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HAMDAN, Camila. Opened Body Connection: condição cíbrida num imaginário fantástico. In: Anais do III Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual, FAV/UFG, Goiânia, 2010. OPENED BODY CONNECTION: CONDIÇÃO CÍBRIDA NUM IMAGINÁRIO FANTÁSTICO Camila Hamdan* [email protected] Universidade de Brasília - UnB Resumo: Os seres humanos tem passado por grandes transformações em suas formas de viver a partir das relações do seu corpo em ambientes modificados pelas tecnologias que, computadorizadas, promovem a simbiose entre os seres vivos e as máquinas. Essa situação tem levado artistas e cientistas a pensarem juntos sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade sob uma nova condição promovida pela conexão, interatividade, imersão, auto- organização, autonomia, mobilidade, nomadismo entre outras características. Nesse sentido, a arte enquanto um conhecimento que permite expandir essas reflexões contribui para a criação de universos imaginários antes inatingíveis, que reinventam as experiências do sentir humano em suas conexões ao ciberespaço. Palavras-chave: corpo, copyleft, interface, realidade aumentada, bioscíbrido. O corpo como interface: Artista tatua código de realidade aumentada na própria pele. Camila Hamdan dá a pele pelo seu trabalho. Literalmente. A artista de 29 anos foi tatuada em público durante sua apresentação no Mobilefest Festival Internacional de Criatividade Móvel, que ocorreu em São Paulo, em novembro de 2009. Até aí, nada de excepcional, a não ser o fato de que a figura no seu dorso é um marcador de realidade aumentada. Ou seja, por meio de um sistema como as câmeras de celulares ou webcams, é possível ver no monitor animações virtuais no lugar do símbolo. Na prática, a olhos nus, ela terá eternamente esse “C” ao contrário. Mas quem visualizá-la no computador verá duas asas saindo das costas de Camila. Bem-vindo à tattoo do futuro. PONTES, Felipe. Revista Galileu n.222, janeiro de 2010, p. 22. Durante duas horas, animações tridimensionais percorreram o corpo sendo tatuado, num momento ritualístico vivenciado no espaço intersticial entre a carne e o ciber de dados. Sobre o dorso, a figura do copyleft tatuado, como um marcador de realidade aumentada que permite à máquina inserir

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Os seres humanos tem passado por grandes transformações em suas formas de viver a partir das relações do seu corpo em ambientes modificados pelas tecnologias que, computadorizadas, promovem a simbiose entre os seres vivos e as máquinas. Essa situação tem levado artistas e cientistas a pensarem juntos sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade sob uma nova condição promovida pela conexão, interatividade, imersão, auto-organização, autonomia, mobilidade, nomadismo entre outras características. Nesse sentido, a arte enquanto um conhecimento que permite expandir essas reflexões contribui para a criação de universos imaginários antes inatingíveis, que reinventam as experiências do sentir humano em suas conexões ao ciberespaço.--

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HAMDAN, Camila. Opened Body Connection: condição cíbrida num imaginário fantástico. In: Anais do III

Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual, FAV/UFG, Goiânia, 2010.

OPENED BODY CONNECTION: CONDIÇÃO CÍBRIDA NUM IMAGINÁRIO

FANTÁSTICO

Camila Hamdan* [email protected]

Universidade de Brasília - UnB

Resumo: Os seres humanos tem passado por grandes transformações em suas formas de viver a partir das relações do seu corpo em ambientes modificados pelas tecnologias que, computadorizadas, promovem a simbiose entre os seres vivos e as máquinas. Essa situação tem levado artistas e cientistas a pensarem juntos sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade sob uma nova condição promovida pela conexão, interatividade, imersão, auto-organização, autonomia, mobilidade, nomadismo entre outras características. Nesse sentido, a arte enquanto um conhecimento que permite expandir essas reflexões contribui para a criação de universos imaginários antes inatingíveis, que reinventam as experiências do sentir humano em suas conexões ao ciberespaço. Palavras-chave: corpo, copyleft, interface, realidade aumentada, bioscíbrido.

