Health-IT 3ª Edição

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Editorial

Boa coincidência

Algumas coincidências podem trazer bons resultados. Ao mesmo tempo em que lançamos a terceira edição da Health-IT temos o prazer de lan-

çar a terceira edição dos “100 Mais Influen-tes da Saúde”. Coincidência ou não acredito que é o momento de brindar os cinco nomes que se destacam na categoria Tecnologia. Folheie as páginas e encontre os homenage-ados e as novidades que trouxemos para o setor em 2015.

Mais do que apenas prestigiar os executi-vos que subiram ao palco, devemos aprender com as experiências de sucesso de outros profissionais de TI que têm transformado o seu departamento em prol da instituição. É o caso de Adriano Fonseca de Oliveira, da Rede D’OR São Luiz, que se empenhou para que a área de Tecnologia da Informação do grupo ficasse mais focada em uma base só-lida e sustentável para suportar a demanda de negócio.

Ou ainda reconhecer, assim como institui-ções de saúde em todo o mundo, que, a cada dia, a presença de sistemas e infraestrutura de TI é mais necessária para a operação e bom desempenho. É o que Thiago Damasce-no, do Grupo Saúde Bandeirantes, também tem feito. Na seção TI pra que te quero o

executivo afirma que as instituições e sistemas de saúde não podem mais se isolar em relação a este assunto. Para ele, a TI tornou-se um core dos hospitais, pois grande parte da saúde atualmente está baseada em investimentos tecnológicos.

Por se falar em investimentos, não podemos deixar passar despercebido que em ambientes urbanos ou áreas de grandes catástrofes a utili-zação de drones no setor de saúde vem ganhan-do destaque e chamando a atenção de autori-dades e instituições hospitalares. Investir nessa nova tecnologia é o caminho escolhido pelo Haití para transportar vacinas.

Já para a matéria de capa, ouvimos a história da Agfa Healthcare, que tem como estratégia geral trazer para o Brasil todas as experiências desen-volvidas na Europa, no quesito de soluções para os processos assistenciais. A ideia, segundo José Laska, é focar cada vez mais em Soluções de Ges-tão Clínica e Hospitalar (CIS/HIS). A estratégia da empresa é baseada em ter a solução, mas, além disso, em ter a certeza que os seus clientes façam bom uso da mesma e fiquem satisfeitos com o nível de desempenho fornecido.

Descubra em cada matéria desta edição uma nova experiência e aprendizado e, quem sabe, uma boa coincidência!

Boa leitura!

Edmilson Jr. Caparelli,Publisher

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Sumário

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Novas oportunidades

ArtigoAna Claudia S. Reis

Pronto para voar

Expandindoconhecimento

Big Data que não se mede, que não se repete

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ArtigoCezar Taurion

Prontuário eletrônico

Em contínua evolução

Big Data que não se mede, que não se repete

Nova eraUsuário final versus Inovação tecnológica

Simulandoa realidade

Artigo Paulo Magnus

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Compartilhamento de imagens médicas

Anestesia: aplicativo para relato de incidentes

Monitoramento de transfusão de sangue

O Figure 1, aplicativo para que profissionais da área médica e de enfermagem compartilhem casos clínicos e discutam sobre tratamentos de forma segura e em tempo real, desembarcou no Brasil. Nesta comunidade é possível pesquisar sintomas, trocar ideias, receber informações e encaminhar imagens para outros profissionais da saúde ao redor do mundo com o intuito de disseminar conhe-cimento e informações importantes sobre o tratamento de problemas de saúde de forma integrada e global, preservando a privacidade dos pacientes.

A empresa, que é a primeira desse gênero no mundo, já é usada atualmente por mais de 150 mil médicos e profissionais da área. No Brasil mais de 400 mil médicos exercem a profissão, e a expecta-tiva é que a ferramenta se torne canal de informação para profissionais brasileiros da saúde se conec-tarem de forma instantânea e trocarem informações sobre casos médicos no Figure 1.

A Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP) lançou durante o 12º Congresso Paulista de Anestesiologia (COPA) o Sistema de Relato de Incidentes em Anestesia (SRIA). Trata-se do primeiro aplicativo para celular, destinado ao registro de Eventos Adversos (EAs), com o objetivo de incentivar os profissionais a relatarem – sob sigilo – ocorrências antes, durante e após as cirurgias. Os dados inseridos no SRIA permitirão, ao longo do tempo, a consolidação de um mapeamento real deste cenário no país, que ainda é caracterizado pela subnotificação.

O 12º COPA também marcou a formalização de acordos da SAESP com as duas principais institui-ções internacionais no campo da anestesia – a Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA) e So-ciedade Europeia de Anestesiologia (ESA). A intenção é implantar diversas ações no Brasil, ao longo de 2015, entre elas a campanha “Ser livre do fumo para a cirurgia”, que visa diminuir a incidência de complicações cirúrgicas e pós-cirúrgicas.

O Ministério da Saúde lança um sistema capaz de monitorar os procedimentos de transfusão de sangue feitos na rede pública. O Sistema Hemovida Web – Módulo Transfusional, produzido pelo Da-tasus, deve facilitar a rastreabilidade de componentes do sangue, como plasma, plaquetas e hemácias, recebidos e distribuídos pelas agências transfusionais que ficam, geralmente, dentro dos hospitais.

De acordo com a pasta, cabe a essas agências armazenar o sangue e seus derivados, fazer exames pré-transfusionais, liberar e transportar os produtos para as transfusões.

O sistema já está disponível mediante adesão dos gestores locais. A expectativa do ministério é que a ferramenta atenda cerca de 1.700 serviços da rede de hemoterapia brasileira, o que representa 70% do total. O Brasil conta hoje com 2.700 serviços de coleta e distribuição de componentes do sangue.

Confira mais vídeos no Saúde Online TV

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Philips e Mount Sinai firmam parceria em pesquisa clínica

Lexmark paga U$ 37 mi por empresa de saúde

Apple: HealthKit está em teste nos hospitais norte-americanos

A Philips, em parceria com o sistema de saúde americano Mount Sinai, anuncia o desenvolvimento conjunto de um sistema de armazenamento de imagens di-gitais com amostras de tecidos de pacientes e análises de dados, que permitirá a descoberta de novos exames baseados em tecidos e o acesso a informações sobre diferentes patologias. Além disso, o acordo tem a finalidade de promover avanços em pesquisa clínica e possibilitar melhores tratamentos para doenças complexas, por meio do compartilhamento desses dados com pesquisadores.

A investigação e o estudo sobre as doenças são os alicerces da medicina mo-derna. A parceria permitirá a criação de um local de armazenamento de imagens digitais abrangente, contendo varreduras de todos esses tecidos. Ao integrar, ana-lisar e disponibilizar dados a partir de imagens inteiras em lâminas, serviços de laboratório clínico, análise genética, radiologia e patologia cirúrgica e molecular, as empresas acreditam que os conhecimentos obtidos permitirão o desenvolvimento de análise preditiva para ajudar a personalizar o cuidado aos pacientes.

A Lexmark desembolsará U$ 37 milhões pela provedora canadense focada em tecnologia para o setor de saúde Claron Technology. A companhia fornece ferra-mentas de visualização, distribuição e colaboração em imagens médicas.

As soluções da empresa baseada em Toronto auxiliam serviços de diagnóstico a compartilhamento de informações de imagens de pacientes e outros conteú-dos, tanto interna quanto externamente à organização. A ideia é que a compra reforce as soluções de gerenciamento de conteúdo médico da Perceptive Sof-tware, da Lexmark.

A Apple está fazendo testes com produtos de assistência médica em hospitais dos Estados Uni-dos. O programa piloto faz uso do HealthKit, um serviço que monitora e armazena informações de saúde do paciente como pressão arterial, peso e batimentos cardíacos. De acordo com a agência Reuters, 14 de 23 dos principais hospitais do país já estão testando a tecnologia.

O aplicativo funciona como um centralizador de informações de saúde e performance de outros apps, como o Nike+. Além consolidar estes dados, ele agrupa exames médicos, diagnósticos, me-dicamentos a tomar e tudo isso pode ser compartilhado com o médico do usuário. O Google e a Samsung também possuem tecnologia semelhante, mas estão passos atrás, ainda no início das negociações com os hospitais, segundo a agência.

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Cirurgia robótica

FSFX adota sistema de gestão integrado

Detector do vírus HIV

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ção

A Johnson & John-son Medical, por meio da marca de equipamentos e dis-positivos médicos Ethicon, firma par-ceria com o Google visando o progresso da cirurgia robóti-ca para beneficiar cirurgiões, pacien-tes e os sistemas de saúde como um todo.

As empresas reunirão suas capacidades, pro-priedade intelectual e experiência para criar uma inovadora plataforma de cirurgia assistida por ro-bótica capaz de integrar tecnologias avançadas, com o objetivo de melhorar a prestação de cuida-dos de saúde nos centros cirúrgicos. A parceria foi facilitada pela Johnson & Johnson Innovation na Califórnia.

A Fundação São Francisco Xavier deu um salto rumo à inovação em suas unidades de negó-cio, com a entrada em operação do Sistema de Gestão Integrado. O novo software se destaca por integrar, em uma mesma plataforma, toda a gestão de serviços do Hospital Márcio Cunha e da Usisaúde. Com isso, ao substituir os diversos sistemas utilizados atualmente por um único, trará inúmeros benefícios, como ganhos em integração de dados, maior segurança das infor-mações, otimização de recursos e, sobretudo, maior conexão dos negócios aos clientes.

O balanço dos primeiros 30 dias com o novo recurso mostra que o tempo de atendimento aos clientes do Hospital Márcio Cunha aumentou, em função dos ajustes necessários e já reali-zados após a migração de dados. O projeto para implantação do novo software durou 15 me-ses e envolveu colaboradores das mais diversas áreas para migração de dados, customização dos mais de 70 módulos, testes e treinamentos.

Uma equipe de pesquisadores liderada pela Universidade de Co-lumbia, nos EUA, desenvolveu um acessório que, conectado a um smartphone, é capaz de diagnos-ticar simultaneamente a presença do vírus HIV e da bactéria causa-dora da sífilis a partir de uma pica-da no dedo. Em apenas 15 minutos, o dispositivo replica, pela primeira vez, funções semelhantes às de um teste de sangue de laboratório.

O equipamento realiza um mé-todo conhecido como ensaio imu-nossorvente ligado por enzimas (Elisa), que permite a detecção de anticorpos específicos. No dispo-sitivo desenvolvido em Columbia, os anticorpos seriam anti-HIV e dois que combatem a evolução da sífilis. O usuário ativa mecanica-mente, com uma câmera de pres-são, uma série de reagentes pré-carregados em fitas descartáveis, possibilitando a identificação de zonas específicas de uma doença.

De olho na TI

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Papo de CIO

Novas oportunidadesAcompanhe na íntegra de que forma os executivos de TI José Geraldo de Souza e Laércio da Cruz Loureiro acreditam que o Social Health pode transformar a saúde

Com o surgimento do paciente informado, as redes sociais, os grupos de interes-se e colaboração, o relacionamento médico-paciente está sofrendo profundas trans-formações. Ao mesmo tempo, empreendedores lançam plataformas de marcação de consultas e de conteúdo médico, orientação sobre doenças e informações úteis sobre saúde, propondo novos modelos de negócios no setor. Afinal: como que o Social He-alth vai trazer novas oportunidades na Saúde?

José Geraldo Andrade de Souza, Gestor de TI em Saúde da Unimed-BH

“O setor de saúde, tanto no Brasil quanto no mundo, ainda faz pouco uso do potencial que as novas tec-

nologias digitais proporcionam. Mas, não esta-mos parados e destaco três frentes inter-relacio-nadas que o setor vem trabalhando muito bem.

A primeira frente é no conhecimento e trata-mento individualizado dos seus clientes. Ainda não somos como o varejo, por exemplo, que por meio das tecnologias digitais consegue: traba-lhar informações diversas e dispersas para con-seguir identificar as necessidades e preferências específicas de cada cliente; oferecer produtos e serviços customizados – às vezes totalmente personalizados, e da forma mais conveniente para seus clientes. Mas, como eles, o setor de saúde começa a avançar no uso dessas tecno-logias, buscando entender e atender melhor as

necessidades distintas dos consumidores e oferecer modelos de cuidados mais efica-zes, que beneficiem a saúde e a qualidade dos clientes e reduzam o custo assistencial.

Como exemplo, temos as apps que coletam informações sobre hábitos e comportamentos das pessoas e propõem, de forma customiza-da, ações de cuidados com a saúde para cada indivíduo. O resultado esperado é estimular o engajamento e empoderamento do paciente nesse cuidado. Com isso, estimula-se uma per-cepção de que “o responsável pela minha saú-de sou eu. Não a operadora ou o médico”.

A segunda frente é prestar serviços de atenção à saúde onde e quando seus pacientes necessi-

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“tam. Tecnologias como dispositivos wea-rables (vestíveis), equipamentos portáteis de diagnóstico e ferramentas de teleme-dicina permitem que os provedores de saúde monitorem seus pacientes remo-tamente. Com isto, podem atuar pron-tamente em casos de urgência, e proa-tivamente na prevenção, identificando pequenas mudanças nas condições de saúde do paciente, alertando-o e edu-cando-o em como gerenciar adequada-mente a própria saúde.

A terceira frente é o uso das tecnolo-gias digitais como uma ponte de comu-nicação, que conecta os prestadores de cuidados em saúde e os pacientes, sem a necessidade de intermediários e des-locamentos. Por meio de redes sociais específicas, médicos, pacientes, presta-dores e outros participantes irão intera-gir melhor e mais rápido.

Na Unimed-BH, temos várias ações por meio de um programa chamado eSaúde, que envolve tecnologias como mobilidade, big data, cloud, telemoni-toramento, e georrefereciamento. Um dos projetos é reforçar o vínculo entre médico e paciente por meio de uma solução móvel. O app permitirá que médico, equipe multiprofissional e pa-ciente cadastrem, validem e consultem informações, facilitando o tratamento individualizado, conscientizando o pa-ciente da necessidade de envolver-se no cuidado de sua saúde, e viabilizando a comunicação rápida e direta entre os envolvidos.

Já estamos em meio a um processo de mudanças que altera como e por quem o cuidado é prestado, como as partes envolvidas se relacionam e como todo o modelo é custeado. E a combi-nação cada vez maior das tecnologias digitais irá acelerar ainda mais na dire-ção de um novo caminho.

