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    Histria10 ano

    Mdulo 2 O dinamismo civilizacional da Europa Ocidental nos sculosXIII a XVespaos poderes e vivncias

    Unidade 1 A identidade civilizacional da Europa Ocidental

    Diversidade poltica, mas unidade religiosa

    Ao contrrio do tempo em que vivemos, caracterizado pela existncia daEstados durveis, com um poder central forte e bem estruturado, nos temposmedievais as fronteiras alteravam-se com frequncia e o poder politico

    revestia formas variadas: um imprio, reinos, senhorios, cidades independenteseram as principais formas de organizao politica da Europa medieval.

    Contrariando esta fragmentao politica, a Europa Ocidental possua umaforte unidade religiosa. A f era vivida intensamente e todos se consideravamsob a autoridade espiritual do Papa.

    A Igreja Catlicafuncionava como um fator de coeso, fazendo com que osOcidentais se vissem a si prprios como um conjunto distinto das outras religiesdo Mediterrneo: o cristianismo ortodoxo, que tinha Constantinopla, capital doImprio Bizantino, como centro, e o Islo, cujos seguidores eram consideradosinfiis e inimigos. Contra eles desencadearam-se grandes ofensas militaresascruzadasque a Igreja incentivou, olhando-as como uma guerra santa.

    Crescimento econmico e demogrfico nos sculos XI a XIII

    Os sculos XI a XIIIforam, para os Europeus, um tempo de prosperidade.Beneficiando de um clima geral de paz, o nmero de homens aumentou,povoando regies quase desertas.

    O setor agrcola contou com novas tcnicas de cultivo: a maior utilizao doferro nos instrumentos agrcolas, e um aproveitamento mais eficaz do soloproporcionaram colheitas mais abundantes.

    O aumento dos excedentes agrcolas permitiu intensificar as trocas,impulsionando os setores do comercio e artesanato. Este dinamismoeconmico fez renascer as cidades.

    As cidades tornaram-se importantes centros econmicos. Habitadas sobretudopor artesos e comerciantesos burgueses, nos s reanimaram a produo e

    o comrcio europeu como dinamizaram o campo, que as abastecia deprodutos alimentares. Imprescindvel como meio de pagamento, a moedavoltou a circular em abundncia.

    No sculo XIII, tinham-se j desenvolvido na Europa importantes poloseconmicos: A Flandres, centro do comrcio europeu e importante produtorda lanifcios; o norte da Alemanha e as margens do mar Bltico e do mar doNorte, onde dominavam os mercadores da Hansa Teutnica; a regio deChampagne, centro das mais importantes feiras internacionais ; o norte deItlia, em especial as cidades de Veneza e Gnova, que estabeleciamligaes com comerciantes muulmanos, trazendo para a Europa os produtosdo Oriente.

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    Para apoiar todo o comrcio, surgiram as primeiras sociedades comerciais,novos meios de pagamento, como a letra de cmbio, e uma nova profisso, ade cambistas ou banqueiros.

    Quebra demogrfica no sculo XIV

    Cerca de 1330, o tempo da prosperidade dava sinais de ter chegado ao fim.As ms colheitas sucederam-se e as grandes fomes regressaram Europa.

    Mal alimentados, os corpos no resistiam s doenas e as epidemiasproliferaram, devastadoras. A mais terrvel de todas, a peste negra, terceifado cerca de um tero dos Europeus.

    Revoltas populares e guerras entre Estadoscompletaram este quadrorecessivo. A Europa entrou, novamente, num perodo de dificuldadeseconmicas e de acentuado recuo demogrfico.

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    Unidade 2 O espao portugus a consolidao de um reino cristo e

    ibrico

    A fixao do territrio

    O Reino de Portugal nasceu, como unidade politica autnoma, no sculo XII,teve origem no Condado Portucalense, que Afonso Henriques libertou dasujeio a Leo e Castela (1143) e fez reconhecer pelo Papa (1179)

    A luta contra o vizinho Reino de Leo e Castela e as negociaes com a SantaS em prol da independncia do reino tiveram, como pano de fundo, asperipcias da Reconquistacrist da Pennsula Ibrica. Foi no contexto das lutascom os muulmanos que o Reino de Portugal dilatou as suas fronteiras e osmonarcas, de D. Afonso Henriques a D. Afonso III, reforaram a sua autoridadee obtiveram reconhecimento internacional.