O corpo como interface: Artista tatua código de realidade aumentada na própria pele. Camila Hamdan dá a pele pelo seu trabalho. Literalmente. A artista de 29 anos foi tatuada em público durante sua apresentação no Mobilefest – Festival Internacional de Criatividade Móvel, que ocorreu em São Paulo, em novembro de 2009. Até aí, nada de excepcional, a não ser o fato de que a figura no seu dorso é um marcador de realidade aumentada. Ou seja, por meio de um sistema como as câmeras de celulares ou webcams, é possível ver no monitor animações virtuais no lugar do símbolo. Na prática, a olhos nus, ela terá eternamente esse “C” ao contrário. Mas quem visualizá-la no computador verá duas asas saindo das costas de Camila. Bem-vindo à tattoo do futuro. PONTES, Felipe. Revista Galileu n.222, janeiro de 2010, p. 22.

Durante duas horas, animações tridimensionais percorreram o corpo

sendo tatuado, num momento ritualístico vivenciado no espaço intersticial entre

a carne e o ciber de dados. Sobre o dorso, a figura do copyleft tatuado,

como um marcador de realidade aumentada que permite à máquina inserir

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sobre este, asas tridimensionais animadas. Nesse sentido, o marcador faz um

trocadilho ao conceito de copyrigth, que é comumente utilizado em referência

ao direito autoral, as obras intelectuais e seus respectivos autores. Assim,

copyleft abre para uma nova reflexão que permite o direito de cópia, como uma

forma de subverter a legislação de proteção dos direitos autorais e retirar

barreiras à utilização, difusão e modificação de, no caso, uma obra criativa,

exigindo que as mesmas liberdades sejam preservadas em versões

modificadas.

Figura 1: símbolo do copyleft sendo tatuado sobre a superfície da pele

Opened Body Connexioni é uma proposta artística que faz alusão ao

corpo sem autoria, ao direito de cópia, ao coletivo e a produção artística com o

uso de software livre e código aberto para o processo continuado. “Se alguém

o acompanha em seu vôo, é antes o silfo ou a sílfide, uma nuvem, uma

sombra; é um eu, uma forma aérea envolvida, envolvente, feliz por ser vaga,

por viver no limite do visível e do invisível” (BACHELARD, 1990, p. 73). Nesse

sentido, o corpo não é único, mas, aberto, construído pelo múltiplo de sentidos

da conexão. São ciber de dados que o atravessam e o ultrapassam em contato

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direto, invisível, tangível pela rede de sensações. Uma liberdade de flexibilizar

as fronteiras que transformam o orgânico num corpo ciborgue. Pele com nuvem

de dados que são vistas e experienciadas pelo compartilhar de informações.

Uma cyberperformance configurada na relação entre o ser humano e o

meio ambiente, misto de informações, transmitidas em tempo real pela Internet

através de streaming de sons, imagens e textos num canal de interação

composta por redes sociais.

Figura 2: Transmissão em tempo real pelo Canal Conexões Cíbridas, Ustream Tv.

O evento se configurou como um sistema complexo composto pelo

corpo da performer, pelo tatuador, pelos sistemas de visão computacional,

pelas redes sociais na Internet e pelo público local e telepresente que se

manifestava a todo momento:

- Isso é Rock’Roll! Diz Adriana Amaral pelo Twitter do Canal.

São imagens virtuais encarnadas num contexto existencial único do

processo do corpo como interface que promove novas sínteses sensoriais da

arte da carne, além do biológico. Experimentações do pós-humano, pós-

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orgânico, pós-biológico, neo-biológico, transhumano, a partir de efeitos de

biofeedback, recontextalizam o princípio, a reflexão e o conceito de vida, assim,

“emprestamos asas àquela que amamos, porque sentimos por instinto que, na

esfera da felicidade, nossos corpos gozarão da faculdade de atravessar o

espaço como o pássaro atravessa o ar”(BACHELARD, 1990, p. 68).

