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Sophia de Mello Breyner Andresen HÁ SEMPRE UMA SEGUNDA OPORTUNIDADE Formadora: Drª Sónia Matos Formanda: Margarida Pereira Disciplina: CLC.7 10.12.2010

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Índice

Índice …………………………………………………………………………………... 2

Introdução...…………………………………………………………………….……... 3

Vida e Obra de Sophia de Mello Breyner Andresen …………………………..…… 4

Resumo do livro “A Fada Oriana” …………………………………………………... 7

Capítulo 1. Fadas boas e fadas más……………………………………………… 7

Capítulo 2. Oriana................................................................................................... 8

Capítulo 3. O homem muito rico………………………………………………... 10

Capítulo 4. O peixe……………………………………………………………… .15

Capítulo 5. A rainha das fadas………………………………………………….. 20

Capítulo 6. A floresta abandonada……………………………………………… 21

Capítulo 7. A cidade.............................................................................................. 24

Capítulo 8. A árvore e os animais………………………………………………. 26

Capítulo 9. O abismo............................................................................................ 29

Comentário Pessoal à Obra “A Fada Oriana” ……………………………………. .31

Conclusão …………………………………………………………………………….. 33

Bibliografia …………………………………………………………………..……… .34

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Introdução

Foi-me pedido pela Formadora de Cultura, Língua e Comunicação a leitura e resumo de

uma obra de autor português.

Escolhi a obra A Fada Oriana de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Escolhi esta história pois tenho uma filha de nove anos e estou a tentar que ela tenha

gosto pela leitura e dedico algum tempo à leitura, em conjunto, e assim abordamos as

várias histórias tirando conclusões para a vida real. Não esquecendo que, inicialmente, a

autora fez obras infantis destinadas aos seus cinco filhos, mas rapidamente se

transformaram em clássicos da literatura infantil em Portugal.

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Vida e Obra de Sophia de Mello Breyner

Andresen

Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu avô, Jan Eenrik Andresen,

desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região, tendo o seu filho João

Henrique comprado, em 1895, a Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do

Porto. Como afirmou em entrevista, em 1993essa quinta "foi um território fabuloso com

uma grande e rica família servida por uma criadagem numerosa". Pelo seu lado materno,

é prima afastada de Nicolau Breyner

Sofia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, a 6 de Novembro de 1919, numa

família fidalga, de origem dinamarquesa por parte do pai.

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Frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de letras da Universidade de

Coimbra, mas não o chegou a concluir.

Ao longo da sua vida, ganhou importantes prémios, entre os quais o “Grande

Prémio de Poesia”, em 1964, da sociedade Portuguesa de escritores pelo

seu livro “Livro Sexto”, em 1999 foi distinguida com o “Prémio Camões”

pelo conjunto da sua obra, em 2001 ganhou o “Prémio Max Jacob Étranger"

e em 2003 o “Prémio Rainha Sofia”.

Traduziu ainda obras de Claudel, Dante, Shakespeare e Eurípedes para Português, tendo

ainda recebido uma condecoração do governo Italiano pela sua tradução de “O

purgatório”.

Traduziu ainda obras de Claudel, Dante, Shakespeare e Eurípedes para Português, tendo

ainda recebido uma condecoração do governo Italiano pela sua tradução de

“Opurgatório”.

As suas obras encontram-se traduzidas em vários países.

Após o casamento com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, fixa-se em

Lisboa, passando a dividir a sua actividade entre a poesia e a actividade cívica, tendo sido

notória activista contra o regime de Salazar. A sua poesia ergue-se como a voz da

liberdade, especialmente em "O Livro Sexto".

Foi sócia fundadora da "Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos"e a sua

intervenção cívica foi uma constante, mesmo após a Revolução de Abril de 1974, tendo

sido Deputada à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista.

Profundamente mediterrânica na sua tonalidade, a linguagem poética de Sophia de Mello

Breyner denota, para além da sólida cultura clássica da autora e da sua paixão pela

cultura grega, a pureza e a transparência da palavra na sua relação da linguagem com as

coisas, a luminosidade de um mundo onde intelecto e ritmo se harmonizam na forma

melódica, perfeita, do poema.

Luz, verticalidade e magia estão, aliás, sempre presentes na obra de Sophia, quer na obra

poética, quer na importante obra para crianças que, inicialmente destinada aos seus cinco

filhos, rapidamente se transformou em clássico da literatura infantil em Portugal,

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marcando sucessivas gerações de jovens leitores com títulos como "O Rapaz de Bronze",

"A Fada Oriana" ou "A Menina do Mar".

Poeta portuguesa - com mais de 80 anos. Considerada por muitos como a maior poeta

contemporânea de Portugal; ganhadora do prémio Camões de literatura (1999).

Sophia faleceu em Lisboa, a 2 de Julho de 2004 deixando-nos um mundo de sonhos e de

magia, demonstrados através das suas histórias, que marcaram uma geração.

Obras:

Poesia (1944)

O Dia do Mar (1947)

Coral (1950)

Mar Novo (1958)

A Menina do Mar (1958)

A Fada Oriana (1958)

O Cristo Cigano (1961)

Livro Sexto (1962)

Contos Exemplares (1962)

O Cavaleiro da Dinamarca (1964)

O Rapaz de Bronze (1965)

A Floresta (1968)

Histórias da Terra e do Mar (1984)

Primeiro Livro de Poesia (1991)·

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Resumo do livro “A Fada Oriana”

Capitulo І

Fadas boas e más.

Existem fadas boas e fadas más.

Ou seja as fadas boas praticam o bem, as fadas más fazem tudo aquilo que não se deve

executar.

