Histórias -...

28
Histórias CONTAR CIÊNCIAS ILUSTRAÇÃO: RBSBCA MaRQUET C assm Viana

Transcript of Histórias -...

Page 1: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

HistóriasCO NTAR CIÊNCIAS

ILUSTRAÇÃO: RBSBCA MaRQUET Cassm Viana

Page 2: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

H/STÓRJAS RüR A CONTAR ClÊNCIAS

Autora: Cassia Viana

Ilustrações: Rebeca Marquet

Produto submetido para o recebimento de grau de mestre, ao Programa de Pós Graduação

em Educação e Ciências Matemática, da universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, sob a orientação de Marco Antonio de Moraes.

Viana, Cassia, 23/12/1979- Histórias para contar Ciências.Cassia Carla Viana. - 2018. 7 f.

Orientador: Marco Antonio de Moraes.Produto . -- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,

PPGEduCIMAT, 2018.1. Contação de Histórias.

2. Alfabetização Científica.I. Moraes, Marco Antoniode , 30/03/61-,

orient. II Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. PPGEduCIMAT III. Título.

Page 3: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

D e a tc o e s s a s h is t ó r ia s p a r a t o p o s o s M e u s s o b r in h o s e s o b r in h a s Que M e FAZSM seR CRIANÇA PARA SBM PRB.

Page 4: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Aprbszntaçao

Esse u v r o É f a r t e d a m in h a p e s q u is a d e d isse r t a ç ã o d o m e st r a d o d o P r o g r a m a d e P ó s -G r a d u a ç ã o e m E d u c a ç ã o e m Ciê n c ia s e M a t e m á t ic a

d a Un iv e r sid a d e Fe d e r a l R u r a l d o R io d e J a n e ir o .Co m o P e d a g o g a e Co n t a d o r a d e His t ó r ia s p e s q u is e i s o b r e o p r o c e s s o

DE ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA A RARTIR DA CON1AÇÃÓ DE HISTÓRIAS.AQUI, APRESENTO ALGUM AS HISTÓRIAS QUE PODEM SE R CONTADAS PELA PROFESSORA E O

PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL, N AS AU LAS DE ClÊNCIAS. HISTÓ RIAS QUE TRAZEM TEM AS TRATADOS NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. N O ENTANTO, PODEM SE R CONTADOS TARA CRIANÇAS

DE TODAS A S IDADES. ÊSPERO QUE VOCÊS GOSTEM f

Page 5: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E
Page 6: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Yaj tomar banhofBr a u m a c r ia n ç a , im a c r ia n ç a a s s im ,

FARBC/DA COM CADA UM PB YOCês.

BRA A HORA PB ACORDAR, A CRIANÇA ACORDAVA,

ÂS VBZBS ATÉ M AIS CBDO DO QUB DBVBRJA.

Br a h o r a d b c o m br , a c r ia n ç a c o m ia ,

ÀS VBZBS ATÉ M AIS DO QUB PRBCISARIA.

Br a h o r a d b b r in c a r , b r in c a v a b apr o n tava ,

ATé M AIS DO QUB TODO MUNDO ESPERAVA.'

Br a h o r a d b d o r m ir , d o r m ia q u b a t è r o n c avaF

M a s n a h o r a d b to m a r b a n h o ,

A COISA PIO RAVA.'

Nã o q u b r ia v b r c h u v b ir o , c o r r ia p b lo TBRRBIRO,

BSCONDiA DB BAIXO DA CAMA, FARBCiA ATÉ /A S S A R M ALF

B, BSSA CRIANÇA, M AIS OU MBNOS DA SUA IDADB,

IA SB VIRANDO COMO PODIA, TODA HORA,

TODO D IA, PRA PODBR FUGIR DA AGONIA

DB TOMAR UM S/MPLBS BANHO.

Page 7: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

BLA MORA COM JO JÔ , UMA PESSOA ADULTA,

M AIS OU MENOS PARECIDA COM O FW,

A M ÃE, A TIA, OU A /M Ó DE VOCÊS.