Figura 3: sistema de visão computacional e projeção da asa em realidade aumentada a partir da tatuagem

Corpo remodelado, corpo protético, corpo esquadrinhado, corpo

plugado, corpo simulado, corpo digitalizado, corpo molecular em práticas

artísticas das conexões, dos avatares, da imersão híbrida, da telepresença, da

realidade virtual propostas por Lúcia Santaella (2003) são, hoje, vivenciados na

prática em realidade aumentada e podem interagir entre si, pelo bios somado

ao ciber de dados na realidade mista de informações. “De todas as coisas

atinentes ao corpo, são as asas as que mais participam do que é divino.”

(BACHELARD, 1990, p. 69). Bioscíbrido como “material de criação das

transformações por que o corpo e, com ele, os equipamentos sensório-

perceptivos, a mente, a consciência e a sensibilidade do ser humano vêm

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passando como fruto de suas simbioses com as tecnologias” (SANTAELLA,

2003, p.65).

Desta forma, o corpo está enfrentando um remapeamento sensorial (De

Kerckhove, 1994), não por causa de mudanças na sua configuração, mas pelas

ligações biológicas e artificiais fornecidas pelas interfaces.

Qual é o corpo agora? O corpo é a informação e não mais só a carne e materialidade. Os terminais sensoriais do corpo são a saída e a entrada de informações. Entrada e saída do corpo e dos computadores através de interfaces que nos dão a possibilidade de trocar informações com as memórias de silício e pela abstração total do código numérico, colocando os órgãos do corpo em aventuras multi-sensoriais nunca antes experimentadas. Cada corpo é o projeto

de interfaces que pretende ser (DOMINGUES, Diana; GERHARDT, Günther, 2005).

O corpo em performance na reinvenção do humano, da vida e da arte

com pele, interface, sangue, suor e saliva no uso de códigos abertos e

softwares livres para criar condições favoráveis de troca de pesquisas na Arte e

TecnoCiência, para contribuições, melhoramentos e alterações, num processo

continuado. Comunicação e experiência vivida pelas enações corpo/ambiente

que resultam da fabricação de sentidos mistos. "A maneira pela qual o sujeito

percebedor está inscrito num corpo, [...] que determina como o sujeito pode

agir e ser modulado pelos acontecimentos do meio" (VARELA et all, 1993, p.

235). Comportamentos humanos e respostas de computadores

constroem conteúdos e o contexto simbólico na performance de quem

experimenta o sistema.

Entre a carne, os dados, o silício e o matérico, num ritual biocíbrido, a tatuagem fantasma se realiza. Outra parte do ritual ocorre na lógica tribal, e no espírito de coletivo, de comunidade, da comunhão, do corpo oferecido na rede (...) Camila Hamdan ritualiza seu corpo pela entrega ao tatuador, por copyleft, pelo corpo como pele e interface aberta tanto aos olhos externos de câmeras e projeções que virtualizam seu marcador em formas de um imaginário fantástico, como para o cérebro mundial que transmite seu corpo desenhado e realizado como uma realidade biocíbrida (DOMINGUES, Diana. 2010).

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A comunicação fortemente experiencial atualiza em processos

hermenêuticos, vivenciados pelo sistema, não revelados, mas que revela-se

enquanto “átimos calmos” pela presença do corpo e suas ações interpretadas

pelo sistema de visão computacional que gera uma hermeneutica operacional

interativa do c ibe r de dados devolvidos para o sujeito interfaceado

(DOMINGUES, 2009), da performer, que atua e atualiza o sistema integrado.

Pele como interface, aberta à conexão, exposição pública do corpo nu,

envolvido por com um fino cetim negro, monitorado pelos olhos dos humanos

e máquinas.

