Hermann Hertzberger

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A Lição de Arquitetura de Herman Hertzberger magistral

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Hermann Hertzberger

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A Lição de

Arquitetura

de Herman Hertzberger

magistral

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Herman Hertzberger, nascido em 1932, é um arquiteto holandês contemporâneo de destaque e respeitado teórico.

Ele foi o principal condutor do movimento estruturalista em seu país, surgido a partir da revista Forum, editada por ele com Aldo Van Eyck e J.B. Bakema.

O estruturalismo é inspirado nas investigações do antropólogo Levi-Strauss sobre relações entre as estruturas que regem os processos culturais, e consiste na análise de grandes sistemas, examinando as relações e funções das mínimas partes envolvidas.

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O pensamento estruturalista crê na influência do projeto como fator de mudança social.

Não que o prédio vá transformar as pessoas, automáticamente, todavia ele pode facilitar encontros, diminuir a separação, permitir mais descontração aos que o usam e, em seu resultado mais feliz: atrair a tal ponto o usuário que este acabe se apropriando do espaço, criando com ele uma relação de pertencimento.

Algo como quando uma criança esconde um brinquedo num canto de um play-ground, acreditando que aquele é um espaço dele, e que qualquer outra pessoa respeitará isso.

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Um sistema de colunas em modulação, ou seja, seu se repetem a espaços idênticos, é um exemplo de como se pode manejar a estrutra a favor do projeto.

Todavia, pode haver algumas variações nessas estruturas básicas. Em seu livro, Lições de Arquitetura, ele explica que sua solução de pilar e capitel criado para a Central Beheer admite diversas variações, sem entretanto mudar suas medidas básicas.

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Hertzberger junta preocupações humanistas, de convivência e conforto, com a defesa que todos possam intervir em seus espaços de maneiras variadas, pois a arquitetura não pode servir apenas para expressar uma personalidade ou visão individual.

A forma, segundo esse arquiteto, nunca é definitiva, podendo ser constantemente expandida e alterada, ficando clara a necessidade de criar espaços polivalentes, que sejam passíveis de alterações "para acomodar o inesperado", sem descaracterizar-se.

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Lições que aprendi com Hermman Hertzberg

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As pessoas nem sempre usaram os elementos construídos para aquilo que se planejou.

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Lições que aprendi com Hermman Hertzberg

As pessoas nem sempre usaram os elementos construídos para aquilo que se planejou.

Portanto devemos pensar em facilitar ao máximo o modo de os usuários se apropriarem do espaço, jamais pensando em uma monofunção para os elementos criados.

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Esta foto não está no livro de Hertzberger, nem mostra uma obra sua.

Todavia, a mim, ela sintetiza grande parte da sua lição de arquitetura.

Ainda que haja um banco disponível, o jovem curte ficar na cerca, e se sustenta com os pés, tendo um instante de paz, muito seu.

Quem projetou a cerca jamais imaginou esse uso, todavia ela resiste – o que prova ter sido muito bem construída: construída a favor dos seres humanos!

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As pessoas tem o direito ao espaço.

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Quando se projeta visando facilitar o uso diverso dos elementos e do espaço, não estamos criando um espaço flexível, pois este termo pode envolver alteração do caráter básico do projeto.

Estamos, neste caso, criando espaços polivalentes.

Os espaços polivalentes mantém seu caráter e segue funcional para sua primeira intenção, todavia, permite outros usos que, eventualmente, se lhes demande.

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Uma escada não precisa ser apenas uma escada..

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O guarda-corpo de vidro permite

interação com o espaço abaixo.

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A escada, com 2 níveis de degraus, é um

também, um patamar para se sentar, ler etc.

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Alunos e professores tem o

máximo de visão mútua.

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O guarda-corpo do corredor tem, em alguns intervalos, uma bancada onde alunos podem fazer alguma tarefa, mesmo fora da sala de aula.

Naturalmente, é um espaço onde se pode também, bater um papo sobre assuntos outros.

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Conjunto residencial

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Note que cada varanda torna-se o teto da varanda inferior, mas nunca completamente.

Essa alternância permite contato entre as pessoas de pavimentos diferentes. Sendo um lar para idosos é evidente a vantagem da interação.

Também produz uma variação de insolação, de modo que se tem o sol diretamente ou a sombra, conforme se queira.

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O jogo das varandas fica claro aqui também. Veja que o muro separa os dois vizinhos, mas não totalmente, de modo que se desejarem conversar, é possível. A privacidade e o contato estão garantidos.

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A varanda é coberta – mas não totalmente, o que dá ao morador a liberdade de escolher se quer se expor plenamente ao clima, ou deseja um pouco de sombra, mesmo estando ao ar livre.

