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Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1482. CEP: 80730-200Batel - Curitiba - PR.

0800 708 88 88 www.iesde.com.br

Fundação Biblioteca NacionalISBN 978-85-7638-747-3

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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

Autor

Dennison de Oliveira

1.ª edição

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Todos os direitos reservadosIESDE Brasil S.A.

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© 2007 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Oliveira, Dennison de./História Contemporânea. / Dennison de Oliveira. – Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2007.

104 p.

ISBN: 978-85-7638-747-3

1. História contemporânea. 2. Relações internacionais. 3. Globa-lização. 4. Economia I. Título.

CDD 909.8

O48

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SumárioIntrodução: o mundo ao alvorecer do século XX | 9

A predominância da Europa | 9Os EUA, Alemanha e Japão como potências emergentes | 10A Segunda Revolução Industrial | 12O imperialismo | 12As forças da tradição e da transformação | 14

Primeira Guerra Mundial | 17A política de alianças e as causas imediatas da guerra | 17O impasse militar: a guerra de trincheiras | 18As novas tecnologias e a guerra no ar e no mar | 19O desfecho da guerra | 20Conseqüências do conflito | 21

Revoluções socialistas e movimento operário | 25Os vários socialismos e suas origens | 25O movimento operário | 26A Revolução Russa | 28

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Outras revoluções socialistas | 29A social-democracia | 30

Modelos econômicos: o desenvolvimento do capitalismo | 33O taylorismo e o fordismo | 33A urbanização | 35A divisão internacional do trabalho | 37A crise de 1929 e as relações internacionais | 37

Modelos econômicos: o desenvolvimento do comunismo | 41A nova sociedade socialista | 41A planificação e seus objetivos | 42A industrialização, urbanização e educação | 43A coletivização e o fim da propriedade privada | 44Economia, política e sociedade sob a ordem comunista | 45

Segunda Guerra Mundial | 47A ascensão do nazifascismo e do militarismo japonês | 47A mundialização do conflito | 48As novas tecnologias: a guerra no ar e no mar | 50O desfecho da guerra | 51Conseqüências do conflito | 53

Guerra Fria e bipolarização | 57Origens da Guerra Fria | 57A bipolarização e as superpotências | 58As guerras localizadas e a bipolarização | 60A Guerra Fria, a descolonização e o Terceiro Mundo | 61O fim da Guerra Fria | 63

Socialismo: seus limites e possibilidades | 65A economia planificada e seus êxitos | 65As limitações do planejamento centralizado e suas manifestações | 66As reações do autoritarismo soviético | 68A era da “estagnação” | 69O fim do socialismo | 70

Capitalismo: suas crises e superações | 73O Estado do bem-estar social (welfare state) e o keynesianismo | 73O fordismo como projeto de sociedade | 75As tensões e contradições do fordismo e do welfare state | 76Os excluídos do sistema e suas manifestações | 77O declínio e crise do fordismo e do keynesianismo | 78

Neoliberalismo, globalização e mundialização do capital no final do século XX | 81O choque do petróleo e suas implicações | 81A nova sociedade capitalista: a “acumulação flexível” | 82O “Estado mínimo” | 83O neoliberalismo e suas bases sociais e culturais de apoio | 84O fim do socialismo, o desenvolvimento das comunicações e a era da globalização | 85

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Terrorismo, guerras e conflitos | 87Historicidade do terrorismo | 87A questão palestina e o terrorismo | 88As guerras árabe-israelenses | 89Os grupos terroristas nos países do Primeiro Mundo | 90As guerras no Iraque e Afeganistão | 91

Economia e sociedade no século XXI | 95O fim da política | 95Os EUA como única superpotência | 96A ascensão da China | 97O aquecimento global e os problemas ambientais | 98A questão demográfica | 99

Referências | 101

Anotações | 103

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Apresentação

Este livro refere-se à História Geral e abrange os séculos XX e XXI. Nele, estão

contidos os principais eventos, tendências e instituições que mais influência

exerceram sobre a conformação da sociedade na qual vivemos. Por se tratar

de uma síntese, espera-se que ele sirva como material de introdução ao estudo

da História Contemporânea e também como guia para aprofundamento dos

assuntos aqui tratados.

Pretende-se que o texto de cada capítulo seja inteligível em si mesmo. Contudo, é

indispensável não perder de vista que tanto o viver social quanto o tempo histórico

são um todo contínuo e indivisível e, se o dividimos formalmente, é apenas para

fins de estudo. O leitor deve atentar para as diferentes durações dos fenômenos

históricos e sociológicos aqui descritos, as quais recorrentemente transcendem o

conteúdo abarcado em cada capítulo.

