HALAN COELHO DA SILVA GUNTHER O ESTRESSE...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ADMINSTRAÇÃO, ECONOMIA E CIÊNCIAS CONTÁBEIS NÚCLEO DE EDUCAÇAO ABERTA E A DISTÂNCIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO-MODALIDADE À DISTÂNCIA HALAN COELHO DA SILVA GUNTHER O ESTRESSE OCUPACIONAL, SOB A PERSPECTIVA DE INTEGRANTES DE UM BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR EM BARRA DO GARÇAS-MT BARRA DO GARÇAS-MT 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ADMINSTRAÇÃO, ECONOMIA E CIÊNCIAS CONT ÁBEIS

NÚCLEO DE EDUCAÇAO ABERTA E A DISTÂNCIA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO-MODALIDADE À DISTÂNCIA

HALAN COELHO DA SILVA GUNTHER

O ESTRESSE OCUPACIONAL, SOB A PERSPECTIVA DE

INTEGRANTES DE UM BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR EM

BARRA DO GARÇAS-MT

BARRA DO GARÇAS-MT 2011

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HALAN COELHO DA SILVA GUNTHER

O ESTRESSE OCUPACIONAL, SOB A PERSPECTIVA DE

INTEGRANTES DE UM BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR EM

BARRA DO GARÇAS-MT

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração na modalidade à Distância, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso, sob a orientação da Profª Me.Anna Maria Penalva Mancini e do Prof. Esp. Olívio de Souza dos Santos Junior.

Orientadores: Profª Me. Anna Maria Penalva Mancini e Prof. Esp. Olívio de Souza dos Santos Junior.

BARRA DO GARÇAS-MT

2011

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GUNTHER, Halan Coelho da Silva.

O ESTRESSE OCUPACIONAL, SOB A PERSPECTIVA DE

INTEGRANTES DE UM BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR EM BARRA DO

GARÇAS-MT UFMT/FAEeCC/NEAD, 2011.

88 f.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração pela Universidade Federal do Estado de Mato Grosso, sob a orientação da Profª Me. Anna Maria Penalva Mancini e Prof. Esp. Olívio de Souza dos Santos Junior.

1. Meio Ambiente de Trabalho 2. Clima Organizacional 3. Estresse 4. Polícia Militar.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ADMINSTRAÇÃO, ECONOMIA E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

NÚCLEO DE EDUCAÇAO ABERTA E A DISTÂNCIA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO-MODALIDADE À DISTÂNCIA

HALAN COELHO DA SILVA GUNTHER

O ESTRESSE OCUPACIONAL, SOB A PERSPECTIVA DE

INTEGRANTES DE UM BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR EM

BARRA DO GARÇAS-MT

Aprovado pela Banca Examinadora em _____/_____/_____Nota________

______________________________________

Profª. Me. Anna Maria Penalva Mancini

Orientadora

______________________________________

Prof. Esp.: Olívio de Souza dos Santos Junior

Examinador

Barra do Garças-MT,______de_____________________de 2011.

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DEDICATÓRIA

À minha amada mãe, pelos ensinamentos sobre valor moral e pelo

exemplo que é para mim, pela tenacidade, amor à vida e

entusiasmo para enfrentar os dissabores da vida.

À minha esposa Adline, companheira amada, que me traz paz e me

ensina a ser mais humano.

Aos filhos, André e Nathalia, pérolas de valor inestimável.

À Profª. Me. Anna Maria, minha orientadora, por toda a ajuda a mim

dispensada.

Ao Prof. Olívio, por não ter desistido de mim, mesmo quando eu já

havia desanimado.

À Profª. Maria Claudino, minha mestra, sempre pronta a ajudar um

aluno.

Aos meus colegas de curso, pela colaboração para o meu

conhecimento.

Aos companheiros de trabalho, sinônimos de força, coragem e

honra.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pela vida maravilhosa que tenho.

À minha mãe, pelo empenho em me oferecer o melhor possível.

À minha esposa, que ensina-me a viver com amor e alegria.

Aos professores por dividirem seus conhecimentos.

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RESUMO

O meio ambiente de trabalho é um local onde uma pessoa vive grande parte de sua vida e por conseguinte, é submetida a diversas situações positivas e negativas, que lhe causam satisfação ou chateações. Nele, assim como em qualquer outro, deve-se manter um clima organizacional ameno, de boa convivência e motivado pela satisfação em estar naquele ambiente. Em se tratando da Polícia Militar, é importante salientar que trata-se de uma profissão que exige múltiplas habilidades, que vão desde a cordialidade para se relacionar com uma pessoa, como a agressividade controlada para enfrentar situações com risco iminente de morte. Tem ainda, o peso dos preceitos militares com suas leis específicas, as quais desagradam muitos de seus integrantes. A extensa jornada de trabalho, bem como o serviço noturno, contribuem para alguns sintomas do estresse. Os estudos acerca do estresse, em suas varias manifestações, inclusive o ocupacional, apontam para a necessidade de uma relação aprazível entre os membros de uma organização, influenciando e sendo influenciado pelo ambiente de trabalho. Com essa pesquisa foi possível conhecer a percepção que os policiais tem sobre a contribuição do seu trabalho para os sintomas do estresse. Palavras-chave: 1. Meio Ambiente de Trabalho 2. Clima Organizacional 3. Estresse 4. Polícia Militar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................07

1 MEIO AMBIENTE E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO: algumas

considerações............................................................................................................09

1.1 Clima Organizacional–algumas definições e conseqüências para as

organizações ............................................................................................................12

1.2 O termo estresse desde sua origem ........................................................15

1.2.1 O estresse como parte integrante da vivência do homem................15

1.2.2 Concepções de estresse...................................................................15

1.2.3 Os fatores estressantes....................................................................16

1.2.4 Estresse Ocupacional.......................................................................19

1.3 A Polícia Militar e o Contexto Político Social............................................21

1.4 Os problemas Sociais e o crescimento da Criminalidade........................22

1.5 O Caráter da atividade Policial Militar.......................................................24

1.5.1 A Policia Militar e sua estrutura da organizacional................................25

2 METODOLOGIA...............................................................................................28

2.1 Objeto de Pesquisa..................................................................................28

2.2 O estresse como tema..............................................................................29

2.3 Breve contextualização da Policia Militar e sua estruturação...................30

2.4 A tomada de decisões em um Batalhão de Polícia Militar........................31

2.5 Atores da pesquisa...................................................................................32

2.6 Coleta de dados .......................................................................................34

2.7 O que pretendo responder com esta pesquisa.........................................35

3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS......................................................................36

3.1 Análise das respostas dos sujeitos da pesquisa.......................................37

3.2 Questionário aplicado aos policiais militares............................................37

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................46

REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS............................................................................48

ANEXO.......................................................................................................................54

APÊNDICE................................................................................................................58

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INTRODUÇÃO

Esse estudo tem por objetivo perceber o auto-conhecimento que os

policiais militares de um Batalhão Policial Militar em Barra do Garças-MT - sujeitos

desta pesquisa - possuem com relação ao seu estado de saúde, mas

especificamente sobre o estresse decorrente desse trabalho carregado de

particularidades. Essas pessoas, as quais são submetidas internamente a um

regime extremamente formal – o militar – e externamente, aos mais inóspitos,

insalubres e perigosos ambientes, assim como conflitos dos mais variados níveis de

complexidade, além de tudo ainda sofrem com uma jornada de trabalho de longa

duração. Esses fatores contribuem para o acometimento do estresse.

Pensando nos fatores claramente adversos e buscando conhecer outros,

bem como conhecer a visão que os atores sociais têm do estresse proveniente da

profissão é que esta pesquisa se desenvolve, abrangendo ainda, alguns conceitos

de meio ambiente e meio ambiente de trabalho, clima organizacional e estresse. Já

que os gestores da atualidade, buscam conhecer mais a cada dia sobre o ambiente

laboral e suas implicações. Pensando assim, entende-se que se faz necessário

manter uma interação no ambiente de trabalho que possibilite amenizar os fatores

estressantes que o serviço desempenhado pelos policiais militares por si só já

trazem para a saúde e o bem estar desses profissionais.

A Polícia Militar é responsável pela manutenção da ordem pública, e

incumbida de oferecer sensação de segurança a sociedade, trabalhando para a

coletividade mesmo que isso ocasione em risco de morte aos policiais.

Barra do Garças é uma cidade com um elevado potencial turístico. Esse

município está sempre em festa, grandes eventos a movimentam em todas as

épocas do ano, chegando a quase dobrar o numero da população em certos

períodos. Quanto mais pessoas nas ruas, mais policiais são necessários para servir

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a sociedade e isso acaba por aumentar o trabalho para desses profissionais.

Mesmo tendo um esforço grandioso dos gestores, ainda assim, o policial acaba se

desgastando mais.

Foi desenvolvido um estudo sobre a percepção que os policiais têm sobre

o estresse. Uma maneira de se estudar o estresse ocupacional, de forma que os

servidores públicos, possam expressar sua experiência e suas convicções com

relação ao assunto e sobre si mesmo.

