Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não...

517
Hebreus 6 John Owen (1616-1683) Traduzido, Adaptado e Editado por Silvio Dutra Fev/2018

Transcript of Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não...

Page 1: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

Hebreus 6

John Owen (1616-1683)

Traduzido, Adaptado e

Editado por Silvio Dutra

Fev/2018

Page 2: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

2

O97

Owen, John – 1616-1683

Hebreus 6 / John Owen Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2018. 517p.; 14,8 x 21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230

Page 3: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

3

SUMÁRIO:

Introdução pelo Tradutor.............................. 4

VERSOS 1 e 2.................................................. 17

VERSO 3......................................................... 121

VERSOS 4 a 6................................................. 128

VERSOS 7 a 8................................................. 173

VERSOS 9 a 12............................................... 271

VERSOS 13 a 16.............................................. 406

VERSOS 17 a 20.............................................. 445

Page 4: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

4

Introdução pelo Tradutor:

Como no dizer do apóstolo Pedro, nenhuma

Escritura é de particular interpretação, devemos ter

o cuidado de observar este princípio geral sempre

que nos dedicarmos a interpretar textos

considerados de difícil entendimento, de modo a não

fazer inferências que venhamos a torcer ou mesmo a

negar outras partes da revelação que sejam

claramente e facilmente interpretadas quanto à

fixação da doutrina que elas contêm.

Especialmente, os versos 4 a 7 deste sexto capítulo de

Hebreus, devem receber redobrada atenção em sua

interpretação, para que não se julgue

precipitadamente que o assunto em tela se refere a

uma possível perda de salvação por crentes genuínos

que foram justificados e regenerados (nascidos de

novo), como alguns costumam fazer ao se dedicarem

à interpretação da citada passagem bíblica.

Convém destacar que neste mesmo sexto capítulo de

Hebreus, afirma-se a segurança eterna da nossa

salvação por Jesus Cristo, pela imutabilidade do

propósito de Deus, da sua promessa e juramento,

fundados na imutabilidade da sua própria pessoa

divina, na fixação do seu conselho eterno quanto a

que teria um povo formado pela união com Jesus

Cristo, que jamais se separaria dele.

Page 5: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

5

É com esta verdade central em vista, que permeia

toda a Bíblia, quanto à aliança da graça, que opera

por meio da fé, e não por obras, quanto à nossa

eleição, justificação e regeneração, e pela qual

também são garantidas a nossa própria santificação

e glorificação, para a plena aceitação por Deus na

condição de filhos amados, sendo as boas obras tão

somente a consequência e evidência desta plenitude

de aceitação que é segundo a graça livre de Deus, e

tão somente mediante a fé.

Evidentemente, o autor de Hebreus não poderia

estar se referindo a verdadeiros crentes justificados e

regenerados por meio da fé em Jesus Cristo, quando

afirma a impossibilidade de renovação dos que

caíram (convém saber a que tipo de queda e de

renovação se referia, e isto será feito ao longo deste

livro), uma vez que isto contrariaria a verdade da

segurança eterna da salvação de crentes genuínos

conforme expressada em tantas passagens bíblicas.

Dessa forma, suas palavras não podem ser

entendidas sequer sob a forma de alerta a crentes

genuínos quanto à possibilidade de uma queda final

com perda da sua salvação, mas, como vinha fazendo

ao longo de toda a epístola um alerta sobre a

necessidade de uma fé salvadora e genuína para a

entrada no descanso de Deus, e conforme

continuaria a afirmar tal necessidade de fé até o fim

da epístola, é sem sombra de dúvida um alerta à

necessidade da confirmação de uma real eleição por

Page 6: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

6

parte daqueles que afirmavam ser professantes da fé

cristã, e que no entanto não apresentavam sinais e

frutos evidentes da sua genuína salvação.

Até hoje, e desde a Igreja Primitiva, não poucos

fazem uma profissão do evangelho, se tornam

participantes de muitas manifestações de uma

religiosidade externa nominal, sem que no entanto,

tenham experimentado uma verdadeira regeneração

do Espírito Santo. Apoiando-se em exterioridades

religiosas, não chegam a serem participantes da

aliança da graça pela qual suas naturezas seriam

transformadas. Esta participação da graça salvadora

e transformadora é a principal parte das coisas

melhores e relativas à salvação a que o autor de

Hebreus se refere. Os apóstatas por ele citados neste

início do sexto capítulo são os mesmos citados pelo

apóstolo Pedro quando diz que o cão voltou ao seu

vômito e a porca lavada ao lamaçal. Eles nunca foram

genuínas ovelhas de Cristo, senão cães e porcos que

acabaram por revelar em seu afastamento da

comunhão dos santos, que não tiveram de fato suas

naturezas renovadas e transformadas. São os

mesmos citados pelo apóstolo João como sendo os

que abandonam a comunhão dos santos porque

nunca foram de fato um deles. Então, este é um alerta

à igreja, não somente por parte do autor de Hebreus,

quanto ao fato de que pessoas como Judas, Himeneu

e Fileto, Demas e muitos outros, transitam entre os

crentes, com dons sobrenaturais do Espírito Santo, e

Page 7: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

7

operando muitos sinais em nome de Cristo, sem que

no entanto, nunca tenham nascido de novo do

Espírito Santo, e assim, não foram participantes da

salvação verdadeira. Quando a hipocrisia deles é

manifestada a todos, eles ficam de fato sem condição

de permanecerem enganando como vinham fazendo

até então, e é nisto que consiste a impossibilidade de

renovarem a profissão de fé que haviam feito

inicialmente, pois uma vez desmascarados, não serão

mais aceitos pela Igreja. Isto é totalmente diferente

de crentes genuínos que se desviam por causa de

cederem ao pecado, e que podem voltar a serem

restaurados por meio da confissão e do

arrependimento, conforme a norma de Cristo, para a

reconciliação à comunhão daqueles que haviam se

afastado dela. A queda dos apóstatas apontada pelo

autor de Hebreus é de outra natureza, a saber, da

profissão que haviam feito, retornando ao velho

modo impiedoso de vida, uma vez tendo caído a

máscara religiosa que usavam até então. Estes

apóstatas estiveram sob a ministração da palavra do

evangelho, mas a graça que acompanhava a pregação

e que caía como chuva abençoada de Deus sobre a

igreja, nunca penetrou seus corações, e assim,

permaneceram em sua antiga condição de

infertilidade e dureza, ficando ainda sujeitos à

maldição de Deus, e não à Sua bênção.

Assim, ao analisarmos o texto de Hebreus 6.4-7,

devemos ter diante de nós, como pano de fundo, uma

Page 8: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

8

visão geral de toda a epístola, sobretudo quanto ao

seu tema central, que é justamente o da afirmação da

salvação pela aliança da graça contida na nova

aliança inaugurada no sangue de Jesus, e não pela

aliança da lei ou das obras. São variadas as passagens

nesta epístola que revelam a necessidade exclusiva

da fé para se entrar no descanso de Deus, ou seja,

para aceitação e comunhão com ele, como afirmado

especialmente nos capítulos 3 e 4; da confiança plena

no sacrifício e sacerdócio de Jesus para sermos

salvos, e não nos sacerdotes e sacrifícios que

tipificavam o de Cristo, na lei.

É afirmado que estamos perfeitos em Cristo, para

sempre, quanto ao propósito de Deus de nos perdoar

e salvar eternamente, e que as correções e disciplina

a que somos submetidos para a nossa santificação

são os atos de um pai amoroso, e não a rejeição de

bastardos, que a propósito, por este motivo, não são

disciplinados.

É a fé que foca somente em Jesus, aquela fé salvadora

que conduz à conversão real, e não fé em Moisés,

anjos, nos próprios meios de graça, como a oração, o

jejum, a meditação da Palavra, e muito menos nos

utensílios e serviços sagrados do templo do Velho

Testamento, que nos salva.

Somos exortados a nos aproximarmos do Monte

Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte

Page 9: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

9

Sinai, para encontrarmos a entrada no descanso

eterno de Deus, e isto faremos se focarmos a nossa fé

somente em nosso Senhor Jesus Cristo, e em

ninguém, e em nada mais.

Como a salvação é eterna e aponta para aquela

perfeição espiritual plena que os crentes terão em

Jesus Cristo no porvir, então nada é mais lógico e

necessário que se espere deles que façam progresso

rumo a esta perfeição espiritual, aumentando cada

vez mais em graus de santificação. Foi para atender a

este propósito divino, que foi fixado antes mesmo da

fundação do mundo, que foram salvos por Jesus

Cristo, de modo que permanecer nos rudimentos

elementares da fé, sem fazer progresso espiritual em

santidade, é caminhar na contramão daquilo que

Deus projetou para todos os seus filhos.

Aqueles que permanecerem em sua impiedade, e que

não se converterem a Cristo, serão condenados

eternamente, porque em si mesmos frustram todos

os elevados propósitos que Deus estabeleceu para

serem alcançados pela humanidade. E se a falta da

devida consideração a este propósito leva os ímpios a

um sofrimento eterno que jamais cessará, quanto

deveriam todos os crentes dar a devida consideração

e se empenharem para serem achados em santo

procedimento e piedade, buscando em tudo, viverem

para o inteiro agrado de Deus, uma vez que já não

serão mais condenados eternamente por terem a

Page 10: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

10

Cristo como Fiador da sua salvação, e que não

somente os livrou da culpa do pecado em Sua morte

na cruz, como também lhes dotou com a Sua própria

justiça, que lhes foi imputada na justificação, e que

está sendo implantada pelo Espírito Santo no

trabalho de regeneração e santificação. É proposto

por Deus a todos os seus filhos que cresçam até a

plena maturidade à semelhança de nosso Senhor

Jesus Cristo. Disto decorre que a nossa salvação deve

ser desenvolvida com temor e tremor diante de Deus,

que é um fogo consumidor para o pecado em todas as

suas formas. O fato de esta salvação ser segura e

eterna não deve portanto, ser jamais um motivo para

nos tornarmos negligentes, descansando naquilo que

já temos alcançado, pois os que assim procedem

ficam sujeitos a correções dolorosas da parte de

Deus, pois não se proveu de filhos para que estes

vivam de forma negligente e fazendo concessões ao

pecado.

A epístola é uma advertência tanto para crentes

genuínos quanto para crentes nominais, nas igrejas,

a não serem negligentes com a graça que está

somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

incorre-se automaticamente no desagrado de Deus

que tem dado toda a honra, glória e poder a seu Filho

Unigênito, de modo que aquele que não honrar o

Filho não honrará o Pai. Justos aos olhos de Deus são

apenas aqueles que vivem pela fé, de modo que todos

aqueles que recuam deste modo de vida, não podem

Page 11: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

11

de modo algum agradá-lo, e Sua alma não tem prazer

neles.

Quando se abandona o primeiro amor, que consiste

na plena aceitação e comunhão com o próprio Cristo,

o resultado é o que se vê nos capítulos 2 e 3 do livro

de Apocalipse, nas cartas dirigidas pelo Senhor às

sete igrejas, onde há sérias repreensões da Sua parte

contra aqueles que estavam vivendo de modo

desordenado e sem fazer progresso na piedade e na

santificação. Havia inclusive crentes verdadeiros que

estavam como que morrendo espiritualmente em

Sardes (ainda que sem perderem a salvação); aqueles

que haviam ficado cegos, pobres, nus e miseráveis,

espiritualmente, como os de Laodiceia, que não

estavam usando as vestes brancas de Jesus, o colírio

e o ouro da graça para verem e serem enriquecidos

pela santificação que está somente nEle, e estes e

outros que foram chamados ao arrependimento e

retorno às primeiras obras, de forma a viverem de

modo digno da sua vocação.

Quando os crentes edificam suas vidas de modo

irregular sobre o fundamento em que se encontram,

que é o próprio Cristo, eles usam materiais perecíveis

como restolho, feno e madeira, que não resistem ao

fogo da provação de Deus, de maneira que ainda que

sejam salvos, apesar de terem suas obras reprovadas,

o são como que pelo fogo, e sofrendo danos, pois

tendo sido feitos filhos de Deus, por meio da fé em

Page 12: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

12

Cristo, jamais perderão esta condição, embora sejam

distinguidos de forma negativa por conta de seu viver

infiel.

Assim, não foi o propósito do autor de Hebreus,

apenas alertar contra a existência de apóstatas que

são hipócritas que transitam nas igrejas e que jamais

foram justificados e regenerados pela graça de Deus,

mas também, alertar os crentes genuínos quanto à

necessidade de prosseguir crescendo na graça e no

conhecimento de Jesus, assim como fomos salvos

por Ele, mediante a mesma graça, no início de nossa

carreira cristã.

Page 13: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

13

1 Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de

Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de

novo o fundamento do arrependimento de obras

mortas e de fé em Deus,

2 E da doutrina dos batismos, e da imposição das

mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.

3 E isto faremos, se Deus o permitir.

4 Porque é impossível que os que já uma vez foram

iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram

participantes do Espírito Santo,

5 E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do

século futuro,

6 E recaíram, sejam outra vez renovados para

arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo

crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.

7 Porque a terra que embebe a chuva, que muitas

vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para

aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus;

8 Mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada,

e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.

9 Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores,

e coisas que acompanham a salvação, ainda que

assim falamos.

Page 14: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

14

10 Porque Deus não é injusto para se esquecer da

vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu

nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e

ainda servis.

11 Mas desejamos que cada um de vós mostre o

mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da

esperança;

12 Para que vos não façais negligentes, mas sejais

imitadores dos que pela fé e paciência herdam as

promessas.

13 Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão,

como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou

por si mesmo,

14 Dizendo: Certamente, abençoando te abençoarei, e

multiplicando te multiplicarei.

15 E assim, esperando com paciência, alcançou a

promessa.

16 Porque os homens certamente juram por alguém

superior a eles, e o juramento para confirmação é,

para eles, o fim de toda a contenda.

17 Por isso, querendo Deus mostrar mais

abundantemente a imutabilidade do seu conselho

aos herdeiros da promessa, se interpôs com

juramento;

Page 15: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

15

18 Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é

impossível que Deus minta, tenhamos a firme

consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em

reter a esperança proposta;

19 A qual temos como âncora da alma, segura e firme,

e que penetra até ao interior do véu,

20 Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito

eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de

Melquisedeque.

Este capítulo inteiro é uma continuação da digressão

que o apóstolo ocasionalmente entrou no versículo 11

do capítulo anterior: “Do qual muito temos que dizer,

de difícil interpretação; porquanto vos fizestes

negligentes para ouvir.”

Para a consideração da grandeza do mistério e da

dificuldade da doutrina que ele projetou para instruir

estes Hebreus e seu temor de sua incapacidade ou

falta de preparação (pelo menos de alguns) para

recebê-lo de acordo com a sua edificação, ele abre um

novo discurso, cheio de razões e argumentos para

movê-los a um atendimento diligente.

E isso que ele faz, como nas últimas palavras deste

capítulo para retornar, por uma conexão artificial de

seu discurso, com o que ele afirmou no versículo 10

Page 16: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

16

daquilo que precede: “Chamado por Deus sumo

sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.”

Existem quatro partes gerais deste capítulo: - 1. A

proposição do que ele pretendia fazer, ou o discurso

a respeito; com uma oposição a respeito do que foi

por ele omitido, versículos 1-3. 2. Uma excitação dos

hebreus para a singular diligência em atender às mais

perfeitas doutrinas do cristianismo e fazer um

progresso no conhecimento de Cristo. E isso ele faz

da consideração da grandeza do pecado e da

inevitabilidade da destruição dos apóstatas.

Porque este tipo de pessoas comumente surge dentre

os quais, tendo recebido a verdade e fizeram uma

profissão, não diligentemente se esforçam para um

progresso em direção à perfeição, de acordo com seu

dever, versículos 4-8. 3. Um alerta da gravidade desta

ameaça em relação à sua aplicação a estes hebreus.

Pois ele expressa a sua esperança de que não lhes

pertencesse, ou que os pecados condenados não se

encontrassem neles, nem o castigo ameaçado caísse

sobre eles. Mas o aviso em si contido na ameaça era,

como ele mostra, bom, saudável e sazonal. E desta

sua esperança e juízo sobre os hebreus, ele expressa

os seus fundamentos, tirados da justiça de Deus, e da

sua própria fé e amor; que ele ora para

perseverassem, versículos 9-12. 4. Um

encorajamento para fé e perseverança, é apresentado

do exemplo de Abraão, que primeiro recebeu as

Page 17: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

17

promessas; da própria natureza das promessas e da

confirmação pelo juramento de Deus, com a ajuda

que podemos ter pela nossa esperança em Cristo,

versículos 13-20; cujo último discurso ele emitiu no

assunto principal que ele pretendia insistir, para o

qual ele agora volta novamente, tendo se desviado

necessariamente para estas exortações e discursos da

primeira proposta dele no versículo 11 do capítulo

anterior.

Na primeira parte do capítulo, composta pelos três

primeiros versículos, há três coisas consideráveis: - 1.

Uma proposição geral da resolução do apóstolo para

prosseguir para as doutrinas mais perfeitas do

evangelho, como também da passagem dos primeiros

princípios do cristianismo, verso 1. 2. Uma

amplificação desta proposição, por uma enumeração

das doutrinas que, segundo ele, se encontravam

passando pelo manuseio dos versículos 1 e 2. 3. A

renovação de sua resolução para prosseguir na sua

proposição , com uma submissão à vontade e ao bom

prazer de Deus quanto à execução de seu propósito;

na expressão do qual o estado atual destes hebreus o

havia chamado peculiarmente, versículo 3.

VERSOS 1 e 2.

“Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de

Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de

Page 18: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

18

novo o fundamento do arrependimento de obras

mortas e de fé em Deus,” (Heb 6.1).

"Deixando": como se o apóstolo postasse essas coisas

de lado apenas para o presente, com uma resolução

para retomá-las novamente nesta epístola; mas nem

a palavra significa tal coisa, nem o faz assim.

"Os princípios (rudimentos) da doutrina de Cristo".

"O início da palavra de Cristo". A palavra ou aquilo

que diz respeito aos princípios da doutrina de Cristo.

“Vamos levantar-nos." "Vamos prosseguir".

"Vamos até a perfeição".

“Portanto, deixando a doutrina do princípio de

Cristo, continuemos até a perfeição.”

"Por isso". Esta partícula introdutória do discurso

manifesta que há uma dependência no que se segue

ao que foi discursado antes. O que se segue pode ser

uma inferência disso, ou ser o efeito de uma

resolução ocasionada por ele. "Portanto," ou seja,

"esse dever se seguirá então". E essa conexão é

apreendida de diversas maneiras, por conta da

ambiguidade da expressão em o número plural e a

primeira pessoa. "Nós vamos seguir". Pois, nesse tipo

de expressão, há uma comunicação retórica; e o

apóstolo se identifica com os hebreus em si mesmos

quanto à sua obra, ou se junta com eles quanto ao seu

Page 19: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

19

dever. Pois, se as palavras forem tomadas na

primeira maneira, declaram sua resolução no ensino;

se no último, seu dever em aprender. Em primeiro

lugar, e se tomarmos as palavras no primeiro

caminho, como expressando a resolução do apóstolo

quanto ao seu próprio trabalho, a inferência parece

ter uma dependência imediata do verso 11 do capítulo

anterior, passando pelo discurso dos seguintes versos

como uma digressão, para ser como se fosse incluído

entre parênteses: "De quem temos muitas coisas a

dizer, e difíceis de ser pronunciado, vendo que você

está sendo negligente ao ouvir:" Eu devo portanto,

para a sua instrução futura, "deixar os princípios da

doutrina de Cristo", e continuar com os mistérios, ou

a sabedoria, mais sublimes, dos quais falamos, que

são perfeitos. "Pois, embora ele os tivesse culpado

por sua dureza e atraso ao saber, ele não os declara,

pelo menos não todos eles, serem tão incapazes

desses mistérios, de modo que não devesse

comunicá-los a eles. Em segundo lugar, se, no último

caso, o apóstolo se juntar aos hebreus, e é o seu dever

que se destina, a saber, que nem sempre devem se

basear nos primeiros princípios ou lições do

cristianismo, mas avançar para a perfeição, (para o

amadurecimento espiritual, para uma compreensão

prática do significado pleno da vida cristã, tendo suas

faculdades exercitadas para discernir tanto o bem

quanto o mal, estando prontos para toda boa,

conhecendo e praticando a conduta cristã em

verdadeira santificação – nota do tradutor), então, -

Page 20: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

20

1. Esta ilação parece ter respeito ao tempo em que,

em primeiro lugar, estes hebreus gozavam sob os

meios de crescimento no conhecimento de Cristo; na

conta de que ele afirma que poderia ser justamente

esperado em relação a eles que deveriam ser

professores dos outros. "Portanto," diz ele, ou na

consideração disso, "é justo e correto que você deve

seguir em direção à perfeição", o que eles fariam, ele

expressa suas esperanças a respeito deles, no

versículo 9. 2. Ele também se refere àquela

negligência e preguiça, e atraso para aprender, que

ele havia reprovado neles. Como se tivesse dito:

"Vendo, portanto, que você até agora tem sido tão

descuidado na melhoria dos meios que tem

desfrutado, - o que não foi uma pequena falha ou mal

em você, mas o que foi muito prejudicial para você, -

agora, finalmente, agite-se para o seu dever, e

caminhe para a perfeição. Não precisamos

determinar essa conexão, de modo a excluir qualquer

intenção; sim, que pode ter feito o apóstolo, com

respeito ao discurso precedente e considerando nisso

a condição presente dos hebreus, como também a

necessidade de instruí-los no mistério do sacerdócio

de Cristo, sem o conhecimento do qual eles não

poderiam ser libertados dos seu apego ao sacerdócio

e às cerimônias de Aarônicas, que ainda estavam em

uso entre eles, - visava assim desde então tanto ao seu

próprio dever quanto o dele; que deveria seguir com

a instrução adicional, e que eles deveriam se mover

para aprender e serem beneficiados com isto. Era

Page 21: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

21

dever de seu ofício e cuidado com eles, e isso para sua

vantagem e edificação, e para trazê-los de maneira

devida, a fundarem sua fé em Cristo e na graça do

evangelho e não mais no cumprimento do judaísmo,

naquilo que era incompatível com a natureza e o

desígnio do evangelho. (Jesus não era uma anexo ao

Velho Testamento, mas a razão mesma de tudo o que

ali se ensinava por tipologia, figura e sombra – nota

do tradutor). E é evidente que, antes da redação desta

epístola, eles não estavam suficientemente

convencidos de que havia um fim absoluto para todas

as instituições mosaicas; pois, apesar da profissão do

evangelho, eles ainda achavam que era seu dever

cumprir a observação delas. Mas agora o apóstolo

projeta suas instruções nesse mistério que

particularmente evoca sua inconsistência com a fé

em nosso Senhor Jesus Cristo e obediência a ele.

Então diz: "deixando", "descartando",

"descarregando" ou "deixando ir", "omitindo", "não

mais seguindo”, "passando". E é usado com respeito

à fala de coisas que já foram mencionadas. Mas a

significação da palavra é limitada à presente ocasião;

para considerar as coisas aqui faladas

absolutamente, e elas nunca devem ser deixadas,

nem por professores ou ouvintes. Há uma

necessidade de que os professores muitas vezes

insistam nos rudimentos ou primeiros princípios da

religião; e isso não só com respeito àqueles que

continuamente devem ser treinados no

conhecimento desde a sua infância, ou para que

Page 22: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

22

possam ser recém-convertidos, mas também são

ocasionalmente inculcados nas mentes daqueles que

têm feito um progresso mais amplo no

conhecimento. E este curso achamos nosso apóstolo

ter dirigido em todas as suas epístolas. Também não

há ouvintes para deixar esses princípios como para

esquecê-los, ou para não usá-los. Deixe de lado uma

consideração constante a eles em seu devido lugar, e

nenhum progresso pode ser feito no conhecimento,

nada mais do que um edifício pode ser realizado

quando a base é tirada. Mas o respeito é de ambos os

lados até a ocasião presente. "Não nos detenhamos

sempre no ensinamento e na aprendizagem dessas

coisas, mas "omitindo" por um período de tempo,

como coisas com que você está bem familiarizado

com isso, avancemos para o que é necessário para a

maturidade.

Observação I. É dever dos ministros do evangelho

cuidar, não só que a doutrina que eles pregam seja

verdadeira, mas também que ela seja sazonal com

respeito ao estado e condição de seus ouvintes. Isto

não consiste em uma pequena parte daquela

sabedoria que é exigida na dispensação da palavra. É

"uma palavra falada na época apropriada" que é bela

e útil, Provérbios 25:11; sim, "tudo é lindo em seu

próprio tempo", e não mais, Eclesiastes 3:11. E duas

coisas são especialmente consideradas por aquele

que ordenaria sua doutrina corretamente, para que

Page 23: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

23

suas palavras pudessem ser adequadas, e

encontradas sazonais:

1. A condição de seus ouvintes, quanto ao seu

conhecimento e capacidade atuais. Suponha que

sejam pessoas, como o apóstolo fala, de "plena

idade", como podem receber e digerir "alimento

sólido", que já alcançaram um bom conhecimento

dos mistérios do evangelho. Na pregação da palavra,

se os homens, por falta de capacidade de fazer o

contrário, ou falta de sabedoria para saber quando

deveriam fazer de outra forma, devem tratar

constantemente com os primeiros princípios, ou

coisas comuns e óbvias, não será apenas inútil para a

sua edificação, mas também os cansa da própria

ordenança. E não haverá um melhor efeito do outro

lado, onde os ouvintes são principalmente fracos, e

os mistérios mais avançados da verdade são

insistidos, sem uma acomodação prudente de

assuntos adequados à sua capacidade. É, portanto, o

dever dos administradores na casa de Deus de dar a

cada um na sua casa a sua porção adequada. Este é o

conselho abençoado que nosso apóstolo dá a

Timóteo, 2 Timóteo 2:15: "Procura apresentar-te

diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem

de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da

verdade." Isto é o que permite que um ministro se

manifeste como "um trabalhador que não precisa se

envergonhar." Se, como, quando os animais

oferecidos em sacrifício foram cortadas em pedaços,

Page 24: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

24

o sacerdote de acordo com a lei dispôs as suas partes,

no altar, a si mesmo, e aos que os trouxeram, para

que cada um na divisão tivesse a sua parte adequada

e legal; então ele dá uma parte devida e adequada a

seus ouvintes, ele é um trabalhador aprovado. Outros

lançam tudo em confusão e desordem; que

redundará em sua própria vergonha. Agora,

enquanto que em todas as igrejas, audiências ou

congregações, há uma grande variedade de ouvintes,

com respeito às suas atuações, conhecimentos e

capacidades atuais, de modo que é impossível que

alguém supra, ou com muita frequência, possa

acomodar seu assunto e instruções para todos; era

muito desejável que houvesse, como havia na igreja

primitiva, uma distribuição feita de ouvintes em

várias ordens ou fileiras, conforme a idade ou os

meios de conhecimento os ordenem, para que a

edificação de todos possa ser claramente prevista.

Assim seria, se fosse o trabalho de alguns

separadamente instruir aqueles que ainda precisam

ser ensinados nos primeiros princípios dos oráculos

de Deus e dos outros a construir para a perfeição

daqueles que já fizeram algum progresso no

conhecimento do evangelho; ou o mesmo trabalho

pode ser feito pelas mesmas pessoas em várias

ocasiões. Nem qualquer coisa obstrui, senão que

aqueles que são fortes podem ser ocasionalmente

presentes às instruções dos fracos, e o último nos

ensinamentos dos primeiros, tanto para sua grande

vantagem. Mas, até que isso possa ser alcançado, é

Page 25: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

25

dever e sabedoria de um ministro aplicar-se, na

doutrina que ele pregou e na maneira de sua entrega,

ao estado mais geral de seus ouvintes, como por ele é

apreendido ou conhecido. E como será um problema

para aquele que considera seu dever seguir adiante

na declaração dos mistérios do evangelho, temer que

muitos permaneçam atrás, como incapazes de

receber e digerir a comida que ele providenciou; por

isso deve ser uma vergonha para aqueles que não

podem fazer provisão, senão de coisas banais e

comuns, quando muitos, talvez, entre seus ouvintes

são capazes de se alimentar de uma provisão melhor

ou mais sólida. Ainda, - 2. As circunstâncias do

tempo presente devem ser devidamente

consideradas por aqueles que pregariam uma

doutrina que poderia ser sazonal para seus ouvintes;

e que estes são muitos, não deve aqui ser

particularmente insistido. Mas aqueles

especialmente de tentações públicas conhecidas, de

erros e heresias predominantes, de oposição especial

e ódio a verdades importantes, devem sempre ser

considerados; pois eu poderia facilmente manifestar

que o apóstolo em suas epístolas tem continuamente

um respeito especial a todos eles. Tampouco foi uma

devida consideração mais necessária do que nos dias

em que vivemos. E outras coisas podem ser

adicionadas de natureza semelhante a este propósito.

Observação II. Algumas doutrinas importantes da

verdade podem, na pregação do evangelho, ser

Page 26: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

26

omitidas por uma temporada, mas nenhuma jamais

deve ser esquecida ou negligenciada. Então, assim

trata o apóstolo o assunto neste lugar. Nós dizemos,

"os princípios da doutrina de Cristo." Temo ser um

pouco impróprio; porque "os princípios da doutrina

de Cristo" indefinidamente devem incluir todos, pelo

menos os mais principais. "A palavra", isto é, a

palavra pregada. Como usado em 1 Coríntios 1:18. E

o nome "Cristo" não é tomado aqui pessoalmente,

nem de forma eficiente, como se "de Cristo" fosse "de

que Cristo seja o autor", nem objetivamente em

relação a Cristo; mas é tomado metonimicamente

para a doutrina do evangelho e a profissão dessa

religião que foi ensinada por ele. Para que "a palavra

de Cristo" não seja mais senão a doutrina do

evangelho como pregado e ensinado. O texto contém

uma limitação desta doutrina com respeito a algumas

partes dela; isto é, aquelas a que os homens

geralmente e normalmente foram instruídos pela

primeira vez, e que, por sua própria natureza, era

necessário que fosse assim. Eles são aqui chamados

de "a palavra dos princípios de Cristo". E o que essas

doutrinas são, o apóstolo declara particularmente no

final deste versículo, e no próximo, onde devemos

investigar. Eles são os mesmos com "os primeiros

princípios dos oráculos de Deus", dos quais foi feita

menção antes. Tendo declarado o que para o presente

omitiria e passaria, embora houvesse alguma

aparência de uma necessidade em contrário, o

apóstolo expressa o que era seu desígnio atual em

Page 27: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

27

geral, e qual era o fim que ele pretendia. Agora, isto

não era, para ser retardado pela repetição ou

reincorporação das coisas que ele omitiria, mas para

que eles pudessem (ele ensinando, e eles

aprendendo) "ir para a perfeição". E duas coisas

devem ser consideradas: - 1. O fim pretendido; 2. A

maneira de pressionar para o fim. O fim é a

"perfeição", isto é, o conhecimento das doutrinas

misteriosas e sublimes do evangelho como aqueles

que foram completamente iniciados e

minuciosamente instruídos eram participantes.

Disso ele diz, em 1 Coríntios 2: 6; - "Falamos

sabedoria entre os perfeitos", ou "declaramos os

mistérios profundos do evangelho", a sabedoria de

Deus em um mistério", para os que são capazes

deles." É, então, uma perfeição que o apóstolo visa;

mas, por exemplo, vem sob uma dupla limitação: - 1.

Da natureza da própria coisa. É apenas uma

perfeição intelectual, uma perfeição da mente no

conhecimento, que se destina. E isso pode ser onde

não há uma perfeição moral, graciosa e sem pecado.

Sim, os homens podem ter uma grande luz em suas

mentes, enquanto suas vontades e afeições são muito

depravadas e suas vidas não reformadas. 2. É uma

perfeição comparativa e não absoluta. Uma perfeição

absoluta, na compreensão da perfeição total de Deus

em Cristo, que não é por nós alcançável nesta vida. O

apóstolo nega isso em relação a si mesmo, Filipenses

3:12. Mas tal grau e medida que Deus tem prazer em

comunicar aos crentes no uso comum dos meios, é o

Page 28: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

28

que se destina. Veja Efésios 4: 12,13. Tome, portanto,

a perfeição aqui orientada objetivamente, e são os

mais sublimes mistérios do evangelho que ela

expressa; tomá-lo subjetivamente, é uma percepção

tão clara deles, especialmente daqueles que dizem

respeito à pessoa e aos ofícios de Cristo, e

particularmente ao seu sacerdócio, como os crentes

crescidos geralmente alcançam. A maneira de chegar

a este fim, ele expressa por ferwmeta (avancemos). E

nesta palavra é mencionada a comunicação retórica.

Pois ele atribui isso a si mesmo com os que só

pertenciam a eles; ou aquilo que pertence a ele; ou o

que lhes pertencia a ambos, mas de uma maneira

diferente, isto é, a ele ensinando a eles aprendendo.

"Vamos continuar". A palavra é enfática, insinuando

tal tipo de progresso como um navio faz quando está

sendo impulsionado pelo vento em suas velas.

"Vamos continuar", isto é, com o máximo de nossas

mentes e afeições, com os maiores esforços de toda a

nossa alma. "Nós dormimos o tempo suficiente no

porto; deixe-nos agora içar nossas velas e lançar-nos

para o mar alto." E, portanto, podemos aprender,

isso,

Observação III. É um dever necessário dos

dispensadores do evangelho excitar seus ouvintes,

por todas as considerações urgentes, para fazer um

progresso no conhecimento da verdade. Assim,

lidamos com o nosso apóstolo com estes hebreus. Ele

não os manteria sempre na varanda, mas entraria no

Page 29: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

29

santuário, e contemplaria as glórias escondidas da

casa de Deus. Em algum lugar ele se queixa daqueles

que estão "sempre aprendendo" que estão, no

caminho, sob os meios disso; mas, no entanto, por

causa de sua negligência e descuido na aplicação de

suas mentes a eles, "nunca avançam", 2 Timóteo 3: 7,

para um conhecimento claro da verdade. E no

mesmo espírito queixou-se dos coríntios por sua falta

de proficiência em coisas espirituais, de modo que ele

foi forçado a lidar com eles demorando ainda nos

rudimentos da religião, 1 Coríntios 3: 1,2. Em todas

as suas epístolas, ele está continuamente, por assim

dizer, pressionando isso nas igrejas, para que eles

trabalhem para "crescer em graça e no conhecimento

de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo", e que eles

poderiam fazê-lo, era a questão principal de suas

orações por eles, Efésios 3: 14-19, 1: 1 5-19;

Colossenses 2: 1,2. E são estranhos para seu espírito

e exemplo, aqueles que são descuidados nessa

questão, especialmente quanto a persuadir e até

mesmo obrigar os outros a serem assim. Portanto,

este dever é necessário para dispensadores do

evangelho em contas diversas: 1. Porque seus

ouvintes necessitavam grandemente do exercício

disto. Eles são capazes de ser preguiçosos e cansados;

muitos começam a correr bem, mas estão

rapidamente prontos para desmaiar. Não há

nenhuma estimativa das ocasiões, que são muitas e

variadas. Concupiscência da carne; autoconfiança de

ter alcançado o que é suficiente, talvez mais do que

Page 30: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

30

outros; curiosidade e comichão nos ouvidos,

atendendo a novidades; não se agradando daquela

santidade e fecundidade da vida que um aumento de

conhecimento abertamente tende a; desperdício, por

um lado, ou à avareza, por outro; qualquer corrupção

predominante de mente ou afeições; a dificuldade de

se chegar ao conhecimento da verdade de maneira

devida, fazendo com que o preguiçoso clame: "Há um

leão nas ruas;" com outras coisas inumeráveis, que

estão prontas e capazes de retardar, impedir e

desencorajar os homens em seu progresso. E se não

há como excitar, avise e exorte-os; para descobrir a

variedade dos pretextos pelos quais os homens nesta

matéria se enganam; expondo as armadilhas e os

perigos em que aqui se lançam; para lembrá-los da

excelência das coisas do evangelho e do

conhecimento delas, que são propostas diante deles;

pode ser senão que, por esses meios, sua condição

espiritual não será prejudicada, senão suas almas

estão arruinadas. Sim, às vezes os homens são tão

cativados sob o poder dessas tentações e seduções, e

são fornecidos com tais súplicas na desvantagem de

sua própria preguiça e negligência, pois devem ser

tratados com sabedoria e delicadeza em

admoestações a respeito deles, para que não sejam

provocados ou desencorajados. Daí o nosso apóstolo

tendo tratado eficazmente esses hebreus sobre essas

coisas, encerra seu discurso com aquela expressão

abençoada de amor e condescendência em relação a

eles, Hebreus 13:22: "Rogo-vos, porém, irmãos, que

Page 31: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

31

suporteis estas palavras de exortação, pois vos

escrevi em poucas palavras." Então, assente com

isso, como aquele que, no entanto, pode ser contrário

às suas inclinações presentes, continua a ter um

amor terno às suas almas e não tem outro fim senão

sua vantagem espiritual. Nem isso deve diminuir

aqui empreendimentos de ministros fiéis, mas

apenas dar-lhes mais uma oportunidade de mover e

exercer a sua prudência e diligência. 2. As vantagens

que os professores têm por um progresso no

conhecimento das coisas espirituais, tornam o dever

necessário levá-las e encaminhá-las para aqueles,

que são obrigados em todas as coisas a cuidar do bem

de suas almas. E essas vantagens também se

apresentam em tanta variedade, que não podem ser

aqui relatadas. A menção pode ser feita de algumas

poucas em uma forma de exemplo; como, (1.) Aqui,

de uma maneira eficaz, depende a segurança dos

homens da sedução em heresias, erros ruidosos e

nocivos. De que tipo são aqueles que vemos

seduzidos todos os dias? Não são pessoas que

ignoram rudemente a própria natureza da religião

cristã e os primeiros princípios disso, que nem

sempre estabelecem um alicerce firme, ou realizam

uma superação ordenada sobre isso em sabedoria e

obediência, como o tipo de homens que enchem as

assembleias dos Quakers? O fundamento de Deus

está seguro em todo o tempo, - Deus conhece quem é

dele; e ele irá preservar seus eleitos para tornar sua

sedução totalmente impossível. Mas, de maneira

Page 32: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

32

comum, será muito difícil em tal momento, - quando

os sedutores abundam, doutrinas falsas são

divulgadas, em que há tantos lobos no exterior com

roupas de ovelha, e uma oposição tão grande que é

feita à verdade do evangelho, - para que qualquer

pessoa se mantenha firme e inabalável até o fim, se

as suas mentes não forem fortificados com um

conhecimento sólido e fundamentado dos mistérios

do evangelho. É o ensinamento do Espírito, a unção

do Santo, pelo qual conhecemos todas as verdades

necessárias, que devem nos preservar em tal época, 1

João 2:27. (2.) Proporcional ao nosso crescimento no

conhecimento será o nosso aumento de santidade e

obediência. Se isso, em algum momento, cair de

outra forma, é dos pecados e da perversidade das

pessoas em quem está; na natureza das próprias

coisas, eles dependem um do outro. Veja Efésios 4:

21-24; Romanos 12: 2. Que "a ignorância é a mãe da

devoção", é uma máxima que veio do inferno para

buscar as almas dos homens, e trouxe multidões com

ela; onde seja respeitada. Agora, a razão pela qual o

aprimoramento do conhecimento tende para a

melhoria da santidade e da obediência, porque a fé

atua em Cristo apenas nas coisas que conhecemos,

pelo qual a força espiritual é derivada para nós, e nós

somos habilitados para elas. (3.) A utilidade na

igreja, para as nossas famílias, e entre todos os

homens, depende disso. Isso não precisa de

nenhuma outra confirmação do que a experiência de

cada homem lhe sugerirá. E se eu deveria projetar

Page 33: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

33

para prosseguir, as principais vantagens que

alcançamos, ou podemos fazê-lo, no crescimento da

luz e do conhecimento espirituais, não existe

qualquer coisa em que a nossa fé ou obediência se

preocupe; nada que pertença às nossas graças,

deveres ou comunhão com Deus, neles ou por eles;

nada em que nos preocupe com tentações, aflições ou

consolo, senão o que pode ser justamente chamado

para dar testemunho a esse respeito. Se, portanto, os

ministros do evangelho tiverem cuidado, ou qualquer

amor às almas dos seus ouvintes; se eles entenderem

qualquer coisa sobre a natureza do ofício e do

trabalho que eles tomaram sobre si mesmos, ou a

conta que eles devem dar um dia da sua descarga;

eles não podem deixar de estimá-lo entre os deveres

mais necessários que lhes incumbem, excitar,

provocar, persuadir e exortar, aqueles que estão sob

sua responsabilidade para a perfeição antes descrita.

Portanto, não há nada, em toda a combinação contra

Cristo e o evangelho, que seja de uma natureza e

tendência mais perniciosa do que o desígnio de

manter as pessoas na ignorância. Era esse o espírito

de nosso apóstolo? Tinha esse desígnio? É evidente

para todos o quão abertamente e com que frequência

ele se expressa em contrário. E, ao seu exemplo,

devemos nos conformar. Seja qual for a outra ocasião

de escrever, o assunto principal de suas epístolas é

constantemente o aumento da luz e do conhecimento

nas igrejas, que ele sabia que era tão necessário para

elas. Podemos, portanto, adicionar, -

Page 34: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

34

Observação IV. É deplorável e perigoso o caso

daquele povo, cujos professores não conseguem levá-

los ao conhecimento dos mistérios do evangelho. A

chave do conhecimento pode ser adotada pela

ignorância, bem como pela malícia. E assim é com

muitos. E quando o conhecimento perecer dos lábios

daqueles que devem preservá-lo, o povo deve perecer

por falta desse conhecimento, Oséias 4: 6; Mateus 15:

14.

Observação V. Em nosso progresso em direção a um

aumento de conhecimento, devemos prosseguir com

diligência e toda a inclinação de nossas vontades e

afeições. Pretendo expressar o sentido de ferwmeta

(avançar). É de uma significação passiva, denotando

o efeito: "deixemo-nos conduzir", mas inclui o uso

ativo de meios para produzir esse efeito. E os deveres

da nossa parte destinados podem ser reduzidos a

essas cabeças, - 1. Diligência em uma aplicação para

o uso dos melhores meios para este fim, Oséias 6: 3.

Aqueles que seriam conduzidos para a perfeição não

devem ser descuidados, nem independentemente

das oportunidades de instrução, nem serem detidos

por preguiça ou vaidade, nem desviados pelos

negócios e ocasiões deste mundo. Tanto o empenho

em sua busca, quanto a escolha na preferência deles

antes das vantagens seculares, são exigidos aqui. 2.

Intenção da mente no atendimento a eles. Tais

pessoas não devem ser negligentes sob eles. Há quem

não se esforçará para desfrutar os meios de

Page 35: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

35

instrução, e dificilmente perderá uma oportunidade

para a qual eles possam chegar; mas quando o

fizerem, aí sentam-se e descansam. É uma pena,

considerar o quão pouco eles despertam suas mentes

e entendimentos para conceber corretamente e

apreender as coisas em que são instruídos. Então eles

continuam ouvindo dia a dia, e de ano para ano, mas

não são movidos em um passo em direção à

perfeição. Se o coração e a cabeça não estiverem no

trabalho, e os melhores esforços das nossas mentes

não forem aplicados, buscando, pesando,

ponderando, aprendendo as verdades que nos

ensinam por qualquer meio de nomeação divina,

nunca devemos fazer o progresso pretendido. 3. É

necessário aqui, que nossas vontades e afeições

sejam sinceramente inclinadas e concentradas nas

próprias coisas que nos são ensinados. Estas são as

principais asas ou velas de nossas almas, nas quais

estamos ou podemos estar em nossa viagem. Sem

isso, tudo o que fazemos não será nada, ou o que não

é melhor. Para amar a verdade, as coisas que nos

propuseram na doutrina dela; para deleitar-se com

eles; para encontrar uma bondade, desejabilidade,

excelência e adequação até a condição de nossas

almas nelas; e, portanto, aderir e se aproximar delas;

é o que nos fará prosperar em nosso progresso.

Aquele que sabe um pouco e ama muito,

rapidamente conhecerá e amará mais. E aquele que

tem muito conhecimento, mas pouco amor,

descobrirá que ele trabalha no fogo para o aumento

Page 36: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

36

de um ou outro. Quando nossas vontades e afeições

aderem e se encaixam com prazer, no uso diligente

dos meios, nas coisas em que somos instruídos, então

estamos no nosso caminho certo; então, se os

sagrados ventos do Espírito de Deus soprarem sobe

nós, estamos em uma tendência abençoada para a

perfeição. 4. A prática diligente do que conhecemos

não é menos necessária para o dever pressionado

sobre nós. Este é o fim imediato de todos os

ensinamentos e todos os aprendizados. Isto é o que

torna nosso conhecimento a nossa felicidade: "Se

conheceis estas coisas, felizes são, se as fizerem".

Fazer o que sabemos é a grande chave para nos dar

uma entrada para saber o que não fazemos. Se

fizermos a vontade de Deus, conheceremos a sua

Palavra, João 7:17. E, - 5. Tudo isso deve ser

gerenciado com um certo desígnio e perspectiva para

este fim, de crescer em graça e conhecimento, e isso

até chegarmos à medida de nossa perfeição que nos

foi nomeada em Jesus Cristo. Desta forma, e por

esses meios, podemos alcançar o efeito diretamente

expresso, de continuar no aumento da luz e do

conhecimento espiritual e não sem eles.

VERSÍCULOS 1, 2.

No restante do primeiro versículo e o seguinte que

segue, o apóstolo declara em casos particulares quais

eram as coisas e doutrinas que ele chamou em geral

antes, "princípios da doutrina de Cristo".

Page 37: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

37

“Não lançando de novo o fundamento do

arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e

da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos,

e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.”

Há duas coisas nessas palavras acrescentadas sobre

"a doutrina dos princípios de Cristo" ou "as primeiras

doutrinas do cristianismo": 1. Sua natureza geral em

relação a toda a verdade do evangelho,

metaforicamente expressa; eles são o "fundamento".

2. Sua natureza em particular é declarada em

diversos casos; não que todos sejam mencionados,

mas essas instâncias são escolhidas para mostrar de

que tipo elas são.

No primeiro, duas coisas são propostas: 1. A

expressão da própria coisa pretendida, que é "o

fundamento". 2. O desígnio do apóstolo com respeito

a ele, "não colocá-lo novamente". é, como foi dito,

nesta matéria metafórica, incluindo uma alusão a um

arquiteto e sua construção. Primeiro ele estabelece os

alicerces; e é um construtor muito insensato aquele

que não faz isso, ou que recai sobre ele, ou que

sempre o está preparando e puxando para baixo, sem

fazer um progresso. Na verdade, esse fundamento

que é todo o edifício, que não possui um edifício

erguido sobre ele, não é um fundamento; porque o

que é materialmente, torna-se tão formalmente

apenas com respeito à construção sobre ele. E

aqueles que recebem as doutrinas de Cristo aqui

Page 38: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

38

chamadas de "fundamento", se eles não construírem

sobre elas, eles não provarão nada a eles, seja lá o que

forem em si mesmos.

Existem duas propriedades de um alicerce: - 1. Que é

aquilo que é colocado pela primeira vez em cada

edifício. Isso requer a ordem natural de cada edifício.

2. É o que carrega todo o peso da superestrutura; o

todo, e todas as partes dele, sendo colocado sobre ele,

e firmemente unido a ele. Com respeito a uma ou

outra dessas propriedades, ou ambas, são as

doutrinas pretendidas como "fundamentos". Mas, no

último sentido, não podem ser assim.

É o próprio Cristo, e ele somente, que é o fundamento

para suportar o peso e apoiar a construção integral

da igreja de Deus. Isaías 28:16; Mateus 16:18; 1

Coríntios 3: 10,11; Efésios 2: 20-22; 1 Pedro 2: 4,5.

Ele é tão pessoalmente, a vida e o ser da igreja que

consiste em sua união espiritual para com a pessoa, 1

Coríntios 12:12; e doutrinariamente, na medida em

que toda a verdade é resolvida no que se ensina em

relação a ele, 1 Coríntios 3: 10,13. Portanto, é alusão

a um fundamento com respeito à sua primeira

propriedade, a saber, que é colocada pela primeira

vez no edifício, que essas doutrinas são chamadas de

"fundamento" (assim os judeus denominam os

princípios gerais de sua profissão em particular, "os

fundamentos da lei", ou as principais doutrinas

dentro dela), - as primeiras doutrinas que são

Page 39: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

39

necessárias para serem recebidas e professadas na

primeira entrada do homem no cristianismo. E o

apóstolo pretende as mesmas coisas pela expressão

tripla que ele faz uso: - 1. Hebreus 5:12, - "os

primeiros princípios dos oráculos de Deus." 2.

Hebreus 6: 1; - "o início da doutrina de Cristo" e "o

fundamento". No que diz respeito a estas coisas, ele

diz: "não colocando de novo". Ele diz que não o

colocaria novamente, não inferindo que ele próprio

tinha colocado antes entre eles, mas apenas que fora

muito bem colocado por algum outro. Pois não foi

por ele que receberam sua primeira instrução, nem

menciona tal coisa em toda a epístola; enquanto ele

frequentemente invoca as igrejas plantadas por ele

mesmo, 1 Coríntios 3: 5,6,10, 4:15. E é sabido pela

história que seu ministério não foi usado em sua

primeira conversão. Mas ele sabia que eles tinham

instrutores fiéis, que não os deixariam

desinformados dessas coisas necessárias; e que eles

não teriam sido iniciados pelo batismo ou admitidos

na igreja, sem uma profissão deles. Além disso, eles

eram como, em geral, eles possuíam em seu antigo

estado de igreja. Poderia, portanto, dizer que ele não

iria colocar este fundamento novamente. "Essas

coisas", diz ele, "você já foi instruído por outros, e,

portanto, eu não vou (como também em outras

considerações) examiná-los novamente." Portanto,

os ouvintes do evangelho olhem atentamente para

que eles aprendem as coisas das quais tiveram

instrução suficiente; pois se algum mal se deriva da

Page 40: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

40

ignorância deles, eles devem responder por isso. Essa

ignorância é o seu pecado, bem como a sua

desvantagem. Os professores podem dar por certo,

que o que eles têm sedutoramente e suficientemente

instruído seus ouvintes, eles também receberam e

aprenderam, porque é através de sua negligência

pecadora se eles não tiverem feito. E eles não estão

obrigados a esperar sempre em algumas das suas

negligências, em detrimento dos outros. Em segundo

lugar, o apóstolo declara, em particular, quais eram

esses princípios doutrinários, que, em geral,

descreveu, que foram ensinados aos primeiros que

foram iniciados no cristianismo e que ele não

insistirá novamente. "Arrependimento de obras

mortas", etc. Devemos primeiro considerar a ordem

dessas palavras, e então o seu sentido, ou as próprias

coisas pretendidas. Alguns aqui compõem seis

princípios, alguns os tornam sete, alguns, senão

quatro, e alguns são reduzidos a três. Os dois

primeiros são simples e distintos: "Arrependimento

de obras mortas" e "fé para com Deus". Seguem e são

apresentados quanto à sua coerência e sentido. O

fundamento da doutrina dos batismos, que são

agrupados pela aposição, não dependendo um sobre

o outro. Didach é o ensino, a doutrina, "a pregação da

Palavra". E essa foi uma das primeiras coisas em que

os crentes deveriam ser instruídos, ou seja, que eles

deveriam permanecer na doutrina (didach), Atos

2:42; em constante comparecimento à doutrina do

evangelho, quando lhes foi pregada. E como não devo

Page 41: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

41

afirmar esta exposição, então não me atrevo a rejeitá-

la positivamente, como não vendo nenhuma razão

convincente para esse propósito. Mas outro sentido é

mais provável. Faça as palavras em conjunto, de

modo que o primeiro deles deve depender e ser

regulado pelo outro, e então, 1. Podemos considerá-

los em sua ordem, pois estão no original: "a doutrina

dos batismos e da imposição das mãos". Havia duas

coisas peculiares para o evangelho, - a doutrina dele

e os dons extraordinários do Espírito Santo. A divisão

é comparada ao chamado batismo, em

Deuteronômio 32: 2; daí do povo foi dito ser

"batizado em Moisés", quando foram iniciados em

suas doutrinas, 1 Coríntios 10: 1,2. O batismo de João

foi sua doutrina, Atos 19: 3. E o batismo de Cristo foi

a doutrina de Cristo, com que ele deveria "batizar

muitas nações", Isaías 52: 15. Este é o primeiro

batismo do evangelho, a doutrina. O outro foi a

comunicação dos dons do Espírito Santo, Atos 1: 5.

Que isso, e isso sozinho, é pretendido por "a

imposição das mãos", eu vou provar completamente

depois. E então, o sentido seria: O fundamento dos

batismos evangélicos, a saber: a pregação e os dons

do Espírito Santo. E eu conheço apenas um

argumento contra esse sentido, isto é, que é novo e

singular. Para evitar isso, 2. A ordem das palavras

deve ser invertida em sua exposição. Não são os

"batismos da doutrina", mas a "doutrina dos

batismos" deve ser pretendida. Mas, então, duas

coisas devem ser observadas: - (1.) Que baptismein

Page 42: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

42

"batismos", não é imediatamente regulado por

zemelion, o "fundamento" e, portanto, "batismos"

não são afirmados absolutamente como um

fundamento, como é o "arrependimento de obras

mortas", mas apenas a doutrina sobre isso é assim.

(2.) Não pode ser prontamente concebido por que a

"doutrina" deve ser prefixada para "batismos", e não

"arrependimento" e "fé", cujas doutrinas também se

destinam; porque não é a graça do arrependimento e

da fé, mas a doutrina a respeito deles, a que o

apóstolo se refere. Há, portanto, algum motivo

peculiar por que a "doutrina" deve ser, portanto,

peculiarmente prefixada para "batismos e a

imposição das mãos", e não para as outras coisas

mencionadas; para que a "imposição de mãos" seja

colocada na mesma ordem com "batismos", a

partícula conjuntiva manifesta-se, epiqesewv. As

seguintes instâncias são simples, apenas algumas as

reduziriam a um princípio, isto é, a ressurreição de

todos para o julgamento. Há, portanto, nessas

palavras nada peculiar nem difícil, mas apenas o que

diz respeito aos "batismos" e "a imposição de mãos ",

a "doutrina" dos quais é especificada. Agora, não

consigo descobrir nenhuma razão justa, a não ser

que, por "batismos" e "imposição de mãos", o

apóstolo não pretende nenhum desses rudimentos

da religião cristã, em que os homens deveriam ser

instruídos pela primeira vez, mas aqueles ritos de que

eles foram feitos participantes e em que foram

instruídos. Como se o apóstolo tivesse dito: "Esses

Page 43: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

43

princípios da doutrina de Cristo, isto é, o

arrependimento, a fé, a ressurreição e o julgamento,

são aquelas doutrinas nas quais devem ser instruídos

a serem batizados e ter as mãos impostas. "De acordo

com este sentido, as palavras devem ser lidas como

entre parênteses: "Não volte a colocar os

fundamentos do arrependimento das obras mortas e

da fé em relação a Deus (a saber, a doutrina dos

batismos e a imposição de mãos) da ressurreição

dentre os mortos e do julgamento eterno. Quando os

homens começaram a atender o evangelho, e a

ingressar na igreja, havia certas doutrinas nas quais

eles deveriam ser ministrados, antes que eles fossem

admitidos para o batismo; veja Gálatas 6: 6. Estes são

os rudimentos catequéticos da religião cristã, são

chamados aqui para fazer o baptismwn epiqesewv te

ceirwn, ou as doutrinas que deveriam ser ensinadas

para a administração desses ritos. Preparando isso

para o projeto do apóstolo nas palavras, como é mais

provável, tem quatro exemplos dos principais

rudimentos da religião cristã, em que todos os

homens deveriam ser instruídos antes de serem

admitidos ao batismo, que vieram a eles em seu

próprio direito pessoal, não tendo sido feitos seus

participantes pelo direito da aliança, através da

profissão de seus pais, em sua infância. Essas pessoas

deveriam ser instruídas completamente antes da sua

solene iniciação; a doutrina a respeito deles sendo

assim chamada "doutrina dos batismos e da

imposição das mãos", porque era anteriormente

Page 44: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

44

necessário para a administração desses ritos. Há uma

dificuldade, confesso, que esta exposição é

pressionada com o uso da palavra no número plural,

batismo, "dos batismos", mas isso também diz

respeito a todas as outras exposições, e deve ser

falado em sua lugar apropriado. E eu considero o

sentido das palavras a que o desígnio do texto e da

maneira de expressão nos levam. Mas, ainda assim,

porque os homens cultos são levados a ocupar-se de

outra maneira, exortarei as palavras para que o seu

significado possa ser apreendido, supondo que as

cabeças distintas da doutrina sejam contidas nelas.

Nosso próximo trabalho é considerar as instâncias

particulares em sua ordem. E o primeiro é o

"arrependimento das obras mortas". Isto foi

ensinado, em primeiro lugar, a todos aqueles que se

submeteram à disciplina de Cristo e do evangelho. E

no ensinamento deste artigo, tanto a natureza como

a necessidade do dever foram consideradas. E, na

natureza, duas coisas foram declaradas e devem ser

consideradas: 1. O que são "obras mortas" e 2. O que

é "arrependimento delas". 1. Esta expressão de

"obras mortas" é peculiar ao nosso apóstolo e a esta

epístola. Não é utilizado em lugar algum a não ser

neste texto e em Hebreus 9:14. E ele usa isso em

resposta ao que ele diz em outra parte sobre a morte

do homem no pecado por natureza, Efésios 2: 1,5;

Colossenses 2:13. O que ele atribui às suas pessoas,

aqui ele atribui às suas obras. Estes pedem os "velhos

pecados" dos homens, ou seja, nos quais eles viveram

Page 45: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

45

antes de sua conversão: 2 Pedro 1: 9, "Esquecendo

que ele foi purgado de seus velhos pecados." Ele tem

respeito ao que está aqui destinado. Eles foram, antes

de sua iniciação, instruídos na necessidade de

abandonar os pecados em que, eles viveram antes da

conversão, que ele chama de "velhos" ou "pecados

anteriores", que ele também se referiu, 1 Pedro 4: 3,

"Porque é bastante que no tempo passado tenhais

cumprido a vontade dos gentios, andando em

dissoluções, concupiscências, borrachices,

glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias." A

necessidade do arrependimento desses e outros

pecados lhes foi ensinada, e de quem eles fizeram

profissão, antes de serem admitidos ao batismo,

onde receberam um sinal de serem purgados deles. E

uma recaída sobre os pecados com os quais os

homens haviam manifestado abertamente o

arrependimento e a renúncia, era sempre perigoso, e

por alguns absolutamente perniciosos; o que

aconteceu com os grandes concursos na igreja. Pois a

controvérsia não era, se os homens caíam em

qualquer pecado, sim, qualquer pecado aberto ou

conhecido, após o batismo, e poderia se arrepender,

- o que nunca havia tanto orgulho de negar, mas a

questão era que os homens se abriam novamente

àqueles pecados, como idolatria, que eles fizeram

uma profissão pública de arrependimento antes do

seu batismo. E finalmente chegou a isso, não se tais

homens pudessem arrepender-se de salvação, obter

perdão de seus pecados e ser salvos; mas se a igreja

Page 46: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

46

teve o poder de admitir uma segunda vez para uma

profissão pública de arrependimento os praticantes

de tais pecados, e assim levá-los novamente à plena

comunhão. Para alguns alegaram que a profissão de

arrependimento por esses pecados e a sua renúncia

eram indispensavelmente necessárias antes do

batismo nos que eram adultos, - a obrigação de não

viver neles é sobre aqueles que foram batizados na

infância , - o único batismo era a única promessa que

a igreja poderia dar da remissão de tais pecados; e,

portanto, onde os homens voltaram a cair nesses

pecados, o batismo não deveria ser repetido, eles

seriam deixados à mercê de Deus, - a igreja não

poderia mais recebê-los. Mas enquanto os números

eram muito grandes daqueles que, em tempos de

perseguição, voltaram para a idolatria, que depois

voltaram e professaram seu arrependimento. Mas

enquanto ambos os partidos nesta diferença

chegaram a extremos, o evento era pernicioso de

ambos os lados, - a questão da perda da verdade e da

paz, a outra a pureza da igreja. Os pecados de pessoas

não regeneradas, das quais o arrependimento era

para ser expressado antes do batismo, são chamados

de "obras mortas", em relação à sua natureza e ao seu

fim. Porque, (1.) Quanto à sua natureza, eles

procedem de um princípio sob o poder da morte

espiritual; são as obras das pessoas "mortas em

delitos e pecados". Todas as ações morais de tais

pessoas, com respeito a um fim sobrenatural, são

obras mortas, não sendo animadas por um princípio

Page 47: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

47

vital da vida espiritual. E é necessário que uma

pessoa esteja vivendo espiritualmente antes que suas

obras sejam assim. Nossa caminhada na santa

obediência é chamada "a vida de Deus", Efésios 4:18;

isto é, a vida que Deus exige, que por sua graça

especial trabalha em nós, cujos atos o têm para o seu

objeto e seu fim. Onde esta vida não está, as pessoas

estão mortas; e também são as suas obras, até tudo o

que fazem com respeito ao Deus vivo. E eles são

chamados assim, (2.) Com respeito ao seu fim; eles

são "mortua", porque estão - "mortos", eles

procuram a morte e terminam na morte. “O pecado,

quando consumado, traz a morte", Tiago 1:15. Eles

procedem da morte espiritual e terminam na morte

eterna. Na mesma conta, eles são chamados de

"obras infrutíferas das trevas", Efésios 5:11. Eles

procedem de um princípio de escuridão espiritual e

terminam nas trevas eternas. Podemos, portanto,

saber o que lhes foi ensinado sobre essas obras

mortas, ou seja, sua natureza e seu mérito. E isso

inclui toda a doutrina da lei, com convicção do

pecado. Foi ensinado que eram pecadores por

natureza, "mortos nos pecados", e daí "filhos da ira",

Efésios 2: 1-3; que naquela propriedade a lei de Deus

condenou ambos e suas obras, denunciando a morte

e a destruição eterna contra eles. E neste sentido,

com respeito à lei de Deus, essas obras mortas

compreendem todo o seu curso neste mundo, pois

fizeram o melhor e o pior. Mas, no entanto, não há

dúvida de um respeito especial às grandes

Page 48: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

48

enormidades externas em que viveram durante o

judaísmo, mesmo à maneira dos gentios. Para tal, o

apóstolo Pedro, escrevendo para estes hebreus,

descreve a conduta deles, 1 Pedro 4: 3, como

mostramos antes. E, daí, ele descreve o que uma

libertação abençoada tiveram pelo evangelho, 1

Pedro 1: 18-21. E quando ele declara a apostasia de

alguns para seus cursos anteriores, ele mostra que é

como o retorno de um cão ao seu vômito, depois de

ter escapado daqueles que vivem em erro e as

poluições que estão no mundo através da luxúria, 2

Pedro 5: 18-22.Estas foram as obras que os

convertidos foram ensinados a abandonar, e uma

profissão de arrependimento para eles era necessária

para todos antes de sua iniciação na religião cristã,

ou antes de recebidos na igreja. Pois não era então,

como agora, que qualquer um poderia ser admitido

na sociedade dos crentes, e ainda assim continuar a

viver em pecados abertos, sem arrependimento. 2. O

que é exigido, e o que eles foram ensinados, com

respeito a essas obras mortas, é "metanoia",

arrependimento. "Arrependimento de obras mortas"

é a primeira coisa exigida para aqueles que assumem

a profissão do evangelho e, consequentemente, o

primeiro princípio da doutrina de Cristo, como é aqui

colocado pelo apóstolo. Sem isso, tudo o que é

tentado ou alcançado é apenas uma desonra para

Cristo e uma decepção para com os homens. Este é o

método da pregação, confirmado pelo exemplo e

comando do próprio Cristo: "Arrependa-se e acredite

Page 49: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

49

no evangelho", Mateus 4:17; Marcos 1:15. E quase

todos os sermões que encontramos, não só de João

Batista, como forma de preparação para a declaração

do evangelho, como Mateus 3: 2, mas também dos

apóstolos, ao pressionar a recepção real sobre os

judeus e gentios, tinham como princípio primeiro, a

necessidade do arrependimento, Atos 2:38, 3:19,

14:15. Daí, na pregação do evangelho, diz-se: "Deus

ordena que todos os homens em todos os lugares se

arrependam", Atos 17:30. E quando os gentios

receberam o evangelho, a igreja em Jerusalém

glorificou a Deus, dizendo: "Então Deus, aos gentios,

concedeu arrependimento para a vida", Atos 11:18.

Mais uma vez, isso é expresso como a primeira

questão da graça e da misericórdia de Deus para com

os homens por Jesus Cristo, que é, portanto,

primeiro proposto para eles: "Deus o exaltou para ser

um Príncipe e um Salvador, para dar arrependimento

a Israel", Atos 5:31. E porque é o primeiro, é posto em

forma de sinédoque para toda a obra da graça de

Deus por Cristo: "Deus, tendo levantado o seu filho

Jesus, enviou-o para abençoá-lo, afastando cada um

de vocês das suas iniquidades". Atos 3:26. Portanto,

é evidente que este foi o primeiro princípio

doutrinário, quanto ao seu próprio dever, que foi

pressionado e fixado nas mentes dos homens em suas

primeiras instruções no evangelho. E nos

testemunhos produzidos, tanto as suas causas

quanto sua natureza geral é expressa. Pois, (1.) Sua

suprema causa original é a boa vontade, a graça e a

Page 50: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

50

generosidade de Deus. Ele concede e dá a quem lhe

agrada, de seu próprio prazer, Atos 11:18. (2.) É

imediatamente colhido sobre as almas dos homens

por Jesus Cristo, como um fruto da sua morte, e um

efeito desse "todo poder no céu e na terra" que lhe foi

concedido pelo Pai. "Ele deu arrependimento a

Israel", Atos 5:31. A disposição soberana dele é da

vontade do Pai; e a colação real dele é um efeito da

graça do Filho. E (3.) A natureza é expressa na

conversão dos gentios: é "para a vida", Atos 11:18. O

arrependimento exigido aos homens na primeira

pregação do evangelho, e a necessidade do que foi

pressionado sobre eles, era "para a vida", isto é, que

tinha uma conversão salvadora de Deus que o

acompanhava. Este tipo de arrependimento é

necessário para a nossa iniciação no estado do

evangelho. Não é uma profissão vazia de nenhum

tipo de arrependimento, mas a verdadeira conversão

para Deus é requerida de tais pessoas. Mas, além

disso, devemos considerar esta metanoia, ou

"arrependimento", em sua própria natureza, pelo

menos em geral, que podemos entender melhor este

primeiro princípio da doutrina catequética. Nesse

sentido, respeita, - (1.) A mente e o julgamento; (2.)

A vontade e afeições; e, (3.) A vida ou a conduta dos

homens. (1.) Ele diz respeito à mente e ao

julgamento, de acordo com a notação da palavra, o

que significa mudança de mente, ou pós-

consideração e julgamento. Homens, enquanto

vivem em obras mortas, sob o poder do pecado,

Page 51: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

51

nunca fazem um juízo justo quanto à sua natureza,

culpa ou seu fim. Por isso, eles são tão

frequentemente chamados a lembrar e a considerar

as coisas corretamente, a lidar com elas com a razão

dos homens; e, por sua própria vontade, são tolos e

brutos, e não têm entendimento. A mente é

praticamente enganada sobre eles. Há graus neste

engano, mas todos os pecadores estão realmente

mais ou menos enganados. Nenhum homem,

enquanto o princípio natural da consciência

permanece neles, pode afastar todas as convicções do

pecado, Romanos 2: 14,15; e que é "o julgamento de

Deus que aqueles que praticam tais coisas merecem

a morte", Romanos 1:32. Mas ainda há quem até

agora despreze essas convicções de desistir de todos

os pecados com prazer e gentileza. Veja Efésios 4: 17-

19. Praticamente eles chamam o bem de mal e o mal

de bem; e julgo que não há aquele mal no pecado que

é fingido, ou, no entanto, que é melhor aproveitar "os

prazeres por um período", do que renunciar a outras

considerações. Outros são quem tem algum senso de

tais obras mortas. Em particular, eles as julgam más,

mas estão tão enredados nelas que não veem a

grandeza desse mal, nem fazem tal julgamento a

respeito de onde sua linhagem deve inevitavelmente

resultar. A estas duas cabeças, em vários graus, todos

os pecadores impenitentes sejam reduzidos. Eles são

tais como, desprezando suas convicções, prosseguem

em um curso desenfreado de licenciosidade, como

não julgam a voz, a linguagem e a mente que eles

Page 52: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

52

fariam bem em investigar. Outros, em certa medida,

atendem a eles, mas, no entanto, praticamente os

recusam, e aceitam motivos para o pecado, tornando

a escala desse lado como ocasião, oportunidades e

tentações. Portanto, a primeira coisa neste

arrependimento é uma mudança profunda da mente

e do julgamento sobre essas obras mortas. A mente,

pela luz e a convicção da salvação da verdade,

determina de forma clara e constante a verdadeira

natureza do pecado e a sua falta de mérito, que é uma

coisa má e amarga ter abandonado a Deus assim.

Eliminar todos os preconceitos, deixar de lado todos

os fundamentos , desculpas e paliativos, finalmente

conclui o pecado, isto é, todo e qualquer pecado, tudo

o que tem a natureza do pecado, como sendo

universalmente maligno; o mal em si mesmo, o mal

para o pecador, o mal em seus efeitos presentes e

consequências futuras, o mal em todo o gênero,

vergonhosamente maligno, incomparavelmente

mau, sim, o único mal, ou tudo o que é maligno no

mundo. E este julgamento faz com respeito à

natureza e à lei de Deus, à sua própria condição

depravada primitiva e presente, ao dever presente e

juízo futuro. Esta é a primeira coisa necessária para

o arrependimento, e onde isso não está não há nada

disso. (2.) Diz respeito à vontade e afeições. É nosso

retorno a Deus; o nosso desvio dele está na inclinação

de nossas vontades e afeições ao pecado. A mudança

da vontade, ou a remoção da vontade de pecar, é a

principal parte do arrependimento. É com respeito às

Page 53: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

53

nossas vontades que somos ditos "mortos no pecado"

e "alienados da vida de Deus". E por essa mudança

da vontade nos tornamos "mortos para o pecado",

Romanos 6: 2; isto é, qualquer que seja o resquício

da luxúria e da corrupção, que possa haver em nós,

mas a vontade de pecar é tirada. E, para as afeições,

funciona a mudança na alma, pois as afeições

bastante contrárias devem ser substituídas e

ajustadas no trabalho com respeito ao mesmo

objetivo. Há "prazeres" no pecado, e também tem

seus "salários". Com respeito a estes, aqueles que

vivem em obras mortas e se deleitam com o pecado e

têm complacência na realização dele. Estas são as

afeições que a alma exerce sobre o pecado cometido

ou a ser praticado. Em vez disso, o arrependimento,

pelo qual eles são totalmente banidos, coloca no

trabalho a tristeza, o sofrimento, a abominação, o

autoaborrecimento, a vingança e as paixões aflitivas

da mente. (3.) Diz respeito ao curso da vida ou

conduta. É um arrependimento de obras mortas; isto

é, na renúncia delas. Sem isso, nenhuma profissão de

arrependimento é de qualquer valor ou uso.

Professar o arrependimento do pecado e viver no

pecado é zombar de Deus, zombar de sua lei e

enganar nossas próprias almas. Esta é aquela

mudança que, por si só, pode evidenciar as outras

mudanças internas da mente, vontade e afeições,

para ser real e sincero, Provérbios 28:13. Qualquer

coisa sem isso é fingida, é falsa e hipócrita; como o

arrependimento de Judá, "não com todo o coração,

Page 54: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

54

mas fingido", Jeremias 3:10. Havia uma mentira

nele; pois suas obras não corresponderam às suas

palavras. Nem há menção ao arrependimento na

Escritura, em que essa mudança, na renúncia real de

obras mortas, não é expressamente exigida. E aqui

são necessárias três coisas: - [1.] Um propósito

completo de coração para a renúncia de todo pecado.

Isto é "apego ao Senhor com propósito de coração",

Atos 11:23; Salmo 17: 3. Para manifestar a

estabilidade e a firmeza que é exigida aqui, Davi

confirmou isso com um juramento, Salmo 119: 106.

Tudo o que viver ou prosperar deve ter uma raiz, na

qual cresce e de onde brota. Outras coisas podem

ocasionalmente brotar e crescer, mas elas

desaparecem imediatamente. E tal é uma renúncia

ao pecado por resoluções ocasionais. Sobre uma

convicção inteligente, do perigo, da doença, do

problema, do medo, da aflição, floresce nas mentes

de muitas resoluções súbitas para abandonar o

pecado; e, de repente, a maior parte desaparece

novamente. O arrependimento profundo forma uma

resolução constante e inabalável no coração, que se

refere ao abandono de todo pecado e em todos os

momentos e ocasiões. [2.] Constantes esforços para

cumprir esta finalidade. E esses esforços dizem

respeito a todos os meios, causas, ocasiões,

tentações, que levam ao pecado, para que sejam

evitados, resistidos e a libertação obtida delae; como

também todos os meios, vantagens e adiantamento

das graças e deveres que se opõem a essas obras

Page 55: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

55

mortas. Um propósito cruel e inativo, é o que muitos

aceitam, e com isso arruínam suas almas. Onde,

portanto, não há um esforço, por vigilância e

diligência , no uso constante de todos os meios para

evitar todas as obras mortas, em todas as suas

condições, desde a sua primeira ascensão e princípio

até seu acabamento ou consumação, não há

arrependimento verdadeiro delas. [3.] Uma renúncia

real de todos os pecados no curso de nossa

caminhada diante de Deus. E aqui é necessário, 1º.

Não é uma liberdade absoluta de todo pecado; pois

não há homem vivo que faça o bem e não peque. 2º.

Nenhuma libertação é absoluta, mesmo de grandes

pecados, em que a alma pode se surpreender com o

poder das tentações. Exemplos do contrário

abundam nas Escrituras. Mas, no entanto, tais

pecados, quando alguém é vencido por eles, deve,

(1°). Colocar o pecador em uma inquérito severo se

seu arrependimento era sincero e salvador; por onde,

geralmente a alma é preservada de tais quedas, 2

Pedro 1:10. E, (2). Coloque-o sobre a renovação de

seu arrependimento, com o mesmo cuidado,

diligência, tristeza e humilhação, como no primeiro.

Mas, 1º. É necessário que esta propriedade do

arrependimento seja prevalecente contra os pecados

comuns do mundo, os "velhos pecados" dos homens,

em que viviam antes da conversão. Aqueles pecados

expressamente declarados no evangelho são

inconsistentes com a profissão, os fins e a glória, 1

Coríntios 6: 9,10; 2 Coríntios 7:10; 1 João 3: 14,15. E,

Page 56: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

56

2º. Contra um curso em qualquer pecado, seja

espiritual ou carnal, interno ou externo, 1 João 3: 9;

Romanos 6: 2. 3º. Em sua maior parte, contra todos

os pecados externos no decorrer da nossa conduta no

mundo; em que as coisas de nossa sinceridade ou

perfeição são exercidas. E essas coisas foram

necessárias para manifestar a natureza desse

primeiro princípio, em que os homens devem ser

instruídos. I. Não há interesse em Cristo ou religião

cristã a ser obtido sem o "arrependimento das obras

mortas", nem qualquer entrada ordenada em uma

igreja evangélica sem uma profissão de fé. Esta foi

uma das primeiras coisas que foram pregadas aos

pecadores, como foi declarado antes; e sem uma

conformidade com isso, eles não deveriam ser

tratados posteriormente. Porque, - 1. O Senhor Jesus

Cristo não veio somente para salvar os homens dos

seus pecados, mas para expulsá-los dos seus pecados,

para que os desviem dos seus pecados, para que

sejam salvos deles. Quando ele vem a Sião como um

Redentor, um Libertador, um Salvador, ele "afasta a

impiedade de Jacó", isto é, ele desvia Jacó da

iniquidade, Romanos 11:26, ou seja, pelo

arrependimento. Este foi um dos principais fins do

nascimento, da vida, da morte e da exaltação de

Cristo. Seu trabalho em tudo isso foi fazer paz e

reconciliação entre Deus e o homem. Isto, com

respeito a Deus, foi feito pela expiação que fez, pelo

sacrifício que ele ofereceu e pelo preço da redenção

que pagou, 2 Coríntios 5:21. Mas o trabalho inteiro

Page 57: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

57

não está concluído. A inimizade de nossa parte

também deve ser removida, ou a reconciliação não

será concluída. Agora, nós fomos "inimigos em nossa

mente por obras perversas", Colossenses 1:21; e

assim "alienados da vida de Deus", Efésios 4:18. A

remoção disto consiste neste arrependimento; por

isso é nosso retorno a Deus nos termos da paz que

nos são oferecidos. Portanto, fazem senão enganar

suas próprias almas aqueles que confiam na paz com

Deus na mediação de Cristo, mas não estão em paz

com Deus em suas próprias almas por

arrependimento. Como o que está em paz com Deus

por sua própria parte pelo arrependimento, nunca

falhará na paz de Deus pela expiação, pois o que

assim se esforça para que ele tenha paz, deve ter

certeza de obtê-la, Isaías 27: 5, então, sem isso,

qualquer noção que os homens possam ter de

reconciliação com Deus, eles o encontrarão na

questão como "fogo devorador" ou "chamas eternas".

Todas as doutrinas, noções ou persuasões que

tendem para aliviar a necessidade desse

arrependimento pessoal que foi descrito

anteriormente, substituiria qualquer penitência

externa, ou corpórea, pecuniária, satisfação penal e

seriam perniciosas para as almas dos homens. E não

há nada tanto para ser temido ou abominado como

uma pretensão tomada para o pecado, para qualquer

pecado sem arrependimento, da graça ou doutrina do

evangelho. "Devemos continuar no pecado", diz o

nosso apóstolo, "para que a graça abunde? Deus

Page 58: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

58

proíba. "Aqueles que assim o fazem transformam a

graça de Deus em luxúria", estão entre o número

daqueles "cuja condenação não dorme". 2. Que

qualquer pessoa que viva no pecado, sem

arrependimento, deveria ter interesse em Cristo ou

na religião cristã, é inconsistente com a glória de

Deus e com a honra de Jesus Cristo, e tornaria o

evangelho, se ensinado nele, uma doutrina capaz de

ser rejeitada por todos os homens. Porque onde está

a glória da justiça ou da santidade de Deus, se os

pecadores impenitentes podem ser aceitos por ele?

Além disso, é contrário a toda a declaração de si

mesmo, que ele "não vai absolver o culpado", que ele

não justificará o ímpio, nem aceitará os ímpios

impenitentes, tem uma absoluta inconsistência com

a justiça especial de sua natureza, e que ele exerce

como o supremo governante e juiz de todos, para que

tais pessoas se aproximem dele ou estejam sob a sua

vista, Salmo 5: 4-6; Romanos 1:32. E para o Senhor

Jesus Cristo, isto o tornaria o "ministro do pecado",

o pensamento de que nosso apóstolo detesta, Gálatas

2:17. Não, uma suposição disso faria com que a vinda

de Cristo fosse o maior meio de deixar entrar e

aumentar o pecado no mundo, que já houve desde a

queda de Adão. E o evangelho deve então ser

encarado como uma doutrina para ser abandonada

por todas as pessoas sábias e sóbrias, como aquela

que tenderia inevitavelmente à devastação da

humanidade e à ruína da sociedade humana. Pois,

antes de dizer abertamente e declaradamente,

Page 59: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

59

propor e declarar o perdão e a remissão do pecado,

de todo tipo de pecado, a todo tipo de pessoas que

crerão e obedecerão; se isso acontecesse sem aderir à

sua promessa, a condição de arrependimento, nunca

estaria lá, nem pode haver um encorajamento tão

grande para todo tipo de pecado e maldade. Há muito

para esse propósito nas doutrinas do purgatório,

penitências e satisfações; pelo que os homens são

ensinados que eles possam sair de seus pecados a

uma taxa mais barata do que a eterna ruína, sem esse

arrependimento que é necessário. Mas isso não é

nada em comparação com o mal que o evangelho

produziria, se não exigisse "arrependimento de obras

mortas ". Além das inúmeras vantagens que, de outra

forma, deve se provar de Deus, enquanto que esses

outros pretensos são tão sábios e considerando que

os homens podem facilmente olhar através de sua

pintura e ver motivo de falsidade, o evangelho

certamente propõe o perdão livremente, "sem

dinheiro e sem preço", e assim, nesta suposição,

colocaria as rédeas absolutamente livres no pescoço

do pecado e da perversidade; enquanto essas outras

fantasias estão sobrecarregadas e carregadas de

inconvenientes que podem conduzir as mentes

fracas. Por isso, digo, que uma suposição tão falsa e

amaldiçoada, seria o interesse dos homens sábios e

sóbrios se oporem e rejeitarem o evangelho, como o

meio mais efetivo de transbordar o mundo com

pecado e impiedade. Não pode ser negado, mas que

alguns homens podem, e é justamente temido que

Page 60: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

60

alguns homens abusem da doutrina do evangelho

para se admirarem em uma vã expectativa de

misericórdia e perdão, enquanto eles vivem

voluntariamente em um curso de pecado. Mas como

isso, em sua gestão, é o principal meio de sua ruína,

então, no juízo justo de Deus, será o maior

agravamento de sua condenação. E, enquanto alguns

acusaram os pregadores da graça do evangelho como

aqueles que assim dão ocasião a esta presunção, é

uma acusação que tem mais o ódio da graça nela do

que o amor da santidade. Pois ninguém pode

pressionar a renúncia ao pecado e arrepender-se de

tais fundamentos seguros e com argumentos tão

convincentes, como aqueles por quem a graça de

Jesus Cristo no evangelho é totalmente aberta e

declarada. Do que foi discursado, nós podemos

investigar nosso próprio interesse neste grande e

necessário dever; para nos ajudar onde ainda vou

adicionar algumas direções adicionais; como, - o

arrependimento é duplo: primeiro, inicial; em

segundo lugar, continua em todo o curso; e nosso

inquérito é depois do nosso interesse em ambos. O

primeiro é aquele cuja natureza geral antes descrita,

que é a porta de entrada em um estado de evangelho,

ou uma condição de aceitação com Deus em e através

de Cristo.

Agora, existem várias maneiras pelas quais os

homens perdem seu dever com respeito a este

primeiro princípio, e assim arruinam suas almas

Page 61: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

61

eternamente: - 1. Alguns o desprezam

completamente. Tais são os pecadores presunçosos

mencionados, Deuteronômio 29: 19,20. Ao

ignorarem a maldição da lei, então eles também

fazem o mesmo com a promessa do evangelho, como

qualquer arrependimento ou renúncia ao pecado

com respeito a eles. Tanta loucura e tolice brutal

possui as mentes das multidões, que eles terão

alguma expectativa de benefício pelo evangelho, e lhe

darão um cumprimento externo, mas não abordarão

a primeira coisa que é indispensavelmente exigida de

todos os que pretendem qualquer interesse nisso. 2.

Alguns se arrependerão em suas obras mortas, mas

não delas. Ou seja, após as convicções, as aflições, os

perigos, eles ficarão incomodados por seus pecados,

confessá-los-ão, se afligirão por terem contraído tais

culpas e perigos, com resoluções para renunciar a

eles; mas ainda assim eles permanecerão em seus

pecados e obras mortas. Então Faraó mais de uma

vez se arrependeu em seus pecados, mas nunca se

arrependeu deles. E assim foi expressamente com os

próprios israelitas, Salmos 78: 34-37. E esse tipo de

arrependimento não arruína menos almas do que o

anterior desprezo total. 3. Alguns se arrependem das

obras mortas em algum sentido, mas não se

arrependem delas. Eles virão, através do poder de

suas convicções, à renúncia de muitos de seus velhos

pecados, como Herodes fez com a pregação de João

Batista, mas nunca são arrependimentos verdadeiros

e salvadores, e que se humilha pelo pecado

Page 62: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

62

absolutamente. Suas vidas são mudadas, mas seus

corações não são renovados. E a renúncia ao pecado

é sempre parcial; do que antes. Há muitas outras

maneiras pelas quais os homens enganam suas almas

nesta matéria, que eu não devo insistir agora. Em

segundo lugar, este arrependimento, na natureza e

em sua natureza, é um dever a ser continuado em

todo o curso de nossas vidas. Isso cessa quanto aos

atos especiais que pertencem à nossa iniciação em

um estado evangélico; mas permanece em nossa

preservação ordenada. Não deve haver fim de

arrependimento até que exista um fim total do

pecado. Todas as lágrimas não serão apagadas dos

nossos olhos até que todo pecado seja perfeitamente

removido de nossas almas. Agora, o arrependimento,

nesse sentido, pode ser considerado de duas

maneiras: 1. Como é um dever declarado e constante

do evangelho; 2. Como é ocasional: - 1. Como é dito,

é nossa caminhada humilde e triste com Deus, sob

um senso de pecado, manifestando-se

continuamente em nossas naturezas e fraquezas. E os

atos deste arrependimento em nós são de dois tipos:

- (1.) direto e imediato; (2.) Consequente e

dependente, o primeiro pode ser referido a duas

cabeças: - [1.] Confissão; [2.] Humilhação. Nisso a

alma verdadeiramente penitente será continuamente

exercida. Quem cujo coração é tão exaltado, sob

qualquer pretensão, para não permanecer no

exercício constante desses atos de arrependimento, é

aquele a quem a alma de Deus não se deleita. Outros,

Page 63: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

63

que são atos de fé imediatos, mas inseparáveis disto,

são, [1.] Súplicas para o perdão do pecado; [2.]

Vigilância diligente contra o pecado. É evidente quão

grande parte de nossa caminhada com Deus consiste

nestas coisas. 2. Este arrependimento continuado é

ocasional, quando é aumentado para uma solenidade

singular. E estas ocasiões podem ser referidas a três

cabeças: - (1.) Uma surpresa pessoal em qualquer

grande pecado real. Tal ocasião não deve ser passada

com as atuações ordinárias de arrependimento. Davi,

em cima de sua queda, traz seu renovado

arrependimento para aquela solenidade, como se

tivesse sido sua primeira conversão para Deus. Por

isso, ele deduziu seus pecados pessoais do pecado de

sua natureza, no Salmo 51: 5, além de muitas outras

circunstâncias pelas quais ele deu uma

extraordinária solenidade. Então, Pedro, após a

negação de seu Mestre, "chorou amargamente", o

qual, com a seguinte humilhação e a renovação de

sua fé, nosso Salvador chama sua conversão, Lucas

22:32, - uma nova conversão daquele que antes era

realmente convertido. Não há nada mais perigoso

para o nosso estado espiritual, do que passar por

instâncias particulares de pecado com os deveres

gerais do arrependimento. (2.) O pecado ou os

pecados da família ou igreja a que estamos

relacionados, nos chama a dar solenidade a este

dever, 2 Coríntios 7:11. A igreja que falhou no negócio

do incestuoso, quando eles foram convencidos pelo

apóstolo de seu aborto perecível, renovaram mais

Page 64: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

64

solenemente seu arrependimento para com Deus.

(3.) As aflições e os julgamentos dolorosos exigem

este dever, como podemos ver na questão de todas as

coisas entre Deus e Jó, Jó 42: 6. E, finalmente,

podemos observar que esse arrependimento é uma

graça do Espírito de Cristo, uma graça evangélica; e,

portanto, qualquer desagrado que possa ter no seu

exercício para a carne, é doce, refrescante,

satisfatório e secretamente agradável, para o homem

interior. Não deixemos de permanecer e abundar

neste dever. Não é uma autoexatidão, tétrica e severa,

mas uma caminhada humilde, graciosa e triste com

Deus, em que a alma encontra descanso, doçura,

alegria e paz, sendo tornada compatível com a

vontade de Deus e benigna, útil, bondosa e

compassiva para com os homens, como poderia ser

declarado.

A necessidade de uma profissão deste

arrependimento de obras mortas para alguém ser

admitido na sociedade da igreja, para que seja dada

prova do poder e da eficácia da doutrina de Cristo nas

almas dos homens, para que seus discípulos possam

estar visivelmente separados por sua própria

profissão do mundo que está no maligno e estarem

preparados para a comunhão entre eles em amor, foi

falado em outra parte.

A segunda instância do fundamento doutrinal que

deveria ser colocado entre os hebreus, é "de fé para

Page 65: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

65

com Deus". E este princípio, com o que precede, são

unidos pela conjunção aditiva kai (e), "de

arrependimento e de fé". Nem eles devem ser, nem

podem separados. Onde um está, existe o outro. Não

se arrepende aquele que não tem fé para com Deus; e

não tem fé para com Deus aquele que não se

arrepende. E nesta expressão, onde o

arrependimento é colocado pela primeira vez, e a fé

em Deus depois, apenas a distinção entre eles, mas

não se pretende uma ordem da natureza nas próprias

coisas, nem uma ordem necessária no ensino delas.

Pois, por ordem da natureza, "fé para Deus" deve

preceder o "arrependimento das obras mortas".

Nenhum homem pode usar qualquer argumento

para prevalecer com os outros para o

arrependimento, mas deve ser retirado da palavra da

lei ou do evangelho, dos preceitos, das promessas e

ameaças deles. Se não houver fé em relação a Deus

com respeito a estas coisas, de onde o

arrependimento das obras mortas se levantará, ou

como a sua necessidade pode ser demonstrada? Além

disso, que a ordem da natureza entre as coisas em si

não está prevista aqui é evidente, daí, na medida em

que os últimos princípios mencionados, referentes à

"ressurreição dentre os mortos e ao julgamento

eterno" são os principais motivos e argumentos para

o primeiro deles, ou seja, a necessidade do

arrependimento, como nosso apóstolo declara

plenamente, Atos 17: 30,31. Mas há algum tipo de

ordem entre essas coisas com respeito à profissão

Page 66: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

66

pretendida. Pois ninguém pode ou deve ser estimado

a fazer uma devida profissão de fé para com Deus,

que primeiro não declare seu arrependimento das

obras mortas. Nem qualquer outro pode ter o

conforto da fé em Deus, senão, por exemplo, tendo

em si alguma evidência da sinceridade de seu

arrependimento. Portanto, ao omitir qualquer outra

consideração da ordem dessas coisas, devemos

indagar o que se pretende aqui por "fé em Deus".

Agora, isso não pode ser fé na noção mais geral disso;

porque é contado como um princípio da doutrina de

Cristo, mas a fé em Deus absolutamente tomada é um

dever da lei da natureza. Ao reconhecer o ser de Deus,

é necessário que acreditemos nele como a primeira

verdade eterna; que nos submetamos a ele e

confiemos nele, como o Senhor soberano, o juiz e

galardoador de todos. E um defeito aqui foi o início

da transgressão de Adão. Portanto, a fé neste sentido

não pode ser chamada de princípio da doutrina de

Cristo, que consiste inteiramente em revelações

sobrenaturais. Ou pode ser assim chamado com

respeito aos judeus em particular. Pois em seu

judaísmo eram suficientemente ensinados sobre a fé

em Deus, e não precisavam ter sido instruídos nisto

como parte da doutrina de Cristo. E há uma distinção

feita pelo próprio Salvador entre a fé em Deus que

eles tiveram e a fé peculiar em si mesmo que ele

exigiu: João 14: 1: "Credes em Deus, credes também

em mim". Além disso, onde estes dois, o

arrependimento e a fé, estão juntos, como são

Page 67: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

67

frequentemente, é uma fé especial em Deus que se

destina. Veja Lucas 24: 46,47; Atos 19: 4, 20: 21. É,

portanto, fé em Deus que cumpre a promessa de

Abraão ao enviar Jesus Cristo, e concedendo perdão

ou remissão de pecados por ele, a que se destina. O

todo é expresso por: "Arrependa-se, e acredite no

evangelho", Marcos 1:15; isto é, as novidades da

realização da promessa feita aos pais para a

libertação de nós de todos os nossos pecados por

Jesus Cristo. Isto é o que foi pressionado pelos

hebreus por Pedro em seu primeiro sermão para eles,

Atos 2: 38,39, 3:25,26. Portanto, esses dois

princípios são expressos, por "arrependimento para

com Deus e fé para com o nosso Senhor Jesus Cristo",

Atos 20:21. Como o arrependimento é descrito aqui

pelo "terminus a quo", ou seja, o ponto que marca o

início de uma ação, é o "arrependimento das obras

mortas"; então, é descrito por " terminus a quo", o

"arrependimento para com Deus", ao nos voltarmos

para ele. Porque aqueles que vivem em suas

concupiscências e pecados, fazem isso não só contra

o comando de Deus, mas também os colocam, quanto

às afeições e expectativas de satisfação, em lugar de

Deus. E essa fé em Deus é chamada, por meio da

explicação, "fé para com o nosso Senhor Jesus

Cristo", isto é, como aquele em quem a verdade de

Deus foi cumprida, e por quem acreditamos em

Deus, 1 Pedro 1:21. Isto, portanto, é a fé em Deus aqui

pretendida; ou seja, por meio do qual acreditamos no

cumprimento de sua promessa, ao enviar seu Filho

Page 68: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

68

Jesus Cristo para morrer por nós e nos salvar de

nossos pecados. E isso que o Senhor Jesus Cristo

testificou em seu próprio ministério pessoal. Daí o

nosso apóstolo diz que "ele foi o ministro da

circuncisão pela verdade de Deus, para confirmar as

promessas feitas aos pais", Romanos 15: 8. E ele

testificou a eles, João 8:24: "Por isso vos disse que

morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes

que eu sou, morrereis em vossos pecados.”, e porque

rejeitaram a promessa de Deus feita aos pais sobre

ele, que era o único fundamento da salvação. E esta

foi a primeira coisa que, normalmente, nosso

apóstolo pregava na sua dispensação do evangelho: 1

Coríntios 15: 3, "Porque primeiramente vos entreguei

o que também recebi: que Cristo morreu por nossos

pecados, segundo as Escrituras". Ele ensinou a coisa

em si, e a relação que teve com a promessa de Deus

registrada na Escritura. Que esta é a fé em Deus aqui

pretendida, provo por estes motivos: - 1. Porque, de

fato, essa era a fé em particular que, na primeira

pregação do evangelho a estes hebreus, eles foram

ensinados e instruídos. E, portanto, com o que diz

respeito ao nosso apóstolo diz que não colocaria o

fundamento. O primeiro chamado da igreja entre

eles foi pelos sermões de Pedro e os demais

apóstolos, Atos 2-4. Agora, consulte esses sermões, e

você deve achar que o principal em que se insistiu foi

a realização das promessas feitas a Abraão e a Davi,

que eles os exortaram a acreditar. Isto, portanto, era

aquela fé em Deus que foi ensinado pela primeira vez,

Page 69: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

69

e que nosso apóstolo aqui se refere. 2. Porque era a

falta desta fé que provava a ruína daquela igreja.

Como no deserto, a incredulidade que eles pereceram

era referente à fidelidade de Deus na realização de

sua promessa em relação à terra Canaã; então a

incredulidade que o corpo do povo agora perecia,

morrendo nos seus pecados e por causa deles, dizia

respeito à realização da grande promessa de enviar

Jesus Cristo: quais são as coisas com que o apóstolo

compara em geral, Hebreus 3. Isto, então, que ele

afirma aos hebreus, como o principal fundamento

dessa profissão do evangelho que eles havia feito. E

podemos observar isso, - Observação II: A fé em Deus

quanto ao cumprimento da grande promessa, ao

enviar seu Filho Jesus Cristo para nos salvar de

nossos pecados, é o grande princípio fundamental de

nosso interesse e profissão do evangelho. Falar em

Deus sob essa consideração formal, não só que ele

enviou e deu a Jesus Cristo seu Filho, mas que ele o

fez no cumprimento de sua promessa, é exigido de

nós. Pois, enquanto ele escolheu glorificar todas as

propriedades de sua natureza na pessoa e mediação

de Cristo, ele não apenas declara sua graça ao dar-

lhe, mas também a sua verdade ao enviá-lo segundo

a sua palavra. E isso foi o que as pessoas sagradas dos

anciãos glorificavam a Deus de maneira especial, a

respeito disto, Lucas 1: 54,55, 68-75. E não há nada

no evangelho de que o próprio Deus, nosso Senhor

Jesus Cristo e os santos apóstolos, insistam mais do

que sobre isso, que Deus cumpriu sua promessa ao

Page 70: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

70

enviar seu Filho ao mundo. Sobre isso, uma coisa

depende de toda religião, da verdade da Bíblia e de

toda a nossa salvação. Se não é evidente que Deus

cumpriu sua promessa, toda a Bíblia pode passar por

uma fábula; pois tudo foi construído sobre essa

suposição, que Deus deu e realizou; o primeiro sendo

o fundamento do Antigo Testamento e o último do

Novo. E há várias coisas que sinalizam nossa fé em

Deus com respeito aqui; como: - 1. Esta promessa de

enviar Jesus Cristo foi o primeiro compromisso

expresso que Deus jamais fez de sua fidelidade e

veracidade a qualquer criatura. Ele é essencialmente

fiel e verdadeiro; mas ele não se comprometeu a agir

de acordo com essas propriedades, em seu trato

conosco de uma maneira de amor e graça, pedindo

confiança em nós, antes de dar a promessa sobre

Cristo, Gênesis 3:15. Isto, portanto, foi a fonte e a

medida de todas as outras promessas subsequentes.

São todos elas, senão novas garantias. Deus deu essa

promessa como aquilo em que ele dependeria da

honra e da glória de sua fidelidade em todas as outras

promessas que ele deveria fazer. Por isso, este foi o

primeiro e imediato objeto de fé do homem após a

queda. O primeiro proposto para ele era crer em

Deus com respeito à sua fidelidade no cumprimento

futuro dessa promessa; e a fé em relação à sua

realização real é a primeira coisa exigida de nós.