As fadas boas regam as plantas, apagam o fogo, ajudam os velhinhos e as crianças

pequenas, nas suas dificuldades.

Nos sapatos dos pobres põe moedas de ouro.

Nas árvores que estão secas com a sua varinha dá-lhes a vida e coloca frutos e pássaros a

cantar.

Pois nada disto fazem as fadas más. Como é evidente!

Elas fazem secar as fontes, rasgam a roupa as pessoas, arreliam as crianças, atormentam

os animais e roubam o dinheiro aos pobres.

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As árvores com flores e frutos e com pássaros a cantar com a sua varinha de condão num

instante aparece o vento o gelo e as folhas caiem, e os frutos apodrecem.

Capitulo ІI

Oriana.

A rainha das fadas entregou a fada Oriana uma floresta para ela guardá-la. Ela começou

lá a morar, de noite dormia dentro de um tronco de um carvalho. Todos os dias muito

cedo ela acordava, antes das flores e dos pássaros primeiro raio solar era o seu

despertador a seguir acordavam as flores e os pássaros. Oriana tinha uma azafama diária

prevenia coelhos e veados dos caçadores, regava as flores com orvalho libertava os

pássaros que tinham caído nas ratoeiras e tomava conta dos onze filhos do moleiro.

À noite o silêncio rodopiava naquela floresta rodeada de montanhas e campos e Oriana

aproveitava dançar com as outras fadas ou voava sozinha. Ao longe viam-se luzes de

todas as cores muito brilhantes pareciam uma festa, mas não era uma cidade sobre um rio

em que de dia era escura e feia, à noite vestia-se de rubis, esmeraldas, safiras e brilhantes.

Passou-se três estações do ano, chegou a primavera.

Oriana acordava ainda mais cedo num certo dia de Abril, ela saiu do seu tronco respirou

fundo os perfumes da madrugada deu uns passos de dança penteou os seus cabelos com

os seus dedos fez as suas tarefas habituais e começou acordar os homens. Foi visitar uma

velhinha que vivia numa casa muito velhinha que não tinha família e que para ter algum

dinheiro apanhava lenha seca, mas no seu dia-a-dia ela afirmava que o que seria dela se

não fossem as fadas.

Oriana ajudava-o a limpar a casa a ter alimentos para ela comer.

Aquela idosa encostada a um cajado para se amparar, todos os dias de manhã com a ajuda

de Oriana apanhava ramos secos e guiava-a até a cidade, pois a velha via muito mal e o

caminho da floresta para a cidade era muito acidentado e cheio de abismos.

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Sem que a velha a visse, a fada segurava feixe de lenha para que ele pesasse menos sobre

as costas dobradas.

Na cidade ela ia vender a lenha de porta em porta enquanto Oriana voou para um telhado,

onde se sentou a ver a cidade e à espera de uma amiga, surgiram umas andorinhas que

começaram a conversar estas contaram-lhe maravilhas das beleza que cada países têm e

Oriana não se cansava de as ouvir até que as avezitas a convidaram a vir com elas, mas

Oriana recusou, tinha que cuidar dos homens, animais e as plantas da floresta.

A insistência das andorinhas era tentadora, mas ela pensava:

- Imagino o que seria da velha sem mim naqueles dias de frio, como vai ser a floresta

sem as minhas tarefas.

As Andorinhas não paravam de a convidar a voar para verem as belezas doutros lugares,

mas Oriana era fiel a sua promessa.

As andorinhas com um ar severo disseram-lhe, não mereces ter asas pois tu não amas o

espaço e desprezas a liberdade.

A velha acabou de vender a lenha e as duas chegaram perto do meio-dia a casa, Oriana

separou-se da anciã e foi a casa do lenhador.

Meu Deus era muito pobre, tinha uma casa com três bancos uma mesa para comer e uma

cama para dormir.

A porta estava sempre aberta pois ali não havia nada para roubar.

Oriana antes de entrar apanhou três pedrinhas brancas.

A casa estava muito arrumadinha a roupa toda cosida e arrumada embora tudo muito

velhinho aqui pos a primeira pedra branca.

Numa caixa que deveria ter dinheiro estava vazia e ela colocou a segunda pedra branca.

Debaixo da mesa estava uma bola do filho do lenhador muito estragada, Oriana colocou

a terceira pedra, com a sua varinha de condão, transformou as pedras em utensílios novos

e numa moeda bem redonda.

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Todos os dias Oriana ia a casa do lenhador. Levava sempre três pedrinhas brancas e

transformava-as com a ajuda da varinha de condão, em coisas que faziam mais falta.

A mulher do lenhador dizia ao marido:

- Quem será a pessoa boa que vem a nossa casa quando eu vou sair que me traz as coisas

que eu mais preciso?

Oriana saiu de casa do lenhador e pensou:

“Hoje é dia de feira, o moleiro foi à cidade vender a farinha.

A mulher foi com ele e levou os seus onze filhos. Vou a casa deles ver o que lá falta.”

A porta estava fechada com a sua varinha de condão abriu-se.

A casa estava toda desarrumada. Estava tudo de pernas para o ar tudo coberto de farinha.

Roupa por coser tudo sujo e partido. O que estava partido a sua varinha de condão

arranjou.

Não se podia viver com tanta desorganização. Oriana suspirou ao ver tanta desordem e

pegou numa vassoura e num espanador, toca a limpar. Limpou armários, lavou loiça e

arrumou-a. Escovou os fatos e coseu a roupa e coloco-os nos seus devidos lugares.

Arranjou os brinquedos partidos.

Quando acabou de fazer isto tudo olhou à sua volta sorriu, a casa estava linda cheia de

ordem e de limpeza.