Laércio da Cruz Loureiro, Gerente de Projetos de TI e Aplicações do Grupo Marista, também responsá-vel pela área de sistemas da rede de hospitais do grupo

“Os impactos das redes sociais no dia-a-dia das pessoas já são percebidos e re-conhecidos como um resultado natural

da transformação que estamos nos comunicando e interagindo socialmente. A revolução está ainda no começo, mas o movimento para uma interação supe-rior de “um para muitos” amplia a nossa capacidade de atingir as pessoas através de meios cada vez mais facilitados. Na área da saúde podemos aplicar estes meios como forma de contribuir para um mecanismo de maior disseminação sobre informações de preven-ção e orientação de saúde pública.

É importante esclarecermos neste artigo que consi-deramos redes sociais como um conjunto de canais e aplicações, por exemplo, Facebook, LinkedIn, Twitter, Google Plus e etc., que são utilizados para a divulgação e interação de um público em geral, com o intuito de gerar e captar informações sobre saúde. Naturalmente existem oportunidades, riscos e recomendações no uso das redes sociais que vamos explorar brevemente.

Como oportunidade, podemos considerar que as redes sociais oferecem um meio gratuito e indepen-dente para a divulgação de informações sobre saúde pública e podem fazer parte de uma estratégia para o engajamento do público em ações específicas. Em-barcamos esta oportunidade com o fato de estarmos anualmente aumentando o consumo de dispositivos

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Papo de CIO

móveis que possuem recursos ricos de interação e serviços baseados na Internet. Segundo estatís-ticas de celulares no Brasil, estamos com um total de 282,6 milhões de aparelhos ativos, sendo 37% smartphones. Com esta popularização, podemos afirmar que o acesso às redes sociais não é mais uma exclusividade de um grupo privilegiado da população e já está acessível à todas as camadas sociais. Outra oportunidade relevante é atingir um volume significativo do público em toda sua di-versidade. Os usuários podem selecionar o que desejam receber, através de associação simples “seguindo” uma pessoa, um grupo ou uma enti-dade de saúde. O Ministério da Saúde, através do Blog da Saúde, demonstra o uso adequado des-tes meios de comunicação e inclusive mantém a publicação também através do Facebook, Twitter e Instagram. Finalmente, uma oportunidade de grande impacto é a capacidade das organizações em captar informações do público em tempo real, ou seja, criamos meios diretos e acessíveis à po-pulação em geral para que possam contribuir e apresentar suas opiniões ou experiências. Em uma breve observação no Facebook do Ministério da Saúde, há forte participação do público e recebem respostas e interações dos mediadores daquele órgão público, demonstrando que este meio de comunicação está instituído, reconhecido e madu-ro. São raras as exceções de mau uso ou intera-ções inadequadas, o que reforça a maturidade e o respeito da sociedade ao conteúdo oferecido.

Não obstante aos benefícios no uso das redes sociais na saúde pública, é necessário considerar-mos os riscos inerentes e como podemos minimizá-los. Um primeiro aspecto considerado como risco é a potencial perda de controle da mensagem a ser transmitida. É necessário que a fonte de publi-cação tenha a credibilidade e a idoneidade para compartilhar as informações e assim mantenha a fidelidade do público cultivando uma relação de confiança. Cabe ainda a particularidade da sensi-bilidade das informações e a forma de linguagem que é utilizada, que apesar de estarmos usando um meio de comunicação que possui uma ten-

dência informal, é necessário estabelecer a frequ-ência de como as publicações são realizadas e na linguagem adequada. Outro risco que precisa ser observado está relacionado à potencialização de temas que deveriam ser tratados com um grau de julgamento e atenção, mas podem ser interpreta-dos como uma grande ameaça à saúde e assim incitar um comportamento excessivo por parte da população. Novamente, ressalta-se a necessi-dade da adoção de uma linguagem adequada e uma coordenação atenciosa sobre o que e como publicar nas redes sociais. Há também o risco no uso indevido das redes sociais para a captação de recursos para ações de saúde. Pode haver a divul-gação de conteúdo que incentive a população em contribuir com recursos para o desenvolvimento de uma ação de saúde ou na realização de pes-quisa científica, aproveitando-se da boa fé da po-pulação e assim criando a oportunidade negativa no uso inadequado do meio de comunicação que as redes sociais oferecem. Finalmente, já podemos encontrar publicações na Internet que registram o uso inadequado das redes sociais por profissionais da saúde e que acabam expondo seus pacientes à rede pública da Internet.

São grandes os desafios e oportunidades no uso das redes sociais na saúde. Como recomenda-ções é importante que as instituições observem as oportunidades e estabeleçam os meios adequados para a sustentação das iniciativas em redes sociais, que sejam mediadas e reforçadas para garantir a confiança como extensão de suas operações. Por outro lado, os pacientes e a população em geral, precisam selecionar e monitorar de forma adequa-da as suas fontes de informação, sempre garantin-do que há qualidade e seriedade no conteúdo que está sendo divulgado. Além disso, o paciente deve contribuir para que suas interações e contatos atra-vés das mídias sociais sejam controlados. Estamos em constante evolução e aprimoramento no uso das redes sociais e na área da saúde, e podemos obter excelentes benefícios se utilizarmos todo o potencial considerando os diversos aspectos discu-tidos neste artigo.

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Panorama

Panorama

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TI pra que te quero

Pronto para voarEm ambientes urbanos ou áreas de grandes catástrofes a utilização de drones no setor de saúde vem ganhando destaque e chamando a atenção de autoridades e instituições hospitalares. No Haiti, por exemplo, unidades não tripuladas percorreram centenas de quilômetros transportando vacinas

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TI pra que te quero

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Delfi UT Ambulance Drone

Scanners, apresentações holográficas, robôs cirurgiões e drones utilizados para intervenções médicas. O que antes pertencia somente às páginas

de ficção científica hoje é uma realidade em muitos lugares do mundo.

A mais recente delas, são os diversos usos de drones dentro do mercado de saúde, que variam de unidades de pronto atendimento a equipamentos de transporte de insumos hos-pitalares em áreas de grandes catástrofes.

A tecnologia, criada inicialmente para uso militar em missões de reconhecimento e bombardeio, vem ganhando espaço no mer-cado civil e, em 2014, teve sua primeira uni-dade de atendimento de emergências médi-cas desenvolvida e testada com sucesso na Europa.

Projetada pelo estudante de design in-dustrial da Delf University of Technology, na Holanda, Alec Momont, a unidade não tri-pulada pesa cerca de quatro quilos e tem a capacidade de carregar o próprio peso em carga. Além disso, o drone é capaz de atin-gir uma velocidade de voo de 100 Km/h e chegar ao local da emergência em menos de três minutos. Essa rápida resposta ao aten-dimento de emergência é capaz de reduzir

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em 80% as chances de óbito dos pacientes, segundo Momont.

Criado como parte do projeto de gradu-ação do estudante, e em parceria com a Li-ving Tomorow Innova-tion Platform, o Drone Ambulance carrega um desfibrilador auto-mático e equipamento de áudio e vídeo, live stream, capazes de co-nectar um paramédico ao solicitante da emer-gência para orientar possíveis procedimen-tos médicos até a che-gada de apoio caso seja necessário.

De acordo com o desenvolvedor da nova tecnologia, para reduzir drasticamente as chances de óbito em casos de parada cardíaca é essencial

que os primeiros so-corros sejam aplicados de maneira adequada. “Se conseguirmos che-gar ao local da emer-gência o quanto antes isso pode salvar mui-tas vidas e facilitar a recuperação de muitos pacientes. Isso se apli-ca especialmente em casos de insuficiência cardíaca, afogamentos, traumas e problemas respiratórios”, conside-ra Momont.

E, ainda, o estudan-te da Delf University of Technology aponta que é possível aten-der aos mais diversos tipos de emergên-cias médicas, bastan-do apenas adaptar os equipamentos médi-cos aos drones, como foi o caso do desfibri-lador.

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TI pra que te quero

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Ajuda humanitáriaOutra nobre aplicação dessa tecnologia

pode ser vista em áreas de grandes catás-trofes. Utilizado pela organização interna-cional de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteira, diversos drones, desenvolvidos pela Matternet, percorreram centenas de quilômetros por todo Haiti transportando vacinas, medicamentos e insumos hospita-lares abastecendo hospitais de campanha e amostras laboratoriais.

Segundo o CEO da Matternet, Andreas Raptopoulos, o maior desafio para os Mé-dicos Sem Fronteira estava no transporte de amostras coletadas de pacientes para análises laboratoriais que precisavam ser analisadas rapidamente, percorrendo dis-tâncias que variavam de 15 até 85 quilôme-tros. “As estradas não eram acessíveis de-vido à lama ou simplesmente não existiam. Aviões, barcos e caminhadas eram jornadas imprevisíveis que podiam levar algumas horas ou dias.”

O gerente de pro-jetos da organização humanitária, Eric Pujo, que atuou no Haiti, e auxiliou a implemen-tação de drones na região, afirma que devido às grandes ex-tensões de pântanos, o deslocamento de equipes e suprimen-tos era quase impos-sível, e a utilização de drones foi vital para o diagnóstico e trata-mento de tuberculose no país após o ter-remoto ocorrido em 2010.

A utilização de tec-nologias como os drones vem ganhando

Matternet Makes Delivery Drones

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espaço no setor de saúde, porém, também enfrenta dificuldades para implementação devido às restrições tecnológicas, como au-tonomia, capacidade de carga, qualificação de equipes e regulamentação das agências responsáveis pelo tráfego aéreo.

Para o professor de engenharia de con-trole e automação do Instituto Mauá de Tecnologia, Anderson Harayashiki Moreira, a utilização dos drones no setor de saúde, como o Ambulance Drone, aumentará signi-ficativamente o acesso à saúde e melhorará a qualidade do atendimento pré-hospitalar. No entanto, questões como a regulamenta-ção dessas aeronaves não tripuladas ainda é a principal barreira encontrada em países como o Brasil, uma vez que não há posicio-namento da Agência Nacional de Aviação Civíl (ANAC) sobre a utilização desse tipo de equipamento em nenhum segmento da economia.

Mesmo com a falta de regulamentação

em muitos países, ou-tros entraves impe-dem a larga aplicação de drones, como o desenvolvimento de baterias mais poten-tes que aumentem a autonomia de voo das aeronaves não tripuladas. “Essa tec-nologia tem avançado consideravelmente , mas ainda é necessá-rio desenvolver mo-delos que detectem casas, árvores, postes e outros obstáculos encontrados em áreas urbanas e que com-prometem a seguran-ça de voo”, finaliza Harayashiki.

Alec Momont, estudante de design industrial da Delf University of Technology, na Holanda

Para reduzir drastica-mente as chances de óbito em casos de parada cardíaca é essencial que os primeiros socorros sejam aplicados de maneira adequada.“

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HiTech

Nova era O Watson é um sistema considerado a primeira oferta de computação cognitiva disponível para comercialização, um sistema com capacidade contínua de aprendizado e aperfeiçoamento próprio por meio da interação entre humanos e computadores. Essa é a grande aposta da IBM para o setor da saúde

O Watson, que leva o nome do fundador da IBM, é um sistema de computação cogni-tiva desenvolvido pelo time de cientistas da IBM com a capacidade interagir em lin-

guagem natural, criar e avaliar hipóteses a partir de vastas quantidades de dados em diferentes formatos e aprender a cada interação. Watson está na van-guarda de uma nova era - a terceira era - da compu-tação que vai transformar as empresas e a socieda-de, segundo o líder para o IBM Watson no Brasil e na América Latina, Fabio Scopeta.

“O sistema é a primeira oferta de computação cog-nitiva disponível para comercialização, um sistema com capacidade contínua de aprendizado e aper-feiçoamento próprio por meio da interação entre humanos e computadores. O Watson foi projetado para responder as perguntas formuladas em lingua-gem natural com velocidade, precisão e segurança”, explica. A ferramenta tornou-se muito conhecida, em 2011, após derrotar humanos no programa Jeo-pardy! - um quiz show sobre conhecimentos gerais da televisão norte-americana.

Principais características do Watson

IBM Watson compreende um conjunto de capacidades trans-formacionais que incluem:

• Processamento da lingua-gem natural – Interage com os humanos da mesma forma que interagimos entre nós, e explo-ra o potencial de dados não es-truturados nos setores em que Watson é colocado para traba-lhar. Por exemplo, na área da saúde, o Watson auxilia médi-cos no processo de diagnósti-co, analisando dados relevantes sobre os pacientes, incluindo anotações médicas, históricos de tratamento e a literatura re-lacionada à uma determinada doença.

• Geração de hipóteses – É a forma que o Watson “racioci-na”, identificando e avaliando hipóteses por meio da aplica-ção de conceitos como: mine-ração de dados, detecção de entidades, análise complexa de texto e difusão gráfica.

• Aprendizado – Melhora a cada interação, aprenden-do com erros e acertos, assim como os seres humanos. Tam-bém pode ser treinado por es-pecialistas, como no caso de um parceiro na área de saúde que investiu mais de 14.700 horas de treinamento especializado para o Watson.

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HiTech

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Parte dos motivos que tor-nam os sistemas cognitivos tão necessários está na as-censão do Big Data. “Como as organizações trabalham para tomar decisões basea-das em fatos com base em dados, elas precisam de sis-temas avançados que são capazes de esmiuçar gran-des quantidades de dados estruturados e não estrutu-rados e gerar hipóteses em frações de segundos.”

Em janeiro de 2014, a IBM transformou o Watson em uma unidade de negócio, chamada de Watson Group, a qual recebeu um aporte de U$ 1 bilhão. Além do pesado investimento na criação dos numerosos algoritmos que compõem o sistema cogni-tivo, parte do montante foi destinado à infraestrutura para armazenagem e trá-fego de dados, necessários para criação de um ecossis-tema que permitiu ao Wat-son realizar operações na nuvem. Outra parte, U$ 100 milhões, foi utilizada na cria-ção de um fundo de investi-mentos voltado ao financia-mento de companhias com projetos de aplicações de computação cognitiva. Glo-balmente, o Watson Group possui 1,4 mil funcionários.

Como a ferramenta pode auxiliar um profissional de Saúde?

As habilidades cognitivas do Watson estão ajudando a transformar o modo como a saúde é praticada e ensinada, incluindo novas soluções destinadas para melhorar a quali-dade e velocidade da assistência prestada aos pacientes, que vai além da individualização, mirando na precisão das conclu-sões. Abaixo, alguns exemplos de aplicação nessa área:

• Memorial Sloan Kettering Cancer Center – A IBM, em parce-ria com o Memorial Sloan Kettering, criou o IBM Watson for On-cology. Essa inovação representa um avanço na forma como os médicos podem aplicar o processamento da linguagem natural, análise de dados e aprendizado de máquina, combinando dados de pacientes com casos históricos, publicações científicas e infor-mações genéticas para criar sistemas de apoio à decisão baseados em evidências. Este sistema Watson foi treinado pelo Memorial Sloan Kettering para ajudar os médicos a melhorar a qualidade e agilidade no tratamento personalizado dos pacientes com câncer.

