Heróis do Caldas querem reforçar feito histórico com um ... · Entretanto, a inédita presença...

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Jornal fundado em 1 de Outubro de 1925 ANO XCIII / Nº 5209 SEXTA-FEIRA 19 JANEIRO DE 2018 PREÇO: 0,80€ ASSINATURA ANUAL: 24,50€ DIGITAL: 15€ www.gazetacaldas.com Director: José Luiz de Almeida Silva Director Adjunto: Carlos M. Marques Cipriano facebook.com/gazetacaldas Tel:262870050 / Fax: 262870058/59 [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] Heróis do Caldas querem reforçar feito histórico com um lugar no Jamor M ilhares de caldenses acreditaram e deram força aos seus heróis, que ao vencerem o Farense num jogo de grande carga emo- tiva, no passado dia 10, escreveram uma das mais bonitas páginas da centenária história do Caldas Sport Clube. O jogo voltou a lotar o Campo da Mata e a vitória desencadeou efusivos festejos, que transborda- ram do Campo da Mata para toda a cidade, jun- tando cerca de um milhar de pessoas. Entretanto, a inédita presença nas meias-finais da Taça de Portugal já está a ser preparada e toda a estrutura do clube acredita que tem hipó- teses de subir a fasquia e eliminar o Desportivo das Aves para garantir um lugar no Jamor. A excursão às Aves, para o jogo de 28 de Fevereiro às 20h15, já está a ser preparada e tem pré-inscrições abertas. Caso o número de adeptos justifique, poderá realizar-se um com- boio especial entre Caldas da Rainha e a Vila das Aves. Pág. 21 a 23 Laboratório Branco Lisboa vendido à Joaquim Chaves Saúde A empresa caldense Laboratório Branco Lisboa foi vendida ao gru- po Joaquim Chaves Saúde, que tem sede em Linda-A-Velha. O la- boratório deixou de funcionar e é neste momento apenas um pos- to de recolha de amostras que são transportadas para Lisboa para serem analisadas, sendo os resultados enviados para as Caldas. Os 19 trabalhadores da empresa receiam despedimentos porque é vi- sível que agora há menos trabalho, sendo certo que vão ser apre- sentadas propostas de rescisão por parte do novo empregador. O empresário e farmacêutico João Branco Lisboa disse à Gazeta das Caldas que vendeu esta empresa porque não tem sucessor para a actividade à qual se dedica há já 47 anos. Mantém, contudo, a farmácia na rua das Montras. Pág. Linha do Oeste vai de mal a pior A CP continua a suprimir comboios na linha do Oeste devido a falta de material. Um ano depois do início desta saga de supressões, a empresa tem sido incapaz de resolver este problema e chegou a 2018 tal como no início de 2017: auto- motoras velhas que avariam quase diariamente, oficinas de reparação com falta de pessoal e uma tutela autista que prefere dizer aos administra- dores “aguentem” em vez de investir na ferrovia. A Comissão de Defesa da Linha do Oeste tor- nou público um comunicado onde diz que esta infraestrutura ferroviária que serve as Caldas da Rainha “continua a ser alvo de um escandalo- so processo de degradação que, claramente, está a favorecer o transporte rodoviário de passageiros, fruto da constante supressão de comboios pela falta de composições”. O comunicado denuncia que a operação no Oeste está a ser feita com apenas quatro com- posições quando deveriam ser, no mínimo, seis as automotoras necessárias para assegurar o serviço diário. “Só no passado dia 8, a CP suprimiu oito ser- viços e no dia 9, nove serviços, em 21 que se deveriam realizar em cada um destes dias, si- tuação que com maior ou menor intensidade se vem repetindo desde há um ano a esta par- te”, refere a mesma comissão. O governo já anunciou que vai haver um con- curso internacional para comprar novos com- boios para a CP, mas até agora só se conhecem as intenções. Mas entre o concurso, o fabrico e a entrega dos novos comboios, demora-se, pelo menos, três anos. Gazeta das Caldas perguntou à CP qual a sua estratégia para resolver este problema, mas não obteve resposta. Por seu turno, a AMT - Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que é a entidade reguladora, a quem cumpre zelar pela protecção dos direi- tos e interesses dos consumidores está desde Outubro “a analisar e a avaliar a informação recolhida” sobre a linha do Oeste. C.C. Um milhão de euros para melhorar a segurança nas muralhas de Óbidos A requalificação da muralha e a criação da Praça da Criatividade foram algumas das obras anunciadas no feriado municipal de Óbidos (a 11 de Janeiro) e que irão arrancar ainda este ano. Na cerimónia que decorreu no Parque Tecnológico, o pre- sidente da Câmara, Humberto Marques, disse que este é um mandato de continui- dade e assumiu a responsabilidade de “estimular a mobilização e aproximação entre eleitos e eleitores”. O autarca explicou que a partir de agora a macro-estratégia do concelho passa a designar-se de Óbidos ID, tendo em conta que este tem vindo a afirmar-se com agendas que têm como denominador comum a “criatividade, identidade, ino- vação, desenvolvimento e demonstração”. Pág. 16 Festival Pela Vida Contra o Nuclear recordado 40 anos depois Este fim de semana será assina- lada a passagem dos 40 anos do Festival Pela Vida e Contra o Nuclear que teve lugar nas Caldas da Rainha e em Ferrel e que reu- niu mais de 2000 participantes de todo o país. No sábado, 20 de Janeiro, pelas 15h00, nos Pimpões, terão lugar umas jornadas comemorativas que vão contar com a participa- ção de José Luís Almeida Silva (director da Gazeta das Caldas), Inês Lourenço (investigadora da Patrimonium), Susana Fonseca (Coopérnico) e Yolanda Picazo (ecofeminista e activista). No dia seguinte, 21 de Janeiro, a partir das 9h00 haverá uma ar- ruada em Ferrel onde às 10h20 será inaugurado um painel de azulejos e de um mural na Junta de Freguesia. Por volta das 11h00 será lançado o livro “Almaraz e outras coisas más”, coordenado por António Eloy. Pág. 5 Livro sobre refugiados nas Caldas da Rainha é lançado amanhã Amanhã, dia 20 de Janeiro, pelas 15h30, será apresentado no CCC o livro “Refugiados da Segunda Guerra Mundial nas Caldas da Rainha (1940-1946)”. A autora é a leiriense Carolina Henriques Pereira, 23 anos, ac- tualmente doutoranda em História Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e membro do Centro de História da Sociedade e da Cultura desta mesma universidade. A Gazeta das Caldas foi obvia- mente um dos locais de pesqui- sa de Carolina Henriques Pereira, que inclui na sua obra um subca- pítulo que analisa como os refu- giados de guerra eram vistos pela imprensa local. Pág. 13 Isaque Vicente Carlos Cipriano Fátima Ferreira

