Grupo Anabela - Escola como Arena Política

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Docente: Dr. Nuno Fraga Discentes: Anabela Gomes Cátia Teixeira Hilda Brito João Neves Piedade Freitas Centro de Competências de Ciências Sociais Departamento de Ciências da Educação Ciências da Educação – 1º Ciclo Ano Lectivo de 2009/2010 2º Ano/2º Semestre Unidade Curricular: Gestão de Projectos em Educação

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Docente: Dr. Nuno Fraga Discentes: Anabela Gomes

Cátia TeixeiraHilda Brito

João Neves Piedade Freitas

Centro de Competências de Ciências SociaisDepartamento de Ciências da Educação

Ciências da Educação – 1º CicloAno Lectivo de 2009/2010

2º Ano/2º SemestreUnidade Curricular: Gestão de Projectos em Educação

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CAPÍTULO IV – A ESCOLA COMO ARENA POLÍTICA

Imagem nº 1

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Arena – “(...) lugar de contenda; campo de discussão; (...) anfiteatro.” (Moreno, 1971, p. 137).

Política – “Arte de governar um povo ou nação; arte de dirigir as relações entre os Estados (...)”. (Moreno, 1971, p. 1103).

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“Quando olhamos para os processos complexos e dinâmicos que

ocorrem hoje em dia no campus, não vemos, nem os aspectos

formais e rígidos da burocracia, nem os elementos calmos e

consensuais de um colégio académico. (…) se os tumultos dos

alunos danificam o campus, se os professores formam sindicatos e

entram em greve, se os administradores defendem as suas posições

tradicionais e se os grupos de interesses externos e governantes

irados invadem os átrios académicos, então estes actos devem ser

vistos como políticos.” (Costa, 2003, p. 73 citando Baldridge, 1989)

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“O desenvolvimento da imagem da escola como arena política

(...)” (Costa, 2003, p. 73) demonstra a existência de uma

importante mudança a nível organizacional da escola.

Nesta organização há que salientar a escola como sendo um

sistema político em miniatura, onde existe:

pluralidade e heterogeneidade de indivíduos;

objectivos e interesses próprios;

conflito e luta pelo poder;

negociação.

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A perspectiva micropolítica da escola, é de pendor marcadamente sociológico.

As teorias de conflito, tentam mostrar os problemas dos diferentes grupos sociais e respectivos processos de dominação e de divisão social.

No campo de ciência política, estuda a distribuição do poder e sua influência nas comunidades.

No âmbito da teoria organizacional (teoria comportamental), investiga o comportamento dos grupos, dentro das organizações.

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Segundo Hoyle (1988), “Os elementos principais da micropolítica: poder, coligações, estratégias e interesses têm sido o alvo central dos estudos de um variado número de disciplinas das ciências sociais.” (Costa, 2003, p. 76).

March (1974), Crozier (1977) e Bacharach (1988) “(…) recusaram a concepção homogénea, racional e consensual da organização e avançaram para uma visão da realidade organizacional onde a homogeneidade cedeu o lugar à heterogeneidade e a harmonia foi usurpada pelo caos.” (Costa, 2003, p. 77).

Para Pfeffer (1981), a incerteza e a divergência, são características das organizações devido à existência de diversos actores com diferentes ideologias.

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A análise micropolítica surge como o melhor estudo para entender a arena política, sendo as escolas os espaços privilegiados para a aplicação desta Imagem Organizacional.

Escola é o local onde decorrem processos de confrontação e negociação tendo por base os interesses e as estratégias de poder, adoptadas pelos diversos grupos.

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ESCOLA

Miniatura dos sistemas políticos globais

actoresinteresses individuais ou grupaisestratégiaspoderesinfluênciasconflitoscoligaçõesnegociações

atingir objectivos

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Peter Gronn (1986) defende quatro grandes factores que justificam a escola como Arena Política:

A escassez de recursos: os diferentes grupos dificilmente estão de acordo sobre a necessidade, quantidade, a utilização e a eficiência desses recursos;

A diversidade ideológica: cada actor tem diferentes crenças, atitudes e concepções acerca da realidade e objectivos escolares;

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• A conflitualidade de interesses: devido à heterogeneidade de indivíduos, cada um com interesses próprios;

As diferenças de personalidade: cada ser humano vai formando a sua personalidade ao relacionar-se com o meio social que o identifica como pessoa única.

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INTERESSES

• A micropolítica dá mais ênfase aos indivíduos e menos à colectividade.

• As pessoas são os elementos activos e procuram realizar os seus interesses através das organizações.

• Em grupo, conseguem atingir melhor os seus objectivos, sempre sujeitos a mutações.

• “Os interesses dos grupos passam, assim, a dominar a tomada de decisões nas organizações escolares.” (Costa, 2003, p. 82).

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CONFLITO

• A diversidade de interesses, leva a situações de conflito, sendo estas naturais e inevitáveis e até benéficas para uma saudável mudança organizacional.

• Há que ter em atenção que a conflitualidade não só existe dentro da escola como também advém do meio ambiente circundante.

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“Considero as escolas (...) campos de luta, divididas por conflitos em curso ou potenciais entre os membros, fracamente coordenadas e ideologicamente diversas (...) [sendo necessário] (...) conseguir uma compreensão de tais conflitos.” (Costa, 2003, p. 83 citando Ball, 1989).

