Herdeiros de Deus - O ESTANDARTE DE...

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Herdeiros de Deus WILLIAM TEIXEIRA

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Herdeiros de Deus © 2015 William Teixeira

Revisão Ortográfica por Camila Almeida

Capa por William Teixeira

1ª Edição: Agosto de 2015

As citações bíblicas usadas são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF

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Herdeiros de Deus Por William Teixeira

Substância do sermão pregado na noite do Dia do Senhor,

23 de agosto de 2015. Igreja Batista Renúncia.

“E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus,

e coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também

com ele sejamos glorificados.” (Romanos 8:17)

O texto que acabamos de ler encontra-se no capítulo mais importante do livro mais im-

portante das Escrituras! Portanto, redobre a atenção, pois, caminharemos através de uma

grande mina de ouro e pedras preciosas do Espírito, e no final das contas, sairá mais

enriquecido aquele que for o melhor ouvinte. “Vede, pois, como ouvis; porque a qualquer

que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver até o que parece ter lhe será tirado”

(Lucas 8:18).

Ao abordar o meu texto, primeiramente discorrei sobre,

I. Como O Dom E Privilégio Da Filiação Antecede E Nos Prepara Para O Dom E Direito

De Herdeiro. “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também”.

A filiação, por meio da adoção1 é um dom, porque é pela graça, e um privilégio porque é

uma benignidade especial, que não é concedida a todos e cada um da humanidade. “Vede

quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus” (1

João 3:1). Ser herdeiro também é um dom, uma boa dádiva, assim como todo bem encon-

trado na criação é um dom perfeito do imutável Pai das Luzes (Tiago 1:17).

Outrossim, ser herdeiro é um direito inquestionável que nos foi conferido pelo fato de termos

__________

[1] A todos quantos são justificados em Seu único Filho, Jesus Cristo, e, por causa dEle, Deus é servido de

fazer participantes da graça da adoção, por esta graça eles são recebidos no número dos filhos de Deus e

gozam a liberdade e privilégios de filhos de Deus; recebem sobre si o nome de Deus; recebem o Espírito de

adoção; têm acesso ao trono da graça com confiança; são habilitados a clamar: “Aba, Pai”; são tratados com

compaixão, protegidos, providos e por Ele corrigidos, como por um Pai; porém, jamais são lançados fora, pois

estão selados para o dia da redenção. E herdam as promessas, na qualidade de herdeiros da salvação eterna.

(Confissão de Fé Batista de 1689, Capítulo XII, Sobre a Adoção).

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recebido a adoção de filhos (Gálatas 4:5; Efésios 1:5), pois, “se nós somos filhos, somos

logo herdeiros também”, diz Paulo. Entendemos assim que ser herdeiro é uma conse-

quência de tornar-se filho. Mas, filho de Quem? De Deus. Esta passagem ilustra a sublime

verdade de que quando Deus quer conferir uma boa dádiva a alguém, Ele antes o capacita

graciosamente para o recebimento de tal dom; a única maneira de receber “graça” é “por

graça” (João 1:16). Antes de nos fazer herdeiros Deus, Ele nos fez filhos. Portanto devemos

dar “graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; o qual

nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”

(Colossenses 1:12-13). Esta verdade também foi belamente celebrada pelo Salmista, quan-

do disse: “O Senhor dará graça e glória” (Salmos 84:11). Deus nos dá graça antes de nos

dar glória. Ele nos dá graça no tempo e glória da eternidade. A todos quantos ao Senhor

apraz dar glória, Ele antes dá graça. Portanto, não posso deixar de lhe perguntar: “Você já

recebeu graça?”. “Você já recebeu graça?”. Você já recebeu graça ao ser chamado das

trevas para a maravilhosa luz; graça para ressuscitar dentre os mortos espirituais; a graça

de um novo coração e vida; graça para não mais ser escravo do pecado e da carne; graça

para vencer o mundo; graça para resistir ao Diabo e às suas tentações, malícia e astutas

ciladas? Você já recebeu graça para ser uma nova criatura em Cristo? Se não, estejas certo

de que da maneira que estás jamais receberás glória, mas, antes, trevas e perdição, fogo

e tormentos eternos.

