TEATRO DE MARIONETASNo dia 15 de Dezembro, às 15h30, o Fórum Cultural de Alcochete apresenta “Mãos de Sal”pela MarionetasMandrágora, um teatro de marionetas dirigido a criançasmaiores de 6 anos e respectivas famílias, integrado no programa cultural “Sábado X”.Com direcção artística e dramaturgia de Clara Ribeiro, “Mãos de Sal” leva-nos à descoberta do mar profundo das personagens de Simão e Sebastião, que partilham histórias e aventuras, ânsias e sonhos.

Inalcochete

CONTACTOS ÚTEISCâmara Municipal de Alcochete – 212 348 600 | Comunicação de Avarias, Roturas e Entupimentos 919 561 411 Serviço Municipal de Protecção Civil – 912 143 999 | Canil Municipal – 914 432 270 | Cemitério – 212 348 638Posto de Turismo – 212 348 655 | Bombeiros Voluntários de Alcochete – 212 340 229 ou 212 340 557 | Guarda NacionalRepublicana – 212 348 071 | Centro de Saúde de Alcochete – 212 349 320 | Extensão de Saúde em Samouco – 212 329 600Extensão de Saúde em São Francisco – 212 314 471 | Farmácia Nunes – 212 341 562 | Farmácia Cavaquinha – 212 348 350Farmácia Póvoas – 212 301 245 | Central de Táxis Alcochete – 212 340 040 | Central de Táxis Samouco e Freeport– 212 321 775 | Transportes Sul do Tejo – 211 126 200 | Transtejo – 210 422 400.

CONCERTOS DE NATAL E DE ANO NOVOA quadra natalícia vai ser assinalada com dois concertos de música coral no mês de Dezembro. O Coro de São JoãoBaptista actua no dia 15, na Igreja de São Brás, em Samouco, e o Orfeão da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898apresenta-se ao público, no dia 16, na Igreja da Misericórdia de Alcochete. Para festejar o Ano Novo, a Banda de Música da Força Aérea presenteia-nos com um Concerto no Fórum Cultural no dia 4 de Janeiro.

“MARATONA DA LEITURA”Mais de 900 alunos do Agrupamento de Escolasde Alcochete participaram na Maratona de Leitura quedecorreu nos dias 25 e 26 de Outubro, na BibliotecaEscolar da E.B. 2,3 El-Rei D. Manuel I. Nesta iniciativa,que integra o plano anual de actividades da Rede de Bibliotecas de Alcochete(RBAL), foram recitados váriosgéneros literários (narrativo, dramático, poético e informativo), e em diversaslínguas (português, espanhol,inglês, francês). Os mais pequenos, que frequentam o ensino pré-escolar, também foram convidados a participar nesta iniciativa através da leitura de imagens.

JARDIM D’ARTENos próximos dias 8 e 9 deDezembro, das 10h00 às 18h00,visite o Jardim d’Arte, a feira de Natal de comércio e artesanatolocais que vai decorrer no Largo de São João. Nesta iniciativa, nãovai faltar animação musical e diversidade de produtos que podem ser originais presentesde Natal.

EXPOSIÇÃO “OS AFRICANOS EM PORTUGAL:HISTÓRIA E MEMÓRIA (SÉCULOS XV-XXI)”No dia 18 de Dezembro abre ao público, na Biblioteca de Alcochete, a exposição itinerante“Os Africanos em Portugal: História e Memória(séculos XV-XXI)”, uma iniciativa inserida no projecto“Rota dos Escravos” do Comité Português

NOVAS MODALIDADES DE PAGAMENTOS DAS CAFA Câmara Municipal disponibiliza um novo sistema de pagamentodos serviços da Componente de Apoio à Família, nomeadamenterefeições escolares e prolongamento de horário, através da Plataforma de Ensino Assistido (PEA) disponível em www.cm-alcochete.pt. Estão também disponíveis as modalidades de pagamento por multibanco, por cheque ou numerário na tesouraria da CâmaraMunicipal. Mais informações devem ser obtidas no Sector de Educação, na Escola Conde Ferreira, sita no Largo Barão de SamoraCorreia, através do endereço de correio electrónico [email protected] ou telefone 212 348 645.

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Novembro 2012 | inalcochete.3Informação da Câmara Municipal de Alcochete

Caros(as) Munícipes,

O ano de 2012 foi um ano muito difícil para Portugal! Todos temos consciência dadelicadeza da situação e sentimo-la no nosso quotidiano. Cresce o sentimento deapreensão e de injustiça. Muitos foram os Portugueses que viram as suas condiçõesde vida piorar substancialmente e todos esses, a quem o presente frustrou as expec-tativas, manifestam agora inquietação quanto ao futuro. O que nos espera em 2013, com a aprovação do Orçamento de Estado (OE) com oscontornos conhecidos, não vai ser diferente.É nossa convicção que as medidas previstas no OE não vão resolver nenhum dosproblemas nacionais. Ao invés, vão agravar a dívida pública e terão “devastadorasconsequências no plano económico e social”.Será um orçamento de recessão, de falências, de desempregados, de famílias insolven-tes, de abandono escolar, de empobrecimento e miséria, de jovens forçados a emigrar.Afectará, igualmente e de forma desproporcional, os bolsos dos trabalhadores, dosreformados e das camadas mais desfavorecidas, somente conseguindo ficar imu-nes os ricos, os poderosos, os grandes grupos económicos e financeiros.Ao contrário do que afirmam os seus autores, a repartição dos sacrifícios não é jus-ta, nem equitativa!Não tenhamos dúvidas de que o fosso e as assimetrias vão aumentar exponencial-mente entre aqueles que tudo têm e aqueles que nada ou pouco têm. A classe mé-dia tenderá a desaparecer com o aumento brutal dos impostos, aumentará abrup-tamente a taxa de desemprego, e seremos confrontados com a eliminação e com-pressão de direitos, cortes e congelamento de salários e subsídios, entre outros efei-tos nefastos. Perante este cenário, a paz e a justiça sociais estarão em risco, algo ine-vitável face ao contexto emergente de fome, de pobreza extrema e de miséria a queesta obstinação pela austeridade tem conduzido milhares de famílias portuguesas.Perante um horizonte tão gravoso, urge perguntar: entre aquilo que é formal, osnúmeros, e aquilo que é substancial e fundamental, as pessoas, devemos optar por

qual destes valores? Para nós, claro, a resposta será sempre pelaspessoas, sob pena de um dia transformar-mos o nosso território, demarcado histori-camente há séculos, num espaço vazio, en-velhecido, ora porque os jovens emigraram,por tantos e tão repetidos “convites” do Go-verno para que o façam, ora porque outrosse encontram na mais profunda miséria, talnão é o ataque desferido às prestações so-ciais dos cidadãos mais idosos. As políticas implementadas têm um rostoe, não tenhamos dúvidas, estão a “empo-brecer” os portugueses. Os números são pú-blicos e cruéis e revelam-nos um Portugalque caminha a passos largos para uma si-tuação de pobreza extrema.Não podemos iludir as questões que nos estãoa ser colocadas, nem ignorar que a conjuntura

nacional em nada prenuncia uma retoma económica sólida nos anos mais próximos. Te-mos por isso de responder de forma mais estruturada às dificuldades que se nos colocam. Foi isso que o Executivo Municipal procurou fazer. Não paralisou, nem se resig-nou e colocou em prática políticas sociais que se traduziram em acções concretas,muitas delas desenvolvidas em parceria com entidades diversas que, tal como a Au-tarquia, contactam diariamente com estas realidades sociais.A título de exemplo, destaco a recente inauguração da Loja Social – “Loja do Merca-do – Projeto Solidário Alcochete”, traduzido na assinatura do Compromisso de Con-certação Social do Concelho de Alcochete, a abertura de cantinas sociais no Concelho,a aprovação do Regulamento para Atribuição de Habitações Sociais e a decisão do Exe-cutivo em não aumentar o Imposto Municipal sobre Imóveis em 2013, mantendo assimas taxas de 0,7% a incidir nos prédios urbanos anteriores ao CIMI e de 0,4% nos pré-dios urbanos avaliados nos termos do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis.É nos momentos mais difíceis que as qualidades das nossas populações melhor serevelam. Vivemos um desses momentos, sendo crescentes as dificuldades, as exi-gências e os desafios inadiáveis. No entanto, na nossa História, remota ou recente,já passámos por muitas crises e sempre as superámos. Não tenho dúvidas de quetambém assim será desta vez.O futuro próximo não nos parece risonho, mas também devemos estar conscientesde que este momento não marcará o final da história. Outros momentos se sucederãoe, com a responsabilidade e a consciência de todos, unidos num abraço solidário, es-tou certo de que temos todas as condições, enquanto País e enquanto Povo, para mu-dar o rumo da nossa história. Cabe a nós, neste momento, legarmos às gerações vin-douras, um Portugal mais justo, mais igualitário, menos assimétrico e mais fraterno!Com a nossa solidariedade, quero garantir que estamos empenhados em melhorara situação social do concelho de Alcochete e é esta confiança no nosso destino co-lectivo que não podemos perder. Por maiores que nos pareçam, e são, as dificulda-des do presente, vamos vencê-las, combatendo estas políticas e construindo alter-nativas à situação que vivemos.Sendo esta a última edição do InAlcochete de 2012, aproveito para desejar a todos umFeliz Natal e um Ano de 2013 com mais confiança em nós próprios e mais esperan-ça no futuro!

Os númerosque estão a empobreceros portugueses!

EDITORIAL

Com a nossa solidariedade, quero garantir que estamosempenhados em melhorar a situação social do concelhode Alcochete e é esta confiança no nosso destino colectivo que não podemos perder. Por maiores que nos pareçam, e são, as dificuldades do presente, vamos vencê-las, combatendo estas políticas e construindo alternativas à situação que vivemos!

ALCOCHET’AVENTURA ENCERRA ÉPOCA COM PASSEIOS PEDESTRE E DE BTTNo dia 16 de Dezembro, a Autarquia assinala o finalde época do Alcochet’Aventura com o pedestre “Valeda Marinha Nova”e o BTT “Entre Marinhas e Sapal atéPancas”. Tendo como ponto de partida, as instalaçõesmunicipais na Lagoa do Láparo, os dois percursosintegram passagens pela Quinta da Coutadinha,Pinhal das Areias e Sítio das Hortas, sendo que o de BTT prolonga-se até ao Monte de Pancas. As duasiniciativas terminam com um almoço convívio.

LUÍS MIGUEL CARRAÇA FRANCOPresidente da Câmara Municipal de Alcochete

da UNESCO. Esta exposição, que vai estarpatente ao público em Alcochete até 2 de Março de 2013, contextualiza a influência africana na sociedade portuguesa nas mais diferentes áreas, desdeo trabalho, as artes até à imaterialidade dos nossos quotidianos.

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4.inalcochete | Novembro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

in FOCO

não conseguem, nem tão poucotêm competência para dar as res-postas necessárias.Com a noção de que as questõeseconómico-financeiras estão na or-dem do dia, e são prioritárias para asolução urgente de uma crise cujofim parece estar longe, a CâmaraMunicipal de Alcochete também es-tá consciente de que é necessáriocentrar a importância da economianos problemas concretos da sua po-pulação. As pessoas não podem es-

tar num plano secundário nem sub-jugadas às regras de uma economiadeterminada pelo sector financeiro.As políticas sociais da Câmara Mu-nicipal, ao longo destes últimos se-te anos, têm sido diversíssimas, al-gumas delas, inclusivamente, coin-cidem com os oito objectivos dedesenvolvimento do Milénio quepassam pela promoção da saúde, apromoção de uma educação uni-versal e gratuita para todos, a valo-rização do papel da mulher e a

igualdade de género, a sustentabili-dade ambiental, a erradicação da po-breza (ou pelo menos a sua mitiga-ção). Estas políticas traduzem-se emacções concretas e desenvolvidas pe-los representantes políticos ou poraqueles que, em parceria com a Au-tarquia contactam diariamente comestas realidades.Contrariando a ideia feita de que osPortugueses são avessos por natu-reza à participação cívica, ao envol-vimento associativo, ou, noutro re-

gisto, à dádiva solidária através dovoluntariado, o dinamismo de mo-vimentos solidários e de voluntaria-do dizem-nos que, se houver criati-vidade no plano organizacional, sese conjugarem iniciativas e institui-ções com vocações diversas, é pos-sível reforçar a cidadania, atenuaros níveis de incerteza dos mais frá-geis e contribuir activamente paraum desenvolvimento mais justo emais participado das nossas socie-dades. É disto exemplo a estreita co-laboração entre a Câmara Munici-pal, o Centro Comunitário Cais doSal, a Cercima e o Núcleo Local deInserção.Foi exactamente um conjunto deparceiros público, privados, associa-ções, empresas e demais serviços, queconstituem, actualmente, a Rede So-cial de Alcochete, que assinaram nopassado mês de Outubro, o Com-promisso de Concertação Social do

A crise financeira e a austeridade aque os Portugueses estão sujeitos,está no limite e pode, inclusivamen-te, ter condições para criar uma si-tuação de ruptura grave.Num quadro económico-social quetende a degradar-se ainda mais, ésabido que são as Câmaras Munici-pais quem mais próximo está dassuas populações e a quem as mes-mas recorrem diariamente. No en-tanto, estes são flagelos sociais, re-lativamente aos quais, as Autarquias

Apesar de trinta e oito anos de vida democrática e de transformações profundas, a sociedade portuguesa está longe de ter resolvido importantes bloqueamentos ao desenvolvimento, bem como desequilíbrios sociaismanifestamente injustos. Vivemos um momento histórico, num contexto económico e social muito conturbado e complexo, enfrentamos tempos de dificuldades, de conflitualidade e de incerteza, mas, talvezpor isso mesmo, sentimos uma maior responsabilidade em equacionar correctamente as grandes questõesque urgem resolver.