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PODER• Nesta Imagem Organizacional da Arena Política, o poder

assume um lugar primordial, pois “(...) os interesses individuais e grupais desenvolvem-se e afirmam-se em função do poder dos respectivos representantes.” (Costa, 2003, p. 83).

• Há dois tipos de poder: o poder de autoridade que corresponde ao poder formal, pertencente à estrutura hierárquica da organização e o poder de influência, que consiste no poder informal que pode ser visto “(...)como o carisma, o conhecimento, a experiência pessoal ou o controlo dos recursos.” (Costa, 2003, p. 83).

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• Entre os diversos actores escolares (gestores e professores), são os directores que merecem destaque, por terem à disposição cinco formas de poder: “o poder de posição oficial, o poder de especialista, o poder pessoal, o poder de controlo das recompensas e o poder coercivo.” (Costa, 2003, p.84)

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NEGOCIAÇÃO

• As decisões na Arena Política, resultam de complexos processos de negociação e compromisso, satisfazendo aqueles que detêm maior poder.

• No entanto mesmo os grupos mais fracos (professores) têm algum poder, podendo este ser negociado com o director como forma de intercâmbio ou troca.

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• O director “(...) aponta a distribuição dos recursos materiais, a promoção dos professores, o aumento da auto-estima destes, a autonomia e a aplicação flexível das regras.” (Costa, 2003, p. 85).

• Os professores podem oferecer como bens de troca: “a estima ao director, o apoio dos seus objectivos, a opinião sobre a liderança, a conformidade com as regras e a reputação da escola.” (Costa, 2003, p. 85).

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Do ponto de vista de Blase (1991), “A micropolítica

refere-se à utilização do poder formal e informal pelos

indivíduos e grupos para alcançarem os seus objectivos

nas organizações. Em grande medida, as acções

políticas resultam das diferenças percebidas entre

indivíduos e grupos, articuladas com a motivação para

exercer o poder, para influenciar e/ou proteger.”

(Costa, 2003, p. 86 citando Blase, 1991).

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No campo das reformas educativas, a obra deste autor

constitui um marco fundamental em Portugal,

baseando-se na investigação empírica dos modelos

políticos de “(...) interacção-conflito entre autoridades

político - administrativas - directores - professores -

pais - alunos (...)”. (Costa, 2003, p. 87).

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• Este autor centrou o estudo nas disfunções

organizacionais das escolas secundárias públicas,

onde “(...) a escola foi entendida como um sistema

político onde diferentes clientelas com interesses e

estratégias díspares interagem e influenciam os

decisores de modo a obterem decisões e acções

favoráveis.” (Costa, 2003, p. 87).

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Diante do trabalho apresentado, corroboramos que todos os factos

sociais que ocorrem no exterior de uma instituição escolar

influenciam, significativamente, o funcionamento da escola.

A crise social importada (Formosinho, 1992) faz com que dentro da

escola se vivam tumultos, propiciando que não tenhamos uma visão

da escola COMO UM TODO, ESCOLA COMO UNA (quanto

muito uma utopia) onde todos os membros juntam esforços por um

objectivo comum, o objectivo fulcral capaz de alterar a realidade de

uma sociedade, a consistência de uma nação.

Considerações finais

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Não obstante, a visão que reina é a de uma escola fraca, doente,

parcelada e hierarquizada, onde o INTERESSE, o

CONFLITO, o PODER e a NEGOCIAÇÃO prevalecem,

regra geral, acima de qualquer outro ideal.

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Imagem nº 6

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Costa, J. A. (2003), Imagens Organizacionais da Escola, ASA Editores, S.A., Porto, 3ª edição.

Formosinho, J. (1992), Administração e Organização Escolar (documento não divulgado)

Moreno, A. (1971), Dicionário Complementar da Língua Portuguesa, Editora Educação Nacional, Porto, 8ª edição.

Imagem nº 1 Consultada a 09/04/2010 às 21:30 Grupo Editorial Summus (s/d)Erro e fracasso da escola nova, disponível em http://www.gruposummus.com.br/

Imagem nº 2 Consultada a 12-04-2010 às 22:o1 Blog wordpress.com (s/d), Faces, disponível em http://daniellavirmes.files.wordpress.com/2009/07/faces-2-port.jpg

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Imagem nº 3 Consultado a 12-04-2010 às 23:02 Blog wordpress.com (s/d), luta antimanicomial, disponível em http://capsiufam.files.wordpress.com/2009/05/luta-antimanicomial.jpg

Imagem nº 4 Consultado a 12-04-2010 às 22:32 4.bp.blogspot (s/d), SehqoRcofeI, disponível em http://4.bp.blogspot.com/_RUY-O9_AYz0/SehqoRcofeI/AAAAAAAAAEA/0xTkitLhJmc/s400/as.

http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://4.bp.blogspot.com Consultado a 12-04-2010 às 22:19- imagem nº 5.

Imagem nº 6 Consultado a 09/04/2010 às 21:55-imagem nº6, Distrital de Braga, Parlamento, disponível em http://ppdistritalbraga.blogs.sapo.pt/arquivo/parlamento.jpg