    Se a conquista do Algarve terminou em 1249, com D. Afonso III, s no reinado

    do seu filho D. Dinis o reino fixou assuas fronteiras, atravs do Tratado deAlcanises (1297)

    Senhorios e concelhos

    O territrio portugus apresentava-se, na poca medieval, organizado emsenhorios e concelhos.

    Os senhorios (reguengos, honras e coutos) tiveram como bero a regio deEntre Douro e Minho, mas logo se estenderam ao Centro e Sul do pas. Neles, osreis, os nobres e os eclesisticos cobravam rendas sobre a explorao da terra,

    controlavam uma variedade de dependentes e exerciam o poder pblico decomando militar, judicial e fiscal. Os concelhos constituam unidades territoriais dotadas de autonomia

    administrativa, particularmente os urbanos. Nas cidades e vilas afirmou-se umgrupo de proprietrios e mercadores, donos de razoveis fortunas, quemonopolizavam os cargos concelhios. Estas elites sociais eram conhecidas porhomens-bons.

    O poder rgio

    O rei unificava os particularismos de senhorios e concelhos, como chefe de

    todos os portugueses, senhores e vilos, mouros e judeus. A todos no deixavade lembrar, nem sempre pacificamente, que era o rgo mximo do poderpblico. Ao rei cabia a legislao, a imposio da justia maior e suprema e achefia na guerra. No sculo XIV, a monarquia feudal apresenta-se jrazoavelmente centralizada.

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    Unidade 3 Valores, vivncias e quotidiano

    A experincia urbana

    O dinamismo da cidademedieval no se limita ao mundo dos negcios. Noseu espao amuralhado, a arte, a religiosidade e mundo do saber adquiremtambm uma nova feio.

    Num novo estilo artstico, o Gtico, constroem-se catedrais imponentes.Abbadas de cruzamento de ogivas amparadas por arcobotantes permitemelevar a catedral a alturas at a inatingveis. Smbolo da elevao a Deus, acatedral tornou-se tambm o smbolo da importncia da cidade e dos sueshabitantes.

    Novas ordens religiosasfranciscanos e dominicanosrejeitam a riqueza daIgreja e pregam a humildade, o despojamento e o amor ao prximo.Reconhecidas pelo Papa, dedicam-se a aliviar o sofrimento dos mais pobres,

    renovando o fervor religioso.

    Dentro do mesmo espirito, proliferam as confrarias, associaes de socorrosmtuos organizadas sob proteo de um santo. Muitas vezes ligadas aos ofcioscitadinos, as confrarias tm por fim praticar a caridade e ajudar os membrosem horas de aflio.

    tambm na cidade medieval que nasce um novo tipo de escola auniversidade. A nova administrao pblica e um mundo de negcios cadavez mais complexo necessitam de gente escolarizada, trazendo alunos suniversidades que nascem na Europa. Em Portugal, a primeira escola destegneroEstudo Geral de Lisboa- foi fundada em 1290 com D. Dinis.

    A cultura leiga e profana nas cortes rgias e senhoriais

    No fim da Idade Mdia, tambm a nobreza adota novos ideais. O violenteoficio de guerreiro enche-se de regras, devendo agora respeitar um cdigo dehonracdigo de cavalaria.

    Consciente da sua nobreza, herdada dos antepassados, que venera, ocavaleiro deve defender o bem, justia e os mais desprotegidos. Deve aliar ssuas capacidades militares a gentileza e as boas maneiras, necessrias vidae corte. Na sua convivncia com as damas, cultiva um amor intenso, masdelicado, em nome do qual dever ser capaz dos maiores feitos.