Além disso, essa promessa ficou mais tempo no

arquivo antes de sua realização. Não houve menos de

quatro mil anos entre a entrega e o cumprimento. E

Page 71: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

71

muitas coisas aconteceram durante essa época, em

que ambos, e a fé em Deus sobre eles, foram bastante

sinalizados. Pois, (1.) Mais e maiores objeções contra

a verdade, mais tentações contra ela, foram criadas e

gerenciadas, do que contra todas as outras

promessas. Esta longa suspensão de seu

cumprimento deu tais vantagens a Satanás em sua

oposição a ela, que ele prevaleceu contra todas as

expectativas, exceto que a fé tentada é mais preciosa

do que o ouro. E os próprios santos tiveram um

grande exercício nas decepções que muitos deles

caíram quanto ao tempo de sua realização. Não é

improvável que a maioria deles tenha procurado isso

em seus próprios dias; grandes, portanto, foram as

provas de todos os tipos sobre isso. (2.) Foi tudo o

que a verdadeira igreja de Deus teve que viver

durante essa longa temporada, o único fundamento

de sua fé, obediência e consolo. É verdade, em

progresso do tempo, que Deus adicionou outras

promessas, preceitos e instituições, para a direção e

instrução da igreja; mas todos foram construídos

com essa promessa. Isso lhes deu vida e significação,

- com isso eles estavam de pé ou caíram. (3.) Isto foi

que o mundo rompeu com Deus e, ao rejeitá-lo, caiu

em toda confusão e miséria. A promessa dada a Adão,

foi indefinidamente dada à humanidade. E era

adequada para a reparação de sua condição perdida,

sim, sua investidura em um estado melhor. E isso

aumentou a ira e a maldade de Satanás. Ele viu que,

se eles se aplicassem à fé, seu ex-sucesso contra eles

Page 72: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

72

seria totalmente frustrado. Por isso, ele os tenta

novamente, para afastá-los do alívio fornecido contra

a miséria em que os lançou. E quanto à generalidade

da humanidade, ele prevaleceu em sua tentativa. Por

uma renúncia a essa promessa, não acreditando nela,

não a mantendo em suas mentes, eles caíram em uma

segunda apostasia de Deus. E que desordem,

escuridão, confusão, sim, que horror e miséria se

lançaram, é conhecido. E essa consideração sinaliza

grandemente a fé em Deus em relação a essa

promessa. (4.) Toda a igreja dos judeus, rejeitando a

realização desta promessa, pereceu completamente.

Este foi o pecado pelo qual a igreja morreu; e, de fato,

qual é o fundamento da ruína de todos os incrédulos

que perecem sob a dispensação do evangelho.

Diz-se, pode ser, que esta promessa esteja agora

efetivamente realizada, e que seja dada por certo, não

temos a mesma preocupação nela como os que

tinham vivido antes da referida realização. Mas há

um erro aqui. Ninguém acredita corretamente que o

Filho de Deus veio na carne, senão aquele que crê que

entrou na realização da promessa de Deus, para a

glória da sua verdade e fidelidade. E é daqui que

conhecemos corretamente a ocasião, origem, causa e

fim de sua vinda; Que o que não considera, sua fé

fingida é em vão. 2. Esta é a maior promessa que

Deus jamais deu aos filhos dos homens; e, portanto,

fé nele com respeito aqui é necessário para nós, e

muito tende para a sua glória. Na verdade, todos os

Page 73: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

73

interesses da glória de Deus na igreja e nosso bem-

estar eterno estão aqui envolvidos.

Observação III. Somente devemos acrescentar que a

consideração da realização desta promessa é um

grande encorajamento e apoio à fé com respeito a

todas as outras promessas de Deus. Nunca foi

mantido tão longo em suspenso, o estado da igreja e

o desígnio de Deus exigindo isso. Nunca houve tal

oposição à sua realização. Nunca foi mais provável

que fosse derrotado pela incredulidade dos homens;

toda fé em que foi finalmente renunciado por judeus

e gentios, - o que, se alguma coisa, ou tivesse sido

suspenso em qualquer condição, poderia ter

decepcionado seu evento. E devemos pensar que

Deus deixará alguma outra das suas promessas não

cumpridas? Que ele não comprometa em tempo

algum seu poder onipotente e sabedoria infinita no

cumprimento de sua verdade e fidelidade? Ele enviou

seu Filho após a expectativa de quatro mil anos, e ele

não destruirá o anticristo em tempo hábil, chamará

novamente os judeus, criará o reino de Cristo

gloriosamente no mundo e, finalmente, salvará as

almas de todos os que acreditam sinceramente?

Este grande exemplo de fidelidade divina não deixa

espaço para as objeções de descrença quanto a

quaisquer outras promessas sob a mesma garantia.

Page 74: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

74

O terceiro princípio, de acordo com a ordem e o

sentido das palavras estabelecidas antes, é a

"ressurreição dos mortos". E este era um princípio

fundamental da igreja judaica, de fato de todas as

religiões propriamente ditas no mundo. O

duodécimo artigo do credo dos judeus presentes é,

jyçm ymy, "Os dias do Messias", isto é, chegará o

tempo em que Deus enviará o Messias e restaurará

todas as coisas por ele. Isto, sob o Antigo Testamento,

respeitava à fé em Deus, a qual antes discutimos. Mas

os judeus presentes, apesar desta profissão, não têm

interesse aqui. Porque não acreditar no

cumprimento de uma promessa quando é cumprida,

como também suficientemente revelado e

testemunhado para ser cumprida, é rejeitar toda fé

em Deus em relação a essa promessa. Mas isso ainda

retém uma aparência e uma profissão. O seu décimo

terceiro artigo é: "A revivificação" ou "ressurreição

dos mortos". E a fé aqui explicada e confirmada no

evangelho, também selada pelo grande selo da

ressurreição de Cristo, foi estimado como um

princípio principal do cristianismo, e aquele cuja

admissão é indispensável para toda a religião. E

primeiro mostrarei brevemente como é um princípio

fundamental de toda religião e, em seguida,

evidenciarei sua relação especial com aquela

ensinada por Jesus Cristo, ou declarada como é um

princípio fundamental do evangelho. E quanto ao

primeiro, é evidente que, sem o seu reconhecimento,

toda religião é abolida; pois se for suposto ou

Page 75: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

75

concedido que os homens foram feitos apenas para

uma vida mortal frágil neste mundo, que eles não

têm outra continuação atribuída ao seu ser, senão o

que é comum a eles com os animais que perecem, não

haveria mais religião entre eles do que há entre os

próprios animais. Pois, como nunca conseguiriam

resolver as dificuldades das atuais dispensações

temporárias da providência, que não serão reduzidas

a qualquer regra visível de justiça conhecida,

abstraindo da completude delas a partir de si

mesmas, e de uma firme apreensão de uma poder

divino, sagrado e justo no governo do universo;

portanto, retire toda consideração de recompensas e

punições futuras, que são igualmente afirmadas

neste e no princípio que se segue, e as

concupiscências dos homens eliminariam

rapidamente todas as noções de uma Divindade,

como também do bem e do mal em sua prática, o que

deveria preservá-los no ateísmo e na bestialidade.

Também não vemos nenhum homem que se entregue

à incredulidade dessas coisas, senão que

imediatamente ele exponha toda consideração de

qualquer bem público ou privado, senão o que está

centrado em si mesmo e para a satisfação de suas

concupiscências.

Mas será perguntado se a crença da imortalidade da

alma não é suficiente para assegurar a religião, sem a

adição deste artigo da ressurreição? Isso, de fato,

alguns dos pagãos antigos do Oriente tiveram poucas

Page 76: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

76

apreensões, sem qualquer adivinhação quanto à

ressurreição do corpo. E alguns deles também, que

estavam mais firmes naquela persuasão, tiveram

alguns pensamentos sobre uma tal restauração de

todas as coisas em que os corpos dos homens

deveriam ter sua participação. Mas como seus

pensamentos sobre essas coisas eram flutuantes e

incertos, também era toda a religião deles; e assim

deve ser sobre este princípio. Pois não pode haver

reconciliação da doutrina de recompensas e castigos

futuros, para serem administrados de maneira justa,

até a suposição da subsistência perpétua separada da

alma somente; isto é, o julgamento eterno não pode

ser feito por motivos satisfatórios, sem um

reconhecimento antecedente da ressurreição dos

mortos. Para que justiça é, que toda a bem-

aventurança ou miséria deve cair apenas sobre a

alma, onde o corpo tem uma grande participação na

aquisição de um ou outro? Ou que, enquanto ambos

concordam com o bem ou o mal, a alma só deve ser

recompensada ou punida; especialmente

considerando a influência do corpo em tudo o que é

mau, como a satisfação da carne é o grande incentivo

ao pecado, por um lado, e o que muitas vezes sofre

pelo que é bom no outro? Pensaremos que Deus deu

corpos aos santos mártires apenas para suportar

torturas inexplicáveis e misérias para a morte por

causa de Cristo, e depois perecer para sempre? E isso

manifesta a grande degeneração em que a igreja

judaica já havia caído; pois um grande número deles

Page 77: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

77

se apostatou no ateísmo de negar a ressurreição dos

mortos. E tão confiante eles estavam em sua

infidelidade, como eles deveriam discutir e disputar

com o nosso Salvador sobre isso; por quem foram

confundidos, mas, a propósito de serem obstinados

infiéis, não convertidos, Mateus 22: 23,24, etc. Esta

foi a principal heresia dos saduceus; que traçaram

consigo essas outras opiniões tolas de negar anjos e

espíritos, ou a subsistência das almas dos homens em

uma condição separada, Atos 23: 8. Porque eles

concluíram o suficiente, que a continuação das almas

dos homens não respondesse a nenhum projeto de

providência ou justiça, se seus corpos não fossem

ressuscitados novamente. E, enquanto Deus havia

dado o mais ilustre testemunho a esta verdade na

ressurreição do próprio Cristo, os saduceus

tornaram-se os inimigos mais inveterados a ele e a

seus opositores; pois eles não apenas agiram contra

ele, e aqueles que professaram acreditar nele, da

infidelidade que lhes era comum com a maioria de

seus compatriotas, mas também porque sua heresia

peculiar foi expulsa e condenada por isso. E é comum

que os homens de mentes corruptas prefiram erros

tão peculiares acima de todas as outras preocupações

da religião, e que tenham suas concupiscências

inflamadas por elas na maior intemperança. Eles,

portanto, foram os primeiros agitadores e

perseguidores mais ferozes das perseguições

primitivas: Atos 4: 1,2, "Enquanto eles estavam

falando ao povo, sobrevieram-lhes os sacerdotes, o

Page 78: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

78

capitão do templo e os saduceus, doendo-se muito de

que eles ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus

a ressurreição dentre os mortos." A derrubada de sua

heresia particular foi o que os enfureceu: Atos 5:

17,18: "Levantando-se o sumo sacerdote e todos os

que estavam com ele (isto é, a seita dos saduceus),

encheram-se de inveja, deitaram mão nos apóstolos,

e os puseram na prisão pública." E uma fúria

semelhante foi colocada pelos fariseus sobre suas

cerimônias, onde eles colocaram seu especial

interesse e glória. E nosso apóstolo aproveitou

sabiamente essa diferença sobre a ressurreição entre

essas duas grandes seitas, para dividi-las em seus

conselhos e atos, que antes foram acordados em sua

destruição no relato comum de sua pregação de Jesus

Cristo, Atos 23: 6 - Este princípio, portanto, tanto no

relato de sua importância em si mesmo, como

também da oposição feita entre os judeus pelos

saduceus, os apóstolos tomaram o cuidado de

estabelecer em primeiro lugar; como essas verdades

são de forma especial a serem confirmadas, que em

qualquer momento são peculiarmente opostas. E eles

tinham razão para fazer, pois todos eles tinham que

pregar ao mundo virando essa dobradiça, que Cristo

ressuscitou dentre os mortos, e a nossa ressurreição

segue inevitavelmente; de modo que eles

confessaram que, sem um reconhecimento aqui, toda

a sua pregação seria em vão, e toda a sua fé naquele

em que haviam crido também, 1 Coríntios 15: 12-14.

Isso, portanto, sempre foi um dos primeiros

Page 79: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

79

princípios que nosso apóstolo insistiu na pregação do

evangelho; um exemplo de sinal do qual temos em

seu discurso em sua primeira vinda a Atenas.

Primeiro, ele repreendeu seus pecados e idolatrias,

declarando que Deus por Cisto os chamou ao

arrependimento das obras mortas; então ele ensinou

fé naquele Deus que os chamou assim por Jesus

Cristo: confirmando a necessidade de ambos, pela

doutrina da ressurreição dos mortos e do julgamento

futuro, Atos 17: 18-31. Ele parece, portanto, aqui

diretamente e resumidamente, estabelecer esses

princípios na ordem em que ele constantemente os

pregava na sua primeira declaração do evangelho. E

foi necessário falar sobre a natureza e a necessidade

desse princípio. Anastasiv nekrwn, "a ressurreição

dos mortos". Geralmente é expressado por anastasiv,

a "ressurreição" apenas, Marcos 12:18; Lucas 20:

27,33; João 11:24; Mateus 22: 23,28. Pois, por essa

única expressão, o todo era suficientemente

conhecido e apreendido. E então chamamos isso de

"ressurreição", sem qualquer adição. Às vezes é

denominado anastasiv ek nekrwn, Atos 4: 2, a

"ressurreição dos mortos", isto é, do estado dos

mortos. Nosso apóstolo tem uma expressão peculiar,

em Hebreus 11:35, Elazon ex anastasewv tou- "Eles

receberam seus mortos pela ressurreição", isto é, em

virtude disso, eles foram ressuscitados novamente. E

às vezes é distinguido com respeito às suas

consequências em pessoas diferentes, as boas e as

más. A ressurreição do primeiro é chamada anastasiv

Page 80: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

80

zwhv, João 5:29, a "ressurreição da vida", isto é, que

é para a vida eterna, - os meios de entrada nela. Isso

é chamado de "ressurreição dos justos", Lucas 14:14.

E, assim, a "vivificação dos mortos", ou a

"ressurreição dos mortos", era usado para expressar

toda a propriedade abençoada que se segue aos

crentes: "para ver se de algum modo posso chegar à

ressurreição dentre os mortos", Filipenses 3:11. Isto

é anaziwsiv, "uma vida de novo", como é dito do

Senhor Jesus Cristo distintamente, Anesth kai

anezhsen, Romanos 14: 9, - "Ele se levantou e viveu

novamente", ou ele se levantou para vida. Com

respeito aos homens ímpios, é chamado anastasiv

krisewv, - a "ressurreição do juízo", ou para

julgamento, João 5:99. Alguns serão ressuscitados

para que o juízo seja pronunciado contra eles, para

serem condenados à punição: "também sabe o

Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para

o dia do juízo os injustos, que já estão sendo

castigados;", 2 Pedro 2: 9. E os dois estão juntos,

Daniel 12: 2, "E muitos dos que dormem no pó da

terra despertarão, alguns para a vida eterna, e alguns

para a vergonha e desprezo eterno". Essa verdade é

de tão grande importância quanto que nada na

religião pode subsistir sem ela, os apóstolos a

confirmaram com muita diligência nas primeiras

igrejas; e pela mesma causa, foi assaltado por

Satanás, e negado e combatido por muitos. E isso foi

feito de duas maneiras: 1. Por uma negação aberta de

qualquer coisa: 1 Coríntios 15:12: "Como dizem

Page 81: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

81

alguns dentre vós que não há ressurreição dos

mortos?" Eles negaram, como algo improvável e

impossível, como é evidente a partir da disputa

resultante do apóstolo sobre esse assunto. 2. Outros,

que, não se atrevendo a se opor diretamente a um

princípio tão geralmente recebido na igreja, ainda

permitiriam a expressão, mas colocaram uma

exposição alegórica sobre ela, pelo que eles

simplesmente derrubaram o que pretendia. Eles

disseram: "A ressurreição já passou," 2 Timóteo 2:18.

Em geral, pensa-se que esses homens, Himeneu e

Fileto, colocaram a ressurreição na conversão ou a

reforma da vida, como fizeram os marcionitas

depois. O que alguns imaginam sobre os gnósticos é

vão. E que a revitalização de uma nova luz em nós é a

ressurreição pretendida na Escritura, alguns

começam a murmurar entre nós; mas, como a morte

é uma uma separação da alma e do corpo, a

ressurreição é uma reunião deles e para a vida, a

Escritura é muito expressa para que ninguém possa

negar e praticamente rejeitá-la inteiramente. E pode-

se observar que nosso apóstolo em ambos os casos

não só condena esses erros como falsos, mas declara

positivamente que sua admissão derruba a fé e torna

a pregação do evangelho vã e inútil. Agora, esta

ressurreição dos mortos é a restauração, pelo poder

de Deus, do mesmo corpo que morreu, em todas as

partes essenciais e integrantes dele, tornando-o, em

uma reunião com a alma, imortal, ou de uma duração

eterna, em bem-aventurança ou miséria. E, -

Page 82: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

82

Observação IV. A doutrina da ressurreição é um

princípio fundamental do evangelho, cuja fé é

indispensável para a obediência e o consolo de todos

os que a professam. Eu o chamo de princípio do

evangelho, não porque tenha sido revelado pela

primeira vez. Foi feito conhecer no Antigo

Testamento e foi praticamente incluído na primeira

promessa. Na fé, os patriarcas viveram e morreram;

e é testemunhado nos salmos e profetas. Com

respeito a isso, os antigos confessaram que eram

"estranhos e peregrinos na terra", procurando outra

cidade e país, onde eles deveriam viver com Deus

para sempre. Eles desejavam e procuravam "um país

celestial", onde suas pessoas deveriam habitar,

Hebreus 11:16. E isso foi com relação à aliança de

Deus com eles: em que, como se segue, "Deus não se

envergonhou de ser chamado de Deus deles", isto é,

o Deus em pacto; cuja relação nunca pode ser

quebrada. E, portanto, nosso Salvador prova a

ressurreição daí, porque se os mortos não

ressuscitam, a relação da aliança entre Deus e seu

povo deve cessar, Mateus 22: 31,32. Além disso, eles

se preocupam especialmente com seus cadáveres e

seus enterros, não meramente por respeito à ordem

natural e decência, mas para expressar a fé da

ressurreição. Assim, nosso apóstolo diz que "pela fé,

José deu o mandamento sobre os seus ossos",

Hebreus 11:22; e sua disposição em um local de

sepultamento é afirmada por Estêvão como um fruto

de sua fé, Atos 7: 15,16. Jó dá testemunho de sua fé

Page 83: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

83

aqui, Jó 19: 25,26. Então, Davi também, Salmo 16:

9,10, e em diversos outros lugares. E Isaías expressa

o mesmo propósito, Isaías 26:19: "Os teus mortos

viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e

exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho

é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás

cair." Nisto Deus propõe o conforto do profeta e

todos aqueles que foram perseguidos ou manchados

naqueles dias por causa da justiça. Sua ressurreição

é expressa diretamente e enfaticamente. E, enquanto

alguns arrancariam as palavras para não significar

mais do que senão a libertação e a exaltação daqueles

que estavam em grande angústia, devem reconhecer

que ela é expressa em alusão à ressurreição dos

mortos; que, portanto, é afirmado nas palavras, e foi

acreditado na igreja. O mesmo também é ensinado

na visão de Ezequiel sobre a vivificação de ossos

secos, Ezequiel 37; que, apesar de declarar a

restauração de Israel de sua condição angustiada,

contudo, fez uma alusão à ressurreição no último dia,

sem uma suposição da fé da qual a visão não tinha

sido instrutiva. E muitos outros depoimentos com o

mesmo propósito podem ser insistidos. Não

considero, portanto, este princípio da doutrina do

evangelho, absolutamente e exclusivamente para as

revelações do Antigo Testamento, mas por outros

três motivos: 1. Por ser mais claro, evidentemente, e

totalmente ensinado e declarado. Esta era, como

várias outras verdades importantes, conhecidas sob

o Antigo Testamento com moderação e

Page 84: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

84

obscuramente. Mas "vida e imortalidade", com esses

grandes meios de ambos, foram "trazidos à luz pelo

evangelho", Timóteo 1:10; Todas as coisas a respeito

deles são claras e evidentes. 2. Por causa da

confirmação solene e da promessa que foi dada na

ressurreição de Cristo dentre os mortos. Isso estava

faltando sob o Antigo Testamento, e, portanto, a fé

dos homens pode muitas vezes ser muito abalada

sobre isso. Pois, enquanto a morte se apoderou de

todos os homens, e que, penalmente, na execução da

sentença da lei, - por isso, por medo de que fosse

desobediente a escravizar todos os dias, Hebreus 2:

14,15, - eles não receberam nenhum promessa ou

instância de uma recuperação de seu poder, ou a

decolagem dessa sentença e penalidade. Mas Cristo

morrendo por nós, e que, diretamente sob a oração e

a maldição da lei, conquistando a morte e a lei, sendo

ressuscitados, as dores ou laços da morte sendo

soltos, deu uma confirmação total e uma segurança

absoluta de nossa ressurreição. E assim é dito que

"ele trouxe a vida e a imortalidade para a luz" pela

"abolição da morte", 2 Timóteo 1:10; isto é, o poder

dela, que não deve nos manter para sempre sob seu

domínio, 1 Coríntios 15: 54-57. 3. Por ter uma

influência peculiar em nossa obediência sob o

evangelho. Com o Antigo Testamento, a igreja teve

vários motivos para a obediência tirada das coisas

temporais, a saber, a prosperidade e a paz na terra de

Canaã, com a libertação de problemas e angústias. As

promessas feitas para eles, abundam na Bíblia, e

Page 85: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

85

sobre elas os pressiona para obediência e diligência

no culto de Deus. Mas agora somos deixados para

promessas de coisas invisíveis e eternas, que não

podem ser plenamente aproveitadas, senão em

virtude da ressurreição dos mortos. E, portanto,

essas promessas são tornadas indizivelmente mais

claras e evidentes, como também as coisas

prometidas para nós, do que eram para eles; e,

portanto, nossos motivos e encorajamentos para a

obediência são avançados indescritivelmente acima

deles. Isso pode, portanto, ser estimado como um

princípio especial da doutrina do evangelho. E, - (1.)

É um princípio animador da obediência evangélica,

porque estamos seguros de que nada que fizermos

nele será perdido. Em geral, o apóstolo propõe isso

como nosso grande encorajamento, de que "Deus não

é injusto para esquecer nossa obra e trabalho de

amor", Hebreus 6:10; e nos mostra a maneira

especial pela qual deve ser lembrado. Nada é mais

fatal para qualquer empreendimento, do que uma

apreensão que os homens fazem neles e gastam suas

forças em vão e seu trabalho para nada. Isso torna as

mãos dos homens fracas, os joelhos fracos e os

corações com medo. Nem qualquer coisa pode nos

livrar de um desânimo preguiçoso, senão uma

garantia de que o fruto de nossos esforços será

cumprida. E isso nos é dado pela fé da ressurreição

dos mortos, quando acordarem novamente e

cantarão os que habitam no pó; e então "os justos

terão na lembrança eterna". Que ninguém tenha

Page 86: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

86

medo da perda de sua obra, a menos que seja como o

fogo que a consumirá; quando será da sua vantagem

sofrer essa perda, e tê-la tão consumida. Não é um

bom pensamento, palavra ou trabalho, mas terá uma

vida nova dada a ele, e como se fosse uma

participação na ressurreição. (2.) Estamos seguros de

que tais coisas não só serão lembradas, mas também

recompensadas. É para os justos, como observamos,

não apenas uma "ressurreição dentre os mortos",

mas uma "ressurreição para a vida", isto é, eterna,

como recompensa. E isso é o que quer ou deve dar

vida e diligência à nossa obediência. Então, Moisés,

no que fez e sofreu por Cristo, teve "respeito à

recompensa futura", Hebreus 11:26. Deus colocou a

declaração aqui no fundamento de toda a nossa

obediência no pacto: "Eu sou a sua grande

recompensa," Gênesis 15: 1 E, ao fim disso, o Senhor

Jesus não pensa o suficiente para declarar que ele

virá e também, "a sua recompensa com ele",

Apocalipse 22:12. Alguns supostamente supuseram

que esta recompensa de Deus deve inferir mérito em

nós mesmos, enquanto "a vida eterna é o dom de

Deus através de Jesus Cristo", e não o salário de

nossas obras, como a morte é do pecado, Romanos

6:23. É uma recompensa como é absolutamente um

presente gratuito, um presente de graça; "E se é por

graça, não há mais obras, senão a graça não é mais

graça", Romanos 11: 6. O mesmo não pode ser de

obras e graça, de nosso próprio mérito e do dom

gratuito de Deus. E outros, deve ser temido, sob uma

Page 87: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

87

pretensão equivocada de graça, evitar um devido

respeito a esta graciosa recompensa, que o Senhor

Jesus Cristo designou como a questão abençoada e o

fim de nossa obediência. Mas, por este meio, eles se

privam de um grande motivo e encorajamento,

especialmente de um esforço para que sua obediência

seja tal, e os frutos dela abundem, para que o Senhor

Jesus Cristo seja glorificado de maneira significativa

em dar-lhe uma graciosa recompensa no último dia.

Pois, enquanto ele criou, em sua própria graça e

generosidade, dar-nos uma recompensa tão gloriosa,

e pretende pela operação de seu Espírito, nos fazer

aptos a recebê-la, ou "encontrar a herança dos santos

na luz", Colossenses 1:12, nosso principal respeito a

esta recompensa é que possamos recebê-la com

vantagem de glória e honra para nosso Senhor Jesus

Cristo. E a consideração disto, que nos é transmitida

através da fé da ressurreição, é um principal

princípio de animação da nossa obediência. (3) Tem

o mesmo respeito para a nossa consolação: "Se é só

para esta vida que esperamos em Cristo, somos de

todos os homens os mais dignos de lástima." 1

Coríntios 15:19; isto é, se considerarmos apenas

coisas externas neste mundo, reprovações,

desprezos, indignações, problemas, perseguições,

foram muitos daqueles que tanto esperavam em

Cristo. "Mas isso é tudo o que devemos ter dele, ou

por ele?" Provavelmente, em relação às coisas

externas, isso será para a maioria de nós neste

mundo, se não vier a maiores extremos: "Então,

Page 88: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

88

somos todos os mais miseráveis". Mas espere um

pouco; essas coisas serão todas chamadas novamente

na ressurreição (e isso é tempo), e todas as coisas

serão colocadas em outra postura. Veja 2

Tessalonicenses 1: 6-10. Portanto, não temos razão

para desesperar pelo que nos acontecer nesta vida,

nem em que angústia essa carne que carregamos

sobre nós possa ser colocada. Podemos estar às vezes

prontos para desmaiar, ou para pensar muito sobre

as dores em que nos colocamos em deveres

religiosos, especialmente quando nossos corpos,

sendo fracos, seriam de bom grado poupados ou de

que possamos suportar e sofrer; mas o dia está

chegando, que irá recompensar e compensar tudo.

Esta mesma carne, que agora empregamos sob suas

fraquezas em um curso constante dos deveres mais

difíceis, será levantada do pó, purificada de todas as

suas enfermidades, liberada de todas as suas

fraquezas, incorruptível e imortal, para desfrutar o

descanso e a glória por toda a eternidade. E podemos

nos consolar com estas palavras, 1 Tessalonicenses 4:

18.

O quarto princípio mencionado é krima aijwnion.

Esta é a consequência imediata da ressurreição dos

mortos. Os homens não devem ser criados de novo

para viver outra vida neste mundo, e, assim como

para fazer uma nova aventura; mas devem dar uma

conta do que é passado e "receber o que eles fizeram

no corpo, seja bom ou mau". E porque não há

Page 89: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

89

transações visíveis para o exterior entre Deus e as

almas dos homens depois da sua saída deste mundo,

nem qualquer alteração a ser feita em relação ao seu

estado e condição eternas, este julgamento é falado

como aquele que imediatamente sucede à própria

morte: Hebreus 9:27, "E, como aos homens está

ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o

juízo". Este julgamento é certo, e não há nada entre a

morte e isso que é afirmado. Mas, em relação a

alguns, pode haver um longo espaço de tempo entre

um e outro; nem o julgamento será administrado até

depois da ressurreição dentre os mortos, e por meio

deles. E quando toda a raça da humanidade

designada que morreu de acordo com as estações

atribuídas, então o juízo segue sobre todos eles.

Krima é comumente usado para uma "sentença

condenatória". Portanto, alguns pensam que é

apenas o julgamento dos homens perversos e ímpios

a que se destina. E, de fato, o dia do julgamento é

mais frequentemente falado na Escritura com

respeito a isso. Veja 2 Tessalonicenses 1: 7-10, Judas

1: 14,15, 2 Pedro 2: 9. E isto é em parte porque a

lembrança é adequada para admirar a ferocidade, o

orgulho e a fúria dos espíritos de homens, correndo

para o pecado como o cavalo na batalha; e em parte

que pode ser um alívio para os piedosos sob todos, ou

suas perseguições de sua crueldade, ou tentações de

sua prosperidade. Mas, na realidade, o juízo é

genérico, e todos os homens, bons e maus, devem

permanecer na sua sorte: "Mas tu, por que julgas teu

Page 90: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

90

irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão?

Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de

Deus. Porque está escrito: Por minha vida, diz o

Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda

língua louvará a Deus.", Romanos 14: 10,11. E isso é

o que se destina. Como a ressurreição dos mortos que

o precede pertence a todos, então o juízo que se

segue. E este nosso apóstolo expressa por krisiv, uma

palavra do mesmo original e significação com krima.

Este krima, ou "julgamento", é dito ser aiwnoin

(eterno). E como Deus deu testemunho da verdade

na profecia de Enoque, ele determinou visivelmente

todo o assunto do lado da igreja no dilúvio, que era

uma promessa aberta de julgamento eterno. E,

portanto, essas palavras, "O Senhor vem", tornou-se

o apelo da igreja em todas as idades, 1 Coríntios

16:22. Aiwnion respeita à duração desse julgamento,

mas é seu fim e efeito. Pois não deve ser de duração e

continuidade perpétuas; que fantasia é ambos

absurdos na natureza e inconsistentes com o fim

adequado dele - que é, para entregar a cada um a sua

porção eterna. E é curioso, desnecessário e

injustificável, saber qual será a continuação, visto

que Deus não deu nenhuma revelação. Nem a mente

do homem é capaz de fazer qualquer conjectura

tolerável quanto ao processo da infinita sabedoria de

Cristo nesta matéria. Também não sabemos, quanto

ao tempo ou continuidade, o que será necessário

nele, para a convicção e confusão de pecadores

impenitentes, ou para a demonstração de Sua

Page 91: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

91

própria justiça e glória. E este julgamento é chamado

de "eterno" - 1. Em oposição aos juízos temporais que

são ou foram passados sobre os homens neste

mundo, que serão todos chamados de novo e

revisados. Especialmente é assim com respeito a um

triplo julgamento: - (1.) O que passou sobre o próprio

Senhor Jesus Cristo, quando foi condenado como um

malfeitor e um blasfemador. Ele nunca sofreu aquela

sentença que ocorreu silenciosamente no mundo,

mas desde o início ele enviou seu Espírito para

discutir, argumentar e pleitear sua causa no mundo,

João 16: 8-11. Isso ele sempre fez e sempre manterá,

por sua igreja. No entanto, não há determinação

absoluta do caso. Mas quando chegar este dia, ele

condenará todas as línguas que estavam contra ele

em juízo, e todos os seus adversários serão

confundidos. (2.) Todas essas sentenças

condenatórias, seja para morte ou outros castigos,

que quase em todos os tempos foram dados contra

seus discípulos ou crentes verdadeiros. Com os

pensamentos e as perspectivas disso, eles sempre se

aliviaram sob falsos julgamentos e execuções cruéis.

Pois eles tiveram "julgamento de crueldades e

escárnios, sim, além disso, de laços e prisões; eles

foram apedrejados e serrados, tentados e mortos com

a espada; eles vagaram em pele de ovelha e pele de

cabra, sendo destituídos, aflitos, atormentados; não

aceitando a libertação "(nos termos do mundo)" para

que pudessem obter uma melhor ressurreição", como

Hebreus 11: 35-37. Em todas estas coisas, "possuíam

Page 92: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

92

suas almas com paciência", seguindo o exemplo de

seu Mestre, "comprometendo-se com aquele que

julga com justiça", 1 Pedro 2:23. (3.) As frases falsas

que, sob suas provocações, professantes sofreram.

Veja 1 Coríntios 4: 3-5. 2. Porque é "judicium

inevitável", uma "sentença inevitável", que todos os

homens devem suportar; pois "é designado para

todos os homens morrerem uma vez, e depois disso é

o julgamento". Esse julgamento não é mais evitável

para nenhum homem que a própria morte, da qual a

experiência de alguns milhares de anos deixa aos

homens nenhuma esperança de fuga. 3. Porque nela

e por ela, uma determinação imutável de

propriedade e condição de todos os homens é feita

para a eternidade, - o julgamento que se dispõe de

maneira irrelevante em sua propriedade eterna, seja

de bem-aventurança ou de miséria. Duas coisas

devem ainda ser faladas, para clarear este grande

princípio de nossa fé: primeiro, a natureza geral

deste julgamento eterno; e então as evidências que

temos de sua verdade e certeza. Primeiro, as

preocupações gerais deste juízo eterno são todas

claramente expressas nas Escrituras, que declaram a

natureza dele: - 1. Quanto ao seu tempo, há um dia

determinado e inalterável consertado: "Deus

designou um dia em que ele julgará o mundo em

justiça", Atos 17:31. E desta vez é comumente

chamado "o dia do julgamento", Mateus 10:15, 11:22,

24, 12:36; Marcos 6:11; Pedro 2: 9; 1 João 4:17. E este

dia sendo consertado na presciência e no conselho

Page 93: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

93

determinado de Deus, não pode mais ser apressado

ou diferido do que o próprio Deus pode ser mudado.

Até que este tempo designado venha, em tudo o que

acontecer, ele irá satisfazer sua sabedoria e glória em

seu governo comum do mundo, entrelaçado com

alguns julgamentos extraordinários ocasionais; e ele

chama todos os do seu próprio povo a ficarem

satisfeitos. Quanto a esse tempo preciso, o

conhecimento disso é um dos principais segredos de

sua soberania, que ele reserva, por razões adequadas

à sua infinita sabedoria, guardado no próprio seio

eterno. Daí o nosso Salvador ter dito: "Quanto,

porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos

no céu nem o Filho, senão o Pai.", Marcos 13:32; que

é a expressão mais elevada de um segredo divino.

Deus não apenas não revelou, mas ele decretou não

revelá-lo. Todas as perguntas sobre isso são apenas

de curiosos, tolos e ímpios. Então é certo, quando

todas as coisas preditas na Escritura são cumpridas,

quando a obediência de todos os eleitos estiver

completa, e a medida destinada à perversidade do

mundo na paciência de Deus é preenchida; então, e

não antes, o fim virá. Enquanto isso, quando vemos

um homem velho, fraco, doente, a natureza sendo

decomposta e as fraquezas abundantes, podemos

julgar que sua morte não está longe, embora não

conheçamos quando ele vai morrer: então, vendo o

mundo chegar a esse estado e condição, tão

enfraquecida e decadente quanto ao seu fim

principal, que já não é capaz de suportar o peso de

Page 94: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

94

sua própria iniquidade, nem atender aos desejos

pecaminosos de seus habitantes; vendo todos os

tipos de pecados, novos e velhos, ouvidos e inéditos,

perpetrados em todos os lugares à luz do sol, e

defendidos com segurança ateísta; como também,

considerando que o evangelho parece ter terminado

seu trabalho onde é pregado, com todos os tipos de

sinais de natureza semelhante, - podemos concluir

com segurança que o fim de todas as coisas está se

aproximando. 2. Existe o juiz, que é Jesus Cristo.

Originalmente e absolutamente este é o julgamento

de Deus, daquele que fez o mundo; e, portanto, é

comum dizer que Deus julgará o mundo,

Deuteronômio 32: 35,36; Eclesiastes 12:14. "Deus, o

juiz de todos", Hebreus 12:23. Mas a administração

atual dele é comprometida somente com Jesus

Cristo, para ser exercida visivelmente em sua

natureza humana, Romanos 14:10; Daniel 7:13;

Mateus 16:27, 19:28; João 5: 22-27; Atos 17:31; 2

Coríntios 5:10; 1 Tessalonicenses 4:16; 2

Tessalonicenses 1: 7, e muitos outros lugares. E aqui,

na mesma pessoa individual, ele deve agir as

propriedades de ambas as suas naturezas. Pois, como

ele deve aparecer visivelmente e gloriosamente em

sua natureza humana, exaltado ao supremo lugar da

judicatura, e investido com poder soberano e

autoridade sobre toda carne, Daniel 7:13; Mateus

24:30; 1 Tessalonicenses 4 : 16; Romanos 14:10;

então ele deve agir o poder e a onisciência de sua

divindade em trazer todo o estado da criação em

Page 95: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

95

juízo, e na descoberta dos corações e compreensão

dos pensamentos, palavras e ações de todos os filhos

dos homens, desde o início do mundo até o fim disso.

E aqui, todos os santos anjos devem acompanhá-lo, e

atendê-lo, como ministros, assistentes e

testemunhas de seus justos juízos, Mateus 25:31;

Lucas 9:26; Judas 1: 14,15; Daniel 7:10; assim,

também no julgamento dos anjos caídos e do mundo

reprovado, os santos, absolvidos, justificados,

glorificados em primeiro lugar, concordarão com ele

neste juízo, ao aplaudir a sua justiça e santidade com

o seu sufrágio unânime, Isaías 3:14; Mateus 19:28; 1

Coríntios 6: 2,3. Pois, - 3. Quanto à maneira externa

desse julgamento, será com solenidade e grande

glória, 2 Tessalonicenses 1: 7-10; Judas 1: 14,15;

Daniel 7: 9,10; Apocalipse 20: 11,12. E isso será em

parte para a demonstração da glória e honra de Jesus

Cristo, que foi tão desprezado, repreendido,

perseguido no mundo; e em parte para preencher o

coração dos pecadores com medo e terror, como

Apocalipse 6: 15-17, onde este julgamento é

representado. E a ordem deste julgamento será, - (1.)

Que todos os eleitos devem primeiro ser absolvidos e

pronunciados abençoados; porque eles se juntam ao

Senhor Jesus Cristo no julgamento do mundo, o que

eles não poderiam fazer se eles mesmos não fossem

libertados e exaltados pela primeira vez. (2.) O diabo

e seus anjos serão julgados, e isso em três cabeças

gerais: - [1.] Da sua apostasia original; [2.] Da morte

de Cristo; [3.] Da perseguição. (3.) O mundo dos

Page 96: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

96

homens perversos; provavelmente, [1.] Hipócritas na

igreja; [2.] Todos os outros de fora. Porque, - 4. As

pessoas a serem julgadas são: 1. Anjos caídos, 1

Coríntios 6: 3; 2 Pedro 2: 4; Judas 1: 6; Mateus 25:41.

(2.) Todos os homens, universalmente, sem exceção,

Isaías 45:23; Romanos 14: 9,10; Mateus 25: 31,32.

Em especial, [1.] todos os piedosos, todos os que

creram e obedeceram ao evangelho, serão julgados,

Lucas 21:36; Romanos 14:12; 2 Timóteo 4: 8: se todos

os seus pecados serão então chamados e divulgados

aos outros, vendo que são conhecidos daquele que

está mais em si mesmo e para nós do que todo o

mundo além disso, questiono. [2.] Todos os

pecadores ímpios e impenitentes, Deuteronômio

32:35; 2 Pedro 2: 9; Judas 1:15. 5. A regra segundo a

qual todos os homens serão julgados é a lei da sua

obediência que lhes foi dada. Como (1.) Os gentios

antes da vinda de Cristo serão julgados pela lei da

natureza, que todos transgrediram abertamente,

Romanos 2: 12-14. (2.) Os judeus da mesma época

pela lei, e a luz em redenção do pecado que se

encontra acima disso; isto é, pela regra, doutrina,

preceitos e promessas, da lei e dos profetas. (3.) O

evangelho a todos os homens a quem foi oferecido ou

pregado, Romanos 2:16. A regra do julgamento no

último dia não é nem será outra, senão o que é

pregado todos os dias na dispensação do evangelho.

Ninguém pode queixar-se de ter sido surpreendido

ou fingir ignorância da lei pela qual ele deve ser

julgado. A frase é proposta a eles continuamente. Na

Page 97: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

97

palavra do evangelho é a condição eterna de todos os

filhos dos homens positivamente determinada e

declarada. E todas essas coisas são amplamente

insistidas pelos outros. Em segundo lugar, a

evidência que Deus deu em relação a este futuro

julgamento, sobre o qual a certeza disso depende de

nós, também pode ser considerada; e - 1. Deus

plantou uma presunção e sensação sobre as mentes e

os corações dos homens por natureza, de onde é

absolutamente e eternamente inseparável. A

consciência não é senão o julgamento que os homens

fazem, e o que eles não podem deixar de fazer de suas

ações morais com referência ao supremo julgamento

futuro de Deus. Daí o apóstolo que trata deste

julgamento futuro, Romanos 2: 12-16, e nos

versículos 14, 15; ele declara que consiste nos

próprios pensamentos inevitáveis das pessoas sobre

suas próprias ações, para o bem ou mal. Sim, esta é a

linguagem apropriada de consciência para os

pecadores em todas as ocasiões. 2. O funcionamento

da razão na consideração do estado de todas as coisas

neste mundo, cumpre os princípios e ditados de

consciência inerentes neste testemunho.

Suponhamos que os que tratamos sejam o próprio

ser de Deus e a sua providência no governo do

mundo. Outros não merecem a menor consideração.

Agora, aqueles que estão sob o poder desse

reconhecimento e persuasão devem e acreditam que

Deus é infinitamente justo e infinitamente sábio e

santo, e que eles não podem ser assim. Mas, no

Page 98: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

98

entanto, quando eles consideram como essas

propriedades divinas são exercidas no governo

providencial do mundo, que em todas as épocas,

pessoas e lugares, devem necessariamente estar

sujeitos, estão perdidos. A impunidade final dos

pecadores flagrantes neste mundo; as opressões, as

aflições e as misérias dos melhores; a prosperidade

dos planos maus e diabólicos; a derrota de

empreendimentos sagrados e justos; acidentes

promissores para todos os tipos de pessoas,

diferenciados por piedade ou impiedade; o curso

próspero de homens e blasfêmias, que se opõem a

Deus em princípios e conversas, na medida do

possível; os assassinatos secretos e desconhecidos de

mártires e inocentes em inquisições e masmorras; a

extrema confusão que parece haver em todas as

coisas aqui embaixo; com outras coisas do mesmo

tipo, inumeráveis, estão prontas para deixar

perplexas as mentes dos homens nesta matéria. Eles

ocuparam muito os pensamentos, mesmo dos santos

de Deus, e tentaram sua fé, como é evidente, Salmos

78: 4-17; Jeremias 12: 1,2; Habacuque 1: 3,4,13; Jó

21: 5-8. E a consideração disso levou alguns dos mais

sábios pagãos ao ateísmo ou blasfêmias ultrajantes

em suas horas de morte. Mas nesse estado, mesmo a

razão, justamente exercida, levará os homens a

concluir que, com a suposição de um Ser divino e de

uma providência, deve ser que todas essas coisas

sejam novamente convocadas e, em seguida,

recebam uma decisão e determinação finais, em que,

Page 99: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

99

neste mundo, eles não são capazes. Porque, - (1.)

Com o devido exame, aparecerá rapidamente que as

ações morais dos homens com respeito a Deus, no

caminho do pecado e da obediência, são tais que é

absolutamente impossível que o julgamento seja

finalmente exercido para eles em coisas visíveis e

temporais, ou que neste mundo eles devem receber

"uma recompensa justa de julgamento". Pois,

enquanto eles têm um aspecto para o fim supremo

dos homens, que é eterno, deles não pode ser

declarado justa ou corretamente, senão sob punições

e recompensas eternas, Romanos 1:32; 2

Tessalonicenses 1: 6. Vendo, portanto, que nenhum

julgamento total pode passar sobre os pecados dos

homens neste mundo, porque tudo o que pode

acontecer com eles é infinitamente por sua falta de

integridade, mesmo a própria razão não pode deixar

de estar satisfeito de que Deus, em sua infinita

sabedoria e soberania, deveria realizar todo o

julgamento naquele dia, em que todas as penas serão

igualadas aos seus crimes e recompensas à

obediência. Então, quando nosso apóstolo raciocinou

diante de Félix sobre "sobre a justiça e o domínio

próprio", sabendo quão indisponíveis seus

argumentos prevaleceriam com ele sem falar do

contrário, a saber, do pecado e do mal, da

impunidade e da prosperidade de tais pecadores no

mundo, para torná-los efetivos, ele acrescenta a

consideração do "julgamento vindouro", Atos 24:25,

como que Félix ficou aterrorizado e desconversou,

Page 100: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

100

certamente por ter sido acusado por sua própria

consciência. (2) Se Deus retirar os homens de um

respeito ao futuro julgamento eterno, e

constantemente dispensar recompensas e punições

neste mundo, de acordo com o que os homens mais

sábios podem apreender justamente (o que, se

alguma coisa, deve satisfazer, sem um respeito ao

julgamento eterno), pois seria mais injusto, por isso

pode ser uma ocasião de maior maldade do que o

mundo ainda é incomodado. Inútil e desigual deve

ser inevitável, porque o juízo suposto deve passar de

acordo com o que os homens podem discernir e

julgar; isto é, apenas ações externas. Agora, isso era

injusto em Deus, que vê e conhece o coração, e sabe

que as ações têm o bem e o mal, se não apenas, mas

principalmente, pelo respeito deles. "O Senhor é um

Deus de conhecimento, e por ele as ações são

pesadas", disse Ana, quando Eli julgou estar bêbada,

mas Deus viu que ela orava, 1 Samuel 2: 3. Não há

nada mais evidente que é inconsistente e destrutivo

de todas as perfeições divinas, que Deus passaria

uma sentença decretória sobre as ações dos homens

de acordo com o que nos parece ser justo.

Isto, portanto, Deus declina, a saber, julgar de acordo

com uma regra que podemos compreender, Isaías 11:

3, Romanos 2: 2. Mas, - (3.) Suponha que Deus, neste

mundo, distribua recompensas e punições

constantemente de acordo com o que vê nos corações

e nas disposições internas das mentes dos homens,

Page 101: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

101

não é menos evidente que preencheria todos os

homens com confusão indizível, e prevalecer com

eles para julgar que, de fato, não há uma certa regra

de julgamento, nem limites inconvenientes do bem e

do mal; vendo que seria absolutamente impossível

que, por eles, os julgamentos de Deus fossem

reduzidos a tais regras ou limites, sendo os motivos

por eles completamente desconhecidos. Esta é a

Escritura que é verdadeiramente apropriada, Salmo

77:19, 36: 6. Portanto, - (4) Se Deus, visivelmente e

constantemente, tem dispensado recompensas e

punições neste mundo de acordo com o domínio do

conhecimento, compreensão e julgamento dos

homens, - o que por si só tem uma aparência de ser

satisfatório - teria sido um princípio, ou pelo menos

uma ocasião, de um pior tipo de ateísmo do que

qualquer outro, com que a terra tem sido

incomodada.

Pois não poderia ter sido, senão que a maioria teria

feito do julgamento do homem a única regra de tudo

o que eles fizeram, que Deus deve ser obrigado a

cumprir ou ser injusto; que é absolutamente

derrubá-lo, e deixá-lo apenas para ser o executor das

vontades e razões dos homens. Mas, de todos estes e

perplexidades semelhantes, a própria razão pode

tomar silenciosamente o santuário em submissão à

Sabedoria soberana quanto a dispensações

presentes, com satisfação de que não é apenas

apropriado, mas necessário por conta da justiça

Page 102: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

102

divina, que deveria haver um futuro julgamento

eterno, para passar de acordo com a verdade sobre

todos os caminhos e ações dos homens. E por isso,

Deus mantém nos corações dos homens um

testemunho a este grande princípio da nossa

profissão. Portanto, quando o nosso apóstolo

raciocinou diante de Félix sobre tais deveres e

pecados que foram descobertos pela luz da natureza,

isto é, justiça e temperança, - com respeito a ambos

os quais ele era abertamente e flagrantemente

culpado -, ele acrescenta esse princípio em relação ao

julgamento por vir; a verdade da qual a consciência e

a razão do miserável não podia deixar de obedecer,

Atos 24:25. 3. Deus deu testemunho aqui em todos

os julgamentos extraordinários que ele executou

desde a fundação do mundo. Não é por nada que ele

às vezes, o faz com tanta frequência, sair ou ao lado

dos trilhos e caminhos comuns da providência. Ele

faz para intimidar o mundo, que as coisas não são

sempre para passar à taxa atual, mas serão um dia

chamadas para outra conta. Em grandes julgamentos

"a ira de Deus é revelada do céu contra a impiedade

dos homens", Romanos 1: 1 8; e uma indicação é dada

do que ele irá fazer mais adiante. Porque como "ele

não se deixa sem testemunho" em relação à sua

bondade e paciência, "na medida em que faz o bem,

e faz chover do céu, e estações fecundas; enchendo os

corações dos homens com comida e alegria", Atos

14:17; então ele dá testemunho de sua justiça e

santidade nos julgamentos que ele executa, Salmos

Page 103: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

103

9:16. Pois, enquanto a bondade e a misericórdia são

as obras em que Deus se deleita, ele testemunha a

eles, juntamente com a paciência e o sofrimento, no

curso normal de suas dispensações; mas o

julgamento em gravidade ele chama "seu trabalho

estranho", com o que ele não prossegue, senão em

grandes provocações, Isaías 28:21, - ele satisfaz sua

santa sabedoria com algumas instâncias

extraordinárias necessárias. E, assim, ele próprio

escolheu alguns casos particulares, que ele propôs de

modo a que fossem como promessas do futuro

julgamento, e nos deu uma regra sobre como

devemos julgar todos os seus atos extraordinários do

mesmo tipo. Tal foi o dilúvio pelo qual o mundo foi

destruído nos dias de Noé; que Pedro afirma

expressamente era um tipo para sombrear a

severidade de Deus no último julgamento final, 2

Pedro 2: 5, 3: 5-7. Do mesmo modo, a natureza era

sua "reduzindo a cinza as cidades de Sodoma e

Gomorra, condenou-as à destruição, havendo-as

posto para exemplo aos que vivessem impiamente.",

2 Pedro 2: 6. Ele fez deles um exemplo assustador,

"que outros deveriam ouvir e temer, e não presumir

tão presunçosamente". Mas agora, enquanto Deus

não trouxe, no espaço de quatro mil anos, tal

julgamento a outros lugares ou pessoas, se este

exemplo tivesse respeito apenas a este mundo, deve

ter perdido toda a sua força e eficácia nas mentes dos

pecadores. Por isso, quase respeitava ao julgamento

que havia vindo, Deus dando a ele um exemplo do

Page 104: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

104

que os pecadores obstinados e profanadores devem

achar nesse grande dia. Por isso, Judas diz

expressamente, eles são "apresentados por um

exemplo, sofrendo a vingança do fogo eterno",

versículo 7.

E esta é a linguagem de todos os julgamentos

extraordinários de Deus, seja em pessoas ou lugares

do mundo. Deixe os pecados dos homens serem o que

eles queiram, Deus pode às vezes estender a mão do

céu em um exemplo extraordinário de vingança, de

modo a que os homens possam saber que as coisas

não serão para sempre passadas de maneira tão

promíscua, mas que ele "designou outro dia em que

ele fará julgará o mundo em justiça". E, por esta

razão, tais julgamentos de sinalização como

evidências do futuro julgamento eterno de Deus

estão nas Escrituras expressados em palavras que

parecem declarar o próprio julgamento, e não os

tipos dele, Isaías 34: 4; Apocalipse 6: 13,14; Daniel 7:

9,10; Mateus 24: 29,30. Mas, - 4. Deus não confiou

absolutamente a evidência e a preservação desta

importante verdade, que é o fundamento de toda

religião, para os resquícios da luz inata nas mentes e

nas consciências dos homens, que podem ser

diversamente obscurecidos até que seja quase

extinguido; nem ainda ao exercício do motivo na

consideração da atual administração da providência

neste mundo, que muitas vezes é corrompida,

depravada e inútil; nem até a influência que os

Page 105: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

105

julgamentos extraordinários podem ter sobre as

mentes dos homens, que alguns se fortificam por sua

obstinação no pecado e na segurança; mas ele

testificou abundantemente por revelação expressa

desde o princípio do mundo, agora registrado em sua

Palavra, pela qual todos os homens devem ser

julgados. Não pode ser duvidado, senão que Adão

estava familiarizado com esta verdade

imediatamente do próprio Deus. Ele foi, de fato, na

ameaça dada contra o pecado no início,

especialmente porque foi explicada na maldição

depois que ele realmente pecou. E isso foi o que lhe

foi ensinado na ameaça, e que seus olhos estavam

abertos para ver claramente após sua queda, quando

ele imediatamente se tornou temeroso de Deus como

seu juiz, Gênesis 3:10. Nem se pode duvidar, senão

que ele comunicou o conhecimento disso à sua

posteridade. Mas, enquanto eles rapidamente, com

essa prodigalidade em toda iniquidade que se

entregaram, tiveram, juntamente com todas as

outras verdades sagradas, a lembrança ou, pelo

menos, praticamente desprezando e zombando das

instruções que receberam nela, Deus conhece a

necessidade disso, quer para impedi-los em seus

cursos flagrantes, quer para dar-lhes uma

advertência que possa deixá-los sem desculpas, faz

uma nova revelação expressa a Enoque, e por ele à

humanidade: Judas 1:14, 15: "Para estes também

profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão,

dizendo: Eis que veio o Senhor com os seus milhares

Page 106: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

106

de santos, para executar juízo sobre todos e

convencer a todos os ímpios de todas as obras de

impiedade, que impiamente cometeram, e de todas

as duras palavras que ímpios pecadores contra ele

proferiram." E esta é a segunda nova revelação que

está registrada antes do dilúvio. Foram duas

revelações que foram o fundamento da igreja; a

respeito do futuro julgamento, na ameaça; o outro

relativo à recuperação e restauração da humanidade,

na promessa. Ambos parecem ter sido igualmente

negligenciados por aquela geração amaldiçoada. Mas

Deus revigorou solenemente os dois; o primeiro por

Enoque, este último antes de Noé, que era o

"pregador da justiça", 2 Pedro 2: 5, em quem o

Espírito de Cristo pregava aos que estão agora na

prisão, 1 Pedro 3: 19,20. E essa antiga profecia foi

revivida pelo Espírito Santo, em parte, para que

possamos saber que Deus, desde o início do mundo,

deu testemunho público e adverte sobre seu futuro

julgamento eterno; e em parte para nos informar

que, nos últimos dias, os homens irromperiam em

excesso e indignação no pecado e na maldade, como

aqueles daqueles antes do dilúvio, em que seria

necessário que eles fossem reprimidos, aterrorizados

ou avisados por pregar-lhes esta verdade do

julgamento por vir. Depois disso, os testemunhos que

lhe são ditos nas Escrituras tanto do Velho, como do

Novo Testamento abundam, e são tão óbvios para

todos, que não é de todo necessário, em particular,

reproduzi-los. Esse princípio sendo assim tornado

Page 107: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

107

claro e confirmado, pode não ser capaz de mostrar

quais são as aplicações práticas necessárias. E, -

Observação V. É manifesto que não existe um dever

na religião que não seja ou não deva ser influenciado

pela consideração. Só dou nome de alguns dos quais

é de modo especial aplicado pelo próprio Espírito

Santo: - 1. Os ministros do evangelho devem meditar

grandemente na consideração dele, como é

representado no seu terror e glória, para que eles

possam estar excitados e agitados para lidar

eficazmente com as almas dos homens, para que não

caiam sob o vingança desse dia. Então nosso apóstolo

afirma que foi consigo mesmo; por ter afirmado a

verdade e a certeza nestas palavras: "Porque todos

devemos comparecer diante do tribunal de Cristo,

para que cada um possa receber as coisas feitas no

seu corpo de acordo com o que ele fez", e acrescenta:

"Conhecendo, portanto, o temor do Senhor,

persuadimos os homens", 2 Coríntios 5: 10,11; -

"Tendo em vista o que será o estado das coisas com

todos os homens naquele dia, quão terrível será o

Senhor Jesus Cristo para os pecadores impenitentes,

e o quão "temeroso é cair nas mãos do Deus vivo", eu

uso toda a diligência para prevalecer com os homens

para obterem tal interesse na paz e reconciliação

oferecidas no evangelho, para que possam ser

considerados dignos de permanecer naquele dia."

Veja Colossenses 1:28. E sem uma contínua

apreensão por isso, não pode ser senão que os

homens vão ficar frios, e mortos e formais em seu

Page 108: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

108

ministério. Se o tribunal de Jesus Cristo não estiver

continuamente aos nossos olhos, quaisquer outros

motivos que possamos ter para a diligência em nosso

trabalho, teremos pouca consideração com as almas

dos homens, quer eles que vivam ou morram nos

seus pecados, sem os quais, tudo o que fazemos não

é aceito com Deus. 2. A consideração disso é

peculiarmente aplicada pelo Espírito Santo contra a

segurança nos prazeres mundanos, e aqueles males

com que geralmente é acompanhado. Assim, é usado

pelo nosso bendito Salvador, Lucas 21: 34-36; e

assim pelo nosso apóstolo, 1 Tessalonicenses 5: 2-8.

E isso também é expresso no seu tipo, ou no dilúvio

nos dias de Noé; - nada disso foi mais terrível para os

homens do que se surpreenderem no meio de suas

diversões e empregos, Mateus 24: 38,39. 3. É da

mesma forma que é frequentemente aplicado para a

consolação dos crentes, sob os problemas,

dificuldades e perseguições, que nesta vida eles

sofrem, 2 Tessalonicenses 1: 6-10; porque o terror e

a glória do juízo, com a vingança que será executada

nele, é proposta como a maior consolação para os

crentes; como de fato são, em muitas contas que não

devem ser aqui insistidas. Veja Isaías 35: 3,4; Lucas

21: 28,31; Apocalipse 19: 1-7. E, portanto, precisamos

procurar, ansiar, e, com o que está em nós, apressar-

nos para este dia do Senhor, quando, em todas as

contas, nossa alegria será plena, 2 Timóteo 4: 8;

Apocalipse 22:20. 4. É da mesma maneira em todos

os lugares aplicado ao terror dos pecadores ímpios e

Page 109: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

109

impenitentes, 1 Tessalonicenses 5: 2,3; 2

Tessalonicenses 1: 6-9; Judas 1: 14,15, e em muitos

outros lugares. E para estes fins, de maneira especial,

é a consideração de que seja aplicado por nós. Esses,

portanto, (para que possamos retornar ao texto ) são

os princípios fundamentais da religião cristã que o

apóstolo chama "a doutrina dos batismos e a

imposição das mãos". Este é um resumo dessa

doutrina em que eles deveriam ser instruídos para

serem batizados e ter uma imposição de mãos sobre

eles. Mas não ocorre nenhuma pequena dificuldade

com o uso da palavra "batismos", no número plural;

pois não é em qualquer outro lugar da Escritura tão

usado, quando o batismo do evangelho se destina, e

as lavagens judaicas são frequentemente expressas.

O intérprete siríaco, que é a nossa tradução mais

antiga, o traduz no número singular, "batismo", mas

porque há um acordo completo em todas as cópias

originais, e as exposições antigas também concordam

nelas, nenhuma ainda se aventurou a deixar o

original, e seguir essa tradução, mas todos

geralmente que comentaram sobre o lugar

consideraram como a palavra pode ser

compreendida e explicada. E aqui eles caíram em

várias conjecturas, pois não devo gastar tempo na

consideração e na refutação deles, mas me contento

com a nomeação delas, para que o leitor possa usar

seu próprio julgamento sobre elas. Alguns, portanto,

supõem que a menção é feita a "batismos" por causa

do batismo de João e de Cristo, que, como eles

Page 110: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

110

julgam, não eram apenas distintos, mas diferentes.

Mas os judeus foram batizados indiferentemente por

um ou por outro, e foi apenas uma ordenança para

eles. Alguns, por causa dos muitos batismos ou

lavagens entre os judeus. Mas esta de todas as outras

conjecturas é a menos provável; e se houvesse algum

respeito, teria sido necessário ter mencionado o

"batismo" no número singular. Alguns pensam que

se refira aos vários tipos de batismo do evangelho,

que geralmente se referem a três cabeças, "fluminis",

"fiaminis, "sanguinis", da água por lavagem externa,

do Espírito por purificação interna, de aflições até ao

sangue por ambos. E, que portanto, o apóstolo não

deve apenas pretender o batismo de água, mas

também toda a limpeza espiritual da alma e da

consciência, que era exigida dos homens na sua

iniciação na religião cristã, chamada de "simpatia";

3:21; com o propósito de selar sua confissão com seu

sangue se chamado a isso, e sendo batizado com o

batismo com o qual o Senhor Jesus Cristo em seus

sofrimentos foi batizado, Mateus 20:23. E isso tem

muita probabilidade, e que, depois do que eu

consertei, eu deveria abraçar. Alguns supõem que a

consideração pode ter tido lugar até os tempos

declarados de batismo, que foram consertados e

observados na Igreja Primitiva, quando eles

batizaram publicamente, senão duas ou três vezes no

ano. Mas é certo que esse costume não foi

introduzido. Portanto, a interpretação mais geral das

palavras e do significado do apóstolo é que, embora

Page 111: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

111

o batismo seja apenas um e o mesmo, para nunca

mais ser repetido ou reiterado sobre o mesmo

assunto, nem há nenhum outro batismo ou lavagem

do mesmo tipo, ainda que os assuntos dele, ou

aqueles que foram batizados, eram muitos, cada um

deles sendo participante do mesmo batismo em

especial, o de todos eles é chamado de "batismos", ou

o batismo dos muitos. Todas as pessoas que

começaram a atender ao evangelho foram

diligentemente instruídas nos princípios anteriores,

com outros de natureza semelhante (pois eles são

mencionados apenas como exemplos), antes de

serem admitidos na participação desta ordenança,

com a imposição das mãos que se seguiram; estes,

portanto, são chamados de "doutrina dos batismos",

ou as verdades fundamentais da catequese em que

aqueles a serem batizados foram instruídos, como

sendo as coisas das quais deveriam fazer uma

profissão solene. Mas se seguiremos a outra

interpretação e supormos que esta "doutrina dos

batismos" é uma expressão de um princípio distinto

por si só, então a palavra não pode ser restrita ao

batismo apenas pela água. Pois, embora este seja um

importante princípio da doutrina cristã, a saber, a

declaração, o uso e o fim de nossa iniciação

sacramental em Cristo e a profissão do evangelho,

ainda assim, não se pode dar razão por que se

chamem "batismos", vendo que isso tem respeito

apenas à coisa em si, e não às pessoas que são feitas

participantes. Admite, portanto, desse sentido, que é

Page 112: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

112

a doutrina dos batismos que se pretende, e então o

conjunto do que é ensinado ou a sua substância,

referente à santificação e purificação das almas dos

homens em sua inscrição e união com Cristo,

expressado externamente no sinal do batismo, e

forjado interiormente pelo Espírito e pela graça de

Deus, através da eficácia da doutrina do evangelho,

em oposição a todas as lavagens legais e carnais entre

os judeus, se destina aqui. Assim, o Senhor Jesus

Cristo "amou a igreja, e se entregou por ela, para

santificar e purificá-la com a lavagem de água com a

palavra" Efésios 5: 25,26. E, de fato, a doutrina aqui

está entre os rudimentos da religião cristã. Mas eu

ainda aderi à exposição anterior, e isso também

porque "batismos", "imposição de mãos", cuja

natureza devemos investigar em seguida, é

adicionado. Alguns supõem que, por esta imposição

de mãos deve ser entendido o rito na igreja que foi

chamado depois de "confirmação". Pois, enquanto

havia dois tipos de pessoas que eram batizadas, ou

seja, as que eram adultas na primeira audiência do

evangelho e as crianças crentes, admitidas como

membros da igreja; o primeiro tipo foi instruído nos

princípios mencionados antes de serem admitidos ao

batismo, pela profissão de que estabeleceram o seu

próprio direito pessoal; mas o outro, sendo recebido

como parte e ramos de uma família com a qual a

benção de Abraão foi chegada, e a quem a promessa

da aliança foi estendida, sendo ela batizada em sua

infância, deve ser instruída neles como eles

Page 113: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

113

cresceram até anos de compreensão. Depois, quando

foram estabelecidos no conhecimento dessas

verdades necessárias, e decidiram-se pela obediência

pessoal ao evangelho, foram oferecidos à comunhão

dos crentes. E, em seguida, dando o mesmo

testemunho de sua fé e arrependimento que outros

fizeram antes de serem batizados, foram admitidos

na comunhão da igreja, os anciãos aí colocando as

mãos sobre eles em sinal de sua aceitação e orando

por sua confirmação na fé. Por isso, as mesmas

doutrinas tornaram-se anteriormente necessárias

para ambos os ritos; - antes do batismo para os que

eram adultos; e para com os que foram batizados na

infância, antes da imposição das mãos. E eu

reconheço que este era o estado das coisas nas igrejas

apostólicas, e que deveria ser assim em todas as

outras. As pessoas batizadas em sua infância devem

ser instruídas nos princípios fundamentais da

religião e fazer profissão de sua própria fé e

arrependimento, antes de serem admitidas na

sociedade da igreja. Mas, naqueles primeiros dias das

primeiras igrejas, as pessoas eram habitualmente

após o batismo admitidas em suas sociedades por

imposição de mãos, nada é intimado na Escritura. E

todo o negócio da confirmação é muito mais tarde, de

modo que não pode ser pretendido aqui. Pois deve ter

respeito e expressar algo que foi então em uso

comum. Agora, na Escritura, há uma quarta

imposição de mãos usada pelo Senhor Jesus Cristo e

seus apóstolos. O primeiro era peculiar à sua própria

Page 114: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

114

pessoa, no caminho da bênção autorizada. Assim,

quando ele recebia crianças pequenas para pertencer

à sua aliança e reino, "ele colocava as mãos sobre elas

e as abençoava", Marcos 10:16. Mas isso era peculiar

a si mesmo, que tinha todas as bênçãos em seu poder;

e aqui é a única instância. Em segundo lugar, esse rito

foi usado na cura de doenças. Eles colocaram suas

mãos em pessoas doentes, fracas e impotentes,

curando-as de maneira milagrosa, Lucas 4:40;

Marcos 16:18; Atos 28: 8. Este foi o sinal da

comunicação da virtude curativa do Senhor Jesus

Cristo pelo seu ministério. Em terceiro lugar, a

imposição de mãos foi usada na separação de pessoas

no ofício e no trabalho do ministério, 1 Timóteo 4:14,

5:2; Atos 6: 6. O rito aqui foi derivado do Antigo

Testamento, Números 8:10; toda a congregação

colocou as mãos sobre os levitas em sua consagração.

E era de uso comum antigo entre os judeus na

dedicação de seus governantes, rabinos ou

professores, sendo chamados por eles. Em quarto

lugar, foi usado pelos apóstolos no agrupamento dos

dons espirituais sobrenaturais do Espírito Santo para

os que foram batizados, Atos 8:17, 19: 6. Em nenhum

outro dever de religião, este rito foi usado, quanto a

qualquer menção que seja feita no Novo Testamento,

ou registros sobre a prática das igrejas primitivas. O

primeiro, como observamos, era apenas uma ação

pessoal de nosso Senhor Jesus Cristo, e em um único

caso; então não está previsto aqui. O segundo foi

extraordinário também, e aquele em que a

Page 115: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

115

generalidade dos cristãos não estava preocupada;

nem pode ser dada nenhuma razão para que a

menção de uma coisa extraordinária, ocasional e

temporária deva ser inserida aqui. O terceiro foi um

rito de uso permanente na igreja, e aquele em que a

ordem da igreja está muito preocupada. Mas quanto

ao uso dele, um tipo de pessoas somente estava

preocupado com o assunto. E nenhuma razão pode

ser dada por que o apóstolo, a partir da doutrina dos

primeiros princípios da religião cristã, deve proceder

à ordenação dos ministros, omitindo todos os outros

ritos da igreja, especialmente o da ceia do Senhor, em

que tão grande parte do culto da igreja consistiu.

Além disso, não há motivo para dar uma

probabilidade de o apóstolo inserir a observação

desse rito, ou a doutrina a respeito, na mesma ordem

e sob a mesma necessidade com os grandes

fundamentos da fé, arrependimento, ressurreição e

julgamento vindouro. Portanto, a imposição de mãos

no último sentido mencionado é aquilo que

provavelmente nosso destinatário é nosso apóstolo.

Porque, 1. Aderir à nossa primeira interpretação

como a mais sólida e firme, a "imposição de mãos"

pretendida, é uma descrição das pessoas que

deveriam ser instruídas nos outros princípios

fundamentais, mas não é um princípio em si. E isso

não é aplicável a nenhum outro dos usos deste rito.

Porque, 2. Esta "imposição de mãos" geralmente, se

não constantemente naqueles dias, acompanhava ou

seguia imediatamente o batismo, Atos 8: 13-17, 19: 6.

Page 116: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

116

E uma coisa isso era de uso presente singular, em que

a glória do evangelho e sua propagação estavam

altamente preocupadas. Este foi o estado das coisas

no mundo: quando, após a pregação do evangelho,

qualquer um se converteu a Cristo, e sobre a

profissão de fé e o arrependimento foram batizados,

os apóstolos presentes (ou, se perto deles, vieram

para esse propósito) colocaram suas mãos sobre eles,

sobre o qual eles receberam o Espírito Santo em uma

comunicação sobrenatural de dons evangélicos. E

isso, ao lado da pregação da Palavra, foi o grande

meio que o Senhor Jesus Cristo usou na propagação

do evangelho. Com a palavra que ele aplicava

internamente, nas mentes e nas consciências dos

homens; e por esses dons milagrosos ele voltou os

pensamentos à consideração do que foi pregado, pelo

que de uma maneira extraordinária se opunha aos

seus sentidos externos. E isso não se limitou a alguns

ministros da Palavra e semelhantes, mas, como

parece de vários lugares da Escritura, era comum

quase a todos os crentes que foram batizados, Gálatas

3: 5; 1 Coríntios 14: 3. No versículo seguinte, é feita

menção aos que foram feitos "participantes do

Espírito Santo" - isto é, de seus dons e operações

milagrosas, que foram comunicados por esta

imposição de mãos; que, portanto, se refere ao

mesmo. Após esses tempos, esse rito foi feito em

outras ocasiões da igreja, sem imitações, sem dúvida,

desta ação extraordinária dos apóstolos; mas não há

menção dela na Escritura, nem foi usada naqueles

Page 117: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

117

dias e, portanto, não pode ser pretendida aqui. E esta

é a interpretação mais genuína deste lugar. Aqueles

mencionados eram "os princípios da doutrina de

Cristo", em que, entre outros da mesma importância,

deveriam ser instruídos para serem batizados, e por

isso, as mãos foram colocadas sobre eles, pelo que os

dons extraordinários do Espírito Santo foram

comunicados a eles. Mas devemos permitir uma

opção também para essa outra exposição das

palavras que é mais geralmente recebida, e em cuja

exclusão, porque ela cumpre a analogia da fé, não me

atrevo a ser peremptório. E isto é, que "a doutrina da

imposição das mãos" faz um princípio distinto do

cristianismo por si só. Mas, então, aquilo que

significava é principalmente destinado, a saber, a

comunicação do Espírito Santo aos crentes em seus

dons e graças, ordinários e extraordinários, dos quais

esse rito era o sinal externo. E como isso era peculiar

ao evangelho, então continha a verificação principal

disso. E isso se fez várias maneiras: - 1. Porque as

promessas do Senhor Jesus Cristo para o envio dele

foram cumpridas eminentemente e visivelmente.

Sabe-se que, quando ele estava saindo do mundo,

encheu seus discípulos com a expectativa de enviar o

Espírito Santo para eles; e ele não só propôs essa

promessa como seu grande suporte durante sua

ausência, mas também suspendeu para a sua

realização todo o dever que ele exigia deles no ofício

que ele havia chamado. Por isso, ele ordenou que

permanecessem silenciosamente em Jerusalém, sem

Page 118: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

118

qualquer compromisso público em sua obra, até que

tivessem recebido a promessa do Espírito, Atos 1:

4,8. E quando isso foi feito, deu um testemunho

pleno e glorioso, não só da sua verdade no que ele

havia dito a eles neste mundo, mas também à sua

exaltação e aceitação presentes com Deus, como

Pedro declara, Atos 2:33. 2. Seus próprios dons eram

muitos, como consistiam em operações milagrosas,

pelas quais o próprio Deus deu testemunho imediato

da verdade do evangelho: Hebreus 2: 4, "Deus

mesmo testemunhando" (aos pregadores dele) "com

sinais e maravilhas, e com vários milagres e dons do

Espírito Santo". Isso fez com que a doutrina desse

uma importância inconcebível aos crentes daqueles

dias, como aquela em que a fé e a profissão eram

eminentemente justificadas diante do mundo. 3. Esta

dispensação do Espírito Santo era peculiar aos

tempos do evangelho e era, por si só, uma prova

suficiente da cessação de todas as ordenanças legais.

Pois foi a principal profecia e promessa sob o Antigo

Testamento, que nos dias do Messias o Espírito

Santo deveria ser tão derramado, como eu já havia

declarado em grande parte. E foi para ser

consequente com sua glorificação, João 7: 38,39. Por

isso, pelo argumento de receber o Espírito, nosso

apóstolo prova aos Gálatas sua libertação da lei,

Gálatas 3: 2. Portanto, 4. A doutrina relativa a esta

dispensação do Espírito era peculiar ao evangelho, e

assim poderia ser estimado um princípio especial de

sua doutrina. Pois a igreja dos judeus acreditava no

Page 119: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

119

Espírito Santo como uma pessoa na Trindade, por

sua obscura maneira de apreensão, mas eles eram

estranhos a esta dispensação dele em seus dons,

embora prometidos sob o Antigo Testamento,

porque não devem ser cumpridos, senão sob o Novo.

Sim, João Batista, que em luz no mistério do

evangelho superou todos os profetas que vieram

antes dele, ainda não se comunicou com o

conhecimento deste. Porque aqueles que só foram

batizados com o seu batismo, e iniciaram-se na

doutrina do arrependimento para o perdão dos

pecados, "não tinham tanto ouvido se havia algum

Espírito Santo", isto é, como a dispensação dele, Atos

19: 2,3. Em seguida, nosso apóstolo, instruindo-os na

doutrina do evangelho, usou esse rito da imposição

das mãos; sobre o qual "o Espírito Santo veio sobre

eles, e eles falaram em línguas e profetizaram",

versículo 6. Isto, portanto, sendo tão grande e

importante preocupação do evangelho, e este sendo

o rito designado para representá-lo, a doutrina sobre

a promessa de Cristo de enviar o Espírito Santo, com

a natureza, o uso e o fim dos dons que ele fez nos

crentes, é expressado e contado entre os primeiros

princípios da religião cristã. Mas o leitor é livre para

seguir qual dessas interpretações lhe agradar. E, de

todo o que foi discursado, podemos tomar as

observações seguintes: -

Observação VI. As pessoas a serem admitidas na

igreja, e a participação de todas as suas ordenanças

Page 120: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

120

sagradas, precisavam estar bem instruídas nos

princípios importantes do evangelho. - Temos aqui a

regra do apóstolo, e exemplo das igrejas primitivas,

para o fundamento desta doutrina. E é necessário

que tais pessoas sejam tão instruídas por sua própria

parte, como também por parte da própria igreja. Por

sua própria parte, porque sem ela, as próprias

ordenanças serão pouco úteis para eles; porque que

benefício pode receber daquele cuja natureza e

propriedades ele não conhece? E nem a natureza

nem o uso das ordenanças da igreja podem ser

entendidos sem uma compreensão prévia dos

princípios fundamentais do evangelho, como pode

ser facilmente demonstrado. E é assim por parte da

igreja; a negligência desta foi a principal ocasião da

degeneração da maioria das igrejas no mundo. Por

este meio, as sociedades estavam cheias de pessoas

ignorantes e, consequentemente, profanas, por quem

todas as suas administrações foram contaminadas, e

elas mesmas corrompidas, como mostrei em outro

lugar. Quando uma vez o cuidado e a diligência das

primeiras igrejas, na instrução daqueles que

admitiram na sua comunhão, foram postos de lado, e

uma forma vazia retomada na sala de ensino, as

próprias igrejas se apressaram em uma apostasia

fatal. VII. Não é o sinal externo, mas a graça interior,

que é principalmente para ser considerado nas

ordenanças ou observâncias da igreja que

visivelmente consistem em ritos e cerimônias, ou que

os acompanhem. - Como no rito da imposição de

Page 121: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

121

mãos, a dispensação do Espírito Santo era

principalmente considerada.

VERSO 3.

“E isto faremos, se Deus o permitir.”

Essas palavras contêm duas coisas: 1. A resolução do

apóstolo quanto ao assunto e ocasião diante dele: "E

isso vamos fazer". 2. Uma limitação dessa resolução

por uma submissão expressa à vontade e prazer de

Deus: "Se assim Deus o permitir." Quanto ao sentido

do primeiro, é claro que o apóstolo nos versículos

anteriores havia proposto ou mencionado duas

coisas de naturezas muito diversas. O primeiro dos

quais é "prosseguir até a perfeição", e o outro,

"colocar de novo o fundamento", versículo 1. Por isso,

é duvidoso e perguntado se é disso que o apóstolo se

refere nessas palavras "E isso vamos fazer." Isto

faremos, ou seja, "nós iremos para a perfeição", que

foi exortado no versículo 1, e o antecedente mais

remoto; ou "isto vamos fazer, colocando novamente

o fundamento", que é o próximo antecedente, para o

qual parece se relacionar. E a este vários expositores

aderem. Mas há algumas coisas que deixam evidente

que o respeito é aqui concedido ao antigo e mais

remoto, ou seja, "indo à perfeição". E eles são, em

primeiro lugar, o que o apóstolo diz e, em seguida, o

que ele faz 1. No que ele diz, sua maneira de expressar

essas coisas é considerável; para o último, ele intima

duas vezes sua intenção de omitir seu tratamento

Page 122: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

122

adicional: "Portanto, deixando", ou omitindo

atualmente, "os princípios da doutrina de Cristo" e

"não colocando novamente o fundamento", o

versículo 1. Assim, se nos referimos a estas palavras:

"E isso faremos, se Deus permitir", elas significam

melhor o presente deixando-os do que o seu

tratamento adicional; e ele não só declara sua

resolução para omiti-los, mas também fornece uma

razão suficiente para o que ele faria. E isso é expresso

nos últimos versículos do capítulo que precede. Eles

já tinham tempo e meios suficientes para a instrução

desses princípios: de modo que inculcá-los sobre

aqueles por quem eles foram aprendidos e recebidos

era desnecessário; e para aqueles que não os

receberam ou os rejeitaram, não era mais necessário

tratar com eles sobre essas coisas; o que ele confirma

com uma razão severa e terrível consideração,

versículos 4-8. Mas outras coisas são expressas em

relação ao outro antecedente. Ele fala bem como

aquele que estava em seu propósito e desígnio.

"Deixe-nos", diz ele, "ir para a perfeição", eu

ensinando, e vocês aprendendo; "E isso faremos, se

Deus permitir." 2. Sua intenção não é menos evidente

do que ele faz nesta epístola. Há, de fato, neste

capítulo e no último capítulo dela, menção feita sobre

arrependimento, fé, paciência, obediência, adoração

de Deus e outras; mas não como princípios de

doutrina, para ser posto como um fundamento, mas

como graças a serem praticadas no curso de sua

edificação. Mas o trabalho principal que ele

Page 123: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

123

empreende e o trabalho que ele persegue é o fato de

levar esses Hebreus à perfeição pela declaração dos

mais sublimes mistérios do evangelho,

especialmente o que está entre os mais importantes

deles, ou seja, o sacerdócio de Cristo, e a prefiguração

dele por Melquisedeque. Toda a série deste discurso

depende de Hebreus 5: 10,11. Tendo-lhes declarado

que tinha muitas coisas para instruí-los em relação

ao sacerdócio de Cristo, como somado na pessoa e no

ofício de Melquisedeque, ele lhes faz saber que ele

também teve diversos desânimos em seu desígnio;

que ainda não eram tais, mas que ele iria atravessá-

los e prosseguir em sua intenção. Somente, para fazer

o seu caminho tão claro e simples quanto pudesse, ele

lida um pouco com eles sobre a remoção dos

obstáculos que se encaminhavam de sua parte, e

depois retornava diretamente à sua primeira

proposta, e à sua manipulação , no último verso deste

capítulo. Isto, portanto, é o senso dessas palavras:

"Pelas razões antes insistidas, e depois para ser

adicionado, eu procederei à declaração dos

principais mistérios do evangelho, especialmente

aqueles que dizem respeito ao sacerdócio de Cristo; e

assim suscitarei a edificação de sua fé e profissão

sobre o fundamento que foi posto; por meio do qual,

através da graça de Deus, você pode ser levado à

perfeição e tornar-se habilitado na palavra de

justiça." Observação I. Nenhum desânimo deve

dissuadir os ministros do evangelho de prosseguir na

declaração dos mistérios de Cristo, cuja ministração

Page 124: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

124

é cometida a eles, quando são chamados a isso. -

Entre os vários desentendimentos com os quais se

encontram, o mínimo não é o que surge da sensação

daqueles que ouvem. Este nosso apóstolo já tinha em

seus olhos de uma maneira particular, mas resolveu

romper sua consideração no cumprimento de seu

dever. Então é com muitos ainda. Tampouco é uma

coisa mais irritante e dolorosa para os pregadores

fiéis, do que a incapacidade de seus ouvintes de

receberem mistérios evangélicos por sua própria

negligência e preguiça. Mas nesta condição eles têm

aqui um exemplo para sua orientação e direção. E

estas coisas são simples: 1. Que eles usam todos os

meios, por advertências, persuasões, incentivos e

ameaças, para provocar o seu povo para fora do seu

quadro preguiçoso e descuidado. Então, o nosso

apóstolo com os hebreus neste capítulo, não deixou

de dizer tudo o que pudesse movê-los para a

diligência e uma melhoria devida dos meios de

conhecimento de que gozavam. Então eles farão com

eles "atentem para as suas almas como aqueles que

devem dar uma conta", e os ministros de outro tipo

não têm preocupação nesses assuntos. 2. À medida

que a ocasião se oferece, prosseguir em seu trabalho.

E isso, - (1.) Porque há entre seus ouvintes alguns

sobre quem ele está "persuadidos de coisas melhores

e, que acompanham a salvação", como nosso

apóstolo fala, versículo 9, cuja edificação não deve ser

negligenciada pelos pecadores por preguiça e

ignorância dos outros. (2.) Deus se agrada às vezes de

Page 125: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

125

transmitir luz salvadora às mentes dos homens,

antes muito escuras e ignorantes, na e pela

ministração dos mais profundos mistérios do

evangelho, sem instrução preparatória nos princípios

mais óbvios da mesma forma que é normalmente

exigido. Não sabendo, portanto, de que maneiras ou

meios, como ou quando, Deus trabalhará sobre as

almas dos homens, é seu dever prosseguir na

declaração de todo o conselho de Deus

comprometido com eles e deixar o sucesso de tudo

com Aquele por quem eles estão empregados. Em

segundo lugar, a limitação desta resolução é expressa

nessas palavras, - "Se Deus permitir." Pode haver

uma terceira ocasião dessas palavras, ou um respeito

a três coisas na vontade de Deus e,

consequentemente, uma exposição tripla delas.

Porque, - 1. O respeito pode ser tido apenas e

unicamente pela vontade e o prazer soberanos

desconhecidos de Deus, e assim não mais se destina,

senão a limitação geral e a expressão de nossa

dependência absoluta sobre ele, a qual devemos

vincular todas as nossas resoluções. Esta nossa

natureza e a natureza de todos os nossos assuntos,

como eles estão na mão de Deus, e à sua disposição,

o exigem de nós. E, portanto, também nos foi

expressamente encarregado, como um dever de ser

continuamente atentos em tudo o que

empreendemos ou fazemos, Tiago 4: 13-15. Se isso

for pretendido (como também é, se não só), então, é

como se ele tivesse dito: "Se Aquele, em cuja mão

Page 126: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

126

minha vida e minha respiração, e todos os meus

caminhos, de quem eu sou, a quem sirvo, e a cuja

disposição eu me submeto voluntariamente em todas

as coisas, vejo o bem e fico satisfeito em continuar

minha vida, oportunidade, assistência e todas as

outras coisas necessárias para este trabalho, vou

seguir com o meu desígnio e propósito para informá-

lo e instruí-lo nos grandes mistérios do sacerdócio e

sacrifício de Cristo". Veja 1 Coríntios 16: 7. 2. Isto está

relacionado à condição dos hebreus, cuja preguiça e

negligência ao ouvir a palavra que ele agora está sob

repreensão, e a vontade ou propósito de Deus a

respeito deles. Pois ele parece intimar-lhes que pode

haver algum temor, para que Deus não seja tão

provocado por seus erros anteriores, que não lhes

daria meios para seguir com a instrução. Pois isso é

uma coisa que Deus muitas vezes ameaça, e que cai

mais do que sabemos, sim, a maioria das nações da

Terra são exemplos dessa severidade de Deus. Então,

uma palavra da importância da pedra é usada para

este propósito, quanto ao afastamento do evangelho

de qualquer pessoa ou povo, Atos 16: 7, "tentavam ir

para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho

permitiu." - ele não permitiu isso; o que é o mesmo

com a proibição de pregar a palavra na Ásia, versículo

6. E, portanto, o sentido da expressão equivale a isso:

"Se Deus, que temo que você tenha provocado muito

por sua negligência e desprezo de sua palavra, ainda

assim exerça paciência e longanimidade para você, e

não afirme do seu cuidado, proibindo-me de

Page 127: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

127

prosseguir no meu desígnio, ou privando-me da

minha oportunidade, - se Deus não me impedir por

causa do seu valor (dignidade) mas seja

graciosamente satisfeito por estar comigo no meu

trabalho projetado." 3. Há um meiwsiv nas palavras,

em que um respeito adicional à vontade de Deus é

incluído e não expresso. Pois não é uma mera

permissão nua em Deus que o apóstolo pretende,

como se ele tivesse dito: "Se Deus me deixasse em paz

e, por assim dizer, faria o que estou fazendo". Mas há

uma suposição nele da continuação da graciosa

assistência de Deus e presença especial com ele; sem

a qual ele frequentemente declarou que não podia

nem realizar qualquer coisa que se deparasse com

ele. Deus pode, no início ou no meio de uma epístola

ou um sermão, tirar-nos quando ele quiser. E todos

esses aspectos para a vontade de Deus não são

apenas consistentes, de modo que o fechamento com

um não exclui outro, mas todos eles são claramente

incluídos na intenção do apóstolo e são necessários

para serem entendidas corretamente suas palavras.

II. Como é nosso dever submeter-nos em todos os

nossos compromissos à vontade de Deus,

especialmente naqueles em que sua glória é

imediatamente envolvida. - Em geral, temos uma

regra que nos é dada nas ocasiões mais comuns da

vida, Tiago 4: 13-15. Não fazê-lo, é desautorizar nossa

dependência de Deus; um fruto da sabedoria e

segurança carnal que Deus aborrece grandemente.

Tampouco há qualquer coisa que preencha nossas

Page 128: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

128

vidas com decepção e vexação; pois, em vão,

qualquer homem, seja sua condição no presente, seja

o que quiser, procure o descanso ou a paz em

qualquer coisa senão na vontade de Deus. Mas,

especialmente, isso é exigido de nós nas coisas em

que a glória de Deus mesma se preocupa

imediatamente. Tais são os que estão aqui, com

respeito a que nosso apóstolo faz essa deferência ao

soberano prazer de Deus: "Isto faremos, se Deus

permitir", ou seja, as coisas que dizem respeito à

instrução e edificação da igreja, que consideram a

glória de Deus de uma maneira especial. Porque, - 1.

Todas estas coisas estão sob o cuidado especial de

Deus, e são ordenadas pela sabedoria peculiar. Não

se submeter absolutamente nestas coisas a ele, é tirar

as suas coisas da sua mão e exaltar nossa sabedoria

contra a dele, como se conhecesse melhor o que

pertencia a seus assuntos do que ele. 2. Nós não nos

tornamos interessados nas coisas de Deus, senão em

seu chamado, e mantenha isso em seu prazer. Essa é

a ascensão e o teor do nosso ministério na igreja, seja

lá o que for. E não é justo que devemos submeter-nos

totalmente em nosso trabalho a sua vontade e

descansar em seu prazer? Pode ser que tenhamos

muitas coisas em nossa opinião que são desejáveis

para nós, muitas coisas que pensamos encontrar para

envolver nossos esforços, como supondo terem uma

grande tendência para a glória de Deus, em tudo o

que ele determinou contrariar nossos desejos e

objetivos. Toda a nossa satisfação reside, e todo o

Page 129: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

129

nosso dever é ser limitado por, esta submissão. III.

Deixe os que são confiados com meios de luz,

conhecimento e graça, aperfeiçoe-os com diligência,

para que, com a negligência deles, Deus não impeça

seus ministros para instruí-los.

Versos 4-6.

Ver. 4-6. - Pois é impossível para aqueles que foram

esclarecidos, e provaram o dom celestial, e foram

feitos participantes do Espírito Santo, e provaram a

boa palavra de Deus e os poderes do mundo

vindouro, se eles caírem [para qualquer um] para

renová-los novamente ao arrependimento; Vendo

eles crucificar novamente para si mesmos, o Filho de

Deus, e colocá-lo para vergonha aberta, ou tratá-lo de

forma ignominiosa.

Que esta passagem no discurso de nosso apóstolo

tenha sido vista como acompanhada de grandes

dificuldades é conhecido de todos; e há muitas

diferenças sobre sua interpretação. Pois, tanto

doutrinariamente quanto praticamente, muitos aqui

tropeçaram e abortaram. É quase geralmente

acordado que, a partir dessas palavras, e a

interpretação, corajosa, mas também ímpia, feita por

aqueles nos tempos primitivos, ocasionada pelas

circunstâncias das coisas a serem mencionadas

depois, que a igreja latina foi tão resistente para

aceitar a própria epístola, que não tinha prevalecido

Page 130: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

130

absolutamente nela nos dias de Jerônimo. Portanto,

é necessário que investiguemos um pouco as ocasiões

dos grandes concursos que ocorreram na igreja,

quase em todas as épocas, sobre o sentido desse texto

dos versos 4 a 6.

Sabe-se que a Igreja Primitiva, de acordo com seu

dever, observou atentamente a santidade e a

caminhada justa de todos os que foram admitidos na

sociedade e no companheirismo. Assim, em todas as

falhas conhecidas e visíveis, eles exigiram um

arrependimento aberto dos infratores antes de os

admitirem para a participação dos mistérios

sagrados. Mas com pecados flagrantes e

escandalosos, como o assassinato, adultério ou

idolatria, muitas igrejas nunca mais iriam admitir

aqueles que já haviam sido culpado deles em sua

comunhão. O julgamento maior e mais significativo

foi com respeito aos que, por medo da morte,

seguiram os gentios em sua adoração idólatra no

tempo da perseguição. Pois não haviam fixado certas

regras gerais pelas quais deveriam proceder por

unanimidade, mas todas as igrejas exerceram

severidade ou indulgência, segundo eles, nas

circunstâncias de casos particulares. Portanto,

Cipriano, em seu banimento, não determinaria

positivamente sobre os da igreja de Cartago que

pecaram e caíram, mas adiaram seus pensamentos

até seu retorno; quando resolveu se aconselhar com

toda a igreja e resolver todas as coisas de acordo com

o conselho que deveria ser acordado entre elas. Sim,

Page 131: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

131

muitas de suas epístolas são sobre esse assunto

peculiarmente; e em todas elas, se comparadas, é

evidente que não havia nenhuma regra aqui

acordada; nem ele mesmo estava resolvido em sua

própria mente, embora estritamente em todas as

ocasiões que se opôs a Novaciano (o novacionismo ou

novacianismo foi um movimento durante o

cristianismo primitivo formado pelos seguidores de

Novaciano e que se recusavam a readmitir em

comunhão os lapsi - os cristãos batizados que tinham

renegado a sua fé e realizado sacrifícios aos deuses

pagãos); em que estava bem se seus argumentos

tivessem respondido seu zelo. Antes disso, a igreja de

Roma era estimada em particular a mais negligente

em sua disciplina e a mais livre do que outras igrejas

na sua readmissão à comunhão de pecadores

notórios. Assim, Tertuliano, em seu livro de

Poenitentia, reflete sobre Zephyrinus, o bispo de

Roma, que ele admitiu os adúlteros ao

arrependimento e, assim, à comunhão da igreja. Mas

aquela igreja prosseguiu com sua indulgência, e

todos os dias ampliando sua caridade, Novatus e

Novaciano se ofendem, avançaram uma opinião pelo

extremo contrário. Pois eles negaram toda esperança

de perdão da igreja, ou de um retorno à comunhão

eclesiástica, aos que caíram em pecado aberto após o

batismo; e, em especial, excluiu peremptoriamente

todas as pessoas que tivessem cumprido

externamente a adoração idólatra em tempo de

perseguição, sem respeito a circunstâncias

Page 132: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

132

distintivas. Sim, eles parecem excluí-los de toda

expectativa de perdão de Deus. Mas seus seguidores,

aterrorizados com o horror dessa persuasão,

moderaram-na até então, deixando todas as pessoas

absolutamente à mercê de Deus em seu

arrependimento, eles apenas negaram como

mencionamos antes, um reingresso na comunhão da

igreja, como Acesius fala expressamente em

Sócrates, lib. 1. cap. 7. Agora, procurou confirmar

essa opinião, a partir da natureza e uso do batismo,

que não deveria ser reiterada, e julgou que não seria

concedido perdão aos que caíam nos pecados em que

viviam antes, e foram limpos em seu batismo; então,

baseando-se principalmente neste texto do nosso

apóstolo, onde eles pensaram que toda a sua opinião

foi ensinada e confirmada. E, de modo geral, agem de

forma muito infeliz, aqueles que acham que veem

alguma opinião ou persuasão peculiar em algum

texto singular da Escritura e não trarão suas

interpretações para a analogia da fé, pelo que

poderão ver o quão contrário é para todo o projeto da

palavra em muitas outras passagens. Mas a igreja de

Roma, do outro lado, apesar de julgar corretamente,

de outras direções dadas na Escritura, que os

novacianos transgrediram o domínio da caridade e

da disciplina do evangelho em suas severidades,

ainda assim, como parece, e é muito provável, não

sabia como responder à objeção deste lugar do nosso

apóstolo: por isso preferiram escolher por um

período suspender o seu consentimento na

Page 133: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

133

autoridade de toda a epístola, do que prejudicar a

igreja por sua admissão. E foi bem que alguns

homens mais sábios depois, por suas interpretações

sóbrias das palavras, mostraram claramente que

nenhum parentesco foi dado nelas aos erros dos

novacianos. A rejeição de toda a epístola seria muito

ruinoso para a própria verdade; porque sendo

concebida de Deus para a edificação comum da

igreja, prevaleceria por muito tempo,

independentemente do sentido que os homens, por

meio de seus preconceitos e ignorância, passassem

sobre suas passagens. Mas essa controvérsia está

longe de ser sepultada; pois a generalidade das

igrejas no mundo estava suficientemente distante

daquilo que era verdadeiramente o erro dos

novacianos, sim, a maioria delas tem pacificamente

em sua comunhão, sem o menor exercício de

disciplina do evangelho em relação a eles, pessoas

quanto a quem a disputa era antiga se eles deveriam

ser admitidos nesta comunidade na comunhão da

igreja, embora em seu arrependimento aberto e

professo. Por conseguinte, não devemos, portanto,

necessitar de trabalhar nesta controvérsia. Mas o

sentido dessas palavras também foi objeto de

grandes concursos em outras ocasiões. Porque

alguns, supõem e afirmam que são crentes reais e

verdadeiros que são referidos pelo apóstolo nestes

versos 4 6. Daí eles concluem que tais crentes

podem, total e finalmente, cair da graça e perecer

eternamente. Sim, é evidente que esta hipótese, da

Page 134: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

134

apostasia final dos verdadeiros crentes, é aquela que

influencia suas mentes e julgamentos ao supor que

tais objetivos são aqui destinados. Portanto, outros,

que não admitem que, de acordo com o teor da

aliança da graça em Cristo Jesus, os verdadeiros

crentes possam perecer eternamente, dizem que, ou

não estão aqui destinados, ou se eles são, as palavras

são apenas ameaçadoras, em que, embora a

consequência nelas de uma maneira de argumentar

seja verdadeira, isto é, que, segundo a suposição

estabelecida, a inferência é certa, ainda que a

suposição não seja afirmada para uma certa

consequência, de onde deveria se seguir que os

verdadeiros crentes poderia realmente cair e perecer

absolutamente. E essas coisas têm sido a questão de

muitos concursos entre homens cultos. Houve

diversos erros na aplicação prática da intenção

dessas palavras para a consciência dos homens,

principalmente feitos por si mesmos. Pois, no

entanto, por causa do pecado, ficaram surpresos com

os terrores e os problemas de consciência, eles se

mostraram caídos na condição aqui descrita pelo

apóstolo e, consequentemente, irremediavelmente

perdidos. E estas apreensões costumam acontecer

com homens em duas ocasiões. Por terem alguns sido

vencidos com algum grande pecado real contra a

segunda tábua da lei, depois de terem feito uma

profissão do evangelho e ter suas consciências

assediadas com uma sensação de culpa, eles julgam

que caíram sob a sentença denunciada nessa

Page 135: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

135

Escritura contra os pecadores, que eles supõem, pelo

seu estado, ser irrecuperável. Outros fazem o mesmo

julgamento de si mesmos, porque eles caíram desse

constante cumprimento de suas convicções que antes

os levaram a uma execução estrita de deveres, e isso

em algum curso de longa continuidade. Agora,

enquanto é certo que o apóstolo neste discurso não

dá nenhuma base à severidade dos novacianos, pelo

que eles excluíram os infratores eternamente da paz

e da comunhão da igreja; nem à apostasia final dos

verdadeiros crentes, que ele testifica neste capítulo,

em conformidade com inúmeros outros depoimentos

da Escritura com o mesmo propósito; nem ensina

qualquer coisa em que a consciência de qualquer

pecador que deseje retornar a Deus e achar aceitação

com ele seja desencorajada ou desanimada; devemos

atender à exposição das palavras em primeiro lugar,

para não invadir os limites de outras verdades, nem

transgredir contra a analogia da fé. E acharemos que

todo esse discurso, em comparação com outras

Escrituras (nota do tradutor: e até mesmo por várias

passagens desta mesma epístola, pois o grande alvo

do autor foi o de demonstrar a imutabilidade da

promessa e do propósito de Deus na nossa salvação,

e a sua segurança eterna), e libertado dos

preconceitos que os homens trouxeram, é remoto de

administrar qualquer ocasião justa aos erros antes

mencionados, e é uma ameaça saudável e necessária,

devidamente para ser considerado por todos os

professantes do evangelho. Nas palavras que

Page 136: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

136

consideramos, - 1. A conexão delas com as

precedentes, iniciando a ocasião da introdução de

todo esse discurso. 2. O assunto descrito nelas, ou as

pessoas faladas, sob diversas qualificações, que

podem ser consultadas em conjunto e

separadamente. 3. O que é suposto sobre eles. 4. O

que é afirmado sobre eles naquela suposição.