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A parte sob a escada pode ser usada como espaço útil.

Note que o pé da coluna é mais largo e tem altura para poder servir de banquinho para ciranças ou outros.

Os espaços não são repetidos mecanicamente, mas incentivam a criatividade de cada morador.

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A pessoa que sobe ou desce escada tem constantemente, contato visual com os vizinhos, podem ver facilmente o pequeno jardim do térreo.

Esta varanda do primeiro andar tem um guarda corpo na lateral que possibilita isso.

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Hertzberger cria varandas cujos guarda-corpo sempre tem alguma transparência. Ele evita oclusão, sempre que possível.

As escadas são tratadas com muito cuidado. Note como no primeiro plano há algumas plantas sob a escada.

Em outros momentos ele sugere um bicicletário nesta parte baixa, enfim, a intenção é evitar pontos mortos, sem uso algum.

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Central Beheer

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Escritórios Central Beheer. Construída gradualmente, podendo se expandir por muito tempo.

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A construção modular permite o crescimento da empresa de forma pré arranjada, facilitando novos acréscimos.

Note que o estruturalismo, evidente no arranjo modular não é opressivo, pois há diversos arranjos possíveis no mobiliário, como pode ser ver no desenho em vermelho.

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O sentido axial (o eixo dos corredores) é mantido livre em quase todas as opções, facilitando a circulação.

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Ao contrário do que parece, há vários tipos de junções nas colunas. Pelo menos oito, e estão detalhadas em seu livro. O conjunto pode crescer em

todas as direções, pois a estrutura é a mesma. Como uma colméia, em que cada novo casulo é parte do todo, sem romper a volumetria inicial.

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Os diversos modos de serem aproveitado os

balcões, o contato visual com diversos

departamentos, o pé-direito elevado, no átrio

entre os blocos, tudo contribui para eliminar a

claustrofobia e o isolamento.

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O pensamento estrutural, é também modular, por

natureza, mas não necessariamente cerceador.

Neste prédio cada

funcionário pode arranjar seu espaço como deseja, e o

efeito do conjunto é de uma diversidade oriunda

da ação humana.

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Os primeiros prédios do arquiteto sempre repetiam esse bloco aparente, pois

Hertzberger propunha não ocultar os elementos

estruturais ou construtivos.

Seu pensamento é que o usuário deve compreender

claramente o edifício que usa, assim se apropriando do

espaço e cuidando dele.

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Busca da iluminação, da

transparência e do contato visual

entre as pessoas, mesmo com o

fechamento de blocos de vidro.

Pelo menos se vê se há movimento

de pessoas ou não.

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Apenas numa fase bem posterior Hertezberger suavisa as formas. Mas veja que persiste em expor as estruturas, não esconde as escadas e usa de transparência para facilitar a socialização e o contato visual entre o exterior e interior.

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Escolas

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Uma parte representativa de seu trabalho é dedicada a uma série de edifícios escolares .

Tanto o ensino quanto o prédio da escola desempenham papel muito importante na obra de Hertzberger.

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Cada projeto significa uma pesquisa sobre a contribuição que o espaço pode proporcionar ao ensino e ao desenvolvimento das crianças, resultando em uma grande variação tipológica dos edifícios, mas sempre prezando a valorização de áreas sociais, como o saguão central; a igualdade entre os usuários; escadas e desníveis – as “irregularidades”, etc.

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Hertzberger defende que já que os arquitetos não têm influência no ensino propriamente dito, no processo pedagógico, eles podem propor ambientes em que isso ocorra da maneira mais convidativa possível, como espaços de interação, com vários possíveis usos.

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Algumas das escolas que Hertzberger projetou são adeptas a educação Montessori, que combina perfeitamente com sua arquitetura estruturalista. O Método Montessori, fundado por Maria Montessori, diz respeito a harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, corpo, inteligência e vontade.

As escolas do Sistema Montessoriano são difundidas pelo mundo todo. Esse método tem por objetivo uma aprendizagem dinâmica, que estimula e que não impõe limites, opondo-se aos métodos tradicionais. Ele salienta a importância de adaptar o ambiente de aprendizagem da criança ao seu nível de desenvolvimento, e o papel da atividade física e trabalhos manuais na absorção de conceitos abstratos e habilidades práticas.

As crianças são senhoras do seu ambiente em sala de aula, que deve ser especialmente preparado para ser confortável e incentivar a independência e a responsabilidade por sua manutenção. Hertzberger propõe espaços que respondem a essas questões, com potencial para serem alterados por meio da ocupação.