PROJECTO “DAR DE VOLTA”MANUAIS ESCOLARES GANHAM NOVA VIDA EM INICIATIVA INTERMUNICIPALCerca de 3000 manuais escolares dos 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário foram doados no âmbito do “Dar de Volta”, um projecto intermunicipal que tem por objectivo a reutilização de manuais escolares. Solidariedade e rentabilização de recursos são dois conceitos que estão na base desta iniciativa que, na prática, se traduziu num contributo para as famílias que puderam requisitar manuais escolares a custo zero. Já foram requisitados cerca de 175 livros para alunos dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário. O facto de terem sido doados manuais que já não são utilizados nas Escolas do Concelho, também permitiu ao Município de Alcochete estabelecer uma “rede solidária”com países de língua oficial portuguesa. Cerca de 700 livros não reutilizados no Concelho foram enviados paraLuanda, a pedido da Sociedade Mineira de Catoca e foram ainda entregues manuais na Quinta da Boavista, em Palmela, à Congregação das Irmãsde Apresentação de Maria, que têm como destino a Escola Comunitária Maria Riviê, em Nampula.

INAUGURAÇÃO DA LOJA SOCIAL REÚNE PARCEIROS LOCAIS E POPULAÇÃO EM GERAL

Políticas sociais atenuamproblemas concretos da população

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Novembro 2012 | inalcochete.5Informação da Câmara Municipal de Alcochete

inFOCO

Concelho de Alcochete, com o qualse pretende uma efectiva partilha deinformações entre as diversas enti-dades de modo a conhecer, diag-nosticar e intervir melhor peranteas situações de carência social.O Presidente da Câmara Munici-pal, Luís Miguel Franco, sublinhoua importância deste Compromissode e da Rede Social de Alcochete,composta por entidades cujos re-presentantes embora vivendo pe-ríodos conturbados, ainda “têm oespírito de missão, a vocação e ochamamento interior que lhes per-mitem dar um pouco de si a estacausa pública”. Para o Autarca, aconcretização deste compromisso“a todos deve orgulhar, sem excep-ção, e deve ser enfatizado e realça-do para conhecimento da nossa po-pulação”.

“LOJA DO MERCADO”A Câmara Municipal inaugurou a17 de Outubro último, Dia Mun-dial para a Erradicação da Pobreza,a “Loja do Mercado - Projecto Soli-dário Alcochete”, mais uma inicia-tiva que resulta de uma parceriacom o Centro Comunitário Cais doSal/CERCIMA, o Instituto da Segu-rança Social/Centro Distrital deSetúbal e a Unidade de Cuidados naComunidade Montijo Alcochete/ACES do Arco Ribeirinho. Na cerimónia, dirigida pelo Presi-dente da Câmara Municipal, peloVereador da Educação, Desenvolvi-mento Social e Saúde, que tambémpreside ao Conselho Local de Ac-ção Social de Alcochete (CLAS),pela coordenadora da Representa-ção de Segurança Social das Redesda Península de Setúbal e pela pre-sidente da Direcção da CERCIMA,Luís Miguel Franco, destacou a ver-tente solidária do projecto, comcontornos diferentes de outros con-ceitos já implementados, trata-sede “um conceito aberto à participa-ção da sociedade civil, à sua solida-riedade, ao seu altruísmo e à sua fi-lantropia”, valores que, segundo oautarca, no entanto, correm o riscode se esgotar “porque aqueles queainda podem ajudar, podem tam-bém estar sujeitos, num futuro nãomuito distante, a fragilidades sociaisque os direccionem para estas viasdo apoio social”.A “Loja do Mercado – Projecto So-lidário” não é mais do que se de-signa por loja social e é feita comrecursos que o Município põe aodispor da comunidade, com a cola-boração de outras instituições etambém do voluntariado. Este pro-jecto não visa integrar o pensamen-to caritativo na intervenção social,mas tem uma lógica de intervençãosocial, positivamente discricionária,sem afectar em concreto aquelesque aparentemente procura ajudar,isto é, não é uma loja para os po-bres, é uma loja para todos, é umaloja que assume como ponto departida a ideia de custo justo, deacordo com a capacidade que cadaum tem de pagar.Portugal atravessa um período

muito complexo e difícil, talvez umdos mais difíceis da nossa Históriamais recente, do Pós-25 de Abril,justificando-se, cada vez mais, o es-forço de nos reorientarmos em par-ceria, sempre numa lógica de soli-dariedade activa. A inauguração des-ta Loja Solidária resultou, exacta-mente, de mais uma intervenção daCâmara Municipal ao serviço da co-munidade fornecendo um espaço econdições para que exista um local,de acesso a todos os cidadãos e comprodutos, maioritariamente, em se-gunda mão.A loja solidária nasceu da estreita

cooperação entre voluntários e écom esses mesmos voluntários quese encontra a funcionar. Sob a ges-tão do Centro Comunitário Cais doSal, a “Loja do Mercado – ProjectoSolidário” está situada na Rua doMercado, em Alcochete, está abertaa toda a população à terça-feira, das9h30 às 12h30 e à quinta-feira, das14h30 às 17h30.

CÂMARA APROVA REGULAMENTO PARA ATRIBUIÇÃO DE HABITAÇÕES SOCIAISA Câmara Municipal de Alcochete

aprovou, por unanimidade, o Regu-lamento para Atribuição de Habita-ções Sociais, que esteve em consul-ta pública até ao passado mês de Se-tembro, e no qual estão definidas asregras de participação no concursopara atribuição das habitações so-ciais.A Câmara Municipal tem consciên-cia plena dos seus deveres em ma-téria de habitação social e fá-lo-ásempre na defesa dos interesses detodos os cidadãos, colocando todosos candidatos em pé de igualdade,para que o acto de entrega das ca-sas se faça de acordo com regras

que possam garantir a transparên-cia do processo, mas sobretudo asua adequação a quem mais delasprecisa. Este regulamento corres-ponde a um esforço e um empenhoda Câmara Municipal no sentidode dar continuidade a uma políticade apoio à promoção de habitaçãosocial, sendo certo que em últimaanálise seria desejável que no Muni-cípio não nos deparássemos com anecessidade de habitação social oque significaria que a nossa popula-ção teria condições de trabalho efamiliares que lhes permitisse sub-sistir por meios próprios.A área de influência do concursodiz respeito exclusivamente ao par-que habitacional da Câmara Muni-cipal de Alcochete, proprietária de52 fogos, sendo que 48 fogos estãosujeitos a regime de renda apoiadae condicionada, 38 dos quais no âm-bito do Programa Especial de Rea-lojamento (PER).Actualmente, a procura da habita-ção social ultrapassa em muito a ca-pacidade de resposta da Autarquiaque dos 7 fogos devolutos, apenas4 vão estar disponíveis a concursona medida em que 3 fogos necessi-tam de intervenções de fundo.Neste momento estão identificadas150 famílias candidatas a 4 fogos.Pretendemos que as casas sejam atri-buídas não só aqueles que mais pre-cisam mas também para aqueles cu-ja tipologia se adequa ao agregadofamiliar.

PRESIDENTE DA CÂMARA ENALTECE TRABALHO DE PARCERIA DA REDE SOCIAL

VEREADOR PAULO MACHADO ASSINA COMPROMISSO DE CONCERTAÇÃO DE APOIO SOCIAL

CONCELHO DE ALCOCHETE TEM DUAS CANTINAS SOCIAISNo Concelho, a Santa Casa da Misericórdia de Alcochete e a Fundação João Gonçalves Júnior vão assegurar o funcionamento de duas cantinas sociaispara fornecer refeições de custo zero a um euro, valor máximo da refeição, paraserem consumidas em casa, por pessoas ou famílias que se encontrem em situação de dificuldade.Quem precisar de utilizar este serviço tem que se dirigir à Divisão de Educação,

Desenvolvimento Social e Saúde (Escola Conde Ferreira, no Jardim do Rossio) ou ao Centro Comunitário Cais do Sal (Bairro da Coophabital em Alcochete), ondeé feita a avaliação e o encaminhamento das pessoas.As duas instituições aderiram à Rede de Cantinas Sociais através da assinatura de protocolo com o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, no dia 24 de Outubro último.

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in LOCAL

ENERGYBUS VISITOU A ALCOCHETEO EnergyBus esteve em Alcochete nos dias 12 e 13 de Novembro junto à Bibliotecade Alcochete e proporcionou a crianças, jovens e adultos uma viagem muitointeressante e interactiva pelos caminhos da produção e transformação de energia,pelas energias renováveis e pela eficiência energética. Projecto desenvolvido pelaEDP, o EnergyBus tornou acessível a todos um conjunto de informações úteis, fundamentais para a adopção de novos comportamentos, mais eficientes e amigosdo ambiente, e revelou o que de mais inovador se desenvolve e utiliza em Portugalno capítulo energético, destaque para o InovGrid projecto piloto desenvolvido em Alcochete assente nas Redes Inteligentes de Energia.

A Câmara Municipal já deu início às obras que vão qualificar o percurso de ligação pedonal entre o acesso poente à Bibliotecade Alcochete e ao Largo Barão de Samora Correia.

6.inalcochete | Novembro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

Autarquia avança comobra no acesso poenteà Biblioteca de Alcochete

Dar resposta ao problema diário de acesso en-tre duas áreas urbanas, que congregam estabe-lecimentos comerciais, novas urbanizações e osacessos à Biblioteca de Alcochete e a espaçospúblicos de referência é o principal objectivo des-ta intervenção que se traduz num custo total de€166.820,75. Actualmente com piso em terra batida e umvisível declive, os arranjos exteriores vão possi-bilitar a criação de um espaço de ligação pedo-nal, que fomenta a acessibilidade e melhora acirculação de cidadãos com mobilidade reduzi-

da, numa área urbana que abrange equipamen-tos de apoio social e espaços públicos de refe-rência como o Jardim do Rossio. Dada a carac-terística funcional do espaço, esta intervençãoque contempla uma extensão de 81 metros,inclui trabalhos de pavimentação, com recursoa diferentes pavimentos que vão diferenciar asáreas de circulação pedonal e as de acesso paraviaturas de moradores. A partir do Largo Barãode Samora Correia vão ser construídas escada-rias, acompanhadas de patamares e rampas demodo a garantir o acesso a pessoas com mobi-

A Câmara Municipal apela a todos os munícipesque enviem com regularidade a leitura do seucontador de água, uma simples acção que vaipermitir que a facturação mensal esteja maisajustada ao consumo real. A Câmara Municipalprocede à leitura dos contadores que estão aces-síveis bimestralmente. Nos meses em que a mes-ma não é efectuada, os munícipes podem con-sultar na sua factura de água qual o período para

a Comunicação de Leituras e, no decurso domesmo, comunicar à Câmara a leitura do con-tador. Para o efeito, os munícipes podem diri-gir-se à Repartição de Águas e Saneamento si-tuada na Rua do Mercado, em Alcochete, oucontactar os mesmos serviços municipais atra-vés do telefone 212 348 625 ou do endereçoelectrónico [email protected]. Com o envio da leitura dos contadores, os mu-

nícipes não estão só a contribuir para que o cus-to da sua factura seja mais fiel ao consumo men-sal, como também evitam eventuais acertos decontas. Para efectuar correctamente a leitura doseu contador, os munícipes devem apenas ter emconta os números com o fundo de cor branca oupreta (consoante o tipo de contadores) que repre-sentam os metros cúbicos (m3), não considerandopara o efeito os números com o fundo vermelho.

Envie a leitura para a Câmara Municipal

REGENERAÇÃO URBANA DE ALCOCHETE

lidade condicionada, como cadeiras de rodas.Para resolver os problemas de desnível, está pre-vista ainda a construção de muros de betão ar-mado entre as rampas e escadas. Embora sejauma área essencialmente de passagem, umavez que se privilegia o Jardim do Rossio comozona de estadia, a intervenção integra ainda acolocação de espécies arbóreas e mobiliário ur-bano. Após conclusão dos trabalhos, pretende-se que este espaço funcione também como umelo de ligação entre os espaços confinantes, quesão díspares.Sendo um dos projectos que integram a Rege-neração Urbana de Alcochete, os arranjos exte-riores do acesso poente à Biblioteca de Alco-chete são uma obra comparticipada peloPORLisboa em €84.249,60, sendo o restanteinvestimento suportado pela Câmara Municipal.

A Autarquia prossegue com o programa de combate à praga do escaravelho da palmeira atravésde intervenções directas nas palmeiras existentes no espaçopúblico, que visam o controlo e erradicação da mesma.As intervenções que decorremmensalmente consistem no saneamento, podas e revisão do sistema de tubagem para aplicação de produtos que assegurem o combate e controlo da praga, e traduzem um gastomensal para a Autarquia de €1138,02.Ainda recentemente decorreu no Miradouro Amália Rodrigues e no Jardim do Rossio, emAlcochete, uma dessas acções quetiveram um custo de €3653,10.Para uma contenção mais efectivadesta praga, cuja dispersão é extremamente rápida, e a detecção precoce é muito difícilde efectuar, a Autarquia solicita a colaboração de todos os munícipes, que tenham palmeiras nas suas propriedades, no sentido de estarem atentos à sintomatologia desta praga, ou seja, queda de folhas externas e centrais, assimetria e murchidãoda copa.A Câmara Municipal disponibiliza os serviços da Divisão de Ambientee Espaços Verdes para esclarecimentos e apoio técnico,caso os munícipes optem por realizar os tratamento ou abater os exemplares.