E se você me perguntar: “Como farei para saber se recebi graça?”. Eu lhe darei uma sim-

ples, mas poderosa, resposta: Você deseja graça, deseja de coração receber graça para

livrar-se de sua desgraça? Caso sim, então é porque já a recebestes! Como mui sabiamente

disse R. M. M’Cheyne: “É preciso graça para desejar graça”2. Ninguém busca graça até que

já tenha sido alcançado pela graça! Ninguém vê a corrupção imunda e pecaminosa de seu

próprio coração maligno e enganoso, até que já tenha recebido um novo coração; ninguém

deseja ser transportado para a maravilhosa luz de Deus, até que já tenha sido convencido

de que vive em densa escuridão, sim, trevas que se podem apalpar; ninguém deseja a sal-

vação e a santidade, até que já tenha sido convencido do pecado, da justiça e do juízo; nin-

guém deseja e suplica por ser conformado à imagem de Cristo, até que seja levado, por

uma obra do “Espírito de graça e de súplicas” (Zacarias 12:10), a ver que ele tem sobre si

a própria semelhança com Satanás!

É assim como você? Você deseja graça? Você abomina a velha vida de pecado e imun-

dície, negligência, superficialidade e hipocrisia? Você deseja aquelas coisas novas e exce-

lentes? Oh, amados, queira Deus que sim! Graça e glória são co-extensivas, Deus dará

glória na mesma medida em que dá graça. Assim, irmãos amados, labutemos para nos

__________

[2] M’CHEYNE, Robert Murray. Assim Como o Cervo Brama. p. 23. In: 10 Sermões, Vol. I. 1ª Ed. 2015. EC.

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certificarmos de nossa graça da adoção de filhos agora, pois assim estaremos certos de

nossa herança na glória por vir. “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vos-

sa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis... Porque Deus é o

que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade... Tendo por

certo isto mesmo, que aquele que em vós começou [por graça] a boa obra [por graça] a

aperfeiçoará [para a glória] até ao dia de Jesus Cristo” (2 Pedro 1:10; Filipenses 2:13, 1:6).

Para desejar graça é preciso graça, e desejar glória é um fruto da graça e um dos mais

nobres e fortes anseios da nova criatura. A graça é irresistível, uma vez que a provamos,

somos levados a querer mais e mais da mesma e somente nos satisfaremos quando rece-

bermos a coroa da graça: a glória! A graça é a semente plantada na eternidade passada, é

o botão que começa a desabrochar no tempo, e a flor que floresce em glória na eternidade

futura. “E assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:17).

Portanto, Deus nos dá o grande dom e privilégio da filiação, e em seguida nos dá o dom e

direito de herdeiro, “herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo”. E visto que a herança de-

pende da filiação, novamente nosso texto nos leva a perguntar: “Como alguém vem a tor-

nar-se filho de Deus? Quem são os filhos de Deus?”. Posto que o tempo e a ocasião não

me permitem discorrer como eu gostaria sobre as solenes respostas destas importantís-

simas perguntas, buscarei respondê-las de modo negativo, isto é, falando a respeito de três

verdades acerca daqueles que não são filhos de Deus, e então aproveitarei a ocasião para

contrastar estes com aqueles que, de fato, são os filhos de Deus.

