Guia Cultural de Governador Valadares - Volume I - Favela é Isso Aí

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MAPEAMENTO CULTURAL DOS BAIRROS Carapina Morro do Querosene Nossa Senhora das Graças Planalto Santa Efigênia Santa Helena Santa Terezinha São Tarcisio Clarice Libânio (Org.)

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MAPEAMENTO CULTURAL DOS BAIRROS

Carapina

Morro do Querosene

Nossa Senhora das Graças

Planalto

Santa Efigênia

Santa Helena

Santa Terezinha

São Tarcisio

Clarice Libânio (Org.)

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SUMARIOAPRESENTAÇÃO .............................................................................................5

PREFÁCIO ........................................................................................................7

BANCO DA MEMÓRIA • PERFIL CULTURAL DAS COMUNIDADES .............11

SANTA TEREZINHA ...................................................................................13

PLANALTO ................................................................................................21

SÃO TARCÍSIO ..........................................................................................29

NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS .............................................................37

CARAPINA ................................................................................................47

SANTA EFIGÊNIA ......................................................................................55

MORRO DO QUEROSENE / BAIRRO SANTA EFIGÊNIA ...........................61

SANTA HELENA ........................................................................................67

ENTIDADES E INSTITUIÇÕES QUE ATENDEM ÀS COMUNIDADES .............77

EQUIPE E CONTATOS ....................................................................................83

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OO Guia que ora se apresenta é fruto de uma parceria exitosa entre duas organiza-

ções: Favela é Isso Aí - sediada em Belo Horizonte - e Núcleo Cidade Futuro, de Gover-nador Valadares. O envolvimento compartilhado viabilizou a realização desse trabalho, que também contou com o fundamental apoio da Secretaria de Estado da Cultura (via Lei Estadual de Cultura, na primeira etapa, e Fundo Estadual de Cultura, na segunda), da Prefeitura de Governador Valadares, da Vivo e da Gráfica e Editora O Lutador.

A Associação Favela é Isso Aí é uma organização não governamental que tem como principal objetivo a divulgação da produção cultural e artística das periferias. A entidade surgiu no final de 2004, a partir do lançamento Guia Cultural de Vilas e Favelas, que identificou e cadastrou cerca de sete mil artistas nas 226 vilas, favelas e conjuntos habi-tacionais de Belo Horizonte.

Um dos principais projetos desenvolvidos atualmente pela entidade é o Banco da Memória, que tem como objetivo propiciar a articulação e dar visibilidade para os artistas das comunidades, apoiando e registrando a diversidade cultural local. Após as ações de mapeamento cultural, os dados são disponibilizados ao público através do site do projeto (veja www.favelaeissoai.com.br/comunidades.php), que já contempla cerca de 50 comu-nidades em Belo Horizonte e interior mineiro.

Em Governador Valadares, o Favela é Isso Aí estabeleceu parceria com o Núcleo Ci-dade Futuro, associação sem fins lucrativos que atua em prol de políticas que possam fortalecer as organizações do Terceiro Setor, em especial as da área cultural da Região do Vale do Rio Doce (MG). A associação tem como eixo estratégico e central de atuação a Cultura e o Desenvolvimento e sua missão é promover o diálogo, o debate e a mobiliza-ção entre as esferas governamental, privada e a sociedade civil, objetivando a consolida-ção de efetivas ações no campo das políticas de cultura e desenvolvimento.

O Núcleo Cidade Futuro busca a consolidação de trabalho e produção de tecnologias sociais com foco em quatro áreas de atuação: Formação e Capacitação em Gestão Cultu-ral; Diagnóstico e Informações Culturais; Patrimônio Histórico e Cultural, e Audiovisual, com ênfase em Memória.

As informações que vocês verão nas próximas páginas buscam descortinar um olhar sobre a cultura das comunidades de Governador Valadares, tendo início a partir de oito delas: Carapina, Nossa Senhora das Graças, Planalto, Querosene, Santa Efigênia, Santa Helena, Santa Terezinha e São Tarcísio.

O mapeamento do patrimônio imaterial encontrado nessas comunidades apresenta-se como oportunidade ímpar não somente para o conhecimento da realidade local, mas também, e principalmente, para o fortalecimento e divulgação dos artistas residentes nessas comunidades, que tantas dificuldades enfrentam para desenvolver sua arte com qualidade.

Importantes também são as informações sobre as entidades e instituições que aten-dem aos moradores dos bairros mapeados, serviço de utilidade pública fundamental para a população desses territórios.

Nosso especial agradecimento aos jovens bolsistas que participaram dos trabalhos, moradores das comunidades pesquisadas, que contribuíram de maneira decisiva para o resultado que se apresenta agora ao público e que, espera-se, irá contribuir para um novo olhar sobre esses bairros e sua cultura.

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OOs dados apresentados nesse Guia são fruto de vasto trabalho de campo realiza-

do entre 2009 e 2010, tendo como foco oito comunidades da cidade de Governador Valadares. Ele pretende ser um primeiro volume de uma série, cuja continuidade visará abranger outros bairros da cidade.

Antes de passar à apresentação dos resultados das pesquisas, faz-se fundamental contextualizar essas comunidades na história valadarense, na esteira da expansão urbana e surgimento de novos bairros na cidade, nos meados do século XX.

Figueira do Rio Doce, até então distrito do município de Peçanha, alcançou a sua emancipação política no ano de 1938. Um ano após, a recém criada cidade muda o seu nome para Governador Valadares, em homenagem ao então governador de Minas Gerais.

Interessante apontar que, diferente da maioria das cidades brasileiras, Governador Valadares se desenvolveu a partir de um planejamento prévio, pautado em um ideal de modernização e racionalidade urbana.

As décadas de 1940/50 em Governador Valadares demonstraram um notável cresci-mento econômico, trazendo a convicção de que a cidade seria um pouso adequado para aqueles que buscavam alcançar sucesso material e boas condições de vida. Desta forma, chegaram à cidade inúmeros migrantes, que tentavam a sorte buscando empregos no ramo da extração de mica - mineral utilizado na indústria de guerra - e de madeira.

A mica era exportada para Alemanha e Japão, mas após a aliança entre Brasil e Estados Unidos, no período da segunda guerra mundial, tal produto passou a ser re-manejado somente pra esse último. A cidade passa a ser vista internacionalmente. No fim da década de 1950 o ramo da mica entra em decadência restando apenas algumas pequenas refinarias do mineral.

É justamente neste momento que surge a necessidade de abrigar esta enorme massa de trabalhadores braçais e desempregados que vinham da zona rural mineira e nordes-tina. Importante mencionar que a implantação da rodovia Rio-Bahia, no início dos anos quarenta, contribuiu significativamente para este quadro de crescimento populacional em Governador Valadares.

Alguns dados apontam que entre as décadas de 1940 e 1950 a população da cidade aumentou de 5.734 para 20.357 habitantes e, na década seguinte, passou surpreenden-temente para 70.494 habitantes. A partir das grandes mudanças econômicas, surgem novos bairros na cidade para abrigar os trabalhadores. Inclui-se nesse caso a maior parte das comunidades que foram mapeadas nesse trabalho, diversificando ainda mais o perfil sociocultural de Governador Valadares.

Em fins da década de 1960 e início da década de 1970, Governador Valadares entra num período que muda a dinâmica desenvolvimentista de então. Os valadarenses, em busca de uma vida melhor, começam a emigrar, primeiramente para os Estados Unidos e depois para outras regiões do globo. Essa dinâmica migratória tem decrescido muito nos últimos anos, devido às dificuldades legais de aceitação de imigrantes nos países em foco.

Nos dias atuais, de acordo com dados fornecidos pela Prefeitura, as comunidades pesquisadas somam, juntas, mais de 25 mil habitantes, assim distribuídos:

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• SãoTarcisio-465pessoas

• SantaTerezinha–4.413habitantes

• Planalto–1.628habitantes

• Carapina–2.784pessoas

• NossaS.dasGraças–4.177moradores

• Querosene–1.276moradores

• SantaHelena–9.663habitantes

• SantaEfigênia-780pessoas.

Através da seleção e capacitação de jovens bolsistas moradores nesses bairros, partiu-se para o cadastramento da situação cultural encontrada nos oito locais. Os próprios jovens, supervisionados pelas equipes Favela é Isso Aí e Cidade Futuro, foram a campo para pesquisar as manifestações culturais locais, as principais festas, os artistas em ativi-dade; mapear os principais serviços e entidades que atendem aos bairros e, por fim, ouvir moradores mais antigos e lideranças representativas.

Como resultado, foram cadastrados 176 grupos culturais nas oito comunidades, que envolvem cerca de 890 artistas em suas atividades. Vale destacar que predominam as manifestações ligadas à música, seguidas daquelas relacionadas às atividades artesanais, em suas mais diversas formas.

Na música, os estilos mais presentes são o funk e a música religiosa, católica ou evan-gélica, seguidos do samba e pagode, do forró e do sertanejo. Entretanto, também há representantes de vários outros estilos, entre eles o rock, o pop, a MPB, o rap, a música instrumental e o canto coral.

Quanto às atividades artesanais, a arte do bordado é a mais disseminada entre os cadastrados, seguida dos trabalhos manuais em tricô, crochê, pintura em tecido, objetos em madeira e materiais reciclados.

Também há os artistas ligados às artes plásticas, principalmente pintura, desenho e grafite; ao teatro, em especial a comédia e as atividades circenses; e à dança, com desta-que para a capoeira, o break, axé, dança de rua, dança de salão, balé e jazz.

Cada bairro tem sua característica particular, que o leitor poderá conferir nas próxi-mas páginas: desde as bordadeiras do bairro Santa Helena, até os músicos do bairro São Tarcísio, a diversidade cultural é o que marca a cara das comunidades de Governador Valadares.

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Nas festas, destaque para os eventos religiosos, como barraquinhas, festa junina, festas das padroeiras e outras atividades comunitárias.

Para atendimento das demandas da comunidade, foram cadastrados 45 entidades ou equipamentos públicos, alguns no próprio bairro, outros atendendo a mais de um dos bairros, outros ainda localizados no centro da cidade, servindo à população do mu-nicípio como um todo. Por esse motivo, optou-se por apresentá-los agrupados ao final do volume.

Desse total, são 10 associações de moradores; sete equipamentos de saúde; 12 esta-belecimentosdeensino,nosdiversosníveis;umabiblioteca;doisCRAS–CentrodeRefe-rência da Assistência Social; dois núcleos ligados à segurança; um centro de convivência; sete serviços religiosos ou assistenciais; uma lavanderia comunitária e dois equipamentos de esporte e lazer.

Espera-se que as informações aqui relatadas possam contribuir para divulgar a rica cultura presente nesses bairros, mas também para registrar e fortalecer a memória local, as manifestações populares e a arte feita nas comunidades.

Bom proveito, leitor!

Clarice Libânio | Antropóloga e coordenadora-executiva Favela é Isso Aí

Juliano Nogueira de Almeida | Historiador

Colaboração: Ruivan Ferreira Gomes | Historiador

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Bolsistas da comunidade: Janaína Maria da silva e suelen Maria dos santos

História da comunidadeNo meio de suas ruas estreitas, as tradi-

cionais conversas na porta das casas marcam o cotidiano do Bairro de Santa Terezinha, que atualmente possui mais de 4.500 moradores, segundo a Secretaria de Planejamento do município. Os mais antigos dizem que a vida no bairro melhorou muito e que ocorreram muitas conquistas.

A ocupação do bairro se intensificou no início da década de 1950. Os morados antigos informaram que no início ocorreram algumas invasões e doações de lotes pelo poder públi-co municipal, mas o que predominava eram as compras de lotes por aproximadamen-te um Conto de Réis, para serem pagos ao longo de 10 anos. Dentre os moradores mais antigos se destacam o Sr. João e a Dona Conceição. Muitos vinham de cidades como Peçanha, Coluna e Coroaci.

A prefeitura comprou o terreno de um fazendeiro e agrônomo. As primeiras casas eram de “casqueira” (madeira ruim). Muitos moradores conseguiam as tábuas nas ma-deireiras próximas. Por sinal, muitos deles trabalhavam nestes estabelecimentos, que passavam por um momento de produção intensa. Também era muito comum a constru-ção de casas de barro.

De acordo com informações de um morador antigo, a Rua São Luiz era a entrada do bairro. Neste ponto tinha uma porteira na esquina com a Rua Salvador e para cima era pasto. Dentre as ruas mais antigas pode-se citar as ruas São Salvador, São Luiz, Curitiba e Florianópolis. A infraestrutura nesta época era muito precária.

A água utilizada inicialmente era do córrego Figueirinha, que não era poluído. As mulheres lavavam roupas no rio Doce. Além disso, tinha um chafariz perto do atual pos-to do SAAE. Contam os antigos que algumas pessoas vendiam água do Figueirinha na Rua do Sapo, no bairro Nossa Senhora das Graças. Com o tempo, as águas foram sendo poluídas a ponto de se tornarem impróprias para o uso doméstico. Surgiu um chafariz na Rua São Luiz, perto da casa do Sr. Coelho, que facilitou o acesso à água.

A rede de água encanada foi instalada na mesma época que a energia elétrica. A rede de luz caia muito e o recurso era o uso de lampiões. O fogão era à base de pó de serragem, também adquirido nas serrarias da região.

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O calçamento foi construído a partir da mobilização do Padre João Verbeek, religioso holandês, que era o padre responsável pela igreja Católica do bairro de Santa Terezinha. Antes do calçamento as ruas eram enlameadas.

Na década de 70 já havia água e luz, mas calçamento somente em uma parte do bairro. Os moradores do bairro - tendo à frente o Sr. Jair - se mobilizaram para pedir o calçamento que faltava ser concluído, o que ocorreu na década de 80.

A rede de esgoto está presente na maior parte do bairro, mas infelizmente muitas pessoas jogam seus dejetos no Figueirinha. Este fato colabora para o aparecimento de roedores, insetos e a permanência de um cheiro desagradável na região próxima à mar-gem. A poluição atual das águas não condiz com a tradicional utilização do rio pelos pescadores do bairro de Santa Terezinha, que até sustentam carteira de pescador profis-sional emitida pela Marinha do Brasil e que ganhavam sua vida com esta profissão.

As balsas são serviços tradicionais no bairro. Para atravessar o rio incontáveis pessoas já utilizaram os serviços do falecido Jesus Farias, um dos condutores de balsa mais antigos do Santa Terezinha. Com as enchentes, este serviço se torna perigoso, exigindo do condutor manobras ágeis e bem calculadas. No bairro também havia muitas lavadeiras, que utiliza-vam quaradores coletivos. Lavavam no rio Figueirinha, depois passaram para o rio Doce.

Números apontam que os maiores volumes das enchentes foram os dos anos 1979, 1985, 1997, 2003 e 2005. Porém, de acordo com alguns moradores, a enchente que causou mais estragos foi a do ano de 1979, que durou aproximadamente 16 dias. Re-lembram tristemente que as casas de muitas pessoas foram embora nas águas do rio naquele ano.

Com a enchente de 1979, muita gente ficou desabrigada. Muitos tiveram que per-noitar no grupo escolar, na igreja e na casas de parentes. As pessoas, sob a liderança do Sr. Jair, da associação do bairro, em uma manifestação de coletivismo se mobilizaram para tentar resolver os problemas dos impactos e os danos da inundação. Apesar dos problemas, as pessoas se demonstraram solidárias, afirmam os moradores antigos. A prefeitura também ajudou, mas muitos custaram para reconstruir suas vidas.

Além da extração de madeira, houve um momento que alterou bastante a expectati-va de trabalho e de renda dos moradores do bairro. A ampla extração de mica renovou os ânimos dos moradores, mas gradativamente a fonte se esgotou. Depois surgiram outros minerais, apesar de não terem a mesma cotação da mica.

Boa parte dos moradores do bairro de Santa Terezinha era egressa do campo. Tra-balhavam ou já haviam trabalhado com agricultura ou com prática extrativista de mica ou madeira. Muitos foram expulsos de suas terras no campo, mesmo tendo trabalhado e criado vínculos de décadas com a porção da terra do patrão que lhes foi destinada. Com a proliferação e intensificação dos movimentos rurais de esquerda, sobretudo das ligas camponesas - infladas durante o contexto de proposição de reformas de base pelo presidente João Goulart, no início da década de 1960 - muitos trabalhadores rurais do bairro Santa Terezinha se deixaram influenciar pelas novas propostas.

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Francisco Raimundo da Paixão, o Chicão, era um sapateiro vindo da área rural, parti-dário de Jango e afeito à reforma agrária. Ele se confrontou com os fazendeiros da região ao se tornar adepto da reforma agrária, “na lei ou na marra”.

Após semanas de agitação, no final do mês de março de 1964, às vésperas do golpe militar, os fazendeiros rumaram fortemente armados até a sede do Sindicato dos Traba-lhadores Rurais na Lavoura, localizado no Bairro Santa Terezinha, na sapataria do Chicão. No bairro estavam sendo recrutadas pessoas para ocupar as terras devolutas, sobretudo após a proposta do presidente Jango de implantar a reforma no campo.

Contam que foram disparados mais de trezentos tiros na Praça do Santa Terezinha. Durante estes confrontos, vários saíram feridos e algumas pessoas mortas. Até hoje mui-tos moradores não gostam de falar sobre este triste episódio.

O posto policial, ativado na década de 1980, ficava inicialmente na Rua Florianópolis, depois se mudou para a Rua Juscelino Kubitschek, no início dos anos 2000. A creche que atende ao bairro fica atualmente no vizinho bairro São Paulo. A escola, que já existia desde a década de sessenta, deixou de atender em 2009, mas promete reabrir depois de concluídas as reformas.

A igreja de Santa Terezinha funcionava junto à escola, em um terreno cedido pela prefeitura à Mitra Diocesana. Depois ocorreu a mudança da igreja para o local atual, também território pertencente ao bairro São Paulo. Um dos informantes lembra que no início dos anos de 1963 a comunidade recebeu a visita de alguns padres missionários, no mesmo ano de construção da capela antiga.

A igreja tem um coral que funciona há décadas. Muitos dos que lá cantam ou can-taram faziam parte do coral da igreja de Nossa Senhora Lourdes. Dentre os participantes dos corais no bairro estão o senhores Edson Leite, Pedro Olavo, Sebastião Moura, João Costa e Juventino Prado. A banda do primeiro batalhão também tocava no bairro, a pe-dido do padre João Verbeek. Além da igreja católica que nomeia o bairro, a igreja Batista Renascer é bem antiga, por sinal já comemorou seus cinqüenta anos. Além destas igrejas existem outras evangélicas no bairro.

Na Rua São Luiz e na Curitiba aconteciam festas juninas memoráveis. As barraqui-nhas da igreja, por sinal, são bastante tradicionais. Dizem que o pastel de maio da bar-raquinha é muito famoso.

Antigamente tinham mais batuqueiros no bairro que tocavam, sobretudo durante o carnaval, lembra um morador antigo. Dentre os músicos se destacava o Cláudio Palmei-ra. Eles desfilavam mês de fevereiro, do Serra Lima até os Pioneiros.

Os moradores também relembram o antigo campo do Cruzeirinho, que fica no bair-ro. Foram formados os times do Santa Terezinha, coordenado pelo Sr. Jair, e o time do Cruzeiro, que disputavam muitos jogos pela cidade e arredores.

Dentre os pontos comerciais antigos do bairro se destacavam o Armazém Fé em Deus e também o bar do Sr. Juventino Prado. A pracinha é um local tradicional de socialização. O horto municipal - onde há um bosquinho - é um dos lugares mais freqüentados por quem quer praticar esportes no bairro. Tem pista de skate e tem palco para apresenta-ções, onde ocorrem shows de hip-hop e rock. Havia uma quadra no bairro, do lado do campo, hoje abandonada.

Enfim, é preciso dizer que estas informações são apenas alguns fragmentos da me-mória dos moradores. No bairro existem muitas histórias a serem contadas. Por isso, e por outros motivos, os antigos moradores do bairro devem ser valorizados, pois carre-gam consigo as lembranças de momentos remotos, ligados ao processo de formação e consolidação deste tradicional bairro de Governador Valadares.