    Alimentados pela literatura, este ideais de cavalaria propagam-se pelas cortes

    na Europa, marcando profundamente a cultura erudita do final da idademdia.

    A difuso do gosto e da prtica de viagens

    Nesta poca, abrem-se tambm novos horizontes geogrficos. O gosto pelasviagens desperta nos Europeus: o comrcio rompe fronteiras, enchendonovamente os caminhos da Europa de mercadorias e negociantes; uma frenovada e intensa motiva peregrinaes a terras longnquas, em busca dasmemrias da vida de Cristo ou de relquias muito veneradas; as necessidades

    da diplomacia obrigam deslocao frequente de mensageiros eembaixadores.

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    No sculo XIV, mercadores venezianos chegam China, de cujas maravilhasMarco Polo deixou uma descrio entusistica. A vastido do mundo comeaento a antever-se. Aos portugueses caber, mais tarde, precisar os seuscontornos.

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    Histria11 ano

    Mdulo 5 O liberalismoideologia e revoluo, modelos e prticas nossculos XVIII e XIX

    Unidade 1 A Revoluo Americana, uma revoluo fundadora

    A Revolta das 13 colnias inglesas da Amrica do Norte

    Em 4 de Julho de 1776,os ideais iluministas da liberdade, igualdade efraternidade dos Homens, da soberania do povo e do contrato socialconcretizaram-se na Declarao da Independncia das 13 colnias inglesasda Amrica do Norte, proclamada em Filadlfia.

    A independncia americana representa o culminar de um estado de tenso,revolta, insurreio armada, inclusive, dos colonos contra aquilo queconsideravam ser um atentado aos seus direitos naturais.

    Na verdade, desde a vitria da Inglaterra na Guerra dos Sete Anos, quedepauperou os cofres rgios, as 13 colnias da Amrica do Norte vinhamsendo sujeitas pelo monarca e pelo parlamento britnicoonde nem sequerestavam representadasa medidas vexatrias, que lhes impediam a liberdadede comrcio e as sobrecarregavam de impostos alfandegrios.

    A guerra de independncia americana

    At 1783 viveu-se no territrio das 13 colnias, uma feroz Guerra de

    Independncia, no decurso da qual as milcias dos revoltosos se conseguiramimpor ao afamado exrcito britnico. Obtiveram vitrias memorveis, como asde Saratogae de Yorktown, que conduziram capitulao da Gr-Bretanha eao reconhecimento da independncia americana.

    A Repblica dos Estado Unidos da Amrica

    Pela Constituio de 1787, que levou prtica o principio iluminista da divisode poderes, a jovem nao americana tomou a forma de uma repblicafederal, a Repblica dos Estados Unidos da Amrica.

    Pelos ideais que o nortearam e pelas ruturas que provocou, o nascimento dosEUA constituiu a primeira revoluo liberal da Histria da Humanidade.

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    Unidade 2 A Revoluo Francesa paradigma das revolues liberais

    e burguesas

    A Nao soberana

    De 1789 a 1804, a Frana viveu um processo revolucionrio alm de destruir oAntigo Regime, produziu uma srie de experincias politicas com repercussesno mundo contemporneo. Os acontecimentos e os heris no faltaram. So,porm, as mudanas estruturais a nvel politico, social, econmico e cultural,que do fora e significado Revoluo Francesa.

    Monarquia Constitucional coube pr em prtica as ideias das Luzes: atripartio dos poderes, a soberania da Nao, a abolio das ordens sociais,a livre iniciativa e a tolerncia religiosa. Acreditava-se que, sob a gide da

    burguesia, a Liberdade, Igualdade e Fraternidadeseriam possveis.A obra da Conveno

    A radicalizao da Revoluo fez os franceses prescindirem da figura real eat de Deus. Foram os tempos de Repblica Popular dos sans-coullotes e

    jacobinos governada pela Conveno. A igualdade foi levada s ultimasconsequncias e a politica tornou-se um assunto do povo, nos clubes, emassembleias, na prpria Conveno.