ACÇÕES DE COMBATEÀ PRAGADO ESCARAVELHO CONTINUAM

CONSUMO DE ÁGUA

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inLOCALAUTARQUIA ADJUDICA OBRA PARA REQUALIFICAR FRENTE RIBEIRINHANa reunião de Câmara realizada a 7 de Novembro, nos Paços do Concelho, o Executivo Municipal aprovou, por unanimidade, a adjudicação da empreitada “Regeneração da Frente Ribeirinha de Alcochete – 1.ª Fase”. A empreitada foi adjudicada ao concorrente Alexandre Barbosa Borges, S.A., pelo valor de €1.813.142,92, com um prazo de execução de 365 dias.A 1.ª fase da Regeneração da Frente Ribeirinha contempla as seguintes intervenções: componentes terrestre e marítima da Avenida D. Manuel I, com o avanço da muralha em 15 metros e respectivo tratamento paisagístico e as requalificações da Ponte-Cais, do Largo da Misericórdia e Rua do Norte.

Câmara não aumentaIMI em 2013

acrescenta o Autarca. Quanto à derrama seráaplicada em 2013 uma taxa de 1,5% sobre olucro tributável das empresas sedeadas noconcelho de Alcochete, e relativamente à par-ticipação variável no IRS para 2014 aplica-seuma taxa de 5% aos sujeitos passivos com do-micílio fiscal em Alcochete, relativa aos ren-dimentos de 2013.

Novembro 2012 | inalcochete.7Informação da Câmara Municipal de Alcochete

A Câmara Municipal está a intervir na áreade estacionamento existente na Pracetados Flamingos, em Alcochete, para repavimentar o piso que se encontra irregular. Devido às características argilosasdo terreno e às águas provenientes do sistema de rega dos espaços verdesenvolventes, o piso do estacionamentoabateu em alguns locais, originandopoças de água. Para resolver esta situaçãoos serviços municipais colocaram umdreno ao longo de todo o canteiro, porforma a recolher a água pluvial e também a proveniente do sistema de rega, e estão a regularizar o pavimento ao longo de todo o estacionamento.

REPAVIMENTAÇÃO DO ESTACIONAMENTONA PRACETA DOS FLAMINGOS

A Câmara Municipal procedeu, por administração directa, à remodelação doespaço exterior ao Centro Escolar de SãoFrancisco, com a criação de 21 lugares paraestacionamento automóvel, intervençãoque teve um custo de 41.498,17 €.As obras decorreram entre os meses deJulho e Setembro com a criação de duasáreas de estacionamento laterais ao arruamento sul da Praça das Aves do Tejo,entre a Avenida do Corvo-Marinho e a Avenida de São Francisco de Assis.Após a conclusão das obras, o referidoarruamento passou a estar condicionadoapenas para trânsito rodoviário dos utentesdo Centro Escolar, de modo a garantir a segurança das crianças e familiares na entrada e saída da nova escola.Os trabalhos incluíram igualmente o asfaltamento das duas áreas de estacionamento e o calcetamento da áreade passeio situada em frente ao CentroEscolar. No presente ano lectivo, o Centro Escolarde São Francisco está em actividade com180 alunos no 1º Ciclo do Ensino Básico,distribuídos por oito salas, e 100 criançasfrequentam as quatro salas do Jardim-de-Infância.

REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO EXTERIORAO CENTRO ESCOLARDE SÃO FRANCISCO

NÚMERO EXCESSIVO DE POMBOS

A Câmara Municipal iniciou no passado dia 1de Outubro um programa de controlo da po-pulação de pombos, cujo efectivo das colóniasexistentes tem aumentado substancialmenteem todo o Concelho, podendo ser causa de dis-seminação de algumas doenças.Após identificação das diferentes colónias exis-tentes no Concelho está a ser distribuído milhoimpregnado de contraceptivos nas áreas de maiorconcentração destas aves, numa operação quese prolongará até à próxima Primavera. Os con-traceptivos provocam a inviabilização das pos-turas de ovos e consequentemente a redução donúmero de nascimentos.Para que este programa atinja os resultados pre-tendidos a Autarquia apela aos munícipes paraque não coloquem alimento para as aves na viapública, pois o aumento desmesurado do nú-mero de efectivos pode ter consequência na saú-de pública.

Uma população excessiva de pombos podecontribuir para a propagação de doenças, taiscomo gastroenterites, tuberculose, pneumonia,alergias e dermatites.Por outro lado as fezes dos pombos, portadorasde elevada acidez, são causa de corrosão em mo-

numentos, habitações e automóveis, além de pro-vocarem entupimentos em calhas e algerozes e aconspurcação da via pública.Por estas razões é fundamental manter contro-ladas as colónias de pombos para que não se tor-nem uma praga.

A Câmara Municipal não vai aumentar o Im-posto Municipal sobre Imóveis em 2013, man-tendo as taxas de 0,7% incidente nos prédiosurbanos e de 0,4% nos prédios urbanos ava-liados nos termos do Código do Imposto Mu-nicipal sobre Imóveis.A manutenção das taxas abaixo do limite má-ximo tem em consideração a abusiva carga fis-cal que sobrecarrega actualmente as famílias:“É a pensar nos munícipes que mantemos des-de 2008 as taxas do Imposto Municipal sobreImóveis abaixo dos limites máximos permiti-dos por lei”, refere o Presidente da Câmara.“A Câmara Municipal tem em vigor um limi-te de 0,4% relativamente aos imóveis já ava-liados nos termos do Código de Imposto Mu-nicipal sobre Imóveis e tem outro limite de0,7% que incide sobre os imóveis que aindanão tenham sido avaliados. Este processo temsubjacente o objectivo de avaliar todo o par-que imobiliário do Concelho sendo que todoesse parque vai estar submetido à aplicação deum limite de 0,4%”, sublinha Luís Miguel Franco.O processo de avaliação de imóveis está a de-correr a nível nacional e apesar de ainda nãoestar concluída uma avaliação que correspon-da a 50% do parque imobiliário do Municípiode Alcochete, com base nos imóveis já avalia-dos é possível perceber uma percentagem mé-dia no que diz respeito ao valor patrimonialtributário desses imóveis: “Fizemos um exer-cício no sentido de extrapolarmos qual o va-

lor expectável de aumento do IMI em funçãodo aumento do valor patrimonial tributáriodos imóveis, e apesar de ser um exercício quetem premissas que nós não controlamos, vai nosentido de, depois de concluído todo o proces-so geral de avaliação de imóveis, mantendo-se as taxas que neste momento estão em vigor,o aumento expectável seja na ordem dos 10%”,

Programa de controlo de efectivosdecorre no Concelho

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GRANDEPLANO

8.inalcochete | Novembro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

Como decorreu o início do ano escolar?O início do ano escolar ficou marcado pelas al-terações na gestão do Agrupamento de Esco-las de Alcochete por decisão unilateral do Mi-nistério da Educação. O Agrupamento de Es-colas que integrava apenas os jardins-de-in-fância, as escolas do 1.º ciclo e a Escola 2,3 ElRei D. Manuel I, agrega agora também a Es-cola Secundária de Alcochete. Em bom rigor,toda a gestão das escolas passa a ser assegura-da, no momento, por uma Comissão Adminis-trativa Provisória, presidida pela senhora Direc-tora da Escola Secundária. Esta é mais umamedida claramente economicista de racionali-zação de custos com a educação, que significa asubalternização do primado pedagógico e daqualidade educativa às lógicas de poupança queo Governo tem imposto, sem cuidar das reaisimplicações na qualidade do serviço público emcausa. Por outro lado, isto significa um enormeesforço para os docentes e para as estruturasde gestão das escolas em continuar a asseguraruma correcta e adequada gestão dos estabele-cimentos educativos, num momento de agra-vamento das condições sociais das famílias, cu-jas consequências se sentem desde logo nas es-colas, tanto ao nível da aprendizagem, quantoao nível disciplinar dos alunos. Por tudo isto,esta decisão do Ministério da Educação mere-

ce, em nosso entender, uma nota negativa, espe-rando que o futuro não nos venha a dar razão.

Considera portanto que o impacto da criaçãodeste mega-agrupamento em Alcochete é ne-gativo para a gestão escolar do Concelho?É negativo não só no nosso Concelho, como énegativo em todo o país. Uma gestão de qua-lidade na educação exige atenção, proximida-de e acompanhamento permanente não só dasquestões pedagógicas, mas também de todoum conjunto alargado de preocupações queocorrem na escola, como o microcosmos danossa sociedade. Exige também um diálogo per-manente com as comunidades e com as popu-lações servidas pelas escolas, e daí a razão doesforço da manutenção de escolas nos centrosdas vilas, para que as pessoas se possam des-locar às escolas, para resolver os seus proble-mas e participar na educação dos seus edu-candos. Temos também a noção de que a ges-tão, neste caso pela Comissão AdministrativaProvisória, de centenas de professores espalha-dos territorialmente por todo o Município re-presenta um esforço para os docentes e obri-ga-os a custos adicionais, tanto financeiros,quanto de tempo para participarem nas inú-meras reuniões a que são obrigados, e que serealizam, na maioria das vezes, na escola sede,

isto é, na Escola Secundária. Apesar de tudo, es-tou seguro de que os professores que têm a res-ponsabilidade da gestão do Agrupamento, nes-ta fase transitória, irão encontrar os meios ade-quados para garantir o normal funcionamentodeste mega-agrupamento. Por outro lado, umúnico agrupamento pressupõe um projeto edu-cativo único, o que, em nosso entender, pode tervantagens, se houver condições para produzirum instrumento com essas características.

A constituição dos mega-agrupamentos con-traria a Carta Educativa do Município de Al-cochete, homologada pelo Ministério da Edu-cação em 2008, assim como a Resolução daAssembleia da República nº 94/2010, queaponta uma gestão da rede escolar com en-volvimento das Autarquias Locais. Não se-ria a Câmara parte interessada no desenvol-vimento deste processo?Naturalmente que sim. Aliás, a Câmara Muni-cipal pronunciou-se sobre esta matéria juntoda Direção Regional de Educação de Lisboa eVale do Tejo. O Conselho Municipal, ao qualestão cometidas competências directas na ges-tão da rede escolar, nem sequer foi chamado apronunciar-se. Lamentavelmente, nós já vamosestando habituados a que isto aconteça, emrelação a diversas áreas da intervenção do Mu-

nicípio. Sempre que interessa à tutela, e é pre-ciso reduzir custos, o primado financeiro sobre-põe-se sistematicamente ao primado pedagó-gico e nem consulta se faz, ou se se faz, a deci-são já está tomada pela Administração Cen-tral, independentemente do parecer dos Con-selhos Locais. Paradoxalmente, existe uma ten-dência progressiva de municipalização da edu-cação, através, por exemplo, da celebração decontratos de autonomia entre o Ministério daEducação e as Câmaras Municipais, resultan-do, na maioria das vezes em prejuízo para os Mu-nicípios, que se vêm a braços com mais compe-tências e sem as devidas contrapartidas finan-ceiras, o que também já não é novidade paraquem vem acompanhando com atenção a for-ma como a Administração Central vem alijan-do as suas responsabilidades, à custa do esfor-ço realizado com o orçamento próprio das Au-tarquias Locais. Para nós, esta questão da muni-cipalização da educação é uma situação muitodelicada e com alguma gravidade, na medidaem que, e de acordo com a Constituição Portu-guesa, a educação é uma responsabilidade daAdministração Central, que tem de garantirigualdade de oportunidades a todos os cida-dãos, independentemente, do Município emque residam. Quanta à Carta Educativa, esta é,naturalmente, um importante instrumento deplaneamento e de orientação que, ao ser ho-mologada pelo Ministério de Educação, signi-ficou que a tutela se comprometia no apoio àvalidação dos pressupostos que nela consta-vam, tanto de natureza demográfica, quanto emtermos das necessidades de equipamentos es-colares O que é espantoso é que, apesar da suahomologação, esse facto nunca foi considera-do pela tutela. Ainda assim, construímos o Cen-tro Escolar de São Francisco, com um finan-ciamento reduzido ao nível das candidaturasefectuadas, e que constituiu um enorme esfor-ço por parte da Câmara.

Os Municípios têm competências restritasao nível da Educação, o que compete à Au-tarquia e o que compete ao Governo?Os Municípios têm competências directas aonível da construção, apetrechamento e requa-lificação do parque escolar dos jardins-de-in-fância e das escolas do 1.º CEB, e ainda ao nívelda acção social escolar e transportes escolares.Para além destas competências, e no âmbito datransferência de competências da Administra-ção Central para as Autarquias, a Câmara é tam-bém responsável pelas auxiliares de sala dopré-escolar. Dito isto, é competência da Câma-ra equipar as escolas com o mobiliário neces-sário para a sua actividade, garantir o funcio-namento dos refeitórios, assegurar o prolonga-mento de horário e a Componente de Apoio àFamília, e ainda fornecer o kit básico de mate-rial pedagógico para o Pré-escolar, não assegu-rando esta competência nas escolas de 1.º Ciclo,cuja responsabilidade é do Ministério da Edu-cação, nem tão pouco financiando o funciona-mento regular das escolas e jardins-de-infân-cia. Às Autarquias, Juntas de Freguesias e Câma-ras Municipais, compete ainda o apoio à lim-peza e ao expediente nas escolas do Pré-esco-lar e 1.º Ciclo, sendo que ao nível do 2.º e 3.ºCiclos e ensino secundário tal responsabilida-de é do Ministério da Educação. É certo que,para os pais e para os cidadãos, esta partilha deresponsabilidades entre Autarquias e Ministé-rio da Educação pode parecer complicada emuitas vezes julgam que é competência da Câ-mara a gestão das escolas de 2.º e 3.º Ciclos eda Escola Secundária, mas tal não é de todo arealidade no nosso Município. No entanto, é

Com os pelouros da Educação, Desenvolvimento Social e Saúde, são as carênciassociais existentes no Concelho que constituem as maiores preocupações do Autarca e que conduziram à criação de uma Loja Social e de um regulamentopróprio para atribuição de casas a famílias com dificuldade no acesso à habitação.