É corriqueiro o acometimento do estresse em muitas profissões, contudo,

nesta especificamente, fatores internos e externos pesam concomitantemente nos

agentes de segurança pública, que ainda não tem conhecimento da necessidade de

se prevenir o estresse, ou mesmo, não conhecem nenhum programa de prevenção

e combate ao estresse.

O estudo é estruturado da seguinte maneira: o primeiro capítulo,

apresenta determinados conceitos que estão ligados ao tema, de acordo com a

ótica de alguns autores. O segundo capítulo, trata da metodologia da pesquisa,

enfocando, do mesmo modo, os meios em que a coleta de dados foi realizada,

assim como a questão-problema. E, no terceiro capítulo, apresento os dados

coletados e procuro analisá-los, tendo como base o corpus teórico exposto no

Capítulo I.

Para extrair as informações necessárias, foram elaborados

questionamentos para que um percentual considerável dos policiais atuantes no

serviço operacional de Barra do Garças contribuíssem, com suas convicções a

respeito do assunto abordado. Este trabalho foi desenvolvido graças a contribuição

de policiais militares, os quais se propuseram a responder as indagações sobre o

estresse decorrente do serviço policial militar.

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1 MEIO AMBIENTE E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO: alguma s considerações

O termo meio ambiente foi definido, legalmente, pela primeira vez, por

meio da Lei nº 6.938/91 em seu artigo 3º, inciso I – esta versou vários conceitos

alusivos ao meio ambiente em si, sua definição legal e ainda, implementou a Política

Nacional do Meio Ambiente – o qual aponta o meio ambiente como ”conjunto de

condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que

permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Vale salientar que a

Constituição Federal, de 1988, não trouxe nenhuma definição de meio ambiente,

contudo, é a primeira Constituição, dentre as anteriores, que possui um capítulo

destinado exclusivamente ao meio ambiente, conforme se denota do Capítulo VI –

Do Meio Ambiente (artigo 225), inserido no Título VIII – Da Ordem Social.

O referido conceito atinge grande amplitude, pois o legislador selecionou

um conceito jurídico aberto, criando um espaço positivo de incidência da norma

legal, o qual está em consonância com a Constituição Federal, que em seu artigo

225, tutela os aspectos do meio ambiente compreendido como natural, artificial,

cultural e do trabalho, definindo, ainda, o direito de todos ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, sendo um bem de uso comum do povo e essencial à

sadia qualidade de vida.

A Constituição de 1988 abraçou dois conceitos a cerca da questão

ambiental, sendo um imediato, relativo à qualidade do meio ambiente em seu

aspecto geral. O outro é tido como mediato, ou seja, a saúde, a segurança e o bem-

estar do cidadão, expresso nos conceitos de vida em todas as suas formas –

prescrito no artigo 3º, inciso I, da Lei nº 6.938/91, supra) e em qualidade de vida

(predisposto no artigo 225, caput, da CF).

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O meio ambiente de trabalho mencionado até então, alcança não apenas

aquele que exerce suas funções com carteira de trabalho – CTPS – assinada e

registrada. Transcende essa idéia e abrange de forma ampla e irrestrita, envolvendo

todo trabalhador que desempenha uma atividade - remunerada ou não - pois todos

são resguardados constitucionalmente, tendo direito de um ambiente de trabalho

seguro e adequado, necessário à digna e sadia qualidade de vida.

Alguns estudiosos também corroboram com tal conceito, O doutrinador

José Afonso da Silva (2000), por exemplo, diz que o meio ambiente do trabalho

corresponde a união dos bens imóveis e móveis de uma empresa e de uma

sociedade, elemento de direitos subjetivos particulares, e de direitos invioláveis da

integridade física, e da saúde dos trabalhadores que o freqüentam.

O estudioso Amauri Mascaro do Nascimento in Silva (2000) em sua

pesquisa acredita que:

[...] o meio ambiente de trabalho é, exatamente, o complexo máquina-trabalho; as edificações, do estabelecimento, equipamentos de proteção individual, iluminação, conforto térmico, instalações elétricas, condições de salubridade ou insalubridade, de periculosidade ou não, meios de prevenção à fadiga, outras medidas de proteção ao trabalhador, jornadas de trabalho e horas extras, intervalos, descansos, férias, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais que formam o conjunto de condições de trabalho etc.

O doutrinador Rocha (1997), defende que o meio ambiente do trabalho é

caracterizado como a ambiência na qual se desenvolvem as atividades do trabalho

humano. Ante as alterações por que passa o trabalho, o meio ambiente laboral não

se resume ao micro ambiente - espaço interno – de uma fábrica ou empresa, mas se

estende a sua residência ou ao ambiente urbano.

Para Mancuso (1996), o meio ambiente do trabalho tem o conceito de

“habitat” laboral, ou seja, a amplitude que condiciona e envolve, direta e

indiretamente, o local onde a pessoa adquire os meios para alimentar o quanto for

necessário para a sua sobrevivência e desenvolvimento, em consonância com o

ecossistema.

Santos (2000) in Oliveira (2011), afirma que meio ambiente do trabalho é:

[...] "o conjunto de fatores físicos, climáticos ou qualquer outro que interligados, ou

não, estão presentes e envolvem o local de trabalho da pessoa". [...]

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Assim, pode ser considerado como meio ambiente de trabalho, o local

onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, remuneradas ou não, em

que o equilíbrio baseia-se na salubridade do meio e na ausência de sujeitos que

influenciem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, disjunto da condição

que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores de idade, celetistas,

servidores públicos, autônomos etc.).

Face aos conceitos supra mencionados, o tema meio ambiente de

trabalho é considerado um ramo autônomo, tendo como seu objeto a preservação

da pessoa humana em seu ambiente de trabalho contra as várias situações de

degradação de sua saudável qualidade de vida. Esse conceito pode ser acatado nos

campos doutrinário, legal e constitucional.

Considerando que o habitat laboral se revela um local que nem sempre

pode assegurar o mínimo de condições para uma razoável qualidade de vida ao

trabalhador, tem como conseqüência uma lesão ao meio ambiente do trabalho.

Assim, esse conjunto de bens materiais e imateriais pode ser agredido e lesado

tanto por fontes poluidoras externas, como internas, que decorre de outros

empreendimentos. Nesse sentido, tem-se a noção da responsabilidade sobre o

dano, já que os danos causados ao meio ambiente do trabalho não são peculiares

somente ao ambiente em que o trabalhador desenvolve sua função, atinge toda a

coletividade e à natureza (meio ambiente em seu contexto amplo), tendo resultados

irreversíveis, na maioria dos casos. RODRIGUES (2011).

O alicerce, a essência da defesa da tese desenvolvida é a pessoa - o

homem trabalhador, enquanto ser vivo - da degradação e poluição desenfreadas do

meio ambiente, local onde cumpre seu labor, fator primordial à sua qualidade de

vida.

No campo do direito, o ambiente de trabalho está inserido no meio

ambiente, conforme mencionado em parágrafos anteriores, fato entendido na análise

do artigo 225, da Constituição Federal, em harmonia com as demais normas

constitucionais que disciplinam a saúde do trabalhador, por exemplo, o artigo 200,

inciso VIII, o qual dispõe sobre o dever do Sistema Único de Saúde – SUS – em

colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

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1.1 CLIMA ORGANIZACIONAL – algumas definições e con seqüências para as

organizações

Vasconcelos (2005), expõe que a política de recursos humanos afirma que

as organizações somente terão sucesso, se buscarem os talentosos e os manterem

na organização, oferecendo-lhes um ambiente organizacional positivo, ou seja, que

promova a motivação e engajamento.

Segundo Bergamini & Coda (1997), em administração, clima

organizacional é o indicador do nível de satisfação dos membros de uma

organização, em relação à realidade perceptível da empresa, política de recursos

humanos, modelo de gestão, missão da empresa, processos comunicativos,

apreciação profissional e a identificação com a empresa.

Complementa, Abbey & Dickson (1983) in Junior, Souza e Cabral (2009)

afirmando que clima organizacional refere-se à qualidade de um ambiente interno de

uma empresa, orientando a conduta e o comportamento dos seus componentes,

servindo como base para interpretar situações, agindo, também, como uma fonte de

tensão que direciona as ações. Da mesma forma afirma Isaksen et alli (2000),

dizendo que clima organizacional está relacionado à freqüência de um padrão

comportamental, atitudinal e sentimental, caracterizando a interação social na

organização.

Assim, o clima organizacional reflete a imagem que as pessoas têm da

organização em que exercem seu labor, podendo sofrer influências externas e

internas à organização, de forma determinante em razão de novos eventos

provenientes de variáveis intra e inter-organizacionais.

Afirma Vasconcelos (2005) in Junior, Souza e Cabral (2009) , acerca do

clima organizacional, que, uma atmosfera soturna, contaminada de desrespeito,

promessas não cumpridas, falta de transparência, tirania, injustiças, entre outras,

norteiam as pessoas para a desmotivação e redução do desempenho na empresa.