Primeiramente então, a conexão das palavras está

incluída na conjunção causal, a obtenção de uma

razão, o que foi antes discursado, como também da

limitação que o apóstolo acrescentou expressamente

ao seu propósito de fazer um progresso em suas

instruções adicionais. E ele não expressa seu

julgamento para aqueles a quem ele escreveu, que

fossem como ele descreve, pois ele depois declarou

que "esperava coisas melhores a respeito deles, e

relativas à salvação", (ou seja, afirmando que o que

disse nos versos 4 a 6 não se aplicava a crentes

genuinamente salvos – nota do tradutor) apenas era

necessário dar-lhes essa cautela, para que pudessem

tomar o devido cuidado para não serem assim, a

saber, negligentes e infrutíferos como eram os

apóstatas. E considerando que eles estavam sendo

lentos quanto à realização de um progresso no

conhecimento e uma prática adequada, ele os deixa

aqui saber o perigo que havia em continuar com essa

condição preguiçosa. Porque não prosseguir nos

caminhos do evangelho, e na obediência a ele, é uma

entrada adversa em uma renúncia total de um e

outro. Para que, portanto, eles possam estar

Page 137: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

137

familiarizados com o perigo disto, e sejam movidos

para evitar esse perigo, ele lhes dá um relato daqueles

que, depois de uma profissão do evangelho,

começando por uma falta de proficiência debaixo

dele, terminam em apostasia do mesmo. E podemos

ver que as mais severas admoestações não são apenas

úteis na pregação do evangelho, mas são necessárias

para as pessoas que são observadas como sendo

preguiçosas em sua profissão. Em segundo lugar, a

descrição das pessoas que são o assunto falado são

dadas em cinco casos dos privilégios evangélicos dos

quais foram feitos participantes; apesar de tudo o

que, e contra a sua eficácia obrigatória em contrário,

supõe-se que eles possam abandonar completamente

o próprio evangelho. E algumas coisas que podemos

observar sobre esta descrição delas em geral; como:

1. O apóstolo, projetando expressar o temível estado

e o julgamento dessas pessoas, descreve-os por

coisas que podem evidenciar completamente como

inevitável, justo e igual. Essas coisas devem ser

alguns privilégios e vantagens evidentes, das quais

foram feitos participantes pelo evangelho. Estes

sendo desprezados em sua apostasia, proclamam a

destruição de Deus como sendo justamente

merecida. 2. Que todos esses privilégios consistem

em certas operações especiais do Espírito Santo, que

eram peculiares da dispensação do evangelho, como

não eram nem poderiam ser participantes em seu

judaísmo. Porque o Espírito, "nesse sentido, não foi

"recebido pelas obras da lei, mas pela audição da fé",

Page 138: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

138

Gálatas 2: 2; e isso foi um testemunho para eles de

que eles foram libertados da escravidão da lei, ou

seja, pela participação desse Espírito, que era o

grande privilégio do evangelho. 3. Aqui, para o grupo

citado nos versos 4 a 6, não há menção expressa de

qualquer graça da aliança ou misericórdia neles ou

para eles, nem de nenhum dever de fé ou obediência

que eles tenham realizado. Nada de justificação,

santificação ou adoção lhes é expressamente

atribuído. Depois, quando ele vem declarar sua

esperança e persuasão em relação a estes hebreus,

que eles não eram como aqueles que ele havia

descrito anteriormente, nem os que caíssem para a

perdição, ele faz isso em três fundamentos, sobre os

quais eles eram diferentes deles : como, - (1.) Que eles

tiveram coisas que "acompanhavam a salvação", isto

é, como a salvação é inseparável. Nenhuma dessas

coisas, portanto, atribuiu a quem ele descreve neste

lugar; pois se ele tivesse feito isso, eles não teriam

sido para ele um argumento e evidência de um fim

contrário, que estes não deveriam cair e perecer,

assim como aqueles. Portanto, ele não atribui nada a

estes aqui no texto que seja peculiar a "acompanhar

a salvação", versículo 9. (2.) Ele os descreve por seus

deveres de obediência e frutos de fé. Este foi o seu

"trabalho de amor" em relação ao nome de Deus,

versículo 10. E, por este meio, também os distingue

destes no texto, sobre quem ele supõe que eles

possam perecer eternamente, o que não pode ocorrer

com esses que apresentam frutos de fé salvadora e

Page 139: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

139

amor sincero. (3.) Ele acrescenta que, na preservação

daqueles mencionados, cuja fidelidade de Deus

estava levando em conta: "Deus não é injusto para se

esquecer". Pois eles eram tão desejosos como

interessados na aliança da graça, com respeito a que

só há algum compromisso com a fidelidade ou justiça

de Deus para preservar os homens da apostasia e da

ruína; e há assim com igual respeito para todos os

que são tão levados para a referida aliança. Mas, no

texto, ele não aceita tal coisa; e, portanto, não intima

que a justiça ou a fidelidade de Deus foram de alguma

forma comprometidas para a sua preservação, mas

sim o contrário. A descrição completa, portanto,

refere-se a alguns privilégios especiais do evangelho,

que aos professantes daqueles dias foram feitos de

modo promissor; e o que eles foram em particular,

devemos, mais adiante, apresentar: - 1. A primeira

coisa na descrição dos apóstatas (não crentes

genuínos) é que eles foram apax fwtiszentev, "uma

vez iluminados", diz a tradução síria, como

observamos, "uma vez batizados". É muito certo de

que, no início da igreja, o batismo foi chamado de

fwtismo, "iluminação"; e fwtizein, " iluminar", foi

usado para "batizar". E os tempos estabelecidos em

que eles administraram solenemente essa ordenança

foram chamados de "os dias da luz". Daí o intérprete

siríaco parece ter se referido. E a palavra apax, "uma

vez", pode dar-lhe o favor. O batismo deveria ser

apenas uma vez celebrado, de acordo com a fé

constante das igrejas em todas as épocas. E eles

Page 140: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

140

chamaram o batismo de "iluminação", porque sendo

uma ordenança da iniciação das pessoas em uma

participação de todos os mistérios da igreja, foram

assim transportadas do reino das trevas para a graça

e a luz. E parece dar um outro argumento, já que o

batismo realmente foi o início e o fundamento de

uma participação de todos os outros privilégios

espirituais que são mencionados posteriormente.

Pois era habitual naqueles tempos que, no batismo

das pessoas, o Espírito Santo viesse sobre eles e

dotando-os de dons extraordinários, peculiares aos

dias do evangelho, como mostramos em nossa

consideração da ordem entre "batismo" e "imposição

de mãos". E essa opinião tem tanta probabilidade

nele, sem ter nada que não seja adaptado à analogia

da fé ou desígnio do texto, que eu deveria abraçá-lo,

se a própria palavra, como aqui usada, não exigisse

outra interpretação. Pois foi um bom tempo após a

escrita desta epístola, e todas as outras partes do

Novo Testamento, pelo menos uma época ou duas, se

não mais, antes que esta palavra fosse usada

misticamente para expressar o batismo. Em toda a

Escritura, tem outro sentido, denotando uma

operação interna do Espírito, e não a administração

externa de uma ordenança. E é muita ousadia, ter

uma palavra em um sentido peculiar em um único

lugar, diverso da sua significação adequada e uso

constante, se não houver circunstâncias no texto que

nos forcem, como aqui não temos. E a palavra apax,

"uma vez", não deve ser restringida a este particular,

Page 141: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

141

mas se refere igualmente a todas as instâncias que se

seguem, não significando mais, senão que os

mencionados eram realmente e verdadeiramente

participantes delas. Iluminar é "dar luz ou

conhecimento através do ensino;" - o mesmo como é

assim traduzido às vezes pelos gregos; como por

Áquila, Êxodo 4:12; Salmo 119: 33; Provérbios 4: 4;

Isaías 27:11, como observa Drusius. E é assim na

LXX, Juízes 13: 8; 2 Reis 12: 2, 17:27. Nosso apóstolo

usa isso para "manifestar-se", isto é, "trazer à luz", 1

Coríntios 4: 5, 2 Timóteo 1:10. E o significado disso,

em João 1: 9, onde nós o traduzimos por "iluminar",

isto é, ensinar. E fwtismov é "conhecimento sobre a

instrução": 2 Coríntios 4: 4, - "cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não

resplandeça a luz do evangelho", isto é, o

conhecimento disso. Então, versículo 6 (“Porque

Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem

brilhou em nossos corações, para iluminação do

conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.”),

Prosewv, - "A iluminação do conhecimento".

Portanto, ser "iluminado", neste texto de Hebreus

6.4, deve ser entendido como sendo instruído na

doutrina do evangelho, de modo a ter uma apreensão

espiritual dele. E isso é assim chamado em uma

dupla conta: - (1.) Do objeto, ou das coisas

conhecidas e apreendidas. Pois "a vida e a

imortalidade são trazidas à luz pelo evangelho", 2

Timóteo 1:10. Por isso, é chamado de "luz", "a

herança dos santos na luz". E o estado em que os

Page 142: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

142

homens são trazidos, é chamado de oposição à

escuridão que está no mundo sem ele, 1 Pedro 2: 9. O

mundo sem o evangelho é o reino de Satanás: 1 João

5:19. Todo o mundo e tudo o que lhe pertence, em

distinção e oposição à nova criação, está sob o poder

do ímpio, do príncipe do poder das trevas, e também

está cheio de trevas. É "um lugar escuro", 2 Pedro

1:19; -, onde a ignorância, a loucura, o erro e a

superstição habitam e reinam. Pelo poder e a eficácia

desta escuridão, os homens são mantidos à distância

de Deus e não sabem para onde vão. Isto é chamado

de "andar na escuridão", 1 João 1: 6; para o qual

"caminhar na luz", isto é, o conhecimento de Deus em

Cristo pelo evangelho, se opõe no verso 7. Nesta

conta, nossa instrução no conhecimento do

evangelho é chamada de "iluminação", porque ela

própria é luz. (2.) Sobre o assunto do sujeito, ou da

própria mente, pelos quais o evangelho é apreendido.

Pois o conhecimento que é recebido expulsa assim a

escuridão, a ignorância e a confusão, com que a

mente anterior foi preenchida e possuída. O

conhecimento, digo, da doutrina do evangelho, a

respeito da pessoa de Cristo, do ser de Deus nele

reconciliando o mundo consigo mesmo, dos seus

ofícios, obra e mediação, e semelhantes cabeças da

revelação divina, configura-se uma luz espiritual nas

mentes dos homens, permitindo-lhes discernir o que

antes estava completamente escondido deles,

enquanto "alienados da vida de Deus através da sua

ignorância". Dessa luz e conhecimento há vários

Page 143: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

143

graus, de acordo com os meios de instrução que eles

têm, a capacidade que eles têm para recebê-lo, e a

diligência que eles usam para esse propósito. Mas é

necessária uma medida competente do

conhecimento dos princípios e doutrinas

fundamentais e mais materiais do evangelho para

todos os que podem ser ditos iluminados; isto é,

libertados da escuridão e da ignorância em que

viveram, 2 Pedro 1: 19-21. Esta é a primeira

propriedade pela qual as pessoas aqui pretendidas

são descritas; eles são tais que foram "iluminados"

pela instrução que receberam na doutrina do

evangelho e a impressão feita por ela pelo Espírito

Santo; pois este é um trabalho comum dele, e está

aqui também contado. E o apóstolo nos faria saber

disso, - Observação I. É uma grande misericórdia, um

grande privilégio, ser esclarecido com a doutrina do

evangelho, pela boa operação do Espírito Santo. Mas,

Observação II. É um privilégio que pode ser perdido

e acabar com o agravamento do pecado e a

condenação daqueles que foram feitos participantes

dele. E, - Observação III. Onde há uma negligência

total da aplicação devida desse privilégio e

misericórdia, a condição de tais pessoas é perigosa,

como inclinada para a apostasia. Assim, isto está

muito aberto e se manifesta no texto. Mas para que

possamos descobrir mais particularmente a natureza

desta primeira parte do caráter de apostatar por sua

causa, devemos ainda expressar um pouco mais

distintamente a natureza dessa iluminação e

Page 144: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

144

conhecimento que lhes são atribuídos; e, como se

perderá na apostasia, aparecerá depois. E, - (1.)

Existe um conhecimento de coisas espirituais que é

puramente natural e disciplinar, e alcançável sem

qualquer ajuda especial ou assistência do Espírito

Santo. Como isso é evidente na experiência comum,

especialmente, entre aqueles que, se lançando no

estudo das coisas espirituais, são ainda estranhos

absolutos para todos os dons espirituais. Algum

conhecimento da Escritura e das coisas nela

contidas, são alcançáveis com a mesma dose de

esforço e estudo como a de qualquer outra arte ou

ciência. (2.) A iluminação pretendida, sendo um dom

do Espírito Santo, difere de, e é exaltada acima desse

conhecimento que é puramente natural; pois faz

aproximações mais profundas da luz das coisas

espirituais em sua própria natureza do que a outra.

Não obstante o melhor aprimoramento de noções

científicas que são puramente naturais, as coisas do

evangelho, em sua própria natureza, não são apenas

inadequadas para as vontades e afeições de pessoas

naturais, mas são realmente tolices para suas

mentes. E, quanto àquela bondade e excelência que

inerentes às coisas espirituais, esse conhecimento se

revela tão pouco neles, que a maioria dos homens

odeia as coisas que eles professam acreditar. Mas

essa iluminação espiritual dá à mente alguma

satisfação, prazer e alegria, nas coisas que são

conhecidas. Por esse feixe através do qual ela brilha

na escuridão, embora não seja totalmente

Page 145: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

145

compreendido, ainda representa o caminho do

evangelho como um caminho de justiça, 2 Pedro

2:21, que reflete consideração peculiar sobre ele na

mente. Além disso, o conhecimento daquilo que é

meramente natural, tem pouca ou nenhuma força

sobre a alma, seja para evitar o pecado ou para

restringi-la à obediência. Mas a iluminação aqui

pretendida é acompanhada de eficácia e pressiona

efetivamente a consciência e toda a alma para uma

abstinência do pecado e a uma realização de todos os

deveres conhecidos. Portanto, as pessoas sob o seu

poder e suas convicções, muitas vezes, andam

irrepreensíveis e de modo reto no mundo, e, assim,

evitam que surja desprezo pelo Cristianismo por

parte do mundo.

Além disso, existe uma aliança entre os dons

espirituais, que, em caso de residência de qualquer

um, tem certeza de que outros o acompanham, ou de

um jeito ou de outro que pertence ao seu grupo, como

é manifesto neste lugar. Mesmo um único talento é

composto por muitos quilos. Mas a luz e o

conhecimento que é de uma mera aquisição natural

são solitários, destituídos da sociedade e do

acompanhamento de qualquer dom espiritual.

E estas coisas são exemplificadas para observação

comum todos os dias. (3.) Existe uma luz e

conhecimento salvador, santificante, que esta

iluminação espiritual não produz; pois, apesar disso,

Page 146: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

146

afeta temporariamente a mente com alguns olhares

da beleza, da glória e da excelência das coisas

espirituais, mas não põe essa visão direta, constante

e intuitivamente sobre elas, que é obtida pela graça.

Veja 2 Coríntios 2:18, 4: 4, 6. Nem renova, muda ou

transforma a alma em conformidade com as coisas

conhecidas, plantando-as na vontade e afeições,

como uma luz graciosa e salvadora, 2 Coríntios 2:18;

Romanos 6:17, 12: 2.

Essas coisas que julguei necessárias foram

adicionadas, para clarear a natureza do primeiro

caráter de apóstatas.

2. A segunda coisa afirmada na descrição deles é que

eles "provaram o dom celestial". E devemos exigir,

(1.) O que se entende por "dom celestial" e, (2.) O que

significa “provaram”. (1.) O "dom de Deus", às vezes,

é tomado para a concessão ou o ato de doar-se, e às

vezes para designar o que é dado. No primeiro

sentido, é usado, em 2 Coríntios 9:15, - "Graças a

Deus pelo seu dom inefável.", isto é, total ou

suficiente. Agora, este dom foi a concessão de um

espírito livre, amoroso e generoso aos coríntios,

ministrando aos santos pobres. A concessão deste é

chamado de dom de Deus.

O dom de Cristo também é usado, Efésios 4: 7, "De

acordo com a medida do dom de Cristo", isto é, de

acordo com o prazer de dar e conceder os frutos do

Page 147: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

147

Espírito aos homens. Veja Romanos 5: 15-17; Efésios

2: 7. Às vezes, é tomado para o que é dado,

devidamente, como em Tiago 1:17 – “Toda boa

dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”. Então, é

usado, João 4:10, "Se tivesses conhecido o dom de

Deus", isto é, o que foi dado por ele ou para ser dado

por ele. É, como muitos julgam, a pessoa do próprio

Cristo naquele lugar que se destina. Mas o contexto

torna claro que é o Espírito Santo; porque ele é a

"água viva" que o Senhor Jesus promete conceder

neste texto. E, até onde eu posso observar, dwrea, "o

dom", com respeito a Deus, como denotando o que é

dado, não é utilizado, senão apenas para significar o

Espírito Santo. E se assim for, o sentido desse lugar

está determinado, Atos 2:38, "e recebereis o dom do

Espírito Santo", não o que ele dá, mas o que ele é.

Atos 8:20, "pois cuidaste adquirir com dinheiro o

dom de Deus.", isto é, o poder do Espírito Santo em

operações milagrosas. Então, expressamente, Atos

10:45, 11:17. Em qualquer lugar, dwrea, tanto quanto

eu posso observar, quando referindo-se a Deus, não

significa o que é dado, mas a própria concessão. O

Espírito Santo é "o dom de Deus" sob o Novo

Testamento.

E do Espírito Santo é dito ser epouraniov, "celestial",

ou do céu. Isso pode ter respeito à sua obra e efeito,

pois são celestiais em oposição ao que é carnal e

terreno. Mas, principalmente, considera o seu envio

por Cristo após a sua ascensão ao céu, Atos 2:33.

Page 148: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

148

Sendo exaltado, e tendo recebido a promessa do Pai,

ele enviou o Espírito.

A promessa dele era que ele fosse enviado "do céu"

ou "de cima", como Deus é santo para ser "acima", o

que é o mesmo que "celestial", Deuteronômio 4:39;

Crônicas 6:23; Jó 31:28; Isaías 32:15, 24:18. Quando

ele encontrou o Senhor Jesus Cristo, para o ungir

para sua obra, "os céus foram abertos", e ele veio de

cima, Mateus 2:16. Então, Atos 2: 2, na primeira

vinda dos apóstolos, "veio um som do céu". Por isso,

dele é dito ser "enviado do céu", 1 Pedro 1:12.

Portanto, embora seja dito que ele seja celestial sobre

outros relatos, que, portanto, não devem ser

excluídos, mas o fato de ele ser enviado do céu por

Cristo, depois de sua ascensão para lá e exaltação ali,

é aqui principalmente considerado. Ele, portanto, é

esse "dom celestial" aqui proposto, embora não

absolutamente, mas com respeito a um trabalho

especial.

O que se levanta contra esta interpretação é que o

Espírito Santo é expressamente mencionado na

próxima frase: "E foram feitos participantes do

Espírito Santo". Não é, portanto, provável que ele

esteja aqui também destinado. Resposta: [1.] É

comum ter a mesma coisa duas vezes em várias

palavras, para enfatizar o sentido delas; e é

necessário que seja assim, quando houver diversos

aspectos para o mesmo, como há neste lugar. [2.] A

Page 149: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

149

seguinte frase pode ser exegética a isso, declarando

de forma mais completa e clara o que se pretende, o

que é usual também nas Escrituras; de modo que

nada é convincente dessa consideração para refutar

uma interpretação tão adequada ao sentido do lugar,

e que o uso constante da palavra torna necessário ser

abraçado. Mas, [3.] O Espírito Santo é aqui

mencionado como o grande dom dos tempos do

evangelho, como vindo do céu, não absolutamente,

não como para sua pessoa, mas com respeito a uma

obra especial, a saber, a mudança de todo o estado de

culto religioso na igreja de Deus; enquanto nós

veremos nas próximas palavras que ele é. falado

apenas com respeito a operações externas e reais.

Mas ele era o grande, o dom celestial prometido, a ser

concedido sob o Novo Testamento, por quem Deus

instituiria e ordenaria um novo caminho, e novos

ritos de adoração, sobre a revelação dEle e vontade

em Cristo. Com ele foi dado para a reforma de todas

as coisas na igreja, cujo tempo chegou agora,

Hebreus 9:10. O Senhor Jesus Cristo, quando ele

subiu ao céu, deixou todas as coisas em pé e

continuando no culto religioso como fizeram desde

os dias de Moisés, embora ele praticamente tivesse

acabado com a dispensação mosaica. E ele ordenou

aos discípulos que eles não deveriam tentar nenhuma

alteração até que o Espírito Santo fosse enviado do

céu para eles, Atos 1: 4,5. Mas quando ele veio, como

o grande dom de Deus prometido sob o Novo

Testamento, ele remove todas as adorações carnais e

Page 150: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

150

ordenanças de Moisés, e que, pela completa

revelação da realização de tudo o que foi significado

por eles, e nomeia a nova, sagrada, adoração

espiritual do evangelho. O Espírito de Deus,

portanto, como concedido para a introdução do novo

estado do evangelho, na verdade e na adoração, é "o

dom celestial" aqui pretendido. Assim, nosso

apóstolo adverte estes hebreus que "não se afastem

daquele que fala do céu", Hebreus 12:25; isto é, Jesus

Cristo falando na dispensação do evangelho pelo

"Espírito Santo enviado do céu". E há uma antítese

aqui incluída entre a lei e o evangelho; o primeiro

sendo dado na terra, sendo este último

imediatamente do céu. Deus na doação da lei fez uso

do ministério dos anjos e da terra; mas ele deu o

evangelho à igreja por esse Espírito que, embora ele

trabalhe em homens na terra, e seja dito em todo ato

ou trabalho para ser enviado do céu, ainda está nos

céus, e sempre fala a partir daí, como nosso Salvador

disse de si mesmo, com respeito à sua natureza

divina, João 3:13.

(2.) Podemos perguntar o que é "provar" desse dom

celestial. A expressão da degustação é metafórica e

não significa mais que fazer uma prova ou

experiência; pois assim fazemos pela degustação,

natural e corretamente, daquilo que nos é oferecido

para comer. Provamos essas coisas pelo sentido dado

naturalmente para discernir nossa comida; e, em

seguida, recebê-las ou recusá-las, como achamos

Page 151: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

151

ocasião. Provar, portanto, não inclui engolir e digerir.

Não é, portanto, transformar em alimento o que é

provado; pois a sua natureza é discernida, e pode ser

recusada. Mas é indubitavelmente usado para algum

tipo de experiência da natureza das coisas:

Provérbios 31:18: "Prova e vê que é boa a sua

mercadoria", ou tem experiência dela, de seu

aumento. Salmo 34: 8: "Provai, e vede que o Senhor

é bom;", ao que Pedro se refere em 1 Pedro 2: 3, "Se é

que já provastes que o Senhor é bom;", ou achou isso

por experiência. Por conseguinte, é conveniente fazer

uma experiência ou julgamento de qualquer coisa,

que seja recebida ou recusada; e às vezes se opõe a

comer e digestão, como em Mateus 27:34. Que,

portanto, o que é atribuído a essas pessoas, é que eles

tiveram uma experiência do poder do Espírito Santo,

aquele dom de Deus, na dispensação do evangelho,

da revelação da verdade e da instituição do culto

espiritual disso; deste estado e da excelência disso,

fizeram algum julgamento e tiveram alguma

experiência; - um privilégio de que nem todos os

homens foram feitos participantes. E por esse gosto

(provaram) eles estavam convencidos de que era

muito mais excelente do que tinham sido antes

acostumados; embora agora tivessem a sensação de

deixar o melhor trigo para as suas antigas bolotas.

Portanto, embora a degustação contenha uma

diminuição nela, se comparada com aquela ingestão

e bebida espiritual, com essa digestão das verdades

do evangelho, transformando-as em nutrientes, que

Page 152: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

152

estão em verdadeiros crentes; no entanto,

absolutamente considerado, denota essa apreensão e

experiência da excelência do evangelho, como

administrado pelo Espírito, que é um grande

privilégio e vantagem espiritual, cujo desprezo

provará um agravamento indescritível do pecado e

para a ruína dos apóstatas irremediavelmente. O

significado, então, deste caráter dado a respeito

desses apóstatas é que eles tiveram alguma

experiência do poder e da eficácia do Espírito Santo,

nas administrações do evangelho e na adoração. Para

o que alguns dizem de fé, não tem lugar aqui; e o que

os outros afirmam de Cristo, e o seu ser o dom de

Deus, vem em questão ao que propusemos. E

podemos observar, além de clarear o desígnio do

apóstolo nesta ameaça, que, - Observação I. Todos os

dons de Deus sob o evangelho são peculiarmente

celestiais, João 3:12, Efésios 1: 3; e isso em oposição,

- (1.) A coisas terrenas, Colossenses 3: 1,2; (2.) A

ordenanças carnais, Hebreus 9:23. Deixe-os cuidar

de quem eles são desprezados. II. O Espírito Santo,

para a revelação dos mistérios do evangelho e a

instituição das ordenanças do culto espiritual, é o

grande "dom de Deus" sob o Novo Testamento. III.

Há uma bondade e excelência neste dom celestial,

que pode ser provado ou experimentado em alguma

medida, como também nunca o receber, em sua vida,

poder e eficácia para a transformação e renovação de

nossa natureza. Eles podem provar, - (1.) Da palavra

em sua verdade, não do seu poder; (2.) Do culto da

Page 153: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

153

igreja em sua ordem externa, mas não da sua beleza

interior; (3.) Dos dons da igreja, mas não de sua

graça. Observação IV. A rejeição do evangelho, a sua

verdade e adoração, depois de uma experiência de

mérito e excelência, é um alto agravamento do

pecado e um certo presságio da destruição.

3. A terceira propriedade em que essas pessoas são

descritas é adicionada nessas palavras, - "E foram

feitos participantes do Espírito Santo". Isso é

colocado no centro dos privilégios enumerados, dois

precedentes e dois seguindo depois, como aquele que

é o princípio raiz e animador de todos eles. Todos eles

são efeitos do Espírito Santo, em seus dons ou suas

graças, e dependem da participação dele. Agora, os

homens fazem assim quanto ao Espírito Santo, pois

o recebem. E ele pode ser recebido tanto quanto para

a habitação pessoal, como para operações espirituais.

No primeiro modo, "o mundo não pode recebê-lo",

João 14:17; onde "o mundo" é o oposto de

verdadeiros crentes, e, portanto, aqueles que aqui são

referidos não eram participantes do Espírito Santo

nesse sentido. Suas operações se referem a seus dons.

Então, participar dele é ter uma parte ou porção, no

que ele distribui por meio de dons espirituais; em

resposta a essa expressão: "Mas um só e o mesmo

Espírito opera todas estas coisas, distribuindo

particularmente a cada um como quer.", 1 Coríntios

12: 11. Então Pedro contou a Simão o mago que não

tinha parte de dons espirituais, que ele não

Page 154: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

154

participou do Espírito Santo, Atos 8:21. Porque ser

"participante do Espírito Santo", é ter uma

participação e benefício de suas operações

espirituais. Mas ao contrário, as outras coisas

mencionadas também são dons ou operações do

Espírito Santo, em que terreno ou por que motivo é

mencionado aqui em particular, que eles foram feitos

participantes dele, o que, se suas operações apenas se

destinam, parece ser expressado nas outras

instâncias? Resposta: (1.) É, como observamos

anteriormente, nenhuma coisa incomum na

Escritura, expressar o mesmo sob várias noções, para

mais eficazmente impressionar uma consideração e

senso em nossa mente, especialmente quando uma

expressão tem uma ênfase singular nela, como esta

que é aqui usada; pois é um agravamento excessivo

dos pecados desses apóstatas, que nestas coisas eram

participantes do Espírito Santo. (2.) Tal como foi

antes indicado, também, esta participação do

Espírito Santo é colocada, pode ser, no meio das

várias partes desta descrição, como aquilo em que

elas dependem, e são todas, exceto instâncias disto.

Eles eram "participantes do Espírito Santo", na

medida em que foram "uma vez iluminados". (3.)

Exprime seu próprio interesse pessoal nessas coisas.

Eles tiveram interesse nas coisas mencionadas não

apenas objetivamente, como foram propostas e

apresentadas a eles na igreja, mas subjetivamente, -

eles próprios em suas próprias pessoas foram feitos

participantes delas. Uma coisa é que um homem

Page 155: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

155

tenha uma participação e benefício pelos dons da

igreja, e outro, ser pessoalmente dotado deles. (Nota

do tradutor: estes foram participantes das coisas do

Espírito Santo, mas não eram habitados pelo

Espírito, como Judas se refere aos falsos pastores e

mestres, dizendo que eram homens que não tinham

o Espírito Santo, ou seja, no sentido de tê-lo

habitando em seus corações e gerando neles uma

nova criatura, e todavia não somente transitavam na

igreja, mas lideravam o culto público, sendo ali

colocados pelo Inimigo como joio). (4.) Deixar-lhes

conta de uma maneira especial dos privilégios que

eles gozavam sob o evangelho, acima do que tinham

no seu judaísmo; pois, então, eles não tinham ouvido

tanto que havia um Espírito Santo, isto é, uma

dispensação abençoada dele em dons espirituais,

Atos 19: 2, - agora eles próprios em suas próprias

pessoas foram feitos participantes dele; do que não

poderia haver maior agravamento de sua apostasia.

E podemos observar no nosso caminho, isto, -

Observação: O Espírito Santo está presente com

muitos quanto a operações poderosas, com quem ele

não está presente quanto à habitação graciosa; ou

muitos são feitos participantes dele em seus dons

espirituais que nunca são feitos participantes dele em

suas graças salvadoras, Mateus 7:92, 23.

4. É acrescentado, em quarto lugar, na descrição, que

eles "provaram a boa palavra de Deus". (2.) Como é

dito ser "boa", e, (3.) Em que sentido eles "provaram"

Page 156: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

156

disso. (1.) Rhema é corretamente "uma palavra

falada", e embora seja usado em outro sentido por

nosso apóstolo e por ele somente - Hebreus 1: 3, 11:

3, onde denota o poder ativo efetivo de Deus, - no

entanto, tanto a significação da palavra quanto seu

principal uso em outro lugar denotam palavras

faladas; e quando aplicado a Deus, sua palavra como

pregada e declarada. Veja Romanos 10:17, João 6:68.

A palavra de Deus, isto é, a palavra do evangelho

como pregada, é aquilo que eles provaram assim.

Mas pode-se dizer que eles apreciaram a palavra de

Deus em seu estado de judaísmo. Eles fizeram isso,

quanto à palavra escrita; Pois "para eles foram

entregues os oráculos de Deus", Romanos 3: 2; mas é

a palavra de Deus como pregada na dispensação do

evangelho que é eminentemente assim chamado, e

sobre o qual tais coisas excelentes são ditas,

Romanos 1:16; Atos 20:32; Tiago 1:21. (2.) Da

palavra é dito kalon, "bom", desejável, amável, como

a palavra aqui usada significa. Onde é assim, veremos

imediatamente. Mas, enquanto a palavra de Deus

pregada sob a dispensação do evangelho pode ser

considerada de duas maneiras: - [1.] Em geral,

quanto a todo o sistema de verdades nele contidas; e

[2.] Em especial, para a declaração feita da realização

da promessa em enviar Jesus Cristo para a redenção

da igreja, - é aqui especialmente destinado neste

último sentido. Isto é enfaticamente chamado de

evangelizar em, 1 Pedro 1:25. Assim, a promessa de

Deus em particular é chamada de "boa palavra":

Page 157: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

157

Jeremias 29:10: "Porque assim diz o Senhor:

Certamente que passados setenta anos em Babilônia,

eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa

palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.", como

ele o chama "a boa palavra que ele havia prometido",

Jeremias 33: 14. O evangelho é a "boa nova da paz e

da salvação" por Jesus Cristo, Isaías 52: 7. (3.) Aqui é

dito "provar", como foi dito antes do dom celestial. O

apóstolo, por assim dizer, se manteve com essa

expressão, com o propósito de manifestar que não

pretende que aqueles que, pela fé, realmente

recebam, alimentem e vivam em Jesus Cristo, como

oferecido na palavra do evangelho, João 6:35, 49-51,

54-56. É como se ele tivesse dito: "Não falo daqueles

que receberam e digeriram o alimento espiritual de

suas almas, e o transformaram em alimento

espiritual; mas daqueles que, até agora, provaram

isso, como eles deveriam ter desejado como "leite

sincero, ter crescido assim". "Mas eles receberam tal

experiência de sua verdade divina e poder, como que

tinha vários efeitos sobre eles. e para a explicação

adicional dessas palavras, e da descrição do estado

desses supostos apóstatas, podemos considerar as

observações que se seguem, que declaram o sentido

das palavras, ou o que contém nelas: - Observação: I.

Existe uma bondade e excelência na palavra de Deus,

capaz de atrair e afetar as mentes dos homens, que

ainda não chegam à obediência sincera. II. Há uma

bondade especial na palavra da promessa relativa a

Jesus Cristo, e à declaração de sua realização.

Page 158: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

158

5. Por fim, acrescenta-se, Dunameiv te mellontov

aiwnov, - "E os poderes do mundo vindouro". Estes

poderes do mundo vindouro são as operações

poderosas, grandes, milagrosas e as obras do Espírito

Santo. O que eles eram, e como eles foram operados

entre esses hebreus, foi declarado em nossa

exposição sobre Hebreus 2: 4, e eles são conhecidos

pelos Atos dos Apóstolos, onde várias instâncias são

registradas. Eu também provarei nesse capítulo que,

por "mundo vindouro", nosso apóstolo nesta epístola

se refere aos dias do Messias, sendo esse o nome

usual na igreja naquele tempo, como o novo mundo

que Deus tinha prometido criar. Por isso, esses

"poderes do mundo vindouro", foram os dons pelos

quais esses sinais, maravilhas e obras poderosas

foram operados pelo Espírito Santo, conforme

predito pelos profetas que eles deveriam ser assim.

Veja Joel 2, em comparação com Atos 2. Essas

pessoas devem ter "provado" dos dons espirituais

sobrenaturais do Espírito Santo, conforme

relacionadas em 2 Coríntios 12-14, ou eles foram

operados por si mesmos ou por outros à sua vista,

pelo que tiveram uma experiência do trabalho

glorioso e poderoso do Espírito Santo na

confirmação do evangelho. Sim, eu julgo que eles

mesmos em suas próprias pessoas eram

participantes desses poderes, nos dons de línguas e

outras operações milagrosas; o que foi o maior

agravamento possível de sua apostasia, e o que

peculiarmente tornou a sua recuperação impossível.

Page 159: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

159

Pois não existe na Escritura uma impossibilidade

colocada sobre a recuperação de qualquer outra

coisa, como pecar peculiarmente contra o Espírito

Santo; e, embora essa culpa possa ser contraída de

outra forma, ainda que em nenhuma tão significativa

como essa, de rejeitar essa verdade que foi

confirmada por suas poderosas operações naqueles

que o rejeitaram; o que não poderia ser feito sem uma

atribuição de seu poder divino ao diabo. Mas eu não

conserto esses dons extraordinários exclusivamente

para aqueles que são comuns. Eles também são os

poderes do mundo vindouro. Assim é tudo o que

pertence à edificação ou preservação do novo mundo

ou do reino de Cristo. Para a primeira configuração

de um reino, grande e poderoso poder é necessário;

mas sendo configurado, a dispensação ordinária de

poder o preservará. Então, é neste assunto. Os dons

extraordinários e milagrosos do Espírito foram

utilizados na construção do reino de Cristo, mas

continua com dons comuns; que, portanto, também

pertencem aos poderes do mundo vindouro. Em

terceiro lugar, da consideração desta descrição, em

todas as suas partes, podemos entender a que tipo de

pessoas é que se dirige aqui o apóstolo. E parece, sim,

é evidente, - 1. Que as pessoas aqui pretendidas não

sejam crentes verdadeiros e sinceros, no sentido

estrito e apropriado desse nome, pelo menos não são

descritos aqui como tais; de modo que, daí, nada

pode ser concluído em relação a eles que sejam

assim, quanto à possibilidade de sua apostasia total e

Page 160: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

160

final. Porque, (1.) Não há em sua descrição completa

e longa nenhuma menção de fé, ou crer,

expressamente ou em termos equivalentes; e em

nenhum outro lugar da Escritura são pretendidos,

senão apenas o que é mencionado pelo que pertence

essencialmente ao seu estado. E, (2.) Não há

qualquer coisa atribuída a essas pessoas que lhes

sejam peculiares como tais, ou discriminativas delas,

como tomadas de sua relação especial com Deus em

Cristo, ou de qualquer propriedade própria que não

é comunicável aos outros. Por exemplo, não se diz

que sejam chamados de acordo com o propósito de

Deus; para nascer de novo, não do homem, nem da

vontade da carne, mas de Deus; nem para ser

justificado, nem santificado, nem unido a Cristo,

nem ser filhos de Deus por adoção; nem têm

qualquer outra nota característica dos verdadeiros

crentes atribuída a eles.

(3.) Eles são nos seguintes versos comparados com a

terra em que a chuva geralmente cai, e não produz

nada além de cardos e espinhos. Mas isso não é assim

com os verdadeiros crentes. Pois a própria fé é uma

erva peculiar ao jardim fechado de Cristo.

(4.) O apóstolo depois discursando dos verdadeiros

crentes, em muitos detalhes os distingue dos que

podem ser apóstatas; o que é suposto sobre as

pessoas aqui destinadas, como antes foi esclarecido.

Pois, [1.] Ele lhes atribui em geral "coisas melhores e

Page 161: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

161

que acompanham a salvação", versículo 9. [2.] Ele

atribui uma "obra e trabalho de amor", como é a

verdadeira fé, que funciona por amor, no versículo

10; do qual ele não fala uma palavra a respeito destes.

[3.] Ele afirma sua preservação; - 1º, a respeito da

justiça e fidelidade de Deus, versículo 10; 2º, da

imutabilidade de seu conselho a respeito deles,

versículo 17, 18. Em todas essas e outras instâncias

ele faz a diferença entre esses apóstatas e verdadeiros

crentes. E considerando que o apóstolo pretende

declarar o agravamento de seus pecados em se

afastar dos principais privilégios de que foram feitos

participantes, aqui não é uma palavra, em nome ou

coisa, daqueles que ele expressamente atribui para

ser os principais privilégios dos crentes verdadeiros,

Romanos 8: 27-30.

2. O nosso próximo inquérito é mais particularmente

quanto a quem ele se refere. E (1.) Eles foram os que

não muito antes se converteram do judaísmo ao

cristianismo, com a evidência da verdade de sua

doutrina, e as operações milagrosas com as quais a

sua dispensação foi acompanhada. (2.) Ele não se

refere ao tipo comum deles, mas como eles obtiveram

privilégios especiais entre eles. Pois eles receberam

dons extraordinários do Espírito Santo, como falar

em línguas ou fazer milagres. E (3.) Eles encontraram

em si mesmos e em outros provas convincentes de

que o reino de Deus e o Messias, que eles chamaram

de "o mundo vindouro", vieram a eles; e tiveram

Page 162: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

162

satisfação nas glórias disto. (4.) Tais pessoas como

estas, como eles têm uma obra de luz em suas

mentes, então, de acordo com a eficácia de suas

convicções, eles podem ter tal mudança operada

sobre suas afeições e em sua conduta, como podem

ser de grande estima entre os professantes; e aqueles

que pretendiam ser. Agora deve ser um horrível

quadro de espírito, alguma inimizade maliciosa

contra a verdade e a santidade de Cristo e do

evangelho, algum amor violento ao pecado e ao

mundo, que pode desviar essas pessoas da fé e apagar

todas aquela luz e convicção da verdade que

receberam. Mas a mínima graça é uma melhor

segurança para o céu do que os maiores dons e

privilégios do que quer que seja. Essas são as pessoas

a respeito das quais nosso apóstolo discursa e de

quem é suposto que possam "cair". A natureza

especial do pecado aqui referido é depois declarada

em duas instâncias ou circunstâncias agravantes.

Esta palavra expressa a relação que tinha ao estado e

condição dos próprios pecadores; eles se afastam, e

caem. Eu acho que expressamos bem a palavra: "Se

eles caíssem". Nossas traduções antigas apenas

traziam: "Se eles caíssem", o que não expressou o

sentido da palavra, e era passível de um sentido que

não pretendia ; porque ele não diz: "Se eles caírem

em pecado", isto, ou aquilo, ou qualquer pecado

qualquer que seja chamado, suponha o maior pecado

imaginável, isto é, a negação de Cristo no tempo de

perigo ou perseguição. Mas um exemplo bem

Page 163: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

163

considerado tinha sido um guia melhor para eles do

que todas as suas próprias regras arbitrárias e

imaginação, - quando Pedro caiu neste pecado e, no

entanto, foi "renovado novamente para o

arrependimento", e isso rapidamente. Portanto,

podemos estabelecer isso em primeiro lugar, quanto

ao sentido das palavras: não há pecado particular que

qualquer homem possa cair de vez em quando,

através do poder da tentação, que possa lançar o

pecador sob essa ameaça, de modo que deve ser

impossível renová-lo ao arrependimento. Portanto,

deve, em segundo lugar, ser a um curso de pecado

que se destina. Mas há vários graus aqui também,

sim, existem vários tipos de tais cursos no pecado.

Um homem pode cair em uma maneira de pecado

como ainda para reter em sua mente tal princípio de

luz e convicção que pode ser adequado para sua

recuperação. Excluir estes de todas as esperanças de

arrependimento é expressamente contrário a

Ezequiel 18:21, Isaías 55: 7, sim, e todo o sentido da

Escritura. Portanto, os homens, depois de alguma

convicção e reforma da vida, podem cair em cursos

corruptos e perversos, e fazerem um longo período

ou continuidade neles. Exemplos disso temos todos

os dias entre nós, embora não haja nenhum paralelo

ao de Manassés. Considere a natureza de sua

educação sob seu pai Ezequias, a grandeza de seus

pecados, o comprimento de sua continuação neles,

com sua recuperação seguinte, e ele é um grande

exemplo neste caso. Embora exista nessas pessoas

Page 164: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

164

qualquer semente de luz ou convicção de verdade que

seja capaz de uma excitação ou avivamento, de modo

a produzir seu poder e eficácia em suas almas, elas

não podem ser encaradas como estando na condição

pretendida, embora seu caso seja perigoso. 3. Nosso

apóstolo faz uma distinção entre ptaiw e piptw,

Romanos 11:11, - entre "tropeçar" e "cair", e não

permitiria que os judeus incrédulos daqueles dias

chegassem tão longe quanto piptw, isto é, cair

absolutamente: "Porventura tropeçaram de modo

que caíssem? De maneira nenhuma, antes pelo seu

tropeço veio a salvação aos gentios, para os incitar à

emulação.", isto é, absolutamente e

irrecuperavelmente. Então, portanto, essa palavra

significa neste lugar. E o parapipto aumenta a

significação, tanto quanto à perversidade à maneira

da queda, quanto à violência na própria queda. Do

que foi discursado, aparecerá o que se afasta é que o

apóstolo aqui pretende. E, - (1.) Não é uma queda

para este ou aquele pecado real, seja da natureza que

ele fará; o que pode ser, e ainda não se afastar. (2.)

Não é uma queda na tentação; em relação a tais

caídas, temos regras de outro tipo que nos são

oferecidas em vários lugares, e aquelas

exemplificadas em casos especiais: mas é o que é

premeditado, de deliberação e escolha. (3.) Não é

uma queda por renúncia a alguns princípios muito

materiais da religião cristã, por erro ou sedução;

como os coríntios caíram, negando a ressurreição dos

mortos; e os gálatas, negando a justificação pela fé

Page 165: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

165

somente em Cristo. Portanto, - (4.) Deve consistir em

uma renúncia total a todos os princípios e doutrinas

constitucionais do cristianismo, de onde é

denominado. Tal foi o pecado daqueles que

renunciaram ao evangelho para retornar ao

judaísmo, como foi declarado, em oposição a ele, e

odiaram-no. Foi isto que ocorreu, e não qualquer tipo

de pecados reais, que o apóstolo discerne

manifestamente. (5.) Para a conclusão desta queda

de acordo com a intenção do apóstolo, é necessário

que esta renúncia seja declarada e professada; como

quando um homem abandona a profissão do

evangelho e cai no judaísmo, ou no islamismo, ou no

gentilismo, na persuasão e na prática. Porque o

apóstolo discursa sobre fé e obediência como

professados; e assim, portanto, também sobre seus

contrários. E, no entanto, enquanto alguns homens

podem, em seus corações e mentes, renunciar

completamente ao evangelho, mas, em algumas

considerações seculares, não se atrevem ou não

professam essa renúncia interna, a sua queda é

completa e total aos olhos de Deus; e tudo o que eles

fazem para cobrir sua apostasia em um cumprimento

externo da religião cristã, é à vista de Deus, senão

uma zombaria dele, e para um maior agravamento de

seus pecados. Esta é a destruição afirmada pelo

apóstolo: - uma renúncia voluntária, resolvida e

apostasia do evangelho, fé, regra e obediência; que

não pode ser sem lançar a mais alta censura e

Page 166: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

166

contundentemente imaginável sobre a pessoa do

próprio Cristo, como é expressado depois.

Em quarto lugar, em relação a essas pessoas, e suas

quedas, duas coisas devem ser consideradas no texto:

1. O que é afirmado deles. 2. O motivo dessa

afirmação. 1. O primeiro é que "é impossível renová-

los novamente ao arrependimento". O que se afirma

é negativo; - para "renová-los novamente ao

arrependimento", isso é negado a eles. Mas a

modificação dessa negação transforma a proposição

em uma afirmação: "É impossível fazer". A

importância desta palavra é duvidosa; Alguns

pensam em algo absoluto, e outros, em uma

impossibilidade moral é destinada a isso. Este último

é mais aplicado; de modo que é uma questão difícil e

raramente esperada, a que isso se destina, e não o

que é absolutamente impossível. Motivos e

instâncias consideráveis são produzidos para

qualquer interpretação. Mas devemos olhar mais

para o significado disso. Os eventos futuros

dependem de Deus, que por si só existe

necessariamente. Outras coisas podem ser, ou não

podem ser, à medida que o respeitem ou a vontade

dele. E assim, as coisas que são futuras podem ser

consideradas impossíveis, seja com respeito à

natureza de Deus, ou aos seus decretos, ou à sua

ordem moral, ordem e lei. (1.) As coisas são

impossíveis com respeito à natureza de Deus, seja

absolutamente, como sendo consistentes com seu ser

Page 167: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

167

e propriedades essenciais: por isso é impossível que

Deus deva mentir; ou, com alguma suposição, é

impossível que Deus perdoe pecados sem satisfação,

na suposição de sua lei e na sanção dela. Nesse

sentido, o arrependimento desses apóstatas, pode

ser, não é impossível. Eu digo, pode ser; pode ser que

não haja nada nele contrário a quaisquer

propriedades essenciais da natureza de Deus, direta

ou de forma redutiva. Mas não serei positivo aqui.

Pois as coisas atribuídas a esses apóstatas são tais, ou

seja, "crucificando o Filho de Deus de novo, e

deixando-o exposto à vergonha", como eu não sei,

senão que seja contrário à santidade e justiça e glória

de Deus, como supremo governante do mundo, para

ter mais misericórdia deles do que dos próprios

demônios, ou aqueles que estão no inferno. Mas não

vou afirmar que isso seja o significado do lugar. (2.)

Ainda; as coisas possíveis em si mesmas, e com

respeito à natureza de Deus, são tornadas

impossíveis pelo decreto e propósito de Deus: ele

determinou absolutamente que elas nunca serão

possíveis. Por isso, era impossível que Saul e sua

posteridade fossem preservados no reino de Israel.

Não era contrário à natureza de Deus, mas Deus

decretou que assim não deveria ser, 1 Samuel 15:

28,29. Mas, os decretos de Deus em relação às

pessoas em particular, e não às qualificações em

primeiro lugar, não podem ser aqui considerados;

porque eles são atos livres de sua vontade, não

revelados, nem em particular, nem em virtude de

Page 168: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

168

qualquer regra geral, como são soberanos, fazendo

diferenças entre pessoas na mesma condição,

Romanos 9: 11,12. O que é possível ou impossível

com respeito à natureza de Deus, podemos saber, em

boa medida, do conhecimento certo que possamos

ter de seu ser e propriedades essenciais; mas o que é

de um modo ou de outro com respeito aos seus

decretos ou propósitos, que são soberanos, atos livres

de sua vontade, ninguém conhece, nem os anjos no

céu, Isaías 40: 13,14; Romanos 11:34. (3.) As coisas

são possíveis ou impossíveis com respeito à regra e

ordem de todas as coisas que Deus designou. Quando

nas coisas de dever Deus não lhes mandou

expressamente, nem designou meios para a sua

realização, então devemos considerá-los como

impossíveis. E esta é a impossibilidade aqui

principalmente pretendida. É uma coisa que Deus

não nos mandou esforçar-nos, nem designou meios

para alcançá-la, nem prometeu nos ajudar nela. É,

portanto, o que não temos motivos para cuidar,

tentar ou esperar, como não é possível por qualquer

lei, regra ou constituição de Deus. O apóstolo não nos

instrui na natureza dos eventos futuros, mas como

nosso próprio dever está preocupado com eles. Não é

para nós nem olharmos, nem esperarmos, nem

orarmos, nem tentarmos a renovação de tais pessoas

para o arrependimento. Deus dá a lei. Pode ser

possível com Deus, para qualquer coisa que

possamos saber, se não houver contradição nela para

nenhuma das propriedades sagradas de sua

Page 169: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

169

natureza; só ele não terá que esperar tal coisa dele,

nem ele designou nenhum meio para nos

esforçarmos. O que ele deve fazer devemos

felizmente aceitar; mas nosso próprio dever para

com essas pessoas está absolutamente no fim. E, na

verdade, eles se colocam completamente fora de

nosso alcance. O que se diz ser assim impossível com

respeito a essas pessoas é, "para renovar novamente

para o arrependimento", Metanoia em o Novo

Testamento com respeito a Deus, significa "uma

mudança de mente graciosa", sobre princípios e

promessas do evangelho, levando toda a alma à

conversão para Deus. Este é o início e a entrada de

nosso retorno a Deus, sem o qual nem a vontade, nem

as afeições serão comprometidas com ele, nem é

possível que os pecadores encontrem aceitação com

ele. "É impossível renovar". A construção da palavra

é defeituosa e deve ser esclarecida. Se não é possível

que eles o façam; ou que qualquer deveria renová-

los; e isso eu julgo ser destinado. Pela

impossibilidade mencionada os esforços dos outros

serão em vão, qualquer tentativa de recuperação por

meio de qualquer meio que seja. E devemos

perguntar o que é ser renovado e o que é ser renovado

novamente. Agora, nosso anakainismo é a renovação

da imagem de Deus em nossas naturezas, pelo qual

nos dedicamos novamente a ele. Pois, como

perdemos a imagem de Deus pelo pecado, e nos

separamos por coisas profanas, esse anakainismov

respeita tanto à restauração de nossa natureza como

Page 170: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

170

à dedicação de nossas pessoas a Deus. E é duplo: -

(1.) Real e interno, em regeneração e santificação

efetiva, "A lavagem da regeneração e a renovação do

Espírito Santo:" Tito 2: 5; 1 Tessalonicenses 5:23.

Mas isso não é o que se destina. Porque isso, esses

apóstatas nunca tiveram, e assim não se pode dizer

que se "renovem novamente" a ele; pois nenhum

homem pode ser renovado novamente para o que ele

nunca teve. (2.) É exterior na profissão e promessa

disso. Portanto, a renovação neste sentido consiste

na solene confissão de fé e arrependimento por Jesus

Cristo, com o selo do batismo recebido sobre o

mesmo; pois assim foi com todos aqueles que se

converteram ao evangelho. Em sua profissão de

arrependimento em relação a Deus, e fé em nosso

Senhor Jesus Cristo, eles receberam a promessa

batismal de uma renovação interna, embora

realmente não fossem seus participantes. Mas esta

propriedade foi seu anakainismo, sua "renovação".

Desse estado, eles caíram totalmente, renunciando a

ele, e pelo que o autor afirma que é impossível

"renová-los novamente". Isto seria trazê-los

novamente para este estado de profissão por uma

segunda renovação e um segundo batismo como

promessa. Isso está determinado ser impossível, e

injustificável para qualquer tentativa. E, na maioria

das vezes, essas pessoas se abaixam abertamente a

tais blasfêmias e se envolvem (se eles têm poder) em

tal perseguição da verdade, pois se dão a uma direção

suficiente sobre como os outros devem se comportar

Page 171: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

171

em sua direção. Então a igreja antiga estava satisfeita

no caso de Juliano. Esta é a soma sobre o que é

afirmado desses apóstatas, a saber, que "é impossível

renová-los ao arrependimento", isto é, agir de

maneira a levá-los ao arrependimento para que

possam ser instalados em sua condição anterior.

Contudo, várias coisas podem ser observadas para o

esclarecimento do desígnio do apóstolo neste

discurso; como: - (1.) Aqui não é dito nada sobre a

aceitação ou a restauração de qualquer um sobre o

arrependimento ou sua profissão após qualquer

pecado, a ser feito pela igreja, cujo julgamento deve

ser determinado por outras regras e circunstâncias.

E isso exclui perfeitamente a pretensão dos

novacianos de qualquer apoio nessas palavras. Pois,

no entanto, teriam tirado sua garantia da exclusão

absoluta da comunhão da igreja de todos aqueles que

negaram a fé em tempos de perseguição, embora

expressassem um arrependimento cuja sinceridade

não pudessem evidenciar. Esses são os destinatários

que não fazem nem podem chegar ao

arrependimento, nem fazer uma profissão dele; com

quem a igreja não tinha mais a lidar. Não se diz, que

os homens que já caíram assim não devem, em seu

arrependimento, ser admitidos em seu estado

anterior na igreja; mas que tal é a severidade de Deus

contra eles que ele não mais lhes dará

arrependimento para a vida. (2.) Aqui não há nada

que possa ser trazido em tribunal contra, como,

tendo caído em qualquer grande pecado, ou qualquer

Page 172: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

172

curso em pecar, e que, após luz, convicções e dons

recebidos e exercidos, desejam arrepender dos seus

pecados, e se esforçam depois pela sinceridade nele

contida; sim, tal desejo e esforço isentos do

julgamento aqui ameaçado.

Existe, portanto, o que favorece grandemente a tais

pecadores. Pois, enquanto está aqui declarado, a

respeito de quem é assim rejeitado de Deus, que "é

impossível renová-los", ou fazer alguma coisa em

direção àquilo que tende ao arrependimento, aqueles

que não estão satisfeitos com isso mesmo

arrepender-se de salvação, mas apenas se exercitam

sinceramente sobre a forma como conseguem chegar

a isso, não tem participação nesta ameaça, mas,

evidentemente, a porta da misericórdia ainda está

aberta para eles; pois é fechado apenas contra

aqueles que nunca se esforçarão para se converter

pelo arrependimento. E, embora as pessoas tão

rejeitadas de Deus possam cair sob convicções de seu

pecado atendido com desespero, - o que lhes é uma

previsão de sua condição futura, - no entanto, como

a menor tentativa de arrependimento nos termos do

evangelho, eles nunca se elevam até aquilo.

Por isso, a impossibilidade referida, de que tipo seja,

diz respeito à severidade de Deus, não recusando ou

rejeitando os maiores pecadores que buscam ser

renovados para o arrependimento, o que é contrário

a inúmeras promessas, mas não desistindo de tais

Page 173: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

173

pecadores, como aqueles que são mencionados aqui

por cuja obstinação no pecado, aquela cegueira de

mente e dureza de coração, como que eles nem

podem nem devem procurar sinceramente o

arrependimento; nem qualquer meio, de acordo com

a mente de Deus, seja usado para trazê-los a esse

respeito. E a justiça do exercício dessa severidade é

tirada da natureza desse pecado, ou do que está

contido nele, que o apóstolo declara nas instâncias

que se seguem.

VERSOS 7 e 8

O que o apóstolo tinha instruído doutrinariamente

aos hebreus antes, nesses versículos ele colocou

diante deles sob uma similitude apropriada. Pois seu

desígnio aqui é representar a condição de todos os

tipos de pessoas que professam o evangelho e vivem

sob a ministração de suas verdades, com os vários

eventos que acontecem com eles. Ele antes tinha

tratado diretamente apenas de professantes

infrutíferos e apóstatas, que aqui representa por uma

terra não lucrativa, e os tratamentos de Deus com

eles como homens faz com tal terra quando eles têm

feito isto em vão. Pois a igreja é uma videira ou

vinhedo, e Deus é o agricultor, João 15: 1; Isaías 5: 1-

7. Mas aqui, além disso, para uma maior ilustração

do que ele afirma sobre tais pessoas, ele compreende

em sua similitude o estado contrário de crentes

saudáveis e professantes fecundos, com a aceitação

Page 174: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

174

que eles têm e a benção que recebem de Deus. E os

contrários assim comparados ilustram-se uns aos

outros, como também o desígnio daquele que se

preocupa com eles. Não precisamos, portanto, nos

envolver em um inquérito particular sobre o que é a

palavra "porque", em que esses versículos são

anexados e continuados até o precedente,

respeitando de maneira peculiar e imediata aquilo

em que há alguma diferença entre os expositores.

Alguns supõem que é o trato de Deus com os

apóstatas, antes estabelecido, que o apóstolo

considera, e nestes versículos dá conta do motivo

disso, ou de onde eles chegam a um fim tão doloroso.

Outros, observando que, em todo o seu discurso, ele

insiste principalmente, se não só, no estado de

crentes saudáveis e sua aceitação com Deus,

supondo-se que ele tenha um respeito imediato ao

que declarou no início do capítulo, versículos 1-3,

referente ao seu desígnio para levá-los à perfeição.

Mas não há necessidade de restringir seu propósito a

qualquer uma dessas intenções exclusivamente para

outra; sim, é contrário ao escopo simples que faz em

seu discurso. Pois ele compreende os dois tipos de

professantes, e dá uma representação viva da sua

condição, do trato de Deus com eles e do seu evento.

A razão, portanto, que ele dá não se limita a qualquer

tipo exclusivamente, mas se estende igualmente a

todo o assunto tratado.

Page 175: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

175

Versos 7, 8. – “Porque a terra que embebe a chuva,

que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva

proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a

bênção de Deus; mas a que produz espinhos e

abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; o seu

fim é ser queimada.”

Algumas coisas devem ser observadas em relação a

essa similitude em geral, antes de investigar os

detalhes dela. 1. O ajpidosiv, ou aplicação dele, é

incluído no protasiv, ou proposição da similitude em

si, e não é expressa. Uma descrição é dada à terra,

pela sua cultura, fruto ou esterilidade; mas nada é

especialmente adicionado das coisas aqui indicadas,

embora essas sejam principalmente destinadas. E o

caminho do raciocínio aqui é simples e instrutivo,

porque a analogia entre as coisas produzidas na

semelhança e as coisas significadas é clara e evidente,

tanto em si mesma como no que é o discípulo do

apóstolo. 2. Há um assunto comum de toda a

semelhança, ramificado em partes distintas, com

eventos muito diferentes atribuídos a eles. Devemos,

portanto, considerar tanto o que é esse assunto

comum, como também em que as partes distintas em

que é ramificada concordam, por um lado, e diferem

do outro. (1.) O sujeito comum é "a terra", da

natureza da qual ambos os ramos são igualmente

participantes. Originalmente e, naturalmente, não

diferem, são ambos a terra. (2) Sobre este assunto

comum, em ambos os ramos dele, a chuva

Page 176: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

176

igualmente cai; não sobre um mais e o outro menos,

não sobre um mais cedo e o outro mais tarde. (3.) É

igualmente lavrado, cultivado para o uso almejado;

uma parte não é negligenciada enquanto a outra é

atendida. Nestas coisas, há um acordo, e tudo é igual

em ambos os ramos do assunto comum. Mas, em

seguida, uma partição é feita, ou uma distribuição

deste assunto comum em duas partes ou tipos, com

uma diferença dupla entre eles; e isso, (1.) Em suas

partes; (2.) De Deus lidando com eles. Pois, (1.) A

primeira parte produz "ervas", que são descritas por

sua utilidade: "proveitosa para aqueles por quem é

lavrada". O outro traz "abrolhos e espinhos" - coisas

não só sem uso ou vantagem, mas além disso, nocivas

e prejudiciais. (2.) Eles diferem na consequência, por

parte de Deus: porque o primeiro tipo "recebe a

bênção de Deus", o outro, em oposição a essa benção

de Deus (de onde podemos também aprender o que

está contido nele) é primeiro "rejeitado", então

"amaldiçoado", depois "queimado". Antes de

prosseguir com a explicação específica das palavras,

a indagação deve ser feita no desígnio especial do

apóstolo com respeito a estes hebreus. Pois aqui não

há apenas uma ameaça do que poderia acontecer,

mas uma previsão particular do que aconteceria e

uma declaração do que já era parcialmente realizado.

Pois pela "terra" ele entende de maneira especial a

igreja e a nação dos judeus. Esta era a vinha de Deus,

Isaías 5: 7. Ele enviou a ela todos os seus ministros e,

finalmente, o seu Filho, Mateus 21: 35-37; Jeremias

Page 177: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

177

2:21. E a eles, ele chama: "Ó terra, terra, terra, ouve a

palavra do Senhor", Jeremias 22:29. Sobre esta terra,

a chuva geralmente caiu, na dispensação ministerial

da palavra para aquela igreja e povo. Com respeito a

isso, Cristo diz-lhes: "quantas vezes quis eu ajuntar

os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos

debaixo das asas, e não o quiseste!", Mateus 23:37;

Como aqui da chuva é dito cair muitas vezes sobre

ela. Esta era a terra em que estavam as plantas da

plantação especial de Deus. E estes estavam todos

agora distribuídos em duas partes. 1. Aqueles que,

acreditando e obedecendo ao evangelho, produziram

os frutos do arrependimento, da fé e da nova

obediência. Sendo efetivamente operados pelo poder

de Deus na nova criação, nosso apóstolo a compara à

terra na criação antiga, quando foi feita pela primeira

vez por Deus e abençoada por ele. Então, em

primeiro lugar, trouxe "erva" pelo que foi abençoada,

Gênesis 1:11. E estes ainda eram para continuar a

vinha de Deus, um campo que ele cuidava. Esta foi

aquela igreja evangélica reunida dos hebreus, que

produziu fruto para a glória de Deus, e foi abençoada

por ele. Este foi o remanescente entre eles de acordo

com a eleição da graça, que obteve misericórdia

quando os outros foram cegados, Romanos 11 : 5,7. 2.

Para o resto deste povo, o resíduo desta terra, foi

composto de dois tipos, que são ambos aqui lançados

sob a mesma condição. Havia obstinados incrédulos,

por um lado, que rejeitavam com convicção o

evangelho e Cristo; com apóstatas hipócritas do

Page 178: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

178

outro, que por uma temporada abraçaram sua

profissão, e caíram de novo no seu judaísmo. Tudo

isso, o apóstolo compara à terra quando a aliança de

Deus com a criação foi quebrada pelo pecado do

homem, e foi colocada sob a maldição. Aqui é dito

que "traz espinhos e abrolhos". Tal era esta igreja e

povo, agora eles haviam quebrado e rejeitado a

aliança de Deus por sua descrença, e a terra gerava

espinhos e abrolhos. Então o dia dos seus profetas se

aproximou, - o dia da sua visitação anunciada pelos

profetas, seus vigias, Miquéias 7: 4. Então, Deus

ameaçou que, quando ele rejeitasse a sua vinha, que

produzia espinhos e abrolhos, Isaías 5: 6. E destes

hebreus incrédulos e apóstatas, ou desta terra árida,

o apóstolo afirma três coisas: 1. Que foi "rejeitada",

ou não aprovada; isto é, por Deus. De fato, eles se

vangloriaram, e aqui continuaram a se orgulhar, que

Deus os possuía, que eles eram seu povo e eram

preferidos acima de todos os outros. Mas, embora

Deus tenha ficado satisfeito por ter paciência para

com eles, pronunciou-se sobre eles, em geral, que

eles não eram o seu povo, que ele não os possuía.

Espinhos e abrolhos foram colocados sobre os seus

altares, de modo que suas pessoas e adoração fossem

rejeitadas por Deus. 2. Estava "perto da maldição". E

esta maldição, que agora estava muito perto, tinha

nela, - (1.) Esterilidade; e, (2.) Um destino inalterável

e irrevogável para a destruição. (1.) Tinha nela

esterilidade; porque esta igreja dos judeus, feita

agora de infiéis e apóstatas, foi representada pela

Page 179: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

179

figueira amaldiçoada pelo nosso Salvador: Mateus

21:19: Ele disse: "Nunca mais nasça fruto de ti. E a

figueira secou imediatamente." Depois deste tempo,

o evangelho lhes foi suficientemente oferecido e

rejeitado por eles, não havia mais fé, arrependimento

ou obediência salvadora, nada que fosse aceitável

para Deus em santidade ou adoração, encontrada

entre eles até hoje. Muitos judeus foram depois disso

convertidos, mas a igreja dos judeus nunca deu mais

frutos para Deus. E (2.) Eles foram devotados à

destruição. O fim do Antigo Testamento, e da

revelação solene imediata de Deus para aquela igreja,

foi que, se não recebessem o Senhor Jesus Cristo

após a vinda e ministério de Elias, isto é, de João

Batista, Deus "Visitaria a terra com uma maldição",

Malaquias 4:6. Ele a tornaria uma coisa

anatematizada, ou devidamente dedicada à

destruição. Quando Deus primeiro os trouxe para a

sua terra, que era para ser a sede de suas ordenanças

e adoração solene, a primeira cidade a que chegaram

foi Jericó. Isso, portanto, Deus anatematizou, ou se

dedicou à destruição perpétua, com uma maldição

sobre aquele que tentasse a sua reedificação, Josué

6:17. Toda a terra foi alienada dos seus antigos

possuidores, e dedicada a outro uso, e o próprio lugar

completamente destruído. Jerusalém, e

consequentemente toda a igreja, agora deveria ser

feita como Jericó; e a maldição denunciada era agora

rapidamente executada, em que a terra devia ser

alienada e ser devotada à desolação. 3. O fim de tudo

Page 180: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

180

isso era que esta terra deveria ser "queimada". Uma

desolação universal, segundo a predição de nosso

Salvador, pelo fogo e pela espada, representando a

vingança eterna que eles eram susceptíveis, e que era

sobre eles. Isso agora estava se aproximando, ou seja,

o fim de sua igreja e estado, na destruição da cidade,

templo e nação, pelos romanos, o que ocorreu em 70

d.C, pouco tempo depois da escrita desta epístola aos

Hebreus. Este era o desígnio especial do apóstolo

com respeito a estes hebreus; e ele acrescenta esse

esquema ou delimitação da condição presente e

aproximada daquela igreja apostatada, para dar

terror à ameaça que ele fez aos professores

infrutíferos. Mas enquanto todas as coisas

aconteceram a eles como tipos, e a condição das

igrejas do evangelho é representada em seus pecados

e castigos; e considerando que as coisas refletidas são

como é o interesse comum e constante de todos os

professantes que devem considerá-la com atenção,

eu abrirei as palavras em toda a latitude de sua

significação, pois elas são peculiarmente instrutivas

para nós. Primeiro: o sujeito da proposição da

similitude é a "terra", e aquilo que é tipificado, é o

coração e a mente de todos aqueles a quem o

evangelho é pregado. Então, é explicado na parábola

do nosso Salvador, em que ele expressa a palavra do

evangelho pregada, pela semente, e compara os seus

ouvintes com vários tipos de solo em que a semente

é lançada. E a alusão é maravilhosamente apropriada

e instrutiva. Porque, - 1. A semente é o princípio de

Page 181: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

181

todas as coisas vivas, de todas as coisas que, tendo

qualquer tipo de vida natural, são capazes de

aumentar, crescer e frutificar naturalmente; e a tudo

o que eles chegam, é apenas o desenvolvimento da

semente vital de onde procedem. Assim é a palavra

do evangelho para toda a vida espiritual, 1 Pedro

1:23. E os crentes, por causa de seu crescimento,

aumento e fruto, a partir deste princípio vital ou

semente da palavra, são chamados de "videiras",

"plantas da lavoura de Deus" e por outras formas. 2.

A terra é o único objeto adequado para que a semente

seja colocada e, sozinha, é capaz da cultura ou da

criação que deve ser usada sobre isso. Deus não fez

mais nenhum objeto para receber as sementes de

coisas que pode produzir frutos; Nenhum homem

lança sementes no ar ou na água. Foi somente da

terra que Deus disse: "Produza a terra relva, ervas

que deem semente, e árvores frutíferas que, segundo

as suas espécies, deem fruto que tenha em si a sua

semente, sobre a terra. E assim foi.", Gênesis 11,12.

Somente a terra tem um poder passivo para ser

frutífera; tem nessa matéria que, sendo cultivada,

lavrada, adubada, semeada, plantada, abençoada,

pode produzir frutos. Assim é com as almas dos

homens com respeito à semente da Palavra. Suas

mentes, e elas somente, são capazes de recebê-la, e

aplicá-la. Eles são o único objeto de reconhecimento

do cuidado e da cultura divina. As faculdades de

nossas almas, nossas mentes, vontades e afeições, se

encontram para entreter o evangelho e produzir os

Page 182: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

182

seus frutos; do qual nada é encontrado em outras

criaturas na terra. Por isso, somos "criação de Deus",

1 Coríntios 2: 9, o terreno ou campo que ele cultiva;

sendo parte do Cristo místico, composto por todos os

professantes, é a videira, e seu Pai é o agricultor, João

15: 1, por quem é lavrada e podada. 3. A terra por si

mesma, no estado em que se encontra, nada produz

que seja bom ou útil. Em sua primeira criação, foi

impregnada pela bênção de Deus, com todas as

sementes de ervas e frutos úteis; mas, depois da

entrada do pecado, o seu útero foi amaldiçoado com

a esterilidade, perdendo a sua primeira utilidade, e

não produz nada de si mesma espontaneamente

senão espinhos, sarças e ervas daninhas nocivas, -

pelo menos estes com tal abundância que sufocam e

corrompem todos os restos de sementes e plantas

úteis. É, como o campo do preguiçoso, crescido com

espinhos, e urtigas. Especialmente é condenado a

esterilidade total se a chuva não cair nela. E, por

natureza, são os corações e as mentes dos homens.

Eles são escuros, estéreis, inúteis e que, sem a cultura

divina, não produzirão frutos de justiça, que sejam

aceitáveis para Deus. Tudo isso de si mesmo que eles

podem produzir são ervas daninhas nocivas. Entre as

ervas da terra não lavrada, algumas são pintadas com

cores sedutoras, mas elas são apenas ervas daninhas;

e entre os frutos das mentes não cultivadas, alguns

podem ter uma aparência mais enganosa do que

outros, mas são todos, espiritualmente considerados,

pecados e vícios ainda. Portanto, o assunto comum

Page 183: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

183

da similitude é simples e instrutivo. E podemos em

nossa passagem observar, que, - Observação I. As

mentes de todos os homens, por natureza, são

universalmente e igualmente estéreis com respeito

aos frutos da justiça e da santidade que são aceitáveis

para Deus. Todos eles são como a terra sob a

maldição. Existe uma diferença natural entre os

homens quanto às suas habilidades intelectuais.

Alguns são de uma compreensão muito mais

penetrante e sagaz, e de um juízo mais sério do que

outros. Alguns têm um temperamento e uma

inclinação naturais, inclinando-os para a gentileza,

sobriedade e modéstia, quando outros de sua

constituição são insensatos e perversos. E aqui

alguns fazem um bom progresso na moralidade e

utilidade no mundo, enquanto outros estão imersos

em todas as abominações viciosas. Há, portanto,

sobre essas e semelhantes contas, grandes diferenças

entre os homens, em que alguns são

incomparavelmente preferidos acima dos outros.

Mas quanto aos frutos da santidade espiritual e da

justiça, todos os homens, por natureza, são iguais;

porque a nossa natureza, como princípio de viver

para Deus, é igualmente corrompida em todos. Não

há mais faíscas ou resquícios de graça em um do que

em outro. Todas as diferenças espirituais entre os

homens são do poder e da graça de Deus na

dispensação da Palavra. Mas devemos prosseguir.

Em segundo lugar, desta terra é dito que "bebe da

chuva que vem sobre ela". Algo está faltando, deve

Page 184: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

184

ser feito algo para esta terra árida para torná-la

frutífera; e isso é feito pela chuva. E isso é descrito

por: 1. Sua comunicação ou aplicação à terra, - ela cai

sobre ela; 2. Um complemento especial em sua

frequência: - cai frequentemente sobre ela; 3. Por

aquela recepção que a terra é naturalmente adequada

para ela, ela a bebe. A coisa em si é chuva. Isto é o

único com que a terra, de outra forma seca e estéril,

é impregnada e tornada frutífera. Pois, existe uma

comunicação de umidade, absolutamente necessária

para aplicar a virtude nutritiva da terra aos princípios

das raízes de todos as plantas frutíferas, seja o que

for, e, portanto, antes que alguma chuva caísse, Deus

criou um vapor para se levantava, que forneceu o uso

dela, e regou a terra, Gênesis 2: 6. É um "banho

úmido", não uma tempestade, nem uma violência de

chuva causando uma inundação, que tende à

esterilidade; nem como não é razoável e estraga os

frutos da terra; mas um chuva abundante. 1. Esta

chuva cai no chão. E 2. Diz-se que cai com frequência.

A terra de Canaã é recomendada por ser "uma terra

de colinas e vales, que recebia água da chuva do céu",

Deuteronômio 11: 10,11. E eles tinham comumente

duas temporadas, a primeiro que eles chamavam de

temporã, e o última, a serôdia, Deuteronômio 11:14.

A primeira caía em outubro, quando sua semente era

lançada no chão. A outra caía em torno de março,

quando o seu trigo cresceu, enchendo a espiga para a

colheita. Diz-se, então, que "o Jordão transbordava

por todas as suas ribanceiras ", 1 Crônicas 12:15; o

Page 185: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

185

que foi ocasionado pela queda da serôdia, ou esta

última chuva. E que isto foi no primeiro mês, ou

março, que era a entrada de sua colheita, é evidente

a partir daí, na medida em que, depois de ter passado

pelo Jordão, durante o transbordamento das suas

águas, eles celebraram a páscoa em Gilgal, no décimo

quarto dia desse primeiro mês, Josué 5:10. Enquanto

eles tinham essas chuvas em suas próprias estações,

a terra era frutífera; e foi por reter deles que Deus os

castigou com a esterilidade da terra, e a fome

resultou disso. Além disso, em boas estações, eles

tiveram muitas outras chuvas ocasionais. Por isso,

aqui é suposto que a chuva cai "muitas vezes", nesta

terra. Além disso, - 3. Da terra é dito beber a chuva.

A expressão é metafórica, mas comum. E a alusão é

tirada de criaturas vivas, que, por beber, tomam água

em suas partes internas. Fazer assim é peculiar à

terra. Se a chuva cair sobre pedras, ela foge delas, não

tem admissão nelas; mas, na terra, mergulha mais ou

menos, de acordo com a condição receptiva do solo.

E é a natureza da terra, por assim dizer, beber as

chuvas úmidas que caem sobre ela, até ficarem

embriagadas: Salmo 65: 9,10.

Alguns supõem que a passagem se refere aos dons do

Espírito Santo, pois, na comunicação deles, do

Espírito Santo é frequentemente dito ser derramado;

isto é, como água ou chuva. Mas, 1. Esta chuva é dito

cair muitas vezes na terra (sim, naquela terra que

continua completamente estéril), em um banho após

Page 186: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

186

o outro. E isso não pode ser acomodado na

dispensação dos dons do Espírito; pois eles já foram

comunicados, se eles não são exercitados e aplicados,

Deus não dá mais chuveiros com eles. É, portanto, a

administração da Palavra que aqui se destina. E, em

outros lugares, a doutrina da Escritura é

frequentemente comparada à chuva e à rega:

Deuteronômio 32: 2: "Caia como a chuva a minha

doutrina; destile a minha palavra como o orvalho,

como chuvisco sobre a erva e como chuvas sobre a

relva." E, onde Deus nega sua palavra a qualquer

povo, ele diz:" Não haverá chuva sobre eles", Zacarias

14:17. E, portanto, "cair" como a chuva, é uma

expressão para profetizar ou pregar, Ezequiel 21: 2,

Amós 7:16; os chuveiros às vezes são mais suaves e

gentis, às vezes mais sérios e pressionadores. E essas

palavras, Salmo 134: 7, por causa da ambiguidade

das palavras, e a proporção que está entre as coisas,

são traduzidas por alguns, "os professantes serão

cheios de bênçãos". Isto é com o que Deus limpa e

refrigera as almas estéreis dos homens, pelo qual lhes

comunica todas as coisas que lhes permitam ser

fecundos. Sendo breve, para não ampliar a alegoria,

a palavra do evangelho é todo caminho para as almas

dos homens como a chuva para a terra estéril. 2.

Desta chuva é dito que cai frequentemente na terra.

E isso pode ser considerado com respeito ao especial

interesse desses Hebreus, que foi aberto diante deles

a dispensação do evangelho. Na primeira maneira,

considera e expressa os frequentes endereçamentos

Page 187: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

187

feitos ao povo judeu no ministério da Palavra, para a

sua cura e recuperação daqueles caminhos da ruína

em que estavam envolvidos. E assim pode incluir o

ministério dos profetas , com o fechamento colocado

pelo próprio próprio Cristo. E a respeito de todo esse

ministério é que o nosso Salvador tão exposto com

eles, Mateus 23:37, "Com que frequência eu teria

reunido seus filhos!" E este também ele em geral

representa na parábola do chefe de família e sua

vinha, com o servos que ele enviou para buscar frutos

e, finalmente, o seu Filho, Mateus 21: 33-37. Tome-o

de outro modo, para a dispensação da Palavra em

geral, e a maneira dela, com frequência e urgência,

está incluída nesta expressão. Onde o Senhor Jesus

Cristo envia o evangelho a ser pregado, é sua vontade

que seja tão "instantaneamente, a tempo e a fora de

tempo", para que venha como chuvas abundantes na

terra. 3. Esta chuva diz ser bebida: "A terra bebe a

chuva". Não há mais intenção nesta expressão senão

a audição externa da Palavra, um assentimento nu a

ela. Pois é atribuído a aqueles que continuam

completamente estéreis; que são deixados ao fogo e à

destruição. Mas, como é a propriedade natural da

terra receber a água que é derramada sobre ela, os

homens, de certo modo, bebem a doutrina do

evangelho, quando as faculdades naturais de suas

almas a apreendem e concordam com ela, embora

não funcione sobre eles, embora não produza

nenhum efeito neles. Há, de fato, na terra rochas e

pedras, nas quais a chuva não faz impressão; mas eles

Page 188: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

188

são considerados em comum com o resto da terra, e

não precisam de nenhuma exceção particular em sua

conta. Alguns são quem, quando a Palavra é pregada

a eles, obstinadamente a rejeitam; mas dos ouvintes

em comum é dito que a bebem e não devem escapar

do julgamento que lhes foi designado. E, até agora, as

coisas são faladas em geral, o que é comum a ambos

os tipos de ouvintes, em que ele depois insiste

nitidamente. Da palavra do evangelho, na sua

pregação, comparada à chuva, podemos observar

que, Observação II. A dispensação aos homens é um

efeito do poder soberano e do prazer de Deus, como

é a concessão da chuva à terra. Nada há na natureza

que Deus mais assume em sua prerrogativa do que o

dar chuva. A primeira menção no mundo está nessas

palavras: "não havia ainda nenhuma planta do

campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha

ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito

chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a

terra.", Gênesis 2: 5. Toda a chuva é do Senhor Deus,

que faz chover ou não chover, a seu gosto. E, dando

isso, ele se declara como uma grande promessa de

sua providência e bondade. "Ele não se deixou" velho

"sem testemunho, na medida em que fez o bem e deu

chuva do céu", Atos 14: 17. Nosso Salvador também

faz um argumento de sua bondade que ele "faz cair a

chuva", Mateus 5:45. E quaisquer que sejam os

pensamentos que tenhamos da sua compatibilidade,

e quaisquer conhecimentos que os homens

considerem ter com suas causas, Deus distingue-se,

Page 189: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

189

mesmo assim, por todo poder onipotente, de todos os

ídolos do mundo, porque nenhum deles pode dar

chuva. Ele chama seu povo a dizer em seus corações:

"Temamos o Senhor, nosso Deus, que dá chuva",

Jeremias 5:24. "Há, porventura, entre os deuses

falsos das nações, algum que faça chover? Ou podem

os céus dar chuvas? Não és tu, ó Senhor, nosso Deus?

Portanto em ti esperaremos; pois tu tens feito todas

estas coisas.", Jeremias 14: 22. E ele exerce a sua

soberania na entrega dela: Amós 4: 7,8: "Além disso,

retive de vós a chuva, quando ainda faltavam três

meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma

cidade, e que não chovesse sobre outra cidade; sobre

um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não

choveu, secou-se. Andaram errantes duas ou três

cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas

não se saciaram; contudo não vos convertestes a

mim, diz o Senhor." E, portanto, é absolutamente

necessária a dispensação do evangelho às nações,

cidades, lugares e pessoas; é apenas a disposição de

Deus, e ele usa uma soberania distintiva nele. Ele

envia sua Palavra a um só povo e não a outro, a uma

cidade e não a outra, em um tempo e não em outro; e

esses são os assuntos de que ele não dá conta a

ninguém. Somente algumas coisas que podemos

considerar, o que nos dá uma perspectiva para a

glória de sua sabedoria e graça aqui: e isso eu farei

em duas instâncias; primeiro, no princípio da sua

dispensação; em segundo lugar, no meio externo

disso. Como, - 1. O fim principal que ele designou na

Page 190: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

190

sua disposição da dispensação do evangelho naquela

grande variedade em que a contemplamos, é a

conversão, edificação e salvação de seus eleitos. Isto

é o que ele pretende realizar assim; e, portanto, sua

vontade e propósito aqui é o que dá uma regra e uma

medida às atuações de sua providência a respeito

disso. Onde quer que um de seus eleitos seja

chamado, ou em que horas for, então, ele fará que o

evangelho seja pregado; para o propósito de Deus,

que é de acordo com a eleição, e deve suportar,

quaisquer dificuldades no caminho, Romanos 9:11. E

a eleição deve ser obtida, cap. 11: 7. Então, o Senhor

Jesus Cristo orou para que ele guardasse todos os que

ele lhe dera, que eram dele próprio por eleição

("eram teus, e tu mos destes"), e santifica-os pela sua

palavra, João 17: 17. Em busca do seu próprio

propósito, e em resposta a essa oração de nosso

Senhor Jesus Cristo, ele enviará a sua Palavra para

encontrá-los onde quer que estejam, para que

nenhum dos grãos de seu Israel escolhido se perca ou

caia na terra. Então ele nomeou nosso apóstolo para

ficar e pregar em Corinto, apesar das dificuldades e

oposições que ele encontrou, porque "ele tinha muito

povo naquela cidade", Atos 18: 9,10. Eles eram o seu

povo por designação eterna, antes da sua vocação

efetiva; e, portanto, ele terá a Palavra pregada para

eles. E no trabalho árduo de seu ministério, o mesmo

apóstolo, que sabia o fim, afirma que "ele suportou

todas as coisas por causa dos eleitos", 2 Timóteo 2:10.

Para que eles possam ser chamados e salvos foi o

Page 191: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

191

trabalho que ele foi enviado. Porque "quem ele

predestinou, eles chamou também", Romanos 8: 30.

A promessa é a regra da vocação efetiva; todos os

eleitos e apenas eles são chamados pela palavra que

são predestinados. Então, fala também nosso

Salvador: "Tenho ainda outras ovelhas que não são

deste aprisco; a essas também me importa conduzir,

e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e

um pastor.", João 10: 16. Ele tinha algumas ovelhas

naquele aprisco da igreja dos judeus; para eles, ele

pregava a palavra, para que pudessem ser reunidos

para ele. Mas ele também tinha outras ovelhas, todos

os seus eleitos entre os gentios, e disse: "Eles também

deveriam ser conduzidos por ele". Há uma

necessidade disso, por causa do propósito de Deus

em relação a eles; e eles devem ser reunidos ouvindo

sua voz, ou a pregação da palavra. Naquela

soberania, portanto, que Deus usa na sua disposição,

fazendo com que a chuva da doutrina de sua palavra

caia sobre um lugar e não sobre outro, em um tempo

e não em outro, ele ainda tem esse fim diante dele; e

as ações de sua providência são reguladas pelos

propósitos de sua graça. Em que lugar ou nação, em

que época ou ocasião, ele tem algum de seus eleitos

para ser trazido do mundo, ele providenciará que o

evangelho da paz seja pregado para eles. Não direi

que, em cada lugar individual onde houver a

pregação do evangelho, há sempre alguns dos eleitos

para serem salvos. Pois os prazeres de um lugar

podem ser ocasionados pelo trabalho que deve ser

Page 192: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

192

feito em outro, com o que está em algum tipo de

conjunção: ou a palavra pode ser pregada em um

lugar por causa de alguns que estão lá apenas

acidentalmente; como quando Paulo primeiro

pregou em Filipos, Lídia somente se converteu, que

era uma estranha nessas partes, pertencente à cidade

de Tiatira, na Ásia, Atos 16: 14,15: e todo um país

pode ser melhor para uma cidade e uma cidade

inteira para alguma parte dele, como Miquéias 5: 7.

Deus dissimula este projeto secreto sob promíscuas

dispensações externas. Porque ele obriga aqueles por

quem a palavra é pregada para declarar sua mente

nela a todos os homens indefinidamente, deixando a

obra efetiva de sua graça na busca de seu propósito

para si mesmo; de onde "acreditam aqueles que são

ordenados para a vida eterna" e "são adicionados à

igreja aqueles que devem ser salvos", Atos 2:47,

13:48. Além disso, Deus tem outro fim também no

envio de sua palavra, embora este seja o principal.

Pois por isso ele coloca uma restrição ao pecado no

mundo, dá um controle visível ao reino de Satanás, e

alivia a humanidade, enviando luz para aqueles

lugares escuros da terra que são preenchidos com

habitações de crueldade. E pelas convicções que ele

traz para as mentes e as consciências dos homens, ele

abre caminho para a manifestação da glória de sua

justiça. Falando com eles, ele os deixa sem pretexto

ou desculpa, João 15:22 . No entanto, não digo que

Deus envie a palavra para qualquer continuação

apenas para estes fins e projetos. Por um curto

Page 193: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

193

período de tempo ele pode fazê-lo; como nosso

Salvador, enviando seus discípulos para pregar,

supõe que, em algum lugar, sua mensagem pode ser

totalmente rejeitada, e neles os nomeou para

"sacudir a poeira de seus pés como testemunho

contra eles", ou deixando-os sem desculpas. Mas

estes são apenas fins secundários e acidentais da

palavra que é constantemente pregada. Por isso Deus

não a envia por causa deles somente. Mas, do outro

lado, eu ouço dizer que, quando Deus não envia, de

qualquer maneira, nem em qualquer grau, sua

palavra, nenhum de seus eleitos é salvo; pois sem a

palavra eles não podem ser chamados nem

santificados. E se algum deles estiver em um lugar

como o qual ele não concederá a sua palavra, ele, por

uma providência ou outra, os arrancará como tições

do fogo, e transportá-los-á debaixo, dos chuveiros

dela. E isso é verificado pela experiência todos os

dias. O evangelho, portanto, não deixa passar o

mundo por acaso, como sabemos em quão grande

variedade visitou e deixou nações e pessoas, épocas e

tempos; nem a disposição dele é regulada pela

sabedoria e disposição dos homens, qualquer que

seja o seu trabalho e dever na sua dispensação; mas

tudo isso, como a queda da chuva, é regulado pela

soberana sabedoria e prazer de Deus, em que ele

apenas respeita o propósito de sua própria graça

eterna. 2. Ele, de acordo com o seu soberano prazer,

chama e envia pessoas para a pregação àqueles a

quem ele concederá o privilégio. Todo homem não

Page 194: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

194

pode sobre a sua própria cabeça, nem pode qualquer

homem sobre suas próprias habilidades, empreendê-

lo de maneira eficaz. Esta é a regra e a lei eternas do

evangelho: "Todo aquele que invocar o nome do

Senhor será salvo". Mas "como os homens invocarão

aquele em quem eles não creram? E como eles devem

acreditar naquele de quem eles não ouviram? E como

eles saberiam se ninguém pregasse? E como eles

devem pregar, exceto que sejam enviados?”,

Romanos 10: 13-15, isto é, pelo próprio Deus; pois

nem o discurso do apóstolo, nem qualquer ocasião

naquele lugar para o discurso, sobre o chamado

ordinário das pessoas para um ofício na igreja, para

o qual o ministério da própria igreja é necessário;

mas ele trata de pregar o evangelho em geral para

todas ou partes do mundo, e sobre o amor e o cuidado

de Deus no envio de homens para esse propósito,

pelo qual outros que entram por ele, possam crer

nele, invocam o seu nome e sejam salvos. Por isso, ele

compara a obra de Deus aqui com a de enviar

instruções claras e naturais a todo o mundo pelas

luminárias do céu, onde o ministério do homem não

tem lugar, versículo 18. Por isso, a pregação do

evangelho depende absolutamente do prazer

soberano de Deus ao enviar obreiros; porque "como

eles devem pregar, a não ser que sejam enviados?" E

ele os envia, - (1.) Ao dotá-los de dons espirituais,

capacitando-os para essa obra e dever. O evangelho é

"o ministério do Espírito", nem deve ser

administrado, senão em virtude dos dons do

Page 195: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

195

Espírito. Estes são dados aos que ele envia, por Jesus

Cristo, Efésios 4: 7,8, etc. E esses dons são uma

espécie de habilidades especiais, peculiares,

sobrenaturais, pelas quais os homens são preparados

e habilitados para a dispensação do evangelho. É

triste considerar o trabalho maravilhoso que

realizam os que assumem esse dever, e ainda não

estão equipados com essas habilidades; isto é,

aqueles que são enviados por homens, mas não são

enviados por Deus. Eles se arrastam com a ordem

externa, a missão eclesiástica, de acordo com

algumas regras acordadas entre si, com alguns outros

instrumentos e acessórios ornamentais; sobre os

quais eles se comprometem a ser pregadores do

evangelho, por assim dizer se Deus quer ou não. Mas

essas vaidades dos gentios não podem dar chuva; a

pregação do evangelho, como a seus próprios fins,

depende apenas do envio de Deus. Quando se

dedicam ao seu trabalho, eles se encontram perdidos

pela missão de Deus; pelo menos eles fazem isso para

quem eles pretendem ser enviados. Eu não falo como

se a ordem externa e um chamado devido não fossem

necessários em uma igreja para o cargo de professor,

mas apenas para mostrar que toda ordem sem a

concordância da vocação divina não tem validade

nem eficácia. Agora, a dispensação desses dons

espirituais, sem os quais a chuva da doutrina do

evangelho não cai, depende unicamente da soberania

de Deus. O Espírito reparte-os a cada um como lhe

agrada, 1 Coríntios 12:11. E é evidente que ele não

Page 196: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

196

segue aqui a regra de qualquer preparação humana.

Pois é certo que a melhoria das habilidades

intelectuais dos homens, na sabedoria, no

aprendizado, na oratória, etc., é extremamente

subordinada ao uso e ao exercício desses dons

espirituais, mas é evidente que Deus nem sempre e

regularmente comunica-os àqueles que estão assim

preparados; não, embora tenham sido adquiridos de

forma racional, para o trabalho do ministério. Pois

quantos podemos ver tão qualificados, e ainda

desprovidos de todos os dons espirituais! Foi assim

que todos esses assuntos foram tratados de maneira

extraordinária na primeira plantação do evangelho.

Ele não escolheu eminentemente os filósofos, os

sábios, os escribas, os disputadores deste mundo,

para comunicar dons espirituais; mas geralmente os

concedeu a pessoas de outra condição e capacidade

mais comum. Alguns eram assim, que ninguém

poderia se considerar excluído por causa de sua

sabedoria e aprendizado, - coisas excelentes em si

mesmas; mas muitos desse tipo, como o nosso

apóstolo nos informa, não foram chamados e

escolhidos para este trabalho. Portanto, ainda pode

ser observado na proporção deste ponto. dos dons

comuns do Espírito; pelo menos, é evidente que aqui

Deus não se obriga a nenhuma regra de tais

preparativos ou qualificações de nossa parte. Não,

ainda mais, ele não está aqui nos passos de sua

própria graça santificadora e salvadora; mas,

enquanto trabalha na graça nos corações de muitos

Page 197: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

197

dos quais não concede os dons que são necessários

para permitir aos homens a dispensação do

evangelho, ele concede esses dons a muitos a quem

não concederá a sua graça santificadora. E estas

coisas tornam evidente que a soberania que Deus tem

prazer em exercitar em seu envio de pessoas para a

obra de pregar o evangelho, manifestando que tudo

depende, como a doação da chuva, absolutamente da

sua própria vontade. E quando os homens

exclusivamente para esta parte do chamado de Deus

manterão um ministério, e assim fizerem uma

pregação do evangelho, é apenas uma imagem sem

vida da verdadeira dispensação dele. (2.) Esta

comunicação de dons aos homens é normalmente

acompanhada de uma inclinação poderosa e eficaz

das mentes dos homens a empreender a obra e se

envolver nela, contra essas objeções,

desencorajamentos, oposições e dificuldades, que se

apresentam a eles em sua empresa. Há assim, digo,

normalmente: porque há mais casos do que um

daqueles que, com a palavra de profecia

comprometida com eles, em vez de irem a Nínive,

consultam sua própria reputação, facilidade e

vantagem, e por isso fogem para Tarsis; e não há

poucos que escondam seus talentos, que lhes são

dados para negociar com eles, embora nos sejam

redimensionados apenas em um caso: mas estes

devem responder um dia por sua desobediência ao

chamado celestial. Mas, normalmente, essa

inclinação e disposição para esta obra, que

Page 198: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

198

acompanha a comunicação de dons espirituais, é

prevalecente e eficaz, de modo que as mentes dos

homens são fortificadas por ela contra os leões que

estão no caminho, ou o que quer que possa surgir

para dissuadi-los a partir dele. Portanto, nosso

apóstolo afirma que, depois da revelação de Cristo, e

seu apelo para pregar o evangelho, "imediatamente

ele não consultou nem carne nem sangue, mas entrou

na Arábia", sobre sua obra, Gálatas 1: 16,17. Ele não

atendeu nem ouviu cavilhas e exceções contra o

trabalho a que ele estava inclinado e disposto; qual é

o caminho de uma sólida e firme resolução. E, em

proporção deste ponto, isto é forjado nas mentes

daqueles que realizam este trabalho em um chamado

comum de Deus. E, quando isso não acontecer, não é

de se esperar muito sucesso no trabalho de ninguém,

nem qualquer grande benção de Deus sobre ele.