Todos os dias Oriana ia limpar a casa mas a mulher do moleiro não percebia que tinha lá

estado alguém, Pois ela nem se lembrava como tinha deixado a casa era muito distraída.

Capitulo III

O homem muito rico.

Oriana saiu da casa do moleiro e foi para casa do Homem muito rico.

Este não tinha nem mulher, nem filhos, nem amigos. Só tinha criados.

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A casa dele ficava no meio dum jardim muito bem tratado, com relva, arbustos, flores e

ruas de areia.

Nesta casa Oriana teve muita dificuldade em entrar, porque em casa do Homem muito

rico as fechaduras eram muito caras o que as torna de grande qualidade que nem uma

varinha de condão as podia abrir.

Havia uma janela aberta. Era a janela da sala. Oriana espreitou e viu que na sala não

havia nenhuma pessoa. Reinava uma atmosfera de grande discórdia.

Os sofás e as cadeiras davam cotoveladas as cómoda, davam coices nas paredes e jarras.

A sala estava muito cheia até custava a respirar.

Estavam todos a gritar e a falar ao mesmo tempo.

Quando viram Oriana gritaram para ela os tirar, daquele sítio que estava demasiado cheio

e eles não se conseguiam mexer.

Oriana pediu-lhes que se acalmassem.

- À mesa começou por dizer: estamos apertados, temos feitios diferentes e não nos

entendemos bem.

Eu sou uma mesa antiquíssima; estava na sala de jantar de um convento a sala era muito

comprido só tinha lá bancos.

Oriana com a tua varinha de condão toca-me e faz-me ir pelos ares até ao meu convento.

Depois falou a cómoda:

- Sou uma cómoda muito bonita e antiga. Durante dois séculos vive num solar de uma

quinta. Estava numa sala muito grande e quem entrava via logo que eu era muito bonita.

Durante o dia ouvia as crianças a brincar à noite ouvia só o cantar do vento, das rãs e o

correr da fonte no jardim, nos dias de festa era só luzes e as pessoas que passavam por

mim dizia:

- Que cómoda tão bonita!

E o dono da casa respondia:

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-Foi o meu pai que a mandou fazer.

E daí a umas dezenas de anos havia outro, que dono da casa que respondia:

- Foi o meu avô que a mandou fazer.

Assim sucessivamente pois eu ia de geração em geração. Conheci os pais, os filhos, os

netos e os netos dos netos. Eu era uma pessoa da família.

Quando fui vendida todos choraram. As lágrimas das árvores caíam em gota a gota no

chão e as folhas faziam mil sinais de adeus. Aqui é diferente. Aqui ninguém é meu

amigo, nem os homens nem as coisas. Quando alguém diz que eu sou bonita o meu dono

responde: “custou cem contos.”Oriana, leva-me para o solar da quinta.

Depois falou o espelho e disse:

- Eu estava num palácio e em frente de mim havia muito espaço. O chão era mármore liso

e brilhante. E eu estava numa galeria silenciosa e solitária. Contemplava mudar das horas

do dia. Via os reis e as rainhas a serem coroados, com as coroas cintilantes, brilhantes e

bem pesadas.

Vi ministros conselheiros e os homens importantes com o seu nariz comprido, a sua cara

de caso e o seu ar solitário.

E vi as namoradas de vestido branco que nas noites de baile fugiam um instante para a

galerias solitária.

Vi, vi, vi, e agora está nesta sala onde não há um lugar onde os meus olhos de vidro

descansem. Oriana tira-me daqui e põe-me em frente de uma parede branca, nua e lisa.

As restantes peças foram pedindo que as levasse para outro sítio.

- Minhas queridas coisas disse Orina, eu não poço, fazer o que me pedem. Se eu as

fizesse desaparecer daqui, o dono da casa teria um grande desgosto. Quando eu entro

noutras casas, faço aparecêreis coisas que faltam. Mas aqui não falta nada. Aqui esta tudo

a mais.

- Então o que é que se há-de fazer? - Perguntaram as coisas.

- Nada disse Oriana. - Nesta sala tudo tem um ar irremediável.

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Quando o dono desta casa a mandou fazer disse ao arquitecto: “ faça-me uma casa

pequena, por causa das invejas.”

As coisas calaram-se, pensaram e disseram:

Oriana, convence o dono desta casa a dar-nos de presente a alguém que não tenha

móveis.

- Isso – disse Oriana - é uma boa ideia. Já sei o que vou fazer.

Em cima da mesa estava um bloco de papel e uma caneta. A fada escreveu:

Quem dá aos pobres empresta a Deus. Dá metade dos teus móveis aos pobres.

-Oriana- Disse o espelho peço-te que me tires da minha frente a bailarina. Estou farta de a

ver à minha frente.

Oriana pegou nela e pô-la no outro lado da sala, em cima da cómoda. O espelho

agradeceu. Ouviram-se passos no corredor e Oriana escondeu-se atrás do biombo.

A porta abriu-se e entrou o Homem muito rico.

Mal entrou viu o bloco de papel que estava em cima da mesa. Ficou furioso, porque era

muito avarento.

Tocou a campainha e apareceu o mordomo.

Chama imediatamente os criados todos disse o Homem muito rico.

Daí a instantes entraram todos os criados muito assustados.

O Homem barafustava, pois tinha existido dois escalda-los. Quero que se acuse ou

acusem quem fez este atrevimento a mudança de sítio da bailarina e quem escreveu a

sentença no papel.

Oriana ouvindo este discurso, ficou muito aflita e num piscar de olhos desfez tudo o que

tinha feito.

Os criados olharam para o papel e não tinha nada escrito a estatua permanecia no lugar do

costume.

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Os criados numa só voz responderam – no papel não esta nada escrito e a estátua esta no

lugar que sempre esteve.