    No terror se alicerou a Repblica, ameaada pela Guerra Civil e pela invasoestrangeira. Na verdade, contra a Frana revolucionria ergue-se a Europa,primeiro em defesa de Lus XVI, depois receosa da propagao dos seus

    excessos. Mas, de atacada, a Frana passou a atacante, assumindo comomisso libertar povos da tirania. Uma vocao imperialista manifestou-se.

    O triunfo da revoluo burguesa

    Em 1794, os moderados tomaram novamente as rdeas do poder. O Diretrioprocurou, de 1795 a 1799, salvar e consolidar a revoluo burguesa. Esta foitambm, a tarefa do Consulado e da sua figura de proaNapoleoBonaparte. Heri militar, foi considerado um salvador da Revoluo. Mas o seugoverno colocou-lhe fim durante o Imprio.

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    Unidade 3 A geografia dos movimentos revolucionrios na primeira

    metade do sculo XIX: as vagas revolucionrias liberais e nacionais

    Da Revoluo Francesa s revolues em cadeia

    Desde a sua ecloso, a Revoluo Francesa apresentou-se como modelo deluta contra a tirania. Sob a sua influncia e do imperialismo napolenico, osecos liberais difundiram-se na Europa.

    Ferozmente conservador, antiliberal e nacionalista, o Congresso de Viena1815 construiu um novo mapa politico europeu. Desrespeitou naes,submetendo-as a Estados estrangeiros, eliminou as heranas revolucionrias.Contra esta nova ordem politica ergueu-se uma vaga de revolues naEuropa, que acabou por se repercutir na emancipao da Amrica Latina.

    Uma segunda vaga revolucionria ocorreu entre 1829 e 1839 e uma terceiraem 1848. Se, naquela, a vitoria do liberalismo foi notria, j na ltima asconquistas revolucionrias revelaram-se efmeras.

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    Unidade 4 A implantao do liberalismo em Portugal

    Antecedentes e conjuntura

    No Portugal do Antigo Regime, as Invases Francesas deixaram profundasmarcas. Entre elas, a difuso das ideias de liberdade, igualdade e soberaniapopular; a desorganizao econmica; a deslocao da Corte para o Brasil; apermanncia das autoridades britnicas na Reino.

    Toda esta conjuntura contribui para a Revoluo Liberal de 1820. Em nome daregenerao da Ptria, estalou no Porto, em 24 de Agosto, uma conjunturavitoriosa de militares e burgueses com ligaes Maonaria, determinados noafastamento da influncia britnica, no regresso de D. Joo VI do Brasil e naadoo de uma monarquia constitucional. No espao de um ms, aRevoluo ganhou adeso por todo o pas.

    A Revoluo de 1820 e as dificuldades de implantao da ordem liberal

    A ao da governao vintista caracterizou-se pelo radicalismo. AConstituio de 1822 retirou privilgios nobreza e ao clero e diminuiufortemente as prerrogativas reais. O dio dos partidrios do Antigo Regime

    juntou-se insatisfao popular com a legislao socioeconmica e aodescontentamento burgus com a perda do mercado brasileiro, na sequnciada independncia do Brasil.

    A resistncia ao Liberalismo cedo se manifestou com as tentativas de golpeabsolutista da Vila- Francada e da Abrilada. A outorga da Carta Constitucionalpor D. Pedro IV, em 1826, bem procurou conciliar o Portugal velho com a novaordem liberal, mas no conseguiu impedir o restauro do absolutismo com D.Miguel. S ao cabo de uma guerra civil de dois anos, a Carta Constitucional foireposta e o Liberalismo triunfou, para sempre, em Portugal.

