Há algum contraceptivo com maior risco cardiovascular???
Transcript of Há algum contraceptivo com maior risco cardiovascular???
Introdução
Influência dos contraceptivos hormonais em:
1)Trombose venosa
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
2)Trombose arterial
3) Hipertensão arterial sistêmica
Revisão Literatura
Estudos epidemiológicos
Contraceptivos orais combinados (COCs) contendo EtinilEstradiol (EE) e aumento do risco para trombose venosa e arterial
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
( WHO,1995, Khader et al,2003)( WHO,1995, Khader et al,2003)
Etinilestradiol
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
TriglicéridesAngiotensinogênio
PA TG
Fatores de coagulação TEV
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
Etinil Estradiol (EE):
1. trombina, Fibrinogênio,fator VII,VIII,IX,XII e XIII
2. inibidores naturais da coagulação: proteína S e antitrombina
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
3. Resistência adquirida a Proteína C
4. Risco dependente da dose do EE
5. Associação com tipo de progestágeno!!!
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
1995- COCs com progestágenos de 3ª geração as chances de TEV, em relação aos de 2ª geração (Levonorgestrel):
• Menor androgenicidade
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• Não oposição aos efeitos estrogênicos induzidos pelo EE
• Maior aumento do SHBG hepático-marcador do risco de TEV
WHO, 1995/Spitzer et al, 1996/ Jick et al, 1995/ Lidegaard et al, 2002/ Sitruk-Ware, 2006/ Jick et al, 2006/Wiegratz et al, 2004/ Ferreira et al, 2000
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
COC com progestágenos de 3ªgeração:
• Maior resistência à proteína C ativada
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• Diminuição de anticoagulantes naturais
• Maior aumento dos marcadores inflamatórios
• Maior aumento fatores coagulação (atividade Fator VII, Proteína S, agregação plaquetária)
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
• Lidegaard et al,2009
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
Risco de TEV
2X
3,6X
4X
8X
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
Para pacientes saudáveis o risco absoluto é pequeno
VLIEG ET AL., 2009; LIDEGAARD ET AL., 2009
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
European Active Surveillance Study on oral Contraceptives based on 142475 women-
years of observation (EURAS),2007
• COCs contendo Drosperinona X Levonorgestrel
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• COCs contendo Drosperinona X Levonorgestrel
• Risco de TEV e tromboembolismo arterial semelhantes
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
MEGA case control study, 2009
Tipo de progestágeno associado ao EE e risco de TEV:
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
Pílulas só de Progesterona ( POP):
1. Pequeno impacto no sistema de coagulação
2. Não está associado com alterações marcantes nos
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
2. Não está associado com alterações marcantes nos parâmetros de coagulação e fibrinólise.
3. Pode ser prescrito para paciente com maior risco de TEV
4. Desogestrel 75 mcg/d = Levonorgestrel 30 mcg/d. Winkler et al, 1998 / Kemmeren et al,2004
Medicação Risco ajustado de TEV
Minipílula (com LNG ou noretisterona) 0,59 (0,33 – 1,04)
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
LINDEGAARD et al., 2009
Desogestrel – 75 mcg 1,10 (0,35 – 3,41)
SIU-LNG 0,89 (0,64 – 1,26)
Os progestagênios isolados NÃO tem risco de TEV
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
Implantes subdérmicos ( Implanon ®- Etonogestrel): sem alterações no sistema de coagulação
Adesivos transdérmicos ( Ortho-Evra 20 mcg EE/d +150mg norelgestromina/d):risco de TEV similar a COC de 35 mcg de EE
Dorflinger et al, 2002/ Egberg et al,1998/ Vieira et al,2005/Vieira et al,2007
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
norelgestromina/d):risco de TEV similar a COC de 35 mcg de EE
Anel vaginal ( 15 mcg EE/d +120mcg Etonogestrel/d):risco de TEV similar a COC de 30 mcg EE
FDA,2006 / Jick et al,2006
Magnusdóttir et al,2004 / Sitruk-Ware et al,2007
Contracepção Hormonal e Trombose Venosa (TEV)
Injetáveis Mensais Combinados:
Impacto na hemostasia é menor do que nas combinações orais
Não contém EE na sua fórmula (Valerato de Estradiol, Enantato de WHO, 2003
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
Estradiol)
Sem risco de TEV,Infarto agudo miocárdio e acidente vascular cerebral em um pequeno estudo WHO,1998
Trombose arterial e COCs
• Risco relacionado à dose do EE
• Tipo de progestágeno não influencia risco
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• Risco de IAM aumenta com presença de fatores de risco como tabagismo, principalmente após 35 anos,DM e HAS
• Para < 35 anos e tabagistas = 10X maior que em não tabagistas
Trombose arterial e COCs
• AVC- maior risco quando doses de EE>50 mcg, sem influência no tipo de progestágeno
• Estudo caso-controle multicêntrico-risco de AVC 2,3 X maior em usuárias de COCs<50 mcg de EE em relação à não usuárias
Heinemann et al,1997,1998, 1999
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
usuárias de COCs<50 mcg de EE em relação à não usuárias
Kemmeren et al, 2002
Trombose arterial e COCs
Objetivo: Determinar a associação entre IAM e AVC e o uso de ACOcombinados
Resultados:1. Sem aumento no risco de doenças cardiovasculares em mulheres não
fumantes < 35 anos.