Quando os homens saem em seu próprio caminho,

sem uma concessão de dons espirituais, e se

envolvem em seus trabalhos apenas em

considerações externas, sem essa inclinação divina

de seus corações e mentes, podem parecer expulsar a

água de um motor, por compressão violenta, - nunca

serão como nuvens para derramar chuveiros. Isso,

portanto, também é do Senhor. Ainda, -

Observação III. Deus ordena as coisas, em sua

soberana, providência insondável, para que o

evangelho seja enviado e, na administração dele,

admitem-se, que lugares e em que horas parecem

Page 199: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

199

bons consigo mesmo, como ele ordena a chuva para

cair em um lugar, e não em outro. - Não temos

sabedoria para procurar as causas, os motivos e os

fins das obras providenciais de Deus no mundo; e as

pessoas individuais raramente vivem para ver a

questão daqueles que estão na direção em seus

próprios dias. Mas temos o suficiente na Escritura

para concluir que as principais obras da providência

divina no mundo, e entre as nações da terra,

respeitam à dispensação do evangelho, seja na

concessão ou na sua remoção. Foi uma questão fácil

de provar, por exemplos evidentes, que as principais

revoluções nacionais que estiveram na terra, foram

todas submissas ao conselho e propósito de Deus

nesta matéria. E há exemplos que também

manifestam quantas ocasiões ele se tornou um

grande e sinal aqui. Mas o que foi falado pode ser

suficiente para demonstrar quem é o Pai e o Autor

desta chuva. E como essa consideração pode ser

aplicada para o exercício da fé, oração e gratidão, é

manifesto.

Esta chuva cai sobre a terra; quanto à dispensaão real

da Palavra por aqueles a quem é cometida. E

podemos então observar isso, - Observação IV. É

dever daqueles a quem a dispensação da Palavra é

cometida por Deus, ser diligente em sua obra, para

que a doutrina dela possa, de qualquer forma, cair e

destilar continuamente sobre os seus ouvintes, para

que a chuva possa cair frequentemente na terra.

Page 200: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

200

Assim, de Deus é dito: "enches d'água os seus sulcos,

aplanando-lhes as leivas, amolecendo-a com a chuva,

e abençoando as suas novidades."Salmo 65:10. Em

uma estação quente e seca, uma ou duas chuvas

rápidas fazem, senão aumentar a veemência do calor

e da seca, dando ocasião a novas exalações de vapor,

que são acompanhadas com a umidade restante da

terra. De nenhum outro uso é esse tipo de pregação

morta e preguiçosa com que alguns se satisfazem e

forçam outros a se contentar.

Os apóstolos, quando este trabalho lhes foi confiado,

não seriam desviados de um atendimento constante

por nenhum outro dever, e muito menos por

qualquer outra ocasião de vida, Atos 6: 2-4. Veja o

que o nosso apóstolo diz a Timóteo para este

propósito, 2 Timóteo 4: 1-5. E um grande exemplo

disso, temos no relato que ele dá sobre o seu próprio

ministério na Ásia, Atos 20: 1. Ele declara quando

começou seu trabalho e ministério, - " Vós bem sabeis

de que modo me tenho portado entre vós sempre,

desde o primeiro dia em que entrei na Ásia",

versículo 18; isto é, na primeira oportunidade: ele

não omitiu nenhuma temporada em que ele poderia

se apossar, mas se empenhou em seu trabalho, como

era o seu procedimento em todos os lugares em que

esteve. E, 2. De que maneira ele ensinou? Ele fez isso,

(1.) Publicamente, em todas as assembléias da igreja,

e outros também onde ele poderia ter uma

oportunidade tranquila de falar; e, em particular, "de

Page 201: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

201

casa em casa", versículo 20. Todos os lugares eram

iguais para ele, e todas as assembleias, pequenas ou

grandes, para que ele pudesse ter a vantagem de

comunicar-lhes o conhecimento de Deus em Cristo.

E, o que ele declarou a eles, ou lhes instruiu? Era

"todo o conselho de Deus", versículo 27; "O

evangelho da graça de Deus", versículo 24; todas as

coisas "lucrativas para eles", versículo 20; em suma,

"arrependimento para com Deus e fé para com o

nosso Senhor Jesus Cristo", versículo 21. E, 4. Como

ele lhes dispensou a palavra? Foi por uma declaração

da vontade de Deus, versículo 27; testemunhando a

necessidade dos deveres do evangelho, versículo 21;

por constantes advertências e admoestações,

levantando os homens para a diligência na

obediência e para adverti-los de seus perigos,

versículo 31. E, 5. Quando, ou a que época, ele se

dispôs assim no cumprimento deste dever? Ele fez

isso "noite e dia", versículo 31; isto é, continuamente,

em todas as ocasiões. Ele era alguém por quem Deus

regava a sua vinha a cada momento. E, 6. Em que

condição exterior estava ele, e com qual quadro de

espírito ele acompanhava seu trabalho? Ele estava

"com lágrimas e provações que pelas ciladas dos

judeus me sobrevieram;", versículo 19, ou em

permanente perigo de sua vida pelas perseguições

que provocaram contra ele. E quanto a si mesmo, e o

quadro de seu coração nesta obra, ele o carregou

"com toda a humildade mental e com muitas

lágrimas", versículos 19, 31. Ele não foi levantado

Page 202: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

202

com presunção de glória, grandeza, e o poder de seu

ofício, da autoridade sobre todas as igrejas que ele

recebeu de Cristo; mas com humildade mental e a

mansidão era como servo de todos; com esse amor,

ternura, compaixão e fervor, como ele não podia

deixar de testemunhar por muitas lágrimas. Aqui

está o excelente exemplo para pregadores do

evangelho. Não temos sua graça, nós não temos seus

dons, não temos sua habilidade e assistência, e assim

não conseguimos chegar até ele; mas, no entanto, é

nosso dever segui-lo embora "baud passibus aequis",

e nos conformarmos com ele de acordo com nossa

oportunidade e habilidade. Confesso que não posso

deixar de admirar o que os homens imaginam sobre

ele, ou eles mesmos. Podem dizer que, desde o

primeiro dia de sua entrada em suas dioceses ou

dignidades, ou paróquias ou lugares, eles se

comportaram assim? Eles ensinaram assim,

pregaram assim, e "com lágrimas, noite e dia", a

todos os tipos de pessoas a quem eles supõem se

relacionar? Eles fizeram o seu trabalho para declarar

os mistérios do evangelho, e "todo o conselho de

Deus", e isso tanto publicamente quanto em

particular, a noite e dia, de acordo com suas

oportunidades? Diz-se, de fato, que essas coisas

pertenciam ao dever e ao cargo dos apóstolos, mas

aqueles que os sucedem como supervisores comuns

da igreja podem viver de outra maneira e ter outros

trabalhos a fazer. Se eles deveriam carregá-lo com

aquela humildade mental como ele fez, e usar

Page 203: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

203

súplicas com lágrimas como ele fez, e pregar

continuamente como ele fez, eles deveriam ter pouca

alegria de seu ofício; e além disso, eles deveriam ser

até mesmo ser desprezados pelas pessoas. Essas

coisas, portanto, são supostas não pertencerem a

eles. Sim, mas nosso apóstolo dá toda essa conta

sobre os próprios bispos da igreja de Éfeso,

versículos 17, 28; e, no final, diz-lhes que ele lhes

mostrou todas as coisas como deveriam fazer,

versículo 35. E o que ele apreendeu é o dever de todos

a quem a dispensação da Palavra é cometida, ele se

manifesta no seu último encargo solene que ele

repartiu um pouco com o seu filho Timóteo antes da

morte: 2 Timóteo 4: 1,2: "Conjuro-te diante de Deus

e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os

mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; prega a

palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta,

repreende, exorta, com toda longanimidade e

ensino.", assim o versículo 5. Ele fez mais, ele mesmo,

do que o que ele exige de Timóteo, de acordo com a

proporção de suas habilidades. E a descarga deste

trabalho não deve ser medida por instâncias

particulares da frequência da pregação, mas, com

esse propósito, desígnio e condição de coração, que

deveriam estar nos ministros, de se entregar ao

máximo no trabalho do ministério em todas as

ocasiões, resolvendo "gastar e e se deixar gastar"

nele. Eu poderia facilmente mostrar quanta

frequência e urgência é indispensavelmente

necessária na pregação da Palavra, daqueles a quem

Page 204: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

204

o trabalho é cometido, de modo que a chuva possa

cair sobre a terra; mas eu não devo alongar-me

muito. O comando de Deus; o amor e o cuidado de

Cristo para com a igreja; a finalidade da paciência e

do sofrimento de Deus; a manifestação futura de sua

glória na salvação dos crentes e a condenação

daqueles que são desobedientes; as necessidades das

almas dos homens; a natureza e o meio do caminho

pelo qual Deus dá suprimentos espirituais pelo

ministério da Palavra; a fraqueza de nossas

faculdades naturais da mente em receber, Hebreus

5:11, Isaías 28: 9,10, e da lembrança em conservar

coisas espirituais, Hebreus 2: 1, 12: 5; a fraqueza da

graça, Apocalipse 2: 2, que exige refrigérios

contínuos, Isaías 27: 3; a frequência e a variedade das

tentações, interrompendo a paz com Deus, 2

Coríntios 12: 8,9; o desígnio de Cristo para nos levar

gradualmente à perfeição, - todos possam ser

invocados neste caso; mas a lei deste dever está, em

certa medida, escrita nos corações de todos os

ministros fiéis, e daqueles que de outra forma

suportarão seus próprios encargos. Ainda; é comum

que toda a terra beba frequentemente a chuva que cai

sobre ela, embora apenas algumas partes sejam

férteis, como aparecerá na seguinte distribuição

delas. De onde podemos observar isso, - Observação

V. A presença da palavra pregada, ouvindo-a com

alguma diligência e dando-lhe algum tipo de

recepção, não faz grande diferença entre os homens;

pois isso é comum para aqueles que nunca se tornam

Page 205: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

205

frutíferos. - Isto é tão claramente exemplificado pelo

nosso Salvador na parábola dos vários tipos de solos

que recebem a semente da palavra, mas, em várias

ocasiões, perdem o poder dela e nunca chegam a

frutificar, que não precisa mais consideração. E

temos aqueles que apenas ouvem a palavra, e nada

mais. Tais pessoas são como pedras, que, quando a

chuva cai sobre elas, não faz impressão nelas; eles

não bebem nada. Não é de outra forma, eu digo, com

muitos ouvintes, que parecem não ter o menor

sentido do que costumam atender. Mas esses são

pretendidos no texto e na proposição que, em certa

medida, a recebem e bebem. Eles lhe dão entrada em

seus entendimentos, onde eles se familiarizam

doutrinariamente com a verdade do evangelho; e eles

dão alguma entrada em suas afeições, de onde deles

é dito "receber a palavra com alegria", e além disso,

eles permitem uma influência sobre suas condutas -

como Herodes fez, que ouviu as pregações de João

Batista "com prazer e fez muitas coisas". Todas estas

coisas que os homens podem fazer, e, no entanto,

comprovem ser a parte da terra que bebe a chuva e

ainda é absolutamente estéril, e produz espinhos e

abrolhos. Ainda há vontade de "recebê-lo em um

coração bom e honesto", e o isto inclui depois

aparecerá. E ainda podemos observar, isso, -

Observação VI. Deus tem prazer em exercitar muita

paciência com aqueles a quem já concede a

misericórdia e o privilégio de sua palavra. - Ele não

procede atualmente contra eles por sua esterilidade,

Page 206: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

206

mas permanece até que a chuva tenha caído muitas

vezes sobre o solo. Mas há uma temporada e um

período de tempo designados, além do qual ele não

vai mais esperar por eles, como nós devemos ver.

Terceiro, a distribuição desta terra em várias partes,

com os diferentes lotes e seus eventos, deve ser

considerada. O primeiro tipo que o apóstolo descreve

de duas maneiras: 1. Por sua fecundidade; 2. Por sua

aceitação com Deus. E esta fecundidade, ele

manifesta ainda: (1.) Do próprio fruto que ela produz,

- é "erva" ou "ervas"; (2.) Da natureza e uso desse

fruto, é "por aqueles por quem é lavrada", (3.) a

maneira, é "proveitosa". Estas coisas devemos abrir

um pouco em sua ordem, como estão no texto: - 1.

Tiktei, "traz". Tiktousa botnhn. Esta palavra significa

adequadamente o surgimento de uma mulher que

concebeu um filho: Lucas 1:31. E, portanto, é

constantemente usado no Novo Testamento, e não de

outra forma, mas apenas neste lugar, e Tiago 1:15.

Em uma semelhança elegante, ele compara o

trabalho de conforto na tentação de uma concepção

adúltera no ventre da adúltera, quando finalmente o

pecado real é produzido. As sementes dele são

lançadas na mente e pela tentação; onde, depois de

serem aquecidos, fomentados e apreciados, o pecado,

esse monstro feio, vem ao mundo. Assim, desta terra

é dito "produzir", como um útero natural e

gentilmente impregnado, na época designada. E,

portanto, quando o apóstolo fala do outro tipo, ele

altera sua expressão por uma palavra que se adequa

Page 207: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

207

a uma produção deformada e monstruosa. Mas o

poder nativo da terra, sendo apreciado pela chuva

que cai sobre ela, produz como de um útero voraz os

frutos dessas sementes. 2. "Traz" botanhn, "generans

herbam". A palavra significa "ervas verdes", como

geralmente são produzidas por cultura cuidadosa,

para o uso correto e imediato dos homens, e não do

seu gado. O mesmo que Gênesis 1:11, - todos os tipos

de ervas verdes úteis, sejam medicinais ou para

alimentação, ou beleza e ornamento. 3. A natureza

deste fruto de ervas é euqetov. Alguns o traduzem por

"oportuno", e alguns por "proveitoso”. Aqueles que

usam a primeira palavra parecem se referir à estação

em que o fruto é produzido, como no Salmo 1:3. E

este é o louvor dele, que não opera demora, mas

produz em seu tempo e estação adequados, quando

seus proprietários e cultivadores acabaram de se

fundamentar e ter motivos para esperar e procurá-lo.

E é um elogio especial de qualquer coisa que dê

frutos; e o que está fora de época é desprezado, Salmo

1:4. A última palavra se refere à utilidade e

lucratividade do fruto produzido. Podemos

compreender ambos os sentidos, e justamente supor

que os dois são aplicáveis. Então, Tiago o chama de

"precioso fruto da terra", que o agricultor espera

pacientemente, até que a terra tenha recebido a

chuva anterior e posterior, Tiago 5: 7. 4. Por fim,

estas ervas assim apresentadas são "para aqueles por

quem é cultivada", ou "por quem é lavrada". A

partícula conjuntiva aditiva kai não é supérflua ou

Page 208: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

208

insignificante. Declara uma adição de cultura à

chuva. Pois, além da queda de chuva na terra,

também há necessidade de uma cultura adicional,

para que ela seja frutífera, ou traga ervas de forma

oportuna, o que será proveitosa para os homens.

Pois, se apenas a chuva cair sobre ela, isso produzirá

muitas coisas; mas se não for cultivada, por uma erva

útil produzirá muitas ervas daninhas. A terra deve ser

cultivada, pela sua natureza e pela lei de sua criação,

e, portanto, Adão deveria ter cultivado e lavrado o

solo no jardim antes da queda, Gênesis 2:15. E esta é

a principal preocupação daquele que pretende viver

no campo. A queda da chuva sobre a terra é comum

ao todo. O que dá a um campo uma relação peculiar

com qualquer um é, que ele deve ser lavrado e

cultivado. O dono do terreno, o senhor do campo ou

da vinha. O solo é cultivado ou mantido para seu uso,

e ele come dos frutos dele. Mas Deus, como ele é o

grande agricultor é o Senhor da vinha, ela é dele, e ele

cultiva as vinhas, para que deem frutos, João 15: 1,2.

Ainda; o terreno, assim frutífero, "recebe a bênção de

Deus". E a bênção de Deus com respeito a um campo

frutífero é dupla, - (1.) Antecedente, na comunicação

da bondade ou da virtude causadora de frutos. "O

cheiro do meu filho é como o cheiro de um campo que

o Senhor abençoou" Gênesis 27:27; - um campo que

abunda em flores e frutos, produzindo um aroma

suave; sendo tão frutífero pela singular benção de

Deus. Mas esta não é a benção aqui pretendida; pois

é suposto que este campo já seja frutífero, de modo a

Page 209: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

209

produzir ervas úteis; e, portanto, deve ser

antecedentemente interessado neste tipo de bênção,

sem a qual nada pode prosperar. Portanto, (2.) A

bênção de Deus é tomada pela consequente aceitação

ou aprovação, com cuidado e vigilância para uma

melhoria adicional. A bênção de Deus é em grande

parte descrita, Isaías 27: 2,3. E há três coisas

incluídas nesta bênção de um campo frutífero: - (1.)

A posse, a aceitação ou a aprovação dela. Tal campo

que Deus possui, e não se envergonha de que seja

encarado como seu. E isso se opõe à rejeição do

terreno árido depois mencionado, - "é rejeitado". (2.)

O cuidado, vigilância e diligência que são usados

sobre isso. Deus vigia sobre tal campo ou vinha para

mantê-lo noite e dia, para que ninguém o destrua,

regando-o a cada momento e podando os ramos de

suas videiras, para torná-los ainda mais frutíferos; -

isto se opõe a "estar perto da maldição", isto é,

totalmente negligenciado ou deixado em sal e

esterilidade. (3.) Uma preservação final de todo o

mal; - opõe-se à queima da terra árida, com os

espinhos e os abrolhos que crescem sobre ela. Essas

coisas são faladas apenas do solo, de onde a

comparação é tomada, que a sua aplicação, embora

não expressada, às coisas espirituais pretendidas é

simples e fácil. Pois, - 1. A terra assim lavrada, que

produz fruto e é abençoada por Deus, é o crente

verdadeiro e sadio. Portanto, nosso Salvador declara

ser isto na interpretação de sua própria parábola para

este propósito, em Mateus 13. São como "receber a

Page 210: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

210

palavra de Deus, em corações bons e honestos", e

produzir frutos dela em vários graus; - como, tendo

sido plantados e regados, com um aumento forjado

neles pela graça de Deus, 1 Coríntios 2: 6,7. 2. É

incluído aqui a forma como produzem os frutos

pretendidos; e isto é, que eles produzem em suas

vidas o que antes era concebido e apreciado em seus

corações. Eles têm a raiz em si mesmos do que

produzem. Então, a palavra aqui usada significa, a

saber, produzir o fruto de uma concepção interior. A

doutrina do evangelho, como lançada em seus

corações, não é apenas chuva, mas semente também.

Isto é apreciado pela graça como semente preciosa;

e, a partir de uma raiz ou princípio natural no

coração, produz frutos preciosos. E aqui consiste a

diferença entre a frutificação dos verdadeiros crentes

e as obras dos hipócritas ou falsos professantes: estes

produzem frutos como cogumelos; - Eles surgiram de

repente, têm muitas vezes um grande volume e boa

aparência, mas eles são apenas uma excrescência

forçada, eles não têm nenhuma semente ou raiz

natural na terra. Eles não procedem de um princípio

vivo deles em seus corações. O outro tipo, primeiro,

os concebe, ama e os fomenta em seus corações e

mentes; de onde eles os trazem de um princípio

genuíno e natural. Este é de ambos os lados

totalmente declarado pelo próprio Salvador, Lucas 6:

43-45. 3. Existem ervas ou frutos destinados. Estes

são os que em outras partes da Escritura são

chamados "os frutos do Espírito", "os frutos da

Page 211: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

211

justiça", "da santidade" e outros. Tudo o que fazemos

em conformidade com a vontade de Deus, no

decorrer da nossa profissão e obediência, é desse

tipo. Todos os efeitos da fé e do amor, da mortificação

e da santificação, que são santos em si mesmos e

úteis aos outros, pelo que expressamos a verdade e o

poder dessa doutrina do evangelho que professamos,

são os frutos e as ervas pretendidas. Quando nossos

corações são santos e nossas vidas úteis pelo

evangelho, então somos frutíferos. 4. Estas ervas são

ditas para serem produzidas "por quem" (ou "para

quem") "a terra é lavrada". Como não é útil nem

seguro pressionar similitudes além de seu principal

escopo e intenção, e para trazer cada circunstância

minima na comparação; por isso, não devemos

negligenciar o que é bastante instrutivo nelas,

especialmente se a aplicação das coisas uma para a

outra tem uma tipologia e uma orientação dada em

outros lugares da Escritura, como é neste caso.

Portanto, para clarear a aplicação desta parte da

similitude, podemos observar, - (1) Que o próprio

Deus é o grande lavrador, João 15: 1; e todos os

crentes são "criação de Deus", 1 Coríntios 2: 9. Ele é,

assim, o agricultor como o Senhor soberano e dono

deste campo ou vinha; e ele coloca os trabalhadores

para cultivá-lo. Isto nosso Salvador expõe em geral

em sua parábola em Mateus 21:33, etc. Por isso, ele

chama seu povo de sua "porção" e "a porção de sua

herança", Deuteronômio 32: 9. Ele fala como se

tivesse desistido de todo o mundo, além da posse de

Page 212: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

212

outros, e tivesse mantido seu povo apenas para si

mesmo. E assim ele tem, quanto à especial relação

abençoada que ele pretende. (2.) É o próprio Deus

quem cuida da rega e do cultivo deste campo. Ele lida

com isso como um homem com um campo que é dele.

Isto ele expressa, em Isaías 5: 2; Mateus 21: 33,34. A

dispensação da palavra e a comunicação do Espírito

para a igreja, com todos os outros meios de luz, graça

e crescimento, dependem de todos os seus cuidados,

e são todos supremamente dele, como foi

demonstrado antes. Para este fim, ele emprega seus

servos para trabalhar e cultivar debaixo dele, que são

"trabalhadores junto com Deus", 1 Coríntios 2: 9;

porque eles são empregados por ele, fazem seu

trabalho e têm o mesmo fim com ele. (3.) Esta

lavragem ou cultivo da terra, que é superadicionada

à chuva, ou a mera pregação do evangelho, denotada

assim, pode ser referida a três cabeças: [1.] A

aplicação ministerial da palavra às almas e às

consciências dos homens, na dispensação de todas as

ordenanças do evangelho. Este é a segunda grande

finalidade do ministério, como a dispensação da

palavra em geral, ou a chuva, é a primeira. [2.] A

administração das censuras e da disciplina da igreja.

Isso pertence ao lavrar e purgar a vinha de Deus; e de

uso singular é para esse fim, onde é justamente e

devidamente atendido. E aqueles que, sob pretexto

aqui, em vez de purgar a vinha, esforçam-se para

desenterrar as vinhas, terão pouco agradecimento

dele por sua diligência e dores. [3.] Aflições e

Page 213: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

213

provações. Por isso ele purgou a sua videira, para que

ela ofereça ainda mais frutos; isto é, ele prova, exerce

e, assim, melhora, a fé e a graça dos crentes, 1 Pedro

1: 7; Romanos 5: 3-5; Tiago 1: 2-4. (4.) Deus espera

um fruto deste campo, que é dele próprio, e com o

qual ele assim se preocupa: "Procurei por uvas",

Isaías 5: 2. Ele envia seus servos para receber os

frutos disso, Mateus 21:34. Embora ele não seja

necessário de nós nem da nossa bondade, - não se

estende a ele, não podemos aproveitá-lo como um

homem pode beneficiar o vizinho, nem se

enriquecerá com a nossa substância, mas ele é

graciosamente satisfeito por estimar os frutos da

obediência ao evangelho, os frutos da fé e do amor,

da justiça e da santidade; e por eles será glorificado:

"Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito

fruto", João 15: 8; Mateus 5:16. (5) Estes frutos,

quando são trazidos, Deus aprova, aceita e abençoa.

Alguns pensam que não há uso desses frutos, mesmo

que sejam meritórios de graça e glória. Mas a

aceitação de Deus deles aqui é chamada de sua

bênção, a benção deles por produzi-los. Agora uma

bênção não pode ser merecida; é um ato de

recompensa e autoridade, e tem a natureza de um

dom gratuito, que não pode ser merecido. O que um

campo merece daquele por quem é regado e

cultivado, quando produz ervas para o seu uso? Eles

são todos menos os frutos de seu próprio trabalho,

custo e dores. O campo é apenas o assunto que ele

fez, e é dele mesmo. Todos os frutos da nossa

Page 214: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

214

obediência são apenas os efeitos de sua graça em nós.

Somos um assunto com o qual ele agradou

graficamente trabalhar. Somente ele está satisfeito,

de uma maneira de infinita condescendência, possuir

em nós o que é dele e perdoar o que é nosso. Portanto,

a bênção de Deus em crentes frutíferos consiste em

três coisas: - [1.] Sua aprovação e graciosa aceitação

delas. Então diz-se que "ele atentou a Abel e à sua

oferta", Gênesis 4: 4. Ele aceitou graciosamente tanto

a sua pessoa como a seu sacrifício, possuindo e

aprovando ele, quando Caim e a sua oferta foram

rejeitados. Então "ele sentiu o aroma suave" do

sacrifício de Noé, Gênesis 8:21. E para testemunhar

que ele ficou satisfeito com isso, ele tomou ocasião

para renovar e estabelecer sua aliança com ele e sua

semente. [2.] É aumentando sua fecundidade. "Todo

ramo" na videira "que dá frutos, ele o poda, para que

dê mais frutos", João 15: 2. Ele "multiplica a semente

que é semeada", e "aumenta os frutos da sua justiça",

2 Coríntios 9:10. Este é o caminho constante de Deus

em suas relações de aliança com cristãos prósperos e

frutíferos; ele os abençoa tanto quanto as suas graças

e frutos abundam cada vez mais, de modo que eles

florescerão até na velhice, e produzirão mais frutos

até o fim. [3.] Ele os abençoa na preparação que ele

fez para dar-lhes uma recompensa eterna. Uma

recompensa é, de fato, de graça, mas ainda é uma

recompensa, "uma recompensa de recompensa".

Pois, embora não seja de mérito ou merecido, e

embora não haja proporção entre nossos trabalhos,

Page 215: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

215

deveres ou frutos , e, ainda assim, porque eles serão

de propriedade dele, não serão perdidos nem

esquecidos, e Deus neles testifica sua aceitação deles,

pela sua recompensa. VII. Onde Deus concede meios,

lá ele espera frutos. Alguns homens consideram o

que é o estado das coisas com eles, enquanto o

evangelho é pregado para eles. Alguns o ignoram

absolutamente mais do que como se adequa aos seus

interesses e vantagens carnais; pois o evangelho está

presente no mundo, pelo menos em muitas partes,

em que grandes multidões fazem mais benefícios por

uma pretensão disso, ou o que lhe pertence, e têm

maiores avanços seculares e vantagens do que

poderiam possivelmente, pelo máximo de sua

diligência e capacidade de qualquer outra maneira,

honesta ou desonesta, atingir. Estes o estimam de

acordo com seus interesses mundanos, e na sua

maioria não de outra forma; eles são comerciantes de

almas, Apocalipse 18: 11-13; 2 Pedro 2: 3. Alguns

consideram isso como aquilo em que eles estão

realmente preocupados, e ambos assumirão a sua

profissão e usá-lo-ão em suas consciências, conforme

a ocasião o exija. Mas poucos são os que consideram

seriamente o que é o recado que ele transmite, e o que

é o trabalho que Deus tem em mãos assim. Em

resumo, ele está com água, fertilizando, cultivando as

almas dos homens, para que elas produzam fruto

para o seu louvor e glória. Seu negócio por isso é

tornar os homens santos, humildes, abnegados,

justos, úteis, retos, puros no coração e na vida, para

Page 216: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

216

abundarem em boas obras ou serem como ele em

todas as coisas. Para atingir estes fins é adequado

este santo meio; e, portanto, de Deus é justamente

dito esperar esses frutos onde ele concede esses

meios. E se estes não forem encontrados em nós,

todos os fins da criação de Deus estão perdidos em

nossa direção; que será o problema que vai visto no

próximo versículo. Isso, portanto, deve estar sempre

em nossas mentes enquanto Deus está tratando

conosco pela dispensação do evangelho. É fruto que

ele pretende, é fruto que ele procura: e se falharmos

aqui, a vantagem do todo, tanto para o bem como

para a sua glória, é completamente perdida; do qual

devemos dar contas inevitavelmente. Porque este

fruto, Deus espera e exigirá. Este é o trabalho e efeito

do evangelho, Colossenses 1: 6. E o seu fruto é triplo:

1. Das pessoas, na sua conversão a Deus, Romanos

15:16. 2. Da verdadeira santidade interna neles, ou

dos frutos do Espírito, Gálatas 5: 22,23. 3. Os frutos

externos da justiça e do amor, 2 Coríntios 9:10;

Filipenses 1:11. Deus olha para isto, Isaías 5: 4; Lucas

13: 7; e ele nem sempre suportará uma frustração.

Um bom lavrador encontrará espinhos e abrolhos

crescendo no campo; mas se uma videira ou figueira

estiver estéril em seu jardim, ele vai cortá-la e jogá-la

no fogo. No entanto, Deus nem sempre continuará

com essa criação, Isaías 28; Amós 6: 12-14.

Observação VIII. Os deveres da obediência ao

evangelho são frutos para Deus, coisas que têm uma

tendência adequada e especial para a sua glória. -

Page 217: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

217

Como os frutos preciosos da terra, que o agricultor

espera, são conhecidos por seu uso, isto é, para

fornecer suas necessidades, então, estes deveres da

obediência do evangelho respondem a todos os fins

da glória de Deus, que ele designou para ele no

mundo. "Nisto", diz o nosso Salvador, "é glorificado

meu Pai, que produzam muitos frutos".

E devemos perguntar como esses frutos são

produzidos para Deus. Pois, 1. Não são, como se ele

estivesse em alguma necessidade deles para a sua

glória. "A nossa bondade não se prolonga a ele",

Salmo 16: 2. Não faz isso, como se ele precisasse

disso, ou colocasse algum valor para ele próprio. Por

isso, ele rejeitou todos os que multiplicaram os

serviços externos nos quais os homens confiavam,

como se o obrigassem por eles; porque sem eles ou

seus serviços ele é o possuidor soberano de todos os

seres criados e seus efeitos.

Todos os pensamentos são rejeitados. Veja Jó 22:

2,3, 35: 7, 8. 2. Eles não são produzidos para Deus,

como se eles respondessem perfeitamente à sua lei.

Pois, com respeito a isso, "todas as nossas justiças são

trapos imundos", como é dito em Isaías 64: 6. E se

ele marcasse o que está mal em nós, quem poderia

suportar? Salmo 130: 3. 3. Muito menos eles são tão

conhecidos por ele, pois, por eles, devemos merecer

qualquer coisa da sua parte. Esta presunção tola é

contrária à própria natureza de Deus e do homem,

Page 218: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

218

com essa relação entre eles que necessariamente se

origina em seus próprios seres. Para o que pode um

pobre verme da terra, que não é nada, que não tem

nada que é bom, senão o que recebe de graça divina,

favor e graça, ter mérito diante daquele que, do seu

ser e da natureza, não pode ser obrigado a isso, mas

o que é meramente de seu próprio prazer soberano e

bondade?

Eles, portanto, não se encontram de outra forma para

Deus, senão em e através de Cristo, de acordo com a

infinita condescendência que lhe agrada exercer na

aliança da graça. Daí o Senhor Jesus Cristo, 1. Faz as

nossas pessoas serem aceitas, como foi a de Abel,

através da fé nele; que foi o fundamento da aceitação

de sua oferta, Gênesis 4: 4, Hebreus 11: 4. E isso

também é gracioso; é "para o louvor de sua graça

gloriosa, em que ele nos aceita no Amado", Efésios 1:

6. E, 2. Ele leva e tira a iniquidade que se prendem a

eles quando eles procedem de nós, o que os torna

inapropriados para Deus. Isto foi escrito na lâmina

de ouro, onde estava inscrito "Santidade ao Senhor",

que estava na testa do sumo sacerdote. Foi porque ele

"suportaria a iniquidade das coisas sagradas" do

povo, Êxodo 28: 36-38. Isso, Cristo revelou na

expiação que ele fez de todo pecado, e tirando-o à

vista de Deus.

E 3. Ele acrescenta o incenso da sua própria

mediação a eles, para que tenham um sabor doce na

Page 219: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

219

sua oferta a Deus, Apocalipse 8: 3. Com esse

fundamento, Deus os criou graciosamente para os

fins da sua glória e aceitou-os.

Porque, - 1. A vontade de seu comando é cumprida

por isso; e isso tende à glória de seu governo, Mateus

7:21. Devemos orar para que a vontade de Deus seja

feita na terra, como é no céu. A glória que Deus tem

no céu, do ministério de todos os seus santos anjos,

consiste nisso, que sempre, com toda prontidão e

alegria, observem os seus mandamentos e façam a

sua vontade, estimando que estão fazendo a sua

honra e bem-aventurança.

Pois, por isso, é a regra e a autoridade de Deus,

conhecida, exaltada; cuja negligência foi o pecado e a

ruína dos anjos apóstatas. Do mesmo modo, nossos

frutos de obediência são os únicos agradecimentos

que podemos ou fazemos à autoridade suprema e ao

governo de Deus sobre nós, como o único legislador,

que tem poder para matar e manter vivo. A glória de

um rei terreno consiste principalmente na

obediência voluntária que seus súditos concedem às

suas leis. Pois eles reconhecem expressamente que

consideram suas leis sábias, justas, úteis à

humanidade, e também reverenciam sua autoridade.

E é a glória de Deus, quando os assuntos de seu reino

testificam a todos, a sua disposição e alegre sujeição

a todas as suas leis, como santo, justo e bom, pelos

frutos da sua obediência; como também que é a

Page 220: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

220

principal honra e felicidade dele estarem no seu

serviço, João 15:14.

Nisto é nosso Pai celestial glorificado, como ele é o

nosso grande rei e legislador. 2. Existe nos frutos da

obediência uma expressão da natureza, poder e

eficácia da graça de Deus, pelos quais também é

glorificado; porque ele faz todas as coisas "para o

louvor da glória da sua graça", Efésios 1: 6. Em todas

as atuações da luxúria e do pecado, na seca e no pó

da esterilidade, apresentamos uma inimizade contra

ele e nossa contrariedade a ele, atuando sobre o

princípio da primeira rebelião e apostasia dele. Estes

coisas, em sua própria natureza, tendem muito à sua

desgraça, Ezequiel 36:20. Mas estes frutos de

obediência são todos os efeitos da sua graça, nos

quais ele "trabalha em nós para querer e fazer o seu

próprio prazer". E por este meio são ambos o poder e

a natureza dessa graça manifestados e glorificados. O

poder dele, fazendo frutificar os solos estéreis de

nossos corações, que, como debaixo da maldição, não

produziriam nada além de espinhos e abrolhos.

Portanto, para que nossos corações abundem nos

frutos da fé, do amor, da mansidão e de toda a

obediência santa e evangélica, é aquilo em que o

poder da graça de Deus é manifestado e ampliado,

Isaías 11: 5-8. E eles também declaram a natureza de

Deus. Pois são todas coisas boas, benignas, lindas,

úteis à humanidade; como dar paz, quietude e benção

às almas daqueles em quem estão; como tendem à

Page 221: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

221

restauração de todas as coisas em sua própria ordem,

e ao alívio do universo, trabalhando sob sua confusão

e vaidade, Filipenses 4: 8. Assim, eu digo, são todos

os frutos da santa obediência nos mentirosos; tal é a

sua natureza e tendência, por meio da qual declaram

o que é a graça da qual procedem, Tito 2: 11,12. E aqui

é Deus muito glorificado no mundo. 3. Eles se

encontram para Deus e tendem para a sua glória, na

medida em que expressam e manifestam a eficácia da

mediação do Senhor Jesus Cristo, na obediência de

sua vida e no sacrifício de sua morte. O que ele

apontou neles, Tito 2:14; Efésios 5: 25-27. É em Jesus

Cristo que Deus será glorificado. E isso se manifesta

nos efeitos de sua sabedoria e amor na sua mediação.

Pois por isso declaramos e mostramos as "virtudes

daquele que nos chamou" 1 Pedro 2: 9; ou o poder

efetivo da mediação de Cristo, da qual esses frutos

são os efeitos e produtos. Nós não declaramos apenas

a excelência e a santidade de sua doutrina, que

ensinam essas coisas, mas também o poder e a

eficácia de seu sangue e intercessão, que os

produzem para nós e os trabalham em nós. Deus é

glorificado por este meio, em que algum retorno é

feito para a sua bondade e amor. Que uma criatura

deve fazer qualquer retorno a Deus, responsável ou

proporcional aos efeitos de sua bondade, amor e

graça para com ela, é totalmente impossível. E, no

entanto, esses homens devem se preocupar e

satisfazer, antes de falar de um mérito adicional. Para

o que podemos merecer adequadamente de suas

Page 222: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

222

mãos, cujas recompensas precedentes chegamos

infinitamente a pouca resposta ou satisfação em tudo

o que podemos fazer? Mas este de fecundidade em

obediência é o caminho que Deus designou, por meio

do qual podemos testemunhar nosso senso de amor

divino e bondade, e expressarmos nossa gratidão. E,

por este meio, nossos frutos da justiça redundam

para a glória de Deus. 4. Deus em e por eles estende

seus cuidados, bondade e amor aos outros. É sua

vontade e prazer que muitos que se desejam de

maneira especial, e outros também entre a

comunidade da humanidade, às vezes devem ser

lançados, e, talvez, estar sempre em condições de

necessidades e dificuldades neste mundo. Para

cuidar deles, para provê-los, para aliviá-los, para que

eles também tenham uma sensação especial de sua

bondade e sejam fundamentais para estabelecer o

seu louvor, é incumbente daquele que é o grande

provedor para todos. Agora, um caminho de sinal

pelo qual ele fará isso, é pelos frutos da obediência

produzidos nos outros. Sua caridade, sua compaixão,

seu amor, sua recompensa, devem ajudar e aliviar os

que estão em necessidades, dificuldades, tristezas,

pobreza, prisão, exílio ou similares. E assim é em

todos os outros casos. A sua mansidão, a paciência, a

longanimidade, que são destes frutos, serão úteis aos

outros, sob suas fraquezas e tentações. O seu zelo, o

seu trabalho de amor ao ensinar e instruir, ou pregar

a palavra, serão os meios da convicção e da conversão

dos outros. Então, por favor, Deus, por esses frutos

Page 223: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

223

de obediência em alguns, para comunicar de sua

própria bondade e amor, para ajudar, aliviar,

socorrer e restaurar os outros. Para aqueles que são

tão aliviados, ou pelo menos devem olhar para todos

como provenientes diretamente de Deus. Pois é ele

quem não apenas ordena aos que são os meios de sua

transferência para fazer o que fazem, mas ele

diretamente trabalha neles por sua graça, sem a qual

nada seriam. E tudo isso redunda para a glória de

Deus. Este nosso apóstolo expressa em grandeza, 2

Coríntios 9: 12-15: "Para a administração deste

serviço" (isto é, a contribuição benéfica e generosa

dos Coríntios para os pobres da igreja de Jerusalém)

"não só atende as necessidades dos próprios santos"

(cujo pensamento pode dar grande satisfação às

mentes dos homens benignos e compassivos, ou seja,

terem sido capazes de aliviar os outros), "mas é

abundante também por muitas ações de graças a

Deus". Ele tem esse efeito sobre as mentes de todos

os que estão preocupados com ele, ou sabem disso,

para que eles abundem em gratidão e louvor a Deus.

E ele mostra os motivos e o caminho pelos quais esse

louvor é assim devolvido a Deus. Porque, - (1.) Eles

consideram não apenas o que é feito, mas o princípio

de onde procede: "Enquanto, através do experimento

deste ministério, glorificam a Deus por sua sujeição

professada ao evangelho". Isto, no primeiro lugar,

afeta-os muito, que, antes que eles apenas ouvissem,

pode ser um relatório, que você, ou alguns de vocês,

foram convertidos para a fé do evangelho, eles têm

Page 224: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

224

agora, por "este ministério", isto é, o alívio da

recompensa sendo-lhes comunicado, tais provas e

segurança, que com um consentimento eles louvem e

glorifiquem a Deus pela obra de sua graça para vocês.

E, de fato, isso geralmente é a primeira coisa que

afeta as mentes de qualquer um dos santos de Deus,

em qualquer alívio que Deus tenha prazer em

entregar a eles por meio dos outros. Eles admiram e

bendizem a Deus por sua graça para com eles, por

cuja bondade e compaixão são aliviados. Assim, Deus

é glorificado por esses frutos. (2.) E o segundo

fundamento de seus lances foi, a distribuição liberal

para si mesmos, como eles encontraram pela

experiência; e a "todos os homens", como eles foram

informados e creram. O ministério em si

testemunhou a fé e a obediência ao evangelho; mas a

natureza dela, que era liberal e generosa, evidenciava

a sinceridade e fecundidade de sua fé, ou "a suprema

graça de Deus neles", ver. 14. Eles viram que não

havia um trabalho comum de graça sobre esses

Coríntios, envolvendo-os em uma profissão comum

em seus deveres, o que ainda era uma questão de

grande gratidão para Deus; mas que, de fato, a graça

de Deus abundou muito neles, o que produziu esses

frutos de maneira tão abundante. Além disso, o

apóstolo acrescenta um duplo caminho pelo qual

Deus foi glorificado, distinto da atribuição direta de

louvores a ele. "Enquanto eles, pela oração por vós,

demonstram o ardente afeto que vos têm, por causa

da superabundante graça de Deus que há em vós." Ou

Page 225: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

225

seja, por ambos. Essas ações glorificaram a Deus,

tanto em suas orações quanto a uma oferta de graça

divina e de graça àqueles por quem foram aliviados,

e em seu amor inflamado em relação a eles e saudade

deles, o que só foi ocasionado por seu alívio; mas a

causa real, o motivo e o objeto disso, era "a suprema

graça de Deus neles", o que foi evidenciado assim. E

por ambos, Deus é grandemente glorificado. Daí o

apóstolo conclui o todo com esse hino de louvor

triunfante a Deus: "Graças a Deus pelo seu dom

inefável." "Isto" diz ele "é um dom que não pode ser

suficientemente declarado entre os homens e,

portanto, Deus é mais admirado nele." E o apóstolo

pressiona a ocasião de sua gratidão comum em uma

palavra que pode incluir a graça de Deus dada aos

Coríntios, permitindo-lhes o seu dever e o fruto dessa

graça na oferta conferida aos santos pobres; ambos

eram o dom de Deus, e em ambos ele foi glorificado.

E a este respeito, especialmente, os frutos da nossa

obediência ao evangelho se encontram com aquele

por quem somos vestidos; isto é, tem uma tendência

especial para a glória de Deus. Daí é a cautela do

apóstolo, em Hebreus 13:16: "Mas não vos esqueçais

de fazer o bem e de repartir com outros, porque com

tais sacrifícios Deus se agrada." Nossas orações e

louvores também, como ele declara no versículo

anterior, são" sacrifícios a Deus ", e aceitáveis a ele,

versículo 15. Toda a nossa obediência é "nosso culto

racional" é um sacrifício aceitável a Deus, Romanos

12: 1; sim, mas nestes frutos de benignidade,

Page 226: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

226

generosidade, caridade, bem e comunicação em

grande parte e liberalmente, Deus fica de uma

maneira peculiar, satisfeito, como cheirando um

aroma suave através de Cristo em tais sacrifícios. 5.

Eles se encontram para Deus, porque são como

primícias dele da criação. Quando Deus tomou e

salvou a terra de Canaã, que ele fez sua própria de

maneira peculiar, das mãos de seus adversários, e

deu-a ao seu próprio povo para possuir e herdar, ele

exigiu deles, que, no seu primeiro momento ali, eles

deveriam vir e apresentar-lhe o "primeiro de todos os

frutos da terra", como um reconhecimento de seu

direito à terra, e sua generosidade para com eles,

Deuteronômio 26: 1-8, etc. A criação inteira feita pelo

pecado como se fosse sair da posse de Deus; - não do

seu direito e poder, mas de seu amor e favor: Satanás

tornou-se o "deus deste mundo", e todo o mundo

estava sob o poder do mal. Por Jesus Cristo, ele o

resgata novamente de sua escravidão a Satanás. Mas

isso ele não fará tudo de uma só vez, mas ele terá

algumas primícias oferecidas a ele como um

reconhecimento de seu direito, e como uma

promessa de sua entrada na posse do todo. E Deus é

grandemente glorificado na apresentação dessas

primícias, na recuperação da criação para si mesmo,

que é uma garantia de vindicar o todo da servidão

presente. E são os crentes que são estas primícias

para Deus: Tiago 1:18, "De sua própria vontade nos

gerou com a palavra da verdade, para que devamos

ser uma espécie de primícias de suas criaturas". Mas

Page 227: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

227

nós não somos assim, senão em nossa fecundidade.

Assim, é que há uma receita de glória e louvor

retornado a Deus a partir desta parte inferior da

criação; sem o que não tem nada além de espinhos e

abrolhos à sua vista. Nestas, portanto, e coisas

semelhantes, consiste a satisfação de nossos frutos

de obediência a Deus, ou a sua glória. Ainda, -

Observação IX. Onde quer que haja frutos sinceros

de fé e obediência encontrados nos corações e nas

vidas dos professantes, Deus graciosamente aceita e

abençoa. Nada é tão pequeno, mas que, se for

sincero, ele aceita; e nada tão bom, mas ele tem uma

recompensa transbordante por isso. Nada será

perdido que seja feito para Deus; - um copo de água

fria, o menor refúgio dado a qualquer um por causa

dele, deve ser lembrado. Tudo o que temos e somos é

antecedentemente devido a ele, de modo que não

pode haver mérito em qualquer coisa que fazemos;

mas devemos ter em atenção que, enquanto negamos

o orgulho do mérito, perdemos o conforto da fé

quanto à aceitação de nossos deveres. É fruto da

mediação de Jesus Cristo, para que possamos

"libertados da mão de nossos inimigos, o servíssemos

sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos

os dias da nossa vida." Lucas 1.74,75, mas se estamos

sempre ansiosos e preocupados com o que fazemos,

quanto a ser aceito com Deus ou não , como podemos

atendê-lo sem medo? Este é o pior tipo de medo que

somos desagradáveis, o mais desonroso para Deus e

desencorajando nossas próprias almas, 1 João 4:18.

Page 228: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

228

Pois, como podemos desonrar Deus mais que

julgando que, quando fazemos o máximo em

sinceridade no caminho do seu serviço, ele ainda não

está satisfeito conosco, nem aceita nossa obediência?

Não é isso para supor que ele seja severo, irritado,

sempre desagradado, pronto para aproveitar, alguém

que nada satisfará? Tais pensamentos são as marcas

do servo perverso na parábola, Lucas 19: 20-22.

Onde, então, é essa bondade infinita, graça,

condescendência, amor, compaixão, que são tão

essenciais para a sua natureza, e em que ele se

declarou ser tão abundante? E, se assim for, de que

forma existe a mediação e intercessão de Jesus

Cristo? O que nos beneficia nas promessas da

aliança? E o que há restante que pode nos encorajar

nos deveres de obediência? Somente para executá-

los porque não podemos, não nos atrevemos a fazer

de outra forma, um cumprimento servil da nossa

convicção, não é aceitável para Deus nem qualquer

maneira confortável para nossas próprias almas.

Quem levaria de bom grado essa vida neste mundo,

sempre trabalhando e esforçando-se, sem a menor

satisfação de que o que ele faça, quer por Ele, quer

por quem ele é colocado no trabalho, ou de alguma

maneira se volte para sua própria conta? No entanto,

tal vida leva os homens que não estão convencidos de

que Deus aceita graciosamente o que eles

sinceramente realizam. A suspeita em contrário se

levanta em oposição ao princípio fundamento de

toda religião: "Ora, sem fé é impossível agradar a

Page 229: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

229

Deus; porque é necessário que aquele que se

aproxima de Deus creia que ele existe, e que é

galardoador dos que o buscam." Hebreus 11: 6. Isto é

o primeiro princípio e fundamento de todo culto

religioso; que, se não estiver bem e firmemente

colocado em nossos corações, toda nossa súplica será

em vão. Entingue-se, a menos que creiamos que ele

aceita e abençoa nossos deveres, não podemos

acreditar que ele é um recompensador ou, como ele

expressou na aliança com Abraão, uma "grande

recompensa". Alguns talvez digam, "que seus

melhores frutos estão tão corrompidos, seus

melhores deveres tão contaminados, que eles não

podem ver como eles podem encontrar aceitação com

um Deus tão santo. Tudo o que procede deles é tão

fraco e infeliz, que eles temem que eles sofram perda

em todos. E essa apreensão mesma os priva de toda

a consolação no Senhor, que eles possam seguir em

uma santidade de obediência. Eu respondo: 1. Essa

consideração, das impurezas do pecado que adere ao

melhor de nossos trabalhos ou deveres, exclui todo o

mérito. E é certo que deveria fazê-lo; pois, de fato,

essa noção amaldiçoada do mérito das boas obras

tem sido o engenho mais pernicioso para a ruína das

almas dos homens de que Satanás fez uso. Pois, por

um lado, muitos ficaram tão inchados com isso, que

não se dignariam em nada para serem obrigados à

graça de Deus, mas pensaram que o céu e a glória

eram devidos a eles por suas obras, como o inferno é

a outros homens por seu pecado, ou o salário de um

Page 230: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

230

mercenário para ele por seu trabalho, que clama ao

céu contra a injustiça dos que o detêm. Por isso, uma

negligência total de Cristo se seguiu. Outros,

convencidos do orgulho e loucura desta presunção, e

apesar do encorajamento para obediência frutífera

que está na graciosa aceitação de Deus e gratificação

de nossos deveres, foram desencorajados em sua

presença. É bom, portanto, que esta noção seja

totalmente descartada pela consideração da

imperfeição pecaminosa de nossos melhores

deveres: assim é feito pela igreja, Isaías 64: 6;

Romanos 7:21. 2. Esta consideração exclui toda

esperança ou expectativa de aceitação, com Deus por

conta de uma justiça própria rigorosa. Se

considerarmos Deus apenas como um juiz que

declara sentença sobre nós e nossos deveres de

acordo com a lei, nem nós nem nada que possamos

ter pode ser aceito com ele ou aprovado por ele.

Porque, como o salmista diz a respeito de nossas

pessoas: "Se tu, Senhor, contemplares as

iniquidades, ó Senhor, quem permanecerá?", E ora:

"Não entres no juízo com o teu servo, porque à tua

vista não há nenhum justo". Por isso é assim com

respeito a todas as nossas obras e deveres de

obediência; nenhum deles pode suportar o

julgamento de Deus como julgando pela lei, mas lhe

parece ser uma coisa imunda. Enquanto, portanto, as

pessoas estão apenas sob o poder de suas convicções

e não são capazes, pela fé, de ter outra visão de Deus

e suas relações com eles, senão com a lei, é impossível

Page 231: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

231

que eles tenham alguma expectativa confortável de

aprovação de sua obediência. Portanto, para que

possamos ser persuadidos da graciosa aceitação de

todos os nossos deveres, até mesmo o menor e o pior

que fazemos com sinceridade e com um único olho

para a glória de Deus e este nosso trabalho no Senhor

não deve ser perdido, sempre devemos ter duas

coisas à vista de nossa fé: 1. O teor da aliança em que

caminhamos com Deus. Deus aboliu e tirou a aliança

das obras, substituindo por uma nova em seu lugar.

E a razão pela qual ele fez isso, foi por causa de uma

dupla insuficiência na lei dessa aliança para o seu

grande fim de glorificá-lo na salvação dos pecadores.

Pois, (1.) Não poderia expiar e tirar o pecado; o que

deve ser feito de forma indispensável, ou esse fim não

pode ser obtido. Este nosso apóstolo afirma uma

razão disso, Romanos 8: 3; e o prova em grande nesta

epístola depois. (2) Porque nem fez nem poderia

aprovar tal obediência, como os pobres pecadores

santificados podiam ceder a Deus; pois exigiu

perfeição, quando o melhor que podem alcançar

nesta vida é senão sinceridade. O que então?

Anunciamos a lei pela fé? Deus não precisa de justiça

perfeita de nós, a justiça que a lei originalmente

prescreveu? Sim, ele faz isso; e sem isso, a maldição

da lei virá sobre todos os homens, seja quem for, mas

isso também é o que em nós mesmos nunca podemos

alcançar, é providenciado na nova aliança pela

imputação da justiça de Cristo aos que creem. Assim,

o apóstolo declara expressamente o assunto, em

Page 232: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

232

Romanos 10: 3-6. Com essa suposição, Deus nesta

aliança providenciou a aceitação da obediência

sincera, embora imperfeita, que a lei não aceita. A

soma é que sua aceitação agora será adequada à

operação de sua graça. Ele irá coroar e recompensar

todas as ações de sua própria graça em nós. Qualquer

que seja o dever; portanto, é sob o princípio da graça

e feito com sinceridade, é aceito com Deus, de acordo

com o teor da aliança. Isso, portanto, sempre

devemos olhar e considerar como o fundo da

aceitação de nossos serviços imperfeitos, fracos e

indignos. 2. Para o mesmo fim, a mediação de Cristo

deve ser considerada de maneira especial. Sem

respeito a ele, nem nós nem nada que fazemos é

aprovado por Deus. E há uma dupla consideração

nesta questão sempre que se deve lidar com ele e sua

mediação: - (1.) Que por um sacrifício ele tira tudo o

que é mau ou pecaminoso em nossos deveres; o que

quer que seja de uma verdadeira impureza,

desordem, de si mesmo, em que qualquer culpa que

pode ser contraída, ou é assim, ele a suportou e

tomou, como a sua culpa legal, tendo tudo afastado.

Seja qual for a culpa, que inevitavelmente, adere ou

acompanhe nossos deveres, podemos, pela fé,

encará-lo como removido do caminho pelo sacrifício

e pela mediação de Cristo, pois não será

impedimento ou obstrução à graciosa aceitação

deles. (2.) Considerando tudo. que nós fazemos,

quando usamos nossos esforços extremos, com a

ajuda da graça, e deixando a consideração do que é

Page 233: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

233

mau e pecaminoso do princípio da natureza corrupta

que permanece em nós, ainda é tão fraco e

imperfeito, e será assim enquanto não somos mais do

que poeira e cinzas habitando em tabernáculos de

barro, pois não podemos apreender como a bondade

que está em nossa obediência deve se estender a

Deus, alcançar o trono de sua santidade, ou ser

considerado por ele, o mérito de nossa Senhor Jesus

Cristo, assim, deixa o caminho para eles, ponha um

valor neles à vista de Deus, pois recebem aprovação

e bênção dele; pois, em Jesus Cristo, estamos

completos, e Deus faz com que nós e os nossos

deveres sejam aceitos no Amado. A consideração

aqui, adicionada ao primeiro, pode assegurar

firmemente a mente e a consciência de todo o

verdadeiro crente sobre a graciosa aceitação do

menor dos seus sagrados deveres que são realizados

com sinceridade. E isso eles têm de tal forma, (1.)

Para excluir o mérito; (2.) Mantê-los em uma santa

admiração da graça e condescendência de Deus; (3.)

Para torná-los continuamente agradecidos por Cristo

e sua mediação; (4.) Para render a si mesmos o

conforto em seus deveres e encorajamento para eles.

Verso 8. - "Mas a que produz espinhos e abrolhos é

rejeitada, e está perto da maldição; cujo fim é ser

queimada."

No versículo anterior, o apóstolo mostrou como seria

com a parte da igreja judaica, que abraçou o

Page 234: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

234

evangelho e produziu os frutos da fé e obediência.

Deus os aceitaria deles, os possuía, os preservava e os

abençoava. E essa bênção de Deus consistiu em

quatro coisas: 1. Em sua aceitação graciosa em Cristo

e na aprovação de sua obediência, versículo 10. 2. Ao

livrar-se daquela terrível maldição e julgamento que

pouco depois consumiu todo o resto dessas pessoas.

3. Ao fazer uso de multidões para serem o meio de

comunicar o conhecimento e a graça do evangelho a

outras pessoas e nações; - uma maior benção e honra

do que esta eles não poderiam ter neste mundo. 4.

Em sua salvação eterna. Isso foi posto. Mais abaixo,

ele prossegue em sua parábola para declarar o estado

e a condição do outro tipo, a saber, dos incrédulos,

dos apóstatas e dos opositores do evangelho. E nisso

ele está em conformidade com a ação simbólica de

nosso Salvador ao maldizer a figueira estéril, Mateus

21:19; Pois foi a igreja apóstata, perseguidora,

descrente dos judeus, sua propriedade e o que seria

deles, que nosso Salvador pretendia expor naquela

figueira. Ele já havia quase terminado seu ministério

entre eles, e ao ver que eles não trouxeram fruto

nisso, ele diz que a maldição estava chegando sobre

eles, cujo principal efeito seria a esterilidade

perpétua. Eles não tiveram nenhum fruto antes, e

não teriam depois; sendo endurecidos, pelo juízo

justo de Deus, para a sua eterna ruína. Assim foi

cumprido o que há muito antes previu, lsaías 6: 9, 10,

como nosso apóstolo declara, Atos 28: 26,27. Em

resposta a isto, nosso apóstolo neste versículo dá este

Page 235: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

235

relato de sua esterilidade e descrição do seu fim,

através da maldição e destruição de Deus. E aqui

também é declarado e expresso o estado e a condição

de todos os apóstatas, professores infrutíferos,

hipócritas e incrédulos, a quem o evangelho foi

dispensado, e declarado e expresso. E, como era

necessário para o seu desígnio, o apóstolo persegue

sua semilitude anterior, fazendo uma aplicação para

este tipo de homens. E, 1. Ele supõe que eles sejam

"terra", como o outro tipo também é. Não é nem

melhor nem pior do que a que prova ser frutífera e é

abençoada. Todos os homens a quem o evangelho é

pregado são todos os caminhos por natureza no

mesmo estado e condição. Toda a diferença entre eles

é feita pelo próprio evangelho. Nenhum deles tem

motivos para se gabar, nem eles em nada se

diferenciam dos outros. 2. Supõe-se que a chuva

também cai nesta terra. Aqueles que vivem

imovilmente sob os meios da graça têm muitas vezes

a pregação da palavra continuando tão

abundantemente com eles, como com aqueles que

são mais prósperos e frutíferos em obediência. E aqui

não há pequena evidência de que essas coisas sejam

novamente convocadas para outro dia, para a glória

da graça e justiça de Deus. Nestas suposições, duas

coisas são consideráveis no que é atribuído a esta

terra: 1. O que ela produz; 2. Como. 1. "Espinhos e

abrolhos". Veja a abertura das palavras antes. Em

geral, não duvido, mas todos os tipos de pecados são

destinados aqui, todas "obras infrutíeferas das

Page 236: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

236

trevas", Romanos 6:21, Efésios 5: 2. E o principal

motivo pelo qual eles são aqui comparados com

espinhos e abrolhos, é com respeito à maldição que

veio sobre a terra por causa do pecado: "E ao homem

disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher,

e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não

comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em

fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te

produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas

do campo.", Gênesis 3: 17,18; a fim de que a

esterilidade, ou a impotência de melhores frutos, seja

acrescentada, Gênesis 4:12. A partir desta maldição,

a terra de si mesma, produziria espinhos e abrolhos,

pelo menos, eles seriam absolutamente

prevalecentes em todos os campos; assim, o coração

do homem, por natureza, está totalmente invadido

com o mal, imaginação pecaminosa e sua vida com

ações viciosas e pecaminosas, Gênesis 6: 5, Romanos

2: 10-18.

Portanto, o surgimento de espinhos e abrolhos é

abundante em tais atuações e obras que procedem do

princípio da natureza corrompida sob a maldição.

Em oposição a isto, todas as ações boas, todos os atos

de fé e obediência, são chamados de "ervas" e

"frutos", porque são "os frutos do Espírito", e tais

obras pecaminosas são comparadas e chamadas

"espinhos e abrolhos", de uma comunhão de

propriedades com eles. Porque, (1.) Eles são em seu

tipo não lucrativos, sem uso, mas se encontram para

Page 237: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

237

serem expulsos. Quando um homem tem um campo

coberto de espinhos e sarças, ele descobre que ele não

tem nenhum benefício por eles; por isso ele resolve

queimá-los. De nenhum outro uso são os pecados dos

homens no mundo. Todas as "obras das trevas" são

"infrutíferas", Efésios 5: 2. O mundo não é de

nenhum modo beneficiado por elas: nunca um

homem se tornou melhor pelos seus próprios

pecados ou pelos dos outros. (2.) Porque eles são

prejudiciais e nocivos, sufocando e prejudicando

bons frutos que sábios prosperariam no campo.

Assim como os espinhos e os corvos são retratados na

Escritura como aflitivos, penetrantes e dolorosos; e

assim as coisas que são chamadas pelos nomes deles,

Ezequiel 28:24; Miquéias 7: 4; Isaías 7:25. Tais são

todos os pecados dos homens. Toda a confusão,

distúrbios, devastações que estão no mundo, são

deles somente. Em geral, portanto, é todo o tipo de

pecados, "obras da escuridão", "obras da carne", que

se destinam a esses "espinhos e abrolhos". Mas, no

entanto, presumo que o apóstolo tenha em conta os

pecados dos quais os judeus obstinados eram então

culpados de maneira especial, e qual seria a causa da

sua súbita destruição. Como aparece em toda esta

epístola e questão de fato na história, foram

descrença, impenitência e apostasia. Os espinhos e as

sarças, que eram o combustível em que se acendeu o

fogo da indignação de Deus para o seu consumo,

foram seus pecados contra o evangelho. Ou eles não

dariam o seu consentimento à sua verdade, ou não

Page 238: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

238

alterariam suas vidas de acordo com a doutrina dele,

ou não respeitariam a constância em sua profissão.

Estes são os pecados especiais em que se lançam

esses hebreus, e lançarão todos os que são

semelhantes a eles, na condição de perigo e perdição,

aqui descritos. 2. A maneira de produzir esses

espinhos e cardos é expressa por ekferousa

(produzindo). Crisóstomo coloca uma grande marca

sobre a diferença das palavras usadas pelo apóstolo.

O que ele aplica para a produção de bons frutos é o

que denota uma concepção natural e produção de

qualquer coisa em ordem, tempo e estação; mas esta

ekferousa, aplicada ao solo estéril e amaldiçoado,

denota um vazamento deles em abundância, não só

sem o uso de meios, mas contra ele. O coração do

homem não precisa ser impregnado de nenhuma

semente adventícia, para fazer avançar todo o tipo de

pecados, ou torná-lo frutífero na incredulidade e na

impureza: o útero do pecado, por sua própria

vontade, estará continuamente cheio dessas coisas.

O fato de ser assim afirmado com este fundamento, o

apóstolo afirma três coisas a respeito: - 1. É adokimov

(reprovada). Diz-se que é ajokimov, do qual o

julgamento foi feito se, pela aplicação de meios

adequados, será útil a algum fim. Dokimazw é

"provar", fazer um experimento sobre qual é o uso;

especialmente é aplicado à provação feita de ouro e

prata por fogo. O fogo é o grande provador e

revelador de metais, de que tipo são, 1 Coríntios 2:

Page 239: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

239

13-15. E, portanto, o Senhor Jesus Cristo, na

provação de sua igreja, é comparado a um refinador

com fogo, Malaquias 3: 2. Então a fé é provada, Pedro

1: 7. E é a palavra que o nosso apóstolo usa quando

nos obriga a provar a nossa sinceridade na fé e na

obediência, 2 Coríntios 13: 5, Gálatas 6: 4; - como

também fazer uma devida investigação sobre a

verdadeira natureza das coisas espirituais, Romanos

12: 2, Efésios 5:10; não nos contentando com uma

nula noção deles, mas nos esforçando por ter uma

experiência de seu poder em nossos próprios

corações. Dokimh é frequentemente usado por nosso

apóstolo para "uma experiência em provação",

Romanos 5: 4; 2 Coríntios 2: 9; Filipenses 2:22: como

doki de 1 Pedro 1: 7. Daí é kimov, "aquele que, após

ser provado, é aprovado, encontrado saudável e,

portanto, é aceito", 1 Coríntios 11:19; 2 Coríntios

10:18; 2 Timóteo 2:15; Tiago 1:12. Romanos 14:18; -

"Aceito com Deus e aprovado com os homens".

Assim, adokimov é "um rejeitado, desaprovado no

julgamento, reprovado", 1 Coríntios 9:27; 2 Coríntios

13: 5,6; Tito 1:16.

O todo é expresso, em Jeremias 6: 29,30: "Já o fole

se queimou; o chumbo se consumiu com o fogo;

debalde continuam a fundição, pois os maus não são

arrancados. Prata rejeitada lhes chamam, porque o

Senhor os rejeitou." Todos os meios foram usados

para tentar o máximo se havia algum metal

verdadeiro e sincero neles Afinal, foram encontrados

Page 240: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

240

como "prata recusada", mera escória; que, portanto,

foi rejeitado, como inútil. Este terreno, portanto,

deveria ser provado, e todos os meios adequados

para ter sido usado para torná-lo frutífero; mas ao

passo que nada foi conseguido, deve ser "rejeitado",

"desaprovado", deixado de lado quanto a outros

esforços para torná-lo bem sucedido. Um pedaço de

terra que o lavrador deixa de cuidar; ele não tomará

mais dores com ele, pois ele julga que é incurável. 2.

Diz-se que está katarav ejgguv, "perto de uma

maldição". O fazendeiro não destruiria tal pedaço de

terra, mas negligenciando-o, deixa-o repousar, além

de descobrir sua própria esterilidade e falta de

utilidade. Mas isso ele faz para declarar sua resolução

para enxergar, e assim expulsá-lo dos limites de sua

posse. E ele faz isso de três maneiras: - (1.) Ao reunir

de tudo isso, boas plantas e ervas que ainda

permanecem nele e transplantando-as para um solo

melhor. (2) Ao derrubar as suas cercas e colocá-lo

como desperdiçado, que todos os animais do campo

devem alojar-se nele e pastar sobre ele. (3.) Ao reter

todos os meios para fazê-lo bem, regando ou

lavrando isso. E, por este meio, torna-se como o

deserto estéril como está sob a maldição, que

nenhum homem cuida. Está perto dessa condição em

que não se sabe que ele já foi possuído por ele, ou se

ainda pertence à sua posse. Então, é para maldição.

Pois, como a benção de qualquer coisa é uma adição

de bem, então a maldição implica a remoção de toda

a bondade e todos os efeitos dela, e com isso

Page 241: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

241

consagrar à destruição. 3. Por fim, é acrescentado,

"cujo fim é ser queimada". O fogo faz uma destruição

total e terrível de todas as coisas combustíveis em que

é aplicado. Por isso, tais desolações são ditas serem

feitas por queima. Há uma queimada de terra que é

usada para torná-la frutífera. Mas aqui é uma queima

de outro tipo que se destina. E este é um ato de

indignação positiva. Ele não só mostrará sua

insatisfação em um terreno tão infértil por

negligência, mas sua vingança em sua destruição. E,

portanto, é expresso, intimando tanto a destruição

temporal dos judeus obstinados como a destruição

eterna de todos os incrédulos, pelo fogo de vários

tipos. Assim, o apóstolo declara que Deus, o grande

lavrador e dono da vinhedo, lidaria com os hebreus

impenitentes e incrédulos. 1. Ele os provou, e isso por

uma longa temporada, pela pregação do evangelho.

A chuva caiu sobre eles, e isso para o espaço agora de

três anos, ou por aí. Deus fez, por assim dizer, uma

provação por meios externos para torná-los

frutíferos, levá-los à fé, ao arrependimento e à

obediência. Mas, depois desta longa provação,

pareceu que eles multiplicaram, por assim dizer, os

espinhos e os abrolhos de sua incredulidade e todo

tipo de pecados provocadores. Portanto, Deus os

rejeita, declara que sua alma não tem prazer neles,

que ele não teria mais custo sobre eles. E duas vezes

nosso apóstolo se lembra de seus compatriotas em

outros lugares que Deus lida com eles em juízo, Atos

11: 40,41,46, 28: 25-28; como nosso Salvador muitas

Page 242: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

242

vezes os ameaçava que o reino de Deus lhes seria

retirado, - eles não deveriam mais desfrutar dos

meios de salvar o conhecimento ou o

arrependimento. Deus colocou-os de lado, já que era

um campo não mais adequado para ser cultivado. E

isso ele fez ao tempo da escrita desta epístola; Para

imediatamente, ele começou a abandonar

completamente aqueles que eram obstinados em seu

judaísmo, e todos aqueles que apostataram a partir

do cristianismo. E assim também, em proporção, ele

lida com todos os outros ouvintes e apóstatas não

produtivos e frutíferos. Há um tempo depois do qual

ele os expulsa de seus cuidados, não os alimentará

mais, não dará mais nada para que eles recebam

chuvas ou sejam lavrados. E se eles aproveitarem

mais a palavra, é por acaso, por causa de alguns que

são aprovados; mas eles não receberão nenhuma

vantagem por isso, visto que eles não são mais

"criação de Deus". 2. Com essa rejeição deles, eles

estavam "perto da maldição", isto é, eles foram tão

ordenados e dispostos que a maldição destruidora de

Deus pode vir sobre eles. Deus já os havia

anatematizado ou os devolvido à destruição; e, em

seguida, ele os entregou a todas as maneiras e formas

pelas quais pode ser apressado e infalivelmente

alcançá-los. Porque, (1.) Ele reuniu todas as boas

plantas entre eles; ele clamou e separou-os de todos

os verdadeiros crentes, e os plantou na igreja cristã.

Então ele lida com todas as igrejas apóstatas antes de

sua total destruição, Apocalipse 18: 4. (2.) Ele tirou

Page 243: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

243

seu cerco, lançando-o fora de sua proteção, de modo

que, quando eles foram destruídos, o general do

exército romano reconheceu que Deus os havia

abandonado, de modo que suas fortalezas não

fossem úteis para eles. (3.) Ele não lhes concedeu

mais uso de meios para sua conversão. Depois, eles

caíram em todos os tipos de pecados, confusões,

distúrbios, tumultos; que ocasionou a sua ruína.

Depois da mesma maneira, Deus lida com outras

pessoas que ele rejeita por sua recusa ao evangelho.

E o mundo não tem pouca razão para tremer na

apreensão de tal condição neste dia. 3. No final, toda

esta terra estéril foi queimada. Em primeiro lugar,

isso respeita à destruição de Jerusalém, que se seguiu

pouco depois, quando o templo e a cidade, e as

pessoas e o país, foram devorados pelo fogo e pela

espada, Mateus 24: 1,2. Mas ainda assim, como a

destruição de Sodoma, era apenas um emblema do

futuro julgamento. Hipócritas, incrédulos, apóstatas,

terão outro fim dos que caíram neste mundo. Um fim

em que a sua condição eterna deve ser declarada

imutavelmente. E este fim que eles devem ter é para

o fogo, o "fogo preparado para o diabo e seus anjos".

Eles serão reunidos e queimados com um fogo que

nunca será extinguido, João 15: 6. E essa destruição

final de todos os ouvintes não benéficos, incrédulos e

apóstatas, é aquilo que se destina principalmente nas

palavras. E não devemos deixar passar essa

admoestação saudável sem algumas observações. I.

Enquanto o evangelho é pregado aos homens, eles

Page 244: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

244

estão sob seu grande julgamento para a eternidade.

A aplicação que é feita para eles é para um

experimento como eles provarão. Se eles absolvem-

se pela fé e obediência, recebem a benção da vida

eterna de Deus. Se eles se tornam estéreis e inúteis,

eles são rejeitados de Deus e amaldiçoados por ele.

Tampouco eles terão qualquer outro julgamento,

nem qualquer outra experiência será feita deles,

Hebreus 10. Sua época do gozo do evangelho é o seu

"dia". Quando isso é passado, "a noite vem" sobre

eles, em que eles não podem trabalhar. Quando esses

"foleiros são queimados, e o chumbo é consumido, o

fundidor derretendo em vão", os homens são

rejeitados como "prata reprovada", "nunca mais

serão provados". Os homens não se enganem em sua

reserva de um purgatório quando saem do mundo. Se

eles são lançados sob o julgamento aqui, então devem

cumprir a eternidade. E podemos fazer bem em

considerar essas coisas de forma distinta, porque

nossa preocupação é muito grande. Para este

propósito, observe, - 1. Que todos somos feitos para

um estado e condição eterna, em bem-aventurança

ou desgraça. Os homens podem viver como animais

e, portanto, desejar que eles também possam morrer

como eles; mas todos nós somos feitos com outro

design, e todos nós devemos "ficar em nosso lote"

eterno "no final dos dias", Daniel 12:13. 2. Que a

determinação imutável do nosso estado eterno

depende do que fazemos nesta vida. Não há

sabedoria nem conhecimento, dever nem obediência,

Page 245: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

245

no túmulo para onde estamos indo. "É designado

para os homens morrer uma vez, e depois disso é o

julgamento." Nada se interpõe para alterar nosso

estado e condição entre a morte e o julgamento. 3. O

julgamento do nosso estado futuro é feito pela

pregação do evangelho para nós, e nosso

cumprimento ou rejeição dele. Isto é o que o texto

declara, por um lado, e o outro; o terreno estéril é

rejeitado neste julgamento. 4. Foi um fruto de graça,

condescendência e misericórdia infinitas, para

conceder uma nova prova aos pecadores sob a

maldição em que nos lançamos. Lá Deus pode ter nos

deixado. Então ele lidou com os anjos pecadores, a

quem ele não poupou. E ele tratou assim com toda a

humanidade, que poderia dizer-lhe: "O que você

faz?" E é aquilo para o qual todos devemos

responder, ou seja, quando perdemos e caímos sob a

sentença da lei santa e justa, Deus nos propõe

quaisquer termos de paz e reconciliação, e nos dará

um segundo julgamento. 5. Que a maneira especial

deste julgamento mostre em grande parte esta graça

e piedade. Um jeito cheio de infinita sabedoria,

bondade, amor, misericórdia e graça; tal como em

que todas as perfeições divinas serão eternamente

glorificadas, sejam elas aceitas ou recusadas. 6.

Quando o evangelho é pregado a alguém, Deus diz

aos pecadores que, embora se tenham destruído, e

estejam prontos para se afundarem na miséria

eterna, ele, por graça e compaixão infinitas, prova-os

uma vez mais e nos termos sagrados do evangelho. E

Page 246: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

246

é na pregação da palavra que ele faz isso. E embora a

estação desta prova seja determinada por Deus,

contudo é para nós incerta, em muitas contas.

Porque, (1.) A continuação de nossas vidas, durante

a qual somente somos capazes de apreciá-lo, é assim.

(2.) Vemos que a pregação do evangelho também é

assim. O Senhor Jesus Cristo, por vezes, remove o

castiçal enquanto continuam vivos no mundo,

aqueles entre os quais isto foi realizado. E, (3.) Há um

tempo em que um período é colocado na eficácia da

palavra para a conversão de alguns, embora a

dispensação externa seja continuada para eles, Isaías

6: 9,10. Portanto, a atual temporada e presente gozo

do evangelho é nosso dever considerar e aplicar. Para

o que o trabalho que Deus tem em frente para nós?

Não é para nos dar o nosso julgamento, no uso de

meios, sobre qual será a nossa condição futura? Ele

nos envolveu como sua vinha, como a sua criação, e

faz cair a chuva sobre nós; e fez isso muitas vezes e

por muito tempo. E quem quase considera o quão

grande é a sua preocupação aqui? Os homens seriam

tão descuidados, negligentes, formais, preguiçosos,

como são, na maioria das vezes, sob a audiência da

palavra, se eles se lembrassem devidamente de que é

seu julgamento pela eternidade? E eles não sabem

quanto tempo pode acabar. Se perdermos esta

temporada, nos vamos para sempre. É, portanto, a

nossa sabedoria saber se a nossa fecundidade, na fé,

o arrependimento e a obediência, respondem à chuva

e ao cultivo que tivemos com a dispensação da

Page 247: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

247

palavra. O machado é colocado na raiz da árvore; - se

não dermos bons frutos, devemos ser cortados e

lançados no fogo. É verdade, nenhum de nós

responde como devemos ao amor e ao cuidado de

Deus para conosco aqui; nem podemos fazê-lo.

Quando fizemos o nosso melhor, somos servos

inúteis. Mas há uma grande diferença entre um

defeito em graus de obediência e a negligência do

todo. Onde o primeiro está, devemos andar

humildemente no sentido dele, e trabalhar depois

por mais perfeição. E se esse defeito for grande e

notável, tal como é ocasionado por nossas luxúrias

indulgentes, ou por preguiça e negligência, pois não

podemos ter provas de nosso ser aprovado por Deus,

então é tempo de nos recuperar, por uma nova

diligência e empreendimentos sagrados, ou podemos

ser lançados no nosso julgamento. Mas, onde o

último está, onde os homens não dão "frutos para

arrependimento", o que eles podem esperar, senão

serem finalmente e totalmente rejeitados por Deus?

Considerando que, portanto, temos estado a maior

parte de nós sob este julgamento, é certamente o

tempo que nos chamamos a uma conta estrita com

respeito a ele. E se, após a indagação, nos

encontrarmos sem prejuízo de qual tipo de terreno

pertencemos, por causa da nossa esterilidade e

magreza, a menos que fiquemos endurecidos pelo

engano do pecado, não nos daremos descanso até

que tenhamos melhores evidências de nosso fruto.

Podemos lembrar bem que a terra em que a chuva cai

Page 248: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

248

é distribuida pelo apóstolo em dois tipos, como os

figos de Jeremias, muito bons e muito ruins, para um

dos quais todos devem finalmente ser unidos; ainda,

quanto aos efeitos e aparências presentes, o

fundamento em que a semente do evangelho é

lançado é distribuído pelo nosso Salvador em quatro

tipos, dos quais um só traz fruto, se encontre com

aquele por quem é cultivado, Mateus 13. Há vários

formas pelas quais podemos abortar em nossa

provação; para que possamos ser aceitos, ou seja, ter

fecundidade de coração e vida. II. A esterilidade sob

a dispensação do evangelho é sempre acompanhada

de um aumento de pecado. O solo que não traz "ervas

proveitosas para aquele por quem é lavrado", expõe

"espinhos e cardos". Deixe-se observar que a

esterilidade espiritual nunca vai sozinha. Abundar no

pecado irá acompanhá-la, e assim acontece. Pode ser

que não seja tão aberto e visivelmente por uma

temporada; mas todas as coisas tenderão a isso, e,

finalmente, ela se revelará. Sim, não há pecadores

como eles, nem pecam como os seus, como por quem

os meios de graça são rejeitados ou não aplicados. A

primeira geração de grandes pecadores provocadores

eram as do mundo antigo antes do dilúvio. A estes

Noé tinha sido um "pregador da justiça", 2 Pedro 2:

5. Em seu ministério, o Espírito de Cristo "esforçou-

se com eles", até que Deus afirmou que não deveria

mais fazer isso, Gênesis 6: 3. Mas eles eram

desobedientes e estéreis; 1 Pedro 3: 19,20. E isso

emitiu aqueles que provocam pecados que Deus não

Page 249: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

249

podia suportar, mas "trouxe o dilúvio sobre o mundo

dos ímpios". O seguinte foram esses hebreus, a quem

o evangelho tinha sido pregado. E eles provaram ser

uma geração não menos perversa do que aquela

antes do dilúvio, na medida em que seu próprio

historiador afirma que ele realmente acreditava que

"se os romanos não tivessem vindo e destruído, Deus

teria derramado fogo e enxofre sobre eles do céu,

como ele fez com Sodoma." E a terceira geração do

mesmo tipo são as igrejas apóstatas cristãs, cuja

condição e estado são descritos em Apocalipse. Esta

é a questão da esterilidade sob a cultura de Deus e a

rega da chuva; e será assim. Porque, - 1. Quando os

homens rejeitaram os últimos meios de sua cura

espiritual e restrição do pecado, o que pode ser

esperado deles, senão uma indignação ao pecar.

Existem três modos pelos quais Deus impede o

pecado. O primeiro é pela luz de uma consciência

natural. Isto nasceu com os homens no princípio dele

e cresce em exercício na melhoria da razão. E onde o

funcionamento natural dela não é prevenido e

sufocado pelo horrível exemplo de pais e parentes

que vivem em maldição, mentira e toda a profanação,

é muito útil na juventude, para conter as pessoas de

pecados diversos. É assim, digo, até que as

corrupções obtenham força, e as tentações abundem,

o costume de pecar tira a barreira e a enfraquece em

sua operação. Portanto, - 2. Quando esta restrição é

quebrada, Deus estabelece a cobertura da lei perante

as mentes dos homens, para dissuadi-los do pecado.

Page 250: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

250

E isso também tem uma grande eficácia com muitos

para este fim, pelo menos por uma temporada. Mas

nenhuma das meras convicções da lei sempre dará

limites às concupiscências dos homens. Portanto, - 3.

O evangelho vem com um desígnio diferente de

ambos. O máximo de seu objetivo e trabalho é apenas

conter o pecado, mas o evangelho vem converter o

pecador. O trabalho dele é estabelecer uma barragem

diante das correntes do pecado; aquela do evangelho

é para secar a sua fonte. Mas se isso também, como é

neste caso, for rejeitado e desprezado, o que resta

para estabelecer limites para as luxúrias dos

homens? 1. Eles se encontrarão na liberdade de agir

ao máximo nas suas inclinações, como tendo

descartado todo o respeito a Deus em todos os

caminhos pelos quais ele se revelou. Portanto, você

pode encontrar mais honestidade e retidão, uma

abstinência mais conscienciosa do pecado, dos erros

e das feridas, mais efeitos da virtude moral, entre os

pagãos e os maometanos, do que entre os cristãos

professos ou pessoas que, sem serem lucrativas sob o

evangelho, fazem tacitamente senão rejeitá-lo.

Nenhum campo no mundo é mais cheio de espinhos

e sarças, do que aqueles de pessoas, nações, igrejas,

que professam ser cristãos e não são. Suponha que

dois campos sejam igualmente estéreis; que um deles

seja cultivado e lavrado, e o outro seja deixado

sozinho, deixado para o seu próprio estado e

condição: quando o campo que foi cultivado for

abandonado por sua esterilidade, lixo de todos os

Page 251: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

251

tipos, incomparavelmente acima do que nunca foi

cultivado , vai surgir nele. Isto é o que neste momento

é um escândalo para o cristianismo, que destruiu as

portas do ateísmo e deixou um dilúvio de profanação

no mundo. Não há pecadores como os cristãos

estéreis. Os pagãos se ruborizavam e os infiéis

ficavam espantados com as coisas que praticavam à

luz do sol. Havia dormindo na cama da impureza, e

da embriaguez, entre os pagãos: mas nosso apóstolo,

que bem conhecia seu curso, afirma que aqueles "que

dormem, dormem de noite; e os que estão

embriagados, estão embriagados de noite", 1

Tessalonicenses 5: 7. Eles fizeram suas coisas

vergonhosas na escuridão e em segredo, Efésios 5:

11,12. Mas, infelizmente! Entre os cristãos que

desprezaram, direta e voluntariamente, o poder e a

força de cura do evangelho, são obras do dia,

proclamadas como em Sodoma, e a perpetração delas

é o negócio da vida dos homens. Se você visse a maior

representação do inferno sobre a terra, entre na

igreja apóstata, ou com as pessoas que tiveram a

palavra pregada para eles, ou tenham ouvido falar

dela suficientemente para a sua convicção, mas não

são curados. O rosto de todas as coisas no

cristianismo neste dia é por este motivo terrível, e

revela desolação à porta. O terreno para o qual as

águas do santuário vêm, e não é curado, é deixado

para sal e esterilidade para sempre. 2. É justo com

Deus, com razão, desistir de tais pessoas para todos

os pecados imundos e perversidades, para que seja

Page 252: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

252

um agravamento da sua condenação no último dia. É

o caminho de Deus fazê-lo, mesmo quando as

manifestações de si mesmo, a sua palavra e a sua

vontade, são rejeitadas ou não aplicadas. Então ele

lidou com os gentios pelo abuso da luz da natureza,

com a revelação feita por ele pelas obras da criação e

da providência, Romanos 1: 24,26,28. E não devemos

pensar que ele fará, que ele lide com as pessoas, com

a sua inutilidade e rejeição da mais alta e mais

gloriosa revelação de si mesmo que sempre fez, ou

alguma vez, neste mundo, a qualquer um dos filhos

dos homens? Pode-se perguntar: "Como Deus,

portanto, julga pessoas que desprezam o evangelho

pelas concupiscências de seus próprios corações,

para fazerem coisas que não são convenientes?" Eu

respondo: Ele o faz, (1.) Ao deixá-los inteiramente

entregues a si mesmos, tirando todas as restrições

efetivas deles. Então falou o nosso bendito Salvador

dos fariseus: "Deixe-os em paz", diz ele; "Eles são

líderes cegos dos cegos", Mateus 15:14. "Não os

representem, não os ajudem, não os impeçam;

Deixe-os sozinhos tomar seu próprio caminho."

Então, diz o Deus de Israel, agora despojado do

pecado e da ruína, "Efraim se junta aos ídolos; deixe-

o em paz", Oséias 4:17; Ezequiel 3:27. E é o mesmo

juízo que ele denuncia contra ouvintes não lucrativos

do evangelho: Apocalipse 22:11: "Aquele que é

injusto, seja injusto ainda; e aquele que é imundo,

que ainda fique imundo." Vá agora em seus pecados

e imundície sem restrições. Agora, quando os

Page 253: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

253

homens são deixados para si mesmos, - como há um

tempo em que Deus retirará a influência de toda

consideração que lhes dê qualquer controle efetivo, -

não deve ser concebido que indignação e excesso de

pecado a natureza maldita e corrompida do homem

irá correr para fora, mas que o mundo está cheio de

frutos e sinais disso. E Deus, de maneira justa, retira-

se de modo mais absoluto dos desprezadores do

evangelho do que dos pagãos e dos infiéis, que, por

várias ações de sua providência, mantêm-se dentro

dos limites de pecar subordinados aos seus santos

fins. (2) Deus derrama sobre essas pessoas "um

espírito de sono", ou dá-lhes uma profunda

segurança, de modo que não tomem conhecimento

de nada nas obras ou na Palavra de Deus, que deve

levá-las a uma alteração, ou livrando-os do pecado.

Então ele lidou com esses judeus não crentes:

Romanos 11: 8, "Deus lhes deu o espírito de sono,

olhos que não devem ver". Embora seja assim que

aconteça, muitos são aqueles aos quais a alma de

Deus aborrece também, como ele fala, em Zacarias

11: 8, para que ele não tenha mais a ver com eles;

ainda assim, ele continuará sua palavra no mundo e

as obras de sua providência no governo. Agora, como

na palavra, há várias advertências e ameaças terríveis

contra os pecadores, então, nas obras de Deus, há

julgamentos cheios de evidências do desagrado de

Deus contra o pecado, Romanos 1:18. Ambos, na sua

própria natureza, são adequados para despertar os

homens, levá-los a uma devida consideração de si

Page 254: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

254

mesmos e, assim, impedi-los de viver no pecado. Mas

quanto a esse tipo de pessoas, Deus envia um espírito

de sono sobre eles, para que nada os desperte dos

seus pecados. Embora uma tempestade dos

julgamentos caia tão perto deles, como se eles

estivessem pessoalmente preocupados, ainda

clamam: "Paz, paz". Quando a palavra é pregada a

eles, ou eles ouvem por qualquer meio a maldição da

lei, mas eles se abençoam, como aqueles que não se

preocupam com isso. Deus os entrega a todos os

meios para que sejam fortalecidos em sua falsa

segurança. Amor ao pecado; desprezo por quem a

palavra de Deus é declarada, ou os juízos de Deus não

são temidos; confiança carnal, levando ao ateísmo; a

sociedade de outros pecadores presunçosos,

fortalecendo suas mãos em suas abominações; um

presente para suas concupiscências, nas coisas

agradáveis deste mundo, quero dizer, que são

inclinados para a carne; e todos estes devem

contribuir para a sua segurança. (3.) Deus absoluta e

irrecuperavelmente os entrega à obstinação extrema,

dureza final e impenitência, Isaías 6: 9,10. Quando os

pecadores provocadores da ira de Deus caírem, são

totalmente cegos e endurecidos no pecado até a sua

eterna ruína. Agora, quando Deus lidará com os

homens que não querem, e porque não serão curados

e reformados pela pregação do evangelho, pode-se

fazer outra coisa senão que eles se apeguem a toda a

maldade e imundície com prazer e ganância? E essa

ira parece ser encontrada em multidões no mundo ao

Page 255: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

255

máximo. Assim, o apóstolo descreve esta condição

nos judeus quando estavam sob ela, 1

Tessalonicenses 2: 15,16: "os quais mataram ao

Senhor Jesus, bem como aos profetas, e a nós nos

perseguiram, e não agradam a Deus, e são contrários

a todos os homens, e nos impedem de falar aos

gentios para que sejam salvos; de modo que enchem

sempre a medida de seus pecados; mas a ira caiu

sobre eles afinal." E são mesmo cegos aqueles que

não veem isso como condição de muitos no mundo

neste dia. 3. Existem pecados especiais que são

peculiares desse tipo de pessoas estéreis, e também

agravamentos de pecados contra os quais os outros

não contraem a culpa. Agora, este estado e condição,

pelo menos o maior e mais alto perigo disso, está tão

escrito nas frontes da maioria que são chamados de

cristãos no mundo, que não há necessidade de fazer

qualquer aplicação para eles. E, embora não seja para

nós conhecermos os tempos e as épocas, nem

estabelecer limites para a paciência de Cristo, ainda

temos razão para temer o rápido surgimento de sua

severidade no julgamento, espiritual ou temporal, na

maioria das nações e Igrejas que são chamadas pelo

Seu nome. Mas o dever é daqueles que fazem a

profissão do evangelho de uma maneira peculiar,

indagar com diligência se não há crescimento em

seus próprios corações e conduta de quaisquer

pecados da mesma forma que geralmente são

consequentes à esterilidade sob a palavra. Se prova

assim na busca, eles podem ter medo de que Deus

Page 256: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

256

esteja começando a se vingar sobre eles da

negligência do evangelho e da falta de utilidade

debaixo disso. Existem graus deste pecado e seus

consequentes, como mostraremos depois; e as

evidências e os efeitos do desagrado de Deus contra

ele são progressivos e graduais também. De alguns

destes, o pecador é recuperável pela graça: de alguns

deles ele não é, pelo menos normalmente, mas

inevitavelmente está ligado ao julgamento do grande

dia. Mas o último grau é como devem tremer os

homens, que têm o menor cuidado ou amor por suas

almas imortais. Por qualquer questão de coisas que

Deus possa ter providenciado no propósito de sua

graça, o perigo para nós é inexprimível. E não há,

nem pode haver, até a menor evidência, sinal ou

esperança, de que Deus projete qualquer alívio,

enquanto eles são descuidados e negligentes no uso

de meios para sua própria libertação. Pode, portanto,

ser indagado por que tipo de pecados esta condição

pode ser conhecida em professantes mais rigorosos

do que o tipo comum de cristãos no mundo, e como

sua esterilidade no evangelho pode ser descoberta

assim, como a causa por seus efeitos e consequências

inseparáveis. Devo, portanto, mencionar alguns

desses pecados e caminhos com respeito a que essas

pessoas deveriam ultrapassar sobre si mesmas;

como: - (1.) Uma indulgência para alguma

concupiscência ou pecado secreto, agradável. Que

isso pode acontecer com essas pessoas, temos provas

abertas demais nas erupções frequentes e

Page 257: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

257

descobertas de tais males em diversos casos. Alguns,

através de uma longa continuação em um curso da

prática de pecados privados, são surpreendidos em

tais atos e trabalhos, tornados públicos, quer sejam

ou não; ou, sendo endurecidos neles, entregam-se à

sua prática declarada. Alguns, sob os terrores da

mente de Deus, reflexões ferozes de consciência,

especialmente em grandes aflições e probabilidades

de morte, reconhecem voluntariamente os males

secretos de seus corações e vidas. E alguns, por

providências estranhas e inesperadas, Deus traz à

luz, descobrindo as obras ocultas das trevas em que

os homens se deleitaram. Tais coisas, portanto,

podem haver entre aqueles que fazem uma profissão

mais do que ordinária no mundo. Pois há ou pode

haver hipócritas entre eles, - vasos na casa de Deus

de madeira e pedra. E alguns que são sinceros e retos

ainda podem ser atraídos por muito tempo sob o

poder de suas corrupções e tentações. E por causa

disso, é principalmente que este aviso foi projetado.

Tenha atenção para que não haja em cada um de

vocês uma crescente luxúria ou pecado secreto, a que

você se entrega ou que você aprova. Se houver, pode

ser que haja mais do que você está ciente; nem o seu

livramento será tão fácil como você imagina. Deus

raramente desiste dos homens de tal maneira, mas é

um efeito de seu descontentamento contra a sua

esterilidade. Ele declara que ele não aprova sua

profissão. Tenha atenção para que não seja uma

entrada no terrível julgamento que se segue. Seja

Page 258: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

258

qual for, portanto, não deixe parecer pequeno aos

seus olhos. Há mais maldades no menor pecado de

um professante - quero dizer, que é voluntariamente

continuado - do que nas altas e grandes provocações

dos pecadores abertos. Além de outros

agravamentos, isso inclui uma burla de Deus. E essa

mesma cautela que eu insisto agora é

frequentemente pressionada em todos os

professantes pelo nosso apóstolo nesta mesma

epístola, Hebreus 3:12, 12:15, 16. (2.) Constante

negligência dos deveres privados e secretos. Isso

também pode ser justamente temido, para que não.

seja um efeito da mesma causa. Agora, por essa

negligência, quero me referir, não ao que é universal;

pois com certeza é difícil encontrar alguém que tenha

tanta luz e convicção que torne a profissão de religião

de qualquer maneira, mas que ele fará e orará e

executará outros deveres secretos, em um momento

ou outro. Até mesmo o pior dos homens o fará em

aflições, medos, perigos, surpresas e coisas

parecidas. Também não me refiro a interrupções de

funções em ocasiões injustificáveis; que, apesar de

um pecado pelo qual os homens deveriam muito se

humilhar, e que descobre uma "superfluidade da

maldade", ainda assim permanecendo neles; não é de

natureza tão destrutiva quanto aquilo que tratamos.

Refiro-me, portanto, àquela omissão de funções

como é geral; onde os homens raramente ou nunca

os praticam, senão quando estão excitados e

pressionados por acidentes ou ocasiões externas.

Page 259: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

259

Para isso, os professantes que o profeta declara,

Isaías 43: 22,23. E isso causa muita hipocrisia neles;

o caráter principal de um hipócrita é que ele não

orará sempre. Nem pode haver evidências maiores de

uma esterilidade pessoal do que essa negligência. Um

homem pode ter uma fecundidade ministerial e uma

esterilidade pessoal; então ele pode ter uma utilidade

familiar e ser uma fraude pessoal. E a negligência nos

deveres privados é a maior evidência. Os homens

também podem saber quando esses pecados são

consequências de sua esterilidade, e devem ser

contados entre os espinhos e cardos citados no texto.

Eles podem fazê-lo, eu digo, pela dificuldade com que

se encontrarão em sua recuperação, se assim for.

Suas falhas e negligências foram ocasionais, apenas

pela impressão de tentações atuais? - uma rega

minuciosa de suas mentes e as consciências da

palavra permitirão que eles descartem suas

armadilhas e se recuperem para a devida execução de

seus deveres. Mas, se essas coisas decorrem do

abandono de Deus por causa da sua esterilidade, seja

lá o que for que pensem e resolvam, sua recuperação

não será tão fácil.

Deus fará com que sejam sensíveis a quão tolo e

maligno é abandoná-lo sob o meio de obediência

frutífera. Eles podem pensar, como Sansão, sair e

agir outras vezes; mas eles rapidamente encontrarão

suas fechaduras cortadas, e sua força espiritual tão

deteriorada que não têm poder para o que eles

Page 260: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

260

achavam que seria tão fácil para eles em qualquer

momento. Eles encontrarão suas vontades e afeições

tão enredadas e comprometidas, que sem uma nova

oferta de graça, menos do que aquela administrada

em sua primeira conversão, não podem ser livrados.

Assim é com todos os desejos, pecados e negligências

que são consequências de uma esterilidade

provocadora sob o evangelho. (3.) Uma falta total de

algumas graças, tanto no seu princípio como no

exercício, é uma grande evidência de tal condição.

Onde existe alguma verdadeira graça salvadora,

existe a raiz e o princípio de todas. Algumas graças

podem ser mais experimentadas do que outras, e

assim tornar-se mais evidente e conspícua; pois as

ocasiões de seu exercício podem ocorrer com maior

frequência: mas, no entanto, onde existe alguma

graça verdadeira, pelo menos, onde é mantido

imprevisto, vigoroso e ativo, como deveria ser em

todos os ouvintes que se beneficiam da palavra, toda

graça do Espírito é até agora mantida viva para estar

preparado para o exercício quando a ocasião e a

oportunidade ocorrem. Mas, se houver algumas

graças que faltam totalmente, que nenhuma ocasião

excita ou desencadeia exercitar, eles têm apenas

motivos para temer que essas graças que parecem ter

não sejam genuínas e salvadoras, mas meros efeitos

comuns de iluminação; ou que, se eles são

verdadeiros, estão sob uma declinação perigosa, por

conta de sua irreversibilidade para a dispensação do

evangelho. Por exemplo, suponha que um homem se

Page 261: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

261

satisfaça de que ele tenha as graças da fé e da oração

e coisas semelhantes, mas ainda não pode achar que

ele tem algum grão de verdadeiro zelo para a glória

de Deus, nem qualquer prontidão para as obras de

caridade com um olho para a glória e o amor de Deus

aos seus comandos; ele tem grandes motivos para

temer que suas outras graças sejam falsas e pereçam,

ou, pelo menos, ele está realmente caído sob o pecado

de esterilidade.

Pois, em graça comum, uma única graça pode

parecer muito evidente e ganhar grande honra para a

profissão de quem a possui, enquanto existe uma

total falta de todas ou muitas outras: mas na graça

salvadora não é assim; pois embora graças diferentes

possam diferir muito em seu exercício, todas elas são

iguais em sua raiz e princípio.