A. Nem todos os homens são filhos de Deus. A fraternidade universal é um mito, pois

nem todos os homens são irmãos, pelo simples fato de não serem todos filhos do mesmo

pai. Após Deus haver feito todas as outras criaturas, Ele criou o homem, macho e fêmea

(Gênesis 1:27), com almas racionais e imortais (Gênesis 2:7), segundo a imagem de Deus,

em conhecimento, retidão e verdadeira santidade (Gênesis 1:26; Eclesiastes 7:29). Neste

estado Adão e Eva eram filhos de Deus por criação, como os anjos o são. Mas eles peca-

ram, tornam-se totalmente depravados, e perderam a abençoada condição, título e privilé-

gios de filhos, pelo que lemos na Escritura sobre homens que têm por “pai ao” e “são filhos”

do Diabo, e não de Deus (João 8:44; Atos 13:10; 1 João 3:10). “Nisto são manifestos os fi-

lhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu

irmão, não é de Deus” (1 João 3:10).

Os filhos do Diabo também são descritos pelas Escrituras como aqueles que são:

• Filhos da carne: “Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos

da promessa são contados como descendência” (Romanos 9:8).

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• Filhos do mundo: “...porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do

que os filhos da luz” (Lucas 16:8b).

• Filhos da desobediência: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo,

segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da

desobediência”. “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a

ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Efésios 2:2, 5:2). “Pelas quais coisas vem a

ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Colossenses 3:6).

• Filhos da perdição: “Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho

guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição,

para que a Escritura se cumprisse” (João 17:12).

• Filhos da ira: “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa

carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da

ira, como os outros também” (Efésios 2:3).

Certamente alguém que nunca recebeu a Cristo, pela fé pessoal e não fingida, também ja-

mais recebeu o privilégio de ser filho de Deus, porém, “a todos quantos o receberam, deu-

lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome os quais não nas-

ceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”

(João 1:12-13).

B. Os filhos de Deus não são os que nasceram da vontade do homem. O homem torna-

se filho de Deus, não por meio de seu suposto livre-arbítrio, mas pela livre vontade de um

Deus completamente soberano. O homem vem a ser feito filho de Deus não pela vontade

do homem, mas somente pela vontade de Deus. Está escrito que os filhos de Deus são tais

que “não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas

de Deus” (João 1:12).

O Senhor Jesus foi claro ao declarar a Nicodemos (João 3) que a carne só gera carne, e

que algum bem espiritual só pode ser gerado pelo Espírito. Como o homem de natureza

carnal, morto em delitos e pecados, pode, por meio de seus próprios arbítrios carnais, gerar

a fé salvífica que é de natureza espiritual? Se a fé salvífica é gerada pelo suposto livre-

arbítrio em cooperação com a graça, então esta fé possui uma natureza mista, ela é meio-

carnal e meio-espiritual; certamente esta não é a verdadeira natureza da fé salvífica. Um

homem carnal pode gerar uma fé espiritual e converter-se a si mesmo a Deus tanto quanto

um morto pode ressuscitar-se a si mesmo.

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Nossa conversão é uma “nova criação”, uma “ressurreição”, um “novo nascimento”.

Ora, Aquele que criou um homem não o convence a criar a si mesmo, e mesmo se

este fosse caso o homem não poderia se Ele assim o fizesse. O homem não tem

qualquer poder para resistir Àquele que deseja criá-lo, ou seja — como nós agora o

consideramos —, transformando-o de algo que ele é em algo que ele não é. Quais

argumentos você acha que seriam suficientes para convencer um homem morto a

ressuscitar-se? Ou com que grande auxílio ele pode contribuir para a sua própria

ressurreição? Nenhum homem gera a si mesmo.3

Nesta obra milagrosa e sobrenatural da ressurreição de Lázaro, Cristo demonstrou ser a

ressureição e a vida, e Lázaro o tempo todo continuou sendo apenas o morto impotente, e

em estado de corrupção e passividade inanimada, até ser ressuscitado pela voz poderosa

de Cristo, aquela mesma voz que disse: “Haja luz!”, que chamou o mundo para fora do úte-

ro da não-existência, que criou a vida a partir da não-vida, esta mesma voz do Senhor (e

ela somente!), chamou Lázaro de volta à vida (João 11). “A voz do Senhor é poderosa”

(Salmos 29:4).