A percepção do participante de uma empresa sobre a qualidade do

ambiente de trabalho influencia o seu comportamento. Somos influenciados pelo

clima organizacional e, ao mesmo tempo, o influenciamos. Esse ciclo de influências

criará um efeito, fazendo com que certas características da cultura sejam

potencializadas por meio de repetição de comportamentos nas relações diárias.

Assim, se a cultura organizacional for virtuosa, o ciclo que se forma resultará no

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aumento dos comportamentos construtivos, gerando mais produtividade e

possibilitando maior qualidade de vida. Contudo, se a cultura for viciosa, o ciclo de

influências arrastará a empresa para comportamentos negativos e destrutivos,

prejudicando a produtividade, acarretando em maior desgaste nos profissionais e em

seus relacionamentos. Assim sendo, é mister tomarmos conhecimento dos fatores

que dificultam a sustentação de um clima organizacional produtivo se pretendemos

intervir de forma significativa.

Acerca das intempéries no que se refere a manutenção de um bom clima

organizacional, sublinham Cabral, Junior e Souza (2009)

As dificuldades na interação entre colegas, administradores e subordinados, a comunicação deficiente, as atitudes negativistas e a instabilidade emocional são os principais propulsores de um clima organizacional tenso, nefasto para a promoção das metas organizacionais, impedindo de cumprir suas finalidades, quais sejam produtos ou serviços com maior qualidade, além de deixar a finalidade social prejudicada.

Vasconcelos et al (2005) afirma que o componente relacionamento interno

é igualmente indispensável para que uma organização trabalhe sob um padrão de

eficiência minimamente aceitável.

Para Stoner & Freeman (1999), de uma maneira geral, os fatores

ambientais, organizacionais e individuais agem como fontes potenciais de estresse

no trabalho.

Robbins (2002), aponta que com relação aos aspectos individuais como

fontes potenciais de estresse, têm-se a relação do indivíduo com a família e sua

ligação entre o trabalho e as relações familiares. As pesquisas apontam,

consistentemente, que as pessoas primam muito por seus relacionamentos

familiares e pessoais e que, dependendo do tipo de relacionamento e da ligação

com os aspectos do trabalho, estes podem provocar altos níveis de estresse

ocupacional.

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1.2 O TERMO ESTRESSE DESDE SUA ORIGEM

O termo estresse vem do latim stringere que denomina uma série de

reações do organismo causadas por agressões de ordem física, psíquica,

infecciosas, entre outras capazes de afetar a homeostase (LAUROSSE, 1995).

Conforme CARRILLO, (2004), já na era medieval, por volta do século XIV

o termo estresse denotava aflição e adversidade. Séculos mais tarde (século XVII)

começou sua utilização na língua inglesa, denotando opressão, desconforto e

adversidade. A palavra estresse em tempos mais próximos do nosso, era muito

usada nos campos da Engenharia e da Física com o significado de forças que agiam

em determinada resistência, indicando a carga que um objeto pode suportar antes

de romper-se (GUIDO, 2003; PAFARO, 2002). Atualmente estresse significa

insistência, pressão. E estressado tem o significado de estar sobre pressão

(PAFARO e MARTINO, 2004). Devido a suas proporções imensas, o estresse é visto

como uma questão de Saúde Pública que gera gastos para as pessoas, para seus

empregadores, assim como para o Estado diz BUJDOSO, (2005).

Hans Seyle, foi o primeiro a utilizar essa denominação no campo da saúde

em 1926 na escola de Medicina. Observou que alguns doentes demonstravam ter

reações de seu organismo similares a de outros, independentemente da doença de

cada um deles. Pensando assim, ficou denominada Síndrome do Estar Doente, a

presença de sinais e sintomas iguais tais como: falta de apetite, fadiga, desânimo,

febre e dores difusas (PAFARO E MARTINO, 2004; GUIDO, 2003). Após um largo

tempo de pesquisa com animais em laboratório e à partir dos princípios da fisiologia,

no ano de 1936 ele definiu o estresse como sendo uma síndrome ocasionada por

um conjunto de agentes prejudiciais, formando uma resposta não definida, não

especificada do organismo à situações que podem levar ao desenvolvimento de

certos tipos de doenças (PAFARO E MARTINO, 2004).

Em Guido (2003) Antes de Seyle ter feito descobertas a cerca do estresse,

estudos de fisiologia acrescentando o conceito homeostático destacou a capacidade

dos seres vivos em manter constância de bem-estar e equilíbrio do organismo.

Mesmo com as mudanças externas, tais estudos cumpriram papel fundamental,

concebendo uma base conceitual primordial às suas teorias. Este conceito - o de

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ambiente interno constante - foi estendido por Walter Cânon posteriormente, em

meados do século XX, instituindo tal capacidade de homeostase.

Para Ciechanowski, et al.(2007) o estresse é definido como um conjunto

de fatores externos ou internos que influenciam no equilíbrio interno do organismo,

assinalados por distúrbios físicos e também emocionais.

Em sua pesquisa, Ballone (2005) explica que o homem passou a sofrer de

estresse após o advento da Revolução Industrial. Pois, com as grandes

transformações impostas pelo então, mundo mecanicista, industrializado, teve

proporções desfavoráveis às competências neuropsicofisiológicas de adaptação,

trazendo transtornos para interagir de forma harmoniosa, as necessidades de

adaptação e os recursos orgânicos.

1.2.1 O estresse como parte integrante da vivência do homem

O estresse como efeito da necessidade em responder a algum estímulo,

está contido em todas as fases da vida do ser humano. Vem desde a infância e

estende-se por toda sua vida. é algo inevitável (CARRILLO, 2004; ZANCHIETTA e

BABIERI, 2004).

É perceptível que a evidência de as pessoas serem suscetíveis ao

estresse está ligada à sua disposição aos enfrentamentos de acontecimentos tensos

(estressantes). A maneira de como a pessoa reage a eles é crucial para o

desenrolar de um estado de estresse (PAFARO e MARTINO, 2004).

Em quantidades corretas, o estresse é benéfico à saúde. Contudo, quando

extrapola os níveis regulares superando os sistemas compensatórios, pode resultar

em doença (CIECHANOWSKI et al., 2007). Assim, podemos entender que o

estresse não é apenas nocivo as pessoas, mas também pode trazer benefícios

1.2.2 Concepções de estresse

Cientes de que o estresse pode agir não somente negativamente, como

também resultando em benefícios ao organismo, surgiram duas concepções:

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O estresse positivo (ou eutresse), ocorre quando a pessoa, através de

tensões, atinge um nível adequado de força e é recompensada, ou seja, alimentada

pelos resultados;

Distresse, o estresse danoso, está conectado à carga excessiva

correspondente à resposta insuficiente necessária para sobrepujar a situações

recorrentes de estresse. Isso leva ao acionamento constante dos órgãos

responsáveis pela produção de hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal

trazendo alguns tipos de doenças (BALONE, 2005; PAFARO e MARTINO, 2004).

Pesquisas recentes dizem que as respostas fisiológicas desencadeadas

por ambos os tipos de estresse são semelhantes, o que as distinguem na verdade,

são os tipos de reações de cunho emocional que cada indivíduo demonstra com

relação à realidade e é complementada com conceitos intrínsecos de cada pessoa

(MONTEIRO, 2005). No que tange a parte psicológica, o efeito da resposta ao

estresse estará em conformidade com as peculiaridades individuais, sociais e de

classe, considerando também os fatores culturais e os padrões de adaptação

comportamental (SPARRENBERGER, 2003).

Muitos estudiosos concordam que o termo estresse tem sido utilizado na

linguagem popular constantemente e de forma aleatória como sendo qualquer

circunstância causadora de qualquer tipo de mal estar (ULRICH, 2005; FILGUEIRAS

e HIPPERT, 1999). Desta forma, o estresse por diversas ocasiões é confundido com

nervosismo, raiva, ansiedade, cansaço e frustração (BUJDOSO, 2005). Por esse

motivo, o verdadeiro significado de tal terminologia fica comprometido, gerando

inconsistência em seu real conceito (MONTEIRO, 2005; FILGUEIRAS e HIPPERT,

1999).

1.2.3 Os fatores estressantes

É denominado estressor, o estímulo que principia uma reação estressante,

podendo trazer benefícios ou malefícios que causem emoções ao indivíduo

deixando marcas profundas. É também, um fato, situação, objeto ou pessoa que

possibilite uma certa carga emocional, ocasionando estímulos que levam ao

estresse (PAFARO e MARTINO et al., 2004).

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Os fatores estressantes apresentam características variadas, as quais

alcançam desde a parte emocional como: ansiedade, raiva, perda, frustração, entre

outros; até aqueles que abrangem a parte ambiental, biológica e físicas, são eles:

variações de temperatura, poluição, distúrbios nutricionais, carga excessiva de

trabalho, etc. (LIPP, 2001).

Tudo aquilo que pode causar o estresse experimentado pelo homem,

pode ter sua origem interna ou externa, estando assim, ligado com os vários

enfrentamentos do dia-a-dia: conflitos, mudanças no trabalho, intempéries no

ambiente de trabalho, relações interpessoais mal estabelecidas e os de cunho

particular como: traços de personalidade, problemas afetivos; os quais refletem de

forma crônica na área sentimental dos indivíduos. (BALONE, et al., 2007).