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Principais festasFESTAS MÊS LOCAL

Baile da 3ª Idade Uma vez por mês Igreja Católica Sta. Terezinha

Barraquinhas Mês de maio Igreja Católica Sta. Terezinha

Festa Junina Junho Igreja Católica Sta. Terezinha

Festa da Padroeira Outubro Igreja Católica Sta. Terezinha

Perfil cultural A pesquisa realizada pela equipe Favela é Isso Aí, em parceria com o Núcleo Cidade

Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade, revelou que existem pelo menos 22 artistas-solo e grupos culturais no bairro Santa Terezinha, que envolvem em suas ativida-des aproximadamente 208 pessoas.

A maior parte da produção artística é na área da Música, somando sete cadastros (31,8%). Em segundo lugar está a área do Artesanato, com seis cadastros (27,3%) na comunidade. Em terceiro lugar a área da Dança, com quatro cadastros (18,2%). Foram também cadastrados três (13,6%) artistas ou grupos culturais da área das artes plásticas, um artista da Literatura e uma estilista, que desenha roupas de festas.

As maiores necessidades relatadas pelos artistas são a falta de recursos materiais e financeiros para produção do trabalho artístico, além da divulgação de seus trabalhos, citadas cada uma por 11 dos artistas entrevistados (50%). Dois deles (9,1%) disseram ter necessidade de espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho.

Artista Destaque

Desenhar fantasias para o MundoA bela vista do Pico do Ibituruna há doze

anos serve de inspiração a Maria Aparecida, estilista e pedagoga. Durante oito anos foi dona e diretora de uma escolinha infantil. Com a necessidade de alugar fantasias para crianças, matriculadas na escolinha, descobriu um novo nicho de mercado e uma nova voca-ção. Desde então, desenhar fantasias e roupas para festas se tornou seu ofício.

Montou a loja Mundo Fantasia, com to-tal apoio da família. No início, desenvolvia a atividade em um quarto. Ao perceber o cres-cimento do empreendimento, o pai lhe ofere-ceu o terraço. Após o aumento da demanda, ampliou a participação da família no negócio, mãe e irmãs começaram a auxiliar no atendi-mento aos clientes.

Maria Aparecida disponibiliza tempo para ações junto à comunidade onde mora. Em 2009, ensaiou um grupo de crianças para inauguração do presépio de natal na Praça

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dos Pioneiros, importante espaço de sociabilidade da cidade. A Prefeita Municipal, Elisa Costa, esteve presente e, sensibilizada pela performance das crianças, a convidou para reapresentação no “Teatro Atiaia”.

O ápice da produção chega com a Festa da Fantasia. Evento tradicional na cidade há 20 anos, já contou com a apresentação de Nando Reis, Rita Lee e Skank, dentre outros artistas brasileiros. Sempre acontece na Açucareira, antiga usina de cana-de-açúcar, tam-bém patrimônio histórico tombado de Governador Valadares.

Maria Aparecida afirma que as maiores procuras são por aniversários temáticos e também por parte de moradores de cidades vizinhas. Uma das maiores dificuldades é encontrar matéria-prima na cidade para a confecção das fantasias. Seu desejo, hoje, é ampliar mais o negócio e iniciar a venda de acessórios: “devido à fragilidade dessas pe-ças, muitas vezes alugamos e elas voltam estragadas”, diz.

Contato: Mundo Fantasia - Maria Aparecida Vilela Apolônio

(33) 3221-7992

Cadastro de artistas

ArtesanatoClassificação: bordados em ponto cruz, va-gonite, macramê, hardanger (bordado tipo crivo), tricô, crochêNome: Grupo de Mães EdelwaisContato: Dejanira Passos de FreitasEndereço: Rua Dona Zulmira Pereira da silva, nº.558–BairroSãoPaulo–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.030-140.Tel.: (33) 3221-3644 / (33) 9989-6165Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 20Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: decoração infantil, enfeites, trabalho manualNome: Nica DecoraçõesContato: Nilene Rodrigues LimaEndereço: RuaCuritiba,nº.1109–BairroSantaTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-100.Tel.: (33) 3221-2954 / (33) 9964-7065Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para trabalhar.

Classificação: bordados em ponto cruz, lem-branças para casamentos, bonecas, pintura em fraldas, imã de geladeira, porta jóias, pin-tura em gesso.Nome: Alessandra da Silva Souza LigrorioContato: Alessandra da Silva Souza Ligrorio

Endereço: Rua Florianópolis, nº. 367 - Bairro SantaTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-160.Tel.: (33) 4141-1835Tempo de atividade: 08 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceira para comprar matéria-prima e divul-gação.

Classificação: bordados, pintura em tecidosNome: Dulcinéia Alves SilveiraContato: Dulcinéia Alves SilveiraEndereço: Rua Curitiba, nº. 835 - Bairro San-taTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.030-100.Tel.: (33) 3221-9875 / (33) 8419-2939 Tempo de atividade: 38 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-terial e divulgação.

Classificação: bonecas de lã, cestinhas de garrafas petNome: Anna Frederica da SilvaContato: Anna Frederica da SilvaEndereço: Rua Curitiba, nº. 603 - Bairro San-taTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.030-100.Tel.: (33) 3221-7237Tempo de atividade: 06 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: difi-culdade com a visão.

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Classificação: pinturas em tecidos, madeira e reciclagemNome: Luciana SouzaContato: Luciana SouzaEndereço: Rua Curitiba, nº. 495 - Bairro San-taTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.030-100.Tel.: (33) 3221-7855Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação e falta de valorização do seu trabalho.

Artes PlásticasClassificação: pinturas em telaNome: Luciana SouzaContato: Luciana SouzaEndereço: Rua Curitiba, nº. 495 - Bairro San-taTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.030-100.Tel.: (33) 3221-7855Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação e falta de valorização do seu trabalho.

Classificação: pintura em telasNome: Dulcinéia Alves SilveiraContato: Dulcinéia Alves SilveiraEndereço: Rua Curitiba, nº. 835 - Bairro San-taTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.030-100.Tel.: (33) 3221-9875 / (33) 8419-2939 Tempo de atividade: 38 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-terial e divulgação.

Classificação: desenhosNome: YuriContato: Yuri Pereira dos SantosEndereço: Rua Porto Alegre, nº. 360 - Bairro SantaTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-470.Tempo de atividade: 12 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

DançaClassificação: balé e jazzNome: Ministério de Dança Santa TerezinhaContato: Tiago Henrique de Souza MarçalEndereço:RuaJosédeTassis,nº.37–BairroSãoPaulo–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.250-030.

Tel.: (33) 3272-6250Tempo de atividade: 01 anoN° de componentes: 40 Necessidades/dificuldades do grupo: inte-resse e apoio da comunidade.

Classificação: dança salão e outros estilosNome: Banda BaileContato: Kelly Dayane Oliveira AguiarEndereço:RuaFlorianópolis,nº.247–BairroSantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-160.Tel.: (33) 3272-3343Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 26Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: break, dança de ruaNome: Marver CrewContato: Jhulyano Simões SilvaEndereço: Rua São Salvador, nº. 109 - Bairro SantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-690.Tel.: (33) 8801-6256Tempo de atividade: 02N° de componentes: 10Necessidades/dificuldades do grupo: pa-trocínio para participar de campeonatos.

Classificação: capoeiraNome: Natura GingaContato: Gilsivanir Ferreira Rodrigues de Ma-cedoEndereço: Rua Aracajú, nº. 133 - Bairro Santa Terezinha–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.030-020.Tel.: (33) 9911-2096 / (33) 9908-5096Tempo de atividade: 01 mêsN° de componentes: 69Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação e falta de instrumentos.

LiteraturaClassificação: poesiaNome: Anna Frederica da SilvaContato: Anna Frederica da SilvaEndereço: Rua Curitiba, nº. 603 - Bairro San-taTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.030-100.Tel.: (33) 3221-7237Tempo de atividade: 06 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: difi-culdade com a visão

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MúsicaClassificação: MPBNome: MiguelContato: Miguel Ângelo SouzaEndereço: Rua São Salvador, nº. 52 - Bairro SantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-690.Tel.: (33) 3271-8318 / (33) 8859-6422Tempo de atividade: 20N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: espaço para ensaios, estrutura física, equi-pamentos em geral, investidores e músicos disponíveis.

Classificação: gospelNome: Ministério Serafins da AdoraçãoContato: Diogo Pereira RossiEndereço: Rua São Salvador, nº. 284 - Bairro SantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-690.Tel.: (33) 3221-0993Tempo de atividade: 06 mesesN° de componentes: 04Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação e apoio da sociedade.

Classificação: forró universitárioNome: MaracangalhaContato: Diogo Pereira RossiEndereço: Rua São Salvador, nº. 284 - Bairro SantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-690.Tel.: (33) 3221-0993Tempo de atividade: 08 anosN° de componentes: 04Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação e apoio da sociedade.

Classificação: forró universitárioNome: Trio JequitibáContato: Diogo Pereira RossiEndereço: Rua São Salvador, nº. 284 - Bairro SantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-690.Tel.: (33) 3221-0993Tempo de atividade: 06 anosN° de componentes: 03Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação e apoio da sociedade.

Classificação: religiosa católicaNome: Cantoria Santa TerezinhaContato: Creuza Maria de CristoEndereço:RuadaPrata,nº.21–BairroSãoPaulo-GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-480.Tel.: (33) 3221-0263

Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 16Necessidades/dificuldades do grupo: in-centivo e participação da família.

Classificação: pagode (toca cavaquinho)Nome: Marcos MoreiraContato: Marcos MoreiraEndereço: Rua São Salvador, nº. 391 - Bairro SantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-690.Tel.: (33) 3083-0050Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: sertanejaNome: Zé Jão e AdeladoContato: Adelado Morais CaldeiraEndereço: Rua João Pessoa, nº. 173 - Bairro SantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-230.Tel.: (33) 3221-1031Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: es-trutura financeira e divulgação nos meios de comunicação.

OutrasClassificação: estilista, cria roupas de festas e fantasias.Nome: Mundo FantasiaContato: Maria Aparecida Vilela ApolônioEndereço: Rua São Salvador, nº. 333 - Bairro SantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-690.Tel.: (33) 3221-7992Tempo de atividade: 12 anosN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: en-contrar matéria-prima na cidade.

TeatroClassificação: arte circenseNome: Palhaço FofoquinhaContato: Silvestre Pereira de OliveiraEndereço: Rua Omar Magalhães, nº. 780 - BairroSantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-740.Tel.: (33) 9971-1609Tempo de atividade: 25 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação, figurinos e maquiagem.

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Bolsistas da comunidade: Felipe Ferreira dos Santos e Natanel Mendes Costa

História da comunidade

A formação do bairro Planalto está associada ao processo de expansão urba-na da cidade de Governa-dor Valadares. Muitos mo-radores vieram de fora da cidade, de municípios como Virginópolis, por exemplo. Outros chegaram de bairros de Governador Valadares, como o Nossa Senhora das Graças e o Altinópolis. Dentre os primeiros moradores estão Dona Angélica e os senhores João, Manoel Lima, Sebastião Luiz e Eurico Pereira.

Segundo alguns moradores antigos, o bairro surgiu aproximadamente no início da década de setenta. O terreno era pasto de uma fazenda, que foi loteada e vendida atra-vés de financiamento da Caixa Econômica Federal. Vale mencionar que boa parte do bairro precisou ser aterrada.

O material de construção vinha do centro da cidade em carroças ou caminhões. Atualmente, existe loja de material de construção no bairro, o que facilita bastante a realização de construções, poupando trabalho, dinheiro e tempo.

As casas, em sua imensa maioria, sempre foram de tijolos, apesar de não terem rebo-que. As casas da Caixa Econômica eram praticamente iguais. Mas também existiam casas de barro batido e folhas de compensado.

Inicialmente as pessoas tinham muita dificuldade para conseguir água. As famílias buscavam água em bicas, por exemplo, uma que ficava em frente ao posto de gasolina, na BR-116. Apesar de não ter tardado muito a ser implantada, a rede de água era muito precária. Às vezes faltava água por semanas e o carro pipa tinha que ser enviado. De-vido a esta situação, as mulheres lavavam roupa e as pessoas se banhavam no córrego Figueirinha.

De acordo com entrevistados, a água ainda falta. É comum a comunidade ficar dois ou três dias sem água, até mesmo na escola. Isto dificulta o andamento das aulas. Ape-sar disso, o serviço de abastecimento de água melhorou muito, sobretudo depois da construção da caixa d’água. A rede de água vinha do Altinópolis. A rede de esgoto, por sua vez, foi sendo construída gradativamente. Hoje em dia ela apresenta bom funciona-mento.

A energia se estabeleceu no bairro de forma mais rápida. Nos meados da década de setenta já existia energia nos postes. No entanto, eram poucos os que tinham luz em casa. Com o tempo a Prefeitura cedeu vários padrões simples, outros moradores com-praram padrões por conta própria.

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Quanto ao calçamento, inicialmente as ruas do bairro eram de paralelepípedo, de-pois o asfalto foi sendo implantado. O asfalto chegou primeiro no “Acesso 2”, depois na Avenida A e, gradativamente, em outras ruas do bairro. A avenida A é uma das principais ruas que cortam o bairro e abrigava algumas das primeiras casas que lá surgiram. Há alguns anos um pedaço da Rua 5 desmoronou. O problema ainda persiste, o que impos-sibilita a passagem do ônibus. A Rua 7 e a 2 também carecem de um bom calçamento.

O caminhão de limpeza quase não vinha, o lixo tinha que ser queimado nos lotes. Atualmente vem três vezes por semana e os funcionários da Prefeitura varrem a rua uma vez por semana. O transporte é razoável, passam dois ônibus dentro do bairro. No início não tinha ônibus direto, era preciso ir a pé ao centro ou pegar ônibus no “Acesso 2”.

Um dos principais líderes da comunidade era o Zé Teixeira. Foi o primeiro presidente da associação de bairro e ajudou na luta para de implantação da escola. Depois vieram outros, como Valderci, Salvador, Carlão e Edvaldo. A associação, que acompanhou o desenvolvimento do bairro, não tem sede. As pessoas se reúnem no salão da igreja de São Francisco, na avenida A.

A igreja de São Francisco, tal como inúmeras casas do bairro, foi construída a partir de um mutirão. A capela é do início de ocupação do bairro. Era pequena, depois foi ampliada. A imagem do santo chegou com a ampliação da igreja. Colocaram a torre e aumentaram o tamanho, depois fizeram um painel do santo em azulejo no frontão da igreja. O padre veio da igreja de Lourdes. As donas Elvira e Elza eram responsáveis pelo salão paroquial e, atualmente, estes serviços são prestados pela senhora Beth e Claudi-céia.

Além da igreja de São Francisco, há outras igrejas no Planalto, como a Assembléia de Deus, que já existe a um bom tempo no bairro, e outras mais novas. Esses espaços, além de agregarem os fiéis durante as cerimônias e cultos, servem como importantes espaços de socialização.

No salão paroquial são oferecidas oficinas para a garotada. Na falta de uma creche no bairro, as crianças participam de diversas atividades, sobretudo esportivas e lúdicas, desenvolvidas no espaço da igreja de São Francisco. No mês de maio acontecem barra-quinhas. Segundo moradores, vem gente até mesmo de fora para participar da festa. Também acontecem festas de fim de ano e de comemoração do dia das crianças.

As únicas opções de lazer no bairro são o pátio da igreja e o espaço da escola. A igre-ja tem um lote onde se pretende construir uma área de lazer, mas, segundo moradores, a verba está curta para dar início às obras. Nos espaços da escola e da igreja acontecem

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oficinas de grafite, música, capoeira, futsal, basquete e artesanato, ministradas respecti-vamente por Nilton, Natália, Nelson, Maurício, Roberto e Nelzinha.

A Escola Adélia Ribas começou junto com o bairro. Passou por várias reformas, como uma das maiores conquistas da comunidade escolar, que foi a construção da quadra. An-tes só havia até a quarta série do Ensino Fundamental e hoje a escola oferece até a oitava série. A cantina foi ampliada, colocaram cobertura na quadra e fizeram quiosques.

Não tem posto de saúde no bairro, quando os moradores precisam de assistência médica básica vão até o CRAS. Antigamente, no local atual do CRAS ficava um posto policial. Atualmente a polícia faz rondas rotineiras no bairro.

A maioria das pessoas que moram no bairro trabalha como pedreiros, domésticas, costureiras e mais uma diversidade de profissões. Dentre os comércios mais antigos estão os estabelecimento dos senhores Arcelino, Severino, Dagmar e Bacana.

No bairro existia um campo e um time de futebol, o União Planalto, coordenado pelo Carlinhos Huck e pelo Sebastião Cardoso. O time participava de disputas regionais e alcançou importantes vitórias.

Os moradores antigos faziam algumas serenatas no bairro. Dentre os seresteiros e músicos antigos do Planalto - que inclusive se encontravam no bar do Dica, no “Acesso 2” - estavam Zé do Posto, o Sargento Adão, o senhor Dida e o próprio senhor Dica.

Estas lembranças e outras, ligadas às lutas, às vivências e às amizades, fazem do bair-ro Planalto um bairro bastante peculiar dentro da cidade. Este breve histórico demonstra que apesar do bairro ter se formado bem depois que muitos outros da cidade, ele apre-senta uma rica história marcada por suas especificidades e seu próprio contexto.

Principais festasFESTAS DIA / MÊS LOCAL

Festa Junina Junho Igreja Católica São Francisco de Assis

Festa de São Francisco 05 de Outubro Igreja Católica São Francisco de Assis

Festa dia das Crianças 12 de Outubro Igreja Evangélica

Perfil cultural A pesquisa realizada pela equipe da ONG Favela é Isso Aí, em parceria com o Núcleo

Cidade Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo menos 19 artistas-solo e grupos culturais no bairro Planalto, que envolvem em suas ati-vidades aproximadamente 73 pessoas.

A maior parte da produção artística é na área do Artesanato, somando 11 cadastros (57,9%). Em segundo lugar está a área da Música, com quatro cadastros (21,0%) na comunidade. Em terceiro lugar vem a área da Dança, com três cadastros (15,8%). Foi também cadastrado um artista da área das artes plásticas.

A maior necessidade relatada pelos cadastrados é a de recursos materiais e financei-ros para produção do trabalho artístico, citada por 11 dos artistas entrevistados (57,9%). Cinco deles (26,3%) disseram ter necessidade de espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho.

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Artista destaque

Artesanato nasce para filhoElizete, 44 anos, seis filhos e cinco

netos, mais um a caminho, sempre foi batalhadora. Interessou-se pelo cro-chê há 16 anos, quando estava grá-vida, para fazer roupas para o bebê, quando nascesse. É uma verdadeira autodidata na arte do crochê. Con-ta: “ninguém me ensinou, tive que aprender a fazer sozinha”.

Desenvolveu também habilidades com materiais reciclados, compondo com garrafas pets, rosas, flores, den-tre outras formas. No momento, além das roupas para bebês, cria também peças para adultos, como biquínis e saias: “só não fiz vestidos ainda”, diz.

Apesar de sempre estar criando, o ofício contribui pouco para renda da casa. Às ve-zes, alguns vizinhos passam à sua porta, gostam de exemplares expostos na janela ou já sabendo de sua habilidade, encomendam uma peça ou outra. Mas, na maior parte do tempo, o crochê e o artesanato em material reciclado são hobby.

Elizete comenta que um dos maiores problemas que enfrenta é escoar os produtos e por isso seria interessante se tivesse alternativas para vendas. Além disso, um dos seus maiores sonhos é poder ensinar seu trabalho “passar para frente, multiplicar, ensinar as pessoas”.

Contato: Elizete - (33) 9968-5906

Cadastro de artistas

ArtesanatoClassificação: bordados em ponto cruz, bis-cuit, enfeites artesanaisNome: Meire Araujo de SouzaContato: Meire Araujo de SouzaEndereço:Rua3,nº.562–BairroPlanalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-150.Tel.: (33) 8807-8011Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-terial muito caro e falta de valorização do seu trabalho.

Classificação: bordados em ponto cruz, crochê, porta retratos com jornais reciclados, flores com garrafa pet

Nome: Elizete Ferreira da SilvaContato: Elizete Ferreira da SilvaEndereço:Rua6,nº.293–BairroPlanalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-130.Tel.: (33) 9968-5906 Tempo de atividade: 16 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-terial muito caro.

Classificação: pinturas em pano de pratoNome: Bruna Eliza MendesContato: Bruna Eliza MendesEndereço:Rua3,nº.26–BairroPlanalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-150.Tel.: (33) 9989-1551Tempo de atividade: 01 ano

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N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: valo-rização do seu trabalho.