Quando os discípulos foram procurar a Jesus na tumba, foram advertidos pelo anjo que

não deveriam buscar o vivente dentre os mortos, portanto, como poderíamos nós, ir buscar

um arbítrio vivo e livre em um homem morto e escravo do pecado? E não somente um

arbítrio vivo, mas também suficientemente poderoso para operar tal transformação sobre-

natural e espiritual a ponto de transformar um caído filho de Adão, herdeiro da ira e do

inferno, em um filho e herdeiro de Deus?

C. Os filhos de Deus não são os que nasceram do sangue e nem da vontade da carne.

Sim, isto deveria ser muito claro para todo aquele que simplesmente lê as Escrituras. É,

mui infelizmente, um erro comum entre os crentes pensar que os filhos de crentes são

crentes também, e isto pelo simples fato de terem o mesmo sangue e a mesma carne.

Carne e sangue não produzem crentes4. Todo nascimento natural produz filhos naturais,

pois, obviamente, “o que é nascido da carne é carne”. A vontade carnal do homem não

produz filhos de Deus, a vontade soberana do Espírito Santo, sim. Somente o soberano

Espírito de Deus, na monergística obra da regeneração, agindo livre e misteriosamente

como o vento, é que produz homens espirituais, novas criaturas em Cristo. “O que é nascido

da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:6).

__________

[3] OWEN, John. Contra O Arminianismo E Seu Ídolo Pelagiano, O Livre-Arbítrio. 1ª Edição: EC, 2015.

p. 184.

[4] “Tudo o que é para Deus deve ser efetuado por Seu grande poder: Ele pode e deve fazer tudo — a carne

para nada aproveita, nenhum movimento da mera natureza é de qualquer proveito” (PINK, A. W. Uma

Refutação Bíblica do Dispensacionalismo, p. 26. 1ª Ed. 2015. EC).

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Outros dizem que os filhos dos crentes são “filhos da promessa”, “filhos da Aliança”, e,

portanto, são herdeiros “da promessa” e “de Deus”, simplesmente por direito de nasci-

mento, por serem filhos de crentes. É dito ainda (e absurdamente!) que filhos de eleitos são

eleitos também. Mas isto é um engodo pernicioso, algo ensinado pelas vozes dos homens

falando através da poderosíssima Tradição, e não pela voz do Espírito falando à Igreja,

através das Sagradas Escrituras, a Palavra da verdade. O próprio Espírito Santo, em

Romanos 9:6-8, explica bem o que quero dizer: “Não que a palavra de Deus haja faltado,

porque nem todos os que são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de

Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não

são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados

como descendência”. Não há como ser mais claro do que isso: “não são os filhos da carne

que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa”, aqui os “filhos da carne” e os “filhos

da promessa”, que são os verdadeiros “filhos de Deus”, são colocados em contraste para

ilustrar a diferença que há entre ambos. Como, pois, a descendência natural dos crentes

poderia ser também contada absoluta, indistinta e generalizadamente como os filhos da

promessa? Fazer isso é contradizer as Escrituras e ir além do que está escrito, ou no

mínimo agir de forma precipitada e presunçosa.

As Escrituras são claras a este respeito ao dizerem que “todos sois filhos de Deus...”, por

direito de nascimento, por serem filhos de crentes? Não! Então pelo quê? “Pela fé em Cristo

Jesus... E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a

promessa” (Veja Gálatas 3:27-29).

Somente os que são regenerados, isto é, os crentes em Jesus Cristo, os que nascem uma

segunda vez — não da carne, mas do Espírito — é que são os verdadeiros filhos de Deus

(Gálatas 3:26). “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus,

e co-herdeiros de Cristo”.

Já vimos que quando Deus quer conferir uma boa dádiva a alguém, Ele antes o capacita

para o recebimento de tal dom gratuito, e que nem todos dos homens são filhos de Deus,

pois os únicos verdadeiros filhos de Deus, são aqueles que “não nasceram do sangue, nem

da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1:130). Passaremos

agora para a parte mais doce e deleitosa do meu sermão, pois passaremos a considerar a

gloriosíssima herança dos amados filhos de Deus!