Os olhos que tudo vêem

Podemos dizer hoje, que nós vemos as máquinas, elas nos enxergam e

que vemos com seus olhos o que elas vêem. Uma reengenharia dos sentidos,

da cultura, da natureza, da consciência e do nosso próprio corpo de forma

expandida. Tudo isso contribui para o desenvolvimento da teoria e da prática

de sistemas mistos, em uma vida urbana misturada, promovidas pela pesquisa

transdisciplinar hoje, desenvolvida no LART- Laboratório de Pesquisa em Arte

e TecnoCiênciaii, que permite associar conhecimentos e desafios da

engenharia, biologia, computação e arte como um novo conhecimento. Assim,

processos fisiológicos da visão dos sistemas vivos são implementados como

modelos para os sistemas de visão computacional.

Opened Body Connection dialoga com várias ciências ligadas à

Ciência da Interface humano-computador por bibliotecas livres de realidade

aumentadaiii, de códigos abertos, escritos em linguagem C e C++, que guiam

componentes da linguagem artística e da comunicação utilizando leis e

funções algorítmicas para a interatividade. São práticas colaborativas

transdisciplinares a partir da disponibilização do conhecimento pela

Universidade de Washington e desenvolvimento artístico no LART, que

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resultam em trânsitos de conhecimentos, voltadas ao design de interface

para sistemas interativos, criativos e complexos na era das conexões ao

ciberespaço. Um desafio de fazer uma reengenharia da realidade para a co-

existência no corpo físico e digital, na condição humana expandida,

bioscíbrida de tecnologias digitais no domínio recente da Software Art,

proposta por Mattew Fuller, Graham Harwood e Diana Domingues.

Informações são visualizadas através de dispositivos tecnológicos

acoplados ao corpo. Capacetes de realidade aumentada chamados Head

Monted Display (HMD), também permitem ampliar o olhar humano. Nossos

sentidos estão cada vez mais misturados a sentidos artificiais a partir da

sensação experiencial em obras artísticas. São relações simbióticas da

extrusão do olhar humano com o uso de câmeras de celulares, webcams,

HMD e num futuro próximo, de lentes de contato nanotecnológicasiv.

Figura 4: lente de contato translúcida, sistema biocíbrido para uma vida urbana

misturada.

Considerações Finais

Pensar sobre a reinvenção do humano no contexto emergente da

arte é um exercício de muita imaginação... “para a imaginação dinâmica, o

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primeiro ser que voa num sonho é o próprio sonhador” (BACHELARD, p. 73,

1990), assim, práticas em Arte e TecnoCiência respondem ao texto seminal

de Walter Benjamin “do autor como produtor”, de 1934, que em Open

Body Connection , permite uma perspectiva de produção artística do

corpo ao aparato tecnológico em performance, como um potencial artístico

que subjaz os territórios da cibercultura, da interface e da imaginação na

prática transdisciplinar, desenvolvida a partir da disponibilização do

conhecimento e da linguagem técnica – biblioteca ARToolKit -, pelo centro de

investigação, e atualizada no laboratório artístico de pesquisa LART, para

inovação, desenvolvimento artístico, científico e tecnológico como um

processo continuado.

A construção de ambientes interativos sob o viés social, para Cox e

Krysa, configura uma “engineering culture”, na qual o autor-produtor digital é

um artista-engenheiro das relações sociais, como um membro da

comunidade que acrescenta sua voz, oferecendo o uso livre do aparato

tecnológico para a re invenção na dimensão estética, artística,

antropológica, científica e técnica (DOMINGUES, 2008). Essa prática

possibilita compartilhar idéias, para contágios, contaminações e/ou auto-

organização das relações sociais revelando um ciberativismo cultural, por

utilizar sistemas operacionais e de design de interface como protocolos livres.

Assim, a cyberperformance contribuiu para a convicção da atitude de

subversão de conceitos consagrados na História da Arte tais como autoria,

propriedade intelectual e direitos autorais a partir da prática criativa em Arte e

TecnoCiência como um sonho coletivo na vida urbana misturada.