JO JÔ PELEJAVA. INVENTAVA TUDO QUE PODIA.

PRA TRAZER UMA ALEGRIA NA HORA DA CRIANÇA SE BANHAR.

Co lo c ava m ú s ic a n o b a n h e ir o ,

O SHAMPOO M AIS ESPUMANTE,

UM SABONETE BEM CHEIROSO E NADA DE AGRADAR.

S e m p r e n a h o r a d o b a n h o , o s o s s e g o a c a b a m .

" Ca d ê e s s a c r ia n ç a d a n a d a ?

VEM p r o b a n h o , venha j à F ”

A CRIANÇA IM O ENTENDIA O PORQUÊ

DE TODO DIA TER QUE SE LAVAR.

B JÒ JÔ GRITAVA: “ VEM LOGO TOMAR BANHO FF

Ha j a fac /ên c jaF To d o d ia a m e s m a h is tó r ja F ”

BNTÃO, A CRIANÇA PERGUNTAVA:

“ P r a q u e to m a r b a n h o to d o d ia ? ”

Page 8: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

JO JÔ RESPONDIA COM OUTRA PERGUNTA:

“ O QUE VOCê FEZ HOJE? "

A p a r e c ia s e m p r e u m a u s t a p e a t iy id a d e s

NÃO MUITO UMPINHAS PRA CONTAR:

“ Br in q u e i n a e s c o la , n a r u a . f u i a o b a n h e ir o . '

P e g u e i o g ato . c a lc e i o s a p a to ,

M ATE! UMA MOSCA. LIM PEI A MELECA DO NARIZ,

SU B! UMA ESCADA. DESCI NO BSCQRREGADQR,

VIREI CAMBALHOTA, ABRACE! O CACHORRO, ANDEI DE ÔNIBUS,

FIE AO BANHEIROf" “ F O iS ê f Bn TÃO VÁ TOMAR BANHO f f f f

VÓCê ACHA QUE AS M ÃOS, OS PÉS,

O CORPO ESTÁ LIM PO DEPOIS DESSE DIA

EM QUE VOCê FEZ TANTAS COISAS? / ”

M a s , a c r ia n ç a r elu tava , n a ver d ad e , cho rava, e s p e r n e a v a '

Um c o m p o r ta m e n to m u it o fejo , f a z e r b ir r a n o b a n h e ir o .

Um d ia J o jô , j á p e r d e n d o a e s p e r a n ç a ,

RESOLVEU NÃO M AIS CHAMAR.

Page 9: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Q u e m s a b e a s s im s o zin h a ,

A CRIANÇA ENTENDERIA QUE O BANHO ERA IMPORTANTE.

M a s ... O d ia f o i p a s s a n d o ,

AS HORAS CAMINHANDO NO RELÓGIO

E CHEGOU A HORA DO BANHO.

B , LÁ DE LONGE SE OUVIA:

" VEM TOMAR BAN H O fFFfFF Ca d ê vo c ê F F ? ? ”

Bn TÃO, VEIO UMA SURPRESA: A CRIANÇA ESTAVA UMPAF

TÃO UMPA QUE ATÉ BRJLHAVAF

Um c h e ir o m a r a m lh o s o F

S e m e n te n d e r o a c o n te c id o ,

JO JÔ DE BOCA ABERTA, NÃO CONSEGUIA ACREDITAR,

PARECIA UMA MÁGICA, VER AQUELA CRIANÇA LIMPINHA,

SEM PRECISAR BR IG AR .'

O QUE ACONTECEU? PENSAVA JÒ JÔ ...

S e m p r e c is a r p e r g u n ta r , a c r ia n ç a r e s p o n d e u :

" O CORPO FICA SUJO , AS MÃOS FICAM SUJAS

E MESMO QUE NÃO DÊ PRA GENTE VER,

TEM UNS BICHINHOS CHAMADOS VERMES NA SUJEIRA.