Classificação: pintura em tecidos, fraldas e panos de pratoNome: Rosinei Rodrigues dos SantosContato: Rosinei Rodrigues dos SantosEndereço:Rua8,nº.173–BairroPlanalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-640.Tel.: (33) 3221-0672Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-téria-prima e espaço para trabalhar.

Classificação: crochê, roupasNome: Eva Félix BarbosaContato: Eva Félix Barbosa Endereço: Rua 9, nº. 499 - Bairro Planalto –GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-100.Tel.: (33) 9904-6932Tempo de atividade: 40 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: difi-culdade para a montagem do trabalho.

Classificação: bordados em ponto cruz, cro-chêNome: Creuza Alves PintoContato: Creuza Alves PintoEndereço:Rua7,nº.57-BairroPlanalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-140.Tel.: (33) 8852-7634Tempo de atividade: 33 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de material.

Classificação: bordados em ponto cruz, bis-cuit, bonecasNome: Clélia Maris Alves BarbosaContato: Clélia Maris Alves BarbosaEndereço:AvenidaA,nº.678–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180.Tel.: (33) 3221-7558Tempo de atividade: 16 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: local para venda do trabalho e falta de valorização.

Classificação: artesanato com gesso e mate-rial recicladoNome: Maria de Lourdes PereiraContato: Maria de Lourdes PereiraEndereço: Rua 10, nº. 718 - Bairro Planalto

–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-080.Tel.: (33) 3221-9490Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de material.

Classificação: artesanato com material reci-cladoNome: Dilma Miranda de SouzaContato: Dilma Miranda de SouzaEndereço: Rua 7, nº. 348 - Bairro Planalto –GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-140.Tel.: (33) 3273-2039Tempo de atividade: 12 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bijuterias, artesanato em gesso e com material recicladoNome: Eliene Rocha SoaresContato: Eliene Rocha SoaresEndereço:AvenidaA,nº.681–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180.Tel.: (33) 8807-4770Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: entalhe em madeiraNome: Jorge Vieira NascimentoContato: Jorge Vieira NascimentoEndereço:AvenidaA,nº.989–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180.Tel.: (33) 8889-0648Tempo de atividade: 34 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de verba.

Artes PlásticasClassificação: grafite Nome: Elifas RodriguesContato: Elifas Rodrigues da SilvaEndereço: Rua 7, nº. 763 - Bairro Planalto –GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-140.Tel.: (33) 8817-4158Tempo de atividade: 01 mêsN° de componentes: 20Necessidades/dificuldades do grupo: mate-rial, apoio, local para produzir o seu trabalho.

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DançaClassificação: capoeiraNome: Capoeira Raiz do BrasilContato: Bruno Elizar MendesEndereço:Rua3,nº.27–BairroPlanalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-150.Tel.: (33) 99188501Tempo de atividade: 06 anosN° de componentes: 20Necessidades/dificuldades do grupo: ma-terial e espaço próprio.

Classificação: hip-hopNome: Asas do Hip HopContato: Werly Batista FernandesEndereço: Rua 2, nº. 297 - Bairro Planalto –GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-090.Tel.: (33) 8438-2191Tempo de atividade: não informou.N° de componentes: 12Necessidades/dificuldades do grupo: ma-terial e espaço.

Classificação: axéNome: Quebra aí GVContato: Jéssica Ferreira de SouzaEndereço:AvenidaA,nº.1004–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180.Tel.: (33) 3221-2644Tempo de atividade: não informouN° de componentes: 06Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para ensaiar.

MúsicaClassificação: gospel (toca violão)Nome: Moisés Henrique Pereira BrandãoContato: Moisés Henrique Pereira BrandãoEndereço:Rua3,nº.245–BairroPlanalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-150.Tel.: (33) 3273-7661 Tempo de atividade: 01 ano e 05 messes N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: dedi-lhar o instrumento e fazer escala de notas.

Classificação: MPBNome: Natália Aparecida BarcelosContato: Natália Aparecida BarcelosEndereço:AvenidaA,nº.540–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180.Tel.: (33) 3221-4751Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: me-lhor remuneração pelo trabalho e valorização das pessoas.

Classificação: instrumentista - toca violão, cavaquinho, percussão e bateria em vários estilosNome: Tiago Alves de MouraContato: Tiago Alves de MouraEndereço:AvenidaA,nº.669–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180.Tel.: (33) 3221-1183Tempo de atividade: 08 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: in-veja.

Classificação: música popular (toca violão e sanfona)Nome: Jorge Vieira NascimentoContato: Jorge Vieira NascimentoEndereço:AvenidaA,nº.989–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180.Tel.: (33) 8889-0648Tempo de atividade: 34 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de verba.

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Bolsista da comunidade: Carolina Santos Ferreira

História da comunidade

O bairro de São Tarcisio é um dos mais antigos da cidade de Governador Va-ladares, para alguns o pri-meiro. É um bairro peque-no, tem pouco mais de uma centena de imóveis, mas são muitas as histórias que marcam o lugar.

De acordo com moradores antigos do bairro, o São Tarcisio surgiu em uma região ribeirinha, onde se encontrava um pasto e uma pedreira. Muitas casas da Rua Prudente de Moraes - a rua mais importante da época - tinham quintais que se estendiam até a margem do Rio Doce. Alguns moradores disseram que a parte do bairro denominada “Beira Rio” era área verde e foi ocupada um pouco mais tarde. Outros moradores con-tam que a região fazia parte da fazenda do Quintiliano de Souza Costa, primeiro Juiz de Paz do município, sendo posteriormente loteada.

Grande parte dos primeiros moradores ocupou clandestinamente os lotes. Outros tantos compraram de terceiros, venderam e revenderam. Atualmente muitas casas tive-ram seus documentos regularizados, outras estão em processo de legalização.

Dentre os primeiros moradores do bairro, muitos já falecidos, podemos citar as donas Maria Rosa, Maria Francisca e Lia e os senhores Geraldo Vieira, Cabral, Tião, Orlandino, Zezinho Paranhos, José Maria, Elieser Gomes, Walter Pereira e Antônio Buenos Aires. Muitos moradores vieram de outras cidades da região do Rio Doce, como Tarumirim, e de outras regiões de Minas Gerais, como Raul Soares, município pertencente à Zona da Mata mineira.

As primeiras casas levantadas eram de madeira. Muitos destes casebres foram cons-truídos de tábuas compradas ou ganhadas em serrarias próximas, por exemplo, a do José Nascimento Ferradeiro, conhecido com Zé Português, que ficava do lado do bairro.

Inicialmente a falta de água encanada não era um problema tão grave, uma vez que a poluição ainda não ameaçava o rio. Os moradores utilizavam a água do Rio Doce para lavar roupas e vasilhas, para se banharem e até mesmo para beber. Para muitas senho-ras a água do rio era fonte de renda. Existiam muitas moradoras do bairro que lavavam roupa para fora utilizando as águas do rio. Houve pessoas que até vendiam água do rio no alto do Carapina.

Com o passar do tempo os moradores começaram a buscar novas formas para se obter água. Alguns, por conta própria, compraram canos e puxaram a água da Rua Prudente de Morais. Apesar de ser um serviço para poucos, pois os moradores deveriam

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arcar com seus gastos, o SAAE ligou a água encanada no bairro na década de 1950. Muitos outros moradores, no entanto, somente tiveram acesso ao serviço a partir da década de setenta.

No início, a iluminação do bairro era à base de querosene. Os antigos contam que utilizavam ferro a brasa, uma vez que quase todos tinham fogão à lenha. Alguns mais inovadores utilizavam bateria de caminhão para ter uma alternativa energética em casa. A energia elétrica foi colocada na década de setenta, após um abaixo assinado ter sido enviado ao governador do Estado, por intermédio de um político de Governador Valada-res. Poucos dias depois do pedido à CEMIG, começaram a serem implantados os postes, meses depois a energia chegou.

A falta de calçamento era um dos problemas mais sérios do bairro. Por sinal, esta dificuldade demorou um pouco para ser sanada. No início tinham mais trilhas do que ruas. Com o tempo, foram surgindo as primeiras vias. Merece destaque a antiga Travessa 13 de Maio, hoje Geraldo Vieira, em homenagem ao primeiro educador do bairro. A Rua CláudioManoel,no“beirario”–tambémimportanteparaoprocessodeocupaçãodobairro–ficoumuitotemposemcalçamento.Valedestacarqueocalçamentodasprimei-ras ruas era construído com espécies de tijolinhos.

Umserviçoprecáriodobairro–quejámelhorouemgrandemedida,masqueprecisaserresolvidoporcompleto,naopiniãodosmoradores–éodelimpeza.Foisomentenosúltimos anos que o recolhimento de lixo chegou ao “beira rio”.

As melhorias do bairro se deram através da luta dos moradores, das articulações das lideranças e do apoio de políticos. Em 2006, através de um projeto da SEPLAN, iniciaram reformas e pinturas nas casas, em uma tentativa de quebrar os estigmas e dar um ar mais alegre, semelhante a do pelourinho em Salvador.

De acordo com alguns relatos, a associação de moradores do bairro surgiu no início da década de 1990. Os principais líderes do bairro foram Joaquim Honorato, Eliseu, Idelfonso, Joel, Elisangela, Sérgio e Anselmo. O papel destes líderes para as conquistas do bairro foi essencial, destacando-se a construção do aterro e da murada, obras que contaram com o trabalho coletivo dos moradores.

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A escola antiga foi implantada por religiosos católicos, através de doações. A insti-tuição era coordenada pelas damas de caridade, especialmente pela Irmã Luiza. Tempos depois a escola foi transferida. A escola atual do bairro, Valdete Nominato, foi implanta-da na virada da década de oitenta para noventa. Ao longo de sua existência ocorreram reformas na escola, destacando a construção do muro e do pátio.

Os episódios mais trágicos da história local estão associados a várias enchentes que o bairro presenciou. A enchente de 1997 levou muitas casas embora. Segundo alguns mo-radores, foi a pior. As águas chegaram devagar, mas causaram muito estrago. A enchen-te de 1979 também deixou tristes marcas na história do bairro, relembram os moradores antigos. Muitos ficaram desabrigados e tiveram que se mudar da comunidade.

Muitos moradores se dedicavam à pesca no rio Doce, alguns como profissionais. Pescavam com botes e redes e retiravam do rio inúmeros peixes, como corvina, piau, grumatã, traíra, cascudo e outros. Daí a tradicional moqueca de cascudo feita no bairro por algumas pessoas.

Na antiga travessa 13 de Maio, em tempos bem remotos, existia um antigo cemitério. Quando iniciaram as obras de melhoria na travessa, os moradores entraram em contato com as ossadas que lá estavam depositadas. Este fato mexeu bastante com o imaginário de alguns moradores. Contam que uma moradora viu um homem muito misterioso na travessa, ele tinha focinho de porco e pé de boi. A surpresa foi tão medonha que a mo-radora chegou desesperada na casa dos vizinhos.

Os moradores do “beira rio” também contam um “causo” muito curioso. Dizem que houve uma época em que pedras misteriosas caiam inesperadamente na rua. Com o tempo virou rotina, às 18 horas começava a saraivada e terminava de madrugada. As pedras eram grandes e não se tinha nenhuma suspeita de quem as atirava. Chamaram a polícia, o padre e o pastor, mas nada resolveu. Certo dia um menino misterioso foi visto descendo uma rua do bairro sozinho. Contam que em um piscar de olhos a criança de-sapareceu e depois disso nunca mais as pedras apareceram.

Alguns serviços públicos nunca existiram no bairro, talvez pela proximidade em rela-ção ao centro da cidade. Tanto a policlínica quanto a creche utilizada pelos moradores não se situam no São Tarcisio. Antigamente o Dr. Raimundo Teixeira Resende, médico e político da cidade, atendia as pessoas do bairro, até mesmo gratuitamente, em seu consultório, na Rua Barão do Rio Branco. Em casos de urgência ele ia pessoalmente ao bairro atender os enfermos.

Dentre os comerciantes mais antigos do local destacam-se os senhores Joaquim Ho-norato, Toledo e Antônio Buenos Aires. Dentre as primeiras profissões do bairro estão a de pescador, lavadeira e pedreiro.

As novenas de natal são tradicionais. Um das principais organizadoras é a dona Lia, como dito, uma das moradoras mais antigas do bairro. A maioria dos católicos vai à mis-sa na Igreja Matriz, que fica bem próxima. No São Tarcísio atualmente tem uma capela católica, que faz parte da congregação “O caminho”, que chegou ao bairro em 2009. Esta congregação presta assistência a dependentes químicos. Existem inúmeras igrejas evangélicas próximas, merecendo destaque a antiga Igreja Presbiteriana.

No bairro, nas margens do rio, existe uma pista de pouso de asa delta e paraglider. Levando em consideração a fama da rampa de salto do Ibituruna para os amantes deste esporte, a pista de pouso do São Tarcísio demonstra a sua importância. No mesmo local da pista se encontra um campo de futebol, onde animais pastam tranquilamente. Neste lugar também ocorre a Feira da Paz, um importante espaço de socialização do bairro. An-tigamente aconteciam quadrilhas no São Tarcísio. As mais famosas eram as organizadas

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pela Dona Maria das Graças, no “beira rio”, e as organizadas pelo Sr. Antônio Pereira, na antiga travessa 13 de Maio.

Fica então a curiosidade por conhecermos um pouco mais sobre a história do bairro de São Tarcísio, um dos mais tradicionais da cidade. Para quem se interessar mais, é suge-rida uma boa conversa com os moradores antigos, os verdadeiros guardiões da memória destes tempos que não voltam mais.

Principais festasFESTAS MÊS LOCAL

Festa Junina / julina Junho / julho Rua Geraldo Vieira Santos

Perfil cultural A pesquisa realizada pela equipe da ONG Favela é Isso Aí, em parceria com o Núcleo

Cidade Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo me-nos 17 artistas-solo e grupos culturais no São Tarcísio, que envolvem em suas atividades aproximadamente 51 pessoas.

A maior parte da produção artística é na área da Música, somando 10 cadastros (58,8%). Em segundo lugar está a área do Artesanato, com quatro cadastros (23,5%). Foram também cadastrados um artista da área das artes plásticas, um da Literatura e um da Dança.

A maior necessidade relatada é a de recursos materiais e financeiros para produção do trabalho artístico e divulgação, citadas cada uma por oito dos artistas entrevistados (47,0%). Dois deles (11,7%) disseram ter necessidade de espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho.

Artista destaque

Uma vida de versosIracema, 86 anos, poeta, nascida e criada em Governador Valadares. Ao longo da

vida adquiriu vários prêmios na literatura. Um destes é o troféu de 1º lugar no Festival da Poesia, no próprio mu-nicípio e o de 2º lugar, em outro festival, na região leste, também por suas graciosas poesias.

Quando adolescente recitava em auditórios, escolas e ginásios. Sempre gostou das letras e por isso se tornou professora, exercendo a profissão durante 38 anos, me-nor somente que o tempo dedicado à poesia, 60 anos. Conta que enquanto atuou como professora utilizou po-emas em suas aulas, nunca deixando de lado a arte de recitar.

Além da dedicação, utiliza a poesia para presentear amigos e também como terapia. Segundo ela um grande hobby e esforço em homenagem ao filho falecido. Dona Iracema diz que “quando pego minhas poesias parece

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que estou nadando entre nuvens, a poesia para mim é um hobby, utilizo como terapia e para demonstrar o amor que tenho ao meu filho que faleceu.”

Contato: Iracema - (33) 3277-2563

Confira abaixo Folha Seca, a poesia premiada.

FOLHA SECAIracema Torres Carreira

Folha Seca que vai voando,

Sem saber onde parar...

O vento sopra levando-a,

Sempre... sempre para o ar!

E lá vai a Folha Seca,

Quase chegando ao céu,

Quando as nuvens a encobrem,

Parecendo um grande véu!

Ah! Folha Seca tão leve!

Cuidado prá não se machucar...

Se cair pelos caminhos,

Alguém pode em você pisar!

Tome cuidado, Folha Seca,

Não caia em mau lugar!

Voa mais um pouquinho,

Procura pousar no mar!

Lá são grandes as espumas,

Podem juntas correr e bailar.

Quanta aventura, Folha Seca,

Com as espumas se misturar!

Seu destino não será mau

Com tanta liberdade assim,

Quem me dera, Folha Seca,

Um destino assim prá mim!

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Cadastro de artistasArtesanato

Classificação: flores e ornamentação com materiais orgânicosNome: DaípeContato: Daípe FerreiraEndereço:RuaCláudioManoel,nº.244–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.Tel.: (33) 3279-0017Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: falta de dinheiro e não tem local próprio para pro-duzir.

Classificação: bonés e peças em crochê, casi-nhas feitas com revistas e palitosNome: Ageu José PintoContato: Ageu José PintoEndereço:RuaCláudioManoel,nº.376–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.Tel.: (33) 3225-4960Tempo de atividade: 12 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-terial de trabalho.

Classificação: bonecas de espuma e brinque-dos de garrafa petNome: Isaac Alves VieiraContato: Isaac Alves VieiraEndereço:RuaCláudioManoel,nº.8–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.020-120.Tel.: (33) 3279-0201Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de dinheiro.

Classificação: bordados em chinelosNome: Iraci das Graças TavaresContato: Iraci das Graças TavaresEndereço:RuaCláudioManoel,nº.363–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.Tel.: (33) 3271-0067Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Artes PlásticasClassificação: desenho e grafiteNome: Grupo de grafite do centro de convi-vênciaContato: Laryssa Ludmyla FreitasEndereço:RuaCláudioManoel,nº.16–Bair-roSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.Tel.: (33) 3271-2239 / (33) 3271-3595Tempo de atividade: 03 anosN° de componentes: 05Necessidades/dificuldades do grupo: falta de patrocínio e falta interesse de pessoas do grupo.

DançaClassificação:HipHop–dançaderuaNome: Grupo de Hip Hop do Centro de Con-vivênciaContato: Laysa Roberta FreitasEndereço:RuaCláudioManoel,nº.255–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.Tel.: (33) 3271-2239Tempo de atividade: 05 mesesN° de componentes: 12Necessidades/dificuldades do grupo: falta de dinheiro e patrocínio.

LiteraturaClassificação: poesiaNome: Iracema TorresContato: Iracema Torres CarreiraEndereço: Rua Geraldo Vieira dos Santos, nº. 65–BairroSãoTarcísio–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.020-620.Tel.: (33) 3277-2563Tempo de atividade: 60 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: es-quecimento, falta de memória.

MúsicaClassificação: sertanejaNome: Isaías Lopes da SilvaContato: Isaías Lopes da SilvaEndereço:RuaCláudioManoel,nº.255–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.Tel.: (33) 3271-2239Tempo de atividade: 20 anos

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N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de patrocínio.

Classificação: vários estilosNome: Casa dos tamboresContato: Flávio Santos do NascimentoEndereço: Rua Geraldo Vieira dos Santos, nº. 51–BairroSãoTarcísio–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.020-620.Tel.: (33) 9974-4458Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 04Necessidades/dificuldades do grupo: falta de leis de incentivo à cultura, local e modos para divulgação do trabalho.

Classificação: erudita e sacra (evangélica)Nome: Zilmar Emerick EllerContato: Zilmar Emerick EllerEndereço:RuaCláudioManoel,nº.9–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.020-120.Tel.: (33) 3225-0252 / (33) 8818-1060Tempo de atividade: 39 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: apoio e reconhecimento do trabalho.

Classificação: sertaneja de raizNome:OsBrotinhosdeMinas–MarãoeMo-raniContato: José Agostinho de SáEndereço: Rua Rio Doce, nº. 14 - Bairro São Tarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-480.Tel.: (33) 8825-0027Tempo de atividade: 50 anosN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: apoio e oportunidade para tocar.

Classificação: MPBNome: Filipe Ferreira GomesContato: Filipe Ferreira GomesEndereço:RuaCláudioManoel,nº.321–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.Tel.: (33) 8445-4208Tempo de atividade: 16 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: pa-trocinador.

Classificação: sacraNome: Ministério de Jovens KerigmaContato: Cynara Iglesia Lacerda da SilvaEndereço:RuaCláudioManoel,nº.20–Bair-roSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.

Tel.: (33) 3271-5602Tempo de atividade: 07 anosN° de componentes: 05Necessidades/dificuldades do grupo: falta de compromisso das pessoas do grupo.