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Hertzberger, através de sua arquitetura, estimula o sentido de responsabilidade das crianças, no que diz respeito aos deveres domésticos, que aqui, passam a fazer parte do programa diário delas. Esse cuidado com seu próprio ambiente promove uma afinidade emocional das crianças com o espaço à sua volta, seu “ninho seguro”.

Cada sala de aula possui uma espécie de vitrine – a parede entre a sala e o hall, marcando essa transição – para o trabalho das crianças ser exibido para o resto da escola.

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A Escola Montessori em Delft foi a primeira projetada por Herman Hertzberger, em 1960-66. Essa obra é pioneira na forma como é tratada a relação entre as salas de aula e os espaços de interação, entre outros tantos aspectos.

As salas de aula desta escola são concebidas como unidades autônomas, pequenos lares, por assim dizer, já que todas estão situadas ao longo do hall da escola, como uma rua comunitária. A professora, a ‘tia’, de cada casa decide, junto com as crianças, que aparência terá o lugar e, portanto, qual será o seu tipo de atmosfera.

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A relação entre esse hall comunitário e as salas de aula é análoga à relação entre uma rua e as casas. Devido a essa relação e à sua forma, o hall funciona como uma “sala de estar comunitária”, e, segundo Hertzberger, pode servir de modelo para o que poderia ser feito em uma rua.

Os projetos de Hertzberger apresentam grande riqueza espacial e sensibilidade nos detalhes, com cuidado de não deixar espaços inutilizados e sempre possibilitando que o usuário utilize o ambiente segundo sua vontade e imaginação. Isso fica claro em muitos pontos nessa escola.

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s salas de aula dessa escola apresentam diferenças de nível, o que possibilita que algumas crianças pintem ou modelem na parte de baixo enquanto outras executam trabalhos concentradas sem perturbações na parte de cima. O professor, de pé, pode supervisionar toda a turma.

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Levando em consideração o importante papel social que a entrada de uma escola primária desempenha – lugar de encontro dos pais que vão buscar os filhos, local para as crianças que chegam cedo ou não vão logo pra casa após as aulas, etc. – Hertzberger criou muros baixos em que se pode sentar, segundo ele, o mínimo a se oferecer. A antiga entrada foi destruída em 1981.

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Os pais às vezes tem de aguardar a criança,

então ele sempre dispõe bancos nas muretas externas.

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Sobre as portas entre as salas e o saguão há saliências largas, que podem servir de armário para livros, objetos artesanais feitos pelas crianças, vasos de plantas, etc. As portas possuem vidro, facilitando contato visual.

No meio do saguão há um pódio de tijolos que assume diversas funções, as crianças o utilizam para sentar ou para guardar materiais.

Essa plataforma também pode ser ampliada em todas as direções com seções de madeira retiradas do interior do bloco, transformando-se em palco para apresentações ou brincadeiras em geral.

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Opondo-se a esse bloco-plataforma, no saguão do jardim-de-infância há uma cavidade quadrada com blocos soltos, mas guardados ali, servindo como piso, até alguém os remover.

É uma ideia sensacional. Uma parte do piso pode virar área de lazer, e até um pequeno auditório rebaixado, com os cubos tornando-se bancos.

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O espaço nos fundos do edifício é divido por muros baixos de blocos perfurados, gerando vários espaços oblongos. Essas faixas têm potencial para abrigar diversas situações, podendo servir de tanques de areia e jardins. O material utilizado nos muros também possibilita vários usos, criando uma série de compartimentos menores, que podem servir como vasos de plantas, lugares para guardar coisas ou tantas outras funções quanto as crianças inventarem em suas brincadeiras.

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No início da década de 1980, Hertzberger projetou as Escolas Apollo: Willemspark e Montessori, duas escolas com diferentes sistemas de ensino. Os prédios são muito semelhantes, em noventa graus entre si com base no mesmo lote, em Amsterdam. Existem importantes diferenças entre elas devido ao assentamento e, em conseqüência, orientação diferente das janelas das salas, e também devido aos diferentes princípios das duas comunidades de escolas.

Contudo, as duas escolas surgiram do mesmo programa espacial de requisitos e se desenvolveram a partir do mesmo ordenamento de construção, como um projeto comum. Os mesmos meios arquitetônicos foram usados para resolver problemas específicos, segundo o próprio arquiteto, esses edifícios possuem o mesmo vocabulário e a mesma gramática arquitetônica.

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A valorização de áreas sociais é uma das características predominantes nas obras de Hertzberger. As escolas Apollo são interessantes na medida em que sugerem uma oportunidade para desenvolver uma comunidade entre duas escolas com diferentes abordagens pedagógicas.