• MD Anderson Cancer Center – O MD Anderson está utili-zando o Watson em sua missão de erradicar o câncer. A IBM em parceria com o MD Anderson trabalham nesse momento no MD Anderson Oncology Advisor, feito com o IBM Watson. As organizações compartilham a mesma visão de alavancar o poder da computação cognitiva do Watson para ajudar pa-cientes de câncer, permitindo aos clínicos descobrirem infor-mações valiosas provenientes dos ricos bancos de dados do centro de câncer, relativos aos tratamentos de pacientes e pesquisas científicas. A solução busca fornecer aos médicos - e, por sua vez, aos pacientes - acesso imediato, em todo o mundo, à experiência e aos recursos do MD Anderson.

• New York Genome Center (NYGC) - Pesquisadores do Cen-tro do Genoma de Nova York estão testando um protótipo do Watson projetado especificamente para a pesquisa genômica como uma ferramenta para ajudar os oncologistas a fornece-rem atendimento mais personalizado aos pacientes com câncer. NYGC e suas instituições médicas parceiras planejam avaliar ini-cialmente a capacidade do Watson com pacientes de glioblasto-ma. A iniciativa conjunta tem como objetivo acelerar o processo complexo de correlacionar dados de sequenciamento do geno-ma com informações disponíveis em revistas médicas, artigos científicos e registros clínicos para identificar padrões e revelar conhecimento que ajudarão os médicos a trazerem a promessa da medicina genômica para seus pacientes.

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Watson no BrasilQualquer indústria tem como um dos desafios lidar com enor-

mes quantidades de dados e melhorar o engajamento com seus clientes. Hoje, o Watson, está sendo utilizado principalmente nas áreas de saúde, serviços financeiros e comércio varejista.

E sim, O Watson já está disponível no Brasil. A operação local começou em outubro de 2014 com o início do aprendizado do sistema de computação cognitiva para o Português brasileiro. A IBM está em negociação e já possui contratos com empresas para uso do Watson no Brasil, como o Bradesco.

De acordo com Fabio Scopeta, não é preciso um sistema espe-cífico para rodar o Watson, pois o mesmo é disponibilizado como um serviço na nuvem. “O sistema é otimizado integrando proces-

samento paralelo massivo de processadores POWER. Ten-do sido construído a partir da tecnologia IBM de DeepQA e Apache UIMA (Unstructured Information Management Architecture) framework, que são utilizadas, entre outras funções, para geração de hi-póteses, agrupamento de evidências e análise de dados, além do processamento de linguagem natural”, pontua.

Quem é?Ao longo dos últimos 19 anos, Fabio Scopeta tem adquirido uma vasta

experiência nas principais organizações globais de P & D para fornecer so-luções de software de sucesso.

O executivo é fundador da IBM Brasil Software Lab, tendo iniciado na em-presa em 2007. Como líder da Lab, Scopeta era responsável pela gestão ge-ral de uma grande organização com foco na concepção, desenvolvimento e suporte de produtos que compõem a estratégia da IBM em mobilidade, Analytics, Cloud e Social Business.

Formação acadêmica:- MBA Executivo Internacional pela FGV / UC Irvine;- Bacharel em Administração de Empresas pela FEA-USP;- Computing Tecnologia (processamento de dados) na FATEC;

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Visão de Mercado

De um lado um dos líderes no mercado brasileiro, do outro uma empresa que acaba de chegar ao Brasil. O que eles têm em comum? O desejo de levar o PEP para todo o país

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Prontuário eletrônico: muito mais que um facilitador de tarefas

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Um grande mercado a ser explorado. Assim é visto o Brasil por empresas nacionais e estrangeiras quan-do o assunto é Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Os números comprovam essa demanda no

país: apenas 12% das instituições públicas e privadas adotam a tecnologia, enquanto que nos Estados Unidos, com incen-tivo do Governo, este número chega a 80%.

“Na rede privada, temos evoluído mais forte nos últimos cinco anos. As instituições conseguem ver os ganhos da adoção de prontuário, como um atendimento mais ágil e seguro ao paciente. Também é importante destacar o papel do profissional da saúde. Eles podem atuar cobrando das instituições e impulsionando esta popularização”, explica o presidente da MV, Paulo Magnus, presente no mercado há 28 anos.

O executivo afirma ainda que o aumento na adoção do prontuário está diretamente ligado a políticas públicas. Para que haja uma popularização em todos os cenários, Magnus defende ser imprescindível ter projetos do gover-no voltados para a criação de um Registro Eletrônico em Saúde (RES), e informatização da área pública e padrões consolidados e difundidos de troca de informações clínicas. Incluem-se também os investimentos em definição e disse-minação em padrões de interoperabilidade.

Além das empresas brasileiras, o mercado local também brilha aos olhos de companhias estrangeiras. Exemplo disso é a irlandesa Sláinte Healthcare, que acaba de chegar ao país trazendo soluções para o segmento PEP.

Antes de dar o xeque-mate e investir no Brasil, o CEO da multinacional, Andrew Murphy, conta que foi estudado o número de prestadores de serviços do país e realizadas vi-sitas para compreender o estágio de penetração do PEP nas instituições e como os profissionais estavam satisfeitos com as opções disponíveis no mercado. A opinião da Microsoft também teve forte influência nesta estratégia, com quem a Sláinte Healthcare realiza diversas parcerias em todo o mun-do. “Descobrimos que existem milhares de hospitais brasilei-ros, porém sem muita variedade quando se trata de PEP”, diz.

Para que o prontuário eletrônico se popularize, Murphy acredita que o primeiro passo é não complicar. “Se a solução é difícil, não será usada. O objetivo do PEP é tornar a vida fácil para enfermeiros e médicos, e não o contrário. Por isso é ex-tremamente importante ouvir as opiniões desses profissionais e saber suas reais necessidades. Também é essencial que a solução tenha flexibilidade, uma vez que estamos diante de prestadores de saúde de diversas especialidades e processos.”

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Visão de Mercado

ExigênciasMas, afinal, o que os gestores buscam com

o PEP? Para Magnus, a adoção do prontuário deve ser tratada como um projeto estratégi-co dentro do hospital, com o engajamento de toda a área médica e assistencial. “Todo o corpo clínico tem que estar envolvido, até na escolha do produto, e eles têm que ver valor neste processo. Por isso, o prontuário eletrô-nico não pode ser visto apenas como um re-gistro de informações burocrático, mas como uma ferramenta que traz mais eficiência no atendimento médico, melhorando a seguran-ça do paciente. Desta forma, a escolha do PEP certo é fundamental e tem que ser criado em cima de pilares voltados para a segurança do paciente, inteligência e governança clínica.”

Toda essa participação da equipe requer também a fase e capacitação dos profissionais, desde a microinformática até outros grupos. “Neste processo, é fundamental voltarmos para o produto. Ele tem que ser uma ferramen-ta facilitadora, com uma boa usabilidade, além de ser intuitivo. Desta forma, diminuímos a curva de aprendizado e melhoramos a adoção do prontuário eletrônico”, ressalta Magnus.

Murphy também concorda que a solução deve ser fácil para toda a equipe, contudo

O que é?De acordo com o Conselho Federal

de Medicina, o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é a principal ferra-menta de TICS que o médico precisa ou precisará lidar nas suas atividades diárias, seja no consultório, centro diagnóstico ou hospital. É fundamen-tal que o médico utilize uma ferra-menta de alta qualidade, segura e que possa auxiliá-lo no registro da histó-ria clínica e exame físico, bem como na solicitação de exames e prescrição.

Outro conceito importante é o Re-gistro Eletrônico de Saúde (RES) que permite o armazenamento e o com-partilhamento seguro das informa-ções de um paciente. Os sistemas devem adotar mecanismos de segu-rança capazes de garantir autentici-dade, confidencialidade e integridade das informações de saúde. A certifica-ção digital é a tecnologia que melhor provê estes mecanismos.

Paulo Magnus, Presidente da MV

O governo e as instituições de saúde têm que ver o PEP como meio de praticar uma me-lhor gestão. Os gestores têm que ver o PEP como investimento e não como despesa, é pre-ciso enxergar valor no seu uso.“

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Benefícios do PEPA informação no PEP está muito mais disponível

e atualizada, onde e quando o médico precisa; os resultados de exames, laboratoriais ou de imagem, estão também disponíveis para consulta. Todos os dados armazenados têm maior legibilidade, acurácia e exatidão. Com as ferramentas que acompanham o PEP, tais como sistemas de alerta e de apoio à de-cisão, a possibilidade de erro é reduzida, trazendo assim maior segurança ao paciente.

Também é demonstrado por alguns estudos inter-nacionais que a implantação de um PEP traz uma con-siderável redução de custos para a instituição. Além disso, o PEP é muito mais seguro do que o prontuário em papel e as informações podem ser compartilhadas automaticamente com outros profissionais e institui-ções que estão cuidando do paciente, possibilitando dessa forma a continuidade da atenção integral à saú-de. Outros benefícios do PEP estão ligados à pesquisa clínica, adesão aos protocolos clínicos e assistenciais, além de usos secundários da informação para fins epi-demiológicos e estatísticos.

ressalta que as exigências do gestor estão tendo outro foco. Antes, essa escolha baseava-se nas funcionalidades clínicas, mas isso mudou, assim como a tecno-logia. É crescente a preocupação quanto à segurança do tráfego de dados médicos (financeira, operacional e clínica) e a cobran-ça em minimizar os riscos clínicos através de alertas em tempo real.

“O mundo caminha para o uso de dispositivos móveis e tablets, priorizam-se softwares que po-dem ser acessados na web, com habilidade de trabalhar online e offline. Esses são os novos crité-rios dos gestores ao analisar as soluções disponíveis no merca-do. Escolher uma ferramenta que não acompanhe essas tendências pode se tornar muito caro para a instituição”, conclui Murphy.

Andrew Murphy, CEO da Sláinte Healthcare

Os profissionais abraçam a tecnologia quando ela é fácil de usar. Médicos e enfermei-ros querem passar mais tempo com os pacien-tes. É isso que a tecnologia deve proporcionar, e não o contrário. O envolvimento clínico e a facilidade de adoção são chaves para o sucesso de uma implementação do PEP.“

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Entrevista

Big Data que não se mede, que não se repete Em entrevista exclusiva, Paula Brown (SAS) revela que a capacidade de unir o gigantesco número de dados e aplicar analytics para desenvolver ideias que permitem aos hospitais tomarem decisões e ações com confiança está inaugurando uma nova era de assistência ao paciente

Três tendências tecnológicas no mundo dos negócios - big data, analytics e nuvem – estão contribuindo para transformar a maneira como os pacientes recebem os cuidados de saúde.

Um bom exemplo é o que vem sendo feito no Dignity Health, considerado um dos maiores sistemas hospitalares dos Estados Unidos e responsável pela direção de hospitais em mais de 17 estados norte-americanos. O plano é construir uma plataforma de analytics e big data baseada em nuvem para otimizar o tra-tamento de pacientes por meio da análise de informações em tempo real.

O projeto, que conta com as soluções do SAS, conseguiu re-duzir o número de readmissões (internação do paciente em de-corrência da mesma doença), melhorar os métodos de lidar com

Entrevista

a insuficiência cardíaca, ge-renciar custos com medica-mentos, além de aprimorar outros processos.

Essas tecnologias prome-tem invadir de vez o mun-do da saúde. Confira abaixo entrevista exclusiva com Paula Brown, diretora do SAS para a área de Health Analytics Practice, sobre as promessas de novas ten-dências e os seus resulta-dos na saúde.

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Health-IT: Como o SAS enxerga o uso de so-luções em nuvem e big data na área da saúde?

Paula Brown: As organizações de saúde es-tão cada vez mais dependentes da capacidade de trazer várias fontes de dados em conjunto para realizar análises que impactam nas inte-rações com os pacientes, protocolos de trata-mento e programas clínicos. Conforme esses dados são consolidados e o volume dos mes-mos aumenta exponencialmente, a capaci-dade de aplicar analytics para esses grandes conjuntos de dados é transformadora para a indústria de cuidados de saúde e assistência ao paciente.

Health-IT: De que forma essas tendências podem beneficiar um hospital?

Paula: Os hospitais têm uma quantidade enorme de dados de múltiplas fontes de in-formações, em vários formatos, através de in-finitas operações clínicas. A possibilidade dos hospitais terem acesso a uma visão de 360 graus de um paciente através de cuidados in-tensivos, consultas clínicas e outras informa-ções pertinentes irá conduzir mais recursos para melhorar a qualidade do atendimento e melhorar a eficiência operacional.

A capacidade de unir o gigantesco número de dados e aplicar analytics para desenvolver ideias que permitem aos hospitais tomarem decisões e ações com confiança está inaugu-rando uma nova era de assistência ao paciente.

Health-IT: Qual o principal obstáculo para a TI em saúde?

Paula: TI em saúde tem o grande desafio de seguir em frente com o foco de acomodar as demandas para que os dados estejam sempre disponíveis para serem explorados pelas mais variadas partes interessadas, seja na área de negócio ou clínicas. As tecnologias atuais aco-modam essa demanda, no entanto, como es-ses dados são gerenciados e governados para garantir a qualidade e precisão é top of mind em muitas organizações nos dias de hoje.

Perfil Paula Brown é diretora do SAS para a

área de Health Analytics Practice. A executi-va está à frente das equipes de pré-vendas, consultoria do setor, implementação e de entrega, sendo responsável por compro-missos com clientes de sucesso.

Há aproximadamente dez anos como parte do SAS, Paula participa ativamente de desen-volvimento de estratégias e abordagens de implementação para a aplicação de recursos na indústria de saúde e ciências da vida.

Antes de ingressar no SAS, a executiva atuou como presidente e CEO da InTechno-logy Corporation, uma empresa de gestão e tecnologia estratégica. Com mais de 24 anos de gestão, vendas, marketing, operações e experiência em indústrias privadas e públi-cas, Paula tem trabalhado extensivamente com grupos de executivos em planejamento estratégico, desenvolvimento e implemen-tação de estratégias de desempenho e fa-cilitação de mudança organizacional para institucionalizar performance e crescimento de receitas estratégicas.

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Health-IT: Trata-se de uma nova era na área da saúde? A saúde jamais será a mesma?