Classificação: evangélicaNome: Karolayne da Silva CantanhedeContato: Karolayne da Silva CantanhedeEndereço:RuaCláudioManoel,nº.16-A–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120.Tel.: (33) 9963-6125Tempo de atividade: 05 mesesN° de componentes: 02 Necessidades/dificuldades do grupo: difi-culdade de aprendizado.

Classificação: gospelNome: Isaac Alves VieiraContato: Isaac Alves VieiraEndereço:RuaCláudioManoel,nº.8–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.020-120.Tel.: (33) 3279-0201Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de dinheiro.

Classificação: eletrônica com musica de raiz (congo, maracatu e folclóricas)Nome: Mundo PacumãContato: Felipe Fernandes do NascimentoEndereço: Rua Geraldo Vieira dos Santos, nº. 51–BairroSãoTarcísio–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.020-620.Tel.: (33) 9975-5680Tempo de atividade: 06 anosN° de componentes: 04Necessidades/dificuldades do grupo: pro-dutor, empresário, gravar um CD, criar um site, meios de divulgação e financiamento.

Classificação: reggae de raiz brasileiraNome: QuilomboContato: Felipe Fernandes do NascimentoEndereço: Rua Geraldo Vieira dos Santos, nº. 51–BairroSãoTarcísio–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.020-620.Tel.: (33) 9975-5680Tempo de atividade: 09 anosN° de componentes: 07Necessidades/dificuldades do grupo: tocar na cidade, pois são mais valorizados fora.

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Bolsistas da comunidade: Luiz Júnio Alves da Silva, Iana Kelle Ferreira de Bessa e Tatiane Rodrigues de Souza

História da comunidade

O bairro Nossa Senhora das Graças é um dos mais antigos de Governador Va-ladares. Antigamente era chamado de bairro do Sapo, em função da grande quan-tidade destes anfíbios que viviam em uma lagoa que se localizava próxima à serraria do senhor Ladislau Polonês. Relatos apontam que ocorreu participação direta de norteame-ricanos - que chegaram a Governador Valadares atraídos pela mineração de mica - no aterro do local, criando condições básicas para o desenvolvimento do bairro. A mudança do nome do bairro ocorreu devido à construção de uma igrejinha católica, dedicada a Nossa Senhora das Graças.

O local onde se formou o bairro era uma antiga fazenda da Família Carapina que, de acordo com alguns informantes, foi vendida para uma empresa que tinha vultosos negócios no ramo de madeireira, pecuária e imobiliária. Em uma parte do bairro, onde é o posto da Grã Duquesa, existia um imenso areal, com uma cancela por onde passava o gado.

A forma de ocupação principal do bairro foi via compra de lotes, através da empresa proprietária ou de outros vendedores indiretos. Interessante notar que, apesar de ser vizinho do centro, o Nossa Senhora das Graças demonstra um traçado bem diferente da região central de Governador Valadares, apresentando em boa parte de seus limites quarteirões com formatos irregulares e várias ruas estreitas. Percebe-se, além disso, que a ocupação do bairro ocorreu de forma gradativa, se tornando mais notável a partir da década de 1950 e, ainda, o desenvolvimento de sua infraestrutura incidiu de forma lenta e nem sempre eficaz.

Os relatos de moradores antigos contam que no início dos anos cinqüenta existiam poucas casas no local. O que predominava era um imenso pasto enlameado. Por sinal, a prática da pecuária leiteira era presente neste período de formação do bairro. Com a intensificação do loteamento, a situação melhorou um pouco.

Os primeiros moradores chegavam principalmente do interior mineiro, de cidades como Peçanha, Malacacheta, Poté, Aimorés e outras. Geralmente estas pessoas compra-vam os lotes a preços relativamente baixos, se comparados a outros lugares da cidade.

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No entanto, a construção das moradias era muito precária. Primeiro devido ao elevado preço dos materiais de construção. Segundo em função do difícil transporte dos mes-mos. No bairro ainda não existiam lojas do ramo, por isso o material de construção vinha da região central, chegando de automóvel e de carroça. Informantes relembraram que quando chovia os automóveis somente circulavam com correntes nas rodas.

A situação melhorou um pouco com a implantação da linha férrea no início da déca-da de 1950. Os trilhos se limitavam até onde atualmente é o fórum, na Rua Prudente de Morais, depois eles subiram a Rua São Paulo, até alcançar o Nossa Senhora das Graças, perto da antiga fábrica de manteiga. Estas melhorias ajudaram no fornecimento de ma-terial de construção e conseqüente desenvolvimento do bairro.

O calçamento não ultrapassava os limites da Rua 7 de Setembro. De forma gradativa, ele chegou à região do Hotel Indaiá, na Avenida Minas Gerais, aonde se localizavam fa-mílias com renda melhor. A partir deste momento, o calçamento se espalhou timidamen-te pelo bairro ao longo de vários mandatos municipais, com destaque para o início da década de oitenta. Atualmente o calçamento está presente em aproximadamente 76% do bairro. Vale lembrar que anteriormente a esta etapa de implantação do calçamento foi preciso abrir as ruas sendo que, inicialmente, existiam apenas a Avenida Minas Gerais e algumas outras poucas ruas.

Segundo moradores antigos, também ocorreram alagamentos que obrigaram algu-mas pessoas a circularem até mesmo de canoas. Outro problema relembrado por esses moradores era a falta de rede de esgoto. Na avenida tinha uma vala a céu aberto que, além de ser foco de mosquitos, era muito perigosa, pois pessoas e animais de montaria caiam dentro dela. No início da década de 1980 foi construída uma rede pluvial que resolveu esta questão.

O abastecimento de água também era bastante complicado durante o início da ocu-pação. Primeiro vieram os chafarizes, que inclusive serviam a outros bairros e, por isso, faziam com que se formassem filas enormes, gerando alguns conflitos. No início da década de 1950 o SESP (Serviço Especial de Saúde Pública) se uniu a prefeitura para a implantação do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). No entanto, a água enca-nada demorou alguns anos para chegar até o Nossa Senhora da Graças. Segundo dados da Prefeitura, atualmente mais de 99% do bairro têm água encanada. A rede de esgoto, por sua vez, atende a aproximadamente 95% do bairro.

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A energia elétrica também tardou a ser implantada. De acordo com alguns informan-tes, o início deste serviço na região corresponde à virada da década de 1950 a 1960, época em já existia uma quantidade considerável de moradores no bairro. Tal como a água e o calçamento, a energia elétrica foi implantada de forma gradual até alcançar, na atualidade, a quase totalidade da área.

Segundo moradores antigos, boa parte da melhoria da infraestrutura do bairro ocor-reu durante a prefeitura de Raimundo Albergaria. Segundos estes informantes, a família Albergaria residia no bairro e por isso, quando prefeito, este político voltou suas ações para a melhoria do Nossa Senhora das Graças. Por sinal, os relatos apontam que os Al-bergarias foram os primeiros líderes a lutarem de forma mais intensa pelo melhoramento do bairro e, por isso, tinham bastante legitimidade perante a população.

Dentre os primeiros comerciantes se destacam o Sr. Jorge e o Sr. Zé Lourenço, pro-prietários de antigos armazéns, além do Sr. Pedro, dono da farmácia e do Sr. Sebastião, dono do açougue. É interessante notar que, apesar da grande diversidade de profissionais encontrados no bairro - sem levar em consideração os muitos trabalhadores informais e os desempregados, em função da falta de oportunidades na cidade - muitos moradores antigos, tal como o Sr. José Ferreira, trabalhavam para a Companhia Vale do Rio Doce, na época uma empresa estatal.

Dentre os locais de socialização do bairro se destacam a tradicional feirinha, que fun-ciona às terças-feiras, e as igrejas e templos do bairro. A igreja mais antiga é aquela que dá nome à comunidade: a de Nossa Senhora das Graças.

No início de formação do bairro existia uma capelinha, que, posteriormente, foi subs-tituída por uma igreja maior, a atual. A capelinha foi construída onde se localizava a an-tiga selaria de Eloi Almeida, com recursos advindos, sobretudo, de leilões. Os principais responsáveis pela empreitada foram o próprio Eloi, o seu genro Divino Fernandes e o Sr. Quim Campos do Amaral, além dos poucos moradores que viviam no arredor.

A igreja de Nossa Senhora das Graças, além de ser um espaço tradicional de convívio social, também se destaca em função de sua referência geográfica dentro do bairro. Antes, quando ainda existia a fazenda dos Carapinas, os limites do bairro se davam até as adjacências da igreja. As barraquinhas, as festas juninas e os leilões promovidos pela igreja também deixam lembranças na memória coletiva.

Por fim, depois de tantas mudanças e melhorias, os moradores, de forma geral, de-monstram uma grande satisfação em morar ali, principalmente em função de sua boa lo-calização dentro da cidade e por ter uma infraestrutura adequada para a grande maioria dos moradores. Atualmente a população do bairro gira em torno de mais de uma dúzia de milhares de pessoas. Alguns costumes antigos, como preparar chás e remédios natu-rais com plantas como algodão, arnica, boldo e outros, ainda permeiam este tradicional e memorável bairro de Governador Valadares.

Principais festasFESTAS MÊS LOCAL

Festa Junina Junho Rua Caratinga

Barraquinhas Maio e Novembro Igreja Nossa Senhora das Graças

Festa Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Julho Igreja Nossa Senhora das Graças

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Perfil cultural A pesquisa realizada pela equipe da ONG Favela é Isso Aí, em parceria com o Núcleo

Cidade Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo me-nos 32 artistas-solo e grupos culturais no bairro Nossa Senhora das Graças, que envol-vem em suas atividades aproximadamente 107 pessoas.

A maior parte da produção artística é na área do Artesanato, somando 14 cadastros (43,7%). Em segundo lugar está a área da Música com 11 cadastros (34,4%) na comuni-dade. Em terceiro lugar vem a área das Artes Plásticas, com três cadastros (9,4%). Foram também cadastrados dois artistas da área da literatura, um da Dança e um do Teatro.

A maior necessidade relatada por eles é a de recursos materiais e financeiros para produção do trabalho artístico, opinião esta expressa por 11 dos artistas entrevistados (34,37%). Cinco deles (25,62%) disseram ter necessidade de espaço para produzir, en-saiar, expor e/ou apresentar seu trabalho.

Artista destaque

Samba Rock e Soul Music na contramão da indústria cultural

Como o samba rock nasce de uma profusão de ritmos, brasileiros e norteamericanos, assim Geraldo André de Souza, 35 anos, jornalista e líder do Grupo Samba Town, exerce sua cátedra de músico. Conta que desde menino teve conta-to com a música, pois “vem de uma família de músicos”. Observando os pais e tios exercendo as práticas artísticas, aprendeu a tocar bateria e pandeiro, dentre outros instrumentos, além de produzir suas próprias canções.

Geraldo sempre gostou de música, de vários tipos e estilos diferentes. Há pouco tempo con-vidou amigos para tocarem juntos e montaram o Samba Town, propondo-se a um caldeirão de ritmos. Fala que “isso era um projeto pessoal, individual, mas queria realizar com amigos”.

Por não ser do circuito de música de massa o grupo enfrenta problemas com espa-ço para apresentações em Governo Valadares, relata o músico. Por isso, o grupo cava terreno em busca de público e produz seus próprios eventos, pratica recorrente entre os artistas. O grupo Samba Town é novo, mas, veio para “fazer Cultura e não para ser da indústria cultural” segundo o músico.

Contato: Geraldo - (33) 3271-1090 / (33) 9915-5618

[email protected]

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Cadastro de artistas

ArtesanatoClassificação: bordados manuais, pedraria e crochêNome: CristinaContato: Maria Cristina BatistaEndereço: Rua Guarujá, nº. 657 - Bairro Nos-saSenhoradasGraças–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.060-220.Tel.: (33) 9112-3331Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: matéria-prima cara e falta valorização pelos trabalhos.

Classificação: acessórios para cabelo, boneca e enfeites com imã, porta foto, bolsaNome: SolContato: Solange Gonçalves FerreiraEndereço:RuaIara,nº.474–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-240.Tel.: (33) 3272-1717Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: flores artesanais em papel cre-pom, bonecos, tapetes de retalhosNome: Maria GomesContato: Maria Gomes de Souza CostaEndereço:Rua3deOutubro,nº.27–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.058-350.Tel.: (33) 3276-2119Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: pro-blemas de visão, enxergar melhor para fazer o trabalho.

Classificação: pintura em tecidos, enxovais de bebêsNome: Ateliê Guty GutyContato: Luciene Maria dos SantosEndereço: Rua Gentil Dias da Silva nº. 266 –BairroNossaSenhoradasGraças–Governa-dorValadares–MG–CEP:35.060-190.Tel.: (33) 3271-8328Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bijuterias Nome: Jane Contato: Jane Patrícia de Paula Endereço:RuaArthurForantini,nº.412–BairroNossaSenhoradasGraças–Governa-dorValadares–MG–CEP:35.060-020.Tel.: (33) 3273-4626 / (33) 9966-5830Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: falta de matéria-prima.

Classificação: bijuterias, cortinas em madeira e cristalNome: Loja Tudo ArtesanatoContato: Regiane CoutoEndereço:RuaCacique,nº.113–BairroSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-050.Tel.: (33) 3271-3336Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceiras.

Classificação: bordados e crochêsNome: Dona BeteContato: Elizabete AlmeidaEndereço:RuaArthurForantini,nº.382–BairroNossaSenhoradasGraças–Governa-dorValadares–MG–CEP:35.060-020.Tel.: (33) 9908-6901Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bordados em ponto cruzNome: DeusuitaContato: Deusuita Pereira FontoroEndereço:AvenidaMinasGerais,nº.1801–BairroNossaSenhoradasGraças–MG–CEP:35.060-360.Tel.: (33) 3276-4523Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bordado (macramê), biscuit, pintura em tecidosNome: Ezi de PaulaContato: Ezi de Paula Gomes de CarvalhoEndereço:RuaCacique,156–BairroSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-050.

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Tel.: (33) 3271-7390 / (33) 8804-7390Tempo de atividade: 43 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceiras.

Classificação: pintura em tecidos (pano de prato, centro de mesa) boneca de pano, flor de panoNome: GêContato: Gecir Sena de AssunçãoEndereço:RuaMarajá,nº.178–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-350.Tel.: (33) 8807-6440 / (33) 3275- 9578Tempo de atividade: 04 anos N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: pro-blemas de visão.

Classificação: bordados, velas artesanais, bijuterias, reciclagem com pet, origamiNome: NidaContato: Evanilda Meireles PereiraEndereço:RuaItanhomim,nº.702–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.060-310.Tel.: (33) 3276-6623Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-téria-prima cara.

Classificação: tapetes de tiras de tecidosNome: Dona MartaContato: Marta Damasceno DuarteEndereço:RuaIara,nº.342–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-240.Tel.: (33) 3272-2434Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceira para comprar material.

Classificação: cadeiras artesanais de vime, ratá, junco, bambuNome: Edi MouraContato: Ediberto Moura Lima FilhoEndereço:Rua2deJulho,nº.390–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.058-080.Tel.: (33) 3278-3051Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: ma-téria-prima cara.

Classificação: artesanato em pedrasNome: Froede

Contato: Roberto Trindade FroedeEndereço: Avenida Presidente Tancredo Neves,nº.538–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-440. Tel.: (33) 3275-1475 / (33) 8808-9741Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para produzir, maquinário, financeiras.

Artes PlásticasClassificação: pintura a óleo em tela, dese-nhosNome: LuizContato: Luiz Carlos de Oliveira GonzagaEndereço: Avenida Minas Gerais, nº. 1.342 –BairroNossaSenhoradasGraças–Governa-dorValadares–MG–CEP:35.060-360.Tel.: (33) 4141-1339 / (33) 8802-8470Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação, reconhecimento no mercado.

Classificação: pintura (óleo em tela, acrílica)Nome: Ezi de PaulaContato: Ezi de Paula Gomes de CarvalhoEndereço:RuaCacique,156–BairroSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-050.Tel.: (33) 3271-7390 / (33) 8804-7390Tempo de atividade: 43 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceiras para pagar aluguel da galeria.

Classificação: arte contemporânea Nome: FroedeContato: Roberto Trindade FroedeEndereço: Avenida Presidente Tancredo Neves,nº.538–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-440.Tel.: (33) 3275-1475 / (33) 8808-9741Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para produzir, financeiras.

DançaClassificação: break, hip hopNome: Art’ Style CrewContato: Reinaldo Bruno BalbinoEndereço:RuaTarumirim,nº.68–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-

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dares–MG–CEP:35.050-060Tel.: (33) 3276-2475Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 20Necessidades/dificuldades do grupo: difi-culdades para viajar pra outras cidades.

LiteraturaClassificação: poesiaNome: Manoel RodriguesContato: Manoel Rodrigues das NevesEndereço:RuaSãoJosé,nº.48–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-480Tel.: (33) 3271-7838Tempo de atividade: 56 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: poesias e contosNome: NinaContato: Maria Nilda de Assis SouzaEndereço: Rua Carangola, nº. 36 - Bairro NossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.060-090.Tel.: (33) 3271-5801 Tempo de atividade: 25 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

MúsicaClassificação: forróNome: Eclipse do ForróContato: Geovane Francisco de Amorim Ro-driguesEndereço:RuaInhapim,nº.380–BairroNos-saSenhoradasGraças–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.060-270.Tel.: (33) 3271-8425 / (33) 8801-4586Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 03Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação do trabalho, transporte do grupo.

Classificação: bolero, samba, serestaNome: JN Batuque seresta Sr. MatuzinhoContato: Joaquim Matuzinho dos SantosEndereço: Rua Tarumirim, nº. 317 - Bairro NossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.060-500.Tel.: (33) 3278-2694 / (33) 9109-1101Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 06Necessidades/dificuldades do grupo:

dificuldade de transporte para levar os instru-mentos.

Classificação: axé, percussivaNome: Axé MondoContato: Marcos ViniciusEndereço:RuaTarumirim,nº.316–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.060-500Tel.: (33) 8813-9203Tempo de atividade: 06 anosN° de componentes: 11Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: música religiosa de louvorNome: Grupo Ministério de LouvorContato: Lucas Melo SilvaEndereço:RuaIara,nº.576–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-240Tel.: (33) 9955-8328Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 25Necessidades/dificuldades do grupo: aprender a tocar instrumentos.

Classificação: samba rock, soulNome: Samba TownContato: Geraldo André de SouzaEndereço:RuaGuanhães,nº.170–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.060-200Tel.: (33) 3271-1090 / (33) 9915-5618Tempo de atividade: 09 mesesN° de componentes: 08Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação da banda, espaço para se apresentar, barreiras pela cultura da música.

Classificação: funkNome: MC GuimContato: Vitor Hugo Rodrigues de OliveiraEndereço:RuaGuanhães,nº.284–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.060-200.Tel.: (33) 3084-0170Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: pre-conceito em relação ao funk.

Classificação: ForróNome: Beija Flor do AcordeonContato: Adão Jorge de SouzaEndereço:RuaInhapim,nº.75C–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.060-270.Tel.: (33) 3225-6469 / (33) 9952-7694 / (33) 8859-3003

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Tempo de atividade: 30 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: gospelNome: Adão CardosoContato: Adão Cardoso dos SantosEndereço:RuaIara,nº.532–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-240Tel.: (33) 3272-1717 / (33) 9965-9240Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: apoio financeiro para gravar CD, divulgação do tra-balho.

Classificação: samba românticoNome: Prata da CasaContato: Vilmar de SouzaEndereço:RuaSãoJosé,nº.241–BairroNos-saSenhoradasGraças–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.060-480Tel.: (33) 8805-9699Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 06Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: Samba dolenteNome: Samba Esporte Futebol ClubeContato: Vilmar de SouzaEndereço:RuaSãoJosé,nº.241–BairroNos-saSenhoradasGraças–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.060-480Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 06Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: DJ, toca vários estilosNome: DJ PiuContato: Ataíde de Rosa Reis JuniorEndereço:RuaMarajá,nº.59–BairroNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-350Tel.: (33) 3276-0342 / (33) 8823-9434Tempo de atividade: 11 anosN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para apresentar, patrocínio, incentivo para realizar trabalhos voluntários.