Ficou muito envergonhado com a figura que estava fazer. Começou a tossir e disse:

- Eu estava a fazer uma experiência. Podem ir embora.

O Homem rico sentou-se numa cadeira e começou a falar sozinho:

Isto foi uma partida. Isto foi de certeza a criada da sala.

A estas horas estão todos na cozinha a rir-se de mim. Tenho que despedir a criada da sala.

Oriana estava aterrorizada nada dava certo naquela casa, já não sabia o que pensar.

De repente olhou para O homem rico e viu que ele era completamente careca.

E ficou com muita pena. Resolveu pôr-lhe cabelo.

O homem sentiu comichão na cabeça. Foi ao espelho ver o que era.

Era cabelo a nascer. Não cria acreditar, mas depois começou a gritar.

CABELO. CABELO.CABELO.

Porque me nasceu cabelo?

Já sei e foi aquela viúva que ontem me veio pedir emprego para o filho! Ela começou a

falar da sua pobreza e eu da minha falta de cabelo.

Ela disse que não tinha dinheiro nenhum e eu respondi que não tenho cabelo nenhum. Ela

disse-me que me ia mandar um remédio que ia fazer crescer o cabelo. No dia seguinte

mandou-me um frasco com o remédio. E nasceu-me mesmo a cabelo.

Tenho que arranjar emprego para o filho! Vai ser já

O homem telefonou, a viúva atendeu e disse-lhe - tenho muito cabelo e se calhar vai ser

loiro foi sempre o que eu sonhei ter muito dinheiro e cabelo loiro.

Pois já arranjei trabalho para seu filho, é um lugar importantíssimo. Tinham-me oferecido

a mim, mas agora é para seu filho.

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Basta lá ir duas vezes por semana e ganha trinta contos por mês.

Oriana saiu pela janela dizendo que conseguiu qualquer coisa nesta casa e que assim já

podia ir embora descansada.

Capitulo ІV.

O peixe.

Oriana passeava pela floresta numa tarde maravilhosa e fresca. A fada cantava dançando

e voando, até chegar ao pé de um rio. Ouvia chamar o seu nome, mas não via ninguém e

continuava a ouvir a chamar por ela, quando viu um peixe a saltar na areia.

Oriana agarrou e colocou logo no rio. O peixe agradeceu a oriana por o ter salvo.

Não te esqueças quando precisares de mim é só dizeres.

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Quando estava a despedir-se do peixe viu a sua cara reflectida na água. Admirou o seu

encanto, os seus cabelos loiros como searas, de olhos azuis como safiras, nariz muito

fino, o pescoço magro e elegante, pele muito branca e as suas asas cor de ar, claras e

brilhantes.

- Sou linda. Nunca tinha pensado nisto. A vida é esquisita! Se não fosse o peixe que

estava fora do rio nunca me teria visto. As arvores, flores, animais, viam-me e sabiam

que eu era bonita. Só eu nunca me

via!

Passou horas e horas a conversar com

a sua imagem.

O sol foi-se deitar Oriana deixou de

ver o seu reflexo.

Então foi visitar o amigo poeta, que

morava no fundo da floresta, numa torre muito alta e antiga, coberta de heras, glícinias,

roseiras.

- O poeta disse-o hoje vens tarde.

Estive a ver o meu reflexo sobre o rio.

- O poeta disse-lhe:

O que tu me trazes é muito mais do que a beleza. No planeta há muitas meninas bonitas.

Mas só tu é que podes encantar a noite porque és fada.

Então Oriana sentou-se a beira de uma janela da torre e contou-lhe histórias maravilhosas

com cavalos, vento, cavernas, dragões e dos anéis de Saturno.

- O poeta disse:

- Os seus versos são claros e brilhantes como estrelas.

Ambos ficaram calados a ver a lua nascer num lindo anoitecer.

O relógio tocou doze badaladas, despediram-se e foram dormir.

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No dia seguinte de manhã lá foi ela ajudar a velhinha, mal voltou da cidade vou

rapidamente para o rio para ver o seu reflexo no rio.

Hoje estou mais linda que ontem, será do reflexo vai chamar o peixe.

- Peixe, peixe - disse a fada.

- Bom dia Oriana, aqui está.

- Peixe - disse a fada. Quero saber se o meu reflexo no rio é mais bonito do que eu.

-Nada no mundo é tão bonito como tu - disse o peixe. Tu és muito mais bonita que o teu

reflexo.

De repente lembrou-se do espelho. Voando com muita ligeireza e tendo o cuidado de ver

pela janela se alguém estava na sala.

Entrou e disse bom dia às coisas, pôs-se em frente do espelho: -Oriana – disse ao espelho

– olha-me bem e mostra-me como eu sou.

O espelho respondeu – Sabes que sou um espelho muito antigo e as donzelas bonitas põe-

se sempre em frente de mim. Vê-te bem. És muito bonita. Mas há uma coisa mais bonita

que tu – uma parede branca, nua e lisa.

Oriana disse: - não me fales nessa parede, mas eu acho-me linda.

O espelho disse-lhe: – Não imaginas a quantidade de meninas lindas que eu vi.

Oriana zangada saiu dizendo-lhe: - adeus.

O espelho gritou: não vas embora pois tira o cabelo ao Homem muito rico porque ele

passa o dia á frente de mim a dizer: - “ que o cabelo dele é muito bonito.”

Oriana veio-se embora, cá fora ficou a pensar:

- Nunca mais cá volto a esta casa: o espelho faz troça de mim. Aqui nada há que falte

tudo é irremediável.

Oriana foi outra vez ao rio e encontrou o peixe, contou-lhe o sucedido.

Ele disse-lhe: - não ligues ao sucedido, os espelhos são muito sonhadores.