Page 10: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Qu a n d o a g e n te p e g a o a u m e n t o c o m a s m ã o s s u ja s ,

ELES ENTRAM NO AUMENTO E QUANDO A GENTE COME,

ELES VÃO PARA A NOSSA BARRIGA.

Es s e s v e r m e s p o d e m c a u s a r d o e n ç a s .

P o r is s o è im p o r t a n t e a g e n te to m a r b a n h o /

L a v a r a s m ã o s a n t e s d e c o m e r . ”

“N o s s a / Qu e m a r a v ilh a / ” , d is s e J o jô Z

“ F a NA ESCOLA QUE VOCÊ APRENDEU ISSO TUDO ?”

“ F a s im / ” D is s e a c r ia n ç a .

“B F a POR ISSO QUE v o c ê RESOLVEU TOMAR BANHO ?”

Na VERDADE, CONTINUOU ELA,

“EU TOME! BANHO PORQUE A C M E ! DE ESCORREGAR

NO COCÔ DO CACHORRO, MELEQUEJ TODA A MINHA ROUPA

E AS MINHAS M ÃO S.”

M a s a c r ia n ç a , s e s e n t iu tão b e m c o m a q u e le b a n h o ,

SEM BRIGAS, SEM XINGAMENTOS

E FICOU TÃO FEUZ COM A FELICIDADE DE JO JÔ ,

QUE DAQUELE DM EM DIANTE,

ENTENDEU A IMPQRTÃNCM DE TOMAR BANHO SEM TUMULTUAR.

Page 11: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

*

A l é m a s s o , d epo /s d e tu d o q u e a p r o fe s s o r a

EXPUCOU SOBRE A IMPORTÂNCIA DO BANHO,

ENTENDEU QUE TOMAR BANHO,

LAXAR AS MÃOS QUANDO VA! AO BANHEIRO,

ESCOVAR OS DENTES DEPOIS DAS REFEIÇÕES,

NÃO ERA SÓ MANIA CHATA DE ADULTO,

ERA NA VERDADE IMPORTANTE PARA A SAÚDE.

B , NAQUELA CASA HOUVE TRANQUILIDADE

TODOS OS O AS NA HORA DO BANHO.

S Ó DE VEZ EM QUANDO,

QUANDO A CRIANÇA APRONTAVA M UITO,

OUVIA JO JÔ D IZER : “ PARA DE BAG U N Ç A"f

M a s , “ v á to m a r b a n h o F ” , n u n c a m a is .

*

¥

*

¥

• u0

*

Page 12: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

*

TBM GãN

PEQUENA, AU A,

MAGRA, GORDA,

J a p o n e s a , P o lo n e s a ,

IN D IAN A, SENEGALESA,

Ch in e s a , Br a s il e ir a ,

Page 13: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

M e n in a , M e n in o , A d u lta , I d o s a ,

M e n in a q u e g o s ta d e a z u l e m e n in o q u e g o sta d e p o s a

Cr is t ã , m u ç u lm a n a , a n g u c a n a , u m b a n d /sta , a t e ís t a

A le g r e , tr is te , e n g r a ç a d o

S a r a d a , tatu ad a , d e f ic ie n t e

O QUE M AIS TEM NESSE MUNDO è GENTE?

Ca d a u m a c o m s e u je it o d e s e r d ife r e n te .

Page 14: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E
Page 15: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

O CORPOO CORPO BA GENTE é PP CARNE E O SSO .

O CORPO fíC A EM PÈ.O CORPO fíC A PENADO.