Além disso, é indispensável não perder de vista que a disciplina de História exige

um constante exercício de erudição. É necessário, tanto quanto possível e, na

medida dos interesses de cada um, ler as obras completas, confrontar os originais

com as diferentes leituras que deles são feitas e tentar se manter atualizado

com os contínuos avanços da ciência da História. Como qualquer outro campo

do conhecimento, a História está em constante evolução no que se refere à

elaboração de novas interpretações e à descoberta de novas fontes e registros.

Mais do que um conjunto de informações e conteúdos, a História é um método de

entendimento e interpretação da realidade. A História não é e nem pretende ser

apenas e tão-somente o estudo do que já se passou, ou o estudo do passado. O que se

pretende com este livro é contribuir para que o leitor desenvolva uma forma de pensar

historicamente o processo de constituição da sociedade na qual vive e, desta forma,

possa aperfeiçoar o entendimento dos fenômenos que lhe são contemporâneos.

Dennison de Oliveira

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Segunda Guerra Mundial

A ascensão do nazifascismo e do militarismo japonêsFoi num quadro de profunda crise econômica, política e social que emergiram, ao fim da Primeira

Guerra Mundial e da crise de 1929, os regimes fascista (Itália, 1922) e nazista (Alemanha, 1933). Ambos, para se legitimarem junto à opinião pública, propunham-se a alterar – pela força, se necessário – uma ordem mundial que consideravam injusta e prejudicial aos seus interesses nacionais. No plano interno tratavam-se de regimes autoritários, ferozmente anti-comunistas, baseados na existência legal de apenas um partido, além do constante recurso à censura e à repressão política contra os críticos e opositores do regime. No caso alemão cabe destacar também a política nazista de aperfeiçoamento racial (eugenia), cuja característica mais notável foi a proposta de eliminação das “raças inferiores”, tidas como ameaça à segurança e ao progresso daquele que se supunha ser o “verdadeiro” povo alemão. Dentre aqueles que deveriam ser eliminados da face da terra, segundo os nazistas, cabe destacar os deficientes físicos e mentais, inadaptados sociais, opositores políticos, judeus, eslavos, ciganos e outras minorias que seriam, a partir de 1941, vítimas de deportação, escravização e genocídio em escala continental.

Talvez o aspecto mais visível de ambas ditaduras seja justamente a força do prestígio de seus líderes, reconhecidamente carismáticos. Independentemente das diferenças de estilo, tanto Hitler quanto Mussolini sabiam falar às massas, conduzindo suas audiências a autênticos frenesis coletivos. Certos recursos tecnológicos já disponíveis naquela época também os ajudaram nesse esforço de sedução das massas. Graças a um grande aparato de propaganda envolvendo meios de comunicação tão distintos como o rádio e o cinema, bem como diversas práticas pedagógicas do sistema educacional (jogos, eventos, canções, exercícios de várias disciplinas etc.) conseguiram por um longo tempo impor-se como chefes marcados por uma aura de infalibilidade e cuja vontade era incontestável.

Do outro lado do mundo, as maiores ameaças à paz vinham do Japão. Seu governo só na aparência era parlamentarista, sendo controlado de fato por facções militares comprometidas com a criação de um império colonial japonês. Essa pretensão só podia se realizar pela força, pois acordos diplomáticos que lhe haviam sido impostos, reservaram ao Japão um lugar subordinado na partilha imperialista dos territórios asiáticos, então em boa parte sob domínio da Grã-Bretanha, EUA e Holanda, os grandes favorecidos.

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Com a invasão da província chinesa da Manchúria, em 1931, e da própria China, em 1937, revelou-se inequivocamente ao mundo a intenção japonesa de monopolizar a exploração comercial e financeira daquele país. Contavam os japoneses com a ocupação total do território chinês anexando-o ao seu império colonial. Dessa forma, anulariam as concessões que as demais potências imperialistas já haviam obtido dos chineses em outras épocas.