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Jornal fundado em 1 de Outubro de 1925 ANO XCIII / Nº 5209 SEXTA-FEIRA 19 JANEIRO DE 2018

PREÇO: 0,80€ ASSINATURA ANUAL: 24,50€ DIGITAL: 15€ www.gazetacaldas.comDirector: José Luiz de Almeida Silva Director Adjunto: Carlos M. Marques Cipriano facebook.com/gazetacaldas

Tel:262870050 / Fax: 262870058/[email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]

Heróis do Caldas querem reforçar feito histórico com um lugar no Jamor

Milhares de caldenses acreditaram e deram força aos seus heróis, que ao vencerem o Farense num jogo de grande carga emo-

tiva, no passado dia 10, escreveram uma das mais bonitas páginas da centenária história do Caldas Sport Clube.O jogo voltou a lotar o Campo da Mata e a vitória

desencadeou efusivos festejos, que transborda-ram do Campo da Mata para toda a cidade, jun-tando cerca de um milhar de pessoas.Entretanto, a inédita presença nas meias-finais da Taça de Portugal já está a ser preparada e toda a estrutura do clube acredita que tem hipó-teses de subir a fasquia e eliminar o Desportivo

das Aves para garantir um lugar no Jamor.A excursão às Aves, para o jogo de 28 de Fevereiro às 20h15, já está a ser preparada e tem pré-inscrições abertas. Caso o número de adeptos justifique, poderá realizar-se um com-boio especial entre Caldas da Rainha e a Vila das Aves. Pág. 21 a 23

Laboratório Branco Lisboa vendido à Joaquim Chaves SaúdeA empresa caldense Laboratório Branco Lisboa foi vendida ao gru-po Joaquim Chaves Saúde, que tem sede em Linda-A-Velha. O la-boratório deixou de funcionar e é neste momento apenas um pos-to de recolha de amostras que são transportadas para Lisboa para serem analisadas, sendo os resultados enviados para as Caldas. Os 19 trabalhadores da empresa receiam despedimentos porque é vi-sível que agora há menos trabalho, sendo certo que vão ser apre-sentadas propostas de rescisão por parte do novo empregador.O empresário e farmacêutico João Branco Lisboa disse à Gazeta das Caldas que vendeu esta empresa porque não tem sucessor para a actividade à qual se dedica há já 47 anos. Mantém, contudo, a farmácia na rua das Montras. Pág.