EM CONTRACICLOAUTARQUIA REORIENTAESFORÇOS PARA UMASOLIDARIEDADE ACTIVA

ENTREVISTA COM O VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL, PAULO ALVES MACHADO

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verdade que a Câmara Municipal intervém nes-tas escolas sempre que solicitada, no âmbitodas suas competências, sempre que tal se mos-tre necessário e recordo ainda que a construção,tanto da Escola 2,3 El Rei D. Manuel I, como daEscola Secundária só foi possível graças à ce-dência de terrenos municipais a custo zero aoMinistério da Educação. Durante os últimosdez anos, e até há três ou quatro anos atrás, a Câ-mara Municipal assumiu, enquanto parceirolocal, muitas responsabilidades que não eramsuas. Porém, passámos de uma fase em que talera possível e ia havendo dinheiro para apoiartoda a rede escolar pública, para uma fase emque temos a noção de que só é possível inter-vir no estrito âmbito das nossas competências.

Quais são os gastos da Câmara Municipalem matérias de Educação?Para a acção social escolar, transporte escolar,prolongamento de horário e componente deapoio à família os encargos da Câmara ultra-passam 1 milhão de euros. Só o transporte es-colar é cerca de 400 mil euros do orçamento,e estou a falar de custos directos com os pas-ses escolares dos alunos do 2.º e 3.º ciclos e doensino secundário e ainda o transporte de alu-nos de todos os ciclos de ensino que vivem emzonas rurais do Concelho.

Assistimos a um contínuo decréscimo nastransferências de verbas do Orçamento deEstado para as Autarquias Locais. Até queponto é que esta redução condiciona umaeducação de qualidade no Concelho?Claro que condiciona e muito. Mas é necessá-rio perceber que todo o esforço financeiro naqualificação da educação provém do orçamen-to da Câmara, pois as verbas transferidas pelatutela, resultantes das suas obrigações por for-ça das transferências de competências, ao abri-go de acordos directamente com a tutela ou me-diado através da Associação Nacional dos Mu-nicípios Portugueses não chega grosso modoaos 35% daquilo que seriam obrigações direc-tas da tutela nesse financiamento, o que querdizer que os restantes 65% são do orçamentoda Câmara. Para além destas competências le-gais, a verdade é que a Câmara intervém nou-tras áreas para as quais não tem qualquer finan-ciamento e que vão para além das suas com-petências, mas que respondem a necessidadesdos cidadãos. Por exemplo, o financiamento dostransportes escolares não é actualizado há anose a população escolar quase duplicou nos últi-mos 10 anos. Todo o transporte escolar, o trans-porte de crianças de zonas rurais, entre outros,são exemplos de intervenções municipais cujofinanciamento é reduzido ou nulo e, no en-tanto, constituem encargos avultados para aAutarquia. Outro exemplo do esforço finan-ceiro da Câmara prende-se com as refeiçõesescolares, cuja comparticipação do Ministérioda Educação não é actualizada há mais de trêsanos, agravando a situação o aumento do IVApara a maioria dos bens alimentares.

Como caracteriza a relação com as Associa-ções de Pais?O papel das Associações de Pais tem sido muitointeressante e muito participativo nestes últi-mos anos, muitas vezes em estreita coopera-ção com a Autarquia, outras vezes em profun-do desacordo, pois nem sempre partilhamosos mesmos princípios sobre educação. Porém,e apesar das associações de pais defenderempor vezes opções para a escola pública que nãopodemos aceitar, reconhecemos como válidoo esforço que fazem para participar na melho-

ria da vida das escolas e consequentemente,apoiar a melhoria da qualidade da educaçãodos seus educandos. Por isso, em todas as reu-niões em que participamos, apelamos aos paispara uma participação efectiva nestas estrutu-ras associativas. A grande questão que se temcolocado ultimamente é até onde é possívelarticular a participação de entidades privadasno espaço das escolas públicas e que tipo deactividades privadas podem ser realizadas den-tro dessas mesmo escolas. A nossa opinião éde que a escola deve ser exclusivamente dedi-cada para a prática lectiva e para as actividadesde apoio à família, que respondem às necessi-dades básicas de crianças e pais, em articula-ção com o funcionamento regular da escola.Tudo o resto deve ser procurado fora da esco-la, na comunidade, nas associações e em espa-ços próprios para tal. O esforço financeiro daCâmara na manutenção de escolas que fun-cionam 12 horas por dia, 11 meses por ano éjá insustentável e por isso, é nosso entendi-mento que os edifícios das escolas devem serutilizados exclusivamente para o seu fim pri-meiro, evitando a sua transformação em esco-las privadas de línguas, de desporto ou de mú-sica. Existe actualmente uma outra ideia rela-cionada com a melhoria da qualidade da edu-cação por parte dos pais, que é legítima, e que

se prende com a ideia de um projeto educati-vo próprio de cada escola, mas é preciso nãoesquecer que quem define o currículo da es-cola, é a escola e não os pais.

O ACESSO A SAÚDE COMEÇA A ESTAR EM CAUSA NO CONCELHO DE ALCOCHETEQue implicações terá no Concelho a reor-ganização dos serviços de saúde desenhadapelo Governo, concretamente no que se re-fere ao encerramento dos serviços de ur-gência no hospital do Montijo?Mais uma vez a Câmara Municipal não foi ou-vida e, portanto, não participou no estudo queaponta o encerramento do serviço de urgênciana unidade hospitalar no Montijo, mas os efei-tos já estão à vista. Os serviços de urgência têmvindo a conhecer reduções significativas donúmero de utentes, o que não significa que aspessoas deixaram de estar doentes, ou que iamao hospital porque lhes apetecia. Em primeirolugar, as pessoas recorriam às urgências em si-tuações agudas porque não tinham médico defamília e em segundo lugar, o aumento das ta-xas moderadoras têm, no nosso entender, ex-cluído dos cuidados de saúde muitos utentes,sobretudos os que têm maiores carências finan-ceiras, a quem o Serviço Nacional de Saúde de-veria acudir, e por último, com a redução de

saúde na Extensão de Saúde do Centro deSaúde de Alcochete em Samouco e em SãoFrancisco?Na freguesia de São Francisco, apesar do es-forço que a Câmara tem feito para manter estadiscussão em aberto, a verdade é que isto nãochegou para que se invertesse a situação. E po-demos dizer aos cidadãos desta freguesia quea Câmara Municipal continua a aguardar a de-cisão da tutela sobre a transferência da Exten-são de Saúde, para o edifício da antiga escola do1.º ciclo de São Francisco. É uma pena se istonão se vier a concretizar, porque esta é uma co-munidade em crescimento e deveríamos garan-tir o acesso dos cidadãos aos serviços públicosfundamentais, com qualidade e dignidade. Abor-dámos, aliás, esta questão na reunião com o se-nhor Secretário de Estado da Saúde em Abrilúltimo e já no passado mês de Setembro enviá-mos um ofício ao Ministério da Saúde reite-rando o pedido sobre esta situação em São Fran-cisco, e continuamos a aguardar a sua resolu-ção. Neste quadro de falta de médicos, o nos-so Município está também com problemas.Neste momento há uma médica do Centro deSaúde de Alcochete que se desloca ao Samou-co, cinco dias por semana, somente no perío-do da manhã. Não há outras consultas alémdestas. Criámos condições para que existissem

meios de transporte de doentes, muitos cida-dãos não têm meios para se deslocarem aoshospitais de referência. Foi com a consciênciada situação precária da cobertura de saúdepública no nosso Concelho que apresentámosum caderno de reivindicações ao senhor Se-cretário de Estado da Saúde. Com efeito, esta-mos a assistir à precarização no acesso à saúdee ao encaminhamento dos cidadãos para o sis-tema de saúde privado.

Que medidas tem a Câmara adoptado paracontrariar a falta de médicos e técnicos de

GRANDEPLANO

Novembro 2012 | inalcochete.9Informação da Câmara Municipal de Alcochete

“A constituição dos mega-agrupamentos afastaas pessoas da Escola”

“Criámos condições para ter consultas na área infantil e de geriatria mas a populaçãodo Samouco continua a não ter acesso a cuidados de saúdecondignos”

consultas na área infantil e na área de geriatria,e outras especialidades também, mas a popu-lação de Samouco continua a não ter acesso acuidados de saúde condignos como merece.

Neste cenário a criação de um posto do INEMem Alcochete revela-se fundamental para apopulação local. Qual a resposta da tutela?Continuamos a aguardar uma resposta da Admi-nistração Central neste sentido, pois perante ainexistência do veículo do INEM, ou seja, umveículo de intervenção rápida, equipada commeios de suporte de vida e com médicos habi-litados a intervir em situações de grande urgên-cia, são os Bombeiros Voluntários de Alcocheteque têm assegurado este serviço. Estamos muitopreocupados com esta situação e um posto doINEM em Alcochete continua a fazer a parte dasreivindicações da Autarquia em matérias de Saúde.

A HABITAÇÃO SOCIAL É UMA DAS PRINCIPAIS CARÊNCIAS NO CONCELHOComo caracteriza o Concelho em termos decarências sociais? Que pedidos ou solicita-ções chegam à Câmara de apoio social?Lamentavelmente, o concelho de Alcochete nãoestá imune à crise social e financeira que o paísatravessa. Temos situações identificadas de po-breza, de cidadãos que solicitam apoio directa-mente à Câmara Municipal e temos a noçãode que os cidadãos que estão ao abrigo do Ren-dimento Social de Inserção (RSI) estão em gran-de fragilidade. Mas uma situação de pobrezanão significa só passar fome, é também não teracesso à habitação, e é este, neste momento, ogrande flagelo de muitas famílias. É um flage-lo porque a perda de rendimentos das famíliasé tão grande que elas não conseguem suportaros encargos financeiros com as suas habita-ções, nem manter o nível de vida que tinham.Muito brevemente será aberto o concurso pú-blico para a atribuição de habitações sociais mu-nicipais, mas estamos a falar de um conjuntoreduzido de habitações para uma necessidadeque vai para além das 150 famílias identifica-das. Ainda assim tem sido útil a colaboração es-treita entre a Câmara Municipal, o Centro Co-munitário Cais do Sal, em articulação com oNúcleo Local de Inserção, para conseguir iden-tificar as situações de maior carência e procu-rar encontrar soluções para mitigar o sofrimen-to de tantos cidadãos. O que sentimos é que osistema social está efectivamente em colapso e2013 será um ano ainda mais difícil para todos.

De que forma pode a Autarquia contribuirpara reforçar a estrutura social local?Temos de fazer um esforço para voltarmos aprocurar uma reorientação em conjunto nu-ma lógica de solidariedade activa e dou comoexemplo a Loja Social, que resulta de um com-promisso da Autarquia com parceiros locais,nomeadamente, a CERCIMA e o Centro Comu-nitário Cais do Sal, e que possibilitou a criaçãode um espaço e condições para que exista umaloja solidária, de acesso a todos os cidadãos. Tra-ta-se de uma loja de custo justo, e nesse sentidopara alguns cidadãos não terá custo nenhum epara outros cidadãos terá o custo que está mar-cado em preço de loja, tanto para bens novos,como para bens em 2ª mão. Colocamos em prá-tica a ideia da reutilização, da reciclagem, devalorização do que temos em casa, pois o quenós não utilizamos pode ser interessante paraoutros, é uma lógica de um sentido comunita-rista muito ancestral. É uma boa base do iní-cio do capitalismo, mas um capitalismo comu-nitário, não um capitalismo trucidante comoaquele que vivemos agora.

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10.inalcochete | Novembro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

inVIDA

Inserido na reunião geral entre os Serviços Mu-nicipais de Protecção Civil e o Comando Distri-tal de Operações de Socorro (CDOS), o 1.ºPeddy-Paper da Protecção Civil foi subordina-do ao tema “Ordenamento do Território”, com

especial atenção para as questões de segurançae prevenção. Divididos por equipas, os repre-sentantes dos Serviços Municipais de ProtecçãoCivil partiram à descoberta do núcleo antigo davila de Alcochete, tendo como base um con-

junto de 24 questões que “convidaram” a des-cobrir alguns pormenores arquitectónicos daVila, mas também incentivaram à reflexão sobrealguns problemas quotidianos que são transver-sais aos vários Concelhos. O Presidente da Câmara Municipal de Alco-chete, Luís Miguel Franco, deu as boas-vindasaos participantes desta iniciativa numa recep-ção que decorreu no Salão Nobre dos Paços doConcelho. Na sua intervenção, Luís Miguel Fran-co, recordou o trabalho meritório desenvolvi-do no Município de Alcochete ao nível do Ser-viço Municipal de Protecção Civil, não descu-rando também as importantes parcerias estabe-lecidas, nomeadamente com os Bombeiros Vo-luntários de Alcochete, que foram fundamentaispara a concretização deste serviço municipal.“Na minha perspectiva, esta iniciativa é funda-mental para nos conhecermos melhor porquehavendo interlocução saberemos, em caso denecessidade, reagir de forma mais eficaz, maiseficiente, com a imputação dos meios e recur-sos que são necessários para contornarmos asdificuldades”, referiu o autarca que deixou tam-bém palavras de incentivo a estes profissionaisque nem sempre vêem o seu trabalho valoriza-do por parte dos responsáveis políticos. “Muitasvezes, o vosso trabalho não é reconhecido. NoPoder Local acho que o reconhecemos, mas aoutros níveis do poder é mais difícil até porqueo conhecimento da situação tende a ser maisdifuso”, concluiu.