TeatroClassificação: teatro de rua, clown (palhaço)Nome: Palhaço Graveto / Grupo Território do AvessoContato: Thiago Vinicius LopesEndereço: Rua São Jorge, nº. 139 - Bairro NossaSenhoradasGraças–GovernadorVala-dares–MG–CEP:35.060-470Tel.: (33) 3272-2566 recado / (33) 8804-4901Tempo de atividade: 11 anosN° de componentes: 04Necessidades/dificuldades do grupo: falta de estrutura e desenvolvimento para o traba-lho, valorização do artista.

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Bolsistas da comunidade: Áquila Daniely Fernandes Ramos e William Bastos Lagares

História da comunidade

Localizado sobre as en-costas de uma colina que se eleva sobre a planície do Rio Doce, o Alto do Carapina se desenvolveu a partir de uma polêmica política de expan-são territorial, praticada pela prefeitura local no início dos anos cinqüenta. A intenção era que a criação de novos bairros, e a consequente doação e venda de lotes a baixo custo, diminuiria a ocupação das áreas livres localizadas na região central da cidade. No entanto, como será visto, a ocupação deste bairro foi acompanhada por vários proble-mas relacionados à falta de infraestrutura básica para o bem-estar da população local.

O morro do Carapina fazia parte da antiga fazenda de Antônio Carapina que, de acordo com alguns informantes, tinha a sede localizada entre a atual Escola Municipal Teotônio Vilela e a Igreja Nossa Senhora das Graças, no pé do morro. Segundo informa-ções, as famílias recebiam os lotes através da ocupação informal - em grande medida incentivada pelo poder público municipal - e através da compra, em média de 1.000 cruzeiros por lote.

O início da ocupação do bairro e da construção das casas - que na maior parte dos casos eram de barro e tábuas e, por isso, infestadas de insetos como percevejos - foi bastante difícil. Não existiam ruas, o que predominava era um pasto, com buracos, lama e estreitos trilhos por entre o matagal. A região era de risco geológico, podendo ocorrer desmoronamentos e erosões. Desta forma, além do péssimo acesso dos moradores - que se sujavam na lama e machucavam-se constantemente, devido à precariedade do terreno - era muito complicada a entrada de material de construção no morro.

Somente quando foi criada uma rua com condições mínimas de trânsito automotivo os caminhões passaram a ter acesso ao bairro. De modo geral, as pessoas levavam os materiais de construção em carroças, no lombo de mulas ou a partir do próprio esforço físico. À medida que as ruas foram surgindo, o trânsito de pessoas e veículos começou a melhorar. No entanto, os buracos e o lamaçal ainda causavam grandes incômodos, uma vez que a pavimentação tardou a ocorrer. Segundo informantes, as primeiras ruas a sur-girem no Carapina, que por sinal iniciavam no bairro Nossa Senhora das Graças, foram a Caratinga e a Inhapim. As casas, em grande medida, eram construídas pelos próprios moradores através de mutirões e de iniciativas individuais.

No início da ocupação, a dificuldade para se obter água era um dos problemas mais graves. Não existia encanamento, as pessoas tinham que fazer longas caminhadas até

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o leito do rio Doce, o córrego Figueirinha e os bairros vizinhos. Segundo relatos, tinham que acordar de madrugada para pegar água. A escassez de água era tanta que muitas mães davam banho em várias crianças com a água de um mesmo balde. Com a implan-tação de alguns chafarizes nas proximidades a situação melhorou um pouco. Dentre estes chafarizes estão o da Rua Tupinambás, ao lado da linha férrea, que separa o morro do centro da cidade e os da Rua Ipiranga. De acordo com informantes, o padre Eulálio Lafuente lutou em prol destas melhorias, através de campanhas e mobilizações.

Alguns chafarizes eram conhecidos a partir de nomes de pessoas. Os da Rua Ipiranga eram denominados Dona Filomena, Germiro dos Santos e Zé Enfermeiro. O da Rua Ca-ratinga de Manoel Preto. Apesar desta quantidade considerável de chafarizes, a situação não foi resolvida, muito pelo contrário. Os moradores antigos lembram que existiam filas enormes para encher as latas e era comum a formação de tumultos, sobretudo pelo fato de ali se encontrarem pessoas advindas de outros bairros que também passavam por problemas semelhantes. Em muitos casos a polícia tinha que intervir para acalmar os ânimos. Apesar disso, estes espaços apresentavam um lado de socialização extremamen-te positivo, na medida em que serviam também como local de encontros amigáveis, de bate-papo e até mesmo de articulação em busca de melhorias para o bairro.

De acordo com alguns relatos, somente na virada dos anos sessenta para os setenta foi construída uma caixa d’água no alto do morro. No entanto, este serviço foi estendido para a maior parte dos moradores somente no início da década de oitenta. Um infor-mante afirmou que este processo foi concretizado graças à criação da associação de moradores, em agosto 1983. A implantação da entidade, estimulada pela população e pela prefeitura, trouxe também outras melhorias na infraestrutura do bairro.

No início da ocupação do morro, a falta de energia elétrica também causava dissabor na população. As pessoas eram obrigadas a recorrerem à iluminação à vela, lamparina e lampião, sendo que algumas pessoas utilizavam até mesmo tochas para se locomoverem a noite pelo morro. Segundo relatos, foi em meados dos anos sessenta que o Carapina

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recebeu os primeiros postos de energia, ocorrendo, a partir deste momento, a gradativa extensão da energia para o restante do bairro e suas respectivas casas.

Como dito anteriormente, a grande quantidade de buracos e o barro que se forma-va nas tortuosas ruas e ruelas do Carapina dificultava o acesso dos moradores, seja por meio da circulação de pedestres ou de veículos. A melhoria do calçamento somente foi alcançada através da mobilização dos moradores, que sensibilizou a administração mu-nicipal, durante a década de oitenta, para o início das obras. A escadaria e as rampas, por sua vez, foram criadas a partir do esforço da Associação do Bairro, na época sob liderança de Samuel Domingues Gomes, atualmente falecido. Por sinal, a Associação do Bairro atualmente recebe o nome desta antiga liderança (Associação Samuel Domingues Gomes–ASDOG).

Outro problema encontrado pelos moradores que ocuparam inicialmente o morro do Carapina foi a falta de estabelecimentos comerciais. Com o passar do tempo a situ-ação se reverteu e agora o bairro conta com até mesmo um supermercado. Dentre os comerciantes mais antigos destaca-se o Senhor Juquinha, dono de uma antiga mercearia que representava um ponto de encontro entre amigos e, também, o acesso à compra de gêneros alimentícios e outras miudezas.

O desemprego também afetava a população do Carapina de modo perverso. Até hoje as pessoas reclamam da falta de oportunidades. A maioria dos moradores anti-gos era de famílias de lavradores que, ao se fixarem na cidade, mudavam de profissão, tornando-se funcionários de armazéns, pedreiros, domésticas, ambulantes e assumindo outras funções ligadas, sobretudo, à informalidade. Se o desemprego marca a história do bairro, algumas iniciativas merecem destaque no combate a este problema. Por exemplo: na década de 1990 foi criada uma lavanderia comunitária para mulheres que lavavam roupas para fora. A lavanderia era equipada com diversos tanques. As mulheres traba-lhavam em conjunto e, além disso, eram beneficiadas com a isenção da conta de água e de energia. Com o passar do tempo, a utilização da lavanderia, que atendia a 12 famílias e era administrada pelas próprias lavadeiras, diminuiu.

No morro do Carapina existia um cruzeiro de madeira que, por sinal, segundo infor-mantes, estava associado com o antigo nome do bairro. O cruzeiro, que ficava na parte mais alta do morro, foi queimado, deixando lembranças aos antigos moradores. Estes contam que algumas pessoas derramavam água nos pés do cruzeiro em uma tentativa de trazer a chuva, demonstrando assim, um lado interessante da religiosidade local.

Os antigos também contam que no morro tinha uma capelinha que, por vezes, pra-ticamente sumia em meio ao matagal. Devido a estas condições precárias, muitos fiéis desciam o morro com as crianças para irem à missa na catedral. Com o passar do tempo, no lugar da antiga capelinha foi criada a Igreja atual. Além desta igreja, a comunidade conta com uma capela-velório, bem como igrejas evangélicas de vários cultos, demons-trando a diversidade religiosa da comunidade.

A comunidade está servida com três quadras de esporte e conta com um time que já venceu torneios até mesmo no Paraná. Além disso, também tem a sua disposição um posto de saúde e uma escola pública estadual que, de acordo com informantes, oferece ensino de qualidade.

A associação dos moradores contou com várias lideranças. Dentre elas destacam-se duas, ambas falecidas. José Otávio dos Santos (Zé Lagoa), que segundo moradores era uma pessoa dinâmica, persistente e que negociava diretamente com os políticos. Merece destaque também o já referido Samuel Domingues Gomes. A Associação, segundo da-dos do ano de 2006, atendia a 1,2 mil crianças, 200 delas através da creche - uma con-quista histórica da população. Esta entidade possui ajuda do Fundo Cristão e de alguns

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padrinhos. Atualmente a ASDOG tem a parceria com o Programa Comunidade Viva em Ação, que oferece cursos na área de música, esportes, capoeira, informática, manicure e outros.

De acordo com relatos, existia um bloco caricato no morro do Carapina, denominado “Juventude Carapina”, que era muito grande e recebeu vários prêmios carnavalescos. Os informantes também apontam a existência de um grupo de caboclinhas na comuni-dade. Dentre os locais de convívio social do bairro destacam-se a quadra de esportes e o bar Recanto da Juventude, localizado na travessa Tumiritinga. No Carapina ocorrem dos tradicionais forrós aos recentes bailes funks. Dentre as comidas mais famosas do bairro estão o feijão tropeiro e o peixe peroá.

Desta forma, temos um breve histórico deste importante bairro de Governador Va-ladares. Fica claro que, apesar das dificuldades, os moradores e as suas respectivas li-deranças lutaram para as inúmeras melhorias do lugar. No mais, a cada dia o Morro do Carapina se firma como um tradicional bairro da cidade, demonstrando ser um lugar extremamente significativo para a memória coletiva de muitos valadarenses, sobretudo dos que lá viveram e ainda vivem.

Principais festasFESTAS MÊS LOCAL

Festa Junina Junho Rua Caratinga

Perfil cultural A pesquisa realizada pela equipe Favela é Isso Aí, em parceria com o Núcleo Cidade

Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo menos 18 artistas-solo e grupos culturais no bairro Carapina, que envolvem em suas atividades aproximadamente 163 pessoas.

A maior parte da produção artística é na área do Artesanato, somando oito cadas-tros (44,4%). Em segundo lugar está a área da Música, com seis cadastros (33,3%) na comunidade. Em terceiro lugar, aparece a área da Dança, com dois cadastrados (11,1%). Foram também encontrados um artista da área das Artes Plásticas e um grupo de Folclo-re e Religiosidade.

As maiores necessidades relatadas pelos entrevistados são de recursos materiais e fi-nanceiros para produção do trabalho artístico, e divulgação de seus trabalhos, necessida-des citadas cada uma por cinco dos artistas entrevistados (27,8%). Quatro deles (22,2%) disseram ter necessidade de espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho.

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Artista destaque

Talento descoberto em Festival de CalourosPara Gerciano Mariano dos Santos, mais conhecido como

“Gê Mariano”, morador do Bairro Carapina, a vida é um eter-no. Sempre foi devoto da música, com gostos particulares pela Black Music, ritmos norteamericano, nascidos nas comunidades negras deste país. Em seus shows costuma ter um repertório am-plo, com músicas de vários tipos. Segundo ele “cantamos de tudo: pop, sertanejo, pagode, e até forró, de tudo um pouco”.

Há 15 anos participou de um festival de calouros e ficou em 1º lugar, recebeu um prêmio valoroso, em dinheiro, motivando-o a seguir carreira na área artística. Após a vitória no festival, rece-beu vários convites para cantar em outras regiões. Desde então, muitas mostras musicais têm tido a participação de Gê Mariano. Nesse intermédio já fez muitos shows importantes e até mesmo a abertura de eventos com a participação do grupo “Só pra contrariar”.

Gê Mariano conta que sua agenda anda cheia no momento, com apresentações em Belo Horizonte e Ouro Preto, fora as outras cidades do interior mineiro. Além disso, está gravando o CD “Aquele Honda preto”, com previsão de lançamento em agosto de 2010. O CD será composto por doze músicas inéditas e três regravações.

Contato: Gê Mariano - (33) 9984-2325 / 8812-9932

Cadastro de artistas

ArtesanatoClassificação: bijuterias com miçangasNome: MagnoContato: Magno Melo LopesEndereço:RuaMarajá,170–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-350Tel.: (33) 3278-3222 / (33) 8843-2963Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: apoio financeiro.

Classificação: bordados, fuxicos, bonecas de lã, sabonetes artesanais, pintura em tecidos.Nome: Arlinda Caldeira BrantContato: Arlinda Caldeira BrantEndereço:RuaTumiritinga,nº.87–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-510Tel.: (33) 3212-0728 / (33) 8811-7955Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: as pessoas não dão valor ao trabalho, pois não é muito conhecido.

Classificação: bordados com fitas, flores, bo-necas de lã e pano, pessoas de jornaisNome: Maria BessaContato: Maria Bessa de OliveiraEndereço:RuaIpiranga,nº.509–BairroCa-rapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-280Tel.: (33) 3276-8860Tempo de atividade: 40 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de interesse das pessoas pelo trabalho.

Classificação: barcos e vasos em papelNome: Edson Contato: Edson WelingtonEndereço:RuaPoté,nº.69–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-420Tel.: (33) 8807-8926Tempo de atividade: 03 anosN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: falta de tempo para produzir, divulgação.

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Classificação: flores e lembranças em EVA Nome: ÂngelaContato: Ângela Mericia da Silvia ValeEndereço:RuaIbituruna,nº.254–BairroCa-rapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-250Tel.: (33) 9117-9496 / (33) 8808-9357Tempo de atividade: 01 anoN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: tem-po para realizar o trabalho.

Classificação: peças de gesso, pintura em gessoNome: Heli Contato: Heli Balbino SantosEndereço:RuaTarumirim,nº.96–BairroCa-rapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-500Tel.: (33) 3272-3340Tempo de atividade: 50 anosN° de componentes: 05Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: fuxico, origami, bonecos de pano, colares de panoNome: IraciContato: Iraci Nunes MoreiraEndereço:RuaGaliléia,nº.42–BairroCa-rapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-180Tel.: (33) 3276-3801Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bordados, ponto cruz, fuxico, crochêNome: ZuluContato: Kênia MeirelesEndereço:RuaItanhomim,nº.778–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-310Tel.: (33) 3278-3255 recadoTempo de atividade: 13 anosN° de componentes: 03Necessidades/dificuldades do grupo: valo-rização e reconhecimento do trabalho.

Artes plásticasClassificação: pintura em telaNome: Elias de SevlaContato: Elias Dias de OliveiraEndereço:RuaIbituruna,nº.202–BairroCa-rapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-250Tel.: (33) 3278-6867Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para divulgar seu trabalho.

DançaClassificação: hip hopNome: The Boys DanceContato: Valter Júnior AraújoEndereço:RuaGaliléia,nº.565–BairroCa-rapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-180Tel.: (33) 9105-3767Tempo de atividade: 16 anosN° de componentes: 05Necessidades/dificuldades do grupo: falta de apoio, lugar para os ensaios, discriminação em relação ao trabalho.

Classificação: capoeiraNome: Associação de Capoeira Raízes do BrasilContato: Nelson Inielson Eloi dos SantosEndereço:RuaCaratinga,nº.706–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-100Tel.: (33) 3276-0182Tempo de atividade: 14 anosN° de componentes: 40Necessidades/dificuldades do grupo: falta de apoio do poder público.

Folclore e religiosidadeClassificação: grupo de caboclinhosNome: Grupo União (caboclinhos)Contato: José Nunes da SilvaEndereço:RuaItanhomim,nº.730–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-310Tel.: (33) 9954-4515Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 22Necessidades/dificuldades do grupo: uma sede para fazer reuniões de grupo.

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MúsicaClassificação: FunkNome: MC MaguimContato: Magno Melo LopesEndereço:RuaMarajá,170–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-350Tel.: (33) 3278-3222 / (33) 8843-2963Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: apoio financeiro, espaço pra fazer bailes.

Classificação: forró e músicas da cultura po-pular (folclóricas, regional, quadrilhas) Nome: Orvile FerreiraContato: Orvile Ferreira SilvestreEndereço:RuaTumiritinga,nº.306–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-510Tel.: (33) 3272-2745Tempo de atividade: 55 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem

Classificação: gospel e popNome: Juninho SilvaContato: João Pereira da Silva JuniorEndereço:RuaTumiritinga,nº.176–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-310Tel.: (33) 8818-6505 / (33) 3272-9947 reca-dosTempo de atividade: 07 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: sertaneja, gospelNome: Gê MarianoContato: Gerciano Mariano dos SantosEndereço:RuaTumiritinga,nº.176–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-510Tel.: (33) 9984-2325 / (33) 8812-9932 Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: di-vulgação do trabalho, transporte, apoio finan-ceiro.

Classificação: religiosaNome: Orquestra Sinfônica Assembléia de DeusContato: Marcone Fernandes BatistaEndereço:RuaIbituruna,nº.202–BairroCarapina-GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-250Tel.: (33) 3276-8829 / (33) 8402-4424Tempo de atividade: 12 anosN° de componentes: 70Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço na cidade para apresentação.

Classificação: sertanejoNome: Armisson Costa Contato: Armisson Cristian Bolonha Coelho da CostaEndereço:RuaIara,nº.630–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-240Tel.: (33) 276-0175Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 06Necessidades/dificuldades do grupo: con-flito entre o grupo.

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Bolsistas da comunidade: Patrick Junio Azevedo da Silva, Ludmara Costa Coelho, Tiago Da Penha Gomes e Áquila Daniely Fernandes Ramos

História da comunidade

O processo de formação do bairro de Santa Efigênia ocorreu a partir dos meados do século XX, se intensifi-cando na década de sessenta. Muitas pessoas vieram de lugares diversos, como Mante-na, Santo Antônio do Porco e Serra da Corrêa.

Atualmente acontecem problemas de definição das fronteiras do bairro. A área do Santa Efigênia às vezes se confunde com lugares atribuídos aos morros do Querosene, Carapina e Nossa Senhora das Graças.

Os moradores antigos contam que o terreno em que se localiza o bairro era da pre-feitura. Muitas pessoas ocuparam os lotes por conta própria, outros chegaram a pedir a permissão da prefeitura. Segundo alguns moradores, a administração municipal também cedeu alguns lotes. Outras pessoas, sobretudo as que chegaram mais tarde, passaram a comprar lotes e residências já construídas.

No início da formação do bairro muitas casas eram de barreado, ou seja, construídas de barro. Outras eram feitas de madeira ruim, chamadas popularmente de “casqueiras”. Muitas casas ainda mantêm a sua estrutura original.

As pessoas levavam o material de construção, da região central e de outros bairros até o Santa Efigênia, nas costas. Alguns moradores conseguiam madeira de construção em uma serraria que ficava no bairro São Pedro. Nas casas não tinha gás e o fogão era de barro. Por isso, muitas pessoas buscavam lenha no bairro de Santa Helena.

Os moradores antigos contam que antes tudo era terra, não tinha calçamento. As ruas, onde existiam, eram enlameadas. A Rua Ibituruna, por exemplo, era coberta de barro e as pessoas escorregavam na lama. Os moradores tiveram que conviver com esta situação durante décadas.

A falta de escadarias também era um problema sério. O local é muito acidentado e, por isso, carecia urgentemente de melhorias. Quando as pessoas adoeciam era muito difícil a locomoção. Depois de muito tempo, foi construída uma escadinha de cimento que, segundo os moradores, apesar de mal feita, ajudou um pouco no cotidiano.

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No início da formação do bairro também não existia água encanada. Com a implan-tação de alguns chafarizes a situação melhorou um pouco. No entanto, o abastecimento das latas de água era disputado, gerando conflitos nas filas para utilização dos chafa-rizes. Muitas pessoas buscavam água no morro do Carapina, sobretudo no chafariz do Zé Enfermeiro. Próximo à linha, também tinha um chafariz que era utilizado pelos mo-radores do bairro. As donas também costumavam lavar roupa no rio Doce, por falta de tanque e água em casa.

A energia elétrica também tardou a ser implantada. Quando chegou, ficou restrita à parte baixa do bairro, depois subiu até outros pontos, alcançando outros domicílios. Outro problema era a dificuldade em se conseguir os padrões de energia, muito caros para as famílias poderem custear.