Paula: Com a reforma da saúde em andamen-to nos Estados Unidos, só me resta dizer que o trem já saiu da estação. Os conceitos de paga-mento por performance versus pagamento por serviço estão começando a tomar posse e hos-pitais e organizações de saúde estão se esfor-çando para fazer o máximo uso de seus dados, bem como as fontes de dados não-tradicionais para entender como envolver proativamente os pacientes, melhorar a qualidade de cuidados e gerar custos operacionais mais baixos.

Os consumidores estão cada vez mais edu-cados e conscientes das escolhas que eles têm em seus cuidados de saúde e opções de trata-mentos, e isto está provocando novas estraté-gias de engajamento do paciente ao redor da seleção hospitalar e programas de tratamento.

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Entrevista

Health-IT: Há cerca de dois anos, o mer-cado da saúde tinha receio em investir nes-sas tecnologias com medo de por em risco a segurança e os dados de seus pacientes. Como fornecedor, qual a principal dificul-dade encontrada hoje?

Paula: SAS tem uma longa história em hos-pedar dados muito sensíveis e privados na área da saúde, serviços financeiros e outras in-dústrias. Temos também histórico comprova-do de fornecimento de nuvem e ambientes de hospedagem que são compatíveis com os mais rigorosos padrões da indústria.

Nós estamos vendo mais e mais hospitais, empresas farmacêuticas e organizações de saúde abraçando uma estratégia de nuvem para a exploração de dados, assim como a co-laboração e confiança na infraestrutura segura também tende a aumentar ainda mais.

Health-IT: Um dos clientes do SAS em saúde, que faz uso dessas tecnologias, é o Dignity Health. Conte um pouco sobre essa experiência!

Paula: O SAS e o Dignity Health, um dos maiores sistemas de saúde nos EUA, estão tra-balhando para usar big data e análise preditiva para mudar a maneira como os pacientes rece-bem os cuidados.

A colaboração do SAS com o Dignity Heal-th visa criar um projeto de cloud computing e plataforma de big data alimentada por uma biblioteca de análises clínicas, sociais e com-portamentais. Estes analytics vão ajudar os médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde a compreender melhor cada atendi-mento ao paciente e as melhores medidas para melhorar a saúde e reduzir custos.

No curto prazo, as duas organizações irão uti-lizar a plataforma de big data e analytics para reduzir as taxas de readmissão, determinar as melhores práticas para tratar insuficiência cardí-aca congestiva e sepse, gerenciar os custos de farmácia e os resultados, além de criar ferramen-tas para melhorar a experiência de cada paciente.

Soluções para a saúde

A vasta experiência do SAS no apoio à pesquisa médica combinada com ati-vos de seguradoras de saúde e indús-trias farmacêuticas irá acelerar a dis-ponibilidade e implantação de novas ofertas analíticas para os prestadores de saúde.

O SAS in-memory, por exemplo, é uma funcionalidade que foi concebi-da para melhorar a produtividade dos analistas de dados, acelerando o de-senvolvimento, a interação e a imple-mentação de modelos. A criação de um único ambiente para aplicações de ne-gócio e analítica avançada deverá tam-bém simplificar o cenário de TI, ajudar a reduzir custos e oferecer um desem-penho em tempo real.

Health-IT: Quais os problemas constatados por essa rede hospitalar quando eles procura-ram por vocês?

Paula: De um modo geral, as redes hospitalares têm desafios significativos na aquisição, organiza-ção e administração de um ecossistema de dados complexos para desenvolver a competência ana-lítica em toda a empresa. Esta fundação de da-dos é fundamental para o sucesso da aplicação de analytics para melhorar os resultados e qualidade de atendimento.

Health-IT: Conte um pouco os benefícios conquistados pelo cliente após adquirir solu-ções do SAS.

Paula: Ainda estamos muito no início deste pro-jeto, mas estamos ansiosos para compartilhar os resultados em um futuro próximo.

Health-IT: Qual o planejamento e expectati-vas do SAS ao longo de 2015?

Paula: O ano de 2014 trouxe um crescimento

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significativo na unidade de negócios de Saúde e Ciências da Vida dentro do SAS. Atribuímos isso ao foco maior dentro dos EUA para me-lhorar os resultados e controlar os custos do sistema de saúde. O pedido de análise para identificar insights para uma melhor tomada de decisões está no centro desta iniciativa.

O SAS foi identificado como líder no mercado de analytic e esperamos continuar nosso cres-cimento em 2015 para servir ainda mais este mercado. Prova disso é a contratação de mais de mil colaboradores nos últimos cinco anos enquanto as grandes corporações enxugam cada vez mais o seu quadro de funcionários.

Observamos o crescimento da demanda por ferramentas de análise não apenas em nuvem, mas em outros segmentos também. Grande par-te do crescimento do SAS é fruto de saber ouvir as necessidades dos seus clientes e profissionais.

Health-IT: A inovação é tida pelo SAS como um pilar para a expansão?

Paula: Com certeza, um dos pilares da expan-são do SAS é o compromisso com a pesquisa e o desenvolvimento de soluções. No ano passa-do, a companhia lançou 27 novas plataformas de gerenciamento e análise de informações, além de desenvolver 160 novas funcionalidades para o SAS Visual Analytics, tecnologia lan-çada há dois anos e licenciada para mais de 2,6 mil sites de clientes.

Health-IT: Pode-se dizer que big data, analy-tics e nuvem estão contribuindo para a amplia-ção física da sua sede em Carry (EUA)?

Paula: O SAS inaugurou recentemente uma unidade dedicada às soluções de SAS Cloud Analytics. O movimento é resultado do cresci-mento de 35%, em 2014, da receita atrelada a venda de ferramentas voltadas para o acesso e a análise de dados baseados na nuvem. Hoje, o SAS Cloud Analytics conta com mais de 400 clientes em 70 países.

TI em saúde tem o grande desafio de seguir em frente com o foco de acomodar as demandas para que os dados estejam sempre disponíveis para serem explorados.

Paula Brown, SAS“

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Especial

Expandindo conhecimento

A Agfa HealthCare tem como es-tratégia geral trazer para o Brasil

todas as experiências desen-volvidas na Europa, no que-sito de soluções para os pro-cessos assistenciais. A ideia é focar cada vez mais em Soluções de Gestão Clínica e

Hospitalar (CIS/HIS)

Especial

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Especial

Era uma terça-feira movimentada quando me en-contrei com José Laska, Diretor Geral da Agfa He-althCare Brasil, para um almoço sobre a unidade de negócios HealthCare Information Solutions

(HCIS), da Agfa HealthCare. Tudo começou a cerca de dez anos atrás quando a

multinacional notou que uma grande proporção do crescimento de TI em saúde viria das Soluções de In-formações Hospitalares e Clínicas. Foi aí que a empresa decidiu usar o seu conhecimento e experiência nos pro-cessos assistenciais e o acesso a hospitais, já que a Agfa está, em média, ao redor do globo, em uma a cada duas instituições hospitalares para alavancar e acompanhar este crescimento.

“Além de ter acesso a hospitais, também percebemos que, atualmente, principalmente nos mercados emergen-tes, existe a tendência de usar sistemas de informações mais modernos e avançados com maior frequência, a fim de atingir alguns pontos, por exemplo, para gerenciar melhor as consolidações hospitalares”, diz Laska. E mais: “percebemos que essa tendência já acontece em países desenvolvidos, porém também é vista na América Latina.”

O executivo acredita na visão dos hospitais em que-rerem migrar de sistemas gerais para focar em sistemas mais centrados nos pacientes. E, por essa razão, a Agfa HealthCare previu que os registros eletrônicos do pa-ciente (PEP) adotados por ela receberiam maior aten-ção das instituições de saúde, que começariam a investir neste tipo de soluções. De acordo com Laska, isso já acontece nos Estados Unidos - país que tem expandido intensivamente o uso dessas ferramentas.

Outro fator considerado pela companhia é a necessi-dade dos hospitais em melhorar o desempenho dos pro-fissionais de saúde, e um esforço conjunto foi feito na intenção de investir fortemente no HIS/CIS. “Adquirimos uma solução consolidada na Europa, que é hoje prova-velmente a melhor opção no continente neste quesito. É usada em quase mil hospitais europeus, e a intenção era investir também nos mercados emergentes, sendo a América Latina a primeira a apostar em HIS/CIS”, revela.

Foi através deste planejamento estratégico que a Agfa HealthCare comprou em 2011 a WPD, e deu início a mi-gração dos sistemas departamentais que estavam sen-do vendidos para ambientes hospitalares. “Fizemos esse investimento para migrar mais rapidamente ao que cha-mamos de área empresarial global”, explica Laska.

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Agfa HealthCare na Feira + Fórum HOSPITALAR 2015

Acompanhe na íntegra o que a Dra. Nubia Viana, médica e gerente de soluções (HealthCare Informa-tion Solutions) da Agfa HealthCare no Brasil, considera importante para esta edição da feira:

“A preocupação crescente com a complexidade do setor de Saúde, motivada tanto pela mudança do perfil populacional e dos hábitos so-cioeconômicos, que facilitam maior risco de doenças e transtornos, so-mando-se às questões permanentes de segurança do paciente, privaci-dade e confidencialidade das infor-mações prestadas; por outro lado, resolutividade maior do tratamento do paciente e ações de promoção de saúde. Estes elementos precisam ain-da procurar o equilíbrio entre custo, efetividade e qualidade nos serviços prestados. Elementos comuns e que permeiam toda esta cadeia, tornan-do-se cada vez mais necessárias, são as soluções de tecnologia de infor-mação com uma visão integrada.

A Agfa HealthCare apresenta seu portfolio na Hospitalar 2015 focado neste alicerce de soluções voltados para o mercado de saúde e totalmente integradas. Desta forma, traz soluções inovadoras, visando e suportando as tendências do setor, alicerces para qua-lidade nos resultados e desempenho assistencial com aumento da produtivi-dade clínica. Destaca-se a solução OR-BIS, com um conjunto de funcionalida-des e ferramentas únicas, que facilitará às instituições de saúde na implantação de suas melhores práticas e adoção de conceitos inovadores, bem como as au-xiliando a vencer os desafios e necessi-dades deste mercado.”

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Especial

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Especial

Sempre avante A Agfa HealthCare disponibiliza a solução HIS

focada no gerenciamento dos pacientes e fluxo de trabalho dos hospitais, com foco nos proces-sos administrativo-financeiros, e também na solu-ção CIS, para gerenciamento das informações clí-nicas. A solução brasileira, atualmente, tem ambas as funções, bem como a solução europeia. “Con-forme avançamos no conhecimento, focamos mais no componente CIS. A maior parte dos nos-sos investimentos em produtos vai para a garan-tia de ter um CIS avançado, para integrá-lo a um bom HIS. Em alguns casos, os clientes optam por usar nosso próprio HIS, como na Europa, como alguns optam aqui também, mas estamos focan-do nossas pesquisas no CIS. Por quê? Porque é o CIS que organiza os sistemas de informações, que irá direcionar as melhorias dos resultados para os pacientes”, relata o executivo ao dizer que a em-presa compreende que é necessário fornecer, em alguns casos, a solução completa HIS/CIS, e que, em outros, é viável focar mais no CIS, pois os hos-pitais vivem realidades diferentes.

A estratégia geral, segundo José Laska , é trazer para o Brasil todo o conhecimento e experiências desenvolvidas na Europa, nas questões que en-volvem soluções que aumentem o resultado do ponto de vista assistencial bem como aumento da produtividade clínica.

De olho no BrasilPara o diretor da Agfa HealthCare para a América

Latina, o Brasil é considerado como 50% do poten-cial latino. Laska acredita que dos quase 7 mil hos-pitais brasileiros provavelmente mil irão migrar, nos próximos cinco anos, para sistemas de informações avançadas, tanto hospitalar quanto clínico.

“A decisão de vir ao Brasil e investir aqui foi ba-seada no potencial de mercado que o país tem. A América Latina seguirá esse caminho, mas hoje estamos focados em desenvolver essa experiência em solo brasileiro.”

Qualquer outro mercado na região latino ameri-cana é menor, em questões potenciais, comparado

Soluções da área de Imaging DX-D RETROFIT – com ele é mais

fácil e econômico adotar a tecnologia Digital Direta maximizando, ao mesmo tempo, a utilização de equipamentos de RAIOS-X existentes. Todas as van-tagens da Radiologia Digital Direta em seu equipamento de raios-X.

RETROFIT - DX-D 40 - detector digital com detecção automática de exposição (AED, Automatic Exposure Detection) oferece uma maneira rá-pida e eficaz para que os centros de diagnósticos se beneficiem da gera-ção de imagens digitais de alta qua-lidade, utilizando praticamente qual-quer equipamento de raios-X. .

DX-D 100 - sistema móvel de cap-tura instantânea de imagem de alta qualidade, proporciona conforto, bem estar e potencial redução de dose ao paciente. O equipamento é indica-do para atender demandas do setor pediátrico e neonatal. Equipado com detector sem fio DX-D 30C, que gera maior flexibilidade e melhor controle de infecções. Munido do software inte-ligente de processamento de imagem, MUSICA 2, o DX-D 100 tem validação de imagem imediata e total integração com os sistemas RIS/PACS e HIS.

DX-D 300 sistema flexível de ra-diografia digital direta - é uma solu-ção eficiente e simples que garante a qualidade e os benefícios de produti-vidade da Radiologia Digital Direta. O detector de Iodeto de Césio, com sua tecnologia oferece imagem de exce-lente qualidade e em tempo real, en-quanto o processamento de imagem com o software MUSICA 2 proporcio-na consistência e detalhe de contraste muito superior.

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Especial

Outras soluções da área de ImagingCR 10-X - solução de radiologia computado-

rizada que associa um custo acessível a mais alta qualidade de imagem. O digitalizador foi projetado para oferecer uma solução ideal para pequenos hospitais e centros de diagnós-ticos, possibilitando a migração para o mundo digital com a mais alta tecnologia em qualida-de de imagem.

CR 12-X - solução de radiografia computa-dorizada eficiente e econômica que oferece alta qualidade de imagem e alta velocidade. O digitalizador é acessível, compacto e rápido, e oferece uma solução ideal para clínicas e con-sultórios particulares.

CR 15-X - o digitalizador de mesa CR 15-X foi projetado com base na amplamente testa-da tecnologia Agfa HealthCare, com um design modular mais robusto, que alia um custo aces-sível a alta qualidade de imagem, velocidade ajustável e um fluxo de trabalho voltado para o usuário.

CR 30-Xm - solução oferece a mais alta qua-lidade para atender as necessidades da mamo-grafia digital, assim como uma grande gama de aplicações em um digitalizador CR de mesa.