As diferenças de enfrentamento de conflitos variam de pessoa para

pessoa, o que esclarece que nem todos os estressores levam à mesma

conseqüência. São diversos os fatores que podem influenciar nas reações dos

indivíduos – o sexo, idade, gênero – entre outros como: cultura, dieta, nutrição,

medicamentos, situações conflitantes já vivenciadas etc (CIECHANOWSKI, 2007).

Ao ser submetido a uma situação de estresse pode ocorrer a liberação de

hormônios no organismo do indivíduo que causem: distúrbios cardiovasculares,

relativos a parte respiratória, diminuição do fluxo sanguíneo para os órgãos internos,

afetando até mesmo a parte vascular-cerebral. (BALLONE et al, 2007).

Esses distúrbios, podem resultar em dores de cabeça, hipertensão arterial,

problemas de humor, insônia e taquicardia. Isso em um nível mais ameno de reação

ao estresse, podendo ainda, com o passar do tempo, se tais reações não forem

satisfatórias aos graus das tensões, tornarem-se crônicos, trazendo sintomas como

o medo, nervosismo, queda de cabelos, alterações de apetite e até isolamento

social. Em um nível mais forte em que o organismo não consegue resistir ao

estressor, tornando o controle inatingível, pode potencializar os sintomas descritos

anteriormente, trazendo uma série de doenças cardíacas, gastrointestinais,

depressão, podendo chegar até um estado de choque, que sem a intervenção

cabível, pode levar a morte rapidamente (CIECHANOWSKI et al., 2007).

Dependendo do nível de estresse, tempo e dos demais fatores que

influenciam suas reações, as doenças decorrentes deste, podem estar associadas

ainda a distúrbios mentais como fobias, doenças pulmonares, respiratórias (asma,

etc.), obesidade, doença de Parkinson, AVC (acidente vascular cerebral), doença de

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Alzeimer, esclerose múltipla e catarata; as quais estão ligadas ao estresse

caracterizado como oxidativo – ocasionado pelo excesso de radicais livres no

organismo (ZANELLA et al., 2007).

Essas alterações tanto físicas como psicológicas podem ser ocasionadas

pelo estresse no homem. Em sua pesquisa, Couto(1987) in Silva (2009) expõe as

conseqüências físicas provenientes do estresse tais como:

- dores musculares

- fadiga fácil

- cefaléias

- enfarte precoce

- taquicardia

- abafamento no peito

- palpitações

- asma

- dores abdominais generalizadas

- úlcera

- dores generalizadas no corpo

- Artrite

- adinamia

- urticária

-emagrecimento

- infecções graves

Além dos expostos acima que atingem a parte física, existem também em

nível psicológico, as reações ao estresse Segundo Lipp (1998), sejam eles:

-Mãos frias

-Problemas com a memória

- Boca seca

- Impossibilidade de trabalhar

- Pesadelos

- Nó no estômago

-Diarréia

- Dúvida quanto a si próprio

- Enxaqueca

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- Mudança de apetite

- Dificuldades sexuais

- Aumento súbito de motivação

- Entusiasmo súbito

- Músculos tensos

- Vontade de fugir de tudo

- Problemas dermatológicos

- Apatia,depressão ou raiva prolongada

- Insônia

- Aumento de sudorese

- Náusea, má digestão

- Tiques

- Hipertensão arterial

- Pensar continuamente num só assunto

- Tédio

- Irritabilidade excessiva

- Taquicardia

- Angústia ou ansiedade

- Excesso de gases

- Tontura

- Hipersensibilidade emotiva

- Perda do senso do humor

- Aperto da mandíbula ou ranger dos dentes

1.2.4 Estresse Ocupacional

O estresse ocupacional é “o estado emocional, causado por uma

discrepância entre o grau de exigência do trabalho e recursos disponíveis para

gerenciá-lo” Grandjean (apud Caiaffo, 2005, p25) in Silva (2009).

Para Delboni (1997) atualmente, várias organizações em todo o mundo já

adotaram programas de prevenção as doenças de seus colaboradores, e o estresse

ocupa um papel de destaque. O estresse representa altos custos para as empresas.

Exemplos disso podem ser percebidos, como: a queda da produtividade, refletida na

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perda de horas de trabalho, nas constantes faltas e até nos grandes gastos com

assistência médica.

Selye (1954) define estresse como:

uma resposta estereotipada, super agregada aos efeitos específicos provocados em cada agente(que promovem ações específicas tais como infecções, intoxicações, traumas, emoções, frio, calor, fadiga muscular, irradiações, etc.), representando as manifestações somáticas e inespecíficas do sofrimento ou stress sistemático.

Este tipo de estresse ocorre quando as cobranças vindas do labor

perpassam a capacidade dos trabalhadores em enfrentá-las. Dessa forma, resulta

num dano exacerbado do organismo causando o surgimento de doenças, o que

pode interferir na produtividade e na satisfação desse trabalhador. Em casos mais

graves pode acarretar até mesmo, acidentes de trabalho e morte (Aguiar, 2007;

Costa, 2008).

As tensões já fazem parte da vida dos profissionais, tanto em seu

ambiente de trabalho, quanto na vida de um modo geral. No local de trabalho eles

são submetidos a desgastes emocionais que vão se tornando muito significativos

para determinar desordens ligadas ao estresse, como por exemplo: fobias,

depressão, ansiedade patológica, pânico, doenças gastrointestinais e

psicossomáticas, etc., sendo que tais implicações trazem prejuízos ao desempenho

dos profissionais no ambiente de trabalho, podendo deixá-los irritados e deprimidos

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a).

Houtman et al., (2008), afirma que entre as razões que levam ao estresse

laboral estão: ambiente de trabalho em condições impróprias, a pressão por parte

dos superiores, a cobrança por rapidez no atendimento, a ausência participativa nas

tomadas de decisões por parte dos funcionários em assuntos pertinentes as suas

atividades, falta de apoio de colegas e superiores, carreira sem perspectiva de

crescimento profissional, jornada de trabalho extensas e intensas, baixa

remuneração, competitividade entre colegas de trabalho, assim como a descrença

em si mesmo.

O homem de um modo geral passa um terço de sua vida no ambiente de

trabalho e por esse motivo, fica suscetível à situações criadoras de tensão, aflição e

agressão que com o transcorrer do tempo resultar em doenças, principalmente às de

origem psicossomáticas. Pensando assim, o estresse nesse contexto é um dos

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responsáveis pelo desgaste físico e psicológico, além de fatores como a ansiedade

que causam sofrimento e sintomas psicossomáticos que podem interferir na vida

profissional. Isso resultaria em certas situações ao uso abusivo do álcool e outras

drogas pelos funcionários (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a).

Em algumas profissões, o estresse é potencializado, em decorrência de

exigências e cobranças, vindas da comunidade em geral e de superiores, como

também por existirem muitas atribuições e uma limitação de permissões necessárias

para a sua realização.

No contexto da Policia Militar essa situação é recorrente, seus

componentes estão inseridos nos mais diversos tipos de conflitos e nem sempre tem

a autorização para sanar certos casos, seja por limitação institucional, seja por

limitação legal. Essas circunstancias levam a frustrações, incertezas, conflitos e

insatisfação no trabalho, fatores estes, ligados diretamente ao estresse ocupacional

(Aguiar, 2007).

O estresse ocupacional é responsável por uma série de reações

fisiológicas, emocionais, cognitivas e comportamentais nos profissionais, sendo os

mais recorrentes a: hipertensão, taquicardia, aumento da sudorese, irritação, humor

depressivo, ausência de motivação, atenção e percepção diminuída, problemas de

memória e aprendizagem reduzida, comportamento impulsivo, agressividade e uso

excessivo de drogas e bebidas (HOUTMAN et al., MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b).

1.3 A Polícia Militar e o Contexto Político Social

Com base em estudos já realizados, abordaremos em princípio o contexto

político e social do país na atualidade, dando ênfase nas questões sociais. Como

tais questões agem ao chegarem na área da Segurança Pública, quando deveriam

ter sido resolvidas por outros setores Estatais e como se dá o enfrentamento por

parte dos agentes de segurança pública, aqui representados pelos policiais militares.

Abordaremos também o que se refere à instituição Polícia Militar, com relação ao

contexto organizacional, a atividade policial e seus diversos aspectos.

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1.4 Os problemas Sociais e o crescimento da Criminalidade

O exacerbado crescimento social traz em seu bojo, entre outras

circunstancias, o aumento da criminalidade e da violência como: furtos, roubos,

corrupção, assaltos, homicídios, latrocínios, chacinas, etc. Tais crimes tiveram um

aumento assustador, seja de forma institucional, doméstica ou urbana.