    O novo ordenamento politico e socioeconmico

    Entretanto a legislao de Mouzinho da Silveira encarregou-se de liquidar osprivilgios socioeconmicos de Antigo Regime que entravavam o

    desenvolvimento do pas. Mas, se vitorioso em 1834, o Liberalismo defrontou-se com constantes

    sobressaltos. Os radicais no cessaram de criticar os cartistas no poder erenasceram com o setembrismo, que liderou o pas. Em 1842 o cabralismotriunfou e trouxe a ordem politica da Carta Constitucional. Ao autoritarismocabralista ops-se uma vasta coligao de setembristas, de nostlgicosmiguelistas e de cartistas puros, revoltados com as medidas da governao deCosta Cabral. O reino mergulhou de novo na Guerra Civil (1846-1847) e foinecessria a interveno estrangeira. A acalmia politica chegou em 1851, como movimento da Regenerao.

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    Unidade 5 O legado do liberalismo na primeira metade do sculo XIX

    Caractersticas do Liberalismo e do Romantismo

    Fruto da ideologia das Luzes e das Revolues Liberais, o Liberalismo expande-se no mundo ocidental durante a primeira metade do sculo XIX. Defende aliberdade individual, perante a lei e a propriedade privada, entendendo caberao Estado a preservao destes princpios burgueses, que fazem parte doDireitos do Homem.

    Para tal, o poder politico, progressivamente secularizado, funciona na base daseparao dos poderes e da soberania nacional, garantidas em textosconstitucionais.

    Sob o ponto de vista econmico o liberalismo defende a l ibre iniciativa, aabolio dos monoplios, considerando a livre concorrncia como garante daordem, da justia e do progresso da sociedade.

    Porm, o Liberalismo conheceu restries. Limitou o exerccio da soberania aosmais abastados e esclarecidos, atravs do sufrgio censitrio. A custo, e depoisde muitas polmicas e conflitos armados, aboliu a escravatura.

    Concomitantemente, nas artes, o Romantismo a expresso da ideologialiberal. Na literatura, na msica e nas artes plsticas propes uma novaesttica, afastada dos cnones racionalistas clssicos, fantasiosa, imaginativa,sentimental, individualista e nacionalista.

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    Histria11 ano

    Mdulo 6 A civilizao industrialeconomia e sociedade;nacionalismos e choques imperialistas

    Unidade 1

    As transformaes econmicas na Europa e no Mundo

    A expanso da Revoluo Industrial

    No decurso do sculo XIX, o progresso da indstria ligou-se estreitamente investigao cientifica, que proporcionou novos inventos e a utilizao denovas formas de energia.

    O setor txtil continua a crescer, mas a vanguarda tecnolgica pertenceagora industria siderrgica e industria qumica, que se tornam verdadeirasindustrias de base.

    Embora o carvo continue a alimentar um nmero crescente de mquinas avapor, a eletricidade e o petrleo aplicam-se a um conjunto cada vez maiorde maquinismos. Representam o progresso e tornar-se-o essenciais no decursodo sculo XX.

    Os avanos tecnolgicos revolucionaram tambm o setor dos transportes,essenciais na circulao de matrias primas e ao escoamento dos produtosmanufaturados. O sculo XIX viu nascer a l inha frrea e a navegao a vaporque, associada a pontes, tuneis e canais, encurtaram distancias e reduziramcustos.

    As oportunidades de negcio trazidas pela expanso da industria geraramnovas formas de organizao empresarial: em alguns setores, como asiderurgia, a qumica e o petrleo, formam-se empresas gigantescas; dentro

    das unidades de produo, racionaliza-se o trabalho, que se torna maisrentvel mas tambm mais montono e despersonalizado.

    A geografia da industrializao

    No sculo XIX, a Revoluo Industrial quebrou fronteiras: estendeu-se pelaeuropa, alcanou os estados unidos e o Japo.

    Bero da Revoluo Industrial, a Inglaterra manteve o seu lugar de primeirapotncia mundial at ao fim do sculo XIX, quando a concorrncia de outrasnaes mais dinmicas se fosse verdadeiramente sentir. Na entrada do novosculo, os Estados Unidos tinham j arrebatado o lugar cimeiro no leque dasgrandes economias mundiais.

    A agudizao das diferenas

    O extraordinrio aumento da produo mundial favoreceu a liberalizao dastrocas. Seguindo o exemplo da Inglaterra, muitos forma os pases queadotaram o livre cambismo, facilitando a entrada dos produtos estrangeiros.

    Contrariando a teoria que fazia do livre cambismo um fator dedesenvolvimento conjunto e harmonioso de todas as naes, a diminuio dasbarreiras alfandegrias favorecia os pases mais industrializados. Aos pases maisdbeis a industrializao tardia tornava-se dificil competir comos gigantes daindustria e vencer a distncia que os separava das naes mais ricas.

    O mercado internacional permaneceu, assim, dominado pelas grandespotncias econmicas que abasteciam o mundo de produtos manufaturadose recebiam em troca matrias primas ou produtos agrcolas.

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    O livre funcionamento do mercado favoreceu a repetio de um novo tipo decrises: as crises cclicas. Tpicas do capitalismo industrial, davam origem anumerosas falncias que beneficiavam as grandes empresas, mais capazes deresistir aos perodos de recesso.

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    Unidade 2 A sociedade burguesa e industrial

    Exploso populacional, expanso urbana e urbanismo, movimentos

    migratrios

    A Revoluo Industrial e o capitalismo resultaram em transformaesquantitativas e qualitativas no seio das populaes. A exploso populacionalfoi a primeira dessas grandes alteraes, tornada possvel pelo declnio damortalidade e pelo aumento da esperana mdia de vida. Este factorelacionou-se com os progressos de higiene pessoal e pblica, com a maiordisponibilidade de gneros alimentares e com avanos na medicina.

    Um mundo cheio era o espetculo da Humanidade no sculo XIX, comdestaque para as cidades das regies industrializadas, que cresceram em reae em nmero. O fenmeno ficou conhecido como expanso urbana.

    Trabalhos de urbanismo procuram adequar os espaos s novas necessidades.

    Destruram-se muralhas medievais e ruas acanhadas, que deram lugar aespaosas e arejadas avenidas. Construram-se novos equipamentos, comogares ferrovirias , grandes armazns , bancos, sales de caf, etc. Elegantesbairros residenciais alojaram a alta burguesia, enquanto o proletariado seespalhou por caticos subrbios. Nas cidades americanas, o urbanismoconheceu a nova realidade dos arranha-cus.

    A expanso urbana ficou em grande parte a dever-se aos movimentosmigratrios, particularmente fortes na segunda metade do sculo XIX. Neles secompreendem as migraes internas, relacionadas com o xodo rural, e asmigraes externas, conhecidas por emigrao.

    O maior fluxo migratrio processou-se a partir da Europa. Vagas sucessivas deanglo-saxnicos, latinos, balcnicos e eslavos encontraram na emigrao asada para os seus problemas: misria, desemprego ou perseguies religiosase politicas.

    A sociedade oitocentista

    Entretanto, as hierarquias sociais tradicionais desmantelaram-se as sociedadede ordens deu lugar sociedade de classes. Se iguais perante a lei, os homensdividiam-se em diferentes classes, em funo dos seus rendimentoseconmicos, ocupaes profissionais e valores.

    A alta burguesia monopolizou a direo econmica e financeira dasempresas, controlou os governos e adotou padres de vida que oscilaram

    entre a ostentao aristocrtica e a poupana e valorizao do trabalho. As classes mdias expandiram-se com a entrada nas suas fileiras de um nmero

    crescente de pequenos empresrios, de empregados de comrcio, defuncionrios, de professores e de profissionais liberais. Mostravam-serespeitadoras da ordem e da moral.

    No patamar inferior da sociedade, o proletariado apenas contava com o seutrabalho braal. Empregue, com suas mulheres e filhos, nas minas e nasfbricas, suportava longos horrios de trabalho em condies frequentementedegradantes.

    As doutrinas socialistas propuseram-se remediar os males do proletariado ealterar a sociedade radicalmente, com o marxismo.

    O movimento operrio ganhou coeso e os sindicatos mostraram-se capazesde mobilizar grandiosas greves. Sindicatos e partidos de classe trabalhadora

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    contriburam para os progressos da legislao social nas ltimas dcadas dosculo XIX.

    Unidade 3 - Evoluo democrtica, nacionalismo e imperialismo

    A partir da segunda metade do sculo XIX, o l iberalismo politico evoluiu,nalguns pases do mundo ocidental, para o demoliberalismo.

    A democratizao da governao tornou-se possvel graas a um conjunto deconquistas politicas notveis. Destacam-se o sufrgio universal, o voto secreto,o crescente poder dos parlamentos e dos partidos representativos das classesmdias e do proletariado.

    As monarquias constitucionais, respeitadoras dos direitos do individuo e docidado, proliferavam. A propaganda republicana subiu de tom, fazendo verque a Repblica proporcionava maior oportunidade e liberdade.

    Os Estados Autoritrios resistiam na Europa Central e Oriental. Nos impriosaustro-hngaros, alemo e russo, os imperadores detinham supremos poderesque lhes permitiam controlar energicamente os governos e os opositorespolticos. Eram soberanos autocrticos, personificando eles prprios o poder e alei.

    Nesses imprios vigoravam sociedades conservadoras, assentes nos privilgiosda nobreza e do clero. A ascenso social via-se, por isso, dificultada.

    Como imprios multinacionais que eram, a ustria-Hungria, Alemanha e aRssia incluam variados povos/nacionalidades no seu territrio. No ostratavam em p de igualdade, o que atiou despeitos e revoltas por parte dasnaes oprimidas.

    Nas ltimas dcadas de Oitocentos e incios do sculo XX, o nacionalismoadquiriu um novo vigor extraordinrio. Herdeiro do principio dasnacionalidades, fomentou os movimentos de unificao nacional- como oitaliano e alemoe a libertao dos povos do jugo opressor. Citam-se as lutasbalcs contra o imprio otomano e a recente dominao austro-hngara.

    Os Balcs converteram-se num barril de plvora. O nacionalismo eslavo estevana origem do atentado de Saravejo que, por sua vez, fez deflagrar a PrimeiraGuerra Mundial.

    Entretanto a Europa prosseguia a sua marcha imparvel pelo controlo deterritrios ultramarinos na frica, na sia e na Amrica Latina. Assistiu-se aofenmeno do imperialismo, no qual os EUA tiveram parte ativa.

    O imperialismo manifestou-se no controlo econmico, politico e militar e

    cultural de regies do Globo, transformadas em colnias, protetorados ouconcesses dos Estados dominadores. Estes, com o seu domnio, procuravammatrias primas, mercados de escoamento para a produo industrial,territrios para colocao de capitais e de excedentes demogrficos. No casodas colnias, invocavam-se, ainda, o dever de civilizar os povos inferiores.

    A busca desenfreada de territrios para explorar motivou disputas e rivalidadesentre as aes europeias que, tambm, vieram a contribuir para a PrimeiraGuerra Mundial.

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    Unidade 4 Portugal, uma sociedade capitalista dependente

    Aspetos econmicos e financeiros sob a Regenerao

    Aps quase meio sculo de turbulncia politica, coube aos governos daRegenerao proporcionar a acalmia e o desenvolvimento econmico,

    implementando reformas de cariz capitalistas a partir de 1852. Ao fontismoministro Fontes Pereira de Melose deveu uma politica de obras

    pblicas que dotou o pas de meios de transporte e comunicaoimprescindveis construo do mercado interno e de abertura Europa.

    Para favorecer a aquisio de matrias primas e mquinas e incrementar asexportaes nacionais, procedeu-se reviso das tarifas alfandegrias, quebaixaram, enveredando o pas para o livre cambismo. A abertura inovaotecnolgica e o fomento agrcola, industrial e comercial repercutiram-se naparticipao e realizao de exposies nacionais e internacionais.

    Variados fatores comprometeram o xito da politica econmica daRegenerao. Muito do capital investido pertencia a estrangeiros, pelo que os

    lucros fugiam do pas. A fraca competitividade da produo nacional, saldou-se no recurso s importaes, no dfice da balana comercial e no aumentodas despesas. O recurso massivo aos emprstimos e os inerentes juros da dividaainda mais agravaram as despesas publicasse o dfice oramental. Em 1892 opais declarou Bancarrota.

    Para inverter a situao econmica, os governos regressaram aoprotecionismo, de molde a dificultar as importaes e os gastos e a facilitar oescoamento da produo metropolitana e colonial. O contexto de crise ditoutambm a criao de grandes companhias: empresas mais competitivas,concentrando variados ramos da produo e distribuio.

    As transformaes do regime politico na viragem do sculo No fim do sculo XIX, Portugal vivia uma grave crise social e politica: a pobreza

    e o atraso econmico semeavam o descontentamento na populao; o rei eos partidos polticos enfrentavam o descrdito da opinio pblica, que osacusava de incompetncia e oportunismo. Neste contexto, as ideiasrepublicanas ganharam fora e combatividade.

    Em janeiro de 1890, o prestigio da monarquia viu-se ainda mais abalado pelacedncia ao Ultimato Britnico, que forava os portugueses a abandonarem osonho de um grande imprio africano. Um ano depois, em 31 de Janeiro de1891, desencadeava-se no Porto, a primeira tentativa de implantao daRepblica.

    Em 1907, incapaz de controlar a instabilidade politica, o rei D. Carlos aceitagovernar sem o Parlamento, dando todos os poderes ao ministro Joo Franco.Acicatados por esta deciso, extremistas republicanos assassinam D. Carlos e oprncipe herdeiro, em1de fevereiro de 1908.

    Aps o regicdio, a monarquia encaminhou-se para o fim. D. Manuel II, novo einexperiente, no conseguiu impedir a revoluo republicana, que venceu emLisboa, a 5 de Outubro de 1910.

    De acordo com os ideais que os animavam, os republicanos aprovaram, em1911, uma Constituio que privilegiava o poder legislativo, empreenderam alaicizao do Estado e publicaram abundante legislao de carter social.

  • 7/26/2019 Historia Exame

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    Unidade 5 Os caminhos da cultura

    A confiana no progresso cientifico e avano das cincias

    Na segunda metade do sculo XIX, a crena no valor da cincia atingiu o seuauge. O espirito racionalista, que Comte apelidou de positivo, domina, ento,a cultura europeia.

    Apoiada pelas instituies oficiais, a cincia regista importantes avanos nasreas da zoologia, botnica, fsica e qumica, biologia, medicina, etc. Darwin,com a formulao da teoria evolucionista; Mendekleivev, com a classificaoperidica dos elementos qumicos; o casal Curie com as suas descobertassobre a radioatividade.

    O espirito positivista entranhou tambm nas cincias sociais, que procuravamum mtodo seguro que guiasse as suas investigaes.

    A valorizao do conhecimento cientifico como fator de progresso e condioda cidadania refletiu-se no ensino pblico. Os Estados assumiram as suasresponsabilidades nesta rea, tornando a instituio primria gratuita eobrigatria e investindo nos outros graus de escolaridade.

    O interesse pela realidade social na literatura e nas artes as novas correntes

    estticas na viragem do sculo

    No campo da arte e da literatura, a segunda metade do sculo XIX marcada pelo aparecimento de correntes novas e ousadas, num claro desafio

    rigidez dos cnones acadmicos. O realismo, que procura fazer da arte o registo cru da realidade; o

    impressionismo, que valoriza a luz e a sensao de detrimento da forma; osimbolismo, que sob variadas formas estticas valoriza o sobrenatural; e a artenova com o seu apelo unidade das artes, sero o preldio da revoluoartstica do sculo XX.

    Portugal: o dinamismo cultural no ltimo tero do sculo

    Em Portugal, os intelectuais procuram, cheios de entusiasmo, acompanhar a

    modernidade europeia. No ltimo tero do sculo, sob impulso da gerao de 70, o nosso pas abre-se

    ao debate social e s novas tendncias literrias.

    Adere tambm esttica nova, com a pintura naturalista.