II. “Herdeiros de Deus”.

Todos os verdadeiros filhos de Deus podem, de forma legítima, dizer juntamente com o

mavioso Salmista de Israel: “O Senhor é a porção da minha herança... As linhas caem-me

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em lugares deliciosos: sim, coube-me uma formosa herança” (Salmos 16:5-6). Somos her-

deiros de Deus, porém não somente dos bens de Deus, mas, sim, do próprio Deus, que é

a nossa herança.

Isto está tão acima da pobre razão humana que nada, senão a fé pode apreendê-lo,

que nós ainda devemos ser “cheios de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3:19). Ao

comunicar a Si mesmo, Deus comunica tudo de Si mesmo, as Suas perfeições Divi-

nas como para nos abençoar com as mesmas, ou todas as três pessoas, Pai, Filho

e Espírito Santo, para que possamos desfrutar e ter comunhão. Tudo em Deus tão

verdadeiramente servirá para tornar os eleitos abençoados (de acordo com a capa-

cidade da criatura), quanto servirá para torná-lO bendito em Seu próprio Ser imenso

infinito. Se nós temos o próprio Deus, e tudo dEle mesmo, então somos “herdeiros

de Deus” (Romanos 8:17).5

O próprio Deus é o Seu maior dom para nós. Deus nos dará a plenitude de nossa herança

ao dar-nos a Si mesmo. “Coube-nos uma formosa herança”! A bênção mais elevada que

podemos receber é que devemos ser herdeiros, possuidores de Deus. Assim como somos

“herdeiros de Deus” e “O Senhor é a porção da nossa herança”, assim também somos a

“propriedade peculiar” do Senhor “dentre todos os povos” (Êxodo 19:5); os escolhidos de

Deus, “o seu povo especial” (Deuteronômio 7:6). “Porque o Senhor escolheu para si a Jacó,

e a Israel para seu próprio tesouro” (Salmos 135:4). E se alguém objetar que estas passa-

gens não referem-se a nós, Cristãos, mas aos judeus, respondo que aludindo a todas estas

passagens que foram dirigidas primeiramente à Igreja Judaica, Pedro as repete, aplicando-

as à Igreja, aos Cristãos do Novo Testamento: “Vós sois a geração eleita... a nação santa,

o povo adquirido” (1 Pedro 2:9).

Há aqui uma possessão mútua sublime e maravilhosa da qual a Escritura fala, ao dizer que

Deus nos fez para sermos Seus, e para entregar-Se para nós! Somos do nosso Amado e

o nosso amado nos pertence, pelo que canta mui alegremente a Noiva, sim, como que

desfalecente e enferma de amor!

O meu amado é meu, e eu sou dele.

Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu.

Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição.

(Cânticos 2:16; 6:3; 7:10)

__________

[5] PINK. A. W. A Doutrina da Eleição. 1ª Ed. 2015. EC. p. 99-100.

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Não devíamos nós cantar assim também, posto que temos tão formosa herança? Os filhos

deste mundo alegram-se até à morte com as porções vis e vãs deste mundo mau, e não

deveríamos nos alegrar infinitamente mais nAquele que é a nossa herança celeste!? Os

homens deste mundo põem seus corações nas riquezas, nos prazeres, nas concupiscên-

cias, nas honras e estimas de homens, em vaidades desta vida. Aqui está o seu tesouro,

aqui está o seu coração. Eles são vis e seus corações vis amam coisas vis, imundas, vai-

dosas e desprezíveis. Porém, não é assim conosco, como filhos de Deus. Vivemos aqui,

mas nossas mentes, olhos e corações estão no Céu, postos sobre o nosso Tesouro, nosso

Sumo Bem, nosso Deleite, nossa Herança: nosso Deus. Se não é assim você, é que talvez

“Vós sois cá de baixo... vós sois deste mundo” (João 8:23).