Alcochete foi anfitriãdo primeiro Peddy-Paperda Protecção Civil

A Praia dos Moinhos acolheu, no dia 14 de Ou-tubro, a iniciativa One Sky One World (UmCéu Um Mundo), que tem como objectivo co-memorar a paz mundial em todo o mundo porpraticantes de papagaios.Em Alcochete, esta iniciativa foi organizada pelaAssociação Gilteatro/Gilpapagaios, com apoio daCâmara Municipal, registando-se um aumentodo número de papagaios lançados em relaçãoao ano anterior, com mais de 200 papagaios ins-critos no site www.oneskyoneworld.com.As equipas de voo acrobático (Expokite, GuinchoKite Team, Quad PT e JCD) e as equipas dekitesurf (Alcochete Aktivo e Alcochete Extreme)realizaram excelentes espectáculos para o públi-

co, que acorreu em grande número. Realiza-ram-se ainda ateliês de papagaios para as crian-ças e a Praia dos Moinhos foi decorada com pa-pagaios gigantes e acrobáticos. O lançamento derebuçados, recorrendo a um papagaio piloto,foi outro momento alto da iniciativa e propor-cionou momentos de satisfação aos mais peque-nos.O OSOW é um movimento iniciado em 1985com a finalidade de comemorar o Dia Mundial daPaz em todo o mundo através do lançamento depapagaios, uma iniciativa a que Portugal aderiuem 1993 e que desde 2004 também é assinala-da em Alcochete pela Associação Gilteatro/Gil-papagaios.

Dia Mundial da Paz assinaladoem Alcochete com iniciativa OSOW

No total, 389 munícipes praticam desporto nasaulas do Alcochet’Activo, um programa cujatemporada 2012/ 2013 arrancou em Setembro,nas três freguesias do Concelho. Através dossubprogramas “Clube Viva Mais”, “Ginástica Es-pecial”, “Ginástica Desportiva” e “Trabalhadoresem Forma”, a Câmara Municipal fomenta a prá-tica desportiva no Concelho, com actividades re-gulares e ajustadas às necessidades de cada gru-po etário. Nesta época desportiva, e devido aoaumento de inscritos nos diferentes programas,a Câmara Municipal ajustou o funcionamentodas classes de forma a dar uma resposta maisqualitativa aos seus participantes. Destinado amunícipes com mais de 50 anos, o Clube VivaMais ,que inclui actividades gímnicas diversifica-das, registou este ano um aumento do número deinscritos, com aulas a decorrer em Alcochete, Fon-te da Senhora, Samouco e São Francisco. Os cidadãos que apresentam um grau de inca-pacidade física têm também ao seu dispor aulasde “Ginástica Especial” que, a partir desta tem-porada, decorrem nas três freguesias do Conce-lho. Exercícios de aeróbica, step e ginástica lo-calizada compõem o plano de actividades do“Trabalhadores em Forma” que, orientado porprofessores de Educação Física, destina-se à po-

pulação activa do Concelho e actualmente são di-namizadas cinco aulas em Alcochete e São Fran-cisco. O programa “Ginástica Desportiva” é dirigido ajovens dos 6 aos 14 anos e tem como objectivoincrementar o gosto pelo desporto nos mais no-vos, através de exercícios de ginástica de solo ede aparelhos. Os interessados em obter mais informações so-bre estes programas municipais podem contac-tar a Divisão de Desporto da Câmara Municipal,através dos contactos 212 348 649 [email protected] ou aceder ao site doMunicípio – www.cm-alcochete.pt – e consultaros horários no menu Área de Interesse/ Desporto.

389 munícipes frequentam classesdesportivas do Alcochet’Activo

Durante o mês de Dezembro está a decorrer o período de inscrição para o curso básico de alfabetização que vaidecorrer em Alcochete e na Fonte da Senhora, a partir do dia 15 de Janeiro.Com 150 horas de formação, as aulas do curso de alfabetização vão decorrer no edifício da Junta de Freguesia de Alcochete e na Delegação da Junta na Fonte da Senhora e são dirigidas atodos os adultos residentes no Concelho,independentemente da nacionalidade.Resultado de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Associação AlfalitPortugal, esta formação visa a criação de competências e certificação de adultos que ficarão com o nível do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Os interessados podem efectuar a inscrição no Sector de DesenvolvimentoSocial da Câmara Municipal, situado na Escola Conde Ferreira, ou na Junta de Freguesia de Alcochete ou naDelegação da Junta de Freguesia da Fonte da Senhora.

INSCRIÇÕES A DECORRER PARA CURSO DE ALFABETIZAÇÃOPARA ADULTOS

Decorreu no núcleo antigo de Alcochete o primeiro Peddy-Paperda Protecção Civil, uma iniciativa pioneira no distrito de Setúbalrealizada em Setembro e que contou com a presença dos Serviços Municipais de Alcochete, Moita, Palmela, Seixal,Almada, Sines e Santiago do Cacém.

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inVIDA

Novembro 2012 | inalcochete.11Informação da Câmara Municipal de Alcochete

Municípios defendemgestão pública da água

Numa reedição da exposição “Cuidar do corpoque trabalha. Desvelos que o tempo levou…”,o Museu Municipal recria o espaço de um dosofícios que faz parte da memória colectiva: aBarbearia. Até 30 de Dezembro, o público podevisitar no Núcleo Sede a exposição “Cuidar doCorpo que Trabalha. Desvelos que o TempoLevou…A Barbearia” que reaviva a antiga bar-bearia de João Baptista Rei. Com chão em mo-saico hidráulico, paredes pintadas de verdeazulado e decoradas com cartazes de corridasde toiros e clubes de futebol, a barbearia foi ou-trora mais do que um espaço de trabalho. Foiigualmente um espaço de convívio, de encon-tros e de partilha principalmente ao sábado, diapredilecto da semana para os locais cortarem ocabelo e apararem a barba. Se, outrora, em cadaesquina da Vila existia uma barbearia, a verda-de é que a profissão de barbeiro foi desapare-cendo, existindo agora pouco mais que memó-

rias deste ofício que chegam, aos dias de hoje,através de testemunhos pessoais. Esta exposição enquadra-se num dos compromis-sos de gestão que a Autarquia assumiu e que dizrespeito à preservação e valorização das memó-

rias do Concelho, um objectivo que é consolida-do com o Plano das Memórias do Concelho, pro-jecto que integra também subprojectos como odas “Memórias do Trabalho” que identifica e estu-da as tradicionais profissões da comunidade local.

Museu Municipal recriabarbearia de João Baptista Rei

MEMÓRIAS DO TRABALHO

Em Dezembro, a Biblioteca de Alcochetecelebra a quadra natalícia junto do público infanto-juvenil com a promoção de um conjunto de iniciativas lúdicas alusivas a esta épocafestiva. No dia 5, nas duas sessões que vãodecorrer às 10h30 e 14h30, vão ecoar histórias que nos remetem para um imaginário de neve, azevinho, pinheiro e trenós na animação de leitura e ateliêde expressões “Contos de Natal”, para alunos do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Nos dias 6 e 7 de Dezembro, às 16h00, é altura de colocar em prática a nossa criatividadeno ateliê de expressão plástica “Decorar a Árvore de Natal”. Os materiais recicláveise “amigos do ambiente”vão estar em destaque nesta actividade para criançasdos 5 aos 12 anos.Nos dias 19 e 21 de Dezembro, a sétimaarte chega à Biblioteca com dois filmesque vão despertar o espírito natalíciojunto dos mais novos. “Rodolfo – a Renade Nariz Vermelho”e “O Conto de Nataldo Mickey”são os dois títulos selecionados para estas duas “sessões de cinema”que têm início às 16h00.

BIBLIOTECA ASSINALANATAL COM LEITURA E ATELIÊS DE EXPRESSÃO PLÁSTICA

No próximo dia 9 de Dezembro, a partirdas 15h30, Samouco comemora o 7.º aniversário da sua elevação a Vila, com uma sessão solene que vai decorrerno salão da Junta de Freguesia de Samouco.Para além dos discursos oficiais, as comemorações do 7.º aniversário integram dois apontamentos musicais protagonizados pelo grupo “S & MKaraoke”e pelo Grupo de Sevilhanas da Associação Desportiva Samouquenseque vai apresentar ao público a performance “Aire de Flamenco”.

SAMOUCO COMEMORA7.º ANIVERSÁRIO DE ELEVAÇÃO A VILA

Numa altura em que o futuro do serviço públi-co de água tem marcado a agenda política na-cional, os Municípios representados na Associa-ção Intermunicipal de Água da Região de Setú-bal (AIA) apresentaram no Dia Nacional da Água,que se comemorou a 1 de Outubro, uma De-claração conjunta em defesa da gestão públicada água. Esta Declaração, cuja apresentação de-correu no edifício da Câmara Municipal do Bar-reiro, é uma reacção dos Municípios de Alco-chete, Almada, Barreiro, Moita, Palmela, Seixal,Sesimbra e de Setúbal contra as políticas gover-nativas que visam a futura privatização do sec-tor de água e saneamento e a consequente reti-rada de competências dos Municípios nestamatéria. Para os Municípios da AIA, estas pre-tensões contrastam com a gestão pública que

tem vindo a ser desenvolvida pelas Autar-quias Locais no sentido de garantir o acessoà água como um direito igual para todos.Na Declaração, a AIA reforça ainda que,

com o objectivo de assegurar um ser-viço de abastecimento de elevadaqualidade, continuam a de-senvolver um estudo de con-

cepção para a constituição de um Sistema In-termunicipal de Abastecimento de Água em“Alta” à Península de Setúbal. No passado dia 10 de Outubro, os Autarcas daRegião voltaram a mostrar a sua indignação, des-ta vez numa conferência promovida pela Associa-ção de Municípios da Região de Setúbal (AMRS).Os Autarcas mostraram-se indignados ao to-marem conhecimento que um dos critérios paraavaliação das candidaturas apresentadas ao abri-go do Programa Operacional Temático Valoriza-ção do Território (POVT) é precisamente o “nãoterem manifestado oposição ao processo de fusãode sistemas multimunicipais de captação, trata-mento e distribuição de água para consumo pú-blico e/ou recolha, tratamento e rejeição de efluen-tes ou os processos de verticalização através deparcerias estabelecidas no âmbito do Decreto-Lei n.90/2009 de 9 de Abril”. Para os Municípiosda AMRS, esta é uma pressão “inaceitável” por par-te do Governo, uma vez que utilizam “o acessoa fundos comunitários como instrumento de chan-tagem para a aceitação da sua estratégia para o sec-tor”. Face ao exposto, os Municípios reafirmam asua oposição à privatização do sector da água e exi-gem, por uma questão de respeito pela autono-mia do Poder Local, a “imediata supressão do cri-

tério que faz depender a avaliação das can-didaturas da concordância ou não com

a estratégia governamental parao sector da água e sa-

neamento”.

DIA NACIONAL DA ÁGUA

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inMOVIMENTO

CASA DO POVO DINAMIZA WORKSHOP “PRESENTES E EMBALAGENS DE NATAL”Nos dias 7, 8, 14 e 15 de Dezembro, das 14h30 às 17h30, vai decorrer na Casa do Povo de Alcochete, o workshop “Presentes e Embalagens deNatal”. Dinamizado pela professora Eugénia Casadinho, e dirigido a criançascom idades entre os 10 e os 15 anos, este workshop pretende transmitiraos participantes como criar originais embalagens de Natal, através demateriais recicláveis. As inscrições para o workshop podem ser efectuadasaté dia 6 de Dezembro, na secretaria da Casa do Povo de Alcochete, das 14h30 às 18h30, ou através do contacto telefónico 212 340 142.

12.inalcochete | Novembro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

Como surgiu a Alcochete Extreme?A Alcochete Extreme surgiu a partir de uma ideia,entre amigos, de organizar actividades emboranuma fase inicial mais centrada no kitesurf. Naépoca balnear a zona principal da praia temmuita afluência de banhistas, o que, juntamen-te com o número de praticantes de kitesurf es-tava a tornar-se incompatível. Notámos tambémque na Praia dos Moinhos, que tem um potencialenorme, nunca foram dinamizadas quaisquer acti-vidades e como achamos que Alcochete tem tu-do para desenvolver actividades relacionadascom o rio e com a praia, decidimos então avan-çar com esta ideia. Foi apresentado um projectoà Câmara Municipal, ao Porto de Lisboa e à Ca-pitania, ou seja, às autoridades competentes paratermos as devidas autorizações para desen-volvermos as coisas de uma forma organizada…Começámos um pouco do nada e neste mo-mento, para além do apoio aos associados quepraticam aqui kitesurf, já começámos a expan-dir um pouco as nossas actividades com o PaddleSurf, introduzimos este ano o windsurf e estamosnuma fase primária do wakeboard, porque nemsempre as condições de vento e de água nos per-

mitem… Dentro das nossas possibilidades te-mos desenvolvido actividades que tornam a praiadinâmica e que, ao mesmo tempo, dão a conhe-cer um pouco do Concelho para o exterior.

Um dos vossos principais objectivos era acriação de uma escola de kitesurf e esse objec-

tivo já se tornou uma realidade… Quantosalunos praticam kitesurf na vossa escola?Quando surgiu a ideia de criar a Associação nãoera com esse objectivo tão específico, mas à me-dida que a ideia se foi estruturando, como nós te-mos formação para darmos instrução de Kitesurf,decidimos criar uma escola e encontrámosassim uma forma da Associação sobreviver e decontinuar a desenvolver outras actividades. De-cidimos criar uma escola integrada na Associaçãoe desta forma conseguimos não recorrer a sub-sídios. Neste momento, temos cerca de 50 alu-nos, e já somos contactados por pessoas de Lis-boa, de Cascais e de Sintra. O nosso nome já éconhecido no meio do Kitesurf, e agora tambémno paddlesurf com a travessia do rio… Temosevoluído e actualmente damos aulas de kitesurf,de paddlesurf e de windsurf.