Estudos feitos por pesquisadores renomados como Alba Zaluar in Silva

(2009) sobre o aumento da criminalidade e da violência, aponta que sociedades já

vivenciaram tais problemas em décadas anteriores. Os meios de comunicação

divulgam de forma latente tais situações, devido a grande onda de violência que

atinge as pessoas, nas cidades e no campo e que geralmente estão ligadas a

fatores sociais gritantes. Um desses causadores do aumento da criminalidade e da

violência é a má distribuição de renda que distingue cada vez mais a sociedade em

classes, potencializando as desigualdades sociais.

Para a estudiosa Alba Zaluar in Silva(2009):

quando a desigualdade é apontada como causa da violência, é preciso esclarecer a que desigualdade se refere. Baseada principalmente no diferencial de renda entre os mais ricos e os mais pobres ou o diferencial do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), esta tese pressupõe que a revolta moveria os homens a agirem violentamente para diminuir as distâncias e as invejas que a desigualdade provoca. Considera a dimensão do poder, mas não aprofunda a dimensão subjetiva da desigualdade, nela incluída as da violência já mencionadas. A desigualdade pode ser medida em índices, tende a ser reduzida ao que é quantificável, principalmente a renda monetária, a escolaridade e a expectativa de vida. Continuam excluídos dos índices, no entanto, os efeitos menos visíveis da violência institucional e da violência difusa no social, assim como o acesso à justiça.

Naquelas localidades onde as desigualdades sociais são mais latentes, os

índices que apontam a violência e a criminalidade são elevados de forma vultosa. O

desmoronamento da instituição familiar, a falta de estrutura na área educacional, o

sistema econômico que privilegia apenas determinados grupos, o desemprego, a

miséria, a incapacidade e a desorganização do Estado, a impunidade devido a

morosidade do judiciário, são alguns dos fatores que, auxiliam no aumento dos

índices de criminalidade que, de alguma forma refletem no setor da Segurança

Pública.

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Neste cenário, a polícia age em alguns dos casos de forma preventiva, ao

passo que em outros de cunho estrutural, a resolução depende dos demais órgãos

do Estado, fugindo assim, à sua responsabilidade direta. Esses fatores estruturais

também fazem dos policiais vitimas, aumentando a mácula existente na imagem da

instituição.

Mato Grosso é um estado que tem em seu seio, diversas culturas,

provenientes de constantes migrações que vem ocorrendo desde a época colonial,

nesse contexto está inserido o policial militar que interage com todo esse universo.

Seu trabalho é duro, pois consiste em proporcionar segurança as pessoas e ao

mesmo tempo tentar solucionar problemas decorrentes de outros setores.

Políticas públicas precisam ser adotadas, já que sem elas um Estado

democrático de direito como é o nosso não sobreviveria (Silva, 2009).

1.5 O Caráter da atividade Policial Militar

Segundo Besse (1995) in Silva, (2009), o policial militar trabalha de forma

ostensiva caracterizado por seu fardamento (uniforme), equipamentos e viaturas,

estando suscetível a ir de encontro com ocorrências diversas, nas quais deverá agir,

tendo um curto lapso de tempo para analisar os fatos. Dessa especificidade do

trabalho policial pode decorrer as seguintes condições - consideradas elementos

estressores:

- Tomada de decisão emergencial no local dos fatos;

- Exposição a insultos e críticas do público;

- Excesso de responsabilidade;

- Risco da Própria vida e do parceiro;

- Situações que requerem o emprego de força física;

- Matar alguém no cumprimento do dever;

- Ter que cumprir leis desagradáveis;

- Exposição ao suborno e outras tentações;

- Receber apoio inadequado do supervisor;

- Notificar a morte de pessoas;

- Necessidade de dirigir em alta velocidade para prender criminosos;

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- Trabalhar com equipamento de poder de dissuasão inferior aos dos meliantes

que enfrenta;

- Ver crianças e adultos espancadas ou mortas, ou sentindo dor;

- Sofrer ferimentos em serviço;

- Enfrentar situações que envolvem o desconhecido;

- Enfrentar situações de violência sexual contra mulheres e crianças;

- Responder a um processo-crime em andamento;

- Ter que agir como policial contra pessoa do sexo oposto;

- Confronto com multidões agressivas;

- Falta de esclarecimentos suficientes para o serviço a que foi designado;

- Combate rotineiro com criminosos (tiroteio)

- Contato com colegas que não desempenham adequadamente o serviço;

- Sofrer acidente com a viatura;

- Sofrer violência física;

- Falta de infra-estrutura pública para o prosseguimento da ocorrência;

- Ver a morte de pessoas;

- Atuar em problemas sociais que não pode resolver;

1.4.1 A Policia Militar e sua estrutura da organiza cional

Afirmou Besse (1995) in Silva (2009) que as deficiências administrativas

tanto internas quanto externas, a distancia entre os tomadores de decisão e os

executores, a demasiada centralização da autoridade, a rigidez burocrática, a

multiplicidade de órgãos agindo nos mesmos problemas e, os conflitos gerados

dentro da própria organização, ocasionam para o profissional, casos como:

- Mudanças de turno dia/ noite;

- Ser designado para novas funções não conhecidas;

- Ser punido disciplinarmente;

- Enfrentar sistema judiciário deficiente;

- Ser exonerado;

- Ser expulso;

- Saber da expulsão de colega;

- Ser designado para um serviço sem informação suficiente;

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- Receber apoio inadequado do sistema;

- Ter sobrecarga de trabalho;

- Competir para promoção;

- Ver criminosos colocados em liberdade, por questões burocráticas;

- Ser impedido de usar a criatividade por ter que seguir normas e manuais;

- Excesso de burocracia;

- Falta de reconhecimento por bons serviços prestados;

- Ser promovido ou elogiado;

- Ser preterido na promoção no processo decisório;

- Receber salário insuficiente ou inadequado;

- Pressão política no departamento;

- Pressão política fora do setor de trabalho;

- Ter um segundo emprego;

- Sofrer investigação interna em suas atividades profissionais;

- Incompatibilidade com o superior;

- Ter que obedecer a normas desagradáveis;

- Contar com número insuficiente de policiais para despenhar adequadamente

o serviço;

- Ser submetido a disciplina excessiva ou inapropriada;

- Ver a apatia pública para com a polícia;

- Mudanças freqüentes de atividade ou de local de serviço;

- Trabalhar com policiais que não desempenham bem suas funções;

- Pouca possibilidade de ascensão na carreira;

- Gerenciar sem os recursos necessários;

- Receber cobrança do superior quanto ao desempenho;

- Exigência de altos padrões de moral;

- Conflito entre teoria e prática.

Além desses fatores que são parte integrante do trabalho policial militar,

ainda tem circunstancias que extrapolam o horário normal de serviço, por conta de

atendimentos em andamento, assim como outras situações imprevisíveis.

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Como diz Silva (2009), vale salientar que:

ao ingressar na Polícia Militar o indivíduo passa por um processo de readaptação, no qual o seu comportamento é modificado para atender as necessidades da instituição de forma rígida, provocando assim um distanciamento do contexto social no qual estava inserido. A cultura organizacional influencia em grande escala o comportamento dos homens que atuam na instituição, por ser militarizada ainda guarda muitos resquícios do regime ditatorial, em que as mudanças no ambiente organizacional ocorrem de forma lenta e enfrentando muitas resistências internas.

Ao ingressar na Polícia Militar, o aluno, se depara com algo totalmente

diferente do que estava acostumado. A rigorosa disciplina e as astúcias para a

aquisição dela, causam uma grande estranheza. O simples termo “militarismo” já

assusta muitos. O exercício para a incorporação dos valores institucionais é

praticado a todo instante para que ao término do curso de formação, o agente de

segurança pública ou servidor público possa atender as expectativas institucionais.

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2 METODOLOGIA

2.1 Objeto de Pesquisa

Esta pesquisa trata do estresse decorrente do serviço operacional

desempenhado por policiais militares. Os fatores que podem resultar em estresse

nos policiais, sejam eles referentes a jornadas de trabalho extensas, pressões no

ambiente de trabalho, falta de suporte na manutenção da saúde física e psicológica,

clima organizacional desfavorável, entre outros fatores. O meio ambiente de

trabalho pode agrupar várias pessoas de diversos lugares, culturas e classes

sociais. Pessoas que buscaram naquela instituição, uma vida melhor, seja atuando

em um serviço que lhe cause satisfação, ou mesmo pela expectativa pecuniária, o

que lhe oportunizaria uma maior qualidade de vida. Contudo fatores adversos

podem frustrar tais expectativas de forma perceptiva ou não. O local em que o

estudo foi realizado, foi um Batalhão de Polícia Militar em Barra do Garças-MT.

O objeto do estudo visa conhecer a percepção que os componentes do

Batalhão em questão têm a cerca do estresse e as sugestões de possíveis

mudanças que amenizariam os sintomas do estresse.

Em pesquisa anteriormente realizada, Silva, (2009), constatou que há na

maioria dos sujeitos pesquisados por ela, sintomas de estresse.

Os níveis de estresse encontrados por Silva, 2009, não são alarmantes,

contudo, existe um grande número de policiais afastados de suas funções sob a

alegação de problemas psicológicos.