O C O V O fíC A MEXENDO E fíC A PARADO.Ca n s a d o o c o íp o d a g e n t e q u e ir f a r a a c a m a ,

DEITADO NA CAMA O CORPO DORME E SONHA.Na c a b e ç a q u e está n o cavo,

O S PENSAM ENTOS SÃ O GRANDES E SONHAM SONHOS DIVERTIDOS, DE BRINCAR DE COMER, DE CHUTAR A BOLA,

DE CHORAR E DE R IR .Na cabeça d o n o s s o c a v o e st ã o o s n o s s o s o l h o s,

QUE N O S FAZEM VER A CHUVA QUE CAI. £ O NARIZ ?£ s s e q u e t a m b é m f a z f a r t e d o c a vo

E N O S FAZ SENTIR O CHEIRO DA CHUVA.Os OUVIDOS D ESSE CORPO COMPLEXO

N O S PERNVTE ESCUTAR O BARULHO QUE CHUVA F AZ...S E VOCê FECHAR AGORA O S OLHOS,

PODE ATÉ IMAGINAR O BARULHO DA CHUVA, DO M A R ...Te n t e '

Page 16: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Tu d o is s o e s t á d e n t r o d a c a b e ç a d o n o s s o c o r p o . N a c a b e ç a d o c o r p o o u v im o s /m e t a s VOZES,M AS QUEM FALA M ESM O PRO OUTRO ESCUTAR,

É A N O SSA BOCA,JUNTO COM A N O SSA LÍNGUA,

GARGANTA E O A R ,QUE S A I DE L Á DE DENTRO DO N O SSO PULMÃO.

O CORPO PODE TER VÁRIOS TAMANHOS,FORM AS E CORES,

PEQUENO OU GRANDE,GORDINHO OU MAGRICELA,

NEGRO, BRANCO, OU AM ARELO.O CORPO N O S FAZ SENTIR,

SENTIR O S SABO RES, O S ODORES.P o d e m o s t a m b é m s e n t ir c o m a s m ã o s .

Q u e m n u n c a d e o l h o s fe c h a d o s,ADIVINHOU PELO TOQUE A SU RPRESA DE UM PRESEN TE?

O N O SSO CORPO INTEIRO PODE SENTIRQUANDO FAZ FRIO OU FAZ CALOR.

Page 17: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Q u a n d o a g e n t e d a n ç a ,O CORPO se ALEG RA.'

N a d a m a is u n d o oue a b a il a r in a d a n ç a n d o

e M OSTRANDO A S M AIS BELAS CURTAS DAQUELE CORPO, E COM UMA UNDEZA MUITO GRANDE,

O CORPO PODE ARREPIAR.N O SSO CORPO N O S LEVA, N O S TRAZ,

N O S CARREGA fA R A BAIXO E PARA CIMA,COMO TODOS O S N O SSO S SONHOS,

N O SSO SONO, N O SSA TORÇA,N O SSA TOME DE COMIDA, N O SSA SEDE,

N O SSA SACIEDADE.N O SSO CORPO è UMA BELEZA.'

Page 18: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E
Page 19: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Um a boneca pe mape/ra

ESTELA HAVIA GANHADO UM BONECA PE MADEIRA,

QUEM UNHA FEITO A BONECA ERA SEU QUERIDO AVÔ.

El a e r a u m a b o n e c a u n d a , d e u m g a lh o d e ip ê

QUE CAIU DA ÁRVORE DO S ÍT IO E,

DAS MÃOS DO SEU AVÔ SAIU A BONECA LU C /N H AÍ

Es t e la n ã o te v e d ú v id a s q u e a q u e la s e r ia u m a g r a n d e a m ig a .

Um d ia . Es t e la b r in c a n d o c o m a b o n ec a ,

a lg o m á g ic o a c o n te c e u .

A BONECA, ASSIM COMO O PlNÓQUIO DE GEPETO,

HAVIA GANHADO VIDA.

Co m e ç o u a f a la r c o m o s e n u n c a t iv e s s e s id o

SOMENTE UMA BONECA DE MADEIRA.

Es t e la f ic o u en c an tad a , e d /s s e :

“ VAMOS LUC/NHA, EU VOU TE AJUDAR A VER O M U N D O .'” .

Es t e la le v o u L uc/n h a p a r a v e r o m a r

E D/SSE QUE NO M AR VIVIAM OS PEIXES,

Page 20: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

OS CRUSTÁCEOS E TANTOS OUTROS ANIM AIS.