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Tu és muito bonita tens que mudar é de penteado, eu vou ajudar-te.

- Faz risca ao lado, puxa os caracóis mais para trás, puxa a onda da direita mais para a

frente, põe a onda da esquerda mais para trás e faz caracóis na nuca.

Depois de ter este trabalho todo o peixe disse: - ainda não esta bem, tens que desmanchar

esse penteado, fazer outro e repetiu. Até que começou a escurecer.

Agora está melhor – disse o peixe – mas amanhã fazemos mais.

Oriana foi visitar o poeta, mas ao comentar com ele, não havia mudanças significativas.

Oriana encheu a atmosfera de música e dançou toda a noite com o poeta.

Meia-noite! tocou no sino, hora de dormir.

Ao acordar começou com a rotina habitual, ao regressar da cidade, correu imediatamente

para o rio para ensaiar vários penteados. À noite foi ver o poeta.

No dia seguinte, logo de manhã bem cedo, o peixe mandou-a fazer uma coroa de flores,

para pôr na cabeça. Oriana passou toda a manhã, toda a tarde a apanhar flores, a ver-se no

rio e a ouvir elogios do peixe.

Esqueceu-se de ir a casa do moleiro, a casa do lenhador.

Daí em diante, oriana foi abandonando um por um todos oa homens, animais, plantas

que viviam na floresta. Um dia também abandonou o Poeta.

Foi porque uma tarde o peixe lhe disse:

-Vista á luz do dia és linda, mas de noite, vista à luz de uma chama, deves ser ainda mais

bonita.

Nessa noite ela encheu a margem do rio com pirilampos e fogo-fátuo e

passou a noite a ver-se na água.

Foi uma noite maravilhosa. Parecia uma festa extraordinária e fantástica

no meio do silêncio e da escuridão da floresta.

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A fadinha via-se na água do rio rodeada de luzes, de chamas e de sombras, com os seus

olhos brilhantes, os seus cabelos luminosos, a sua coroa de flores e as suas asas

transparentes.

Esqueceu-se de todos os seus amigos. A única pessoa que continuava a visitar era a

velhota, porque sentia imensa pena dela e ajudava-a a ela tomar o seu pequeno-almoço, a

guia-la ao longo do caminho da cidade para que ela não caísse nos abismos.

Mas mal voltava da cidade com a velha ia rapidamente para o rio, mirar a sua beleza e

ouvir os elogios do peixe.

E assim foi na Primavera, Verão, Outono enfeitou-se com crisântemos.

No Inverno só com violetas. Ao fim de algum tempo o peixe disse-lhe: - Oriana tem que

mudar de enfeites. Deverias variar.

- Oriana, mas como? – No Inverno não há outras flores na floresta.

- O peixe pensou um bocado, teve uma ideia, vais enfeitar-te com pérolas.

- E onde vou encontra-las? - disse Orina.

O peixe foi buscar um anel que deu à fada, disse-lhe: - põe este anel no teu dedo e voa até

ao mar.

Quando chegares perto das ondas chama pelo peixe Salomão, mostra-lhe o anele pede

que te traga mil pérolas do mar do Oriente.

Oriana assim o fez. Voou sobre florestas, montes cidades, campos, até que chegou a uma

praia deserta e grandíssima, onde se quebravam, cheias de espuma, as ondas do mar.

Ao chegar até à orla das ondas chamou:

- Peixe, peixe Salomão.

E apareceu um peixe preto e azul com olhos vermelhos, perguntou:

- Quem me chama? Diz o que queres?

- Sou eu a fada Oriana. Trago-te este anel, quero que me tragas mil pérolas do mar

Oriente.

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- Senta-te naquele rochedo - respondeu o Salomão e espera que eu volte.

Oriana naquele rochedo esperou sete dias e sete noites.

Lembrava-se da velha, mas ela pensava que ela não ia dar de conta da sua ausência.

Depois da sétima noite apareceu ao romper do dia, com uma grande casca de tartaruga

que tinha dentro as mil pérolas.

Agrade-se ao Salomão, e voltou para a floresta com a casca de tartaruga.

Capítulo V

A rainha das fadas.

Ao chegar á beira do rio, Oriana chamou: - Peixe, meu amigo, estão

aqui as pérolas.

O peixe trouxe do fundo do rio, dez fios de prata a fada enfiou as pérolas e fez colares.

Um deles colocou à volta do pescoço, enrolou um colar á volta de cada braço e entrelaçou

os sete colares que restavam nos seus cabelos.

Rapidamente foi debruçar-se nas águas. Era um dia de Inverno muito luminoso e

transparente. A sua nitidez reflectida na água era mais perfeita que nos dias anteriores, o

que a convencia, que estava mais bonita que os outros dias. Nunca, nunca vi nada assim

exclamava ela.

O peixe ao vê-la disse:

- As pérolas com o seu brilho iluminam-te. Ficas ainda mais bonita! Pareces a rainha do

mar, a princesa da Lua a Deusa das pérolas.

Oriana estava fascinada e disse:

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- Nunca mais vou sair da margem do rio. Quero passar o resto da minha vida a olhar para

mim.

De repente fez-se um silêncio, e nele nasceu uma voz alta, severa que a chamou:

- Oriana!

Ela estremeceu e ao voltar-se, estava ao seu lado a Rainha das fadas.

Em voz alta, e severa perguntou-lhe: - O que estas a fazer?

- Estava a olhar para mim – respondeu Oriana muito pálida.

- E a tua promessa?

Oriana baixou a cabeça e não respondeu.

Abandonaste a floresta, homens, animais e as plantas. O Poeta esperou por ti até as doze

badaladas e tu não apareces-te.