2.2 O estresse como tema

A escolha deste assunto se deve ao fato de a profissão de Policial Militar

gerar grandes polêmicas, por se tratar de pessoas que lidam diariamente com a

violência em seus diversos níveis, além de exigir do agente de segurança pública a

flexibilidade para atuar tanto em situações do cotidiano como em uma cordial

orientação a um turista; como a agressividade de forma controlada para repelir e

impedir a ação de um ladrão. Ter a sabedoria e tratar de forma igual, os diferentes

agindo proporcionalmente com cada situação e pessoas envolvidas.

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2.3 Breve contextualização da Polícia Militar e sua estruturação

A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso é uma instituição com 172

anos de existência, sendo denominada inicialmente como corpo policial “HOMENS

DO MATO“. Naquela época, a Polícia Militar era responsável por caçar escravos

fugitivos e defendia apenas os interesses políticos da época. Por isso, o nome:

Homens do Mato. Muitas mudanças ocorreram na instituição, inclusive seu objetivo,

que de algoz de escravos, tornou-se um instrumento de manutenção da ordem

pública e defensora dos interesses coletivos relacionados à segurança. Trata-se de

uma instituição calcada nos pilares da hierarquia, disciplina e respeito às leis e, por

esse motivo, antes mesmo de seguir um regulamento específico, tem por obrigação

cumprir o que rege a Constituição Federal. (Polícia Militar de Mato Grosso)¹

A atividade fim da Polícia Militar é o policiamento ostensivo, tendo como

escopo a preservação da ordem pública, assegurando o bem comum e garantindo

os direitos individuais e coletivos, principalmente. Para tanto, tem uma estrutura

extremamente formal. A instituição delega poderes de acordo com o grau

hierárquico.

Para o serviço operacional, são designados desde soldados até oficiais

subalternos, os quais mantêm contato direto com os cidadãos e praticam diversas

modalidades de policiamento, dentre elas estão: policiamento de trânsito,

policiamento ostensivo a pé (P.O.), policiamento em motos e policiamento em

veículos (rádio patrulha). Os oficiais, de um modo geral, têm a função de comandar

os militares na prestação de serviços à sociedade enquanto que cabe aos soldados,

atuarem, diretamente nos conflitos.

A Polícia Militar opera vinte e quatro horas, ou seja, ininterruptamente.

Para manter o ciclo sem interrupções, a instituição busca manter uma escala de

serviço alternando os horários de trabalho dos policiais. Atualmente o revezamento

acontece da seguinte forma: trabalha-se 12 (doze) horas e em contrapartida folga-se

24 (vinte e quatro) ou 48 (quarenta e oito) horas de descanso, dependendo do turno

trabalhado, ou seja, diurno ou noturno, sendo a recompensa pelo serviço de 12

horas desempenhado no período noturno de 48 (quarenta e oito) horas. Em algumas

modalidades de policiamento que geralmente são desempenhadas no período

diurno, ou em horário comercial, tem a carga horária de trabalho reduzida, sendo

que esta varia de 04 a 06 horas de trabalho ininterruptas.

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Todos os departamentos, ou áreas de atuação, são regidos por manuais,

denominados de Normas Gerais de Ação (NGA), Regulamento Interno e dos

Serviços Gerais, além do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM) e ainda

a Constituição Federal.

Os policiais exercem atividades extras, como educação física, instruções -

sejam elas com relação ao serviço ou de cunho social, entre outras, as quais são

chamadas de escalas extras, por serem consideradas atos de serviço, contudo,

ocorrem sem prejudicar o trabalho, ou seja, geralmente nos intervalos ou folgas

entre um serviço e outro.

2.4 A tomada de decisões em um Batalhão de Polícia Militar

A Polícia Militar está inserida na esfera estadual e é extremamente formal.

As decisões são tomadas pelos oficiais superiores responsáveis por essas

incumbências. A hierarquia é seguida rigorosamente desde a cúpula da Polícia

Militar até os policiais que executam diuturnamente a atividade fim da instituição que

é a manutenção da ordem pública, sendo impostas responsabilidades a cada

policial, o qual atende sempre a um comandante imediato seguindo determinações e

orientações do militar responsável pelo serviço diário que coordena as práticas

efetivas nos policiamentos.

A figura do líder é muito importante para a eficácia de uma organização,

mas o exercício da liderança exige responsabilidade, pois tanto pode ser a alavanca

de uma empresa, como a sua destruição.

Conforme Palmer apud Moritz e Pereira (2006):

Líder é uma pessoa que possui um grau inusitado de poder para criar condições nas quais outras pessoas devem viver se mover e ter o seu ser – condições que podem tanto ser tão iluminadas quanto o céu ou sombrias quanto o inferno. Um líder é uma pessoa que deve ter especial responsabilidade pelo que acontece dentro de si mesmo, dentro de sua consciência, para que o ato de liderança não crie mais mal do que bem.

Nesse sentido entendemos que o comandante, mesmo que de um número

reduzido de pessoas, deve preocupar-se com seu comandado assim como cuida de

si mesmo, oportunizando, assim, uma relação de confiança para que não torne o ato

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de liderar algo obscuro e sem sentido. O líder é visto como um exemplo a ser

seguido. É aquele que está sempre pronto para dirimir quaisquer fatores adversos

que seus comandados estejam enfrentando. Deve demonstrar autoridade, no

sentido de conhecedor, sendo aquele que está sempre pronto para sanar dúvidas e

resolver situações; não confundindo com autoritarismo, sentindo-se onipotente,

determinando ações, sem a preocupação de promover a solução de conflitos.

2.5 Atores da pesquisa

O Batalhão de Polícia Militar em estudo é composto por cerca de 230

(duzentos e trinta) policiais, contudo o efetivo que realmente está exercendo suas

funções é de aproximadamente 90 (noventa) policiais. Isso se deve ao grande

número de dispensas para tratamento de saúde, policiais que são alocados em

outros órgãos, entre outros. O setor administrativo possui um efetivo de 20 (vinte)

policiais. Os que atuam indiretamente no serviço operacional (COPOM, Central de

monitoramento, Central de Atendimento de Ocorrências, etc) ocupam 12 (doze

policiais) a cada 24 horas. Para o serviço operacional propriamente dito, resta um

pequeno efetivo que é responsável por oferecerem sensação de segurança para a

sociedade.

O estudo foi realizado nos anos de 2010 e inicio de 2011 em que foram

submetidos a um questionário, parte do efetivo de um batalhão PM em Barra do

Garças-MT

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A tabela 01 aponta o perfil dos policiais militares entrevistados.

Tabela 1 – Perfil dos Policiais Militares

Perfil dos Policiais Militares Total de participantes

Nº 28

% 100

Sexo Feminino 03 11 Masculino 25 89

Idade

De 21 a 30 anos 10 35

De 31 à 40 anos 17 61,5

Acima de 40 anos 01 3,5

Estado Civil

Solteiro 03 11

Convivente 06 21 Casado 17 61 Outros 02 07

Grau de Escolaridade

Ensino Médio 07 25 Ensino Superior Incompleto 11 40 Ensino Superior Completo 10 35

Tempo de Serviço

De 06 a 10 anos 22 78,5 De 11 a 20 anos 06 21,5

Tempo no Serviço

Operacional

Até 05 anos 06 21,5 De 06 a 10 anos 16 57 De 11 a 20 anos 06 21,5

Escala de Serviço

12X36 horas 04 14,5 12X24-12X48 horas 18 64 24X48 horas 01 3,5 Outras 05 18

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

Os atores sociais alvos desta pesquisa foram orientados a citarem apenas

as iniciais de seus nomes, pois não seriam alvo de análise.

Considerando um universo de noventa policiais militares atuantes no

serviço operacional, apenas 11% dos entrevistados são do sexo feminino. Do total

dos pesquisados, 61,5 % tem idade entre 31 e 40 anos, sendo que 35 % estão

enquadrados entre 21 e 30 anos, os 3,5 % restantes são os com mais de 40 anos.

No que se refere ao estado civil, os casados são a maioria, ocupando 61 %, em

segundo lugar, os conviventes representam 21%, e os solteiros e outros, compões

os 18% restantes. Em relação ao nível de escolaridade, 25% deles têm o ensino

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médio completo, o restante, 75% estão cursando ou já concluíram o nível superior.

O tempo de serviço demonstra que a tropa é relativamente jovem, já que 78,5% têm

entre 06 e 10 anos de trabalho na instituição, sendo que os 21,5% restantes estão a

mais de dez anos na PM.

Em se tratando do serviço operacional policial militar, 21,5% tem até cinco

anos de serviços prestados na área operacional, 57% já entraram na categoria que

compreende o período entre 06 e 10 anos e os 21,5% restantes, são os grandes

guerreiros que já ultrapassaram os dez anos de efetivo serviço operacional trazendo

consigo grande experiência nas relações entre os colegas, como nas resoluções das

ocorrências policiais.