Em 1936 é firmada uma aliança militar entre a Alemanha e Itália, à qual o Japão adere em 1940, formando o assim chamado Eixo. O desafio lançado por estes três países à ordem mundial talvez pudesse ter sido rapidamente superado, se tivesse havido um mínimo de unidade entre as principais potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial, os Aliados (Grã-Bretanha, URSS, EUA). Contudo, isso só aconteceu quando já era tarde demais. Veja, por exemplo, a forma pela qual os regimes nazista e fascista impuseram sua política de revisão do Tratado de Versalhes. Em 1935, Mussolini invade a Etiópia, um dos últimos países independentes na África, e Hitler reintroduz o serviço militar obrigatório e anuncia a retomada da produção de armas proibidas pelo tratado (aviões, tanques, submarinos etc.) sem ser contestado pelas demais potências. Ambas medidas foram muito eficazes para combater o desemprego, ao mesmo tempo em que provocavam enorme déficit comercial e fiscal. No ano seguinte, Hitler remilitariza a fronteira com a França – o que também era proibido pelo tratado – e em 1936 decide, da mesma forma que Mussolini, apoiar a tentativa dos militares espanhóis de destruir o governo constitucional vigente, em favor de um regime inspirado no nazifascismo, naquilo que viria a se tornar a prolongada e sangrenta Guerra Civil Espanhola (1936-39).

As sucessivas exigências alemãs de revisão das fronteiras estabelecidas em Versalhes encon traram resposta favorável das potências ocidentais tanto na anexação da Áustria quanto no Acordo de Munique (1938), o qual marca o auge da política de “apaziguamento” executada por franceses e ingleses. Segundo essa política, fazia sentido proceder-se a modificações do Tratado de Versalhes se isso garantisse a continuidade da paz na Europa. O temor de uma nova guerra mundial, uma opinião pública indiferente às questões de fronteira na Europa Central e Oriental e a não-efetivação de uma aliança militar com a URSS para conter Hitler acabaram por reforçar a adesão ao “apaziguamento”. Hitler soube aproveitar-se ao máximo dessa política para impor seus termos e, com o Acordo de Munique obteve o direito de reocupar a região fronteiriça da Tchecoslováquia. A ocupação do resto da Tchecoslováquia no ano seguinte finalmente leva ao fim da política do “apaziquamento” e ao início da mobilização política e social na Inglaterra e na França visando conter a Alemanha. Assim, quando são feitas novas exigências de devoluções de territórios alemães perdidos para a Polônia segundo o Tratado de Versalhes, britânicos e franceses mobilizam-se para defender aquele país. Com a invasão da Polônia pelos alemães ocorre a declaração de guerra da Grã-Bretanha e, em seguida, da França à Alemanha em 1.º de setembro de 1939.

A mundialização do conflitoEm 1.o de setembro de 1939, tropas alemãs atacam a Polônia. No dia 17, tropas russas invadem o

país, como resultado do Pacto de Não-Agressão e a correspondente divisão da Polônia, que havia sido firmado entre russos e alemães no mês anterior. O período que se seguiu ficou conhecido como “Guerra Falsa”. Nem alemães, nem anglo-franceses efetuaram quaisquer operações militares. Em novembro, a URSS ataca a Finlândia, ao ver suas exigências territoriais recusadas pelo governo daquele país. Em abril

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de 1940, os alemães invadem a Noruega e ocupam a Dinamarca. No dia 10 de maio, os alemães acabam com a “Guerra Falsa” invadindo a Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

Com a invasão da França, em maio de 1940, deu-se finalmente a reprodução do choque de armas da guerra anterior. No que se refere aos aspectos propriamente militares, as vantagens estavam contra os Aliados. Os alemães eram os detentores do monopólio do conhecimento relativo à coordenação de forças blindadas (Divisões Panzer) e aéreas (Luftwaffe) em campanha, tendo se aproveitado da invasão da Polônia para apressar o treinamento de seus militares e proporcionar-lhes experiência em combate. O comando Aliado, por seu turno, apegava-se às táticas da guerra anterior, pautando sua doutrina pela crença no poderio de suas fortificações e outros recursos de defesa para esgotar qualquer ofensiva alemã. Em 14 de junho, Paris é ocupada e, uma semana depois, o governo francês assina um armistício com a Alemanha. Hitler começou em agosto uma campanha aérea de “debilitação”, preliminar à Invasão das Ilhas Britânicas: a Batalha da Inglaterra. A iminente chegada do inverno inviabilizando operações anfíbias e aéreas tornava remota a probabilidade dos alemães tentarem a invasão. A descrença geral numa futura invasão da Grã-Bretanha se manifesta tanto no desinteresse do alto escalão nazistas nestas operações quanto na atenção desproporcional que dedicava à Operação Barbarrossa, que é como veio a ser conhecido o plano de ataque à URSS.