Por diversas vezes, os filhos de Deus nesta vida recebem males e são atribulados por ne-

cessidade e pobreza, oh! eles olham para o Céu e suspiram: quando virá o Senhor? Vem,

Senhor Jesus, mas vem depressa! Enquanto os filhos de Satanás deleitam-se e se esbal-

dam em seus prazeres demoníacos; escarnecem dos pobres e insultam os filhos do grande

Rei; oprimem as viúvas e os órfãos; zombam da santidade, desprezam o Evangelho e

“dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus cami-

nhos” (Jó 21:14). Mas virá o grande dia, e se apressa muitíssimo, em que as coisas serão

muito diferentes, então naquele dia “voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio;

entre o que serve a Deus, e o que não o serve”. “Porque o necessitado não será esquecido

para sempre, nem a expectação dos pobres perecerá perpetuamente” (Salmos 9:18). Pois

o Senhor atenta para Seus filhos e os ouve, e um memorial foi escrito diante dEle, para os

que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do Seu nome: para Seus filhos. “E

eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-

ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve” (Veja Malaquias 3:16-18). O Senhor já

disse acerca de Seus amados filhinhos: “Eles terão uma herança: eu serei a sua herança...

eu sou a sua possessão” (Ezequiel 44:28). Mas de maneira nenhuma será assim com os

filhos do reino deste mundo, os sensuais filhos de Satanás, pois está escrito que “os filhos

do reino [deste mundo mau e ímpio] serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto

e ranger de dentes” (Mateus 8:12). Sejam advertidos, vós ímpios e hipócritas negligentes e

superficiais! Este é o horrível fim do “mundano sem Deus e não regenerado que fez da terra

o seu paraíso, do seu ventre o seu Deus, da sua luxúria sua lei”6, detestável é a sua vida,

condenável será sua morte. “Isto vos sobrevirá da minha mão”, diz o Senhor, “e em tor-

mentos jazereis” (Isaías 50:11).

III. “Co-herdeiros de Cristo”.

__________ [6] BAYLY, Lewis. A Prática da Piedade. Diretrizes para o cristão andar de modo que possa agradar a Deus.

1ª Ed. [Tradução: Odayr Olivetti]. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas (PES), 2010, p 88.

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Para que haja a real posse da herança por parte do herdeiro é necessário que haja a morte

do testador. Nos tornamos os herdeiros legítimos de Deus por causa da morte do Testador,

Jesus Cristo, que é também o Mediador do Novo Testamento, em Seu sangue. “Este cálice

é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós, para remissão dos pecados”

(Lucas 22:20; Mateus 26:28), disso o Senhor. “E por isso é Mediador de um novo testa-

mento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo

do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque

onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador. Porque um testa-

mento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?”

(Hebreus 9:15-17). Jesus assinou, e ratificou, o nosso certificado de herança celeste com

Seu próprio sangue.

Vejam, então, queridos crentes, que a vossa bem-aventurança presente e futura custou a

morte sangrenta, sob maldição e ira, do bendito Filho de Deus! Veja que você não foi com-

prado por coisas deste mundo, não por riquezas e nem por qualquer coisa que pode ser

considerado valioso neste mundo. Saibam “que não foi com coisas corruptíveis, como prata

ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes

dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e

incontaminado” (1 Pedro 1:18-19).

Cristo derramou o Seu sangue pelo Seu povo, pelos Seus amados. “Cristo não morreu por

todos os homens, antes a redenção eterna que Cristo obteve pelo derramamento do Seu

sangue (Levítico 17:11; Mateus 1:21; 20:28; João 10:11, 15; Romanos 8:30; Apocalipse

5:9) é especial e particular, isto é, foi projetada intencionalmente apenas para os eleitos de

Deus, as ovelhas de Cristo, aqueles que foram dados pelo Pai a Ele antes da fundação do

mundo, no Pacto da Graça, pois somente estes compartilham as bênçãos especiais e pe-

culiares da mesma (João 17:6-10)”7. Isto não deveria gerar controvérsias, pois o que há de

se admirar nesta verdade não é que Cristo não tenha morrido por todos os homens individu-

almente, mas que Ele tenha morrido por qualquer um em absoluto! O que há de espantoso

e admirável é que o Ele tenha morrido por algum homem, e não o contrário! O que me deixa

perplexo, e me fará louvá-lO por eras sem fim, é tentar entender o porquê de Cristo ter

morrido por mim, pois muito certamente eu merecia o exato oposto.