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
fumantes < 35 anos.2. Sem diferenças entre COCs de segunda e terceira gerações.3. Fatores de risco mais importantes : tabagismo e hipertensão
descontrolada
Conclusão: O risco de doenças do sistema cardiovascular parece não seraumentado em usuárias de COCs , sem fatores de risco (saudáveis,não tabagistas e < de 35 anos)
Novotna et al,2002
Trombose arterial e Progestágenos
• Acetato de Medroxiprogesterona injetável de depósito- Uso por mais de 1 ano – alteração da função endotelial com elevação de risco de doença cardiovascular, aumento do LDL, redução do HDL
Kawano et al,2001/ Sorensen et al 2002/ Westhoff et al,1996
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• Estudo com 3697 mulheres com doença cardiovascular(59% AVC, 31% TEV e 10% IAM)=Uso de progestágenos não aumentou risco
WHO, 1998
Etinilestradiol
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
TriglicéridesAngiotensinogênio
PA TG
Fatores de coagulação TEV
Hipertensão arterial sistêmica
Lubianca et al, 2005 : 72 mulheres hipertensas em uso de COC
44 pararam uso do COC X 28 não pararam
Declínio da pressão diastólica e sistólica após 6 meses de
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
suspensão da COC
Melhora prognóstico da doença
Revisão sistemática :
Objetivo: Avaliar risco cardiovascular entre hipertensas usuárias de COCs
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
Efeito dos COCs na pressão arterial, doença arterial periférica, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e tromboembolismo venoso
Curtis K et al, 2006
1. Uso de ACO em hipertensas - da pressão diastólica média, doença severa e descompensada e 4 X doença arterial periférica
2. Aumento em 9,3 X risco de infarto entre hipertensas usuárias de ACO
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
ACO
3. Aumento em 1,73 - 2,47 X risco de AVC isquêmico
Curtis K et al, 2006
• USO DE ACO EM MULHERES HIPERTENSAS – CAT 3 OMS
• SE PA > 160 x 100 mm Hg – CAT 4 OMS
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• SE PA > 160 x 100 mm Hg – CAT 4 OMS
Curtis K et al, 2006
Drosperinona???
• Suthipongse et al, 2004:COC com drosperinona X COC com gestodenoResultado: Queda da PA no grupo com drosperinona durante o
estudo, mas sem diferença após 1 ano
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• Yildizhan et al, 2009:Queda da PA em 4 mmHg em usuárias normotensas de COC com
drosperinona após 6 mêses de uso
• Olkers et al,2005:512 mulheres – 6 meses↓ PS 1,8 mmHg / ↓ PD 3,8 mmHg
Meta análise:
Sem evidências de elevação da pressão arterial, tanto em hipertensas prévias como em hipertensão induzida pelo ACO
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
Indicado para mulheres com risco aumentado de doença coronariana, como hipertensão arterial sistêmica
Hussain S F, 2004
Resumindo...
• COCs aumentam o risco de trombose venosa e arterial, mas em mulheres saudáveis esse risco é baixo
• A dose de EE<50mcg diminui esse risco
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• O tipo de combinação EE+progestágenos modifica o risco de TEV-Levonorgestrel??
• Para trombose arterial o tipo de progestágeno não influencia o risco
Resumindo...
• Contraceptivos só de progesterona não aumentam o risco de TEV
• Paciente de risco para trombose arterial-usar só de progestágeno
XII CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
• O risco de TEV ou trombose arterial não é modificado pela via de administração do método combinado
• O uso do EE altera a pressão, mesmo em doses baixas.
• Hipertensas-usar só de progesterona