Em junho de 1941, repudiando o Acordo de Não-Agressão firmado em agosto de 1939, os alemães invadem a Rússia, obtendo até dezembro daquele ano sucessos extraordinários. De fato, chegaram até Rostov, Leningrado e Moscou. Embora não tenham sido capazes de tomar estas duas últimas cidades, capturaram ou mataram cinco milhões e meio de soldados inimigos e se apossaram de uma área responsável por 40% do PIB soviético. No segundo semestre de 1942, os alemães reiniciam suas ofensivas na Rússia, chegando a ocupar parcialmente a importante cidade industrial de Stalingrado. Contudo, em novembro, os russos contra-atacam, cercando dentro da cidade um enorme contingente de alemães – 330.000 homens. Sem poder romper o cerco, os alemães se rendem em fevereiro do ano seguinte, naquela que foi a pior derrota alemã na guerra até então, somando no processo perdas superiores a um milhão de homens, a qual também marca o início da virada da correlação de forças contrária aos países do Eixo.

No início de 1941, as relações nipo-americanas estavam em processo de franca deterioração. A agressão japonesa à China afetou imediatamente os interesses comerciais, militares, diplomáticos e econômicos dos EUA e da Grã-Bretanha naquele país. Mais ainda, a derrota da França e da Holanda na campanha de 1940 levou os japoneses a intensificar as pressões sobre aqueles países para obter vantagens e direitos sobre suas colônias na Ásia. De todos os atingidos, o único em condições de barrar as pretensões do Japão eram os EUA, àquela época ainda imersos no isolacionismo. Por este termo denomina-se a cultura política norte-americana que, com base na experiência da Primeira Guerra Mundial, repudiava a intervenção dos EUA em assuntos europeus. A partir de 1941, com a ocupação da Indochina Francesa, a administração Roosevelt finalmente conseguiu obter apoio para sua política de contenção das operações militares japonesas. Foi decretado um embargo total às exportações de materiais estratégicos para o Japão, como petróleo e metais, bem como decretado o congelamento dos bens japoneses nos EUA.

Para um país que dependia pesadamente de importações para manter seu complexo industrial-militar funcionando, o embargo foi um golpe mortal. Diante dele, a liderança japonesa tinha apenas dois caminhos a tomar: ou abandonar sua guerra contra a China, renunciando inclusive ao território já ocupado, ou partir para a conquista das fontes de petróleo e matérias-primas estratégicas da Ásia, então em poder da Inglaterra (Malásia e Nova Guiné) e da Holanda (Java). Para garantir a segurança

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dessas regiões e respectivas rotas marítimas, seria indispensável neutralizar as frotas britânica e norte americana no Pacífico, ocupando a importante base naval inglesa de Cingapura, destruindo a base norte americana de Pearl Harbor, no Havaí, bem como expulsando os norte-americanos das Filipinas.

Em dezembro de 1941, esses planos foram postos em prática. De surpresa e contando com substancial superioridade numérica e técnica sobre seus adversários, o Japão se abate sobre esses alvos-chave, conquistando-os em pouco mais de três meses e sem perdas significativas. Tinham a seu favor uma grande frota de porta-aviões, excelentes aeronaves embarcadas (como o famoso avião de caça Zero, superior a qualquer outro em serviço entre os Aliados) e aquela que era considerada a melhor arma naval do mundo, o torpedo conhecido como “longa lança”. Todas as tentativas navais e terrestres de conter os japoneses foram anuladas, deixando-os senhores, naquelas vastidões do Pacífico, de oitava parte do globo.

Finalmente, a partir de 1941, a guerra se torna mundial, uma vez que não só atraiu ao conflito as principais potências industriais do planeta, como pôs em conexão os eventos do oriente e do ocidente. Embora as forças armadas da Alemanha, da Itália e do Japão obtivessem êxitos fulminantes nos primeiros anos do conflito, a longo prazo o peso demográfico e econômico dos países Aliados, somado à sua infeliz condução da guerra, acabaria por esmagar totalmente o poder militar do Eixo (Alemanha, Japão, Itália).

As novas tecnologias: a guerra no ar e no marOs desenvolvimentos na indústria aeronáutica durante a guerra foram particularmente notáveis

tanto na área da eletrônica quanto no uso estratégico das aeronaves. Na eletrônica, foi fundamental o desenvolvimento por parte dos britânicos de um aparelho de detecção de aviões inimigos: o radar. Graças a este aparelho – repassado já em 1941 aos EUA – os Aliados podiam antecipar todas as ações aéreas do inimigo, tanto sobre o mar quanto em terra.