Linha do Oeste vai de mal a piorA CP continua a suprimir comboios na linha do Oeste devido a falta de material. Um ano depois do início desta saga de supressões, a empresa tem sido incapaz de resolver este problema e chegou a 2018 tal como no início de 2017: auto-motoras velhas que avariam quase diariamente, oficinas de reparação com falta de pessoal e uma tutela autista que prefere dizer aos administra-dores “aguentem” em vez de investir na ferrovia.A Comissão de Defesa da Linha do Oeste tor-nou público um comunicado onde diz que esta infraestrutura ferroviária que serve as Caldas da Rainha “continua a ser alvo de um escandalo-so processo de degradação que, claramente, está a favorecer o transporte rodoviário de passageiros, fruto da constante supressão de comboios pela falta de composições”.O comunicado denuncia que a operação no

Oeste está a ser feita com apenas quatro com-posições quando deveriam ser, no mínimo, seis as automotoras necessárias para assegurar o serviço diário.“Só no passado dia 8, a CP suprimiu oito ser-viços e no dia 9, nove serviços, em 21 que se deveriam realizar em cada um destes dias, si-tuação que com maior ou menor intensidade se vem repetindo desde há um ano a esta par-te”, refere a mesma comissão.O governo já anunciou que vai haver um con-curso internacional para comprar novos com-boios para a CP, mas até agora só se conhecem as intenções. Mas entre o concurso, o fabrico e a entrega dos novos comboios, demora-se, pelo menos, três anos.Gazeta das Caldas perguntou à CP qual a sua estratégia para resolver este problema, mas não

obteve resposta.Por seu turno, a AMT - Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que é a entidade reguladora, a quem cumpre zelar pela protecção dos direi-tos e interesses dos consumidores está desde Outubro “a analisar e a avaliar a informação recolhida” sobre a linha do Oeste. C.C.

Um milhão de euros para melhorar a segurança nas muralhas de ÓbidosA requalificação da muralha e a criação da Praça da Criatividade foram algumas das obras anunciadas no feriado municipal de Óbidos (a 11 de Janeiro) e que irão arrancar ainda este ano. Na cerimónia que decorreu no Parque Tecnológico, o pre-sidente da Câmara, Humberto Marques, disse que este é um mandato de continui-dade e assumiu a responsabilidade de “estimular a mobilização e aproximação entre eleitos e eleitores”. O autarca explicou que a partir de agora a macro-estratégia do concelho passa a designar-se de Óbidos ID, tendo em conta que este tem vindo a afirmar-se com agendas que têm como denominador comum a “criatividade, identidade, ino-vação, desenvolvimento e demonstração”. Pág. 16

Festival Pela Vida Contra o Nuclear recordado 40 anos depoisEste fim de semana será assina-lada a passagem dos 40 anos do Festival Pela Vida e Contra o Nuclear que teve lugar nas Caldas da Rainha e em Ferrel e que reu-niu mais de 2000 participantes de todo o país.No sábado, 20 de Janeiro, pelas 15h00, nos Pimpões, terão lugar umas jornadas comemorativas que vão contar com a participa-ção de José Luís Almeida Silva (director da Gazeta das Caldas),

Inês Lourenço (investigadora da Patrimonium), Susana Fonseca (Coopérnico) e Yolanda Picazo (ecofeminista e activista). No dia seguinte, 21 de Janeiro, a partir das 9h00 haverá uma ar-ruada em Ferrel onde às 10h20 será inaugurado um painel de azulejos e de um mural na Junta de Freguesia. Por volta das 11h00 será lançado o livro “Almaraz e outras coisas más”, coordenado por António Eloy. Pág. 5

Livro sobre refugiados nas Caldas da Rainha é lançado amanhãAmanhã, dia 20 de Janeiro, pelas 15h30, será apresentado no CCC o livro “Refugiados da Segunda Guerra Mundial nas Caldas da Rainha (1940-1946)”. A autora é a leiriense Carolina Henriques Pereira, 23 anos, ac-tualmente doutoranda em História Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade de

Coimbra e membro do Centro de História da Sociedade e da Cultura desta mesma universidade.A Gazeta das Caldas foi obvia-mente um dos locais de pesqui-sa de Carolina Henriques Pereira, que inclui na sua obra um subca-pítulo que analisa como os refu-giados de guerra eram vistos pela imprensa local. Pág. 13

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