DX-M – digitalizador que oferece qualida-de superior de imagem, alta produtividade e potencial redução de dose para o paciente. Esse equipamento permite manusear cassetes Standard Phosphor Plate e os cassetes com a nova tecnologia Needle-Based Detector e pos-sui buffer de cassetes com carregamento au-tomático.

DRYSTAR 5302 - impressora de mesa mul-tiformato de alta confiabilidade e para dois formatos de filme, com tecnologia de imagem DIRECT DIGITAL IMAGING.

DRYSTAR AXYS - sistema Flexível de Im-pressão de Imagem, de mesa, que produz imagens com qualidade de diagnóstico para mamografia.

ao Brasil, e foi este quesito que influenciou a decisão da Agfa HealthCare. Para se ter uma ideia, no Chile há aproximadamente 500 instituições entre hospitais e clínicas, algo em torno de 10% do que se tem no Brasil. Na Colômbia, esse número sobe para aproximadamente 700, enquanto no Méxi-co são mil, ou pouco mais.

“A intenção da estratégia é começar aqui e, então, partir provavelmente para o México, Chile e Colômbia, talvez o Peru. Estes são os primeiros quatro mercados depois do Brasil, onde temos também operações diretas”, diz.

Atualmente a Agfa HealthCare tem cerca de 90 instalações com a solução HIS/CIS, e a pretensão é manter essas bases instaladas e expandir para novos clientes, seja com a solução HIS ou ORBIS - focada na Gestão Clínica e projetada para melhorar a qualida-de e segurança do atendimento.

“Essa é a estratégia em longo prazo, mas posso dizer que, eventualmente, nossa in-tenção seja ter bases instaladas em cerca de 120 locais em três anos. Então, já existem os 90 que temos atualmente com a solução, mais 30% ou 30 hospitais que adotarão a nova solução. Nos primeiros anos, a pro-gressão de novos locais é devagar, porque é necessário antes validar que a solução que estamos trazendo funciona localmente e cumpre com as necessidades do cliente. Em três ou quatro anos, devemos conseguir conquistar mais 30 hospitais. Há também outro componente para a solução HIS/CIS, que é a gestão de conteúdo corporativo, que chamamos de HYDMedia.”

Essa última foi criada a partir da neces-sidade de que além de agrupar as infor-mações clínicas há também a carência do hospital de reunir diversas fontes de infor-mações clínicas, como vídeos, fotos, ima-gens médicas e documentos externos para gerenciar a documentação do paciente em um único repositório.

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Especial

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Processo seguroEm média 60 pessoas estão envolvidas na

área de pesquisa e desenvolvimento dessas tecnologias no Brasil. Na América Latina, são cerca de 300 profissionais empenhados na or-ganização, 150 em serviços e 60 em pesquisa e desenvolvimento.

Grande parte da empresa está envolvida e o motivo é bem claro: é preciso desenvolver uma boa solução e implantá-la corretamente. “Nossa estratégia é baseada em ter a solução, mas, além disso, em ter a certeza que os clien-tes façam bom uso da mesma e fiquem sa-tisfeitos com o nível de desempenho que po-demos fornecer. É um investimento grande”, considera Laska.

Este grupo de profissionais está focado em desenvolver um trabalho de qualidade e, por-tanto, a Agfa HealthCare não tem pressa. Se-gundo o executivo , o produto ORBIS, que está sendo trazido da Europa para o Brasil, está em fase de testes e sendo certificado para atender às necessidades do mercado.

Visão de futuroPara José Laska , hoje os hospitais, de forma

geral, têm sistemas independentes e simples para gerenciar diferentes departamentos e/ou setores. Há sistema para gerenciar endosco-pias, outro para radiologia, outro para a uni-dade de emergência, e por aí vai.

Em longo prazo, o executivo acredita que as instituições de saúde evoluirão para uma visão integrada dos cuidados. “Você traz um sistema, traz outro, outro… Isso cria muitas dificuldades de comunicação para garantir a interoperabili-dade entre os diferentes sistemas. Os clientes evoluirão, sim, a um sistema mais centralizado, no qual tudo seja conectado. E a tática é garantir, nos próximos anos, que nossas soluções per-mitam que clientes migrem para uma rede mais centralizada comparada ao que temos hoje, que são os sistemas separados gerenciando diversas tarefas. É assim que esperamos que os ambien-tes hospitalares avancem”, prospecta.

A tendência de consolidação hospitalar (forma-ção de grupos hospitalares) é crescente, e unir em

Nossa estratégia é baseada em ter a solução, mas, além disso, em ter a certeza que os clientes façam bom uso da mesma e fiquem satisfeitos com o nível de desempenho que podemos fornecer. É um investimento grande.

José Laska, Agfa HeathCare Brasil “

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EspecialSoluções de Enterprise Imaging

Enterprise Imaging Radiology Suite - pos-sui total portabilidade para o uso em dispositi-vos móveis, unificando os ambientes RIS/PACS em uma mesma base de dados. Simplificação expressiva nos processos de implementação, atualização, suporte e manutenção. Integra em um mesmo sistema, imagens e fluxos de traba-lho dos serviços de Radiologia Geral, Mamo-grafia, Cardiologia, Ultrassonografia, Angiogra-fia, entre outros.

Enterprise Imaging XERO Viewer – O visualizador XERO Viewer permite a todos o

acesso, compartilhamento e integração das ima-gens, desde a equipe médica, pacientes e gestão de TI, focando em apenas um objetivo: continuar melhorando os cuidados com o paciente.

Impax Business Intelligence - auxilia na ges-tão do serviço de radiologia, permitindo extra-ção de dados do RIS e do PACS para elaboração de análises estatísticas. Dispõe de ferramenta dashboard, que possibilita a visualização dos indicadores de desempenho em tempo real.

GRIP - Solução de monitoramento remoto de sistemas. Solução que monitora o sistema, evita panes, perdas de produção e atrasos no diagnóstico.

Soluções da área de HealthCare Informations Solutions

MedView e Hosp - soluções de Gestão Clí-nica e Hospitalar (CIS/HIS).

ORBIS - solução focada na Gestão Clínica de instituições de Saúde. Projetada para melho-rar a qualidade de atendimento, agregando também melhoria na privacidade e segurança dos dados dos pacientes, seguindo os rígidos padrões internacionais.

HYDMEDIA - solução de Gestão de Conte-údo Corporativo para a área da Saúde.

RFID - solução de Monitoramento / Rastre-abilidade dos Processos Hospitalares.

um único sistema para gerenciar toda a comple-xidade de diversas organizações, de acordo com Laska, reforça a aposta em um ambiente mais centralizado do ponto de vista das soluções.

Importação (e exportação) de soluções

A Agfa HealthCare tem trabalhado bastante nos últimos anos na incorporação de novas soluções de TI, em especial a de gestão hospitalar. Con-forme explicação de José Laska, a empresa está trazendo para o Brasil uma solução bastante con-sistente e completa tanto na parte administrativa, chamada de backoffice, quanto na clínica. E é jus-tamente para a solução clínica que a companhia belga traz diretamente da Europa, o ORBIS.

A solução foi apresentada localmente duran-te a Feira + Fórum Hospitalar do ano passa-do, porém, somente em março de 2015 iniciou o projeto piloto em uma instituição nacional que, por motivos de contrato, não pode ter o nome revelado.

“Nossa intenção é ter em outubro deste ano o primeiro piloto já em funcionamento. A par-tir daí teremos a primeira referência no Brasil”, conta. De acordo com Laska, a Agfa HealthCa-re está em contato com outros clientes para implementar mais projetos com essa solução, que foi criada na Alemanha e é, atualmente, utilizada em grande parte da rede pública de Paris, na França, e avança rapidamente pela In-glaterra. Também possui implementações na Bélgica, Luxemburgo e Áustria.

A ideia é que o ORBIS se multiplique no Brasil com a mesma velocidade. “Queremos concluir esse piloto em andamento para, então, avan-çar em muitos outros sites locais. Nós temos intenção, não só com a solução europeia, mas com a brasileira também, de expandir para toda a América Latina, começando pelos qua-tro primeiros países citados.”

De acordo com Laska, praticamente 2/3 da área de TI da Agfa HealthCare Brasil ou estão em desenvolvimento ou em implementação de projeto, o que é considerado bastante. “

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TI pra que te quero

Em contínua evoluçãoO exponente crescimento da Rede D’OR São Luiz resultou na transformação da área de TI, agora mais focada em uma base sólida e sustentável para suportar a demanda de negócio

Sair de um patamar unicamente operacional rumo à pos-sibilidade de discutir temas estratégicos com o objetivo de aumentar o nível de adição de valor ao negócio. Esse tem sido o caminho trilhado pelo departamento de TI

da Rede D’OR São Luiz, que decidiu por uma recente transfor-mação para suportar o exponente crescimento da empresa.

O foco é conquistar uma base sólida e sustentável para supor-tar a demanda de negócio. Mas nada pode dar errado, então um intenso e profundo diagnóstico foi executado em parceria com duas consultorias de mercado, levando em consideração diferentes perspectivas: visão de TI pelo negócio, pela própria TI e por alguns dos parceiros da Rede. “Consolidamos uma série de ações em diferentes blocos que compuseram nosso plano master de transformação. Alguns desses blocos pos-

suem viés mais tático e ope-racional, enquanto outros são mais estratégicos”, conta o CIO da Rede D’OR São Luiz, Adriano Fonseca de Oliveira.

Somente a partir do estabe-lecimento do plano master, que inclui alinhamento com comitê executivo da empresa e res-pectivos business case aprova-dos, foi iniciado a execução da transformação que passou por temas relacionados ao mode-lo de operação de TI, estraté-

TI pra que te quero

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gia de arquitetura de soluções de backoffice e frontoffice, ações operacionais focadas em restabelecimento da integridade, performance e estabilidade do serviços de TI, além de uma nova estrutura organizacional e processos de governança.

O projeto de total transformação teve iní-cio no final de 2013, com efetivação de 85% do plano ao longo de 2014. “Atacamos os pontos com maior prioridade levando em consideração o risco ao negócio, a comple-xidade de execução e custo associado. Os 15% restantes estão sendo endereçados em 2015”, revela Oliveira.

Raio-XFundada em 1977, a Rede D’Or São Luiz

é considerada a maior rede independen-te de hospitais do Brasil com presença no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Fe-deral e Pernambuco. O grupo opera com 29 hospitais próprios ou em parcerias, além de um hospital sob gestão e três em fase de construção.

Possui 4 mil leitos, com planos de che-gar a 8 mil leitos em cinco anos. São ao todo 31 mil funcionários e 87 mil médi-cos credenciados, que realizam cerca de 2,7 milhões de atendimentos de emer-gência, 150 mil cirurgias, 25 mil partos e 220 mil internações por ano. Além dos centros hospitalares, a Rede D’Or São Luiz também conta com participação no Grupo Oncologia D’Or, rede de clínicas especializadas em tratamento oncológi-co em sete estados brasileiros.

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TI pra que te quero

Durante todo o processo, o principal desa-fio é conciliar a necessidade da transformação com o contínuo crescimento da empresa. De acordo com o executivo, o grupo de TI deve seguir suportando o negócio em seu plano estratégico e em paralelo buscar as devidas transformações para uma maior robustez nos serviços.

Frutos colhidosA experiência dos usuários internos com re-

lação aos serviços prestados por TI já se en-contra em um patamar muito superior quando comparado aos últimos 12 meses. Essas são as considerações de Oliveira que, além disso, acredita que do ponto de vista financeiro a

Unidades com novos processos em funcionamento

Os hospitais que já estão com os novos processos de TI implantados são o São Luiz Anália Franco e Hospital e Materni-dade Brasil. O objetivo é que até o final de 2015 o processo seja implementado em todas as unidades da regional São Paulo. São elas: Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco; Hospital e Mater-nidade São Luiz Itaim; Hospital São Luiz Morumbi; Hospital São Luiz Jabaquara; Hospital Assunção e Hospital e Materni-dade Brasil.

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Rede D’OR São Luiz conseguiu en-tregar savings à empresa através de revisão de contratos de serviços.

“O time se encontra motivado e engajado neste processo, uma vez que temos claramente definida nossa visão, missão e roadmap para os próximos anos”, avalia.

A transformação ocorre em to-dos os níveis da organização de TI, portanto toda equipe, em maior ou menor escala, contribuiu para um novo cenário. Hoje o quadro de TI da empresa é composto por 130 colaboradores.

Sem revelar os números financei-ros investidos no projeto transfor-macional da área de TI, o executivo afirma seguir com o reposiciona-mento estratégico de Tecnologia da Informação dentro da empresa, não só suportando o crescimento e a operação com qualidade e custo efetivo, mas também influenciando decisões e alavancando novos ne-gócios.

Projeto de mobilidade hospitalar

Para aumentar a agilidade e transformar o atendimento aos pacientes da Rede D’Or São Luiz, regional São Paulo, a rede tem investido em outsourcing de equipamentos móveis para checar dados como histórico dos pacientes, medicamentos prescritos, e algumas informa-ções médicas relacionadas aos pacientes como, por exemplo, pressão e temperatura, por meio de dispositivos forneci-dos e geridos pela Microcity.

O chamado Projeto Beira-Lei-to, que está em funcionamento nos hospitais da Rede, como o Hospital e Maternidade Bra-sil (Santo André – Grande São Paulo) e o Hospital e Materni-dade São Luiz, unidade Anália Franco (São Paulo), já conta com 119 dispositivos móveis, devidamente adaptados para serem utilizados em ambientes esterilizados. Com estes recur-sos, a equipe de enfermagem poderá colher e enviar infor-mações mais rapidamente, eli-minando o trabalho manual de preenchimento de prontuários médicos e erros de escrita ou mal entendidos de anotações feitas a mão.

No início do projeto, atacamos os pontos com maior prioridade levando em consideração o risco ao negócio, a complexidade de execução e custo associado. O restante está sendo endereçado em 2015.

Adriano Fonseca de Oliveira, Rede D’OR São Luiz “

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É hora de pensar seriamente em Big Data

Vivemos em uma nova era, a era da Internet, em que a tecnologia movimenta o cenário de negócios e acelera de forma exponen-cial o ritmo das mudanças. Neste contex-

to, a Internet, quase onipresente, a mobilidade, a computação em nuvem e a geração quase infinita de dados obrigam às empresas e seus gestores a repensarem suas estratégias, modelos de negócios e técnicas de gestão. A tecnologia não está mais apenas nas organizações.

Há pouco mais de dez anos os computadores mais poderosos ficavam dentro das empresas. Hoje tenho em mãos um smartphone que tem a capacidade de um supercomputador Cray-1 dos anos 70 ou de todo o data center da NASA, quando ela colocou os pri-meiros astronautas na Lua em 1969.