Na aviação deu-se o surgimento do bombardeio estratégico: aeronaves de múltiplos motores, com alcance de milhares de quilômetros, transportando várias toneladas de bombas que podiam atingir o coração do território inimigo. Os anglo-americanos se dedicavam a bombardear alvos civis e militares por toda Europa ocupada a partir de 1942 e no Japão a partir de 1944. Inicialmente, os resultados foram mínimos, devido tanto à ineficácia dos aparelhos de mira disponíveis, quanto à cerrada oposição das defesas de solo (artilharia antiaérea) e ar (caças noturnos e diurnos), tudo isso para não mencionar outras contramedidas, como a dispersão das instalações mais valiosas e a construção de fábricas subterrâneas.

Na realidade, a proposta do bombardeio estratégico que fosse auto-defensável se mostrou impossível de se realizar inteiramente na prática, levando os Aliados a desenvolverem suas próprias esquadrilhas de caças de escolta com alto desempenho e enorme alcance, capazes de acompanhar os bombardeios durante toda missão. Dessa forma, conseguiu-se eliminar boa parte das aeronaves inimigas que tentavam interceptar os bombardeios, tanto reduzindo-se em números absolutos os efetivos aéreos inimigos pelos combates no ar, quanto enfraquecendo-os pela destruição das fábricas de aviões a sua produção aeronáutica. Com sua insistência em bombardeios de terror contra áreas urbanas, com o intuito de “desalojar” e “desmoralizar” a população inimiga, acabaram provocando centenas de milhares de mortes de civis alemães e japoneses.

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No mar, os maiores desenvolvimentos deram-se na área tecnológica, como a adoção de um aparelho de detecção submarina, o sonar. Graças a esse aparelho era possível aos Aliados descobrirem e atacarem os submarinos alemães e japoneses mesmo submersos, lançando contra eles cargas de profundidades, isto é, dispositivos explosivos programados para explodirem à profundidade em que se encontravam seus alvos. O uso generalizado de navios capazes de operar aviões foi outra importante mudança tática. Os porta-aviões eram capazes, com suas aeronaves, de lançar ataques a centenas de quilômetros de distância, eclipsando totalmente os navios equipados com grandes canhões (couraçados, cruzadores etc.), capazes de atingir alvos a apenas uma ou duas dezenas de quilômetros.

O desfecho da guerraA derrota do Eixo foi ocasionada devido tanto à soma de sucessivas decisões errôneas, quanto

à maciça desproporção de recursos demográficos, tecnológicos e econômicos entre as potências em guerra. A entrada dos EUA na guerra alterou todo o quadro para muito pior, no que se refere ao Eixo. Os EUA tinham um potencial econômico dez vezes maior que o do Japão e três vezes maior que o da Alemanha. Durante a guerra, na qual seus inimigos foram totalmente arrasados, os EUA, ao contrário, aumentaram em 50% seu PIB. Em 1945, seriam, então, os possuidores de mais da metade da frota mercante e das reservas de ouro mundiais.

A menos que a liderança dos Aliados cometesse erros realmente graves, seria impossível às tropas do Eixo deixarem de sentir os efeitos da superioridade da coalizão que se formou contra eles em 1941. A ironia da história é que a guerra na Europa e no Pacífico foi decidida antes que a conversão do potencial econômico de tempo de paz em um complexo industrial-militar produzisse todos seus efeitos. Afinal de contas, ao final da guerra os EUA eram capazes de fabricar um navio por dia e um avião por minuto. Acabaram ocorrendo importantes reveses para a Alemanha também na diplomacia. Diversos países neutros (Turquia, Espanha etc.) com os quais se podia contar com a adesão ao Eixo, continuaram a permanecer em expectativa.

Os japoneses pretendiam garantir a hegemonia no Pacífico, antes que os EUA atingissem a total mobilização de seus recursos militares. Somente dessa forma imaginavam terminar a guerra de forma favorável, dada a desproporção de recursos econômicos e demográficos que a longo prazo sempre favoreceriam os americanos. Em junho de 1942 provocaram a Batalha de Midway, para a qual esperavam atrair para o combate a frota americana que havia escapado da destruição nos eventos anteriores. Ao invés do pretendido esmagamento da armada norte-americana, amargaram os japoneses, graças a erros táticos na condução das operações, à perda de todos os seus porta-aviões envolvidos (contra o afundamento de um único navio desse tipo dos americanos), revertendo a favor dos EUA a correlação de forças aeronavais naquele conflito e incapacitando-os a prosseguir em suas ações ofensivas.

A partir daí, sucederam-se vários encontros entre as duas esquadras, sempre em função da disputa de ilhas cada vez mais próximas do Japão. Em 1944 travou-se em torno das Filipinas aquela que até hoje é considerada a maior batalha naval da História, a do Golfo de Leyte. Mais uma vez os japoneses sofreram perdas muito superiores às dos norte-americanos, alargando ainda mais as vantagens materiais que os EUA desfrutavam sobre eles. Nessa batalha aeronaval pelas Filipinas surgiram pela primeira vez os ataques de aviadores suicidas, os kamikazes. Seus pilotos com seus aparelhos cheios de explosivos se sacrificavam atirando sobre os navios americanos na tentativa de neutralizar a crescente e irreversível

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disparidade de forças contra as quais eles tinham de lutar. Embora os kamikazes não tivessem sido capazes de, por si sós, impedir a perda das Filipinas, Iwo Jima, Okinawa e várias outras ilhas importantes, não se pode negar o efeito psicológico dessa nova tática sobre o inimigo.

No segundo semestre de 1944, os EUA já dispunham de várias bases em ilhas relativamente próximas ao Japão, da qual puderam desfechar maciços ataques aéreos às cidades e instalações militares japonesas. Simultaneamente, os EUA vinham realizando intensa campanha submarina contra os navios mercantes japoneses, fazendo com que o Japão perdesse gradualmente quase toda sua marinha e impedindo o contato com as partes recém-anexadas de seu Império. A partir de março de 1945, os EUA desfecharam importantes seqüências de ataques aéreos no Japão, usando seus novos bombardeiros B-29, cujo raio de ação e carga de bombas não tinham similares na força aérea japonesa.

Em 1943, Hitler decidiu pela realização de mais uma – que seria a última – ofensiva na frente russa, na tentativa de recuperar a iniciativa estratégica perdida desde Stalingrado. O local escolhido foi um saliente território ocupado pelos russos bem no centro da linha alemã, em torno da cidade de Kursk. Os alemães imaginavam que se conseguissem isolar esse bolsão atacando suas bases de ambos os lados, lograriam separá-lo do resto do território ocupado pelos russos. Assim, poderiam destruir ou capturar através do cerco realizado importantes grupamentos de tropas inimigas, dando, através da imputação de pesadas perdas aos russos, no mínimo mais tempo para recompletarem seus próprios efetivos e, no limite, a chance de tirar das mãos soviéticas a capacidade de impor aos alemães o ritmo e a intensidade da luta naquela frente.

Nesse estágio, a divisão de meios humanos e materiais entre os contendores era amplamente favorável aos soviéticos. Ao contrário das Batalhas de Moscou e Stalingrado, nas quais ambos os lados tinham mais ou menos os mesmos efetivos – cerca de um milhão e meio de homens cada – agora o Exército Vermelho era bem superior em quantidade aos seus adversários. Mais ainda, a introdução de novas e melhores armas providas pela indústria soviética significava que, em boa medida, elas gozariam senão de superioridade, pelo menos de igualdade técnica sobre seus inimigos.

Esta contra-ofensiva durou até o fim de 1943, provocando a destruição das preciosas (e, aquela altura, insubstituíveis) reservas blindadas alemãs e libertando extensas áreas da URSS ocupadas, em particular a Ucrânia e a Criméia. Quase que simultaneamente ao desastre na frente oriental, os alemães também tiveram de fazer face ao desembarque de tropas aliadas na Itália, pressagiando o fechamento final do cerco que os Aliados vinham fazendo ao Eixo. Pelos seus resultados, a Batalha de Kursk se mostrou muito mais decisiva para a derrota do Eixo do que a de Stalingrado, marcando o início de um processo irreversível de recuos e retiradas alemãs que só findaria nas ruínas de Berlim. O evento permanece até hoje como sendo a maior batalha de tanques jamais travada na História.

Em 6 de junho de 1944 soldados Aliados desembarcam nas costas da França, na região da Normandia. A imensa desproporção de qualidade e quantidade de todo tipo de meios militares a favor dos Aliados, bem como uma inteligente estratégia de despistamento, impediu que as reações alemãs pusessem a assim chamada Operação Overlord sob ameaça. Na verdade, os efetivos do Eixo na área eram em sua maioria de qualidade inferior, incluindo também divisões retiradas da frente russa – onde permaneciam constantemente mais de dois terços das tropas do Eixo – para descanso e recompletamento. Depois da perda de Paris, em agosto, os alemães não foram mais capazes de realizar quaisquer contra-ataques, cedendo terreno até dezembro daquele ano. Na véspera de Natal lançam aquela que seria sua última ofensiva importante na frente ocidental, logo contida pelos Aliados.

Quase que simultaneamente aos desembarques na Normandia, os russos desfecharam uma gigantesca ofensiva na frente oriental, destinada a liberar de vez os territórios soviéticos ocupados.

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Para tanto, reuniram 1 200 000 homens para lançar contra os 700000 soldados do Eixo que guarneciam o centro da linha de frente, verificando-se no que se refere a blindados, à artilharia e à aviação uma correlação de forças ainda mais amplamente favorável a eles. O resultado é que menos de uma quinzena depois de iniciados os ataques, os alemães perderam 25 das 43 divisões, permitindo aos russos avançar até a Prússia, Polônia e Romênia e acelerando a desintegração da coalizão de países da Europa oriental que apoiavam o nazismo. Para celebrar, os russos realizaram um imenso desfile pelas ruas de Moscou com cerca de 57 000 dos prisioneiros alemães feitos nessa ofensiva.

Em janeiro de 1945, os russos estavam prontos para iniciar sua ofensiva rumo a Berlim. Para tanto, contavam com 2 200 000 homens (contra 400 000 alemães), 6 400 blindados (contra 1 150), 46 000 peças de artilharia (contra 4 100). Contando com tamanha superioridade de forças, empregadas com eficiência pelo menos igual à dos alemães, não se podia ter qualquer dúvida com relação ao resultado final. No início de fevereiro, os russos chegavam ao rio Oder, última barreira fluvial antes de Berlim, distante pouco mais de 40 quilômetros dali. Em abril desfecharam seu ataque final contra Berlim, encontrando sempre feroz resistência. Somente terminaram de ocupar Berlim em 28 de abril de 1945, no mesmo dia em que Hitler dava cabo da própria vida, em seu abrigo subterrâneo de comando, localizado naquela cidade. Uma semana antes Mussolini havia sido capturado e fuzilado por guerrilheiros comunistas, ao tentar fugir do norte da Itália para a Suíça. Em 8 de maio, o governo alemão sucessor assinou a rendição aos Aliados.

Em agosto de 1945, quaisquer esperanças japonesas de prosseguir com a guerra foram arrasadas, tanto pela ocorrência de dois ataques nucleares ao Japão, quanto pela invasão soviética da Manchúria, que logo de saída provoca a quase total desestruturação do exército japonês sediado ali. A despeito do caráter decisivo da entrada da URSS na guerra, a memória dos eventos ligados à rendição do Japão sempre será dominada pela lembrança dos ataques atômicos às cidades de Hiroshima e Nagasaki, responsáveis por centenas de milhares de vítimas, e cujos efeitos deletérios entre a população japonesa ainda se verificaram por muitos anos.

Consequências do conflitoA Segunda Guerra Mundial (1939-45) foi, pelo menos até o presente, o maior e mais devastador

conflito sofrido pela humanidade em toda sua história. As perdas de vidas humanas decorrentes dos combates militares, massacres premeditados de civis, fome e doenças decorrentes de outras privações sofridas durante o conflito são estimadas em 50 milhões. Destes, pelo menos 20 milhões são de cidadãos da antiga União Soviética (URSS) e talvez outros seis milhões, em sua maioria judeus, são os mortos do programa de destruição das minorias racialmente “indesejáveis” desenvolvido pelo regime nacional-socialista (nazismo) vigente na Alemanha (1933-45).

Ao lado das imensas perdas humanas, cabe citar também a destruição física da maioria da infra-estrutura econômica e da vida urbana da Europa, China e Japão, incluindo aí boa parte da navegação mercante dos países beligerantes e neutros no conflito. Na Europa Ocidental, nas regiões que foram palco dos combates aéreos e terrestres, a atividade econômica desceu a níveis desastrosos, com a perda de ferrovias, rodovias, portos, linhas de comunicação, fábricas e fazendas que foram quase que totalmente devastadas. A maior parte das habitações foi destruída por bombardeios aéreos e terrestres, bem como pelos exércitos em retirada, a fim de que não fossem utilizadas pelos seus adversários. Nos

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territórios da URSS, palco de uma guerra “total”, tanto na linha de frente entre exércitos convencionais, como pela luta na retaguarda das forças guerrilheiras de ocupação ao invasor alemão, a guerra levou a um retrocesso econômico que só seria recuperado dez anos depois.

Só estes dados já conferem à Segunda Guerra Mundial um lugar de destaque, único mesmo, no repulsivo e deprimente leque de conflitos militares dos quais a história humana se acha tão lamentavelmente repleta. Como se tudo isso ainda não fosse razão suficiente para nos dedicarmos ao estudo e à lembrança daquele conflito, não se pode deixar de mencionar que na vigência da Segunda Guerra Mundial foram realizados os primeiros ataques com armas atômicas contra populações civis, que redundaram na destruição das cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki (1945). A partir daí, as perspectivas deletérias de extensas experiências atômicas com fins militares, bem como do próprio fim da humanidade numa nova guerra mundial travada com armas nucleares tornou-se o principal pesadelo das gerações que se seguiram.

Além disso, a Segunda Guerra Mundial tem uma importância histórica fundamental por sua influência na criação de uma nova ordem política em escala planetária e de efeitos duradouros, cuja expressão mais visível foram os blocos internacionais que dela emergiram, dando origem à “Guerra Fria” (1945-89). Simultaneamente à emergência dos EUA e da URSS como únicas superpotências mundiais, líderes de blocos antagônicos que disputavam a hegemonia em escala global, assistimos também ao definitivo declínio dos antigos poderes coloniais, que tanta importância detinham anteriormente. De fato, o fim da Segunda Guerra Mundial dá início à era da descolonização e ao surgimento do bloco dos países em desenvolvimento ou, como se diz, do Terceiro Mundo. Finalmente, o fim da Segunda Guerra Mundial também é marcado pelo surgimento de importantes organizações multilaterais, dedicadas à negociação diplomática, como a Organização das Nações Unidas (ONU), e econômica, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Atividades1. Analise o mapa referente à Europa no auge do poder de Adolf Hitler e compare as revisões

operadas nas fronteiras da Alemanha em relação àquelas impostas pelo Tratado de Versalhes.

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2. Compare o gráfico relativo à produção de armamentos pelas coalizões antagônicas da Segunda Guerra Mundial e explique a proporção ali contida em função do início da corrida armamentista em cada país.

Produção de armamentos das potências, 1940-1943 (em bilhões de dólares de 1944)

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41

1940 1941 1943Grã-Bretanha 3,5 6,5 11,1URSS (5,0) 8,5 13,9Estados Unidos (1,5) 4,5 37,5Total de combatentes aliados 3,5 19,5 62,5

Alemanha 6,0 6,0 13,8Japão (1,0) 2,,0 4,5Itália 0,75 1,0 –Total de combatentes aliados 6,75 9,0 18,3

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3. Estabeleça com base na comparação dos dados de produção aeronáutica a correlação de forças aéreas entre as coalizões antagônicas da Segunda Guerra Mundial no início e no fim do conflito.

Produção de Aviões das Potências, 1939, 1945

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1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945Estados Unidos 5 856 12 804 26 277 47 836 85 898 98 318 46 761URSS 10 382 10 565 15 735 25 436 34 900 40 300 20 900Grã-Bretanha 7 940 15 049 20 094 23 672 26 263 26 461 12 070Comunidades Britânicas 205 1 100 2 600 4 575 4 700 4 575 2 075Total ALIADOS 24 178 39 518 64 706 101 519 151 761 167 654 84 806Alemanha 8 295 10 247 11 776 15 409 24 807 39 807 7 540Japão 4 467 4 768 5 088 8 864 16 693 28 180 11 066Itália 1 800 1 800 2 400 2 400 1 600 – –Total EIXO 14 562 16 815 19 264 26 670 43 100 67 987 18 606

Dicas de estudoO livro de Paul Kennedy – Ascensão e Queda das Grandes Potências – contém uma interpretação

até hoje considerada clássica que coloca em foco tanto a desproporção de recursos disponíveis entre as potências em luta na Segunda Guerra Mundial, quanto as diferentes opções estratégicas por elas adotadas. Selecione um período, evento ou ano do conflito e tente estabelecer qual das duas considerações é mais pertinente enquanto interpretação do desfecho final dos eventos.