Por estas, e por considerações semelhantes, os

professantes podem provar a sua própria

preocupação nesta advertência.

Observação III. Normalmente, Deus procede

gradualmente à rejeição e destruição de professantes

estéreis, embora raramente sejam sensíveis a isso até

cair irremediavelmente em ruína.

Este terreno aqui é primeiro "desaprovado" ou

"rejeitado", então está "perto de ser amaldiçoado"; -

a maldição segue; Depois disso, é "queimado". E

Page 262: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

262

Deus procede com eles, 1. Em conformidade com a

sua própria paciência, bondade e longanimidade,

pelas quais devem ser levados ao arrependimento.

Esta é a tendência natural da bondade e paciência de

Deus para com os pecadores, embora seja

frequentemente abusada, Romanos 2: 4,5. Deixe os

homens e seus pecados serem o que eles quiserem,

Deus não tratará de outro modo com eles do que

como se torna sua própria bondade e paciência. E

essa é a propriedade de Deus sem uma devida

concepção da qual nunca podemos entender

corretamente sua justiça no governo do mundo. A

ignorância da natureza e a importância do Ser Divino

é a ocasião da segurança no pecado e ateísmo para os

homens ímpios, Eclesiastes 8: 11-13; 2 Pedro 3: 3,4.

E é uma grande tentação muitas vezes para os que

são piedosos, Habacuque 1: 12,13; Jeremias 12: 1,2;

Salmo 73: 11-16,21,22. Portanto, para dirigir nossas

mentes para uma postura devida aqui, podemos

considerar, - (1.) Que a paciência de Deus nunca

chegou a um problema geral com a humanidade, mas

uma vez desde a criação; e isso estava no dilúvio, 1

Pedro 3:20. E este exemplo de Deus deve ser um

aviso suficiente para todos os pecadores ímpios da

certeza e severidade de seu futuro julgamento; para

que nenhum homem tenha razão para se sentir

seguro em seus pecados, 2 Pedro 3: 5-7. E, portanto,

ele se comprometeu com a promessa, para que ele

não mais lide com a humanidade, sejam seus pecados

o que quiserem, até que venha a consumação de

Page 263: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

263

todas as coisas, Gênesis 8: 21,22. Enquanto a terra

permanece, não haverá mais tal maldição. Mas há um

tempo limitado nela contida. A própria terra cessará,

e então executará plenamente seus juízos sobre o

mundo dos pecadores ímpios. Bendito seja Deus por

esse registro público de seu propósito e paciência,

sem o qual a continuação da humanidade no mundo

seria uma questão de espanto. (2.) A paciência de

Deus não deve chegar a um problema com nenhuma

nação ou igreja apóstata até que ele mesmo declare e

determine que todos os meios devidos foram usados

para sua recuperação, 2 Crônicas 36: 15-17. E o

julgamento disto não deixará para o melhor dos

homens; - ele não o cometeria ao próprio Elias. (3.) É

um fruto ou efeito de fé difícil, glorioso e excelente,

para não se repetir, mas para glorificar a Deus em sua

paciência para com uma geração de pecadores

perversa e provocadora. Mesmo as almas dos santos

no céu parecem expressar um pouco de pressa neste

assunto, Apocalipse 6: 9-11. O que desejavam era

adequado à santidade, à justiça e à fidelidade de

Deus, e em que ele havia se projetado para se

glorificar em seu período designado, Apocalipse 19:

1-3; mas o tempo lhes pareceu longínquo: por isso,

glorificar a Deus aqui é um fruto da fé, Apocalipse

13:10. A fé e a paciência dos santos são mais

eminentes esperando em silêncio até que a

destruição dos inimigos da igreja seja totalmente

chegada. E é assim, [1.] Porque é acompanhado de

abnegação, como para todo o nosso interesse neste

Page 264: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

264

mundo e todos os desejos da natureza. [2.] Porque a

apreensão é mais verdadeira e infalível, que a justiça,

a santidade e a fidelidade de Deus serão

exageradamente glorificadas na destruição dos

pecadores apóstatas, provocadores e ímpios; e isso

será em particular na ruína da Babilônia e todo o seu

interesse no mundo. E isso pode tornar nossos

desejos desordenados, se não forem regulados pela

fé. É, portanto, um ato eminente de fé, dar glória a

Deus no exercício de sua paciência em direção a

professantes estéreiis; e o que sozinho pode, nestes

últimos dias do mundo, dar descanso e paz às nossas

próprias almas. 2. Deus fará isso para evidenciar a

justiça de seus julgamentos, tanto nos corações

quanto nas consciências dos que serão finalmente

destruídos, "cujo fim é ser queimado", como também

de todos os outros que considerem sabiamente seus

caminhos. Deus afasta todas as coisas do mundo,

"para que seja justificado em suas palavras e vença

quando é julgado", Romanos 3: 4; isto é, não só que

tudo o que ele deve ser justo e santo, o que é

necessário da sua própria justiça essencial, de onde

ele não quer, de onde não pode fazer o mal, mas suas

obras serão tão forjadas, tão realizadas, assim como

a justiça delas será evidente e suplicável por seu povo

contra todos os ditos e reflexões dos homens ímpios.

Especialmente, tudo deve ser clara e visivelmente

justo, de tal forma que ele faça assim às igrejas

estéreis e não lucrativas, que anteriormente possuía

e abençoou. Ao lidar com eles, ele não deixará

Page 265: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

265

nenhuma base de questionamento da sua bondade e

fidelidade, mas, por assim dizer, remete a justiça de

seus procedimentos para todos. Então ele diz em

relação ao seu lidar com a igreja dos judeus quando

cresceu totalmente estéril, Isaías 5: 1-7. Assim como

nosso Senhor Jesus Cristo, em sua parábola, obriga

os judeus ímpios a se inscreverem para a justiça de

Deus naquela destruição miserável que estava

acontecendo em si, Mateus 21: 33-46. E isto Deus faz

principalmente pelo seu procedimento gradual com

eles. Suas advertências precedentes e os primeiros

graus de julgamentos, espirituais ou temporais,

testemunharão a justiça de sua total ruína. Os

homens, no presente, através da sua cegueira, da

dureza do coração, do amor ao pecado, não são

conscientes do trato de Deus com eles e, portanto,

são capazes de se queixar quando estão surpresos

com o mal fatal; mas virá o dia em que suas

consciências serão despertadas para uma lembrança

terrível de todas as advertências que Deus lhes deu, e

com que lentidão ele procedeu em seus julgamentos,

quando suas bocas serão interrompidas e seus rostos

se encherão de confusão. 3. Os tratos de Deus com os

apóstolos estéreis sendo principalmente em juízos

espirituais, cuja questão é a remoção total do

evangelho deles, ele não o fará de uma vez, porque

outros ainda podem ser misturados entre eles a quem

ele terá os meios da graça continuando. Isto Abraão

estabeleceu em juízos temporais, como um princípio

inquestionável de direito divino, de que "Deus não

Page 266: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

266

destruirá o justo com os ímpios", Gênesis 18: 23,25,

o qual pode ser tido como um sinal do tipo de

destruição que deveria ser um sinal permanente e

uma garantia do último julgamento final, e a

condenação de todos os homens ímpios, pois, em

outros casos, admitiria alguma exceção

extraordinária; mas este é o caminho geral do

procedimento de Deus em todos os julgamentos,

espiritual e temporal. Agora, se, quando os homens

manifestem abertamente a sua esterilidade, e

produzam diariamente espinhos e abrolhos, Deus

remove imediatamente a palavra, enquanto há entre

eles um povo que é realmente frutífero para a sua

glória, não pode ser senão, por sua providência, e

devem sofrer com os demais, e que, diante de Deus,

tenha cumprido toda a obra de sua graça para com

eles. Foi com isso que ele satisfez e acalmou a mente

de Elias, quando, em um transporte de zelo, se queixa

da horrível apostasia da igreja de Israel, fazendo,

como diz o apóstolo, "intercessão contra eles", e ele

aplica isto a todas as outras épocas da igreja,

Romanos 11: 2-5. E nos ensinamos nesse exemplo

que, quando a paciência de Deus em relação a um

povo altamente provocador parece interferir com o

seu potencial ameaçador e ordinário de sua

providência, devemos acreditar que ainda existem

entre eles muitos cujos corações são sinceros para

com Deus, embora por muitas razões eles são

desconhecidos para nós. E isso deve nos agitar a

orações contínuas para o mundo inteiro. Quando a

Page 267: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

267

paciência de Deus é abusada pela maior parte, e se

transformou em um aumento da sua segurança,

ainda assim ele tem um fim abençoado em sua

direção entre eles, Pedro 3: 3, 4, 9. E este foi o estado

de Deus na presente dispensação em relação a estes

hebreus. A maioria deles eram obstinados infiéis, e

muitos deles eram apostatas estéreis; mas, no

entanto, Deus continuou por algum tempo

exercitando paciência para com eles, e ensinando o

evangelho a eles. E isso ele fez porque havia um

"remanescente" entre eles "de acordo com a eleição

da graça", que deveria ser salvo, enquanto "o resto foi

endurecido", como nosso apóstolo declara, em

Romanos 11. E dessa paciência de Deus os

desgraçados endurecidos desprezavam e zombavam.

Mas ainda assim Deus continuou em seu caminho e

método, por causa daqueles entre os quais, por meio

dessa paciência e sofrimento, ele pretendia levar ao

arrependimento e ao reconhecimento da verdade.

Além de esclarecer toda essa questão, pode ser que

pergunte-se quais são esses graus em juízos

espirituais, segundo os quais Deus procede

normalmente contra professoantes estéreis, que são

aqui intimidados em geral. E, 1. Em tais casos, Deus

geralmente restringe a influência da luz do homem

sobre suas próprias consciências e afeições. A luz e o

conhecimento que eles alcançaram podem em suas

noções permanecerem com eles, mas eles não são

afetados pelo que eles conhecem, ou guiados por ele

como a sua prática. Há um tempo em que a luz e o

Page 268: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

268

conhecimento, não melhorados, fazendo perder toda

a sua eficácia. Homens sob um estado estéril,

apóstata, ainda conservam algumas das suas luzes e

noções de verdade; da qual eles são sensíveis de

nenhum poder, nem têm qualquer uso, a menos que

seja para capacitá-los a ser os maiores

escarnecedores de outros. Agora, embora isso venha

a passar por seus próprios pecados e desejos como a

causa imediata disso, ainda é também um

julgamento espiritual de Deus sobre eles. por seus

pecados. Pois ele com todo o trabalho de seu Espírito

em e por essa luz, que por si só torna isto eficaz. Seu

Espírito não se esforçará mais neles; e então é fácil

para eles "rebelar-se contra a luz" que eles têm, como

se vê em Jó 24:13. E deixe todos os homens, portanto,

prestar atenção, quando começam a achar que suas

luzes e convicções da palavra não têm o mesmo poder

e eficácia com eles, como antigamente tinham tido;

pois é muito temível que isto não seja um começo do

desagrado de Deus sobre eles. Veja Oséias 9:12. 2.

Deus os priva de todos os dons que antes recebiam.

Os dons são uma habilidade para o devido exercício

de luz evangélica e conhecimento nas funções de

interesse público. Estes podem ser feitos

participantes de quem ainda se prova estéril e

apóstata. Mas Deus não os supotará por muito tempo

retido sob um curso de retrocesso. À medida que os

homens negligenciam seu exercício, então Deus os

priva deles e faz com que isso seja um meio de

executar esse julgamento sobre eles. O talento que foi

Page 269: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

269

guardado em um guardanapo foi tirado. E isso vemos

exemplificado tanto em igrejas inteiras como em

pessoas particulares. Eles perdem, ou são privados

dos dons que tinham, ou que estavam entre eles; e

são comumente preenchidos com inimizade e

desprezo deles por quem eles são retidos. E nestas

duas coisas consiste o primeiro ato do julgamento de

Deus, na rejeição do solo estéril. A próxima é que eles

fazem abordagens para a maldição; e isso é feito de

duas maneiras: 1. Deus tendo evidenciado a sua

rejeição deles, ele os entrega à tentação do mundo, e

à sociedade dos homens ímpios, a que se

comprometem com seus prazeres ou lucro. "Os

homens os ajuntam", diz o nosso Salvador, João 15:

6. Seus desejos sendo soltos sob o poder de suas luzes

e convicções, especialmente seu amor ao mundo, eles

se lançaram na sociedade de homens profanos e

perversos. Entre eles, cada dia pioram cada vez mais

e aprendem, de maneira especial, a odiar, desprezar

e blasfemar dos bons caminhos de Deus, que antes

conheceram, possuíam e professavam. E Deus

ordenará as coisas na sua providência, como essa

tentação adequadamente às suas concupiscências

mais prevalecentes, em todas as ocasiões, serão

apresentados a eles, pelo que serão mais enredados.

2. Deus os expulsa dos corações e das orações de seu

povo. Isto de todas as outras coisas que eles menos

valorizam, sim, eles mais desprezam; mas é um dos

maiores efeitos da severidade de Deus em relação a

eles. Então ele ordenou ao seu profeta que não orasse

Page 270: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

270

pelo povo, quando seu coração não seria para eles,

Jeremias 7:16, 11:14, 14:11. E em casos semelhantes,

embora não por comando expresso, ainda por sua

providência secreta, ele tira os corações de seu povo

daqueles que ele projetou para arruinar seus

pecados. E podemos observar que nosso próprio

apóstolo, que há muito tempo trabalhou com zelo

indescritível e súplicas mais fervorosas a Deus pelos

incrédulos hebreus, como ele se expressa, Romanos

9: 2,3, 10: 1, fala deles como aqueles que ele não mais

considerou, senão apenas inimigos de Cristo, 1

Tessalonicenses 2: 14-16. E isso os avança no

caminho da maldição fatal. Em terceiro lugar, a

própria maldição, que consiste em três coisas. Pois,

1. Deus tira suas restrições naturais do pecado. As

repreensões de uma consciência natural, medo,

vergonha e afeições aflictivas semelhantes não terão

mais poder sobre eles. Então ele lidou com os que

pecaram contra a luz da natureza, Romanos 1: 26,27;

e eles se tornaram como os descritos, em Efésios 4:

18,19. Nenhum homem está tão visivelmente sob a

maldição de Deus do que aqueles que, tendo

quebrado os laços da natureza, do medo e da

vergonha, entregam-se ao pecado abertamente

diante do sol. 2. Deus os endurece judicialmente; que

contém a vida e o poder da maldição aqui pretendida,

pois os homens estão seguros para a sua destruição

final e queima. 3. Por vezes, Deus opera esta

maldição neste mundo, expulsando completamente

essas pessoas de qualquer interesse na dispensação

Page 271: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

271

da palavra. Ele quer retirar a pregação do evangelho

deles ou desistir deles para a conduta daqueles que,

sob a sua pretensão, os farão errar com mentiras e

delírios; que os remete para a sua futura ruína, 2

Tessalonicenses 2: 11,12. E estes são alguns dos

caminhos pelos quais Deus lida com um terreno

árido, com professantes infrutíferos e provocadores,

mesmo enquanto estão neste mundo. É verdade que

esses juízos são espirituais, e agora se tornam

inteiramente carnais, eles são, na sua maioria, pouco

sensíveis a eles. Deus, de fato, faz com que o medo e

o terror de sua ira caiam sobre a consciência de

alguns. deles, como naquele mundo eles são feitos

um espetáculo de vingança divina; mas, em sua

maior parte, sendo preenchidos com suas

concupiscências, com seus pecados e prazeres,

realizam-nos com força até o fim. Contudo, poucos

deles escapam a tais reflexões sobre si mesmos, o que

faz com que às vezes eles encolham e gemam. Mas

suponha que eles possam ser capazes de levá-lo a

cabo de forma robusta neste mundo, de modo que

eles mesmos não deveriam sentir nem outros

observarem a maldição de Deus sobre eles aqui, mas

o dia está apressando-se em que a queima real, e que

para sempre será sua porção.

VERSOS 9-12.

Os expositores geralmente concordam em dar esses

versículos como um exemplo da grande sabedoria e

Page 272: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

272

prudência usada pelo apóstolo no seu lidar com esses

hebreus. Crisóstomo em especial insiste nisso,

fazendo observações para esse propósito em todas as

passagens consideráveis no contexto. O que é

realmente dessa natureza nos ocorrerá, e será

observado em nosso progresso. O seu desígnio em

geral é duplo: primeiro, para acalmar a gravidade da

ameaça anterior e a previsão contida nela, para que

ela não tenha um efeito sobre suas mentes além de

sua intenção. Ele sabia que, em todas as

circunstâncias consideradas, era necessário que ele

usasse isso; entretanto, ele teve cuidado de que

nenhum deles sendo um crente sincero deveria estar

aterrorizado ou desanimado. Pois, se forem

desanimados no caminho em que estão engajados,

por aqueles de cuja orientação eles dependem, e a

quem julgam que devem se submeter, isso os faz

desesperar e desistir dos pensamentos de um

progresso alegre. Portanto, em todos os casos, o

nosso apóstolo tem muito cuidado para que em nada

faça pesado ou triste o coração de seus discípulos, a

menos que seja em caso de extrema necessidade. Por

isso, é a sua desculpa, por assim dizer, aos Coríntios

por tê-los posto em tristeza por algumas severas

repreensões em sua carta anterior, 2 Coríntios 2: 1, 2:

"Mas deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter

convosco em tristeza. Porque, se eu vos entristeço,

quem é, pois, o que me alegra, senão aquele que por

mim é entristecido?"

Page 273: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

273

Ele deixa que eles saibam, que qualquer tristeza que

ele lhes tivesse causado, era mais a si mesmo do que

a eles, visto que eles eram as principais causas de sua

alegria. E, assim, ele o faz neste lugar com os hebreus.

Para que não se esqueçam do terror da ameaça

precedente, e a predição contida da inevitável e

terrível ruína de apostatas e hipócritas preguiçosos,

ele lhes faz saber que ele não determinou julgá-los,

em seu estado e condição. Mas, tendo muitos outros

pensamentos e esperanças a respeito deles, e o fim de

sua profissão, ele ainda julgou necessário movê-los

para aquela diligência que alguns deles haviam

desprezado, declarando o fim miserável daqueles que

sempre permanecem infrutíferos, ou apostatam, da

profissão do evangelho. Aqui ele dirige um curso

direto e igual entre os extremos em admoestação.

Pois ele não usa muita linguagem para enfatizar sua

repreensão e advertência, nem tanta severidade

quanto para desencorajar ou provocar aqueles que

são avisados por ele. Em uma palavra, ele coloca peso

sobre as coisas, e poupa as pessoas; o contrário a isto

que é a falha de toda admoestação espiritual. Em

segundo lugar, ele faz uso deste discurso para uma

transição para a segunda parte de seu desígnio. E foi,

para propor aos que eram verdadeiros crentes tais

incentivos e fundamentos de consolação que

pudessem confirmar e estabelecê-los em sua fé e

obediência; que são os assuntos da parte restante

deste capítulo.

Page 274: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

274

Portanto, como, para abrir caminho para as ameaças

severas que ele usou, era necessário que ele

descrevesse as pessoas a quem elas se destinaram de

maneira especial, por isso não era menos necessário

que ele descrevesse aqueles também para quem as

promessas e consolações que se seguem pertencem;

o que ele faz nestes versos.

“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores,

e que acompanham a salvação, ainda que assim

falamos.” (Hebreus 6.9).

O desígnio especial do apóstolo, neste e nos

versículos seguintes, é declarar sua boa vontade em

relação aos hebreus, seu julgamento de seu estado e

condição, os motivos e os fundamentos desse

julgamento, com o uso adequado e o fim da ameaça

antes estabelecida, pela qual não deveriam ser

desencorajados. Este versículo contém: 1. A

expressão de seu amor e boa vontade em relação a

eles; 2. Seu julgamento sobre eles; 3. O motivo da sua

presente declaração destes dois, com respeito ao que

ele havia falado antes deles, a saber, que, embora ele

tenha falado com eles, ele não falou sobre eles. 1. Seu

amor e boa vontade ele testifica em sua compilação,

agaphtoi, "amados". É uma expressão de todo o afeto

e nunca é usada nos Evangelhos, senão para

expressar o amor de Deus Pai ao seu Filho Jesus

Cristo, Mateus 3:17, 12:18, 17: 5; Marcos 1:11, 9: 7, 12:

6; Lucas 3:22, 9:35, 20:13. Os apóstolos em suas

Page 275: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

275

epístolas a usam frequentemente aplicado-a aos

crentes, especialmente por Paulo, em todos os seus

escritos: podemos, portanto, vê-la como a palavra

com que costumava expressar seu sincero afeto por

todos os santos. Mas parece haver uma dupla razão

de sua introdução especial neste lugar, ambos

referidos na sabedoria do nosso apóstolo. (1) Talvez

estes hebreus estivessem prontos o suficiente para

entreter ciúmes a respeito dele, que ele não tinha esse

afeto por eles como ele tinha para os outros. Pois ele

passou muito tempo entre os gentios, para sua

conversão e edificação. Entre eles, ele havia plantado

muitas igrejas, e em um ponto contrário ao

julgamento da maioria desses hebreus, a saber, na

liberdade da lei e das cerimônias de Moisés. Neste

longo trabalho, eles podem suspeitar que ele perdeu

seu amor natural a seus compatriotas, como é usual

em tais casos, e como ele foi muito acusado de ter

feito. Para desenraizar esta suposição maligna de

suas mentes, como ele usa com frequência outras

expressões afetuosas nesta epístola, então ele aqui os

chama de "amados", do que ele não usou nenhuma

expressão de maior afeto para com nenhum de seus

convertidos gentios. E apesar de todas as

provocações e lesões que ele havia recebido, ele deu

em todas as ocasiões a maior demonstração do

carinho mais intenso em relação a eles; nunca se

opondo a eles nem refletindo sobre eles com alguma

severidade, mas somente então e em que se

opuseram ao evangelho e à sua liberdade. Esse afeto

Page 276: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

276

era tal por eles, como seus compatriotas e parentes

na carne, como que ele poderia ter morrido de bom

grado para serem salvos, Romanos 9: 2,3. E por isso

ele orou continuamente, Romanos 10: 1. E a adição

do amor que foi feito nele após sua conversão não

pode ser expressada. (2.) Ele tem respeito às suas

expressões severas precedentes, como é claro a partir

do fim deste versículo, "embora assim falemos."

Como se ele tivesse dito: "Apesar dessa severa

admoestação, que eu tenho, na consideração de todas

as circunstâncias que fui forçado a usar, mas meu

coração não se afeta de modo algum para vocês,

senão em relação a meus compatriotas, irmãos e

santos de Deus". E assim, - Observação I. É dever dos

dispensadores do evangelho satisfazer seus ouvintes

no seu amor em Jesus Cristo às suas almas e pessoas.

2. O apóstolo expressa seu julgamento a respeito

destes hebreus: "Estamos convencidos de melhores

coisas de vocês, e que acompanham a salvação". Em

que temos, primeiro, o ato de sua mente neste

assunto: "Estamos persuadidos". Crisóstomo insiste

muito na força desta palavra. O apóstolo, como ele

observa, não diz: "Nós pensamos" ou "nós

esperamos", mas ele estava totalmente "persuadido".

Ele lhes faz saber que ele estava totalmente satisfeito

neste assunto. E ele não usa esta palavra em qualquer

lugar em suas epístolas (como ele usa muitas vezes),

mas ele pretende uma persuasão completa e

prevalecente. Agora, isto pode ser de coisas

espirituais em três motivos: (1.) Por revelação

Page 277: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

277

especial; então ele estava certo da verdade do

evangelho que lhe foi revelado, do qual ele discursa,

Gálatas 1: 7,8. (2.) Pela prova de fé; quando se

acredita em alguma coisa por motivos infalíveis, a

saber, a revelação da mente de Deus na Escritura ou

as promessas do evangelho. Então ele usa essa

palavra, Romanos 8:38, Pepeismeqa gar, "Porque

estou persuadido de que nem a morte nem a vida",

etc. Ele acreditava e tinha uma certeza infalível

porque Deus havia prometido assim. Assim também,

2 Timóteo 1:12: "Eu sei em quem eu tenho crido e

estou persudido de que ele é capaz de guardar aquilo

que eu tenho comprometido a ele." Ele usa a mesma

expressão em matéria de fé, Romanos 14:14. (3.) Há

uma certa persuasão de espírito, que se baseia em

argumentos morais, que podem levar um homem a

uma satisfação total em sua mente, mas ainda assim,

como é possível, ele pode ser enganado. Dessa

natureza é essa persuasão, essa confiança ou

esperança, que temos do bom estado de outros

homens. Então, nosso apóstolo fala de Timóteo e de

sua fé, 2 Timóteo 1: 5: "A fé que habitou em sua mãe

Eunice, e estou certo de que também habita em ti."

Ele não foi persuadido de nenhuma fé sincera em

Timóteo por revelação especial, nem foi objeto de sua

fé de qualquer palavra expressa das Escrituras, mas

ficou satisfeito com tais motivos inquestionáveis que

não deixaram espaço para dúvidas sobre isso. Alguns

desejam o mesmo propósito em Filipenses 1: 6,

"tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós

Page 278: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

278

começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo

Jesus." Mas essa persuasão, sendo construída em

uma suposição que um bom trabalho foi iniciado

neles, foi um ato de fé infalível, construído nas

promessas de Deus e na mudança de sua aliança. Sua

persuasão aqui sobre os hebreus era desse último

tipo, até mesmo o que ele tinha razões e motivos

satisfatórios, o que prevaleceu contra todas as

objeções contrárias. Da mesma maneira, ele fala dos

romanos, Romanos 15:14. "Eu, da minha parte,

irmãos meus, estou persuadido a vosso respeito, que

vós já estais cheios de bondade, cheios de todo o

conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-

vos uns aos outros." Os motivos dessa persuasão com

respeito aos hebreus, ele expressa no versículo

seguinte, onde os consideraremos. Observação II. É

nosso dever chegar à melhor satisfação que

possamos, na condição espiritual daqueles, com

quem devemos ter comunhão espiritual. Não há nada

de nossos deveres mútuos que o evangelho mais

pressione ou suponha. E é necessário tanto para

ministros como para cristãos privados. Para o

primeiro, eles estão preocupados com o conselho do

sábio, Provérbios 27:23: "Seja diligente para

conhecer o estado das suas ovelhas". Eles não devem

apenas fornecer boas pastagens e alimentação para

elas, mas devem conhecer seu estado e condição, que

o que eles fornecem para elas pode ser adequado e

sazonal. E, para este fim, havia no início alguns na

igreja que tinham a inspeção imediata do estado e

Page 279: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

279

caminhada dos seus membros, e foram habilitados,

como Moisés disse a seu sogro, Números 10:31, para

"servir de olhos" para os mestres, olharem para a

condição de todo tipo de pessoas. Nem eles podem,

sem isto, desenvolver qualquer dever de seu ofício de

forma devida. Porque ministros que caminham em

direção ao seu povo combatendo de forma insegura

como homens batendo no ar, sem um conhecimento

de seu estado, e especial consideração de sua

condição, e o que é adequado para sua edificação

(como é a maneira de muitos), deixá-los com uma

grande incerteza. Veja Hebreus 13:17. A menos que

um homem tenha uma boa satisfação quanto à

condição espiritual daqueles que estão

comprometidos com a sua carga, ele nunca pode se

provar entre eles "um trabalhador que não precisa se

envergonhar, por saber dividir a palavra da verdade",

dando a todos segundo as suas capacidades. E o

trabalho do ministério não é de modo algum mais

evacuado e tornado ineficaz, do que quando os

homens não têm um determinado desígnio para lidar

com seus ouvintes de acordo com o que eles são

persuadidos de que seu estado espiritual exige. Como

instruirão, como devem avisar, como devem

consolar, senão com a suposição de um

conhecimento do estado e condição em que estão?

Uma pregação geral aleatória, sem um alcance

especial, dirigida pela persuasão mencionada,

transforma todo o trabalho na maior parte, tanto em

pregadores quanto em ouvintes, em uma

Page 280: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

280

formalidade inútil. Em resumo, essa persuasão

regula principalmente todo o trabalho do ministério.

Aquele que é um médico para os corpos dos homens,

deve familiarizar-se com o estado e condição especial

de seus pacientes, como também de seus distúrbios,

em que sua habilidade e julgamento são

especialmente exercidos. Sem isso, deixe-o ser

fornecido com a maior quantidade de bons remédios,

se ele os entregasse de maneira promissora a todos

os recém-chegados, tudo do que ele terá pouco uso.

Pode ser que seus medicamentos sejam seguros, eles

não farão mal; e é tão provável que eles façam tão

pouco bem. Nem será de outra forma com os médicos

das almas, na mesma situação. São necessárias todas

as coisas para tornar a dispensação da palavra

adequada e rentável; uma boa fonte, uma regra

segura, um desígnio distinto e afeições vivificantes.

(1.) O primeiro é a própria luz e experiência do

dispensador. Ele deve ver em seu trabalho com seus

próprios olhos, e não com os dos outros homens. E

quando ele estiver por sua própria luz como escriba

instruído no reino de Deus, é do bom tesouro de seu

próprio coração que ele deve produzir coisas boas e

novas. (2.) Sua regra segura é a infalível palavra da

verdade. Essa deve ser a pedra de toque da luz e da

experiência. E é adequado para toda a sua obra, para

todos os deveres disso, 2 Timóteo 3: 16,17. Em nada

além do que está regulamentado, deve ser atendido,

Isaías 8:20. (3.) O seu desígnio distinto reside na

devida consideração do estado e condição espiritual

Page 281: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

281

daqueles a quem a palavra deve ser dispensada. E

aqui consiste a maior parte da habilidade ministerial.

Isto é o que secretamente diferencia a constante

dispensação ministerial da palavra do exercício

ocasional dos presentes. E isso que Deus faz uso para

transmitir alívio ou repouso inesperado para as

almas dos homens, com as quais eles são

surpreendidos e afetados. Se não tivermos esse

alcance continuamente diante de nós, podemos

correr rápido, mas nunca sabemos se estamos dentro

ou fora do caminho. (4.) As afeições vivificantes que

devem acompanhar a dispensação da palavra são

zelo para a glória de Deus e compaixão para as almas

dos homens. Mas essas coisas não devem ser

insistidas aqui. E para os cristãos privados entre si,

seus deveres mútuos são encaminhados para o amor

e seus frutos. Esse amor especial que deve estar entre

os discípulos de Cristo como tal, retoma, na

descrição, injunções e instruções dele, uma grande

parte dos escritos do Novo Testamento. Nada que o

próprio Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos exortem

sobre eles como este de amor mútuo. Com a devida

execução deste dever, ele declara frequentemente

que a sua honra neles e, por eles, neste mundo

dependem principalmente. E o que quer que

possamos além disso, nosso apóstolo declara que não

é nada, nem inútil na igreja de Deus, 1 Coríntios 13.

E a maior evidência da degeneração do cristianismo

no mundo consiste na perda aberta desse amor entre

aqueles que fazem sua profissão. [1.] Agora, este

Page 282: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

282

amor é fundado em nossa persuasão quanto ao

estado espiritual e condição do outro. Quero dizer,

esse amor mútuo especial é tal que deve estar entre

os discípulos de Cristo como tal. Pois, embora

tenhamos outros motivos, obrigados a um amor para

com toda a humanidade, sejam amigos ou inimigos,

ainda o amor peculiar que o evangelho encarrega aos

discípulos de Cristo é um efeito e é construído sobre

o interesse comum e mútuo em Cristo. Eles devem

amar-se uns aos outros como membros do mesmo

corpo místico e unidos à mesma Cabeça espiritual.

Seja qual for o amor que possa haver em outros

relatos entre os outros, que não surgem desta fonte,

não é esse amor evangélico que deve estar entre os

crentes. E como isso pode estar em nós, a menos que

tenhamos uma boa persuasão em relação ao nosso

interesse mútuo em Cristo? Deus proibiu que alguém

pressionasse aquele amor peculiarmente intenso que

deveria estar entre os membros do corpo de Cristo,

para tirar ou derrogá-lo desse amor e utilidade geral

que não só a lei de nossa criação, mas o evangelho

também exige de nós em uma maneira especial para

com todos os homens; sim, aquele que confessa o

amor aos santos, o amor peculiar que é necessário

para com eles, e não exerce o amor em geral em

relação a todos os homens, muito mais ele finge o

amor fraterno no motivo de alienar seu afeto do

restante da humanidade, - não pode ter certeza de

que o amor que ele professa é sincero, incorrupto,

genuíno e sem dissimulação. Mas este amor especial

Page 283: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

283

é o dever especial de todos nós, se acreditarmos no

evangelho, e sem qual fundamento bem posto, não

podemos cumprir nenhum outro dever mútuo.

Agora, como é evidente, não podemos ter, a menos

que tenhamos uma persuasão do único fundamento

deste amor, que é a nossa relação mútua com Jesus

Cristo. E para agir corretamente sobre o seu objeto,

baseando-se nessa persuasão, preste atenção a

"suposições malignas", estas são a paixão do amor

evangélico, embora alguns pareçam fazer seus

deveres. Aqueles a respeito dos quais ouvimos que

eles fazem profissão de fé e obediência em relação a

nosso Senhor Jesus Cristo, e não sabem que, de

qualquer forma, contradizem sua profissão por obras

ímpias, somos obrigados a suportar o mesmo amor

como se os conhecesse sinceros. "o amor espera todas

as coisas", isto é, que são boas, se não tivermos

provas certas do contrário. E, portanto, em geral,

podemos ter essa persuasão sobre "todo o que em

todos os lugares invoca o nome de nosso Senhor

Jesus Cristo, seu Senhor e o nosso". Não temos

nenhuma obrigação, de fato, em relação a tais coisas,

de maneira visível e evidentemente indigna daquela

vocação elevada pela qual somos chamados. A

respeito de tal nosso apóstolo assegura-nos que, o

que eles professam, são "dos quais repetidas vezes

vos disse, e agora vos digo até chorando, que são

inimigos da cruz de Cristo; cujo fim é a perdição; cujo

deus é o ventre; e cuja glória assenta no que é

vergonhoso; os quais só cuidam das coisas terrenas.",

Page 284: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

284

Filipenses 3: 18,19. É uma desonra, um opróbrio a

Cristo e ao evangelho, para que nos convençamos de

que são seus discípulos e membros de seu corpo

místico, a quem procuramos seguir a maneira do

mundo e ter sua conversa nos desejos da carne. Estes

ainda devemos amar, como aqueles que já tiveram, e

ainda são capazes de renovar a imagem de Deus

sobre eles; mas eles se proclamam destituídos de

todas as qualificações que são o objeto formal e a

razão desse amor peculiar. [2.] O Senhor Jesus

Cristo, por sua instituição, assegurou-nos sobre uma

certa regra dessa persuasão e amor, pela disposição

de seus discípulos nas sociedades da igreja, por

razões como garantia suficiente para isso. Assim,

nosso apóstolo, em todas as suas epístolas para as

igrejas, sauda, estima, julga que todos são "santos e

chamados em Cristo Jesus". Pois, embora alguns

deles não sejam tão reais e diante de Deus, ainda

assim a persuasão e o seu amor sendo dirigidos de

acordo com a regra, eram aceitáveis para Cristo. E ao

contrário, nosso Senhor Jesus Cristo ordenou que

todos os seus discípulos se juntassem e andassem por

esses laços, se não houvesse uma grande confusão

trazida ao mundo em e sobre as instituições do

evangelho, não devemos ser altos sobre essa

persuasão e amor; pois devemos ser obrigados

àqueles que são chamados de cristãos, até que se

declararam abertamente "inimigos da cruz de

Cristo". Mas ainda estamos sofrendo sob a confusão

de uma apostasia fatal, da qual Deus em seu bom

Page 285: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

285

tempo vai livrar as suas igrejas. [3.] Como não

podemos direcionar nosso amor corretamente sem

essa persuasão, não podemos exercer mais nenhum

dos deveres ou frutos dele. Os frutos do amor mútuo

entre os cristãos devem existir quer nas coisas

espirituais, que dizem respeito à edificação; ou em

coisas temporais, que dizem respeito ao alívio

externo. Do primeiro tipo, são admoestações,

exortações, instruções e consolações, administradas

mutuamente. Agora, como alguém pode ordenar ou

fazer uso dessas coisas de maneira correta, a menos

que tenha alguma persuasão diretiva da condição

espiritual daqueles a quem ele administra? É verdade

que, às vezes, pode estar equivocado; no entanto, é

muito melhor ser do que nunca considerar o que é

satisfatório e necessário com respeito a isso. E

quanto aos frutos do mesmo amor nas coisas

externas, embora sejam devidas nas provisões

temporais de todos, de acordo com nossas

oportunidades e habilidades, ainda que, sem essa

persuasão, eles desejarão a forma e a alma

vivificantes deles; que é um desígnio para colocar

nosso amor neles, em última análise, em Jesus

Cristo. Obsservação III. Podemos, como as ocasiões

exigem, declarar publicamente essa boa persuasão

sobre a condição espiritual dos outros, e isso para si.

O nosso apóstolo aqui conhece estes hebreus com sua

boa persuasão a respeito deles; e, igualmente, em

todas as suas epístolas, ele ainda declara sua

esperança e confiança do seu bendito interesse em

Page 286: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

286

Cristo por quem ele escreveu; e poupa não dar-lhes

todos os títulos que realmente pertencem apenas aos

eleitos crentes. Agora, como isso não deve ser feito de

forma leve, não de forma lisonjeira, não apenas em

bases justas e firmes da Escritura, menos ainda para

dar semblante a qualquer pessoa para continuar de

maneira maligna; no entanto, em três casos, é

exigível: - (1.) Quando é feito para o devido incentivo.

Pessoas graciosas, através de suas tentações, medos

e sensação de pecado; sim, igrejas inteiras, na ocasião

de provações, angústias e retrocessos entre eles;

podem ser abatidos e desanimados, para serem

desencorajados em seus deveres e progresso. Neste

caso, não é apenas lícito, mas conveniente, sim,

necessário que devamos testemunhar a eles a boa

persuasão que temos sobre o seu estado e condição,

com os seus motivos, como o apóstolo faz neste lugar.

Então, na mesma hipótese, testemunhamos o

próprio Salvador sobre a igreja de Esmirna:

"Conheço a sua pobreza", do que você se queixa e está

pronto para afundar; "mas você é rico", Apocalipse.

(2.) Pode e deve ser feito por sua justa reivindicação.

Os discípulos e as igrejas de Cristo podem ser

falsamente acusados, e, no entanto, pode ser com

tanta probabilidade, ou pelo menos, aparência de

maldade, como que eles possam sofrer grandemente

em sua reputação justa, pela qual o santo nome do

Senhor Jesus Cristo é também desonrado. Aquele

que acusou falsamente todos os irmãos diante de

Deus continuamente, não quer instrumentos para

Page 287: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

287

consertar as calúnias sobre os homens aqui embaixo.

Nesse caso, é nosso dever indispensável testemunhar

a nossa boa persuasão a respeito deles, sejam eles

pessoas ou igrejas, que são assim interpretados. E se

não o fizermos, temos uma cumplicidade na culpa

das falsas acusações de seus inimigos. (3.) Quando

temos o dever necessário de nos convencer, que este

testemunho da nossa persuasão a respeito deles pode

tornar-se mais efetivo, ou impedir que ele tenha

outro fim do que o que visamos, ou remover qualquer

preconceito do seu caminho. Este foi o próprio caso

em que o apóstolo testifica sua persuasão a respeito

desses hebreus. Seu desígnio era admoestá-los de

algumas faltas, pecados e abortos espontâneos, que

já estavam entre eles; e, além disso, ordená-los com

um cuidado sobre a apostasia do evangelho, que a

maneira pela qual alguns deles pareciam ter uma

tendência. Mas, se não fosse o seu lidar com eles, que

teve uma aparência de muita severidade, deveria ter

gerado preconceitos em suas mentes contra sua

pessoa e ministério, por um lado, ou muito abatido e

derrubado no outro, ele assegura seu procedimento

em ambos os lados com esse testemunho de sua

confiança em relação à sua condição espiritual;

assegurando-lhes de imediato seu amor e

evidenciando a necessidade de sua admoestação. E

aqui, ele, no exemplo da sabedoria concedida a ele

para este fim, nos deu uma regra inviolável de nosso

procedimento em casos semelhantes. IV. A melhor

persuasão que podemos chegar em relação à

Page 288: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

288

condição espiritual de qualquer pessoa, deixa ainda

espaço, sim, abre caminho, para avisos, exortações e

incentivos Não há nada mais comum do que cobrar

os caminhos de alguns, que, persuadindo os homens

de sua regeneração e santos, eles os tornam seguros,

e as ameaças do evangelho de uma maneira especial

não são úteis para eles. Tampouco há qualquer

dúvida senão que, como todos os outros caminhos de

Deus e sua graça, podem ser abusados. Mas aqueles

que gerenciam a carga em geral podem fazer bem em

consertar isso em primeiro lugar sobre os apóstolos.

Pois não há nenhum deles, que não testemunhem a

mesma persuasão sobre todos aqueles a quem

escreveram; e não há dúvida de que seu modo de

pregar e escrever foi o mesmo. Mas, no entanto, isso

não os impediu de usarem todo tipo de manifestações

evangélicas, exortações e incentivos; de onde

devemos tomar nosso exemplo e garantia para a

mesma prática. Isso, portanto, é evidente em seu

procedimento, que é nossa instrução e regra, ou seja,

que olhando para os homens como crentes, ou sendo

persuadidos de sua boa condição espiritual, ainda

devemos aplicar a todos os meios designados por

Cristo para a geração, o aumento e a continuação da

graça neles. E os motivos deste são evidentes;

porque: (1.) Embora essa persuasão que os homens

possam ter de sua condição espiritual, ou que outros

possam ter ou declarar sobre eles, pode fortalecer sua

paz, mas ela não deve incliná-los à segurança. "Pela

tua fé estás firme", diz o apóstolo; "não te

Page 289: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

289

ensoberbeças, mas teme", Romanos 11:20; - "Pegue a

paz e o conforto da sua fé, mas não seja orgulhoso

nem seguro." Onde há algum efeito disso, para uma

segurança como a de Laodicéia, há um motivo justo

para suspeitar que a própria persuasão é um erro

pernicioso. E é dever de todos os professantes

prestarem atenção com diligência para que nenhuma

"raiz de amargura" possa surgir entre eles e

contaminá-los. Se uma vez que uma persuasão dessa

boa condição comece a influenciar na segurança e na

negligência do dever, então eles deveriam estar no

mais alto zelo em relação à própria condição. (2.) Seja

qual for o estado e a condição do homem sob o

evangelho, eles ainda são obrigados aos meios

designados para sua edificação e preservação. Entre

todas as imaginações vãs sobre coisas religiosas

evacuadas nestes últimos dias, não há mais sabores

de orgulho satânico e a loucura humana do que a de

tal estado de perfeição alcançável nesta vida, onde,

como é formulado, os homens devem estar "acima

das ordenanças", isto é, devem ser "entediados em

vão em suas mentes carnais", acima da autoridade , e

sabedoria, e verdade de Deus. Embora estejamos no

caminho, sob a conduta do evangelho, precisamos de

todas as vantagens que se encontram em nosso

progresso. Deste tipo são todas as ameaças,

promessas, exortações, incentivos, contidos nisto. E

o uso adequado das ameaças evangélicas em

particular, como aquelas aqui insistidas pelo nosso

apóstolo, declarado em grande parte no primeiro e

Page 290: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

290

segundo versículos do quarto capítulo, e não devo

insistir novamente nisso. Siga assim, (1 .) Que, seja

qual for o estado e a condição daqueles para quem

dispensamos a palavra, ou o que quer que possamos

conceber, não devemos, com respeito a isso, violar ou

renunciar à entrega e insistência de qualquer aviso

evangélico ou das ameaças contidas no evangelho,

muito menos encorajamentos e motivos para fé e

obediência, embora estejamos convencidos de que

acreditam e obedecem. Pois, como não é impossível,

que nós podemos estar confundidos em sua

condição, e que as mais severas ameaças podem ser a

sua parcela adequada no mundo; portanto, seja sua

condição de o que isso acontecerá, todas essas coisas

não só são adequadas para eles, mas são necessárias

para eles em seus diversos tipos. Pois, embora eles,

cada um deles sejam livres, tenham a mesma

significação em si mesmos, ainda que, na sua

aplicação aos homens, tenham um senso adequado à

sua condição. Por exemplo: - a mesma ameaça, como

aplicada aos incrédulos, tende a engendrar temor,

terror e medo da ira neles, e preenchê-los com

evidências do desagrado de Deus: e conforme

aplicado aos crentes, tende apenas a preenchê-los

com medo reverente de Deus, se preocupando em

evitar o pecado ameaçado, e excitar a diligência no

uso de meios para evitar isso. Todos são bons para

todos. Como, portanto, se sempre devemos, na

dispensação da palavra, insistir nas ameaças da lei e

do evangelho, - das quais as multidões da denúncia

Page 291: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

291

certamente precisam disto, - devemos enfraquecer e

desencorajar aqueles a quem por Deus não precisaria

ser desencorajado; então, por outro lado, se, por uma

apreensão de que nosso povo ou congregações sejam

constituídas por crentes, devemos insistir

continuamente nas promessas do evangelho, com o

mesmo jeito de consolação, raramente ou nunca

pressionando as ameaças e suas ameaças severas,

devemos certamente defraudá-los de um meio

abençoado que Deus ordenou para a sua edificação e

preservação na fé. A sagrada mistura de todas essas

coisas na própria Escritura são a nossa regra, e

nenhuma imaginação nossa. (2.) Que os outros não

se pensem severamente tratados, quando são

pressionados e instados com as ameaças mais

severas do evangelho. Não diga nem pense nos seus

corações: "Este pregador nos considera como

pessoas não regeneradas, ou hipócritas; talvez por

falta de vontade por nós." É certo que, em tais

ocasiões, os homens estão aptos a dar lugar a tais

surpresas; porque uma apreensão disso é a razão pela

qual o apóstolo faz como se fosse essa desculpa pelo

uso da ameaça severa anterior. Como se ele tivesse

dito: "Você não entretém quaisquer pensamentos

difíceis ou surpresas malignas sobre mim ou meu

trato com você nesta matéria. Há outras razões de eu

tratar assim com você; para o seu interesse pessoal

na graça de Cristo, tenho ainda uma boa persuasão,

embora eu assim fale." E que outros presetem

atenção para que não caiam em tal apreensão, o que

Page 292: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

292

certamente os privará do saudável fruto das geleiras

que são necessárias para tornar o terreno frutífero,

bem como a luz do sol mais clara. E se uma árvore

não é às vezes pressionada pelo vento, ela nunca vai

firmar suas raízes no chão. Reclamações afiadas e

fervorosas em agilizar as comunicações do

evangelho, às vezes são tão necessárias para o melhor

de nós quanto a administração das promessas mais

ricas e preciosas, Oseias 10:11. 3. Tendo considerado,

em geral, a boa persuasão do apóstolo em relação a

esses hebreus, podemos considerar em especial sua

expressão das coisas que ele estava tão persuadido de

estarem neles. E isso é duplo: (1.) "Melhores coisas;"

(2.) "Que acompanham a salvação". (1.) Ele foi

persuadido sobre eles de "coisas melhores". Parece

haver uma comparação incluída nessa expressão, e

não apenas uma oposição ao que foi antes falado. Se

assim for, há uma suposição de algumas coisas boas

concedidas aos que anteriormente foram tratados.

Isso, portanto, não pode se referir aos versículos

imediatamente anteriores, que expressam apenas a

sua esterilidade e destruição, mas deve se relacionar

com os versículos 4-6, onde os dons espirituais

reunidos sobre eles são enumerados. Eles são "coisas

boas" em si mesmas, mas, no entanto, coisas tão boas

que possam perecer, e também sobre quem são

concedidas. Aqueles que as apreciam ainda podem

ser um terreno árido e tão amaldiçoado e queimado.

Mas o apóstolo é persuadido de "coisas melhores"

daqueles a quem ele fala, ou seja, "coisas que

Page 293: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

293

acompanham a salvação"; - como todo aquele que é

feito participante dela nunca perecerá eternamente.

Ou ta kreittona pode ser colocada para ta crhsta,

"coisas boas", como Crisóstomo supõe. Mas, no

entanto, nem há necessidade de supor uma

impropriedade na expressão; pois é comum

expressar coisas excelentes em palavras do grau

comparativo, embora nenhuma comparação seja

incluída, especialmente quando é feito menção com

respeito a outros que não têm interesse nelas. No

entanto, aqui é certamente uma oposição ao que foi

antes afirmado sobre os outros. E isso pode ser

reduzido a duas cabeças: [1.] Que foram estéreis e

destituídos de todas as graças e frutos salvadores.

[2.] Que eles, no final, deveriam ser destruídos. Essas

"coisas melhores" devem se opor a um ou a outro, ou

a ambos. Se eles se opõem ao primeiro, então a graça

especial de salvação e frutífera, como é peculiar aos

eleitos de Deus, procedendo da verdadeira

santificação do Espírito, como não podem ser

participantes de hipócritas dotados de perigos. Se

para o último, então essas "coisas melhores" não

respeitam à sua qualificação, mas à sua condição; isto

é, livrar-se da maldição e da ira de Deus, e perecer

sob elas: "Estou convencido de que irá melhor com

você do que com tais apóstatas." Pode ser que ambos

estejam incluídos; mas o primeiro certamente se

destina, a saber, que estes hebreus não eram estéreis,

senão como os frutos salvadores do Espírito da graça.

(2.) Por isso, acrescenta-se, - "que acompanham a

Page 294: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

294

salvação:" literalmente, "como a salvação", isto é,

como ter graça salvadora neles e salvação eterna

anexada infalivelmente a eles, - coisas que não são

concedidas a ninguém, senão àqueles que serão

salvos; isto é, que possuem fé verdadeira e obediência

sincera. Pois, em quem forem encontrados, serão

salvos, em virtude da fidelidade de Deus na aliança

da graça. E podemos observar, portanto, -

Observação V. Que, entre os professantes do

evangelho, alguns participam de "coisas melhores"

do que outros. Todos eram professantes sobre os

quais o apóstolo discorre sobre este e sobre os

versículos precedentes; e, no entanto, apesar de

quaisquer coisas boas que alguns pudessem ter tido,

ou deveriam ter tido, outros tinham coisas melhores

do que eles. E esta diferença pode ser observada,

primeiro nos graus e, em segundo lugar, nos tipos de

coisas pretendidas: - (1.) Dons Espirituais são de um

tipo. Pois, embora existam vários tipos deles, ainda

assim eles têm todos a mesma natureza geral; são

todos dons, e não mais. A diferença, portanto, que há

entre eles não deve ser retirada de sua própria

natureza especial, mas de seu uso e tendência para o

fim comum de todos eles, eu tomo isso apenas para

ser gradual. Por exemplo, falar em línguas e

profetizar, são dois dons de diferentes tipos; mas

enquanto ambos são dons do Espírito e são

projetados para promover o evangelho e a edificação

da igreja, a verdadeira diferença entre eles deve ser

tirada da sua utilidade para este fim. Aqueles,

Page 295: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

295

portanto, que têm apenas dons na igreja, como eles

têm dons diferentes, então eles têm, alguns deles,

melhores dons do que outros; alguns quanto aos

tipos especiais de dons, mas principalmente quanto

aos graus de sua utilidade para o fim deles. Daí o

nosso apóstolo, tendo contado os vários e múltiplos

dons do Espírito, acrescenta esse conselho aos

Coríntios, considerando que deveriam “procurar com

zelo os melhores dons.”, 1 Coríntios 12:31, - aqueles

que mais se importam com a edificação da igreja.

Assim, sempre foi, e sempre será, na igreja de Deus;

Alguns tiveram, e alguns têm melhores dons do que

outros. E, como toda a igreja deve, portanto,

aprender a concordar e submeter-se à soberania do

Espírito de Deus, "quem divide a cada homem

separadamente como quiser", então aqueles que

receberam esses dons melhores e diferentes, seja na

sua especialidade ou graus de utilidade, têm alguns

deveres que os incumbem singularmente e cuja

descarga será necessária nas mãos deles: como, - [1.]

Caminhar humildemente, com um cuidado

constante de que um senso de seus dons e

habilidades não se destinam a preenchê-los com

presunção de si mesmos, e assim fazê-los exaltar-se

acima de seus irmãos, na igreja apostólica e

primitiva, quando não havia nada daquela grandeza

secular, promoção, preferências, dignidades, entre os

ministros da igreja, como agora em dia enche o

mundo de orgulho e dominação, todo o perigo de

uma exaltação de um acima de outro era da

Page 296: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

296

eminência de dons que alguns receberam acima de

outros. E não pode ser negado, mas que o abuso aqui

estabeleceu os fundamentos de todo o que inunda o

orgulho secular e a dominação amaldiçoada, ou o

governo que depois incomodou a igreja. As duas

coisas que o apóstolo Pedro em um lugar adverte e

encarrega os anciãos e os guias da igreja contra eles,

tornaram-se a sua ruína, ou seja, o lucro sujo e o

amor ao domínio sobre a herança do Senhor, 1 Pedro

5: 2,3. E, de fato, é um assunto muito difícil para os

homens suprimir totalmente essas insinuações de

uma boa presunção de si mesmos, e preferindo-se

diante dos outros, que os dons singulares em seu uso

e tipo irão sugerir. Nem será feito sem um exercício

constante de graça. Por isso, o apóstolo não teria um

"novato" chamado para o ministério, nem o exercício

público de dons espirituais, a saber, "para que ele não

seja inchado de orgulho e caia na condenação do

diabo", 1 Timóteo 3: 6 . As aflições e as tentações, em

sua maior parte, são um equilíbrio necessário para os

dons eminentes. Portanto, a Escritura providenciou

contra, tanto nos advertindo que esse conhecimento,

que é a questão de todos os dons espirituais, vai

acabar; e proibindo-nos de vangloriar-nos neles,

porque são coisas que nos são livremente concedidas,

sem respeito a nada de bom ou de valor em nós

mesmos, 1 Coríntios 4: 7. E, se julgarmos

corretamente, aqueles de nós cujos dons são

inferiores aos de outros homens, desde que usamos e

melhoramos o que recebemos para o melhor proveito

Page 297: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

297

que possamos, - não tenham motivos para invejar

aqueles cujos dons superam os nossos. Pois, se eles

são graciosos, eles têm trabalho suficiente para que

eles os mantenham atentos à humildade; onde ainda

é temível que as coisas nem sempre sejam tão bem

sucedidas, mas que, por tentações pecaminosas de

imaginações egoístas, há trabalho feito para

arrependimento e problemas. Sim, aquele que é

eminentemente talentoso, se ele não é

eminentemente humilde, não tem senão uma vida

inquieta dentro das portas. E se essa pessoa não é

verdadeiramente graciosa, ele está pronta para "cair

na condenação do diabo". Essa pessoa é uma presa

de toda tentação e também se seduzirá em todo o

mal. [2.] É necessário que essas pessoas sejam

humildes, de modo a agradecer especialmente. As

coisas das quais são participantes são presentes, e

não agradecer os presentes, é a maior ingratidão. [3.]

Uma fecundidade proporcional à excelência de seus

dons. Aquele que recebeu cinco talentos não só foi

obrigado a negociar com eles, mas a ter mais cinco

talentos. O aumento de um ou dois talentos não teria

servido no seu caso. A quem muito é dado, muito é

exigido. O esconder de muitos talentos é um pecado

do qual não há instância na Escritura; é um pecado

que tem uma grandeza nele para não ser suposto; e

aqueles que podem estar preocupados nele devem

tremer com a apreensão disso. Nosso Senhor está

vindo, e, infelizmente! Não há nenhum de nós que

negociou com seus talentos como deveríamos ter

Page 298: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

298

feito. Esperamos que, em sua infinita misericórdia e

compaixão, ele poupe e perdoe, e aceite daquele

pouco que nos esforçamos para aumentar em

sinceridade; mas, entretanto, devemos sempre

considerar que o trabalho e a fecundidade devem ser

proporcionados ao que recebemos. Mas, no entanto,

essas não são as "coisas melhores" aqui diretamente

destinadas. Porque elas, ou qualquer coisa que esteja

no melhor delas, nenhuma dessas conclusões pode

ser feita como aquela aqui pelo nosso apóstolo, visto

que ele havia mostrado antes que todos poderiam

perecer e se perder. (2.) Há coisas espirituais que

diferem em todo o seu tipo e natureza de outras

coisas, e são melhores em sua essência e ser. Tal é

toda graça salvadora, com todos os seus frutos. Não

devo continuar a provar que a verdadeira graça de

salvação difere especificamente de toda a graça

comum, por mais avançado no seu exercício pela

empresa e ajuda de dons espirituais, muito menos

para lutar sobre o que formalmente constitui uma

diferença específica entre as coisas. Mas isso digo

claramente, que posso garantir com certeza, que a

verdadeira fé do evangelho e a obediência sincera são

coisas melhores do que a hipófise mais gloriosa ou a

pessoa não regenerada mais reformada já foi

participante. Na igreja professante visível, todas as

coisas aparentemente parecem ser iguais. Há as

mesmas ordenanças administradas a todos, a mesma

profissão de fé é feita por todos, os mesmos deveres

exteriores são atendidos, e as ofensas escandalosas

Page 299: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

299

são evitadas por todos. Mas, no entanto, as coisas não

são internamente iguais. "Muitos são chamados, mas

poucos são escolhidos". "Em uma grande casa há

vasos de madeira e pedra", bem como de "ouro e

prata". Nem todo o que comer em ordenanças

exteriores do pão da vida, não se alimenta do maná

escondido. Nem todos os que têm seus nomes

matriculados no livro da igreja podem ainda tê-los

escritos no livro do Cordeiro. Ainda existe. "Coisas

melhores" do que dons, profissão, participação de

ordenanças e tudo o que seja de natureza similar. E o

uso aqui, em uma palavra, é advertir todos os tipos

de pessoas em que não descansam, que não se

interessam nem participam dos privilégios da igreja,

com uma profissão comum, que pode dar-lhes um

nome para viver; vendo que podem estar mortos ou

em uma condição de perigo, entretanto. VI. Há, de

acordo com o teor da aliança da graça, as coisas

concedidas a algumas pessoas como salvação

acompanhando e se seguem infalivelmente; coisas

melhores que acompanham a salvação. - Esta

afirmação se baseia na natureza da aliança da graça.

Na primeira aliança, não era assim. As melhores

coisas concedidas em virtude dela podem perecer, e

fizeram isso. Muitas coisas excelentes foram

concedidas a nós quando fomos criados à imagem de

Deus: mas eram todas as coisas que podíamos

perder, e perdemos; e, desse modo, ficou aquém

daquela glória de Deus para a qual fomos criados.

Mas na aliança da graça existe tal eliminação e

Page 300: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

300

concatenação de coisas espirituais, que uma

participação real de alguns delas conclui

infalivelmente um interesse inabalável em todas. Isto

é o que o apóstolo nos assegura em uma enumeração

expressa delas, Romanos 8: 29,30. Por exemplo, há

uma fé salvadora desta natureza. Porque, (1.) É um

efeito do propósito imutável de Deus da eleição. Se

isso, portanto, não pode ser alterado, isso não pode

falhar completamente e se perder. "Quem ele

predestinou, ele chamou também", isto é, salvar pela

fé por Jesus Cristo. A fé é dos eleitos de Deus; e

apenas eles acreditam verdadeiramente que são

"ordenados para a vida eterna". (2) O Senhor Jesus

Cristo intercede para que esta fé nunca falhe ou seja

completamente perdida, João 17: 9,11,15, etc. (3) O

poder de Deus está envolvido na sua preservação, 2

Pedro 1: 3; 1 Pedro 1: 5; Efésios 1: 19,20. (4.) As

promessas da aliança são expressamente

multiplicadas para este propósito, Jeremias 31: 31-

34, 32: 38-40. E assim, pode ser dito de todas as

outras graças de salvação. E por este motivo, o

apóstolo chama essas "coisas melhores" para as quais

esses hebreus foram feitos participantes, que

"acompanham a salvação". Observação VII. É dever

de todos os professantes examinar-se estritamente

sobre a participação dessas "coisas melhores que

acompanham a salvação". - Sua condição é

deplorável, que, sob uma profissão externa, se

satisfazem com esses dons, graças e deveres comuns,

que são separáveis da salvação. No entanto, é assim

Page 301: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

301

com muitos no mundo que clamam: "Paz, paz,

enquanto a destruição repentina vem sobre eles", é

completamente manifesto. Veja o conselho do

apóstolo expresso para este propósito, 2 Coríntios 13:

5. Podemos ainda observar como várias vezes o

apóstolo trata esses hebreus. As vezes ele os classifica

como "irmãos santos", afirmando que eles são

"participantes do chamado celestial", e também que

eles tinham essas "coisas melhores" neles "que

acompanham a salvação". Às vezes, ele diz que eles

eram "aborrecidos" e "negligentes" e "precisavam ser

ensinados novamente sobre quais são os princípios

dos oráculos de Deus", e coloca diante deles a

destruição final dos apóstatas, para gerar medo e

apreensão do terror do Senhor neles. Agora, esta

variedade no tratamento deles pelo apóstolo não

ultrapassa os seus males presentes, nem se trata de

qualquer artifício retórico, mas de um julgamento

regular e constante sobre a condição de toda a igreja.

Porque, (1.) Havia, na verdade, vários tipos de

professantes entre eles, respondendo às várias

descrições que ele lhes dá. Ele falou, portanto, com

toda a comunidade indefinidamente, deixando a

aplicação especial do que ele fala em particular, de

acordo com as suas diferentes condições exigidas. E

esta é a única maneira segura e prudente para os

ministros lidarem com suas ovelhas. Para quando se

conceberem por outras circunstâncias a serem

escolhidas para serem repreendidas e ameaçadas,

elas geralmente provocam desvantagem por elas

Page 302: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

302

mesmas. (2) O melhor dos ouvintes do evangelho

pode ter muito a ser culpado nele, embora sua

sinceridade em geral deva ser altamente aprovada.

(3.) As ameaças graves na dispensação do evangelho

são geralmente propostas para aqueles que ainda não

estão absolutamente sujeitos à pena ameaçada. Eles

não preveem o que acontecerá, mas avisam o que

deve ser evitado.

VERSO 10.

“Porque Deus não é injusto, para se esquecer da

vossa obra, e do amor que para com o seu nome

mostrastes, porquanto servistes aos santos, e ainda

os servis.”

Os expositores da igreja romana e outros em seus

comentários sobre este texto, geralmente concordam

em um esforço a partir daí para provar o mérito das

obras contra os protestantes, porque o conselho de

Trento aplica esse texto para esse propósito. E

nenhum deles está mais confiante do que os

Remistas; que, após as suas censuras usuais de

protestantes, afirmam: "Que as boas obras sejam

meritórias e a própria causa da salvação; porque

Deus seria injusto se ele não conduzisse ao céu os

seus praticantes." Mas eles estão muito divididos

entre si sobre o estado das pessoas e o tipo de obras

aqui pretendidas. Alguns afirmam que o apóstolo fala

de que haviam caído de um estado de justificação

Page 303: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

303

para um estado de pecado mortal. E as obras das

quais se diz que Deus não os esquecerá, são aquelas

que eles operaram naquela propriedade de onde

agora deveriam cair. Pois, por conta das antigas

obras, Deus os poupará, e não os destruirá. E,

embora não haja nenhum mérito presente nestas

obras, enquanto que aqueles que as praticaram, estão

em estado de pecado mortal, mas quando serão

recuperados pela penitência, essas obras, que antes

foram mortificadas pela queda da graça, e assim se

tornaram sem uso de mérito presente, devem

recuperar sua antiga virtude meritória, como se

nunca tivessem sido perdidos pelo pecado mortal.

Isto, portanto, é o sentido que essas pessoas

colocariam nessas palavras: "Onde alguém estiver

em estado de justificação e tiver feito boas obras nele,

meritórias da vida eterna, se eles caírem em pecado

mortal, eles imediatamente perderam todo o mérito

e o benefício dessas obras. Mas não obstante, Deus

em sua justiça mantém a lembrança dessas obras, de

modo que quando esses pecadores retornarem

novamente pela penitência em sua primeira herança,

essas obras reviverão em uma condição de mérito." A

esse sentido outros se opõem.

Pois eles pensam que aqueles que são mencionados

são pessoas justificadas, e o apóstolo expressa o

mérito de suas obras presentes, com respeito à

justiça de Deus. O leitor que deseja ver tal palha

lançada para cima e para baixo, pode encontrar essas

Page 304: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

304

coisas debatidas em Aquino, Adamus, Estius, Lapide,

Ribera, Maldonatus, de Tena e outros. 1. Quão

estranhos esses discursos são para o texto e o

contexto são evidentes para cada consideração

imparcial. Eles são apenas quimeras surgidas da

imaginação orgulhosa do mérito de suas obras, que

as mentes desses homens são preconcebidas. Pois,

(1.) Nosso apóstolo trata daqueles a quem ele supõe

e julga estar em uma boa e presente condição

espiritual. Pois, com respeito a isso, atribui-lhes

"coisas que acompanham a salvação", e não lhes

acrescenta nenhum outro dever, para o gozo real,

mas somente aqueles de fé, amor e ministério para os

santos; que no momento ele se refere a eles. O que

eles fizeram anteriormente, que ele afirma que eles

continuam no seu desempenho: "Vocês ministraram,

e vocês ministram." (2.) O apóstolo expressamente os

distingue daqueles que agora estavam caídos da

profissão do evangelho, ou desse estado de

justificação que os romanistas supõem. (3.) Ele não

dirige essas pessoas para buscar uma recuperação

fora da condição em que estavam, mas encoraja-as a

uma continuação nela, e "mostrar a mesma

diligência" com esse propósito, como antigamente,

"até o fim", versículo 11. 2. Nem o semblante dado à

outra imaginação em geral, em relação ao mérito das

obras, nestas palavras. Porque, primeiro, o desígnio

do apóstolo é apenas para que eles saibam que seu

trabalho na obra do Senhor, que a sua obediência ao

evangelho, não deve ser perdido, nem ser em vão. E

Page 305: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

305

disso ele lhes dá segurança da natureza de Deus, com

quem eles tinham que lidar, com respeito àquela

aliança em que ele conduz os que creem. Eles haviam

sido zelosos no cumprimento do grande dever de

"ministrar aos santos", em particular pelo

testemunho do nome de Jesus Cristo que estava

sobre eles. Esses deveres foram atendidos com

problemas, perigo, e pressões. E era necessário

confirmá-los em uma persuasão de que não deveriam

estar perdidos. Isso pode ser de duas maneiras: (1.)

Se eles mesmos se afastassem, e não persistirem em

seu curso até o fim. (2) Se Deus deve ignorar, ou

esquecer, por assim dizer, tudo o que eles fizeram.

Desde o primeiro, na medida em que as obras

mencionadas têm sido obras verdadeiramente

graciosas, procedentes da fé e do amor, provam que

as pessoas estão nesse estado de graça, onde devem

ser efetivamente preservadas até o fim, em virtude da

fidelidade de Deus na aliança; que ele busca ainda

para o final do capítulo. Nem, em segundo lugar,

tinham a menor razão para duvidar da sua

recompensa futura. Por que quem foi o que os

chamou para esses deveres e em que conta? Não é

Deus, e isso de acordo com o teor da aliança da graça?

E ele não prometeu aceitar suas pessoas e seus

deveres por Jesus Cristo? Se agora não deveria fazê-

lo, ele não seria injusto, não se negaria a si mesmo, e

não se esqueceria da promessa dele? Portanto, a

justiça de Deus aqui pretendida, é a sua fidelidade

nas promessas da aliança. E dele não é dito ser justo

Page 306: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

306

em recompensar ou não recompensar, mas não

esquecer: "Ele não é injusto para se esquecer." Agora,

esquecer algo não reflete imediatamente sobre a

justiça distributiva, mas sobre a fidelidade em

manter um compromisso. Mas, para não se envolver

em disputas neste lugar, que os homens reconheçam

que a nova aliança é uma aliança de graça; que a

constituição de uma recompensa para a obediência

nela exigida é de graça; que esta obediência não é

aceita por sua própria conta, mas por causa da

mediação de Cristo; que as boas obras de todos os

homens não compensarão um único pecado; porque

devemos confiar somente Cristo para a vida e a

salvação, porque ele é "o fim da lei para a justiça para

todo aquele que acredita", e deixe-os satisfazerem

por um tempo na fantasia do mérito de suas obras,

pelo menos do alto e necessário lugar que eles

possuem em sua justificação diante de Deus; - depois

de todas as disputas, será Cristo e sua graça a sério, a

fim de que eles sejam aceitos, ou o caso deles será

deplorável. Essas coisas que eu preguei, para que não

possamos ter motivos para desviá-las na exposição

subsequente das palavras. O apóstolo neste versículo

explica os motivos de sua persuasão a respeito desses

hebreus, no versículo que a precede. E estes os

declara em parte por encorajamento, e em parte para

que eles possam estar satisfeitos com sua

sinceridade, e que ele não lhes deu palavras para

seduzi-los ou atraí-los. E as razões que ele dá para

este propósito podem ser reduzidas a duas cabeças: -

Page 307: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

307

1. A observação que ele fez sobre sua fé e amor, com

os frutos deles. 2. A fidelidade de Deus na aliança,

onde a preservação final de todos os verdadeiros

crentes depende. Esses são os fundamentos dessa

persuasão quanto ao estado e condição que ele

expressou nas palavras anteriores. Daí a sua

persuasão era de natureza mista, e tinha algo de fé

divina, e um tanto apenas de certeza moral. Quando

ele tirou sua conclusão ou construiu sua persuasão, a

fidelidade ou a justiça de Deus, assim havia nela uma

infalível garantia de fé, que não poderia enganá-lo;

pelo que acreditamos sobre Deus, como ele se

revelou, é infalível. Mas, como sua persuasão dizia

respeito à fé, ao amor e à obediência, que ele havia

observado neles, era apenas uma garantia moral, e tal

como na sua própria natureza poderia falhar; pois

somente Deus é fiel, e nós que julgamos pelas

evidências externas de coisas invisíveis podemos

falhar. A proposição da fidelidade de Deus é de

verdade infalível. A sua aplicação a estes hebreus

apenas de provas morais. Tal persuasão que

podemos ter neste caso, que é prevalecente contra

todas as objeções, é uma certa regra para o

desempenho de todos os deveres da nossa parte para

com os outros; e tal tinha o apóstolo a respeito desses

hebreus. Primeiro, o que, em primeiro lugar,

confirma sua persuasão, é "seu trabalho": “Deus não

é injusto, para esquecer seu trabalho". Não é um

trabalho singular, mas um curso de trabalho que Ele

pretende, e o que é esse trabalho é declarado naquele

Page 308: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

308

lugar paralelo do mesmo apóstolo, 1 Tessalonicenses

1: 3, "lembrando-nos sem cessar da vossa obra de fé,

do vosso trabalho de amor e da vossa firmeza de

esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de

nosso Deus e Pai." O trabalho aqui destinado é a

"obra da fé", toda a obra de obediência a Deus, da

qual a fé é o princípio e o que nos leva a isso. Daí se

chama "a obediência da fé", Romanos 16: 26. E essa

obediência da fé de acordo com o evangelho é

chamada de "seu trabalho". 1. Por ser seu principal

emprego, seu chamado para entrar nela. Eles não

atendiam ocasionalmente, ou quando não tinham

mais nada para fazer, como é a maneira de alguns. A

religião era seu negócio, e a obediência do evangelho

seu trabalho diário. Este era o seu "todo", até "temer

a Deus e guardar os seus mandamentos", como é

expresso no Antigo Testamento. 2. Porque há

trabalho e mão de obra nele, ou grandes dores para

serem tomadas sobre isso. Para o presente, nosso

apóstolo no versículo seguinte exige sua "diligência",

versículo 11; como Pedro "toda diligência", 2 Pedro

1:10. E podemos observar em nosso caminho, -

Observação I. Que a fé, se for uma fé viva, será uma

fé de trabalho. É a "obra da fé" que o apóstolo aqui

elogia. Este caso é tão afirmado por Tiago que não

precisa de mais confirmação: Tiago 2:20, "Mas

queres saber, ó homem vão, que a fé sem as obras é

estéril?" É um homem vil aquele que pensa o

contrário, que espera qualquer benefício por aquela

fé que não funciona pelo amor. Quando a doutrina da

Page 309: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

309

livre justificação pela fé, através da imputação da

justiça de Cristo, foi primeiro revelada e declarada,

seu grande designio era persuadir os homens de que

não havia necessidade de obediência; e assim eles

poderiam alcançar qualquer tipo de persuasão da

verdade do evangelho, ou fazer sua profissão,

viverem com o pecado, e negligenciam todas as boas

obras e deveres da obediência. E embora isso seja

agora condenado por todos, ainda assim na verdade

não é mais, mas o que sobre a matéria a maioria

pratica. Pois eles supõem que, ao serem de tal ou qual

religião, papistas ou protestantes, ou similares, serão

salvos, sejam quais forem seus caminhos e obras.

Assim, os papistas, por exemplo, são realmente os

maiores solifídios do mundo. Porque para eles

possuir a fé da igreja é suficiente para garantir a

salvação de qualquer um. Esta abominação foi

iniciada inicialmente, foi suprimida pelos escritos de

Tiago e João. Pois o primeiro deixa clara e

diretamente a vaidade dessa pretensão, declarando

que aquela fé de quem eles professavam e se

vangloriavam não era a fé pela qual qualquer um

deveria ser justificado diante de Deus. Pois esta fé é

viva, operativa e frutífera, e evidencia-se a todos por

suas obras e frutos; enquanto que a fé, da qual os

homens vãos que viviam em seus pecados se

vangloriam, estava tão longe de ser uma graça do

Espírito de Deus, que não era mais senão o que havia

nos próprios demônios. O apóstolo João usa sua

primeira epístola para declarar a necessidade do

Page 310: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

310

amor e obediência, ou manter os mandamentos de

Cristo. Por isso, o inimigo da nossa salvação foi

derrotado nesta tentativa, ele se revelou no outro

extremo; afirmando que as obras da fé tinham o

mesmo lugar na nossa justificação com a própria fé.

"E por que elas não deveriam? Não são da fé e elas

igualmente não produzem obediência em nós? Não

são da fé e são igualmente exigidos pelo evangelho?

Por que eles não devem ter uma influência igual em

nossa justificação, pelo menos no mesmo tipo,

embora a fé em algumas considerações possa ter a

preeminência?" Eu digo que essas coisas são

invocadas em parte; mas em suma, o desígnio não

consiste em avançar as obras em igualdade com a fé,

mas para avançar para Cristo e sua justiça. Pois,

quando dizemos, somos apenas justificados pela fé,

não dizemos que a fé é a nossa justiça, mas como

apreende a justiça de Cristo, como ele é o fim da lei

para a justiça para os que creem. E este é o uso para

o qual Deus criou a fé, e que, em sua própria

natureza, é adequado. Mas traga as obras da

obediência para o mesmo lugar, e elas não servem

senão para nos serem imputadas para a justiça, e

para possuir o lugar de Cristo e a sua justiça em nossa

justificação. Mas todos esses problemas poderiam ter

sido poupados, se os homens não estivessem muito

prontos e propensos a receber impressões das ações

astutas de Satanás contra a pureza e a simplicidade

do evangelho. Pois nada é mais evidentemente

expresso e ensinado nele do que estas duas coisas: 1.

Page 311: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

311

Que somos justificados livremente pela fé, através da

redenção que está no sangue de Cristo e, portanto,

pela imputação de sua justiça a nós. 2. Que a fé que

tem esse efeito, que é desse uso, é viva, operativa,

frutífera, e se evidenciará pelas obras, em obediência

aos mandamentos de Deus. E isso é o que aqui

defendemos, a saber, que uma fé viva será uma fé de

trabalho. E é um homem vão aquele que se engana

com qualquer outra coisa. E ainda este é o curso das

multidões. Mas, no entanto, os homens não se

enganam aqui, teoricamente, mas praticamente.

Nunca mais me encontrei com qualquer homem na

minha vida que o professasse como seu juízo, para

que ele acreditasse corretamente, vivesse como

quisesse, seguisse suas concupiscências e

negligenciasse todas as boas obras ou deveres

sagrados de obediência; pois isso implica uma

contradição. Então, acreditar, está tão longe de

acreditar corretamente, pois contém nele uma

rejeição total do evangelho. Mas, praticamente,

vemos que a generalidade dos homens se contenta

com o conhecimento que eles têm de religião e a fé

que eles pensam terem em Cristo, sem antes se

esforçarem pela alteração da vida ou pela busca da

fecundidade nas boas obras. Agora, isso não é de

nenhuma conclusão que eles extraem de qualquer

doutrina que eles professam acreditar, mas do poder

das trevas e do engano do pecado que regem neles. E

não é de outra forma entre eles que são ensinados a

acreditar que são justificados por suas obras. Pois

Page 312: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

312

não há uma raça de pecadores maiores e mais

flagrantes do que, em sua maior parte, são os homens

dessa persuasão. Apenas, por seu alívio, seus líderes

forneceram-lhes uma comutação de outras coisas em

vez de suas boas obras, o que deve fazer a ação para

eles, como penitências, perdões, purgatórios,

confissões, peregrinações e outros. Mas seja qual for

a persuasão dos homens, certa ou errada, onde o

pecado é predominante, eles serão ímpios; e seja qual

for o objeto de sua fé, se não estiver vivendo no

assunto, não pode funcionar nem ser frutífero. II.

Devemos olhar para a obediência como nosso

trabalho, o que não admitirá nem preguiça nem

negligência. Aqui reside a ocasião da ruína das almas

de muitos que professam o evangelho. Os deveres da

profissão são, naturalmente, para eles, e aquilo que

se encontra sem a força de seu principal trabalho e

negócios no mundo. Isso faz com que sua profissão

sirva para nenhum outro fim, senão para torná-los

seguros em uma condição perigosa. Agora, que a

nossa obediência pode ser o nosso trabalho, é

necessário, 1. Para que o atendimento e a promoção

dele, para a glória de Deus, seja o nosso desígnio

principal no mundo. Deus ameaça severamente

aqueles que andam contrariamente com ele: Levítico

26:21, - "Ora, se andardes contrariamente para

comigo, e não me quiseres ouvir, trarei sobre vos

pragas sete vezes mais, conforme os vossos

pecados.", isto é, sem torná-lo seu projeto principal,

e usando sua máxima diligência e cuidado para

Page 313: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

313

prosseguir de forma correta: versículo 24, "eu

também andarei contrariamente para convosco; e eu,

eu mesmo, vos ferirei sete vezes mais, por causa dos

vossos pecados.", "embora eu continue com você,

como alguém caminhando com você, em minhas

ordens e instituições externas, ainda não o

considerarei, para lhe fazer qualquer bem, sim, eu

vou puni-lo severamente, apesar da aparência da

nossa caminhada juntos", como segue no lugar. No

entanto, é esse o curso de muitos, que se agradam em

sua condição. Eles caminham com Deus em

aparência externa, pela realização de deveres em seus

tempos, curso e ordem; mas eles andam "em todas as

aventuras", como para qualquer desígnio especial de

suas mentes sobre isso, que é contrário à vontade de

Deus. Barnabé exortou os discípulos em Antioquia, a

"perseverarem no Senhor com firmeza de coração",

Atos 11:23; isto é, com uma resolução firme para

cumprir e perseguir a obediência a que foram

chamados. Então Paulo diz a Timóteo que "conheceu

sua doutrina, modo de vida e propósito", 2 Timóteo

3:10; a saber, como seu objetivo principal, desígnio e

resolução, devem permanecer e continuar seu curso

de fé e obediência. E, em seguida, é qualquer objeto

do nosso propósito e desígnio principal. (1.) Quando

subordinamos todas as outras coisas e ocasiões a ele,

para que elas não possam interferir, nem estar em

concorrência com ele; quando para nós o viver é

Cristo, ou ele é o principal fim de nossa vida. Quando

os homens geralmente costumam praticar outras

Page 314: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

314

coisas para desviá-los de deveres de obediência em

sua época, a obediência não é o seu principal

desígnio. (2.) Quando possui o lugar principal em

nossa avaliação e estima. E isso é absolutamente

aonde alcançamos essa condição, que enquanto o

trabalho da fé. e a obediência prosperam em nossos

corações e vidas, não nos envolvemos muito com o

que nos interessa neste mundo. Este foi o quadro do

nosso apóstolo, Atos 21:13; Filipenses 3: 7,8. Mas,

devido à fraqueza e comprometimento de nossas

afeições naturais aos confortos lícitos desta vida,

alguns não conseguem se elevar a essa altura do

desprezo dessas coisas. No entanto, devemos dizer

que, se houver alguma sinceridade em fazer da nossa

obediência o desígnio principal de nossas vidas,

haverá uma preferência constante para todas as

outras coisas. Como quando um homem tem muitas

perdas particulares, ele pode ter o senso delas; e

ainda assim, se ele ainda tem aquilo em que consiste

a sua principal riqueza, ele não somente será

consolado, como também ficará satisfeito com isso.

(3.) Quando qualquer coisa é o objeto do nosso

projeto principal, as principais intenções de nossas

mentes estarão ocupadas nele. E isso faz a grande

diferença em profissão e deveres. Os homens podem

multiplicar os deveres em um curso deles, e ainda

assim seus espíritos não estão envolvidos a respeito

deles como seus negócios. Considere como a maioria

dos homens conhece seus assuntos seculares. Eles

não só fazem as coisas que devem ser feitas, mas eles

Page 315: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

315

batem, como dizemos, suas cabeças e mentes sobre

eles. E observa-se que, por mais industriosos que

sejam, muitos homens podem ser, mas, se eles não

têm uma boa disposição e projeção sobre seus

assuntos, eles raramente prosperam neles. Isto

sucede também em coisas espirituais. O temor do

Senhor é a nossa sabedoria; é nossa sabedoria

manter seus mandamentos e caminhar em seus

caminhos. Agora, o principal trabalho de sabedoria

consiste em elaborar e descartar as formas e os

métodos pelos quais qualquer fim que visamos pode

ser obtido. E, quando isso não é exercido, a

obediência não é o nosso trabalho. Como as tentações

podem ser evitadas, como as corrupções podem ser

subjugadas, como as graças podem ser aumentadas e

fortalecidas, como as oportunidades podem ser

melhoradas, como os deveres podem ser realizados

para a glória de Deus, como a vida espiritual pode ser

fortalecida, a paz com Deus mantida, e o

conhecimento de Jesus Cristo aumentado, são os

pensamentos e as disposições diárias daquele que faz

da obediência seu trabalho. 2. A diligência real e a

vigilância são necessárias em nossa obediência, se

fizermos o nosso trabalho. E 3. A segunda coisa sobre

a qual o apóstolo baseia sua confiança em relação a

esses hebreus é o "trabalho de amor", pois as palavras

expressam uma graça distinta e seu exercício, e não

são exegéticas da expressão precedente. Não é "seu

trabalho, isto é, seu trabalho de amor", mas este

"trabalho de amor" se distingue do seu "trabalho" em

Page 316: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

316

geral, como uma parte eminente ou instância disso.

Do "seu trabalho", isto é, da obediência em geral, o

trabalho da fé; "E do seu trabalho de amor",

nomeadamente, em particular e eminentemente. As

cópias originais são uniformes, e o lugar paralelo

exige expressamente isso, 1 Tessalonicenses 1: 3. Há

na parte restante deste versículo, o que depende

dessas palavras: 1. O que o apóstolo atribui a estes

hebreus; que é o "trabalho do amor". 2. O caminho

pelo qual eles evidenciaram esse trabalho de amor;

eles "mostraram" isso. 3. O objeto disso; e esses são

os "santos". 4. O motivo formal e o motivo principal

para ele; que é o "nome de Deus", pelo amor de seu

nome. 5. O caminho do seu exercício; foi por

ministério, passado e presente; "na medida em que

você ministrou e ministra". No primeiro destes, o

apóstolo observa a própria graça e seu exercício, o

"amor" e o "trabalho". Essa graça ou dever sendo

excelente e raro, e seu exercício no trabalho é

altamente necessário, sendo uma evidência principal

de uma boa condição espiritual, de interesse nas

"coisas melhores que acompanham a salvação".

Desviarei um pouco para a consideração especial

delas: - Primeiro, "amor", é o segundo grande dever

da vida de Deus que é trazido à luz pelo evangelho. É

fé que dá glória a Deus nas alturas, e amor que traz

paz sobre a terra; em que os anjos compreendiam a

substância de nossa libertação por Jesus Cristo,

Lucas 2: 14. Não há nada disso no mundo inteiro,

senão o que é derivado do evangelho. Todas as coisas

Page 317: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

317

foram feitas em um estado de amor. Essa retidão,

ordem, paz e harmonia, que estavam em toda a

criação, foi uma impressão e uma expressão do amor

de Deus. E nosso amor para com ele era o vínculo

dessa perfeição, e a estabilidade desse estado e

condição. Toda a beleza da criação aqui embaixo

consistiu nisso, isto é, no amor do homem a Deus

acima de tudo, e todas as outras coisas nele e para ele,

para exprimir a sua glória e propriedades. Foi este

amor que estava em Deus por todas as suas criaturas,

o que ele testemunhou declarando que elas são todas

"muito boas". Quando o homem pelo pecado tinha

quebrado o primeiro elo dessa cadeia de amor,

quando assim perdemos o amor de Deus e

renunciamos a nosso próprio amor para ele, tudo

caiu em desordem e confusão em toda a criação, -

todas as coisas estavam cheias de inimizade mútua e

ódio. A primeira instância do amor mútuo entre as

criaturas foi tanto a de anjos quanto a de homens,

como aqueles que estavam na aliança mais próxima,

e feitos para o mesmo fim, da glória de Deus. Pois,

como os anjos se regozijaram em toda a criação de

Deus, quando essas "estrelas da manhã cantavam

juntas, e todos os filhos de Deus gritavam de alegria",

Jó 38: 7; de modo que o homem, sendo o objeto mais

capaz do seu amor, era o seu deleite especial: e o

homem sendo feito para amar a Deus acima de tudo,

e todas as outras coisas nele e para ele, seu amor

principal deve ser consertado sobre aqueles que

tiveram o máximo da imagem e feitos a mais gloriosa

Page 318: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

318

representação de Deus. Mas o vínculo do amor sendo

dissolvido, a inimizade mútua penetrou. E o primeiro

ato de obediência angélica de que lemos, foi o de

guardar o homem de um retorno ao Éden e comer da

árvore da vida, Gênesis 3:24; e o homem poderia vê-

los apenas como espadas flamejantes, prontos para

executar a ira de Deus e a maldição sobre ele. E este

estado teria continuado até a eternidade, se Deus não

tivesse reunido todas as coisas em uma, tanto as que

estão nos céus e as que estão na terra, em Cristo

Jesus, Efésios 1:10. Nunca mais haveria algum amor,

nem deveres de amor, entre anjos e homens, se Deus

não tivesse restaurado todas as coisas por Jesus

Cristo. Este é o único fundamento de todo o

ministério dos anjos, Hebreus 1:14. Para os próprios

homens, a inimizade e o ódio mútuos os possuíam; e

aquele que primeiro atuou nesse quadro e espírito

que veio sobre eles foi um assassino e matou seu

irmão. E este, o apóstolo, propõe como instância e

exemplo desse ódio e inimizade que está entre os

homens sob a maldição, 1 João 3: 11,12. E não há

evidências maiores de que qualquer pessoa esteja

desinteressada na restauração de todas as coisas por

Cristo, do que a falta desse amor, que foi novamente

introduzido. Assim, o apóstolo, descrevendo a

condição dos homens em sua condição não

regenerada, afirma que "vivem em maldade e inveja,

odiando e sendo odiados", Tito 3: 3. Seguiu-se

também uma inimizade entre o homem e toda a

criação aqui embaixo. O pecado do homem trouxe

Page 319: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

319

todas as coisas para uma condição de vaidade e

escravidão; da qual gemem para serem libertados,

Romanos 8: 20-22. E a terra, a mãe comum de todos

eles, como para se vingar do homem, não produz

nada espontaneamente além de espinhos e cardos,

Gênesis 3:18; e não gera força para o seu trabalho,

Gênesis 4:12. Daí é toda essa vaidade e dor de parto,

com que a vida do homem é preenchida. Após a

entrada desta desordem e confusão, não havia nada

do verdadeiro amor original no mundo, nem era por

qualquer meio alcançável; pois tudo surgiu do amor

de Deus e foi animado pelo nosso amor a ele. Mas

agora todas as coisas estavam cheias de sinais e

evidências da ira, desagrado e maldição de Deus por

vcausa do pecado; e os homens foram totalmente

alienados da vida de Deus. Nenhuma nova fonte ou

vida poderia ser dada ao amor, senão por uma nova

descoberta de que Deus era amor e tinha um amor

por nós. Pois assim o apóstolo nos diz: "Nisto está o

amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas

em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como

propiciação pelos nossos pecados.", 1 João 4:10. Mas

"se Deus assim nos amou, nós também devemos

amar-nos uns aos outros.", versículo 11. Nenhum

amor poderia haver, até que uma nova revelação

fosse feita que "Deus é amor", porque o primeiro que

ele manifestou na criação, estava completamente

perdido. E isso foi feito por Jesus Cristo. Esta foi a

fonte de todo esse amor que estava no Antigo

Testamento, porque era uma nova descoberta que

Page 320: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

320

ainda havia amor em Deus para a humanidade caída.

E tudo o que no mundo possa se pretender, ainda

que, se não proceder da nova revelação e descoberta

de que "Deus é amor", não é nada desse amor divino

que é exigido de nós. E isso é apenas em Cristo; nele,

somente há a "benignidade e o amor de Deus para a

humanidade", Tito 3: 4. E aqui está uma base

fundada e umafonte aberta de um amor muito mais

excelente do que aquele com que a nossa natureza foi

adornada na primeira criação. Pois o amor de Deus é

a causa e a nossa fonte, que é um cumprimento da

manifestação dele, quanto mais eminentemente o

amor de Deus se manifesta, mais eminente é aquele

amor que é o seu fruto. E o amor de Deus é muito

mais gloriosamente exibido em Cristo do que em

todas as obras de suas mãos. Nele, somente sabemos

que Deus tem amor, mas que ele é amor; que ele ama

os pecadores, e que tal amor como, na fonte, significa

e efeitos dele, é a cada caminho inefável e

incompreensível. Tudo o que pretendo é expresso

pelo apóstolo João, 1 João 4: 7-12: "Amados, amemo-

nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo

o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.

Aquele que não ama não conhece a Deus; porque

Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus

para conosco: em que Deus enviou seu Filho

unigênito ao mundo, para que por meio dele

vivamos. Nisto está o amor: não em que nós

tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a

nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos

Page 321: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

321

nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou,

nós também devemos amar-nos uns aos outros.

Ninguém jamais viu a Deus; e nos amamos uns aos

outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em

nós aperfeiçoado." Tudo o que antes afirmamos, e

muito mais, é aqui declarado pelo apóstolo. É o amor

de Deus amor ele mesmo que é a eterna fonte de todo

amor em nós. Nem podemos ter nada disso, nem

interesse nele, sem algum efeito glorioso e

manifestação do amor de Deus; que ele também deu

em "enviar o seu Filho para ser a propiciação pelos

nossos pecados". E o amor que daí procede, portanto,

tem todas as propriedades gloriosas aqui atribuídas.

Portanto, não há tal maneira e meio para expressar a

luz distintiva, a graça e o poder do evangelho,

nenhuma evidência da realidade do nosso interesse

em Deus, como amor; ou no amor de Deus por Cristo,

como por e em nosso próprio amor por ele e para ele.

O corpo místico de Cristo é o segundo grande

mistério do evangelho. Primeiro é sua pessoa, aquele

"grande mistério da piedade, Deus é manifesto na

carne". Neste corpo místico, temos comunhão com a

Cabeça e com todos os membros; com a Cabeça pela

fé, e com os membros pelo amor. Nem o primeiro

completará nosso interesse nesse corpo sem o

último. Por isso, eles são freqüentemente unidos por

nosso apóstolo, não apenas como os que são

necessários, mas como os que constituem

essencialmente, a união de todo o corpo místico e a

sua comunhão, Gálatas 5: 6; Efésios 6:23; 1

Page 322: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

322

Tessalonicenses 1: 3; 1 Timóteo 1:14, 6:11; 2 Timóteo

1:13, 2:22: por isso, sem amor, não pertencemos mais

ao corpo de Cristo do que sem a própria fé. E, em um

só lugar, ele os transpõe em sua expressão, para

manifestar a sua conexão inseparável e uso para a

união e comunhão de todo o corpo, pois exige algum

cuidado em sua distribuição para seus objetos

peculiares: Filemom 5, "ao ouvir falar do amor e da

fé que tens para com o Senhor Jesus e para com todos

os santos." Ambas estas graças são ditas como se

fossem exercidas da mesma maneira em relação a

seus objetos, Cristo e os santos. Mas, embora Cristo

seja o objeto do nosso amor também, e não somente

de nossa fé, ainda não são os santos, de modo que o

objeto do nosso amor seja também o objeto de nossa

fé. Acreditamos em uma comunhão com eles, mas

não temos fé neles. Existe, portanto, uma variação

nas preposições prefixadas para os objetos

respectivos dessas graças. E isso nos dirige para uma

distribuição dessas graças em suas operações até

seus objetos distintos; - fé para com o Senhor Jesus,

e amor aos santos. Mas eles estão tão misturados

aqui, para declarar a conexão infalível que há entre

eles na constituição do corpo místico de Cristo. Isto,

portanto, é a forma, a vida e a alma, de todos os

deveres mútuos entre os membros do corpo místico

de Cristo. Tudo o que passar entre eles em obras

externas, para que possam ser úteis e benéficos um

para o outro, se não vier a partir desse princípio de

amor, se não for animado desse modo, não há nada

Page 323: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

323

de comunhão evangélica. Essa graça e dever é o efeito

peculiar e a glória do evangelho, a forma e a vida do

corpo místico de Cristo, a promessa e evidência do

nosso interesse pelas "coisas melhores que

acompanham a salvação", declara brevemente a

natureza disto e mostra o motivo da necessidade de

seu exercício diligente. O amor mútuo entre os

crentes é um fruto do Espírito de santidade e efeito

da fé, pelo qual, sendo unidos no vínculo de todo o

afeto espiritual, por conta de seus interesse comum

em Cristo e participação da mesma natureza nova,

divina e espiritual de Deus, eles valorizam, deleitam

e se regozijam uns aos outros e são mutuamente úteis

em uma descarga constante de todos esses deveres,

pelo queo bem espiritual e temporal podem ser

promovidos. 1. É um fruto do Espírito de santidade,

do Espírito de Cristo, Gálatas 5:22. Não é mais de nós

mesmos do que a fé é o dom de Deus. As afeições

naturais são embutidas na constituição de nossos

seres. As afeições carnais crescem inseparáveis de

nossa natureza como corrompidas. Ambos, excitados

por vários objetos, relações, ocasiões e interesses,

exercem-se em muitos efeitos externos do amor. Mas

este amor não tem raiz em nós mesmos, até que seja

plantado em nós pelo Espírito Santo E, como é

assim, é a parte principal da renovação de nossas

naturezas na imagem de Deus, que é amor. Este

"Deus é amor; e todo aquele que ama é nascido de

Deus", 1 João 4: 7. Vocês são ensinados de Deus a

amar uns aos outros. 2. É um efeito da fé. "A fé opera

Page 324: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

324

pelo amor", Gálatas 5: 6. Assim, como observamos

anteriormente, "o amor aos santos" é tão

frequentemente adicionado à "fé em nosso Senhor

Jesus Cristo", como o efeito e a promessa disso. E,

embora proceda, em geral, da fé, respeitando aos

mandamentos e promessas de Deus, mas deriva

imediatamente da fé como agida no Senhor Jesus

Cristo. Pois ele é o chefe de todo o corpo místico, é fé

naquele que age por amor para com todos os

membros. Segurando-o, a cabeça, pela fé, todo o

corpo se edifica em amor, Efésios 4: 15,16. E quanto

mais sincera, ativa e firme a nossa fé em Cristo, a

vontade mais abundante será e o nosso amor em

relação a todos os seus santos. Pois a fé em Cristo

primeiro excita o amor; de quem, por assim dizer,

desce a tudo o que ele encontra dele em outros. E

nosso amor pelos santos é senão o amor de Cristo

exibido para eles em nós. De acordo com o apóstolo

Tiago, onde o amor não está, a fé está morta. Não que

seja a vida da fé, mas essa fé, onde quer que esteja

viva, funcionará pelo amor. A fé, portanto, é a vida, o

princípio animador e animador do amor, e não o

contrário. E esse amor que não procede, que não é o

efeito da fé e que não é animado pela fé, não é o que

exige o evangelho. 3. Os crentes estão unidos em todo

o amor. Este é o cimento pelo qual todo o corpo

místico de Cristo está "unido", Efésios 4:16. Esta

adesão mútua é a união, cimentando o fluxo de amor.

É apenas uma imagem do corpo, ou uma carcaça

morta que os homens criaram, onde eles fariam um

Page 325: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

325

vínculo para professantes do cristianismo,

consistindo em ordem externa, regras e métodos de

deveres. Uma igreja sem ele é um monte de pedras

mortas, e não pedras vivas, bem compactadas e

construídas num templo para Deus. Quebre este

vínculo de perfeição, e toda ordem espiritual da

igreja cessa; pois o que resta é carnal e mundano.