Na vossa opinião, a Praia dos Moinhos é um dosmelhores spots para a prática de kitesurf?Para mim é a melhor (risos)! Em Portugal, ovento predominante é o de norte e temos a sor-te da Praia dos Moinhos receber o vento direc-to de norte quase todo o ano, o que proporcio-na excelentes condições. Temos um areal quenos permite andar quase até à Ponte Vasco daGama, dentro da área que está “adjudicada” aokitesurf, temos um rio imenso para praticar es-ta modalidade, para além de que é também ummeio muito familiar. E as pessoas quando aquivêm ficam muito surpreendidas porque pare-cemos uma família.

Para além do kitesurf, a Alcochete Extremetambém promove uma outra modalidade, oPaddle Surf. Na prática, em que consiste es-ta modalidade?O Paddle Surf é uma actividade muito diverti-da que pode ser praticada no rio, no caso deAlcochete, mas também pode ser praticada nomar e em qualquer lado desde que haja água.O Paddle Surf é uma associação do surf com oremo ou com a canoagem. Numa junção des-tas duas modalidades, é utilizada uma pranchagrande que tem uma flutuabilidade enorme,juntamente com o remo que possibilita a des-locação do praticante. Em Alcochete, quandohá vento fazemos kitesurf ou windsurf, se nãohouver vento como hoje, fazemos Paddle Surfe estamos a tentar incutir cada vez mais esta

modalidade porque temos excelentes condi-ções para o fazer.

E qual o balanço que fazem da 2.ª travessiaao rio Tejo em paddle surf?Esta é uma iniciativa pioneira e que surgiu logono início da criação da Associação. Quando sur-giu a ideia de implementarmos o Paddle Surfqueríamos divulgá-lo de uma forma ampla e foientão que nos surgiu a ideia: porque não reali-zar uma travessia no rio uma vez que temostodas as condições? O ano passado fomos trin-ta e oito pessoas, com embarcações de apoio ecom toda a logística preparada. Este ano, feliz-mente as condições meteorológicas ajudaram-nos muito e o número de participantes passoupara setenta pessoas e para nós foi brutal...

No mesmo ano que surgiu a Associação foitambém celebrado um protocolo de colabo-ração com a Câmara Municipal de Alcochete.De que forma é que esta parceria se reflectiuna dinamização da própria Associação?Nós procurámos sempre esclarecer que não que-ríamos apoio monetário. Queremos sim um apoiologístico da Câmara Municipal e essa sempre foiuma posição que mantivemos. Por outro lado,temos o apoio da divulgação quer da nossa As-sociação, quer das nossas actividades, porque aCâmara consegue atingir muito mais pessoas eaté nos tem “aberto portas” para novos contac-tos… E basicamente esta é uma parceria quefunciona assim: nós ajudamos a dinamizar aPraia, com a promoção de actividades regularese a Câmara dá-nos apoio logístico porque comojá disse nós não temos todos os meios para rea-lizar as nossas actividades e a Câmara apoia-nos muito nesse sentido.

Ao nível do plano de actividades, para alémdas aulas regulares realizam outras activida-des pontuais?Sim, para além das aulas que damos, sempreque as condições se proporcionam, temos as tãofamosas travessias do Tejo em Paddle Surf queé uma iniciativa única, e que já realizámos a se-gunda edição. Costumamos também realizartodos os anos uma festa de convívio com os as-sociados que tanto pode assinalar o início comoo fim do Verão… Este ano, já promovemos tam-bém um passeio de canoas até à Ponte das En-guias, desenvolvemos um conjunto de activida-des com os Escoteiros do Montijo e contámos coma participação de cerca de 70 escoteiros que dina-mizaram as suas actividades na praia e tambémpuderam experimentar as nossas actividades.

Por último, quer deixar alguma mensagemde incentivo para aqueles que nunca experi-mentaram kite ou paddlesurf?O que eu posso dizer é que venham até à Praiados Moinhos. Ninguém acredita que Alcochetetem estas condições e tem-nas! Estamos muitopróximos de Lisboa, muito mais facilmente sechega a Alcochete do que à Costa da Caparica,por exemplo, e nós temos condições excelen-tes para a prática de Kitesurf e de paddlesurf.Venham ver e experimentar porque vão gostar,de certeza absoluta!

DINAMIZAÇÃO DA PRAIA DOS MOINHOS É A GRANDE APOSTA DA ALCOCHETE EXTREME

ENTREVISTA A NUNO MANSO, DA ASSOCIAÇÃO ALCOCHETE EXTREME

Com uma escola no areal da Praia dos Moinhos, a AlcocheteExtreme viu neste local um dos melhores spots para a práticade kitesurf. Actualmente, a Associação é já promotora de aulasregulares de kitesurf, paddlesurf e windsurf e foi pioneira naorganização da primeira travessia no rio Tejo… em PaddleSurf.Nuno Manso apresenta-nos a Alcochete Extreme, uma associação que prima por um ambiente familiar e onde todosse sentem bem-vindos.

Foto: Rute Martins

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BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS ASSINALARAM 64.º ANIVERSÁRIO A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete comemorou o seu64.º aniversário de 31 de Outubro a 4 de Novembro, com uma programação diversificada. Para além do baile convívio com o acordeanista Paulo Gamito, cujas receitas reverteram a favor da Fanfarra dos Bombeiros, destaque ainda para a inauguração do novo parque de viaturas e para a sessão solene que decorreram no dia 1 de Novembro. No passado dia 4 de Novembro, as comemorações terminaramcom uma Feira de 2.ª Mão e com um convívio da Escola do Infantes Cadetes no Jardimdo Rossio.

inMOVIMENTO

Novembro 2012 | inalcochete.13Informação da Câmara Municipal de Alcochete

A Alcochete Aktivo está na Praia dos Moinhosdesde 2011. Como nasceu esta Associação?Na altura éramos um grupo de 22 praticantesde kitesurf na Praia dos Moinhos e, de formaunânime, decidimos criar uma Associação natentativa de promover o desporto. E, a partir daí,foram surgindo situações novas mas semprecom uma ideia presente e que está muito vinca-da na nossa génese e que passa pela questão dasolidariedade e de ajudar as pessoas que, dificil-mente, teriam hipóteses de praticar estas moda-lidades (kitesurf e buggykite), umas por dificul-dades físicas, de movimentação e outras por difi-culdades cognitivas, motivacionais, para além deque existem ainda miúdos que não têm condi-ções financeiras para a prática de kitesurf por-que é decididamente caro. Bom e esta foi a nossagénese, foi a partir daqui que tudo começou.

Trabalhar com pessoas com mobilidade re-duzida ou com condições sócio-económicasmenos favoráveis sempre foi o objectivo pri-mordial que esteve na origem da Aktivo?Sim, efectivamente essa sempre foi uma das nos-sas intenções: passar o nosso know-how para quem

dificilmente teria oportunidades de praticarkitesurf. Aliás, este trabalho não surge do nada,existe um historial, que não pode ser esqueci-do… Alguns dos veteranos do kitesurf são abase desta Associação e resolveram enveredar

vidades já trabalhámos com cerca de 300 pessoas,embora haja muitas pessoas que repetem.

E qual é a receptividade que têm deste trabalho?Sentimos que não temos tempo para dar mais,mas é extremamente gratificante! Temos algunsmiúdos que nem sequer tinham dito um A ouum B e foi aqui que se exprimiram… e fazemquestão de vir outra e outra vez! E este é o nossotrabalho de sapa.

Anualmente, quais as actividades promovidaspela vossa Associação?Em Junho, promovemos a Prova do Sal que con-tou com cerca de 180 participantes. Aliás, o re-sultado desta iniciativa foi uma surpresa paranós. A quinze dias da realização da iniciativa jánão aceitámos mais inscrições porque não tínha-mos logística humana para assegurar mais parti-cipantes. Tivemos um grande feedback na Cor-rida do Sal e, para o ano, pensamos ter 300 pes-soas na corrida. Já promovemos uma caminha-da, um meeting de kitebuggy, e o Aquatlo, umaprova de natação, canoagem e atletismo. No finaldo ano, vamos ter um seminário sobre segurançano meio aquático. O ano passado, para além dosprotótipos, montámos uma estação meteoroló-gica para sabermos as condições do vento e datemperatura em Alcochete. Está linkada à Inter-net e disponível no underground.com, portan-to, têm o link e podem ver que temperatura estáem Alcochete.

Também têm tido a preocupação de dinami-zar um produto local, a Flor do Sal?Sim, este ano também apostámos na promoçãoda Flor do Sal e conseguimos criar uma boa sim-biose entre a Associação e a Fundação das Sali-nas de Samouco. Os prémios para todas as pro-vas que realizámos foi sempre Flor de Sal para ostrês primeiros.

Recentemente celebraram um protocolo coma Câmara Municipal. De que forma é que essaparceria veio beneficiar o vosso trabalho?Nós já tínhamos uma parceria, mas, a partir des-te protocolo foi oficializada essa colaboração. Eeste protocolo permite-nos um apoio logístico,fundamental para algumas actividades. Aliás oapoio da Câmara tem sido extremamente positi-vo e, decididamente, tem sido uma grande mais-valia para a Aktivo o que depois se reflecte tam-bém nas nossas actividades.

O que é necessário para ser sócio da Alcoche-te Aktivo?Para ser sócio da Aktivo, apenas tem que preen-cher a ficha que se encontra disponível no nossosite, e efectuar o pagamento de €10 de jóia e €1por mês. Mas esta Associação tem uma particu-laridade: é uma Associação de todos, ou seja,todos os sócios têm uma chave, ou seja, queremvir correr às 07h00 da manhã, podem usufruirdo espaço da Associação para trocar de roupapor exemplo e já há quem faça isso… portantoessa é a nossa postura. Tem que haver alguémdecididamente que vá fazendo a gestão do espa-ço, a gestão administrativa que é terrível, mascom alguma carolice temos vindo a conseguir.

ALCOCHETE AKTIVO: UMA ASSOCIAÇÃO QUE FAZDO KITESURF UMA MODALIDADE INCLUSIVA

ENTREVISTA A PAULO SEIXAL E ANTÓNIO ALBAN0, DA ASSOCIAÇÃO ALCOCHETE AKTIVO

Tornar o kitesurf uma modalidade acessível a cidadãos comnecessidades especiais foi a ambição que esteve na base da criação desta Associação. Hoje, a Alcochete Aktivo é pioneira e única em Portugal na criação de protótipos quetornam possível a prática de kitesurf e de buggykite parabiamputados ou cidadãos com incapacidade de motricidadedos membros inferiores e superiores. O InAlcochete entrevistou Paulo Seixal e António Albano para conhecer melhor este trabalho “aktivo”.

por um caminho talvez mais difícil, ou seja,produzir algo que não havia, como por exem-plo, buggies para deficientes e também pran-chas que estão em fase de adaptação, ou seja, par-timos todos para uma aventura. Não existem emPortugal estes protótipos e fomos nós que osdesenvolvemos. O Paulo foi um dos que cons-truiu o buggykite adaptado e o trabalho é todofeito por nós… Poderíamos ter ido para algomais fácil mas essa não era a nossa ideia. A nos-sa ideia era efectivamente fazer algo muito maiseficiente e que pudéssemos chegar mais longe.Entrámos em contacto com a Fundação Salva-dor que, por sua vez, nos facultou os seus con-tactos e foi assim que chegámos ao Norberto eao Carlos, este último que também faz parte daAssociação Nacional de Surf Adaptado.

A Alcochete Aktivo é a única associação daÁrea Metropolitana de Lisboa a desenvolverum trabalho nestas modalidades com pes-soas de mobilidade reduzida?Sim, no kitesurf e no buggykite. Já desenvolve-mos três protótipos: o kitebuggy adaptado, aprancha e uma barra para amputados, que sótêm um braço. Com miúdos com mobilidadedita “normal” em dois meses estão a andar. Comestas pessoas é um longo caminho, muito de-morado, que exige muita energia e nos consomeimenso, mas como eu digo temos lá chegado!Não temos tido publicidade nenhuma porqueachamos que, de facto, a publicidade faz todoo sentido, desde que depois tenhamos capaci-dade para fazer “andar as coisas”.