Segundo moradores, o bairro antigamente era conhecido como Esgoto. Não existia o canal, as águas sujas desciam pela grota, a céu aberto. Tempos depois que foram construídos os canais do bairro, no entanto, eles ainda entopem, espalhando pelo bairro um cheiro bastante desagradável. De acordo com entrevistados, o fato do bairro ter re-cebido o apelido de Esgoto prejudicava bastante a imagem dos moradores. Antigamente o preconceito era maior, alguns moradores se sentiam constrangidos nas entrevistas de emprego ao mencionar o nome do bairro onde moravam.

Um problema que há muito tempo incomoda os moradores é a falta de responsabi-lidade de alguns que jogam lixo por entre as vias e nos canais. Estas atitudes entopem a rede e ajudam na proliferação de doenças, insetos e roedores.

Antigamente, o acesso ao sistema de saúde era muito precário, o que atualmente melhorou bastante. Segundo alguns moradores, o posto de saúde faz um bom trabalho. Além disso, têm direito a atendimento odontológico e a uma assistente social no posto. O SAMU é rápido e presta um bom serviço.

Durante muito tempo não existia igreja no bairro. O padre tinha que celebrar as missas em uma varanda. Tempos depois foi construída a Igreja que, por sinal, nomeia o bairro. Também existem algumas igrejas evangélicas no Santa Efigênia, apesar de serem mais recentes.

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O sistema de transporte melhorou muito. Atualmente o ônibus sobe o morro, o que facilita bastante a vida dos moradores que precisam ir ao centro da cidade resolver pro-blemas do dia-a-dia.

Na comunidade sempre existiram lideranças importantes. Padre Eulálio, Geraldo To-más e Antônio do Armazém, por exemplo, foram grandes articuladores das melhorias. Os moradores também se reuniam para solicitar as benfeitorias. Às vezes ocorriam reu-niões com os prefeitos e vereadores da cidade. Além disso, foi formado um grupo de 16 gestores, entre eles podemos citar a dona Lúcia, moradora do bairro há aproximada-mente 50 anos.

Existe um centro social no bairro que é muito importante para os moradores, pois ajuda na resolução dos problemas cotidianos e participa de projetos ligados a várias fai-xas etárias. São oferecidas aulas de ginástica gratuitamente e acontecem também diver-sas atividades ligadas ao grupo da terceira idade. A enfermeira Beth é quem acompanha as atividades dos participantes, como festas à fantasia, quadrilha e produção de poesia.

Também existe uma creche que, de acordo com alguns moradores, precisa ser am-pliada e passar por reformas. Os jovens participam de festas e de atividades esportivas na quadra e, quando há, participam de oficinas e projetos sociais.

Enfim, podemos dizer que a história do Santa Efigênia demonstra que as melhorias do bairro não se deram da noite para o dia. Foram décadas de mobilizações e reivindi-cações que levaram à resolução dos problemas que afetavam os primeiros moradores. O que fica é a sensação de que muito mais pode ser feito para o bairro, sobretudo a partir de propostas coletivistas, boas intenções e muito trabalho.

Principais festasFESTAS MÊS LOCAL

Festa Junina / Julina Junho / Julhopátio Igreja Católica Santa Efigênia

Festa de Santa Efigênia SetembroIgreja Católica Nossa Sra. da Conceição

Perfil cultural A pesquisa realizada pela equipe da ONG Favela é Isso Aí, em parceria com o Núcleo

Cidade Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo me-nos oito artistas-solo e grupos culturais no bairro Santa Efigênia, que envolvem em suas atividades aproximadamente 29 pessoas.

A maior parte da produção artística é na área da Música, somando quatro cadastros (50%). Em segundo lugar está a área do Artesanato com três cadastros (37,5%). Foi também cadastrado um artista/grupo cultural da área da Dança. As maiores necessida-des relatadas são de recursos materiais e financeiros para produção do trabalho artístico, além de espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho, ambas citadas por metade dos artistas entrevistados.

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Artista destaque

Banda “No Divã” é destaque no cenário de rock local

A banda “No Divã” surgiu fruto de uma brinca-deira entre amigos, em 2007. A princípio, eram so-mente três, reuniram-se para uma apresentação, onde o público, amigos mais próximos, demonstrou grande interesse. Douglas Andrade, 20 anos, guitarrista, con-ta que “tudo aconteceu por acaso, nos reunimos para tocar em um churrasco para amigos”. A formação inicial tinha Hélio Martins, vocais, Douglas Andrade, violão/arranjos e Marcos Paranha, violão/base.

O projeto envolveu vários estilos musicais, indo desde a Bossa Nova ao pop rock nacional dos anos 80, como influências diretas. Com a profissionalização da banda, ela precisou de mais integrantes, Hélio passou a tocar contrabaixo, Robson Souza assumiu o vocal e Lucas Henrique, o Minhoca, a bateria, os outros incluíram a guitarra dentre os instrumentos tocados.

Em 2009 à banda foi escolhida como uma das 10 melhores no “Festival Jovens Ban-das”, evento que acontece anualmente no Vale do Aço e como prêmio participaram da gravação do DVD do evento. No Festival a banda teve que apresentar um repertório de até três músicas em vinte minutos, e foi avaliada dentre outros elementos pela presença de palco e músicas inéditas.

A banda possui no momento oito músicas inéditas e não tem CD gravado. Além disso, está atenta às novas tendências da internet e possui uma comunidade no Orkut. Quem quiser conhecer as músicas do grupo, pode acessar o link http://palcomp3.com/nodiva/

Contato: Douglas Andrade - (33) 8816-1394

Cadastro de artistasArtesanato

Classificação: artefatos com tecidos, bone-cas, flores, pintura em tecidosNome: JordaContato: Jordelina Soares RibeiroEndereço: Beco Carijós, nº. 241 - Bairro Santa Efigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-110Tel.: (33) 3273-0204Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceiras

Classificação: artefatos com objetos recicla-dos e em madeiraNome: GuilhermeContato: Guilherme Lúcio Lopes

Endereço: Avenida Tancredo Neves, nº. 1245 –BairroSantaEfigênia–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.060-440Tel.: (33) 3276-2562Tempo de atividade: 40 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para construir uma oficina para produção do seu trabalho.

Classificação: artefatos com sabonete, sapa-tos e figurasNome: SmithContato: Smith Rodrigues da SilvaEndereço:RuaTravessa12,nº.222–BairroSantaEfigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-640Tempo de atividade: 04 anosN° de componentes: 01

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Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

DançaClassificação: street dance, forróNome: Grupo Ultra The DanceContato: Flávio Pereira dos SantosEndereço:AvenidaTancredoNeves,nº.504–BairroSantaEfigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-440Tel.: (33) 3278-0069 / (33) 8804-3059 / (33) 8801-4795Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 18Necessidades/dificuldades do grupo: pa-trocínio, investimentos, espaço para ensaios.

MúsicaClassificação: pop rockNome: No DivãContato: Douglas Andrade de SouzaEndereço:RuaCaiubi,nº.422–BairroSantaEfigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-080Tel.: (33) 8816-1394Tempo de atividade: 01 anoN° de componentes: 05Necessidades/dificuldades do grupo: local para divulgação e para apresentações

Classificação: pop, funkNome: MC GuttiContato: Flávio Pereira dos Santos

Endereço:AvenidaTancredoNeves,nº.504–BairroSantaEfigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-440Tel.: (33) 3278-0069 / (33) 8804-3059 / (33) 8801-4795Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: pa-trocínio, investimento, espaço para ensaios.

Classificação: sertanejo, popular (toca violão)Nome: Wesley RodriguesContato: Wesley RodriguesEndereço:AvenidaTancredoNeves,nº.403–BairroSantaEfigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-440Tel.: (33) 8839-0878Tempo de atividade: 01 ano N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: pa-trocínio.

Classificação: gospelNome: Estefane Contato: Estefane Helen Souza OliveiraEndereço:RuaCaetés,BecoCoti,nº.121–BairroSantaEfigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-060Tel.: (33) 3271-4795Tempo de atividade: 07 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

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Bolsistas da comunidade: Patrick Junio Azevedo da Silva e Ludmara Costa Coelho

História da comunidade

De acordo com infor-mantes, no início da ocupa-ção do Morro do Querose-ne pelos pioneiros, a região era uma área de pasto com péssima acessibilidade. O território estava inserido no corredor de passagem ligado às antigas fazendas da região, com destaque para a fazenda dos Carapinas. Durante as ocupações, esta região pastoril se tornava um lamaçal só.

Na década de cinqüenta, os lotes foram concedidos pela prefeitura aos populares vindos de outros bairros da cidade, como por exemplo, do bairro de Lourdes, do Morro do Carapina e de pequenos municípios e distritos da região do Rio Doce, como Mantena e outros mais.

Muitas pessoas ocuparam lotes e tiveram a legalização e regulamentação de seu imóvel depois de muitos anos. Muitos imóveis eram vendidos e repassados para outros moradores. Lotes davam origem a mais de um domicílio, proliferando o número mo-radias e famílias. Aparentemente não ocorreram conflitos significativos neste período, relacionados à posse de terras e defesa de propriedades.

O nome do bairro está relacionado a uma prática muito comum dos primeiros mo-radores: uma vez que a energia elétrica tardou a chegar ao bairro, os casebres eram iluminados precariamente por lamparinas de querosene e lampiões. À noite, as pessoas faziam fogueiras do lado de fora das casas para gerar um clarão e iluminar os seus ter-reiros, as trilhas e picadas onde se locomoviam.

As pessoas carregavam os materiais nas costas, na cabeça e no lombo de animais, subindo os matos, nas encostas. Buscavam madeira no bairro Esplanada. As casas eram construídas de barro, bosta de boi, bambu e madeirite, algumas delas cobertas de ca-pim. O chão era de barreado. O mutirão, por sua vez, era um dos principais recursos utilizados para levantar os casebres que surgiam. Gradativamente, as casas de alvenaria

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foram substituindo e se somando às antigas casas barreadas, o que deu maior segurança e salubridade para a população.

Pessoas que em muitos casos nunca tinha trabalhado com construção civil levanta-vam suas casas com a ajuda dos parentes e amigos. Interessante que algumas destas pessoas depois se voltaram para esta profissão, se tornando ótimos pedreiros e mestres de obras.

Apesar de hoje serem muito boas, durante muitos anos não existiram escadarias no bairro, indica um informante. As pessoas se machucavam, cortavam os pés. Aqueles que trabalhavam em outros bairros chegavam a seus serviços com os pés sujos de lama e passavam por situações embaraçosas.

Teve época que predominavam os becos desbarrancados, os trilhos em meio ao ma-tagal. Além disso, um dos maiores problemas era a falta de água potável. Os moradores tinham que buscá-la na beira da linha, no bairro Santa Helena.

As donas lavavam roupa no Rio Doce, um local importante de socialização destas mulheres e seus filhos. Espaço de conversas, favores, cantorias, troca de receitas e risa-das. Contam os moradores antigos que na época as águas do Rio Doce eram limpas e até mesmo potáveis. Na região também tinham córregos que as pessoas se banhavam, hoje são cursos de esgoto, adverte um dos informantes. Os moradores demonstram muita saudade deste tempo.

A água começou a se espalhar no bairro somente nos meados da década de oiten-ta. Vinha do Morro do Carapina e era distribuída em chafarizes, nas chamadas minas, tão disputadas pelos moradores. Na época o pessoal fez um mutirão, o prefeito cedeu o material utilizado nas obras e as ferramentas. Depois fizeram uma caixa d’água onde atualmente é a creche, o que melhorou significativamente a oferta deste serviço tão vital para a comunidade.

A energia elétrica foi implantada um pouco antes da água. A construção das vias foi feita aos poucos, o calçamento na maioria dos casos tardava a ocorrer. A Cemig puxava os postes em correntes para subirem o morro. De acordo com uma antiga moradora, a prefeitura ajudou na infraestrutura, ao ceder padrões de energia para as pessoas que não podiam comprar.

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Na época tinham muitas carências. As pessoas se aproveitavam da configuração meio urbana e meio rural e vendiam esterco na rua. Tinha muito gado na região. As pessoas buscavam lenha em muares e cavalos para seus fogões a lenha. Os primeiros moradores trabalhavam como sapateiros, engraxates, domésticas, jardineiros, ambulantes e mais uma série de profissões, sendo a maioria informal. Muitos moradores antigos se muda-ram para o bairro Monte Carmelo, a partir de uma iniciativa da prefeitura, que estava expandindo a área de moradias.

Segundo um morador antigo, o bairro tradicionalmente nunca teve lideranças for-mais fortes que o representasse. Além disso, relembra que a violência esteve muito in-tensa em uma época e depois melhorou. Atualmente é mais tranqüilo, a maioria das pessoas são de paz, são solidárias.

A quadra é um local de convívio social importante, sobretudo para os jovens. Lá ocorrem práticas esportivas e festas. A igreja católica faz barraquinhas, no dia de come-moração aos santos. Antigamente tinham as tradicionais quadrilhas, que alegravam a comunidade. Infelizmente o bairro, que é situado em uma área de grande declive, ainda conserva problemas de infraestrutura e salubridade.

Atualmente o bairro oferece serviços como creche, linha de ônibus e apresenta uma boa pavimentação, sobretudo se relacionada aos tempos das primeiras ocupações.

Por fim, podemos dizer que as memórias compartilhadas pelos moradores, sobretu-do dos mais antigos, demonstram uma história popular de inúmeras conquistas. Apesar destas melhorias, muito há de ser feito para essa comunidade, que é tão importante para a cidade de Governador Valadares.

Principais festasFESTAS MÊS LOCAL

Festa Junina / Julina Junho / Julho Ruas da comunidade

Festa da Padroeira N. Sra da Conceição

Setembro Igreja Católica N. Sra. da Conceição

Perfil cultural A pesquisa realizada pela equipe Favela é Isso Aí, em parceria com o Núcleo Cidade

Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo menos 11 artistas-solo e grupos culturais no bairro Morro do Querosene, que envolvem em suas atividades aproximadamente 34 pessoas.

A maior parte da produção artística é nas áreas da Música e do Artesanato, com quatro cadastros (36,4%) cada na comunidade. Foram também cadastrados um artista/grupo cultural da área de Teatro, um da área da Dança e um locutor de eventos. A maior necessidade relatada é de recursos materiais e financeiros para produção do trabalho artístico, citada por sete dos artistas entrevistados (63,6%). Dois deles (18,2%) disseram ter necessidade de espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho e um deles disse ter necessidade de divulgação.

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Artista destaque

Artesão exporta esculturas e artesanato em pedras para o mundo

Há 32 anos Paulo é artesão, com obras exportadas para países europeus, Japão e EUA. Apreendeu o ofício com o irmão, na infância, enquanto o ajudava no moldar das esculturas. Desde pequeno observa-va e ajudava-o com muito interesse e acabou se apaixonando pelo tra-balho manual, descobrindo sua vo-cação para o artesanato.

A paixão pelas pedras acompa-nha uma segunda, a pela fauna. Juntando as duas saem os contor-nos, as formas de suas esculturas. Junto às esculturas de animais, te-mos também belas exposições de artesanato mineral. De acordo com ele, obtém ins-piração a partir de fotografias em revistas. Depois de ter juntado as duas paixões, e convidado a ir ao estado Bahia, em 1988, trabalhar, decidiu não parar mais de trabalhar com artesanato.

Atualmente, as peças são feitas a partir de encomendas, com vendas em feiras de artesanato e encontros de profissionais, em cidades mineiras, como Teófilo Otoni. Paulo declara: “amo o que faço. Para trabalhar com arte a pessoa tem que ter paciência e amor pelo o que faz, assim como eu”.

Contato: Paulo - (33) 9956-3858

Cadastro de artistasArtesanato

Classificação: Artesanato em pedrasNome: Paul ArtesContato: Paulo Roberto BatistaEndereço:RuaCarijós,nº.312–MorrodoQuerosene-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.060-110Tel.: (33) 9956-3858Tempo de atividade: entre 40 e 50 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: tra-balha como oficineiro e tem dificuldades com o planejamento das oficinas.

Classificação: bordado, ponto cruz, chinelos, enxoval de bebê, enxoval de casamento e outrosNome: Alexandra

Contato: Alexandra Carvalho SoaresEndereço:RuaMonteCarmelo,nº.94–Mor-rodoQuerosene-GovernadorValadares–MG - CEP: 35.059-350Tel.: (33) 3275-0222Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: mão-de-obra, material e espaço físico.

Classificação: mosaico, chinelo, flor de tecidoNome: PalomaContato: Paloma Soares MendesEndereço: Beco Nossa Senhora Aparecida, nº.112–MorrodoQuerosene-GovernadorValadares–MG-CEP:35.059-440Tel.: (33) 8815 6324Tempo de atividade: 01 anoN° de componentes: 01

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Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: Cordões e bijuterias feitos a partir de material reciclado e mosaicosNome: SeskaContato: Saleska Costa Coelho Endereço: Beco Sacramento, nº. 163 - Morro doQuerosene-GovernadorValadares–MG-CEP: 35059-440Tel.: (33) 32764415Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: verba e matéria-prima.

DançaClassificação: jazzNome: Comunidade Viva em AçãoContato: Ludmara da Costa CoelhoEndereço:BecoSacramento,nº.163–MorrodoQuerosene,nº163–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-440Tel.: (33) 3276-4415Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 15Necessidades/dificuldades do grupo: verba e profissional qualificado para aprimoramento das coreografias.

MúsicaClassificação: Sertaneja e sambaNome: LilicoContato: Nilton de Assis LucasEndereço: Beco Sacramento, nº. 149 - Morro doQuerosene-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-440Tel.: (33) 8425 0151Tempo de atividade: 25 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de verba.

Classificação: Gospel, sertanejaNome: SidneyContato: Edmar Luiz PereiraEndereço: Beco Sacramento, nº. 112 - Morro doQuerosene-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-440Tel.: (33) 9103-4895Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01 Necessidades/dificuldades do grupo: falta verba, moradia e trabalho.

Classificação: gospelNome: Edileuza Maria MartinsContato: EdileuzaEndereço: Beco Sacramento, nº. 137 - Morro doQuerosene-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-440Tel.: (33) 3273-7409Tempo de atividade: 03 anosN° de componentes: 01 Necessidades/dificuldades do grupo: divul-gação.

Classificação: funkNome: MC Renata Contato: Renata Cristina FonsecaEndereço:RuaMonteCarmelo,nº.3–MorrodoQuerosene–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-350Tel.: (33) 9908-7727Tempo de atividade: 04 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: local para ensaiar.

Outras Classificação: locutor em eventosNome: PauloContato: Paulo MarcioEndereço: Beco Sacramento, nº. 163 - Morro doQuerosene-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-440Tel.: (33) 3276-4415 / (33) 9976 7394Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01 Necessidades/dificuldades do grupo: falta de verba.

TeatroClassificação: comédia, todos os tipos de teatroNome: GelsimarContato: Gelsimar Rodrigues da SilvaEndereço: Beco Nossa senhora Aparecida, nº. 158 - Morro do Querosene - Governador Vala-dares–MG-CEP:35.059-440Tel.: (33) 9982-7418Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 10 Necessidades/dificuldades do grupo: falta de apoio e patrocinadores.

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Bolsistas da comunidade: Tiago Da Penha Gomes, Guilherme Vieira Soares e Niverton Toso Quintão

História da comunidade

De acordo com relatos de moradores antigos, o povoamento do bairro San-ta Helena se intensificou no começo da década de cin-qüenta do século passado. Este bairro - que atualmente conta com mais de duas mil residências e aproximadamente 10.000 moradores - se formou na região pertencente à família dos Carapinas.

A entrada da fazenda dos Carapinas ficava nas proximidades de onde é atualmente o Supermercado Coelho Diniz, na estradinha do córrego dos Pintos, com acesso através das fazendas do Gil Pacheco e Jota Perez. Vários trabalhadores rurais se destinavam a estas fazendas à procura de emprego. Muitos, no entanto, não alcançavam sucesso. Assim, procuravam formas de ocupação de pequenas propriedades rurais ou, na maioria dos casos, de lotes em áreas periféricas da cidade.