Pode haver igrejas constituídas em uma ordem

humana e externa, em supostos princípios

prudenciais de união e deveres externos de

comunhão, que podem continuar em sua ordem,

onde não há amor espiritual, evangélico em exercício

entre os membros delas; mas onde as igrejas não têm

outra ordem nem vínculo de comunhão, senão o que

é designado por Cristo, onde quer que este amor se

perca, toda a sua ordem se dissolverá. 4. Este amor

mútuo entre os crentes nasce e é animado pelo

interesse mútuo deles em Cristo, com a participação

da mesma natureza divina. É da sua união em Cristo,

a cabeça, que todos os membros do corpo contribuem

mutuamente o que eles derivam dele para a

edificação do todo no exercício do amor. Por isso são

todos trazidos para a relação mais próxima; qual é o

motivo mais efetivo e poderoso atraente para o amor.

Pois, como diz o Senhor Jesus Cristo de todo aquele

que fazem a vontade de Deus: "O mesmo é meu

irmão, minha irmã e minha mãe", Mateus 12:50, ele

é muito querido por ele, como está na relação mais

próxima dEle: assim são todos os crentes, em virtude

de seu interesse comum em Cristo, sua cabeça, como

Page 326: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

326

irmãos, irmãs e mães um para o outro; como

membros do mesmo corpo, que está ainda mais

próximo; de onde deve surgir o amor mais intenso. E

eles têm, assim, a mesma natureza espiritual nova

em todos eles. Com este amor espiritual, aquele que

ama a si mesmo, isto é, é o que mais valoriza a

imagem de Deus em si mesmo, - mais ama os outros

em quem a mesma imagem está. E podemos saber se

apreciamos e aplicamos a graça em nossos próprios

corações, pelo amor que temos para com aqueles em

quem se manifesta, 1 João 5: 1. Este amor, em

primeiro lugar, age por valorização, estima e deleite.

Assim, o salmista afirma que "quanto aos santos que

estão na terra, eles são os ilustres nos quais está todo

o meu prazer.", Salmo 16: 3. O apóstolo leva isso ao

auge, naquele instante em que "devemos dar as

nossas vidas pelos irmãos", 1 João 3:16. Pois,

enquanto a vida é abrangente de tudo o que nos é

querido ou útil neste mundo, o que devemos, se

chamado a isso, nos separarmos de nossas vidas,

devemos valorizar e estimar acima de todos eles. É

verdade, os casos em que isso é realmente necessário

em nós não ocorrem com frequência, e eles são tais

somente, em que a glória e o interesse de Cristo se

preocupam de maneira especial; mas o amor que

sempre disporá, e quando nos chamar, que nos

permita a este dever, é necessário estar em nós, se

somos discípulos de Cristo. Assim, devemos premiar

e valorizá-los, pelo menos para estar pronto para

compartilhar com eles em todas as suas condições.

Page 327: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

327

Porque, - 6. Este amor age por todos os meios, em

todas as formas e deveres pelo qual o bem eterno,

espiritual e temporal dos outros pode ser promovido.

No momento, eu apenas procurei essa descrição

desse amor, que possa distingui-lo daquela fria e

formal pretensão em alguns deveres externos. Este é

o amor que o evangelho cumpre com seriedade e

requer de forma tão indispensável de todos os

discípulos de Cristo. Isto, com seu exercício e efeitos,

seu trabalho e frutos, é a glória, a vida e a honra de

nossa profissão; sem o qual nenhum outro dever é

aceito com Deus. E o motivo é manifesto, a partir do

que foi falado, por que o apóstolo dá isso como

motivo de sua boa persuasão a respeito desses

hebreus, ou que eles tiveram um interesse especial

por essas coisas melhores de que a salvação é

inseparável. Pois se esse amor é decorrente da graça

do evangelho, se ele surge tanto do amor de Deus em

Cristo, como nunca houve, nem pode haver o mínimo

dele no mundo, de que não seja uma emanação

aquele amor; e se, em sua natureza especial, se

relaciona tão particularmente com o Espírito de

Cristo e nossa união com ele; deve ser então uma das

principais evidências de uma boa condição espiritual.

E o mesmo ainda aparecerá se considerarmos os

motivos pelos quais é aplicado no evangelho, que são

principalmente os seguintes: - 1. Como a cabeça de

todas as outras considerações, o Senhor Jesus Cristo

expressa isso como o que deveria ser a grande

evidência para o mundo da verdade e do poder do

Page 328: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

328

evangelho, como também de seu próprio ser enviado

de Deus: João 17:21, "para que todos sejam um; como

tu, pai, és em mim, e eu em ti, para que eles também

sejam um em nós: para que o mundo acredite que me

enviaste". É verdade, existe outro princípio especial

da união dos crentes, como são um em Deus e em

Cristo. Este é o único Espírito pelo qual todos eles

estão unidos a ele, como sua cabeça mística. Mas isso

sozinho não é pretendido aqui, como sendo o que o

mundo não pode discernir, nem consequentemente

ser convencido. Ele pretende, portanto, sua união

entre eles; a vida e o espírito, e o vínculo de que é esse

amor, como foi declarado. Não há outro tipo de

unidade que possa estar entre os cristãos que carece

da menor convicção com ela da divina missão,

verdade e poder de Cristo. Pois todos podem ser

carnais, desde princípios carnais e para fins carnais;

em que o mundo não pode ver nada extraordinário,

como tendo muitas dessas unidades próprias. Aqui,

portanto, o testemunho consiste em que damos ao

mundo que Jesus Cristo foi enviado de Deus. E se

falharmos aqui, fazemos o que podemos para

endurecer o mundo em sua impenitância e

incredulidade. Ver os crentes que vivem no amor, de

acordo com a natureza e agindo os deveres antes

mencionados, foi na antiguidade um grande meio de

convicção do mundo em relação à verdade e ao poder

do evangelho; e será assim de novo, quando Deus

novamente derramará abundantemente aquele

Espírito de luz e amor pelo qual oramos. E, em certa

Page 329: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

329

medida, o faz no momento; porque todo aquele que

considere a verdadeira igreja de Cristo corretamente,

encontrará as evidências de um poder divino nesta

matéria. Para isso, e sempre fez, consiste em todo

tipo de pessoas, em todas as nações e línguas, seja o

que for. Alto e baixo, rico e pobre, judeus, gregos,

bárbaros, homens de todos os interesses, humores,

oposições, circunstâncias, constituem esse corpo,

essa sociedade; ainda existe entre todos estes,

conhecidos uns dos outros ou desconhecidos, um

amor inefável, pronto para trabalhar e exercitar-se

em todas as ocasiões, de todas as maneiras antes

insistidas. E isso pode ser de nenhum outro princípio

senão do Espírito e do poder divino de Deus, dando

testemunho, assim, do Senhor Cristo, de quem são

discípulos. 2. Nosso direito ao nosso privilégio e

evidência de nosso ser, como discípulos de Cristo,

depende do nosso amor mútuo: João 13: 34,35: "Um

novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos

outros; assim como eu vos amei a vós, que também

vós vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos

que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos

outros." Este mandamento especial de Cristo sobre o

amor mútuo entre seus discípulos é aqui e em outro

lugar chamado "um novo mandamento". Quando a

humanidade pelo pecado caiu do amor de Deus e

dele, de amá-lo e ser amado dele, eles caíram em

todas maneiras de discordâncias e uma inimizade

entre eles, "insensatos, desobedientes, extraviados,

servindo a várias paixões e deleites, vivendo em

Page 330: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

330

malícia e inveja odiosos e odiando-nos uns aos

outros.", Tito 3: 3. E da mesma raiz ainda brota toda

disputa: "Donde vêm as guerras e contendas entre

vós? Porventura não vêm disto, dos vossos deleites,

que nos vossos membros guerreiam?", Tiago 4: 1.

Nas revelações anteriores da vontade de Deus, como

na lei, havia o amor mútuo comandado; inveja, ódio

e vingança, sendo proibidos. Mas, no entanto, houve

um grande defeito e fraqueza neste assunto; em parte

na obscuridade da lei; em parte por algumas

tolerâncias que Deus estava satisfeito de exercer para

com esse povo carnal, por causa da dureza de seus

corações; e em parte da sua escuridão, que não

entendiam a espiritualidade e a santidade dos

comandos. Mas a principal imperfeição da lei neste

assunto era que não deu nenhum exemplo desse

amor que é necessário para nos restaurar naquela

condição do amor de Deus e uns aos outros dos quais

nos afastamos. Isto foi reservado para Cristo, para

"que em todas as coisas ele possa ter a

preeminência". Até que ele nos dê o exemplo disso

em seu amor inexprimível para nós, que tão

frequentemente é proposto para a nossa imitação,

não podemos saber com que tipo de amor devemos

nos amar uns aos outros. Então, diz ele, João 13:34:

"Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei". Veja 1

João 3:16. Por isso, o mandamento do amor torna-se

"um novo mandamento", não só porque foi recém-

revivido por Cristo de maneira especial, quando a

doutrina dos deveres dele foi lançada sob corrupções

Page 331: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

331

farisaicas, Mateus 5, e a prática dela na maldade do

mundo; nem só porque era mais claramente dado por

ele do que pela lei; nem só porque ele nos revelou o

amor de Deus; mas principalmente porque agora foi

fundado, estabelecido e animado pelo exemplo do

próprio amor de Cristo, que lhe deu uma nova vida e

natureza, tornando-se "um novo mandamento". E a

primeira observação é a primeira evidência de a

renovação de todas as coisas por Jesus Cristo. Ele

veio restaurar e renovar todas as coisas; mas o

trabalho é, na maior parte, secreto e invisível, nas

almas dos homens. Que evidência e sinal desta ótima

obra são oferecidos ao mundo? É principalmente

isso, o surgimento da prática desse amor, que é, de

certo modo, o cumprimento daquela lei original da

nossa criação que rompemos e da qual caímos. Pois

assim ele acrescenta: "Por isso, todos saberão que

vocês são meus discípulos, se tiverem amor um para

o outro". O grande exemplo que eu estabeleci como

ser o amor; o novo mandamento que lhe dei do amor;

o desígnio que eu tenho que realizar e por você ser a

renovação do amor; como devem ou podem os

homens de outra forma conhecê-lo senão por meus

discípulos, senão por seu amor mútuo?" Sem isso,

portanto, não podemos provar que somos discípulos

de Cristo. E essa consideração é de mais peso comigo

do que mil disputas conflitantes que levariam os

homens a formas tão externas e complicadas como

eles chamam de amor. 3. Esse amor mútuo é aquele

em que consuma a comunhão dos santos. Como é

Page 332: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

332

grande aquilo que é a comunhão, aparece do lugar

que o reconhecimento disso sempre teve nos antigos

credos da igreja. Não digo que essa comunhão

consiste unicamente nisso. Possui uma participação

comum do mesmo Espírito santificante e um

interesse comum na mesma cabeça espiritual, Cristo

Jesus, quanto aos seus princípios e participação

comum das mesmas ordenanças quanto ao seu

exercício. Mas, nisto, esta comunhão entre si consiste

principalmente. Que não tem interesse em um

cumprimento externo de certos ritos e cerimônias,

que são inventados, não pela vida de unidade, mas

por uma demonstração de uniformidade, eu suponho

que todos os homens estão suficientemente

satisfeitos. Mas esta é a ordem da comunhão dos

santos: o fundamento disso é colocado em uma

participação conjunta do mesmo Espírito vivificante

e união com Cristo assim; é agido e exercido pelo

amor que se origina nesta fonte; e é expressado em

nossa participação conjunta das mesmas ordenanças

de culto. Assim, é evidente que, quando esse amor

não existe, não há comunhão de santos, nem

qualquer coisa que a ela pertença. Porque a nossa

participação em conjunto nas mesmas ordenanças,

não é parte dela, a não ser que a influência de nossa

comunhão original, na participação do mesmo

Espírito, seja transmitida a esse respeito pelo amor,

pelo qual é atuado. Isto, o apóstolo expressa

plenamente, Efésios 4: 15,16: "antes, seguindo a

verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é

Page 333: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

333

a cabeça, Cristo, do qual o corpo inteiro bem

ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas,

segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu

crescimento para edificação de si mesmo em amor."

Não há uma descrição mais eminente da comunhão

dos santos, especialmente como unidade na ordem

da igreja, em toda a Escritura. E vemos que ele

começa e acaba com o amor, e assim é feito do

primeiro ao último. A fonte dele está em nossa

relação e união, com Cristo, a cabeça. E diz-se que

"cresçam nele em todas as coisas", quando

expressamente derivamos tudo dele e dirigimos tudo

para ele; quando, no aumento de toda graça, nossa

união com ele é mais expressa e confirmada, e nossa

semelhança com a proximidade com ele é ampliada.

A partir dele, a partir da cabeça, todo o corpo e todos

os seus membros têm todos os recursos espirituais

em que a sua união com ele é expressa, e a sua

comunhão entre eles é agida e perpetrada, pois a

união e a comunhão da igreja não consistem em

coisas de ordem externa e suposta decência, mas no

encaixe e consolidação de todos os membros do

mesmo corpo, por uma comunicação efetiva de

suprimentos espirituais de Cristo, a cabeça, que

naturalmente molda cada parte do corpo no uso que

é projetado para eles. Mas o que são os próprios

santos, como membros deste corpo? Para que, "cada

articulação", toda pessoa individual, por conta de

dons, graça ou ofício, sim, cada "parte", cada

membro, contribui para a edificação do todo e o

Page 334: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

334

aumento de graça nele; que é o fim de toda essa

comunhão. Mas como isso é feito, como sua parte

atuante? Diz o apóstolo, é feito pelo amor. O

fundamento disso reside em "falar a verdade em

amor", mantendo, acreditando e professando a

verdade, para exercer assim o amor mútuo. Em tudo

o que gerenciamos a verdade, em tudo o que temos

que fazer na profissão, falando, pregando,

ensinando, instruindo, é tudo para sermos amados

por todo o corpo. E o fim de tudo é a "edificação em

amor". Pois, como "o amor edifica", 1 Coríntios 8: 1,

é o principal meio de edificação da igreja; por isso,

ele próprio está aumentando uma parte principal da

edificação. Uma igreja que ama, é uma igreja bem

edificada em sua fé. E isso também evoca a

necessidade desse dever e graça. A comunhão dos

santos em qualquer outra coisa sem isso é uma

invenção enganosa. 4. Sem este amor, não somos

úteis na igreja de Deus. Alguns homens parecem ser

muito úteis por seus dons, e eu desejo que ninguém

se orgulhe deles, ou os abrace, pois de si mesmos eles

estão aptos a nos inchar, mas a verdade é que sem

esse amor e o exercício constante dele, são de pouca

ou nenhuma utilidade para a verdadeira edificação

espiritual da igreja. Isto nosso apóstolo não só afirma

claramente, mas também argumenta em grande

medida, como não precisamos insistir mais nisso, em

1 Coríntios 13. Pois ele não só compara os dons mais

excelentes do Espírito com ele, preferindo-o acima de

todos; mas também declara que, sem ele, nenhum

Page 335: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

335

homem, em virtude desses dons, é de melhor uso na

igreja do que um "bronze soando, ou um címbalo

retinindo", versículos 1-3. Por isso, podemos

considerar, - 5. Que qualquer graça que qualquer

homem pareça ter, qualquer profissão que ele faça,

de qualquer utilidade que ele pareça ser, se ele não

tem esse amor, se ele não vive no seu exercício, ele

não possui nenhuma graça na verdade nem nenhum

interesse real nos benefícios do evangelho. A fé, onde

é sincera, trabalha pelo amor, Gálatas 5: 6; e o que

não é tão vão, morto e inútil, Tiago 2: 14-17. Se nos

amamos, somos nascidos de Deus e conhecemos a

Deus; se não o fizermos, não conhecemos a Deus,

pois "Deus é amor" 1 João 4: 7,8. E muitas outras

considerações de natureza semelhante podem ser

invocadas; de onde é manifesto o motivo pelo qual o

apóstolo teve que colocar um peso tão grande quanto

este sobre o amor que ele havia observado entre os

hebreus. Não posso passar por este assunto sem mais

um pouco pressionar a necessidade de obtenção e o

devido exercício dessa graça. Eu não sei como isso

acontece, mas é assim que os homens são

perseguidos continuamente por falta de amor, com

escritos inventivos; ainda pouco fruto, vemos para

vir disso. E a simples razão disso é, porque o amor

que os homens defendem é limitado a essa prática na

comunhão eclesiástica cujas medidas eles fixaram. Se

você fizer isso assim e, assim, se for dessa ou daquela

maneira, então você tem amor; senão você não tem

nenhum! Quão pouco a unidade ou o amor tem sido

Page 336: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

336

promovido por tais princípios e práticas agora é

evidente; sim, quantas divisões, animosidades e

alienações mútuas de mente e afeições foram

aumentadas por elas. Deixe-nos, portanto, todos

apoderar-nos da ocasião atual, e não perder o

exercício do amor enquanto lidamos com isso. Não

sei de nenhuma maneira em que eu julgue que

qualquer um que tenha temor de Deus no mundo

caminhe neste dia, que é por si mesmo inconsistente

com o amor do evangelho ou faça uma obstrução real

ao seu exercício.

1. Tome cuidado com um temperamento natural.

Onde quer que isso seja predominante, enfraquece o

amor ou remove a glória do seu exercício. Algumas

pessoas boas têm naturalmente muito do Nabal

nelas, que um homem escassamente consegue

conversar com elas. Eles misturam todos os frutos

doces do amor com tanta aspereza e acidez, como os

torna ingratos para aqueles que mais precisam deles.

Eu acho que é um erro, que a graça só subjuga nossas

corrupções pecaminosas; deveria, se cuidada e usada

corretamente, curar nossas disposições naturais, na

medida em que qualquer maldade ou ocasião do mal

seja incorporada a elss. Se não faz com que o mordaz

e irritado seja paciente, o mal-humorado, doce e

complacente, como faz o "lobo morar com o cordeiro,

e o leopardo se deita com o menino?", Isaías 11: 6. E

não é suficiente considerar quão grande é o brilho no

exercício do amor, quando é acompanhado de

Page 337: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

337

condescendência natural, conformidade e

benignidade. 2. Observe as desvantagens de uma

condição externa. Aqueles de alto grau geralmente

são abrangidos por tantas circunstâncias de

distância, que não sabem como atravessá-las para

aquela familiaridade de amor que deve haver entre os

crentes. Mas, como o evangelho em todas as contas

civis ou seculares iguala todos os homens em suas

vantagens, nascimento, educação, ofícios, poder,

maneira de conversar, livre e total, de modo que, com

respeito a coisas puramente espirituais, nivela todos

os crentes. Em Jesus Cristo, "não há nem gregos nem

judeus, bárbaros, etc", mas "todos são um nele", e é a

nova criatura que faz a diferença. Por isso, em todos

os assuntos da igreja, somos proibidos de ter

qualquer respeito ao estado externo e condição dos

homens, Tiago 2: 1-5. Todos nós servimos ao mesmo

Senhor e Mestre comum, que, "apesar de ser rico, por

nossa causa, tornou-se pobre". E se nós, por sua

causa, não deixarmos de lado a consideração de todas

as nossas riquezas, com essa distância de mente e

conduta dos santos mais pobres, não estamos

atuando como seus discípulos. Não falo agora sobre

a colocação da riqueza dos homens para o uso dos

pobres, mas da humildade mental, condescendendo

a uma comunhão fraterna amorosa ao pior deles.

Deixe, portanto, o maior saber, que não há dever de

amor espiritual que o isente de atender ao menor. E

se seu estado e condição os afasta daquela comunhão

de amor que é exigida de todos os crentes, é a sua

Page 338: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

338

armadilha e tentação. Se eles não conversam

familiarmente com os mais baixos deles, como eles

têm ocasião, se eles não os visitam quando for

necessário, se eles não os suportarem em seus

corações e mentes, como exigem sua relação especial

com a igreja, eles pecam contra a lei desse amor

sagrado. 3. Vigie contra as provocações. Enquanto

nós e outros estamos neste nosso corpo fraco nos

encontraremos com o que possamos ser propensos a

estimar. Onde os homens estão aptos a transformar

toda fraqueza, cada falha, cada negligência, e, todo

erro, em uma provocação e se ofender por aí, nunca

espere nada de amor de tais pessoas. Pois, como seu

quadro é um fruto de orgulho e autoconfiança, é

diametralmente oposto a todas as atuações

principais de amor descritas pelo nosso apóstolo, em

1 Coríntios 13: 4-7. 4. Tome cuidado para não

descansar satisfeito nos deveres exteriores do amor,

sem o funcionamento interno dele; como também em

uma apreensão de afeições internas, sem frutos

externos. Os homens podem ter a convicção de que

todos os deveres externos de amor, em advertência,

admoestação, reconfortante, alívio com provisões

externas, devem ser atendidos, e, portanto, podem

ser exercidos neles, e ainda exercem pouco amor

verdadeiro neles. Daí o nosso apóstolo supõe que um

homem pode dar todos os seus bens para alimentar

os pobres, e ainda não ter amor, 1 Coríntios 13: 3.

Todos os frutos participam da natureza da raiz. Se o

bem que fazemos nestes tipos procede apenas da

Page 339: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

339

convicção do dever, e não do amor fervoroso, isso irá

provar, senão ser o feno e o restolho, que arderão no

seu julgamento. Em segundo lugar, com este amor,

como adepto eminente, o apóstolo expressa o

trabalho, o "trabalho do amor", "amor laborioso", diz

Beza. "O trabalho sofrido por conta do amor", isto é,

no exercício dele. É um tipo de trabalho que é

atendido com muita dificuldade, um "trabalho

doloroso". Num amor preguiçoso, como descrito pelo

apóstolo Tiago, Tiago 2: 15,16, e que a maioria dos

homens se sente com eles, não há evidência de uma

fé salvadora. Mas somos aqui ensinados, que o amor,

se for verdadeiro, é laborioso e diligente; ou, grande

e difícil trabalho é requerido para o amor em seu

devido exercício. Não é para amar absolutamente,

mas para o seu exercício, que este "trabalho" é

necessário; no entanto, esse exercício é inseparável

da própria graça. E isso é necessário por conta das

dificuldades que estão no seu caminho, e das

oposições que ela enfrenta. Isso faz um trabalho

árduo e doloroso. A fé e o amor geralmente são vistos

como coisas fáceis e comuns; mas é para aqueles que

não os têm. Como são as únicas fontes de toda

obediência a Deus e a utilidade para com os homens,

então eles encontram as maiores oposições de dentro

e de fora. Devo citar alguns dos mais eficazes e menos

avisados; como, - 1. Autoamor. Isso é

diametralmente oposto a isso. O amor próprio é fazer

do homem seu próprio centro, o começo e o fim de

tudo o que ele faz. Faz com que os homens fiquem

Page 340: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

340

rancorosos com cada gota de bem que caia além de si

mesmos; e quem estiver sob o poder desse tipo de

amor não terá vontade e alegria por outro que ele

pense que ele pode fazer por si mesmo. Esta é a

medida de si mesmo: qualquer coisa que lhe seja

adicionada, não satisfaz, - ainda teria mais; e o que

quer que seja, por uma ou outra coisa, é demais, não

possui a graça. A menos que isso seja em boa medida

subjugado, mortificado e descartado, não pode haver

exercício de amor. E aqui é necessário "trabalho".

Para que o homem seja ligado a Deus, é

completamente transformado em si mesmo; e sem

uma santa violência para todas as nossas afeições

naturalmente depravadas, nunca podemos ser

libertados de uma inclinação para centrarmos tudo

em si mesmo. E essas coisas são diretamente

contraditórias. O amor próprio e o amor dos santos

são como dois baldes; proporcionalmente ao

enchimento de um, o outro esvazia. Procure até que

ponto elevamos em amor próprio, tudo o que

fazemos, e quaisquer que sejam nossas obras, na

mesma proporção nos afundamos no amor cristão. 2.

As surpresas do mal se levantam sem pouca eficácia

contra o exercício do amor. E elas estão aptos em

vários relatos para insinuar-se na mente dos homens

quando eles são chamados para o cumprimento deste

dever. Uma coisa ou outra, desse afeto depravado,

que é inerente à nossa natureza, será sugerido para

enfraquecer nossos corações e mãos sobre o que nos

referimos. E não requer nenhum trabalho espiritual

Page 341: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

341

pequeno para expulsar todas essas surpresas e

desistir da conduta daquele amor que "é sofredor, é

benigno; o amor não é invejoso; o amor não se

vangloria, não se ensoberbece, não se porta

inconvenientemente, não busca os seus próprios

interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se

regozija com a injustiça, mas se regozija com a

verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo

suporta.", 1 Coríntios 13: 4,7. 3. Desconfie das

promessas de Deus quanto aos suprimentos para nós

mesmos. Os homens têm medo de que se eles se

ampliarem eme uma maneira de recompensa para

com os outros - que é um dever de amor -, eles podem

ser trazidos até mesmo para necessidades, pelo

menos na proporção dos suprimentos que eles

julgam necessários. Seria infinito contar as

promessas sagradas que dão garantia do contrário.

Nem uma única instância em todo o mundo pode ser

produzida para este propósito. Mas estes são vistos

como boas palavras pela maioria, mas não são

realmente acreditados. Sim, os homens estão aptos a

enganar suas almas, supondo que eles creem nas

promessas livres de Deus em relação à graça e à

misericórdia, enquanto não creem naqueles que

estão anexados ao dever. Porque aquele que não

acredita em nenhuma promessa do evangelho, não

acredita nisso. A fé igualmente diz respeito a todas as

promessas de Deus, como a obediência a todos os

seus mandamentos. E foi um bom desígnio em um

reverendo, que escreveu um discurso para provar da

Page 342: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

342

Escritura e da experiência: "Essa grandeza no amor é

a melhor e mais segura maneira de prosperar neste

mundo". 4. A sabedoria e a providência de Deus

multiplicam objetos de amor e de caridade, para nos

excitar em mais atos de dever; e a corrupção de

nossos corações, com amor próprio, usa a

consideração deles para nos cansar de tudo. Os

homens ficariam felizes em ver o fim do problema e

a carga de seu amor, quando isso só é verdade, o que

é infinito. Daí o nosso apóstolo no versículo seguinte

expressa o seu desejo de que estes hebreus não

demorem na sua obra, mas "mostrem a mesma

diligência para a plena garantia da esperança até o

fim". Veja Gálatas 6: 9. E se dedicar a deveres

espirituais por causa do aumento de suas ocasiões, é

um sinal de que o que já fizemos não surgiu da raiz

da fé e do amor. O que é feito na força da natureza e

convicção, por mais vigorosa que seja por uma época,

com o decorrer do tempo vai decair. E essa é a razão

pela qual muitos falham no curso de sua profissão.

Todas as fontes de obediência que se encontram em

convicções, e a melhoria das habilidades naturais sob

elas, em um momento ou outro desaparecerão e

secarão. E onde nos encontramos desmaiando ou

decaindo em quaisquer deveres, nosso primeiro

inquérito deve ser pela natureza de sua fonte e

princípio. Somente o Espírito de Deus é água viva

que nunca falha. Assim, o profeta nos diz que " Os

jovens se cansarão e se fatigarão, e os mancebos

cairão", Isaías 40:30. Os que parecem ser os mais

Page 343: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

343

fortes e mais vigorosos na execução de quaisquer

deveres, no entanto, se eles não têm nada além de sua

própria força, a capacidade da natureza sob as

convicções, para confiar, eles vão e desaparecerão e

falharão completamente; para isso, tais intenções são

manifestadas pela oposição nas próximas palavras:

"mas os que esperam no Senhor renovarão as suas

forças; subirão com asas como águias; correrão, e

não se cansarão; andarão, e não se fatigarão.",

versículo 31. Se nossa força e deveres forem obtidos

pela fé de Deus, quanto mais nos comprometemos

com eles, mais será aumentada. "O caminho do

Senhor é força para os retos", Provérbios 10:29.

Quando estamos de pé no caminho de Deus, o

próprio caminho em si nos fornecerá uma força nova

continuamente; e "iremos de força em força", Salmo

84: 7, de um dever de fortalecimento para outro, e

não nos cansaremos. Mas aqui também é necessária

diligência e trabalho. A partir destas e considerações

semelhantes, é que o apóstolo aqui menciona o

laborioso "trabalho de amor" que era nos hebreus,

como evidência de sua fé salvadora e sinceridade. O

próximo assunto expresso nessas palavras são as

evidências que deram sobre esse trabalho de amor, e

os meios pelos quais o apóstolo chegou a conhecê-lo.

Eles mostraram: Enedeixaqe, "Vocês mostraram" ou

"manifestaram". A mesma palavra que Tiago usa no

mesmo caso, Tiago 2:18; "Mostra-me a tua fé pelas

tuas obras", "declara-o", faze-o manifestar-se". E um

homem pode mostrar duas coisas: 1. Ao fazê-lo; 2. Ao

Page 344: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

344

declarar o que ele fez. Ele trabalha visivelmente em

seu chamado, mostra seu trabalho pelo que ele faz; e

aquele que trabalha em segredo pode declarar como

ele tem ocasião. É no primeiro sentido que os

hebreus mostraram seu trabalho de amor, e que

Tiago exige que mostre nossa fé e obras. As próprias

coisas são destinadas, o que não pode deixar de se

manifestar em sua performance. Porque mostrar o

trabalho do amor, é trabalhar nos deveres dele, como

deve ser evidente. No entanto, esse poder

autoevidenciador das obras do amor é uma

propriedade peculiar daqueles que são de alguma

forma eminentes. Quando abundamos neles, e

quando os deveres deles estão acima do tipo e da taxa

comuns, então, é provado que os mostremos; isto é,

tornam-se visíveis e eminentes. Para esse propósito é

o comando de nosso Salvador, Mateus 5:16: "Deixe a

sua luz brilhar diante dos homens, para que vejam as

suas boas obras e glorifiquem o seu Pai, que está nos

céus". Não só "deixe-o brilhar" mas "deixe que

brilhe", que diz respeito à medida e grau de nossa

obediência; e aqui é necessário que abundemos nisto

para que nossas obras possam ser evidentes para

todos. Se eles não sequer avisarem deles por seus

bens, se eles nos criticarem por nossas boas obras,

como se fossem obras más, - que é o caminho do

mundo para a maioria dos deveres de obediência do

evangelho, - eles mesmos devem responder por sua

cegueira; nosso dever é que sejamos abundantes

nelas, para que possam ser discernidas e vistas de

Page 345: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

345

todos os que não fecham os olhos por preconceito

contra o que somos, ou virem os seus rostos por não

gostarem do que fazemos. Nada pode ser feito por

nós que possa ser visto; mas o que pode ser visto deve

ser feito, para que Deus seja glorificado. Por isso,

estes hebreus mostraram a obra da fé, e o trabalho do

amor, por um atendimento diligente de um ao outro.

O fim, ou razão, ou causa de sua execução desses

deveres, o que lhes dá espírito e vida, tornando-os

verdadeiramente cristãos e aceitáveis para Deus, é

adicionado: - "em nome dele”, ou seja em nome do

Senhor, ou por causa dele. E podemos observar: 1.

Que este lugar não se refere a toda a obra desses

hebreus, senão a obra da fé antes mencionada, que

está particularmente anexada ao trabalho do amor, -

o "trabalho de amor em relação ao seu nome". 2. Que

foram os santos que foram o objeto imediato desse

amor, como é declarado nas palavras que se seguem:

"Na medida em que você ministrou aos santos e

ainda ministra". Portanto, é um amor para os santos

na conta do nome de Deus que se destina. E este

amor aos santos é para o nome de Deus em três

relatos: 1. Objetivamente; porque o nome de Deus

está sobre eles. Eles são a família chamada por seu

nome. "Dele toda a família" deles "no céu e na terra é

chamada," Efésios 3:15. Eles são a “família de Deus”,

Efésios 2:19; os "santos do Altíssimo", Daniel 7:27. O

nome de Deus está sobre eles; e, portanto, o que lhes

é feito é feito para o nome de Deus, seja bom ou mal.

2. Formalmente; porque sua relação com Deus era a

Page 346: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

346

razão pela qual eles se esforçaram para eles. Isto é o

que dá a este amor a sua natureza especial, quando é

exercido para qualquer um apenas por conta de sua

relação com Deus, porque eles são dele, porque seu

nome é chamado sobre eles. 3. Eficientemente. O

nome de Deus é sua autoridade e vontade. Deus exige

esse trabalho de amor de nós; é a sua vontade e

comando: e, portanto, o que quer que façamos na sua

execução, nós o fazemos em direção ao seu nome;

isto é, com uma devida reverência e respeito à sua

vontade e autoridade. O todo, portanto, deste dever,

corretamente realizado, começa e termina com o

nome de Deus. Assim, podemos observar; isso, -

Observação III. É um devido respeito ao nome de

Deus que dá vida, espiritualidade e aceitação a todos

os deveres do amor que realizamos para com os

outros. Muitas coisas foram feitas no mundo, com

uma grande aparência de amor, que ainda foram

todas perdidas, quanto à glória de Deus e a vantagem

espiritual daqueles por quem foram feitas. Algumas

foram perdidas de um princípio de superstição;

algumas, de um desígnio de mérito; algumas, da

vanglória ou um desejo de reputação, sendo vistas

pelos homens. E muitas outras maneiras existem

para que os homens possam perder o benefício do

que eles forjaram. Agora, enquanto esse trabalho de

amor é um dever que tem tantas dificuldades em

atendê-lo, como antes declaramos, é de maior

interesse nos cuidar para que o que fazemos nele não

seja perdido. A menos que seja feito com respeito ao

Page 347: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

347

comando de Deus, e assim seja parte da obediência

da fé; a menos que seja influenciado com o respeito

de sua relação com Deus, e seu peculiar interesse

naqueles para quem nosso amor é exercido; não

suportará a provação, quando o fogo dele consumirá

todo o feno e o restolho. O que fazemos nesse tipo, é

assim para ser feito, pois o Senhor Jesus Cristo pode

possuí-lo como feito em si mesmo, em primeiro

lugar. há o objeto deste amor em seu exercício, e eles

são "santos". E eles são considerados quanto à sua

condição geral e qualificação, que é expressa, - são

"santos"; ou quanto ao seu estado e circunstâncias

particulares - são tais que precisam ser

"ministrados". 1. Eles são "santos". Não há nada mais

evidente que todos os verdadeiros crentes e todos

aqueles que, em sua profissão, são presumivelmente

para ser, que no estilo do Novo Testamento são

santos, Romanos 1: 7; Hebreus 2:11; 1 Coríntios 1: 2.

"Santos" são os mesmos "chamados e santificados

em Cristo Jesus". Todo crente é santificado; e todo

aquele que não é santificado não é um verdadeiro

crente: porque "crentes" e "santos" são os mesmos.

Porque cada crente, na medida em que ele é um

crente, é um santo. Embora ele seja uma pessoa

secular, ele é um santo, o que ele prova com

testemunhos de que eles são santificados. Estes

"santos", portanto, eram os discípulos de Cristo,

professantes do evangelho; presumidos pelo amor

serem verdadeiros crentes e, portanto, verdadeiros

santos. 2. É suposto que estavam em algum tipo de

Page 348: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

348

necessidades ou angústias. E tal era, de forma

especial, a condição dos santos naquele tempo entre

os hebreus. Sua pobreza era tal que o nosso apóstolo

em muitos lugares - talvez em todos os lugares onde

o evangelho tivesse sucesso – coletava ofertas para

eles. E, ao pressionar os crentes gentios para uma

contribuição para este propósito com argumentos de

peso, Romanos 15: 25-27, então ele considerou o seu

dever aqui tão importante que pede sinceramente

que sua oferta possa ser aceita por Deus e pelos

próprios santos, versículos 30, 31. E onde todas as

igrejas haviam ministrado em grande parte nesse

tipo, ele se alegrava nelas, como aquelas que

tenderiam ao indizível avanço da glória da graça de

Deus, 2 Coríntios 9: 11-15. Nosso apóstolo declara

que o antigo estado da igreja foi agora mudado e que

os santos fiéis se tornaram o único templo de Deus.

E, portanto, de todos aqueles a quem ele fez

prosélitos ou ganhou para a fé de Cristo, ele chama a

benevolência desse templo, ou os santos na Judéia.

Isso, portanto, era um dever eminente nesse lugar e

naquela ocasião. Por essa pobreza e essas exigências

foram lançados sob muitas contas. Pois naquela

época estavam sob grandes opressões e devastações,

pela cobiça e rapina de seus governantes, ou pelos

governadores romanos deles. E toda a nação era cada

dia vexada por pessoas sediciosas e multidões

prevalecentes de assaltantes. E essas coisas eram

comuns a eles com os outros. Mas, além disso, eles

foram expostos em particular, para a profissão do

Page 349: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

349

evangelho, para uma grande perseguição, em que, de

maneira especial, seus bens foram destruídos, e suas

pessoas trazidas sob várias calamidades

angustiantes, como nosso apóstolo declara, Hebreus

10: 32-34. Além disso, geralmente aqueles que

desistiram de seus nomes para Cristo eram do tipo

inferior do povo, os pobres entre eles recebendo o

evangelho. Todas essas coisas declaram que suas

necessidades eram grandes, além de outros

incidentes de vida que podem ter acontecido com

eles para sua angústia. Estes foram aqueles a quem

os hebreus ministraram, cuja condição colocou uma

eminência nesse dever. Mas pode-se dizer que, se

este fosse seu estado, como algum deles, ou como

poderia a igreja em geral, assim, amar, por

administrar às necessidades dos outros, quando eles

próprios ficaram sobrecarregados com as suas

próprias? Eu respondo: (1.) Não entendemos, o que

era a condição e o espírito daqueles primeiros

crentes, e de quanto pouco eles administrariam para

as necessidades maiores dos outros, que poderia

haver sem falta no corpo. Assim, o apóstolo nos diz

que na igreja da Macedônia, quando estavam sob

provações, aflições, perseguições, "sua pobreza

profunda abundou nas riquezas de sua liberalidade",

2 Coríntios 8: 2. Na sua grande pobreza e sob a

perseguição, contribuíram em grande parte para a

necessidade dos outros. Para nós, quem é capaz de

pensar que há tantas coisas necessárias para que

possamos ministrar aos santos pobres - como tanta

Page 350: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

350

riqueza pelo menos, tanta provisão para nossas

próprias famílias, paz e algum tipo de tranqüilidade

no que nós gostamos, - não é de admirar se não

podemos entender tão facilmente o que é afirmado

desse trabalho de amor que estava entre os crentes

primitivos. Eles deram livre e liberalmente, de sua

pobreza e em meio a seus problemas. (2.) Não é

improvável, mas pode haver alguém na igreja que,

escapando das mais comuns calamidades, pudesse

contribuir generosamente com a necessidade dos

outros; e o seu apóstolo é contado pelo dever de toda

a igreja, enquanto no resto havia uma mente

disposta; de onde foram provados e aceitos "de

acordo com o que tinham, e não de acordo com o que

eles não tinham". E aqueles que têm habilidade em

qualquer igreja fariam bem em considerar que a

honra e a reputação de toda a igreja, à vista de Deus

e do homem, dependem muito da sua generosidade

no cumprimento deste dever. Por isso, é a direção

peculiar do nosso apóstolo para Timóteo com

respeito a este tipo de pessoas: "manda aos ricos

deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a

sua esperança na incerteza das riquezas, mas em

Deus, que nos concede abundantemente todas as

coisas para delas gozarmos; que pratiquem o bem,

que se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais

e generosos.", 1 Timóteo 6: 17,18. (3.) O contributo

das coisas externas é apenas uma forma de

ministério para os santos, mas uma parte desse

dever. Existem ajudas e assistências espirituais, na

Page 351: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

351

visita, exortação, conforto, que pertencem a isso. E

aqui todos podem ser sedutoramente familiarizados,

embora pobres e baixos no mundo. (4.) É muito

provável que toda a igreja tenha sido muito

cuidadosa e diligente em procurar ajuda e

assistência, quando era necessário além do que eles

tinham capacidade de fornecer. Pois é uma

ordenança de Cristo, que, quando as igrejas são

desabilitadas, através da perseguição ou da pobreza,

para ministrar as necessidades dos pobres entre elas,

devem procurar alívio de outras pessoas ou igrejas

que andam na mesma profissão da fé e da ordem do

evangelho.

Portanto, (5) A intenção dessa expressão é que se

exerça arduamente o amor em relação a todos os

santos, cada um de acordo com sua capacidade.

Por fim, a maneira especial do exercício deste

trabalho de amor é chamada de "ministério", e seu

objeto especial são os santos, dos quais já falamos. E

a respeito deste ministério, o apóstolo o atribui a eles

com respeito ao passado e ao que fizeram no

presente; ambos os quais foram necessários para

encontrar o julgamento sobre o qual ele fez a respeito

deles: "Você serviu, e você ainda serve aos santos".

Diakonia é um ministério laborioso e trabalhador. E

isso na igreja é duplo: 1. De ofício especial; 2. Do

amor comum e da caridade. A ascensão, a ocasião e a

Page 352: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

352

instituição de um ofício ou ministério especial para

com os pobres são declaradas em grande parte, Atos

6; e depois mencionado por nosso apóstolo como

uma ordenança permanente, Romanos 12: 8; 1

Timóteo 3: 8-13. E este ministério está aqui incluído,

embora não apenas destinado. Porque o que é feito

por esses diáconos, sendo feito em nome, e pela

nomeação da caridade da igreja, é estimado o

ministério da própria igreja. E, embora exista uma

fidelidade e diligência peculiares nas pessoas

chamadas a este ministério, o ministério em si

abunda ou será fortalecido de acordo com a

totalidade da igreja que execute seu dever. Mas o

ministério comum do amor fraterno, o que cada um

faz ou deve fazer em sua própria pessoa, está aqui

destinado. E seis coisas podem ser consideradas, 1. A

raiz, a fonte e a causa dela, que é o amor. 2. A maneira

de seu desempenho, que é com trabalho e diligência.

3. O objeto disso, ou os santos em problemas,

dificuldades ou necessidades. 4. Os atos dele, que são

muitos e diversos; os principais dos quais são, (1.)

Visita deles; (2.) Conselhos; (3.) Consolação; (4.)

Suprimentos de suas necessidades por coisas

externas. 5. Esforços no uso de meios para seu alívio

total: (1.) Intercessão a Deus, em orações e súplicas

contínuas; (2.) Com os homens, de acordo com

nossos interesses e vantagens, não ter vergonha nem

ter medo de possuí-los em sua pobreza, angústias e

sofrimentos. 6. A regra deste ministério é a

Page 353: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

353

oportunidade de cada homem (1.) Capacidade, (2.)

Convocação especial por circunstâncias objetivas.

Isto é sobre a observação de que o apóstolo nos dá o

verdadeiro caráter de uma igreja de crentes sadios.

Eles são uma sociedade como, sendo convocada para

a comunhão e a ordem do evangelho, caminhando na

fé, expressando-a em frutos de obediência, com

cuidado e diligente exercício amoroso uns com os

outros com base no nome de Deus, especialmente

com um consideração contínua aos que sofrem ou

estão em alguma angústia. Estas são as coisas que

acompanham a salvação. E podemos observar em

nossa passagem, - Observação I. Que é a vontade de

Deus, que muitos de seus santos estejam em

condições neste mundo em que precisam ser

ministrados.

Com isso, quanto à distinção das pessoas, por que

estas devem ser pobres, afligidas, tentadas, provadas

no fogo e não outras, nenhuma razão direta pode ser

dada, senão à soberania de Deus, à qual devem se

submeter. E aqueles que são assim provados possam

considerar sempre, 1. Que essa vontade de Deus para

eles é acompanhada de infinita sabedoria e

santidade, de modo que não há injustiça nela

contida. 2. Que eles não devem ser perdedores finais

por sua condição pobre e afligida.

Page 354: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

354

Deus fará tudo para eles, tanto aqui como para a

eternidade. E, se não houvesse mais nada, além

disso, que eles sejam trazidos para uma visão mais

clara e desejos mais sérios pelo eterno descanso e

glória, eles têm uma recompensa suficiente em suas

mãos por todos os seus sofrimentos. 3. Que Deus

possa colocá-los com outros em pastos ricos aqui,

apenas para terem sido engordados contra o dia do

abate. Deixe-os, senão considerar quanta

misericórdia espiritual e eterna, em que eles estão

interessados, exceda as coisas temporais, eles

acharão que não têm motivo para se queixar. 4.

Considerando que é para a glória de Deus e para o

benefício da igreja, que alguns deveriam estar

particularmente em condições aflitivas, eles devem

se alegrar de que Deus os escolheu, para usá-los

como lhe agrada a estes fins. Mas para a coisa em si,

as razões são reveladas e manifestadas.

Pois, 1. Deus testifica a todos, que as coisas boas,

como são estimadas, deste mundo, não são sinais ou

promessas de seu amor, e que ele tem melhores

recursos para aqueles de quem ele cuida. Ele

apresenta desprezo sobre as coisas desejáveis do

mundo, e testifica que há coisas melhores, para

serem recebidas mesmo nesta vida. Porque se Deus

tivesse "coisas melhores" para conferir aos seus

santos neste mundo do que qualquer outra que o

mundo possa oferecer, ele não as reteria. Portanto,

nesta dispensação de sua providência, testifica a

Page 355: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

355

todos, que as misericórdias internas e espirituais,

como os seus santos desfrutam, são

incomparavelmente preferidas acima de todas as

demais, 2 Samuel 23: 5. 2. Ele abre caminho para o

vigoroso e frutífero exercício de todas as graças do

seu Espírito, isto é, nas diversas condições em que os

membros da igreja são lançados. E cada um olhe para

ele e saiba que, de acordo com sua condição externa

no mundo, seja de escassez ou abundância, há um

exercício peculiar de graça, para a glória de Deus.

Espera-se de todos os que são altos ou baixos, ricos

ou pobres, livres ou em perigo, não só que vivam no

exercício de toda graça em geral, mas também que

diligentemente se esforcem por uma abundante

fecundidade nessas graças. E, em segundo lugar,

somos aqui ensinados, que, - Observação II. A grande

prova do nosso amor consiste em nosso respeito para

os santos que estão em perigo. - Esse é o fundamento

do elogio ao amor desses hebreus; eles "ministraram

a eles". O amor será facilmente preservado, onde

temos pouca ou nenhuma necessidade uns dos

outros. Mas quando o exercício dele se revela caro,

quando nos coloca em carga ou dificuldade, ou em

perigo, - como faz mais ou menos quando é exercido

em relação àqueles que estão em perigo, - então é

levado ao julgamento. E, em tal época, temos

experiência de que o amor de muitos está longe de

produzir mais fruto, pois as próprias folhas dele

caem. Por isso, - Observação III. É a glória e a honra

de uma igreja, a prova principal de sua vida

Page 356: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

356

espiritual, quando é diligente e abundante nos

deveres de fé e amor que são atendidos com as

maiores dificuldades. Daí, o apóstolo elogia estes

hebreus e firmemente persuade-se de que foram

dotados de "coisas melhores que acompanham a

salvação". Pois, como podemos mostrar, 1. Deus é

singularmente glorificado; 2. O evangelho é

peculiarmente promovido; 3. Um brilho especial é

colocado sobre as graças do Espírito; e 4. Todos os

fins de Satanás e o mundo em suas perseguições são

totalmente frustrados. E essas coisas falamos sobre o

primeiro motivo da persuasão do apóstolo da boa

herança espiritual atual desses hebreus e sua futura

segurança eterna, isto é, "obra de fé e trabalho de

amor" que ele havia observado neles. Em segundo

lugar, o outro fundamento de sua persuasão é

retirado da justiça de Deus: "Deus não é injusto, para

esquecer o trabalho de amor deles". Anunciei antes

que a palavra usada pelo apóstolo para expressar o

quadro de sua mente neste assunto, pepeismeqa,

"estamos persuadidos", versículo 9, - é aplicada às

vezes para denotar a certeza infalível da fé, e. às vezes

a certeza moral do amor. Neste lugar, tem respeito a

um duplo objeto ou razão; primeiro, o que estava nos

hebreus professos, a fé e o amor. Com isso, ele não

poderia ter certeza além de uma persuasão moral, ou

a satisfação de um julgamento de amor. Mas, nesta

suposição, a sua persuasão tinha outro objeto, a

saber, a justiça de Deus na estabilidade de suas

promessas; de onde ele teve uma garantia infalível,

Page 357: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

357

ou concluiu infalivelmente, o que ele estava

persuadido. A justiça de Deus às vezes denota a

absoluta retidão e a perfeita bondade de sua

natureza; e aqui a todas as outras aceitações da

palavra, como aplicadas a Deus, devem ser

reduzidas. Às vezes, a equidade das santas

dispensações da sua justiça, por meio da qual ele

rende a cada um o que é devido, de acordo com a

natureza das coisas e as suas sagradas nomeações, é

assim chamado; e, às vezes, particularmente a sua

justiça vingativa, por meio da qual ele se vinga e pune

os pecadores, é assim expressado. Algumas vezes,

sim, frequentemente, a fidelidade de Deus em

cumprir suas promessas é chamada de justiça; pois

isso pertence à absoluta retidão de sua natureza para

fazê-lo. Então, diz o apóstolo: "Se confessarmos

nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar

nossos pecados", João 1: 9. O perdão dos pecados é,

em todos os relatos, um ato de misericórdia, que é

contraditório à justiça no juízo, estritamente

chamado, Tiago 2:13: porque a justiça que é exercida

no perdão do pecado não é senão a fidelidade de Deus

nas promessas da aliança. Ele prometeu que "quem

confessar e abandonar os seus pecados encontrará

misericórdia". Por isso, é somente com Deus perdoar

os pecados. E esta é a justiça que é aqui

principalmente citada. Porque a justiça, por meio da

qual Deus recompensa as obras que são forjadas nos

homens, por sua própria graça, é a mesma com a qual

perdoa os seus pecados, respeitando igualmente à

Page 358: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

358

aliança e suas promessas; porque sem a consideração

disso, em justiça rigorosa ou exata, ele não poderia

perdoar o pecado nem recompensar nossas obras;

que são imperfeitas, e não respondem de maneira

nenhuma à regra que ele possa fazer. Neste sentido,

de Deus é dito aqui "não ser injusto para esquecer seu

trabalho", isto é, ser justo para não esquecê-lo. Ele

terá esse respeito àquilo que prometeu

graciosamente na aliança, porque ele é justo; isto é,

fiel em suas promessas. E que nenhuma outra justiça

pode ser aqui pretendida é evidente a partir daí,

porque nenhum trabalho nosso responde ao domínio

de qualquer outra justiça de Deus. devemos

perguntar o que é "não esquecer seu trabalho". E isso

pode se referir à preservação no presente, ou à

recompensa no futuro. 1. Não é uma tentação pouco

frequente para os crentes, que Deus até agora

desconsidere-os de não cuidar de graças ou deveres

neles, apreciá-los e preservá-los. Veja as queixas da

igreja para este propósito, Isaías 40: 27,28, 49:14,

"Meu Senhor se esqueceu de mim". Isso é negado.

Deus não é injusto, para nos esquecer ou o nosso

trabalho de amor, para não apreciá-lo e preservá-lo.

Assim, o apóstolo pressiona a mesma persuasão em

relação aos filipenses, como ele fala aqui dos

hebreus: Filipenses 1: 6, "Confiando nisso mesmo,

que aquele que iniciou uma boa obra em você, a

preservará até o dia de Jesus Cristo". Ele não é

injusto para esquecer isso. Deus, na aliança da graça,

prometeu preservar a fé e o amor do seu povo, para

Page 359: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

359

que não perecessem ou se perdessem. Portanto,

tendo "iniciado um bom trabalho", e tendo feito um

bom progresso em conformidade com sua graça, ele

não é "injusto", para esquecer o compromisso da

aliança, mas irá preservar você e suas graças em você

até o fim, que é a soma dessa grande oração do

apóstolo para todos os crentes, 1 Pedro 5:10. 2. O

texto pode também se referir aqui ao futuro e à

recompensa final da fé, do amor e das obras dos

crentes. Porque também pertence à aliança de Deus;

e é tão gratificante, que a justiça de Deus em que nos

é devido não pode ser outra senão a sua fidelidade

nas suas promessas. Porque nem nós nem nossas

obras somos capazes de uma recompensa eterna pelo

caminho do mérito; isto é, que a recompensa deve ser

comprovada para nós não de graça, mas de dívida,

Romanos 4. E o que derruba completamente tal

apreensão é que o próprio Deus é a nossa

recompensa eterna, Gênesis 15: 1. E eu deixo isso

para outros considerarem como eles podem merecer

essa recompensa. Destes dois sentidos o primeiro

parece-me mais adequado ao desígnio do apóstolo e

ao escopo do lugar. Pois ele está dizendo a esses

hebreus que ele fez outro julgamento deles do que

aquele que havia feito dos apóstatas cuja condição ele

tinha descrito anteriormente. E isso ele faz por dois

motivos: primeiro, que eles realmente foram feitos

participantes da graça salvadora sincera, e naquelas

"coisas melhores que acompanham a salvação", e

então, que Deus, na sua fidelidade, preservaria e

Page 360: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

360

asseguraria essa graça neles contra todas as

oposições até o fim. Seguindo esse sentido das

palavras, podemos aprender, isto, - Observação IV.

Nossa perseverança na fé e na obediência, embora

exija nosso dever e constância, ainda não depende

deles absolutamente, mas da justiça de Deus em suas

promessas. - Ou se tivéssemos abraçado melhor o

outro sentido das palavras, então somos

suficientemente instruídos, que, - Observação V.

Nada deve ser perdido, que seja feito para Deus, ou

em obediência a ele. "Ele não é injusto, para esquecer

nosso trabalho de amor". E, - Observação VI. A

certeza de nossa recompensa futura, dependendo da

justiça de Deus, é um grande encorajamento para a

obediência presente.

VERSO 11.

“E desejamos que cada um de vós mostre o mesmo

zelo até o fim, para completa certeza da esperança.”

Não há muita dificuldade quanto à significação

dessas palavras, e, portanto, as traduções antigas e

modernas geralmente estão em acordado na

interpretação delas.

Embora o apóstolo, nestas palavras e naquelas que se

seguem, como é comum com ele, leva uma

perspectiva para o seu progresso mais avançado,

passando por eles e neles para o seu discurso sobre

Page 361: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

361

Melquisedeque, que ele interveio (de onde alguns

começariam a terceira parte do capítulo), no entanto,

ele persegue seu argumento anterior e dá uma

explicação expressa de todo o seu projeto. Pois,

primeiro, ele manifesta diretamente qual era sua

intenção ao propor-lhes aquela terrível ameaça e

previsão sobre os apóstatas, versículos 4-8. Embora,

para certos fins, ele lhes falasse essas coisas, mas ele

lhes faz saber que não lhes falou aplicando-as a eles.

Ele pensou que não eram tão presentes como ele

havia descrito, nem que esse fosse a sua futura

porção que ele ameaçara e anunciou. Como ele os

libertou de quaisquer medos ou apreensões dessa

natureza nos dois versículos precedentes, então,

neste, ele declara qual era o propósito e a intenção

dele no uso dessa ameaça. Agora, isso era apenas

para excitá-los e provocá-los a uma continuação

diligente e perseverante na fé e no amor, com seus

frutos e efeitos; a qual é a primeira e principal

finalidade para a qual a proposta de tais ameaças é

projetada e santificada por Deus. "Tudo o que eu

disse foi para este fim".

Ainda, ele havia recentemente dado conta de seus

pensamentos e julgamentos reais a respeito deles e

sua condição espiritual. E, sobre a sua satisfação,

como aquela que foi acompanhada de "coisas

melhores que acompanham a salvação", ele lhes deu

a garantia de uma questão abençoada de sua fé e

Page 362: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

362

profissão, da fidelidade de Deus; fazendo nela um

pedido das promessas do evangelho. Aqui, ele os

deixa saber o que, segundo a nomeação de Deus e a

lei da nossa obediência, é exigido deles, para que

possam responder ao julgamento que ele fez sobre

eles e ser levados ao gozo das promessas para eles. E

este foi o progresso diligente na fé e na obediência até

o fim que ele descreve neste e no versículo seguinte.

E aqui, o apóstolo, com grande sabedoria, conhece

esses hebreus com o próprio fim e uso das ameaças e

promessas do evangelho; em que os homens podem

se enganar e, portanto, abusar de um e do outro. Pois

as ameaças foram encaradas como se não tivessem

outro fim ou uso, senão para aterrorizar as mentes

dos homens, e fazer com que elas estivessem

desesperadas, como se as coisas ameaçadas

inevitavelmente viessem sobre eles. Por isso, alguns

imaginaram que não pertencem à dispensação do

evangelho, como deve ser pregado aos crentes; e

poucos sabem como fazer uma devida aplicação delas

às suas consciências. E deve-se temer que o fim e o

uso das promessas de Deus se tenham confundido

até agora, que alguns se tenham submetido a ser

impostas pelo engano do pecado e sejam

influenciados pela consideração delas como descuido

e segurança, como contudo, façam o que eles fariam,

nenhum mal poderia acontecer com eles. Mas o

nosso apóstolo aqui descobre o fim conjunto de

ambos para os crentes, ou professantes do

evangelho; que é movê-los e encorajá-los até o

Page 363: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

363

máximo, em constância, perseverança e diligência

em todos os deveres de obediência. E não é uma

pequena parte do dever e da sabedoria dos ministros

do evangelho instruir seus ouvintes, e pressionar

sobre eles o uso adequado das promessas e ameaças

de Deus. Neste verso, ou as palavras dele que são

uma exortação para o dever, podemos observar: 1. A

conexão dele com o discurso anterior. 2. O dever

exortado a: "A mesma diligência". [3. As pessoas

exortadas.] 4. A maneira de sua atuação: "Que eles

manifestassem" ou "mostrassem". 5. O fim visado

nesse dever : "A plena garantia da esperança". 6. A

continuação dela: "Até o fim". 7. O modo de sua

exortação a eles: "Desejamos".

É de grande vantagem quando podemos administrar

nosso ministério de modo que nenhum daqueles que

estão comprometidos conosco possa ter qualquer

causa justa para se considerar esquecido. Além disso,

o apóstolo mostra pelo argumento aqui insistido a

sua preocupação com todos eles. Pois ele não supõe

que nenhum deles estivesse em tal condição de

segurança e perfeição que não precisasse da máxima

diligência para sua preservação e progresso; nem que

qualquer um tivesse caído tão baixo em decaimento,

mas que, no uso da diligência, eles não poderiam ser

recuperados. Assim, o amor e o cuidado dos

ministros sejam estendidos a todos os indivíduos de

seus rebanhos, com especial atenção às suas

respectivas condições, para que ninguém, por um

Page 364: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

364

lado, fique seguro, nem, por outro lado,

desacreditado ou ser desencorajado.

E o apóstolo se refere não só ao dever em si, mas à

evidência de sua atuação, sobre o qual seu

julgamento e persuasão foram fundamentados.

"Continue no desempenho desses deveres, para dar a

mesma evidência de seu estado e condição que havia

antigamente". E o dever em si ele expressa por: "idem

studium", o mesmo esforço diligente. Crisóstomo

insiste muito na sabedoria do apóstolo nesta

expressão, "a mesma diligência", pois ele insinua sua

aprovação do que eles já fizeram e manifesta que não

exigia nada deles para garantir sua condição futura,

senão aquilo de que eles já tinham experiência. "Você

usou diligência nesta matéria; continue a fazer assim.

Ele os encorajava a prosseguir e a crescerem. Isso, de

fato, que o apóstolo aprova neles, e exorta-os a uma

continuação, é a "obra de fé e trabalho de amor,

ministrando aos santos", mas aqui ele expressa a

maneira pela qual haviam atendido a esses deveres, e

que eles devem continuar, a menos que pretendam

abandonar os próprios deveres, ou seja, com

diligência e atenção. Pois tais eram as oposições e as

dificuldades com que certamente se encontrariam,

como antes declaramos, que, a menos que usassem

toda a diligência e a vigilância, mais ou menos

desfaleceriam no seu dever. E podemos observar

isso, - Observação I. Nossa profissão não será

Page 365: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

365

preservada, nem a obra da fé e do amor continuada

para a glória de Deus e a nossa própria salvação, sem

uma constante diligência estudiosa na preservação

de um e do exercício do outro. As razões são as

seguintes: manifestação do que foi discursado antes,

quanto à grandeza e dificuldade desta obra, e à

oposição que lhe é feita. Nosso apóstolo não sabia

nada desse tipo de profissão preguiçosa que satisfaz

a generalidade dos cristãos neste dia. Eles podem

mostrar toda a diligência em seus negócios, em suas

vocações seculares, em seus estudos, pode ser em

seus prazeres, e às vezes na busca de suas

concupiscências; mas para uma diligência vigilante,

um esforço sério e estudioso sobre os deveres da

religião, a obra da fé e do amor, eles são estranhos a

ela, sim, não pode ser persuadido de que tal coisa é

exigida deles ou esperada deles. Aos deveres do culto

divino, eles irão atendê-los por costume ou

convicção; a alguns atos de caridade, eles podem

talvez ser algumas vezes atraídos para eles ou para

sua reputação, eles podem fazer como outros de sua

qualidade no mundo: mas projetar e projetar em suas

mentes como eles podem glorificar a Deus nos

deveres de fé e amor, eles rejeitam totalmente todos

esses pensamentos. Mas o que nós imaginamos?

Existe outro caminho para que possamos ir ao céu do

que o que foi prescrito para os crentes primitivos?

Será que Deus lidará conosco em termos mais fáceis,

ou como um maior cumprimento da facilidade carnal

e da carne, do que aqueles que lhes foram dados no

Page 366: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

366

passado. Nós devemos nos enganar de forma tímida

com essa imaginação. Mas deixe ninguém cometer

erros; esses dois princípios são tão certos e tão

sagrados quanto qualquer coisa no evangelho: (1) A

menos que exista em nós uma obra de fé na santidade

pessoal e um trabalho de amor para com os outros,

não há nada em nós que acompanhe a salvação, ou

nos trará até agora. Deixe as pessoas profanas

ridiculizar-se enquanto quiserem, e as pessoas do

mundo negligenciam isso, e os professantes

descuidados desejam para si mesmos um caminho

mais fácil para uma eternidade bem-vinda, isto será

a regra segundo a qual todos devem permanecer ou

cair para sempre. (2.) Que esta obra de fé e trabalho

de amor não serão continuados, sem diligência

estudiosa e esforços sérios. Agora, é necessária essa

diligência, [1.] O exercício de nossas mentes com

respeito aos deveres da fé e do amor; 1º. Ao estudar a

regra deles, a qual é a palavra de Deus, onde somente

a matéria de todos eles e a maneira de seu

desempenho são declaradas; 2º. Ao estudar e

observar as ocasiões e oportunidades para o seu

exercício. [2.] A vigilância contra oposições,

dificuldades e tentações também faz parte desse

dever; por causa das quais nossas observações sobre

o versículo anterior podem ser consideradas. [3.]

Prontidão para entrar em conflito com e percorrer os

perigos e problemas que podemos encontrar no

cumprimento dessas funções. E, como é evidente,

todos estes argumentam um estado de espírito

Page 367: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

367

continuamente atento a um desígnio para glorificar e

honrar a Deus e até o fim de nosso curso, em paz com

ele. Aquele cristianismo nominal que despreza essas

coisas perecerá juntamente com o real autor desse

desprezo, que é o diabo. O apóstolo exorta-os a

mostrar a mesma diligência que eles fizeram, e que

continuavam exercitando; de onde aparece, isso, -

Obsservação II. A exortação ministerial para o dever

é necessária para os que são sinceros na prática, para

que permaneçam e continuem nela. Não é fácil ser

apreendido como as instituições de Deus são

desprezadas por alguns, negligenciadas por outros e

por quão poucos são devidamente aplicadas; tudo

por falta de tomar medidas corretas a respeito delas.

Alguns são quem, sendo profundamente ignorantes,

ainda estão prontos para dizer que eles sabem tanto

quanto o ministro pode ensinar-lhes, e, portanto, não

têm como objetivo atender à pregação. Esses são os

pensamentos, e isso é muitas vezes a língua de

pessoas profanas, que conhecem pouco e não

praticam nada do cristianismo. Alguns pensam que

as exortações para os deveres pertencem apenas

àqueles que são negligentes e descuidados em sua

atuação. 6. O fim imediato do exercício desta

diligência é que possamos alcançar uma forte certeza

da esperança. "E três coisas que devemos considerar,

para chegar à mente do apóstolo com estas palavras:

(1.) Qual é a esperança à qual ele se refere. (2.) Qual

é a garantia total dessa esperança. (3.) Como é

possível o exercício desta diligência: - (1.) A

Page 368: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

368

esperança que aqui é pretendida, é uma certa

expectativa garantida de coisas boas prometidas,

através da realização dessas promessas,

acompanhadas de um amor, desejo e avaliação delas.

A fé respeita à promessa; a esperança, ao que é

prometido: por isso é um fruto e efeito da fé, sendo a

atuação adequada da alma em direção a coisas que se

creem como boas e certas. Portanto, onde nossa fé

não gera esperança, é temível que não seja genuína;

e onde nossa esperança excede a evidência ou

garantia de nossa fé, é apenas uma presunção. Agora,

essa esperança diz respeito a coisas não vistas e

futuras; pois, como nosso apóstolo diz, se já

desfrutamos de alguma coisa, por que esperamos

isso? Romanos 8:24. E esta é a ordem dessas coisas:

- Deus nas suas promessas declarou a sua bondade

propósito e graça, nas grandes coisas que ele fará

para toda a eternidade para os crentes; a saber, que

sejam perfeitamente libertados de tudo o que é

doloroso ou maligno no pecado ou na dificuldade, e

sejam trazidos ao pleno gozo da glória eterna consigo

mesmo. Nestas promessas, a fé repousa sobre a

veracidade e o poder de Deus. Quando a alma

considera aquelas "coisas boas" que são prometidas,

e agora garantidas pela fé, ainda ausentes e

desanimadas. E as atuações da alma em relação a

eles, no desejo, no amor, na avaliação e numa certa

expectativa delas como cridas, é essa esperança. Pode

haver uma pretensão de grande esperança, onde não

há fé, como é com a maior parte; e pode haver uma

Page 369: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

369

profissão de grande fé, onde não há esperança

verdadeira, como é com muitos; mas, em si mesmas,

essas coisas são inseparáveis e proporcionais. É

impossível acreditar nas promessas, sem que

devamos esperar as coisas prometidas; nem

esperamos as coisas prometidas, a menos que

acreditemos nas promessas. E isso descarta a maior

parte da pretensa esperança que está no mundo. Não

procede, não é fé nas promessas; e, portanto, é

presunção. Sim, ninguém tem maiores esperanças,

em sua maior parte, do que os que têm fé. O grande

uso, benefício e vantagem que os crentes têm por esta

graça é o apoio de suas almas sob os problemas e as

dificuldades que eles conhecem com base na

profissão do que eles acreditam, Romanos 5: 4,5; 1

Coríntios 15:19; 1 Tessalonicenses 1: 3. Daí, em nossa

armadura cristã, é chamado de capacete: Efésios

6:17, "O capacete da salvação", isto é, a esperança da

salvação, como é exposto em 1 Tessalonicenses 5: 8,

"E para um capacete, a esperança da salvação." E isso

é porque ela nos impede de ser feridos com a nitidez

e o peso dessas provações que nos acontecem e nos

acontecerão, em problemas, perseguições e aflições.

E, portanto, é manifesto que uma avaliação e estima

das coisas esperadas são da essência da esperança.

Porque qualquer expectativa que possamos ter, se

não as valorizarmos para encontrar um alívio

satisfatório nelas em todos os nossos problemas, e o

que pode compensar os nossos sofrimentos

presentes, nossa esperança não é genuína e

Page 370: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

370

verdadeiramente evangélica. E essa era agora a

condição dos hebreus. Eles foram expostos a muitas

tribulações sobre a profissão do evangelho; e o

apóstolo previu que eles ainda seriam exercidos com

coisas mais penosas e terríveis. O que eles tiveram

que aliviar nessa condição, para estabelecer o

equilíbrio contra todos os males que sofriam ou

tiveram que entrar em conflito com eles, foram as

coisas prometidas por Cristo aos que creem nele e lhe

obedecem. Portanto, uma expectativa segura dessas

coisas, tão infinitamente acima e além do que

perderam ou sofreram no presente, era

absolutamente necessária, quanto ao seu apoio, até o

encorajamento para a continuação de sua profissão.

Só isso foi capaz de preservá-los de desmaios e

desânimos sob uma confluência de males; que

também o próprio Deus dirige, Isaías 35: 3,4. Por

isso, a este dever nosso apóstolo frequentemente

exorta os hebreus nesta epístola, como aquilo que

lhes era peculiar e necessário para eles em sua

condição atual. E ele os deixa saber, que em seu

devido exercício, não só os alivia e os apoia, mas lhes

permita, no meio de todos os seus problemas, se

alegrarem e se gloriarem; como foi declarado em

Hebreus 3: 6. (2.) Há a razão desta esperança, - a

"certeza total" da mesma. O espinho tem seus graus,

como a fé também. Há uma fé fraca ou pequena, e

uma fé forte ou grande. Portanto, há uma esperança

imperfeita e outra perfeita. Esta "garantia total" não

é da natureza ou essência disso, mas um grau

Page 371: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

371

especial disso em sua própria aplicação. Uma

esperança fraca, imperfeita, dará alívio, porém fraco

e imperfeito, sob problemas; mas o que se aproxima

da certeza completa aumentará nosso alívio.

Portanto, como a própria esperança é necessária,

também é esse grau disso, especialmente onde as

provações abundam. Além disso, a esperança não é

absoluta, ou absolutamente perfeita. Nossas mentes

neste mundo não são capazes de tal grau de

segurança em coisas espirituais que nos libertem de

assaltos ao contrário, e as impressões do medo, por

vezes, daqueles assaltos: mas existe um grau tão

alcançável quanto sempre é vitorioso; que dará paz à

alma em todos os momentos, e às vezes a encherá de

alegria. Isto, portanto, é a garantia de esperança aqui

pretendida; uma persuasão tão fixa, constante e

predominante, que procede da fé nas promessas

relativas aos bens prometidos, ao nosso interesse

neles e ao gozo certo deles, como nos apoiarão e nos

levarão confortavelmente através de todas as

dificuldades e problemas com os quais temos de

entrar em conflito. E, sem isso, não é possível que

possamos continuar nossa profissão para a glória de

Deus e do evangelho, nos tempos de uma aflição e

perseguição. Pois, embora o menor grau de

esperança sincera se preserve da apostasia absoluta,

ainda que seja confirmado e fortificado, e tão forçado

a esta plena garantia, não pode ser senão grandes e

dolorosas provações, tentações e perseguições, ao

mesmo tempo ou outros tomam tanta impressão em

Page 372: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

372

nossas mentes, como para causar uma falha múltipla

nos deveres da nossa profissão, tanto quanto isto

ocorreu com não poucos crentes sinceros em todas as

épocas. (3.) É para ser indagado como a "diligência"

antes descrita tende a essa garantia de esperança. E

faz isto de três maneiras: [1] Ela tem sua eficácia para

este propósito da instituição de Deus. Deus designou

isso como o caminho e o meio pelo qual devemos

chegar a essa garantia. Assim é declarada a sua

vontade, 2 Pedro 1: 10,11: "Portanto, irmãos, procurai

mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e

eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais

tropeçareis. Porque assim vos será amplamente

concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor

e Salvador Jesus Cristo." É a mesma diligência

referida aqui no texto de Hebreus, como é evidente

pelos versículos que precedem. E este foi o meio

designado por Deus para garantir a nós próprios o

nosso "chamado e eleição", que as coisas boas que

esperamos acompanham infalivelmente. E, por este

meio, seremos levados em meio a todas as

dificuldades para o reino de Deus e da glória. [2.]

Tem uma tendência própria e natural para este fim;

pois, pelo uso dessa diligência, a graça aumenta em

nós, pelo que nossas evidências de interesse nas

promessas do evangelho são liberadas e fortalecidas.

E aqui a nossa garantia de esperança consiste. [3.]

Pelo nosso atendimento diligente aos deveres da fé e

do amor, todo pecado será impedido, pelo qual nossa

esperança seria enfraquecida ou prejudicada. 7. O

Page 373: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

373

último fato expresso nas palavras é a continuação

deste dever que é exigido de nós; e isso é "até o fim".

As palavras pertencem claramente ao preceito em si,

"mostrando a mesma diligência ... até o fim". Sem

tempo nem época em que podemos ser dispensados

deste dever; nenhuma condição a ser alcançada nesta

vida em que esta diligência não será necessária para

nós. Devemos, portanto, atender a isso até que

estejamos completamente descarregados de toda

essa guerra. E aquele que é desencorajado porque

não pode ter uma dispensa desse dever neste mundo,

ele tem um coração que "recuou" e "sua alma não é

reta nele". E podemos observar, - III. Considerando

que há graus em graças salvadoras espirituais e suas

operações, devemos pressionar continuamente para

o mais perfeito deles. Não só devemos ter

"esperança", mas devemos trabalhar para a "garantia

da esperança". É uma das melhores evidências de que

qualquer graça é verdadeira e salvadora em sua

natureza e tipo, quando trabalhamos para prosperar

e crescer nela. Esta é a natureza da nova criatura, da

qual é parte, inclina-se para isto; este é o fim de todas

as ordenanças e instituições do evangelho, Efésios

4:13. Somente assim nós trazemos glória a Deus,

adornamos o evangelho, crescemos em

conformidade com Cristo e asseguramos nosso bem-

estar eterno. IV. A esperança, sendo aplicada pelo

devido exercício da fé e do amor, crescerá em uma

garantia de descanso, vida, imortalidade e glória, que

deve superar todos os problemas e perseguições que

Page 374: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

374

neste mundo possam acontecer conosco, por conta

de nossa profissão ou de outra forma. Não há nada

no mundo tão vão quanto a esperança comum pela

qual os homens que vivem em seus pecados fazem

uma reserva do céu, quando eles não mais estiverem

aqui. Quanto mais isto prospera nas mentes de

qualquer um, mais desesperada é a sua condição,

sendo apenas uma infinita fonte de incentivos para o

pecado. Os seus começos geralmente são, de fato,

pequenos e fracos; mas quando tem sido tão

apreciado para poder derrotar o poder das

convicções, ele rapidamente cresce em presunção e

segurança. Mas essa esperança, que é a filha, a irmã

e a companhia da fé, quanto mais cresce e se

fortalece, mais útil é para a alma, como uma fonte

viva de incentivos para a estabilidade na obediência.

Por ser uma vez plenamente confirmado, dará, em

todas as ocasiões de provação ou tentação, uma

existência tão presente na mente quanto ao futuro de

certeza da glória, como deve liberá-la das armadilhas

e dos medos e confirmá-la no seu dever. Mas isso

também deve ser falado depois.

VERSE 12.

“Para que não vos torneis indolentes, mas sejais

imitadores dos que pela fé e paciência herdam as

promessas.”

Page 375: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

375

Este versículo coloca uma aproximação com a

exortação imediatamente anterior do verso 11. E aqui

está uma entrada feita em um discurso de alguma

outra natureza, mas pretendida e aplicada para o

mesmo fim e propósito. Podemos, portanto,

considerá-lo como uma continuação da exortação

anterior, aplicada com um novo argumento de

grande importância. Porque, - 1. O apóstolo dá uma

cautela contra um mal ou um vício diretamente

oposto ao dever que ele tinha pressionado e que, se

admitido, obstruiria sua realização: "Que você não

seja preguiçoso". E a série desse discurso tem

conexão com o início do versículo 11: "Desejamos que

você seja diligente" e "que você não seja preguiçoso".

2. Ele lhes dá uma nova direção e encorajamento

para a execução do dever exortado, que também os

guia na maneira de sua atuação. E aqui ele escreve

uma introdução a um discurso de outra natureza que

imediatamente se segue, como foi observado: "Mas

sejam seguidores". 3. Essa direção e encorajamento

consiste na proposta de um exemplo de outros para

eles, que cumpriram o dever para o qual ele os exorta.

E, quanto à sua direção, ele declara a eles como eles

o fizeram, mesmo pela fé e pela paciência; então, pelo

seu encorajamento, ele lhes recorda sobre o que

obtiveram assim, ao fazê-lo, - herdaram as

promessas de Deus.

Primeiro, o apóstolo adverte os hebreus contra o que,

se admitido, frustrará sua exortação, e efetivamente

Page 376: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

376

os manterá fora do dever exortado: "Que você não

seja pesado e preguiçoso". Ele tinha antes afirmado

em Hebreus 5:11, que eles eram “preguiçosos em

ouvir", ou seja, não eram tão diligentes ou

industriosos como deveriam ter sido; ou a

reprovação dizia respeito a alguns deles apenas.

Aqui, ele adverte que não sejam "preguiçoso em

obras". Nós somos preguiçosos em ouvir, quando não

aprendemos as verdades do evangelho com

diligência, quando não as levamos à nossa mente e

compreensão pelo uso diligente dos meios

designados para esse fim.

E, na prática, ou nas obras, somos preguiçosos,

quando não nos movemos com o devido exercício

dessas graças, e nos dispensamos, que a verdade em

que nos instruímos direciona e exige de nós. E esta

preguiça se opõe a “um esforço diligente”, versículo

11, no desempenho de nosso dever: "Mostre

diligência e não seja preguiçoso". E este vício da

preguiça, nosso santo apóstolo, de acordo com sua

grande sabedoria e cuidado, com freqüência adverte

os hebreus contra ele nesta epístola. Pois ele sabia

que a maior intensidade de nossos espíritos e a

máxima diligência de nossas mentes e

empreendimentos de todas as nossas almas são

necessários para uma continuação útil em nossa

profissão e obediência. Deus exige isto de nós, esta é

a natureza das coisas próprias sobre as quais estamos

familiarizados, e é necessário até o fim que as

Page 377: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

377

vislumbremos. Se nos desmotivarmos, ou formos

negligentes em nosso dever, se descuidados ou

preguiçosos, nunca aguentaremos até o fim; ou se

continuarmos em um curso tão formal que consistirá

nesta preguiça, nunca devemos chegar ao abençoado

final que esperamos ou procuramos. As oposições e

dificuldades que certamente encontraremos, de

dentro e de fora, não darão lugar a empreendimentos

fracos e lânguidos.

Nem o Deus santo prostituirá as recompensas

eternas a quem não tem mais respeito a elas, senão a

desistir da preguiça em sua busca. Nosso curso de

obediência é chamado correndo em uma corrida e

lutando como em uma batalha; e aqueles que são

preguiçosos em tais ocasiões nunca serão coroados

com a vitória. Portanto, do devido cumprimento

dessa cautela depende nossa perseverança atual e

nossa salvação futura. Porque, - Observação I. A

preguiça espiritual é ruim em qualquer profissão,

embora, de outra forma, nunca seja tão esperançosa.

O apóstolo foi persuadido de "coisas boas e que

acompanham a salvação" quanto a esses hebreus;

mas, no entanto, ele deixa que saibam que, se

pretendessem desfrutá-las, não deveriam ser

preguiçosos. A preguiça é um afeto vicioso, e um dos

piores a que a mente do homem está sujeita; porque

onde ocorre e é prevalecente, não existe um bom

princípio ou hábito permanente. E, de fato, era fácil

Page 378: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

378

manifestar-se que nada mais aumenta a degeneração

da humanidade do que este afeto depravado, como

sendo uma entrada em todos os vícios sórdidos e uma

obstrução perfeita para todas as empresas virtuosas

e louváveis. Salomão descreveu tão graficamente

esse afeto vicioso, com sua natureza vil e seus efeitos

ruinosos, em várias passagens dos Provérbios, que

nada precisa ou pode ser adicionado a isso. Além

disso, é apenas preguiça espiritual que temos ocasião

de falar: 1. A preguiça espiritual é uma indisposição

habitual de mente para deveres espirituais em seu

tempo e estação adequados, decorrentes da

incredulidade e afeições carnais, produzindo

negligência de deveres e perigos, negligência,

descuido ou formalidade em atendimento a eles ou à

sua realização. A negligência prejudica no começo, e

o fim dela está arruinando a segurança: - (1.) É, em

geral, uma indisposição e uma falta de mente, e tão

oposto a todo o princípio da nossa guerra espiritual.

Fervor de espírito, preparação com toda a armadura

de Deus, e exercitando nossas mentes, esforçando-se

para eliminar todo peso, e o pecado que tão

facilmente nos assediam, é obrigado a estar em nós

constantemente, no decorrer da nossa obediência.

Mas essa preguiça é aquilo que nos dá uma

indisposição de mente, em oposição direta a tudo.

Então é descrito, em Provérbios 26:15. Uma pessoa

sob o poder deste transtorno vicioso da mente está

indisposta a todo dever, o que os torna dolorosos

para ela. (2.) Quando se trata do auge, é habitual. Não

Page 379: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

379

há homem senão ocasionalmente indisposto para

deveres espirituais. A constituição mais saudável e

atlética está sujeita a algumas doenças. Algumas

vezes, as enfermidades corporais podem nos

indispor, às vezes as tentações atuais podem fazê-lo.

Tal foi a indisposição que aconteceu aos discípulos no

monte, Mateus 26: 40,41; que ainda não estava sem

o seu pecado, pelo qual eles foram reprovados pelo

nosso Salvador. Mas, quando essas coisas são

ocasionais, quando essas ocasiões se esforçam para

serem prevenidas ou removidas, as pessoas que se

apresentem com elas podem não ser consideradas

como absolutamente preguiçosas. Pode haver muitas

falhas reais onde não existe um vício habitual. (3.)

Mas há esta preguiça em um grau perigoso, - [1.]

Quando isso é geralmente o quadro da mente,

quando é tão infeliz quanto a deveres sagrados, isso

leva a negligenciá-los ou a ser frio e formal no

desempenho deles. Este foi o temperamento de

Laodiceia, Apocalipse 3:15. Ela fez o suficiente para

satisfazer-se, mas, da mesma forma que tudo o que

fez, foi desaprovada por Cristo. A falta de energia é a

alma e a forma da preguiça. [2.] Quando as pessoas

geralmente não são incomodadas com tais meios

externos, mas reconhecem, conter o aviso disso e o

convite para outro quadro. Assim, a esposa

reconheceu que era a voz de seu Amado que dizia:

"Abre-me, minha irmã, amada minha, pomba minha,

minha imaculada; porque a minha cabeça está cheia

de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.",

Page 380: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

380

Cantares 5: 2. Tanto a voz como o amor e a longa

espera de Cristo foram manifestos para ela; e, no

entanto, ela não o atende, mas apresenta as suas

desculpas, versos 2, 3. E a preguiça das pessoas será

contada na proporção dos meios de diligência que

eles desfrutam. [3.] Quando as pessoas estão felizes

com as ocasiões que possam justificá-las e satisfazer

suas mentes na omissão de deveres ou oportunidades

para elas. Isso lança fora o dever prescrito para nós,

Hebreus 12: 1; que ainda é indispensável para

alcançar o fim de nossa fé. Quando os homens não só

abraçarão facilmente as ocasiões que lhes são

oferecidas para desviá-los do dever, mas serão

capazes de procurar e inventar turnos para que, como

eles pensem, sejam desculpados disso; - cuja

natureza corrupta é extremamente propensa a, -

estão sob o poder desse hábito vicioso.

Especialmente é assim quando os homens estão

aptos a aprovar tais razões para esse fim, pois, sendo

examinados pelas regras do dever, com as propostas

do amor de Cristo, são mais superficiais do que a

vaidade. Então é acrescentado à pessoa preguiçosa,

que esconde sua mão em seu seio, que ele é "mais

sábio com sua própria presunção do que sete homens

que podem render uma razão", Provérbios 26: 15,16.

Ele se agrada com seus preconceitos tolos por sua

preguiça acima de todos os motivos que lhe podem

ser dados em contrário. E tal é o motivo invocado

pelo cônjuge quando ultrapassado com este quadro

por uma temporada, Cantares 5: 3. [4.] Quando há

Page 381: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

381

uma grande negligência de nossas próprias orações,

quando, em qualquer momento, fomos habilitados

para fazê-las. Assim, a esposa, em quem temos um

exemplo surpreendente neste mal, ora com firmeza

pela vinda e aproximação de Cristo para ela nas

santas dispensações de seu Espírito, Cantares 4:16;

mas quando ele se pronuncia para o desejo dela, ela

deixa o entretenimento dele. Assim, os homens oram

por graça e misericórdia às vezes; mas quando as

estações da comunicação deles vierem, eles são

totalmente independentes ao cuidar deles. Eles

adiaram as coisas para outra temporada, Cantares 5:

6. [5.] Quando, em conflitos sobre deveres, a balança

é muitas vezes virada para o lado da carne e da

incredulidade. Às vezes é assim quando os deveres

são considerados como futuros, e às vezes como

presentes. Quando os deveres são considerados

como futuros, dificuldades e objeções contra eles,

quanto à matéria ou a maneira, tempo ou estação, ou

grau, uma coisa ou outra, serão sugeridas pela carne.

A graça nos crentes se moverá para uma

conformidade absoluta. Se prevalecerem as razões

contrárias, insinuações e objeções, a alma "consulta

carne e sangue" e está sob o poder da preguiça

espiritual. E também os homens, por pretensões

frívolas e discursos de si e do mundo, são impedidos

dos deveres mais importantes. E, às vezes, há um

conflito na entrada dos deveres do culto de Deus,

como orar, ouvir a palavra, e coisas semelhantes. A

graça agita a alma para diligência, espiritualidade e

Page 382: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

382

vigor de espírito. A carne em todas as coisas é

contrária a ela. Geralmente, dar lugar à carne, de

modo a ser levado sob o poder de uma formalidade

fria, é uma evidência de uma preguiça predominante.

2. Embora esta preguiça possa ter várias causas e

ocasiões, ainda assim as principais delas são as que

mencionei, a saber, a incredulidade e as afeições

carnais: - (1.) A incredulidade é a principal causa

disso, como a fé é daquela diligência e vigilância que

se opõe a isso. Sim, só pela fé, somos entusiasmados

com a atuação de todas as outras graças, e a

performance de todos os outros deveres. Como é em

sua natureza nos animar para eles, assim só leva

todos os outros motivos para uma obediência

vigorosa. Portanto, todas as indisposições para o

dever surgem da incredulidade. Isso enfraquece a

eficácia de tudo o que deve nos excitar para ele, e

aumenta cada dificuldade que está no seu caminho.

Como a fé removerá as montanhas do nosso caminho

ou nos ajudará a conquistar as maiores oposições, a

incredulidade fará montanhas de vales, - fará de

todos os obstáculos uma dificuldade inconquistável.

A alma foi preguiçosa e por isso, grita: "Há um leão

no caminho, um leão nas ruas", Provérbios 26:13. E

todo o seu caminho "é como uma sebe de espinhos",

Provérbios 15:19; isto é, tão doloroso e problemático

que ele não se importa de dar um passo nisso. Daí é

a oposição nessas palavras: "Para que não sejam

preguiçosos, mas seguidores daqueles que, por meio

da fé", etc. (2.) As afeições carnais promovem de

Page 383: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

383

forma diversa este estado mental maléfico. O amor à

facilidade, riqueza, lucro, prazer, tornará os homens

espiritualmente preguiçosos. Onde estes são

prevalentes, tudo no caminho da santidade e

obediência é difícil e irritante. Representações

estranhas serão feitas na mente de todos os deveres,

se não em geral, ainda em todos os casos que se

oferecem. Eles são difíceis, ou tediosos, ou não

razoáveis, ou são desnecessários, ou a perda que

fazemos no presente pode ser recuperada em outro

momento. Todo o afeto carnal predominante será

ouvido no caso, e tem algo a oferecer para dissuadir

a mente do seu dever. E a aversão secreta da carne da

comunhão com Cristo em deveres funciona em todos

eles. Portanto, se vemos um homem preguiçoso,

negligente, descuidado nos deveres da religião,

podemos ter certeza de que um tipo de afeto ou outro

é poderoso nele. 3. Quanto aos efeitos gerais desta

preguiça espiritual, eles podem ser reduzidos a estas

três cabeças: - (1.) A negligência de deveres

conhecidos. Os deveres conhecidos de professantes

são públicos ou privados; e eu os chamo de

conhecidos, porque ambos são reconhecidos por

todos, e eles próprios estão sob a convicção de que

são assim. Mas onde esta preguiça é predominante,

deveres claros serão negligenciados. Que dever mais

claro do que este devemos ter do que abrir nossos

corações a Cristo quando ele bater; ou receber com

diligência as insinuações de seu amor e de sua mente,

que ele expõe nas suas ordenanças. Contudo, isso

Page 384: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

384

será uma disputa e discussão sobre a alma, quando

estiver sob o poder da preguiça, Cantares 5: 2, 3. E

isso realmente acontece quando não prestamos

atenção diligente à dispensação da Palavra. (2.)

Negligência das tentações, e dos seus perigos, é outro

efeito geral da preguiça espiritual. Com a vigilância

contra eles, um conflito com eles e a prevalência

sobre eles, a nossa guerra se constitui

principalmente. E sem a devida consideração disto,

não podemos preservar a vida nem produzir os frutos

da fé. (3.) O cansaço e as desesperanças sem coração

em um momento de problemas e dificuldades são

outros efeitos aqui. - E para essas cabeças, todos os

seus efeitos e consequências perniciosas particulares

são reduzidos.

Em segundo lugar, na direção positiva dada e no

encorajamento adjacente, há um exemplo proposto,

e um dever imposto em relação a isso. As pessoas

cujo exemplo é prescrito são mencionadas aqui

apenas de forma indefinida: "Sejam seguidores

daqueles", que no versículo subsequente apresenta o

exemplo de Abraão. Para lidar com aqueles que se

gloriavam demais em ter Abraão por seu pai,

nenhum exemplo mais pertinente e convincente

poderia ser proposto a eles, para que eles saibam que

o próprio Abraão não obteve as promessas de outra

maneira do que a que agora lhes propõe. E, como

nosso Salvador lhes havia dito, que se eles fossem

filhos de Abraão, eles deveriam fazer as obras de

Page 385: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

385

Abraão, caso contrário, o seu júbilo de ser ele seu pai

não lhes aproveitaria em nada; então nosso apóstolo

mostra-lhes a necessidade de sua fé e paciência em

particular. Além disso, ele estava no ensejo de

apresentar no próximo capítulo a Melquisedeque,

como um tipo de Cristo, antes de Abraão e acima

dele; e, portanto, como ele tinha em um caso

parecido antes de lidar com Moisés, ele aproveitaria

as vantagens, dando-lhe o devido elogio, para que ele

não parecesse derrogá-lo de nada. E isso ele faz

naquele exemplo em que ele veio a ter a sua maior

honra, ou para se tornar "o pai dos crentes". As

pessoas, portanto, citadas como exemplos a ser

imitados por eles são os patriarcas do Antigo

Testamento, ou aqueles que, no presente, eram

crentes reais, sinceros e sadios, que poderiam ser

destinados, ou aqueles que haviam adormecido na fé

do evangelho; mas como ele trata em todas as

ocasiões, com esses hebreus, com exemplos do

Antigo Testamento, como já vimos e consideramos

em grande no terceiro capítulo, então a expressão

imediata de Abraão como o principal daquilo que ele

pretendia, limita seu desígnio aos que estão sob essa

dispensação. Claramente, ele projeta aqueles que

para o mesmo propósito ele enumera em particular,

com os exemplos de sua fé, em Hebreus 11. Também

não há dificuldade na variedade de suas expressões a

respeito deles. Daqueles no capítulo 11 ele diz que

"todos morreram na fé e obtiveram um bom

testemunho", mas "não receberam a promessa",

Page 386: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

386

versículos 13, 39; daqueles neste lugar, que "através

da fé e da paciência herdaram as promessas". Mas é

uma coisa "receber as promessas" e outra "herdar as

promessas". Por "receber" as promessas, Hebreus 11,

o apóstolo se refere ao cumprimento real da grande

promessa sobre a manifestação de Cristo na carne.

Isso não receberam aqueles que morreram antes de

sua encarnação. Mas a "herança" das promessas,

aqui destinada, é uma participação real da graça e da

misericórdia propostas nelas, com a glória eterna.

Todos eles receberam, sendo salvos pela fé, assim

como nós, Atos 15: 10,11; Hebreus 4: 2. Sobre essas

pessoas, ele lhes propõe o caminho que eles tomaram

e o fim que alcançaram. A maneira como eles

tomaram foi "por fé e paciência", ou

"longanimidade". Alguns pensam que aqui está um

enidduoin, e que a uma fé constante e duradoura

somente se destina. Mas sua fé, e o seu constante

exercício contra as oposições, lhes são propostos sob

o nome da fé. Para isso, por makrotumia

(longanimidade) a graça ou dever distinto é

pretendido, é manifesto a partir do versículo 15, onde

o transporte de Abraão em sua fé e recebendo a

bênção é expresso por makrotumhsav, "depois de ter

pacientemente suportado". Que isso foi a fé, ou de

que tipo, que é aqui atribuída aos patriarcas, é

evidente a partir do contexto. Pois foi a fé que teve a

promessa especial de Deus em Cristo por seu objeto;

- não uma fé geral, não comum, mas aquela que

respeitou à promessa dada desde a fundação do

Page 387: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

387

mundo, e expressamente renovada a Abraão. Alguns

entre nós negam totalmente esse tipo de fé, e além da

crença da verdade ou veracidade de Deus em geral,

não permitirão uma fé especial com respeito à

aliança e à promessa da graça em Cristo Jesus;

considerando que, na verdade, não existe outra fé

verdadeira, útil, de salvação e propriamente

chamada no mundo. É verdade, essa fé especial na

promessa supõe a fé em geral com respeito à verdade

e à veracidade de Deus, nem pode estar sem ela. Mas

isso pode ser, e está em muitos onde a outra não está,

sim, e onde é até desprezada. Isto, portanto, foi a fé

que aqui foi recomendada e proposta para nós. O

objeto especial disso foi o Messias, ou o próprio

Cristo, como Salvador do pecado; com esta limitação

especial, para vir depois. A razão formal disso era a

verdade de Deus nas suas promessas, com a sua

imutabilidade e poder infinito para dar-lhes uma

realização. E os meios de avaliar essa fé neles foi a

própria promessa. Por essa fé foram justificados e

salvos, Gênesis 15: 6. Mas pode ser indagado como

essa fé poderia nos ser proposta por um exemplo, ao

vê-la respeitar à futura manifestação de Cristo, e

devemos respeitá-la desde que eleio veio em carne.

Mas essa circunstância não altera nada a própria

natureza das coisas; pois, no que diz respeito à

exposição real do Messias, eles o consideravam

futuro, no entanto, quanto aos benefícios de sua

mediação, eles foram feitos presentes e efetivos para

eles pela promessa. E a fé que nos é exigida respeita

Page 388: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

388

de modo semelhante ao Senhor Jesus Cristo e aos

benefícios da sua mediação; e por sua exibição real

na carne não mudou em sua natureza do que era,

embora seja extremamente vantajoso quanto à sua

luz. A próxima coisa atribuída a eles é makrotumia

(paciência, longanimidade). Eessas graças são

expressamente distinguidas, 2 Timóteo 3:10;

Colossenses 1:11. E em muitos lugares é

recomendado como uma graça e dever especiais, 2

Coríntios 6: 6; Gálatas 5:22; Efésios 4: 2; Colossenses

3: 12. E muitas vezes também é atribuído a Deus,

Romanos: 2: 4, 9:22; a Cristo, Timóteo 1:16. Em

Tiago 1:19 é "tardio para se irar", oposto a

"precipitado", "facilmente irritado", "amargo em

espírito". É uma estrutura de alma graciosa e calma,

uma tranquilidade de mente, em bases de fé santas e

espirituais, não sujeita a provocações, a não se cansar

por oposição. Por isso, embora o apóstolo diga da

mesma maneira em outro lugar, que "precisamos de

paciência, para que, depois de ter feito a vontade de

Deus, possamos receber a promessa", Hebreus

10:36; ainda que a longanimidade aqui pretendida é

distinta disso. Pois, como a paciência é uma quietude

graciosa e mansa em submeter-se a problemas e

misérias presentes; de modo que essa makrotumia,

ou "longanimidade", tolerância, ou sofrimento, é

uma disposição de mente tranquila e graciosa, capaz

de encontrar uma série de dificuldades e provocações

sem ser exasperada por eles para desertar ou cessar

do curso em que estamos envolvidos. Então, onde é

Page 389: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

389

atribuído a Deus, isso significa que a bondade de sua

natureza e propósito de sua vontade, que, apesar de

suas múltiplas provocações e, por assim dizer, novas

descobertas diárias, contudo ele suportará os

pecadores e não se desviará de Seu caminho de

bondade e piedade para com eles. E conosco tem um

duplo objeto. Pois, 1. No decorrer da nossa fé e

profissão, vamos encontrar muitas dificuldades e

oposições, com muitos escândalos e ofensas. Nisto os

homens são propensos a desprezar, a não gostar e a

ser provocados a deixar o caminho em que se

encontram com eles. Em várias ocasiões

surpreendentes, eles "se preocupam em fazer o mal",

Salmo 37: 8.