Indiscutivelmente, três fatores de produção se tor-naram muito mais baratos: informação, conectividade e poder computacional, o quê, sem sombra de dúvi-das, afeta qualquer curva de custos nas qual estes fatores estejam envolvidos.

Este fato impacta significativamente a imensa maioria das empresas criadas antes da Internet, ou empresas pré Internet, pois os seus modelos de ne-gócio e gestão foram construídos na base do concei-to de escassez, como o de informações.

Quase todas as indústrias são, em maior ou menor grau, movidas a informação. Com a rápida transforma-ção de átomos em bits vimos indústrias inteiras serem modificadas, como a indústria de filmes químicos, a fonográfica e a de mídia. E em todas as outras indús-trias, processos e modelos de marketing, relaciona-mento com cliente, logística, etc, foram e estão sendo afetados de forma radical pela transformação digital proporcionada pela abundância de informações.

Um exemplo do efeito deste novo cenário são os processos de recomendação e reputação gerados pelos próprios consumidores de produtos e serviços, que afetam sensivelmente seu espaço de mercado. O consumidor hoje, pelas plataformas sociais e seus

smartphones, tem muito mais poder sobre a reputa-ção de uma marca do que ela mesma.

Mas, mesmo diante deste fato, ainda vemos certo comodismo na exploração do potencial de oportuni-dades disponibilizado pela abundância de informa-ções. Um exemplo é o conceito de Big Data, termo errôneo, pois denota importância apenas à vertente volume de dados, deixando de lado outras tão ou mais significativas, como variedade de dados.

Talvez este nome incorreto, Big Data, faça com que, volta e meia, nos deparemos com gestores, já acostumados a tratar com grandes volumes de da-dos, afirmando que Big Data é apenas mais uma va-riação dos métodos de análise de dados anteriores, como DSS e BI. Correto? Sim.

Com dados adquiridos das próprias pessoas e dos processos de negócios temos uma visão muito mais ampla que tínhamos a uma simples década atrás. Uma imensa maioria destes dados pode ser não es-truturada ou semi estruturada. Fogem aos tradicio-nais cubos de dados estruturados que nos acostu-mamos a usar.

Observamos um fato interessante. A maioria das empresas criadas após Internet tem Big Data em seu “core business”. Os exemplos são vários, como Amazon, Facebook, Google, eBay, LinkedIn, Yahoo e etc. Os modelos e processos destas empresas foram criados sob o conceito de abundância de dados e ex-plorá-los foi, naturalmente, a base de seus negócios.

Uma lição que podemos aprender é que se existe tanto interesse no assunto e inúmeras empresas de sucesso foram criadas com o conceito de Big Data em seu cerne, talvez não seja má ideia pensar seria-mente no assunto.

Já existem muitos casos mundiais de sucesso em Big Data, em diversos setores de indústria. Porque não servirem de referência? Afinal, o que os CEOs querem dos seus CIOs? Inovações que permitam reduzir custos e gerar mais receita. Big data pode fazer isso.

Cezar Taurion, CEO da Litteris Consulting, autor de seis livros sobre Open Source, Inovação, Cloud Computing e Big Data

ARTIGO

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Usuário final versus Inovação tecnológicaClientes, investidores em tecnologias e os estrategistas de corporações encontram-se numa situação de excesso de oferta, o que trouxe a necessidade de critérios de avaliação do valor e do potencial de sucesso de ideias, startups e projetos. Acompanhe cinco dicas de Marcelo Felix, CIO da SPR, para um melhor resultado

Há alguns anos a área da saúde está sendo assolada por um turbilhão de inovações e ideias, seguindo defasada a mesma onda que ren-

deu empreendimentos tecnológicos envol-vendo Internet e mobilidade para o comér-cio e outras áreas de serviço.

O exemplo de empresas de sucesso que rapidamente se valorizaram a partir do iní-cio numa garagem deixando jovens em-preendedores milionários fomentou uma esperança disseminada no empreendedo-

rismo individual, principalmente aquele vol-tado ao cliente que tem o potencial de atingir grande escala. Também no ambiente coor-

porativo, a percepção de que a inovação representa um elemento essencial

no planejamento estra-tégico e mesmo na so-brevivência da empresa promove igualmente a valorização das ideias e de sua execução.

Somando-se fatores sociais, econômicos e políticos como alavan-cadores deste movi-mento, o resultado é que tantos os clientes finais - consumidores de tecnologias - como os investidores em tec-nologias e os estrate-gistas de corporações

Marcelo Felix é diretor de TI da SPR (Socieda-de Paulista de Radiologia) e Médico Responsável por Tecnologias para Pacientes do Hospital Isra-elita Albert Einstein. Faz parte da diretoria do IHE Brasil (Integrating the Healthcare Enterprise).

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O desejo de juventude (ou longevidade)Seguindo exemplos, como da Calico (investida

pela Google Venture), para biotecnologias, o dese-jo da longevidade fomenta inovações tecnológicas no sentido da preservação da juventude, seja ela através de técnica para vida saudável, que incluem exercício, alimentação e bons hábitos, ou não.

A alta disponibilidade de aplicativos e sistemas é uma grande barreira, e desta forma o desafio pas-sa a ser adicionar alguma vantagem competitiva a este negócio. Competir com MyfitnessPal ou 7 mi-nutes workout é uma tarefa desanimadora, exceto se for embasado por alguma nova descoberta na área médica ou inclua um novo tipo de incentivo motivacional, visto que a grande fragilidade des-tes apps é justamente a falta de adesão mesmo

num período curto de tempo. No-vas propostas de negócio, como aquela do Gympass ainda encon-tram um espaço no meio desta competição acirrada.

O desejo de esperança Quando as perspectivas sobre a

nossa condição de saúde ou bem estar encontram-se leve ou gra-vemente afetadas, numa analogia ao mito da caixa de pandora que aberta trás calamidades e dei-xa presa a sua borda a esperança como a única forma de não su-cumbir, é a esperança que está nos bastidores como um denominador comum quando tomamos atitudes em direção à melhoria da saúde ou bem estar. E teorias compor-tamentais mostram que a noção individual de gravidade do estado de saúde esta diretamente relacio-nada à capacidade e poder desta atitude.

Em condições de stress ou quan-do há redução da qualidade de vida surgem sistemas de apoio como os app Calm e 5 minutos - medito. Outros ainda que propor-cionam monitorização de sono, parâmetros biológicos, glicemia, pressão arterial e etc, fincam-se na esperança de melhorar uma ca-lamidade ou melhorar as perspec-tivas futuras.

Sem grandes barreiras de entra-da para novos concorrentes, estes sistemas aos poucos se comoditi-zam e perdem o valor de negócio,

encontram-se numa situação de excesso de oferta, o que trouxe a necessidade de critérios de avaliação do valor e do potencial de sucesso de ideias, star-tups e projetos.

Quando o assunto é saúde e o consumidor final é o foco (pessoa sadia, paciente hospitalizado ou cronicamente doente) esta avaliação assume maior complexidade, pois o conceito de valor não está somente ligado ao retorno econômico, mas tam-bém aos valores de ética médica, de tratamento e bem estar. E para agravar, as tecnologias voltadas à saúde apresentam barreiras mais complexas de adoção que aquelas de outras áreas de serviço, por não apresentarem uma ligação tão clara aos desejos contemporâneos das pessoas.

Com o foco de inspirar, Marcelo Felix, diretor de TI da Sociedade Paulista de Radiologia e médico res-ponsável por Tecnologias para Pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein, lista cinco dicas baseadas na premissa de que o sucesso encontra-se onde está o desejo das pessoas. São elas:

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o que limita as chances de sucesso, mesmo por-que apresentam como concorrentes, por vezes, grandes players como a própria Apple com o re-search kit.

Os gadgets e wearables que servem como ele-mento de aferição de medidas igualmente sofrem pela concorrência e também pela dificuldade (técnica e econômica) de serem comprovadamen-te eficazes. Mas, esperança tem que ser alimenta-da. Embora há um bom tempo o maior foco dos empreendedores tem sido a melhora da captação dos dados de saúde e da interoperabilidade, ma-peamos uma oportunidade importante na retroa-limentação da própria esperança que nutre a ado-ção do sistema, que pode ser através de feedback de saúde e recomendações baseada em Big Data e na particularidade do usuário.

O desejo de variedadeNuma época de transitoriedades um novo valor

contemporâneo foi inserido ao consumo: a pos-se temporária. Hoje podemos alugar uma Ferrari ou uma mansão para uma festa sem as adquirir. O que é impossível como posse permanente tor-nou-se acessível como sensação temporária. Fica claro que vivemos uma época de desejos transi-tórios, em que a busca dos consumidores não é pela posse do bem, mas pela efervescência e pela originalidade.

A saúde como serviço aos poucos deve respon-der aos mesmos anseios de consumo de outros serviços, onde os pacientes querem experimentar hospitais, planos de saúde, atendimento médico e por vezes confrontar até mesmo opiniões diag-nósticas ou de tratamento. O paciente emerge como gestor de sua saúde e participa ativamen-te em toda a cadeia de atendimento, engajado e com poderes de usar a variedade disponível.

Neste contexto, sistemas e apli-cativos como o iTriage possibi-litam ao usuário a experiência aproximada de gestor de sua saú-de aumentando o engajamento com rico conteúdo, que relaciona sintomas e diagnósticos, ofere-ce indicadores médicos e de tra-tamento. Estes sistemas possuem uma grande barreira de entrada ao empreendedor por embarca-rem um conteúdo profundo e do qual o sucesso é diretamente de-pendente, o que demanda tempo e investimento para ser construído e atualizado.

O desejo de singularidade Ser abordado de maneira singu-

lar, no sentido da especificidade in-dividual, permeia toda abordagem de sucesso no campo da saúde. O histórico pessoal de saúde - exa-mes, consultas, diagnósticos e pro-cedimentos - facilmente disponí-veis ao paciente por meio de uma tecnologia adequada, não somente representa um desejo contempo-râneo, mas faz parte de uma ampla estratégia de reforma da saúde, como o Obama Care nos EUA.

Garantir acesso aos dados do PEP, a portabilidade destes dados e interoperabilidade entre pro-vedores, assim como entregar de maneira personalizada o conteúdo médico alinhado com o diagnós-tico do paciente, fazem parte do

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Meaningful Use americano. Do ponto de vista tec-nológico, este desejo pode ser respondido com os portais de pacientes, ou prontuários pessoais de pacientes. Embora pareçam, à primeira vista, uma grande oportunidade os empreendimentos e Startups que se aventuram neste desenvolvi-mento enfrentam barreiras quase intransponíveis, visto que a maioria dos provedores de saúde ofe-recem soluções de portais de Pacientes integra-das ao prontuário médico interno, e aquelas que optam por solução mais customizada, geralmente elegem por um desenvolvimento interno. Assim, sistemas de gestão de informação pessoal de pa-cientes devem ser olhados com muita cautela pe-los investidores em tecnologia nascente.

Ainda como oportunidade pouco explorada dentro do âmbito da singularidade é o desejo correlato de ser surpreendido. Os devices que não se reinventarem para responderem a uma ne-cessidade individualizada correm o risco de cair numa vala comum (comodite): um termômetro wifi conectado a um celular pode ser inexpres-sivo se não for singular o suficiente para ajudar numa decisão pessoal, alertar o médico respon-sável ou mapear um bairro ou regiões onde há um surto infeccioso.

O desejo do aconchegoEmbora a razão e a visão analítica do mundo

sejam dominantes na atualidade, a sensibilidade e a inteligência emocional emergem como fatores essenciais para quaisquer negócio, e devem ser transpostas para saúde de maneira ainda mais re-levante do que nas outras áreas de serviço.

O conceito varejista de ‘experiência da compra’ (e a sua capacidade de atrair consumidores) tem correspondência na saúde com a ‘experiência do paciente’. Isso é tão estratégico que algumas ins-

tituições de ponta criaram o escri-tório de experiência do paciente. Assim, serviços de checking auto-máticos, tottens de atendimento, navegação indoor, agendamento inteligente de consultas e exames, atenção às deficiências individuais e aos casos de complexidade mé-dica, são oportunidades claras de inovação tecnológica.

Tais oportunidades baseiam-se em aplicativos e portais específi-cos para pacientes com patolo-gias, como o PatientLikeMe, uma plataforma social e de conteúdo, com troca de experiência entre pacientes, e que gera dados para auxilio da medicina.

As premissas de sucesso de uma ideia devem ser avaliadas por uma equipe com expertise no merca-do de tecnologia em saúde, capaz de identificar a categoria a qual a solução pertence, estudar o ‘DNA’ de soluções similares, as barreiras a serem enfrentadas e a existên-cia de soluções alternativas com maior vantagem competitiva. Nes-te contexto se formam as equipes multiprofissionais de Inovação, com mentores médicos especiali-zados em tecnologia.

E como dica cito os dizeres do presidente do Hospital Israelita Al-bert Einstein, Claudio Lottenberg: “Um produto de TI ou uma inovação tecnológica deve ser avaliado pelos valores que agregam ao paciente e à prática da medicina.”

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Excelência reconhecida Teiko recebe o status de parceiro Platinum Worldwide da Oracle PartnerNetwork.

Prezando sempre em oferecer os melhores serviços de forma qualificada e especializada para seus clientes, a Teiko recebeu da Oracle o reconhecimento de parceiro ao nível Platinum no programa Oracle PartnerNetwork (OPN).

Para fazer parte desta categoria foi preci-so cumprir uma série de exigências, incluindo especializações, capacitação do time técnico, certificações dos níveis de vendas, pré-vendas, suporte e implementação, como também uma pesquisa de satisfação junto aos seus clientes avaliando as soluções já implementadas.

Para Jean Jader Martins, Gerente Comercial e Marketing da Teiko, “ser Platinum Partner é ser reconhecido pela Oracle, pelos clientes e pelo mercado por nosso profundo conhecimento e excelência em serviços de Banco de Dados e Infraestrutura em TI. A Teiko vem investindo constantemente no desenvolvimento do seu time técnico para garantir aos clientes o mais alto padrão de qualidade na entrega de seus serviços de suporte, arquitetura, projetos e comercialização de licenças e hardware Ora-cle”, comenta.

Além do nível de parceria alcançado, a Teiko

também conquistou 7 novas especializações a fim de oferecer um leque de soluções cada vez mais abrangente a seus clientes. São elas:

• Oracle Database 11g• Oracle Real Application Clusters 11g• Oracle Enterprise Manager 12c• Oracle Linux 6• Oracle Database 11g Performance Tuning• Oracle Exadata Database Machine • Oracle Database Appliance SpecializationOs processos de qualificação da Teiko são

contínuos e a empresa está sempre buscando por novas especializações e certificações, o que comprova ainda mais o profundo conhecimento e expertise no portfólio da multinacional.