A praça urbana oferece oportunidade que todos se encontrem no dia-a-dia ou em eventos especiais, caracterizando-se como importante área para interação entre alunos, pais e a comunidade em geral.

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Assim como em outras obras de Hertzberger, aqui também pode ser constatada atenção ao detalhe e consideração cuidadosa das necessidades dos usuários – crianças, professores e pais.

As salas de aula são organizadas em torno de um espaço comunitário, que é o coração do edifício. As crianças convergem automaticamente para o centro, gerando muito mais oportunidades de contatos casuais entre alunos de diferentes turmas.

De acordo com o arquiteto, isso poderia estimulá-los a fazer coisas juntos, pelo simples fato de que alunos e professores passariam a se ver muito mais.

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O espaço central das duas escolas Apollo vai se elevando em seções a cada meio andar, configurando-se como “hall-anfiteatro” e aumentando o campo visual, o que não seria possível com uma divisão rigorosa em andares superpostos.

O projeto desse espaço em dois níveis incentiva situações em que há atores e público, com crianças sentadas nos degraus das escadas, além de se configurar como ponto de ligação entre as salas de aula.

A própria escolha de um material quente, madeira, combinada com a forma, é um convite para as crianças para usarem o espaço ativamente.

Os professores e o diretor ocupam a “sacada” superior, que é aberta e convidativa, expressando que as crianças podem ir até eles a qualquer momento.

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Muitos elementos de construção padrão têm uma utilização secundária, permitindo que espaços que seriam superficiais ganhem vida.

Parapeitos de janelas são alargadas, tornando-se mesas ou espaços de trabalho, além de oferecerem oportunidade para que as crianças exponham trabalhos manuais.

De acordo com Hertzberger, esse é o tipo de coisa que torna a criança capaz de se apropriar de um espaço e de se sentir à vontade nele e esta relação a leva a cuidar dele.

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Os limiares dos espaços das salas de aula são cuidadosamente considerados nas escolas Apollo. Na entrada de cada sala há um “alpendre”, que pode servir como local para se estudar sozinho ou em pequenos grupos, etc. É um meio termo: não se está na sala de aula, mas também não se está isolado desta, nem no saguão.

Esses espaços consistem em uma superfície de trabalho com iluminação própria e um banco encostado a uma parede baixa. Como na escola de Delft, há um expositor de vidro entre a sala de aula e espaço de circulação, dando destaque ao trabalho das crianças e criando um intercâmbio de luz e vistas. Para tornar ainda mais sutil o contato entre sala e hall, foram utilizadas nas salas de aula meias-portas, dando aos professores a oportunidade de variar a abertura do espaço de acordo com a atividade.

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As gradações de acessibilidade na escola, sua hierarquia espacial – das áreas comuns para as privadas – é reforçada fortemente pela iluminação. O saguão possui clarabóias de vidro, que possibilitam iluminação natural e máxima visibilidade.

As escadas para o último andar foram feitas tão transparentes quanto possível para evitar a obstrução do contato visual e para que a luz do sol que entra pela clarabóia penetre no espaço.

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As salas de aula possuem instalações de luz fluorescentes para o ambiente e grandes janelas que possibilitam entrada de luz do dia.

Na entrada da sala, lâmpadas fluorescentes escondidas sob um material plástico transparente amarelo lançam focos suaves de luz sobre as superfícies de madeira do local de trabalho.

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Hertzberger defende a importância de tornar o edifício tão convidativo quanto possível, ativando cada componente.

Um exemplo é o espaço em frente à entrada da escola sob a escada que conduz à escola.

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O arquiteto, baseando-se no fato de que qualquer tipo de degrau ou saliência na entrada de escolas se torna assento para as crianças, fez o lance da escada se erguer a partir de uma plataforma, evitando que o espaço se degenere como canto escuro e mal-cheiroso e valorizando a área.

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Sobre suas inovações ele diz: “é menos uma questão de inventar do que de ouvir atentamente o que os homens e os objetos querem ser”.

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Herman Hertzberger considera as Escolas Apollo uma das melhores coisas que ele já fez, e diz que na verdade, não poderia fazer muito melhor.

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Veja como ele cria uma altura maior que o normal sob a escada. Faz isso por usar uma segunda escada externa, assim permitindo o uso desta área com um “banco” de alvenaria.

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Este banco surge sob a coluna, de forma circular, assim o que seria um espaço de baixa qualidade, torna-se mais acessível e confortável.

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Montessori College Oost, Amsterdam.

O Colégio Montessori Oost de Amsterdam foi projetado por Hertzberger na década de 1990, e inaugurado no final de 1999.