Abandonas-te o lenhador, o moleiro, até abandonas-te a velha. Não cumpriste a tua

promessa.

Durante a Primavera, Verão, Outono, passaste os dias e as noites debruçada sobre os rios,

a ouvir elogios do peixe.

Por isso deixarás de ter asas e perderás a tua varinha de condão e com o gesto em

instantes as asas caíram no chão e o vento levas pelo ar. A varinha partiu-se aos bocados

e desfez-se em poeira, que caiu no chão.

Devolve-me as asas, - disse Oriana.

Mas a voz alta, severa da Rainha das fadas respondeu-lhe: Vai à floresta e vai ver o mal

que fizeste.

Tornarás a ter asas quando te esqueceres de ti e pensar nos outros.

Lavada em lágrimas e vendo que o peixe não a veio consolar, lembrou-se de ir ver tudo

aquilo que tinha abandonado.

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Capítulo VI

A floresta abandonada.

Ao passear pela floresta constatou, que não havia animais, pássaros a cantarolar.

As flores, plantas não se viam, estava abandonada.

Oriana encontrou uma víbora e perguntou-lhe: - onde estão os outros animais.

- Tudo e todos se ausentaram daqui pois a fada Oriana abandono-os e não tinham quem

os protegessem, foi tudo viver para bem longe.

Só ficaram na floresta os ratos, víboras, formigas, mosquitos e aranhas.

- E tu sabes quem eu sou? Perguntou Oriana muito envergonhada.

Não – disse a víbora. – Vejo que és uma menina muito bonita.

Mas eu não sou uma menina muito bonita, eu sou a fada Oriana.

-Tu! Dissestes a víbora. Onde estão as tuas asas?

- Isso é uma longa história - Disse Oriana.

- Eu ouvi falar muito de ti, disse a víbora.

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- Tu eras uma fada muito boa e apaixonaste-te por um peixe, passavas todo o dia

debruçada no rio a namorar com ele, enfeitavas os teus cabelos e corpo para o

conquistares.

Oriana furiosa, negou tudo o que a víbora lhe tinha contado.

Mas a víbora disse-lhe: - Quem contou aos outros peixes foi ele.

Os outros peixes contaram aos pássaros por sua vez estes aos coelhos e foram eles que

contaram as víboras.

A víbora foi-se embora. Oriana foi visitar a casa do moleiro.

A fada chegou ao seu destino e ouviu chamar por ela, era um rato, que vivia naquele

local.

E avisou-a que não valia a pena limpar nem arrumar a casa, pois o casal moleiro e o filho

tinham abandonado a casa.

Um certo dia desapareceu o filho mais novo. A esposa do moleiro com tanto desgosto,

quis ir embora daquele sítio pois pressentia mais desgraças.

Os filhos caiam muito no rio andava animais perigosos na floresta já não havia ninguém a

cuidar da floresta e por sua vez repercutia-se nas pessoas e casas.

Oriana assentou-se ao pé da lareira e começou a chorar, com tanta tristeza que sentia.

Mas Oriana decidiu limpar a casa, depois despediu-se do rato.

Foi para a casa do lenhador, e aí encontrou uma formiga.

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Também tinha sido abandonada, pois eles estavam numa miséria irreversível, o lenhador

com a família pegou nos poucos móveis que tinha e numa trouxa colocou uns trapos e

foram para a cidade arranjar trabalho.

Oriana começou a soluçar, - como hei-de desfazer o mal que eu fiz?

A formiga disse-lhe: - não sei como te ajudar, mas transforma uma pedra numa pedra de

açúcar.

As varinhas de condão; não poço satisfazer-te.

A formiga foi muito atarefada continuar o seu trabalho, e despediu-se da fada.

Oriana foi á torre do Poeta pois o anoitecer, já nascia.

No caminho bem distante magoou-se muitas vezes, fazendo vários cortes nos pés e

pensava ela, como é bom voar.

Quando chegou a porta estava aberta entrou não estava lá ninguém as folhas que existiam

por toda a torre não existiam o Poeta não estava lá.

Oriana Chegou perto duma janela e uma aranha veio falar com ela.

- Oriana nessa janela onde tu estas o poeta esteve a tua espera noites sem conta, como

nunca mais apareces-te, ele pegou em todos os livros e folhas escritas queimo-as na

lareira.

Ao ter a certeza que estava tudo queimado, foi para a cidade viver com as outras pessoas

que lá estavam.

Oriana com tantos desgostos decidiu ir à cidade.

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CAPITULO VII

A Cidade.

Pois ao chegar a cidade havia muitas pessoas, muito barulho.

Oriana estava perdida, foi falar com o sinaleiro, o vendedor de jornais.

- Desculpe, sabe-me dizer onde mora o moleiro e a família?

Todos lhe respondiam o mesmo, moram cá muitas pessoas, nós não sabemos onde

moram essas pessoas

Oriana entrou numa loja de chapéus, fez a mesma pergunta à empregada da

loja. Obteve a mesma resposta, mas a senhora convidou-a a sentar-se á frente do espelho

e colocar um chapéu, ela fugiu a sete pés, pois lembrou-se do peixe.

Ao sair viu um homem sentado numa esplanada e fez a mesma pergunta.

Ele respondeu não só conheço, mas gostava de conhecer a menina, aqui na cidade nunca

vi uma menina tão bonita.

Já era bem tarde ela estava muito suja e cansada e perguntou a um gato:

- Sabes onde mora um moleiro?

- Sei. vem comigo, disse. – o gato.

Bateram à porta, abriu-a a esposa do moleiro.

- Olá, disse Oriana.

- Oriana estas muito esquisitas, faltam-te as tuas asas.