Muitos destes trabalhadores rurais - na grande maioria imigrantes dos roçados e ar-raiais próximos - começaram a ocupar os bairros que se formavam, dentre ele o de Nossa Senhora das Graças, o morro do Carapina e, em questão, o Santa Helena. Vale destacar que o trânsito de pessoas vindas de outras partes da cidade também era marcante.

Dentre as ruas mais antigas destacam-se Juiz de Fora, Januária, Ituiutaba, Monte Car-melo e Tancredo Neves. Entre os primeiros moradores estão os senhores Geraldo, Zé Flor, Sinvaldo, Zé Teco e Luiz. Dentre as moradoras pioneiras estão as donas Geralda Ferreira da Silva e Maria Madalena Guimarães Pereira.

Um dos primeiros e principais problemas que os primeiros moradores se depararam foi com a falta d’água. Esta questão era parcialmente resolvida através de diversas es-tratégias. Uma delas eram as longas caminhadas de ida e volta aos chafarizes com latas d’água na cabeça. Os chafarizes das proximidades da Igreja de Nossa Senhora das Graças e do Sarmento, por exemplo, eram alternativas viáveis para obtenção de tão precioso líquido. Depois foram surgindo outras minas. Alguns moradores conseguiram cavar cis-ternas, que ofereciam água potável durante alguns anos.

A rede de água encanada começou a ser implantada somente no final da década de 1960, com os moradores em mutirão, demonstrando um forte espírito de coletividade, características rememoradas pelos antigos. Entretanto, no início ainda era corriqueiro para os que não tinham acesso a água pedi-la para aqueles poucos que já tinham este “privilégio” em casa. Também era comum as donas de casa lavarem roupa de favor na casa de amigos e parentes.

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A energia elétrica chegou quase na mesma época que água, ou seja, na virada da década de 1960 para 1970. Antes a luz não ultrapassava o Nossa Senhora das Graças. O Santa Helena, que era em boa parte uma capoeira, passava a noite ao escuro, iluminado timidamente por lampiões, velas e lamparinas. Alguns moradores ficaram aproximada-mente duas décadas sem energia elétrica em casa.

Outro problema que atingia os primeiros moradores era a falta de calçamento, os buracos e lamaçais da maioria das ruas. O calçamento só chegava até a altura do Mer-gulhão. A prefeitura mandou executar a construção de uma ponte e iniciou o calçamen-to de algumas vias. Os próprios moradores colaboraram para esta melhoria através da compra de pedras, como é o caso dos moradores da Rua São Lourenço. No entanto, o processo de calçamento somente foi intensificado a partir do início dos anos 2000.

A falta de escadarias também dificultava muito o acesso ao bairro. Atualmente, exis-tem escadas nas partes inclinadas, porém sem os devidos corrimãos.

As casas, nos primórdios do bairro, eram quase todas de pau e barro. Não tinham piso e os fogões eram de lenha. Muitas pessoas caçavam inhambus e outros pássaros e animais nas proximidades da lagoa. Vendia-se leite ao pé da vaca. A quantidade de animais em meio às pessoas era grande. Essa paisagem, no entanto, convivia com pro-blemas como a falta de esgoto. Até hoje os lotes vagos acumulam lixo e água parada, o que aumenta a incidência de dengue e de outras doenças no bairro.

A participação da associação do bairro, apesar de ter tardado um pouco a aparecer, foi bastante importante para as melhorias. Dentre as lideranças destaca-se o Sr. Zezinho, um homem muito religioso. Podemos citar também a Dona Neli e o Cabo Eugênio.

No bairro existem mais de uma dúzia de templos religiosos, sendo duas igrejas católi-cas, a de Santa Helena e de São José, e igrejas evangélicas diversas. Além disso, há várias congregações, que tal como as igrejas e templos ocupam um importante espaço de so-cialização e convívio. Existem atualmente mais de uma centena de estabelecimentos de prestação de serviços e alguns comércios varejistas e industriais.

Atualmente fazem bastante falta colégios para atenderem aos alunos do bairro, além de uma capela velório, que já é uma conquista de bairro vizinhos e ainda não se concre-tizou neste bairro. A creche e o posto de saúde, segundo alguns moradores, precisam ter os serviços ampliados.

Antigamente havia rinha de galo e de canário, práticas que foram gradativamente extintas após o governo do presidente Jânio Quadros, que as proibiu no Brasil.

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De acordo com muitos moradores, a arte e a cultura são importantes para a busca e manutenção das tradições, mas atualmente o bairro carece de atividades. Na região me-rece destaque o bloco que foi criado pelo Zé Galinha e que ganhou status de escola de samba, com o nome de Prudentina. Ficam na memória de alguns moradores as festas de Nilsão e Oriedes, denominadas de Capital e interior, Atlético e Cruzeiro e as “Furrupas”, uma espécie de festividade regada a danças e que tinha vários adeptos.

Um fato curioso é que, diferentemente de outros bairros que mudaram de nome, como o Nossa Senhora das Graças (Bairro do Sapo), o Morro do Carapina (Morro do Cruzeiro) e o São Geraldo (Bairro do lixo), o Santa Helena ainda conserva seu nome ori-ginário.

No mais, fica claro que o bairro de Santa Helena apresenta uma rica história, formada por momentos de lutas, de conquistas e expectativas. Destacam-se nestas décadas que se passaram os antigos moradores, que a partir de muito esforço e dedicação ajudaram na construção de um bairro melhor, e que atualmente abriga milhares de moradores da cidade de Governador Valadares.

Principais festasFESTAS MÊS LOCAL

Festa Junina / Julina Junho / Julho Avenida Dr. Raimundo Albergaria

Festa de Aniversário Abril Igreja Batista Boas Novas

Festa da Padroeira Santa Helena

18 de agostoAvenida Dr. Raimundo Albergaria - Igreja Santa Helena

Barraquinhas MaioAvenidaDr.RaimundoAlbergaria–Igreja Santa Helena

Perfil cultural A pesquisa realizada pela equipe da Favela é Isso Aí, em parceria com o Núcleo Cida-

de Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo menos 49 artistas-solo e grupos culturais no bairro Santa Helena, que envolvem em suas ativi-dades aproximadamente 220 pessoas.

A maior parte da produção artística é do Artesanato, com 24 cadastros (49%) na comunidade. Em segundo lugar vem a área da Música, com 15 cadastros (30,6%). Em terceiro está a área da Dança, com oito cadastros (16,3%). Foram também cadastrados um artista/grupo cultural da área de Teatro e um da área das Artes Plásticas.

A maior necessidade relatada pelos cadastrados é a de recursos materiais e finan-ceiros para produção do trabalho artístico, citada por 21 artistas (42,8%). Seis deles (12,2%) disseram ter necessidade de espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresen-tar seu trabalho e um deles disse ter necessidade de divulgação de seu trabalho.

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Artista destaque

Funk na luta contra o preconceitoAinda na infância, Anderson Sabino recebeu seu pseu-

dônimo: Neném. Hoje, todos o conhecem apenas por seu nome artístico, Mc Neném. Funkeiro, com muitas apresen-tações no interior de Minas e em Belo Horizonte, vem se destacando no cenário musical do Vale do Aço.

Há quatro anos, Mc Neném canta Funk e organiza ações junto à comunidade. Antes de começar a compor e cantar, curtia outros estilos musicais, nos conta que “tinha interesse em outras coisas, como axé. Comecei a gostar de Funk por influência de amigos”. Com a vida artística, iniciou ações culturais e sociais com grupos de jovens na comunidade onde mora, no Bairro Santa Helena.

Após o primeiro contato, por intermédio dos amigos, Neném descobriu no universo funk estilos e traços diferentes, o Funk Melody foi que mais chamou mais sua atenção. O estilo é diferente do chamado proibidão, o qual, se expressa através de letras eróticas e tem cunho agressivo. Ao contrário dessa variante, no funk Melody as letras tratam de amor, sendo também conhecida por Latin Freestyle, de-vido à apreciação e ao incentivo das comunidades latinoamericanas residentes no EUA, país de origem do funk.

No Brasil o estilo nasceu e desenvolveu-se nas periferias das grandes metrópoles, ten-do como palco principal as favelas cariocas. Para Neném, uma das grandes dificuldades é o preconceito: “apesar de fazer muitas apresentações fora da cidade, ainda existe muita discriminação”. Mesmo no Rio de Janeiro, berço do funk nacional, sendo, hoje, conside-rado um dos ritmos mais influentes do Brasil no mundo, este sofre o mesmo problema. Prova disso foram às interdições dos bailes, em 1995, no Rio de Janeiro, relembrando as proibições impostas à capoeira, as religiões afrobrasileiras e até ao samba, no início do século XX.

Atualmente Mc Neném procura meios para gravar seu primeiro CD, tarefa difícil, segundo ele. Mas continua na luta e no momento prepara uma nova canção. Para atiçar nossa curiosidade, deixou uma brecha do enredo: “será uma história de amor. Um rapaz se apaixona por dona da favela”.

Saiba mais:

MEDEIROS, JANAINA. Funk Carioca - Crime Ou Cultura? O Som dá Medo e Prazer. Terceiro Nome: Rio de Janeiro. 2006

Contato: MC Neném - (33) 3278- 2842 / (33) 8811-0418

[email protected]

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Cadastro de artistas

ArtesanatoClassificação: bordadosNome: Ilda de OliveiraContato: Ilda de Oliveira CalixtoEndereço:AvenidaJuizdeFora,nº.254–Bairro Santa Helena - Governador Valadares –MG-CEP:35.059-280Tel.: (33) 3273-0246Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: opor-tunidades de desenvolver.

Classificação: bordados em ponto cruz Nome: Conceição Contato: Conceição Rosa RibeiroEndereço:AvenidaJuizdeFora,nº.379–Bairro Santa Helena - Governador Valadares –MG-CEP:35.039-280Tel.: (33) 3276-6983Tempo de atividade: 45 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: matéria-prima.

Classificação: crochê Nome: Maria do CarmoContato: Maria do Carmo Azevedo DiasEndereço:RuaVarginha,nº.61–BairroSan-taHelena-GovernadorValadares–MG-CEP:35.059-500Tel.: (33) 8873-2205Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: desenho em gesso (mosaico)Nome: Weder Pereira GomesContato: Weder Pereira GomesEndereço:RuaTrêsCorações,nº.56–BairroSantaHelena-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-490Tel.: (33) 9967-2250Tempo de atividade: 03 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-teriais.

Classificação: pintura em tecidoNome: Ana Carolina de Oliveira VieiraContato: Ana CarolinaEndereço:AvenidaUberlândia,nº.396–Bairro Santa Helena - Governador Valadares –MG-CEP:35.058-390

Tel.: (33) 3276-8541Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bordado e crochê Nome: MarizaContato: Mariza Consolação SabinoEndereço:RuaSãoLourenço,nº.244–BairroSantaHelena-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-480Tel.: (33) 3278-2842Tempo de atividade: 25 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bordados em chinelosNome: Islene Pereira de SouzaContato: Islene Pereira de SouzaEndereço: Rua Mariana, nº. 371 - Bairro San-taHelena-GovernadorValadares–MG-CEP:35.059-340Tel.: (33) 3276-2409 / (33) 8823-0387Tempo de atividade: 03 mesesN° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: crochê, bordado com miçangas Nome: Lucia Marta MartinsContato: Lucia Marta MartinsEndereço: Rua Mariana, nº. 91 - Bairro Santa Helena-GovernadorValadares–MG-CEP:35.058-340Tel.: (33) 9911-2085Tempo de atividade: 28 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: vasos recicláveis, balaios de papelãoNome: José LuizContato: José Luiz MartinsEndereço:RuaMariana,nº.91–BairroSantaHelena-GovernadorValadares–MG-CEP:35.058-340Tempo de atividade: 06 mesesN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

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Classificação: bordadoNome: NeliContato: Neli Alves de AlmeidaEndereço:RuaMonteCarmelo,nº.167–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-350Tel.: (33) 3276-3238Tempo de atividade: 35 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: difi-culdades financeiras.

Classificação: pintura em fraldas, panos de prato e roupasNome: NeusãngelaContato: Neusãngela Buenos AiresEndereço: Avenida Juiz de Fora, nº. 1.168 - BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-280Tel.: (33) 3273-4359Tempo de atividade: 20 anos N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para o desenvolvimento de atividades artís-ticas (oficinas educacionais) e divulgação.

Classificação: bordado em ponto-cruzNome: JoseniaContato: Josenia Matias Cardoso RodriguesEndereço: Rua Santo Antonio, nº. 165 - Bair-roSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-460Tel.: (33) 3272-4586 / (33) 9117-9078Tempo de atividade: 50 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bordado em vagoniteNome: Tiago da Penha GomesContato: Tiago da Penha GomesEndereço: Rua Três Corações, nº. 56 - Bairro SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.059-490Tel.: (33) 9967-2250Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta material.

Classificação: pintura em tecidoNome: Bianca GonçalvesContato: Bianca Gonçalves de AndradesEndereço: Avenida Juiz de Fora, nº. 274 - BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-280Tel.: (33) 3278-0949Tempo de atividade: 01 ano

N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-terial.

Classificação: bordado (vários tipos), decora-ção de chinelo Nome: MariuzaContato: Geralda Mariuza Rodrigues de Sou-zaEndereço: Rua Corinto, nº. 40 - Bairro Santa Helena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-160Tel.: (33) 3275-9515Tempo de atividade: 04 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: flores artificiais de EVANome: MariquinhaContato: Maria Mateus LemosEndereço: Rua São Lourenço, nº. 108 - Bairro SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.059-480Tel.: (33) 3275-0294Tempo de atividade: 20 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: preço do material.

Classificação: bordado em ponto cruzNome: NilzaContato: Nilza dos Santos FernandesEndereço: Rua São Lourenço, nº. 130 - Bairro SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.059-480Tel.: (33) 9906-4226Tempo de atividade: 03 anos e 06 mesesN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: matéria-prima.

Classificação: bordado, ponto cruz, enfeites de geladeira, crochêNome: MarileneContato: Marilene Nunes PiresEndereço:AvenidaJuizdeFora,nº.819–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-280Tel.: (33) 9198-1505Tempo de atividade: 29 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: finan-ceira, material para o trabalho.

Classificação: bordado em ponto cruzNome: Guimar SantanaContato: Guimar Santana

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Endereço: Avenida Doutor Raimundo Alber-garia,nº.197–BairroSantaHelena–Gover-nadorValadares–MG–CEP:35.059-090Tel.: (33) 8801-2371Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: bordado em pedraria, pintura em tecidos, artefatos com folha secaNome: Rosimar Vieira SoaresContato: Rosimar Vieira SoaresEndereço:AvenidaUberlândia,nº.396–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.058-390Tel.: (33) 3276-8541 / (33) 8865-6005Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: espa-ço para produzir.

Classificação: bordado em chinelosNome: Raison NunesContato: Raison NunesEndereço:RuaAtaléia,nº.66–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-050Tempo de atividade: 03 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: pintura em tecidos, enfeites, fuxicos, jogos de toalhaNome: Mercês de Jesus Contato: Mercês de Jesus OliveiraEndereço:AvenidaJuizdeFora,nº.400–Bairro Santa Helena - Governador Valadares –MG–CEP:35.059-280Tel.: (33) 9975-5670Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: tem que aprender todo o trabalho de cabeça, pois não sabe ler.

Classificação: bordados em chinelos, bijute-ria, louça reciclávelNome: IsauraContato: Isaura Francisca da SilvaEndereço:RuaMonteCarmelo,nº.116–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-350Tel.: (33) 3276-5675Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceiras.

Classificação: bordado em ponto cruz, cro-chêNome: AlessandraContato: Alessandra Rodrigues SangiEndereço:RuaItabira,nº.259–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-250Tel.: (33) 8807-4128Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ma-téria-prima para produzir.

Artes PlásticasClassificação: pintura em telas, desenhoNome: FabinContato: Fábio Altino VieiraEndereço:AvenidaUberlândia,nº.396–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.058-390Tel.: (33) 3276-8541Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

DançaClassificação: axé, funk e forróNome: Kebra GVContato: João Batista Mendes da SilvaEndereço:AvenidaJuizdeFora,nº.582–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-280Tel.: (33) 8841-9003Tempo de atividade: 03 anosN° de componentes: 12Necessidades/dificuldades do grupo: local para ensaios do grupo.

Classificação: jazzNome: Grupo de Jazz da Academia Roselita FariaContato: Josiane TeodoreEndereço: Rua Espera Feliz, nº. 64 - Bairro SantaHelena-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-200Tel.: (33) 3272-7361 / (33) 8415-4467Tempo de atividade: 06 mesesN° de componentes: 07Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: balletNome: Grupo de Ballet da Academia Roselita FariaContato: Larissa Paloma Guimarães

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Endereço:RuaCarlosChagas,nº.66–BairroSantaHelena-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-130Tel.: (33) 3225-1283Tempo de atividade: 04 anosN° de componentes: 12Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: rebolationNome: Medson HenriqueContato: Medson Henrique Pereira AmorimEndereço:RuaCorinto,nº.157–BairroSantoHelena-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-160Tempo de atividade: 01 mêsN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: break, dance, pop dance Nome: Arte Style Crew / B. Boy Chapoplay Contato: Thiago de Souza AlvesEndereço:RuaMariana,nº.62–BairroSantaHelena-GovernadorValadares–MG-CEP:35.058-340Tel.: (33) 8442-8636Tempo de atividade: 05 anosN° de componentes: 12Necessidades/dificuldades do grupo: falta de tempo entre os membros e transporte.

Classificação: funk, break e axéNome: Quebra aíContato: Tiago da Penha GomesEndereço: Rua Três Corações, nº. 56 - Bairro SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.059-490Tel.: (33) 9967-2250Tempo de atividade: 04 anosN° de componentes: 12Necessidades/dificuldades do grupo: figu-rino e lugar para ensaio.

Classificação: rebolationNome: Asian EvolutionContato: Gabriel de Abrel Ferreira NunesEndereço: Rua Ituiutaba, nº. 239 - Bairro SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.049-260Tel.: (33) 9959-0728Tempo de atividade: 03 semanasN° de componentes: 03Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: axéNome: Companhia de Dança os Garotos GVContato: João Cláudio Pastos da SilvaEndereço: Avenida Doutor Raimundo Alber-

garia,nº.361-BairroSantaHelena–Gover-nadorValadares–MG–CEP:35.059-090Tel.: (33) 3273-5872 / (33) 8829-5894Tempo de atividade: 04 anosN° de componentes: 08 Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceiro.

MúsicaClassificação: rapNome: JuninContato: Nacip Junio Cristian Medeiros de SousaEndereço:AvenidaJuizdeFora,nº.389–Bairro Santa Helena - Governador Valadares –MG-CEP:35.059-280Tel.: (33) 3271-4765Tempo de atividade: 01 ano e 06 mesesN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ver-gonha.

Classificação: vários ritmos e estilos (toca bateria)Nome: Cristiano GonçalvesContato: Cristiano GonçalvesEndereço: Avenida Juiz de Fora, nº. 274 - BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-280Tel.: (33) 3275-0949Tempo de atividade: 06 anosN° de componentes: 01 Necessidades/dificuldades do grupo: matéria-prima.

Classificação: funkNome: Mc BraianContato: Renderson Braian Ribeiro de AssisEndereço: Avenida Juiz de Fora, nº. 210 - BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-280Tempo de atividade: 08 mesesN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: música religiosa católicaNome: ClarisContato: Clarismundo Martins dos SantosEndereço: Rua Itabira, nº. 60 - Bairro Santa Helena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-250Tel.: (33) 8411-6829Tempo de atividade: 43 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: co-municar.

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Classificação: coral gospel de louvorNome: Raio de Luz CelesteContato: Josiane TeodoraEndereço: Rua Espera Feliz, nº. 64 - Bairro SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35059-200Tel.: (33) 3272-7361 / (33) 8413-4467Tempo de atividade: 03 anosN° de componentes: 16Necessidades/dificuldades do grupo: matéria-prima.

Classificação: sertanejaNome: Geraldo Leite e JulianoContato: Geraldo Pereira de SouzaEndereço:RuaMiradouro,nº.615–BairroSantaHelena-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.059-340Tel.: (33) 8402-8249Tempo de atividade: 22 anos N° de componentes: 02Necessidades/dificuldades do grupo: falta de patrocínio.