Herman Hertzberger recebeu, por essa obra, a premiação School Buildings 2000. O conceito Montessori foi traduzido em arquitetura mais uma vez.

O cuidado com a forma e os conceitos predominantes desde o início do seu trabalho, somado a experiência acumulada ao longo de largos anos fica explícito no Montessori Oost.

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Montessori College Oost, Amsterdam.

Esse colégio abriga cerca de 1200 a 1600 alunos com idade entre 12 e 18 anos, de cerca de 56 nacionalidades, que às vezes mal falam o holandês.

De acordo com o arquiteto, essa razão já é suficiente para que o projeto não desse a sensação de um labirinto.

O ideal é que os alunos se identifiquem com a "sua escola", um ambiente escolar deve ser convidativo para que os alunos possam se sentir em casa, em ambientes onde podem se reunir ou brincar a vontade.

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O edifício, com cerca de cem metros de comprimento, é constituído por dois corpos retangulares com um forte desenvolvimento longitudinal, que se cruzam criando o grande salão central.

O arquiteto optou por não compartimentar a área coletiva com corredores internos, criando então um espaço aberto, onde a interação social é facilitada e incentivada.

Pelo mesmo motivo, não foram usadas portas nas salas de aula.

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O edifício, com cerca de cem metros de comprimento, é constituído por dois corpos retangulares com um forte desenvolvimento longitudinal, que se cruzam criando o grande salão central.

O arquiteto optou por não compartimentar a área coletiva com corredores internos, criando então um espaço aberto, onde a interação social é facilitada e incentivada.

Pelo mesmo motivo, não foram usadas portas nas salas de aula.

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Dessa forma, as salas estão localizadas na periferia do edifício, sendo servidas por galerias laterais que são conectadas às escadas externas.

Essas galerias protegidas por vidro são saídas de emergência e contribuem também para o controle da insolação.

Dois grandes painéis foram criados nas fachadas laterais para esconder as escadas externas.

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Os pisos estão desalinhados em meios-níveis, o que quebra a extensão, diminui a distância entre os pavimentos e torna mais fácil a comunicação entre os diferentes componentes da organização da escola.

O desnível gerou a construção de pontes entre um nível e outro, criando várias rotas possíveis em vez de uma escadaria central no grande átrio.

Circulação e links visuais são constantes no projeto.

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Note que os pavimentos se alternam em altura, criando amplitude visual entre eles. O átrio central favorece esta intenção.

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Mais uma vez as escadas entre os quatro níveis, com degraus largos, assumem a função secundária de assentos informais, o que é comum nos projetos desse arquiteto.

Esses locais, além de se configurarem como pontos de encontro, podem também abrigar aulas ou atividades diversas.

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Em cada andar há uma ampla galeria com vista para o corredor comum que dá acesso aos locais diferentes. Nas sacadas voltadas para o interior existem mesas formando sete estações de trabalho individuais.

Essa via de tráfego interno estende-se por todo o edifício. Banheiros, cafés e outras instalações de uso coletivo situam-se fora desse caminho, mas têm fácil acesso.

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O corrimão das escadas são retos, e não inclinados, como se pode ver.

Ele sempre acreditou que é mais útil um corrimão que permita a pessoa se apoiar, apoiar suas coisas, e olhar ao redor, bater um papo com quem quiser e assim por diante.

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A cor é utilizada para promover a idéia de um ambiente menos institucional, mais livre: vermelho domina o salão central, enquanto pilares são pintados de amarelo, rosa e azul.

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Herman Hertzberger declarou sobre esse colégio:"Eu acredito que este edifício representa a minha maior conquista social, com a exceção talvez de De Drie Hoven e Vrendenbug em Utrecht.

Mais uma vez fomos capazes de demonstrar que os problemas sociais podem ser abordados – embora não necessariamente resolvidos – com a utilização de recursos espaciais e conhecimentos arquitetônicos."

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Eu, sinto profunda admiração pelo pensamento arquitetônico de

Hertzberger, nascido de uma preocupação social, humana, de modo a buscar, obsessivamente, a qualidade espacial.

Ousado na implantação, nos acessos, e ao inovar nos elementos mais banais, como portas, escadas e pilares.

Ortogonal, mas criativo; simples e inteligente. Sua obra surge para ser, não contemplada à distância como um objeto de arte, inusitado, mas para ser usufruida na escala humana, por quem entre e sai do local.

Resumo da lição: pensar; pensar muito para não entregar nada óbvio, mas sim o que é excelente para os usuários.

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Professor, duas palavrinhas...

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Muito obrigado!

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A Lição de

Arquitetura

de Herman Hertzberger

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