Haletos de alquila: reações de substituição nucleofílica

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Haletos de Alquila: Reações de Substituição Nucleofílica Eduardo Macedo dos Santos

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Haletos de Alquila: Reações de Substituição

Nucleofílica

Eduardo Macedo dos Santos

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Introdução

O átomo de halogênio de um haleto de alquila liga-se a um carbono hibridizado em sp3 .

A ligação carbono-halogênio é polarizada.

Esta polaridade torna o carbono ativado para reações de substituição nucleofílica.

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As ligações carbono-halogênio tornam-se maiores e mais fracas quando se desce pela coluna dos halogênios na tabela periódica.

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O átomo de halogênio de um haleto orgânico pode ser facilmente substituído por outros grupos.

Existe a possibilidade da introdução de uma ligação múltipla .

Os compostos que possuem uma átomo de halogênio ligado a um carbono hibridizado em sp2 são chamados de haletos de vinila ou haletos de fenila.

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Haleto de vinila: halogênio ligado a um carbono com ligação dupla;

Haleto de fenila ou arila: halogênio ligado a um anel benzênico.

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Nomenclatura de Haletos de Alquila Nomes comuns: nome do halogênio trocando-

se a letra ‘o’ pelo sufixo ‘eto’ seguido do nome do grupo alquila.

Sistema IUPAC: são nomeados com alcanos substituídos com o nome do halogênio como prefixo.

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Propriedades físicas A maioria dos haletos de alquila e arila (fenila)

apresenta baixa solubilidade em água.Fluoretos de alquila são os haletos mais

solúveis em água. São miscíveis entre si e com outros solventes

relativamente apolares.Os cloretos de alquila CH2Cl2 (diclorometano),

CHCl3 (triclorometano) e CCl4 (tetraclorometano) são muitas vezes utilizados como solventes para compostos apolares e moderadamente polares.

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Muitos cloroalcanos, incluindo o CH2Cl2, CHCl3 e o CCl4, possuem toxidez cumulativa e são carcinógenos.

A polaridade de uma molécula está associada à capacidade de deformação de sua nuvem eletrônica. Assim átomos maiores tendem a ser mais polarizáveis.

Quanto mais polarizado o átomo, mais fortes são as interações de Van der Waals.

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Reações de Substituição Nucleofílica em Haletos de Alquila

As substâncias orgânicas que têm um átomo ou grupo de átomos eletronegativo ligado a um carbono hibridizado em sp³ sofrem reações de substituição nucleofílica.

Em uma reação de substituição nucleofílica um átomo ou grupo eletronegativo (nesse caso, o halogênio) é trocado por outra espécie química (átomo ou grupo) com um par de elétrons não compartilhado.

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Exemplos

Em geral:

Algumas reações:

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Nucleófilos Um nucleófilo é qualquer íon negativo ou

qualquer molécula neutra que possui pelo menos um par de elétrons não compartilhado (geralmente são bases fortes).

Assim, um nucleófilo é uma base de Lewis.

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Grupos retirantes (Nucleófugos)Nos haletos de alquila o grupo retirante é

o halogênio, que se afasta na forma de íon haleto.

O nucleófugo também é denominado como grupo de saída ou ainda como grupo abandonador.

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A reação SN2

Para entender como se processa o mecanismo de uma reação vamos analisar a cinética da mesma com um exemplo:

Fazendo-se alguns experimentos, mantendo-se a temperatura constante e variando-se as concentrações iniciais dos reagentes, observa-se:

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Estudo da velocidade da reação do CH3Cl com OH-, a 60°C

Experimento [CH3Cl] inicial [OH-] inicial V0 (mol L-1 s-1)

1 0,0010 1,0 4,9 x 10-7

2 0,0020 1,0 9,8 x 10-7

3 0,0010 2,0 9,8 x 10-7

4 0,0020 2,0 19,6 x 10-7

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Pela tabela anterior concluímos que a velocidade da reação depende das concentrações dos dois reagentes já que: No experimento 2, quando se duplica

[CH3Cl], a velocidade é duplicada;

No experimento 3, quando se duplica [OH-], a velocidade é duplicada;

No experimento 4, quando se duplicam as duas concentrações, a velocidade é quadruplicada.

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Esta é uma reação de segunda ordem global.Dizemos também que a reação é bimolecular,

já que na etapa cuja velocidade está se medindo, estão envolvidas duas espécies químicas.

Assim, denominamos uma reação desse tipo como SN2, que significa Substituição Nucleofílica Bimolecular.

Velocidade = k[CH3Cl][OH-]

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Mecanismo para a reação SN2

1) O nucleófilo se aproxima por trás do carbono que contém o grupo abandonador, isto é, do lado diretamente oposto ao grupo abandonador.

2) À medida que o nucleófilo forma uma ligação o grupo de saída se afasta, o átomo de carbono sobre inversão (sua configuração tetraédrica é invertida para o lado oposto).