Classificação: vários estilos de música (toca teclado) Nome: Fábio AltinoContato: Fábio Altino VieiraEndereço: Avenida Uberlândia, 396 - Bairro SantaHelena-GovernadorValadares–MG-CEP: 35.058-390Tel.: (33) 3276-8541Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: música coral religiosaNome: Coral Canção NovaContato: Eunice SilvaEndereço: Avenida Juiz de Fora, nº. 1.149 - Bairro Santa Helena - Governador Valadares –MG-CEP:35.059-210Tel.: (33) 3273-4129Tempo de atividade: 07 anosN° de componentes: 20 Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: vários estilos de músicaNome: Coral Canção NovaContato: Marlon Henrique Amorim PereiraEndereço:RuaCorinto,nº.157–BairroSan-taHelena-GovernadorValadares–MG-CEP:35.059-160Tel.: (33) 8439-6223Tempo de atividade: 13 anosN° de componentes: 20Necessidades/dificuldades do grupo: fi-nanceiras e espaço.

Classificação: música religiosa de louvor e coralNome: Raio de Luz CelesteContato: Josiane TeodoraEndereço:RuaEsperaFeliz,nº.64–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.059-200Tel.: (33) 3272-7361 / (33) 8413-4467Tempo de atividade: 03 anosN° de componentes: 16Necessidades/dificuldades do grupo: ins-trumentos musicais.

Classificação: forró, rock, sertanejo, pagode (toca teclado)Nome: FabinContato: Fábio Altino VieiraEndereço:AvenidaUberlândia,nº.396–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.058-390Tel.: (33) 3276-8541Tempo de atividade: 15 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: ins-trumentos.

Classificação: banda de música instrumentalNome: Banda Lira 30 de JaneiroContato: Vinicius Vieira DiasEndereço:RuaNanuque,nº.26–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.059-370Tel.: (33) 3273-4261Tempo de atividade: 65 anosN° de componentes: 43 Necessidades/dificuldades do grupo: mú-sicos capacitados, instrumentos e reforma da sede.

Classificação: vários estilos como MPB, rock, popularNome: MarlonContato: Marlon Henrique Amorim PereiraEndereço:RuaCorinto,nº.157–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.059-360Tel.: (33) 8439-6223Tempo de atividade: 02 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

Classificação: funk melodyNome: MC NenémContato: Anderson SabinoEndereço:RuaSãoLourenço,nº.248–BairroSantaHelena-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.059-480Tel.: (33) 3278- 2842 / (33) 8811-0418Tempo de atividade: 04 anos

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N° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: apoio financeiro para gravar CD.

Classificação: funkNome: MC Mister FiaContato: Cláudio Aparecido AlvesEndereço:Rua2,nº.105–BairroMonteCar-melo / Santa Helena - Governador Valadares –MG-CEP:35.010-220Tel.: (31) 8589-0251Tempo de atividade: 10 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: falta de apoio dos grupos, falta de espaços para apresentações.

TeatroClassificação: comédia, dramaNome: Maycon DouglasContato: Maycon Douglas da Silva CostaEndereço:RuaAndrelândia,nº.38–BairroSantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.052-320Tel.: (33) 3272-2502Tempo de atividade: 06 anosN° de componentes: 01Necessidades/dificuldades do grupo: não tem.

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Nome da Entidade/Equipamento: AMASTE–AssociaçãodosMoradoreseAmi-gos do Bairro Santa TerezinhaEndereço: RuaSãoSalvador,nº.126–BairroSantaTerezinha–GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-690Tel.: (33) 3277-9663 / (33) 8835-7578E-mail: [email protected] Serviços/Atendimento Presta-do pela Entidade: reivindicações sociais e melhorias de infraestrutura junto aos órgãos públicos; organização do movimento social e conscientização da população para a preserva-ção do bairro. Nome da Entidade/Equipamento: Associa-ção de Moradores e Amigos do Bairro PlanaltoEndereço: Avenida Gil Pacheco, n°. 420, Planalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-000Tel.: (33) 3272-5722 / (33) 8805-5768Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: assistência à saúde, cestas bá-sicas, media as necessidades de infraestrutura e saneamento básico da comunidade com a Prefeitura Municipal de Governador Valadares.

Nome da Entidade/Equipamento: Associa-ção Comunitária Arte PlanaltoEndereço: AvenidaA,nº.925–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180Tel.: (33) 3277-1725 / (33) 9916-1015 E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: oficinas de capoeira, circo e dança; educação esportiva; espiritualidade e cidadania; brinquedoteca; apoio escolar e acompanhamento psicológico.

Nome da Entidade/Equipamento: ACOBASTA–AssociaçãoComunitáriadoBair-ro São TarcisioEndereço: Rua Geraldo Vieira dos Santos, nº. 60–BairroSãoTarcísio–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.020-620Tel.: (33) 3276-7668E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento à comunidade em relação à saúde, geração de renda e cria-ção de programas sociais para alimentar a autoestima dos moradores.

Nome da Entidade/Equipamento: Asso-ciação Comunitária dos moradores do bairro Nossa Senhora das Graças e CarapinaEndereço: RuaTupinambás,nº.465–BairroCarapina-GovernadorValadares–MG-CEP:35.060-530 Tel.: (33)9974-7074–SérgioLuizLimaPrincipais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento à comunidade, promovendo várias ações: campeonato comu-nitário de futebol de salão Bem Viver, encon-tro evangélico pela paz, festa junina, bailes comunitários, estação saúde cidadania e lazer, ciranda do lazer em parceria com o SESC e VAlG, casamento comunitário, em parceria com a defensoria pública estadual.

Nome da Entidade/Equipamento: Associa-ção Samuel Domingues Gomes - ASDOGEndereço: RuaIpiranga,nº.296–BairroCa-rapina-GovernadorValadares–MG-CEP:35.060-280Tel.: (33) 3225-7748E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: parceria com o Fundo Cristão para atender crianças e adolescentes com cur-

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sos profissionalizantes, informática, esportes e capoeira.

Nome da Entidade/Equipamento: Associa-ção Cidade Alta da Comunidade do Morro do CarapinaEndereço: RuaItanhomim,nº.730–BairroCarapina-GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-310Tel.: (33) 3272-1753 / (33) 9954-4515Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento geral à comuni-dade, com doações.

Nome da Entidade/Equipamento: Associa-ção Samuel Domingues Gomes - ASDOGEndereço: Avenida Raimundo Albergaria, nº. 31-SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-090Tel.: (33) 3273-1736E-mail: [email protected] / [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento à comunidade com apoio pedagógico e cursos na área de artesanato, dança e capoeira. Parceria com o Fundo Cristão para desenvolver as atividades e apadrinhamento de crianças da comunidade.

Nome da Entidade/Equipamento: Associa-ção dos Idosos Cidade Alta CarapinaEndereço: RuaTarumirim,nº.413–BairroCarapina-GovernadorValadares–MG-CEP:35.060-500Tel.: (33) 9197-8056E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento aos idosos nas áreas sociais e de saúde.

Nome da Entidade/Equipamento: Asso-ciação Valadarense de Voleibol e Desporto - AVVD Endereço: Rua Geraldo Vieira dos Santos, nº. 60–BairroSãoTarcísio–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.020-620Tel.: (33) 3276-7668E-mail: [email protected] Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: organização e execução de eventos e projetos esportivos.

Nome da Entidade/Equipamento: Posto de SaúdePauloErnestoPedrosaCampos–PSFSanta TerezinhaEndereço: RuaOmarMagalhães,nº.940–SantaTerezinha-GovernadorValadares–MG–CEP:35.030-740Principais Serviços/Atendimento Presta-do pela Entidade: programa de saúde da

família, com visitas de médico, enfermeira e dentista.

Nome da Entidade/Equipamento: Unidade Básica de Saúde - PlanaltoEndereço: AvenidaGilPacheconº.213–BairroPlanalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-000Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento com clínico ge-ral, pediatria, ginecologia, curativos, nebuliza-ção e fornecimento de medicamentos.

Nome da Entidade/Equipamento: Distrito Sanitário IIIEndereço: Rua Gonçalo Costa, nº. 186 - Bair-roNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.058-110Tel.: (33) 3271-7697Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento médico, com consultas, pesagem e vacinas.

Nome da Entidade/Equipamento: Posto de Saúde Santa Efigênia e Carapina II Endereço: Avenida Presidente Tancredo Ne-ves,nº.517–SantaEfigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-440Tel.: (33) 3278-4466Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento, médico com consultas, clínico geral, pré-natal, vacinas, curativos, exames, visitas domiciliares, nebu-lização, pesagem. Aulas de capoeira e dança de rua.

Nome da Entidade/Equipamento: Unidade Básica de Saúde CarapinaEndereço: RuaIpiranga,nº.296–BairroCa-rapina-GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-280Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento médico, com clínico geral, ginecologia e pediatria.

Nome da Entidade/Equipamento: Posto de saúde Carapina IEndereço: RuaTarumirim,nº.403–BairroCarapina–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.060-500Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: Atendimento médico, com consultas, orientação de saúde, prestação de serviços, pesagem.

Nome da Entidade/Equipamento: Posto de Saúde Santa Helena I e IIEndereço: RuaMariana,nº.33–SantaHe-lena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.058-340

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Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento médico, com consultas, psicologia, fisioterapia, dentista e farmácia.

Nome da Entidade/Equipamento: CMEI–Centro Municipal de Educação Infantil Rubens do AmaralEndereço: RuaPousoAlegre,nº.263–SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-420Tel.: (33) 3276-2889E-mail: [email protected] Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: creche e educação infantil de 0 a 05 anos.

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Municipal Padre José Luiz TadeuEndereço: Avenida Raimundo Albergaria, nº. 325–SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-090Tel.: (33) 3276-0916Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: Educação Infantil.

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Municipal Adélia RibasEndereço: AvenidaA,nº.861–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180Tel.: (33) 3221-9010E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: educação infantil de 04 a 05 anos e ensino fundamental completo.

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Municipal Senador Teotônio VilelaEndereço: RuaMonteAzul,nº.125–BairroEsperança–GovernadorValadares–MG–CEP: 35.058-140Tel.: (33) 3276-1323 E-mail: [email protected] Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: ensino fundamental, projetos escola aberta, pró-jovem, aulas de inglês em parceria com a escola Fisk, dentista.

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Municipal Professora Valdete NominatoEndereço: RuaAdriãoFroes,nº.5–BairroSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP: 35.020-000Tel.: (33) 3271-1327E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: educação infantil, séries ini-ciais, ensino fundamental e projeto EJA (edu-cação para jovens e adultos).

Nome da Entidade/Equipamento: Centro Inter Escolar Dr. Raimundo Soares de Alberga-ria FilhoEndereço: PraçaJúlioSoaresS/N–IlhadosAraújos–GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-310 Tel.: (33) 3277-9518Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: ensino fundamental do 1º ao 9º ano e ensino médio.

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Estadual Prefeito Joaquim PedroEndereço: Rua Sete de Setembro n° 2.479, Centro–GovernadorValadares–MG–CEP:35.010-172Tel.: (33) 3271-7659E-mail: [email protected]: www.colegioestadual.com.brPrincipais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: certificação de supletivos da cidade, certificação de professores indígenas da região, ensino fundamental, ensino médio e curso técnico para formação de professores da educação infantil.

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Estadual Professor Nelson de SenaEndereço: Rua Barão do Rio Branco n°. 362, Centro–GovernadorValadares–MG–CEP:35.010-030Tel.: (33) 3271-5666E-mail: [email protected] Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: ensino fundamental, ensino médio e projeto EJA (educação para jovens e adultos).

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Estadual Rotary ClubEndereço: RuaArthurForatini,nº.490–Bair-roNossaSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG–CEP:35.058-020Tel.: (33) 3276-1252Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: ensino fundamental do 1º ao 5º ano, com projeto escola integral e escola inclusiva.

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Estadual Carlos LuzEndereço: RuaIpiranga,nº.374–BairroCa-rapina-GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-280Tel.: (33) 3278-7911Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: ensino fundamental.

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Nome da Entidade/Equipamento: Escola Estadual Abílio Rodrigues PattoEndereço: RuaItuitaba,nº.750–BairroEs-perança–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-260Tel.: (33) 3276-3499Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: ensino médio, ensino funda-mental com tempo integral, projeto EJA (edu-cação para jovens e adultos), e projeto PAVE (aceleração de aprendizagem).

Nome da Entidade/Equipamento: Escola Estadual Secretário Levindo CoelhoEndereço: Rua Rosalvo Félix de Miranda, nº. 311-BairroEsperança–GovernadorValada-res–MG–CEP:35.058-600Tel.: (33) 3276-5943Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: ensino fundamental do 1º. ao 9º. ano, com projeto tempo integral em dois turnos.

Nome da Entidade/Equipamento: Bibliote-ca Pública Municipal Professor Paulo ZappiEndereço: Rua Dom Pedro II, nº. 635 - Centro –GovernadorValadares–MG–CEP:35.010-090.Tel.: (33) 3271-2871 Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: empréstimos de livros e aten-dimento em pesquisas.

Nome da Entidade/Equipamento: CRAS –CentrodeReferênciadeAssistênciaSocial-Planalto Endereço: AvenidaA,nº.835–BairroPla-nalto–GovernadorValadares–MG–CEP:35.054-180Tel.: (33) 3271-3346E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento à comunidade com grupos de convivência, grupo socioedu-cativo, reuniões de família, visita domiciliar, palestras e programa pró-jovem para adoles-centes.

Nome da Entidade/Equipamento: CRAS -CentrodeReferênciadeAssistênciaSocial–Santa EfigêniaEndereço: Rua Honorato Ferreira da Silva, nº. 250–SantaEfigênia–GovernadorValadares–MG–CEP:35.010-000Tel.: (33) 3221-1565E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento à comunidade com três programas inclusos: programa Ha-bitarBrasil/BID–responsávelpelaintegridade

do centro social como um todo, e pela revitali-zação e urbanização do Morro do Querosene; ProjetoComunidadeVivaemAção–desen-volve ações e atividades para a comunidade, priorizando crianças e adolescentes; Centro deReferênciadeAssistênciaSocial(CRAS)–responsável pelo acompanhamento sócioassis-tencial e proteção social básica às famílias.

Nome da Entidade/Equipamento: Núcleo de Prevenção à CriminalidadeEndereço: Rua Prudente de Morais, nº 79 - Centro–GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-460Tel.: (33) 3273-3261E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Presta-do pela Entidade: atende os egressos do sistema prisional e os usuários das medidas e penas alternativas; atendimento psicossocial e jurídico.

Nome da Entidade/Equipamento: Núcleo de Prevenção Social a CriminalidadeEndereço: Av.Coqueiral176,Turmalina–Go-vernadorValadares–MG–CEP:35.020-460Tel.: (33) 3272-9838 / Fax: (33) 3221-9250E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: programas: Fica Vivo (con-trole de homicídio) com oficinas de lazer e culturais; e Mediação de Conflitos (trabalha nas famílias onde atua como mediador comu-nitário e social).

Nome da Entidade/Equipamento: Centro de Convivência São TarcísioEndereço: Rua Prudente de Morais, nº 1 - Centro–GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-460Tel.: (33) 3271-8550E-mail: [email protected], [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: oferece cursos de qualificação para os moradores e atendimento psicológico para as famílias.

Nome da Entidade/Equipamento: Banda de Música Lira 30 de JaneiroEndereço: Rua Marechal Deodoro, nº. 748 - Centro–GovernadorValadares–MG–CEP:35.010-280Tel.: (33) 3212-0003Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: aulas de música gratuitas.

Nome da Entidade/Equipamento: Casa de Maria e Fonte de Água VivaEndereço: Rua Prudente de Morais, nº 240 -

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Centro–GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-460Tel.: (33) 3271-0236Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: acolhimento e atendimento com oração para pessoas com depressão e outras doenças.

Nome da Entidade/Equipamento: Fraterni-dade Missionária O CaminhoEndereço: RuaCláudioManoel,nº.15–Bair-roSãoTarcísio-GovernadorValadares–MG–CEP:35.020-120Tel.: (33) 3225-0413Site: www.ocaminho.org.com.br Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: pastoral de adoração e distri-buição de sopão.

Nome da Entidade/Equipamento: Mitra Diocesana Paróquia Nossa Senhora das GraçasEndereço: AvenidaMinasGerais,nº.1510–BairroCentro-GovernadorValadares–MG–CEP:35.060-360E-mail: [email protected] Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimentos espirituais de evangelização, cursos e oficinas nas áreas de corte e costura e artesanato para a comuni-dade.

Nome da Entidade/Equipamento: Igreja Católica Santa HelenaEndereço: Avenida Raimundo Albergaria, nº. 325–SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-090Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atendimento ao grupo da 3º idade, psicologia, salão aberto à comunidade, distribuição de cestas básicas.

Nome da Entidade/Equipamento: OREP - Ordem Religiosa, Escolas Pias / GGN - Grupo Gente Nova Endereço: RuaCarlosChagas,nº.66–SantaHelena–GovernadorValadares–MG–CEP:35.059-130

Tel.: (33) 3225-4283 / (33) 8817-0210E-mail: [email protected] Site: www.brasil.itakaescolapios.org Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: cursos profissionalizantes, ati-vidades pedagógicas para crianças, grupo da 3ª Idade, com artesanato, jornada ampliada, abrigo para crianças.

Nome da Entidade/Equipamento: Capela Velório ComunitáriaEndereço: RuaInhapim,nº.300–BairroNos-sa Senhora das Graças - Governador Valadares –MG–CEP:35.060-270Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: velórios gratuitos.

Nome da Entidade/Equipamento: Lavande-ria ComunitáriaEndereço: RuaInhapim,nº.278–BairroSenhoradasGraças–GovernadorValadares–MG-–CEP:35.060-270Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: Lavagem de roupas para ter-ceiros para geração de renda.

Nome da Entidade/Equipamento: Praça de EsportesEndereço: RuaAfonsoPena,nº.2550–Centro–GovernadorValadares–MG–CEP:35.010-000 Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: esporte e lazer.

Nome da Entidade/Equipamento: Esporte Clube DemocrataEndereço: RuaOsvaldoCruz,nº.534–Cen-tro–GovernadorValadares–MG–CEP:35.010-210Tel.: (33) 3212-0955Principais Serviços/Atendimento Prestado pela Entidade: atividades esportivas.

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FAVELA É ISSO AÍEquipe:

Coordenação executiva | Clarice de Assis LibânioCoordenação artística | César Maurício Alberto

Assessoria de projetos | Mariana TheodoricaArticulação comunitária | Edmar Pereira da Cruz

Estagiários | Cristiano Silva, Paula Ferreira Granja e Arthur SenraAssessoria de imprensa | Noir Comunicação

Contatos: Telefone: (31) 3282-3816

Endereço:RuaHenriquePassini,155,Serra-BeloHorizonte–MG-CEP:30220-380E-mail: [email protected]

Site: www.favelaeissoai.com.br

NÚCLEO CIDADE FUTURO - PONTO DE CULTURA BEABÁ AUDIOVISUAL Equipe:

Presidente | Fernando AlmeidaCoordenadora Executiva | Ângela Alves

Coordenador de Planejamento | James AllenProdutoras Culturais | Amanda Dumont / Luciana Dal Col Alves

Assessora de Comunicação | Flávia CarvalhoEstagiária de Comunicação | Ana Eliza Oliveira

Coordenadora de Audiovisual | Rosemeire SabinoEditor | Aloízio Coelho

Professor de História Regional | Ricardo Conrado

Contatos:Telefone: (33) 3271-8228

Endereço: Rua Peçanha, 662, 8º andar - sala 819GaleriaWilsonVaz–Centro–Gov.Valadares/MGCEP:35.010-161

E-mail: [email protected]: www.cidadefuturo.org.br

EQUIPE DE PESQUISACoordenação de pesquisa | Edmar Pereira da Cruz

Supervisora de Pesquisa | Amanda DumontHistoriador | Juliano Almeida Nogueira

Bolsistas das Comunidades:

Áquila Daniely Fernandes RamosCarolina Santos FerreiraFelipe Ferreira dos SantosGuilherme Vieira SoaresIana Kelle Ferreira de BessaJanaína Maria da SilvaLuiz Júnio Alves da SilvaLudmara Costa Coelho

Natanel Mendes CostaNiverton Toso QuintãoPatrick Junio Azevedo da SilvaSuelen Maria dos SantosTiago Da Penha GomesTatiane Rodrigues de SouzaWilliam Bastos Lagares

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO | OBJETO DE ARTE COMUNICAÇÃO & DESIGN | 31 3681-2945

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REALIZAÇÃO:

PARCERIA: