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    P r e v e n o d e A c i d e n t e s

    H i p x i a e H i p e r v e n t i l a o

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    HIPXIA E HIPERVENTILAO

    CONTEDO

    Introduo

    Caracterizao de Cada Tipo

    Sintomatologia

    Profilaxia da Hipxia

    Tratamento da Hipxia

    Hiperxia

    Efeitos da Hipxia de Altitude

    Perigos do Fumo na Aviao

    Concluso

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    I - I N T R O D U A O

    A hipxia classificada nos seguintes quatro tipos, conforme as circunstncias que envolvam asua manifestao:

    Hipxia hipoxmica Hipxia anmica Hipxia estagnante

    Hipxia histotxica

    I I - C A R A C T E R I Z A O D E C A D A T I P O

    1 - H i p x i a H i p o x m i c a

    Resulta da deficincia de oxignio no sangue arterial, pela queda da quantidade de oxigniorespirado. o tipo que mais freqentemente se apresenta em medicina de aviao, embora osoutros tipos tambm possam surgir em vo. Este tipo de hipxia tambm encontrado em do-enas pulmonares, nas depresses respiratrias e em qualquer forma de asfixia.

    2 - H i p x i a A n m i c a

    Resulta da deficiente capacidade do sangue para carrear uma quantidade suficiente de oxig-nio, em virtude de seu baixo teor de hemoglobina.

    Sabendo-se que um grama de hemoglobina carreia 1,34 ml de oxignio e que o indivduo temnormalmente, em mdia quinze gramas de hemoglobina, deduzimos que no indivduo normal100 ml de sangue carreiam, aproximadamente 20 ml de oxignio.

    Ora, se o indivduo portador de uma anemia, mesmo no havendo hipoxemia, isto , mesmohavendo boa saturao de oxignio pela hemoglobina, estando esta reduzida, o oxignio quechega aos tecidos ser insuficiente e teremos ento uma hipxia dita anmica; este tipo tam-bm encontrado no envenenamento pelo monxido de carbono.

    3 - H i p x i a E s t a g n a n t e

    Tambm chamada de hipxia isqumica, resulta de uma deficincia circulatria e o tipo en-contrado na vigncia de uma insuficincia cardaca congestiva, de uma insuficincia circulatriaperifrica ou de um grande efeito de G positivo.

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    4 - H i p x i a H i s t o t x i c a

    Resulta da ao de toxinas que, agindo sobre as enzimas respiratrias as incapacitam, no

    permitindo uma perfeita utilizao do oxignio para as oxi-redues celulares. o tipo que o-corre, por exemplo, na intoxicao pelos cianetos.

    I I I - S I N T O M A T O L O G I A

    1 - G e n e r a l i d a d e s

    O aparecimento e a intensidade dos sintomas da hipxia dependero dos seguintes fatores:

    Altitude absoluta de vo; Mdia de velocidade ascensional; Durao da exposio baixa presso atmosfrica;

    Temperatura ambiente;Atividade fsica; e Fatores individuais:

    -Tolerncia prpria

    - Aptido fsica

    - Emotividade

    - Aclimatao

    Estudaremos a sintomatologia da hipxia, considerando, primeiramente, o desenvolvimento dahipxia durante uma ascenso normal. chamada de hipxia aguda. Esse estudo feito con-siderando os seguintes quatro estgios:

    2 E s t g i o I n d i f e r e n t e

    Ocorre do nvel do mar at cerca de 2.000m (6.000 ps). A saturao da hemoglobina pelo o-xignio cai at 92%. Neste estgio nota-se apenas dificuldade na adaptao ao escuro (visonoturna prejudicada) o que encarece a necessidade do oxignio desde o solo nos vos notur-nos, especialmente no caso dos pilotos de caa.

    Podem-se observar algumas modificaes eletrocardiogrficas, mas outras manifestaes cir-

    culatrias esto ausentes.

    3 - E s t g i o C o m p e n s a t r i o

    Ocorre de 2.000 m at cerca de 4.000 m (12.000 ps). A saturao da hemoglobina pelo oxi-gnio cai at 85%. Neste estgio as compensaes fisiolgicas (aumento do volume respirat-rio por minuto, taquicardia, aumento da velocidade circulatria, etc.), geralmente proporcionam

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    uma adequada proteo contra hipxia, de modo que seus efeitos, de regra, no se manifes-tam, a menos que o perodo de exposio seja prolongado ou que exerccios sejam efetuados.

    4 - E s t g i o d a s P e r t u r b a e s

    Ocorre de 4.000 m at cerca de 6.500m (20.000 ps). A saturao da hemoglobina pelo oxi-gnio cai a 80% ou 70%.

    Neste estgio, tambm chamado estgio da hipxia crescente, as compensaes fisiolgicas jno so suficientes para cobrir o dficit de oxignio nos tecidos. Os efeitos da hipxia surgemento de maneira progressiva crescente, at tornarem-se exuberantes.

    Podemos dividir os sintomas encontrados neste estgio em subjetivos, que incluem fadiga, las-sido, sonolncia, tonteiras, cefalia e euforia e objetivos, que podem ser assim agrupados:

    Sintomas conseqentes depresso progressiva do S.N.C.

    - rgos dos sentidos - H perturbao das percepes sensoriais. A viso est afetadacom diminuio da acuidade visual. Tambm reduzida a sensibilidade ttil. A audio o ltimodos sentidos a ser afetado.

    - Processos mentais - H dificuldade de discernimento. O raciocnio fica afetado precoce-mente, impossibilitando ao indivduo uma perfeita compreenso do que est acontecendo.A memria falha, o julgamento deficiente e o tempo de reao moroso.

    - Traos da personalidade - Modifica-se a personalidade, tal como ocorre no alcoolismo mo-derado. Pode haver euforia, excesso de confiana belicosidade ou morosidade.

    - Funes psicomotoras - H diminuio ou perda de coordenao dos movimentos, tor-nando impossveis os movimentos delicados ou que exigem muita preciso. Como conseqncia, oindivduo d esbarres ao movimentar-se, no pode acompanhar corretamente os vos acrobticos

    ou em formao e tem letra ilegvel. Sndrome de Hiperventilao Cianoses

    5 - E s t g i o C r t i c o

    Ocorre acima de 6.500m (20.000 ps) quando a saturao da hemoglobina pelo oxignio cai a60% ou menos.

    Neste estgio, por falha do sistema nervoso central ou por falha circulatria, h perda de cons-cincia. Na hipxia aguda a falha mais freqentemente do sistema nervoso central; na hipxiacrnica, a falha geralmente de origem circulatria. Em qualquer dos casos podem surgir con-vulses.

    A inconscincia pode ser seguida de colapso e morte.

    Estudos realizados sobre o comportamento de pacientes sob anestesia geral, no solo, sugeremque o grau de hipoxemia, por si s, mesmo com concentraes de oxignio prximas ao mni-mo, no influi muito sobre a conscincia, a qual desapareceria quase imediatamente no mo-mento em que se produzisse uma hipercapnia e, ainda mais, se combinada com uma acidoserespiratria descompensada.

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    Considera-se como causa da perda do conhecimento na acidose respiratria no solo, a eleva-o da tenso do lquor cefalorraquidiano, sob ao congestiva da circulao cerebral por cau-

    sa da hipercapnia.A tenso do lquor se normaliza logo que desaparea a hipercapnia. Da a pronta reao edespertar dos enfermos quando se normaliza a tenso do anidrido carbico por uma hiperventi-lao.

    Portanto, deve-se considerar, talvez, como inadequado, no solo, o termo coma hipoxmico ouperda da conscincia pela hipxia, pois na realidade, deveria classificar-se como "coma hiper-cpnico" ou perda do conhecimento por hipercapnia. Em altitude no existe hipercapnia.