Portanto se de fato cremos, com uma fé e arrependimento não fingidos, no nome do Uni-

gênito filho de Deus; se cremos, em verdade, que Cristo padeceu por nós somos, “o justo

pelos injustos, para levar-nos a Deus” (1 Pedro 3:18), então Ele morreu por nós, para nos

fazer filhos de Deus! “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de

__________

[7] Declaração de Fé EC, Capítulo XI – A EXPIAÇÃO PARTICULAR.

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Deus, e co-herdeiros de Cristo”. “Esta certeza não é algo meramente conjectural e provável,

baseada em uma esperança falível; mas uma infalível segurança de fé (Hebreus 6:11, 19),

fundada no sangue e justiça de Cristo revelados no Evangelho (Hebreus 6:17-18), bem

como na evidência interna daquelas graças em que as promessas são feitas (2 Pedro 1:4,

5, 10, 11), e no testemunho do Espírito de adoção que testifica com os nossos espíritos que

somos filhos de Deus (Romanos 8:15-16)” — CFB 18:2. Pois “ele que é poderoso para vos

edificar e dar herança entre todos os santificados” (Atos 20:32).

Oh! Expressão de inconcebível dulçor: Os filhos de Deus, são coerdeiros de Cristo. Sobre

isto John Gill, escreve: “É através dEle que eles são herdeiros de Deus e da glória; e, com

Ele, participarão e desfrutarão da herança, que é garantida a eles por serem coerdeiros

com Cristo; isso em absoluto não altera a honra de Cristo, como herdeiro de todas as

coisas, já que Ele é o primogênito entre muitos irmãos, e nisso, como em todas as coisas,

Ele tem a preeminência”.8

Somos herdeiros de Deus, e coerdeiros de Cristo. Quem poderia expressar tão grande

privilégio e bênção o que mais poderíamos ter ou desejar? Os homens deste mundo

cobiçam muitos deleites, e por causa destes guerreiam e pelejam entre si (Tiago 4:1), mas

nunca estão satisfeitos e nem encontram descanso. Não há paz para os ímpios, diz o

Senhor. Porém não é assim conosco, “pois somos ‘coerdeiros com Cristo’... Mais do que

isso não podemos ter ou desejar: ‘Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu

Deus, e ele será meu filho’”.9

Se não temos a Cristo somos os mais miseráveis de todos os homens. Quando Deus, por

causa do Seu muito amor com que nos amou, nos deu a Cristo, nos deu a Deus, a graça

infinita. E se temos a Cristo, nada nos falta, esta graça infinita nos basta e bastará eterna-

mente.

IV. “Se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorifi-

cados”.

Sobre esta passagem John Gill comenta: “Cristo e Seu povo são um, Ele é a cabeça, e eles

os membros, eles sofrem juntos; quando Ele sofreu, eles sofreram com Ele e nEle, como

seu cabeça e representante; e eles participam da virtude e eficácia de Seus sofrimentos; e

eles também sofrem aflições, muitos delas, pelo menos, do mesmo tipo com Cristo, somen-

__________

[8] GILL, John. Comentário sobre Romanos 8:17. In: Exposição de John Gill de Toda a Bíblia. Disponível

em: StudyLight.Org.

[9] PINK. A. W. A Doutrina da Eleição. 1ª Ed. 2015. EC. p. 100.