Assim, é o dever que nos é prescrito em particular

com respeito uns aos outros, Efésios 4: 2. Além disso,

2. Há diversas coisas nas promessas de Deus, das

quais os crentes desejam sinceramente, se for

possível, uma realização presente, ou um maior grau

de evidência em sua realização, ou uma maior

velocidade em relação a elas. Tais são a subjugação

total de suas corrupções, o sucesso contra a liberdade

das tentações, a libertação da igreja dos problemas e

de coisas parecidas. Agora, quando essas coisas estão

atrasadas, quando o coração está pronto para ser

envenenado pelo atraso de suas esperanças, a alma

está apta a desesperar, a superar suas expectativas, e,

se assim for, rapidamente também abandonará seus

deveres. A graça que nos mantém em silêncio

Page 390: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

390

esperando Deus para o cumprimento de tudo o que

nos interessa no seu próprio tempo e época, que nos

preserva de desmaios e desentendimentos

pecaminosos, esta é uma "longanimidade" ou essa

tolerância. Essas eram as formas pelas quais eles

vieram a herdar as promessas. Os pagãos do passado

pensavam que seus heróis ou patriarcas eram

excelentes e, como eram chamados, por ações

heróicas, por valor, coragem, matança e conquista de

seus inimigos, geralmente atendiam com orgulho,

crueldade e opressão, abriram caminho para o céu. O

caminho dos heróis de Deus, dos patriarcas de sua

igreja e povo, para o seu descanso e glória, para o

gozo das promessas divinas, foi pela fé, paciência,

sofrimento, humildade, perseguição duradoura,

abnegação e virtudes espirituais geralmente

desprezadas pelo mundo. Tão contrários são os

julgamentos e os caminhos de Deus e os dos homens,

mesmo sobre o que é bom e digno de louvor. Observe,

à medida que passamos, isso, - Observação II. A fé e

a paciência são o único meio pelo qual os

professantes do evangelho podem alcançar o

descanso com Deus na realização das promessas. - É

uma triste consideração, de que maneira e por que

significa que alguns homens pensam em vir ao céu,

ou se carregam como se o fizessem. São apenas

poucos os que pensam tanto como uma profissão nua

dessas coisas serem necessárias para isso; mas

vivendo com avidez em todos os tipos de pecados,

eles ainda supõem que herdarão as promessas de

Page 391: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

391

Deus! Mas este não era o caminho dos antigos

homens santos, cujo exemplo nos é proposto. Alguns

pensam que a fé, pelo menos, é necessária; mas pela

fé eles entendem pouco mais do que professar a

verdadeira religião, sobre a qual há tantos concursos

no mundo. Esta não foi a fé de Abraão; ou seja, isso

sozinho não era assim. Onde consistiu, e como foi

agido, teremos ocasião depois de declarar. Mas o que

os homens pensam dos longos sofrimentos antes

descritos? O alívio em relação a isso é confiar na fé

que não tem necessidade. Por essa fé comum que a

maioria dos homens se contestam, raramente ou

nunca a colocam no exercício do longo sofrimento

paciente. É contra as atuações de uma fé viva que

surgem essas oposições que o exercício dessa outra

graça (longanimidade) é necessário para entrar em

conflito com elas. E darei alguns exemplos disso, em

que a necessidade dela será feita para aparecer; pois,

se eu lidar com isso em geral, todas as dificuldades

que estão no caminho da nossa profissão

permaneceriam. Da fé, trataremos depois. E, - 1. A

paciência é necessária com respeito às reprovações a

que a profissão de uma fé salvadora irá expor os

homens. Isso sempre aconteceu, e o fará enquanto

este mundo continuar. E eles geralmente são

lançados sobre os crentes em tão grande variedade,

em todas as ocasiões, uma vez que seria um longo

trabalho destacar o principal deles; pois eles são os

principais efeitos dos esforços de Satanás, como ele é

"o acusador dos irmãos". Eu somente dou um

Page 392: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

392

exemplo; e eles são aqueles que, em suas dificuldades

e tentações, o mundo reflete, como se sua profissão

de fé em Deus fosse vã, falsa e hipócrita. Quando os

homens disseram a Davi: "Onde está agora o teu

Deus?" Ou "O que se tornou da tua religião e

profissão, a tua pretensa confiança em Deus?", Ele

diz que era como "uma espada matadora em seus

ossos"; perfurou profundamente, e era muito

dolorido, Salmo 42:10. E é falado na pessoa do nosso

Salvador: "O reprovado quebrou o meu coração, e

estou cheio de peso", Salmo 69:20. E esta foi a

censura que foi lançada sobre ele na cruz, como as

próximas palavras se manifestam: "Deram-me fel

por mantimento, e na minha sede me deram a beber

vinagre.", versículo 21. E essa censura foi aquela em

que nos encaixamos: "Todos os que me veem

zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a

cabeça, dizendo: confiou no Senhor; que ele o livre;

que ele o salve, pois que nele tem prazer.", Salmo 22:

7,8; Mateus 27:43. E o que aconteceu com o Senhor

Jesus Cristo na cruz, ensina a igreja o que é esperar

sob isso. Nessa condição, a longanimidade do

paciente é nosso único alívio. Se isso não estiver em

exercício, devemos desmaiar e desesperar, ou "nos

preocuparmos em fazer o mal", ou dizer em nossos

corações: "Nós faremos aos outros o que eles nos

fizeram". Mas, por este meio, a alma é livrada. Não é

feita estúpida e sem sentido da nitidez e do mal deles.

Davi não era assim, nem o próprio Cristo; nem é a

vontade de Deus que devemos colocá-los com uma

Page 393: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

393

indiferença descuidada. A glória e a honra de Deus e

do evangelho estão tão preocupados com eles, e Deus

assim os projeta para o exercício da nossa fé, para

não serem desprezados. Mas isso dará uma quietude

e uniformidade de espírito sob eles, para que

nenhum dever seja obstruído, nem essa satisfação.

que temos nos caminhos de Deus seja impedida de

qualquer maneira. E, neste caso, esse longânimo

paciente persegue três maneiras: (1) Ao cometer toda

a causa a Deus; como fez em Cristo, 1 Pedro 2:23. (2)

Ser paciente aguardando a súplica da nossa causa,

sob o senso de nosso próprio pecado, e um

reconhecimento da justiça de Deus, Miquéias 7: 9,10.

(3.) Ao apoiar a alma com um testemunho de sua

própria sinceridade, 1 Coríntios 4: 3,4. 2. Com

respeito à violência e às perseguições. Estes também,

que a fé que tende ao gozo das promessas irá expor

os homens. E eles provam grandes provações, às

vezes por sua violência, e às vezes por sua

continuação. Alguns vêm com a fúria de uma

tempestade, como se estivessem ansiosos para todos;

tais eram as perseguições primitivas. Outros, por sua

longa duração em problemas de desperdício,

vexando e consumindo, são projetados gradualmente

para "desgastar os santos do Altíssimo", Daniel 7:25.

O número de apóstatas em tais épocas, em sua maior

parte, excedeu o dos mártires. E muitos

insensivelmente se secaram e cresceram

completamente cansados sob problemas de longa

duração, quando eles não podiam perceber nenhum

Page 394: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

394

fim deles. Aqui precisamos de longanimidade

paciente, se pretendemos herdar as promessas. Essa

é a graça que calmamente sustenta a alma sob todas

essas pressões: (1.) Mantendo e preservando-o do

escurecimento, afeições perturbadoras e paixões de

raiva, tristeza mundana, medo carnal e o amor

desordenado das coisas presentes. Por isso "em

paciência possuímos nossas almas", Lucas 21:19;

que, se as afeições desordenadas façam, como antes,

uma vez que realizamos o nosso poder, e possuímos

a sua conduta, devemos perder rapidamente a nossa

profissão. (2.) Ao permitir-nos levar uma perspectiva

sedenta das coisas eternas, das coisas boas

prometidas e da sua gloriosa excelência em

comparação com o que aqui sofremos, 2 Coríntios 4:

16-18. (3.) Ao preservar-nos de todas as formas

irregulares e tentativas de libertação. Pois, sem essa

graça, escolheremos não sofrer, e desinteresar-nos

das promessas ou não sofrer de maneira devida, para

a glória de Deus ou para o nosso próprio benefício;

ou se desviará para relevos ilegais. 3. É necessário

com respeito à nossa espera pelo cumprimento de

muitas grandes promessas relativas ao reino de

Cristo e do interesse do evangelho neste mundo. Que

há tais promessas registradas na Escritura, e ainda

não cumpridas, é, eu suponho, geralmente

concedido. No entanto, eu falo daqueles que estão

satisfeitos em suas mentes além de todas as

hesitações que existem; e dos que viveram antes da

realização de alguns daqueles, que são propostos

Page 395: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

395

para o nosso exemplo. Assim como os pais sob o

Antigo Testamento, que viveram antes da vinda de

Cristo na carne. Nestas promessas e sua realização,

os crentes se acham muito preocupados; e aqueles

que não são assim, desacreditam o interesse pelo

corpo espiritual de Cristo e sua glória no mundo.

Agora, porque a sua realização é adiada para além

dos desejos e das expectativas dos homens, como era

antiga a promessa da vinda de Cristo, muitas

tentações se seguem. E não houve poucos, por um

lado, que, em casos tristes, fizeram pressa e

anteciparam a realização em práticas injustificáveis;

fingindo fé, renunciaram à longanimidade paciente.

E não menos afastaram todas as expectativas deles,

por outro lado, como se nunca mais fossem

cumpridas. Aqui, portanto, também precisamos de

longanimidade paciente. Sem isso, cairemos em um

dos extremos mencionados, os quais são

acompanhados de perigos ruinosos para a profissão.

Veja Habacuque 2: 1-4. Com respeito a estas coisas,

os dias do evangelho são o tempo do "reino e

paciência de Jesus Cristo", Apocalipse 1: 9. Ele

começou a montar seu reino; e nada será

prevalecente contra ele, Daniel 7:27. Mas, no

entanto, muitas coisas que pertencem a isso,

especialmente a sua tranquilidade e extensão, ainda

não foram cumpridas; e enquanto eles são assim,

muitos atentados são cometidos no mundo contra o

seu governo e interesse. Portanto, é no momento o

tempo de sua paciência, bem como de seu reinado. E,

Page 396: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

396

portanto, somos obrigados a "manter a palavra de

sua paciência" Apocalipse 3:10; ou permanecer na fé

das coisas sobre as quais ele exerce paciência no

mundo. Assim é dito com respeito aos julgamentos

que Deus em seu próprio tempo executará no mundo

anticristão e perseguidor: "Aquele que conduz ao

cativeiro entrará em cativeiro; aquele que mata com

a espada deve ser morto com a espada. Aqui está a

paciência e a fé dos santos.", Apocalipse 13: 10.

Enquanto essas coisas estão se cumprindo, e até que

sejam cumpridas, durante essa grande temporada

até o fim dela, os santos devem exercer paciência no

sofrimento, somados à fé nas promessas, ou não

verão o fim delas. E esta paciência que sofre muito

com respeito à realização dessas promessas produz

estes quatro efeitos: (1.) Uma resignação silenciosa

em todos os tempos e épocas à soberania de Deus. A

alma possuída dela se acalma com isso: "Não é para

eu conhecer os tempos e as estações, que Deus

colocou em sua própria mão", Deuteronômio 29:29.

(2.) A avaliação devida dos prazeres presentes; que é

especialmente necessário, desde a vinda de Cristo na

carne. (3.) Uma pronta aplicação da mente para os

deveres atuais, João 21:22. (4.) Esperando em oração

pelo que ainda não recebemos. 4. É necessário

também com respeito à nossa própria obediência

pessoal e a todas as principais preocupações disso.

Há três coisas que os crentes visam principalmente

no curso de sua obediência: (1.) Que suas corrupções

possam ser completamente subjugadas. (2) Que suas

Page 397: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

397

graças sejam vivificadas e fortalecidas para toda a

fecundidade. (3.) Que, as tentações sendo removidas,

suas consolações espirituais possam abundar. Estas

são as coisas que eles continuamente pressionam,

anseiam e buscam. E às vezes, em alguns, se não

todos eles, eles pareciam ter feito tão grande

progresso quanto a estar pronto para uma entrada

em um descanso perfeito. Mas, mais uma vez,

encontram novas tempestades; as corrupções

crescem fortes, e a graça está em declínio; as

tentações abundam e as consolações estão longe.

Sim, e pode ser que eles sejam frequentemente

exercidos com essas mudanças e decepções. Isso os

enche de muitas perplexidades, e muitas vezes os

prepara para desmaiar. A menos que esta

longanimidade paciente continue acompanhando-

nos em todo o nosso curso, não devemos terminá-lo

com glória a Deus, nem consolar às nossas próprias

almas. Mas pode ser perguntado, com que

fundamentos e por que razões o apóstolo propõe a

estes hebreus o exemplo de seus predecessores nesta

matéria. Por isso, ele o faz, ou ele pode fazê-lo, para

estes fins: - para que eles saibam que ele os exortou.

1. Para nada além do que foi encontrado naqueles que

viveram antes deles, a quem eles amaram e

admiraram; 2. Para nada além do que era necessário

para todos os que herdariam as promessas; pois se

essas coisas fossem exigidas de seus progenitores,

pessoas tão elevadas no amor e no favor de Deus,

para esse fim, como poderiam imaginar que

Page 398: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

398

poderiam ser dispensados quanto à sua observância?

3. A nada além do que era praticável, o que outros

haviam feito, e, portanto, era possível, fácil para eles

cumprirem, através da graça de Cristo.

Em terceiro lugar, o apóstolo, por seu encorajamento

para os deveres mencionados, expressa o fim que

esses outros alcançaram na prática deles.

"Que herdam as promessas". Ele fala no tempo

presente, mas principalmente se refere àqueles que

viveram antes, como declaramos. E o apóstolo aqui

expressa o caminho pelo qual, no uso dos meios,

chegamos ao gozo das promessas. E isso é, a

"herança". Nós não o merecemos nem o compramos,

mas o herdamos. E como é que herdamos? Do

mesmo modo que qualquer outro vem a uma

herança, ou seja, sendo os verdadeiros herdeiros. E

como nos tornamos herdeiros desta herança?

Simplesmente pela adoção gratuita de Deus; de

modo que o nosso apóstolo declara plenamente toda

essa questão, Romanos 8: 15-17: "Vós recebestes o

Espírito de adoção, pelo qual clamamos, Abba, Pai. O

próprio Espírito testifica com nosso espírito, que

somos filhos de Deus. E se somos filhos, logo somos

herdeiros; herdeiros de Deus e herdeiros comuns

com Cristo."

Deus, por meio de adoção gratuita e livre, nos torna

seus filhos. Todos os filhos de Deus são herdeiros; ele

Page 399: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

399

tem uma herança para todos eles. Esta herança é

prometida a eles; e, portanto, a sua satisfação é

chamada de "herdar as promessas". Portanto, a graça

da adoção é o fundamento, a causa e a maneira de

receber a graça e a glória prometidas. E com respeito

aqui é dito que Deus não é injusto em nossa

recompensa, versículo 10. Porque nos ter adotado

livremente e nos fazer herdeiros, pertence à sua

fidelidade e justiça para nos preservar a nossa

herança. Somente nós somos herdeiros, com os

meios que nos são atribuídos para a conquista de

nossa herança, para o qual nosso dever se deve

aplicar.

Eles herdaram "as promessas". Todas as promessas

brotaram de uma promessa original, e todas

centraram-se nAquele em quem e por quem

deveriam ser cumpridas e efetivas, sendo "todas sim

e amém nele", e porque aquele que acha sua pessoa e

mediação praticamente inclui todo o resto, todas elas

são frequentemente destinadas e incluídos sob o

nome de "a promessa", no número singular. Mas.

porque Deus estava satisfeito de deixar, por assim

dizer, vários riachos de graça sobre graça,

originalmente armazenados na primeira grande

promessa, por várias concessões e instâncias

particulares, em parte pela representação dessa

plenitude de graça que ele pretendia exibir assim, em

parte para o fundamento de nossa fé, e sua direção

na aplicação da graça prometida, em várias ocasiões

Page 400: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

400

particulares; e porque ele ficou satisfeito com

frequência por renovar a mesma grande promessa

original, quanto a Abraão e Davi; há muitas delas, e

elas são chamadas de "promessas"; e, em razão de

sua união na mesma aliança, quem quer que esteja

realmente interessado em qualquer uma delas, é

assim em todas.

Por "promessas" aqui, as coisas prometidas são

destinadas. Para "herdar as promessas", deve ser

feito participante das coisas prometidas. E a questão

dessas promessas foi toda graça e glória. O que é aqui

especialmente considerado, é o seu complemento

completo no eterno descanso glorioso com Deus por

Cristo. Isto é proposto aos hebreus; e eles são

encorajados a esperá-lo pelos exemplos daqueles que

viveram antes deles com fé e paciência. Por isso, ele

exige, - Por fim, que eles deveriam ser "imitadores",

"seguidores"; isto é, fazendo o que fizeram, pisando e

"andando em seus passos", como o nosso apóstolo

expressa, em Romanos 4:12; como nós "seguimos os

passos de Cristo", 1 Pedro 2: 21. É pensar que os

ouvimos, dizendo-nos o que Abimeleque disse aos

seus soldados, Juízes 9:48: "Então Abimeleque subiu

ao monte Zalmom, ele e todo o povo que com ele

havia; e, tomando na mão um machado, cortou um

ramo de árvore e, levantando-o, pô-lo ao seu ombro,

e disse ao povo que estava com ele: O que me vistes

fazer, apressai-vos a fazê-lo também." Observação

III. Todos os crentes, todos os filhos de Deus, têm

Page 401: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

401

direito a uma herança. Como eles vieram a este

direito foi declarado antes. É por aquela adoção por

meio da qual são feitos filhos de Deus; e todos os

filhos de Deus são herdeiros, como afirma o apóstolo.

E esta herança é a melhor e a maior, por conta de

segurança e valor. 1. Deixe uma herança nunca ser

tão excelente e valiosa, mas, se não for segura, se o

título de um homem não for firme e inquestionável,

se ele for derrotado por fraude ou força, quais são os

direitos terrenos e os títulos são desagradáveis, - tira

o valor disso. Mas esta herança é transmitida,

estabelecida e segura, pela promessa, aliança e

juramento de Deus, 2 Samuel 23: 5; Romanos 4:16.

Estes garantem esta herança de toda possibilidade de

nossa derrota. 2. O valor é inefável. É um "reino",

Mateus 25:34, Tiago 2: 5; "Salvação", Hebreus 1:14; a

"graça da vida" 1 Pedro 3: 7; "Vida eterna", Tito 3: 7;

Deus mesmo, que prometeu ser nossa recompensa,

Romanos 8: 17. Observação IV. O fornecimento de

exemplos para nós na Escritura, que devemos imitar

e seguir, é uma maneira eficaz de ensinar e um

grande fruto do cuidado e bondade de Deus para

conosco. O uso de exemplos a serem evitados no

pecado e punição o apóstolo declarou e insistiu no

terceiro capítulo; que também aplicamos conforme

pudermos. Aqui, ele propõe os que devemos cumprir

e conformar-nos; que depois, Hebreus 11, ele ainda

pressiona em muitos casos particulares. E, como há

uma grande eficácia nos exemplos em geral, - que foi

falado em Hebreus 3 -, então há muitas vantagens

Page 402: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

402

naqueles que são propostos à nossa imitação na

sabedoria do Espírito Santo. Pois, - 1. As coisas e os

deveres que nos são exortados são redimensionados

para nós o quanto possível, e em termos que não

sejam incômodos ou penosos. Considerando todas as

dificuldades e oposições, desde dentro e para fora,

para que possamos entrar em conflito com a nossa fé

e paciência, podemos estar prontos para pensar que

é impossível que possamos passar por eles e sair com

segurança no último. Para evitar este desânimo é o

desígnio do apóstolo naquela longa série de exemplos

que ele nos dá em Hebreus 11; pois,

indubitavelmente, demonstra, por meio de

instâncias de todo tipo, que a fé levará infalivelmente

os homens às maiores dificuldades que possam

encontrar na profissão e na obediência. Não há mais

necessidade de nós dos tais do que aquelas pessoas

do passado que, pelo testemunho de Deus mesmo,

passaram com êxito. E se não os seguimos, não é

senão a preguiça espiritual, o amor do mundo e do

pecado, que nos retarda. 2. Os grandes exemplos,

naturalmente, movem e animam as mentes dos

homens, que têm o mesmo espírito com aqueles por

quem foram realizados, para fazer como eles, sim,

para superá-los se for possível. Então, Themistocles

disse que a vitória de Miltiades contra os persas não

o deixaria dormir. Sendo uma pessoa do mesmo tipo

de coragem que a dele, isso o despertou, em uma

emulação nobre, para igualá-lo em uma defesa

perigosa e bem-sucedida de seu país. Mas, então, é

Page 403: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

403

necessário que haja o mesmo espírito em nós, tal

como houve naqueles, cujos exemplos nos são

propostos. Leve os exemplos de pessoas valentes e

heróicas, em suas grandes e nobres ações, sejam

colocados diante de homens de fraca natureza ou

temperamento, e você não vai encorajá-los. Agora, o

espírito e o princípio com que os dignos de Deus, cujo

exemplo está estabelecido diante de nós, foram

agidos com isso, foi de fé. Em vão devemos encorajar

alguém a um seguimento de imitação daqueles, que

não têm o mesmo espírito e princípio. Isto, o apóstolo

exige em 2 Coríntios 4:13: "Ora, temos o mesmo

espírito de fé, conforme está escrito: Cri, por isso

falei; também nós cremos, por isso também

falamos." Se não tivéssemos o mesmo espírito de fé

que o deles, não poderíamos fazer o que fizeram. E

podemos julgá-los se nossa fé é genuína ou não. Pois,

se os seus exemplos não nos movem, não nos excitam

aos próprios deveres de obediência como eles, é uma

evidência de que não temos o mesmo espírito de fé

que o deles; - como a coragem de um homem valente

é inflamada por um exemplo nobre, quando um

covarde encolhe para trás e tremula. Com essa

suposição, há uma grande força nessa direção, Tiago

5:10: "Irmãos, tomai como exemplo de sofrimento e

paciência os profetas que falaram em nome do

Senhor." Deixe um ministro do evangelho que seja

participante em sua medida do mesmo espírito,

considere como Elias, Jeremias, Pedro, Paulo e o

restante daquelas almas santas que falaram em nome

Page 404: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

404

do Senhor, carregaram-se sob suas aflições e

provações; e vai inflamar seu coração para se

envolver alegremente em conflitos semelhantes. 3.

Estes exemplos são tão redimensionados para nós,

como claramente para descobrir e apontar para onde

nossos perigos estão por um lado, e onde a nossa

assistência e alívio estão no outro. Esses dois,

devidamente considerados e compreendidos em

todos os nossos deveres, nos darão as melhores

direções que possamos receber. Quando conhecemos

os nossos perigos e os nossos relevos bem, estamos a

meio caminho da solução das nossas dificuldades.

Quando não os consideramos, quando não os

conhecemos, em todas as ocasiões estamos presos a

problemas. Agora, nos exemplos que nos são

propostos, é necessário, através da sabedoria e do

cuidado do Espírito de Deus, recordarmos as

tentações que aconteceram aos que são os nossos

padrões, as ocasiões deles, suas vantagens, poder ou

prevalência; onde faltaram, ou falharam, expondo-se

ao poder de seus inimigos espirituais; e por outro

lado, que curso eles tomaram para o alívio, que

pedido eles fizeram a Deus em suas dificuldades e

angústias, e em quem somente eles repousaram sua

confiança de sucesso. Essas coisas podem ser

confirmadas por múltiplas instâncias. 4. Há neles

também revelados quais as intervenções e distúrbios

em nosso curso de obediência que podem acontecer

conosco; que ainda não deve nos fazer desesperar

completamente, e dar a nossa profissão como

Page 405: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

405

infrutífera e sem esperança. Confesso que a grande

sabedoria e cautela devem ser usados na

consideração dos pecados e das quedas dos santos

sob o Antigo Testamento, de modo que não sejam

abusados para dar expressão ao pecado, antes ou

depois da comissão. Não conhecemos as

circunstâncias, a luz, a graça, as tentações, o

arrependimento, nem a indulgência de Deus com os

pecadores, antes que a plenitude da dispensação da

graça tenha vindo por Jesus Cristo. Mas isso é certo,

em geral, que, se todo grande pecado ou queda,

quando algum deles é ultrapassado pela dominação

das tentações, era absolutamente inconsistente com

aquele curso de obediência que conduz à herança das

promessas, o Espírito Santo não o faria, sem

qualquer exceção particular quanto às suas pessoas,

registrando essas coisas na vida daqueles que ele

propõe para o nosso exemplo. 5. O fim certo e seguro

de um curso de santa obediência está sendo proposto

para nós. Todas aquelas almas santas que estão agora

em repouso com Deus na glória, como tendo herdado

as promessas, passaram algum tempo como nós, em

conflito com corrupções e tentações, passando por

censuras e perseguições, trabalhando em deveres e

um curso constante de obediência a Deus. Se,

portanto, os seguirmos em seu trabalho, não

devemos deixar de participar com eles em sua

recompensa.

Page 406: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

406

VERSOS 13-16.

“3 Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão,

visto que não tinha outro maior por quem jurar,

jurou por si mesmo,

14 dizendo: Certamente te abençoarei, e

grandemente te multiplicarei.

15 E assim, tendo Abraão esperado com paciência,

alcançou a promessa.

16 Pois os homens juram por quem é maior do que

eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o

fim de toda contenda.”

No final do versículo anterior, o apóstolo expressa o

fim de todas as suas exortações, ao que elas tendiam

e qual seria a vantagem de todos os que as

cumprissem com fé e obediência; e. isto era, a

herança das promessas ou o gozo das coisas

prometidas por Deus aos que creem e obedecem. De

toda a relação entre Deus e os pecadores, a promessa

da parte de Deus é o único fundamento. Assim, Deus

expressa a sua bondade, graça, verdade e poder

soberano, aos homens. Aqui, toda religião

sobrenatural e todas as nossas preocupações nela são

fundadas, e não em nada em nós E, por nossa parte,

a herança das promessas, nos efeitos dessas

propriedades sagradas de Deus em relação a nós, é o

Page 407: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

407

fim do que procuramos apontar para toda a nossa

obediência. Portanto, o apóstolo chegou, na série de

seu discurso, à menção deste grande período de todo

o seu desígnio, ele permanece um tempo para

considerá-lo e explicá-lo nestes versos.

“Gar” (Porque). Os expositores concordam que essa

conexão causal não inferirá uma razão ou aplicação

da exortação precedente à fé e diretamente; mas dá

uma conta, pelo que propôs a eles exemplos de seus

antepassados, como aqueles que, através da fé e da

paciência, herdaram as promessas. Para isso, eles

fizeram isso de verdade, ele prova por uma instância

acima de toda exceção, produzindo o exemplo de

alguém que ele sabia que seria mais forçado e

prevalecente com eles: "É evidente que, pela fé e pela

paciência, Abraão obteve a promessa", os motivos

pelos quais ele particularmente declara.

Mas, a meu ver, não compreende todo o escopo e

desígnio do apóstolo na introdução deste exemplo.

Ele ainda tem um objetivo mais amplo nisso, que

devemos investigar. Portanto, 1. Tendo feito seu

discurso sobre a fecundidade na profissão, com

constância na fé e paciência, para uma declaração do

fim de todas as graças e deveres, que é o gozo da

promessa, ele toma ocasião daí para declarar a eles a

natureza do evangelho e a mediação de Cristo neles

proposta, para a constância na fé e profissão de que

ele os exortou tanto. Para este fim, ele os deixa saber

Page 408: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

408

que não foram senão a realização da grande

promessa feita a Abraão; que, como eles mesmos,

reconheceram ser o alicerce de todas as suas

esperanças e expectativas, de modo que também não

havia sido cumprida perfeitamente. Nessa promessa,

tanto a grande benção do próprio Cristo quanto toda

a obra de sua mediação foram incluídas. Portanto,

por isso, ele insiste tão amplamente nesta promessa,

e a confirmação dela, e emite seu discurso na

introdução de Cristo de acordo com ela. 2. Ele projeta

ainda para se manifestar, que a promessa, quanto à

sua substância, não pertence menos a todos os

crentes do que a Abraão, e que todos os benefícios

nela contidos são pelo juramento de Deus

assegurados a todos. É observado nas palavras, 1. A

pessoa a quem as promessas foram feitas, e quem é

proposto para o exemplo dos hebreus; que é Abraão.

2. A promessa feita a ele; que é o próprio Cristo e os

benefícios da sua mediação. 3. A confirmação dessa

promessa pelo juramento de Deus; "Deus dizendo".

4. A natureza especial desse juramento; "Deus jurou

por si mesmo". 5. O motivo disso; porque ele não

tinha ninguém maior por quem ele pudesse jurar. 6.

O fim do todo por parte de Abraão; ele obteve a

promessa esperando com paciência. 7. A garantia da

promessa, por parte de Deus, como confirmada por

seu juramento, por uma máxima geral das coisas

entre os homens, fundamentada na luz da natureza e

recebida em sua prática universal; "Porque os

homens realmente juram pelo maior", etc. Primeiro,

Page 409: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

409

a pessoa a quem a promessa foi feita é Abraão. "Ele

foi originalmente chamado de" Abram, "pai

exaltado". Deus mudou seu nome, com a maior

renovação de sinal da aliança com ele, para "Abraão",

Gênesis 17: 5. A razão e a significação adicionada das

quais são dadas nas próximas palavras: "Porque por

pai de muitas nações eu te constituí". É uma

"multidão" e Deus agora declarando que Abraão

deveria não somente ser o pai de todas as nações que

deveriam proceder naturalmente de seus lombos,

mas de todas as nações do mundo que depois

abraçariam e imitariam sua fé, muda seu nome para

“pai de multidão”, para que seja para ele um

memorial perpétuo da graça e do favor de Deus,

como também uma confirmação contínua de sua fé

nas promessas, a verdade e o poder de Deus sempre

lhe foram sugeridos pelo nome que ele lhe havia

dado. Abraão foi o mais conhecido, em muitas

contas, para ser proposto como um exemplo para

este povo. Porque, 1. Naturalmente, ele era o chefe de

suas famílias, - seu primeiro progenitor famoso e

peculiar, em quem a pessoa que a distinção do resto

do mundo começou, que eles continuaram durante

todas as suas gerações; e todos os homens costumam

prestar uma grande reverência e respeito a tais

pessoas. 2. Foi ele o primeiro a ser chamado para a

formação do povo de Israel. 3. Porque a promessa,

agora cumprida, foi primeiramente dada a ele, e o

Evangelho declarado, na fé da qual agora são

exortados a perseverar. 4. A promessa não lhe foi

Page 410: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

410

dada apenas por sua própria conta, ou por sua

própria causa, mas ele foi escolhido como um padrão

e um exemplo para todos os crentes. E, portanto,

tornou-se o "pai dos crentes" e "herdeiro do mundo".

Em segundo lugar, o que se afirma sobre essa pessoa

é que "Deus prometeu a ele". Da natureza das

promessas divinas que tenho tratado, Hebreus 4: 1,2.

Em geral, são declarações expressas da graça, do

bem, do prazer e do propósito de Deus em relação aos

homens, pelo seu bem e vantagem. O que aqui

pretendia era, para a substância dele, o que Deus fez

para Abraão, Gênesis 12: 2,3: "Eu farei de ti uma

grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu

nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te

abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te

amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias

da terra." E essa mesma promessa lhe foi confirmada

pelo caminho de um pacto, Gênesis 15: 3-5; e mais

solenemente, Gênesis 17: 1-6. Porque em Gênesis 15,

só prometeu que ele deveria ter uma semente

própria, e que um estranho não deveria ser seu

herdeiro; mas aqui [Gênesis 17] seu nome se

transforma em "Abraão", ele é feito "herdeiro do

mundo" e "muitas nações" são dadas para ser sua

posteridade espiritual. Mas porque, juntamente com

a promessa, nosso apóstolo projeta-se para dar conta

e elogio tanto da fé quanto da obediência de Abraão,

ele não exclama a concessão dessa promessa que

prevenia, renovava e chamava, antecedente a toda a

fé e obediência e comunicativa de toda a graça pela

Page 411: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

411

qual ele foi habilitado para isso, como expressou em

Gênesis 12; mas ele o retira daquele lugar onde foi

renovado e estabelecido para ele depois de ter dado a

última e maior evidência de sua fé, amor e

obediência, Gênesis 22: 16-18: "e disse: Por mim

mesmo jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e

não me negaste teu filho, o teu único filho, que

deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a

tua descendência, como as estrelas do céu e como a

areia que está na praia do mar; e a tua descendência

possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua

descendência serão benditas todas as nações da

terra; porquanto obedeceste à minha voz." Assim,

Deus lhe deu a plenitude da promessa gradualmente.

Primeiro ele menciona apenas a sua própria pessoa,

sem qualquer declaração de como a promessa deve

ser cumprida em sua semente, Gênesis 12: 2,3; então

ele acrescenta expressamente a menção de sua

semente, no caminho pelo qual a promessa deve ser

realizada, mas não mais, Gênesis 15: 5; e, em última

análise, ele faz saber a extensão de sua semente, para

os crentes de todas as nações, Gênesis 17: 5. A todos

os quais é adicionada uma confirmação adicional

pelo juramento de Deus e pela extensão da promessa,

Gênesis 22: 15-18. Assim, devemos abraçar e aplicar,

como ele fez, as primeiras sugestões do amor e da

graça divina. Não é uma garantia total de que somos

os primeiros a cuidar, mas devemos aguardar a

confirmação de nossa fé, em conformidade com o que

recebemos. Se não valorizamos ou não melhoramos

Page 412: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

412

a obediência agradecida, as primeiras sugestões de

graça, não faremos nenhum progresso para maiores

prazeres. E na expressão do apóstolo dessa

promessa, podemos considerar: 1. A maneira da

expressão; 2. A natureza e os interesses da própria

promessa. 1. Na maneira da expressão, existem as

partículas afirmativas, "certamente",

"verdadeiramente". Eles respondem apenas

diretamente a yKi no hebraico; mas o apóstolo inclui

um respeito ao que foi dito antes, yTi [] Bæv] ni yBi,

- "Em mim mesmo jurei". E o Kiku às vezes é usado

para kea; , isto é, "verdadeiramente", sob a forma de

uma afirmação. Mas a formalidade do juramento de

Deus não está nem em Gênesis nem aqui é

expressada; só se tem respeito ao que ele afirma: "Por

mim mesmo jurei." Certamente "sem dúvida". Nosso

apóstolo usa exatamente as palavras de Gênesis

22:17. Somente, enquanto se diz ali: "Multiplicarei a

tua semente", ele expressa por "Eu te multiplicarei",

que é tudo um, ou para o mesmo propósito, pois ele

não poderia ser multiplicado, senão na sua semente:

e ele não prossegue mais longe com a palavra da

promessa, por não estar preocupado com o que se

segue. Pois, embora sua semente tenha sido

realmente multiplicada, ainda assim foi o próprio

Abraão que foi abençoado. E essa multiplicação é um

hebraico puro, afirmando veementemente o que

prometeu, e tem nela a natureza de um juramento.

Também procuram e estendem o assunto prometido:

"Eu vou abençoá-lo" - "Eu farei isso sem falhar; farei

Page 413: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

413

muito, sem medida, e eternamente, sem fim." E esse

tipo de asseveração é comum no hebraico: Gênesis

2:17, "No dia em que dela comeres certamente

morrerás". Pode ser também que a dupla morte,

temporal e eterna, esteja incluída nela. Veja Gênesis

37:33; 2 Reis 2:23; Samuel 23:22, 23; Josué 24:10;

Jeremias 23:17; Daniel 11: 10. Observação I.

Precisamos de tudo o que de qualquer forma

evidencie a estabilidade das promessas de Deus para

nos redimir, para o encorajamento e a confirmação

de nossa fé. Como Deus redobrou a palavra na

primeira entrega da promessa a Abraão, pelo

fortalecimento de sua fé, assim é o mesmo aqui

expressado pelo apóstolo, para que possa ter o

mesmo efeito sobre nós. E duas coisas,

especialmente Deus, parece impressionar em nossas

mentes nesta veemência de expressão: (1.) A

sinceridade de suas intenções, sem reserva. (2.) A

estabilidade de seus propósitos, sem alteração e

mudança. É para significar ambos, que tais

expressões enfáticas e veementes são usadas mesmo

entre os homens.

"Aquele que não crê em Deus, torna-o mentiroso", 1

João 5:10. É um mentiroso, aquele que em suas

promessas não pretende o que suas palavras

significam, mas tem outras reservas em sua mente; e

aquele que, tendo prometido, mudou sem causa.

Ambos, a incredulidade imputa a Deus; o que faz dela

um pecado de natureza tão hedionda. A primeira vez

Page 414: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

414

que Deus usou esse tipo de reduplicação, foi em sua

ameaça de morte para a transgressão do

mandamento, Gênesis 2:17: "No dia em que dela

comeres certamente morrerás". E o que Satanás

iludiu nossos primeiros pais foi persuadi-los de que

não havia sinceridade no que God tinha dito, mas que

ele reservou a si mesmo o que deveria ser o contrário.

A serpente disse à mulher, "Morrendo, não

morrerás", Gênesis 3: 4. Mas isso é diretamente

contrário ao que Deus afirmou expressamente, como

Satanás poderia imaginar que a mulher consentiria

imediatamente com ele, contra as expressas palavras

de Deus? Por isso, ele usa este artifício para

prevalecer com ela, que, embora Deus tenha falado

essas palavras, ainda assim ele teve uma reserva para

si mesmo que não deveria ser para eles como ele

havia dito, versículo 5. Por esses meios, a

incredulidade entrou no mundo, e desde então é

forjada efetivamente no mesmo tipo. Não há

promessas de Deus tão claramente expressadas, mas

a incredulidade está pronta para sugerir inúmeras

exceções por que deve ter tais reservas que as

acompanhem, como que não nos pertencendo. A

maioria dessas exceções criamos de nós mesmos; e se

não fosse por elas, supomos que poderíamos

acreditar na promessa bem o suficiente. Mas a

verdade é que, quando somos chamados a acreditar,

quando é nosso dever fazê-lo, quando fingimos que

estamos dispostos e desejosos de fazê-lo, não fosse

por tais e tais coisas em nós mesmos, é a sinceridade

Page 415: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

415

de Deus em suas promessas, questionada; e

pensamos que, embora ele nos propõe a promessa, e

nos ordena que acreditemos, mas não é sua intenção

e propósito que devamos fazê-lo, ou que devamos ser

feitos participantes dos bens prometidos. Pelo

propósito de Deus, não me refiro aqui ao propósito

eterno de sua vontade sobre os efeitos e os

acontecimentos das coisas, sobre os quais somos

chamados a não exercer fé nem incredulidade até

serem manifestados. Mas toda a regra do nosso dever

está no comando de Deus; e a fé requerida de nós

consiste nisso, que se cumprimos o que Deus

prescreve, gostaremos do que ele promete, - se

acreditarmos, seremos salvos. E aqui, questionar a

verdade ou sinceridade de Deus, é um grande efeito

da incredulidade. Esta desconfiança, portanto, Deus

remove pela reduplicação da palavra da promessa,

para que possamos saber que ele estava com

seriedade no que ele expressou. Pode-se falar sobre a

estabilidade das promessas, com respeito à

mudança; a qual, porque deve ser particularmente

depois mencionado, será omitido aqui. E essas coisas

de que precisamos. Se pensarmos de outra forma,

sabemos pouco da natureza da fé ou da

incredulidade, da nossa própria fraqueza, da eficácia

dos enganos de Satanás, ou das múltiplas oposições

que se levantam contra a crença. 2. A promessa que

se pretende, ou a questão disso, pode ser considerada

de duas maneiras: (1.) Como era pessoal para Abraão,

ou como a pessoa de Abraão estava particularmente

Page 416: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

416

preocupada nela; (2.) No que diz respeito a todos os

eleitos de Deus e seu interesse nela, de quem ele era

o representante: - (1.) Como esta promessa foi feita

pessoalmente a Abraão, pode ser considerada, [1.]

Com respeito ao que era carnal, temporal e típico;

[2.] Ao que era espiritual e eterno, digitado por essas

outras coisas: - [1.] Quanto ao que era carnal e típico,

as coisas nele podem ser referidas a duas cabeças: 1.

Sua própria prosperidade temporal neste mundo. A

benção de Deus é sempre boa, - uma "adição de bem"

ao que é abençoado. Então é dito, Gênesis 2 4: 1: "O

Senhor abençoou Abraão em todas as coisas", o que

explica o versículo 35, segundo as palavras do seu

servo: "O Senhor tem abençoado muito ao meu

senhor, o qual se tem engrandecido; deu-lhe

rebanhos e gado, prata e ouro, escravos e escravas,

camelos e jumentos." Deus o aumentou em riquezas

e poder, até que ele fosse estimado como "um

poderoso príncipe" pelo povo entre os quais

habitava, Gênesis 23: 6 . E isso na benção era um tipo

e penhor da administração completa da graça e das

coisas espirituais a que era principalmente

destinada. 2º. O que dizia respeito à sua posteridade,

onde ele era abençoado. E aqui duas coisas estavam

na promessa, ambas expressadas em geral: (1°.) A

grandeza de seu número; eles deveriam ser "como as

estrelas do céu", ou como "a areia à beira do mar",

isto é, inúmeros. (2º.). Seu sucesso e prosperidade;

que "eles deveriam possuir as portas de seus

inimigos", que principalmente se referia aos êxitos

Page 417: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

417

poderosos que teriam, e as conquistas que fizeram

sob Josué e depois sob Davi. Em ambas estas coisas,

eles eram típicos dos assuntos mais numerosos do

reino de Cristo e de sua conquista espiritual por eles

de todos os seus adversários espirituais. Veja Lucas

1: 70-75. Nestes dois ramos da promessa, a fé de

Abraão foi grandemente exercida, como a sua

realização. Para o primeiro ou multiplicação de sua

posteridade, embora ele tenha vivido depois disto

cerca de setenta anos, ele nunca viu mais do que duas

pessoas, Isaque e Jacó, que estavam envolvidos nessa

promessa. Pois, apesar de ter outros filhos e

posteridade por eles, ainda assim "em Isaque

somente a sua semente seria chamada", quanto a

essa promessa. Ele teve, portanto, durante seus

próprios dias, nenhuma promessa externa ou visível

de sua realização; no entanto, ele viveu e morreu na

fé. E quanto ao último, de sua prosperidade e

sucesso, foi dito antes que eles estariam em aflição e

servidão por quatrocentos anos. No entanto, olhando

pela fé através de todas essas dificuldades, em sua

época adequada ele herdou a promessa. E ele foi um

grande exemplo aqui para todos os crentes sob o

Novo Testamento; pois há muitas promessas que

ainda não foram cumpridas, e que atualmente, como

em outras idades, parecem não apenas estar

afastadas, mas, como todos os meios externos, serem

lançadas sob uma impossibilidade de realização. Tais

são os relativos ao chamado dos judeus, à chegada da

plenitude dos gentios, com o alargamento e

Page 418: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

418

estabelecimento do reino de Cristo neste mundo.

Sobre tudo isso, alguns estão aptos a desesperar,

alguns de forma irregular e apressar-se, e alguns a

rejeitá-los e desprezá-los. Mas a fé de Abraão nos

daria satisfação presente nessas coisas, e asseguraria

a expectativa de sua realização em seu período

adequado. [2.] O interesse peculiar de Abraão nessa

promessa quanto à parte espiritual dela também

pode ser considerado; e da mesma maneira havia

duas partes: - 1º. Para que o Senhor Jesus Cristo

venha de sua semente de acordo com a carne. E ele

foi a primeira pessoa no mundo, depois de nossos

primeiros pais, a quem, na ordem da natureza, era

necessário, a quem veio a promessa do Messias e ela

foi confirmada. Mais uma vez foi confirmada a Davi;

de onde, em sua genealogia, dele é dito de maneira

peculiar como "o filho de Davi, o filho de Abraão".

Pois só para estas duas pessoas foi confirmada a

promessa. E, portanto, ele disse em um lugar ser "a

semente de Davi de acordo com a carne", Romanos 1:

3; e em outro, "socorrer a semente de Abraão",

Hebreus 2: 16. Quando colocou o peculiar interesse

de Abraão na parte espiritual dessa promessa, ele foi

o primeiro que teve esse privilégio concedido por

graça especial, que a semente prometida deve brotar

de seus lombos. Na fé, "ele viu o dia de Cristo e se

alegrou". Isso o tornou famoso e honrado em todas

as gerações. 2º. Como ele era assim o pai natural de

Cristo segundo a carne, de onde todas as nações

deveriam ser abençoadas nele, ou sua semente;

Page 419: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

419

então, sendo o primeiro que recebeu ou abraçou essa

promessa, tornou-se o pai espiritual de todos os que

acreditam, e neles o "herdeiro do mundo" em um

interesse espiritual, como ele estava em sua semente

carnal o herdeiro de Canaã em um interesse político.

Nenhum homem vem a ser aceito com Deus, senão

por conta de sua fé na promessa que foi feita a

Abraão; isto é, naquele que lhe foi prometido. E

podemos observar isso, - Observação II. A concessão

e comunicação de privilégios espirituais é um mero

ato ou efeito da graça soberana. Mesmo assim,

Abraão, que foi tão exaltado por privilégios

espirituais, parece ter sido manchado com a idolatria

comum que estava no mundo. Esta conta que temos,

em Josué 24: 2,3, "Disse então Josué a todo o povo:

Assim diz o Senhor Deus de Israel: Além do Rio

habitaram antigamente vossos pais, Tera, pai de

Abraão e de Naor; e serviram a outros deuses. Eu,

porém, tomei a vosso pai Abraão dalém do Rio, e o

conduzi por toda a terra de Canaã; também

multipliquei a sua descendência, e dei-lhe Isaque." É

verdade, a acusação é expressa apenas contra Tera;

mas está de encontro a seus "pais" em geral" dalém

do Rio", e acrescentando que Deus "levou Abraão

dalém do Rio", ele parece estar envolvido na culpa do

mesmo enquanto ele estava na casa de seu pai, e

antes do seu chamado. Tampouco há uma relação

dada com a menor preparação ou disposição nele até

o estado e deveres que ele foi trazido posteriormente.

Nesta condição, Deus, de sua graça soberana,

Page 420: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

420

primeiro o chama para o conhecimento salvador de

si mesmo, e, gradualmente, o acumula com todos os

favores e privilégios antes mencionados. Assim, no

fim de todo o curso, ele não tinha motivo para glória

em si mesmo, nem diante de Deus nem dos homens,

Romanos: 4: 2; pois ele não tinha nada além do que

ele recebeu gratuitamente. Na verdade, houve

distâncias de tempo na colação de várias

misericórdias e bênçãos distintas sobre ele. E ele

ainda, através dos suprimentos de graça que recebeu

sob toda a misericórdia, então deportou-se para que

ele não estivesse sem receita para receber as

misericórdias sucessivas das quais ele deveria ser

feito participante. E este é o método de Deus que

comunica sua graça aos pecadores. Seu primeiro

chamado e conversão deles é absolutamente gratuito.

Ele não tem nenhuma consideração neles que o

induzam. Deus leva os homens como ele deseja,

alguns em uma condição e postura mental, alguns em

outra; alguns em um curso aberto de pecado, e alguns

na execução de um pecado particular, como Paulo. E

ele, de fato, no instante de seu chamado, estava sob o

poder ativo de dois dos maiores impedimentos para

a conversão que o coração do homem é desagradável.

Porque primeiro, ele era zeloso acima da medida da

justiça da lei, buscando com sinceridade a vida e a

salvação por ela; e então ele estava realmente

envolvido na perseguição dos santos de Deus. Essas

duas qualificações, - repouso constante na justiça

legal, com raiva e loucura em perseguição, do que não

Page 421: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

421

existem infernais princípios mais adversos, - foram

todos os preparativos desse apóstolo para se

converter à graça. Mas depois disso, esta graça, que é

absolutamente livre e soberana, é recebida, há uma

ordem na aliança de Deus que, na maior parte, ele

observa na comunicação de graças e privilégios

subsequentes; a saber, que a fé e a obediência devem

preceder o aumento e a ampliação dos mesmos.

Assim foi com Abraão, que recebeu seu último

grande sinal, promessa e privilégio, Gênesis 22, sobre

aquele sinal de sua fé e obediência ao oferecer seu

filho sob o comando de Deus. Como foi com Abraão,

assim é com todos aqueles que em qualquer época

são feitos participantes de graça ou privilégios

espirituais. (2.) A promessa aqui pretendida, quanto

à parte espiritual dela, pode ser considerada com

respeito a todos os crentes, de quem Abraão foi o

representante. E duas coisas estão contidas: - [1.] O

envio do Filho de Deus, para assumir a semente de

Abraão. Esta foi a vida e a alma da promessa, a

expressão antiga e a primeira expressão da graça

divina aos pecadores: "Na sua descendência todas as

nações da terra serão abençoadas", isto é, "a semente

da mulher esmagará a cabeça da serpente." A

encarnação do Filho de Deus, prometida desde a

fundação do mundo, será cumprida em sua semente;

ele tomará sobre ele a semente de Abraão. Assim,

nosso apóstolo argumenta, em Gálatas 3:16: "Ora, a

Abraão e a seu descendente foram feitas as

promessas; não diz: E a seus descendentes, como

Page 422: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

422

falando de muitos, mas como de um só: E a teu

descendente, que é Cristo." Porque a promessa que

se faz sobre Cristo em um sentido, é feita a ele em

outro. Quanto ao benefício e aos efeitos da vinda de

Cristo, foi feita a respeito de Abraão e de toda a sua

descendência; mas quanto à primeira concessão,

intenção e estabilidade da promessa, foi feita ao

próprio Cristo, com respeito à aliança eterna que

estava entre o Pai e ele, no seu trabalho de mediação.

Ou, o Senhor Jesus Cristo pode seja considerado

como o fiador da aliança com Deus, e assim a

promessa foi feita a ele; ou como a realização dos

termos dela para nós, então a promessa foi sobre ele.

[2.] A natureza do benefício que deve ser recebido

por Cristo assim prometido; e, em geral, é uma

bênção: "Em sua semente devem ser abençoados". E

duas coisas estão incluídas nesta bênção, como as

fontes de outras mercês inumeráveis; - a promessa

do próprio Cristo era a fonte, e todas as outras

promessas eram fluxos particulares dela, explicações

especiais e aplicações dessa promessa: 1º. A remoção

da maldição da lei, que veio sobre todos os homens

por causa do pecado. A maldição não pôde ser

removida, senão por uma benção; e a que é a maior

das bênçãos, pois houve a maior das maldições e das

misérias. 2º. A trazer uma bem-aventurada justiça,

pela qual devemos ser aceitos com Deus. Veja Gálatas

3: 13,14. Antes de prosseguir, podemos observar duas

coisas em geral sobre esta promessa: [1.] Que esta foi

a vida da igreja do Antigo Testamento, a fonte de sua

Page 423: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

423

continuação até a temporada designada, que nunca

poderia ser secada. Quantas vezes estiveram muitas

pessoas, da posteridade de Abraão, à beira da

destruição! Às vezes, eles geralmente caíam em

pecados tão terríveis que deram ocasião a que se

pudesse esperar justamente sua expulsão total; às

vezes, eles eram, no juízo justo de Deus,

abandonados a tais desperdícios em seus cativeiros,

como se fossem completamente como ossos secos na

face da terra, sem esperança de ressurreição.

Contudo, a misericórdia, a paciência e o poder, de

Deus os preservou em um estado de igreja até que

essa promessa tivesse sido cumprida. Isso era só, ou

a fidelidade de Deus ali, de onde todas as suas curas

e recuperações prosseguiam. E quando essa

promessa já foi cumprida, estava além do poder de

todo o mundo para mantê-los em sua condição

anterior. Tudo dependia da questão desta promessa,

sobre a qual o cumprimento de todas as coisas

deveria ser lançado em um novo molde e ordem. [2.]

Isto foi o que preservou os espíritos dos verdadeiros

crentes entre eles, arruinando desajustes nos tempos

das maiores apostasias, calamidades e desolações do

povo. Veja a sua fé, Miquéias 7: 18-20; Isaías 7: 13-

15,53; Lucas 1: 70-75. E espero que haja tesouros da

misericórdia nas entranhas dessa promessa, ainda

não cumpridos, para os restos da posteridade de

Abraão de acordo com a carne. (Nota do tradutor:

quando John Owen escreveu no spéculo XVII estas

palavras, ainda estava distante o retorno de Israel

Page 424: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

424

para a sua própria terra no século XX, depois da

segunda grande guerra mundial.) Quem sabe senão

que, em virtude do amor e da fidelidade de Deus,

declarados nesta promessa, esses ramos murchos

podem reviver, e esses ossos mortos ressurgir? Nosso

apóstolo coloca as suas esperanças somente neste

fundamento, que, "quanto à eleição, eles eram

amados", eles eram "amados pelo amor dos pais",

Romanos 11:28. Quanto à profissão, eles estavam

caindo visivelmente; mas quanto à eleição, quanto ao

propósito de Deus a respeito deles, o amor que ele

apresentou aos seus pais, comprometidos com

Abraão nesta promessa, um dia os descobrirá e os

trará para uma abundante participação nesta benção.

Por isso, em todas as contas, a instância escolhida

pelo apóstolo era de uso singular para os hebreus, e

singularmente adequada à sua condição presente.

Pois, como eles receberam muitas vantagens de seus

privilégios pessoais, que eram de seu pai de acordo

com a carne, então eles conseguiram com ele na parte

espiritual da promessa; e, portanto, deveres

semelhantes de fé, obediência e perseverança, foram

exigidos deles como de Abraão, para que eles, na

execução deles, tivessem certeza de que eles

deveriam herdar a promessa. Então o apóstolo aplica

isto em seu discurso, nos versos 17 e 18. Observação

III. Onde a promessa de Deus é absolutamente

comprometida, ela romperá todas as dificuldades e

oposições para uma realização perfeita. Nenhuma

promessa de Deus jamais falhará ou deixará de ter

Page 425: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

425

efeito. Podemos falhar, ou ficar sem a promessa por

nossa incredulidade, mas as promessas elas mesmas

nunca devem falhar. Houve grandes temporadas de

provações em muitas eras, em que a fé dos crentes

tem sido exercida ao máximo sobre a realização das

promessas; mas a fidelidade de Deus em todas elas

sempre foi vitoriosa, e assim será para sempre. E esta

provação surgiu em parte por dificuldades e

oposições, com todas as improbabilidades de sua

realização em relatos racionais, ou com respeito a

meios visíveis; em parte por um mal-entendido sobre

a natureza das promessas ou sobre a época de sua

realização. Assim, na primeira grande promessa

dada aos nossos pais após a queda, quão logo sua fé

foi exercida sobre isso! Quando eles tiveram apenas

dois filhos, um deles matou o outro, e o sobrevivente

foi rejeitado e amaldiçoado de Deus. De quem deve

ser esperado que a semente prometida prossiga? Não

é provável que eles fiquem muitas vezes prontos para

dizer: "Onde está a promessa da sua vinda?" E,

mesmo assim, isso, que parecia derrubar e anular a

promessa, era apenas um meio de confirmação

adicional; porque a morte de Abel, em sua oferta, seu

sacrifício aceitável, era um tipo de Cristo e seu

sofrimento em seu corpo místico, João 3:12. Quando

a maldade do mundo chegou a essa altura e plenitude

que Deus não pouparia, mas destruiu todos os

habitantes, exceto oito pessoas, a própria destruição

de toda a raça da humanidade parecia ameaçar a

aniquilação da promessa. Mas isso também provou

Page 426: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

426

sua confirmação; pois depois do dilúvio, Deus

estabeleceu a Noé, acompanhou-o com uma aliança

e deu uma garantia visível de sua fidelidade,

permanecendo para sempre, Gênesis 9: 11-13. Pois,

embora essa aliança, em primeiro lugar, respeitasse

às coisas temporais, ainda assim, como foi anexada à

primeira promessa, assegurou suas coisas

espirituais, Isaías 54: 8-10. Esta grande promessa foi

posteriormente limitada à pessoa de Abraão, a saber,

que dele deveria surgir a semente abençoada. No

entanto, depois que lhe foi dado, muitos anos

passaram por ele antes de ver a menor esperança de

sua realização. Sim, ele viveu para ver todos os meios

naturais de cumprí-lo falharem totalmente; o ventre

de Sara morto, e seu corpo também: de modo que ele

passou e além de toda a esperança de o cumprir no

curso normal da natureza. E a fé que ele tinha, ou

esperava, era contra a esperança, Romanos 4: 18,19.

Então ele se queixou, que, depois de toda sua longa e

cansativa peregrinação, ele ficou sem filhos, Gênesis

15: 2; e não cometeu pequenos erros no caso de Agar

e Ismael. No entanto, afinal, a promessa fez seu

caminho para sua própria realização; e, pela vitória

do sinal que tinha aqui contra todas as oposições,

assegurou-se à fé de todas as gerações sucessivas,

como aqui se expressa o apóstolo. Depois, quando a

promessa foi confinada a Isaque, por aquela palavra:

"Em Isaque, a sua descendência será chamada", e

Abraão agora estava se aproximando do túmulo; ele

é mandado matar este Isaque e oferecer-lhe em

Page 427: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

427

sacrifício a Deus. Esta foi, de fato, a maior aparência

sob o Antigo Testamento da absoluta destruição e

frustração da promessa. E Abraão não teve nenhum

alívio por sua fé sob esta provação, mas apenas a

onipotência de Deus, o que poderia produzir efeitos

que ele não podia controlar, como ressuscitá-lo dos

mortos. Mas isso também se provou na questão uma

confirmação tão grande da promessa, que nunca

recebeu nada da natureza, antes e depois, até sua

realização real. Por isso, foi confirmado pelo

"juramento de Deus", do qual trataremos

imediatamente; o sacrifício de Cristo foi ilustremente

tipificado; e um exemplo dado ao infalível sucesso

vitorioso da fé, enquanto que contra todas as

dificuldades adere à verdade da promessa. Qual foi a

condição com a fé dos melhores homens quando o

Senhor Jesus Cristo estava no túmulo? Em quão

grande perda eles estavam, e como a sua fé foi

abalada ao máximo, os dois discípulos expressaram

ao próprio Senhor Jesus Cristo, quando foram a

Emaús: Lucas 24:21: "Ora, nós esperávamos que

fosse ele quem havia de remir Israel; e, além de tudo

isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas

aconteceram." E pelo que eles tinham ouvido então

relatado sobre sua ressurreição, eles disseram que

ficaram maravilhados com isso, mas não

conseguiram chegar a atuações positivas de fé sobre

isso. E isso ocorreu quando eles falavam com o

próprio Cristo, em quem a promessa havia recebido

o seu pleno cumprimento. Depois disso, também,

Page 428: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

428

quando o evangelho começou a ser pregado no

mundo, pareceu que foi rejeitado pela generalidade

dos judeus; e que eles também foram rejeitados por

ser o povo de Deus. Isso causou uma grande

hesitação em muitos sobre a promessa feita a Abraão

quanto à sua semente e posteridade, como se não

tivesse efeito. Por agora, quando a plena realização

foi declarada, e inúmeras pessoas entraram em uma

participação dela, aqueles a quem particularmente

não foi feito, nem seriam partidários dela. Esta

grande objeção contra a verdade da promessa que

nosso apóstolo estabelece, Romanos 9: 6, "Não que a

palavra de Deus haja falhado. Porque nem todos os

que são de Israel são israelitas.", em resposta a que

ele passa os três capítulos seguintes. E ele faz isso,

informando-nos de que a objeção foi fundamentada

em um erro quanto às pessoas a quem a promessa

pertenceu; que não foram toda a semente carnal de

Abraão, mas apenas os eleitos entre eles e de todas as

nações o que quer que seja. E ainda há promessas de

Deus registradas na Escritura ainda não cumpridas,

que exercem a fé dos mais fortes e experimentados

crentes, a respeito da realização do nosso Senhor

Jesus Cristo: "Quando o Filho do homem vier, ele

encontrará fé na terra?" A fé, a esperança e a

expectativa da maioria, estarão no fim antes de

serem cumpridas; e isso por causa das dificuldades

insuperáveis que parecem estar no caminho da sua

realização. Tais são as promessas que dizem respeito

à destruição do anticristo, ao chamado dos judeus, à

Page 429: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

429

divulgação do evangelho a todas as nações e ao

florescimento da igreja em paz e pureza. Essas coisas,

em relação a toda a aparência externa, parecem tão

distantes da realização quanto eram no primeiro dia

em que a promessa foi dada; e as dificuldades contra

elas aumentam continuamente. E, no entanto, não

obstante, a promessa deve romper todas as

dificuldades: no final, deve falar e não mentir. "O

Senhor vai apressar-se em seu tempo", Isaías 60:22.

Antes do tempo adequado, a temporada designada,

não será; mas então o Senhor vai apressar-se, de

modo que nenhuma oposição possa se levantar

diante disto. De acordo com este estado das

promessas, três coisas se destacam: [1.] Que em

todos os tempos a fé dos verdadeiros crentes foi

exercida de forma grande e peculiar; que tem sido

para a singular vantagem da igreja: pois o exercício

da fé é aquilo de que dependem os flores de todas as

outras lágrimas. E, por isso, houve um tesouro de

fervorosas orações arrumadas desde o princípio, que

em seu devido período terão um retorno frutífero.

Naquela fé e paciência, nessas súplicas e

expectativas, em que, em todas as épocas da igreja,

os fiéis abundaram, com respeito às dificuldades que

se encaminharam à promessa, Deus foi exaltado;

como também, eles eram o meio de extrair novos

incentivos e garantias, como o conforto da igreja

exigia. [2.] Daí foi que, na maioria das eras da igreja,

houve escarnecedores e zombadores, dizendo: "Onde

está a promessa da sua vinda? porque desde que os

Page 430: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

430

pais dormiram, todas as coisas permanecem como

desde o princípio da criação.", 2 Pedro 3: 4.

Os pais foram os que receberam as promessas,

especialmente a da vinda de Cristo. Estas eles

pregaram e declararam, testemunhando que elas

seriam cumpridas, e que grandes alterações

deveriam ser operadas no mundo desse modo. A

soma do que eles declararam era, para que os eleitos

de Deus fossem livrados, e aquele julgamento fosse

executado em homens ímpios, pela vinda do Senhor,

Judas 1: 14,15. “Mas o que agora se tornou desses

pais, com todas as suas grandes promessas e

pregações sobre elas? As coisas prosseguem no

mesmo curso que fizeram no início, e são como fazê-

lo até o fim do mundo; o que, nós devemos esperar

dessa promessa de sua vinda que você falou?" Esses

escarnecedores têm a maior parte das eras

abundantes, e eu não penso mais do que aquele em

que nosso lote está caindo. Observando que todas as

coisas estão em uma postura muito improvável, para

um olho de razão carnal, para a realização das

grandes promessas de Deus que estão registradas na

Palavra, eles zombam de todos os que se atrevem a

possuir uma expectativa delas. [3.] Alguns, por

pressa e precipitação, caíram em vários erros quanto

à promessa na mesma conta. Alguns fingiram ter

outras coisas que Deus prometeu; como a

generalidade dos judeus buscava uma glória e um

domínio carnal, na vinda do Messias; que provaram

Page 431: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

431

ser sua ruína temporal e eterna: e teme-se que alguns

ainda estejam cansados da mesma. E alguns se

colocaram em cursos irregulares para a realização

das promessas, caminhando no espírito de Jacó, e

não de Israel. Mas qualquer que seja o tipo da coisa

que pode cair, pela incredulidade dos homens, todas

as promessas de Deus são "Sim e amém", e farão o

seu caminho através de todas as dificuldades para

uma realização segura em seu período adequado.

Assim, também é com respeito à nossa fé nas

promessas de Deus, como nosso próprio interesse

especial e pessoal nelas. Encontramos tantas

dificuldades, tantas oposições, que estamos

continuamente prontos para questionar a sua

realização; e, de fato, há poucos que vivem com uma

certeza confortável e confiante. Nos tempos da

tentação, ou quando as perplexidades surgem de um

sentido profundo da culpa e do poder do pecado, e

em muitas outras ocasiões, estamos prontos para

dizer, com Sião: "O meu caminho está escondido ao

Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu

Deus?"

Em todos esses casos, foi fácil demonstrar de onde é

que a promessa tem sua eficácia insuperável, e terá

sua realização infalível, mas deve ser dito sob o

particular em que a confirmação da promessa pelo

juramento de Deus é declarada. Ainda, - Observação

IV. Embora possa haver privilégios que atendam a

Page 432: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

432

algumas promessas que podem ser apropriadas para

algumas pessoas determinadas, a graça de todas as

promessas é igual para todos os crentes.

Assim, Abraão teve vários privilégios e vantagens

pessoais comunicados a ele e por esta promessa, que

antes contamos; mas não há o menor crente no

mundo, que não seja igualmente participante da

graça espiritual e da misericórdia da promessa com o

próprio Abraão. Todos eles são, por virtude, feitos

"herdeiros de Deus e herdeiros comuns com Cristo",

que é a herança.

Em terceiro lugar, a próxima coisa considerável nas

palavras, é a confirmação especial da promessa feita

a Abraão, com o juramento de Deus: "Porque,

quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não

tinha outro maior por quem jurar, jurou por si

mesmo." E várias coisas que devemos investigar

nesta peculiar dispensação de Deus para os homens,

isto é, em jurar a eles: 1. Da pessoa que jura é dito ser

Deus, "Deus jurou por si mesmo", e o versículo 17, na

aplicação da graça desta promessa aos crentes, diz-se

que "Deus se interpôs com um juramento". Mas as

palavras aqui repetidas são expressamente

atribuídas ao anjo do Senhor, Gênesis 22: 15,16:

"Então o anjo do Senhor bradou a Abraão pela

segunda vez desde o céu, e disse: Por mim mesmo

jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e não me

negaste teu filho, o teu único filho." Então é dito

Page 433: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

433

antes, no versículo 11: "O anjo do Senhor o chamou

do céu, e disse: Abraão" E ele acrescenta no final do

versículo 12: "Não estendas a mão sobre o mancebo,

e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes

a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu

único filho." Ele é chamado de anjo que fala, mas ele

ainda fala em nome de Deus. Três coisas são

insistidas para associar essa dificuldade: (1.) Alguns

dizem que ele falou, como um mensageiro e

embaixador de Deus, em seu nome, e assim assumiu

seus títulos, embora ele fosse um mero anjo criado;

porque um legado pode usar o nome daquele que o

envia. Mas não vejo um fundamento suficiente para

essa suposição. Um embaixador, tendo declarado

pela primeira vez que foi enviado, e de quem pode

agir em nome e autoridade de seu mestre; mas não

fala como se ele fosse a mesma pessoa. Mas aqui não

é feita tal declaração, e, portanto, nenhuma

disposição contra a idolatria. Pois quando alguém

fala em nome de Deus, não como de Deus, mas como

Deus, quem julgaria, senão que a honra divina e o

culto religioso eram devidos a ele? Que ainda não são

para anjos, por mais gloriosos que sejam enviados ou

empregados, Apocalipse 19:10, 22: 9. Portanto, (2.)

Dizem que este anjo só repete as palavras de Deus

para Abraão, como os profetas costumavam fazer. E

aqueles desta mente consideram sua opinião com as

palavras usadas por ele, versículo 16, porque "Assim

diz o Senhor", as palavras pelas quais os profetas

solenemente anunciaram suas mensagens. Mas

Page 434: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

434

ainda assim, isso não irá resolver a dificuldade.

Porque estas palavras, "diz o Senhor", são

frequentemente usadas na terceira pessoa, para

expressá-lo a nós, em todos os nossos deveres que

consideramos, quando Deus mesmo se apresenta

falando. Veja Gênesis 18:19; Zacarias 2: 8, 9. E aquele

que chamou a Abraão pela segunda vez, versículo 15,

é o mesmo com aquele que o chamou pela primeira

vez, versículos 11, 12; e ele fala expressamente em

nome de Deus: "Não tens impedido o teu filho de

mim". Além disso, em cada lugar diz-se que este anjo

"fala do céu", que expressa a glória da pessoa que

falou. Onde Deus faz uso de anjos criados em

mensagens para os filhos dos homens, ele os envia

para a terra; mas este falando do céu é uma descrição

do próprio Deus, Hebreus 12:25. Portanto, (3.) Por

este anjo, nenhum outro anjo deve ser entendido,

senão o grande Anjo da aliança, a segunda pessoa da

Trindade, que assim apareceu aos pais sob o Antigo

Testamento. Ele foi o que falou e jurou por si mesmo;

pois quando um mero anjo jura, ele jura sempre por

um maior que ele mesmo, de acordo com o domínio

do nosso apóstolo neste lugar, Daniel 12: 7;

Apocalipse 10: 5,6. 2.

A natureza deste juramento de Deus, consiste em um

engajamento expresso das propriedades sagradas

pelas quais ele é conhecido por ser Deus para a

realização do que promete ou ameaça. Por seu ser,

sua vida, sua santidade, seu poder, ele é conhecido

Page 435: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

435

por ser Deus; e, portanto, por eles, ele diz jurar,

quando todos estão engajados no cumprimento de

sua palavra. Quatro vezes, há um motivo para o que

Deus assim jurou por si mesmo. Era "porque ele não

tinha nenhum maior pelo qual ele poderia jurar". E

esta razão é construída sobre esta máxima, que a

natureza de um juramento consiste na invocação de

alguém superior em cujo poder estamos. Por duas

coisas que designamos naquela invocação de outro:

1. Um testemunho a ser dado à verdade que

afirmamos; 2. Vingança ou punição do contrário

sobre nós. Por isso, atribuímos duas coisas a quem

invocamos num juramento: 1. Uma onisciência

absoluta, ou conhecimento infalível da verdade ou da

falsidade do que afirmamos; 2. Um poder soberano

sobre nós, de onde esperamos proteção em caso de

direito e verdade, ou castigo no caso de lidar

falsamente e traiçoeiramente. E este respeito ao

castigo é o único que dá força e eficácia aos

juramentos entre os homens. Há um princípio

injetado nas mentes dos homens por natureza, que

Deus é o reitor supremo, governante e juiz de todos

os homens e suas ações; como também, que a

santidade de sua natureza, com sua justiça como

governante e juiz, exige que o mal e o pecado sejam

punidos naqueles que estão sob seu governo. Do seu

poder onipotente, também, para punir todos os tipos

de transgressores, o maior, e o mais isento do

conhecimento humano, existe uma concepção e uma

presunção semelhantes. De acordo com as mentes

Page 436: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

436

dos homens são realmente influenciadas por esses

princípios, os juramentos são válidos e úteis, e não é

o contrário. E, portanto, foi providenciado que

homens de vida perdida, que manifestam que não

têm respeito a Deus nem ao seu governo do mundo,

não devem ser admitidos para prestar testemunho

por juramento. Estas coisas pertencem à natureza de

um juramento entre os homens, e sem elas não é

nada. Por isso, então, Deus disse que jura, porque

quando ele condescender para nos dar a maior

segurança de qualquer coisa que nossa natureza seja

capaz de anteceder o gozo real, no e pelo

envolvimento expresso de sua santidade, veracidade

e imutabilidade, ele jura para confirmar sua palavra

com seu juramento.

O fim e uso deste juramento de Deus é tão

plenamente expresso, no verso 17, que devo me

referir à consideração dele. Em particular, o evento

dessa promessa dada pelo juramento de Deus, por

parte de Abraão, é declarado, no versículo 15, "E

assim, tendo Abraão esperado com paciência,

alcançou a promessa." O caminho e a maneira de

lidar com Deus; e este era o caminho, do outro lado,

como ele o levava para Deus. E a maneira pela qual

ele alcançou o fim proposto, foi, "esperando

pacientemente". A palavra foi falada antes.

Makrotumia "longânimo”, “tardio para se irar”,

alguém que não é rapidamente provocado, não

facilmente excitado para a raiva, resoluções

Page 437: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

437

precipitadas ou qualquer paixão destemperada da

mente. E várias coisas são indicadas nesta palavra: -

1. Que Abraão foi exposto a provações e tentações

sobre a verdade e o cumprimento desta promessa. Se

não há dificuldades, provocações e atrasos em uma

empresa, não se sabe se um homem é longânimo ou

não, ele não tem nenhuma ocasião para exercer essa

longanimidade. 2. Que ele não estava incomodado

nem exasperado por eles, de modo a cansar-se ou a

cair de uma dependência de Deus. O apóstolo explica

completamente o significado desta palavra,

Romanos 4: 18-21: "O qual, em esperança, creu

contra a esperança, para que se tornasse pai de

muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim

será a tua descendência; e sem se enfraquecer na fé,

considerou o seu próprio corpo já amortecido (pois

tinha quase cem anos), e o amortecimento do ventre

de Sara; contudo, à vista da promessa de Deus, não

vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido na fé,

dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o

que Deus tinha prometido, também era poderoso

para o fazer." Continuando de uma forma de

acreditar, como confiar na veracidade e poder de

Deus contra todas as dificuldades e oposições, era a

sua paciência. 3. Que ele permaneceu uma longa

temporada neste estado e condição, esperando em

Deus e confiando em seu poder. Não se trata de uma

coisa rápida, se um homem se torna longânimo. Não

é po passar por uma ou duas provações que um

homem pode ser assim denominado. Todo o espaço

Page 438: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

438

do tempo desde o seu primeiro chamado até o dia de

sua morte, que foi de cerca de cem anos, que está aqui

incluído. Por isso, esta palavra expressa a vida e o

espírito da fé de Abraão, que é aqui proposto aos

hebreus como seu exemplo. Diversos expositores

referem esta obtenção da promessa ao nascimento de

Isaque, o filho de Sara, que ele esperou por muito

tempo, pois este era o eixo principal sobre o qual

todos os outros privilégios da promessa dependiam.

Mas Isaque tinha mais de vinte anos naquela época,

quando a promessa que o apóstolo se refere foi

confirmada pelo juramento de Deus. Portanto, não

pode ser que o seu nascimento seja o que prometeu.

Além disso, ele nos informa duas vezes, Hebreus 11:

13,39, que os antigos patriarcas, entre os quais ele

reconhece a Abraão como o primeiro, "não

receberam as promessas". O que ele pretende é o seu

pleno cumprimento, na exibição real da semente

prometida. Não é, portanto, um prazer pleno e real

do que prometeu que se destina aqui; como seria, se

respeitasse apenas ao nascimento de Isaque. Se,

portanto, tomarmos uma visão da promessa como foi

antes explicado, veremos, evidentemente, como

Abraão a obteve; isto é, como foi feito todo o caminho

para ele, de acordo com a natureza da coisa em si

mesma. Para a sua própria benção pessoal, seja em

coisas típicas ou espirituais, ele a obteve ou

desfrutou. Como as coisas estavam dispostas no tipo,

ele foi abençoado e multiplicado, nesse aumento de

bens e filhos que Deus lhe deu. Espiritualmente, ele

Page 439: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

439

foi justificado em sua própria pessoa, e ali realmente

desfrutou de toda a misericórdia e graça que, pela

promessa, quando efetivamente exibida, podemos

ser participantes. Daquele que é livremente

justificado em Cristo, e com isso feito participante de

adoção e santificação, pode ser dito ter obtido a

promessa. E aqui também depende a glória eterna,

que nosso apóstolo testifica que Abraão obteve. Para

essa parte da promessa, que ele deveria ser o

"herdeiro do mundo e o pai de todos os que

acreditam", não poderia ser realmente realizado em

seus próprios dias; por isso, ele obteve a promessa,

com a garantia de que teve, com o conforto e a honra

que dependiam disso. Como uma promessa de todas

essas coisas, ele viu a posteridade de Isaque, em

quem todas deveriam ser cumpridas. Algumas

coisas, portanto, estavam nas promessas que não

poderiam realmente ser realizadas em sua dias; tais

como o nascimento da semente da bênção, a

diversidade e prosperidade de seus filhos de acordo

com a carne, a chegada a uma multidão de nações

para serem seus filhos pela fé. As coisas que ele

obteve, naquela garantia e perspectiva confortável

que ele teve em acreditar. Elas foram infalivelmente

certificadas a ele, e tiveram sua realização em seu

período apropriado, Isaías 60:22. E podemos

observar isso, - Observação V. Qualquer que seja a

dificuldade e oposição que possam estar no caminho,

a paciência da fé e da obediência nos levará

infalivelmente ao pleno gozo das promessas. VI. A fé

Page 440: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

440

dá tanto interesse aos crentes em todas as promessas

de Deus, que obtêm as mesmas promessas, isto é, o

benefício e conforto delas, - cuja realização real neste

mundo não veem. Verso 16. - "Pois os homens juram

por quem é maior do que eles, e o juramento para

confirmação é, para eles, o fim de toda contenda."

Em sexto lugar, o apóstolo nestas palavras confirma

uma parte de sua intenção, a estabilidade de uma

promessa divina confirmada com juramento, por

uma máxima geral sobre a natureza e uso de um

juramento entre os homens; e também faz uma

transição para a segunda parte de seu discurso, ou a

aplicação do todo para o uso dos que creem. E,

portanto, várias coisas, uma observação de que nos

dará o sentido e a explicação delas, devem ser

consideradas; como: 1. A razão pela qual Deus, em

sua graciosa condescendência com nossas fraquezas,

agradou confirmar sua promessa com um juramento,

é introduzido pela partícula “gar” (pois), que dá conta

do que foi falado, no versículo 13. E o motivo

pretendido consiste aqui, que pela luz da natureza,

testemunhado pelo consentimento comum e pelo uso

da humanidade, o modo supremo e mais satisfatório

de dar garantia ou confirmar o que é dito ou

prometido, é por juramento. E o apóstolo argumenta

não apenas pelo que os homens fazem de comum

acordo como se fosse entre eles, senão do que a lei e

a ordem de todas as coisas, em sujeição a Deus,

exigem. Pois, enquanto os homens fazem ou devem

reconhecer sua regra suprema e o governo em geral,

Page 441: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

441

quando seus próprios direitos e preocupações não

podem ser determinados e pacíficamente corrigidos

por motivo, ou testemunho, ou qualquer outro

instrumento de que eles tenham o uso, é necessário

que um recurso seja feito a Deus por sua

interposição; em que todos devem concordar. Isto,

portanto, sendo entre os homens a mais alta garantia

e determinação final de seus pensamentos, o Deus

santo, pretendendo a mesma garantia em coisas

espirituais, confirma sua promessa com seu

juramento, para que possamos saber, no que nos

concentramos em relação às nossas ocasiões, que não

pode haver nenhuma adesão de segurança feita a esse

respeito. 2. Existe, nas palavras, a maneira interna e

a forma de jurar entre os homens; "Eles juram por

algo maior". 3. O uso de um juramento entre os

homens é declarado; e aí o assunto, ou qual é a

ocasião e assunto que respeita. E isso é "conflito",

"contradição" entre dois ou mais. Quando uma parte

aviva uma coisa, e outra outra, e nenhuma evidência

surge do assunto controvertido, nem de nenhuma

circunstância, deve haver entre elas um "conflito

interminável" e contradição mútua; o que

rapidamente levaria todas as coisas à violência e à

confusão. Pois se, em questões de grande interesse

especial, um homem afirma positivamente uma

coisa, e outro uma outra, e nenhuma evidência surge

das circunstâncias para declarar corretamente o

assunto em diferença, deve vir à força e à guerra, se

não houver nenhuma outra maneira de trazer todas

Page 442: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

442

as partes envolvidas a uma aquiescência; porque

aquele que afirmou peremptoriamente o seu direito,

não o abandonará voluntariamente; não só por causa

da perda de sua reivindicação justa, como ele

apreende, mas também de sua reputação, ao fazer

uma reivindicação injusta a esse respeito. Nesses

casos, é necessário um juramento para o governo e a

paz da humanidade, sem a qual as guerras devem ser

perpetuadas ou acabar com a força e a violência. É a

isto que o apóstolo reporta quando ele diz: "O

juramento entre os homens é um fim de contenda".

4. Isso traz o fim de um juramento entre os homens;

e isto é, ser um obstáculo para os limites e limitações

das contenções e contradições mútuas dos homens

sobre o direito e a verdade, de outra forma não

determinável para terminar o conflito. 5. O caminho

pelo qual isso é feito, é a interposição do juramento,

para "confessar a verdade", tornando-a firme e

estável nas mentes dos homens que antes flutuavam

sobre isso. Se isso fosse a natureza, o uso e o fim de

um juramento entre os homens; se, sob a conduta da

luz natural, eles apaziguam todas as suas diferenças,

e aquiescem-se; certamente o juramento de Deus,

com o qual sua promessa é confirmada, deve,

necessariamente, ser o meio mais eficaz para resolver

todas as diferenças entre ele e os crentes, e

estabelecer suas almas na fé de suas promessas,

contra todas as oposições, dificuldades e tentações,

independentemente, como o apóstolo se manifesta

nos versos seguintes. Como essas palavras são

Page 443: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

443

aplicadas, ou usadas para ilustrar o estado das coisas

entre Deus e nossas almas, podemos observar a

partir delas, - Observação VII. Que há, como estamos

em um estado de natureza, uma disputa e diferença

entre Deus e nós. VIII. As promessas de Deus são

propostas graciosamente do único caminho e meio

para o fim dessa luta. IX. O juramento de Deus,

interposto para a confirmação dessas promessas, é

todo o caminho suficiente para garantir os crentes

contra todas as objeções e tentações, em todos os

problemas e provações sobre a paz com Deus através

de Jesus Cristo. Mas há, nas palavras, absolutamente

considerado, que requer nossa investigação adicional

e confirmação da verdade nela contida. Há uma

afirmação nelas, que "os homens costumam jurar

pelo maior", e assim põem fim às contendas e

contenções entre eles. Mas ainda pode ser

perguntado, se este respeito é de fato apenas, e

declarar o que é o uso comum entre os homens; ou se

respeita também ao direito, e assim expressa uma

aprovação do que eles fazem; e, além disso, se,

mediante uma suposição de tal aprovação, isso deve

ser estendido aos cristãos, de modo que seu

juramento nos casos seja supostamente aprovado.

Um juramento no hebraico é chamado h [; Wbv]; e

há duas coisas observáveis sobre isso: - que o verbo

"jurar" nunca é usado, senão em Niphal, uma

conjugação passiva, [Bæv] ni. E, como alguns

pensam, isso significa que devemos ser passivos em

palavras, isto é, não fazê-lo, a menos que seja

Page 444: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

444

chamado, pelo menos em circunstâncias compelidas

a esse fim; então, além disso, o que jura que ele

tomou um fardo sobre si mesmo, ou se liga ao

assunto de seu juramento. E é derivado de [bæv, que

significa "sete", porque, como alguns pensam, um

juramento deveria ser feito diante de muitas

testemunhas. Mas sete é o número sagrado, completo

ou perfeito, o nome de um juramento pode ser

derivado dele, porque ele é designado para colocar

um fim presente nas diferenças. O grego chama isso

de [rkov; muito provavelmente de ei [rgein, pois

significa "ligar" ou "fortalecer", pois por um

juramento um homem toma um vínculo em sua alma

e consciência que não pode ser solto normalmente. E

as palavras latinas, "juro" e "jusjurandum", são

claramente derivadas do "jus", isto é, "direito e lei".

É uma afirmação para a confirmação do que é certo;

e, portanto, perde sua natureza e torna-se uma mera

profanação, quando é usada em qualquer outro caso,

senão a confirmação do que é justo e correto. E a

natureza de um juramento consiste em uma

confirmação solene do que afirmamos ou negamos,

por um invocação religiosa do nome de Deus, como

alguém que conhece e possui a verdade que

afirmamos. Na medida em que Deus é assim

invocado em um juramento, é parte de sua adoração,

tanto exigido por ele como atribuindo glória a ele;

pois quando um homem é admitido a um juramento,

ele está tão longe de ser libertado de um tribunal

Page 445: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

445

terreno, e de comum acordo se entrega a Deus, como

único juiz no caso.

VERSOS 17-20.

Nesta última parte do capítulo, duas coisas são mais

desenvolvidas pelo apóstolo: 1. Uma explicação do

propósito e fim de Deus em sua promessa, como foi

confirmada por seu juramento; e com isso, e desde

então, faz a aplicação do todo a todos os crentes,

vendo a mente e a vontade de Deus como as mesmas

para todos, como eram para Abraão, a quem a

promessa confirmada foi feita em particular. 2. Uma

confirmação de todo o privilégio pretendido, pela

introdução da interposição de Cristo nesta matéria; e

isso é expresso em uma transição e retorno ao seu

antigo discurso sobre o sacerdócio de Cristo.

“17 assim que, querendo Deus mostrar mais

abundantemente aos herdeiros da promessa a

imutabilidade do seu conselho, se interpôs com

juramento;

18 para que por duas coisas imutáveis, nas quais é

impossivel que Deus minta, tenhamos poderosa

consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar

mão da esperança proposta;

19 a qual temos como âncora da alma, segura e firme,

e que penetra até o interior do véu;

Page 446: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

446

20 aonde Jesus, como precursor, entrou por nós,

feito sacerdote para sempre, segundo a ordem de

Melquisedeque.”

As seguintes coisas são observáveis nessas palavras.

1. A introdução à aplicação do discurso anterior ao

uso de todos os crentes. Onde temos, 2. O desígnio de

Deus na confirmação de sua promessa pelo

juramento; que era "manifestar a imutabilidade de

seu conselho". E isso é amplificado, (1.) Pelo quadro,

propósito ou mente de Deus nela; ele estava

"disposto". (2.) Pela maneira como ele declararia sua

mente aqui; "Mais abundantemente", ou seja, do que

poderia ser feito por uma única promessa. 3. As

pessoas são descritas a quem Deus estava disposto a

mostrar a imutabilidade de seu conselho; que são "os

herdeiros da promessa", isto é, todos e somente

aqueles que são assim. 4. O caminho é expresso em

que Deus manifesta assim a imutabilidade de seu

conselho; isto é, "por duas coisas imutáveis", isto é, a

promessa e o juramento, que, 5. provaram ser

evidências suficientes da natureza daquele por quem

são feitas e dadas; era "impossível que Deus

mentisse". 6. O fim especial de todo esse desígnio de

Deus, com respeito a todos os herdeiros da promessa,

é dito que "eles possam ter um forte consolo". 7. E

eles são descritos ainda pelo modo que eles usam

para obter a promessa e o consolo que lhes são

Page 447: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

447

projetados; eles "fogem para o refúgio da esperança

que está diante deles". 8. A eficácia que é declarada

pela natureza dela, em comparação com uma âncora;

"Que temos como uma âncora:" ampliado, (1.) De

suas propriedades, - é "segura", ou "segura e firme",

e também, (2.) Do seu uso, - "ela entra alémdo véu ".

9. E este uso é tão expresso que a ocasião pode ser

levada para retornar àquela da qual ele havia falado

em Hebreus 5:11, isto é, o sacerdócio de Cristo. E, 10.

A menção dele assim apresenta, de acordo com sua

maneira usual, como também manifesta o grande

benefício e vantagem de nossa entrada pela

esperança para dentro do véu; ou seja, (1.) Porque

Cristo está lá; (2.) Porque ele entrou ali como "nosso

precursor;" (3.) Do ofício com o qual ele está

investido, foi "feito um sumo sacerdote para sempre

segundo a ordem de Melquisedeque", como ele havia

declarado, em Hebreus 5: 10: tudo o que deve ser

aberto conforme ocorre no texto. 1. "Assim que”, ou

“Por cuja causa". Com respeito às palavras

imediatamente anteriores, "Um juramento entre os

homens" é para eles o fim de todas as contendas",

então, por isso, uma razão é inferida por que Deus

deveria se interpor com um juramento. Enquanto a

humanidade consente aqui, que um juramento, em

coisas que não possam por nenhuma outra forma,

acabar com controvérsias, satisfazer dúvidas e

colocar um problema em contradições, diferenças e

conflitos; Deus assumiu o mesmo caminho, numa

infinita condescendência graciosa, para dar plena

Page 448: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

448

satisfação neste assunto aos "herdeiros da

promessa". Porque o que eles poderiam exigir mais?

Será que eles não descansarão no juramento de Deus,

quem em casos duvidosos aceita os juramentos dos

homens? De que forma poderia ser mais adequado à

sua paz e consolo? E tal é o amor e a graça de Deus,

que ele não omite nada que possa tender a isso,

embora de uma maneira tão condescendente como

nenhuma criatura, ou poderia ou deveria ter

esperado, antes que a sabedoria e a misericórdia

infinitas se declarassem nelas. Ou, esta expressão

pode respeitar a todo o assunto tratado; e assim as

palavras são "in quo" ou "in qua re;" "em que caso ou

assunto". E esta nossa tradução parece respeitar,

tornando-a "em que". Então as palavras direcionam

para a introdução do fim do juramento de Deus,

expressado nas palavras seguintes: "Nessa matéria,

Deus criou por si mesmo, que assim os" herdeiros da

promessa ", não só se estabeleçam na fé, mas também

recebam forte consolo." E a essa importância das

palavras devemos aderir. "Deus quer." Aqui em tudo

o que segue é resolvido; tudo está fundado na

vontade de Deus. E duas coisas podem ser denotadas

aqui: (1.) A inclinação e disposição da mente de Deus;

ele era livre, ele não era avesso a isso. Isto é o que

geralmente se destina, quando nós dizemos que

estamos dispostos a qualquer coisa que nos seja

proposta; isto é, somos livres e não aversos a isso.

Para que de Deus seja dito querer, ter uma inclinação

e um amor para a obra, ou estar pronto para isso,

Page 449: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

449

como ele fala em outro lugar, "com todo o seu coração

e com toda a sua alma", Jeremias 32: 41. Mas,

embora haja uma verdade aqui, quanto à mente e

vontade de Deus para os crentes e sua consolação,

ainda não é o que aqui é particularmente destinado.

Portanto, (2.) Um ato e propósito determinado da

vontade de Deus é projetado aqui. Então o mesmo

ato de Deus é expresso em Romans 9 : 22, - "E se

Deus, querendo demonstrar a sua ira", isto é,

propiciar ou determinar o que fazer, e isto é o mesmo

em Efésios 1:11. Portanto, "Deus quer", é Deus com

graça soberana, e de um amor especial, livremente

"proposital" e "determinante" em si mesmo para

fazer o que é expresso, para o alívio e o conforto dos

crentes. A vontade soberana de Deus é a única fonte

e causa de toda a graça, misericórdia e consolo, que

os fiéis são feitos participantes neste mundo. Então,

Deus quer que seja assim. O homem que se afastou

da graça e do amor de Deus, e que, de todas as

maneiras, não conhecia a sua glória, não tinha mais

nenhum caminho, nem por si mesmo, para obter

qualquer graça, nenhum alívio, qualquer

misericórdia, qualquer consolo. Nem havia a menor

obrigação para com Deus, em ponto de justiça,

promessa ou pacto, para conceder qualquer graça,

misericórdia ou favor aos pecadores apostatados;

portanto, essas coisas não poderiam ter nenhuma

fonte ou causa, senão em um ato gracioso da

soberana vontade e prazer de Deus. E, na Sagrada

Escritura, são constantemente atribuídos a isto. Seja

Page 450: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

450

absolutamente, essa graça é concedida a qualquer, ou

comparativamente, em um e não em outro, é tudo da

vontade de Deus. "Nisto está o amor: não em que nós

tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a

nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos

nossos pecados.", 1 João 4:10. O próprio Cristo, com

toda a graça e a misericórdia que temos por ele, é do

amor e da vontade livres de Deus. Assim é nossa

eleição, Efésios 1: 4,5; nossa vocação, 1 Coríntios

1:26, 27; nossa regeneração, João 1:13, Tiago 1:18;

nossa recuperação do pecado, Oséias 14: 4; assim é a

nossa paz e toda a nossa consolação; de onde ele é

chamado de "Deus de toda graça", 1 Pedro 5:10; e "o

Deus da paciência e da consolação", Romanos 15: 5;

- o autor e o soberano de todos eles. Assim também é

com respeito à graça e à misericórdia consideradas

comparativamente, como agrupadas em uma e não

em outra, Romanos 9: 15,16; 1 Coríntios 4: 7. Não há

nenhuma outra fonte de graça ou misericórdia. Pode

ser que alguns desejem produzir a graça de suas

próprias vontades e esforços e obter misericórdia por

seus próprios deveres e obediência; mas a Escritura

não conhece tal coisa, nem os crentes a acham na sua

experiência. Informe-os sobre os que receberam o

mínimo de graça e misericórdia de onde eles o

receberam, e para o que eles estão contemplando.

Uma consideração devida desta fonte soberana de

toda graça e consolo influenciará grandemente

nossas mentes em e para todos os principais deveres

de obediência, com gratidão a Deus, Efésios 1: 3-5; e

Page 451: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

451

humildade em nós, 1 Coríntios 4: 7; compaixão para

com os outros, 2 Timóteo 2: 25,26. Deixa a todos

como necessitados da graça e da misericórdia.

Espera-os inteiramente da soberana vontade e prazer

de Deus, Tiago 1: 5; quem é "gracioso a quem ele será

misericordioso". Nossos esforços são meios desse

tipo para obter graça nas medidas e graus da mesma;

mas é somente a vontade de Deus que é a causa de

tudo, 2 Timóteo 1: 9. 2. O que Deus estava assim

disposto é expresso; e isso foi "mais abundantemente

para declarar a imutabilidade de seu conselho". E

podemos indagar sobre isso, (1.) O que se entende

por "conselho" de Deus; (2.) Como esse conselho de

Deus era e é "imutável"; (3.) Como foi "declarado"

ser; (4.) Como foi "abundantemente" declarado: - (1.)

O "conselho" de Deus é o propósito eterno de sua

vontade, é chamado seu conselho por causa da

infinita sabedoria com que sempre é acompanhado.

Assim, o que é chamado de "bom prazer que ele

propôs em si mesmo", Efésios 1: 9, é chamado "o

conselho de sua própria vontade", versículo 11. O

conselho entre os homens é uma deliberação racional

sobre causas, meios, efeitos, e termina, de acordo

com a natureza das coisas aconselhadas, e os

interesses adequados daqueles que deliberam. Neste

sentido, o conselho não deve ser atribuído a Deus.

Pois, como infinito, a sabedoria soberana de seu ser

não admite o seu conselho com nenhum outro; então

a simplicidade infinita de sua natureza e

compreensão, compreendendo todas as coisas em

Page 452: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

452

um único ato de sua mente, não permite conselhos

ou deliberações formais. O primeiro, portanto, disso

explode a Escritura, Isaías 40:13, Romanos 11:34; e,

embora, no último caso, Deus seja frequentemente

introduzido como deliberando ou tomando conselho

consigo mesmo, não é a maneira de fazer, mas o

efeito, ou a coisa feita, a que se destina. Então, é da

mesma maneira em que de Deus é dito ouvir, e ver;

pelo que o seu infinito conhecimento e compreensão

de todas as coisas se destinam, estes são os meios

pelos quais devemos ser instruídos, conhecermos e

entendermos o que fazemos. Considerando que,

portanto, o fim do conselho, ou toda deliberação

racional, é descobrir as orientações verdadeiras e

estáveis da sabedoria, os atos da vontade de Deus

sendo acompanhados com infinita sabedoria são

chamados de conselho. Pois não devemos considerar

os propósitos e decretos de Deus como meros atos de

vontade e prazer, mas como aqueles que são efeitos

da sabedoria infinita e, portanto, mais razoáveis,

embora os motivos deles sejam às vezes

desconhecidos. Daí o apóstolo emite seu discurso dos

decretos eternos de Deus de eleição e reprovação com

admiração da infinita sabedoria de Deus de onde

procederam, e com os quais foram acompanhados,

Romanos 11: 33-36. Em particular, o conselho de

Deus neste lugar , é o propósito santo e sábio de sua

vontade, para dar a seu Filho Jesus Cristo como

sendo da semente de Abraão, para a salvação de

todos os eleitos ou herdeiros da promessa; e isso de

Page 453: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

453

tal maneira, e acompanhado com todas essas coisas

boas, que possam garantir sua fé e consolo. Este é o

conselho de Deus, que continha toda a graça e a

misericórdia da promessa, com a sua segurança para

os crentes. (2.) Deste conselho afirma-se que era

"imutável", não sujeito a mudanças. Porque "isso

não pode ser alterado". Mas o desígnio de Deus aqui

era, não fazer seu conselho inalterável, mas declarar

que assim era; porque todos os propósitos de Deus,

todos os atos eternos de sua vontade, considerados

em si mesmos, são imutáveis. Veja Isaías 46:10;

Salmo 33:11; Provérbios 19:21, 21:30. E a sua

imutabilidade é um resultado necessário da

imutabilidade da natureza de Deus, "com quem não

há mudança, nem sombra de variação", Tiago 1:17. "A

Força de Israel não é um homem, para que ele se

arrependa", 1 Samuel 15:29. E, em oposição a toda

mutabilidade, é dito de Deus, “Mas tu és o mesmo, e

os teus anos não acabarão.”, Salmo 102: 27. Mas será

dito que há nas Escrituras muitas declarações de

Deus que alteram seus propósitos e conselhos, e se

arrependendo daquilo que antes determinou,

sofrendo pelo que havia feito, Gênesis 6: 6; 1 Samuel:

2: 30. É acordado por todos que as expressões de

"arrependimento", "aflição", e coisas semelhantes,

são figurativas, em que tais afetos não se destinam a

que essas palavras signifiquem nas naturezas

criadas, mas apenas um evento de coisas como o que

procede de tais afeições. Mas totalmente para

remover essas dificuldades, os propósitos de Deus e

Page 454: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

454

os conselhos de sua vontade podem ser considerados

em si mesmos, ou na declaração que é feita em

relação à sua execução. Em si mesmos, são

absolutamente imutáveis, não mais sujeitos a

mudanças do que a própria natureza divina. As

declarações que Deus faz em relação à sua execução

ou realização são de dois tipos: - [1.] Há alguns deles

em que necessariamente inclui um respeito a alguma

regra moral antecedente, que coloca uma condição

expressa nas declarações, embora seja não expresso,

e sempre está em casos semelhantes para ser

entendido. Assim, Deus ordena ao profeta que

declare: "Ainda quarenta dias e Nínive será

suvertida", Jonas 3:4. Aqui parece ser uma

declaração absoluta do propósito de Deus, sem

qualquer condição anexada, uma previsão positiva

do que ele faria, e deveria acontecer. Ou Deus deve

mudar seu propósito, ou Nínive deve ser derrubada.