    Estudamos o desenvolvimento da hipxia durante uma ascenso normal (hipxia aguda). Ve-jamos, agora, como se desenvolve a hipxia aps a perda acidental do oxignio. chamada dehipxia fulminante. Aqui devemos considerar os seguintes dois casos:

    Se a perda de oxignio se verifica abaixo de 12.000 metros (38.000 ps) h umdesenvolvimento acelerado dos acontecimentos descritos anteriormente; e

    Se a perda de oxignio se verifica acima de 12.000 metros (38.000 ps) o indivduo torna-seinconsciente e entra em colapso abruptamente, sem sintomas que prenunciem tais aconteci-mentos e, quando reavivado, muitas vezes no se recorda do fato.

    6 - T e m p o t i l d e C o n s c i n c i a ( T . U . C . )

    Chama-se tempo til de conscincia ao tempo decorrido entre a perda de suprimento do oxig-nio at a falha do desempenho.

    A perda de suprimento do oxignio pode decorrer devido a uma desconexo acidental da tubu-

    lao ou de uma descompresso sbita.O T.U.C. pode ser experimentalmente determinado, na cmara de baixa presso, pelos testespsicomotores.

    A tabela a seguir nos mostra o tempo til de conscincia aps uma desconexo acidental datubulao de oxignio e aps uma descompresso rpida, em diversas altitudes, e com o indi-vduo quieto (sentado) ou em atividade moderada.

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    As primeiras e terceiras colunas foram obtidas de dados provenientes de vrias fontes. As se-gunda e quarta colunas foram baseadas na opinio segura de que o exerccio moderado dimi-nui o T.U.C. em cerca de 50%.

    Estudaremos, finalmente, o desenvolvimento da hipxia durante um vo prolongado entre3.000 m e 4.000 m (9.000 ps a 12.000 ps). chamada de hipxia crnica. Nesse caso, osseguintes trs aspectos merecem ateno:

    No h nenhuma reduo perceptvel no desempenho das funes.Aps algumas horas surgem a fadiga e a cefalia. O menor esforo acarreta dispnia e taquicardia.

    I V - P R O F I L A X I A D A H I P X I AA preveno da hipxia obtida pela administrao de oxignio em diluio com o ar, confor-me proporcionado pelo regulador do sistema de diluio demanda at 34.000 ps. Pela ad-ministrao de oxignio puro (100%) acima de 34.000 ps e at 40.000 ps. Pela administra-

    o de oxignio sob presso (respirao sobre presso) acima de 40.000 ps e at o teto m-ximo de 47.000 ps. Pelo emprego de roupas e de cabines pressurizadas acima dessa altitu-de.

    A profilaxia consiste, pois, em aumentar a tenso parcial de oxignio pelo aumento da percen-tagem desse gs ou pelo aumento da presso atmosfrica.

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    V - T R A T A M E N T O D A H I P X I A

    O tratamento consiste na administrao de oxignio 100% puro. Havendo parada respiratria,emprega-se um dos mtodos de respirao artificial.

    s vezes persistem alguns sintomas, como seja, cefalia (geralmente frontal), letargia, nusease vmitos. Tais sintomas, decorrentes, sobretudo de um edema cerebral, melhoram com o so-ro glicosado hipertnico e com uso de oxignio.

    V I - H I P E R X I AO oxignio vitalmente necessrio para o aviador operar sua aeronave segura e eficientemen-te. A condio indispensvel de existncia de oxignio para manter a vida em altitude indis-

    cutvel, entretanto, quantidades excessivas ou presses parciais de oxignio excessivamentealtas podem ser fatais.

    A conseqncia do excesso de oxignio respirado pelo pessoal de vo no bastante grandepara causar danos ao organismo. Entretanto, o problema da toxidade de oxignio significati-vo nas operaes submarinas e hiperbricas, onde as presses parciais dos gases respiradosso excessivas.

    Por esta razo, um breve resumo dos efeitos das elevadas presses de oxignio esboado aseguir.

    As manifestaes nocivas das elevadas presses parciais de oxignio esto diretamente rela-cionadas a dois fatores:

    Nvel de elevao de presso parcial; e

    Durao da exposio.

    Em altitude, por causa do decrscimo da presso ambiente, a respirao de oxignio 100% pu-ro produz presses parciais alveolares desse gs que geralmente no causam danos.

    Os seguintes trs tipos de toxidez pelo oxignio so conhecidos como ocorrendo no homem:

    1 - E f e i t o L o r r a m- S m i t h ( T o x i d e z P u l m o n a r p e l o O x i g -

    n i o )

    Este fenmeno, primeiramente reconhecido durante o tratamento da doena de descompres-so em mergulhadores de grande profundidade (165 ps ou seis atmosferas absolutas - ata)usando do ar, pode ocorrer a nveis to mais baixos como 0,7 - 0,8 ata, 532 mm Hg ou 9.500ps, respirando oxignio 100% puro.

    O dano pulmonar que pode resultar consiste no acmulo de fludo e hemorragia dentro dos al-volos, como resultado de uma condio semelhante pneumonia e que pode ser fatal.

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    Algumas pessoas so muito mais susceptveis de sofrer danos que outras, mas Bean notouque maior quantidade de indivduos desenvolvem sintomas e sinais em cerca de vinte horas

    respirando oxignio puro ao nvel do mar.Pode-se ver ento que respirar oxignio 100% puro, por muito tempo, mesmo em baixas altitu-des, pode, teoricamente, causar danos ao organismo. A durao dos perodos de respiraode oxignio em baixas altitudes no representa problema em aviao. Na terapia de compres-so para a doena de descompresso de altitude, onde administrado oxignio 100% puro a2,8 ata, (60 ps de profundidade) com durao acima de uma hora pode haver perigo, por isso, tomada precauo de, para cada vinte minutos de respirao de oxignio, h um intervalo decinco minutos de respirao do ar ambiente.

    A exata causa da toxidade pulmonar pelo oxignio ainda no foi satisfatoriamente compreendi-da, mas pensa-se numa interferncia com a funo normal da parede alveolar.

    2 - E f e i t o P a u l B e r t ( T o x i d a d e n o S i s t e m a N e r v o s o C e n -t r a l p e l o O x i g n i o )

    Este efeito da elevada presso parcial do oxignio manifestado por convulses generaliza-das, iguais s convulses do grande mal epilptico. Nesta manifestao h ampla variao in-dividual na susceptibilidade, mas em geral, pode-se dizer que respirar oxignio 100% puro a2,8 ata (60 ps de profundidade) por trinta minutos seguro para a maior parte dos indivduose que s raramente sero encontradas convulses com menos de duas horas de respirao deoxignio 100% puro a essa presso.

    Os sinais de perigo consistem em palidez, suores, abalos musculares, formigamento, pareste-sias, nusea, ansiedade e encurtamento da respirao, levando finalmente convulso com-

    pleta. A intensidade e tempo de incio so marcadamente afetados pelo exerccio na profundi-dade durante a respirao de oxignio. Por esta razo, a Marinha dos EUA limita a profundi-dade de uso da aparelhagem "SCUBA" de circuito fechado, para mergulho a 25 ps, enquantoo mergulhador estiver respirando oxignio 100% puro e nadando.

    V I I E F E I T O S D A H I P X I A D E A L T I -

    T U D E

    1 - C o n s i d e r a e s I n i c i a i s

    O ar exerce presso sobre a superfcie da terra, demonstrada desde 1643 por Evangelista Tor-ricelli. Ao nvel do mar, a 45de latitude, o seu valor igual a 760 milmetros de mercrio.

    A presso baromtrica decresce com a altitude. Assim, aos 5.500 m equivale a meia atmosfera(380 mm Hg) e aos 8.200m, a um tero.

    A atmosfera essencialmente composta de azoto e oxignio (Lavoisier) na proporo constan-te, em qualquer, que seja a altitude, de 79% e 21 % em volume. Outros gases nobres (hidro-gnio, gs carbnico) so encontrados em mnimas quantidades, praticamente desprezveis.

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    Considerando-se a constncia da composio percentual do ar, a lei de Dalton se torna aplic-vel para explicar uma diminuio das presses parciais de seus componentes, paralela com a

    queda baromtrica nas diversas altitudes. A uma dada altitude, a presso parcial do oxignio(de interesse mais particular) no ar ambiente igual ao valor da presso atmosfrica deste lu-gar multiplicada por 21% (praticamente a quinta parte).

    A passagem do oxignio dos pulmes ao sangue obedea s leis fsicas da difuso, conse-qentemente, a fixao sobre a hemoglobina para formar a oxihemoglobina essencialmentefuno da diferena entre as suas presses parciais no ar inspirado alveolar e no sangue veno-so que chega aos pulmes. Ao nvel do mar, este gradiente de presso aproximadamente de60 mm Hg (PA O2 = 100 mm Hg e o PV O2 = 40 mm Hg) o que permite uma saturao de 97%da hemoglobina.

    Com a ascenso atravs da atmosfera o gradiente alveolo-capilar do PO2 se reduz, a taxa deoxihemoglobina diminui segundo a curva de Barcrogt, o contedo em oxignio do sangue arte-rial baixa, instalando-se assim uma hipxia hipxica. Com estas consideraes, define-se a hi-pxia atmosfrica, ou hipxia hipxica como um estado de deficincia aguda ou gradual de oxi-gnio conseqente diminuio da presso parcial do oxignio no ar inspirado.

    A suboxigenao acarreta um grande nmero de reaes por parte do organismo e estas, porsua vez, geram reaes secundrias e tercirias.

    Dentro de certos limites, um mecanismo compensador de adaptao fisiolgica permite a ma-nuteno da homeostase.

    Strughold estudando a hipxia das altitudes e os meios fisiolgicos de adaptao a esta novacondio distingue:

    Uma zona indiferente, estendendo-se at os 2.000 m (6.500 ps) na qual no se constata

    uma modificao notvel na atividade das grandes funes. Uma zona de compensao completa, de 2.000 m (nvel de reao) a 4.500 m (1500 ps),

    evidenciando um esforo de adaptao cardiovascular. Uma zona de compensao incompleta, acima dos 4.500 m (nvel dos distrbios), malgrado

    um esforo acrescido das grandes funes vegetativas.A partir dos 6.500 m (22.000 ps), a vida est em perigo.

    2 - H i p x i a e R e s p i r a o S o m t i c a

    A hiperventilao a primeira reao desenvolvida no homem normal e em repouso; resulta deum aumento de volume corrente, pouca modificao havendo na freqncia respiratria quan-

    do a hipxia moderada.A ao direta da hipoxemia sobre o centro respiratrio (CR) mnima, devendo-se a reaoventilatria ao mecanismo reflexo de estimulao dos quimioreceptores das zonas sinocarotidi-anas.

    Os efeitos da hiperventilao sobre o organismo so mltiplos:

    a) Ao Sobre a Presso do Oxignio Alveolar -A hiperventilao impede uma queda acen-tuada da presso parcial do oxignio alveolar, favorecendo assim um fornecimento de maior

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    teor de oxignio ao sangue. Um indivduo que no hiperventila por uma razo qualquer su-cumbe aos 4.500 m (15.000 ps).

    b) Ao Sobre a Presso Alveolar de Gs Carbnico -Com a hiperventilao intensa pro-longada h uma hipocapnia. A diminuio do CO2 sangneo ocasiona reaes de compensa-o.

    (1) O pH sangneo se eleva (alcalose) e pe em jogo um mecanismo regulador:

    - Sobre o centro respiratrio - a baixa de CO2, causa uma diminuio de sua

    atividade por ser um dos estmulos desse centro.

    - Sobre os rins - a eliminao de valncias alcalinas tende a restabelecer um pH

    normal.

    - Sobre a Hipfise - com uma diminuio do hormnio antidiurtico surge uma poliria.- Sobre o estmago - h uma diminuio da secreo do cido clordrico, numa tentativa

    de reter hidrogeniontes.

    - Sobre o pncreas - a eliminao do suco alcalino favorece a baixa do pH sangneo.

    (2) Alterao da curva de Barcroft.

    - A elevao do pH desloca a curva para a esquerda, o que explica o aumento da cap-tao do oxignio pela hemoglobina, havendo um transporte de maior teor do mesmo para ostecidos que esto em acidose.

    c) Ao Circulatria -A hipocapnia e a hipxia determinam reaes cardiovasculares.

    d) Ao sobre o Sistema Nervoso -A hipocapnia acentuada diminui a coordenao neuro-muscular, determinando tremores, aumento do consumo do oxignio, agravando a anoxia.

    e) Desidratao -Conseqente a uma acentuada eliminao hdrica pelos pulmes e rins.

    Nos habitantes das grandes alturas, caractersticas prprias se desenvolvem diante da hipxiacrnica, tais como:

    trax mais volumoso; inspirao curta e expirao mais longa; maior capacidade pulmonar; e

    capacidade vital aumentada.

    Todo o mecanismo de compensao entra em falncia quando se atinge a faixa da hipxia se-vera pois, com ela, sobrevm a hiperventilao, a acidose tissular com formao de cidos fi-xos (acidose metablica), a depresso cardiovascular e a parada cardaca.

    3 - H i p x i a e C i r c u l a o

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    Diante da hipxia moderada, o comportamento cardaco se faz no sentido de um aumento deseu dbito, conseqente ao aumento da freqncia e do volume sistlico, o eletrocardiograma

    pouco varia, evidenciando apenas uma taquicardia sinusal, com um encurtamento da duraodo PR: uma diminuio de amplitude da onda T pode ser notada.

    A presso arterial sistlica e diastlica no se eleva a partir de 3.500 m (12.000 ps), emboraem nveis inferiores j se observe o aumento do dbito cardaco, as artrias dos territrioschamados sacrificados (pele, fgado, rim etc) se contraem, favorecendo a dilatao das que ir-rigam os territrios privilegiados (crebro, corao, musculatura estriada).

    A hipocapnia, quando acentuada, determina uma vasoconstrio cerebral predominando assimsobre o efeito vasodilatador da hipxia.

    As hipxias severas produzem srios distrbios cardacos, podendo-se assinalar bloqueios au-riculoventriculares de diversos graus, ritmo nodal, inverso da onda T, taquicardia ventricularprecedendo a fibrilao e a parada cardaca.

    Os nativos das grandes altitudes apresentam caractersticas cardiovasculares, tais como: hiper-tenso pulmonar, hipertrofia ventricular direita, bradicardia e moderada hipotenso, aumento devolume sangneo, aumento do leito capilar pulmonar e sistmico.

    4 - H i p x i a e o M e i o l n t e r n o

    A hipxia modifica os gases do sangue e os elementos figurados.

    A hipoxemia pode ser apreciada pela medida da taxa de saturao da hemoglobina e da pres-so parcial do oxignio arterial.

    A hiperventilao hipxica favorece a eliminao pulmonar do gs carbnico.

    Alm dos mecanismos de adaptao rpida hipxia, construdos pela hiperventilao pulmo-nar com acelerao circulatria e as demais reaes decorrentes, surgem uma policitemia eum aumento da taxa de hemoglobina com um processo lento de aclimatao altitude. H as-sim, um aumento da capacidade veiculadora do sangue no transporte do oxignio.

    Existe realmente uma correo perfeita entre a baixa da PC02 e o aumento da hemoglobinacirculante. As seguintes taxas de hemoglobina so encontradas nos residentes permanentes:16,3 g a 1.000 m; 17 g a 2.000m; 18 g a 3.000 m; 19 g a 4.000m; 22,8 g a 5.300m; 24,7g a7.000 m (A. Furtado, D.F. Merino E. Delgado, 1945).

    O nmero de hemcias mais elevado nos indivduos adaptados a hipxia: 5.420.000 hem-cias por mm em Denver - 1.520 m de altitude; 5.990.000 em Johannesbourg - 1.750 m de alti-tude; 6.500.000 no Mxico - 2.250 m de altitude; 7.500.000 em La Paz - 3.660 m de altitude;

    8.000.000 em Nabga Parbat - 8.000 m de altitude (UAC. Luft, 1941).As taxas de plaquetas so aumentadas, embora de modo mais evidente na hipxia aguda doque na crnica.

    A hipxia moderada causa uma policitemia atravs de um mecanismo de neoformao. A taxade reticulcitos, normalmente inferior a 1%, atinge 2% a 5% nos indivduos adaptados.

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    Admite-se atualmente a existncia de um hormnio mediador, a hematopoietina, elaboradopelos rins, que atua como excitante da medula ssea. O fgado e o bao retomam a sua fun-

    o hematopoitica, como se regredissem a um estado fetal.Na hipxia grave surge uma policitemia de mobilizao, como conseqncia de uma espleno-contrao. Os seguintes trs mecanismos so responsabilizados:

    Mecanismo Nervoso - ao de centros esidleno-constrictores. Mecanismo Humoral - a adrenalina age diretamente sobre o bao.

    Mecanismo Direto - a hipxia produz diretamente uma esplenocontrao.

    5 - H i p x i a e o A p a r e l h o D i g e s t i v o

    De um modo geral a hipxia aumenta a atividade motora e diminui as secrees do aparelhodigestivo.

    Ao nvel do estmago, o exagero do tnus pilrico favorece os vmitos; ao nvel do intestino higualmente hipertonia intrnseca, com a contrao provocada pela dilatao dos gases devido baixa da presso atmosfrica.

    Sob uma hipxia severa, os fenmenos se invertem - diminuio do tnus e paralisia total dotubo digestivo.

    A diminuio das secrees digestivas ocorre por uma ao direta da hipxia sobre a atividadecelular e indiretamente por um mecanismo reflexo.

    6 - H i p x i a e o A p a r e l h o U r i n r i oDiante da alcalose respiratria, determinada pela hiperventilao compensatria, os rins atuamcomo rgos de destaque na manuteno do equilbrio cido-bsico. A resposta renal redu-zir a excreo do hidrognio, eliminando o fosfato dibsico em vez de monobsico, frenando aformao de amnia e eliminando potssio; o cloro retido enquanto que o anion COH e osdio so eliminados.

    Sob uma hipxia moderada observa-se uma poliria devida a um mecanismo complexo:

    Dilatao dos capilares renais. Diminuio do hormnio antidiurtico hipofisrio.

    Com a hipxia severa h uma reduo brutal do fluxo sanguneo, o que acarreta uma oligria eanria. Leses rapidamente aparecem ao nvel dos tubos renais, determinando glicosria, he-matria e albuminria.

    7 - H i p x i a e G l n d u l a s E n d c r i n a s

    Hipfise - Como em face de toda agresso importante, a hipxia determina um aumento deACTH. A secreo do hormnio antidiurtico diminuda.

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    Supra-renais - Exibem alteraes atravs de ntido aumento da secreo de seus hormniosmedulares e corticais. O excesso de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) estimula a

    acelerao cardaca, a elevao ao tono vascular, a hiperglicemia, a esplenocontrao. A hi-persecreo de aldosterona justifica o aparecimento do edema ao nvel das clulas, a retenodo cloro nos tecidos e a diminuio da excreo do cloro pelos rins.

    Rim endcrino - As clulas justa-glomerulares do rim elaboram uma enzima - a renina - cujo te-or aumentado pela hipxia. Como se sabe, a renina, produz a angio-tensina a partir de umaglobulina-plasmtica que estimula a sntese da aldosterona no crtex supra-renal.

    Pncreas endcrino - A hipxia moderada provoca uma hiperrinsulinemia.

    8 - H i p x i a e V i d a d e R e l a o

    A hipxia e a hipocapnia se associam em seus efeitos depressores. Os testes realizados em

    piloto comprovam alteraes das funes intelectuais: ateno, memria, julgamento, racioc-nio. As alteraes do comportamento so tambm conhecidas: euforia ou, ao contrrio, estadodepressivo, estado pseudo-alcolico, etc.

    A maior forma de falncia dos centros superiores a perda de conscincia que sobrevm comuma altitude superior aos 7.000 m (23.000 ps).

    Outros distrbios funcionais podem ser observados, tais como:

    Aumento do limiar dos reflexos tendinosos, desde os 2.000 m (6.500 ps). Distrbios do equilbrio, com incoordenao motora e tremores, aos 5.000 m (17.000 ps).