- Oriana pediu que viesse para a floresta que ela limpava-lhe a casa e tomava contas dos

filhos

- A Moleira respondeu não acredito em fadas, só irei se me trouxeres o meu filho de

volta.

Triste, foi a procura do lenhador, ao fim de muito tempo encontrou um cão vadio.

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Este levou-a a um bairro pobre onde as casas eram de lata, as pessoas vestiam roupas

rotas, andavam sujas com a barba por fazer.

Ao chegar a casa do lenhador nem tinham uma cama. Oriana ficou desolada e disse-lhe

sou Oriana, contou-lhe o sucedido mas a mulherzinha disse-lhe:

O meu marido veio para aqui trabalhar e alugamos um quarto, mas ganhava pouco e

deixamos de pagar a renda e o senhorio ficou-nos com os móveis, resolvemos viver neste

a zebre.

Tempos depois o meu filho adoeceu, fomos ao médico e ele disse que tínhamos que

dormir com dois cobertores como não tínhamos dinheiro o meu marido roubou-os de uma

loja o dono dela chamou os polícias, ele está preso por roubar.

Vai para a floresta eu não te vou abandonar disse: - Oriana.

- Eu irei contigo se tirares o meu marido da prisão.

- Pois vou lá busca-lo e é já. Mas, quando lá chegou falou com o guarda envolveu-se

numa conversa nada amistosa, o guarda considerou insultuosas as suas frases e mando-a

prender.

Ela ouviu isto e desatou a correr.

Oriana aflita falava alto e quem a via dizia que ela estava louca, era muito bonita, então

ela fugia ainda com mais garra.

Foi à procura do Poeta, pela noite dentro. Foi a praças, jardins, cafés, já o galo cantava e

não o tinha visto.

Ao ver à fundo uma luz acesa, encaminhou-se para ela.

Entrou num grande salão, bem ao fundo estava o Poeta assentado numa mesa de

mármore.

Oriana, quando o viu disse-lhe: - voltei!

Onde estão as tuas asas e a tua varinha de condão? Encanta à noite Dissera o Poeta.

Perdi tudo, dissera Oriana.

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O poeta furioso gritou e pediu-lhe

que se fosse embora ela era

mentirosa embora tivesse a cara da

fada Oriana, ela vive na floresta, cada

vez gritava mais alto.

Oriana voltou para a floresta.

Capitulo VIII

A árvore e os animais.

O silêncio imperava naquela floresta, tudo tinha desaparecido:

Oriana, encostou a cabeça numa árvore e começou a chorar, e só dizia - como estou

sozinha.

A fada adormeceu nos troncos daquela árvore rugosa e velha.

Na manhã seguinte acordou com um sol radiante, espreguiçou-se, e respirando fundo e

sentiu o perfume do que a rodeava, sentiu-se cheia de felicidade e disse:

- Que linda manhã!

- Mas de repente lembrou-se do dia anterior e tinha que resolver tantos problemas, para

eles havia solução.

Obrigada árvore por me abrigares.

Andava, andava, pensava como é difícil a vida dos homens, porque não têm asas.

A noite chegou. Cansada de tanto andar e como era fada só podia dormir numa árvore

para tal encontrou um pinheiro.

Este dizia-lhe; quando passa o vento imagina que eu sou o mastro.

Ao acordar chamou todos os animais e disse-lhes: sou Oriana

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Onde estão as tuas asas e varinha de condão?

Oriana contou-lhes tudo. - Mas digam-me onde está o filho do moleiro?

Um veado apareceu com ele.

Dá-mo - Disse: Oriana, eu quero leva-lo a mãe dele.

O veado respondeu: Tu não és fada não és nada nem asas tens

O coelho disse: - Apresenta testemunhas. Terás o menino de volta

Apresento sim. O peixe viu a Rainha das Fadas a proclamar-me fada Oriana.

No dia seguinte, depois de muito andar, foi falar com o peixe.

- Peixe, peixe.

Tenho que salvar todas as pessoas, animais e plantas das florestas.

Quero voltar a ser a fada boa.

E por tua culpa peixe faltei com a minha promessa.

O peixe disse: - Eu peço desculpa não sabia de tal promessa, verdade se diga tu és a fada

Oriana.Mas a história dos animais não me diz respeito.

Oriana disse: - Mas tu quando eu te salvei tu dizes-te “ quando quiseres e vem ao rio,

pede-me ajuda”.

Disse o peixe: - Quando alguém nos atira à cara o favor que nos fez, perde o dirijo a essa

gratidão.

Oriana apeteceu-lhe cuspir-lhe na cara.

Mas um estava preso outro não tinha filho. O poeta não acreditava em fadas.

E suplicou-lhe novamente e ele aceitou falar com os animais.

Ao meio-dia estavam lá os animais para presenciarem as palavras do peixe, mas o sol

estava quase a deitar-se e o peixe não apareceu.

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Os animais todos juntos, chegaram a conclusão que ela estava a mentir, nem é fada não

têm asas, nem varinha de condão.

- Vamos todos, embora.

Ela desculpava o peixe, que se tinha atrasado, que o tinham pescado.

Eu não minto, disse Oriana.

Chorando compulsivamente pediu ao veado dá-me o filho do moleiro, eu sou fada.

Neste preciso momento olhou para o outro lado e viu uma fada de cabelo pretos, a

oferecer-lhe as suas asas.

Mas Oriana eu dou-te as minhas asas mas tem que me prometer que vais cumprir as

minhas ordens.

E quais são a tuas ordens? Perguntou Oriana:

As minhas ordens - Disse a rainha das fadas más – São estas.

Sujar as águas.

Secar as fontes. Roubar os pobres.