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te com essas diferenças: os sofrimentos de Cristo eram males penais, o deles não; os de

Cristo foram vivenciados com um vasto senso de ira e terror, muitas vezes o deles, com

alegria e consolo; os sofrimentos de Cristo foram meritórios, os deles não. Além disso, mui-

tos de seus sofrimentos são por causa de Cristo e do Seu Evangelho; por outro lado, em

virtude dessa união que há entre Cristo e os crentes, Ele sofre com ele, Ele reconhece as

aflições deles como Suas, e simpatiza com eles; e a consideração disso muito os anima e

incentiva em seus sofrimentos e, especialmente, quando é observado que eles serão ‘glo-

rificados’; não com a glória essencial de Cristo, nem com a Sua glória mediadora, mas com

aquela glória que o Pai Lhe deu por eles. Há uma glorificação dos santos em Cristo, e uma

glorificação deles por meio de Cristo, e uma glorificação deles com Cristo, que consistirá

em semelhança com Ele, e em visão eterna e deleite dEle”.10

Cristo não veio ao mundo para Se divertir, mas para nos salvar dos nossos pecados, mor-

rendo a nossa morte. Ele desceu, e veio para obedecer até a morte e morte de cruz, veio

para ser pisado, esmagado e moído debaixo da terrível ira de Deus. O Evangelho não é

romântico, é sangrento. Para participar da comunhão da glória do Poderoso Cristo é neces-

sário comungar também dos Seus sofrimentos. Para viver é necessário morrer, para ser

glorificado é necessário antes padecer. “Se é certo que com ele padecemos, para que tam-

bém com ele sejamos glorificados”. “Os santos de Deus não devem esperar coroas onde

Cristo encontrou uma cruz!”11

Todavia, quem amar mais a sua vida, perdê-la-á. Porém aquele que a entregar totalmente

por amor a Cristo e não fizer caso de si próprio até à morte, este viverá eternamente e

estará para sempre diante dAquele que se assenta num alto e sublime trono, a Majestade

Eterna, o Rei, Deus-Homem, Cristo Jesus, o herdeiro de todas as coisas (Hebreus 1:2),

Aquele com Quem somos coerdeiros.

Se esperássemos em Cristo somente nesta vida, seríamos os mais miseráveis de todos os

homens (1 Coríntios 15:19). Mas, antes, esperamos inteiramente na graça que nos foi

oferecida na revelação de Jesus Cristo (1 Pedro 1:13). Enquanto não chegar a hora de

trocarmos estes farrapos mortais e sujos, por vestes de núpcias, sigamos em frente, a

caminhada é longa, mas a chegada é certa; é dolorosa, mas também cheia de alegria, pois

nos alegramos em meio às aflições; é cheia de tribulações, mas importa que por estas

sejamos introduzidos na sala do banquete onde nos espera o Príncipe da Paz, cujo estan-

darte sobre nós será o amor.

__________

[10] GILL, John. Comentário sobre Romanos 8:17. In: Exposição de John Gill de Toda a Bíblia. Disponível

em: StudyLight.Org.

[11] SPURGEON, C. H. A Gloriosa Predestinação, Sermão Nº 1043. 1ª Ed. 2015. EC.

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E, portanto, enquanto não chegar o grande Dia em que nos alegraremos perante a face e

na presença do Noivo de nossas almas — O qual um dia teve Seu coração traspassado

pelas nossas transgressões, e morreu, e foi sepultado, mas ressuscitou triunfante! Deus

eterno, Aquele que tem, Ele só, a imortalidade — vivamos aqui nEle, que nos coroou de

graça e amor agora, e nos coroará de glória no porvir, pois nada senão o bem ficará ape-

gado a nós, o pecado será aniquilado, as lágrimas enxugadas, o dia eterno raiará e esta-

remos para sempre com o Senhor.

“E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e coerdeiros de

Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados”

(Romanos 8:17).

Glória a Deus! Glória ao Cordeiro de Deus! Quão formosa é a nossa Herança, somente a

eternidade desvelará!

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

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Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.