Trabalham com algumas instituições em par-ticular?Trabalhamos, quando possível, uma vez por mêscom a Cercima (já temos cerca de 8 ou 9 interac-ções com eles), trabalhamos também sempreque nos pedem com alunos com dificuldades mo-tivacionais e temos crianças do Pinhal Novo, doMontijo… miúdos já com uma idade avançadae que não os conseguem motivar para estudar e,este ano, já fizemos quatro interacções deste tipo.Depois, além da Cercima e de pessoas com dificul-dades a nível de motricidade como o Carlos e oNorberto, já houve mais pessoas que vieram terconnosco. Desde que iniciámos as nossas acti-

Foto: Alcochete Aktivo

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14.inalcochete | Novembro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

inPLURAL

Que balanço realizam da actividade do Municí-pio na área da educação, considerando os objec-tivos estratégicos do Concelho?V.J.N.: Pensar a educação, nos dias que correm,é de facto uma prioridade, não só porque o paísnecessita urgentemente de um novo paradigma,mas porque a instabilidade que reina no siste-ma educativo, devido à produção excessiva de le-gislação, que tudo revoga, sem que tenha havi-do uma avaliação das reformas ainda em curso,tornou este Ministério um verdadeiro monstro. Perante este ambiente de esquizofrenia legislati-va, o papel das autarquias, na área da educação,tem sido, nas últimas décadas, uma mais-valiapara as escolas do ensino básico, nomeadamen-te as do pré-escolar e do 1.º Ciclo. No que concerne à sua questão, não poderia res-ponder sem primeiro referir que a situação darede escolar do nosso Concelho tem anteceden-tes que convém relembrar. Importa realçar que,em Janeiro de 2002, quando assumi funçõescomo Vereador da Educação, deparei-me com es-colas muito degradadas, quer em termos de ins-talações, quer em termos de equipamentos. De2002 a 2005, a Câmara Municipal de Alcochetefez um investimento sem precedentes, requali-ficando o parque escolar, substituindo todo oseu mobiliário, os seus materiais pedagógicos,apetrechando-o com equipamento informático,criando o serviço de cantina escolar onde aindanão existia. E, se bem se lembra, tomamos a ini-ciativa, logo no primeiro ano de mandato, de as-sinarmos um protocolo com a DREL, para avan-çar com o processo de construção do pavilhãogimnodesportivo da EB 2,3 El-Rei D. Manuel I,muito reivindicado pela comunidade educati-va. Quando assinámos o protocolo, Almada játinha três protocolos assinados com a DREL.Contudo, não conseguimos, em pouco mais detrês anos de mandato, responder com eficáciaao problema da sobrelotação, porque, ao longode quase duas décadas, a ocupação do nossoterritório foi assumida sem estratégia de planea-mento, sobretudo no que concerne a infraes-truturas de apoio à família. Ficará para memó-ria futura o destino dado à escola do Moizém. Quanto ao balanço que faço da actividade do Mu-

nicípio, na área da educação, apesar de defenderoutra estratégia de planeamento relativamente àconstrução de novas escolas, mais próximas dasfamílias, considero a definição de estratégias de pla-neamento, levada a cabo por este Executivo, co-mo uma acção positiva para o futuro do Concelho.

O início de ano lectivo foi conturbado devidoa algumas medidas adoptadas pelo Governo.Qual a vossa opinião sobre a criação de Mega-Agrupamentos Escolares?V.J.N.: Este ano não foi diferente dos anteriores.O que está a acontecer era aquilo que já acon-tecia e se previa em 2002, quando o Ministérioda Educação já desenvolvia medidas para criaragrupamentos horizontais e verticais. Ora bem,se por um lado este modelo de gestão das nos-sas escolas permite que os alunos realizem a es-colaridade obrigatória dentro da mesma estru-tura escolar, por outro lado assistimos à criaçãode Mega-Agrupamentos muito difíceis de gerir,com equipas de direcção, manifestamente, de-sajustadas em número de elementos, com mi-lhares de alunos, centenas de trabalhadores ecom um orçamento cada vez mais pequeno.Considero que este modelo tem de ser repen-sado, porque os aspectos negativos destas me-ga escolas aconselham à constituição de unida-des mais pequenas.

Como avaliam as orientações governativas quetêm vindo a estrangular a actuação das Autar-quias em matérias educativas e de acção so-cial escolar?V.J.N.: Um dos objetivos da acção social escolaré o de assegurar o acesso à educação a todas ascrianças e jovens, independentemente das condi-ções socioeconómicas ou quaisquer outras dife-renças, de forma a promover a igualdade deoportunidades. Evidentemente que a redução dastransferências do Estado para as Autarquias po-derá comprometer, a breve prazo, os apoios con-cedidos às famílias mais carenciadas. Infelizmen-te, a cegueira deste Governo, no âmbito dos apoiossociais, tem sido profunda. Tememos, por isso,o pior se não se arrepiar caminho com medidasadequadas e a favor de uma escola inclusiva.

Como avaliam as parcerias estabelecidas en-tre o Município e instituições como a SantaCasa da Misericórdia ou o Cais do Sal e queoperacionalizam projectos como as “HortasSociais”, a “Loja do Mercado”, o “Dar de Vol-ta” e as “Cantinas Sociais”?V.A.M.: Concordo inteiramente com essas par-cerias, que têm como objectivo procurar formasde apoio social à população, no entanto, nãodeixo de considerar lamentável que passadostantos anos, talvez 50 ou mais, tenhamos queregressar novamente às cantinas sociais. Já hou-ve uma cantina em Alcochete, no Largo Coro-nel Ramos da Costa e, para mim, era impensá-vel nos tempos actuais, regressar a esses depri-mentes mas necessários modelos sociais, resul-tantes inequivocamente das políticas neolibe-rais que proliferaram, em que a ganância, oegoísmo e o salve-se quem puder se sobrepuse-ram aos interesses do colectivo.

Como avaliam as recentes decisões do Go-verno de suspender, ou até mesmo revogar,projectos como a construção do NAL ou aPlataforma Logística do Poceirão, conside-rando a sua importância para o País, para aRegião e para o Concelho?V.A.M.: Eu penso que o Governo está a seguirum mau caminho, pois não saberemos onde noslevará. A continuar com essa política, os próxi-mos anos serão bem piores do que o actual. Arevogação desses projectos estratégicos para es-ta Região, tais como o NAL, a Plataforma Logís-tica do Poceirão e a nova ligação rodoviária Si-nes a Beja, é uma atitude muito grave, cujos re-flexos desse tipo de medidas, ausência de inves-timento, já se fazem sentir. Enquanto é tempo,o Governo deverá reequacionar a sua atitude,renegociar as dívidas com os parceiros euro-peus e enveredar por políticas de investimentoindispensáveis à recuperação económicas e aodesenvolvimento do País.

Vários foram os investimentos da Autarquiapara actualizar os seus instrumentos de pla-neamento. Como avaliam os objectivos estra-tégicos preconizados no “Alcochete 2025” e

no Plano Estratégico “Alcochete – Porta doEstuário”?V.A.M.: Alcochete tem uma situação geográficaprivilegiada no Estuário do Tejo. Devido à suadiversidade, potencialidades e às pressões urba-nísticas resultantes da vinda da Ponte Vasco daGama, e no futuro, do NAL, da Plataforma Lo-gística do Poceirão e outros, havia necessidadede ser elaborado um Plano Estratégico, cujosestudos perspectivassem um desenvolvimentoharmonioso, em sintonia com a criação de no-vas actividades económicas, crescimento demo-gráfico, urbanístico e cultural, sem colidir comos valores paisagísticos e ambientais. Acresceainda, que a elaboração deste estudo, coinciden-te com a revisão do PDM, é um contributo va-lioso para se perspectivar, com o devido rigor, odesenvolvimento deste Concelho, a médio e lon-go prazo. Considero este planeamento funda-mental na perspectiva futura do nosso territórioconcelhio, pois o conjunto de potencialidadesque possui aliado à sua diversidade, que impor-ta desenvolver e explorar, nomeadamente as li-gadas ao rio e às zonas protegidas (RNET), agri-cultura, turismo, prestação de serviços, activi-dades culturais e recreativas, crescimento urba-no e demográfico (controlado), mas tendo sem-pre subjacente a sua sustentabilidade.

De que forma é que a regeneração da FrenteRibeirinha pode determinar o desenvolvi-mento sustentável do Concelho e proporcio-nar uma maior qualidade de vida aos nossosmunícipes e a quem visita o Concelho?V.A.M.: Esta obra era uma premissa, também,prevista no nosso Programa Eleitoral. Embora,no actual contexto financeiro da Câmara, estaobra vá criar algumas dificuldades, existem,contudo, recursos financeiros resultantes dosapoios disponibilizados através do QREN e doPorto de Lisboa, num valor significativo. O eventual retrocesso na feitura deste projectosignificaria a perda definitiva desses apoios. Con-sidero que esta obra será uma mais-valia para avila de Alcochete, fundamentalmente, no factorpaisagístico, com o consequente reflexo no tu-rismo e na sua envolvente económica. Constata-se, também, que os Estudos de PlaneamentoEstratégico apresentados já incluem a regenera-ção da Frente Ribeirinha.

Como avaliam a proposta do Governo deextinção da Fundação das Salinas de Samou-co e qual o seu impacto no património natu-ral do Concelho?V.A.M.: Acho que a extinção da Fundação dasSalinas do Samouco é um erro crasso e uma as-neira tremenda. Concorda-se que há necessida-de de fazer reformas, mas que se façam de for-ma correcta e coerente. No caso concreto, o Estado não tem assumidoas suas responsabilidades, porque o contributoque lhe cabia tem sido suportado pelos outrosparceiros, nomeadamente a Lusoponte. Sabe-se, também, que a criação desta zona de pro-tecção ambiental, resultou de compromissosassumidos, aquando da construção da PonteVasco da Gama, para fazer face ao impacte am-biental da ponte, numa zona com característi-cas especiais, na manutenção dos habitats natu-rais das aves, quer sedentárias quer migradoras.Por outro lado, têm-se desenvolvido outras acti-vidades nesta zona, tais como a produção desal, criação de espécies piscícolas, pólo de visi-tação e investigação ambiental, hortas sociais,cujo interesse é indiscutível e cuja necessidade,nos dias de hoje, é sobejamente conhecida.

“O PLANEAMENTO É FUNDAMENTAL EM TERMOS DE URBANISMO, DEFESA DO MEIO AMBIENTE E BIODIVERSIDADE”

ENTREVISTA COM OS VEREADORES ANTÓNIO MADURO E JOSÉ NAVARRO

Em entrevista ao InAlcochete, os Vereadores do Partido Socialista,António Maduro e José Navarro,reflectem sobre o trabalho realizadopelo Executivo Municipal e realçamque: “a actuação dos vereadores do PSneste mandato tem se pautado deforma séria e responsável, procurandoa cada momento que os interesses do Concelho e dos munícipes, ou seja,do colectivo, se sobreponham aosinteresses de grupos, lobbies e inclusive partidários. Apoiamos tudoaquilo que nos parece ir ao encontrodos interesses colectivos e nuncaescamoteamos esforços por umaintervenção crítica e fundamentadaquando entendemos que os pressupostos anteriores estão a serpostos em causa”.

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Novembro 2012 | inalcochete.15Informação da Câmara Municipal de Alcochete

inEMPRESARIAL

Fundada em 1981, a Garcias S.A. começoupor ser uma empresa familiar com sede noPrior Velho, em Sacavém. Quais as etapas maissignificativas da história da empresa?A Garcias ainda é uma empresa familiar. Fize-mos 31 anos em Outubro. A família do meu bi-savô é oriunda da Beira Baixa e começámos porcomercializar produtos daquela Região, comoqueijos e enchidos. Na fábrica que tínhamos noPrior Velho produzíamos presuntos e só nosanos 90 é que começámos a entrar no mundodas bebidas, quando se deu o boom de catego-rias como o uísque e os vinhos. Começaram-sea fazer muitos investimentos na área do marke-ting das bebidas e as marcas posicionaram-seem Portugal com as multinacionais. Voltámo-nos para as bebidas, alcoólicas e não alcoólicas,e deixámos cada vez mais a parte alimentar, quehoje apenas representa 4% a 5% dos produtos.Digamos que as etapas mais significativas terãosido a mudança para Alverca, onde estivemos20 anos, e a mudança para Alcochete, há cercade 2 anos, que contribuiu bastante para reestru-turar toda a nossa rota, a distribuição e a logís-tica e optimizar ao máximo os recursos.

Qual o motivo que os levou a deixar a margemnorte e instalarem-se no Pólo Logístico do Passil?Foi o facto de estarmos à procura de um arma-zém maior e aqui duplicámos o espaço para pa-letes no armazém. Alverca tornou-se uma cida-de muito populosa, com muito trânsito, o quedificultava o acesso dos nossos camiões às viasprincipais. Procurámos em várias zonas e estapareceu-nos a mais adequada ao nosso funcio-namento pois estamos mais perto das auto-es-tradas.Passámos a dispor do dobro da capacidade de ar-mazenamento e de um armazém em que consi-go que os carros dêem a volta completa do edifí-cio, o que em Alverca não acontecia. Passámos adispor de um armazém com 18 cais de escada, oque permite organizar as descargas de mercado-rias dos fornecedores do lado da fachada princi-

ros todos os dias a ir para o norte e para o sul.Como temos outras delegações, isso também nosfacilita, porque é só entregar a mercadoria e asdelegações fazem a disseminação e distribuiçãoregional, como é caso do Algarve, onde temosuma delegação na Guia. O Algarve já consegueorientar-se por si só. Abrimos uma delegação naMadeira há dois meses, que também já faz tudoisso. Nós enviamos a mercadoria e eles têm au-tonomia para fazer a distribuição e no Porto,embora seja uma delegação mais pequena, semo sistema de picking, tem dois carros que fazemdistribuição porta-a-porta. Temos um Chefe deLogística que controla as quatro delegações apartir da sede e tem as suas pessoas de confian-ça, o que permite uma coordenação, uma rapi-dez e uma maior eficácia nos serviços de entre-ga. Para uma distribuidora nacional, acho queconseguimos prestar um serviço bastante bom.Em 48 horas conseguimos estar em qualquerponto do País e em 24 horas em qualquer localem redor de Alcochete. Portanto penso que éum serviço eficiente e que está a funcionar bem.

A empresa aposta nos mercados nacional e es-trangeiro. Qual o posicionamento nestes doismercados?O nosso foco sempre foi o mercado nacional,daí que as delegações que abrimos foram sem-pre no nosso País. O mercado estrangeiro advémmuito das exportações para os PALOP, peloscontactos que existem com estes países e pelafacilidade da língua portuguesa. Exportamosmuito para o mercado da saudade, tudo o queseja Luxemburgo, França, Bélgica, depois An-gola, Moçambique, Cabo Verde e alguma ex-portação para Espanha, que tem a ver com im-portações e exportações directas de produtoscom empresas espanholas com as quais traba-lhamos há muito tempo. O mercado estrangeirorepresenta 5% a 6% neste momento.