Mas, enquanto essa destruição foi predita para o

pecado e a impenitência nele havia uma regra moral

antecedente no caso, que lhe confere uma condição

tão completa como se tivesse sido expressa em

palavras; e isto é, que o arrependimento do pecado

será livre da punição do pecado. Para que a predição

tivesse essa limitação, por uma regra antecedente, "A

menos que se arrependam". E Deus declara que esta

regra coloca uma condição em todas as suas ameaças,

Jeremias 18: 7,8. E este foi o curso do trato de Deus

com a casa de Eli, 1 Samuel 2:30. Deus não suspende

seu propósito sobre o que os homens farão, nem

Page 455: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

455

tomará resoluções condicionais com respeito a isso.

Ele não propõe uma coisa, e depois muda sua

resolução sobre emergências contingentes; porque

"ele é de uma só mente, e quem pode transformá-

lo?", Jó 23:13. Também não determina se os homens

fazem assim por um lado, que ele fará isso; e se de

outra forma, ele fará o contrário. Por exemplo, não

havia tal decreto ou propósito de Deus, pois, se

Nínive se arrepender, não deveria ser destruída, e se

não se arrepender, ela deveria perecer. Pois ele não

podia fazer tal propósito, a menos que ele não

previsse o que Nínive faria; que afirmar é negar seu

próprio ser e divindade. Mas, para cumprir seu

propósito de que Nínive não deveria perecer naquele

momento, ele a ameaça com destruição de maneira

previsível; que transformou as mentes dos habitantes

em atender a essa regra moral antecedente que

colocou uma condição na predição, pela qual foram

salvos. [2.] Na declaração de alguns dos conselhos e

propósitos de Deus, quanto à execução e realização,

não há respeito a nenhuma regra moral antecedente

como deveria dar-lhes qualquer limitação ou

condição. Deus toma o todo em tais casos

absolutamente nele próprio, tanto quanto à

ordenação e eliminação de todas as coisas e meios até

o fim pretendido. Tal foi o conselho de Deus sobre o

envio de seu Filho para ser da semente de Abraão, e

a benção que deveria resultar sobre o mesmo.

Nenhuma alteração poderia, em qualquer caso, ser

feita aqui, nem pelo pecado nem pela incredulidade

Page 456: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

456

deles, nem por qualquer coisa que possa acontecer

com eles neste mundo. Tal foi o conselho de Deus, e

a imutabilidade disso, aqui pretendia: como era

absolutamente imutável em si mesmo, então, quanto

à preocupação e interesse do homem nele, não era

atendida nenhuma condição ou reserva. (3.) Esta

imutabilidade Deus estava disposto a "mostrar",

"manifestar", "declarar", "dar a conhecer". Não é o

seu conselho absolutamente, mas foi da

imutabilidade de seu conselho, que Deus criou

evidências. Por seu conselho ele deu a conhecer sua

promessa. Todas as ações graciosas de Deus para

conosco são a execução de seus propósitos sagrados

e imutáveis, Efésios 1:11. E todas as promessas de

Deus são as declarações desses propósitos. E eles

também são imutáveis em si mesmos; porque eles

dependem da verdade essencial de Deus: Tito 1: 2,

"Na esperança da vida eterna, que Deus, que não

pode mentir, prometeu antes do início do mundo". A

veracidade essencial de Deus está envolvida em suas

promessas. E eles são tão expressamente a

declaração de seus propósitos, que quando Deus se

propôs apenas a nos dar a vida eterna em Cristo, ele

prometeu isso; antes do início do mundo. E isso

declara a natureza da incredulidade: "Aquele que não

crê a Deus, o faz mentiroso", 1 João 5:10; porque sua

verdade essencial está envolvida em sua promessa. E

fazer de Deus um mentiroso, é negar o seu ser; que

todo incrédulo faz como ele é capaz. Mas enquanto

Deus pretendia não só a confirmação da fé dos

Page 457: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

457

herdeiros da promessa, mas também a sua

consolação sob todas as suas dificuldades e

tentações, ele daria uma evidência peculiar da

imutabilidade desse conselho que eles abraçavam

pela fé como oferecidos na promessa. Pois o que foi

feito não satisfazia a plenitude da graça e do amor

que ele declararia nesta matéria, não, embora tenha

sido feito tão "abundantemente", mas, - (4.) Ele faria

isso "mais abundantemente", Isto é, além do que era

absolutamente necessário neste caso. A promessa de

Deus, que é o "Deus da verdade", é suficiente para

nos dar segurança; nem poderia ser por nós

descoberto como a bondade de Deus deve exigir um

procedimento adicional. No entanto, porque algo

mais útil pode ser útil, por razões e finais antes

declarados, ele acrescentaria uma confirmação

adicional à sua palavra. E, aqui, como o divino bem e

a condescendência manifestam-se abertamente,

então também aparece o peso que Deus coloca sobre

a garantia de nossa fé e confiança. Pois, neste caso,

ele jura por si mesmo, que não nos ensinou a usar seu

nome, senão em coisas de grande consequência e

momento. Este é o sentido da palavra se referindo à

garantia dada, que é "mais abundante" do que

poderia ser por uma única promessa. Mas

perissoteron pode se referir ao próprio Deus, que dá

essa garantia; quando Deus, que é a verdade em si,

poderia justamente exigir fé de nós em sua única

promessa, ainda assim, "ex abundanti", de um amor

e cuidados superabundantes, ele confirmaria por seu

Page 458: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

458

juramento. Qualquer um dos casos se adequa ao

desígnio do apóstolo. 3. É declarado quem eram

auqeles para quem Deus pretendia dar essa prova da

imutabilidade de seu conselho; e isto é, "para os

herdeiros da promessa", isto é, os crentes, todos os

crentes, tanto no Antigo quanto no Novo

Testamento. Pode ser, de fato, que os dos hebreus

foram, em primeiro lugar, destinados; para eles, a

promessa pertence, em primeiro lugar, como eles

eram a semente natural de Abraão, e para eles foi

primeiro a ser declarado e proposto na sua

realização, Atos 2:39, 3:25, 26, 13:46 . Mas não são

só a eles que se destina. Todos os filhos da fé de

Abraão também são herdeiros, Gálatas 4: 28,29. É,

portanto, com respeito a todos os crentes

absolutamente que Deus confirmou sua promessa

com seu juramento, embora a semente natural de

Abraão tenha sido referida em primeiro lugar, até

que eles se cortassem por sua incredulidade. Veja

Lucas 1: 72,73; Miqueias 7: 20. Os adoradores são

chamados de "herdeiros da promessa" em uma dupla

conta: (1.) Com respeito à própria promessa; (2.)

Com respeito à questão da promessa, ou do que

prometeu. Esta distinção está evidentemente

fundada em Hebreus 11: 13,17,39, em comparação.

Para ver em que sentido são ditos "herdeiros da

promessa", aqueles por quem não é realmente

possuída; porque um herdeiro tem apenas a

expectativa daquilo de que ele é um herdeiro.

Portanto, tome a promessa no primeiro sentido

Page 459: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

459

formalmente, e é eleito de Deus como tal, aqueles que

são os herdeiros. Deus os criou para o seu interesse e

sua participação; e ele confirmou isso com o

juramento, para que eles possam ser induzidos e

encorajados a acreditar, a misturá-lo com fé, e assim

venham a herdá-la, ou seja feitos participantes reais

dela. Para este propósito, nosso apóstolo disputa em

grande parte em Romanos 9: 6-12. No último

sentido, levando a promessa materialmente para o

que prometeu, são herdeiros dele que têm um

interesse real nela pela fé; e participando da presente

graça e misericórdia com a qual é acompanhada,

como promessas da glória futura, têm direito a toda

a herança. Assim, todos os crentes, e eles apenas, são

"herdeiros da promessa", Romanos 8:17; "Herdeiros

de Deus", isto é, de toda a herança que ele

providenciou para seus filhos. E tomo as palavras

neste último sentido: porque não é o primeiro a

acreditar nesses herdeiros da promessa, para que

possam ser justificados, o que se destina; mas seu

estabelecimento na fé, por meio da qual eles podem

ser consolados, ou ter "um forte consolo". Mas

enquanto essa declaração da imutabilidade do

conselho de Deus é feita na promessa do evangelho,

que é universal, ou pelo menos indefinidamente

proposto a todos, como ele vem aqui para ser lançado

sob essa limitação, que é feita para eleger os crentes,

ou os herdeiros somente da promessa, será

imediatamente declarado. 4. O que Deus fez neste

assunto, para os fins mencionados, é expressado

Page 460: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

460

sumariamente; "ele se interpôs com um juramento".

O que confirma qualquer coisa por um juramento é

"aquele que dá segurança à fé". É o fiador que na lei

é interventor, - "Aquele que interpõe ou se aproxima

e se compromete a dar segurança". Portanto, este

estado de coisas é suposto: - Deus havia dado a essa

promessa cuja natureza antes declaramos. Aqui ele

exigiu a fé daqueles a quem foi dada, e justamente;

porque o que poderia razoavelmente exigir mais, dar-

lhes um fundamento suficiente de segurança? Mas,

embora todas as coisas fossem claras e satisfatórias

por parte de Deus, muitos temores, dúvidas e

objeções estariam prontos para surgir por parte dos

próprios crentes; como fez em Abraão, a quem a

promessa foi feita pela primeira vez, com respeito a

essa promessa de sinal de sua realização no

nascimento de Isaque. Neste caso, embora Deus não

tenha sido obrigado a dar-lhes mais cautela ou

segurança, ainda assim, de seu infinito amor e

condescendência, ele lhes dará uma promessa mais

elevada e evidência de sua fidelidade, e se interpõe

com um juramento. Ele mediou com um juramento,

- interpôs-se entre a promessa e a fé dos crentes, para

empreender sob aquela solenidade para a realização;

e jurando por si mesmo, ele toma sua vida, sua

santidade, seu ser, sua verdade, para torná-la boa. As

verdades que, a partir dessas palavras assim abertas,

são instruídas, são as seguintes: - Observação I. O

propósito de Deus para a salvação dos eleitos por

Jesus Cristo é um ato de sabedoria infinita, bem

Page 461: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

461

como de graça soberana. Por isso, é chamado "o

conselho de sua vontade", ou um ato de sua vontade

acompanhado de infinita sabedoria, que é o conselho

de Deus. E, entre todas as propriedades sagradas de

sua natureza, a manifestação de cuja glória ele

projetou, não há mais expressa e frequentemente

mencionada que a sua sabedoria. E é declarado: 1.

Como o que nenhum entendimento criado, de

homens ou anjos, pode perfeitamente compreender,

nem no conselho nem nos efeitos dele. Assim, nosso

apóstolo encerra sua contemplação dos caminhos, e

dos efeitos desta sabedoria, com aquele

arrebatamento de admiração, Romanos 11: 33-36: "Ó

profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como

da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus

juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois,

quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem

se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a

ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e

por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a

ele eternamente. Amém." Toda a questão da nossa

contemplação da sabedoria de Deus, na projeção

eterna de nossa salvação por Jesus Cristo, é apenas

uma admiração desse abismo em que não podemos

mergulhar, com uma humilde declaração de glória a

Deus nisso. E quanto aos efeitos especiais desta

sabedoria, os próprios anjos desejam se curvar, com

uma diligência humilde na sua investigação sobre

eles, 1 Pedro 1:12. E nessas considerações, nosso

apóstolo conclui que "sem controvérsia" o trabalho

Page 462: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

462

aqui é um "grande mistério" 1 Timóteo 3:16; que

podemos adorar, mas não podemos compreender.

Veja o nome de Cristo, Isaías 9: 6. 2. Como aquele em

que Deus projetou expressamente se glorificar até a

eternidade. Este é o fim de todos os atos livres e

propósitos da vontade de Deus; tampouco podem ter

qualquer outro, embora todas as outras coisas

possam estar subordinadas a isso. Agora, nenhuma

propriedade da natureza divina é tão conspícua, na

disposição das coisas para o seu próprio fim, como a

da sabedoria, cuja obra peculiar e efeito é aqui

referido. Portanto, o grande fim que Deus acabará

por ser sua própria glória em Cristo, e a salvação dos

eleitos por ele, a sabedoria pela qual foi inventada

deve ser eminente e gloriosa. Assim, o apóstolo nos

diz: "Então é o fim, quando Cristo entregar o reino a

Deus, o Pai", e ele também, em sua natureza humana,

se submete a ele, "para que Deus seja tudo em todos",

1 Coríntios 15: 24,28: isto é, quando o Senhor Jesus

Cristo concluiu toda a obra de sua mediação e trouxe

todos os seus eleitos para o gozo de Deus, então

"Deus será tudo em todos", ou assim, ele será sempre

exaltado e glorificado, quando se manifestará como

toda esta grande obra veio dele, e é emitido nele,

Judas 1:25, 1 Timóteo 1:17. 3. O trabalho inteiro é,

portanto, expressamente chamado de "sabedoria de

Deus", por causa desses caracteres e impressões que

estão sobre ele, e porque é um efeito peculiar dele.

Então nosso apóstolo nos diz que Cristo crucificado

"é o poder de Deus e a sabedoria de Deus", 1 Coríntios

Page 463: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

463

1:24; e que o evangelho segundo o qual é declarado é

"a sabedoria de Deus em um mistério", 1 Coríntios 2:

7; e todo o propósito é expressamente e totalmente

estabelecido, Efésios 3: 8-11, "A mim, o mínimo de

todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar

aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo, e

demonstrar a todos qual seja a dispensação do

mistério que desde os séculos esteve oculto em Deus,

que tudo criou, para que agora seja manifestada, por

meio da igreja, aos principados e potestades nas

regiões celestes, segundo o eterno propósito que fez

em Cristo Jesus nosso Senhor." O "propósito"

mencionado no fim dessas palavras é o mesmo que o

"conselho" da vontade de Deus nesse lugar. E este

propósito foi a fonte e a causa de todas aquelas coisas

gloriosas e admiráveis cuja declaração foi cometida

ao apóstolo, como a grande promessa do evangelho

aos gentios. "E o que foi", diz o apóstolo, "isso foi

declarado, manifestado e conhecido disso? Foi uma

sabedoria múltipla de Deus, ou a infinita sabedoria

de Deus, exercendo-se em tão maravilhosa variedade

de operações sagradas e sábias, como nenhuma

mente de homens e anjos pode compreender." E, - 4.

Nesta conta são todos os tesouros da sabedoria e do

saber que se disse escondidos em Jesus Cristo,

Colossenses 2: 3. Não há somente nele, e o trabalho

de sua mediação, "a sabedoria de Deus" - isto é, tanto

exercido como manifestado -, mas "todos os tesouros

dele", isto é, Deus não produzirá nenhum efeito das

reservas de sua infinita sabedoria, mas o que é

Page 464: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

464

adequado e subserviente ao que ele projetou e por

Jesus Cristo. (1) Por isso, veja a horrível depravação

da natureza que, pelo pecado, se encaminha nas

mentes, razões e compreensão dos homens? Pois, por

isso, é só esse propósito de Deus, que foi um ato de

sabedoria infinita; que o trabalho que ele fez em

conformidade com isso, impressiona os caracteres de

sua múltipla sabedoria; são uma loucura estimada,

ou coisas tolas para eles. Até agora, os homens, por

natureza, veem uma excelência da sabedoria divina

neles, que eles não podem deixar que eles passem

como coisas razoáveis, mas os marcam como

insensatas, ou a própria loucura. Este nosso apóstolo

declara e em grande medida insiste, 1 Coríntios 1. Se

a mente do homem fosse corrigida por qualquer

outra razão para a rejeição desse conselho de Deus,

alguma desculpa poderia ser fingida por isso; mas

rejeitar isso como loucura que Deus declara como o

exemplo principal de sua infinita sabedoria, isso

descobre o horror de sua depravação. E aqueles em

quem esta cegueira é prevalecente podem ser

referidos a três tipos: - [1.] Tal como por quem o

evangelho é absolutamente rejeitado como uma coisa

tola, indecorando a sabedoria de Deus para propor e

sua própria sabedoria para ser recebida. Como este

era o estado dos judeus, e o mundo pagão de

antigamente, e como é a condição dos maometanos e

das relíquias dos pagãos neste dia, por isso desejo

que o veneno e o contágio dessa perversidade não

fossem mais difundidos. Mas, infelizmente! Vemos

Page 465: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

465

muitos todos os dias que, por conta de suas

circunstâncias externas, vivem em algum tipo de

conformidade com o nome e a profissão do

evangelho, que ainda se descobrem o suficiente para

odiar, desprezar e desprezar o mistério dele e a

sabedoria de Deus nisso. [2.] Tal como possuir o

evangelho na letra dele, mas olhar para o mistério

dele, ou o conselho de Deus nisso, como uma tolice.

Daí todas as partes principais dela, como a

encarnação de Cristo, a união hipostática de sua

pessoa, o sacrifício e a oblação, a expiação e

satisfação feitas por sua morte, a imputação de sua

justiça, a eleição da graça, com o poder e a eficácia

dela em nossa conversão, são todos eles diretamente

explodidos como tolos, ou arrumados para os

sentidos adequados às suas próprias apreensões

baixas e carnais. E este tipo de homens enxameiam

entre nós neste dia de gafanhotos quando um vento

nordeste tem preenchido todos os lugares com eles.

[3.] Há multidões, cuja escolha de suas condições

externas são impedidas pela providência de Deus, de

modo que sejam trazidas e fixadas onde o evangelho

passa no mundo sem controle aberto, que não vê

nenhum motivo para que, com o primeiro tipo, eles

devem rejeitá-lo abertamente, nem estarão com as

dores, com o segundo tipo, para corrompê-lo, mas,

praticamente, considerá-lo uma coisa tola para dar

lugar ao seu poder em seus corações. E esta é

abertamente a condição da generalidade daqueles

que vivem sob a dispensação do evangelho no

Page 466: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

466

mundo. Eu mencionei essas coisas apenas para

refletir desse modo naquela horrível depravação que,

pela corrupção da natureza, é trazida para a mente e

para a razão da humanidade. E não é mais evidente

do que naqueles que mais se vangloriam do

contrário. E, - (2). Podemos aprender daí, que não há

evidências maiores de prosperar em luz e

compreensão espiritual, do que quando encontramos

nossas almas afetadas e criadas para uma santa

admiração da sabedoria e conselho de Deus, que são

declarados no evangelho. (Nota do tradutor: a

rejeição do evangelho por muitos, não anula a

sabedoria do propósito ou conselho de Deus, uma vez

que tendo designado somente a fé para a salvação

eterna, não dispôs esta promessa de salvação à

simples declaração de crença de que se considere a

Sua promessa e Palavra como verdadeiras, pois não

são poucos os que assim creem nocionamente e que

não chegam a ser participantes da salvação que está

em Jesus Cristo, conforme estabelecido por Deus Pai

que estivesse tão somente nEle. Uma vez que a fé

salvadora, que atende à eleição divina, não é um

mero ato de afirmação de crença, mas toda uma

criação de uma nova disposição no caráter e na

inclinação do ser dos eleitos que os leva a se

submeterem voluntariamente à operação do Espírito

Santo em suas vidas para transformá-los à imagem e

semelhança de Jesus Cristo, de modo que aqueles em

que não há tal disposição e inclinação para a verdade

sendo aplicada às suas vidas, não são de modo algum

Page 467: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

467

eleitos de Deus. Tanto isto é verdadeiro que é

adicionada à fé a necessidade de perseverança e

paciência na vida cristã para o atendimento das

ordenanças divinas, e é nisto que se alcança a

promessa e a certeza da salvação, pois por estes

meios se confirma que a salvação tem muito mais a

ver do que mera crença na verdade, a qual sendo

necessária, não exclui a necessidade de se praticar

tudo aquilo que somos chamados por Deus para

crer.)

Observação II. A vida e a segurança do nosso

conforto atual e glória futura dependem da

imutabilidade do conselho de Deus. Para nos

assegurar essas coisas, Deus nos mostra essa

imutabilidade. Nossos próprios esforços devem ser

usados para o mesmo fim; porque devemos "ter toda

a diligência para garantir nossa vocação e eleição".

Mas tudo depende do propósito imutável da vontade

de Deus, que sozinho é capaz de suportar a carga de

tão grande trabalho. Mas isso deve ser mais falado no

próximo versículo. III. O propósito de Deus sobre a

salvação dos eleitos por Jesus Cristo tornou-se

imutável a partir daí, que a determinação de sua

vontade foi acompanhada com infinita sabedoria.

Era seu "conselho". Toda a certeza que há entre os

homens, quanto à realização de qualquer final

designado por eles, depende do exercício da

sabedoria para descobrir e aplicar os meios

adequados para isso. E porque a sua sabedoria é fraca

Page 468: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

468

em todas as coisas e, na maioria, não é melhor do que

uma insensatez, - de onde geralmente eles consertam

primeiro em fins não lucrativos, e então fazem uso de

meios fracos e inadequados para o propósito deles, -

é que todos os seus assuntos estão embrulhados nas

incertezas, e a maioria deles termina em decepção e

confusão. Mas, conforme Deus fixa os fins que

perfeitamente cumprem a sua própria santidade e

soberania infinitas, de onde são necessariamente

bons e santos; então ele não faz isso primeiro, e então

faz escolha de vários meios que se propõem a esses

fins. Mas, na sua infinita sabedoria, os fins e os meios

estão diante dele de uma só vez, e se juntam sob sua

determinação inalterável. Duas coisas, portanto,

podem ser consideradas na sabedoria de Deus dando

imutabilidade ao seu conselho quanto à salvação dos

eleitos por Jesus Cristo: 1. Assim, ele viu de uma só

vez não só o que fosse necessário para a sua

realização, mas o que iria influenciar infalivelmente.

Na primeira aliança, em que Deus não tinha

decretado imutavelmente para preservar a

humanidade absolutamente em sua propriedade

primitiva, ele usou tais meios para sua preservação,

o que poderia afetá-los em caso de eles não estarem

dispostos àquela obediência que eles estavam

capacitados para executar. Estes, os homens

negligenciando, os meios designados por Deus

quanto ao seu sucesso, dependendo disso, pela

própria nomeação de Deus, aquele fim que na sua

própria natureza eles tendiam não foi alcançado; e

Page 469: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

469

isso porque Deus não o determinou imutavelmente.

Mas agora, enquanto Deus se envolveu em um

propósito imutável, em sua infinita sabedoria ele fixa

esses meios para que não deve depender de qualquer

coisa em que sua eficácia possa ser frustrada. Tal foi

o envio de seu Filho para ser encarnado, e a

dispensação da graça da nova aliança, que é, na sua

natureza, infalivelmente eficaz até o fim a que se

destina. 2. Deus, em sua infinita sabedoria, previu

todas as intervenções da nossa parte que possam

obstruir o cumprimento da promessa. A promessa foi

dada pela primeira vez indefinidamente a toda a

humanidade, em nossos primeiros pais; mas logo

depois, a perversidade do mundo inteiro, com seu

absoluto desprezo pela graça da promessa, era tal que

qualquer criatura conceberia que não teria efeito

nenhum, sendo tão visivelmente tão universalmente

rejeitado e desprezado. Mas uma visão perfeita aqui

sob a sabedoria de Deus, ele forneceu contra ele, pela

imutabilidade de seu propósito e infalibilidade de sua

promessa, escolhendo primeiro, depois outro, e

finalmente a totalidade de Abraão, a quem a

promessa deve ser realizada. Mas ainda, depois de

uma longa temporada, veio o último e extremo

julgamento de todo o assunto: porque a

generalização da semente de Abraão rejeitou

também a promessa; pelo que parecia realmente ter

sido frustrada e não ter efeito algum, como nosso

apóstolo declara em sua resposta a essa objeção, em

Romanos 9: 6. Mas em vez de mudar seu propósito,

Page 470: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

470

Deus o revelou mais completamente, onde a

imutabilidade de seu conselho consistia, e de onde

dependia; como Gálatas 3: 8. E isso foi, durante todo

o tempo, e sob todas essas apostasias, ele já tinha, e

sempre terá no mundo, um povo eleito, escolhido por

ele antes da fundação do mundo, em e para quem seu

propósito é imutável e sua promessa infalível.

Nenhuma intervenção pode possivelmente alterar o

que foi estabelecido pela sabedoria infinita. Não há

um crente em particular, que seja tão sensível à sua

própria indignidade, que, em um momento ou outro,

ele não possa deixar de estar quase perdido, como

deve ser aquele que deveria sempre herdar a

promessa; mas Deus previu tudo o que nos

aconteceu, ou o que sucederá e, em sua infinita

sabedoria, providenciou contra todas as

intervenções, para que seu propósito não se altere,

nem a sua promessa para eles. IV. A bondade infinita,

como atua em Cristo, não estava satisfeita em

providenciar e preparar coisas boas para os crentes,

mas também mostrava e declarava a eles, para o seu

presente consolo. Deus estava "disposto a mostrar

aos herdeiros da promessa"; e o fim era que eles

poderiam ter "um forte consolo". Como é com um pai

bom e sábio e um filho obediente: o pai possui uma

propriedade grande e lucrativa e, como o filho tem

um subsídio presente adequada a condição dele,

então, sendo obediente, tem uma expectativa justa de

que, no devido tempo, ele desfrute de toda a herança:

isto é usual entre os homens e ao que a lei da natureza

Page 471: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

471

dirige; que os pais deixem herança aos filhos, e não

os filhos aos pais. Mas tudo estando ainda

absolutamente no poder do pai, é possível que ele de

outra forma possa dispor dele, e talvez não venha a

herdar. Mas agora, se o pai vê seu filho em alguma

ocasião lhe faltando encorajamento, ou ele deve

colocá-lo em qualquer serviço difícil, onde ele pode

encontrar-se com tempestades e perigos, ele

mostrará a ele sua ação de assentamento, em que ele

tem irrevogavelmente confirmado a ele toda a

herança. Então Deus lida com os crentes, com seus

filhos, neste caso. Ele é rico em graça, misericórdia e

glória; e todos os seus filhos são herdeiros disso,

"herdeiros de Deus e coherdeiros com Cristo",

Romanos 8:17; - isto é, de toda a herança que Deus

providenciou para seus filhos. Isso é uma expectativa

da promessa, de acordo com a lei da nova aliança.

Mas, embora o seu estado seja assim assegurado por

serem herdeiros da promessa, contudo Deus,

sabendo que eles têm um trabalho difícil e uma

guerra para passar por ela, e o que é servi-lo nas

tentações, para o seu encorajamento e consolo ele

produz e mostra-lhes sua irrevogável ação de

liquidação; ou seja, sua promessa confirmada pelo

seu juramento, pelo qual toda herança é

infalivelmente segura para eles. Ele estava livre e

disposto a "mostrar isso aos herdeiros da promessa".

No princípio, Deus deu um mero preceito como a

declaração de sua vontade e uma promessa em uma

ameaça. Isto era o que o Deus santo, agindo de uma

Page 472: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

472

maneira da natureza, exigia, e do qual o homem não

tinha motivo para se queixar; pois, como a mente de

Deus estava suficientemente declarada nele, de modo

que o homem em si não tinha motivos de desânimo

contra a conformidade. E Deus poderia lidar com

todos nós, dando toda a revelação de sua vontade em

um sistema de preceitos, como alguns parecem supor

que ele fez. Mas as coisas agora são alteradas em duas

contas. Porque, - 1. Foi aqui o desígnio peculiar de

Deus glorificar a sua bondade, amor, graça e

misericórdia, por Jesus Cristo; e ele o fará de forma

abundante. Ele tinha antes de glorificar seu poder

eterno e sabedoria infinita, na criação do mundo e

todas as coisas nele contidas, Salmos 19: 1-3;

Romanos 1:20. E ele havia glorificado a sua santidade

e justiça, dando a lei acompanhada de recompensas

eternas e punições. Mas a "graça e a verdade" (na

provisão e na realização da promessa) "veio por Jesus

Cristo", João 1:17. E, portanto, que o Senhor Jesus

Cristo, em tudo isso, tenha a preeminência, ele o fará

de maneira abundante e inconcebível, acima das

antigas declarações de sua glória em qualquer outro

de seus atributos. Por isso, na Escritura, a

comunicação da graça é expressa em palavras que

podem intimar o seu excesso e ultrapassar todo o

entendimento: Romanos 5:20, "Graça" feita por

Cristo "mais do que abundante", expressa as maiores

medidas e graus compreensíveis; mas o que faz "mais

do que abundar", quem pode conceber? "E a graça de

nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que

Page 473: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

473

há em Cristo Jesus.", 1 Timóteo 1.14, excedeu toda a

compreensão. Assim, diz-se que a glória que é o efeito

desta graça é dada por uma excelência e excesso de

grandeza, 2 Coríntios 4:17, não há maneira de ser

concebido. Então, claramente, o apóstolo chama a

graça de Deus em Cristo em Efésios 2: 7, "a suprema

riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco

em Cristo Jesus." Para que possamos conhecer o seu

significado, ele o chama de novo, em Efésios 3: 8, "as

riquezas inescrutáveis de Cristo." Na busca deste

desígnio para exercer e manifestar a plenitude

infinita de seu amor e bondade, ele não se satisfará

com uma mera declaração de sua vontade, mas terá

os interessados em conhecê-lo, para compreendê-lo,

ter o conforto atual disso; e porque não podiam fazer

isso sem satisfação na imutabilidade de seu conselho,

ele evidenciava isso a todos por todos os meios

possíveis. E, assim, ele manifesta suficientemente o

quão disposto ele é, quão agradável é para ele, que

nossa fé nele deva ser firme e segura. 2. O homem

agora caiu em uma condição de pecado e miséria. E

aqui está ele cheio de tantos medos e desânimos, que

é a coisa mais difícil do mundo levantá-lo para

qualquer esperança de misericórdia ou favor de

Deus. Nessa propriedade perdida e desamparada, a

bondade divina, por uma infinita condescendência,

acomoda-se à nossa fraqueza e nossa angústia. Ele,

portanto, apenas propõe sua mente e vontade a nós

como graça e glória, mas usa todos os caminhos

possíveis para ingerir em nós a confiança de sua

Page 474: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

474

vontade de nos levar a uma participação deles. Ele faz

tudo o que pode direcionar e encorajar-nos a ter uma

visão firme da excelência e da imutabilidade de seu

conselho nesta matéria. Daí uma grande parte da

Escritura, a revelação da vontade de Deus, é

assumida em promessas, exortações, convites,

discursos e expressões de amor, bondade e

compaixão. E, em particular, embora a promessa em

si fosse uma abundante segurança para a fé

descansar, quanto à imutabilidade do conselho de

Deus, ainda assim, para evitar todos os pretextos e

expulsar todas as desculpas, ele o confirma com seu

juramento. E, embora tenha feito isso em particular

e expressamente a Abraão, ele aceita todos os

crentes, que são sua semente, em uma participação

do mesmo privilégio com ele, e manifesta como isso

em jurar a ele, ele também jurou a todos. E, então,

duas coisas resultam naturalmente: (1.) O

encorajamento indescritível para crer, que é dado a

todos aqueles a quem este conselho de Deus e sua

imutabilidade são propostos. A verdade essencial de

Deus e seu juramento são abertamente e

manifestamente comprometidos com essas duas

coisas. [1.] Que nada, senão a incredulidade, evitará

o gozo da promessa; [2.] Que todos os crentes,

quaisquer que sejam as dificuldades com que se

encontrem em si mesmos, ou objeções contra si

mesmos, certamente aproveitarão de maneira

infalível a promessa e serão salvos. E a imutabilidade

do conselho de Deus aqui mostrou-se tão evidente,

Page 475: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

475

que não há espaço para qualquer objeção contra ela.

Isto é oferecido a você, a quem o evangelho é

proposto. Incentivo para acreditar e mais certeza do

evento, você nunca terá neste mundo, você não pode

ter, - Deus não o fará, Deus não pode dar. Todas as

pessoas que ainda não vieram a acreditar, a quem

esta paz com Deus são pregadas, são distinguidas em

dois tipos: "os que estão próximos" e "os que estão

longe", Efésios 2:17. Isto, em primeiro lugar,

expressa os judeus e os gentios; mas, em uma

paridade de razão, deve ser estendida aos outros.

Alguns são comparativamente "próximos", como

foram afetados pela palavra, e trouxeram para

indagar se eles deveriam acreditar ou não; e há

alguns "longe", que até agora não tomaram

conhecimento dessas coisas. Aqui está um chamado

e encorajamento para ambos. Para o primeiro,

determinar suas vontades na escolha de Cristo na

promessa; para o outro para olhar para ele, embora

dos confins da terra. Mas não devo ampliar. (2.)

Descobre a natureza hedionda da incredulidade. O

evangelho, que é uma mensagem de amor, paz,

misericórdia e graça, mas nunca menciona a

incredulidade, mas anexa condenação a ela: "Aquele

que não acredita será condenado". E, embora

também perecessem a quem o evangelho não é

pregado, Romanos 2:12, contudo, o evangelho,

embora não fale exclusivamente aos outros, mas

principalmente declara a inevitável destruição, a

condenação eterna, daqueles que não creem quando

Page 476: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

476

a promessa lhes é declarada, 2 Tessalonicenses 1: 6-

10; no entanto, declara que cairão sob uma morte e

destruição mais estranhas do que qualquer outro, 2

Coríntios 2:16. E a razão dessa severidade é tomada

em parte pela natureza da descrença, e em parte pelo

agravamento dela. A natureza da incredulidade

consiste na recusa do testemunho de Deus, fazendo

com que ele seja um mentiroso, 1 João 5:10; e ao

estimar o que ele propõe como poder e sabedoria,

para ser fraqueza e loucura. Portanto, não há

nenhum modo de pecado ou rebelião contra Deus,

seja o que for que implore com tanto desprezo e

indignação. Para que seja em si o maior dos pecados,

bem como a raiz e causa deles. No entanto, tal é a

cegueira da natureza corrompida, que muitos que

não se imaginam em outros pecados, especialmente

como olhar com um aspecto ameaçador severo em

uma consciência natural, como adultério, roubo e

assassinato, mas não se preocupam com essa

incredulidade, mas sim aprovam-se em sua

infidelidade. Contudo, não há quem seja pregado

pelo evangelho, mas, se ele realmente não recebe o

Senhor Jesus Cristo como oferecido na promessa, ele

faz o que há nele para declarar que Deus é um

mentiroso, tolo em seus conselhos e fraco nas suas

operações. E o que acontecerá não é difícil de

discernir. Além disso, é também do agravamento que

é acompanhadoda natureza da própria coisa e da

maneira pela qual nos é proposto: "Como

escaparemos, se negligenciarmos tão grande

Page 477: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

477

salvação?" Hebreus 2: 3. Podemos olhar apenas o que

está diante de nós; ou seja, a infinita

condescendência do Deus divino, ao mostrar,

manifestar e declarar, a imutabilidade de seu

conselho com juramento. Por isso, ele fez tudo para

esse fim que era possível fazer e mais do que nunca

teria entrado no coração de qualquer criatura para

desejar ou esperar, a condição triste dos incrédulos,

tanto quanto a este pecado e a miséria que seguirá

sobre ele, é inexprimível. Para aqueles que

desprezam tudo o que Deus fará, sim, tudo o que ele

pode fazer, dar-lhes a garantia da verdade e

estabilidade de suas promessas, dadas em uma

maneira de graça, não têm motivos para esperar,

nem devem receber nada, senão o que ele fará e pode

fazer de uma maneira de justiça e vingança. (Nota do

tradutor: Muitos se queixam de que não lhes foi dada

a oportunidade que foi dada a Adão de ser criado sem

pecado. Todavia, há que se considerar que pelo

evangelho nos é oferecida a oportunidade de uma

nova criação, pela qual podemos ser aceitos sem

culpa diante de Deus, pela nossa fé em Jesus Cristo.

Assim, comprova-se que na totalidade dos casos esta

queixa está desprovida de sentido lógico e justo, uma

vez que é mais do que possível ser livrado do amor ao

pecado e da sua prática por meio da graça de Jesus e

pela inclinação da nossa vontade para a vontade de

Deus, que é a de que creiamos em seu Filho

Unigénito.)

Page 478: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

478

V. Não é toda a humanidade universalmente, mas um

certo número de pessoas, sob certas qualificações, a

quem Deus projeta manifestar a imutabilidade de seu

conselho e para comunicar seus efeitos. É somente os

"herdeiros da promessa" a quem Deus pretende. Mas

aqui duas coisas devem ser consideradas 1. A

revelação ou administração externa dessas coisas; e,

2. O propósito de Deus que está sendo feito. O

primeiro é feito de forma geral e indefinida a todos

para quem o evangelho é pregado; pois existe uma

declaração da imutabilidade do conselho de Deus e

sua vontade de conhecê-lo. Mas se Deus projetou a

comunicação do efeito dele na mesma latitude com a

administração externa dele, então dele deve ser

julgado falhar em seu propósito para a maior parte

deles, que não o recebe. Isto é o que o apóstolo

disputa, em Romanos 9. Tendo suposto que a

generalidade dos judeus, da posteridade de Abraão

segundo a carne, foram cortados da promessa pela

incredulidade e declararam seu sentido nelas, versos

1-3, ele levanta uma objeção contra essa suposição,

versículo 6: "Se assim fosse", a promessa de Deus não

teria efeito, porque todas elas foram dadas e

declaradas." O apóstolo responde a isso nos

seguintes versículos: 7-21. E a substância de sua

resposta é que, embora a promessa tenha sido

genericamente proposta a todos, a graça foi

destinada apenas aos eleitos; como ele também

declara ainda, Hebreus 11: 7. Mas por que, então,

Deus faz com que a declaração seja feita de forma

Page 479: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

479

genérica e indefinida para todos, se é algum quem ele

projeta para participar dos efeitos de seus conselhos

e coisas boas prometidas? Eu respondo: Lembremos

sempre que, nessas coisas, temos que lidar com

Aquele que é maior que nós, e que não dá conta de

seus assuntos. E se Deus tomae essa maneira de

procedimento e não dá razão. Quem somos nós, que

devemos contestar contra Deus? Por isso, nosso

apóstolo, em grande parte, afirmou a absoluta

liberdade de Deus para fazer o que quiser,

encerrando tudo em uma resignação de todos à sua

soberania, com profunda admiração de sua

sabedoria insondável; em que é nosso dever

concordar, Romanos 11: 33-36. Mas ainda posso

acrescentar: Que a natureza da própria coisa exige

essa dispensa da promessa indefinidamente para

todos, embora o benefício dela seja projetado apenas

para alguns; pelo caminho pelo qual Deus dará a

participação da promessa aos herdeiros da sua

administração, e os meios que se encontram para

trabalhar nas mentes dos homens para persuadir e

prevalecer com eles para fé e obediência, ele não o

faria por revelação ou inspiração imediata, e as

operações extraordinárias semelhantes de seu

Espírito sozinhas, mas de maneiras que se adequam

para glorificar a si mesmo e a sua graça nas mentes

racionais de suas criaturas capazes. Agora, isso não

poderia ser feito, nem até hoje, senão pela declaração

e pregação da promessa, com ordens, motivos e

incentivos para acreditar. Neste trabalho, todos

Page 480: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

480

aqueles a quem ele emprega são totalmente

ignorantes de quem são os herdeiros da promessa,

até serem descobertos por sua crença real: por isso,

eles não têm outro caminho, senão, em primeiro

lugar, propor a promessa genericamente a todos os

que atenderão a ela, deixando a escolha de seus

próprios herdeiros para a graça soberana de Deus.

Assim, a palavra é pregada para todos

indefinidamente, e "a eleição alcança os eleitos",

enquanto "o resto é endurecido". Observação VI. Só

Deus conhece a medida devida de condescendência

divina, ou o que se torna a natureza divina. - Quem

poderia ter apreendido uma vez, que tem tido medo,

que o Deus santo deve jurar por si mesmo, para

confirmar sua palavra e verdade a criaturas tão

inúteis quanto nós? Na verdade, há ainda um ato

mais transcendente de condescendência divina, a

saber, a encarnação do Filho de Deus, cuja glória será

objeto da admiração dos homens e dos anjos até a

eternidade! O que criou o entendimento poderia ter

se levantado ao pensamento de que a Palavra eterna

deveria ser feita carne? Somente Deus, que é

infinitamente sábio, apenas sábio, sabia o que se

tornou a santidade de seu ser e de sua bondade. E

assim é, em sua medida, neste juramento. E como

estamos com a santa confiança para fazer uso do que

ele fez nesse tipo, ver e não fazer isso é desprezar a

máxima expressão de sua bondade. VII. Tão

indescritível é a fraqueza de nossa fé, que precisamos

de condescendência divina inconcebível para sua

Page 481: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

481

confirmação. - A imutabilidade do conselho de Deus

é o fundamento da nossa fé; até que isso seja

manifesto, é impossível que a fé seja segura e firme.

Mas quem não pensaria que a declaração de Deus por

meio da promessa era suficiente para isso? Mas Deus

sabia que ainda precisávamos de mais; não que

existisse evidência suficiente em sua promessa, mas

tal falta de estabilidade em nós que precisávamos de

uma confirmação superabundante, como veremos no

próximo verso: - Verso 18. "para que por duas coisas

imutáveis, nas quais é impossivel que Deus minta,

tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos

refugiamos em lançar mão da esperança proposta."

Duas coisas em geral, o apóstolo ainda desenvolve

nste versículo: 1. Que a declaração que Deus havia

feito da imutabilidade de seu conselho nesta matéria

era de toda maneira suficiente e satisfatória. 2. Qual

foi o fim especial e o desígnio que ele possuía para os

herdeiros da promessa.

Para o primeiro, ele faz isso declarando as provas

dadas e a natureza dela; que consistiu em "duas

coisas imutáveis", a promessa e o juramento de Deus.

A segurança é dada por eles, tanto de sua própria

natureza, quanto também porque são duas, - duas

testemunhas pelas quais o objeto pretendido é

estabelecido. Mas, o que era necessário dessas duas

coisas? É porque um deles era fraco, infeliz, alterável,

como pode ser justamente desafiado ou salvo contra,

que o outro é adicionado para fortalecê-lo e

Page 482: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

482

confirmá-lo? "Não", diz o apóstolo, "ambos são

igualmente imutáveis". Por isso, ainda devemos levar

conosco a condescendência infinita e inconcebível de

Deus nesta matéria, que, para evitar nossas tentações

e nos aliviar debaixo de nossa fraquezas, tem prazer

em dar essa variedade ao seu testemunho divino, que

ele fez "ex abundanti", não só além do que ele era

obrigado, mas o que quer que desejássemos ou

esperássemos.

Em segundo lugar, isso torna as evidências absolutas,

uma vez que são duas coisas que são produzidas para

torná-las boas, de modo que elas são ambas

igualmente imutáveis, como nem em sua própria

natureza ou na sua execução foram expostas de

qualquer forma ou susceptíveis de alteração. Pois a

promessa em si era absoluta, e a coisa prometida

dependia de nenhuma condição em nós, - em nada

fora do próprio Deus. Pois havia na promessa em si

todas as origens de tudo o que é bom e da libertação

de tudo o que é mau; de modo que de todos os lados

traz consigo a condição de sua própria realização.

Mas enquanto Deus na noção de obras não fez

promessas para a humanidade, senão o que era

condicional e suspenso em tais coisas da nossa parte,

como poderia ou não ser, - de onde aconteceu que

pecamos e ficamos sem isso, Deus na entrega desta

promessa, que é o fundamento da aliança da graça,

para assegurar-nos que é completamente de outra

natureza e, como ocorre, não é susceptível de

Page 483: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

483

mudança, confirma-a com seu juramento. Além

disso, o apóstolo confirma este testemunho ainda

mais da natureza daquele por quem foi dado: "nas

quais é impossível que Deus minta" ou "engane". Não

é absolutamente "mentir", mas, por qualquer meio,

"enganar" aquele que causa a confiança no que

dizemos ou fazemos. A maior segurança entre os

homens consiste em uma promessa confirmada com

juramento; e isso é, e deve ser, para eles "o fim de

todas as contendas", pois não podem ir mais alto.

Mas, no entanto, é possível que haja uma mentira e

engano em seu testemunho, e aquele que confia neles

pode ser enganado, como muitas vezes ocorre no

mundo; pois, embora as coisas em si sejam boas, e

que assegurem o interesse da verdade somente, os

homens que as usam são mutáveis, sim, mentirosos.

Mas é Deus quem faz uso deles no nosso caso; e,

portanto, é impossível que ele deva mentir. Deus

tendo feito este duplo engajamento de sua verdade e

fidelidade, é absolutamente impossível que ele possa

enganar qualquer um por isso.

Mas por que o apóstolo colocou ênfase nisso, que por

essas coisas era impossível que Deus mentisse ou

enganasse? Pois é necessário para Deus, de seu

próprio ser, que, em todas as coisas, seja impossível

para ele mentir. Ele não pode mentir, não pode

enganar, não pode negar a si mesmo, nem a sua

palavra; estas coisas são repugnantes para o seu ser.

Eu respondo que o apóstolo não fala da natureza das

Page 484: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

484

coisas mesmas, mas de sua manifestação com

respeito a nós. Nada foi acrescentado à promessa de

Deus para torná-la mais certa, firme e estável; mas

uma adição foi feita para dar às nossas mentes uma

maior segurança. A imutabilidade de Deus em

promessa e a impossibilidade de enganar são

igualmente iguais à sua natureza; mas a distinta

proposição deles é necessária para o nosso

encorajamento e estabelecimento. (Nota do tradutor:

Depois de passados tantos anos e termos visto serem

cumpridas várias promessas que Deus fez sob

juramento, como a de nos dar Jesus na plenitude dos

tempos, a de fazer Israel voltar à Palestina depois de

séculos passados no exílio, entre outras, não há

espaço para se deixar não somente de crer em Deus

em tudo o que tem prometido fazer em Sua Palavra,

como também em jamais haver fundamento para se

descrer da sua perfeita e completa fidelidade em tudo

o que tem prometido, especialmente em crermos que

ele salvará a todo aquele que crer em Jesus.)

Observação VIII. O homem pecador e caído necessita

do maior encorajamento para que a condescendência

divina possa se estender, prevalecer com ele para

receber e aproveitar a promessa de graça e

misericórdia de Jesus Cristo.

Não há nada sobre o qual somos tão propensos,

quanto desconfiar das promessas de Deus; nada mais

com o qual somos mais dificilmente conquistados, do

Page 485: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

485

que misturá-las com fé. Para evidenciar isso,

podemos considerar: 1. Que a primeira entrada do

pecado no mundo foi por descrença da verdade de

Deus; sim, esse mesmo pecado formalmente

consistia em uma apreensão de que Deus, em suas

promessas e ameaças, tinha uma mente para

enganar-nos, Gênesis 3: 4-6. E como o pecado assim

estabeleceu o seu fundamento pelo ofício de Satanás,

então ele se esforça para continuar edificando seu

prédio. Ele sugere continuamente aos corações e

mentes dos homens que certamente serão enganados

ao confiar nas promessas de Deus. Porque, - (1.)

Pensamentos secretos existem nos corações dos

homens, que são "enganosos acima de todas as

coisas, e desesperadamente corruptos"- que nem as

promessas nem as ameaças de Deus são verdadeiras,

nos termos e no sentido em que lhes são propostos.

Eles não acham que será tão ruim com qualquer coisa

que ele ameaça, nem tão bom como promete. Os

homens acreditavam nas ameaças de Deus quanto à

ruína temerária e eterna dos pecadores, não era

possível que eles vivessem no pecado como vivem,

sem qualquer esforço de emenda, para fugir da ira

que virá. Também não pensam em seus corações que

será com os que creem conforme Deus prometeu.

Eles dizem em seus corações: "O Senhor não fará o

bem, nem fará o mal", Sofonias 1:12, ou seja, como

ele prometeu ou ameaçou. (2.) Os homens pensam

que ainda existem algumas reservas e condições

latentes nas promessas e ameaças de Deus, e que

Page 486: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

486

Deus sabe que será diferente do que parecem

mostrar. Com essa imaginação Satanás enganou

nossos primeiros pais quanto à verdade de Deus em

sua ameaça. Ele os persuadiu de que havia uma

reserva nela, que era diretamente contrária ao que

declaravam as palavras; e ao transgredir seu

comando não deveriam morrer, mas serem sábios e

parecidos com ele. E ainda os homens supõem que as

promessas propõem um fundamento justo, de fato,

mas que se eles deveriam construir sobre isso, há

uma mina debaixo dela, que seria lançada em um

momento ou outro, até a sua ruína. Não podem

apreender que seja com eles de acordo com a

promessa. Se eles deveriam tentar acreditar, uma

condição latente ou outra os venceria para obtê-lo;

considerando que, de fato, a condição inteira e

completa de aproveitar a promessa é a fé somente.

(3.) Seja qual for a verdade das promessas, contudo

eles não podem conceber que Deus as pretende nelas;

enquanto ainda não há declaração ou intenção de

Deus, pelo qual nosso dever deve ser regulado e sobre

o qual devemos ser julgados, mas o que está contido

e expresso na proposta da própria promessa. Nestes

e outros motivos, o grande concurso no mundo, entre

Deus e o homem, é se Deus é verdadeiro ou um

mentiroso em sua promessa. Não é, portanto,

diretamente declarado na mente dos homens, pois

eles têm muitas outras pretensões por que eles não

acreditam; mas é isso que é resolvido. Pois "aquele

que não recebe o testemunho de Deus, faz dele um

Page 487: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

487

mentiroso". Assim foi com o povo no deserto, cujas

carcaças caíram nele por causa de sua incredulidade.

As razões pelas quais eles fingiram e imploraram por

que não tentariam entrar na terra de Canaã, eram,

que o povo era forte, e que havia gigantes entre eles,

e as cidades eram fortificadas, Números 13: 28,32,33;

mas a verdadeira razão era a incredulidade na

promessa de Deus: por isso, Deus expressa o

sentimento de sua indignação contra eles com esse

plano de opróbrio: "Segundo o número dos dias em

que espiastes a terra, a saber, quarenta dias, levareis

sobre vós as vossas iniquidades por quarenta anos,

um ano por um dia, e conhecereis a minha

oposição.", Números 14:34, ou "veja o que a sua

incredulidade lhe trouxe". E, de resto, é o mesmo

com todos os incrédulos, como o nosso apóstolo em

geral declara, Hebreus 3. Outras coisas são fingidas

como as causas de sua incredulidade, mas é a sua

insatisfação na verdade de Deus que é a verdadeira e

única causa disso. E, assim, isso demonstra

suficientemente o odioso da incredulidade, por isso

glorifica-se a justiça de Deus na condenação dos

incrédulos. 2. A maldição da lei, por culpa do pecado,

foi admitida a um domínio sobre toda a alma, é uma

grande coisa para receber e admitir um testemunho

em contrário, como é a promessa. O que a lei fala, fala

aos que estão debaixo dela, como todos os homens

são por natureza. E fala no coração de cada homem

que o pecador deve morrer. A consciência também

cumpre, e adiciona seu sufixo a esse respeito. Isso

Page 488: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

488

estabelece uma conclusão na mente para que assim

seja, seja o que for oferecido em contrário. Mas

também o testemunho de Deus na promessa, a saber,

que existe um modo de vida e salvação para os

pecadores; e que Deus a oferece deste modo e um

interesse para nós. Nada além da grandeza excedente

do poder da graça pode permitir que um pecador

culpado, neste caso, "estabeleça o seu selo que Deus

é verdadeiro". 3. Quando a promessa vem e nos é

proposta, na maior parte disso nos encontra

profundamente envolvidos e, em relação a nós

mesmos, imutavelmente fixados em outras coisas,

que são inconsistentes com a fé nas promessas.

Alguns estão interessados em diversos desejos e

prazeres; alguns estão cheios de preconceitos

inveterados, através de uma conduta vã recebida pela

tradição de seus pais; e alguns têm boas esperanças

em si mesmos, que, no caminho em que estão, pela

religião que professam e pelos deveres que

desempenham, podem, no tempo, chegar ao que

visam. Quando a promessa é proposta, a primeira

coisa incluída nela é uma renúncia total de todas

essas coisas. Como é uma promessa de graça, então

exclui tudo menos a graça. Portanto, quando se

propõe a qualquer um, não exige apenas que se

acredite, ou Deus seja acreditado nela, mas também,

que, para que nos separemos e renunciemos

totalmente a todas as esperanças e confianças em nós

mesmos, pelo que somos ou esperamos ser, e nos

levamos para a vida e a salvação até a promessa.

Page 489: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

489

Alguns imaginam que é uma coisa muito fácil de

acreditar, e que as almas dos homens são enganadas

quando são libertadas dos deveres que a luz e a

convicção colocam no caminho da fé na promessa;

mas a verdade é que o que, por sua própria natureza,

e do que é exigido aí ou que está incluído nela, é,

como o mais importante, o maior dever a que somos

chamados. 4. A culpa do pecado encheu a mente de

todo pecador com inúmeros medos, dúvidas e

confusões, que são muito difíceis de serem satisfeitos

ou removidos; sim, os resquícios deles permanecem

nos próprios crentes, e muitas vezes os enche de

grandes perplexidades. E estes, quando a promessa

lhes é proposta, levantam-se e seguem um ao outro

como as ondas do mar, Tiago 1: 6. No momento em

que um deles respondeu ou renunciou, mas

imediatamente outro assume o comando. E neles

toda a incredulidade apresentou seu poder. E por

esses motivos, é que os pobres pecadores têm tanta

necessidade de serem reduplicadas as garantias

divinas, que, apesar de todas as pretensões em

contrário, a promessa da graça em Cristo será feita

boa e será cumprida com eles. Em segundo lugar, o

desígnio especial de Deus, nesta dispensação e

condescendência, é "para que possamos ter um forte

consolo". Ao se engajar na aplicação de seu exemplo,

na promessa e juramento de Deus dada a Abraão, o

apóstolo aqui claramente não perde a consideração

das coisas passadas sob o Antigo Testamento, nessas

bênçãos e coisas temporais que são típicas das coisas

Page 490: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

490

espirituais, e aplica o todo aos crentes do presente, e

a todos os que são das gerações futuras, "para que

possamos ter". E aqui ele constrói sobre este

princípio, que tudo o que Deus prometeu, projetou ,

jurou a Abraão que ele fez assim promessa a todos os

crentes o que quer que seja; de modo que toda

promessa da aliança lhes pertence igualmente com

ele. E duas coisas que o apóstolo estabelece sobre tais

crentes: 1. O que Deus lhes projeta; 2. Tal descrição

dos mesmos contém as qualificações necessárias

para uma participação do que é projetado: 1. O

primeiro é paraklhsiv. Às vezes, significa "exortação",

uma exortação encorajadora e persuasiva. E nesse

sentido, é aqui levado por alguns expositores, como

"para que possamos ter uma exortação prevalecente

para fé e paciência em acreditar." Mas "conforto" ou

"consolo" é a significação mais usual da palavra no

Novo Testamento, como mostrei em outro lugar; e

esse senso da palavra somente pode ser destinado

aqui. Um consolo é que surge da certeza da fé e do

nosso interesse nas promessas de Deus. Isto é o que

alivia nossas almas contra todos os medos, dúvidas e

problemas; pois isso os impede ou carrega nossas

almas contra eles. Para o conforto é o alívio da mente,

seja lá o que for, contra a tristeza e o problema. E esse

consolo que Deus pretende e projeta para os crentes

é o "solamen fortissimum", "forte", "validum",

"potens"; "forte", "poderoso", "prevalecente". Forte

para prevalecer contra a oposição, é o que se destina.

Há conforto para ser tomado, ou são muitas vezes

Page 491: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

491

tomados, de coisas terrenas; mas são fracos,

lânguidos e se desvanecem e morrem após a primeira

aparição de uma oposição vigorosa; mas esse consolo

é forte e prevalecente contra todas as oposições das

criaturas. Forte; isto é, como permanecerá contra

toda oposição, - uma torre forte, uma fortaleza

inexpugnável. Pois não é o abundante consolo em

nós, mas a prevalência das suas causas contra a

oposição, que isso se destina. 2. Há a descrição das

pessoas a quem Deus projeta essa consolação com a

promessa, confirmada com seu juramento. Há três

coisas nesta descrição dos crentes, ou os herdeiros da

promessa: (1.) O caminho pelo qual eles procuram

alívio; eles "fogem para o refúgio". (2.) O próprio

alívio que eles buscam; que é "a esperança

estabelecida diante deles". (3.) O caminho pelo qual

eles são feitos participantes dela; eles "se apegam a

ele:" - (1.) Eles "fogem para o refúgio". É o

julgamento de muitos que aqui há uma alusão àquele

que tinha matado um homem acidentalmente sob a

lei, cuja segurança e vida dependiam de sua fuga

rápida para uma das cidades de refúgio, Números 35:

11,12. E aqui, nossos tradutores concordam, sem

dúvida, no que eles atribuem à palavra "fugir para o

refúgio". E, de fato, a própria palavra significa uma

ação tal como é atribuída ao homem matador.

Porque isto diz respeito a duas coisas: [1.] Uma

apreensão de perigo, ou uma verdadeira surpresa

com ele, sobre a qual um homem empreende sua fuga

para a libertação. E assim foi com o homem matador;

Page 492: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

492

sua apreensão sobre a aproximação do vingador do

sangue, para tirar sua vida, provocou-o para fugir do

lugar e condição em que ele estava, para que o mal

não o alcançasse. [2.] Velocidade e diligência em um

esforço para atingir esse lugar, ou fim, que um

homem se propõe como meio de sua libertação, e por

meio do qual ele espera encontrar segurança. Aquele

que foge, foge de toda a tergiversação, se agita, não

dá lugar a preguiça ou a vãs esperanças, e usa sua

máxima diligência na busca de sua segurança. E, por

este meio, o Espírito Santo expressa vivamente o

estado e a condição de todos os herdeiros da

promessa neste assunto. Em si mesmos por natureza,

como são filhos do primeiro Adão, todos estão

expostos, na culpa do pecado original e real, sob a

sentença da lei. Deus, por vários meios, tem prazer

em despertá-los para a consideração do perigo em

que estão, a execução daquela maldição pela qual eles

são desagradáveis para serem impeditivos sobre eles.

Nesta condição, eles veem a necessidade de buscar

alívio, sabendo que se não for obtido, eles devem

perecer, e isso eternamente. O amor ao pecado, o

apego ao mundo, as esperanças da justiça própria,

esforçam-se de modo a retardá-los e prejudicá-los no

seu desígnio; mas quando Deus prosseguiu para calá-

los, agilizar suas convicções e continuamente

representar sua condição para eles, dando-lhes a

concluir que não há esperança em sua condição

presente, eles finalmente se agilizam para uma fuga

rápida para a "Esperança estabelecida diante deles"

Page 493: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

493

na promessa. E, - (2.) Essa é a segunda coisa a ser

perguntada, a saber, o que é essa "esperança" que

está "colocada diante de nós", e como é assim: [1.] A

maioria dos expositores traduz "esperança" aqui , por

uma metonímia do assunto, pela coisa esperada; isto

é, graça e glória, justificação e salvação por Jesus

Cristo. Essas coisas são objeto das promessas, que

desejamos e pelas quais esperamos. E, para isso,

podemos dizer que fugimos para alívio ou refúgio,

quando, na nossa expectativa, somos apoiados e

consolados. [2.] Alguns tomam "esperança"

subjetivamente, pela graça da própria esperança. E

disso é dito para "fugir", isto é, para nos levar

rapidamente ao seu exercício, como fundado nas

promessas de Deus, que precede todas as outras

expectativas; onde devemos encontrar consolação

assegurada. [3.] "Esperança", por uma metonímia do

efeito da causa, pode expressar a própria promessa,

que é a causa e o meio de gerar esperança em nós. E

isso eu considero como o significado apropriado do

lugar, e o que não é exclusivo dos outros sentidos

mencionados. A promessa que nos foi proposta, é a

causa e o objeto de nossa fé, por conta da fidelidade

de Deus. A fé produz esperança, cujo objeto é a

mesma promessa, ou as suas coisas boas, como

proposto pela mesma fidelidade. Daí é ela mesma

chamada "a esperança", como essa sem a qual não

poderíamos ter nenhuma, não há nem causa disso

nem objeto para ela. E desta esperança é dito ser

"colocada diante de nós", ou para nos ser proposta;

Page 494: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

494

que está na declaração da promessa ou na

dispensação do evangelho. É proposto como objeto

de nossa fé e esperança, como meio do forte consolo

que Deusis tão abundantemente deseja que devemos

receber. E isso torna toda a metáfora simples e fácil:

pois é evidente como a promessa, com tudo o que

esperamos por isso, é "colocada diante de nós" e nos

é proposta no evangelho; como também como

"fugimos" ou nos adentramos em todas as angústias

por alívio. E é mais natural permitir essa expressão

metonímica na palavra "esperança", do que admitir

uma catacrese tão áspera na outra parte das palavras,

onde a graça da esperança dentro de nós deveria ser

"colocada diante de nós". (3.) Com respeito a este

ponto, somos ditos krathsai, “nos apegarmos a”,

“lançarmos mão”, da esperança proposta. A

significação desta palavra, é usada com frequência

por nosso apóstolo, em várias ocasiões, antes

declaradas. É para manter firme o que em que nos

apoiamos, com todas as nossas forças e poder.

Haverá muitos esforços para impedir a fé de se

apossar da promessa; e muitos mais para afrouxar o

controle quando é tomada, mas é em sua natureza, e

é parte do nosso dever, "fortemente aproveitar", e

"manter firmemente" a promessa, quando

chegarmos a ela. E parece que, em toda a metáfora,

há uma alusão a quem corre numa carreira; pois,

enquanto eles têm um prêmio posto diante deles, eles

primeiro se movem com toda a sua força para

acelerar na direção do alvo; que, quando eles

Page 495: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

495

alcançaram, se apegam a ele como seu. Assim é com

os crentes, quanto à promessa que lhes foi proposta

ou colocada diante deles. Estendem a mão para isso,

apóiam-no, reservam-no, quanto ao seu interesse

nisso, como o único meio de sua libertação e

salvação, e desse consolo que, em todas as condições,

eles precisam. E, pelas palavras assim abertas,

podemos observar isso, - Observação IX. O

sentimento de perigo e a ruína do pecado é a primeira

coisa que ocasiona uma alma a buscar Cristo na

promessa. Está implícito na palavra katafugei, que

inclui um respeito ao perigo a ser evitado; de onde o

traduzimos, "fugir para o refúgio". Como o Senhor

Jesus Cristo veio buscar e salvar o que estava

perdido, não chamar os justos, senão os pecadores,

ao arrependimento, a ser médico para os doentes e

não para os sãos; então, se os homens não são

sensíveis à sua condição perdida, do pecado e da

doença de suas almas, eles nunca darão muita

atenção a ele. E, portanto, como aqueles por quem a

convicção de pecado e humilhação por ele são

desprezados, como são por muitos, desprezam a

Cristo também, que é "o fim da lei" e todas as suas

convicções "para a justiça", então a profissão de

Cristo e as esperanças de salvação por ele, é em vão

em todos aqueles que nunca foram verdadeiramente

conscientes do pecado, e o perigo de uma eterna

ruína desse modo. X. Uma convicção completa do

pecado é uma grande e tremenda provação para uma

alma culpada. Por isso, é aqui comparado

Page 496: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

496

tacitamente com aquele que matou um homem de

forma inesperada, e antes estava em condições de paz

e segurança, sem medo de nenhum homem, mas com

sosego e segurança em suas próprias ocasiões; mas

agora matou um homem de forma inesperada, ele

encontra todas as coisas em uma mudança repentina

sobre ele. O medo por dentro e o perigo por fora o

atormentavam em todas as mãos. Se ele vê qualquer

homem, ele supõe que seja o vingador do sangue; e

se ele não vê ninguém, a solidão é terrível para ele.

De outra forma, é com aqueles que estão

completamente convencidos do pecado. Eles

estavam vivendo, como o apóstolo fala, Romanos 7 e

em paz; não temendo mais mal do que eles sentiram,

talvez persuadindo-se de que todas as coisas estavam

bem entre Deus e suas almas, ou não muito

preocupados se estavam ou não. Neste estado, o

mandamento vem e descobre sua culpa, e o perigo

sobre isso; e revela a maldição, que até agora estava

escondida deles, como o vingador do sangue pronto

para executar a sentença da lei. Esta é uma coisa que

eles nunca esperavam nem temiam, os enche de

grandes surpresas. Daí são aqueles gritos de tais

pessoas: "O que devemos fazer para sermos salvos?",

Que argumentam uma grande angústia e nenhuma

pequena admiração. E aqueles que não sabem nada

dessas coisas são totalmente ignorantes de pecado e

graça. XI. A revelação ou descoberta da promessa, ou

de Cristo na promessa, é a única que dirige os

pecadores convencidos em seu caminho apropriado.

Page 497: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

497

Este é o cenário de uma esperança diante deles, onde

eles são chamados a olhar para a sua torre forte como

prisioneiros de esperança, para serem levados para

fora da cova através do sangue da aliança eterna. O

homicida provavelmente poderia ter muitos intentos

sugeridos em sua mente como ele poderia escapar do

perigo ao qual ele estava exposto. Para deixar sua

habitação presente, se entregar a bosques ou

desertos, e semelhantes esperanças vãs, se

apresentarem a ele. Mas todas essas coisas o fizeram,

senão o impedirem e desviá-lo do seu dever; e quanto

mais ele os entretivesse em seus pensamentos, mais

seu perigo aumentava e sua vida corria risco. Era a

lembrança única da cidade de refúgio, colocada

diante dele na lei, que o dirigia ao seu devido dever,

e colocou-o no caminho da segurança. Não é outra

coisa com pessoas sob as convicções do pecado.

Muitas coisas se apresentam em suas mentes, com

esperança de alívio em atendê-las. Sentar-se com

uma continuidade nela, fará isso; assim também a

preguiça, e a procrastinação do presente dever; mas

sobretudo alguns deveres próprios, - uma justiça

pelas obras da lei o fará, e com muitos é eficaz para a

sua ruína. Enquanto estes, ou qualquer um deles, são

atendidos, o caminho do dever e da segurança está

escondido dos olhos dos pecadores. Mas quando a

proclamação, de Cristo na promessa, lhes é proposta,

é "colocada diante deles", assim que eles dirigem seus

olhos para aquele Caminho, eles veem seu curso claro

diante deles, e para quem devem se entregar, se eles

Page 498: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

498

pretendem uma libertação fora da condição em que

se encontram. Observação XII. Onde há menos fé

salvadora, após a primeira descoberta de Cristo na

promessa, moverá toda a alma para se aproximar

dele e sua participação. Como a fé é gerada na alma

pela promessa, então o primeiro ato natural e

genuíno dela tende a um maior interesse e

participação dessa promessa Ao ir a Cristo em seu

chamado e convite, em guardá-lo na promessa,

consiste na natureza, vida e ser do dever, obediência

e graça, da fé que está nos herdeiros da promessa.

XIII. É o dever e a sabedoria de todos aqueles a quem

Cristo na promessa foi descoberto uma vez, por

qualquer meio ou ordenança do evangelho antes de

terem sido colocados diante deles, para admitir sem

demora de um fechamento completo com ele. Muitas

coisas, sim, coisas inumeráveis, se oferecerão com

sutileza e violência para esse fim; sim, todo o ofício e

o poder dos portões do inferno se envolverão no

mesmo propósito; mas com fé, estando realmente

empenhados no trabalho, prevalecerão contra todos

eles, por isso é nosso dever evitá-los, como aqueles

que, sob pretextos específicos, atacam a vida e o bem-

estar eterno de nossas almas. XIV. Há uma força

espiritual e um vigor necessários para garantir nosso

interesse na promessa, - krath ~ sai, "estabelecer-se

firme e firme sobre ela". - A grandeza da nossa

preocupação nele, a oposição que será feita a esse

respeito, o amor com que nossa fé deve ser

acompanhada, exigem o máximo de nossa força e

Page 499: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

499

diligência aqui. XV. A promessa é um refúgio

assegurado para todas as almas afligidas pelo

pecado. XVI. Onde as almas, convencidas do pecado

pela acusação da lei, e de sua própria condição

perdida sobre ela, se comprometem com a promessa

de alívio, Deus está disposto a fornecer uma forte

consolação. Pois aqui é a natureza da fé que tem a

promessa de perdão, justificação e salvação, dada a

ela. E, em seguida, eu posso aumentar, manifestar a

verdadeira natureza da fé que tem as promessas.

Verso 19. "A qual temos como âncora da alma, segura

e firme, e que penetra até o interior do véu."

Tendo feito menção à nossa "esperança" com

respeito à promessa de Deus, ele acrescenta um

relato do uso dessa esperança no curso de nossa fé e

obediência. E ele deixa aqui a significação

metonímica da palavra, retornando ao que é próprio,

ou seja, a graça da esperança em nós. Mas isso não

faz absolutamente, mas inclui o seu objeto ou a

promessa que a fé confia. Pois ele não menciona

expressamente a própria esperança, mas a inclui pela

expressão “na qual” e, portanto, é esperança como

decorrente ou causada pela promessa de Deus.

Portanto, o uso da esperança, consertado e

misturado com essa promessa, garantindo nosso

interesse nela, é o que ele declara neste versículo. E

três coisas devem ser brevemente faladas na abertura

dessas palavras: 1. A natureza dessa esperança; 2.

Page 500: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

500

Seu uso e propriedades; 3. Sua operação e efeitos. O

primeiro é incluído, o segundo expresso sob um

natural e o terceiro sob uma semelhança típica: -

Primeiro, a graça da esperança não é expressamente

mencionada, mas apenas incluída nas palavras, e não

com respeito à sua essência e natureza, mas seu uso

e operação, aqui não há nenhuma ocasião para

insistir nisso. Somente enquanto isso. é suposto

como o assunto principal da proposição, pode ser

falado brevemente. Esta "esperança" em outro lugar

ele chama nossa "confiança", e atribui um kauchma,

uma "glória", Hebreus 3: 6; e uma força plástica, ou

"plena garantia", Hebreus 6:11. Por isso, é essa graça

a qual é nossa garantia; a plena persuasão da fé. E

não há nada mais adverso do que a noção comum de

esperança; pois geralmente é concebido como uma

expectativa duvidosa, incerta e flutuante daquilo que

pode ou não ser para o futuro. Agora, embora tais

expectativas de todos os tipos possam ser incluídas

na noção geral de esperança, ainda são excluídos da

natureza e uso dessa graça da esperança que nos é

recomendada na Escritura. Pois esta é uma confiança

firme em Deus para o gozo das coisas boas contidas

em suas promessas, na época designada, elevando na

alma um desejo sincero por elas e a expectativa delas.

E por falta do conhecimento da natureza desta graça,

muitos vivem sem qualquer benefício de seu

exercício. Leia duas coisas a respeito, e elas dão luz à

sua natureza e uso: 1. Que ela decorre da fé. É

somente a fé que recebe a promessa e dá um interesse

Page 501: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

501

nela. 2. Que sua natureza e essência consiste na

confiança em Deus; que, se não for o fundamento de

todo o seu exercício, qualquer que seja o chamado,

não é uma presunção enganadora, Salmos 33:18, 42:

5, 130: 5, etc. Portanto, é o ato fiduciário de fé em

Deus na promessa, na medida em que respeite às

coisas boas, ainda ausentes e futuras. Em segundo

lugar, o uso e a operação desta esperança, o apóstolo

expressa por uma metáfora dupla, a primeira tirada

de coisas naturais, a outra de coisas instituídas e

típicas. O uso dele por uma metáfora tirada de coisas

naturais; é a "âncora da alma, firme e estável", e seu

funcionamento por uma metáfora tirada de coisas

típicas; "entra naquilo dentro do véu". Primeiro, em

si mesmo, e quanto ao seu uso, compara-o com uma

âncora; é a "âncora da alma": porque as almas dos

crentes, parece que precisa de uma âncora. E há

muita eficácia instrutiva em tais semelhanças. São as

únicas imagens legais em coisas sagradas. Para o que

em si é invisível, é por uma representação adequada

proposta ao motivo da mente. Assim, como usado na

Escritura, elas são eminentemente comunicativos de

luz espiritual e experiência para a alma. E esta alusão

instrutiva deve ser retirada dos principais fins das

coisas comparadas, e não deve ser estendida a outras

circunstâncias que não pertençam a ela; sim, uma

dissimilidade é permitida em todas elas. Portanto,

nossa esperança, conforme descrito anteriormente, é

comparada a uma âncora; 1. Com respeito ao seu uso;

2. Com respeito aos seus adjuntos e propriedades: 1.

Page 502: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

502

Quanto à natureza e ao uso de uma âncora, é para

manter firme o navio a que pertence. E é

principalmente de uso em duas ocasiões: (1.) Em

tempestades, quando a arte e a habilidade dos

marinheiros são superadas pela ferocidade do vento

e do mar para que não possam dirigir o navio no seu

curso certo, nem preservá-lo de pedras ou recifes.

Então, uma âncora é lançada; que, se tiver as

propriedades aqui mencionadas, manterá o navio em

segurança contra toda a violência externa. (2.)

Quando os navios estão no seu porto, para que eles

não sejam atirados para cima e para baixo na

incerteza, para que os homens possam atender às

suas ocasiões e não serem conduzidos de um lado

para o outro com todo vento (ao qual nosso apóstolo

faz alusão, em Efésios 4:13,14), uma âncora é lançada

para manter a embarcação constante em sua postura.

Há, portanto, duas coisas supostas nesta alusão: (1)

Que as almas dos crentes às vezes estão expostas às

tempestades; e um estresse de perigos espirituais,

perseguições, aflições, tentações, medos, pecado,

morte e lei, compõem essas tempestades que muitas

vezes vêm sobre eles. E eles são comparados aqui às

tempestades, [1.] Por causa de sua violência. Há

graus nelas, e algumas são muito mais urgentes do

que outras, já que as tempestades são de vários tipos;

mas geralmente todas têm um grau ou outro de

ferocidade e violência. [2.] Por causa de sua

tendência. Elas tendem em sua própria natureza à

ruína e à destruição. Da mesma forma, fazem todos

Page 503: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

503

os meios pelos quais o estado dos crentes com seu

interesse na promessa é agredido; - todos eles

tendem para a ruína das suas almas. É verdade,

através da santamente e sábia disposição de todas as

coisas pelo Senhor Jesus Cristo, elas são, em sua

maior parte, questões no crescimento de sua fé e

promoção de sua salvação; mas isso não têm de si

mesmos, - seu trabalho e tendência são de outra

natureza. Nosso apóstolo nos dá uma descrição

dessas tempestades, com o uso dessa âncora nelas e

o sucesso dela na segurança das almas dos crentes,

Romanos 8: 33,36,38, etc. (2.) As ocasiões comuns

desta vida, e nossos deveres em relação a Deus e aos

homens, são como as trocas de navios em seu porto;

por isso também é necessária uma âncora boa e

segura para eles, a negligência de cujo uso se revelou

ruinosa para muitos. E sem o que respondemos

espiritualmente, devemos flutuar de cima para baixo

em tudo o que fazemos, e estar em constante perigo

de ruína. Nessas ocasiões, a "esperança", como já foi

descrito, é a "âncora da alma". E, assim, é desviada

pelas ondas e escuridão do oceano por seu cabo, até

chegar a se fixar no fundo; portanto, nossa

esperança, deixada por fora pela palavra segura de

Deus, entra naquilo em que ela se prende e fixa a

alma. 2. A alusão diz respeito às propriedades de uma

âncora; que, como aqui se expressa, são duas: a

relativa à sua natureza, e a relativa ao seu uso: (1.) É

ajsfalhv, "com certeza", isso não falhará; pode ser

confiável. A substância é firme, a proporção da

Page 504: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

504

mesma é adequada ao peso do navio. (2.) O seu uso é

bezaia, "firme e seguro", que nenhuma violência de

ventos ou tempestades pode quebrar ou afastar seu

controle. Tal é a esperança para a alma: (1.) Na sua

natureza, é verdade, e não é uma imaginação

enganadora. "Não se envergonha", Romanos 5: 5, por

qualquer falha ou desapontamento. As presunções

falsas são os motores enganosos pelos quais as almas

das multidões estão se arruinando todos os dias, -

não há mais uso do que se os marinheiros lançassem

um tronco ou um fardo de palha para manter seu

navio em uma tempestade. Mas a esperança,

procedente e construída com fé, é infalível e não

enganará. (2.) Na sua utilização é Bezaia, "firme e

invencível" contra todas as oposições; não é verdade

de si mesma, mas do fundamento em que ela se fixa,

a saber, Cristo na promessa, como as próximas

palavras declaram. Porque, em segundo lugar, o

caminho ou meio pelo qual esta âncora espiritual

assegura nossas almas é expresso nas palavras

seguintes: "E que penetra além do véu". E aqui há

uma dissimilitude nos objetos comparados. Pois uma

âncora é lançada para baixo, e fixa-se na terra no

fundo do mar; mas a esperança sobe e se fixa no céu,

ou naquilo em que está em paz. E devemos nos

perguntar: 1. O que é este "véu"; 2. Como a esperança

"entende"; 3. O que está "além dele" em que a

esperança entra: - 1. Para o próprio "véu", o apóstolo

faz essa alusão natural que ele insiste acrescentando

também uma que é típica, o que torna todo o contexto

Page 505: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

505

figurativo, como mostramos antes. O véu, portanto,

aqui aludido, foi o que separou o santíssimo lugar do

santuário ou corpo do templo. Este nosso apóstolo

chama "o segundo véu", em Hebreus 9: 3; e aqui "o

véu" absolutamente. Porque o Lugar Santo do

templo, em que apenas os sacerdotes entraram para

oferecer incenso, estava separado do povo pelo

primeiro véu, como o Santo dos Santos era pelo

segundo véu. Através do primeiro, os sacerdotes

comuns passaram todos os dias para oferecer

incenso; através deste último, somente o sumo

sacerdote passou, e uma vez por ano. Agora, o que foi

denotado por este meio, com respeito a Cristo e ao

seu sacerdócio, era o céu tipificado, através do qual

ele passou em sua ascensão para a gloriosa presença

de Deus. Veja nossa exposição sobre Hebreus 4:14.

"Dentro do véu", portanto, está dentro e acima desses

céus visíveis, o lugar da gloriosa residência de Deus,

o sagrado tabernáculo não feito com mãos, onde o

Senhor Jesus Cristo continua a administrar para a

sua igreja. 2. Esta esperança "penetra" além do véu.

Os céus são como um véu para o sentido e razão dos

homens; aí a visão deles e seus pensamentos estão

limitados, - eles não podem discernir nem julgar

qualquer coisa que esteja acima ou dentro desse véu.

Mas a fé, com a esperança, passa por ele; - nenhuma

coisa criada pode mantê-los à distância do próprio

Deus. Como uma âncora não permanece nas ondas

do mar, como: não pode flutuar nas águas, mas as

atravessa até chegar a uma terra sólida no fundo; não

Page 506: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

506

mais, ou a esperança de um crente se fixa em

qualquer coisa sob esses céus, mas ela atravessa tudo

até chegar no véu celestial. E isso faz, (1.) Sob a

conduta da fé, que apresenta-lhe as coisas esperadas,

Hebreus 11: 1; (2.) Por regra e linha da palavra, que

em nenhuma ocasião irá variar. E, - 3. Isso é "para o

que está dentro." E o que é isso dentro deste véu? Não

uma arca e um propiciatório, nem mesas de pedra e

querubins, o trabalho das mãos dos homens; mas as

coisas tipificadas por eles; - Deus mesmo no trono da

graça, e o Senhor Jesus Cristo, como o sumo

sacerdote da igreja, de pé à sua direita; Deus Pai

como o autor da promessa da graça, Cristo como o

comprador de toda a misericórdia, sendo o conselho

da paz entre os dois. Aqui a esperança fixa-se, para

manter a alma firme em todas as tempestades que

possam acontecer. Por isso, aquilo que a esperança

fixa dentro do véu é: (1.) O Pai como o autor; (2.) O

Senhor Jesus Cristo como o comprador; (3.) A

aliança como o transporte de toda a graça: que eram

geralmente tipificadas pelas coisas do véu anterior. E

o apóstolo faz uso desta expressão por dois motivos:

(1) Porque nossa fé e esperança agora não são fixadas

e delimitadas em tipos, sombras e representações

obscuras das coisas boas da promessa, como as

coisas estavam sob o Antigo Testamento. Todas essas

coisas agora passaram, e lidamos imediatamente

com Deus e com Cristo Jesus. (2.) Instruir os hebreus

na natureza e no uso das antigas instituições do

tabernáculo, e desde então na verdadeira natureza do

Page 507: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

507

sacerdócio de Cristo, ao qual ele está retornando. E

podemos observar a partir dessas palavras, -

Observação XVII. Que todos os verdadeiros crentes

estão expostos a tempestades neste mundo. Isso

torna as âncoras tão necessárias para eles. O Deus

sábio não teria fornecido uma âncora para eles, e

ordenado seu uso, se não soubesse que estariam

expostos às tempestades. Aquele que habita em paz

em sua casa, de todas as coisas pensa ser menos uma

âncora. Mas devemos encontrar tempestades.

Suponhamos que possamos passar o nosso tempo de

residência aqui sem problemas externos, - o que, no

entanto, é extremamente imprudente, aquele que

promete a si mesmo tal coisa, enquanto nós estamos

na carne, e acompanhados com tantas ocasiões de

angústia por todos os lados, - e ainda quem pode

escapar das provações e problemas internos, das

tentações, da escuridão, do pecado e da lei, com que

muitas vezes somos afligidos? Porque, - Observação

XVIII. Essas tempestades resultariam ruinosas para

as almas dos crentes, se eles não fossem

indiferentemente interessados pela fé e pela

esperança na promessa do evangelho. Toda

tempestade será muito difícil para navios sem

âncoras. E, como pouca segurança, temos em um

momento de provação de qualquer coisa em nós

mesmos, se a esperança não aguentar a promessa,

que é a "âncora da alma". E isso fará se for genuína.

Porque, - Observação XIX. Nenhuma distância do

lugar, nenhuma interposição de dificuldades, pode

Page 508: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

508

dificultar a esperança dos crentes de entrar na

presença e de se fixar em Deus em Cristo. Atravessa

as nuvens, atravessa os céus, não para no seu glorioso

véu, até chegar à Fonte eterna de toda graça e

misericórdia. E, portanto, - Observação XX. A força e

a segurança da fé e da esperança dos crentes são

invisíveis para o mundo. Eles entram dentro do véu,

onde nenhum olho de razão pode persegui-los. Todas

as suas preocupações estão escondidas; e a influência

secreta que, para todos os fins que eles têm, é às vezes

admirada, às vezes ridicularizada, pelo mundo cego e

ímpio. No entanto, é eficaz para o bem. Para, -

Observação XXI. A esperança firmemente

consertada em Deus em Cristo pela promessa, se

manterá firme e preservará a alma em todas as

tempestades e provações que possam acontecer. É

uma "âncora segura e firme". Portanto, Observação

XXII. É nossa sabedoria em todos os momentos, mas

especialmente em tempos de provação, ter certeza de

que nossa âncora tem uma boa fixação no céu.

Somente isso será nossa preservação e segurança, se

for resolvido sobre isso dentro do véu. Verso 20.

"Quando o precursor é para nós, Jesus, fez um sumo

sacerdote para sempre após a ordem de

Melquisedeque". O apóstolo emite essa longa

digressão, como ele faz todos os outros discursos, na

pessoa de Cristo; que é "o autor e finalizador de nossa

fé", com ele começa, e nele ela prossegue

continuamente. E, no que se refere a este versículo,

ele pretende: - 1. Dar nova garantia à eficácia e

Page 509: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

509

prevalência da esperança fixada na promessa, à

medida que ela entra para dentro do véu; a saber,

porque Cristo, nosso sumo sacerdote, está lá. Ele

entra lá, o "aonde" Cristo entrou. Mesmo o próprio

céu não seria um lugar seguro para nós fixarmos a

âncora de nossa confiança e esperança, se Cristo não

estivesse lá; pois sem ele não haveria trono de graça

no céu, pois não poderia haver nenhum trono típico

no santuário sem o propiciatório. E isso contém a

relação entre os dois versos; em que vemos isso, -

Observação XXIII. Após o desempenho mais sincero

do melhor dos nossos deveres, nossos confortos e

valores estão centrados apenas em Cristo. Nossa

esperança, entrando dentro do véu, é uma âncora

segura, porque Cristo está lá. 2. O apóstolo nestas

palavras, por uma transição artificial, nos aterrissa

naquela costa, a qual tudo isso se dirigiu; e este é o

sacerdócio de Cristo como tipificado naquele de

Melquisedeque. Isto ele afirmou, em Hebreus 5:10;

mas, com a consideração da profundidade desse

mistério, a importância do assunto dele, com o

estado presente da maioria desses hebreus, ele

desenvolve essa longa digressão, por sua devida

preparação para a audiência e recebimento disso. Por

isso, tendo dado altamente sua consciência e dever a

eles em várias admoestações, ele retorna novamente

nessas palavras para aquele desígnio e discurso que

ele havia interrompido no final do quinto capítulo. E,

pela natureza de sua digressão, podemos aprender,

isso, - Observação XXIV. Como as mentes dos

Page 510: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

510

homens estão muito preparadas para a comunicação

de mistérios espirituais para eles, então a melhor

preparação é pela cura de suas afeições pecaminosas

e corruptas, com a remoção de sua esterilidade sob o

que eles antes aprenderam e foram instruídos 3. Não

é para nada, sim, é apenas a colocação de vinho novo

em garrafas antigas para a perda de tudo, estar

diariamente levando os homens ao conhecimento de

mistérios superiores, enquanto vivem em negligência

com a prática do que eles já foram ensinados. 3. Ele

dá conta do Senhor Jesus Cristo, a quem agora

reduziu o seu discurso, em particular, como: - (1.) Ele

o expressa por seu nome, "Jesus". E pela interposição

deste nome aqui o apóstolo pode conceber duas

coisas: - [1.] Para nos importar da significação dele,

de onde o motivo de sua suposição foi tomado. Jesus

significa o "Salvador", e ele foi chamado de Jesus,

"porque ele deveria salvar o seu povo dos seus

pecados", Mateus 1:21. Portanto, aquele, sobre quem

todas essas coisas são afirmadas deve ser

considerado como nosso Salvador; que tinha o nome

de um Salvador que lhe fora dado pelo próprio Deus,

com respeito à obra que devia fazer, 1

Tessalonicenses 1:10. E ele é Jesus ainda "capaz de

salvar perfeitamente os que vêm a Deus por ele". [2.]

Reflitamos sobre o uso comum desse nome no

mundo. Este era o nome sob o qual ele foi censurado,

injuriado, crucificado e morto como um malfeitor.

Eles crucificaram Jesus. Por isso, o apóstolo,

tratando aqui da gloriosa exaltação do Filho de Deus,

Page 511: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

511

para que ninguém pudesse fingir ou imaginar que

fosse qualquer outra coisa ou pessoa que ele

pretendesse, ele o expressa com esse nome pelo qual

ele era conhecido no mundo, sob o qual ele foi

censurado e sofrido. E isso, todos os apóstolos

tiveram o cuidado de inculcar na primeira pregação

do evangelho: "Jesus de Nazaré", Atos 2:22. "Este

Jesus ressuscitado por Deus," versículo 32. "Seu

Filho Jesus, a quem vós livrou e negou na presença

de Pilatos," Atos 3:13. " Jesus, a quem vós entregastes

e perante a face de Pilatos negastes", Atos 4:10.

"Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós

crucificastes", Atos 5:30. Isto é o que, ao usar esse

nome, ele chama a nossa fé, a saber, que é um e o

mesmo Jesus que foi humilhado e exaltado, que

morreu ignominiosamente e vive para sempre em

glória. XXV. Este mesmo Jesus é nosso Salvador em

todos os estados e condições; o mesmo na cruz, e o

mesmo à mão direita da Majestade no alto. Por isso,

ele ainda está tiificado no céu como "um Cordeiro

morto", Apocalipse 5: 6. E todas as apreensões em

contrário são destrutivas para todo o fundamento do

evangelho. (2.) Ele o descreve por esse ofício e ação

de onde nossa esperança recebe seu grande

encorajamento para entrar dentro do véu, a saber,

que ele é o precursor. Neste lugar, esse título é

atribuído ao Senhor Jesus Cristo, embora as coisas

destinadas a isso sejam expressadas em outros

lugares. E assim deve ser dito no que diz respeito ao

nome de uma "garantia", que nosso apóstolo faz uso

Page 512: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

512

no próximo capítulo, versículo 22. Excelentes e

misteriosas verdades podem ser muitas vezes

compreendidas em uma palavra usada e empregada

pelo Espírito Santo para a nossa instrução; e,

portanto, toda palavra da Escritura é diligentemente

procurada. É indiferente se nós traduzimos as

palavras, "o precursor para nós" (isto é, nosso

antecessor) "é inserido", ou "o precursor é inserido

para nós." Na primeira maneira, a qualificação de sua

pessoa, um precursor para nós; na última, o projeto

de sua ação, o precursor que atua para nós, é

destinado. Ambos chegam ao mesmo propósito; e os

nossos tradutores colocam as palavras como se se

inclinassem para o último sentido. Duas coisas sobre

as quais devemos investigar: [1.] O que é um

precursor. [2.] O que o Espírito Santo nos instruiria

por esta atribuição a Cristo, que ele é um precursor

entrando dentro do véu para nós. Prodromov,

"precursor", é aquele que, em um caso de interesse

público, aumenta a velocidade ele próprio para o

lugar onde o assunto pertence, para dar conta dele e

para dispor de todas as coisas necessárias e

adequadas à disposição do caso que ele relata.

Comumente, de fato, tal prenúncio público é inferior

aos que vêm depois, sob cuja conduta o principal do

caso permanece; mas é só assim que o que é o

precursor é assim e não mais. Mas agora, embora o

Senhor Jesus Cristo seja um precursor também,

ainda assim ele é mais; ele é a pessoa em cuja mão

está todo o assunto e sua conduta. E ele próprio foi o

Page 513: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

513

precursor por causa da grandeza do assunto que ele

tinha à mão, não gerenciável por nenhum outro. E

podemos considerar as palavras de forma distinta:

1º. Ele é um "precursor"; em segundo lugar. "Para

nós", 3d. Onde ele está assim, - "dentro do véu". 1º.

Ele está, na sua entrada para o céu, ou o Santo dos

Santos, como um "precursor". Este, o sumo sacerdote

antigo, quando entrou uma vez por ano no lugar

sagrado, não era. Ele entrou para dentro dele, mas ele

não fez nenhum caminho para que alguém o seguisse

depois. Ele não foi antes das pessoas, para dar-lhes

uma entrada no Santo dos Santos; mas tanto por sua

entrada quanto por seu retorno significaram sua

exclusão para sempre. Temos, então, outro exemplo

da excelência do nosso sumo sacerdote e do seu

ofício. Quando ele entrou no lugar santo, ele não o fez

apenas por si mesmo, mas antes, para liderar e

conduzir toda a igreja na mesma glória. 2º. Ele é um

precursor de todas as igrejas, em todos os tempos,

épocas e lugares. E isso ele é de três maneiras: - (1 °.)

A título de declaração. Pertence a um precursor levar

as novas e declarar qual é o sucesso que foi obtido no

caso de que ele tenha dado conta. O Senhor Jesus

Cristo, entrando no céu, faz uma declaração aberta de

que ele conduziu o cativeiro cativo, principados e

potestades, triunfando sobre eles; que ele obteve a

sua porção, e dividiu o despojo com os fortes, Isaías

53:12; que ele salvou sua igreja do poder do pecado,

de Satanás, da morte, e da lei. E havia duas partes da

declaração triunfante feita por este precursor da

Page 514: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

514

igreja: [1°.] Que ele tinha consumado o seu

compromisso original para a salvação dos crentes

sob o Antigo Testamento, na fé da qual eles foram

aceitos com Deus e salvos. Daí, na sua entrada dentro

do véu, eles também se juntam a essa doxologia,

Apocalipse 5: 9-12. E ele também era seu precursor.

Eles estavam no céu antes, o santuário de Deus; mas

não foram admitidos dentro do véu, no lugar mais

sagrado, onde todos os conselhos de Deus em Cristo

são exibidos e redesenhados. Não havia entrada

antes, nem na graça nem na glória, no véu, Hebreus

9: 8; pois, como eu disse, dentro do véu todos os

conselhos de Deus em Cristo foram abertos, como

eles foram digitados no lugar sagrado. Isso não se

poderia ou deveria contemplar antes de sua própria

entrada. Então, ele também era seu precursor. [2º.]

Declarar a redenção de todos os eleitos que deveriam

seguir as suas várias gerações. Isto é declarado

triunfalmente no céu, Salmos 47: 5-7, 68:18, 24-26.

(2.). A título de preparação. E isso é duplo: [lº.] Com

respeito à nossa entrada graciosa presente no

santíssimo pela fé e pela oração. Este caminho não

foi feito para nós enquanto o antigo tabernáculo

estava em pé, Hebreus 9: 8; mas agora está

preparado para nós pelo nosso precursor, Hebreus

10: 19-22. Temos uma entrada para o céu, mesmo

enquanto estamos aqui na terra. Uma entrada é feita

para a nossa fé, para a nossa esperança, para a nossa

oração. Onde quer que eles entrem, nossas almas

entram e estão presentes. E essa entrada que fazemos

Page 515: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

515

diariamente, e isso com ousadia e segurança, por

conta do nosso precursor. [2º.] Como a nossa futura

entrada na glória. Sob essa capacidade, como

precursor, pertence a ele preparar casas para nós na

casa de seu pai, para onde ele se foi; e que ele

prometeu fazer, João 14: 2,3. Ele prepara mansões

para nós, e ele nos prepara para essas mansões,

graças à graça e à glória um para o outro. O céu, de

fato, está pronto para nós, sempre que nos

encontramos e pronto para o céu. (3º.) Por caminho

de posse. Ele já obteve para a redenção eterna da

igreja; e comprou para eles, e em seu nome, uma

herança eterna, Atos 26:18. Ele foi, para eles e em seu

nome, tomar posse; e reservá-los nos céus para eles,

Pedro 1: 4. Aqui, sendo por adoção feitos herdeiros

de Deus, eles vieram a ser coherdeiros com Cristo,

Romanos 8:17; e, finalmente, admitiram a mesma

glória com ele. Ele também é um precursor para nós.

3. Como precursor, ele entrou "além do véu", isto é,

no próprio paraíso, o lugar da gloriosa presença de

Deus. E isso também pode ser considerado de duas

maneiras: - (1°). Com respeito ao que ele já fez por

nós; e duas coisas estão incluídas nelas: [1º.] Que ele

consumou completamente o trabalho que ele tinha

que fazer na Terra. Ele ganhou absolutamente a

vitória e garantiu a igreja de todos os seus

adversários espirituais. Sem isso, uma entrada

triunfante no céu tinha sido concedida a ele. [2º.] A

abençoada aprovação de Deus de tudo o que ele fez

aqui embaixo, Isaías 53: 11,12; Filipenses 2: 6-11. (2.)

Page 516: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

516

Com respeito ao que ele ainda tem que fazer por nós.

Por isso, não se diz absolutamente entrar na sua

glória, mas entrar como sacerdote, como através de

um véu, como no lugar sagrado; onde ele continua

como nosso precursor no exercício desse ofício, como

o apóstolo declara no final do verso, "feito sumo

sacerdote para sempre segundo a ordem de

Melquisedeque", do qual devemos tratar no próximo

capítulo. XXVI. Agora, o Senhor Jesus tendo assim

entrado no céu como nosso precursor, nos dá uma

variedade de segurança de nossa entrada ali também

na temporada designada. Ele nos assegura, João 14:

3,19. Pois, 1. Ele passou por todas as tempestades de

provações, tentações, perseguições e a própria morte,

a que estivéssemos expostos, e, no entanto,

desembarcamos com segurança na glória eterna. Sua

âncora era confiança e esperança em todas as suas

tempestades, Hebreus 2:13; Isaías 1. 7-9. E foi

tentado ao máximo, Salmo 22: 8-10. Ele o preservou

em todos eles; e não será menos fiel a toda a igreja.

Como ele já foi antes de nós, ele pode nos socorrer, e

nos deu em si mesmo uma garantia de sucesso. 2. Ele

está agora onde a nossa esperança é fixada, isto é,

dentro do véu, onde ele cuida da igreja e a preservará

até o fim. XXVII. Ainda; se o Senhor Jesus Cristo

entrou no céu como nosso precursor, é nosso dever

segui-lo com toda a velocidade que pudermos. E é

necessário aqui, 1. Que estamos dispostos a segui-lo

no caminho em que ele foi, bem como para o lugar

para onde ele foi. E o modo pelo qual ele foi é, (1.) O

Page 517: Hebreus 6 · Somos exortados a nos aproximarmos do Monte Sião, onde Jesus morreu por nós, e não do Monte . 9 ... somente em Jesus Cristo, pois quando isto acontece

517

caminho da obediência, Hebreus 5: 8,9; (2.) O

caminho do sofrimento, Hebreus 12: 2. A santidade e

a cruz são as duas partes essenciais do caminho pelo

qual nosso precursor entrou em glória. 2. Que não

nos ocupemos de qualquer coisa que nos retardem,

Hebreus 12: 1. Observação XXVIII. E podemos ver de

onde depende a segurança da igreja, quanto às

provações e tempestades que sofre neste mundo. Ele

pode considerar a oposição que é feita no mundo; o

conselho, o poder e a malícia, que estão

comprometidos com a sua ruína, por um lado; e a sua

própria fraqueza, solidez e desamparo, por outro,

não podem deixar de admirar de onde é que é

preservado um momento da destruição. Não há

proporção entre a defesa visível e a oposição visível

que é feita a ela. É Jesus, nosso precursor, que está

dentro do véu cuidando de todas as nossas

preocupações, que é a nossa única segurança. XXIX.

E o que ele não fará por nós, quem no auge de sua

glória não tem vergonha de ser estimado nosso

precursor? Que amor, que graça, que misericórdia

não podemos esperar dele? E, - Observação XXX.

Quando nossa esperança e confiança entram dentro

do véu, Cristo é nosso precursor que, de maneira

peculiar, devemos seguir e a ele nos apegar.