    Distrbios sensoriais, sendo que a viso particularmente sensvel a hipxia (dficit, da v i-so noturna), mesmo em altitudes de 1.500 m (5.000 ps).

    V I I I - P E R I G O S D O F U M O N A A V I A OFonte de monxido de carbono (gs letal produzido pela combusto incompleta de qualquermaterial orgnico) o cigarro um grande inimigo do aviador.

    A diminuio da capacidade de transporte de oxignio por parte das hemoglobinas, nos fuman-tes, acarreta graves conseqncias. A retina o tecido que mais sente a falta de oxignio nosangue. A 15.000 ps necessita-se duas vezes mais luz para distinguir-se um objeto, do quese ele estivesse ao nvel do mar. Assim, um piloto fumante teria dificuldade nessa altitude, on-

    de o ar rarefeito.A tonalidade dos objetos tambm prejudicada, dificultando distinguir, numa mesma cor, se ela mais clara ou mais escura. A coordenao dos membros, centros sensoriais e funes psi-comotoras so tambm afetados em um nvel de 10% de monxido de carbono no sangue,percentual de dois maos de cigarros por dia.

    Uma pessoa que se encontre numa sala de 40 m e acabou de fumar um cigarro, produziu2.700 microgramas de partculas de alcatro por metro cbico, o que significa haver poludotrinta e seis vezes o nvel do ar limpo.

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    Uma s baforada contm 1,63 miligramas de monxido de carbono. Como um fumante aspira,em mdia, oito baforadas por cigarro, e consome dez cigarros em oito horas de prazer, ao final

    deste perodo, os que no fumam, mas que trabalham ao seu lado, tiveram que respirar 130miligramas de veneno letal.

    Um fumante que consome vinte cigarros por dia inala, com os 10 m de ar que respira diaria-mente, 46.000 miligramas de partculas de alcatro por metro cbico, o que equivale, simples-mente, a cinqenta vezes o nvel de emergncia de ar contaminado e seiscentas vezes o nvelde ar limpo.

    Se voc aeronauta, pense duas vezes antes de acender o prximo cigarro.

    UM CIGARRO DISSE PARA UM FUMANTE:

    HOJE VOC ME ACENDE... AMANH, EU TE APAGO...

    I X - C O N C L U S OConforme j se havia antecipado, vimos que todos os rgos e funes so afetados pela hi-pxia e, mobilizados na reao contra ela, sempre buscam manter as condies de vida dentroda estreita faixa da homeostase.

    Vimos, ainda, como interfere no metabolismo orgnico, afetando o funcionamento de pratica-mente todos os territrios orgnicos, e que o organismo lana mo de uma srie de recursos fi-siolgicos para compens-la. Quando esses recursos so insuficientes, sobrevm a morte.

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    NDICE

    CONTEDO

    I - INTRODUO

    II - CARACTERIZAO DE CADA TIPO

    1 - Hipxia Hipoxmica

    2 - Hipxia Anmica

    3 - Hipxia Estagnante

    4 - Hipxia Histotxica

    III - SINTOMATOLOGIA

    1 - Generalidades

    2 - Estgio Indiferente

    3 - Estgio Compensatrio

    4 - Estgio das Perturbaes

    5 - Estgio Crtico

    6 - Tempo til de Conscincia - T.U.C.

    IV - PROFILAXIA DA HIPXIA

    V - TRATAMENTO DA HIPXIA

    VI - HIPERXIA

    1 - Efeito Lorram-Smith

    2 - Efeito Paul Bert

    VII - EFEITOS DA HIPXIA DE ALTITUDE

    1 - Consideraes Iniciais

    2 - Hipxia e Respirao Somtica

    3 - Hipxia e Circulao

    4 - Hipxia e o Meio Interno

    5 - Hipxia e o Aparelho Digestivo

    6 - Hipxia e o Aparelho Urinrio

    7 - Hipxia e Glndulas Endcrinas

    8 - Hipxia e Vida de Relao

    VIII - PERIGOS DO FUMO NA AVIAO

    IX - CONCLUSO