Quais as condições que oferecem aos clien-tes no sentido da fidelização?

Não temos nenhum tipo de cartão nem promo-ções especiais. Acho que a fidelização dos nos-sos clientes tem a ver com as pessoas que estãona Garcias. Temos 45 vendedores na rua e a maiorparte deles estão connosco há 25 anos, portan-to já criaram uma relação com o cliente muitoduradoura e de confiança.

Qual o número total de colaboradores ao ser-viço da empresa e quais as perspetivas emmatéria de criação de emprego? Existem co-laboradores a fixarem-se no território de Al-cochete?Temos cerca de 175 colaboradores no total.Quando mudámos para Alcochete, houve mui-tas pessoas de Alverca que quiseram ficar porali por isso temos um autocarro que vai de ma-nhã buscar e à tarde levar os colaboradores daoutra margem, mas fomos agregando muitas pes-soas de Alcochete. O pessoal de escritório, paraalém daqueles que estão connosco há 15, 20anos, a maioria é de Alcochete, Montijo e Moitae estamos bastante contentes com estas pessoas.Como todas as empresas nesta fase, estamos aapertar nos custos e a tentar aproveitar ao máxi-mo a rentabilidade das pessoas, de forma a nãotermos de contratar mais.

Com uma facturação de 72 milhões de eu-ros em 2010, quais os objectivos para 2013?Em 2011 facturámos 74 milhões de euros. O objec-tivo para 2012 e 2013 é essencialmente mantera facturação. Fizemos um investimento muitoforte na Madeira com a abertura da delegação emAgosto. Temos lá quatro comerciais e 15 pessoasno total, que começaram a trabalhar connosco hádois meses. A maior preocupação neste momen-to é a Garcias Madeira e depois para o ano conti-nuar em busca dos números e cumprir objectivos.

Estão previstos novos investimentos? Quais?Que estratégia de crescimento e desenvolvi-mento tem a empresa? Ponderariam a aber-tura de um espaço comercial âncora no Nú-cleo Histórico de Alcochete?Foram feitos investimentos na Madeira este anoe não estamos a pensar em avançar com outrosprojectos mas consolidar toda a operação quedesenvolvemos na Madeira e nas outras delega-ções. A Garcias é uma empresa em que o prin-cipal foco é a comercialização e a distribuição Ho-reca e não a abertura de espaços. Claro que te-mos portefólio para isso mas como nunca foi fi-losofia da empresa enveredar por um espaço aopúblico, para já, pelo menos nos próximos anos,também não será. Mas não inviabilizamos essaopção e Alcochete faria sentido por estar mesmoaqui ao nosso lado e ser um bocadinho tambéma nossa âncora. A nossa morada é sempre Alco-chete e acabamos por ter muito boas relações coma restauração e muitos clientes em Alcochete earredores. Mas realmente para já não passa pelosnossos planos. Talvez daqui a uns anos.

No domínio da responsabilidade social daempresa, quais as prioridades?No Natal costumamos fazer uma festinha comcabazes para todos os funcionários. Não somosuma empresa com muitas iniciativas porque tra-balhamos de mais e não temos tempo. O pou-co tempo que os nossos colaboradores têm dedescanso, gostamos que o passem com a famí-lia e os amigos embora façamos duas ou três reu-niões anuais de vendas para apresentar novoscatálogos e projectos. Mas juntar todos os cola-boradores só o fazemos uma vez por ano, nafesta de Natal.

Nova sede em Alcochete aumentacompetitividade da Garcias S.A.

ENTREVISTA À DRA. FILIPA GARCIA, DIRETORA DE MARKETING, COMUNICAÇÃO E NOVOS NEGÓCIOS DA GARCIAS S.A.

pal e tudo o que são cargas dos nossos carros dooutro lado. Estamos localizados num parquelogístico que oferece todas as condições que nãotínhamos em Alverca e estamos pertíssimo daentrada para a A1 e para a A2, o que para nós éabsolutamente fundamental.

Quais as razões que levaram à especializaçãoda empresa no comércio de bebidas vínicase espirituosas?Foram tendências de mercado. Sempre fomosmuito focados no mercado Horeca (restauração,bares, discotecas, hotelaria) e, à medida que osclientes nos pediam alguns produtos, fomos com-plementando o nosso portefólio. Primeiro co-meçámos pelos destilados com as grandes mul-tinacionais do sector, a Pernod Ricard, a Diageo,depois passámos a trabalhar com muitas adegascooperativas de vinho. Aos poucos e poucos fo-mos incrementando o nosso portefólio e diver-sificando a nossa oferta.

Qual a dimensão do portefólio dos produtoscomercializados e quais os mais vendidos?Temos 5.000 clientes e cerca de 5.500 produtosno nosso portefólio. Os mais vendidos são sem-pre os uísques, depois os vinhos no seu todo.Na parte alimentar há 2 ou 3 itens que são mui-to importantes para nós, temos muitas vendasde atum e de algumas conservas hortícolas e defruta. Também os vinhos do Porto, tudo o quesão generosos e espirituosos e, por exemplo, ogin e a vodka que de há 3, 4 anos para cá têmcrescido imenso, enquanto os uísques vão di-minuindo embora representem ainda a maiorfatia do volume de vendas.

Como asseguram a qualidade e a rapidez nadistribuição?Temos 100 viaturas, das quais 45 são viaturasde vendedores e as restantes de distribuição. Játemos rotas definidas há 30 anos, que vamosadaptando conforme os clientes que vão apare-cendo e as necessidades do mercado. Temos car-

Com sede no Pólo Logístico do Passil, a empresa Garcias S.A. dedica-se à comercialização e distribuição de produtos alimentares, com destaque para as bebidas espirituosas e os vinhos. A abertura de novas delegações no território nacional traduz a sua aposta no mercado português.

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16.inalcochete | Novembro 2012 Informação da Câmara Municipal de Alcochete

A Matriz de Alcochete tem a sua construçãoligada à permanência da nobreza na vila deAlcochete. “A actual igreja Matriz de Alcoche-te, dedicada a São João Baptista, é o reflexoimediato desse período de apogeu, em que navila esteve sediada uma pequena corte domaior dos nobres a seguir ao rei, o seu irmão”,afirma Paulo Almeida Fernandes, no livro “AIgreja de São João Baptista de Alcochete”, edi-ção da Câmara Municipal de Alcochete.Segundo este investigador, devemos desde lo-go desmistificar duas afirmações em relação àIgreja de São João Baptista de Alcochete: a de tersido construída no local de uma antiga mesqui-ta e a de ser um monumento de estilo manuelino.“Ainda que o topónimo “Alcochete” apontepara uma clara origem islâmica – muito pro-vavelmente para uns fornos associados ao fa-brico de cerâmica –, e que entre a conquistade 1147 e o século XV tenha certamente exis-tido uma primitiva igreja na vila, impõe-sedesmistificar a suposta identificação de umamesquita sob os alicerces da actual Matriz”,salienta Paulo Almeida Fernandes, sublinhan-do que “a Igreja Matriz de Alcochete é umaconstrução claramente quatrocentista, concluí-da em vida do Infante D. Fernando, pai de D.Manuel” e que “o seu programa arquitectóni-co insere-se numa corrente tradicional da ar-quitectura gótica de carácter religioso, generi-camente seguida nos séculos XIII e XIV”.Assim, o templo cristão caracteriza-se por umestilo tardo-gótico da arte portuguesa da se-gunda metade do séc. XV e é o resultado de vá-rias intervenções arquitectónicas posteriores.Vejamos ainda a descrição de Paulo A. Fer-nandes: “O corpo é claramente gótico e possuicaracterísticas bem demarcadas no panoramada arquitectura religiosa baixo medieval na-cional: três naves, sendo a central mais elevada,separadas entre si por arcos longitudinais apon-tados, assentes em colunas de capitéis vegeta-listas oitavados e bases quadrangulares (…) fa-chada principal tripartida denunciando a or-ganização interior do espaço, com um corpocentral mais elevado e organizado a dois regis-tos, abrindo-se, no primeiro, o portal, de arcoquebrado e duas arquivoltas, enquadrado porgablete, e, no segundo, uma grandiosa rosáceacircular, e dois corpos laterais dispostos obli-quamente em relação ao principal”.Para o referido investigador, “a solução que aquiencontramos tem muito mais de continuidadeque de inovação. Ela insere-se no modelo detemplo paroquial gótico português, generica-mente definido a partir de inícios do século XIII”.Em Alcochete, a Igreja Matriz impõe-se aoolhar do visitante que chega ao Largo de SãoJoão, dominando este espaço privilegiado davida política e social do concelho com a suafachada tripartida e o coruchéu da torre sineiradecorado com azulejos.Transposta a escadaria de acesso ao templo cris-tão comecemos por admirar a volumetria do imó-vel, o portal, a rosácea e as cruzes das Ordens deCristo e de Santiago no coroamento do gablete.

“A ampla rosácea que decora (e domina) o re-gisto superior da fachada principal da igreja in-sere-se igualmente nesta permanência de mo-delo gótico, já não paroquial, mas sim trecen-tista. De perfil circular, com ampla moldura-ção em cantaria, compõe-se de uma decora-ção radial de doze raios de terminações trilo-badas, que partem de um motivo central qua-drilobado e envolvido por um círculo”, expli-ca Paulo A. Fernandes.Observe-se com atenção a flora dos capitéis doportal principal, uma vez que “é precisamentenos elementos decorativos, nos capitéis dosportais e das naves, mas também no perfil in-terno do arco do portal Sul, que encontramosas marcas decorativas próprias do século XV,revelando-se, aqui, o verdadeiro âmbito cro-nológico-cultural desta edificação”. Para PauloA. Fernandes, os capitéis dão também a indi-cação de como são “notórias as diferenças dehabilidade e de mestria dos vários escultores”que trabalharam na construção da Igreja.Este é o momento para ainda no exterior apre-ciar a porta lateral sul com o “perfil caireladodo seu arco apontado”, os capitéis organizadosem dois registos e encontrar a sigla de um es-cultor não identificado.Após transposto o portal principal podemosdesde logo apreciar dois painéis de azulejos queintegram o vasto espólio de azulejaria, compos-to por azulejos sevilhanos do século XVI, al-guns azulejos do séc. XVII e um significativoconjunto de azulejos barrocos do séc. XVIII queembelezam o interior da Igreja.

Segundo José Meco, um dos colaboradores dacitada obra editada pela Autarquia, o “significa-tivo espólio de azulejaria reflecte diversas cam-panhas construtivas e decorativas, nomeadamen-te a utilização de azulejaria sevilhana de ares-ta, na primeira metade do século XVI, os quaischegaram ao século XX reaproveitados comorodapés do silhar das naves, algumas aplicaçõesdo século XVII, das quais poucos vestígios so-breviveram, e um destacado conjunto de azule-jos barrocos, do início do século XVIII, que com-preende os painéis figurativos da capela-mor,da capela lateral do lado do Evangelho e da en-trada da igreja, juntamente com os painéis daVia-Sacra, e os revestimentos de azulejos de fi-gura avulsa da capela baptismal e da sacristia”.Ao longo dos séculos, a Igreja registou vá-rias intervenções e influências artísticas,que culminaram com o restauro feito pe-la Direcção-Geral dos Edifícios e Monu-mentos Nacionais nos anos40 do século XX, que trans-formou profundamenteo interior da Igreja e oespaço envolvente.

Ainda dentro da Igreja temos, do lado norte, oaltar barroco com a estátua de Nossa Senhorada Conceição, imagem da proa de um barco queandou à deriva no Tejo e que deu à costa emAlcochete, originando a devoção do povo, e a an-tiga capela de Pero Lourenço e de Maria Lopes,com abóboda manuelina e o painel de azule-jos com o que poderá ser a “Porta do Céu”.Admire-se ainda o retábulo de talha dourada,“protobarroco”, da capela-mor datado do séculoXVII, de que se desconhece o autor, e as qua-tro grandes telas que a decoram com o Nasci-mento de S. João Baptista, a Pregação de S. JoãoBaptista, a Dança de Salomé perante Herodese seu séquito e a Degolação de S. João Baptistae apresentação da cabeça degolada a Herodes,da autoria de Bernardo da Costa Barradas.O património pictórico da Igreja Matriz é ain-da constituído por duas pinturas atribuídas aum seguidor do Mestre da Lourinhã, a Anun-ciação e a Natividade, a tela do “Baptismo deCristo” do pintor Marcos da Cruz, e uma pin-tura dupla de uma cruz processional.Muito fica por dizer do monumento, mas nãosaia sem ver a mais antiga peça da igreja, a piade água benta do século XIV, e, se possível, en-tre na sacristia para admirar as graciosas figu-

rinhas de chineses e outrosmotivos que embelezam os

azulejos.

IGREJA MATRIZ DE ALCOCHETE:A AFIRMAÇÃO DO GÓTICO PORTUGUÊSMonumento nacional desde 1910, a Igreja de São João Baptista de Alcochete é o mais importante imóvel do património cultural concelhio e um elemento identitário nacional.

ENCANTOS & PATRIMÓNIO

SAIBA MAISContacto:Igreja Matriz de AlcocheteLargo de São JoãoTel.: 212 340 [email protected]

Horário de abertura:De 3ª a 6ª-feira, das 9h00 às 12h30 e das16h00 às 17h00Fins-de-semana, nos períodos que ante-cedem as cerimónias religiosas (missas fes-tivas aos sábados e vésperas de dias san-tos (18h30) e aos Domingos e dias santos(11h30)