Além disso, os clientes da Teiko dispõem de uma completa consultoria, visando auxiliar na escolha das melhores soluções para as diversas e mais desafiadoras situações diárias da tecnolo-gia. “O melhor indicador que uma empresa de TI pode apresentar para o cliente é a disponibilida-de da informação e dos serviços os quais supor-tamos. É o nosso trabalho, nossa expertise, nossa missão: prover segurança e tranquilidade através de serviços aos nossos clientes”, conclui Martins.

Publieditorial

Jean Jader Martins, Gerente Comercial e Marketing

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Visão de Mercado

100 Mais Influentes em Tecnologia

Está lançada a terceira edição dos “100 Mais Influentes da Saúde”. Neste ano, para chegarmos aos no-mes eleitos, o Grupo Mídia contou

com a participação de toda a comunidade. Buscando sempre uma maior integração na saúde, além da votação aberta, o prêmio traz novas categorias com o objetivo de abranger todo o setor de saúde: hospitais,

Conheça as novidades e os cinco premiados na categoria TI

empresas, indústrias, fornecedores, opera-doras e outras vertentes.

No total são 20 categorias, com cinco nomes eleitos em cada uma delas. O que não muda é a cerimônia de homenagem aos nomes mais importantes do setor, que continua sendo reali-zada no último dia da HOSPITALAR Feira+Fó-rum, em São Paulo, maior evento da saúde da América Latina.

Os premiadosAlguns nomes se repetem, outros sobem ao palco pela primeira vez. E os premiados são:

Heitor Gotberg,Cisco

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Carlos Yamashita,Hospital 9 de Julho

Lilian Hoffman,Beneficência Portuguesa

Solange Plebani,Philips Healthcare

Margareth Ortiz,Hospital Sírio-Libanês

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Acontece lá fora

Simulando a realidadeHá oito anos envolvido com centros de simulações clínicas, o mexicano Juan Manuel Fraga já pode participar da concepção e implantação de diversos centros no México, Honduras, Panamá, Costa Rica e Chile

Não é de hoje que a simulação em ciências da saúde é tida como uma forma incrível de ensino e apren-dizagem. É envolvente, eficaz, de

alto impacto e ideal para melhorar a segu-rança do atendimento ao paciente e asse-gurar a competência dos profissionais. São com essas palavras que médico e doutor em Ciências da Saúde, Juan Manuel Fraga, de-fende a expansão dos Centros de Simulação ao redor do mundo.

O conhecido mexicano aposta que a simu-lação clínica tem sido utilizada internacional-mente na área da saúde, produzindo evidên-cias científicas de sua efetividade no processo ensino/aprendizagem. Na busca de excelência, no Brasil, o profissional observa um crescente investimento na construção de Centros de Si-mulação Realística nas universidades e insti-tuições de saúde (hospitais privados).

“Eu acredito que, em terras brasileiras, as pessoas dedicadas à simulação estão bem preparadas e à frente, quando comparadas com profissionais de outros países da América Latina. Seu trabalho está sendo visto e refleti-do em benefício de seus pacientes. Já fazem pesquisa neste campo e são reconhecidos em

outros países latino-a-mericanos como pio-neiros”, diz Fraga.

Há oito anos envol-vido com centros de simulações clínicas, o executivo já pode par-ticipar da concepção e implantação de diver-sos centros no Méxi-co, Honduras, Panamá, Costa Rica e Chile. Atu-almente, o mexicano trabalha dedicadamen-te em dois outros pro-jetos no México, sendo um hospitalar e outro universitário. Ambos incluem definição de equipamentos e for-mação de professores.

De acordo com Fraga, cada um dos projetos trabalhados traz um desafio diferente: “Cada organização tem uma cultura própria, e isso é

desafiador. Mas o pon-to chave é definir o es-copo do centro e saber o motivo principal de uso daquele ambiente, além das metas que se quer alcançar. Uma vez definido isso, deve ser feito uma estimativa do espaço e equipamen-tos necessários, pesso-al e treinamento.”

O médico especia-lizado afirma que a equipe de TI é muito importante em todas as etapas de implanta-ção, já que os centros de simulação utilizam muito a Internet, equi-pamentos de áudio e vídeo, e computado-res para a manipulação de simuladores. “Tudo deve ser bem integra-do e funcionar sem problemas”, conclui.

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A importância da tecnologia no treinamento de profissionais da saúde

Com a evolução das ciências da Saúde, ciên-cias da Educação e da Informática, o papel da escola foi assumindo gradativamente o lugar de protagonista, e novas tecnologias foram associadas ao ensino, incluindo os Laborató-rios de Simulação como recurso de aprendi-zagem para os cursos de graduação em saú-de, particularmente os de Enfermagem.

O uso da simulação realística na educação dos profissionais de saúde oferece aos alu-nos praticar as habilidades necessárias em um ambiente que permite erros e crescimen-to profissional, sem arriscar a segurança do paciente. Assim, os alunos aprimoram suas habilidades clínicas sem perigo de prejudicar o paciente durante o processo de aprendi-

“Não tenho dúvidas de que é importante

ter a TI como parceira no desenvolvimento de novas pesquisas. Recentemente, desen-volvemos um programa educativo sobre as metas internacionais de segurança do pa-ciente, que inclui distribuição online, con-trole e avaliação dos resultados desta inter-venção.

Juan Manuel Fraga, Hospital Tec 100“

Quem é?

Juan Manoel Fraga Sastrías é médico; doutor em Ciências da Saúde e Mestre em Liderança Educacional. O executivo também é Diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Tec 100 em Querétaro, no México.

O executivo participou na concepção e implementação de vários centros de simulação da América Latina e tem es-crito vários capítulos de livros em simu-lação clínica e colaboração na formação de professores de simulação.

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Acontece lá fora

zagem em que o conhecimento é cons-truído a partir de situações programadas, representativas da realidade da prática profissional, simuladas por protótipos, pacientes-atores em ambiente protegido e controlado. “É um método também útil para avaliar desempenhos e habilidades clínicas, pois permite controle de fatores externos, padronização dos problemas apresentados pelos pacientes e feedback positivo para os alunos, aumentando o autoconhecimento e a confiança destes”, considera Fraga.

Para ele, a tecnologia está se tornan-do cada vez mais importante, tanto nas áreas operacionais como na educação de profissionais de saúde. “Cada vez se uti-lizam mais ferramentas em diversos ce-nários de aprendizagem, e a equipe de TI ajuda na criação de conteúdos, apoio técnico, design e melhoria dos espaços educativos.”

Nas áreas de simulação, o executivo afirma que têm sido adotados simulado-res que usam computadores com softwa-re especializado, software para processa-mento e distribuição de vídeo, redes sem fio robustas e seguras, software robusto, software de controle das atividades, ava-liação, pesquisa e etc. Em outros ambien-tes educacionais são adotados: dispositi-vos móveis, softwares (aplicativos) para as redes se conectarem, entre tantos outros.

Em relação aos bonecos dos centros de simulação, Fraga explica que cada marca e modelo tem seu próprio software para um funcionamento tão realista, e que ba-sicamente lida com dois componentes: o robô (simulador) e o monitor de sinais vi-tais. “Além disso, você pode usar o softwa-re, por exemplo, para aquisição, análise e distribuição de vídeo e edição”, completa.

Desenvolvimento tecnológico

Os Estados Unidos aliaram o desen-volvimento tecnológico e a necessida-de de simulação em situações de risco que influenciaram o seu uso na Enfer-magem. O primeiro registro de uso do manequim data da década de 1910, tornando-se popular nos anos de 1950 com evolução para os tipos de média e alta fidelidade. No Brasil, desde 1920, há registros do uso em escolas tradi-cionais de enfermagem, demonstrando posição vanguardista de apropriação do modelo anglo-americano.

Ainda que representem aumento nos investimentos necessários à formação profissional, essas tecnologias vêm ao encontro das expectativas de novas ge-rações de estudantes de saúde que, in-seridos na aprendizagem mediada pela informática, combinam texto, planos de fundo, fotografias, materiais gráficos, áudio e vídeo numa única apresenta-ção de tela nos diversos equipamentos, tais como computador, celular, palm e smartphone.

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Hospital Tec 100, em Querétaro

Além de médico e doutor em Ciências da Saúde, Juan Manuel Fraga assume a diretoria de Ensino e Pesquisa do Hospi-tal Tec 100 em Querétaro, no México. Em 2014, a área, considerada nova, desenvol-veu muitos programas de educação e, ao longo de 2015, deverá investir em novos campos de ensino que incluem, entre ou-tras coisas, uma sala de simulação e de briefing e um estúdio de gravação para criar cursos online.

Para um melhor resultado, a área de responsabilidade de Fraga trabalha cons-tantemente em conjunto com o depar-tamento de TI do hospital, desde a con-cepção da área de ensino para definir as necessidades de equipamentos de rede, redes sem fio, colocação de computado-res, monitores, aquisição de licenças a manutenção.

“Não tenho dúvidas de que é impor-tante ter a TI como parceira no desen-volvimento de novas pesquisas. Recen-temente, desenvolvemos um programa educativo sobre as metas internacionais de segurança do paciente, que inclui dis-tribuição online, controle e avaliação dos resultados desta intervenção”, revela.

A simulação tem sido utilizada em todo o mundo na área da saúde por contri-buir com o aperfeiçoamento da comuni-cação, trabalho em equipe e abordagem humanística na assistência à saúde. Além disso, a técnica também é utilizada em cur-sos ministrados para a comunidade, como de Primeiros Socorros. “Desta forma, fa-miliares e cuidadores aprendem com um cenário próximo do real a prestar o devido atendimento, enquanto aguardam a che-gada do socorro”, conclui Fraga.

Conceitos

As técnicas de simulação no aprendi-zado em saúde surgiram do treinamento militar e simuladores de voo. A meto-dologia expandiu rapidamente em todo mundo e, hoje, equipamentos de última geração reproduzem perfeitamente os mais diversos cenários e comportamen-tos do corpo humano, que podem simu-lar, entre outras situações de emergência, uma parada cardiorrespiratória ou pro-cedimentos mais complexos como pneu-motórax e cateterismo.

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ARTIGO

Desafios do CIO do futuro

A área de TI está se transformando. Podemos observar esse movimento em pequenas re-alidades do nosso dia a dia e, também, nas ações que as empresas realizam para poten-

cializar seus resultados. A economia digital está mu-dando as organizações de maneira contínua, criando um ambiente hiperconectado no qual o negócio prin-cipal gira em torno das responsabilidades da área de TI e impactam diretamente no desempenho dos atuais gestores. Diante desse cenário, pode-se notar a altera-ção acelerada na agenda e nas atribuições do CIO. O profissional é, agora, o principal responsável por admi-nistrar essa constante atualização.

Pensar digital e compreender a redefinição do seu papel dentro das empresas, que deve ser muito mais estratégico, estão entre os desafios do novo CIO. Ele precisa focar na identificação de novas oportunidades de negócios, que explorem a tecnologia digital como força principal. É responsabilidade desse profissional, portanto, assumir uma postura de liderança digital, que traga aos novos projetos um resultado sólido. Dessa maneira, o diretor irá convencer as demais áreas da empresa de que inovação é, sim, uma função da área de TI e vital para longevidade das companhias.

Como vivemos na “Era da Transformação Tecnoló-gica”, uma das principais dificuldades enfrentadas por esse profissional é ser hábil na administração dessas mudanças. Compreender de forma pioneira as tecno-logias que surgem é um ponto de total atenção, uma vez que os modelos de negócio e gestão que levam em consideração a evolução da tecnologia passarão a se alterar com maior frequência. Isso requer do executivo, além de conhecimento, um planejamento eficaz que reflita esse olhar sempre à frente do seu tempo.

Com perfil inovador, o CIO do futuro irá atuar em con-junto com outras lideranças como o Chief Digital Offi-cer e o Chief Information Security Officer. Este último, vale notar, será o principal parceiro do CIO, pois seu foco assertivo em cibersecurity e na proteção de dados e propriedade intelectual da empresa, ciente de todos

Ana Claudia S. Reis, é sócia da CTPartners

os riscos operacionais, o torna essencial na tomada de decisões.

Ter uma visão clara de mudança de abordagem da área de TI torna-se necessário ao CIO. Em certos casos, por exemplo, é mais seguro e estratégico ter-ceirizar algumas atividades de menor valor agregado, reduzindo o envolvimento do profissional nas questões operacionais, do que incorporar os procedimentos no departamento. Dessa forma, tempo e energia do exe-cutivo são liberados e o permitem interagir com outros gestores que pilotam o negócio, solidificando uma vi-são integral das atividades – e isso será cada vez mais exigido deles. O resultado são processos operacionais mais simples e mais tempo para o CIO inserir novos conceitos tecnológicos, algo vital para seus projetos.

E por que não correr riscos? Sair da zona do backo-ffice e ir para a linha de frente, dessa vez com postura mais empreendedora, garante além de eficiência, uma empresa mais inteligente, com um board mais ativo, comprometido a criar e sem medo de errar.

O CIO desejado pelas empresas irá desenvolver e utilizar plataformas digitais que convergem com todas as funções na empresa, potencializando as entregas e resultados. Ele também irá fornecer soluções de tecno-logia que atendem as necessidades de diferentes geo-grafias e demografias, já que ele idealmente vivenciou operações globais e entende de diferentes culturas, es-tando apto a fazer planejamentos direcionados – apro-veitando-se do fato de que ele atualmente é o principal direcionador das ações digitais das companhias, coor-denando todas as iniciativas online: de e-Commerce até as mídias sociais.

Por fim, entendemos o quão desafiador é o cenário do CIO do futuro. Ao mesmo tempo em que as novas tecnologias alavancam os ambientes corporativos, tra-zem para esse profissional a missão de se recriar e não ficar para trás. Gerenciar a área de TI como um ne-gócio paralelo é um meio de transformar os processos e auxilia na criação de iniciativas transformadoras, que geram resultados em prazos consideráveis.

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TI pra que te quero

A tecnologia cada vez mais presenteInstituições de saúde em todo o mundo reconhecem que, a cada dia, a presença de sistemas e infraestrutura de TI é mais necessária para a operação e bom desempenho

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Cada vez mais, é comum termos no-tícias sobre investimentos em TI re-alizados por instituições de saúde. Cloud Computing, dispositivos mó-

veis, sistemas de informação, integração, entre tantos outros. A cultura digital vem tomando conta de hospitais e os departamentos de TI ganhando um papel cada vez mais estratégico dentro do negócio das instituições.