Notas:

i Cyberperformance realizada no Museu da Imagem e do Som/MIS durante o IV Festival Internacional de Criatividade

Móvel/Mobilefest no dia 14 de novembro de 2009, na cidade de São Paulo/SP. Colaboradores: Dra. Diana Domingues, Dra. Tania Fraga, Msc. Tiago Franklin, Juan Arteiro, Roni Ribeiro e Nycolas Albuquerque. Agradecimentos: Dr. Oliver Dyens, Paulo Hartman, Equipe Mobilefest 2009 e Museu da Imagem e do Som/MIS. ii Coordenado pela Pesquisadora Visitante Nacional Sênior – PVNS, Profa. Dra. Diana Domingues, Faculdade Gama –

FGA, Universidade de Brasília-UnB.

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iii ARToolKit. Na obra, utilizamos a versão 2.65 disponível gratuitamente para download para uso não-comercial sob a

GNU General Public License, no site http://www.hitl.washington.edu/artoolkit/download/.

iv Ainda em fase de testes, a lente de contato permite visualizar animações tridimensionais inseridas no espaço urbano

através de circuitos eletrônicos nanotecnológicos e LEDs, diodos de emissão de luz vermelha, que em breve, terá a possibilidade de conexão sem fio à Internet. Segundo os pesquisadores, a comunicação poderá ser feita através de ferramentas de recepção por radiofreqüência e células solares. Essa é apenas uma das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas pela Parviz Research Group

iv, Department of Electrical Engineering, University of Whashington, mesma

Universidade que disponibiliza a biblioteca de realidade aumentada ARToolKit utilizada na construção de Opened Body

Connection. Referências bibliográficas

BACHELARD, Gaston. O Ar e os Sonhos: ensaio sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, Tradução Antonio de Pádua Danesi, 1ª. Edição, 1990, 275 páginas. DOMINGUES, Diana. Ciberespaço, gênesis e rituais na vida biocíbrida, 2010 (no prelo). _______; Arte e Tecnociência. Projeto Professor Visitante Nacional Sênior – PVNS, Edital CAPES 20/2009, Brasília, DF. _______; Ciberestética e a engenharia dos sentidos na Software Art. SANTAELLA, Lúcia; ARANTES, Priscila (orgs.). Estéticas Tecnológicas: novos modos de sentir. São Paulo: Educ, 2008, pág. 55-82. _______; GERHARDT, Günther Johannes Lewckuk . HeartScapes and Terrarium. Art Et Biotechnologies, Université de Saint-Etienne, Montréal, v. 5, 2005. HICKEY, Hannah. Contact lenses with circuits, lights a possible platform for superhuman vision. In: EurekAlert!AAAS, The Science Society, University of Washington. Disponível em: http://www.eurekalert.org/pub_releases/2008-01/uow-clw011708.php#. Maio de 2010. PONTES, Felipe. O corpo como interface: Artista tatua código de realidade aumentada na própria pele. Revista Galileu n.222, janeiro de 2010, p. 22. SANTAELLA, Lúcia. “A Arte do corpo biocibernético”. In: DOMINGUES, Diana (org). Arte e Vida no Século XXI: tecnologia, ciência e criatividade. Ed. UNESO: São Paulo, 2003. Varela, F., Thompson, E. & Rosh. E. (1993). L’inscription corporelle de l’esprit. Sciences cognitives et expérience humaine. Paris: Editions du Seuil. *Currículo: Doutoranda em Arte e Tecnologia pelo Programa de Pós-Graduação em Arte da Universidade de Brasília/UnB, bolsa REUNI/MEC no LART- Laboratório de Pesquisa em Arte e TecnoCiência, Faculdade Gama/FGA-UnB sob orientação da Profª Dra. Diana Domingues. Estagiou em 2006 no Laboratório de Novas

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Tecnologias nas Artes Visuais/NTAV, grupo Artecno, na Universidade de Caxias do Sul/UCS. Atua na área da Arte, Tecnologia e Educação desenvolvendo pesquisas em Arte e TecnoCiência que englobam Ciberarte, Ecologia, Realidade Virtual (RV), Realidade Mista (RM), Realidade Aumentada (RA), Performance, Videoarte e Gamearte.