3) A reação ocorre em apenas uma etapa (sem intermediários) através da formação de um arranjo instável de átomos – estado de transição.

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Estereoquímica das Reações SN2 Está diretamente relacionada com as principais

características do mecanismo SN2 (ataque por trás com inversão de configuração).

Não há como provar que o ataque por um nucleófilo envolveu inversão de configuração do átomo de carbono, pois uma forma do cloreto de metila é idêntica à sua forma invertida (molécula aquiral).

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• No caso do cis-1-cloro-3-metilciclopentano (molécula cíclica), podemos observar inversão de configuração:

trans-3-metilciclopentanol

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E no caso de uma molécula acíclica contendo um estereocentro podemos observar inversão de configuração:

(R)-(-)-2-Bromo-octano (S)-(+)-2-Octanol

[α]D25 = - 34,25o [α]D

25 = + 9,90

Pureza enantiomérica = 100% Pureza enantiomérica = 100%

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A reação SN1 Vamos tomar como exemplo a reação do cloreto de terc-butila com o íon

hidróxido:

A velocidade de formação do álcool terc-butílico é dependente da concentração do cloreto de terc-butila, indenpendetemente da concentração do íon HO-.

Velocidade = k [(CH3)3CCl]

Dobrando-se a concentração do cloreto de terc-butila dobra-se a velocidade de reação.

A variação da concentração do íon HO- não tem efeito apreciável A reação de velocidade é de primeira ordem global.

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Íons HO- não participam do estado de transição da etapa que controla a velocidade da reação.

Apenas moléculas de cloreto de terc-butila estão envolvidas.

A reação é unimolecular (de primeira ordem) na etapa determinante da velocidade (etapa lenta).

Denominamos uma reação desse tipo como SN1, que significa Substituição Nucleofílica Unimolecular.

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Mecanismo para a reação SN1

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Estrutura dos carbocátionsCarbocátions são trigonais planos

(hibridização sp2)

Seu orbital p não hibridizado fica vazio. Pode aceitar uma par de elétrons em uma reação posterior.

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Estabilidades relativas dos carbocátions

A ordem de estabilidade relativa dos carbocátions é:

Terciário > Secundário > Primário > Metila

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Estereoquímica das reações SN1

Como o carbocátion formado na 1ª etapa de uma reação SN1 tem uma estrutura trigonal plana, pode reagir pelo lado da frente ou pelo lado de trás.

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Quando ocorre reação SN1 em moléculas quirais, há formação de intermediário aquiral. Disso resulta uma racemização parcial ou completa do composto oticamente ativo original.

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Saída do grupo abandonador leva ao carbocátion.

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Fatores que Afetam as Velocidadesdas Reações SN1 e SN2

Começamos pela seguinte pergunta. Porque o CH3Cl reage através de uma mecanismo SN2 e o cloreto de terc-butila [(CH3)3CCl] reage através de um mecanismo SN1?

A resposta está nas velocidades relativas das reações que ocorrem.

Vários fatores afetam as velocidades relativas de reações SN1 e SN2. Os mais importantes são:

1) A estrutura do substrato;

2) A concentração e a reatividade do nucleófilo (apenas para reações bimoleculares);

3) O efeito do solvente;

4) A natureza do grupo abandonador.

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Resumo de reações: SN1 versus SN2Fator SN1 SN2

Substrato 3º (requer a formação deum carbocátion

relativamente estável).

Metila > 1º > 2º(requer um substrato

desimpedido).

Nucleófilo Base de Lewis fraca,molécula neutra, o

nucleófilo pode ser o solvente (solvólise).

Base de Lewis forte, a velocidade aumenta pela

alta concentração donucleófilo.

Solvente Prótico polar (por exemplo: alcoóis e H2O)

Aprótico polar (porexemplo: DMF, DMSO)

Grupo abandonador I- > Br- > Cl- > F- tanto para SN1 quanto para SN2(quanto mais fraca for a base após a saída do

grupo, melhor é o grupo de saída).

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Referências bibliográficas1. ____________. Haletos de Alquila: Reações de

substituição nucleofílica (apresentação). Disponível em: http://www.iqm.unicamp.br/graduacao/material/qo427/aula-11-haletos-de-alquila-reacoes-sn-pdf-JoseAugusto.pdf. Acesso em 24/12/2013.

2. ______________. Química Orgânica – Aula 4 (apresentação). Disponível em: http://www.cefarma.com.br/arquivos/PPC_T7/PPC_T7_QO_Aula4_SN.pdf. Acesso em: 24/12/2013.

3. COSTA, E. V. Química Orgânica I: Haletos de Alquila (apresentação). 2013.

4. SOLOMONS, T. W.G. Química Orgânica. Vol. 1.; 6ª ed.; P. 185-267.