Com investimentos cada vez maiores e re-sultados mais evidentes, a gama de hospitais digitais no Brasil, e no mundo, vem crescendo consideravelmente. O Grupo Saúde Bandei-rantes, por exemplo, tem investido significa-tivamente em projetos de TI que vão desde uma infraestrutura básica de telecomunica-ções a certificação digital de todo seu corpo clínico e gerenciamento de informações.

De acordo com o coordenador de Tecnolo-gia da Informação da instituição, Thiago Da-masceno, com foco no conceito de hospital digital a entidade tem investido no desenvol-vimento de uma estrutura de TI robusta e de base para a implantação de diversos sistemas. “Realizamos um aporte considerável em infra-estrutura para garantir uma melhor conecti-vidade nas duas unidades do grupo. Estamos revitalizando todo nosso parque tecnológico, pensando em mobilidade com auxílio de solu-ções da Cisco, que envolve acesso à internet, telefonia e estrutura de rede.”

O projeto de TI do Saúde Bandeirantes vai muito além da conectividade. Dentro do cen-tro cirúrgico dos hospitais e em alguns outros pontos estratégicos foram instalados tablets para auxiliar as equipes assistenciais em todo o processo clínico e administrativo. Esses dis-positivos, com o auxílio de um software, ma-peiam todo o processo hospitalar que envolve o paciente, desde sua entrada na instituição ao recebimento da alta e liberação do leito após a cirurgia.

Segundo Damasceno, este também é um dos projetos que visam tornar os hospitais Bandeirantes e Le Forte mais digitais. “Redu-zimos ao máximo o fluxo e emissão de papéis,

formulários e prontu-ários pela instituição e fizemos com que toda essa informação ocor-resse de forma digital e muito mais rápida, organizada e eficiente.”

Com investimentos que totalizam R$ 8 mi-lhões, o grupo ainda possui como estratégia para 2015 a implemen-tação de certificação digital, para que as in-formações entre as uni-dades, principalmente prontuários, possam ser compartilhadas de maneira segura, orga-nizada e rápida.

Cultura DigitalPioneiro na imple-

mentação de tecno-logias dentro do am-biente hospitalar, o Hospital de Ottawa (TOH), no Canadá, considerado uma das primeiras instituições a trabalhar o conceito de mobilidade ado-tando uso de tablets por seu corpo clínico, abraçou em 2013 uma ferramenta de suporte à decisão clínica.

Considerado uma das principais unidades de saúde daquele país, com 1,1 mil leitos e a demanda potencial de 1,3 milhão de pacien-tes vindos de Ottawa e da região oriental de Ontário, a nova tecno-

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TI pra que te quero

logia permitirá ao corpo clínico acessar remo-tamente informações que auxiliarão uma pos-sível decisão de diagnóstico ou tratamento em qualquer lugar do Canadá.

Com a nova ferramenta da UpToDate já em uso, o corpo clínico ganhou mais eficiência e mobilidade, além de otimizar o tempo e au-mentar a produtividade. “A utilização dessa solução é o reflexo direto de nossa estratégia e investimentos em mobilidade, e da missão de equipar nossos colaboradores com as me-lhores ferramentas para respostas imediatas no ponto de cuidado”, afirma o Chief Infor-mation Medical Officer, do hospital canaden-ce, Glen Geiger.

Digital dentro e fora dos hospitaisÉ importante destacar que investir em siste-

mas eficientes e departamentos de TI estraté-gicos não pode limitar-se ao ambiente hospi-talar, mas também ao sistema de saúde, para que informações possam ser compartilhadas, indicadores criados e dados analisados para que táticas de saúde sejam desenvolvidas para toda população.

Na cidade de Nova York, nos EUA, o New York eHealth Collaborative (NYeC), organiza-ção sem fins lucrativos que visa melhorar a assistência e acesso à saúde dos habitantes do estado por meio da tecnologia, adotou um sistema desenvolvido pela InterSystems para o intercâmbio de informações entre ins-tituições espalhadas por todo o estado atra-

vés da Rede de Informações de Saúde do Estado de Nova York (SHIN_NY).

De acordo com o diretor executivo da NYeC, David Whitlinger, facilitar o regis-tro e a troca de informações de saúde entre as entidades é de vital importância para o sucesso de programas de saúde pública, redução de custos dentro do sistema e ganho de produtividade.

O sucesso da implementa-ção da ferramenta da Inter-Systems dependerá também da utilização de recursos es-taduais e federais para criar uma infraestrutura sustentá-vel para o intercâmbio des-sas informações de saúde.

“Hoje, em nossa socieda-de, tudo está baseado em tecnologia, e as instituições e sistemas de saúde não podem mais se isolar em relação a este assunto. A TI tornou-se um core dos hos-pitais também, pois grande parte da saúde atualmente está baseada em investi-mentos tecnológicos”, com-pleta Damasceno.

Hoje, em nossa sociedade, tudo está baseado em tecnologia, e as instituições e sistemas de saúde não podem mais se isolar em relação a este assunto. A TI tornou-se um core dos hospitais também, pois grande parte da saúde atualmente está baseada em investimentos tecnológicos.

Thiago Damasceno, Grupo Saúde Bandeirantes“

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ARTIGO

O avanço da saúde na era do Big Data

A última década tem sido acompa-nhada por grandes avanços no pro-cessamento de dados digitais, cuja

quantidade gerada aumenta de forma extra-ordinária. Tecnologias capazes de lidar com esse volume, variedade, veracidade e velo-cidade de dados estão mudando a natureza dos negócios. Estamos na era da inteligência artificial e cognitiva, do cruzamento de inú-meras informações que permitem detectar padrões, prever ameaças e obter diversas aplicações à prática cotidiana.

Reunindo soluções capazes de analisar e compreender qualquer tipo de informação di-gital em tempo real, o Big Data é hoje consi-derado a mais importante ferramenta estraté-gica. Apesar de ainda existirem dificuldades para entender como a massa de dados gera-da diariamente pode ser aproveitada, as pro-messas do Big Data são muitas. Porém, suas maiores possibilidades de aplicações já são observadas na área da saúde.

Além de reduzir os custos de P&D Farma-cêutico em mais de U$ 70 bilhões e a quanti-dade de tempo para a decodificação do geno-ma humano de dez anos para uma semana, a medicina preditiva e preventiva são vistas como a maior oportunidade do Big Data na saúde. Com a popularização do mobile he-alth, aplicativos e wearables que ajudam as pessoas a monitorar hábitos e doenças, é

Paulo Magnus,Presidente da MV

possível compartilhar dados particulares com o médico não só para auxiliá-lo num diagnós-tico individual, mas, sim, para que informa-ções de saúde não sejam mais tratadas de forma isolada.

Com os avanços tecnológicos, atingimos a Quarta Onda da Saúde, em que o envolvi-mento crescente do indivíduo na reunião de informações aprimora a emissão de alertas às condutas médicas, a formulação de hipó-teses diagnósticas, o apontamento de melho-res práticas de tratamento, a prevenção pri-mária e o acompanhamento da evolução da saúde do paciente. Avaliando direcionamen-tos de tratamentos, sobretudo, de Oncologia e outras condições crônicas, supercomputa-dores já interagem (inclusive, por voz) direta-mente com médicos.

Nessa era da ampla captura, do cruzamen-to e da interpretação de dados, a medicina adquire maior embasamento para ampliar chances de cura e prevenção de doenças, disponibilizar diagnósticos antecipadamente, promover agilidade a tratamentos, desenvol-ver novos medicamentos e diminuir mortes evitáveis. Além disso, é certo prever que o uso da inteligência artificial no cruzamento de dados clínicos das pessoas, não necessa-riamente pacientes, evitará agravos à saúde da população e, consequentemente, aumen-tará a expectativa e a qualidade de vida.

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Considerações da Editora

O tempo não para

Há pouco eu escrevia sobre a chegada de um novo ano. Hoje me pego com pen-samentos na proximidade do fim de um semestre. O tempo realmente não dá

trela. Há pouco mais de dez anos os computado-res mais poderosos ficavam dentro das empresas. Hoje temos em mãos um smartphone que tem a capacidade de um supercomputador Cray-1 dos anos 70 ou de todo o data center da NASA, quan-do ela colocou os primeiros astronautas na Lua em 1969.

Indiscutivelmente, Cezar Taurion traz em seu artigo que a maioria das empresas criadas após a era da Internet tem Big Data em seu “core bu-siness”. Os exemplos são vários, como Amazon, Facebook, Google, eBay, LinkedIn, Yahoo e etc. Os modelos e processos destas empresas foram criados sob o conceito de abundância de dados e explorá-los foi, naturalmente, a base de seus negócios. “Uma lição que podemos aprender é que se existe tanto interesse no assunto e inú-meras empresas de sucesso foram criadas com o conceito de Big Data em seu cerne, talvez não seja uma má ideia pensar seriamente no assunto.”

O fato é que já existem muitos casos mundiais de sucesso em Big Data, em diversos setores de indústria. Porque não servirem de referência? Afi-nal, o que os CEOs querem dos seus CIOs? Ino-vações que permitam reduzir custos e gerar mais receita. Big data pode fazer isso.

Em entrevista exclusiva, Paula Brown, do SAS, revela nesta edição que a capacidade de unir o Thaia Duó,

Editora da Health-IT

gigantesco número de dados e aplicar analytics para desenvol-ver ideias que permitem aos hos-pitais tomarem decisões e ações com confiança está inaugurando uma nova era de assistência ao paciente.

E tenho que concordar: TI em saúde tem o grande desafio de seguir em frente com o foco de acomodar as demandas para que os dados estejam sempre dispo-níveis para serem explorados.

O tempo não para, tampouco a nossa base de informações.

Que venha a próxima edição!

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TI no Futuro

Profissional do futuroO profissional de TI precisa estar atento a novidades e desenvolver competências que o certificam a conquistar novos cargos. Fique por dentro das características que pautarão o futuro dos trabalhadores da área

Está claro que o cenário mundial vivencia um processo de mudança cada vez mais acele-rado. São transformações necessárias, e mui-tas vezes bem-vindas, mas os profissionais

devem estar preparados para enfrentá-las. Em es-pecial os de TI, que convivem diariamente com o surgimento de novas tecnologias e plataformas.

Há quem diz que em 2020 o conhecimento técnico deixará de ser fundamental para quem atua em Tec-nologia da Informação, já que profissionais de todas as áreas das empresas terão relativo domínio dos re-cursos tecnológicos para desempenhar seu trabalho.

Ainda assim, haverá oportunidades para pessoas com capacidade de interpretar volumes enormes de dados. Até os anos 20, o número de informações geradas anualmente estará na casa dos 35 zettaby-tes, ou 35 milhões de petabytes, afirma John Gantz, executivo de pesquisas da consultoria IDC.

Recentemente, conceitos como mobilidade, cloud computing, big data, impressão 3D e internet das coisas começaram a avançar de forma intensa sobre estruturas organizacionais e têm levado a TI para patamares ainda mais elevados.

O momento é de digitalização dos negócios. Com isso, elevam-se padrões de competitividade e exige-se uma postura mais dinâmica das organiza-ções. Nesse contexto, para se destacar no mercado, o profissional de TI precisa estar atento a novida-des e desenvolver competências que o certificam a conquistar novos cargos.

Segundo a provedora de tecnologia Exceda, exis-tem cinco características que pautarão o futuro dos trabalhadores da área. São elas:

1. Autodidata - A velocidade com que ocorrem as atualizações e surgem novas tecnologias tornam obsoletos até mesmo os treinamentos mais atuais. Ainda, o grande volume de informações disponíveis

na internet democratiza o estudo. Sendo assim, o profissional que deseja despontar na carreira deve buscar informação proativamente e estar atento aos movimentos de empresas do setor e tecnolo-gias emergentes.

2. Capaz de trabalhar em equipe - Ponto funda-mental para qualquer profissional, principalmente os da área de TI, pois lidam com todas as áreas da empresa e em projetos com grandes equipes. Ain-da, ultrapassam as fronteiras da organização uma vez que interagem, por exemplo, com equipes de suporte e fornecedores do mundo todo.

3. Bilíngue - A fluência em inglês é imprescindível e não há muito que discorrer sobre um quesito tão pontual e objetivo. Ainda assim, vale explicar que muitas informações sobre as tecnologias estão nes-se idioma e, mundialmente, boa parte das empre-sas o adotou como língua mestra. Por isso, ele faz parte das competências necessárias do profissional que escolhe atuar em TI.

4. Com visão de negócio - O profissional de TI sustenta a estratégia de negócios fazendo com que a tecnologia atenda as necessidades da empresa e seus colaboradores. Por isso, ele deve compreender holisticamente o negócio e seu mercado, conside-rando a tecnologia da informação como ferramenta estratégica para alavancar os negócios.

5. Fator comportamental - É necessário que o profissional compreenda seu papel fundamental no todo, seja em um projeto ou processo. Ainda, que tenha sensibilidade para perceber seus pontos fortes e fracos bem como o de seus colegas, a fim de aplicar o seu melhor para a entrega de um resul-tado. O profissional de TI não pode mais basear-se apenas em seu conhecimento técnico, ele precisa saber lidar com pessoas, liderar projetos, mediar conflitos e muito mais.

Que venha a próxima edição!

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Eventos 2015

Evento: Fronteiras do envelhecimento: desafios para a ciência e equipes de saúdeLocal: Hospital Israelita Albert Einstein - Auditório Moise SafraData: 10 a 12 de junho

Evento: Encontro NDH UnimedLocal: São Paulo/SPData: 2 e 3 de Julho

Evento: 8th ISICEM for Latin America (International Symposium on Intensive Care and Emer-gency Medicine)Local: Avenida das Nações Unidas, 18.591 Vila Almeida – São Paulo/SP Data: 17 a 20 de Junho

Evento: II Simpósio Internacional de Medicina PersonalizadaLocal: São Paulo - Morumbi Data: 6 a 8 de Agosto

Evento: 1º Fórum Latino Americano de Qualidade e Segurança na SaúdeLocal: Avenida das Nações Unidas, 12.559 - Brooklin Novo – São Paulo/SP Data: 13 a 16 de Agosto

Evento: IV Congresso Internacional de Cirurgia Robótica e Minimamente Invasiva Local: Av. Albert Einstein, 627 – 1º Andar – Bloco AData: 21 e 22 de Agosto

Evento: 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva - AbrascãoLocal: UFG – Universidade Federal de Goiás – Goiânia Data: 28 de Julho a 01 de Agosto

Junho

Julho

Agosto

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