L uc/n h a r c o u en c an tad a c o m a q u e la im e n s id ã o d e a g u a

E COM BARULHO DAS ONDAS QUE SE OUVIA LÃ DE LONGE.

L e v o u a b o n e c a p a r a c o n h ec er a s á r v o r e s ,

INCLUSIVE O IPÊ DE ONDE ELA UNHA NASCIDO.

“ £ s s a a q u i, L uc /n h a é u m a m a d e ir a m u it o f q r t e í

Fch d e u m g a lh o d e s s a á r v o r e q u e o vo vô te c r io u ”,

D IZIA A MENINA. “ DESSA MADEIRA TAMBÉM SE FAZ ARM ÁRIOS,

PORTAS E CAMAS QUE A GENTE DORME E,

ATÉ O PAPEL QUE A GENTE DESENHA.

ALÉM DISSO, AS ÁRVORES NOS DÃO FRUTOS £ SOMBRA

QUE NOS REFRESCAM NOS DMS QUENTES.”

Bm M in a s Ge r a is ,

L uc /n h a v iu to d o s a q u e le s g r a n d e s m o r r o s ,

QUE DE SUAS ROCHAS ERAM EXTRAÍDOS OS METAIS.

“ O S METAIS DERAM A POSS/BUDADE AOS HUMANOS

DE CONSTRUIR MUITAS COISAS, COMO OS CARROS,

AVIÕES, O PORTÃO DA NOSSA CASA” .

Page 21: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

O MORRO COM TODAS AQUELAS ÁRVORES,

PARECIA VERDE E NO fíM DA TARDE DE VERÃO,

COM SEUS RAIO S COLORIDOS,

PINTAVA A PAISAGEM COM TONS DE AZUL,

AMARELO, LAR AN JA ... " O SOL ” DISSE SSTELA,

" TRAZ ENERGIA PARA AS PLANTAS E AQUECE NOSSO PLANETA,F”

ãSTELA MOSTROU A/NDA S O I QUARTO,

COM TODOS OS OUTROS BRINQUEDOS,

SEUS LIVROS, QUE CONTAVAM HISTÓRIAS TÃO INCRÍVEIS

COMO ESSA QUE EU ESTOU CONTANDO.

N u m a d a s e s ta n te s h a v ia m v á r io s b r in q u e d o s :

UM CARRINHO DE BORRACHA,

UMA BAILARINA DE PLÁSTICO E UM URSO DE PELÚCIA.

LUUNHA FICOU OLHANDO TUDO AQUILO,

ENTENDO O MUNDO A SUA VOLTA.

S a b ia q u e a s c o is a s e r a m c o n s t r u íd a s d e m a t e r ia is d ife r e n te s ,

QUE TUDO VINHA DA NATUREZA E QUE O HOMEM

TRANSFORMAVA A NATUREZA EM UM MONTE DE COISAS

QUE PRECISAVA PARA VIVER.

Page 22: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Na h o r a d e d o r m ir ,

L uc /n h a j á m u it o c a n s a d a d a s v ia g e n s

QUE FEZ NAQUELES DIAS,

PENSOU QUE UNHA ENTENDIDO QUASE TUDO.

Bn TÃO, PERGUNTOU fA R A A BSTELA:

” Qu a n d o e s t o u c o m v o c ê e o n o s s o c ac h o r r in h o R enho,

SINTO UMA COISA FEUZ DENTRO DO PEITO,

COMO SE CHAMA IS S O ?” PERGUNTOU A BONECA.

“ Is s o L uc /n h a , d e v e s e r o a m o r ” .

“B PARA QUE SERVE O AM O R ?”

P e r g u n to u e l a p e n s a t iv a .

” Bl e s e r v e p a r a a g e n te p o d e r c o n str lo r

TODAS ESSAS COISAS QUE EU TE MOSTREI

E NÃO PERDER A NOSSA HUMANIDADE” .

”B O QUE ê A HUMANIDADE? ” .

P e r g u n to u a b o n e c a c u r io s a .