- Não. Não. Não. Prefiro não ter asas nem ser fada e recuou com horror.

E pensou voltar para a cidade.

Capitulo IX

O abismo.

Andou sem parar e bem longe viu a velha gritou por ela , mas a velha não a ouvia e

Oriana corria cada vez mais porque estava a pressentir que a velha ia cair, o abismo

estava ao pé delas Oriana salta para agarrar a velha salvando-a e elas não caiem no

abismo.

Eis a Rainha Fadas num relâmpago surgiu e disse: - Oriana cumpriste a tua promessa

esquecendo-te de ti, saltaste o abismo. Não te lembraste de ter medo.

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Por isso ordeno que te nasçam a asas e dou-te a varinha de condão.

Oriana tremendo de alegria.

Oriana foi chamar os animais, confirmaram que ela era fada e assim obteve o filho da

moleira que o foi entregar e ela prometeu ir para a floresta no dia seguinte.

Depois com a sua varinha de condão tirou o homem da prisão. E também voltaram para a

floresta.

O Poeta vendo as assas disse.: - agora vejo que és tu, voltas-te.

E de mão dada foram para a floresta.

A lua iluminava à floresta, o Poeta pediu:

- Oriana encanta tudo.

As suas varinhas de condão ergueram-se e tudo ficou encantado.

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Comentário Pessoal à Obra “A Fada Oriana”

A fada Oriana é uma obra que nos leva a um mundo imaginário.

Ela era uma fada boa e muito bonita. Vivia livre, alegre e feliz, dançando nos campos,

nos montes, nos bosques, nos jardins e nas praias.

Um dia a Rainha das Fadas chamou-a e disse-lhe que viesse com ela e voaram as duas

por cima de planícies, lagos e montanhas. Até que chegaram a um país onde havia uma

grande floresta a qual foi-lhe entregue todos os homens, animais e plantas que ali viviam,

daquela data em diante ficariam à guarda de Oriana e nunca a poderiam abandonar.

E daí em diante Oriana ficou a morar na floresta. De noite dormia dentro do tronco dum

carvalho. De manhã acordava ainda antes das flores e dos pássaros. O seu relógio era o

primeiro raio de sol. Porque tinha muito que fazer. Na floresta todos precisavam dela. Era

ela que prevenia os coelhos e os veados da chegada dos caçadores. Era ela que regava as

flores com orvalho. Era ela que tomava conta dos onze filhotes do moleiro. Era ela que

libertava os pássaros que tinha caído nas ratoeiras.

À noite, quando todos dormiam, Oriana ia para os prados dançar com as outras fadas.

Um dia decidiu que um homem rico praticasse boas acções. Depois salvou um peixe de

morrer asfixiado que prometeu ajudá-la se ela se encontrasse em sarilhos. Por causa do

peixe, conseguiu ver o seu reflexo na água e achou-se muito bela.

Quando a noite caiu foi visitar o poeta que morava na floresta, a única pessoa que a podia

ver. Ela contava-lhe histórias encantadas, dançava á luz da Lua e enchia o ar de música e

ele declamava-lhe os seus poemas. Mas a sua grande cisma era a sua beleza. Oriana

estava encantada com a sua própria beleza reflectida na água. Por causa disto, e por

influência do peixe, deixou de visitar o poeta e, um por um, foi abandonando todos os

homens, animais e plantas que viviam na floresta, menos a pobre velha porque a ouvia

falar da sua beleza enquanto era jovem.

Por causa dos intermináveis elogios do peixe que salvara, tornou-se muito vaidosa,

descuidando da promessa que fizera á Rainha das Fadas e por isto mesmo ficou sem

varinha de condão e sem asas, e foi este o castigo pelo seu descuido. O peixe, a certa

altura, deixou de aparecer, os animais já haviam partido para muito longe, assim como foi

o moleiro, o lenhador e o poeta. Então Oriana foi para a cidade á procura dos seus

amigos, mas eles não a reconheceram, pois estava sem asas e sem varinha de condão. O

lenhador estava na prisão, a mulher do moleiro não sabia do filho e o poeta já não

acreditava mais em fadas.

Oriana só voltou a ter asas quando se esqueceu de si mesma e salvou a velha de se atirar

de um abismo porque a velha tinha uma tamanha tristeza. Somente quando os animais da

floresta lhe deram o filho do moleiro e ela devolveu-o à moleira, soltou o lenhador da

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prisão e salvou o poeta da sua tristeza, levando-o de novo para a floresta é que Oriana

voltou a encantar tudo em seu redor.

Este livro representa a eterna luta entre bem e o mal personalizada por fadas boas e fadas

más.

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Conclusão

Gostei de fazer este trabalho pois enquanto lia vivi um momento de fantasia e de encanto

com realidades que nos deparamos todos os dias, pessoas más e boas, ricos que, cada vez

são mais avarentos, a vaidade, perdendo-se valores humanos.

A autora cativou-me pela fantasia encaixada na vida real, aliando a riqueza com a

pobreza e acções benfeitoras e malfeitoras.

Adorei fazer este trabalho pois o trabalho de pesquisa é interessante de executar, e hoje

em dia com base na internet fazem-se trabalhos com uma apresentação belíssima.

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Bibliografia

- ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner Andresen; A Fada Oriana, Figueirinhas editor,

31ª edição

http://cvc.instituto-camoes.pt/figuras/smellobreyner.html

http://www.calendario.cnt.br/sophia.htm

- No Resumo, não se utiliza o discurso directo!

- O texto que apresenta como “Comentário pessoal” é uma síntese do livro e

é basicamente “copy-paste”. Pretendia-se a sua opinião acerca do livro.

- Cumpre todos os objectivos que se pretendia cumprir com o seu trabalho.

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