A maioria dos vinte e oito policiais entrevistados, ou seja, cerca de 31%

do efetivo empregado no serviço operacional, concorrem a escala de serviço

12X24/12X48 (24 horas de descanso para cada doze horas de serviço diurno e 48

horas de descanso para cada 12 horas trabalhadas à noite). Essa maioria é

representada por 64% dos sujeitos, sendo que 18% deles concorrem a escalas não

especificadas no questionário. A escala de 12X36 contempla 14,5% do efetivo

estudado e apenas 3,5% trabalham sob a escala de 24X48.

Essas estatísticas relacionadas aos plantões, demonstram a preocupação

do comando do batalhão estudado em buscar alternativas que minimizem o

esgotamento físico e mental decorrentes de uma demasiadamente longa jornada de

trabalho, oferecendo menos prejuízos a saúde dos policiais e maior satisfação e

eficiência nas ações policiais. O que resulta em uma melhor prestação de serviço

ao público alvo da instituição que é a sociedade.

2.6 Coleta de dados

As informações deste estudo, foram adquiridas por meio de questionário

semi-aberto e aberto aplicados aos policiais militares lotados em um batalhão policial

militar de Barra do Garças-MT. Foi utilizada também a observação para dar melhor

suporte à pesquisa.

O questionário direcionado aos policiais militares foi efetivado com as

respostas dadas pelos atores da pesquisa, os quais foram orientados a preencher

tais indagações a cerca de sua percepção sobre o estresse decorrente de suas

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atividades, bem como por conseqüência das relações em seu ambiente de trabalho,

valorizando as reais opiniões dos policiais, objetivando tornar este estudo o mais

consistente possível.

2.7 O que pretendo responder com esta pesquisa?

É perceptível aos agentes de segurança que sua profissão exige

diferentes habilidades físicas e mentais?. Existe a observância nas condições de

trabalho ou na falta delas, possibilitando a eles os requisitos necessários para

exercer suas funções satisfatoriamente e ainda, poderem viver com qualidade?.

A busca é justamente por essa percepção e o auto-conhecimento acerca

de sua saúde física e mental; sobre as circunstâncias que o ambiente de trabalho

proporcionam, trazendo satisfação em trabalhar em determinada organização, ou a

falta de motivação.

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3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

No primeiro capítulo, estão alguns esclarecimentos sobre meio ambiente

e meio ambiente de trabalho; clima organizacional e estresse, trazidos à luz da

epistemologia

As conseqüências de um clima organizacional tenso, em que fatores

como a falta de interação, a carga excessiva de trabalho e a inobservância em

certas atitudes, podem acarretar insatisfação e falta de interesse em cumprir os

objetivos da empresa, causando entre outras coisas o estresse, tema abordado com

prioridade nessa pesquisa.

Baseado nas entrevistas por meio de questionários aplicados aos policiais

militares atuantes no serviço operacional, serão expostas as opiniões dos atores

sociais sujeitos desta pesquisa acerca de sua percepção do estresse decorrente da

atividade policial militar.

Tal atividade, vem servida de peculiaridades que a diferencia de tantas

outras profissões, a exposição à violência por exemplo é algo a ser considerado, no

que diz respeito ao estresse, assim como as extensas jornadas de trabalhos e

mudança constante de turno de serviço, que acabam por afetar o profissional, física

e mentalmente.

Uma das peculiaridades que atraem muitas pessoas a profissão de

policial militar é justamente este último termo, o qual remete a vigor, postura,

autoridade, principalmente pela ostentação de um uniforme e uma arma de fogo.

Em contrapartida, repelem tantos outros candidatos, bem como policiais já inseridos

na corporação, mas que não se ambientaram com o regime. Alguns destes

buscaram e buscam outras profissões. Existem também aqueles que trabalham

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insatisfeitos por comporem uma instituição militar, em que há a centralização de

poder, a tão discutida hierarquia com seus regulamentos específicos.

Por conta de tudo que já foi explicitado neste estudo, é que serão

expostas as opiniões dos policiais militares alvos da pesquisa, acerca do estresse

decorrente de tal labor.

3.1 Análise das respostas dos sujeitos da pesquisa

3.2 Questionário aplicado aos policiais militares

O que você pensa sobre a sua escala de serviço? Voc ê proporia alguma

mudança?

O que você pensa sobre a sua escala de serviço?

25%

32%

32%

11%

Inadequada

Adequada

Boa

Ótima

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

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Escalas de serviço propostas pelos policiais

• 12X24 – 12X72;

• 24X72;

• 06X18;

• 12X48 Independente se o turno é diurno ou noturno;

• 12X48-12X72;

• 12X72.

Dentre as sugestões para a escala de serviço, algumas delas foram

destacadas:

“um tempo maior de descanso para entrar novamente de serviço com a cabeça vazia e pronto(sic) pra trabalha”

[...] “deveríamos adequarmos a carga horária de(sic) CLT”

“ A escala é inadequada do ponto de vista da falta de respeito ao período reservado a folga, que em sua maior parte é ocupada com outras atividades militares e no critério do(sic) policial no que tange ao lazer com componentes e amigos.”

Desses grifos, a maioria considera a escala de serviço entre adequada e

boa, contudo, expressam sua opinião quanto a possíveis melhorias na jornada de

trabalho.

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Você acha seu trabalho estressante?

Você acha seu trabalho estressante?

89%

11%

Sim

Não

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

Os 89% que acreditam estar em uma profissão estressante responderam

o porquê desse estresse, conforme ilustrado por meio de alguns recortes de suas

respostas, como segue:

“As vezes, por ter que tratar com pessoas e não ter treinamento que possibilite uma melhor interação com o público.” “Além de termos nossos problemas, temos que gerir os dos outros.” “Devido as várias situações críticas que o policial atende no dia-a-dia.” “A carga negativa do meio externo promovida(sic) em cima do policial é muito grande, se absorve muito e não existe nenhuma forma de esvaziar a tensão, não existe apoio por parte do Estado.” “muita cobrança e o retorno financeiro não é compatível.” “Você trabalha em situações de alto estresse dos outros sendo vítima ou acusado. Assim absorvendo para si mesmo.”

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“O serviço policial militar é realmente muito estressante, pois são muitas noites em claro lidando com pessoas de má índole, além do risco da própria vida.” “ o trabalho policial exige muita atenção, por esta(sic) lidando com o inesperado.” “Durante o turno só esperamos coisas ruins e raramente acontece(sic) coisas boas ou agradáveis.” “ por conta da falsidade na instituição.”

Como você se sente após uma jornada de trabalho?

As respostas foram similares, sendo que a maioria alegou estar:

• cansado;

• desgastado;

• nervoso;

• irritado;

• estressado;

• abatido;

• ansioso;

Aqui estão algumas das respostas dos entrevistados:

“muito cansada, principalmente quando tiro serviço à noite, vindo a ter fortes dores de cabeça no dia seguinte.” “bastante cansado e nervoso devido às situações profissionais que somos submetidos.” “com sentimento que faltou algo a mais.” “Cansado físico e mentalmente.”

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“cansaço mental, tenso, as vezes(sic) dores de cabeça, vontade de ficar só em casa com a família.” “cansado, mas feliz.”

O que mais lhe estressa em seu ambiente de trabalho ?

As respostas que mais se repetiram foram:

• Fofoca;

• Inveja;

• Falsidade;

• os colegas;

• Desvalorização;

• Hierarquia e disciplina;

• “As relações com os companheiros.”;

• “intolerância dos superiores.”

Além desses fatores, podemos expressar conforme as respostas dos

policiais, por meio dos trechos a seguir:

“problemas de comunicação interna, relação superior-subordinado e falta de liberdade criativa.” “perceber que por mais que me esforce, meu serviço não é reconhecido, nem por meus colegas e nem pela sociedade.” “a falta de profissionalismo dos companheiros.” “a burocracia do militarismo “manda quem pode, obedece quem tem juízo” este é o lema; falta de condições de trabalho; discrepância entre o salário do Cel p/ SD.” [...] “determinações indevidas.” “problemas pessoais de outras pessoas.” “as relações sociais (tratamento entre policiais).”

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“falta de educação de alguns membros da sociedade; traficantes que ficam impuni(sic) e voltam p/ atormentar.” “a falta de clareza acerca das determinações, e também: o serviço proporcionado por mim, não o é recompensado com um salário que atende(sic) as necessidades.” “ocorrências que são desencadeadas em sistemas prisionais.”

Você pratica atividade física? Com que freqüência?

Você pratica atividade física?

86%

14%

Sim

Não

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

Com que Frequência?

29%

21%

50%

Não Informado

Até 2 X por Semana

No mínimo 3 X por Semana

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

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Qual Atividade Física você pratica?

18%

64%

18%

Coletivos(Futebol, Vôlei,Jiu Jitsu,MMA):

Individuais(Caminhada,Corrida,Natação,Ciclismo,Alterofilismo,Flexão,

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

Percebeu alguma mudança comportamental após o ingre sso na instituição?

Qual (is)?

Percebeu alguma mudança comportamental após o ingre sso na instituição?

71%

25%

4%

Sim

Não

Em Branco

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

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Qual(is) Mudanças voçê percebeu?

4%18%

4%

15%

12%4%12%

15%

4%4% 4% 4%

Ansiedade

Estresse

Militarismo

Nervosismo

Agressividade

Pensamento sobre a vida

Inpaciência

Irritabilidade

Intolerância

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

Você sofre de Estresse?

Você Sofre de Estresse?

60%

32%

4% 4%

Sim

Não

Não Sei

Não Respondeu

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

Para aqueles que responderam positivamente, que tem estresse, seguem

alguns comentários que explicam o porque dessa percepção:

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“Para uma resposta melhor, teria que consultar um médico especialista, o que eu ainda não fiz.” “Não, possuo acompanhamento médico e psicológico.” “porque minha esposa reclama de minha falta de paciência.” “pouca paciência para resolver as coisas” “porque a alguns meses atrás, comecei a ter problemas de pressão. Foi constatado que é em decorrência do estresse.” “Acredito que sim, apesar de não ter procurado um profissional da área. Acredito nessa hipótese pois não me sinto bem no ambiente de trabalho.” “As vezes fico muito irritado” “ Devido a carga de trabalhos pessoais e profissionais” “Por estar em constantes oscilações de comportamento tais como: nervoso(sic), ansiedade.” “muito nervoso, irritado e muita dor de cabeça, dores no estômago.” “segundo especialista o estresse é a causa de queda de cabelos (alopecia), entre outros sintomas.”

Aos que responderam que não sofrem de estresse disseram que:

“Me sinto bem com meu trabalho” “não tem nada comprovado pelos médicos”

O que você faz para amenizar o estresse?

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O que você faz para amenizar o estresse?

7%14%

32%14%

21%

4% 4% 4% Nada

Bebida Alcoólica

Atividade física

Família

Passeio/Lazer

Medicamento

Fico Sozinho

Estudar

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

Para complementar o gráfico acima, temos algumas considerações dos

entrevistados:

“estar sempre em lazer com a família, apesar do serviço interferir nesta opção sempre que é planejado.” “Busco forças na minha família” “Pratico atividade física, saio para passear, bebo cerveja” “ sair e ficar sozinho por um tempo”

Você tem ao seu dispor algum suporte psicológico of erecido pela instituição a

qual pertence? De que tipo?

100% dos entrevistados afirmaram não ter recebido nenhum suporte

psicológico por parte da PM.

Você faz ou já fez algum tratamento médico psicológ ico? Qual o motivo? Por

quanto tempo?

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Você faz ou já fez algum tratamento médico-psicológ ico?

14%

86%

Sim

Não

Fonte:Questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa

De acordo com os policiais que já fizeram ou fazem tratamento

psicológico, os motivos foram:

• Hipertensão: 06 meses e em tratamento;

• Depressão: 03 meses;

• Estafa e pressão exercida por superiores: 02 anos;

• Ocorrência policial: 06 meses;

Gostaria de acrescentar algo ao questionário?

Em destaque, algumas respostas dos policiais pesquisados:

“que os nossos direitos fossem respeitados da mesma forma que os deveres são cobrados” “Gostaria de possuir um espaço físico mais adequado com melhor acomodações”

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa possibilitou a verificação do conhecimento que os policiais

militares participantes desse estudo têm em relação ao assunto estresse, tido como

conseqüência do trabalho exercido por eles.

Alguns fatores como a pressão sofrida no ambiente interno do trabalho

por conta da responsabilidade que se deve ter profissionalmente, somada aos

perigos de exposições às situações que envolvem dano a saúde, a vida e ao bem

comum, podem provocar males a saúde dos policiais que mesmo buscando manter

uma vida normal fora do ambiente de trabalho, acabam por trazerem consigo

sintomas relacionados ao estresse. Muitas vezes a mudança de comportamento só

é percebida por terceiros. Os servidores públicos acreditam que o Estado tenha que

tomar certas medidas sobre o assunto, pois é uma organização com altíssimo

número de colaboradores, devendo trabalhar com a prevenção.

Ao desenvolver os estudos, foi tomado conhecimento de que o Governo

do Estado em conjunto com o Federal por meio do Ministério da Justiça, criaram o

Programa de Prevenção e Gerenciamento do Estresse, implantado no ano de 2008

com o objetivo geral de identificar o nível de qualidade de vida e de estresse dos

servidores da SEJUSP, bem como as condições de trabalho que possam estar

gerando tensão no cotidiano. Tal programa é destinado a aproximadamente 10.390

profissionais da Segurança Pública com amostra significativa de 25 % de cada uma

das Instituições Polícia Militar, Bombeiro Militar, Polícia Judiciária Civil e Politec.

Apesar de o Estado possuir um programa de prevenção e combate ao

estresse, buscando uma melhor qualidade de vida aos agentes públicos, o

percentual de policiais militares estudada, não mencionou em nenhum momento

receber ou ter recebido em algum momento suporte institucional relacionado ao

estresse.

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De acordo com o site institucional de combate ao estresse do Governo

Estadual, ações que visam prevenir, identificar e combater o estresse já estão sendo

realizadas, contudo, de acordo com este trabalho, ainda não é de conhecimento

geral dos membros da instituição militar pesquisada.

No quartel PM em que fora feita a investigação, existe pouca divulgação

do programa.

Por se tratar de um assunto em voga, entende-se que uma ação mais

contundente seja tomada afim de que se torne realmente público tal benefício.

É de nosso entendimento também que ações grandiosas como essa

demandam tempo.

A necessidade em se tomar consciência da necessidade de ações que

promovam o bem estar dos membros de uma organização é responsabilidade de

todos os envolvidos, para que ambos tomem iniciativas que propiciem um melhor

ambiente de trabalho e promova ações individuais e coletivas para uma vida mais

saudável e com mais qualidade.

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ANEXO

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ANEXO A – Cópia dos Questionários aplicados aos Policiais Militares

Dados do Policial Militar: - Nome (Somente as Iniciais):______________________ __Idade:_______ Sexo:___________ Estado Civil:__________________________ - Escolaridade: Fund ( ) Médio ( ) Sup. Incompleto ( ) Sup. Completo ( ) - Posto/Graduação:__________________ Tempo de serv iço na Corporação:_____________ Tempo no serviço operacional: Até 01 ano ( ) 01 a 05 anos ( ) 05 a 10 anos ( ) mais de 10 anos ( ) Escala de serviço: 12/36 ( ) 12/24-12/ 48 ( ) 24/48 ( )

Caro Policial, este questionário tem como objetivo colher informações que servirão como base para a elaboração de um trabalho técnico científico, critério indispensável para conclusão do curso de Bacharelado em Administração, na área de Gestão Ambiental, relacionando Clima Organizacional e Saúde. Para tan to, sua participação é essencial neste trabalho, basta que responda as questões abaixo. Nã o é necessário identificar-se. 1 - O que você pensa sobre a sua escala de serviço? Você proporia alguma mudança? Inadequada ( ) Adequada ( ) Boa ( ) Ótima ( ) Qual? _________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 - Você acha seu trabalho estressante? Sim ( ) Não ( ) Por quê?. ______________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3 - Como você se sente após uma jornada de trabalho ?_______________________________.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4 - O que mais lhe estressa em seu ambiente de trab alho ? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5 - Você pratica atividade física? Com que freqüênc ia? Sim ( ) Não ( ) Qual? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 - Percebeu alguma mudança comportamental após o i ngresso na instituição? Qual (is)?

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______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7 - Você sofre de estresse? Sim ( ) Não ( ) Por quê? ______________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 8 - O que você faz para amenizar o estresse? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9 - Você tem ao seu dispor algum suporte psicológic o oferecido pela instituição a qual pertence? Sim ( ) Não ( ) De que tipo? ___________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10 - Você faz ou já fez algum tratamento médico, ps icológico? Qual o motivo? Por quanto tempo? Sim ( ) Não ( ) Motivo: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Tempo de tratamento: ______________________________________ 11 - Gostaria de acrescentar algo a este questionár io? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - Dicas para prevenir o estresse laboral Como lidar com o estresse?

Algumas dicas para você se prevenir do estresse:

- Valorize apenas o que é importante na vida;

- Busque melhorar sua vida social(divirta-se com os amigos);

- Busque melhorar sua afetiva e profissional;

- Busque melhorar a sua saúde;

- No momento de estresse, respire profundamente e mude seu pensamento e imagine um acontecimento agradável;

- O estresse passa se você fizer algo por você. Calma! Procure aprender a lidar com o estresse;

- Lembre-se, existe sempre uma solução para os problemas, tente ver o lado bom das coisas;

- Coma bastante verduras, de preferência cruas ou só feitas no vapor, tais como brócolis, acelga, alface e outras verduras ricas em vitaminas e complexo B, vitamina C, magnésio e manganês;

- Tome leite ou coma um pouco de gergelim antes de dormir em caso de insônia;

- Faça algum tipo de relaxamento: exercícios de respiração profunda, yoga, relaxamento muscular, música, filmes, bate-papo, ou leitura;

- Faça exercícios físicos todos os dias, como pular corda, ginástica, caminhar, dançar, etc. Fonte: http://www.seguranca.mt.gov.br/qualvida.php?IDCategoria=1426