”B... ESSA é UMA LONGA H ISTO R IA...,

AGORA ESTOU COM MUITO SONO,

M AS A GENTE TEM MUITO TEMPO PRA FALAR SOBRE IS S O .”

B , L uc /n h a a c o m p a n h o u Bs t e la p e l a v id a a fo r a .

Page 23: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

F/z b r a m m u it a s ÿ ia g b n s

ATÉ A BONBCA FICAR MUITO VBLHNHA B MORRBR.

B , QUANDO U lC INHA MQRRBU,

Bs TBLA a BNTBRROU NO JARDIM DA SUA CASA.

U M D /A. PARA A SURPRBSA DB ßSTBLA.

DO CHÃO BROTOU UM BBLO IP Ê ,

CUB COM SUAS UNOAS FLQRBS AMAfZBLAS

SBMPRB LBMBRATA A BSTBLA

CUB O AMOR SBMPRB SB RBNO/A.

0 u

Page 24: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Histórias para contar Ciências: reflexões sobre o ato de contar

A professora e o professor do primeiro ano do Ensino Fundamental podem trazer para sala de aula histórias que auxiliem os/as estudantes, no processo de aprendizagem dos conteúdos de Ciências. A contação de histórias é lúdica, interativa e dialógica, mas, para que sua prática seja bem sucedida é preciso observar algumas questões importantes.

O cuidado começa na escolha da história. Uma boa história é o início de tudo. Por mais atenção que se tenha, se a história não for interessante, nada adianta. E o que seria uma boa história? Podemos voltar para dentro, nas nossas memórias... Pense em uma história que lhe foi contada? Muitas delas, escutadas em nossa infância, fazem parte das nossas narrativas interiores. Lembramos detalhes e as ressignificamos com o passar do tempo. E como se a história criasse vida dentro de nós e fosse amadurecendo junto com a gente. Essa história nos marcou por ter um enredo que ecoou dentro de nós - as boas histórias são as que tem bons enredos, que emocionam os ouvintes.

Além dessa questão da escolha da história, quem a conta deve ter atenção em relação ao tom de voz, gerenciar a velocidade das palavras, à medida que conta. Busatto (2003) esclarece que:

Imprimir ritmo na narrativa não quer dizer apenas iniciar e narrar velozmente até o final da história. Por ritmo não se entende a velocidade na emissão da voz, onde o narrador chegar ao fim, exausto e sem ar, mas sim uma relação entre esta velocidade mental, que é a capacidade de pensar ágil, de se adaptar às situações que forem apresentadas pelo conto, e a percepção correta do momento de silenciar (BUSATTO, 2003, p.66).

Quando se trata de contar histórias para crianças, as pausas, a velocidade, o silêncio no momento adequando, são fundamentais. As crianças se distraem com muita facilidade. Assim, quem conta deve ter um ritmo tal que elas acompanhem, nem rápido demais, para que elas não percam os detalhes, nem muito devagar, para que elas não percam o interesse pela história.

Page 25: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Outra questão pertinente em se tratando de contar uma história é não dar todas as respostas. Sobretudo nas Ciências, as lacunas, as dúvidas geram um campo propício para o desenvolvimento do conhecimento. Deixar que as crianças/estudantes pesquisem as respostas, criem hipóteses é parte do ensinamento das Ciências.

Interaja com as crianças! Com interagir com as crianças para que elas participem e se interessem pela história? Existem várias maneiras de quem narra a história interagir com o público, não há uma receita pronta. No entanto, vou tentar dar algumas orientações e ideias para elucidar o que pode ser feito.

• Convide as crianças para criar o cenário da história. Por exemplo: “Era uma vez uma cidade, que tinha: prédios, lojas, carros, muitas pessoas...” Peçam as crianças para participar nessa construção imaginária do cenário por onde perpassa a história;

• Olhe no olho delas, essa interação “olho no olho” é que permite que a contação de histórias se diferencie do teatro, nesse momento o contato com outro é fundamental;

• Comece uma história e convide as crianças para proporem um final.• Sempre que possível, dialogue com ela, tentando recobrar os fatos que já

foram narrados. “Então, nós já vimos que na cidade tinha o que mesmo?”Você poderá usar fantoches, objetos variados para narrar estas histórias para as

crianças. Esses objetos podem ser prontos, ou em partes. Por exemplo, ao contar a história “Chapeuzinho Amarelo” (BUARQUE, 2006). Ao invés de trazer a figura inteira da menina, podemos levar apenas um chapéu:

Deixando uma lacuna para que a imaginação das crianças floresça, proporcionando a possibilidade de co-criação dessa personagem, junto ao autor.

Page 26: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

Como sugestão de histórias trago quatro histórias de minha autoria, que se encontram no livro “Histórias para Contar Ciências”: “Vai tomar banho!”, “Tem gente?” “O corpo” e “Uma boneca de madeira”. Espero que essas histórias criadas por mim, te inspire a criar as suas próprias histórias.

Reflexão sobre as históriasE muito comum as crianças não gostarem ou não entenderem muito sobre a

importância de tomar banho todos os dias. Assim, trago como proposta uma história denominada “Vá tomar banho!”. Na história/rimada, brinco com essa questão, uma história introdutória para a/o professor(a) tratar as questões de higiene corporal com as crianças.

Na história/poema, “Tem gente?”, escrevi para pensarmos na formação da identidade, na diversidade de pessoas existentes no mundo, cada uma com as suas características. Ao final dessa história pode-se questionar os/as alunos/as sobre os tipos de pessoas que eles conhecem. Pensar nas características dos/das estudantes que existem na turma, ou na própria escola. Refletir com eles sobre a beleza da diversidade, incitando o respeito pelas diferenças.

O corpo humano em suas representações escolares é na maioria das vezes frio e sem vida. Por isso escrevi “O corpo”. Uma história que tem como objetivo fazer com que as crianças/estudantes entendam que o corpo que se aprende é o mesmo corpo que come, que brinca, que dorme, que ri e sofre. Esse distanciamento do que é ensinado em relação a realidade do/da estudante/criança dificulta a percepção e o entendimento dos assuntos. O diálogo da realidade com as Ciências ajuda nesse processo de aproximação com quem aprende.

Por fim, “A boneca de madeira”, com essa história o/a docente pode falar sobre os diferentes objetos que nos rodeiam, de que tipo de material são construídos. Mas, para além destas questões pode-se refletir sobre a nossa condição humana. O que nos faz humanos? O que nos diferencia dos objetos inanimados ou mesmo dos animais irracionais? O que nos aproxima desses animais ditos irracionais? Pode-se conversar sobre a morte, tema tão censurado, mas que faz parte da vida de todos nós. Enfim, questões científicas e filosóficas que perpassam a nossa formação humana, que devem

Page 27: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

ser refletidas com as crianças/estudantes, não só durante o Ensino Fundamental, mas em todos os anos escolares.

Esse texto introdutório é para as professoras e os professores que desejam contar histórias em suas aulas de Ciências. E para aqueles que desejarem se aprofundar no tema, podem ler o meu trabalho de conclusão do curso de mestrado intitulado: Histórias para contar Ciências: possibilidades lúdicas para a Alfabetização científica.

Espero que essas histórias ajudem na construção do conhecimento e no desenvolvimento do pensamento científico das crianças, mas sobretudo, que as tomem mais sensíveis e reflexivas em relação as pessoas e ao mundo do qual fazem parte.

Page 28: Histórias - cursos.ufrrj.brcursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgeducimat/files/2018/06/Produto-Edu... · Peguei o gato. calcei o sapato, ... UMA ESCADA . DESC INO BSCQRREGADQR, VRI E

ReferênciasBUARQUE, Holanda. Chapeuzinho Amarelo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 2003.VIANA, Cassia. Histórias para contar ciências: possibilidades lúdicas para a Alfabetização científica. 2018.Dissertação (Mestrado em Educação) -Instituo de Educação, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica.